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^âmimãò. ANNO VIM - N. 87 PREÇO: 1$200

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^âmimãò.

ANNO VIM - N. 87 PREÇO: 1$200

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Nunca encontrei um medicamento tão efíicaz para as

MOÜESTIAS DO UTEKO

como

A Saúde da Mulher Eu. abaixo assignado. Doutor cm Medicíua pelas Fa-

culdades do Rio de Janeiro e de Paris, onde exerci a clinica

durante longos annos:

Declaro e affirmo. sob a fé do meu grão, que, em mí-

t nha clinica, nunca encontrei medicamento tão cfficaz para

as moléstias do uiero, principalmente para a irregularidade

menstrual. como seja "A SAÚDE DA MULHER".

^r. uaferiano mamos

(Rio).

Centenares de médicos brasileiros, em attestados authenticos, concor-

dam com a opinião do illustre clinico Dr. Valeriano Ramos, que proclama

"A Saúde da Mulher" o melhor remédio para as doenças do utero.

"A Saúde da Mulher" allivia, regiilarisa e cura o utero e os ovarios.

"A Saúde da Mulher" combate com successo incomparavel os corri-

mentos, as flores brancas, as hemorrhagias, as suspensões, a falta de mens-

truação, as regras excessivas, as menstruaçÕes dolorosas, as dores do utero

c dos ovarios, o rheumatismo, a fraqueza, a anemia, as cores pallidas das

senhoras, emfim todas as-doenças do utero e dos ovarios.

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Atilgnalüra (nniii par* Ioda o Braill 16*000

AuliuUri oom rtglitro lOtüOO

Idtm pira ■ nlrangelro 3D$000

ev7sf(7, Rgdacçio

AVEilDA S. JOAO M. If

Primeiro andar

^YnlT22T2^ Taltphon. «, 66S9 CWada

Funonon POR viRaiLinü DE souzn sniies

o 1,D CongresiD BraiIlBlro da Jornal htai d 601 arou qus ■ ''ftavltla Famlnlna" t um niDdalo digno de Imitação.

Secretaria: Avelina de Souza Salles

8ua Eminência o Cardeal Arcovard* alrirma g^s a " Rsvlile Feminina redigida oom elevação do eontlmentes e lai^ueza ds vlilaa.

ANNO VIU SAO PAULO, AGOSTO DE 1921 NUM. 87

A a O s xo

tra^jlo.

çaÜiaram-sc as prev^sõía de nossa chronica anterior. Foi ríjcífaâã pelo Congresso Cons- tituinte de 5, Paulo a Fm«nda i^ue conce<l!a o dirí^to de voto ás mulheres. A razSo pTincípal destt in^ucci^^^ di-u-a um jor- nal: "Desde QUe a mulher bTa- silcira nada reclama no len-ç- no da poHtka ou da admüiis-

E^tJL ^atiifeíta eom o papel passivo que lhe cabe em nosso meio, nada ha que lhe dar.

K Í99o í verdade doloro^. mas verdade quasi integral. Nosso faltírismo, noããa indo- lência, no^sa preguiça, no^sa rn^c^o sáo a fonle pcrennc de nosso eagoiamento progres- sivo de indivíduo, de povo, de na^o e de raça.

Não sfi as mulheres, que também oa ho- mens. Fizemos com o destino a concordata aconiiKlaiicia dos máua devedores^ e vamos delia vivendo em cam^nho da faliene ia defi- nitiva. Não i, pois. de estranhar qoe ee os homens que nos diriffcm deixam marear a naufraRÍo as velas do Estado, não tenham as mulheres maior energi^a para reclamar seus direitos. Mas £e aquillo é verdade, não é um direito, Nem toda a verdade constitue direito, A lei quando vae ao encontro do fraco, do doente^ do luicllado, não espera qu? e-le lhe reclame auKiJio, porque está posla de vedeta para aitendef ás necessidades individuaes, e não por simples" manequim automático cujas mn!as seja necessário premir para pol-o em funccionamcnto. A maioria dos direitos tendem juntamente a proteger o fraco, que náo pôde reclamar, dontra a prepotência do forte. E' mesníQ essa a essência do direito. Entre 05 lelvaRens a força sobreituja o dTeito. Quando o homeim se eivilica. a primeira tendência de 5CÜ espírito í crear o direito, por meio da força, LsCü é, codificar a força para armar o direito na fraqueza. Ora a mulher brasileira está coUocada em nosso Código entre o9 ace- nados, os incapazeSn os menores, e os cura- rclados,^' E' horrível, mas é esta sua pos^cSo. Como aqucUcs,- nada pôde fazer na vida pu- blica çem a auclorisação do pai,, quando me- nor, sem a outorga do marido, quando maior. Não tem vontade nem acção própria. Não é raio, é reflexo. Ora a lei não espera que o Jouco. o menor, ou o Incapaz lhe vá reclamar direitos para lh'os dar. E se man'etou o a pulsos á mulher com as restrLCcQes de que usa para com aquelles, tem o dever de ir ao encontro de seus direitos, como aos daquelles vae sem ser ohamada. E nfio se pódc dizer que a mulher brasi-e^ra, satisfeita com seu Iiapel volupluario de mero instruonenlo de praier masculino ou de amamentadora d;i raça. nada tenha reclamado. Forma-se cm lodo o paiz movinu-nlo apreciável de são f?- niin'smo, que só não é mais ouvido porque preferiu aos ridículos arreganhos com que se :iprescniDu o feminismo da? "suffrageias", a explana<;áo de theoHaa calmas e sensatas que não pretendem arredar da direcção do lar aqucHa que deve ter ali sua primacial funccSo. E eis por que, trabalhando pe!a continuação de nossas crenças rt^Ugiosas, pelo respeito a nossas tradições, e pela conserva- ção do lar, com a mesma solicitude e a mesma cardala harmonia por parte da mulher, o ííminismo que pregamos twn sido bem acceito por homens e por mulheres, indislinctamente, Esta delicadeza de acção da hras-leira serve entretanto, para que a explorem como indif-

fcrença e satisfaçio pelo seu estado f Mas. então, poríjue se eoncedem d ire-tos a trinta milhões de /ndtvíduos que v'vem, também, completamente arredados da política, que nada recíamam c tudo aece-tam, que se enlregaram de mãos atadas a vinte e uma olyParch'as dv commercianles e iraficantes da poltica, que se deixam guiar ora pelo relho de um fe-tor ora pela espada de Um m'litar. ora pelas bo- las de um caudilho que s6 morre nas mãos de um louco depo"s de ter escraviíado todo o bom senso? poiâ desde nossa primeira elti- cão. a Ac presidente da Republca. que se faz com vinte ou trinta m'L votos, atí as mai'^ comcainhas escolhas elcct-vas, ninguém por cllâs se interessa senão que delia faiem seu interesse pessoal. E ninguém vae ás umas porque não vale a pena. O mesmo faJcVismo que deixa cair a parede camba de suas chou- pana^ sem lhe por estacas, porque a estaca aos ventos fortes não resiste, e contra os fracos não í precisa... Deputados, como se- nadores, e o próprio presidente da Republica nome iam-TI os os V'nte e um olygarchas, ou antes os quatro olygarchas dos Estados mai^ ricos, de S. Paulo, o de M'nas. do Rio Grande, da Bahia e de Pernambuco, porque os outros, coitados, nesta de|io'Osa democra- cia são o rebanho do **me", como pitoresca- mente o próprio povo tão sem vergonha de 9ua cond'ç3o já apelidou a carneiragem de seu capti'veirol

K' nação sem partidos, e nação sem par- tidos é organismo sem pulmões, é caverna, é vasio. é caruncho, é tuberculose que Be ar- rasta a escarrar sua própria miser'a incurável no lenço v']ipendiado de sua bandeira.

S6 ha um partido: o do governo, Se outros SC organizam crêa-se o despeito, nunca um ideal. E ao primeiro aceno da sympalhia RO- vernamenlal dissolvem-se por encanto, e acar- neirados, novamente, lá vae o rebanho, "mi" tr-stc da sujeição, lamber as mãos do amo qüc lhe metlcu o relho!.., Oh, paií, oh, pohre pátria!,., Scr governísta para obter um emprego, uma nogoc'ata, Qü um arranjo — é o ideal de nossa decadência, E assim permiltimos que se formasse no dorso de nossa demoerao'!, como as incrustações que se formam no dorso dos couraçados e que acabam por subvertel-osn o regimen de abso- lutEsmo e de autocracia que são as vinte e uma feito ria A nacionaes. Em salamaleques e cabriolas consegu'mos aquelle prodi'gio de equilibrio: o absolutismo na republica. Amar- ramos pés á cabeça e andamos com a esp-- nha.., Alomhemo-nos para que melhor nos assenLisse o selíim. A Const tuição deixamos de trazel-a a' tiracolo como arma de defesa porque cila se tornou em chincha para noa es- treitar a ella. Vamos vivendo da ruminação das glorias passadas, Quanto tempo eUa durará? Não muito, Quem refará os celeiros de nossas tradições? Esses almofadinhas que se formam aos cardumes nas acaidemias 1'vres, que pen- sam em francês, e viciam-se internacional- m#n^e^ E' incerto. Estudos mal os fazem, civismo péssimo aprendem na escola de nossa degradação pol'tÍca. figurinos são oa da futi- lidade de Paris e não os moldes austeros da nossa velha moral A inslrücção rcforma-sc hebdomadarlamente como as revistas de cari caturaâ, e as escolas, como as universidades despejam para a rua social a torrente da Ignorância presumpçosa e da mediocridade diplomada. A vida encarece pelo luxo que caracteriza as decadencias naeionaeSr A mo- ral caria-se pela ambição. O tribunal esboroa- se pela corrupção.

Ora cm tal período de composição progres-

siva a gangrena defende o vasto território que conquistou aos tecidos sãos. E ahi está porque se negou e se nCRará entrada á mulher no campo adm'nistralivo. E' a defesa da pangrena. A mulher é força nova e virgem. A mulher tem. ainda, crenças. A mulher, tem a'ndar ideaes- A mulher nSo se deixou, ainda, contaminar pela lepra que nos invade. A mu- lher ó elemento novo que. ainda seria preciso, politicamente, dom esticar. Ora para que se vão dar a trabalho novo os que já tem la- voura feita, e boa messe? E's porque fn rejeitada a emenda. Podendo nosso sultanis- mo continuar commodamente deitado nos fo- fos coxins da suberv^encia actual, na qual o homem se tem degradado á mais abjecla capluíação de seus d rei tos e de sua indi- vdualidade, seria insensato que nossa poli- ticagem fosse abrir as portas de seus domi- n'os 3 força nova t mdomada que quer faaier reviver o espectro de certa moral obsoleta, de certa religião anachronica, e de certos louros embolorados. A rejeição daquella emen- da constitue para nós. mulheres, até certo ponto motivo de justo orgulho.

N£a podemos, porém, cruzar os braços, sa- tisfttas apenas naquella nossa pequena 7aÍ- dade. A Pátria reclama nossos serviços de enfermeira para indenfi^eção" deste vasto bos- p-tal". Ora o único femin'smo que nos con- vém é o feminismo pacifico, ordeiro, sem ridiculos virJ^ROs: o que assenta sobre a ordem e sobre o direito. O único feminismo que podemos exercer sem faUar-mos a nossos dcvercs domésticos, é o d'reilo do voto, o dYeito de fiscalização jndTecta dos negócios pubticos. O voto í funeção rapdan de meia hora: não se *'queimarão as panellas ao fogo" na meia hora de ausência que elle nos requer. Com o voto poderemos expellir do templo da pátria tnda casa legião de negocistas, de trampolineTOS. de mercadores da honra e r' consciência que se aboletaram nos parlamen- tos parasitar'OS e se empoleiraram nos altos galhos da administração para o feslim de BTI- rhazar, no qua! se prost'tUe 3 pátria depois de se embrbedarem as conscicncas com o v'nho depravado das mais torpes ambições. As mãos que teceram as gloriosas bandeiras que ganharam nossas maiores victoras não se podem prestar aijora a tecer as mordaças com que a quadrilhagem dos politiqueiros abafa os protestos dos saqueados... E'a. pois, minhas patrciasl Não se trata de feminismos espalhafatosos. Mudem os-lhe o nome se o nome vos repugna. Tra|a-se de bom e dt- são patriotismo, trata-se de salvar a pai na commum da orgia em que vae, e a parr são nossos lares, nossos filhos, a virgindade das f'1has, a honra das esposas, o brio dos filhos. Não. não podemos dcsInteressar-nos da sorte da Pátria. O voto é-nos necessaro como n fi^rma mais simples e mais effieaz de nossa fiscal"zação dos negócios públicos. Perdemos a prfme-ira batalha, tanto melhor: a derrota servirá de aguerrir-nos para a sCROnd^. P.rn pagae nossas ideas: propagae esta Revista- acmeae a boa goniente, e não vos colha o desanimo porque somos a "ultima força" com ijue p6de contar a Patr'a para sua resurreíçãn. Quando nossos braços cairem incertos e inca- pazes, na mesma capitulação a que foram le- vados 03 homens deste paiz, dos olhos da Pátria jorrarão "as ultimas lagrimas", as lagr-mas das agonias tristes dos que morrem sem honra, semglonia, e sem defesa, ás mãos düs aalteadores nas tocaias das estradas...

ANNA 3TTA MALHEIROS

(Da RevjaU Feminina, de 3. Paulo).

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iíEVISTA FEMININA

O QUE DIZEM DE NO'S Nunca euidámoB Que ao nossi: ajipello, lançado ha

alguns meziss, atuuissem lanLas aenliüras, desejusas de prcsLar-iius o seu. auiilio yara o bem üa causa que cons- iiiue u Uustíj in-usramiua U.e acGáu e de luta. Nao eaiamos, puriauLü, sus. Ao uussu lado luriiiain aa lUiiia distin- oiits e iiiuaues patrícias, Lüuas ellas cheias de curagem e ue aruor.

As que quizerem cooperar comnoacü para apressar o lríuii;puo Ui> nuHso iueai, que se apreseuiem.

De Ludjs os ponlua do paiz nus cliegauí vozes de en- corajam üiiw e de applauBos. Ainda desia vez seju-uus periuiLtiuü Lrauscre>er aqui alguns tópicos das canas que nua lejii aitlj dirigidas uliiniameiiie.

Kia eoiuj se exprime a exm.' sr." d. Kosalia da Silva Sú, de SL,' Cruí, uo Klu 1-arUo:

"Agraãcço a dislinc^ão com que acaba de honrar-me a -Revtsla í'ümmut<í". U j^m ücsla ruvisla 6 o mais alto pjüisíücl: M a dejcsa da mulhar brasileira, é culkicai-a iiu puslu que a mulher dos outros paires adianlados jd coiHjiií4-£uií. 1'ura auxiliar a reuisla envidarei toaos os meus esJorQoa".

Eis aa expressões da exm," sr.' il. Augusta Piaheiro, de Butucatu:

"ileceiío ãe bom crodo todas as tarejas de que «le .ncuiiíUa a ••itcvisla lieminina", jjromettendo trabalhar aidurosamenie cm javor dctla, o qiiti importa diãer, em lavur da boa causa e dos justos ideaes tio nosso sexo".

noticia que insere a propósito de ser escoltldo o dls- tlncto cavallieiro sr. Hugo de Andrade, um dos auxi- liarea daquelle jornal, como agente desta revista na- quelle município, assim se exprime:

''A ''Revista Feminina" é um, magazine mayniíica- iiienie redigido e sempre reiiieío de uma collaboração escolhida e a cargo dus pennas mais prestigiadas ão paiz.

Muito recommendavel ás ej:mas. íamilias pelas suas "iiiiUiplas secções de modas, trabalhos ãe agulhas, bor- 'Jíidos, etc, a magnífica revista precisa figurar nas bibliothecas das nossas gentis patrícias, como um repo- sitório que ella é de leitura sã e instrucilva".

Da exm." sr.' d. Prescillana Alves Ribeiro, de Cuyabá:

"FvX sempre utna esforçada propagandista da "Jte- •jista Feminina", cuja leitura recommenúo a todo tran- ce, mostrando sua superioridade, dada a sua elevação de idéas e a conveniência que ha para a pureza dos nossos lares um,a revista tão bem feita".

Da exm." sr.' d, Cyrinia Nascimento, de Ventania, Estado de S. Paulo;

"A "Revista Feminitta" poderá contar sempre com- migo, que sou a mais dedicada das suas amigas, ten- do-me ate imposto o dever de ser a mais esforçada das suas propagandistas".

Palavras da exm.' sr.' d. Iria Bennicelll, de Ponta Grossa, Estado do Paraná;

"Agradeço a distincção que me conferiu a "Revista Feminina", dando-jiie o cargo de ser sua representante nesta cidade. Sempre fui e continuo a ser enlhusiasiica uümiradora da graiidiosa obra encetada por essa revista. 1'orlaiilo, não somente acceilo o cargo, pelo prazer de ser-lhe ulil, como lambem porque considero um dever de nos, mulheres, o auj;iliarmos, cada uma na extensão das suas jorças, tão magna e utilitária obra".

Da exm." ar.' d. Iracema Bandeira, de Juiz de Fora, Mioas:

"Ãcccito com prazer o encargo de que me incumbem de íazcr a vroi)aganda da revista, e prometia envidar os níaiores esforços para dar bom cumprimento a tão cíÊuoda honra".

Do distiacto profeaaor sr. Manoel Jacome de Lima, do Rio üraude do Norie:

"E' para mim uma grande honra representar a "Re- vista Feminina", considerada, sem favor, a melhor j)u- biieaçáo do gênero no Brasil. E' uma lUUissimo publi- cação que tantos benefioios tem trazido aos nossos lares".

Da exm.' sr." d. Salviana CorrÉa, de Altenas:

"IÍonrou-m,e demasiado a sua escolha e de muito boa vontade acceito o grande papel de representante de nossa querida levista nesta cidade, porque a "Revista Feminina" é, de jacto, indispensável noa lares brasi- leiros".

A "Serra", o interessante e bem feito jornal que se publica em Timbauba, Estado de Pernambuco, numa

Da exm.' sr.' d. Maria Izabel Cruz, de Avaré"

"E' grande a minha boa vontade em auxiliar a revista, porque, de facto. me interesso immenso por ella; e se o produclo dos meas esforços ndo correspond<;r aos tiieus desejos, valha-nie ao menos o consolo de ter-vie esfur- rado".

Da exm,' sr.* d. Jurema de Almeida Prado, de Ca- nanéa:

"E' sempre com ímm,enso prazer, ^ sempre com im- menso enthusiasmo gut. recrba a '-Revista Feminina" c a leio. Estou sempre disposta a fazer delia a maior propaganda possivel".

Da exm.* sr.' d. Marletta Senna Levleka, de TlieO' philo Ottonl;

"Aprecio como ninguém, a "Revista Feminina", que é lão sympathica e i a única no seu gênero. Faço votos pela prosperidade da revista e para que ella consiga ver realisados todos os fins ão seu enorme e difíicilimo pro- gramma".

Da exm.' sr.' d. Lucilia C. Lima, de Pennapolisi

"Apezar dos tneus absorventes affazer es domésticos, tenho prazer em dcdicar-me a essa revisla, Que é tãn ufil e que tão grandes beneficias nos traz. Sinto-me leliz evi poder concorrer de algum modo para o bem da nossa cowsa".

Palavras da exm." sr.' d. Maria José Brandão, de Villa de Boteraos:

"3fMÍío me tenho esforçado em favor da "Revista Fe- minina", da qual sou iiwiíi eterna aãmiradora".

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REVISTA FEMININA

Do ST. G. Galerabeck Filho, de Ityrapina:

"Minlia esposa se deíicioii sempre cum a leitura dessa rci^mu, tuamlu cunsiuitimiícine un meiiiurcs tOJiciii- sfus (ias seua (itiiius e KtiHííiiitos ensrnuwieiitcs'.

Da esm.'' sr.' d. Maria E. Mendonga de Gouvea, de l'abo trio:

-Soa uma i^nthusiasta da 'Revista Feminina", a me- ilmr revista que í:uiilieijo. E esse eiilliusiismu nao o Sinto su eu ni^sla iuiMiiaaae, vius tvúas as ininlius aiiii- í;as e ttiilus as jiesst/as uuiii ((utifi ntu/iícíi/io reiu^uts".,

Da ei^m.'' sr.' d. PauUua Lina de Lima, da Estas&o (it vtilu Costiaa:

"Lisonjeou-mc sobremodo o encargo gue vem pro- por-me JJJ/U itue eu seja a represeiuatUe da "Keeisla yevumna', purque sua üella tnuliusuiaia e não pusso /uriar-me a essa mveslidíira".

Da eicm.' sr.* d. Adllia Gomes Terra, de S. Sebastião:

•'Sinto-níc extrejiiainente lisonjeada pela escolha da wiin/iu pessoa para representar a mais 6rilJíOíii(; e a inais importante revista do Brasil, cujo }im e elevar a ',natlier ürasileira, o instruU-a, emjim ttrala ao seu ^ytesguinho capíiveiro e colloeal-a numa posição mais digna. Tenha Iralialhaão era prol aa inevm.pdravei e üella revista desde que comecei a assignal-a. Todos os números que recebo mostro-os às mtiilias amigas fa- £:endo-tli£S ver o immenso beneficio que elia nos será capaz de Jazer".

Da exm." sr.' d. Josephina Sallenave Cbagas, de B. Pedrito, Bio Grande du üal:

''Estarei seiíijire prompta a defender os interesses da revista, porque elia e a umea que deve inleressar ús senhoras bi-asileiras, e porisso deve ser acolliiaa em todo o Mutiirto''.

Da esm.' sr." d. Chriatlana Negrão, de Pirajú, S. Paulo:

Da exm.' sr," d. Mimosa Nunes, de Alegrete:

"Tenho sempre feito tudo quanto depende de mfni no interesse de tornar conhecida essa revista cujo pro- gramma é a causa santa da defeza da mulher".

Da exm.' ar." d, Judilli du Padua Alvarenga, dt La- vras, Miiias:

"tíou, e disso me ufano enthusiastica admiradm-a da "Keiftsia J^cttttmna\ eujus tULUi^s SUü a Êtui^ixyuu uíijrat da iiiuincr urasiteira. í/aqui, ao nitu í,ani,o ua piovin- íia, cuiiipartimv eoiiíiiusco dos Inuiapiius cui/i.m-s, e üsjjtTO conjianie nu iiruuante juiuro qui; lera a iituiner •iUanuo e<jiii,UiSiar o lugar que me e ueoicij uu tauu ao iiuiHuiii na suoLcdaue, l'rai/aiharei, na aiíura aus mi- nhas jorras, paia o cuuiptcco ej:ilo aa uuitsu qiic a nossa sj/ftpulliíca revista aejenae, neguiiiuo u rota dei- 3aua jíuií graiiie pemaaora que /u( myiiíiiu de nua^a .Vul.es. A. mútna reeumptiUsa icru U utumíiu Cüíiijjmiu da fíiwther Orasileira",

Da exni.' sr.' d. Renia SimSes Teixeira de Castllbo, de LKJUU Curiegos:

"Aprecio imme^iso a revista e é com prazer que aceei- 10 as tai'ejas ue uji* me ineumuam pura u siiti prupa- aanaa".

Da exm." sr." d. DeoUnda Dias, de üna:

"Ãeceito com prazer a missão de lutar em favor dessa revisla. A lula é fácil porque cm torno delia so ha sgiii- palhias".

Da exm.' sr.' d. Maria de Andrade Macedo Nunea, de Cryslaes:

■■£■ com prazer que exerço o cargo, que tanto me honra, de repri-scnlante da "Kcvisiu Feinmina", por que sempre jiii UMa leitora dedivaua e uma amiga da sua jundadora, d. \'irgiUna de aouza auUes. Üssu re- vista e uiil e ijtdispensavel''.

"Sou e semitre fui uma constante e enthusiastica lei- tora dessa utilissi-ma revtsiu, semeadoia de idi'us sãs e moraes, e que muito tem concorrido para a eleeaçâo e educação da mulher''.

Da exm.' ar." d, M. das Dorea Meirelles, de Appare- cída de Batataes:

"Aprecio iiiimenso a ''Revista Feminina", que tanto hem tem feito ã sociedade e ú familia, coUocando a malhc-r no stu iiosto".

Da esm." sr." d. Flora Correia, da Parnahyba, Estado do Piauhy:

"Ha miíiío que sou assignante da "Revista Femini7ia'' e tenho por ella sincera admiração e enthusiasmo, pfis a considei'o como a verdadeira revista do lar sob todos os pontos de vista".

Da exma.' sr.* d. Gorlna Cunba, de Cachoeira:

"Para intensificar o desenvolvimento da "Revista Feminina" farei todo o possível, porque é esse o meu dever como mulher".

Da exm.' sr.' d. Davina Aguiar, de Boa Esperança:

"Aprecio muito essa revista, e acho que todas as se- nhoras de bom gosto devem aprecial-a".

Da exm." sr." d. Maria Malta de Campos Silva, da capital:

"Estou e estarei sempre prompta a trabalhar em prol da boa causa, isto 6, da ''Revista Feminina", da QWl sou a mais ardente aprcciadora".

Da exm.' sr." d. Dolores Ferreira, de Salles Uliveira:

"Aeceito todos os encargos ae gue me incumba essa revista, e acceito-os como honras, porque n aprecio muito".

Da exm." sr.* d. Marta Domittllia Cunno, ae Bananal:

"Aeceito praeentcirameníe o logar de representante dessa esplendida revista nesta localidade, e envidarei os melhores esforços no sentido de alargar o seu campo áe acção para a propaganda da boa causa. Isso ó uma prova de que sou apreciaãora enthusiastica da revista, que muito tem feito, na sua esphera de acção, em favor do- Familia Brasileira".

Da exm,' sr." d, Alda Pereira Ferreira, de Albuquer- ((ue Lins:

"Podem contar com o meu esforço no sentido de fazer comprehender ás n.ínhas amigas o nosso ideal de que a "Revista Feminina" é o porta-voz".

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REVISTA FEMININA

O voto feminino no Brasil Merecem consideração especial por parte das brasileiras

os commentarios feitos pelo " Estado de S. Paulo " á emen- da apresentada ao Congresso de S. Paulo para a concessão do voto político ás nxillieres. O "Estado** por seu passado de liberalismo era apoio com que deviamos contar, Collocou- se, entretanto, em franca opposição ao projecto, em franca opposição aos in- teresses feministas, por motivos que se vâo Lèr em seguida:

"l^ão tem despertado urnAifN moi/iini-tiío per- ceptível, tf o lado nma- vci àa ptipulú(ãtr bra- silcira, a questão do vote feniininOr agitada no ContfTfSJO Fedtraí- Em S. Paulo, então, in- do se passa como se jamais houvesse siirg - do semelhante /jiteslão.

Vários Típresenta-ites do pais. entre os Quaes o sr. Etl's. se mostraram inteiramenle contrários á novidade- Dif-se-\a ser isso prova de car- rancismo, lia parte de hometis que ficaram á maiffú*n da corrente cí- TJilisadora.

De alffuin tctnpo para- cá, íriujnpha pelo f^iiin- do a fora, o feminismo poli tico. As mnlheres assaltam as posições, nos pariamentos, nos conselhos governativos, na diplomacia. Quanto ao direito de voto .particularmente, — como o demonstrou o catnpcao da mulher brasileira, no Sensdo, o Sr. Lopes Gonçalves, — todos os paises sajronios, teutonicos, slavos, além de outros, o tem concedido ás damas. Na /lllemauha, o voto fem-nino está consagrado no consti- tuição de Si de Julho de 1919; na Polônia, em lei di: 2S de Novembro de 1919; na Dinamarca^ desde 19!5 as mulheres Icm direito de voto; na Suécia, desde Janeiro deste anno; na Noruega ,desdc alffuns meces; na Aitstria e na Hunffria, ainda ao tempo da união, em ]9lâ, foi estendido o direito de voto ás senhoras; a Tchcgue-Slovauia in- cluxu-o na sua recente eonslilii ção; a Bélgica adoptou-o por nifiE> de um additivo á sua lei fundami-níal; a hnílatcrra outorgoit-o por leis ordinárias de J91S, sendo seguida pelo Pais de Gaites, Escossia. Irlanda, Canadá; já em JS9i o estabelecera a Nova Zelândia; o Aus- trália, em 1902; a Fin- lândia em 1996: a Is- lândia, em 191S: a Rús- sia, cm 19Ú7; nos Esta- dos Unidos^ já ellc exis- te ha bastantes annos..^ E a lista ainda não está completa.

Nestas condições, — repelimos, — a oppo- siçôo levantada á idéa, no Senado Federai, ha de ser encarada co§no puro carraneismo. E lia de clamar-se contra os atrasadões, mbntdos dos preconceitos de superio- ridade masculina e das prctenções de predomt- nio que caractcrisam o sexo "forte" nos paí- ses retardados em ci- vilisação. -.

Mas, é prec^o convir, esses "atrasadões" têm uma optima desculpa com i/ue se defendam-, o voto fetninino pode ser muito justo, pode ser muito vantajosa^ mas ainda não corres- ponde a uma aspiração nacional, n^m sequer motivou ainda o menor movimento entre as próprias senhoras brasileiras; portanto, nHo ha dnv-da que a sua instituição, no Brasil, seria pelo menos prematura.

E seria. O papel dos legisladores não é antecipar os movimentos da opinião, mas consagral-os, Se as damas brasileiras estão satisfeitas com a s'.tnaçdo. e nada reclamam, eoncedcr-llics o direito de voto

Aspectos píttorcBcos d< Piracicaba, — Mirante,

/:!acfcobj

não seria uma dádiva, destinada talves a nem sequer ser aceeiiaf As nossas miss Fa^elchnrst aíixda não promoveram um comido,

ainda não quebraram um vidro, ainda nãO vaararn Hi'i estadista ealçtido. As nossas miss Panckhurst. provavelmente, ainda estão por e.ri.tlir. E ê pena. Quem sabe se ellas eatiseguiriam pôr um pouco de medida c de civ-lidade na seirageria das nossas lutas políticas, feitas

a golpes de descompos- tnra e de diffamaçõcs ignóbeis f"

A razão, pois, que invoca o grande ór- gão de publicidade para se alistar entre os que combatem o voto feminino, é, apenas, -esta: "O voto feminino não corresponde a uma aspiração nacional, nem scqu^^r motivou ainda o menor jno- fimetilo entre as próprias senhoras brasikiras. Se as da- mas brasileiras estão satisfeitas com a si- tuação, e nada recla- mam, conceder-lhes o voto não seria uma dádiva desti- nada, talvez, a nem sequer fer accei- ta ? '\

Como isso à doloroso e deprimente para a mulher brasi- leira I No momento cm que em todo o mundo a mulher se agita para a melhoria de sua siluai^ão social, nós de tal modo nos desinteressamos de nós mesmas e de nossa causa, que os homens chegam a exclamar; *'fois se ellas nada reclamam porque lhes fazer concessões!".

Inuleis, quaesquer commentarios! Tem razão o grande órgão de publicidade. Deante da inércia, da índifferença, do autoritarismo da mulher brasileira, nada ha que lhe dar porque nada pede!

Quando se forma- rão entre nós as li- gas femininas, as sociedades locaes, os grêmios, os centros de convívio intel- lectual nos quaes o espirito £'emimno se compenetre de sua missão?

Por emquanto que temos? A Federa- ção da Mulher Bra- sileira, no Rio, que, apenas, denota sua existência de quan- do em vez por um officio platônico de sua presidente- E é só I

Maria Rosalina Al- me ida.

Bf^llos asijcclos de Piracicaba, — Ivscüla Agrícola^

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s^Tnpre da Lciliir^, c Bcrá um individuo igiiorantc e aem idea«s. Düm-Ilie um bom livro, como a "Nova Seiva", e cila comccarA a amar a leitura e e intercSSar-sí pelas coisas da mtdlieencia.

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REVISTA FEMININA

Um grave problema

Atcítud» plástica».

O problema dos effeilos negiaíivos dos sports na ma- tcrnidade está sendo actualmente discutido pela im- precisa ingleza. Attribuem-se a elles, as anomalias phy- siologicas que se observam com mu'ita freqiicníj^a nas novas gerações, consi- derando-se que «sta questão envolve grave perigo piara a raça.

Realizou-se recente- mente uma reunião dos directores das escolas para. meninas e de pes- soas que se dedicam ao e5tu'do da cultura pliy- sica, na qual se discutiii o aetual systema da e- ducação physica da mu- lher- Cficgando-se á conclusão de que era prejudicial piaira as fu- turas gerações. Nessa reunião foram lidas al- gumas communicações sobre a Importante questão. Segundo sir Jam'es Crichton Brow- ne, autor de vários li- vros sobre enfermida- des mentaes e nervo- sas, os exercícios phy- sicos são tão necessários aos honrens como ás mulhe- res, devendo-se poirém, tomar em séria consideração as condições physiologicas destas. Ignorar as differenças sexnaes é caminhar para o desastre.

As mulheres qirs desenvolvem os seus instinctos viris em vez dos seus intinctos íemininos — escreve por seu turno a dra. Arabelk K-enealy—fazem-n'o á cu^ta da po-

>! e n c i alidade mas'culina ab- soluta, trans- mitti-da pelo pae á filha e conservada la- t'ínte por esta piaira a sua d e sciendeneia masculina. As m u 1 h e res e- thletas p r o -

■duzem princi- palmente pro- le feminina e raramente fi- lhos varões, e q 11 a n do isto acontece são de um modo geral débeis e delicados, a- feminados ou de itypo infe- rior. As clas- ses ciiliivadas, naquellas e m que o trena- mento athleti- co é mais ía- voirecido, são incapazes de produzir homens de bom physico, os talentos viris, do- tados d'e iniciativa, que coUocaram a raça anglo-saxo- nica á frente da evolução.

Outro facto que foi assignalado por miss Cowdray,

Na clareira de um hosqiií. Kecordaçío de uma 9«na grega. Mulheres em repouso.

dlreOt-ora de uma escola cie mulheres, é o de que as me- ninas que haviam sido mais trenadas nos jogos rie ho- ckey, cricket e football tinham partos especialmente difíceis. Em uns casos so'ffria o filho, em outros as

Tnães, e em alguns um delles morria. Declarou por fira que oitenta por cento dais meninas sob a sua viglancia, que haviam estudado para professoras de gymnas- tica, haviam se tornado esteirei s.

Na opinião de miss Cowdray. cada mulher tem uma reserva de e- nergia vital e nervosa ã qual, se for normal- mente d'esenvolvÍda, pôde recorrer na crse da maternidade. Esta fortaleza é úmai reser- va, um deposito, mas se a mulher a usa como uma "conta corrente", como o pôde fazer o homçm, é o filho que virá a soffrer as con- seqüências do desper- dício- A mulher "victo-

riana" — typo que na Inglaterra representa as tradicio- naes funcçÕes domesiticas femininas — era, segundo miss Cowdray, melhor mãe que a moderna joven athteta.

Miss Radmar, directorá da Escola' d'EgvÍlie Michau de Desenvolvimento Physico, declarou por sua vez que o corpo de uma mulher devia _ser_elast/co le que os pei-

tos foirtes e os músculos des- envolvi dos lhes davam uma ri giriez. perigosa- Mais que os ex-er- cicios athleti- cos. lerta de- sejável a. vol- ta aos artisti- cos e naturaes movi mrentos dos gregos, que unem a graça num commedido e- xercicio mus- cular.

Ficou posUa neste pé a dis- cussão de um problema que interessa ia h uona nidade inteira, e os seus resulta- dos influirão s'eg uramente nos systemas eduicacionaes e nos costumes

do sexo feminino. Felizmente, no Brasil, as moças não cultivam o athle-

tismo. senão o-s sports delicados, como o tennis, a dan- ça, o ping-pong. E é pena que mesmo esses sportts el- las ctiltivem tão pouco.

