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Licenciatura em Turismo (Pós-laboral) Métodos e Técnicas de Investigação nas Ciências Sociais Janeiro de 2015 O impacto do transporte na dinâmica do Turismo em Caminha Ana Sousa 17199 António Brás 17178 Cláudia Vasconcelos 17141 Pedro Laranjeira 16869 Rosa Almeida 737 Ano letivo 2014-2015 Responsável da disciplina: Paulo Rodrigues

Métodos e Técnicas de Investigação nas Ciências Sociais · Este trabalho de investigação, realizado no âmbito da unidade curricular Métodos e Técnicas de Investigação

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Licenciatura em Turismo (Pós-laboral)

Métodos e Técnicas de Investigação nas Ciências Sociais

Janeiro de 2015

O impacto do transporte na

dinâmica do Turismo em Caminha

Ana Sousa – 17199

António Brás – 17178

Cláudia Vasconcelos – 17141

Pedro Laranjeira – 16869

Rosa Almeida – 737

Ano letivo 2014-2015

Responsável da disciplina: Paulo Rodrigues

Licenciatura em Turismo (Pós-laboral)

Métodos e Técnicas de Investigação nas Ciências Sociais

Janeiro de 2015

O impacto do transporte na

dinâmica do Turismo em Caminha

Ana Sousa – 17199

António Brás – 17178

Cláudia Vasconcelos – 17141

Pedro Laranjeira – 16869

Rosa Almeida – 737

Ano letivo 2014-2015

Responsável da disciplina: Paulo Rodrigues

ii

Resumo

Este trabalho de investigação, realizado no âmbito da unidade curricular Métodos e Técnicas

de Investigação em Ciências Sociais, tem como objetivo perceber o impacto do transporte na

dinâmica do Turismo em Caminha. Desenvolvemos este trabalho com base nas técnicas de

recolha e tratamento de dados acerca do tema em causa.

Para analisar a dinâmica que o ferryboat tem na Vila de Caminha, importa analisar a forma

como a sua inatividade afeta o comércio, a interação com a população vizinha de La Guardia

(Espanha) e o próprio movimento de turistas. Neste sentido, procedeu-se ao levantamento de

informação relevante, quer em qualidade, quer em quantidade.

Com a recolha e consequente análise dos dados recolhidos, chegámos à conclusão de que a

paragem do ferryboat tem um impacto socioeconómico negativo na dinâmica do Turismo em

Caminha.

iii

Agradecimentos

Estas palavras vão para aquelas pessoas que nos apoiaram e nos mostraram o caminho a

seguir para concluir este trabalho.

Uma palavra muito especial, de agradecimento, para o Prof. Paulo Rodrigues, pelas dicas

dadas durante as aulas de trabalho para a elaboração deste documento.

Às restantes pessoas que, direta e indiretamente, colaboraram com o seu apoio,

nomeadamente na revisão dos textos e partilha de informação, preenchimento dos inquéritos e

disponibilidade para as entrevistas.

Ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Caminha, Miguel Alves, e à D. Beatriz Chão,

pelas entrevistas concedidas.

Ao jornalista Luís Almeida, pelas dicas dadas para a nossa revisão bibliográfica.

À Patrícia Ramos, Secretária da Câmara Municipal de Caminha, que agendou, com muita

celeridade, a entrevista com o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Caminha.

Aos funcionários do Arquivo Municipal de Caminha.

A todo o grupo que trabalhou incansavelmente para que este trabalho fosse concluído.

iv

Índice

Resumo .................................................................................................................................................... ii

Agradecimentos ...................................................................................................................................... iii

1. Introdução ....................................................................................................................................... 1

2. Metodologia .................................................................................................................................... 2

3. Revisão bibliográfica....................................................................................................................... 5

3.1. Turismo ................................................................................................................................... 5

3.2. Caminha .................................................................................................................................. 5

3.3. Transporte marítimo e fluvial .................................................................................................. 6

4. Análise dos resultados ..................................................................................................................... 8

5. Conclusões e propostas de melhoria ............................................................................................. 12

Referências bibliográficas ..................................................................................................................... 14

Apêndice I. Guião do inquérito por questionário sobre o impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica

do Turismo em Caminha ....................................................................................................................... 15

Apêndice II. Entrevistas do inquérito por questionário sobre o impacto do transporte (ferryboat) na

dinâmica do Turismo em Caminha ....................................................................................................... 19

Apêndice III. Resultados do inquérito por questionário sobre o impacto do transporte (ferryboat) na

dinâmica do Turismo em Caminha ....................................................................................................... 26

1

1. Introdução

O Turismo é um setor transversal e bastante exigente enquanto objeto de estudo. Realizámos

esta investigação com o objetivo de explicar um determinado fenómeno e responder às

questões em torno dos problemas inerentes a esse fenómeno: o impacto do transporte na

dinâmica do Turismo em Caminha.

Este tema gira em torno do estudo de uma questão que já há alguns anos tem deixado a

população do Alto Minho com alguns problemas socioeconómicos, nomeadamente os

comerciantes da Vila de Caminha. A questão da paragem do ferryboat também deixa os

turistas e a população com algumas limitações quando pretendem visitar Caminha ou quando

os Caminhenses pretendem fazer a travessia para o outro lado do rio.

O objetivo geral desta investigação foi a análise do impacto socioeconómico da ausência do

ferryboat em Caminha, sendo o objeto de estudo a vila de Caminha e o ferryboat que faz

travessia do rio Minho entre Caminha (Portugal) e La Guardia (Espanha).

As limitações deste grupo para desenvolver esta investigação prenderam-se com limites de

tempo e recursos. Tentámos agilizar, entre todos, a melhor forma de desenvolver o trabalho,

de modo a que as deslocações à Vila de Caminha fossem o mais produtivas possível no que

toca aos inquéritos e às entrevistas, para que não excedêssemos os limites acima

mencionados.

Este documento encontra-se dividido em quatro partes:

Metodologia;

Revisão bibliográfica;

Análise dos resultados;

Conclusão.

2

2. Metodologia

Neste relatório, para dar seguimento a este processo de investigação utilizamos um método de

abordagem lógico - o método hipotético dedutivo significa que em primeiro lugar se define o

problema, de seguida formulam-se as hipóteses e dai se deduzem as consequências que se

tornarão válidas ou não através da pesquisa (Rodrigues, 2014).

Para este trabalho de grupo, depois de escolhido o tema, elaboramos a pergunta de partida.

A pergunta de partida torna-se essencial para o nosso trabalho, pois é esta pergunta que nos

vai guiar ao longo do trabalho. “Com esta pergunta, o investigador tenta exprimir o mais

exatamente possível aquilo que procura saber, elucida, compreender melhor. A pergunta de

partida servirá de primeiro fio condutor da investigação.” (Quivy & Campenhoudt, 2005, p.

44)

A pergunta de partida, designadamente: “Quais os impactos socioeconómicos da ausência

do ferryboat no Turismo em Caminha?” Apresenta as seguintes qualidades: clareza em

abordar a problemática da paragem do ferryboat; exequibilidade porque para desenvolver

este tema de trabalho temos todos os recursos para fazer a pesquisa; pertinência em estudar

um meio de transporte e os impactos que este tem na Vila de Caminha.

