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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO AO REDOR DE AEROFÓLIOS VIA MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS PAINÉIS Daniel Fonseca de Carvalho e Silva DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA CORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA. Aprovada por: ____________________________________________ Prof. Gustavo César Rachid Bodstein, Ph.D. ____________________________________________ Prof. Albino José Kalab Leiroz, Ph.D. ____________________________________________ Prof. Marcelo José Colaço. D.Sc. ____________________________________________ Prof. Luiz Antonio Alcântara Pereira, D. Sc. RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL SETEMBRO DE 2005

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SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO AO REDOR DE AEROFÓLIOS VIA

MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS PAINÉIS

Daniel Fonseca de Carvalho e Silva

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA CORDENAÇÃO DOS

PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA

MECÂNICA.

Aprovada por:

____________________________________________

Prof. Gustavo César Rachid Bodstein, Ph.D.

____________________________________________

Prof. Albino José Kalab Leiroz, Ph.D.

____________________________________________

Prof. Marcelo José Colaço. D.Sc.

____________________________________________

Prof. Luiz Antonio Alcântara Pereira, D. Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

SETEMBRO DE 2005

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SILVA, DANIEL FONSECA DE CARVALHO E

Simulação Numérica do Escoamento ao

redor de Aerofólios Via Método de Vórtices

Associado ao Método dos Painéis [Rio de

Janeiro] 2005

XIII, 175 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,

M.Sc., Engenharia Mecânica, 2005)

Dissertação - Universidade Federal do

Rio de Janeiro, COPPE

1. Método de Vórtices

2. Método dos Painéis

3. Aerofólios

4. Aerodinâmica

I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )

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Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO ESCOAMENTO AO REDOR DE AEROFÓLIOS VIA

MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS PAINÉIS

Daniel Fonseca de Carvalho e Silva

Setembro/2005

Orientador: Gustavo César Rachid Bodstein

Programa: Engenharia Mecânica

Este trabalho apresenta um estudo numérico de escoamentos bidimensionais,

incompressíveis, não-permanentes e de alto número de Reynolds ao redor de aerofólios. O

algoritmo numérico empregado associa o Método de Vórtices Discretos e o Método dos

Painéis para realizar simulações que cobrem uma ampla faixa de ângulos de ataque e

algumas variações no número de Reynolds, para dois tipos de aerofólios.

No modelo numérico desenvolvido utiliza-se o Método dos Painéis com

singularidades do tipo vórtices com distribuição linear para calcular a contribuição do

aerofólio sobre o escoamento. Para o Método de Vórtices Discretos, utiliza-se o Método do

Avanço Randômico para simular a difusão e a Lei de Biot-Savart para o cálculo da

velocidade convectiva. O esquema de Adams-Bashforth de segunda ordem é usado para o

avanço temporal. As distribuições de vorticidade na superfície do corpo são calculadas de

tal forma a satisfazer a condição de impenetrabilidade e a conservação de circulação. A

cada passo de tempo são gerados novos vórtices, que deslocam-se por ação dos efeitos de

difusão e convecção, formando a esteira à jusante do corpo.

Os resultados obtidos para diversos ângulos de ataque apresentam razoável

concordância com resultados experimentais, sobretudo na captura do fenômeno de “estol”

sobre aerofólios da família NACA. Estes resultados indicam a grande capacidade do

algoritmo e dos modelos físicos empregados neste trabalho para simulação numérica de

escoamentos complexos de altos números de Reynolds.

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Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

NUMERICAL SIMULATION OF THE FLOW AROUND AIRFOILS USING THE

DISCRETE VORTEX METHOD IN ASSOCIATION WITH THE PANEL METHOD

Daniel Fonseca de Carvalho e Silva

September/2005

Advisor: Gustavo César Rachid Bodstein

Department: Mechanical Engineering

This work presents a numerical study of two-dimensional, incompressible,

unsteady and high Reynolds number flows around airfoils. A numerical algorithm, that

uses the Discrete Vortex Method in association with the Panel Method, is developed to

carry out simulations for two airfoil geometries, covering a wide range of values of the

Reynolds number and the angle of attack, including the stall and post-stall regions.

The numerical model employs the Panel Method with a linear piecewise-

continuous vortex distribution along the panels to calculate the body contribution to the

flow. A cloud of discrete vortices with a Lamb core is used to model the vorticity field

within the lagrangian Discrete Vortex Method framework. The motion of these vortices

simulates the convective and diffusive transport of vorticity. The Random Walk Method

simulates the transport of vorticity by diffusion. The second-order Adams-Bashforth time-

marching scheme simulates the transport of vorticity by convection, where the convective

velocity is calculated from the Biot-Savart Law. The strength of the nascent vortices that

model the new vorticity generated on the body surface at each time step is calculated in

order to conserve total circulation and to satisfy the no-penetration boundary condition on

the body.

The results obtained for several angles of attack present good agreement with

experiments for NACA airfoils. These results show the enormous capacity of the

numerical algorithm and the physical models used for the simulation of complex high

Reynolds number flows.

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AGRADECIMENTOS

Depois de cursar as disciplinas do curso de mestrado em Engenharia mecânica,

segue-se uma difícil etapa de elaboração de uma tese em determinada área de interesse.

Várias pessoas contribuíram das mais diversas formas para que este trabalho pudesse ser

concluído. Para algumas delas registro aqui meus agradecimentos.

Agradeço primeiramente a minha mãe, irmã e avó, as quais me deram apoio

incondicional para realização do curso de mestrado.

Agradeço especialmente a minha namorada Mayna, pela sua compreensão pelos

finais de semana de trabalho árduo e apoio nas horas difíceis.

Gostaria também de agradecer aos meus amigos, pela paciência em ouvir todos os

dias algo sobre Mecânica dos Fluidos e dinâmica de vorticidade, por mais inacreditável

que parecesse a existência dos tais vórtices.

Agradeço ao incentivo e aconselhamentos de meu orientador, Prof. Gustavo, que

sempre manteve um nível de exigências adequado para possibilitar um trabalho de boa

qualidade, além de ser botafoguense, o que contribuiu para o bom andamento do nosso

trabalho.

Agradeço também aos professores do departamento de Engenharia mecânica da

COPPE/UFRJ, os quais exibiram conceitos e fundamentos de grande valia para minha

formação profissional durante o curso de mestrado.

Meu sincero agradecimento para os colegas de turma com os quais cursei a maioria

das disciplinas do mestrado, em especial Alexandre e Rodolfo, com os quais era possível

encarar os desafios sempre com bom humor.

Agradeço a equipe do Laboratório de Mecânica dos Fluidos e Aerodinâmica da

COPPE/UFRJ, sobretudo Angelo e Vanessa, que desenvolveram excelentes trabalhos, os

quais consultei frequentemente e deram suporte a todas minhas dúvidas durante a

elaboração do programa desenvolvido.

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Agradeço a CAPES pelo apoio financeiro durante o primeiro ano de mestrado e

agradeço a própria COPPE pela oportunidade de realizar um curso de pos-graduação de

qualidade indiscutível em uma entidade pública.

Finalmente, agradeço à concessionária de serviço público de energia elétrica Furnas

Centrais Elétricas S.A. pelo apoio durante parte da execução desta tese de Mestrado

através de um projeto de P&D ANEEL, aprovado no Ciclo 2002/2003. Especificamente,

agradeço aos Engenheiros de Furnas Daniel Mesquita, Edson Teixeira e Maria do Carmo

Reis Cavalcanti.

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ÍNDICE

Capítulo 1 – Introdução ................................................................................................. 1

1.1 Motivação ............................................................................................................... 2

1.2 O Escoamento ao Redor de Geometrias Aerodinâmicas ....................................... 5

1.3 Objetivos ................................................................................................................ 9

Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica ............................................................................. 10

2.1 Trabalhos Experimentais ...................................................................................... 10

2.2 Modelos Analíticos............................................................................................... 11

2.3 Método dos Painéis .............................................................................................. 11

2.4 Método de Vórtices .............................................................................................. 13

Capítulo 3 – Modelo Matemático ............................................................................... 19

3.1 Hipóteses Simplificadoras ....................................................................................19

3.2 As Equações de Movimento ................................................................................ 20

3.3 A Equação de Transporte de Vorticidade ............................................................ 22

3.4 A Equação de Poisson para Pressão ..................................................................... 23

3.5 Relação Velocidade–Vorticidade: A Lei de Biot-Savart...................................... 23

3.6 O Vórtice de Lamb ............................................................................................... 26

3.7 Cargas Aerodinâmicas na Forma Adimensional .................................................. 27

Capítulo 4 – Método dos Painéis ................................................................................ 29

4.1 Escoamento Potencial........................................................................................... 29

4.2 Método Numérico................................................................................................. 31

4.3 A Condição de Kutta ............................................................................................ 33

4.4 Escolha de Singularidades .................................................................................... 34

4.5 Transformação do Problema em um Sistema de Equações Lineares ................... 36

4.6 Cálculo do Campo de velocidade e das Cargas Aerodinâmicas........................... 40

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Capítulo 5 – Método de Vórtices Discretos ................................................................ 42

5.1 O Algoritmo Básico.............................................................................................. 42

5.2 Geração dos Vórtices............................................................................................ 43

5.3 Convecção dos Vórtices ....................................................................................... 44

5.4 Difusão dos Vórtices ............................................................................................ 46

5.5 Avanço Temporal ................................................................................................. 47

5.6 Atualização das Condições de Contorno.............................................................. 48

5.7 Tratamento dos Vórtices que Penetram no Interior do corpo............................... 49

5.8 Cálculo das Cargas Aerodinâmicas .......................................................................50

Capítulo 6 – Implementação Numérica ...................................................................... 52

6.1 Solução do Sistema de Equações Lineares........................................................... 52

6.2 Geração de Números Randômicos ....................................................................... 53

6.3 Raio do Núcleo do Vórtice de Lamb.................................................................... 53

6.4 Velocidades Auto-Induzidas na Nuvem de Vórtices............................................ 54

6.5 Campo de velocidade nas Proximidades do Corpo .............................................. 56

6.5.1 Utilização de Sub-painéis .............................................................................. 57

6.5.2 Método da Imagem........................................................................................ 57

6.6 Reflexão dos Vórtices........................................................................................... 58

6.7 Parâmetros Numéricos.......................................................................................... 59

6.8 Particularidades do Algoritmo.............................................................................. 61

6.9 Rotinas Numéricas................................................................................................ 62

6.10 Fluxograma......................................................................................................... 65

Capítulo 7 – Resultados e Discussões.......................................................................... 67

7.1 Teste Preliminar: Cilindro Circular ...................................................................... 68

7.2 Determinação dos Parâmetros Numéricos ........................................................... 68

7.3 Aerofólios Estudados ........................................................................................... 71

7.4 Camada Limite sobre um Aerofólio .................................................................... 73

7.5 Aerofólio NACA 0012 ........................................................................................ 77

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ix

7.6 Aerofólio NACA 4415 ........................................................................................ 88

7.7 Outros Aerofólios ................................................................................................ 90

Capítulo 8 – Conclusões .............................................................................................. 91

Referências .................................................................................................................... 95

Apêndice A – Singularidades de Ordem Superior no Método dos Painéis .......... 105

Apêndice B – Geometria de Aerofólios NACA de 4 Dígitos .................................. 107

Apêndice C – Resultados para o Aerofólio NACA 0012 com Re = 1,7 x 105 ........ 109

Apêndice D – Resultados para o Aerofólio NACA 0012 com Re = 1,7 x 105 e

Ângulo de Ataque 90o ........................................................................ 142

Apêndice E – Resultados para o Aerofólio NACA 0012 com Re = 1,7 x 106 ........ 145

Apêndice F – Resultado para o Aerofólio NACA 0012 com Re = 1,7 x 105 e

Tempo de Simulação mais Longo .................................................... 150

Apêndice G – Resultados para o Aerofólio NACA 4415 com Re = 1,7 x 105 ....... 153

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LISTA DE SÍMBOLOS

A - Matriz de influência

Ai - Coeficiente de influência

aij - Elemento da matriz de influência

b - Vetor de constantes

bi - Elemento do vetor de constantes

Bi - Coeficiente de influência

bt - Vetor de constantes atualizado

c - Corda do aerofólio

C - Curva Material

Cd - Coeficiente de arrasto

Cl - Coeficiente de sustentação

Cp - Coeficiente de pressão

d - Distância do vórtice ao corpo

dCd - Cd infinitesimal

dCl - Cl infinitesimal

dl - Elemento infinitesimal linear

dS - Elemento infinitesimal de área

dV - Elemento infinitesimal volumétrico

f - Função do contorno do aerofólio

k - Constante

L – Matriz triangular inferior

M - Número de vórtices discretos

n - Vetor normal à superfície do corpo

N - Número de painéis

Nsub - Número de sub-painéis

NT - Número de passos no tempo

p - Pressão absoluta

P - Número randômico

po - Pressão de referência

ps - Pressão de estagnação

q - Módulo de velocidade

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q - Campo vetorial de velocidade

Q - Número randômico

∞Q - Velocidade do escoamento uniforme

qt - Velocidade tangencial

r - Coordenada do sistema polar

r1 , r2 - Variáveis auxiliares

Re - Número de Reynolds

S - Superfície

s - Coordenada tangencial

t - Tempo

t - Vetor tangente

u - Velocidade na direção

U – Matriz triangular inferior

Vol - Volume

v - Velocidade na direção y

X - Coordenada horizontal global de um sistema cartesiano

x - Coordenada horizontal local de um sistema cartesiano

Y - Coordenada vertical global de um sistema cartesiano

y - Coordenada vertical local de um sistema cartesiano

α - ângulo de ataque

β - ângulo de inclinação dos painéis

δ - Distância normal do vórtice ao painel mais próximo

1δ - Espoessura de deslocamento da camada limite

i∆ - Comprimento do painel i

r∆ - Avanço difusivo radial

ip∆ - Variação de pressão sobre o painel i

x∆ - Deslocamento na direção x

y∆ - Deslocamento na direção y

θ∆ - Avanço difusivo tangencial

ε - Distância de geração de vórtices

ijkε - Tensor alternante

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φ - Potencial de velocidade

∞φ - Potencial de velocidade do escoamento incidente

Γ - Circulação

γ - Intensidade de vorticidade

λ - Intensidade de fonte

µ - Intensidade de um dipólo

ν - Viscosidade cinemática

π - Constante = 3.14156295...

θ - Coordenada do sistema polar

ρ - Massa específica

σ - Raio do núcleo dos vórtices

ω - Vorticidade

ω - Vetor vorticidade

ξ , ψ - ângulos auxiliares

Subscritos

i, j, k, p, n – índices

a – Referente ao início do painel

b – Referente ao início do painel

∞ - Relativo ao escoamento incidente

Superescritos

* - Variáveis dimensionais

a – Referente ao início do painel

b – Referente ao início do painel

^ - Para velocidades calculadas com vorticidade (circulação) unitária

¯ - Média

Operadores

∇ - Gradiente

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⋅∇ - Divergente

×∇ - Rotacional

DtD - Derivada material

t∂∂ - Derivada parcial

dtd - Derivada ordinária

- Módulo

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CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

A Mecânica dos Fluidos é uma ciência extremamente rica em detalhes e,

conseqüentemente, de uma complexidade impressionante. Desde as civilizações mais

antigas busca-se o entendimento do escoamento de fluidos, desde a canalização de água

para o consumo, passando pela utilização dos ventos como força motriz de embarcações e

moinhos, até os complexos escoamentos de fluidos multifásicos na indústria de petróleo

atual.

Esta complexidade ainda fascina cientistas e pesquisadores em busca da completa

capacidade de modelar os fenômenos físicos envolvidos no escoamento de um fluido.

Durante o século XVII, Leonardo da Vinci elaborou desenhos de sistemas hidráulicos, um

deles podendo ser visto na Figura 1.1, mostrando já estar ciente da complexidade

envolvida no movimento de um fluido na simples descarga de uma tubulação.

Devido à crescente importância tecnológica da Mecânica dos Fluidos para

Engenharia, foram desenvolvidas gradativamente ferramentas matemáticas capazes de

representar a física desses fenômenos. As famosas equações de Navier-Stokes possuem

solução analítica fechada apenas para uma pequena classe de problemas, onde diversas

simplificações são permitidas. Mesmo as simplificações de Prandtl, que dão origem às

equações de camada limite, e a utilização da hipótese de efeitos viscosos desprezíveis, que

gera as equações de Euler, ainda não possuem solução analítica geral. Neste contexto é que

Figura 1.1 – Desenho esquemático elaborado por Da Vinci (SILVEIRA NETO, 2004).

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surgem as soluções numéricas, auxiliadas enormemente pelo concomitante progresso da

computação eletrônica. A transformação de equações diferenciais parciais em sistemas de

equações algébricas e as conseqüentes soluções aproximadas obtidas, possibilitam a

análise e a melhor compreensão dos escoamentos complexos que ocorrem em problemas

reais de Engenharia.

Dentre os métodos numéricos desenvolvidos, um dos mais difundidos, possuindo

inclusive grande aplicação em programas computacionais comerciais, é o Método dos

Volumes Finitos, apresentado em PATANKAR (1980) e em MALISKA (2004). Este

método, juntamente com Método dos Elementos Finitos, pertence a uma classe de métodos

numéricos conhecidos como métodos Eulerianos, que possuem como característica

principal a discretização da região fluida com auxílio de uma malha computacional, onde

as grandezas de interesse são avaliadas.

O presente trabalho utiliza o Método de Vórtices Discretos, descrito

detalhadamente em LEWIS (1991). O Método de Vórtices Discretos é um caso particular

do Método de Partículas (COTTET & KOUMOUTSAKOS, 2000), o qual se caracteriza

por ser um método numérico que emprega uma abordagem Lagrangiana, isto é, que

acompanha o movimento de cada partícula individualmente. Esta metodologia não é

restrita à análise mecânica dos fluidos, porém adequa-se naturalmente à simulação de

escoamentos externos e incompressíveis que ocorrem comumente em projetos de

Engenharia, tais como: na análise aerodinâmica de veículos terrestres e aeronaves, nos

cálculos de esforços aerodinâmicos sobre edificações, na determinação de esforços

hidrodinâmicos sobre estruturas aquáticas ou submarinas, nos escoamentos dos diversos

tipos de turbomáquinas e na análise de interações fluido-estrutura em geral.

1.1 Motivação

A utilização de perfis aerodinâmicos em veículos terrestres, aquáticos e aeronaves

impulsiona fortemente a pesquisa e desenvolvimento de modelos para o cálculo de

escoamentos ao redor de superfícies aerodinâmicas. A crescente velocidade dos veículos e

a maior preocupação com a economia de combustível torna o estudo da aerodinâmica cada

vez mais importante. As aplicações para superfícies de controle em aeronaves requerem

um conhecimento ainda mais detalhado das propriedades do escoamento nestas regiões.

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O comportamento do escoamento ao redor de perfis aerodinâmicos também é

fundamental para o projeto e a análise de escoamentos em turbomáquinas. Cada roda de

pás fixas ou móveis de um estágio de turbina a vapor ou a gás pode ser analisada através de

uma seção transversal ao longo da circunferência da roda das pás. Esta seção, quando

planificada, pode ser analisada como uma fileira de aerofólios, conforme a Figura 1.2.

Turbinas Eólicas de Eixo Horizontal (HAWT - Horizontal Axis Wind Turbine) é um tipo

de turbomáquina que vem ganhando importância, devido à grande preocupação com custo

e eficiência de sistemas eólicos para geração de energia elétrica. O rotor destas turbinas é

fabricado, em geral, com três pás dispostas radialmente a partir de um eixo central

horizontal, como pode ser visto na Figura 1.3a. As pás possuem um perfil aerodinâmico

específico, como mostrado na Figura 1.3b e, por isso, funcionam como uma asa, onde

forças de sustentação se desenvolvem sobre suas superfícies.

Figura 1.2 – Roda de palhetas de turbomáquinas analisada como fileira de aerofólios.

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O desenvolvimento de turbinas do tipo HAWT requer o conhecimento detalhado do

escoamento do ar em torno das pás do rotor. É através do estudo desse escoamento que se

torna possível melhorar o desempenho aerodinâmico do rotor, permitindo, em última

análise, aumentar a capacidade da turbina através do aumento de seu tamanho e,

principalmente, de sua eficiência. A melhoria do desempenho do rotor pode ser realizada

de várias formas, podendo-se destacar o desenvolvimento de novos perfis e a otimização

da configuração geométrica das pás do rotor.

A passagem do ar por uma turbina eólica produz um escoamento à jusante do rotor

denominado Esteira, que se caracteriza por possuir uma velocidade menor do que o

escoamento do vento incidente, além de ser tridimensional e turbulento. A Figura 1.4

ilustra a esteira atrás de um rotor de uma turbina do tipo HAWT. Conseqüentemente,

turbinas posicionadas na esteira de outras turbinas produzem menos energia, pois o vento

incidente possui menos energia disponível. Este fenômeno é denominado Sombreamento,

ou Efeito Sombra. Assim, pode-se ressaltar duas grandes motivações para se estudar o

escoamento do ar em torno das pás de uma turbina:

(a) o aumento do desempenho aerodinâmico da turbina através de projetos mais

eficientes das pás do rotor;

(b) a redução do efeito sombra para o posicionamento otimizado de turbinas em

fazendas eólicas.

a) turbina de três pás b) Modelo tridimensional de uma pá

(REPOWER, 2004) ; (SILVA et al., 2004);

Figura 1.3 –Turbina tipo HAWT.

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5

Naturalmente, há muitas outras motivações para esse estudo, podendo-se

mencionar a geração de ruído causado pelo escoamento do ar em torno do rotor e o projeto

mecânico da turbina, que é função direta das cargas aerodinâmicas atuando sobre ela.

Desta forma, fica clara a importância de se estudar, de um ponto de vista

fundamental, a aerodinâmica de uma pá de uma turbina do tipo HAWT. Devido à

complexidade do escoamento em torno de uma pá de turbina, que é tridimensional e

transiente, o estudo da aerodinâmica do rotor eólico passa, em primeiro lugar, pelo estudo

do escoamento bidimensional em torno do perfil aerodinâmico (ou aerofólio) que

compõem uma seção (ou elemento) da pá. A determinação de perfis aerodinâmicos

adequados para o escoamento através do rotor eólico e o desenvolvimento de metodologias

que permitam a análise teórica desses perfis são assunto de pesquisa básica e de primordial

importância para o desenvolvimento de projetos aerodinâmicos mais eficientes da turbina

como um todo. Este conhecimento compreende o alicerce no qual estudos tridimensionais

mais elaborados necessitam se apoiar para melhorar o desempenho de sistemas eólicos.

