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N o 048 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DOS TRANSPORTES URBANOS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO HISTÓRICA SIMONE IZUMI KUBO KANNO UBERLÂNDIA, 20 DE OUTUBRO DE 2003. D ISSERTAÇÃO DE M ESTRADO

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DOS … · A poluição do ar é quantificada pela simulação com animação dinâmica do tráfego pelo programa Traffic Software Integrated

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No 048

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DOS TRANSPORTES URBANOS EM ÁREAS DE

PRESERVAÇÃO HISTÓRICA

SIMONE IZUMI KUBO KANNO

UBERLÂNDIA, 20 DE OUTUBRO DE 2003.

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FACULDADE DE ENGENHARIA CIVIL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

Simone Izumi Kubo Kanno

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DOS TRANSPORTES URBANOS EM ÁREAS DE PRESERVAÇÃO

HISTÓRICA

Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia Civil da

Universidade Federal de Uberlândia, como parte dos requisitos

para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Faria

Uberlândia, 05 de maio de 2008.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

K16m

Kanno, Simone Izumi Kubo, 1980- Metodologia de avaliação dos impactos dos transportes urbanos em áreas

de preservação histórica / Simone Izumi Kubo Kanno. - 2008. 124 f. : il.

Orientador: Carlos Alberto Faria.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Uberlândia, Progra-

ma de Pós-Graduação em Engenharia Civil. Inclui bibliografia.

1. Transporte urbano - Aspectos ambientais - Teses. 2. Transporte ur-bano -

Uberlândia (MG) - Teses. 3. Uberlândia (MG) - Edifícios - Teses. I. Faria, Carlos Alberto. II. Universidade Federal de Uberlândia. Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Civil. III. Título.

CDU: 656.121:504

Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas da UFU / Setor de Catalogação e Classificação

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AAGGRRAADDEECCIIMMEENNTTOOSS

Agradeço, primeiramente, à Deus.

Aos meus pais, irmão e esposo pela dedicação, compreensão e incentivo.

Ao meu orientador, Carlos Alberto Faria, pelo apoio e empenho no desenvolvimento da

dissertação.

Aos meus co-orientadores Marcus Antônio Duarte e Marília Brasileiro Vale, pelos

ensinamentos, incentivo e ajuda no desenvolvimento do trabalho.

Aos colegas Ana Paula, Ana Theresa, Camilla, Douglas, Nádia e principalmente ao meu

amigo Cléber, pela ajuda na execução dos trabalhos. Aos colegas de sala, pela amizade e

apoio.

À Universidade Federal de Uberlândia, à Faculdade de Engenharia Civil e Faculdade de

Engenharia Mecânica, que forneceram o apoio necessário à realização da pesquisa.

À CAPES, pelo apoio financeiro.

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Kanno, S. I. K. Metodologia de avaliação dos impactos dos transportes urbanos em áreas de preservação histórica. 124 p. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Engenharia Civil, Universidade Federal de Uberlândia, 2008.

RREESSUUMMOO

A preservação de conjuntos e edifícios históricos, nos dias de hoje, é uma luta constante em

busca da identidade cultural das cidades. Vários são os fatores de sua degradação, dentre eles

o rápido crescimento e desenvolvimento das cidades, que leva ao aumento de tráfego que, em

muitas vezes, requer alargamento de vias com a conseqüente demolição dos edifícios nas

proximidades. Além disso, o grande volume de tráfego gera um aumento de poluentes

lançados na atmosfera, juntamente com outros tipos de poluição e impactos mecânicos, como

a vibração. Este trabalho avalia os impactos gerados por esse tráfego de veículos, tendo como

objetivo desenvolver a metodologia de análise, para identificar e quantificar os impactos que

os edifícios históricos podem sofrer. O estudo foi realizado em Uberlândia (MG), uma cidade

brasileira de porte médio. A metodologia consiste na avaliação de dois parâmetros: a poluição

ambiental gerada pelos transportes e a vibração que se propaga no solo, devido ao movimento

dos veículos. A poluição do ar é quantificada pela simulação com animação dinâmica do

tráfego pelo programa Traffic Software Integrated System (TSIS 5.1), na área em estudo, com

base nos dados obtidos nos levantamentos de campo, tais como características das vias e do

fluxo de veículos. Os impactos da vibração foram medidos por equipamentos apropriados, na

Casa da Cultura, edifício de grande valor histórico do município.

Palavras-chave: Preservação histórica – Simulação com animação dinâmica - Poluição –

Vibração estrutural

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Kanno, S. I. K. Evaluation methodology of traffic impacts on historic preservation area.

124 pp. MSc Dissertation, College of Civil Engineering, Federal University of Uberlândia,

2008.

AABBSSTTRRAACCTT

Historical preservation, nowadays, is a great challenge searching for the cultural identity in

the cities. Property deterioration and degradation can be caused by a lot of factors,

including the fast growth and development of the cities increase the traffic flow and in

most of the cases request a widening of the road and, because of which buildings had to be

demolished. Besides, a great traffic increases the number of pollutant in the atmosphere

and vibration on buildings. This research intent to create a methodology to identifying,

measuring, and quantifying how the degradation in historical buildings occurs. The area of

the study will be in Uberlândia – MG, a Brazilian median sized city. The method applied

into this work consists in evaluating of two parameters: environmental pollution produced

by transportation and the vibration that propagates in the ground by the movement of

vehicles. The air pollution is quantified by Traffic Software Integrated System (TSIS)

software which process a traffic flow and road characteristics based dynamic animation.

Vibration was measured in Casa da Cultura, an important historic building of the city, with

appropriate equipments

Keywords: historical preservation; dynamic simulation; air pollution and structure vibrations.

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SSUUMMÁÁRRIIOO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 1 1.1 Objetivos...................................................................................................................... 3 1.2 Justificativa.................................................................................................................. 3

CAPÍTULO 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 5

2.1 Poluição Atmosférica .................................................................................................. 5 2.1.1 Combustíveis ........................................................................................................ 6 2.1.2 Poluentes do ar ..................................................................................................... 6 2.1.3 Motores de combustão interna.............................................................................. 8 2.1.4 Meio ambiente, escalas e dimensões da poluição ................................................ 9 2.1.5 Efeitos da poluição atmosférica.......................................................................... 12

2.1.5.1 Efeitos sobre a saúde humana...................................................................... 13 2.1.5.2 Efeitos sobre as edificações......................................................................... 15

2.2 Vibração .................................................................................................................... 16 2.2.1 Conceitos básicos ............................................................................................... 16

2.2.1.1 Parâmetros de vibração................................................................................ 19 2.2.2 Vibrações em estruturas / edifícios..................................................................... 20 2.2.3 Normas ............................................................................................................... 22

2.2.3.1 Norma alemã – DIN 4150 ........................................................................... 23 2.2.3.2 Norma suíça (SN 640312a) ......................................................................... 23 2.2.3.3 Recomendações francesas ........................................................................... 24 2.2.3.4 Norma portuguesa ....................................................................................... 25 2.2.3.5 Norma inglesa.............................................................................................. 26

CAPÍTULO 3 OBJETO DE PESQUISA........................................................................... 27

3.1 Histórico de Uberlândia............................................................................................. 28 3.1.1 Evolução do Bairro Fundinho ............................................................................ 34

3.2 Notas sobre preservação do patrimônio cultural ....................................................... 39 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA....................................................................................... 43

4.1 Metodologia para quantificação e análise da poluição atmosférica .......................... 43 4.1.1 Traffic software integrated system (TSIS) ......................................................... 43 4.1.2 Configuração de dados no TSIS e resultados a serem obtidos........................... 44

4.2 Metodologia utilizada para análise de vibração ........................................................ 46 4.2.1 Análise dos sinais por meio das normas estrangeiras......................................... 47 4.2.2 Equipamento utilizado para as medições de vibração........................................ 48

CAPÍTULO 5 RESULTADOS .......................................................................................... 53

5.1. Edifícios analisados e sua constituição..................................................................... 53 5.2 Quantificação dos índices de poluição ...................................................................... 57 5.3 Medição de vibração.................................................................................................. 60

CAPÍTULO 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 64 REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 67

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APÊNDICES ....................................................................................................................... 72 Apêndice 1 - Níveis anuais de emissão de poluentes e de consumo de combustível produzidos no TSIS ......................................................................................................... 72 Apêndice 2 – Vibração – Casa da Cultura - 1ª Medição – Anexo: Rua Quinze de Novembro. ....................................................................................................................... 73 Apêndice 3 - – Vibração – Casa da Cultura - 2ª Medição – Lado oposto da Rua Quinze de Novembro. .................................................................................................................. 97

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ÍÍNNDDIICCEE DDEE FFIIGGUURRAASS

Figura 2.1 - Representação do sinal no domínio do tempo e no domínio da freqüência. ... 17 Figura 2.2 - Onda de vibração – amplitude da onda com relação ao tempo. ...................... 18 Figura 2.3 - Relações Matemáticas ..................................................................................... 19 Figura 3.1 - Mapa atual da cidade de Uberlândia com a localização do Bairro Fundinho . 28 Figura 3.2- Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo............................................................ 30 Figura 3.3 - Primeiro Plano Urbanístico de Uberlândia. ..................................................... 31 Figura 3.4 - Antiga Estação Rodoviária .............................................................................. 32 Figura 3.5 - Antiga Estação Ferroviária – Praça Sergio Pacheco........................................ 32 Figura 3.6 - Mapa de Uberlândia – crescimento da cidade ................................................. 34 Figura 3.7 - Praça Clarimundo Carneiro ............................................................................. 36 Figura 3.8 - Uso e ocupação do solo do Bairro Fundinho. 2000. S/escala.......................... 37 Figura 3.9 - Uso e ocupação do solo do Bairro Fundinho................................................... 38 Figura 4.1 - Bairro Fundinho e a localização da área escolhida para análise...................... 44 Figura 4.2 - Mapa da área escolhida para análise................................................................ 45 Figura 4.3 - Aparelhos utilizados para a medição do sinal.................................................. 48 Figura 4.4 - Equipamentos utilizados para captar os sinais de vibração dos edifícios........ 48 Figura 4.5 - Foto Acelerômetro Piezoelétrico utilizado nas medições................................ 49 Figura 4.6 - Localização dos acelerômetros – teto e parede paralela – Primeira medição.. 50 Figura 4.7 - Localização dos acelerômetros – parede perpendicular – térreo e primeiro pavimento – Primeira medição............................................................................................ 50 Figura 4.8 - Localização dos acelerômetros – parede paralela (térreo e primeiro pavimento) e parede perpendicular (térreo) – Segunda medição. .......................................................... 51 Figura 4.9 - Procedimento utilizado para análise do sinal captado ..................................... 51 Figura 5.1 - Palácio dos leões. Figura 5.2 - Coreto ......................................................... 54 Figura 5.3 - Casa da cultura Figura 5.4 - Oficina Cultural.............................................. 54 Figura 5.5 - Igreja N. S. Rosário Figura 5.6 - Residência Chacur.................................... 54 Figura 5.7 - Escola Estadual Uberlândia Figura 5.8 - Palacete Naguetini ....................... 55 Figura 5.9 - Mapa da área com indicação dos edifícios e trechos considerados para análise............................................................................................................................................. 59 Figura 5.10 - Implantação da Casa da Cultura .................................................................... 60 Figura 5.11 - Planta da Casa da Cultura – localização dos pontos de medição. ................. 61

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ÍÍNNDDIICCEE DDEE TTAABBEELLAASS

Tabela 2.1 - Reações Químicas da Chuva Ácida ................................................................ 12 Tabela 2.2 - Principais poluentes, seus efeitos e principais fontes de emissão. .................. 14 Tabela 2.3 - Valores de velocidade de vibração admitidos pela norma alemã DIN 4150 para danos em edifícios ....................................................................................................... 23 Tabela 2.4 - Valores velocidade de vibração, sugeridos pela norma Suíça. ....................... 24 Tabela 2.5 - Valores de velocidade de vibração, segundo a AFTES .................................. 24 Tabela 2.6 - Limites de velocidade de vibração sugeridos pela Circular do Ministério do Ambiente Francês ................................................................................................................ 25 Tabela 2.7 - Limites dos valores de velocidade de vibração de partícula em mm/s. .......... 25 Tabela 3.1 - Frota de veículos, separados por tipos. ........................................................... 27 Tabela 4.1 - Normas escolhidas para análise dos dados e os respectivos intervalos de freqüência utilizados............................................................................................................ 47 Tabela 5.1 - Composição dos edifícios escolhidos para o estudo. ...................................... 56 Tabela 5.2 - Fluxo de veículos na hora pico........................................................................ 58 Tabela 5.3 – Quantidade de níveis de poluentes (kg/m) ..................................................... 58 Tabela 5.4 - Quantidade de níveis de poluentes, lançados ao longo de um ano. ................ 59 Tabela 5.5 - Valores mínimos e máximos de velocidade de vibração (em RMS) .............. 63

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CCAPÍTULO 1

IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO

A evolução dos sistemas de transportes urbanos é decorrente da necessidade de

deslocamento, visto que a cidade se expandiu, e os veículos que faziam o transporte

intermunicipal passaram a ocupar a paisagem urbana. Quando surgiram os veículos

automotores, estes foram classificados como moda passageira, no entanto, evoluíram e se

tornaram grandes agentes da transformação urbana. (MESQUITA E SILVA, 2006).

A evolução dos transportes urbanos está estreitamente vinculada à evolução das cidades,

em função da qual a morfologia da cidade se configura parcialmente. Quanto mais

evoluídos os transportes, quanto mais velozes e maiores, maiores também são as vias

construídas para se adaptarem a esses veículos. Muitas vias de circulação já foram

desfeitas, estruturas urbanas já foram demolidas em função desta “modernidade”, em

várias cidades, não só do Brasil como do mundo.

Mesquita e Silva (2006) explicam que o sistema de transportes está vinculado ao

surgimento das cidades. A morfologia da cidade resultante desse sistema está

invariavelmente relacionada à circulação e aos transportes. Desde os primeiros veículos de

tração humana ou animal, passando pelas modalidades ferroviárias ou rodoviárias, a cidade

molda-se às possibilidades de mobilidade. Os bairros antigos, quando devidamente

preservados, até hoje guardam marcas de uma época em que existiam apenas os carros de

bois e o principal modo de deslocamento era a pé.

A popularização dos automóveis no Brasil ocorreu após a Segunda Guerra Mundial.

Depois da década de 1950, quando passaram a serem fabricados no país, surgiram

preocupações com a poluição. Esses veículos surgiram com o aperfeiçoamento do motor

de combustão interna, que recebe o combustível misturado com o ar e faz explodir a faísca

elétrica, movimentando o êmbolo dentro de um cilindro. Henry Ford, nos Estados Unidos,

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iniciou a fabricação em série dos automóveis, propiciando, assim, oportunidade para as

pessoas possuírem o seu próprio carro a custos menores. A produção do automóvel, em

grande escala de comercialização permitiu que os fabricantes melhorassem a apresentação

e a forma dos veículos, até chegar aos modelos de nossos dias. Somente há poucos anos,

começaram a desenvolver carros menos poluentes, já que a gasolina é um combustível de

alto teor poluente, principalmente se a combustão ocorrer de forma incompleta, isto é, sem

a quantidade de ar necessária para a queima do combustível lançado. Outros combustíveis,

como o óleo diesel e o álcool também são poluentes, sendo o primeiro mais poluente que a

gasolina.

Na década de 1930, iniciou-se a preocupação com a preservação do patrimônio no Brasil,

com a publicação do Decreto Lei Federal nº 25/1937, que organiza a proteção do

patrimônio e bens de valor histórico e artístico nacional, o qual instituiu o Tombamento

como principal instrumento jurídico para atuação do Poder Público na preservação do

Patrimônio. Na década de 1960, houve uma ampliação dos conceitos, pois, o tombamento

não era forte o suficiente para preservar o bem, e observaram-se grandes perdas do

patrimônio arquitetônico e urbanístico, devido ao rápido desenvolvimento e às

transformações das cidades. Órgãos estaduais de proteção ao patrimônio foram criados no

País, na década de 1970. Em 1980, legislações de proteção municipais foram criadas

atendendo às determinações das leis estaduais.

Entretanto, até os dias de hoje, diversas experiências demonstraram que o simples

tombamento de imóveis, sendo eles isolados, ou até mesmo em conjuntos, não é suficiente

para garantir a sua preservação. A eficácia disso está associada a medidas de consolidação

de uso, passando pela compreensão do fenômeno do crescimento urbano. Nessa

perspectiva, as medidas cautelares de preservação, quando associadas ao planejamento

urbano, adquirem um caráter mais amplo e a conservação do bem deixa de depender do

tombamento como instrumento único para a preservação e se reveste de um caráter social

mais amplo. (VALE, 2004).

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A cidade escolhida para a pesquisa é a cidade de Uberlândia, localizada no Triângulo

Mineiro. É uma típica cidade de porte médio, com 608.369 habitantes em 20071. Passou

por um rápido crescimento, na década de 1960 devido ao desenvolvimento econômico.

Possui uma frota total de 193.411 veículos 2 . O espaço a ser estudado é o bairro

denominado Fundinho, uma área que deu origem à cidade, sendo, portanto, seu centro

histórico. Sua localização com relação à cidade é central e, por isso, sofre com a expansão

do sistema de transportes, principalmente de transporte coletivo urbano. No local, observa-

se um grande corredor de ônibus localizado bem próximo a um edifício tombado pelo

Patrimônio Municipal.

Este trabalho associa os transportes, símbolo da evolução tecnológica e causador de

transformações na configuração urbana, à degradação dos edifícios históricos, que fazem

parte da cultura de uma cidade, indicadores de seu passado, parte importante para a

compreensão da evolução arquitetônica, urbanística e, principalmente, sociocultural da

cidade. Para isso, foi criada uma metodologia para avaliação dos possíveis impactos

causados pelo tráfego de veículos nas proximidades dos edifícios de maior importância

histórica na cidade de Uberlândia.

1.1 Objetivo

O objetivo do trabalho foi desenvolver uma metodologia para quantificação e avaliação

dos impactos que o transporte urbano causa aos edifícios históricos: a poluição do ar e a

vibração.

1.2 Justificativa

Este estudo pode servir de exemplo para outras cidades. Já foi comprovado que os veículos

causam danos ao patrimônio cultural, como, por exemplo, em Congonhas, a obra de

Aleijadinho, denominada de Os Profetas, um conjunto de esculturas feitas de pedra-sabão,

sofreram deterioração, em parte, causada por poluição. Outro exemplo são as cidades de

Ouro Preto e Salvador que, para conservar as obras arquitetônicas, adotaram restrições ao

tráfego de veículos pesados nas proximidades das edificações. No entanto, o que se 1 Fonte: IBGE, 2007. 2 Fonte IBGE, apud DENATRAN, 2006.

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observa é a ausência de estudos que avaliam esses impactos, pois não há uma quantificação

que comprove esses tipos de danos.

1.3. Estrutura do Trabalho

Para melhor organização desse trabalho, optou-se por dividi-lo em partes, sendo a primeira

a Introdução, na segunda parte trata da Revisão bibliográfica que aborda os parâmetros

considerados de maior impacto causado pelos transportes urbanos, que são a poluição e a

vibração. Em seguida, no capítulo terceiro, descreve-se o Bairro Fundinho, a área escolhida

para pesquisa, que contém os edifícios estudados. A metodologia para avaliação é descrita

no quarto capítulo, as análises dos resultados são apresentadas no quinto capítulo e as

conclusões da pesquisa compõem o sexto e último capítulo desta dissertação.

