Mike Bara · 2021. 5. 15. · ANUNNAKI EM MARTE Coleção Biblioteca UFO 2020 9 Mike Bara nasceu na cidade de Auburn, no estado de Washington, nos Estados Unidos, em 26 de janeiro

Mike BaraDE ALIENÍGENAS DO PASSADO,

DO HISTORY CHANNEL

Ficha técnica da obra:

Editor: A. J. Gevaerd

Gerente: Talita Souza de Araújo

Tradução e revisão: Laura Maria Elias

Ilustração de capa: Rafael Amorim

Imagens: Do autor e Arquivo UFO

Artefinal: A. J. Gevaerd

Rua Morretes 145 — Curitiba (PR) — 80610-150Site: www.ufo.com.br — E-mail: [email protected]

Fone: (67) 3341-8231

© A. J. Gevaerd Ufologia ME 2020

A maior parte das fotos e ilustrações usadas neste livro é de domínio público, assim como as que não estão devidamente creditadas e licenciadas para uso, com exceção de algumas cujo autores não foram

identificados. Se houver qualquer erro ou omissão quanto a direitos reservados, estes serão corrigidos em futuras edições.

Nenhuma parte desta obra, incluindo suas artes e fotos, poderá ser reproduzida ou transmitida através de quaisquer meios eletrônicos, mecânicos, digitais ou outros que venham ainda a ser criados, sem a

permissão expressa e conjunta do autor e de A. J. Gevaerd Ufologia ME.

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Coleção Biblioteca UFO © 2020 7

O que é a Biblioteca UFO

A Biblioteca UFO já está consagrada pela Ufologia Brasileira. Foi lançada pela Revista UFO em 1998 para veicular obras de quali-dade, atuais e consistentes sobre a presença alienígena na Terra e suas consequências, produzidas por autores ativos e que ajudaram a construir a história atual da Ufologia. A Biblioteca pretende abastecer os estudiosos e entusiastas do assunto com livros ricos em informação de qualidade sobre nossos visi-tantes extraterrestres. O critério de seleção de autores leva em consideração o significado, a utilidade e a repercussão de seu trabalho.

Assim como são escolhidos temas que ofereçam verdadeira contribuição ao entendimento da questão ufológica em todas as suas vertentes.

Ao serem consideradas novas obras para comporem este acervo, ob-serva-se também um critério muito presente no Fenômeno UFO, ou seja, sua manifestação em múltiplos níveis físicos e não físicos. Para tanto, um estudo de tão complexo cenário deve ter em conta a transdiciplinaridade como fer-ramenta de trabalho, ou seja, um conceito que mescle diferentes formas de pensamento e inter-relacione várias disciplinas, estimulando novas maneiras de se compreender e assimilar a realidade dos fatos por meio da articulação dos elementos que os compõem, sob todos os seus ângulos.

Assim, refletindo o esforço da Revista UFO há 38 anos, a Biblioteca UFO, agora com 54 títulos, busca encontrar as respostas para a ação na Terra de outras espécies cósmicas e seus efeitos para a humanidade, entendendo que apenas uma abordagem adogmática, profunda e responsável poderá oferecer entendimento a seu respeito e as respostas para o enigma do milênio. Esta abordagem é a que se imprime nesta colação de livros, com a expectativa de que o Fenômeno UFO e matérias adjacentes e igualmente importantes sejam compreendidas em sua totalidade e profundidade evidentes.

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MIKE BARA

© 2020 Coleção Biblioteca UFO8

Agradecimentos

Eu gostaria de agradecer especialmente a essas pessoas de alma gentil que me ajudaram, amaram e apoiaram

durante a criação deste livro: Denise Zak, Shana Paredes, Sara Vasquez, Steven Jones, Derrell Sims, Maureen

Elsberry, Simon Rockell, Ben Fox, Sherri Gaston, Alan Pezzuto, meu editor David Hatcher Childress, meu irmão

Dave e também Bailey & Barkley, Sebastian e minhas pequenas luzes, Lady Aurora e Senhorita Fluffy Muffy.

Dedicatória

Este livro é dedicado ao meu amigo e antigo coautor, sem quem os muitos mistérios de Marte teriam permanecidos

para sempre enterrados nas areias do tempo.

