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Métodos de determinação da estrutura de macromoléculas

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Métodos de determinação da estrutura

de macromoléculas

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Cristalografia de raios X

•Purificação da proteína

•Obtenção de cristais de proteína

•Recolha de dados

•Determinação das fases

•Refinamento da estrutura

•Validação da estrutura

•Deposição e/ou publicação da estrutura

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Purificação

•Conhecimento da sequência

•Sistema de expressão ?

•Técnicas standard de purificação de proteína

•Obtenção de quantidades na ordem do

miligrama

•A proteína deve ter uma pureza superior a

97% para que a cristalização seja viável

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http://www.piercenet.com/

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Cristalização

•Dificuldade de cristalização:

as macromoléculas são objectos irregulares com superfícies de

contacto relativamente pequenas

•Crescimento lento:

os cristais podem dem

orar meses até

atingirem as dimensões

necessários (~0.5 mm)

•Depedendênciade múltiplos parâmetros:

pH, tem

peratura, concentração de proteína, solvente,

precipitantes, iões e outros ligandos. Por vezes usam-se robôs de

cristalização para varrer um conjunto vasto de combinações

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Cristal de lisozima

Cristal de cloretode sódio

•Os cristasde proteínacontêm

umaquantidade

elevadade água

•O empacotamento émuito menos denso que num cristal iónico

como o cloreto de sódio

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•Cristal vs solução

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Robô de cristalização

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Software de controlo

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Método da gota pendente

•Cerca

de 10 µ µµµL de umasoluçãode 10 mg/ml de proteína

écolocada

numaplacade vidro

•A placa éinvertida sobre um copo contendo ~ 1 mLde uma solução concentrada de

precipitante, por exp. sulfato de amónia

•O equilíbrio entre a gota e a solução éatingido lentamente por difusão de vapor, e a

concentração de proteína aumenta por perda de água para o reservatório, até

ser

atingido o limite de saturação, com a consequente precipitação da proteína e formação de

cristais (se as condições forem

propícias!)

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Cristais de proteína

Azurina

Flavodoxin

rubredoxin

miohemeritina

hemoglobin

bacterioclorofilaa

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Produção de raios X

Tubo de descarga de Crookes(cerca de 1900)

•A grandediferençade potencialentre cátodo

e ânodoproduz

descarga

de electrões

sobreo ânodo. A travagemdos electrõesno ânodo

éacompanhadade produçãode raios

X

(Bremsstrahlung

, radiação de travagem)

•O primeiro tipo de tubo de raios X, m

uito pouco eficiente. O

pera com um vácuo de cerca

de um 1 Torr

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Produção de raios X

Tubo de Coolidge

K -cátodo

A -ânodo

C -sistema de refrigeração

Win,Wout-água

X -raios X

•Os electrõeslibertam-se do cátodoporem

issãotermiónica, sendo

acelerados

atéao

ânodo

•O sobreaquecimento do ânodo éevitado através de um sistema de arrefecimento a água

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Produção de raios X

Tubo de Ânodo rotativo

C -cátodo

A -ânodo

C -sistema de refrigeração

W -janela

T -zona alvo

•O ânodo

roda

paraexpordiferentes

aofeixede raios

X e assim

dissiparcalornuma

área

maisextensa

•Éo design mais usado actualmente para fontes monocromáticas de raios X

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Radiação sincrotrónica

•RadiaçãoX produzida

pelaaceleração

de electrões

num aceleradorcircular (sincrotrão)

•Produz feixes extraordináriamente

intensos, que podem

ser monocromáticos ou

policromáticos

•Permite tempos de medição muito mais curtos

•Instalações geridas e partilhadas por consórcios de países, p.exp

o ES

RF (European

SynchrotronRadiationFacility) em Grenoble

Beamlines

magneto

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ESRF

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Recolha de dados -gonióm

etro

•O cristalémontado

numacabeça

móvel(goniómetro), quepermitea orientação

do

cristalde acordo

com osseus

eixosde simetria

Goniómetro

cristal

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Recolha de dados

goniómetro

detector

feixe de raios X

cristal

•O cristalroda

sobreo feixede raios, e osraiosdifractadossãorecolhidos

num

detector

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Difractóm

etro de raios X

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Dados de difracção

•Os raiosX difractados

pelocristalproduzemum padrãode pontosna

superfíciedo

detector.

