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APRESENTAÇÃO
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
A ESTRUTURA DA PESQUISA CIENTÍFICA
TIPOS DE PESQUISA
INSTRUMENTOS DE PESQUISA
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
ESTRUTURA PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA
RESPOSTAS DAS ATIvIDADES DE AUTOAvALIAÇÃO
REFERÊNCIAS
SUM
ÁRIO
RÁP
IDO
Metodologia da pesquisa
Ardinete Rover
Joaçaba
2010
Metodologia da pesquisa
© 2010 Unoesc Virtual – Direitos desta edição reservados a Unoesc VirtualRua Getúlio Vargas, 2125, Bairro Flor da Serra, CEP 89600-000 – Joaçaba, SC, BrasilFone: (49) 3551-2123 – Fax: (49) 3551-2004 – E-mail: [email protected]
É proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sob quaisquer meios, sem a permissão expressa da Unoesc Virtual.
R873m Rover, Ardinete
Metodologia da pesquisa / Ardinete Rover. – Joaçaba: Unoesc virtual, 2010.
96 p. ; 30 cm.
Bibliografia:p.86-88
1. Ciência - Metodologia. 2. Pesquisa I. Título.
CDD 001.42
Universidade do Oeste de Santa Catarina – UnoescReitor
Aristides Cimadon
vice-reitor AcadêmicoNelson Santos Machado
vice-reitores de CampusCampus de São Miguel do Oeste
Vitor Carlos D’Agostini
Campus de videiraAntonio Carlos de Souza
Campus de XanxerêGenesio Téo
Coordenação Geral da Unoesc virtualCélio Alves de Oliveira
Coordenação PedagógicaAdriana Maria Corrêa Riedi
Designer Instrucional da Unoesc virtualCristiane Sbruzzi Berté
Coordenações Locais da Unoesc virtualCampus de São Miguel do Oeste
Aníbal Lopes Guedes
Campus de videiraRosa Maria Pascoali
Campus de XanxerêCristiane Sbruzzi Berté
Secretaria executiva e logísticaElisabete Cristina Gelati
Revisão linguística e metodológicaRonaldo Pasinato
Projeto gráfico e diagramaçãoMix Comunicação
Professora autoraArdinete Rover
SUMáRIOAPRESENTAÇÃO .....................................................................................5
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM ...........................................................6
UNIDADE 1 A ESTRUTURA DA PESQUISA CIENTÍFICA ...................................8SEÇÃO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA ........................................................................................... 10
SEÇÃO 2 PARADIGMAS CIENTÍFICOS ........................................................................................ 12
SEÇÃO 3 MÉTODOS E TÉCNICAS ............................................................................................... 15
UNIDADE 2 TIPOS DE PESQUISA .............................................................20SEÇÃO 1 QUANTO à NATUREZA DOS DADOS ............................................................................... 21
SEÇÃO 2 QUANTO AOS OBJETIVOS ........................................................................................... 24
SEÇÃO 3 QUANTO àS FONTES DE INFORMAÇÕES E OS PROCEDIMENTOS DE COLETA ............................ 26
UNIDADE 3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA ................................................36SEÇÃO 1 O QUESTIONÁRIO .................................................................................................... 37
SEÇÃO 2 A ENTREVISTA ......................................................................................................... 43
SEÇÃO 3 OUTROS INSTRUMENTOS DE PESQUISA......................................................................... 45
UNIDADE 4 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ..................................52SEÇÃO 1 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA ...................................................................... 53
SEÇÃO 2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROJETO DE PESQUISA ..................................................... 56
UNIDADE 5 ESTRUTURA PARA APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA ..74SEÇÃO 1 ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE PESQUISA ................................................................... 75
SEÇÃO 2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O RELATÓRIO DA PESQUISA ..................................................................76
REFERÊNCIAS .......................................................................................86
ANEXO A - FÓRMULA PARA CÁLCULO AMOSTRAGEM .....................................90
RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO .......................................92
SEJA BEM-vINDO à DISCIPLINA METODOLOGIA DA PESQUISA!
"Apesquisacientíficaobjetivafundamentalmentecontribuirparaaevoluçãodoconhecimento humano em todos os setores [...]" (MEDEIROS, 2007, p. 41).
Porisso,diz-sequeapesquisacientíficadeveserplanejadacomautilizaçãodemétodosadequados,acompanhadosdetécnicasparaalcançarêxitonoresultadodoobjetivotraçado.
Esta é mais uma oportunidade de relembrar conceitos como ciência, realidade, conhecimentoeasuarelaçãocomosfatoseosfenômenosjávistosnocomponentecurricularMetodologiaCientífica,alémdeaprenderaplanejarospassosparaaaplicaçãodapesquisa,desdeadefiniçãodotemadeestudos,elaboraçãodeumprojetodepesquisa,suaaplicabilidadeatéorelatóriofinal;caminhoestequevaiprepará-loparaarealizaçãode seu Trabalho de Conclusão de Curso.
Bons estudos!
Prof.a Ardinete Rover.
APRESENTAÇÃO
5
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
OBJETIvO GERAL
Noções básicas de pesquisa. Tipos de pesquisa.
Métodos de pesquisa. Etapas do projeto de
pesquisa: objetivo da pesquisa, revisão da
literatura, população e amostra. Instrumento
de coleta de dados: observação, entrevista,
questionário, formulário, análise e interpretação
de dados. Normas técnicas para apresentação de
projetos e relatórios de pesquisa.
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LEVAR oalunoacompreenderosconceitosbásicossobreciência,afimdeproduzirumprojetodepesquisaeconhecerasetapasdeumtrabalho acadêmico, preparando-se para a realização do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
OBJETIvOS ESPECÍFICOSDIFERENCIAR conhecimentocientíficoeoutrostiposdeconhecimento;
APLICAR deformacoerenteosprocedimentosparaarealizaçãodetrabalhoscientíficos;
ASSUMIR umcomportamentocientíficoapartirdeestudosdetemáticasdaáreadeformaçãoparaquepossaelaborarumprojetodepesquisa;
APLICAR os conhecimentos adquiridos na disciplina de Metodologia da Pesquisa nas etapas de elaboração do TCC.
METODOLOGIAOcomponentecurricularserádesenvolvidopormeiodoPortaldeEnsinoUnoesc, que é a sala de aula virtual. As aulas serão acompanhadas porumgrupodeprofessoresqueprestaassistênciametodológicaepedagógica para o desenvolvimento da aprendizagem. Além disso, o Guia deEstudoserveparaorientaroaprendizadopormeiodeumdiálogo,facilitandoacompreensãodosconteúdosqueserãotrabalhados.
EvENTO ATIvIDADE DATAS
Início da disciplina Leitura do programa de aprendizagem. Orientações iniciais. ___/___
Unidade 1
Leitura da unidade. ___/___
___/___
___/___
Realização das atividades de autoavaliação.
Realização das atividades avaliativas a distância.
Unidade 2
Leitura da unidade. ___/___
___/___
___/___
Realização das atividades de autoavaliação.
Realização das atividades avaliativas a distância.
Aula Virtual ___/___
Unidade 3
Leitura da unidade. ___/___
___/___
___/___
Realização das atividades de autoavaliação.
Realização das atividades avaliativas a distância.
Unidade 4
Leitura da unidade. ___/___
___/___
___/___
Realização das atividades de autoavaliação.
Realização das atividades avaliativas a distância.
Unidade 5
Leitura da unidade. ___/___
___/___
___/___
Realização das atividades de autoavaliação.
Realização das atividades avaliativas a distância.
Avaliação Presencial - G3 ___/___
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FORMAS E MOMENTO DE AvALIAÇÃO � Asatividadesavaliativas,descritasnofinal
de cada unidade, deverão ser realizadas a distância; compreendem a avaliação de G1, com peso 4.
� Aavaliaçãofinal,quecompreendeaavaliaçãode G2, é presencial; compreende uma prova sobre todo o conteúdo, com peso 6.
Éfundamentalquevocêleiaasunidadesdeestudo desta disciplina para realizar as atividades avaliativas!
DURAÇÃOAcargahoráriatotaldadisciplinaéde60horas-aula, incluindo o processo de avaliação. O tempo previsto para a duração da disciplina é de um mês, a avaliação presencial ocorre a cada dois meses. O materialeametodologiaforamdesenvolvidosde
formaqueesseconteúdopossaservencidoduranteessas horas.
O cronograma de atividades serve para orientar o seuestudo,masvocêdeveficaratendoàsdataseprazos para a realização das atividades.
BIBLIOGRAFIA BáSICAASSOCIAÇÃOBRASILEIRADENORMASTÉCNICAS.RiodeJaneiro:BibliotecaNacional,váriasnormas.
LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos científicos:apresentação,elaboraçãodecitaçõesereferênciasdetrabalhoscientíficos.3.ed.rev.eatual.Joaçaba:Ed.Unoesc,2009.(Metodologiadotrabalhocientífico,v.1).
SEVERINO,AntônioJoaquim.Metodologia do trabalho científico. 23. ed., rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007.
OBJETIvOS DE APRENDIZAGEM
Apósaleituradestaunidade,vocêterácondiçõesde:
� DEFINIR oqueépesquisacientífica;
� COMPREENDER asetapasqueantecedemàelaboraçãodeumapesquisacientífica;
� DIFERENCIAR métodoetécnicaesuaimportânciaparaarealizaçãodeumapesquisacientífica.
ROTEIRO DE ESTUDO
Comoobjetivodealcançaroqueestápropostoaestaunidade,oconteúdoestádivididonasseguintes seções:
UNIDADE 1
A ESTRUTURA DA PESQUISA CIENTÍFICA
SEÇÃO 1
A pesquisa científica
SEÇÃO 2
Paradigmas científicos
SEÇÃO 3
Métodos e técnicas
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PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS
O primeiro passo antes de conhecer a estrutura da elaboração de trabalhos científicosésaberaimportânciadapesquisaeaspossibilidadesecondiçõesdopesquisadornarealizaçãodeseustrabalhos,afimdequeoresultadopossaserconfiável,proporcionandoconfiabilidadedosdadospesquisados, havendo maior possibilidade de generalizar aqueles resultados para outros casos.
Nessaunidade,vocêteráaoportunidadedeverificaroqueépesquisar,conhecer os paradigmas que envolvem o pesquisador no momento da decisão do tema de pesquisa e da literatura pertinente ao estudo, bem comoasincertezasquesurgemnadefiniçãodométodoetécnicasnarealização de uma pesquisa.
ValerelembraroconteúdobasedadisciplinaMetodologiaCientífica,adiferençaentreconhecimentodosensocomumeconhecimentocientífico.Paratanto,encontra-sefundamentonaspalavrasdeFachin(2003,p.10-12), Lakatos e Marconi (2001, p. 76-78, 80):
a) a ciênciamostraqueécapazdefornecerrespostasdignasdeconfiançasujeitasacríticas.Éummododeentenderecompreenderosfenômenosqueocorrem,analisandoomundoempírico,envolvendooconjuntodeprocedimentoseabuscadoconhecimentocientífico.Naverdade,aciênciaéconstituídapelaobservaçãosistemáticadosfatos.Pormeiodaanáliseedaexperimentação,extrairesultadosquepassamaseravaliados universalmente;
b) o senso comum é algo que vem da experiência do dia a dia. São aqueles conhecimentos que se desenvolvem a partir do cotidiano, a partir das necessidades.Osensocomumcomoconhecimentoaprendidoàluzdasexperiênciaseobservaçõesimediatasdomundocircundanteéumaformadeconhecimentoqueficanoníveldascrenças,jáqueévivida,segundouma interpretação previamente estabelecida e adotada pelo grupo social.Naverdade,osensocomumcaracteriza-secomoumconjuntodesagregadodeideiaseopiniõesdifusasedispersasquefazempartede um pensamento genérico de uma época ou certo ambiente popular. Quando se utiliza o conhecimento do senso comum, deste pode-se desenvolveroconhecimentocientífico,poisditospopularespodemgerarquestõesque,àsvezes,levamàpesquisaeaumainvestigaçãocientífica,ouseja,aquiloqueosensocomumnãorespondeequeaciência responde.
Como exemplo, citam-se os tratamentos médicos, a descoberta de remédiosqueforamgerados,inicialmente,apartirdeumconhecimentovulgar. Posteriormente, os medicamentos passaram por um processo de cientificidade,afimdequepudessesercomprovadasuaeficácia.Quandonãohácomprovaçãododitopelosensocomum,mesmoquediversasdoençasjátenhamsidocuradas,nãoháciência.
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SEÇÃO 1 A PESQUISA CIENTÍFICA
O que é pesquisar? Pesquisar significa,deformabemsimples, procurar respostas
para indagações propostas. Demo (1987, p. 34) insere a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-a como uma atitude, "[...] um questionamento sistemáticocríticoecriativo,mais a intervenção competente narealidade,ouodiálogocríticopermanente com a realidade em sentidoteóricoeprático."
De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 50), pesquisa é um conjuntodeaçõespropostasparaencontrar a solução de um problema, que tem por base procedimentos científicos.Osautoresressaltamque, para acontecer a pesquisa, é necessáriotermosumproblemaaserinvestigado.
Concorda Medeiros (2007, p. 41) quando expõe que:
Apesquisacientíficaobjetivafundamentalmentecontribuirpara a evolução do ser humano emtodosossetores[...]Seráchamadapesquisacientíficasesuarealizaçãoforobjetodeinvestigaçãoplanejada,desenvolvidaeredigidaconformenormas metodológicas [...]
Richardson (1999, p. 15-16) colabora enfatizandoqueapesquisaéumaferramentautilizadaparaadquirirconhecimento, assim pode ter porobjetivos:resolverproblemasespecíficos,gerarteoriasouavaliarteorias existentes. Além disso, parafazerpesquisaéprecisoterconhecimento da realidade, algumas noçõesbásicassobremetodologiaetécnicas de pesquisa, seriedade e,
sobretudo, consciência social. Ainda sobre o assunto, Dencker (2000, p. 15) diz que é preciso:
a) uma teoria que permita interpretar os dados, dotando-o designificação,baseadaemtextoscientíficos;
b) ométodocientífico,queseiniciapelaobservaçãodosfenômenos(objetodeestudo)atétestá-los;
c) uma técnica para registrar e quantificarosdadosobservados,bemcomoordená-loseclassificá-los.
Na Área das Ciências Sociais Aplicadas, segundo Demo (1996, p. 23-28), existem, pelo menos, quatro gêneros de pesquisa:
a) teórica:dedicadaaformularquadrosdereferência,aestudarteorias,aaperfeiçoarconceitos. Por meio do domínio dabibliografia,aprofunda-seo conhecimento da produção existente, podendo ser aceita ourejeitada,contribuindoparaa criatividade do pesquisador e para uma visão crítica na produçãocientífica;
b) metodológica:refere-seaosinstrumentos para captação e manipulação da realidade. Nesta, éprecisodedicar-seàdiscussãosobre caminhos seguidos pelos autores para construir suas teorias, contrastando com outros existentes, analisando-se, segundo a realidadedaproblemática,osmétodos existentes e qual o mais adequado para aplicar a determinada pesquisa;
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c) empírica:volta-sesobretudoàexperimentação e observação dofenômeno.Ograndevalordessa pesquisa é trazer a teoriaàrealidadeconcreta,cuidando, porém, porque com afaltadeumametodologia,pode ser expressa apenas com base na crença do pesquisador que acredita só na realidade que observa. As coisas mais relevantes da realidade não se manifestamàprimeiravistaesemprehádimensõesrefratáriasàmensuração.Seconsiderarsomenteomensurável,ficariacomosuperficial.Opesquisador,nesse caso, domina a técnica de computação e sabe muita estatística; assim, acumula tabelas e índices, descreve o fenômenoobservado.Contudo,se souber usar, a dedicação empírica chega a ser um remédio para as ciências sociais;
d) prática: voltada para intervir na realidade social, chamada pesquisa participante, avaliação qualitativa, pesquisa-ação, éaquelaquesefazpormeiodetestepráticodepossíveisideias ou posições teóricas. Frequentemente, diz-se que na práticaateoriaéoutra.Issonãosignificaquepodesemprehaverdivergência entre os dois níveis, mas principalmente que um não sefazsemooutro.Oexcessode
teoriaacabasendoumafugadarealidade,masapráticatambémexige boa dose de teoria.
A partir dessas dimensões, observa-se, segundo Demo (1987, p. 27), queelasfazempartedenossasideologias, representações mentais, símbolos, crenças e valores e do nosso comportamento; por isso, é sempre possível descobrir novos horizontes do conhecimento e da prática.Assim,arealidadenãoéapenas aquela traduzida no dia a dia deformaempírica,maspodeestarligadaàdescobertacientíficadessarealidade, o que permite produzir condiçõesfavoráveisàprática.
Vale lembrar que a pesquisa exige o uso de procedimentos e normas adequados,afimdeordenaroassunto abordado e orientar o pesquisador na realização de seus trabalhos, promovendo resultados fidedignos,havendomaiorpossibilidade de generalizar aqueles resultados para outros casos.
Masparaquepesquisar?ConformeRichardson (1999, p. 16), a pesquisa, alémdebeneficiaroprópriopesquisador,devetercomoobjetivoo desenvolvimento humano, a aquisição de novos conhecimentos pararesolverproblemasespecíficos,gerar novas teorias ou avaliar teorias existentes.
A grande dificuldade no momento de programar uma pesquisa é como definir o tema de pesquisa e selecionar material adequado para fundamentar seu trabalho. Na segunda seção, encontraremos essas respostas.
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SEÇÃO 2 PARADIGMAS CIENTÍFICOS
Nas pesquisas de Ciências Sociais, em especial nas organizações,existemvárias
problemáticasquepodemserestudadas; todavia, para realizar a pesquisa, é preciso delimitar
umatemáticaeplanejartodasasetapas, utilizando-se da literatura pertinente, métodos e técnicas adequadas, de acordo com a natureza de cada pesquisa.
Quanto ao tema de pesquisa
NESTA ETAPA,vocêdeveráresponderàpergunta:
O que pretendo abordar?
Otemaéumaspectoouumaáreade interesse de um assunto que sedesejaprovaroudesenvolver.Escolherumtemasignificaelegeruma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo limites ou restrições ao desenvolvimento da pesquisapretendida.Adefiniçãodo tema pode surgir com base na sua observação do cotidiano, na vidaprofissional,emprogramasde pesquisa, em contato e relacionamento com especialistas, no feedbackdepesquisasjárealizadas e em estudo da literatura especializada.
De acordo com Andrade (2005, p. 59) eDemo(1996,p.34)vocêdeveráconsiderar a atualidade e relevância do tema, seu conhecimento a respeito, observando, ainda, os seguintes critérios:
a) tendênciasepreferênciaspessoais - o pesquisador deve escolher um assunto correspondente a seu gosto pessoal. O entusiasmo e a dedicação, o empenho, a perseverança e a decisão para
superarobstáculosdependemdoajustamentodopesquisadorao assunto. A observância dessa convivênciafuncionarácomoummultiplicadordeforças;
b) aptidão - não basta gostar doassunto;énecessárioteraptidão, ser capaz de desenvolvê-lo.Aptidãosignificaformaçãoculturaladequadaouespecífica,experiênciaouvivêncianaáreaselecionada para a pesquisa;
c) objetodepesquisa- a investigação deve ser a partir de umobjetoquemereçaumestudocientífico;
d) tempo - ante o problema da escolha do assunto, é importante considerar o tempo disponível eotemponecessárioparalevarao bom termo a pesquisa. É bem verdade que o entusiasmo multiplicaaeficáciadotrabalho,mas não se pode optar por assuntoqueexijamuitomaistempo de pesquisa do que se dispõe. O seu trabalho do dia a dia permite que dedique tempo para a pesquisa? Observe seu tempo disponível para a realização da pesquisa e busca de conhecimento sobre o assunto por meio de embasamento teórico na literatura;
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e) recursos materiais - considera-seaindaofatoreconômico,ocusto de viagens e de aquisição de material, utilização do auxílio de recursos humanos, livros, revistas,jornais,vídeossobreoassunto abordado. É importante verificar,também,ondeomaterial pode ser encontrado.
De acordo com Martins e Lintz (2000, p. 22-23) você não desenvolve uma boa pesquisa se não tiver algum tipo deidentificaçãocomotemaaserinvestigado, por isso, no momento da escolha do tema deve levar em consideração:
a) conhecimentos prévios: poderão facilitarainterpretaçãodetextos, além de orientar a busca dereferênciaseconsultasdeprofissionaisespecializadosquepodem contribuir com a pesquisa;
b) materiais escritos sobre o assunto:livros,revistas,jornais,trabalhos de conclusão de curso escritos, etc., representam excelentefontedeideiasparaescolha do tema/assunto a ser pesquisado. A leitura de um livro pode trazer novas ideias e interpretações sobre um assunto. Os artigos geralmente relatam temas atuais; pesquisar em jornaispodemostraroqueestáno centro dos debates dentro da áreadeinteressedoestudante;consultar trabalho de conclusão decursosfeitos,tambéméválido,poisesselevantamentopermite que se descubra o que vem sendo estudado, possibilitando orientações para novas pesquisas;
c) participação em eventos científicoscomoseminários,encontros, congressos: podem ser ótimasfontesparagerarideias;
d) busca na internet: por meio de uma boa pesquisa, pode-se descobrir o que vem sendo desenvolvido em outros centros do país e do mundo;
e) conversações pessoais com colegas,professores,autoridadesno assunto: muitas vezes, nessas conversas, podem surgir ideias interessantes que podem gerar excelentes oportunidade de pesquisa;
f) observação direta do comportamentodefenômenosefatos:podeserumafonteinspiradora de ideias, pois por meio da observação atenta dos fenômenosefatos,sepossibilitaa descoberta de um problema que mereça ser investigado;
g) senso comum: muitas vezes, chamado de inimigo da ciência, pode trazer ideias para serem pesquisadascientificamente.