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CCAAPPÍÍTTUULLOO 22

RREEVVIISSÃÃOO BBIIBBLLIIOOGGRRÁÁFFIICCAA

A Revisão Bibliográfica tem como referência a poluição do ar e a vibração. Esses

parâmetros foram estudados, por serem considerados de maior impacto gerado pelos

transportes.

2.1 Poluição Atmosférica

Poluente atmosférico é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em

quantidade, concentração, tempo ou características em desacordo com os níveis

estabelecidos em legislação. Os poluentes tornam ou podem tornar o ar impróprio, nocivo

ou ofensivo à saúde, são inconvenientes ao bem-estar público, danosos aos materiais

construtivos, à fauna e à flora ou prejudiciais à segurança, ao uso e gozo da propriedade e

às atividades normais da comunidade. (CETESB, 2007).

Gases e aerossóis podem poluir a atmosfera por meio de seus elementos constituintes. O

que os torna poluentes é a concentração elevada, que ultrapassa os níveis comuns e causam

disfunções em vários processos físicos e biológicos no meio ambiente.

Os transportes geram poluição do ar devido, à combustão ocorrida nos motores. Impurezas

encontradas nos combustíveis, motores desregulados contribuem para maior produção e

emissão desses poluentes no ar. Os veículos são automóveis, caminhões, ônibus,

motocicletas, entre outros.

Este item trata da quantificação da poluição atmosférica produzida por diferentes tipos de

combustíveis em motores de combustão interna. Em seguida, descrevem-se as escalas e as

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dimensões que a poluição pode atingir no meio ambiente e seus efeitos sobre a saúde

humana e sobre as edificações.

2.1.1 Combustíveis

Os combustíveis variam entre óleo diesel, gasolina e álcool. O óleo diesel é um

combustível derivado do petróleo constituído basicamente por hidrocarbonetos (compostos

orgânicos que contêm átomos de carbono e hidrogênio). Alguns compostos, além de

apresentar carbono e hidrogênio, apresentam também enxofre e nitrogênio. O diesel é

considerado um combustível mais “pesado” que a gasolina por apresentar uma cadeia

carbônica de seis a 30 átomos. Fazem parte, ainda, da composição do óleo diesel os

hidrocarbonetos parafínicos, oleofínicos e aromáticos.

A gasolina é um combustível constituído basicamente por hidrocarbonetos (compostos

orgânicos que contêm átomos de carbono e hidrogênio) e, em menor quantidade, por

produtos oxigenados (produtos que possuem átomos de oxigênio em sua fórmula, como

álcoois, éteres etc). Os hidrocarbonetos que compõem a gasolina (hidrocarbonetos

aromáticos, oleofínicos e saturados) são em geral, mais "leves" do que aqueles que

compõem o óleo diesel, pois são formados por moléculas de menor cadeia carbônica

(normalmente cadeias de quatro a doze átomos de carbono, predominando as cadeias de

oito átomos). Além dos hidrocarbonetos e dos oxigenados, a gasolina contém compostos

de enxofre, compostos de nitrogênio e compostos metálicos, todos eles em baixas

concentrações.

O álcool hoje comercializado no Brasil é constituído basicamente do álcool etílico a 94% e

água a 6%. O álcool é adicionado à gasolina, visando a uma diminuição no custo,

diminuição do índice de emissão de poluentes e, também, ao aumento a sua octanagem.

2.1.2 Poluentes do ar

Numa combustão completa, todos os elementos oxidáveis constituintes do combustível se

combinam com o oxigênio, particularmente, o carbono e o hidrogênio que se convertem

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integralmente em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), independentemente da

existência de excesso de oxigênio (O2) para a reação.

Os principais poluentes lançados na atmosfera pelos veículos automotores são provenientes

do processo de combustão incompleta, pois o combustível injetado no cilindro não

encontra a quantidade necessária de ar para sua queima. São eles: hidrocarbonetos (HC),

óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO), óxidos de enxofre (SOx),

material particulado (fuligem) e aldeídos. A exceção dos aldeídos, os demais poluentes são,

normalmente, qualificados e quantificados. A emissão de óxidos de enxofre (SOx) ocorre

em função do teor de enxofre encontrado em impurezas que compõem a gasolina e,

principalmente, o diesel. O álcool é um combustível que não apresenta enxofre (S), não

produzindo, portanto, o dióxido de enxofre (SO2), gás bastante tóxico e corrosivo,

responsável por acidificar a atmosfera.

Na combustão incompleta, não há o suprimento de oxigênio adequado para que ela ocorra

de forma completa, o reagente irá queimar sem oxigênio, mas poderá produzir inúmeros

produtos. Quando um hidrocarboneto queima em oxigênio, a reação gera dióxido de

carbono, monóxido de carbono, água, e vários outros compostos como óxidos de

nitrogênio. A combustão incompleta é muito mais comum que a completa e produz um

grande número de subprodutos.

Outro ponto importante a ser observado é que a quantidade de calor liberado é menor nos

casos de combustão incompleta. Portanto, além de a combustão incompleta gerar

compostos nocivos à saúde humana, há também uma grande desvantagem econômica, pois

com a mesma quantidade de combustível haverá menor quantidade de energia gerada.

É importante ressaltar que a emissão de cada um desses poluentes varia de acordo com o

tipo de veículo, o combustível utilizado, o tipo de motor, sua regulagem, o estado de

manutenção do veículo e a maneira de dirigir. Um veículo desregulado aumenta

consideravelmente o consumo de combustível e, conseqüentemente, a emissão dos

poluentes.

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Segundo resultado das equações químicas escritas por Reis (2000), os compostos do óleo

diesel, a-Metil-naftaleno (C11H10) e hexadecágono (C16H34), são os combustíveis que

produzem maior quantidade de poluentes. Já o álcool é o combustível menos poluente,

sendo que o etanol produz menor quantidade de monóxido de carbono do que dióxido de

carbono. O metanol, por sua vez, tem uma mesma produção de monóxido e dióxido de

carbono.

As misturas de gasolina+etanol e gasolina+metanol comprovam ser menos poluentes do

que a gasolina pura (octano C8H18), porém, não menos do que o álcool. Dentre as misturas,

a gasolina+etanol, é a solução menos poluente.

É importante lembrar, novamente, que o dióxido de carbono é produto resultante de

combustões completas e que o monóxido de carbono é resultante somente de combustões

incompletas, sendo essas as mais freqüentes nos motores dos veículos.

2.1.3 Motores de combustão interna

Segundo Reis (2000), há dois tipos de motores de combustão interna: o motor ICE (Ignição

por centelha) ou ciclo OTTO, utilizado na maioria dos automóveis; e o motor ICO (ignição

por compressão) ou motores a diesel, utilizados em máquinas de grandes potências e

dimensões como embarcações marítimas, ônibus e tratores.

Como o próprio nome diz, o motor ICE necessita de uma centelha, pois os combustíveis

próprios para esses motores possuem cadeias carbônicas curtas e fortes ligações entre os

átomos das moléculas, dificultando a reação de explosão espontânea com o oxigênio. A

injeção para esse tipo de motor pode ser feita de duas formas, por carburador e por injeção

monoponto e multiponto, em que é injetada uma mistura combustível / ar.

O motor ICO possui um processo inverso do outro; os combustíveis utilizados possuem

longas cadeias carbônicas ramificadas, o que torna as forças de ligação dos átomos

pequenas e há facilidade de reação espontânea com o oxigênio em altas temperaturas.

Nesse caso, durante a admissão, há a introdução de ar somente, comprimido de forma a

ultrapassar a temperatura de auto-ignição. A partir daí, o combustível é pulverizado sem

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provocar acúmulo; o sistema de injeção é feito de duas formas: pneumática e mecânica,

unitária ou múltipla, em que cada cilindro ou conjunto de cilindros recebe uma bomba

mecânica para injetar o combustível.

2.1.4 Meio ambiente, escalas e dimensões da poluição

Com relação aos efeitos dos poluentes no meio ambiente, é importante observar as

condições externas, tais como pressão atmosférica, temperatura, umidade relativa,

precipitação pluviométrica, direção e velocidade dos ventos. Esses fatores meteorológicos,

variáveis no tempo e no espaço, aliados ao relevo, afetam diretamente a dispersão e o

transporte dos poluentes (PIRES, 2005).

As condições que favorecem o acúmulo e a concentração de poluentes no ar são

contrabalançadas pelos processos naturais de limpeza e remoção de poluentes. Alguns

aerossóis com raios maiores que 0,1 micrômetros são chamados de sedimentos e

depositam-se mais rapidamente que os menores, quando se chocam com estruturas e

construções. A combinação desses processos é chamada de deposição seca.

A maioria da remoção natural é feita pela chuva e pela neve. Em regiões que possuem

precipitação em níveis moderados, a chuva é responsável pela remoção de 90% dos

aerossóis. Embora os gases poluentes sejam menos susceptíveis à varredura pelas

precipitações que os aerossóis, eles se dissolvem nas gotas de chuva ou nas nuvens.

Pires (2005) cita seis dimensões do ambiente poluído classificadas em: micro ou indoor,

local, urbana, regional, continental e global. Essas dimensões são analisadas de acordo com

quatro escalas de poluição: horizontal, que leva em consideração a quantidade da

superfície terrestre que foi envolvida; vertical, medindo o quanto da camada de ar está

envolvida; temporal, que considera o decurso de tempo para desencadear o problema, além

do tempo necessário para o controle e a escala de organização necessária para solucionar o

problema. A dimensão micro limita-se a ambientes fechados, ficando restrita ao mesmo

local da fonte originária ou com alcance desprezível.

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Fonte e receptor estão no mesmo campo de visão, na dimensão local. O autor cita como

exemplo uma via de uma cidade com suas construções e intenso tráfego de veículos; as

fontes são os automóveis e os receptores os ocupantes dos prédios adjacentes. O trecho da

via horizontal seria a escala horizontal, a altura dos prédios a vertical, e a escala temporal

medida em minutos. O tempo de controle seria longo se não houvesse mudança no tráfego,

e se o tráfego fosse restrito, o problema seria resolvido em pouco tempo.

A área urbana compreende o centro da cidade e suas vizinhanças (subúrbios). A cidade

concentra o maior número de fontes, por isso apresenta maior concentração de poluentes.

Já o subúrbio é afetado diretamente pela cidade, todavia, apresenta níveis mais baixos; na

zona rural, os índices de poluição são menores, por isso, é considerada concentração

padrão.

Os fenômenos meteorológicos estão intimamente relacionados com os problemas de

poluição do ar. As correntes de ar que circulam realizam o transporte de poluentes por dois

mecanismos: as correntes de ar horizontais que removem a poluição lateralmente; e as

correntes de ar verticais que, por meio de convecção, carreiam a poluição para níveis

superiores da atmosfera, e ao mesmo tempo renovam o ar limpo. Determinadas situações

meteorológicas podem apresentar alterações desfavoráveis a esses mecanismos resultando

em calmarias e/ou inversões térmicas. A inversão de temperatura ocorre, geralmente, junto

a encostas de montanhas ou em vales, onde uma camada de ar frio se interpõe entre duas

camadas de ar quente, evitando que as correntes de convecção se formem. Dessa forma, o

ar junto ao solo fica estagnado e não sofre renovação.

Na dimensão regional, a preocupação é, principalmente, com a qualidade do ar em áreas

consideradas não poluídas. O arraste de poluente para áreas não contaminadas ocorre

devido aos mecanismos de dispersão favorecidos pelos fatores geomorfológicos, além de

condições climatológicas ideais. Assim, as áreas não poluídas são afetadas pelas emissões

de outras, criando uma condição de homogeneidade com a diluição do ar poluído original.

Essas regiões com características climatológicas constantes, delimitadas pela topografia e

pelos espaços do ar, constituem as bacias aéreas, pelas quais toda a poluição dos centros

urbanos irá homogeneizar-se, causando a sua degradação como um todo, degradando ainda

o ar de áreas não ocupadas.

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O problema da poluição do ar na dimensão continental remete-se ao transporte de

poluentes através das fronteiras internacionais. Pires (2005) apresenta como exemplo o

transporte de óxidos de enxofre da Grã Bretanha e Alemanha para além das fronteiras das

Terras do Norte, da Bélgica e da Escandinávia, onde esse poluente era carreado do ar como

precipitação ácida, resultando na diminuição do pH3 dos corpos d’água e do solo. O

mesmo fenômeno tem sido observado pelo autor, também no nordeste dos Estados Unidos

e no sudeste do Canadá. A deposição ácida é a combinação da deposição seca e úmida, esta

última comumente chamada de chuva ácida, em que os óxidos com caráter ácido presentes

na atmosfera reagem com o vapor d’água, formando substâncias ácidas, tais como ácido

sulfúrico, ácido sulfuroso, ácido sulfídrico, ácido nítrico e ácido nitroso entre outros, que

serão precipitados junto com as chuvas.

As chuvas normais têm um pH de, aproximadamente, 5.6 levemente ácido. Essa acidez

natural é causada pela dissociação do dióxido de carbono em água, formando o ácido

carbônico (H2CO3), segundo a reação:

CO2 + H2O à H2CO3

Portanto, a chuva é considerada ácida para valores de pH menores do que esse, em torno de

4.5. A acidez da chuva se agrava com a presença de óxidos de enxofre e óxidos de

nitrogênio. Conforme reações descritas na Tabela 1, o enxofre em contato com o oxigênio

se transforma em óxido de enxofre (SO2 e SO3); esses, por sua vez, reagindo com a água;

transformam-se em ácido sulfúrico (H2SO4) e ácido sulfuroso (H2SO3). A molécula de

nitrogênio reage com oxigênio, somente em temperaturas elevadas, como durante a

3 pH é o símbolo para a grandeza físico-química 'potencial hidrogeniônico'. Essa grandeza (potencial hidrogeniônico) é um índice que indica o grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. O conceito foi introduzido por S. P. L. Sørensen em 1909. O "p" vem do alemão potenz, que significa poder de concentração, e o "H" é para o íon de hidrogênio (H+). Às vezes é referido do latim pondus hydrogenii.

O "p" equivale ao simétrico do logaritmo (cologarítimo) de base 10 da atividade dos íons a que se refere, ou seja,

em que [H+] representa a atividade de H+ em mol/dm3 (WIKIPEDIA, 2007)

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combustão, transformando-se em óxido de nitrogênio que, por sua vez, reage com a água,

transformando-se em ácido nítrico (H2NO4) e ácido nitroso (H2NO3). É importante

salientar que os ácidos mais fortes são o ácido sulfúrico e o ácido nitroso, sendo o primeiro

originado do enxofre, presente nas impurezas dos combustíveis. O último é originado

principalmente da queima de combustível dos veículos, pois o nitrogênio só reage com o

oxigênio na presença de calor, principalmente na combustão ocorrida no interior de

motores. A Tabela 2.1 mostra as reações químicas da Chuva ácida.

Em termos de dimensão global, há uma grande preocupação com o transporte de poluentes

ao redor do globo terrestre, levando a mudanças significativas na atmosfera, como a

redução da camada de ozônio e o aumento do efeito estufa, que alteram o clima do planeta.

Tabela 2.1 - Reações Químicas da Chuva Ácida

Óxidos de Enxofre (SOx) Óxidos de Nitrogênio (NOx)

I – Queima do enxofre:

S + O2 à SO2

I – Reação entre N2 e O2 durante a

combustão (devido à temperatura elevada)

N2 + 2O2 à 2NO2

II – Transformação do SO2 em SO3:

SO2 + ½ O2 à SO3

II – Reação do óxido com água

2NO2 + H2O à HNO2 + HNO3

III – Reação dos óxidos com água

SO2 + H2O à H2SO3

SO3 + H2O à H2SO4

Fonte: MEDEIROS (2003, apud PIRES, 2005)

2.1.5 Efeitos da poluição atmosférica

Os efeitos da poluição atmosférica têm a característica de modificar uma condição original

ou normal e/ou de intensificar a incidência de outro efeito, causando um prejuízo ou dano.

Esses efeitos causam perdas econômicas devido ao aumento da ocorrência de algumas

doenças (e, conseqüentemente, elevação do consumo de medicamentos e tratamentos);

diminuição da produção agrícola, com a aceleração da taxa de corrosão dos metais das

máquinas agrícolas; diminuição do tempo de vida dos edifícios, construções e monumentos

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históricos e do custo da manutenção doméstica de roupas limpas, entre outros

(BRETSCHNEIDER; KURFÜRST, 1987 apud PIRES, 2005).

2.1.5.1 Efeitos sobre a saúde humana

Os principais poluentes, seus efeitos sobre a saúde humana, outros efeitos e suas fontes de

emissão são descritos na tabela 2.2. Xavier (2006) ainda cita a Fração Orgânica Solúvel

(SOF), que é constituída por hidrocarbonetos, óxido de enxofre, monóxido de nitrogênio,

dióxido de nitrogênio, com algumas quantidades de sulfato, zinco, fósforo, cálcio, ferro,

silício e cromo; é formado por componentes de ponto alto-ferventes achados no

combustível e óleo lubrificantes.

Além do SOF, o autor cita também os hidrocarbonetos, que são resultantes da queima

incompleta do combustível, e formam várias combinações, como as orgânicas voláteis e as

combinações de aldeídos; sendo a primeira importante na formação da camada de ozônio,

ambas possuem propriedades cancerígenas.

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Tabela 2.2 - Principais poluentes, seus efeitos e principais fontes de emissão. Poluente Efeitos à saúde relatados Outros possíveis efeitos Principais fontes

Material

particulado

Aumenta a mortalidade geral,

pode absorver e carrear poluentes

tóxicos para partes profundas do

aparelho respiratório e, na

presença de SO2, aumenta a

incidência e severidade de

doenças respiratórias.

Reduz a visibilidade, suja

materiais e construções

Processos industriais,

veículos motores, poeiras

naturais, vulcões, incêndios

florestais, queimadas, queima

de carvão etc.

Dióxido de

enxofre (SO2)

Agravam sintomas de doenças

cardíacas e pulmonares,

broncoconstritor especialmente

em combinação com outros

poluentes, aumenta incidência de

doenças respiratórias agudas

Tóxico para as plantas

estraga pinturas, erosão de

estátuas e monumentos.

Corrói metais, danificam

tecidos, diminui a

visibilidade, forma chuva

ácida

Queima de combustíveis em

fontes fixas, veículos

automotores, fundições,

refinarias de petróleo, etc.

Monóxido de

carbono (CO)

Interfere no transporte de oxigênio

pelo sangue, diminui reflexos,

afeta a discriminação temporal,

exposição a longo prazo é suspeita

de agravar arterioesclerose e

doenças vasculares.

Desconhecidos Veículos automotores

Dióxido de

nitrogênio (NO2)

Altas concentrações podem ser

fatais, em concentrações baixas

pode aumentar a suscetibilidade a

infecções, pode irritar os pulmões,

causar bronquite e pneumonia.

Tóxico para plantas causa

redução no crescimento e

fertilidade das sementes

quando presente em altas

concentrações causa

coloração marrom na

atmosfera, precursor da

chuva acida, participa do

smog químico, formando

O3.

Veículos automotores e

queima de combustíveis em

fontes estacionárias,

termelétricas.

Ozônio (O3) Irrita as mucosas do sistema

respiratório causando tosse, e

prejuízo a função pulmonar, reduz

a resistência a gripes e outras

doenças como pneumonia, podem

agravar doenças do coração, asma,

bronquites e enfisema

Danifica materiais como a

borracha e pintura. Causam

danos a agricultura e a

vegetação em geral.

Formado na atmosfera por

reações fotoquímicas pela

presença de óxidos de

nitrogênio e hidrocarbonetos

ou outros compostos

orgânicos voláteis.

Fonte: CAVALVANTI (2003, apud PIRES, 2005)

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2.1.5.2 Efeitos sobre as edificações

Para o estudo da degradação dos edifícios, em especial, os edifícios antigos de valor

cultural para a cidade, é importante reconhecer de quais materiais são constituídos os

edifícios, sua estrutura e vedação.

