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METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTIFICA

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INTRODUÇÃO

É importante que na busca de maiores conhecimentos, o aluno assuma e desenvolva hábitos de estudo que o encaminhe para o aprender pela pesquisa. Para tanto, faz-se necessário o desenvolvimento da capacidade de observar, selecionar, organizar e usar o espírito crítico sobre a realidade social.

Portanto, a educação superior embasada em uma tríplice competência: a competência técnico-profissional, a competência científica e a competência política, irá formar profissionais capazes frente a seus propósitos e estruturados em conhecimentos científicos.

A educação pela pesquisa é a especialização mais própria da educação escolar e acadêmica, como também, a necessidade de fazer pesquisa, deve ser a atitude cotidiana no professor e no aluno.

A Metodologia Científica trata de método e ciência. Método é o caminho em direção a um objetivo; metodologia, o estudo do método. Científica, deriva de Ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.

A atividade preponderante da metodologia é a pesquisa. O conhecimento humano caracteriza-se pela relação estabelecida entre o sujeito e o objeto, podendo-se dizer que esta é uma relação de apropriação.

Dessa maneira, metodologia é igual a um conjunto de procedimentos a serem utilizados pelo indivíduo na obtenção do conhecimento. É a aplicação do método, por intermédio de processos e técnicas, que garantem a legitimidade do saber obtido.

A complexidade do objeto a ser conhecido determina o nível de abrangência da apropriação. Assim, a apreensão simples da realidade cotidiana é um conhecimento popular ou empírico, enquanto o estudo aprofundado e metódico da realidade enquadra-se no conhecimento científico. O questionamento do mundo e do homem quanto à origem, liberdade ou destino, remete ao conhecimento filosófico.

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MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA MÉTODO É o caminho em direção a um objetivo. METODOLOGIA O estudo do método. METODOLOGIA CIENTÍFICA

Trata do método e Ciência

CIENTÍFICA Deriva de Ciência, a qual compreende o

conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados em relação a determinado domínio do saber.

PESQUISA Atividade preponderante da metodologia

científica. CONHECIMENTO HUMANO

Relação entre o sujeito e o objeto = relação de apropriação.

CONHECIMENTOS

POPULAR ou EMPÍRICO apreensão simples da realidade cotidiana. CIENTÍFICO estudo aprofundado e metódico da realidade FILOSÓFICO

Compreende o questionamento do mundo e do homem quanto à origem, liberdade ou destino.

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1. CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

O conhecimento pode ser definido como sendo a manifestação da consciência de conhecer, é a consciência do conhecer. Ao viver, o ser humano tem experiências progressivas, da dor e do prazer, da fome e saciedade, do quente e do frio, entre muitas outras. É o conhecimento que se dá pela vivência circunstancial e estrutural das propriedades necessárias à adaptação, interpretação e assimilação do meio interior e exterior do ser.

Dessa maneira, ocorrem, então, as relações entre sensação, percepção e conhecimento, sendo que a percepção tem uma função mediadora entre o mundo caótico dos sentidos e o mundo mais ou menos organizado da atividade cognitiva.

É importante frisar que o conhecimento, como também o ato de conhecer, existe como forma de solução de problemas próprios e comuns à vida.

O conhecimento como forma de solução problemática, mais ou menos complexa, ocorre em torno do fluxo e refluxo em que se dá a base da idealização, pensamento, memorização, reflexão e criação, os quais acontecem com maior ou menor intensidade, acompanhando parâmetros cronológicos e de consciência do refletido e do irrefletido.

O conhecimento é um processo dinâmico e inacabado, serve como referencial para a pesquisa tanto qualitativa como quantitativa das relações sociais, como forma de busca de conhecimentos próprios das ciências exatas e experimentais.

Portanto, o conhecimento e o saber são essenciais e existenciais no homem, ocorre entre todos os povos, independentemente de raça, crença, porquanto no homem o desejo de saber é inato.

As diversificações na busca do saber e do conhecimento, segundo caracteres e potenciais humanos, originaram contingentes teóricos e práticos diferentes a serem destacados em níveis e espécies.

O homem, em seu ato de conhecer, conhece a realidade vivencial, porque se os fenômenos agem sobre os seus sentidos, ele também pode agir sobre os fatos, adquirindo uma experiência pluridimensional do universo.

De acordo com o movimento que orienta e organiza a atividade humana, conhecer, agir, aprender e outros conhecimentos, se dão em níveis diferenciados de apreensão da realidade, embora estejam inter-relacionados.

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Assumindo o pressuposto de que todo o conhecimento humano reporta a um ponto de vista e a um lugar social, compreende-se que são quatro os pontos principais da busca do conhecimento:

• Conhecimento empírico ou popular. • Conhecimento filosófico. • Conhecimento científico. • Conhecimento teológico. Iremos dar ênfase nos três primeiros.

1.1 CONHECIMENTO EMPÍRICO

É o conhecimento do dia a dia, que se obtém pela experiência cotidiana. É espontâneo, focalista, sendo por isso considerado incompleto, carente de objetividade. Ocorre por meio do relacionamento diário do homem com as coisas. Não há a intenção e a preocupação de atingir o que o objeto contém além das aparências.

Fundamentado apenas na experiência, doutrina ou atitude, que admite quanto à origem do conhecimento de que este provenha apenas da experiência. Dentre suas características destacamos.

a) Conjunto de opiniões geralmente aceitas em épocas determinadas, e que as opiniões contrárias aparecem como aberrações individuais.

b) É valorativo por excelência, pois se fundamenta numa operação operada com base em estados de ânimo e emoções.

c) É também reflexivo. d) É verificável. e) É falível e inexato.

O principal mérito do método empírico é o de assinalar com vigor a importância da experiência na origem dos nossos conhecimentos. 1.2 CONHECIMENTO FILOSÓFICO

A palavra filosofia foi introduzida por Pitágoras e é composta do grego de philos = amigo e sophia = sabedoria.

A Filosofia é a fonte de todas as áreas do conhecimento humano, e todas as ciências não só dependem dela, como nela se incluem. É a ciência das primeiras causas e princípios. A Filosofia é destituída de objeto particular, mas assume o papel orientador de cada ciência na solução de problemas universais.

Progressivamente, constata-se que cada área do conhecimento desvincula-se da Filosofia em função da forma como trata o objeto, que é para a mesma, a matéria.

Em toda trajetória filosófica, surgiram idéias e teorias de grandes filósofos, convergentes e divergentes. Portanto, se há generalidades não há consenso. Isto pode ser exemplificado por expoentes como:

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• Pitágoras – a alma governa o mundo. As parte do universo unidas entre si refletem a harmonia, expressas pelos números (quantidades).

• Sócrates – o conhecimento é o guia da virtude. “Conhece-te a ti mesmo e conhece a verdade que o outro encerra”.

• Platão – as idéias não são representações das coisas, mas é a verdade das coisa.

• Santo Agostinho – preconiza que a razão é a dimensão espiritual. • São Tomás de Aquino – considera o homem como indivíduo,

estudando-o na prospecção de matéria e forma, admitindo que o universo é dirigido pelo princípio da perfeição.

• Francis Bacon – no Renascimento, defende a Filosofia por meio de concepções ligadas a pesquisas e experimentações.

• Rousseau – no século XVIII, dá prioridade à sensibilidade em detrimento da razão. O homem é naturalmente bom, a sociedade o perverte. Trata-se de uma reflexão eminentemente moral, defendendo a democracia vivida na dimensão da liberdade e da igualdade.

• Locke – empirista inglês, defende a tese de que o homem ao nascer é uma tábua rasa sobre a qual a experiência é gravada. A gênese do conhecimento, que é a experiência, é a sensação e reflexão, as quais geram idéias.

• Kant – admite que, se o conhecimento se inicia com a experiência, este não resulta só da experiência.

• Hegel – desenvolve uma filosofia cujo ponto de partida são as idéias, inicialmente heterogêneas, e por isso confusas. Para torná-las claras, deve-se considerar o vir a ser; ou seja, o objeto feito. “Todo dado racional é real e todo dado real é racional”.

• Marx – constrói o materialismo dialético e materialismo histórico, que defende a tese de que as contradições existem na Natureza. Portanto, dispõe-se a interpretar essas realidades que, se são contraditórias, são concretas. A sua metodologia considera os seguintes itens, próprios ao sistema: a matéria, o trabalho e a estrutura econômica.

Observa-se que não há unanimidade de pensamento e de forma de reflexão entre alguns dos grandes expoentes da Filosofia aqui citados, isso porque a Filosofia repousa na reflexão que se faz sobre a experiência vital e esta propicia derivações interpretativas diferentes sobre as impressões, imagens e opiniões concluídas.

O Conhecimento Filosófico procura conhecer as causas reais dos fenômenos, não as causas próximas como as ciências particulares. Procura conhecer, também, as causas profundas e remotas de todas as coisas e, para elas, respostas. Dentre suas características destacamos: a) É valorativo, pois seu ponto de partida consiste em hipóteses, que não

poderão ser submetidas à observação. b) Não é verificável. c) Tem a característica de sistemático. d) É infalível e exato.

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Portanto, o conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão para questionar os problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às luzes da própria razão humana. 1.3 CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Surge com Galileu Galilei (1564 – 1642).

Os gregos já distinguiam, no século VII a. C., a diferença entre o conhecimento racional (científico), o conhecimento mítico e o conhecimento empírico.

Ligado à Filosofia até a Idade Média:

a) a partir da determinação de um objeto específico de investigação; b) da explicitação de um método para essa investigação.

CIÊNCIA GERAL – enquanto conjunto de observações generalizáveis,

expressas pelo enunciado de uma lei. CIÊNCIAS PARTICULARES – à medida em que privilegia aspectos da

realidade como a Física, a Química, a Contabilidade, a Pedagogia, a Administração, entre outras.

a) Dispõe de métodos e linguagens próprias, com similaridades. b) Podem ser compreendidas como busca constante de:

- explicação - previsibilidade - solução dos problemas da Humanidade.

c) Deve-se considerar sua falibilidade e seus limites. CIÊNCIAS SOCIAIS – têm peculiaridades que as distinguem das ciências físicas.

a) Os fenômenos humanos não ocorrem de forma semelhante a do mundo físico, impossibilitando a previsibilidade.

b) A quantificação dos resultados é falha e limitada. c) Os pesquisadores sociais têm crenças que podem prejudicar os resultados

de suas pesquisas. d) O método por si só não pode explicar um fenômeno social.

O conhecimento científico exige demonstrações, submete-se à comprovação, ao teste.

O senso comum, representa a pedra fundamental do conhecimento humano e estrutura a captação do mundo empírico imediato, para se transformar posteriormente em um conteúdo elaborado que, por intermédio do bom senso, poderá conduzir às soluções de problemas mais complexos e comuns até as formas de solução metodicamente elaboradas e que compõe o proceder científico.

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Suas características são:

a) É real (factual), porque lida com ocorrências ou fatos. b) Constitui um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses

têm sua veracidade ou falsidade conhecida por intermédio da experiência e não apenas razão, como ocorre no conhecimento filosófico.

c) É sistemático. d) Possui características de verificabilidade. e) É falível, em virtude de não ser definitivo, absoluto ou final e, por este

motivo, é aproximadamente exato. Vemos que o conhecimento científico se dá à medida que se investiga o

que se fazer sobre a formulação de problemas, que exigem estudos minuciosos para seu equacionamento.

Utiliza-se o conhecimento científico para se conseguir, por intermédio da

pesquisa , constatar variáveis. As variáveis sãoa presença e/ou ausência de um determinado fenômeno inserido em dada realidade. Essa constatação se dá para que o estudioso possa dissertar ou agir adequadamente sobre as características do fenômeno que o fato apresenta.

Representativamente, o estudioso pode estar interessado em investigar a situação do menor abandonado e delinqüente, com o objetivo de descrever as suas características, como também, procurar conhecer os fenômenos que encerram este fato para sobre eles (fenômenos) agir.

Quer aconteça o procedimento mantido para um ou outro objetivo, conclui-se que o procedimento estará presente, desde que obedeça a um PROJETO determinado, cuja preocupação se estende às generalizações que possam até atender casos particulares.

A atividade desempenhada pelo cientista tem em vista definir as

situações fenomenais, pois somente definindo-as ele é capaz de tornar conhecidos os conceitos elaborados.

Dessa maneira, o estudioso consegue atingir em termos de conhecimento as qualidades e quantidades próprias e próximas à verdade ou, às vezes, quase próximas, como também, a certeza que o fato encerra. Pretende-se, assim, atingir o melhor índice de validade e fidelidade do conhecimento de um fenômeno.

Para atingir tal resultado, é necessário que a busca do conhecimento de um fenômeno seja guiada por perguntas básicas que encaminharão o encontro de respostas concernentes e, portanto, coerentes entre si.

Essas perguntas podem ser sintetizadas em:

a) O que conhecer? b) Por que conhecer? c) Para que conhecer? d) Como conhecer? e) Com que conhecer? f) Em que local conhecer?

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Observa-se que tais procedimentos acabam por caracterizar uma ação metodológica que direciona o conhecimento do pesquisador, que se dirige a qualquer uma das propostas de formação profissional, seja ela própria ao advogado, ao psicólogo, ao contador, ao administrador, entre outros.