Fica evidente que a escolha do temanãoétarefafácil,masqueháváriosmodosdevocêbuscarum tema de pesquisa. Assim, não inicie um trabalho só com uma vaga ideiadoquevaifazer,seprepare,sejacriativoeescolhaumtemaquepossibilitefazerumapesquisacomexplicações, discussões, descrições e interpretações claras do assunto tratado,afimdechegaraumresultado esperado.
Definido o tema da pesquisa, você irá levantar e analisar a literatura já publicada sobre o assunto. Mas qual material deve ser selecionado?
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Quanto à definição da literatura
PARA ALCANÇAR RESULTADOS confiáveis,apesquisaprecisaestarfundamentadaemautoresquesãoautoridadenaáreaparadarsustentabilidadeàpesquisa;porém,conformeFachin(2003,p. 123-124) e Andrade (2005, p. 71), para o aproveitamento desse materialénecessáriaumacuidadosaleitura,análiseeinterpretaçãodostextos, bem como o registro das informaçõescoletadaspormeiode anotações e documentação (fichamento)daliteraturaselecionada.
Para alcançar êxito na pesquisa é preciso buscar subsídios na literatura,oquepodeserfeitoemdois níveis:
a) geral - relacionar todas as obras do assunto, livros, revista, site;
b) específico- somente os documentos e obras que contemplemespecificamenteotema da pesquisa.
De acordo com Rauen (2002, p. 55), apesquisaquebuscainformaçõesdoacervobibliográfico,partedomaterialjáelaboradoservepara
ampliar o conhecimento do assunto edásustentabilidadeàpesquisade campo. Os livros e as revistas científicastêmafunçãodetrazerinformaçõesmaisprofundassobreotemadeestudos.Dessaforma,abasenaliteraturaéfundamental,poisalémdeconfrontarateoriacom a pesquisa de campo, é possível comunicarasideiasdeformamaiseficiente,baseadaemideiasdeautoresdaárea.
Por isso, Severino (2007, p. 39) reforçaquevocêdeveprocurarregistrar tudo o que interessa e que estejarelacionadoaotema,pormeiodadocumentação(fichamento)bibliográfica,queconstituiumacervoimportantedeinformaçõesde livros, artigos e demais trabalhos que existem sobre determinado assunto,dentrodeumaáreadosaber.
Assim,apósaanálisedostextoslidos,vocêserácapazdedebateratemáticaeorganizarseuprópriotexto,fundamentadocomcitaçõesde teorias dos autores selecionados daáreadepesquisa.
Até agora, nossos estudos nos levam a
refletirsobreatemáticadepesquisa.Mas
sódefiniratemáticaeasleiturassobre
oassuntonãoéosuficienteparafazer
umapesquisa,éprecisodefinirométodo
etécnicaadequadosàpesquisa:éoque
vamos estudar na próxima seção.
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SEÇÃO 3 MéTODOS E TéCNICAS
Para alcançar êxito, a pesquisa exige a aplicação de um método e técnica adequados.
Quando você comer um abacaxi, o quevocêfazprimeiro?Vocêcortao abacaxi em pedaços e depois tira a casca? Utiliza o método maisfácilparacomeroabacaxi:
primeiro descasca e depois corta os pedaços para comer (ROVER et al., 2010, p. 14).
Sejaqualsejaaaçãoquepraticamosno dia a dia, sempre utilizamos um método para chegar a determinado objetivo.
Você não passa a pasta para tirar os riscos e brilhar a lataria do seu carro,depoislavacomáguaedetergente,comobjetivodeficarcomalatariaapresentávelebrilhandoeatémesmoparamaisproteção.Primeirolavaocarrocomáguaedetergente,depoispassaapastaelustra a lataria; analise ainda, não se serve a sobremesa antes, depois o churrasco, serve-se o churrasco salgado e temperado, depois, para equilibrar o paladar serve-se a sobremesa doce; ao lavar o cabelo, primeiromolhacomágua,depoispassaoxampu,comobjetivodetermelhor resultado na limpeza. Assim, precisa usar o método adequado paraatingirumobjetivoporsimplesqueseja(GALLIANO,1986,p.4-5).
Richardson(1999,p.24)apresentaumexemploquepodeajudaravocêa compreender esses elementos.
Richardson(1999,p.23),afirmaqueométodoestápresentenocotidianodas pessoas: por exemplo, o preparo de um prato, a partir de uma receita; oplanejamentodoorçamentofamiliarincluemelementosdeummétodo. Compreender a aplicação do métodocientíficoeessesproblemasaparentementenãocientíficosé importante para conhecer e transformararealidade.Paramelhorar algo é preciso utilizar um métodocientífico.Oautorenfatizaainda:
O ponto de partida de qualquer pesquisaéametaouobjetivo.Em um segundo momento, desenvolve-se um modelo do
processoqueseráestudadooudofenômenoqueserámanipulado.Posteriormente, vem a coleta de informações(ouutilizaçãodedadosjácoletados).Comparam-se os dados e o modelo em um processo de avaliação, que consiste simplesmente em estabelecer se os dados e o modelo tem sentido. Se o modelo nãodácontadosdados,procede-seasuarevisão�modificaçãoou substituição. Assim, o métodocientíficoéumprocessodinâmico de avaliação e revisão. (RICHARDSON, 1999, p. 23).
A compreensão do uso desses elementos permite entender o uso dométodocientífico.
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Exemplo: Cozinhar a partir de uma receita.
A preparação da maioria dos pratos de comida começa com uma receita - uma lista de ingredientes e instruções para misturar e cozinhar osingredientes.Noentanto,dificilmenteexistiráumchefquesigaareceitaaopédaletraenãomodifiqueeproveopratoduranteoprocessodecozimento.Frequentesmodificaçõessãorealizadasatécontarcomaaprovaçãodocozinheiro.Alteraçõessignificativaspodemseradotadascomomodificaçõespermanentes,formandopartedereceitasfuturas.
Identificandooselementosqueconstituemométodo,observa-se:
a) Meta: preparar um prato de comida;
b) Modelo: a receita;
c) Dados: a degustação durante a preparação;
d) Avaliação: decisões relativas ao sabor do prato;
e) Revisão: mudança da receita.
Analisemos, novamente, cada um dos elementos. No exemplo, a meta é preparar um prato de comida. O modelo é a receita, pois é uma abstração do processo de preparo da comida. É essencial. Não se pode pensaremcozinharumpratoespecíficodecomidasemterinformaçõesbaseadasemexperiênciasanteriores.Osdadosreferem-seàdegustaçãoantesdeterminardeprepararoprato.Aavaliaçãoéfeitaquandosecompara o sabor (os dados) com a ideia relativa ao sabor que deveria ter.Dependendodosabor,proceder-se-áaumarevisãotransitóriaoupermanente da receita.
O exemplo da receita é muito simples e muito adequado. Os procedimentosdeumcientistapodemsermaisformaisqueasexperiênciasdocotidiano,porém,nãodiferemfundamentalmentedosutilizados pelo cozinheiro. Além do mais, em ambos os casos, os erros deveriamseraproveitadosparamelhorarofuturo.
O que é método?
PARA DEFINIÇÃO do que é método nos reportamos ao que escrevem Lakatos e Marconi (2003, p. 85, apud ROVER et al. 2010, p. 14) quedefinemmétodocomoo"[...]conjuntodasatividadessistemáticase racionais que, com maior
segurança e economia, permite alcançaroobjetivo,traçandoocaminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando nas suas decisões científicas."TambémRichardson(1999,p.22)concorda,definindo:
Qualquer omissão de um dos elementos impede a aplicação do métodocientífico.
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"[...] método é caminho para chegar adeterminadofimouobjetivo."
Sobre o assunto, Fachin (2003, p. 28) escreve:
O método é um instrumento do conhecimento que proporciona aos pesquisadores [...] orientação geralquefacilitaplanejarumapesquisa,formularhipóteses,coordenar investigações, realizar experiências e interpretar os resultados[...]sejaqualfor
o seu tipo, é a escolha de procedimentossistemáticospara a descrição e explicação do estudo.
Pelo exposto, observa-se que o método é um instrumento fundamentalparaodesenvolvimento de uma pesquisa científica,poréméimportanteescolher o método adequado para queatendaoobjetivotraçado.Trataremos disso a seguir.
COMO se ClAssifiCAM Os MétODOs CieNtífiCOs?
Para Fachin (2003, p. 29-31) os métodoscientíficossãoclassificadoscomo indutivo e dedutivo. O método indutivo é um procedimento do raciocínio que, a partir de uma análisededadosparticulares,encaminhamos para as noções gerais, enquanto o método dedutivo parte do geral para o particular.
ConformeRichardson(1999,p.35),navidadiáriautilizamosfrequentementeosprincípiosdométodo indutivo. Por exemplo, com base em uma pequena amostra do comportamento de uma criança, concluímos aspectos do temperamento; a partir da experiência própria e dos amigos, concluímos que um shopping center vende roupa boa e cara. Outro exemplo: suponhamos que estamos dirigindo em uma rua secundáriaequeremosentraremuma avenida principal. Chegamos àreferidaavenidaeconstatamosengarrafamentodotrânsito.Concluímosqueaavenidaestáengarrafadaeprocuramosoutrocaminho.Fizemosumainferênciasobre as condições da avenida, partindo dos dados observados. Esse raciocínio é indutivo.
O método indutivo parte das premissasdosfatosobservadospara chegar a uma conclusão que contéminformaçõessobrefatosousituações não observadas. Segundo Martins (2000, p. 27), o método indutivo parte do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta de dados particulares. Ao contráriodométodoindutivo,paratestar uma teoria devemos utilizar o método dedutivo (RICHARDSON, 1999, p. 36).
É importante destacar que os métodos indutivo e dedutivo não se opõem, pois, segundo Fachin (2003, p. 31), constituem uma única cadeia de raciocínio.
Para entender melhor, tomamos como exemplo o que coloca May (2004,174)sobreoplanejamentodeumquestionárioqueenvolveo desenvolvimento de ideias e a testagem ou exploração das mesmas utilizando perguntas (dedução), enquantoométodoqueencorajaospesquisadores a mergulharem nas atividades do dia a dia das pessoas queelastentamentenderéfeitopelas observações (indução).
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Para entender melhor, leia um exemplo muito
interessante que utiliza o método de indução, no
livro BASTOS, Cleverson Leite et. al. Aprendendo a
aprender:introduçãoàmetodologiacientífica.16.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2002. (p. 87-90).
Jáestudamossobremétododepesquisa. Para complementar os estudos dessa seção, no próximo
item vamos estudar sobre técnica de pesquisa.
técnica de pesquisa
A TÉCNICA É O CONJUNTO de procedimentos adotados para realizarumapesquisacientífica."As técnicas de pesquisa acham-se relacionadas com a coleta de dados,ouseja,apartepráticadapesquisa." (ANDRADE, 2005, p. 39). A técnica serve para registrar e quantificarosdadosobservados,ordená-loseclassificá-los.
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.174,grifodoautor)“Técnica éumconjuntodepreceitosouprocessos de que se serve uma ciência ou arte; é a habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parteprática.Todaciênciautiliza
inúmeras técnicas na obtenção de seus propósitos."
Assim,verifica-sequeparaarealização de uma pesquisa, é preciso utilizar técnicas adequadas capazesdecoletardadossuficientesde modo que contemplem os objetivostraçados.Observando-se ainda o que vai ser estudado, a quemirásereportar,quaistiposdeinstrumentos a serem utilizados, conformeotipodepesquisa:questionários,entrevistas,observação,formulários,discussãoem grupo, entre outros (ROVER et al. 2010, p. 16).
Você ainda confunde o termo método e técnica?
De acordo com Silva (2003, p. 38-39), muitas perguntas surgem nessemomento:“Serãoasmesmascoisas?"“Possuemomesmosignificado?”"Todométodoéuma técnica ou toda técnica é um método?" Ele mesmo responde: métodosignificacaminhopara
chegaraumfimetécnicaéorecurso utilizado para viabilizar abuscadoobjetivotraçadonométodo. Andrade (2005, p. 135) contribui "[...] método constitui um procedimento geral, enquanto a técnica abrange procedimentos específicos."
você vai estudar mais na Unidade 3 sobre os tipos de instrumentos utilizados em uma pesquisa.
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Agora que verificou as etapas preliminares que levam à definição de um tema, não perca tempo, começe já uma pesquisa para levantar um tema ou um problema que mereça investigação científica; isso poderá servir de base em preparação ao seu trabalho de conclusão de curso. Paralelamente ao diagnóstico inicial para seleção de uma temática de pesquisa, você deve verificar a importância da construção de instrumentos adequados para a busca de dados em campo. este é o conteúdo que vai estudar na próxima unidade.
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Autoavaliação 1
1 O que é preciso para uma pesquisa ser considerada científica?
2 A escolha do tema de pesquisa parece ser uma etapa fundamental, mas quando você se depara com essa tarefa verifica que precisa levar em conta alguns predicados. Cite os elementos essenciais que deve analisar o momento da escolha de um tema para fazer uma pesquisa científica.
3 Qual a diferença entre método e técnica de pesquisa?
UNIDADE 2
TIPOS DE PESQUISA
SEÇÃO 1
Quantoànaturezados dados
SEÇÃO 2
Quanto aos objetivos
OBJETIvOS DE APRENDIZAGEM
Apósaleituradestaunidade,vocêterácondiçõesde:
� DISTINGUIR os tipos de pesquisa;
� DIFERENCIAR o método quantitativo do qualitativo;
� CARACTERIZAR uma pesquisa exploratória, descritiva, explicativa e experimental;
� CLASSIFICAR umapesquisaembibliográfica,documental,estudodecaso,pesquisadecampo,pesquisa-ação ou pesquisa participante.
ROTEIRO DE ESTUDO
Comoobjetivodealcançaroqueestápropostoaestaunidade,oconteúdoestádivididonasseguintes seções:
SEÇÃO 3
Quantoàsfontesde informaçõeseos
procedimentos de coleta
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PARA INÍCIO DE ESTUDO
Na realização de uma pesquisa você precisa escolher um procedimento sistemáticoparaadescriçãoeexplicaçãodofenômeno.Esseprocedimentodeveráatenderaummétodocientíficoquedelimiteumproblema, modo de levantamento e interpretação dos dados e deve estarfundamentadonaliteraturaexistente sobre o assunto. Por isso, o trabalho de pesquisa,
para alcançar êxito, deve ser bem planejadodeacordocomasnormasde cada método de investigação.
Nessemomento,vocêdeverálevantaraclassificaçãodapesquisaquantoànaturezadosdados,objetivosefontesdeinformaçõesecoleta dos dados.
SEÇÃO 1 QUANTO à NATUREZA DOS DADOS
Segundo Richardson (1999, p. 70), os dois grandes métodos de pesquisa, segundo
a natureza dos dados, são: o quantitativo e o qualitativo; estes sediferenciamnãoapenaspela
sistemáticapertinenteemcadaum deles, mas, principalmente pela abordagem do problema, fazendo-senecessárioaplicarométodo apropriado a cada tipo de pesquisa.
Pesquisa quantitativa
NO ESTUDO DA abordagem quantitativa,verifica-sequeestaserefereatudoquepodesertransformadoemnúmerosequantificado,istoé,analisam-se os dados a partir de critérios estatísticos,opressupostobásicoé de determinação e precisão, permitindo a comparabilidade das informaçõeseanálisequantitativasobreoqueéestudado.ConformeRichardson (1999, p. 70-71), o método quantitativo caracteriza-sepeloempregodequantificaçãotanto na modalidade de coleta deinformaçõesquantonotratamento delas por meio de técnicas estatísticas, podendo ser poranálisesmaissimples,comopercentual, média, desvio-padrão,
oumaiscomplexas,comocoeficientedecorrelação,análisederegressão,etc.
Omesmoautorenfatizaqueométodo quantitativo representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evita distorções naanáliseeinterpretação,possibilitando maior margem de segurança nos resultados. É frequentementeaplicadoemestudosdescritivos, podendo abordar aspectoscomreferênciaaumasociedade, grupo ou um indivíduo.
Descrição da população economicamente ativa na região da AMMOC.
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ConformeGodoy(1995,p.25),a pesquisa quantitativa permite que se obtenha dos elementos deumapopulaçãoinformaçõesestandardizadas (padronizadas) e,porconseguinte,comparáveisde um indivíduo ou elemento a outro. Permite, ainda, observar asvariáveisintroduzidasnonível das hipóteses e estabelecer diretamente as relações entre essas variáveis,quantificandotantoacoletaquantoaanálisedosdados,
avaliandoefazendoassociações,estando ela mais preocupada com a possibilidade de generalizar os resultados.
Outra questão importante a se observar nos estudos quantitativos équeopesquisadordeveráescolherinstrumentos mais adequados para efetuaracoletadeinformações,porémvalesalientarqueaformacomo se elaboram e aplicam instrumentos varia de acordo com o tipo de estudo.
Pesquisa qualitativa
DE ACORDO COM Richardson (1999, p. 80) são características na pesquisa qualitativa o contato mais direto entre o pesquisador, o ambiente e a situação investigada.
Sobre pesquisa qualitativa Strieder (2009, p. 45) escreve:
[...] caracteriza-se por considerar oambientenaturalcomofontede dados, tendo o pesquisador comoinstrumentofundamental.Portercaráterdescritivo,temcomo preocupação maior captar osignificadoqueaspessoasatribuemaosfenômenoseàsua visa, portanto, estuda e refleteosvalores,ascrenças,as opiniões, as atitudes, as aspirações e as representações dossujeitos[...]Portercaráterexploratório,ossujeitosdapesquisa são estimulados ao livrepensar,fazendoemergirosaspectossubjetivos.
Percebe-se que a avaliação qualitativa deve buscar respostas àproblemática,nãopropriamenteem papéis escritos, registros, levantamento; seu produto mais típico é o depoimento, o
testemunho, a proposta que vai àprática,partindodateoriaevice-versa. Aponta caminhos alternativos,pistasdiferenciadas,descobre outros problemas, revisa, reconstrói.
Triviños (1987, p. 120) atribui cincocaracterísticasespecíficasàpesquisaqualitativacomoformadejustificaraescolhadessemétodo:
a) a pesquisa qualitativa tem o ambientenaturalcomofontedireta dos dados e o pesquisador como instrumento-chave. Nesse contexto, a consideração é pela visão ampla e complexa do real social, em que o importante e verdadeiro é o conteúdo da percepção, pois supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação pesquisada, por meio do trabalho intensivo de campo, cujofenômenopodesermaisbem compreendido no contexto em que ocorre e do qual é uma parte;
b) a pesquisa qualitativa é descritiva, isto é, seus resultados são expressos
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em narrativas, declarações das pessoas, entrevistas, documentos, descrições de situações e acontecimentos. Todos os dados são considerados importantes;
c) os pesquisadores qualitativos estão preocupados com o processo, e não simplesmente com os resultados e o produto. Quer dizer, ao estudar um determinado problema, o interesse do pesquisador é unicamenteverificarcomoelesemanifestanasatividades,nosprocedimentos e nas interações cotidianasdossujeitos;
d) os pesquisadores qualitativos tendem a analisar seus dados indutivamente (parte de dados particulares, encaminhando para as noções gerais). Faz-se uma referênciaàmaneiracomoos
sujeitosencaramasquestõesqueestãosendofocalizadas,ouo"significado"queaspessoasatribuemàscoisaseàsuavidaequesãoofocodeatençãoespecial do pesquisador;
e) osignificadoéapreocupaçãoessencial na abordagem qualitativa. Esta característica determina que os pesquisadores não se preocupam em buscar evidências que comprovem hipótesesdefinidasantesdoiníciodoestudo,ouseja,o pesquisador assimila as evidênciasàmedidaqueoestudo se desenvolve.
Naclassificaçãodasvariáveisdas abordagens quantitativas e qualitativas, Pereira (2001) observa:
TIPO DE vARIávEL SUBTIPO CARACTERÍSTICA
Quantitativa
DiscretaNúmerosinteiros,semfrações,comoemcontagens.Constituemumconjuntofinito.Ex.:númerodefilhos,idadeemanoscompletos.
ContínuaNúmerosquepodemassumirvaloresfracionários.Normalmente,têmintervalosdevaloresconhecidos,masumconjuntoinfinitodevalores possíveis. Ex.: estatura, peso.
Qualitativa
Categórica
Nominal
Categorias, e cada categoria é independente, sem relação com as outras. Ex. raça (com categoria como negra, etc.), nacionalidade (brasileira, argentina, etc.).
Categórica
Ordinal
Categorias, e cada categoria mantém uma relação de ordem com as outras que pode ser ou não regular. Ex.: escolaridade com categorias como nível 1, 2, 3; classe social (A, B,C).
Quadro1:ClassificaçãodasvariáveisdasabordagensquantitativasequalitativasFonte: Pereira (2001, p. 43).
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Dependendo da pesquisa, ela podeserclassificadaaindacomoqualitativa/quantitativa ao mesmo tempo, por isso é preciso atenção
do pesquisador ao analisar a natureza dos dados que vai precisar buscar para o tipo de pesquisa que vai realizar.
