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1 ELABORANDO SEU PROJETO DE TCC Professor Dr. Mário de Souza Almeida

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ELABORANDO SEU

PROJETO DE TCCProfessor Dr. Mário de Souza Almeida

2013

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SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO...................................................................................................... 05

1 A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA..................................... 06

1.1 Orientação............................................................................................................. 06

1.1.1 Papel do orientador............................................................................................. 06

1.1.2 Papel do orientando............................................................................................. 07

1.2 Estrutura de trabalhos acadêmicos (com base na norma NBR 14724)........... 07

1.3 Capítulo introdutório........................................................................................... 08

1.3.1 Área, tema, problema e objetivos........................................................................ 09

1.3.2 Justificativas........................................................................................................ 12

1.3.3 Estrutura do trabalho........................................................................................... 13

1.4 Fundamentação teórica....................................................................................... 13

1.4.1 Levantamento bibliográfico................................................................................ 14

1.4.2 Desenvolvendo a fundamentação........................................................................ 17

1.4.3 Alinhamento com os objetivos............................................................................ 18

1.5 Metodologia.......................................................................................................... 19

1.5.1 Caracterizando o estudo....................................................................................... 19

1.5.2 População e amostra............................................................................................ 20

1.5.3 Coleta e análise de dados.................................................................................... 22

1.5.4 Estabelecendo um cronograma........................................................................... 22

1.6 Elementos pré e pós-textuais............................................................................... 24

SAIBA MAIS............................................................................................................... 24

RESUMINDO.............................................................................................................. 24

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM..................................................................... 25

2 A METODOLOGIA DA

PESQUISA.................................................................

27

2.1 Pesquisa científica pura X aplicada.................................................................... 27

2.2 Caracterização do estudo quanto aos

objetivos.................................................

27

2.3 Abordagens qualitativa e quantitativa............................................................... 28

2.4 Caracterização do estudo quanto aos procedimentos....................................... 29

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2.5 Análise de Conteúdo............................................................................................ 31

2.6 Quais procedimentos e abordagens utilizar....................................................... 32

SAIBA MAIS............................................................................................................... 32

RESUMINDO.............................................................................................................. 32

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM..................................................................... 32

3 A FORMATAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO (NORMAS DA ABNT) 34

3.1 Regras gerais de apresentação (NBR 14724)..................................................... 34

3.1.1 Capa..................................................................................................................... 35

3.1.2 Folha de rosto...................................................................................................... 35

3.1.3 Folha de aprovação............................................................................................. 36

3.1.4 Dedicatória.......................................................................................................... 36

3.1.5 Agradecimentos................................................................................................... 36

3.1.6 Epígrafe............................................................................................................... 36

3.1.7 Resumo................................................................................................................ 37

3.1.8 Abstract............................................................................................................... 37

3.1.9 Lista de ilustrações.............................................................................................. 37

3.1.10 Lista de tabelas.................................................................................................. 37

3.1.11 Lista de abreviaturas e siglas............................................................................. 38

3.1.12 Sumário............................................................................................................. 38

3.1.13 Referências........................................................................................................ 38

3.1.14 Apêndices.......................................................................................................... 38

3.1.15 Anexos............................................................................................................... 39

3.2 Numeração progressiva das seções (NBR 6024)................................................ 39

3.3 Elaboração do sumário (NBR 6027)................................................................... 40

3.4 Elaboração do resumo (NBR 6028).................................................................... 41

3.5 Citações (NBR 10520).......................................................................................... 41

3.6 Referências (NBR 6023)....................................................................................... 44

SAIBA MAIS............................................................................................................... 46

RESUMINDO.............................................................................................................. 46

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM..................................................................... 47

REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 61

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BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR.................................................................... 62

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APRESENTAÇÃO

O papel da universidade na formação de pessoas não se restringe à capacitação para

o exercício de determinadas atividades práticas, tais como a gestão de uma área de alguma

organização, mas deve levar ao uso do pensamento e da capacidade de escrever sobre

aquilo que é ensinado, indo além da mera aceitação dos livros-textos adotados. Esta função

é observada claramente no último semestre dos cursos de graduação, quando os futuros

profissionais devem elaborar uma monografia (Trabalho de Conclusão de Curso ou

simplesmente TCC), em que seja apresentada uma fundamentação teórica, contrapondo as

reflexões de diferentes autores, verificando posteriormente se esse conteúdo é encontrado

na prática, em resposta a um determinado problema de pesquisa. Algo semelhante é feito no

mestrado e no doutorado, sendo apenas aumentada a complexidade. Para que esse

procedimento seja aceito no meio acadêmico, faz-se necessária a construção de um capítulo

de metodologia, que explicite os procedimentos adotados e caracterize o estudo.

Esta apostila tem o objetivo de levá-lo a desenvolver o projeto de seu Trabalho de

Conclusão de Curso, resultando portanto na estruturação do capítulo introdutório, da

fundamentação teórica, do capítulo de metodologia e das referências, além da realização de

um levantamento bibliográfico.

As etapas para a criação do projeto são apresentadas no primeiro capítulo. O

segundo capítulo apresenta algumas discussões sobre as caracterizações dos estudos, em

termos metodológicos, o que facilitará a construção do seu capítulo de Metodologia. O

terceiro capítulo apresenta resumidamente as normas da ABNT a serem utilizadas durante a

elaboração de seu TCC.

Agora, mãos à obra! Vamos começar a escrever as primeiras linhas do seu projeto.

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1 A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE PESQUISA

Ao longo deste semestre, você não trabalhará sozinho. Um projeto de pesquisa é

estruturado pelo pesquisador com a ajuda de seu orientador, em uma parceria que leva a um

grande aprendizado, e à qual se dá o nome de orientação.

1.1 Orientação

Durante a elaboração do projeto, mantenha contato com um professor que trabalhe

com a área em que você desenvolverá seu trabalho, a fim de buscar o compromisso de

orientação, dimensionar adequadamente seu problema de pesquisa e objetivos, e buscar

recomendações de leituras. Seus contatos poderão ser feitos presencialmente, por e-mail

e/ou telefone. Quando você estiver dando andamento ao projeto, os contatos com o

professor orientador devem ser regulares (recomendo no mínimo uma vez por semana),

encaminhando sempre o conteúdo produzido para que ele avalie e lhe faça recomendações.

Você é o autor de sua pesquisa, mas o professor orientador lhe ajudará a fazer um trabalho

de tamanho adequado (nem insignificante, nem tentando abraçar o mundo), e certamente

fará boas recomendações quanto aos procedimentos metodológicos, pois tem muito mais

experiência em pesquisas de caráter científico. Tenha determinação e complete logo esta

importante etapa de sua formação acadêmica. Não tente conduzir a elaboração do trabalho

sem a ajuda de um orientador, sob pena de nem mesmo poder apresentá-lo!

1.1.1 Papel do orientador

O professor orientador tem, entre as suas atribuições, a de orientar alguns alunos de

graduação por semestre, na elaboração de seu Trabalho de Conclusão de Curso, sendo que

pode ter também orientandos de especialização, mestrado e doutorado. Nesse sentido, é

normal que ele agende com seus orientandos um encontro semanal (pode ser presencial ou

fazendo uso da mídia que julgarem ser a mais adequada) ou quinzenal, dependendo do tipo

de trabalho, da forma como está sendo conduzido, da seriedade do aluno e da

disponibilidade de tempo do professor. Normalmente uma conversa de meia hora é

suficiente para repassar muitos esclarecimentos, pedir correções e recomendar leituras que

o professor julga necessárias. É importante observar que o professor orientador não é o

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autor do trabalho; seu papel é mostrar o caminho para que o aluno chegue à produção de

um bom trabalho científico, do qual ambos possam se orgulhar.

Durante a elaboração do projeto, entretanto, o orientador não tem a obrigação de

dedicar muito tempo a cada orientando. É recomendável que ele troque idéias algumas

vezes ao longo do semestre, para que os objetivos (geral e específicos) do estudo sejam

bem alinhados e dimensionados, e para que a fundamentação teórica conte com as mais

importantes obras (recomendadas pelo orientador). Não cabe, nesse momento, a leitura

minuciosa de toda a produção do aluno.

1.1.2 Papel do orientando

Cabe ao orientando todo o trabalho de realização da pesquisa, leituras, levantamento

de dados, escrita, preparo da apresentação, apresentação e correções conforme as

recomendações. Nesse processo, ele deve acatar o máximo possível as recomendações do

professor orientador. Deve comparecer ou se comunicar regularmente, nos horários

agendados pelo professor orientador, tendo a consciência de que ele é uma pessoa muito

mais experiente, que deve ser respeitada e valorizada.

Se, porventura, o professor orientador não tiver todo o conhecimento e

disponibilidade necessários à orientação (todos temos limitações), o orientando poderá

recorrer a um outro professor, que assumirá o papel de co-orientador, sempre com a

concordância do professor orientador. Isso é muito comum, principalmente quando o

estudo abrange mais de uma área.

Para buscar a ajuda de um orientador e até de um co-orientador, primeiramente o

orientando deve iniciar a elaboração do seu projeto, conforme se apresenta nos itens a

seguir. A partir daí ocorre a interação em que o orientador vai ajudando a melhorar a

qualidade da produção.

1.2 Estrutura de trabalhos acadêmicos (com base na norma NBR 14724)

Um projeto deve seguir um padrão em sua estrutura, apresentando elementos pré-

textuais, elementos textuais e elementos pós-textuais, à semelhança das monografias,

dissertações e teses a que tais projetos podem se referir. A diferença do projeto para o

trabalho a que se refere, é que no projeto não existe a apresentação e análise dos dados.

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A norma NBR 14724, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), que

trata especificamente da estrutura de trabalhos acadêmicos, propõe que seja adotada a

seqüência apresentada no quadro 1.

Elementospré-textuais

- CAPA- FOLHA DE ROSTO- FOLHA DE APROVAÇÃO- DEDICATÓRIA (elemento opcional)- AGRADECIMENTOS (elemento opcional)- EPÍGRAFE (elemento opcional)- RESUMO- ABSTRACT- LISTA DE FIGURAS- LISTA DE QUADROS- LISTA DE TABELAS- SUMÁRIO

Elementos textuais

- INTRODUÇÃO- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA- METODOLOGIA- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS (não tem no projeto)

- CONCLUSÃO (não tem no projeto)Elementospós-textuais

- REFERÊNCIAS- APÊNDICES- ANEXOS

Quadro 1: Elementos dos trabalhos científicos.Fonte: Adaptado da norma NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO, 2005)

Veremos a seguir os passos necessários à composição dessa estrutura, em uma

ordem mais lógica, em que se elabora primeiramente o conteúdo textual, para depois

estruturar os elementos pré-textuais e pós-textuais.