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REVISTA FEMININA

Prta. GRAZIELA MANRIQUE DE LARA rii>r««ntantc dtsW revisla em Biu-nos Aires, uma das mncns intcllrctünep p maÍ9 íTiítinctni da alta aocir-diiHe buonaírenae,

Carmen de Burgos A gnaiide escríptora heapanhola Car-

men de Burgos, que é uma das mulhe- res mas inlellectuaes áo mundo e cujo nome é hoje citado enlre os dos gran- d'í s artistas da prosa, escreveu-nos, da redacção NJO "Heraldo de Madrki". uma longa e aífíctuosa missiva em que annuiieia a sua provável viagem ao Brasil e em que nos diz, com aquec- ia graça que é tão peciilar ao seu es- tylo, éi'S vivas curiosidadies que t.'ni de conhecer o nosso paiz.

A obra dessa notável escripEora é baslant; vasta e versa sobre os mais vários e múltiplos assumptos, como romance, novella, t h ca I r o , critica, vagens, conferên- cias c trr.diicções- Sua obra attince umas quatro de- zenas d; volumes. fm contar, iá se vê, a coniosa coll?b^racão que ha mais de v'nte anno? vive e5RaIhan'do pelos jnrnaes e perió- dicos de Hespanha, Portugal e paizes da Su! America, a qi'al, reunida, dar'a para uma farta centena de vo- lumes.

Carmen de Burgos é uma das nossas mais dedica<las am^jras e uma das qu-e mais se interessam oor esta revis- ta. man*endo comnosco uma correspondência assídua e affectuosa.

A despeito da sua abundiaiile producçâo, o seu estylo é r:gorosam?nte eu'dado e faceta-do de modo a fazer fuVurar c?da uma das suas facetas. Da raça, de que c oriunda, herdou a eloqüência; e é porisso que, versan- do os as^umutos mais comesinhos, ella é sempre elo- qu-nte e caiorosa-

R'a'món Gómez de Ia Serra, que c um dos mais notá- veis escriplores da Hespanha conteniporan'ea. no longo pr?fac'0 que escreveu nara o re^cicnte livro de Carmen de Burgos, Ín'titula'do "Confidencia de artistas" e que. stja dito de pass-agem, é. no gênero, um livro intíres- sant'ss-mo porque nos oõe cm contado com Iodas as celehrdades femin'nas da musica, da scena e da tela — disse delia, entre outria^s coisas, o seguinte: "De Car- men quisfera yo hablar con una solemnidad y una tx- tranena que me hiciesen ei desconocido, su "descono- cdo". As' daria más suopHcante v;rdad á Ia gran ca- r'dad. á Ia gran sens-bilidad, á Ia grau prestancia y al des:nt7rcs probia<lo y invariable que be presenciado en ella á través de los aüos. sntiendo por ella. más que admVación, una pcrplesidad demasiado humana y sen- sata; una perpkj-diad que yo querria transmittir a to- dos, más qu-; frente á su obra, frente á su temperamen- to, sua bondad civil y resuella, á su arrostrada exal- tación, tan 1 vre y ta^n equviativa. Hagamos justicias, si'ímpre, sobreponiéndonos à todo, á una mujer integra, que por gran casualidad encontramos en Ia vida, como um cometa en ei cielo- Las leyes siderales no se repe- t'rán en mucho tIempo_ E's tan raro enconlrar Io di- recto en Ia Naturalezal

Carmen, de resto, é bella, o que não deixa de ter inte- resse para as nossas leitoras. Não a conhecemos pes- soalnTtnte. mas o retrato que delia faz Gómez de Ia Sierra é tão pormenorisado, que temos bem presentes na imaginação os seus encantos physicos, Conta-nos de Ia Sierra que ella é morena, desse moreno onde se re- vela a franqueza, a sinceridade, a rect dão e a doçura. Não ê possível comprehender, sem a conhecer, quanto a intensidade leal e grave do seu caracter está nessa moreucz. Carmen é bella, dessa bellcza que se mantém.

inalterável a despeito dos annos. F,' direita e alta, im- pondo-se p'Ela magesiade da sua figura. Pensando nu- ma expressão qu; representa' essa belleza modesta, essa bellcza que não ex ge que se pense nella, -diriamjs que é uma belleza de boa qualidade, uma belleza que se cala. uma bellcza própria que circula profundamente em Carmen. E' de uma belleza hcspanholo, mas de um hes- panholismo excepcional. Umas freiras, que a conhecera c a freq:ientam, dizem que ella se parece com Santa The- reza de Jesus, Tem, de facto, semelhança com essa doce morena que "se engolfava no Senhor", porque tem o mesmo fervor e o mesmo volume, mas com a differença que Carmen vive engolfada sinceram'ente na vida e as

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suas exaltações são aquellas que «tnfem normalmente fados os corações humanos.

E não é só a sua beÜeza que lhe dá destaque, senão, egualmente. a sua alia distncção, a sua nobreza-

Diz ainda o cscriplor que Carmen tem uma fiiíidez de quadro, de um quadro que. paTeeendo .de Ticiano pelia firmeza, de Holhein pela carnadura, pelns matizes n'- mios e pela robustez que ha nella. de Rubens pela onu- lencia c de Van Dyck pela finuw. c um quadro de Tin- torelllo. Carmen tem essa attitudie superior e cheia de presença das mulheires p^eirpetuadas nois qiuaidros.

Carmen, demais, é um typo de mulher quas' desappa- recido. de uma classe de mulher cândida e robusta, sel- vática e sylvestre. bcroicia, martyr das suas idéas sem cstrepito nem falta de seriedade, sem va':dade. sem co- fiuetteria, simples e abngada, cons^enite e instinctiva, próxima das multidões em -meio ao sen alhe^bmento. Sua dtst*ncção residi; no modo como se torna superiora esle ambiente de mulheres dissimuladas. fanaí'ca5 e in- sidiosas e no qual ella é a única que não volta a cabeça para observar o eífelto de oulra mulher, e ella desco- nhece a sua vizinhança, de^sconhece o nome dos ho- mcn'S que. sem merecimento, se impÕrm á consideração da sociedade em que vive. não se põe em evidiencia, em socfe.diaíle, para que sobrie ella cnnvirjam as aBtençòcs, não tem as mialiRnidades que têm a-s suas companhei- ras de sexo, não tem rece osinhos piferis e não vive exaltada pOT ambições insaciáveis.

Carmen 'de Bure^ís também assignou coprosa produc-

ção literária com psíudonymos, entre os quaes os mais conhecidos Rachel. Colonbne, Hnnorine e Marianela.

O seu livro "Confidencia de Artistas", recentemente dado a Inmc numa eleganlissima edição illustrada, vem olytendo um êxito extraordnario.

"Confidencia de Artistas" c a obra mais completa, mais confidencial e mais int"ma sobre todia^s as gran- des artistas hespanholas e extirangciras, é um Tvro de arte, de intimdade, único em seu gênero e ind^siyeusa- vel parta' servir de consulta, como o mais perpíito do- cumento vivo. para o estudo das grandes ar-ti^tas do theatro íontemnoraneo. As artistas, cujas cont-dencias se lencontram nessii obra, são; Rosaro Pino, Catalma Bárcena. Margarida Xirpru, Maria Gómez. Merce^rles Pe- -cz tle Vargas, Adela Carbone, Maria Alvares dif Bur- gos. Maria Guerrero. Loreto Prado. Rafaela .\badia. Jo- sefina Blanco, Conchita ROÍK. Leocadia Alba. Carmen Cobefia. Mar'<a Palon, Nieves Suárez, Joaquim dei P-no. J;annc. Guitry, Georgette Leblanc, Lucinda Simões. Pal- myra Torero. Francisca B;rtini Sarah Bernhardt, Kleo- nwra Duse, Lucrtecia Arana, Sofia Romcro. Luisa VelBi. Julia Fons, Blanca Snárcz, Consuelo Mayend'a, Amalia Isauna'. Dionisia l.abrera. Ma.ria Kousncmíf. Mar-a Iva- nisi, Estefi Coillag, Tórtola Valenc'a. Consuelo. Torla- jíida. Loie Fnllcr. La Fornnrina, Peplta Sievilha. I-a Chelito, Adelii Cubas. La Niiía de los Pe*nes, Olympia d'Avigny e As Liliputianas-

Carmen de Burgos, como presidente da Cruzad.a da.s Mulheres Hespanholas, tem trabalhado apaixonia'da- mcnie pelo bom êxito da causa que abraçou.

UN, DEUX ET TROI5 Comedia fm um -icto-

A scena pa^sa-se ii'uni corrddor

MAKIA (crcoâà) JOBé (çaTço JI') conversam,

MAíIA: —' Já le d'sse, nSo qucTo aabrr de nada. A patroa nSo

Jíisft: — Ora, Maria^inha, não fales assim tão brusca. (Quer prcar-Ihfs naii mSos.)

MARIA: -^ Oh! faí;a-mc o favor... Chamo a D, Alice. J119È: — Oh! nSo a chames- eu goslo lanlo de li. MARIA; — Pois eu nem um pouco <íe ti. Tnsí: — Que penaI Eu acho uma dclica olhar para esses teus

í-jhrllos de... MARIA. — De que? Nem sabe cxprãnT-sc. Josft: —' Prompto, de ouro, Maa o qup ma-s admiro< eão leus

oíhos. eUes fascinam, dominara e ale. .. MAíHA: — O que? "■nsft: — Matam, querida. MAurA; — Poi4 bem, Krai:ãs. N3G pretendo marar ninguem- JrtsÉ: —■ E a mim? MATEI A: — Ora veism só fjue perj^unlit, seu csfouvado. C^ fe^

nrsfo de n-t-rtir-.ie) TosÉ: — A'nda nSo term-nou. O teu narizinhn sempre urrebi-

(ado!. .. é TS*} sinsular. Kspera Maria, não te vSn. Deixa-mc di- T.cr Tnais a!'?um3 cnusa. Os teus dentes $âf> tHo brancos como o inarf™ e í?io líndoa Que quiaera ser uma frucli, para ter masti- l.'?do por cllcs.

MARIA; — Aiíradfc'da, nem tanto, Jnsí: — Hnie estás muito symüatliica- sabes? MARIA: — Faca o favor de calar c relirar-ae. Vê, o meu ser-

viço nSo adpanta, JOSé: — Mas agora vou dizcr-te o melhor, quero fechar com

i-havc de oUro a nossa palestra. O teu sorriso dc'xa'mc louco, dã von- ladf de ajoelbar-me aos tens pés e adorar-tf.

MARIA: — Ha pi>uco quizcsles maWr-le, aKora queres f'car lou- co. M'serÍcordia! Abi âlzes querer adorar-me. queres vtla? Ado- ração sem vela è sem valor. (At^ aporá jrmprr se conservara séria !-oTâm. á n!l'ina hsonja de Joiâ, itão poade furtar-se a uma boa rhfd-nha) AnTep i^vesses-me contado Uma novidade, do qae á\- iCc mil e Um d sparales.

Josfe: — Abi uma novidade? Cá Imho uma (batendo com o il ■<ii> na testa) Conheces a dan^^a — Un dcux pi irois?

MAíJA: — O que? Que dan^a é essa? Onde a viste díinçar? JntiÉ; — Onde? Aqui. MABIA: — Aqui? E por quem? JOSé: — Ps'ul Cuxlado! Vou contai-lc. mas ohl si!enc'o.

(fundo o dedo na bocca') Pela D. Alice e seu Se^ismundo, MARTA: — Mas que dança é essa que nio conheço? Mas como

tf-ste Iti isso? Jost: — Oh! vinha fazendo, ^. não sei o que... MASIA: — Espia-jdo. não? jnsfi: — Palavra que nâo. Porém ouvi uni pulinhos tio Amgu-

Ejres, fqucí curioso c... espiei pela cortina. MARIA; —' E O que v'ste tu? JOSé: — EUes dançavam o — Uu. deux eC troia, Uma dança

Maria, tão singular, tflo curta^ porém... saborosisima! MARIA^ — Mai como? Já pergunicj-4e.

Jn^í- __ Vã lá. cur-o^-a! Presta bem attrnçSo: parpePíne que c 9"íin. Olha Knír:im os dons.

MAUTA: —■ Oii^m? D* nt^-vo^? JnsÉ: -— Cahidü, Qu^in ma"*? Pois liem. depo's foram ao meio

da íain e el^^.^a dtr-r... Mis "''meTO fizeram lan^a f!ía. riram- se a vuliT. Drfto'? Hle dsse: TTn. d"'x rf frn^s. ÍCo — Vn '- eTls dS um naçfifi nnra a e^quenla e elle dm passo para a dVeita, No —' H^Hx '— a me^ma enusa, Nn — lro's — um ni"ft n^ra a frr-ntr, Cnmceo-sc nounmeníe irn — un —que é mais um PTJSO rii^ra frpnle. No — d PUS -— pITa dã um passo Tinr:i a dV^-tn f (ITe para a esquerda, No — tTo's — ma^s um para frente. Começa 11 tin..

MA*IA: — D^us m-u. e inlermlnnvel! Jn*;ft: —-, E^T^Ta, filha de Deus. qtie pressa é essa? MA^tfA: '— K' quf a pTtroa sabendo, „ Jnsí; — Qual nada: aqui fomos n^í e ma's niníucm. C"mo 'a

dizendo o — un — ma's "m pi*i<o mra frente. Deus — elli pTa i d'TP'ta. ei Te cnufrda. De mo<Io que agora e^tSo iHn defront* 50 outro. Nf«e compasso nSo tem tro-s. Ajfora. PO — un — >-.'antam "* braços, — deus — repara bem. se abraçam e — IrrU... fldvinb:!-,,

MAíTA: — (Corada eom oí olhos baíTios) Ora o qu* vaa adví- rJiar? D3o rm paeço para traz?

jncÉ: — Ora, m'nha tola. se... (no oHfírfo) íc beijam. E' re- petMo císe coT"pa^o tr-s vez"?.

MAT>I,S; — Cruzes! ífrncti^^o-sr"). Jnsí: — (f^u-'fo rw/7''"Tií>> D*po^ de ver •=*!} eu vim me ^m-

^[»in. Eííuta Mari.i a dança não ê í-n^uíar? Nã^i (""-res en*ra'al-a? MARTA: — K mais ella é — plural -— no ísejo. Ku ensa'o, raas

não o finah 1"^^: — Ora, ah: é que está o sueco! M^IIA; — E a direr que se rel>on pnra pão ver ma-s... Ibl JoíÉ: — Foi jüaiamenle por nSo pqder beijar lambem, Mas

vamnç ensaiar. MA^TA: — Vamos. (Ella arruma o aveittal e a ípncfl ff fííf, a

fffav"ti.) JOSé- — Prcrnípto. aqu' Mar'a. Dons pa^flo' 'íi^fntía UTi do

oulrn. A'*"Ti''.1o. — T'n — 1*" para a rc<ni*rd'' e ''ii n-."i ^ d!-í''ia- TF^T — D'ux — ma'í um. Tro"? um para a frenTe, BeTi. —Un —- mair um. frente. Cuidado. — deur — tu, um para a d'reita e i^u e*nwerda. A^^im, Is^iO mesmo. — TroT — para a frente, um pa"o iEifa nno l'rava flt ollioji df Jo'^ rrli-i INTIFÍO aft^nl"). — Un ma'a um. Para f-enip, mulher. {M'jr'a i'zera - um moí'-'"'-n'o p"ra a eifOurrda^ — Deux. — tu d-r^'ta e eu f^qucrda. Rolhes? nt-ora o r[*Tnpa*:«o é '<^ de do"fi. '—' Un —levinlr^r o< íj'""c"' mas... {'^fpr'a T—r-M tímida, receiava') bem dire:to, Mar'a. Vamos dar-lhe a d-v-dü pr.iça.

M*T.rAt — (Cam os braços, meio ievaittodos) Mas.,, è melhor term-nar,

T"íf: .— Não. não, acorfl é o eo"ení'al, P-^rt^n*" — d*"* — jbraca-m'-. T*soT Cnmo é bom abrae'"--«e (Mal Mar-a iocra-íke r.os JmmfrrnO Aíora o — trois —- (N'isso. quando <in'z discr — •róis — apparece a D. Alice, em traja esi:uTo como flW^m tjiier

D ALTCEí — OlSl Qv é Í9*o? Cada qi'fll nn Feu posto, ou rua! Toíf; — E' quí*.,. ÍMar-a p Jasè. ynti'tn cArndns f^íVArífiui-r--)

djincavamos o '— Un, dpu:c et trois. — {mas d-rsc tno b'^ixo i}tie nâo foi oHvidoy Que pena, justamente PO uUimo compasso. In- lerruplQS.

Que desgraçai Que destino eruell S. Maria, 206-1921. Lyg!a Marquei,

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REVISTA FEMININA

oe A Tão rude c longe tem sido esta estação, que todas ou

quasi todias as nossas palestras sobre moda, íem ver- sado, de uns mezes a esta parte, sobre abr.'gos e toÜEt- tes de inverno. Já era tempti de mudarmos ide assum- pto. Mas os frios cortantes, os ventos humidos, o ne-

voeiro, tudo emíim está a lembrar-nos que devemos voltar a elle, por mais qu^e isso nos custe e por mais que o assumpto se tenha tornado desinteressante para as nossas lerloras. Entretanto, já entramos na primavera, a ma-s delick/ai das estações- As arvores das praças,

1.» — Blenanlissma caniuncto para iimo senhora dt meio idíde, em cref». Gaia alto de renda. A eamiseSa leva mna fileira a'e bolõcs da meima còr da gata da blusa. Mangai lotigai, adornadas no puUo com os mejmoj botões. Cinto largo da mesma fasenda e eahindo frouxo como bortas. Os drapès da sa.a complclavi a ilcgancia da conj«Bclo. Os bordados podem ser feitos em cotitas ou seda froma.

2.0 — Originaiissimo modelo, de linha audaciosa, em crepe de seda. Simples e distincta. Ultlina na- tídod. em estyio princesa, consistindo essa novidade no pregiteado da cintura e na saia dupla drapée. Decote redondo com debrun branco. O mesmo debran otceiilH» s extremidade da barra da saio. Todos os bordados são dspensavfis neste modelo,

3.0 —. Gracioso modelo cm crepe Georgetle estampado. Blusa de tathe larga. Saía aberta das lados. Cimo da mesma faienda, eahindo em duas pontal. Decote redondo com estreita debmm branco. Man- gas curtas.

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podadas pelas teíouras muni-cipaes e desfolhadas pelos ventos, começam agora a enfolhar-se e a lançar reno- vos verdes. A' alegria da natureza, que está a rir pftia boeca das flores, ai expandir-se em aromas que as auras vão recolher nos jardins para os espalhar pela atmos- phera e a manifes- tar-se pelos trillòs da passarada nos campos, a essa a- legria não corres- ponde a população da nossa cidade, que continua a vi- ver cabisbaixa e a pprehensiva co- mo sob o peso de ameaças aterrado- ras. £ tem ella ra- zão, A baixa do cambio, os altos preços dos gêneros de maior necessi-

da hora presente, o horror das horas futuras, tud-o isso traz preo>ccupada a população, que parece, pelo seu aspecto macambu- sio, que traz o lu- to na alma-

Mas nós, por um capricho da sorte, não podemos ter solidariedade com esse luto, porque a nossa' tarefa é a frivolfdadie gentil, é palestrar a pro- posi^to da moda.

Uma das nossas collegas de profis- são, num recente ar t igo publicado numa revista mun- da'na, -disse que á chronista da moda, nos dias corr-enles, não incumbe ou- tra coisa senão fa- zer chronka de phantasia. E £ isso mesmo. A moda, que, em todas as epooais, sempre se caracterisou por uma tal ou qual uniformidade, se- não no eonjuncto, ao menos numa porção de detalhes importantes, a mo- da, que foi s^e.mpre sobfenama na imposição dos seus ca- prichos por mais disparatado-s que fossem^ a moda dei- xou de existir, ou, ao menos, deixo^i de ser o que sem-

] — Toiletlc d« linha princeza, simples c ao mesmo tem<po ric«- 2 — Toílctt« em cr«pe da china. A bli>sa cruza ao lado esquerdo e faz o effeito de cinto pelaa

pregas que iijTnm na cintura.

pre foi. para se tornar benevoknte, condescendente, dando ás elegantes o máximo de Hberdade possivel. De modo que, como muito bem' disse umia' das nossas col- legas, s^e a moda tudo permHte, se todos os gostos são admissíveis, se todas as extravagâncias têm sua appH-

cação, se todas as variantes de um modelo sãa oppor- lunas, a i;hronÍsta não pôde mais re- gistrar a moda. e só lhe compete, para entreter pa- lestra com as suas leitoras, recorrer á i ma g i nação e á phanitasia.

A moda, em ri- gor, só impõe uma coisa: é a combi- nação das meias com o vestido e

—-possiveimente com o calçado- A va- riedad.e dos sapa- tos não é grande, mas c enorme g variedade dos seus cabedaes e das suas tonalidades.

Quanto ás fazen- das, hia< duas que estão em pleno a- pogêo -t que têm offerecido aos cos- tureiros os mais fecundos elemen- tos para as suas grandes creações: é o taffetá e o or- gandi,

O taífe^á, de uns tempos a esta par- te, tem-sie modifi- caido de tal ma- neira, no interesse de a-fteiçoar-se ás exigências das ele- gantes, que mal faz lembrar a fa- zenda áspera que era antes. O taffe- tá, d« duro que e- ra, estialante ámão que o amarrotava, com seu rumor de folhas mortas, com seu aspecto de te- cido engommado, tornou-se d uc t il,

macio, extremamente malleav-el. Com elle se compõem ais mais deliciosas toileittes. A sua variedade de côr, de tonalidades delicadas, de tons neutros e de desenhos t incontável, e é porisso que os cos1ure,jros recorrem a

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m

elle a cada' passo para obter os méis lindos efíeítos- Outro tecido que conquistou as sympathias geraes é

o organdi, que soube adaptar-se maravilhosamente ás exigências da modia' e da costura. Póde-se dizer que elle é o rei da estação. Nos mostruarios dos grandes magazins de moda de Paris, se si; vêm vinte variedades de organdis. não se vêm dez de todos os demais tie-c*dos. A maior piai-te dos vestidos que se confeccionam em Fran-

ças são de orgaiidi unido, cm deLciosas nuanças, todas novas: zuavo, azul pjrsa, vepde esíaravelho, rosa chy- pre, orchidea e outras. Os volantes unidos, do mesmo tom, OH finamente bordados e ajourados são ekimenlos de primeira ordem para se- rem empregiados com eilc- Vêm-sc, nos últimos mode-

l'-'J^^M ''M los parisienses, vertidos hi' los de organdi rstrado, to- do branco, ou em combina- ção de diversas cories num conjuncto muito fresco, muito vivaz e ide effeitos fe- lizes. Aproveitam-se para os chapéos os volantes borda- dos e o organdi impresso com desiEnhos "Jardinière" ou "Toile de Jouy".

Bara terminar, chamamos ii attenção das leitoras pa- ra este conjunclo:

"Toilette tailleur em ga- hardine beige e bordado a sieda no mesmo ton".

Saia curta em "gabardine beige"; o panno da frente e o de traz são lisos « dos lados em pregas; sobre a. saia um corpinho com um peitilho bordaido a seda HQ

m«smo ton.

J a q u e te "demi-longue", em gabardine "beige"- O meio das costas é liso; aos lados, na cintura, franzem e na parte da aba é guarneci- da por uns triângulos bor- dados a seda ton "beige"- Estes triângulos, que são de íórma estreita e comprida, são mais compridos do que a jaqueta uns cinco centí- metros. As frentes da mes-

, ma são lisas, com uma gola "tailJeur" que abre em V, sobne o peitilho bordado e que aboloa com dous grandes botões, no mesmo ton, um de cada laido, ficando sobreposto e dahi abre em viez.

Mangas de jaqueta um pouco liargas- A jaqueta é completamente forrada de setim branco. , Chapco, em palha, fôrma de gorro, em ton "mordoré, com bordados em dourado e sedas de tons viariad^js-

Toilette em crepe de seda CÍDlo de renda cahindo cm laços frouXE>s á esquerda. Blusa frouxa de talhe lar-

go, ã moda russa.

Meias de stda em còr de castanha. Sapatinho em camurça no mesmo ton. Sombrinha em seda "beige" com um oabj original- Luvas em camurça cor de castanha para Toilette

taükur" em bella sarja azul marinho escuro, fita de seda preta "tailleur". Sala curta e lisaguarnecida na frente e atnaz, por duas idas de fita preta "tailleur", es- tas duas idas têm um pequeno espaço de uma á outra.

Jaqueta "demi langue", Isa nas coistas. guarnecida por fila egual, que forma ponta (i:apuz) seguido as idas, que vão a par com as da saia e na frente a mesma re- petição, sendo uma ide cada lado nas costas e uma' de cada lado na frente- A ponta deista guarniçãvj vai á cin- tura- A jiaqueta é guavrí^ida por uma larga gola chálc. encruza na frente 'C abotoa com um grande botão de pasisamanarúa prelto. A gola é guarnecida á borda por fitíS' preta "itailleur" mangas largas na e-"ctreimidade, com um canhão que por seu lado é guarnecido na parte superior por igual fita.

Toque toda drapé em setim preto um pouco larga, re- coberto por um véo preto de "chantilly" que cae nas coslias-

Me'a de soda preta. Sapatinho de verniz preto com bonita fivella de pe-

dras. MARINETTE

A MATTA VIRGEM

A Julto César da SUVB

Na (loresla- Uivam cães- Zine e sibila LonRC um clarim que os ualsos arrebata, O ouro do sol, por uma íreata, oscilla como plácida e tremula cascata.

Illumínada estúa a cEiIorophylIa, — sangue verde das arvoers; e a prata íluída de um3 água, murmura e tranquilla- desce acordando a solidão da matta.

Lonífí- as avca pipiNain queixam longas; e em fino timbre infrene, as aropongas sa'ltam nos gallios tatalando. afflictas;

e ao forte abraço dos cipás, que a sirzem, — noiva do sol, sorri a malla-virgem pelas boccas cm flor das parasitas.

ASTROCILDO CESAK

AMOR-PERFEITO

Branca, vermelha ou amarella, a rosa E' heráldica, divina e 'sobenana, Quando resplende cm seu hastü, formosa

Num fausto die sultana-

O cravo!... que íragancia capitosal... Que fulgencia. que pompa meridiana Verte a sua corolla megeslosa.

De extranha filigrana I

Nada, porém, eguala, em meu conceito, A' perfeição que ostenta o amor-perfe*to, Em belleza e matiz--.

Quie exta>se immeinso, que saudade exhala Essa flor triste, ao canto de uma sala.

Em seu vaso nutrizi

1921- ERICO CURADO

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Trabaltio^ femininos

Fl|. 1 — Abafador de rnida Reniil»uiec

"E'~nn«lõ~'ô mbdilõ que ora offerêcémos ã attençaó das leitoras, como o que se vê na Fig. 1. A renda é exe- cutada de accôrdo com um bello e gracioso desenho, c]ue niuitti sobresae sobre um fundo se- tim cõr de ouro.

O cadarço empre- gado apresenfa no meio como trou- tiou, t deve ser rie um tee.do muito leve e fino.

Nos espaços que ha entre os moti- vos, bridas com grandes circules; nia« folhas mais lar- gas o ponto de tulk duplo ou triplo, ou o fundo <l'í bridas fesíonadas- Nas fo- lhas da parte supe- rior o ponto de lullc triplo e outros pon- tos variados, um em cada pétala; nas floires da parite ;n- terioir do modelo, um ponto variadr na pEtala àn cima, e, nas outras, bridas com círculos e meios circules; em varias

Fiz* 2 — Cotwitfl de poltrona. (Bnvia-i« o riico ptk quantia d« 5^, sob ragitUt))

paTtes, ilhozes unxios, formando cachos. Rodeando o abafador, um crespo de mousselina de seda- Os dois lados são eguaes e applicados sobre um fou-jo também

egual.

O modelo da Fig, 2 é verdadeinameute lindo.

A sua execução

não e.tigie re.uito tra- balho.

Este trabalho, co- mo se vé, apresenta um bonrto desenho e é muito orginal. O cadarço utilisado de- ve ser largo, de te- cido fino e branco.

Xas folhas empre- gam-se bridas, for- mando quadrinhos; nos intervallos, bri- das c^m círculos re- gularmente grandes ■e picots fejtos a mão.

Estí modelo se caracterisa pela ori- ginalidade.

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Este modelo de lenço, a despeito do

seu grande effeito, é, como os outros mo-

delos cjiie offerecemos ás nossas leitoras

de bom gosto, de execução relativamente

fácil.

Para a sua execução, empregam-se ca-

darços á phantasia finos e brancos, imi-

tando um pequeno entremeio de renda

Valencienne. Em todas as flores faz-se

o ponto russo simples, excepto nas flo-

res dos ângulos, em que se faz um ponto

duplo de tiille; em cada espaço que lia

entre os motivos, executam-se bridas

com círculos; no centro de cada flor ap-

plica-se um ilhoz; e no centro dos pe-

(|ueno5 quadrados, bridas com circulosi-

nhos.

FlK. 3 Lenço, phantasia

(Kitvia^sc o risco, lamanlio natural, por i$, sob registro).

Esta peça, que, como se vê,

impressiona logo á primeira vista

pela sua graça e extrema leveza,

é de execução simples.

A applicaçào da renda Renais-

sence na fronha, é de um excei-

iente effeito, augmcntando-llie a

graça.

Não se empregam, para a sua

confecção, os pontos variados

que adornam os outros modelos.

O cadarço utilisado é de lar-

gura media, branco e liso; as bri-

das, unidas, apresentam círculos

no centro; e empregam-se ilho-

zes para o centro das flores.

Fie. 4 Pronha, de caprichosa Inspiraçãa (Eiivia-se o risco pela quantia de 2$)

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Fig. 5 Renda para toalha

O cadarço usado para a sua execução é branco, de espessura média, e crú.

As bridas apresentam picots.

Para as folhas emprega-se um ponto va- riado bem aberto. (Envia-se o risco, tamanho natural, por 2$, sob registro)

O cadarço a empregar precisa ser fino e branco.

Nos motivos, empregam-se os pon- tos de tulle duplos e outros variados, e unindo-os por meio de bridas com círculos.

(Eiivia-se o risco, tamanho natural, por 2$, sob registro)

Fig. 6 Fundo de touca para criança

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Fg. 7 Pequena coberta de poltrona

Este modelo, representado pela

Fig. 7, é notoriamente elegante.

Usa-se o cadarço bem largo, de

tecido á phantasia e ajourado,

A cor de creine impõe-se.

Executam-se nos espa(;os, bridas

simples e com circulos e um pouco

de ponto russo; e. nos motivos dos

ângulos, um ponto variado em fôr-

ma de xadrez.

{Envia-se o risco, tamanho natural, por 2$, sob registro)

Fig. £ , Renda, de caprichosa concepção

<Envia-se o risco, tamanho natural, por 2$, sob registro)

Difficilmente se encontra uma renda tão Sua largura é de 24 cm. Utilisa-se, para graciosa como esta, representada pela Fig. ^ ^^^ execução, um cadarço bem espesso o. Com dentes oppostos, servmdo, também, por isso, de entremeio, é elía empregada '^"JO t^^^flo ^ bem fechado. Bridas simples para adornar stores de fazenda fina. ou festonadas. O picot é executado a ni:1o.

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Fig. 9 . • Uma linda solla

E' de uma forma bastante graciosa. Pôde ser ponto russo simples ou com nervura. Nas flores executado em branco ou preto. maiores então, executa-se o ponto de tulle duplo.

O fundo, que domina neste modelo, é o de bri- O picot é feito a mão. das com circulos grandes. Nas folhas e flores, En«ia-se o risco, tamanlio natural, pela quantia de S$, «ob registro

Para se executar este lenço,

emprega-se um cadarço fino,

branco e bem aberto, do gênero

que se emprega nas rendas Valen-

ciennes; combinando com elle, pe-

queno medalhão ou cadarço em

fôrma de amêndoas; bridas sim-

ples; e, nas flores dos ângulos,

ponto russo.

Fig- 10 — Um lenço gracioso (Envia-se o risco, tamanho natural, por

2$, sob registro)

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Roupa e hygiene das creanças Na segunda parte do curso de economia domestica —

a roupe e liygiene das crianças, temos um campo vas- tíssimo.

Respigjawi, aqui e alli, alguns casos para mostrar a importância desse estudo; "remen- da teu panno que te dura um aii- no", diz o adaglo, e é verdade- K' costume dar a roupa usada, ou qtKiindo muito, vendel-a. Mas, pou- cos conheoím ou têm rouparia, on- de se guardam os tecidos velhos, pa- ra, em qualquer momento, usal-os. Os tecidos de línho e algodão, quan-. to mais velhos, melhores; íornam-se alvos, macios e Iieves.

Desfiados, dão fios pura feridas, cortes, etc. Emendados, com as so- bras de costuras, dão as colchas de retalhos, os saccos para pão, as ca- misolas de dormir e as caimisolas caseiras para crianças.

Coisa noilavel; as crianças ficam mais ailegres quando se vêem tra- jando uma camisola de varias co- res, pintalgada, matiiiada e florida-

Por isso a escola ideve ensinar a aproveitiar todos v>s retalhos, fazer remendos le serzir,

Ainda mais: lavar e passar, cii- gommar e trinar; tingir mesmo- Que custa fazer uma água de anili- iKii, com um pouco de íixativo?

Mostra-se como um par de meias brancas torna-se crenuc, amarello, roseo ou azul, fazendo 4 ou 5 vistas-

A mãezinha pôde apprender a fa- zer O v-estidinha de sua tilha, as itoucas e as meias, pas- sarem pelas cores do arco-r!rÍs, com grande economia para o esposo e alsgrlia' das criaiii;as.

Sem sahir ainda da economia domestica, devemos en-

A linda NítíCy, dti 6 mfizcs, filhinha do Sr. Maurilio Luii Vieira e da exma. sra. d.

Francisco Vieira, de Bauru'.

sinar os cuidados com a roupa. Quantas fiamilias vêem successivamenie os filhos aiaca-dos pela diarrheia ver- de, coilibaicillose, unicamente porque fazem as crianças dormir nas camas ou vestir as roupinhas de um irmão

que está ou esteve enfermo. E'preci- so ferver a roupa e expor ao sol in- tenso as cobertias de flanella e lan, para evitar as <transmissões.

Muitas enfermidades dos adultos se transmittem ás crianças pelo mau veso que têm os pães de fazerem dormir lais crianças em seus leites e em suas roupas d^e cama.

A mammadeira é o maior vehiculo de molestia'S. As mães deixam os vidros expostos ás moscas e o bi- co de borracha sem protecção, sem lawar; deixam fermentar o resto do kite, e as enfermidades apparecem, e, muita-s vezes, viclimam as inno- centes crianças.

Deve-se usar vidro de bocca lar- ga; oada vez que se der leite ás crianças, devie-se laval-o com um pau envolvido num panno, cobrin- do tudo com um guardanapo, para evitar as moscas. Assim, muitos ma- les são evitados.

Ha tempos, viajei em um navú allemão e aprendi como se prepara um mosquitdro sem despesa: um copo ide água com sabão, coberto com uma' fatia de pão, na qual se unta pela parte de baixo com um pouco de assucar, tapa o copo; faz- se um furo no centro da faitia, maií

ou menos do diâmetro d-e um lápis, e tem-se um magni- fico caça-moiscas- Não custa nada.

(Trecho de uma conferência). APRIGIO GONZAGA

üiii a>L>ccto-itilercaaaiilc da prospera c linda cidade do Âvaré, Jardim da estação.

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A FLOR DA ALDEIA O CCü üíiquella lurde esUtva sujo c indistmcto comn ãQuarelIa de

um pintor bohemii c descuidado. DoÍ<{ amidos giic, havia muitOn se náa vinm ,enccínlTJiram-se, um

dia, ym effusóea de jubila numa estac&o balncar. O acaso, que o9 aeparou por tantoa annog, de novo oa reunia agora,

Sentaram-st numa pedra onntftrecida pcía saJsugím e o tempo, jíosando o e^pcclaculo sempre inédito do mar^ que, manso c manso, vinha morrer na areia e st perdia temeroso naa ainp'aa aolidoes. imdü a vela dum bnrco de pescadores mal se divisava na Leveza gra- ciosa da sua intmila pequenez.

lembrança traz íembTain;a, c ns dois rememoraram os bons Idmpoi de antanho e os dias Iílorio3oa de collegiaca. E r^am- se das passagens já vividasn achando-lhes um sabor lão diffe- rente, que a lembrança, em cada í-dade, é quasi um acontecimento novo.