Nessa seção você aprendeu a diferenciar o tipo de pesquisa quanto aos dados. elas podem ser classificadas como quantitativa, qualitativa, ou agregar os dois ao mesmo tempo. Agora precisa distinguir o tipo de pesquisa quanto aos objetivos. Para entendê-los melhor, vamos estudar a próxima seção.
SEÇÃO 2 QUANTO AOS OBJETIvOS
ConformeAndrade(2005,p. 124-125), quanto aos objetivosapesquisapode
ser: exploratória, descritiva, explicativa e experimental.
Exploratória
NORMALMENTE, QUANDO HÁ pouco conhecimento sobre o tema abordado, busca-se um maior aprofundamento.Assim,apesquisaexploratóriatemporobjetivofamiliarizar-secomofenômenoou obter nova percepção deste e descobrir novas ideias. Envolve levantamentobibliográfico,entrevistas com pessoas que tiveramexperiênciaspráticascomoproblemapesquisado,análisede exemplos que estimulem a compreensão, de modo que o assuntofiquemaisclaroparaconstruiroproblemaeobjetivosdepesquisa, a delimitação do tema de pesquisa.
Concordam Tachizama e Mendes (2006, p. 35), que no estudo exploratóriobusca-sefazerolevantamentobibliográficodotemapesquisado por meio de livros, revistas especializadas, documentos dainterneteoutros,fazendoleituras e selecionando/anotando
conceitosaplicáveisaotema.Tambémpode-secoletarinformaçõescomplementares sobre o assunto juntoaórgãosepessoasligadasaomesmo.
Para Beuren (2003, p. 83) "O estudo exploratório apresenta-se como um primeiropassonocampocientífico,afimdepossibilitararealizaçãodeoutros tipos de pesquisa acerca do tema, como pesquisa descritiva e a pesquisa explicativa."
Complementa Andrade (2005, p. 124), colocando que a pesquisa exploratória, na maioria das vezes, se constitui como um trabalho preparatório para outro tipo de pesquisa.
Pelas colocações dos autores, ficaevidenteaimportânciadoestudo exploratório para melhor conheceroassunto,afimdefacilitararealizaçãodasetapasdeumapesquisaealcançaraofinaloresultado traçado.
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Descritiva
ALÉM DE FAZER o levantamento de dados da parte exploratória, descreve os dados.
Para Gil (1999, p. 44) as pesquisas do tipo descritivas têm como objetivoestudarascaracterísticasde determinada população ou fenômeno,nocasodeestudodas características de um grupo, por exemplo, podem levantar: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, etc. São incluídas nesse grupo pesquisas que temcomoobjetivolevantaropiniões, atitudes e crenças de uma população. Podem ainda ser descritivas aquelas que visam descobrirarelaçãoentrevariáveis,como por exemplo, pesquisas eleitoraisqueindicampreferênciade partido político e o nível de escolaridade.
ConformeAndrade(2005,p.124), esse tipo de pesquisa, geralmente, é mais solicitada por organizações como instituições educacionais (nível de escolaridade ou rendimento escolar), empresas comerciais (aceitação de novas
marcas, novos produtos ou embalagens), partidos políticos (as preferênciaseleitoraisoupolítico-partidárias),etc.Utilizatécnicaspadronizadas de coleta de dados comooquestionárioeaobservaçãoque demonstram a situação do momento da pesquisa.
Beuren (2003, p. 83) coloca um exemplo de pesquisa descritiva para esclarecer melhor o assunto: averificaçãodograudesatisfaçãodos gestores de companhias abertas emrelaçãoaosrelatórioscontábeisexigidos por lei destas empresas como suporte ao processo decisório. Essapesquisaclassifica-seemdescritiva porque descreve aspectos ou comportamentos de determinada populaçãoanalisada;porémháquese ressaltar que quando os dados forempoucosaprofundadosouexplorados, a pesquisa descritiva aproxima-se da exploratória.
Fica evidente a importância da pesquisa descritiva em estudos que necessitam esclarecer características e aspectos inerentes a eles.
Explicativas
SEGUNDO GIL (1999, p. 44), as pesquisas explicativas "São aquelas que tem como preocupação centralidentificarosfatoresquedeterminam ou contribuem para aocorrênciadosfenômenos[...]aprofundaoconhecimentodarealidade, porque explica a razão, o porquê das coisas."
Para melhor entendimento, Beuren (2003, p. 83) explana o seguinte exemplo de pesquisa
explicativa:"[...]aidentificaçãodosefeitosdaaplicaçãodaTeoria das Restrições [método de administração da produção utilizado comoalternativaparaanálisesistêmica em organizações] nos custosdetransformaçãodeumsetor produtivo de uma empresa industrial." É uma pesquisa que exigeumestudomaisaprofundado.
Vergara (2000, p. 45) diz que a investigação explicativa tem como
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objetivoesclarecerquaisosfatoresque contribuem para a ocorrência dedeterminadofenômenoecolocaoutro exemplo de pesquisa dessa natureza "[...] as razões do sucesso de determinado empreendimento. Pressupõe uma pesquisa descritiva como base para suas explicações."
Não quer dizer que a pesquisa exploratória e descritiva tenham menos valor, pois, na maioria das vezes, se constituem etapas
anterioresindispensáveisparaseobterexplicaçõescientíficas,sobreofenômenoestudado(GIL,1999,p.44).
A relevância desse tipo de pesquisa ocorrepelofatodeapresentarumainvestigaçãomaisprofundasobrea questão-problema de pesquisa, mas pode ter o suporte da pesquisa exploratória e descritiva.
Nesta seção foi apresentado o tipo de pesquisa quanto aos objetivos, que podem ser classificadas como: exploratória, descritiva e explicativa. Você já está entendendo melhor sobre a classificação de uma pesquisa, mas para complementar seus estudos sobre o assunto, na próxima seção você vai conhecer a classificação da pesquisa quanto às fontes de informações e os procedimentos de coleta.
SEÇÃO 3 QUANTO àS FONTES DE INFORMAÇÕES E OS
Asfontesdecoletapodemserescritasoufornecidaspor pessoas. De acordo com
asfontesdeinformaçõeseosprocedimentos de coleta, Gil (1999, p. 65) coloca que a pesquisa pode
seclassificarem:bibliográfica,documental, experimental, estudo de caso, pesquisa de campo, levantamento (survey), pesquisa ex-post facto, pesquisa-ação ou pesquisa participante.
Pesquisa bibliográfica
INDEPENDENTE DO TIPO de pesquisa queestárealizando,precisaterafundamentaçãoem teorias convenientes, selecionadas de acordocomoassunto,oquedarásustentação ao estudo (LANKSHEAR; KNOBEL, 2008, p. 76).
ConformeLakatoseMarconi(2001,p.183),apesquisabibliográfica,também chamada de dados secundários,édesenvolvidaapartirdematerialjátornadopúblicoem relação ao tema de estudos. Abrange livros, artigos de periódicos
científicos,monografias,materialcartográfico,etc.,compreendetambém material de comunicação, comofilmes,gravaçõesemfitamagnética e outros materiais disponibilizados na internet. Pela facilidadedeacesso,apesquisabibliográficapermiteeconomiadetempo e possibilita o levantamento de dados históricos.
Como o material consultado na pesquisa abrange todo o material tornado público em relação ao tema, para Beuren (2003, p. 87) para
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reunir conhecimento sobre o tema pode-se pesquisar em publicações avulsas,boletins,jornais,revistas,livros,monografias,dissertações,teses,documentoseletrônicoseoutros.
Pelosrelatosdosautores,ficapatente que embora existam pesquisasapenasbibliográficas,toda pesquisa de campo também requerumafasepreliminarde levantamento e revisão de literatura existente para elaboração conceitualedefiniçãodemarcosteóricos condizentes com seu estudo.
Para Gil (1999, p. 65), a principal vantagemdapesquisabibliográfica
é que permite o acesso a uma gama defenômenosmuitomaisamplado que aquela que o pesquisador teria em uma pesquisa direta. Facilita ainda a busca de dados quando na pesquisa estão dispersos, por exemplo, quando a pesquisa necessitardeinformaçõessobrepopulação ou renda per capita, com umabibliografiaadequadaépossívelcontar com os dados que a pesquisa precisa.
Contudo,háquesetomarcuidadocomasfontesdeondesebuscaasinformações.Assim,recomenda-se que na dúvida se busque a veracidadedafonteconsultada.
Pesquisa documental
É O EXAME DE MATERIAIS de natureza diversa, que ainda não receberam tratamento analítico, ou que podem ser reexaminados, buscando novas interpretações ou complementares. Retratam e fornecemdadossobredeterminadocontextohistórico,econômicoesocial (GIL, 1999, p. 66).
Na exploração documental de acordo com Gil (1999, p. 66), pode-se analisar documentos de primeira mão, que ainda não receberam qualquer tratamento analítico, como:documentosoficiais,reportagensdejornal,contratos,filmes,fotografias,etc.Podemainda ser analisados documentos de segunda mão, que de alguma formajáforamanalisados,como:relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc. Os documentos de segunda mão são aqueles que provêm de resultados de pesquisas.
A pesquisa documental pode ser utilizada, principalmente quando sedesejaanalisarocomportamentode determinado setor da economia, comoosaspectosrelacionadosàsituaçãopatrimonial,econômicaefinanceiradeumaempresa(BEUREN,2003,p.90).Autilizaçãodaanálisehistóricapodeajudarnopresenteevislumbrarcenáriosparaofuturo.
Nãosedeveconfundirapesquisadocumentalcomabibliográfica,pois essa última baseia-se somente emdadossecundáriosconstituídasde livros e outros documentos bibliográficosqueestãoacessíveisao público em geral, enquanto a pesquisa documental, como visto anteriormente, baseia-se em documentosdefontesprimáriasque não tiveram um tratamento analítico como documentos históricos e outros.
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Pesquisa experimental
PARA GIL (1999, p. 66), o delineamento experimental consisteemdeterminarumobjetodeestudos,definirvariáveisdeinfluenciá-la,determinaraformadecontroleeobservarosefeitosqueavariávelproduznoobjeto.Pouco comum na Área das Ciências Sociais Aplicadas, esse tipo de estudo apresenta-se em um número reduzido de situações; esse tipo de pesquisa é bastante reconhecido em estudos com animais.
Nas pesquisas de Ciências Sociais, em especial nas organizações,
existem algumas estratégias de experimentação possíveis que passam desde a experimentação em laboratórios até a pesquisa-ação, a qual se constitui como uma experiência de campo. É evidente que um estudo não precisa ser realizado em laboratório para ser um experimento, experimentos podem ocorrer em situações reais.
De acordo com Bruyne, Herman e Joffily(1977,p.232),asdiferençasentre as experimentações, podem ser as expostas a seguir.
EXPERIMENTAÇÃO DE LABORATóRIO
Responde a três critérios mínimos, istoé,devedefiniremedirumamudança na estrutura, os processos ou o ambiente da organização; chegaraquantificarasvariáveise,decertomodo,verificarasrelaçõesdecausaeefeitopelaobservaçãodasdiferençasinduzidaspelavariávelexperimental.Nesta,éprecisoqueasobservaçõessejamfeitasantesedepoisdaaplicaçãodeumtratamentoaumouváriosgrupos experimentais e a realização de observações similares em um ou
váriosgruposdecontrole,aosquaisnenhum tratamento é aplicado. Esses grupos devem ser selecionados ao acaso.
As medidas tomadas antes e após a mudança, assim como a comparação com um grupo de controle, asseguram a validade interna da experiência. A situação de laboratório é aquela que propicia ao pesquisador um controle completo sobre as condições de sua observação, pois é capaz de medir o efeitodamanipulaçãodasvariáveis.
EXPERIMENTAÇÃO DE CAMPO
É um modo de investigação diferentedaexperimentaçãodelaboratório;transformaoambienteda experiência, que não é mais simulado, mas real. As experiências realizadas em situações reais recorrempormétodosdiferentesda maioria dos controles em laboratórios.Suaanálisenãoconcerne mais em grupos escolhidos ao acaso e não é mais validado por
um grupo de controle no sentido restrito.
Deshaies e Jacquard (1992, p. 112)enfatizamqueainvestigaçãoexperimental pressupõe um plano de experiência que se apoie em umaestratégiadeverificaçãocomparativa entre uma situação inicial (antes da experimentação) e a constatação de um resultado experimental (depois da
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experimentação). Trata-se de um conhecimento ou mesmo de uma lógica que procede pela observação e tem a ambição de explicar os efeitospelascausas.
O experimento pode ser de laboratório ou de campo, sendo que o experimento de laboratório controlaoumanipulaasvariáveis(é um valor que pode ser dado por quantidade, qualidade, característica, variando em cada caso individual), analisando causa e efeitodamanipulação,enquantonoexperimento de campo, mesmo que hajaamanipulação,correspondea um experimento totalmente diferente(BEUREN,2003,p.88).
Paraficarmaisclaroaautoracitaumexemplo:aedificaçãodaalternativa legal de tributação darendamaisvantajosa,sepelolucro real ou lucro presumido, sob avisãodaeconomiatributáriaparaa empresa. No caso, é preciso que a empresaprojeteseuresultadoparao exercício seguinte e experimente a melhor alternativa, visto que tal opção deve ser realizada antes do períodotributáriodeincidência(BEUREN, 2003, p. 89).
Apartirdoexposto,verifica-sequeesse tipo de pesquisa exige mais conhecimento do pesquisador e não se aplica a muitas situações da Área de Ciências Sociais e Aplicadas.
Pesquisa ex-post facto
APRESENTA CERTA semelhança com a pesquisa experimental. Trata-se deumainvestigaçãosistemáticae empírica em que o investigador nãotemcontrolesobreasvariáveisindependentes, porque segundo Gil(1999,p.69),ofatojáocorreu,o pesquisador não pode controlar seusefeitos."Aimpossibilidadede manipulação e controle das variáveisdistingueentãoapesquisaexperimental da ex post facto.”(VERGARA, 2000, p. 47).
Por exemplo, em uma pesquisa, verificarainfluênciadaprivaçãona
infânciasobreodesenvolvimentomentalfuturo.Nãoseriapossívelqueumgrupodiferentesofressetaisprivaçõesparaanálise,masaobservaçãodeveserfeitasobreofatoocorrido(GIL,1999,p.69).
O que se observa é que esse tipo de pesquisa tem um campo de aplicação mais limitado no meio científico,equeseforusada,deveserbemplanejadaparaalcancedoresultadodesejado.
Levantamento (survey)
NO CASO DOS levantamentos, estes dizemrespeitoàinterrogaçãodiretade uma população, visando conhecer traços de seu comportamento e suas características.ConformeGil(1999,p. 70), nesse tipo de pesquisa são feitasinterrogaçõesdiretasàspessoasemquedeseja-seconhecer
seu comportamento sobre um problema estudado, e em seguida, pormeiodaanálisequantitativa,obtém-se conclusões a respeito dos dados coletados.
Levantamento Survey (enquete) "[...] trata-sedelevantamentojuntoàs
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fontesprimárias,geralmenteatravésdeaplicaçãodequestionáriosparagrande quantidade de pessoas." (MARTINS, 2000, p. 52).
Diferencia-sedapesquisadecampo,aqualavaliaumgrupoespecífico.Na maioria dos levantamentos são selecionadasamostrassignificativasdouniversoepassamaserobjetode investigação. Segundo Gil (1999, p. 72), esses estudos são mais adequados para estudos descritivos e explicativos, são impróprios para estudos de aspectos psicológicos e psicossociais, mais complexos,porémmuitoeficazespara problemas menos delicados, como pesquisas eleitorais e comportamento do consumidor.
May (2004, p. 109) complementa que é um dos métodos mais frequentesnapesquisasocial,eé utilizado também pelo governo, por pesquisadores acadêmicos nas universidades, bem como por organizações, podendo envolver desde pesquisas com apenas algumas centenas de pessoas até um levantamento nacional de larga escala com milhares de seres.
Ainda, de acordo com May (2004, p.110), o levantamento survey pode ser caracterizado sob quatro tipos:
a) factuais:visamobterinformaçõesdosindivíduosacerca de sua situação material e não a respeito das atitudes. Seria uma pesquisa cara porque não seria usada uma amostra, mas a população total. Exemplo: o Censo.
b) atitudinais: obtém dados sobre atitudes do indivíduo. Por exemplo: nas enquetes de opinião política, para os países democráticoséimportantedimensionar as crenças de seus cidadãos;
c) psicológico-sociais:enfocasobre o relacionamento entre atitudes e o comportamento, mostrandoumperfildostiposde personalidade, utilizando questõesqueoferecematitudes,entre outras técnicas. Acredita-sequesejapossívelexplicarocomportamento de uma pessoa;
d) explicativos: são delineados para testar hipóteses as quais são derivadas de teorias, porém todos os levantamentos acabam sendo explicativos, perguntam sobre o comportamento eleitoral, por exemplo, e procuram explicação: como as atitudes das pessoas estão ligadas ao seu contexto, histórico-pessoal ou outra variávelexplicativa.
Esse método também caracteriza-se com um tipo de pesquisa que pode ser útil para os estudos deinvestigaçãocientífica,vistoque pode mapear a realidade de determinada população ou amostras de empresas em relação a uma determinadaproblemáticadeestudos, mas sempre com muito cuidado por parte do pesquisador, pelafragilidadedométodo.
Pesquisa de campo
A PESQUISA DE CAMPO, segundo Lakatos e Marconi (2001, p. 186),
nãodeveserconfundidacomumasimples coleta de dados, deve levar
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emcontaosobjetivosestabelecidoseseosdadossãosuficientes.Nasfasesdepesquisadecampo,deve-se primeiro realizar uma pesquisabibliográficasobreotemainvestigado,oquepossibilitarásaber em que estado se encontra o problema,quetrabalhosjáforamfeitosarespeito.Após,deacordocom a natureza da pesquisa, deve-se determinar as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e seleção da amostra. Por último, antes de coletar os dados, énecessárioestabelecertantoastécnicas de registro desses dados quandodasuaanálise.
De acordo com Vergara (2000, p. 45-46), nesse tipo de pesquisa podem-se utilizar as técnicas entrevista,
aplicaçãodequestionários,observações participantes ou não, testes. Exemplo: Levantar qual a percepçãoqueosusuáriosdebancos(instituiçõesfinanceiras)dacidadeXtêmsobreainformatizaçãodosserviçosparaclientes/usuários.
Percebe-se que a pesquisa de campoestáagregadaaoutrotipodepesquisa,comobibliográfica,descritiva, exploratória, ou ainda experimental;estávoltadaaoestudo de indivíduos, grupos, instituições e outros, e deve ser bemplanejadaemtodasassuasetapas para alcançar êxito nos objetivostraçados.
Estudo de caso
CARACTERIZA-SE COMO um tipo depesquisacujoobjetoéumaunidade analisada profundamente,éoestudodeumcaso,sejasimplesouespecífico.Temporfinalidadeoexamedetalhadodeumambiente,deumsimplessujeitoou situação em particular, com o propósitofundamentaldeanalisarintensivamente determinada unidade social.
Oestudodecasopoderáenvolverexame de registros, observação de ocorrênciadefatos,entrevistas
estruturadas e não estruturadas ou qualquer outra técnica de pesquisa. Vale lembrar que esse tipo de pesquisa não permite a generalização dos resultados.
Nesse caso, segundo Tachizawa e Mendes(2006,p.53,grifodoautor)é importante "[...] estabelecer o perfildaorganizaçãoestudadanaformadecaracterização das empresas." A caracterização da empresaéumaseçãofundamentalda pesquisa.
Sugestão metodológica para caracterização de uma empresa
ConformeTachizawaeMendes(2006,p.54),operfiloucaracterizaçãoda empresa pode ser divido em cinco partes, a saber:
a) natureza do negócio;
b) porte e instalação, e se é pública ou privada;
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c) principais mercados (local, regional, nacional ou internacional) e principais tipos de clientes (consumidores, empresas, governo, etc.). Incluirformasespeciaisderelacionamento,taiscomoparceriascomclientes ou grupo de clientes;
d) perfildosempregados/funcionários,incluindoquantidade,tipos,escolaridade, etc.;
e) principais processos, estabelecendo a dimensão horizontalizada em contraposiçãoàdimensãoverticalizadaoufuncional(desenharaestrutura da empresa em termos de organograma e em relação ao modelo dos processos sistêmicos).
Podem-se descrever também todos os requisitos dos clientes importantes(entreganoprazo,baixoníveldedefeitos,serviçospós-venda),indicandodiferenciaisoferecidosparaclientes.
Outroitemquepodeserdescritoéorelacionamentocomfornecedoresemtermosde:tiposequantidadedefornecedores;tiposdedistribuidores; revendedores e outros ramos de negócio.
Os aspectos competitivos podem ser incluídos como: situação do ramo perante a concorrência; quantidade e tipos de concorrentes; indicadores de qualidade e de desempenho perante a concorrência, tais como aumento da produtividade, redução de custo e inovação quanto aoproduto;mudançasqueestãoocorrendonoramoequeafetamomercado.
Podemaindaserdescritosaspectos,como:principaisdesafios(aentrada em novos mercados ou segmentos, por exemplo); novas alianças empresariais; introdução de novas tecnologias; requisitos legais e regulamentaresquantoàproteçãoambiental;assuntosfinanceirosemudanças de estratégias.
