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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Metodologia de Ensino na Implantação de Formulários e Ferramentas para Acompanhamento de Pacientes Portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Deborah Marques da Silva ORIENTADORA Profa. Maria Poppe Rio de Janeiro 2009

Metodologia de Ensino na Implantação de Formulários e ... · a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.”

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Metodologia de Ensino na Implantação de Formulários

e Ferramentas para Acompanhamento de Pacientes

Portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT).

Deborah Marques da Silva

ORIENTADORA

Profa. Maria Poppe

Rio de Janeiro

2009

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2UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Metodologia de Ensino na Implantação de Formulários

e Ferramentas para Acompanhamento de Pacientes

Portadores de Doenças Crônicas Não Transmissíveis

(DCNT).

Apresentação de monografia à

Universidade Cândido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Docência do Ensino

Superior.

Orientadora: Maria Poppe

Rio de Janeiro

2009

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, esposo e filha; pela compreensão, estímulo e paciência. Foram inúmeras horas de dedicação à elaboração deste trabalho, além do período dedicado as aulas que me afastaram do convívio familiar.

Aos colegas de turma, pelo companheirismo e troca de conhecimento e experiências, fatores fundamentais para o meu engrandecimento profissional e pessoal.

Aos mestres, pela dedicação, empenho e por compartilhar seu conhecimento.

Ao Instituto a Vez do Mestre, pela escolha de nossos mestres e pela atenção dedicada.

A orientadora e mestre, pelo tempo dedicado e a participação efetiva neste trabalho.

As colegas de profissão Fernanda Miranda e Vânia Furtado, pelo convívio, incentivo e por compartilharmos dos mesmos ideais.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos colegas farmacêuticos, que vêem se dedicando à Atenção Farmacêutica no Brasil.

Desbravar caminhos é uma tarefa extremamente árdua, mas sempre gloriosa.

Felizes daqueles, que não se acomodam na vida.

“Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável”.

Victor Marie Hugo

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo, propor formulários e ferramentas, como

também à metodologia de aplicação destes; na primeira entrevista, no

atendimento ao paciente portador de doenças crônicas; tais como:

Hipertensão, Diabetes, Dislipidemias e Síndrome Metabólica e no contato com

outros profissionais da área de saúde. Garantindo o acesso da sociedade a

informação quanto ao uso correto do medicamento, tão importante quanto

garantir o acesso da sociedade ao medicamento.

A Organização Mundial da Saúde alerta que 50% de todos os

medicamentos usados no mundo são prescritos, dispensados, vendidos ou

usados de uma maneira incorreta, e que 66% dos antibióticos comercializados

são vendidos sem receita. Ressalta ainda que o uso irracional de

medicamentos constitui um grave risco à saúde pública: sendo o uso indevido

de medicamentos uma das dez principais causas de mortalidade.

A reorientação do modelo de Assistência Farmacêutica indica que na

dispensação de medicamentos o farmacêutico deve garantir que o

medicamento seja entregue, com as informações mínimas sobre a indicação e

contra – indicação do mesmo, bem como sobre: a via de administração,

posologia, definição dos horários de utilização dos medicamentos, como tomar,

possíveis reações, interação com alimento ou com outro medicamento,

conservação do medicamento e verificação da embalagem, sejam ditas e

escritas, se necessário, a fim de assegurar que a finalidade que se propõe o

uso dos medicamentos seja alcançada.

Todos os cidadãos têm o direito de receber a informação personalizada

sobre o medicamento (IPM), necessária para o uso correto e o farmacêutico

deve se responsabilizar por esta informação.

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6A Atenção farmacêutica, como parte integrante da Assistência

Farmacêutica, se tornou uma possibilidade para a garantia do uso racional de

medicamentos pela sociedade. Mas ainda são muitas as barreiras que o

profissional enfrenta para o desenvolvimento pleno desta atividade.

O farmacêutico que deseja ter como foco no seu trabalho o paciente

deve possuir uma série de habilidades, além dos conhecimentos que neste

trabalho estão sendo citados. A atenção ao paciente requer a integração de

conhecimentos e habilidades, tais quais: conhecimento de doenças,

conhecimento de farmacoterapia, conhecimentos de terapias não

medicamentosas, conhecimento de análises clínicas, habilidade de

comunicação, na monitoração de pacientes, em avaliação física, em

informação sobre medicamentos e em planejamento terapêutico.

As farmácias comunitárias brasileiras necessitam de uma série de

reformulações, tanto em relação aos recursos humanos, quanto materiais e

financeiros.

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METODOLOGIA

A pesquisa envolveu duas etapas principais: busca bibliográfica em

bases médicas, como Sociedade Brasileira de Cardiologia e Sociedade

Brasileira de Endocrinologia, com a utilização dos últimos consensos e

diretrizes médicas para as doenças aqui tratadas e livros de farmacologia e

farmacoterapia; como: o Manual de Farmacoterapia de Barbara G. Wells, que

auxiliaram na elaboração dos formulários e ferramentas, além da metodologia

de aplicação dos mesmos, no acompanhamento aos pacientes portadores de

doenças crônicas não transmissíveis.

A leitura de artigos e livros, como: Farmácia Clínica & Atenção

Farmacêutica de Marcelo P. Bisson, Atenção Farmacêutica: conceitos,

cuidados e casos práticos de Maria José F. Dáder e Farmácia Clínica e

Atenção Farmacêutica de Silvia Storpirtis, foram de vital importância no

desenvolvimento da metodologia de aplicação destes formulários e ferramentas

de forma correta, clara e orientada, além de colaborar de forma incisiva na

melhoria de qualidade de vida do paciente, garantindo a adesão ao tratamento

e o resultado terapêutico desejado.

Sendo ainda primordial na mudança de postura dos profissionais e no

resgate do papel do farmacêutico nas farmácias comunitárias, reaproximando o

farmacêutico do paciente

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SUMÁRIO

Introdução 9

Capítulo 1

Contexto da Farmácia Comunitária no Brasil 12

Capítulo 2

Análise do Uso Racional de Medicamentos 17

Capítulo 3

Levantamento Histórico da Atenção Farmacêutica 23

Capítulo 4

Metodologia de Implementação de Cartão do paciente,

do Formulário de Primeira Entrevista, dos Formulários Específicos

para DCNT e do modelo de Comunicação entre Profissionais da

Área de Saúde. 29

Conclusão 48

Anexos 50

Glossário 61

Referências Bibliográficas 65

Índice 71

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INTRODUÇÃO

Na maioria dos países do continente europeu e da América do Norte,

não se discute a necessidade da Assistência Farmacêutica ser incluída em

qualquer plano que vise à assistência à saúde, pois ela é considerada parte

integrante da mesma. (Ivama, 1999).

Entretanto no Brasil, a Assistência Farmacêutica passou a ser enfocada

como uma necessidade social com a Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990,

que no artigo 6.º, assegura o acesso à terapêutica integral, incluindo a

Assistência Farmacêutica. (BRASIL, 1990).

A Portaria n.º 3.916, de outubro de 1998, estabeleceu a Política Nacional

de Medicamentos (PNM), parte da Política Nacional de Saúde, que define

Assistência Farmacêutica como:

“Grupo de atividades relacionadas com o medicamento, destinadas a apoiar

as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o

abastecimento de medicamentos em todas e em cada uma de suas etapas

constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a

eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação

da utilização, a obtenção e a difusão de informação sobre medicamentos e

a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente e da

comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos.” (BRASIL,

1998, p.18).

A PNM definiu as diretrizes da ação pública nessa área, com o objetivo

de garantir a implementação de ações capazes de promover a melhoria das

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10condições da assistência à saúde da população baseada no Sistema Único de

Saúde. (BRASIL, 1998).

Entre suas diretrizes estão à reorientação da Assistência Farmacêutica,

o desenvolvimento e a capacitação de recursos humanos, que são diretamente

relacionados entre si e envolvem aspectos ligados à prática profissional do

farmacêutico, uma vez que, ao reorientar as ações de Assistência

Farmacêutica, exigem a atuação eficiente do farmacêutico, assim como dos

outros profissionais de saúde para o êxito da política. Devido à centralidade

dos profissionais de saúde para o alcance desse êxito, essa questão aparece

entre as prioridades definidas pela política e suscitou a intensificação das

discussões acerca da prática profissional do farmacêutico e a busca de uma

nova filosofia de prática que a orientasse. (BRASIL, 1998).

Nesse sentido, a prática da Atenção Farmacêutica, como parte

integrante da Assistência Farmacêutica, se tornou uma possibilidade para o

atendimento dessa demanda profissional e a garantia do uso racional de

medicamentos pela sociedade.

Atualmente o reconhecimento da magnitude da Assistência

Farmacêutica como parte integrante da assistência à saúde e a prática da

Atenção Farmacêutica, tem referências legais, mas ainda são muitas as

barreiras que o profissional farmacêutico enfrenta para o desenvolvimento

pleno desta atividade, em especial a falta de modelos adaptados a realidade

Brasileira, bem como a falta de disciplinas mais voltadas para área clínica,

como semiologia e voltadas para os relacionamentos profissional-paciente.

A metodologia de ensino, aqui apresentada para utilização destes

formulários, cartão do paciente e o modelo de comunicação entre profissionais

da área de saúde; têm como finalidade ensinar a metodologia de

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11acompanhamento a pacientes portadores de doenças crônicas não

transmissíveis, através da implantação da atenção farmacêutica nas farmácias

comunitárias; possibilitando que o farmacêutico assuma seu papel de

profissional de saúde e agente sanitário de forma estruturada e registrada,

proporcionando a avaliação dos serviços prestados e responsabilizando-se

pelo resultado do tratamento farmacológico

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CAPÍTULO 1

CONTEXTO DA FARMÁCIA COMUNITÁRIA NO BRASIL.