1.2 O Escoamento ao Redor de Geometrias Aerodinâmicas

O movimento de um fluido ao redor da superfície de um corpo sólido, produz

regiões onde os efeitos viscosos e inerciais atuam de forma diferenciada. Quanto maior for

o número de Reynolds, menor é a região onde os efeitos viscosos são importantes e vice-

versa. Esta diferença de comportamento do escoamento, aliada a fenômenos de transição

laminar-turbulenta, gera padrões de escoamento bastante diferenciados para uma mesma

geometria.

Figura 1.4 – Esteira formada por uma turbina de duas pás (DAHL et al.,1999).

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Na classe de escoamentos externos, as regiões onde os efeitos viscosos são

importantes são denominadas camada-limite e esteira, ilustradas esquematicamente nas

Figuras 1.5 e 1.6. A camada limite é uma região formada nas proximidades do corpo pelo

efeito de aderência da camada de fluido que está em contato com a superfície, conhecida

como condição de aderência. A esteira é uma região formada a jusante do corpo, resultado

da própria perturbação que o corpo apresenta ao escoamento (BATCHELOR, 1967).

A camada limite e a esteira possuem um campo de velocidade característico,

diferente do escoamento externo a essas regiões. Nas regiões onde os efeitos viscosos são

consideráveis, assinaladas nas Figuras 1.3 e 1.4, existem camadas cisalhantes de fluido

com diferentes perfis de velocidade. Para números de Reynolds altos, essas camadas de

fluido são instáveis e tendem a se enrolar por efeito da tensão cisalhante viscosa, resultante

do gradiente de velocidade presente no escoamento, conforme mostra a Figura 1.7. Este

enrolamento característico de camadas cisalhantes é conhecido como instabilidades de

Kelvin-Helmholtz (SILVEIRA NETO, 2004).

As instabilidades formadas, sobretudo em escoamentos ao redor de corpos

rombudos, dão origem a uma esteira com regiões de escoamento turbilhonar alternado e

contra rotativo, a esteira de Von Karman. Uma foto de uma visualização experimental

desta esteira é apresentada na Figura 1.8.

Escoamento incidente

Camada Limite

Esteira

Figura 1.5 – Escoamento para Reynolds alto (BATCHELOR, 1967).

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Escoamento incidente

Camada Limite

Esteira

Figura 1.6 – Escoamento para Reynolds baixo(BATCHELOR, 1967).

Intabilidades de Kelvin-Helmholtz

uuniforme

uesteira /

camada limite

Figura 1.7 – Formação de instabilidades no escoamento (SILVEIRA NETO, 2004)

Figura 1.8 - Esteira de Von Karman (SILVEIRA NETO, 2004)

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No caso de geometrias aerodinâmicas, mesmo para um número de Reynolds fixo, o

escoamento pode apresentar padrões absolutamente diferentes, dependendo fortemente da

orientação relativa entre o corpo e o escoamento incidente. Por exemplo, para um aerofólio

como o mostrado na visualização experimental da Figura 1.9a, onde o ângulo de ataque é

baixo ou nulo (ângulo entre a corda do aerofólio e a velocidade do escoamento incidente –

ver capítulo 2), o escoamento comporta-se como se não houvesse efeitos viscosos. Nesse

caso há a formação de uma camada limite e de uma esteira extremamente finas. Já para

esta mesma geometria, quando posicionada em um ângulo de ataque alto, como mostrado

na Figura 1.9b, ocorre a descolamento da camada limite, fenômeno denominado “estol”

(stall) quando ocorre sobre a superfície de um aerofólio (SCHLICHTING & GERSTEN,

2000). Este tipo de escoamento forma instabilidades de diversos tipos e escalas, sendo sua

análise tridimensional um problema complicado de ser resolvido mesmo nos dias atuais.

Figura 1.9 – Escoamento ao redor de um aerofólio: (a) com baixo ângulo de ataque;

(b) com alto ângulo de ataque. (DEWI, 1998)

(a)

(b)

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1.3 Objetivos

Este trabalho se propõe a elaborar modelos matemáticos e numéricos para estudar o

escoamento ao redor de um perfil aerodinâmico, utilizando-se para este fim o Método de

Vórtices Discretos. Especificamente, objetiva-se realizar um estudo numérico do

escoamento bidimensional, transiente e incompressível ao redor de perfis aerodinâmicos.

Os principais objetivos deste estudo são listados a seguir:

• Testar a utilização de distribuições de singularidades tipo vórtice de distribuição

linear e explorar suas vantagens quanto à continuidade da vorticidade ao longo

dos painéis sobre o corpo;

• Estudar a aplicação do Método de Vórtices associado ao Método dos Painéis

para o escoamento ao redor de aerofólios com um número consideravelmente

maior de vórtices que o empregado por ALCÂNTARA PEREIRA (1999);

• Verificar a capacidade do Método de Vórtices de representar o fenômeno de

“estol” sobre a superfície de aerofólios;

• Estudar a influência da curvatura no escoamento para aerofólios tipo NACA,

comparando os aerofólios NACA 0012 e NACA 4415;

• Aplicar uma forma alternativa de tratamento da conservação de circulação ao

redor do aerofólio.

Estes estudos envolvem o desenvolvimento de novos algoritmos do Método de

Vórtices específicos para utilização em simulações numéricas de escoamentos em torno de

perfis aerodinâmicos, para diferentes orientações relativas do escoamento incidente.

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CAPÍTULO 2: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 Trabalhos Experimentais

Para a perfeita compreensão dos fenômenos físicos em Mecânica dos Fluidos,

assim como em quase toda a Engenharia, é de suma importância que medições

experimentais sejam feitas em condições controladas, seja no laboratório ou no campo. As

simulações numéricas buscam retratar os fenômenos físicos tão próximos da realidade o

quanto possível. Desta forma, a comparação com resultados experimentais adequados é

fundamental para a validação de um código computacional.

Especificamente no caso de aerofólios, existe um grande número de estudos

experimentais realizados ao longo dos anos para a determinação das cargas aerodinâmicas

que atuam sobre aerofólios das mais variadas famílias. Em geral, os experimentos

objetivam medir a distribuição do coeficiente de pressão ao longo da corda do aerofólio, e

a dependência que os coeficientes de sustentação, arrasto e momento possuem do ângulo

de ataque, tendo o número de Reynolds como parâmetro. Essas medições são tomadas em

condições de regime permanente. A literatura possui inúmeras publicações disponíveis que

compilam esses dados, sendo as mais utilizadas as citadas abaixo.

ABBOTT & VON DOENHOFF (1959) reúnem informações experimentais sobre

diversos tipos de aerofólios da família NACA, mostrando medições para o coeficiente de

sustentação em função do ângulo de ataque para números de Reynolds da ordem de 106 e

distribuição de pressão para alguns perfis.

Em conjunto com dados experimentais para corpos rombudos, tubulações e

diversas outras aplicações, BLEVINS (1984) apresenta diversos resultados para aerofólios,

incluindo escoamentos com Números de Reynolds mais baixos, da ordem de 105.

HOERNER & BORST (1985) expõem dados detalhados para aerofólios juntamente

com diversas teorias relacionadas ao escoamento de ar e água ao redor de aerofólios, flaps,

superfícies de sustentação em geral e aviões.

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No caso específico de aerofólios para pás de turbinas eólicas, o extenso trabalho de

BERTAGNOLIO et al. (2001) apresenta resultados experimentais em comparação com

resultados numéricos no programa XFOIL e de um outro programa, ELLIPSYS 2D, do

próprio laboratório Risoe, mostrando boa concordância com respeito aos coeficientes de

sustentação e arrasto.

2.2 Modelos Analíticos

Inicialmente, a modelagem de escoamentos no campo da aerodinâmica era

realizada basicamente através de modelos analíticos, grande parte deles utilizando

elementos da Teoria Potencial. Alguns livros abordam o assunto com extrema clareza a

apresentam aplicações da Teoria Potencial, como por exemplo THWAITES (1960),

KARAMCHETTI (1980) e ANDERSON (1991).

Fundamentos básicos de aerodinâmica, e um desenvolvimento didático da Teoria

de Aerofólios Finos, além de algumas técnicas numéricas e diversas aplicações

aeronáuticas são apresentadas em BERTIN & SMITH (1998).

A apresentação das teorias analíticas em Mecânica dos Fluidos é feita também em

MILNE-THOMSON (1955), no campo da hidrodinâmica e em MILNE-THOMSON

(1958), onde se buscam aplicações aerodinâmicas fazendo uso da Transformação

Conforme. Para aplicações do Método das Perturbações é recomendado o livro de VAN

DYKE (1975).

A teoria de camada limite é apresentada de forma extensa detalhada, na última

edição de SCHLICHTING & GERSTEN (2000). Para detalhes específicos sobre a camada

limite laminar, pode-se consultar ROSENHEAD (1963).

2.3 Método dos Painéis

A utilização das teorias analíticas, tal como a Transformada Conforme, torna-se

extremamente trabalhosa para corpos de geometria arbitrária, devido à alta complexidade

atingida pelas manipulações algébricas. Neste tipo de aplicação é que os métodos

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numéricos apresentam as suas maiores vantagens, pois podem ser aplicados, salvos

restrições específicas, para qualquer geometria.

Existe uma classe de métodos numéricos com grande utilização em Mecânica dos

Fluidos que se baseia na discretização da superfície do contorno, chamado Método dos

Elementos de Contorno BREBBIA et al.(1984). Um desses métodos é denominado

Método dos Painéis, que se destaca pela sua grande aplicação na indústria aeronáutica para

a análise de escoamentos potenciais ao redor de corpos rombudos e corpos aerodinâmicos.

Vários autores consideram que os primeiros passos para o desenvolvimento do Método dos

Painéis foram dados por MARTENSEN (1959), que descreve uma forma de analisar perfis

aerodinâmicos em escoamentos potenciais para aplicações aeronáuticas.

Diversos trabalhos decorrentes foram publicados, destacando-se o artigo de HESS

& SMITH (1966) que apresenta uma extensão do método para outras aplicações. Uma

revisão histórica e características detalhadas do método podem ser vistas em HESS (1990).

Para apresentações didáticas de descrição dos fundamentos do Método dos Painéis e das

teorias potenciais clássicas aplicadas a escoamentos bidimensionais e incompressíveis ao

redor de aerofólios, pode-se destacar os livros de KATZ & PLOTKIN (2001) e MORAN

(1984).

O Método dos Painéis permite uma ampla variedade de escolha de singularidades e

de suas formas de distribuição sobre a superfície discretizada do corpo. Um estudo

comparativo dessas possibilidades pode ser visto em PEREIRA et al. (2004). Aplicações

de singularidades de maior ordem são analisadas em PEREIRA & BODSTEIN (2004).

SILVA et al. (2004) utilizam o Método dos Painéis para cálculo bidimensional de

perfis de pás de turbinas eólicas, calculando a sustentação para baixos ângulos de ataque e

dimensionando o rotor aerodinamicamente segundo o procedimento descrito em

MANWELL et al. (2002).

Neste trabalho o Método dos Painéis é utilizado para calcular a contribuição do

corpo no escoamento, com intuito de possibilitar a simulação de uma geometria arbitrária.

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2.4 Método de Vórtices

A literatura com respeito a métodos lagrangianos é consideravelmente extensa,

sobretudo no contexto do Método de Vórtices. Porém existem alguns artigos de revisão

sobre o assunto que fornecem uma ampla visão, não só dos trabalhos mais recentes nesta

área, mas também de sua evolução histórica. Dentre estes artigos pode-se destacar a última

revisão de SARPKAYA (1994), pela sua extensa e detalhada compilação de esquemas

numéricos e aplicações. Outros artigos similares são aqueles elaborados por SAFFMAN &

BAKER (1979), LEONARD (1980) e (1985), McCROSKEY (1982), AREF (1983), AREF

& KAMBE (1988), SARPKAYA (1989) e LEWIS (1999). O recente trabalho de

KAMEMOTO (2004) apresenta um resumo das aplicações do Método de Vórtices em

problemas práticos de Engenharia, mostrando as potencialidades do método.

A primeira tentativa de simular um escoamento através da modelagem do campo de

vorticidade por meio de vórtices discretos foi feita por ROSENHEAD (1931), cujos

cálculos manuais utilizando vórtices potenciais já mostravam resultados que apresentavam

uma grande semelhança com o escoamento estudado. Porém a simulação tornava-se

rapidamente instável, gerando um movimento caótico dos vórtices após alguns passos de

tempo. Mesmo com o uso de computadores para discretizar a vorticidade em um número

maior de vórtices, os resultados prosseguiam divergindo, uma vez que este esquema gera

altas velocidades induzidas.

Posteriormente passou-se a utilizar vórtices com núcleos finitos, onde as

velocidades dentro do núcleo são suavizadas por alguma função especial, permitindo,

assim, uma simulação mais real dos efeitos viscosos do escoamento. Vários esquemas para

limitação do campo de velocidade dos vórtices em simulações bidimensionais têm sido

propostos. SPREITER & SACKS (1951) utilizam o vórtice de Rankine, por ser este uma

primeira aproximação do núcleo de um vórtice real. KUWAHARA & TAKAMI (1973)

usam o vórtice de Lamb de núcleo variável, com o argumento que este descreve a solução

exata para a difusão de vorticidade de um único vórtice em um fluido viscoso. CHORIN &

BERNARD (1973), utilizam o vórtice de Lamb de núcleo fixo.

Em CHORIN (1973), a difusão viscosa é simulada através do Método do Avanço

Randômico, baseado na concepção do movimento Browniano de Einstein. LEWIS (1981)

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mostra a associação do Método de Vórtices com o Método dos Painéis, facilitando a

extensão do Método de Vórtices para geometrias mais complexas. No mesmo ano,

PORTHOUSE & LEWIS (1981) adicionam o avanço randômico no modelo com o Método

dos Painéis, formando a base para o livro de LEWIS (1991) que trata da geração de

vorticidade na superfície do corpo e seu subseqüente desprendimento na esteira, indicando

algoritmos para simulação e incluindo programas em anexo.

KAMEMOTO (1994) classifica os métodos de vórtices em três classes: a primeira

libera vórtices apenas nos pontos de separação que são supostos conhecidos; a segunda

utiliza uma aproximação de camada limite para calcular os pontos de separação sobre a

geometria considerada e os vórtices são gerados a partir da espessura de deslocamento da

camada limite, nos pontos de separação calculados; a terceira classe modela a vorticidade

presente na camada limite por vórtices, que são gerados em toda a camada limite da

superfície do corpo e são transportados por convecção e difusão para todo o escoamento,

fazendo com que a separação ocorra como um resultado natural da simulação. Esta última

classe é mais poderosa e torna-se cada vez mais viável com a utilização de computadores

mais potentes e esquemas de aceleração do algoritmo convectivo, como o Partícula-Caixa

de BARNES & HUT (1986) e o Caixa-Caixa de GREENGARD & ROKHLIN (1987) ou

CARRIER et al. (1988). Estes esquemas de aceleração da etapa convectiva do algoritmo

reduzem a ordem de grandeza do contador de operações de M2 para MlogM e M,

respectivamente, onde M é o número de vórtices. Ainda no artigo de KAMEMOTO

(1994), é apresentado um esquema baseado na aproximação de camada limite, que sugere

que os elementos de vorticidade possuam seu comprimento paralelo ao escoamento mais

relevante. Desta forma, é proposta a liberação de uma linha (ou folha) de vorticidade com

comprimento finito, que permanece como tal até uma certa distância do corpo e, a partir

desse ponto, é transformada em um vórtice pontual com núcleo. Resultados para um

cilindro retangular e uma esfera são apresentados.

Para a simulação de aerofólios com “espoiler” (spoiler), XU (1998 e 1999) parte do

princípio de que a separação ocorre na quina viva da extremidade do espoiler e utiliza um

esquema com liberação de vórtices apenas nos pontos de separação, bordo de fuga e

extremidades do aerofólio, obtendo resultados razoáveis em comparação a experimentos.

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Apresentando uma revisão para o tratamento da interação de vórtices com corpos

bidimensionais, mais especificamente aerofólios, MOOK & DONG (1994), discutem

simulações com desprendimento de vórtices apenas no bordo de fuga do aerofólio e

empregam um esquema especial para evitar distribuição irregular de vorticidade.

Ao longo do tempo, novos métodos também surgiram para simular a difusão

viscosa. O Método do Crescimento do Núcleo vem sendo utilizado com sucesso em alguns

algoritmos (KAMEMOTO, 1994). Este esquema gerou alguma polêmica por ter sido

criticado por GREENGARD (1985), que argumentou que o método aproximaria a equação

errada e a solução não tenderia à solução da equação de Navier-Stokes. OGAMI &

AKAMATSU (1991) propuseram um novo modelo, o Método da Velocidade de Difusão,

aplicado a um cilindro circular por OGAMI & AYANO (1995) e CLARKE & TUTTY

(1993). Este método apresenta problemas nos pontos em que a vorticidade tende a zero. O

recente Método de Redistribuição de Vorticidade, de SHANKAR & VAN DOMMELEN

(1996), também propõe um novo tratamento para difusão. Esses últimos três métodos

juntamente com o Avanço Randômico são comparados em TAKEDA & TUTTY (1997),

que chegaram à conclusão de que, para uma faixa de Reynolds de 300 a 9500, o Método de

Redistribuição de Vorticidade fornece a implementação mais robusta.

KOUMOUTSAKOS & LEONARD (1995) utilizam um esquema de aceleração

computacional e uma nova técnica de simulação da difusão denominada Intercâmbio da

Intensidade da Partícula (Particle Strength Exchange – PSE). Os resultados obtidos são

bastante representativos da interação do fluido viscoso com um cilindro circular em

estágios iniciais do escoamento.

COTTET et al. (2000) propõe um modelo de variação espacial do raio do núcleo

dos vórtices, tentando desta forma representar a deformação dos vórtices no escoamento e

apresentando resultados para cilindros circulares.

Outros trabalhos exploram uma variedade de aplicações do Método de Vórtices a

problemas de Engenharia, tais como o “estol” dinâmico de aerofólios e o escoamento em

cascatas de turbinas e compressores (LEWIS, 1991). Aplicações a escoamentos

tridimensionais também têm sido realizadas, podendo-se citar como exemplo os artigos de

OJIMA & KAMEMOTO (1999), que simulam o escoamento ao redor de uma esfera com

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número de Reynolds de 300 a 1000 utilizando o método do crescimento do núcleo para a

difusão, e de PLOUHAMS et al. (2002) para o mesmo escoamento e a mesma faixa de

Reynolds, utilizando, porém, o método PSE para a difusão.

AKBARI & PRICE (2003) utilizam o Método de Vórtices para a simulação do

“estol” dinâmico sobre o aerofólio NACA 0012. A etapa convectiva é resolvida através do

esquema de vórtice-caixa e a etapa difusiva través de um esquema ADI (Alternating

Direction Implicit) de diferenças finitas de segunda ordem. A geometria do aerofólio é

mapeada através da transformação de Joukowski. Também são apresentados resultados

para a análise do “estol” convencional (estático).

O escoamento ao redor de turbinas eólicas é explorado por OJIMA &

KAMEMOTO (2001), que simulam o escoamento com os perfis NACA 0012 e MEL 012

e capturam em sua simulações o formato helicoidal esperado para a esteira formada a partir

da ponta das pás. Os resultados são de boa qualidade quando comparados aos

experimentos, considerando-se que o escoamento é tridimensional e bastante complexo.

Para modelos simplificados, onde o processo de geração de vorticidade é

implementado apenas nos pontos de separação, a distribuição de pressão sobre o corpo

pode ser calculada através da equação de Bernoulli não-permanente (VEZZA &

GALBRAITH, 1985). MUSTTO (2004) propõe uma metodologia mais geral para o

cálculo da distribuição de pressão sobre o corpo inspirada em LEWIS (1991), que toma

como base a equação de Navier-Stokes. Uma forma alternativa para se calcular a

distribuição de pressão sobre o corpo é resolver numericamente a equação de Poisson para

a pressão em todo o domínio fluido, descrita em NAKANISHI et al. (1993), que fornece

consequentemente o campo de pressão em todo o escoamento. Esta metodologia apresenta

bons resultados para simulações bi e tridimensionais. As forças aerodinâmicas podem

ainda ser calculadas a partir da integração da distribuição de pressão sobre a superfície do

corpo ou através da fórmula de Blasius (MUSTTO, 2004). SHINTANI & AKAMATSU

(1994) também apresentam uma metodologia alternativa para cálculo dos carregamentos

que necessita somente dos campos de vorticidade e velocidade do escoamento a cada passo

de tempo.

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No âmbito nacional, a tese de mestrado de ALCÂNTARA PEREIRA (1999), trata

do escoamento em um cilindro circular e um aerofólio NACA 0012, a análise limita-se a

apenas um ângulo de ataque (5o) e o número de vórtices é limitado. A tratamento da

conservação de circulação é similar ao sugerido por LEWIS (1991) e pode ser aprimorado,

conforme descrito nos capítulos subseqüentes. Devido a limitações computacionais, ainda

é utilizado o esquema de eliminação de vórtices, o que reduz a resolução do campo de

vorticidade.

Na tese de doutorado de ALCÂNTARA PEREIRA (2004) e publicação decorrente

(ALCÂNTARA PEREIRA et al., 2004), o escoamento ao redor de uma grade linear de

turbomáquina utilizando função de interferência de grade, é analisado com o Método dos

Painéis de LEWIS (1991) e um Método de Vórtices com modelagem de turbulência via

Função Estrutura de Velocidade de segunda ordem, mostrando resultados promissores. A

adaptação do modelo de turbulência da Função Estrutura de Velocidade para esquemas

lagrangianos é descrito por HIRATA (2000) e aplicado ao escoamento ao redor de um

cilindro circular em ALCÂNTARA PEREIRA et al. (2002). Este modelo de turbulência

foi posteriormente explorado detalhadamente na tese de doutorado de MUSTTO (2004)

para o escoamento ao redor de um cilindro circular. A influência do chamado efeito solo

no escoamento sobre um corpo de geometria arbitrária é analisado na tese de doutorado de

RICCI (2002), que utilizou o Método de Imagens juntamente com o Método de Vórtices.