Cabram-9« por momentos, e, rc San ceando a vista aobr* um [naâ3Í{0 de rochas que ae er- guiam ao lado, viram dois na- morados^ meio occultos, e^ue- cidos de tudo. na conlcmiila^o iiaa ondas que iam preguiçosa- tnente beijar-lhes os pés-

E outros c outro» pares sur li iram na. intimidade da vüia praiana, entregues ao dt^licioso prazer das longas caminhadas a sós-

Um dos amigos quebrou aquel- Ic pa^uageiro recolhimento, cha- mando a attcncão ao outro para i>3 hábitos eKccssívamentc desen- voUos observados nas praias c ^o contrários ã «Mistencia recalada vivida nas aldeias.

A liberdade adquirida nos j^frandes centros só serve para desdenhar da vida simples, es- crupulosa e sã das pequenas lo- calidades. As velhaa virtudes so- )>rc 39 quaes repousa todo o ('dificio da sociedade ,aão mais bem guardadas t veneradas nos pequenos centros.

O outro escutava-o atlcnto, maí a altencSo não era tamanha que não notasse o quadro piiioresco a que se referia o amigo, e, vendo o desgarre, a de^ipreoccupaíâo, o natural respeitoso dos namorados, exclamou:

— Knffanas-te, meu caro. é justamente o contrario o que se da: essa liberdade que condemnas, é que trai á mulher o cuidado de si mesma. Quando uma coisa nos é vedada, a imagínaçilo a realisae <[uasi sempre a aleani;a desastradamente. A los^ca da imaginação wguc as ondulações do fumo. O propósito doentio de cm tudo vêr m/sterios e probibiçíes sem quaai nunca dizer o porque, aguça a curiosidade c desperta o desejo de conhecer esse mysterio. O [[ue se deve dar âs crealura>í não í a ignorância de si, é a no<;ão clara da vida e do que constitue a sua jrrandeia e o meio de se livrar dos mil perigos que fi cvrcam.

Veio-lhe, então, à memória um caso frisante do erro de obser- vação do amigo, e passou a fazer * narrativa conforme a testemu- nhara;

— "Flor da Aldcb" era o nome que davam a uma linda menina que clle conhecera, pe- quena ainda, muito pequena, na ingenuidade da creança e conti- nuada depois no encantador re- cato da mulher. Era simples, es- quiva como a coTça c pura como os anjos. Sua pelle tinha a tiran- cura do arminho, nas faces o leve nacaradu de uma papoula entreaberta- Seus grandes olhos meigos, pareciam guardar sonhos tcnmotos.

Nasceu e cresceu numa pequena cidade do interior, e oa lyrios da capcüa onde ella sempre ia fazer a oração matinal, não tinham mais pureza do que a sua alma- Acompanhava-a nesses misteres piedosos sua mãe, crente fervorosa, daquellas que não trepidam entre o dever doméstico c a salvação da alma-

E FTor da Aldeia, írman dos lyrios da capella, dcsahrochava ao som melanco'ico doa orgams, ao perfume das Mores ç do insenso, halbuciando ingênua e tímida: "Ave Maria, cheia de graça,.."

Attrahia sua belleza singular innumeros admiradores, que sua nalura) esquivança afastava sempre. A vida transcorria-lhe sem obrigações nem pezares e os passeios, festas e a rede que lhe em- >alava os devaneios, eram os pontos cardeaes da sua bússola.

Aa encanudoras meninas Rulh, Wanda e Lysia, de Jahú, filhinhas do sr, José Calmou Nabueo de Araújo e exma, sra. D.

Carmelita Prado Nabuco de Araújo,

O lindo Si'donio, de Cordeiro. íilhinho do sr. Joaé Moreira í exma sra. D. Arpal'cc Moreira.

Jamais seus Eahios se abriram & palavra que ennodõa OU que envenena, jamais lhe crispou a face a sombra de uma inlerrogaçõo. Era casta, e nunca teve siquer um laivo de malícia, o claro es- curo que embelleza a vida como as sombras embellezam uma pai- sagem.

Um dia, sob a in£li»ncia materna, escolheu dentre aquelles que a cercavam, um companheiro para a vida.

Flor da Aldeia era noiva, e elle, o noivo, não cogitara nunca de lhe conhecer os hábitos, a edu- cac^ão, fascinado como estava pela sua IwHeza e juventude. Deixou-se levar na corrente do sonho, deposilando na alma del- ia todo o futuro que elle ambi- cionara, grande, risonho, e ho- nesto- Era optimo rapaz — for- te, intelllírenle, trana'hador e leal. qualidades que todos lhe conheciam o exaltavam, e sá aua noiva não comprehendia a vantagem destea dons-

>?a casa materna nunca ou- vira referencias particulares a estas coisas e para ella todas as virtudes da terra se acha- vam nas folhas gastas do ve- lho cathecismo, onde aprendera de cor c sem meditação as grandezas do mundo-

Sua mãe era rica, e F'qr da Aldeia não teve opportunidade de comprehender a grandeza e segurança da vida forjada no trabalho. Levava os dias em passeios e visitas. Quando se casou, levou para a companhia do marido a vida a que estava acostumada ^ viver, e a deli- ciosa ignorância que mais ac- crescia á sua natural meiguice.

Timida e medrosa, fugia acm- pre ás grandes rodas, aconche- gava-se muito ao marido como a pedir protecçãOr Era incapnz de encetar uma palestra com um homem estranho e até aos Íntimos raramente falava,

Uma onda maia forte. esTiatendo-se nas rochas, borriíou as fa- ce5 dos dofs amigos que se ergueram lentamente, olharam o ci-o. onde se viam os últimos fulgorcs do dia, e retomaram o caminhada praia.

Os namorados, que ainda, havia pouco, jaziam perdidos na con- templação da belEeza da tarde, já tinham desapparecido.

Um vento íresco encrespava aa ondas, o mar começava a al- tear-se e a rugir c o creptiaculo na sua alma de violeta c cinza^ sepultava os últimos contornos da paizagem adormecida-

Hetomando o iítt k narrativi, continuou elle dizendo que nunca mais vira Flor da Aldeia, a en- cantadora mulher que fora tâo ingênua creança. Indo, porím, uma occasião ã capital, depois de muito andar, depois de mui- to andar, justamente quando defrontava uma casa suspeita, viu ao fundo do corredor uma mulher cüm um chapro de lon- gas abas e o véo ainda posto pana traz.

Parecendo reconhecei-a, parou-- Ella falava ainda com alguém

a meia voz para dentro de um quarto, e. quando suas mifoa iam a descer o véo, ella o cn- chergou c reconheceu, e elle a reconheceu também. A emo.^ão forçou-o a entrar no corre lor, e. BUrprehendído, estatelado, pa- rou sem dizer palavra; faltou- lhe a coragem para approxi- mar-se,-, Ella c que foi a cJie, e um pouco turbada, disseí

—' Não diga nada, aim?

— Mas ét tu. Flor da Aldeia? Tu, aquella menina tãO puta.

tão seria? Não creio no que vejo, Explica-le-.. Recobrando animo: "E o teu marido, não vês que O lançaa ao ri-

dículo? E os teus, e a tua reputação, creança?-,. O mundo parecia desmoronar sobre a aua cabeça. Flor da Aldeia, passado o primeiro momento, approximou-»e maia

e disse: — Qual! deixe-se disso, não tenha medo, de certo nâo serei tão

tola que me vá deitar comprommeter assim sem mais nem me* nos. £' sò cuidado, S6 as tolas cabem em armadilhas... com um chapeo como este e um véo assim.,, não ha perigo."

E a moral, a reputação, o briu para ella não eram mais do que um grande chapeo c um véo espesso-

S. Paulo — Maio de 921. YAYNHA PEREIRA GOMES

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kEVISTA FEMININA

OS DIREITOS DA MULHER SEGUNDO A OPINIÃO DE ALGUNS PENSADORES HESPANHÔÈS

"Creio qite a mulher é apia pana desempenhar muitos cargos- Creio que, com isso, ganharia não só a mulher, mas também a sociedade- Penso, porém, que o mais im- portante consiste em que a -mulher conserve o seu C/airacter propro, seu tom familiar de eterno feminismo e todas as actividades ■da civilisa^ão, de modo que a no»sa cultura, que vem sendo predsminanteinente mas- cu] na, chegue O' ser plenamenHe hu- mana".

LUiZ DE ZULUETA

"Para a mulher, em absoluto, os mesmos direitos que para o ho- mem."

DE AZORIN

"A grande guerra acaba de de- monstrar, de man'cina inequívoca, que a mulher é apta para o desem- penho de todos os postos que ale agora foram monopoüsados pelo homem.

A' sociedade convém que ella os occupe? Deixo suspensa a respost>a

CONnF PE ROMANONES I

"A mulher já demonstrou a sua aptidão para os cargos mais difíi- ceis. Nos mei-os em que lh'e"seia

proporcionado o exercício delies, encontrará sua própria, inidepenlen- cia.

E a soc'edade onde isso estiver generalisado, será muito mms aperfeiçoada que esta em que vivemos."

PABLO IGLESIAS

"A mulher, que é o que ha de mais formoiso na natu- reza, pôde desempenhar -todos os cargos, contanii que anteponha a ludo a sagrada m'ssão da maternidade."

MARIANO BEULLIURE

"Depois ida revolução fr^nceza, que proclamou os "direitos do homeni"_ não conheço nenhum movimento tão jusio como o movimento universal em favor da mu- lher, que tende a colloca-1-a n-o mesmo nível do seu com- panheiro de vida-

Alberlo, dL- oilo nlPzeí. recordman de saúde, de força c de bclkza, filho da exnia. era. d. Appartcida C^ircia da Silva c do dr. Júlio Ccsar da Silva, nosso companheiro de trabalho.

— E em Hespanha? pergunfairam-me algumas norie- americenas emin^entes- A mulher tem personalidade pró- pria ou é uma escrawa' do homem?

Por orgulho praitriot co evitei de dizer a verdade- Não quiz fazer- Ihes conhecer como é a hespanhola, cm regra geral: doce de caracter, muito virtuosa, cxceliente dona de oaisa, mas satisfeita com a sua igno- rância, quasi orgulhosa -da má edu- cação que lhe dá o homem para tel- a deste modo mais submissa, man- tendo-se ã margem da vi-da do sen paiz, indifferente a- ludo que fi;a para além das vulgares pequínex-'i da existência e reclirida como uma odalísca caiholica.

Eu creo que a mulher é tão apta como o homem para desempenhar os cargos quí este vem monopoli- sando no commercio, na industria e sobretudo na política,

Mas a mulher, em "nosso paiz", por mediocridade intellectual ou por excesso de preconceitos, é a que se oppõe sempre cora mais fúria a lu- do que se intente paira eleval-a ao nivel do homem.

Cr^io também que á sociedade lhe convém que as mulheres comecem a intervir na vida publica e governem os povos em coUaboração com os horaens- Sou até partidário d'e qu.e a'S mulheres governem algum d.a absolutamente sós, á gursa de ensaio.

Esta experiência não nre assusta. Ha quarenta séculos vem governan-do os homens, e

acabamos de passiar pela maior das guerras- A humani- dade encontira-se, neste momento, num beco sem sabi- da- Toda a candura dos homens teve como_ resultado a maior desorientação que se conhece ai' hisltoria. Nin- guém sabe qual será nosso destino.

Por mal que govcirnem as mulheres, seguramente não poderiam fazer peor-

BLASCO IBAREZ

"Não só eu crieio na aptidão, senão na superioridade da mulher- Pois se ella ià vale a despeito da educação

Piracicaba- Salto, Um dos aspectos mais encantadores do nosso Estado-

Acabode observar, nos Estados Unidos, com que energea gravidade reclamaTam as mulheres o direito ao suffragio e como o exerceram na eleição do presi- denta ida republica;

ancestral que lhes pesa sobre o espirito, imagine-se o que ella valerá quando possuir os meios que injusta- mente lhe têm sido negados até agora-"

EUGÊNIO D-ORS

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Margarida e Magdalena, as duas encantadoras filhí- nhas do nosso distincto collaborador sr. Jader dí An- drade, deputado federal pelo Estado de Pernambuco, e ás quaes foram dedica^doa estes formosos versos;

QUADRAS Tenho duas namoradas Que me dão praiwr e pena. São duas flores chama'daE Mergiarida e Magdalena-

0'ra, imaginem que scena: Não sei por qual me decida! Quero muito a Magdalena, Quero immenso a Margarida!

Quem jã sentiu nesta vida Taníanho amor não condemna Que eu morra por Margarida XJando a vida á Magdalena!

o.' Do mundo — triste gehenna — Só um prazer me convidia : E' viver com Magdalena Ao la'do de Margarida!

Minh'alma, f!õr esquecida, Cheira a lyrios e verbena Quando pensa em Margiarida Quando fala em Magdalena.

E como Sie concatena Meu coração nesta lida De tanto amar Miagdalena Quanto querer Margaridal...

Toda magua, a mais dorida, E' 'dor que me fica amena Quando vem por Margarida

[■'. em favor de Magdalena.

No peito, o ódio serena Toda paixão é vencida... Tanto manda Magdalena, Tanto pôde Margaridal

E eis ias duas namoradas Que me dão prazer e piena- São duas flores chamadas Margarida e Magdalena!

CASA ABANDONADA Desmoram-se ha tempoi eeita muroal Pelas rendas das pedras deslocadas. Entre o tapC-sso concreto e oa bl6ci>9 duros. Veem-se longas raízes enricadas,

Deaíaz-se do portfio a velha grade Que H ferrugem roeu, desag-Bregou; ToiJa frente da casa a herva Invade. Nem tratos do lariiim que alguém plaiitoul

R' mona a relva em roda dog canteiros, Onde floriram roselraea vlrentes! ívPm mala cara.manchÕ&a. niira jasníln&iros De sombrios recantos redolentesi

Resta apemas um mármore quebrado Da fonie que existiu neste loKar! Um tapume corria dease lado. Que separava a horta do pomar,

Sao eate-s os degrAios da entrada. Aquellrt, I3e frente, a Krande. a mesma antiga porta nalll. do parapeito da janella. Via-se o rio que cales campos corta!

Da alameda, que foi, Inda serpela. Entre urtlgas. um trilho Indicador; MuUoa passos rangeram nesta areia. A' sombra da ram.ada aberta e-m tlor!

Volta alegre daquellea que partiram. M.Tis um d!'seJo. um sonho mais desíelto, Mãos apertadas que se desuniram: Aqui do patamar no e&paco cstrollol

EÜ-o. o mesmo vesllbulo de oulr'ora: Ao fundo a arcada aberta entre portáes: Somente um r:posteiro pende agora De uma das duas portas latterae^!

Opagaraim-se aquellas vivas oOres Dessas parSdes. da tapegaria, Que rebrllharam tanto, aos resplendores Da luz que desta lâmpada descia!

Esta velha cortina desbotada. De quantas mãos aos tratos se rompeu! B no recanto a pêndula parada Nas mesmas velhas horas «tue bateu!

Ouvem-se sons. talvez! Ouve^m-se passos Dos que viveram, dos que aqui moraraxnl A poeira apagou, decerto, os tragos Das mãos que &m tudo por aqui tocaram!

E'ehos vindos de longe, adormecidos, Parecem despertar nesta mudez! NSo sei que exaltações, de que sentidos, Cuidam vÊr vir alguejn de quando em vez!

A sala! Que tristeza, que abandono! Os espelhos sem brilho, as telas sditas! Jazem as coisas num profundo somno. Sob um manto de p6. dormindo envoltas!

Os macios sofás, essas cadeiras Guardam bem fortes as recordações Do que Coram as horas passageiras. Silenciosas, docea dos seirOes!

Velho assoalho, teeto que re-sonas A" voz, que eohOa, acfs passos, como dantes! —Gestos gentis, corpos que nas poltronas Imprlmlsles as formas elegantes!

Este livro deixado sobre a mfsa. Pagina ft mostra, assim como se abriu, Espera, ha multo tempo, com certesa, Quem a doce leitura aqui partiu!

Tudo e tao vivo. que, parece certo. Vae voltar, num momento, a creatura Que, naqueille piano, assim a-berto, Deixou em meio aquella partitura!

O quarto! Ell-o. o mais intimo recesso. Em cujo humbral julga-se vPr alguém Que. co-m tremula mio, Impede o accesso B os sacrHegos passos DOS detém!

Quanta olhar innocente iiara a vida Abriu-se ahi, chorando, entre coníúrtos! Quanta pallida palpebra descida. Donde correu a lâgri-ma dos mo<rtos!

... Porque nuni dia teve a Morte assento No alegre limiar desta mansão! E espalhou este fundo abatimento, Verteu em tudo esta deaolacS-o!

JADER DE ANDRADE Aurélio DOMI^rGUES.

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REVISTA FEMININA

Como vae sua obrigação? Era a ultima tarde de Maro, o mez das fl^>^es e dos

oaiiticos a S-S, Virgem. Debruçada a uma janclla, eu via paissar em direcção a

Matriz, o povo quie se reunia para a procissão, marcada pa^a as 5 ho- ras-

Emquanto trocava idéias com um rapaz mais arredio e oa^smurro do que um monge, que do laiio de fora faz.!a suas observações, eu entreti- iiha-me, como caseira impeniteiite, Q passar revistais á multidão die vos- lidoi de todas as cores e feitios.

Havia apenas alguns momentos, acabara de ler na "Revista Fem- ninia." um bello artiyo d* S- R. Ma- Iheiros, sobre modas e moral de nosso paiz- Até certo pointo, dou- lhe razão, quando dá ás mães, a responsabilidade toda do exaggi^ro e desenvoltura com qtie as inoças hoje se vestem e se rebocam. Digo até certo ponto, porque de mim pa- na, mim, peuso que a lestes excesi^oí os iiomens as levam as ms,'^ das ve- zes. Imagino que, sí eiles não mos- trassem a todo o momento a ?ja prieferencia, por aotos sem conta, pelas mulheres dos postiços, das se- das e joiia's, do carmin e das nudezes atrevidas, a pre- zasem mais as esposas recatadas e simples, o&rto, cilas não buscariam imitar, até onde lhes é dado, as actrizies e as que se van- glo-riam de suas mil conquistas! E' um trislte e perigoso meio de que usam para defender o seu lar amea- çado, e o que é mais triste ainda, es- te recurso é transmittido ás filhas, quer como meio que não falha na oa- ça aos noivos, quer como defesa de seus direitas de esposa no futuro. Creio que não estou longe da verda- de. Pensava tcdas estas cousas ao mesmo tempo que aittendia ao com- panheiro de prosa.

lam-sie rareando cadia' vez mais as saias a descerem, rua abaixo. Quiz parecer-me haver naquella multidão mais preoccupação em ostentar vesti- dos ainda não vistos, meias abertis- simas e lindOfS pentes e sapatos, do que em render tributo sincero e.t- celsa Mãe das nossas misérias e do- res.

Senti-m'; triste quando tal Jb- servei. Onde nos conduzirá tanta impiedade ç egotsmo? Só Deu^ o sabe.

De repsnte, estacam na nossa frente, do.*s roceiros ainda bem moços, um que subia e oiiitro que descia a

o Iludo Eduardo, de 2 annoa, fílhlnho do ar. Nestor Freire t da exina. sra. d.

Cleobitlina Freire.

rua; cumprinve.ntam-se amáveis e perguntam entre si; — "Como vae sua obr.lgação? — "Boa, agradecido. E a sua?

— "Tamb*m .sem novidade. E, com novos saudares, separam-

se algres, cada um para o seu ru- rmo.

— Que chamam elles de — obri- gação? perguntou-me^ admirado, o d. Casmurro, que como eu. prestara todía attenção ao episódio roceiro.

— São ais respectivas famillas, ex- pliquei.

— Ohl dií elle. Ao menos, estes parecem considerar a cousa como uma obrigação 1

— E verdade, respondi-lhe. An- tes de nos tornarmos muitto civllisa- d»s, cneio que todos assim pensa- vam. Hoje só os rústicos aissim pro- cedem. Para ellcs o lar é ainda um santuário, em cujos umbraes não tèm entrada o furor da de&moraH- sação. A famiJla, é um precioso de- posito que considienaim sagrado, Que exemplo I

Emquanto aos "civillsados", os progressistas, os tèm como barba e cara-rnças, julgando-se uns se-

mi-deuses, uns luzeiros em cujos corações (si os têm) não entram baes pleguioes. Orgulham-se de calcar aos

pés «stas coisas ínfimas, e conduzir as esposas e as filhas aos theatros livres, laos tangos e maxixes indecen-

Vee- A isso chamam progresso I Triste e irrisório progredir o nosso!

Que vae ser a moral futura, si Deus não se amerciar de nós?

Grão Mogol, Minas, junho de 1921-

Qlaucia Leontino.

o formoso Wilson, filliiiiho do sr. Joio Vicente da Costa, advogado

em Natal. Rio Grande do Norle. í

ANJO DA GUARDA ([>o poâta Endu' T^abJmlranath Tagore)

Ellca hr^vcjani e lutam, iiesitam c &r lif- aes|>crain, em disputas <iut não Qcabam.

Leva-lhes a tua vida, criança, como um raio de luz calmo e puro, c dá-lhes a nle- Rria,

Klles são erueis na cubiga c na inveja; su'as p^ibvras bão ^omo lamínas oculta b. acdenlas de sangue,

Vae e penetra em seus tórvos corações, c poisa sobre elles a lí^rac» do teu ollijir. fo- mg a paz acariciadora da tarde após a agi- tação do dia.

Deixa que te contemplem a face^ criança- e conheçam, aaaim, a mediocridade de todas

as cousaa; deixa que le amem e aprendam assim a amarem-se uns aos outro*.

Ao alvorecer, abre e eleva teu coração, qual flor t^ue desabrocha, ao por do sol, curva a lua cabei;a c termina, cm silencio, o cuJto do dia.

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REVISTA FEMININA

CONSELHOS (CARTA) — m A QUERIDINHA

Ha TOUCflB dias eu conversava numa roda em nuc — veja voctl nâit faltavam "aln-ofadinhit^ c mcMndrosjij", c d^cutja-ac com falor o bom senso feminino que a maioria da assembl^a conside- rava cou&a rara no^ d aã de hoje, quando alKuem lembrou um livro ajiparecidíP não ha muilo e escríplo JJOT uma mulher que, a par de lalento. possue ainda modeslia» qualidade hoje também iiL-is3Íma em mulhereã.

E esse aliiriLcm fajtia notar que a mulher que se occultava sfA o rgoroso anonymalo de um simples nome — Iracema — fiou- T era Iraçar paginas fu^ranlís, irradiando bclkta, e todas cheias de um rigoroso espi- rito nraiico que não excluía uma noçüo idcaimtnte nubrí á:i V[da.

Eu ouvia calada, pois nSo conhecia o Ivro, mas não livc tempo de reRosijar- me com a. victoria ílo hom ^ensa ftimi- iv.no. quando um ra' paz interrompeu o defensor d^\ mulhe- res, dizendo iron la- mente: — "Que nnu artfumciilo trouxe \'. a favor do bom sen- ^ fcminnol Quem não v^ que as "^Car- [as de Mulber" fo- ram egeriotn^ por um homem? De outro modi, a autora an subçcre veria. esí re- vendo o seu nome com loilas as leltr^s.

Todo o munrlo sa- be que a preciosa ri- cÜculRb H1 "sabichona" de Molíire nSo mor- reu e que a mulher ma-5 vaiíiosa, tomar-se-ia um anjo de modcstia c sTnpücidode, ao lado de uma ^leraf-a.

P6de crer: "As Cartas de Mulher*" foram escriplas por um homem.

Basla ver aqucJla IfnRuagem clara, firme, dcsprelenciosa, Bmiples e eleíranlc. aquelb larcueza de v'fllaa cm que a toTerancia nilo fic confunde com a fraqueza, aquelUi erudíçio que se eaconde, mas iransparccc a cada passo para se ter a cer(?za de que "As Cartas d" Mu!her" são, nÍÍo só de homem, mais anda de um e^riplor cnn^acrado"-

Sahi com uma von- tade douda de ler *'Traecma'' e fui tão fcl"? que, alEuns dias depoispuma amiga en^ viou-sne o desejado livro com esta dedi- catória enKTaçada:^ " MariIda. Serias ca- paz de me dizer de quem são eslas "Car- tas de Mulher"?"

No rcmanso da mi- nha chácara alcando- rada sobre a cidade, dentro da paz nilente destas longas tardes de faverciro, em que a chuva, a sombra c O frio vestem Goyaí de um sudario de tristeza, li e reli "Iracema*".

Seria um homem quem cficrevèra jqucllas pagmas ma- erstraes de commen' larios á Vida, dia a dia, aiinota^do pen- samentos de força c bondade á margem dos factoj, triglcs, ^Irimatcos ou simplesmcnle escandalosos^ que os jornaes roçistram?

De quem seriam aqucMes capitulos, despidos de phantasia c ima- ginação, mas ungidos üa sabedoria que um grande eonhecimEnto c coração humano e uma alTida ma'0T piedade para poder jul- gal-o düo a um espirito nobre e compassivo?

Não saberia dizer... Tinha razão, muita raz^, o inimigo do bom senso feminino em attribuir a autoria daquetlas cartaâ a uma penna masculina.

ASPECTOS DA BAHIA — Porto dos Tainheiros cm Tlagipc

S. SALVADOR — Avenida Oceânica

Iiavia nellag muÍLa ccusa confirmando tal op'níao, não eó a cul- tura Cão solida quão variada, — e que, apezar de tudo, c, ainda tm nossos dias e cm nossa terra quast que pr.vilegio masculino, —: f^mo lambem a tiimcza da linguagem, a ousadia varonil dos eon- ce'los, a coragem, um másculo lalenlo.,.

Mas quem ao lêr os romances de Julia Lopes não descobriria nelles os ma^s certo? indicros de uma poderosar cerL^bração masculina?

E Anna Rita Malheíros não fai obra de moraLsIa e de apóstolo^ nt-ssas Chronlcas da "*Revista", magníficas, coruscantes. das quaes trinsparecem sobretudo, uma rara coragem c uma nobre ousadia»

qual.daes que os ho- niuns repulaan csí^en- ciclmentc mjscuj nah?

Não, não linhs ra- ção o inimigo do hom sen^o fcm In In o-

Si o livro de "Ira- cema" faaia pensar numa assgnütura masculiíLa, ]>or oerloã atlribulos mais de ac- córdo coni o sexo forle, outros havia e não poucos, lembran- do um temptramcn- In feminino dos ma:s suaves, dos mais v:- brateis, dos ma^s de- licados. ,.

A bondade e»1a- eida e fecunda, uma grande sensibilidade sem morbideza. e um sentimento profundo r[e solidariedade c di- gnidade fcm'n'na5, es- pelhavam uma gran-

' de a^a de mulher» iniellfgente e boa» que escalara todo? os de- graus da perfeição — e por isso mesmo <ío

soffrimcnio — crystalizando^se numa figura Ideal de virtude e brileza» sob a trlprce aureo!a de filha, esposa e mãe.

— Mas. que importa, sejam essas "Cartas de Mulher", cscri- ptas por "*ÍTaecma" ou quem quer que seja?

Si foi n frágil e dccciosa mão de mulher que traçou aquellas pagi- nas de piedade c de ajuor, agitadas a^ vezes por um sopro de santa lí-volta, pôde orgulhar se Traecma" de ler feito um livro como ha poucos, um livro de coragem e de piedade, de 'dealismo c de bom senso, de delicadeza e forca, que toda a mulher deve ler, porque traz a Câda qual conselhos de utilidade e pensamentos de perfeição.

Si fof um homem^ tanto melhor, porque ao envèz da maioria dos escr'píores que ae compra zem em p'n'.ar a mulher esphinsíe, iiulher morstro, mu- lher enigma»—perver- sa e incompreheijsi- vel—; soube prencru- tando pacientemente o coração fem'n'no cora uma sensibilidade e uma delicadeza raras» dicrracnar naqüellas IKignas inspiradas a i-tit^encia da mais be!- la alma de mulher.

K 30 fechar o vo- lume, f-quei pensan- dn que a mulher ba- bilualment? é boa e sinipleí, generosa e pura, quando uma educação mâ. instruc- ção frivola c incon- veniente, c principal- mejitc a ausência de sentimentos religiosos nüo a transformam nesse caso pathologi-

'1. triste c repulsivo^ que oa romanel&las no emtanto chamam de mulher normal. E cu fiquei pínsando. ainda, que os homens tem muita eu!pa da tolice e da maldade da mulher: — escrevem para cila cousas insensatas que lhe deformam o espirko; a-doram nelia üP erros e os defeitos que lhe deformam o coração.

Manda-me dizer o que ^lensas di^ssas formosas "Cartas de Mulher" e abraça a sempre tua MARILDA PALINIA

Goyaz, Fevereiro, 9íl.

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REVISTA FEMININA

DO MEU "BLOCK-NOTES" SÀNXOS

A montanha elevada, tialvez pela majestade do seu vulto, pelo fundo de mystierio que reveste a sua origem e um aspecto da natureza dos que mais emocionam.

Nas regiões do nordeste brasilei.ro, com laiauéas me- iiones d'í oito gráos, ellas apparecem muita vez com essa physjonomia impressouante duma formidável

Piracicaba. — Grupo Escolar Prudente de Uoiae*.

massa de pedra desnuda. E' como uma Q.ffirmativa se- gura da iiiclemcncia do meio. E' um indicio e^idlente da dHficuldade da vida aí.

Lá em cima nos pcos elevados, desguarnecidos, de- samparados, a Geologia não pôde contar com os seus agentes vivos, laboriosos e incançaveis na transfor- mação eterna da materia-

Caminhando o víaior para o sul, como que a mediria que crsisae a lat/tude de sua posição geographica, reco- brem-se de verdura as monlianhas.

Neste facto talvez esteja uma indicação preciosa das grandtes differenciaçóes dos meios barsileros.

Seja como fõr, é aqui no sul do Brasil que SC pôde fialar nas montanhas trop.eaes cobertas de florestas, na sumptuosa w^e- tagão das grandes altitudes.

Foi caminhando para a cidade de Santos, que esbas impressões me rjsaltaram ao es- pirito que vagueia, emouanto lentamente o trem avança, de despenhadeiro em despe- nhadeiro. por sobre víaductos, ser.ra abai.vo.

Aos lados, a vistia nlo abrange em seu deslumbramento, toda a amplidão da pai- zagem: são os saltOiS, as cascatas, as ar- vores annosas, as contorsôís formidáveis, que produziram os cnrugamentos caprJcho- SO.S. E a imiaginação vaguea pelo tempo além. E' agora a recordação do colonisa- dor audacioso, que acossado pela neoessi- dadie de defesa, não trepidou na espantosa primeira travessia dessijs despcnhadeiros. Depo. s, a lembrança desse drama obscuro e funéne-o do escravo fugindo ao captivei- ro, Ualvez buscando a mort;. E' essa epo- péia da míse-ria de que Vicent.e de Carvalho fez descri- pção imçgualavel, do preto fugindo de rastros, a medo, persegu'(ío, serra do Mar abaixo, nessa travessia onde:

"Acoulani.st traiçSes de abrsníos numa alfombrl. "Penedos traçam no ar figuras de sigantes. "Cada ruido ameaça e cada vullo assombra."

Regressamos ain.da no tempo, chegamos aos nossos dias, para contemplar admirados a maravilha scienti- fita do caminho de ferro em que agora subimos ou des- cemos a monianha, até por mera diversão, em comm'j- das poltronas ;nstallados_

Não sou daquelle>5 que admittcm e profílgam a pro- fanação da obra do engenheiro, Ella nãu

'^jSn completa, não amplia, não prHende aper- ^1 feiçoar a obra ijia natuncza sabia e perfeita, ™ mas faz obra de adaptação; crea utilida-

des: remove embaraços, diffculdadies ; abr:; caminho á civilização. È tudo isso é obtiJi' pelo estudo pacienlie, cuidadoso, intelHge;: te das propíras leis naturae«.

São elles, os engenheiros, que mais anuiin a Natuncza, porque melhor a conheceJii. descobrindo-lhe as maravilhas occulij.s. por lhe sondarem os mysleríos profundos.

Mas emf.!m, no termo da jornada, icm- pre descendo, chegamos quasi ao niviel d > mar, tendo vindo das grandes altitudes i' a vista espraia-se cm frenBe, Mas se olha- mos à direita, á esquerda, ao fundo, é \\n\ majestoso amphitheatro o que nos cércii; é a magnitude da orgulhosa serra do M;ii-. qiSe ergue como de um Ímpeto, como st fona com a força brusca de um choqiit por.tentoso, os seus contrafortes e ao meio dt uma corda desse semi-circulo deslum- brante, implanta-se com a elegância re- moçada de seu casario novo; o bom gosto de suais rmas geometricamente dispostas; o

orgulho de um dos mais extensOis e ma*s consideráveis caies da Republica, a antiga e tra'd'ioioiial cidade de Santos.

S. Paulo, Fevereiro, 1921.

LAURO BORÍt.\

Piracicaba. — Jiirdim Publico,

"ARTE DE AMAR' A» faltas dfi uma mulher Cada P39SQ praiJcâdas São facilmente perdoada» Ffilo bem qiH ic lhe quer

Prglica 33 falUa qlie ÍòT. Que embaldc te soDrcaaltas. Comtanto que a& tuaa faLlal Não sejam faUas de amor.

Julb C«Bar da Slhat

J

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REVISTA FEMININA

A cegonha e o caranguejo

Muito bcigc daqui, num logar por onde náo passam auiomoveis, nem trem de ferro, nem carros, ha um lago, muito gran'd';, maior que a praça da Republ.ca. maior !|U; a várzea do Carmo. Vocês, meus amiguinhos, sa- l>em o que é um :'igo: é uma porção de água ou trecho de mar cucerrado em meio da terra- E' o contrar.o de uma ilha, que é um pedaço de terra rodeado de água-

No mimdo ha muitos lagos, mas os miaiiores d: todos, c qfie. vistos da margem, parecem mares, porque os olhos não alcançam a margem opposta, estão na Rússia, iiüs Estados-UnidoE le ma África. Nunca ouviram falar, na escola, do lago Baikal, do lago Sup-jrwr, do Mkhi- gan, do Eric e da Victoria? Pois peçam ao profe&sor que lhes mostre no map- pa, e verão, pielo tama- nho com qit; são repre- sentados, que são muito maiores que os de Gene- bra, Constança e Zurich, na Suissa.

O lago do nosso cjnto era grande como o de Mich!ngan, e embora pa- reça mentira, estava en- tni; umas montanhas mui- to altas. E' muito raro que exi-sta um lago «ntre montanhas, Mas existe. Pi;çam ao professor que lhes indique, no mappa, o lago Titicaca. Esse no- me faz rir, não é verdia- éc f Por.isso mesmo é fá- cil de conserval-o na me- mória. O lago de Titica- ca é muito alto, tão alto como o mais alto do mundo, e si; procurarem no mappa da Amerioa, O eii:ontrarão enlrí o Peru' e a Bolívia.

Pois o lago de que vamos falar cba'mar-se Pintachin- cha. Nome engraçado também, não acham? Não o pro- curem no mappa, que o não encontrarão. Como quas-i loidos os lagos, era de água doce, não porque lhe hou- vessem posto assucar, mas porque não era salgado como a aguia do mar, Isso não quer dizer que não haja lagos de água salgada- Ha-os, sim, c entre elles ha um que .íe chama lago Salgado.

Mas o dito Pintachincha lera de água doce, e tinha muitos pe'xes, peixes de todas as variedades de tama- nho, desde o peixe-boi, quie, como o nomí indica, tem quaíi o tamanho de um boi, até o guaru' que é mais

í-L- -. .-■ sí"^

l'm lanibar)', armado ilc üb^ervar a cegonha

ptquenmo que um pa- lito de phosphoro.

Perto do lago, nu- ma fresla oca de uma das montanhas que o rodeavam, tinha o seu ninho uma grande ce- gonha cujo nome ena Vielhota. Era muito vjilha, tão velha, qite não podia mais voar nem approxima r - s e muito da margem do lago para comer os peixes que nadavam á flor d'agua.