Com a Revolução Industrial e a industrialização dos medicamentos, as

atividades de manipulação magistral ficaram sensivelmente diminuídas,

praticamente extintas, o custo do medicamento industrializado produzido em

larga escala, era comparativamente muito mais baixo o que se traduziu; num

maior acesso da população ao medicamento. Observou-se uma quase que

total descaracterização das farmácias, enquanto estabelecimento de saúde e a

perda de identidade do profissional farmacêutico, que antes manipulava

individualmente os medicamentos e orientava a população sobre seu uso,

passando a apenas entregar (quando muito dispensar – entrega com

orientação) as caixas dos medicamentos industrializados. O evento da

talidomida na década de 1960 se traduz enquanto um alerta para o mundo se

fazia necessário, garantir maior segurança, quanto ao uso dos medicamentos.

(BISSON, 2007).

Na década de 1970, o farmacêutico praticamente desapareceu das

farmácias e drogarias brasileiras, persistindo o hábito antiético de assinar, ou

seja, o profissional se registrava em seu Conselho, enquanto responsável

técnico e não prestava à devida assistência farmacêutica a população, que

ficava a mercê do mercantilismo de alguns proprietários de farmácia. O

medicamento deixou de ser considerado um integrante da terapêutica (visando

à melhoria ou estabilidade do estado de saúde do paciente), para ser tratado,

como uma mercadoria qualquer. (BISSON, 2007)

Em 1973 se estabeleceu a Lei 5991, que dispõe sobre o controle

sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e

correlatos, e dá outras providências. Em seu item XI, do capítulo 1.º define a

drogaria: “Drogaria é o estabelecimento de dispensação e comércio de drogas,

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13medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens

originais.” Diferente da definição de Farmácia, estabelecimento que além da

dispensação, atende as condições sanitárias necessárias a manipulação de

medicamentos. (BRASIL, 1973).

Neste trabalho optou-se pela utilização do termo farmácia comunitária

para denominar esses estabelecimentos, devido ao caráter globalizado sendo

utilizado para identificar referências secundárias em vários países do mundo

(LLIMÓS, 1997 e BARETA, 2003).

Na medida em que os medicamentos vendidos nas farmácias

comunitárias já estão prontos para o uso da população, não se reconhece a

importância do profissional farmacêutico, a formação profissional também não

acompanha as novas demandas técnico-sanitárias, apesar das últimas

alterações curriculares, tornando a formação deste profissional mais

generalista e por fim o próprio farmacêutico não compreende seu papel nas

farmácias e se sente desprestigiado profissionalmente. Para muitos

profissionais inclusive, o trabalho em farmácias comunitárias significa um

insucesso profissional, o que provoca, por conseqüência, o seu afastamento

das farmácias, gerando um ciclo vicioso de deterioração do seu papel como

profissional de saúde nestes estabelecimentos. (BASTOS, 2007).

Menezes (2000) também destaca esse ponto de vista da atuação

profissional nas farmácias comunitárias:

“... o farmacêutico passou, então, a ser visto pela sociedade menos como

um profissional de saúde e mais como um mero dispensador de

medicamento. Surgiu, aí, em meio a esse vácuo, o sentido pejorativo de

dispensador: entregador de caixinhas coloridas de remédio.” (MENEZES,

2000, p.28).

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14Paralelo ao processo de afastamento do farmacêutico ocorre um forte

apelo da indústria farmacêutica, pelo consumo de medicamentos através do

marketing realizado. Como a decisão de compra do medicamento não depende

apenas do consumidor, as estratégias de marketing da indústria farmacêutica

envolvem três alvos: os usuários, os prescritores e as farmácias. Assim, além

de todo estímulo direto que o consumidor recebe para utilizar medicamentos e

que os prescritores recebem para prescrever, há ainda estímulos diferenciados

para a farmácia vender cada vez mais medicamentos. A principal estratégia de

marketing utilizada nas farmácias é a bonificação de medicamentos, ou seja,

um desconto significativo que permite ao proprietário da farmácia oferecer uma

comissão aos balconistas pela venda desses produtos. (FURTADO, 2005).

Aliado a isso, se soma a cultura de automedicação difundida no país e o fato

de nem sempre a população dispor de um serviço de saúde efetivo quando

busca a recuperação de sua saúde. Esses fatores geram uma busca

desenfreada pela venda desses medicamentos bonificados, independente da

real necessidade terapêutica do paciente. Na última década, inúmeros foram os

casos de falsificação de medicamentos, noticiados pela mídia. O que foi um

dos fatores primordiais, a nível de saúde pública, responsável por uma forte

campanha, organizada, pelos Conselhos de todos os estados, pelo retorno do

profissional farmacêutico para farmácia comunitária, durante todo o seu

período de funcionamento, as farmácias devem ser consideradas um

estabelecimento de saúde ou apenas mais um tipo de estabelecimento

comercial. (BASTOS, 2007).

Além das barreiras de amplitude econômica, o farmacêutico enfrenta

ainda barreiras de amplitude técnica para o desenvolvimento de sua prática, já

que a formação profissional ainda não se modificou suficientemente para

atender às novas demandas profissionais. Desde 1988, com a criação de um

sistema público e universal de saúde (SUS), impõe-se o desenvolvimento e a

aplicação de capacidades crescentes, em relação aos cuidados com a vida dos

cidadãos. As políticas de assistência farmacêutica e de medicamentos no

Brasil sofrem influencia decisiva das características deste sistema. Atualmente

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15o número de medicamentos disponíveis no mercado é muito alto e nem sempre

a utilização de um medicamento produz um resultado ótimo, seja porque

apareceram efeitos adversos ou tóxicos ou porque não se consegue atingir os

objetivos terapêuticos desejados. Por isso a real necessidade da efetiva

participação do profissional farmacêutico, no acompanhamento da

farmacoterapia do paciente, enquanto profissional de uma equipe

multidisciplinar de saúde. (DÁDER, 2008).

Em relação a essa questão, Furtado (2008), em sua pesquisa realizada

nas Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro, demonstra

que, apesar das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em

Farmácia terem proposto uma reorientação dessa formação, ela continua com

características predominantemente tecnicistas. Além disso, afirma que não há

clareza entre os coordenadores dos cursos de graduação com relação aos

meios de se promover uma mudança efetiva para uma formação crítica,

humanista e reflexiva, necessária para alcançar o novo perfil profissional

proposto, sendo necessária a intensificação das reflexões e discussões sobre o

ensino de Farmácia e as necessidades de transformações nos cursos de

graduação e na formação do farmacêutico.

A continuidade do caráter tecnicista na formação dos farmacêuticos se

reflete em todo âmbito profissional, sendo sentida com bastante intensidade no

trabalho em farmácias comunitárias. Em pesquisa realizada em farmácias

comunitárias do Estado do Rio de Janeiro, Bastos (2007) constatou que a

maioria dos farmacêuticos entrevistados não se sentia preparado para o

trabalho nessas farmácias. A maioria relatou um distanciamento muito grande

entre o conhecimento adquirido na graduação e as habilidades necessárias

para realização de sua prática profissional. Além disso, muitos farmacêuticos

consideraram que o balconista possuía mais conhecimento e experiência para

o atendimento ao cliente do que eles próprios.

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16Portanto, se impõe a necessidade de mudança de postura dos

profissionais e da prática farmacêutica para que o farmacêutico resgate o seu

papel nas farmácias comunitárias, contribuindo para o uso racional de

medicamentos.

Para assegurar a participação dos farmacêuticos, neste sistema, a

educação farmacêutica, deve garantir que os mesmos recebam informações

sobre o uso racional de medicamentos, uma enorme base de farmacoterapia e

as funções clinicas devem estar voltadas e direcionadas para o paciente.

(BISSON, 2007).

O farmacêutico que deseja trabalhar em contato direto com o paciente,

deve possuir uma série de habilidades, além dos conhecimentos já citados. A

atenção ao paciente requer a integração de conhecimentos e habilidades, tais

quais: conhecimento de doenças, conhecimento de farmacoterapia,

conhecimentos de terapias não medicamentosas, conhecimento de análises

clínicas, habilidades de comunicação, em monitoração de pacientes, na

avaliação física, em informação sobre medicamentos e em planejamento

terapêutico. (BISSON, 2007) Porém, a maior dificuldade será transpor os

conceitos de atenção farmacêutica para a prática profissional, passando por

uma mudança cultural do próprio profissional, pela mudança na visão dos

proprietários de farmácias. (FURTADO, 2005).

As farmácias comunitárias brasileiras necessitarão de uma serie de

reformulações, tanto quanto aos recursos humanos, materiais e financeiros;

contratação de farmacêuticos preparados e atualizados, dispostos a esta nova

função; auxiliares treinados e supervisionados. Inclusão de salas privativas ou

semi privativas, para o atendimento, além da aquisição de móveis (mesas de

cantos arredondados ou em L), para aproximação do paciente; computador,

livros e assinaturas de bases de dados como Drugdex/Poisindex. (BISSON,

2007).

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CAPÍTULO 2

ANÁLISE DO USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS.

Os avanços técnico-científicos das últimas décadas permitiram grandes

inovações terapêuticas, aumentando significativamente o número de fármacos

circulantes no mercado e a intensificação do uso. Em encontro de

representantes do Ministério da Saúde e de outros órgãos de regulamentação

farmacêutica da Europa, debateram problemas e propostas sobre a

repercussão da promoção de medicamentos e seu uso indiscriminado.

Destacam-se falta de informação relativa aos procedimentos de fiscalização e

ao cumprimento da legislação, a ausência da preocupação dos profissionais a

respeito das estratégias de promoção e seus efeitos; a pressão da indústria

farmacêutica. Como resultado a Organização Mundial de Saúde, apontou em

seu relatório, como um dos principais problemas, na propaganda de

medicamentos, informações inadequadas sobre os riscos o exagero quanto

aos benefícios e as indicações não aprovadas. (OPAS, 2002).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a utilização racional

de medicamentos requer a definição ou diagnóstico do problema do paciente,

definição do tratamento seguro e eficaz, prescrição de drogas apropriadas à

sua necessidade baseadas em evidências clínicas, com a dosagem e duração

ajustada à sua individualidade; disponibilidade do medicamento no momento

oportuno e a preço acessível, dispensação adequada, adesão ao regime

terapêutico e o acompanhamento do tratamento e suas possíveis decorrências.

