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Metodologia:

Ciência e Normas Técnicas

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Metodologia: Ciência e Normas Técnicas

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© Copyright 2013 da Laureate. É permitida a reprodução total ou parcial, desde que sejam respeitados os direitos do Autor, conforme determinam a Lei n.º 9.610/98 (Lei do Direito Autoral) e a Constituição Federal, art. 5º, inc. XXVII e XXVIII, "a" e "b".

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Sistema de Bibliotecas da UNIFACS Universidade Salvador - Laureate International Universities)

P654mPinheiro, Carlos Honório Areas

Metodologia: ciência e normas técnicas/Carlos Honório Areas Pinheiro –São Paulo: UAM, 2013.

180 p.; 18,3 x 23,5cm. ISBN 978-85-8344-003-1

1. Metodologia científica 2. Pesquisa - metodologia 3.Trabalhos científicos – Normas e redação I. Título.

CDD: 001.42

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Importante: Os links para sites contidos neste livro podem ter expirado após a sua última edição, em novembro de 2013.

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Sumário

( 1 ) Introdução à pesquisa, 111.1 O Homem e o conhecimento, 151.2 O conhecimento do senso comum, 161.3 O conhecimento científico, 191.4 A Evolução da ciência, 22

1.4.1 A ciência grega, 22

1.4.2 A ciência moderna, 24

1.4.3 A ciência contemporânea, 29

1.5 O Método científico, 301.5.1 Método indutivo, 32

1.5.2 Método dedutivo, 34

1.5.3 Método hipotético-dedutivo, 35

1.5.4 Método dialético, 37

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( 2 ) Definindo a pesquisa, 392.1 A Pesquisa científica, 422.2 O Processo de uma pesquisa, 452.3 A Definição da pesquisa, 47

2.3.1 As justificativas da pesquisa, 47

2.3.2 O problema de pesquisa, 48

2.3.3 Os objetivos da pesquisa, 50

( 3 ) Fundamentando a pesquisa, 573.1 A fundamentação teórica, 613.2 Referenciação, 64

3.2.1 Exemplos de referenciação, 66

3.3 Citações, 713.3.1 Citações diretas, 72

3.3.2 Citações indiretas, 74

3.4 Trabalhos científicos, 75

( 4 ) Organizando a pesquisa, 834.1 As hipóteses e variáveis, 87

4.1.1 Leis e teorias, 87

4.1.2 Hipóteses, 90

4.1.3 Características das hipóteses, 93

4.1.4 Variáveis, 95

4.2 As estratégias de pesquisa, 974.2.1 Os níveis de pesquisa, 97

4.2.2 As abordagens de pesquisa, 99

( 5 ) Pesquisa de campo, 1075.1 A Teoria das amostragens, 1115.2 Tipos de amostragens, 113

5.2.1 Amostragem Probabilística, 114

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5.2.2 O tamanho da amostra, 117

5.3 Ferramentas específicas do mercado, 1205.3.1 Observação, 120

5.3.2 Questionário, 123

5.3.3 Entrevista, 127

( 6 ) Pesquisa de campo, 1336.1 A coleta de dados, 137

6.1.1 Seleção, 138

6.1.2 Codificação, 138

6.1.3 Tabulação, 139

6.2 Tabulação e análise de dados, 1396.2.1 Tabulação de questões fechadas com respostas

simples, 139

6.2.2 Tabulação questões fechadas com respostas

múltiplas, 140

6.2.3 Tabulação de perguntas abertas, 141

6.2.4 Tabulação de perguntas com escala de

Likert, 143

6.2.5 Tabulação do item biblioteca, 144

( 7 ) Organizando dados, 1497.1 Tabelas e séries, 152

7.2.1 Tipos de séries, 154

7.2 Gráficos, 156

( 8 ) Apresentando os resultados da pesquisa, 1618.1 O formato do relatório, 1648.2 Elementos pré-textuais, 1678.3 Elementos textuais, 1728.4 Elementos pós-textuais, 174

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Introdução à pesquisa

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Caro (a) aluno (a)!

Ao tomar conhecimento do conteúdo desta unidade, você vai perceber que o desenvolvimento da ciência é resul-tado da atividade humana. O homem cria as suas necessida-des e, para resolvê-las, produz um conhecimento; vai perce-ber também os modos de aquisição do saber, em especial, o conhecimento do senso comum e o conhecimento científico.

Você vai perceber, ainda, que a história da ciência demonstra que as coisas não são exatamente o que os sen-tidos nos revelam. Assim, podemos considerar a ciência como um método de pesquisa baseado na faculdade racio-nal do ser humano e na comprovação experimental do fato pesquisado.

Por outro lado, a humanidade há muitos séculos, indaga:

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• Como se sabe que uma nova informação, uma nova teoria ou conhecimentos são corretos?

• É possível utilizar algum critério para distinguir o que é correto do que não é?

A questão do método científico está interligada à neces-sidade de o homem ter procedimentos e caminhos seguros para alcançar ou produzir um conhecimento verdadeiro e de ter critérios que garantam a possibilidade de distinguir entre o conhecimento verdadeiro e o falso.

Tome NotaO conhecimento constitui o entendimento, a averiguação e a interpretação sobre a realidade. É o que nos guia como ferramenta central para nela intervir, portanto, é resul-tado de um processo e este não está isento de equívocos; é relativo à história e à sociedade, ele não é neutro. Assim, vamos abordar os seguintes tópicos:

• O homem e o conhecimento.• A evolução da ciência.• O método científico.

Ao final da unidade, esperamos que você seja capaz de:

• elaborar um conceito sobre ciência e destacar alguns aspectos importantes da natureza do saber científico comparando-os com o conhecimento proveniente da intuição ou da tradição;• construir uma linha do tempo identificando a evolu-ção da ciência e como se situa o conhecimento científico em cada época; e• identificar as etapas que fazem parte do método cien-tífico bem como, identificar os tipos de métodos.

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O homem e o conhecimento

Ao longo dos tempos, o homem, num processo lento, vem reunindo extensas informações que foram denomina-das conhecimento. A necessidade levou o homem primitivo a observar as coisas que estavam próximas de si: as plantas, os animais, os fenômenos da natureza etc.; passou a criar objetos simples, a praticar a cura. E, por meio da imaginação e inter-pretação, criou mitos que explicavam certos acontecimentos.

A partir de experiências cotidianas, criou cultos mági-cos para se comunicar com os espíritos que, segundo suas concepções, controlavam as forças do mundo.

Foram produzidos conhecimentos de astrologia, astro-nomia, numerologia etc. O homem, por intermédio da obser-vação e da experimentação, aos poucos foi desvendando os fenômenos que estavam ao alcance de sua inteligência.

Os métodos foram aperfeiçoados e o conhecimen-to dos povos antigos foi aprimorado até chegar ao conheci-mento contemporâneo. Os cientistas modernos provocaram um grande avanço nos métodos de pesquisa, nas técnicas, na ordenação formal da coleta de dados, produzindo novos conhecimentos em todas as áreas do saber.

Em um curto espaço de tempo, os conhecimentos foram completamente alterados, porém o conhecimento não nasce pronto, ele é histórico; nada se apresenta como defini-tivamente pronto, sem que antes tenha sido “germinado no tempo”.

Assim, o desenvolvimento da ciência, de maneira geral, é resultado da atividade humana; o homem cria as suas necessidades e, para resolvê-las, produz um conhecimento. A

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essa sequência permanente de acréscimos de conhecimentos racionais e verificáveis da realidade, denominamos ciência.

A ciência, analisando sua evolução histórica, demons-tra ser uma busca, uma investigação contínua e incessante de soluções e explicações para os problemas propostos. Como busca sistemática, ela revisa as teorias fundamentais em evi-dências do passado, reformuladas pela análise de sua coe-rência interna, submetendo-as com outras teorias, formulan-do novas hipóteses e propondo condições com o máximo de segurança para sua testabilidade. O resultado crítico do con-fronto empírico dirá se há ou não um novo conhecimento, que terá uma aceitação provisória.

Por relacionar-se com o mundo de várias formas, o homem utiliza-se de diversas formas de conhecimentos, por intermédio dos quais evolui e faz evoluir o meio em que vive.

O conhecimento, dependendo de como é representa-do, pode ser, de modo geral, classificado nos seguintes tipos: mítico, artístico, filosófico, teológico, senso comum, científico, dentre outros.

1.2

O conhecimento do senso comum

Também é chamado de conhecimento ordinário, comum ou empírico, o conhecimento do senso comum é a forma mais simples que homem utiliza para interpretar a si mesmo, o seu mundo e o universo como um todo, está fun-damentado apenas em experiências vivenciadas ou transmi-tidas de pessoas para pessoas, podendo também ter origem

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em experiências casuais, por meio de erros e acertos, sem a fundamentação metodológica.

Tome NotaEmpírico: baseado na experiência; é, muitas vezes, um movimento pré-lógico do pensamento, da ordem da intuição.

O conhecimento do senso comum tem as seguintes

características:1. EspontaneidadeO senso comum surge em consequência da necessida-

de do homem em resolver problemas com os quais defronta em seu cotidiano pelo contato direto com os fatos e fenôme-nos que são percebidos principalmente através da percepção sensorial. Ele é, quase sempre, ligado à vivência, portanto, é elaborado de maneira espontânea e instintiva, sem seguir uma metodologia, permanecendo num nível superficial sem um aprofundamento crítico e racionalista. É utilizado sem a preocupação da explicação dos fundamentos teóricos que demonstram sua correção ou confiabilidade transformando--se assim, em convicções e crenças que são incorporadas à uma determinada cultura.

Tome NotaA produção do fogo, a invenção da roda, a construção de instrumentos mais eficazes de caça e tantos outros...

2. SubjetividadeO conhecimento do senso comum, por estar ligado à

vivência, à ação e à percepção orientadas pelo imediatismo e pelas crenças pessoais, é subjetivo e limitado, estabelecendo relações vagas e superficiais com a realidade, não existindo

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sobre ele, uma crítica sistemática. As interpretações são defi-nidas pelos interesses, crenças convicções pessoais e expec-tativas presentes no sujeito que as elabora, fazendo com que as explicações e informações produzidas tenham um forte vínculo subjetivo estabelecendo relações vagas e superficiais com a realidade.

CuriosidadeÉ muito comum a mãe de um recém-nascido retirar um fiapo de sua manta, molhar na saliva e colocar em sua testa para que a criança pare de soluçar.

3. Linguagem vaga A linguagem usada no conhecimento do senso comum

contém termos e conceitos vagos, que não delimitam a clas-se de coisas, ideias ou eventos designados. O significado dos conceitos é resultado do uso individual, subjetivo e espontâ-neo que se enriquece e se modifica paulatinamente em fun-ção da convivência num determinado grupo. As palavras adquirem sentidos diferenciados de acordo com as pessoas e grupos que as utilizam, os termos têm significado dependen-do do momento e do contexto no qual são utilizados e ainda da intenção de quem os utiliza.

Tome NotaQuando afirmamos que a água está fria ou quente, esta-mos utilizando uma linguagem vaga.

4. Validade

Quase sempre as técnicas e informações são utiliza-das desconhecendo-se as razões que justificam as suas cor-retas aplicação ou aceitação. O senso comum é útil, eficaz e correto quando as informações acumuladas aplicam-se ao mesmo tipo de fatos que se repetem e se transformam em

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rotina e quando as condições e fatores determinantes desses fatos forem constantes. Porém, quando as circunstâncias ou condições são alteradas, fica-se sem saber explicar as causas do insucesso.

CuriosidadeO boldo, por exemplo, é utilizado para aliviar os males do fígado, no entanto, poucas pessoas sabem quais as suas propriedades ou componentes químicos estão presentes e como eles atuam no organismo.

Podemos então dizer que o senso comum orienta o coti-

diano; constata a continuidade ou similaridade entre eventos e objetos, de onde se conclui as relações sem qualquer ati-vidade intermediária que amplie o grau de certeza. Assim, ele é ametódico, assistemático, oral, subjetivo e heterogêneo, caracterizando-se também como um conjunto desagregado de ideias e opiniões difusas e dispersas, não refletindo criti-camente sobre a totalidade, uma vez que ele é construído de modo imediato, a partir de experiências, vivências, crenças, valores. Por isso, de tendência conservadora, conformista e ideológica.

Contudo, é um conhecimento histórico e ajudou a criar a cultura, mas sem uma relação causal segura constituindo--se no ponto de partida para o conhecimento científico.

1.3

O conhecimento científicoO homem verificou que o saber fundamentado na

intuição, no senso comum ou na tradição era muito frágil o que o levou a construir um conhecimento mais confiável, que fosse metodicamente elaborado: o conhecimento científico.

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Todo conhecimento representa uma relação entre o sujeito e o objeto conhecido. Assim, o conhecimento pode sig-nificar tanto o processo de conhecer como o produto desse processo. O conhecimento científico é um produto resultan-te da investigação científica; surge não apenas da necessida-de de encontrar soluções para problemas de ordem prática da vida cotidiana - senso comum, mas também do desejo de fornecer explicações sistemáticas que possam ser testadas e criticadas através de provas. Exige demonstrações, submete--se à comprovação, ao teste; consiste no conhecimento causal e metódico dos fatos, dos acontecimentos e dos fenômenos; estabelece a relação sujeito-conhecimento, colocando uns em relação aos outros de modo que é possível descobrir a unifor-midade das suas causas e de seus efeitos.

Portanto, o conhecimento científico se caracteriza pela presença do acolhimento metódico e sistemático dos fatos da realidade. Por meio da classificação, comparação, da aplica-ção dos métodos, da análise e síntese, o pesquisador extrai do contexto social, ou do universo, princípios e leis que estrutu-ram um conhecimento rigorosamente válido e universal.

Podemos citar as seguintes características para o conhecimento científico:

RacionalidadeQue corresponde à sistematização coerente do conhe-

cimento presente em todas as suas leis e teorias, expressa através dos enunciados que confrontados entre si. Tais enun-ciados devem apresentar um elevado nível de consistência lógica entre suas afirmações que proporciona a sua aceitação ou rejeição por parte da comunidade científica.

ObjetividadeQue se fundamenta em dois fatores, a possibilidade de

um enunciado, construído mediante hipóteses fundamenta-

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das em teorias, ser testado através de provas factuais e a pos-sibilidade dessa testagem e seus resultados poderem passar pela avaliação crítica.

Portanto, a objetividade garante que uma teoria seja verdadeira, evidente, impessoal e aceita pela comunidade científica como provada em sua veracidade. Ao contrário do senso comum, o conhecimento científico não aceita a opinião ou o sentimento de convicção como fundamento para justifi-car a aceitação de uma afirmação.

Linguagem específicaAo contrário do senso comum, a linguagem do conhe-

cimento científico utiliza enunciados e conceitos com sig-nificados bem específicos e determinados. Os conceitos são definidos à luz das teorias que servem de marcos teórico da investigação, proporcionando-lhes, dessa forma, um sentido único, universal e consensual.

ValidadeO conhecimento científico é produzido a partir de uma

metodologia rigorosamente articulada que permite que se chegue às mesmas conclusões quando reproduzido nas mes-mas condições se orienta na direção da localização e elimi-nação do erro, através da discussão objetiva de suas expli-cações, dos seus enunciados e de suas teorias. É construído através de procedimentos que demonstram atitude científi-ca e que, por proporcionar condições de experimentação de suas hipóteses de forma sistemática, controlada e objetiva e ser exposta à crítica, oferece maior segurança e confiabilidade nos seus resultados e maior consciência dos limites de valida-de de suas teorias.

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1.4

A evolução da ciência

A história da ciência demonstra que as coisas não são exatamente o que os sentidos nos revelam. Assim, podemos considerar a ciência como um método de pesquisa baseado na faculdade racional do ser humano e na comprovação expe-rimental do fato pesquisado.

Embora não seja unânime entre os pesquisadores, na evolução da ciência podemos identificar três períodos: a Ciência Antiga (ou Grega), a Ciência Moderna e a Ciência Contemporânea.

1.4.1 A ciência gregaO período da ciência grega se estende do século VIII

a.C. até o final do século XVI, também conhecida como Ciência Antiga, tinha como única preocupação a busca do saber, a compreensão da natureza das coisas e do homem. Não havia distinção entre ciência e filosofia; o conhecimento científico era desenvolvido pela filosofia.

Ao centro, Platão e Aristóteles, na obra de Raffaello Sanzio, A escola de Athenas

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/The_School_of_Athens

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Os dois grandes filósofos deste período são Aristóteles e Platão. Embora Aristóteles tenha sido bastante influenciado por Platão, havia uma enorme diferença entre eles: Aristóteles era obcecado pela natureza e por seu estudo, enquanto que, Platão era obcecado com as formas eternas, ou “ideias” e mal presta-va atenção nas mudanças da natureza. Aristóteles, ao contrá-rio, interessava-se justamente pelas mudanças - ou o que, atu-almente, chamamos de processos naturais. Enquanto Platão usava apenas a razão, Aristóteles usava também o sentido.

Na época de Aristóteles, a filosofia ainda era essencial-mente uma atividade oral.

A importância de Aristóteles na cultura europeia está também no fato de ele ter criado boa parte da terminologia que os cientistas empregam até hoje. Ele foi o grande organi-zador que fundou e classificou as diversas ciências.

Aristóteles achava que a ideia não constituía realidade separada. A realidade, para ele, é de indivíduos concretos e só neles existe a ideia, a quem chama de forma. Criou a lógica com seu silogismo.

Podemos dizer que a ciência ocidental efetivamente teve início com Aristóteles. Para Platão o mundo das ideias seria um mundo transcendente, de existência autônoma, que está por trás do mundo sensível. As ideias são formas puras, modelos perfeitos eternos imutáveis, paradigmas. O que per-tence ao mundo dos sentidos se corrói e se desintegra com a ação do tempo. Mas tudo que percebemos, todos os itens são formados a partir de ideias.

Ele reconhece que qualquer especulação sobre o “vir--a-ser” do mundo não pode ser considerada verdadeira, mas isto por uma questão de princípio, e não por falta de evidên-cia. Os problemas da física não podem ser resolvidos por métodos observacionais: tal atividade não passaria de mera “recreação”.

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Platão deu um passo a mais no atomismo antigo, intro-duzindo uma descrição geométrica precisa dos átomos, e des-crevendo as mudanças por meio de fórmulas matemáticas.

Na ciência grega não se dá destaque ao processo de descoberta, toda racionalidade da ciência estava sustentada na ideia de que o mundo era dotado de uma ordem e estru-tura natural que governava o cosmos e que regia os aconteci-mentos, na qual todo o ser adquiria sentido.

O conhecimento científico era demonstrado como certo e necessário através dos argumentos lógicos, especialmente da distinção entre sujeito e objeto: de um lado, o sujeito que procura conhecer, e, de outro, o objeto a ser conhecido, bem como as relações entre ambos. O valor de uma explicação estava no seu poder argumentativo que justificava sua acei-tação. Não havia o tratamento do problema que leva a inves-tigação. Com base nestes fundamentos é que nasceram e se desenvolveram a física, a biologia, a matemática, a medicina, a política dentre outras ciências.

1.4.2 A ciência modernaA Ciência Moderna abrange o período que vai do século

XVII até o início do século XX. Inicia-se com o Renascimento, que correspondeu à revolução científica moderna, quando foi introduzida a experimentação científica, modificando total-mente a compreensão e a concepção teórica de mundo, de ciência, de verdade, de conhecimento e de método.

Opondo-se à ciência grega e ao dogmatismo religio-so que imperava na época, os renascentistas, principalmente Galileu e Bacon, rejeitaram o modelo aristotélico.

Tome Nota Dogmatismo: doutrina que afirma a existência de verdades certas; adesão irrestrita a princípios aceitos como indiscutí-veis; atitude sistemática de afirmação ou de negação.

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Foi a partir do século XIII, por influência do uso da matemática, da observação e da experimentação na tecnolo-gia que nascia na Idade Média, que a exigência de métodos precisos de investigação e explicação no campo das ciências naturais conduziu ao uso de métodos matemáticos experi-mentais, provocando a mudança da teoria da ciência e, con-sequentemente, a revolução científica.

Bacon dá início ao empirismo que corresponde à preo-cupação em se proceder à observação empírica do real antes de interpretá-la pela mente, depois, eventualmente, de sub-metê-la à experimentação, recorrendo-se às ciências matemá-ticas para fundamentar suas observações e explicações.

Assim, no século XVII, o pensamento científico moder-no começa a se objetivar; um saber racional, onde se pensa cada vez mais, constrói-se a partir da observação da realida-de (empirismo) e coloca essa explicação à prova (experimen-tação). O raciocínio indutivo conjuga-se então com o raciocí-nio dedutivo, unido por esta articulação que é a hipótese: é o raciocínio hipotético-dedutivo.

Tome Nota• Indução: é a forma de raciocínio constituindo em tirar uma proposição geral do relacionamento de dados particulares. • Dedução: é a forma de raciocínio que parte de uma proposição geral para verificar seu valor por meio de dados particulares. • Especulação: é a criação do saber apenas pelo exer-cício do pensamento, geralmente sem qualquer outro objetivo que o próprio conhecimento

A partir de então, o saber não repousa mais somente na especulação, ou seja, no simples exercício do pensamento.

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Baseia-se igualmente na observação, experimentação e men-suração, fundamentos do método científico em sua forma experimental.

Galileu foi o responsável pela revolução científica moderna ao introduzir a matemática e a geometria como lin-guagens da ciência e o teste quantitativo-experimental das suposições teóricas como o mecanismo necessário para ava-liar a veracidade das hipóteses e estipular a verdade científica.

O grande desenvolvimento da ciência moderna ocor-reu a partir de Galileu que questiona e rejeita as principais verdades defendidas pela concepção aristotélica de ciência, principalmente as da física e as da cosmologia.

Para Galileu os fenômenos da natureza se comporta-vam segundo princípios que estabeleciam relações quantita-tivas entre eles. Os movimentos dos corpos eram determina-dos por relações quantitativas numericamente determinadas. A visão de universo era de um mundo aberto, mecânico, uni-ficado, determinista, geométrico e quantitativo, contrário à concepção aristotélica de cosmos, impregnada das crenças míticas e religiosas.

Assim, as concepções de Galileu iniciaram um novo pa-radigma que culminaria com o sucesso da física newtoniana.

Tome NotaSéculo das Luzes: nome da corrente de pensamento, Iluminismo, elaborada e difundida pelos filósofos, onde os saberes construídos pela razão deveriam nos libertar daqueles transmitidos pelas religiões ou dos que não são construídos através de um procedimento racional.