Vocês, meus meninos, já ouviram diaer que a fome aguça o ■eflgenho- E é ve>rdade- Velhota tnha fome, porque os velhcss também precisam comieir para viver; e não fazia outra coisa senão pensar no estratagema de attrahir os peixes para o sieu papo. Mas como? De- pois de muito parafusar, fazendo das tripas coração, lembrou-se de approxÍmia.r-se o mais poss.vel da mar- gem; e abi, sobre uma ped.ra, comi;çou a chorar, a cho- rar como uma perdida, soltando suspiros, soluços e la- mentos. Tantas foram as suas lagrimas c tão amargas, que as águas do lago, que eram doces, amargas se tor- naram- Os pi;ixes, assustados e extranhando aquella mu- dança de gosto na água. vieram todos em cardume á ■tona, a indagar da novidade.

Os peixes, vendo-a M-, quieta sobre uma perna ó. a chorar, perguntaram eutrie s'.:

— Que terá acontecido a essa bruxa, que, depois de tantos estragos que fez em nossa fomilia, a*nda se põe

a chorar dessa maneira? Um lamba.ry vestido de

vermelho, com uma ca- pinha que lhe dava uns ares de Mephistopheles, recorreu a um óculo de alcance que trazia guar- dado no fundo da água, e collocando-o no olho, como se estivesse- num thieatro, fisgou a vista na Velhota. E d;pos de obs^rval-a durante -al- guns minutos, falou;

— Parece-me que cho- ra deveras- O choro da velha cegonha não é fin- gido- Viejo-lhe as lagri- mas e vejo o seu peito arqucjando de soluços-

Outro lamba.ry tomou a palavra:

— Apezar de tanto mal que ella nos tem feito, sou dic opinião que deve- mos pagar o mal com o

b;m. Não é justo que nos vinguemos de quem não se pôde defender. Pobre da Vidhota! Talvez lhe doam os dentes-..

— Cala-te, parvo I exclamou um minúsculo guaru' sa- bido naquelle momemto da óva. Quem te -disSiC qu:e as cegonhas têm dentes? E' coisa que não conhecem, nem dentes nem díntistas.

— Diz-se od oncologistas, observou uma trahira com muita gravidade-

— Não gosto de palavras difficeis, retrucou o guaru'. Pais, como diiia, as cegonhas, como todas as aves, co- mo todos os bichos que voam, só têm bico para comer, e não dentes.

um longo telescópio, poude durante muito tempo.

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K B cegonha ci>nic^DU a papnr os ingênuos

— Ora, suma-se! — Garanto I — E o morcego ? — Bolas I O morcego não c ave, é um rato com azas.

Tamb;m ha pei?!ies que voam e nem por-sso são pasisaros.

— Deixemos de 'discussões, atalhou o lambary do óculo de alcance, e ve- jamos o que deveanos fazer pa.ra con- solar a VdholQ.

— Que chorei Deixa-a esla^r, que um dia ha de cançar de chorar.

Os peix'es foram unanimes nessa resolução. Mas Pichinchin, o caran- guejo, que tinha bom coração, e que era co-nsiderado no lago como o mais sábio dos peixes, porque sabia andar tanto na «gna como em terra, apprn- ximou-se respeitosívniente da cegouba e pergunfou-lhe:

—■Que tens, qui andas tào triste? Acaso te doem os callos? Machucaste o bico? Porque não comes? Parece quiC os peixes estão a dizer-te; co- me-nois !

— Ai! filho meu! Bslou farta de peijce. Ainda que os puzesscm ao al- cance do mjii bco, ca os deixaria icni paz. Outro c o moitivo (io meu pran- to. Eu choro po-r clles, peloa meus queridos peLvinhos.

— Como assim? indiagou o caran- guejo arrtegalaníto o olho.

— Uma grande desgraça os amta- iiti^inhos. um a um, e ça. DJs^se-me um astróíogo que, por ^tt^tava bem influencia de um certo cometa, o lago não tardorá a seccar. Quer isso dizer qws Iodos os pB'xes estão condemnados a morrer, e que nã>o fi- cará um só para semente.

O caranguejo, lentão, voltou para o lago, e convo- cando todos os peixes a uma assembléa parlamentar, communicou-lhes o que lhe diss'e.ra a velha cegonha, que chorava por piensar na desgraça que os ameaçava.

Resolveram os peixes nom;ar uma commissão, com- posta de um reprcsenitanle de cada familia. pnesídída pelo lambary, para S'e entender com a cegonha le inda- gar delia as providencas que urgiam ser tomadas para conjurar a prophecia do astróíogo. A commis- sào á beira do lago, dirigiu a voz á cegonha, e esta dpsse:

— Não longe d^ste lago, h'a um outro maior e mais abundante de água, que não seccará nunca, embora não chjva durante cem annos. O peixe que quzer sal- var-S'í, suba para os meirs hombros e eu o levarei até ao outro lago.

Todos os peixes, aos encontróes, queriam s'cr os pri- mei^ros a cavalgar os hombros da velhota. Pareciam eiS'Sia gente mal educada e grosseira, que. na anciã de tomar os logares nos bondes, aco- tovelam as senhoras e as crianças e as dej-rubam ás vezes-

Um por um foram subindo para as costas da ave. Eram tantos os pei»;s que carregava, que mal po- dia andar. Mias bem ou mal, com a perna a tremer de fraqueza le ve- lhice, lá levou a cegonha a sua carga para o 'alto da montanha; e lá em cima, sem que iiingwe-m a visse, foi devorando os peixes com uma fome velha.

Depois de passar uma noite dor- mindo sobps uma pala só, como dor- mem todas as ciegonhas, voltou Ve- IhotlLa ao lago com maior presteza que antes, pois o banquete de peixes com que se re- galara, lhe dera forças novas para andar.

Os peixieis esparavam-na como os naufnagos esperam salvamento- Velhota disse-lhes que não tivessem medo

O caranKUt]0 cravou como t^nazcã, no

porque a prfnveira leva df emigrantes estava melhor acommodada no outro tago do que um rei em seu palácio.

Com este engodo subiram outros peixe» para os hom- bros die Velhola, que os devorou da mesma fôrma como devorou os pri- meiros. E assim ia vivendo até que emfim Pichinchin, o cananguejo, lhe disse um dia:

— Querida Velhota, fui eu o pri- meiro que te falou interessado pela tua dôr, e, entretanto, parece-me que vou ser o ultmo a ser salvo. Por- que não me levas hojie comtigo?

Ao ouvir rsstt, disse a ave pana as suas pi;Fnnas, para que ninguém a ou- vússe:

— Já estou cançada de comer pei- xe. Comer sempre a mesma comida aborrece. Vou então regaliajr-mie com carne de caranguejo.

Pensando assim, a cegonha poz o caranguejo ás costas e caminhou cm dinccção á montanha- Mas P'chin- chpn. lao ver um grand'; montão de esqueletos de peixes, suspeitou da Irahição, e dissimulando o seu tic- mor falou á cegonha com carinho:

— Quirida Velhota, ainda está mui- to longe o lago? Deves estar cançada com a m'nhia carga. Deixa-me diescer, que eu irei a pé-

— Idiiotal Não ha lago nem nada. com uma prt»a que Encomm;iida tua alma ao deus dos

a sua fome. cairanguejos, porque agora mesmo vou comer-tie.

Pichinchin então, sem tituboar um instante, cravou as suas mandibulas fortissi-mas no pesCoço da cegonha e a matou í-m poucos m,'nultos. Feito iiS'to. decepou-lhie a cabeça c levou-a cm trioimpho ao lago, onde os peixes, tsiranhiando a sua volta, lhe perguntaram;

— Que sucOedeu, Pichinchin? Agora não nos pode- mos salvar porque mataste Velhota.

O caranguejo então lhes contou a traição da cegonha. Isto nois ensina qwe nunca devemos sieguir o conselho

que nos dá o nosso inimigo. Laura Vaz.

CLUB FEMININO A bella inelituiçâo que acaba de ser fundada na Capital iSa

Repu-blíca. intitulada — Oub Feminino — é de idca altamente philaiilropica e civi'isadora. A sua iniciadora ç a exma. sra. d. Luiza Ruas, moça caracterisada por extrordinflría cnírgia. A sra- LuEza Ruast indubitavelmeTite se inspirou nas palavras de Buy Barbosa: "A nossa felicidade consiste no «finlimento da felicidade alheia, generosamente creada por um aclo nosSO"- O progranima que se quer levar á cxecugáoj è uma bússola para a consecução da felicida-

de d'aa nosãas irmãs cariocas. Será um centro onde aa associadas vão encontrar abrigo phy- íico e moraT. A união, esta força incompara- vel que üppeilidareí de — hercúlea,—e unipo- rcalisaiá a esperança de vermos [unccionar mais tarde. íomioaamente, esse estabcleci- nicnt»'

O livrai Dac-nos o livro de graça Hmborfl vendaes o pão!

Li, ha tempos, estes versinboa que me gra- varam na memória, pela opulencia das idéas em tào minguadas palavras. Incontestável e muiia.? vezes comprovada é a influencia deci- siva de uma leitura ou do exame de um oh- jccto artistico sobre o nosso de&lino. As- sim, será de muito acerto todas as senhoras darem o seu apoio» na medida do seu valor,

â ffympathica iniciativa da sra, Luizâ Huas. Guardo, com muito carinho, este conselho de uma pessoa a quem protundamento prc. lo: "Por menor que seja a iniciativa, devemos animal-a, porque t um esforço. Montes Claros, 17-^-^92^1. — Çmestlna Spyçr,

os ferrões, durüs pescoço da ave^

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Os dilettanti

o amador de musica é um indivíduo eminentemente caraicteristico, Tem at-titudes que não têm os artistas. Gosta, mais que os laTtisItas, de exhibir-se.

Morreu, não ha muito, nesta cidade um professor da Escola Normal, um homem de cor parda, intelligwTite e excess.lvamente delicado. Poucos homens de trato mais doce do que elle. O tal professor, porém, tinha a mania do saxofone. Durante irintra ainnos ou mais, soprou esse instrumiento, sem conseguir vencer senão duajs ou três valsas archaiicas muito mal executadas. Sem embargo, adoptou a "pose" de maestr» e aprraaia-se em perina- neoer á porta das caísas de musica. E comprava musi- cas... para presentear as suas alumnas. A' noite, sim, era uma fortura para os visinhos ouvir-lhe os guinchos fanhosos do saxofone, repetindo os mesmos motivos e as micrsimas escalais e sem nunca as acertar.

Um pianista como Padireweski ou um vioÜrnsta como Kiibelik podem ver um piano o-u violino sem lhes dar at- tenção, ou podsm conversar sobre m^l assumptos sem tocar em coisas musicaes. O amrador, não; este, ao ver um piano, não deixa nunca de abrir a tampa superior para lhe examinaj- ais fernagens e o estado dos marte- los, de fazea- uma escala para lhe observar a voz e afi- nação e de fazer alguns commenttaTios a propósito do fa- bricante- A escala geralmente lhe sae falha, mas ellc desculpa-se, sorrindo, lançando as culpas á dureza do tec liado.

Os amadores da arte do canto ê que sãio os mais pe- rigosos. Se os primeiros para se e.^hibirera, precisara dos instrumentos, estes levam o instirumento comsigo, que é a própria garganta. São, em geral, in^dividuo-s efe- minados- Vestem-s« com apuro, freqüentam a melhor sociedade onde privam intimamente cam as senhoras e culti\iam a brancura dos dentes. Essa classe de indiví- duos é indispensável numa festa de casamento ou ba- ptisado-

Os amadores do canto a.inda se subdividem em duas classes: os pretencioisa* e os modestos. Os pr.imeiros só condescendem em cantar ieanie de pessoas que lém uma educação musical, e só interpr.etam Dcbussy, Wa- gner e outros autores és grande cotação; os segundoi cantam cojn egual prazer trechos de opera, romanzas de Denia ou Tosli e mesmo modinhas de Calulo. Es- tes são mais intere&saniíes, porque têm mais voz e can- tam ludo que se lhes pede. Os outros estão sempre in- conteisíado.s e nuiicia se julgam sufíic.!entemente enten- didos.

Ha, porém, uma classe de amadores, muilto unida, e de cuja existência o publico não suspeilta: são os vio- lonista^s. Estes fazem uma sociedade aparte e tra- lani-sie com uma cordialidade extraordinária. Crearam um calão especial piara indicar coisas da sua arte e do seu gosto. Não .conhecem musica, mas, sem embargo, es- tão famillarisados com todos os tons e têm uma in- tuição admirável da scieiicia da harmonia. A Hnguin- gem desses amadores é o que ha de mais curioso. A uma reunião de três instrnmeiit'.stas onde ha um vio- lão, chamam "chairo"; executar uma musica, chamam "sapecar"; a algumas mudanças succesisivas de tona- lidades, "cahid-as"; a um erro de accond':, "quetmiar". Se o iindivídiuo foca com execução e bravura e vence ía;c.'lmente as diffículdades, ganha o nome de "fera", ■■ba'tuta", "bicho". O vocabulário é enorme. Não ha instrumentista que ame o seu iuslrumc-nto com tanto ardor, com uma lão intensa preoecupação, como o violonista. Os violon.:.stas andam símpire ás turras en- tre si, divididos em grupo e cheios de rivalidades; mas, no fundo, amam-se. .

Esta classe de amadores não imcommoda niiiguem.

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O TRIUMPHO Abra(;aram-se iongaiiieiilc, cord atmente, um abraço,

ilevéras, ao cabo de -tantos annos seva se encontraricm. — Que grande satisfacção que me dás, meu querido!

exclamou Aliexandre- E Pedro Luiz; ^ Para mim c immensa. Logo ijue soube que tinhas

chegado, dei-me pressa em vir ver-tie. — Acabo de installar-me. Não íaz um mei que che-

gií;Í. Mas siemta-te. Nas janellas do sumptuoso gabiiiele, reflectiam-se,

avermelhados, os últimos raios do sol poente. Por ellas via-sie a etdadi;, inundada de luz.

— Vives sumptuosamenle, menino. —. Ora I fez Alexandre- Oiccupo apenas cinco com-

moidos desta casa. Não fales nisso. Tu, sim, que s^emprie fos'le um nababo, um sêr fabuloso... Lembras-le a.'nda do meu quartinho no Becco das Flores? E da nossa "garçonnière" na rua Largia? Naquelk tiampo eu le- vava 0.S sapatos rotos e tu eras um grande senhor.

Pedro Luiz priotestou ; — Oral que diabo de recordaçCis são esíasl Alexandre ria-se 'alegremente: — Receias qui; me envergonhe desse tempo? Porque?

Porque me hei de envergonhar? Ninguém é obrigado a nascer de pães ricos, como tu- EnWfrgonha-sie alguém rie ter nascido pobre, oreio que é alguma coisa seme- lhante ao env"e'rgonhiar-se alguém de ter uma mãe feia. Demais — proseguíu rinulo — nem sempre fui absolutamenite desprovido de dinheiro, porqu.e por mais de uma vei me desie tu de comer e m; emprestaste algum dinheiro.

— Oh I Alexandre! Não te quis-nes calair? -\gí>ra és lu que me envcrgonhas-

Pedro Luiz estavia sinceramente confuso.

— Ora! Eras um mieninol Não me roubes o prazer de recordar aquelles tempos. Já me disseram que a minha casa e o café que ficava ao lado não existem miais. Com oerteza, foram as obras da Avenida...

—. Sim, £!lho. Os povos, como os individuos, lém seus ideaes. Nossa ci<lade reclamava uma avenida.

— Po.!s eu, a falair com franquif-za, interesso-me mais pelo meu quartinho e pelo café onde nos reuniamos á noitie, do que pela avenida, por mais sumptuosa que fos^e ellia- Qh! a^s nossas orgias de idéas e água fresca naquelle café! Como alli sofíri como alli vivi! Seis ou oito tostões fiquei devendo ao Faria. Pobre Faria 1 Era um bom typo aquelle "garçon".

— Sempre pienso nelle toda vez que recordo a nossa bohemia. ^ E onde estão os rapazes da noissa roda? —- Lá sei, ülho! Esta cidade é um sorviedouro. Des-

appareceram quasi todos. Uns morreram, com certeza, outros viverão no iii'lerÍor, sem duvida, outros muda- ram-se para Pairií, por certo. Por aqui fkartam ap^enas, daquelle grupinho, o Dias Fernandes © o Júlio Esteves. O Pedro Dias suicidou-se.

— Que me dizos, homem! e porque? — Não sie sabe. Disseram que foi por dividas-.. Vi-

via muito perseguido pelos credores. Foi uma tolice, como vês. Ninguém dísve matar-se por causa de di- nheiro ; não valie a pena- Antes matar o credor; é mais lógico. O caso é que o pobre Pe-drinho se suicidou, Não faltou quem dissessie, por troça, que elle morreu "victima do diever".

Alexandre levantara-se pana l.irar de cima de uma peanha baixa a cigarreira dT: marfim, e accendeu o ci- garro.

— Estás inslallad-o aqui d^cíinitivamente?

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— Definritivamente,.. por emquanto — respondeu Ale- xandrt, — Penso viver nesta cidade durantie algum tempo, mas não me responsabiüso pelo propósito. Gosto vmmenso de mudar de scenario. Percorri a Europa toda. Os trens de ferro e os transatlayiticos têm imans para m,!m. Sempre que á noite ouço o siivo da locomotiva e a siejcia de bordo, tenho ímpetos de levantar-me da cama e de sahir correndo para comprar o bilhete. Al- gumas vezes chegufei a fazel-o. Mas por agora qtiizera descançar um pouco, precisamente aqui, ao calor desta terra em que tanto lutei e tanto sonhei. Farei uma ex- pos-içào de quadros e pintarei alguma coisa no g'>enero nacional, bem característico. E tu? costumas sahir daqui?

-~ Uma ou ouftra viagem a Paris. — Estás castado? — Não, filho. E sei que te não casaste também. Vamos

ficar solte.'r&es- — E' verdade — riu Alexa^idre, — Ahi &stá uma coisa

que eu veria com muito gosto para alimentair a minha saudade: es noivas que tiviemos.

Desba vez foi Pedro Luiz qite riu ás escancaras. — As noivas que tivemos! E' muito poss-ivel que te-

nham sido postas abaixo, como a tua casa le o café! Imiagina, ha mais de ([uiníe annos ! A belleza não regis- te até aos trinta, principalmente entre as mulheres da nossa raça.

— De.mbro-me de algumas dellas, como se as eitívesise vendo- Creio que as pintaria sem esforço. A Daura a Malocas, a Nenê, a Isabel... Desta ultima lembravas-te bem... Caiisou-te muitos desgostos. Que é fei^to delia? Sabes?

Pedro Luiz, mudando de attitude e de tom tornou-se grave :

— Não se.; nada, não sei sie vive, se moirreu... Sei que desappareceu.

— Com que tom o dizes! Fala-s como um viuvo. — Sou-íe franco. Aquella mulher, que tanto me fez

aofírer, como te lembras, que tanto perturbou minha vida e que tão grandes provas me deu do seu amor, foi o meu uniico amor, Não sei se acabaria casando-me com ella ou dando um tiro nos miolos. Não sei também se faria coisa peor. O owe '" a^^egurf é que. à de=oeito de

todas as minhas loucuras, a Isabel foi « unlca mulher que amei deveras.

— Homem, sinto haver tocado nessia tecla... — Não importa, Tudo passou, mas é como se não

houvera passado... E depois de uma breve pausa, proiseguiu: — Bem, Alexandre, mostra-mie-ias os teus trabalhos. O

ecco do teu nome chegou até aqui, mas nós não conhe- cemos as tuas tcla's, E' nrecessario que nos mestres a tua arte, a tua grande arte, e eu quero ser o primeiro a admiral-a.

— Bastia de incenso, riu Alexandre, mais satisfeito com a cordialidade que com a Hsonja. Verás logo as minhas coisas. Trouxe tudo que fiz em Paris, mas está tudo dentro das malas ainda, E tu Iras de molrar-me os teus iContos, as tuas novellas, os teus bellos versos. Co- nheço muito pouco da tua prodiicção. Teu nome já é bastante grande...

— Ora! fez o outro, com indifferença. — Que é isso? Não te importas com a gloria? Pedro Luiz falou com scepticismo: — A gloria! Que é isso? Que significa isso? Para que

serve ella? Não, meu amigo, não me olhes assim. Não é "pose", não é vaidade. Digo-le com toda a minh'al- ma. Essa pouoa gloria que alcancei, não me consola d* nada, E não por ser pouca, porque se eu destrucitasse a gloria do próprio Shakespeare ou do propro Oervaiites, a minha impressão seria a mesma. A glori^a! o trium- pho! Tu, que sempre foste um Ingênuo, um menino, ainda enes nessas co-iías

— Pois, meu caro, faiau .\lexand^^'^^ -^ seriedade, eu juro-te que amo a minna êi"^"* e o meu triumpho aci- ma de tudo. Custou-me tanllo a alcançar isso, que eu amo com. toda a minh'alma. A gloria não será nada mas para m.!m é tudo. E' o brinco, é a guloseima com qu: se acena ás creanças para que extendam as mãos. para que logrem colhel-a, e eu sou essa creança. O que aconte«:e, meu querido Pedro Luiz, é que todos extenilem as mãos na espfirança de que se lhes entregue a gulo- seima ou o brinco, sem mais outro esíorço. Ora, issj não vale. E" preciso esforço. E' preciso merecer e con- quistar o triumpho. Para falar verdia-de, eu não extra- nho — e não te offendas — que ames pouco à tua glo-

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r.ja. Tu és um moço que nasíeu rico, que encontrou tudo feito na vida, que nãí) foi forçado a lutar para obter o pão le conquisitar o renome- Ao passo que eu tive que conquistar o terreno palimo a palmo, suanido, padecen- do, e.vtenundo-mc, ora esperançado, ora desencoraja- do... e é porisso que eu quero tantto á minha gWia- Tu trkimphaste sem luta, eii, á custa lie tudo. Crês tu que nossas mães nos amar,'-am tanto se nos dessem ao mundo sitra dor? O triumpho é como a mulher, é como

essa Isabel de quem falaste. Se não choramos, se não soffremos alguma vez por ella, como poderíemíis ama- 1-a? Para ti o triumpho foi a mulhier fácil; para mim foi o que para ti foi a Isabel. A glor.a ê a mi'nha Isabel, a que me fez soff.rer. a quem quero e que é ioda a minha vida.

Anoiiiecera, Alexandre levantou-se para aceen.der as hmpadas.

O. PINEDO

O MILHAFRE, DE CLÁUDIO DE SOUZA A nota sf nsacioiial lio Iheatro nacional no mês paasado

foi, sen íTuvlda, a reiireaentaçao- «m fracC-a, pela Compa- nhia (Io ConifdlaH do Thpatro Atheníe, lie Pari.i, illris:ld.-i pflo ífrande artista Roemberg. da peça cm três HPtos. O iiilthntre, de Cláudio de Souza, traduzida para franice? por Adrien Deliiech, sob o titulo; I.'OÍH«IU de rnplne. Co^mo multo bem (liEíseram osi chronlslas iheatr^ies, foi aquella noite memorável para o theatro nacional nao s6 peila sl- fintficaçao qu'e tinha o tncto de uma petja brasileira, em .1 actoa, conslltuln<To espetáculo completo, ser Incorporada ao repertório de um tVieatro -de Paris, como ainda pelo exito retumiianite que teve sua "primeira", e que foi re- «■Islado iior to-la a im:Prensa. e mesmo por desaffecIoB do elorlo.so esT^rlptor paulista, pois que daaaKfeptos têm toda a grente. e basta que alirum nftme se destaque par» que lo-eo Ehe s^urjajm maltiuerenças e rlvali-dades. todaa filhas da InTeja e da mal eompre^heiiílida ooncurrc-ni^la. Assim se Cllaudio de Souza le-m ardentes admiradores de seu fhea- tro que nHo perdeim opportunidade de lhe demonstrar aeu niireço, tSm. fomo têm tido todos os osorlp'tores, mesmo os prentacs, oa <iue dotaram o patrimônio humano com oliras primas, Juiii-^-iijíiso.j^^iiji i^iocuram as menores en- sanchas para IflWMtifnfnnir .1 ri-ntaçâo literária. R somen- te ,por liiaver eretre 0.1 personnag-ens JÍo OIMCIIII dr rnplue um que se chamava Pedro^a, e era senador, e um outro lypo de crápula, que se Chamava Olyntho. e por ha.ver «nonymOB desses jii*r-.í'OiiaKens no Kio, e em Sao Paulo, procurou-se espalhar que aquelles do-la nomes enwirna- vam dois typos da vida real. danilo-se o segundo, o do oraT)ula, a umn pessíia residente nesta cidade! Era o melo de fazer eseandaio com a peça e ansariar-lhe aiiti- IMilhías! Tal nilo se deu. porem, po-rque da publicação de 9eu enredo facTlmente se deprehendeiu onde queria Iir a malevolencla aliheta. E os applausos coLhldoa por Cláudio

•de Souía quando se <3eu a prl'melra repreaeintaijao de sua peça pela Companhia, do Athenée, de Paris, tiveram aqui grande eco, e innii.meros telegra-mimaa foram passa<íos de sao Paulo a Cláudio de Souza, que é. n&o nos devemos esquecer disto, 'i>a'u-li9ta <le nascimento e de coriicao. e na phrase de Coelho Netto. o "primeiro co^medioítrapho bra- sileiro!"

Transcr&vemos a sefíulr alguns topioos dos iornaes do Uio sobre a peqa:

"Xa bagagem <le Clauilio de Souisa em theatro um tri- umpho succedc a outro, iv medida que as peças se aucee- dem. Ninguém ate hoje ■conquistou no Urasiii posição mais elevada em theatro do que elle; ninguém gosa lie mais po.pulariã'a'de <Ie malsi sympathla. Claudi-o do Souza Já. «eria nome universal se nSo fosse brasileiro". A Follia ide Medeiros e Albuquerque, da Aca-demla Brasileira. "Nio vejo em nan^huin' auctOT brasileiro observações mais exo- ■clas. mais habilidade e mais brilho. "GoulaM de Andrade, da Academia Brasileira, "A noite de representação de iXMmu úe mplnp.fol a de maior bri'llio da a*-mjK>radai france- ^^-a. Claudin de Sou-za e dos'mais lbri^bantes e llluslres aucto- res da actual Reraqao literária lio Brasli". Do Jornnl do RFanll, "Hhu nincnu de rniiliie Cláudio de Souza evolllu. Jâ, níLo se preoccupa com os pequenos episódios de viila que lhe valeram o beUo nome que tem como escrlptor. A-gora íiío as sUuaç&es íortes. o theatjro de grandes Jinhas arrojadas. "O Imparcial". Cláudio de Sousa nao .precisa imals rpara vencer de filoglos de Imprensa como de degraus para subir a escada da gloria. "O Jornal,". "Os .personagens do Oismu de rapine sSo a itransiio-iiQao para ia acena de entes que vivem em todas as ca.pltaes. A ajcca.ü il-nieinsa estaibelece-se ilogo apus as primeiras acanass "3* .modo que o espectador sente-se doimlnado pelo Interesse ■e acompanha com curiosidade suas scenas vlolen■tas^ "Os- oar Guanabarlno". Cláudio de Souza tornwu-se o thca- Irologo lia moda, o preiillccto lie nossa platea: Oliionu de rniilne foi applaudldo calorosamente. O final do 2.o acto levantará quallquer platea. Diálogos excelleutes. "A Pa- 'Iria. de João do Kio". An- (ontarlo do vulgar, em OlHenii de rniilne o priimeiro illaloigo estala forte, emocional, dando a acíBo tal interesse que fica o espectador na duvida s^e o auctor conseguira manter até o fl'nal o am- .biente abordado com tanta audácia. Fecha-se o 2.o acto ccim a vlole^ncia dramática. Esta scena deu motivo a pal- .mas ruidosas, 0brigand'O os interpretes a virem á scena 4|uatro vezes. enchen-a'o-se o palco de flOres. "O Pais". Tei-e Cláudio de Souza mais uma Justa consagração ao aeu taleinto incontestável de escrlptor theatral que coto tan<to espirito, ta-nta graça, e ao mesmo tempo tanto

■sentimento sa.be traçar a comedia e o draina "Bianco FHho, Rio Jornal". E' o drama de Cl*udio de Souza vio-

lento cruel, a Bernstcin, e o auctor de FlOreii de Sffmbrn atacou o vergonhoso thema de sua nova peça de fre.nte, corajosamente, e da forma mere^clda: os aproveitadores do Jornalismo suspeito Cláudio de Souza é o escriptor ■thealrn.l ile força c raça que toiiosi ja reconhe.cera'm no fíiimíMlIographo de KP nrrniilo Indo. coimo no dramaturgo ifo tiirli.-ilhllu". A -Víiite.

AS ANDORINHAS Certo par de andorinhas fúrastciras,

Um holicjniü casal, Edificara o ninho eiiirc as í/iilleiras De uvia vclhr. e musgosa calhedral.

Esse berço fragilivio. de fa'has, Era Km pctincno lar,

Rmhulido num furo das muralhas, Ao abrigo do sol. da chuva e do ar.

Deniro a pluinosa 7imi- chocava os ovos. Com esioica abucfiaíSo,

Sonhi.ndo o pipilar dos filhos novos, No alviçarelro inslanie da eclosão-

Fora vigiava o pae como uma fera, Que guarda o seu covil.

Entoando canções á Primavera. Odes e madrigaes 00 me= de Abril.

NascerJm fmalmeiile as duas creanças, Iviplumes. virginaes:

Mivios. entevos, gratas esperanças Dos incansáveis, fervorosos pães.

Agora é moiirejar pelo si'sletito Dos filhos infantis:

Resguardal-os do faro famulenio Das serpentes e pássaros hostis.

E nessa iimuietc e ubiqua vigilância Vae guase todo um tnes,

Emguanln a dehH, fra/iil. tremula infância, í,í*iifo, consuma a adulta rohttsles.

Chega o mnmenlj) de fender os ares. De voar e partir.

Disem os pães. cantando: — "A novos lares. Filhos, andae. voae, que é tempo de ir"l

E velam nesse festival gorgeio O secreto temor.

As apprehensões. o Incito receio Desse primeiro vôo aterrador.

E os pães alçam, carpindo. o canto amargo: — "Filhos, voae. -voac"!

E como se emergisse d'um lelhdrgo O par infante despertando vae.

Sacode as asas tenras e frementes. Mede o abysm o sem fim...

E a mãe transida ás aves innoeenles Lhes dia, voando: — " Olhae. filhos, assim"!

"Assim"! o pae. cantando, <.' esposa imita R ala-se depois...

Vencem por fim a duvida inaudita Os dois medrosos; lá ,rc wi> os dois!

Adeus! aves queridas, mensageiras Do cósmico esplendor!

Ide nidificar nnulras goltciras, Cantando a vida, etcrnisòtáo o amor,

CARLOS D. FERNANDES.

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Dançar para prolongar a vida A aite da dança é a arte da belleza, do sonho e da hygiene

Entre nós a tlaiica é, porventura, o mais agradável rloí dÍvert'mentos le 'o mais cultivado. Não é um divcrlj- menfo privativo de coría classe, mas de todas as cama-

Quadro plástico, de luesesli"» íurjlhmia.

■das sociaes e egualmente prezado par ambos os sexos- Para as nossas leitoras, pois, são singularmente inte^res- íanles ias informações quç lhes vamos fornecer, sobre- tudo se advertirem que o baile tem uma noíavel influ^n- e'a sobre o orgjaíiismo humano, e gue, díntre as suas virtudes, a maior consiste em proliongar a moci- diade e a vida.

IS^H^^^^B Mi. ;'-:^;^^HH|^B ^t

Batalha de flores.

mem, ier. não sóm'ente para acostumal-o ás bellas atti- ludes senão lambem como preparação para a guerra-

Mão sabemos que connexâo posisa existiT entre a dan- ça e o manejo do fusil, ic seria demasiada pretifução exi- gir que a tropa saiba valsar; mas o que é certo é que os bailarinos celebres attingíram edades fabulosas.

Caetano Viístr,!s morreu aos cento e dois annos. Pe- ptipas, que tanilo se celebrisou nos palc^jis russos, t¥-m hoje cem annos e só ha vinte é que se netirou da sce- na ; e seu irmão, que lactualraente é mestnc de baile em Petrogrado, já paissíiu dos oitenta.

Francisco Lerantfs, que ofeteve na Itália, durante tan- to t-empo, os ma^s ardorosos successos, morreu em 19iJi. poucos dias depois ■4; completiaT em annos. Retirara- ie da scena le dos salões aos sessenta e cinco, e vivia numa aldeia perto de Rouen- Gosou sempre de uma saú- de perfeita- Nunca soube o que era uma dor de cabeça- ou dos rins, nsm o que eram ind^estões ou perturba- ções intestinaes, e conservou até aos seus últimos dias uma extraordinária agilidade-

Quando Luís XIV, appiellidado na Histoir.ia pelo co- gnome brilhante d^ "Rei Sol", fez constar em acta es- cripta em sessão inaugural, que o baile era útil ao bo-

lsara a frcnic! .\ltiludi:5 de nlovimí-nfn-

Estes exemplos bastam a demonstrar qir; o baile pro- longa a vida e evrta os achaques dia velhice.

O notável bailarino, a que. linhas acma, nos rehri- nms, Caetano Vestris. subiu á sceiia para celebrar o seu jubiléo como dançarino, 'lendo completado então cin- ■coenta annos como profissional de ba-üe. Niesse tempo tinha elle setenita e um annos- Fez as delicias do publico e obteve, cOm seus maravilhosos balados, uma ovação colossial-

Houve quem attribuisse a este artista a invenção da polka; mas, segundo alguns escriptores austríacos, foi esta a sua origiem:

Uma cozinheira oriundia do norte da Áustria, ao ter- m'nar a sua larefa, punha-se sempre a dançar para afu- gentar os seus aborrecimentos, oantando ao miesmo tempo uma ária da sua ttrra.

Surprehe'nderam-n'a os seus amos um dia, e, em vez de se enfadarem ou a considerarem como louoa, acha- ram muito graciosa aquiella dança, interessanuio-se vi-

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via.mtnlc por aijiiellcs requebrados de coirpo marcados cm dois tempos- Obrgaratn então a rapariga a dançar no salão, deanle de um musico chamado Véruda, gue tomoii apontamento do passo e da musica.

Pouco tempo depois, era a nova dança adoptada em todos os salões, quer da classe média, quer da aris- loeracia. Isto foi ciii priii- cipos de 1820. quando o romantismo começava a bal- buciar.

Em ISSÓ a nova dança do- minou nos sal&is de PTaga; onde necebeu o nome de polka. devld-o ao seu nieio passo. O nome é períeila- nvsnte jnstff içado, porque "polka", em lingua tcheque. significa "metade". Quatro annos maií tarde, em 1S39. a polka fez sua entra'da Iriumphal em Vienna. onrle fez furor. Nunicroso-s com- positores dedicaram-se a es- coe ve'r muska a propósito da nova dança, e todo mun- do, sem distincção de clas- ses nem de edades, apren- deu a dançar ia polka.

Em 1840, um balairino úe

Praga, o famosc Raah, dan- çou-a pela prinwira vez em Paris, no Theatro ido Ode.->n. Como é de ver, o exilo foi enorme- O publico gostou. A polka entrou a fazer parte da moda e mais tarde dos costumes francezes- Da scena passou para os salões, e {i'ahi irradiou por Ioda a Europa.

O meio, pois, de asse- gurar a longevidade é bastaníie simples, e o (jue mais é, agnadav?l, estando ao alcance de quem quer que seja.

