79
VINÍCIUS TORRES METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA TV DIGITAL INTERATIVA JOINVILLE SC 2010

METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

VINÍCIUS TORRES

METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA

TV DIGITAL INTERATIVA

JOINVILLE – SC

2010

Page 2: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO - DCC

VINÍCIUS TORRES

METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA

TV DIGITAL INTERATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como

requisito para obtenção do grau de Bacharel, no

Curso de Graduação em Ciência da Computação

na Universidade do Estado de Santa Catarina.

Orientadora: Luciana Rita Guedes

Co-Orientadora: Avanilde Kemczinski

JOINVILLE – SC

2010

Page 3: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

VINÍCIUS TORRES

METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA

TV DIGITAL INTERATIVA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito para obtenção do grau de Bacharel,

no curso de Graduação em Ciência da Computação na Universidade do Estado de Santa

Catarina.

Banca Examinadora:

Orientadora: _____________________________________

Mestre, Luciana Rita Guedes.

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Brasil.

Co-Orientadora: _____________________________________

Dra, Avanilde Kemczinski.

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Brasil.

Membro: _____________________________________

Mestre, Edino Mariano Lopes Fernandes.

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Brasil.

Membro: _____________________________________

Mestre, Harry Erwin Moissa

Universidade do Estado de Santa Catarina, UDESC, Brasil.

Joinville – SC 2010

Page 4: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

RESUMO

A TV Digital Interativa é uma nova mídia que une a televisão e algumas características

da Internet. Incluir a maior parte da população brasileira nos benefícios a serem trazidos por

essa mídia é lei. Para que seja cumprida, os desenvolvedores de interfaces para esta mídia

devem implementá-la de tal forma que atenda à maioria dos perfis de usuários os quais

compõem a população. Para facilitar esta tarefa, o presente trabalho busca investigar e propor

um método de captura de perfis de usuário voltado para a TV Digital Interativa, dividido em

duas fases. A primeira fase consiste de um estudo etnográfico, o qual gerou um panorama de

quais são os gêneros televisivos mais assistidos e quais as páginas de Internet mais acessadas

no Brasil. Após isso, foi elaborado e aplicado um questionário levantando o tempo gasto por

uma amostra de pessoas na audiência dos programas de televisão e acesso às páginas de

Internet colhidas no estudo etnográfico, para que enfim fossem atribuídas categorias de

usuários a cada uma dessas pessoas. Os resultados obtidos nesta primeira fase constituem a

grande contribuição deste trabalho, pois sugere uma metodologia para captura de perfis de

usuários da TV Digital Interativa. Na segunda fase, realizaram-se testes em uma plataforma

de simulação com os mesmos entrevistados no questionário, com o intuito de confirmar a

validade da fase anterior. Os resultados desta segunda fase revelaram a necessidade de uma

melhoria no método de validação, pois apenas 78% das pessoas participaram desta segunda

etapa. Esta investigação é sugerida como trabalhos futuros.

Palavras-chave: TV Digital Interativa. Interface Humano-Computador. Usabilidade. Captura

de Perfis de Usuário.

Page 5: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

ABSTRACT

The Interactive Digital Television is a new kind of media which unites the television

and the Internet. Including the greatest part of the Brazilian population into the benefits to be

brought by this media is a law. To be accomplished the developers of interfaces may

implement them in such a way that supports the most of the user profiles which composes the

population. With the aim to make this task easier, this work intends to investigate and purpose

a method of capturing user profiles, totally focused on the Interactive Digital Television,

divided into two steps. The first one consists in an ethnographic study that has generated a

panorama of which are the most watched television programs and the most accessed websites

in Brazil. After it, a questionnaire raising the time spent by a sample of people in the audience

in television programs and the access to the websites collected in the previous study was

elaborated and applied, to finally attribute user categories to each one of these people. The

results obtained in this first step are the main contribution of this work, because they suggest a

methodology for user profiles capturing totally focused in the Interactive Digital Television.

In the second step, tests in a simulation platform were performed with the same interviewed

people in the questionnaire, to confirm the validity of the previous step. The results of this

second phase have revealed that improvements are necessary in the validation method,

because only 78% of the people have participated in this second step. This investigation is

suggested for future works.

Keywords: Interactive Digital TV. Human-Computer Interaction. Usability. Capture of User

Profiles.

Page 6: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Entrevistados por sexo .............................................................................................. 35 Figura 2: Entrevistados por idade ............................................................................................. 36

Figura 3: Entrevistados por renda (salários mínimos) .............................................................. 36 Figura 4: Membros da família morando na mesma casa .......................................................... 37

Figura 5: Entrevistados por Estado Civil .................................................................................. 37

Figura 6: Entrevistados por Nível de Escolaridade .................................................................. 38 Figura 7: Menu Principal da Primeira Interface ....................................................................... 48 Figura 8: Guia Rápido .............................................................................................................. 48 Figura 9 : Menu Principal da Segunda Interface ...................................................................... 49

Figura 10 : Guia de Progrmação ............................................................................................... 49 Figura 11: Programas Esportivos ............................................................................................. 50

Figura 12 : Documentários ...................................................................................................... 51 Figura 13: Filmes ..................................................................................................................... 51 Figura 14: Tela Inicial do EPG ................................................................................................. 52

Figura 15 Busca por Gênero ..................................................................................................... 52 Figura 16: Grade Geral de Programação .................................................................................. 53

Figura 17:Provedor de TV Digital Interativa UPC ................................................................... 54 Figura 18:Tela login/ senha ...................................................................................................... 55

Figura 19: Base de dados com informações dos usuários. ....................................................... 56 Figura 20:Canal de Notícias ..................................................................................................... 57 Figura 21:Canal de Humor ....................................................................................................... 57

Figura 22:Canal de Novelas ..................................................................................................... 58

Figura 23:Canal de Filmes ........................................................................................................ 58 Figura 24:Canal Educativo ....................................................................................................... 59 Figura 25:Canal Infantil ........................................................................................................... 59 Figura 26:Canal de Programas de Auditório ............................................................................ 60 Figura 28:Canal de Variedades ................................................................................................ 61

Figura 29:Canal de Compras .................................................................................................... 61 Figura 30: Canal de Relacionamentos ...................................................................................... 62 Figura 31:Canal de E-Mail ....................................................................................................... 62 Figura 32:Canal de Home-Banking .......................................................................................... 63

Figura 33: Tempo de Interação dos Usuários ........................................................................... 66 Figura 34: Tempo de Interação em Canais da Categoria.......................................................... 67

Page 7: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

LISTA DE TABELAS E QUADROS

Tabela 1: Método da Soma/Média............................................................................................ 26 Tabela 2: Método da Mínima Miséria ...................................................................................... 26

Tabela 3 Método do Maior Prazer ........................................................................................... 27

Tabela 4: Pontuações Balanceadas do Questionário de Categorização de Usuários ................ 40

Tabela 5: Tempos de Interação e Porcentagens........................................................................ 69

Quadro 1: Esquema de Análise Televisiva ............................................................................... 22 Quadro 2: Resumo dos métodos pesquisados........................................................................... 24 Quadro 3: Gêneros abordados no questionário ........................................................................ 34 Quadro 4: Prova da fórmula ..................................................................................................... 40

Quadro 5: Seleção de grupos .................................................................................................... 43 Quadro 6: Similaridades entre grupos de usuários ................................................................... 44

Quadro 7: Categorias de Usuários ............................................................................................ 44 Quadro 8: Atribuição de Categorias aos Entrevistados ............................................................ 45 Quadro 9: Canais de Aplicação. ............................................................................................... 56

Quadro10: Cálculo de Porcentagem de Tempo na Categoria .................................................. 65

Page 8: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

BBC British Broadcasting Corporation.

CD Compact Disc

IHC Interface Humano-Computador

SENAC Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

UNATI-UEL Universidade Aberta da Terceira Idade (Universidade Estadual de Londrina)

UPC United Philips Cable

Page 9: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

1.1 OBJETIVOS .............................................................................................................. 12 1.1.1 Objetivo geral .............................................................................................................................. 12 1.1.2 Objetivos específicos................................................................................................................... 12 1.1.3 Metodologia ................................................................................................................................ 12

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TCC....................................................................................... 13

2. PERFIS DE USUÁRIO .................................................................................................. 14

2.1 DEFINIÇÃO .............................................................................................................. 14

2.2 CAPTURA DE PERFIS DE USUÁRIO ................................................................... 15 2.2.1 Métodos Explícitos ...................................................................................................................... 16 2.2.2 Métodos Implícitos ...................................................................................................................... 21 2.2.3 Esquema de Cassetti e di Chio (1999) ......................................................................................... 22

2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO ............................................................ 23

3. DETERMINANDO CATEGORIAS DE USUÁRIOS ................................................ 25

3.1 USUÁRIOS DE TELEVISÃO .................................................................................. 25

3.2 TESTE DE USABILIDADE EM APLICAÇÃO DE TV DIGITAL ........................ 27

3.3 EXPLORANDO NECESSIDADES DE ESPECTADORES DE TV DIGITAL ...... 28

3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO ............................................................ 29

4. FASE EXPLÍCITA DO MÉTODO DE CAPTURA DE PERFIL DE USUÁRIO ... 30

4.1 ESTUDO ETNOGRÁFICO ...................................................................................... 30

4.2 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO ....................................... 34

4.3 PROCESSO DE CATEGORIZAÇÃO DE USUÁRIOS........................................... 38

4.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO ............................................................ 46

5. FASE IMPLÍCITA DO MÉTODO DE CAPTURA DE PERFIS DE USUÁRIO .... 47

5.1 PLATAFORMA DE SIMULAÇÃO ......................................................................... 47 5.1.1 Interfaces de TV Digital Interativa .............................................................................................. 47 5.1.2 Descrição do Simulador .............................................................................................................. 54

5.2 TECNOLOGIAS UTILIZADAS ............................................................................... 63

5.3 TESTES COM USUÁRIOS ...................................................................................... 64 5.3.1 Processo de Testes ....................................................................................................................... 65 5.3.2 Resultados dos Testes.................................................................................................................. 66

5.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO ............................................................ 71

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 72

7. TRABALHOS FUTUROS ............................................................................................. 72

Page 10: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE CATEGORIZAÇÃO DE USUÁRIOS DA TV

DIGITAL INTERATIVA ...................................................................................................... 74

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 76

Page 11: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

11

1. INTRODUÇÃO

A Televisão Digital Interativa é uma nova espécie de mídia, a qual está em crescente

difusão, em diversas partes do mundo, bem como no Brasil. Conforme Straubhaar (2004), a

tecnologia digital é baseada no sistema de processamento por computadores que converte toda

informação em sinais do tipo ligado/desligado (on/off) ou “uns e zeros” dos números binários

que são a base da linguagem de computadores. Assim como a tecnologia de CD de áudio

colhe “amostras” da onda de som e as transforma em informação digital, as câmeras de

televisão digital colhem amostras de imagens, cortando-as em milhares de pontos de luz

(pixels) e atribuindo um número para cada ponto ou pedaço. Segundo DTV (2009), essa mídia

traz consigo várias inovações tecnológicas. Dentre elas estão o desaparecimento das

distorções de imagem e som com qualidade de CD. Além disso, é possível a interação com o

usuário, ou seja, permite-se que ele faça compras pela TV sem ter que usar telefone, votar em

pesquisas, consultar o guia de programação das emissoras, realizar operações bancárias,

acessar a Internet, além de outros serviços.

O Decreto Presidencial nº. 4901, de 26 de novembro de 2003, o qual consolidou a

criação do Sistema Brasileiro de TV Digital Interativa (Decreto 4.901, 2003, apud Tome et.

al., 2008), diz que é papel dessa nova mídia “promover a inclusão social”, além de “atender

aos efetivos requisitos de nossa sociedade, considerando o perfil de renda da população e as

possibilidades abertas pela interatividade.” (Decreto 4.901, 2003, art. 1°, inciso I, apud Tome

et. al., 2008). Em outras palavras, a TV Digital Interativa deve atender a maioria dos perfis de

usuário, sem distinção, e para que isso aconteça, as interfaces a serem elaboradas para essa

mídia devem adaptar-se a eles. A sociedade brasileira abrange diversos perfis de usuário,

desde aquele desprovido de conhecimento, até aquele já bem engajado nas tecnologias atuais.

Porém. na literatura existem poucos métodos eficazes para a captura dos mesmos, os quais

possam encaixar-se no âmbito brasileiro. É importante ressaltar que não seria conveniente

basear-se em perfis de usuários de conjunturas diferentes da brasileira, pois nem todos eles

seriam atendidos. Sendo assim, a proposta deste trabalho é adaptar métodos de captura de

diferentes perfis de usuário já existentes, tanto em IHC (Interface Humano-Computador),

quanto em outras áreas para a TV Digital Interativa, a fim de gerar perfis condizentes com a

realidade brasileira, facilitando, assim, a implementação de interfaces que os atendam.

Page 12: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

12

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Propor e aplicar um método de captura de perfis de usuário para a TV Digital

Interativa.

1.1.2 Objetivos específicos

1. Identificar métodos de captura de perfis de usuário na literatura, tanto em IHC (Interface

Humano-Computador), quanto em outras áreas.

2. Propor um método, podendo fazer adaptações, combinações de um ou mais métodos

previamente estudados;

3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV Digital Interativa

Brasileira

4. Avaliar os perfis identificados através do desenvolvimento de uma interface de simulação

da TV Digital Interativa

1.1.3 . Metodologia

A elaboração do trabalho é dividida nas seguintes partes: levantamento dos métodos de

captura de perfis de usuário existentes na literatura, nas áreas de IHC e em outras;

reflexão sobre as características de cada método, de forma a verificar o que poderia ser

aproveitado para o enfoque e requisitos inerentes à TV Digital Interativa; proposta, ou

seja, reunir as características relevantes estudadas em todos os métodos, num primeiro

momento, e após isso realizar adaptações, extensões e combinações cabíveis, tendo como

resultado um método voltado para a mídia; implementação da plataforma de simulação

para confirmar o método proposto; e finalmente, a análise dos resultados, a fim de avaliar

essa confirmação.