Durante o século XVIII, chamado de Século das Luzes, os princípios da ciência experimental desenvolveram-se atra-vés das descobertas, principalmente no campo dos conheci-

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mentos de natureza física, o pensamento científico moderno começa a se instalar. O saber racional, no qual se pensa cada vez mais, constrói-se a partir da observação da realidade, o empirismo, submete-se essa explicação à experimentação.

A partir de então, o saber não se sustenta apenas na especulação, mas na observação, experimentação e mensura-ção, fundamentos do método científico em sua forma experi-mental. Assim, nasce o método científico apoiado na especu-lação e no empirismo.

No século XIX a ciência triunfa; no domínio das ciên-cias da natureza, o ritmo e o número das descobertas são enormes, saindo dos laboratórios para terem aplicações prá-ticas: ciência e tecnologia encontram-se. A pesquisa funda-mental, cujo objetivo é conhecer pelo próprio conhecimento, é acompanhada pela pesquisa aplicada, a qual visa a resolver problemas concretos.

Assim, nesse século, a ciência tem o seu grande avanço com as ciências da natureza, em que quase todos os domínios da atividade humana são atingidos.

Assim, o método experimental ou científico, apoiado nos postulados do positivismo, assumiu o mesmo método das ciências da natureza, tido como exemplares na constru-ção de conhecimentos rigorosamente verificados e cientifica-mente comprovados. Este método consiste em submeter um fato à experimentação em condições de controle e apreciá-lo coerentemente, com critérios de rigor, mensurando a constân-cia das incidências e suas exceções, admitindo como cientí-ficos somente os conhecimentos passíveis de apreensão em condições de controle, legitimados pela experimentação e comprovados pela mensuração.

Dessa forma, o homem começa a produzir o conheci-mento, tendo como modelo de acesso à realidade o procedi-mento do experimento científico, que estipula critérios para

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julgar quando esse acesso é realmente alcançado e quando não: o positivismo, cujas características principais são apre-sentadas a seguir.

• Empirismo: o conhecimento positivo parte da rea-lidade como os sentidos a percebem e ajustam-se a ela. Qualquer conhecimento que tem origem em crenças, valores ou que resulte de ideias inatas, parece suspeito.

• Objetividade: o conhecimento positivo deve res-peitar integralmente o objeto do qual trata o estudo, devendo reconhecê-lo tal como é. O pesquisador não deve, de modo algum, influenciar esse objeto; deve intervir o menos possível e dotar-se de procedimentos que eliminem ou reduzam, os efeitos não controlados dessas intervenções.

• Experimentação: o conhecimento positivo repousa na experimentação. A observação de um fenômeno leva o pesquisador a supor algo: a hipótese. Somente o teste dos fatos, a experimentação, pode demonstrar sua precisão.

• Validade: a experimentação é rigorosamente con-trolada para afastar os elementos que poderiam nela interferir, e seus resultados são mensurados com pre-cisão, permitindo que se chegue às mesmas medidas, reproduzindo-se a experiência nas mesmas condições.

• Determinismo: as leis e previsões estão inscritas na natureza, portanto, os seres humanos estão, inevi-tavelmente, submetidos a elas. O conhecimento dessas leis permite prever os comportamentos sociais e gerí--los cientificamente.

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No domínio do saber sobre o homem e a socieda-de desejava-se que conhecimentos tão confiáveis e práticos quanto os desenvolvidos para se conhecer a natureza física fossem aplicados com sucesso ao ser humano. Dessa forma, o positivismo também é adotado nas ciências humanas, que se desenvolve a partir da segunda metade do século XIX.

A pesquisa de espírito positivista aprecia números; pre-tende tomar a medida exata dos fenômenos humanos e do que os explica. É, para ela, uma das principais chaves da objetivida-de e da validade dos saberes construídos. Consequentemente, deve escolher com precisão o que será medido e apenas con-servar o que é mensurável de modo preciso.

1.4.3 A ciência contemporâneaA Ciência Contemporânea surge no início do século

XX e se estende até os dias atuais. Os postulados do espí-rito positivo: a investigação da constância, da estabilidade, da ordem e das relações causais explicativas dos fenômenos, orientava as pesquisas em todos os domínios das ciências da natureza. A procura da estrutura permanente e das leis inva-riáveis dos eventos naturais, assim como as conclusões pre-visíveis dos fatos observados, imprimiu uma orientação que aparece como marco da ciência moderna.

O determinismo mecanicista e o mecanicismo da físi-ca de Newton, que inspiraram o espírito positivo, fizeram supor que, conhecendo os impulsos e as posições dos corpos e das partículas, poder-se-ia, pelo cálculo, estabelecer predi-ções infalíveis ou extrair as leis mecânicas da evolução ante-rior e futura.

Entretanto, o desenvolvimento da física atômica, as teorias da relatividade, da termodinâmica e da cosmologia revelaram a complexidade imprevisível dos fenômenos, a mutabilidade, a fluência e a instabilidade dos eventos natu-

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rais. A matemática moderna, especialmente a geometria não euclidiana e a teoria dos conjuntos demonstraram que cer-tezas deduzidas de postulados evidentes e inquestionáveis decorriam da estrutura axiomática dos sistemas matemáticos.

Tanto o desenvolvimento da física, quanto o da mate-mática, pôs em crise o conjunto de certezas seguras do cienti-ficismo, questionaram a infalibilidade das ciências, demons-traram a inviabilidade de previsões absolutas e recuperaram a validade da interpretação dos fenômenos.

Einstein, em 1905, inicia a ciência contemporânea, com suas teorias da relatividade, quebrando o mito da obje-tividade pura, isenta de influência das ideias pessoais dos pesquisadores, demonstrando que, mais do que uma sim-ples descrição da realidade, a ciência e a proposta de uma interpretação.

Na visão contemporânea, por maior que seja o núme-ro de provas acumuladas em favor de uma teoria, ela jamais poderá ser aceita como definitivamente confirmada. Os esquemas explicativos mais sólidos podem ser substituídos por outros melhores. O progresso científico deixa de ser acu-mulativo para ser revolucionário.

Assim, o critério até então adotado para distinguir a ciência da não ciência, o da confirmação pelo uso do método experimental indutivo, é superado.

1.5

O método científicoAntes de definirmos o que é método científico, vamos

definir o que é método.Método, entre outras coisas, significa caminho para

chegar a um fim ou pelo qual se atinge um objetivo.

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Não devemos confundir método com metodologia; a metodologia são os procedimentos e regras utilizadas por determinado método.

É importante salientar que métodos e técnicas se rela-cionam, mas não são distintos.

O método é um plano de ação, formado por um conjun-to de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade, enquan-to que a técnica está ligada ao modo de realizar a atividade de forma mais hábil, mais perfeita.

Tome NotaO raciocínio é algo ordenado, coerente e lógico, podendo ser dedutivo ou indutivo. Portanto a indução e a dedu-ção são, antes de mais nada, formas de raciocínio ou de argumentação.

O método está relacionado à estratégia e a técnica, à

tática; o método refere-se ao atendimento de um objetivo, enquanto que a técnica operacionaliza o método.

O método é, portanto, uma forma de pensar para se chegar à natureza de um determinado problema, quer seja para estudá-lo, quer seja para explicá-lo.

Que dizer então do método científico? Poderia dizer que é o caminho trilhado pelo cientista quando em busca de “verdades” científicas.

Quando Galileu se recusou a aceitar a observação pura e as conclusões filosóficas arbitrárias propondo a necessidade de elaborar hipóteses e submetê-las a provas experimentais, estava dando os primeiros passos na direção do método cien-tífico moderno.

A partir daí, o homem começa a trabalhar, tendo como modelo de acesso à realidade o procedimento da experimen-tação científica, que estabelece critérios para julgar quando

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esse acesso é realmente atingido ou não. Isto é, descrever com exatidão como é que a realidade funciona e como ela se rela-ciona. Esse procedimento passou a se chamar método cientí-fico e teve várias interpretações no decorrer dos tempos.

A história da ciência nos mostra que não há critérios estabelecidos como normas ou preceitos e, sim, critérios que são utilizados e adotados na prática da pesquisa pela comu-nidade científica como uma espécie de código prático consen-sual que pode ser alterado.

Os critérios têm uma dimensão histórica e cultural que influenciam a prática da pesquisa e também são influenciados por ela, sem, contudo, servirem de preceitos ou bloqueado-res do caráter crítico, inventivo e inovador, próprio da ciência.

O método científico implica a forma adequada do pro-ceder, quanto à reflexão, à indagação, à interpretação e à expli-cação. Daí dizer que se deve levar em consideração o conjunto de atividades sistemáticas e racionais de que fazem parte, em linhas gerais, todas as pesquisas, como sendo o procedimen-to que, ao longo da trajetória, envolve a pesquisa de cunho científico.

O método serve de guia para o desenvolvimento do procedimento, com a finalidade de obter novas descobertas. É indiscutível que, para chegarmos ao acontecimento de uma comprovação científica, desde os primórdios da civilização notamos o emprego dos métodos, ainda que rudimentar.

Percebe-se que a evolução do método científico foi a precursora do enriquecimento da ciência em todos os campos da atividade humana.

Na pesquisa podemos utilizar dos seguintes métodos:

1.5.1 Método indutivoIndução é um processo mental pelo qual, partindo de

dados ou observações particulares constatadas, podemos

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chegar a proposições gerais ou universais, não contidas nas partes examinadas. Assim, o objetivo dos argumentos indu-tivos é levar a conclusões, cujo conteúdo é muito mais abran-gente do que o das premissas iniciais nas quais se fundamen-tam. Isto é, a indução é entendida como o argumento que passa do particular para o geral, ou do singular para o uni-versal, ou ainda, do conhecido para o desconhecido.

Tome NotaPor exemplo, eu observei que o cachorro de meu vizinho tem quatro patas, observei que outros cachorros existentes em meu prédio também têm quatro patas, observei ainda que todos os cachorros que eu já vi têm quatro patas. Assim, pela lógica indutiva, posso afirmar que todos os cachorros têm quatro patas.

O raciocínio indutivo tem sua origem com Aristóteles e está muito presente em nosso cotidiano.

A indução se realiza em três etapas: na primeira, obser-vamos os fatos ou fenômenos e os analisamos com o objetivo de descobrir as causas de sua manifestação. Em seguida pro-curamos, por intermédio da comparação, aproximar os fatos ou fenômenos, com a finalidade de descobrir a relação exis-tente entre eles. Finalmente, generalizamos a relação encon-trada entre os fenômenos e fatos semelhantes.

Percebe-se que a indução trabalha com a regularidade, isto é, nas mesmas circunstâncias, as mesmas causas produ-zem os mesmos efeitos, ou o que é verdade de muitas par-tes suficientemente enumeradas de um fenômeno, é verdade para todo esse fenômeno.

Portanto, a indução, toma como pressuposto a valida-de do empirismo, pois acredita no valor da observação e na fidedignidade do testemunho dos sentidos, quando rigorosa e ordenada. Essa crença postula que a ciência deve utilizá-la

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de forma metódica para produzir a descrição e a classificação dos fatos. A explicação científica, suas teorias ou leis seriam decorrentes dos julgamentos fundamentados nessa classifi-cação.

A contestação feita à indução se refere ao fato de não se poderem observar todos os fenômenos ou coisas, para deles fazer surgir uma explicação, uma vez que os fatos não expli-cam por si só o problema que é objeto da investigação cientí-fica, pois há muitas formas de observá-los e classificá-los que dependem de critérios de ordem subjetiva ou do tipo de refe-rencial teórico que é utilizado.

1.5.2 Método dedutivoDedução é a forma de raciocínio que parte de uma pro-

posição geral para verificar seu valor por meio de dados par-ticulares.

Veja um exemplo de um argumento dedutivo:

Todo mamífero tem um coração. Ora, todos os gatos são mamíferos.Logo, todos os gatos têm um coração.

No raciocínio dedutivo, se todas as premissas são ver-dadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. Assim, no exemplo apresentado, para que a conclusão “todos os gatos têm um coração” fosse falsa, uma das ou as duas premissas teriam de ser falsas, isto é, ou nem todos os gatos são mamíferos ou nem todos os mamíferos têm um coração.

Por outro lado, no raciocínio dedutivo, toda informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos impli-citamente, nas premissas. Veja no exemplo: quando a conclu-são afirma que todos os gatos têm um coração, está dizendo alguma coisa que, na verdade, já tinha sido dita nas premis-sas. Portanto, todo argumento dedutivo, reformula ou enun-

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cia de modo explícito a informação já contida nas premissas; dessa forma, se a conclusão não diz mais que as premissas, ela tem de ser verdadeira se as premissas o forem.

Os argumentos dedutivos também podem ser formula-dos de outras maneiras:

A média mínima para aprovação é 6,0. A média de Alberto foi superior a 6,0. Alberto será aprovado.

Ou ainda:

Se a água atingir a temperatura de 100ºC, então ela ferve. A água não ferveu.Então, á água não atingiu a temperatura de 100ºC.

1.5.3 Método hipotético-dedutivoO método científico indutivo via o processo do conhe-

cimento como consequência do simples registro das impres-sões sensoriais, que com auxílio da lógica, dava origem às leis e teorias. Identificava fatos a serem investigados e não proble-mas, colocando a observação do fato ou fenômeno como ponto de partida para a investigação e para o surgimento das hipóte-ses que seriam posteriormente testadas e generalizadas.

As ciências contemporâneas, percebendo que o conhe-cimento era teoricamente inconsistente e incompatível com outras teorias, ou mesmo, inadequado para explicar os fatos, apresentam o processo do conhecer como resultado de um questionamento elaborado pelo sujeito.

Assim, a investigação científica se desenvolve em fun-ção da necessidade de construir e testar uma possível respos-ta ou solução para um problema, decorrente de algum fato ou de algum conjunto de conhecimentos teóricos, surgindo o método hipotético-dedutivo.

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Podemos sintetizar as etapas do método hipotético--dedutivo, da seguinte forma:

Problema: toda investigação tem origem em algum pro-blema teórico/prático percebido, que dirá o que é relevante ou não para ser observado, determinando os dados que devem ser selecionados. A seleção dos dados exige uma hipótese, conjectura e/ou suposição, que servirá de con-duta ao pesquisador.Hipóteses: também chamadas de conjecturas, são soluções propostas em forma de proposição passível de teste, direto ou indireto, sempre dedutivamente no formato: “se... então...”.

A hipótese é lançada para explicar ou prever aquilo

que despertou a curiosidade intelectual ou dificuldade teó-rico-prática.

Teste das hipóteses: planejamento e realização das ope-rações para por à prova as predições, a partir tanto das observações, medições, experimentações quanto das demais operações instrumentais.Conclusões: correspondem à adição ou introdução novos elementos às teorias existentes, é o contraste dos resulta-dos da prova com as consequências deduzidas do modelo teórico.

Portanto, a pesquisa científica com abordagem hipoté-tico-dedutiva inicia-se com o descobrimento de um problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar a obten-ção de um modelo simplificado e a identificação de outros conhecimentos e instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o pesquisador em seu trabalho.

Após esse estudo preparatório, o pesquisador passa para a fase da observação. Na verdade, essa é a fase de teste do modelo simplificado. É uma fase meticulosa em que é observado um determinado aspecto do universo, objeto da pesquisa. A fase seguinte é a formulação de hipóteses, ou

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descrições-tentativas, consistentes com o que foi observado. Essas hipóteses são utilizadas para fazer prognósticos, os quais serão comprovados ou não por meio de testes, expe-rimentos ou observações mais detalhadas. Em função dos resultados desses testes, as hipóteses podem ser modificadas, dando início a um novo ciclo, até que não haja discrepância entre a teoria e os experimentos e/ou observações.

O método hipotético-dedutivo é um dos mais utiliza-dos atualmente, principalmente nas ciências naturais, onde sua utilização normalmente aparece ligada à experimentação.

1.5.4 Método dialéticoParte da premissa de que, na natureza, tudo se rela-

ciona se transforma e há sempre uma contradição inerente a cada fenômeno. Nesse tipo de método, para conhecer deter-minado fenômeno ou objeto, o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está sempre em constante mudança.

A dialética, enquanto metodologia tem várias interpre-tações, entretanto, identificam-se nela alguns princípios:

• Princípio da unidade e luta dos contrários: que afirma que todos os objetos e fenômenos apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos.

• Princípio da transformação das mudanças quanti-tativas em qualitativas: afirma que qualidade e quan-tidade são características inerentes a todos os objetos e fenômenos, e estão inter-relacionadas.

• Princípio da negação da negação: o desenvolvi-mento de um fato ou fenômeno ocorre em espiral, isto é, as suas fases repetem-se, mas em nível superior.

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A dialética é contrária a todo conhecimento rígido, aca-bado, tudo é visto em constantes mudanças; sempre há algo que nasce e se desenvolve e algo que se desagrega e se trans-forma. Portanto, para conhecer realmente um objeto, na pers-pectiva dialética, é preciso estudá-lo em todos os seus aspec-tos, em todas as suas relações e todas as suas conexões.

SínteSe

Nessa unidade vimos que o conhecimento científico distingue-se do senso comum, pelo rigor metodológico, teóri-co e livre de preconceitos – condições necessárias para se cap-tar mais, adequadamente à realidade. Isso não quer dizer que a realidade possa ser conhecida assim como ela é, no sentido total e absoluto, pela ciência ou por qualquer outra forma de discurso (filosófico, comum, religioso, mítico, simbólico etc.), mas que a realidade que sempre se apresenta diante do obser-vador por meio de obstáculos, por isso é que ela é inesgotável, pode ser descoberta, compreendida e interpretada na medida em que a observação, a pesquisa, o conhecimento ou a ciência avança em direção ao aperfeiçoamento dos instrumentos, dos métodos e da própria linguagem.

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( 2 )

Definindo a pesquisa

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Caro (a) aluno (a)!

Para que desenvolver uma pesquisa? Quais os passos a serem dados para se desenvolver uma pesquisa? Por onde começar uma pesquisa?

Nesta unidade você terá algumas respostas para estas questões. Vamos iniciar a construção de um projeto de pes-quisa para posteriormente desenvolvê-la.

O conteúdo será desenvolvido a partir dos seguintes tópicos:

• A pesquisa científica.

• O processo de uma pesquisa.

• A definição da pesquisa.

Esperamos que ao final da unidade você tenha clareza dos procedimentos que caracterizam uma pesquisa científica

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se seja capaz de elaborar a definição de uma pesquisa, isto é, definir uma temática, problematizá-la, elaborar as justifica-tivas e os objetivos da pesquisa.

2.1

A pesquisa científica

O termo pesquisa faz parte de nosso cotidiano e se tor-nou tão popular que chega, por vezes, a comprometer seu verdadeiro sentido.

De um modo geral, a pesquisa é perceber um problema teórico ou prático a ser resolvido, formular hipóteses, testá--las e tirar conclusões. Portanto, o pesquisador é alguém que, identificando um problema em seu meio, pensa que a situa-ção poderia ser melhor compreendida ou resolvida, se fossem encontradas explicações ou soluções para ela. Quase sempre já se tem algumas ideias a respeito das possíveis explicações, traduzidas pelas hipóteses, resta verificar se elas são válidas e tirar as conclusões apropriadas a partir das observações.

Dessa maneira, a pesquisa científica se distingue pelo método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar os resultados obtidos.

Como forma de adquirir conhecimento, a pesquisa pode ter os seguintes objetivos:

• Resolver problemas específicos: esse tipo de pes-quisa geralmente tem como objetivo resolver pro-blemas práticos interessa ao pesquisador apenas descobrir a resposta para um problema específico ou descrever um fenômeno da melhor forma possível.

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• Gerar novas teorias: é a pesquisa exploratória, na qual o pesquisador tenta descobrir as relações entre fenômenos, quando os pressupostos teóricos não estão claros ou são difíceis de encontrar.

• Avaliar ou testar as teorias já existentes: é a pes-quisa que proporciona a formulação clara de teorias que são confirmadas repetidas vezes fornecendo infor-mações empírica consistentes a respeito do fenômeno.

Podemos dizer que são exigências de uma ciência e pré-requisitos para a sua constituição:

• Delimitar ou definir os fatos a investigar, sepa-rando-os de outros semelhantes ou diferentes.

• Estabelecer os procedimentos metodológicos para observação, experimentação e verificação dos fatos;

• Construir instrumentos técnicos e condições de laboratório específicas para a pesquisa.

• Elaborar um conjunto sistemático de conceitos que formem a teoria geral dos fenômenos estudados, que controlem e guiem o andamento da pesquisa, além de ampliá-la com novas investigações, e permitam a pre-visão de fatos novos a partir dos já conhecidos.

Assim, a ciência distingue-se do senso comum porque este é uma opinião baseada em hábitos, preconceitos, tradi-ções, crenças, enquanto que a ciência baseia-se em pesquisa, investigações metódicas e sistemáticas e na exigência de que as teorias sejam coerentes e retratem a verdade sobre a reali-dade. A ciência é conhecimento que resulta de um trabalho racional.

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Tome NotaFenômeno: é tudo o que é percebido pelos sentidos ou pela consciência. É um fato de natureza moral ou social. Tudo o que é objeto de experiência possível, que se pode manifestar no tempo e no espaço com características próprias, segundo as leis do entendimento.

Tome NotaDe um modo geral, o dogmatismo é uma espécie de fundamentalismo intelectual. Os dogmas expressam verdades certas, indubitáveis e não sujeitas a qualquer tipo de revisão ou crítica. Dogmatismo é uma atitude natural e espontânea que temos desde muito crianças. É nossa crença de que o mundo que existe é exatamente da forma como o percebemos.

O pesquisador em sua atividade de pesquisa deve agir

criticamente, com senso de realidade, buscando conhecer a realidade como ela é e despojando-se, para tanto, de precon-ceitos, tabus e imposições de qualquer ordem.

Orientar-se pelo espírito crítico significa analisar rigo-rosamente as circunstâncias e fenômenos, buscando observar se as conclusões ou afirmações feitas são consistentes, isto é, resistem a um confronto com os dados.

Para agir criticamente, o pesquisador, deve buscar o sentido da prova que o conduzirá a um conhecimento fide-digno, fazendo com que se enxergue a realidade como ela é e não como se quer vê-la ou como os interesses se impõem.

Para tanto, o pesquisador deve se opor ao dogmatismo, deve desenvolver a capacidade de ver e interpretar a reali-dade diferentemente da indicada pelos esquemas, interesses, valores e conveniências pessoais.