1.3 Capítulo introdutório

O primeiro capítulo de um projeto é importantíssimo, pois constitui a base de todo o

restante que será desenvolvido. Nesse sentido, é neste capítulo que o estudante apresenta a

definição da área do estudo, do tema dentro dessa área, do problema de pesquisa que

norteará o desenvolvimento da pesquisa, dos objetivos (geral e específicos), das

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justificativas e até mesmo a estrutura do trabalho (anunciando os capítulos seguintes). Esses

itens são apresentados em maiores detalhes nos tópicos a seguir.

1.3.1 Área, tema, problema e objetivos

A definição do estudo a ser feito inicia com a escolha de uma área da ciência, com a

qual o pesquisador tem afinidade. Seria algo terrível para qualquer pessoa, ter que

desenvolver ao longo de um ano ou mais, um estudo sobre uma área pela qual não tem

interesse, e cujos conhecimentos não pretende aproveitar ao longo de sua trajetória

profissional.

É normal que o desenvolvimento de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

tenha seu início quando o curso de graduação está chegando ao fim, desenvolvendo-se o

projeto no penúltimo semestre, a fim de que o TCC seja desenvolvido no último semestre.

Espera-se que, depois de aproximadamente três anos de estudos, o aluno tenha demonstrado

interesse por uma das áreas do curso. Por outro lado, você pode ter percebido alguma

fragilidade em seu aprendizado em uma dessas áreas, optando por desenvolver o TCC na

mesma para suprir essa falta. Pode ser até que você fique em dúvida entre duas ou mais

áreas, pois gostaria de desenvolver estudos em todas elas. Nesse caso, apenas estabeleça a

prioridade, pois as áreas que não forem escolhidas para o desenvolvimento de seu TCC,

podem aguardar por uma especialização, mestrado ou até doutorado, para que você

desenvolva novos trabalhos. Você pode até mesmo deixar para escrever artigos ou livros

posteriormente, nas áreas que não forem escolhidas neste momento, independentemente de

participar de qualquer novo curso regular. O importante é que você escolha imediatamente

a área em que desenvolverá o projeto de seu TCC, dando continuidade ao mesmo durante o

próximo semestre. Para estudantes de mestrado e doutorado, normalmente essa escolha tem

que ser feita bem antes, ao candidatar-se ao curso, mas nesse caso o estudante já tem mais

experiência no desenvolvimento de projetos de pesquisa.

No caso da Administração, por exemplo, as áreas podem ser as de Marketing,

Finanças, Recursos Humanos, Produção, Materiais, Logística, Sistemas de Informações,

Organização e Métodos (ou Organização, Sistemas e Métodos), Gestão Sustentável,

Cooperativismo, Gestão do Conhecimento, Viabilidade de Negócios, Turismo e Hotelaria,

Administração Pública e outros. Mesmo essas principais vertentes podem ser subdivididas.

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Por exemplo, a área de Recursos Humanos pode ser dividida em Recrutamento, Seleção,

Capacitação, Planejamento de Carreiras, Cultura Organizacional e muitas outras. A área de

Marketing pode ser dividida em Planejamento Estratégico de Marketing, Pesquisa de

Mercado, Comportamento do Consumidor, Ciclo de Vida de Produtos, Marketing de

Relacionamento e muitas outras. Nesse sentido, depois de escolher a área, selecione um

tema dentro dessa área, porque você precisa estabelecer o foco do seu estudo. Imagine

quanto teria que escrever, se desejasse explorar por completo a área de “Marketing”! Cada

área é composta por diversos temas, dentre os quais eu recomendo que você escolha apenas

um, ou no máximo dois, se for estabelecer a relação entre eles.

A escolha de um tema permite que você aprofunde os conhecimentos sobre o

mesmo, mas se você quiser fazer um estudo completo sobre uma determinada área, isso

também é possível, contanto que a abordagem seja mais superficial. Um estudo sobre a

estruturação da área Financeira em uma empresa, necessariamente contemplaria todos os

temas relacionados à mesma. A impossibilidade de aprofundar os conhecimentos em tal

situação, deve-se à limitação no número de páginas de um trabalho, que no caso de um

TCC normalmente não deve ter menos que 50 (cinqüenta), nem mais que 120 (cento e

vinte) páginas. Uma dissertação de mestrado pode estender-se mais, entretanto não

recomendo que ultrapasse 200 (duzentas) páginas. Uma tese de doutorado pode estender-se

ainda mais, mas também não recomendo que ultrapasse 300 (trezentas) páginas, por mais

interessante que seja o estudo.

A divisão de uma ciência em áreas e subáreas é muito comum, e certamente poderão

ser observados procedimentos semelhantes em cursos como os de Contabilidade,

Economia, Serviço Social, Direito, Biblioteconomia, Letras, Engenharias, Arquitetura,

Enfermagem ou qualquer outro.

Tendo selecionado a área e o tema, o próximo passo na elaboração do seu projeto é

a criação de um problema de pesquisa. Trata-se da pergunta cuja resposta é o seu TCC. Por

exemplo, se você deseja fazer um estudo de viabilidade econômica, financeira e

mercadológica para a implantação de um novo negócio, seu problema de pesquisa poderá

ficar parecido com este: “É viável a implantação de uma lanchonete no bairro Trindade, em

Florianópolis?”; Se você desejar fazer um estudo sobre a cultura organizacional da

organização em que trabalha, seu problema de pesquisa pode ficar parecido com este:

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“Como se caracteriza a cultura organizacional da empresa XYZ?”; Se você deseja fazer o

planejamento estratégico de marketing de uma empresa, seu problema de pesquisa poderá

ficar assim: “Que ações podem compor o plano estratégico de marketing para a empresa

XYZ, para o período 2013 a 2015?”; Seu trabalho é necessariamente a resposta a uma

pergunta, que pode ter caráter prático, visando a solução de um determinado problema de

uma organização, ou pode caracterizar apenas uma curiosidade do pesquisador, desejando

verificar como se caracteriza determinado mercado consumidor, um setor industrial, ou

mesmo a política governamental e seus impactos sobre certo tipo de organização. Sua

imaginação é o limite.

Para prosseguir na elaboração do seu projeto, crie o Objetivo Geral, convertendo

seu problema de pesquisa em uma frase afirmativa que inicie com um verbo no infinitivo.

Por exemplo, os três problemas de pesquisa apresentados seriam convertidos da seguinte

forma:

a) “Avaliar a viabilidade de implantação de uma lanchonete no bairro Trindade,

em Florianópolis”;

b) “Caracterizar a cultura organizacional da empresa XYZ”;

c) “Estruturar um plano estratégico de marketing para a empresa XYZ, para o

período 2011 a 2015”.

O objetivo geral ainda deve ser desmembrado em objetivos específicos

(normalmente três ou quatro) que, ao serem atingidos, levarão necessariamente ao alcance

do objetivo geral. Por exemplo, o primeiro dos três objetivos gerais apresentados

anteriormente, poderia ser desmembrado nos seguintes objetivos específicos:

a) “Avaliar os possíveis pontos para a implantação de uma lanchonete no bairro

Trindade”;

b) “Dimensionar os investimentos em instalações, maquinário e decoração da

lanchonete”;

c) “Avaliar a aceitação de uma lanchonete, por parte dos moradores do bairro

Trindade e estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina”;

d) “Criar as projeções de demonstrativos financeiros e calcular o ponto de

equilíbrio para o empreendimento”.

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Certamente os objetivos gerais e específicos apresentados aqui como exemplos para

um nível de TCC podem ser aperfeiçoados por alguém que pretenda fazer estudos sobre

esses temas. Busque a ajuda de um professor da área que você escolher, para dimensionar

bem o seu problema de pesquisa, objetivo geral e objetivos específicos.

Observe que este primeiro capítulo de seu projeto inicia com uma contextualização,

em que você explica como chegou ao problema de pesquisa, sendo importante que

apresente também as ideias de alguns dos mais relevantes autores da atualidade, sobre o

tema escolhido. Essa é uma forma de apresentar suavemente o problema de pesquisa ao

leitor de seu trabalho, sem que ele fique se perguntando quanto aos motivos de tal estudo. A

contextualização termina com a apresentação do problema de pesquisa, vindo a seguir o

objetivo geral e os objetivos específicos.

No próximo item deste capítulo inicial você deve apresentar as justificativas para a

realização do estudo.

1.3.2 Justificativas

Um estudo pode ser justificado, isto é, a sua execução pode ser defendida com base

em argumentos quanto a importância, originalidade, oportunidade e viabilidade.

Quanto à importância, procure descrever a contribuição de seu estudo para o bom

andamento da organização estudada, para o crescimento do pesquisador, para a comunidade

acadêmica, ou seja lá qual for o beneficiário do estudo. Responda: Ele é importante para

quem? Por que?

Quanto à originalidade, considere o seguinte: uma tese de doutorado deve ser

necessariamente original, isto é, deve ser um estudo totalmente novo, que ninguém mais

tenha feito em lugar algum. Uma dissertação de mestrado, por sua vez, não precisa ser

totalmente original, podendo ser a reedição local de um estudo realizado em outro país, ou

sob novas circunstâncias. Em se tratando de uma monografia de graduação, a exigência de

originalidade é ainda menor, mas continua sendo necessário que o estudante a desenvolva

por completo, sendo inaceitável o plágio, isto é, a simples cópia de conteúdos criados por

outros, sem que se dê o devido crédito.

Quanto à oportunidade, considere se o estudo está sendo feito em um período

adequado, compatível com as necessidades atuais de conhecimentos e de soluções de

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problemas. Por exemplo, estudos relacionados às práticas de recrutamento e seleção,

motivação, cargos e salários, e até sobre clima organizacional, seriam oportunos para uma

organização que esteja apresentando elevados índices de rotatividade de sua mão de obra.

Por outro lado, um estudo visando verificar os riscos de uma organização em função do

Bug do Milênio seria inoportuno, por estar mais de dez anos atrasado, assim como um

estudo sobre a viabilidade de implantação de um centro de teletransporte no bairro do

Morumbi (São Paulo) seria inoportuno devido à falta de disponibilidade de tal tecnologia,

desconhecimento dos possíveis custos e impossibilidade de levantamento da aceitação da

população referente a esse serviço (ainda inexistente).

Quanto à viabilidade, descreva os recursos necessários à realização do seu estudo,

se existem obras suficientes (livros e artigos) para elaborar uma boa fundamentação teórica,

se haverá acesso aos dados organizacionais, se haverá tempo suficiente para concluir o

TCC, e outros aspectos que você julgue relevantes para viabilizar a realização do estudo.