Segundo Beuren (2003, p. 84-85), um exemplo de estudo de casorelacionadoàáreadasCiências Sociais Aplicadas pode seraidentificaçãodasfasesdeimplantação de um programa de qualidade em uma empresa queprestaserviçosnaáreadecontabilidade para diversas empresas para obtenção da certificaçãoISO9000.Essapesquisaseriaclassificadacomoestudo de caso porque aborda umaúnicaempresaeasfasesde implantação de um programa
de qualidade não podem ser generalizadas a outras empresas do mesmoramo,pelofatodeatenderespecificaçõesdaquelaempresa,localizada em determinada região e com características próprias.
De acordo com Triviños (1987, p. 128),tambémháapossibilidadede realizar multicasos, onde estuda-sedoisoumaissujeitosouorganizações, etc.
Fica claro, que no estudo de caso, dados não podem ser generalizados,
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os resultados da pesquisa aplicam-se aquele caso investigado.
Pesquisa-ação e pesquisa participante
DE ACORDO COM THIOLLENT (2000, p. 7), acontecem com ainterferênciadosujeitoaoobjetopesquisadoeaquebradeobjetividade,quesejustificaporque não é a captação do real em determinado momento que interessa equerepresentaoobjetivonessecaso, mas um conhecimento em processo que se estabelece.
Utiliza-se o método de observação participantepelofatodesebuscaraspectossubjetivosdaação,percepções,definiçõeseexplicações, podendo gerar e revisarsuashipótesesàmedidaque se coletam os dados e usa-seaanálisedecasosnegativospara chegar a conclusões que permanecem verdadeiras em todas as observações.
A pesquisa-ação e a pesquisa participante apresentam uma únicadiferença:apesquisa-ação,além da participação, supõe uma formaplanejadadecarátersocial,educacional, técnico ou outro, que nem sempre se encontra em pesquisa participante, porém ambas partem da mesma busca de alternativas ao padrão de pesquisa convencional (THIOLLENT, 2000, p. 8).
O uso desse método requer o preparo do pesquisador, pois a coleta de dados pela observação exige o contato com a situação pesquisadadeformaneutraeorelatodosfatoscomoelesacontecem.
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Autoavaliação 2
1 De acordo com os conteúdos estudados nessa unidade ,que tratam sobre os tipos de pesquisa, relacione a primeira coluna com a segunda.
( A ) Pesquisa quantitativa )( Apartirdeumobjetodeestudos,definevariáveiseaformadecontrole,observandoosefeitosqueavariávelproduznoobjetoestudado.
( B ) Pesquisa qualitativa )( Pesquisacujoobjetodeanáliseéfeitoumestudoprofundosobreumaunidade;nãopodegeneralizaroresultado.
( C ) Pesquisa exploratória )( Análisedemateriaisqueaindanãoreceberamtratamento analítico ou que podem ser reexaminados.
( D ) Pesquisa descritiva )( Preocupa-seemidentificarosfatoresquedeterminamoucontribuemparaaocorrênciadosfenômenos.Aprofundao conhecimento da realidade e explica a razão e o porquê das coisas.
( E ) Pesquisa explicativa )( Osdadoscoletadossãotransformadosemnúmeros.
( F ) Pesquisa experimental )( Investigação em que o pesquisador não tem controle sobreasvariáveis,porquesóanalisaofatodepoisqueaconteceu.
(G)Pesquisabibliográfica )( Pesquisa o comportamento das pessoas sobre determinadoproblema,utilizaamostrassignificativasdouniverso.
( H ) Pesquisa documental )( Estuda as características de determinada população ou fenômeno.Podelevantaropiniões,atitudesecrençasdeumapopulação.
(I)Pesquisaex-postfacto )( Faz a coleta de dados direto no campo pesquisado, porémantesbuscasubsídiosnapesquisabibliográfica.
( J ) Levantamento (survey) )( Utilizadaparaconheceroassunto,geralmentefazumlevantamento que antecede um trabalho para outro tipo de pesquisa.
( K ) Pesquisa de campo )( Desenvolvidaapartirdematerialjátornadopúblico,abrangelivros,artigosdeperiódicoscientíficos,monografiaseoutros.
( L ) Pesquisa estudo de caso )( A obtenção de dados ocorre no contato direto do pesquisador com a situação estudada.
2 Busque um relatório de pesquisa na biblioteca universitária ou na forma on-line, e a partir da análise do documento, procure classificá-lo quanto ao tipo de pesquisa segundo a natureza dos dados, os objetivos e as fontes de informações e procedimentos de coleta dos dados.
Depois de estudar sobre a pesquisa com base científica, forma de definição do tema e da literatura, bem como os vários tipos de classificação, é necessário saber que, para a investigação alcançar êxito e os resultados possam responder aos objetivos traçados para a pesquisa, é preciso saber definir o tipo de instrumento mais adequado para a coleta de informações. Este será o conteúdo da próxima unidade.
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3 Após a leitura do conteúdo, o que você considera como documento, em uma pesquisa documental? Que tipo de textos não podem ser classificados como documentos e por que os excluiria?
UNIDADE 3
INSTRUMENTOS DE PESQUISA
SEÇÃO 1
Oquestionário
SEÇÃO 2
A entrevista
SEÇÃO 3
Outros instrumentos de pesquisa
OBJETIvOS DE APRENDIZAGEM
Apósaleituradestaunidade,vocêterácondiçõesde:
� ELABORAR umquestionário;
� ESTRUTURAR uma entrevista;
� CONSTRUIR outros instrumentos para coleta de dados em uma pesquisa.
ROTEIRO DE ESTUDO
Comoobjetivodealcançaroqueestápropostoaestaunidade,oconteúdoestádivididonasseguintes seções:
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PARA INÍCIO DE ESTUDO
Aqualidadedoinstrumentoparaacoletadedadosestádiretamenteligadaàeficiêncianoprocessodecomunicação.Assim,deve-sedecidiroquesepretendesaberparadefiniroinstrumentoadequadoaotipodepesquisa,sejaquestionário,entrevistaououtroinstrumento.
SEÇÃO 1 O QUESTIONáRIO
De acordo com Oliveira (2003), um dos instrumentos mais utilizados para realização
de pesquisas é o questionário, principalmente em pesquisa de grande escala e para a coleta de dados em pesquisas quantitativas.Oquestionárionãoéumformulárioouconjuntode questões listadas sem muita reflexão.Paratanto,requerumplanejamentoanterioràbusca de base conceitual do problema de pesquisa, bem como a busca exploratória de dados anteriormenteàsuaelaboração.
Rudio (1992, p. 96 apud RAUEN, 2002, p. 127) apresenta uma sínteseinteressanteemrelaçãoàsperguntas:
Cada item deve conter só uma pergunta. A presença de mais de umaperguntadificultaaresposta,podendoinvalidá-la.Assim,porexemplo, se você perguntar "Você acha que a Secretaria de Educação
deveofereceraosprofessoresatividadesduranteasférias,comocursosdeaperfeiçoamento?”eoinformanteresponde"Não".Elediscorda de que? Das atividades, sejamláquaisforem,oudoscursosdeaperfeiçoamento?
Paraperguntasfechadas,éprecisocuidarparaquenãosejamcolocadas alternativas inadequadas. Paraconhecerfaixaetáriadeuniversitários,nãosedevecolocarcomo alternativas: "0 a 5 anos", "06 a 10 anos" ou "11 a 15 anos".
Deve-se explicar qualquer termo obscurodeumquestionário,principalmente se estamos pesquisando camadas com menor instrução. Um dos problemas é ousodejargõeseterminologiastécnicas, pressupondo que qualquer pessoa conheça. Exemplo: "Você é favorávelàreeleiçãoemtodososníveis executivos?" O que são "níveis executivos?"
Rudio (1992, p. 96 apud RAUEN, 2002, p. 127) apresenta uma síntese interessanteemrelaçãoàsperguntas:
Cada item deve conter só uma pergunta. A presença de mais de uma perguntadificultaaresposta,podendoinvalidá-la.Assimporexemplo,sevocêperguntar“VocêachaqueaSecretariadeEducaçãodeveofereceraosprofessoresatividadesduranteasférias,comocursosdeaperfeiçoamento?”eoinformanteresponde“Não”.Elediscordadeque?Dasatividades,sejamláquaisforem,oudoscursosdeaperfeiçoamento?
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Paraperguntasfechadas,éprecisocuidarparaquenãosejamcolocadasalternativasinadequadas.Paraconhecerfaixaetáriadeuniversitários,nãosedevecolocarcomoalternativas:“0a5anos”,“06a10anos”ou“11a15anos”.
Deve-seexplicarqualquertermoobscurodeumquestionário,principalmente se estamos pesquisando camadas com menor instrução. Umdosproblemaséousodejargõeseterminologiastécnicas,pressupondoquequalquerpessoaconheça.Exemplo:“Vocêéfavorávelàreeleiçãoemtodososníveisexecutivos?”Oquesão“níveisexecutivos?”
Preste bem atenção ao elaborar oquestionário.Lembre-sedequeeledeveserobjetivo,limitadoemextensão e estar acompanhado de instruções. As instruções aparecem no início e devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração doinformanteefacilitaropreenchimento.
Para você entender melhor como elaborarumquestionário,seguemalgumas considerações de Martins e Lintz (2000, p. 51-52) e Richardson (1999, p. 197-201):
a) as perguntas devem ser ordenadas em uma sequência lógica;
b) incluir perguntas que realmente tenhamrelaçãocomoobjetivode estudo;
c) começarcomperguntasfáceis,deixandoasmaisdifíceisparaofim;
d) a redação das perguntas deveráserfeitaemlinguagemcompreensívelaoinformanteeacessível ao entendimento da população estudada;
e) verificarseoentrevistadotemcondições de responder as questões;
f) cadaperguntadevefocarapenasuma questão cada vez a ser analisadapeloinformante;
g) usaralternativasadequadasàsperguntasfechadas;
h) nãofazerperguntasembaraçosas;
i) não obrigar o entrevistado a fazercálculos;
j) não incluir perguntas sobre passado muito distante;
k) as perguntas não devem sugerir as respostas;
l) noinício,colocarasinformaçõesque servem para caracterizar o informante:sexo,idade,estadocivil, escolaridade;
m) nocasodenome,verificarseénecessáriaaidentificação.Quandooquestionárionãoéidentificado,asrespostassãomais sinceras;
n) avaliar a extensão do questionário,visandoaotempoa ser consumido, para obter os dadoseamaneiradetabulá-loseanalisá-los,bemcomoobservarotempoqueopesquisadolevarápara responder as questões. Nãoéaconselhávelfazerinstrumentos muito longos;
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o) certifique-sequeéoinformantee não outra pessoa quem respondeoquestionário,poisnocaso de terceiros responderem, implica na perda de consistência dos resultados;
p) tenha cuidado na apresentação gráficadoquestionário.Oespaço para as respostas deve sersuficiente.Aapresentação
gráficadeveseratraenteparaprovocar a vontade de respondê-lo.
Os detalhes na apresentação do questionáriocontribuemparaoêxito da entrevista/pesquisa. Uma perguntamalformuladaouqueconstranjaoentrevistadopodeprejudicartodaapesquisa.
Você quer conhecer mais sobre como construir um questionário?
Construção do questionário
DE ACORDO COM RAUEN (2002, p. 127),oquestionáriodeveapresentarem linhas gerais três partes: a) cabeçalho – que é a parte na qual opesquisadorcolocaoobjetivoque espera alcançar, bem como deve garantir o anonimato do respondenteeaformacomodeveser devolvido ao pesquisador; b)
questões de caracterização do pesquisado; c) corpo das questões objetodoestudo.
Para Gil (1999, p. 129), o questionáriodevetraduzirosobjetivosdapesquisaemperguntasespecíficasepodeterosseguintestipos de questões:
QUESTÕES FEChADAS
Apresentam ao respondente umconjuntodealternativasderespostas restritas e o pesquisado
assinala uma que melhor representa seupontodevista,conformeasinstruções do pesquisador.
DeacordocomRichardson(1999,p.191-192)asperguntasfechadaspodem apresentar algumas características, as mais utilizadas são as seguintes:a)Perguntascomalternativasdicotômicas:Sim – Não;Verdadeira – Falsa;Certo – Errado.b) Perguntas com respostas múltiplas. Aquelas que permitem marcar uma os mais alternativas:EmqueturnoassisteàaulanaUniversidade?
Presteatençãonoqueestápostonoitem a seguir.
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1. ( ) de manhã2. ( ) de tarde3. ( ) de noitec) Aquelas que apresentam alternativas hierarquizadas: ComquefrequênciavocêusaaBibliotecaCentraldaUniversidade?1. ( ) nunca2. ( ) ocasionalmente3.( )frequentemented) Perguntas com escalas: Idade:( ) menos de 15 anos( ) 15 – 20 anos( ) 21 – 25 anos( ) 26 – 30 anos( ) 31 – 35 anos( ) 36 – 40 anos( ) 41 e mais anos
1 Assinale o seu grau de concordância para a afirmação:
O diploma do curso superior é uma das condições para a ascensão social de um indivíduo.
1 2 3 4 5 6
Discordo Discordo Discordo Concordo Concordo Concordototalmente bastante pouco pouco bastante totalmente
2 Assinale em que grau de importância você considera a afirmativa:
AoterminarocursosuperioroalunodeveráestarpreparadoparaaplicartodososconhecimentosadquiridosduranteoperíodouniversitárionoTrabalho de Conclusão de Curso.
Sem Não muito Um pouco Muito Extremamente
importância importante importante importante importante
3 Assinale o grau de intensidade que melhor expresse sua opinião:
3.1 Os professores do curso preparam suas aulas.
1. ( ) não
2. ( ) pouco
3. ( ) medianamente
4. ( ) bastante
5. ( ) totalmente
6. ( ) sem opinião
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4 Qual sua opinião sobre o atendimento da biblioteca universitária:
1. ( ) péssimo
2. ( ) ruim
3. ( ) regular
4. ( ) bom
5. ( ) excelente
Veja mais exemplos em Gil (1999, p. 147-148).
QUESTÕES ABERTAS
Caracterizam-se pela liberdade que o pesquisado tem para dar as respostas. A pergunta deve ser seguidadelinhasdestinadasàresposta. A vantagem desse tipo dequestõeséadenãoforçarorespondente a se enquadrar em
respostasjáestabelecidas,porémconvém lembrar que o processo de tabulação torna-se muito complexo. Assim, recomenda-se que o número dessetipodequestãosejareduzido.Verifiqueosexemplos:
1 Qual é, no seu entender, o principal problema que o Governo precisa resolver para promover maior desenvolvimento do País?
2 Qual sua opinião, sobre a reeleição do Governador do estado?
QUESTÕES DEPENDENTES
É quando uma questão depende da resposta de outra dada. Gil exemplificaessetipodequestão,demonstrando no exemplo para arespostaàpergunta:"Quantos
cigarrosvocêfumapordia?"Numquestionárioaplicadotambémanãofumantes,dependeriadeumaquestão anterior.
1 Você fuma cigarros?
( ) Sim (responda a questão seguinte)
( ) Não (responda a questão n. 3)
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2 Quantos cigarros você fuma por dia?
( ) menos de 5
( ) cerca de meio maço
( ) um maço
( ) mais de um maço
3 tem algum membro na família que fuma?
( ) Sim
( ) Não
De acordo com Richardson (1999, p. 193), a grande maioria dos questionáriossãoelaboradoscomquestõesfechadas.Porém,oquestionáriopodecombinarperguntasfechadas,coletandoemprimeiromomento,informaçõessociodemográficas(sexo,escolaridade, idade, etc.), respostas deidentificação,respostasdemúltipla escolha e também agregar algumas perguntas abertas destinadasaaprofundaraopiniãodo entrevistador sobre o assunto abordado na pesquisa.
Na seleção do tipo de questão, o pesquisador deve levar com conta
oobjetivoaseralcançadonainvestigação, o tempo para que a população/amostra responda e tambémotempoqueirádisporparaatabulaçãoeanálisedosdadoscoletados, por isso o momento daelaboraçãodoquestionárioseconstitui como uma etapa de suma importância para que a pesquisa finalalcanceoresultadoesperado.
Depois de elaborado o instrumento, antes de sua aplicação para todos os selecionados, é preciso ter certezaqueoquestionárioestáclaroeobjetivo,assimprocede-se a testagem do mesmo, o que verificaremosnotópicoaseguir.
PRé-TESTE DO QUESTIONáRIO
Para o sucesso na aplicação dos instrumentoséimportantefazeropré-teste, que consiste em testar os instrumentos da pesquisa sobre uma pequena parte da população ou da amostra antes de ser aplicado definitivamente,afimdeevitarquea pesquisa chegue a um resultado falso(GIL,1999,p.137).
Gil (1999, p. 137-138) coloca ainda que o pré-teste deve observar:
a) clareza e precisão dos termos;
b) formadasperguntas;
c) desmembramento das questões;
d) ordem das questões;
e) introduçãodoquestionário.
Assim, observa-se que para que garantir o bom resultado na pesquisa, o trabalho começa na elaboraçãodeumquestionárioqueatendaaoobjetivopropostona pesquisa, por isso é importante antes da aplicação da amostra, selecionar a averiguação de sua validade por meio de um pré-teste aplicado a uma amostra aleatória representativa (LAKATOS; MARCONI, 2001,p.165).Casosejaobservadaalgumafalha,façaareformulação,
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comointuitodetorná-losmaisadequados para garantir o êxito da coleta de dados.
Para aplicação do instrumento de pesquisa questionário, o Comitê de ética em Pesquisa (CeP) orienta o preenchimento do termo de Consentimento livre e esclarecido, onde o entrevistado é convidado como voluntário a participar da pesquisa. Nesse termo é colocada a justificativa, objetivos e procedimentos da proposição do estudo, garantia de esclarecimento, liberdade de recusa e garantia de sigilo e outras informações. Mais detalhes você pode consultar: UNiVeRsiDADe DO Oeste De sANtA CATARINA. Comitê de ética em Pesquisa (CeP). 2010. Disponível em: <http://unoesc.edu.br/unoesc/pesquisa/comite-de-etica-em-pesquisa>. Acesso em: 10 ago. 2010.
SEÇÃO 2 A ENTREvISTA
Agoraquevocêjáaprendeusobrequestionários, precisa conhecer outro instrumento
quepoderásermuitoútilemumapesquisa, a entrevista. Fique atento porque, em alguns casos, para melhor resultado, esse é o instrumento mais indicado. Sabe por quê? A entrevista atingecommaisfacilidadeosrespondentes de nível mais baixo naeducação,ajudandoaquelesquetêmdificuldadedeleitura,mantendo-se uma sequência e controledasquestões;porém,háadesvantagem do alto custo, tempo da pesquisa e possibilidades de distorções no entendimento das questões e comunicação com os entrevistados.
May (2004, p. 145) coloca que as entrevistas trazem ricas informaçõessobrebiografias,experiências, opiniões, valores, aspirações, atitudes e sentimentos das pessoas, que em muitos casos sãofundamentaisparaapesquisa,porém, para alcançar êxito o
entrevistador tem de saber conduzir a entrevista, deve ser imparcial e promover um ambiente tranquilo para que o entrevistado sinta-se bem respondendo as questões.
Sobre o assunto, Richardson (1999, p. 208) e Beurem (2003, p. 132-133), destacam que as entrevistas podem serfeitasdeforma:
a) estruturada - o entrevistador segue um roteiro com perguntas determinadas. A razão da entrevista estruturada é obter respostas que permitam a comparabilidade das respostas. Nesse caso, o entrevistador não tem como reestruturar perguntas durante o processo de investigação, nem alterar ordem ou acrescentar novos questionamentos;
b) semiestruturada - segue um roteirobásico,apoiadoemteoriasenoobjetivosqueinteressamàpesquisa,porémpermite introduzir outros tópicos
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que surgirem no decorrer da entrevista;
c) não estruturada - possibilita ao entrevistado a liberdade de desenvolver cada situação na direção que considera mais adequada.Issosignificaqueprocura saber os aspectos mais relevantes de determinado problema, como e por que algo ocorre, em lugar de determinar a frequênciaqueocorre.
De acordo com Rauen (2002, p. 126), as entrevistas podem ser:
a) entrevistas orais: caracterizam-seporfazerperguntasdeformaoral a um indivíduo ou grupo de indivíduos, e as respostas registradas pelo pesquisador, sejaemgravações,sejaemanotações,podemserfeitasfaceafaceouportelefone;
b) entrevistas escritas: consistem numa lista de indagações escritas. Devem ser respondidas igualmente por escrito, usadas quando se precisam indagar muitas pessoas, por exemplo. Podem ser utilizadas para entrevistas em grupos que respondem simultaneamente.
Observeque,conformeMartinseLintz (2000, p. 54) e Gil (1999, p. 123-125), para o desenvolvimento da entrevista, devem-se seguir algumas etapas:
a) marcarlocalehorárioparaaentrevista com antecedência;
b) no caso de entrevista gravada, solicitar autorização do entrevistado, zelando pelo sigilo do nome do entrevistado;
c) deixaroentrevistadoàvontade;
d) dispor-se mais em ouvir do que falar;
e) dar bastante tempo ao entrevistadoparafalarsobreoassunto;
f) manter o controle da entrevista;
g) apresentar primeiro perguntas introdutóriassimples,deformaa estabelecer um processo de interação com o entrevistado, para que tenha menos probabilidade de provocar recusa,paradepoisfazerasquestões mais relevantes do instrumento de coleta de dados;
h) evitar pergunta que implique ou sugira a própria resposta;
i) o entrevistador não deve confiaremsuamemória,precisa registrar os dados imediatamente;
j) não emitir opiniões e, sempre quepossível,conferirasrespostas,mantendo-sealertaàseventuais contradições.