O principal constituinte das argamassas de reboco tradicionais, o carbonato de cálcio

(CaCO3), encontra-se em equilíbrio num ambiente alcalino (pH 9,93); assim, quando

colocado em água, o CaCO3 é dissolvido até ser atingido o equilíbrio, sendo uma reação

muito lenta e a solubilidade reduzida. Entretanto, se a água contiver dióxido de carbono

(CO2) ou anidrido sulfuroso (SO2), sob a forma de ácido sulfuroso ou óxidos de azoto

(NOx), a solubilidade do carbonato de cálcio será substancialmente superior, já que o pH

da água pode baixar para valores 4,5 ou 4,0 (FEILDEN, 1982; RICHARDSON, 1991 apud

SOUZA et al. 2005). Outra ação do dióxido de carbono, que dissolvido em água forma o

ácido carbono, é citada por Almeida (2005), que explica que os calcários, as argamassas, a

cal e os mármores podem ser transformados e gradativamente dissolvidos.

Dentre os fatores que decorrem da ação dos poluentes, há o acúmulo das partículas que são

levadas pelo vento e depositadas, em parte, no interior da estrutura das alvenarias e rebocos,

devido à porosidade dos materiais, provocando manchas de difícil remoção. E quando há

uma grande concentração desses depósitos, forma-se uma camada de poluentes e fuligem,

chamada de “crosta negra” (ALMEIDA, 2005).

A corrosão de partes metálicas é causada, principalmente, pelos gases ácidos, em especial,

o dióxido de enxofre (SO2), sendo também influenciada pela umidade e temperatura.

Dentre os metais, os ferrosos (ferro e aço), são mais susceptíveis à corrosão por poluentes

atmosféricos.

Nas tintas, a poluição do ar causa escurecimento, descoloração e sujeira, que resultam em

aumento na freqüência de pintura. As partículas e o gás sulfídrico (H2S) são os principais

agentes sobre as tintas (ROMÃO et al., 2007).

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A ação da chuva ácida, principalmente na produção do acido sulfúrico (H2SO4), resultante

da reação do dióxido de enxofre (SO2), que faz parte da composição do ar poluído, com a

água, é um dos principais ácidos, forte o bastante para causar deterioração de vários

minerais. (ALMEIDA, 2005)

Pode-se considerar, portanto, que os poluentes atmosféricos que afetam os edifícios e seus

materiais são, em especial, o dióxido de enxofre (SO2), na formação do ácido sulfúrico

(H2SO4) e o dióxido de carbono (CO2) na sua reação, com a água, formando o ácido

carbônico, que ataca principalmente as argamassas, pedras e metais.

2.2 Vibração

A vibração gerada pelos transportes, seja a causada pelo peso dos veículos, seja pela

pressão sonora provocada pelos motores, afeta diretamente os edifícios, principalmente os

que estão localizados em bairros antigos da cidade, onde as vias são mais estreitas. Este

capítulo descreve os conceitos básicos de vibração e, em seguida, trata das vibrações em

estruturas, o objetivo deste trabalho.

2.2.1 Conceitos básicos

Diz-se que um corpo vibra quando descreve um movimento oscilatório em relação a um

corpo de referência (BRUEL E KJAER, 1982). O número de vezes que um ciclo do

movimento se completa no período de um segundo é chamado de Freqüência, medido em

hertz (Hz). O movimento pode constituir-se em um único componente, ocorrendo numa

única freqüência, ou em vários componentes que ocorrem em freqüências diferentes,

simultaneamente.

Os sinais de vibração consistem, geralmente, de inúmeras freqüências que ocorrem

simultaneamente. O comportamento vibratório de um sistema pode ser estudado

comparando-se as amplitudes de vibração em cada freqüência. A Análise de Freqüência

consiste na subdivisão de sinais de vibração em elementos individuais de freqüência e é

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considerada base para o diagnóstico da vibração. A figura 2.1 mostra os gráficos,

representando o sinal de vibração no domínio do tempo e da freqüência.

Fonte: SANTOS, M. B. – Fundamentos de análise dos sinais

Figura 2.1 - Representação do sinal no domínio do tempo e no domínio da freqüência.

A característica que descreve a severidade da vibração é sua amplitude, que pode ser

quantificada de diversas maneiras: o valor de pico-a-pico, indicando o deslocamento

máximo; o valor máximo, ou valor de pico, indicando o nível de curta duração dos

choques; o valor médio, que indica a cronologia da onda, mas tem interesse prático

limitado; e o valor eficaz (RMS4), sendo esse a medida mais importante, pois leva em

conta tanto a cronologia da onda, como também considera o valor de amplitude que está

diretamente ligado à energia contida na onda e, por conseguinte, indica o poder destrutivo

da vibração. Estes sintomas de vibração estão mostrados na figura 2.2.

4 Na matemática, root mean square (RMS our rms), também conhecido como quadratic mean, média quadrática, em inglês, é uma medida estatística da magnitude de variação de quantidades. É especialmente útil, quando as variáveis são positivas e negativas, como, por exemplo, ondas. (ANSWERS.COM, 2007)

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nível RMS ou eficaznível

médionível de pico

nível de pico-a-pico

T

Tempo

nível RMS

nível médio

nível de pico

nível de pico-a-pico

T

Tempo

Fonte: BRUEL&KJAER (1982)

Figura 2.1 - Onda de vibração – amplitude da onda com relação ao tempo.

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2.2.1.1 Parâmetros de vibração

Nos sinais senoidais, o deslocamento, a velocidade e as amplitudes de aceleração estão

relacionados matematicamente entre si, em função da freqüência e do tempo.

Desprezando-se a fase, considerando medições de tempo médio, encontram-se as seguintes

relações, mostradas na Figura 2.3.

Aceleração a (2.1)

Velocidade

)(2

adtf

av ==

p (2.2)

Deslocamento

)(4 22 fvdtfad == p (2.3)

AtenuaçãodB

Aceleração

Velocidade

Deslocamento

Frequência0,1 1 10 Hz 100 1 kHz 10 100

Fonte: BRUEL&KJAER (1982)

Figura 2.1 - Relações Matemáticas

Os medidores de vibração captam a aceleração do movimento vibratório, porém, é possível

converter o sinal de aceleração em velocidade e deslocamento, por meio de integradores

eletrônicos, pelos próprios medidores, ou por meio de cálculos.

Quando se mede uma faixa de vibração simples, de freqüência ampla, é importante

escolher o parâmetro, se o sinal apresentar elementos de muitas freqüências. A medição do

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deslocamento é mais importante para componentes de baixa freqüência. Por outro lado, as

medições dos níveis de aceleração são mais importantes no caso de componentes de alta

freqüência (BRUEL E KJAER, 1982).

Ainda segundo Bruel e Kjaer (1982), na prática, a melhor indicação possível da severidade

da vibração é dada pelo valor eficaz da velocidade de vibração, medido na faixa de dez a

1000 Hz. A provável razão disto é que, para um dado nível de velocidade, corresponde a

um dado nível de energia, de modo que as vibrações de baixa e alta freqüência adquirem a

mesma importância, do ponto de vista de energia.

2.2.2 Vibrações em estruturas / edifícios

Segundo Neto e Nakaguma (2005), o problema da vibração estrutural no Brasil nunca foi

alvo de investimentos significativos em aprofundamentos teóricos ou tecnologias voltadas

ao tema, por ser um país sem ocorrências de terremotos e furacões, fenômenos causadores

de vibração em estruturas. Esse fenômeno ainda não conta com normas consistentes que

determinem limites máximos de tolerância no País.

Os motivos pontuais que aumentaram o interesse de estudo de vibrações no País são,

principalmente, as linhas subterrâneas de metrô, a cravação de estacas e o uso de

explosivos para desmonte de rochas que são fontes importantes de vibração. No entanto, os

órgãos públicos estão preocupados em limitar os níveis de vibração, somente, com o

propósito de evitar incômodos perceptíveis aos usuários de edificações (NETO;

NAKAGUMA, 2005).

Com relação à transmissão e a recepção da vibração gerada pelo tráfego de veículos, Neto

e Nakaguma (2005) afirmam que as vibrações são minimizadas, se os veículos estiverem

devidamente regulados, principalmente, no que diz respeito ao sistema de amortecedores, e

se as vias não apresentarem buracos e irregularidades. Quando os caminhões caem nos

buracos, os impactos vibram a região do solo, transmitindo a vibração para a estrutura das

edificações. A resposta dos prédios se dá pelo tipo de vibração, não só pela intensidade,

mas também pela freqüência. Ou seja, vibram os elementos da estrutura que têm

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freqüência igual ou semelhante à da fonte. Se a freqüência é maior ou menor, não vibra.

Depende, portanto, da fonte e do conteúdo em freqüência.

Hume (2006), afirma que um veículo pesado trafegando gera muitos ruídos que são

percebidos em forma de vibração. Se o terreno é regular, a transmissão da vibração pelo ar

domina, isto é, se não houvesse o ruído, o veículo passaria despercebido. Os movimentos

medidos nas trincas existentes nas construções antigas eram pequenos, considerados

menores que os observados em variações normais de temperatura e umidade. Ele ainda

afirma que os níveis pico de vibração estão nos pavimentos superiores e nas paredes

frontais, e não nas fundações.

Outros autores, Henwood e Khamis (2006) também asseguram que veículos pesados e

irregularidades no pavimento resultam em ondas de stress que se propagam nos solos

adjacentes. Ele ainda cita fatores que contribuem para o aumento dos níveis de vibração:

condições da via; velocidade e peso do veículo; condição do solo; características do

edifício; suspensão do veículo; a estação do ano, em que há grandes alterações climáticas;

e a distância entre estrutura e avenida. No entanto, para eles, veículos raramente produzem

vibrações que causem danos estruturais.

Oliveira (2006)5 considera os fenômenos vibratórios significativos com relação a edifícios

históricos, quando combinados com outros fatores. Ele cita valores de velocidade

admissíveis para vibração: ruínas e edifícios de valor histórico – 2 mm/seg; construções

com defeitos – 5 mm/seg; construções sem danos ou com pequenos defeitos no reboco –

10 mm/seg; construções robustas – 10-40 mm/seg; para pisos e forros – máximo de 20

mm/seg. Como causa de vibração gerada pelo tráfego, o autor cita as irregularidades no

pavimento e ainda afirma que um ressalto de 20 mm no pavimento causa uma vibração de

v = 5 mm/seg.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), no Manual de

Conservação Preventiva para Edificações (1999), salienta que movimentos vibratórios

causados pelo tráfego intenso de veículos são elementos importantes no aceleramento das

5 Este autor faz estas considerações em seu livro, porém estes dados se encontram sem as devidas descrições dos métodos utilizados para se chegar a estes resultados.

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lesões já existentes num imóvel, no entanto, ele por si só, não causa o aparecimento de

lesões. O mesmo assunto é discutido por Fornaro et al. (1980 apud Bacci, 2003). Para ele,

o processo de instabilidade física de um edifício pode ser atribuído a outras causas como

recalque, dilatação térmica, insuficiência de material, erro de cálculo de projeto etc.

Para se medir a vibração, Neto e Nakaguma (2005) utilizam sensores, em geral,

acelerômetros, que captam um sinal muito fraco que, posteriormente, é tratado em

condicionadores, amplificadores e filtros de sinais. É armazenado em meio digital ou em

gravador e levado para análise em laboratório. Para a segurança estrutural, avalia-se o

parâmetro de velocidade da vibração e picos de velocidade. Quanto à percepção humana,

avaliam-se os parâmetros de aceleração ou a própria velocidade de vibração.

2.2.3 Normas

As normas brasileiras que tratam desse assunto dizem respeito ao controle de vibrações

provocadas pelo uso de explosivos em áreas urbanas. Duas normas relacionadas ao assunto

são a NBR 9653 - Guia para avaliação dos efeitos provocados pelo uso de explosivos nas

minerações em áreas urbanas, da ABNT6 e a D7. 013 – Mineração por explosivos, da

CETESB 7 . No entanto, em comparação com as normas internacionais, a brasileira

apresenta-se limitada e deficiente, por não avaliar parâmetro de freqüência e não classificar

os diferentes tipos de estruturas civis, restringindo-se ao valor resultante da velocidade de

vibração como parâmetro medido. (BACCI et al., 2003).

Segundo Bacci et al. (2003), de acordo com as normas internacionais relacionadas ao

controle de vibrações, o parâmetro que tem dado maior correlação na avaliação de

possíveis danos às estruturas civis, atribuídos às vibrações do terreno, é a velocidade de

vibração de partícula (Vp), normalmente expressa em mm/s.

A maioria das normas internacionais considera na avaliação de danos estruturais, além da

velocidade, a freqüência da vibração. Algumas normas foram elaboradas com dados

experimentais, analisando parâmetros como o tipo de construção e o material nela

6 Associação Brasileira de Normas Técnicas 7 Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental

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utilizados, outras se basearam apenas em valores empíricos, mas todas apresentam valores

conservativos.

2.2.3.1 Norma alemã – DIN 4150

A norma Alemã – DIN 4150 fornece os valores limites de velocidade de vibração de

partícula em mm/s, considerando o tipo de estrutura civil e o intervalo de freqüência em Hz,

demonstrando que os edifícios estão fora de risco de danos. As três classes de edifícios

definidas pela norma são: os edifícios estruturais, as habitações e monumentos e

construções delicadas. Os valores de velocidade de vibração de partícula variam conforme

mostrado na Tabela 2.2.

Tabela 2.1 - Valores de velocidade de vibração admitidos pela norma alemã DIN 4150 para danos em edifícios

Fonte: BACCI 2003, adaptado de BERTA, 1985.

2.2.3.2 Norma suíça (SN 640312a)

A norma Suíça considera quatro tipos de edifícios: de concreto armado, construções

normais de edifícios, habitações e edifícios delicados. Os valores sugeridos pela norma são

descritos na tabela 2.3.

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24

Tabela 2.2 - Valores velocidade de vibração, sugeridos pela norma Suíça.

Fonte: BACCI, 2003, adaptado de BORLA, 1993.

2.2.3.3 Recomendações francesas

São duas as recomendações em vigor na França. A sugerida pela AFTES (Association

Francaise des Travaux em Souterrain), de 1974, e a Circular proposta pelo Ministério do

Ambiente, em 1993.

A AFTES, subdivide os edifícios em três classes: os do tipo A – edifícios de baixa

qualidade mecânica (muros deformados); os do tipo B – construções de média qualidade

mecânica (sem deformações aparentes); e os do tipo C – construções de boa qualidade

mecânica (fundações profundas) Propõe, também, os valores de vibração expostos na

tabela 2.4).

Tabela 2.3 - Valores de velocidade de vibração, segundo a AFTES

Fonte: BACCI, 2003, adaptado de FORNARO, 1980

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25

A Circular do Ministério do Ambiente divide as construções em três classes: resistentes,

sensíveis e muito sensíveis. E estabelece os valores descritos na tabela 2.5.

Tabela 2.4 - Limites de velocidade de vibração sugeridos pela Circular do Ministério do Ambiente Francês

Fonte: BACCI, 2003, adaptado de BORLA, 1993

2.2.3.4 Norma portuguesa

Os valores limites da norma portuguesa são estabelecidos de acordo com as características

das condições da fundação, do tipo da construção e das forças dinâmicas. Considera-se a

soma vetorial das três componentes ortogonais da velocidade ou simplesmente toma-se o

valor máximo de cada eixo,conforme a Tabela 2.6.

Tabela 2.5 - Limites dos valores de velocidade de vibração de partícula em mm/s.

Fonte: BACCI, 2000, adaptado de ESTEVES, 1994.

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2.2.3.5 Norma inglesa

A norma britânica utilizada para análise é BS 7385 (1990) – Avaliação e medições de

vibração em edifícios.

O parâmetro mais utilizado é a velocidade máxima medida nas três direções: longitudinal,

vertical e transversal. Os registros podem ser monitorados dentro da propriedade, no local

onde os reclamantes observarem os efeitos mais notáveis.

A norma define três tipos de danos em residências: danos cosméticos, danos menores e

danos maiores ou estruturais. Para danos cosméticos, os valores guia são de 15 mm/s a

uma freqüência (f) de 4 Hz; aumentando para 20 mm/s a 15 Hz e 50mm/s para f >40 Hz.

No texto de Bacci (2003), normas de vários países são citadas, como por exemplo, a norte

americana, indiana, entre outros. Entretanto foram escolhidas para esse trabalho, as normas

européias por se tratar de edifícios históricos de tipologia construtiva com referências

européias. Dentre essas normas e recomendações, a norma que mais se destaca é a Norma

Alemã (DIN 4150), que serviu como base para a maioria das outras, e que apresentam os

valores mais rigorosos para edifícios delicados: 3 mm/s para freqüências menores que 10

Hz, 3-8 mm/s para freqüências entre 10 e 50 Hz, e 8 – 10 mm/s para freqüências entre 50 e

100 mm/s.

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27

CCAAPPÍÍTTUULLOO 33

OOBBJJEETTOO DDEE PPEESSQQUUIISSAA

O local a ser estudado é o Bairro Fundinho, localizado na cidade de Uberlândia – MG. A

cidade possui 608.369 habitantes 8 e uma frota total de 193.411 veículos 9 , divididos

conforme tabela 3.1, a seguir:

Tabela 3.1 - Frota de veículos, separados por tipos.

Tipo de Veículo Quantidade Automóveis 122.313 Caminhões 8.598 Caminhonetes 11.065 Microônibus 778 Motocicletas 53.512 Motonetas 10356 Ônibus 1.042 Caminhão trator 2.365 Trator 109 Total 210.138

No Fundinho (Figura 3.1), os valores a serem preservados não são percebidos de forma

clara pela população em conseqüência das transformações e do significativo grau de

descaracterização que o bairro sofreu ao longo dos anos, bem como de uma consciência

preservacionista pouco desenvolvida na comunidade local. Suas características originais,

hoje, são quase imperceptíveis no conjunto arquitetônico – são raras as construções

remanescentes do início do Século XIX, assim como também são poucos os casarões

ecléticos construídos nas primeiras décadas do Século XX, até recentemente

desconsiderados como significativos do ponto de vista arquitetônico e histórico. No

entanto, o Fundinho permanece como uma área distinta dos demais bairros da cidade,

8 Fonte IBGE, 2007. 9 Fonte IBGE, apud DENATRAN, 2007.

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conferidos, principalmente, pelas dimensões e características do arruamento, dos lotes e do

gabarito (VALE, 2003).

Figura 3.1 - Mapa atual da cidade de Uberlândia com a localização do Bairro Fundinho

3.1 Histórico de Uberlândia

A partir das primeiras décadas do século XIX, iniciaram-se a ocupação e o povoamento,

por colonizadores, da região do Triângulo Mineiro. Antes, esse território constituía-se

apenas como via de passagem para os povos que transitavam pela “Estrada do

Anhangüera”, aberta em 1722, ligando a Capitania de São Paulo a Minas de Goiás e Mato

Grosso.