1.3.3 Estrutura do trabalho

Para finalizar o capítulo introdutório, é interessante que você anuncie ao leitor de

seu projeto o conteúdo que ele vai encontrar nos capítulos a seguir. Nesse sentido,

apresente a informação de que o segundo capítulo é composto pela fundamentação teórica

sobre os assuntos X, Y e Z, que o terceiro capítulo é composto pela metodologia adotada

neste estudo, contando com a caracterização do estudo, a população a que se refere o

estudo, a forma de amostragem e a previsão (no projeto ainda é só uma previsão) dos

procedimentos a serem adotados na coleta e na análise dos dados. Normalmente um ou dois

parágrafos são suficientes para esta finalidade. Tente despertar o interesse no leitor, para

que ele prossiga na leitura.

1.4 Fundamentação teórica

O segundo capítulo do seu projeto normalmente será a fundamentação teórica, isto

é, a apresentação discursiva daquilo que diversos autores têm escrito sobre o tema que você

escolheu para estudar. Para saber quais os itens que comporão a sua fundamentação teórica,

observe com atenção os seus objetivos (todos eles) e identifique as palavras-chave, ou seja,

itens importantes que requerem uma boa compreensão, a fim de que se possa dar

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andamento à pesquisa. Neste semestre, além do desenvolvimento do capítulo 1, você deve

montar a estrutura de sua fundamentação teórica, identificando as principais obras que

poderão ser utilizadas na construção da mesma. Nesse sentido, tendo identificado as

palavras-chave, deve-se fazer um levantamento bibliográfico, conforme se apresenta no

item a seguir.

1.4.1 Levantamento bibliográfico

A construção de conhecimentos no meio acadêmico deve se dar a partir de diversos

autores, pois, com poucas exceções, ficaria muito pobre um estudo que tomasse por base

um só autor. Até mesmo um estudo sobre as obras de Peter Drucker, requer um

levantamento das opiniões de outros autores sobre aquilo que ele escreveu.

Nesse sentido, o levantamento bibliográfico é uma busca por obras que possam ser

utilizadas na elaboração do seu TCC. Você pode fazer a busca mais facilmente em sites de

bibliotecas e editoras, e em portais de periódicos. Utilize as palavras-chave identificadas a

partir dos seus objetivos, para a busca das obras, sendo recomendável que você inclua os

principais livros, tanto os clássicos quanto os mais recentes e completos, e que depois

acrescente teses, dissertações e principalmente artigos científicos. Você pode contar com a

ajuda do site da Biblioteca Universitária da UFSC (www.bu.ufsc.br) e do portal de

periódicos da CAPES (http://www.periodicos.capes.gov.br/). A tela que você verá é a que

se apresenta na figura 1.

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Figura 1: Portal de periódicos da CAPES.Fonte: CAPES (2013)

Observe que foi digitada a sigla “RAE” no campo “Buscar periódico”. Ao proceder

essa busca, foram localizados os acessos à Revista de Administração de Empresas da FGV

e à RAE-eletrônica, editada por essa mesma fundação, conforme se observa na figura 2.

Figura 2: Busca pela RAE no portal de periódicos da CAPES.Fonte:http://www.periodicos.capes.gov.br/?option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88&type=p&sfx=aHR0cDovL2J1c2NhZG9yLnBlcmlvZGljb3MuY2FwZXMuZ292LmJyL1Y

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Se você desejar buscar diretamente os artigos, pode utilizar o recurso “Buscar

assunto” na página inicial; você poderá optar pela área do conhecimento “Ciências Sociais

Aplicadas” e digitar o termo “Administração”, por exemplo, obtendo uma relação com mais

de mil e cem artigos, dos quais mais de duzentos foram recuperados pelo portal, conforme

se observa na figura 3. Ao selecionar o título do artigo utilizando o mouse, você poderá ter

acesso, em muitos casos, ao texto completo, disponibilizado em um arquivo PDF, isto é,

exatamente com a mesma formatação que o artigo recebeu em sua versão impressa.

Você pode ainda escolher uma base de periódicos, que é uma compilação de

revistas e respectivos artigos. Dentre as diversas disponíveis, recomendo que você visite a

base de periódicos “Emerald” (http://www.emeraldinsight.com/), que contém muitos

periódicos relacionados à Administração, mas observe que a maioria dos artigos estará em

inglês.

Figura 3: Resultado da busca por “Administração” em artigos no portal de periódicos da CAPES.Fonte:http://www.periodicos.capes.gov.br/?option=com_pmetabusca&mn=88&smn=88&type=m&metalib=aHR0cDovL2J1c2NhZG9yLnBlcmlvZGljb3MuY2FwZXMuZ292LmJyL1Y%2FaW5zdGl0dXRlPUNBUEVTJnBvcnRhbD1OT1ZPJm5ld19sbmc9UE9SJmZ1bmM9cXVpY2stMS1jaGVjazEmbW9kZT1zaW1wbGU%3D&buscaRapidaArea=000075073&buscaRapidaTermo=Administra%C3%A7%C3%A3o

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Outra boa alternativa é o Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br/), que

pode apresentar uma grande quantidade de obras relevantes, de cunho científico, a serem

pesquisadas para elaborar a sua pesquisa (figura 4).

Experimente entrar nesses e em outros sites, para compor o seu levantamento

bibliográfico, sendo necessário depois priorizar as suas leituras. Infelizmente, não é

possível ler todas as obras existentes sobre determinado tema. Escolha as mais relevantes e

lembre-se de selecionar algumas dezenas de artigos científicos, cuja leitura é muito mais

rápida que a de um livro, além de promover a diversidade de autores na composição da sua

fundamentação teórica.

Outras obras de metodologia científica (além desta) também podem constar em seu

levantamento bibliográfico, havendo diversas delas nas Referências e na Bibliografia

Complementar, sugerida ao final deste livro. Escolha as mais adequadas à estruturação de

seu projeto, e que estejam à sua disposição.

Figura 4: Google AcadêmicoFonte: Google (2013)

1.4.2 Desenvolvendo a fundamentação

A fundamentação teórica é o capítulo em que você apresenta as ideias de outros

autores sobre o tema que você está estudando. É a sua oportunidade de demonstrar que tem

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conhecimentos decorrentes de muita leitura, sendo necessário sempre apresentar a origem

das ideias utilizadas (citações e referências).

Ao longo do próximo semestre, para desenvolver completamente a fundamentação

teórica, recomendo que você busque inicialmente alguns livros que sejam bem completos

sobre o tema em estudo. Extraia deles e adapte os tópicos que lhe interessam para compor o

esqueleto da fundamentação, isto é, os títulos e subtítulos que você utilizará. Depois você

pode ler especificamente os trechos desses livros que são mais relevantes para o seu estudo,

extraindo algumas citações a serem utilizadas posteriormente. Uma prática que tenho

apresentado aos meus alunos, é a digitação das citações entre aspas, seguidas dos dados de

autoria, ano da obra e página da citação entre parêntesis, conforme as normas da ABNT,

criando também a referência completa dessa obra antes de devolvê-la à biblioteca ou ao seu

dono, para que não tenha que buscá-la novamente em função desses dados. Não pense em

ler (nesse momento) esses livros por completo, pois tomaria muito tempo e não seria

necessariamente produtivo. Busque, leia e sistematize diretamente as ideias contidas nos

capítulos que mais lhe interessam em cada um desses livros.

Depois de criar a estrutura (títulos e subtítulos) e inserir citações dessas obras

(livros) em cada seção de sua fundamentação, recomendo a leitura dos artigos científicos,

conforme a prioridade que você mesmo estabeleceu, buscando ideias e citações adicionais

para que depois tenha os subsídios necessários à estruturação do seu texto com maior

diversidade e complementaridade de opiniões, extraídas de diversos autores. Continua aqui

a recomendação de digitar as citações e referenciá-las, ou digitar as ideias do autor

(referenciando também), logo que terminar a leitura de cada artigo.

A fundamentação teórica é a base para que você tenha condições de dar

prosseguimento a sua pesquisa. Você precisa conhecer os estudos que já foram feitos sobre

aquele tema que você escolheu, os conceitos e características apresentados pelos autores,

até para que possa fazer o alinhamento com os objetivos e com o estudo empírico (se for o

caso).

1.4.3 Alinhamento com os objetivos

A fundamentação teórica de seu estudo deve estar perfeitamente alinhada com os

objetivos (geral e específicos) traçados. Cada objetivo deve ter o seu correspondente na

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fundamentação teórica, podendo até haver mais de um objetivo para um item da

fundamentação, ou mais de um item da fundamentação para um objetivo, mas sob hipótese

alguma pode haver um objetivo que não seja fundamentado ou um item da fundamentação

que não ajude a buscar a compreensão sobre um objetivo. Já participei de bancas de TCCs e

até de mestrado, em que se apresentavam itens na fundamentação teórica, que não

correspondiam a nenhum dos objetivos, servindo exclusivamente como curiosidade

apresentada ao leitor. Nesses casos, recomendei que aquele conteúdo fosse eliminado.

Busque sempre esse alinhamento e, até para que haja melhor compreensão por parte do

leitor de seu estudo, a ordem em que objetivos e itens da fundamentação são apresentados,

deve ser aproximadamente a mesma. Refiro-me aqui ao encadeamento das ideias.

1.5 Metodologia

O terceiro capítulo de seu projeto é composto pela metodologia da pesquisa, que

corresponde a um conjunto de procedimentos adotados em estudos aos quais se atribui a

confiabilidade do rigor científico. Tais procedimentos são necessários, visto que o papel, à

semelhança do computador e de todos os outros meios de registro de ideias, conceitos e

proposições, aceita qualquer conteúdo que lhe seja apresentado, independente da forma

como se chegou ao mesmo. Ao descrever o método adotado na elaboração de seu estudo,

supõe-se que qualquer outra pessoa que adote os mesmos procedimentos, chegará aos

mesmos resultados.

Nesse sentido, é importante que você caracterize o seu estudo, descreva a população

a que se refere o mesmo, a forma como compôs (ou comporá, se ainda for o projeto) a sua

amostra, os procedimentos a serem adotados na coleta e análise dos dados, e é interessante

que você estabeleça um cronograma. Todos esses itens são apresentados a seguir.

Esse capítulo deve ser criado em seu projeto, e será totalmente aproveitado no TCC.