RecoinmendaiTios ás nois sas gen t i s lieilor a s que, todos os dias, dedi- quem pelo menos meie hora a este salutar* de- licioso exercicto; le a- quellas que não tiverem creados, podem aprovei- tar as danças não só co- mo hygiene senão como utilidade domestica, isto

i, amarrar um panno de baeta nos pés... Quando t-er- minar a dança o soalho estará limpo, esfregiado e bri-

lhante... •)*

No Brasil, felizmente, a dança é bastante cultivada. Em S. Paulo, por exemplo, são incontáveis as socie- dades onde se faz o culto a Terpsichore. Não indaga- mos de síabtT a qualidade das danças que se culíivam, se é o tango, o maxixe, o.fox-trotl, o rag-time ou qual-

A dança dcatite do repiixo.

quer outra de movimentos ainda mais lascivos- O nos- so fim é falar sobre a dança como hygiene, e não como escola de immoraJidade e sensualidade. Seja qual for a dança, ella obedecw a um rythmo, e por mais gros-

seira que seja, ha sempre nella um senso de belleza- O seu rythmo é sempre em-, balador, o seu exercicio é sempre aproveitaivel, porque serve para enrijar os mús- culos, para ampliar o tórax e para habirtar o corpo a uma lattútude elegante.

Qui;m não tem o habito da dança, nunca podejá ser perfeitamente elegante. Só eoni 3 dança é que o indiví- duo consegue disciplinar o seu passo e tornal-o gra- cioso. Os qua não tem ne- nhumia noção delia, têm o passo pesado, fora do ryth- mo-

Dissemos que no Brasil a dança é cultivada. Esquece- mo-nos, porém, de direr que só o é nas capitães- As mo- ços do in'ierÍor^ e principal- mente SLS do interior de S- Paulo, escfavisadas por uns tantos preconceitos e pelo rigor'dâ moral familiar, não dançam nunca ou só o fa- zem de longe em longe. E' essa uma éws razões por

que as linhas do SíU corpo se desmancham facilmente passada a primeira mocidade e por que a velhice as co- lhe muito cedo.

Nas capitães, entretan- to, a mocidade tem uma e-xtensão muito mais no- tável.

Reflictam bem as lei- toras nestas considera- ções e tratem de, no in- teresse de se cons'eirva- rem moças e bellas, ale- gres e siadias, de culti- var com constância a dança.

T-.UÍZ XTV, .-LppflIiJado o Rei Sol. í fundador da Acadrmía dç datica-

Café] Brandão

"?ÍMDES"

o mais antigo, acreditado e conbecldo cate ds Capital. A' pedido das Exas. PBTTIIIIBE dos nossos freguezes, |& comefou a vender cm pacotei^ de "1 kUo e 112 ktlo" o mesmo saboroso cafí servido em nosso conhecldlsslmo estabeleclmento-

RUA IS DE NOVEMBRO — SÃO PAULO

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POEMAS EM PROSA DIALOaO COM A ALMA E COM A PAZ DAS SOMBRAS

Vicior Hugo cantou assim o repouso e a p'cdadc das noiles serenas do estiot

Paiv ô fombrel dormcE.' dorni/rsj dormesí ãormesí Ettts, fftOMfes ionfus i^tili-meut itansfot^nés! Dormes, ítí champs! dunurs, les fle%iTsi dotmez, les tcvibcsf T^ila, nmrs, SíTHJS Jes niaiSQns, pii-ms dcs talacombt^s! Peu-llcs DK fond des boií, pSnmes au fond dej nids, Porrnrsf dortHex briiij d'herbe, ei dormes, infMiH

Na paz daa £onibriis dormcin o£ campos, dormím as florc!. c AS tumbas; dorint a folha no bosque c a pUima no ninho.--

Na paz das sombras» checa até a nós, dos céos consfcUados, um sussurro de iníinito —

O dia chogou ao seu termo. T&da luz se exlmfiu u no lonainquo occidenlc- Cessou a fadiga e a dnr arnlmou-st:.

Dormem, na pai das sombraa, as florca t as tumbas. Dormern, na paz dai almas, as dolorosas saudadas e oS anhclos impossíveis.

Esla grande cakna, na no^ic amorosa, serve-noa de perdãu c clemenda.. -

• * •

Alma tní953. que foste mcn-na, düsperla e torna a sorrir. Os céos te falam, com »u âussurro de infinito, numa Linguasem

dr canção ingênua: a que emJ>aJou. num doce arrolo, o t«U pri- meiro Aonho.

Recorda^te, alma? Ainda não vae lon^c o tempo dos teus fundos ausplros e das tuas ancias offegantes,

Que fe cega que linhas na vida! Era o futuro uma mulher, a mais bella e a mais boa; uma

victoria, a mais brilhanlF, conqu slada, entre riscos, no duro pre- V.Q.,- Havíamos de ser amados, havíamos de ser viclociosos. ha- vjamo de ser bons-

Kecordas^te, minh'alma f Porque se fci pedaços O prisma da illusão ? Porque te dcixasJe vencer pelos má os impulws, consentindo

que degenerasse em fraquei^a toda a tua for^a ? Quanta transformação se operou então ! Aquella 1ransi>arencia de fonle oue te mnundava, perdeu-*e

toda. c a claridade QUC te envolvia fez-se soonbra. As tuas convicções, que eram f^mes e constituíam as tuas

próprias bases, perderam-sei e com ellaa vacillou a tua vontade e abandonou-lc a fí-

A vida poz, em cada uma das tuas jornada^, um desengano e uoia torUra. Tal amigo vcndeu-ie; de taí amanM recebeste uma affronia,.. Dcsnüudida do amor e da amizade, recabiste neasí desolação em que hoje te arra^tas-

Mafl não soffras, alma. Esla noilc c propcia ao esquecimento < r.-i perdão. Esquece P perdoa I ''

Sobre este tablado* que c a vida. somos forçados V Ser his- trlões. A farça começa com a nossa razão e com dia ti rmíJiJ^.

Só dizemos a verdade quando somos loucos ou creançai; quando '.ntramos na edadc da razão, só abrimos os lábios para esconder a verdade.

Mentimos aos outros, mas principalmente mentimos a nús mesmos.

Para nos pouparmos uma parte mínima de dor, aido]»temoS a foiíiiula: Deixar fazer, deixar d zer, deiaxr passar.

Que im^porta que a farandda ria? que importa que a larandola chore ? Que imporia que o seu gesto seja de tragédia ou ui tdrça ? Que Imporia, se é fineímenlo ?

Abandona a luta mutEl das tristezas que te perseguem... c como â creança que vae chorar deantc do lance trágico do tablado, ic diremos: "NSo chores, que não í de verdadel" E ^ssim. segue a tua existência, permanecendo ce^a ante a belleza e mula ante a paixilo. Não floffrj^s com os alheios sofírimentos^ não go^es com as alheias alegrias. Não te deixes inquietar com as inquietações dos amantes.

Vive sAi insulada em ti mesma, fechaida em ti como entie duas valvas. Mostra-te sempre hostrl. Negando acolhida ao semlmi^nto, não receiarás que venha bater  porta do coração a dor I

Mas vão foi o concelho. Tu soLuças, e c inexorável D teu destino. Seguirás, por dias ou por annos. como pluma ao vento, ao capricho do vento, ou como casca de noi sobre as vagas, aa capricho das va^as.

Mas, ao menos, descança na norte profunda c serena, nuncia do esquecimento e do perdão-

Nao temos que do céo ccnstcüado caJiiajn aobrc oa rabs vmga- dores. porque o céo é senipre impa^âLvcl. A noite ê scmpie ma- lernal como já não o sabem ser as próprias mães. A noite é sempre clemente, porque nos embala com o seu sussurro de infinito e com os seus sonhos, os mesmos sonhos que a vida fez impos- síveis.

Dormei, foifj qiií saignesí dormet, vous qvi píetírexí Dovltuts, doulcurj, douleun, fermet vos yeux iacrêsf

Dormem* na paz das sombras, at flores e as tumbas. Dormi taanbem, ò dores eternas I Dormi !

ANTÔNIO LINAKES

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Um punhado de cousas Uiiií. lei original. — As leitoras provavelmente sabem,

e se o não sabem ficam sabendo, que na vasta republica norte-americana é autônomo o estado que pôde iegislar sobre assumpios qos não aberrem do código conslitueio-

Automovel-Alwr, vista Interior.

nal do !)alí. Em uso desta autonomia, o PariamenLo do Estailo de Xova York votou uma lei, que já está em vi- gor, segundo a qual não poderá ser aulorisado nenhum casamento stni que os eunirafentís affirmem. sob jura- mento, que não padecem nenliuma enfermidade contagio- sa nem inconfessável. Para falar verdade, nfio pódc h.i- vcr lei mais inócua nem mais ingênua, porque raros serão os que, resolvidos a casar-se, terão a honesta abnegação de confessar as suas taras e doenças. Essa lei deve ser constantemente burlada. Os americanos, a despeito do espirito pratico qnc alardeiam, são, ás ve^es, de uma in- :!ocencia encantadora...

O dí^ul do eco. — Os amantes do verso conhecem, por- ventura, aquelle famoso soneto de um dos clássicos, que diz:

"Porqup esse céo azul, que todoa vemos,

■OW N'ao Ê céo nem aíul".

De facto, o que cha- mamos vulgarmente céo. nada tem de commum com a mansão dos bem- aventurados, onde resi- dem os justos c os santos, e não é senão a almos]ihi;ra terrestre, cuja relativa transparên- cia nos dei.xa ver, nas noites serenas, as estrel- las do espaço infinito. As experiências chimi- cas demonstraram que o o X i g e n e o liquido em grandes massas toma uma cor anulada, do mes- mo effeito que a do chamado céo ou azul ce- leste. Ficamos, portanto, a saber que o céo não é céo, mas simples at- mosyhera terrestre, e o azul não é azul, mas s-imples composição chi- mica de effeito para a nossa visão.

O poeta hespanhol, porém, faz, no soneto, justiça ao céo. E accrescenta que, embora não seja verdadeira tan- ta belleza, nem porisso o céo é menos grande e menos bello.

Valor clinteHlicio do ovo. — A clara do ovo é quasi pura albumina, e, portanto, pôde ser considerada como o protolypo dos alimentos nifrogenados, que tão necessários são para a economia humana, que delles precisa para re- cuperar o desgaste dos tecidos. Emquanto á gemma, con- tem e'la hatanie phophoro e um principio activo de na- tureza ainda não bem definida, mas que inflne poderosa- mente na substancia mcdullar, fortalecendo os nervos e o cérebro.

Engenhoso afaun-vclns. — Nós já não estamos no tem- po das veias, e sim das lâmpadas electricas. Mas nem todas as cidades do nosso paiz possuem luz electrica, Ainda ha muitas casas onde se usam velas de eebo ou de esparmacete- A vela é uma illumlnação cara; é preciso portanto economisal-a, é preciso não dormir com ella ac- cesa, para evitar o gasto inútil e para evitar aceidentes de incêndio, o que seria peor. Para obstar a esse risco, jio- nha-se sobre a vela um apagador automático, que consta de um arame, segundo está indicado na gravura, ü ex- tremo superior termina em um gancho. 3, do qual pende a tampa, 4, que está presa, por um fio. a certa altura da vela, na distancia que se queira. Ao consumir-se a porção da vela, que se marcou, a oliamma queima a linha, tazen-

Üm ens^nliQso apaga-vetas

Vista exterior do auloniovel-alljir offerecldo & rainha da Bélgica.

do cahir a tampa sobre a vela e apagando-a. Qualquer pessoa hábil e inlel igente, que atfeiitar sobre a figura, poderá facilmente executar esse engenhoso apaga-velas cuja utilidade é maniíesta.

Comer bem. — As leitoras, quando se semtarem á mesa, devem fazel-o dcspreoccupadas de todos os aborrecimen- tos do dia, porque a alegria estimula a circulação do .sangue e todas as collulas dos órgãos digestivos traba- lharão mais livremente.

A' hora de comer, varra-se do espirito toda idéa má ou perversa, toda tristeza, tudo que recorde resentimento ou raiva, Não se deve ter pressa. Coma-se de vagar, tri- lurando-sc bastante o alimento, porque a boeca já é um peíjueno estômago.

A não ser que a pessoa tenha um compromisso de acom- panhar o sen próprio enterro, que necessidade tem de co- mer depressa?

A rcliijiüo em viagem. — Na .'\meric3 do Norte ha va- gons-templos onde os viajantes, crentes, se reúnem para a oração. Ahi está o pastor a commentar os evangelhos, e ahi entoam hymnos ao som do harmonium. A religião não é, como se vê, incompatl^^el com a viagem. Nesta pa- gina verão as leitoras um auto-altar, que é um prodígio de riquieza, o qual foi offerecido á rainha da Bélgica.

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€iiríD^^ ©mijyâíe í^mímSna Prêmios a todas

ILLMO. SNH. DIRKCTOR DA SECCAO DE PROPAGANDA HA SOCIEDADE DE PRODITCTOS CHIMICOS "1. OrErnÒZ"

Venho rcspsilOJam^nli' por meio 'Jeata offprecef as minhas insi- «hinlFicantes üpiniõtí tc!alivai a -voasa tão afamada e acreditíiflB ÁGUA DA BELI.EZA

Minha cut's oHlrii.i tão eslragaiJa prla exisiciic-a de pannoí e csp-nbnj qut enfe-avíni muilo. lornou-?r hoje linda a poiilo de ser por niniEo? inveiada. T5IU d^jro ca^i franqueia, fni devido ao uao d<i voiso 180 maravilhoso produelo. •

Querendo lomar parle no Concurso da "RíviiU Femin-nB". rei* pondo com t'nceridade aos nutsUoa que fiiesteis na referida Re- vista.

1.» — Lendo ceilo ilia a revista "Para Todos", deparei coro n an núncio da ACUA DA BELI.E2A que bastante me atlrah'U, levan- ilo-me a usal-a. O nienci n-lo annuncio não apresentava estampa ai- )fumii. TTaz'a semente |-.]:..vTas catmelheiras ãquellcs que por infeli- cidade ponsuem a pclle deformada, O seu lamanlio, um tanto peque- no, med'a 9x7 centímetros pouco mais -ou menos.

Z." ^ ApproTO lodsi as manetris pelas quaes faicis a propaganda da ÁGUA D.A BELI.EZA. poréni, consultando a minha op-n'ao, aclip que o meto meíhor, mais seRUro t mais próprio para esse íim í fai:i-a por intermédio de folhetos, os qaaes devem ser dw- iribuidns pelas portas.

J« — O sistema acima dto. achn ser a mais efficai porque é t. unico meio que est& ao alcance de todos.

Quanto ao XAHOFE DAS CREANÇAR. pomo vos posío appro v.ir, por í,i Irr s-do u^ado por pessoas dn f^Tn'!'it c um mar.ivilíiuMi remed-o para bronchílfs, coqueluches e outras doenç.ivcomipuns naíi creaníaí. Acho que para o XAROPE DAS CREAKÇAS tamhem deve" ser emi^regado o me^mo me'o de propaffSTida da ÁGUA DA BET.LF7A, - DARCV KODRIGUEZ D'AHREU. — S. Paulo.

ILLMO. SNH. UIREfTOK DA SECÇ.ÍO DE l'RO''AGA.NDA DA SOCIEDADE DE PRODirCTOS CHIMÍCOS "1. Ql^ElROZ"

Treiado- Senhor;

Mesquinha de memória. im)iaisínl se torna'arranjar palavras que leslentunhem o bem que causou-me a vossa tSo afaniada t- .idmiravel -ÁGUA DA DELLEZA".

F,' sem duvida maravilhosa: A minha cut-ü hattanlc e.^tragada que era. devido á> niuilas eapi

nhas e cravos, loríiou-ít- eni breve macia e clara, coni o U4u apenas do primeiro frasco.

XHo desejo cum esta coutar-vos somente o resultado obtido com FN ■rtnprego do tão maravilhoso proilucto, mas sim responder lambem (H quesitos do Concurso da "Revista Feminina".

Sfto simples as respostas, porém podeis crel-as sineeras.. 1." — Diversos sAo os iinni:nc'Ds que jà tenho viíio a reípi^jto da

voísi "ÁGUA DA BELLEZA' e o primeiro bastou para levar-me » usal-a do que nada me arrependo.

Esse ]>rimeÍTu annuncio bem simples porém alírabcnte, v-o pot ;>caso n'um dos almanachs do ** Tico-Tico". O seu tamanho mais ou menos de 11 ccnlimelros por 9 ccntimetros, apresentava unia jovem lendo noi braços uma l.jida mcn^na. ambas r sonhas provandip :is- fitn ai delicias causadas peb "AGU.\ DA BELLEZ.\",

Ao redor d'esse annuncio vinham escriplD» vários conselhos aos quaes dei credite, obtendo grandes cf£e los-

3." — Infelizmente não estou ao alcance de responder-voi com exactidão, qual o methodo mai« apropriado, mais serio e <<eguro para a propaganda da maravilhosa "ÁGUA DA BELLEZA".

^'^0 deixando porém sem resposta a \'üssn pergunta, no meu ver acho que as propagandas feitas por tne^o de almannchs gratuitos se- rio 09 melhores e mais seguros.

J-** — Acho eff cac o listejna de propaganda pelos ahnanacks EratailM, pois é n uuico que eitail ao alcance de todos, ricos e po bres. ^"ãõ me csquecendv de falar lobre o XAROPE DAS CREANÇAS, tão proveitoso nas lusses, bronehites e outras moléstias infauL'3, jul- go que deve ser empregado o mesmo modo -ie propaganda, isto é- pelos almanachs graluitoa.

A^im feito, e£o poderá haver queixa de parle das mães quc ti verem seas filhas atacado? das moléstias .icima r outras muito eo- Tjhecidas,

Receiando nio ter sido mais agradável nesta missiva, espero ser perdoada no que creio ser attendida. —- Da Crda e Amifls lU or- den-,. — LArv CARDOZO — S. Pauh-

ILLMO. SNR. DIRECTOR DA SECÇAO DE !>ROE'AGANDA DA SOCIEDADE DE PRODUCTOS CHIMICOS 'L. QUEIROZ"

. Tamhem venho concorrer aos prêmios da eur'osa enquète da nos- sa utit "Revista Feminina".

1, — O annuucio que maior impifessEo me causou. íoi^ o XARO- PE DAS CRE.ANÇAS. Como habituei-me a ler tudo o que encon- tro a'nda que por alto, deparei com o i-eferido annuncio em uni 'mbrulho de jornal, fojtendo logo o propósito de empregal-o no meu filhinbo. que soffr-a eiiiao de bronchíie, com eicellentes resultados.

2,- ■- O meio mais ='finio de divulgar o XAROPE DAS CREAN- ÇAS, seria deslribuT alguns frascos a med-eos de varias localidade^ para serem por eMes- empregados nds creançaa pobres.

3- —- Porque, uma vez que os med'cos se convençam de que è real- mente um medicamento maravilhoso. nSo defxaiio de indical-o.

Seria Mroa b6a propaganda destribuT a AflÜA DA BELLEZA entre as quarentonaí que querem passar por 30. po's o resultado é surprehen dente, como tive ensejo de verif-car com uma pessoa n quem indiquei es!;e insuperável prepar.Tdo. NSo s& lhe desapparcce- r[:m as manch:ls que se via a par das ruH?*. ritmo esta? fle d'ssimu' hrara por completo.

Para que me» nome nSn figure no resultado da "enquèle" tomo o pseudopymo de Diann r- ""'"^rd" um ort-To-" b-.-lln e ut'l-'-- De ^' Exoia. — DIANA.

II.I.MO, SR, DIRECTOR DA SECCAO DE PROPAGANDA IV\ SOCIEDADE DE PRODUCTOS CHIMICOS "l.. QUEIROZ".

.\migo c Senhor:

Sendo leitora da conceítoadá "Revisla FíminiB»". qut si pubj-ca nesta Capital, c interessatido-me mu'to com o concurso que nella abriu fl "Anua da B*llera", resolvi tomar parte no mcs mo, railo pela qual tomo a liberdade de lhe enviar hoje m «?■- lioitas necessárias ao referido concurso.

Em primeiro lujrar. dVei que, desde que conheci a "Água d.- Belleza", cons-derei-a um dos melhores preparados para se obler uma cutis realmente bella. Di^aeiava possuir .-1 facilidade dv eilc rior^iar o que penso, para em phrases mais claras e correíl.i5, res- ponder aos respect-vns quesitos. Porém, como n3*possuo o cabedal prcr-so pira tal conlfnto-me em respnndel-os de accordo com .1 minha fraca intelliaencia.

Na opinião de muitos, as boae cousas não nec--ssitam de recooi- mendacRo, ellas próprias se recom mondam. No entretanto, nin gur^m 'gnora que o annuncio é a alma do negocio; é elle quu r leva a eTcperimeníar c jiilcar n L-ousa annnnc-ada. d^ndo^nos logar para a considerarmos opL-mn- soffrivel ou má. A ".\GUA DA BEL- LEZ.^", é indiscutivelmente o melhor preparado para tornar prllc alva e macia, nSo e:tÍgindo longo tratamento,

I*3??nnda pelo. Parque da Vamem do Carmo vi coVhicadv uif íiinnncio da "ÁGUA DA BK1.LF.;!A'. em klras garrafara, de ta- manho mais ou menos snfficiente. com os seguintes d'iercs magiii- f-'-^ s nttrahentes: "ÁGUA DA BELT-EZA-—AFORMOSEIA A PELLE. T T

l^endü lambem A "Rev-?tn Feminina", vi em uma de suas pagi- na-, um .lununcio da "AGDA DA BELLEZA". Oecupava este. ■ centro da pag-na e era representado por uma bonita gravura, a di unia s-duclora mulher, tendo em uma das mSos um frasco d "ÁGUA DA BELLEZA". Deanic de tio linda cutis, nSo inai' expiei em convenccr-mc de que este preparaiç era e i realmente Eiaravilhoso.

Quanto ao segtLodo quesito, acho que o systhema mais -tpropr'ado c mais seguro, no meu modo de ver. para se tornar gcralinente co- nhecido o marav-lboso preparado de "L. Queirot", é faier às ve- zes Concursos nas Revistas de maior circulação no Brasil.

.'VssTn sendo, todos hSo de se iniercMar pela •AGU.\ D.\ BEL 1..EZA'' e por certo tiSo deixarão de usal-a eneonlranilo cnlfio a prova mais evidente de que a mesma é um preparado do infallivel 110 tratamento da pelle.

O mesmo se dará com o "XAROPE DAS CREANÇAS", que jâ se tornou afamado, tendo dado opLimos resultados na cura da roqueluche e losae da^ crcanc.is-

Acho que esse modo i o mais efficaz, pois toda moca gosta im inensameiiLe de ler rev-stas, c, era se (ralando de um annuncio d" iormusura. qual seríi a moca que ouse despre;al-o?

Quero que v. s. saiba que nSo sou egoista; tenho obtido com o uio da "ÁGUA DA BELLEZA", oplimos resultados, tratei logo de aconselhar a Iodas as miuhas amiguinhas o uso desta. o. felía- mente ellaa obtiveram, como eu. admiráveis resultados.

Sur- DirccloT, não quero abusar da sua bondade, tomando o seu precioso tempo com a leitura desta, o por isso subscrevo.fne^ Crda

e Amiga ii ordene — GUIOIÍAR ROMERO, — S. Pnuh.

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REVISTA FEMININA

JARDIM FECHADO (N«la Bccfao pnbllirnreinou pFgnFona roíninnnlrncnrii de nnsann lel-

taroii bem como prodnvcOcs literária» que na» cxcednm d« 00 llnhsa cm proso * 14 cm Tcrnn.

E' tmsao Intultn desenvolver nniilni o itDiito Iltrrnrlo entT« Ba Irllorai • raMIltar-lhcM uma FOrrcapondenelo nlll c lii<crí«iinn»c. An nrodnFtllea llternrlitfe df^viTlfo acr n^Hls^uadftR. cein o f|u« &ao BcrDo pnbllcadaa).

Amlguinha D«oUiida Vlzca

OB versoB de Bilac "WnfrWo" sfto lindos, mas aào multo longos. Essa Idéa de Ir .publicando aos poucos. «06 pedacoa, com um "contlnCla" como se faz noe to- IhetlDB dos romances, não nos parece pratico, nem esta seccSo comporta esse gênero de transcripcões.

No mais. sempre ae ord^n?.

Aa ■orlB>>

AjnltfUliÜLB' t^ura SnntoH

Eu 3A 11 uma poesia com egual titulo, de Catulo da Paliao Cearense, que está musicada para plano. No Rio eases vereos «ão multo cantados ao violão.

Nenê Borba, S. Paulo

âimiga Roslalia M.

Ha em S. Paulo o sr. Vieira, gue foi catheidrfltNío de nma academia em Lisboa que se dedica & cura dessa enormalldaido. e que, parece, é a pe^oa mais autorlsada que ba em S. Paulo sobre esse assumpto- Veia os annuncios ilelle no "Diário Popular", na sec- i;fio competente.

,Mmi» SlniAes, Santos

o ttULITAHIO

"D6dlcad<i A BBudosa amlgulnhn l»i de C. Miranda"

"DOURADO"

E- nolit, O brilho do c*u t VWo e tremulo, o (remar ilu matta. ^of undo.

Soslnho coim a sua dor. eUe. procuia o írmo. para fle^ferlr üO Bo.m de uma flauta, a expressão do BBU pro- fundo aoffrer. A flauta: esse insiLrumiitito mavloso. é. talvez t> seu unico amor, CO'mo elle dedilha espes suaves lEieladoil Sob a iiressflo do» seus deilos. o Instrumento desfere cascatas de sons. ttels trsductores dos seus ínti- mos sentimentos o das suas cruciantes dDres... Profundo t o Bbysmo da 9iia desventura, .\rrasta-o para a solidão, n suggcMrio do seu próprio soffrer. Logo que entrou a palmilhar o caminho da existência, encontrou-o Juncado de abrolho.:, ahl esparsos, por qu(-m devia ser o seu gula n& vid».

Multo Jovem ainda, nessa quadra rlsonha da Juventude, ja perceheu, a cu3ta ile amargursB. que o existir ft softrer. o pentiSir é descrer, n esperança, vi nlu.s&o a cruel men- tira.

No abysmo da sua uilma, sd ha para majidar aois lábios ibm sorriso de esc^arneo. em resposta às palavras manti- das dO'E' que tentani consolà1-o. U'míL voz de maldição para Julgar os fa!s«s alfectos. que hypocrllamente lhe querem patentear. Falsos sffeotosl Mas todo.s serão falsos? N3.0 exl&tlrA um coração que soffra horrivelmente por vfil-o BOffrerT Talvez exlíta; porí-m elle nSo crÊ... Nn sombria noMe que envolve sua alma, cUe somente des<;*rtlna U!n oceano de Lagrimas, esaa alma fos>' solitária pe:a terra num viver Incompleto, e volvera ao pd sem conhecer o mels terno dos aftectos humanos — o amor. .. Para elle ha unicamente uma vida real — a Intima, unicamente uma convivência onde não encontra perfídia, — a solldSo.

O brilho do c£u i vivido e tremulo; a gemer da maVta profundo. Soslnho com a sua dOr, elle continua no rrmo, a exprimir p&Ios so^ns da flauta: o — Tdeal deafelto — da nua alma amargurada.

.Aml^nlnha Zeaé (Bahia)

E' extranh>,ve! que a amlgulnha, aue deve ter um gosto tBo fino, nao appreclasse o conto de Nicetora Poras: "A renda maravllho-sa.". Pois esse conto 6 uma obra-prima de literatura mystlca. Trata-se de uma lenda medieval Interessantíssima, Diz a amlgulnha que nSo tirou ne- nhum proveito. O proveito estft na emoçSo e nlo nos venha dizer que naquolls conto nSo ha emocao.

AUmmaB collecnlnluB.

O 3IAII

Indefinido mal, soflrer parece O mar, quando agitado ruge lantol O seu ruglr é como a voz da prece. r>tt prece anguslo transformada em T)ranioi

Talvez onvoUa em seu nevoento manto Traga uma dOr cruel que nio foneico... Julgo escutar um dolorido canto. Desse bramir das ondas que recresce!

H essa dOr que parece haver nas vagas,

Que se quebram na rocha, em cataracta. Na Bolldfio-e.lerna dessas plagas,

E' iBual, talvez, a dôr fata! «ue Irmana Os que. lutando pela icrra ingrata. Tombam veneidoK nesta luta Insanal...

.M ussurú Dcrtholdo Soarca

Preatdenlft AJvaa. •SIABA-

o UNOÜENTO DE DOAM. t m a r a V llhoso liara cur-or to- das as enfer- midades cutâ- neas, taea co- mo B cac m n, lljTikp, Snrnii, Dortbroa, es- [^amas da pelle, hemorrhbltles.

assim como qualquer outra 'tfeccSa dessa l'.^ tureza. A Ir- r'tai;ao ou !n- flammaçSo qua cansam estas

tiifermldades. altvlam-se logo, mediante o uso deste magnífico unguento. E' um antiseptico excellente: púile appiicar-se sem temor: nao secca nem se desprende com facilidade. Tem curado radlcalmen- tP casos de eczema. depois de muitos annos de eoji- trahlda. Como artigo de toucador, é de inestimável valor, pelo que muitas famílias usam-no para o tratamento de urupcOes nas creanças mais peque- nas, e para feridas, espinhas, etc.

SI o senhor toftre de qualquer destas enfermi- dades, dlrlj3-se Immedlatamente a uma pharmacia e adquira uma caiira do Unnncnto de Donn. Todo viajante, proprietários de prédios, agricultores, etc devem tel-o na sua casa, pois 6 um artigo que se necessita em todo o momento.

A' venda em todas ns pharmaclaa. Solicite nosso folheto sobre as enfermidades da pelle, que nds Ih'o enviaremos absolutamente grátis.

FOSTBR-»cCl.ELLAN CD.

CAIXA POSTAL 1082

RIO DB JANEIRO

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REVISTA FEMININA

NK ■«!& estávamos reunidas multai peBio^s. Nu. dl tumar. estavam auasl todoa OB hamenis. qus se D&O [izerum aüomipanhar iior suas esliosas <ju noivas.

Papas esLava de annlversarlo. Ha multo, ãSlava. RHUI f eu & uma janella, falando... íutllldades.

Eterna conversa dos namorados! Porem e-m certo momento, lornei a um assuinpco Inter-

rom.i>ido. Eu. falava tm urol da mullter brasUelra, o direito aue tintie ao volo, j:^lle, contra.

Eu, calma, risonlia âufenâla, catno ea foasa utn asaum- pto dibcutldo por nilm. olanam^^ue.

Ulle. HiLerado, nervoso pela minha calma. Disae"lh«: — blnlao acUa uua a-multiír uma vex ciun âiretto ao

valo. estando ao nivul do homem, perderá sc-us encantou, suas ca!iaui's; é este o seu juízo?

— ki. — respondeu seccamente. — K porque! — pcrguntcl-üie. — Parque í Porque suas Idéia, seus pensamentos jíi

eStILo aíastadoB do lar. ao mariuo, dos flltios. Sú pensam na política, discursos e ainda nas antlEaa procupacues: balKs. cnas. es^iâcttculos, etc. Emquaiito que s^us pen- sameiitos deviam estar com seu mundo, tUuito rlsonho). íi 80 nflle e aue deviam pensar.

— KEOistaa e medrosos. A mulher nSo pude ter horas para tuuor Tirara uleumas lioras que deilkava Si toUetie. bg phiiuras e outros eiitciies supérfluos e dedicara sua. Inteílluencla, sua si^aciüade, sua vontade ao trabalbc- BO ^ssim venceremos.

— iLlntão esta quul uma revollosa da Rússia? — biu'! Pelo contrario. Uou contra esse feminismo que

traz somente a discórdia. O Intuito da muLiicr bra,illelra, Ê iecaUr ao liomem na posl^ÍLO sociul, cumpartlluar com elle o traüuino. isto e, lornar-lut a cruz menos -mesada, e sobrrtuõo. não ser mais a sua escravj..

— Mas se quer assim traüaltiar .onde v&o parar as SraQas gue atrahem o homemY

— Ali! pensa que a multier não terã. Intellisencla sul- ticlente para permanecer no nível da graça, da candura • uo íClo? KntíUJia-sá. Uiuer ver qual o vaior dí mullierí EUa ficara com os dotes que a na.turC2a ]li'os deu, e dos quaes, Si-mpre lei uso, e aprendi^ra a servir-so doa outros, que iiuiica conlieceu e souDe usar.

— Pois, và lai S8 Cor concedido... — Se fur nã.0, será. — Pois. se será concenildo o direito ao voto <^ quUur

iKualar-sc ao nomem, que nüo cousiguirã., onde estã.o as escriptoras e i^uetlzas: Se as ttm, nunca, consegUirA-o Eutrar na Academia JJrjsileira.

— Üuer uma escrlptora mais lllustro do que a D. Julia Lopes de Almeida'/ li a poeilia Gilka Ma-ciiado! E at& hojí nH-o lemos poesias de Prancisca Julia'í De mais a luala, }í foi um assumpto discutido por duas vezes.

— Mas sem resultado. — Sim. sem resultodo comipleto, mas favorável íi mu-

lher. Espere, que será discutido pela 3' vez e vera. Todas, is cousas boas sao três. De motlo, esta-iios próximas, n3.o? PorQUe havemos núa da ficar atraz das mulheres ÍCB outros paizis, principalmente da America do Norte?

— .Mas também a coiistrucgao physlca d'ell3S 6 mais furte, p6dem dar-se facilmente mais ao trabalho, do que as nossas brasileiras, preocupadas s6mente comslgo mesmas.

— Mas nfis não queremos sõ o trabalHo material, mas, Drinclpaimeitte o Intellectual. Quantas mulheres Já. for- madas pelo Direito e Medicinal Quanto ao primeiro, é ^'imente a falta de aulas de sym^astl-Ca, Infelizmente, ai';ul no Brasil, existem — quasi — nenhuma. Mas apezar d'isso. nús. mulheres. níLo deixaremos de lutar atè ven- cermos. Náo acredita na nossa vlctorlaT

Niaso fomos convidados para tormarmos uma taqa de cliampssnE.

Kstava discutido O assumpCo.. B. Maria, Z2-6-1921.

ugia MASQUE:S

Para a, collecciüo de Kalr Veiga • Jeannette Santos. <qul vae este soneto primoroso, da Olavo Bllac:

E3HFIM

Emfim... Nas verdes pêndulas ramada* Cantae. pássaros! vlnd« ouvll-o, rosas! Abri-vos, lyrtos! rcscendei, medrosas Violetas e dhallas redobradas!

Prestae-me ouvido! Saibam-no as fíbelrosas Balsas e as leiras (lúridas plantadas; Aves e flores, flores e alvoradas. Alvoradas e estrellas luminoaas.

IhMlutu M.

Na cura da gagueira ha um medico sm 3aDtoB, ú Dr. Rebello Júnior, que é bom m&dlco e trata eâpe- clalmente de gagos, como poda varlíic^r-sa aa "Tri- buna", d« mesma cidadã. Tranqull]jie-aa pois.

PACLINA

Quarta-ifelra. Bra o dia de recepcüu d'uma aimlKuIn'ja minha, Alayde. Porern. o dia era tio BOmbrio. mesmo garoava, que fiquei indecíswt em Ir. O relógio dava duas horas. NSD pude mais. Pui. Ao ciiegjr. muiias pe^sous . amigas ií I& estavam. Bu, tul para um gruplnho, todo de mentirosas Intimas. Era um grupo de sete. (Apesar de Bete ser conta de mentiroio). Todas éramos amlssissimas. NOs, Se Íamos a recepçSo d'uma das sete, niLo nos rMlra- vamos, sem que unia.iuase porigíwla a contar uma ana- docta. Tirávamos po-r sorte. N'esaa (arde caiu em Pau- lina. Paullna, era uma d'eSíias desembaraçadas, que nfto BC tazem rogar. Sempra raulio risonna e espirltuosa. sabia divertir nos admlravelmente. Tirou o eapelhinho, poz pó, pasãou nos lábios... uin poucocbi'to de rouge- Depois de a olharmos, anclosas, Jb, ella começou;

"JÍL que a sorte destlnou-me, vou contar uma anadocta. com o meu nome. K que colncldenca. o dia Idêntico ao da anedocta! Portanto, culdadol Ouvl-a contar em aUe- mâo, por uma artista. Das poesias e anadoctas, o que mais cravou-me no espirito tol & ãe:

PAU UNA

D. LiUisa, patroa, estava prompta para sair. Ao despe- dir-se de Martha. creada, disse-lhe: Cuidado, n3o abras a porta a quem quer que seja.'