Diversos trabalhos de desenvolvimento e aplicação do Método de Vórtices ao

escoamento ao redor de corpos rombudos e aerodinâmicos têm sido realizados pela equipe

do Laboratório de Mecânica dos Fluidos e Aerodinâmica (LABMFA) da COPPE/UFRJ. O

escoamento não permanente ao redor de um aerofólio, com ponto de separação fixo,

durante sua interação com um vórtice potencial é modelado na tese de FONSECA (1996).

Nas teses de mestrado de MUSTTO (1998) e MALTA (1998), o escoamento ao redor de

um cilindro circular bidimensional é estudado e algumas alterações na implementação do

Método de Vórtices são propostas. Na tese de mestrado de CARREIRO (2002), são

estudados os escoamentos ao redor de cilindros bidimensionais com seção transversal na

forma de uma elipse, um aerofólio e uma placa plana, resolvendo o escoamento via

Transformação Conforme associada ao Método de Vórtices. Neste caso a transformação

conforme fornece a solução potencial exata, porém limita a simulação a geometrias com

transformação conhecida, o que é uma grande barreira quando trata-se de aerofólios.

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Na tese de Doutorado de GUEDES (2003), são tratadas as geometrias de cilindro

retangular, cilindro circular e um interessante estudo de dois cilindros circulares com

diferentes posicionamentos relativos. Esta tese utiliza o Método dos Painéis com fontes e

vórtices de Lamb, satisfazendo às condições de impenetrabilidade e não-escorregamento

simultaneamente, e o Método de Vórtices para evolução da esteira.

A tese de doutorado de MUSTTO (2004), trata do escoamento ao redor de um

cilindro circular, utilizando o Teorema do Círculo e uma modelagem de turbulência via

Função Estrutura de Velocidade de Segunda Ordem. Novamente a utilização do Teorema

do Círculo limita a análise a geometrias mais simples, além de possuir um custo

computacional maior, por requerer o cálculo das velocidades induzidas pelas imagens dos

vórtices no interior do corpo.

Diante dos avanços já alcançados com o Método de Vórtices, particularmente

quando associado ao Método dos Painéis, esta revisão histórica indica a possibilidade de

um futuro promissor para esta técnica, motivando sua aplicação para a geometria de

aerofólios.

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CAPÍTULO 3: MODELO MATEMÁTICO

Para a solução de qualquer problema real de Engenharia é necessário modelar os

fenômenos físicos presentes através da adoção de hipóteses simplificadoras e de equações

matemáticas que expressem corretamente a física envolvida. As hipóteses devem ser tais

que possibilitem a formulação de um problema matemático que seja bem posto e que

possua solução única. Deseja-se, em última análise, obter uma solução para o problema

formulado de tal maneira que os aspectos mais relevantes do fenômeno em estudo estejam

representados. Tendo em vista esse panorama, descreve-se a seguir o modelo utilizado e as

hipóteses simplificadoras.

3.1 Hipóteses Simplificadoras

Considere um aerofólio imerso em uma região infinita totalmente preenchida por

um fluido que inicia seu escoamento uniforme impulsivamente, isto é, o fluido assume

velocidade constante em todo o domínio instantaneamente. O escoamento incide sobre o

aerofólio fazendo um ângulo com relação à corda do aerofólio, chamado ângulo de ataque.

A Figura 3.1 mostra um desenho esquemático da situação descrita. Nesta Figura, ∞Q é a

velocidade do escoamento incidente, de módulo Q∞ , e α denota o ângulo de ataque.

Também estão representados os sistemas de coordenadas cartesiano (X,Y) e polar (r,θ ),

ambos com origem no bordo de ataque do aerofólio.

θ

α

∞Q X

Yr

Figura 3.1 – Diagrama esquemático do problema abordado.

Escoamento incidente

Corpo

Fluido

Fluido

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Para o tratamento matemático do problema, são adotadas ainda as seguintes

hipóteses simplificadoras:

a dimensão do corpo no plano normal ao do escoamento é infinita, ou seja, é

muito maior que sua maior dimensão no plano do escoamento, de forma que o corpo pode

ser considerado como bidimensional;

o escoamento se inicia do repouso de forma impulsiva e objetiva-se limitar a

análise a tempos longos mas não extremamente longos, de forma a que efeitos

tridimensionais não se desenvolvam e o escoamento possa ser considerado bidimensional;

a região fluida é infinita e uniforme, ou seja, não há influência de barreiras ou

outros fenômenos interfaciais;

o aerofólio é o único corpo imerso no fluido;

o fluido é homogêneo, newtoniano, com propriedades constantes e seu

escoamento ocorre de maneira incompressível, considerando que as velocidades

envolvidas são muito menores que a velocidade do som no meio;

a força de campo gravitacional é desprezada, por possuir pouca influência no

escoamento.

Nota-se que não é feita a hipótese de regime permanente, pois a dinâmica do

escoamento provoca oscilações consideráveis do campo de velocidade com o tempo, um

dos fenômenos em estudo no trabalho.

3.2 As Equações de Movimento

As equações que regem o movimento de um escoamento incompressível de um

fluido newtoniano e com propriedades constantes, na forma dimensional, desprezando-se

as forças de corpo, podem ser escritas como:

0* =⋅∇ q [Equação da Continuidade] (3.1)

*2******

*

*

*

* 1 qqqqq∇+∇−=∇⋅+

∂∂

≡ νρ

ptDt

D [Equação de Navier-Stokes] (3.2)

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21

Nestas equações, q* é o campo vetorial de velocidade, t* o tempo, p* a pressão estática

absoluta,ν é a viscosidade cinemática do fluido e ρ sua massa específica. O símbolo (*)

denota as varáveis na sua forma dimensional.

As equações (3.1) e (3.2) podem ser adimensionalisadas utilizando-se grandezas

características do escoamento:

• a velocidade característica, Q∞;

• o comprimento característico, escolhido como a corda do aerofólio c, indicada

na Figura 3.2;

• o tempo característico, determinado em função das variáveis anteriores: c / Q∞ .

Desta forma obtém-se o conjunto de variáveis adimensionais que possibilita a

análise de resultados para uma classe maior de problemas:

c

*∇≡∇ ;

cQtt ∞≡

*

; ∞

≡Qqq

*

; 2

*

≡Qpp

ρ.

Assim, as equações da continuidade e de Navier-Stokes na forma adimensional

podem ser reescritas como

0=⋅∇ q , (3.3)

qqqqq 2

Re1

∇+−∇=∇⋅+∂∂

≡ ptDt

D , (3.4)

onde νcQ∞=Re é o número de Reynolds.

c

Figura 3.2 – Corda do Aerofólio

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22

O sistema de equações diferenciais parciais (3.3) e (3.4) está sujeito às seguintes

condições de contorno:

q = 0 na superfície do corpo, que reflete as condições de impenetrabilidade e

não escorregamento para um corpo estacionário;

1=q , no infinito.

A condição inicial é de 1=q , em t = 0+, para toda região fluida.

3.3 A Equação de Transporte de Vorticidade

O rotacional do vetor velocidade q é chamado vetor vorticidade qω ×∇≡ . O vetor

vorticidade torna-se útil no estudo em questão devido à possibilidade de interpretar o

movimento de um fluido em um escoamento incompressível através da criação e

subseqüente evolução do campo de vorticidade no tempo. Em fluidos homogêneos, a

vorticidade é produzida somente nos contornos de superfícies. A vorticidade também pode

ser gerada no interior de fluidos não homogêneos (SARPKAYA, 1994).

Tomando-se o rotacional da equação (3.4) e utilizando a equação (3.3), obtém-se a

Equação de Transporte de Vorticidade (KUNDU & COHEN, 2002). Pode-se observar que

esta operação elimina o termo de pressão da equação original, fornecendo

ωqωωqωω 2

Re1

∇+∇⋅=∇⋅+∂∂

≡tDt

D . (3.5)

A interpretação para cada termo desta equação pode ser descrita como

(BATCHELOR, 1967):

t∂

∂ω representa a taxa de variação local de vorticidade;

ωq ∇⋅ representa o transporte convectivo (ou advectivo) de vorticidade;

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ω2Re1

∇ representa o transporte difusivo de vorticidade devido à viscosidade;

qω ∇⋅ representa o esticamento e a deformação das tubos de vorticidade.

No caso bidimensional, o vetor vorticidade torna-se um escalar, possuindo apenas a

componente ω normal ao plano do escoamento não nula. Logo, a equação (3.5) se torna

uma equação escalar, dada por

ωωtω 2

Re1

∇=∇⋅+∂∂ q . (3.6)

É importante observar que o termo qω ∇⋅ é identicamente nulo no escoamento

bidimensional. Este fato representa uma limitação desta equação para a modelagem de

escoamentos turbulentos, pois o fenômeno da turbulência em fluidos está intimamente

ligado à deformação das linhas de vorticidade, como discutido em SARPKAYA (1994) e

SILVEIRA NETO (2004).

3.4 A Equação de Poisson para Pressão

Ao se tomar o divergente da equação de Navier-Stokes, ou seja, da equação (3.4),

recupera-se novamente o termo de pressão, expresso apenas em termos da velocidade. Esta

equação, denominada Equação de Poisson para a Pressão, pode ser expressa como

( )qq ∇⋅⋅−∇=∇ p2 . (3.7)

A equação (3.7) pode ser utilizada para o cálculo do campo de pressão em todo o

escoamento a partir do campo de velocidade, como por exemplo, em SHINTANI &

AKAMATSU (1994). Este tipo de metodologia possui a vantagem de calcular o campo de

pressão para todo o domínio com base nos campos de velocidade e vorticidade.

3.5 Relação Velocidade–Vorticidade: A Lei de Biot-Savart

Como o Método de Vórtices se baseia na solução da Equação de Transporte de

Vorticidade, equações (3.5 e 3.6), o campo de velocidade deve ser expresso em função do

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campo de vorticidade. O campo de velocidade incompressível induzido pela vorticidade

concentrada em uma região finita é dado pela seguinte integral de volume (BATCHELOR,

1967),

( ) ( ) ( ) ( )∫∫∫ ′′−

′×′−−=

Vol

dVtt rrr

rωrrrq 3

,41,π

. (3.8)

A equação (3.8) é a Lei de Biot-Savart, desenvolvida inicialmente na teoria de

campos eletromagnéticos. Nesta equação, Vol representa o volume da região rotacional,

isto é, da região onde a vorticidade está concentrada. A integração é feita sobre este

volume através da variável auxiliar r’.

Um filamento de vorticidade é definido como um tubo de vorticidade, onde toda a

vorticidade está concentrada em um núcleo finito. Quando a área da seção transversal do

núcleo tende a zero e a vorticidade tende a infinito, o filamento é denominado filamento

singular de vorticidade, conforme ilustram as Figuras 3.3a e b. No caso de um filamento

singular de vorticidade de circulação constante Γ , a equação (3.8) torna-se

( ) ( ) ( )∫ ′−

′×′−Γ−=

Linha

34 rrrdlrrrq

π, (3.9)

onde dl é o vetor tangente à curva que representa o filamento de vorticidade. Caso o

filamento singular de vorticidade seja uma linha reta, este é chamado vórtice-linha e, no

caso bidimensional, de vórtice pontual, singular ou potencial (vide Figuras 3.3c e 3.3d). A

velocidade na direção θ induzida por um vórtice potencial, de circulação horária, é

( )r

rqπ2Γ

−= (3.10)

onde r=r . Equivalentemente, para um vórtice localizado em um ponto P(xo , yo), a

equação (3.10) pode ser escrita em coordenadas cartesianas como

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( )( ) ( )222

oo

o

yyxx

yyu

−+−

−Γ=

π, na direção x, (3.11a)

( )( ) ( )222

oo

o

yyxx

xxv

−+−

−Γ−=

π, na direção y. (3.11 b)

Nas equações (3.10) e (3.11a, b) pode-se observar que existe uma singularidade para a

velocidade induzida calculada em um ponto no centro do próprio vórtice. Porém, sabe-se

que estruturas de vórtices reais não possuem esta singularidade. Um exemplo de uma

estrutura real que se assemelha à estrutura de um vórtice é um furacão, mostrado na Figura

3.4. Naturalmente, a velocidade no núcleo do furacão é finita, sugerindo a necessidade de

se utilizar um modelo que represente melhor as velocidades próximas ao centro do vórtice,

como apresentado na próxima seção.

(a) (b)

dl

Figura 3.3 – Filamento de Vorticidade: (a) filamento de vorticidade com núcleo de área finita, (b) filamento singular de vorticidade, (c) vórtice linha, (d) vórtice potencial e suas linhas de corrente.

r r’

(c) (d)

x z

y

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3.6 O Vórtice de Lamb

Os dois modelos mais utilizados para a representação de vórtices reais são os

modelos de Rankine e Lamb (SARPAKAYA, 1994). Ambos os modelos suavizam as

velocidades induzidas a partir de uma distância ao centro do vórtice. A região circular nas

proximidades do vórtice que suaviza as velocidades induzidas pela região potencial do

vórtice é denominada núcleo. Um vórtice então é definido como a região cuja vorticidade é

não nula e que está circundada por uma região com vorticidade nula.

O modelo de Rankine sugere que o vórtice gire internamente como um corpo rígido

na região do seu núcleo e assuma o comportamento do vórtice potencial fora deste. Este

modelo introduz uma descontinuidade na derivada do campo de velocidade induzida

exatamente na circunferência do núcleo. O modelo de Lamb, utilizado por exemplo em

MUSTTO (1998), MALTA (1998), ALCÂNTARA PEREIRA (1999), GUEDES (2003) e

MUSTTO (2004), possui uma distribuição Gaussiana de vorticidade, que é uma solução

exata da equação de Navier-Stokes para um vórtice viscoso em um domínio infinito. Os

campos de vorticidade e de velocidade induzida para um vórtice de Lamb são dados por

( )

Γ−= 2

2

2 exp,σπσ

ω rtr , (3.12)

( )

−−

Γ−= 2

2

exp12

,σπr

rtrq , na direção θ , (3.13)

Figura 3.4 – Furacão se aproximando da costa: semelhança com asestruturas de vórtices (SILVEIRA NETO, 2004)

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onde ( ) ( )22oo yyxxr −+−= , Re4t=σ é o raio do núcleo, (x , y) é a posição de um

ponto qualquer no escoamento, (xo , yo) é a posição do vórtice e Γ sua intensidade.

Na Figura 3.5 pode-se observar que o comportamento do campo de velocidade de

um vórtice de Lamb é contínuo e finito, e com derivadas contínuas e finitas, para todo r. O

campo de velocidade escrito em coordenadas cartesianas é descrito pelas seguintes

equações

( )

−−

−Γ= 2

2

2 exp12 σπ

rr

yyu o , (3.14)

( )

−−

−Γ−= 2

2

2 exp12 σπ

rr

xxv o . (3.15)

3.7 Cargas Aerodinâmicas na Forma Adimensional

De modo a garantir a generalidade dos resultados para problemas similares, as

equações para os carregamentos que atuam sobre a superfície do aerofólio também devem

ser expressas na forma adimensional.

A pressão ao longo da superfície do corpo imerso no escoamento é calculada

através do coeficiente de pressão, definido como

θq

Figura 3.5 – Velocidade tangencial induzida por um vórtice singular e um vórtice de Lamb.

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28

2

21

≡Q

pC p

ρ, (3.17)

Para o cálculo efetivo dos carregamentos, basta integrar a equação (3.17) ao longo

da superfície do corpo, projetando as forças nas direções desejadas, ou seja:

na direção do escoamento, tem-se o coeficiente de arrasto:

dSCdCCS

pCorpo

dd ψcos∫∫ == ; (3.18)

na direção perpendicular ao escoamento, tem-se o coeficiente de sustentação:

dSCdCCS

pCorpo

ll ∫∫ == ψsen . (3.19)

Nas equações (3.18) e (3.19), dS é o elemento de área do corpo e βαψ += é o

ângulo entre a linha normal ao contorno do corpo e a direção normal ao escoamento

incidente. Este ângulo é calculado pela soma da inclinação do elemento de superfície e da

direção do escoamento incidente em relação à horizontal, conforme mostra a Figura 3.6.

A parcela correspondente ao atrito viscoso, originária da integração da tensão

viscosa sobre a superfície do corpo, não é avaliada devido a sua pequena contribuição no

coeficiente de sustentação, carregamento de maior interesse na análise proposta neste

trabalho.

∞Q

dCl

dCd

CpdS

ψ

α

β

Figura 3.6 – Carregamentos sobre um elemento de superfície

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CAPÍTULO 4: MÉTODO DOS PAINÉIS

Os avanços encontrados na literatura científica na área de escoamentos potenciais

são inúmeros, podendo seu cálculo ser realizado por diversas abordagens diferentes.

Mesmo que o objetivo seja a simulação de um escoamento viscoso e rotacional, a solução

potencial pode auxiliar bastante a análise, inclusive compondo o algoritmo principal da

solução do problema, como será apresentado no capítulo seguinte.

Dentre os diversos métodos utilizados para a análise de escoamento potenciais,

existem técnicas analíticas, tais como o Método de Perturbações (VAN DYKE, 1975) e a

Teoria de Variáveis Complexas (CHURCHILL & BROWN, 1984). Dentro da Teoria de

Variáveis Complexas, pode-se mencionar ainda as técnicas de Transformação Conforme,

utilizada em CARREIRO (2002), e o Teorema do Círculo, utilizado em MUSTTO (2004).

Uma das técnicas numéricas mais utilizadas para o cálculo do escoamento potencial

é o Método de Elementos de Contorno (BREBIA et al., 1984). Como uma variação deste

método, pode-se destacar o Método dos Painéis. O Método dos Painéis é um método

numérico que possui a vantagem sobre as ténicas analíticas de ser aplicável a geometrias

arbitrárias, fornecendo resultados comprovadamente representativos e empregado até hoje

em diversos programas computacionais para projetos aeronáuticos. A aplicação do Método

dos Painéis juntamente com o Método de Vórtices também é uma estratégia

freqüentemente adotada, como por exemplo em LEWIS (1991), GUEDES (2003) e

ALCÂNTARA PEREIRA (1999).

Este capítulo destina-se a descrever a metodologia empregada para utilização do

Método dos Painéis no trabalho desenvolvido.

4.1 Escoamento Potencial

O escoamento irrotacional é aquele em que o vetor vorticidade é nulo. Pode-se

mostrar matematicamente (BATCHELOR, 1967) que todo escoamento irrotacional possui

um campo de velocidade associado que pode ser expresso como o gradiente de uma função

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escalar φ, denominada Potencial de Velocidade. Assim, se ω = 0, então q = ∇φ, e

se q = ∇φ, então ω = 0. Por esse motivo, o Escoamento Irrotacional também é denominado

Escoamento Potencial.

O escoamento potencial incompressível é governado pela Equação de Laplace para

o potencial de velocidade, ∇2φ = 0, que é obtida ao se substituir q = ∇φ na equação da

continuidade para escoamento incompressível, ∇⋅q = 0. Considerando, então, o

escoamento potencial, bidimensional e incompressível ao redor de um corpo rígido em

repouso, pode-se formular o seguinte problema de valor de contorno para o potencial de

velocidade φ , escrito na forma adimensional,

( ) 02 =∇ rφ , no fluido, (4.1)

( ) 0=∂∂

=⋅∇n

nr φφ , na superfície do corpo, (4.2a)

( ) 1,lim =∇∞→

trr

φ , no infinito. (4.2b)

O campo de velocidade pode ser obtido através da expressão q = ∇φ, ou, escrito em

coordenadas cartesianas,

Xu

∂∂

=φ e

Yv

∂∂

=φ . (4.3a, b)

O vetor n é o vetor unitário normal à superfície do corpo, apontando para dentro,

enquanto que o vetor r(X,Y) representa uma posição qualquer no sistema de coordenadas

fixo no corpo em um instante t, conforme mostrado na Figura 4.1.

Figura 4.1 – Descrição do Sistema de Coordenadas fixo no corpo.

X

Y

n

Corpo Esteira

Q∞= 1 α

Figura 4.1 – Descrição do Sistema de Coordenadas fixo no corpo.

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Utilizando a identidade de Green, pode-se mostrar (KATZ e PLOTKIN, 1991) que

a solução para a equação (4.1) pode ser escrita como

( ) ( ) ∫∫ ∞

+

++∂∂

−=CorpoEsteiraCorpo

dSdS φπλ

πγφ rr

nr ln

2ln

2. (4.4)

Nesta equação é possível notar que o argumento da primeira integral corresponde

ao potencial de um vórtice (ou dipolo) de intensidade γ , assim como o argumento da

segunda corresponde ao potencial de uma fonte (ou sumidouro) de intensidade λ . Já o

último termo, φ∞, corresponde ao potencial do escoamento externo (escoamento uniforme,

no caso estudado). Vale lembrar que a integração do termo de fontes é realizada somente

na superfície do corpo. Portanto, o gradiente do potencial das fontes é contínuo e não

suporta carregamento.

4.2 Método Numérico

Devido às características matemáticas das funções que descrevem os potenciais das

singularidades empregadas, com velocidades induzidas que variam com r de acordo com a

função 1/r, a influência das singularidades na solução global do escoamento tende a zero

para pontos muito distantes, satisfazendo automaticamente a condição de contorno (4.2b).

Resta, portanto, aplicar a condição de contorno (4.2a) na equação (4.4).

A tarefa de satisfazer à condição de contorno expressa pela equação (4.2a)

analiticamente em toda a fronteira de um corpo com geometria arbitrária é complicada. A

utilização do Método dos Painéis torna essa tarefa bastante simples. No Método dos

Painéis (KATZ & PLOTKIN, 1991), a superfície do corpo é discretizada em pequenos

segmentos, retos ou curvos, denominados painéis, conforme mostra a Figura 4.2. Os

pontos inicial e final de cada painel são chamados nós, ou pontos nodais, e o ponto central

é denominado ponto de controle. Sobre os painéis são distribuídas singularidades, tais

como fontes, dipolos ou vórtices. Desta forma, as condições de contorno são impostas

apenas nos pontos de controle dos painéis.