Assim sendo, a realidade científica é uma realidade construída e que tem significado à medida que oferece características objetivas, quantativamente mensuráveis e/ou qualitativamente observáveis e controladas.

Concluindo, é possível destacar que: • O conhecimento científico surgiu a partir das preocupações

humanas cotidianas e esse procedimento é conseqüente do bom senso organizado e sistemático.

• O conhecimento científico, considerado como um conhecimento superior, exige a utilização de métodos, processos, técnicas especiais para análise, compreensão e intervenção na realidade.

• A abstração e a prática terão que ser dominadas por quem pretende trabalhar cientificamente.

1.4 PARA COMPLETAR A COMPREENSÃO DO QUE FOI ESTUDADO

(EXERCÍCIO PARA CLASSE) 1) O conhecimento científico foi desenvolvendo-se aos poucos, apropriando-se da realidade da natureza. Você crê que ele já atingiu a verdade em alguma área do universo real? Por quê?

2) O que é mais verdadeiro: o objeto real ou o conhecimento que temos dele?

3) Existe alguma diferença de qualidade entre conhecimento sensível e conhecimento intelectual? Se existe, qual a diferença?

4) Ao investigar a realidade, o homem extrapola os conhecimentos adquiridos e prevê uma realidade que ainda não conhece, ou seja, formula uma hipótese. Essa hipótese pertence a que tipo de conhecimento: vulgar, científico, filosófico ou teológico? Por que?

5) Por que motivo o conhecimento científico depende de investigação metódica?

6) Por que o conhecimento científico esforça-se para ser exato e claro? Isso tem a ver com a busca da verdade?

7) Que sentido tem o fato de o conhecimento científico se sistemático? De que nos serve conhecer e aplicar as leis da natureza?

8) Qual o sentido da afirmação: o método científico é um instrumento usado pela Ciência na procura da realidade?

9) Os procedimentos, técnicas e regras do método científico formam um sistema? Pode explicar por quê?

10) O método científico é infalível? Por que?

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11) Em que circunstâncias os procedimentos, técnicas e regras do método cientifico podem sofrer mudanças?

12) Que sentido tem a rejeição do subjetivismo nas atividades científicas?

13) O que aconteceria se a Ciência aceitasse a concepção de verdade eterna para o conhecimento que tem da realidade?

14) Para que a Ciência submete constantemente seu conhecimento à verificação e à revisão?

15) A simples demonstração racional de um fato pode ser considerada compatível com o método científico? Por que?

16) Que objetivo tem a análise científica ao decompor o todo em suas partes componentes?

17) É possível afirmar-se que dedução e indução são processos lógicos de raciocínio? Por quê?

18) Qual é a função da síntese como procedimento científico de conhecimento da realidade?

19) Como característica da observação científica, a exatidão é absoluta ou relativa? Por que?

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2.

O MÉTODO CIENTÍFICO

Considerando o que já foi estudado, reforça-se a concepção de que a Ciência é um procedimento metódico cujo objetivo é conhecer, interpretar e intervir na realidade, tendo como diretriz problemas formulados que sustentam regras e ações adequadas à constituição do conhecimento.

Os métodos científicos são as formas mais seguras inventadas pelos homens para controlar o movimento das coisas que cerceiam um fato e, montar formas de compreensão adequada dos fenômenos.

Fatos – acontecem na realidade, independentemente de haver ou não quem os conheça.

Fenômeno – é a percepção que o observador tem do fato.

Pessoas diversas podem observar no mesmo fato fenômenos diferentes, dependendo de seu paradigma.

Paradigmas – constituem-se em referenciais teóricos que servirão de orientação para a opção metodológica de investigação.

Mesmo que os paradigmas sejam constituídos por construções teóricas, não há cisão entre a teoria e a prática, ou entre a teoria e a lei científica. Portanto, um e outro coexistem gerando o que se pode denominar praxiologia.

Método Científico – é a expressão lógica do raciocínio associada à formulação de argumentos convincentes. Esses argumentos, uma vez apresentados, têm por finalidade informar, descrever ou persuadir um fato. Para isso o estudioso vai utilizar-se de :

Termos – são palavras, declarações, significações convencionais que se referem a um objeto.

Conceito – é a representação, expressão e interiorização daquilo que a coisa é (compreensão da coisa). É a idealização do objeto.

O conceito é uma atividade mental que conduz um conhecimento,

tornando não apenas compreensível essa pessoa ou essa coisa, mas todas as pessoas e coisas da mesma época.

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Definição – é a manifestação e apreensão dos elementos contidos no conceito, tratando de decidir em torno do que se duvida ou do que é ambivalente.

Saber utilizar adequadamente termos, conceitos e definições significa metodologicamente expressar na Ciência aquilo que o indivíduo sabe e quer transmitir.

2.1 MÉTODO INDUTIVO Para Francis Bacon (1561 – 1626) o conhecimento científico é o único caminho seguro para a verdade dos fatos. Como Galileu, critica Aristóteles por considerar que o silogismo e o processo de abstração não propiciam um conhecimento completo do universo. Aponta como essenciais à observação e a experimentação dos fenômenos.

Bacon é considerado como um dos fundadores do Método Indutivo, que considera:

a) as circunstâncias e a freqüência com que ocorre determinado fenômeno; b) os casos em que o fenômeno não se verifica; c) os casos em que o fenômeno apresenta intensidade diferente.

A partir da Observação é possível formular uma Hipótese explicativa da causa do fenômeno.

A Indução leva a conclusões de caráter geral, a partir de casos particulares.

O método de Bacon é composto dos seguintes passos:

a) Experimentação – fase em que o cientista deve realizar experimentos acerca do problema estudado para poder observar e registrar sistematicamente todas as informações possíveis de serem coletadas.

b) Formulação das Hipóteses – com base nos experimentos e na análise dos resultados obtidos, as hipóteses procuram explicitar a relação causal entre os fatos.

c) Repetição – a repetição dos experimentos tem por finalidade acumular dados que servirão para o surgimento e formulação das hipóteses.

d) Teste das Hipóteses – por meio da repetição dos experimentos, testam-se as hipóteses, buscando-se novos dados, bem como as evidências que os confirmam.

e) Formulação de Generalizações ou leis após ocorrerem todas as fases anteriores – baseado nas evidências, o cientista formula as leis que descobriu.

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Bacon sugeriu as seguintes regras para a experimentação:

a) Alargar a experiência. b) Variar a experiência. c) Inverter a experiência. d) Recorrer aos casos da experiência

O método de Bacon pode ser assim sistematizado: aparecendo a causa, dá-se o efeito; retirando-se a causa, não se dá o efeito; variando-se a causa, altera-se o efeito.

C ���� efeito C1 ���� E1 2.2 MÉTODO ANALÍTICO e SINTÉTICO OU

MÉTODO DE INDUÇÃO EXPERIMENTAL

Como já foi visto, Galileu Galilei (1564 – 1642), foi o primeiro teórico do método experimental. O primeiro a desenvolver estudos sobre a sistematização das atividades no âmbito do conhecimento científico.

As Ciências, para Galileu, têm como foco principal as relações quantitativas. Discordou dos seguidores de Aristóteles, que consideravam que o estudo do conhecimento da essência íntima das substâncias individuais deveria ser substituído pelo conhecimento da lei que preside os fenômenos.

Para Galileu a pesquisa científica tem aspectos:

a) Analíticos - observação empírica do fenômeno.

b) Sintéticos – reprodução experimental do fenômeno. A confirmação da HIPÓTESE a transforma em LEI.

Portanto, o método de Galileu pode ser chamado de Método de Indução Experimental, que chega a uma generalização por meio das fases:

a) observação dos fenômenos;

b) análise dos elementos que compõem os fenômenos;

c) indução de hipóteses;

d) verificação de hipóteses aventadas por intermédio das experiências;

e) generalização do resultado das experiências;

f) confirmação das hipótese obtendo-se leis gerais. 2.3 MÉTODO DEDUTIVO

René Descartes (1596 – 1650) apresenta o Método Dedutivo, a partir da matemática e de suas regras de evidência, análise, síntese e enumeração.

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O protótipo do raciocínio dedutivo é o SILOGISMO, que, a partir de duas proposições chamadas premissas, retira uma terceira chamada conclusão.

EXEMPLO: Todo mamífero tem um coração. Ora, todos os cães são mamíferos. Logo, todos os cães têm um coração. Em sua obra Discurso do Método estabelece quatro regras

fundamentais:

a) Regra da evidência – não acolher como verdadeiro coisa nenhuma que não se reconheça evidentemente como tal.

b) Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades em tantas partes necessárias para melhor resolvê-las.

c) Regra de síntese – conduzir ordenadamente o pensamento, começando com os objetivos que não se disponham de forma material em seqüência de complexidade crescente.

Para melhor compreensão:

• Análise – é o processo de um todo em suas partes constitutivas. Caminha do mais complexo ao menos complexo.

• Síntese – e a reconstrução do todo decomposto pela análise. Caminha do mais simples ao mais complexo.

Sem a análise, o conhecimento é incompleto. A análise deve obrigatoriamente seguir-se à síntese.

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3. PROCESSOS DO

MÉTODO CIENTÍFICO

Na história da Metodologia do conhecer, muitas modificações foram feitas baseadas no surgimento de novas concepções filosóficas, físicas e sociais. Dessa forma, qualquer que seja o método científico, esse campo da investigação, deve cumprir, segundo Bunge1, estas etapas:

a) “descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de conhecimentos; b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de um velho

problema à luz de novos conhecimentos; c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do problema (dados

empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnica de medição, entre outros); d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada do problema com o auxílio

de instrumento conceitual ou empírico disponível); e) Investigação da conseqüência da solução obtida; f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução com a

totalidade das teorias e das informações empíricas pertinentes); g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na

obtenção da solução incorreta”. 3.1 OBSERVAÇÃO

A observação científica pode ser classificada de assistemática e sistemática. Em ambas o observador deve ter competência para observar e obter dados com imparcialidade, procurando controlar suas próprias opiniões e interpretações.

a) Observação assistemática – não estruturada, sem controle anteriormente elaborado e sem instrumental apropriado.

b) Observação sistemática – planejada ou controlada, objetivos e propósitos predefinidos.

Utiliza instrumento adequado:

• Indica e delimita a área a ser observada; • Requer planejamento prévio para seu desenvolvimento; • Considera:

- por que observar? - para que observar?

1 Bunge apud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. Fundamentos de metodologia científica. 2000, p. 60.

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- o que observar? - quem observar?

3.2 INDUÇÃO

Indução é um processo mental por intermédio do qual, partindo de dados

particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal não contida nas partes examinadas.

EXEMPLO: O vestido amarelo é bonito. O vestido azul é bonito. O vestido branco é bonito. O vestido n é bonito. Logo (todo) vestido é bonito. A indução pode ser:

a) Formal ou completa – (de Aristóteles) – é o inverso da dedução. Não induz de alguns casos, mas de todos os casos de uma espécie ou gênero. Nesse tipo de indução, há uma simples substituição de uma coleção de termos particulares por um equivalente.

EXEMPLO: Os corpos A, B, C, D se aquecem Ora, os corpos A, B, C, D são todos metais Logo, os metais se aquecem.

b) Indução incompleta ou científica – É a alma das ciências experimentais - criada por Galilei e aperfeiçoada por Bacon. Fundamenta-se na causa ou na lei que rege o fato ou fenômeno.

3.3 DEDUÇÃO

A dedução consiste em um recurso metodológico em que a racionalização ou combinação de idéias, em sentido interpretativo, vale mais que a experimentação de caso por caso. Em termos mais simples, pode-se dizer: é o raciocínio que caminha do geral para o particular.

Para a Metodologia, é importante entender que no modelo dedutivo a

necessidade de explicação não reside nas premissas, mas na relação entre as premissas e a conclusão.

O processo dedutivo ´e utilizado amplamente na Matemática. Os seus argumentos são, na maior parte, dedutivos. Os teoremas são demonstrados a partir de axiomas e postulados (premissas).

EXEMPLO: Toda ave bota ovo. Ora, todas as galinhas são aves. Logo, todas as galinhas botam ovo. Críticas ao processo dedutivo:

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• O processo dedutivo é de alcance limitado, pois a conclusão não pode assumir conteúdos que excedam o das premissas.

• A dedução não é condição suficiente de explicação, como também não é condição necessária, pois muitas são as explicações que não têm qualquer lei como premissa.

A descrição dos fatos ou fenômenos pode ser feita externamente de um ponto de vista especial, sendo que essa descrição serve de explicação sem, necessariamente se processar qualquer dedução.

Segundo Saloman2, as características básicas que distinguem os argumentos dedutivos dos indutivos, são:

DEDUTIVOS • Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser verdadeira. • Toda a informação do conteúdo fatual (coisa ou ação feita) da conclusão já

estava pelo menos implicitamente (inclusa) nas premissas. INDUTIVOS

• Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

• A conclusão encerra informações que não estavam implicitamente nas premissas. O dedutivo tem o propósito de enunciar formalmente, claramente, o

conteúdo das premissas.