— Mike Bara

Veja mais sobre o autor em www.mikebara.blogspot.com

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Mike Bara nasceu na cidade de Auburn, no estado de Washington, nos Estados Unidos, em 26 de janeiro de 1960. Fre-quentou a escola secundária Chief Sealth e depois se matriculou na Seattle Pacific University, mas não chegou a concluir o curso. Por vários anos, trabalhou como técnico de CadCam, na indústria aeroes-pacial, criando desenhos de engenharia. Depois de se desligar da gigante Boeing, ele conheceu o cientista da Agência Es-pacial Norte-Americana (NASA) Richard

C. Hoagland, que o convenceu a escrever sobre os segredos que as grandes corporações escondiam do público.

Após algum tempo, ele e Hoagland publicaram a obra Dark Mission: The Secret History of NASA [Missão Sombria: A História Secreta da NASA. Feral House 2007]. O livro foi classificado em 21º lugar na lista do New York Times como obra de não-ficção de bolso, na semana de 18 de novembro de 2007. Auto denominado “um teórico da conspiração renascido”, em 2012 o autor publicou Ancient Aliens on the Moon Alienígenas do Passado na Lua. Adventures Unlimited, 212], um novo e aprofundado estudo sobre as estruturas artificiais na Lua e os segredos que ela guarda há milhões de anos.

No ano seguinte lançou Ancient Aliens on Mars [Alienígenas do Passado em Marte. Adventures Unlimited, 2013], agora traduzido para o português e lançado no Brasil para Biblioteca UFO. A obra examina a história oculta de Marte e a vasta e antiga civilização que uma vez floresceu ali. Em seguida lançou Ancient Aliens and Secret Societies [Alienígenas do Passado e as Sociedades Secretas. Adven-

Quem é Mike Bara

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UFO

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tures Unlimited, 2015] que revela a ligação entre organizações como a Maçonaria e a presença de alienígenas na Terra.

O autor também publicou Hidden Agenda: NASA and the Secret Space Program [Agenda Oculta: A NASA e o Programa Espacial Secreto. Adventures Unlimited, 2016], Lightbringer [Portado da Luz. Adventures Unlimited, 2017] e Ancient Aliens and JFK: The Race to the Moon and the Kennedy Assassination [Alienígenas do Passado e JFK: A Corrida para a Lua e o Assassinato de Kennedy. Adventures Unlimited, 2018].

Além de autor famoso e produtivo, Bara também fez inúmeras aparições públicas, ministrando palestras sobre assuntos como ciên-cias espaciais, NASA, física, UFOs e o elo entre ciência e espírito. Foi por diversas vezes o convidado de destaque em programas de rádio como o incrivelmente famoso e popular Coast to Coast AM, com George Noory. Ele é colaborador regular dos programas de TV Alienígenas do Passado, America’s Book of Secrets e Hangar-1, da Mutual UFO Network (MUFON).

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INTRODUÇÃO Uma pesquisa fascinante 13

CAPÍTULO 1 Marte, morada da vida 17

CAPÍTULO 2 O que Aconteceu a Marte? 45

CAPÍTULO 3 Começando a exploração 71

CAPÍTULO 4 A mensagem de Cydonia 107

CAPÍTULO 5 A política de Marte 131

CAPÍTULO 6 A missão Mars Pathfinder 159

CAPÍTULO 7 A missão Mars Global Surveyor 179

CAPÍTULO 8 Encare a verdade, é um rosto 205

EPÍLOGO A verdade restabelecida 229

Sumário

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Introdução

Uma pesquisa fascinante

Desde o lançamento do livro Eram os Deuses Astronautas? [Melhoramentos, 1969], do suí-ço Erich von Däniken, que a ideia de a huma-nidade ter sido visitada no passado longínquo

por povos extraterrestres se plantou definitivamente no inconsciente das pessoas. Algum tempo após o sucesso extraordinário de Däniken veio a obra que responderia muitas das perguntas deixadas no ar pelo autor suíço, O 12º Planeta [Best Seller, 1978], de Zecharia Sitchin.

