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1 Autor: Professor Dr. Marcelo Vivacqua - Brasil, 13 de maio de 2017. 1-Pessoas 2-Percepção 3-Produto 6-Promoção 4-Proteção 5-Planejamento Método dos 6 Passos (6 P’s) para Inventores, Investigadores e Empreendedores tornarem- se Inovadores e transformarem suas ideias em produtos de sucesso de mercado

Método dos 6 Passos (6 P’s) - ifia.com · realidade a ABIPIR contou com o ... de se ter a visão de onde se quer chegar para traçar o roteiro mais ... empreendedores atingissem

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Autor: Professor Dr. Marcelo Vivacqua - Brasil, 13 de maio de 2017.

1-Pessoas 2-Percepção 3-Produto

6-Promoção 4-Proteção

5-Planejamento

Método dos 6 Passos (6 P’s) para Inventores, Investigadores e Empreendedores tornarem-

se Inovadores e transformarem suas ideias em produtos de sucesso de mercado

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Sobre o Autor

Marcelo Vivacqua nasceu na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, conhecida como

“Cidade Maravilhosa”. Desde criança sempre foi curioso e questionador fazendo com

que muitos professores o achassem um mau exemplo por não concordar

simplesmente em repetir o conteúdo dos livros e aquilo que era ensinado em sala de

aula. Não entendia o porquê de ser recriminado e ter uma resposta considerada

“incorreta” mesmo que esta se mostrasse mais lógica e inteligente do que a que fora

obrigado a decorar. Este espírito de “Insatisfeito

Produtivo” já dava sinais que, no futuro, iria trilhar

uma profissão onde a curiosidade, criatividade e

experimentação estivessem presentes. As previsões

se concretizaram: formou-se em Medicina Veterinária,

tornou-se um inventor reconhecido

internacionalmente criando invenções que pouparam

milhares animais do sofrimento: uma

composição farmacêutica que funciona como um método de castração não cirúrgico,

indolor e seguro (STOPSEX100) e um tratamento para o câncer (Organic Cancer

Treatment – ORCANTE), ambos à base de princípios ativos naturais, derivados do

mamão, abacaxi e leite. Concluiu o Doutorado em Biotecnologia da Reprodução e se

especializou em Neurociência aplicada à Educação. Em 2011 fundou a Associação

Brasil Internacional das Associações dos Inventores (ABIPIR), uma organização sem

fins lucrativos e o InnovaCities – Feira Internacional de Ciência Aplicada, Invenções e

Inovações. Em 2013 tornou-se membro do Comitê Executivo da Federação

Internacional das Associações dos Inventores (IFIA). Em 2012 desenvolveu a

metodologia de ensino e capacitação “Genoma da Inovação”, já tendo formado mais

de 4 mil pessoas entre inventores, empreendedores, professores e estudantes de

várias idades, níveis e áreas. Em 2016 criou o Programa InnovaCities de Fomento à

Inovação – ProCities, uma atividade que acontece dentro da feira e que visa conectar

os inventores, investigadores e empreendedores frente a frente com investidores,

empresas e governos visando buscar o financiamento de seus projetos e parceiros

para desenvolvimento, industrialização e comercialização. Após realizar 6 edições do

InnovaCities no Espírito Santo e uma no Paraná (InnovaCities Latino América),

finalmente viu seu grande sonho se realizar ao levar a mesma para o Continente

Africano (InnovaCities África) onde, por meio da inventividade, empreendedorismo e

inovação, pretende, assim como ocorreu no Brasil, estimular e apoiar Inventores,

Investigadores e Cientistas a implementarem esforços visando desenvolver soluções

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sustentáveis, factíveis e eficientes para os grandes problemas que afligem as

populações de todos os países africanos. Para que o InnovaCities Àfrica se tornasse

realidade a ABIPIR contou com o imprescindível apoio da Fundação Angolana dos

Inventores Inovadores (F@ii), a Associação Angola dos Inventores Inovadores (A@ii)

e a Universidade Independente de Angola (UNIA).

Introdução

Existe um ditado chinês que diz: “Nós aqui na China não valorizamos ideias, mas sim

a execução delas”. Na mesma linha de raciocínio os norte-americanos costumam dizer

que o valor de um ideia é no máximo 1 centavo de dólar mas que a implementação

desta pode valer milhões. Mesmo antes de conhecer estes ditados eu já tinha como

“mantra” ou filosofia de vida a operacionalidade sem

nunca descuidar do planejamento. Em outras palavras,

sempre fui extremamente criativo e ideias nunca me

faltaram, a ponto de, ainda hoje, algumas pessoas

ficarem assustadas com a minha velocidade em

apresentar muitas soluções para um problema em um

único momento e já vislumbrar o desdobramento destas no futuro. Elas temem que,

dado o um grande número de ideias propostas, eu não seja capaz de executa-las.