Entretanto, o uso irracional de medicamentos, clinicamente inapropriado

ou economicamente ineficiente, é uma realidade, sendo objeto de preocupação

em todo o mundo, principalmente devido ao prejuízo que pode trazer à saúde

da população.

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A morbimortalidade relacionada aos medicamentos é um grande

problema de saúde pública. Estima-se que nos EUA as reações adversas a

medicamentos estão entre a quarta e a sexta maiores causas de mortes.

(WHO, 2004).

Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-

Farmacológicas, desde o ano de 1994, o medicamento ocupa o primeiro lugar

nas estatísticas como o principal agente que causa intoxicação em seres

humanos, tanto como causa de intoxicações acidentais, como causa de

intoxicações voluntárias nos grandes centros urbanos e o segundo lugar no

total de óbitos no período. (BORBOLETTO e BOCHNER, 1999).

A ampla utilização de medicamentos no Brasil, que está entre os

maiores mercados consumidores do mundo, e a irracionalidade dessa

utilização está entre os fatores considerados que justificaram o

estabelecimento da PNM, com o objetivo de “[...] garantir a necessária

segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos, a promoção do uso

racional e o acesso da população àqueles considerados essenciais”. (BRASIL,

1998)

Desde a Revolução Industrial, com a produção em larga escala de

fármacos e a difusão sem limites de uma sociedade capitalista de consumo,

aumenta-se a distância entre o significado de saúde e de doença, e o produto

farmacêutico passou a ser o meio, quase imediato de se alcançar o bem estar

ou a resolução dos problemas sanitários da sociedade moderna.

A mudança deste cenário, somente se dará com investimos na

construção de políticas farmacêuticas, desenvolvidas de forma descentralizada

em suas ações e atividades, com promoção ao acesso com uso racional,

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19articuladas em todos os tipos de assistência, com a finalidade de atender aos

interesses sanitários da sociedade. (STORPIRTIS, 2008)

A Política Nacional de Medicamentos (PNM), aprovada em 1998 pela

Comissão Intergestores e pelo Conselho Nacional de Saúde, propõe a

reorientação da Assistência Farmacêutica, que envolve todas as atividades

relacionadas ao medicamento. Essas atividades são interligadas e

interdependentes, caracterizando assim o Ciclo da Assistência Farmacêutica.

Este ciclo envolve as atividades de: seleção, programação, aquisição,

armazenamento, distribuição e dispensação, que estão integradas entre si e de

acordo com a complexidade do serviço se relacionam com gerenciamento,

financiamento, recursos humanos, sistema de informações, controle e

avaliação. (MARIN, 2003). A ilustração desse ciclo está demonstrada na

Figura1.

Figura1 Ciclo da Assistência Farmacêutica

Fonte: MARIN, 2003 p. 373.

Essa reorientação suscitou a intensificação das discussões acerca da

prática profissional do farmacêutico e o responsabilizou de forma incisiva como

promotor do uso racional dos medicamentos em todas as áreas de atuação

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20profissional. Neste contexto, cabe ainda ressaltar a adequação dos currículos,

dos cursos de graduação e pós graduação, não só dos farmacêuticos, como

também dos outros profissionais da área de saúde, que carecem de uma

aplicação prática, que reflita na melhoria das condições de saúde da

população.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o farmacêutico é o

profissional melhor qualificado para desenvolver as atividades de Assistência

Farmacêutica. Essas atividades, realizadas de forma adequada, otimizam

gastos, favorecendo o acesso da população aos medicamentos e melhorando

a resolutividade das intervenções de saúde. (MARIN, 2003).

Entretanto, a intervenção farmacêutica tem se mostrado pouco efetiva

em diminuir os prejuízos causados pela má utilização dos medicamentos.

(CIPOLLE, 2006 in BASTOS, 2007). Essa constatação tem propiciado a busca

por transformações na prática farmacêutica com vistas a racionalizar a

utilização de medicamentos e melhorar a qualidade de vida do paciente, sem

esquecer-se do fato, de que interesses econômicos no setor farmacêutico,

exercem um grande poder de influencia, o que torna as estratégias de

financiamento da assistência farmacêutica cada vez mais complexa.

Os estudos da utilização de medicamentos (EUM), definidos pela OMS,

são ferramentas valiosas, na observação do uso dos medicamentos,

identificando problemas potenciais e a avaliação dos efeitos de intervenções

reguladoras e educativas. Focam-se nos fatores que influenciam a prescrição,

a dispensação, a administração e o uso dos medicamentos. Os indicadores se

dividem em três grupos, importantes para coleta de dados, que alimentam este

estudo. Indicadores de prescrição: número médio de medicamentos por

consulta; porcentagem de medicamentos prescritos pelo nome genérico;

porcentagem de consultas em que se prescrevem antibióticos; porcentagem de

consultas em que se prescreve um medicamento injetável; porcentagem de

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21medicamentos prescritos da lista de medicamentos padronizados no serviço de

saúde. Indicadores de assistência ao paciente: tempo médio de consulta;

tempo médio de dispensação; porcentagem de medicamentos dispensados;

porcentagem que conhecem a dose correta. Indicadores sobre serviço:

disponibilidade de cópia da lista de medicamentos padronizados e

disponibilidade de medicamentos essenciais. (STORPIRTIS, 2008)

A compreensão de que pode haver riscos aos pacientes derivados de

prescrição ou uso inadequado dos medicamentos, deverá contribuir para

sensibilizar tanto o paciente como o prescritor, quanto a uma melhor utilização

deste recurso terapêutico.

Na atualidade torna-se obrigatório uma abordagem tecnicamente

apropriada, na garantia de que a oferta dos medicamentos tenha repercussão

necessária, para cada paciente individualmente e para o sistema como um

todo. Até o momento as etapas vencidas, deslocam de forma definitiva os

desafios, os quais se voltam para estruturação dos serviços farmacêuticos,

visando uma abordagem voltada para o cuidado com a saúde, para a

capacitação de pessoas, prescrição racional e o devido monitoramento dos

tratamentos. (DÁDER, 2008)

Os problemas relacionados aos medicamentos se apresentam mais

comumente da seguinte maneira: indicações sem tratamento (paciente não

recebe o medicamento adequado a doença); seleção inadequada dos

medicamentos (uso do medicamento errado); dosagem subterapêutica

(medicamento correto, porém em dose abaixo da necessária); sobredosagem

(dose acima da necessária, às vezes podendo ser tóxica); reações adversas

aos medicamentos (RAM) – (o paciente apresenta um problema médico

resultante de um efeito não desejado); interações medicamentosas (o paciente

apresenta um problema médico de uma interação droga-droga, droga-alimento

ou droga-exame laboratorial) e medicamentos sem indicação (o paciente faz

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22uso de um medicamento com ou sem prescrição médica, não indicada para o

seu quadro clínico). (BISSON,2007).

Nesse contexto emerge a Atenção Farmacêutica, que traz uma nova

filosofia de prática centrada no paciente, como uma alternativa para alcançar o

uso racional de medicamentos. (REIS, 2008). É desenvolvida no âmbito da

Assistência Farmacêutica, envolvendo a educação em saúde e o

acompanhamento da farmacoterapia visando sua racionalidade, mensurando

os resultados obtidos e contribuindo para a qualidade de vida do paciente. É

uma prática específica do farmacêutico. (CONSENSO, 2002).

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23

CAPÍTULO 3

LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA ATENÇÃO

FARMACÊUTICA

Por volta da década de 1950 as ações do farmacêutico começaram a

deslocar seu foco da produção, agora industrializada, para o atendimento ao

paciente. Na farmácia hospitalar identifica-se a necessidade de criar sistemas

de distribuição que, na década de 60, evolui para a farmácia clínica, associado

à distribuição de medicamentos. (MARIN, 2003).

Nesta década, as conseqüências nefastas do uso da talidomida

impulsionaram o surgimento de ciências que garantam a segurança do usuário,

ensejando outras formas de atuação profissional. (BISSON, 2007).

Assim, a Atenção Farmacêutica surgiu nos Estados Unidos como um

método de aprofundamento da prática da Farmácia Clínica, com inserção de

componentes de forte caráter humanístico. (LYRA JR. D, 2000).

Desde então, se observa uma evolução no conceito da Atenção

Farmacêutica. Mikeal no ano de 1975 define Atenção Farmacêutica como: “o

cuidado que um determinado paciente necessita e recebe que assegura o uso

seguro e racional dos medicamentos”. (MIKEAL, 1975).

Em 1980, Brodie et al propõem a ampliação desse conceito:

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24“em um sistema de saúde, o componente medicamento é estruturado para

fornecer um padrão aceitável de Atenção Farmacêutica para pacientes

ambulatoriais e internados. Atenção Farmacêutica inclui a definição das

necessidades farmacoterápicas do indivíduo e o fornecimento não apenas

dos medicamentos necessários, mas também os serviços para garantir uma

terapia segura e efetiva. Incluindo mecanismo de controle que facilitem a

continuidade da assistência.” (BRODIE, 1980, p. 80).

Hepler e Strand (1990) reforçaram o conceito de Atenção Farmacêutica:

“a provisão responsável da farmacoterapia com o objetivo de alcançar

resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos pacientes”

Para a OMS a Atenção Farmacêutica é definida como:

[...] um conceito de prática profissional na qual o paciente é o principal

beneficiário das ações do farmacêutico. A Atenção Farmacêutica é o

compêndio das atitudes, os comportamentos, os compromissos, as

inquietudes, os valores éticos, as funções, os conhecimentos, as

responsabilidades e as habilidades dos farmacêuticos na prestação da

farmacoterapia com o objetivo de obter resultados terapêuticos definidos na

saúde e na qualidade de vida do paciente. (OMS, 1993, p. 69).