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32

No modelo utilizado neste trabalho, o aerofólio é discretizado em N painéis retos ao

longo da superfície do corpo, sobre os quais são distribuídos vórtices. As intensidades

desses vórtices podem apresentar distribuição constante ou linear ao longo do painel. Para

o caso de distribuição constante de vorticidade ao longo do painel, a condição de contorno

(4.2a) pode ser escrita como

nn ⋅−∇=⋅

+ ∞==

∑∑ φλγN

jjj

N

jjj BA

11

, na superfície do corpo. (4.5)

No caso de distribuições lineares, a intensidade das singularidades depende do seu

valor nos extremos do painel, e a equação (4.5) assume a forma geral

( ) ( ) nn ⋅−∇=⋅

′++′+ ∞=

+=

+ ∑∑ φλλγγN

jjjjj

N

jjjjj BBAA

11

11 . (4.6)

Na equação acima, Aj, A’j, Bj e B’j são denominados coeficientes de influência, que

dependem apenas da geometria do corpo, e YX ααφ sencos +=∞ é o potencial de

velocidade do escoamento uniforme que incide sobre o corpo.

As equações (4.5 e 4.6) são numericamente equivalentes à condição de contorno de

Neumann, equação (4.2a), e são usadas em cada ponto de controle para determinar a

intensidade das singularidades escolhidas. Este procedimento origina um sistema de N

Pontos de Controle

5 4

Painel

7

6

3 2

1

98

1011

Figura 4.2 - Aerofólio discretizado, mostrando os pontos de controle e a numeração dos pontos nodais.

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33

equações algébricas lineares e N incógnitas, no caso da distribuição de vorticidade

constante, e um sistema de N equações e N+1 incógnitas, no caso da distribuição de

vorticidade linear. Neste caso, há um valor da intensidade da singularidade para cada

extremidade dos painéis, conforme representado na Figura 4.3. Uma vantagem

significativa da distribuição linear é a continuidade da função nos pontos nodais (exceto no

bordo de fuga – Figura 4.3). Esta modelagem representa melhor a distribuição real de

vorticidade ao longo da superfície do corpo. Singularidades de ordem superior também

podem ser utilizadas (PEREIRA & BODSTEIN, 2004), requerendo maior trabalho

analítico para o cálculo dos coeficientes de influência.

4.3 A Condição de Kutta

Para escoamentos permanentes ao redor de aerofólios, a condição de Kutta deve ser

imposta para que haja igualdade das velocidades na superfície superior e inferior do bordo

de fuga. Alternativamente, a condição de Kutta pode ser considerada como uma condição

de continuidade de pressão no bordo de fuga. Expressa matematicamente através da

vorticidade no bordo de fuga, a condição de Kutta é escrita, em geral (KATZ & PLOTKIN,

1991), como

01 =+ Nγγ , (4.7a)

ou

011 =+ +Nγγ , (4.7b)

1+Nγ

1−Nγ Nγ1−Nγ

a) constante b) linear

Figura 4.3 – Distribuições de singularidade.

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34

sendo a condição (4.7a) para o caso de distribuição de vorticidade constante sobre os

painéis, e a condição (4.7b) para o caso de distribuição de vorticidade linear.

A equação (4.7b) é adicionada ao sistema de equações (4.6), fechando o problema

para o caso de distribuição linear de vorticidade. No caso da distribuição de vorticidade

constante, a equação (4.7a) deve substituir uma das equações (4.5) ou ser adicionada ao

sistema (4.5), formando um novo sistema de equações algébricas lineares que é

sobredeterminado. Este sistema deve ser resolvido empregando-se, por exemplo, o Método

dos Mínimos Quadrados (KREYSZIG, 1999).

4.4 Escolha de Singularidades

A escolha das singularidades adequadas para a correta modelagem do problema em

estudo deve ser feita de acordo com cada situação física considerada. Embora a equação

(4.5) ou (4.6), seja respeitada, há ainda um certo grau de arbitrariedade nesta escolha, e

faz-se necessário observar se o conjunto de equações utilizado é capaz de representar o

fenômeno físico em questão. Para o caso de escoamento externo sobre aerofólios, a

utilização de fontes unicamente só pode ser aplicada para aerofólios simétricos com ângulo

de ataque nulo, ou seja, situações sem forças de sustentação presentes. Para situações em

que há o desenvolvimento de uma força de sustentação, é necessário empregar

singularidades que possam representar uma assimetria no escoamento, tais como vórtices

ou dipólos. Para as simulações de escoamentos ao redor de aerofólios utilizando o Método

de Vórtices acoplado ao Método dos Painéis a serem realizadas neste trabalho, são

empregadas apenas singularidades do tipo vórtice com distribuição linear de vorticidade.

Este tipo de singularidade apresenta resultados satisfatórios para os objetivos deste

trabalho, conforme apontado por PEREIRA et al. (2004).

A distribuição de vorticidade linear pode ser decomposta na soma de uma

distribuição constante e de uma distribuição linear pura ( 0=γ em x = x1), como mostra a

Figura 4.4a. Assim, as equações para o potencial de velocidade e para as componentes de

velocidade nas direções X e Y induzidas pela distribuição de vorticidade linear em um

ponto qualquer no sistema de coordenadas do painel (Figura 4.4b) são dadas,

respectivamente, por

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35

( ) ( )

( ) ( )

−−−

−−+−+

−−

+

+−−−=

1

221

2

2

222

2

121

2

12

1

22211

222ln

2

ln2

θθπ

γγ

θθπ

γφ

yxxyxxxxy

rr

xyxx

rryxxxx

ab

a

, (4.8)

( ) ( ) ( )

+−

−−

+−=1

212

1212 ln

22 rr

yxxx

u abap θθ

πγγ

θθπ

γ, (4.9a)

( ) ( ) ( )

+−−−

−−

+=1

21212

121

2 ln2

ln2 r

rxyxx

xxrr

v abap θθ

πγγ

πγ

, (4.9b)

onde

( ) ( )21

211 yyxxr −+−= e ( ) ( )2

22

22 yyxxr −+−= , (4.10a e b)

−−

= −

1

111 tan

xxyy

θ e

−−

= −

2

212 tan

xxyy

θ . (4.11a, b)

As equações (4.8) e (4.9a,b) estão expressas no sistema de coordenadas local do

painel. Portanto, é necessário transformar as coordenadas do sistema global (X,Y) para o

sistema de coordenadas local (x,y). O posicionamento dos dois sistemas pode ser

x

( )xγy

x x1 x2 x1 x2

2θ1θ

r2 r1

(x,y)

Figura 4.4 - Distribuição linear de vorticidade ao longo do painel. (a) Função matemática, (b) Variáveis auxiliares no sistema de coordenadas do painel.

(a) (b)

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36

observado na Figura 4.5, onde é indicado o ângulo iβ para a inclinação do painel i, através

do qual é possível fazer a rotação dos eixos, utilizando a operação matricial

−−

−=

1

1

cossensencos

yYxX

yx

ii

ii

ββββ

. (4.12)

Através da Figura 4.5 também é possível determinar os vetores normal e tangente à

superfície do corpo no painel i, que são úteis para a especificação das condições de

contorno. Este painel possui vetor normal na direção de seu eixo y local e vetor tangente ao

longo de seu eixo x local. Logo,

=

i

ii β

βcossen

n e

=i

ii β

βsen

cost . (4.13)

As expressões para velocidades induzidas para outras singularidades e ordens

superiores estão apresentadas no Apêndice A.

4.5 Transformação do Problema em um Sistema de Equações Lineares

Em algumas regiões da superfície do aerofólio, tais como nas vizinhanças do bordo

de ataque e do bordo de fuga, o escoamento apresenta variações muito acentuadas dos

campos de potencial de velocidade, vetor velocidade e pressão. De modo a calcular com

melhor precisão essas variações, é conveniente implementar um refinamento da

discretização do corpo nessas regiões. Neste trabalho, uma discretização especial é usada

para aumentar o número de painéis nas regiões dos bordos de ataque e de fuga, como

X

Y

x

y

Figura 4.5. Sistema de coordenadas global e local.

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37

mostrado na Figura 4.6. Assim, mesmo para um número moderado de painéis, a condição

de contorno de não penetração é satisfeita em mais pontos destas regiões críticas. A

discretização dos painéis sobre o corpo é, então, realizada utilizando-se as expressões

( )ξcos12

−=CX e ( )XfY = , (4.14)

onde o ângulo ξ está indicado na Figura 4.6, e f é a função que descreve o contorno do

aerofólio.

Para avaliar numericamente os coeficientes da equação (4.6) é necessário calcular

as velocidades induzidas por cada painel sobre cada ponto de controle. Essas velocidades

dependem da intensidade da vorticidade nas extremidades de cada painel quando a

distribuição de vorticidade é linear. Decompondo a velocidade induzida como a parte que

depende de jγ , denotada por ( )a, e a parte que depende de 1+jγ , denotada por ( )b, é

possível colocar em evidência os termos que dependem de aγ e bγ nas equações (4.9a,b) e

escrever

X

Y

Figura 4.6 – Discretização especial do contorno, concentrando painéis nas extremidades (KATZ & PLOTKIN, 1991).

ξ

C

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38

( ) ( )( )

−−−

−=

1

2122

12

ln2 r

ryxx

xxu aa θθ

πγ

, (4.15a)

( ) ( )

+−

−=

1

212

12

ln2 r

ryx

xxu bb θθ

πγ

, (4.15b)

( ) ( ) ( )

−+−+−

−=

1

22122

12

ln2 r

rxxyx

xxv aa θθ

πγ

, (4.16a)

( ) ( ) ( )

+−−−

−=

1

21212

12

ln2 r

rxyxx

xxv bb θθ

πγ

. (4.16b)

Assim sendo, as componentes da velocidade total induzida por um painel j sobre o

ponto de controle de um painel i é

1ˆˆ

ˆˆ

+

+

=

j

ijb

b

jij

a

a

ijp

p

vu

vu

vu

γγ , (4.17)

onde a simbologia (^) é utilizada para designar a velocidade induzida por um painel com

vorticidade unitária, ou seja, com γa = γb = 1. Este procedimento facilita o cálculo dos

coeficientes de influência, como se mostra a seguir.

A velocidade induzida no primeiro ponto de controle, por exemplo, é

1111,1

31312

21211

1111

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

+

+

+

+

++

+

+

+

+

=

NN

b

b

NN

a

a

Nb

b

a

a

b

b

a

a

b

b

a

a

p

p

vu

vu

vu

vu

vu

vu

vu

vu

vu

γγ

γγγ

(4.18)

A equação (4.18) pode, portanto, ser generalizada na forma

12 1,

11

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

+= −

+

+

+

=

∑ N

iNb

bN

jj

ija

a

jib

b

ia

a

ip

p

vu

vu

vu

vu

vu

γγγ . (4.19)

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39

Pela condição de contorno (4.6), esta velocidade induzida, quando adicionada à

velocidade induzida pelo escoamento incidente e projetada na direção normal ao painel,

deve ser nula para cada ponto de controle, gerando, assim, N equações tal que

iiip

p

vu

nn

−=

αα

sencos

, i = (1, 2, ... , N). (4.20)

Para montar o sistema de equações (4.20) na forma matricial, basta calcular as

velocidades induzidas com γj = 1. Portanto, para cada coeficiente da matriz, tem-se

( )iiijp

pi

ijp

pij v

uvu

a ββ cossenˆˆ

ˆˆ

=

= n , i = (1, 2, ... , N) , j = (1, 2, ... , N+1). (4.21)

Conseqüentemente, o vetor de constantes se torna

( )iiiib ββαα

αα

cossensencos

sencos

=

= n , i = (1, 2, ... , N). (4.22)

Utilizando ainda, a condição de Kutta, equação (4.7b), chega-se a um sistema de

equações algébricas lineares N+1 × N+1, onde as intensidades dos elementos de

vorticidade jγ são as incógnitas. Deste modo,

=

+

+

+

+

01001

2

1

1

2

1

1,,2,1,

1,2,22221

1,1,11211

N

N

NNNNNNN

NN

NN

b

bb

aaaa

aaaaaaaa

γγ

γγ

. (4.23)

Este sistema pode ser resolvido por técnicas tradicionais de solução de sistemas

lineares. A matriz A não necessita de tratamento especial para a sua inversão por ser

diagonal dominante.

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40

4.6 Cálculo do Campo de Velocidade e das Cargas Aerodinâmicas

Uma vez determinadas as intensidades γj, é possível calcular o campo de velocidade

através da equação (4.19), sendo agora i um ponto qualquer do domínio.

Uma alternativa para se determinar a velocidade tangencial, qt , próxima ao painel é

considerar uma curva material C fechada próxima à superfície que envolve um painel de

comprimento j∆ (Figura 4.7), e calcular a circulação ao longo desta curva pela equação

( )∫ ∫==Γpainel Curva

qdsdxxC

γ , (4.24)

onde s é a variável ao longo da curva C. Como a velocidade normal muito próxima ao

painel é nula e a velocidade no interior do corpo também é nula, então, para uma

distribuição linear de vorticidade no painel, tem-se

( )2

1++= jj

jtqγγ

. (4.25)

Uma vez determinadas as velocidades tangenciais nos pontos de controle dos N

painéis, é possível utilizar a equação de Bernoulli para determinar o coeficiente de pressão,

ou seja,

superfície do corpo

Figura 4.7 – Circuito fechado próximo ao painel

1+jγ

j∆

Curva C

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41

( )itip qC 21−= . (4.26)

Uma comparação entre os resultados obtidos com o Método de Painéis que utiliza

uma distribuição linear de vorticidade e uma solução analítica obtida via transformação

conforme para um aerofólio tipo Van de Vooren são mostrados na Figura 4.8. A Figura

apresenta a distribuição do coeficiente de pressão ao longo da corda do aerofólio. Com

base nesses resultados fica patente a capacidade do método de painéis de calcular

adequadamente a solução potencial para o escoamento bidimensional incompressível ao

redor de um aerofólio.

Figura 4.8 – Resultados numéricos para o coeficiente de pressão ao

longo de um aerofólio tipo Van de Vooren obtidos utilizando-se vórtices

lineares (com condição de Neumann, 120 painéis e α =10°)

comparados com a solução analítica obtida via transformação conforme

PEREIRA et al. (2004).

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1-1

0

1

2

3

4

5

x/c

-Cp

Vórtice Linear (c.c. Neumann)Sol. Analítica Vande Vooren 15%

-Cp

x/c

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42

CAPÍTULO 5: MÉTODO DE VÓRTICES DISCRETOS

Este capítulo detalha os modelos matemáticos e numéricos que compõem o Método

de Vórtices desenvolvido para simular o escoamento bidimensional de um fluido

newtoniano que escoa de forma incompressível e não permanente ao redor de um corpo

aerodinâmico.

5.1 O Algoritmo Básico

O Método de Vórtices Discretos consiste, fundamentalmente, numa ferramenta

numérica extremamente adequada para simular a dinâmica da vorticidade em escoamentos

externos. O método baseia-se na modelagem da vorticidade presente no escoamento como

uma nuvem de vórtices discretos, cujo campo de velocidade induzido pela nuvem é

resultado da dinâmica do escoamento como um todo. A evolução temporal do escoamento

se dá devido ao transporte convectivo e difusivo de vorticidade que é regido pela Equação

de Transporte de Vorticidade, apresentada no capítulo 3 e repetida aqui

ωqωωqω 2

Re1

∇+∇⋅=∇⋅+∂∂

t. (5.1)

A vorticidade gerada na superfície do corpo é calculada nesse trabalho a partir do

Método dos Painéis com vórtices lineares. A vorticidade de cada painel é transformada em

um vórtice discreto para formar a nuvem, que passa a se mover conforme o campo de

velocidade local do escoamento.

Como visto anteriormente, em um escoamento idealizado como bidimensional, a

equação (5.1) pode ser simplificada, pois o primeiro termo do lado direito da equação

(termo de esticamento e deformação dos tubos de vorticidade) é nulo e a vorticidade,

qω ×∇= , torna-se um escalar. Logo, em escoamentos bidimensionais, ω possui apenas

uma componente não nula, a componente normal ao plano do escoamento. Sob essas

simplificações, a equação (5.1) se torna

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43

ωωtω 2

Re1

∇=∇⋅+∂∂ q . (5.2)

Embora os efeitos convectivos e difusivos ocorram simultaneamente, pode-se

supor, do ponto de vista numérico, que eles ocorram sucessivamente dentro de uma mesmo

intervalo de tempo t∆ . Com base nessa idéia, CHORIN (1973) propôs que o operador

convectivo-difusivo da equação (5.2) seja decomposto em dois operadores, um puramente

convectivo e outro puramente difusivo, governados respectivamente, pelas equações

0=∇⋅+∂∂ ω

tω q , [Convecção], (5.3)

ωtω 2

Re1

∇=∂∂ , [Difusão]. (5.4)

Sendo assim, a simulação é realizada de tal forma que a etapa convectiva é

calculada através da equação (5.3) ignorando-se os efeitos viscosos e, dentro do mesmo

intervalo de tempo, resolve-se a etapa difusiva através da equação (5.4) ignorando-se os

efeitos convectivos. Esta aproximação é tão melhor quanto menor for o incremento t∆ .

Um diagrama esquemático simplificado do algoritmo básico do método é

apresentado na Figura 5.1.

5.2 Geração dos Vórtices

Para simular os efeitos de geração de vorticidade na fronteira do fluido com o corpo

são gerados vórtices a partir das distribuições de vorticidade calculadas em cada painel.

Esses vórtices possuem intensidade igual à vorticidade média no painel, que, no caso de

Solução Potencial

Convecção de vórtices

Difusão de vórtices

Avanço no tempo

Geração de vórtices

Figura 5.1 – Algoritmo esquemático do Método de Vórtices

Geometria e cond. inicial

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44

distribuição linear, resulta na média aritmética das intensidades nas extremidades. Logo,

para um vórtice k, sua intensidade Γk é dada por

kkk

Painelk dxx ∆

+==Γ +∫ 2

)( 1γγγ , k = 1, 2, ... , N. (5.5)

Os vórtices gerados são posicionados a uma distância ε normal ao ponto de

controle de cada painel, conforme a Figura 5.2 ilustra, sendo estes vórtices livres para se

mover por convecção e difusão, ao final da etapa de geração.

Considerando a camada limite laminar e bidimensional, a distância ε é escolhida

de tal forma que a geração de vorticidade coincida com a espessura de deslocamento da

camada limite, conforme sugerido em ROSENHEAD (1988).

5.3 Convecção dos Vórtices

A equação (5.3), que governa o escoamento incompressível, bidimensional e

desprezando os efeitos viscosos descreve a evolução de um escalar conservativo regido

apenas pela convecção no fluido. A conseqüência disto é que, no movimento de um fluido

de massa específica uniforme, escoando incompressivelmente, desprezando os efeitos

viscosos, a circulação ao redor de uma curva material fechada é constante (Teorema de

Kelvin) e as linhas de vorticidade movimentam-se com o fluido (Teorema de Helmholtz),

como discutido em BATCHELOR (1967). Portanto, o movimento de um vórtice potencial,

que ocupa a posição de vetor posição rk no instante t, é determinado pela taxa de variação

do vetor posição, ou seja,

εε

ε

superfície do corpo

painéis pontos de controle

vórtices gerados

Figura 5.2 – Geração de vorticidade na superfície

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45

( )tt kk ,rq

r=

∂∂

. (5.6)

Esta expressão lagrangiana, adotada tanto para escoamentos viscosos como

desprezando os efeitos viscosos, é utilizada para calcular a nova posição de cada vórtice da

nuvem devido ao transporte convectivo de vorticidade, em cada passo de tempo.

Para o cálculo da velocidade em determinado ponto do domínio é necessário

adicionar os três campos de velocidade atuantes:

campo de velocidade devido ao escoamento uniforme:

=

αα

sencos

vu

; (5.7)

campo de velocidade devido à presença do corpo (painéis):

12 1,

11

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

ˆˆ

+= −

+

+

+

=

∑ N

iNb

bN

jj

ija

a

jib

b

ia

a

ip

p

vu

vu

vu

vu

vu

γγγ ; (5.8)

campo de velocidade devido à nuvem de vórtices livres:

ik

M

kk

iv

v

vu

vu

∑=

Γ=

1 ˆˆ

. (5.9)

Na equação (5.9) as velocidades u e v são obtidas pelas equações (3.14) e (3.15),

fazendo 1=Γ , e M é o número de vórtices presentes na esteira.

Portanto a velocidade total convectiva sobre um vórtice é calculada por

+

+

=

vu

vu

vu

vu

v

v

p

p . (5.10)

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46

5.4 Difusão dos Vórtices

A equação (5.4), que representa o transporte difusivo de vorticidade, possui solução

analítica para o campo de vorticidade de um vórtice inicialmente potencial. Esta solução

possui a seguinte forma adimensional

−Γ

= tr

et

tr 4Re2

4Re),(

πω , (5.11)

onde 22 yxr += , é a distância de um ponto qualquer do escoamento ao centro do

vórtice.

Para altos números de Reynolds, pode-se mostrar que a solução dada pela equação

(5.11) pode ser reproduzida pelo movimento aleatório de partículas de vorticidade, de

maneira similar ao movimento Browniano molecular. Com base na teoria de movimento

Browniano desenvolvida por Einstein, CHORIN (1973) propôs o assim chamado Método

do Avanço Randômico, que simula o transporte difusivo de vorticidade para qualquer

escoamento viscoso governado pela equação (5.4) através do movimento aleatório de uma

nuvem de vórtices. Quando o número de vórtices tende a infinito, este movimento produz

uma solução que tende à solução exata da equação (5.4). LEWIS (1991) propôs uma

metodologia de cálculo para o Método do Avanço Randômico um pouco diferente da

metodologia de CHORIN (1973). A metodologia implementada nesse trabalho é a de

LEWIS (1991), a qual é descrita abaixo.