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Em meados do século XVIII, o povoamento promovido pela mineração, no território

brasileiro encontrava-se relativamente estabilizado, para pouco tempo, em seguida, entrar

em declínio, favorecendo as atividades agrícolas e pastoris. O crescimento dessas

atividades promoveu, a partir do início do século XIX, o repovoamento da faixa litorânea e

uma redistribuição demográfica no Centro-Sul. É nesse contexto, que ocorreu a efetiva

ocupação do antigo Sertão da Farinha Podre - nome pelo qual a região do Triângulo

Mineiro foi conhecida durante todo o século XIX - quando a migração de mineiros vindos,

sobretudo do Oeste de Minas Gerais, tornou-se constante e volumosa. (VALE, 2004)

Segundo Vale (2004), entre as primeiras pessoas que desbravaram a região, estava João

Pereira da Rocha que, atraído pela possibilidade de ocupar áreas imensas e férteis, chegou

ao local onde se situa hoje o município de Uberlândia. Em 1818, atingiu as margens do

Ribeirão São Pedro, atualmente canalizado sob a Avenida Rondon Pacheco. Em 1821,

recebeu a carta de doação das terras do Governo da Capitania de Goiás, estabelecendo a

Sesmaria de São Francisco.

Felisberto Alves Carrejo, apontado como fundador do município, chegou por volta de 1835,

quando a ocupação na área se intensificou; adquirindo 10 alqueires de terra entre o Córrego

São Pedro – afluente do Rio Uberabinha, e o Córrego Cajubá. Iniciou-se na Fazenda da

Tenda,a construção da primeira escola da região. Em 1846, junto com Francisco Alves

Pereira, filho de João Pereira da Rocha, solicitaram autorização para construção de uma

capela, concluída em 1853, sob invocação de Nossa Senhora do Carmo e São Sebastião da

Barra, localizada na atual praça Cícero Macedo. Já, em 1852, havia sido criado o distrito

de São Pedro do Uberabinha. Em 1857, a capela foi elevada à paróquia pela Lei nº 831,

quando foi constituído seu patrimônio, formado por 100 alqueires adquiridos por um

consórcio de moradores locais.

O arraial cresceu com adensamento populacional estendendo-se pelo Largo de Nossa

Senhora do Rosário que passou a chamar-se Largo do Comércio, depois da transferência

dessa capela para o local onde hoje se encontra na atual Praça Rui Barbosa.

De modo geral, o desenvolvimento dos núcleos urbanos no Brasil se verifica a partir do

inicio do século XX, em função das melhorias dos modos de transporte e das estradas.

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Nesse momento, verifica-se a tendência da transferência das famílias dos fazendeiros para

a cidade, que passa a oferecer melhores condições de vida e conforto, com energia elétrica,

serviços de abastecimento de água, escolas, diversidade do comércio, etc. Em Uberlândia,

esse desenvolvimento foi beneficiado pela chegada da Estrada de Ferro Mogiana, em 1895,

que impulsionou o crescimento do comércio.

Com o crescimento demográfico, as lideranças políticas pleitearam a emancipação do

povoado de São Pedro do Uberabinha, o que foi concretizado em 31 de agosto de 1888,

pela Lei nº 3.643, sendo oficialmente instalada em 7 de março de 1891. No ano seguinte,

em 1892, pela Lei nº 23 de 24 de março de 1895, a vila adquiriu a prerrogativa de cidade.

Em 19 de outubro de 1929, a cidade recebeu nova denominação, passando a chamar-se

Uberlândia.

Em 1943, a antiga igreja matriz (Figura 3.2), ainda em perfeitas condições de uso, foi

demolida e transferida para a atual, situada na Praça Tubal Vilela, indicando uma clara

mudança de orientação da ocupação urbanística e o desejo de renovação que refletisse o

progresso da cidade.

Fonte: VALE, 2004.

Figura 3.2- Igreja Matriz Nossa Senhora do Carmo

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31

Em 1908, a cidade teve seu primeiro projeto urbanístico, que ligava o antigo núcleo,

constituído ao redor da Igreja Matriz, à nova área da estação ferroviária da Mogiana. Esse

plano consistia na ampliação do perímetro urbano a partir no núcleo antigo da cidade e

criação de uma nova área central, com um conjunto de largas e extensas avenidas

arborizadas, formando um tabuleiro de “xadrez” (ATTUX, 2001). Cinco avenidas paralelas

– Afonso Pena, Floriano Peixoto, Cipriano Del Fávero, João Pinheiro e Cesário Alvim – e

oito ruas transversais deram origem ao traçado do atual Centro da cidade. Essa região se

adensou, deixando o antigo núcleo deslocado, em relação ao que se formava na área central

das avenidas, onde hoje se localiza a Praça Tubal Vilela, conforme o Primeiro plano

urbanístico de Uberlândia (Figura 3.3).

Fonte: SOARES, 1993 apud DAMAZO, 2004.

Figura 3.3 - Primeiro Plano Urbanístico de Uberlândia.

Após quatro décadas de elaboração do primeiro plano urbanístico, de 1908, foi

encomendado um novo plano no início dos anos de 1950. A reordenação do espaço urbano

foi o principal foco do novo plano urbanístico, e nele estavam traçadas, a princípio, as

linhas que norteariam o futuro da cidade. As propostas abrangiam questões de tráfego,

urbanização, zoneamento, arborização. Entretanto, não foram tratados tópicos relativos ao

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parcelamento do solo e à produção de moradias. Dentre as questões do tráfego, previu-se a

construção de uma nova rodoviária e a transferência da estação ferroviária.

A rodoviária (Figura 3.4) localizava-se no Bairro Fundinho, no local onde foi demolida a

Igreja Matriz, e hoje é a Biblioteca Municipal. Foi transferida para as margens da BR-365,

a norte da cidade, e inaugurada em 1976. A estação ferroviária (Figura 3.5), localizada na

Praça Sérgio Pacheco, foi transferida para o Bairro Custódio Pereira, inaugurado em 1970.

Fonte: VALE, 2004.

Figura 3.4- Antiga Estação Rodoviária

Fonte: VALE, 2004.

Figura 3.5 - Antiga Estação Ferroviária – Praça Sergio Pacheco

Na década de 1960, houve em Uberlândia, um grande surto de desenvolvimento, devido à

construção de Brasília. A cidade foi beneficiada por se localizar entre a nova capital do

País e São Paulo. A economia de Uberlândia atraiu o fluxo migratório advindo de outras

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regiões, consolidando-se como pólo regional, o que provocou diversas mudanças no

espaço da cidade.

Com o grande crescimento populacional e a expansão do perímetro urbano, tornaram-se

evidentes os problemas do espaço urbano. Diante das dificuldades, tornou-se necessária a

elaboração de diretrizes que norteassem o desenvolvimento da cidade. A equipe do

escritório de Jaime Lerner elaborou um Plano de Estruturação Urbana, em 1990, cujas

discussões deram início ao primeiro Plano Diretor de Uberlândia, que não contou com o

envolvimento da sociedade, e foi aprovado em meio a polêmica, em 1994.

Dentre as ações especificadas no Plano Diretor, estava a proposta do Plano de Transportes,

com o plano de reestruturação do sistema de transporte coletivo, com a implantação do

Sistema Integrado de Transportes (SIT). O SIT iniciou sua operação em 1997, com a

instalação de três terminais: o Terminal Central, o do Bairro Umuarama e o do Santa Luzia.

Hoje conta com mais dois terminais, o Industrial e o Planalto, interligados entre si por

linhas troncais, interbairros, alimentadoras e distritais.

Com a implantação do SIT em 1997, a área central e Bairro Fundinho foram alvos de

sucessivas intervenções com relação ao tráfego de ônibus. Com a transferência do corredor

de transporte público da Av. Floriano Peixoto para a Av. João Pinheiro, em 1997, uma

grande transformação urbana se configurou, pois esta passou a agregar novos usos devido à

grande circulação de pedestres nesta via. Em meados dos anos 2000, a Av. João Pinheiro

passou por um processo de reurbanização, com a implantação do projeto do corredor

estrutural, com faixa de rolamento para ônibus, além de melhorias na estética e

acessibilidade para os pedestres.

A Rua Quinze de Novembro, já apresentava tráfego de ônibus antes da implantação do SIT.

No entanto, após a implantação, o trânsito se intensificou devido à absorção de várias

linhas de transporte público, que deveriam passar pela área central até o Terminal Central.

Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes, algumas linhas já foram

desviadas da Rua Quinze de Novembro, visando a reduzir o tráfego nesta região.

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Esse sistema originou mudanças significativas no espaço urbano e gerou impactos na vida

da população. Trouxe uma aceleração no processo de degradação da área central,

conferindo-lhe uma popularização de uso e ocupação do solo, acentuação dos problemas

relativos ao tráfego, poluição sonora e visual e, principalmente no Fundinho, a adaptação

de residências para o comércio — muitas vezes sem a preocupação de preservar o

patrimônio, sendo conseqüente a perda da identidade da cidade.

3.1.1 Evolução do Bairro Fundinho

O Bairro Fundinho corresponde ao primeiro núcleo de povoamento, que originou o

município de Uberlândia, no início do século XIX. Hoje, conta com importantes bens e

equipamentos culturais, constituindo-se uma referência para as expressões artísticas e

culturais da cidade, com grande significado simbólico e histórico. Entretanto, ao longo das

últimas décadas, vem sofrendo forte pressão imobiliária e acelerado processo de

transformação e descaracterização (Figura 3.6).

Área delimitada pelo mapa de 1898

Praça da Matriz

Largo da Cavalhada

Estação Ferroviária

Praça da República

Antigo Largo do Comércio

Antigo Cemitério

Antigo Largo do Rosário

Área intermediária

Área definida pelo novo traçado de 1915

Mapa de 1915

Fonte: VALE, 2004

Figura 3.6 - Mapa de Uberlândia – crescimento da cidade

Em 1858, o Fundinho possuía cerca de quarenta residências que se estendiam ao longo do

largo da Matriz do Rosário (TEIXEIRA, 1970 apud VALE, 2004). Já em 1888, quando foi

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elevado à categoria de vila, com o nome de São Pedro do Uberabinha, o povoado já

contava com 200 prédios, cemitério com muros de pedra, a igreja matriz, a igreja do

Rosário em construção, escolas públicas, particulares, dez capitalistas, nove negociantes de

fazendas, doze de secos e molhados, uma fonte de água sulfurosa já analisada e um hotel

bem montado (VALE, 2004).

A tipologia predominante na área antiga da cidade, com casas térreas de estrutura

autônoma de madeira, vedações de pau-a-pique e adobe, e cobertura de telhas de barro tipo

capa-e-canal foi substituída pela construção autoportante de tijolos maciços, com

decorações de gosto neoclássico ou eclético. Nessa época, a cidade começava a receber

imigrantes europeus que, aos poucos, ganharam espaço e importância na produção da

arquitetura.

Em 1920, o Fundinho apresentava concentração de diversos estabelecimentos comerciais,

além de abrigar a maior parte das residências da cidade. A partir da década de 1930,

verificou-se o início de um processo de adensamento com aumento significativo de

residências, enquanto o comércio passava a se concentrar na Avenida Afonso Pena. Nas

décadas de 1950/1960, a quantidade de residências no Fundinho era o dobro da década

anterior e nas décadas de 1970/1980, (VALE, 2004) e o bairro se encontrava fortemente

adensado. Nesse período, manteve-se a tendência já apontada na década de 1930, com o

pequeno crescimento de estabelecimentos comerciais, porém, com predominância de uso

residencial unifamiliar.

Praças e escolas começaram a ser construídas a partir da década de 1910. O cemitério, que

ocupava o local da atual Praça Clarimundo Carneiro, foi desativado em 1915, para dar

lugar ao Paço Municipal. Com a instalação da praça e da Câmara (Figura 3.7), o local

adquiriu importância com a instalação de residências e a sede da Companhia de Força e

Luz de Uberabinha, onde hoje funciona a Oficina Cultural. A escola mais importante

instalada nessa década foi o Ginásio de Uberabinha (atual Colégio Estadual de Uberlândia).

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Fonte: VALE (2004)

Figura 3.7 - Praça Clarimundo Carneiro

Em 1940, o Colégio Nossa Senhora das Dores e a Estação Rodoviária foram construídos.

A rodoviária foi construída no local onde era instalada a Antiga Igreja Matriz. Nas décadas

de 1950/1960, foram implantados o Asilo de São Vicente e Santo Antônio. Em 1960/1970,

o uso de caráter educativo se consolidou com a Faculdade de Ciências Econômicas de

Uberlândia, onde atualmente se encontra a Escola Estadual Enéas de Oliveira Guimarães,

que iniciou suas atividades na década de 1980. A partir da década de 1970, muitos

edifícios sofreram alteração de usos, em sua grande maioria para usos educacional e

cultural. Alguns exemplos podem ser citados, como a Biblioteca Pública, a antiga

rodoviária; a Escola Enéas de Oliveira Guimarães, antiga residência e posteriormente,

Faculdade de Economia; a Casa da Cultura, antiga residência, e posteriormente órgão de

saúde e da Polícia Civil; Museu Municipal de Uberlândia, antiga Câmara Municipal;

Oficina Cultural, antiga Companhia de Luz; e, mais recentemente, a partir de 2000, o

Museu Universitário de Arte (MUnA), a Uniminas, dentre outros.

Em 2000, observa-se que a permanência desses equipamentos no bairro é significativa,

tendo em vista a sua importância, pois a maioria dos equipamentos atende à população de

toda a cidade. São, principalmente, equipamentos ligados à cultura, lazer e educação. Com

relação aos edifícios residenciais, verifica-se, a partir da década de 2000, uma nova

expansão do comércio, principalmente nos setores central e norte do bairro, onde

residências foram transformadas em imóveis comerciais. Essa tendência é claramente

observada nas figuras 3.8 e 3.9.

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Fonte: VALE, 2003 (apud ATTUX, D. & MAYORAL, Z., 2000)

Figura 3.8 - Uso e ocupação do solo do Bairro Fundinho. 2000. S/escala.

M1 - USO MISTO

E1 - EQUIPAMENTOS ÂMBITO LOCAL

E2 - EQUIPAMENTO DE ÂMBITO GERAL

E3 - EQUIPAMENTOS ESPECIAIS

S1 - SERVIÇOS LOCAIS

S2 - SERVIÇOS DIVERSIFICADOS

* ESTE LEVANTAMENTO FOI EFETUADO "IN LOCO", POR ZILDA ROSA MAYORAL E DENISE ATUX, EM MAR/2.000.

C1 - COM. VAREJISTA LOCAL

CORTIÇOS OU COLÔNIAS

H 2 - HABITAÇÃO MULTIFAMILIAR

H 1 - HABITAÇÃO UNIFAMILIAR

C2 - COM. VAREJISTA DIVERSIF.

TERRENO VAGO

LEGENDA

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residência unifamiliar

residência multifamilia r

misto residência/com érc io

misto residência/serviço

comércio loca l

comércio diversificado

serviç o loca l

serviç o diversificado

misto comércio/serviço equipamento social e com unitário

0 50 100 250m

N

Fonte: VALE, 2003

Figura 3.9 - Uso e ocupação do solo do Bairro Fundinho.

Sobre a verticalização, verifica-se que esse é mais um elemento que altera a paisagem

urbana do bairro, além das alterações de uso. Teve início na década de 1970 e se

intensificou nas décadas de 1980 e 1990, com a construção de edifícios de gabarito alto.

Entretanto, sofreu uma diminuição a partir da década de 1990, pois o primeiro Plano

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Diretor de Uberlândia (1990), juntamente com a lei de uso e ocupação do solo,

estabeleceram medidas que buscaram inibir a verticalização do Fundinho, para não haver

descaracterização do bairro, devido a sua importância histórica.

O Bairro Fundinho tem passado por grandes modificações para atender às necessidades de

intensificação do fluxo e proporcionar maior fluidez do tráfego. Por se constituírem,

naturalmente, em espaços de articulação das artérias viárias e por se constituírem em

espaços públicos que dependem, quase exclusivamente, das decisões da administração

municipal, se apresentam como mais vulneráveis às alterações 10. Sua posição geográfica,

localizada entre o Bairro Tabajaras e o centro da cidade, fez com que o bairro absorvesse

todo o tráfego entre essas áreas. (VALE, 2004)

3.2 Notas sobre preservação do patrimônio cultural

A importância da preservação do patrimônio histórico no Brasil começa com o Decreto n°

22.928/1933, que regulamenta Ouro Preto como Monumento Nacional. Em 1934, a

Constituição Federal estabeleceu que a proteção das belezas naturais e dos monumentos de

valor histórico ou artístico caberia à União e aos Estados. No mesmo ano, iniciou-se a

organização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), pelo

Decreto n° 24.735/1934.

Já o Decreto Lei Federal no. 25/1937 organiza a proteção do patrimônio histórico e

artístico nacional, que instituiu o Tombamento como principal instrumento jurídico para

atuação do Poder Público para a preservação do Patrimônio, instrumentalizou a atuação da

IPHAN e serviu de base para as diversas legislações estaduais e municipais.

Após a década de 1960, houve uma ampliação dos conceitos, pois observou-se uma grande

perda do patrimônio arquitetônico e urbanístico, com o crescimento e transformação das

grandes cidades pelo mundo. Houve uma substituição das edificações, acompanhado de

10 Em um segundo nível, a alteração da pavimentação ou o direcionamento dos fluxos de transportes coletivos para algumas ruas do bairro também se tornam elementos promotores de alterações, tanto nos costumes da população como nos usos de seus imóveis, que passam a apresentar forte tendência a serem ocupados por estabelecimentos comerciais ou de prestação de serviços. A Rua Princesa Isabel pode ser citada como um exemplo desse processo.

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um inchaço dos centros urbanos em nome do Progresso e do Moderno. As Cartas

Internacionais escritas na época consolidaram e ampliaram conceitos de valor cultural,

tendo como pressuposto o reconhecimento da pluralidade do espaço urbano e seu valor

intrínseco aos bens imóveis nele inseridos (entorno e ambiência) (VALE, 2003).

Na década de 1970, foram criados os órgãos estaduais de proteção do patrimônio. Em 1985,

foi criado o Ministério da Cultura. A Constituição Federal de 1988 ampliou o conceito de

Patrimônio e atualizou o pensamento jurídico brasileiro à contemporaneidade e estabeleceu

a competência comum da União, dos Estados e dos Municípios (VALE, 2003). No qual

institui a criação de documentações referentes aos bens patrimoniados, como o dossiê de

tombamento e os inventários.

A década de 1980 foi marcada por intensas transformações sociais e políticas no Brasil,

que influenciaram também Uberlândia, com respeito à sua política cultural. Durante a

gestão de 1984 a 1988, a Prefeitura de Uberlândia passou por uma reorganização

administrativa, tendo sido criada a Secretaria Municipal de Cultura, desmembrada da

Secretaria de Educação. Essa experiência foi considerada pioneira no interior do Estado,

perdendo apenas para a capital, Belo Horizonte.

A partir da Lei Estadual nº 8.828 de 1985, que estabelece que os municípios são

incentivados a zelar pelo seu patrimônio, Uberlândia deu início ao processo de

municipalização do patrimônio atendendo à incitação estadual e regulamentou a proteção

do patrimônio histórico, artístico e cultural da cidade, por intermédio da Lei nº 4.240 de

1985.

Em 1987, estabeleceu-se o COMPHAC - Conselho Municipal do Patrimônio Histórico,

Artístico e Cultural - por meio do decreto nº 3.506, com a finalidade de zelar pela

preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural do município. Todavia, de cunho

apenas consultivo, sua atuação foi desmotivada, em especial, quando não obteve aprovação

do tombamento do Mercado Municipal. O COMPHAC tornou-se inoperante até o ano

2000, quando foi reativado e seu caráter passou a ser, além de consultivo, também

deliberativo.

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Atualmente, Uberlândia possui quatorze bens tombados11. No total são treze no âmbito

municipal e um no estadual - Igreja do Espírito Santo do Cerrado. Atualmente, encontra-se

em processo de tombamento a Escola Estadual Dr. Enéias Guimarães, a Igreja Nossa

Senhora das Dores e a Residência D. Adélia, localizados no Bairro Fundinho.

