40
Ana Marques Pereira Mieloma Múltiplo

Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

Ana Marques Pereira

Mieloma Múltiplo

Page 2: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias
Page 3: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

1

Livro Informativo para Doentes

Mieloma Múltiplo2ª edição actualizada

Page 4: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

2

Page 5: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

3

Page 6: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

Introdução

Se o seu médico lhe disser que tem Mieloma Múltiplo é natural que muitas dúvidas se levantem. Provavelmente nunca ouviu falar desta doença, ou, mesmo se já teve conhecimento deste diagnós-tico, não é bem claro que saiba de que doença estamos a falar. Não é de admirar, uma vez que se trata de uma doença rara. Na verdade, a incidência desta doença na Europa anda à volta de 3 por 100.00 habitantes/ano. Isto quer dizer que em Portugal, que tem 10.000.000 de habitantes, se espera que haja num ano 300 novos casos desta doença. Alguns destes casos não chegam a ser diagnos-ticados. Felizmente não foi esse o seu caso, o que vai permitir ao seu médico prescrever-lhe a terapêutica adequada.

Vamos começar por responder a algumas dúvidas mais frequentes e depois descreveremos mais em pormenor a doença. Falaremos sobre o que o médico pode fazer pelo doente, mas também o que o doente pode fazer por si próprio, e esta é sempre uma parte muito importante, qualquer que seja a doença.

Depois de tomar conhecimento de alguns dados, vai poder, junta-mente com a sua família, enfrentar alguns obstáculos e viver a sua vida da melhor maneira possível.

4

Page 7: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

1 - O que é o Mieloma Múltiplo? (Definição) É uma doença maligna da medula óssea, em que a célula alterada é o plasmócito. O plasmócito é uma célula, da família dos linfócitos, que tem a seu cargo a função de produzir umas proteínas especiais, que são as imunoglobulinas. Mas também tem outras funções: é o plasmócito que produz uma citocina (cito de célula e cina “movimen-to”) que se chama Factor Activador dos Osteoclastos (FAO), que vai activar os osteoclastos, que são células do osso, causando lesões localizadas do osso. Normalmente os plasmócitos na medula são em pequeno número (menos de 5%). No Mieloma Múltiplo os plasmócitos aumentam em número, de forma não controlada, e vão infiltrar a medula óssea. São eles os responsáveis pelo aumento da produção das imuno-globulinas. É por isso que nas análises ao sangue se vai detectar um aumento das proteínas. Quando se fazem análises, pode ver-se na electroforese das proteínas uma onda em pico designada onda M (de monoclonal), que pode levar a suspeitar da doença. Nalguns casos mais raros, parte dessas proteínas, as cadeias leves, são eliminadas em grande quantidade pela urina, e não existe onda M no sangue. Chama-se Doença das Cadeias Leves (ou Doença de Bence Jones) e sobre ela falaremos mais à frente.

5

As Principais Dúvidas

Page 8: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

6

2 - Quem são as pessoas mais atingidas por esta doença?O Mieloma Múltiplo atinge mais os homens do que as mulheres, embora a diferença não seja muito significativa (1,4:1). A doença ocorre mais frequentemente entre os 50 e os 70 anos, com um pico de incidência entre os 60 e os 65 anos. Apenas em 3% dos casos o doente tem idade inferior a 40 anos. 3 - Porque me apareceu esta doença?Não se sabe porque aparece a doença. É provável que existam vários fac-tores que se vão adicionando. Podem existir alguns factores gené-ticos que tornem o doente mais susceptível ao aparecimento da doença.A exposição a alguns agentes ambientais, como substâncias tóxi-cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-

cidência da doença, bem como a exposição a substâncias radioactivas. Esta última afirma-ção é, contudo, controversa. No entanto, na maioria dos doentes não se encontra nenhuma exposição a tóxicos ou a qualquer tipo de estimulação antigénica crónica.Por vezes, numa família há vários doentes com Mieloma Múltiplo, ou doenças seme- lhantes, mas não há provas de que se trate de uma doença hereditária.

4 - Como se manifesta o Mieloma Múltiplo?Muitas vezes, não há qualquer sintoma quando se diagnostica esta doença. Ao fazer análises de rotina podem encontrar-se anomalias que façam pensar no diagnóstico. Quando o dia-gnóstico se confirma, diz-se que o doente está em “fase assintomática”.

Page 9: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

7

Outras vezes, o doente refere cansaço, e as análises mostram existir uma anemia. O estudo dessa anemia pode levar ao diagnóstico. Pode também acontecer que o doente tenha uma infecção respiratória mais grave, uma pneumonia, por exemplo. Este pode ser o primeiro sintoma. Quando o doente faz análises encontram-se alterações sugestivas desta patologia.Uma insuficiência renal de aparecimento súbito leva o médico a pedir-lhe análises de sangue e urina. São também as alterações en-contradas que orientam na pista desta doença.Por vezes, são as dores ósseas intensas e prolongadas que levam à realização de radiografias. Nesses exames, encontram-se alterações que desencadeiam a investigação do Mieloma.Vemos, assim, que não há um sintoma único, mas vários, que po-dem ser as manifestações iniciais da doença. Aliás, o que carac-teriza esta doença é a diversidade de sintomas, tanto na fase inicial como depois na evolução. Pode dizer-se que o Mieloma Múltiplo não é uma doença, mas várias, e enquanto uns doentes têm mais anemia, outros têm mais lesões ósseas, enquanto outros têm so-bretudo alterações nas análises laboratoriais.

5 - Como se diagnostica esta doença?Quando se suspeita desta doença, e se quer confirmar o diagnóstico, fazem-se análises ao sangue e à urina para provar a e x i s t ê n c i a do aumento das proteínas de que falámos, as imunoglobulinas, ou de parte delas, as cadeias leves.Deve ser feito um exame à medula óssea, com mielograma, isto é, uma punção aspirativa da medula óssea e, eventualmente, biopsia óssea. Com o sangue da medula óssea podem também efectuar-se a l g u n s e s t u d o s , c o m o a i m u n o f e n o t i p a g e m e o s e s t u d o s citogenéticos. Estes últimos são sobretudo importantes porquepermitem identificar anomalias que têm significado prognóstico.É também necessário fazer várias radiografias aos ossos paraexcluir ou confirmar que existe doença óssea.Alguns doentes têm uma única localização da doença, pelo que se diz que têm um Plasmocitoma Solitário. Esta lesão localiza-se mais

Page 10: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

frequentemente num osso, mas em casos mais raros pode surgir noutro local. São os chamados Plasmocitomas Extra-Medulares.Em qualquer dos casos é necessário fazer uma biopsia desse local para termos a certeza deste diagnóstico.Estes são os exames fundamentais, mas há outros que podem ser necessár ios , de acordo com a forma de apresentação, comoacontece com a Tomograf ia Axial Computor izada (TAC) ou a Ressonância Nuclear Magnética (RNM), com especial indicaçãoquando se suspei ta de doença da coluna cervical , dorsal oulombar. Outros exames, como a biopsia da gordura abdominal, para excluir amiloidose, podem também ser úteis. O seu médico decidirá, de acordo com a sua situação clínica, quais os exames que são indispensáveis.