O indutivo tem a finalidade de ampliar o alcance dos conhecimentos.

3.4 EXPERIMENTAÇÃO

A experimentação pode ser definida como um conjunto de procedimentos estabelecidos para verificação das hipóteses.

A experimentação é sempre realizada em situação de laboratório, isto é, com controle de circunstâncias e variáveis3 que possam interferir na relação de causa e efeito que está sendo estudada.

Variável independente – quando as hipóteses enunciam uma relação de antecedência.

Variável dependente – quando as hipóteses enunciam uma relação de conseqüência entre os dois fenômenos.

Na experimentação busca-se descobrir se a relação existe e qual é a proporção de variação encontrada nessa relação.

2 Saloman apud Aidil Jesus da Silveira Barros et al. op.cit. p. 64. 3 Variável – tudo aquilo que pode mudar, que pode variar, que é inconstante.

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4. A PESQUISA

Pesquisa é o processo de desenvolvimento do método científico; seu objetivo é descobrir respostas mediante o uso de procedimentos científicos. De maneira bem simples, significa procurar respostas para indagações propostas.

Pesquisar é um conjunto de ações propostas para encontrar a solução de um problema, que tem por base procedimentos racionais e sistemáticos. A pesquisa é realizada quando se tem um problema e não se tem informações para solucioná-lo.

Portanto, pesquisar significa, de forma bem simples, procurar respostas para indagações propostas.

Os procedimentos comuns à pesquisa são:

a) Formulação de questões ou proposição de problemas e levantamento de hipóteses de trabalho ou solução.

b) Realização de leituras e observações.

c) Registro e interpretação das observações e das leituras.

d) Elaboração de explicações, conclusões, generalizações e previsões.

As pesquisas podem ser do tipo exploratório, descritivo, explicativo e participante.

As etapas desses tipos de pesquisas são:

a) Formulação de um problema. b) Construção de hipóteses. c) Delineamento metodológico. d) Operacionalização de conceitos e variáveis. e) Seleção da amostra ou fonte de dados. f) Elaboração de instrumentos de coleta dos dados. g) Coleta dos dados. h) Análise e interpretação dos resultados. i) Redação do trabalho científico.

4.1 O PROBLEMA Um problema é um fato ou fenômeno que ainda não possui resposta ou explicações. Sua solução só é possível por meio da pesquisa. A escolha do problema de pesquisa deve ser a primeira tarefa do pesquisador.

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As diretrizes do problema são:

a) O problema deve ser formulado como uma pergunta. b) Deve ser delimitado de modo claro, preciso e viável. c) Apresentar, sempre que possível, algumas referências empírica.

Inclui indagações:

• Por que pesquisar?

• Qual a relevância do problema?

• Quem será o beneficiário do resultado? 4.2 HIPÓTESE

A hipótese sugere explicações para o fato estudado e antecipa soluções para o problema escolhido.

a) A Construção da hipótese é realizada a partir:

• Da observação dos fatos. • De poder incluir resultado de outras pesquisas. • Da intuição do pesquisador. • De constituir-se, em relação ao pesquisador, de :

- suas crenças; - seus valores; - suas aspirações; - suas esperanças; - seus sonhos.

b) Características - boas hipóteses têm:

• Clareza conceitual. • Definição operacional. • Especificidade.

• Referências empíricas, evitando o uso de julgamentos de valor (bom, mau, pobre, bonito, e outros).

• Relacionar-se a uma teoria, quando possível. 4.3 DELINEAMENTO

O delineamento metodológico de uma pesquisa inicia-se com a seleção da fonte de dados. Os dados podem ser fornecidos por pessoas ou “papel” (documentos).

Uma pesquisa pode ser: bibliográfica, documental, descritiva e experimental. 4.3.1 Pesquisa Bibliográfica

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23 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Trata-se de levantamento de toda a bibliografia já publicada em forma de

livros, revistas, teses, publicações avulsas e imprensa escrita.

A pesquisa bibliográfica objetiva colocar o pesquisador em contato com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto, com a finalidade de colaborar na análise de sua pesquisa.

É importante diferenciar a pesquisa documental (ou de fontes primárias, direta) da pesquisa bibliográfica (ou de fontes secundárias, indireta).

Pesquisa bibliográfica é aquela que se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congêneres, como foi dito anteriormente.

A pesquisa bibliográfica compreende oito fases distintas:

a) escolha do tema; b) elaboração do plano de trabalho; c) identificação; d) localização; e) compilação; f) fichamento; g) análise e interpretação; h) redação. 4.3.2 Pesquisa Documental

Utiliza de material sem tratamento analítico ou interpretativo: documentos oficiais, cartas, contratos, reportagens veiculadas a jornais, filmes, fotografias, diários, entre outros.

É proveniente dos próprios órgãos, entidades ou empresas,

correspondendo aos documentos de primeira mão, ainda não elaborados, escritos ou não, mas que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica. Desenhos, indumentárias, fotografias, registros de manifestações folclóricas, relatórios técnicos, gravações de entrevistas, pinturas, objetos de arte, canções, entre outros.

4.3.3 Pesquisa Descritiva

Observa, registra, descreve, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos,

sem interferência do pesquisador. Visa descrever as características de determinada população ou

fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolvem o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados, questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento.

A pesquisa descritiva pode assumir a forma de:

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a) Estudo Exploratório - visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explicito ou construir hipóteses.

b) Estudo de Caso - caracteriza-se pelo estudo exaustivo de poucos objetos, sendo possível com a Pesquisa Exploratória.

A “dificuldade” está na generalização dos dados obtidos, porém suas vantagens superam esta dificuldade. Sugere-se para esse delineamento: objetos extremos ou marginais.

c) Levantamento de Dados - pesquisas que se caracterizam pela interrogação direta dos sujeitos. As conclusões obtidas podem se projetadas para todo o universo.

Diferem do censo porque não recolhe informações de todos os sujeitos, mas sim de uma amostra significativa.

a) As vantagens: • Contato com a realidade pesquisada. • Economia e rapidez na coleta de dados. • Tratamento estatístico dos dados.

b) As limitações:

• Subjetividade incontrolável. • Pouca profundidade. • Validade restrita à época e ao lugar da coleta de dados.

4.3.4 Pesquisa Experimental

Quando se determina um objeto de estudo. Seleciona-se as variáveis

que seriam capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controle e observação dos efeitos que a variável produz.

Em ciências sociais, cujos objetos de estudos são pessoas, grupos ou instituições as limitações éticas e técnicas reduzem, consideravelmente, o uso da experimentação.

OBSERVAÇÃO: Procedimento alternativo

EX POST FACTO – (fatos já ocorridos) assemelha-se ao delineamento experimental mas exclui o pesquisador do controle do fato. Quando o experimento se realiza depois dos fatos. 4.4 ROTEIRO DE PLANO DE PESQUISA

I. Título da pesquisa.

II. Objeto e Justificativa. Introdução ao tema. O problema da pesquisa (o que será pesquisado; a “pergunta”). Justificativa (por que escolheu esse problema).

III. Revisão Bibliográfica (Estado da Arte). Expor resumidamente as principais idéias já discutidas por outros autores que trataram do problema, levantando críticas e dúvidas,

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quando for o caso. Explicar no que o seu trabalho vai se diferenciar dos trabalhos já produzidos sobre o problema a ser trabalhado e/ou no que vai contribuir para o conhecimento do mesmo4.

IV. Hipóteses. Explicar as hipóteses (respostas provisórias” baseadas na revisão bibliográfica) que foram formuladas para estudar o problema.

V. Procedimentos Metodológicos (como verificar as hipóteses). Identificar como realizar a pesquisa, especificando suas etapas e os procedimentos que serão adotados em cada uma delas. Entre os procedimentos, explicar: o tipo de pesquisa (estudo setorial, histórico, de caso entre outros); tipos de dados; período coberto; âmbito espacial; fontes de informação qualitativa e quantitativa.

VI. Desenho da Pesquisa. Apontar, em grandes linhas, o conteúdo que terá o relatório final da pesquisa indicando também quais os prováveis capítulos que constituirão o relatório.

VII. Bibliografia. VIII. Cronograma.

Portanto, o delineamento experimental constitui-se da seleção de

variáveis capazes de influenciar:

a) O objeto de estudo. b) A definição das formas de observação. c) O controle dos possíveis efeitos da variável sobre o objeto de estudo.

4.5 EXERCÍCIO SOBRE PROJETO DE PESQUISA

Com base no que já foi estudado, inicie a elaboração de um projeto de

pesquisa sobre um problema já vivenciado.

VOCÊ PODE SIMULAR O QUE SE PEDE ABAIXO

a) Indicar o problema a ser investigado: ..................................................................................................

b) Planeje o seu estudo exploratório observando: • referências bibliográficas sobre o tema: .................................................................................................. • exame de documentos sobre pesquisa realizada no país, na área: .................................................................................................. • separe as obras, artigos e resenhas a serem pesquisados: ..................................................................................................

c) Redefina e formule melhor o problema a ser estudado: ..................................................................................................

4 A bibliografia citada e/ou consultada deve ter suas referências ao final do projeto, de acordo com as normas oficiais.

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d) Especifique o que conduziu a pesquisar tal tema e formule os problemas enunciados:

..................................................................................................

RASCUNHE O SEU PROJETO DE PESQUISA

a) Seu projeto deve apresentar alguns dados de identificação como: • Título da pesquisa:... • Pesquisador:... • Entidade (Instituição responsável):... • Período de realização:

b) Proposta de estudo • Tema a ser pesquisado:........... • Formulação do problema:...... • Hipóteses:..... • Objeto:...... • Objetivos:..... • Metodologia de estudo:......... • Instrumentos de coleta de dados:......... • Referencial teórico:......... • Cronograma:........ • Plano orçamentário:..........

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5. CLASSIFICAÇÃO DA

PESQUISA

Para Gil5, a pesquisa tem um caráter pragmático, é

um “processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.

Existem várias formas de classificar as pesquisas. As formas clássicas

de classificação serão apresentadas a seguir: a) Quanto à natureza

• Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.

• Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

b) Quanto à forma de abordagem

• Pesquisa quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer recursos estatísticos.

• Pesquisa qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números.

5 Antônio C. Gil. Como elaborar projetos de pesquisa. 1999, p.42.

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5.1 FASES DO MÉTODO DE PESQUISA

1º FASE

3a FASE

4a FASE

5a FASE

5.1.1 O tema É o assunto que se deseja provar ou desenvolver. Deve-se levar em

consideração os seguintes fatores:

a) Internos • Selecionar um assunto, tendo presente o domínio sobre o qual vai

trabalhar.

• Assunto compatível com qualificações pessoais, da formação universitária e pós-graduação, ou seja, da aprendizagem, da vivência intelectual no meio do estudo universitário e no ambiente científico e cultural.

• Encontrar um objeto que mereça ser investigado cientificamente, formulado e determinado em função da pesquisa.

SELEÇÃO DO TEMA

FORMAÇÃO DO

PROBLEMA

ANTEPROJETO

HIPÓTESE Processo de Planejamento da Pesquisa

2a. Fase

COLETA DE DADOS

SELEÇÃO DA AMOSTRA

ESCOLHA DA TÉCNICA

CLASSIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS

RELATÓRIO FINAL

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b) Externos

• Disponibilidade do tempo para realizar uma pesquisa completa e aprofundada.

• Existência de obras pertinentes ao assunto. • Possibilidade de consultar especialistas da área.

c) Delimitação do assunto

Deve-se evitar assuntos já explorados recentemente, como também temas muito amplos, que conduzem a discussões intermináveis, fazendo-se a delimitação do assunto que implica:

• Distinguir o sujeito e o objeto da questão. Exemplo: - Organização do Trabalho- o sujeito é trabalho; o objeto é

organização. ↓ Tema

• Especificar os limites da extensão tanto do sujeito quanto do objeto, por intermédio de: Adjetivos explicativos ou restritivos.

EXEMPLO: - Adjetivo explicativo: Organização social do trabalho. - Adjetivo restritivo: Organização atual do trabalho. - Complementos nominais ou especificação � especificam os substantivos ou adjetivos.

EXEMPLO: Organização social do trabalho de produção

artesanal. - Determinação das circunstâncias � especialmente de tempo e

espaço.

EXEMPLO: Organização social do trabalho de produção artesanal durante a Idade Média na Europa Ocidental.

5.1.2 Elaboração do Plano de Trabalho.

Na elaboração do plano deve-se observar a estrutura de todo trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão. a) Introdução- apresentação sintética da questão. b) Desenvolvimento - fundamentação lógica do trabalho que apresenta três

fases: Explicação, Discussão e Demonstração. c) Conclusão - Consiste no resumo completo, mas sintetizado, da

argumentação desenvolvida na parte anterior (desenvolvimento).

5.1.3 Identificação É a fase de reconhecimento do assunto pertinente ao tema em estudo.

Procura-se catálogos onde se encontram as relações das obras. Faz-se o levantamento, pelo sumário ou índice, dos assuntos nele abordados e por

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30 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

último, faz-se a verificação da bibliografia ao final do livro ou do artigo, se houver.