Interpretando a função ω(r,t) como a probabilidade de um vórtice se encontrar em

uma dada região em um dado instante de tempo, o deslocamento difusivo dos vórtices ∆r

pode ser calculado invertendo-se a equação (5.11), o que fornece as equações em

coordenadas polares

=∆P

tr 1lnRe4 e Qπθ 2=∆ , (5.12a, b)

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47

onde P e Q são números randômicos entre 0 e 1 retirados de uma distribuição de

probabilidade estatisticamente uniforme. Em coordenadas cartesianas, tem-se

( )( ) iiD

D

rr

yx

=

θ∆∆θ∆∆

∆∆

sencos

. (5.13)

5.5 Avanço Temporal

Resolvidas as etapas convectivas e difusivas, é preciso avançar no tempo

atualizando a posição de cada vórtice da nuvem. Como o método do avanço randômico

fornece diretamente o deslocamento para cada vórtice, é necessário apenas integrar o

campo de velocidade convectivo, equação (5.6). Dois diferentes esquemas de avanço são

utilizados em geral: o avanço de Euler de primeira ordem e o avanço de Adams-Bashforth

de segunda ordem. As equações para esses esquemas são dadas, respectivamente, por

ttvtu

yx

iiC

C ∆∆∆

=

)()(

, (5.14)

tttvtvttutu

yx

iiC

C ∆∆∆

∆∆

−+−+

=

)(5,0)(5,1)(5,0)(5,1

. (5.15)

Como o esquema de Adams-Bashforth (RUGGIERO & LOPES, 1997) necessita do

armazenamento do campo de velocidade do passo anterior, o primeiro passo sempre é feito

com o esquema de Euler. Esquemas de predição-correção, tais como Runge-Kutta, não

foram adotados, pois o cálculo de mais um campo de velocidade da etapa convectiva em

um mesmo instante de tempo torna-se excessivamente dispendioso computacionalmente,

como citado em GUEDES (2003).

Calculados os deslocamentos totais, a posição da nuvem de vórtices pode ser

atualizada através de

+

+

=

++

D

D

C

C

ii yx

yx

tytx

ttyttx

∆∆

∆∆

∆∆

)()(

)()(

. (5.16)

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48

5.6 Atualização das Condições de Contorno

Com a inserção de vórtices na esteira, suas velocidades devem passar a ser

consideradas para a imposição das condições de contorno na superfície do corpo. Como os

vórtices gerados possuem intensidade conhecida, sua contribuição é adicionada ao vetor

independente da equação matricial

iik

M

k v

vkii

ip

p

vu

vu

nnn ∑=

Γ−

−=

1 ˆˆ

sencos

αα

, i = (1, 2, ... , N). (5.17)

Desta forma, a cada passo de tempo, o vetor independente deve ser atualizado

mediante a nova configuração da esteira. Vale ressaltar que a matriz de influência

permanece inalterada para toda a simulação, sendo necessário alterar apenas o vetor

independente e resolver o novo sistema matricial.

Outra alteração importante no sistema de equações (4.23) é a remoção da condição

de Kutta (4.7b), que é válida para regime permanente. O escoamento aqui simulado ocorre

em regime transiente, porque se inicia do repouso. De modo a obedecer ao teorema de

Kelvin, a circulação inicial de todo o escoamento deve ser conservada, e, como o

escoamento parte do repouso, pode-se escrever

∑ ∑∫= =

+ =Γ+∆+

=Γ+N

j

M

kkj

jjEsteira

Corpo

ds1 1

1 02γγ

γ . (5.18)

Como no primeiro passo de tempo ainda não há vórtices na esteira, a equação se

torna

∑=

+ =∆+N

jj

jj

1

1 02γγ

(5.19)

e, como os vórtices gerados são obtidos a partir da vorticidade do corpo, cada etapa de

geração de vórtices também somará zero. Portanto esta equação substitui a equação (4.7b)

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49

e é valida para todo o tempo, devendo ser adicionada ao sistema. Para facilitar sua

implementação computacional, a equação (5.19) pode ser escrita na forma

0222 1

2

11

1 =∆

+∆+∆

+∆

+=

−∑ NN

i

N

i

ii γγγ . (5.20)

O novo sistema, a ser resolvido para cada passo de tempo, possui a forma

( ) ( )

=

∆∆+∆∆+∆∆ +−

+

+

+

02222

2

1

1

2

1

1211

1,,2,1,

1,2,22221

1,1,11211

tN

t

t

N

N

NNN

NNNNNN

NN

NN

b

bb

aaaa

aaaaaaaa

γγ

γγ

, (5.21)

sendo que vetor bt na equação (5.21) deve ser atualizado a cada passo de tempo.

5.7 Tratamento de Vórtices que Penetram no Interior do Corpo

Ocasionalmente, devido ao avanço randômico, as linhas de corrente com curvas

muito acentuadas próximas à superfície do corpo ou aos erros numéricos inerentes ao

método, alguns vórtices penetram na superfície do corpo. Há, então, a necessidade de

eliminá-los ou refleti-los de volta para o escoamento.

O esquema de eliminação, proposto por CHORIN (1973), embora seja uma forma

aproximada de modelar a destruição de vorticidade na fronteira, reduz a resolução da

esteira e a circulação eliminada deve ser compensada no passo seguinte, por conta do

Teorema de Kelvin (LEWIS, 1991).

O esquema de reflexão garante que todos os vórtices gerados permaneçam no

escoamento, mantendo a resolução da esteira, mas acarretanto em um tempo

computacional maior. Uma aproximação satisfatória para o processo de reflexão consiste

em espelhar o vórtice para fora do corpo, rebatendo sua distância normal ao painel mais

próximo (Figura 5.3), conforme sugerido em LEWIS (1991), por exemplo.

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50

5.8 Cálculo das Cargas Aerodinâmicas

A equação de Navier-Stokes, equação (3.2), quando avaliada na superfície do

corpo, na direção de sua superfície (s), assume a forma

sp

tqs

∂∂

−=∂

∂21 . (5.22)

Através da análise do escoamento potencial, a velocidade em cada ponto da

superfície é dada por jjjjtq γγγ =+= + 2)()( 1 . Utilizando esta informação e

discretizando a equação (5.22), pode-se escrever

tp ii

i ∆∆

=∆γ2 . (5.23)

A equação (5.23) expressa o diferencial de pressão em cada ponto de controle.

Integrando esta expressão, tem-se

∑=

∆+=i

nni ppp

10 . (5.24)

painéis vórtice no interior

do corpo

vórtice refletido

Figura 5.3 – Reflexão de vórtices

d

d

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51

A pressão de referência p0 deve ser encontrada fazendo-se inicialmente p0 = 0 e

determinando o diferencial de pressão máximo no aerofólio, ps. Sendo assim, basta

adicionar (1 – ps) aos valores de pi previamente calculados para determinar a pressão

adimensional ao longo do corpo (LEWIS, 1991). Como a adimensionalização para pressão

foi feita com base na massa específica do fluido e na velocidade do escoamento incidente,

a pressão calculada corresponde ao coeficiente de pressão, definido pela equação (3.17).

Logo,

)1( sipi ppC −+= . (5.25)

Integrando Cp ao longo da superfície, através da regra do retângulo, é possível

calcular os coeficientes de arrasto e sustentação para cada instante de tempo. Assim,

na direção do escoamento, tem-se o coeficiente de arrasto:

( )∑=

+∆=N

iiipid CC

1sen βα ; (5.26)

na direção perpendicular ao escoamento, tem-se o coeficiente de sustentação:

( )∑=

+∆=N

iiipid CC

1cos βα . (5.27)

As cargas aerodinâmicas expressas pelas equações (5.26) e (5.27) são calculadas a

cada passo de tempo, podendo ser integradas no tempo para se determinar seus valores

médios. Esses valores são aqueles que podem ser comparados aos valores experimentais.

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CAPÍTULO 6: IMPLEMENTAÇÃO NUMÉRICA

Os fundamentos do Método de Vórtices Discretos e do Método dos Painéis foram

descritos nos capítulos anteriores. A seguir, alguns aspectos adicionais necessários para

implementação numérica do método são apresentados. O método foi implementado

utilizando a linguagem FORTRAN, devido a sua robustez e grande aplicação na

comunidade científica para simulações numéricas de elevada complexidade. Todas as

variáveis e parâmetros reais foram declarados com dupla precisão, para minimizar erros de

arredondamento e truncamento.

6.1 Solução do Sistema de Equações Lineares

A solução do sistema de equações algébricas lineares muitas vezes é um ponto

crucial no método numérico, principalmente para métodos eulerianos, onde cada elemento

da malha representa uma equação algébrica linear a ser resolvida. No caso do Método de

Vórtices Discretos, por ser a abordagem lagrangiana, pode-se destacar como uma etapa

crucial do algoritmo o cálculo do campo de velocidade sobre cada vórtice. Porém, a

utilização do Método dos Painéis como parte do algoritmo do Método de Vórtices requer a

solução de um sistema linear a cada passo de tempo.

Conforme apresentado na seção 5.5, os coeficientes de influência dependem apenas

da geometria do corpo, que é fixa no problema estudado, sendo, portanto, calculados uma

única vez. A cada passo de tempo, basta atualizar o vetor de constantes e resolver

novamente o sistema de equações algébricas lineares. Essa característica particular do

modelo viabiliza adotar um esquema que inverta a matriz de influência uma única vez e a

cada passo de tempo seja realizada a operação

γbA =−1 . (6.1)

A inversão da matriz é realizada pela rotina DLINRG da biblioteca IMSL que faz

parte do pacote do compilador Compaq Visual Fortan Professional Edition 6.6C. Essa

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rotina realiza a fatoração LU da matriz A, calcula a inversa das matrizes triangulares L-1 e

U-1 e a matriz inversa é obtida por

111 −−− = ULA . (6.2)

6.2 Geração de Números Randômicos

Os números randômicos obtidos de uma distribuição de probabilidade constante

requeridos pelo Método do Avanço Randômico (seção 5.3) foram calculados através da

rotina DRAND, uma rotina do compilador FORTRAN para geração de números

randômicos de dupla precisão entre 0 e 1.

6.3 Raio do Núcleo do Vórtice de Lamb

Conforme descrito na seção 3.6, utiliza-se neste trabalho o modelo de Lamb para

limitação do campo de velocidade de um vórtice. No entanto, o cálculo das velocidades

induzidas pelos vórtices utilizando equação (3.13), provoca grande esforço computacional,

devido ao cálculo do termo exponencial. Assim, a equação (3.13) do vórtice de Lamb, é

utilizada somente quando necessário, como descrito a seguir.

A velocidade induzida por um vórtice, segundo o modelo de Lamb, é

( )

−−

Γ= 2

2

exp12

,σπr

rtrq , na direção θ , (6.3)

onde ( ) ( )222oo YYXXr −+−= e Re4t=σ . O valor de r para o qual a velocidade

tangencial é máxima pode ser encontrado derivando-se a Eq. (5.27) e igualando a zero, o

que permite escrever

σ12091,1max =r . (6.4)

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Com base na equação (6.4), adota-se como definição para o raio do núcleo do

vórtice o valor max0 2r=σ . Com esta definição, a velocidade avaliada em 0σ=r pela Eq.

(6.3) fornece uma diferença em relação ao campo de velocidade de um vórtice pontual (Eq.

2.10) de apenas 0,6%, como proposto por MUSTTO (1998). Pode-se, então, calcular a

velocidade induzida por um vórtice da seguinte forma:

• ( )r

trqπ2

, Γ= se 0σ≥r ; (6.5a)

• ( )

−−

Γ= 2

0

2

02572,5exp12

,σπr

rtrq se 0σ<r . (6.5b)

Para encontrar o valor do raio do núcleo, leva-se em consideração que a região

próxima ao corpo é a região onde a viscosidade possui maior influência, devendo ser

considerada em toda região entre o vórtice e o corpo. Para tal, o vórtice é gerado tal que

raio de seu núcleo toque a superfície do corpo no ponto de controle do painel

correspondente, conforme a Figura 6.1, desta forma,

εσ =0 . (6.6)

6.4 Velocidades Auto-Induzidas na Nuvem de Vórtices

Durante o cálculo da etapa convectiva do método, é necessário calcular a

velocidade induzida em cada vórtice da esteira por todos os demais componentes da

nuvem. Esta etapa é a mais lenta do algoritmo, pois requer o cálculo da interação mútua de

painéis pontos de controle

vórtices gerados

Figura 6.1 – Raio do núcleo dos vórtices

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todos os vórtices da nuvem. Este cálculo que provoca um número de operações da ordem

de M2 a cada passo de tempo, onde M é o número de vórtices na esteira.

Os algoritmos de expansão em Multipolos propostos por BARNES & HUT (1986),

GREENGARD & ROKHLIN (1987) ou CARRIER et al. (1988) aceleraram a etapa

convectiva, mas não são utilizados neste trabalho. Desta forma, os erros inerentes apenas

ao Método de Vórtices podem ser isolados nas simulações.

Uma alternativa simples para reduzir o tempo computacional, proposta por LEWIS

(1991) e utilizada por ALCÂNTARA PEREIRA (1999), MUSTTO (1998, 2004) e

GUEDES (2003), pode ser implementada observando-se as expressões para velocidade

induzida de um vórtice j sobre um vórtice i

( )( ) ( )222

jiji

jijij

YYXX

YYU

−+−

−Γ=

π na direção X, (6.7a)

( )( ) ( )222

jiji

jijij

YYXX

XXV

−+−

−Γ−=

π na direção Y. (6.7b)

Analisando estas expressões é possível notar que, a menos da intensidade do

vórtice, a velocidade induzida por um vórtice i sobre um vórtice j é o simétrico do valor da

velocidade induzida por um vórtice j sobre um vórtice i, ou seja

ijiji UU ˆΓ−= e ijiji VV ˆΓ−= , (6.8a,b)

onde novamente o símbolo (^) denota o cálculo de velocidades com intensidade unitária.

Desta forma, basta calcular a velocidade induzida do vórtice j sobre o vórtice i que sua

recíproca já está automaticamente calculada. Caso os vórtices estejam afastados um do

outro por uma distância menor que o seu núcleo, basta aplicar as equações corrigidas da

seção (6.3). Esta simplificação reduz significativamente o tempo computacional das

simulações. Uma outra alternativa consiste em promover a coalescência dos vórtices

distantes do corpo (LEWIS,1991), porém este critério não foi utilizado neste trabalho, por

introduzir parâmetros numéricos adicionais e alguma perda de resolução da esteira.

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6.5 Campo de velocidade nas Proximidades do Corpo

Quando as condições de contorno são atualizadas, isto é, o vetor b é recalculado

para uma nova configuração da esteira, alguns vórtices podem estar muito próximos do

ponto de controle de algum painel do corpo, o que implica na indução de uma velocidade

muito alta sobre este ponto de controle. Da mesma forma, durante o cálculo da etapa

convectiva, a velocidade induzida pelo corpo sobre vórtices muito próximos a ele podem

ser elevadas, sobretudo nas proximidades dos pontos nodais, onde há uma descontinuidade

na derivada da vorticidade (vide capítulo 4). Essas velocidades elevadas representam um

erro numérico, decorrente da discretização do corpo e da discretização da vorticidade em

sua superfície. Nesta seção serão apresentadas algumas formas de contornar estas

dificuldades numéricas.

Similarmente ao sugerido por LEWIS (1991), para o cálculo da velocidade

induzida do vórtice sobre o ponto de controle do painel, é recomendado utilizar o esquema

de sub-painéis, quando o vórtice estiver a uma distância ao ponto de controle mais

próximo(rjk) menor que o comprimento do painel k, k∆ .

Já para velocidade induzida do corpo sobre o vórtice, os vórtices muito próximos

ao corpo devem receber tratamento especial, quando o vórtice estiver a uma distância ao

ponto de controle mais próximo (rjk) menor que 40% do comprimento do painel k, k∆4,0 .

Neste caso, não faz sentido utilizar sub-panéis para velocidade induzida do corpo sobre o

vórtice, pois a distribuição de vorticidade sobre o painel já é contínua e a velocidade

induzida é o resultado de uma integração ao longo do painel (ver capítulo 4).A Tabela 6.1

resume os parâmetros envolvidos no cálculo especial de velocidades induzidas nas

proximidades do corpo.

Tabela 6.1 – Tratamento especial para vórtices próximos ao corpo

Tratamento Especial Etapa de Cálculo Critério

Sub-painéis Velocidade Induzida pelos

vórtices sobre o corpo kjkr ∆<

Método da Imagem Velocidade Induzida pelo

corpo sobre os vórtices kjkr ∆< 4,0

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6.5.1 Utilização de Sub-Painéis

Nas simulações aqui realizadas é adotado o modelo sugerido por LEWIS (1991),

onde o painel j em análise é dividido em Nsub sub-painéis iguais, conforme mostra a Figura

6.2. A velocidade induzida sobre este painel é calculada através da média aritmética das

velocidades induzidas pelos vórtices próximos ao painel j sobre os sub-painéis, ou seja

∑=

Γ=

subN

p pj

jsubkjv

v

VU

NVU

1 ˆˆ1 . (6.9)

6.5.2 Método da Imagem

Neste caso, a velocidade induzida pelo painel cujo ponto de controle encontra-se

mais próximo do vórtice é substituída pela velocidade induzida pela imagem do vórtice no

interior do corpo, com intensidade de sinal contrário à intensidade do vórtice original.

Desta forma, é possível obter-se um controle muito melhor dos valores da velocidade

induzida pelo painel, pois a imagem força o vórtice a se mover paralelamente ao painel.

Uma representação esquemática desta situação pode ser vista na Figura 6.3.

( Xj , Yj )jΓ

rjk

12

p

Nsub

js∆

Figura 6.2 – Utilização de Sub-painéis, LEWIS (1991)

sub

j

Ns∆

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6.6 Reflexão dos Vórtices

Quando é necessário refletir um vórtice para o interior ou exterior do corpo, é

necessário calcular sua nova posição considerando a inclinação do seu painel mais

próximo. No esquema representado na Figura 6.4, o vórtice a ser refletido está no interior

do corpo e conseqüentemente será refletido para fora dele. A partir de correlações

trigonométricas e da Figura 6.4 é possível deduzir a seguinte expressão

±

=

j

j

v

v

r

r

YX

YX

ββ

δcossen

2 , (6.10)

onde o sinal positivo é utilizado no caso de reflexão para o exterior do corpo e o sinal

positivo quando a reflexão for para o interior do corpo. O valor de ( ) ivc YY βδ cos−=

representa a distância normal do vórtice até o painel mais próximo. O valor de Yc deve ser

calculado a partir da reta que define o painel j, ou seja

jvjc kXkY ′+= (6.11)

onde jj

jjj XX

YYk

−=

+

+

1

1 e jjjj XkYk −=′ (6.12a,b)

painéis Imagem

do vórtice

vórtice original

Figura 6.3 – Método da Imagem

rjk

d

d

Ponto de controle jΓ

jΓ−

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6.7 Parâmetros Numéricos

Embora haja um certo grau de arbitrariedade na escolha dos valores dos parâmetros

numéricos, existem alguns critérios objetivos baseados na Física que governa o

escoamento que podem ser usados para se estimar os valores adequados necessários para a

obtenção de simulações eficientes. Os critérios adotados neste trabalho são discutidos a

seguir.

Em primeiro lugar, a escolha do número de painéis (N) deve ser feita

cuidadosamente, pois este número também representa o número de vórtices nascentes que

são gerados na camada limite do corpo e liberados para a esteira a cada passo de tempo.

Quanto maior N, maior será o número M de vórtices presentes na esteira, pois M = NTxN,

onde NT é o número de passos de tempo da simulação. Conseqüentemente, quanto maior

M, melhor é a resolução do campo de vorticidade do escoamento. Teoricamente, quanto

maior M, melhor é a simulação da dinâmica da vorticidade na camada limite e na esteira do

corpo. Porém, à medida que M aumenta, maior se torna o tempo de processamento de cada

simulação, pois o contador de operações de ponto flutuante por passo de tempo é

proporcional a M2, devido à etapa convectiva do algoritmo. Por outro lado, se N é pequeno

a simulação será muito rápida, mas os resultados não terão uma boa exatidão devido à

baixa resolução do campo de vorticidade do escoamento.

( Xj , Yj )

( Xj+1 , Yj+1 )

( Xr , Yr )

( Xv , Yv )

δ

δ

( Xv , Yc )

painel j

Figura 6.4 – Reflexão de um vórtice para fora do corpo

Interior do corpo

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Testes preliminares para um escoamento potencial comparado à solução analítica

para o aerofólio de Van de Vooren indicam valores de N entre 200 e 300 painéis para a

obtenção de resultados com ótimo grau de exatidão. Para 300 painéis, por exemplo, chega-

se a obter resultados para o coeficiente de sustentação com erro da ordem de 0,005%

(PEREIRA et al. ,2004).

Testes preliminares para as simulações com o Método de Vórtices sugerem que os

mesmos valores de N fornecem resultados com bom grau de exatidão com um tempo de

processamento (tempo de CPU) razoável (até 28 horas de simulação), em uma plataforma

com processador Pentium IV. A partir desses testes, adotou-se o valor N = 300 para todas

as simulações realizadas neste trabalho.

A distância de geração, suposta constante ao longo do corpo, é calculada com base

na espessura de deslocamento da camada limite, onde ∞≈≈ cQνδε 1 . Na sua forma

adimensional, a distância de geração é estimada por

21

Re −= εε k , (6.13)

onde εk é uma constante, da ordem de 2, ajustada com base em testes numéricos e

νcQ∞=Re é o número de Reynolds global do escoamento.

O incremento de tempo, ∆t, é escolhido de tal forma que o deslocamento de um

ponto material sob ação do escoamento uniforme não exceda aproximadamente o

comprimento de um painel, ou seja ∆≈∆tQ . Para um painel de comprimento médio

Nc2≈∆ , pode-se escrever uma estimativa para o incremento de tempo, em variáveis

adimensionais, como

Nk

t t2=∆ , (6.14)

onde kt é uma constante de ordem 1, mas geralmente menor que a unidade quando o

esquema de Euler é utilizado e maior que a unidade quando o esquema de Adams-

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Bashforth é utilizado para o avanço dos vórtices no tempo. Valores adequados para

produzir boas simulações exigem alguma experimentação numérica, mas pode-se adiantar

que a faixa 0,01 ≤ ∆t ≤ 0,05 é adequada para a produção de bons resultados finais.

6.8 Particularidades do Algoritmo

Algumas particularidades da implementação numérica são muito importantes para

o desempenho geral do algoritmo utilizado e merecem alguns comentários.

O tratamento especial de vórtices muito próximos do corpo é de vital importância

para qualidade da simulação, sobretudo devido ao fato de que a geometria em estudo é a de

um aerofólio, que possui uma canto vivo no bordo de fuga e a uma região de curvatura

acentuada no bordo de ataque. Os testes realizados comprovaram a necessidade de

implementação das estratégias da seção 6.5, sem as quais a simulação torna-se instável e

fornece resultados sem significado físico algum.