A exploração torna-se importante para dar seguimento à nossa procura das respostas da

pregunta de partida. “A exploração comporta as operações de leitura, as entrevista

exploratórias e alguns métodos de exploração complementares.” (Quivy & Campenhoudt,

2005, p. 49)

Depois de todas as pesquisas feitas durante a etapa da exploração e depois de fazermos o

balanço das leituras e entrevistas, vamos focar-nos na problemática que é “(…) a abordagem

ou a perspetiva teórica que decidimos adotar para tratarmos o problema formulado pela

pergunta de partida.” (Quivy & Campenhoudt, 2005, p. 89)

Na construção do modelo de análise e das hipóteses é fundamental em primeiro lugar “(…)

travar conhecimento com o pensamento de autores cujas investigações e reflexões podem

inspirar as do investigador, revelar facetas do problema nas quais não teria certamente

pensado por si próprio e, por fim, optar por uma problemática apropriada.” (Quivy &

Campenhoudt, 2005, p. 109). Para este trabalho as hipóteses são importantes, porque é em

torno dessas hipóteses que se estrutura a nossa investigação (Quivy & Campenhoudt, 2005).

3

Algumas das hipóteses que se tornaram relevantes para compreender esta problemática no

trabalho de investigação são:

A ausência do ferryboat afeta o comércio em Caminha;

A situação de paragem do ferryboat vai ser resolvida;

A paragem do ferryboat tem implicações no Turismo em Caminha.

Na etapa seguinte – observação e recolha de dados, que consiste na delimitação do nosso

campo de observação, isto é, limitamo-nos a estudar apenas a paragem do ferryboat em

Caminha, a zona geográfica também é delimitada, tratando-se apenas da Vila de Caminha e o

tempo disponível para realizar este trabalho também é limitado. Quanto à observação,

utilizamos a observação indireta, através de questionários e entrevistas. Os questionários

tornam-se muito úteis para este trabalho porque “(…) se presta bem a uma utilização

pedagógica pelo caracter muito preciso e formal da sua construção e avaliação prática.”

(Quivy & Campenhoudt, 2005, p. 186) Uma vez elaborados os questionários, procedemos ao

pré-teste. Esse exercício foi realizado na sala de aula com os restantes elementos da turma do

curso de Turismo pós-laboral. Assim desta forma podemos avaliar se o nosso questionário

estava bem elaborado e se as perguntas eram claras e objetivas. Nestes questionários

formulamos perguntas de resposta fechada – dicotómicas, onde o inquirido tem a

possibilidade de responder sim/não ou concordo/discordo. Também utilizamos perguntas de

escolha múltipla, onde o inquirido tem várias hipóteses de resposta previamente estabelecidas,

onde este apenas pode escolher uma das possibilidades propostas. Os questionários para esta

investigação são de “administração indireta”, o que quer dizer que os mesmos foram

completados por um elemento deste grupo a partir das respostas que lhe eram fornecidas pelo

inquirido.

Depois de escolhermos a quantidade de pessoas para a nossa amostra, no trabalho de campo,

os questionários (cujo guião se encontra no Apêndice I deste relatório), foram realizados na

sua maior parte nas principais ruas do centro histórico de Caminha. Foi dado um intervalo de

quatro pessoas entre cada inquérito, isto para tornar os resultados mais aleatórios. No total

foram realizados cem questionários e todos eles com sucesso. Estes inquéritos foram

desenvolvidos com a preocupação de se recolher o maior leque de informação possível sobre

o tema que estamos a investigar. Durante a aplicação dos questionários, percecionámos que os

inquiridos Espanhóis se encontravam mais disponíveis para colaborar, ao contrário dos

Portugueses, que muitas vezes se recusavam a fazê-lo.

4

No âmbito desta etapa de observação também utilizamos o método das entrevistas. “(…) os

métodos de entrevista distinguem-se pela aplicação dos processos fundamentais de

comunicação e interação humana. Corretamente valorizados, estes processos permitem ao

investigador retirar das entrevistas informações e elementos de reflexão muito ricos e

matizados.” (Quivy & Campenhoudt, 2005, p. 191)

A principal dificuldade na realização das entrevistas desta investigação prendeu-se com a falta

de colaboração de um dos possíveis entrevistados, que adiou continuamente a marcação da

entrevista. Por decisão do grupo, recorreu-se a um entrevistado alternativo. Assim,

entrevistámos o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Caminha e uma comerciante da Vila

de Caminha, proprietária de uma loja de decoração. As duas entrevistas (Apêndice II) tiveram

como propósito recolher dados acerca do tema desta investigação – o impacto do transporte

na dinâmica do Turismo em Caminha.

Para abordar este tema, optámos por realizar uma entrevista que focasse o impacto de um

determinado acontecimento, um tipo de entrevista conhecida por focused interview (Quivy &

Campenhoudt, 2005).

A análise dos resultados vai permitir-nos descrever e preparar os dados, bem como fazer a

medição entre as variáveis (gráficos, tabelas) e também servem para termos a certeza que as

informações recolhidas correspondem às hipóteses formuladas (Quivy & Campenhoudt,

2005).

Depois de todos estes passos chegamos à parte da conclusão, que nos permite fazer uma

retrospetiva de todos os procedimentos até ao final do trabalho, se possível apresentar

consequências práticas do caso em estudo e ainda melhor, se possível apresentarmos novo

conhecimento (Quivy & Campenhoudt, 2005).

5

3. Revisão bibliográfica

3.1. Turismo

O conceito de Turismo sofreu várias alterações ao longo dos tempos, tendo surgido pela

primeira vez em 1910, com o austríaco Herman von Schullern zu Schrattenhoffen (Cunha &

Abrantes, 2013).

Mas, foram os professores Walter Hunziker e Kurt Krapf que estabeleceram a definição mais

elaborada do conceito de Turismo, definindo-o como: “o conjunto de relações e fenómenos

originados pela deslocação e permanência de pessoas fora do seu local habitual de residência,

desde que tais deslocações e permanências não sejam utilizadas para o exercício de uma

atividade lucrativa principal” (Cunha & Abrantes, 2013).

Em 1982, Mathienson e Wall consideram o Turismo como “o movimento temporário de

pessoas para destinos fora dos seus locais normais de trabalho e de residência, as atividades

desenvolvidas durante a sua permanência nesses destinos e as facilidades criadas para

satisfazer as suas necessidades” (Cunha & Abrantes, 2013).

A Organização Mundial do Turismo (OMT), considera o Turismo como “o conjunto das

atividades desenvolvidas por pessoas durante as viagens e estadas em locais situados fora do

seu ambiente habitual por um período consecutivo que não ultrapasse um ano, por motivos de

lazer, de negócios e outros” (Cunha & Abrantes, 2013).