5.1.4 Localização Após o levantamento bibliográfico, passa-se à localização das fichas

bibliográficas nos arquivos das bibliotecas públicas, nas de faculdades oficiais ou particulares e outras instituições. 5.1.5 Compilação

É a reunião sistemática do material contido em livros, revistas, publicações avulsas ou trabalhos fotocopiados. Esse material pode ser obtido por meio de fotocópias, “xerox” ou microfilmes. 5.1.6 Fichamento

A ficha é um importante instrumento de trabalho que permite identificar as obras, conhecer seu conteúdo, fazer citações, analisar o material e elaborar críticas.

O sistema de fichas é altamente utilizado nas mais diversas instituições, para serviços administrativos, e nas bibliotecas, onde existem fichas de autores, de títulos, de séries e de assuntos, para consulta do público. a) Aspecto físico

É importante que se dê atenção ao aspecto físico das fichas, uma vez que será utilizada por muitos anos.

Os tamanhos mais comuns são:

- pequeno (intencional)____________ 7,5cm x 12,5cm. - médio________________________ 10,5cm x 15,5cm - grande________________________ 12,5cm x 20,5cm.

Precisando utilizar o reverso das fichas, para continuar as anotações, será mais adequado fazer coincidir a última linha do anverso com a primeira do reverso, de forma que a ficha possa ser girada sobre si mesma, para permitir a leitura do verso sem retirar a ficha do seu lugar.

b) Composição das fichas A estrutura das fichas compreende três partes principais: cabeçalho,

referência bibliográfica e corpo ou texto. Deve-se colocar, também, a indicação da obra e o local em que se acha disponível o material.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Normas para apresentação de trabalho científico. Vol. 6. – Biblioteca da UNICE a) Tipos de fichas

Existem vários tipos de fichas: fichas de leitura, ficha bibliográfica, ficha de citações, fichas de resumo ou de conteúdo, ficha de esboço e fichas de comentário ou analítica. Há autores que apresentam, ainda, ficha de assunto e ficha de título da obra.

• Fichas de leitura- contém todas as informações sobre um artigo ou livro.

Exemplo: citado anteriormente.

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• Ficha bibliográfica- refere-se ao tema abordado, conclusões alcançadas, utilização de recursos ilustrativos, tais como: tabelas, quadros, desenhos, etc; fontes dos dados. Exemplo: pág. 131 do livro MTC – Univ. Est. Vale do Acaraú.

• Ficha de citações- consiste na reprodução fiel de fases ou sentenças consideradas relevantes ao estudo em pauta. Exemplo: NÉRICE. Didática. São Paulo: Atlas, 1983. P. 38, 30 parágrafo (Livro emprestado do prof. José Carlos).

• Ficha de resumo ou de conteúdo- apresenta uma síntese bem clara e concisa das idéias principais do autor ou resumo dos aspectos essenciais da obra.

• Ficha de esboço- assemelha-se à ficha de resumo ou conteúdo, pois refere-se à apresentação das principais idéias expressas pelo autor, ao longo de sua obra ou parte dela, porém de forma mais detalhada.

Ficha de comentário ou analítica- consiste na explicação ou

interpretação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte dele.

À medida que o pesquisador tem em mãos as fontes de referência, deve transcrever os dados em fichas com o máximo de exatidão. A ficha permite a ordenação do assunto, ocupa pouco espaço e pode ser transportada de um lugar para o outro, facilitando o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais. Na face dessas fichas são transcritos os dados referentes ao documento em si, conforme as técnicas bibliográficas. 5.1.7 Análise e Interpretação a) A primeira fase é a crítica do material bibliográfico, sendo considerado um

juízo de valor sobre determinado material científico. b) A segunda fase compreende a decomposição dos elementos essenciais e

sua classificação. c) A terceira fase é a generalização. d) A quarta fase exige uma análise crítica, utilizando instrumental e processos

sistemáticos e controláveis.

A crítica pode ser externa e interna:

• Crítica externa - é feita sobre “o significado, a importância e o valor

histórico de um documento, considerado em si mesmo, e em função

do trabalho que está sendo elaborado6”. Abrange a crítica do texto,

crítica da autenticidade e a crítica da proveniência (estudo de onde

provieram os documentos).

6 Délcio Vieira Saloman. Como fazer uma monografia. 1972, p. 256.

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32 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

• Crítica interna - é aquela que aprecia o sentido e o valor do

conteúdo. Compreende: crítica de interpretação ou hermenêutica

que averigua o sentido exato que o autor quis exprimir e crítica do

valor interno do conteúdo que aprecia a obra julgando a autoridade

do autor e o valor que representa o trabalho e as idéias nele

contidas.

Por fim, a interpretação exige a comprovação ou refutação das

hipóteses.

5.1.8 Redação A redação da pesquisa bibliográfica varia de acordo com o tipo de

trabalho científico que se deseja apresentar. Pode ser uma monografia, uma dissertação ou uma tese.

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6. COLETA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE

DADOS

FONTE DE DADOS

6.1 TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS a) Observação – pesquisa de campo – estudo direto junto às fontes informativas. Utiliza os sentidos na obtenção de determinados dados.

• Simples. • Participante. • Sistemática.

UNIVERSO OU POPULAÇÃO DE

ESTUDO

RETIRA-SE A AMOSTRA

ALEATÓRIA ESTATÍSTICA E

CONSIDERADA

CONSTITUÍDA DE ACORDO COM A OPORTUNIDADE

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34 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

c) Informações bibliográficas • Livros. • Periódicos. • Bibliografias retrospectivas. • Internet.

d) Coleta de dados estatísticos

• Fontes nacionais e internacionais (dados primários e secundários) • Pesquisa de campo (população ou amostragem).

e) Entrevista – pesquisa de campo – é uma conversação efetuada face a

face, de maneira metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária. • Informal. • Focalizada. • Pautada. • Formalizada.

d) Questionário – pesquisa de campo - é a técnica por excelência da

pesquisa social, possibilita atingir um grande número de sujeitos. É constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito, sem a presença do pesquisador.

• Compreende em: - Pouco gasto. - Garante o anonimato. - Dá liberdade ao respondente. - Não expõe o pesquisado à influência das opiniões do pesquisador.

• Construção do Questionário - é a tradução dos objetivos

específicos da pesquisa. As perguntas podem ser: - Abertas. - Fechadas. - Duplas. • O conteúdo pode ter perguntas sobre: - Fatos: idade, sexo, estado civil, naturalidade. - Crenças: preconceitos, ideologias, convicções. - Sentimentos: medo, desconfiança; afeto; desafeto. - Padrões de comportamento: ética, estética, beleza, justiça,

cidadania. • Como devem ser as perguntas: - Claras. - Levar em consideração a escolaridade. - O sistema de referência do sujeito. - Possibilitar uma única interpretação. - Não sugerir resposta. - Referir-se a uma única idéia.

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A análise dos dados coletados, pressupõe o estabelecimento de categorias, da codificação, tabulação, análise estatística e interpretação desses dados.

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7. PROCESSO DE

ELABORAÇÃO DE UM TRABALHO CIENTÍFICO

7.1 ESTRUTURA

Todos os trabalhos científicos se desenvolvem em três fases: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão que serão detalhadas posteriormente. 7.2 TIPOS DE TRABALHO CIENTÍFICO

Para efeito de nosso estudo, iremos detalhar os três mais importantes trabalhos científicos: Monografia, Dissertação e Tese.

7.2.1 Monografia

Na definição da ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas, Monografia é o documento que apresenta a descrição exaustiva de determinada matéria, abordando aspectos científicos, históricos, técnicos, econômicos e artísticos, entre outros.

A monografia pode ser feita durante os cursos superiores e nos pós-graduação. Pode até ser feita independentemente de regime escolar, pelo prazer de estudar e pesquisar, por qualquer pessoa. a) Características

• Tema específico. • Tratamento específico. • Contribuição importante para a ciência. • Tema limitado. • Tratamento com profundidade. • Limitação a uma ciência ou a uma parte dela. • Tema restrito e particular. • Uso de metodologia científica. • Contribuição pessoal à ciência. • Trabalho escrito, sistemático e completo.

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b) Objetivos • Descobrir verdades sobre temas de interesse de uma ciência ou

parte dela. • Redescobrir e reestudar assuntos já estudados anteriormente. • Esclarecer fatos ou teorias já estudados mas que permanecem

obscuros e sem pleno conhecimento. • Ordenar e metodizar saber e conhecimento. • Aumentar o referencial científico por meio de trabalho metódico. • Levar ao conhecimento da comunidade científica e do público as

novas descobertas.

c) Finalidades • Externa: - quando se destina à obtenção de título e como avaliação escolar. • Interna: - para satisfazer o desejo interior de saber, conhecer e produzir

conhecimento. É feita pelo prazer de estudar e de pesquisar. - expor cultura, saber e conhecimento. - comunicar por escrito o resultado de uma descoberta pessoal.

7.2.2 Dissertação

A dissertação é um tipo de trabalho científico apresentado ao final do curso de mestrado, visando obter o título de mestre. Requer apresentação pública do trabalho. Exige a orientação de um professor pesquisador da área.

É um estudo teórico, de natureza reflexiva, que consiste na ordenação de idéias sobre determinado tema7. Como estudo teórico, de natureza reflexiva, requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados. Por ser um estudo formal, exige metodologia própria do trabalho científico.

7.2.3 Tese

É um trabalho científico exigido nos cursos de doutoramento e na livre-docência. Trata de pesquisa científica em torno de um assunto, tema ou fato qualquer ainda não tratado cientificamente. Uma das exigências é a originalidade, isto é, deve ser fruto de pesquisa original, deve ser inédito. a) Conceito

Tese é “opinião ou posição que alguém sustenta e está preparado para defender”8. A tese apresenta o mais alto nível de pesquisa e requer não só exposição e explicação do material coletado, mas também, e principalmente, análise e interpretação dos dados.

b) Objetivos

Como atividade acadêmica, tem o objetivo de obtenção de um título de doutor ou de livre-docente. Em si mesmo, o objetivo de uma tese seria o de adquirir novos conhecimentos e colaborar na solução de dado problema.

7.2.4 Trabalho gráfico

7 Ângela Domingos Salvador. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográficas. 1980, p. 35. 8 Robert Barrass. Os cientistas precisam escrever. 1979, p. 152.

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38 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

a) Papel de tamanho A4, de boa qualidade.

b) O texto tem que ser digitado em espaço duplo (2), jogando para espaço três (3) as passagens paragrafais.

c) Margens do papel: • superior = 3cm • inferior e direita = 2 cm • esquerda = 4 cm

d) Numeração das páginas – começa a ser indicada a partir da Segunda página da INTODUÇÃO. Contudo, a contagem do número de páginas inicia-se a partir da folha de rosto. Assim o primeiro número (arábico) a escrever poderá ser: 3,4,5 ou 8,9.

O número de cada folha deve estar impresso no centro superior da folha, ou à sua direita superior ou inferior, a dois centímetros da borda do papel.

e) Parágrafos – devem avançar 8 a 10 cm adiante da margem esquerda.

f) Capítulos – cada capítulo é um tema ou um subtema que está sendo tratado. Por isso eles começam em página nova.

Deve ser numerado à base do referencial romano e centralizado no alto da página à margem abaixo de cinco (5) centímetros da borda, ou com número arábico, com letras maiúsculas, sem pontuação.

EXEMPLO: CAPÍTULO I O TRABALHO EDUCACIONAL ou 1. O TRABALHO EDUCACIONAL

g) Glossário – relação de palavras técnicas e especiais, contidas em obras gerais ou específicas; ajuda na compreensão do texto.

h) Apêndices e anexos – são inclusões de textos ou de ilustrações complementares que o autor julga conveniente adicionar na elaboração de seu trabalho.

• Apêndice – texto ou composição de autoria própria. • Anexos – textos e expressões da realidade, extraídos de fontes ou de

bibliografia aparecem após a Bibliografia.

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39 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

8.

ESTRUTURA DO TRABALHO ACADÊMICO

8.1 ELEMENTOS DO PRÉ-TEXTO 8.1.1 Capa - instituição a qual é submetido, título do trabalho, contendo: nome

do autor, local e ano. 8.1.2 Folha de Rosto ou Página de Rosto contém os elementos essenciais à

identificação do trabalho: a) autor (es):quando houver mais de um, relacioná-los em ordem alfabética; b) título – claro e preciso, contendo palavras que identifiquem o seu conteúdo e

possibilitem a indexação e recuperação da informação; c) substituto, se houver, claramente subordinado ao título principal, precedido

de dois pontos(:); d) número do volume, quando houver mais de um, em algarismos arábicos; e) nota indicando a natureza acadêmica do trabalho (grau, área e/ou

disciplina), a unidade de ensino (departamento, curso, setor, escola ou instituição, entre outros), e a instituição em que é apresentado;

f) nome do(s) orientador (es) ou professor da disciplina; g) local (cidade) da instituição na qual o trabalho foi defendido; h) ano em algarismo arábico (para trabalhos acadêmicos recomenda-se

colocar o mês e o ano).

Em tese e dissertações recomenda-se a inclusão de ficha catalográfica9 no verso da folha de rosto.

