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Mil fita

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© 2012 Ferréz e Alexandre de Maio

Publicação: Anadarco Editora & Comunicação Projeto gráfico e diagramação: Alexandre de Maio

Estúdio/produção: R. Oscar Freire, 329 - cj. 81São Paulo, SP - 01426-001

T. 11 2737-5317Estoque: Caixa Postal 183

Guararema, SP - 08900-000www.anadarcoeditora.com.br / [email protected]

ISBN: 978-85-60137-40-4

É PROIBIDA A REPRODUÇÃO

Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou gravações, assim como traduzida, sem a permissão por escrito do autor ou da editora.

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Faz muitos anos, muitos mesmo, eu ia de quebrada para quebrada levar meu rap, as vezes cantava em palcos gigantescos construidos pelos moradores, as vezes o show era em mesas de sinuca, o que tinham em comum era o carinho do publico. O rap e o unico movimento musical que voce canta suas proprias musicas independentemente do tamanho do seu grupo. Numa dessas andacas, parei na redacao duma revis-ta de rap, a Rap Brasil. Foi na redacao que vi uma mesa com desenhos cha-pados, olhei e fiquei pasmo, perguntei de quem era, e o Ale-xandre disse que era um hobby dele, eu que sempre sonhei em ser desenhista, mas de tanto fazer fanzine virei escritor, por ter os desenhos horriveis, fiquei fa na hora. Dias depois ele me mandou uma pagina de um qua-drinho que estava fazendo numa campanha sobre Aids. Qual e a chance de ter dois caras que amam o rap, o desenho, os gibis e ainda tem postura ideologica ao ponto de querer mudar o mundo? pois e, agente tinha que se unir em torno de alguma coisa. Anos se passaram, depois do meu primeiro romance Capao Pecado, foi em 2003 que lancei o segundo, o Manual Pratico do odio, fui fazendo palestras e shows de rap, e de vez em quando me encontrava sempre com Alexandre, ele tirava fotos e fazia materias sobre a cultura Hip-Hop. Em 2004 comecei a escrever um livro de contos, e tambem comecei a pensar em realizar meu antigo sonho de lancar uma HQ, eu tinha um conto pronto, mandei para Ale-xandre, e comecamos a nos encontrar, entre cafes e longas conversas, fizemos nossa primeira hq, trazendo a historia de um menino que trabalhava numa lanchonete mas acabava envol-vido pelo crime, assim surgiu Os inimigos nao mandam flores. Alexandre fez ate a fotografia da capa, era muita sede para ver o quadrinho pronto, ele saiu em 2005 no mes-mo mes do meu livro Ninguem e inocente em Sao Paulo. Fomos materias de varios jornais e parecia tudo bem, afinal o inicio da trilogia tinha sido um sucesso, mas a edito-ra comecou a ter problemas internos e o gibi parou por ai, recebemos muitas criticas, pois as pessoas achavam a historia muito curta, nao sabiam que tinhamos pensando numa trilo-gia, pois ela somente apresentava o inicio da historia.

Como cavamos

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Comecamos a avancar as duas partes, e no final tivemos que por um novo inicio, apoiado na continuacao da Inimigos, mas tambem com uma forca que poderia ser lida independente, a cada encontro mudavamos mais a historia e os desenhos, e no final virou uma HQ completa, nossa preocupacao principal foi fa-zer um autentico quadrinho marginal, sem meias verdades, agora so precisavamos de um nome, e as 3 da manha me veio Desterro. Bom agora agente tinha uma revista inteira, pesada, com os personagens mais completos, seus sentimentos, sonhos.Foram varias as vezes que pensamos em desistir, mas era so to-marmos mais um cafe aqui na quebra e passar horas falando de quadrinhos que agente se animava de novo e punha a revista na mochila para uma nova caminhada. Eu parecia ouvir Flavio Colin, dizendo que so tem espaco para quadrinho importado. E o pior, sempre comprando HQ eu lia cada coisa estran-geira que nao acreditava. Faziamos parte deu um pais periferia que nao queria se olhar no espelho. Tudo pra nos nunca foi facil, mas agente ja ta acostuma-do a ver o sofrimento como uma etapa, quadrinho de resistencia nao agrada o oponente, para que ele vai multiplicar e distribuir algo que e danoso para manter sua altarquia? Sabe aqueles filmes de guerra, geralmente feitos por americanos onde o inimigo nao tem rosto, nao tem sentimento, nao tem historias pessoais? E assim que agente se sente, as historias sao contadas por “vencedores” que sao geralmente os donos, os patroes, os proprietarios das casas grandes empresas. As pessoas da favela sao responsaveis por construir o centro, mas deles nada aproveitam, Desterro traz o traco re-voltado de quem andou por vielas, traz argumento amargo de quem morou em barraco de madeira, traz o olhar de quem vive dentro do tema e tudo isso com somente com dois detalhes a mais na receita, a vontade de eternizar o povo da periferia, para que suas vidas tenham importancia na historia, e que essa historia seja contada por esse mesmo povo.

