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DOUTORANDA FERNANDA SANCHES MENDONÇA Métodos in vivo de avaliação de alimentos para cães e gatos NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DE CÃES E GATOS

Métodos in vivo de avaliação de alimentos para cães e gatos · 2017-08-23 · Simular as condições de ingestão na casa dos proprietários; ... Idade Gatos idosos tem redução

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D O U T O R A N D A F E R N A N D A S A N C H E S M E N D O N Ç A

Métodos in vivo de avaliação de alimentos para cães e gatos

N U T R I Ç Ã O E A L I M E N T A Ç Ã O D E C Ã E S E G A T O S

Principais Métodos

Atualmente, o ensaio com animais é o melhor método de avaliação qualitativa dos alimentos completos e balanceados (Case et al., 2000)

Palatabilidade

Digestibilidade

EM

pH urinário

Palatabilidade/Apetibilidade

Palatabilidade/Apetibilidade

Método utilizado para verificação dos aspectos sensoriais envolvidos na ingestão do alimento.

PALATABILIDADE

Odor

Paladar Textura Formato

Tamanho

Sensação de mastigação

Aplicações

Aceitação por um produto;

Preferência por um palatabilizante;

Inclusão de ingredientes e palatabilizantes;

Processamento;

Comparação entre concorrentes;

Estudos de preferência alimentar;

Tipos

Aceitabilidade

Preferência

Animais

n elevado ( mínimo 20)

Treinados/Qualificados

Período Recomenda-se 120 observações

Ex: 30 animais – 4 dias de teste

Palatabilidade/Apetibilidade

Aceitabilidade

Determina se os animais apresentam consumovoluntário suficiente para manter o peso corporal;

Simular as condições de ingestão na casa dosproprietários;

Apenas um único alimento por vez.

Protocolo Aceitabilidade

2 alimentos, períodos diferentes

Evitar efeito de momento

Dia 1 Dia 2

Momento 1Grupo 1 – Alim. A Grupo 1 – Alim. B

Grupo 2 – Alim. B Grupo 2 – Alim. A

Momento 2Grupo 1 – Alim. B Grupo 1 – Alim. A

Grupo 2 – Alim. A Grupo 2 – Alim. B

Preferência

Confrontar dois alimentos verificar qual opreferido;

Empregado para comparar:

duas rações presentes no mercado;

mudanças de formulação industrial de uma mesma ração;

diferentes palatabilizantes em uma mesma fórmula.

Dois alimentos simultaneamente mensura qualo mais consumido alimento preferido

Protocolo de Preferência

2 Alimentos simultâneos;

Excesso de alimento;

Alimento disponível por 20-60 min. (consumo);

Alterar posição de comedouro;

Pode ser dividido em 2 períodos: adaptação e desafio.

Protocolo de Preferência

Adaptação

1 ração 2 potes

Assegurar consumo ad libtum

Ração diferente da teste

Objetivo: minimizar neofobia e neofilia

Desafio

Alimento 1 ou 2 x ao dia

Pesa oferecido e recusado

Primeira escolha (First Bite)

Protocolo de Preferência

Resultado dado como Razão de Ingestão;

Pesos e ingestões diferentes

Considera o consumo percentual;

20 a 30 (RI≥0,60) acima 30 (RI≥0,55) preferido

Fatores que influenciam

Matérias-primas: Animal vs. Vegetal;

In natura vs. Processadas;

Qualidade (oxidação, contaminação, etc)

Composição da ração: Teor de gordura, fibra e/ou

proteína;

Processamento: Umidade, moagem,

condições de extrusão, aplicação de líquidos;

Palatabilizantes: Composição e tipos;

Digestibilidade

Digestibilidade

É a porção do alimento ingerido que não foi excretado

na fezes e que portanto, se supõe ter sido absorvido(Jones, 1981; Close et al., 1986; McDonald et al., 1988)