Lembre-se que, no que diz respeito à metodologia, em seu projeto você aponta para o

futuro, dizendo o que pretende fazer, utilizando expressões como “as entrevistas serão

realizadas...” e “os dados serão analisados...”. Quando chegar ao trabalho final, você deve

colocar os verbos no passado, considerando que todos os procedimentos já tenham sido

adotados, e deve fazer os devidos ajustes, conforme tenham sido as ocorrências, utilizando

expressões como “as entrevistas foram realizadas...” e “os dados foram analisados...”.

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1.5.1 Caracterizando o estudo

É importante que os seus leitores saibam que tipo de pesquisa está sendo feita, se é

um estudo puramente teórico, ou se é teórico e empírico, se tem abordagem quantitativa ou

qualitativa, se é um estudo exploratório, descritivo, explicativo, estudo de caso ou de multi-

caso, levantamento, etc.

O próximo capítulo desta apostila apresenta com mais detalhes os parâmetros que

podem ser utilizados na caracterização do estudo.

1.5.2 População e amostra

Descreva tão detalhadamente quanto lhe for possível, qual é a população da

pesquisa, ou seja, aqueles a quem se refere o estudo. Por exemplo, o seu estudo pode ser

sobre o perfil dos consumidores de determinado produto ou serviço na cidade de

Florianópolis, e nesse sentido a população de seu estudo seria igual à população de

Florianópolis. Se o foco estiver nos consumidores residentes em um determinado bairro,

altera-se o tamanho da população para coincidir com o número de moradores. Se o seu

estudo for sobre a cultura organizacional da empresa XYZ, sua população será composta

por todos os trabalhadores da mesma. Se o seu estudo for sobre aquilo que ocorre em

determinado setor da empresa, não faz sentido caracterizar a população como sendo toda a

empresa; é mais coerente determinar como sendo apenas os trabalhadores daquele setor.

Amostra é a parcela da população que lhe fornecerá os dados. Observe que em

inúmeros estudos não se faz necessário recorrer a todos os elementos da população para

obter os dados. Um bom exemplo disso é a pesquisa de intenção de votos, normalmente

realizada pouco antes das eleições; nesse tipo de pesquisa, utilizam-se técnicas de

amostragem probabilística, de modo que um número relativamente reduzido de

respondentes pode expressar com elevado grau de confiabilidade (pouca diferença em

relação ao que se obteria se todos na população fossem respondentes), qual a forma de

pensar de toda a população. Para que esse procedimento funcione, é necessário que as

características da amostra sejam semelhantes às da população. É algo parecido com o que

se faz ao experimentar uma sopa, para verificar se a quantidade de sal está adequada: você

não toma toda a sopa, você toma apenas um pouquinho dela.

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A amostragem pode ser probabilística ou não probabilística. No primeiro caso,

seguem-se as leis de probabilidade, e no segundo caso, apesar de não serem seguidas tais

leis, busca-se com o máximo rigor obter dados que reflitam fielmente a realidade estudada.

Dentre os procedimentos probabilísticos, destacam-se os seguintes:

a) amostragem aleatória simples – a seleção dos elementos da amostra é feita por

sorteio, em que todos os elementos da população têm a mesma chance de

serem selecionados, e para tanto é necessário que todos os elementos da

população tenham sido identificados e numerados. O sorteio pode ser feito a

partir de uma tabela de números aleatórios. O tamanho da amostra pode variar

em função do tamanho da população e do grau de confiabilidade que se

pretende adotar (a esse respeito, recomendo a leitura da obra de Barbetta

(2008));

b) amostragem sistemática – também constitui um procedimento de amostragem

aleatória, em que todos os elementos da população já estejam ordenados. Por

exemplo, para selecionar 400 elementos de uma população de 4000, bastaria

pegar 1 a cada 10 elementos. Para garantir a aleatoriedade, seria necessário

primeiramente sortear 1 entre os primeiros 10 elementos. Por exemplo, se

sortear o de número 5, vai selecionar o 15, o 25, o 35, e assim por diante;

c) amostragem estratificada – quando a população é dividida em subconjuntos ou

estratos, e todos os elementos têm características comuns dentro de cada

estrato, a amostra deve ser composta de forma a manter as proporções

existentes nos estratos da população. Por exemplo, uma pesquisa que seja feita

junto aos estudantes de graduação da UFSC, deve levar em conta a existência

de seus 11 centros de ensino, sorteando alunos de todos eles, na mesma

proporção existente na população (mesmos percentuais). Se o Centro Sócio-

Econômico tem 10% dos estudantes de graduação da UFSC, e se a amostra

total tem 400 elementos, 40 deles deverão ser sorteados entre os alunos do

CSE. O mesmo se aplica aos demais centros.

Dentre os procedimentos de amostragem não probabilística, destacam-se os

seguintes:

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a) amostragem intencional – é aquela em que os elementos da população que

fornecerão os dados para a pesquisa são selecionados intencionalmente pelo

pesquisador. Por exemplo, ao estudar o processo de aquisição de novas

tecnologias em uma empresa, pode ser suficiente entrevistar o responsável direto

por tais aquisições. Nesse caso não faria sentido entrevistar quaisquer outros

colaboradores dessa organização, pois não teriam maior conhecimento sobre o

tema;

b) amostragem censitária – é aquela em que todos os elementos da população farão

parte da amostra. É utilizada, por exemplo, ao fazer um estudo organizacional

em determinada empresa que não seja extremamente grande. O questionário,

nesse caso, seria aplicado a todos os colaboradores;

c) amostragem acidental – respondentes são selecionados ao acaso, sem a

preocupação com a igualdade de chances para toda a população. Esta situação

normalmente é pouco representativa da totalidade da população;

d) amostragem por voluntariado – somente voluntários respondem, o que também

não é bom para representar a população, uma vez que a forma de pensar dos

voluntários pode ser diferente da que têm os que decidiram não responder.

Seja qual for o procedimento adotado para selecionar a amostra, você deve

descrevê-lo em detalhes.

1.5.3 Coleta e análise de dados

Procure caracterizar o seu estudo quanto aos procedimentos adotados na coleta de

dados, quando pretende realizá-la, e quais instrumentos pretende utilizar. Nesse sentido,

informe claramente quais as datas em que deve fazer a coleta, se vai aplicar questionário,

realizar entrevista, fazer observação ou levantamento documental, que instrumentos

utilizará para a armazenagem dos dados (formulário impresso, gravador analógico ou

digital, máquina fotográfica, filmadora, etc), e todas as informações adicionais que possam

ser utilizadas para transmitir segurança ao leitor, de que houve rigor científico em sua

pesquisa.

O mesmo deve ser feito quanto aos procedimentos a serem adotados para analisar os

dados. Descreva o período em que pretende realizar a análise, as ferramentas utilizadas

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(planilha eletrônica, software estatístico, etc), os procedimentos (por exemplo, veja no

capítulo 2 a Análise de Conteúdo) e toda informação adicional que possa ser antecipada.

1.5.4 Estabelecendo um cronograma

Comece já a planejar a utilização do tempo que você tem até a conclusão de seu

projeto, e posteriormente planeje também a distribuição do tempo até o fim do período de

elaboração de seu TCC, para deixá-lo pronto em tempo e com excelente qualidade.

Considere o tempo necessário à realização das leituras e anotações, à redação da

fundamentação teórica, à estruturação do capítulo de metodologia, à criação dos

instrumentos de coleta de dados, à própria coleta dos dados, à sua análise, à redação final

do trabalho, à entrega da versão final aos membros da banca, em tempo para que o leiam e

compareçam para avaliá-lo. O cronograma não é um item indispensável do projeto, e

também não deve fazer parte do seu TCC, mas deve constituir uma importante ferramenta

de acompanhamento do andamento do estudo, tanto para você quanto para o seu orientador.

O quadro 2 apresenta um modelo de cronograma para o ano de 2013, dividido em

quinzenas. Observe que as etapas apresentadas na cor amarela referem-se à elaboração do

projeto, e as etapas em verde referem-se à continuidade do trabalho, isto é, à elaboração do

restante do trabalho.

Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Elab. problema e objetivos x

Levantamento bibliográfico x

Elab. fundamentação teórica x x x x

Elaboração metotologia x x

Entrega do projeto x

Levant.bibliogr.complementar x

Continuidade da fund. teórica x x x x

Elab.instrum. coleta dados x

Coleta de dados x x

Análise dos dados x X

Redação análise e conclusão X x

Revisão de texto x

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Entrega do trabalho p/ banca x

Defesa do trabalho x

Ajustes no trabalho x

Entrega da versão final x

Quadro 2: Modelo de cronograma para elaboração de projeto e andamento da pesquisaFonte: Elaborado pelo autor

Cuide para que o cronograma não lhe sirva de camisa de força, mas sim como um

guia que lhe ajudará a estabelecer o ritmo de trabalho, e que poderá passar por inúmeros

ajustes no decorrer do ano. Compartilhe o seu cronograma com o professor orientador.

1.6 Elementos pré e pós-textuais

Até este momento, foram apresentados os capítulos que formam a parte textual de

seu projeto. Entretanto, diversos elementos devem ser apresentados antes desse texto, e

outros depois, sendo denominados elementos pré-textuais e elementos pós-textuais. Os

elementos que constituem a parte pré-textual de um trabalho científico, têm a finalidade de

ajudar na identificação e utilização do trabalho, ao passo que os elementos que constituem a

parte pós-textual têm a finalidade de apresentar informações complementares, que

dificultariam a leitura se estivessem dentro da parte textual. Por exemplo, as referências

completas das obras citadas ao longo do texto, ocupariam muito espaço em cada página,

assim como a apresentação de um questionário inteiro quando fosse citado. Dentre tais

elementos, destacam-se as referências, os apêndices e os anexos.

As informações sobre todos esses elementos encontram-se no capítulo 3.

SAIBA MAIS

Acesse o Banco de Teses e Dissertações do Programa de Pós-Graduação em

Engenharia e Gestão do Conhecimento da UFSC (http://btd.egc.ufsc.br/), acessando

aleatoriamente duas ou três obras a fim de verificar se a estrutura apresentada neste capítulo

é condizente com as dissertações de mestrado e teses de doutorado ali existentes. Procure

identificar as peculiaridades.