Exis tem vár ias doenças de plasmóci tos . Ou para s impli f icar,existem vários tipos de Mieloma. Por isso, existe uma classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que ajuda o seu médico a classificar a doença.

8

Os Tipos de Mieloma Múltiplo

Page 11: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

Existe a Gamapatia Monoclonal de Significado Indetermina-do (GMSI) que ainda não é Mieloma e na maior parte das vezes nunca o vem a ser. O doente não tem sintomas, tem apenas como alteração laboratorial o aumento de uma imunoglobulina monoclonal. Nesse caso, só precisa de fazer análises de 6 em 6 meses ou uma vez por ano.Já falámos no Plasmocitoma Solitário. É uma localização única de plasmócitos num osso ou, mais raramente, fora dele. Neste último caso, diz-se então que é um Plasmocitoma Extra-Medular. Depois do tratamento, que nalguns casos é a excisão cirúrgica, deve ser feita radioterapia. Depois do desaparecimento do plasmocitoma deve fazer-se vigilância periódica.O Mieloma Assintomático é uma fase muito inicial do Mieloma, que não dá sintomas e não precisa de tratamento. Apenas se existir doença óssea se justifica um tratamento adequado.Existem vários tipos de Mieloma Múltiplo (MM), consoante o tipo de imunoglobulinas que estão aumentadas. Podem ser IgG, IgA ou, o que é discutível, IgM. Estas são as três imunoglobulinas que te-mos no organismo. Mas uma parte das imunoglobulinas, as cadeias leves, também estão aumentadas. São duas: as cadeias κ e as λ. Nesta doença apenas uma delas pode estar aumentada, porque é uma doença monoclonal.Assim, o seu médico vai classificar a doença pelo tipo de cadeia pesada e de cadeia leve. Esta classificação, é como se acrescentás-semos um apelido ao nome da doença. Por exemplo, MM IgGK ou MM IgA λ, etc.Existem outras doenças de plasmócitos, como a Leucemia de Plasmócitos, a Doença de Cadeias Pesadas, o Mieloma Não Secre-tor e o Mieloma Osteoesclerótico, mas como são situações tão raras não vamos falar delas.

O EstadiamentoDepois de classificada a doença, é necessário saber qual o seu estádio. Isto quer dizer que através dos exames efectuados se pode avaliar o grau de progressão da doença e a sobrevivência média. Os critéri-

9

Page 12: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

10

os mais usados para o estadiamento são os de Durie e Salmon, que existem desde 1975. Tendo como base o valor da imunoglobulina, o número de lesões líticas e os valores da hemoglobina é possível classificar os doentes nos estádios I, II ou III. Este estadiamento, para além de facilitar a avaliação do prognóstico, também ajuda o médico a tomar decisões terapêuticas.Mais recentemente, surgiu um outro Sistema de Estadiamento Internacional (ISS), que tem como base os valores laboratoriais d a β2-microglobulina e da albumina. Permite uma classificação em três estádios, I, II e III, consoante os valores dessas análises, e tal como o anterior permite um cálculo da sobrevivência média.

O Tratamento Pode-se dizer que não existe, de momento, cura para esta doença.

Isto é, não será possível dar-lhe um trata-mento que faça a doença desaparecer para sempre. Mas existem várias terapêuticas que permi tem controlá- la . São t ra ta-mentos que, quando há boa resposta, fazem a doença regredir e ficar estável. Se tal acontecer, o doente poderá ficar bem durante algum tempo, que será variável consoante os casos. O tipo de tratamento depende de vários fac-tores, em que se salienta em primeiro lugar a idade do doente aquando do diagnóstico. Os doentes mais jovens e com bom estado geral poderão fazer terapêuticas mais ag re s s iva s , enquan to o s doen te s ma i svelhos e com outras doenças associadas (comorbilidades) necessitam apenas de fazer terapêuticas menos agressivas.Felizmente, nos últimos tempos o trata-mento desta doença progrediu muito com o

Page 13: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

11

aparecimento de novos medicamentos e muitos poderão beneficiar desses avanços.

1 - QuimioterapiaA quimioterapia consiste na administração de medicamentos, chamados citostáticos, que têm capacidade para destruir as células malignas, neste caso os plasmócitos. Ao destruir os plasmócitos vão melhorar os sintomas da doença, como acontece com a anemia e as dores ósseas, mas ao mesmo tempo também se vai poder observar uma melhoria no valor das análises.Existem vários tipos de tratamento, que são feitos por ciclos. Estes duram vários dias e, na sua maioria, podem ser feitos em ambulatório. O tipo de tratamento tem a ver com a idade do doente e com o facto de já ter ou não realizado outro tipo de terapêuticas anter iormente . Quase todos são repet idos ao f im de 3 ou 4semanas. O número de ciclos nunca é fixo e depende da situação clínica concreta e da resposta ao tratamento. De entre os medicamentos mais usados na quimioterapia oral salientamos o melfalan e a ciclofosfamida, associados ou não a corticoterapia. Estes tratamentos são habitualmente usados, em primeira linha, em doentes mais velhos (acima dos 65 anos). Nalguns destes doentes pode associar-se a estes outro medica-mento, como a talidomida ou o bortezomib.

Efeitos secundários da QuimioterapiaSão variáveis, de acordo com o tratamento. De um modo geral, pode dizer-se que a quimioterapia não afecta só as células malignas, mas também as saudáveis, em especial as de crescimento rápido. Isto aplica-se às células do sangue, pelo que pode surgir anemia, ou baixa dos glóbulos brancos ou das plaquetas. Aplica-se também aos cabelos, que podem cair (alopécia) de forma mais ou menos in-tensa consoante os medicamentos. Mas é uma queda sempre rever-sível, isto é, cerca de três meses após a suspensão dos tratamentos o cabelo vai apresentar já um crescimento visível.