D, Lulza, Ia 6, uma recepção d'unta amiga; mas^ mal caminhara duas quadres, quando a chuva surprehendeu-a. Ella. que nito muii)ra-se d'um guarda-chuva, volta.

Antes de Martha, outra creada de nome PauMna, «Bti- vera em casa de D. l.uiza. Uma desastrada a mala nâo querer. Se alguma cousa está fo-ra do logar, dlala-se: "isso foi Pau Una.".

Se no lidar da casa, quebrasse algum ohjecto, a meama causa. E, assim, a Infeliz Paullna, carregava tod«4 as culpas. D. l.ulxa chegara. Bateu. Nada. Bate pela se- gunda vez. Ouve. correria. E ahclosa, chama por MarthH. N'lsso abrem a porta. E que viu D. LulzaT No cautlnho do corredor, uro vulto alto, preto, procurando »ulktraj»lr-ae ao olhar ameaçador do D. Lulza,

Martha. palUda. nüo arredava o pé, Como O. Lulza olhasse para ella c o vulto. pro'Curou uma desculpa. E achou-a. Seus olhos tomaram uma expreES3,o alegre e apontando para o vulto, disse: "Aquall,-.. foi Paullna quem deixou:

LjKts Marqae*

Para a amiguinha Nalr Veiga ollfareso este BOn»lo d* um voeda maranhense Maranhão Sobrinho.

"SORROR THElItiEZA"

... E um dia as monjas foram dar co'm el'ta morta, da cAr de um sonho de noiva-lo, no süencto chrlstSo da estreita cella, labloa nos lábios de um Crucificado...

aômente a luz de uma piedosa vôla ungia, como um óleo derramado. o aposento trlsllBSimo daquella que morrera num sonho sem peccado,

To^o o mosteiro encheu-se de tristeza, e ninguém soube de que dor escrava morrera a dlvlnal Sorror Thereaa!...

Nilo creio que do amor a morte venha Si sei que a vida de Sorror boiava dentro dos olhos do Senhor da Penhal

Que tal? Não merece a. honra de figurar numa COIíBGÍLD escolhida como a sua?

CBCT

Salbam-no agora! os cêos. a esphera toda Salbam-no agora! Kmfim; sua mão de leve Borboletas, que pressa! andaes-me em roda!

Auras, silencio! Emflm. sua m&osinha, Sua mio de jaane, sua rofio de neve. Sua alva mfio pude apertar na minha!

RsoadOS affectUOBOB d* Kadoxla PRADO

A's aniigulnhAs do "Jardim íechado"

Rogo o .obséquio de me Informarem o segulnt*: onde poderei encontrar musicas para pequena or- chestra, com acompanhamento de vloJao.

MulU grata. J. B. Appareclda, MIBM

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RBVI9TA FEMININA

D. Dtnutnb l*liilo — (Aiasuary) — Kecel)i.-mo5 siifl tfcmJlIsslnia csna onde hs tópicos que nao podemos deixar de tiranscreve-r, ijara Que íiquem como um marco de amizade, pírpetuaõo cm noasiis paginHs. Sempre aml-

D. AdalKlxB !4ouia — (Trus La^oesl — Sabiamos que H sua amlzaile e dedicação seriam I&cundas o reverlerlam «m favor do nosso conuiiujn Ideal. A recompensa desse? esforços serü H vlctoria do nosso scso. TJm attectuoso e leal aperto de m&o.

I>. Mnrla Ic^bel CroK — Avarél — Dpntre lautas ami- g'as cuja amisiudc nost honra, a si^uhora & daquellas om nua mais uonFlamos. £, de [uolo. o reiíultado dos seua e&forços em fa^'or Jo« uossos communs ideaes t dos malfl úteis e íspernncosoB. Estamos sempre 11? suas ordens. Seyua cana pelo co-rreio cora raapoHaa niaís liormaoorl- sadas. Seremos sempre amigas.

D. Allnda Raehs Perelrn — (Corllllin) — Sun carta enoheu-nos de alegria peto multo t\ixe cila rontem de JdÊas e conselhos pra'tlcos, Teríamos* muito prazer em iranscrevel-a toda, mas i><>rm:[;n-nos que lhe Inanspreva- iUD£ pelo menos uma parta. Multo BrBlas.

D. Amelln MattOR — (Cngapava) — lísperumos multo da sua acQSo e sabemos que as suas eeiitls e eeiiurosas promessas serSo reallsadnç. Ccntamol-n entre as 'Uossaa mais úteis e melUnres am[gulnhas.

D. SeIjnNlInnn Mornlo l.clti? — (Eítacao Coronel L.cite) —■ Apertemo-nos as mãos. nlo apenas como boas amisas <jue sempre tomos, mas como combatentes do mesmo Ideat. Te-m&l-a ao nosso la^do, c Isio nos encoraja.

D. Maria M. Lima — (Cravlivhos) — Jâ, nos dirlstlmos a essa dlstlncla amiga d. Honorlna Silva Mattos. Quanto à .senhora, sabemos que esta sempre ao nosso lado.

O. LTKID Bonllhu de Q-uclroii — (Granja Paulista) — As suas palavrus, que roaumbram tanta sinceridade, nos bastaram. Mais competentes que a amJKulhha nao encon- traremos por certo; encontraremos alguma menos oecupa- da, 'Isso Hlm. Subt-moa — a é ilsso que nos alesra — «ue méis 'tarde, iquando puder taier ateo por nOs, será a pri- meira'a reclamar o car^o Que lhe Incumbimos, Esperamos POl». ■ 14)

D. Jurema de .VJiuelda Poivn — CCçnanSa) — SeRue resposta por carta. Tudo o que a amlgulnha fizer serfi bem teilo. Qualquer eeslo em favor da nossa causa é sempre fecundo. Anileas de seimpre.

D. Harlella Scune I^Tteka — (Theophllu Otton.1) — Foram dadas os providencias logro que a sua carta (fliefrou. Conslderamol-a romo uma dJis mossas mala dedicadas companihelTas.

D. Preulndn Hurqncs — (Calxlas, Maranhio) — Seguiu carta e Jfl foram tomadas as providencias. Sempre ás ordens. I j|

D. LnclUa C. Llnia — (Ponnapolis) — TSo gentil se tem mostrado para coronoaco, <juo nem sabemos como agradecer-lhe.

D. Reslun Gnncnlv» — (S. Francisco. S. Catharluft) — Multo gratas pelo multo que tem feito. As suas carta» eSo sempre recebidas nesta o«sa com multa alaRria.

D. Tbcr«n Gamei Pcrrcln — (9, Jos« da CDrO«, Orut dej — Contávamos muito com o teu esforço, mas elle foi jLlém do que esperávamos. Em caxla uma de n6» tem a. senhora uma amiga dedicada.

D. Rocalla da Sllvn Hft — (Sta, Oruz do Rio Pardo) — Tomos muHHH esperan^aB nas prtfmessas de que a sua ^:eji[!ll£slma cartlníia e!<ta cheia. Aturdamos as promessas com anciedade. Antecedemos os nosso<9 sinceros agrade- cimentos.

D. AnKDBta Pinheiro — (Bolucalfl) — Sua cartlnha n(.i <'ncheu úG esperanças e de satisfac^-O. Con'rtamoí ,na sua -icç5o. Sabemos que se 'dedlcajft^á nossa causa.

D. Irln Bennlcclll — (Ponta Grossa, ParanS) — Sua ■irtlnha — tia qual publl^oremof, na »ecç6o competente, ilíiu.ns tOplcos. veim cheia de applauffoi & noaaa acçfto t de aympHthla por iodas nfia: cases a.pplauso3 e sympalhias ySo o nosso BUmcnto. e cpnfesí^mos que nE?. podemos passar sem isso. Prezamos altamente a sua amizade.

D. Iracema Snndelrn — (Juii de FOra) — Confiamoi nos 30US esforços e íen'timo-ní>s honradas com a coadju- vaçSo que nos orferece. Antecedemos os nos-os agra-de- cimentos.

Sr, Mnuocl Jocomc de Lima — CEáo Grande do Xorte) — O sr.. 'pela sun Intelll^enoln. pela sua poslsfio, pelo alto prestigio de que «osa em seu mel/> social e, o que ma'Í3 é, pela sympathla à. nossa causa, será um elemento poderoso para noa ;iuxlllnr na luta e promover a \ictoria,

D. Salvinna CorrOa — (Alfenas) — Sua carta é muito gentil. Xflo lhe fizemos nenhum favor; mas se algum llit- riiemos, elle vale manos que aquelles que a senhora, com lao generosa bondade, nos promette ÍJizer.

n. MarLn José BrnndKo — (Vilia de Botelhos) — Ap- ulaudimoa enthusiasllcamente os esforços fecundos qui^ a boa Jimleuinlia vem fazendo era prol da nossa Justa causíi. consi-íeramol-a uma irml de Ideal.

D. Ctimerla Procoplo — {CBimpiiia Qraoide, Parahyba do Norte) — Multo gratas. Sabemos que íaril multo em nosso favor, porque sahemos que gosa de grande? sym- nathias.

II, Marln E. Mendonça de Oonvía — (Cabo Frio) — .■-■liblrimos que nSo noa tínhamos enganado e que e-ncaii- irnrlamos na lioa amiga Uma companheira dedicada . lorajosa.

Hr. G. Gnlenibech Filho — (ttyraiplna) — N4o sablamOí da morte da-nossa querl-da amiga, a sua boa e vlrtuoaa i-.»poaa, Pesa-no? immenso essa perda. Seja-nos permittido asBlgnalar nesta* linhas os noasoi' t-inceros e commovldo.- pezamcs,

D. Mnrla Joiié Malhndo Penna — (TremombC) — O flU' nos prome-tte í quanto nos basta. S;iboroos que a amigi' sympathlsa com a nossa causa, ,■ sabemos- que farft por cilit, na medida das suas forcas, tuln que puder. Mult' pratas.

D, I.ulin nnn» — (Rio de Janeiro — A rerlsta abi e.=it& um suas matiB. porventura, as ntfssas idéas em matéria de feminismo e dos modernas cOirrentes femininas. aerSo at- mesmai?. Temol-a, poij, ao nosso lado. O papel de que " boa nmiguinha gentilmente se Infumbln í preparar o le-rreno pa.ra a noss;i vletorln, A arma de comihate é estü revista. Apertos de niSo HÍfectuDEos. _

D, Inaurn Rollra TiMHçft — (Palmeiras) —T^ft sabíamos, por Informações de amigos communa q'ue a sonhara Jí iem feito multo im favor da nt-üa re-vlpta e sempre ae rofere a e.lla com íyrapatbla e enthuslasimo. Continue nessa campanha e nSo esmoreça nunca, advertindo que todo esforço que fizer ne»sé sentido reverterá em favor do nosso sexo. Em nome da nobre causa, agradecidas.

D, Xulelka Hartln» de Carvalho — (Jahú)—Contamo!-ii tnlre as no^-sas mais dedicadas e preciosas companheiras Parto do nosso esforço, que ê Immenso, c-sta alllvlado pelo auxilio que a senhora traz, pelo auxilio que nos promeitte e pelo conforto moral que nos valem on seus applausop Cerremos fileiras pa,ra a luta.

D. Ollvn Xnilnlano — (Plnda) — Sua carta foi lida e commentada por todas nis com immensa alegria. Que 'boa amlgulnha que í! Accellamos com praser todas as sua."; promessas. Alguns trechos da sua osrta serSo publicados na socçSo competente.

D. Xueniln SimAcs — (Brotas) — Laiítlmamos nSo podei contar com a boa e intelllge-nte amlgulnha. Porque nSo nos manda os nomes de algumas des9a.= scnharltas a que se refere, para nos dirigirmos a ellns? Sabemos que ha multas senhoras que se Interssam immensamente por nôs. Isto É, pelas nossas Idèas. mas mantSm-se arrcdlas. re- celosa» de nos otferecer o aeu concurso. Multo gratas pe- las expressOes detlcadisslraas.

D. Jourpbina Sallennre Choves — (D. Pedrlto. Itlo Crande do Su'l) — Scntimon-nos honradas com a sua adheüfio, que nos é altamente preciosa,

D. Adllln Gnnin Terra — (S. Sebastião) — Muito gratas pelas suas expressões. Contaraol-a entre aa nossas pre- ciosas amigulnhas.

D. Paullnn Llnn de Lliuu — (EstaçAo VHla Costlna) — .Muito agradecidas. Apartamo-nOs as mõos como boas ;nnigulnha3.

D. ChrJBlInna -Nearüo — (rirajü, S, Paulo) — Accelta- inos a sus Indlcaçüo e aomos-ihe grata por Isso.

D. PreNcIlinna .*lve» Ribeiro — (Cuyabá) — Basta-nos u que a senhora noí promette fazer. Agredecldas,

Mme. Mona Mcllu ^ (Nuporanga) — Boa amiga ooroo í, contamos que faca alguma coisa am prol dos nossos ideaaa communs.

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REVISTA FEMININA

'^'0^t\}r^

II VOTO l''EMI?ÍE,1ÍO

E)l4t'iii«lii> do projrcttt dti ar. Jnito <^b«rinant -^ Parecer do ivr^ Ijopch

{Continiia(do)

Paiz que possut- umu Ui magna co- mo B Que nos rese, o mais perfeito evaingl:>lho ãoa direitos e g-a-ranttas indlvfduaes, o mais completo código ãs de:iiD-cracla c dos mais salutares princípios de liberdade e harmonia de paderes. dando a m^xim;t expftnsil)!- lldaJe ãa InstItuicQes locaes — Es- tado e município, ond; o estrangeiro se suba duplamente garantl.lo, pela sancijfio do seu artigo TE e peln pro- leccao luteisr d» sua nacionaHdaíle. laTtienlavel é que nSo se tivesse an- tecipado, como crm outros casos» ao povo americano lio norte na outorg^a do voto & mullier.

Querem um exemplo recente? Ell-oi com a proclamae&o do nosso

Hystema constitucional, em 18S1, Eur- KlD. logro, o suffrnglo directo imra a iflelcBo do Senado da Republica', ao passn cjiie noa Estados Unidos B6- :iiente líB annos depois da Eua Cons- titulçHo essa msrtida democratiza tol adoptads. contonne a amenda 17, fle 31 da Maio de 1913.

NSo tem, pois, a Commlsaao razftn fundamental para se oppOr ao pro- jeoto.

Na republicana AltrmnnhB o votn feminino, delineado por uma lei do C.elchsiag, de 1918. fo] consigrado. ex- l>regg.'\mente, no arl. 22 da Constitui- rão, de 31 de Julho, nestas palavras;

"Os Deputados a9o eleitos por suf- fraglo universal. Igual, directo e Bt- erelo de todos, homi-iis e mulheres maiores de 20 annos. soh a bnse da representação proporcional. O dia da clelcSo deve ser um domingo Q^ fe- riado",

B mais adiante, art. 41: "O Presl-dente da Renubllca ê eWlto

por todo o povo allemSo". Bastaria para Justificar a acceita-

çfio do projeíto a resolução tomada por esses dous grandeE palzes, um do velho e outro do novo mundo, ambos na vanguarda da cultura Ju- rídica 6 da sciencia do Governo ^ ndmlnlBtrac&o. laboriosos. progres- sistas e da invejável desenvolvimento agrícola. Industrial e mercantil.

Se é verdade que uma lei da Dieta da Polunln. de 2S de Xoverabro de 191S, Qutorsou o voto 6s mulher:a de 21 annos de Idade, ti&o 6 menos certo que, para ter a mais elevada signi- ficação política, como cláusula derl- %~anta da nobornnln de poderea, se- m^elhanfe rc-forma no regimem fun- damental do pais, teve que ser confir- mada c incluída na coristitulgâo po- laca, art. 12, que acaba de ser pro- mulgada, em IT de Murgo ultimo au do corrente anno. 1921.

Ero Hulliindii, o voto íamlnlno 'foi, também, outorgado por um preceito eonstitucloiiBl, resultante da revisão da Constituição de- 30 de .Vjvemhro do 18S7 e qUe teve logar em 1919.

A DlDiiniareR, segundo ,H reforma constitucional de o de .Tultio d; 1915. titulo ^■° i 23. outargou o suffragio directo Sg mulheres dj 25 annos ao PoIferfln.E;. câmara alta do parlamen- to RlEndnfc, e de 35 annos ao Lnoaa- ilBfc, câmara baixa,

Xa Sueein. a concess&O' do voto fe- minino foi obJectD de emenda consti- tucional em 1919 e, actualmente, se acha encorporada & reforma da Cons- tltulcfl-o, votada em 17 e snncclonada em 29 de Janelrn deste anno.

Em XoruvKBi foi iiunbcm, por etiello de emenda constitucional giie se rea- lizou assa conaulstn. ratificada ou devidamente Incluída na reforma da sua magna lei promulgada ha' poucos meaes,

A AuNlrlA t Hun^crln. cOiiformtr o l'onf^euiofi&1 Beeord dos ^Estados Unidos, vol. 58, n. 9, de 28 de Maio. es^túnderam o dirciio do voto Í3 multierís em suas nnvas i^arlas tunda- meniaes da 1918, calcadas em moldes democráticos e republicanos,

A Tcheco-Slovnqnln, tts úu mtsma concessão matéria constitucional, co mo do texto da sua Constltulsâo de 23 de Fevereiro de 1920, embora jfi uma lei de 1918 tivesse provldínclado aobre o assumplo.

Ultimamente, a BeiRien, adoplou o voto feminino por meio de um addi- tlvo ou artigo addlclonal à sua ma- gna Lei.

Na America latina, segundo reíe- i^encla de um Jornal brasil.^lro, o PDIZ, de 30 de Mar;o ultimo. sOmcn- te' uma republica, Coatn Híen, ^omo dissemos, outorgou o suffragio uni- versal âs mulheres por meio de emen- das & sua Constituição,

Sfio estas as uagSes <|ue. até - a p.resento t^tn liberalizado revlsfles constitucionais.

A frente dos que não possuem Cons- tituição escrlpta ostS a InKlntcrrn com algumas de EU.IH colônias e cir- cumscripcSea automnomas outorgan- do o voto feminino mediante leis or- dinárias.

AsMm, a ínglaterra. propriamente dita, a Ilha ünd? ?e limita e clnfina .ilblon, a t^euHHln, i> pnlv A^ Gnllei, a Irlanda e o CrtnndA, deliberaram so- bre semelhante medida em 1318. ten- do, mullo nnles, em 1881, s; mani- festado, a Ilha de Man. que nesse sen- tido, logrou o privilegio da priori- dade.

A Nov3-Zelaiidla eslabeleceu-o em 1893. a Auntrella em 1902 a Fllandla votou-a em iDOE,

A lalnndin. dependência dinam.ir- queia, adoptou a provisão em 19lâ e a Baiiln. dou Savleta OU de Lenine, fni 1917,

Ha quem aftirme que a Serviu. Iln- llR (■ l.uKemlinTKO, por leis de 1910.

outorgaram. Igualmente, o v-io fi-- mlnlno.

Ví-se, pois, que a idfifl. de multo caminhar e ser debatida Já reallsou notáveis e relevantes conquistas.

E' porque nflo se Incorporar o Brasil, sempro liberal. podProsamente democrata, a essa brilhante legião de n:ic;onalldades e colônias, fortes pe- lo altruísmo, de elevado valor mor&I K grandeza de pen&amento, quanl to- il.^j matei lalinfji te rica a?

Indiscutível o Inadiave^l é a conaa- Btacão ou reconhecimento desse di- reito ã mulher brasileira, tio meiga a carinhosa i^o lar. quanto IntaiilgeTttf' e de-cldlda na di^fesa e sustentação dos mais importantes princípios de onUm social, da liberdade e dea ga- rantias Individuaes. -Trabalhando, dr.^envolvendo Sua

activldade feio prngr.-sso e Integri- dade do palz. amando, (m geral, Deus, Patris e FamlUs a mulher brasileira, que se tem em^ícnhaiio em dlverws campanhas llbernes. como, especial- mente, na nbollcão da escravatura. nSo d'eve continuar privada do eser- cEcio do voto noa destinos superiores rii\ Nação, ' V

Agora. D que nfto se ufid^ faaer, lie modo absoluto, 6 appllear-lhe to- das as dlsposlcAes da ;el ii, 3.208, de ST de Deiembro de 1906. porque ell:i nflo podara fazer parta das mesas elettoraea como JUIB. (unocão que, ain- da, nSo começnu a exercr. Parece lambem, qua se lhe não deve facul- lar a presidência da Rtipuhllca e dos Estados da Federagao, Estas rea- trlccões, porém, só podem ficar a cargo ao outra Commisaào — a de Lfjíisl.ição e Justlga,

Quanto A nossa ml^sno. por não [a7.er a Constituição dlstlnccfto de sexo para o exercido de mandatos nnlltlcos. d veniO" dl^er que o pro- jecto não é iDconalItnclonal a qu,e, portanto merece na ordem dos nos- sos trabalhos.

nio, 11 de Maio dn 1921. — Bani Soarei), com restrl-cOes — Lopea Oon- çalvcB. Relatar. — Antônio IHonln. — Bernnrdtna Mnntrlro, com restrlccSes.

.^ iniillioi' o o voto

Subordinado a ^ate titulo, fol publi- cado "a "Boa N'oitP", do Rio, este pal- pitante artigo da Sra, Bertha Luiz:

"Agltando-Se -presentemente no Se- nado da Republica a questão do voto das mulheres cuja coUaboracão dlre- cta nas questões polltlco-sociaes (■ garantida pelo minucioso Tratado da Pa; de Vcrsailles, é natural, que tal probiem"! seja abordado sob vários aspectos, pelos diversos publicistas, pela Imprensa, emflm.

C uma questão de feminismo di Importância capital pois attlnge '' problema em um dos elementos qUf mais presligio p6de dar aos Individuais do sexo cuja energia a tenacldadf- fo- ram admirados e proclajnados d« uni

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REVISTA FEMININA

itiodo aaleniti» • IndlKutlTel ao eerreT doi quatro Intermináveis annos de guerra.

Os srsumentos aiircsenla<lDa contra a. collaboraç&o da mulher de um modo aclivo e lnte']i8o H&O sempre os m^a- 1111». Base-)am-se quasi todal elles no tradlclonallamo. no apPEO ao passado. em determinada crença rsIlRlosa ou escola piillosoiptilca. e sobretudo na comT)rehenBao unilateral e Incompleta lia queslS.0.

O illustrajio dr. Rubens de Barcel- loB, Inlflando a sua collaboracão riu "Boa Noite" nSo íai eicepclo. Vem £l)es todoa baralhados compr&hend&n- do modalldadca varias e sobretudo a(- fecCando comprehena&o pseu<lo-sclen- titlca. exceaslvamentc prejudicial H boa Bolucfio do problema, que no caso, talvez Interesse mais aos homens do que precisamente as mulheres, pois a. coltaboragâo d:staa em paizes Come os Estados Unidos, toda a Europa com eiceptao doa padzes latinos, é Julgada das preciosas e efflclenCes.

Talvez o lllustre dr. Rubens de Bar- oellos, Tlo-írandenie dlstlncto. soffra um pouco da Influencia do positivis- mo, nfio na parte que tanto tem con- tribuído para o aperCelcoamento dn humanidade, mas naquella precisa- mente que ac reg^e com o "podemos ficar com a llcfio de Comte..,", cuíaa IdSas, pelo excrsso de Idealismo e sen- tlm*ntall3mo prfi-mulher. no estado actual da sacledade, acabarão fatal- mente por prejudlcal-a,

Allude. o artigo que motiva estas linhas argumentos biológicos, econô- micos e naclonaes.

Comecemos com os bloloelcos. pola dli D dr. Barcplloa "Comiprovada a In- ferioridade (differenía devia dizer) do mulher...'

Ora em Biologia nunca se apresen- ta uma hypothese referindo aa suas conclusões como "comprovadas". Co- meija-ae apresentando oa factos. as observacAes c aa experiências vindo a conclusSo POr fim, muitas veies até apenaí esboçada. Nao e i-ste o proces- so do dr. Barcelloa. Alem de nada pro- var, nao r(.tvrindo exactamente em que eonalsle a Inferioridade da mu- lher. fase.ndo citações vagaa sem pra- clzar a que se referem e nlo decla- rando quaea oS proCeaaoB emuregados para evidenciar tal Inferioridade.

Deixando de lado a Injustiça fla- grante e pouco generosa e precizo ac- centuar que o autor perde da vista um ponto cajpltal.

Em Biologia ha dois grandes me- thodoa — a observação e a experi- menlacfto.

A observação qua fez o dr. Barcel- loa refere-se aoa tempos passados concluindo que aobresahlram menos aa mulheres que oa homens. B' pre- ciso convir porém que na historia que «iprendemos nas escolas, a acçSo dos homens é sempre realçada emquanlo que ecçõea t ictos de mulheres mul- tas vezes Bio silenciados.

Tendo o dr. Barcellos empregado um processo unilateral é falso nos seus fundamentos nada permllte con- cluir que a. mulher é Inferior ao ho- mem.

Permitia o llluatre dr. Barcellos uma outra objeeçao. Para que uma observação com fina biológicos com- parativos tenha valor aclenilílco é es- sencial que seja feita em rigorosa egualdade de C0ndlç6:a. Ora as condi- ções loclaes doa aexos nunca foram

PORTUGAL Sablo econômica e aeradavei para a pelle UNxos REPRESE>;TANTES PARA O

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d» ecuaMat*, ficando «tS a nossa 6|ioca a mulher em condicüo de Infe- rioridade, nBo poasuln_do oa mesmos meios de instrucçao. d"? preparo e de acs&o. Nestas c:.nd.cÕea a observação perde o as-pecto Bclentidoo. Em segui- da a observação deve ser completa pela experltncla. Em sociologia esta é ditflcillma. apresentando-se mui ra- ramente a oi>ponunldade de fazel-a em esiala. sufticlcnteniente vaata. A guerra européa velo fornecer a ocea- slao de faser uma experiência sobre a capacidade da mulher o jsto nem sequer em condições de eguaJdade, mas até cm condições mola dlfficels, laes como a falta de tlroclnlo. estado anormal com as excItaçOes da guer- ra, situação anguatlrsa, etc etc. Qual fo^l o risultado? Favorável.

A mulher reaisllu a prova, mos- trou-ae capaz. A experiência forneceu o primeiro resultado e o mundo civi- lizado o a^ce^t-^u. ÍTrre^endo a mu- lher novas opporiunldades.

AoB que ainda nSo acceitaram a Idfa da emancipação da mulher seria facii a comprehensflo do aasumpto. caso nSo ss afastassem deliherflda- mente da grande idéa illumlnadora da sclencla moderna, estabeliclda por tamarck c Dar Win. a noçBo da evo- luçBo. A Xatureüa evolue dizem-nos eotea mestres, cujos d-lsclnulos nflo alo menos numeroaoa que os de Com- te, e cuja palavra nfto e menos auto- riísi^n. O hDmem evoliir- evo'r,^ a so- ciedade e também a mulher. Esta evo- lução penetrou allfta a própria socio- logia.

Nao obstante o que diz o dr. "Barcel- los. as noqSea socliloglcTS do hoje nBo sBo aa de hontem. Em todos o jJBizea a legislação e as theortss ee modificam e o próprio Tratado da Paz Institue a egunldade doa sexos nas questões de direito internacional que lhe comipete e que foram accel- taa pelos nal^íes qus fazem parte da Liga dss Nações.

A cvofuQSo no.i permltte pasaar n outro aspecto do problema, o pcono- mico. InduWtavelmPnle, apewir i3e nfio ser o' único. 6. como dlí o próprio dr. Barcellos um dna factorea que concorrem para o fcmlnlsTio, a ques- tflo do trabalho, fazendo em parte com que aeja necessário dar o direito de voto fi mulher.

Julga porém o dr. BarceüoB que entre hõs o problemíi econômico nflo existe. OsaM oue Rsaira fosse, que to- das as mulheres qu» anui trsbjtlham o rizes?em nor des^J^s de Inslruir-se. de contribuir ao patrimônio da huma- nidade e por nBo t^re^m ofciinacões caselrns mala ahaorventes. Mas infe- lizmente nflo é assim. Existem sO no Pio e em S. Paulo (trande numero de fabricas em nuo Ir.ihalbam mulheres, e em muitas das nuapa conforme ve- rlfpou ainda ha dias o Tlnnartamonto Nacional de Saúde Publica, faltam todas aa preoccupações dp hygiene e garantU'' a maternidade. Qualquer das associações femininas do Rio que se occunam cnm a collo'cacHo e o am- paro das mocas empregadas no com- mercio poderá dlz-r em quantas mi- lhares orçam. Conte o dr. Barcellos ainda as nrofesaoras espalhadas pelo Braiil affira, estude ag condições de trabalho feminino agrícola e outro em nlgups dos Estados da UnlBo e ver.* si pelo trabalho a mulher hrisleira nao teve ainda a opporlunldade do ehegar a comorEh-nfflo nUMn dns gBrnntlas de que rareie e si nlo ne- cessita lamhem de ver defendidos os seu» It-torosves na ^«'EIIC^O,

Quanto ao ponto de vista intelle- clual Julea talvea o lllu?tre cd-õc-Pdo rlo-grandense as suas patrícias Inte- riores as mulheres das outras na- çCes?... Injustiça e grande.

Acha o dr. Barcellos que no Brasü e cedo ainda que ames de instituir o vrio feminino, é \ Vi ciso reformar a legislação civil commerelal e tudo mais. Parece-nos que neste ponto penetra na exposlçfio do llluatre pu- blicista aquelU "paix&o das IdÊas.

tendência « gcneralItacSo brilhante. Bs synthes?s Idéaea, as expressões puras do doutrinas" de que accusa o> üi.-Líi.;i3 uras.It..roa.

NBo aera elle um daquelles rsfor- madoFfs enthusiasiaa que achara que antes de com.çar a endireitar um de- talhe é preclzo tudo apagar, que co- sobretudo fis questões de ordem so- cial, melhoramento da* condições de meçam derrubando o edifício' todo, ãeI.'<ando a huroiinidade expo»ta ia Intimperies.

E' preciso Ir aos poucoa. A mulher brasileira é tüo apta como as outras. Com o tempo adquirira o Clrocinio e a experiência, que aliSs sO pod&m pro- vir de exercido daa funcgões. Rever- tendo 6. Biologia, diz-nos Um doa erandca mestres: "A fu-nccBo crea c orgBo". A Zoologia toda e a Botânica comprovam eale tacto. A evoluçBo rá- pida da mulher nas condições moder- nas também servIrS de demonstração

Pondera o lir. Barcellos ainda que nflo teve o Brasil a orientação dos psiz^s europeus o none-amerlcanos. cuja altitude considera aberrante. aijpellando lamb&m para a vaidade declarando que estabelecendo o voto feminino, simplesmente o faríamos por Imitação. E sê o fizéssemos df tacto — nâo imitando os que estabe- leceram o Euffragio feminino, forço- samente Imllaríanioa aqueiles que c deixaram de fazer. Entre duas alter- nativas ambas acceitas por nações diversas é bem difficU ser original Quanto a. considerar a emancipação da mulher como uma anomalia, o mes- mo ja foi dito do suffraglo universal em oppoaiçBo ao regimcn absoluto, da abolição da escravatura e de ou- tras idéas hoje geralmente acceitas. O suffraglo das mulheres eStB estabe- lecido em quasl todos os patzes da Europa, na America do Norte • em todos os palzes do mundo; mesmo na índia e na China existe ura partido feminista. Já reuniram-se oito Con- gressos feministas reallsados com to- da a seriedade sem. alardta nem ma-

Do especialtata frarcez dr, EO. PICARD, de Pepsina, Pancreatina e Dia&tasa

Representa a ultima palavra da iherapcu- lica moderna no quç dii rfspeiio a um to- i.ico digestivo aaiirail inte, tormuli de fer- mcntos di^eitivos emp:'egada com iLirpre- Lendejites resultados em tadoa os paires eu- ropeu» doraiile os uliimos o.tema inoai.

SEMPRE EFFICAZ Nii dilleienles lórmji de dyspepsla tier-

vD:,d, aLviti..ii tíií .Uijit,kt4 e nus gJistniei antigas ou recentes. Produi bem mar gsi- Iro-inteslinsI rapijjmciie nai indlcestúes, BCldei em baratas gástricos e elimina to- dos OI S'm]iiu.iias ííí dei cieuiia dl^e^l;l■a, t3ts coma: máü bDlila, nerVDSlJitde, dares u'D eslomago, língua sola. náusea, ardor na eareanta e bncca, E"*IO desnurodavci na bocca. magreze, liritaçües da pcllc, prisiD de ventre, enjôos e resltbmento das mSüs e D£S. A' venda na drogiria». Único depo- li[ar;a no Br^isil;

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REVISTA FEMININA

BlfestacOíi vIolentSB. O rslutorio fls»- Be> Conereasoí evidencia que a» mu- lheres que s; occupam ac-rlaments com a oufElSo as Interessam por a»- pecl.ia dtptios do problema e tiue em todos o» Pfll^ies que }6 concederam o volD, âs miiTherPS. eslRo aeLndo com critério e com sobriedade dertlcando-so trabalho das operárias, proteiccfio S Infância, etc.

O teminismo hoje em dia esta bem organltado * * multo diverso do que ae pensa. Nilo é, tem neste ponto In- teiramente raíSo o dr. Eareelloa. o íemlnlamo violento fle Hme. Panlturst ou um tantn tumultuoso e Indlsclpll- nad0'.4a professora DaJlro, que sito um lanlo ar^borr"*, '>n«sulndo sobretudo Inter-sües blítorlcos.

As feministas moSernas comprelieti- d?m 9S oousas de outro modo. esfor- cam-ae para se tornarem aptas a as- sumir re^snons^bllldades e a collnbo- rar nas questOes de ordem publica. Infere asa ndf*-se pe-lo voto como melo de acçílc Ti^m preoccuimcO-s eleva- das e nflo Interesí^-B nesfoaes dese- jando apenas contribuir com seus ele- mentos para o proeres?» do pali. Kste f=mlnlHmn que nada tem de extrava- gante e de mascuhnlTBdri conta nu- merisas adeptas no Rraill.

SSo "Blaa. sr. Redaiilor. alKumaa eorislderacies oue portem ST fp'Ias ante as fdína exnendidas peto lllustre collBluiraflor de "Boa Noite", oue aca- ba Indlrertamente de no» prestar um aervlcn. "fscll!l«TiiJa a publicacNo dea- tns llníins e perm'ttindo nue vos asra- d-ca com sinceridade o Eeneroso aco- lhimento dado ás mesmas.'

A. ninlhec Bmnllelrn F ani pnmphletB- rlo PortnKneB

Um jornalista do Porto. nSo ha multo, sem que nada Justlfkasse a altitude f-rosselra e_!njusta que to- (nou. putill-ou num dos jornaes da- quella cidade um artigo lmm»Tisamen- te offensivo ao- brios ia mulher bra- Bllelra. A mocldade paulista, cheia da mais Justa Inrtisnaçao. promoveu um comício de protesto, onde alcuus ora- áores i-erberaram o gesto brutal do Jornalista.

Em Portusal. ha aotualmente. um pouco de azedume contra nOs. provo- cado pela polilica adoptnda pelo sr. Epitscio Pessoa, que tentou resuscitar o Jacohln'smo de Florlano Peixoto. Esse Jacoblnlpmo é odioso, e tanto mnis porque elle sO visa os portu- BuBies. Mas o Brasil nada tem que ver com os netos do sr. prepldente da Republica. Nós, e comnosco toda a popuiaçào do paií. continuamos a con- siderar ^ portuguezea. nSo apenaa como omigoa, ma.s como gente da fa- mília.

O ffCBto. poia. daquellB artícoHsta foi lamentável. Felizmente. nSo foi só a mopldade que se insurelu contra a atfronta. "*

A própria colônia portugueza local laboriO!Q e honesta, que tem contri- buído com seu trabalho e seu respeito ís nossas leis para o nosso progresso, irmanou-se à briosa Juventude paulis- ta, num louvável e expressivo gesto de Indífrnacílo, que bem Identlfk^a o verdadeiro sentimento de fraternidade e solidariedade que para com o Brasil tem a gente portugueza.