Ferréz - Capão Redondo, dia 9 de setembro de 2012

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Os Inimigos não mandam flores Ta o maior calor. Tô ate lembrando quando trabalhava no padrao de lan-ches americanos que esses plaibois consomem la do Shopping Ibi-rapuera, burguesia filha da puta, nao podia nem encostar a mao nos paes. Contaminava, e o que diziam, e eu cuspia a todo momen-to em tudo, o maluco ficava moscando, escolhendo o lanche, beijando a mina dele, usando Forum, usando Nike, usando todo o kit do sucesso, e eu cuspindo no Hamburguer, passando o queijo geladinho na testa antes de colocar na chapa, ate na merda do milk shake eu cuspi, era satisfacao maloqueira garantida. Sempre fui assim, ate quando estou para sair de um eleva-dor eu aperto todos os botoes, se puder eu atraso essa raca, nem que for em segundos. Porra! Tô viajando, tenho que ta concentrado, quem ta subindo? Porra nao conheco aquele carro. E sempre assim. Nessas horas tem que ser ligeiro, a porra dos malote ta dividido, falta contar o dinhei-ro, nao conheco essa porra de quadrilha direito, tem mano que nao confio nem fudendo, minha mae disse que hoje ia ser foda o dia, parece aviso, tô no maior calor. Vou ligar o Tata para ver se ele ta chegando, o unico que conheco de verdade nessa porra toda, mas das trairagem nem Jesus escapou, com certeza nem Deus confia nos amigos, se tiver um, nunca ouvi falar em amigo de Deus. Porra! Tô viajando de novo, essa porra desse Tata num atende, viado do caralho. Atendeu, ate que enfim. E ai, mano, cade os divide? Ta foda, truta, sumiu dez. Dez o que, dez real? Nao! Fudeu tudo, sumiu 10% da fita. E agora, porra? Agora alguem vai ficar sem. E quem perdeu essa merda? Diz que foi o Igordao.

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Me da o numero dele. Pra que? Pra que, caralho? E pra ele aparecer com a porra do malote! Se liga, mano, o maluco e mo nervoso, se ameacar tem que fazer. Nao vou ameacar, me da a porra do numero? Anota ai. Certo, agora vou desligar, depois nos se tromba. Esse viado do Igordao ta pensando o que? Tem dez, mano, vai sumir logo 10%, isso ja ta virando coisa de Pai Tho-maz, mas comigo nao, nega. Casa de caboclo comigo da cova rasa. Quem e? Sou eu, o Pipo! Fala! Fala, voce, voce perdeu essa porra como? Ai, truta! Nao põe marra nao, que nao tem vacilao aqui. Nao tem vacilao? So porque e candeeiro, puxou de trouxa que e. Trouxa, tu vai ver quando a gente se trombar! Nos nao vai se trombar, Igordao, sabe por que? Por que, loqui? Porque ou voce aparece com os 10% ou some com a porra toda. E quem vai fazer eu sumir? Eu mesmo, viado do caralho. Vai se foder! Filho da puta, desligou na cara dura, ta pensando o que? Ele vai ter que dar conta dessa porra, e cade os outros maluco, ta estranho, vou embicar o carro do outro lado da rua. Porra, aqueles manos de moto ja passaram aqui duas vezes, se passar de novo eu pipoco, nao vou nem pensar, foda-se. Mas que merda! Eu devia ter ficado vendendo lanche mesmo, minhas maos ja tao molhada, cade os viados? Se o malote ta aqui, eles tem que ligar pra debater a divisao. Por-ra! Ta embacado e, se um rodou, fudeu todo mundo, cara-lho. Vou ligar pro Ditao.