3.2. Caminha

No âmbito desta revisão bibliográfica importa definir as características da Vila de Caminha,

situada “(…) num ponto estratégico, a 90 km do Porto, a 45 minutos do aeroporto Francisco

Sá Carneiro, e a cerca de 80 km de Vigo, na Galiza (Espanha) e do seu aeroporto, a que se

acede em 40 minutos. Para fazer ligação com Espanha, é também possível embarcar no

ferryboat 'Santa Rita de Cássia', que transporta passageiros, automóveis ligeiros e autocarros

para a outra Margem do Rio Minho. Para chegar ao Concelho de Caminha são várias as vias

de comunicação, de excelente qualidade, que lhe permitem um acesso rápido. Existe a A28,

que através das saídas de Riba de Âncora, Vila Praia de Âncora, Vilar de Mouros, Dem ou

Lanhelas, permite um acesso rápido. Vindo pela A3, auto - estrada que faz a ligação Braga -

Valença, através das saídas de Ponte de Lima, Vila Nova de Cerveira ou Valença, o acesso

também é rápido. A EN13 junto à Costa Atlântica é outra das alternativas. Outra opção é a

utilização da via-férrea, através da linha do Minho, onde os comboios, de acordo com os

6

horários estabelecidos pela CP, param nas Estações ou Apeadeiros do concelho.” (Município

de Caminha, 2009).

3.3. Transporte marítimo e fluvial

O mar é um meio importante no desenvolvimento da economia e os transportes marítimos e

fluviais são muito importantes, não só nos meios regionais como a nível Europeu. Por isso se

tornou relevante esta definição. “Os mares são a seiva da Europa. Os espaços marítimos e as

costas da Europa, essenciais para o seu bem-estar e prosperidade, oferecem rotas comerciais,

funcionam como um regulador do clima e representam uma fonte de alimento, de energia e de

recursos e um lugar privilegiado de residência e lazer para os cidadãos.” (Comissão das

Comunidades Europeias, 2007).

O ferryboat de Caminha como elemento essencial da nossa investigação já conta com uma

grande história quer como de meio de transporte em que a data da sua chegada a Caminha

aconteceu no dia vinte de maio de 1995, quer a nível politico, por este ter sido uma bandeira

de campanha de alguns autarcas. “Criar uma ligação fluvial que garantisse a travessia de

passageiros e viaturas entre Caminha e A Guarda, dando desta forma continuidade a uma

fronteira ancestral, e que ao mesmo tempo atraísse até Caminha os muitos turistas que

anualmente visitam o Monte de Santa Tecla, o segundo destino mais visitado em toda a

Galiza, depois de Santiago de Compostela, foi um dos grandes projetos a que Pita Guerreiro

se propôs logo que foi eleito, em 1976, presidente da Câmara de Caminha.” (Aldeia, 2014)

“O ferry, com capacidade para 4 autocarros, começa a ser construído a expensas de Portugal

(com recurso a fundos comunitários), tendo os Espanhóis contribuído com uma verba para a

abertura do canal de navegação. Tanto a embarcação como o canal demoram vários anos a

concluir e apesar de o ter idealizado, Pita Guerreiro não chega a inaugurar o ferry uma vez

que abandona o cargo de Presidente da Câmara de Caminha antes da sua conclusão. Mas é

ainda no decorrer do seu último mandato, que termina em 1993, que se estabelece com os

espanhóis o protocolo que iria ditar as regras de funcionamento da embarcação,

nomeadamente os custos de manutenção e exploração.” (Aldeia, 2014)

Ao nível do Turismo náutico, o local onde este está atracado o ferryboat, na vila de Caminha,

podem ser um fator de desenvolvimento e notoriedade deste segmento de Turismo.

“Considerando o atual grau de desenvolvimento do setor do Turismo náutico em Portugal, e

tendo como base um horizonte temporal de dez anos, a velocidade de crescimento deste setor

7

pode estabelecer-se numa taxa de crescimento anual acumulado de 11%, com um incremento

linear de 175%.” (THR, 2006)

O rio Minho desemboca em Caminha e além de ser o local utilizado no transporte de

passageiros de Caminha para La Guardia (Espanha), também pode tornar-se num fator de

atratividade para fins turísticos, juntamente com a Vila de Caminha. “(…) para além de um

meio hídrico que deverá ser de qualidade, terão que estar adicionados outros aspetos capazes

de interessar o turista e de que poderemos muito resumidamente enunciar exemplos. O

património histórico, edificado ou não e o património arqueológico, associado a vias de

comunicação e informação adequadas. Igualmente a gastronomia regional e

consequentemente a atividade de restauração e hotelaria associadas a locais facilmente

acessíveis a partir da água, sendo que esta acessibilidade inclui as infraestruturas náuticas. O

senderismo e a busca de lugares por georreferenciação (geocaching), a caça e a pesca, a

canoagem e a vela, bem como a possibilidade de ocorrência de eventos como regatas ou

outras competições náuticas, são seguramente contributos decisivos para tornar um rio ou um

lago, um destino turístico a considerar.” (Lucas, 2009)

8

4. Análise dos resultados

Nas entrevistas realizadas e tendo como fio condutor as nossas hipóteses de trabalho,

constatámos que os entrevistados se mostram de certa forma apreensivos com esta paragem

do ferryboat em Caminha.

Segundo o Sr. Presidente da Câmara de Caminha, a paragem do ferryboat prendeu-se com

questões económicas e políticas. Daí advieram alguns problemas socioeconómicos,

nomeadamente para o comércio. A ausência de passageiros fez-se notar ao longo dos anos. O

ferryboat chegava a transportar cerca de 100 mil pessoas anualmente, até que em 2013

transportou apenas 46 mil passageiros.

É de realçar que o Município de Caminha tem como objetivo não deixar acabar este meio de

transporte característico da Vila de Caminha, assim como tem nos seus planos atrair novos

visitantes à Vila através da dinamização de eventos (entrevista ao Sr. Presidente da Câmara

Municipal de Caminha, no Apêndice II deste relatório).

A segunda entrevistada, uma comerciante do centro histórico de Caminha também referiu

durante a entrevista que sentiu que o movimento de pessoas diminuiu no comércio tradicional,

nomeadamente de clientes Espanhóis. Dando o próprio exemplo do seu estabelecimento

comercial, a entrevistada sentiu uma quebra no volume de negócios devido à falta de clientes

Espanhóis que se deslocavam semanalmente a Caminha. Como foi referido pelo primeiro

entrevistado, também esta entrevistada acha que a paragem do ferryboat se prende com

problemas económicos (entrevista à comerciante da Vila de Caminha, no Apêndice II deste

relatório).

No desenvolvimento e aplicação dos inquéritos, conseguimos recolher informação bastante

importante para esta investigação. Para esta análise dividimos os inquéritos em duas partes: a

primeira parte refere-se ao tratamento de dados acerca dos inquiridos – género, localidade de

residência, nacionalidade, estado civil, idade, nível de formação académica e situação

profissional; a segunda parte do questionário diz respeito à problemática do ferryboat de

Caminha, na qual iremos analisar a opinião dos inquiridos.