Somente após perceberem que tudo todo aquilo que foi planejado se concretiza, elas

se convencem que eu não sou especialista em praticar exercícios de futurologia, mas

de se ter a visão de onde se quer chegar para traçar o roteiro mais inteligente, e que

requeira menor investimento de tempo, esforços físico e mental e dinheiro. Pessoas

que realizam atividades como a minha hoje são considerados como “Engenheiros de

Inovação”. Ao longo dos meus mais de 20 anos viajei por mais de 80 países

participando de feiras de invenções e inovações, conversando com as pessoas de

todas as classes sociais, de diferentes formações profissionais, mas principalmente

com inventores, investigadores e empreendedores. O meu principal objetivo sempre

foi entender quais eram as suas principais dificuldades em tornar suas ideias e

invenções em um produto de sucesso de mercado. Fazendo analogia com a

linguagem médica, da qual se originou o nome desta metodologia, os “sintomas” que

observei me mostraram que a principal dificuldade retratada por eles dizia respeito à

encontrar um investidor ou uma empresa interessada em aplicar recursos financeiros,

licenciar ou comprar a patente. Esta dificuldade se faz presente em todos os países,

independente de ser do 1º ou 3º mundo. No meu “diagnóstico” identifiquei diversas

causas para o problema, entre elas, o isolamento do inventor evitando fazendo com

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que percam a oportunidade de aprimorar seus inventos pela incorporação de novas

tecnologias; o medo infundado e exagerado de ter suas ideias roubadas; a falta de

conhecimento mínimo sobre patentes e contratos de transferência de tecnologia; a

dificuldade em apresentar as suas invenções de forma clara e persuasiva aos

investidores e empresas entre outras.

O que é GENOMA DA INOVAÇÃO?

Genoma segundo a enciclopédia Wikipedia significa toda a informação hereditária de

um organismo que está codificada em seu DNA. Mais precisamente, o Genoma de um

organismo é uma de genes formada por um conjunto de cromossomos. Os

cromossomos são as células que formam o nosso código genético que determinam

quais serão as nossas características físicas, intelectuais e comportamentais.

Seguindo a mesma lógica, o “Genoma da Inovação” inclui os 6 “genes” que, uma vez

combinados, são responsáveis pelo equilíbrio no processo de transformação de uma

ideia em um produto bem-sucedido de mercado. Assim como no Genoma humano, a

ausência ou má formação de um destes genes leva o seu portador a apresentar

problemas físicos e/ou intelectuais, a falta do cumprimento de um dos 6 passos ou

realização com baixa qualidade, levará inevitavelmente, à decepção, fracasso e

prejuízo.

Identificar os problemas que impedem que inventores, investigadores e

empreendedores atingissem o tão sonhado sucesso, foi o primeiro passo para me

motivar a escrever a metodologia “Genoma da Inovação”. Ela já vem sendo aplicada

há 4 anos em cursos e workshops e ajudando inventores, investigadores e

empreendedores a superar obstáculos e alcançando o sucesso. Este E.book contém

trechos do livro e do curso online que serão lançados em breve. Espero que você

possa tirar boas lições dele, este é o meu objetivo. Lembre-se de seguir a filosofia da

IFIA-ABIPIR: Invente, Inove e Transforme o Mundo.

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Passo 1 - Pessoas

Para se ter sucesso como inovador, quer seja você um

Inventor, Investigador ou Empreendedor você precisa

adotar a postura do Insatisfeito produtivo que

mencionamos anteriormente. Em outras palavras, não

existe um perfil definido para que alguém se torne um Inventor, basta que se tenha

curiosidade e um desejo incontrolável de identificar problemas, não para ficar

reclamando, mas para trabalhar em busca de soluções. Tenha sempre em mente que,

para resolver problemas você precisa primeiro conhecê-los muito bem e, mais

importante ainda, conhecer as pessoas que dele padecem, o seu público-alvo. O

primeiro passo é criar a Empatia, que nada mais é do que se colocar no lugar das

pessoas para as quais você se dispõe a criar soluções para mitigar ou resolver seus

problemas e tornar a vida delas mais saudável, confortável, segura e fácil. Empatizar

com alguém significa calçar os sapatos desta pessoa, pensar, sentir, sofrer e se

alegrar como ela. Somente desta forma você terá condições de desenvolver um

produto que os consumidores se disponham a pagar para utilizar. Lembre-se que

aquilo que importa é o que os consumidores pensam e não o que você pensa. A

primeira ação que você deve executar para estabelecer a relação de empatia é visitar