Page 13: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

13

1.2 ORGANIZAÇÃO DO TCC

No capítulo 1 é dada uma descrição sobre o contexto do trabalho, ou seja, é

explanado o significado da TV Digital Interativa e sua importância.

No capítulo 2, é fornecido um panorama teórico dos elementos-chave para o

entendimento do trabalho: o significado de perfis de usuário e seus respectivos métodos para

sua captura. Além disso, é feita uma reflexão sobre o material existente na literatura sobre o

tema.

No capítulo 3, são dadas informações de como dividir grupos de usuários em

categorias, para melhor chegar ao perfil mais apropriado, além de ser feito um estudo sobre a

realidade do povo brasileiro frente à Internet e à Televisão, uma vez que a TV Digital

Interativa é a junção entre as duas.

O resultado de todo o estudo preliminar, ou seja, o método de captura de perfis de

usuário totalmente voltado à TV Digital Interativa brasileira situam-se nos capítulos 4 e 5.

Finalmente, as considerações finais estão no capítulo 6.

Page 14: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

14

2. PERFIS DE USUÁRIO

Neste capítulo, são discutidos os elementos-chave para o entendimento deste trabalho,

ou seja, o que significa o termo “Perfis de Usuário”, além das técnicas as quais são usadas a

fim de capturá-los. Através de um levantamento na literatura, esse tema será explanado a

seguir.

2.1 DEFINIÇÃO

Durante a interação de usuários com uma interface, são observadas diversas reações:

alguns terão mais facilidade de inteirar-se com ela, e outros não. Dessas reações, são retirados

diversos perfis, ou seja, conjuntos de características em comum dos indivíduos utilizadores da

interface, a fim de verificar se ela se molda ou não a esses usuários. A literatura traz inúmeras

definições do que esse conceito vem a ser. Kobsa (1995) sugere que um perfil de usuário é

uma coleção de informações e suposições sobre usuários individuais ou sobre grupos de

usuários, necessárias para que o sistema adapte diversos aspectos de suas funcionalidades e

interface. Conforme Brusilovsky (2001), é uma compilação de informações que descreve o

usuário, e que é usada para determinar como apresentar dados, que tipo de ajuda dar, e como

o usuário irá interagir com a interface. Segundo Oliveira, Balby e Girardi (2004), este

conceito é aplicado em sistemas, como comércio eletrônico, interfaces adaptativas, guias

turísticos, sistemas de recomendação que filtram a informação e dão sugestões aos usuários,

sistemas que customizam a interação de acordo com as preferências, metas, tarefas,

necessidades e conhecimento do usuário, sistemas tutoriais inteligentes que visam ensinar

selecionando o conteúdo, o estilo e o método, de acordo com o nível de conhecimento e as

características de cada aluno.

Há na literatura inúmeras classificações de perfis de usuário. De acordo com Kass e

Finin (1988), os perfis de usuários são classificados de acordo com as seguintes propriedades:

-Especialização, sendo genérico (refletindo as propriedades de um grupo) ou individual;

-Modificabilidade, podendo ser dinâmico (ser alterado durante o curso da interação) ou

estático; Extensão Temporal, podendo abranger os interesses de curto prazo (short-term) do

usuário, de longo prazo (long-term), ou ambos.

Page 15: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

15

Um modelo que reflete os interesses de curto prazo é formado, basicamente, pelas

informações mais recentemente coletadas, enquanto os de longo-prazo refletem as

propriedades gerais do usuário. Os modelos estáticos são essencialmente os que refletem os

interesses de longo prazo, podendo ser descritivo (descritos em uma base de dados) ou

prescritivo (sistema interpreta os comportamentos do usuário, extraindo informações para

compor o modelo).

2.2 CAPTURA DE PERFIS DE USUÁRIO

Através da captura de perfis de usuário, é possível retirar vários aspectos-chave para a

futura implementação de uma interface moldada a ele. Kass e Finin (1988) consideram quatro

aspectos relevantes: objetivos, capacidades, comportamentos, e conhecimento ou crenças.

Kobsa, Koenemann e Pohl (2002) apontam vários outros, como interesses e preferências,

metas e planos e dados que indicam o estilo de vida.

A fim de que uma interface obtenha maior sucesso, é conveniente que ela se adapte a

uma vasta gama de perfis. Assim, um maior número de indivíduos irá utilizá-la. Para que eles

sejam obtidos, existem diversas metodologias de captura as quais serão descritas a seguir.

De acordo com Abbattista (2002), os métodos de captura de perfis de usuário

envolvem a coleta das informações necessárias para a elaboração dos perfis e a representação

das informações coletadas, podendo ser descritos da seguinte forma:

Identificação dos propósitos da utilização do perfil;

Definição das propriedades que deverão compô-lo;

Escolha do formato de representação;

Definição dos dados que deverão ser coletados, métodos e técnicas utilizadas para

a coleta;

Coleta dos dados

Representação dos dados em um modelo de usuário.

Page 16: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

16

A primeira etapa deve considerar quais as tarefas desempenhadas pelo sistema, os

objetivos do usuário na sua utilização e os aspectos do sistema que serão adaptados. Em

seguida, são definidas as propriedades do perfil: Especialização, extensão temporal, tipos de

informação (interesses, preferências), entre outras. Já a próxima etapa, define-se o formato de

representação do perfil, podendo ser utilizados os seguintes formatos: Conjuntos de

preferências, predicados em lógica de primeira ordem ou grupos de predicados, planos,

árvores de decisões, redes neurais, tabelas em bases de dados ou como vetor de palavras, entre

outros. A seguir, devem ser determinados os tipos de dados os quais deverão ser coletados, de

forma que as propriedades do usuário possam ser extraídas, bem como são selecionados os

métodos e técnicas para a coleta de dados. Segundo Adomavicius e Tuzhilin (2001) e

Abbatista et al. (2002), os dados são classificados da seguinte maneira: factuais (o que o

usuário é como, por exemplo, nome, sexo, idade, preferências); transacionais (compras

efetuadas num dado período, valores gastos); navegacionais (páginas visitadas, tempo de

permanência em cada página); e demográficos (endereço, salário, ocupação). A etapa

seguinte consiste na coleta de dados propriamente dita e na representação explícita dos dados

coletados em um perfil de usuário. Johansson (2002) comenta que a utilidade de um perfil é

dependente da relevância e da exatidão da informação a qual o perfil possui, as quais estão

intimamente ligadas à coleta dos dados, a partir dos quais o perfil será produzido.

Diversos métodos para coleta de dados são apresentados na literatura, com diferentes

níveis de complexidade. Segundo Pazzani e Billsus (1997) e Papatheodorou (2001) eles são

classificados como explícitos e implícitos, os quais serão explanados a seguir.

2.2.1 Métodos Explícitos

Segundo Trojahn e Osório (2004), os métodos explícitos coletam as informações

diretamente do usuário, por exemplo, questionando-o sobre seus interesses, preferências e

necessidades. Esta modalidade de coleta é geralmente feita através de uso de formulários os

quais requisitam informações típicas, tais com sexo e ano de nascimento, e algumas

informações específicas tais como interesses e preferências. Alguns dos métodos explícitos

encontrados na literatura são os descritos a seguir:

Page 17: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

17

De acordo com Mayhew (1999), há duas maneiras de se obter um perfil de usuário, as

quais podem ser através de questionários distribuídos aos usuários ou entrevistas com

especialistas para descobrir prováveis características desses usuários. O método a seguir

propõe a ajuda de especialistas para a definição das categorias dos usuários, para então

entrevistá-los. Os passos para a sua realização são os seguintes:

1 – Determinar categorias de usuários;

2 – Definir características relevantes de cada categoria, juntamente com um modelo

de questionário feito, e com especialistas reunir tais características;

3 – Desenvolver um esboço do questionário, revisando e expandindo o modelo já

feito, de forma a adicionar e eliminar perguntas quando julgar-se apropriado, além de escrever

uma introdução explicando a proposta e os benefícios do questionário;

4 – Obter feedback da chefia/gerência do projeto;

5 – Revisar o questionário para incorporar o feedback do superior;

6 – Conduzir um questionário piloto, entrevistando uma amostra pequena de pessoas,

passando cada questão com eles, de forma a checar a clareza das palavras, perfeição,

exclusividade mútua de respostas com múltipla escolha e apropriabilidade das questões. É

conveniente usar de dois a três entrevistadores por categoria;

7 – Revisar o questionário;

8 – Selecionar uma amostra de usuários, levando em conta que o percentual deles o

qual o responderá seja suficiente para realizar a pesquisa;

9 – Distribuir os questionários;

10 – Elaborar a entrada/análise de dados com a ajuda de um computador ou

manualmente;

11 – Entrada de dados;

12 – Sumarização dos dados;

13 – Interpretação: Para que essa etapa seja bem-sucedida, é recomendável a ajuda de

um especialista em Usabilidade. Deve-se escrever um sumário, o qual forneça uma sinopse

das características-chave de cada categoria de usuário e elaborar implicações específicas para

o design da interface do usuário;

14 – Apresentar os resultados, de forma a distribuir as conclusões e implicações do

design com o formulário de sumarização dos dados como um apêndice para as partes

interessadas, incluindo pelo menos um Designer de Interface de Usuário e outros membros da

equipe, além de sumarizar os resultados oralmente, se necessário.

Page 18: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

18

Barros e Zuffo (2008) seguiram a metodologia de Mayhew (1999), e a adaptaram para

a TV Digital Interativa. Primeiramente os autores fizeram um levantamento bibliográfico a

fim de pesquisar perfis existentes em outros países. Desse levantamento, foram gerados os

seguintes perfis iniciais: masculino adulto, boa familiaridade com tecnologia, interesse em

esportes e feminino adulto, sem aversão nem interesse pela tecnologia, com pouco tempo e

atenção dividida. Após essa etapa esses perfis foram melhorados, ou adaptados, através de um

estudo da população brasileira, e de outros países. O resultado obtido foi:

Torcedor Antenado: Adulto, essencialmente masculino, boa familiaridade com tecnologia

e interesse específico em esportes;

Mãe Ocupada: Adulto, feminino, indiferença pela tecnologia e atenção dispersa entre

muitas atividades; Meia Idade com Ajuda: Acima de cinquenta anos de idade,

necessitando de óculos para curta distância, pouca familiaridade com a tecnologia, mas

possibilidade de ajuda de parente ou amigo;

Torcedor com Baixa Alfabetização: Adulto, masculino, tem aversão à tecnologia e desiste,

caso encontre obstáculos.

A partir dos modelos postulados, então, foi preparado um questionário levando em

conta cinco categorias de características: conhecimento e experiência, hábitos de uso e tarefas,

características físicas, psicológicas e contextos sociais. Esse quastionários foi aplicado por

especialistas, cujas respostas foram tabuladas a fim de que se extraíssem os dados relevantes

de cada modelo. Esse estudo, portanto, teve como resultado perfis de usuários validados por

especialistas, os quais são:

Torcedor Antenado: Público essencialmente masculino, adulto, com boa escolaridade, boa

familiaridade com a tecnologia e um interesse específico em esportes. Procuram a TV

para entretenimento com objetivo bem definido e alta motivação. Têm um perfil

competitivo e gostam de se sentir no controle da situação. No caso brasileiro, este modelo

pertence às classes sociais A e B.

Mãe Ocupada: Público feminino, adulto, com boa escolaridade, sem interesse na

tecnologia, com foco voltado para o conteúdo e atenção dispersa em múltiplas atividades

simultâneas. Quando estão assistindo à TV em grupo costumam assumir uma postura de

usuários secundários, tanto com público masculino quanto infantil. No caso brasileiro,

este modelo também pertence às classes sociais A e B.

Meia Idade com Ajuda: Público com idade acima de 50 anos que apresenta certa

insegurança frente à utilização de novas tecnologias, e prefere utilizar tecnologias já

Page 19: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

19

aprendidas. No entanto, passa a utilizar novas tecnologias quando não têm outra opção ou

quando apresentam alguma grande vantagem frente a tecnologias antigas. Nestes casos,

para aprender a utilizar a nova tecnologia, ou quando encontra alguma dificuldade, recorre

a amigos, parentes ou a suporte técnico e procura solucionar o problema.

Torcedor com Baixa Alfabetização: Público essencialmente masculino, adulto, com um

interesse específico em esportes e alta motivação, mas baixa escolaridade e muito pouca

familiaridade com a tecnologia. É um público contrastante com o Torcedor Antenado,

pois tem interesses e objetivos similares, mas vê a tecnologia como um obstáculo e não

um facilitador. Esta classificação, de acordo com Instituto Montenegro (2005, apud Barros

e Zuffo, 2008) engloba 40% da população brasileira, e pertencem às classes sociais C, D e

E. Eronen (2001) fez um estudo para revelar dados específicos no que diz respeito às

expectativas e preferências de usuários quanto à TV Digital Interativa na Finlândia. Nesse

estudo, foram feitas gravações de entrevistas com 21 pessoas, sendo que cada sessão de

gravações havia de três a seis pessoas e dois entrevistadores. Em cada sessão, foram

apresentadas figuras de protótipos de interfaces de TV Digital Interativa, com o propósito

de provocar um debate entre os estudantes. O resultado desse estudo foi a geração dos

seguintes perfis de usuários: Pioneiros (Pioneers): São os jovens, apreciam prosperidade,

viagens, aventuras, jogos, compras, música, e a busca por excitação. A idade média desse

perfil é de 21 anos. Quase a metade deles são estudantes e querem possuir sempre os

aparelhos eletrônicos de entretenimento mais atual possível. Os Pioneiros são homens e

27% deles vivem nas capitais. Muitos ainda moram com seus pais. 88% deles possuem

acesso à Internet, 67% possuem computador em casa e 42% usam a Internet buscando

entretenimento, para conversar e jogar.