Na nossa amostra, nos cem questionários aplicados, 50% dos inquiridos é do sexo masculino

e os restantes 50% é do sexo feminino (Gráfico 1).

9

Os questionários foram aplicados no centro histórico de Caminha. 54% dos inquiridos é

residente na freguesia de Caminha-Matriz, 34% não reside nessa freguesia e os restantes 8%

reside noutros concelhos (Gráfico 2).

Quanto à nacionalidade dos inquiridos, 82% são de nacionalidade Portuguesa, 16% de

nacionalidade Espanhola e os restantes 2% de outras nacionalidades (Gráfico 3).

Como vem apresentado no gráfico, o estado civil dos nossos inquiridos divide-se entre 32%

de solteiros, 47% de casados, 11% em união de facto, 6% de divorciados e 4 % de viúvos

(Gráfico 4).

A facha etária dos nossos inquiridos é muito variada, como podemos ver no Gráfico 5:

Menos de 20 Anos – 6 % dos inquiridos;

20 – 29 Anos – 19% dos inquiridos;

30 – 39 Anos – 22% dos inquiridos;

40 – 49 Anos – 20% dos inquiridos;

50 - 59 Anos – 15% dos inquiridos;

Mais de 59 Anos – 18% dos inquiridos.

O nível de formação académica dos inquiridos também é muito variado (Gráfico 6):

1.º Ciclo – 2% dos inquiridos;

2.º Ciclo – 18% dos inquiridos;

3.º Ciclo – 45% dos inquiridos;

12.º Ano – 4% dos inquiridos;

Licenciatura – 31% dos inquiridos.

De acordo com a Classificação Nacional das Profissões (CNP) (Portal Cidade das Profissões,

2014), 63% dos inquiridos (profissionais por conta de outrem e por conta própria no Gráfico

7) dividem-se pelas categorias apresentadas no Gráfico 8.

Relativamente à segunda parte do questionário, iremos analisar as respostas dos inquiridos às

questões que abordam a problemática da nossa investigação.

Na questão 9, que fala da importância do ferryboat para a divulgação turística de Caminha,

80% dos inquiridos acha que o ferryboat é muito importante para essa divulgação, 14% acha

10

que é pouco importante, 4% pensa que o ferryboat é indiferente para a divulgação turística de

Caminha, enquanto 2% não sabe se o ferryboat é importante para essa divulgação (Gráfico 9).

A utilização do ferryboat é também uma questão imperativa (questão 10). 76% dos inquiridos

respondeu afirmativamente a esta questão, 22% não utilizava o ferryboat e os restantes 2%

não respondeu à questão (Gráfico 10). Os inquiridos que responderam afirmativamente à

questão 10, responderam à questão sobre a frequência com que utilizavam o ferryboat

(questão 11). Os resultados são os seguintes (Gráfico 11):

1 a 5 vezes por ano – 28 % dos inquiridos;

6 a 10 vezes por ano – 18% dos inquiridos;

Mais de 10 vezes por ano – 30% dos inquiridos.

A opinião dos inquiridos sobre o impacto da paragem do ferryboat no comércio de Caminha

foi unânime (questão 12). 78% dos inquiridos respondeu afirmativamente, 7% dos inquiridos

acha que o ferryboat não tem qualquer impacto no comércio de Caminha, 14% não sabe se a

paragem do ferryboat surtiu algum impacto nessa atividade comercial e 1% não respondeu à

questão (Gráfico 12).

Na questão 13 constatámos que 55% dos inquiridos sabe há quanto tempo o ferryboat está

parado (Gráfico 13). Os 55% dos inquiridos que responderam afirmativamente à questão 13,

tem a perceção de que o ferryboat está parado desde há menos de 6 anos (Gráfico 14).

A presença de turistas em Caminha também é uma questão muito importante na nossa

investigação. Com esta pergunta conseguimos saber se os inquiridos acham que mesmo com a

paragem do ferryboat os turistas continuam a visitar Caminha. 78% dos inquiridos tem a

perceção de que os turistas continuam a visitar Caminha, 9% pensa que os turistas deixaram

de visitar Caminha por causa da paragem do ferryboat e 13% dos inquiridos não o sabem

(Gráfico 15).

Na questão 16 constatámos que as opiniões dos inquiridos se encontram divididas acerca da

reabertura da linha de ferryboat, talvez por um certo desconhecimento sobre questões

políticas. 37% dos inquiridos pensa que a situação do ferryboat vai ser resolvida, 21% acha

que não e os restantes 42% não sabe se esta situação irá ser resolvida (Gráfico 16).

Um dos problemas que afetam a navegação do ferryboat no rio Minho é o assoreamento do

rio. A questão 17 aborda os problemas que a dragagem do rio Minho poderá representar no

11

futuro para o ferryboat. A esta questão 57% dos inquiridos responderam que a dragagem vai

representar sempre um problema para a navegação do ferryboat no rio, 17% acha que não e os

restantes 26% responderam que não sabem (Gráfico 17).

Quanto à construção de uma ponte internacional como alternativa ao ferryboat, a maior parte

dos inquiridos mostra-se de acordo com esta alternativa, sendo que apenas 3% dos inquiridos

discorda totalmente desta ideia (Gráfico 18).

A paragem do ferryboat pode ter implicações no Turismo em Caminha. Esta foi uma das

nossas hipóteses levantadas para esta investigação e fez parte de uma questão neste

questionário. Segundo as respostas, 79% dos inquiridos acha que a paragem do ferryboat tem

implicações no Turismo em Caminha e 18% dos inquiridos acha que não (Gráfico 19).

Com a paragem do ferryboat podem existir vários tipos de implicações para o Turismo de

Caminha: 76% dos inquiridos considera que essas implicações são de ordem económica e/ou

turística, enquanto os restantes 3% considera que as implicações são de natureza ecológica

(Gráfico 20).

12

5. Conclusões e propostas de melhoria

Verificamos que o ferryboat em Caminha, como podemos ver nas respostas dos inquéritos

tem implicações na dinâmica do Turismo em Caminha. Segundo os mesmos inquéritos o

comércio tradicional foi fortemente afetado com a paragem do ferryboat. Tanto nas respostas

aos inquéritos como nas entrevistas a estagnação do comércio foi mencionada pelos locais.

Isto porque os habitantes de La Guardia (Espanha) sem o ferryboat para atravessar até

Caminha tem de fazer muitos mais quilómetros ao atravessar na ponte internacional de

Cerveira para chegar a Caminha. Assim os potenciais clientes Espanhóis que visitavam o

comércio tradicional em Caminha acabam por ficar por Vila Nova de Cerveira e dinamizar o

comércio Cerveirense.

Com este estudo conseguimos compreender também que existe por parte do executivo

Caminhense uma vontade de resolver este problema e de dinamizar o comércio em Caminha

de modo a atrair novos visitantes.

Numa apreciação geral verifica-se que realmente a paragem do ferryboat tem um impacto

socioeconómico negativo na dinâmica do Turismo em Caminha.