Sitchin, um azerbaijano que cresceu na Palestina, se graduou em Londres, trabalhou em Israel e mudou-se para os Estados Unidos na década de 50, passou 30 anos estudando a escrita cuneiforme e decifrando as tabule-tas de argila da Suméria, cujo conteúdo fora, até então, desconhecido. O que ele encontrou, interpretou e depois publicou em uma série de livros mudou a forma como interpretamos o passado e a história de nossa espécie. Ao defender que somos produto de engenharia genética que misturou o DNA de seres extraterrestres com o de

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humanos primitivos, há 450.000 anos, o autor foi mais longe do que qualquer um já houvera se atrevido a ir.

Não bastasse isso, a narrativa suméria, traduzida por Sitchin, fala sobre como aqueles aliens ou “deuses” inte-ragiram com a humanidade, qual era seu comportamento, leis, preferências pessoais, quais foram suas obras, suas guerras e o quanto lutavam por poder entre si. Fala tam-bém que se deslocavam em máquinas voadoras e que sua base não ficava na Terra, mas no céu. A esses deuses que desceram do céu — a quem chamaram de Anunnaki —, os sumérios creditavam todo o seu conhecimento.

Hoje, quando olhamos para as coisas extraordiná-rias que aquelas pessoas recém-saídas da Idade da Pedra foram capazes de fazer, o grau de sofisticação que sua sociedade conquistou, os conhecimentos que tinham so-bre astronomia, sobre as órbitas planetárias ao redor do Sol, sobre a existência de planetas não visíveis a olho nu e mais um sem número de coisas que lhes seria impossível conhecer, não há como negar — a não ser que você seja um cético profissional — que aquilo que muitos chamam de mitologia, realmente aconteceu.

Mas, se os Anunnakis estiveram na Terra e edifica-ram tanta coisa em nosso planeta, o que os impediria de ter feito o mesmo em outros corpos de Sistema Solar? Nada os impediu. E de fato eles o fizeram. Em meu li-vro anterior Ancient Aliens in the Moon [Alienígenas do Passado na Lua. Unlimited Press, 2012], mostrei como

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nosso satélite tem estruturas antigas, apontando para a presença de uma civilização inteligente que o usou como base para produção de energia. E, expandindo a busca, fizemos o mesmo com o planeta Marte.

Agora, Marte é um caso à parte, pois as controvérsias começam já em sua classificação como planeta, algo que sustento — e como se verá no livro, provo — que ele não é. Além disso, temos a estranha geologia dessa lua que virou planeta e que foi batizada de Marte, o deus da guer-ra, devido à sua cor vermelha: ele tem dois hemisférios completamente diferentes, quase como se tivessem vindo, cada um deles, de mundos separados.

Se formos pelas explicações ortodoxas e convencio-nais, nada no planeta faz sentido. Mas a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) insiste que sim, tudo ali é per-feitamente explicável e que qualquer pessoa que diga — e prove — o contrário está mentindo. A realidade, entretanto, como veremos, é que quem mente é a NASA. Nas páginas a seguir, mostraremos como, usando as imagens fornecidas pela própria agência, a teoria de que Marte sempre foi um mundo frio e estéril é uma rematada bobagem.

Ali existiu uma civilização altamente tecnológica e sofisticada, que deixou fortes pegadas de sua presença, goste ou não a NASA. Não temos como saber se o povo que ergueu as construções que ainda vemos no planeta era nativo ou se o usou como posto avançado, algo que eu acho mais provável. Um entreposto para as missões

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que seguiam em direção à Terra e, talvez, em direção também a outros mundos.

Espero que você aprecie as páginas a seguir e que elas o façam pensar sobre tudo aquilo que não sabemos — e que não querem que saibamos — sobre nossa espécie e sobre quem, realmente, somos. Nossa história, como bem disse Däniken, está errada. Nos deram mapas com falsas indicações para que nunca descobríssemos a verdade e chegássemos a lugar algum. Hoje, entretanto, podemos refazer a rota em direção ao nosso passado, e Marte é um ótimo lugar para começarmos.