1-Pessoas 2-Percepção 3-Produto

6-Promoção 4-Proteção 5-Planejamento

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os locais onde a sua invenção poderá ser vendida. Imaginemos que você desenvolveu

um produto denominado “LifeFood” à base de princípios ativos naturais extraídos de

plantas, que permitirá às pessoas higienizarem frutas e verduras e ao mesmo tempo

prolongarem a vida útil das mesmas mantendo o sabor, textura e aparência pelo dobro

do tempo daquelas que não foram submetidas à

aplicação do mesmo. Você deve visitar locais de

produção, feiras livres, supermercados e

conversar com os agricultores, comerciantes e

consumidores visando coletar opiniões sobre a

solução que você desenvolveu, saber se

existem produtos similares ao seu, qual o preço que estariam dispostos a pagar pela

mesma etc. Abra mão de toda vaidade e orgulho, ouça com atenção as críticas e

transforme-as em informações valiosas que poderão ajuda-lo a aperfeiçoar sua

invenção. Ofereça algumas frutas e vegetais e tratados com o seu produto para alguns

familiares e amigos e ouça sua opinião. Faça contato com sua Associação de

Inventores, Universidades, Incubadoras e busque ajuda para validar de forma

científica o seu produto. Seguindo estes passos você terá criado empatia com todos

estes atores do ecossistema de inovação e terá muito mais chances de alcançar o

sucesso com o LifeFood por estar desenvolvendo uma solução em parceria constante

com o público-alvo.

Aprenda Inglês

Além da empatia, o inovador deve estar em constante aprimoramento pessoal e

profissional, realizando cursos de capacitação e

aperfeiçoamento em diferentes áreas que possam

agregar valor às inovações que desenvolve. O fato de não

dispor de recursos financeiros para frequentar um

curso ou estar distante de uma instituição que o ofereça

deixou de ser razão para permanecer na zona de

conforto. Na Internet é possível encontrar uma

infinidade de cursos gratuitos nas mais diversas

áreas. Talvez em português a disponibilidade não seja tão grande mas em Inglês a

lista é imensa. Este é o motivo pelo qual o conhecimento da língua inglesa é de

fundamental importância para que o inventor, investigador, estudante ou

empreendedor estabeleça como prioridade o aprendizado desta língua. Do contrário

você ficará sempre atrás daqueles que a dominam e dificilmente terá subsídios para

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desenvolver uma inovação moderna e que atenda aos interesses dos consumidores

justamente por não saber analisar o cenário global.

Dicas da Neurociência para melhorar o desempenho

cerebral

Como especialista em Neurociência, venho aplicando e ensinando diversas técnicas

para “turbinar o cérebro” nos workshops, cursos e no livro e videocurso que serão

lançados. São técnicas comprovadas cientificamente e que apresentaram resultados

concretos com centenas de pessoas, incluindo eu mesmo . O nosso cérebro é

dividido em 3 partes, o reptiliano que remonta a época dos dinossauros (daí o nome

que derivado de réptil) e é responsável pelas funções executadas pelo nosso “piloto

automático”. São atividades que fazemos sem nos darmos conta tal como andar,

comer utilizando os talheres etc. O segundo é o sistema límbico, responsável pelas

emoções, incluindo a empatia, que tratamos anteriormente. O terceiro, representado

por uma fina camada de células na região mais superficial é o cérebro cortical ou a

parte “pensante”. Esta região é responsável por mais de 80% da energia consumida

pelo cérebro. Isso faz com que o cérebro cortical procure “delegar” ao cérebro

reptiliano a maior parte das funções que exercemos diariamente com o intuito de

poupar energia. Em outras palavras o cérebro cortical é um grande preguiçoso que

resiste como pode para não sair

da zona de conforto. O

problema é que este estado de

pouco raciocínio nos leva a agir

como robôs, eliminando nossa

criatividade e, por consequência a

nossa capacidade de gerar ideias que se transformariam em invenções e inovações.

Uma forma de minimizar este risco é desafiar constantemente o nosso cérebro

resolvendo problemas, criando mais de uma solução para eles e tomando algumas

atitudes e desenvolvendo atividades que permitam ativar e conectar os 2 hemisférios

cerebrais, o direito, responsável pelo talento artístico, criativo e inventivo e o esquerdo,

responsável pelo raciocínio lógico e matemático. Realizando estas atividades você

estimulará a formação de novos neurônios (células do cérebro) num processo

conhecido como neurogênese e criará novas sinapses (pontes que ligam os neurônios

entre si). Quanto maior o número de sinapses e neurônios maior será sua rede neural

(como a Internet) e mais rápida será a velocidade de raciocínio lógico e criativo além

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de desenvolver uma memória mais poderosa. Você encontrará a relação completa no

Livro “Genoma da Inovação”. Aqui estão algumas delas:

Procure utilizar a mão não dominante (se você é destro utilize a mão esquerda

e vice-versa) para realizar atividades diárias como utilizar o mouse, o garfo

durante as refeições, pentear o cabelo e escovar os dentes etc.;

Mude sua rotina: vá de casa para o trabalho ou escola por caminhos

alternativos, entre no carro pela porta do carona, ouça diferentes estilos de

músicas, leia diferentes temas de livros e revistas e sites;

Estimule novos sentidos: estude assuntos diferentes daqueles que você é

expert. Se sua invenção é baseada em conhecimentos de eletrônica, estude

robótica e automação. Alem de desenvolver a neurogênese você poderá melhorar

suas invenções e torna-las mais abrangentes e tecnológicas ampliando as chances de

conseguir investimentos e vendê-la a uma empresa. Tenha aulas de dança, aprenda a

tocar um instrumento;

Seja voluntário em uma escola pública, asilo de idosos, orfanato ou associação

de deficientes. Doe aquilo que você achar que irá agregar valor: seu

conhecimento para ministrar aulas e treinamentos, dar atenção e ouvir as pessoas,

ajudar na limpeza, manutenção das partes físicas, preparar alimentos, etc. Além de

desenvolver um cérebro mais potente você irá desenvolver sua empatia e ficar de bem

com sua consciência por fazer o bem. Lembre-se do dito popular: “Quem não vive

para servir não serve para viver”;

Alimente-se de forma saudável e pratique atividades físicas regularmente

(estudos científicos mostram que realizar 40 minutos de caminhada 3 vezes

por semana promove o aumento do tamanho do hipocampo uma estrutura no cérebro

responsável pela memória de curto prazo e emoções minimizando os risco de

desenvolvimento de doenças degenerativas como Mal de Alzheimer e Parkinson.

Passo 2 – Percepção

A criatividade ao contrário do que a grande maioria das pessoas

pensa não é um dom que nasce com as pessoas sendo encontrado somente nos inventores, arquitetos e artistas. Ela é

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uma competência e pode ser desenvolvida por qualquer pessoa desde que se

utilizem técnicas apropriadas. O que você precisa ter em mente é que para se ter

boas ideias que possam se transformar em invenções e posteriormente em

produtos que façam sucesso junto aos consumidores é preciso ter muitas ideias. A

melhor de se ter muitas ideias é passando a ter a visão de turista. Passe a

observar tudo ao seu redor como se fosse a primeira vez que tivesse visitando seu

bairro, seu local de trabalho e até sua casa. Utilize todos os sentidos: visão, olfato,

paladar, audição e tato. Estabeleça um desafio por semana de criar soluções para

um problema cuja solução não seja de sua responsabilidade. Tome como exemplo

a limpeza pública que, a princípio, é de responsabilidade das prefeituras. Pense

em soluções tecnológicas, de educação e conscientização que consigam

minimizar o descarte de lixo em locais inapropriados. Crie um protótipo da solução

que pode ser um desenho no papel, no computador

ou um mockup (artefato feito com papel). Para evitar

que alguma das ideias se perca visto que a nossa

memória de curto prazo só consegue armazenar

poucas informações passe a utilizar o “Caderno de

ideias”. Leve-o para todos os lugares, inclusive para

o chuveiro, pois muitos cientistas atribuem a fama

do local ser uma fonte de inspiração ao fato de

quando estamos tomando banho relaxamos nossa

mente esquecendo as preocupações e dando asas à

nossa imaginação.

Passo 3 – Produto

Não se apaixone pelo protótipo ou invenção, identifique seus

defeitos antes que os clientes o façam.

Características do protótipo e/ou invenção ideal:

Entre as várias características que devem ser apresentadas por um protótipo

ou invenção uma das mais importantes é que seja Sustentável. A

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sustentabilidade se caracteriza por diversos pontos: sob o ponto de vista ambiental a

invenção não deverá no seu processo de fabricação ou descarte gerar resíduos que

afetem negativamente a saúde do meio ambiente, homem e animais (Ecofriendly);

Econômica: deverá ter um valor de venda que permita ao público-alvo adquiri-lo e com

uma margem de lucro que permita manter a sobrevivência do inventor e/ou empresa e

inclusiva: ter uma versão atual ou futura que permita o seu uso para deficientes e

idosos.

Deve ser fácil de ser utilizada pelo público-alvo (plug and play) pois produtos

que requerem conhecimentos técnicos complexos com leituras de manuais

atingem um público muito limitado.

Deve ser ter um design atrativo

proporcionar conforto aos

usuários pois por mais útil que uma

inovação possa ser dificilmente alguém a

utilizará se a mesma não tiver uma boa

apresentação visual.