Fica por verificar, num estudo mais aprofundado até que ponto o executivo de La Guardia

esta disponível para participar nas negociações com o município de Caminha para que o

ferryboat volte a fazer as travessias no rio Minho. Também se torna interessante em novas

abordagens à temática do ferryboat estudar o impacto socioeconómico e turístico que este

meio de transporte tem na localidade do país vizinho.

Se o questionário fosse aplicado novamente, algumas melhorias seriam ser consideradas:

Reformular-se-ia quer as hipóteses de resposta à questão 2, quer a própria questão, do

seguinte modo, para explicitar a questão que foi, efetivamente, colocada aos

inquiridos:

o “É residente na freguesia Caminha-Matriz?

Sim

Não, resido noutra freguesia do Concelho de Caminha

Outro Concelho”;

Remover-se-ia a hipótese de resposta à questão 4 “Outro”, quer pelo facto de dizer

respeito a uma possibilidade que não existe, quer pelo facto de ter contabilizado zero

13

respostas dos inquiridos, o que confirma que se trata, precisamente, de uma

impossibilidade;

Adicionar-se-ia a hipótese de resposta “Não respondo” à questão 9;

Adicionar-se-ia a hipótese de resposta “Não sei” à questão 10;

Retirar-se-ia a hipótese de resposta “Não sei” à questão 13, eliminando, assim, a

redundância existente entre a hipótese “Não” e esta mesma, dada a natureza da

questão (“Sabe (…)?”);

Alterar-se-ia a segunda hipótese de resposta à questão 14 para o intervalo “6 a 10

anos”, por forma a garantir a contiguidade relativamente ao 3.º e subsequente

intervalo;

Explicitar-se-ia a “situação” referida na questão 16 (“Parece-lhe que a situação da

paragem do ferryboat vai ser resolvida?”), para clarificar ao inquirido a dimensão do

problema sobre o qual estava a ser questionado (problema político);

A escala de hipóteses de resposta à questão 18 seria alterada para a seguinte, de

maneira a eliminar redundância nas hipóteses:

o “Discordo totalmente

o Discordo/concordo em parte

o Concordo totalmente”;

Alternativamente, a escala de hipóteses de resposta à questão 18, bem como a própria

questão seriam alteradas da seguinte forma:

o “Indique o seu grau de concordância relativamente à construção de uma ponte

internacional em Caminha, como alternativa ao ferryboat.

1 (concordo muito ou discordo pouco)

2 (concordo)

3 (concordo pouco ou discordo muito)

4 (discordo)”;

Adicionar-se-ia as hipóteses de resposta “Não sei” e “Não respondo” à questão 19;

Contabilizar-se-ia as respostas à questão 20 dentro dos seguintes valores, evitando,

assim, redundâncias na análise quantitativa dos resultados:

o “Económicas

o Ecológicas

o Turísticas”.

14

Referências bibliográficas

Aldeia, C. (2014). O que pretendia unir acabou por afastar. from http://jornalc.pt/o-que-

pretendia-unir-acabou-por-afastar/

Comissão das Comunidades Europeias (2007). Comunicação da Comissão ao Parlamento

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lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52007DC0575&from=PT.

Cunha, L., & Abrantes, A. (2013). Introdução ao Turismo. Lisboa: Lidel.

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nts/Turismo%20Nautico%202006.pdf.

15

Apêndice I. Guião do inquérito por questionário sobre o impacto do

transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha

Inquérito sobre o Impacto do Transporte (Ferryboat) na Dinâmica do

Turismo em Caminha

Este inquérito foi elaborado no âmbito da disciplina de Métodos e Técnicas de Investigação

em Ciências Sociais e Humanas pelos alunos Ana Sousa, Rosa Almeida, Pedro Laranjeira,

Cláudia Vasconcelos e António Brás do 1º ano da licenciatura de Turismo da Escola Superior

de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo. Este inquérito tem como objetivo estudar o

impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do turismo em Caminha. Os dados obtidos

neste questionário serão analisados com a maior confidencialidade e sigilo.

Agradecemos desde já a sua colaboração no preenchimento deste questionário.

1. Género?

□ Masculino □ Feminino

2. É residente em Caminha?

□ Sim □ Não □ Outro

3. Nacionalidade?

□Português □ Espanhol □ Outro

4. Qual é o seu Estado Civil?

□ Solteiro □ Casado □ União de facto □ Divorciado □ Viúvo □ Outro

5. Qual é o seu Grupo Etário?

□ Menos de 20 □ 21-29 □ 30-39 □ 40-49 □ 50-59 □ Mais de 59

16

6. Qual é o seu Nível de Formação Académica?

□ 1º, 2º, 3º e 4º ano (antiga instrução primária)

□ 5º Ou 6º ano (antigo ciclo preparatório)

□ 7º, 8º e 9º (3º, 4º e 5º liceu)

□ 10º, 11º e 12º ano (antigo 6º e 7º liceu)

□ Ensino pós -secundário (cursos de especialização tecnológica, nível IV)

□ Licenciatura

□ Mestrado

□ Doutoramento

7. Situação perante a profissão:

□ Estudante □Trabalhador por conta d’outrem □ Conta própria □ Desempregado

□Reformado □ Inválido

8. Profissão:

___________________________________________________________________________

9. Acha que o Ferryboat é importante para a divulgação turística de Caminha?

□ Muito Importante □ Pouco Importante □Indiferente □ Não sei

10.Costumava Utilizar o Ferryboat?

□ Sim □ Não □ Não respondo (Se responde Não, p.f. passe para a 12)

11. Quantas vezes por ano, utilizava o Ferryboat?

□1-5 □6-10 □ Mais de 10

17

12.Na sua opinião, a paragem do Ferryboat afetou o Comércio em Caminha?

□Sim □Não □Não Sei □ Não Respondo

13. Sabe há quanto tempo o Ferryboat está parado?

□Sim □Não □Não Sei □ Não Respondo

14. Se respondeu sim à pergunta anterior. Há quanto tempo está parado?

□ 1 a 5 anos □ 6 a 9 anos □ mais de 10 anos

15. Mesmo com a paragem do Ferryboat, considera que os Turistas continuam a visitar

Caminha?

□Sim □Não □Não Sei □ Não Respondo

16. Parece-lhe que a situação da paragem do Ferryboat vai ser resolvida?

□Sim □Não □Não Sei □ Não Respondo

17. A Dragagem do Rio Minho, vai ser sempre um problema para a navegação?

□Sim □Não □Não Sei □ Não Respondo

18. Concorda com a construção de uma ponte Internacional como alternativa ao Ferryboat?

1

2 3 4 5

Discordo

totalmente

Discordo em

parte

Concordo Concordo em

Parte

Concordo

totalmente

19. Acha que a Paragem do Ferryboat, tem implicações no Turismo em Caminha?

□Sim □Não

18

20. Que Tipo de Implicações?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

OBRIGADO PELA SUA COLABORAÇÃO!

19

Apêndice II. Entrevistas do inquérito por questionário sobre o impacto do

transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha

Entrevista ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Caminha – Miguel Alves

Data: 28/11/2014

Entrevistadora: Bom dia. Desde já agradeço por me receber tão rapidamente.