— Mike BaraSeattle, Estados Unidos, 2018

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Capítulo 1

Marte, morada da vida

De acordo com a visão astronômica dominante, Marte é apenas um planeta sem vida — o quarto a partir do Sol —, rochoso e sem nada de espe-cial de nosso Sistema Solar, que se formou ou

acresceu praticamente em sua órbita, como o vemos hoje. Como a Terra, ele tem uma atmosfera, mas muito mais fina, formada por 95% de dióxido de carbono, nitrogênio, argônio e traços de água, metano e oxigênio

O diâmetro de Marte é de aproximadamente 6.779 km, cerca de 53% o da Terra, que é de 12.742 km. Embora tenha mais da metade do tamanho de nosso planeta, Marte tem 90% menos massa e sua gravidade é apenas 38% da terrestre. Ao contrário da Terra, que tem apenas um grande satélite natural, o Planeta Vermelho tem duas pequenas luas que são, na realidade, pequenos asteroides capturados pela gravidade marciana. Embora esteja classificado como planeta pelos astrônomos, a verdade é que ele está muito mais próximo de algumas das luas jupterianas e saturninas em tamanho, composição e densidade do que de planetas

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rochosos e densos como Mercúrio, Vênus e Terra. Há uma razão para isso, e nós a abordaremos oportunamente.

Marte também tem uma série de características inco-muns — para se falar o mínimo — em sua superfície, e elas apontam para um passado cataclísmico. Podemos citar como exemplos a Bacia Hellas, no Hemisfério Sul do planeta, que é uma maciça depressão de impacto, imensa a ponto de levar alguns a teorizar que um objeto tão grande quanto Plutão po-deria tê-la criado. Também se destaca o Vale Marineris, um enorme rasgo que corre de leste a oeste ao longo da esfera planetária, cujo comprimento é maior do que a parte conti-nental dos Estados Unidos, medindo com 193 km de largura e 7.000 m de profundidade. Outro exemplo é o Monte Olimpo, um vulcão extinto localizado no topo do planalto de Tharsis, no Hemisfério Norte, que é quase três vezes mais alto do que o Monte Everest. Com 22 km de altura, o Olimpo é o maior vulcão conhecido do Sistema Solar.

Para adicionar mais uma nota de estranheza à sua estranha geologia, o planeta tem dois hemisférios flagran-temente diferentes entre si: o sul é fortemente coberto de crateras e o norte é uma bola lisa. A diferença entre eles é tão pronunciada, que a divisa entre os dois é chamada de Linha da Dicotomia. Essa divisa consiste em uma linha fina, praticamente sem características de transição, ou seja, a paisagem apenas muda completa e drasticamente.

É quase como se Marte fosse dois planetas distintos, um com ainda mais crateras do que a Lua e outro com uma

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superfície suave como a pele de um bebê. As razões para isso são pouco compreendidas pelos astrônomos, e as vá-rias explicações que foram apresentadas foram todas fracas e contraditórias. Como veremos no próximo capítulo, há uma teoria muito melhor para a aparência das duas metades de Marte, e ela é tão incontestável em sua realidade quanto é inaceitável para a corrente predominante de pensamento.

Marte ao longo da história

A visão acadêmica tradicional sobre formação de Marte e sobre sua história geológica é algo que todos já ouvimos repetidamente em vários documentários sobre ciência e espaço de canais pagos. Segundo eles, Marte formou-se a partir de um disco de acreção há quatro bilhões e meio de anos, basicamente na mesma órbita em que está agora, e foi bombardeado por detritos a ponto de se tor-nar fortemente perfurado por crateras, como a Lua. Ainda segundo os documentários, o planeta teria sido quente e úmido e, possivelmente, abrigado alguma forma de vida não complexa, há bilhões de anos.

Então, há cerca de quatro bilhões anos, um evento catastrófico varreu a atmosfera de nosso vizinho verme-lho, durante o chamado “bombardeio pesado tardio”1, período no qual todos os corpos planetários de nosso sistema teriam sido intensamente bombardeados por me-teoros. Marte teria permanecido frio e estéril desde então.

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Mas a realidade é um pouco mais interessante, se não incrivelmente mais emocionante, do que isso.

Nossos antepassados o conheciam porque ele é um dos sete planetas visíveis a olho nu, ou sete maravi-lhas, como eram conhecidos pelos gregos. Os planetas clássicos, que incluíam também o Sol e a Lua, além de Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno, têm todos grandes e longas histórias míticas. Nosso vizinho, por causa de seu brilho vermelho, fruto de várias camadas de óxido de ferro em sua superfície, foi sempre associado à guerra e por isso recebeu o nome do deus romano Marte, associado à guerra e à agricultura, duas qualidades her-dadas do deus grego Ares, de quem deriva. O deus Marte pode estar também associado a Marduk, uma divindade suméria de alguma forma ligada à guerra.