Nesse sentido o "Centro Republica- no Portuguez", desta capital, nos en- viou o seguinte e vibrante protesto;

"O Centro Republicano Português de S. Paulo pro-testa. enérgico a In- digna-lo, contra as protervlaa baixas que um Jornal publicado no Porto gGsmou sobre a família brasileira, repudiando esM procedimento inqua- liílcavel. impróprio de g-nte de bem, o qual, de modo algum, pôde ser attrl- buldo 80 povo porlugueí, que sempre timbrou pela nobreza e superioridade de sentimentos e procura manter. «travÉB de tudo, as rela^fies de mutuo respeito e Inquebrantavel amizade, que deve unll-o ao povo brasileiro,

S. Paulo, IS d» maio d» 19Í1. — A dlTHlotta".

O ▼«(D feminino no Braill

A senhorlta Berlha I-utz, da "Liga de Emancinarfio Intellectual da Mu- lher", transmllfu ao -ce-ndor Lopes Gonçalves, o jetnlite telecrrammn:

"A I-tí-n de Em-inrlnacSo Intelle- ctual da Mulher, domando conhrí-iipp*!- lo dn brilhante parecer da romml-pflo de r.fcp-lRlacHo e .TU"tieB do Benado, rt^erente ao suffrjíí^Ib feminino. Tna- nlf*»ta B V. eTíí. tndo o F = " n-inl'»iTPo e n^^reííAnt*! n* ín>i^ inírn''p*'TTíe"ínfl pftl»lo í'0".^lüÇ^e* d" tP^ VBli"»!! Hft- ^iT*^»nfft "*'n mar-^a-fl finnn^ tm evrt- lu-^So t^nTI*!'^- p ?n'*laT do n*n"^ h-"*!- I»!**!^. co-íl^nte ern niio n fotí^^l^^ade flrt* TrTam*i--nii rtq re^-nr^^^"^^ "'^Igne o parecer do ülustrado relator".

tlj-mnn^loK itnm ftínl«orn*

Si, bom nriQ a Ti<irn T%»I'^ A ^Tn-tn"!., T^n****** l'**An'*''ÍHí-l rfT T»n*^«ir cr" •^- íT* pn PW. n'*0 te-^^*fl mfi hnia T*n(*MO OU nn^^rldí» l** alflm di ai^i-^n T.lqfo- nira fl^t nfeif»lnw e --nmmn"'eTirt^ fl l».n"-ft*.Bfl, pçf..^ irpiT •prv'í*'* n"o fi t^o dn^svaVocr, í»nT"j^ ft pT^im-i^ra vTí<ta "A- rte T^Brí^^er y^n trArriinte "nr eítj»^ TTrelo n^n Inrnhndi*- p" p-/*"*5T'^ ■*'''*' íT,fl r0*^O ^eTO nr. ^im-so lnf-*.lT-nt*nl, rn»píi ttiprfA cnnstl^Ti-^m ****■ l«'>^brfi- t^-a mfl*OB hnbpis d(* nr/^rNAErruid^n íTa p-n — l', r"".- e-t-í. ^-i „....].l,,

),j^io rífi rTt.f^ttq flft «-Kv Tep-'**—na dl- reltofl /* tii*f^)i flo^ir-*"^'»*! ftl^fln nc^- ra nubllcam os Jornaes o seguinte of- «Olo;

"Sr. presidente do Conselho Supe- rior do Ensino,

Tomando' conhecimento atravits da lm"r»*a diária, de one V. ET., de afr'\rdo com Efmo. Sr, Ministro de Negócios Interlires Justiça cogita KH Rpfnrma do Knslno Sui>"r e- Seeundarln da Renubl'ca. neqo venia nnra sU"metter A esclarecida B-tteníjTio de V E^- eslBB conpMerací^es que se r'1»clenam intimamente com a nuep- fSn. suoreerlnrti a o"nortunM»rte da fiíndar um estiheleclmepfo offlclal de E-slnn Secundário destinado ao sexo feminino.

ActiiBlmente estRo franqueados fia mocas tanto os exame' nrenarator'05. como os exames de ailmlssSo fis Es- cola ^ Pn'^TÍ"'-ea e B freniie-.^TB das mesm'S, No correr do ann" findo, por 0'»r'B*''^o ííi vraci^'^ fio Rei-n lamento dl irnlveryfdaite ficou mesmo esta- belecido, nor proposta do Prof**ssor Bruno Lobo. que seriam franquados fl mulher todo" ns on-eos docentes a Bdmlnistríitivs da^ Kseolas Superio- res que a rnn^illtne™.

Pol esta uma medida do maior al- cance para a fnrmacBo Intellectual da mulher Exige pnrím. para que aejfl comnleta. um cnr^llarlo. ou di- gamos antes, uma preliminar.

Para nue o frnnoii'"amentn do en- sino superior ft mulher possa preen- cher os fins a que Be destina, é preci- so que elle seja precedido de-um ensi- no secnndario solido e efflcaz, E' o que Infell-imí-nfe nSo se flS em muitos casos, sendo bem grandes aa difflcul- dades com m>e lutam Bi me-^In" e mo- das que desejam se Instruir. Nfl-o pos- suímos um eatatieleclmínto de ensino B-cunaBrlo eoulvBlente ao rolleglo Pedro TI. destinado ao sexo feminino, onde ellas se possam prei>arar nas m^ymaa condições nue seus IrmHos- Kosandn das yantagena Incontestáveis do enafno offlclBl. ministrado naquel- lo Colleglo pelos expoentes máximos daa letras e acienclas.

De íscto, actuBlmertf a nSo ser a Universidade, accesslvel » algumas apenas e pertencente JS ao Ensino Su- perior e a Escola Nacional de Bellas Art"a e Instituto Nacional de Musica.

. ambos espccialisados. a unlca escola destinada ao sexo feminino é a Eaco- la Normal, cujo programma diverge do programma do Colleg-o Pedro II a nSo abre as portas ao Bnslno Supe- rior, pela falta do Ensino Secundário, «omo também o facto de aeram a» mo-

|K* qu« e(ttids.ni • qu» precisam r^- nhar mala tarde a sua vida «ncaml- nhadas para o profeasorado no qual não podem ser todas ellaa aproveita- das, ainda que o ensino secundário presolnia de uniformização.

A fundarão de um estabelecimento semelhante ao Colleglo Pedro II terl» além disso a grande vantagem da pro- porcionar a multas mocas ■ opportu- pldade de adiiuirir uma cultura teral mais solida d; accíirdo com as exi- gências da nosea ípoca. ficando tam- bém estabelecida uma norma para os colle^gfos secundários destlnad *s ao sexo feminino de que resultaria In- conteslavelmente uma media superior fi mâdia actual.

NSo É allfis a V. Exa.. cuja orlenta- Cfio se tem revelado sempre moderna e elevada, que ae torn? necoasario ax- pllcar com mais delongas as vanta- gens decorrentes da substltulcfl.0 do ensino secundário feminino, por assim dizer oSo existente, pelo ensl-o sys- temallco e organizado de aceOrdo com os moldes estabelecidos pelo Conselho Sunerlor do Ensino.

Tomo a liberdade de pondsTar ainda que alím das considerações de ordem pratica Immeãlata seriam attendldaa outras de interesse mais lato e mala g;ral.

DB facto, sendo Integralmente ado- ptaflo na organlzaçfio dos estabeleel- nientoa do Ensino Secundário- o prin- cipio da igualdaíle dos sexos, que con- Stitue uma das conquistas modernas da humanidade, como Jft 6 o caso na organlíacSo do Ensino Superior, teria 0 mesmo uma apptlcacfio das mala utels, vlaando o preparo para o traba- lho, condição '■9'ne qua non" para que BC tornem effectlvas, no que respeita ao domínio intellectual. os dispositi- vos retersntes ao trabalho estabele- cidos pelo Tratado de Paz. e pela foíi- íerencla de Washington, que mandam ijue aeja instituída a Igualdade de condicOes de trabalho para oa dous 8;xos em t-odoa os paizes que fazsm parte da Liga das NacOea.

Valendo-me ao ensejo, reitero a V. Ex.a protestos d« elevado apreco f mui distincta eonslderaclo, — BER- THA LUTZ, presidente".

Todo o porvir: 40,50,60 annos de saúde, felicidade, paz de espirito, dependem do cuidado que se dá ás crianças no período do seu crescimento. Asse- gurae-lhes um corpo são ' e robusto com a legitima

EMULSÃODESCOn

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REVISTA FBMININA

o \ ntf> f»H1llnltio

A iniellisente eEtiidanif de pirtlti' scnhnrUa Maria X. (Ui Sllvtlrs, ijubll- i-oii ha (lias, tium Jornal aa capital nm arllgo su'bordinniIo âquella epl- gmphe, e no QUSI ostBo enfeixSiíoF alsTuns conreitos multo O|>por>tuno9.

Eis o p.rtlpo: E' tempo do mulhír brasllelrn en-

trar nn reglmen dos direitos i-lvls P pollllcns com exercido rio voto tiuc tHo Inluslamenli? lhe f negailo.

Bm imiKtí rivllfindos. J6 conjeiíiiiii Pila eg-uaps direito? civis ,- iioüflpnf do que irosa o homem, containrto-sf ROlUBlmenitc cem mlltiOps Se plellorns'. rsiialhnfl:!': iitlaB nnriifs eultns.

A miini.-r toma parte nos comlt-los (lã BobevanlB populnr no; Estaúoí TTni^iíDs. noliíTido-ce n mpsm'i con^ft' na Viifiieca. r\n Plnlnoidía, iin Aiistrallfi, ■ na Ni^vn líelandla.

Em IfllS surtiram a» IPES da Tnjrla- lerra. ih' Áustria, ii<t Huntrria. da Po- lônia, (1? TcTieen-SlovaíjiiIa e do Cfi- naiia. nelas niiar^f P!IB nrtrip voiar o "Pr votOJÍii. para pariçnt» electivos.

Em tSIO. V-rlPifoii-se a me-=mn eon- '■««üo na Allpmanha, na Grécia, na IIoTInnda. na Itália, na Seri'ta e no lipoueno e heroloo I.iiienihtir«n; f. cm 11129. umn neiiuena nacHo amprl-niiM — Tos^ta niea" — sppnlii D Pxemplo fleseps palzes,

tnttmameniP. na Oreoln. ohtev» a mulhpr esse. direito; na BPI^Ií^H Jft concorreram HE urnas, notando-íe en- tre ellss a própria^ minha ElfoahMh.

A nronopllo: em uma pequena r-ídade dD riTaflfi, fu.1o nome nlo me lenihra aiprora. npre?entaT.im-'e os homens candlda^tos a vereador"^?. D!scuHar:tm- ?c iTm nonco ín.* siia^ candliíaturas <*rtop dt- (ine ?prlam os "eleitos". Qual. por^m. níto foí sua siíri>reFa, ao "ontemplar o resultnrln fins p7e!c5o.sí Tí"íiam sidn Indos derrrtodos imlas mulh"rft. nup firmes. nSn fochllnrnm Tim sO momento...

Aotii estft um exemnl» que d».verla f' imitado pelaH brasileiras Instruí- da*.

SI nos palzes adeanlados. a» mulhe- res nodam exercer os seus direitos, o Rrasll ijiip se riuer ter neí-ia conta, nornue .nao lh'o? poni-efl"? Nnrta mais iustn. E' afrora, n momento í mais lup opnoriuno rornue e^tü coisiltuIdT nova !e(ilslatiira,= repiihücana, Oojlo- nue-se o Brasil ao lado das uacOes i-ivllisídas e conceda fl mulher o di- reito dn voto.,

Para a mulher ser elelto-a. a Com- mlsaSo de Leirlstof;Sci e Justiça do Senado deve eilijir tanto oit mtls (iue nara 09 homens. Que ella tenha pelo menoa cursailn ums PS-OIT secundaria ou Frymuaslo. nu tiUE e.íícja matrloula- da em escola Ruperlor; ls«o. n«m ae discute.

ICi> HIo. as mulheres trabalham pf.'» ''lia causa.

O sr. senador Lopes Goncalve? re- cebeu Iclpirramma de felicIt^cScs dn senhorlla Bertba Luti, da "Lisra de Emanclnaiifio Inte^llectua! dn MiilhVr". nelo brllhaMe pareeer ú.T Pommi-^^ao de Lea-lslai;ao e Justiça de Senado, reterinte uo suffrasio feminino, Esne- remio; que esse parecer seja vencedor.

Em Sfio Paulo, ningruem se mexe, Confinna a pauüstn multo occunaiJa com as suas Rslas e com fl« vistas voltadas para mil p uma lianalidadesl

Conirratulnndo-mp com n intsltic-en- te senhorlta Berths. Lntz. a quem dedico Krande admiração pelo modo brllhanle -om nue vem tratando a causa das mulheres, envio sioceiros applauíos ao •Tmo. B" senador T.ones Gcncaivs."

O voto Feminino na BelKlea e o eiem- vlo lln Rainha Ellubctli

Oa Jornaes neieas e frsnceaea'tra- jem descrlpoOeB da- clelcOes do ti nc Abril «m Bruxvllac. naa qa«M.

pela primeira vei. a.ppareceu o voto das elelloras.

A rainha ElisabL-tli útu exfmiplo. Eram do horas da manhan quando

H graciosa tolicrana. flptluu d um au- tomóvel na rua doa Dozes Apostoloa. na secofto n, 96: estava vestida Se preto e com uma pelle renard envol- vendo-lhe o pescoço.

OB distribuidores de oe<lulas fum- primentaram e orfereceram-lh'a3. A rainha correspondeu ka saudacOes e aco^ltou ns cédulas. Cinco eleitoras estavam' adeante, na saia; elta esperou pela Hua vez de votar, nfto obstante rBConnecIfla por pessoa que excla- mou: í a niluhal... Houve scnsa^Be e da mesa oonvidarem-na a votar.

.■V siiberana hei^a respnn'ÍPu: nâo senlior. aqui estou comn simples elei- tora, espero pela minha vez. E quan- do esta chi sou — a rainha, gentil- mente, colloeou o seu voto na urna: houve então um viva! e a soberana sahlu. tendo a.hracado uma mocinha f(ue lhe velu apertar a mao, e aca- riciou a. uma oreanclnha, o menino Pedro. irmS^ da sua admiraflora.

TJm chronisla («Creveu que: o dia eatflva magnífico e as ruas animadas: homens e mulheres apressavam-ae em dirfcçfio das dlfferentes secçOps dd voto nas urnas.

As eleitoras, desdi' cedo tine esta- vam em aetlvidade: aglomeravam-a,- em todos os ponlos em que se prcee- d!a A eHIÇBO.

Mulheres do l.iovo. mundanas bur- guesas o m«smo religiosas apnarec-- ra.m para votar Nfio discutiam: mos- tr;iram-se dlgna-s como os homena nu desempenho do seu direito politlCO.

A.eíeillora Ellsai.elh, da Bélgica, foi a que despertou mais attenQão,

Sabp-KP que o rei Aberto, embora alistado eleitor, nunca tomnu parte nea eleioíVes^ e'8perava-se que o mesmo acontecesse com a sua esposa: po- r^m ella pn tendeu qiTe lhe cumpria o dever cívico de votar,

Qua.ndo deixou a sala. a rainha dls3>: "An revolr. mesalaurs". e os miembros da mesa se levantaram res-

■^eit<raa mente. — Outr;is mulheres elfiloras, e que

Horesantaram um caso Imprevisto, foram «P s^Tvas do Senhor: vestidas com os trajes religiosos.

EntSo. por alguma» horas, a regra autera dn claustro se Intèrromipeu.

Na elaboraçflo da nova lei o di- reito das enclausuradas foi muito; dis- eutido, Ellns, con.sngradas í. vida re- clusa e contemplativa, poderiam se- parar-se do oratório?

. ,0 dtbat" das questíles mundana^ deveria chegar até fi mansão do sen culto religião, t attrahil-as?

Foi. na realidade, impreaslonaote '■ scena, Houve um leve ruído de v^s 1= de paflsos macios; vozes tenupm*nitê tii"rmurafla!f, P"h n olliT- de uma ir- iT^nn edosa. oufraa religiosas vieram collocar ns suas cédulas na urna,

— Pjsse, Irman Angélica... O pre- sidente da mesa tinha chamado: Anna Vanderbam';.

A rellglosu cumipareceu e votou. Um voto. uma prece, talvez! As

sim. aa enclausuradas ae mostraian' ao mundo... e depois... ali .'5 pro xima elelcftol

.^HHOelucDo CbrUlfl FeminlnR

E' esta uma das InstituIcGes mais Sympathieas de quantas funccionam em nosso palz, de inielallva de senho- ras. Com sede no Distrieto Federal, em breve terS ella tlHaca em todo o Brasil, miercf- das enthuslastlcas sym- pathlss que tem despertado no cora- íiilo das aenhoras bra«lleiraE.

A dlstlncta patrícia, extna. ara. d, Nicla Braga, residente £m Xiteroy. e uma das mais dedlcadaa cooperadoras da AEsoolaçno ChrlstíL Feminina. Ira

brevemente prestar, nesta .\8Boeia^o uma justa e brilhante homenacem â. memi^trla da. fundadora desta revlBta, a saudosa e querida Virgillna de Sou- za Salles, recordando a íua acgSo como periodlsta, Como propagadora das no- vaAcorrentes feministas e egualmente as suas altas virtudes domesticas.

A' illustre patrícia, d. NIcia Braga, que é uma senhora de grande desta- que em seu melo social, louvamos a* Iniciativa que se propoz realizar, e á qne. sem duvida, darfl o hrllh» que a homenageada merece,

A propósito da Ase-'cl.!í&.i Christft Feminina. oocorr:-noa ainda ^ccres- cent.-ir que foi fundada no dia 15 de Junho de 1920, e jft conta 1 175 Bocla» senhoras e senhorltas.

Eis o seu programma;

PH TSICO—Re«I den ela. Restaurante Cafeterla. Salas de repouso, de espera e de

visitas. Eacrlptorlos—«eral, de «mprego«.

S.UXIIÍOS a vlaja.ntes.

Ttetjlsiro de hotéis e casas de pen- são: Departamento de Educa- íno Physlca e Hyglene, eom gy- mnasio. piscina, tennls. paeaeioa, clubs athieticos etc.

l\'TELiL.ECTUAL, — Curso preparató- rio ou de hahllilacAo, arlthnietloa, leitura, esoripta.

Curso commerolol. incluindo stt - nographia e dactylographia,

Curso dí- línguas, portugu^íz. In- glês, francês, classes adianta- das e de prlncÍpl«nteB.

('urso para enfe-rmeiras visttaules: Curso de artee e scleneias do-

mesticas.

(\>nferencias e dÍBCursos práti- cos.

Bíbllotheca. sala d'- leitura, clubs lltterarlos,

SOCIAL — Cooperação com as ou- tras actlvidades soclaes da Cl- " dade. ReunlOee socla,e«,

.«OEÍAL E ESPIRITUAL— KeunlOaK. conferências e classes. Oooi>erscão com todas as forgas

moraes da cidade. ^

líSPECl.iL — Deí)artHTn,ento espe- cial paru meninas de 10 a IG an- nos de idade.

Po programma Transcripto, acima. Sá se acham organlüados os depar- tamentos annotadoE, estando os ou- tros ipeluldos nos planos de 192-1.

O Departamento de Menores, da qual fazem parte todas as sócias menores de 30 annos, organizou di- versos clubs em vários pontos da ci- dade e também em Nlteroy. Esto olub se reuniu pela primeira vez no dia 24 p. p., sendo convocada nova re- união para o dia 31 p. t-, dia am que será escolhida a dlreotoria e o nome para o Olub.

Senkorlln -Ialia Godari

A Companhia Franco Paulista "Água Fria" confiou o cargo de dlrector-ge- rtnte ã senhorlta Godarl. que possue. para o cargo que jA est& exercendo, as mais extraordinárias aptldOes

Essa senhorlta é. parece, a unioa mulher que, em nosso palz. está de- sempenhando cargo dl tanta Importan- ■:i p r«!por.;«blíld»d«.

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í} V

REVISTA FEMININA

LIVROS NOVOS A ALLEMANHA SAQUEADA, de Mario PInl.j

Serva. tdkSo df Monteiro Lobato e C S. Psu Io. 1921.

Dtiitrc os <ivt lítrtt poucos haverá pata oa (luacs não acja íii- miliar e exlrauhaioeiíie aymp.itliico o r.omc do niitor deste livro, O ir. Matio Pinto SeTva tornou-se popular não Siienas peloí etcei- lenifi e vibrantes artigos políticos, que vèm puliücando. de uns aonoj a tsd parte, nos joniaes ác S. Paulo e Rio c transcriptos em muitos jornaíi do paii, maa também peU attitude incoiituti- divcl !]« assumiu no scenario do nosso jornalismo. O jornalista é, por via dl regra, um individuo versátil, cuja consdeiieía se in- clina para o lado onde lhe acenam com mais gordas propinas. El'e iiSo lem opinião própria, senSo a opiniüo do pastor, que o guif de cajado alto. Por veies, o jornalista toma tão ao serio o asaumpin poHti-ío, deíende-o com tal ardor, esposa-o com tal cntliusiasmu, i|ue o leitor profano acaba por acreditar na sua sincíridadc. En tretanto, ■ mesma questão, que lão ardentemente a absorveu, ellf a lorc- pa« u sentido gpposto e a ataca com egual convicçSo. E' .,ue, neste caso, elle vendeu n convicção por uma quantia jnaior.

Ora, o ir. Pinto Serva, no jornalismo nacional, í uma EíBI"I

ijue Íamos diier única le não reeeiassemoi oítender os que aí cui- dam honestos, E' um homem de convicções, c incapai do torce- l-as para servir a um grupo político e de pol-as ao serviço de um interesse. A sua honra, como jornalista. í inatacável.

Tal í o autor da ".'VUemanha saqueada". -Nesse livro dii elle o une oa outros, cgualmente convictos,, não tiveram animo de díaer. E' um livro interesaanlissimo onde se revejam iaclos que preei sais ser couiieeidoí de Iodos O axito desse livro, como era de prever, (oi enorme,

A edição doa irs. Monteiro l.x)baio & l'ia. t- muito cuidada - eie- lí;'n'e

SAPEZAES E TIOUeitAS, conto) de Annajiilo Cajnby. ediçSo de Monteiro Lobato e Comp,. S. Paulo, 1921. '

Aa ohiaa editadas pelo» sra. Monteiro Lobato & Comp., além de •e recommendarem pe'a elegância da edição, recomntondjm-se sem- pre ou pela boa qualidade literária ou pela opportunidade. O prc sente volume recommenda-sc pelas duas coia.ia. E' opportuno, por que corresponde ao gosto da maior parte dos leitores, que tem- hoje, uma preletencia aisignalada pela leitura genuinamente nacio- nal, e í. ao mesmo tempo, um livro leito com carinho e talento. O ar. Armando Caiubj- é um lino narrador, A sua narraçio c sem- pre fina. sem esses trucos de surpreia (ínal por que tanto an- ceia certo gênero de leitores, mas eüe sabe entreter de tal ma- neira a curiosidade, que logra conduiil-a ali ao fim e satíifa- jel-a plenamente. A curiosidade dos leitores cntretm-n'a elle com lacto! e observações colhidos ao vivo c tralodos com uma encan- tadora simplicidade. A dlalogaçao, que é o obstáculo cm que es barram quasi todos os nosso» uovellístas, i o que, parece, menofi o preoccupe. porque a maneja sem esforço e sabe tirar deLa mUT tos recursos para o liumorismo.

O livro do ST- A. Caiuby í, no gcnerO, um dos melliorei traba- lhos que conhecemos.

O PODER DO AMOR, tragédia cm verso, de Emillo Oonfalvea. ediç3o da Casa Mai'e:iça, S. Paulo. 1921-

Eato c um auctor jí bastante conhecido em nosso meio. J6 lera i.ul>!ioados oito volumes, o que constitue, sem duvida, uma boa bagagem. A sua feiçSo principal f o verso, que cultiva com gosto c maneja com desembaraço.

,\ BcçSo da tragédia passa-se em Granada, no século XII, tcraiKi em que parle da Hespanha estava 90b o domínio dos motlros. O rei .^banassar, absoluto como todos os reis naquclla época, tinha em sua cârte, como caplivo, um guerreiro francês chamado Artagnan. Semíia, a filha do rei, enamorou-se delle, incheu-o de beneficios B conaeguiu liberial-o do captiveiro. O pae destinava-a a Sula- mir, também soberano, como pacto de alliança, Ella, porém, deso- bedecendo ao pai, loge com Artagnan. Descoberta B fnga, Arta- gnan, í ferido e morre. Semira luicidase. Esta é, em resumo, a Bcç9o; para ^arlhe movimento, porém' o poeta criou iwna aírie

de episódios interessantes, de muito eiieito nío apenas para o Iheílro. mas lambem para a leitura.

0 sr. Emí:io Gonçalves si accidentalmente é que recorre á liu Buagem archaica de origem arábica. Em geral, a sua linguagem >■ a laei^na que hoje se fala. embora tratada com apuro. Entre tanto, consegue eile, pelo seu poder de evocação, levar a imagina- ção do leitor á época em que a acção se desenvolve.

Pena -é que o poema, eitceutaJo, de resto, com mn:to talento, lião tenha sido interpretado em versos alexandrinos rimado» e sim em decasajUabos soltos. Seja como for. c um bello poema que íe lê com prazer,

L'ALA IGNOTA, verãos italianos ■ de Lei>p»tilD Da' Rocctil. Ediçio da Osa Mayonça, S-^Paulo.

1921.

A» nossas leitoras leram, porventura, em nosso ultimo numero, um soneto "G.i nrgonauti" assignado por este poeta, E' uma Ira dudçSo de "Oa argonauta»- da gloriosa poetisa Fr.mciica Julia. Como traducçBo é um .encanto, e basla ella para dar idia do valor do poeta. O sr. L. De' Rocchi vive ha muitos annos no UrasiL e grande parte das suas composições, entre aa quacs se apontam algumas que sSo excellentes, foram inspiradas na rantemplaçio da nossa natureza. O poeta cama as nossas fiorestjs e as auaa niA- ravilliosaa bcleiai com um graride poder de auggeslío.

O verso maneja-o elle com absoluta segurança, e uia, cm aau h- vro, de todos os gêneros da métrica italiana, o que concorro para tornar ainda mais interessante a leitura dos seus veTioa,

Os italianos residentes no Brasil c principalmente oa de S, Patilo devem acolher com sympathia esse livro do poeta patrício, que í, sem nenhum favor, um verdadeiro i>oetB.

São desse volume estes lirjdos versos:

VITA BOSHA

;V Jailo riMiiir dn Silva

Glovanl enlrambl ed ambodue hceml 11 so-tterrBineo speco delia vlta «11 lagrime o dl cantl emplvam nelle nostre analo seBrate, nei deliri suptemi deiramor, delia gloria e Taer cisco 1 carini rlsonanti. ai rllmo ili un soavo stUllcldto. ripciea forse Invan», L.'ec;o vania loníano, d! ffroUa in sroita, ira Io o»cur* volte ai mur-mura dl un rli>.

Eppur qtiando dei sole i fiochi raggi da Improvyisl splragll penetravano In quelle escure errolie. nei aegreti recessi e di tra gli archi, apparlano palagl, frollol tompU ed arabesdhl 'IntagU e mlBlerlose canriB d'oreani glgaivteschl. Eraii Io lue "Stnlattitl", O poeta : Ia visions segreta ii.lravisla nei libri o in erma chieia. tra liturelcl cantl.

Dl Cuorl, ainlco mio, -31 fuorl aplejida sulla vetta dei monte. che cl copre, 11 bel sole e 11 verwle alloro e 1 purl ventl scuoiton Ic sua fronde; Beato quel che ascende laasú per farne un serto alia sua fronte! Tu cantasti Ia morte

^i ^Tierrollo", io cantai Ia morta apeme. Forse líuor delia vlta é Talma redimila dl ({uel che cerca In terra una corona tra 1 roívl e tra le splne.

Píú feHce di noi Ia tua diletla Franceçca Giulia, in morte. e']a che viva interrogo Ia Sfinge e i freddi marmi, ritrovo Ia palma, La tua aorella eletta cara alie muse varcò r'alrc porte e Ia luce dei Vero e Ia pace cerco neiraer puro. Beviam dunqüe alia Ponte Casialia, atiiam Ia Ironte, noi, che spesso alPehbrezza e ai falai amori ^ domandammo Ia gíoia.

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REVISTA FEMININA

QUERES LER? Novo methodo dirtclo de lei- tura-íBcripta corrente t orihograp^a usual, j*c; Olga Acanon e Branca ONa Pereira de Sou^p. Porio-Alegre, 1920-

SS.0 se trata de um Irjibalho originalt mas de uma adaiilação de um trabalho do prcíeSíor uru-guayo sr, José Hcnritiucs. Sej:i como fOT) i uma obrinha preciosa, onde as lições, elucidadas por excel- lentes gravuras, podeqi ser aprendidas pelas creançaa nem csíorçu e até com prazer. Dentre os Irabatlios dessa natureza» D ^Quere> ler" das distinctai protessoraa rio-grandenses é dos mcIhores> e e pena que ainda nílo teuha sido adaptado ii:is nosias cscoEaB.

POESIAS de Olavo BUtiC, aetima edição revista. EdiçBo da Livraria Kranciseo Alves, Rio e S- PauJo, 1921-

Era voz corrente, entre alguns homens de leCrús, que «m obc- dleficia &a suai ultimas vontades, se nTío tirarÍA maia nenhuma edi- ç&o dai obras de^te poeta. Foi esüa a TAIíO por que a "Tarde", em vésperas de exgottar-jc. '}& se vcndm por preços incriveis tendo alcgin^ado, dizem, tOO^ODO poi cada eKcmplar- E' provável que peb circuUção defiie boato fossem responsáveis 03 livreiros, no inte- re*íe de auíerir o máximo de lucros com a venda do livro mara- vilhoso. Feiizmcnte, porém, » livraija Francisco Atves acaba de reunir num grosso e nítido volume ioda a obra poética de Bi^ac, d* que fazem parte "Panopüas", "Via Laciea", "Sarcae de Fogo", "AJma Inquieta", "As viageni"> "O caçador de esmeraldas" P

"Tarde". A edição é muito cuidada, escrupuloiamenie revista e impressa em bom papel. A obra do grande poeta está, pois, graçaa á iniciativa daQuellcs editores, ao alcance de <iualquer boEsa.

Para poetisar esta noticia, transcrevemos aqui, ao acaso, um das BDuetos:

ARVORES VELHAS

"Olba cfttãs velhas arvorei, lu^iii bellan Do qtie as arvores nova?, mais amigat: Tanto mais belLas quanto maií cnEigas, Vencedora» da edade c das proccllaa.

O homem, a téra, e o insecto, à sombra delia» Vi%~em, livres de íomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os arnorct das aves tagarelias.

SAo cliorentos, amigo, a mocidadef Envelheçamos rindo i enve.heçamos Como 3B arvores foitea envelhecem:

Na gloria da alegria c da bondade, Agazalhaiido os paasaros nos ramoí; Dando sombra e consolo aos que padecem!"

ALMA EM VERSOS, de CaroHna Wanderl.ey, Edição da typographia Auf^usEo Leite., Natal Rio Grande do Norte, 1920.

Aa noBMs poetisas sSo sempre tristea. A crtica indigena, abor- recida com easaa plangeucias, explora-as geralmente como assum- pto para a troça. A critica è iojusia com as nossas patricias, que se dão ao luxo de traduzir em carmes ns suas chorosas meCaucoEias. As mulheres não dispõem de campo muito vasto de inspiração. Em rigor, a poesia sá offerece uma fonte, que c o amor; e as pDeti- sai, que são sempre moças de íamílía e muko cscrupulosas em ma- téria de moralidade, receiam recorrer a essa íonte. Fora do amor pouca coisa ha. Se nio podem caotar o amor ou a pessoa amada, cantam a sua tristeza. Sc caniaiãem a alegria, p:ira não dar que fa- lar á critica, e entrassem a resusciiar os dilhirambo>i, fal-o-iam o contra-gosto, porque ellas são de natureza tristes- InStinctívaS co- mo lão, vivendo pelo coração, têm ellas de encarnar a tristeza am- biente, as melancolias mórbidas do povo, desse povo que não .J"!, desse povo que vive sob o Império de constantes opprehensõea. cLeaae povo que é, de facto, o mais triste da terra-

D. Carolina Wanderley é Uma poetisa Irisle, como todas as iua> colEegas de Parnaso^ moa leva sobre ellas a vantagem de dizei

-as suas dores intimai com uma arte mais apurada, vasada em me Ihor eslylo e num lingua que se não é pura, não í, cmtanto, d^^ mais imperfeitas^ Tem muita imaginação e um "notável talento. A melhor composição do seu livro é a que tem por titulo "Meu re- trato".

Como mostra, aqui damos o soneto "Dever supremo", cm versOA (iTcxandrinoB, em que ella revela a sua alma patriótica, e que é, lem duvida, um lindo soneto. Eil-o:

DEVER SUPREMO'

No momento em que um povo ínfrcne se IcvanlH Impondo ã pátria amada o v^Ior e o respeito E em que a paz, nobre ideal, que a humanidade encanía. Sacrifica os seus dons por amor ao Direito;

% Emquanto a multidão febril e ardente canta Celebrando um Fai£ ás victorias alfeiio; Besce do olhar das mães, cheio de magua tanta, Um rosário sem [im de lagrimas deifeitol

Olhos santos de mães de onde o mal se deaterra, ãnando a Pátria chamar vossos filhos ã guerra,

ais sublimes sereis si, fortes, nSo chorardes.

Xão vos amedronteis 00 zunir da meCralhi: Antes vel-os morrer no campo da batalha, Que vergonha sentir por sabel-os covardes!

Recebemos mais e agradecemos:

A NovellB Semanal, de 5. Paulo, da Sociedade Editora Olegario Ribeiro, E' uma publicação de immenão intet^sse literário, onde SC Icm os maia bellos e escolhidos contos de escripiores brasilei- ros, al^m de uma farta secçâo de biographia e critica.

Cremos, revista semanal que se pubíica em Bogotá, Rcpubüch rta Columbia. £' iima magniJica publicação dirigida pelo illusife si Luiz Tamayo. farta de exceUcnte matéria literária e de nitida^ gi^vuras. Números referentej} a Abril, Maio e Junho.

Attlvltú FemfaiLte Soclale, do Conselho Nacionril das Senhoras Italianas, Koma,

Cultura Venezolana, revista mensal de «cultura geral, Caracts. Venezuela. '

A Novela Semoíial, S. Paulo. Evoluclõn Ascendente, periódico nacional feminista, Santiago de

Chile. Loi Veclnos, Estados Unidoa da America do Norte, El Comercio, Nova Yorlí. Brozllían American, icvista semanal em portuguez e íngler, ^'o-

va York. Rassegna Nozlonale, Roma. AESOCIUçJIO das Senhoraa Brasileiras, publícaç&o referente ao an

no passado. La Voz de Ia Mujer. revista quiuzeual dedicada & deteza c á

protecção da mulher, Madrid. El Amlifo úe\ Campo, revista iMipular de agricultura, Dirigida

peTo sr. Miguel U. iíciteguj Arcquipa, Pcru\ Redcnckiii, revista mi^nsa! feminista. Valencia, Hespanha\ Revista Odontologlca IJrasDeJra, dirigida pelo *r, Saymunrio iteia.

S. Pau)o. O Instituto Moderno, revista mensal. S. Rita' do Sapaeaby^. Es-

tado de S. Paulo. La Mufer dei SIgto XX, revista quinzenal defe^iiora dos direitos

da mulher. S. João do Porto Rico. Hullcthi of the Womcn's AuxUiary ConuiiJttee of tlie Untted Sta-

tes oi the Second Pan Amerkan Sclentiflo Congresso In cooperatton «Ith Iho Internacional Commtttee. Warhington, Estados Unidos da America do Norte,

Ei IrÍB, órgão do Centro Social "Juveniud Chonense". Republica do Equador.