Page 14: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

12

Outros aspectos a ter em conta são os efeitos relacionados com o aparelho digestivo, em especial as náuseas, os vómitos e a perda de apetite. Para os primeiros existem medicamentos que os podem combater de forma eficaz. Fale com o seu médico se depois do tratamento sentir alguns destes sintomas. Ele poderá substituir os anti-eméticos, isto é, os medica-mentos para os vómitos, por outros mais fortes. Quanto à falta de apetite, há alguns truques alimentares de que falaremos mais à frente.

2 - RadioterapiaO Mieloma Múltiplo é uma doença sensível à radioterapia, o que sig-nifica que as radiações têm a capacidade de destruir os plasmócitos malignos.As indicações para fazer radioterapia são a necessidade de alívio da dor óssea localizada, que não cede a outras terapêuticas e o tratamento dos plasmocitomas solitários, quer estes tenham sido excisados cirurgica-mente ou não. É um tratamento ambulatório, com ses-sões de curta duração que duram um número de dias variável, de acordo com a dose total que se decidiu utilizar, a dosa-gem diária e a área a irradiar.É uma terapêutica bem tolerada, mas nal-guns casos os doentes poderão queixar-se de cansaço.

3 - Transplante de precursores hematopoiéticosO transplante autólogo de células pre-cursoras hematopoiéticas é uma terapêu-tica importante para muitos doentes, em especial para os doentes mais jovens.

Page 15: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

13

Após o doente ter feito uma quimioterapia de curta duração, diferente em cada centro, e obtido uma boa resposta, pode optar-se por fazer um transplante autólogo de precursores hematopoiéticos. Vários estudos demonstram que este método permite obter um maior número de respostas completas, e durante um tempo mais prolongado, do que utilizando apenas quimioterapia.O processo consiste na recolha de células precursoras hematopoié-ticas do próprio doente, depois de estimulada a medula. O doente é sujeito a nova quimioterapia e recebe depois as suas próprias células. Para este efei to, o doente necessi ta de estar internado, e emisolamento, por um espaço de tempo variável, mas que é normal-mente de algumas semanas. Tem depois um período ambulatório de recuperação, podendo posteriormente retomar a actividade normal.

4 - O tratamento dos ossos (Bifosfonatos)A doença óssea é a principal manifestação da doença e é responsável pelas queixas que mais perturbam o doente e mais lhe alteram o ritmo de vida. A forma de apresentação da doença óssea é variável de doente para doente e pode ir desde a osteoporose até lesões osteolíticas em vá r io s o s sos . Do mesmo modo é t ambém va r i áve l a fo rmae a rapidez, com que evolui a doença óssea. Nos casos mais avançados, devido à grande fragilidade dos ossos, os movimentos bruscos ou os traumatismos mínimos, podem causar fracturas. Para evitar a progressão da doença óssea devem fazer-se tratamentos periódicos com bifosfonatos. Há vários tipos de tratamentos, mas os mais divulgados são os administrados por via endovenosa, como o pamidronato e o zolandronato, que são feitos mensalmente. São muito bem tolerados e não provocam sintomas. Nalguns doentes, e durante algum tempo, podem também utilizar-se bifosfonatos por via oral (clodronato).Os doentes a fazer bifosfonatos nunca devem fazer tratamentos

Page 16: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

14

d e n t á r i o s s e m a n t e s f a l a r e m c o m o s e u m é d i c o . S e e s t e smedicamentos não forem suspendidos previamente podem surgir complicações infecciosas no osso da mandíbula (osteonecrose).

Novos TratamentosNos últimos anos, o prognóstico dos doentes com Mieloma Múltiplo melhorou muito porque surgiram novos medicamentos. De um modo geral pode dizer-se que as novas terapêuticas levaram a um aumento do número de respostas completas e parciais e, consequentemente, da sobrevivência e da melhoria da qualidade de vida.Falamos em primeiro lugar da talidomida. É um tipo de medica-mento que impede o crescimento do tumor, sobretudo por ter efeito anti-angiogénico, isto é, por impedir que cresçam os vasos que vão alimentar o tumor. É também um modulador das citocinas, o que significa que altera os sinais entre as células, afectando os mecanismos que levam ao crescimento das células malignas. Tem indicação para ser utilizado em doentes em tratamento de 1ª linha, podendo também ser utilizado em doentes em recaída ou que não responderam a outras terapêuticas.Pode ser tomado isolado ou associado a outros citostáticos ou a corticóides. É administrado por via oral. Os comprimidos são de 50 mg e as doses variam de 50 a 200 mg/dia, consoante o tipo de terapêutica.É possível controlar alguns dos seus efeitos indesejáveis. De entre os mais comuns salientam-se a obstipação e a sonolência. Deste último efeito pode tirar-se partido, fazendo a sua ingestão à hora de dormir e evitando tomar outros sedativos. O principal efeito secundário que impede a sua utilização pro-longada é a neuropatia periférica. Assim, se estiver a fazer este medicamento, e sentir formigueiros ou adormecimentos dos pés ou mãos, deve informar prontamente o seu médico. Outro medicamento novo é o bortezomib, que é um “inibidor dos proteosomas”, ou seja, bloqueia um processo normal de destruição

Page 17: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

15

e reciclagem das proteinas dentro das células, que leva à morte destas. Mas isso apenas se passa com as células do mieloma e não com as células normais.Pode ser associado a citostáticos e a corticóides. É administrado por via endovenosa, habitualmente na dose de 1,3 mg/m2, duas vezes por semana, duas semanas seguidas, seguido de uma pausa para descanso de 10 dias. É feito em regime de ambulatório em Hospital de Dia e a sua administração é rápida. Em Portugal está aprovado para utilização no tratamento do Mielo-ma Múltiplo em progressão, em doentes que tenham recebido pelo menos uma terapêutica prévia e, em 1ª linha, associado ao mel-falan e à prednisona, em doentes não elegíveis para transplante.Tem como principais efeitos secundários o aparecimento da fa-diga e a neuropatia periférica. Se tal acontecer deve ser feita uma adaptação da dose. A neuropatia, quando é detectada precoce-

mente e a terapêutica manejada de forma correcta, é reversível. No caso de sentir for-migueiros nos membros não se esqueça de informar o seu médico. Um dos derivados da talidomida é a lenalidomida. É mais potente e, tal como esta, inclui-se no grupo de agentes imuno-moduladores (IMIDs), isto é, das drogas que têm capacidade para actuar no sistema imune. Fazem-no aumentando a activi-dade das células ligadas à imunidade. Têm também outras acções como a inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias pelos monócitos e a inibição do factor de crescimento do endotélio vascular (FCEV). A lenalidomida está indicada para o trata-mento de doentes com Mieloma Múltiplo que tenham recebido pelo menos um trata-mento anterior. É administrada por via oral