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RESUMINDO

Para que você estruture o seu projeto e posteriormente o próprio TCC, você vai

precisar da ajuda de um professor orientador. A construção do primeiro capítulo inicia com

a definição da área (MKTG, Finanças, etc.), tema, problema e objetivos, sendo importante

também fazer as justificativas e apresentar a estrutura que o trabalho deverá ter. O capítulo

2 corresponde à fundamentação teórica, sendo importante que se faça um bom

levantamento bibliográfico para definir o que vai ler, e por fim buscar as ideias dos diversos

autores sobre o seu tema. O capítulo 3 deve apresentar a metodologia, com a caracterização

do estudo, a descrição da população e da amostra, e a previsão da forma como pretende

coletar e analisar os dados. Tendo escrito esses três capítulos, você deve também estruturar

os elementos pré e pós-textuais, que dão maior consistência e melhor apresentação ao seu

projeto.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1 – Escolha uma área e um tema para o seu projeto

Área _____________________________________________

Tema ____________________________________________

2 – Estruture um problema de pesquisa que se enquadre nessa área e nesse tema.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

3 – Transforme o seu problema de pesquisa em um objetivo geral.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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4 – Crie três ou quatro objetivos específicos que, ao serem atingidos, automaticamente

levarão à concretização de seu objetivo geral.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

5 – Por que a realização deste estudo (com o problema e os objetivos criados por você)

seria importante? Para quem seria importante?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

6 – A realização desse estudo seria viável? Por que?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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7 – A realização desse estudo seria oportuna? Por que?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

8 – Faça um levantamento bibliográfico que indique pelo menos 50 obras (principalmente

artigos científicos) que poderão vir a ser utilizadas na elaboração de sua pesquisa.

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28

2 A METODOLOGIA DA PESQUISA

Um estudo é considerado científico quando são adotados métodos em sua

realização. Mesmo que o principal achado seja decorrente de um acaso, como foi a

descoberta da penicilina, a partir da casual contaminação de uma amostra que deveria ser

analisada, houve a adoção de método para todo o estudo que sucedeu esse acaso. Trata-se

da adoção de procedimentos padronizados e muito bem descritos, a fim de que outras

pessoas possam chegar a resultados semelhantes se seguirem os seus passos.

A caracterização do estudo é parte importante do capítulo de metodologia, motivo

pelo qual são apresentados neste capítulo da apostila, os principais elementos que você

utilizará para caracterizar o seu estudo. Neste semestre você deverá criar uma estrutura para

o capítulo de metodologia e fazer uma breve descrição dos procedimentos que adotará.

Daqui a dois semestres esse capítulo será desenvolvido em sua forma definitiva.

2.1 Pesquisa científica pura X aplicada

A pesquisa científica pura também é conhecida como teórica ou básica, tendo por

padrão a articulação de conceitos e a sistematização de ideias, visando a criação de novas

questões, diferentes de tudo o que já foi produzido, para melhorar o próprio conhecimento.

São geradas novas teorias para entender e explicar fenômenos existentes. Por exemplo, uma

nova teoria vem sendo criada para explicar movimentos sociais autodirigidos, que fazem

intensa utilização da rede mundial de computadores e das mais diversas tecnologias de

informação e comunicação que vêm sendo lançadas nas últimas décadas.

A pesquisa científica aplicada, por sua vez, normalmente faz uso dos conhecimentos

que já foram sistematizados, com o intuito de solucionar problemas organizacionais ou do

ser humano. Por exemplo, os novos estudos sobre os movimentos sociais vêm sendo

utilizados para criar estratégias mercadológicas, para que organizações solucionem seus

problemas relacionados a vendas e lucratividade.

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29

2.2 Caracterização do estudo quanto aos objetivos

Além da categorização quanto à pesquisa ser pura ou aplicada, os estudos científicos

podem ser categorizados a partir dos seus objetivos. Gil (2007) divide os estudos em três

categorias, nesse quesito:

a) pesquisa exploratória – trata-se de pesquisa desenvolvida em área onde existe

pouco conhecimento estruturado (não basta que o autor da pesquisa tenha pouco

conhecimento sobre o tema). Explora-se a realidade em busca de maior

conhecimento, a fim de que posteriormente seja feita pesquisa descritiva;

b) pesquisa descritiva – tem a finalidade de descrever o objeto de estudo, as suas

características e os problemas relacionados, apresentando com a máxima

exatidão possível, os fatos e fenômenos;

c) pesquisa explicativa – tem foco na identificação de fatores que determinam ou

contribuem para a ocorrência de determinados fenômenos, explicando a razão de

tal ocorrência (causas e efeitos). A contextualização em relação ao tempo e

espaço (ambiente social) é de suma importância.

2.3 Abordagens qualitativa e quantitativa

Os mais diversos estudos podem ser conduzidos com abordagens alternativas, que

são a qualitativa e a quantitativa.

a) abordagem qualitativa – esse tipo de estudo “tem o ambiente natural como fonte

direta de dados e o pesquisador como instrumento fundamental” (GODOY,

1995, p.62), utilizando o enfoque indutivo na análise de dados e dando maior

importância aos significados atribuídos pelas pessoas às coisas e à vida. Não é

necessária a utilização de ferramentas estatísticas de análise de dados, e ainda

assim a pesquisa é eminentemente descritiva;

b) abordagem quantitativa – esse tipo de estudo caracteriza-se pelo uso de

ferramentas estatísticas para o tratamento dos dados, visando medir as relações

existentes entre as variáveis, que por sua vez são previamente estabelecidas, à

semelhança das hipóteses.

Apesar de serem duas abordagens muito diferentes, elas não são mutuamente

excludentes. Por exemplo, um estudo pode iniciar com uma abordagem qualitativa, em que

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se descubram as características de uma determinada população, para que em uma segunda

etapa sejam buscadas as quantificações dessas mesmas características. Por outro lado, um

estudo pode iniciar com uma abordagem quantitativa, medindo diversas variáveis, e em

uma segunda etapa pode-se realizar um estudo qualitativo, com entrevistas e observações

que busquem explicar melhor uma parte dos dados que chamaram a atenção por serem

diferentes daquilo que se esperava.

Você pode caracterizar seu estudo como quantitativo, como qualitativo, ou ambos,

utilizando então a expressão “predominantemente quantitativo” ou “predominantemente

qualitativo”.

2.4 Caracterização do estudo quanto aos procedimentos

Os procedimentos adotados em uma pesquisa podem ser utilizados como critério de

diferenciação. Nesse sentido, Gil (2007) agrupa de um lado as pesquisas que fazem uso de

materiais escritos como fontes de dados, o que é o caso das pesquisas bibliográfica e

documental, e de outro lado as pesquisas que utilizam pessoas como fonte de dados, onde

se enquadram as pesquisas experimental e ex-post-facto, o estudo de campo, o estudo de

caso e o levantamento. Apresentam-se, a seguir, as principais características desses tipos de

pesquisa:

a) pesquisa bibliográfica – este tipo de estudo toma como objeto apenas livros e

artigos científicos, tendo normalmente a finalidade de buscar relações entre

conceitos, características e ideias, às vezes unindo dois ou mais temas. É parte

essencial da maioria dos estudos da Administração, uma vez que normalmente

se parte de uma abordagem teórica para depois verificar o que se observa

empiricamente nas organizações (nesse caso seria um estudo teórico e

empírico). Um estudo também pode ser totalmente teórico, devendo haver o

cuidado de não construir um TCC que seja mera compilação de ideias de alguns

poucos autores. Deve ser algo mais relevante, em termos de construção de ideias

e conhecimentos. Um exemplo interessante foi um TCC da graduação em

Administração da UFSC, em que se fez a comparação entre as abordagens

econômica e mercadológica do comportamento do consumidor;

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31

b) pesquisa documental – neste tipo de pesquisa faz-se análise de documentos

organizacionais, governamentais ou mesmo de um indivíduo, que ainda não

tenham sido trabalhados nesse sentido. São típicos os estudos sobre as finanças

de uma organização, visto que analisam relatórios e dados existentes na

empresa, mesmo que tenham recebido outros tipos de análise;

c) pesquisa experimental – neste tipo de pesquisa, algumas variáveis são avaliadas

quanto à influência que exercem sobre outras. Normalmente utiliza-se um grupo

de controle, que não receba a influência da variável em questão, para avaliar as

diferenças em relação a outro grupo que receba. São exemplo desse tipo de

pesquisa, estudos que avaliam a influência da luminosidade, da música ou de

outros fatores ambientais sobre a produtividade do trabalhador;

d) pesquisa ex-post-facto – diferente da pesquisa experimental, este tipo de estudo

é feito depois que o fato ocorreu, de modo que o pesquisador não pode interferir

nas variáveis. Um exemplo desse tipo de estudo seria a avaliação do

desempenho de trabalhadores de uma organização ao longo dos últimos anos,

correlacionando com as chefias e respectivos estilos gerenciais no período;

e) estudo de campo – vem em contraposição à pesquisa em laboratório,

normalmente caracterizada como experimental. O que se busca é observar os

fatos como eles ocorrem no ambiente natural, sem que se possam isolar e

controlar variáveis. Apesar disso, permite inferências sobre as relações de causa

e efeito nos eventos observados;

f) estudo de caso – este tipo de estudo permite observar e compreender com

profundidade a realidade de uma organização, grupo ou indivíduo. Também

pode ser feito com dois ou mais (não muitos mais) objetos de estudo, passando a

ser denominado estudo de multicaso. Os resultados deste tipo de estudo

geralmente não podem ser generalizados, pois representam um ou poucos

elementos, e não toda a população;

g) levantamento – é um método em que se buscam e analisam dados sociais,

econômicos e demográficos, geralmente fazendo uso de questionários. Pode-se

fazer amostragem probabilística ou mesmo censitária, sendo exemplo desse tipo

de estudo as pesquisas de intenção de voto às vésperas de eleições.

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32

Diversos outros procedimentos podem ser descritos, tendo sido apresentados aqui

apenas os mais comuns em TCCs de cursos de graduação. É recomendável que você

recorra a outros livros de metodologia da pesquisa, a fim de comparar estas ideias com as

que são apresentadas por outros autores, e principalmente buscar maior aprofundamento

sobre a forma de aplicar determinados procedimentos. Por exemplo, o melhor livro para

você aprender a fazer um estudo de caso é o de Robert Yin (2001), ao passo que alguns

outros são fortemente recomendáveis se você pretende fazer tratamento estatístico de dados

(BARBETTA, 2008, por exemplo).

Um outro procedimento muito utilizado na análise de dados, principalmente em

estudos qualitativos, é a análise de conteúdo, apresentada a seguir.

2.5 Análise de Conteúdo

Esta técnica tem o objetivo de compreender o que se diz sobre determinado assunto,

consistindo em uma série de procedimentos que geram indicadores, a partir dos quais são

feitas inferências sobre as condições de produção e de recepção das mensagens em estudo.