Miguel Alves: Bom dia, Ana. Para mim é um prazer poder ajudar. Se não se importa vou

tomar um chá. Quer tomar alguma coisa?

Entrevistadora: Não, obrigado. Podemos então iniciar a nossa entrevista?

Miguel Alves: Sim, claro.

Entrevistadora: A primeira pergunta seria, de quem é a propriedade do ferry?

Miguel Alves: O ferryboat é do município de Caminha. O município de Caminha têm

incorporado em seu património aquele barco, a embarcação e todo o cais de embarcação

também tem aquelas rampas, todo isso, é do município de Caminha. É verdade que existe um

problema de registo desse móvel, imóvel, desta embarcação que foi detectada precisamente

na altura da auditoria que fizemos às contas da Câmara logo que chegamos e tomamos posse

há um ano atrás. Foi identificado como um dos problemas que havia alguns dos bens que não

estavam registados na conservatória e o caso do ferry é um deles, mas é da propriedade do

município.

Entrevistadora: Os custos do ferryboat são suportados só pelo município de Caminha ou

também por La Guardia? Os custos, estou a falar, custos de manutenção, reparação…

Miguel Alves: Têm sido suportados pelo município de Caminha, se calhar vai me colocar

essas questões depois mais adiante mas, a verdade é que o ferry-boat têm tido custos

bastantes assinaláveis nos últimos anos, que se deve, não só a manutenção da própria

embarcação, mas também á incapacidade que houve para rentabilizar este percurso. Depois

mais a frente, se quiser até lhe dou os dados sobre quais são os custos para termos um

bocadinho uma noção, senão voltaremos a essa pergunta.

20

Entrevistadora: E, as receitas também revertem a favor do município de Caminha, neste

caso?

Miguel Alves: Pronto, como deveria estar a acontecer era a partilha de despesa entre o

município de Caminha e o município de Guardia. A partir do momento que isso não

acontece, eu em um acordo que estabeleci com o Alcalde da Guardia, é que todas as receitas

que entrarem neste mandato, do lado da Guardia também tem entrado, vem diretamente para

Caminha. A receita da bilheteira da Guardia, que antes ficava na Guardia, agora vêm para

Caminha. Não agora, porque, não há barco.

Entrevistadora: Sim, sim, agora não há. Como chegaram ao ponto de encerrar o Ferryboat?

Miguel Alves: Pronto, isto é uma história com algum tempo, mas a versão resumida é a

seguinte: O Ferryboat para funcionar, precisa que haja, que o canal de navegação entre

Caminha e a Guardia esteja desassoreado, e nós só tínhamos o canal. Durante muito tempo,

o canal não foi alvo de nenhuma intervenção. Estas coisas são como a nossa casa, se não

intervimos, e se não vamos melhorando as coisas, degrada-se.

Aqui a Foz do rio Minho, nos últimos anos tem tido um assoreamento muito forte que, é

notório. Basta passar ali na marginal em maré baixa, para percebemos uma foz muito mais

assoreada do que tínhamos no passado. E porque que temos? Porque, os rios perderam a

força que tinham outra hora, nomeadamente o Coura e o Minho, em virtude das sucessivas

barragens que são colocadas, isso faz com que o rio não tenha capacidade para empurrar a

areia para fora da barra. Está mais assoreada o canal de navegação, tem vindo a ser

assoreado e a zona do cais de atracagem de Caminha, que nunca foi intervencionado. É que

no caso do canal, foi algumas vezes intervencionado, mas a zona de atracagem do cais de

Caminha que nunca foi intervencionado, tem um bolo de areia gigante que, impede a

circulação do ferryboat. Neste momento estão a decorrer trabalhos de desassoreamento

muito lentos, é verdade, por incapacidade da maquinaria trabalhar mais rapidamente. Mas,

enquanto houver este assoreamento não é possível, de facto, o ferry funcionar. Tinha vindo

ao longo dos últimos anos a perder frequência. Já fazia todas as viagens e desde algum

tempo esta parte de facto não tem funcionado.

Entrevistadora: A ausência do ferry afeta o comércio em Caminha?

21

Miguel Alves: Afeta, eu acho que afeta. Não podemos estar, enfim, ter uma posição de

desconhecimento daquilo que diz respeito a Caminha. Afeta, têm um impacto importante,

porque há um conjunto de pessoas que, por um lado vão de Caminha para La Guardia

trabalhar naquele lado da Galiza, como há também um conjunto de pessoas vem do lado de

la para cá trabalhar. E, para o comércio também porque aqui injeta diretamente uma série

de pessoas que aqui nos podem vir visitar. Agora, isto é um percurso que se vêm acentuando,

degradando desde 2010. Porque houve a incapacidade de poder fazer este tipo de

assoreamento. Eu, só para ter a noção, eu tenho aqui alguns números, só para termos noção,

ao longo, desde de 96, que temos ferry, até enfim, temos também contabilizar o ferry, até

2010, digamos que andávamos sempre acima dos 100 mil passageiros entre Portugal e

Espanha e algo mais entre Espanha e Portugal. Mais de 100 mil passageiros durante todos

esses anos, tendo atingindo o pico de 183 mil passageiros em 1999. A verdade é que em 2011

já só tivemos 83 mil passageiros a virem de Portugal para Espanha, em 2012 76 mil

passageiros e em 2013 já só tivemos 46 mil passageiros, quer dizer, isto é notório e tem a ver

com o fato do ferry: porque não se faz a dragagem, porque não se faz a manutenção, o ferry

funciona menos e as pessoas vão se desinteressando também pelo ferry porque o ferry não

tem horas para funcionar. Isto é um, mas deixe-me dizer-lhe que o ferry leva, há um conjunto

de pessoas, há mais gente a ir de Portugal para Espanha do que de Espanha para Portugal.

Portanto esta ideia também de que o comercio daqui beneficia mais do que de La Guardia é

errada. A verdade é que La Guardia acaba por beneficiar mais, pelo menos em termos de

movimento de pessoas. Têm esta importância mas, de facto é têm uma importância relativa

porque já nos últimos anos, já pouca gente estava a funcionar, durante um ano 46 mil

pessoas, em 2013, é muito pouco. Quer dizer que nos temos que potenciar isto. Porque nós

em anos como em 2013, com esta frequência de pessoas tivemos um prejuízo no ferry de 132

mil euros, foi o saldo de perda global: da manutenção do ferry, daquilo que custa, e daquilo

que foi a receita. Portanto, tem impacto, mas também tem um impacto mitigado porque

também conseguimos fazer a atracão de novos públicos ao concelho, e a Caminha

nomeadamente através de qualificação de eventos, de tentarmos fazer cada vez mais coisas.