Page 18: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

16

na dose de 25 mg/dia durante 21 dias, em ciclos de 28 dias. A associação com dexametasona em alta dose permitiu obter uma aumento das taxas de respostas e do tempo para a progressão. No entanto aumentou também o risco de incidência de tromboses, pelo que presentemente é mais frequente o uso de dexametaso-na em baixa dose, isto é, a sua administração semanal (40mg). Esta dosagem, associada à terapêutica profiláctica dos fenómenos trombo-embólicos, adaptada aos factores de risco, resultou numa melhor sobrevivência ao um ano e numa menor taxa de efeitos secundários. No entanto, se notar inchaço, vermelhidão ou dor da perna ou da coxa, ou dificuldade em respirar, deve imediatamente consultar o seu médico.A lenalidomida tem também como efeito acessório a possibilidade de baixar os leucócitos e as plaquetas. Como se apresenta noutras dosagens mais baixas (5, 10 e 15 mg), o seu médico pode consi- derar adaptar a terapêutica face à sua situação .

O Que FazerPara Melhorar

a Sua Vida

Page 19: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

17

1 - A alimentaçãoDurante a quimioterapia o seu apet i te pode diminuir. Deve contudo esforçar-se por manter uma alimentação cuidada. Se tem dificuldade na deglutição procure ingerir alimentos passados. E, por exemplo em vez de um bife, porque não comer a carne raspada ou picada? A sua alimentação deve ser variada. Assim, não se esqueça da fruta e dos legumes. Varie os legumes e descubra novas maneiras de os cozinhar.Coma sempre sentado à mesa. Mesmo que se sinta cansado, es-force-se por se levantar e coma na sala. Procure comer os seus pratos preferidos, mas deve também aproveitar para experimentar novos pratos. Componha o prato de uma forma agradável, e ponha a mesa como se tivesse sempre visitas. Tem que ter em mente que “os olhos também comem”. Coma pausadamente e aprecie a comida.Durante o período da quimioterapia deve beber l íquidos emquantidade (2 ou 3 litros por dia). Se gosta de água pode beber à vontade, mas lembre-se que existem outros líquidos deliciosos, como o chá ou os sumos. Há imensos chás, e, pode até misturar várias qualidades para obter gostos diferentes. Vai ver que descobre um de que vai gostar mais.

2 - Aspectos emocionaisO diagnóstico da sua doença irá alterar a sua vida. Terá agoraoutros desafios para vencer. Tente adaptar-se da melhor maneira possível à nova situação. Aproveite o seu tempo livre para fazer coisas de que gosta. Procure manter-se activo e evite estar sempre a pensar na doença. Umaatitude positiva vai ajudá-lo a ultrapassar os piores momentos. A sua família e os seus amigos terão uma boa oportunidade de mostrar como o apoiam. Seja receptivo a essas manifestações de afecto e amizade. Lembre-se que há cada vez mais avanços no tratamento desta

Page 20: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

18

doença, que lhe vão permitir viver mais tempo e com melhorqualidade de vida.

3 - Actividade físicaA imobilidade agrava a doença óssea. Deve evitar estar acamado ou muito parado. Deve fazer exercícios, como andar a pé ou fazer natação. Deve evitar fazer exercícios violentos. Também deveevitar carregar pesos. Não se esqueça de que os seus ossos são mais frágeis do que os das outras pessoas e que a exposição a traumatismos pode, com facilidade, levar a fracturas.

4 - VigilânciaNas fases de doença activa o seu médico irá pedir-lhe exames e prescrever terapêutica adequada. Mesmo em fases de doençaestável irá ficar em vigilância periódica, embora mais espaçada. Ao doente cumpre- lhe es tar a tento re la t ivamente a a lgumas a l t e rações . Se se sen t i r ma i s cansado pode t e r hav ido umagravamento da anemia. Nesse caso, o seu médico irá prescrever-lhe umas injecções subcutâneas de eritropoietina para o ajudar a

Page 21: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

19

ultrapassar essa fase. Se a anemia for mais grave, poderá mesmo ter de levar algumas transfusões de sangue. Poderá também surg i r febre . Ev i te expor-se a d i fe renças detemperatura e evite contágios com pessoas infectadas. Se surgirem sinais de infecção deve recorrer ao seu médico.Esteja preparado para alturas de agravamento da dor. Se for necessário deve tomar alguns analgésicos que o seu médico lhe receitou e que deve ter sempre em casa. Se mesmo assim a dor não ceder poderá pedir para ser visto numa Consulta da Dor, que existe em quase todos os Hospitais, onde lhe poderão dar medicamentos mais fortes. A medicação analgésica, hoje existente, permite um bom controlo da dor. Tome os medicamentos de acordo com a prescrição e não tente “poupar” nos analgésicos, porque disso depende uma melhor qualidade de vida.