Entretanto, Marte foi observado e rastreado por séculos antes de os romanos existirem. Na mitologia egípcia, Hórus, o deus da esfinge, também era frequen-temente associado ao planeta Marte, e a esfinge chegou a ser pintada de vermelho em homenagem a essa conexão. Hórus e o planeta também compartilhavam um nome na língua egípcia antiga, Hor-Dshr, literalmente Hórus, o Vermelho. Até onde sabemos, os egípcios começaram a rastrear a trajetória do planeta por volta de 1534 a.C. E fizeram isso tão bem, e por tanto tempo, que consegui-ram compreender seu aparente movimento retrógrado. Obviamente, nenhum planeta fica retrógrado, nenhum

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deles anda de marcha a ré, isso é apenas uma ilusão criada quando os planetas são vistos pelos observadores terrestres em determinadas circunstâncias.

Mais tarde, entre 626 e 539 a.C., os astrônomos da Babilônia notaram e registraram que Marte fazia 42 cir-cuitos do zodíaco a cada 79 anos2. No século IV a.C., o astrônomo e filósofo grego Aristóteles observou Marte desaparecendo atrás do disco da Lua e concluiu que ele estava mais distante do que nosso satélite. Astrônomos chineses também conheciam o planeta desde, pelo menos, a mesma época em que Aristóteles fez sua observação.

Oposição periélica

As modernas observações de Marte começaram em 1610, quando Galileu Galilei o notou pela primeira vez por meio de um telescópio simples. Anos depois, e já então usando um aparelho mais sofisticado, o físico e astrônomo holandês Christian Huygens se tornou a primeira pessoa a identificar características de luz e sombra no planeta, as quais ele atribuiu à possível sazonalidade da vegetação e da água corrente que existiria ali. Por volta do século XIX, telescópios mais avançados alcançaram um patamar bom o suficiente para que se conseguisse identificar, ainda que vagamente, algumas características da superfície do pla-neta. Essas observações, entretanto, só podiam ser feitas a cada dois anos, devido à alongada órbita marciana.

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Essa órbita altamente excêntrica ou elíptica, faz com que a distância entre Marte e a Terra varie muito. De fato, a órbita de Marte é tão elíptica que a distância até a Terra pode chegar a aproximados 401 milhões de quilômetros em seu ponto mais distante, e a apenas aproximados 54 milhões de quilômetros em sua maior aproximação. A mecânica disso é um pouco complicada, mas vale a pena falar sobre ela. Ainda por conta do alongamento da órbita, o ano marciano tem 687 dias, quase o dobro do ano ter-restre. Isso, obviamente, porque o planeta demora mais para dar sua volta em torno do Sol.

Há que se notar, porém, que a órbita da Terra também é um pouco elíptica, e isso faz com que nosso planeta às vezes se aproxime e às vezes se afaste um pouco mais do Sol. Ao ponto de maior aproximação os astrônomos dão o nome de periélio e ao de maior afastamento, afélio. A distância entre a Terra e o Sol durante o periélio é de 147,1 milhões de quilômetros e no afélio em torno de 152,1 milhões, ou seja, a distância varia algo em torno de 5.000.000 quilômetros em um ano. Claramente, algo muito menor do que aquilo que ocorre com nosso vizinho, cuja diferença entre afélio e periélio chega a aproxima-damente 43 milhões de quilômetros.

Assim, quando ambos os planetas estão em seus afé-lios, temos o ponto de maior afastamento entre ambos, que, como foi dito, é 401 milhões de quilômetros. Quando ambos estão em seus periélios, temos o ponto de maior aproxima-

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ção, que é algo em torno de 54,5 milhões de quilômetros. E por ser esse o momento ideal, quando ambos estão mais próximos, para se fazer observações telescópicas e lançar missões espaciais ao Planeta Vermelho, os cientistas deram a essas ocorrências o nome de oposições periélicas. Elas ocorrem cerca uma vez a cada 780 dias ou pouco mais de dois anos, e sempre alguns dias após a maior aproximação de Marte à Terra. Mas, em geral, a maior aproximação e a oposição são consideradas a mesma coisa. Em outras pala-vras, a presença mais próxima de Marte em uma determinada órbita, sempre ocorre na época de uma oposição.