Aparente → não desconta-se as perdas endógenas /relação entre o ingerido e o excretado;

Verdadeira → desconta-se as perdas endógenas / coletacom jejum;

Ileal → conteúdo ileal / canulação do animal → digestacoletada antes do IG;

Importância da Digestibilidade

Avaliação de alimentos completos

comparações concorrentes

avaliação de processamento

mudanças em formulações

Avaliação de ingredientes

tipos de processamento

percentuais de inclusão em fórmula

fontes alternativas

Avaliação de indivíduos

faixa etária

condição corporal

raças

sexo

Fatores importantes

Idade

Gatos idosos tem redução da digestibilidade de algunsnutrientes (Teshima et al, 2006);

Cães e gatos jovens (< 1 ano) ainda não atingiram maturidadedo sistema digestório, isso digestibilidade (Weber et al.,2002, 2003);

Fatores importantes

Raça:

Portes variados:

Menor tamanho do TGI em raças grandes e gigantes em proporção ao corpo (Weber et al., 2001, 2004);

Fatores importantes

Homogeneidade dos animais

Raça;

Escore corporal;

Idade;

Saúde;

Sexo;

Manter 70% de ingestão de alimento ao longo dadigestibilidade;

Consumo aumenta PE e diminui Dig. por sobrecargaalimentar.

Digestibilidade Aparente

Animais sadios;

Mínimo 1 ano de idade;

Determina-se

EM

MS

MM

PB

EE

FB ou FDT

MO

Minerais

Vitaminas

Digestibilidade Aparente

Água;

NE baseada no NRC, 2006;

Alimentação sempre no mesmo horário: Cães: 1 ou 2 vezes ao dia; Gatos: a disposição;

Composição química da dieta conhecida;

Digestibilidade Aparente

Métodos

Coleta total (com ou sem coleta de urina)

Coleta por indicador;

Coleta parcial;

Protocolo Coleta Total

n mínimo de 6 animais

Quantificar Alimento ingerido;

Excretas sólidas;

Gaiolas metabólicas individuais

Período Adaptação

Coleta

Adaptação

5 dias adaptar o animal ao alimento e a gaiola metabólica;

Observar Consumo

Escore fecal

Pesagem dos animais;

Cães e Gatos

Coleta

5 dias para cães e 7 dias para gatos;

Ração

Cálculo de NE (NRC, 2006) Cães 95 kcal x PCkg0,75

Gatos 100 kcal x PCkg0,67

Oferecido/Recusado

Coleta

Fezes

Colhidas e pesadas 2x/dia: 24 horas de coleta;

Armazenadas em recipientes apropriados eidentificados;

Congeladas em freezer -15°C;

Avaliação quantitativa e qualitativa;

Tabela de Escore Fecal

Escore 5 Escore 4 Escore 3

Escore 2 Escore 1 Escore 0

Carciofi et al., 2008

Coleta

Urina

Adicionar ao frasco coletor 1ml de ácido sulfúrico 1Eq/L;

24 horas de coleta Cães: guardar apenas 30%; / Gatos: todo o volume;

Armazenar congelada;

Verificar a EM;

Coleta Total

Coleta Total

Desvantagens:

Nem sempre é fácil recolher todo o material;

Espaço reduzido stress = gaiola metabólica;

Mais trabalhoso: lavagem e secagem;

Detalhes são importantes durante o experimento:

Variações na colheita do material;

Coprofagia;

Cálculos

CDA Coleta Total:

CDA(MS) = ingerido – excretado x 100

ingerido

CDA(PB) = (ingeridoxPBr) – (excretado x PBf) x 100

ingerido x PBr

Coleta por Indicador

Coleta total inviável;

Não há necessidade de gaiolas;

Indicador ideal:

Indigerível – TR= 100%;

Função fisiológica ausente;

Processado com o alimento;

Ser de fácil determinação química;