LegislaçãoTratando-se de uma doença do foro oncológico, estão previstas na lei algumas benesses, entre as quais se inclui a isenção do paga-mento de consultas e exames no hospital.Deve pedir ao seu médico um relatório clínico para entregar ao Delegado de Saúde da sua zona, a fim de ficar também isento do pagamento de exames no exterior, quando usufruir dos serviços do Sistema Nacional de Saúde. Para obter informação mais pormeno-rizada leia o Decreto-Lei n.º 173/2003, de 1 de Agosto – cfr. alínea m) do n.º 1 do art. 2.º.Se não puder trabalhar, poderá ter direito ao Subsídio de Doença, que é uma prestação pecuniária destinada a compensar a perda da remuneração mensal por situação de doença devidamente com-provada. Nesse caso, será necessário apresentar a certificação da doença em impresso próprio (CIT - Certificado de Incapacidade Temporária), emitido pelo Serviço Nacional de Saúde (centros de saúde ou hospitais). Legislação: Decreto Lei 28/2004, de 4 de Fevereiro com a redacção dada pelo Decreto Lei nº. 146/2005, de

Page 22: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

20

26 de Agos to (Regime jur íd ico de pro tecção na doença) . Para mais informações pode ler também o Código de Trabalho(Lei nº. 99/2003, de 27 de Agosto) e a Regulamentação do Código de Trabalho (Lei nº. 35/2004, de 29 de Julho).Poderá ter direito a uma Pensão por Invalidez, que se aplica às pessoas em situação de invalidez originada por doença do foro oncológico (Decreto-Lei n.º 92/2000, de 19 de Maio). Previamente ser-lhe-á atribuída uma taxa de incapacidade, de que poderá beneficiar para efeitos de IRS (no caso de ser declarado um grau de incapacidade permanente igual ou superior a 60%), tal como previsto no artº. 16.º do Estatuto de Benefícios Fiscais (revisto e republicado pelo Decreto-Lei n.º 198/2001, de 03 de Julho). Poderá ainda beneficiar da redução no pagamento do imposto automóvel – Decreto-Lei n.º 103-A/90, de 22 de Março (apenas em algumas cilindradas).

Em caso de dúvidas, deve esclarecê-lasna Repartição de Finanças da sua áreade residência.

Page 23: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

21

Pequeno glossário A

Albumina - É a principal proteína do soro. É produzida no fígado e pode dar informações sobre o estado nutricional do doente. As restantes proteínas existentes no soro são as globulinas.

Alkeran® - Ver Melfalan.

Alogénico - Refere-se aos transplantes de um dador. Deriva do grego állos que significa «outro».

Alopécia - Queda do cabelo. Pode resultar da quimioterapia ou do efeito da radioterapia sobre o couro cabeludo. No primeiro caso, a perda do cabelo é temporária; no segundo, pode ser definitiva. Do grego alōpēkía, «manchas da cabeça quando cai o cabelo».

Alquilantes - Um tipo de medicamentos citostáticos que afectam a divisão das células e que podem ter indicação no tratamento do Mieloma Múltiplo. Os mais utilizados são o melfalan e a ciclo-fosfamida.

Amiloidose - Doença sistémica que se caracteriza pela produção de proteínas anormais. Quando estas se depositam em órgãos vitais interferem com a sua função. Pode ser primária ou secundária. Deriva do latim amylum e este do grego ámylon, «amido».

Analgesia - Medicamento ou técnica que faz desaparecer a dor. Do grego ά, «negativo» + álgēsis, «sofrimento, dor».

Analgesia epidural - Analgesia que se obtém com um medicamento que se difunde pelo espaço epidural, com ou sem implante de bomba infusora.

Analgesia intratecal - Difusão de um ou vários medicamentos anal-gésicos pelo espaço sub-aracnoideu, com ou sem bomba infusora.

Page 24: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

22

Analgesia por PCA (Patient controlled analgesia) - Forma de anal-gesia em que o controlo da dor é feito pelo doente, de acordo com as suas necessidades. Pode ser feita por via endovenosa,subcutânea ou epidural.

Analgesia transdérmica (TTS) - Analgesia conseguida com a admin i s t ração de um medicamento ex i s ten te num penso autoadesivo, que se difunde através da pele.

Analgesia transmucosa - Analgesia obtida pela administração de um medicamento existente num “chupa-chupa”, que se difunde através da mucosa oral.

Análogo - Refere-se a um composto químico que tem uma estrutura semelhante a outro, mas que difere ligeiramente na sua com-posição.

Anemia - Situação em que os glóbulos vermelhos e a hemoglobina estão diminuídos, em relação aos valores de referência para a idade e sexo. Pode manifestar-se por sintomas como cansaço, falta de ar e fraqueza. Do francês anémie, este do grego anaimía, «falta de sangue».

Angiogénese - Formação de novos vasos sanguíneos que habitual-mente acompanham o crescimento do tecido maligno.

Anorexia - Falta de apetite. Do grego ά, «negativo» + ŏpēξis «apetite».

Antiangiogénese - Forma de bloquear a vascularização do tecido t u m o ra l , d e m o d o a d e s t r u i r a s c é l u l a s m a l i g n a s . A l g u n smedicamentos têm essa capacidade, como é o caso da talidomida.

Anticorpos - Proteínas produzidas pelos linfócitos que atacam substâncias que são estranhas ao organismo.

Antiemético - Medicamento que evita ou controla os vómitos e as náuseas.

Page 25: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

23

Antraciclinas - Uma categoria de medicamento citostáticos que incluem a doxorubicina (Adriamicina®) e outras como a dauno-rubicina.

Assintomático - Que não apresenta sintomas.

Autólogo - Do próprio, isto é, do doente. Deriva do grego autós que significa «o próprio». Aplica-se sobretudo para as transfusões, sejam de sangue: t ransfusão autóloga ou auto-transfusão, oude medula óssea ou de células progenitoras hematopoiéticas - transplante autólogo.

B

Beta 2 microglobulina (β-2MG) - É uma proteína que se detecta no sangue de doentes com Mieloma activo. Em cerca de 90% dos casos é um bom marcador para determinar a actividade da doença. Pode es tar aumentada por outras razões, como por exemploquando existe insuficiência renal.

Bifosfonatos - Medicamentos utilizados para tratar a osteoporose e a doença óssea das doenças malignas. Inibem a actividade dos osteoclastos, que são as células que destróiem os ossos. Incluem-se neste grupo o clodronato, o pamidronato e o zolandronato.

Biopsia - Remoção cirúrgica de um tecido para exame microscópico, de forma a permitir fazer o diagnóstico.

Biopsia óssea - Extracção de fragmento ósseo para exame da medula óssea. No adulto, o exame efectua-se na crista ilíaca.

Bomba infusora - É um sistema de administração de medicamentos que permi te a sua admin i s t ração d i rec tamente na cor ren tesanguínea durante um espaço de tempo prolongado. Permite o am-bulatório e evita que o doente tenha de estar internado.

Page 26: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

24

C

Cadeias Leves Livres - É uma porção livre de proteína da cadeia leve que pode ser quantificada por um teste sensível que se chama Freelite®. Permite uma avaliação da doença e da resposta à terapêutica.