Ambiciosos (High-Fliers): São adultos jovens, no inicio de suas carreiras, e que se sentem

realizadas com seu trabalho. Para eles, a coisa mais importante de sua vida é a carreira. A

idade média desse perfil é de 29 anos. 27% dos Ambiciosos são formados por pessoas no

início de carreira, ou que estão no ensino médio. São pessoas totalmente orientadas à

tecnologia, sendo que mais da metade delas acessam sua conta bancária via Internet, e

lêem bastantes revistas sobre economia e informática. Possuem vários aparelhos

eletrônicos em casa, porém não necessariamente são os mais atuais. Possuem uma posição

superior na sociedade, viajam muito, frequentam concertos, óperas, ouvem bastante

música, e utilizam frequentemente o computador. 94% dos ambiciosos possuem acesso à

Internet e 78% deles possuem computador em casa. 28% deles já fizeram compras pela

Internet.Amantes do Conforto (Comfort-Lovers): Acham importante passar o tempo livre

Page 20: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

20

com a família e os filhos. Sua idade média é de 36 anos. Consomem fitas de vídeo e TV

por assinatura. A tecnologia faz com que vivam confortavelmente e sua principal razão

para usar o computador doméstico é o entretenimento. 79% dos Amantes do Conforto

possuem acesso à Internet, 76% possuem computador em casa e 43% possuem vídeo-

game.

No trabalho de Guerin e Jacks (1998), consta que foi realizada uma pesquisa pelo

Instituto Datafolha em 1995 nos períodos de 20 a 29 de junho e 16 a 18 de julho, nas

cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, com o intuito de traçar o perfil do assinante das

Nets Rio e São Paulo e seus hábitos de audiência. A técnica utilizada foi a abordagem

telefônica através de uma amostra aleatória simples com base nos cadastros de assinantes.

Foram pesquisados 2.030 domicílios no Rio de Janeiro e 2.076 domicílios em São Paulo.

A checagem posterior foi da mesma forma, através do telefone. Naquela época, o total de

assinantes Net (Rio e São Paulo) era de 137.444 e a mostra pesquisada representaria

menos de 3% do total de assinantes da Net. Os resultados mostram que a maioria são

homens, o que representava 72% da amostra. Dos entrevistados, 79% trabalhavam, 77%

eram chefes de família e a idade média era de 47 anos. Com estes dados o Instituto

Datafolha traçou as principais características de assinantes de TV fechada. O total de

entrevistados residentes nos domicílios assinantes foi de 13.874 pessoas, tendo igual

proporção de homens (49%) e mulheres (51%), divididos entre as faixa etária de menos de

2 anos (1%), de 2 a 9 anos (8%), de 10 a 14 anos (7%), de 15 a 19 anos (10%), de 20 a 24

anos (9%), de 25 a 29 anos (6%), de 30 a 39 anos (15%) e 49 ou mais (44%). Do total,

55% possuíam nível de escolaridade superior, 23% tinham o Ensino Médio e 23 %

cursaram até o Ensino Fundamental. Ficou concluído quanto ao perfil do assinante da Net,

que o universo é altamente qualificado: 94% pertencem as classes AB,e a renda familiar

média é de 53.2 salários mínimos por mês, sendo que, 9% tinham renda superior a 80

salários mínimos por mês. Para saber quanto tempo o telespectador assinante permanece

frente à TV, a amostra foi dividida entre as categorias "heavy" (pesados) , "medium"

(médios), "light" (leves) e "eventual" Os que se enquadravam na categoria "heavy" eram

compostos por um público infantil e tendia a aumentar entre os moradores de domicílios

menores (1 a 2 moradores). Na classificação "medium" (12%), a amostra foi composta

mais por adultos (20 a 29 anos), mais qualificada - tanto em termos de classe quanto de

escolaridade – aumentando entre os domicílios maiores e entre os que trabalham. Os que

pertenciam à categoria "light" (10%) encontravam-se entre um público

predominantemente feminino, adulto (20 a 29 anos), aumentando com a classe e entre os

Page 21: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

21

residentes de domicílios maiores. Dos restantes, 1% pertencia à categoria eventual e 5%

não assistiam.

2.2.2 Métodos Implícitos

Segundo Trojahn e Osório (2004), os métodos implícitos inferem informações dos

usuários através do monitoramento do comportamento durante a interação com o sistema.

Estes métodos compreendem, geralmente, a coleta dos dados do tipo navegacionais e

transacionais, através das seguintes verificações: histórico da navegação do usuário;

transações efetuadas; páginas impressas, salvas ou adicionadas à lista de favoritos; e registro

das palavras-chave utilizadas em sistemas de busca. A seguir são descritos alguns dos

métodos implícitos existentes para a captura de perfis de usuários.

Eronen (2001) diz que observar o comportamento da família é um exemplo de método

implícito para se extrair o perfil dos usuários de TV Digital Interativa. Segundo esse autor,

estudos etnográficos feitos com a TV Digital Interativa localizada em ambientes domésticos,

concluíram que ela estará integrada com as interações já existentes nos lares, pois os membros

da família orientam seu comportamento um ao outro fazendo, por exemplo, julgamentos sobre

quem está ocupado e não deve ser incomodado, ou quem está descansando e monopolizando a

TV ou o rádio. Assim, o ambiente doméstico e as rotinas criam “grupos de comportamento”.

O estudo também revelou que as famílias passam a maior parte do tempo em espaços

coletivos ou naqueles que há o comando/controle de alguém, os quais podem ser a sala de

estar ou a cozinha.

Segundo Allen (1997), um método explícito de extração do perfil de usuários é através

de uma gravação inoportuna de preferências de filmes, a qual poderia coletar informações de

um set-top box1 de quais filmes a pessoa assistiu, e por quanto tempo. Adicionalmente,

afirmações são necessárias para interpretar essa espécie de dados. Não é seguro assumir que

um usuário assiste à televisão a todo tempo, assim a quantidade de vídeo a qual é mostrada na

tela não é uma medida precisa do interesse do usuário naquele material. Por outro lado,

Morita e Shinoda (1994) acharam uma correlação positiva entre a quantidade de tempo e a

taxa de interesse.

1 Set-top box: Aparelho o qual conecta o televisor à uma fonte externa de sinal, e o transforma em conteúdo que

pode ser apresentado na tela.

Page 22: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

22

2.2.3 Esquema de Cassetti e di Chio (1999)

Para o melhor entendimento da diferenciação de métodos implícitos e explícitos,

mostra-se um esquema desenvolvido por Cassetti e di Chio (1999), o qual são expostas as

áreas consideradas as mais importantes do estudo televisivo que se aplicam atualmente com a

meta de se obter perfis dos espectadores. Cada âmbito foi classificado segundo o seu objetivo

de análise, os instrumentos que utiliza, a operação metodológica prevalecente, e as diversas

modalidades que assume. Por fim, foi adicionada à parte uma classificação de cada

metodologia, ou seja, se o método em questão é implícito ou explícito. O quadro 1 abaixo

ilustra esse esquema:

ÁREA OBJETO INSTRUMENTOS OPERAÇÃO MODALIDADES CLASSIFICAÇÃO

Medição de

audiência

Quantidade e

composição do

público

Audímetro, diários de

consumo, indicadores e

scanner

Registrar Investigações mediante

audímetro

Implícito

Estudo de

Atitudes

Percepções, reações

relativas ao que se

assiste na TV

Questionário, escalas de

atitudes

Perguntar Enquetes e sondagens

psico-sociais

Explícito

Medição de

Apreciação

Apreciação de um

programa

Questionário, escalas de

valoração

Perguntar Medições quantitativas

de índice de aceitação

Explícito

Estudo de

Motivações

Necessidades

vivenciais, razões

profundas de

consumo

Entrevista clínica, testes

projetivos

Perguntar,

relacionar

Investigações de

motivações,

investigações criativas

Explícito

Análise

Mutivalorada

Percepção e

valoração dos

espectadores

Técnicas estatísticas

multivaloradas

Relacionar Teste de reação imediata Implícito

Etnografia do

consumo

Modalidades,

formas, tipos de

consumo

Observação participante,

diálogo, entrevista

profunda

Observar Etnografias do consumo,

histórias de vida

Implícito

Análise de

Conteúdo

Conteúdos

transmitidos pela

TV

Fichas de identificação,

pacotes informáticos

Realizar um

inventário

Análise de conteúdo Implícito

Análise de

Textos

Televisivos

Aspectos

linguísticos,

estratégias textuais

dos programas

Fichas de identificação,

categorias de análise

Compor e

descompor

Análise textual Implícito

Estudos

Culturais

Relação entre TV e

sociedade, formas

culturais, funções

ideológicas

Categorias de análise,

paradigmas

interpretativos

Relacionar Análise das funções

sociais dos meios,

análise de ideologia

Implícito

Quadro 1: Esquema de Análise Televisiva

Fonte: Cassetti e di Chio (1999)

Page 23: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

23

2.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Pretendeu-se fornecer, neste capítulo todo um embasamento técnico a fim de que se

pudesse entender o caminho traçado por esse trabalho, através do estudo dos perfis de usuário

e as metodologias para se chegar a ele.

Como foi possível entender, o termo “Perfil de Usuário”, que é usado em vários

momentos nos próximos capítulos, significa um conjunto de características-chave do usuário,

as quais são essenciais para a construção de uma interface voltada a ele. Um exemplo de perfil

pode ser: “Sexo masculino, 23 anos, assiste televisão de 2 a 4 horas por dia, e utiliza o

computador mais de 6 horas diárias.”

Existem diversos métodos de geração desse perfil. De acordo com que foi possível

estudar, pode-se dividi-los em explícitos e implícitos. Os explícitos são aqueles nos quais se

necessita da presença do usuário para a geração do perfil. São métodos mais precisos, pois os

dados necessários são retirados diretamente da “fonte”, a pessoa mais interessada pela

interface, isto é, o próprio usuário. Por outro lado, depende-se de sua disponibilidade e

vontade de contribuir para a construção do perfil. Já os implícitos são aqueles os quais não

necessariamente precisam da presença do usuário. Os dados sobre ele podem ser retirados à

distância, através, por exemplo, da observação de seu comportamento. Eles não garantem

tanta precisão quanto o outro, porém ele é mais flexível, não dependendo tanto da

disponibilidade do usuário.

Foram encontrados vários métodos implícitos e explícitos para a extração de perfis de

usuários, porém foram encontrados materiais mais consistentes no que se refere aos métodos

explícitos. Uma conclusão preliminar mostra que os métodos explícitos são menos custosos

de serem aplicados e mais eficazes do que os implícitos.

Os materiais pesquisados que merecem uma especial atenção é o quadro com métodos

de captura de perfis de Cassetti e di Chio (1999), a pesquisa para traçar o perfil dos assinantes

da TV paga contida no trabalho de Guerin e Jacks (1998),e a geração de perfis de assinantes

de TV Digital Interativa de Eronen (2001). O primeiro dispõe de várias maneiras de se retirar

o perfil de usuário na área da televisão, o qual é o foco desse trabalho. Através da análise

desse material, ficou mais claro entender a diferenciação entre métodos implícitos e

explícitos. Além disso, ele fornece uma ideia de qual método se basear para a realização da

proposta desse trabalho. À primeira vista, os métodos julgados mais interessantes foram

“Medição de Apreciação” e “Etnografia”, devido à maior facilidade de aplicação. (A

Etnografia destaca-se mais, pois foi citada tanto por Eronen (2001), quanto por Cassetti e di

Page 24: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

24

Chio (1999). Barros e Zuffo também a fizeram, a fim de descobrir os perfis preliminares.) O

segundo trabalho se relaciona de maneira expressiva com o escopo desse trabalho. O aspecto

que chamou mais atenção foi a categorização dos assinantes, com o intuito de facilitar a

identificação dos perfis. Os métodos de Eronen (2001) também ficam em evidência, pois se

relacionam com a TV Digital Interativa, e também pelo alto grau de detalhamento dos perfis

gerados.

Baseando-se em Cassetti e di Chio (1999), o quadro 2 abaixo resume os principais

aspectos abordados nos métodos de captura de perfis pesquisados, destacando a área de

aplicação dos métodos , a finalidade do método , como ele é feito, e através de quais

instrumentos, e finalmente sua classificação do método. O próximo capítulo discute como

dividir perfis com características semelhantes em categorias.

Quadro 2: Resumo dos métodos pesquisados

AUTOR ÁREA OBJETO INSTRUMENTOS OPERAÇÃO CLASSIFICAÇÃO

Eronen

(2001)

Estudo etnográfico

em ambientes

domésticos

Verificar

comportamento

da família

Gravações voz/vídeo Observar Implícito

Allen

(1997)

Descoberta de

preferências

Retirar

preferências

através de set-top

box

Gravações, set-top

box

Visualizar,

interpretar

Implícito

Mayhew

(1999)

Desenvolvimento

questionário/validaç

ão com especialistas

Seguir passos de

desenvolvimento

de questionário,

entrevista e

validação

Questionário,

entrevistas

Entrevistar, discutir Explícito

Barros e

Zuffo

(2008)

Pesquisa de perfis

de outros países

Pesquisar perfis

de outros países e

adaptar ao Brasil

Entrevistas,

questionários

Pesquisar,

entrevistar

Explícito

Guerin e

Jacks

(1998)

Pesquisa de

Audiência

Descobrir hábitos

audiência TV

paga

Telefone Perguntar,

relacionar,

categorizar

usuários

Explícito

Eronen

(2001)

Geração de perfis

através de

entrevistas

Através de

debates,

gravações,

descobrir perfil

do espectador de

TV Digital

Interativa

Gravações Debater, entrevistar Explícito

Page 25: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

25

3. DETERMINANDO CATEGORIAS DE USUÁRIOS

Conforme pôde se observar nos métodos de captura de perfis de usuário apresentados

no capítulo anterior, a maioria deles parte de uma categorização prévia dos usuários. Assim,

entende-se que é necessário preliminarmente dividir os usuários em categorias, fazendo assim

o estudo de grupos de usuários com perfis semelhantes. Com esse objetivo, esse capítulo

descreve como os usuários são classificados em categorias .