Coleta por Indicador

Externos – adicionado ao alimento:

Cr2O3 (confiável);

Internos – presente no alimento

Porção fibrosa

Minerais indigeríveis

Teor de cinza insolúvel em ácido (CIA);

Protocolo por Indicador

Período:

5 dias adaptação;

5 dias coleta;

Mínimo 6 animais;

Não há necessidade de quantificação de consumo efezes;

Quantificação OC: colorimetria/espectofotometria

Coleta por Indicador

Desvantagens:

Erros laboratoriais;

Adicionar indicador externo antes da extrusão ou remoeralimento depois de pronto;

Cálculos

CDA Coleta por Indicador:

CDA(MS)= 100 - 100 x % indicador no alimento

% indicador fezes

CDA(PB)= 100- 100 x % Ind ração x %PB fezes

%Ind fezes %PB ração

Coleta Parcial

Cânulas na porção ileal do intestino delgado;

Recomendações de uso

Avaliação de aminoácidos;

Avaliação de amido;

Avaliação de processo;

Taxa de passagem;

Fases da digestão ao longo do trato digestivo;

Coleta Parcial

Não é aceito em animais de companhia:

Mortalidade e complicações;

Fatores que influenciam a digestibilidade

Composição química;

Teor de fibra bruta, cinzas e proteínas de baixaqualidade;

Interações entre os ingredientes;

Processamento inadequado.

Cálculo da Energia Metabolizável

EMA sem coleta de urina:

Pding(g) = (consumo total ração x PBr) – (fezes totais x PBf)

100 100

EMA (Kcal/g) = (consumo total ração x EBr) – (fezes totais x EBf) – (FC*x Pding)

consumo total ração

*FC Cães: 1,25/g de PDing / Gatos: 0,85/g de PDing

Cálculo da Energia Metabolizável

EMA com coleta de urina:

EMA = (consumo total ração x EBr) – (fezes totais x EBf) + (urina total x EBu)

consumo total ração

(Kcal/g)

Pontos importantes

Dias de coleta

Impossibilidade de

colher todo material

Animal derruba alimento

Animal defeca na água

Animal não come

Coprofagia

Diarréia/vômito

Urina no alimento e

água

pH urinário

Importância

Distúrbios metabólicos

SSR

Urolitíase (gatos)

Fatores que influenciam

Individualismo

Composição mineral da dieta (cátions e ânions)

Aminoácidos sulfurados

Distúrbios metabólicos

pH urinário

Saúde do trato urinário

pH ideal - 6,2 a 6,8

Urólitos

Oxalato de cálcio

Estruvita Urólito de Estruvita

Urólito de Oxalato de Cálcio

pH urinário

Controle do pH que a dieta vai gerar;

Ca, P, Mg, Na, K, Cl e S;

Excesso de bases e Predição do pH;

EB (mEq/kg MS) = (49,9 x Ca) + (82,3 x Mg) + (43,5 x Na) +(25,6 x K) - (64,6 x P) - (62,4 x S) - (28,2 x Cl)

pH urinário = 6,269 + (0,0036 x EB) + (0,000003 x EB2)

Protocolo de pH urinário

Mínimo 6 animais (saudáveis) por dieta;

5 dias de adaptação e 3 dias de colheita;

Limpeza diária (água destilada);

Alimento (adaptação e coleta);

Períodos de 24h

Protocolo de pH urinário

Refrigeração

T°C Ambiente

Coleta 3x

Timol

• Conservante urinário(evita proliferação

bacteriana)

• Não altera pH e densidade

Considerações Finais

Outros protocolos – padronização;

Escolha do método de avaliação:

Nutriente ou alimento avaliado;

Efeito biológico esperado;

Sensibilidade do parâmetro biológico;

Sensibilidade do método laboratorial;

Aspectos éticos da pesquisa;

Conhecimento da fisiologia da espécie;

Cálculos

Obrigada!!

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