Cálcio - Mineral importante na formação do osso. Quando existe grande destruição óssea os níveis do cálcio no sangue podem au-mentar, dizendo-se então que há hipercalcemia.

Cifoplastia - Processo para tratamento das fracturas de compressão dos corpos vertebrais, utilizando um cilindro inflável que permite a injecção de um produto que preenche o osso, sob baixa pressão.

Citostático - Um medicamento que evita ou bloqueia o crescimen-to das células malignas, ou leva à sua morte.

Concentrado Eritrocitário (CE) - Total de eritrócitos obtidos a partir de uma unidade de sangue, e que foi separado dos restantes elementos para ser administrado em transfusão.

Congénito - Característica que está presente na altura do nascimento.

Consentimento informado - Processo em que se explica aos doentes que, para além das vantagens, existem riscos e complica-ções numa determinada atitude, antes de a mesma ser efectuada. Os consent imentos devem ser ass inados pelo doente ou seurepresentante e pelo médico que o propõe.

Consulta da Dor - Consulta dirigida especialmente ao controle da dor crónica, que não cede aos analgésicos mais frequentes.

Corticóides - Ou esteróides. Drogas usadas em quimioterapia para diminuir as náuseas. Utilizam-se também na terapêutica de doen-ças linfoproliferativas e na doença do hospedeiro contra o enxerto. Os mais usados no Mieloma são a dexametasona e a prednisolona.

Page 27: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

25

Crista ilíaca - Local da bacia onde existe uma grande quantidade de medula óssea e que pode ser utilizado para colheita de medula óssea ou biopsia óssea, por meio de uma agulha.

Cromossoma - Cada uma da 46 estruturas do núcleo que transpor-tam a informação genética de cada célula.

Crónico - Situação que tem um desenvolvimento lento e arrastado.

Cuidados paliativos - Conjunto de medidas aplicadas a doentes em fase avançada da doença, que têm como objectivo principal minorar o sofrimento (ex: terapêutica da dor).

Cura - Aplica-se a algumas doenças que não se manifestam du-rante, pelo menos, cinco anos.

E

Eritropoietina - Hormona produzida principalmente pelo rim em resposta à diminuição da hemoglobina. Actua sobre a medula óssea levando ao aumento de produção da série eritrocitária. Foi o primeiro factor de crescimento a ser descrito. Nos doentes sob quimioterapia é por vezes necessário administrar-se eritropoietina sintética, em injecções subcutâneas, na tentativa de diminuir as transfusões de concentrado eritrocitário.

Estadiamento (“Staging”) - Determinação da extensão da doença, de forma a classificá-la em graus ou estádios permitindo adaptar o tratamento. Os exames efectuados variam de doença para doença.

Estádio - Fase de evolução da doença. Do grego stádion, «estádio», medida de 600 pés gregos ou 625 pés romanos.

F

Factores de crescimento - Substâncias produzidas por algumascélulas e que regulam a proliferação de células hematopoiéticas. A eritropoietina foi o primeiro a ser descoberto.

Page 28: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

26

Factores de crescimento granulocitários (G-CSF e GM-CSF) -Substâncias injectáveis, semelhantes às produzidas pelo organismo humano, obtidas por tecnologia recombinante e que estimulam a medula óssea a produzir mais células da série granulocitária (glóbulos brancos).

Fase de planalto - Fase da doença em que após a terapêutica os parâmetros laboratoriais se mantêm numa fase estável.

Fractura patológica - Fractura do osso sem traumatismo ou com traumatismo mínimo, e que tem a ver com a fragilidade subjacente do osso por patologia pré-existente. Do latim fractūra, «pedaço, fragmento».

G

Genético - Situação que depende da expressão de um gene ou genes para se manifestar. Pode ou não ser hereditário.

H

Hematologista - Médico que estuda e trata as doenças do sangue e da medula óssea.

Hemograma - Análise de uma amostra de sangue que permite a contagem do número de glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas, bem como as suas características morfológicas.

Hereditário - Diz respeito ao traço ou carácter que é transmitido dos progenitores à descendência.(ex: olhos azuis).

Herpes zoster - Infecção viral pelo vírus da varicela-zoster que afecta as terminações nervosas. Tem o aspecto de pequenas vesícu-las que podem ser dolorosas. Vulgarmente é conhecido por cobrão ou zona. Herpes vem do grego hērpēs, ētos, «dartro, enfermidade cutânea que se alastra».

Page 29: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

27

I

Imunoglobulina - É uma proteína que funciona como anticorpo.

Imunossupressão - Diminuição das capacidades do sistema imune para combater a infecção e as doenças.

Imunoterapia - Estimulação artificial do sistema imune para aumentar a capacidade de lutar contra as doenças. Os interferões incluem-se dentro deste grupo.

Incidência - Número de casos novos durante um determinado intervalo de tempo (ex: número de casos / 10.000 pessoas / ano).

Inibidor da angiogénese - Produto que impede o crescimento vas-cular dos tumores.

Interferão - É uma proteína segregada por um grande número de células do organismo. Existem dois tipos de interferões: os do tipo I, que incluem o α e o β, e os do tipo II, que inclui o δ. Para além de terem uma acção anti-viral, exercem um grande número de acções: inibem a proliferação de células normais e malignas, impedem a proliferação de parasitas intra-celulares, aumentam a fagocitose pelos neutrófilos e macrófagos, aumentam a actividade das células NK e têm ainda vários outros efeitos imunomodeladores.

LLen/Dex - Terapêutica oral, em que se associa a lenalidomida com a dexametasona.

Leucócitos - O mesmo que glóbulos brancos. São células que aju-dam o organismo a combater as infecções, e actuam no sistema imune.

Leucocitose - Aumento do número dos leucócitos.

Leucopenia - Baixo número dos leucócitos.

Page 30: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

28

Linfócitos - Tipo de glóbulos brancos que destróiem vírus, pro-duzem anticorpos e ajudam a regular a forma como os outros glóbulos brancos agem entre si. Podem ser células do tipo B e T, conforme têm a sua origem na medula óssea ou no timo.

Lesões líticas - Lesões ósseas relacionadas com a doença e que aparecem no Rx dos ossos como manchas escuras.

M

Medula óssea - Tecido esponjoso existente dentro dos ossos. É o local de produção das células sanguíneas. A quimioterapia afecta a medula óssea, resultando numa diminuição temporária do número de células do sangue.