Comparação entre os tamanhos do planeta Terra, à esquer-da, e Marte: quase metade de nosso mundo

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Porém, nem todas as oposições de Marte ocorrem quando ele está próximo do ponto de periélio. Mais uma vez, devido à excentricidade da órbita de Marte, a distância entre os dois mundos pode variar amplamente nas oposições. Entre 1995 e 2007 houve sete oposições de Marte, e as distâncias variaram de 85 milhões de qui-lômetros a 56 milhões de quilômetros, em 2003. Dessas oposições, apenas o evento de 2003 foi considerado periélico. De fato, esses eventos são relativamente raros, e para que se tenha uma ideia, o século XX viu apenas seis deles3. Nós tivemos outra aproximação periélica no final de julho de 2018, quando o planeta novamente se tornou radiante no céu noturno.

Uma significativa e histórica oposição periélica aconteceu em 1877, quando Marte estava a apenas 56 milhões de km e a descoberta das duas luas do planeta — Phobos e Deimos, dois asteroides capturados pela gra-vidade marciana — foi feita durante essa oposição, pelo astrônomo norte-americano Asaph Hall. Esse épico evento celeste também teve por testemunha outros importantes astrônomos, entre eles o italiano Giovanni Schiaparelli. Usando um telescópio de 8,7 polegadas, Schiaparelli fez observações que criaram muita agitação quando ele lançou um mapa, desenhado à mão, do que havia visto.

Detectando numerosas faixas escuras que pareciam conectar-se a várias características principais do planeta, o astrônomo chamou essas faixas, em seus artigos, de

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canali, uma palavra italiana que pode significar canais. É popularmente declarado na grande mídia que houve uma tradução incorreta para o inglês e que o que ele realmente pretendia descrever eram sulcos na superfície marciana. De fato, Schiaparelli nunca emitiu essa correção e, mes-mo depois de uma tempestade mundial por causa de suas reivindicações, ele ainda sustentava que a tradução como canais estava correta. Ou, pelo menos, ele nunca a retirou. Como para ressaltar esse ponto, Schiaparelli chegou a chamar rios famosos na Terra de canali, indicando que ele realmente via as marcas de Marte como canais de transporte de água ou aquedutos.

Em seu livro Life on Mars [Vida em Marte], de 1893, Schiaparelli encerrou qualquer pergunta sobre sua intenção de usar a palavra canali: “Em vez de canais ver-dadeiros, de forma familiar para nós, devemos imaginar depressões no solo que não são muito profundas, esten-didas em uma direção reta por milhares de quilômetros, com uma largura de 100 ou 200 km, talvez mais. Eu já apontei que, na ausência de chuva em Marte, esses canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água — e com ela, a vida orgânica — pode se espalhar na superfície seca do planeta”.

Desnecessário dizer que isso criou muita espe-culação sobre quem seriam os construtores dos canais marcianos. Revistas e jornais populares rapidamente começaram a especular sobre como seria a vida em

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Marte. E a ideia de que o planeta poderia ser habita-do por seres inteligentes, capazes de megaprojetos de engenharia como aqueles, tomou conta das discussões e se espalhou pelo público em geral.

Outros astrônomos também observaram os canais, entre os quais Percival Lowell. Ele construiu um obser-vatório enorme perto da cidade de Flagstaff, no estado norte-americano do Arizona, em 1894, que continha teles-cópios de 11,8 e 17,7 polegadas, os quais foram usados por Lowell para observar o Planeta Vermelho por mais de 15 anos. Como Schiaparelli, ele também viu os canais e criou mapas a partir de suas próprias observações.

Mais tarde, Lowell escreveu três livros sobre Marte, sendo Mars as the Abode of Life [Marte Como Morada da Vida. Macmillan And Company, 1908] provavelmente o mais influente. Nesses trabalhos, Lowell especulou que o sistema de canais era usado para drenar a água derretida das calotas polares para os vários nós escuros que pareciam se formar nas interseções dos canais, e que variavam com as estações do ano, aos quais ele chamou “oásis”.