A entrevista tende a ser uma técnica para coleta de dados de fácilaplicação,porémopesquisadordeve levar em conta o tempo para realização e transcrição. Também, se aamostragemformuitogrande,porvezes, pode inviabilizar o uso dessa técnica no tempo estipulado para a realização da pesquisa.
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SEÇÃO 3 OUTROS INSTRUMENTOS DE PESQUISA
Os instrumentos mais utilizados na coleta de dadossãooquestionárioea
entrevista, porém existem outros instrumentos,queconformeo
objetivodapesquisa,podemserusados na coleta de dados.
A observação
ACONTECE QUANDO se buscam dados de determinados aspectos da realidade. Por exemplo, para entender como os indivíduos usam seu tempo em situação de trabalho; para estudar a alocação de recursos ouparacalcularafrequênciade
atrasos. Tem a vantagem de ser utilizada por longo tempo.
De acordo com Richardson (1999, p. 260-262), a observação pode ser classificadanaÁreadasCiênciasSociaisAplicadas,conformedisposto a seguir.
OBSERvAÇÃO ASSISTEMáTICA
Nãotemplanejamentoecontrolepreviamenteelaborados.Atarefadeobservarémaislivre,semfichasou listas e registros, mas deve
estar determinada no plano pelos objetivosdapesquisa.Éusadamaisem estudos exploratórios.
OBSERvAÇÃO SISTEMáTICA
Templanejamento,realiza-se em condições controladas para responder aos propósitos preestabelecidos, sugere uma estrutura determinada onde são
anotadososfatosocorridosesuafrequência.Nessecaso,éprecisoalgum conhecimento do problema para analisar a situação.
OBSERvAÇÃO NÃO PARTICIPANTE
Opesquisadorpresenciaofato,mas não participa. Baseado no objetivodapesquisa,epormeiode um roteiro, observa e registra as
ocorrências, pode levantar novos problemasoudeterminarobjetivospara a pesquisa.
OBSERvAÇÃO PARTICIPANTE
O observador não é apenas um espectador, mas coloca-se na posição e em nível de outros elementos,ouseja,opesquisadorestuda as rotinas ou interesses deumgrupo.Nafunçãodeparticipante,terádeseinserirno
grupooucomunidade;assim,terámais condições de compreender suas características. Complementa May (2004, p. 176) dizendo que o pesquisador, nesse contexto, deve fazerpartedaqueleambiente,poissó assim pode entender as ações
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daqueles que são observados. Por essatécnicahámenostendênciadese levar o pesquisador a impor sua realidade sobre o mundo social que procura entender.
Por isso, segundo May (2004, p. 180), o pesquisador deve antes se familiarizarcomoambienteeaspessoasobjetodeestudos,anotartodos os acontecimentos na ordem e situação que ocorrem, e, a partir das regrasdeterminadas,fazeranálisedos dados coletados em campo com muitacautelaereflexão.
Essa é mais um técnica utilizada nas pesquisas que pode trazer resultados importantes no contexto investigado,porémháquesetomar cuidado, porque para as informaçõesobservadasseremverdadeiras, o pesquisador deve ser aceito no grupo que observa. Assim, fortaleceapesquisanacoletadedadosquantoàsrelaçõespresentesnaquele contexto social e a situação que ocorrem.
Focus group
DE ACORDO COM Martins e Lintz (2000,p.56-57,grifodoautor),esse é um instrumento de coleta:
[...] tipo de entrevista em profundidaderealizadaemgrupo.Osparticipantesinfluenciamuns aos outros pelas respostas às idéias, às experiências e aos eventos colocados pelo moderador (pesquisador), e dessa maneira são registradas as opiniões-sínteses das discussões estimuladas/orientadas pelo mediador.
Para May (2004, p. 151), as entrevistas de grupo são uma valiosaferramentadeinvestigação,pois o pesquisador tem a oportunidade de observar o que estásendoquestionadoematitudese opiniões entre os entrevistados, pois nessa técnica os participantes sãoencorajadosmaisexplicitamenteafalarunscomououtros,enquantoo entrevistador vai conduzindo o processo.
As características do Focus Group dizem respeito ao envolvimento dos participantes, envolvem uma
série de reuniões, a homogeneidade demográficadogrupoeageraçãodedadoseinformaçõesnecessáriasaosobjetivosdainvestigação.Aindasegundo Martins e Lintz (2000, p. 57-58), alguns procedimentos sãonecessáriosàaplicaçãodessatécnica:
a) édesejávelconstituir3a4grupos, com 6 a 12 pessoas;
b) os participantes devem ser escolhidos de acordo com o propósito da pesquisa;
c) érecomendávelqueosparticipantes tenham nível socioculturalsemelhanteesejamestranhos aos demais membros do grupo;
d) omoderadortemafunçãodefazeradiscussão,progredircomobservaçõesecomentários,bemcomo controlar a dinâmica da discussão e os tópicos tratados;
e) para a condução das sessões, deve ser elaborado um roteiro de entrevista;
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f) osregistrosdetodasasfalassãogravadosoufilmadose,também,anotados pelo moderador, exigindo deste habilidade para coordenar o processo;
g) geralmentesãofeitas,aproximadamente, 12 questões, discutidas em duas horas;
h) asreuniõesdevemserfeitasemlocaisconfortáveis,
preferencialmenteemumamesaformatoU;osnomesdetodosdevem estar visíveis.
Para o bom resultado na aplicação desse instrumento, deve ser um processo com regras e orientações claras, onde o pesquisador tenha controle na condução da entrevista, conduzindo para o alcancedoobjetivotraçadoparaainvestigação.
Formulário
CORRESPONDE à COLEÇÃO de questões que são anotadas pelo próprio investigador. Entre as vantagensqueoformulárioapresenta, pode-se destacar a assistência diretamente ao investigador e a garantia da uniformidadenasinterpretações
dos dados e dos critérios adotados (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 272).
Oformuláriopoderáseraplicado,inclusive,paraanalfabetos,poisapresença do pesquisador permite explicarosobjetivosdapesquisa,orientar o preenchimento e elucidar ossignificadosdasperguntasquenãoestejamclaras.
Análise de conteúdo
CONSISTE NUMA TÉCNICA aplicada para estudar e analisar a comunicaçãodemaneiraobjetivaesistemática,apartirdediscursosescritos e orais de seus autores.
Para Weber (1985, p. 9 apud LANKSHEAR; KNOBEL, 2008, p. 274) "Aanálisedeconteúdoéummétodo
depesquisaqueusaumconjuntode procedimentos para extrair inferênciasválidasdotexto."
Para melhor entender, Lankshear e Knobel (2008, p. 274) apresentam um exemplo:
Umpesquisadorpodeaplicarumaanálisedeconteúdoparaumconjuntocuidadosamente selecionado de revistas em quadrinhos de uma série de países para analisar a quantidade e o grau de violência que eles contêm.
O pesquisador pode encontrar em um país X duas vezes mais violência que as demais revistas produzidas por outros países do estudo. Ele podeinferirqueosprodutoresdasrevistasdopaísXacreditamqueosleitorespreferemlermaisrevistasemquadrinhosviolentasdoqueasdemais.Parafazeressainferênciaedescobrireentendervisõessociais, o pesquisador estudou a violência apresentada nas revistas em quadrinhos.
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Nessecasofoifeitaumaanálisedeconteúdo qualitativa, preocupando-se com a mensagem que o texto transmitiupelovocabulárioapresentado.
Gil (1999, p. 165) coloca que para análisedeconteúdodeveatenderatrêsfases,conformeaseguir:
a) pré-análise-éafasedeorganização, o primeiro contato com os documentos, onde escolhe-se os documentos deacordocomoobjetivodapesquisa;
b) exploração do material - é afasemaislongaetemcomoobjetivoadministrarsistematicamente as decisões tomadasnapré-análise;
c) tratamento dos dados - é a inferênciaeainterpretaçãodosdados,queobjetivamtornarosdadosválidosesignificativos.
Para Lankshear e Knobel (2008, p. 275),aanálisedoconteúdopodeserfeitaem:
a) documentos de políticas;
b) respostas escritas sobre investigações qualitativas;
c) reportagensdejornal;
d) livrosdidáticoseoutrosrecursosdidáticosbaseadosemtextos;
e) textos institucionais (por exemplo, guias e manuais);
f) peças tradicionais de belas artes,atravésdeformasdeartepopulares;
g) letras de canções populares ou poemas;
h) filmes,programasepropagandasde televisão;
i) diferençasnasformasnarrativas;
j) websites da internet, etc.
Aanálisedeconteúdobuscaa descrição/interpretação do conteúdo de mensagens que o documento quer transmitir, porém a preparação do pesquisador é fundamentalparaqueoresultadosejaconsideradoválido.
Documentos indiretos
LAKATOS E MARCONI (2003, p. 176-179)sugeremalgumasfontesde coletas de dados que você pode buscarinformaçõesparaarealizaçãode sua pesquisa:
a) arquivos públicos - podem ser municipais, estaduais ou nacionais. Compõem-se de documentosoficiais(ofícios,relatórios,alvarás,anuários,etc.), publicações parlamentares (atas,projetosdelei,impressos,etc.),documentosjurídicosoriundos de cartórios (registros de nascimentos, casamentos,
divórcios, mortes; escrituras decompraevenda,falênciaseconcordadas,inventários,etc.),iconografia(documentode imagem sobre o passado que relata aspecto humano de vida, compreendendo gravuras, desenhos, pinturas);
b) arquivos particulares: domicílios particulares (correspondências, diários,autobiografias,etc.)instituições de ordem privada como bancos, empresas, sindicatos,igrejas,associaçõeseoutros(ofícios,atas,memoriais,
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etc.), instituições públicas como delegacias, postos de saúde, cartórios eleitorais e outros (criminalidade, detenções, acidentes, registro eleitoral, comparecimentoàvotação,doenças, hospitalização, etc.);
c) fontesestatísticas:vemdeváriosórgãosparticulareseoficiais,entreeles:IBGE(InstitutoBrasileirodeGeografiae Estatística), Sebrae (Serviço deApoioàsMicroePequenasEmpresas), Departamentos Municipais e Estaduais de Estatística e outros. Os dados coletados são os mais diversos, citam-se a seguir alguns mais utilizados na pesquisa:
• características de população: idade, sexo, raça,escolaridade,profissão,religião, estado civil, renda, etc.;
• fatoresqueinfluenciamno tamanho da população: fertilidade,nascimentos,mortes, doenças, emigração, imigração, etc.;
• distribuição de população: habitat rural e urbano, migração, densidade demográfica,etc.;
• fatoreseconômicos:mãodeobra economicamente ativa, desemprego, distribuição dos trabalhadores pelos setoresprimários,secundárioseterciáriosda economia, número de empresas, renda per capita etc.;
• moradias: número e estado de moradias, número de cômodos,infraestrutura
(água,luz,esgoto),equipamentos etc.;
• meios de comunicação: rádio,televisão,telefone,carros, acesso a internet etc.;
d) outrasfontespodemserobjetodeconsulta:fotografias,objetos,vestuário,folclore.
A documentação indireta pode contribuir no levantamento de dadosparaapesquisa,ajudandoinclusivenaformulaçãodoproblema, porém o pesquisador deverátomarcuidadocomafidedignidadedasinformações;portanto, deve encontrar meios para e técnicas testar e validar o documento.
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Autoavaliação 3
Nas questões abaixo, marque a alternativa correta:
1 A técnica de interrogação que consiste em um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado é chamada de:
a) entrevista.
b) projeto.
c) questionário.
d) formulário.
e) pré-teste dos instrumentos.
2 A técnica de interrogação ou coleta de dados que envolvem duas pessoas numa situação "face a face" e em que uma delas formula questões e a outra responde, é chamada de:
a) entrevista.
b) projeto.
c) questionário.
d) formulário.
e) pré-teste dos instrumentos.
3 identifique as habilidades requeridas para que uma pessoa possa conduzir uma entrevista adequadamente.
O caminho para a pesquisa está sendo traçado passo a passo, para que ao final você possa planejar um projeto de pesquisa bem fundamentado em todas as suas etapas. esse é o tema que será tratado na Unidade 4.
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UNiDADe 4
ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
SEÇÃO 1
Elaboraçãodoprojetode pesquisa
SEÇÃO 2
Elementos que compõemoprojetode
pesquisa
OBJETIvOS DE APRENDIZAGEM
Apósaleituradestaunidade,vocêserácapazde:
� COMPREENDER aimportânciadeumprojetodepesquisa;
� IDENTIFICAR aspartesdeumprojetodepesquisa.
ROTEIRO DE ESTUDO
Comoobjetivodealcançaroqueestápropostoaestaunidade,oconteúdoestádivididonasseguintes seções:
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PARA INÍCIO DE ESTUDO
A estrutura de uma pesquisa exige oplanejamentodetalhadodetodas as suas etapas por meio de umprojetobemelaboradoparagarantir o sucesso da investigação. Ajustificativadaimportânciado estudo, delimitação de um problemaeobjetivos,referencial
paradarsustentaçãoàpesquisa,a metodologia a ser empregada, o cronograma,aprevisãoorçamentáriaeasreferênciasutilizadasnateoriadebasesãoetapasfundamentaisnoplanejamentodeumapesquisa.
SEÇÃO 1 ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA
Ao pensar em pesquisa, devemos, antes de tudo, planejarasfasesde
investigação,deformaquesejagarantida sua viabilidade.
De acordo com Rauen (2002, p. 47), quando alguém quer construir uma casa,podefazê-lasemplanejar?
Não,primeiroterádefazerumaplanta, na qual apresenta um plano decomoseráacasa,umcronogramade tempo para construir, um
orçamento que antecipa os gastos necessáriosàconstrução.Vocêdevefazeraprevisãoeaprovisãodosrecursosnecessáriosparaatingiroobjetivopropostoeestabelecera ordem e a natureza das diversas tarefasaseremexecutadasdentrode um cronograma a ser observado. Muitas pesquisas importantes, tanto para a ciência quanto para a pessoa dopesquisador,tornam-sefadadasaofracassopornãohaverumprojetoadequadoparasuaexecução.
Para o desenvolvimento de uma pesquisa, primeiramente é preciso elaborar um projeto, mas o que é um projeto de pesquisa?
De acordo com a NBR 15287 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005, p. 2), "Projetodepesquisacompreendeumadasfasesdapesquisa.Éadescrição da sua estrutura." Isso quer dizer que é uma sequência de etapas metodológicas que devem
ser adequadas aos procedimentos da metodologiacientífica.
Cada uma das etapas deve ser muito bemplanejadaparaalcançaroresultadotraçadonosobjetivosdapesquisa, é o que vamos estudar a seguir.
Definição e delimitação do tema
"TEMA É UM ASSUNTO que se desejaestudarepesquisar."(LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 58). A escolha certa do assunto-tema éfundamental.SegundoMartins
(2000, p. 19), selecionar um tema nãoétarefatãofácil.Oassuntode uma pesquisa deve tratar de um tema que necessite de melhores definições,novosrelacionamentos
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entrevariáveis,maiorprecisão,enfim,umtemaqueexijamaioraprofundamentooudilataçãodesuasfronteiras.Entretanto,nãoéqualquerassuntoquejustificaarealização de uma pesquisa. Para algunstemasapenasfazerumareflexãoetrocadeideiascomoutraspessoasjáresolve,assim,nãomereceumestudoaprofundado.
Segundo Andrade (2005, p. 24-25), na escolha do tema, você deve considerar a atualidade e relevância, porém o campo para pesquisas é vasto e pode causar angústia durante o período que precede a opção por um assunto. Mesmoquandooprofessorsugereatemática,oalunosempreseráresponsávelpordelimitá-la,paraquepossaaprofundarosconhecimentos sobre o campo de estudo abordado, pois para chegar aumresultadoaplicáveléprecisoescreverdeformadetalhadaeconsistente sobre aquele assunto determinado.Falardeformagenérica sobre o tema pode não chegar a conclusão nenhuma.
Nessaetapa,vocêpoderáquestionar...
O que pretendo abordar?
Primeiro,éprecisoidentificarumanecessidadequeirágerarumproblema a ser solucionado pelo processo da pesquisa. De acordo com Fachin (2003, p. 107), algumas
perguntas poderão auxiliar na escolha do assunto:
a) O assunto pode ser tratado em formadepesquisacientífica?
b) Oassuntotrarácontribuiçõesàsociedadeatualeàciência?
c) Oassuntoirádespertarinteressenaáreacientífica?
d) O assunto tem coisas novas para oferecer?
e) O assunto é do domínio do pesquisador?
Afimdeentendermelhor,vamosusar um exemplo do cotidiano. Imagine um bolo simples redondo, cortadoemváriasfatias.Obolotodo representa o tema universal, asfatiassãoasváriasáreasqueotemapoderáinvestigar.Comonãoépossível pesquisar algo muito amplo, para chegar a um resultado, após analisar os aspectos diretamente relacionadosàquestãoaquevaiserrespondida na pesquisa, devemos chegaraumaúnicafatiadotemageral que deve ser investigada, ou seja,devemosdelimitaroassunto.
De acordo com Tachizama e Mendes (2006, p. 26), depois de escolhido o assunto é preciso demarcar seus limites,ouseja,fixarsuaextensãopara melhor compreender o tema. Os autores colocam que é preciso primeirodistinguirosujeitoeoobjetodeumaquestãodepesquisa.Osujeitoéouniversogeraldereferência,enquantooobjetoéotema propriamente dito.
Notemaaformaçãoderecursoshumanos,tem-secomosujeitoosrecursoshumanosecomoobjeto,aformação.
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Énecessáriotambémfixara extensão do sujeito (determinar o númerodeindivíduosoucasososquaisoestudoserefere)edo objeto (selecionarossetores,áreasoutópicosfocalizadosemrelaçãoaoutros).Noexemplocitado,osujeitorefere-seaosrecursoshumanosem geral, o estudo de pesquisa exige que se reduza a sua extensão, no caso,pode-sereduzirosujeito“aformaçãoderecursoshumanosnaempresaA”,podendoaindalimitaraquestãotempo(noperíodode2005a2010).Naquestãodoobjeto,pode-sefocalizar“aformaçãohumana,aformaçãoprofissional”eafins(TACHIZAMA;MENDES,2006,p.26-27).
Fica claro que não é possível escrever tudo sobre todos os elementos queenvolvemumatemática,porisso,Severino(2007,p.160)dizqueépreciso escolher uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo limites ou restrições ao desenvolvimento da pesquisa pretendida, o que permitiráanálisesmaisdetalhadas,fugindodasgeneralidades.
Definição do título
CONFORME TACHIZAMA E MENDES (2006, p. 28), a delimitação da extensão do tema direciona o título do trabalho de pesquisa. O título indica mais genericamente o
teor da pesquisa, geralmente vem acompanhado com um subtítulo que específicaatemáticaabordada.
Organizaçãoflexível:qualidadenagestãoporprocessos.Nessecaso,“organizaçãoflexível”refere-seaotítulogeral,poisindicamaisgenericamenteoteordapesquisa,enquanto“qualidadenagestãoporprocessos”dizrespeitoaosubtítulo.
Marion, Dias e Traldi (2002, p. 24-25) contribuem, colocando que o título deve ser sugestivo, com tamanho adequado, delimitando um tema específico.
Otítulodefinitivopodeserconstruídonodecorrerdapesquisa,porissoopesquisadornãodevepreocupar-seemlogonoiníciodaraversãofinaldo título.
Uma vez escolhido o assunto e traçada a extensão da pesquisa, pode-se partirparaoplanejamentodesuasetapaspormeiodaelaboraçãodoprojeto.
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SEÇÃO 2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O PROJETO DE PESQUISA
Comoelaborarumprojetode pesquisa? O primeiro passo a ser dado após a
escolha do assunto é o início do planejamento.
Você deve saber que a escolha do roteiro de pesquisa depende do
problema, método pelo qual se desenvolveráotrabalho,dotipode pesquisa, da visão de mundo do pesquisadoretantosoutrosfatores.
Para começar a entender melhor as etapasdoprojeto,vejaoEsquema1.
Esquema1:EtapasfundamentaisdoprojetodepesquisaFonte: Moterle (2009).
Mesmoqueexistamdiferençasentreasestruturasdeprojetos,segundo Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003), Fachin (2003), Lakatos e Marconi (2003), Vergara (2000), Strieder (2009), devemos seguir uma estruturadeitensfundamentaisparaaelaboraçãodeumprojeto.
A seguir apresentam-se os elementos obrigatórios para a elaboração de um projeto,conformeNBR15287(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005) e outros autores relacionados no decorrer do texto.
Capa
PROTEÇÃO EXTERNA doprojeto,queidentificaotrabalho,oautor,ainstituiçãoaqualestávinculado,olocaleadataqueoprojetofoi
feito.Deveconterasseguintesinformações:
a) nome da instituição;
b) nome(s) do(s) autor(es);
Tema de pesquisa
Justificativa
Formulação do problema
ReferencialteóricoObjetivos
Questões de pesquisa
Tipo de pesquisaPopulação/
amostra
Análiseecoleta
de dados
Instrumentos de
pesquisa
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c) título (subtítulo, se houver) do trabalho;
d) local (cidade) da instituição;
e) ano da entrega.