O senso de realidade que consiste no esforço do indiví-duo no sentido de manter constante e perene a sua abertura ao real e, por conseguinte, não impor seus esquemas à reali-

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dade, deve ser também, uma preocupação do pesquisador. É esta abertura que o tornará capaz de não somente superar seus próprios esquemas, preconceitos e interesses, como tam-bém de constatar se suas verdades possuem ou não um fun-damento real.

Nenhum conhecimento é definitivo, bem como, ne-nhum resultado é exaustivo, por esta razão é que dizemos que o conhecimento é histórico. Para produzirmos a compre-ensão que temos de um impasse que se nos apresenta hoje, utilizamos múltiplas contribuições do passado, mesmo que se manifestem como entendimentos de partes isoladas do nosso presente objeto de discussão.

Na verdade, todo e qualquer conhecimento que se obtém nos revela apenas uma faceta e um aspecto da reali-dade estudada. O conhecimento nos mostra que, em nossa busca, chegamos a um enfoque, um ponto de vista, uma determinada interpretação da realidade.

Todo e qualquer conhecimento é realizado dentro de determinados tempos e espaços; é efetuado por sujeitos deter-minados e com objetivos determinados. Por esta razão, todo e qualquer conhecimento é relativo e, desse modo, insuficiente e imperfeito.

É o questionamento criativo que provoca as dinâmicas do conhecimento: a retomada de questões para o aprofunda-mento e modificação da realidade.

2.2

O processo de uma pesquisaToda pesquisa é desenvolvida a partir de um conjun-

to de operações sucessivas e distintas, mas interdependentes, ligadas de maneira lógica, sequencial e dinâmica, a fim de

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scoletar sistematicamente informações válidas sobre um fenô-meno observável para explicá-lo ou compreendê-lo.

Esse processo impõe uma organização sistemática de trabalho, uma aplicação metódica à pesquisa e o domínio de algumas técnicas de trabalho científico.

Por outro lado, o desenvolvimento de uma pesquisa não é um procedimento linear, estanque e mecânico, é um processo que exige observações, análises, relações e sínteses.

Para efeitos de organização, uma pesquisa, pode se dividida em fases e etapas:

Definição da pesquisa:

• Seleção do assunto, tema ou área.

• Elaboração das justificativas de pesquisa.

• Formulação, determinação ou constatação de um problema de pesquisa.

• Definição dos objetivos da pesquisa.

• Reunião e seleção da bibliografia.

• Elaboração da fundamentação teórica.

Organização da pesquisa:

• Estabelecimento das questões de pesquisa e/ou for-mulação das hipóteses.

• Definição das estratégias.

• Estabelecimento das necessidades de dados e defi-nição das variáveis e de seus indicadores.

• Determinação das fontes de dados.

• Determinação da população e da amostra.

• Determinação do processo de amostragem.

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• Determinação de métodos e técnicas de coleta de dados.

• Construção dos instrumentos de coleta de dados.

Execução da pesquisa:

• Construção, pré-teste e reformulação dos instru-mentos de coleta de dados.

• Impressão dos instrumentos.

• Formação da equipe de campo.

• Distribuição do trabalho de campo.

• Coleta de dados.

• Conferência, verificação e correção dos dados.

• Tabulação e análise dos dados.

• Apresentação dos dados.

Elaboração do relatório de pesquisa:

• Elaboração das conclusões e/ou considerações.

• Elaboração do relatório de pesquisa.

• Apresentação da pesquisa.

2.3

A definição da pesquisa

2.3.1 As justificativas da pesquisaAs justificativas devem responder à pergunta: por que

se deseja fazer a pesquisa? É a parte do projeto em que são explicitados os motivos de ordem teórica e prática que jus-tificam a pesquisa, como foi escolhido o tema e como surgiu

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so problema levantado para o estudo. É o espaço em que são apresentadas as razões da escolha do tema e do problema; é a defesa do projeto, em que são enumeradas as possíveis con-tribuições do estudo para o conhecimento humano e para a solução do problema em questão.

Nas justificativas também se faz referências aos auto-res e suas publicações relacionados ao tema e ao problema proposto e considerações sobre a escolha do local que será pesquisado.

Assim, as justificativas da pesquisa devem conter:

• Os motivos que levaram à escolha do tema ou assunto.

• Especificação do nível de abrangência da pesquisa.

• Definição clara do que será abordado e que aspec-tos serão considerados.

• Explicação sobre a viabilidade da execução da pesquisa.

• Indicação dos aspectos originais e inovadores da pesquisa.

• Importância e contribuições da pesquisa.

Tome NotaVariável: elemento, grandeza ou fator que entra em jogo em uma pesquisa e que pode ter mais de um valor, inter-pretação ou se encontrar em mais de um estado. A variável pode ser independente quando está relacionada à causa e cujas variações influenciam os valores de uma outra vari-ável ligada ao feito, chamada de variável dependente.

Tome NotaIntuição: tipo de saber espontâneo é uma forma de conhe-cimento imediato que não recorre ao raciocínio.

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2.3.2 O problema de pesquisaUm problema é algo que mobiliza a mente humana na

busca de um maior entendimento de questões postas pela rea-lidade, ele reflete a busca de soluções para problemas nela exis-tente, com o propósito de provocar modificações para melhor.

Um problema de pesquisa é um problema que se pode resolver com conhecimentos e dados já disponíveis ou com aqueles passíveis de serem produzidos, portanto, algo que cuja compreensão forneça novos conhecimentos para o enten-dimento ou tratamento de questões a ele relacionadas.

Um problema de pesquisa impõe que outras informa-ções podem ser obtidas a fim de delimitá-lo, compreendê-lo, resolvê-lo ou contribuir para a sua solução. Portanto, é algo que pode ser testado cientificamente, que envolve variáveis que podem ser observadas ou manipuladas.

É claro que nem todas as indagações podem ser consi-deradas problemas de pesquisa. Assim, não é um problema de pesquisa algo que se pode resolver pela intuição, pela tra-dição, pelo senso comum ou pela simples especulação.

A escolha de um problema de pesquisa nunca se dá de maneira aleatória, ela é sempre influenciada por fatores internos do pesquisador: conhecimentos de diversas ordens, curiosidade, ceticismo, imaginação, experiência, filosofia, consciência de seus limites etc. e por fatores externos à rea-lidade próxima ou ainda à instituição a qual o pesquisador está ligado.

O problema de pesquisa está sempre inscrito em um assunto ou tema e um dos primeiros passos da pesquisa é exa-tamente a delimitação e formulação do problema de pesquisa.

De um modo geral, podemos dizer que um problema de pesquisa pode ser definido de duas maneiras:

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s• O problema é definido a priori pelo pesquisador, com pouco ou nenhum contato com a realidade na qual ele se apresenta.

• O problema é determinado pelo pesquisador em conjunto com as pessoas envolvidas no estudo em diferentes níveis de participação.

A delimitação do problema define os limites da dúvi-da, deixando claro quais as variáveis envolvidas na investiga-ção e como elas se relacionam, corresponde a uma pergunta que contém as possíveis relações de uma possível resposta.

Assim, para determinação de um problema devemos observar:

• O problema deve ser concreto e estar formulado de maneira clara, objetiva, compreensiva e operacional.

• Como o problema reflete a dificuldade com a qual defrontamos e queremos resolvê-la, ele deve ser for-mulado de maneira interrogativa.

• Um problema de pesquisa não pode estabelecer juí-zos de valor.

• O problema deve referir-se a fenômenos observá-veis, passíveis de verificação empírica.

• O problema deve ser representativo e passível de ser generalizado; não deve referir-se a casos únicos ou isolados.

• O problema deve apresentar certa originalidade.

2.3.3 Os objetivos da pesquisaOs objetivos de uma pesquisa refletem as intenções

do pesquisador, definem, de modo mais claro e direto, que

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aspecto da problemática constitui o interesse central da pes-quisa, o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa.

São determinados de maneira a trazer as informações que solucionam o problema; são amplos, quando gerais ou restritos, quando específicos.

A especificação dos objetivos de uma pesquisa respon-de às questões: para quê?; e para quem?.

Os objetivos podem também abranger as questões do estudo, que correspondem às questões gerais os específicas relativas ao assunto investigado.

SínteSeVimos que o que difere fundamentalmente uma pes-

quisa científica de uma simples especulação são os procedi-mentos adotados na investigação aos quais denominamos: métodos.

Você deve ter percebido que, para se desenvolver uma pesquisa, passamos por vários momentos distintos, dinâmi-cos e alguns, interdependentes.

RefeRênciaS

CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1987.

RICHARDSON, R. J. et al. Pesquisa social: métodos e técni-cas. São Paulo: Atlas, 1999.

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sVeja a seguir um exemplo:

O jovem e o consumo(Pesquisa realizada pelo Instituto Akatu e pela Indicator Opinião Pública.

Texto adaptado pelo Prof. Carlos Honório Pinheiro para as aulas de Metodologia na Universidade Anhembi Morumbi.)

JUSTIFICATIVAA presente pesquisa aborda o jovem e o consumo; foi

desenvolvida com o intuito de conhecer melhor os hábitos de consumo e a visão de mundo dos jovens, segmento decisivo para garantir que o consumo seja exercido de uma forma sus-tentável nos próximos anos. Afinal, para investir no futuro do planeta é imprescindível a cooperação daqueles que irão desfrutá-lo.

APRESENTAÇÃO TEMASem a pretensão de traçar um perfil exaustivo do jovem

consumidor, a pesquisa busca estabelecer um primeiro conta-to com essa geração, despertando sua sensibilidade e consci-ência da finitude dos recursos naturais e de sua responsabili-dade com relação ao futuro da saúde do planeta.

INTERESSE PELO TEMAO interesse em desenvolver tal investigação leva em

consideração que a juventude marca presença expressiva no mercado consumidor, seja no papel de compradores dire-tos ou influenciando as decisões de compras dos adultos. O mundo dos adultos raramente percebe os jovens como com-pradores e usuários de bens e serviços, e menos ainda os reconhece como consumidores conscientes das implicações e repercussões de suas atitudes.

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SITUANDO O TEMANos tempos que correm, as sociedades passam por

transformações quase instantâneas. O clima de permanente mudança é parte da vivência de um mundo frenético, onde o mercado competitivo – e, em grande medida, excludente – impacta a ação e o comportamento de milhões de jovens.

A juventude dá sinais de que sabe o que quer. Mesmo sob a influência de uma mídia capaz de construir ou impul-sionar estilos de vida, hábitos e costumes – o comportamento juvenil costuma revelar a busca do protagonismo e da afirma-ção de sua personalidade.

É possível detectar, em qualquer quadrante do planeta, o crescimento entre os jovens de uma consciência ecológica, ligada à preservação da vida e das condições de coexistência da humanidade e a natureza.

Entretanto, só o conhecimento aprofundado de cada situação concreta vivida pelos jovens pode permitir entender como essa consciência se traduz em suas ações, especialmen-te no âmbito do consumo. É certo que grande parte deles não consegue se desvencilhar da chamada ditadura das grifes e do sonho de possuir os símbolos dos avanços tecnológicos (aparelhos de som, computadores, videogames etc.). A exacer-bação desses sentimentos por vezes faz do consumismo um verdadeiro vício.

O mundo do mercado e da propaganda, que impul-siona o consumo, acentua também as diferenças sociais. Ao mesmo tempo em que define um estilo de vida que propõe a satisfação de todas as necessidades, pode transformar-se em germe da violência para grande parcela da juventude, ao esti-mular seu desejo sem possibilitar condições de acesso ao con-sumo. A frustração daí decorrente pode tornar-se mais um fator a empurrar o jovem para a criminalidade.

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sIMPORTÂNCIA DO TRABALHO E CONSTRIBUIÇÕES DA PESQUISA

Por já constituírem um importante segmento do mer-cado consumidor, os jovens são o público-alvo de boa parte das ações de publicidade. É uma parcela da população que, nos últimos anos, tem aumentado significativamente o peso relativo de suas compras, movimentando bilhões de dólares e tornando-se importante fonte de negócios. Além das roupas e calçados de marcas globais, os carros esportivos, aparelhos de som, telefones celulares, DVDs, lap tops etc., fazem parte dos sonhos de consumo de muitos jovens. E, para o mundo dos negócios, os jovens valem não só pelo que podem realizar agora, uma vez que nessa fase consolidam comportamentos de consumo que vão manter por toda a vida.

PUBLICAÇÕESAs publicações que relacionam o jovem e o consumo

são raras, existe uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Akatu e pela Indicator Opinião Pública em 2001 que trata desse tema.

PROBLEMAS DA PESQUISAA pesquisa tem como problema: Quais os hábitos e a visão de mundo dos jovens em

relação ao consumo?

OBJETIVOS DA PESQUISAA pesquisa tem como objetivos:• Conhecer melhor os hábitos e consumo dos jovens.• Conhecer a visão de mundo dos jovens em relação ao consumo.• Verificar como a propaganda interfere nos hábitos de consumo do jovem.

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• Traçar um primeiro esboço das percepções dos jovens sobre o consumo sustentável.• Investigar os aspectos como as implicações e o impacto socioambiental que suas ações provocam em sua vida e no mundo, e os grandes desafios para a humanidade nos próximos anos.

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Fundamentando a pesquisa

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Caro (a) aluno (a)!

Toda pesquisa deve conter o esquema conceitual, isto é, os pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fun-damentará sua interpretação considerando que nenhuma pesquisa parte da estaca zero e que o conhecimento sempre é construído a partir de conhecimentos já existentes.

Nesta unidade vamos tratar exatamente da Fundamen-tação Teórica da Pesquisa; como desenvolver; como fazer a referência de uma fonte de informação em um trabalho cientí-fico e também, como fazer citações de outros autores em meu trabalho. Vamos abordar os seguintes tópicos:

• A fundamentação teórica.

• Referenciação.

• Citações.

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sAo final da unidade você deverá estar apto a:

• elaborar a Fundamentação Teórica do trabalho, ou seja: fazer o levantamento bibliográfico das obras que tratam do assunto e a sua seleção e, em seguida, elabo-rar o texto da fundamentação;

• fazer corretamente a referenciação de fontes de informações conforme estabelecem as normas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

• fazer corretamente citações de outros autores em trabalhos científicos; e

• identificar e elaborar trabalhos científicos.

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A fundamentação teórica

A pesquisa científica não tem como única finalidade um relatório final ou a descrição de fatos relevantes do coti-diano, mas sim o desenvolvimento de um caráter interpreta-tivo, no que se refere aos dados obtidos. Para tal, é fundamen-tal relacionar a pesquisa a um referencial teórico, que servirá de embasamento à interpretação do significado dos dados e fatos colhidos ou levantados.

Todo projeto de pesquisa deve conter o esquema con-ceitual, isto é, as premissas ou pressupostos teóricos sobre os quais o pesquisador fundamentará sua interpretação, o que muitas vezes é chamado de Revisão da Literatura ou Quadro Teórico, ou ainda, Fundamentação Teórica. Esse quadro referencial clarifica a lógica de construção do objeto da pesquisa, orienta a definição de categorias e dá suporte às relações antecipadas nas hipóteses, além de constituir o principal instrumento para a interpretação dos resultados da pesquisa.

Na pesquisa qualitativa, em que se desenvolve um estudo teórico-crítico, os pesquisadores usam a literatu-ra para discutir conceitos e justificar categorias de análise, enquanto que nos estudos experimentais ou quantitativos, buscam formular indutivamente suas teorias com base na análise dos dados.

Assim, a Fundamentação Teórica, é uma simples trans-crição de pequenos textos, mas uma discussão sobre as ideias, fundamentos, problemas, sugestões dos vários autores perti-nentes e selecionados.

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Tome NotaDocumentação é toda informação sistemática, comuni-cada de forma oral, escrita, visual ou gestual, fixada em um suporte material, como fonte de comunicação.

Tome NotaDocumento é qualquer informação sob a forma de textos, imagens, sons, sinais etc., contida em um suporte material (papel, madeira, tecido, fita magnética, disco etc.), fixados por técnicas especiais como impressão, gravação, pintura, incrustação etc.

Alguns autores indicam que o quadro teórico seja apre-sentado em um capítulo separado, enquanto que outros con-sideram isso desnecessário, indicando que a discussão teórica seja feita ao longo da análise dos dados.

Nos Cursos de Graduação é mais usual nos trabalhos de pesquisa, considerar a Fundamentação Teórica como um capítulo à parte.

Para desenvolver a Fundamentação Teórica, o pesqui-sador deverá proceder ao levantamento das várias fontes documentais disponíveis e a partir daí, à medida que se rea-liza a leitura, em que os elementos importantes vão surgindo, vai se construindo a fundamentação.

Portanto, a documentação refere-se ao registro dos apontamentos feitos durante a leitura das obras selecionadas. Tais apontamentos correspondem ao primeiro estágio da fun-damentação.

Na elaboração da Fundamentação Teórica do trabalho não basta enumerar vários itens, é necessário que haja subtí-tulos que contenham sentido. Em trabalhos científicos, todos os títulos de capítulos ou de outros itens devem ser temáti-cos e expressivos, isto é, devem dar a ideia exata do conteúdo.

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Em trabalhos científicos é necessário utilizar um estilo sóbrio, preciso e claro de modo que o leitor entenda o raciocínio e as ideias do autor. Assim, para desenvolver a Fundamentação Teórica de um trabalho de pesquisa você deve seguir os seguintes passos:

Fazer o levantamento das fontes de informações sobre o tema escolhido.

• Fazer a seleção das fontes identificadas.

• Definir, a partir das fontes de informações selecio-nadas, os tópicos que irão compor a Fundamentação Teórica do trabalho.

• Definir o conteúdo de cada tópico.

• Desenvolver cada um dos tópicos.

Veja um exemplo:• No trabalho de pesquisa:

CERETTA, P. S.; LIMA, S. R. de; LIMA, M. R. de. Controle de incidentes através da tecnologia da informação. Disponível em http://www.ead.fea.usp.br/semead/7semead/paginas/artigos%20recebidos/mqi/MQI04_-_Controle_de_in-cidentes_TI.PDF. Acesso em: ago.2013.Os autores elaboraram sua fundamentação teórica a partir dos seguintes tópicos:

1. Introdução

2. Tecnologia da informação: aspectos gerais

3. O prevencionismo e a engenharia de segurança de sistemas.

4. O papel do sistema de informações no relato de inci-dentes.

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3.2

Referenciação

As informações sobre o tema ou problema investigado podem provir de observações, de reflexões pessoais, de espe-cialistas na área ou ainda do acervo de conhecimentos reuni-dos em bibliotecas, centros de documentação bibliográfica ou de qualquer registro que contenha dados.

A busca de informações documentadas acompanha o desenvolvimento de toda a pesquisa e visa responder ‘as necessidades objetivas da investigação mostrando a situação atual do tema tratado na pesquisa em relação:

• ao que já foi bem investigado;

• ao que falta investigar; e

• aos problemas ainda controvertidos, obscuros, ina-dequadamente estudados ou que ainda persistem.

Os documentos são armazenados em centros de docu-mentação, bibliotecas, museus, bancos de dados, arquivos etc., que se especializam na sua conservação e classificação.

Todo documento utilizado na pesquisa: livros, revis-tas, jornais, gravações sonoras, audiovisuais e aquelas prove-nientes da Internet devem ser referenciados no relatório de pesquisa.

A referenciação bibliográfica é feita com base em normas que definem os elementos que permitem a perfei-ta identificação de um documento, no todo ou em partes. Como padrão, utilizamos a norma NBR 6023 da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

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Tome NotaNBR 6023: especifica os elementos a serem incluídos em referências. Fixa a ordem dos elementos da referência e estabelece convenções para transcrição e apresentação da informação originada do documento e/ou outras fontes de informação.

Destina-se a orientar a preparação e compilação de refe-rência de material utilizado para a produção de documen-tos e para inclusão em bibliografias, resumos, resenhas, recensões e outros.

Aplica-se às descrições usadas em bibliotecas e nem as substitui. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas – fundada em 1940 é o órgão responsável pela normalização técnica no país.

Para tomar conhecimento da norma NBR 6023, você pode consultar o site: http://www.abnt.org.br.

É importante ressaltar que existem várias outras normas de referenciação e que os livros de Metodologia Científica, muitas vezes estão desatualizados, visto que elas são revistas periodicamente.

Em uma referência bibliográfica temos:

• Elementos essenciais: são aqueles indispensáveis para a identificação de qualquer documento, são eles: autor, título, local de publicação, editora e data.

• Elementos complementares: são aqueles que for-necem informações complementares a respeito do documento, que acrescentados aos essenciais podem melhorar a caracterização do documento. Os elemen-tos complementares podem ser omitidos; os principais são: tradutor, ilustrador, organizador, ISBN, descrição física, série ou coleção número da edição etc.

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sAlguns elementos complementares podem se tornar

essenciais é o caso do número de edição, quando uma deter-minada edição é diferente da anterior, nesse caso é necessá-rio especificar.

3.2.1 Exemplos de Referenciação

LIDERANÇA BASEADA EM PRINCÍPIOSAutor: COVEY, STEPHEN R.Editora: CAMPUSAssunto: ADMINISTRAÇAO-LIDERANÇA ISBN:8535211314ISBN-13: 9788535211313Livro em Brochura- 16 x 23 cm 3ª Edição - 2002 - 370 pág.

Livro com um autor:

COVEY, Stephen R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

COVEY, Stephen R. Liderança baseada em princípios. Rio de Janeiro: Campus, 2002. Edição atualizada com novo pre-fácio do autor.

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CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 3:

RESUMO TEORICO, EXERCICIOS RESOLVIDOS E PROPOSTOS

Autor: LORETO, ANA CELIA DA COSTA Autor: LORETO JUNIOR, ARMANDO EREIRA Autor: PAGLIARDE, JOSE EMILIOEditora: LCTEAssunto: CIÊNCIAS EXATAS-MATEMÁTICA ISBN: 8598257311ISBN-13: 9798598257319Livro em Brochura1ª Edição - 2006 - 160 pág.

Livro com até três autores:

LORETO, Ana Célia da Costa; LORETO JÚNIOR, Armando Pereira; PAGLIARDE, José Emilio. Cálculo diferencial e inte-gral 3. São Paulo: LCTE, 2006.

LORETO, Ana Célia da Costa; LORETO JÚNIOR, Armando Pereira; PAGLIARDE, José Emilio. Cálculo diferencial e inte-gral 3.Resumo teórico, exercícios resolvidos e propostos. 1.ed. São Paulo: LCTE, 2006. 160 pág.