Melfalan - Citostático que pertence ao grupo dos agentes alquilan-tes. É o medicamento mais usado nos doentes idosos.

Mielograma - Biopsia aspirativa da medula óssea, que permite a recolha de sangue medular, onde estão presentes as células progenitoras das células sanguíneas. Nos adultos é feita no esterno ou na crista ilíaca.

Mieloma múltiplo - Doença maligna da medula óssea em que há aumento de produção de proteínas anormais, as imunoglobulinas, ou fracções destas.

Mieloma assimptomático - Mieloma que se apresenta sem sinais ou sintomas. Também é chamado mieloma indolente.

Mielossupressão - Diminuição da medula óssea, de que resulta uma baixa do número das plaquetas, dos glóbulos brancos e dos glóbulos vermelhos.

Mobilização - Método que leva ao aumento do número de célu-las progenitoras hematopoiéticas em circulação. Pode ser feito com utilização de factores de crescimento ou pela combinação destes com quimioterapia.

Page 31: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

29

Modificadores da resposta biológica - Substâncias que estimulam a resposta do organismo à infecção e à doença. Existem em pequenas doses no organismo e podem ser produzidos em laboratório para o tratamento de doenças malignas.

Monócitos - Glóbulos brancos que destróiem as células velhas do sangue e os microorganismos.

Monoclonal - Que deriva de uma única célula ou clone de células.

MP - Terapêutica oral, em que se associa melfalan com prednisolona.

Morbilidade - Estado de doença.

N

Neutrófilos - Os glóbulos brancos que ajudam a combater as infecções.

Neutropenia - Baixa dos neutrófilos no sangue periférico. Na maioria das vezes considera-se sinónimo de neutropenia grave, isto é, quando os neutrófilos são inferiores a 500/mm3.

O

Osteoblasto - Célula formadora do osso.

Osteoclasto - Célula que destrói o osso. Actua em conjugação com o osteoblasto para levar à reconstituição do tecido ósseo.

Osteolítica - Utiliza-se para descrever uma lesão em que houve destruição local do osso. Nas radiografias dos ossos apresenta-se como uma mancha escura.

Osteoporose - Situação generalizada de enfraquecimento dos ossos, que ocorre com a idade, com a perda de cálcio e com a deplecção de hormonas.

Page 32: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

30

PPAD - Poliquimioterapia, em que se associa bortezomib, com doxorubicina lipossómica e dexametasona.

Pancitopenia - Baixa das três séries no sangue periférico, isto é, presença de anemia e leucopenia e trombocitopenia.

Plaquetas - Células do sangue que ajudam a controlar a hemorragia, assim como a formar os coágulos.

Plasma - Parte do sangue constituída por fluido e proteínas.

Plasmaférese - Processo em que o sangue do doente é retirado através de uma máquina, sendo o plasma separado das célulassanguíneas. Estas são infundidas novamente ao dador e o plasma é substituído por outros fluidos. De plásma «obra modelada, figura afeiçoada» e aphaíresis, «acção de tirar, de clivar».

Plasmócito - Célula do sistema imune que segrega anticorpos.

Plasmocitoma - Tumor único formado por plasmócitos, que ocorre num osso ou nos tecidos moles.

Pneumonia - Infecção dos pulmões. Mais frequentemente é provocada por bactérias, mas pode também dever-se a infecção fúngica ou a outros agentes oportunistas. Pode ocorrer com mais frequência durante a quimioterapia.

Poliquimioterapia - Tratamento no qual dois ou mais citostáticos são usados, para permitir obter resultados mais eficazes.

Prognóstico - Evolução esperada da doença e da esperança de vida.

Progressão de doença - Agravamento da doença tumoral.

Proteína de Bence Jones - Cadeia leve da imunoglobulina que é excretada pela urina. A sua detecção é feita por um teste antigo e

Page 33: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

31

pouco específico, em que se identifica a presença da proteína por precipitação a 60º C e desaparecimento por solubilização a 100º C. A presença desta proteína é anormal.

Proteína M - Anticorpo ou parte de anticorpo (cadeia leve ou pesada) que se encontra em quantidade aumentada no sangue e/ou urina dos doentes com Mieloma Múltiplo ou noutras situações menos frequentes.

Protocolo - Plano estabelecido para um tratamento. Do francês protocole, que na Idade Média significava «minuta de contrato».

Q

Quimioterapia - Uso de drogas específicas para combater o cancro e outras doenças.

R

Radioterapia - Tratamento por radiações de alta energia, para destruição das células malignas. A radiação pode vir do exterior (radioterapia externa) ou de material radioactivo colocado dentro do tumor (radioterapia de implante).

Recaída - Quando aparecem sinais ou sintomas da doença depois de um período de melhoria.

Refractária - Doença que não responde aos tratamentos standard.

Regressão - Diminuição do crescimento do tumor.

Remissão ou resposta - Desaparecimento dos sinais e sintomas da doença. Pode ser completa ou parcial.

Resistência a drogas - Capacidade das células para resistirem aos efeitos de uma droga específica.

Ressonância Nuclear Magnética (RNM) - Exame que permite

Page 34: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

32

observar em pro fundidade os órgãos e es t ru turas do corpo,ut i l izando ondas magnéticas.

«Rouleaux» - Grupo de g lóbu los ve rme lhos que se ag regamtomando a forma de uma pilha de moedas.

S

Sobrevivência global (Overall survival - OS) - Tempo de sobrevida de todos os doentes que estão vivos num determinado grupo em estudo, independentemente de a doença ter recorrido ou não.

Sobrevivência livre de doença (Disease-Free Survival - DFS) - Tempo de sobrevida dos doentes que estão livres de recorrência do tumor ou que não faleceram devido a qualquer outra causa.

Supressão da medula óssea - Diminuição da produção de células do sangue.

T

Taxa de mortalidade - Percentagem de casos mortais.

Tempo de duplicação - Tempo que uma população celular ou tumor demora par duplicar o seu número ou a sua massa tumoral.

Terapêutica paliativa - Terapêutica efectuada quando o objectivo não é a cura da doença, mas a melhoria dos sintomas e se possível o prolongar da sobrevivência.

Terapêutica Standard - Tratamento ou intervenção de uso corrente e que é considerado de eficácia provada, com base em estudos anteriores. É o que se mostrou mais eficaz num determinadomomen to e , po r t an to , o ma i s u t i l i z ado . Se r ve de ba se decomparação para a introdução de outras abordagens terapêuticas, que se tornarão standard se forem mais eficazes e tiverem menos efeitos secundários.