Nacapaefolhaderostoapresenta-se o título, que é item muito importante, pois devemos deixar
claro ao leitor o que pretendemos estudar;devemosformularumaideia clara do que o assunto vai tratar e motivar para a continuação da leitura. Pode comportar um subtítulo: nesse caso, o título serámaisabrangente,ficandoacaracterização para o subtítulo.
Folha de rosto
É A PRIMEIRA FOLHA doprojeto.Deve conter além dos elementos que constam na capa, outras informaçõesdetalhadasdapesquisa.Começa a contar a numeração de páginas,masnãoénumerada.Deveapresentarasinformaçõesaseguir:
a) nome(s) do(s) autor(es);
b) título (subtítulo, se houver) do trabalho;
c) natureza do trabalho, contendo nasinformaçõesonomedainstituiçãoàqualésubmetido,áreadeconcentração,curso,objetivo;
d) professororientador(sehouver);
e) local (cidade) da instituição;
f) ano da entrega.
Sumário
CONFORME TACHIZAMA E MENDES (2006,p.37),osumárioreúnedeformaesquemáticainformaçõessobre a estrutura do trabalho, representadosemfrasescurtassobre a essência de cada bloco de conteúdo.
Apresentadeformaenumeradaos títulos e subtítulos das seções abordadas no estudo, mantendo amesmasequênciaegrafiaqueaparecem no texto, seguidos da páginadelocalizaçãoqueserveparaorientar o leitor.
sobre hierarquia de título, consulte livro:lÜCKMANN, luiz Carlos; ROVeR, Ardinete; VARGAs, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos científicos: apresentação, elaboração de citações e referências de trabalhos científicos. 3. ed. rev. e atual. Joaçaba: ed. Unoesc, 2009. (Metodologia do trabalho científico, v. 1).
IntroduçãoNA INTRODUÇÃO É QUE se aguça a curiosidade do leitor, para vender a ideia (VERGARA, 2000, p. 20). Nesse espaço, contextualiza-se uma
breve posição sobre o assunto ou um resultado histórico. Ainda nesse tópico, o pesquisador pontua a justificativaourazõesdapesquisa,
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oproblema,osobjetivosgeraleespecíficoseasquestõesdepesquisa.
Para Medeiros (2007, 243), a introdução relata como a pesquisa foirealizada,discorrendosobreobjetoedelimitaçãodoassuntotratado, natureza do problema
investigado, ressaltando ainda a importância e motivo da escolha do tema da pesquisa realizada por meiodajustificativa,oobjetivoequestões da investigação.
Pode-sedizerqueintroduçãonafaz-seumrelatodoquevaiserfeitonapesquisa.
Justificativa
RESPONDE O PORQUÊ da pesquisa pormeiodetrêsideiasbásicas:atualidade do tema, importância e benefício.Quandovocêdesenvolverajustificativa,algumasquestõesreflexivaspoderãoauxiliá-lo:Otema é relevante? Por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Quevantagensebenefíciosvocêpressupõequesuapesquisairáproporcionar?
Trata-se de uma exposição sucinta, porém completa das razões de ordem teórica e dos motivos deordempráticaquetornemimportantearealizaçãodoprojeto,enfatizandoacontextualizaçãodoproposto, a importância do ponto devistaepossíveissoluçõesàproblemáticapesquisada(FACHIN,2003, p. 113; LAKATOS; MARCONI, 2003,p.219).Ajustificativadevecarregar boa dose de criatividade e capacidade de convencimento.
Para Marion, Dias e Traldi (2002, p. 27)najustificativa:
[...]oautordoprojetodiscorrebrevemente a importância da pesquisa que se propõe, relacionando-a com sua experiênciaprofissional,vivência ou ainda com interesses particularesquemotivaramàproposiçãodoprojeto.Énesse
momento que a relevância do tema para o desenvolvimento da ciência pode ser destacada, deacordocomaespecificidadedoprojeto[...]pontuandoacontribuição que os resultados da pesquisa trarão para seu campo deatuaçãoeparaaáreadeconhecimento.
Najustificativanãoseapresentamcitações de outros autores, apenas se ressalta a importância da pesquisa no campo da teoria (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 219). Porém,emalgunscasosvocêpoderácitardeformaindiretaalgumreferencialquesejaessencialparajustificarapesquisa.
Em geral, segundo Richardson (1999, p.55)fazempartedajustificativa:
a) informarcomoocorreuaescolhadofenômenoobjetodapesquisa;
b) dizer como surgiu o problema para o qual se busca solução;
c) descrever a relação do problema estudado com o contexto;
d) relacionar os motivos que justificamapesquisa;
e) relatar as contribuições que o resultado da pesquisa pode trazer para o conhecimento humano;
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f) escrever a viabilidade da execução da pesquisa;
g) demonstrar a originalidade do tema;
h) descrever a delimitação da pesquisa, sobre a escolha dos locais que serão pesquisados (local, regional, estadual, internacional).
Medeiros(2007,p.247)enfatizaaindaqueaoiniciarajustificativa
você pode colocar sobre a sua experiênciarelativaaoobjetodainvestigação, estabelecendo em seguida,oproblemaefinalizarindicando as contribuições da pesquisa.
Ajustificativanaverdadeéomarketingdoprojetoelevaoleitor a continuar ou não a leitura doprojeto,porissodeveelucidarclaramente os motivos que tornaram relevantes a investigação.
Problema da pesquisa
PERGUNTA-SE: "O QUÊ?" Trabalha com a descrição e delimitação da pesquisa, seleciona e delimita um tópico do assunto para ser focalizado,bemcomofixaascircunstâncias, principalmente de tempo e de espaço, de acordo com Fachin (2003, p. 115), pela indicação do quadro histórico-geográficonoqualselocalizaoassunto.
Também descreve o problema a ser pesquisado, revela algo que ainda nãoestáreveladoedefineolimiteda dúvida. O problema delimitado deve terminar com uma pergunta possível de resposta (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 159-160). Para aformulaçãodoproblema,Strieder(2009,p.37)recomendaquesejafeitodeformainterrogativa,permitindo melhor visualização da sua delimitação.
Aformulaçãodoproblemadeformainadequadapodeprejudicartodoo trabalho de pesquisa. Assim, o
problemadeveserdefinidodetalformaqueasoluçãosejapossível,apresentandoaperguntadeformaclara e concisa. Palavras a mais ou amenospodemconfundiroleitor(VERGARA, 2000, p. 21-23).
Apósconcluiraformulação,épertinente que você se pergunte:
Tenho como encontrar a solução?
Nesseponto,vocêperceberáa relação entre o problema a investigar e a metodologia de investigação.
Ainda, segundo Vergara (2000, p. 23-24),valelembrarqueháumadiferençaentreproblemaetema.Do tema procede ao problema a ser investigado, do tema podem ser formuladosváriosproblemas;então,otematemumcarátermaisgeraleabrangente do que o problema.
Tema: Acidentes de trabalho
Problemas que podem ser levantados:
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a) Como reduzir o índice de acidentes de trabalho na construção civil na região de Joaçaba?
b) EmqueramodaindústriadaregiãodaAMMOCháaocorrênciadomaior índice de acidentes de trabalho? A que se pode atribuir esse índice?
c) Qualainfluênciadosprogramasdequalidadetotalnareduçãodeacidentes de trabalho na indústria moveleira da região de Joaçaba?
Comopode-severificar,deumtemaépossívelformularváriosproblemasde pesquisa.
Objetivos
SE O PROBLEMA é uma questão a investigar,oobjetivoéoresultadoaalcançar,conformeVergara(2000,p.25),poisoobjetivogeraldáresposta ao problema. No enunciado dosobjetivossãoutilizadosverbosnoinfinitivoquesugiramumaaçãoespecífica,parachegaràpossível solução do problema. Tenta responder para quê e para quem.
Uma vez caracterizado o problema de pesquisa, cabe deixar claro nosobjetivosoquerealmentesepretende com a pesquisa, pois conformeMarion,DiaseTraldi(2002, p. 36), "É a partir da clareza dosobjetivosqueseconsegueestabelecerametodologiaeplanejaros demais passos para a execução do projeto."
Strieder (2009, p. 39) complementa, colocandoqueosobjetivosdevemserformuladosnaformaverbalinfinitivaeretratamoproblema e questões de pesquisa. O autor sugere alguns verbos maisutilizadosnaformulaçãodosobjetivos:identificar,conhecer,entender, compreender, pesquisar, correlacionar e outros.
De acordo com Lakatos e Marconi (2003,p.219),osobjetivospodemser gerais e específicos.
Oobjetivogeralestáligadoaumavisão global e abrangente do tema.
Osobjetivosespecíficostêmfunçãointermediáriaeinstrumental,permitindo, de um lado, atingir o objetivogeral,edeoutro,aplicá-loa situações particulares.
Osobjetivosgeraleespecíficosprecisam manter uma coerência entre si. Segundo Marion, Dias e Traldi(2002,p.36),"Umobjetivoespecífico,aoseratingido,devecolaborar com a concretização do objetivoprimeiro,maior,queéoobjetivogeralaseratingidocomo desenvolvimento das atividades previstasnoprojeto."
Paraficarmaisclaraaquestãodarelaçãoentreobjetivosgeraleespecíficosdeumprojetodepesquisa, nos apropriamos do exemplo dos autores Marion, Dias e Traldi (2002, p. 37):
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Objetivogeral:
Analisar a cultura organizacional de uma empresa, em determinado período de tempo.
Objetivosespecíficos:
a) identificaraspectosdesociabilidadeentrenovoseantigosfuncionáriosquecaracterizamoprocessodesocializaçãonaempresa;
b) selecionarfatoresquefavorecemamotivaçãoparaotrabalhoeoalcance das metas estabelecidas para a empresa ou setor;
c) selecionarfatoresquedificultamouatrasamoalcancedemetasestabelecidas para a empresa ou setor;
Quantoaosobjetivosespecíficos,Richardson (1999, p. 63) colabora enfatizandoqueoidealéconstruirprimeiroumobjetivoexploratório(conhecer,identificar,levantar,descobrir);segundo,umobjetivodescritivo (caracterizar, descrever, traçar) e terceiro, explicativo (analisar,avaliar,verificar,explicar).
Para Medeiros (2007, p. 245), alguns requisitos devem ser levados emconsideraçãonaformulação
dosobjetivos:originalidade,exequibilidade, oportunidade, relevânciaeinteresse.Osobjetivosque apresentam metas, em geral são consideradoscomobemformulados.
Adefiniçãodosobjetivosdeveserbemplanejada,poisindicao que pretende alcançar com a investigação e procura dar respostas àsquestões,porissoestãointeiramente ligados.
QUESTÕES DE PESQUISA
As questões de pesquisa abrem o grande problema em questões específicas(STRIEDER,2009,p.40),mas lembre-se de que estas devem estar diretamente ligadas com os
objetivosespecíficos.Naverdade,todasasetapasdoprojetovêmligadasumanaoutra,paraaofinalalcançar o resultado esperado.
Fundamentação teórica ou levantamento bibliográfico
ETAPA FUNDAMENTAL da pesquisa, pois proporciona uma revisão sobrealiteraturareferenteaoassunto. Nessa seção é que se apresentamestudosjárealizadospor outros autores sobre o tema que,conformeVergara(2000,p.34),concernemàsteoriasetrabalhosrealizadosqueservemdereferência,
levandooautordoprojetoaoconhecimento sobre o assunto, podendo contextualizar com mais consistência a investigação.
Nessafase,vocêdeveráresponderàsseguintes questões:
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Quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura?
Obtemos, ainda, subsídios para elaborar um histórico da questão, bem como uma avaliação dos trabalhos publicados sobre o tema.Éaconsultaquefazemosemdocumentos, textos (livros, revistas, apostilas, internet, etc.).
Afundamentaçãocientíficaourevisãodeliteraturaemumprojetonãonecessitaserlongaouprofunda,porém deve constar de citações dos principaisautoresdaáreadeestudo,aplicando-se, para a elaboração das citações, as normas da ABNT.
Vergara (2000, p. 34-35) observa queoreferencialteóricotambémserve de base para dar maior clareza naformulaçãodoproblemadepesquisaepermiteidentificarqualo procedimento mais adequado para coleta e interpretação dos dados,
porissonoreferencialéimportanteapresentarváriasposiçõesteóricassobre o assunto e, a partir de uma análise,dialogar(porescrito)comos autores apresentados em texto quedarãosustentaçãocientíficaàsua pesquisa. Lankshear e Knobel (2008, p. 79) concordam que é preciso buscar um conhecimento préviopormeiodasreferênciasparalevantar o problema e questões de pesquisa, produzindo um estudo coerenteesignificativoparaarealizaçãodoprojeto.
Fica evidente que a consulta aomaterialqueserefereafundamentaçãoteóricadeveserfeitaantesmesmodoplanejamentodasetapasdoprojeto,poisessereferencialservirádebaseparaescreveroprojeto.
Metodologia
DESCREVE A FORMAcomoseráexecutada a pesquisa, os passos que serão dados para atingir o objetivoproposto.Aespecificação
dametodologiadoprojetoéaqueabrange maior número de itens, pois responde,àsquestões:
Como? Com quê? Onde fazer? Quanto? Quando?
Os itens: tipos de pesquisa, população e amostra, instrumento de pesquisa, coleta dos dados e análise e interpretação dos dados,
estão contidos na metodologia e devem estar interligados, os quais são descritos na sequência.
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TIPOS DE PESQUISA
Existemváriasformasdefazermospesquisa.Quandovoltadasàsquestõesdidáticas,podemosdividi-las nos seguintes tipos: exploratória, descritiva, explicativa, estudo de caso, pesquisa
bibliográfica,pesquisadecampoentre outras.
Vergara (2000, p. 48) apresenta um exemplo para maior entendimento quando da escolha do tipo de pesquisa.
Problema:Tendoemvistaaanálisedegeraçãodeempregodiretoeindireto, quais as metodologias de balanço social atualmente utilizadas?
Tipo de pesquisa:
a) trata-se de uma pesquisa descritiva, pois pretende expor características das metodologias de balanço social atualmente utilizadas;
b)trata-sedepesquisa,aomesmotempo,bibliográficaedocumental.Bibliográfica,poisvairecorreradocumentosdisponíveisaopúblico,comolivros,artigosebalançossociaisjápublicados.Documental,porqueseráfeitoousodedocumentosdetrabalhoerelatóriosnãodisponíveis ao público.
Martins(2000,p.34-35)destacaumexemplosobreadefiniçãodaamostra:
Oselementospesquisadossãoosgerentesfinanceirosdasmédiasempresas localizadas na grande São Paulo. Nesse exemplo, necessita-se declararocritérioparaqualificarumaempresacomodemédioporte.Senecessário,descreveracomposiçãodagrandeSãoPaulo,bemcomo
Adefiniçãodotipodepesquisadepende da investigação que vai serfeita.Paradeterminá-laemseu
projeto,verifiqueaUnidade2–Tipos de pesquisa.
POPULAÇÃO E AMOSTRA
Respondeàsquestões:Onde fazer? Como fazer? Para Martins (2000, p. 34-35), a população de uma pesquisa é o total do universo objetodapesquisa.Comonãoé possível investigar todos os elementosdouniverso,éfeitaa seleção de um percentual, ou seja,umaamostragemdeacordo
com critérios que garantam a sua representatividade assegurando o resultado da pesquisa. O autorenfatizaquejuntocomaamostragemédefinidaaregiãofísicaougeográficaquerepresenta.Noexemploaseguirficaclaraasituação de delimitação de amostra de uma pesquisa.
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Segundo Vergara (2000, p. 49), Martins (2000, p. 39-40) e Beuren (2003, p. 120-127), os tipos de amostragem podem ser:
a) de forma intencional - o investigador dirige questões a um grupo intencionalmente para alcançar o resultado sobre determinado assunto. Por exemplo, numa pesquisa sobre apreferênciapordeterminadocosmético, o pesquisador pode dirigir-se a um grande salão de belezaqueidentificou,aplicaro produto em suas clientes e entrevistar essas pessoas;
b) de forma aleatória simples - nessa técnica a probabilidade de um elemento ser escolhido é a mesma.Parafazeressaseleção,deve-se atribuir um número a cada elemento do universo, para depois selecionar alguns desses elementosdeformaoucasual;
c) amostragem sistemática - esse tipo de amostragem requerqueapopulaçãoestejanumerada sequencialmente em uma lista. Pode ser usada lista de residências de uma rua, os cartões-pontodosfuncionáriosda empresa, etc. Como critério de seleção das amostras, parte-se um pouco do aleatório e, com base nesse, selecionam-se os itens em intervalos obtidos pela proporção entre o total da população e o número deamostrasdesejadas.Porexemplo:Senecessitarfazeruma checagem de 50 cartões-ponto num universo de 900
empregados, pode usar a fórmula,dividindoototaldeempregados pelo número de amostradesejada;nessecaso,o intervalo é 18. Antes do sorteio, escolher um número aleatório entre 1 e 18 para ser a primeira amostra a ser investigada. Poderia ser no sorteio o 7, depois, a partir do 7 a cada 18 números, o segundo membro seria o 25 e assim sucessivamente;
d) amostragem estratificada - a população divide-se em subgrupos, denominados extratos, sendo que a amostra deve ser representada na mesma proporção que existe na população de cada extrato. Paraentendermelhor,vejaoexemplo: suponhamos que, na população global de alunos graduados nos últimos cinco anos da Área de Ciências SociaisAplicadasqueformamprofissionaisparaatuarnaáreade gestão, 65% são do curso de Administração e 45% são alunos doCursodeCiênciasContábeis.Nesse caso, a amostra para uma pesquisaquetemobjetivodelevantar se esses egressos estão atuandonaáreadeveobedecera essa mesma proporcionalidade noqueserefereacadaumdoscursos;
e) amostragem por conglomerados -otermoconglomeradorefere-seàformaçãodegruposdeuma população. Utiliza-se quandonãohápossibilidadedeestabelecer uma lista completa
definirosetorindustrial,comercialoudeserviçosaserpesquisado,econformeasituação,definiroqueseentendeporgerentefinanceiro.
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dos elementos da população-alvo para utilizar a técnica de amostragem aleatória simples ousistemática.Porexemplo,para obter gastos operacionais paraatendimentodiárioementidade prestadora de serviços no setor de saúde, deve-se investigarumainfinidadedecontas. Os conglomerados seriam as unidades de agrupamentos dos gastos, como: departamento de nutrição e dietética,enfermagem,farmácia,administração, entre outras, e
ainda, os procedimentos médicos nasdiversasáreasdeatuaçãodos médicos. Com uma relação de pacientes por procedimentos, pode-se colher aleatoriamente os elementos que irão compor as amostrasefazerolevantamentode todos os gastos operacionais diários.
Vergara (2000, p. 50) cita um exemplodeseleçãodossujeitosdapesquisa.Sujeitosdapesquisasãoaspessoasquefornecerãoosdadosde que você necessita.
Vergara(2000,p.50)citaumexemplodeseleçãodossujeitosdapesquisa.Sujeitosdapesquisasãoaspessoasquefornecerãoosdadosde que você necessita.
Título: Cultura da qualidade e qualidade de vida: as percepções dos trabalhadores inseridos nos programas de qualidade.
Seleção:
Ossujeitosdapesquisaserãotrabalhadoresparticipantesdeprogramasde qualidade, bem como assistentes sociais que trabalham em empresas quepossuemprogramasdequalidadehámaisdedoisanos.Essetempo é relevante, porque, de acordo com Falconi (1992), a cultura da qualidade, que insere novas técnicas de padronização e rotina de trabalhonoprazomáximodedoisatrêsanos,podeofereceràempresaexcelentesresultados.Comoasmudançasvãoocorrendoàmedidaquenovosvaloressãodisseminados,énecessáriocertotempoparataldisseminaçãoeabsorção.Porisso,ossujeitosdapesquisadeverãoestarvinculadosaumamesmaempresa,nomínimoháumano
Parahaverconfiabilidadenapesquisa, a amostra deve ser compostadeumnúmerosuficientede elementos. Quando uma amostra não é representativa, nenhuma conclusão a rigor pode ser estendida àpopulaçãoemsuatotalidade,porisso deve-se ter duas preocupações a fazeraseleção:Quantosindivíduosdeve ter a amostra para que represente,defato,atotalidade
de elementos da população? Como selecionar os indivíduos, de maneira que todos os casos da população tenham possibilidades iguais de serem representadas na amostra? (RAUEN, 2002, p. 120). Para a seleção,podeserusadaafórmuladeRichardson (ANEXO A).
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INSTRUMENTO DE PESQUISA
Respondeàpergunta:Com quê? Indicaoinstrumentoqueseráutilizado,bemcomoaformacomoseráaplicadonacoletadedados.Osinstrumentostêmafunçãodefornecerumamensuraçãodarealidade pesquisada.
ConformeMartins(2000,p.42),cada pesquisa tem sua metodologia eexigetécnicasespecíficaspara a obtenção dos dados. Um estudo exploratório ou descritivo poderáserdesenvolvidoapenascomaaplicaçãodequestionários
ou entrevista; outras pesquisas exigirão observação direta, formulários,fotos,documentos,jornais,observações,telefonemas,internet, TV interativa, videoconferência,entreoutros.
Qualquerquesejaoinstrumento,opesquisadordeverá,primeiramente,levantarqualosujeitoqueiráresponderasperguntas,verificarseeleascompreenderáequestionar-se sobre a possibilidade de receber repostas precisas, validando os resultados.
Para conhecer melhor cada um dos instrumentos que você poderá selecionar para a coleta de dados em uma pesquisa, reveja os conteúdos dispostos na Unidade 3.