Cipolle (1998) complementa o conceito de Atenção Farmacêutica

passando a defender a seguinte definição: “prática na qual o profissional

assume a responsabilidade pela definição das necessidades farmacoterápicas

do paciente e o compromisso de resolvê-las”.

As discussões sobre Atenção Farmacêutica vêm ocorrendo em diversos

países que também buscam um conceito que melhor a defina. Na Espanha a

Atenção Farmacêutica está se desenvolvendo intensamente. O Consenso de

Granada definiu Atenção Farmacêutica como:

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25

[...] a participação ativa do farmacêutico na assistência ao paciente, na

dispensação e seguimento do tratamento farmacoterápico, cooperando com

o médico e outros profissionais de saúde, a fim de conseguir resultados que

melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Também prevê a participação

do farmacêutico em atividades de promoção à saúde e prevenção de

doenças. (CONSENSO, 2002, p.19).

No Brasil as discussões sobre a Atenção Farmacêutica envolvem

concepções diferenciadas e a partir delas, os profissionais buscam um

consenso sobre um conceito e um modelo de prática que oriente sua atuação.

Em 2002, a sistematização dessas discussões em uma oficina, propôs um

consenso através do documento intitulado “Atenção Farmacêutica no Brasil:

Trilhando Caminhos”.

Segundo a Proposta do Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica a

prática da Atenção Farmacêutica possui seis componentes:

1. Educação em saúde (incluindo promoção do uso racional de

medicamentos)

2. Orientação Farmacêutica

3. Dispensação

4. Atendimento Farmacêutico

5. Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico

6. Registro sistemático das atividades, mensuração e avaliação dos

resultados.

Embora ainda não tenham se esgotado as discussões a respeito dessa

proposta, pela amplitude do tema, em 2004, o Conselho Nacional de Saúde,

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26através da portaria 338/04, estabeleceu a Política Nacional de Assistência

Farmacêutica (PNAF) com o objetivo de orientar as ações de Assistência

Farmacêutica, incluindo a Atenção Farmacêutica, que foi considerada um

modelo de prática definida como:

[...] a interação direta do farmacêutico com o usuário, visando uma

farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e

mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. [..] Esta

interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos,

respeitadas as suas especificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da

integralidade das ações de saúde. (BRASIL, 2004, p. 1).

Apesar de não existir ainda uma concepção concreta da prática de tal

conceito, de acordo com a regulamentação da prática profissional, a Atenção

Farmacêutica é considerada um poderoso instrumento para a promoção do

URM.

As farmácias comunitárias possuem um papel fundamental na utilização

dos medicamentos pela facilidade de acesso do paciente aos mesmos. Mas

também oferece facilidade de acesso do paciente ao profissional de saúde e

deveriam, portanto, ser locais de prática para o profissional farmacêutico

promover o URM.

A tentativa de implantação da prática de Atenção Farmacêutica nas

farmácias comunitárias encontra, conforme já demonstrado, dificuldades tanto

de amplitude econômica, quanto técnica. À medida que as atividades

desenvolvidas nas farmácias comunitárias visam garantir retorno financeiro

imediato aos seus proprietários, os quais são somente comerciantes em quase

a totalidade dos estabelecimentos, essa prática ainda deve ser reconhecida

pelos usuários como imprescindível para a obtenção do melhor resultado

terapêutico, oferecendo um diferencial nos atendimentos e tornando-se uma

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27prática essencial ao paciente. Quanto às dificuldades técnicas, os

farmacêuticos ainda não estão devidamente capacitados a prestar esse serviço

e não têm os recursos necessários ao desenvolvimento da Atenção

Farmacêutica nos estabelecimentos, no entanto, muitos profissionais têm

buscado conhecimento e experiência nas atividades clínicas para desenvolver

essa prática e conquistar seu espaço, atendendo a realidade brasileira.

Atualmente já é possível observar uma procura da população pelos

serviços do farmacêutico, embora muitas vezes não reconhecido com o termo

Atenção Farmacêutica. Estudo de Pires, C.F. et. al. (2006), relatou a existência

de demanda pelo serviço de Atenção Farmacêutica em duas farmácias

comunitárias de Belo Horizonte. Em entrevista realizada a 236 clientes, apesar

de 88,1% não conhecerem o termo, após breve esclarecimento do

entrevistador, 67,2% afirmaram possuir interesse pelo serviço. Em relação à

disposição ao pagamento, 39,9% disseram que dependia do valor e 10,1%

afirmaram que pagariam pelo serviço. Estes resultados demonstram o

interesse e a necessidade da população em relação ao serviço de Atenção

Farmacêutica.

Entretanto, apesar do reconhecimento das dificuldades de desenvolver

esse trabalho nesse setor, algumas tentativas de implantar essa prática e

alguns estudos demonstram os resultados de algumas experiências em

Atenção Farmacêutica e suas possíveis contribuições para a racionalização do

uso de medicamentos e melhoria da qualidade de vida do paciente em

farmácias comunitárias.

Correr, et. al. (2008), descrevem um estudo longitudinal controlado, não

randomizado, em que participaram 6 farmácias de Curitiba e Região (PR)

(4 farmácias intervenção e 2 controles) e pacientes maiores de 30 anos

usuários de medicamento oral ou insulina para diabetes tipo 2, distribuídos nos

dois grupos. Esse estudo conclui que o acompanhamento desses pacientes

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28melhorou seu controle glicêmico, através da otimização do esquema

terapêutico utilizado.

Oliveira, et. al. (2004) relataram a melhoria do quadro clínico de 12

pacientes, com diferentes patologias, acompanhados na Farmácia Universitária

da Universidade Federal de Minas Gerais, através da identificação de 19 PRMs

e 35 intervenções farmacêuticas, embora a documentação dessas

intervenções, não tenha sido realizada de maneira uniforme por todos os

profissionais.

Esses estudos, embora ainda incipientes, demonstram que a despeito

das dificuldades encontradas, é possível desenvolver a Atenção Farmacêutica

em farmácias comunitárias. Entretanto, é preciso que o profissional

farmacêutico esteja preparado para desenvolver essa prática e conheça além

dos critérios mínimos para esta atuação a metodologia de utilização dos

formulários.

É objetivo desse trabalho contribuir para implantação da Atenção

Farmacêutica, propondo metodologias para aplicação destes formulários no

atendimento, aumentando os recursos disponíveis para os farmacêuticos

atuarem na Atenção Farmacêutica em farmácias comunitárias.

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29

CAPÍTULO 4

METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE CARTÃO do

PACIENTE, DO FORMULÁRIO DE PRIMEIRA

ENTREVISTA, DOS FORMULÁRIOS ESPECÍFICOS

PARA DCNT (DOENÇAS CRÔNICAS NÃO

TRANSMISSÍVEIS) E DO MODELO DE COMUNICAÇÃO

ENTRE PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE.

Neste capítulo serão apresentados formulários e ferramentas necessárias

ao atendimento a pacientes portadores de DCNT (doenças crônicas não

transmissíveis) e ao registro deste atendimento; bem como a metodologia de

uso destes formulários e ferramentas, a fim de que se possa mensurar e avaliar

o serviço. Começaremos pela apresentação do cartão de marcação de

encontros entre paciente e farmacêutico.

4.1 - Cartão do Paciente. (Ver Anexo 1)

Baseando-se na agenda do paciente presente no Programa Dáder

(trata-se de um Método Espanhol validado para atendimento a pacientes em

farmácias comunitárias), elaborou-se uma proposta de cartão para o paciente,

onde deverá ser registrado o dia, hora, a razão do encontro e o profissional

responsável pelo atendimento. Neste cartão deverão constar ainda os números

de telefone de profissionais e pessoas envolvidas no cuidado do paciente, além

de informações importantes no caso de uma emergência de saúde.

Importante deixar anotado no cartão do paciente, a data do próximo

encontro; tão importante ainda é que o farmacêutico se coloque a disposição

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30para esclarecimentos de todas as dúvidas, através do atendimento telefônico,

ou ainda através da antecipação do próximo encontro.

4.2 - Formulário de Primeira Entrevista. (Ver Anexo 2)

Este formulário de abordagem inicial ao paciente é uma adaptação

baseada nos formulários desenvolvidos nos métodos Programa Dáder e

Pharmacist’s Workup of Drug Therapy – PWDT, (métodos validados para

atendimento a pacientes em farmácias comunitárias respectivamente na

Espanha e nos Estados Unidos da América), adequado à realidade brasileira,

já que estes foram desenvolvidos em outros países e são influenciados pelas

experiências vividas pelos profissionais e pacientes dos mesmos. (Oliveira,

2004).

Este formulário é estruturado, com perguntas abertas e fechadas,

composto por três folhas direcionadas à entrevista com o paciente. O

questionário é subdividido em 11 sessões, totalizando 145 perguntas, que

contemplaram questões relativas aos determinantes sociais de hábitos,

comportamento e eventos relacionados à saúde, como, por exemplo, situação

sócio-demográfica, perfil econômico, patologias diagnosticadas, medidas

antropométricas, além de outros aspectos como antecedentes pessoais,

antecedentes familiares, uso de substâncias como cigarro e álcool, chás e

medicamentos, entre outras, que serão detalhadas a seguir.

A primeira sessão se refere à identificação do paciente, na qual se

buscou documentar dados pessoais (nome, sexo, data de nascimento,

endereço e telefone para contato), medidas antropométricas (peso, altura e

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31IMC), raça, estado civil, número de filhos, condições de moradia, grau de

instrução e profissão.

Na sessão seguinte, Hábitos e Estilo de Vida, investiga-se a rotina diária,

hábitos da vida pessoal, sexual e profissional, assim como o consumo de

álcool, tabaco e outras drogas utilizadas. Essas questões devem ser abordadas

de maneira cuidadosa, de forma a evitar o constrangimento do paciente.