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FORMAÇAO CONTINUADA E GESTAO DA EDUCAÇAO

Autor: FERREIRA, NAURA SYRIA CARAPETOEditora: CORTEZ Assunto: PEDAGOGIA1ª Edição - 2003 - 318 pág.

Livro com mais de três autores:FERREIRA, Naura S. Carapeto et al. Formação conti-

nuada e gestão da educação. São Paulo: Cortez, 2003.

VALORES E COMPORTAMENTO NAS ORGANI-ZAÇOESAutor: TAMAYO, ALVARO

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Editora: VOZESAssunto: ADMINISTRAÇAO-RECURSOS HUMANOSLivro em Brochura 1ª Edição - 2005

Livro com responsabilidade destacada: Organizador – Org.; Coordenador – Coord.

TAMAYO, Álvaro e PORTO, Juliana Barreiros (Orgs.). Valores e comportamento nas organizações. Petrópolis: Vozes, 2005.

SCHWARTZ, Shalom H. Valores humanos básicos: seu contexto e estrutura intercultural. In: TAMAYO, Álvaro e PORTO, Juliana Barreiros (Orgs.). Valores e comportamento nas organizações. Petrópolis: Vozes, 2005. 21-55.

Teses, dissertações, monografias:

PORTILHO, Evelise Maria Labatut. A psicopedagogia na universidade: possibilidades de reflexão e atuação – pro-posta de institucionalização. 1995. Dissertação (Mestrado em Educação)- Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curi-tiba, 1995.

FILHO, Armando. A maquiagem teatral ou a máscara no rosto nos últimos 15 anos na produção teatral de São Paulo. 2007. Monografia (Pós-Graduação em Arte Integrativa)- Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2007.

Artigo em revista:

KÜCHLER, Adriana e FIORATTI, Gustavo. Chove chuva. Revista da Folha. São Paulo, 20/01/2008. p.21-25.

KÜCHLER, Adriana e FIORATTI, Gustavo. Chove chuva. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/revista/rf2001200808.htm. Acesso em: ago.2013.

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sArtigo em jornal:

PINHO, Ângela. Mortalidade de crianças no Brasil caiu 65% desde 1990. Jornal Folha de São Paulo. São Paulo, p.C-1, 23 de Janeiro de 2008. Caderno Cotidiano.

PINHO, Ângela. Mortalidade de crianças no Brasil caiu 65% desde 1990. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff2301200801.htm Acesso em: ago.2013.

Publicação institucional:

DIRETRIZES E NORMAS PARA APRESENTAÇAO DE TRABALHOS ACADEMICOS, DISSERTAÇOES E TESES - NBR14724/2002

Autor: ANHEMBI MORUMBIEditora: ANHEMBI MORUMBIAssunto: METODOLOGIA DE PESQUISA ISBN: 8587370421Livro em Brochura1ª Edição - 2007 - 90 pág.

UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI. Diretrizes e nor-mas para apresentação de trabalhos acadêmicos, disserta-ções e teses. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2007.

Documentos eletrônicos disponíveis em CD, DVD,

Vídeo, Disquete

O SEGREDO. TS Production LLC. Dolby Digital. 2006. DVD. (91 min), NTSC, Colorido, em Português.

Obs. sempre que necessário à identificação da obra, podem

ser incluídas notas com informações complementares, ao

final da referência.

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Citações

Em um trabalho científico devemos ter sempre a preo-cupação de fazer referências precisas às ideias, frases ou con-clusões de outros autores, isto é, citar a fonte (livro, revista e todo tipo de material produzido gráfica ou eletronicamente) de onde são extraídos esses dados.

As citações podem ser:

• diretas, quando se referem à transcrição literal de uma parte do texto de um autor, conservando-se a gra-fia, pontuação, idioma etc., devem ser registradas no texto entre aspas; e• indiretas, quando são redigidas pelo(s) autor(es) do trabalho a partir das ideias e contribuições de outro autor, portanto, consistem na reprodução do conteúdo e/ou ideia do documento original; devem ser indicadas no texto com a expressão: conforme ... (sobrenome do autor). As citações fundamentam e melhoram a qualidade

científica do trabalho, portanto, elas têm a função de ofere-cer ao leitor condições de comprovar a fonte das quais foram extraídas as ideias, frases ou conclusões, possibilitando-lhe ainda aprofundar o tema/assunto em discussão.

Têm ainda como função, acrescentar indicações biblio-gráficas de reforço ao texto. As fontes podem ser:

• primárias: quando é a obra do próprio autor que é objeto de estudo ou pesquisa; e

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s• secundária: quando trata-se da obra de alguém que estuda o pensamento de outro autor ou faz referência a ele. Conforme a ABNT (NBR 6023), as citações podem ser registradas tanto em notas de rodapé chamadas de Sistema Numérico, como no corpo do texto, chamado de Sistema Alfabético.

É mais comum fazer o registro de citações pelo Sistema Alfabético, que coloca, imediatamente após as aspas finais do trecho citado, os elementos entre parênteses no corpo do texto, pois a leitura torna-se mais confortável.

Os elementos são:

• sobrenome do autor em letras maiúsculas;

• data da publicação do texto citado; e

• página(s) referenciada(s).

3.3.1 Citações diretasAs citações diretas curtas são aquelas com até 3 linhas,

que deverão ser apresentadas no texto entre aspas e ao final da transcrição, faz-se a citação.

Exemplo 1Indicação do autor fora do texto usa-se caixa alta:

É neste cenário, que “[...] a AIDS nos mostra a extensão que uma doença pode tomar no espaço público. Ela coloca em evidência de maneira brilhante a articulação do biológico, do político, e do social.” (HERZLICH e PIERRET, 1992, p.7).

Exemplo 2Indicação do autor no texto usa-se caixa baixa:

Segundo Paulo Freire (1994, p. 161), “[...] transformar ciência em conhecimento usado apresenta implicações epis-

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temológicas porque permite meios mais ricos de pensar sobre o conhecimento [...]”.

Exemplo 3: Nóvoa (1992, p.16) se refere à identidade profissional da

seguinte forma:“A identidade é um lugar de lutas e conflitos, é um

espaço de construção de maneiras de ser e de estar na pro-fissão.”

Exemplo 4:O papel do pesquisador é o de servir como ‘’veículo

inteligente e ativo’’ (LÜDKE e ANDRÉ, 1986, p.11) entre esse conhecimento acumulado na área e as novas evidências que serão estabelecidas a partir da pesquisa.

Já as citações diretas longas são aquelas com mais de 3

linhas, que deverão ser apresentadas separadas do texto por um espaço. O trecho transcrito é feito em espaço simples de entrelinhas, fonte tamanho 10, com recuo de 4 cm da margem esquerda. Ao final da transcrição, faz-se a citação.

Exemplo 1:O objetivo da pesquisa era esclarecer os caminhos e as

etapas por meio dos quais essa realidade se construiu. Dentre os diversos aspectos sublinhados pelas autoras, vale ressal-tar que:

para compreender o desencadeamento da abundante retórica que fez com que a AIDS se construísse como ‘fenômeno social’, tem- se freqüentemente atribuído o principal papel à própria natureza dos grupos mais atingidos e aos mecanismos de transmissão. Foi construí-do então o discurso doravante estereotipado, sobre o sexo, o sangue e a morte (HERZLICH e PIERRET, 1992, p.30).

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sExemplo 2:

A escolha do enfoque qualitativo se deu porque con-cebemos a pesquisa qualitativa na linha exposta por Franco (1986, p. 36), como sendo aquela que

assentada num modelo dialético de análise, procura identificar as múltiplas facetas de um objeto de pesquisa (seja a avaliação de um cur-so, a organização de uma escola, a repetência, a evasão, a profissionalização na adolescên-cia, etc.) contrapondo os dados obtidos aos parâmetros mais amplos da sociedade abran-gente e analisando-os à luz dos fatores sociais, econômicos, psicológicos, pedagógicos etc.

3.3.2 Citações indiretasReproduz-se a ideia do autor consultado sem, contu-

do transcrevê-la literalmente. Nesse caso, as aspas ou o itáli-co não são necessários, todavia, citar a fonte é indispensável.

Exemplo 1:De acordo com Freitas (1989), a cultura organizacional

pode ser identificada e aprendida através de seus elementos básicos tais como: valores, crenças, rituais, estórias e mitos, tabus e normas.

Exemplo 2:A cultura organizacional pode ser identificada e apren-

dida através de seus elementos básicos tais como: valores, crenças, rituais, estórias e mitos, tabus e normas. Existem diferentes visões e compreensões com relação à cultura orga-nizacional. O mesmo se dá em função das diferentes cons-truções teóricas serem resultantes de opções de diferentes pesquisadores, opções estas que recortam a realidade, deten-do-se em aspectos específicos (FREITAS, 1989).

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Exemplo 3:

É na indústria têxtil de São Paulo que temos o melhor exemplo da participação da família na divisão do traba-lho. A mulher, neste setor, tem uma participação mais ativa na gestão dos negócios e os filhos um envolvimento preco-ce com a operação da empresa da família. (DURAND apud BERHOEFTB, 1996, p. 35). A expressão latina apud que signi-fica: citado por, conforme, segundo é utilizada quando se faz referência a uma fonte secundária.

3.4

Trabalhos científicos

Os trabalhos científicos se caracterizam por:

• serem elaborados de acordo com normas preesta-belecidas;

• serem originais;

• contribuírem para a ampliação do conhecimento e compreensão de certos problemas; e

• servirem de modelo ou oferecer subsídios para outros trabalhos.

Assim, os trabalhos científicos consistem em:

• Observações ou descrições de fenômenos naturais, novas espécies, estruturas e funções, mutações e varia-ções, dados ecológicos etc.

• Trabalhos experimentais, abrangendo os mais diversos campos.

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s• Trabalhos teóricos de análise ou síntese de conhe-cimentos, proporcionando a produção de novos con-ceitos.

Os trabalhos científicos mais comuns são:1. Informe científico:

Consiste na divulgação de resultados de uma pesquisa através de um relato escrito. É o mais sucinto dos trabalhos científicos se restringindo à descrição de resultados obtidos através da pesquisa de campo, de laboratório ou documen-tais. O informe científico deve ser redigido de maneira que a comprovação dos procedimentos, técnicas e resultados obti-dos, possam ser repetidos por outros que se interessem pela investigação.

Exemplo:Krymchantowski AV, Tavares C, Penteado Jd Jde C,

Adriano M. Enxaqueca. Disponível em: http://www.cartao-saudeagora.com.br/htm/materia.asp?materia=472#. Acesso em: 21/01/2008

Tome NotaVisite o site da CAPES e veja outros exemplos de revis-tas eletrônicas e artigos científicos: http://www.periodicos.capes.gov.br

2. Artigo científico:

Um artigo científico consiste em pequenos estudos, porém completos, que tratam de uma questão científica no qual são apresentados os resultados de estudos ou pesqui-sas, distinguindo-se dos demais trabalhos científicos pela sua reduzida dimensão e conteúdo. Os artigos científicos normal-mente são publicados em revistas ou periódicos especializa-dos, permitindo ao leitor repetir a experiência descrita.

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O conteúdo de um artigo científico pode abranger os mais variados aspectos, apresentando temas ou abordagens novas, atuais e diferentes e está dividido em:

• Apresentação: título, autor e suas credenciais.

• Resumo: a síntese do artigo.

• Corpo do artigo: que compreende a apresenta-ção do assunto, metodologia, exposição, explicação, demonstração do material e avaliação dos resultados e referências a outras publicações.

• Parte referencial: bibliografia, anexos, agradeci-mentos.

Exemplo 1:BORGUINI, Renata Galhardo; TORRES, Elizabeth A.

Ferraz da Silva. Alimentos orgânicos: qualidade nutritiva e segurança do alimento. Disponível em: http://www.unicamp.br/nepa/arquivo_san/Alimentos_organicos.pdf. Acesso em: ago.2013.

Exemplo 2:LIMA, Maria Cristina Vidigal de; DEBS, Mounir Khalil.

Análise da instabilidade lateral de duas vigas pré-molda-das protendidas. Disponível em: http://www.set.eesc.usp.br/cadernos/nova_versao/pdf/cee37_71.pdf. Acesso em: ago.2013.

3. Resenha:

É a apresentação do conteúdo de uma obra com o obje-tivo de informar o leitor sobre o assunto tratado através de uma síntese das ideias fundamentais da obra.

A resenha pode ser feita de duas maneiras:a. Resenha Informativa:

Também chamada de fichamento é, praticamente, um resumo do texto. Entretanto, ela não é somente um resumo,

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sé o conteúdo do texto, resumido e classificado conforme a necessidade do pesquisador.

Ela contém todas as informações relevantes do texto organizadas através de suas categorias.

Para se elaborar uma resenha informativa é necessário:

• a leitura integral do texto, para conhecimento do assunto, identificando as ideias importantes e os deta-lhes relevantes;

• elaborar um esquema para a redação a partir das principais partes do texto; e

• redigir o texto da resenha.

b. Resenha crítica:

Consiste na avaliação crítica de uma obra abrangendo o seu resumo, a crítica propriamente dita e a formulação de um conceito. É claro que para se fazer um resenha crítica é necessário ter o conhecimento completo da obra e competên-cia na área para fazer a análise crítica.

A Resenha Crítica é composta das seguintes partes:

• referência bibliográfica;

• credenciais do autor;

• conclusões da autoria, digesto (descrição sinteti-zada do conteúdo dos capítulos);

• metodologia da autoria;

• quadro de referência da autoria;

• quadro de referência do resenhista;

• crítica do resenhista; e

• indicação do resenhista (a quem se destina a obra).

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Exemplo:MARICATO, Ermínia. Um mundo dominado pelas

favelas. Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revis-tas/read/resenhasonline/06.063/3116. Acesso em: ago.2013. Resenha da obra: DAVIS, Mike. Planeta Favela. Tradução de Beatriz Medina. São Paulo: Boitempo, 2006.

4. Monografia:

Segundo a ABNT, Monografia é o “documento que apresenta a descrição exaustiva de determinada matéria, abordando aspectos científicos, históricos, técnicos, econômi-cos, artísticos etc.”.

Portanto, Monografia significa a abordagem de um único (mono) assunto, ou problema, de maneira sistemática e completa, que resulte de investigação científica.

Tem como características:

• é um trabalho escrito, sistemático e completo;

• o tema é específico ou particular de uma ciência ou parte dela;

• consiste em um estudo pormenorizado e exaustivo, abordando vários aspectos e ângulos de um fenômeno;

• dá um tratamento extenso em profundidade, mas é limitado;

• utiliza de metodologia específica; e

• apresenta uma contribuição importante, original e pessoal para a ciência.

Como todo trabalho científico, a Monografia tem a seguinte estrutura:

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s• Introdução: formulação clara e simples do tema da investigação; é a apresentação sintética da questão, importância da metodologia e referência a trabalhos anteriores.

• Desenvolvimento: é a fundamentação do trabalho de pesquisa, cuja finalidade é expor e demonstrar.

• Conclusão: é o resumo completo, mais sintetizado, da argumentação dos dados e dos exemplos constantes das duas primeiras partes do trabalho.

Constam também, as relações existentes entre as dife-rentes partes da argumentação e a união das ideias bem como o fechamento da introdução e a síntese de toda reflexão.

Exemplo:FERREIRA, Kátia Gomes. Teste de usabilidade. 2002

Monografia (Especialização em Informática)- Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte: 2002.

Disponível em http://conteudo.imasters.com.br/3206/usabilidade.pdf. Acesso em: ago.2013.

SínteSe

Nessa unidade vimos que todo trabalho científico está fundamentado em uma Teoria de Base que é elaborada a par-tir das fontes de informações que tratam do fenômeno objeto da investigação.

Vimos também que, tais fontes devem ser reunidas, selecionadas e referenciadas no trabalho conforme normas estabelecidas pela ABNT e/ou pela Instituição. Você viu tam-bém que na Fundamentação Teórica do trabalho usamos de citações, que correspondem às menções feitas a outros auto-res com o propósito de reafirmar ou contrapor as ideias defen-didas.

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Todas as citações devem ser cuidadosamente elabora-das para permitir ao leitor identificar os autores e obras cita-das. Deve ter ficado claro também para você que em todos os trabalhos científicos, dos mais simples, como o informe cien-tífico, ao mais complexo, as teses, iremos encontrar: a funda-mentação teórica, as referências e citações.

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( 4 )

Organizando a pesquisa

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Caro (a) aluno (a)!

No primeiro momento, a história da ciência pode pare-cer como uma descrição resultante do desenvolvimento dos conhecimentos científicos, anteriores e atuais.

De tal modo que, o último conhecimento aparece como o mais evoluído e, consequentemente, o mais perfeito. Isso nos faz pensar a história da ciência como uma história que se caracteriza por uma continuidade e evolução, o que não é verdade; a história da ciência não segue uma linha linear, acumulativa, mas dá-se por meio de cortes que muitas vezes rompem com os conhecimentos anteriores, principalmente os conhecimentos do senso comum.

Um conhecimento obtido permanece até ser contesta-do por outras interpretações dos fatos. Reforça-se, pelo con-trário, se os saberes obtidos por novas manipulações o con-

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sfirmam. A busca da compreensão e de explicações universais cada vez mais abrangentes a respeito da realidade, conduzi-da por um processo de investigação científica, podem levar à formulação de leis e teorias.

Com a presente unidade, iniciamos a segunda etapa da pesquisa: sua organização. Vamos analisar a natureza das leis e teorias, como surgem, quais seus objetivos, suas carac-terísticas e funções na ciência e qual o papel das hipóteses e variáveis em sua construção.

Vamos tratar também das estratégias da pesquisa, ou seja, como a investigação será conduzida, seu nível de apro-fundamento e abordagem.

No projeto de pesquisa, as estratégias são definidas quando se descreve a metodologia. Assim, vamos abordar os seguintes tópicos:

• As hipóteses e variáveis.

• As estratégias de pesquisa.

Esperamos, ao final da unidade, que você seja capaz de:

• identificar as características de uma lei, de uma teo-ria e de uma hipótese e de como elas estão relacionadas;

• elaborar as hipóteses para uma pesquisa; e

• definir as estratégias para uma pesquisa.

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As hipóteses e variáveis

4.1.1 Leis e teoriasDe modo simples, pode dizer-se que as leis são hipóte-

ses gerais que foram testadas e receberam apoio experimen-tal e que pretendem descrever as relações ou regularidades encontradas em certos grupos de fenômenos.

Por exemplo, as Leis de Kepler, referentes às trajetórias dos planetas em torno do sol, indicam que estas se apresen-tam em forma de elipse, pois os planetas estão sujeitos à atra-ção gravitacional do sol. As leis surgem da necessidade que se tem de encontrar explicações para fenômenos ou fatos da realidade.

Tome NotaDe uma forma geral, além do seu uso específico como termo de filosofia, “fenômeno” é a definição de qualquer evento observável.Existem fenômenos em praticamente qualquer campo de pesquisa. Por exemplo, a agressividade, resistência, analfabetismo, violência...Os fatos ou fenômenos são apreendidos por meio de suas manifestações, e o seu estudo visa conduzir à descoberta de aspectos invariáveis, comuns aos diferentes fenômenos, por meio da classificação e da generalização.

Tome NotaFATO:Refere-se à realidade, ocorrência, acontecimento. Por exemplo, minha idade é um fato; também é um fato o grau de escolaridade.

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LEI DE MURPHYVocê já deve ter ouvido falar da Lei de Murphy que: Se há duas ou mais formas de fazer alguma coisa e uma das for-mas resultar em catástrofe, então alguém a fará.

As leis têm duas funções específicas:• Resumir grande quantidade de fatos.

• Permitir e prever novos fatos, pois se fenômeno ou fato se enquadrar em uma lei, ele se comportará con-forme o estabelecido por ela.

Uma lei científica que descreve uma regularidade de coexistência, isto é, um padrão de coisas, geralmente é for-mulada da seguinte forma: sempre que tiver a propriedade x, então terá a propriedade y. Por exemplo, a água ferve, quan-do aquecida a 100º, em recipientes abertos, no nível do mar.

Uma lei que descreve uma regularidade de sucessão, ou seja, um padrão nos eventos, afirma que sempre que uma coisa, tendo x, se encontra em determinada relação com outra coisa de certa espécie, esta última tem y. Por exemplo, sempre que uma pedra é jogada na água, produzirá na superfície da mesma uma série de ondas concêntricas que se expandem de igual forma do centro à periferia.

A partir de certo estágio, no desenvolvimento de uma ciência, as leis deixam de estar isoladas e passam a fazer parte de teorias.

Uma teoria é formada por uma reunião de leis, hipó-teses, conceitos e definições interligadas e coerentes. As teo-rias têm um caráter explicativo ainda mais geral que as leis. Por exemplo, a Teoria da Evolução, explica a adaptação indi-vidual, a formação de novas espécies, a sequência de fósseis,

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a semelhança entre espécies aparentadas e vale para todos os seres vivos do planeta.

Portanto, uma teoria é um meio para interpretar, criti-car e unificar leis estabelecidas, modificando-as para se ade-quarem a dados não previstos quando de sua formulação e para orientarem a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas.

As teorias caracterizam-se pela possibilidade de estru-turar as uniformidades e regularidades, explicadas e confir-madas pelas leis, em um sistema cada vez mais amplo e coe-rente, relacionando-as, concentrando-as e sistematizando-as, com a vantagem de corrigi-las e de aperfeiçoá-las.

Por outro lado, à medida que as teorias se ampliam, passam a explicar, no universo dos fenômenos, cada vez mais uniformidades e regularidades, mostrando a interdependên-cia existente entre elas. Por exemplo, a Teoria da Gravitação Universal de Newton é muito mais ampla e abrangente do que as leis de Kepler, pois estas, referindo-se especificamente às trajetórias dos planetas, indicaram que são determinadas não apenas pela influência gravitacional do Sol, mas também de outros planetas; a teoria de Newton explica também a Lei de Galileu, ao postular uma força gravitacional, que especifi-ca um modo de funcionamento.

Uma teoria nos fornece dois aspectos relacionados com os fenômenos: de um lado, um sistema de descrição e, de outro, um sistema de explicações gerais. Portanto, a teo-ria não é mera descrição da realidade, mas uma abstração, ela fornece significado aos fatos, dando direção à busca de fatos. Tanto as leis como as teorias devem cumprir os seguin-tes requisitos:

• Devem ser gerais, não devem explicar apenas casos particulares de um fenômeno.

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s• Devem ser comprovadas, estar alavancadas (avali-zadas, corroboradas ou assentadas) pela experimen-tação.

• Devem, quando possível, expressar-se mediante funções matemáticas.