3.1 USUÁRIOS DE TELEVISÃO

Masthoff (2002) propõe alguns métodos estatísticos simples, aplicáveis à instrução

adaptativa, os quais capturam perfis de grupos de usuários de televisão convencional, no qual

são selecionados três usuários os quais darão conceitos de zero a dez a dez gêneros

televisivos, ou seja, esses conceitos medirão as preferências dos usuários em relação aos

gêneros. Todos esses dados são dispostos através de uma tabela, e interpretados através de

diversos métodos, os quais serão detalhados mais à frente. O resultado final é uma “Lista do

Grupo”, a qual consiste num vetor de gêneros, ordenados pela preferência do grupo. Aqueles

mais “populares” vêm primeiro, e os não tão populares, depois. Gêneros com resultados

iguais estão entre parênteses. Esclarece-se melhor tudo isso através dos métodos de

interpretação dos dados propostos por Mashtoff (2002), detalhados a seguir.

Método da Soma: É uma lista de classificações com a soma das classificações individuais.

Os itens são selecionados baseando-se na sua classificação na lista, ou seja, o maior vem

primeiro. A tabela 1 ilustra o método. Ressalta-se que para se chegar à “Lista do grupo”

indicada na tabela em “Resultado”, os valores gerados pela soma de cada grupo foram

ordenados decrescentemente, e os valores iguais foram colocados entre parênteses. Por

fim, os números foram trocados pelas letras correspondentes ao grupo.

Page 26: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

26

Tabela 1: Método da Soma/Média

A B C D E F G H I J

John 10 4 3 6 10 9 6 8 10 8

Adam 1 9 8 9 7 9 6 9 3 8

Mary 10 5 2 7 9 8 5 6 7 6

Soma do

Grupo 21 18 13 22 26 26 17 23 20 22

.Resultado: (E, F), H, (D, J), A, I, B, G, C.

Fonte: Mashtoff, 2002

Método da Mínima Miséria: É uma lista de classificações com o mínimo das

classificações individuais, ou seja, é retirado o mínimo conceito para gerar a lista. A tabela

2 ilustra o método. Ressalta-se que para se chegar à “Lista do grupo” indicada na tabela

em “Resultado”, os valores gerados pela pontuação mínima de cada grupo foram

ordenados decrescentemente, e os valores iguais foram colocados entre parênteses. Por

fim, os números foram trocados pelas letras correspondentes ao grupo.

Tabela 2 : Método da Mínima Miséria

A B C D E F G H I J

André 10 4 3 6 10 9 6 8 10 8

Beatriz 1 9 8 9 7 9 6 9 3 8

Carmen 10 5 2 7 9 8 5 6 7 6

Valor

Mínimo do

Grupo 1 4 2 6 7 8 5 6 3 6

Resultado: F, E, (H, J, D), G, B, I, C, A

Fonte: Mashtoff, 2002

Método do Maior Prazer: É uma lista de classificações com o máximo das classificações

individuais, ou seja, ou seja, é retirado o máximo conceito para gerar a lista. A tabela 3

ilustra o método. Ressalta-se que para se chegar à “Lista do grupo” indicada na tabela em

Page 27: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

27

“Resultado”, os valores gerados pela pontuação máxima de cada grupo foram ordenados

decrescentemente, e os valores iguais foram colocados entre parênteses. Por fim, os

números foram trocados pelas letras correspondentes ao grupo.

Tabela 3 - Método do Maior Prazer

A B C D E F G H I J

André 10 4 3 6 10 9 6 8 10 8

Beatriz 1 9 8 9 7 9 6 9 3 8

Carmen 10 5 2 7 9 8 5 6 7 6

Grupo 10 9 8 9 10 9 6 9 10 8

Resultado: (A, E, I), (B, D, F, H), (C, J), G

Fonte: Mashtoff, 2002

Vale acrescentar que a pesquisa desse autor ainda está em desenvolvimento, e trabalhos

futuros contam com as seguintes extensões:

Ao invés de pedir a um usuário selecionar um conjunto de itens para um grupo, vai-se

pedir a grupos de usuário para definir uma seleção para outro grupo;

Ao invés de pedir a um usuário para selecionar um conjunto de itens para um grupo, vai-

se pedir a grupos de usuários (cada um atuando como espectador) para negociar uma

seleção para seu grupo, usando as classificações de preferência individuais dadas;

Diferentes variações dos cenários podem ser exploradas, como a hora do dia (as crianças

vêem mais TV durante o dia, e os adultos, de noite), ocasiões especiais, entre outras.

3.2 TESTE DE USABILIDADE EM APLICAÇÃO DE TV DIGITAL

Oliveira, Queiroz-Neto e Maeta (2007) fizeram testes com usuários a fim de avaliar a

usabilidade em uma aplicação interativa de TV Digital. Para isso, necessitaram definir um

publico alvo, dividindo-o e o balanceando-o conforme os critérios relacionados abaixo:

• Faixa etária: pessoas jovens aceitam com mais facilidade novas características e

também se habituam rapidamente a fazer uso de novas tecnologias. Os idosos já apresentam

maior resistência às novidades introduzidas nos aparelhos eletro-eletrônicos;

• Grau de escolaridade: quanto maior o grau de escolaridade maior a facilidade de

utilizar produtos tecnológicos e menores o temor de experimentar novas tecnologias;

Page 28: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

28

• Poder aquisitivo: pessoas com poder aquisitivo mais elevado têm acesso a

computadores, Internet e TV a cabo. Este tipo de usuário está mais habituado a utilizar um

novo equipamento e já possui uma série de conceitos de como utilizar esse tipo de interface.

Ainda segundo esses autores, levar em consideração todas as combinações possíveis

dessas possíveis categorias produz um número muito grande de classes a serem analisadas e,

consequentemente, um número muito grande de usuários a serem entrevistados. É necessário

realizar algumas simplificações ou generalizações para tornar o número de classes menor e

mais gerenciável. Uma simplificação que pode ser adotada é remover a categoria relacionada

ao poder aquisitivo, pois ela está fortemente relacionada ao grau de escolaridade. Outra

simplificação que pode ser adotada é com relação ao grau de escolaridade. Como o percentual

de pessoas com nível superior no país é relativamente pequeno, este grupo pode ser unido ao

grupo de usuários com escolaridade imediatamente abaixo.

3.3 EXPLORANDO NECESSIDADES DE ESPECTADORES DE TV DIGITAL

Livaditi et al. (2003) realizaram um estudo cuja meta foi explorar as necessidades das

pessoas no que se refere ao uso da TV Digital Interativa. O objetivo dessa pesquisa foi

examinar qual das duas principais categorias de necessidades é a predominante ao assistir à

televisão: ritualizadas ou instrumentais. O uso ritualizado da mídia significa usá-la por

passatempo ou diversão, enquanto o uso instrumental é mais focado a uma meta específica,

como conseguir uma informação específica.

O instrumento usado para coleta de dados foi um questionário baseado nas escalas de

medida de usos e gratificações2: entreteinimento/companhia, descanso, informação,

conhecimento e utilidade. Os entrevistados responderam 24 questões, nas quais classificaram

suas preferências de como usam a TV Digital Interativa, de acordo com essas categorias de

uso da mídia supracitadas através de uma escala de Likert de 5 pontos, variando de “discordo

totalmente” a “concordo totalmente”. Foram entrevistadas 68 pessoas, sendo eles funcionários

e acadêmicos da Universidade de Atenas, Grécia. Nesse questionário, também foram

levantadas características demográficas, tais como: Sexo, idade, nível de escolaridade, estado

civil, número de filhos menores de 18 anos, profissão e área de residência. Além disso, duas

variáveis quanto ao uso da TV Digital Interativa, que são o número de horas semanais e por

2 A teoria de usos e gratificações estuda o modo que as pessoas utilizam uma mídia em geral. Nesse caso, a

televisão.

Page 29: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

29

final de semana dedicados ao uso da mídia. Por fim, os entrevistados foram categorizados de

acordo com o grau de escolaridade.

3.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Antes de fazer a reflexão final sobre esse capítulo, deve-se esclarecer que os métodos de

identificação de categorias de usuários estudados não geram perfis de usuários propriamente

ditos. A categorização apenas facilita o gerenciamento de grupos de usuários com perfis

semelhantes. Portanto, entende-se que os usuários inseridos numa mesma categoria possuem

perfis aproximados. Os perfis de usuários variam muito de indivíduo para indivíduo,

representando atributos muito particulares, o que seria difícil de gerenciar. Sendo assim,

entende-se que é mais fácil agrupar os usuários em categorias do que gerar perfis individuais.

Como foi possível notar, existem duas modalidades de categorização de usuários,

quantitativamente, e qualitativamente. A primeira modalidade usa métodos estatísticos para

extrair o perfil, como o de Mashtoff (2002), o qual modela grupos de usuário para televisão

aberta, através da média de notas, a nota mínima e máxima de cada usuário sobre cada gênero

televisivo. A segunda modalidade apenas retira características particulares de cada usuário.

Oliveira, Queiroz e Maeta (2007) e Livalditi (2003) estabeleceram algumas variáveis como

idade, grau de escolaridade e poder aquisitivo para retirar informações dos entrevistados.

Percebeu-se, também, que em ambas as modalidades foi utilizado um questionário como um

instrumento de coleta de dados.

O capítulo a seguir descreve a aplicação de tudo o que foi estudado até agora, ou seja,

a proposta de captura de perfis de usuários de TV Digital Interativa é apresentada. Esse

método é dividido em duas partes, sendo uma explícita, que consiste na elaboração e

aplicação de um questionário, e categorização de usuários, e uma outra implícita, que envolve

testes com usuários numa plataforma de simulação da TV Digital Interativa.

Page 30: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

30

4. FASE EXPLÍCITA DO MÉTODO DE CAPTURA DE PERFIL DE USUÁRIO

Esse presente capítulo e o próximo tratam da proposta de método de captura de perfis de

usuários de TV Digital Interativa, o qual é dividido em duas fases, explícita e implícita.

Especificamente, esse capítulo se dedica à apresentação da fase explícita do método. Nessa

fase, retiram-se informações diretamente do usuário, conforme discutido anteriormente. Nela,

há a elaboração de um questionário, e sua aplicação a um grupo de entrevistados. A finalidade

desse questionário serviu como um meio de geração de categorias iniciais de usuários.

Antes da confecção do questionário propriamente dita, foi feito um estudo etnográfico

para proporcionar um panorama sobre quais são os gêneros televisivos e tipos de páginas de

Internet mais acessadas pelo público brasileiro. Além disso, é elaborado um questionário para

descobrir o quanto as pessoas assistem a esses gêneros e acessam a essas páginas. Essas duas

etapas deram subsídios para categorizar os usuários. Tudo isso é tratado com mais minúcia a

seguir:

4.1 ESTUDO ETNOGRÁFICO

Muitos dos autores pesquisados no capítulo 2, tais como Eronen (2001) e Cassetti

e di Chio (1999) afirmam que o estudo etnográfico é uma maneira de descobrir hábitos e

preferências dos espectadores de televisão. No que se refere à TV Digital Interativa,

Chorianopoulos e Spinellis (2002) dizem que o estudo etnográfico visa possibilitar que seus

aplicativos suportem tanto a sua utilização por um grupo de usuários quanto à utilização por

um indivíduo apenas. Sendo assim, foi realizado um estudo de todo o provável público da TV

Digital Interativa no Brasil, os quais são os consumidores de Internet e televisão

convencional. Esse público foi estudado de acordo com a idade das pessoas, ou seja, crianças,

adolescentes, adultos (homens e mulheres) e idosos.

No que se refere ao público infantil perante a televisão, Pereira et al. (1998) afirmam

que há uma espécie de “mistura” de programas dirigidos à infância com programas de grande

audiência dirigidos a adultos. As crianças menores (até aos 6 anos) parecem preferir os

programas que são produzidos e emitidos para a infância (o que não acontece tanto com

crianças entre os 10-12 anos que vêem menos programas para a infância e mais programas

para adultos). Gaíva e Ferriani (2001) afirmam que 93% das crianças, independentemente do

sexo, raça ou classes sociais, assistem à televisão diariamente. Os mesmos autores também

afirmam que elas costumam assistir às novelas, os desenhos animados e aos programas

Page 31: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

31

infantis. No que se refere à Internet, Arribas e Islas (2008) afirmam que conforme um estudo

recente, realizado em colaboração com a Fundação Telefónica, a Universidade de Navarra

(Espanha) e Educacred intitulada “A Geração Interativa Iberoamericana Crianças e

adolescentes frente às telas: Desafios educativos e sociais”, no qual foram entrevistados vinte

e duas mil crianças e adolescentes em sete países latinoamericanos (Argentina, Brasil, Chile,

Colômbia, México, Peru e Venezuela) , cuja proposta seria analisar o que fazem as crianças e

os adolescentes dessa tecnologia, 42% das crianças iberoamericanas de 11 anos revelaram que

preferem a Internet à televisão, e que estar desconectados dela significa “estarem mortos”

socialmente falando. Além disso, essa pesquisa revelou que os conteúdos mais visitados pelas

crianças são relativos ao ócio (músicas, jogos, humor, esportes), à educação e cultura

(desenvolvimento de tarefas escolares), conteúdos qualificados a adultos e outros conteúdos

não classificáveis. Os resultados revelaram que as crianças iberoamericanas visitam,

sobretudo, aquelas páginas que proporcionam experiências de ócio. A busca do

entretenimento através do consumo de conteúdos relacionados com o ócio está fortemente

contraposto com a possibilidade de se encontrar na rede uma fonte de conhecimentos

educativos e culturais (apenas duas em cada dez crianças o fazem). Além disso, a idade e o

sexo determinam o tipo de páginas que visitam dentro de cada bloco de conteúdos. Assim, as

crianças mais novas preferem buscar conteúdos relacionados com jogos e o acesso a outros

conteúdos de ócio aumenta com a idade. E quanto ao sexo, as meninas preferem os conteúdos

musicais, enquanto os meninos preferem os conteúdos de esportes e relacionados com

software e informática, assim como todo aquele que esteja relacionado com o humor. Por

outro lado, os conteúdos cuja preferência de acesso não está afetada em função do gênero dos

usuários são as notícias, concursos e programas de televisão.