Na sessão: Fonte da História e Confiabilidade das Informações, que têm

dois principais objetivos: identificar o informante dos dados coletados, visto que

não necessariamente o informante é o próprio paciente, além do registro de

conflitos de informações, caso sejam observados. É importante que o

farmacêutico associe a escuta das informações com a observação do paciente

de modo que saiba identificar alguma evidência física ou comportamental que

seja conflitante com o declarado pelo próprio paciente ou seu cuidador, ou seu

responsável legal, conforme o caso.

Na sessão Queixa Principal e Duração, buscou-se registrar qual a

queixa que motivou a consulta farmacêutica, há quanto tempo vem ocorrendo e

se já existe diagnóstico médico para o problema referido pelo paciente.

Organizou-se uma sessão com o objetivo de conhecer os antecedentes

pessoais do paciente no que diz respeito à sua história médica, que envolve

informações sobre enfermidades relevantes, hospitalizações e a ocorrência de

alergias ou reações adversas a medicamentos. Complementar a esta, a sessão

seguinte registra os antecedentes familiares do paciente no que diz respeito ao

histórico das enfermidades, assim como o grau de parentesco apresentado. A

dieta alimentar, o estado nutricional e os parâmetros clínicos não foram

abordados por entender-se que esses dados são mais relevantes quando

analisados no contexto das enfermidades.

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32

Na sessão de Identificação do Médico Responsável, registram-se o

nome do médico responsável pelo tratamento em curso, a sua especialidade e

o telefone para contato.

Foi organizada também uma sessão destinada a observações, que

abrangem o registro de informações relevantes relatadas pelo paciente, que

não estejam incluídas nas questões já definidas nas sessões do formulário.

A sessão Dados do Profissional é destinada à identificação do

farmacêutico responsável pela entrevista e o tempo de duração da mesma.

A sessão Análise dos Medicamentos tem o objetivo de registrar a

descrição dos medicamentos que o paciente está utilizando, assim como o seu

conhecimento sobre o tratamento ao qual está sendo submetido. Esse item foi

considerado importante porque se entende que o relato sobre as informações

sobre a farmacoterapia tais como: o nome do medicamento, a indicação, o

período de uso, a posologia e a dose, podem ser um indicativo do grau de

entendimento do paciente em relação ao seu tratamento, que propicia a

adesão ao mesmo. Nessa sessão também é possível identificar o uso de

produtos naturais, medicamentos sem prescrição médica e informações sobre

o seu armazenamento. Buscou-se também identificar o meio que o paciente

utiliza para lembrar as tomadas dos medicamentos, se recebe auxílio para isso

e como procede quando esquece alguma tomada.

A seguir serão apresentados, para cada doença citada, os dados mais

relevantes com relação aos aspectos clínicos, tratamento e avaliação dos

resultados terapêuticos, possibilitando assim ao profissional o

acompanhamento e a avaliação dos resultados obtidos, através da prestação

deste serviço.

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33

4.3 - Hipertensão Arterial. (Formulário Ver Anexo 3)

4.3.1 - Aspectos Clínicos

Definida como um aumento persistente da pressão arterial. No inicio, os

pacientes com hipertensão primaria não complicada, costumam ser

assintomáticos.

Os hipertensos secundários, podem se queixar de sintomas compatíveis

com a patologia subjacente: portadores de feocromocitoma podem apresentar

cefaléia paroxística, sudorese, taquicardia, palpitação ou hipotensão

ortostática.

No aldoteronismo primário, são encontradas síndromes

hipopotassêmicas com cãibras musculares e fraqueza. Os pacientes com

hipertensão secundária, a síndrome de Cushing podem se queixar de ganho de

peso, poliúria, edema, irregularidades menstruais, acne recorrente ou fraqueza

muscular.

4.3.2 – Tratamento

A escolha inicial do agente terapêutico depende do grau de elevação da

pressão arterial e da presença de indicação para determinados fármacos:

Pacientes com hipertensão no estágio 1 – diurético tiazídico.

Pacientes com hipertensão no estágio 2 – tratamento combinado (tiazídico +

*agente)

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34* Betabloqueadores, inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA),

bloqueadores da angiotensina II (BRA), e betabloqueadores de canais de cálcio

(BCC).

Pacientes com Insuficiência Cardíaca – Diuréticos + Inibidores da ECA+

Betabloqueadores. Estes pacientes apresentam altos níveis de renina e

angiotensina II, deve-se iniciar o tratamento, com doses baixas de inibidores da

ECA, para evitar a hipotensão ortostática. Os BRA são uma alternativa

aceitável, para os pacientes que não toleram os inibidores da ECA.

Pacientes Pós-infarto do Miocárdio- Betabloqueadores + Inibidores da ECA.

Pacientes com insuficiência cardíaca sistólica são beneficiados com o uso de

antagonista da aldosterona.

Pacientes com Doença Coronariana de Alto Risco - Primeira escolha

(Betabloqueadores), segunda escolha (BCC).

Pacientes com Diabetes Melito – Inibidor da ECA ou BRA se houver

necessidade de um segundo agente terapêutico, recomenda-se um diurético

tiazídico.

Pacientes com Doença Renal Crônica – Inibidores da ECA + BRA +

Diuréticos + Betabloqueadores ou BCC.

4.3.3 - Avaliação dos Resultados Terapêuticos.

O objetivo do tratamento anti-hipertensivo é manter a pressão arterial

abaixo de 140/90 mmHg, em pacientes diabéticos ou com insuficiência renal

crônica, deve-se almejar manter a pressão arterial abaixo de 130/80 mmHg.

As medidas feitas pelo próprio paciente ou o monitoramento

ambulatorial, permitem verificar se o controle é eficaz nas 24 h. As leituras

devem ser feitas a cada 2 a 4 semanas, após o inicio e depois de qualquer

alteração do tratamento.

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35 Deve-se fazer uma história cuidadosa, e perguntar sobre dor torácica,

palpitações, tonteira, dispnéia, ortopnéia, fala arrastada e perda de equilíbrio,

para avaliar o risco de complicações hipertensivas cardiovasculares ou

vasculares cerebrais.

Deve-se avaliar regularmente a adesão do paciente ao esquema

terapêutico, questionando-o sobre alterações em sua percepção do estado

geral de saúde, nível de energia, desempenho físico e satisfação geral com o

tratamento. È importante observar sempre o surgimento de efeitos colaterais

dos fármacos.

4.4 - Diabetes Mellitus (DM) (Formulário Ver Anexo 4)

4.4.1 - Aspectos Clínicos

O Diabetes Mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos,

caracterizados por hiperglicemia e anomalias no metabolismo de carboidratos,

gorduras e proteínas, caracterizados, como:

Tipo 1 – Muitos portadores de DM tipo 1 são magros. Quando ficam sem

insulina ou sofrem estresses graves que elevam os níveis de hormônios contra-

reguladores da insulina, podem desenvolver cetoacidose diabética (CAD).

Tipo 2 – Muitos pacientes com DM tipo 2 são assintomáticos e são

diagnosticados ao fazerem exames de sangue por outras indicações.

Entretanto a presença de complicações pode indicar que eles já sofriam de DM

há vários anos. Ao fazer o diagnóstico, pode-se encontrar letargia, poliúria,

nictúria, polidipsia e, mais raramente, perda ponderal acentuada.

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36

4.4.2 – Tratamento.

Todos os pacientes com DM tipo 1 precisam de insulina, mas o tipo e

a forma de administração variam muito entre os pacientes e de acordo com os

médicos. As estratégias terapêuticas devem procurar compatibilizar a ingestão

de carboidratos e os processos e os processos que reduzem a glicose: insulina

na maioria dos casos, e exercícios. A intervenção dietética deve permitir ao

paciente levar a vida mais normal possível, a seguir descrição dos tipos de

insulina.

Insulina regular – administrada por via subcutânea, apresenta um inicio

de ação relativamente lento. Deve-se injetá-la 30 min. antes das refeições para

obter um controle ideal da glicose pós prandial e evitar a hipoglicemia pós-

prandial tardia. As insulinas lispro, aspart e glulisina são análogos de absorção

mais rápida, pico mais precoce e duração de ação mais curta que a insulina

regular. O que permite uma posologia mais conveniente, 10 min. antes das

refeições. As insulinas NPH e lenta são de ação intermediaria e a insulina ultra

lenta é de ação prolongada. A insulina glargina é um análogo da insulina

humana, de ação prolongada e sem pico, ao ser administrada antes da hora de

dormir, ela causa menos hipoglicemia noturna que a insulina NPH.

Nos pacientes com DM tipo 2, sintomáticos pode haver indicação de

insulina associada a hipoglicemiantes. Pacientes com HbA de 7% ou menos

são em geral tratados com alterações de estilo de vida, com ou sem um

sensibilizador à insulina; se a HbA estiver acima de 7%, mas abaixo de 8%,

inicia-se um único agente oral. Pacientes com HbA superior a 9 ou 10%, requer

dois ou mais agentes para alcançar as metas glicêmicas.

Pacientes obesos – metformina até 2000mg/dia ou rosiglitazona/pioglitazona.

(em pacientes com intolerância ou contra indicação a metformina).

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37Os pacientes com peso próximo ao normal e idosos, podem ser tratados

com secretagogos da insulina de ação curta ou inibidores da alfa glucosidase.

Tratamento das Complicações

Pacientes com retinopatia devem ser examinados por um oftalmologista pelo

menos a cada 6 a 12 meses.

Pacientes com neuropatia periférica (é a complicação mais comum em

portadores da DM tipo 2), os sintomas predominantes podem ser parestesias,

perda de sensibilidade ou dor. Usar antidepressivos tricíclicos em baixas

doses.

Pacientes com gastroparesia, interromper fármacos que alterem a motilidade

gástrica e utilizar metoclopramida, por poucos dias.

Pacientes com hipotensão ortostática podem necessitar de

mineralocorticóides ou de agonistas adrenérgicos.