Uma outra particularidade do algoritmo aqui utilizado é a condição de conservação

de circulação, representada pela equação 5.20, que pode, a princípio, parecer contradizer o

teorema de Kutta-Jukowsky (KUNDU & COHEN, 2002), uma vez que a soma da

vorticidade criada sobre o aerofólio é nula, mesmo que este possua força de sustentação.

Esta aparente contradição pode ser explicada pelo fato de que o somatório da vorticidade

sobre o corpo representa a circulação ao redor do corpo no caso potencial, quando a

camada-limite é suposta ter uma espessura desprezível. Na metodologia aqui empregada, a

vorticidade gerada na parede movimenta-se por convecção e difusão, formando uma fina

camada de vorticidade ao longo da superfície do corpo, de espessura não nula,

similarmente a um escoamento real. A circulação ao redor do corpo, incluindo a

vorticidade nessa camada ao seu redor é que deve ser considerada como circulação ao

redor do corpo e esta é não nula, mostrando que não há nenhuma contradição no modelo

empregado.

Pode-se ainda destacar uma última particularidade do algoritmo, a qual se refere à

estimativa dos valores dos parâmetros numéricos inerentes ao Método de Vórtices aqui

utilizado. Experiência anterior com esta metodologia, assim como os testes preliminares já

realizados, demonstram que a escolha dos valores dos parâmetros numéricos é crucial para

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a obtenção de uma boa simulação. A utilização dos critérios descritos acima para a

estimativa dos valores dos parâmetros numéricos sempre proporciona simulações com

resultados coerentes com a Física do problema. Simulações para a obtenção de resultados

finais requerem um refinamento desses valores visando aumentar a resolução do campo de

vorticidade do escoamento.

6.9 Rotinas Numéricas

Um grande número de rotinas numéricas programadas em linguagem FORTRAN

foi desenvolvido para a simulação de escoamentos externos, bidimensionais e

incompressíveis ao redor de aerofólios utilizando o algoritmo do Método de Vórtices

Discretos, enquanto que algumas outras, conforme citado ao longo deste capítulo, que já

estavam disponíveis na biblioteca IMSL do compilador FORTRAN utilizado, foram

incorporadas ao algoritmo aqui desenvolvido. Todas as rotinas desenvolvidas no código

numérico final estão descritas a seguir, em ordem alfabética. Essas rotinas estão definidas

dentro do programa principal, METVORT13.

CONVEC

Rotina para cálculo das velocidades conevctivas induzidas nos vórtices pela nuvem

de vórtices, pelo escoamento incidente e pelo corpo.

CORRENTE

Rotina para cáculo de velocidades em uma malha definida para traçar

posteriormente as linhas de corrente ao final da simulação.

DESLOC

Rotina para deslocar os vórtice segundo o esquema de avanço temporal escolhido

(Adams-Bashforth ou Euler) e adicionar o deslocamento difusivo.

DIFUS

Rotina para cáculo dos deslocamentos difusivos segundo o Método do Avanço

andômico.

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FILME

Rotina para salvar periodicamente posições intermediárias da nuvem de vórtices e

docoeficiente de pressão para animações.

GEOMETRIA

Rotina para solicitação, via terminal, da escolha da geometria a ser analisada.

GRAVAR

Rotina para salvar os vetores, quando necessário.

GRIDNACA4

Rotina para cáculo dos pontos nodais, pontos de controle, inclinação, vetores

nomrais e tangentes dos painéis. Esta rotina pode ser substituída ou adaptada com

cerata facilidade para análise de outras geometrias.

INFOMETVORT

Rotina para apresentação de uma tela de identificação do programa antes do início

do cálculo. Esta rotina não possui parâmetros de entrada e saída.

INTPRESSAO

Rotina para cálculo dos carregamentos aerodinâmicos via intergração de pressão ao

longo do corpo.

MATSISTEMA

Rotina para construção e inversão da matriz dos coeficintes de influência.

NACA4

Rotina que calcula a coordenada Y, a partir de uma abscissa X, com base na função

que descreve o contorno do aerofólio.

NOMEARQ

Rotina que nomeia os arquivos a serem salvos do programa.

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64

NOVOB

Rotina para atualização do vetor independente da equação matricial. Esta rotina

calcula o campo de velocidades induzido pela nuvem de vórtices e pelo escoamento

incidente sobre os pontos de controle do corpo.

REFLEX

Rotina para reflexão dos vórtices que penetram no corpo.

RESULTADOS

Rotina que salva os resultados finais do programa.

SIMDADOS

Rotina para leitura dos parâmetros numéricos da simulação, obtidos via um arquivo

de dados previamente construído eplo usuário.

SOLSIST

Rotina para solução do sistema linear. Esta rotina resume-se à multiplicação da

inversa da matriz pelo vetor independente da equação matricial, atualizada a cada

passo de tempo.

SUBPAN

Rotina para divisão do painel em sub-painéis, acionada pela rotina NOVOB, quando

o vórtice se aproxima do corpo segundo os critérios da seção 6.5.

VORTL

Rotina para o calcula das velocidades induzidas por um painel com distribuição de

vorticidade linear sobre um ponto qualquer do domínio. Utilizam principalmente as

equações 4.15a, 4.15b, 4.16a e 4.16b.

VORTLAMB

Rotina para cálculo das velocidades induzidas por um vórtice pontual, incluindo o

modelo de núcleo viscoso de Lamb (Equações 3.14 e 3.15).

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VORTNASC

Rotina para detreminação da posição em que serão gerados novos vórtices. Com

estas posições são constantes ao longo de toda simulação, esta rotina é acionada um

única vez.

ROTINAS IMSL

- DLINRG: Rotina para inversão da matriz atraévs de fatoração LU, utilizando

dupla precisão.

- DMURRV: Rotina para multiplicação da matriz invertida pelo vetor

independente (solução do sistema).

- DRAND( ): Rotina para geração de números randômicos entre 0 e 1.

6.10 Fluxograma

Um fluxograma indicando o algoritmo do programa elaborado está representado na

Figura 6.5, fornecendo uma visão global do procedimento de cálculo com o qual foram

obtidos os resultados descritos a seguir.

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66

Início

Entrada de Dados Escolha da geometria

Divisão da Geometria em painéis e cálculo de suas propriedades

Cálculo posição dos vórtices nascentes e posicionamento dos

primeiros vórtices na esteira

Cálculo e inversão da matriz de influência (A)

Solução do sistema de equações para t=0 ( γ = A-1 b)

Solução Potencial

Atualização do vetor de constantes (bt)

Solução do novo sistema de equações – nova distribuição de

vorticidade sobre o corpo

Cálculo da velocidade convectiva

Cálculo do deslocamento difusivo

Avanço no tempo – Cálculo da nova configuração da esteira (Adams-Bashforth ou Euler)

Reflexão dos vórtices que penetraram no corpo

Nascimento de novos vórtices

Último passo de tempo? N

S

Gravação dos Resultados finais

Fim

Figura 6.5 – Fluxograma do programa elaborado em linguagem FORTRAN

Cálculo das Cargas Aerodinâmicas

ttt ∆+←

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67

CAPÍTULO 7: RESULTADOS E DISCUSSÕES

Uma vez estabelecidos todos os fundamentos teóricos e considerações numéricas

nos capítulos anteriores, foram realizados vários testes com o modelo numérico

desenvolvido, visando à validação do código computacional e determinação dos valores

dos parâmetros adequados para simulação do escoamento incompressível e bidimensional

ao redor das geometrias de interesse.

Os principais parâmetros de comparação entre os resultados obtidos e outros

resultados numéricos ou experimentais disponíveis na literatura são os coeficientes de

arrasto e sustentação. Embora esses coeficientes, calculados para cada passo de tempo,

sofram oscilações no tempo resultantes do processo de desprendimento de vorticidade da

camada limite, seus valores médios temporais podem ser avaliados para possibilitar uma

comparação quantitativa. O formato e a evolução temporal da esteira do corpo também

podem ser utilizados como importantes indicações da qualidade das simulações, além da

distribuição de pressão sobre a superfície do corpo.

Inicialmente, o programa desenvolvido foi testado para cilindros circulares, pois

esta é uma geometria extensamente explorada na literatura e de comportamento

característico bastante conhecido para esteira e carregamentos.

O comportamento da camada limite sobre o aerofólio também é investigado neste

capítulo, pela sua grande influência no escoamento.

Posteriormente foram realizados testes completos com aerofólios para diferentes

ângulos de ataque, tendo sido escolhidos os aerofólios NACA 0012 e NACA 4415. O

primeiro, pela abundância de resultados da literatura e para comparação com o trabalho de

AKBARI & PRICE (2003), que também utilizam o Método de Vórtices; o segundo para

investigar a capacidade do modelo numérico desenvolvido de simular escoamentos ao

redor de aerofólios com curvatura não nula, além deste aerofólio também possuir maior

espessura. O aerofólio NACA 4415 foi escolhido particularmente por ser utilizado em

projetos de pás de turbinas eólicas.

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7.1 Teste Preliminar: Cilindro Circular

Com intuito de simular uma geometria mais simples e com resultados bem

conhecidos, utiliza-se inicialmente um cilindro circular com número de Reynolds igual a

105. Os resultados obtidos foram semelhantes aos obtidos por GUEDES (2003), mostrando

uma esteira com estruturas de vorticidade contra-rotativas do tipo de Von Karman. A

Figura 7.1 mostra a esteira do cilindro ao final da simulação. A representação da esteira

corresponde à posição adquirida pelos vórtices como resultado natural da simulação,

representando a região rotacional do escoamento. O número de Strouhal, que pode ser

interpretado como a frequência adimensional de emissão de vórtices na esteira, foi da

ordem de 0,2, conforme esperado (SCHLICHTING & GESTERN, 2000). O coeficiente de

arrasto médio obtido estava em torno de 1,89, acima do resultado experimental, da ordem

de 1,2 (BLEVINS,1984), conforme esperado para simulações bidimensionais. Este teste

preliminar foi realizado com intuito de validar o modelo de forma geral, verificando apenas

se as simulações possuem significado físico apreciável. Para uma análise detalhada sobre a

aplicação do Método de Vórtices associado ao Método dos Painéis para cilindros circulares

recomenda-se consultar o trabalho de GUEDES (2003).

7.2 Determinação dos Parâmetros Numéricos

Os testes preliminares foram necessários para ajustar os parâmetros numéricos

inerentes ao Método de Vórtices. Dentre as possibilidades, foram escolhidos os parâmetros

que possibilitariam a melhor representação física do escoamento, sem acarretar em tempos

computacionais muito longos.

Figura 7.1 – Esteira de um cilindro circular ao final da simulação [Esquema de Euler ; Re = 105 ; ε = 0,01; ∆t = 0,1 ; N = 200; 400 passos de tempo]

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O número de painéis para discretização de aerofólios e consequente número de

vórtices gerados a cada passo de tempo foi fixado em 300, devido a melhor representação

do campo de velocidade e pressão nas proximidades do bordo de ataque e bordo de fuga no

escoamento potencial ao redor de um aerofólio. A Figura 7.2, semelhante à Figura 4.8,

mostra a distribuição do coeficiente de pressão nas regiões do bordo de ataque e bordo de

fuga de um aerofólio de Van de Vooren de espessura 15% e ângulo de ataque de 10o

calculada com 300 painéis e comparada à solução analítica. Como pode ser visto na figura,

há uma boa concordância entre os resultados numéricos e a solução analítica quando N =

300. Por este motivo, utilizou-se 300 painéis em todas as simulações para aerofólios neste

trabalho. Para detalhes sobre a geometria do aerofólio de Van de Vooren, pode-se

consultar KATZ & PLOTKIN (1991).

0 0.01 0.024.5

4.6

4.7

4.8

4.9

5

X

-Cp

LE, N = 50

0.98 0.99 1-1

-0.9

-0.8

-0.7

-0.6

-0.5

-0.4

-0.3

X

-Cp

TE, N = 50

0 0.01 0.024.5

4.6

4.7

4.8

4.9

5

X

LE, N = 80

0.98 0.99 1-1

-0.9

-0.8

-0.7

-0.6

-0.5

-0.4

-0.3

X

TE, N = 80

0 0.01 0.024.5

4.6

4.7

4.8

4.9

5

X

LE, N = 100

0.98 0.99 1-1

-0.9

-0.8

-0.7

-0.6

-0.5

-0.4

-0.3

X

TE, N = 100

0 0.01 0.024.5

4.6

4.7

4.8

4.9

5

X

LE, N = 300

0.98 0.99 1-1

-0.9

-0.8

-0.7

-0.6

-0.5

-0.4

-0.3

X

TE, N = 300

Resultados NumericosSoluçao Analitica

Figura 7.2 – Distribuição de pressão nas vizinhanças do bordo de ataque (LE) e bordo de fuga (TE) do aerofólio com 50, 80, 100 e 300 painéis.

Cp

Cp

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Todas as simulações deste ponto em diante foram realizadas com o esquema de

Adams-Bashforth. Este esquema foi escolhido pois seu erro é da ordem de ∆t2, ao contrário

de esquemas de primeira ordem, como o esquema de Euler, que possui erro da ordem de

∆t. Já o esquema Runge-Kutta foi preterido devido ao elevado tempo computacional

necessário para cálculo do campo de velocidade duas vezes para cada passo de tempo

(GUEDES, 2003). O incremento de tempo foi calculado utilizando kt = 3,75, de forma a

evitar que fossem necessários tempos muito longos para uma simulação completa. Sendo

assim, através da equação (6.14), calcula-se

∆t = 0,025. (7.1)

Como quanto maior o número de Reynolds, maior o número de graus de liberdade

do escoamento (SILVEIRA NETO, 2004), ou seja, mais rica em vorticidade são a camada

limite e a esteira. Assim, as simulações foram realizadas com Reynolds da ordem de 105,

pois a modelagem empregada não é apropriada para escoamentos totalmente turbulentos de

números de Reynolds muito altos com a resolução numérica empregada. Para valores do

número de Reynolds muito altos é necessário de se aumentar substancialmente o número

de vórtices presentes no escoamento ou utilizar uma modelagem de turbulência para as

pequenas escalas. Segundo KUNDU & COHEN (2002), para Reynolds maiores que 106,

ocorre a transição da camada limite sobre o aerofólio de laminar para turbulenta.

Utilizando kε = 2,0 e Re = 1,7x105 na equação (6.13), chega-se então ao seguinte valor para

a distância de geração de vórtices:

ε = 0,005. (7.2)

Este valor é o mesmo empregado para o raio do núcleo dos vórtices, conforme

descrito na seção 6.3. Quando a geração de vórtices é feita a uma distância mais próxima

ao corpo, as simulações se mostram instáveis e não convergem ao longo do tempo,

fornecendo resultados desprovidos de significado físico.

Quanto ao número de sub-painéis, foram utilizados sempre 5 sub-painéis, conforme

sugerido em LEWIS (1991), uma vez que foi comprovado em testes preliminares que um

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71

número maior que este não representa nenhum ganho adicional de atenuação das

velocidades induzidas sobre os pontos de controle.

O número de passos no tempo é idealmente escolhido para que a simulação atinja

um regime periódico permanente, com oscilações periódicas dos carregamentos e esteira.

Porém este tipo de comportamento só é atingido totalmente para tempos longos para altos

ângulos de ataque, ocasionando enorme esforço computacional. Assim, a maioria das

simulações foi limitada a 400 passos de tempo, o que equivale, com o ∆t escolhido, a um

tempo adimensional total de 10 e 120.000 vórtices presentes na esteira ao final da

simulação. Este tempo total é suficiente para a avaliação dos coeficientes de força médios

(no tempo). A Tabela 7.1 resume os dados apresentados nesta seção que serão utilizados

em todas as simulações deste ponto em diante, exceto quando claramente identificado.

Tabela 7.1 – Parametros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 105

Incremento de tempo ∆t 0,025

Número de painéis N 300

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 400

7.3 Aerofólios Estudados

Devido à grande aplicação de aerofólios em diversos equipamentos da indústria em

geral, este tipo de corpo esbelto foi escolhido para as simulações deste trabalho. As

geometrias dos aerofólios empregados, o NACA 0012 e o NACA 4415, estão apresentadas

na Figura 7.3. O aerofólio NACA 0012 é simétrico com 12% de espessura, enquanto que o

aerofólio NACA 4415 é assimétrico, com 15% de espessura e 4% de curvatura máxima

localizada a 0,4c do bordo de ataque. A descrição detalhada das funções matemáticas que

definem o contorno dos aerofólios encontra-se no Apêndice B. A escolha de um aerofólio

simétrico e outro assimétrico permite avaliar melhor o desempenho do modelo numérico

desenvolvido neste trabalho para simular corpos aerodinâmicos em geral.

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Ao contrário do cilindro circular, o escoamento ao redor de um aerofólio depende

fortemente do ângulo de ataque, podendo apresentar padrões de escoamento totalmente

diferenciados para pequenas variações deste ângulo. Um fenômeno de particular interesse é

o “estol”, denominação utilizada quando ocorre a separação massiva da camada limite

sobre a superfície do aerofólio em uma região a montante do bordo de fuga, originando

escoamento reverso e desprendimento de vórtices. Como conseqüência, ocorre uma queda

no coeficiente de sustentação e um aumento significativo do coeficiente de arrasto. A

análise da região de “estol” é extremamente importante, pois neste ponto ocorre um valor

máximo do coeficiente de sustentação na região de baixo arrasto. Embora o coeficiente de

sustentação volte a crescer depois da região de “estol”, o coeficiente de arrasto cresce

significativamente, não sendo mais vantajoso trabalhar com aerofólios nesta situação.

Para cada um dos aerofólios estudados, simulações foram realizadas para diversos

ângulos de ataque, de forma a possibilitar a identificação da região de “estol” e demais

fenômenos físicos envolvidos. Cada simulação produz os seguintes resultados diretos do

programa: os coeficientes de arrasto e sustentação ao longo do tempo, os coeficientes de

pressão ao longo da superfície do aerofólio, as disposições da esteira para diversos

instantes de tempo e as linhas de corrente ao final de cada simulação. O modelo fornece

naturalmente o campo de velocidade em cada ponto do escoamento e em cada instante de

tempo, caso seja de interesse.

Devido à discretização do campo de vorticidade, os carregamentos sobre os

aerofólios sofrem flutuações no tempo significativas, sendo, portanto, avaliados por médias

temporais, para facilitar sua análise e comparação com outros resultados numéricos e

experimentais.

NACA 0012

NACA 4415

Figura 7.3 – Geometria dos aerofólios empregados nas simulações

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73

7.4 Camada Limite sobre um Aerofólio

Visando investigar o comportamento da camada limite sobre um aerofólio, foram

realizadas simulações utilizando o aerofólio NACA 0012, para ângulos de ataque de 0o e

10o e os parâmetros listados na seção anterior. O número de passos no tempo, foi reduzido,

pois não deseja-se capturar o caráter oscilatório da esteira, porém somente a formação da

camada limite. Portanto, com base em experimentação numérica foram utilizados 80

passos de tempo, correspondendo a um tempo adimensional t = 2,0.

A Figura 7.4, obtida a partir da simulação com ângulo de ataque nulo apresenta a

velocidade na direção X nas proximidades do aerofólio ao final da simulação. Como

esperado, a velocidade cresce a partir de um valor próximo de zero, até um valor

aproximadamente constante, correspondente à velocidade fora da camada limite. Nesta

mesma figura observa-se que foram escolhidas 10 regiões diferentes do aerofólio, 5 na

parte superior e 5 na parte inferior. Em cada uma destas regiões a velocidade é calculada

em um ponto de controle e em pontos com a mesma coordenada X que o ponto de controle.

Como este aerofólio é simétrico e a simulação foi feita com ângulo de ataque nulo, é

esperado um comportamento similar das regiões superior e inferior do aerofólio, para uma

mesma distância ao bordo de ataque.As Figuras 7.5a até 7.5e, apresentam o perfil de

velocidade mais detalhadamente para cada coordenada X.

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Figura 7.4 – Perfil de velocidade próxima ao aerofólio

(a) (b) (c) (e) (d)

0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

Superficie inferiorSuperficie superiorPerfil de Blasius

Figura 7.5 – Detalhe dos perfis de velocidade próximos ao aerofólio

(a) (b) (c)

(d) (e)

Perfil de Blasius Superfície superior Superfície inferior *

Y Y Y

Y Y

u u u

u u

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75

Os perfis de velocidade são apresentados juntamente com o perfil de velocidade de

camada limite laminar de Blasius para uma placa plana infinita e sem espessura

(SCHLICHTING & GERSTEN, 2000). Nas Figuras 7.5a e 7.5b, regiões mais próximas do

bordo de ataque, pode-se observar uma razoável concordância dos resultados, devido à fina

geometria do aerofólio. O valor da velocidade calculada fora da camada limite é maior que

o valor teórico de Blasius devido à espessura finita do aerofólio, que se contrapõe ao

resultado de Blasius, válido para uma placa plana sem espessura.

As Figuras 7.5c até 7.5e apresentam as demais regiões onde a camada limite foi

calculada. Nestas regiões, a comparação com o perfil de Blasius já não é mais válida, pois

a geometria do aerofólio provoca variações significativas no perfil de velocidades. Nas

últimas regiões (Figura 7.5e), é possível identificar a presença de escoamento reverso,

característica que indica o início do processo de separação da camada limite laminar em

simulações bidimensionais, (SCHLICHTING & GERSTEN, 2000). Este efeito é esperado

nas proximidades do bordo de fuga, devido à corda finita do aerofólio. Os demais perfis

indicam que a camada limite apresenta oscilações em seu perfil resultantes do mecanismo

oscilatório de desprendimento de vorticidade para a formação da esteira, tendo esses perfis

gradientes significativos de velocidade na direção perpendicular ao escoamento, mesmo

em regiões distantes do bordo de fuga do aerofólio. Os perfis de velocidade mostrados

sugerem a ocorrência de separação prematura do escoamento a montante do bordo de fuga,

mesmo em pequena intensidade. Este efeito é comum em simulações que utilizam o

Método de Vórtices, como observado por SPARLAT & LEONARD (1981) e LEWIS

(1991). As simulações realizadas tentam minimizar este efeito com a utilização de um

grande número de vórtices nascentes (N = 300), visando melhorar a discretização do

campo de vorticidade. Porém, ainda assim, observa-se uma tendência de aparecimento de

estruturas de vorticidade maiores que as visualizadas em experimentos.