Preferencialmente deve ter um

aplicativo (app) para smartphone

a ele associado e/ou uma plataforma ou site na internet que possa ser acessado pelo

desktop, tablet e telemóvel (webmobile friendly) que explique o seu funcionamento,

tenha depoimentos de usuários e, preferencialmente o consumidor possa adquirir o

produto pelo site por meio do comércio eletrônico (e.commerce).

Uma inovação precisa obrigatoriamente agregar valor à

vida das pessoas. Em outras palavras ela precisa ser

ÚTIL. Um fator que contribuiu para que fosse criado o

estigma de que inventores só desenvolvem inutilidades

foi justamente o fato que uma grande parcela deles,

independente do país onde se encontram, seguem

somente seus “insights” ou inspiração, investem anos

do seu tempo, saúde e dinheiro no desenvolvimento de

invenções que, quando tentam colocar no mercado percebem que não há clientes

interessados. Por esse motivo é tão importante não guardar a sua ideia a 7 chaves e

desenvolver não aquilo que você acha interessante mas sim aquilo que o público-

consumidor precisa e quer comprar. Do contrário você chegará após uma década

falido, desmotivado, com baixa autoestima, desvalorizado e ridicularizado pela família,

amigos e sociedade e tendo como único consolo aquela invenção que iria revolucionar

o mundo como troféu na sua garagem.

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Diário de bordo.

É importante que você tenha um “Diário de Bordo” que é um caderno contendo

anotações de todas as etapas que incluem desde a concepção da ideia de uma

invenção até a construção do protótipo final. É importante que o caderno tenha as

folhas numeradas de fábrica e que nele constem desenhos, fotografias e todos os

demais documentos que possam criar um histórico de todo o processo de criação.

Este Diário poderá ser utilizado inclusive como prova de propriedade sobre a invenção

no caso de um processo judicial.

Prova de conceito

Prova de conceito é um modelo prático que possa provar o conceito (teórico)

estabelecido por uma pesquisa ou artigo técnico. Trata-se de procedimentos e testes

que são realizados visando comprovar que a ideia concebida para resolver um

problema é eficiente e que realmente pode vir a ser utilizada em escala industrial e

comercializada pelo público-alvo. O inventor deve procurar apoio de sua Associação

de Inventores, Universidades, Incubadoras ou empresas especializadas em realizar

este tipo de prova.

Diferença entre descoberta, invenção e inovação

Descoberta significa algo que já existia na natureza e que foi identificado pelo homem

como algo útil para ser utilizado em seu

benefício como o fogo. Já invenção se

caracteriza pela materialização de uma ideia,

como por exemplo, a invenção da roda. Quando

se trabalha no aperfeiçoamento do design da

ferramenta e se cria um processo para que esta seja produzida em escala industrial

sozinha ou incorporada a outro produto como o automóvel, e passa a gerar lucros com

sua venda então criou-se uma inovação. Em outras palavras inovação não tem que

ser algo novo, mas sim identificar um novo uso para algo que já existe e gerar

negócio, ou seja, a emissão de nota fiscal.

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Passo 4 - Proteção

A única forma de transformar a criatividade e o conhecimento,

bens intangíveis, em algo que possa ser fonte de riqueza

tangível, é por meio da proteção da propriedade intelectual.

Conforme mencionei anteriormente, não há problema nenhum compartilhar suas

ideias com pessoas que você entenda que poderão ajuda-lo a aperfeiçoar o projeto. O

que não é recomendável é descrever os

detalhes do segredo da invenção, ou seja, o

“pulo do gato”. Por outro lado nenhum

investidor ou empresa investirá em um

projeto que ela não tenha certeza que

consegue resolver os problemas de muitos

consumidores e, desta forma gerar muitos lucros. Para resolver este impasse, antes

de uma reunião onde serão explicados os detalhes mais críticos da invenção ambas

as partes devem assinar o Termo de Confidencialidade e Sigilo ou NDA (Non

disclosure Agreement).

Pré-requisitos para patentear uma invenção

Novidade: a invenção deve ser inédita no mundo não existindo nenhuma outra

com as mesmas características;

Atividade Inventiva (não obviedade): a invenção não pode ser o resultado de

uma constatação óbvia para uma pessoa com conhecimentos técnicos no

assunto. Uma enfermeira que resolva misturar um antisséptico com água oxigenada e

resolver patentear a solução resultante alegando que a mesma é mais eficiente no

processo de cicatrização de ferimentos do que um dos dois ingredientes sozinho não

se caracterizará com atividade inventiva, uma vez que o resultado já seria óbvio para

alguém que tem a experiência na área.

Perfil de industrialização (escalabilidade): a invenção deve possuir

características que a permitam ser alvo de processo de industrialização e não

somente ser fabricada artesanalmente em uma bancada de laboratório ou em uma

garagem.