Pacientes com diarréia (normalmente noturna), utilizar doxiciclina ou o

metronidazol por 10 a 14 dias.

Pacientes com disfunção erétil, utilizar sidenafila, vardenafila ou tadalafila.

Pacientes com nefropatia, o controle da glicemia e da pressão arterial é

essencial para a prevenção. A utilização dos inibidores da ECA e dos BRA, são

eficazes, para prevenir a progressão clinica.

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38Diabéticos e Doença Coronariana, a intervenção em vários fatores de risco

(tratamento de dislipidemia e hipertensão, parar de fumar, terapia

antiplaquetária) reduzem a incidência de acidentes macrovasculares. A

presença de DM é classificada, como um equivalente de risco pra doença

coronariana (DC). A meta do tratamento é um LDL inferior a 100 mg/dl, após

alcançar esta meta em geral com uma estatina, deve-se avaliar o tratamento de

elevações dos triglicerídeos (valores de 200mg/dl ou mais), em diabéticos o

objetivo é uma fração sem HDL inferior a 130mg/dl. Se os triglicerídeos

estiverem entre 201 e 499mg/dl ou o HDL estiver abaixo de 40mg/dl, pode-se

acrescentar niacina ou um fibrato.

Recomenda-se manter a pressão arterial abaixo de 130/80mmHg, para

pacientes com proteinúria superior a 1g/dia e insuficiência renal é proposto um

nível inferior a 125/78mm/Hg.

4.4.3 - Avaliação dos Resultados Terapêuticos.

O método padrão de acompanhamento, do controle glicêmico é a HbA, que

reflete a qualidade do controle nos últimos três meses. Deve-se medi-lo, pelo

menos duas vezes por ano em pacientes que estão em uso de um esquema

terapêutico constante, que tenham alcançado os objetivos.

Deve-se perguntar a todos os pacientes que recebem insulina, sobre o

reconhecimento de sintomas de hipoglicemia e também documentar a

freqüência das hipoglicemias e os tratamentos.

Os pacientes que usam insulina antes de dormir devem ser

monitorados, para pesquisa de hipoglicemia, com perguntas sobre: sudorese

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39noturna, palpitações e pesadelos, além dos resultados da AMG

(automonitoração adequada da glicemia).

Pacientes recém diagnosticados com DM tipo 2 devem fazer uma

urianálise de rotina, para o rastreamento inicial de albuminúria.

Deve-se solicitar perfil lipídico anualmente se os valores estiverem

dentro das metas, se não monitorar a cada consulta: Exames regulares dos

pés, avaliação da albumina urinária (anualmente) e fundoscopia com dilatação

(anualmente), ou se houver anomalia mais freqüentemente.

Outros componentes de estratégia de medicina preventiva são as

avaliações da administração de vacinas para influenza e pneumococos e a

pesquisa de outros fatores de risco, tais como: tabagismo e terapia

antiplaquetária.

4.5 – Hiperlipidemia (Formulário Ver Anexo 5)

4.5.1 - Aspectos Clínicos.

A Hiperlipidemia é definida como um aumento do nível de uma ou mais

das seguintes substâncias: colesterol, ésteres de colesterol, fosfolipídios e

triglicerídeos, A hipercolesterolemia familiar é caracterizada por um aumento

seletivo de LDL plasmático e pela deposição do colesterol circulante nos

tendões (xantomas) e artérias (ateromas).

A deficiência congênita de lipoproteína lípase é caracterizada por um

grande acumulo de quilomícrons associado a um aumento dos triglicerídeos

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40plasmáticos, que produz um padrão lipoprotéico tipo 1. Algumas manifestações

iniciais são crises repetidas de pancreatite e dor abdominal, xantomas

eruptivos na pele e hepatoesplenomegalia com inicio na infância. A gravidade

dos sintomas é proporcional ao consumo de gordura na dieta.

Os portadores de hiperlipoproteinemia familiar tipo III, apresentam as

seguintes manifestações clinicas após os 20 anos de idade: xantomas

palmares estriados (coloração amarela dos sulcos palmares e digitais),

xantomas tuberosos ou tuberoeruptivos (xantomas cutâneos em bulbo) e

aterosclerose grave nas coronárias, carótidas internas e aorta abdominal.

A hiperlipoproteinemia tipo IV é comum. Sua freqüência é maior na idade

adulta, sobretudo em obesos, diabéticos e hiperuricêmicos. A doença não

produz xantomas, pode ser secundária de alcool e piorar com estresse,

progestogênios, anticoncepcionais orais, tiazídicos ou betabloqueadores.

A hiperlipidemia tipo V é caracterizada por dor abdominal, pancreatite,

xantomas eruptivos e polineuropatia periférica. Muitos dos pacientes são

obesos, hiperuricêmicos ou diabéticos. O consumo de alcool e estrogênios

exógenos ou a insuficiência renal podem ser fatores de exacerbação. Esta

doença aumenta o risco de aterosclerose.

4.5.2 – Tratamento

O tratamento da hiperlipoproteinemia tipo 1 visa a reduzir os

quilomícrons derivados da gordura da dieta, e assim, reduzir os níveis

plasmáticos de triglicerídeos. Não se deve consumir mais de 10 a 25 g de

gordura ao dia, ou seja, 15% das calorias totais. Devem-se pesquisar as

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41causas primarias de hipertrigliceridemia; se presentes, deve-se se tratar

adequadamente à patologia básica.

A hipercolesterolemia primaria (hipercolesterolemia familiar, combinada

familiar, tipo II a) é tratada com RAB (resinas ligadoras de ácidos biliares),

estatinas, niacina ou ezetimiba.

A hiperlipoproteinemia mista (tipo II b) pode ser tratada com estatinas,

niacina ou genfibrozila para reduzir o LDL-C sem elevar o VLDL, e os

triglicerídeos. O agente mais eficaz é a niacina, e pode-se combiná-la com uma

RAB. O uso isolado da RAB, nesses pacientes pode elevar o VLDL e os

triglicerídeos.

A hiperlipoproteinemia tipo III pode ser tratada com fibratos ou niacina.

Fármacos de primeira escolha: niacina, genfibrozila e fenofibrato. Uma

alternativa é a suplementação com óleo de peixe.

A hiperlipoproteinemia tipo V, exige uma rígida diminuição do consumo

dietético de gorduras. O uso de medicamentos como fibratos ou niacina esta

indicada se a resposta ao tratamento dietético isolado for insuficiente.

De um modo geral, uma estatina mais uma RAB, ou niacina mais RAB

propiciam a maior redução do colesterol total e LDL.

Esquemas visando elevar os níveis de HDL devem conter genfibrozila

ou niacina.

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42 A hiperlipidemia familiar combinada pode responder melhor a um fibrato

associado a uma estatina do que a um fibrato mais uma RAB.

Pacientes com dislipidemia diabética, o diabetes é considerado como

um risco equivalente à DC. O objetivo principal é reduzir o LDL, para menos de

100mg/dl; se o LDL for superior a 130mg/dl, a maioria dos pacientes requer

MEV (mudança de estilo de vida), mais fibratos; se o LDL estiver entre 100 e

129mg/dl, algumas opções é intensificar o controle glicêmico, acrescentar

agentes contra a dislipidemia aterogênica (fibratos, niacina) e intensificar a

terapia de redução de LDL. Muitos consideram as estatinas o fármaco de

escolha, pois o principal objetivo do tratamento é o LDL.

4.5.3 - Avaliação dos Resultados Terapêuticos.

As bases de avaliação a curto prazo do tratamento da hiperlipidemia são

a resposta à dieta e ao tratamento medicamentoso. Os parâmetros

laboratoriais de avaliação são: o colesterol total, LDL colesterol, HDL colesterol

e os triglicerídeos.

Muitos dos pacientes tratados de dislipidemia primária, não apresentam

sintomas ou outras manifestações clinicas de um distúrbio genético dos

lipídios.

Em pacientes tratados após sofrerem uma complicação, os sintomas de

doença cardiovascular ateroesclerótica (angina ou claudicação intermitente),

podem melhorar ao longo de meses ou anos. Os xantomas e outras

manifestações externas da hiperlipidemia devem regredir com o tratamento.

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43 As dosagens de lipídios devem ser feitas, com o paciente em jejum,

para minimizar a interferência dos quilomícrons. Durante o ajuste das doses,

devem-se monitorar as concentrações. Após a estabilização do paciente, basta

uma monitoração a intervalos de 6 meses a 1 ano.

Em usuários de RAB, deve-se fazer um painel lipídico com o paciente

em jejum, a cada 4 a 8 semanas até que se chegue a uma dose estável. Neste

ponto, os triglicerídeos são dosados para verificar se os níveis aumentaram.

A niacina exige exames básicos da função hepática (alanina

aminotransferase [ALT]), acido úrico e glicose. Em doses de 1000 a

1500mg/dia, exames seriados são indicados. Os sintomas da miopatia ou

diabetes devem ser investigados, sendo às vezes necessário dosagens de

creatinocinase e glicose. Pacientes diabéticos podem exigir acompanhamento

mais freqüente.

Os pacientes em uso de estatinas devem fazer um painel em jejum a

cada 4 a 8 semanas a partir do inicio do tratamento ou de mudança na dose.

Os testes de função hepática devem ser feitos no inicio e depois

periodicamente, observar bulário.

Pacientes com vários fatores de risco e DC também devem ser

monitorados e avaliados quanto à evolução do tratamento de seus outros

fatores de risco, tais como: controle de PA, interrupção do tabagismo,

exercícios, controle de peso e, em diabéticos, controle glicêmico.

As avaliações do tratamento dietético com diários alimentares e

questionários de pesquisa retrospectiva permitem obter informação sobre a

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44dieta de forma sistemática e pode melhorar a adesão o paciente às

recomendações dietéticas.