A maioria dos bens tombados12 está localizada no Bairro Fundinho, em sua totalidade, oito

edifícios: o conjunto arquitetônico da Praça Clarimundo Carneiro, composto pelo Palácio

dos Leões e pelo Coreto; a Casa da Cultura; a Oficina Cultural, a Igreja Nossa Senhora do

Rosário, a residência Chacur; a Escola Estadual Uberlândia e o Palacete Naguetini.

A principal atuação do município frente à preservação de seu patrimônio pode ser

observada pela recente preocupação da inserção do Bairro Fundinho no planejamento

urbano, onde se concentra a maioria dos bens culturais tombados. O primeiro Plano Diretor

de Uberlândia (1994) previa em suas diretrizes que o Fundinho deveria ser salvaguardado e

preservado como Centro Histórico da cidade. Outra medida prevista por esse Plano visava

a compensar a ação de tombamento, com isenção de IPTU e permuta.

11 Vale ressaltar que a maioria imóveis tombados inicialmente no município, concentrados entre os meses de setembro e outubro de 1985, é anterior ao sancionamento da lei, novembro do mesmo ano, que regulamenta a preservação no município; sendo os processos encaminhados por vereadores à Câmara Municipal, sem os respectivos dossiês; porém, com justificativas. Isto significa que a pratica da preservação ainda é entendida como uma ação individual e política, não há instrumentos de participação por parte da comunidade. 12 Os imóveis tombados e suas respectivas datas e documentos de tombamento são:

· Capela de Nossa Senhora do Rosário, no distrito de Miraporanga, pelo Decreto-Lei nº 1.650 de 14/10/1968;

· O conjunto arquitetônico da Praça Clarimundo Carneiro, composto pelo Palácio dos Leões e pelo Coreto, pelo Decreto-Lei nº 4.209 de 25/09/85;

· A Casa da Cultura e a Oficina Cultural, que possuem o mesmo Decreto de tombamento, nº 4.217 de 15/10/1985;

· A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, pelo Decreto-Lei nº 4.263 de dezembro de 1985; · O conjunto arquitetônico do Espólio Domingas Camin, formado por duas residências e um curral, do

distrito de Miraporanga, pela Lei nº 7655 de 25/10/2000; · A residência Chacur tombada pelo decreto-lei nº 9.183 de 2003, que constitui o primeiro processo

do município composto por Dossiê de Tombamento, segundo a metodologia proposta pelo IEPHA-MG, para que seu reconhecimento tenha fins de aplicação da Lei 12.040 de 1995;

· Mercado Municipal, Tombado pela Lei Municipal nº 8.130 de 2002; · Praça Tubal Vilela, Tombada pela Lei Municipal nº 9.676 de 2004; · Escola Estadual Uberlândia, Tombada pela Lei Municipal nº 9.904 de 2005; · Escola Estadual Dr. Duarte Pimentel de Ulhôa, Tombada pela Lei Municipal nº 10.126 de 2006; · Sociedade recreativa Uberlândia Clube, Tombado Lei Municipal nº 10.223 de 2006; · Estação Sobradinho, Tombado pela Lei Municipal nº 10.228 de 2006; · Palacete Naguettini Tombado Lei Municipal nº 10.230 de 2006;

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42

A delimitação do bairro como Zona Especial de Revitalização e a restrição a alguns usos

geradores de impulso urbano são ações realizadas pela Lei de Uso e Ocupação do Solo, nº

245 de 2000.

A atual revisão do Plano Diretor (2005) prevê a requalificação do Bairro Fundinho, por

meio de um projeto visando à melhoria do bairro como um todo. Prevê também a remoção

do corredor estrutural do transporte coletivo da área central e do Bairro Fundinho.

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43

CCAAPPÍÍTTUULLOO 44

MMEETTOODDOOLLOOGGIIAA

Este capítulo descreve as metodologias utilizadas para o estudo de ambos os impactos

descritos na revisão bibliográfica: Poluição Atmosférica e Vibração nos edifícios.

4.1 Metodologia para quantificação e análise da poluição atmosférica

Para quantificar dados de poluição do ar, optou-se por utilizar um simulador do tráfego

local, com animação dinâmica, chamado Traffic Software Integrated System - TSIS 5.1.

Esse programa gera entre outros dados, parâmetros de poluição separados em 3 tipos de

poluentes, o monóxido de carbono, o hidrocarboneto e o monóxido de azoto.

4.1.1 Traffic software integrated system (TSIS)

O Traffic Software Integrated System (TSIS) é um programa que possibilita aos usuários

análises da gestão e da operação do tráfego. Contém ferramentas que permitem a definição

e gerenciamento de projetos; configura rede viária para análises e animação dinâmica do

tráfego; e gera resultados de desempenho, consumo de combustível, velocidade média,

auxiliando na criação de cenários da realidade local, ou cenários alternativos, conforme a

necessidade de cada projeto.

Os componentes do TSIS 5.1 utilizados na pesquisa foram:

O TShell, uma interface gráfica, integrado ao desenvolvimento da rede viária. Ele produz

uma visão do projeto que possibilita o gerenciamento dos projetos do TSIS.

O CORSIM, simulador formado por um conjunto integrado de dois modelos, NETSIM e

FRESIM, que representam as alternativas de tráfego na função do tempo. O NETSIM

mostra o tráfego urbano (tempos de semáforos, conversões, estacionamentos, entre outras

características) e o FRESIM o tráfego de freeway (fluxo livre). As simulações modelam os

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44

movimentos dos veículos, incluindo o comportamento dos motoristas. Além disso, gera os

indicadores de desempenho.

O TRAFED é o editor-base de interface gráfica, que permite criar e editar redes de trafego

e inserção de dados para a simulação para o procedimento CORSIM. As redes podem ser

criadas a partir de um mapa ao fundo, e os dados a serem inseridos são primeiramente, os

links e nós, para configuração da rede, respectivamente as ruas e cruzamentos e, em

seguida, largura das vias, quantidade de faixas de rolamento, estacionamentos, semáforos,

pontos de parada e rotas de ônibus, fluxo de veículos, entre outros.

O TRAFVU (TRAF Visualization Utility – utilidade de visualização) permite visualizar a

simulação feita pelo CORSIM com animação de fluxo. Esse componente exibe a rede,

criada no TRAFED, mostrando a simulação das operações do fluxo do tráfego em

animação. O TSIS Text Editor é o editor padrão de texto que entende as informações

contidas no arquivo do formato CORSIM TRF.

4.1.2 Configuração de dados no TSIS e resultados a serem obtidos

Inicialmente, foi feita a escolha da área a ser analisada. A área escolhida (cor azul no mapa

da Figura 4.1) é uma parte do Bairro Fundinho (na cor magenta), na qual foi traçada uma

rede com as vias, tendo como referência o mapa do bairro (figura 4.2) e inserida no

programa de simulação. Essa área foi escolhida devido à localização dos bens tombados,

concentrada na área em azul.

Figura 4.1 - Bairro Fundinho e a localização da área escolhida para análise.

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45

Figura 4.2 - Mapa da área escolhida para análise

Dados de fluxo de veículos foram colhidos em campo, em dias de condições de tráfego

regular: terça, quarta e quinta-feira. Os demais dias (vésperas de feriados, feriados e finais

de semana) são considerados dias atípicos. Os trabalhos foram realizados em um período

de tempo compreendido entre o mês de novembro e início de dezembro do ano de 2006,

respeitando a temporada de férias escolares e dias chuvosos, nos quais o tráfego de

veículos altera-se de forma substancial. Os dados foram complementados em abril e junho

de 2007, resultando no total de coleta em dez cruzamentos.

O horário estipulado para a coleta de dados foi das 16h30min às 19h30min. A hora-pico na

cidade é compreendida entre 17h e 18h, com base em trabalhos realizados pela Faculdade

de Engenharia Civil. Ampliou-se o horário para maior segurança na análise dos dados

coletados e, a partir de cálculos, concluiu-se que a hora pico do local analisado é 17h30min

a 18h30min. Para o cálculo da hora-pico foram colocados, em um quadro, os valores dos

fluxos, considerando-se os tipos de veículos e fazendo-se a correlação para unidade de

veículo padrão (UVP) que, para os ônibus é multiplicado pelo valor equivalente, dois e,

para caminhões, 2,5.

Os dados de fluxo de veículos levantados na hora pico foram inseridos no programa, a fim

de simular o tráfego mais intenso, da área analisada. Fases de semáforos, porcentagem de

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veículos pesados, de rotas de ônibus, estacionamentos, entre outros, foram inseridos de

modo que a animação da área em estudo simulasse uma modelagem do tráfego real.

É importante ressaltar que o TSIS é um programa que utiliza o padrão de unidades do

sistema inglês e o padrão da engenharia de tráfego norte-americano, portanto, alguns dados

da realidade brasileira não são aceitos pelo programa e, por isso, foram adaptados.

Alguns parâmetros relacionados ao fluxo de veículos foram obtidos a partir do TSIS por

meio do arquivo de texto gerado pelo programa: tempo médio de espera, indicadores de

congestionamentos, consumo de combustível, indicadores de poluição13, entre outros. Em

função do tema da pesquisa, o foco do trabalho foram os parâmetros de poluição

atmosférica.

A tabela (Apêndice 1) mostra dados de fluxo, quantidade de poluição emitida e consumo

de combustível, separados por trechos que foram organizados por rua ou avenida. O

programa oferece dados em gramas/milha para poluição, e galões/milha para consumo de

combustível, entretanto, ajustou-se para grama/km e litro/km. Um cálculo anual foi

realizado, como referência de um ciclo completo, a partir da hora pico, considerando-se

que, em 365 dias do ano, haveria 313 dias úteis de tráfego.

4.2 Metodologia utilizada para análise de vibração

A metodologia utilizada para medição e posteriormente para análise desses dados é

baseada em dois textos de Bacci et al. (2003). Esses textos citam as principais normas e

recomendações existentes para o controle de vibrações provocadas pelo uso de explosivos

em áreas urbanas.

Algumas dessas normas baseiam-se em intervalos de freqüência e em valores máximos de

velocidade de partícula para cada um desses intervalos. Portanto, a análise dos dados será

baseada nesses dados fornecidos pelos textos.

13 O programa oferece os poluentes: Hidrocarbonetos (HC), Monóxido de carbono (CO) e óxido nítrico (NO).

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47

4.2.1 Análise dos sinais por meio das normas estrangeiras

A metodologia utilizada para a análise do nível de vibração causado pelos transportes nos

edifícios históricos foi, primeiramente, medir a vibração em um edifício de importância

histórica na cidade, localizado próximo a uma rua considerada “corredor de ônibus”, com

grande tráfego de transportes públicos. A medição foi feita continuamente, considerando-

se todo o fluxo no intervalo de tempo de uma hora de medição, próximo à hora pico da

tarde14.

A análise dos sinais foi feita baseada em Bacci (2003), considerando Normas e

Recomendações Internacionais para o controle de vibrações causadas pelo uso de

explosivos em áreas urbanas.

O parâmetro escolhido para a análise foi o valor eficaz da velocidade de vibração e a faixa

de freqüência de medição foi de 2 a 100 Hz, pois a maioria das normas considera que

estruturas civis suportam altos níveis de vibração, acima de 100 Hz. A partir da faixa de

freqüência da medição, os dados foram analisados nos intervalos de freqüência descritos

pelas normas consideradas para análise dos limites mínimos permitidos (Tabela 4.1).

As análises foram feitas a partir do valor de velocidade de vibração (em mm/s) considerado

mínimo para cada uma dessas recomendações. Alem disto, foram considerados apenas os

valores mínimos para os edifícios históricos, ou equivalentes.

Tabela 4.1 - Normas escolhidas para análise dos dados e os respectivos intervalos de

freqüência utilizados

Intervalo de freqüências descritas nas normas

Alemanha (DIN 4150) < 10 Hz 10 a 50 Hz 50 a 100 Hz

Suíça (SN 640312a) 10 a 60 Hz 60 a 90 Hz

França (AFTES) < 10 Hz > 10 Hz

França (Ministério) 4 a 8 Hz 8 a 30 Hz 30 a 100 Hz

Portugal (NP 2074) < 10 Hz 10 a 40 Hz > 40 Hz

Inglaterra (BS 7385) 4 Hz 15 Hz > 40 Hz

14 A primeira medição teve início às 18h13min e a segunda, às 18h17min. A hora-pico considerada para o local é das 17h30min às 18h30min.

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4.2.2 Equipamento utilizado para as medições de vibração A cadeia de medição utilizada está mostrada no diagrama da figura 4.3 e na figura 4.4.

Figura 4.3 - Aparelhos utilizados para a medição do sinal

· Acelerômetro piezoelétrico – B&K - 4373

· Amplificador – B&K - NEXUS

· condicionador de sinais - B&K - NEXUS

· placa de aquisição de 4 canais e 24 bits - Nacional Instruments - cRIO 9233

· computador,

· cabos coaxiais (interligando os equipamentos)

Figura 4.4 - Equipamentos utilizados para captar os sinais de vibração dos edifícios.

O acelerômetro piezoelétrico é uma pastilha de material piezoelétrico, em sua maioria, um

pedaço de cerâmica artificialmente polarizado que, quando submetido à pressão mecânica,

seja por tensão, compressão ou cisalhamento, gera uma carga elétrica nas faces, que é

Amplificador

Condicionador

Placa de aquisição

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proporcional à força aplicada. É colocado no local que se pretende medir, grudado com

uma pequena camada de cera de abelha e ligado ao amplificador através de cabos coaxiais.

O condicionador de sinais amplifica e condiciona o sinal, convertendo a elevada

impedância captada pelo acelerômetro num sinal adequado para aquisição e análise. Esse

passa pela placa A/D e chega ao computador, que, por meio do programa apropriado, capta

os sinais com uma freqüência de aquisição de 2048 pontos por segundo.

O local escolhido para a colocação dos acelerômetros (Figura 4.5) tem como base a norma

italiana (UNI 9916) que sugere o registro das três componentes ortogonais e a verificação

do nível de vibração próxima à fundação e no último pavimento (BACCI, 2003). Na Casa

da Cultura, foi colocado no teto, na parede perpendicular e na parede paralela (Figuras 4.6

e 4.7) ao corredor de ônibus da Rua XV e novembro; também foi colocado no pavimento

superior, todos em posição centralizada, com relação aos seus vértices (Figura 4.8). Na

segunda medição, foram colocados no lado oposto da Casa (Figura 4.9), também na parede

paralela (térreo e primeiro pavimento) e na parede perpendicular. Os equipamentos de

medição suportam, no máximo, quatro medições simultâneas. Na primeira medição foram

utilizados quatro acelerômetros e na segunda medição, apenas dois.

Figura 4.5 - Foto Acelerômetro Piezoelétrico utilizado nas medições

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50

Figura 4.6 - Localização dos acelerômetros – teto e parede paralela – Primeira medição

Figura 4.7 - Localização dos acelerômetros – parede perpendicular – térreo e primeiro pavimento – Primeira medição

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Figura 4.8 - Localização dos acelerômetros – parede paralela (térreo e primeiro pavimento) e parede perpendicular (térreo) – Segunda medição.

Os sinais de aceleração foram captados de minuto em minuto, totalizando uma hora de

medição. O procedimento de análise do sinal é descrito no diagrama da Figura 4.9.

Figura 4.9 - Procedimento utilizado para análise do sinal captado

1. Fator de calibração – Todo o equipamento montado para as medições deve ser devidamente calibrado. Nesse caso calibrou-se a sensibilidade do acelerômetro, prendendo-o a um aparelho cuja vibração é de 10m/s2. 2. Integração – Como as normas aplicam valor limites de freqüência, optou-se pela seguinte metodologia: a(t) FFT A(iΩ) 3. Integração no domínio da Freqüência:

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V (i ω) = A ( i ω) / i ω v(t) FFT V(i ω) 4. Filtro digital – dadas as freqüências de corte inferior e superior, calcularam-se os parâmetros de um filtro digital butterworth passa-banda de quarta ordem. 5. Circuito RMS – é uma média exponencial dada por: vrms(i) = v rms(i-1)+(v(t)2 - v rms(i-1)) cte onde: cte = 1 / (τ/dt +1) τ é o tempo de resposta do circuito (0,25) dt é o intervalo de aquisição (1/Fa)

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CCAAPPÍÍTTUULLOO 55

RREESSUULLTTAADDOOSS

Para a análise dos resultados da presente pesquisa, foram considerados os edifícios de alto

valor histórico da cidade, o material de que são constituídos e a sua localização.

Primeiramente, foram analisados quantitativamente os poluentes: monóxido de carbono

(CO), hidrocarbonetos (HC) e monóxido de nitrogênio (NO), resultantes geradas pela

simulação dinâmica do programa de computador TSIS. Em seguida, analisou-se os

resultados das duas medições de vibrações realizadas na Casa da Cultura.

5.1. Edifícios analisados e sua constituição

Foram escolhidos para análise os seguintes edifícios:

conjunto arquitetônico da Praça Clarimundo Carneiro, composto pelo Palácio dos Leões e

Coreto (Figuras 5.1 e 5.2);

a Casa da Cultura, localizada na Praça Coronel Carneiro, 89 (Figura 5.3);

Oficina Cultural, Praça Clarimundo Carneiro, 240 (Figura 5.4);

a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, localizada na Praça Rui Barbosa (Figura 5.5);

a residência Chacur, esquina da rua Vigário Dantas com a Marechal Deodoro (Figura 5.6);

a Escola Estadual Uberlândia, localizada na Pç Adolfo Fonseca, 141 (Figura 5.7);

Palacete Naguettini, Rua Afonso Pena, 56 (Figura 5.8).

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54

Figura 5.1 - Palácio dos leões. Figura 5.2 – Coreto

Figura 5.3 - Casa da cultura Figura 5.4 - Oficina Cultural

Figura 5.5 - Igreja N. S. Rosário Figura 5.6 - Residência Chacur

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55

Figura 5.7 - Escola Estadual Uberlândia Figura 5.8 - Palacete Naguetini

Os edifícios com características do estilo eclético, em sua grande maioria, utilizam

estrutura autoportante de tijolo cozido; como por exemplo, o Palácio dos Leões e o

Palacete Naguetini. Os rebocos das paredes antigas eram constituídos de cal. Ao longo dos

anos, o revestimento original foi substituído por reboco com cimento em sua composição.

Algumas construções têm mármore, como a Oficina Cultural e a Casa da Cultura, nas

escadarias. A tabela 5.1 mostra a composição de cada um dos edifícios.

Destes materiais, principalmente, os rebocos e mármores sofrem degradação devida aos

poluentes liberados pelos automóveis. Os rebocos tradicionais, que contêm carbonato de

cálcio (CaCO3), dissolvido em água + dióxido de carbono (CO2), anidrido sulfuroso (SO2)

ou óxidos de azoto (NOx), sofrem o aumento da solubilidade deste material. A reação água

+ dióxido de carbono (CO2), degrada também a cal e os mármores.

Além dos rebocos, as tintas também podem ser afetadas pelos poluentes, pelo gás

sulfídrico (H2S), formados pelos óxidos de enxofre presentes nos poluentes que misturados

com a água agem sobre as tintas, escurecendo-as, descolorando-as ou sujando-as

superficialmente.

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Tabela 5.1 - Composição dos edifícios escolhidos para o estudo. EDIFÍCIO SISTEMA

CONSTRUTIVO

ABERTURAS MATERIAL DE

REVESTIMENTO DAS

ALVENARIAS

COBERTURA E

SUA

ESTRUTURA

OUTROS

MATERIAIS

Casa da cultura Estrutura de alicerces

de pedra moída e

alvenaria estrutural de

tijolos maciços.

Porão – madeiras e

vidro com gradil e

metálicas com

vidro.