Como características, pode ser utilizada em estudos exploratórios, requer a interpretação

pelo pesquisador mesmo que sejam utilizados programas computadorizados para o

tratamento dos conteúdos, não deve ater-se ao estudo das freqüências, pois isso poderia

levar à perda daquilo que é raro ou mesmo ausente em um discurso, e requer a cuidadosa

criação de categorias de conteúdo. Nesse sentido, “categorizar implica isolar elementos

para, em seguida, agrupá-los. As categorias devem ser: (a) exaustivas, isto é, devem

permitir a inclusão de praticamente todos os elementos, embora nem sempre isso seja

possível; (b) mutuamente exclusivas, ou seja, cada elemento só poderá ser incluído em uma

única categoria; (c) objetivas, isto é, definidas de maneira precisa, a fim de evitar dúvidas

na distribuição dos elementos; (d) pertinentes, ou seja, adequadas ao objetivo da pesquisa”

(VERGARA, 2008, p.18).

Seguem-se normalmente algumas etapas na realização de uma análise de conteúdo.

A definição do problema de pesquisa leva a uma revisão de literatura que proporciona a

orientação teórica de suporte ao estudo. Criam-se suposições (se o estudo não for

exploratório) que nortearão a análise, definem-se os procedimentos de coleta de dados

(pode ser documental ou entrevistas), coletam-se os dados e fazem-se as transcrições (se

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forem entrevistas). A próxima etapa é a definição da grade de catetorias, que pode ser

aberta (criam-se as categorias conforme se analisa o conteúdo), fechada (as categorias

criadas previamente não podem ser alteradas) ou mista (criam-se categorias previamente,

mas são permitidas alterações). Lido o material, são definidas as unidades de análise

(palavras, expressões, frases ou parágrafos) e estas são enquadradas na grade criada. A

partir daí, a análise do conteúdo toma por base procedimentos estatísticos, interpretativos

ou ambos, a fim de confrontar com o problema de pesquisa e com a teoria previamente

analisada, chegando-se então à conclusão (VERGARA, 2008).

2.6 Quais procedimentos e abordagens utilizar

Observe que os procedimentos e abordagens não são excludentes. Por exemplo,

você pode fazer um estudo ao mesmo tempo quantitativo e qualitativo, e pode caracterizá-

lo ainda como teórico e empírico, descritivo, explicativo, estudo de caso e ex-post-facto.

Várias outras combinações podem ser formadas, devendo prevalecer o bom senso e a

adoção das melhores práticas nessa busca pelo conhecimento.

SAIBA MAIS

Procure no Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br/) artigos que tenham

utilizado “Revisão Sistemática”, e leia neles como é esse procedimento, que pode ser

adotado por você em suas pesquisas na Internet. Observe que a maioria dos estudos feitos

com uso desse procedimento são da área médica, mas nada impede a sua realização em

outros campos de estudo.

RESUMINDO

Você viu neste capítulo que o seu estudo precisa ser caracterizado, havendo várias

categorizações. Você viu o que é pesquisa científica pura e aplicada, pesquisa exploratória,

descritiva e explicativa, viu que pode adotar abordagem qualitativa, quantitativa ou ambas,

viu que entre os procedimentos a serem adotados na pesquisa você pode optar por pesquisa

bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa ex-post-facto, estudo

de campo, estudo de caso, levantamento e análise de conteúdo, dentre vários outros. Por

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fim, neste capítulo você constatou que os procedimentos e abordagens não são

necessariamente excludentes.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1 – O estudo que você estruturou nas atividades de aprendizagem do capítulo 1 podem ser

categorizados como:

a) ( ) Pesquisa pura ( ) Pesquisa aplicada

Justifique: _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

b) ( ) Estudo exploratório ( ) Estudo descritivo

( ) Estudo explicativo

Justifique: _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

c) ( ) Abordagem qualitativa ( ) Abordagem quantitativa ( ) Ambas

Justifique: _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

d) ( ) Pesquisa bibliográfica ( ) Pesquisa documental

( ) Pesquisa experimental ( ) Pesquisa ex-post-facto

( ) Estudo de Campo ( ) Estudo de Caso

( ) Levantamento ( ) Análise de conteúdo

Justifique: _______________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

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36

3 A FORMATAÇÃO DO TRABALHO ACADÊMICO (NORMAS DA ABNT)

Na elaboração de seu projeto e do próprio TCC, dissertação ou tese, é

imprescindível o respeito às normas da ABNT que regulamentam a elaboração de trabalhos

acadêmicos. Elas são apresentadas ao longo deste capítulo, de forma resumida, mas é

interessante que você as consulte na íntegra. A avaliação do projeto (e posteriormente do

próprio TCC) normalmente levará em consideração o uso adequado das normas e a

correção da escrita.

3.1 Regras gerais de apresentação (NBR 14724)

Conforme a norma NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO, 2005), os textos devem ser

apresentados em papel A4 branco, impressos em cor preta, podendo utilizar outras cores

somente para as ilustrações. Utilize fonte de tamanho 12 para todo o texto, exceto as

citações com mais de três linhas, notas de rodapé, legendas das ilustrações e das tabelas,

que devem ter tamanho menor e uniforme. Recomendo, para esses casos, que utilize fonte

de tamanho 10.

O texto deve ser digitado com espaçamento 1,5 entrelinhas, utilizando espaçamento

simples nas citações com mais de 3 linhas, notas de rodapé, referências, legendas de

ilustrações e de tabelas. As referências devem ser separadas entre si por dois espaços

simples.

As margens das folhas devem ser de 3 cm à esquerda e acima (superior), e de 2 cm à

direita e abaixo (inferior). As notas de rodapé devem ser digitadas dentro das margens,

separadas do texto por um espaço simples e por um filete de 3 cm, a partir da margem

esquerda.

Os títulos que não recebem numeração, ou seja, errata, agradecimentos, lista de

ilustrações, lista de abreviaturas e siglas, lista de símbolos, resumo, sumário, referências,

glossário, apêndices, anexos e índices, devem ser centralizados.

Todas as folhas do trabalho devem ser contadas, considerando que a folha de rosto

seja a de número 1 (a capa seria a folha de número 0), mas a numeração somente aparece a

partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos (1, 2, 3...), no canto

superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último algarismo a 2 cm da

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borda direita da folha. Se houver apêndices e/ou anexos, suas folhas também são

numeradas, seguindo a paginação do texto principal.

Cabe salientar também a formatação que recebem os elementos pré e pós-textuais.

Os elementos pré-textuais são apresentados nos itens a seguir.

3.1.1 Capa

A capa constitui a proteção externa do trabalho acadêmico, e sobre ela são

impressas as informações indispensáveis à sua identificação. Trata-se de um elemento

obrigatório, tanto no projeto quanto no TCC, dissertação ou tese, onde as informações

devem aparecer na seguinte ordem:

a) nome da instituição;

b) nome do autor;

c) título;

d) subtítulo, se houver;

e) número de volumes (se houver mais de um);

f) local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;

g) ano da entrega.

3.1.2 Folha de rosto

A folha de rosto é um elemento obrigatório, tanto no projeto quanto no TCC,

dissertação ou tese, devendo apresentar as informações dispostas na seguinte ordem:

a) nome do autor;

b) título;

c) subtítulo, se houver;

d) número de volumes (se houver mais de um);

e) natureza (tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros) e objetivo

(aprovação em disciplina, grau pretendido e outros); nome da instituição a que é

submetido; área de concentração;

f) nome do orientador e, se houver, do co-orientador;

g) local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado;

h) ano da entrega.

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3.1.3 Folha de aprovação

A folha de aprovação não deve fazer parte do projeto, mas é obrigatória na obra

resultante. Ela é constituída pelo nome do autor do trabalho, título do trabalho e subtítulo

(se houver), natureza, objetivo, nome da instituição a que é submetido, área de

concentração, data de aprovação, nome, titulação e assinatura dos componentes da banca

examinadora e instituições a que pertencem. O preenchimento da data de aprovação e a

coleta das assinaturas dos membros componentes da banca examinadora são

providenciados após a aprovação do trabalho.

3.1.4 Dedicatória

A dedicatória é um elemento opcional no TCC, dissertação ou tese, e absolutamente

não deve fazer parte do projeto. Trata-se de um texto livre, escrito pelo autor, em que

dedica esse trabalho finalizado a uma ou algumas pessoas que lhe são importantes, tais

como marido ou esposa, filhos ou os pais.

3.1.5 Agradecimentos

Os agradecimentos constituem um elemento opcional no TCC, e não devem fazer

parte do projeto. Trata-se de um texto livre, em que o autor apresenta as pessoas e os

motivos pelos quais é grato.

3.1.6 Epígrafe

A epígrafe é um elemento opcional no TCC, não fazendo parte do projeto. Trata-se

de uma citação de alguma obra, não necessariamente de caráter científico, e que representa

um pouco do pensamento do autor, normalmente tendo alguma relação com o tema

estudado. A norma NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO, 2005, p.5) estabelece que “podem também

constar epígrafes nas folhas de abertura das seções primárias”, isto é, no início dos

capítulos.

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3.1.7 Resumo

O resumo é um elemento obrigatório no TCC, dissertação ou tese, mas não deve

constar no projeto. Trata-se de uma seqüência de frases concisas e objetivas, sem

enumeração de tópicos, que não ultrapasse 500 palavras, seguido, logo abaixo, de palavras

que sejam representativas do conteúdo do trabalho, ou seja, as palavras-chave, também

conhecidas como descritores. Normalmente são utilizadas duas a quatro palavras-chave.

3.1.8 Abstract

A norma NBR 14724 (ASSOCIAÇÃO, 2005) estabelece que é um resumo em língua

estrangeira, com as mesmas características do resumo elaborado em português, sendo

intitulado Abstract quando feito em inglês, ou Résumé quando feito em francês, ou

Resumen se for elaborado em espanhol (pode ser feito em outras línguas). Também deve

ser seguido das palavras-chave ou descritores, na mesma língua. O que mais se utiliza

mundialmente é em inglês (Abstract e Key-words).

3.1.9 Lista de ilustrações

Trata-se de um elemento opcional, elaborado na mesma seqüência em que as

ilustrações se apresentam no texto, sendo cada item designado por seu nome específico, e

pelo número da página. Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de

ilustração, tais como desenhos, fluxogramas, gráficos, quadros e outros.

3.1.10 Lista de tabelas

A lista de tabelas é um elemento opcional, elaborado na seqüência em que as

mesmas se apresentam ao longo do texto, sendo os itens designados pelo respectivo nome e

número de página. Recomendo que seja elaborada, quando seu trabalho tiver mais que três

ou quatro tabelas.

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3.1.11 Lista de abreviaturas e siglas

A lista de abreviaturas e siglas é um elemento opcional, que apresenta em ordem

alfabética as abreviaturas e as siglas utilizadas ao longo do texto, seguidas pelas palavras ou

expressões que representam, em sua forma por extenso.