Pereira et al. (2005) realizaram um estudo cujo intuito seria o de pesquisar a interação

entre jovens e adolescentes com as novas mídias que utilizam os aparelhos de tela (além dos

acessórios e derivados desses aparelhos) nos seus espaços de convivência e relacionamentos,

como a família, escola e os grupos de amigos. No caso do Brasil, o trabalho foi desenvolvido

na cidade do Rio de Janeiro, envolvendo 949 jovens, com idades entre 11 e 17 anos, de cinco

escolas do município. No que se refere aos gêneros televisivos mais assistidos, a preferência

dos adolescentes é, sem dúvida, a teledramaturgia, citada por 62% dos respondentes. Este

formato foi o mais citado por ambos os sexos, mas, ainda assim, as meninas o citaram com

muito mais freqüência.

A subcategoria mais citada foi a de novelas (37,3%, em que as meninas compõem a

maioria) e Malhação (novela direcionada ao público juvenil) com 25,9%, compostos

Page 32: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

32

principalmente por meninos. No caso da teledramaturgia ocorreram muitos casos de respostas

múltiplas (26,8%) – onde mais de uma subcategoria é citada. A segunda preferência em

formato de programação televisiva é o de programas infantis, citados por 33,3% dos

adolescentes, e mais freqüentemente pelos meninos. E dentro desta categoria os desenhos

animados são os mais citados (74,4%) com larga vantagem sobre os demais. Em terceiro lugar

estão os programas de variedades, citados como um dos preferidos por 28,5% dos

respondentes. Nessa amostra, a maior parte do público deste tipo de programa é feminina. As

subcategorias mais citadas foram os programas de auditório (29,2% com maioria feminina),

programas de perguntas e respostas (17,2%) e programas de games (12,4% majoritariamente

compostos por meninos). Em seqüência aparecem os reality shows (21,6%), filmes (20,1%) e

programas jornalísticos (18,3%), clipes musicais com 14,9%, na maioria meninas; os de

esportes, com 13,8%, compostos quase que exclusivamente por meninos. Programas

humorísticos são citados por 10,9% de nossa amostra, e finalmente os eróticos, com 2% e de

maioria masculina.

Conforme Gonzaga (2006), no que se diz respeito aos tipos de páginas de Internet

visitadas por adolescentes são de enciclopédias, notícias, acesso a bibliotecas e outros

materiais com algum valor. Além disso, os adolescentes utilizam a Internet para comunicação

com amigos, jogar, escrever blogs, entre outros. Os blogs merecem uma atenção especial, por

ser rico em atitude e linguagem adolescente. A difusão da Internet assim como o avanço

tecnológico possibilitaram que muitos adolescentes começassem a escrever neles seus diários

online, passando assim, dos diários e agendas tradicionais a páginas online, que podem ser

acessadas livremente. Muitos adolescentes expõem uma parte de suas vidas nesse espaço

cibernético, escrevendo seu perfil, poesias, pensamentos, protestos, colocando fotos,

esperando os comentários de quem os lê. Estes adolescentes criaram linguagem característica

compartilhada por outros adolescentes para a escrita nos blogs numa forma de comunicação

contemporânea própria. Sem sombra de dúvida a Internet tem facilitado a vida dos

adolescentes, possibilitando que em um reduzido espaço de tempo, sem sair de casa, com

conforto e segurança tenha em suas mãos o que procura, seja em seu convívio social, seja em

seu lazer e entretenimento ou em qualquer outra informação que se fizer necessária a eles.

Para explorar o tema “hábitos de consumo de televisão, preferências e opiniões sobre a

Page 33: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

33

programação”, Tondato (2009) realizou um estudo através de um questionário realizado junto

a uma amostra de 418 pessoas adultas nas cidades de Santo André, São Bernardo do Campo e

São Caetano do Sul, localizadas na região do ABC Paulista. No que se refere à audiência

televisiva por gênero, os telejornais, filmes, telenovelas e esportes são os gêneros de

programas preferidos dos entrevistados, sendo que telejornais são os mais assistidos (74,6%),

seguido pelas telenovelas, com 38,6% e 34,5% para esportes. Especificamente, as mulheres

preferem novelas (58,44%) e os homens preferem esportes (62,3%). Outros gêneros em que

há diferenciação de preferência são programas de fofocas, preferidos pelas mulheres (20,35%)

e humorísticos, preferidos pelos homens (20,22%).

Quanto ao uso da Internet pelos adultos, Schneider (2005) afirma que há várias

diferenças entre homens e mulheres. Os quesitos nos quais existe diferença são os que

seguem:

Informação x Comunicação: Homens usam e valorizam aspectos ligados à comunicação.

Mulheres dão mais valor ao uso na relação com parentes e amigos.

Assuntos diferentes: Homens e mulheres possuem assuntos de interesse diferentes.

Mulheres buscam informações relacionadas à saúde, estética, culinária, animais de

estimação e religião. Homens buscam mais informações sobre informática e tecnologia,

esportes, ciência.

Música: Homens baixam músicas e se interessam mais sobre o assunto. As mulheres

ouvem mais rádios online.

Chats: Homens parecem ser maioria e utilizam fins absolutamente sexuais. Costumam

interagir com mais de uma mulher ao mesmo tempo e tomam a iniciativa do contato.

Compras: Mulheres parecem ter mais preocupação com a segurança e tendem a utilizar

menos a Internet para compras, ainda que a utilizem bastante para produtos e serviços.

Quanto aos gêneros televisivos assistidos por idosos, Acosta-Orjuela (2001), afirma que

eles tendem a preferir programas de conteúdo informativo, como notícias, programas sobre

assuntos da comunidade, assuntos públicos, documentários, enquanto diminui seu consumo

de programas de drama e ficção. Goodman (1990, apud Acosta-Orjuela,2001) acrescenta que

depois do conteúdo informativo, os idosos de sexo masculino preferem programas de esporte,

enquanto as mulheres escolhem programas educativos como segunda opção. Os programas

educativos são a terceira escolha de homens idosos, enquanto dramas são preferidos pelas

mulheres.

Page 34: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

34

Conforme o estudo de Garcia e Santos (1999), o qual fez um levantamento com idosos

os quais participam de cursos de informática nas instituições UNATI-UEL e SENAC, em

Londrina/PR, os sites de Internet mais acessados por idosos são o correio eletrônico com

85,7%, em segundo lugar (71,4%) foram as notícias de jornais e revistas, depois, o turismo

com 57,2%; em seguida, cultura com 42,8% e salas de bate-papo com 28,6%.

Toda essa pesquisa acima serviu, portanto, para entender quais são os programas mais

assistidos e os sites de Internet acessados pelos brasileiros. Sendo assim, esses aspectos são

relacionados no quadro 5 abaixo. Tendo em mãos esses gêneros e sites, partiu-se para a

elaboração e aplicação do questionário intuito de descobrir o quanto desses programas

televisivos são assistidos e esses sites são acessados. O detalhamento da aplicação desse

questionário é feito a seguir, na próxima seção.

Quadro 3: Gêneros abordados no questionário

4.2 ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO

Com base nos dados colhidos no estudo etnográfico no que diz respeito às preferências

máximas do público brasileiro referentes às páginas de Internet visitadas e aos gêneros

televisivos assistidos, e seguindo a grande maioria dos autores pesquisados no capítulo

anterior que afirmam que o questionário é o principal instrumento de coleta de dados, foi

desenvolvido um questionário conforme descrito no Anexo A. A finalidade desse questionário

foi levantar por quanto tempo os usuários assistem aos gêneros televisivos e acessam os sites

de Internet levantados no estudo etnográfico. A mensuração desse tempo foi feita usando

níveis de frequência, que são os seguintes:

PROGRAMAS DE

TV

SITES DE

INTERNET

Auditório Compras Online

Esportes Educacional

Filmes E-mail

Humorísticos Esportes Online

Infantil Home-Banking

Novelas Notícias Online

Telejornais Relacionamento

Variedades

Page 35: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

35

1 – Nunca ou raramente;

2 – 1 ou 2 vezes por semana;

3 – 3 ou 4 vezes por semana;

4 – 5 ou 6 vezes por semana;

5 – Diariamente.

Foi enviado aos entrevistados um formulário via e-mail, no qual eram perguntadas

algumas características demográficas tais como nome, sexo, idade, telefone, e-mail, nível de

escolaridade, membros da família morando da mesma casa e renda mensal familiar, como em

Livaditi et al. (2003). Além disso, foram perguntados os níveis de frequência nos quais os

entrevistados assistiam aos programas e acessavam aos sites relacionados no quadro 5. Ao

final, contabilizaram-se 68 pessoas entrevistadas, com as características de sexo, idade, renda,

estado civil, membros da família morando na mesma casa, e nível de escolaridade ilustradas

nas figuras 1 a 6 . Ressalta-se que foi escolhido o número de 68 entrevistadas, uma vez que já

foi usado por Livaditi et al. (2003), ser um valor mais factível para realidade desse trabalho, já

que resolveu-se não só entrevistar pessoas, mas também validar a entrevista com a aplicação3

e, por isso, seria mais viável ter uma quantidade reduzida de pessoas.

Figura 1: Entrevistados por sexo

3 Vide Capítulo 5

Entervistados Por Sexo

56%

44%Masculino

Feminino

Page 36: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

36

Entrevistado por Idade

9%

41%

33%

17%

Até 20 anos 21 a 34 anos 35 a 54 anos Maior de 55 anos

Figura 2: Entrevistados por idade

Figura 3: Entrevistados por renda (salários mínimos)

Entrevistados Por Renda

8%

28%

2%51%

11%

Até 1 s.m. 1 a 3 s.m. 3 a 5 s.m. 5 a 15 s.m. Mais de 15 s.m.

Page 37: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

37

Figura 4: Membros da família morando na mesma casa

Figura 5: Entrevistados por Estado Civil

Membros da Família

13%

28%

38%

14%

7%

Um Dois Três Quatro Cinco

Entrevistados Por Estado Civil

53%41%

3% 3%

Solteiro Casado Divorciado Viúvo

Page 38: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

38

Figura 6: Entrevistados por Nível de Escolaridade

Quando o período de entrevistas foi finalizado, os dados dos entrevistados foram

guardados numa base de dados no software Microsoft Excel. A próxima seção detalha a

interpretação de dados, com o intuito de determinar categorias preliminares de usuário.

4.3 PROCESSO DE CATEGORIZAÇÃO DE USUÁRIOS

Em momento posterior à aplicação dos questionários foi feita a contabilização dos

dados, a fim de formar as categorias preliminares de usuários. Para melhor interpretar os

dados, as 68 pessoas entrevistadas foram divididas em 8 grupos, conforme o sexo e a idade.

Vale ressaltar que nessa pesquisa as crianças foram excluídas, pois entende-se que elas sejam

um caso à parte, uma vez que necessitam de interfaces especiais, que diferem em linguagem,

em organização de dados, entre outros. Sendo assim, os grupos são os seguintes:

Masculino Jovem (Até 20 anos);

Entrevistados por Nível de Escolaridade

8%

6%

2%

9%

24%28%

12%

6%5% 0%

Ensino Fundamental Incompleto

Ensino Fundamental Completo

Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio Completo

Ensino Superior Incompleto

Ensino Superior Completo

Especialização

Mestrado

Doutorado

Pós Doutorado

Page 39: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

39

Feminino Jovem (Até 20 anos);

Masculino Adulto (21-34 anos);

Feminino Adulto (21-34 anos);

Masculino Maduro (35-54 anos;)

Feminino Maduro (35-54 anos);

Masculino 55+ (Maior de 55 anos);

Feminino 55+ (Maior de 55 anos).

Divididos os entrevistados em grupos, o próximo passo foi converter os níveis de

frequência em pesos, para aplicação do Método da Soma/Média de Mashtoff (2002). Eis os

pesos:

Peso 1 – Nunca ou raramente;

Peso 2 – 1 ou 2 vezes por semana;

Peso 3 – 3 ou 4 vezes por semana;

Peso 4 – 5 ou 6 vezes por semana;

Peso 5 – Diariamente.

Conforme Mashtoff (2002), os pesos foram somados grupo a grupo. No início,

acreditava-se que apenas somando os pesos, e comparando valores aproximados dessas

somas, conforme proposto por esse mesmo autor, os usuários poderiam ser categorizados.

Entretanto, apenas com a soma dos pesos, isso não foi possível, uma vez que o número de

entrevistados em cada grupo é diferente. Devido a isso, a soma dos pesos de um grupo A não

é correspondente à soma do grupo B. Assim, foi necessária a geração de uma fórmula de

balancemento, a fim de aproximar as pontuações. No quadro 4, há um exemplo de aplicação

da fórmula:

Onde:

S=Soma das pesos

T=Total de entrevistados

Q=Quantidade de grupos

N=Número de entrevistados no grupo

Page 40: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

40

• Suponha que há 68 pessoas entrevistadas;

• Há 8 grupos de entrevistados;

• 34 pessoas estão no grupo 1 e 17 pessoas estão no grupo 2;

• A pontuação da soma do grupo 1 (que tem o dobro de pessoas) é

100 e do grupo 2 é 50; isto significa que os resultados (soma de

pontos) de ambos os grupos deveriam gerar valores iguais, ou seja,

o valor 100 deve ter o mesmo peso que o valor 50.

• Então, após a aplicação da fórmula de balanceamento, os

resultados de ambos os grupos será o valor 25, conforme

demonstrado a seguir:

Quadro 4: Prova da fórmula

Com os resultados da soma das pontuações passados pelo crivo da fórmula de

balanceamento, já foi possível obter pontuações mais consistentes. Sendo assim, elas foram

colocados na tabela 4 abaixo, de acordo com cada gênero televisivo / site de Internet e por

grupo de pessoas.

Tabela 4 – Pontuações Balanceadas do Questionário de Categorização de Usuários

Page 41: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

41

Apenas com essa tabela, obviamente, não foi possível ter conclusão alguma sobre as

pontuações. Portanto, confeccionou-se um diagrama de dispersão ilustrado na figura 7 , na

para melhor avaliar os resultados do questionário. A interpretação dos dados, deste ponto em

diante, foi focada dentro desse diagrama.