As Figuras 7.6 e 7.7 apresentam o mesmo conjunto de resultados, porém para um

ângulo de ataque de 10o. Nestas figuras é possível notar como o perfil de velocidade na

região inferior do aerofólio permanece com comportamento similar ao perfil de camada

limite laminar de Blasius, enquanto que a parte superior apresenta perfis de velocidade

com grandes regiões de escoamento reverso, sugerindo separação intensa do escoamento.

As regiões inflexionais na camada limite provocam o surgimento de estruturas de

vorticidade, similares a instabilidades de Kelvin-Helmholtz (SILVEIRA NETO, 2004).

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Figura 7.6 – Perfil de velocidade próxima ao aerofólio

(a) (b) (c) (e) (d)

-0.5 0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

-0.5 0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

-0.5 0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

-0.5 0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

-0.5 0 0.5 10

0.005

0.01

0.015

0.02

0.025

u

Y

Superficie InferiorSuperficie SuperiorPerfil de Blasius

(a) (b) (c)

(d) (e)

Figura 7.7 – Detalhe dos perfis de velocidade próximos ao aerofólio

Perfil de Blasius Superfície superior Superfície inferior *

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77

7.5 Aerofólio NACA 0012

Conforme já mencionado, as simulações para o aerofólio NACA 0012 são de

grande valia para validação do código computacional e observação dos fenômenos físicos

em análise devido à abundância de resultados disponíveis na literatura para este aerofólio.

Utilizando os parâmetros numéricos apresentados na seção 7.2, foram realizadas

simulações para o perfil NACA 0012 com ângulo de ataque variando de 0 a 75o. As

simulações foram realizadas com intuito de observar o “estol” sobre o aerofólio e, por este

motivo, no intervalo de 0 a 20o onde experimentalmente é observado o “estol”, o

incremento do ângulo de ataque foi menor. A partir de α = 20o os incrementos foram

maiores. Devido à grande quantidade de casos simulados, a análise que se segue está

centralizada em apenas alguns valores do ângulo de ataque que são representativos dos

fenômenos físicos em estudo. Os resultados de todas as simulações realizadas com esses

parâmetros estão listados no Apêndice C.

Para ângulos de ataque baixos, inferiores a 10o, pode-se notar que, similarmente a

observações experimentais, as simulações geram um escoamento razoavelmente aderido à

superfície, com a formação de regiões de separação somente nas proximidades do bordo de

fuga do aerofólio. A Figura 7.8 exemplifica este tipo de comportamento, apresentando a

evolução temporal dos vórtices que modelam a camada limite e a esteira na simulação para

um ângulo de ataque de 6o. Através do retrato instantâneo da posição dos vórtices, pode-se

observar que a esteira formada é fina e com pequenas formações de pares de vórtices

responsáveis por pequenas oscilações temporais nos carregamentos sobre o aerofólio.

Como conseqüência, a distribuição de pressão sofre pequenas oscilações temporais. Os

gráficos apresentados na Figura 7.8 representam a média temporal do coeficiente de

pressão a cada unidade de tempo adimensional. Nesta mesma figura também é possível

observar o caráter oscilatório da nuvem de vórtices, sobretudo na região da esteira, que

aumenta suavemente à medida que o tempo evolui. A partir de t = 4,0 a esteira não é

apresentada por completo, para favorecer a visualização do escoamento nas proximidades

do aerofólio.

Os enrolamentos de vórtices em forma de cogumelo que se deslocam

significativamente na direção perpendicular ao escoamento, originando uma esteira mais

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78

espessa que o esperado, são supostamente oriundos da bidimensionalidade das simulações

utilizando Método de Vórtices, pela ausência de difusão na terceira dimensão.

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

t = 1,0

t = 4,0

t = 3,0

t = 5,0

t = 2,0

Figura 7.8 (a) – Esteira ao longo da simulação e coeficiente de pressão médio aolongo do aerofólio NACA 0012, de t = 1,0 até t=5,0, para =α 6o. Re = 1,7 x 105

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

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79

0 0.5 1-1

0

1

2

x

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

0 0.5 1-1

0

1

2

x

-cp

t = 6,0

t =10,0

t = 9,0

t = 8,0

t = 7,0

Figura 7.8 (b) – Esteira ao longo da simulação e coeficiente de pressão médio aolongo do aerofólio NACA 0012, de t = 6,0 até t=10, para =α 6o. Re = 1,7 x 105

X

-Cp

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

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80

Como o escoamento permanece razoavelmente aderido à superfície para o ângulo

de ataque de 6o, pode-se comparar a distribuição de pressão obtida na simulação com a

distribuição de pressão prevista por um modelo puramente potencial, obtido, neste caso,

via o Método dos Painéis com distribuição de vórtices lineares. A Figura 7.9 mostra uma

comparação da média temporal total da distribuição de pressão da simulação com o

modelo potencial. Como esperado, o pico de sucção no bordo de ataque é

significativamente reduzido, mas o comportamento global é semelhante, com uma menor

diferença de pressão ao longo do aerofólio, como esperado para um modelo viscoso.

O caráter oscilatório da esteira possui influência direta sobre o coeficiente de

sustentação, conforme pode ser visto na Figura 7.10. Neste caso, o coeficiente de

sustentação oscila em torno de um valor médio de cerca de 0,45, ligeiramente abaixo do

valor experimental de 0,56, apresentado em BLEVINS (1984) para o mesmo valor do

número de Reynolds. O coeficiente de arrasto, calculado apenas pela integração de

pressão, também é apresentado nesta mesma figura, apresentando porém, um valor de 0,05

muito maior que o obtido experimentalmente, que é da ordem de 0,01, segundo BLEVINS

(1984).

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioCp potencialContorno

Figura 7.9 – Comparação entre a distribuição de pressão média total (NACA0012, =α 6o , de t = 0 até 10), com o modelo potencial. Re = 1,7 x 105

-Cp

X

Cp Cp

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81

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

Para ângulos de ataque entre 10o e 16o, a formação de estruturas de vórtices sobre a

superfície superior aumentam gradativamente, como pode ser observado pelo gráfico de

linhas de corrente para o escoamento para cada ângulo de ataque apresentadas no Apêndice

C. Quando o ângulo de 18o é atingido, o descolamento ocorre muito próximo ao bordo de

ataque, provocando uma queda súbita da sustentação, ou seja, o “estol” do aerofólio. A

Figura 7.11 apresenta a evolução da simulação para este ângulo de ataque crítico. Neste

caso, a esteira já assume uma configuração mais espessa e com desprendimento de grandes

estruturas de vorticidade, apresentando uma configuração similar à esteira de corpos

rombudos. Nesta mesma figura, pode-se observar que a distribuição de pressão apresenta

um comportamento altamente não-permanente. Inicialmente, ocorre uma diminuição da

pressão da parte superior do aerofólio. Esta região de sucção é justamente onde se forma

um grande vórtice logo após o bordo de ataque, podendo-se observar sua movimentação

desde t = 1,0 até 3,0, quando o vórtice formado chega ao centro do aerofólio e deixa sua

superfície. Logo em seguida, novos vórtices são formados periodicamente e deixam a

superfície em torno do mesmo ponto, caracterizando assim uma separação significativa do

escoamento próximo ao bordo de ataque. Este descolamento leva a uma queda brusca do

coeficiente de sustentação, entre t = 5,0 e 7,0, como pode ser visto na Figura 7.12.

Figura 7.10 – Carregamentos ao longo do tempo para o aerofólioNACA 0012, =α 6o e Re = 1,7 x 105.

Cl Cd

t

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82

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

t = 3,0

t = 5,0

t = 2,0

Figura 7.11 (a) – Esteira ao longo da simulação e coeficiente de pressão médio aolongo do aerofólio NACA 0012, de t = 1,0 até t=5,0, para =α 18o. Re = 1,7 x 105

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

X

-Cp

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83

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

0 0.5 1-10123

x

-cp

t = 6,0

t =10,0

t = 9,0

t = 8,0

t = 7,0

Figura 7.11 (b) – Esteira ao longo da simulação e coeficiente de pressão médio aolongo do aerofólio NACA 0012, de t = 6,0 até t=10, para =α 18o. Re = 1,7 x 105

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

X

-Cp

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84

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

Para ângulos de ataque ainda maiores, o escoamento torna-se altamente instável,

apresentando grandes flutuações com o tempo nos valores dos coeficientes de arrasto e

sustentação e uma esteira cada vez mais espessa e de grande riqueza de escalas. Os

resultados para os ângulos de 20o, 25o, 30o, 45o, 60o e 75o, estão mostrados no Apêndice C.

O resultado para 90o está apresentado separadamente no Apêndice D, pois devido à

simetria inicial do escoamento, foi necessária uma simulação mais longa para ocorrer o

desprendimento alternado de vorticidade. Enquanto que o coeficiente de sustentação oscila

em torno de zero, o coeficiente de arrasto médio temporal, a partir do início do

desprendimento alternado de vorticidade (t = 30) cresce significativamente. Este resultado

não é apresentado com os anteriores, pois utiliza parâmetros numéricos diferentes.

Com a finalidade de comparar os resultados obtidos com os resultados

experimentais, foi calculado, para cada ângulo de ataque, os coeficientes de arrasto e

sustentação médios entre t = 5,0 e t = 10,0, onde supôs-se que o transiente numérico e as

acomodações iniciais do escoamento já teriam terminado. Os resultados para Reynolds

1,7 x 105 para toda a faixa de simulação estão apresentados na Figura 7.13. A Figura 7.13a

está apresentado o coeficiente de sustentação e a Figura 7.13b, o coeficiente de arrasto.

Figura 7.12 – Carregamentos ao longo do tempo para o aerofólioNACA 0012, =α 18o e Re = 1,7 x 105.

Cl Cd

t

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85

Juntamente com os resultados numéricos, estão apresentados os resultados experimentais

de CRITZOS et al. (1954), obtidos de LEWIS (1991) e HOERNER & BORST (1985).

Nestas figuras é notável a concordância qualitativa de ambos os resultados com os

experimentos.

α

dC

Figura 7.13 (b) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede arrasto em função do ângulo de ataque para o aerofólio NACA 0012.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

CRITZOS et al. (1954) - Re=1,8e06

Resultados - Re=1,7e05

dC

α

0

0,5

1

1,5

2

2,5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

CRITZOS et al. (1954) - Re=1,8e06Resultados - Re=1,7e05

Figura 7.13 (a) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede sustentação em função do ângulo de ataque para o aerofólio NACA 0012.

α

lC

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86

Conforme já mencionado, existe um particular interesse na região de “estol” do aerofólio e,

por este motivo, são apresentados nas Figuras 7.14a e 7.14b os coeficientes de sustentação

e arrasto respectivamente, para a faixa de 0 a 20o, comparados agora com outros resultados

experimentais e inclusive com os resultados numéricos de AKBARI & PRICE (2003) para

Re = 104, que também empregam o Método dos Vórtices Discretos. Os presentes

resultados mostram uma melhora significativa no que tange ao coeficiente de sustentação.

Na Figura 7.14a os coeficientes de sustentação experimentais são apresentados para Re =

1,7 x 105 (BLEVINS, 1984) e Re = 3,0 x 106 (ABBOT & VON DOEHOFF, 1951). O valor

encontrado para o ângulo de sustentação máxima foi 16o com coeficiente de sustentação

correspondente de 1,15. A forte dependência do coeficiente de sustentação máximo com o

número de Reynolds não foi capturado nas simulações, inclusive o ângulo de “estol”

encontrado foi mais próximo ao valor correspondente a Reynolds 3,0 x 106 do que do

próprio valor correspondente a 1,7 x 105. Este fato se deve provavelmente às deficiências

do modelo de difusão de vorticidade pelo Método do Avanço Randômico, que se aproxima

da equação de difusão quanto maior for o número de Reynolds. Algumas simulações para

Reynolds de 1,7 x 106 estão listadas no Apêndice E, porém não demonstraram grandes

variações em relação aos demais resultados.

Em uma comparação quantitativa dos valores de arrasto e sustentação observa-se

que os valores de sustentação tendem a ser mais baixos que os experimentais, enquanto

que os valores de arrasto muito mais altos. O valor excessivamente alto do coeficiente de

arrasto e os baixos valores de sustentação originam-se principalmente da discretização do

campo de vorticidade, que na realidade é contínuo. Esta discretização provoca

instabilidades na esteira que, dependendo de sua escala, o modelo não é capaz de dissipá-

las por ação da viscosidade. Sendo assim, a esteira tende a ser mais espessa que o

observado experimentalmente, ocasionando um alto arrasto e reduzindo a sustentação. Os

efeitos turbulentos presentes no escoamento da esteira do corpo, que afetam o escoamento

da camada limite devem ser modelados em suas pequenas escalas ou caputurados na

simulação através do aumento do número de vórtices presentes na esteira e na própria

camada limite.

Após a região de “estol”, os carregamentos possuem um comportamento muito

instável e oscilam fortemente, sem apresentar um valor médio bem definido. Os valores

apresentados na Figura 7.13a foram calculados da mesma forma que os demais da região

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antes do “estol”, porém seria adequado simular para tempos mais longos, buscando um

comportamento periódico mais bem definido para os carregamentos. Todavia, a simulação

de tempos ainda mais longos torna-se proibitiva do ponto de vista de custo computacional.

Um teste realizado para =α 20o é apresentado no Apêndice F, mostrando que o coeficiente

de sustentação tem uma tendência de decrescer ainda mais para tempos mais longos,

ficando seu valor médio mais próximo dos experimentais.

Figura 7.14 (a) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede sustentação na região de “estol” para o aerofólio NACA 0012.

α

Figura 7.14 (b) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede arrasto na região de “estol” para o aerofólio NACA 0012.

α

dC

lC

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

0 5 10 15 20

BLEVINS (1984) - Re=1,7e05ABBOT & VON DOEHOFF (1951) - Re=3,0e06AKBARI & PRICE (2003) - Re = 1,0e04Resultados - Re=1,7e05

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

BLEVINS (1984) - Re=1,7e05ABBOT & VON DOEHOFF (1951) - Re=3,0e06AKBARI & PRICE (2003) - Re = 1,0e04Resultados - Re=1,7e05

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88

7.6 Aerofólio NACA 4415

Utilizando novamente os parâmetros descritos na seção 7.2, o escoamento ao redor

do aerofólio NACA 4415 foi simulado para diversos ângulos de ataque e Re = 1,7 x 105.

Este aerofólio foi escolhido devido à sua geometria com curvatura e sua similaridade com

aerofólios utilizados atualmente em aplicações comerciais. Este tipo de aerofólio foi

utilizado nos primeiros projetos de turbinas eólicas (MANWELL et al., 2001). Sua

curvatura lhe confere um “estol” mais suave, mesmo para altos valores do número de

Reynolds, pois a curvatura no bordo de ataque faz com que o escoamento, mesmo com

ângulo de ataque maior que zero, encontre uma geometria um pouco mais alinhada com

sua direção na parte dianteira do aerofólio.

Como esperado a geometria do aerofólio provoca uma assimetria do escoamento

mesmo com ângulo de ataque nulo, gerando uma força de sustentação positiva, conforme

pode ser visto na Figura 7.15. Os resultados gráficos para a posição dos vórtices na esteira

no último instante de tempo, para as linhas de corrente, distribuição de pressão e

carregamentos estão listados no Apêndice G para cada ângulo de ataque. No Apêndice G

estão todos os resultados, inclusive para ângulos após o “estol”, que não são apresentados

para comparação nesta seção devido à escassez de resultados experimentais disponíveis na

literatura. Além disso, não foram realizadas simulações com ângulos de ataque maiores

que 20o para este aerofólio, devido ao interesse de se determinar a região de “estol” apenas.

Um resumo dos resultados obtidos que compara os coeficientes de arrasto e

sustentação médios das simulações com os resultados experimentais é apresentado nas

Figuras 7.16a e b. No âmbito de avaliação global do modelo, as informações obtidas por

estes resultados são bem similares ao aerofólio anterior. O ângulo de “estol” é previsto

com boa precisão, o coeficiente de sustentação situa-se ligeiramente abaixo dos valores

Figura 7.15– Esteira ao final da simulação para um aerofólio NACA 4415 comângulo de ataque nulo e Re = 1,7 x 105.

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experimentais de um valor de aproximadamente 0,2 , enquanto que o arrasto é muito mais

alto que o obtido nos experimentos.

Figura 7.16 (b) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede arrasto na região de “estol” para o aerofólio NACA 4415.

α

dC

0,0

0,1

0,1

0,2

0,2

0,3

0,3

0,4

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

ABBOT & VON DOEHOFF (1951) - Re=3,0e06

Resultados (Re = 1,7e05)

Figura 7.16 (a) – Comparação com resultados experimentais do coeficientede arrasto na região de “estol” para o aerofólio NACA 4415.

α

lC

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18

ABBOT & VON DOEHOFF (1951) - Re=3,0e06

Resultados (Re = 1,7e05)

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90

7.7 Outros Aerofólios

O programa desenvolvido pode ser aplicado facilmente para outros tipos de

aerofólios, sobretudo da família NACA de 4 dígitos, para os quais rotinas já estão

implementadas e geram a geometria desejada sem necessidade de alterações no programa.

A família NACA de 5 dígitos, outros aerofólios e outras geometrias também podem

ser simulados com pequenas alterações no programa FORTRAN desenvolvido. Porém,

cuidados especiais devem ser tomados no caso de geometrias com superfícies muito finas,

onde os pontos de controle dos painéis no bordo de fuga, principalmente, encontram-se

muito próximos uns dos outros. O perfil NACA 63-415, por exemplo, possui o bordo de

fuga extremamente fino, conforme a Figura 7.17 ilustra. Por este motivo, a simulação deste

aerofólio apresenta erros numéricos no cálculo do campo de velocidade nesta região.

Nestes casos, são necessários tratamentos numéricos especiais, tais como a correção da

diagonal oposta do sistema ou um grande refinamento dos painéis nesta região.

Figura 7.17 – Detalhe do bordo de fuga do aerofólio NACA 63-415

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91

CAPÍTULO 8: CONCLUSÕES

O presente trabalho apresenta um algoritmo numérico que emprega o Método de

Vórtices Discretos associado ao Método dos Painéis com correções para a simulação

numérica do escoamento incompressível, bidimensional, não permanente e de alto número

de Reynolds ao redor de aerofólios da família NACA. Dois aerofólios são estudados em

detalhe: NACA 0012 e NACA 4415. A vorticidade do escoamento é modelada como uma

nuvem de vórtices discretos, cujo movimento é calculado através da abordagem

lagrangiana a cada passo de tempo, de acordo com os processos de convecção e difusão

locais de vorticidade.

Na implementação do Método de Vórtices Discretos, utiliza-se o Método do

Avanço Randômico, para simular a difusão de vorticidade do escoamento, e o esquema de

Adams-Bashforth de segunda ordem, para o avanço temporal convectivo dos vórtices na

nuvem. As distribuições de vorticidade na superfície do corpo são calculadas de tal forma a

satisfazer à condição de impenetrabilidade e à conservação de circulação. A cada passo de

tempo são liberados novos vórtices na vizinhança da superfície do aerofólio, que

deslocam-se por ação dos efeitos de difusão e convecção, configurando a camada limite do

corpo e a esteira que se forma à jusante.

O Método de Vórtices Discretos associado ao Método dos Painéis com correções

mostrou-se capaz de descrever escoamentos qualitativamente complexos com alto número

de Reynolds ao redor de aerofólios. Conforme os resultados obtidos, foi possível

identificar características de comportamento do escoamento simulado semelhantes às

observações experimentais e demais resultados numéricos disponíveis na literatura

científica.

O comportamento particular do escoamento ao redor de aerofólios em função do

ângulo de ataque, principalmente quanto à evolução do coeficiente de sustentação, foi

capturado com sucesso nas simulações. Os resultados numéricos obtidos, em comparação

com os resultados de AKBARI & PRICE (2003) para o perfil NACA 0012, mostra uma

melhora significativa no cálculo do coeficiente de sustentação em função do ângulo de

ataque, quando comparados a resultados experimentais. Embora o número de Reynolds

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92

utilizado neste trabalho tenha sido da ordem de 105 e os resultados de AKBARI & PRICE

(2003) sejam para o número de Reynolds de 104, a melhora é representativa principalmente

na região de baixo ângulo de ataque, onde o coeficiente de sustentação praticamente

independe do valor do número de Reynolds. O ângulo de sustentação máxima, onde se

inicia o “estol” sobre o aerofólio, foi previsto com boa concordância para os aerofólios

escolhidos.

A qualidade dos resultados comprova a superioridade do modelo de singularidades

tipo vórtice de distribuição linear em comparação coma distribuição constante, para o

Método dos Painéis, descrevendo satisfatoriamente o campo de velocidade ao redor do

aerofólio. Esta modelagem implica em uma formulação que inclui uma equação de

conservação de circulação e não gera um sistema de equações algébricas lineares sobre-

determinado. O sistema gerado pode, portanto, ser resolvido com maior rapidez e menores

erros numéricos.

As simulações para o aerofólio NACA 0012 mostram um grande conjunto de

resultados que cobrem toda a faixa de ângulos de ataque, desde 0 até 90o, mostrando desde

os escoamentos aderidos à superfície, com baixo ângulo de ataque, passando pela região de

“estol” e seguindo para complexos escoamentos completamente descolados, que

apresentam a formação de grandes estruturas de vorticidade.

Os resultados para o coeficiente de arrasto fornecem valores superestimados em

relação aos dados experimentais utilizados para comparação. As discrepâncias observadas

podem ser atribuídas a discretização e dinâmica da vorticidade na camada limite, que

necessita de um número maior de vórtices para melhor representação. Conforme observado

nos resultados obtidos, mesmo com o número elevado de vórtices utilizado, existe uma

tendência à separação prematura da camada limite sobre os aerofólios.

As simulações realizadas indicam que o modelo numérico desenvolvido possui

resultados tão melhores, quão maior for o número de vórtices gerados a cada passo de

tempo. A distância de geração dos vórtices possui grande influência na simulação. Os

resultados obtidos indicam que os coeficientes de arrasto e sustentação se aproximam dos

valores experimentais quando esta distância decresce, porém existe um limite inferior

numérico quando a simulação torna-se instável e desprovida de significado físico. O

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93

incremento de tempo deve ser mantido o mais baixo possível, porém a redução do ∆t a

valores abaixo do utilizado (0,025) requer tempos de simulação muito grandes para o

mesmo tempo adimensional total final.