Piso superior –

portas em madeira

e janelas em

madeira e vidro,

compostas por

duas folhas.

Reboco de cal (ainda em

algumas paredes internas)

Reboco de cimento

(fachada e algumas

paredes internas)

Telha de barro tipo

francesa. Em

estrutura de

madeira

Escada na

entrada principal

em mármore

branco, com

guarda corpo em

ferro fundido e

corrimão em

madeira.

Oficina

Cultural

(informação não obtida )

Vitrais de

esquadrias

metálicas e vidro.

Portas e janelas de

duas folhas, de

madeira e vidro

com bandeira fixa.

Reboco de cal, em

algumas partes substituído

por reboco de cimento.

(Informação não obtida)

Escadarias de

acesso em

mármore.

Palacete

Ângelo

Naguetini

Tijolos maciços e

cimento importado.

Janelas em

madeira, ferro e

vidros coloridos.

Portas em metal e

vidros coloridos.

(Informação não obtida) Telha de barro tipo

francesa. Estrutura

em madeira

(Nada consta)

Escola estadual

Uberlândia

Estrutura autoportante

de tijolos maciços e

alicerces de pedra.

Janelas em

madeira e vidro,

com duas folhas.

Portas de madeira.

Reboco de cal, em algumas partes substituído por reboco de cimento.

Telha de barro do

tipo francesa.

(Nada consta)

Igreja Nossa

Senhora do

Rosário

(Informação não obtida)

Portas e janelas em

madeira. Vitrais

coloridos.

Reboco de cal, em algumas partes substituído por reboco de cimento.

Telha cerâmica,

com estrutura de

madeira.

Cobertura da torre

em estrutura de

madeira e revestida

em chapas

metálicas

Altar em

mármore branco

Residência

Chacur

Estrutura autônoma de

madeira, esteio com

fechamento de

alvenaria (saibro).

Janelas de madeira

e vidro. Portas de

madeira.

Reboco de cal, em algumas partes substituído por reboco de cimento.

Telha de barro do

tipo francesa.

Estrutura em

madeira.

(Nada consta)

Palácio dos

leões

Estrutura autoportante

de tijolos maciços

Janelas de madeira

e vidro. Portas de

madeira.

Reboco de cal, em algumas partes substituído por reboco de cimento.

Telha francesa em cerâmica

(Nada consta)

Coreto Pilares de alvenaria. Portas metálicas (Informação não obtida) Estrutura de

madeira, com

chapas de aço.

Guarda corpo de

metal.

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5.2 Quantificação dos índices de poluição

Para quantificar os poluentes, dados de fluxo colhidos em campo, nos dez principais

cruzamentos, foram inseridos no programa TSIS. O programa gerou a simulação dinâmica

do tráfego, abrangendo toda a área e gerou dados de fluxo de veículos, próximo aos

edifícios segundo a tabela 5.2.

Segundo Apêndice 1, gerado pelo programa de simulação com animação dinâmica do

fluxo da área considerada, foram descritos os valores anuais em quilos por metro, de

poluentes lançados pelos veículos. Observa-se que os maiores valores estão presentes na

Avenida João Pinheiro, com 1,67 kg/m de hidrocarbonetos (HC), 22,88 kg/m de monóxido

de carbono (CO) e 2,28 kg/m de monóxido de nitrogênio (NO). Ao longo desta avenida,

estão localizados três dos edifícios citados anteriormente, o Palácio dos Leões, o Coreto e a

Oficina Cultural.

A Tabela 5.3 mostra a quantidade de poluentes emitidos em kg/m por ano nos edifícios

considerados na pesquisa. Para esse cálculo, foi considerado o resultado obtido pelo

programa TSIS, que apresenta o valor hora-pico, e as informações são fornecidos por

trechos lineares.

Com base na tabela 5.2 e na figura 5.9, em que os trechos de abrangência da poluição

atmosférica foram demarcados, considerou-se que os edifícios são prejudicados pela

quantidade de poluentes mostrada na tabela 5.3. Para a delimitação desses trechos, foram

considerados raios de 50 metros a partir do eixo da rua e, em edifícios localizados nas

esquinas considerou-se o centro do raio, os cruzamentos.

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Tabela 5.2 - Fluxo de veículos na hora pico Edifício Link de abrangência (Rua ou Avenida) UVP

por h Bernardo Guimarães (entre Afonso Pena e João Pinheiro) 568 João Pinheiro (entre Bernardo Guim./Tiradentes/15 Novembro)

1.056

Silviano Brandão (entre João Pinheiro e João Pinheiro) 528 Afonso Pena (entre Bernardo Guimarães e Silviano Brandão) 1.097

Palácio dos Leões e Coreto

Total 3.249 João Pinheiro (entre Bernardo Guimarães e Tiradentes) 689 Tiradentes (entre João Pinheiro e Vigário Dantas) 24

Oficina Cultural

Total 713 Quinze de Novembro (entre Silva Jardim e Dom Barreto) 1143 Silva Jardim (entre Tiradentes e Quinze de Novembro) 301 Casa da

Cultura Total 1444 Vigário Dantas (entre 15 Novembro e Marechal Deodoro) 79 Marechal Deodoro (Vigário Dantas e General Osório) 35

Residência Chacur

Total 114 Teixeira Santana (entre Cipriano Del Fávero e Felisberto Carrejo)

150

Cipriano Del Fávero (Goiás e Teixeira Santana) 139

Escola Estadual Uberlândia

Total 289 Afonso Pena (entre Goiás e Bernardo Guimarães) 1.121 Palacete

Naguetini Total 1.121 Praça Rosário (entre Prof. Pedro Bernardo e Barão de Camargos)

165

Silviano Brandão (Praça) 300 Barão de Camargos (Praça) 196

Igreja N. Sra. do Rosário

Total 661

Tabela 5.3 – Quantidade de níveis de poluentes (kg/m)

Edifício HC (kg/m)

CO (kg/m)

NO (kg/m)

Palácio dos Leões e Coreto 0,56 9,89 1,21 Oficina Cultural 0,12 2,08 0,21 Casa da Cultura 0,1 1,77 0,24 Residência Chacur 0 0,34 0,02 Escola Estadual Uberlândia 0,11 2,05 0,28 Palacete Naguetini 0,07 1,22 0,17 Igreja Nossa Senhora do Rosário 0,01 0,41 0,03

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59

Figura 5.9 - Mapa da área com indicação dos edifícios e trechos considerados para análise

Tabela 5.4 - Quantidade de níveis de poluentes, lançados ao longo de um ano.

Trecho de contribuição HC CO NO

Edifício

(m) (Kg) (Kg) (Kg) Palácio dos Leões e Coreto 895 501 8.951 1.083 Oficina Cultural 150 18 312 31 Casa da Cultura 200 20 354 48 Residência Chacur 200 1 68 4 Escola Estadual Uberlândia 230 25 471 64 Palacete Naguetini 190 13 232 32 Igreja Nossa Senhora do Rosário 454 4 186 24

É importante ressaltar que, como foi estudado na revisão bibliográfica, o efeito dos

poluentes é afetado por condições externas, como temperatura, umidade, pressão

atmosférica, precipitação pluviométrica, direção e velocidade dos ventos. Isso quer dizer

que os valores citados na tabela 5.4, não representam a quantidade que afeta diretamente os

edifícios.

Apesar da grande quantidade de emissão dos três poluentes, o monóxido de carbono (CO)

não tem efeitos conhecidos com a degradação de nenhum material construtivo dos edifícios,

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60

entretanto fazem mal à saúde humana. O hidrocarboneto age indiretamente, pois faz parte

de combinações orgânicas voláteis, importantes na formação da camada de ozônio. O

monóxido de azoto, quando em reação com a água, pode formar ácidos importantes da

formação da chuva ácida, sendo, portanto maléfica para os revestimentos dos edifícios.

5.3 Medição da vibração

Duas medições foram realizadas na Casa da Cultura. Na primeira, feita em outubro, foram

utilizados, simultaneamente, quatro acelerômetros e concentrou-se no anexo da Casa (seta

vermelha - ver Figura 5.10), próximo à Rua Quinze de Novembro. A segunda foi medida

em dois pontos, em um local oposto ao anexo (seta azul - ver Figura 5.10), e foi realizada

em dezembro de 2007.

Figura 5.10 - Implantação da Casa da Cultura

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61

Figura 5.11 - Planta da Casa da Cultura – localização dos pontos de medição.

O ponto de referência é a Rua Quinze de Novembro, por ser considerado um corredor de

ônibus, pois trafegam, aproximadamente, 85 ônibus na hora de maior demanda. Nas duas

medições, considerou-se a parede paralela e a perpendicular à rua, e a medição também no

segundo pavimento, na parede paralela. A primeira medição foi feita por estar mais

próxima ao local de maior fluxo de veículos, sendo, portanto, considerado o local mais

afetado pela vibração. Já a segunda medição foi feita para avaliar se a vibração se propaga

pelo terreno (Figura 5.11).

A tabela 5.5 mostra os valores máximos e mínimos de velocidade de vibração, resultantes

das medições e calculadas em RMS, inseridas nos intervalos de freqüência considerados

pelas normas, respectivamente: alemã (DIN 4150), suíça (SN 640312a), francesa (AFTES),

francesa (Ministério do Ambiente), portuguesa (NP 2074) e inglesa (BS 7385).

Em geral, as vibrações de média freqüência (10–50 Hz e 15-40 Hz) são as que

apresentaram dados de maior velocidade, nas posições localizadas no pavimento térreo,

Parede paralela - térreo e 1º pavim.

Parede paralela - térreo e 1º pavim.

Teto - térreo Parede perpendicular - térreo

Parede perpendicular - térreo

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62

próximo à Rua Quinze de Novembro. Entre esses, a posição mais expressiva, isto é, com

valores de velocidade de vibração maiores, é o teto e, em seguida, a parede localizada

paralelamente à rua. Um fator importante a ser considerado é que o ruído, causado pelos

transportes pesados, principalmente os ônibus que trafegam no local, encontra-se na faixa

dos 40 Hz.

Já no pavimento superior, os valores de velocidade apresentam-se mais altos nos intervalos

de freqüência menores que 10Hz, decrescendo gradativamente, à medida que a freqüência

aumenta. Entretanto, para freqüências abaixo de 4Hz, os valores são mais baixos (ver

Tabela – Apêndice 3 e 4)

A segunda medição demonstra valores de vibração maiores do que a primeira medição, nos

pontos localizados no pavimento térreo, para freqüências abaixo de 50 Hz. Os valores

RMS mais altos foram no segundo pavimento, medidos próximos à rua:

4,45mm/s, no intervalo de freqüência 2 a 8Hz, da Recomendação francesa (Ministério do

Ambiente);

4,40mm/s, no intervalo de freqüência menor que 10 Hz, da norma DIN 4150, AFTES, NP

2074; 3,48mm/s, no intervalo de freqüência de 4 a 15 Hz, da norma BS 7385.

No entanto, nenhum destes valores ultrapassa os limites propostos nessa norma,

considerando que esse valor foi captado no segundo pavimento e somente a norma alemã

propõe medições nos pavimentos superiores. Entretanto, no caso de considerar apenas os

valores, as medições ultrapassam limites de três normas:

a norma francesa AFTES com 4,40 mm/s na freqüência abaixo de 10 Hz, em que o limite é

de 2,5mm/s para edifícios de baixa qualidade mecânica;

a norma francesa do Ministério do Ambiente, com 4,45 mm/s, no intervalo de freqüência

entre 2 a 8 Hz, que para edifícios sensíveis o mínimo é 4 mm/s;

e a norma portuguesa NP 2074 com 4, 40mm/s, para freqüências abaixo de 10 Hz, em que

o limite para construções que requerem cuidados especiais (ex. monumentos históricos) é

de 3 mm/s.

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Tabela 5.5 - Valores mínimos e máximos de velocidade de vibração (em RMS)

Velocidade da vibração (mm/s) Valor máximo

Medição próximo a rua 15 de novembro Medição afastado da rua p/ cada norma

Localização dos acelerômetros teto perpendicular paralela 2o pavimento paralela perpendicular 2o pavimento (mm/s)

min max min max min max min max min max min max min max

Intervalos de freqüência (Hz) DIN 4150

<10 0,0050 0,0946 0,0012 0,0230 0,0062 0,1179 0,2318 4,4039 0,0280 0,5327 0,0196 0,3725 0,0569 1,0809 3

10 a 50 0,0258 0,4909 0,0013 0,0245 0,0144 0,2742 0,0712 1,3520 0,0206 0,3916 0,0128 0,2427 0,0604 1,1474 3 a 8

50 a 100 0,0119 0,2260 0,0014 0,0259 0,0140 0,2651 0,0149 0,2833 0,0076 0,1435 0,0049 0,0933 0,0012 0,0228 8 a 10

SN 640312a

10 a 60 0,0275 0,5232 0,0014 0,0261 0,0165 0,3134 0,0724 1,3755 0,0057 0,1075 0,0035 0,0667 0,0604 1,1475 8

60 a 90 0,0077 0,1471 0,0011 0,0218 0,0093 0,1769 0,0101 0,1928 0,0015 0,0282 0,0010 0,0185 0,0010 0,0190 8 a 12

AFTES

<10 0,0050 0,0946 0,0012 0,0230 0,0062 0,1179 0,2318 4,4039 0,0076 0,1436 0,0053 0,1004 0,0569 1,0809

>10 0,0289 0,5483 0,0017 0,0325 0,0192 0,3647 0,0747 1,4198 0,0058 0,1109 0,0036 0,0691 0,0603 1,1449 2,5

MIN. AMBIENTE

2 a 8 0,0039 0,0734 0,0011 0,0210 0,0055 0,1039 0,2341 4,4473 0,0067 0,1279 0,0046 0,0876 0,0371 0,7049 4

8 a 30 0,0160 0,3038 0,0010 0,0199 0,0085 0,1039 0,0948 1,8015 0,0067 0,1278 0,0036 0,0686 0,0777 1,4757 6

30 a 100 0,0252 0,4784 0,0017 0,0316 0,0179 0,3399 0,0250 0,4751 0,0031 0,0593 0,0020 0,0378 0,0053 0,1012 9

NP 2094

<10 0,0050 0,0946 0,0012 0,0230 0,0062 0,1179 0,2318 4,4039 0,0076 0,1436 0,0053 0,1004 0,0569 1,0809 3

10 a 40 0,0219 0,4166 0,0012 0,0229 0,0116 0,2198 0,0691 1,3124 0,0054 0,1028 0,0030 0,0635 0,0605 1,1500 5

>40 0,0190 0,3611 0,0015 0,0284 0,0161 0,3050 0,0185 0,3521 0,0025 0,0472 0,0016 0,0303 0,0022 0,0415 10

BS 7385

<4 0,0019 0,0365 0,0007 0,0125 0,0029 0,0544 0,1666 3,1648 0,0056 0,2070 0,0039 0,0738 0,0131 0,2484 4 a 15 0,0059 0,1122 0,0011 0,0214 0,0065 0,1236 0,1832 3,4814 0,0073 0,1380 0,0044 0,0830 0,0809 1,5375 15

15 a 40 0,0220 0,4185 0,0011 0,0218 0,0110 0,2094 0,0449 0,8537 0,0041 0,0782 0,0025 0,0484 0,0226 0,4289 20

>40 0,0190 0,3611 0,0015 0,0284 0,0161 0,3050 0,0185 0,3521 0,0025 0,0472 0,0016 0,0303 0,0022 0,0415 50

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CCAAPPÍÍTTUULLOO 66

CCOONNSSIIDDEERRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAAIISS

Com relação à Poluição Atmosférica, o TSIS15 utilizado para a simulação do tráfego da

área indica um alto índice de monóxido de carbono, quase próximo a 10 kg/m/ano, na Av.

João Pinheiro. Essa é uma avenida importante, pois dois dos edifícios de alto valor

histórico se encontram nesta área. Entretanto, o monóxido de carbono não é prejudicial às

construções, segundo o levantamento bibliográfico realizado nesta pesquisa. É um poluente

considerado muito tóxico à saúde.

Outros poluentes, quantificados pelo Programa TSIS, também tiveram valores expressivos

no trecho citado anteriormente: o oxido nítrico com 1,21 kg/m/ano e os hidrocarbonetos

com mais de 500 g/m/ano. Esses participam da formação do gás ozônio, bastante

prejudicial à saúde humana, assim como também são danosos a materiais construtivos:

borracha e pintura.

É importante ressaltar que outros poluentes como o dióxido de enxofre, o dióxido de

nitrogênio e o dióxido de carbono também são produzidos pela queima de combustível no

motor, todavia não foram quantificadas pelo TSIS. Não foi possível quantificá-los, pois o

dióxido de enxofre é produzido, geralmente, pela presença de impurezas nos combustíveis;

e o dióxido de carbono é resultante da combustão completa nos motores.

Outro ponto importante a ser ressaltado é a influência do meio ambiente. Quando se trata

de saúde humana, a grande concentração de poluentes no ar é instantaneamente inalada.

Entretanto, quando se trata de degradação de edifícios, vários fatores devem ser

considerados: os ventos, as precipitações pluviométricas, o estado em que a edificação se

encontra, a umidade, além de agentes biológicos como fungos e bactérias que agem nos

materiais.

15 Traffic Software Integrated System – Programa de simulação com animação dinâmica do tráfego.

Page 76: METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DOS … · A poluição do ar é quantificada pela simulação com animação dinâmica do tráfego pelo programa Traffic Software Integrated

65

Além da poluição, outro impacto causado pelos transportes urbanos, é a vibração. Foram

realizadas medições em um edifício próximo a uma rua de grande fluxo de ônibus. Para

essas medições, é importante considerar que a rua circunvizinha se encontrava com a

superfície lisa e sem irregularidades, pois, recentemente, a pavimentação passou por um

processo de recapeamento.

A vibração foi observada, em grande parte, como conseqüência do ruído gerado pelos

veículos pesados, principalmente, dos ônibus como foi observado por vários autores. O

ruído, para esse caso, encontra-se na faixa dos 40Hz, faixa de freqüência em que podem ser

observados os valores mais altos, se comparados a outros intervalos de freqüência, nas

medições feitas próximo à Rua Quinze de Novembro.

O grande fluxo de veículos causa vibração com valores expressivos no segundo pavimento,

em gerral. Em uma média para comparação dos pontos medidos no pavimento térreo,

encontraram-se valores de velocidade de vibração maiores no teto, para freqüências

maiores que 10 Hz, seguidos dos valores da parede paralela e, por último, a parede

perpendicular à rua de maior fluxo de veículos. No caso de freqüências menores que 10 Hz,

os valores medidos nas paredes paralelas foram maiores que no teto.

Como exemplo cita-se a norma alemã – DIN 4150 – valores de velocidade de vibração

máxima para freqüência menor que 10 Hz: 0,1179 mm/s (parede paralela); 0,0946 mm/s

(teto); 0,0230 mm/s (parede perpendicular). Para freqüência entre 10 a 50 Hz: 0,4909 mm/s

(teto); 0,2742 mm/s (parede paralela); 0,0245 mm/s (parede perpendicular). E para o

intervalo de freqüência entre 50 e 100 Hz: 0,2260 mm/s (teto); 0,2651 mm/s (parede

paralela) e 0,0259 mm/s (parede perpendicular). Entretanto, esses valores não foram

considerados prejudiciais à estrutura da edificação, conforme análise pelos limites

considerados nas normas internacionais.

Com relação aos intervalos de freqüência, observou-se nas normas consideradas pela

presente pesquisa, que quanto mais baixo o intervalo de freqüência, menor é o valor limite

de velocidade de vibração para evitar danos à estrutura. Observou-se, principalmente, nos

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66

resultados da segunda medição, que os valores de velocidade são mais altos em faixas de

freqüência menores que 10Hz.