9 A ficha catalográfica que deve ser elaborada por profissionais especializados, é o conjunto de dados, sistematicamente ordenados, com a descrição física e temática do trabalho, fornecendo uma idéia sumária do assunto tratado e de seus aspectos físicos. É impressa na parte inferior da página, em um retângulo de 7,5 cm por 12,5 cm, conforme AACR.

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MODELO DE FOLHA DE ROSTO DE MONOGRAFIA 8.1.3 Termo de Aprovação A tese, a dissertação e a monografia, depois de aprovadas e corrigidas, devem trazer o termo de aprovação, em folha distinta, inserido após a folha de rosto. Consta o termo de aprovação o autor, o título, o texto da aprovação, o nome do professor orientador e dos examinadores com as respectivas assinaturas, bem como as instituições a que são filiados, além do local e da data de aprovação.

A inclusão do termo de aprovação em teses, dissertações e monografias depende das normas de cada instituição.

8.1.4 Dedicatória (opcional)

ANA MARIA ANNONI BINOTTO

COLEÇÃO DE SERIADOS DA BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS DA SAÚDE TRATAMENTO E CRIAÇÃO DE UMA BASE DE DADOS

REFERENCIAL

Monografia apresentada à disciplina Metodologia da Pesquisa em Biblioteconomia II como requisito parcial à conclusão do Curso de Biblioteconomia e Documentação, Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Paraná. Orientadora: Profª Terezinha Tartuce

Co-orientadora: Marisa Pascarelli Agrello

FORTALEZA 2002

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41 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Dedicatória é a menção em que o autor presta homenagem ou dedica o trabalho a alguém. É colocada em folha distinta, logo após o termo de aprovação, no caso de teses dissertações e monografias, ou após a folha de rosto, no caso de e trabalhos acadêmicos

Quando pouco extensa, a dedicatória pode figurar na mesma folha dos agradecimentos.

EXEMPLO: “Dedico este trabalho à ortopedia e ao futebol, que foram as sementes das minhas amizades. A ortopedia me concedeu a ventura e a alegria de aprender a tratar lesões ósseas e articulares e o futebol, a conhecer o lazer e o divertimento, nesta minha breve passagem pelo mundo dos homens”.

8.1.5 Agradecimentos (opcional) Agradecimentos são menções que o autor faz a pessoa e/ou instituição das quais eventualmente recebeu apoio e que concorreram de maneira relevante para o desenvolvimento do trabalho. Os agradecimentos aparecem em folha distinta, após a dedicatória, em teses, dissertações e monografias.

8.1.6 Sumário Sumário10 é a enumeração dos capítulos, seções ou partes do trabalho,

na ordem em que aparecem no texto, indicando suas subordinações, bem

como as folhas em que se iniciam.

Se o trabalho for apresentado em mais de um volume, em cada um

deles deve constar o sumário completo do trabalho, especificando os capítulos,

seções ou partes de cada volume. É desnecessário em trabalhos pouco

extensos ou pouco divididos.

O sumário deve ser apresentado da seguinte maneira:

a) em folha distinta, após a folha de rosto, o termo de aprovação, a dedicatória,

os agradecimentos, epígrafe e o resumo.

b) relacionando os títulos dos elementos pré-textuais, que aparecem após o

sumário, com exceção da dedicatória, dos agradecimentos da apígrafe e do

resumo, sem indicativo de numeração;

10 Para o sumário ver Normas Brasileiras Registrada (NBR) 6027, Da Associação Brasileira de Normas Científicas (ABNT)

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c) relacionando os títulos de todos os elementos pós-textuais, sem indicativo de numeração;

d) relacionando os títulos dos elementos pré-textuais, dos elementos textuais (dos capítulos, das seções ou das partes) e dos elementos pós-textuais com o mesmo padrão empregado no texto;

e) cada capítulo, seção ou parte deve apresentar os seguintes dados:

- indicativo numérico11, que quando houver; - título; - número da folha inicial, ligado ao título por uma linha pontilhada.

O sumário não deve ser confundido com:

a) índice, que é a relação detalhada dos assuntos, nomes (de pessoas, geográficos e outros) e títulos, em ordem alfabética, que aparece ao final do documento, localizando e remetendo para as informações contidas no texto.;

b) resumo, que é a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de maior relevância, e que figura nas folhas pré-textuais;

c) lista, que é a relação de elementos de apresentação de dados e informações (gráficos, mapas, tabelas, lâminas, fotografias, abreviaturas e símbolos) utilizados no trabalho, e que figura nas folhas pré-textuais.

O sumário é também denominado de contents, em inglês, contenido, em espanhol, table des matières, em francês, sommario, em italiano, e inhalt, em alemão.

8.1.7 Resumo

Resumo12 é a apresentação concisa do texto, destacando seus aspectos de maior relevância.

Na elaboração do resumo, deve-se:

a) Apresentar o resumo precedendo o texto, em entrelinhamento menor e em folha distinta.

b) Escrever o resumo na língua do texto, sendo aconselhável incluir versão em uma ou mais línguas de difusão internacional, na folha seguinte, no caso de dissertação e teses;

c) incluir obrigatoriamente um resumo em português no caso de trabalhos em língua estrangeira;

d) redigir em um único parágrafo; e) em teses e dissertações, apresentar o resumo com, no máximo, 500

palavras e em monografias e outros trabalhos acadêmicos , com 250 palavras;

f) redigir com frases completas e não com seqüência de títulos; g) empregar termos geralmente aceitos e não apenas os de uso particular;

11 Para a numeração progressiva das seções de um documento, ver Norma Brasileira Registrada (NBR)

6024, da Associação Brasileira de Normas Científicas (ABNT). 12 Para o resumo ver Norma Brasileira Registrada (NBR) 6028, da Associação Brasileira de Normas

Técnicas (ABNT).

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h) expressar na primeira frase do resumo o assunto tratado, situando-o no tempo e no espaço, caso o título do trabalho não seja suficientemente explícito;

i) dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular; j) evitar o uso de citações bibliográficas; k) ressaltar os objetivos, os métodos, os resultados e as conclusões do

trabalho; l) indicar, se for o caso, as novas diretrizes de teorias, processo, técnicas e

aparelhos, bem como o nome de todos os novos elementos, minérios e compostos;

m) citar com rigor o domínio de aplicação, grau de exatidão e o princípio básico de novos métodos;

n) mencionar os nomes geográficos (município, estado e país) ou a circunscrição (região, distrito, condado), quando necessário.

O resumo é denominado abstract, em inglês, resumen, em espanhol,

résumé, em francês, riasssunto, em italianos, e Zusammenfaassung, em alemão. Não de ser confundido com o sumário, que é a lista dos capítulos, seções ou partes. No sumário, o conteúdo é descrito por títulos e subtítulos, enquanto no resumo, que é um síntese, o conteúdo é apresentado em forma de texto reduzido.

8.2 ELEMENTOS TEXTUAIS

Texto é a parte do trabalho em que o assunto é apresentado e desenvolvido. Pode ser dividido em seções ou capítulos e subseções13. Cada seção primária deve iniciar em folha própria. Conforme a metodologia adotada ou a finalidade a que se destina, o texto é estruturado de maneira distinta, mas geralmente em introdução, desenvolvimento e conclusão, não necessariamente com esta divisão e denominação, mas nesta seqüência. 8.2.1 Introdução Introdução é a parte do trabalho em que o assunto é apresentado como um todo, sem detalhes. Trata-se do elemento explicativo do autor para o leitor. A introdução deve: a) estabelecer o assunto, definindo-o sucinta e claramente, sem deixar dúvida

quanto ao campo e período abrangidos e incluindo informações sobre a natureza e a importância do problema;

b) indicar os objetivos e a finalidade do trabalho, justificando e esclarecendo sob que ponto de vista é tratado o assunto;

c) referir-se aos tópicos principais do texto, dando o roteiro ou a ordem de exposição (entretanto, na introdução não são mencionados os resultados alcançados, o que acarretaria desinteresse pela leitura integral do texto).

13 Cada seção primária (principal divisão do texto) pode ser subdividida em seções secundárias, estas, em

seções terciárias, as terciárias, em quaternárias, as quaternárias, em quinárias. Recomenda-se evitar a subdivisão excessiva das seções, não ultrapassando a seção quinária.

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���� CAPAREF. BIBLIOGRÁFICAS

���� GLOSSÁRIO

���� ANEXOS

TEXTO

RESUMO

���� LISTAS

SUMÁRIO

X AGRADECIMENTOS

X EPÍGR. E/OU DEDIC.

TERMO DE APROVAÇÃO

FOLHA DE ROSTO

CAPA

Contados e numerados em algarismos arábicos

Contados e numerados em algarismos romanos. A folha de rosto não recebe número

X Elementos opcionais���� Elementos condicionados

à necessidade

Estrutura de um trabalho Estrutura de um trabalho científicocientífico

Elementos Pré-textuais ����

Texto ����

Elementos Pós-textuais ����

ESTRUTURA DE TEXTO DE TESES E DISSERTAÇÕES

Desenvolvimento (Corpo)

Folhas contadas e numeradas com algarismos arábicos. A folha de rosto não recebe número.

CONCLUSÃO

DISCUSSÃO

ANÁLISE DOS RESULTADOS

MATERIAL E MÉTODOS

REVISÃO DE LITERATURA

REVISÃO LITERÁRIA

INTRODUÇÃO

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8.2.2 Desenvolvimento ou corpo O desenvolvimento ou corpo, como parte principal e mais extensa do trabalho, visa a expor o assunto e demonstrar as principais idéias. É, em essência, a fundamentação lógica do trabalho.

Não existe padrão único para a estrutura e desenvolvimento dos trabalhos, o qual depende essencialmente da natureza do estudo (experimental, não-experimental, de campo, de revisão bibliográficas e outros), da lógica e do bom senso do autor. Recomenda-se que as palavras desenvolvimento ou corpo não sejam usadas como título de parte do trabalhos.

As principais partes de uma tese, dissertação, monografia ou trabalho acadêmico podem ser:

a) Revisão de literatura, que é o elemento essencial em teses e principalmente em dissertações, e na qual se deve ter:

• Fazer referência a trabalhos anteriormente publicados, situando a evolução do assunto.

• Limitar-se às contribuições mais importantes diretamente ligadas ao assunto.

• Mencionar o nome de todos os autores, no texto ou em notas e, obrigatoriamente, nas referências.

• Oferecer base para a derivação das hipóteses e a explicação de suas fundamentação, quando for o caso.

b) Material e métodos, para os quais pode-se levar em consideração os seguintes aspectos:

• A descrição precisa dos métodos, materiais, técnicas e equipamentos utilizados deve permitir a repetição do experimento ou estudo com a mesma exatidão por outros pesquisadores.

• Os métodos inéditos desenvolvidos pelo autor devem ser justificados e as suas vantagens em relação a outros devem ser apontadas.

• Os processos técnicos a que foram submetidos os produtos e os tratamentos empregados devem ser citados.

• Às técnicas e aos métodos já conhecidos pode-se fazer apenas uma referência e não descrições; neste caso, é suficientemente a citação do seu autor.

• Técnicas novas podem ser descritas com detalhes, e novos equipamentos, ilustrados com fotografias e desenhos.

• Hipóteses e generalizações que não estejam baseadas nos elementos contidos no próprio trabalho devem ser evitadas.

• Os dados utilizados na análise estatística devem figurar no texto ou ser anexadas ao trabalho.

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c) Análise dos resultados ou, simplesmente, resultados, na qual são apresentados os dados obtidos de forma precisa e clara, considerando-se que:

• A análise dos dados, sua interpretação (resultados) e a discussão

teórica podem ser conjugadas ou separadas, conforme for mais adequado aos objetivos do trabalho.

• Os diversos resultados obtidos, sem interpretações pessoais, devem vir agrupados e ordenados convenientemente, podem do eventualmente ser acompanhados de tabelas, gráficos, quadros ou figuras com valores estatísticos, para maior clareza.

• Os dados experimentais obtidos podem ser analisados e relacionados com os principais problemas que existam sobre o assunto, dando subsídios para a conclusão.

d) Discussão, para a qual recomenda-se:

• Justificar a escolha do tema da pesquisa. • Relacionar causas e efeitos. • Esclarecer exceções, contradições, modificações, teorias e

princípios relativos ao trabalho. • Indicar as aplicações e limitações teóricas e práticas dos resultados

obtidos • Ressaltar os aspectos que confirmem ou modifiquem de modo

significativo as teorias estabelecidas, apresentando as novas perspectivas para continuidade da pesquisa.

Nem todos os trabalhos requerem uma seção ou capítulo dedicado à

revisão de literatura. Há casos em que os autores preferem incorporá-la à introdução, principalmente se a revisão for breve. Assim como nem todos os trabalhos requerem uma seção específica dedicada a metodologia (material e método ou causuística e métodos), podendo a mesma constar também da introdução.

8.2.3 Conclusão É a recapitulação sintética dos resultados e da discussão do estudo ou pesquisa. Pode apresentar deduções lógicas e correspondentes aos objetivos propostos, ressaltando o alcance e as conseqüências de suas contribuições, bem como seu possível mérito. Pode conter a indicação de problemas dignos de novos estudos, além de recomendações, quando for o caso. Deve ser breve e basear-se em dados comprovados. 8.3 ELEMENTOS PÓS-TEXTUAIS É a terceira fase da estrutura redacional do trabalho científico, corresponde a:

• Bibliografia. • Glossário. • Apêndice.