Portante tem um impacto, é óbvio mas, também não tem como em tempos chegou alguém

dizer, falou numa quebra de 60 %, ou de que Caminha tinha voltado 30 anos atrás, isso é

absurdo, é uma mentira, e os números não o comprovam, não há dúvidas sobre isso. Agora

têm um impacto e é por isso que nós, ao contrário daquilo que era a vontade do anterior

executivo, queria acabar com o ferry, entendia que não tinha esse interesse. Nós não. Nós

queremos que ele possa funcionar, queremos rentabiliza-lo, agora as pessoas só vão usar o

22

ferry se tiverem horários se souberem que podem contar com ele. É assim que as coisas

estão.

Entrevistadora: Então há vontade dos dois Municípios em resolver esta situação?

Miguel Alves: Há, mas há uma responsabilidade maior de Caminha neste momento: em

primeiro lugar porque o ferry é nosso. Em segundo lugar porque nós temos o problema de

assoreamento na boca do nosso cais de atracação, e depois em terceiro lugar porque os

municípios espanhóis, galegos , não têm os mesmos poderes que nós temos. Portanto não têm

a mesma capacidade para intervir. Eu gostava que La Guardia pudesse comparticipar este

trabalho que nós estamos a fazer, era o ideal, talvez fosse até o mais justo, mas se eles não o

fazem eu tenho de tomar uma decisão: ou deixo andar até eles puderem, e aqui o ferry para,

acabou, morreu; ou então eu atuo, é o que nós estamos aqui a fazer em caminha, atuar com

os meios que pudemos, enfim com as dificuldades que são conhecidas.

Entrevistadora: O autarca de La Guardia, numa entrevista, que eu li, ele afirmou: “sem o

ferry o caminho português pela costa morre”

Miguel Alves: É uma das nossas batalhas, e é uma das formas que nós temos para convencer

os governos para intervir. Porque uma coisa é o que estarmos a fazer: a desassorear a boca

aqui da saída do ferry, outra coisa é o canal de navegação. E é preciso ser claro com as

pessoas, o canal de navegação que atravessa todo o rio Minho até ao outro lado, só pode ser

intervencionado a partir do Estado Português e do Estado Espanhol. Em primeiro lugar

porque temos um rio internacional e precisamos das autorizações. Mas, em segundo lugar

porque o esforço de desassoreamento desse canal é tao grande que nenhum dos municípios

tem capacidade, nem em conjunto de puder fazer essa intervenção, tem de ser o Estado. Ora

o Estado tem de ser convencido a isso, e para ser convencido a isso é preciso reforçar a

importância da ligação Portugal-Galiza, o facto de Caminha ser o único concelho do rio

Minho que não têm nenhuma ponte para o outro lado, mas também pudemos invocar a

importância dos caminhos de S. Tiago hoje em dia, e também o potencial económico. É que

com este caminho, originalmente é um caminho que atravessa aqui o rio, travessava em

barcaça, digamos assim. As pessoas vinham até Caminha e atravessavam em barcaça e

continuava o caminho La guardiã até Tui, subindo depois para norte, para S. Tiago. Bem, se

não houver passagem aqui, este caminho galego nomeadamente, termina. Se as pessoas não

conseguem passar para o outro lado, termina. Eu acho que desse ponto vista há o interesse

do governo espanhol e da junta Galiza, de tentarmos preservar este caminho, naturalmente

23

também há um interesse nosso puder potenciar um caminho é ancestral e que merece todos

os cuidados, esse mais um das formas que temos para convencer os governos a intervir aqui

no rio Minho.

Entrevistadora: Falou me numa ponte internacional, que é o único município que não tem,

seria uma solução?

Miguel Alves: Eu acho que neste momento, é extemporâneo estarmos a falar, não há fundos

comunitários que o permitam, não há vontade dos dois governos que o façam, essa questão

foi uma questão debatida há vinte anos atras, nessa altura o debate fazia sentido. A partir do

momento em que foi construída uma ponte em Vila Nova de Cerveira, para nós é noutro

concelho, mas esta aqui a 15 Km, é difícil prever no estuário do rio Minho, que é enorme, que

obriga a um investimento grande a localização mais correta, enfim não digo isto do ponte de

vista do gosto ou de achar que era o melhor mas parece-me que o mais racional seria fazer

ali uma ligação com a autoestrada que vêm de Lanhelas, termina em Lanhelas A28, essa

ponte ficaria colocada poucos quilómetros de Cerveira, seria um investimento que

dificilmente, os investidores, no caso a Europa-Fundos Comunitários compreenderiam. É

uma discussão que não esta neste momento na agenda, e portanto também não gostaria de

fazer essa discussão de forma artificial. Nós temos é que resolver o problema de ligação,

resolver o problema do ferry, fazer com que haja mais capacidade dos nossos barcos, temos

capacidade náutica para também em lazer e recreio, puder haver uma passagem andar de um

lado para o outro, isto cimentando esta relação, uma relação muito antiga, de grande

cumplicidade entre Galiza e Portugal, e que é importante para Caminha, pela valorização de

termos a Galiza aqui tao perto, e para a Galiza e La Guardia ter Caminha já ao lado.

Entrevistadora: Bem, dou por finalizada, não sei que se quer colocar mais alguma…

Miguel Alves: É isso, é dizer que vamos fazer um esforço muito grande, não há, não temos

nenhuma garantia de quando vamos conseguir por o ferry a funcionar, estamos a fazer tudo o

que pudemos, porque para nós isso é fundamental, é uma ligação fundamental, que nos

permite estabelecer esta ligação física com os galegos e esperamos que nos próximos meses

ter boas notícias sobre isso.

Entrevistadora: Agradeço desde já.

24

Miguel Alves: De nada Ana. Espero que tenha boa nota!

Entrevistadora: Obrigado!

Entrevista a uma comerciante - Sr.ª Beatriz Chão

Data: 03/12/2014

Entrevistadora: Bom dia Dona Beatriz, desde já quero agradecer a sua colaboração,

podemos então começar?

Beatriz Chão: Sim, é com muito prazer.

Entrevistadora: A ausência do ferry afeta o comércio em caminha?

Beatriz Chão: Eu sinto que sim, tinha muitas clientes que vinham muito esporadicamente a

Caminha tomar café e consumiam também nas lojas, mas com a paragem do ferry essas

pessoas deixaram de vir. Efetivamente há muita gente que ainda vem, algumas pessoas que

ainda vêm, mas queixam se da falta do ferry, que os condiciona muito.

Entrevistadora: Notou esse impacto no seu comércio?

Beatriz Chão: Notei, porque tinha clientes que semanalmente á quarta-feira, pelo menos, e

compravam sempre qualquer coisinha e deixaram de aparecer.

Entrevistadora: E como é reação dessas pessoas?

Beatriz Chão: Ficam tristes, dizem para a gente lutar para voltar a ter ferry.

Entrevistadora: Acha que existe vontade dos dois municípios em resolver a situação?

Beatriz Chão: É assim, eu da parte de Espanha, não posso falar porque eu não sei, nunca

falei com eles, não tenho conhecimento de qual é a vontade deles. O conhecimento que eu

tenho é de que já ouvi o presidente de camara a falar, de que efetivamente tem feito todas as

diligências possíveis e que a vontade dele é repor o ferry; no entanto acha que também

Espanha é capaz de la chegar, mas estão com dificuldades. Não sei muito mais sobre o

assunto. Sei que também há um grande problema ligado às areias e a dragagem do rio. No

fundo o que está aqui muito vincado são os problemas económicos.