Outro ponto que deve ser considerado é que a segunda medição, realizada no outro lado do

edifício, apresentou resultados maiores que a medição mais próxima à rua, principalmente

no pavimento térreo, e em intervalos de freqüência menores que 50Hz. Observado na

norma DIN 4150 que, na parede paralela apresentou o valor de velocidade na primeira

medição de 0,1179 mm/s, na segunda medição foi de 0,5327 mm/s. O mesmo ocorre na

parede perpendicular com um aumento de 0,0230 mm/s para 0,3725 mm/s. Esse resultado

demonstra a propagação das ondas de vibração de baixa freqüência, com amplitudes do

sinal de velocidades de vibração maiores que próximo a rua.

Um ponto importante a ser lembrado é que, para esta pesquisa, não foi possível avaliar os

danos a partir da situação atual de estruturas consideradas antigas. Todos os edifícios

avaliados passaram por restaurações em sua grande parte na pintura externa e na Casa da

Cultura, paredes também foram restauradas. Isto dificultou observar, por exemplo, danos

causados pela poluição à pintura existente. E, no caso da Casa da Cultura, se trincas ou

rachaduras poderiam ser agravadas pela vibração gerada pelos veículos.

Constatou-se que, para a realidade atual, considerando as condições dos edifícios, da

pavimentação das vias e do tráfego local, que não há danos significativos. Entretanto,

deve-se ponderar que, se houver um aumento do tráfego, conseqüentemente observar-se-á

um aumento da vibração. Irregularidades na pista agravarão essa vibração, devido ao peso

dos veículos e, caso a edificação não esteja em boas condições qualquer efeito poderá

causar um maior dano à estrutura.

Este trabalho sugere continuidade nas pesquisas, com relação à previsão do aumento de

tráfego nessas áreas, além da complementação das motos no fluxo considerado, devido à

grande emissão de poluentes e o ruído gerado. Outro ponto importante seria a medição de

vibração nos outros edifícios, com outros materiais e características construtivas

diferenciadas. A medição da vibração em vias de paralelepípedo sem revestimento

asfáltico também seria de grande importância, por ser uma superfície totalmente irregular,

usualmente empregada em áreas com grande presença de edifícios antigos.

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AAPPÊÊNNDDIICCEESS Apêndice 1 - Níveis anuais de emissão de poluentes e de consumo de combustível produzidos no TSIS

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Apêndice 2 – Vibração – Casa da Cultura - 1ª Medição – Anexo: Rua Quinze de Novembro. Valores gerados de acordo com as freqüências consideradas pelas normas internacionais: Alemanha DIN – 4150, Suiça SN 640312a, Recomendações Francesas: AFTES e Ministério do Ambiente, Portugal NP 2074 e Inglaterra BS 7385. Norma Alemanha Canal 1 Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0050 0.0149 0.0249 0.0349 0.0448 0.0548 0.0647 0.0747 0.0847 0.0946 10 - 50 Hz 0.0258 0.0775 0.1292 0.1809 0.2325 0.2842 0.3359 0.3875 0.4392 0.4909 50 - 100 Hz 0.0119 0.0357 0.0595 0.0833 0.1070 0.1308 0.1546 0.1784 0.2022 0.2260 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 96.2352 2.8845 0.5479 0.1942 0.0817 0.0325 0.0114 0.0049 0.0057 0.0020 10 - 50 Hz 99.3886 0.5670 0.0075 0.0079 0.0061 0.0048 0.0039 0.0053 0.0048 0.0043 50 - 100 Hz 98.9345 0.9311 0.0734 0.0388 0.0041 0.0036 0.0026 0.0023 0.0047 0.0049 Valores pico

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74

Norma Alemanha Canal 2 Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0012 0.0036 0.0061 0.0085 0.0109 0.0133 0.0158 0.0182 0.0206 0.0230 10 - 50 Hz 0.0013 0.0039 0.0065 0.0090 0.0116 0.0142 0.0168 0.0194 0.0219 0.0245 50 - 100 Hz 0.0014 0.0041 0.0068 0.0096 0.0123 0.0150 0.0178 0.0205 0.0232 0.0259 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 96.9289 2.8345 0.1618 0.0232 0.0143 0.0106 0.0124 0.0085 0.0028 0.0029 10 - 50 Hz 82.7161 15.5063 1.5779 0.1488 0.0159 0.0075 0.0066 0.0097 0.0078 0.0034 50 - 100 Hz 63.7479 27.6312 6.5138 1.4229 0.3928 0.1650 0.0755 0.0362 0.0116 0.0032 Valores pico

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75

Norma Alemanha Canal 3 Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0062 0.0186 0.0310 0.0434 0.0559 0.0683 0.0807 0.0931 0.1055 0.1179 10 - 50 Hz 0.0144 0.0433 0.0722 0.1010 0.1299 0.1588 0.1876 0.2165 0.2454 0.2742 50 - 100 Hz 0.0140 0.0419 0.0698 0.0977 0.1256 0.1535 0.1814 0.2093 0.2372 0.2651 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 99.9045 0.0578 0.0130 0.0049 0.0042 0.0030 0.0032 0.0034 0.0028 0.0033 10 - 50 Hz 99.8525 0.1145 0.0065 0.0039 0.0038 0.0040 0.0032 0.0031 0.0055 0.0030 50 - 100 Hz 99.5570 0.3934 0.0262 0.0045 0.0032 0.0032 0.0025 0.0025 0.0032 0.0043 Valores pico

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76

Norma Alemanha Canal 4 Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.2318 0.6954 1.1589 1.6225 2.0861 2.5496 3.0132 3.4768 3.9403 4.4039 10 - 50 Hz 0.0712 0.2135 0.3558 0.4981 0.6404 0.7828 0.9251 1.0674 1.2097 1.3520 50 - 100 Hz 0.0149 0.0447 0.0745 0.1044 0.1342 0.1640 0.1938 0.2236 0.2535 0.2833 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 99.3150 0.3398 0.1299 0.0649 0.0480 0.0190 0.0243 0.0149 0.0138 0.0304 10 - 50 Hz 99.3466 0.3226 0.0728 0.0770 0.0482 0.0463 0.0202 0.0238 0.0131 0.0292 50 - 100 Hz 99.5027 0.3275 0.0826 0.0381 0.0127 0.0127 0.0080 0.0055 0.0052 0.0050 Valores pico

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77

Norma Suiça Canal 1

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0275 0.0826 0.1377 0.1927 0.2478 0.3029 0.3580 0.4130 0.4681 0.5232 60 - 90 Hz 0.0077 0.0232 0.0387 0.0542 0.0697 0.0852 0.1006 0.1161 0.1316 0.1471

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 99.4700 0.4653 0.0286 0.0075 0.0062 0.0050 0.0034 0.0052 0.0046 0.0042 60 - 90 Hz 99.1128 0.7953 0.0700 0.0046 0.0035 0.0029 0.0026 0.0026 0.0027 0.0030

Valores pico

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78

Norma Suiça Canal 2

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0014 0.0041 0.0069 0.0096 0.0124 0.0151 0.0178 0.0206 0.0233 0.0261 60 - 90 Hz 0.0011 0.0034 0.0057 0.0080 0.0103 0.0126 0.0149 0.0172 0.0195 0.0218

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 71.1496 25.4242 2.9669 0.3866 0.0311 0.0140 0.0070 0.0059 0.0102 0.0046 60 - 90 Hz 64.0950 26.0346 7.0987 1.8229 0.5346 0.1965 0.1001 0.0695 0.0368 0.0112

Valores pico

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79

Norma Suiça Canal 3

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0165 0.0495 0.0825 0.1155 0.1485 0.1814 0.2144 0.2474 0.2804 0.3134 60 - 90 Hz 0.0093 0.0279 0.0465 0.0652 0.0838 0.1024 0.1210 0.1396 0.1583 0.1769

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 99.8310 0.1366 0.0065 0.0040 0.0037 0.0040 0.0031 0.0036 0.0045 0.0029 60 - 90 Hz 99.2612 0.6801 0.0279 0.0116 0.0033 0.0029 0.0025 0.0021 0.0037 0.0047

Valores pico

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80

Norma Suiça Canal 4

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0724 0.2172 0.3620 0.5068 0.6516 0.7964 0.9412 1.0859 1.2307 1.3755 60 - 90 Hz 0.0101 0.0304 0.0507 0.0710 0.0913 0.1116 0.1319 0.1522 0.1725 0.1928

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 99.3552 0.3142 0.0738 0.0780 0.0475 0.0453 0.0198 0.0243 0.0122 0.0298 60 - 90 Hz 99.4978 0.3515 0.0792 0.0275 0.0126 0.0113 0.0067 0.0064 0.0036 0.0034

Valores pico

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81

Norma França AFTES Canal 1

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0050 0.0149 0.0249 0.0349 0.0448 0.0548 0.0647 0.0747 0.0847 0.0946 > 10 Hz 0.0289 0.0866 0.1443 0.2020 0.2597 0.3174 0.3751 0.4329 0.4906 0.5483

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 96.2352 2.8845 0.5479 0.1942 0.0817 0.0325 0.0114 0.0049 0.0057 0.0020 > 10 Hz 99.4860 0.4425 0.0357 0.0070 0.0071 0.0051 0.0029 0.0048 0.0053 0.0036

Valores pico

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82

Norma França AFTES Canal 2

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0012 0.0036 0.0061 0.0085 0.0109 0.0133 0.0158 0.0182 0.0206 0.0230 > 10 Hz 0.0017 0.0051 0.0086 0.0120 0.0154 0.0188 0.0222 0.0257 0.0291 0.0325

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 96.9289 2.8345 0.1618 0.0232 0.0143 0.0106 0.0124 0.0085 0.0028 0.0029 > 10 Hz 65.9245 28.5440 4.6200 0.6285 0.2024 0.0513 0.0125 0.0063 0.0075 0.0031

Valores pico

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83

Norma França AFTES Canal 3

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0062 0.0186 0.0310 0.0434 0.0559 0.0683 0.0807 0.0931 0.1055 0.1179 > 10 Hz 0.0192 0.0576 0.0960 0.1344 0.1728 0.2111 0.2495 0.2879 0.3263 0.3647

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 99.9045 0.0578 0.0130 0.0049 0.0042 0.0030 0.0032 0.0034 0.0028 0.0033 > 10 Hz 99.7972 0.1712 0.0064 0.0044 0.0034 0.0034 0.0035 0.0033 0.0043 0.0030

Valores pico

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84

Norma França AFTES Canal 4

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.2318 0.6954 1.1589 1.6225 2.0861 2.5496 3.0132 3.4768 3.9403 4.4039 > 10 Hz 0.0747 0.2242 0.3736 0.5231 0.6725 0.8220 0.9714 1.1209 1.2703 1.4198

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 99.3150 0.3398 0.1299 0.0649 0.0480 0.0190 0.0243 0.0149 0.0138 0.0304 > 10 Hz 99.3682 0.3008 0.0762 0.0788 0.0475 0.0432 0.0194 0.0249 0.0100 0.0310

Valores pico

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85

Norma França Ministério Canal 1

Intervalo de frequências (X)

2 - 8 Hz 0.0039 0.0116 0.0193 0.0270 0.0348 0.0425 0.0502 0.0579 0.0656 0.0734 8 - 30 Hz 0.0160 0.0480 0.0799 0.1119 0.1439 0.1759 0.2078 0.2398 0.2718 0.3038 30 - 100 Hz 0.0252 0.0755 0.1259 0.1762 0.2266 0.2769 0.3273 0.3777 0.4280 0.4784

indice de ocorrências (Y)

2 - 8 Hz 96.2899 2.9089 0.5109 0.1719 0.0860 0.0159 0.0062 0.0024 0.0058 0.0022 8 - 30 Hz 98.4633 1.3988 0.0968 0.0056 0.0061 0.0055 0.0039 0.0045 0.0068 0.0089 30 - 100 Hz 99.5700 0.3495 0.0508 0.0051 0.0070 0.0034 0.0043 0.0022 0.0050 0.0026

Valores pico

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86

Norma França Ministério Canal 2

Intervalo de frequências (X)

2 - 8 Hz 0.0011 0.0033 0.0055 0.0077 0.0099 0.0121 0.0143 0.0165 0.0188 0.0210 8 - 30 Hz 0.0010 0.0031 0.0052 0.0073 0.0094 0.0115 0.0136 0.0157 0.0178 0.0199 30 - 100 Hz 0.0017 0.0050 0.0083 0.0116 0.0149 0.0183 0.0216 0.0249 0.0282 0.0316

indice de ocorrências (Y)

2 - 8 Hz 97.5663 2.1870 0.1708 0.0185 0.0139 0.0151 0.0094 0.0078 0.0045 0.0069 8 - 30 Hz 81.6193 15.8768 2.0946 0.3378 0.0373 0.0214 0.0039 0.0045 0.0023 0.0021 30 - 100 Hz 69.7987 25.0807 4.1339 0.6546 0.2141 0.0756 0.0281 0.0054 0.0059 0.0031

Valores pico

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87

Norma França Ministério Canal 3

Intervalo de frequências (X)

2 - 8 Hz 0.0055 0.0164 0.0273 0.0383 0.0492 0.0601 0.0711 0.0820 0.0930 0.1039 8 - 30 Hz 0.0085 0.0256 0.0427 0.0597 0.0768 0.0939 0.1109 0.1280 0.1451 0.1621 30 - 100 Hz 0.0179 0.0537 0.0895 0.1252 0.1610 0.1968 0.2326 0.2684 0.3041 0.3399

indice de ocorrências (Y)

2 - 8 Hz 99.8928 0.0698 0.0086 0.0064 0.0043 0.0051 0.0028 0.0022 0.0049 0.0031 8 - 30 Hz 99.9430 0.0240 0.0068 0.0043 0.0034 0.0030 0.0030 0.0036 0.0034 0.0055 30 - 100 Hz 99.7173 0.2509 0.0068 0.0045 0.0036 0.0031 0.0036 0.0032 0.0041 0.0030

Valores pico

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88

Norma França Ministério Canal 4

Intervalo de frequências (X)

2 - 8 Hz 0.2341 0.7022 1.1703 1.6385 2.1066 2.5747 3.0429 3.5110 3.9791 4.4473 8 - 30 Hz 0.0948 0.2844 0.4741 0.6637 0.8533 1.0430 1.2326 1.4222 1.6119 1.8015 30 - 100 Hz 0.0250 0.0750 0.1250 0.1750 0.2251 0.2751 0.3251 0.3751 0.4251 0.4751

indice de ocorrências (Y)

2 - 8 Hz 99.3313 0.3335 0.1281 0.0604 0.0485 0.0240 0.0173 0.0157 0.0109 0.0304 8 - 30 Hz 99.3816 0.2912 0.0972 0.0669 0.0575 0.0323 0.0207 0.0163 0.0066 0.0297 30 - 100 Hz 99.5182 0.2243 0.0799 0.0655 0.0458 0.0221 0.0160 0.0063 0.0050 0.0170

Valores pico

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89

Norma Portugal Canal 1

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0050 0.0149 0.0249 0.0349 0.0448 0.0548 0.0647 0.0747 0.0847 0.0946 10 - 40 Hz 0.0219 0.0658 0.1096 0.1535 0.1973 0.2412 0.2851 0.3289 0.3728 0.4166 > 40 Hz 0.0190 0.0570 0.0950 0.1330 0.1711 0.2091 0.2471 0.2851 0.3231 0.3611

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 96.2352 2.8845 0.5479 0.1942 0.0817 0.0325 0.0114 0.0049 0.0057 0.0020 10 - 40 Hz 99.1667 0.7869 0.0081 0.0069 0.0063 0.0048 0.0043 0.0033 0.0072 0.0056 > 40 Hz 99.2235 0.6527 0.0732 0.0274 0.0045 0.0043 0.0039 0.0026 0.0041 0.0037

Valores pico

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90

Norma Portugal Canal 2

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0012 0.0036 0.0061 0.0085 0.0109 0.0133 0.0158 0.0182 0.0206 0.0230 10 - 40 Hz 0.0012 0.0036 0.0060 0.0084 0.0108 0.0132 0.0156 0.0180 0.0205 0.0229 > 40 Hz 0.0015 0.0045 0.0075 0.0105 0.0134 0.0164 0.0194 0.0224 0.0254 0.0284

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 96.9289 2.8345 0.1618 0.0232 0.0143 0.0106 0.0124 0.0085 0.0028 0.0029 10 - 40 Hz 82.7821 15.5152 1.4822 0.1769 0.0099 0.0098 0.0095 0.0099 0.0020 0.0024 > 40 Hz 65.7233 27.2611 5.5257 1.0071 0.2794 0.1300 0.0484 0.0166 0.0050 0.0033

Valores pico

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91

Norma Portugal Canal 3

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0062 0.0186 0.0310 0.0434 0.0559 0.0683 0.0807 0.0931 0.1055 0.1179 10 - 40 Hz 0.0116 0.0347 0.0578 0.0810 0.1041 0.1272 0.1504 0.1735 0.1966 0.2198 > 40 Hz 0.0161 0.0482 0.0803 0.1124 0.1445 0.1766 0.2087 0.2408 0.2729 0.3050

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 99.9045 0.0578 0.0130 0.0049 0.0042 0.0030 0.0032 0.0034 0.0028 0.0033 10 - 40 Hz 99.9190 0.0471 0.0061 0.0043 0.0038 0.0034 0.0037 0.0025 0.0063 0.0038 > 40 Hz 98.9333 0.9858 0.0526 0.0089 0.0036 0.0032 0.0026 0.0030 0.0039 0.0030

Valores pico

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92

Norma Portugal Canal 4

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.2318 0.6954 1.1589 1.6225 2.0861 2.5496 3.0132 3.4768 3.9403 4.4039 10 - 40 Hz 0.0691 0.2072 0.3454 0.4835 0.6217 0.7598 0.8980 1.0361 1.1743 1.3124 > 40 Hz 0.0185 0.0556 0.0927 0.1297 0.1668 0.2039 0.2409 0.2780 0.3151 0.3521

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 99.3150 0.3398 0.1299 0.0649 0.0480 0.0190 0.0243 0.0149 0.0138 0.0304 10 - 40 Hz 99.3317 0.3368 0.0736 0.0723 0.0491 0.0488 0.0208 0.0238 0.0140 0.0291 > 40 Hz 99.4321 0.3432 0.0950 0.0564 0.0257 0.0149 0.0101 0.0057 0.0054 0.0115

Valores pico

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93

Norma Inglaterra 7385 Canal 1 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0019 0.0058 0.0096 0.0134 0.0173 0.0211 0.0250 0.0288 0.0326 0.0365 4 - 15 Hz 0.0059 0.0177 0.0295 0.0414 0.0532 0.0650 0.0768 0.0886 0.1004 0.1122 15 - 40 Hz 0.0220 0.0661 0.1101 0.1542 0.1982 0.2423 0.2863 0.3304 0.3744 0.4185 > 40 Hz 0.0190 0.0570 0.0950 0.1330 0.1711 0.2091 0.2471 0.2851 0.3231 0.3611 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 95.3680 3.7921 0.5451 0.1796 0.0640 0.0232 0.0125 0.0053 0.0023 0.0079 4 - 15 Hz 95.5275 3.5033 0.5491 0.2379 0.0900 0.0512 0.0163 0.0134 0.0055 0.0057 15 - 40 Hz 99.3640 0.5896 0.0082 0.0078 0.0056 0.0044 0.0048 0.0028 0.0073 0.0056 > 40 Hz 99.2235 0.6527 0.0732 0.0274 0.0045 0.0043 0.0039 0.0026 0.0041 0.0037 Valores pico