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• Anexos.

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9. ELEMENTOS DE APOIO AO

TEXTO 9.1 CITAÇÕES Citação é a menção no texto de informação extraída de outra fonte para esclarecer, ilustrar ou sustentar o assunto apresentado.

Devem ser evitadas citações referentes a assuntos amplamente divulgados, rotineiros ou de domínio público, bem como aqueles provenientes de publicações de natureza didática, que reproduzem de forma resumida os documentos originais, tais como apostilas e anotações de aula.

A ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas cita que as referências podem aparecer em forma de Nota de Rodapé ou de Fim de Texto (citação), como também ao final de cada capítulo, com numeração exclusiva por capítulo.

a) Direta ou literal

• Citação com até 3 linhas

EXEMPLO: Formular um problema para pesquisa é a base de todo estudo

científico. Para GONDIM (1999:18) “o compoenente mais importante e mais

difícil do projeto é a formulação da pergunta de partida”.

• Citação longa com mais de cinco linhas – quando a citação ultrapassar a 3

linhas deve ser destacada do texto e registrada em espaço 1 e com fonte

menor que a do texto ou em itálico.

EXEMPLO: Focalizando no conceito de cultura, encontra-se que

etimologicamente:

“ o termo provêm do verbo latino colo, colui, cltum, colere,

traduzido pela idéia de cuidar, amanhar. O sufixo cultum mais o

abstrativo ura foi usado por Cícero, em Roma, para traduzir o ‘o

amanho da terra’; terra cuidada, terra preparada. Com a evolução

semântica esta palavra obtêm outros significados

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tais como habitar, praticar, entreter. Ainda no latim clássico,

utilizar por Tito Lívio em outras obras esta palavra passaou a

significar honrar, venerar”. (Leite, 1992:7)

b) Citação de citação

Quando se deseja citar a idéia de alguém que já foi citado por outro

autor deve-se citar o último sobrenome do autor do trabalho seguido de uma

das expressões: APUD OU CITADO POR e indicar o último sobrenome do

autor pesquisado.

EXEMPLO: Segundo SCHEIN apud FREITAS a cultura “é aprendida

através de dois mecanismos interativos: redução da dor e ansiedade (modelo

de trauma social) e reforço/recompensa positiva (modelo de sucesso)”.

(FREITAS, 1991: 140)

Obs.: o autor da obra é Freitas foi quem citou Schein.

EXEMPLO: Segundo DOLL Jr. Citado por MACIEL (1986:77)

“competência é essencialmente o estado de ser capaz”.

Obs.: o autor da obra é Maciel, foi qeum citou Doll.

c) ipsis literis

É a transcrição exata da palavra ou trecho de um autor, devendo

corresponder exatamente ao original, em redação, ortografia e pontuação.

EXEMPLO: “A escola não constroi a partir do zero, nem o aprendiz não

é uma tábula rasa, uma mente vazia: ele sabe, ao contrário, “muitas coisas”,

questionou-se e assimilou e laborou respostas que o satisfaçazem

provisoriamente”.

(PERRENOUD, 2000:28). (Sic)

d) Indireta, parafrase ou livre

É aquela em que se reproduzem as idéias ou informações de um

documento ou fonte sem transcrever as próprias palavras do autor ou autores.

EXEMPLO: Como a pesquisa- ação pretende-se alcançar realizações,

ações efetivas, transformações ou mudanças no campo social. (HAGUETTE,

1993; THIOLENT, 1986; EZPELETA, 1984).

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50 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

A fonte deve ser identificada, com as seguintes informações:

- sobrenome do autor;

- ano de publicação da obra;

- número(s) da(s) página(s) citada(s).

EXEMPLO:

Para Kerlinger (1966, p. 28) “... é difícil conceber a ciência moderna com

toda sua fertilidade rigorosa e disciplinada, sem o poder orientador de

hipóteses”

Segue o modelo americano, por ainda não ter sido regulamentada pela

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

e) Sobrenome do autor:

• Quando não consta do texto, deve vir entre parênteses.

EXEMPLO: “... entre o objeto e o sujeito” (Ruiz, 1979:86)

• Quando aparece no texto deixa de ser incluído entre parênteses.

EXEMPLO: Para Ruiz (1979: 86), “o conhecimento...”

• Quando ao autor citado pertence o capítulo ou partes da obra de

onde se retirou a citação, mas o autor (ou organizador) do livro é

outro, deve-se usar a partícula In, seguida de dois pontos. In (em,

junto a).

EXEMPLO: (Abramo In: Hirano, 1979 : 22). Ou: (In: Hirano, 1979:22).

Obs.: na Bibliografia aparece a obra de Abramo e a de Hirano.

• Quando a citação desejada refere-se às idéias de um autor citado

por outro, emprega-se o termo Apud (citado por ou foi quem citou).

EXEMPLO: (Popper Apud Hegenberg, 1979:38).

• Quando os autores são dois ou três, a indicação dos respectivos

sobrenomes vem separada por ponto e vírgula.

EXEMPLO: (Cervo; Bervian, 1978:30).

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51 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

• Quando são quatro ou mais autores, cita-se o sobrenome do

primeiro, seguido da expressão abreviada “et al” (et alli = e outros).

EXEMPLO: (Souza et al., 1976:14)

f) Ano de publicação da obra:

• O ano de publicação da obra permite, quando um autor tem mais de

uma obra consultada, identificar aquela que está sendo utilizada.

EXEMPLO: (Bunge, 1976:27) e (Bunge, 1980:64).

• Por sua vez, quando um mesmo autor tem mais de uma obra

publicada no mesmo ano, e elas foram consultadas, as letras

minúsculas a, b, c, etc. identificam as sucessivas obras.

EXEMPLO: (Bunge, 1974 a:12) e (Bunge, 1974 b:208).

g) Número(s) da(s) página(s).

Pode ser da seguinte maneira:

EXEMPLO:

• (Salvador, 1980:59-60) � citação de duas ou mais páginas

consecutivas, separadas por hífen.

• (Salvador, 1980:14 e 26) � citação de duas páginas não

consecutivas, separadas pela partícula “e”.

• (Severino, 1982:171 ss.) � citação de várias páginas não

consecutivas, depois do número da primeira, coloca “e seguintes”,

de forma abreviada – ss.

• (Hegenberg, 1976:I 81) � citação de volumes em número romano (I,

II, ...).

h) Casos específicos:

• Uso do sic

“A micro empresa do tipo artesanal (um patrão e alguns operários)

possui uam estrutura hierárquica complexa, sem delegação de

autoridade”. (sic).

(SILMERAY, 1974;13)

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52 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

• Uso de reticências

“...Na casa onde morava aquele pescador,(...) faltavam as condições

necessárias para que se realizasse a sua missão...”. (MACEDO,

1938: 33).

• Uso do grifo

“O papel estratégico da comunicação é auxiliar internamente,

motivando os empregados a uma ação produtiva e, ajudando a

posicionar a empresa junto a públicos externos”. (o grifo é nosso ou

grifo meu).

Observações:

- usam-se reticências quando não se quer transcrever o texto

completo;

- para indicar a omissão de trechos inclusos na passagem citada, mas

que não interessam à transcrição, usa-se reticências entre parênteses (...);

- quando se quer ressaltar palavras ou trechos da citação pode-se

grifar, mas deve-se assinalar entre parênteses a expressão (grifo nosso);

- se houver lapsos ou incorreções ou ainda incoerências no texto

documental, deve ou pode indicá-los apontando-lhes a expressão latina “sic”

entre parênteses, mas deve transcrevê-lo sem adulterá-lo;

- se a citação sobre o texto for em suas próprias palavras, não se

coloca aspas.

j) Expressões Latinas;

EXPRESSÃO LATINA ABREVIATURA SIGNIFICADO

Idem Id. do mesmo autor Ibidem Ibid. na mesma obra Opere citado Op.cit na obra citada Loco citado Lc.cit no lugar citado Opere laudato Op.laud. na obra citada Apud ---------- está contido Sic ---------- Junto a, em In ---------- está contido Et alli Et al. e outros Sine loco [ s.l.] sem local

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53 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

9.2 NOTAS DE RODAPÉ

As notas de rodapé são as que aparecem ao pé das páginas onde são indicadas. Servem para abordar pontos que não devem ser incluídos no texto para não sobrecarregá-lo. Podem ser: a) Notas de conteúdo – evitam explicações longas dentro do texto, que são

prejudiciais à linha de argumentação. Podem incluir uma ou mais referências, que são usadas para esclarecimentos e para referências cruzadas.

b) Notas de referência – indicam as fontes consultadas ou remetem a outras partes da obra em que o assunto foi abordado e são usadas para citação de autoridade e para citação de citação.

Na utilização de notas de rodapé deve-se observar o seguinte: a) A numeração das notas é seqüencial e em algarismos arábicos, dentro de

cada seção ou ao longo do documento. b) O número apresentado sobrescrito14 ou entre parênteses ou colchetes, no

texto e no início da nota. c) O indicativo numérico é separado do texto da nota por um espaço. d) A nota é escrita com letra e entrelinhamento menores que o texto. e) A primeira linha da nota inicia na margem de parágrafo e as linhas

seguintes iniciam na margem esquerda do texto. f) O texto deve ser separado das notas de rodapé por uma linha em branco. g) Alíneas e incisos em rodapé são colocados em seqüência e separados por

ponto e vírgula. h) O texto em rodapé começa e termina na página em que a nota foi inserida,

sendo que a última linha da nota deve coincidir com a margem inferior da página.

i) No texto, o número deve ficar após o sinal de pontuação que encerra uma citação direta, ou após o termo a que se refere, mesmo que depois haja sinal de pontuação.

9.2.1 Localização das Notas de Rodapé

As notas de rodapé devem constar, sempre, da mesma página em que

foi feita a chamada. Essa chamada pode ser indicada por asterisco ou

números arábicos seqüenciais. Os asteriscos, no entanto, devem ser utilizados

somente quando o número de chamadas, na mesma página, não ultrapassar a

três.

A critério do pesquisador essa seqüência numérica pode ser

recomeçada a cada página ou capítulo ou obedecer a uma numeração

contínua até o final do texto, onde são reunidas. A opção mais

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recomendável é a numeração por capítulos e, no caso de obras menos

extensas, a contínua.

Assim, as notas de rodapé podem aparecer:

• em rodapé; • ao final de capítulo ou seção; • ao final do texto.

9.2.2 Tipos de Notas de Rodapé

A notas de rodapé, dependendo da função que exercem no texto,

podem ser de dois tipos: bibliográficas e explicativas.

a) Bibliográficas

Quando indicam a fonte da citação, ou seja, quando apontam o

documento do qual foi extraída a citação.

EXEMPLO:

A literatura sobre a metodologia do trabalho científico aponta que as

notas de rodapé são úteis por permitirem não sobrecarregar o texto com

observações que, embora importantes, são acessórios em relação ao tema ou

apenas repetem, sob um diferente ponto de vista, o que já fora dito de maneira

essencial. 1

__________________ 1 Umberto Eco. Como se faz uma tese. 1999, p. 130-131

b) Explicativas

Quando são usadas a título de esclarecimento ou comentário, em adição

ao texto.

EXEMPLO:

Os dados apresentados na tabela de freqüência permitem constatar que na família de Maria a lectoescrita não desempenha um papel importante. Quando iniciamos nossas observações, o único material de leitura que podia ser visto regularmente no lar era o Tele-Guia1 e, ocasionalmente, um jornal 2.

___________________ 1Tele-Guia: revista ilustrada com fotografias que informa sobre a programação de televisão.

14 Também chamado número alto ou alceado. No caso de documentos datilografados, adota-se o número entre parênteses ou colchetes.

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55 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

2 Maria Helena Martins, O que é leitura. 1987 p. 18 9.2.3 Quando e como utilizar Notas de Rodapé

As notas de rodapé são utilizadas com maior ou menor freqüência,

dependendo da natureza do trabalho que se elabora. Quando utilizadas com

critério são importantes e têm por finalidade:

a) Indicar a fonte de uma citação ou seja, um livro de onde se extraiu uma

frase ou do qual se utilizou uma idéia ou informação.

b) Fornecer a tradução de uma citação que era essencial transcrever em

língua estrangeira ou, o inverso, apontar a versão original de uma citação

que, para maior fluência no discurso, foi feita em tradução.

EXEMPLO:

As operações que geram a linguagem incluem processos que não

podem ser expressos pela linguagem, como salienta WITTGENSTEIN

(1922: p.21): “aquilo que se expressa na linguagem, nós não podemos

representar através dela”.*

___________________ * Was sich in der Sprache ausdrückt, Können wir nicht durch sie ausdrücken.

c) Ampliar as informações feitas no texto, ou seja, fazer observações

pertinentes, comentários adicionais, explanações complementares que,

apesar de úteis, não foi possível incluir no corpo do texto.

Cabe lembrar, também, que a nota de rodapé não deve ser

excessivamente longa para não desviar o leitor de idéia central do discurso.