Para a contabilização dos dados, foi levado em conta o intervalo entre 10 a 30 no

diagrama, local onde há maior concentração de grupos de usuários. Vale ressaltar que as

pontuações abaixo e acima desse intervalo foram desprezadas, uma vez que os dados não

foram significativos para serem usados na contabilização. Visualiza-se no diagrama que para

cada gênero televisivo / site de Internet há vários grupos de usuários os quais se identificam

com eles. Sendo assim, foi confeccionado o quadro 5 o qual relaciona quais grupos de

usuários se identificam em maior nível com determinado gênero televisivo ou página de

Internet. É possível visualizar nesse quadro que há vários grupos similares de usuários que

interagem com os mesmos gêneros televisivos / sites de Internet levantados na pesquisa. Para

isso, foi elaborado o quadro 6, o qual permite entender quais grupos assistem aos mesmos

programas de televisão ou acessam os sites de Internet. Baseando-se nesse quadro foi

confeccionado o quadro 7, a qual relaciona as categorias geradas através do método de

categorização, juntamente com os gêneros televisivos que mais assistem e as páginas de

Internet que mais acessam. Ressalta-se que as categorias foram nomeadas com números de 1 a

6. Ao final, as respostas dadas pelos entrevistados foram todas revisadas, e por sua vez foram

atribuídas categorias a cada um deles, comparando-se as suas preferências máximas (maiores

pesos referentes aos níveis de frequência), sexo e idade do questionário com os temas, sexo e

idade de cada categoria, como mostra o quadro 8. Essas informações são usadas na fase

implícita, que será detalhada a seguir.

Page 42: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

42

Figura 6: Diagrama de Dispersão de Pontuações

Page 43: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

43

Quadro 5: Seleção de grupos

Page 44: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

44

Quadro 6: Similaridades entre grupos de usuários

Quadro 7: Categorias de Usuários

Page 45: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

45

Atribuição

de Categorias

• Verificam-se na base de dados do questionário as

preferências máximas (em amarelo), idade e sexo:

• É feita a comparação com a categoria mais parecida (quadro 7),,

verificando os temas coincidentes (circulados), além do sexo e idade:

• Resultado: Categoria 6, cujos grupos são Masculino Maduro e

55+

Quadro 8: Atribuição de Categorias aos Entrevistados

Page 46: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

46

4.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Esse capítulo apresentou a primeira fase da proposta de método de captura de perfis de

usuários para TV Digital Interativa. Essa fase consiste de um estudo etnográfico, o qual foi

útil para entender quais são os gêneros televisivos mais assistidos e as páginas de Internet

mais acessadas no Brasil, e a elaboração e aplicação de um questionário para compreender por

quanto tempo as pessoas assistem a esses programas e acessam essas páginas levantadas no

estudo anterior, através de níveis de frequência, e baseando-se nele, são propostas seis

categorias de usuários.

No estudo etnográfico, foram pesquisados diversos artigos na literatura os quais

forneciam dados estatísticos sobre os hábitos da população brasileira, no que se refere à

audiência de televisão e acesso à Internet, para descobrir os gêneros televisivos mais

assistidos e as páginas de Internet mais acessadas. Selecionaram-se, portanto, os gêneros

televisivos e tipos de páginas de Internet mais evidentes nessa pesquisa, para serem usados no

questionário.

Após isso, foi elaborado e aplicado um questionário a 68 pessoas, o qual se estudou

por quanto tempo os entrevistados passavam assistindo a esses gêneros e acessando essas

páginas, o que serviu como base para a categorização dos mesmos.

No processo de categorização de usuários, a parte mais importante do trabalho, os

entrevistados foram divididos em 8 grupos, de acordo com a idade e sexo,e em cada grupo, os

níveis de frequência foram somados e balanceados, baseando-se em Mashtoff (2002), o que

gerou um diagrama de dispersão. Nesse diagrama, foi eleito um intervalo, no qual havia a

maior concentração de grupos. Depois disso, foram levantados quais programas de televisão e

páginas de Internet esses grupos tinham em comum. Assim, formaram-se as categorias

preliminares de usuários. O próximo capítulo detalha a fase implícita do método, no qual são

feitos testes com usuários numa plataforma de simulação, com o intuito de confirmar a

validade da fase explícita.

Page 47: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

47

5. FASE IMPLÍCITA DO MÉTODO DE CAPTURA DE PERFIS DE USUÁRIO

Continuando a proposta de método de captura de perfis de usuários de TV Digital

Interativa, é detalhada nesse capítulo sua fase implícita Nessa fase, dados sobre os usuários

são retirados indiretamente. Ela engloba a implementação de uma plataforma de simulação,

cuja proposta foi verificar se de fato os usuários acessaram de fato, num ambiente próximo a

TV Digital Interativa, o conteúdo que responderam na fase explícita. Isso foi avaliado através

da mensuração do tempo em que permaneceram em cada canal da aplicação. Por fim, é feita

uma comparação, se os resultados da fase explícita realmente coincidiram com a fase

implícita.

5.1 PLATAFORMA DE SIMULAÇÃO

Esse capítulo dedica-se ao detalhamento da implementação de uma plataforma de

simulação de TV Digital Interativa, cujo objetivo é avaliar o comportamento dos usuários

num ambiente próximo a essa nova mídia, levando-se em conta se de fato eles acessaram

temas pertinentes à sua categoria, conforme citado no capítulo anterior. Decidiu-se por

implementar uma simulação, pois não foi possível utilizar um ambiente real, uma vez que

essa mídia está em processo de implantação no Brasil. Para Pemberton e Griffiths (2003),

caso essa tecnologia não seja disponível integralmente, a alternativa é a implementação de

uma plataforma de simulação, mesmo que alguns aspectos televisivos sejam perdidos. Além

disso, a usabilidade não é perdida.

Para a implementação dessa plataforma, preliminarmente foram pesquisadas na

literatura diversas propostas de interfaces de TV Digital Interativa, e baseando-se nesse estudo

a plataforma de simulação foi implementada. Tudo isso é detalhado a seguir.

5.1.1 Interfaces de TV Digital Interativa

Nessa seção, são discutidos alguns exemplos de interfaces de TV Digital Interativa, com

a proposta de dar suporte à implementação da plataforma de simulação. Foram, portanto,

pesquisados cinco propostas de interfaces, que são apresentadas a seguir.

Eronen e Vuorimaa (2000) propõem um navegador de TV Digital Interativa,

apresentando duas possíveis interfaces para ele. A primeira interface foca a simplicidade,

permitindo ao usuário completar uma tarefa por vez, e o número de seleções na tela deve ser

Page 48: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

48

mínimo. A programação é disponível em três aplicações: Canais, Guia Rápido, e Tipos de

Programa, sendo acessadas por um menu principal , conforme figura 7.

Figura 7: Menu Principal da Primeira Interface

Fonte: Eronen e Vuorimaa, 2000

O Guia Rápido fornece informações sobre programas. Quando o usuário muda o foco

na lista ao lado direito, a informação é atualizada na esquerda, conforme visto na figura 8.

Figura 8: Guia Rápido

Fonte: Eronen e Vuorimaa, 2000

Page 49: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

49

. A segunda interface proposta pelos autores preza pela eficiência. Nesse tipo de

interface, o usuário fica interagindo com a programação, além de contemplar informações

sobre ele, através de um Guia de Programação. Ela é acessada pelo menu Principal, conforme

figura 9.

Figura 9 : Menu Principal da Segunda Interface

Fonte: Eronen e Vuorimaa, 2000

Os itens This Channel (Este Canal) e All Channels (Todos os Canais) dão acesso ao

Guia de Programação, o qual fornece informações sobre a programação. À medida que o

usuário interage com controle remoto, as informações sobre a programação são atualizadas.

Isso é ilustrado na figura 10.

Figura 10 : Guia de Progrmação

Fonte: Eronen e Vuorimaa, 2000

Page 50: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

50

No artigo de Pañeda et al. (2009), é possível verificar diferentes interfaces de acordo

com o gênero da programação. São dados exemplos de interfaces para programas esportivos,

documentários e filmes. No caso dos programas esportivos, as aplicações e serviços como

fóruns ou interação entre telespectadores devem estar ativos enquanto o programa estiver

passando, conforme pode ser visto na figura 11. No caso dos documentários, deve-se permitir

a interrupção da reprodução do vídeo e ativar um menu interativo que permitem ativar

diferentes elementos complementares ao fluxo principal de informação (ampliação da

informação, ingresso a fóruns, marcação de vídeo, etc.), conforme visto na figura 12. No caso

dos filmes, a aplicação interativa se encontra compaginada ao conteúdo do programa, dando

espaços nos quais o espectador pode ampliar a infomação de um tema relacionado e continuar

vendo o programa. Isso pode ser visto na figura 13.

Figura 11: Programas Esportivos

Fonte: Pañeda et al. 2009.

Page 51: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

51

Figura 12 : Documentários

Fonte: Pañeda et al. 2009.

Figura 13: Filmes

Fonte: Pañeda et al. 2009.

Oliveira, Queiroz-Neto e Maeta (2007) desenvolveram um Guia Eletrônico de

Programação (EPG) voltado à TV Digital Interativa, levando em conta noções de usabilidade

em sua interface, na qual optou-se pela simplicidade dos elementos visuais e a padronização

das telas tendo a preocupação de manter a consistência visual em todas elas. Utilizaram-se

elementos simples e telas sem grandes efeitos, proporcionando uma maior concentração nas

informações principais, evitando dispersão de foco, além de estabelecer o conceito de fixar a

opção escolhida no centro da tela, zona de maior percepção do usuário.

A figura 14 ilustra a tela inicial do EPG na qual são mostradas as opções de listagem

dos programas. A opção Guia Geral de Programação aparece pré-selecionada e disposta no

centro da tela, devido ser de fácil visualização e de exigir o menor esforço do usuário para

Page 52: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

52

acessá-la. A figura 15 ilustra a parte da interface em que o usuário deseja filtrar sua busca e

procurar somente em um gênero que lhe interesse, então se utilizou o recurso de ícones,

fazendo com que seja bastante sugestivo e facilitando a busca do usuário. Além da imagem,

também é informado o nome para caso haja alguma dúvida em relação à representação gráfica

do gênero. Finalmente, a figura 16 mostra a grade geral de programação. Na coluna à

esquerda encontram-se os links para os canais disponíveis e na coluna à direita seus

respectivos programas com o horário de apresentação.

Figura 14: Tela Inicial do EPG

Fonte: Oliveira, Queiroz-Neto e Maeta, 2007

Figura 15 Busca por Gênero

Fonte: Oliveira, Queiroz-Neto e Maeta, 2007

Page 53: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

53

Figura 16: Grade Geral de Programação

Fonte: Oliveira, Queiroz-Neto e Maeta, 2007

Além dos artigos acima pesquisados, vale ressaltar que no continente europeu há um

provedor de TV denominado UPC (2010), o qual já disponibiliza alguns serviços de TV

Digital Interativa, sendo alguns deles com interatividade. Dentre esses serviços, é possível

pausar, gravar, ou retroceder a programação ao vivo. Além disso, é possível ter acesso à

Internet, canais interativos, e a um Guia Eletrônico de Programação pelo televisor. A figura

17 mostra a interface de TV Digital Interativa fornecida por esse provedor, que permite ao

usuário alternar entre a programação ao vivo, canais interativos e acesso à Internet(a), numa

barra de menu e o Guia Eletrônico de Programação (b).

(a)

Page 54: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

54

(b)

Figura 17:Provedor de TV Digital Interativa UPC

Fonte: UPC, 2010

Esse levantamento das interfaces de TV Digital Interativa disponíveis na literatura

deram, portanto, subsídios para a implementação do simulador que foi usado no processo de

testes com os usuários, a ser detalhado no capítulo 6. Na próxima seção, é relatado todo o

processo de implementação e o detalhamento de suas funcionalidades.

5.1.2 Descrição do Simulador

Conforme citado no início desse capítulo, as funcionalidades referentes à TV Digital

Interativa estão ainda em desenvolvimento. Deste modo, a alternativa encontrada foi a

implementação de um simulador, com o intuito de confirmar se os usuários de fato acessaram

os temas pertinentes à sua categoria. Baseou-se nas interfaces pesquisadas na seção anterior

para a implementação de suas funcionalidades, como a interface proposta por UPC (2010), e

Pañeda (2009). Decidiu-se por disponibilizá-lo na Internet, com a premissa de que estaria

mais acessível aos usuários. Além disso, foi possível coletar mais usuários para a realização

dos testes. O simulador está disponível no endereço http://www.tvdi.co.cc.

Page 55: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

55

Ele possui duas modalidades de usuário. Administrador e Entrevistado. O módulo

Administrador possui acesso restrito, protegido com login e senha. Neste módulo há a base de

dados com todas as informações fornecidas pelos usuários entrevistados: O questionário

referente à seção 4.1.2, bem como os tempos que passaram em cada canal. Essas variáveis

foram utilizadas na contabilização dos testes a ser detalhada próximo capítulo. A figura 18

ilustra a tela de login/senha.

Figura 18:Tela login/ senha

A figura 19 ilustra um pedaço da base de dados com as informações do questionário

(acima) e os tempo gasto por cada usuário na interação dos canais.

Page 56: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

56

Figura 19: Base de dados com informações dos usuários.

No módulo Entrevistado, cujo acesso é livre, há os treze canais de televisão do

simulador. Cada canal possui um tema específico. Para a criação desses canais, baseou-se nos

gêneros televisivos e sites de Internet coletados no capítulo 4. À medida que o usuário

interage com a aplicação, ela coleta o tempo de interação de cada canal e grava na base de

dados. O quadro 9 relaciona os canais disponíveis na implementação. Vale ressaltar que os

canais de Compras, Relacionamento, Home-Banking e E-Mail simulam a Interatividade, os

quais permitem ao usuário acessar sites externos. Essa foi a maneira de simular a

interatividade.

CANAIS

DE TV

CANAIS

INTERATIVOS

Notícias Compras

Humor Relacionamento

Novelas E-Mail

Filmes Home Banking

Educativo

Infantil

Auditório

Variedades

Esportes

Quadro 9: Canais de Aplicação.