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94

Norma Inglaterra 7385 Canal 2 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0007 0.0020 0.0033 0.0046 0.0059 0.0073 0.0086 0.0099 0.0112 0.0125 4 - 15 Hz 0.0011 0.0034 0.0056 0.0079 0.0101 0.0124 0.0146 0.0169 0.0192 0.0214 15 - 40 Hz 0.0011 0.0034 0.0057 0.0080 0.0103 0.0126 0.0149 0.0172 0.0195 0.0218 > 40 Hz 0.0015 0.0045 0.0075 0.0105 0.0134 0.0164 0.0194 0.0224 0.0254 0.0284 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 97.7671 1.9706 0.1776 0.0236 0.0131 0.0144 0.0110 0.0106 0.0083 0.0037 4 - 15 Hz 92.1460 7.1718 0.5861 0.0477 0.0124 0.0079 0.0115 0.0096 0.0039 0.0031 15 - 40 Hz 87.5682 11.4865 0.8422 0.0623 0.0088 0.0083 0.0082 0.0096 0.0034 0.0024 > 40 Hz 65.7233 27.2611 5.5257 1.0071 0.2794 0.1300 0.0484 0.0166 0.0050 0.0033 Valores pico

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95

Norma Inglaterra 7385 Canal 3 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0029 0.0086 0.0143 0.0200 0.0257 0.0315 0.0372 0.0429 0.0486 0.0544 4 - 15 Hz 0.0065 0.0195 0.0325 0.0455 0.0585 0.0716 0.0846 0.0976 0.1106 0.1236 15 - 40 Hz 0.0110 0.0331 0.0551 0.0771 0.0992 0.1212 0.1433 0.1653 0.1873 0.2094 > 40 Hz 0.0161 0.0482 0.0803 0.1124 0.1445 0.1766 0.2087 0.2408 0.2729 0.3050 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 99.8089 0.1365 0.0165 0.0077 0.0090 0.0043 0.0025 0.0045 0.0026 0.0075 4 - 15 Hz 99.9139 0.0576 0.0059 0.0041 0.0034 0.0027 0.0025 0.0027 0.0018 0.0055 15 - 40 Hz 99.9271 0.0381 0.0061 0.0045 0.0041 0.0032 0.0035 0.0034 0.0064 0.0036 > 40 Hz 99.5840 0.3687 0.0235 0.0046 0.0036 0.0032 0.0026 0.0030 0.0039 0.0030 Valores pico

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96

Norma Inglaterra 7385 Canal 4 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.1666 0.4997 0.8328 1.1660 1.4991 1.8323 2.1654 2.4985 2.8317 3.1648 4 - 15 Hz 0.1832 0.5497 0.9162 1.2826 1.6491 2.0156 2.3820 2.7485 3.1150 3.4814 15 - 40 Hz 0.0449 0.1348 0.2246 0.3145 0.4044 0.4942 0.5841 0.6739 0.7638 0.8537 > 40 Hz 0.0185 0.0556 0.0927 0.1297 0.1668 0.2039 0.2409 0.2780 0.3151 0.3521 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 99.2592 0.3747 0.1377 0.0776 0.0541 0.0246 0.0166 0.0105 0.0137 0.0311 4 - 15 Hz 99.4605 0.2308 0.1085 0.0615 0.0321 0.0278 0.0247 0.0097 0.0116 0.0329 15 - 40 Hz 99.5762 0.1388 0.0480 0.0632 0.0542 0.0365 0.0331 0.0172 0.0104 0.0224 > 40 Hz 99.4321 0.3432 0.0950 0.0564 0.0257 0.0149 0.0101 0.0057 0.0054 0.0115 Valores pico

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97

Apêndice 3 - – Vibração – Casa da Cultura - 2ª Medição – Lado oposto da Rua Quinze de Novembro. Valores gerados de acordo com as freqüências consideradas pelas normas internacionais: Alemanha DIN – 4150, Suiça SN 640312a, Recomendações Francesas: AFTES e Ministério do Ambiente, Portugal NP 2074 e Inglaterra BS 7385. Obs.: O Canal 1 foi trocado na metade do tempo total de medição, isto é, 30 minutos depois do inicio da medição. Foi inicialmente colocado na parede paralela a Rua Quinze de Novembro, e depois na parede perpendicular à rua.

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98

Norma Alemanha Canal 1 paralelo a rua Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0280 0.0841 0.1402 0.1963 0.2523 0.3084 0.3645 0.4205 0.4766 0.5327 10 - 50 Hz 0.0206 0.0618 0.1030 0.1443 0.1855 0.2267 0.2679 0.3091 0.3504 0.3916 50 - 100 Hz 0.0076 0.0227 0.0378 0.0529 0.0680 0.0831 0.0982 0.1133 0.1284 0.1435 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 49.3561 44.1150 3.8477 1.1855 0.5936 0.2961 0.2109 0.1321 0.1120 0.1511 10 - 50 Hz 57.1145 32.8753 5.9154 2.1706 0.9891 0.4798 0.1880 0.1406 0.0871 0.0396 50 - 100 Hz 85.8145 11.7624 1.3486 0.5114 0.2769 0.1397 0.0486 0.0360 0.0311 0.0308 Canal 1 perpendicular a rua Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0196 0.0588 0.0980 0.1372 0.1764 0.2157 0.2549 0.2941 0.3333 0.3725 10 - 50 Hz 0.0128 0.0383 0.0639 0.0894 0.1150 0.1405 0.1661 0.1916 0.2172 0.2427 50 - 100 Hz 0.0049 0.0147 0.0245 0.0344 0.0442 0.0540 0.0638 0.0736 0.0835 0.0933 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 33.6940 57.7300 6.8827 0.7532 0.4609 0.1981 0.1016 0.0864 0.0508 0.0423 10 - 50 Hz 63.2096 29.8864 5.6954 0.8059 0.2162 0.0910 0.0442 0.0186 0.0141 0.0187 50 - 100 Hz 84.0860 13.8374 1.4258 0.3663 0.1192 0.0759 0.0450 0.0209 0.0101 0.0134

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99

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100

Norma Alemanha Canal 2 Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0569 0.1707 0.2845 0.3982 0.5120 0.6258 0.7396 0.8534 0.9671 1.0809 10 - 50 Hz 0.0604 0.1812 0.3020 0.4228 0.5436 0.6644 0.7852 0.9060 1.0268 1.1475 50 - 100 Hz 0.0012 0.0036 0.0060 0.0084 0.0108 0.0132 0.0156 0.0180 0.0204 0.0228 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 91.1801 6.4497 1.1731 0.5034 0.3262 0.1477 0.0669 0.0444 0.0385 0.0699 10 - 50 Hz 87.3195 9.2495 1.9869 0.6402 0.3759 0.2090 0.0691 0.0450 0.0563 0.0486 50 - 100 Hz 0.4936 73.9099 20.0465 3.5396 1.2317 0.4087 0.2190 0.0864 0.0283 0.0364

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101

Norma Suiça Canal 1 paralelo

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz (X1) 0.0057 0.0170 0.0283 0.0396 0.0509 0.0622 0.0735 0.0848 0.0962 0.1075 60 - 90 Hz (X3) 0.0015 0.0044 0.0074 0.0104 0.0133 0.0163 0.0193 0.0222 0.0252 0.0282

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz (X2) 57.2942 32.8697 5.8772 2.1325 0.9649 0.4316 0.1807 0.1455 0.0678 0.0360 60 - 90 Hz (X4) 91.6257 6.7349 0.9156 0.3322 0.1635 0.0738 0.0552 0.0396 0.0260 0.0335

Canal 1 perpendicular

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0035 0.0105 0.0176 0.0246 0.0316 0.0386 0.0456 0.0527 0.0597 0.0667 60 - 90 Hz 0.0010 0.0029 0.0049 0.0068 0.0088 0.0107 0.0127 0.0146 0.0166 0.0185

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 63.4940 30.0321 5.3412 0.7440 0.2058 0.0873 0.0430 0.0197 0.0144 0.0185 60 - 90 Hz 78.8049 17.3681 2.7224 0.6523 0.2290 0.1008 0.0442 0.0348 0.0195 0.0241

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102

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103

Norma Suiça Canal 2

Intervalo de frequências (X)

10 - 60 Hz 0.0604 0.1811 0.3018 0.4225 0.5432 0.6639 0.7846 0.9053 1.0260 1.1467 60 - 90 Hz 0.0010 0.0030 0.0050 0.0070 0.0090 0.0110 0.0130 0.0150 0.0170 0.0190

indice de ocorrências (Y)

10 - 60 Hz 87.4392 9.1806 1.9566 0.6260 0.3754 0.2071 0.0653 0.0456 0.0554 0.0487 60 - 90 Hz 16.4695 75.9371 5.9539 1.0085 0.3895 0.1501 0.0664 0.0196 0.0031 0.0024

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104

Norma França AFTES Canal 1 paralelo

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0076 0.0227 0.0378 0.0529 0.0680 0.0831 0.0983 0.1134 0.1285 0.1436 > 10 Hz 0.0058 0.0175 0.0292 0.0409 0.0525 0.0642 0.0759 0.0876 0.0992 0.1109

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 49.3561 44.1150 3.8477 1.1855 0.5936 0.2961 0.2109 0.1321 0.1120 0.1511 > 10 Hz 58.6002 32.0797 5.6481 2.0279 0.9083 0.3399 0.1646 0.1499 0.0491 0.0323

Canal 1 perpendicular

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0053 0.0159 0.0264 0.0370 0.0476 0.0581 0.0687 0.0793 0.0898 0.1004 > 10 Hz 0.0036 0.0109 0.0182 0.0255 0.0327 0.0400 0.0473 0.0546 0.0618 0.0691

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 33.6940 57.7300 6.8827 0.7532 0.4609 0.1981 0.1016 0.0864 0.0508 0.0423 > 10 Hz 63.2443 30.9362 4.8143 0.6414 0.1914 0.0761 0.0427 0.0197 0.0156 0.0183

Valores pico

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105

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106

Norma França AFTES Canal 2

Intervalo de frequências (X)

< 10 Hz 0.0569 0.1707 0.2845 0.3982 0.5120 0.6258 0.7396 0.8534 0.9671 1.0809 > 10 Hz 0.0603 0.1808 0.3013 0.4218 0.5423 0.6628 0.7834 0.9039 1.0244 1.1449

indice de ocorrências (Y)

< 10 Hz 91.1801 6.4497 1.1731 0.5034 0.3262 0.1477 0.0669 0.0444 0.0385 0.0699 > 10 Hz 87.6796 9.0414 1.8859 0.6099 0.3698 0.2030 0.0607 0.0476 0.0527 0.0495

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107

Norma França Ministério Canal 1 paralelo Intervalo de frequências (X) 2 - 8 Hz 0.0067 0.0202 0.0336 0.0471 0.0606 0.0740 0.0875 0.1009 0.1144 0.1279 8 - 30 Hz 0.0067 0.0202 0.0336 0.0471 0.0606 0.0740 0.0875 0.1009 0.1144 0.1278 30 - 100 Hz 0.0031 0.0094 0.0156 0.0219 0.0281 0.0343 0.0406 0.0468 0.0531 0.0593 indice de ocorrências (Y) 2 - 8 Hz 44.4822 47.9534 4.9008 1.1969 0.5683 0.3091 0.2119 0.1285 0.0910 0.1578 8 - 30 Hz 69.6093 22.8938 4.2935 1.7262 0.7386 0.3916 0.1337 0.1167 0.0702 0.0262 30 - 100 Hz 72.2365 23.6029 2.8737 0.7823 0.2432 0.1092 0.0640 0.0374 0.0215 0.0293 Valores pico Canal 1 perpendicular Intervalo de frequências (X) 2 - 8 Hz 0.0046 0.0138 0.0231 0.0323 0.0415 0.0507 0.0599 0.0692 0.0784 0.0876 8 - 30 Hz 0.0036 0.0108 0.0180 0.0253 0.0325 0.0397 0.0469 0.0541 0.0614 0.0686 30 - 100 Hz 0.0020 0.0060 0.0100 0.0139 0.0179 0.0219 0.0259 0.0299 0.0339 0.0378 indice de ocorrências (Y) 2 - 8 Hz 26.7246 59.8861 11.0201 1.3077 0.4618 0.2762 0.1296 0.0861 0.0544 0.0533 8 - 30 Hz 55.0278 35.7885 7.3250 1.2619 0.3234 0.1351 0.0850 0.0178 0.0150 0.0205 30 - 100 Hz 88.9759 10.0950 0.5447 0.1620 0.0957 0.0518 0.0347 0.0158 0.0099 0.0145

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108

Norma França Ministério Canal 2

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109

Intervalo de frequências (X) 2 - 8 Hz 0.0371 0.1113 0.1855 0.2597 0.3339 0.4081 0.4823 0.5565 0.6307 0.7049 8 - 30 Hz 0.0777 0.2330 0.3883 0.5437 0.6990 0.8544 1.0097 1.1650 1.3204 1.4757 30 - 100 Hz 0.0053 0.0160 0.0266 0.0373 0.0479 0.0586 0.0692 0.0799 0.0905 0.1012 indice de ocorrências (Y) 2 - 8 Hz 90.9091 6.9287 1.0582 0.4544 0.3132 0.1238 0.0582 0.0495 0.0390 0.0658 8 - 30 Hz 89.4346 7.7509 1.5305 0.5435 0.3523 0.1782 0.0619 0.0488 0.0452 0.0541 30 - 100 Hz 62.6179 29.1397 5.6352 1.5603 0.5352 0.2618 0.0960 0.0524 0.0557 0.0457

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110

Norma Portugal Canal 1 paralelo Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0076 0.0227 0.0378 0.0529 0.0680 0.0831 0.0983 0.1134 0.1285 0.1436 10 - 40 Hz 0.0054 0.0162 0.0271 0.0379 0.0487 0.0595 0.0704 0.0812 0.0920 0.1028 > 40 Hz 0.0025 0.0074 0.0124 0.0174 0.0223 0.0273 0.0323 0.0372 0.0422 0.0472 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 49.3561 44.1150 3.8477 1.1855 0.5936 0.2961 0.2109 0.1321 0.1120 0.1511 10 - 40 Hz 57.4489 32.3217 5.9483 2.2289 1.0260 0.5305 0.2112 0.1277 0.1138 0.0429 > 40 Hz 79.3895 17.1421 2.2215 0.5866 0.3938 0.1137 0.0539 0.0379 0.0277 0.0332 Canal 1 perpendicular Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0053 0.0159 0.0264 0.0370 0.0476 0.0581 0.0687 0.0793 0.0898 0.1004 10 - 40 Hz 0.0033 0.0100 0.0167 0.0234 0.0301 0.0368 0.0435 0.0501 0.0568 0.0635 > 40 Hz 0.0016 0.0048 0.0080 0.0112 0.0144 0.0176 0.0207 0.0239 0.0271 0.0303 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 33.6940 57.7300 6.8827 0.7532 0.4609 0.1981 0.1016 0.0864 0.0508 0.0423 10 - 40 Hz 62.3468 30.0899 6.2062 0.9274 0.2404 0.0941 0.0466 0.0169 0.0128 0.0188 > 40 Hz 87.7776 10.8448 0.9194 0.2069 0.1084 0.0674 0.0345 0.0165 0.0096 0.0149

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111

Norma Portugal Canal 2

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112

Intervalo de frequências (X) < 10 Hz 0.0569 0.1707 0.2845 0.3982 0.5120 0.6258 0.7396 0.8534 0.9671 1.0809 10 - 40 Hz 0.0605 0.1816 0.3026 0.4237 0.5448 0.6658 0.7869 0.9079 1.0290 1.1500 > 40 Hz 0.0022 0.0065 0.0109 0.0153 0.0196 0.0240 0.0284 0.0327 0.0371 0.0415 indice de ocorrências (Y) < 10 Hz 91.1801 6.4497 1.1731 0.5034 0.3262 0.1477 0.0669 0.0444 0.0385 0.0699 10 - 40 Hz 87.1785 9.3178 2.0343 0.6540 0.3796 0.2108 0.0747 0.0444 0.0581 0.0479 > 40 Hz 21.2250 64.6763 10.0896 2.5755 0.8008 0.3574 0.1133 0.0584 0.0574 0.0463

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Norma Inglaterra 7385 Canal 1 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0056 0.0169 0.0282 0.0394 0.0507 0.0620 0.0732 0.0845 0.0958 0.1070 4 - 15 Hz 0.0073 0.0218 0.0363 0.0508 0.0653 0.0799 0.0944 0.1089 0.1234 0.1380 15 - 40 Hz 0.0041 0.0124 0.0206 0.0288 0.0371 0.0453 0.0535 0.0618 0.0700 0.0782 > 40 Hz 0.0025 0.0074 0.0124 0.0174 0.0223 0.0273 0.0323 0.0372 0.0422 0.0472 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 63.2019 32.2959 2.4642 0.8068 0.4254 0.2937 0.1960 0.1223 0.1068 0.0870 4 - 15 Hz 57.3328 35.6937 3.9810 1.4571 0.6689 0.3649 0.1912 0.1589 0.0840 0.0674 15 - 40 Hz 56.6697 34.2520 6.3758 1.5184 0.6556 0.3114 0.1020 0.0531 0.0345 0.0274 > 40 Hz 79.3895 17.1421 2.2215 0.5866 0.3938 0.1137 0.0539 0.0379 0.0277 0.0332 Norma Inglaterra 7385 Canal 1 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0039 0.0116 0.0194 0.0272 0.0349 0.0427 0.0505 0.0582 0.0660 0.0738 4 - 15 Hz 0.0044 0.0131 0.0218 0.0306 0.0393 0.0480 0.0568 0.0655 0.0742 0.0830 15 - 40 Hz 0.0025 0.0076 0.0127 0.0178 0.0229 0.0280 0.0331 0.0382 0.0433 0.0484 > 40 Hz 0.0016 0.0048 0.0080 0.0112 0.0144 0.0176 0.0207 0.0239 0.0271 0.0303 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 49.3625 44.2277 4.9330 0.6737 0.3238 0.2352 0.1164 0.0534 0.0489 0.0254 4 - 15 Hz 26.6864 61.8833 9.4060 1.1104 0.3901 0.2646 0.1334 0.0613 0.0288 0.0357 15 - 40 Hz 74.3353 22.6447 2.5587 0.2215 0.0975 0.0562 0.0425 0.0153 0.0104 0.0181 > 40 Hz 87.7776 10.8448 0.9194 0.2069 0.1084 0.0674 0.0345 0.0165 0.0096 0.0149

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Norma Inglaterra 7385 Canal 2 Intervalo de frequências (X) < 4 Hz 0.0131 0.0392 0.0654 0.0915 0.1177 0.1438 0.1700 0.1961 0.2223 0.2484 4 - 15 Hz 0.0809 0.2428 0.4046 0.5664 0.7283 0.8901 1.0519 1.2138 1.3756 1.5375 15 - 40 Hz 0.0226 0.0677 0.1129 0.1580 0.2032 0.2483 0.2935 0.3386 0.3838 0.4289 > 40 Hz 0.0022 0.0065 0.0109 0.0153 0.0196 0.0240 0.0284 0.0327 0.0371 0.0415 indice de ocorrências (Y) < 4 Hz 81.6985 14.8381 2.2617 0.5524 0.3139 0.1229 0.0636 0.0449 0.0420 0.0621 4 - 15 Hz 90.7552 6.7012 1.3018 0.5232 0.3370 0.1599 0.0703 0.0428 0.0448 0.0637 15 - 40 Hz 76.5907 16.6261 4.4137 1.3596 0.5183 0.2432 0.1001 0.0522 0.0559 0.0400 > 40 Hz 21.2250 64.6763 10.0896 2.5755 0.8008 0.3574 0.1133 0.0584 0.0574 0.0463