Essa observação de uma “onda de escurecimento” sazonal no verão marciano pode ainda ser a observação mais importante que Lowell realmente fez. De qualquer forma, sua representação de um Marte moribundo e de-sanimado, e de seus habitantes desesperados tentando sobreviver por meio de uma engenharia planetária em grande escala, capturou a imaginação popular. Não há

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dúvida de que a visão de Marte de Lowell e Schiaparelli foi a inspiração para o romance Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, publicado em 1898.

Nikola Tesla

De fato, muitos outros cientistas e astrônomos fi-zeram esforços para confirmar o trabalho de Lowell, alcançando variados graus de sucesso. O observatório que ele construiu perto de Flagstaff foi mais tarde usado por Clyde Tombaugh para descobrir Plutão, em 1930.

Mapa topográfico de Marte mostrando a Bacia Hellas, o Vale Marineris e o Monte Olimpo

NASA

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A ciência dominante, como sempre, é claro, se moveu rapidamente para anular a ideia de um Marte habitável, e quando Lowell morreu em 1916, a ideia de canais estava sob fogo intenso. Mas, entre a descoberta de Schiaparelli e a morte de Lowell, houve mais algumas observações notáveis, e notavelmente estranhas, envolvendo Marte.

Em 1899, enquanto trabalhava em seu laboratório em Colorado Springs, no estado norte-americano do Colorado, o inventor e físico sérvio Nikola Tesla usava um de seus exóticos receptores da bobina de Tesla para rastrear tem-pestades na região. A certa altura, o inventor começou a ouvir sinais regulares e repetitivos vindo de seu dispositivo de escuta. Ele especulou publicamente que aqueles sinais podiam ter vindo de Marte, uma vez que o planeta estava em oposição à Terra, na época. Tesla discutiu os sinais na edição de março de 1901 da revista Weekly Collier, e o efeito emocional que a descoberta teve sobre ele:

“Enquanto aprimorava minhas máquinas para a produção de ações elétricas intensas, também aperfeiçoava os meios para observar esforços fracos. Um dos resultados mais in-teressantes, e também de grande importância prática, foi o desenvolvimento de certos arti-fícios para indicar, a uma distância de muitas centenas de quilômetros, uma tempestade que se aproximava, sua direção, velocidade e distância

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percorrida. Foi ao continuar este trabalho que, pela primeira vez, descobri os efeitos misterio-sos que suscitaram interesse tão incomum. Eu havia aperfeiçoado o aparato mencionado até que, de meu laboratório, nas montanhas do Colorado, eu podia sentir o pulso do globo, e observar todas as mudanças elétricas ocor-ridas em um raio de 1.900 km.

Nunca conseguirei esquecer as primeiras sensações que experimentei quando me ocor-reu que eu havia observado algo possivelmente de consequências incalculáveis para a huma-nidade. Senti como se estivesse presente no nascimento de um novo conhecimento ou na revelação de uma grande verdade. Minhas primeiras observações me aterrorizaram po-sitivamente, pois havia nelas algo misterioso, para não dizer sobrenatural, e eu ficava sozi-nho em meu laboratório à noite, mas naque-la época a ideia de que esses distúrbios eram sinais inteligentemente controlados ainda não se apresentara para mim.

As mudanças que observei aconteciam periodicamente, e com uma sugestão tão clara de número e ordem, que não eram rastreáveis a nenhuma causa conhecida por mim. Eu estava familiarizado, é claro, com as perturbações elé-

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tricas produzidas pelo Sol, pela Aurora Boreal e pelas correntes terrestres, e tinha a certeza de que aquelas variações não vinham dessas cau-sas. A natureza de meus experimentos excluiu a possibilidade de as mudanças serem produzidas por distúrbios atmosféricos, como tem sido pre-cipitadamente afirmado por alguns.

Algum tempo depois, o pensamento surgiu em minha mente: os distúrbios que eu havia observado poderiam ser devidos a um contro-le inteligente. Embora eu não pudesse decifrar seu significado, era impossível para mim pensar neles como tendo sido inteiramente acidentais. O sentimento de que eu fui o primeiro a ou-vir a saudação de um planeta para outro está constantemente crescendo em mim. Um objetivo estava por trás desses sinais elétricos” 4

.