EXEMPLO:

Segundo ADES1, as pesquisas tradicionais de laboratório omitem informações

sobre as várias estratégias através das quais o organismo se adapta ao meio

natural2, negligenciando o corriqueiro do comportamento dos animais em seu

habitat.

___________________ 1 Albert Ades. Pesquisas de Laboratório. 1982, p.61 2 Ambiente natural é uma expressão que cobre, à maneira de um rótulo sim ampliado, uma classe de contextos dentro dos quais se mostra possível e sobrevivência dos animais e nos quais a interferência planejada humana é reduzida. Não cabe conceder ao ambiente natural como uma entidade de características fixas, independentemente da própria ação transformadora das espécies.

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56 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

d) Remeter o leitor a outras partes do trabalho, outras obras ou autores

relacionados com o tema apresentado. Para remetermos o leitor a um outro

capítulo ou parágrafo de nosso próprio trabalho, colocamos em nota “cf.”

(que quer dizer “confrontar”).

EXEMPLO:

Crianças provenientes de camadas sociais mais pobres da população

apresentam desempenho inferior, nos testes de inteligência, sobretudo

verbais, se comparado

com aquele atingido por crianças de nível social mais elevado. Esta

afirmação foi por mim comprovada em trabalho anterior1.

___________________ 1 Cf. Dair Aily Franco de Camargo, um estudo quantitativo sobre a reprovação no curso primário. Cadernos de Pesquisa, nº. 12, p.3-18

e) Introduzir um citação de reforço que, caso colocada no próprio texto,

atrapalharia a leitura, quebrando a seqüência lógica do raciocínio que está

sendo desenvolvido.

EXEMPLO:

Segundo PEREIRA1, em São Paulo o metrô é o sistema de transporte

mais adequado2 devido a dispersão dos unidades de produção e de

residências, sem mencionar a morosidade do trafego.

___________________ 1 João C. Pereira. O transporte urbano. 1981, p. 21. 2... “O transporte urbano adquiriu papel preponderante na vida do paulistano saturando o já incipiente sistema viário: ocorre diariamente uma verdadeira troca da população da ordem de milhares de pessoas. Pesquisa realizada em São Bernardo indica grande número de trabalhadores morando em Osasco! Além do quê, a distribuição da população operária revela não habitar ela em zonas industriais e sim em áreas ao longo dos meios de comunicação...” (Willheim, 1965).

f) Indicar dados obtidos por meio de canais informais como, por exemplo,

comunicações pessoais, anotações de aulas, conferências e

correspondência pessoal.

g) Indicar trabalhos apresentados em eventos mas não publicados.

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57 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

h) Indicar documentos não consultados diretamente, ou seja, o autor do

trabalho teve acesso ao comentário citado no texto através de uma fonte

secundária e não da obra de que, originalmente, a citação faz parte.

É importante observar que as obras citadas em nota deverão constar

também da lista final de referências bibliográficas, à exceção dos três últimos

casos apontados acima.

Isto porque, não podemos dizer que se as obras citadas já aparecem

em nota, não será necessário incluí-las na listagem final de referências. Na

verdade, essa lista final tem, por objetivo, dar uma panorâmica do material

consultado e informações gerais sobre a

literatura referente ao assunto sem que o leitor precise procurar estas

informações páginas por página, nas notas de rodapé.

Por outro lado, nas notas podemos abreviar certos dados, omitir a

localidade e a editora, por exemplo, enquanto na listagem final todos esses

dados estarão representados.

9.2.4 Regras Gerais para a Apresentação de Notas de Rodapé

a) Como indicar a nota de rodapé

Colocadas ao pé da página, as notas de rodapé são escritas em espaço

simples de entrelinhas, separadas do corpo do texto por um traço horizontal

contínuo de 5 cm., aproximadamente, iniciado na margem esquerda. Cada nota

deve ser iniciada numa nova linha.

b) Recomendações relativas à indicação de notas de citações

bibliográficas.

Quando uma obra for citada pela primeira vez em nota, sua referência

deverá conter apenas os elementos essenciais ao tipo de publicação em

questão (autor, livro, periódico ou outros) considerados suficientes para a

identificação da passagem citada no texto.

Convém lembrar que, dependendo da área em que se realiza o estudo,

não podemos restringir as indicações bibliografias da nota de rodapé apenas

aos elementos essenciais. Às vezes torna-se necessário incluir o número da

edição, se estamos nos referindo a uma edição que foi revisada, aumentada e

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58 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

corrigida ou a uma edição crítica, sendo então preciso mencionar também o

seu organizador.

• Publicações monográficas

Neste caso deverá constar da nota de rodapé apenas o nome do autor

(na ordem direta), o título da obra, o ano e o(s) número(s) da(s) página(s) de

onde foi extraída a citação.

Os demais dados da publicação (edição, revisão, volume, cidade,

editora, e outros) deverão constar apenas na lista de referências bibliográficas.

EXEMPLO:

Para ROGERS, o fenômeno ocorre tanto na terapia psicanalítica quanto

na terapia centrada no paciente. A diferença é que nesta última, a

“relação de transferência, implícita, persistente e dependente não tende

a desenvolver-se”.1

__________________________ 1 Carl Rogers, Terapia centrada no paciente. 1987, p.202 – 203. Esclarece,

ainda, nesta obra, que a atitude de terapeuta centrado no paciente é a aceitação e compreensão da transferência, o que leva o paciente a reconhecer que esses sentimentos eram seus e não os do terapeuta.

• Publicações periódicas

Em se tratando de artigos de periódicos, deverá constar, da nota de

rodapé, apenas o nome do autor (ordem direta), o título do artigo, o título do

periódico, (revista) o ano e a(s) página(s) de onde foi extraída a citação. Esses

elementos são separados por vírgula e os demais dados deverão constar

apenas na lista final de referências de fontes.

EXEMPLO:

Segundo RODRIGUES, é necessário que se faça distinção entre o que

seja psicologia social científica e as aplicações desta psicologia social,

uma vez que “existe ciência, aplicações ciência e tecnologia”.2

___________________ 2 Aroldo Rodrigues. Sobre o desconhecimento das aplicações de psicologia

social. Revista Psicologia: teoria e pesquisa. 1989 vol.2, nº 1, p.45.

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59 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

c) Abreviaturas utilizadas para evitar a repetição de referências ou

informações já apontadas em nota de rodapé.

A cada nova citação há necessidade de se fazer uma nova indicação

bibliográfica, mesmo que a transcrição seja de um trecho de autor ou título

da obra, já citados anteriormente. Neste caso, é comum o uso de

expressões latinas, abreviadas, nas notas

de rodapé, com o propósito de evitar a repetição de fontes já citadas. Entre

essas expressões abreviadas, as mais freqüentemente usadas são:

• Id. (Idem) = o mesmo, do mesmo autor

Indica que o trecho a que estamos nos referindo é do mesmo autor de

nota imediatamente precedente, mas em outra obra.

A expressão IDEM substitui só o autor e deve aparecer em seu lugar

nas notas sucessivas, quando citamos obras diferentes de um mesmo

autor.

EXEMPLO:

____________________

1. Carl Rogers. sobre o poder pessoal. 1986, p .72. 2. Idem, A terapia centrada no paciente. 1964, p. 101. 3. Idem, Tornar-se pessoal. 1965, p. 81.

• Id. Ibid. (Idem, Ibidem) = do mesmo autor e mesma obra

Estas duas expressões, quando combinadas, substituem a referência à

mesma obra já apontada em nota de rodapé anterior, variando apenas a

página.

EXEMPLO:

_____________________

1. Erich Fromm. Análise do homem. 1958, p. 162. 2. Idem, A arte de amar. 1964, p. 12. 3. Idem, ibidem, p.48.

• Op. Cit. (Opus citatum) = na obra citada

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60 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Colocada após o nome do autor, esta expressão substitui título e demais

elementos (com exceção da paginação) da referência da obra já citada em nota

de rodapé não imediatamente precedente, porém não na mesma página.

______________________

1. Erich Fromm. Op. cit. p.130.

• Loc. Cit. (Lócus Citatum) = no lugar citado

Colocada após o nome do autor, esta expressão substitui o título e

demais elemento da referência de obra já citada em nota não imediatamente

anterior, porém na mesma página.

EXEMPLO:

_________________

1. Wilhelm Reich. Analise do caráter. 1988, p. 28. 2. Carl Rogers. Novas formas do amor. 2000, p. 64. 3. Idem , ibidem, p. 81. 4. Wilhelm Reich, loc. Cit.

9.3 MÉTODOS DE CHAMADA DAS CITAÇÕES

Os métodos ou sistemas utilizados para “chamar” ou identificar a

citações são: alfabético, numérico, alfabético-numérico.

a) Método alfabético (citação por nome e data)

As citações, neste método, obedecem na sua apresentação a um plano

de registro por nome e data. Todas as citações feitas no texto passam a figurar

numa lista de referências bibliográficas, organizadas pelo ordem alfabética dos

sobrenomes dos autores. Tem, portanto, este método, como elementos que

permitem a identificação da fonte bibliográfica:

• o último sobrenome do autor.

• o ano da publicação.

• a página do documento da qual se extraiu a citação, quando se tratar de

transcrição textual .

EXEMPLO:

Para Silva et al, “quando mais escolarizado é o leitor, mais

escolarizada é a razão de sua leitura” (1986, p. 45).

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61 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Vantagens do método alfabético

A adoção deste método permite ao leitor identificar, de imediato, os

autores ou mesmo as correntes de pensamento abordados ao longo do

trabalho. Por outro lado, a elaboração das citações é simultânea à redação do

trabalho e não há porque se preocupar com a seqüência das obras

mencionadas, tal como acontece quando utilizamos o método numérico.

Este sistema possibilita, ainda, a redução de uma grande quantidade de

notas de rodapé, simplificando a elaboração e a própria leitura do texto e

permitindo que o leitor perceba a seqüência temporal dos trabalhos citados

sobre o assunto tratado.

b) Método numérico

As citações, neste método, obedecem a um plano de registro numérico,

ou seja, são indicadas por chamada numéricas que aparecem entre

parênteses, entre colchetes ou meia entrelinha acima do texto.

O sobrenome do autor e a data de publicação podem ou não ser

mencionadas mas, caso sua inclusão seja julgada de interesse, esses dados

devem vir sempre acompanhados da indicação numérica e obedecer a um

padrão de apresentação uniforme.

EXEMPLOS:

- Ao longo da história da educação, várias têm sido as concepções de

linguagem e, conseqüentemente, de leitura. As concepções ainda hoje

divergem e têm sido

responsáveis pelas diferentes práticas que se têm desenvolvido no ensino

da leitura. (1, p. 8)

- Para que o domínio da língua padrão seja possível “é necessário que se

ensine a falar a língua, ao contrário do que se tem ensinado: falar sobre a

língua” (2).

- Como diz FREIRE (3), impar ao aluno a mera repetição de uma certa

maneira de ler o real constitui uma postura autoritária.

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62 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Quando este método for adotado, todas as citações freitas no decorrer

do texto, deverão constar da lista de referências bibliográficas, organizada em

ordem numérica, correspondente à seqüência das citações do texto.

As chamadas numéricas poderão remeter a uma nota de rodapé, a uma

nota de fim de capítulo ou a uma nota de final de texto.

Formulado com base nas citações mencionadas acima, as chamadas

numéricas remetem à lista final de referências bibliográficas.

EXEMPLO:

(1) RUBANO, D.R. A leitura na universidade. São Paulo, 1987. 212 p.

Dissertação (mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia da USP.

(2) GERALDI. J.W. Concepção de linguagem e ensino de português. 2 ed. In:

GERALDI, J.W., org. O texto na sala de aula: leitura e produção. Cascavel:

Assoeste, 1984. p. 41-47.

(3) FREIRE, P. A importância do ato de ler; em três artigos que se completam.

4. ed. São Paulo, Cortez / Autores Associados, 1983.

c) Método alfabético – numérico

Neste método, as referências bibliográficas relativas às citações são

alfabetadas e, posteriormente, cada item recebe um número consecutivo. Esta

numeração é aplicada às

citações no texto que, deste modo, são identificadas posteriormente, em função

dessa lista organizada alfabeticamente.

EXEMPLO:

TEXTO 1

A conquista da autonomia da Psicologia como Ciência, fez-se graças à

contribuição de várias áreas do conhecimento.

Segundo LOURENÇO FILHO (3). Os estudos de caráter objetivo iniciaram-

se na área médica, principalmente nos campos de Psiquiatria, Nuriatria e

Medicina Social. Entretanto, “parece que ficou reservado aos educadores o

maior papel nesse desenvolvimento” (1. p. 32) por seu trabalho de formação de

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63 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

discípulos que passaram a desempenhar atividades profissionais de Psicologia

na área da educação, do trabalho e da clínica, nos principais centros de

desenvolvimento do país.

Se estas aplicações da Psicologia se circunscreveram, de início, ao âmbito

de algumas clínicas médicas e escolas, aos poucos foram se ampliando em

função do próprio Desenvolvimento sócio-político-econômico do país. Assim,

verificamos, já no século xx, a contribuição de outra área - a Engenharia - no

desenvolvimento do primeiros estudos e aplicações da Psicologia do trabalho.