3.1.12 Sumário

A apresentação do sumário é obrigatória, sendo ele composto pela relação de seções

e subseções e respectivos números de páginas.

Até aqui foram apresentados os elementos pré-textuais. Os principais elementos que

constituem a parte pós-textual de um trabalho científico são as referências, os apêndices e

os anexos, conforme se apresenta a seguir.

3.1.13 Referências

As referências constituem um elemento obrigatório, tanto no TCC quanto no

projeto, uma vez que apresentam as obras citadas ao longo do texto. Toda obra citada deve

ser referenciada, e não deve ser referenciada nenhuma obra que não tenha sido citada.

Maiores detalhes sobre a construção de referências, em conformidade com a norma NBR

6023, estão disponíveis no item 3.6.

3.1.14 Apêndices

Apêndices são elementos opcionais, identificados por letras maiúsculas

consecutivas, seguidas de travessão e título. Se houver mais de 23 apêndices, poderão ser

utilizadas letra dobradas para identificá-los (AA, AB, AC...). Os apêndices são elementos

criados por você, e devem ser chamados a partir do texto. Por exemplo, no texto poderia

haver a seguinte frase: “As entrevista foram aplicadas com a utilização do roteiro

apresentado no Apêndice A”. Nesse caso, o título do apêndice ficaria da seguinte forma:

“APÊNDICE A – Roteiro de entrevista”.

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3.1.15 Anexos

Apêndices e anexos são semelhantes quanto à forma como se apresentam no seu

projeto, TCC, dissertação ou tese, com a diferença que o anexo foi criado por outra pessoa.

O anexo também é identificado por uma letra maiúscula seguida de um travessão e um

título.

3.2 Numeração progressiva das seções (NBR 6024)

O seu projeto e o seu TCC, dissertação ou tese, devem ser divididos em seções (ou

capítulos) e subseções, todas numeradas progressivamente. Cada capítulo será representado

por um número inteiro, iniciando em “1”, seguido de um espaço e o título do capítulo. Essa

é uma seção primária. As subdivisões dos capítulos são representadas por esse número

seguido de um ponto e outro número, iniciando em “1” (por exemplo, “1.1”), novamente

seguido por um espaço e o título dessa subseção. Nesse caso teremos uma seção secundária.

As seções secundárias podem ter subdivisões, que serão as seções terciárias (por exemplo,

“1.1.1”), que por sua vez podem ser subdivididas em seções quaternárias (por exemplo,

“1.1.1.1”), que por fim podem ser subdivididas em seções quinarias (por exemplo,

“1.1.1.1.1”).

A norma NBR 6024 (ASSOCIAÇÃO, 2003a) estabelece que “destacam-se

gradativamente os títulos das seções, utilizando os recursos de negrito, itálico ou grifo e

redondo, caixa alta ou versal e outro”. Nesse sentido, recomendo que utilize negrito com

caixa alta para as seções primárias, negrito com caixa baixa para as seções secundárias,

sublinhado com caixa baixa para as seções terciárias, itálico com caixa baixa para as seções

quaternárias e caixa baixa sem destaque nas seções quinarias, e terá a diferenciação

gradativa das seções (Quadro 3).

Seção primária 1 TÍTULO DO CAPÍTULO

Seção secundária 1.1 Título desta seção secundária

Seção terciária 1.1.1 Título desta seção terciária

Seção quaternária 1.1.1.1 Título desta seção quaternária

Seção quinaria 1.1.1.1.1 Título desta seção quinária

Quadro 3: Formatação dos títulos das seçõesFonte: Elaborado pelo autor

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Ao longo do seu texto, você pode desejar enumerar diversos itens, sem entretanto

criar novas subseções. Nesse sentido, anuncie-os e finalize o texto com dois pontos, para

adotar alíneas a seguir. Estas são designadas por letras minúsculas seguidas do fechamento

de parêntesis. Adota-se a ordem alfabética. As alíneas a seguir exemplificam estas

especificações:

a) as alíneas são reentradas em relação à margem esquerda;

b) o texto da alínea começa por letra minúscula e termina em ponto e vírgula,

exceto a última que termina em ponto;

c) quando houver subalíneas, estas terminam em vírgula:

- as subalíneas iniciam por um hífen posicionado sob a primeira letra da

alínea,

- a segunda e demais linhas da subalínea iniciam sob a primeira letra da

primeira linha da própria subalínea.

d) a segunda e demais linhas do texto da alínea iniciam sob a primeira letra do

texto da alínea.

3.3 Elaboração do sumário (NBR 6027)

Sumário, conforme a norma NBR 6027 (ASSOCIAÇÃO, 2003b, p.2), é a “enumeração

das divisões, seções e outras partes de uma publicação, na mesma ordem e grafia em que a

matéria nele se sucede”. Deve ser localizado como último elemento pré-textual, com a

palavra “SUMÁRIO” centralizada e com a mesma tipologia da fonte utilizada para as

seções primárias. A subordinação das subseções no sumário deve ser apresentada com a

mesma formatação utilizada no texto. Os elementos pré-textuais não devem constar no

sumário.

À semelhança do que acontece ao longo do texto, no sumário os números

indicativos são alinhados à esquerda, seguidos pelos títulos e subtítulos, se houver. O

número da página em que se encontra a seção é exposto à direita, podendo ser apenas a

página inicial (por exemplo: 45), ou a inicial e a final da seção, separadas por hífen (por

exemplo: 58-64).

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3.4 Elaboração do resumo (NBR 6028)

A norma NBR 6028 (ASSOCIAÇÃO, 2003c, p.1) define resumo como uma

“apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento”. Outros tipos de resumo

são definidos por essa norma, quais sejam:

a) resumo crítico ou resenha – é redigido por um especialista, que faz análise

crítica do documento em questão;

b) resumo indicativo – enumera os pontos principais do documento, mas não

apresenta dados quantitativos ou qualitativos, permanecendo em geral a

necessidade de consultar a obra original;

c) resumo informativo – informa as finalidades, a metodologia, os resultados e as

conclusões de um documento, de modo a dispensar a consulta à obra original.

O resumo sempre deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões

existentes no texto a que se refere. Deve apresentar-se como uma seqüência de frases

concisas, afirmativas e que não sejam simples enumeração de tópicos. Recomenda-se que

seja apresentado inteiro em um só parágrafo. Sua extensão será de 150 a 500 palavras em

teses, dissertações, TCCs e relatórios técnico-científicos, 100 a 250 palavras em artigos de

periódicos, e 50 a 100 palavras quando destinados a indicações breves. Resumos críticos

não estão sujeitos a limitação no número de palavras.

As palavras-chave devem ser apresentadas logo abaio do resumo, precedidas da

expressão “Palavras-chave:”, sendo separadas entre si por ponto e finalizadas também por

ponto.

3.5 Citações (NBR 10520)

Citação é a menção a uma informação extraída de outra fonte (ASSOCIAÇÃO,

2002a). Considera-se citação direta a transcrição literal de parte da obra do autor

consultado, ao passo que a citação indireta é escrita com as suas palavras, tendo por base a

obra consultada. Citações tanto podem aparecer no texto, quanto em notas de rodapé.

Ao fazer uma citação, você pode apresentar o nome do autor no texto em letras

minúsculas, ou entre parêntesis em letras maiúsculas, conforme os exemplos a seguir:

a) Almeida (2010) afirma que a cegueira organizacional constitui uma barreira ao

uso do conhecimento;

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b) “Outro exemplo de barreira ao uso do conhecimento é a cegueira

organizacional” (ALMEIDA, 2010, p.120).

Observe no segundo exemplo, em que foi utilizada uma citação literal, que o

número da página foi especificado, utilizando-se uma vírgula para separar do ano da

publicação. Nas citações indiretas essa especificação é opcional e, em muitos casos, não faz

sentido, pois você pode resumir o conteúdo de um livro ou artigo em um parágrafo, e não

haveria uma página ou duas para informar; seria a obra toda.

Quando uma citação direta tem até três linhas, deve ficar dentro do próprio texto,

destacada pelo uso de aspas duplas. Se, dentro da citação houver uma citação feita pelo

autor pesquisado, esta será destacada com aspas simples, conforme o exemplo a seguir:

a) “Na maior parte das vezes as idéias criativas ocorrem por mero acaso. A rigor,

‘[...] a inovação pode partir de qualquer um, em qualquer lugar [...]’ (HAMEL;

GETZ, 2004, P.13)” (ALMEIDA, 2010, p.58).

Quando a citação direta ultrapassar o limite de três linhas, deverá ser destacada sob

a forma de um parágrafo com 4 cm de recuo do lado esquerdo, espaçamento simples, fonte

de tamanho menor (recomendo tamanho 10) e sem aspas, conforme o seguinte exemplo:

A palavra ‘virtual’ corresponde a toda uma configuração que tem a tendência a se concretizar ou se tornar ‘atual’, isto é, a concretização da configuração para aquele momento. Como exemplo, podemos citar a semente de uma árvore com toda a configuração de uma árvore completa, e que conspira com os elementos da natureza, na direção de uma concretização, que parte do brotamento até a constituição de uma árvore adulta (ALMEIDA, 2010, p.99).

Quando você suprimir algum conteúdo na citação direta, indique com três pontos

entre colchetes: “[...]”.

As citações podem ser feitas utilizando o sistema de chamada numérico ou o

sistema autor-data, devendo-se seguir o mesmo padrão em todo o seu estudo.

Quando houver dois autores com o mesmo sobrenome, acrescentam-se as iniciais de

seus prenomes, e se a coincidência persistir, utilizam-se os prenomes por extenso, conforme

os seguintes exemplos:

a) (ALMEIDA, Mário, 2010) e (ALMEIDA, Mônica, 2010).

Se um mesmo autor tiver mais de uma obra no mesmo ano, a diferenciação entre

elas é feita por meio do acréscimo de letras minúsculas, em ordem alfabética, após o ano e

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sem espaço para separação, mantendo esse mesmo padrão nas referências. Observe o

seguinte exemplo:

a) (ALMEIDA, 2010a);

b) (ALMEIDA, 2010b).

Quando você quer se referir simultaneamente a duas ou mais obras do mesmo autor

em seu texto, utilize apenas vírgulas para separar os anos das publicações, conforme o

seguinte exemplo:

a) (SILVA, 2007, 2009, 2010)

Em algumas situações, não existe um autor responsável pela obra, mas uma

instituição, cujo nome vai no lugar do sobrenome do autor, conforme o exemplo a seguir:

a) A constituição brasileira (BRASIL, 1988);

Quando você faz uma citação de obra que foi citada por outro autor, utiliza a

expressão “apud”, conforme o exemplo:

a) Herschel e Jones (2005 apud ALMEIDA, 2010) apresentam BI como um

conjunto de tecnologias que agrupam e analisam dados para melhorar a tomada

de decisões.