4.6 - Síndrome Metabólica (Formulário Ver Anexo 6)

4.6.1 - Aspectos Clínicos

A Síndrome metabólica (SM) é um transtorno complexo representado

por um conjunto de fatores de risco cardiovasculares usualmente relacionados

à deposição central de gordura e à resistência à insulina.

É importante avaliar a história clínica: idade, tabagismo, prática de

atividade física, história pregressa de hipertensão, diabetes, diabetes

gestacional, doença arterial coronariana, acidente vascular encefálico,

síndrome de ovários policísticos (SOP), doença hepática gordurosa não-

alcoólica, hiperuricemia, história familiar de hipertensão, diabetes e doença

cardiovascular, uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticosteróides,

betabloqueadores, diuréticos). Além de exame físico: medida da circunferência

abdominal, níveis de PA (na posição sentada, após cinco minutos de repouso),

calculo do IMC (índice de massa corporal) = peso/altura², exames laboratoriais:

glicose em jejum, dosagem de HDL - colesterol e dos triglicerídeos.

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45Componentes da Síndrome Metabólica.

Obesidade Abdominal por meio de Circunferência

Abdominal

Homens > 102 cm

Mulheres > 88 cm

Triglicerídeos > / = 150 mg/dL

HDL Colesterol Homens < 40 mg/dL

Mulheres < 50 mg/dL

Pressão Arterial >/= 130/85 mmHg

Glicemia de Jejum >/= 100 mg/dL

A atuação integrada dos membros da equipe de saúde: médico,

nutricionista, professor de educação física, enfermeiro, psicólogo, assistente

social, farmacêutico, visando à assistência ao paciente é o grande passo para

a conquista do sucesso no tratamento.

4.6.2 – Tratamento.

Não Farmacológico – A adoção de um plano alimentar saudável é

fundamental no tratamento. Recomenda-se além da implementação de um

plano alimentar adequado e realização de exercícios físicos, a inclusão de

outros itens, tais como: controle das situações estressantes, cessação do fumo

e controle na ingestão de bebida alcoólica.

Farmacológico – Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus,

Hiperlipidemia consultar referências anteriores.

Obesidade - Recomenda-se o uso de medicamentos nos indivíduos portadores

de SM com obesidade (IMC >/= 30 kg/m²) ou com excesso de peso (IMC entre

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4625 kg/m² e 30 kg/m²), podem ser utilizados: anfepramona, femproporex,

mazindol, sibutramina e orlistat; sendo os de primeira escolha a sibutramina e

orlistat.

A cirurgia deve ser considera para o paciente obeso mórbido (IMC > 40 kg/m²).

4.6.3 - Avaliação dos Resultados Terapêuticos

As metas a serem alcançadas com a abordagem terapêutica desta

associação, são:

Glicemia Plasmática (mg/dL) Jejum < 110 Pós-prandial (2h) < 140 Hemoglobina glicosilada (%) no

diabetes < Limite superior do método. Colesterol (mg/dL) Total < 200 HDL > 45 LDL < 100 Triglicerídeos (mg/dL) < 150 Pressão Arterial (mmHg) Sistólica < 130 Diastólica < 85 Peso (kg) Perda sustentada de 5% - 10%

*Se houver proteinúria >1g/24h a PA deverá ser < 125/75mmHg

4.7 - FICHA DE COMUNICAÇÃO COM PROFISSIONAIS DE

SAÚDE (Formulário Ver Anexo 7)

Baseando-se no informe ao médico destinado a comunicação sobre

possíveis problemas relacionados aos medicamentos presente no Programa

Dáder (método Espanhol validado para atendimento a pacientes em farmácias

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47comunitárias), foi proposta uma ficha para registrar a comunicação com todos

os profissionais da equipe saúde envolvida no cuidado ao paciente.

Preencher com letra legível, assinar, carimbar e fechar como um

envelope. O paciente deverá ser o elo de ligação entre o farmacêutico e

médico, portanto a ele caberá a tarefa de entregar ao médico, o documento.

A utilização destes formulários e ferramentas facilitará a prestação do

serviço de acompanhamento farmacoterapêutico a ser realizado pelo

profissional farmacêutico, contribuindo para adesão ao tratamento por parte

dos pacientes, bem como a garantia do monitoramento dos resultados positivos

dos medicamentos.

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CONCLUSÃO

O conceito central de atenção ou cuidado é o de propiciar bem estar aos

pacientes. Os profissionais de saúde em cada uma de suas especialidades

devem cooperar para o pronto restabelecimento da saúde de seus pacientes,

bem como melhorar seu cuidado global. No caso especifico, o farmacêutico

deve utilizar seus conhecimentos e habilidades para propiciar ao paciente um

resultado otimizado na utilização de medicamentos.

É objetivo deste trabalho, colaborar com o profissional na aplicação de

formulários adaptados a realidade brasileira e na metodologia de aplicação que

facilitam a avaliação dos resultados no acompanhamento aos pacientes

portadores das DCNT (doenças crônicas não transmissíveis), melhorando a

qualidade de vida dos pacientes, mediante resultados definidos, que podem ser

traduzidos, como: eliminação ou redução de uma sintomatologia; controle ou

diminuição do progresso da doença.

Estes resultados implicam três funções principais: identificar problemas

potenciais e atuais relacionados a medicamentos; resolver problemas atuais

com medicamentos; prevenir problemas relacionados a medicamentos. Através

da utilização das ferramentas (formulários de primeira entrevista e específica

por doença), e da metodologia de aplicação, aqui apresentados: os

profissionais farmacêuticos terão registrado o resultado não só do serviço por

ele prestado, como também um enorme banco de dados a disposição da

farmacovigilância, contribuindo assim para a saúde pública e coletiva.

A relação paciente-farmacêutico é fundamental para atingir os objetivos

propostos, porem é necessário haver pleno consentimento por parte do

primeiro para a realização do processo de acompanhamento

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49farmacoterapêutico e educação. Por isso, será necessário o estabelecimento

de uma relação de confiança mútua.

“A missão principal do Farmacêutico é prover a Atenção

Farmacêutica, que é a provisão responsável de cuidados

relacionados a medicamentos, com o propósito de conseguir

resultados definidos que melhorem a qualidade de vida dos

pacientes”. (Hepler & Strand – 1990, p.535).

O sucesso do ensino desta metodologia de acompanhamento

compreende o resgate da valorização da profissão farmacêutica, assumindo

esta a sua importância perante a sociedade (a de um profissional de saúde),

com uma visão direcionada ao paciente e não somente ao medicamento por

ele utilizado.

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Anexos

Anexo 1 – Cartão do Paciente.

Anexo 2 – Formulário de Primeira Entrevista.

Anexo 3 – Formulário para Hipertensão Arterial.

Anexo 4 – Formulário para Diabetes Mellitus.

Anexo 5 – Formulário para Hiperlipidemia.

Anexo 6 – Formulário para Síndrome Metabólica.

Anexo 7 – Referência e Contra Referência.

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Anexo 1

parte externa

parte interna

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Anexo 2

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Anexo 2 - Continuação

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Anexo 2 - Continuação

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Anexo 3

Registro:_____________________ Data da Anammese___/____/_______

__________Portador de Hipertensão Arterial________

Identificação do Paciente

Nome:_________________________________________________________________

Sexo: _______ Peso: _______ Altura: ______ IMC: _______Kg/m2 Data de Nascimento: ____/____/______

Raça:____________________ Estado Civil: _______________________________ Grau de Instrução: _________________________Profissão:____________________

Endereço:____________________________________________________________

Telefone(s) para contato:_________________________________________________ ______________________________________________________________________

Sinais e Sintomas Apresentados

Dor Torácica: _______________( sim/não) Palpitações:_________________ (sim/não)

Tonteira: ___________________( sim/não) Dispnéia:___________________ (sim/não)

Ortopnéia:__________________( sim/não) Fala arrastada:_______________ (sim/não)

Perda de Equilibrio: _____________( sim/não)

Estado Geral de Saúde do Paciente:__________________________________________

Adesão ao Tratamento:____________________________________________________

Dia Hora PA Observações

Farmacêutico:____________________________________ CRF___________________

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Anexo 4

Registro:_____________________ Data da Anammese___/____/_____ _________Portador de Diabetes Melittus________

Identificação do Paciente

Nome:_________________________________________________________________

Sexo: _______ Peso: _______ Altura: ______ IMC: _______Kg/m2 Data de Nascimento: ____/____/______

Raça:____________________ Estado Civil: _______________________________ Grau de Instrução: _________________________Profissão:____________________

Endereço:____________________________________________________________

Telefone(s) para contato:_________________________________________________ ______________________________________________________________________

Sinais e Sintomas Apresentados

Hipoglicemia: ______________( sim/não) Palpitações:_________________ (sim/não)

Sudorese Noturna: ___________( sim/não) Diarréia Noturna:____________ (sim/não)

Retinopatia:_________________( sim/não) Neuropatia:_________________ (sim/não)

Gastroparesia: _______________( sim/não) Nefropatia: _________________( sim/não)

Disfunção Erétil: _____________( sim/não) Doença Coronariana: _________( sim/não)

Estado Geral de Saúde do Paciente:_________________________________________

Adesão ao Tratamento:____________________________________________________

Valores Desejados: PA_____________ HbA___________ Curva Glicemica_________

LDL____________ HDL___________ Triglicerídios ___________ Proteinúria ______

Dia Hora PA Glicemia HbA LDL HDL Trigliceridios Proteinúria

Farmacêutico:____________________________________ CRF___________________

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Anexo 5

Registro:_____________________ Data da Anammese___/____/_____ _________Portador de Hiperlipidemia________

Identificação do Paciente

Nome:_________________________________________________________________

Sexo: _______ Peso: _______ Altura: ______ IMC: _______Kg/m2 Data de Nascimento: ____/____/______

Raça:____________________ Estado Civil: _______________________________ Grau de Instrução: _________________________Profissão:____________________

Endereço:____________________________________________________________

Telefone(s) para contato:_________________________________________________ ______________________________________________________________________