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Quem e? Sou eu, Ditao. Fala! Cade as conferencia? Nao tem mais conferencia porra nenhuma. Mas o que ta pegando? Nao ta pegando, ja pegaram. Pegaram o que? Sua parte. Minha parte? Ce ta louco. Minha parte ta aqui comigo, e mais tres partes tambem. Nao por muito tempo. Por que? Sei la. Sei la o que? Pelo amor de Deus. Deixa Deus fora dessas treta. Mas o que ta pegando? Nada, ja falei. Eu vou sumir entao, vou sumir com tudo que ta no carro. Vai nao. Vou nao por que? Porque ja te acharam. Acharam nada, porra! Tô olhando, nao tem ninguem. Ce que pensa, ja mandaram te avisar. Avisar o quê? Que os inimigos nao mandam flores.

Versão original do texto “Os inimigos nã mandam flores” que

além da publicação original na revsita Caros Amigos, foi quadro

no programa Fantástico da TV Globo, videclipe e álbum em qua-drinhos de mesmo nome, lançado

pela Pixel em 2006.

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Desterro, esse e o nosso mundo com um pe na ficcao e dois na vida real. Inesperado e cruel, o universo paralelo que tem a sobrevivencia como unica regra.Poucas ideias, esse e o lema.Trocar cabeca e virar cagueta nunca passou pelos meus pensamentos, entao quando o delegado da Z Sul, me fez escolher entre assinar homicidios, tentativa de assalto e formacao de quadrilha, ou delatar alguns parceiros, eu fiquei com a primeira opcao.Cumpri a pena, mas guardei na memoria uma ligacao que ele recebeu sobre seu irmao, o mesmo irmao que eu envolvi num assalto sem futuro, armadilha psicotica que

mostrou pro delegado que, os inimigos nao levam flores.Nao era a questao de vinganca so-mente, era uma fita de deixar justas, afinal justica tem dois lados, as coisa quites, justas, afinal justica tem dois lados, nos tambem temos nossos juris e nosso tribunal. Na faculdade do crime, que alguns chamam de cadeia, aprendi que acima de tudo, problemas sao pra serem resolvidos.

Agora e so melhora pra nos, firma com novaestrutura, trabalho profissional, cheio dedisposicao, disbaratinando os mais fraco esomando com os fortes.De sofrimento basta meu passado, o que for meu eu quero e agora, por isso estruturei a parada e estou num nivel melhor. Essa e uma nova passa-gem da minha vida, se algo ai dentro servir pra alguem entao tudo que passei ja valeu a pena.Meu nome e...bom, melhor num dizer.Sou conhecido pelos parceiros como Igordao.

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Uma vez o roteiro escrito, De Maio pegava e desenhava, quando via a composicao das paginas, eu tinha vontade de escrever em cima, entao o metodo acabou sendo esse, escrever, desenhar e depois escrever quando o desenho pedia. Ferrez

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Quando vi os tracos de De Maio, na hora eu pensei - Minha nossa, vou criar algo muito especial so para ele desenhar.

Ferrez

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Rascunho da pagina

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Final alternativo não usado.

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Segunda capa que não foi aprovada.

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Capa alternativa não aprovada.

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Primeira HQ que Ferréz viu feita por De maio originalmen-te para a revista Rap Brasil em 2001.

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manual prático

de sampa

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Notícia: Movimentos Sociais Protestam e PM nega abuso em mortes em SP

Somente no mes de junho, em comparacao com o mesmo periodo do ano passado, a taxa de homicidios dolosos aumentou 47% de acordo com dados da Secretaria de Estado de Seguranca Publica. Esses numeros nem contabilizam os casos de resistencia seguida de morte, que entram no levantamento de letalidade policial, ainda nao divulgado. De acordo com analise feita com dados da Correge-doria da PM pelo jornalista Andre Caramante da Folha de S. Paulo, atualmente ameacado de morte, a Rota (grupo especial da PM de Sao Paulo), matou entre janeiro e maio desse ano 45% mais que no mesmo periodo em 2011. Em comparacao a 2010 o aumento foi de 104,5%. No mes de junho a media e de 14 mortes por dia, periodo mais violento desde que dados sobre criminalidade passaram a ser divulgados mensalmente, ha 18 meses.