Sempre que você utilizar as ideias de outros autores, mesmo que as expresse em

suas próprias palavras, deve citar as obras originais de onde tirou essas idéias. Se não o

fizer, estará praticando o plágio.

Toda citação deve ter seu correspondente nas referências, onde estão as informações

completas para encontrar as obras.

3.6 Referências (NBR 6023)

Segundo a norma NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO, 2002b, p.2), referência é um “conjunto

padronizado de elementos descritivos, retirados de um documento, que permite sua

identificação individual”. Dentre esses elementos, alguns são essenciais e outros são

complementares, variando conforme o meio utilizado para a publicação do documento, mas

havendo uma seqüência padronizada para a sua apresentação.

As referências devem ser alinhadas somente à margem esquerda, em espaço simples

e separadas entre si por espaço duplo, de modo que se identifique facilmente cada

documento. A forma de destaque do título (negrito, sublinhado ou itálico – eu recomendo o

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46

negrito) deve ser padronizada em todas as referências do seu trabalho (TCC, artigo, projeto,

tese ou dissertação). A exceção a esta regra são as obras que não têm indicação de autoria

nem responsabilidade, cujo elemento de entrada é o próprio título, com a primeira palavra

em maiúsculas.

Quando a obra for um livro ou um trabalho acadêmico, os elementos essenciais são

autor(es), título, edição, local, editora e data da publicação, conforme o exemplo a seguir:

Ex: ALMEIDA, Mário de Souza. Gestão do conhecimento. Florianópolis : Departamento de Ciências da Administração / UFSC, 2010.

Sempre que necessário, acrescente elementos complementares que ajudem a

identificar a obra, conforme o exemplo a seguir:

Ex: ALMEIDA, Mário de Souza. Tecnologia da Informação e a criatividade no desenvolvimento de produtos: um estudo de caso em grandes organizações. 2005. 212 f. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC, Florianópolis.

Quando a obra estiver publicada em meio eletrônico, adota-se toda a seqüência

apresentada anteriormente, acrescentando-se somente a descrição física do meio eletrônico

(CD-ROM, por exemplo). Com a larga utilização da Internet, torna-se essencial acrescentar

às referências das obras consultadas online, as informações sobre o endereço eletrônico

(Disponível em: <xxx>) e a data em que ocorreu o acesso à obra (Acesso em: 04 fev. 2013,

17:43:00), conforme o exemplo a seguir:

Ex: GIARDINO, Andrea. Bradesco implementa data warehousing para conhecer seu cliente. 1999. Disponível em: <www.computerworld.com.br>. Acesso em : 03 mai. 2001.

A hora do acesso é opcional. Não é recomendável referenciar materiais eletrônicos

que tenham curta duração nas redes. Se o uso de tal conteúdo for imprescindível,

recomendo que você imprima o mesmo como uma forma de comprovar a existência

daquele conteúdo naquela ocasião. Mantenha essa impressão guardada, no mínimo, até que

seu trabalho tenha sido avaliado e você tenha recebido seu diploma.

Quando você utilizar um capítulo de livro que tenha autoria própria, deve iniciar a

referência com o autor e o título do capítulo, seguido da expressão “In:”, prosseguindo

então com a referência completa ao livro do qual faz parte, conforme o exemplo a seguir:

Ex: ALMEIDA, Mário de Souza. Gestão do conhecimento e data warehouse: alavancagem no processo decisório. In: ANGELONI, Maria Terezinha

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(Org.). Organizações do conhecimento: infra-estrutura, pessoas e tecnologias. São Paulo : Saraiva, 2002. p. 172-184.

Ao utilizar um artigo de periódico científico em seu projeto ou TCC, a referência

deve ser construída com o(s) autor(es), título do artigo, título do periódico, local da

publicação, numeração correspondente a volume e ano, fascículo ou número, paginação

inicial e final, data ou intervalo de publicação e particularidades que ajudem a identificar o

artigo, conforme o exemplo a seguir:

Ex: BARQUETTE, Stael. Fatores de localização de incubadoras e empreendimentos de alta tecnologia. Revista de Administração de Empresas, São Paulo v.42, n.3, p.101-113, jul/set 2002.

Observe que o destaque não é dado ao título do artigo, mas sim ao nome do

periódico. Se o artigo foi publicado em meio digital ou na Internet, você deve acrescentar

as informações correspondentes, conforme explicado anteriormente.

Quando a obra referenciada tiver quatro ou mais autores, indique o primeiro,

seguido da expressão “et al.”.

Você encontrará inúmeras outras peculiaridades da construção de referências na

norma NBR 6023 (ASSOCIAÇÃO, 2002b), tais como para referenciar artigos de jornal,

artigos publicados em anais de congressos, leis e muito mais. Recomendo que você

providencie uma cópia dessa norma (e não de uma interpretação dela), para ter acesso a

todos os detalhes da construção das referências do seu próprio projeto, TCC, dissertação ou

tese.

SAIBA MAIS

Nem todos os trabalhos científicos seguem esse padrão de formatação, ainda que a

estrutura adotada na elaboração do texto possa ser bastante parecida. Por exemplo, artigos

científicos adotam uma formatação bem mais enxuta, sem quebras de páginas entre os

capítulos, sem capa ou folha de rosto, iniciando direto com o título, o nome dos autores, o

resumo e as palavras-chave na primeira página (alguns solicitam também abstract e key-

words na primeira página). Em seguida já vem uma breve introdução que conduz ao

problema de pesquisa, a fundamentação teórica com poucas páginas, a metodologia bem

resumida, a apresentação do estudo empírico (se não for um estudo puramente teórico), a

conclusão e as referências. No total, os periódicos estabelecem número mínimo e máximo

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de páginas variando de 8 a 25. Confira os sites de alguns dos principais periódicos

brasileiros na área da Administração para ver qual a formatação requerida:

a) Revista de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas - RAE:

http://www16.fgv.br/rae/artigos/Manual%20da%20redacao.jun2008.pdf ;

b) Revista de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas - RAP:

http://www.scielo.br/revistas/rap/pinstruc.htm ;

c) Revista de Ciências da Administração – RCA:

http://www.cad.ufsc.br/normas.php ;

d) Revista de Administração Contemporânea – RAC:

http://www.anpad.org.br/periodicos/rac/Manual_Submissao_2011.pdf

RESUMINDO

Você viu nesta unidade quais são as regras para a formatação do seu projeto e,

posteriormente, do seu TCC, dissertação ou tese, em conformidade com a norma NBR

14724. Viu como devem ser compostos todos os elementos pré e pós-textuais, tais como a

capa, a folha de rosto, folha de aprovação, dedicatória, agradecimentos, epígrafe e outros.

Foram apresentadas também a norma NBR 6024, que trata da numeração progressiva das

seções de sua obra, a norma NBR 6027, que trata da elaboração do sumário, a norma NBR

6028, que trata da elaboração do resumo, a norma NBR 10520, que estabelece a forma

como devem ser feitas as citações, e a norma NBR 6023, que estabelece como devem ser

estruturadas as referências. Você viu que os conteúdos foram apresentados de forma

bastante resumida e seletiva, sendo importante que você tenha acesso às normas na íntegra.

ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM

1 – Elabore os seguintes elementos pré-textuais para o seu projeto de trabalho científico,

considerando as atividades realizadas nas unidades 1 e 2:

a) Capa

b) Folha de rosto

c) Sumário (seguindo a norma de numeração progressiva e prevendo a estrutura

que seu projeto terá, inclusive com a fundamentação teórica e a metodologia)

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2 – Escreva pelo menos 10 páginas de fundamentação teórica, de modo a dar suporte ao seu

problema de pesquisa. Lembre-se de seguir as normas da ABNT que foram apresentadas

neste capítulo, inclusive as de citação e referências. Todas as obras citadas devem constar

nas referências, e todas as obras referenciadas devem ter sido citadas.

3 – Redija seu capítulo de metodologia de uma forma textual, utilizando pelo menos duas

outras obras de metodologia da pesquisa (além deste livro) para embasar a caracterização

do estudo, as escolhas quanto a população, amostra, coleta e análise de dados. Novamente,

siga rigorosamente as normas apresentadas.

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REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação - citações em documentos - apresentação. Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2002a. 7p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14724: informação e documentação - trabalhos acadêmicos - apresentação. 2. ed Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2005. IV,9p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2002b. 24p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6024: informação e documentação - numeração progressiva das seções de um documento escrito - apresentação. Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2003a. 3p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6027: informação e documentação - sumário - apresentação. Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2003b. 2p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação e documentação - resumo - apresentação. Rio de Janeiro (RJ): ABNT, 2003c. 2p.

BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais. 7. ed. rev. Florianópolis, SC: Ed. da UFSC, 2008. 315p. (Didatica) ISBN 9788532803962

CAPES. Portal de Periódicos. Disponível em: <http://www.periodicos.capes.gov.br/> Acesso em: 07 fev. 2011.

CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia científica. 6. ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

EMERALD. Disponível em: <http://www.emeraldinsight.com/> Acesso em: 07 fev. 2011.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v.35, n.2, p.57-63.

GOOGLE Acadêmico. Disponível em: <http://scholar.google.com.br/> Acesso em: 07 fev. 2011.

UFSC. Biblioteca Universitária. Disponível em: <http://www.bu.ufsc.br> Acesso em: 07 fev. 2011.

VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de pesquisa em administração. 3. ed. – São Paulo: Atlas, 2008.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2001.

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ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/UFSC, 2007.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

APPOLINÁRIO, Fabio. Metodologia da ciência: filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006.

BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.

CASTRO, Claudio de Moura. A prática da pesquisa. 2. ed. – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

DIEHL, Astor Antônio; TATIM, Denise Carvalho. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Editora Perspectiva, 2000.

FACHIN, Odília. Fundamentos de metodologia. 3. ed. – São Paulo: Saraiva, 2001.

GODOI, Christiane Kleinübing; BANDEIRA-DE-MELLO, Rodrigo; SILVA, Anielson Barbosa da (organizadores). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. São Paulo: Saraiva, 2006.

LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 5. ed. – São Paulo: Atlas, 2007.

LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. 2. ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.

MAGALHÃES, Gildo. Introdução à metodologia científica: caminhos da ciência e tecnologia. São Paulo: Ática, 2005.

MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 2007.

MATTAR NETO, João Augusto. Metodologia científica na era da informática. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.