Nos anos posteriores, muito se disse que Tesla esta-ria desenvolvendo um dispositivo chamado Teslascope, especificamente com o objetivo de se comunicar sem fios com seres de outros mundos, especialmente de Marte. Em um artigo do jornal The New York Times, também publicado em 1901, Edward Charles Pickering, então diretor do Observatório do Harvard College, parecia ter apoiado Tesla. Ele publicou um telegrama que o observa-tório recebera do Observatório Lowell, em Flagstaff, que

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implicava que os marcianos estavam realmente tentando se comunicar com os seres humanos.

Escreveu Pickering: “No início de dezembro de 1900, recebemos do Observatório Lowell, no Arizona, um telegrama dizendo que um raio de luz se projetava de Marte — o Observatório Lowell é especializado em Marte — com duração de 70 minutos. O observador de lá é um homem cuidadoso e confiável, e não há razão para se duvidar de que a luz existisse. Foi dito que a luz partiu de um conhecido ponto geográfico de Mar-te. Isso foi tudo. Qualquer que fosse a luz, não temos

Mapa de Marte desenhado à mão pelo pesquisador italiano Giovanni Schiaparelli, em 1877

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como saber. Se tinha inteligência ou não, ninguém pode dizer. É absolutamente inexplicável” 5.

O raio de luz azul de Pickering nunca foi oficial-mente confirmado, mas o diretor, obviamente, acre-ditava que o relato fosse verdadeiro. Ele até sugeriu a criação de uma série de espelhos nas planícies do Texas para refletir a luz em direção a Marte, de maneira semelhante àquilo que alegava ter sido visto, na espe-rança de estabelecer comunicações. Tesla, por sua vez, ridicularizou a ideia de Pickering, insistindo que havia um método muito mais eficiente de conversar com os marcianos: “A ideia, naturalmente, que se apresenta, é a de que espelhos podem ser fabricados para refletir a luz do Sol em feixes paralelos. Por enquanto, essa é uma tarefa que está além do poder humano, mas ninguém pode estabelecer um limite para a realização futura do homem. Mas existe um método de nos colo-carmos em contato com outros planetas”6.

Essa combinação de aparelhos é conhecida como um transmissor sem fio. É evidente, então, que em suas experiências em 1899 e 1900, ele já produziu distúrbios em Marte incomparavelmente mais poderosos do que poderia ser obtido por quaisquer refletores de luz, por maiores que sejam. Tesla continuou a defender firmemen-te suas observações, insistindo que os sinais não poderiam ter vindo de um dos outros planetas ou de uma fonte de rádio terrestre. Escreveu o cientista:

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“Certamente, não temos provas absolutas de que Marte seja habitado. Pessoalmente, acre-dito que os fracos distúrbios elétricos planetá-rios que descobri no verão de 1899, de acordo com minhas investigações, não poderiam ter-se originado do Sol, da Lua ou de Vênus. Estudos posteriores apontam que devem ter emanado de Marte. Outros podem zombar dessa sugestão de nos comunicarmos com um de nossos vizinhos celestes, como Marte. Ou tratá-la como uma piada prática, mas tenho sido profundamente sincero sobre isso desde então. Fiz minhas pri-meiras observações em Colorado Springs.

Na época, não existia outra planta sem fio além da minha, que pudesse produzir um distúrbio perceptível em um raio de mais de alguns quilômetros. Além disso, as condições em que eu operava eram ideais e eu estava bem treinado para o trabalho. O caráter dos dis-túrbios registrados impedia a possibilidade de serem de origem terrestre, e também eliminei a influência do Sol, da Lua e de Vênus. Como eu então anunciei, os sinais consistiam em uma repetição regular de números, e o estudo sub-sequente me convenceu de que eles deveriam ter emanado de Marte, pois o planeta, naquele momento, estava perto da Terra”.

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Mike Bara · 2021. 5. 15. · ANUNNAKI EM MARTE Coleção Biblioteca UFO 2020 9 Mike Bara nasceu na cidade de Auburn, no estado de Washington, nos Estados Unidos, em 26 de janeiro