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Benchmarking: Aprenda a consultar as plataformas de

patente

Uma ferramenta importante para todos os inventores é pesquisa nas plataformas de

patente visando obter referências (benchmarking) que possam inspira-lo no

desenvolvimento de novas invenções bem como identificar aquelas que são parecidas

com aquelas que ele desenvolve. A partir deste conhecimento será possível evitar o

investimento de tempo, dinheiro, esforço físico e mental para desenvolver algo que já

existe. Uma das mais completas e importantes plataformas é World Intellectual

Property (http://www.wipo.int/portal/en/index.html).

Passo 5 – Planejamento

Quem não mede não cria indicadores, sem indicadores não há

como planejar, sem planejamento troca-se um plano de voo bem

elaborado por um voo cego, perigoso e sem saber se e quando

chegaremos ao destino planejado. O planejamento é dividido em 3

fases: estratégico, tático e operacional. Vamos imaginar que você

decidiu adotar um estilo de vida mais saudável após ter passado por uma situação de

risco tendo sido internado em caráter de emergência com pressão alta e palpitações

cardíacas. Você traçou um plano de 6 semanas para tornar-se mais saudável e sair do

grupo de risco daquelas pessoas propensas a terem um ataque cardíaco ou um

derrame cerebral. Planejou uma perda de peso de 10 kg neste período de 6 semanas

(Planejamento Estratégico). Para atingir este objetivo com segurança e sem colocar a

vida em risco agendou uma consulta com um nutricionista de boa reputação e bem

recomendado e iniciou de forma responsável e com muita disciplina a reeducação

alimentar indicada por ele (Planejamento Tático). Por fim não esperou a próxima 2ª.

feira para iniciar o processo mas no mesmo dia já passou a utilizar o prato de

sobremesa em substituição ao prato convencional nas refeições e, deste modo, já

reduziu em 30% a ingestão de comida (Planejamento Operacional).

Todo inventor que deseja ter sucesso na comercialização de sua invenção ou na

busca de investimentos precisa, obrigatoriamente, se profissionalizar. Esta

profissionalização passa pela elaboração de um Plano de Negócios, que é um

documento que contém todas as informações necessárias para mostrar aos

investidores e empresas que vale a pena acreditar e investir na invenção. O Plano de

negócios contém, além da descrição do modelo de negócios, que é a forma como se

planeja ganhar dinheiro com a invenção outra ferramentas de gestão como o 5W2H,

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Matrix SWOT, Matrix GUT (Gravidade, Urgência e Tendência), estudo de viabilidade

técnica, econômica e ambiental, entre outros.

Como posso ganhar dinheiro com minha inovação?

Se sua invenção está protegida por patente você poderá capitalizar recursos por meio

do licenciamento para industrialização e comercialização ganhando um percentual por

peça vendida (royalties) ou por meio da venda dos direitos da patente.

Se você identificou que a sua invenção não preenche todos os requisitos para ser

objeto de patenteamento não desanime pois, caso sua invenção resolva um problema

de muitas pessoas você ainda pode ganhar dinheiro por meio da transferência de

tecnologia, ou seja, cobrando para ensinar a aplica-la no caso de um processo e

ganhando um percentual por unidade produzida no caso de produtos. Caso tenha

recursos ou encontre um sócio você ainda pode Industrializar e comercializar a

invenção por conta própria criando uma startup para buscar fundos ou abrindo uma

empresa.

Conecte-se com Universidades, Incubadoras, Aceleradoras,

Investimento anjo e, principalmente outros inovadores

Lembre-se do diagnóstico sobre as causas dos fracassos da maioria dos inventores.

Uma das principais é o isolamento, ou seja, muitos se acham autossuficientes ou tem

o medo de ter sua ideia roubada. Procure pessoas que possam ajuda-lo a

desenvolver, aprimorar, captar recursos, industrializar e vender sua invenção mas não

sem antes assinar o termo de confidencialidade e sigilo.

Passo 6 – Promoção

Não basta ter um bom produto para resolver problemas, o público-alvo formado pelos

consumidores bem como os investidores e empresas

precisam saber da sua existência por meio de uma

estratégia de comunicação e marketing focada nas

mídias sociais, um meio eficiente, dinâmico, rápido e

com excelente custo-benefício.

Promova sua inclusão digital e nas redes sociais

Conecte-se nas redes sociais: facebook, tweeter, instagram, whatsapp, Messenger.

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com outros inovadores e aprimore seu projeto adicionando outras funcionalidades por

meio da inserção de novas tecnologias de áreas diversas daquela que você domina

(Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC, elétrica, eletrônica, automação e

robótica etc.).