Entrevistadora: Acha que a construção de uma ponte internacional seria uma solução?

25

Beatriz Chão: Muito sinceramente, acho que não. Acho que quem quiser vir pela ponte, vem

por Cerveira, porque está aqui a dois passos. Isso seria um capricho, na minha opinião,

fazermos uma ponte aqui em caminha para ligar a Espanha, atendendo a situação em que

estamos, temos outras prioridades a nível do país.

Entrevistadora: Quer colocar mais alguma coisa, dizer mais alguma coisa sobre o assunto?

Beatriz Chão: Não. Desejo-lhe um bom trabalho.

Entrevistadora: Muito obrigado, e agradeço a sua colaboração.

26

Apêndice III. Resultados do inquérito por questionário sobre o impacto do

transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha

Gráfico 1 – Género dos inquiridos

Gráfico 2 – Local de residência dos inquiridos

50% 50%

0%

20%

40%

60%

Masculino Feminino

Inq

uir

ido

s

Género

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: género dos inquiridos

Masculino

Feminino

58%

34%

8%

0%

20%

40%

60%

80%

Sim Não Outro

Inq

uir

ido

s

Residência

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: residência dos inquiridos

Sim

Não

Outro

27

Gráfico 3 – Nacionalidade dos inquiridos

Gráfico 4 – Estado civil dos inquiridos

82%

16% 2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Português Espanhol Outra

Inq

uir

ido

s

Nacionalidade

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: nacionalidade dos inquiridos

Português

Espanhol

Outra

32%

47%

11% 6% 4%

0% 10% 20% 30% 40% 50%

Inq

uir

ido

s

Estado civil

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: estado civil dos inquiridos

Solteiro

Casado

União de facto

Divorciado

Viúvo

28

Gráfico 5 – Grupo etário dos inquiridos

Gráfico 6 – Nível de formação académica dos inquiridos

6%

19% 22%

20%

15% 18%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

Menos de 20

20-29 30-39 40-49 50-59 Mais de 59

Inq

uir

ido

s

Grupo etário (anos de idade)

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: grupo etário dos inquiridos

Menos de 20

20-29

30-39

40-49

50-59

Mais de 59

2%

18%

45%

4% 0%

31%

0% 0% 0% 5%

10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45% 50%

Inq

uir

ido

s

Nível de formação académica

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: nível de formação

académica dos inquiridos

1.º ciclo

2.º ciclo

3.º ciclo

12.º ano

Ensino pós-secundário

Licenciatura

Mestrado

29

Gráfico 7 – Situação profissional dos inquiridos

Gráfico 8 – Grupos profissionais dos inquiridos

47%

16% 22%

8%

0% 7%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

Inq

uir

ido

s

Situação profissional

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do

Turismo em Caminha: situação profissional dos inquiridos

Conta de outrém

Conta própria

Desempregado

Reformado

Inválido

Estudante

4%

15%

10% 11% 9%

4%

19%

1%

28%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Inq

uir

ido

s

Grupos profissionais

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

grupos profissionais dos inquiridos*, segundo CNP

*profissionais por conta de outrém e por conta própria

1

2

3

4

5

6

7

8

30

Gráfico 9 – Opinião dos inquiridos acerca da importância do ferryboat para a divulgação turística de Caminha

Gráfico 10 – Hábitos de utilização do ferryboat pelos inquiridos

80%

14% 4% 2%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90%

Inq

uir

ido

s

Importância

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

importância do ferryboat para a divulgação turística de Caminha

Muito importante

Pouco importante

Indiferente

Não sei

76%

22%

2% 0%

10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80%

Sim Não Não respondo

Inq

uir

ido

s

Utilização

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

utilização do ferryboat pelos inquiridos

Sim

Não

Não respondo

31

Gráfico 11 – Frequência anual do ferryboat pelos inquiridos

Gráfico 12 – Opinião dos inquiridos relativamente à relação entre a paragem do ferryboat e o comércio em Caminha

28%

18%

30%

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

1-5 6-10 Mais de 10

Inq

uir

ido

s

Frequência (vezes/ano)

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

frequência de utilização do ferryboat pelos inquiridos

1-5

6-10

Mais de 10

78%

7% 14%

1% 0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não Não sei Não respondo

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

relação entre paragem do ferryboat e comércio em Caminha

Sim

Não

Não sei

Não respondo

32

Gráfico 13 – Conhecimento da data de paragem do ferryboat por parte dos inquiridos

Gráfico 14 – Perceção da data de paragem do ferryboat por parte dos inquiridos

55%

25% 20%

0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Não sei Não respondo

Inq

uir

ido

s

Conhecimento

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

conhecimento da data de paragem do ferryboat

Sim

Não

Não sei

Não respondo

55%

0% 0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

1-5 6-9 Mais de 10

Inq

uir

ido

s

Perceção (anos)

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: perceção da data de paragem do

ferryboat

1-5

6-9

Mais de 10

33

Gráfico 15 – Opinião dos inquiridos relativamente à manutenção de visitas turísticas a Caminha com a paragem do

ferryboat

Gráfico 16 – Opinião dos inquiridos relativamente à resolução do problema que envolve a reabertura do ferryboat

78%

9% 13% 0%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não Não sei Não respondo

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: manutenção de visitas turísticas a

Caminha

Sim

Não

Não sei

Não respondo

37%

21%

42%

0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

Sim Não Não sei Não respondo

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: reabertura da linha de transporte

Sim

Não

Não sei

Não respondo

34

Gráfico 17 – Opinião dos inquiridos relativamente à dragagem do rio Minho como problema de navegação de

embarcações no mesmo canal

Gráfico 18 – Concordância dos inquiridos relativamente à construção de uma ponte internacional como alternativa ao

ferryboat

57%

17% 26%

0% 0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sim Não Não sei Não respondo

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

dragagem do rio Minho como problema para a navegação

Sim

Não

Não sei

Não respondo

3%

12%

27% 20%

36%

0% 5%

10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: construção de ponte internacional

Discordo totalmente

Discordo em parte

Concordo

Concordo em parte

Concordo totalmente

35

Gráfico 19 – Opinião dos inquiridos relativamente à existência de implicações decorrentes da paragem do ferryboat

Gráfico 20 – Tipos de implicações consideradas pelos inquiridos como decorrentes da paragem do ferryboat

79%

18%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

Sim Não

Inq

uir

ido

s

Opinião

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha:

implicações da paragem do ferryboat

Sim

Não

29%

3%

23% 24%

0% 5%

10% 15% 20% 25% 30% 35%

Inq

uir

ido

s

Tipos de implicações

Impacto do transporte (ferryboat) na dinâmica do Turismo em Caminha: tipos de implicações da

paragem do ferryboat

Económicas

Ecológicas

Menos Espanhóis

Menos turistas