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Lei de Bragg

2 d sinθ= n λ

d-distância entre dois planos

λ λλλ-comprimento de onda

θ θθθ-ângulo de incidência

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Cálculo da distância entre planos

•A lei de Bragg pode

ser usadaparacalculara distânciaentre doisplanos, se o ângulo

do raiodifractado

for conhecido, bem

comoo comprimentode ondada

radiação

X

usada.

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Espaço real versusespaço recíproco

•Os dados recolhidos

pelodetector podem

ser encaradoscomosendoumasecção

numarede

tridimensional de pontos

igualmente

espaçadas. A cadaconjuntode planos

no cristalcorrespondeum pontodo espaçorecíproco.

Espaço real

Espaço recíproco

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Espalhamento e periodicidade

1 átomna origem

2 átomsem -a/2 e +a/2

3 átomsem -a, 0 e +a

4 átomos em -(3/2)a, -

(1/2)a,+(1/2)a,+(3/2)a

Número infinito de átomos

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Espalhamento numa rede bi-dimensional

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Reconstrução da estrutura

O padrão produzido por um retículo periódico de moléculas éidêntico ao da mólecula

isolado, mas apenas mensurável num conjunto discreto de pontos:

A partir do padrão de espalhamento da molécula isolada seria possível reconstruir a

estrutura da molécula original:

periodicidade

Transformada de Fourier

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Reconstrução da estrutura

•Cadareflexão

(h,k,l) podeser descritaporum factor de estrutura

Fhkl

2(

)

1

jj

j

nihx

kylz

hkl

j

j

Ffe

π+

+

=

=∑

•A densidade

electrónicaρ(x,y,z) podeser calculadaa partirde

2(

)1

(,,)

ihxky

lz

hkl

hk

l

xyz

Fe

V

πρ

−+

+=∑∑∑

Note-se que os factores de estrutura Fhkltêm uma amplitudee uma fase

!

As intensidades medidas I são proporcionais àamplitude dos factores de estrutura:

2

hkl

IF

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(h,k,l)

(0,0.0)

h

k

l

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Problema das fases

•Os factores de estrutura tem fase e

amplitude, mas a intensidade dos pontos dá

apenas a amplitude

•A maioria da informação estrutural estána

fase

•Formas de resolver as fases:

–Síntese de Patterson

–Substituição isomórfica

(metais pesados)

–Substituição molecular

–MAD (m

ultipleanomalousdispersion)

–Métodos directos

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Importância das fases

Síntese de Fourierusando apenas as

intensidades

Síntese de Fourierusando apenas as

fases

2(

)1

(,,)

ihxkylz

hkl

hk

l

xyz

Fe

V

πρ

−+

+=∑∑∑

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Substituição isom

órfica

•Um únicoátomode mercúrioécapazde produzirumadiferençamédiade 30%

entre

osfactores

de estruturada

moléculaoriginal (F

P) e a moléculasubstituída(F

PH) para

umaproteína

de 40000 d !

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Densidade electrónica

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Interpretar a densidade

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Modelar a estrutura na densidade electrónica

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Refinamento da estrutura

1.Medição de reflexões

2.Estimativa das fases

3.Obtenção de um modelo, com ajuda de informação

estereoquímica

4.Transformada de Fourier

inversa para obter as

intensidades e fases “teóricas”produzindo o modelo

5.Uso das novas fases teóricas junto com as

intensidades para criar um novo modelo

6.Voltar a 3

obs

calc

obs

R−

=∑∑F

F

F

R-factor

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Efeito da resolução