Page 35: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

33

Tomografia Axial Computadorizada (TAC) - Exame em que se usam raios X e computadores para criar imagens das várias partes do corpo, permitindo confirmar ou excluir situações anómalas.

Transplante de medula óssea - Infusão de medula óssea num doente que foi tratado com quimioterapia de alta dose ou radioterapia.

Transplante alogénico - Infusão de medula óssea de um indivíduo (dador) para outro.

Transplante autólogo - Infusão da própria medula óssea do doente que foi anteriormente removida e armazenada.

Trombocitopenia - Diminuição do número de plaquetas.

V

VAD - Tipo de poliquimioterapia que inclui uma associação de vincristina, adriamicina e dexametasona.

Vertebroplast ia - Processo usado para t ra tar as f racturas decompressão da coluna, em que é injectado uma espécie de cimento para estabilizar as vértebras.

Z

Z-DEX - Terapêutica oral, em que se associa a idarubicina com a dexametasona.

Page 36: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

34

Bibliografia ResumidaCriteria for the Classification of monoclonal gammopathies, multiple myeloma and related disorders: a report of the International Myeloma Working group. Br. J. Haematol. 2003, 121; 745-757.

Dimopoulos MA, Chen C, Spencer A, Niesvizky R, Attal M, Stadtmauer EA, Petrucci MT, Yu Z, Olesnyckyj M, Zeldis JB, Knight RD, Weber DM, Long-term follow-up on overall s u r v iva l f r o m t h e M M - 0 0 9 a n d M M - 0 1 0 p h a s e I I I t r i a l s o f l e n a l i d o m i d e p l u sdexamethasone in patients with relapsed or refractory multiple myeloma. Leukemia. 2009 Jul 23. [Epub ahead of print]

Durie BG, Salmon SE, A Clinical staging system for for multiple myeloma. Correlation of measured myeloma cell mass with presenting clinal features, response to treatmente and survival. Cancer, 1975, 36; 842-854.

Figueiredo, Cândido de, Grande Dicionário da Língua Portuguesa, Lisboa, Bertrand Editora, 1986.

Greipp PR, San Miguel J, Durie BG, Crowley JJ, Barlogie B, Bladé J, Boccadoro M, Child JA, Avet-Loiseau H, Kyle RA, Lahuerta JJ, Ludwig H, Morgan G, Powles R, Shimizu K, Shustik C, Sonneveld P, Tosi P, Turesson I, Westin J, International staging system for mul-tiple myeloma. J Clin Oncol. 2005 May 20;23(15):3412-20.

Hulin C, et al. Efficacy of melphalan and prednisone plus thalidomide in patients older than 75 years with newly diagnosed multiple myeloma: IFM 01/01 trial. J Clin Oncol. 2009; 27(22):3664-70.

Kumar SK, Rajkumar SV, Dispenzieri A, et al: Improved survival in multiple myeloma and the impact of novel therapies. 2008, Blood 111:2516-2520.

Kyle RA, Rajkumar SV, Treatment of multiple myeloma: a comprehensive review, Clin Lymphoma Myeloma. 2009;9 (4):278-88.

NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology, Multiple Myeloma. Consulta em www.nccn.org.

Palumbo A, Rajkumar SV. Treatment of newly diagnosed myeloma. Leukemia, 2009 Mar;23 (3):449-56. Epub 2008 Nov 13.Pereira, Ana Marques, Receitas e Truques para Doentes Oncológicos, Ed. Autora, Lisboa, 2009.San Miguel JF, et al. Bortezomib plus melphalan and prednisone for inicial treatmente of multiple myeloma. NEJM 2008; 359(9):906-17. Shah JJ, Orlowski RZ, Thomas SK, Emerging data on the use of anthracyclines in combina-tion with bortezomib in multiple myeloma: Ther Clin Risk Manag. 2009 Feb;5(1):151-9. Swerdlow s, Campo, E, Harris, NL, et al, WHO Classification of Tumors of Haematopoietic and Lymphoid Tissues: Lyon, France: IARC Press; 2008:88-103.Weber,DM et al. Lenalidomide plus Dexamethasone for Relapsed Multiple Myeloma in North America, N Engl J Med 2007; 357:2133-2142.

Page 37: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

35

Endereços na Internet

American Cancer Societywww.cancer.org/docroot/lrn/lrn_0.aspAssociação Portuguesa contra a Leucemiahttp://www.apcl.ptAssociação Portuguesa de Leucemias e Linfomashttp://www.apll.orgBMT Info Netwww.bmtnews.orgCleveland Clinic M. Myeloma Programhttp://www.ccf.org/cc/mm/International Myeloma Foundationhttp://www.myeloma.orgInternational Myeloma Foundation (em brasileiro)http://www.myelomapt.org/index.phpInternational Myeloma Foundation UKwww.myeloma.orguk/myeanim.htmMieloma Euronethttp://myeloma-euronet.org/pt/latest-news/index.phpMultiple Myeloma Associationhttp://www.webspawner.com/users/myelomaexchangeMultiple Myeloma Research Foundation (MMRF)www.multiplemyeloma.orgNational Cancer Institutewww.cancer.gov/cancerinfo/pdq/treatment/myeloma/PatientNational Marrow Donor Program http://www.marrow.org/Sociedade Portuguesa de Hematologia (SPH) http://www.sph.org.pt/

Page 38: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

36

Notas

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

..............................................................................................................................

Page 39: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias

Brochuras com informação científica de apoio à educação dos doentes: A Celgene financiou esta publicação sem restrições. As opiniões expressas são da responsabilidadedos autores e não reflectem necessariamente as da Celgene.

Celgene Sociedade Unipessoal, Lda. Lagoas Park 11 1º andar 2740-270 Porto Salvo – Portugal. Telefone +351210044300. Fax: +351210044301. Capital social 10 000,00e

C.R.C. CASCAIS / NIPC/NIF Nº 507791690.

Código: C-P-INT-BOK-0011-20091228

Page 40: Mieloma Múltiplo - PORTAL DA DIÁLISE · 2016-08-04 · cas derivadas dos hidrocarbonetos, pode levar ao aumento de in-cidência da doença, bem como a exposição a substâncias