Page 57: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

57

A figuras de 20 a 32 ilustram cada canal da aplicação. Pode-se observar que a

distribuição das informações na tela foram inspiradas em Pañeda (2009), o botão

Interatividade , além da possibilidade de o usuário parar e retroceder o vídeo foram retirados

da referência de UPC (2010). Os vídeos exibidos na aplicação foram retirados da página do

Youtube, e as barras inferiores de notícias foram retirados do Google.

Figura 20:Canal de Notícias

Figura 21:Canal de Humor

Page 58: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

58

Figura 22:Canal de Novelas

Figura 23:Canal de Filmes

Page 59: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

59

Figura 24:Canal Educativo

Figura 25:Canal Infantil

Page 60: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

60

Figura 26:Canal de Programas de Auditório

Figura 27:Canal de Esportes

Page 61: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

61

Figura 28:Canal de Variedades

Figura 29:Canal de Compras

Page 62: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

62

Figura 30: Canal de Relacionamentos

Figura 31:Canal de E-Mail

Page 63: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

63

Figura 32:Canal de Home-Banking

A próxima seção se dedica à descrição das tecnologias que possibilitaram a

implementação dessa aplicação.

5.2 TECNOLOGIAS UTILIZADAS

Para que essa aplicação fosse implementada, utilizou-se da linguagem de programação

PHP, a fim de coletar e gravar na base de dados as informações fornecidas pelos usuários e

HTML, para uma apresentação adequada da interface ao seu usuário. A segui, há uma breve

descrição sobre elas.

Segundo Lalli, Bueno e Zacarias (2008), PHP é o acrônimo recursivo para PHP:

Hypertext Preprocessor, linguagem de código aberto desenvolvida especialmente para a web.

Sua ideia é que seja possível embutir trechos de programas em código HTML, sendo escritos

junto com o HTML e o servidor fica encarregado de processar e transformar o código misto

(PHP e HTML) em um HTML puro antes de retornar a página para o usuário. Esse

mecanismo foi um sucesso, pois permitiu que pessoas sem muita especialidade em

programação pudessem fazer sites dinâmicos de forma mais fácil.

Page 64: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

64

De acordo com Moraz (2005), PHP é uma linguagem de programação utilizada para criar

códigos dinâmicos. Esses sites são os que permitem uma interação com o usuário mediante

formulários, parâmetros de URL, links, entre outros, e que retornam páginas criadas em tempo

real. Vale ainda ressaltar que das grandes finalidades da linguagem PHP é fazer a ligação

entre uma base de dados e uma página Web, de modo que é possível gerenciar a base através

dessa página. A próxima tecnologia a ser apresentada é o HTML.

Conforme Equipe Digerati (2004), o HTML (Hypertext Markup Language) é uma das

linguagens de programação mais utilizadas atualmente para a criação de sites e outras

aplicações que utilizam os recursos de Web para divulgar produtos e serviços de maneira

rápida e eficiente. Destaca-se entre as demais linguagens existentes no mercado pela sua

ampla facilidade de manipular e estruturar páginas da Web e aplicações para Internet. Um

documento HTML é todo estruturado em setores, delimitados por elementos denominados

tags. As tags vêm, quase sempre, aos pares, havendo uma para indicar o início do setor e

outra para indicar o final dele, sendo indicadas pelos sinais de maior (<) e menor (>), sendo

que para as tags de finalização do setor, coloca-se uma barra para a direita (\) antes do nome

da tag. Segundo Costa (2007), HTML é uma linguagem padrão utilizada para o acesso e

exibição de páginas Web. As linhas de códigos são interpretadas pelo browser, que mostra o

resultado final ao utilizador, sem necessidade de compilação. Geralmente , a linguagem é

constituída por textos e códigos especiais denominados marcas ou tags. Conforme pôde ser

entendido, o HTML é o básico de uma página Web. Usando-se somente HTML, o máximo

que pode ser feito são páginas estáticas. A interatividade com o usuário depende da integração

com outras linguagens para ser consolidada. Na próxima seção, é relatado como aconteceram

os testes dos usuários na aplicação.

5.3 TESTES COM USUÁRIOS

Nessa seção, é feito um relato sobre como foi o processo de testes com possíveis

usuários da TV Digital Interativa. A proposta desse teste é verificar o comportamento desses

usuários em um ambiente próximo à TV Digital Interativa, cujo processo de implementação

foi explicitado no capítulo anterior. É verificado, assim, se ele passará mais tempo acessando

temas de sua categoria. Vale ressaltar que esse experimento foi embasado na premissa dos

autores Morita e Shinoda (1994), os quais descobriram a relação entre o tempo gasto ao ler

um artigo com o interesse do leitor em relação a ele. Os autores perceberam que os leitores

tendem a passar mais tempo lendo artigos considerados interessantes, e menos tempo

Page 65: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

65

naqueles não considerados interessantes. A seguir, há mais detalhes de como foi esse

processo.

5.3.1 Processo de Testes

Quando o processo de contabilização dos dados do questionário terminou, foi enviado

um e-mail aos entrevistados para interagirem com a aplicação. Sendo assim, eles lá entraram,

deixaram seu nome e consolidaram a interação com os canais. Durante o ato de interação, a

aplicação grava na base de dados acoplada a ela a hora da entrada, a hora de cada mudança

canal, além da hora de saída de cada entrevistado.

Após o término do período de interação dos usuários, a base de dados da aplicação foi

acessada e seus dados copiados em uma tabela do software Microsoft Excel. Nessa tabela,

para cada usuário, foi calculada a porcentagem de tempo de interação em temas de sua

respectiva categoria. Entende-se que ela deve ser maior que 50% para a maior parte dos

usuários, para confirmar convictamente a viabilidade do todo o método. O quadro 10 mostra

como realizar o cálculo dessa porcentagem. A próxima seção discute se os resultados desses

cálculos.

• Verificar qual é a categoria do entrevistado;

• Acessar a base de dados da aplicação;

• Verificar quais canais pertencem à categoria;

• Calcular os tempos de interação em cada canal da

categoria;

• Somar tempos de interação;

• Verificar momentos de entrada e saída na aplicação;

• Finalmente, calcular a porcentagem de tempo gasto na

categoria:

Quadro10: Cálculo de Porcentagem de Tempo na Categoria

Page 66: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

66

5.3.2 Resultados dos Testes

A projeção era que todos os 68 entrevistados os quais responderam o questionário

acessariam a página da aplicação para interagir com ela, porém 53 entrevistados o fizeram, ou

seja, 78% da amostra. Após o período o qual a aplicação ficou disponível para interação, a

base de dados foi acessada, a fim de que fossem calculadas as porcentagens de tempo gasto

em canais da categoria para cada entrevistado.

Conforme pode ser visualizado no gráfico da figura 33, foram detectados diversos

comportamentos por parte dos entrevistados no momento de interação. Alguns interagiram

com a aplicação menos de 5 minutos, outros entre cinco e dez, e o restante interagiu mais de

dez. O tempo médio de interação foi de 7,5 minutos.

Figura 33: Tempo de Interação dos Usuários

Consequentemente, essas circunstâncias influenciaram o resultado final dos testes.

Conforme pode ser visto no gráfico da figura 34, 37% dos entrevistados passaram mais de

50% do tempo de interação dentro da categoria, diferentemente do esperado. O ideal seria que

mais da metade dos usuários interagissem por mais tempo em temas de sua categoria. A

porcentagem média de tempo de interação gasto pelos entrevistados em temas dentro de sua

categoria foi de 40%. Para melhor entendimento, a íntegra dos tempos de interação dos

Page 67: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

67

usuários em cada canal de sua respectiva categoria, e as porcentagens de tempo gasto dentro

dela está na tabela 5.

Figura 33: Tempo de Interação em canais da categoria

Após o fechamento da contabilização de dados, foi feito um levantamento cujo intuito foi

descobrir a razão pela qual alguns entrevistados não interagiram, ou interagiram por pouco

tempo com a aplicação implementada. Para isso, foi enviado um e-mail a esses entrevistados,

perguntando o porquê dessa rejeição. Os entrevistados alegaram o seguinte:

Falta de tempo;

Esquecimento;

Os vídeos demoraram muito tempo para serem carregados;

Não entenderam o funcionamento da aplicação;

Não observaram adequadamente as instruções e usaram outro browser, no qual a

aplicação não pode ser executada, uma vez que funciona apenas no Internet Explorer.

Tendo em vista os resultados finais da validade do método, obtidos nessa fase implícita,

concluiu-se que os resultados esperados não foram alcançados. Sendo assim, são necessárias

mais pesquisas para alcançar mais de 50% de usuários acessando a maioria de temas de sua

categoria na aplicação, diferentemente dos 37% obtidos. Talvez fosse necessário um

refinamento na aplicação, proporcionando mais interatividade, ou mais conteúdo, o qual

pudesse prender mais a atenção dos usuários. Outra hipótese é a de que esta segunda fase

(implícita) da pesquisa deva ser feita com supervisão de um especialista (observador) para

Page 68: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

68

garantir que os usuários realmente realizem a interação de modo adequado. O fato de que nem

todos os entrevistados que responderam o questionário interagiram com a aplicação também

influenciou no resultado final.

Mesmo assim, acredita-se que esse resultado não foi desfavorável para uma primeira

pesquisa sobre o tema e que seria necessária uma investigação mais detalhada (talvez com a

aplicação de outro método nesta fase implícita) que pode ser tema de trabalhos futuros.

Page 69: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

69

Tabela 5– Tempos de Interação e Porcentagens

Page 70: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

70

Page 71: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

71

5.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAPÍTULO

Esse capítulo foi dedicado à descrição da fase implícita do método, que consiste na

implementação do simulador de TV Digital Interativa, cuja finalidade foi confirmar a validade

da fase explícita do método, isto é, confirmar se de fato o usuário contemplou os gêneros

televisivos e páginas de Internet de sua categoria atribuída na fase explícita, num ambiente

próximo à TV Digital Interativa. Nessa fase, os usuários que responderam o questionário na

fase explícita acessaram a página de Internet onde está a aplicação, interagiram com seus

canais, e a aplicação foi monitorando o tempo de interação dos usuários em cada canal e

gravando esses tempos em sua base de dados. O objetivo dessa mensuração de tempo seria

avaliar se de fato o usuário passou a maior parte do tempo de interação em temas de sua

categoria, confirmando assim, a validade do método proposto, através do cálculo da

porcentagem de tempo gasto em temas de sua categoria, a qual é o tempo de interação em

temas da categoria dividido pela hora de saída subtraída pela hora de entrada.

Após o período de interação as porcentagens foram calculadas, e concluiu-se que 37% dos

usuários gastaram de fato a maior parte do seu tempo de interação em temas de sua categoria.

Esse resultado deveria ser superior a 50% mas não foi. É possível que o fato de alguns

usuários não terem participado da segunda etapa tenha influenciado neste resultado. Além

disso, entende-se que seria necessário um maior refinamento dos canais interativos. Nos

canais de televisão, poderia haver temas que prendessem mais a atenção dos usuários.

Após a contabilização dos resultados do teste, foi feito um pequeno levantamento,

tentando descobrir a causa pela qual alguns entrevistados não interagiram com a aplicação, ou

interagiram um pouco tempo. As causas que merecem especial atenção são que os vídeos

demoraram a serem carregados e a falta de entendimento do funcionamento da aplicação.

Mesmo que o resultado ideal não tenha sido atingido, entende-se que ele não foi

desfavorável, pois indica que o método usado nesta fase implícita precisa ser aprimorado.

Sugere-se que esta investigação possa ser alvo de trabalhos futuros.

Ressalta-se que os resultados obtidos nesta fase da pesquisa não invalidam o método de

captura de perfis de usuários proposto neste estudo, pois a contribuição deste trabalho está

focada na metodologia e não na simulação de um ambiente de TV Digital Interativa.

Page 72: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

72

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho apresentou a proposta de um método de captura de perfis de

usuário totalmente voltado à TV Digital Interativa. Como essa mídia ainda está em

desenvolvimento, entendeu-se que os métodos de captura de perfis de usuários já existentes

na literatura poderiam ser adaptados para que se fosse proposto um novo método para essa

mídia. Sendo assim, esse foi o alvo desse trabalho.

Para que esse novo método fosse proposto, fez-se um levantamento teórico dos

elementos-chave do trabalho, ou seja, perfis de usuário e métodos explícitos e implícitos de

captura de perfis de usuário. Convêm ressaltar que ainda é escasso o material sobre TV

Digital Interativa, uma vez esta é uma mídia em implantação. Após disso, foi pesquisado

sobre como categorizar usuários, através de formas qualitativas e quantitativas. Acredita-se

que categorizando os usuários, o gerenciamento dos perfis se torna facilitado, uma vez que

junta perfis de usuários semelhantes em grandes grupos. Ressalta-se que perfis de usuários

representam atributos muito particulares de cada indivíduo, o que dificultaria o estudo. Foi

por causa disso que os usuários foram agrupados em grandes categorias.

Depois do levantamento teórico, foi proposto o método de captura de perfis de usuário

voltado à TV Digital Interativa, que foi dividido nas fases implícita e explícita.

A fase explícita (principal foco desta pesquisa) consistiu em realizar um estudo

etnográfico, com a proposta de descobrir quais são os gêneros televisivos mais assistidos e as

páginas de Internet mais acessadas no Brasil. Depois disso, foi elaborado um questionário

com a finalidade de descobrir por quanto tempo eles assistem aos programas e acessam as

páginas de Internet levantados no estudo etnográfico. Com base nesse questionário, os

usuários foram divididos em categorias. Os resultados obtidos nesta fase explícita constituem

a metodologia proposta para captura de perfis de usuários para a TV Digital Interativa.

A fase implícita confirmaria a validade da explícita através da implementação uma

plataforma de simulação para verificar se os usuários passam mais tempo em temas

pertinentes à sua categoria identificada na fase explícita num ambiente próximo à TV digital.