Como se apresentar bem em público, captar

investimentos e vender sua inovação

Crie empatia com o público-alvo

Tenha postura de um “winner” (vencedor) e

não de um “loser” (perdedor): transmita

confiança, olhe nos olhos mas não “encare” por

muito tempo o seu interlocutor pois em muitos países

isso se caracteriza como uma atitude rude. Tenha

um aperto de mãos firme. Estude as regras de

etiqueta de diversos países e evite constrangimentos pois os hábitos variam de acordo

com o local, religião, sexo etc.

A apresentação deve ser breve para atrair a atenção dos investidores e

empresas e não entedia-los: Siga o roteiro durante a apresentação (pitch):

apresente você, sua equipe e sua empresa, caso a tenha. Foque nas competências

dos membros da sua equipe; apresente o problema identificado; descreva o estado da

técnica (soluções existentes no mercado para resolver o problema descrito, ou seja,

seus concorrentes); apresente a sua solução (invenção) ressaltando as vantagens que

a mesma possui quando comparada àquelas descritas no estado da técnica; diga

aquilo que necessita para concluir o desenvolvimento, aperfeiçoar ou industrializar a

invenção e, se forem recursos financeiros, descreva exatamente onde estes serão

aplicados.

Conheça muito bem os números (quanto precisa e como irá aplicar o

investimento ou coordenar o processo de transferência de tecnologia na venda

para uma empresa)

Apresente um protótipo “funcional” bem elaborado. Assim como na sua

apresentação pessoal só se tem uma única oportunidade de se causar uma

boa impressão, na próxima já será a segunda e, na esmagadora maioria das vezes, o

estrago já foi feito de forma irreversível de modo que nenhum investidor ou empresário

irá abrir espaço nas suas super ocupadas agendas para lhe atender novamente.

Respeite o tempo e o espaço das pessoas: conquiste a confiança e atenção e

não tente impô-las.

.O problema

.Estado da Técnica . Minha Invenção .Investimento Necessário $$$

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Quando for expor suas invenções em feiras procure decorar o estande de

forma que ele fique atrativo com um banner contendo informações concisas,

muito visual com muitas fotos e procure ter um notebook com vídeo explicativo

Dê a mesma atenção a todos os visitantes do estande pois de onde menos se

espera poderá aparecer uma oportunidade de negócio ou uma opinião que

pode ajudar na melhora do protótipo.

Tenha a invenção conectada com a Web: página no facebook, Linkedin,

landpage com vídeos da aplicação e depoimentos de usuários da versão beta

da invenção

Venda o benefício, não a tecnologia: no momento da apresentação para

investidores ou empresários foque nos benefícios que sua invenção pode

oferecer ao usuário e não se prende à tecnologia por trás dela. Deixe os detalhes

técnicos para o segundo momento, lembre-se que a primeira apresentação (pitch) tem

como propósito “fisgar” e investidor ou empresário para que ele lhe dê uma segunda

oportunidade de conversar em particular.

Considerações finais

As pessoas, como era de se esperar, se esmeram por cumprirem suas tarefas de

forma eficiente e rápida, agirem de forma honesta, pacífica, conciliadora e colaborativa

para receberem como recompensa um prêmio valioso: elogios. Esse comportamento é

totalmente normal pois este é um dos princípios de várias técnicas da Neurociência

aplicadas à rotina diária e profissional visanto atingir a excelência por meio da ativação

do centro da recompensa no nosso cérebro. A associação de uma ação que nos

causa bem-estar motivado pela

descarga de hormônios

neurotransmissores como a endorfina e

dopamina faz com que voltemos a agir

da mesma forma e assim criamos um

hábito. O cuidado deve ser tomado para

que criemos estas correlações de ação-

bem-estar com foco em atitudes

positivas e que tragam benefícios à

nossa saúde e ao nosso relacionamento e desempenho junto à família, colegas de

trabalho e sociedade. Ok, tudo bem, continuemos em busca de elogios, não é nenhum

pecado. Mas e quanto às críticas? Como recebê-las? Nos antigos tempos muitos

mensageiros foram alvo da ira dos destinatários das mensagens quando estas eram

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más notícias, chegando a serem mortos por aqueles insatisfeitos que as recebiam, Um

grande gargalo para o desenvolvimento humano e profissional é justamente a

dificuldade de se lidar com críticas. Aprenda a separar o a crítica profissional da

pessoal, filtre aquilo que não tem relevância e aproveite o restante para seu progresso.

Pense que, somente o fato de alguém deixar de priorizar as suas próprias prioridades

para prestar atenção naquilo que você está fazendo e ainda se dar ao trabalho de

analisar as suas ações e, gratuitamente, lhe fornecer um diagnóstico da situação, já é

um motivo para que você o agradeça. Mesmo aquelas pessoas mais rudes, pouco

diplomáticas, que lhe expõem as críticas de forma agressiva merecem atenção.