Trecho da matéria de Gabriela Moncau para a revista Caros Amigos

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Capão redondo,

“Não sou conduzido, conduzo”.

Sao Paulo foi invadida por padres jesuitas em 1554, hoje com mais de 19 milhoes de habitantes e a quarta maior aglomeracao urbana do mundo e possui o 10º maior PIB do planeta. O grande desenvolvimento econômico tambem acentua as diferencas sociais, aliada a falta de um ensino de qualidade e carencia de politicas publicas cria um caldeirao que joga milhares de jovens para aumentar os numeros da violen-cia na cidade.

Em 1980, a taxa de assassinatos de criancas e adolescentes era de 3,1 por 100 mil. Essa quantia cresceu constantemente ao longo do tempo e, em 2010, chegou a 13,8. O aumento de quase 350% em tres decadas coloca o Brasil no quarto lugar entre 99 paises mais violentos. Em 2012 uma guerra entre policia e o crime organizado, segundo dados oficiais divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, fez crescer os homicidios em 21,8% no 1º semestre.

A nossa historia se passa na zona sul da cidade, lugar onde nasceu e vive o escritor Ferrez. Na sua regiao, o Capao Redondo, ao lado de Parque Santo An-tônio e da 37º DP, no Campo Limpo, formam a area conhecida como “triangulo da morte” que concentra um em cada dez assassinatos da capital. Juntos, os tres registraram 73 mortes no primeiro semestre desse ano. Capao Redondo esta em segundo lugar no ranking dos bairros mais perigosos, teve 32 vitimas de homicidio dolosos e latrocinio no primeiro semestre, so per-dendo para seu vizinho Parque Santo Antônio que somou 33 mortes. Infelizmente nao precisamos inventar uma cidade violenta para fazer quadri-nhos.

De Maio

Fonte BBC e Folha de S. Paulo

São Paulo, Brasil.

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SP tem1% doshomicídios do mundo, diz ONU

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Sozinha, a cidade de Sao Paulo responde por 1% de todos os homicidios do planeta – apesar de ter apenas 0,17% da popu-lacao mundial, afirmava estudo de 2007 da Organizacao das Nacoes Unidas (ONU).

Sao Paulo e citado com um exemplo que a expansao caotica das cidades colabora para a elevacao das taxas de criminali-dade nos centros urbanos. Apenas entre 1940 e 1960 a migra-cao do campo para a cidade fez a periferia metropolitana inchar 364%.

Incapazes de lidar com as demandas por servicos urbanos e justica, as instituicoes civis foram “esmagadas pelo ritmo e o tamanho do crescimento populacional”, diz o estudo.

Em 1999, Sao Paulo registrava um numero recorde de 11.455 as-sassinatos, uma estatistica mais de 17 vezes superior à de Nova York, que no mesmo ano contava 667 crimes deste tipo.

Entre 1970 a 2007, a taxa de homicidios em Sao Paulo quadru-plicou segundo a ONU, a violência no Brasil tem um perfil jovem. Dois tercos dos crimes envolvem pessoas de ate 25 anos.

E foi nesse cenario que Igordao, Xela e Mentira e todos os perso-nagens cresceram.

Atualmente Sao Paulo tem conseguido diminuir os indices de cri-minalidade, mas a desigualdade social ainda e muito grande.

Os últimos dados oficiais mostram que o estado fechou 2011 com taxa de homicidios de 10 para cada 100 mil habitantes e no mesmo ano o número de flagrantes de trafico ficou em 35.584, a populacao carceraria cresceu e hoje soma mais de 179 mil detentos.

O ano de 2011 ainda terminou com 132.719 prisoes, 4.189 homi-cidios dolosos (com intencao) e um crescimento de 20,9%, com 306 roubos seguidos de morte.

De Maio

Fonte:

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