Sinais e Sintomas Apresentados

Dor abdominal: _____________( sim/não) Pancreatite:_________________ (sim/não)

Xantoma Eruptivo: __________( sim/não) Xantoma Tuberoso:___________ (sim/não)

Xantoma Palmar:_____________( sim/não) Hepatoesplenomegalia:________ (sim/não)

Polineuropatia Periférica: ______( sim/não) Aterosclerose: ______________( sim/não)

Estado Geral de Saúde do Paciente:__________________________________________

Portador de Outras Doenças:_______________________________________________

Adesão a Dieta Alimentar:_________________________________________________

Adesão ao Tratamento Farmacológico:_______________________________________

Dia PA Colesterol total LDL HDL Trigliceridios Função Hepática

Glicose

Farmacêutico:____________________________________ CRF___________________

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Anexo 6

Registro:_____________________ Data da Anammese___/____/_____ _________Portador de Síndrome Metabólica________

Identificação do Paciente

Nome:_________________________________________________________________

Sexo: _______ Peso: _______ Altura: ______ IMC: _______Kg/m2 Data de Nascimento: ____/____/______

Raça:____________________ Estado Civil: _______________________________ Grau de Instrução: _________________________Profissão:____________________

Endereço:____________________________________________________________

Telefone(s) para contato:_________________________________________________

Estado Geral de Saúde do Paciente:__________________________________________

Portador de Outras Doenças:_______________________________________________

Adesão a Dieta Alimentar:_________________________________________________

Adesão ao Tratamento Farmacológico:_______________________________________

Perda de Peso/ Tempo:____________________________________________________

Prática de Exercícios Físicos: Qual? Periodicidade?_____________________________

______________________________________________________________________

Cessação do Tabagismo: Se não qual o consumo/diário:__________________________

Situação de Estresse:_____________________________________________________

Dia PA Colesterol total

LDL HDL Triglicerídeos Glicemia Jejum

Glicemia Pós-prandial

Hemoglobina glicosilada

Farmacêutico:____________________________________ CRF___________________

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Anexo 7

Frente

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Anexo 7

Verso

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GLOSSÁRIO

Aldosteronismo – Causado pela hipersecreção da aldosterona, devido a um

estímulo da supra renal.

Cefaléia paroxística – Exacerbação ou agudização da dor de cabeça.

Cetoacidose diabética – Complicação de diabetes resultando da deficiência

severa à insulina, em conjunto com um aumento relativo ou absoluto da

concentração de glucagon. A acidose metabólica é causada pelo colapso no

armazenamento de adipose e conseqüentes, níveis elevados de ácidos graxos

livres. O glucagon acelera a oxidação dos ácidos graxos livres produzindo

excesso de corpos cetônicos (cetose).

Dispnéia – Respiração laboriosa ou curta, respiração com dificuldade ou com

esforço, sensação subjetiva de falta de ar.

Edema – Quantidade excessiva de líquido aquoso acumulado nos espaços

intercelulares, mais comumente presente em tecido subcutâneo.

Feocromocitoma – Tumor da medula da supra-renal, podendo localizar-se

também em região para-aórtica, secretando nível excessivo de adrenalina,

provocando intensos picos hipertensivos. Eleva a dosagem do ácido vanil

mandélico na urina e das catecolaminas no sangue.

Glicose pós prandial – Também conhecida como dextrose, é o açúcar

encontrado no sangue após uma refeição.

HbA – Hemoglobina glicada.

Hepatoesplenomegalia – Aumento de tamanho do fígado e do baço.

Hiperglicemia – Aumento anormal do nível de glicemia, além do intervalo

normal (aproximadamente 70 a 150 mg/100 ml de plasma).

Hiperuricêmico – Individuo com a concentração sérica do acido úrico elevada.

Hipotensão ortostática – Uma queda na pressão arterial ao se levantar ou

após permanecer parado em uma posição estática.

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62Insuficiência cardíaca sistólica – Síndrome clinica causada pela

incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para as necessidades

metabólicas do corpo.

Pressão sistólica ocorre quando há a contração do músculo cardíaco, levando

o sangue (hemoglobina) para ser oxigenado nos pulmões.

Letargia – Sonolência anormal ou estupor, torpor mental. Estado soporífero de

indiferença; sonolência; modorra; sono artificial provocado por meio de

sugestão (hipnose) ou medicamento (narcose).

LDL – Sigla em inglês que significa Low Density Lipopotrein (Lipoproteína de

baixa densidade). Encarregada de transportar colesterol através do sangue.

Devido à sua tendência em depositar o colesterol nas paredes arteriais e a

produzir aterosclerose, tem sido denominado “mau colesterol”.

Motilidade gástrica – Capacidade de movimentação do estomago.

Nictúria – Volume de secreção urinária noturno, maior do que o diurno.

Ortopnéia – Dificuldade de respiração, exceto quando em posição sentada ou

ereta.

Palpitação – Percepção consciente do trabalho cardíaco. Pode apresentar-se

durante algumas arritmias cardíacas ou mesmo em pessoas com ritmo normal.

Neste último caso, são distúrbios benignos associados a diversos distúrbios de

ansiedade.

Pancreatite – Inflamação aguda ou crônica do pâncreas. Pode ser produzida

por cálculos biliares, alcoolismo, drogas, etc. Pode ser uma doença grave e

fatal. Os primeiros sintomas consistem em dor abdominal, vômitos e distensão

abdominal.

Parestesias – Sensações cutâneas subjetivas (ex., frio, calor, formigamento,

pressão, etc.) que são vivenciadas espontaneamente na ausência de

estimulação.

Perda ponderal acentuada – No quadro de apetite aumentado, sugere

metabolismo acelerado ou perda de calorias pela urina ou fezes.

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63Polidipsia – Sede constante, exagerada, levando à ingestão sucessiva de

líquidos.

Polineuropatia periférica – Síndrome de lesão de nervos periféricos.

Poliúria – Eliminação de uma grande quantidade de urina com um aumento

na freqüência urinária, comumente visto em diabetes.

Progestogênios – Combinação dos três: desogestrel (DSG), gestodene

(GSD) e norgestimato (NGM). Utilizados como contraceptivos.

Proteinúria – Dosagem da quantidade de proteína na urina.

Síndrome de Cushing – Uma condição, mais comumente vista em mulheres,

devido ao hiperadrenocorticismo resultando de neoplasmas do córtex supra-

renal ou do lobo anterior da hipófise, ou a ingestão excessiva prolongada de

glicocorticóides para finalidades terapêuticas. Os sintomas e sinais podem

incluir adiposidade desenvolvendo-se rapidamente da face, pescoço e tronco,

cifose causada por osteoporose da coluna, hipertensão, diabetes mellitus,

amenorréia, hipertricose (em mulheres), impotência (em homens), pele

escurecida com marcas (estrias) purpúreas, policitemia, dor no abdome e

costas, e atrofia e fraqueza muscular. Quando secundária a secreção

hipofisária excessiva de corticotropina é conhecida como doença de Cushing.

Síndrome hipopotassêmica – Paralisia periódica hipopotassêmica (PPH) é

uma síndrome incomum que pode gerar risco de vida potencialmente tratável,

quando reconhecida e apropriadamente abordada. Hipopotassemia representa

um grande e heterogêneo grupo de situações caracterizadas clinicamente por

fraqueza sistêmica. Uma das causas possíveis de hipopotassemia e paralisia

periódica é tireotoxicose.

Sudorese – Perda de agua e eletrólitos pelo suor.

Taquicardia – Rapidez excessiva no funcionamento do coração, normalmente

com uma freqüência cardíaca acima de 100 batimentos por minuto.

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64Xantomas eruptivos da pele – Xantoma eruptivo (XE) é dermatose devida ao

depósito de lípides na pele que se manifesta pelo início abrupto de pápulas

amarelo-alaranjadas a vermelho- acastanhadas com halo eritematoso, situadas

preferencialmente na superfície de extensão das extremidades, principalmente

nos joelhos, cotovelos, glúteos, tórax e abdome.

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65

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66BRASIL. Lei nº 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições

para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o

funcionamento dos serviços correspondentes, e dá outras providências. Diário

Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 set. 1990.

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ÍNDICE

Introdução __________________________________________________ 9 1. Contexto da Farmácia Comunitária no Brasil ______________________ 12

2. Analise do Uso Racional de Medicamentos ______________________ 17

3. Levantamento Histórico da Atenção Farmacêutica _________________23

4. Metodologia de Implementação de Cartão do paciente, do Formulário de Primeira Entrevista, dos Formulários Específicos para DCNT e do modelo de Comunicação entre Profissionais da Área de Saúde __________________ 29

4.1 Cartão do Paciente __________________________________ 29

4.2 Formulário de Primeira Entrevista ________________________30

4.3 Hipertensão Arterial _____________________________________33

4.3.1 Aspectos Clínicos ____________________________________33

4.3.2 Tratamento__________________________________________33

4.3.3 Avaliação dos Resultados Terapêuticos ___________________34

4.4 Diabetes _____________________________________________35

4.4.1 Aspectos Clínicos ____________________________________35

4.4.2 Tratamento__________________________________________36

4.4.3 Avaliação dos Resultados Terapêuticos ___________________38

4.5 Hiperlipedemia ________________________________________39

4.5.1 Aspectos Clínicos ___________________________________ 39

4.5.2 Tratamento_________________________________________ 40

4.5.3 Avaliação dos Resultados Terapêuticos ___________________42

4.6 Síndrome Metabólica ____________________________________44

4.6.1 Aspectos Clínicos ____________________________________44

4.6.2 Tratamento ________________________________________ 45

4.6.3 Avaliação dos Resultados Terapêuticos ___________________46

4.7 Ficha de Comunicação com Profissionais da Área de Saúde ___46

Conclusão ____________________________________________________48

Anexos_______________________________________________________ 50

Glossário _____________________________________________________ 61

Referências Bibliográficas________________________________________65

Índice________________________________________________________ 71