Li Colmena, órgão do Circulo de Obreiroa Calholicos. Arequipa, Peru\

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REVISTA FEMININA

f\ DÔR DE HMAR — sim, si a Irovoada o perraittlr. Olha, Marga-

rida, já está a chover. . . D& feito, largas gOtas conJíi(:aram a cair no iaidlDi.

erguendo ml-núsculais nuvensalulius de poeira, eo- (luanío, no vestíbuio. a vozlnha de Bob protastav:i iici- (fi-lo a ama recolhido preeipiiadamente.

Fflra Bipenas um curto oguacelro, que só servira TiEra pOr no ar, tornando lofto mais IrÊsco, um cheiro lis verdura molhada. Em seguida, o ceu clareara.

.— CesÊOU a chuva. Aproveitemos a estiagem para irmoa, Clilquinha, aopde o teu plano, disse a senhora (Ip.Hiimíères.

De pé, deaníe do espelho, punha elia o chapéu, reianceando. irOnlca e compasgiva, um olhar ao seu talhe pesado, que se reflectla no crystal. Ne«se mo- mento, retiniu a campainha da rorta de entrad^.

— Quem será que noa vem agora Incomraodar? Vai tu, Chiqulhha, ver (lueni 6.

A moça apy.ireceu no limiar^ do jardim, — Oh! senhor Ilozenne!, .'. Como? NSo foi taui-

bem a DeauvlUe? —- Fui até lá dar uma volta, mas voltei logo por-

que aquillo me aborrecia. E" uma baraíunda com muita poeira e odOres diversos... Então, deu-me a lembrar, como ura oásis, o salãozlnho da senhora d'HumÍêres, e desejei tanto de me verahi, que vim até cá!.. . Mas, vejo que vão sair!. . .

B Unha um ar tüo sinceramente nesaroso. que Chl- 'luiniha pOa-se a rir:

— Vamos, realmente. Mas, Já que a nossa com- panhia é para o senhor a tal ponto desejada, — por- que supponho que não foi somente o salâozinho de Margarida que o tentou, — nós o levaremos com- nosco, si nOE qulzer dar esse prazer... Ia tocar al- gumas mtlfilcas para Margarida e ler-lhe alguns versos...

— Ler-lhe o seu poema, não é verdade? — Sim. . . — Ohl que bOa inspiração tive eu em regressar! E mostrava-se tâo verdadeiramente encantado, que

i: coração da moça estremeceu numa seneaçãozinha de prazer. E como Margarida apparecesse, disse a!e- j;rement9 Chlqiiinlia:

— Querldfi, eis aqui um trânetuga de Deauvillel... — Viu por lá a nossa colfrnia? Interrogou a se-

jihora d'Humières. — Vi, minha senhora. Seu marido estava um ver-

dadeiro lypQ de "gentleman," multo elegante. Quanto á menina Colette, fa.scinava a todos que a viam, A própria senhora Assellne, com toda a sua aus- teridade, sentla-so enthuaiasmada, lazendo-se até honra de confessar que iiâo via no hyppodrOmio outra mulher que se pudesse comparar em belle- za á menina Coilete!. . ,

O que elle não disse foi qu,e André dTIumiéres figurava eutrs os jogadores e que elle, Rozenne. pensando na pobre senhora, tentara discreta- mento trazê-lo comelgo, mas sem resultado... Como também não disse que, si havia voltado lào depressa, 6 porque nào vira em DeauvlUe Chlqulnha Danestral. . . Veio-lhi i^iíâo á mente tentadora que devia de ser deliciosa uma con-

(Centlnuitio da numero anterÍDr)

versasão com elia nessa Villera deserta; e tomaram logo o primeiro trem que subia para a pequena praia, certo de encontrar Chlqulnha em casa da senhora d'Huniiéres.

E, de feito, encontra-a ali. Ainda uma vez, o des- rlno realizcva o seu desejo; e, mais do que isso, occa- Hiouava-lhe ensejo de poder finalmente apreciar o i,Hlflr que teria a obra poética dessa menina, que dl- :íiaju admiravelmente dotada, ou. pelo menos, traba- lhava com paixão. * Attento, Rozenaie ol)servava-a enquanto alia ae es- forçava por bem acoommodar a irmã na sala de mú- sica, situada fora do hotel, numa dependência dSste, e deserto nesse verão. Era um saiao alegre, torrado de pannoa de Jouy. deitando para uma alameda que conduzia ã praia. Súbito, conio encoDtra<sse casual- niente o_ olhar do mOso, Chiquinha teve eon6cie.neia dessa cui-iosldade, que violentamente a seguia em todos Os seng actoa. Uma onda de rubOr purpuroou- Ihe a« laces,

— Nâo púdem imaginar — disse elia. em tom gaiato, — como os dois me fazem tímida, assim prom- ptos a me ouvirem Kolennemecte. . .

— Não estamos solennea, mas concentrados, nfio é verdade, miulia .senhora? disse Rozenne, TOltando-ee !>ara Margarida,

— Pola sim... Mas essa vossa concentração me imrece trrfvel! , , . Por isso, para toraar coragem, vóu começar recltando-vos algumas das minhais primeiras poesias, e. que já Se criaram alguns amigos. ..

— O que qalzeí-es, querida, disse-lhe docemente a Irma. '' l!r^

Chiquinha agradeceu-lhe com. um sorriso. Ficou de' pé, deante da janella aberta, encostada ao allzar, po- sição essa que lhe fazia ressaltar o harmonioso per- fil, vestido no seu traje claro, sobre o horizonte de águas Irrequietas e do ceu cecampo, em que pairava agora um reflexo de oiro jalde. Delicadamente, a lua esfumava-lhe o contorno da cabeciuha, joeirando-lhe caprichosas claridades no ondeado dos cabellos. Sem olhar para a Irmã nem para Rozenne, fitando os olhos nas rosas que floriam num vaso de velha faiança, entrou o recitar com a voz um tanto trêmula pela fntimacommocão que delia se apoderara.,.

E Cláudio Rozenne esqueceu então o prazer que sentiam os seus olhos de artista ao ot>servá-la, para si^mente admirar essa criança de dezoito annos que escrevia taes versos, de uma fôrma tão pessoal: que sabia exprimir, com essa Incomparave! poesia, imjpres- er.es, idéas, sentimentos, que só uma mullier superior poderia conhecer...

BLIXIR DE NOGUEIRA — Qruide depuratlvo de lanens

KOLA SOEI Anemia, fraqueza, rachitismo, moléstias do estoma- t{0. Util no crescimento das creanças

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REVISTA FEMININA

E como declamava eeses versus!. . . Com «ina absoluta simplicidade, sem gestos nem Intenção re- buscados, mas como arti&ta que âé. vida & Eua obra. com uma voz que, só pelo Uinbre, era iim canto. ..

Ia trair o seu enthuãla&mo. . . quando, com um ceEto, ella o releve, Um Eorriso estranhamente lumi- noso bricava-llie nos lábios:

— Não me diga nada ant&a de ter ouvido todo o poema!... Já não tenho medo. . . Sinto era com- munhão os nossoa pensamentos...

Sim, dlsslpara-se-lhe toda a approensão, na alegria de communlcar a outras alma^ a divina embriaguez que lhe fazia bater preclpete o coração a ella, & cria- dora.

■Sentou-se ao piano, pertinho dn íanell:i inteira- ir?nte aberta, o que areuFa o seu amôr pelo íntinlto mar, Hozenue enjoatou-se então d parâdtí, dbaalí delia, ávido por llie seguir a expressão do vOsto," Margarida, com a cabeça recostada ao eÊi>alíilar d^i poltroua, ouvia, olhos vago.fl, corio ei por elles desli- gasse um sonlio.

As notas cantaram, primeiro a magia do verão, des- fazei^do-SB era sonoridudss rieaniP,.ute coloridas, que çvocavaig a viailo dos raslodlfls ardentes, cbclcs de sol, dos silenciosos creiitíscuios. das noites (luentL-í. distillando perfumes de flfires, numa claridade de prata. . . Depois, baixaram de tlmbie. flzeram-KC mais distantes, E, como um murniürlo musical, aoom- Uanliarara o rythmo doa vei'sos, ao qual, estreita- mente, ae ajustaram. E esses versos traziam á lem- brança, paisagens entrevistas por um olhar de artista, por uma alma de poeta, (lue adorava a belleza das coisas criadas e o traduzia em palavras que ressoa- vam o echo (profundo das idéas, dos desejos, das es- peranças, das saudades, das alegrias, de uma criaturii Jovem, deístíjando apaixonadamente a vida.

Agora, gravemente aitento, Rozenne contemplftva a moça, e, ouvindo-a, sentia que a arte era realmente o seu deus, e ella, fervorosa sacerdotiza, apaixonada do Ideal, cujo coração permanecia — ainda. . . — fedhado ao amflr dos . homens. Nuuca, como agora, nlle tivera disso uma impressão tão forte, tão Irri- tante. . .

Sem embargo, quando. Chiquinha SQ calou, toda tremente por ter assim patenteado a sua alma. elle exclamou, num grito de enthusiasmo:

— E' realmente uma verdadeira obra-prima que a menina criou!. . . Ahl é bem a lilha do senbor seu pai!.. .

Um clarão de alegria lampejou na l&rga frls azul da mOga.

— Verdede? Parece-lhe bom, isto? — Muito mais do que bom... Comipreeíndo agora

que nada se lhe depare mais delicioso que o traba- lho!. . .

— Sim, prefiro a música e a poesia a tudo inals no mundo, disse ella numa voz algo ansiosa. OtCCerecem- me alegrias ^ue Be não comparam a nenhuma outra... CfitáB contente. Margarida?

— Estou, — respondeu a senhora d'Hu.mlères, sor- rindo com ternura. — E não só contente, mas tam- bém orgulhosa do minha "tilha",.. Oh! querida, tens o dom de Deus, tu também. ..

O mesmo clarão esplendido brilhou, de novo, no olhar de Ohlqulnlia. Essa emoção que elle sentia na slma da irmã, bem como na de Rozonne, era a consa- gração de uma obra, na qual, em verdade, havia jrystalJlzado o grito de sua mocidade, ôbria de vida.

Ainda muito córada, uma febre deliciosa a lhe in- vadir o cérebro, analineva com Rozenne o seu poema; recolhia as impressOes que lhe soubera despertar, provocava-lhe a critica preciosa; rejubllava-eis com um elogio que era uma sanção.

iWargarida, chamada jiela necea&ldade de vigiar o niho, hãvia-se retirado mansamente do salão, eem perturbar a prática dos dois...

Sempre espontânea, dizia Chiquinha. radianti»: -^ Não pode iuiaginar como me faz bem o saber

que o senhor dá algum valOr ao meu trabalho!.. . Horas havia, em que eu me entrava da Idéa de me ter illudido sólire o mérito dos meus versos; que o meu poema não exprimia, de modo algum, o que eu queria que eilc dissesse...; que eu rae apaixonara, romo uma coileglal, por um trabalho indigno de ser lido. . . Aiii vlnUam-me & idéa tantas coisas, que era para desanimar!

— Mae, horas havia tamíiem em que a senhora sentiria renascer-lhe a té!.. .

— Oii! sim, felizmente! . . . Foram essas horas que me suatlveram e ajudaram a supporlar as outras...

— E agora que a obi-a kstà promplu, está perfeita, — tenho disso a certeza —- julgo qua nâo irá guar- dá-la para satl&façfio exclusivamente sita?, ., Cum- ]>re torjiá-la conhecida...

Ella não respondeu. Assombrou-se-lhe o rosto ex- iiauslvo. Rozenne oihava-a, enleado.

— Em que pensa?. .. Hesita então em fazer editar o seu poema?

— »Ha um ano, ter-me-ia revoltado A Bó idéa de o entregar ao publico. . . Isso me parecia uma próía- uagão... Hoje, penso multo melhor. Sim; si algum editOv quizer acceitar os meus versos, e mesmo as minhas musicas, eu Ihos darei cora multo iprazâr, por- que me tornei uma mulher de juízo e tenho grande,'^ auiblções muito práticas!

Elle pOz-ee a rir, a tal ponto Vhe pareciam estra- nhas estas ultimas palavras na boca daquella muaa- zinha. . . E eis que a musazinha desapparecera; tinha agora deante dos olhos uma raodernlsslma Parisiense, de lábios deliciosamente irônicos e grandes olhos claros, largamente abertos para a realidade.

— E em que cifram esaaa ambições? —E ganhar dinheiro! — Para qu6! — Para não mais pedl-Io!... O que ó odioso,

prlnciipalmente quando, as mais das vezes, o pedimop em vão!... Para ipoder desipendè-lo, & minha von- tade, com os que me são caros!... Oh! eu bem sei que tenho todas as probabilidades para que resuUeui infitels estes meus votos!. . , Nâo importai. . . Estou Estou resolvida a tentar a aventura. Sâo tão raros o^ meios á minha disposição para melhorar o estado dai minhas finanças, que eu seria muito covarde ei mr deixasse intimidar pelo receio de nâo ter bom Cxito!. Invejo, sftmente, — e com toda a minha alma! — 06 que podem amar a Arte por si mesma!.. . Real- mente, si me fosse dado escrever os meus versos. compOr as minhas mtlsicas unicamente para o meu praser intimo, eu Julgaria a minha riqueza grande de mais para não almejar outras!

{Continua Hp t*'Oxiiiití tiuntr^)

Segredo do Oriente ou

LEITE DE AMÊNDOA QLYCERINADA Cremfi da fina fLói PaulittanaT Dh a p^llc um chie como n5o icouítct còm prepira^ts ideri'

tic^is. D-ve ter usado i>or todas as pcisõaa qu« desejem ecmiErvBi n flua tpidermc livre de Sardm, Cravos. Manchas, etc

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REVISTA FEMININA

O IMEINU' DE MARIDO E^paj'gos com iut«ltc c. vlnaRre. -— Co8Íuh«m-sa os

espargoa, ou osquentam-se e servem-Ke com molho de :tzelt6, vinagre, aal e Tiimeata. Podem ser apresenta- lios írios ou llgalraiuenie q-uontea.

Batatas Sotés,—Desicoscani-se as bataiaa, coainham- 5o em égua e sal, e cortam-so em ipedaços pequenos. Pfle-ae ama cassarola ao logo com uma colMr àf jiantefge; ostando derretida Juittam-s«-Vlie as batatas ■ umo ■colher de enlsa picada bem fina. Deixa-se a

casBarole cinco niinutoa ao togo, para que as batatais i«mem >beni o gosto, e desipeja-se depola no prato.

Pricassé de (^allinha. —■ Toma-se uma galHnlia no- va, depenna-se. tlram-se-lhe o.í Intestlnoa, e corta-fi« rlopbls 6in petiueuos pedaços. Em seguida mergulliam- SQ estes pedaços em aguft morna para Kcarem macios. Durante eate tempo, iprepara-so o seguinte raolho: DeiLEUi-se numa cassarola duas oolMrea de manteiga fresca, ou gordura e, quando derretida, Juntam-se-ihe (iuae ©oVhérea de ínriuha de trigo; mexe-se iiem con' \: na colhfir de páo, e juíi1am-Ee-Ilifi dois copos de agun .Tuente. Meserse até que este molho fique bem ligado -Salga-ae, políi!!ia-se de pimenta e Junta-se um bouquei dn <:itieIros. Deixa-se eiitã.o coslnbar a gailinlia neste molho, era togo bruniio; accrescentani-se dez ou doze càbolinhas int-oiraa e uns de cliaraTilsnooua ee íoT»m frescos devem ser cosidos para que o onolho nâo fique etcuro. Quando a gelUnlia estiver, codida lira-se do logo e colloca-se nmma travessa, Deaengordura-ae o raollio, engrossa-so cora ura pouco de farinha de trigo e Junte-se ura pouco de caldo de l'mão. DesmancJiam- so duas gemas de ovo numa tlgetla. com um 'pouco de molho e liga-se este ao resto que está na cassarola. Delta-ee este molho sobre a galliaha, enlalta-ae com fatias dí pâo Irito ou manteiga e com azeitonas. „

Vagens a Ia touraugolle. — Cortam-se as extrsml- du>ãefl das vagens, tiram-se as fibras puxando ao com- pvido. DA-ee uoua pequena íervura de cinco ou 6e'a minutos, em água fervendo e salgada. P6e-se noutra cassarola BO granimas de manteiga, 3D gramimiaa de ferlnha de trigo, e d-eixa-ae (riglr -ura pouco e des- mancha-se com Uim litro e meio de caldo. Mexe-ee bem II molho. Juntam-se as vagens bem escorridas. Feito

isto cobre-se hermetlcaineule a cassarola e deixa-ss ao lado do Togo para cosinhar ao bafo. Quando estão cosidas, retira-se i>ara o lado, desmanchara-se três gemas que ee Juntam as vagens cem uma colher da manteiga. Em seguida volta ao logo, mas nio deve r«rver. As gemas devem ser' aorscentadas quasl tio momento de Ir para a mesa.

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O acto de serzir um rasgão na fazenda ou lazer ■pontos" nas meias ou remendar é sempre demorado -.' sempre imperfaito. Urgia, pois, crear um appare- Uio para facilitar essa tarefa e, sobretudo, destinado :'. csecutaUo cora perfeição. O novo Hip.pareliJO "Anão" de serzir e tecer é o que ha de melhor porque faci- lita notavelmente" o trabalho e os seus i'emeudos o .^irziduras sáo sempre perfeitos. O seu modo de usar lião ofíereco difficuidades, e a sua aprondizagem ac Tciz tào súmente com a leitura e observação do pros- l^octo que acompanha cada apparelho.

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lof plKgantes, que naquelle tom-po nflo passava de uma íluzia, vestla-se no Poole, em L-onâres, oni riguardava as suas viagens n Parla, para Incumbir aos a^fa!ates ÚQ líl a confei^iiâo do-5 geus ternotí. .\o prograsso Burprehaiiiientt> da nossa oapltal i'orrespondeu o eosto pelas elc-ganciaa. e hoje, i-m S. Paulo, ha a-Kafatea cuja airte pflde ser equi- parada aos ifa-mosos Êrtiatas de Partz, Loiidree ou VoVB York.

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Apôs a transcurso de um longo período d; cogitações e tJípeneneias, cm v-w emptcaamos tocioB os recurso) da mais randtrna Iherapeutiea e as ultimas conquistas rta jcitncia meilica, resolvemos, conscios de seu'valor, apresentar ao publico o preparado NEUROIHATOL. A sua composiçio leve por escopo principal congregar mcdicinieiitoa que. pela SUQ acçSo syiicrgetifa, pudessem preencher as perdas orgânicas excessivas tu mórbidas.

Tfníos, para n6s, que aicançamos o nosso desideralum em centenas de casos em que a lilUiO de experiência applicamos o NGUROMATOL, tivemos o regosijo de vel-o ellicassissimo. Com nlcgria vimos dtpois secundados esses mesmos resullados observados por ínnumeroa mtdi- cDi notáveis, que lisongciramente se maniícstaram a respeito, como ICremos occasiio de provar p roxi m a nft nt e,

IndicanilQ-o a Iodos os casos mórbidos. índiatiiictamente, nSo o orrolamoi no numero daa mil s uma panacías que eíísícm porque, senílo um tônico enérgico, ba de por forca ser provciíoao e eíl;i;az. Deve-st empregar sem terBiversação nos eaaoa de chlorose, de chloro brighlismo, de leiicorrhéa (flores brancas), nas irregularidades das lenboraj, nas anemias paludica e veimmosa. na tuberculose, na neurastbeni.i, na psycoasthenia. nos esgoltamenloi, na senilidade. Tias se- nlioras que nmamentam, etc. As faces pálidas das mocinlias, como chamava Huchrad as das cblorolicas, coram-Ee e tomam essa rica transparência de saudc com 2 a 3 vidros de NELIROMATOL.

.■\ neurasthenia, a ergasthcnia não sâo doenças na restricla aigniiicaçSo do termo, pot isso que Silo dispendido) em excesso — ou seja por trabalho exaggerado, ou leja por preoccupaçio de espirito — de corpos indispensáveis ao perfeilo metabolismo orgânico. E' natural que srndo a despesa maior que a receita, todo-C ciualquer organismo está fadado d faMcncia c_ a morle. Assim, o NiEUROMATOL vera preencher esse claro, reintegrando no organismo, diaria- mente, as matérias que elle dispeniie em demasia- E' lacional que oa gcrmens sô se apossam doa organismos frágeis e el.iudieanles e n sua expu"5ao não se dará se nio houver defesa orgânica capaz de combatel-os. Por isso. todo medico de consciência deve, 30 lado do especilico. si existir, prescrever um tônico d; efficacia comprovada como í o NEUROMATOL.

Nos convalescentes das moléstias consitmplivas, o NEUROiMATÜL age como um poderosíssimo' energeiico. Em poucos dias o doente volta ao seu primitivo estado, Fa£ íngordar. adquirir resistência c vigor- Rgulariza as trocas orgânicas. E infalhvel nas prisdes de ventre c nas aioMJas intestinaes.

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lai-BC a cura sem necessidade de estar repetindo os [jpedidos de medicamentos. i^ o ■.-« Ha oulroí productos que eusWm appa rente mente menos; sSo porím vendido; niuilo de indiKtria em pequenos vidros

que obriRam o doente a repetir a despesa cada semana, Demois as Pastilhas Malconi nfio são um producto commercíal no qua « sacrificam is ve/es certas cxigancias de technica. para diminuir o preço.

Trata-5 de um producto de medico, preparado como todo escrúpulo o que dá multiulo Em lodaa as moleatiis d* nutrição as iiosias pastilhas deverão ser em^presadan: Kacliiliimo. má dentícão de efianca»

perr.ai lürtafi (das crianças) quas. sempre devjdo a (raqueío lio* ossos, escronhulas, Umpliatísmo etc Para u desenvolvimento dos seJos « PASTILHAS MALCOM alo extraordidaràas, e temos cm nosso poder centenas de attes-

, . tadoí de senhoras que ao cabo de dois meies de tratamento tiveram resultado comploto Muno ulci! na convalescença das moléstias did.iiilantes e para uso continuo das pcssMS que se cnlrcRam a trabaOios

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Vend-e-^e nesta redaccSo por'5$000. Registrado, peto correio, 6$000.

ARTE- CUbINAKIA ADALIUS — 3JI edi£Ko

Já está exposto à venda, na redacção da -REVÍSTA FEMININA", Avenida S. João. 87, I.' andar, o predosissimo livro " Adalius", espe- cialmente confeccionado para uso das donas de casa. A primeira e segunda edição, que conti- nham poucas paginas, exgottaram-se rapidamen- te, a despeito da sua avultada tiragem. Esta terceira edição compõe-se de mais de cem pa- ginas e está enriquecida notavelmente de re- ceitas e conselhos culinários.

Livros sobre cosinha não faltam em porta- guez; mas todos elles se resentem de um grave defeito: as suas receiias ou são obscuras ou não são realizáveis, pelas difficuldades que apresenta a Sua execução. Além disso, algumas receitas que esses livros apresentam, se são reaÜsaveis, nem sempre obtém êxito, porque não foram ex-

perimentadas. Ora, as receitas do "Adaiius" são Iodas experimentadas, e, o que mais é, estão ao alcance de quem quer que queira experimea- tal-as, tal a clareza com que são escriptas.

"Adalius" contem mais de quatrocentas re- ceitas.

O seu texto é constituído das melhores re- ceitas para lunch, cozinha, d.ices, de conselhos sobre hygiene, sobre o cuidado e ornamentação da mesa de jantar, de tudo, emfim. que pôde in- teressar uma dona de casa. E' uma obra de que não deve prescindir nenhuma dona de casa. que o deve ler constantemente, consultar como o seu livro predílecto.

Não ha dona de casa que se não queixe da difficuldadc ou obscuridade com que ião com- postos os livros de arte culinária.

O "Adalius", ao contrario, não traz nenhu- ma receita que não fosse experimentada e cuja confecção se torne difficil. Todo cUe. seja qual [ôr o assumpto de que trate, é absolutamente aproveitável e útil. O seu texto é claro, simples e comprehensivel.

O Seu preço é 3$000 réis. Esse preço está. como se vè. ao alcance das bòlaas mais modes- tas, sendo certo que a "REVISTA FEMININA", que o editou, não aufere nenhum iucro com a venda. O "Adalius", vendido por esie preço, constitue. antes, um beneficio que faa á; suas leitoras c um meio de propaganda.

Envise, pois, seu endereço e a quantia de dois mil r<ls em Mios do correio, A redacçS» é» "REVISTA FEMININA" —SXo PBUIO. AV. S. JOSO, 87..1.' «ndar,

e immedlatamente recebereis pelo correio a precioso livro sobre cozinha "Adalius".

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LIVROS A' VENDA NESTA REDACÇÃO At Hossaí leitaras e ossiffHaHtts nã& podtm prescindir de um cetío

nnmtro dt obras qnt: são neceuariaj rta estOKlc df uma jcnhora- Tudat as que tc»íffs á venda, nesta redacção, são Hfrú, iHUTctjantfj^ rnriosas, abjalutamente morart.

Nos prcçcs luarcodos em eada um dvj volumes rstâ inítüido o rtçuiro do correio.

AccFilúmos, poui, pedidos das seguintes obras'

ESCRAVA Oü RAINHA, Vindo Tomance publicado nas paginas da "Revista feminiiía", é que tanta eiíío alcançou. H' edificante í>cla jua concepção aítamente moral, e ao tjifsnio tempo dcieita o espir.lo pflt sensação, cada vet mais crescente, dos seus episódios. O enlu-cho disse magnifUa romance, é tão bem urdido, que o Iritor se dtixa siíavemcnte orroitar através das suas paginas, vive mia a vida dos teus personagens e trans parlando-se para o logor onde d acção st fosio. E' nwa íciiHra Que satisfas a todos os aostos.

Vtn tírosso voSitme nitidamente impresso. — Frrço 4$000. ENTKK DUAS ALMAS^ i xm romance sensaeionoi í/Hí í*-HI feito

um anmínsQ successo em todo o mundo. Eíle conla já t'adiicçõi'í fará tiualro idiomas, o ^ne põe bem em êi-idencia o itfu valor, h' um rvrtance morai, e cnjo emedé decorre de uma ti^aiicíra empolgante. Um Volume, prtça 4$Ô0Ô.

COLLECÇOKS ENCADERNADAS DA "REVISTA FEMININA", referentes aos annos de I91S e 1920, As pessoas que não coUecciana- Fí>n a HOSía revista ou aqtiellas que têm curiosidade de conhe- cei^, devem adQU%rir as nossas collecções, que formam grossos e ítfjkpjííjiwvf volumes encadernados em per cal,ne a cores diversas, rom dixeres a letras douradas. Volumes pioptios para presentes de annivcTsarw r que devem ser conseT':'ados como livros de consulta, f^trcè da JHII variada e interessantíssima leitura. —- Preço l^$000 eada coUecção^

FLOHES DE SOMBPA* eamedia de Claudia de Sousa, uma das tbras de maioT eiito no .'hratro nacional. ^- Preço SSOOO.

NOVA SEIVA, o melhor livro de contos que ha para crranças. Centos iuiiruclivos. interessantes pelo enredo, e escr.ptos em linfjna- sem simples, correcta, ao alcance das inlelliçeiicias infantis. Grande voliime in-q\iarto, encadernado^ com varias centenas de nit.^dos e graciosas gravuras- Editão lutuosa própria para presentes on para prrmio ãs creanças estudiosas. — Preço 6^000.

MADRE MARIA THEODORA^ elegante e luxuosíssima polyanlhâa iífSfiecida á Superiora Prov^cial das "IrmÕs de S, José de Cham- hery". Precioso folnme. de eerca de seiscenlas paginas, cheias de SmJas grai-uras impresso em finíssimo papel glacÉ. — Prcça 1!'^ÕÚ0.

A LUA CRESCENTE, coHecçãa dos famosos poemas do grande ppfia in.íií Kabíndranath Tagore, /jue. pelo seu alto valor, reeeben o fifmio Sobcl, que o consagrou o maior poeta do sua raça e um dos •na^om do mundo. A versão em prosa portuguesa, de Plácido Bar- ^oiO, f eicelUnte, dando bem idèa da belleca original dos poemas. Quem não conhece a poesia oriental, tão suggestiva, tõa profunda, tão ornf.nal, deve ler esta eollecçao da poeta indiano. —■ Preço 4tOÚO.

Ü TURBILHÃO- essa peço theatral de Cláudio de Sousa, que è ' uma lias mais sensocionaes ereações do moderno tkcairo e que tanto

íirídh iem alcançado, ataba de ser publicada em elegatitissima bro- H*Nrfl t com uma formosa copo o cores. Vende-se nesta redacçAo a K^c-ip cada exemplar. — Pelo Correio, registrado. St^oo.

A DOR DE AMAR, um dos mais interessantes romances da v^da aeftiai. Narração de amor, cheia de episódios sentimcntaej e intcn- lomenle commoveàares^ O tulor, neste romance, tem conceitos sabre t nJa senlimintal que impressiona pela sna jusiesa e verdade. — Pirço 4^009,

A JANGADA. íinda comedia cm três actos de Cláudio de Sousa, fw.o íoiieo, registrada. SÍOOO.

AS SENSITIVAS, magnífica comedia em três aclos de Cláudio dí Sousa. Pelo Correio, reoistrada. S^OOO.

tlELOISA. I-.sie romance de ,d. Augusta Franco de Sá trem fa- se ndo vm ruidoso succcssa, mercê do seu estylo claro, da curlosf ádãe Que o seu enredo desperta e de numerosos episódios que se passam em Paris, Londres, Koma e outras capitães. Heloísa, que è uma creatnra perversa, filha má, cheia de odtos c iiilrignte. vae púueo a pouco perdendo esses defe tos e adquirindo qualidades e Vir- tudes que a lomam vma verdadeira santa- A'Jo ha qnem se nüo deite impressionar fundamente se Ur este ramauce-

E' um grosso volume de mais de SOO paginas, cm clcgnnie e so- lida encadernação. E' um lívo próprio para prcícntcar uma moça.

Um volume, Ctvoo réis. Pcd.dos nesta redacção.

A FILHA DO DIRECTOR DO CIRCO. E' este um dos ro- * mances mais Mtcressantcs da grande cscriptora aílL-mã biirouc=a

Ferdtnande von Sr achei, e uma das obras usais vulgar is-iias ^tf. todo o mundo, A ma leitnra é empolgante e impressionadotts. lia episódios de amor tratados com tal profundesa, que nos deLrim n'alma recordações inapagave^. O enredo í curíosissimo, c lodo elle baseado na vida real.

' A Iraducção portuguesa é exeeUente. L'in grosso trolume de cerca de SOO paginas, lindamente encader-

nado e nitidamente impresso, próprio para presente, ú$50Õ réis. Pedidos nesta redacçJo-

Preparados qus se vendem nesta redacção RECEITAS m-: aKÍJ-EZA PARA COLOUfR OS CAUKI.LOS,

Desde os tempos mylhologieos — com a mágica Mcdca -^ t homem procura resistir, por meias artificiaes, aos estragos da edade, visando principalmente os cabeltos brancos, qut são os primeiros # os mais evidentes signaej da velhice.

Entre as rinturos Usadas para tal fim figuram as de saes de chumbo, de prata, de cobre, de mercúrio, de cal. de bisimitho, de cstanho e outras, que produscin sobre o organismo inteiro graves desordens que só muita tarde são percebidas. As tintvras afierieanas são a base de sulfato de camium e sulph'drato de amiuoniaco. Sàa menos loxicas, mas irritam o couro cabelludo c provoco a calvice rápida. As tnituras a base de nitrato de prata, tão espalhadas, rüo de acção tóxica, lenta e fatal. Ha. poràtn. alguns prodiiclos vegetacs inoffcnsivos que infeliirmeKte, dão uma caloraçüa muito fraca c poueo durável. A única que se fiàde recommendar sem receio e que dá resultados admiráveis, é a VCX^WWA. com a qual st pôde obter, gra- duando as dores, todos os tons. do castanho claro ao negro aseviehe. Jnfciismcnte esse preducto é raro em nosso meio. sendo ar undo da Pérsia, de onde actualmettíc só pòdt vir com grande difficuldaãe.

A Em[jrp7a Feminina Bras[lc!Ír:i acaba de receber uma pequena quantidade.

Podeis obtei-a por intermédio da nossa "Revista", enviando a im- portância de ia%ooo e mais Í3oo para a remessa.

TOMADA RENY PARA SARDAS. MANCHAS F- PANNOS, Esie preparado, que se reeommenda por mais de vinte attnos de

occeilação e pela sua efficacia sobejamente comprovada, é o que ha de melhor para as manchas da petie e para a tornar clara, macia r fina. H' absolutamente inoffensiva. Bastam alguns dias de HJO. A sua cifieacia è prampta e duradoura.

E' fabricada em três typos: "Moderada", "Forie^' e "Extra-fort^". A primetra é usada na maioria dos casos; a segunda para os cosot em que a primeira nào faça effeito, e a ultima para ser applicada unicamente nos braços e nas mãos.

Pedidos a esta redacção. 4^000 o frasco; pelo corre.o, registrado, 5$0OD.

VANADlOL, é o mais cfficaz dos tônicos recousliiíihitcs- H' acon- selhado pam todos os casos eu\ ifiie sr ex ge um traíameuto touifi- cante. E' o especifico da oncnna, da chtorose, da falta de sangue, da íubí-rculosc; ê o tônico das celiutas, dos ner2-os. dos miisculos, do cérebro, do cstosnago. O si'ii iiso se jas indispensável a todas as pessoas enfraquecidas, aos neurasthenicos, aos velhos, aos rachiticos. aos convalesccntcs. Fedidos a esla redacção. Preço: IO$OOÕ; pelo corre o, registrado, 1I$O0O.

CREME DE BEAUTE' ZABELLA E LOÇÕES, Preparado por Mudame Zabelh. direclora do Consultório Tcdmico de Bciteza. do RIO de Jon-iro. Esse creme i' usado geralmente como se usam todos os cremes. Emquanto os outras^ purém. sá scruem para b}an-^near n pellc e fí.xar o pò d'arr02, o Creme de Bcantè Zúbelia, tem, aldm dessa utilidade, cm que supera os melhores, a proprii-dade de curar todas as enfrrm dades da ciitis, como manchas, botücs. ephriides, fannos, asperezos e outros defe tos, qne tanto afeiaiu o rosto.

A sua efficac.a é garantida. Ler no prospeeto a maneira de usar. A' venda nesia redacção. S^ooo, pelo correio, registrado, Io$ooo.

PREPARADO K.° l, loção adstringente para a errl s de transpi- ração gurduroiO. paio manchas, pontos mgius e bvibullii/s. Depois de humedccer o rosto com este preparado, fos-se uma pequena mas- sagem com o "Creme de Bcaule Zabelía^'. A cura é garantida das enfermidades da pellc. — Preço SSooo, pelo correio, lo^oao-

níETARADO K-" 2, loção emoi-cnte para a cut s muito delicada. Esta loçiio. pelos sciis compi-nenlcs medicinoes e hyg-euJcos, dCVe foser parte inseporaicl das coisas ntris e iudispemavcis a todas aa damas que prezam a sua bellesa. Sua orç'~'o ê extraord nar\a fNPiíra as manchas de sol, as asprrenas da peíle ptrrdusidas peíu frio e outras causas, tendo a propriedade de ainoiiar e bfan-smar a cfis. Depois de usada, appiÍQUe-se o "Creme de HVOIJIK^ Zdb\'llu". /''cço SSoi'0. pelo correio, lo$ooo.

U>E TÓXICO MARAVILHOSO. Os brasíU-ros sio, em geral, anêmicos- A anemia, u.i ii'uihi,-f. íVIH/íIJ á velhice precoce, e nu ho- mem domiune a capacidade de ocçCio, sem falar cm ouiras nialt-x muito mais serias. A fealdade da pelíe, a sua aspereca^ a JIíB cilo- raçfio desagradável são às vezes proveniente do ancm o de origem ii'etica, e para este caso, como para Iodos em que se exige uma loni- ficaçâo poderosa e de resultados proniptas. aconselhamos o "ílema- tol'\ E' o especifico da saúde. Preço, 7$ooo. Pelo Correio, 9$ooo.

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Sectlo de Obrai d'"0 ESTADO DE S. PAULO"