As teorias científicas têm validade até que sejam inca-

pazes de explicar determinados fatos ou fenômenos, ou até que algum descobrimento novo comprovado se oponha a elas.

A partir de então, os cientistas começam a elaborar outra teoria que possa explicar esses novos descobrimentos, o que faz da Ciência um conhecimento evolutivo e não esta-cionário.

Proposição é uma afirmação suscetível de ser verdadei-ra ou falsa, é algo que vai ser discutido ou defendido.

4.1.2 HipótesesUma hipótese expõe o que procuramos em uma pes-

quisa.Os vários fatos em uma teoria podem ser logicamen-

te analisados, e outras relações podem ser deduzidas além daquelas estabelecidas na teoria. Neste ponto não se sabe se essas deduções são corretas; a formulação da dedução, contu-do, constitui uma hipótese, que se verificada, torna-se parte de uma construção teórica futura.

Assim, uma teoria expõe uma relação entre fatos; se esta relação existe, outras proposições que deveriam ser ver-dadeiras podem ser deduzidas desta teoria.

Tais proposições deduzidas são as hipóteses. A hipó-tese é uma proposição que pode ser colocada à prova para determinar sua validade; pode parecer contrária, ou de acor-do com o senso comum, pode ainda ser correta ou errada. Em qualquer caso, uma hipótese, conduz a uma verificação empí-

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rica, independendo do resultado, ela é uma questão propos-ta de tal maneira que uma resposta de algum tipo pode estar próxima a aparecer.

Portanto, obedecendo a um raciocínio lógico, a hipó-tese consiste na passagem dos fatos particulares para um esquema geral, ou seja, são supostas respostas para o pro-blema em questão. Como outras formas de conhecimento, a hipótese é o reflexo do mundo material na consciência do homem, isto é, uma imagem subjetiva do mundo objetivo. Na pesquisa, a hipótese passa por dois processos importantes: a sua correta formulação e o seu teste. Com o intuito de encon-trar soluções para o estudo em questão, as hipóteses poderão ser comprovadas ou refutadas.

Contudo, mesmo refutada é uma fonte de conhecimen-tos sobre o problema estudado. Segundo Popper, as leis e teo-rias científicas, mesmo as mais bem estabelecidas, são sempre hipóteses, inventadas livremente para predizer e explicar os fenômenos.

O que as tornaria científicas é sua falseabilidade, ou seja, o poderem, em princípio, ser refutadas pela experiên-cia. É claro que as teorias de fato aceitas num dado momento não podem já ter sido refutadas. Mas é importante que sejam refutáveis, pois caso contrário, não teriam pontos de contato com a realidade.

Saiba mais

Para saber mais sobre Popper, você poderá consultar: http://afilosofia.no.sapo.pt/10popper.htm http://www.cfh.ufsc.br/~wfil/popper5.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Popper

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sO progresso da ciência seria, assim, o resultado de um

processo constante de conjeturas e refutações, de substituição de hipóteses falseadas por hipóteses melhores e não falsea-das, porém sempre falseáveis. Embora essa visão da ciência aparentemente rompa de forma radical com a noção original, há aí um elemento importante o realismo.

Tome NotaConjetura ou conjectura é um juízo ou opinião sem fundamento preciso, é uma suposição ou hipótese.

Essa posição filosófica é, em termos simples, a de que, embora falíveis, as teorias científicas devem ser entendidas como tentativas sérias, e cada vez melhores, de descrever uma realidade objetiva, ainda quando transcenda o nível dos fenômenos, ou seja, aquilo que é diretamente perceptível aos sentidos.

A construção científica do conhecimento continua, nessa perspectiva realista, dando vazão da melhor forma possível ao nosso arraigado desejo de compreender o mundo real, de descobrir como e por que funciona.

Saiba maisO Realismo é um movimento artístico surgido na França, e cuja influência se estendeu a numerosos países europeus.Esta corrente aparece no momento em que ocorrem as primeiras lutas sociais, sendo também objeto de ação contra o capitalismo progressivamente mais dominador. O engajamento ideológico faz com que muitas vezes a forma e as situações descritas sejam exageradas para reforçar a denúncia social.

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4.1.3 Características das hipótesesA hipótese deve ser clara: a clareza se refere ao modo

como foi enunciada, isto é, constituída por termos que ajudam realmente a entender o que se pretende afirmar e indiquem de modo compreensível os fenômenos a que se referem.

• A hipótese deve ser verificável pelos processos cien-tíficos: não deve conter julgamentos morais, embora possa estudar julgamentos de valor.

• A hipótese deve ser específica: o enunciado deve ser especificado, dando as características para identifi-car o que deve ser observado e incluindo uma referên-cia aos indícios que serão usados.

• A hipótese deve ser plausível: isto é, deve indicar uma situação possível de ser admitida, de ser aceita.

• A hipótese deve ser consistente: a consistência indica que o enunciado não está em contradição nem com a teoria e nem com o conhecimento científico mais amplo, bem como que não existe contradição dentro do próprio enunciado.

Uma hipótese não é enunciada em forma interrogativa e nem em forma condicional, mas é uma afirmação, provisó-ria, que se faz, em forma de sentença declarativa.

A formulação da hipótese está relacionada com o pro-blema da pesquisa e correlacionada com as variáveis, esta-belecendo uma união entre teoria e realidade com o sistema referencial e a investigação. Tal condição exige que seja elabo-rada com evidências e sem ambiguidades.

Enquanto o problema é uma questão a investigar e o objetivo é um resultado a alcançar, as hipóteses são as respos-tas antecipadas ao problema.

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Exemplo 1Em uma pesquisa que se propunha estudar a viabili-dade e as condições de execução de cursos a distância, via Internet, foram formuladas as seguintes hipóteses:• A infraestrutura da Internet no Brasil possibilita o desenvolvimento de cursos a distância.• Existe demanda por cursos a distância via Internet para profissionais da área de Comunicação.• As ferramentas da Internet possibilitam a realização de cursos a distância interativos.

Exemplo 2Em uma pesquisa com o título “Modas e modismos em ges-tão: pesquisa exploratória sobre a adoção e implementação de ERP”, disponível em: http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=trabalho&cod_edicao_subsecao=52&cod_evento_edicao=3&cod_edicao_trabalho=3367 foram for-muladas as seguintes hipóteses:O contexto e os mecanismos que permeiam as decisões sobre a adoção e a estratégia de implementação de siste-mas integrados de gestão correspondem àqueles relacio-nadas à adoção de modas e modismos gerenciais.• Os critérios para adoção de sistemas integrados de ges-tão estão mais ligados a mimetismo que a análises do tipo “custo-benefício”. O processo decisório correspondente é inconsistente.• A forma de implantação de sistemas integrados de ges-tão não considera fatores-chaves relacionados à transfor-mação organizacional e gestão da mudança. A estratégia de implantação correspondente é inadequada.• Os resultados obtidos com a implantação de sistemas integrados de gestão são decepcionantes e ficam abaixo das expectativas das empresas. Tais resultados são conse-quência de decisões erradas quanto à adoção e quanto à forma de implantação.

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4.1.4 VariáveisAs variáveis são aspectos, propriedades, caracterís-

ticas individuais ou fatores, observáveis ou mensuráveis de um fenômeno. Alguns exemplos de variáveis são:

• na física: massa, peso, velocidade, energia, força, impulso, atrito etc.;

• nas ciências sociais: inteligência, classe social, sexo, salário, idade, ansiedade, preconceito, motivação, agressão, frustração e muitas outras; e

• na economia: custo, tempo, qualidade, produtivi-dade, eficiência, desempenho etc.

Segundo a relação que expressa, uma variável pode ser classificada em:

• Variável independente: é aquela que é fator deter-minante para que ocorra um determinado resultado; é a condição ou causa para um determinado efeito ou consequência; é o estímulo que condiciona uma resposta.

• Variável dependente: é aquele fator ou proprie-dade que é efeito, resultado, consequência ou resposta de algo que foi estimulado; não é manipulada, mas é o efeito observado como resultado da manipulação da variável independente.

• Variável de controle: é aquele fator ou propriedade que poderia afetar a variável dependente, mas que é neutralizado ou anulado, através de sua manipulação deliberada, para não interferir na relação entre a variá-vel independente e a dependente.

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s• Variável interveniente: é aquele fator ou proprie-dade que, teoricamente, afeta o fenômeno observado. Esse fator, no entanto, ao contrário das outras variá-veis, não pode ser manipulado ou medido.

Como as variáveis se referem aos aspectos observáveis

ou mensuráveis, elas podem ser classificadas, segundo o tipo:• Variáveis qualitativas: são caracterizadas pelos seus atributos ou aspectos qualitativos e relacionam aspectos não somente mensuráveis, mas também definidos descritivamente. Os elementos do conjunto original são agrupados em classes ou categorias (clas-sificação) distintas, obedecendo a determinado critério classificatório. Nas variáveis qualitativas não existem ordem, hierarquia ou proporção.

Por exemplo: sexo, estado civil, raça, nacionalidade, histe-ria, psicose etc.

Veja um exemplo de variável qualitativa:As crianças que foram bloqueadas em suas ações mos-tram-se mais agressivas do que aquelas que não o foram.- Variável independente: ter ou não ter o bloqueio;- Variável dependente: grau de agressividade;- Variável interveniente: a frustração (o bloqueio conduz à frustração e esta à agressividade).

• Variáveis quantitativas: são determinadas em rela-ção aos dados ou proporção numérica, são os atributos ou aspectos que podem ser quantificados. As variá-veis quantitativas são sempre resultados de um pro-cesso de contagem ou mensuração. Por exemplo: peso, altura, idade, temperatura, volume, massa, renda fami-liar etc.

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As variáveis são propriedades que podem variar entre indivíduos, objetos ou coisas e outros.

Veja o exemplo abaixo:Na pesquisa que se propunha estudar a viabilidade e

as condições de execução de cursos a distância, via Internet, foram identificadas as seguintes variáveis:

• Existência de infraestrutura de rede adequada para atendimento das necessidades do curso a distância.

• Demanda por cursos a distância por parte dos pro-fissionais de Comunicação.

• Capacidade das ferramentas Internet produzirem um ambiente interativo que assegure o aproveita-mento do curso pelos participantes.

Na pesquisa científica, a variável correlaciona-se em

dois níveis: o conceitual e o empírico. No primeiro caso, enu-meram-se as propriedades de interesse imediato para o estu-do e estabelecem-se as relações entre elas.

No segundo, a análise estabelece as associações exis-tentes entre as variáveis, tal como ocorreu nos dados ou fatos observados, e deve-se verificar se estas relações se ajustam ao modelo conceitual.

4.2

As estratégias de pesquisa

4.2.1 Os níveis de pesquisaComo forma de adquirir conhecimento, a pesquisa

científica pode ser desenvolvida de acordo com seus objeti-vos. Assim, é possível distinguir três níveis de pesquisas:

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s• Pesquisas Exploratórias: Têm como principal fina-lidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas na formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos pos-teriores. De todos os tipos de pesquisa, estas são as que apresentam menor rigidez no planejamento. São desenvolvidas com o objetivo de proporcionar visão geral acerca de determinado fato e constituem a pri-meira etapa de uma investigação mais ampla.

Para saber mais sobre a pesquisa exploratória e verificar um exemplo, você pode consultar:

PIOVESAN, A.; TEMPORINI, E. R. Pesquisa explorató-ria: procedimento metodológico para o estudo de fato-res humanos no campo da saúde pública. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v29n4/10.pdf. Acesso em: ago.2013.

Veja um exemplo de pesquisa descritiva:

ROSÁRIO, N. M. do. A estética da tevê e a (des)configura-ção da informação. Disponível em: http://www.corporali-dades.com.br/downloads/2.pdf. Acesso em: ago.2013.

• Pesquisas Descritivas: Têm como objetivo a descri-ção das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre vari-áveis a partir da observação, descrição e classificação dos fenômenos observados. Dentre as pesquisas des-critivas, estão aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde etc. Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis, pretendendo determinar a natureza dessa

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relação. Nesse caso, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Por outro lado, há pes-quisas que, embora definidas como descritivas, a partir de seus objetivos acabam servindo mais para propor-cionar uma nova visão do problema, o que as aproxi-mam das pesquisas exploratórias.

• Pesquisas Explicativas: São aquelas que têm como preocupação central identificar os fatores que determi-nam ou que contribuem para a ocorrência dos fenôme-nos. Esse é o tipo de pesquisa que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.

Veja exemplos de pesquisas explicativas:

SILVA, L. I. A. L. da. União estável: qual a estabilidade dessa união? 2006. Monografia (Graduação em Direito)- Centro Universitário de João Pessoa. João Pessoa, 2006. Disponível em: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:aJtrgDCdSo4J:www.correioforense.com.br/wp-content/uploads/e0c7dac69720090204103953.doc+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acesso em: ago.2013.

GONÇALVES, Elizabeth Moraes e GUIMARÃES, André Sathler. Jornalismo econômico: uma análise do dis-curso. Disponível em http://www.ufrgs.br/alcar/encon-tros-nacionais-1/3o-encontro-2005-1/JORNALISMO%20ECONOMICO.doc/view. Acesso em: ago.2013.

4.2.2 As abordagens de pesquisaUma pesquisa pode ser realizada com dados criados

ou com dados existentes.No primeiro caso, os dados são coletados após uma

intervenção com o objetivo de provocar uma mudança e no

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ssegundo, os dados estão presentes na situação em estudo e que o pesquisador, através das técnicas de pesquisa, faz apa-recer sem a intenção de modificá-los através de uma inter-venção.

Os especialistas usam diferentes nomenclaturas para as metodologias empregadas na realização de pesquisas, porém não diferem basicamente em seu conteúdo. Tais meto-dologias se distinguem de acordo com as fontes de dados utilizadas, a amplitude do estudo conforme os objetivos, o tipo de análise que pretendem fazer e, ainda, de acordo com o controle das variáveis em estudo. Em qualquer projeto de pesquisa é necessário definir as estratégias de pesquisa que melhor permita ao pesquisador responder suas questões ou verificar a validade de suas hipóteses.

Não existe uma estratégia que seja sempre a melhor para responder a uma pesquisa de um determinado fenôme-no, o que existem são estratégias que otimizam a qualidade da pesquisa em relação a certos contextos.

A escolha de uma estratégia de pesquisa tem que ser feita considerando, entre outros elementos, a natureza da questão da pesquisa, o contexto no qual a pesquisa se reali-zará, a formação e a experiência do pesquisador.

Os especialistas classificam as estratégias de pesqui-sa de várias formas, em nosso curso vamos considerar que a definição das estratégias ocorre em dois momentos:

• na escolha da abordagem de pesquisa; e

• na escolha de um modelo de pesquisa.

Na pesquisa experimental ou quantitativa, o pesqui-sador parte de um fenômeno delimitado a priori sobre o qual formula hipóteses passíveis de serem verificadas, determi-

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nando os métodos de verificação a ser utilizado, através do qual procurará controlar as condições do experimento; sub-mete o fenômeno à experimentação em condições de controle, tendo a preocupação com a validade interna das hipóteses a fim de extrair leis, fazer generalizações e elaborar teorias que expliquem o fenômeno observado.

Experimentação: Forma de aquisição de conhecimento em que o pesquisador fixa, manipula e introduz variáveis no objeto do estudo.

Na pesquisa experimental podemos distinguir dois modelos: a pesquisa provocada e a pesquisa invocada.

Pesquisa experimental provocada: é aquela na qual o pesquisador tem um controle muito grande sobre a variável independente; quando o pesquisador decide qual a interven-ção a ser aplicada, as modalidades de sua aplicação, o momen-to da aplicação e também escolhe quem recebe a interven-ção. Aqui estão as pesquisas que envolvem, necessariamente, experimentação ou testes.

Variável Independente: A característica principal de uma variável independente é sua autonomia em relação a outra variável com a qual mantenha relação.É como se, em relação à outra variável, tivesse um compor-tamento próprio, que não dependesse dela, dessa forma, a variável independente comanda o comportamento da variável dependente.Numa relação de causa e efeito, a variável independente é sempre parte da causa, quando não é a própria causa e a variável dependente é sempre o efeito.

Pesquisa experimental invocada: o pesquisador não pode manipular a variável independente, assim ele utiliza

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svariações naturais ou acidentais desta variável para medir os efeitos sobre uma ou mais variáveis dependentes.

A pesquisa qualitativa é uma abordagem que valoriza os aspectos qualitativos dos fenômenos, abrigando diferen-tes correntes, cujos pressupostos são contrários à abordagem quantitativa e os métodos e técnicas de pesquisa são diferen-tes dos adotados nos modelos experimentais.

Parte do princípio de que não existe um padrão único de pesquisa para todas as ciências e que há uma relação dinâ-mica entre a realidade e o sujeito. Isso significa que à medida que o pesquisador aprofunda ou alarga seus conhecimentos sobre a realidade, ele se modifica, assim como modifica a pró-pria realidade.

Os modelos mais comuns de pesquisa qualitativa são: Estudo de Caso, Pesquisa-Ação, Pesquisa Participante e História de Vida.

Estudos de caso: referem-se, evidentemente, ao estudo de um caso, seja ele simples e específico ou complexo e abs-trato; consiste na observação detalhada de um contexto, um indivíduo, uma única fonte de documento ou um aconteci-mento específico, portanto, ele pode focar um local específico, um grupo específico ou qualquer atividade.

Os estudos de caso têm como características:

• visam à descoberta através da busca constante de novas respostas e novas indagações;

• enfatizam a interpretação em contexto do fenô-meno estudado para uma apreensão mais completa;

• buscam retratar a realidade de forma completa e profunda procurando revelar a multiplicidade de

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dimensões presentes numa determinada situação ou problema;

• usam uma variedade de fontes de informação, o pesquisador recorre a uma variedade de dados coleta-dos em diferentes momentos, em situações variadas e com uma variedade de tipos de informantes;

• permitem generalizações naturalísticas de expe-riências vividas por outros, o pesquisador pro-cura relatar as suas experiências durante o estudo de modo que o leitor ou usuário possa fazer as suas generalizações;

• procuram representar os diferentes e às vezes con-flitantes pontos de vista, isto é, a realidade pode ser vista sob diferentes perspectivas, não havendo uma única que seja a mais verdadeira; e

• utilizam uma linguagem e uma forma mais acessí-vel, podendo ser utilizados dramatizações, desenhos, fotografias, colagens, slides, discussões, mesas redon-das etc. e os relatos escritos apresentam um estilo informal, narrativo, ilustrado por figuras de lingua-gem, citações, exemplos e descrições.

No desenvolvimento do estudo de caso são evidencia-das três fases que se superpõem em diversos momentos:

• Exploratória: especificar as questões ou pontos crí-ticos, estabelecer os contatos iniciais, localizar os infor-mantes e as fontes de dados, definir de maneira mais precisa o objeto de estudo;

• Delimitação do estudo: coletar sistematicamente as informações, determinar os focos da investigação, estabelecer os contornos do estudo;

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s• Análise sistemática: reunir as informações coletas, transcrever as entrevistas, elaborar os relatórios com a análise de fatos, elaborar os registros de observações.

Pesquisa-ação: é um tipo de pesquisa social com base empírica, concebida e realizada em estrita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo.

Com a pesquisa-ação, o pesquisador pretende desem-penhar um papel ativo na própria realidade dos fatos obser-vados, a participação das pessoas implicadas nos problemas investigados é absolutamente necessária.

Na pesquisa-ação, o pesquisador desempenha um papel ativo no equacionamento dos problemas, no acom-panhamento e na avaliação das ações desencadeadas com ampla e explícita interação com os envolvidos, não se limi-tando a uma forma de ação, mas também com o objetivo de aumentar o conhecimento e a consciência dos atores.

Evidentemente que a pesquisa-ação exige métodos e técnicas de grupo para lidar com a dimensão coletiva e inte-rativa da investigação.

Pesquisa participante: visa estabelecer uma participa-ção adequada dos observadores dentro dos grupos observa-dos de modo a reduzir as barreiras entre pesquisador e pes-quisados, não se voltando para o agir.

Nesse sentido, a participação se concentra, sobretu-do, no pesquisador cuja preocupação maior é a captação de informações e os grupos investigados permanecem nas suas atividades rotineiras. Assim, a pesquisa participante é uma modalidade de pesquisa qualitativa através da qual o pes-quisador é levado a compartilhar, pelo menos de maneira superficial, os papéis e os hábitos dos grupos pesquisados,

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sem que esses grupos sejam mobilizados em torno dos obje-tivos da pesquisa, mas deixados em suas atividades normais. Portanto, a pesquisa participante se presta ao entendimento crítico da realidade para a sua transformação, à valorização do saber popular, à investigação da percepção que os grupos têm de sua situação existencial.

O método de investigação participante se compõe de estratégias e técnicas diversas, entre elas a observação e apre-senta as seguintes fases:

• investigação para recolhimento de informações ini-ciais que permita a apreensão do conjunto de contradi-ções que caracterizam a realidade;

• codificação, que, partindo do conjunto de contradi-ções que representa a realidade, escolherá aquela que vai servir à investigação; e

• decodificação, que procura desvendar o fenômeno observado.

História de vida: uma estratégia criada por volta de 1920, mas que somente a partir da década de 60 é que se desenvolve, pode ser definida como a narração, por uma pes-soa, de sua experiência vivida, é a autobiografia.

Pode ter a forma literária biográfica tradicional como memórias e crônicas. Ao pesquisador cabe registrar a narrati-va e em seguida, proceder a sua análise.

SínteSe

Vimos que a teoria é que fundamenta a direção da pes-quisa, estabelecendo um elo entre o que é conhecido e o des-conhecido, ou da própria teoria tiram-se deduções lógicas que representam outros tantos problemas e hipóteses.

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sPor outro lado, as teorias nunca atingem a totalidade de

aspectos dos fenômenos da realidade. Estabelecem relações entre aspectos não diretamente observáveis, sendo geralmen-te expressas por vários enunciados sistematizados. Sendo a finalidade de a ciência descobrir uma relação sistemática dos fenômenos, somente os seus aspectos comuns e invariáveis são levados em consideração, estabelecendo-se com eles os elos da estrutura existente.

As propriedades individuais e próprias de cada fenô-meno, isoladamente, são desconsideradas pelas teorias. À medida que as teorias se ampliam, mais uniformidades e regularidades explicam o universo dos fenômenos, mostran-do a interdependência que há entre eles.

A teoria se manifesta como uma eterna hipótese que mantém viva a necessidade da indagação, da investigação, fazendo da ciência um edifício em permanente construção, é aí que reside a importância das hipóteses na pesquisa.