COLETA DOS DADOS
Na coleta de dados você deve informarcomopretendeobterosdados de que precisa para responder ao problema da pesquisa (VERGARA, 2000, p. 53). Para obtenção de dados pode-se utilizar da pesquisadocumental,bibliográficae contatos diretos (LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 158). Os dados poderãosercoletadosdefontesprimáriasesecundárias.Osdados primáriosreferem-seàquelasinformaçõesobtidasdiretamenteno campo, coletados por meio de instrumentos (observação, questionários,entrevistas,formulários,testes)aplicadosàamostra. Independentemente da técnica escolhida para a coleta de dados, você deve descrever tanto acaracterísticaquantoaformadesua aplicação, indicando, inclusive, comopensaemcodificaretabularos dados obtidos.
ConformeMartins(2000,p.31),dependendo da técnica utilizada, vocêdefineaformadecoleta.Por exemplo: para aplicação dequestionários,podefazê-lodiretamente com o pesquisado, utilizarmaladiretaviacorreio,fazerviafaxoupore-mail.Vocêpodefazeraentrevistapessoalmenteouviatelefone,oimportanteédefiniraformadecoletadeacordocomaamostraselecionadaefacilitaraomáximoaentrevistaparaqueo entrevistado repasse os dados necessáriosparaalcançarêxitonosobjetivostraçadosparaainvestigação.
Os dados secundários, por sua vez, referem-seàanálisedosdocumentosjáexistentesnaorganização(regulamentos, normas, manuais e outros).Osdadossecundários,namaior parte dos casos, não oneram
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o orçamento da pesquisa, estão disponíveis a custos baixos ou nulos e imediatamente disponíveis.
Independente do tipo de instrumentoouformadecoletade
dados,antesdeopesquisadorfazê-ladeveráserbemplanejada,poiso sucesso da pesquisa depende da coletadedadosprecisos,fidedignose registrados corretamente.
ANáLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
O tratamento dos dados também precisaserplanejado,poisdependodotipodapesquisahaveráumaformadeapresentarosresultados.Asinformaçõesdeverãoseranalisadasvisandoàsoluçãodoproblema de pesquisa proposto e oalcancedosobjetivos,assim,para Martins (2000, p. 47), nessa fase,opesquisadorclassificaosdados colocando em uma ordem que facilitemaanáliseeinterpretaçãoconformeosobjetivosdapesquisa,podendo construir tabelas e gráficosparamelhorapresentarasinformações.
Tratamentodosdadosrefere-seàquelaseçãonaqualseexplicapara o leitor como se pretende tratar os dados a coletar, justificandoqualotratamentoadequado aos propostos do projeto[...]Osdadospodemsertratadosdeformaquantitativa,utilizando-se de procedimentos estatísticos [...] também podem sertratadosdeformaqualitativa.(VERGARA, 2000, p. 56-57).
Porexemplo,paraanálisedequestionáriocomsucesso,hojepraticamentetodasasanálisessão conduzidas por programas estatísticos, porém o pesquisador deveterfamiliaridadecomessetipodeanálise.
De acordo com Andrade (2005, p. 154), os dados por si não tem importância;arelevânciaestá
nofatodequepormeiodosmesmos,chegam-seàsconclusões,procedendo-se avaliações e generalizações,inferênciasderelações causais e que levamàinterpretação.
Antes de prosseguir, vamos apresentar o Quadro 2 que relata o método e as técnicas de coleta e análiseconformeotipodepesquisa,quantitativa ou qualitativa.
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Propósitodoprojeto Método (delineamento) Técnicas de coleta Técnicasdeanálise
Pesquisa aplicada (gerar solu-ções potenciais aos problemas humanos) Experimento de campo
Pesquisa descritiva
Pesquisa exploratória
Entrevista
Questionário
Observação
Testes
Índices e relatórios escritos
Métodos estatísticos (frequência,correla-ção, associação)Avaliação de resultados(julgar
aefetividadedeumplanoouprograma)
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Avaliação formativa (melhorar um programa ou plano, acompa-nhar sua implementação)
Estudo de caso
Pesquisa-ação
Pesquisa participante
Entrevistasemprofun-didade
Usodediários
Observação participante
Entrevista em grupo
Documentos
Histórias de vida
Análisedeconteúdo
Construção de teoria
Análisedediscurso
Pesquisa-diagnóstico (explorar oambiente,levantaredefinirproblemas)
Proposição de planos (apresen-tarsoluçõesparaproblemasjádiagnosticados)
Quadro2:MétodoetécnicasdecoletaeanálisedoprojetoFonte: Roesch (1999, p. 61).
Os dados poderão ser tratados de formaquantitativaequalitativanomesmo estudo.
Cronograma
A ELABORAÇÃO DO cronograma responde a pergunta: “Quando?” Oprojeto,desdeaelaboração,passa por etapas e estas devem ser previstas em cronograma, no qual indicamos as atividades e o tempo necessárioàsuaexecução.Asetapas das atividades dependem de váriosfatores,comodisponibilidadedopesquisador,dosobjetivos
a serem atingidos e do tipo de pesquisa.
De acordo com Martins (2000, p. 45), muitas pesquisas não se completamjustamenteporqueotempodasetapasnãofoicalculadoadequadamente ou o pesquisador não seguiu o cronograma, por isso o aspecto operacional da pesquisa precisa ser detalhado.
SUGESTÃO DE CRONOGRAMA
ATIVIDADES
Anodarealizaçãodoprojeto
Mesesparaexecuçãodoprojeto
fev. mar. abr. maio jun. jul. ago. set. out. nov.1Elaboraçãodoprojeto2Revisãobibliográfica3 Elaboração de instrumentos 4 Teste dos instrumentos5 Coleta dos dados 6Tabulaçãoeanálisedosdados7 Elaboração do relatório8Apresentaçãoemseminário
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É importante que o pesquisador tenha bom-senso para calcular o tempo adequado para cada etapa.
Orçamento
PREVISÃO DE DESPESAS para a realização da pesquisa. Responde aquestão:“Quanto?” Por isso, segundo Martins (2000, p. 46), é
preciso que se registrem os gastos porváriositens:materialdeconsumo, despesas com pessoal e outros encargos.
Material de consumo R$
Serviços de terceiros R$
Outros serviços R$
PLANO DE APLICAÇÃO DOS RECURSOS
DOTAÇÃO R$
Material de consumo
Serviços de terceiros
Outros serviços
Total geral R$
Observação: orçamento previsto em Reais, na data de cotação.
O conhecimento prévio dos custos previne o pesquisador no momento
deaplicaçãodoprojeto.
Referências
CONSTITUEM AS FONTES utilizadas e que serviram de embasamento teórico. Vale lembrar que você deve relacionar as obras que foramutilizadasecitadasnapesquisabibliográficaourevisãodeliteratura.
Devem seguir as normas da NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS,2002),conformecapítulo 5 do livro Diretrizes para elaboraçãodetrabalhoscientíficos.
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Conforme relata strieder (2009, p. 52), os projetos que envolvem seres humanos e animais devem ser encaminhados ao Comitê de ética em Pesquisa, atendendo a Resolução n. 196, da Comissão Nacional de ética em Pesquisa(CONeP), para análise e aprovação.
Mais informações consulte: UNiVeRsiDADe DO Oeste De SANTA CATARINA. Comitê de ética em Pesquisa (CeP). 2010. Disponível em: <http://unoesc.edu.br/unoesc/pesquisa/comite-de-etica-em-pesquisa>. Acesso em: 10 ago. 2010.
Estruturaçãodeumprojetodepesquisa
CAPA
3
1 INTRODUÇÃO
JUSTIFICATIVA
6
1 FUNDAMENTAÇÃO TEóRICA
2.1 SUBTÍTULO 1
FOLHA
DE
ROSTO
4
1.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
7
2.1.1 Subtítulo
SUMáRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................31.1 JUSTIFICATIVA..............................................31.2 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ...........................41.3 OBJETIVOS ..................................................41.3.1 Objetivo geral ..........................................41.3.2 Objetivos específicos ................................52 FUNDAMENTAÇÃO TEóRICA ..............................62.1 SUBTÍTULO 1................................................62.1.1 Subtítulo .................................................72.2 SUBTÍTULO 2................................................73 PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS ....................93.1 TIPO DE PESQUISA ........................................93.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA ...................................93.3 INSTRUMENTOS ........................................... 103.4 COLETA DE DADOS ....................................... 103.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................... 104 CRONOGRAMA .............................................. 115 ORÇAMENTO ................................................. 12REFERÊNCIAS .................................................. 13
5
1.3.2 Objetivos específicos
1.3.3 Questões de pesquisa
8
2.2 SUBTÍTULO 2
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3 PROCEDIMENTOS METODOLóGICOS
3.1 TIPO DE PESQUISA
3.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA
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5 ORÇAMENTO
10
3.3 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo geral
13
REFERÊNCIAS
11
4 CRONOGRAMA
sobre projetos de pesquisa, você pode consultar: stRieDeR, Roque. Diretrizes para elaboração de projetos de pesquisa. Joaçaba: ed. Unoesc, 2009. (Metodologia do trabalho científico, v. 2).
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Autoavaliação 41 A elaboração de um projeto de pesquisa deve ser estruturada seguindo as normas da Associação Brasileira de Normas técnicas. Dessa forma, assinale V para verdadeiro ou f para falso, nas alternativas que se referem a esse assunto.
a) ( )Najustificativadoprojetodeve-seexpressartrêsideiasbásicas:atualidadedotema,importânciaebenefícioquepoderátrazer;
b) ( )Oproblemadapesquisadeveserexpressodeformaabrangente,contendoomáximodeinformaçõesparaarealizaçãodapesquisa;
c) ( )Afundamentaçãoteóricaécompostasomentedecitaçõesdiretascomcomentáriosparafazeraligaçãoentreelaseoconteúdo;
d) ( )Noprojetoéprecisodeterminarosprocedimentosmetodológicos:tipodepesquisa,população/amostra,instrumentosdepesquisa,formadecoletadosdadosetabulação;
e) ( )Ocronogramadeexecuçãodoprojetoeoorçamentonãosãonecessáriosserinseridosnoprojeto,sendoconsideradoselementosdispensáveis;
f) ( )Paramelhorapresentaçãodotextodeve-sedeixarumalinhaembrancoentreparágrafos;
g) ( )OprojetodeveobedecerasnormasdaAssociaçãoBrasileiradeNormasTécnicas(ABNT),contentonasuaestrutura:capa,folhaderosto,sumário,introdução,desenvolvimento(nestepodeconterapartedafundamentaçãoteóricaeapesquisadecampo),conclusãoereferênciasutilizadas;
h) ( )Osinstrumentosmaisutilizadosparaapesquisadecamposãoquestionários(quepodemterperguntasobjetivasesubjetivas),entrevistas(quepodemserestruturadas,semiestruturadasoulivres), entre outros;
i) ( )Aspesquisaspodemconterdadosprimários(provenientesdeinstrumentosaplicadospelopesquisador)esecundários(pesquisarealizadaapartirdeconsultaadocumentosjáexistentes);
j) ( ) As citações longasinseridasdentrodoprojetonapartequefazmençãoàliteratura,devemser localizadas a 4 cm da margem esquerda. Além disso, para esse tipo de citação deve-se utilizar fontedaletramenorqueautilizadanotextoeespaçamentoentrelinhassimples;
k) ( )Ascitaçõesdiretascurtasapresentadasnotextodevemserdestacadasentreaspas(“”)eemitálico.
Agora que você já aprendeu sobre a estrutura do projeto de pesquisa, deve ter em mente que todo o planejamento deve ser colocado em prática. Para tanto, você deve fazer a revisão de literatura. também, após a definição do tipo de instrumento de coleta de dados, deverá elaborá-lo com muita cautela e preocupação para que ao final de sua aplicação haja informações suficientes para alcançar o objetivo proposto. Após aplicação dos instrumentos, você deve fazer as análises e transcrever tudo para um relatório final, denominado trabalho acadêmico. A estrutura desse trabalho é resultado da aplicação do projeto, que será estudada na Unidade 5.
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ESTRUTURA PARA APRESENTAÇÃO DOS
RESULTADOS DA PESQUISA
SEÇÃO 1
Elaboração do relatório de pesquisa
SEÇÃO 2
Elementos que compõem o relatório de
pesquisa
OBJETIvOS DE APRENDIZAGEM
Apósaleituradestaunidade,vocêserácapazde:
� APLICAR deformaadequadaumprojetodepesquisa;
� ELABORAR orelatóriodapesquisaapartirdaaplicaçãodoprojeto.
ROTEIRO DE ESTUDO
Comoobjetivodealcançaroqueestápropostoaestaunidade,oconteúdoestádivididonasseguintes seções:
74
PARA INÍCIO DE ESTUDO
Nesta seção, vamos aprender sobre as etapas estruturais do texto do trabalho de pesquisa após a aplicaçãodoprojeto,bemcomo
da apresentação dos elementos que compõem essa estrutura, diferenciandooselementosobrigatórios dos opcionais.
SEÇÃO 1 ELABORAÇÃO DO RELATóRIO DE PESQUISA
O relatório deve apresentar estiloagradáveldopontodevistaliterário,com
frasescurtas,textoimpessoal,objetivo,claro,precisoeconciso,considerando as características do público a ser atingido (GIL, 1999,p.187-188)."Afinalidadedo relatório é transmitir com exatidão o desenrolar da pesquisa, suas limitações, descobertas, análisedosdados,interpretações,conclusões e recomendações." (Martins, 2000, p. 48).
Ainda segundo Martins (2000, p. 48), o relatório da pesquisa deve apoiar-se numa redação clara, precisa e consistente, por isso, a linguagemcientíficanãodevedeixarmargem na interpretação dos dados. A precisão deve ser traduzida em cadapalavraouoraçãoquedesejatransmitir. Por exemplo, expressões como:praticamentenenhum,vários,poucos, dão interpretações que podemtiraraforçadasafirmações.
Lakatos e Marconi (2001, p. 254) concordamqueosignificadodas palavras no texto deve ser claro, não deixando margem de dúvida; qualquer divergência deve seresclarecidaafimdeevitarerros de interpretação. Também deve usar de imparcialidade no registrodasinformações,ordemna apresentação das ideias e ser preciso no registro das observações,
sendo que cada conclusão deve ser passíveldeverificação.
Alinguagemdevesereficazedefácilcompreensãoaoleitor,atendendoasnormasbásicasdeumaredaçãocientífica.Parauma boa redação do relatório, Bernardes e Jovanovic (2005, p. 55) recomendam:
a) observar regras gramaticais -ortografia,concordânciaepontuação�quepodemmudarosentido da mensagem;
b) escrever como se estivesse dirigindo-seaalguémdefinido- issoajudaadesenvolveralinhade raciocínio e de argumentação paraalcançaroobjetivoestabelecido;
c) evitar uso de modismo - não usargíriasevocabuláriocomum;
d) colocarasideiasdeformaadequada - usar clareza, precisãoeobjetividadeparaqueoassuntosejaassimiladosobtodos os aspectos;
e) cuidarcomousodevocabuláriotécnico - saber dosar a linguagem técnica com a comum, usando a linguagem técnica só quandonecessário,demodoqueo leitor entenda o raciocínio das ideias apresentadas;
f) usarcritériosnaformaçãodasfrases-prefiraoempregode
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frasescurtas,simplesequecontenham uma única ideia;
g) fazeracorreçãodotexto- corrijaereescrevaotextoafimdeobtermaisobjetividade,precisão e clareza.
O relatório de pesquisa deve apresentarestiloagradáveleobedecer algumas normas na redação. Gil (1999, p. 190-191) propõe seguir:
a) impessoalidade - redigir o relatório na terceira pessoa; evitar expressões como: meu trabalho, meu estudo. São preferíveisexpressõescomoestetrabalho ou o presente estudo;
b) objetividade- a argumentação deve apoiar-se em dados comprovados e não em considerações e opiniões pessoais;
c) clareza - deve-se utilizar vocabulárioadequado,semexpressões com duplo sentido eevitarpalavrassupérfluaserepetições;
d) precisão - cada expressão deve traduzir com exatidão o que quer transmitir, principalmente noquesereferearegistrosde observações, medições e análises.Evitarexpressõescomo: pequeno, médio, grande, quase todos, uma boa parte, etc. Também devem ser evitados
advérbios que não expliquem exatamente o tempo, o modo e o lugar, como: recentemente, antigamente, lentamente, provavelmente;
e) coerência - as ideias devem ser apresentadas numa sequência lógica e ordenada. Nessa etapa, são utilizados títulos e subtítulos para ordenar o conteúdo;
f) concisão -asfrasesdevemsercurtas e expostas com uma única ideia. Frases longas, abrangendo váriasoraçõessubordinadas,podemdificultaracompreensãona leitura.
Para alcançar êxito na redação do trabalho, Severino (2007, p. 84) recomenda que após a construção daprimeiraredaçãosejafeitaumaleitura completa, adequando, além da correção gramatical, as possíveis falhaslógicasdoencadeamentodasideias deixando o texto claro para a leitura e entendimento.
Observa-se que o trabalho acadêmico é uma descrição objetivadefatos,acontecimentosou atividades, seguida de uma análiserigorosa,comobjetivode tirar conclusões ou tomar decisões, devendo observar as normasespecíficasdaNBR14724(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005); é o que você estudar na seção a seguir.
SEÇÃO 2 ELEMENTOS QUE COMPÕEM O RELATóRIO DA PESQUISA
O Quadro 3 demonstra todos os elementos que compõem o relatório acadêmico
da pesquisa após aplicação do projeto.
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ELEMENTOS PRé-TEXTUAIS ELEMENTOS TEXTUAISCapa*Lombada Folha de rosto* ErrataFolha de aprovação*Dedicatória(s)Agradecimento(s)EpígrafeResumo em português*Resumo em língua estrangeira* Lista de ilustrações Lista de tabelas Lista de abreviaturas e siglas Lista de símbolos Sumário*
Introdução* Desenvolvimento* Conclusão*
ELEMENTOS PóS-TEXTUAISReferências*GlossárioApêndice(s)Anexo(s) Índice(s)
Quadro 3: Disposição dos elementosFonte: adaptado da NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2005).
* elementos obrigatórios.
Os elementos do trabalho acadêmico descritos a seguir são obrigatórios de acordo com as normas da Associação Brasileira De Normas Técnicas (ABNT) 2005; quanto aos demais elementos opcionais, além da ABNT, pode-se consultar exemplos no capítulo 3, no livro Diretrizes para elaboração de trabalhoscientíficos: apresentação,
elaboração de citações e referênciasdetrabalhoscientíficos.(Metodologiadotrabalhocientífico,v. 1), dos autores: LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa,bemcomoolivrodidáticodisciplinaMetodologiaCientíficadeROVER, Ardinete et al. Metodologia Científica. Joaçaba: Unoesc Virtual, 2010.(MaterialDidático).
Capa
A CAPA, TAL QUAL doprojetodepesquisa, é a proteção externa do documento. Deve conter o nome da instituiçãoondeotrabalhoestásendo apresentado, nome completo
do autor, título do trabalho, local (cidade) e data da apresentação (ano). Os elementos devem ser apresentados centralizados.
Folha de rosto
DA MESMA FORMA queafolhaderostodoprojeto,apresentaoselementosessenciaisàidentificaçãodo relatório, apenas muda a naturezadotrabalho,ouseja,apresenta o nome do autor, título, natureza do trabalho, orientador, localedata.Afolhaderostoé
consideradaaprimeirapáginado trabalho a ser contada na numeração, embora os números só apareçam a partir da introdução.
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Folha de aprovação
QUANDO UM TRABALHO é apresentado em banca também tem afolhadeaprovação,ondeconsta
o nome do autor, natureza do trabalho, data da aprovação e nome dos membros da banca.
Resumo do trabalho (língua vernácula e estrangeira)
É O ITEM QUE SUMARIZA o relatório, porissodeveserbreve,feitoem bloco único, destacar o tema principaldotrabalho,oobjetivo,os procedimentos metodológicos, os resultados da pesquisa e a conclusão. Utiliza-se a terceira pessoa do singular e verbo na voz ativa.Aofinal,devemserinseridasas palavras-chave (sugere-se de três a cinco).
De acordo com Bernardes e Jovanovic (2005, p. 67) segundo a norma, para relatórios de pesquisa os resumos devem conter de 150 a 500 palavras e também apresentar resumo em uma língua estrangeira; émaiscomumquesejainglês.Não devem-se utilizar símbolos, fórmulas,equações,ilustraçõesou citações no resumo; ele deve ser redigido de modo que a leitura permita a compreensão do assunto.
Sumário
TRATA DA ENUMERAÇÃO das divisões das seções do relatório, mostradas na mesma ordem em que
se apresentam durante o trabalho, devidamentealinhadasàesquerda.
Introdução
NA INTRODUÇÃO do relatório apresenta-se o problema de pesquisa,seusobjetivoserazõesdasuarealizaçãoquejáforamdelineadosnoprojeto.Estaéaseção que anuncia o assunto, explicitando a ideia central do trabalho e que instiga no leitor a continuidade da leitura. Dessa forma,Martins(2000,p.52)propõeos seguintes elementos para construir a redação da introdução:
a) a introdução não deve repetir ou parafrasearoresumo;
b) geralmente, no início da introdução, colocam-se os antecedentes do problema, destacando-se tendências,
pontos críticos, preocupações. Em seguida, devem ser expostas asjustificativaserazõesparaa elaboração do trabalho, apresentando a relevância do tema investigado;
c) apresenta-se a questão de pesquisa ou as perguntas que foramrespondidaspeloestudo;
d) em síntese, apresenta-se a situaçãoproblema,ouseja,acaracterizaçãodoobjetodeestudo;
e) detalham-seosobjetivosdotrabalho;
f) porfim,especificam-seasetapas que contem o relatório.