Os gráficos das linhas de corrente, apresentado em regiões próximas do aerofólio,

corroboram a conclusão de que a Física do escoamento está sendo adequadamente

representada pelo modelo numérico.

As simulações para o aerofólio NACA 4415 foram realizadas apenas até se

observar a ocorrência do “estol”, descrevendo o escoamento para esta geometria

essencialmente com a mesma precisão observada para o aerofólio NACA 0012. Este

aerofólio possui curvatura não nula e maior espessura que o anterior, e, por este motivo, é

de análise mais limitada quando utilizados os métodos puramente potenciais.

Conforme observado neste trabalho, e comentado por GUEDES (2003) e MUSTTO

(2004), as limitações da utilização do Método dos Vórtices Discretos são: o grande esforço

computacional envolvido, quando se calcula as velocidades induzidas pelos vórtices na

nuvem através da Lei de Biot-Savart; a dificuldade, mas não impossibilidade, de aplicação

para escoamento tridimensionais; as complicações práticas para modelagem de

escoamentos internos, pois o escoamento requer uma modelagem da vorticidade em todo o

domínio fluido, o que implica em um número de vórtices muito grande no escoamento; e,

principalmente, a grande dependência da qualidade das simulações com os parâmetros

numéricos escolhidos.

Por outro lado, o Método possui grandes vantagens, podendo-se destacar: não é

necessário dividir a região fluida em uma malha computacional, o que elimina todos os

problemas inerentes à geração de malha; a satisfação das condições de contorno com maior

precisão em regiões distantes do corpo; e a simulação do escoamento somente nas regiões

rotacionais, onde a viscosidade efetivamente atua.

Como sugestão para melhorias futuras no modelo, pode-se incluir uma modelagem

de turbulência específica, a exemplo do modelo utilizado por MUSTTO (2004), caso o

objetivo seja simular aerofólios com valores do número de Reynolds maior que 106, onde

geralmente ocorre transição da camada limite. A utilização do esquema de multipolos para

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94

acelerar o algoritmo na etapa convectiva, onde ocorre o cálculo das velocidades induzidas

pela nuvem de vórtices, possibilita simular tempos maiores com um número de vórtices

maior no escoamento.

Outros aspectos da modelagem também oferecem oportunidade para melhoria, as

singularidades distribuídas sobre os painéis por exemplo, podem incluir fontes, de forma

que as condições de impenetrabilidade e aderência possam ser explicitamente empregadas.

Além disso, formulações mais recentes para o cálculo dos carregamentos ao redor do

corpo, tal como em SHINTANI & AKAMATSU (1994), podem reduzir significativamente

as oscilações numéricas dos coeficientes de arrasto e sustentação, de forma que as médias

obtidas podem ser mais representativas.

Um estudo mais detalhado dos parâmetros numéricos é necessário, sobretudo da

distância de geração de vórtices e do raio do núcleo, tendo em vista a grande dependência

que as simulações apresentam desses parâmetros. A substituição do modelo de Avanço

Randômico para a difusão de vorticidade por um modelo determinístico e adequado

também para Reynolds mais baixos, tal como o Método de Redistribuição de Vorticidade,

pode melhorar significativamente a precisão do cálculo do coeficiente de sustentação

máximo para diferentes números de Reynolds.

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REFERÊNCIAS

ABBOTT, I. H. & VON DOENHOFF, A., 1959, Theory of wing sections, Dover

Publications, New York.

AKBARI, M. H. & PRICE, S. J., 2003, “Simulation of Dynamic Stall For a NACA

0012 Airfoil Using a Vortex Method”, Journal of Fluids and Structures, v. 17, pp. 855-874.

ALCÂNTARA PEREIRA, L. A., 1999, “Simulação Numérica do Escoamento em

Torno de um Corpo de Forma Arbitrária Utilizando o Método de Vórtice Discretos”, Tese

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105

APÊNDICE A

SINGULARIDADES DE ORDEM SUPERIOR

NO MÉTODO DOS PAINÉIS

Como enfatizado, a modelagem desenvolvida neste trabalho utiliza o Método de

Painéis com distribuição de vorticidade linear sobre os painéis acoplado ao Método de

Vórtices para a simulação do escoamento ao redor de um aerofólio. Entretanto, vale

ressaltar que singularidades de ordem superior também podem ser utilizadas.

Para complementar a análise relativa ao Método dos Painéis, a Tabela A.1 apresenta o

potencial de velocidade e as componentes de velocidades nas direções x e z, no sistema de

coordenadas do painel, para diversos tipos de singularidades que podem ser empregados na

análise do escoamento em questão, da distribuição constante até a distribuição quadrática.

Estas expressões utilizam algumas variáveis auxiliares r1, r2, 1 2,θ θ , apresentadas na Figura

3.4b e dadas pelas expressões (3.10a,b) e (3.11a,b). Como pode ser claramente visto, a

utilização de distribuições de ordem superior, como a quadrática, aumenta em muito a

complexidade da formulação. Modelos mais elaborados como esse não necessariamente

correspondem ao melhor custo benefício para a simulação numérica do escoamento.

As vantagens e desvantagens da aplicação de cada um destes modelos pode ser vista

em PEREIRA et al. , (2004) e PEREIRA & BODSTEIN, (2004).

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106

Ele

men

to

Constante

( ) 0xλ λ=

Linear

( ) 0 1x xλ λ λ= +

Quadrática

( ) 20 1 2x x xλ λ λ λ= + +

Font

e

( ) ( )

( )

01 1 2 2

2 1

[ ln ln2

]

x x r x x r

z

σφπ

θ θ

= − − − +

+ −

0 2

1

ln2

rur

σπ

= −

( )02 12

w σ θ θπ

= −

( ) ( )( ) ( )

2 2 2 2 2 211 1 2 2

2 1 2 1

[ ln ln4

2 ]

x x z r x x z r

xz x x x

σφπ

θ θ

= − − − − − +

+ − − −

( ) ( )1 22 1 2 1

1

ln2

ru z x x xr

σ θ θπ

= − − − −

( )1 22 1

1

ln2

rw z xr

σ θ θπ

= + −

( )( ) ( )( )( )

( )

2 2 2 221 2 1 2

2 2 3 22 1 2 2

23 2 2 2 21 1 2

1

[212

+2 3 log

log 9 log ]

x z x x x x x

z x z x r

rx r x x zr

σφπ

θ θ

= − − + − +

− − + +

− − −

( ) ( )

( )

2 221 2 1 2 2 1

22 2 2

21

[2 44

log ]

u x x x x x xz

rx zr

σ θ θπ

= − + − + − +

− −

( )( ) ( )2

2 22 22 1 2 1 2

1

[ log ]2

rw x z z x x xz

θ θπ

= − − + − +

Dip

olo

( )02 12

µφ θ θπ

= − −

02 2

1 22z zur r

µπ

= − −

0 1 22 2

1 22x x x xw

r rµπ

− −= −

( )1 22 1

1

ln2

rz xr

µφ θ θπ

= − + −

( )1 2 12 1 2 2

2 12x xu zr r

µ θ θπ

= − − − −

( ) ( )2 22 11 22 2

1 2 1

ln2

x x x z x x x zrwr r r

µπ

− + − += − + −

( ) ( )( )2

2 22 21 2 2 1 2

1

log2

rz x x x z xr

µφ θ θπ

= − − − − −

( )2 2 2

2 2 1 22 12 2 2

2 1 1

log 22

x x ru z xr r r

µ θ θπ

= − − − −

( ) ( ) ( )

( )

2 21 1 2 22

1 2 2 21 2

22

2 1 21

[22

2 log ]

x x x x x xw x x

r r

rz xr

µπ

θ θ

− −= − + − +

+ − −

Vór

tice

( ) ( )01 1 2 2[ ln

2rx x x x zγφ θ θ

π= − − − − −

( )02 12

u γ θ θπ

= −

0 2

1

ln2

rwr

γπ

=

( )2 2 2

1 2 22 1 2

12 2 2

11

[ ln2 2 2

]2

r x x zzxz x xr

x x z

γφ θπ

θ

− −= + − + +

− −−

( )1 22 1

1

ln2

ru x zr

γ θ θπ

= − +

( ) ( )1 22 1 2 1

1

ln2

rw x x z xr

γ θ θπ

= − − − +

( ) ( )

( )( ) ( )

2 2 3 322 1 2 1 1 1 2 2

22 2 2 2 2

2 1 21

[4 2 212

+2 3 3 log ]

xz x x z x x x x

rx x z z x zr

γφ θ θπ

θ θ

= − + − + − +

− − + −

( )( ) ( )2

2 22 22 1 2 1 2

1

log12

ru x z z x x xzr

γ θ θπ

= − − + − +

Tabela A.1 – Tipos de distribuições de singularidades.

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107

APÊNDICE B

GEOMETRIA DE AEROFÓLIOS NACA DE 4 DÍGITOS

Através de um trabalho experimental e de mapeamento dos perfis mais comumente

utilizados, o NACA, antigamente um setor da NASA, desenvolveu vários perfis com

nomenclatura específica. A nomenclatura consta em uma série de 4, 5 ou 6 dígitos

representado as propriedades do aerofólio. As propriedades geométricas de um aerofólio

estão representadas na Figura B.1.

Figura B.1 – Parâmetros geométricos de um aerofólio NACA de 4 dígitos e curvas da linha média de curvatura e contorno. (ABBOT & VON DOEHOFF, 1959)

x

z

x=0 (bordo de ataque)

x=c (bordo de fuga)

corda c

linha da corda

linha média de curvatura

curvatura máxima (m)

espessura máxima (t)

Raio do bordo de ataque (rt)

posição x da espessura

máxima (p)

posição x da curvatura máxima

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108

As equações utilizadas para calcular a linha média de curvatura e a distribuição de

espessura estão representadas na Tabela B.1. Para calcular o contorno do aerofólio, basta

adicionar estas duas contribuições.

Tabela B.1 - Equações para Determinar a geometria do aerofólio

Para a série de 4 dígitos, basta analisar os dígitos do perfil conforme a ilustrado na

Figura B.2 e substiruir os valores de p e m correspondentes das equações da tabela B.1.

.

Espessura máxima (100 x t )

posição x da curvatura máxima ( 10 x p )

Curvatura máxima ( 100 x m )

NACA X1 X2 X3 X4

Figura B.2 – Nomenclatura NACA de 4 dígitos

Linha Média de Curvatura

( ) ( )2

21 2 xpxpmxy −= 0 ≤ x ≤ p

( ) ( ) ( )2

22 2211

xpxpp

mxy −+−−

= p < x ≤ 1

Contorno do Aerofólio

( ) ( )432 10150,028430,035160,012600,029690,02,0

xxxxxtxyt −+−−±=

Raio do Bordo de Ataque

rt = 1,1019 t2

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109

APÊNDICE C

RESULTADOS PARA O AEROFÓLIO NACA 0012

COM REYNOLDS = 1,7 X 105

Os resultados aqui apresentados consistem nas simulações numéricas para o

aerofólio NACA0012, com parâmetros definidos através da Tabela C.1. As simulações

foram todas realizadas com esquema de difusão de Avanço Randômico com a mesma

semente, esquema de Adams-Bashforth de segunda ordem para o avanço temporal e

reflexão dos vórtices que penetram no corpo. Os resultados listados compreendem as

seguintes figuras para cada ângulo de ataque estudado:

• Posição final da nuvem de vórtices ao final da simulação, ou seja, a esteira do

aerofólio;

• Linhas de corrente em uma região próxima do aerofólio, também ao final da

simulação. A proximidade das linhas de corrente não representa necessariamente

maiores velocidades, pois algumas regiões possuem linhas mais próximas apenas

para aumentar a resolução da visualização;

• Distribuição de pressão média sobre o aerofólio calculada ao longo de toda

simulação;

• Carregamentos de arrasto e sustentação ao longo do tempo.

Tabela C.1 – Parâmetros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 105

Incremento de tempo ∆t 0,025

Número de painéis N 300

Número de sub-painéis Nsub 5

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 400

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110NACA 0012 - =α 0o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.1 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.2 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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111

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 0o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.3 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.4 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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112

NACA 0012 - =α 2o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.5 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.6 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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113

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 2o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.7 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.8 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

Cl Cd

Cp médio Contorno

-Cp

X

t

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114

NACA 0012 - =α 4o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.9 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.10 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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115

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 4o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.11 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.12 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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116

NACA 0012 - =α 6o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.13 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.14 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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117

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 6o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.15 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.16 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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118

NACA 0012 - =α 8o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.17 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.18 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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119

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 8o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.19 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.20 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

Cl Cd

Cp médio Contorno

-Cp

X

t

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120NACA 0012 - =α 10o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.21 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.22 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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121

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 10o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.23 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.24 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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122

NACA 0012 - =α 12o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.25 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.26 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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123

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 12o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.27 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.28 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

Cl Cd

Cp médio Contorno

-Cp

X

t

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124

NACA 0012 - =α 14o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.29 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.30 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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125

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 14o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.31 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.32 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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126

NACA 0012 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.33 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.34 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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127

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.35 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.36 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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128

NACA 0012 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.37 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.38 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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129

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 0012 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.39 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.40 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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130

NACA 0012 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.41 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.42 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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131

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.43 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.44 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cl Cd

Cp médio Contorno

X

t

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132

NACA 0012 - =α 25o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.45 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.46 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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133

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 25o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.47 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.48 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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134

NACA 0012 - =α 30o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.49 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.50 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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135

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 30o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.51 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.52 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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136NACA 0012 - =α 45o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.53 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.54 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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137

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 45o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.55 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.56 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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138NACA 0012 - =α 60o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.57 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.58 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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139

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

0

1

2

3

4

5

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

1

2

3

4

5

6

t

ClCd

NACA 0012 - =α 60o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.59 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.60 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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140

NACA 0012 - =α 75o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.61 – Esteira ao final da simulação.

Figura C.62 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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141

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

0

1

2

3

4

5

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

1

2

3

4

5

6

t

ClCd

NACA 0012 - =α 75o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura C.63 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura C.64 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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142

APÊNDICE D

RESULTADOS PARA O AEROFÓLIO NACA0012

COM REYNOLDS = 1,7 X 105 E ÂNGULO DE ATAQUE 90O

O resultado deste apêndice é para o aerofólio NACA0012, com parâmetros

definidos através da Tabela D.1. Para o ângulo de ataque de 90o foi necessário um

tratamento especial, requerendo uma simulação de um tempo maior, até que fosse

identificado o caráter oscilatório da esteira, similar ao comportamento de um corpo

rombudo. Como o tempo computacional tornava-se muito elevado, foi necessário também

aumentar o valor do incremento de tempo. A simulação foi realizada com esquema de

difusão de Avanço Randômico, esquema de Adams-Bashforth de segunda ordem para o

avanço temporal e reflexão dos vórtices que penetram no corpo.

Tabela D.1 – Parâmetros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 106

Incremento de tempo ∆t 0,05

Número de painéis N 300

Número de sub-painéis Nsub 5

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 800

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143

Figura D.1 – Esteira ao final da simulação. Figura D.2 – Linhas de corrente ao final da simulação.

NACA 0012 - =α 90o

Reynolds = 1,7 x 105

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144

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-2

-1

0

1

2

3

4

5

X

-cp

Cp medioContorno

0 5 10 15 20 25 30 35

-1

0

1

2

3

4

5

t

ClCd

NACA 0012 - =α 90o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura D.3 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura D.4 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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145

APÊNDICE E

RESULTADOS PARA O AEROFÓLIO NACA0012

COM REYNOLDS = 1,7 X 106

Os resultados aqui apresentados consistem nas simulações numéricas para o

aerofólio NACA0012, com parâmetros definidos através da Tabela E.1. As simulações

foram todas realizadas com esquema de difusão de Avanço Randômico com a mesma

semente, esquema de Adams-Bashforth de segunda ordem para o avanço temporal e

reflexão dos vórtices que penetram no corpo. Os resultados listados compreendem as

seguintes figuras para cada ângulo de ataque estudado:

• Posição final da nuvem de vórtices ao final da simulação, ou seja, a esteira do

aerofólio;

• Linhas de corrente em uma região próxima do aerofólio, também ao final da

simulação. A proximidade das linhas de corrente não representa necessariamente

maiores velocidades, pois algumas regiões possuem linhas mais próximas apenas

para aumentar a resolução da visualização;

• Distribuição de pressão média sobre o aerofólio calculada ao longo de toda

simulação;

• Carregamentos de arrasto e sustentação ao longo do tempo.

Tabela E.1 – Parâmetros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 106

Incremento de tempo ∆t 0,025

Número de painéis N 300

Número de sub-painéis Nsub 5

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 400

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146NACA 0012 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 106

Figura E.1 – Esteira ao final da simulação.

Figura E.2 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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147

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 106

Figura E.3 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura E.4 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

Page 161: MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/1146/pemufrj2005... · COPPE/UFRJ, os quais exibiram ... agradeço aos Engenheiros

148NACA 0012 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 106

Figura E.5 – Esteira ao final da simulação.

Figura E.6 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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149

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 106

Figura E.7 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura E.8 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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150

APÊNDICE F

RESULTADO PARA O AEROFÓLIO NACA0012 COM REYNOLDS =

1,7 X 105 E TEMPO FINAL DE SIMULAÇÃO MAIS LONGO

Os resultados aqui apresentados consistem nas simulações numéricas para o

aerofólio NACA0012, com parâmetros definidos através da Tabela F.1. A simulação foi

realizada com esquema de difusão de Avanço Randômico, esquema de Adams-Bashforth

de segunda ordem para o avanço temporal, reflexão dos vórtices que penetram no corpo e

um número maior de passos de tempo que o utilizado anteriormente. Os resultados listados

consistem nas seguintes figuras:

• Posição final da nuvem de vórtices ao final da simulação, ou seja, a esteira do

aerofólio;

• Linhas de corrente em uma região próxima do aerofólio, também ao final da

simulação. A proximidade das linhas de corrente não representa necessariamente

maiores velocidades, pois algumas regiões possuem linhas mais próximas apenas

para aumentar a resolução da visualização;

• Distribuição de pressão média sobre o aerofólio calculada ao longo de toda

simulação;

• Carregamentos de arrasto e sustentação ao longo do tempo.

Tabela F.1 – Parâmetros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 105

Incremento de tempo ∆t 0,025

Número de painéis N 300

Número de sub-painéis Nsub 5

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 600

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151NACA 0012 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura F.1 – Esteira ao final da simulação.

Figura F.2 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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152

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 2 4 6 8 10 12 14

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 0012 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura F.3 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura F.4 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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153

APÊNDICE G

RESULTADOS PARA O AEROFÓLIO NACA 4415

COM REYNOLDS = 1,7 X 105

Os resultados aqui apresentados consistem nas simulações numéricas para o

aerofólio NACA4415, com parâmetros definidos através da Tabela G.1. As simulações

foram todas realizadas com esquema de difusão de Avanço Randômico com a mesma

semente, esquema de Adams-Bashforth de segunda ordem para o avanço temporal e

reflexão dos vórtices que penetram no corpo. Os resultados listados compreendem as

seguintes figuras para cada ângulo de ataque estudado:

• Posição final da nuvem de vórtices ao final da simulação, ou seja, a esteira do

aerofólio;

• Linhas de corrente em uma região próxima do aerofólio, também ao final da

simulação. A proximidade das linhas de corrente não representa necessariamente

maiores velocidades, pois algumas regiões possuem linhas mais próximas apenas

para aumentar a resolução da visualização;

• Distribuição de pressão média sobre o aerofólio calculada ao longo de toda

simulação;

• Carregamentos de arrasto e sustentação ao longo do tempo.

Tabela F.1 – Parâmetros Numéricos Empregados

Parâmetro Símbolo Valor Empregado

Número de Reynolds Re 1,7 x 105

Incremento de tempo ∆t 0,025

Número de painéis N 300

Número de sub-painéis Nsub 5

Distância de geração ε 0,005

Raio do núcleo dos vórtices σ0 0,005

Número de Passos no tempo NT 400

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154NACA 4415 - =α 0o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.1 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.2 – Linhas de corrente ao final da simulação.

Page 168: MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/1146/pemufrj2005... · COPPE/UFRJ, os quais exibiram ... agradeço aos Engenheiros

155

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 0o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.3 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.4 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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156NACA 4415 - =α 2o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.5 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.6 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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157

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 2o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.7 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.8 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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158NACA 4415 - =α 4o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.9 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.10 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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159

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 4o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.11 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.12 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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160

NACA 4415 - =α 6o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.13 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.14 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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161

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 6o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.15 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.16 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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162NACA 4415 - =α 8o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.17 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.18 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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163

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 8o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.19 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.20 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

Page 177: MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/1146/pemufrj2005... · COPPE/UFRJ, os quais exibiram ... agradeço aos Engenheiros

164

NACA 4415 - =α 10o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura F.21 – Esteira ao final da simulação.

Figura F.22 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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165

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 10o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.23 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.24 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

Page 179: MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/1146/pemufrj2005... · COPPE/UFRJ, os quais exibiram ... agradeço aos Engenheiros

166

NACA 4415 - =α 12o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.25 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.26 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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167

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 12o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.27 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.28 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

Page 181: MÉTODO DE VÓRTICES ASSOCIADO AO MÉTODO DOS …w2.files.scire.net.br/atrio/ufrj-pem_upl/THESIS/1146/pemufrj2005... · COPPE/UFRJ, os quais exibiram ... agradeço aos Engenheiros

168

NACA 4415 - =α 14o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.29 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.30 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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169

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 14o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.31 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.32 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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170

NACA 4415 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.33 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.34 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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171

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9-0.2

0

0.2

0.4

0.6

0.8

1

1.2

1.4

1.6

1.8

t

ClCd

NACA 4415 - =α 16o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.35 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.36 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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172

NACA 4415 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.37 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.38 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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173

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 4415 - =α 18o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.39 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.40 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t

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174

NACA 4415 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.41 – Esteira ao final da simulação.

Figura G.42 – Linhas de corrente ao final da simulação.

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175

0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1-1

-0.5

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

X

-cp

Cp medioContorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

t

ClCd

NACA 4415 - =α 20o

Reynolds = 1,7 x 105

Figura G.43 – Distribuição de pressão média ao longo do aerofólio.

Figura G.44 – Coeficientes de sustentação (Cl ) e arrasto (Cd) em função do tempo.

-Cp

Cp médio Contorno

Cl Cd

X

t