Roberto Mange, engenheiro e professor da Escola Politécnica, orienta os

primeiros estudos psicotécnicos realizados pelos recém-criados centros de

seleção e orientação profissional (2). Em São Paulo, surgem serviços como o

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, o Serviços Nacional

Aprendizagem Comercial e, Rio de Janeiro, o Instituto de Seleção e Orientação

Profissional.

EXEMPLO:

1 - ANGELINI, Arrigo Leonardo. Aspectos atuais da profissão do psicólogo no

Brasil: Boletim de Psicologia. São Paulo, 26 (69): 31-39, jul. /dez. 1975.

2 - GRANJA, Elza Corrêa. Contribuição ao estudo de leitura entre estudantes

universitários: análise empírica da leitura e do uso de biblioteca entre os

alunos do curso de graduação do

3 - Instituto de Psicologia da USP. São Paulo, 1985. 143p. Dissertação

(Mestrado em Psicologia). Instituto de Psicologia da USP.

4 - LOURENÇO FILHO, Manuel Bergstrom. A Psicologia no Brasil. In:

AZEVEDO (org.) As ciências no Brasil. V.II. São Paulo: Melhoramentos, 1955.

p. 263-296.

9.3.1 Indicação da Fonte Bibliográfica

b) Nome do autor - O nome de chamada (último nome do autor) vem em letra maiúscula

(BIBLIOGRAFIA). Você pode abreviar alguns sobrenomes, Entretanto, deve

colocar igual como está no trabalho referenciado.

Exemplos: FORTE, Sérgio Henrique Arruda C.

BILAC, Olavo

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64 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

c) Título da Obra

- O título da obra pode vir sublinhado, em negrito ou em itálico. Recomenda-

se uso do itálico. Só a primeira letra vem em maiúscula (exceção nomes

próprio).

EXEMPLOS: A prática da elaboração...

- quando o título vem acompanhado de subtítulo, só o primeiro título aparece

em itálico.

O subtítulo continua em letra normal. Da mesma maneira, em nota de rodapé o

subtítulo não aparece.

9.3.4 Número da Página

- A ABNT recomenda somente em “p” para a indicação das páginas, mas há

autores que usam “:” (dois pontos).

EXEMPLO: (... São Paulo:Atlas, 1997, p. 30-38) ou (Galliano, 1979:50).

- Se não for a primeira edição, registre-a antes do local de edição da obra.

EXEMPLO: (... dissertações e teses 2ª ed. São Paulo:Atlas...)

- Caso você queira mencionar o capítulo todo faça como no exemplo (São

Paulo:Atlas, 1997).

9.4 BIBLIOGRAFIA FINAL

A bibliografia final tem como finalidade fornecer um conjunto de

indicações precisas que permitam ao leitor identificar todas fontes bibliográficas

para a elaboração da obra.

9.4.1 Orientação Básica

a) Os elementos essenciais de uma bibliografia são: autor, título, subtítulo,

imprensa (edição, local, editora, data).

b) A bibliografia é apresentada preferencialmente em ordem alfabética

ascendente (sobrenome do autor). Podem também ter uma ordenação

cronológica e sistemática (por assunto).

c) A bibliografia deve ser digitada usando espaço simples entre as linhas e

espaço duplo para separá-las.

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65 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

d) Usa-se letra MAIÚSCULA (caixa alta) para sobrenome do autor, pessoa

física, entidades coletivas, títulos de eventos entre outro.

e) No caso de sobrenomes compostos ou que indicam parentesco, esses

devem ser registrados em letra MAIÚSCULA, iniciando a referência

bibliográfica.

EXEMPLO: CRETELA JÚNIOR, José; Trujiello Ferrari, Afonso.

f) Os títulos das obras e periódicos (revistas, jornais) devem ser grifados,

negrito ou itálico, é mais moderno usar itálico.

g) No caso de REPETIÇÃO DE AUTORES utiliza-se um traço (correspondente

a seis espaços) e um ponto.

h) Alguns aspectos associados à pontuação15;

PONTO (.) – utilizado após nome do autor/ autores, título, edição e no

final da referência.

DOIS PONTOS ( : ) – usado antes do subtítulo antes da, editora e

depois do termo In.

VÍRGULA ( , ) – sobrenome dos autores após, editora, após o título da

revista, entre o volume e o número, páginas da revista.

PONTO E VIRGULA ( ; ) – seguido de espaço é empregado para

separar os autores.

HÍFEN ( - ) – utilizado entre páginas (p. 10-12) e datas de fascículos

seqüenciais (1997-1998)

BARRA TRANSVERSAL ( /) – usada entre números e datas de

fascículos não seqüenciais

PARÊNTESES ( ) – empregado para indicar série, grau (caso de

monografia, dissertações e teses) e para função responsabilidade na

publicação.

EXEMPLO: SANTOS, Sandra (coord.)

9.5.2 Livros (documentos considerados no todo)

a) Um autor

15 Maria Bernardes Martins Alves ; Suzana Margareth Arruda. Como fazer referências Bibliográficas.

2000, p.

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66 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

BARBIERI, José Carlos. Produção e transferência de tecnologia. São Paulo:

Ática, 1990.

BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Ciência e tecnologia no Governo

Federal. Brasília: MTC, 1995.

b) Dois ou três autores

BRANDÃO, Antônio Salazar P.; PEREIRA, Lia Valls (orgs). MERCOSUL –

perspectivas da integração. 2 ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas,

1997.

GALVÃO, Antônio Filgueira et al. Condições e importância dos serviços

tecnológicos. São Paulo: SCTDE/FECAP/Unicamp, 1993. (Relatório de

Pesquisa).

SÁ, Elisabeth et al. Manual de normalização de trabalhos técnicos, científicos e

culturais. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.

c) Monografias, Dissertações e teses

• Monografia

DEBACO, Sandra Andréa. Integração regional e oligopolização. 1996. 126p

Monografia (Bacharelado em Economia). Faculdade de Economia,

Administração, Atuaria e Contabilidade, Universidade Federal do Ceará.

FERREIRA, Johnson Sá. A controladoria na auditoria fiscal: a importância da

recuperação do ICMS para o Estado do Ceará. 1999, 65p. Monografia

(Especialização em Controladoria).

Faculdade de Economia, Administração, Atuaria e Contabilidade, Universidade

Federal do Ceará.

• Dissertação e Tese

SANTOS, Sandra Maria. Determinantes de investimento em capacitação

tecnológica nas empresas brasileiras. 1998. 222p. Tese (Doutorado em

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67 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

Economia). Programa de Pós Graduação em Economia (PIMES), Universidade

Federal de Pernambuco.

d) ARTIGOS

• Revistas

ALMEIDA, c.: Monteiro, M. Descrição de duas novas espécies (homoptera).

Revista Brasileira de Zoologia. Curitiba, V. 9, n ½, p. 55-62, mar/jun. 1992.

CONJUNTURA ECONÔMICA. As 500 maiores empresas do Brasil, Rio de

Janeiro: FGV, v.38, n.9, set 1984. Edição especial.

DINHEIRO: revista semanal de negócios. São Paulo: Ed. Três., n.148, 28

jun.2000.

• Jornais

SIMÕES, J. M. Camilo, autor e personagem. O Estado de São Paulo, 26 maio

1990. Cultura, v.7, n. 512, p.4-5.

BIBLIOTECA Climatizada seu acervo. O Globo, Rio de Janeiro, 04 mar. 1985.

p.11, coluna 4.

• Anais de Congresso

ALBUQUERQUE, Eduardo da Motta. Sistema Nacional de Inovação no Brasil.

In: ENCONTRO NACIONAL DE ECONOMIA, 23, 1995, Salvador. Anais...

Salvador: ANPEC, 1995. V.1, P. 382-402.

e) Documentos legislativos

• Constituição

BRASIL, Constituição (1998). Constituição da República Federativa do Brasil.

LOPES, Mauricio R. (coord). 2 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.

• Leis e Decretos

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68 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

BRASIL. Decreto-lei n. 2481, de 3 de outubro de 1998. Dispõe sobre o registro

provisório para o estrangeiro em situação ilegal em território nacional. Diário

Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, v. 126, n. 190, p. 19291-

19292, 4 out. 1988. Seção 1.

f) Documentos eletrônicos

• Online

EXEMPLO:

MOURA, G. A. C. de M. Citação de referências e documentos eletônicos.

Disponível em; http://www.ecologica.com.br/users/gmoura/refere.html acesso

em 09 out. 1996.

UNITES STATES. Environmental Protection Agency. Official of Pesticides

Programs. Assesing health risks from presticides. Disponível em:

http://www.epa.gov/presticides/citizes/riskasees.htm Acesso em 14 de jun.

1999.

• Dados

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Biblioteca de Ciência e Tecnologia.

Mapas. Curitiba, 1997. Base de Dados em Microlsis Versão 8.7.

• CD – ROM

INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

– IBICT. Base de Dados em Ciência e Tecnologia. Brasília: IBICT. N.1, 1996.

CD-ROM.

g) Documentos considerados em parte

ROSENTHAL, David. Os primeiros 15 anos da política nacional de informática:

o paradigma e sua implementação. Recife: PROTEM-CC, 1995, Cap. 4, p-73-

130.

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69 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

h) Outros tipos de situações

• Workshop

PRADO, Afonso Henrique M. de Almeida. Interpolação de imagens médicas. In:

WORKSHOP DE DISSERTAÇÕES EM ANDAMENTO, 1, 1995, São Paulo:

Anais...São Paulo: ICRS, 1995. 39P.

• Documentos traduzidos

CARRUTH, J. A nova casa de Bebeto. Tradução de Ruth Rocha. São Paulo:

Círculo do Livro, 1993. 21p. Título original: Moving house.

• Textos para discussão

SANTOS, Sandra Maria dos. Determinantes de investimentos em capacitação

tecnológica pelas empresas brasileiras. Fortaleza: CAEN, 1999, 25P. (Texto

para Discussão, 1995).

• Autoria Desconhecida

ARRANJO tributário. Diário do Nordeste Online. Fortaleza, 27 nov. 1998.

Disponível em http://www.diáriodonordeste.com.br. Acesso em: 28 de nov.

1998.

i) OBSERVAÇÕES:

• Muitos autores recomendam a separação em

- BIBLIOGRAFIA – Livros, documentos bibliográficos e outros.

- FONTES – revistas, publicações avulsas, jornais, documentação

primária, cartografica, online, eletrônicos.

• A indicação do mês deve ser com letra minúscula e abreviada com

as três primeiras letras, à exceção de maio.

j) Bíblia

• Bíblia considerada no todo

BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Trad. Centro Bíblico Católico. 34 ed. ver.

São Paulo: Ave Maria, 1982.

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70 FATEC – FACULDADE DE TEOLOGIA E CIÊNCIAS

BÍBLIA. Italiano. La biblia: novissima versione daí testi originali. Milano: Paoline,

1987.

• Partes da Bíblia

Quando se tratar de partes da Bíblia, inclui-se o título da parte antes da

indicação do idioma e menciona-se a localização da parte (capítulo. versículo)

no final.

EXEMPLO:

BÍBLIA, n. t. João. Português. Bíblia sagrada. Reed. Versão de Antonio Pereira

de Figueiredo. São Paulo: Ed. das Américas, 1950. Cap. 12, Vers. 12.

BÍBLIA, A. T. II Crônicas. Português. Bíblia Sagrada. Trad. Centro Bíblico

Católico. 91 ed. São Paulo: Ave Maria, 1993. Cap.20, Vers. 1-8.

Lista de Abreviaturas mais Usadas

Termos Abreviaturas abril abr. artigo art. assinatura ass. autor(es) A., AA. bibliografia bibliog. biografia biogr. caixa alta CA. caixa baixa Cb capítulo(s) cap. catálogo cat. citação cit. citado (a) cit. co-edição co-ed. co-editor(a) co-ed. confira cf. confronte (confer) cf. coordenação coord. dezembro dez. diafilme diaf. dicionário dic. dissertação diss. e outros (et alli) et al. e seguintes ss. edição ed. editado(a) ed. editor(a) ed. exemplo ex. fascículo fasc.

fevereiro fev. figura(s) fig. folha f. folha de rosto f. rosto glossário gloss. gravado (a) grav. heliográfico heliogr. ibidem ibid. iconografia iconogr. idem id. ilustração il. ilustrado(a) il. Termos Abreviaturas ilustrador(a) il. incluso incl. índice índ. lugar citado loc. cit. março mar. minuto min não paginado não peg. note bem N.B. novembro nov. número n. obra citada op. cit. observação obs. opúsculo opúsc. página de rosto p. rosto por exemplo p. ex. pseudônimo pseud. publicação publ.

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72

reimpressão reimpr. reimpresso reimp. resumo res. revisado(a) ver. seguintes seg. segundo s sem data s.d. sem lugar de publicação (sine loco)

s.l.

sem nome de editor(a) (sine nomine)

s.n.

sem nome de publicador (a) (sine nimine)

s.n.

separata sep. série sér. setembro set. tradução trad. tradutor(a) trad. verbi gratia v. g. vocabulário vocab. volume(s) v., vol. xilografia xilogr.

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