Nessa unidade abordamos também as estratégias de uma pesquisa, que consistem na integração e articulação do conjunto das decisões a serem tomadas, para apreender de maneira coerente a realidade empírica, a fim de testar de maneira as hipótese ou questões da pesquisa. Enfatizamos que um mesmo problema de pesquisa pode permitir ques-tionamentos diferentes, que por sua vez, levam a hipóteses diferentes.

Por conseguinte, a verificação dessas hipóteses exige que a coleta de dados seja feita de forma diferenciada, para o caso de dados que já existem e para aqueles cujo aparecimen-to deve ser provocado.

No Relatório de Pesquisa, as estratégias fazem parte do capítulo Metodologia, no qual são definidos os procedimen-tos metodológicos da pesquisa. Tal capítulo inicia-se com a definição das estratégias.

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Pesquisa de campo

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Caro (a) aluno (a)!

Os dados de uma pesquisa nada mais são que informa-ções a respeito do fenômeno investigado.

Necessitamos de tais dados para que possamos con-frontar as teorias relativas ao fenômeno estudado e como ele se evidencia na realidade. Por esta razão é que uma pesquisa sempre envolve a coleta de dados. Para que possamos desen-volver tal processo, necessitamos definir um universo e, mui-tas vezes, coletar os dados apenas com parte deste universo.

Outra questão que surge na coleta de dados é: como escolher os elementos de um universo para a coleta de dados? Por outro lado, para coletar as informações a respeito do fenô-meno investigado, o pesquisador pode consultar documentos, observar o próprio fenômeno, ou ainda interrogar pessoas.

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sA seleção do instrumental metodológico está direta-

mente relacionada com o problema a ser pesquisado; a esco-lha dependerá dos vários fatores relacionados com a pesqui-sa, isto é, a natureza do fenômeno, o objetivo da pesquisa, os recursos humanos e financeiros disponíveis, o tempo dis-ponível e outros elementos que possam surgir no campo da investigação.

Nas pesquisas, de um modo geral, nunca se utiliza apenas um método e uma técnica e nem somente uma fonte de dados; na maioria das vezes, há uma combinação de dois ou mais deles.

Então, nessa unidade vamos desenvolver os conteú-dos que dizem respeito: com quem e com quais instrumentos a pesquisa será desenvolvida. Assim, na presente unidade, vamos apresentar os conceitos relativos:

• À teoria das amostragens.

• Às técnicas de pesquisa.

Com isto, esperamos que ao final da unidade você seja capaz de:

• definir com precisão a população, amostra e amos-tragem de uma pesquisa; e

• elaborar com clareza os instrumentos de coleta de dados para uma pesquisa.

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5.1

A teoria das amostragens

O termo população, na linguagem popular, refere-se ao número de habitantes de uma determinada região. Assim, falamos a população da cidade de Campinas.

Saiba MaisPopulação Finita: É aquela na qual se pode enumerar ou identificar todos os seus elementos.População Infinita: É aquela que possui um número inde-terminado de elementos (por exemplo, as jogadas com um dado) ou um número tão grande que admitimos como infinita (o número de peixes existentes no mar).

Na Estatística, define-se população ou universo, como sendo o conjunto dos elementos que têm características comuns que pode ser contada, pesada, medida, ordenada de alguma forma e que sirva de base para as propriedades que se quer investigar.

Podemos então falar na população:

• formada pelos alunos matriculados na Universidade Anhembi Morumbi, no 1º semestre de 2008;

• constituída dos pregos fabricados por uma indús-tria no mês de Janeiro/08;

• constituída dos leitores da Revista Veja; e

• constituída pelos usuários do transporte público na Cidade de São Paulo etc.

A amostra é um subconjunto, representativo da popu-

lação, isto é, a parte do todo que servirá de base para o seu

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sestudo, portanto, que apresenta as mesmas características da população da qual foi extraída.

Exemplo:A Credicard fez uma pesquisa que publicou com o

título: “O profissional do futuro”. Definiu para tal pesquisa:

• Problema: Os jovens estão se preparando e sendo estimulados para desenvolver as competências solici-tadas pelo mercado de trabalho?

• Objetivo: Identificar o gap existente entre o ensino formal e as reais necessidades da Empresa.

• População: Universitários de São Paulo.

• Amostra: Alunos na faixa etária entre 19 a 26 anos, das Universidades Mackenzie, FGV, PUC, FAAP, FEA, POLI e ESPM.

Quando todos os elementos de uma população são considerados na pesquisa, diz-se que foi realizado um censo; quando a análise é realizada com uma parte desta população (amostra), diz-se que a pesquisa foi realizada por amostra-gem (ou por amostras).

Realizamos censo:

• quando a população for relativamente pequena e concentrada;

• quando os dados a respeito da população puderem ser obtidos com facilidade;

• se os requisitos do fenômeno impõem a obtenção de dados específicos de cada elemento da população; e

• quando se necessita da informação completa e precisa.

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Por outro lado, usamos amostras:

• por que existem populações infinitas;

• quando a população é tão grande que, para fins práticos, podemos admitir como infinitas;

• por economia;

• para maior precisão; e

• quando o estudo resulta em destruição ou contami-nação dos elementos pesquisados.

Amostragem se refere aos procedimentos utilizados

para a escolha ou seleção de amostras em uma população. Tal procedimento pode considerar a probabilidade de um ele-mento qualquer da população ser incluído na amostra ou pri-vilegiar a inclusão na amostra de apenas alguns elementos.

A escolha do tipo de amostragem a ser utilizado vai depender muito do problema de pesquisa e de seus objetivos.

Podemos dizer que probabilidade é a possibilidade de ocorrência de um determinado fenômeno.

5.2

Tipos de amostragens

A Teoria das Amostragens constitui hoje em um campo bastante desenvolvido e amplo da Estatística com vários elos, como por exemplo: a Teoria das Probabilidades e a Inferência Estatística.

Em nosso estudo vamos nos deter a uma visão mais ampla e simplificada da Teoria das Amostragens.

Podemos distinguir dois tipos amostragem: a probabi-lística e a não probabilística.

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s5.2.1 Amostragem probabilística É aquela em que todos os elementos da população têm

probabilidade conhecida, diferente de zero, de ser incluídos na amostra, portanto, garante a representatividade da amos-tra em relação a população.

Esse tipo de amostragem pode ser: aleatória, sistemáti-ca, estratificada e por conglomerado.

• Amostragem aleatória: também chamada aleató-ria simples, é aquela na qual todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de ser esco-lhido como elemento da amostra. Nesse caso, os ele-mentos da amostra são escolhidos por qualquer tipo sorteio. É claro que, para que o sorteio possa ser reali-zado, é necessário que os elementos da população este-jam identificados.• Amostragem sistemática: os elementos que consti-tuirão a amostra são escolhidos segundo um fator de repetição (um intervalo fixo). Sua aplicação requer que a população esteja ordenada segundo um critério qual-quer, de modo que cada um de seus elementos possa ser unicamente identificado pela posição (uma lista que englobe todos os seus elementos, uma fila de pessoas etc.). O fator de repetição é determinado dividindo-se o tamanho da população (N) pelo tamanho da amostra (n). O primeiro elemento é escolhido por sorteio dentre os elementos da população que ocupam a posição igual ou inferior a N/n (fator de repetição), em seguida, sele-ciona-se os elementos a cada intervalo N/n.

Veja um exemplo:Suponha que tenhamos a seguinte situação:

• Tamanho da população: N = 3.200 elementos;• Tamanho da amostra: n = 100 elementos; e

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• Fator de repetição: N/n = 3200/100 = 32.

Isso significa que os elementos serão escolhidos de 32 em 32. O primeiro elemento é escolhido por sorteio entre os 32 primeiros.

• Amostragem estratificada: quando a população está dividida em estratos, a amostra também será estratificada, de tal modo que, o tamanho dos estratos na amostra seja proporcional ao tamanho dos estratos correspondentes na população.

Tome NotaEstratos: são subdivisões da população em agrupamentos homogêneos, por exemplo, sexo, raça, idade, escolaridade, leitores e não leitores de uma revista, os alunos de uma Universidade separados por curso etc.

Veja o exemplo abaixo:Em uma Universidade, os alunos são agrupados por

Área Acadêmica como mostra a tabela abaixo. Deseja-se fazer uma investigação por amostragem, para traçar o perfil dos alunos, tomando-se uma amostra de 100 alunos.

Área Acadêmica

Ciências Empresariais 1.350 17Ciências Humanas 1.686 21Comunicação 2.136 27Saúde 1.531 19Ciências Exatas 1.308 16TOTAL 8.011 100

Dados Fictícios

No. de Alunos

População Amostras

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s Observe que, nesse caso, o tamanho da amostra em

cada estrato é proporcional ao tamanho do respectivo estrato na população.

• Amostragem por conglomerado: consiste em subdividir a população que se vai investigar em grupos fisicamente próximos, independente de eles serem homogêneos ou não. Em tais conglomerados, são agregados os elementos populacionais com estreito contato físico (como casas, quarteirões, bairros, cidades, regiões etc.).

Por exemplo:Em um levantamento da população de uma cidade pode-se dispor de um mapa indicando cada um dos quarteirões de um bairro. Assim é possível colher uma amostra de quarteirões e fazer a contagem de todas as pessoas que residem naqueles quarteirões e a partir dessa contagem, selecionar os elementos que compo-rão a amostra.

As pesquisas eleitorais e muitas pesquisas de opinião pública são feitas por conglomerado.

• Amostragem não Probabilística a escolha dos ele-mentos da amostra é feita de forma não aleatória, jus-tificadamente ou não, a escolha é intencional ou por conveniência, considerando as características parti-culares do grupo em estudo ou ainda em função do conhecimento que o pesquisador tem daquilo que está investigando.

Por exemplo, ao fazer uma pesquisa junto aos profes-sores da Universidade Anhembi Morumbi, um aluno

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optou por entrevistar 50 professores escolhidos por conveniência.

Na amostragem não probabilística também se podem utilizar quotas, iguais ou diferentes. Considere o exemplo dos alunos de uma Universidade que estão agrupados por área acadêmica (caso anterior) e veja a seguir como poderia ser uma amostragem por quotas.

Área Acadêmica

Ciências Empresariais 1.350 17Ciências Humanas 1.686 21Comunicação 2.136 27Saúde 1.531 19Ciências Exatas 1.308 16TOTAL 8.011 100

Dados Fictícios

Observe agora que todos os estratos têm o mesmo tamanho na amostra.

5.2.2 O tamanho da amostraA teoria estatística estabelece o uso de fórmulas bas-

tante sofisticadas para o cálculo do tamanho da amostra em uma pesquisa, que não vamos entrar em detalhes em nossa disciplina. Mas é fundamental que você saiba que para que uma amostra represente com fidedignidade as características da população da qual será retirada, deverá ter um tamanho adequado.

O tamanho da amostra depende dos seguintes fatores:• Tamanho da população: Os universos de pesquisa são classificados em:

No. de Alunos

População Amostras

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sa. Finitos – quanto têm até 100.000 elementos

b. Infinitos – quando têm mais de 100.000 ele-mentos

• Nível de confiança: A teoria das probabilidades indica que, as distribuições das informações colhidas a partir de amostras, geralmente, seguem a curva de Gauss (curva normal), que apresenta valores centrais elevados e valores extremos reduzidos.

Curva de Gauss

• Erro máximo tolerado: Os resultados obtidos em uma pesquisa por amostras sempre apresentam erros em relação à população de onde foram extraídas. Esse erro é inversamente proporcional ao tamanho da amostra, isto é, quanto maior for o erro admitido, menor será o tamanho da amostra.

• Percentagem com que o fenômeno ocorre: É a esti-mativa com que o fenômeno investigado ocorre na população; tal erro interfere diretamente no tamanho da amostra.

• Percentagem complementar: É a estimativa da não ocorrência do fenômeno na população. Mas, como determinar o tamanho da amostra? Existem outros

-30 -20 -10 +10 +20 +30

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procedimentos que não sejam os fundamentados em cálculos estatísticos?

Sim, alguns autores afirmam que podemos utilizar de outros procedimentos para se determinar o tamanho da amostra, tudo depende do grau de precisão com o qual se deseja desenvolver a pesquisa. Assim, podemos utilizar:

• o critério do senso comum: um valor razoável situa-se entre 30 e 110 elementos e um bom valor, acima desse patamar, considerando que quanto maior o tamanho da amostra melhor.

• o critério empírico: baseia-se na experiência de outros estudos similares ou nas recomendações con-sensuais de outros autores que, praticamente, estabele-cem o mesmo limite acima (30 a 115 elementos)

Saiba MaisVeja por exemplo:APPOLINÁRIO, F. Metodologia da ciência. São Paulo: Thomson, 2006.

HILL, M. M.; HILL, A. Investigação por questionário. Lisboa: Silabo, 2002.

COZBY, P. C. Métodos de pesquisa em ciências do com-portamento. São Paulo: Atlas, 2003.

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5.3

Ferramentas específicas do mercado

5.3.1 ObservaçãoA observação é o ato de apreender coisas e aconteci-

mentos, comportamentos e atributos pessoais e concretas inter-relações. É mais do que ver e ouvir: é seguir atentamen-te o fenômeno, selecionando o que o torna mais importante e significativo, a partir de intenções específicas.

Na observação procura-se avaliar o que ocorre e como ocorre de maneira sistemática e objetiva. É um elemento bási-co em qualquer processo de pesquisa científica, podendo ser empregada de forma independente e/ou exclusiva ou conju-gada a outras técnicas.

A observação apresenta características variadas em decorrência de sua flexibilidade, determinadas pelo objeto de estudo e pelo objetivo da pesquisa. Entretanto, para que a informação obtida através da observação seja válida, é neces-sário que sua busca seja organizada com rigor e criteriosa-mente orientada pelos objetivos definidos para a pesquisa.

Planejar a observação significa estabelecer:

• Onde: em que local e situação a observação será realizada;

• Quando: em que momento ela será realizada;

• Quem: quais serão os sujeitos a serem observados;

• O que: que comportamentos e circunstâncias ambientais devem ser observados; e

• Como: qual a técnica de observação e registro a ser utilizada.

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A objetividade na observação significa ater-se aos fatos efetivamente observados. Isto é, fatos que podem ser perce-bidos pelos sentidos, deixando de lado todas as impressões e interpretações pessoais.

Podemos classificar a observação, segundo o quadro abaixo:

MODALIDADES TIPOS CARACTERÍSTICASEstruturada É realizada em condições contro-

ladas utilizando-se de instru-mentos estruturados.Exige do observador um conhe-cimento prévio a respeito do fenômeno para que possa esta-belecer categorias em função das quais deseja analisar a situação.

Não estruturada

E chamada também de observa-ção simples ou espontânea, nor-malmente utilizada em estudos exploratórios. O observador é um espectador a quem cabe fa-zer os registros da observação de maneira mais livre sem a rigidez de um instrumento previamen-te elaborado.

Participante E aquela na qual o observador tem uma participação real no grupo observado participando de suas atividades. E utilizadapara estudos de grupos e comu-nidades.

Não participante

O pesquisador toma contato com o grupo, comunidade ou realida-de investigada sem integrar-se a ela, como espectador registrando as ocorrências que lhe interessa. E utilizada em estudos explora-tórios.

Segundo osmais utilizados

Segundo a participação do observador

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sIndividual E a realizada por um único

observadorGrupo E a realizada por uma equipe na

qual todos os elementos obser-vam um único ou vários aspec-tos de um mesmo fenômeno.

Sistemática E aquela realizada com uma regularidade definida.

Ocasional As observações são feitas de maneira esporádica, não há regularidade nas observações.

Vantagens e desvantagens da observação:A observação permite ao pesquisador obter a informa-

ção relativa ao fenômeno investigado no momento em que ocorre o fato, possibilitando verificar detalhes da situação que, após algum tempo, poderá não mais existir.

Por outro lado, temos que considerar que existem fatos que nem sempre possibilitam a presença do observador e aqueles que, a presença do observador tende a criar impres-sões favoráveis ou desfavoráveis por parte do observado.

Como já dissemos, a observação constitui o elemento básico de qualquer processo de pesquisa constituindo-se de meios diretos e satisfatórios para estudar uma ampla varie-dade de fenômenos, permitindo a coleta de dados sobre um conjunto de atitudes comportamentais. Entretanto, a ocorrên-cia espontânea não pode ser prevista fazendo com que fatores imprevistos interfiram na tarefa do pesquisador.

A observação exige menos do sujeito observado, objeto de estudo dependendo menos de sua introspecção ou refle-xão. Considerando que a duração dos acontecimentos é variá-vel e que os fatos podem acontecer ao mesmo tempo, a obser-vação torna-se difícil.

Segundo ao número de observadores

Segundo a frequência das observações

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Exemplo: Na pesquisa abaixo as autoras definiram a observação da seguinte forma:

KAMADA, I.; ROCHA, S. M. M. Assistência de enfer-magem em unidade de internação neonatal: medidas para prevenção de infecções hospitalares. Disponível em: http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1077.pdf. Acesso em: ago.2013.

“Um Protocolo de Observação foi elaborado contendo na primeira coluna uma descrição dos procedimentos pres-critos na literatura e na segunda um espaço em aberto para anotação dos mesmos procedimentos observados na coleta de dados, contendo os seguintes itens: planta física e distribuição dos berços, cuidados relativos ao ambiente, métodos de higienização, cuidados relativos ao pessoal contactante, métodos de limpeza e cuidados relativos ao recém-nascido.”

5.3.2 QuestionárioO questionário constitui uma das mais importantes e

usuais técnicas para a obtenção de dados em uma pesquisa; geralmente são utilizados com o objetivo de obter informa-ções sobre opiniões, crenças, sentimentos interesses, expec-tativas, situações vivenciadas ou ainda, para descrever as características e medir determinadas variáveis.

Assim, podemos utilizar o questionário para obter as características de um indivíduo ou grupo, como por exem-plo: sexo, idade, estado civil, nível de escolaridade, estilo de vida etc. Podemos também utilizar questionários para medir diversos fenômenos atitudinais, tais como religiosidade, autoritarismo, alienação etc.

O questionário é a técnica de investigação composta por um conjunto ordenado de questões, que são apresentadas e respondidas por escrito pelo pesquisado. Os questionários são classificados em função do tipo de pergunta formulada, a classificação mais usada é:

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s• Questionário de perguntas abertas: Perguntas aber-tas são aquelas que admitem respostas diferentes dos pesquisados, isto é, cada pesquisado poderá respon-der livremente à pergunta. Este tipo de pergunta nor-malmente é utilizado para obter opiniões, sentimentos, crenças e atitudes por parte do pesquisado.

Por exemplo:Qual sua opinião sobre as invasões de terras feitas pelo MST?

Quais foram as dificuldades que você teve no curso de Metodologia da Pesquisa Científica on-line?

As perguntas abertas também podem investigar com-portamento (presente ou passado) Por exemplo:

Como você se atualiza para atuar no mercado de trabalho?

• Questionário de questões fechadas: Perguntas fechadas são aquelas para as quais o pesquisador fixa as alternativas que podem ser apontadas pelo pesqui-sado, que deve assinalar a(s) alternativa(s) que mais se ajusta(m) às suas características, ideias ou sentimentos.

As perguntas fechadas podem ser:1. Dicotômicas: aquelas cujas respostas se opõem.

Você é fumante? ( ) Sim ( ) Não

Em relação à redução da idade penal, você é:( ) a favor ( ) contra

2. De múltipla escolha: são apresentadas várias alter-nativas e o pesquisado pode assinalar apenas uma (resposta simples) ou mais de uma (respostas múlti-plas).

Qual a sua idade?( ) até 20 anos

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( ) de 21 a 25 anos ( ) de 26 a 30 anos ( ) de 31 a 35 anos ( ) mais de 35 anos

Para você quais são as principais características do bom professor? ( ) Expressa com clareza o conteúdo que desenvolve( ) Desenvolve as aulas integrando teoria e prática ( ) Relaciona os conteúdos da disciplina à realidade( ) Promove atividades de pesquisa com os alunos( ) Utiliza recursos didáticos para favorecer a apren-dizagem( ) Promove aulas dinâmicas e produtivas, com bom aproveitamento do tempo( ) Estimula a criatividade e a produção individual( ) Estimula o questionamento e a crítica sobre os temas propostos ( ) Valoriza a participação do aluno nas aulas( ) Promove clima favorável às atividades acadêmicas ( ) Cumpre rigorosamente o plano de curso( ) Relaciona sua disciplina com as demais do curso( ) Elabora as avaliações com objetividade, clareza e equilíbrio.( ) Utiliza trabalhos complementares para nota( ) Demonstra coerência entre o que diz e o que faz em classe ( ) Respeita o aluno como pessoa( ) Cumpre seus horários de aula com pontualidade( ) Estabelece acordos de trabalho com a turma e cum-pre o estabelecido ( ) É rigoroso e intransigente

• Em escala: quando as alternativas são apresentadas em escala.

Como você avalia o seu curso?( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo

• Em escala de Likert: as alternativas têm uma escala definida.

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sVocê considera o Jornal a Folha de São Paulo, um jornal independente? (Indique o nível de concordância assinalando o número que mel-hor exprime sua opinião de 1 a 5, sendo (1) de maior discordância e (5) maior concordância).1 - discordo totalmente2 - discordo parcialmente3- indiferente4- concordo parcialmente 5 - concordo totalmente

Na elaboração dos questionários podem ser combi-nadas perguntas abertas e fechadas. O primeiro passo a ser dado na elaboração do questionário é ter clareza do proble-ma a ser investigado, considerando que ele vai depender da forma como será aplicado, do tema em estudo, da amostra a ser atingida, do tipo de análise e interpretação pretendida.

Na sua elaboração, estabelecem-se categorias para o tema, e para cada uma delas elaboram-se as perguntas, limi-tando-se sua extensão e objetivos.

Por exemplo, em uma pesquisa para traçar o perfil dos alunos de um determinado curso, foram considerados os seguintes aspectos: estilo de vida, informações acadêmicas, informações profissionais e situação econômica.

Vantagens e limitações do questionário:O questionário possibilita obter informações de um

grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas numa área geográfica extensa, implicando em menores gas-tos com pessoal, uma vez que pode ser enviado pelo correio e não exige treinamento dos pesquisadores.

Por outro lado, pode-se não atingir toda a amostra, afe-tando a representatividade dos resultados. Garante o anoni-mato dos pesquisados, fazendo com que as pessoas se sin-tam mais à vontade para expressar suas opiniões. No entanto,

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nem sempre é possível ter certeza de que a informação corres-ponde à realidade.

Permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais conveniente, não se expondo à influência das opiniões e do aspecto pessoal do entrevistado. É claro que este aspecto impede o auxílio do pesquisador para o entendimento das questões.

5.3.3 EntrevistaÉ a técnica de coleta de dados na qual as perguntas são

formuladas e respondidas oralmente, trata-se de uma conver-sação metódica que proporciona ao entrevistador as informa-ções solicitadas.

Enquanto técnica de pesquisa, a entrevista é utilizada para a obtenção de informações a respeito do que as pessoas sabem, creem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram e também acerca das suas explicações ou razões a respeito de coisas anteriores.

Em decorrência de sua flexibilidade, a entrevista é ado-tada como técnica principal de investigação nos mais diversos campos das ciências sociais ou de outros setores de atividades.

As entrevistas são classificadas levando-se em conside-ração o seu grau de flexibilidade.

• Entrevista estruturada: Também chamada padro-nizada, o entrevistador segue um roteiro de perguntas previamente estabelecido que não deve ser alterado ou adaptado. Como no questionário, a entrevista estrutu-rada poderá conter perguntas abertas e fechadas.

Por exemplo: Em uma pesquisa sobre a avaliação da aprendizagem no curso superior, o pesquisador utili-zou-se da seguinte entrevista estruturada para inves-tigar os alunos:

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s1.Como você é avaliado pelo seu professor?2. Quando o professor faz a avaliação?3.O que é avaliado pelo professor?4.O que significa, para você, ser avaliado?5.O que o professor costuma avaliar?6.Para que servem as avaliações dos professores?7.Qual é o papel do professor na avaliação?8. Qual é o papel do aluno na avaliação?9.O que acontece quando você tira notas baixas?10.E quando tira notas altas?11.Porque você acha que tira notas baixas?

• Entrevista não estruturada: Chamada também de não padronizada, corresponde ao modelo mais flexível de entrevista, que é caracterizada pela liberdade que o entrevistador tem para desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. Geralmente, neste tipo de entrevista, as perguntas são abertas e são respondidas no âmbito de uma conversação. Esse tipo de entrevista apresenta três modalidades:

⁻ Por pautas: o entrevistador se guia por uma relação de pontos de interesse (pauta) que vai explorando no decorrer da entrevista; tem a liberdade de explorá--los, fazendo as perguntas que julgar necessárias, na ordem e profundidade que quiser. As entrevis-tas por pautas são utilizadas quando os pesquisados não se sentem à vontade para responder a pergun-tas formuladas com maior rigidez. Por exemplo: Em uma entrevista junto ao professor de matemática do Ensino Fundamental, o entrevistador utilizou-se das perguntas abaixo para conhecer a opinião do profes-sor sobre a matemática e seu ensino:

O que é matemática para você?

Como você “vê” ou percebe a matemática? Para você o que é ensinar matemática?

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Qual sua opinião sobre o ensino da matemática hoje?

No exemplo acima outras perguntas poderiam ter sido feitas pelo entrevistador.

⁻ Focalizada: há um roteiro de tópicos relativos ao problema que se vai estudar e o entrevistado fala livremente à medida que se refere a eles. Ao entre-vistador cabe conduzir a entrevista não deixando que o entrevistado se desvie do assunto.

Por exemplo: Em uma entrevista na qual o pes-quisador queria investigar a opinião das mulheres sobre o aborto, foram utilizados os focos:

O aborto como direito da mulher.

O aborto e o direito à vida.

⁻ Não Dirigida: o entrevistado fala livremente a respeito do tema, expressando suas opiniões e sen-timentos; o entrevistador tem a função de incenti-var a entrevista, levando o informante a falar sobre o assunto, sem, entretanto, lhe fazer perguntas. Este tipo de entrevista é o menos estruturado pos-sível e é utilizado nos estudos exploratórios, que visam abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador.

⁻ Por exemplo: Os alunos de Arquitetura de uma Universidade, no desenvolvimento de uma pes-quisa que tinha como objetivo identificar os dife-renciais de vários bairros residenciais de São Paulo, do ponto de vista do morador, utilizaram a seguinte entrevista não dirigida:

Dê sua opinião sobre o bairro onde você mora.

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sO registro da entrevista deve ser feito no momento em

que ela acontece, mediante anotações por parte do entrevista-dor ou com auxílio da gravação.

Na entrevista, não cabe ao entrevistador concordar ou discordar das opiniões emitidas pelo entrevistado. Ele deve apenas ouvir procurando guiá-lo, levando-o a precisar, desenvolver e aprofundar os pontos abordados, mantendo-se interessado em sua fala.

Da mesma forma que o questionário, a entrevista apre-senta limitações e uma das principais é a possibilidade do entrevistado ser influenciado, de maneira consciente ou não, pelo entrevistador.

Outra limitação é o tempo necessário para se desen-volver uma entrevista, comprada com o questionário, o que implica em um custo maior.

SínteSe

Vimos na presente unidade que uma pesquisa sempre diz respeito a um universo, a população e que nem sempre po-demos ou queremos desenvolver a pesquisa com todos os elementos desta população, podemos então desenvolver a pesquisa utilizando-se de amostras.

Ao desenvolver a pesquisa por amostras, temos que definir como iremos selecionar a amostra, ou quais serão os proce-dimentos de amostragem. A escolha do melhor método de amostragem passa pela correta interpretação do problema em questão e pela forma como as informações serão extraídas dos elementos selecionados. Assim, podemos utilizar de pro-cedimentos estatísticos ou empíricos.

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Abordamos também nessa unidade as técnicas de pesquisa e nos referimos à observação, ao questionário e à entrevista como instrumentos de coleta de dados em uma pesquisa. Foi dito que a opção por uma ou outra técnica depende basica-mente do problema a ser investigado, dos objetivos e condi-ções da pesquisa e que elas poderão ser utilizadas isolada-mente ou em conjunto. As técnicas de pesquisa são descritas e justificadas no capítulo da Metodologia.

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( 6 )

Pesquisa de campo

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Caro (a) aluno (a),

Com esta unidade, iniciamos mais uma etapa da pes-quisa: a execução da pesquisa.

Na unidade anterior você viu com que instrumentos se podem coletar os dados de uma pesquisa e como elaborá--los. Já com os instrumentos definidos e elaborados, o próxi-mo passo é desenvolver o trabalho de campo, isto é, aplicar na população e amostra definidas tais instrumentos e, em segui-da, analisar os dados obtidos.

A análise corresponde à interpretação das informações coletadas de modo a dar um sentido aos dados, fazendo a ligação entre eles e o conhecimento existente.

O conteúdo dessa unidade é exatamente esse:• A coleta dos dados.

• A tabulação e análise dos dados.

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sPortanto, após o desenvolvimento dos conteúdos da

presente unidade, espera-se que você seja capaz de:• desenvolver corretamente uma pesquisa de campo; e

• fazer a tabulação e análise dos dados de uma pesquisa.

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6.1

A coleta de dados A coleta dos dados inicia-se com a aplicação dos ins-

trumentos elaborados e das técnicas estabelecidas na etapa anterior. Portanto, nessa etapa da pesquisa, já se tem os ins-trumentos de coleta de dados elaborados, a população e amostras definidas.

Na investigação, de maneira geral, os dados são cole-tados pela observação ou pelas respostas e declarações de pessoas capazes de fornecer informações que sejam úteis aos propósitos da pesquisa. As técnicas utilizadas para a coleta de dados garantem o registro das informações, o controle e a análise dos dados coletados.

A coleta de dados constitui uma etapa muito importan-te da pesquisa de campo, mas não deve ser confundida com a pesquisa propriamente dita. Assim, todas as etapas devem ser esquematizadas, a fim de facilitar o desenvolvimento da pesquisa, bem como assegurar uma ordem lógica na execu-ção das atividades. Os dados coletados serão posteriormente elaborados, analisados, interpretados e representados grafi-camente.

Posteriormente, será feita a discussão dos resultados da pesquisa, com base na análise e interpretação dos dados.

Já dissemos anteriormente que uma pesquisa pode ser caracterizada pelo tipo de dados coletados e pela análise que se fará de tais dados. Assim temos a pesquisa:

• quantitativa: que prevê a mensuração de variá-veis preestabelecidas, procurando verificar e expli-car sua influência sobre outras variáveis, mediante a análise da frequência de incidência e de correlações

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sestatísticas. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador des-creve, explica e prediz; e

• qualitativa: fundamenta-se em dados coletados nas interações interpessoais, na coparticipação das situa-ções dos informantes, analisadas a partir da signifi-cação que estes informantes dão aos seus atos. Nesse tipo de pesquisa, o pesquisador participa, compreende e interpreta.

Após a coleta, antes da análise e interpretação, os dados são elaborados e classificados de forma sistemática.

Considerando que os dados brutos não fornecem espontaneamente muitas informações, é necessário colocá-los em ordem e transformar sua apresentação, reunindo as infor-mações de maneira organizada a fim de permitir sua análise e interpretação.

Essa primeira parte do tratamento constitui a elabora-ção dos dados que se compõe das seguintes fases:

6.1.1 SeleçãoDe posse do material coletado, o pesquisador deve sub-

metê-lo a uma verificação crítica, a fim de detectar falhas ou erros, evitando informações confusas, distorcidas, incompletas, que podem prejudicar o resultado da pesquisa. É o exame deta-lhado dos dados coletados, também chamado crítica dos dados.

A seleção cuidadosa pode apontar tanto o excesso como a falta de informações e contribui para evitar posterio-res problemas de codificação.

6.1.2 CodificaçãoÉ a técnica utilizada para categorizar os dados que se

relacionam, isto é, os dados são agrupados em categorias e depois codificados.

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Codificar pode significar também transformar o que é qualitativo em quantitativo, para facilitar não só a tabulação dos dados, mas também sua comunicação.

6.1.3 TabulaçãoConsiste na disposição dos dados em tabelas, possibili-

tando maior facilidade na verificação das inter-relações entre eles, o que facilita a sua compreensão e a interpretação.

Os dados são classificados pela divisão em subgrupos e reunidos de modo que as hipóteses possam ser comprova-das ou refutadas.

A tabulação pode ser feita manualmente ou com o auxílio do computador.

6.2

Tabulação e análise de dados

Tabulação é a padronização e codificação das respos-tas obtidas através dos instrumentos de coleta de dados. É a maneira ordenada de dispor os resultados numéricos para que a leitura e análise sejam facilitadas.

A análise dos dados é a descrição do quadro de tabu-lação referente aos valores relevantes. Na análise deve-se dar ênfase nos pontos relacionados ao problema, às hipóteses e aos objetivos da pesquisa.

6.2.1 Tabulação de questões fechadas com respostas simples

O pesquisado só pode dar uma resposta, assim, o número de respostas é igual ao número de pesquisados.

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sExemplo:

Não Um pouco

NS Sim Sim, muito

Manipulado % 42 28 3 22 5Livre para escolher

% 9 22 3 56 10

Informado % 8 27 3 51 10maravilhado % 32 24 5 29 10

A manipulação não é um sentimento decorrente do esforço de venda das empresas. Somente 27% declaram sen-tir-se manipulado ou muito manipulado.

A maioria (66%) diz sentir-se livre ou muito livre para escolher os produtos que compra e 61% consideram-se consu-midores informados.

Do total, 39% sentem-se maravilhados com a propa-ganda das empresas.

Os jovens pesquisados parecem não se incomodar com a publicidade que as empresas fazem de seus produtos, considerando-a importante para obter informação e garantir--lhe a liberdade para escolher os produtos que mais lhe con-vierem, segundo critérios que priorizam qualidade e preço.

6.2.2 Tabulação questões fechadas com res-postas múltiplas

O pesquisado pode indicar mais de uma alternativa como resposta, nesse caso, o número de resposta é diferente do número de pesquisados.

Exemplo:O que você considera importante na escolha do super-

mercado para fazer compras mensais?( ) preços baixos( ) variedade de produtos( ) localização

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( ) atendimento( ) outros ____________

O item considerado de maior importância na escolha de um supermercado para a realização de compras mensais pelos pesquisados é preços baixos (45%), seguido da varieda-de de produtos (25%). O atendimento correspondeu a apenas 9% das respostas.

Os pesquisados apontaram como outros motivos (8%): existência de estacionamento e de manobristas, aceitar che-que pré-datado, aceitar cartão de crédito e qualidade dos pro-dutos hortifrutigrangeiros.

6.2.3 Tabulação de perguntas abertasPadronizam-se as respostas por categoria e procede-se

à tabulação como a tabulação simples ou múltipla.Exemplo 1:Por que você compra roupas da marca “Y”?

Preços baixos 63 45%

Variedade de produtos 35 25%

Localização 18 13%

Atendimento 13 9

Outros 11 8%

Total de respostas 140 100%1

Fatores de escolha f %

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s

Número de pesquisados: 100A análise dos dados demonstra que a maioria dos pes-

quisados (45%) compra roupa da marca “Y” em função de sua qualidade. Dos respondentes, apenas 20%, compram roupas marca “Y”, em função da grife.

As perguntas abertas também podem ser analisadas de maneira descritiva (qualitativa) sem que haja a preocupa-ção com a quantificação.

Exemplo 2:Em um questionário aplicado aos alunos do Curso de

Design com o objetivo de traçar o seu perfil, foi formulada a seguinte pergunta aberta:

*Quais as razões que o levaram a escolher a Universi-dade Anhembi Morumbi e o Curso de Design?

Após a análise de todas as repostas dadas pelos alunos a esta pergunta foi elaborado o seguinte texto:

“Os alunos do Curso de Design têm bastante clareza das razões que os levaram a escolher o curso e a Universidade Anhembi Morumbi: a proposta do curso e o gosto e/ou inte-resse pela área de criação artística e informática, ou ainda, por já ter feito algum curso na área.

Qualidade São muito boasSão bem-feitasSão melhores que os outrosSão de ótima qualidade

45 45%

Preço São mais baratosCustam menosO preço é acessível

35 35%

Marca É uma marca de grifeA marca conhecida

20 20%

Total 100 100%

Categoria Respostas f %

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Os alunos apontam também como fator de decisão pela escolha do curso a valorização do profissional no mercado de trabalho ou por já estarem atuando no mercado de trabalho.

A imagem da Anhembi Morumbi no mercado, sua loca-lização e infraestrutura oferecida também foram fatores pre-ponderantes na escolha, entretanto existiram alguns poucos alunos que afirmaram ser a Anhembi a única Universidade na qual foi aprovado no processo seletivo.

Poucos são aqueles que escolheram o curso sem ter cla-reza do perfil profissional de seu egresso, afirmando simples-mente: para obter seu diploma de curso superior”.

Se o pesquisador tivesse a intenção de quantificar as respostas, ele deveria primeiro estabelecer as categorias para as respostas dadas. Assim, poderia ter chegado aos seguintes resultados:

6.2.4 Tabulação de perguntas com escala de Likert

A tabulação é feita ponderando as respostas. Exemplo: Indique o nível de concordância para cada

item, assinalando o número que melhor exprime a sua opi-nião a respeito das condições oferecidas pela Universidade.

Projeto do curso 7 18%

Interesse pela área 18 46%

Imagem da Universidade

12 31%

Falta de clareza 2 5%

Total 39 100%

Fatores de escolha f %

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s 6.2.5 Tabulação do item BibliotecaUtilizei com frequência a biblioteca.Média: 4,18 (é obtida dividindo-se a soma de f.p 820,

pelo total da amostra 196)

Os serviços prestados pela Biblioteca satisfizeram minhas necessidades. Média: 3,95

Concordo 65 5 325

Concordo parcialmente

113 4 452

Indiferente 10 3 30

Discordo parcialmente

5 2 10

Discordo 3 1 2

Total 196 820

Alternativa Frequência - f Peso - p f.p

Média: 4,18 (é obtido dividindo-se a soma de f.p 820, pelo total de amostra 196)

Concordo 65 5 325

Concordo parcialmente

50 4 200

Indiferente 31 3 93

Discordo parcialmente

26 2 52

Discordo 4 1 4

Total 196 774

Alternativa Frequência - f Peso - p f.p

Média: 3,95

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O acervo da Biblioteca atendeu às minhas necessida-des. Média: 2,89

Análise dos resultados:O item Biblioteca foi bem avaliado pelos alunos, se des-

tacando na utilização (4,18), seguido dos serviços prestados (3,95); a pior avaliação foi dada ao acervo (2,89).

Análise a partir da observação:Como já foi dito anteriormente, a pesquisa sempre é

um processo intencional. Dessa forma, a coleta de dados, independentemente do instrumento a ser utilizado, deve ser sempre planejada. Portanto, ao realizar uma observação, o pesquisador deve ter clareza do que será observado, em outras palavras, deve ter elaborado o roteiro da observação.

Exemplo:Em uma pesquisa que envolvia a observação de uma

aula de Matemática na 5ª série, o pesquisador fez o seguin-te registro:

Concordo 27 5 135

Concordo parcialmente

36 4 144

Indiferente 51 3 153

Discordo parcialmente

52 2 104

Discordo 30 1 30

Total 196 566

Alternativa Frequência - f Peso - p f.p

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sApós o sinal, os alunos se dirigem para a sala e aguar-

dam o professor, que, ao entrar, cumprimenta-os, dirigindo--se à mesa. Os alunos estão sempre conversando, e na turma de 5ª série, eles nunca estão em suas carteiras, a desordem é maior.

O professor senta-se e aguarda o silêncio que, na maio-ria das vezes, demora até que os próprios alunos pedem aos colegas que parem de conversar.

Somente depois que todos os alunos estão em suas car-teiras e em silêncio é que se inicia a chamada.

A sistemática de trabalho desses professores em sala de aula é normalmente a mesma: explicam a matéria (defini-ções, conceitos, propriedades, regras etc.), basicamente trans-crevendo para o quadro-negro o que consta no livro-texto, dão alguns exemplos reforçando o que fora explicado, em seguida resolvem uma série de exercícios para os alunos.

Quando resolver os exercícios, o professor sempre diri-ge perguntas para a classe e não para um determinado aluno, o que impede as respostas individuais e dá margem às brin-cadeiras e, consequentemente, provoca distrações.

SínteSe

A coleta de dados é a etapa da pesquisa que exige tempo e trabalho para se reunir informações que venham atender aos objetivos da pesquisa e comprovar as hipóteses formuladas inicialmente.

Na pesquisa quantitativa, a análise dos dados implica na quantificação dos fenômenos para submetê-los à classifi-cação, mensuração e análise. O que se busca é uma explicação do conjunto de dados reunidos a partir de uma conceitualiza-ção da realidade percebida ou observada.

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Já na pesquisa qualitativa, todos os fenômenos e sujei-tos são igualmente importantes, assim, procura-se compreen-der as relações existentes entre eles.

Você deve ter percebido pelo conteúdo dessa unidade que é através da análise dos dados que fazemos o confronto entre a teoria (desenvolvida na Fundamentação Teórica) e a realidade (definida na Metodologia).

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( 7 )

Organizando dados

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Caro (a) aluno (a),

Após os dados terem sido adequadamente elaborados, codificados e tabulados, o passo seguinte no seu tratamento é a sua organização em tabelas e gráficos que irão permitir uma visão mais global da variação do fenômeno observado.

Assim, na presente unidade, vamos abordar como organizar os dados de uma pesquisa em tabelas e gráficos.

No desenvolvimento do conteúdo vamos tratar das tabelas e gráficos de uma maneira mais geral, visto que tal assunto é conteúdo da disciplina de Estatística.

Então, ao final da unidade você deverá ser capaz de organizar os dados de sua pesquisa em tabelas e gráficos.

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7.1

Tabelas e sériesUma tabela corresponde a um quadro que contém um

conjunto de informações.Exemplo 1:

Relatórios da Avaliação Institucional Universidade Millenium1º

RELATIVOS AO PROFESSOR

CONTEÚDO

RP1Relatório Geral dos

Professores

Mostra a avaliação do professor em relação a todos os professores da Instituição.

Constam todos os professores avaliados da Instituição em ordem alfabética, com a avaliação do professor, avaliação do aluno e o desvio.

RP2

Relatório Geral dos Professores por

Faculdades/Curso

Mostra a avaliação do professor em relação aos seus pares de uma mesma Faculdade ou Curso.

É o mesmo relatório anterior só que nesse caso, os professores estão agrupados por Faculdade e/ou Curso

RP3

Relatório por Disciplina

Mostra a avaliação do professor por disci-plina que ele ministra.

É o relatório que agrupa as disciplinas de um mesmo curso, constando a avaliação do professor, avaliação do aluno e o desvio.

Matrículas nas Escolas do município de Mirasol/ 2002NÍVEL DE ENSINO No DE ALUNOS

Ensino Fundamental 19.286

Ensino Médio 1.681

Ensino Superior 234

Total 21.201

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Quando uma tabela apresenta a distribuição de um conjunto de dados em função da época, do local ou da espé-cie, ela é chamada de SÉRIE.

As séries têm um formato especial, observe:Exemplo 3:

Alunos matriculados Universidade Millenium - 31.03.2002

Fonte: Secretaria Acadêmica

Não possuem o fechamento lateral (bordas) nem linhas horizontais.

Elementos de uma tabela ou série:

• Título: é o conjunto de informações que respondem às perguntas: o quê?; quando?; onde?; localizado no topo da tabela/série.

• Cabeçalho: determina o conteúdo das colunas.

• Corpo: conjunto de linhas e colunas que contêm informações sobre a variável em estudo.

• Coluna indicadora: parte da tabela/série que especi-fica o conteúdo das linhas.

• Linhas: retas imaginárias que facilitam a leitura, no sentido horizontal, de dados que se inscrevem nos seus cruzamentos com as colunas.

• Casa ou célula: espaço destinado a um dado.

• Rodapé: contém informações complementares – fonte, notas e outras chamadas.

Ciências Empresariais 1.350 1.670

Ciências Humanas 1.686 1.280

Comunicação 2.136 1.234

Saúde e Bem Estar 1.531 930

Ciências Exatas 1.308 2.232

Total 8.011 7.346

Nº de AlunosÁrea Acadêmica

Campus A Campus B

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sAlgumas observações:• Se existir mais de uma tabela no texto, elas devem ser numeradas: Tabela 1, Tabela 2 etc.

• Se precisar dar definições, destacar algum dado ou fornecer alguma informação adicional deve ser utili-zado o rodapé.

• Se o dado não existe, deve ser feito um traço no lugar da tabela em que deveria estar.