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Como observado, a redação da introdução do relatório da pesquisa resgata os elementos utilizados no projetoapóssuaaplicação.Vale
lembrar que é aqui que começar a apareceranumeraçãodepáginasdorelatório,emboraacontagemsejafeitaapartirdafolhaderosto.
Referencial teórico
BASEADO EM AUTORES daáreatemática,apresenta,deformacoerente e lógica, a discussão do tema em estudo, considerando as articulaçõescomaprofissãoearealidade social; deve observar a conexão entre as seções, descrever otemademaneiraaprofundada,apresentando argumentação segura efundamentada.
Nessa seção, de acordo com Martins (2000, p. 52), é importante apresentar os elementos a seguir:
a) sãodestacadoscomentáriosecitaçõesdetrabalhoscientíficosque apresentam semelhança e relações com o assunto/tema queestásendoinvestigado,oferecendoasustentaçãoconceitual do tema;
b) não se trata de um rol de citações. O pesquisador deve construir uma moldura conceitualdotema,fazendoligaçãoentreasreferênciaspesquisadas e a situação-problemaqueestásendoestudada.
Para Vergara (2000, p. 36), na redaçãodorelatóriosãofeitasas citações, aplicando as normas
de acordo com o tipo de citação, juntocomcomentáriosquedarãosustentaçãoàpesquisa,porémnãodeve-sefazercitaçõessenãotivercerteza da linha de raciocínio do autor, igualmente evite a utilização de citação de segunda mão (citação de citação).
A seção principal desse item pode ser dividida em seções secundáriasparamelhordistribuição do conteúdo, sendo que a apresentação da estrutura obedece a uma hierarquia na sua apresentação,conformenormasdaAssociação Brasileira De Normas Técnicas (ABNT). Para maiores esclarecimentos, consulte o livro Diretrizes para elaboração de trabalhoscientíficos: apresentação, elaboração de citações e referênciasdetrabalhoscientíficos.(Metodologiadotrabalhocientífico,v. 1), dos autores: LÜCKMANN, Luiz Carlos; ROVER, Ardinete; VARGAS, Marisa.
A partir do exposto, observa-se que oreferencialteóricoserveparadarsustentaçãocientíficaaotrabalhode pesquisa.
Procedimentos metodológicos
NESSA SEÇÃO, deve-se detalhar as etapas de investigação aplicadas narealizaçãodoprojeto.Comonomomento da leitura o leitor não tememmãosoprojeto,massimo
relatório, resultado da aplicação do projeto,este,segundoGil(1999,p.188), deve indicar minuciosamente os procedimentos adotados na investigação, elucidando o tipo
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de pesquisa, população/amostra delimitada ao estudo, técnica utilizadasnacoletaeanálisedosdados.
Em síntese, podem-se observar os itens a seguir no relato dos procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa:
a) justificaedescreveotipodepesquisa (método de pesquisa) quefoiadotado;
b) conformeotipodeabordagem,caracterizaapopulação-objetode estudo, bem como o plano amostralquefoiempregado;
c) detalha a maneira utilizada para acoletadedadoseinformações,e estratégias para a coleta (instrumentos, condições, etc.);
d) casonecessário,descrevedetalhadamente as atividades realizadas antes, durante e após os trabalhos de coleta de dados;
e) descreveoplanodeanálisedosdadoseinformações.Nocasodeabordagens quantitativas - as técnicas estatísticas, no caso de abordagem qualitativa - o referencialteóricoqueorientaráaanálise(MARTINS,2000,p.52).
Vale lembrar que nessa etapa são relatadas as ações desenhadas noprojetoedescritasquandojáaconteceram,assimesseitemdescreveoquefoiaplicadodoprojeto.
Análise dos resultados
A APRESENTAÇÃO DOS DADOS e resultadostemafinalidadedeinformarosresultadosdapesquisa.Após aplicação dos instrumentos de pesquisaéomomentodaanálisedosdados.Nessaetapa,conformeMartins(2000,p.53),éfeitaaredação, construída a partir dos seguintes elementos:
a) ressalta as evidências que esclarecem cada questão levantadapormeiodeanálisesquantitativas e/ou qualitativas dasinformaçõesedadosobtidos;
b) evidencia os resultados em atençãoaosobjetivospropostos;
c) dásignificadoaosresultadosobtidoscomapoiodoreferencialteórico consultado.
De acordo com Gil (1999, p. 168-169),aanálisedeveserfeita
paraorganizarosdadosdeformaque possibilitem responder ao problema de estudos proposto, enquanto a interpretação tem como objetivoprocurarrespostasdeformamaisampla,medianteasualigação com outros conhecimentos anteriormenteobtidos.Naanáliseo pesquisador limita-se aos dados coletados,jánainterpretação,fazaligaçãodosdadosaoutrosconhecimentos existentes.
Nessaetapa,hácondiçõesdesintetizar os resultados obtidos com a pesquisa. E, principalmente, você deveráressaltaracontribuiçãodasua pesquisa ao meio acadêmico ou ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Na tabulação poderão ser utilizados instrumentos como quadros,tabelasegráficosqueauxiliem na apresentação dos dados, umavezquefacilitaaoleitora
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compreensãoeinterpretaçãorápidada massa de dados.
Segundo Lakatos e Marconi (2001, p.231),afunçãodorelatórioédemonstrar as evidências a que se chegou por meio da pesquisa, por isso na seleção do material a ser apresentado o pesquisador não podedirecionarasinformaçõesafimdeconfirmarsuasevidências,mas apresentar todos os resultados,
mesmo que inconclusivo ao seu objetivodeinvestigação.
Após levantamento dos dados pode-seincluirjuntodorelatóriotabelas,quadros e outras ilustrações. No casodeumquestionário,tabelaou quadro, pode-se resumir os dadosparafacilitaraleitura,porémaentrevista,quandofeita,étranscritadeformaliteral.
Para melhor entender esses elementos, apresentam-se a seguir alguns exemplos que foram extraídos do artigo que tem como referência: GODOY, Amalia Maria Goldberg; silVA, Paulo Bento da. Reforma agrária: uma história de desenvolvimento de Querência do Norte – Paraná. RACE, Joaçaba: ed. Unoesc, v. 7, n. 2, jul./dez./2008.
Aplicação técnica questionário
Napesquisadecampoforampesquisadas91famílias,totalizando369pessoas, o que corresponde a uma média de 4,05 pessoas por lote. Os dados da Tabela 1 mostram que o percentual de menores de 14 anos é de 19,54% da população total, e a maior parte da população encontra-senafaixaetáriaentre19e50anos,comquase45%dototal.Jáopercentualdeidososcommaisde65anosémenorque5%dapopulação, com predominância do sexo masculino.
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ATabela1:Quantidadeepercentualdosexoefaixaetáriadosassentados–assentamentoPontaldoTigre
Faixa etária N. de pessoas % masculino % feminino % total
0 a 6 40 4,88 5,96 10,84
7 a 14 69 8,67 10,03 18,70
15 a 18 26 3,25 3,79 7,05
19 a 30 67 10,84 7,32 18,16
31 a 50 98 13,55 13,01 26,56
51 a 65 51 7,05 6,78 13,82
Mais de 65 18 3,52 1,36 4,88
Total 369 51,76 48,24 100
Fonte: Godoy e Silva (2008, p. 140).
Aplicação técnica de análise documental
No assentamento Pontal do Tigre observou-se a melhoria da qualidade devidadosassentados,poisnãohácriançasemidadeescolarforadaescola, existe a garantia da venda da produção e comercialização de produtosaosetorurbano,moradiacomágua,luzeinfraestrutura,alémdo aumento da diversidade de produtos produzidos e trocados entre os assentados,conformeQuadro4.
Antes de 1983 De 1983 a 1988 De 1988 a 2000
+/-10famílias. +/-96famílias. +/-336famílias.
+/- 3 mil cabeças de gado. +/- 3 mil cabeças de gado.Mais de 6 mil cabeças de gado*, milhares de cabeças de aves.**
Pastoebrejo.Pasto,brejoe+/-416hectaresarrendadospara86famílias.
Plantio de arroz, milho, algodão, mandioca, criação de gado, pasto, reserva ambiental.
O que se produzia era vendido foradomunicípiodeQuerênciadoNorte.
Apenas o que era produzido pelos arrendatárioseravendidonomunicípio de Querência do Norte.
Todo o excedente é vendido e comercializado no município e foradele.
O que se consumia era comprado foradomunicípio.
Apenasoqueosarrendatáriosconsumiam era adquirido no município de Querência do Norte.
Tudo o que se consome no assentamento (alimentos, bens e insumos) é comprado no município de Querência do Norte, revitalizando a cidade.
Quadro4:Situaçãodaprodução,númerodefamílias,origemdosprodutosconsumidosedestinodosprodutosproduzidosnaFazendaPontaldoTigreFonte: com base em Brandão (2003 apud GODOY; SILVA, 2008, p. 140).
Nota:+/-significa:maisoumenos.*Gado:boi,vaca,cavalo,porco,etc.**Aves:galinhas,patos,perus,etc.
Análise entrevista
Quandoindagadosobreastransformaçõesocorridasnomunicípiocomachegadadossem-terra,Rossi(2003)afirmaque,comoaumentodonúmerodehabitantes,aprefeituratevequeabrirnovasvagasecontratarpessoasparaatenderàdemandadosdiversosserviçosprestados, o que aumentou as despesas. Por outro lado, Rossi (2003) avalioupositivamenteodesempenhoeconômicocomoassentamento.
O comércio aumentou o volume de vendas [...] E a arrecadação vem semantendo,elaaumentousimporqueaumentouaáreadeplantio.Aáreadeplantiodomunicípiovemcrescendo.Asáreasgrandesdosfazendeiros,quetêmáreasgrandes,elesarrendam,eosquenãoarrendaramplantam.Áreasqueerampastagens,hojesetransformamemplantiodelavouradesoja.Pelomenos,nosúltimosquatroanosvêm acontecendo isso, mais, assim, dizer que caiu a arrecadação, não, vemsócrescendo.Nãoésóofatodaproduçãodosassentamentos,énum geral. (ROSSI, 2003)1.
1 ROSSI, Desenvolvimento Local. Querência do Norte, 2003. Entrevista concedida a Amalia Maria Goldberg Godoy e Paulo Bento da Silva.
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ConclusãoA CONCLUSÃO APRESENTA a síntese interpretativa dos principais argumentos usados; evidencia se osobjetivosforamatingidoseseasquestõesdepesquisaforamrespondidas.
Constitui a última parte dos elementos textuais da pesquisa e poderefletiroqueestápostoaseguir:
a) evidencia, com clareza e objetividade,osaspectosmaisimportantes da pesquisa;
b) devefigurar,claraeordenadamente, as deduções tiradas dos resultados do trabalho;
c) enunciaasconclusõesemfunçãodos resultados obtidos;
d) recomendapráticasparaimplementação a partir dos resultados conseguidos;
e) caso conveniente, sugerir outras pesquisas sobre o assunto (MARTINS, 2000, p. 52).
Naconclusãoreúne-seoconjuntode conclusões atingidas no decorrer da pesquisa de acordo com os objetivospropostosinicialmente.Assim, diz-se que nesse item não se cria nada novo, mas procura-se reunirdeformasintéticatudooquefoiditoanteriormente,poisparaVergara (2000, p. 78) você só pode
concluir o que discutiu durante a pesquisa. Para melhor redigir sua conclusão, quando estiver redigindo orelatório,váanotando,emlugara parte, conclusões parciais, depois é só reuni-las. Citações devem serevitadas,aomenosquesejamestritamentenecessáriaspelofocodotrabalho.Porquê?Porquea conclusão é resultado de uma reflexãosua,enãodosautoresqueestápesquisando.
Além disso, na conclusão podem-se inserir recomendações e sugestões. As recomendações consistem em indicações,deordemprática,de intervenções na natureza ou na sociedade, de acordo com as conclusões da pesquisa. Por sua vez, as sugestões são importantes ao desenvolvimento da ciência, apresentamnovastemáticasdepesquisa, inclusive levantando novos questionamentos e abrindo caminho a outros pesquisadores, pois no momentoqueseestáestudandoum assunto descobrem-se outros assuntos relacionados e que também podem merecer uma pesquisa.
Apartedaanáliseeinterpretaçãodos dados constitui-se como uma etapafundamentaldotrabalho,pois é nesse item que se comprova ounãoasrespostasàsquestõesda pesquisa, bem como se a teoria descrita deu sustentabilidade ao
tema em estudo. Assim, é preciso muita atenção do pesquisador no momento de relatar os dados coletadosdeformacoerenteeclarapara o leitor.
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Referências
AS REFERÊNCIAS VISAM apresentaraoleitorasfontesquefundamentaramteoricamenteotrabalhoeforamcitadasnotrabalho.ConformeGil(1999,p.196), nesta parte são relacionados obrigatoriamente na lista de referênciastodososautoresquefizerampartedoreferencialteórico.Nãodevemserrelacionadasfontes
depesquisaquenãoforamcitadasno texto.
Alistadereferênciasdeveserfeitadeacordocomasnormasda Associação Brasileira de NormasTécnicas(ABNT),ouseja,apresentadasnaordemalfabéticapelo sobrenome do autor.
Como material complementar, consulte o livro:lÜCKMANN, luiz Carlos; ROVeR, Ardinete; VARGAs, Marisa. Diretrizes para elaboração de trabalhos científicos: apresentação, elaboração de citações e referências de trabalhos científicos. 3. ed. rev. e atual. Joaçaba: ed. Unoesc, 2009. (Metodologia do trabalho científico, v. 1).você também pode buscar mais detalhes no livro didático da disciplina Metodologia Científica que trata da estrutura do trabalho acadêmico.
CAPA
SUMáRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................4
2 DESENvOLvIMENTO .........................................5
2.1 SUBTÍTULO 1................................................5
2.1.1 Subtítulo .................................................6
2.2 SUBTÍTULO 2................................................8
2.3 SUBTÍTULO 3................................................9
2.3.1 Subtítulo ............................................... 10
REFERÊNCIAS .................................................. 13
FOLHA
DE
ROSTO
4
1 INTRODUÇÃO
RESUMO
5
2 DESENvOLvIMENTO
2.1 SUBTÍTULO 1
Visualize um exemplo de estruturação de um trabalho acadêmico:
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METODOLOGIA DA PESQUISA
6
2.1.1 Subtítulo
7 8
2.2 SUBTÍTULO 2
9
2.3 SUBTÍTULO 3
10
2.3.1 Subtítulo
11
REFERÊNCIAS
Autoavaliação 51 Procure na biblioteca um relatório de pesquisa e proceda a análise a partir dos critérios de impessoalidade, clareza, precisão e coerência das informações apresentadas.
2 Quais as argumentações de uma introdução?
3 em que consiste a apresentação do desenvolvimento da pesquisa?
4 Quais as características de uma conclusão?
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88 METODOLOGIA DA PESQUISAM
ETO
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89REFERÊNCIAS
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ANEXO A
FóRMULA PARA CáLCULO AMOSTRAGEM
90
No caso da pesquisa de mercado, trabalha-se normalmente com população
dicotômica,aquelaemqueháprobabilidades de uma parte ter a resposta que se quer e outra parte não.Paraissoafórmulaaseguiréa indicada
n = s2. p. q. N
E2 (N–1) + s2. p . q
Fonte: Richardson (1999).
Onde:
n = tamanho da amostra;
s2=níveldeconfiançaescolhido;(geralmente 2, para grau de confiançade95%);
p = proporção da característica pesquisada no universo, calculado em percentagem;
q = 100 – p (em percentagem);
N = tamanho da população;
E2 = erro amostral.
EXEMPLO
Em uma cidade com 4.100 residências,desejosaberqualéaamostra que devo ter se optar por uma margem de erro de 5% para fazerumapesquisa.(Usaremosograudeconfiançade95%etambémnão vamos trabalhar com uma proporção de característica de uma pesquisajáefetuada).
Vamosaocálculo.
s2 = vamos usar 2, pois o grau de confiançaquequeremoséde95%;
p = vamos usar 50, pois não temos uma característica evidenciada;
q = 100 - 50 = 50;
N = 4.100;
E2 = 5.
n = 22. 50.50.4100
52 (4100–1) + 22. 50 . 50
n = 41000000
112475
n= 364,53 ou seja, preciso pesquisar 365 residências.
MaterialfornecidoporMoisésDiersmann,professordeEstatísticado Curso de Tecnologia em Empreendimento da Unoesc.
FÓRMULA PARA CÁLCULO AMOSTRAGEM 91
AN
EX
O A
- F
ÓR
MU
LA P
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A C
ÁLC
ULO
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OS
TRA
GE
M
Autoavaliação 1
1 Uma pesquisa busca a solução para a investigação de um problema de pesquisa.Parasercientíficaprecisaterumabaseteóricaquepermitainterpretarosdados,basear-seemummétodocientífico,enecessitadeumatécnicapararegistrarequantificarosdadosobservados,bemcomoordená-loseclassificá-los.
2 Otemadeveráseratual,relevanteelevaremcontaseuconhecimentoarespeitodele,suapreferênciaeaptidãopessoal,experiênciaouvivêncianaáreaselecionadaparaapesquisa.Deveinvestigaralgoquemereçaumestudocientífico.Énecessáriotambém,analisarotempodisponíveleosrecursosmateriaisparafazerapesquisa.
3 Ométodoéoconjuntodeetapasquedevemserseguidasnainvestigaçãodeumfenômenoparasealcançardeterminadoobjetivo.Jáatécnicaservepararegistrarequantificarosdadosobservados,ordená-loseclassificá-losemumapesquisacientífica.
Autoavaliação 2
1 F
L
H
E
A
I
J
D
K
C
G
B
RESPOSTAS DAS ATIvIDADES DE AUTOAvALIAÇÃO
92
2 Classificardeacordocomoqueestádispostonasseções1,2,3,conformeorelatórioqueestáanalisando.
3 Aanálisedocumentaléfeitasobredocumentosdeprimeiramãoqueaindanãoreceberamqualquertratamentoanalítico,como:documentosoficiais,reportagensdejornal,contratos,filmes,fotografias,etc.Podemaindaseranalisadosdocumentosdesegundamão,quedealgumaformajáforamanalisados, como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas, etc.
Ostextosdepesquisabibliográficafeitosemlivros,artigos,publicaçõeseletrônicasnãopodemserconfundidoscomanálisedocumental,porqueéfeitapormeiodedadossecundárioscomdocumentosbibliográficosqueestãoacessíveis ao público em geral.
Autoavaliação 3
1 C
2 A
3 Paraqueoentrevistadortenhaêxitonaaplicaçãodeseuinstrumentodeveráterhabilidadenaconduçãodaentrevista.Paratanto,deveráprepararumroteirodasquestõesdeformaordenadaequemantenhaointeressedoentrevistado,masantesdevecolocaroobjetivoeimportânciaeotempoaproximadodeduração;deixarclaroqueaentrevistaéconfidencialeoseunomeserámantidonoanonimato.Oentrevistadortambémdeveserhábilaretornaraoassuntoquandooentrevistadosedesviadoobjetivo.Encerrarabem entrevista, deixando as portas abertas para outras oportunidades.
Autoavaliação 4
1 a) V
b) F
c) F
d) V
e) F
f)F
93RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO
RE
SP
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LIA
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g) V
h) V
i) V
j)V
k) F
Autoavaliação 5
1 Verificarjuntoaorelatórioousodetermosimpessoaisnaterceirapessoa,ovocabuláriocomexpressõesadequadassemconotaçõesduplasoupalavrassupérfluas,aformadequeforamrelatadososregistroseanálises,bemcomoasequênciadaapresentaçãodasinformações.
2 Na introdução do relatório, busca-se destacar as razões e relevância da realizaçãodapesquisa,apresenta-seasituação-problemaeobjetodeestudo,bemcomofaz-seaexposiçãodosobjetivosdeestudo,enfatizando,aofinal,as etapas contempladas dentro do relatório.
3 Odesenvolvimentoconsistenaapresentaçãodapartedafundamentaçãoteóricaquedásustentaçãoàpesquisapormeiodecitações,apresentaosprocedimentosmetodológicosutilizadosnaaplicaçãodoprojeto,evidenciandoo tipo de pesquisa, população/amostra delimitada ao estudo, técnicas utilizadasnacoletaeanálisedosdados.Tambémnodesenvolvimentoéapresentadaaanálisedosdados,quepossibilitaresponderaoproblemadeestudoseobjetivospropostonainvestigação.
4 Reúnedeformasintéticaasinformaçõeslevantadasediscutidasduranteapesquisa,demodoaresponderosobjetivosdelineadosnoiníciodapesquisa.Tambémrecomendapráticasparaimplementaçãoapartirdosresultadosconseguidos e pode sugerir outras pesquisas sobre o assunto.
94 METODOLOGIA DA PESQUISA
ME
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A
95RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO
RE
SP
OS
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ÇÃ
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96 METODOLOGIA DA PESQUISA96
ME
TOD
OLO
GIA
DA
PE
SQ
UIS
A
Universidade do Oeste de Santa Catarina
www.unoesc.edu.br/virtual
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