O esperado era que mais da metade dos usuários passariam a maior parte do tempo

interagindo em temas de sua categoria. Entretanto, 37% dos usuários o fizeram.

O legado a ser deixado por esse trabalho é a proposta de uma metodologia que ajude a

encontrar quem é o usuário de TV Digital Interativa no Brasil. Esse trabalho também fará com

que as interfaces da TV Digital Interativa sejam cada vez mais adaptadas ao usuário.

Page 73: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

73

7. TRABALHOS FUTUROS

Essa seção apresenta como esse trabalho pode ser continuado e melhorado. Tendo em

vista os resultados obtidos, são sugeridas novas pesquisas em vários pontos, ou seja, no

método proposto e na aplicação implementadas.

Quanto à categorização de usuários, é sugerida a reaplicação do método com número

maior de entrevistados. Além disso, sugere-se a reaplicação do método apenas com crianças,

com o intuito de criar categorias de usuários infantis, além da implementação de TV Digital

Interativa exclusiva a esse público alvo, uma vez que elas não foram incluídas nesse estudo.

No que diz respeito à aplicação, é necessária uma atenção especial aos canais

interativos, ou seja, um estudo mais aprofundado sobre interatividade deve ser feito, a fim de

que se implemente aplicações mais parecidas com que pode ser a realidade da TV Digital

Interativa. Por exemplo, no momento de exibição de uma novela, o usuário poderá acessar um

link no qual poderá comprar produtos usados pelos personagens, ou implementar um

aplicativo no qual o usuário crie a sua própria grade de programação, de acordo com a sua

categoria. Além disso, a execução da aplicação num aparelho real de TV Digital Interativa

também é recomendada. Adicionalmente, propõe-se um treinamento inicial junto ao usuário

antes que este interaja com a aplicação.

Enfim, por tratar-se ainda de uma tecnologia em desenvolvimento ainda não

disponível para a população, muitas outras investigações se farão necessárias, pois o presente

trabalho constitui-se apenas em uma pesquisa inicial deste campo de estudo que ainda tem

muito a ser descoberto.

Page 74: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

74

ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE CATEGORIZAÇÃO DE USUÁRIOS DA TV

DIGITAL INTERATIVA

QUESTIONÁRIO DE CATEGORIZAÇÃO DE USUÁRIOS DE TV DIGITAL INTERATIVA Prezado (a) sr. (a),

Meu nome é Vinícius Torres. Estou realizando um Trabalho de Conclusão de Curso na

Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), na área de TV Digital Interativa e

gostaria que o (a) sr. (a) contribuísse com ele. Para isso, eu peço que reflita um pouco sobre

seus hábitos no que se refere à audiência de televisão e ao acesso à Internet, verificando que

tipo de programa você assiste, e qual tipo de página de Internet você acessa, e identifique o

nível de frequencia que o (a) sr(a) assiste a cada programa de televisão ou acessa cada página

de Internet relacionados abaixo. Ao preencher o questionário, leve em conta os seguintes

níveis de frequência: 1 – Nunca ou raramente; 2 – 1 ou 2 vezes por semana; 3 – 3 ou 4 vezes

por semana; 4 – 5 ou 6 vezes por semana; 5 – Diariamente Antes de preencher esse

questionário, favor informar seu nome, sexo, telefone, idade, e-mail, renda mensal familiar e

nível de escolaridade, estado civil e número de familiares morando na mesma casa.

Não há respostas certas ou erradas. Espera-se apenas que o (a) sr. (a) forneça sua opinião

pessoal e sincera. Em caso de dúvidas, escreva para [email protected], ou ligue para

(47) 8802-7042 .

Peço que repasse esse questionário aos seus familiares e amigos. Seus dados serão usados

para fins estatísticos e, em nenhuma hipótese, serão revelados ou tornados públicos!

Dados Pessoais

Nome

Sexo

Idade (anos)

Renda Mensal Familiar (salários mínimos)

Telefone

E-mail

Estado Civil

Membros da família morando na mesma casa

Page 75: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

75

Nível de escolaridade

Nível de frequência de audiência de programas de televisão

Novelas

Telejornais

Programação Infantil

Filmes

Auditório Caldeirão do Huck, Raul Gil

Variedades Mais Você, Hoje em Dia

Esportes

Humorísticos

Nível de acesso a sites de Internet

Notícias Online

Esportes Online

Relacionamento

Compras

E-mail

Educacional

Home-Banking

AGRADEÇO SUA COLABORAÇÃO!

Page 76: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

76

REFERÊNCIAS

ABBATTISTA, F et al. Learning User Profile for Content-Bases Filtering in e-Commerce.

Workshop Apprendimento Automatico: Metodi e Applicazioni, Siena, 2002.

ALLEN, R. B. Handbook of Human-Computer Interaction. Elsevier Science, 1997.

ARRIBAS, A. ; ISLAS, O. Niños e jóvenes mexicanos ante Internet. Razón y Palabra, nº

67, 2008. Disponível em <http://www.razonypalabra.org.mx/N/n67/varia/aarribas.html>

Acesso em 18 ago. 2009.

ACOSTA-ORJUELA, G. M. Como e porque idosos brasileiros usam a televisão: um estudo

dos usos e gratificações associado ao meio. Tese de Doutorado. Universidade Estadual de

Campinas, 2001.

ADOMAVICIUS, G.; TUZIHLIN, A. Using Data Mining Methods to Build Customer

Profiles. IEEE Computer, vol. 34, no. 2, pp. 74-82, 2001.

BARROS, G. ; ZUFFO, M. K. . Proposta de perfis de usuário para a TV interativa no Brasil.

In: VIII Brazilian Symposium on Human Factors in Computing Systems, 2008, Porto Alegre.

ACM International Conference Proceeding Series. Porto Alegre : Sociedade Brasileira de

Computação, 2008. v. 378.

BRUSILOVSKY, P., et al. Adaptative User Interface Models and Evaluation, In:

CONFERENCE ON HUMAN COMPUTER INTERACTION, 2001, Patras. Greece

Proceedings. Greece: 2001.

CASSETI, F. , DI CHIO, F. Análisis de la televisión : Instrumentos, métodos y prácticas

de investigación. Paidós, Barcelona: 1999.

CHORIANOPOULOS, K.; SPINELLIS, D. A Metaphor for Personalized Television

Programming. In Proceedings of the 7th ERCIM Workshop on User Interfaces, pages 139–

146. Ed. Springer-Verlag, 2002.

COSTA, C. J. Desenvolvimento para Web. ITML press / Lusocredito, 2007.

EQUIPE DIGERATI. Aprenda a criar sites. Universo dos Livros, 2004.

DTV. Entenda a TV Digital Interativa. Disponível em <http://www.dtv.otg.br> Acesso em 07

jun. 2009

ERONEN, L. Combining Quantitative and Qualitative Data in User Research on Digital

Television. In Proceedings of the 1st Panhellenic Conference with International Participation

on Human-Computer Interaction PC HCI 2001 (December 7-9, Patras, Greece), University of

Patras, 51-56, 2001.

Page 77: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

77

ERONEN L. VUORIMAA, P. User interfaces for digital television: a navigator case study.

In: Proceedings of the working conference on Advanced visual interfaces, p.276-279.

Palermo, Italy, 2000.

GARCIA, H. D. ; SANTOS, P. L. V. A. C. . A Terceira Idade e a Internet: uma questão para o

novo milênio. In: III Simpósio Internacional de Biblioteconomia Prof. Dr. Paulo Tarcísio

Mayrink, 1999, Marília. Anais.. Marília : UNESP, 1999. v. 2. p. 79-86.

GAÍVA,M. ; FERRANI, M.G.C. . Prematuridade: Vivências de Crianças e Familiares.

Acta Paul Enf, v.14 , p. 17-27, 2001.

GUERIN, Y. ; JACKS, N. O desenvolvimento da pesquisa de audiência na TV paga no

Brasil. Revista InTexto, Porto Alegre, n.4, 1998. Disponível em:

<http://www.intexto.ufrgs.br/v1n4/a-v1n4a6.html> Acesso em 11 ago. 2009

GONZAGA, M. A. B. A. O Impacto Nas Novas Mídias nos Adolescentes. Momentum, vol.

1, nº 4, p. 105-122, 2006.

JOHANSSON, P. User Modeling in Dialog Systems. St. Anna Report: SAR, 2002.

KASS, R.; FININ, T. Modeling the User in Natural Language Systems. Computational

Linguistics, vol. 14, no. 3, pp. 5-22. In: (Johansson, 2002), 2002.

KOBSA, A. Supporting User Interfaces for All Through User Modeling. Proceedings HCI

International '95, Yokohama, Japan, 1995, p. 155-157.

KOBSA, A.; KOENEMANN, J.; POHL, W. Personalized Hypermedia Presentation

Techniques for Improving Online Customer Relationships, In: The Knowledge Engineering

Review, 2002, vol.16, pp. 111-155.

LALLI, F. M. ; BUENO, F. F. ; ZACHARIAS, G. K. Evolução da Programação Web.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência para obtenção do título de

cientista da computação, do curso de Ciência da Computação da Faculdade Comunitária de

Campinas, Unidade III da rede Anhanguera Educacional. Orientadora: Profª Drª Amanda

Meincke Melo. Campinas, 2008.

LIVADITI, J. et al. Needs and Gratifications for Interactive TV Applications: Implications for

Designers. Proceedings of the 36th Annual Hawaii International Conference on System

Sciences (HICSS'03), 2003.

MASHTOFF, J. Modeling a group of television viewers. Future TV: Adaptive Instruction in

Your Living Room Workshop, San Sebastian, Spain, 2002, p. 34-42.

MAYHEW, D. J. A Practitioner’s Handbook for User Interface Design Morgan

Kaufmann, 1999.

MENEZES, E. Projeto Modelo de Implantação da TV Digital Interativa no Brasil.

Fundação CPqD, Campinas, 2002.

MORAZ, E. Treinamento prático em PHP. Universo das Letras, 2005.

Page 78: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

78

MORITA, M. SHINODA, Y. “Information filtering based on user behavior analysis and best

match text retrieval,” Proc. of 7th Int. ACM-SIGIR Conf. on research and development in

information retrieval, Springer-Verlag, 1994.

OLIVEIRA, I. R. ; BALBY, Leandro ; GIRARDI, Rosario . Padrões baseados em agentes

para a Modelagem de Usuários e Adaptação de Sistemas. In: Quarta Conferência Latino-

Americana em Linguagens de Padrões para Programação, 2004, Fortaleza. Fortaleza, 2004.

OLIVEIRA, L. S. ; QUEIROZ-NETO, J. P. ; MAETA, S. M. . A Usabilidade em Interfaces

Interativas no Desenvolvimento de Aplicativos para TV Digital Interativa. In: II Congresso de

Pesquisa e Inovação da Rede Norte Nordeste de Educação Tecnológica CONNEPI, 2007,

João Pessoa. II CONNEPI, 2007.

PAPATHEODOROU, C. Machine Learning in User Modeling. Machine Learning and

Applications. Lecture Notes in Artificial Intelligence. Springer Verlag, 2001.

PAZZANI, M.; BILLSUS, D. Learning and Revising User Profiles: The identification on

Interesting Web Sites. Machine Learning, vol. 27, no. 3, pp. 313-331, 1997.

PEMBERTON L. ; GRIFFITHS R. N. Usability Evaluation Techniques for Interactive

Television. Presented at HCI International, Crete, in Stephanidis C. (Ed.) Universal Access in

HCI: Inclusive Design in the Information Society, Volume 4, Lawrence Erlbaum Associates,

3003, pp. 882-6, 2003.

PAÑEDA, X. G. et al. Sistemas de tele-educación para televisión digital interactiva.

CYTED, 2009.

PEREIRA, S. J .G. . A televisão na família. Processos de mediação com crianças na idade

pré-escolar. Universidade do Minho, Braga, Portugal, 1999.

PEREIRA, L. et al. Adolescentes brasileiros, mídia e novas tecnologias. Alceu(PUCRJ), v.

11, p. 41-55, 2005.

SCHNEIDER, H. Diferenças entre Homens e Mulheres no uso e na Percepção de valor da

Internet.. 2005. Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Rio

Grande do Sul.

STEPHANIDIS, C. User Interfaces For All. Lawrence Erlbaum Associates, 2001.

STRAUBHAAR, J. D. Comunicação, Mídia e Tecnologia. Cengage Learning Editores,

2004.

TOME, T; et al. Abordagem Sistêmica no Sistema Brasileiro de Televisão Digital

(SBTVD). Disponível em: <http://cpqd.com.br/file.upload/07_artigoforum_sbtvd.pdf>.

Acesso em 9 jun. 2009.

TONDATO, M. P. . Os gêneros televisivos no cotidiano da recepção de televisão. In: II

Colóquio Binacional Brasil-México de Ciências da Comunicação, 2009, São Paulo. II

Colóquio Binacional Brasil-México de Ciências da Comunicação, 2009.

Page 79: METODOLOGIA PARA DETECÇÃO DE PERFIS DE USUÁRIO PARA …sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/000000/... · 3. Identificar perfis de usuários condizentes com a demanda da TV

79

TOME, T. ; BARATTI, L. O. ; HERIG, L. C. ; MARTINS, R. B. ; MENEZES, E. ; BONON,

E. J. ; SILVA, M. A. ; RAFAEL, R. M. ; HOLANDA, G. M. ; DALL'ANTONIA, J. C. .

Modelo de Implantação da TV Digital Interativa Terrestre no Brasil - Produto III: Análise das

Condições Brasileiras para a Introdução da Tecnologia Digital na Transmissão Terrestre de

Televisão. 2002.

TROJAHN, C. ; OSÓRIO, F. S. . Um Ambiente Virtual Inteligente e Adaptativo Baseado em

Modelos de Usuário e Conteúdo. In: II Workshop de Teses e Dissertações em Inteligência

Artificial, 2004, São Luis. Anais do II Workshop de Teses e Dissertações em Inteligência

Artificial, 2004. p. 91-100.

UPC. UPC Digital + Disponível em: < http://www.upc.ie/television/digitalplus/> Acesso em

23 ago. 2010.