• Como a principal finalidade da tabela a facilitar a visualização dos dados, normal- mente as tabelas utili-zadas em jornais e revistas são apresentadas na forma mais simples possível.

7.2.1 Tipos de séries

• Série histórica: são aquelas cuja coluna indicadora se refere a tempo (ano, dia, semana, mês etc.).

Exemplo:

Alunos matriculados no curso de Astronomia 1998-2003

Fonte: Coordenação do curso

ANO Nº ALUNOS1998/1 1221998/2 1421999/1 1591999/2 1882000/1 1652000/2 2182001/1 1592001/2 1982002/1 1852002/2 2592003/1 2222003/2 287

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• Série geográfica: quando a coluna indicadora se refere a local (cidade, região, zona, bairro etc.).

Exemplo:

Alunos matriculados no curso de Astronomia 1998-2003

Obs: Não estão computados os alunos recebidos por transferência

• Série Específica: quando a coluna indicadora for específica, isto é, for outra categoria que não seja local ou tempo

Exemplo:

O que é considerado importante pelo turista na escolha de um meio de hospedagem

Nordeste Brasileiro - 2003

Fonte: EMBRATUR, 2003

• Série de conjugada: quando a série conjuga dois ou mais tipos.

CAMPUS Nº ALUNOS %Moreira Guimarães 2.2321 44%

Rio Branco 2906 25%Tiradentes 3196 12%

Santana 4 19%TOTAL 5.117 100%

ALTERNATIVA f %Preço da diária 68 49

Alimentação 39 28Localização 21 15

Atendimento 10 7Outros 2 1%TOTAL 140 100%

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sExemplo: Pesquisa: “A cabeça do brasileiro”Confiança na polícia militare apoio á punições legais

Não confia 34 66Confia um pouco 25 75

Confia 28 72Confia muito 39 61

Fonte: ALMEIDA, Alberto Carlos. A cabeça do brasileiro. Rio de Janeiro: record, 2007, p. 143

7.2 Gráficos

Correspondem à representação dos dados sob dife-rentes formas gráficas, com o objetivo de permitir uma visão rápida e global do fato estudado. De um modo geral podemos dizer que os gráficos devem ser confeccionados de maneira simples e clara, de tal modo que o observador entenda perfei-tamente aquilo que o gráfico busca evidenciar.

Hoje, com o auxílio do computador, podemos construir com muita precisão qualquer tipo de gráfico.

Os gráficos mais utilizados são:• Gráficos lineares:São gráficos em duas dimensões, baseados na repre-

sentação cartesiana dos pontos no plano. São utilizados quan-do se quer mostrar a evolução de um fenômeno.

EJA - Educação de Jovens e Adultos

Fonte: http://www.scp.rs.gov.br/ATLAS/atlas.asp?menu=482

Rio Grande do Sul

1999100.000

115.000

130.000

145.000

160.000

175.000

190.000

205.000

2000 2001 2002 2003 2004 2005

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• Gráficos em colunas simples e justapostas:

São representados por retângulos de base comum e altura proporcional à magnitude dos dados, colocados na posição vertical.

Quando queremos representar mais de um fenômeno, utilizamos retângulos um ao lado do outro, constituindo o gráfico em colunas justapostas.

Fonte: CAPS

Os gráficos em colunas normalmente são utilizados para estabelecer comparações.

Exemplo 2:

Evolução do acesso ao saneamento básico, no período 1995-2000

ANO

Nº A

RTIG

OS

1999199819971996

1014

2317 19

31 29 33

3836

4450

40

30

20

10

02000 2001 2002 2003 2004 20062005

Ási

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Ási

a O

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acífi

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País

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fric

anos

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sul

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Bálti

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País

es

indu

stri

aliz

ados

Am

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a La

tina

e C

arib

e

10089

8176

5449

37

7667

55

3825

100

80

60

40

20

0

98

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s• Gráfico em barras simples e justapostas:

São semelhantes aos gráficos em colunas, diferindo apenas na posição, que é horizontal. Também são utilizados para estabelecer comparações.

Suas ações ou modo como você vive podem causar algum impacto no mundo. Avalie o impacto de cada uma dessas ações.

Modo como utilizo a água

Distruição por renda familiar mensal dos/as alunos/asCurso de Ciências Sociais: UNICAMP, por período, como declarado

na ocasião do estibular, ingressantes de 1994, 1995, 1996 e 1997

Nenhuma Todas Sociedade Economia Meio Ambiente

até R$ 112

de R$ 113 a 336

de R$ 1691 a 2240

de R$ 337 a 560

de R$ 2241 a 3360

mais de R$ 4480

de R$ 561 a 1120

de R$ 3361 a 4480

sem informação

2520151050

diurnonoturno

PorcentagemFonte: Convest UNICAMP

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• Gráficos de setores ou pizza:

São representados por meio de setores em um círculo, são utilizados para mostrar a importância relativa das pro-porções, isto é, mostrar a composição das partes no todo.

Formação dos profissionais que atuam na área têx-til na indústria M&Filhos 2007

Principal razão para escolher a Unicamp, curso de Ciências Sociais

período diurno, declarada pelos alunos que ingressaram em 1994, 1995, 1998 e 1997

Fonte: Convest UNICAMP

Fundamental completo 2%

Mestrado ou Doutorado 8%

Superior completo 42%Superior incompleto 34%

Médio completo 13%

Médio incompleto 1%

21,45%

19,38%18,69%

15,02%

11,07%

8,57%

5,19%1,73%

melhor custo

melhor custo

outro

arq cultural

gratuita

mais próximo

c. científica

sem informação

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s• Pictogramas:

São gráficos que se utilizam de figuras para simboliza-rem o fenômeno e os dados estatísticos, ao mesmo tempo em que indicam as proporcionalidades.

Não possuem muita precisão, mas são muito atrativos e por essa razão, são largamente utilizados pela mídia.

Venda anual de lâmpadas em um supermercado

SínteSe

Você deve ter percebido que os dados em uma pesqui-sa são extremamente importantes, pois é através deles que estabelecemos a relação existente entre a teoria e a realidade.

Por essa razão é fundamental o rigor, que não está baseado apenas no procedimento metodológico utilizado na pesquisa, desde o enunciado do problema até a conclusão, passando pelos fundamentos teóricos que regem seu desen-volvimento e o tratamento dos dados.

Na presente unidade, você teve a oportunidade de tomar conhecimento, mesmo que de maneira mais geral, das formas que dispomos para apresentar os dados de uma pesquisa.

520.000

(unid)

(anos)

300.000300.000250.000

1997 1998 1999 2000

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( 8 )

Apresentando os resultados da pesquisa

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Caro (a) aluno (a),

O relatório de pesquisa compreende a expressão escri-ta do trabalho e tem como finalidade comunicar os resultados obtidos em uma investigação e como eles foram obtidos, isto é, os processos desenvolvidos.

Um relatório de pesquisa bem escrito faz o leitor sen-tir-se conduzido, quase como um participante da pesquisa, acompanhando a linha de raciocínio, fatos, evidências, dados e informações que conduziram à solução ou à explicação do problema.

A formatação do relatório de pesquisa varia de acor-do com os padrões próprios de cada instituição, não existem regras rígidas estabelecidas, mas o seu conteúdo é padrão.

Na presente unidade vamos tratar dessa formatação e usaremos o padrão determinado pela Anhembi Morumbi.

Ao final da unidade você deverá ser capaz de elaborar com exatidão, sobriedade e clareza o relatório de uma pesquisa.

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8.1

O formato do relatório

Um relatório de pesquisa é constituído de três partes ou elementos:

• Elementos pré-textuais.

• Elementos textuais.

• Elementos pós-textuais.

Os textos devem ser apresentados em papel bran-

co, formato A4 (21,0cm x 29,7cm), digitados na cor preta no anverso da folha, utilizando-se da fonte Arial ou Times New Roman, justificados e com o recuo de parágrafos.

Recomenda-se, para digitação, a utilização de fonte tamanho 12 para o texto e 10 para citações longas e notas de rodapé.

Margem

margem superior: 3,0 cm margem inferior: 2,0 cm margem esquerda: 3,0 cm margem direita: 2,0 cm

EspacejamentoTodo texto deve ser digitado, com espaço 1,5 de entre-

linhas.As citações longas, as notas de rodapé, as referências e

os resumos em vernáculo e em língua estrangeira deverão ser digitados em espaço simples.

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Res

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O título deve ser separado do texto que os precede, ou que o sucede, por uma entrelinha dupla.

Indicativos de seçãoO indicativo numérico de uma seção precede seu títu-

lo com alinhamento esquerdo, separado por um espaço de caractere.

Não devem ser utilizados ponto, hífen, travessão ou qualquer sinal após o indicativo de seção ou de seu título.

Todas as seções devem conter um texto relacionado com elas.

Os títulos sem indicativo numérico (sumário, resumo, referências e outros) devem ser centralizados.

PaginaçãoTodas as folhas do trabalho, a partir da folha de rosto,

devem ser contadas sequencialmente, mas não numeradas. A numeração é colocada, a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior direito da folha.

Se o trabalho tiver mais de um volume, deve ser man-tida uma única numeração das folhas, do primeiro ao último volume.

Os apêndices e anexos devem ter suas folhas nume-radas de maneira contínua, seguindo a paginação do texto principal.

Abreviaturas e siglasQuando aparecerem pela primeira vez no texto, deve-

-se colocar seu nome por extenso e, entre parênteses, a abre-viatura ou sigla.

Exemplo: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).

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sIlustraçõesFiguras (organogramas, fluxogramas, esquemas, dese-

nhos, fotografias, gráficos, mapas, plantas e outros) cons-tituem unidade autônoma e explicam, ou complementam visualmente o texto, portanto, devem ser inseridas o mais próximo possível do texto a que se referem.

Sua identificação deverá aparecer na parte inferior precedida da palavra designativa (figura, desenho etc.), seguida de seu número de ordem de ocorrência, em algaris-mos arábicos, do respectivo título e/ou legenda e da fonte, se necessário.

TabelasAs tabelas são elementos demonstrativos de síntese

que apresentam informações tratadas estatisticamente cons-tituindo uma unidade autônoma.

Em sua apresentação deve ser observado:Se há numeração independente e consecutiva.• O título deverá ser colocado na parte superior, pre-cedido da palavra Tabela e de seu número de ordem em algarismos arábicos.

• As fontes e eventuais notas aparecem em seu rodapé, após o fechamento, utilizando- se o tamanho 10.

• Devem ser inseridas o mais próximo possível do trecho a que se referem.

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ExemploO que é considerado importante pelo turista na

escolha de um meio de hospedagem Nordeste brasileiro - 2003

ALTERNATIVA f %Preco da diária 68 49Alimentação 39 28Localização 21 15Atendimento 10 7Outros 2 1%TOTAL 140 100%

Fonte: EMBRATUR, 2003

TítuloSão destacados gradativamente, usando-se racional-

mente os recursos de negrito e caixa alta.Deve ser adotado o seguinte padrão:• Título de capítulos: impressos em letra maiúscula, negrito, fonte tamanho 14, sem parágrafo, utilizando--se algarismos arábicos.

• Os itens (partes secundárias): devem ser impressos em letra maiúscula, fonte tamanho 14.

• Todos os capítulos devem ser iniciados em páginas próprias, ainda que haja espaço útil na folha.

8.2

Elementos Pré-textuais

Os elementos pré-textuais são aqueles que antecedem o texto com informações que contribuem para a identificação e utilização do trabalho.

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sCapaA capa, elemento obrigatório que identifica o trabalho,

deve conter as informações na ordem estabelecida pela NBR 14724. Nos trabalhos de graduação, por uma questão de pratici-dade, usam-se os elementos identificadores na seguinte ordem:

• Nome da Universidade: localizado na margem superior, centralizado, letras maiúsculas, fonte 14 e em negrito.

• Nome do curso: logo abaixo do nome da Universi-dade, em letras maiúsculas, centralizado, fonte 14 e em negrito.

• Título do trabalho: em letras maiúsculas, centrali-zado, fonte 14, negrito.

• Nome(s) do(s) autor(es): nome e sobrenome do(s) autor (es), em ordem alfabética, em letras maiúsculas, centralizado, (considerando o alinhamento horizontal), fonte 14 e em negrito.

• Local e ano: na última linha da folha, em letras nor-mais, centralizado, fonte 12, negrito.

Tais elementos devem ser distribuídos de maneira equidistantes na folha.

Folha de rostoA Folha de Rosto, elemento obrigatório, é a repetição

da capa com a descrição da natureza e objetivo do trabalho, portanto, contém detalhes da identificação do trabalho na mesma ordem.

• Natureza e objetivo do trabalho: trata-se de uma nota explicativa de referência ao texto. Deve ser impresso em espaço simples, fonte 10, com o texto ali-nhado a partir da margem direita.

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Folha de aprovaçãoEsta folha deve ser impressa, a partir da metade

da página. Grafado em letras maiúsculas, fonte 14, em negrito, BANCA EXAMINADORA. Abaixo dessa, imprimir quatro linhas para as assinaturas dos membros da banca examinadora.

É utilizada, como elemento obrigatório, nos trabalhos que são avaliados por bancas, como por exemplo, nos TCC’s.

DedicatóriaEsta é a folha em que o(s) autor (es) dedica(m) o traba-

lho e/ou faz(em) uma citação ou ainda, presta(m) uma home-nagem. É um elemento opcional, porém, se utilizada, o texto é impresso em itálico, fonte 10, na parte inferior da folha, à direita e a folha é encabeçada pela palavra “Dedicatória”, cen-tralizado, em letras maiúsculas, fonte 14, em negrito.

AgradecimentosEsta folha é opcional. Quando utilizada, deve privile-

giar àqueles que merecem destaque por sua contribuição ao trabalho. Desse modo, agradecimentos e contribuições roti-neiras, não são, em geral, destacados.

Esta folha é encabeçada pela palavra AGRADECI-MENTO em letras maiúsculas, centralizada, fonte tamanho 14, em negrito. Em geral inclui agradecimentos: ao coordena-dor e/ou orientador, professores, instituições, empresas e/ou pessoas que colaboraram de forma especial na elaboração do trabalho.

O texto é composto utilizando-se a fonte tamanho 12.

Resumo em língua vernáculaÉ a condensação do trabalho, enfatizando-se seus pon-

tos mais relevantes de modo a passar ao leitor uma ideia com-

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spleta do teor do trabalho. Deve ser desenvolvido, apresentan-do de forma clara, concisa e objetiva, a informação referente aos objetivos, metodologia, resultados e conclusões do traba-lho. O título RESUMO deve estar centralizado, letras maiús-culas, fonte 14, em negrito.

O texto será apresentado três espaços abaixo do títu-lo, em espaço simples entrelinhas, sem parágrafo. O resumo deverá conter entre 150 e 500 palavras. É redigido na tercei-ra pessoa do singular, com o verbo na voz ativa e não deve incluir citações bibliográficas.

É um elemento obrigatório e deverá conter também as palavras representativas do conteúdo do trabalho, isto é, palavras-chave ou descritores.

Veja um exemplo de resumo:

O GESTOR ESCOLAR COMO ARTICULADOR DA FORMAÇÃO DE PAISTrabalho elaborado pela aluna doCurso de Pedagogia Lucélia Santos Levando-se em consideração que os pais querem o melhor para seu filho, mas nem sempre sabem como fazer e que o gestor pode articular uma integração família-escola em busca de uma educação de qualidade aliada à formação moral e um apurado senso de responsabilidade social dos indivíduos, o presente trabalho aborda a formação de pais a partir de ações desenvolvidas na escola, tendo o gestor como líder participativo e democrático e articulador dessa ação. A pesquisa procurou identificar o conceito de parti-cipação praticado na instituição e em seus segmentos, os anseios e dificuldades quanto à participação da comuni-dade na escola, as dificuldades encontradas pelo gestor em envolver os pais na vida escolar e na formação de valo-res dos filhos. Em poucos anos a sociedade mudou muito, a educação das crianças que tradicionalmente cabia aos pais, hoje está sendo dividida com a escola. Em revolu-ção silenciosa a família vem transferindo para a escola o papel de formar ética e moralmente as crianças, atri-buições anteriormente garantida pela família. Porém na

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sociedade contemporânea a responsabilidade da forma-ção do indivíduo compete aos dois sistemas – familiar e escolar – quase que intrinsecamente. A pesquisa desen-volvida na instituição, uma escola de Ensino Fundamental da rede Municipal de Ensino, teve uma abordagem quali-tativa, assumindo a forma de estudo de caso, iniciando-se com uma investigação exploratória para conhecer a reali-dade da instituição em suas fragilidades, potencialidades e concepções. Os dados coletados evidenciaram a enorme carência dos pais no sentido de conhecerem como se dá a educação de seus filhos e de que forma eles podem par-ticipar desse processo assim, foram propostas ações de orientações no intuito de formar os pais para que parti-cipem efetiva, consciente e constantemente da educação dos filhos.Palavras chaves: Gestão: Participação: Formação de pais.

Resumo em língua estrangeiraO resumo deve ser necessariamente, apresentado em

pelo menos, mais um idioma além do original utilizado na língua vernácula. Desse modo, temos: em inglês ABSTRACT, em espanhol RESUMEN, em francês RÈSUMÉ, por exemplo; é apresentado em página separada.

Nos TCC’s, trata-se de um elemento obrigatório.

SumárioÉ um elemento obrigatório, constituído pela enume-

ração das principais divisões, seções e outras partes do tra-balho, na mesma ordem em que aparecem no seu desenvol-vimento, ou seja, deve conter exatamente os mesmos títulos, subtítulos que constam no trabalho e as respectivas páginas em que aparecem.

O título SUMÁRIO deve estar em letras maiúsculas, fonte 14, centralizado e em negrito. Após três espaços, serão grafados os capítulos, títulos, itens e/ou subitens, conforme aparecem no corpo do texto.

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sLista de ilustraçõesÉ um elemento opcional que se destina a identificar os

elementos gráficos, na ordem em que aparecem no texto, indi-cando seu título e o número da página em que estão impressos.

É grafado o título: LISTA DE ILUSTRAÇÕES no centro da página, em letras maiúsculas, fonte 14, negrito.

Lista de tabelasÉ um elemento opcional, utilizado, se necessário, para

dar ao leitor as melhores condições de entendimento do tra-balho. É elaborada como a lista de ilustrações.

8.3

Elementos TextuaisSão considerados elementos textuais a parte do traba-

lho em que se apresenta o assunto.

IntroduçãoO título INTRODUÇÃO deve estar escrito à esquerda,

na margem normal (sem parágrafo), em letras maiúsculas, fonte 14 e em negrito.

A introdução é a primeira parte do “corpo do trabalho” e dela devem fazer parte:

• Antecedentes do problema, tendências, pontos crí-ticos; caracterização do tema e da organização.

• Formulação do problema que inclui: dados e infor-mações que dimensionam a problemática.

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• Objetivos: que traduzem os resultados esperados com a pesquisa.

• Justificativas: corresponde a defesa da pesquisa quanto a sua importância, relevância e contribuições.

Desenvolvimento do trabalhoO desenvolvimento corresponde à parte principal do

trabalho na qual se faz a exposição ordenada e pormenoriza-da do assunto; pode ser dividida em seções e subseções; com-preende a contextualização do tema e abrange:

• A revisão da literatura: abordagem de teorias e/ou conceitos que fundamentam o trabalho, podendo cons-tituir um ou vários capítulos.

• Os métodos e procedimentos utilizados para coleta de dados: é a descrição da metodologia utilizada para o desenvolvimento do trabalho, os procedimentos ado-tados nas etapas do trabalho no que se refere ao diag-nóstico e/ou estudo de caso.

• A apresentação e análise dos dados: nesta parte, são apresentados/descritos os dados e a análise dos mesmos, bem como os resultados alcançados, relacio-nando-os à revisão bibliográfica, dispondo ao leitor as deduções e conclusões pertinentes ao trabalho com o objetivo de reforçar ou refutar as ideias defendidas.

• As conclusões e/ou considerações finais: referem--se aos dados e resultados encontrados, compreende o fechamento do trabalho com as indicações e/ou recomendações.

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Elementos pós-textuaisOs elementos pós-textuais são aqueles que comple-

mentam o trabalho.

BibliografiaÉ um elemento obrigatório, constituído pela relação de

todas as fontes consultadas e apontado no texto. Deverão ser relacionadas em ordem alfabética, após três espaços do título BIBLIOGRAFIA que vem grafado em letras maiúsculas, fonte 14, centralizado e em negrito.

As referências deverão ser feitas com base nas Normas da ABNT.

ApêndiceElemento que consiste em um texto ou documento ela-

borado pelo autor, com o intuito de complementar sua argu-mentação, sem prejuízo do trabalho. São identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos títulos.

Os Apêndices devem ser enumerados, identificados e referenciados no texto.

Exemplo: Apêndice A – Questionário aplicado aos pro-fessores.

AnexosElemento opcional, não elaborado pelo autor, que

documenta, esclarece, prova ou confirma as ideias expressas no texto.

Os anexos são identificados por letras maiúsculas con-secutivas, travessão e pelos respectivos títulos, devem ser enumerados, identificados e referenciados no texto.

Exemplo: Anexo A – Plano de Carreira da Empresa.

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GlossárioElemento opcional que deverá ser empregado sempre

que for necessário relacionar (em ordem alfabética) as pala-vras de uso específico (termos técnicos ou jargão da área), devidamente acompanhado de suas definições de modo a garantir a compreensão exata da sua utilização no texto.

SínteSe

Deve ter ficado claro para você que o Relatório de Pesquisa compreende a expressão escrita do trabalho e tem como finalidade comunicar os resultados obtidos em uma investigação e como eles foram obtidos, isto é, os processos desenvolvidos.

Você deve ter percebido em todo o nosso curso que existem determinadas normas aceitas como convenções em função de seu uso acadêmico, literário e científico que devem ser seguidas. Assim, um texto científico deve ter exatidão, isto é, ater-se às palavras justas para medir, comentar, expor os fatos, as análises e as conclusões. Os adjetivos qualificativos devem ser evitados, pois na maioria das vezes, são carrega-dos de subjetividade.

A sobriedade é outra característica do texto científico; dizer o que precisa ser dito de maneira direta e objetiva, sem divagações.

Finalmente, o relatório de pesquisa deve ser claro, não se deve perder de vista a quem se destina, os seus leitores em potenciais.

Essas foram as ideias principais que abordamos nessa unidade.

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Fonte:

PINHEIRO, Carlos Honório. Metodologia: ciência e normas técnicas. São Paulo: Universidade Anhembi

Morumbi, 2013. E-book.