Lembre-se que as pessoas que você tem muita ligação têm dificuldade em tecer

críticas. Deste modo, tire proveito das lições, faça uma auto-análise e utilize a

essência do que foi dito para aprimorar sua invenção, projeto profissional ou suas

ações nos campos familiar e social. As pessoas que realmente gostam de você, por

mais que isso possa causar desconforto, falam aquilo que você PRECISA ouvir e não

oque você QUER ouvir. ODEIE A MENSAGEM, NÃO O MENSAGEIRO.

Agradecimentos especiais

Levar o InnovaCities para além das fronteiras do Brasil era um sonho que eu

acalentava há muito tempo. O conceito do InnovaCities que tem como principio a

colaboração entre todos os atores do Ecossistema de Inovação, Inventores,

Investigadores, Empreendedores,

Investidores etc. com o

propósito de, juntos, incentivar

a busca incessante por

soluções para problemas

tecnológicos e sociais que

afligem milhões de pessoas ao

redor do mundo, tornar

mais fácil o processo de

comercialização propiciando a sobrevivência digna dos inventores e o foco em uma

feira de resultados e não de glamour e luxo, chegou à África. A porta de entrada foi

Luanda, um país lindo, com pessoas receptivas, inteligentes e trabalhadoras, mas que,

assim como todos os demais países do mundo, apresenta seus problemas sociais, e

que, por meio das ações continuadas do InnovaCities, acreditamos ser possível

mitiga-las e, em alguns casos, elimina-las. Isso se dará por meio de ações educativas

mas, principalmente, operacionais, o que, em outras palavras, significa fazer chegar às

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comunidades necessitadas as soluções para os problemas relacionados ao acesso à

água potável, saneamento básico e alimentação de qualidade e quantidade. A minha

presença em Angola só se fez possível graças aos esforços de pessoas as quais

presto minha singela homenagem:

Dr. Desidério Costa: ex-ministro das Minas e Petróleos, empresário, patrono da

Fundação Angolana de Inventores, assim como eu, criativo,

empreendedor e inovador e amante dos cavalos. Ao longo da sua

história vem construindo um portfólio inigualável de contributos

positivos para a sociedade Angolana. Visionário e munido de

saúde e energia invejáveis, vislumbra a realização de projetos

inovadores para, no mínimo, os próximos 20 anos. Um patrimônio

de Angola e da Humanidade.

Sr. Alireza Rastegar (Presidente da IFIA) pela sua visão inovadora, sensibilidade em

apoiar inventores em todo o mundo e pelo excelente trabalho desenvolvido na IFIA E

apoio incondicional e Dra. Margareth Jacinto, Diretora da Fundação Angolana de

Inventores e, junto com Celso Salles, constituíram-se nos 2 pilares centrais do

InnovaCities África. Uma mulher guerreira, inteligente que representa com muita

competência a força e talento das Africanas.

Dr. Celso Salles: coordenador geral do InnovaCities África,

publicitário, empresário, amigo particular e meu Mentor em

Comunicação e Marketing, abnegado ao trabalho, militante atuante e

apaixonado pelas causas da África, em particular Angola. O cérebro do

InnovaCities e do ProCities.

Reverendo Lei Gomes Bitombokele: Presidente da Associação

Angolana dos Inventores e Inovadores de Angola – A@ii é uma

pessoa dedicada à causa dos inventores que vem trabalhando

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incessantemente desde a sua fundação para apoiar o desenvolvimento e

comercialização das invenções. Junto com Celso Salles foi o grande articulador da

realização do InnovaCities África a partir de conversas que tivemos em 2016 no Brasil.

Professor Dr. Lázaro Ramos: foi uma peça fundamental na realização

do InnovaCities África pois articulou junto à Universidade Independente

de Angola – UNIA todos os procedimentos que permitiram que, tanto as

mostras de invenções, Programa InnovaCities de Fomento à Inovação –

ProCities e o workshop Genoma da Inovação fossem realizados. É um profissional

inovador já tendo seu talento reconhecido e premiado pela IFIA pelo Programa

Estratégico de Desenvolvimento Rural – PEAD – Rural. Angola pode se orgulhar de

um filho tão ilustre e engajado nas causas sociais.

AO POVO ANGOLANO, nesta foto representado pelo grupo que participou do

Workshop “Genoma da Inovação”, formado por Inventores, Professores e Acadêmicos

da Universidade Independente de Angola, MEU MUITO OBRIGADO pelo acolhimento.

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OBRIGADO ANGOLA, OBRIGADO ÁFRICA!

www.abipir.org.br

www.ifia.com