64
Qpm//à Tâmimüà finm VI ^reço 1S00Õ 61

200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

  • Upload
    others

  • View
    13

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

Qpm//à Tâmimüà

finm VI ^reço 1S00Õ Jú 61

Page 2: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «
Page 3: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

End. Tel. "ELITE"

^^ ^^^^

Caijca; 1391

COLLETES"REJANE u

MODELOO

ê AO-^^'*"«f*, '■^-1

%

> O

k.11 «■!>■«■•

MODELOO

HOOflO S ''■B* 'lATEVIQfrc

A tsma que já celebra os colleles "REJANE" está justíticada pela elegância dos seus diversos modelos, bom como pelo primoroso acaliamenlo e excellente

maienal empregado.

tá está prompto o nosso novo catalogo de lolletas "Rejant", onde expomos numerosos modelos, e que

enviaremos sob pedido.

MRPPIM STORES Rua 15 de novembro, 26 — 5. PRÜLO ~

Page 4: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

Companhia Mechanica e Importadora de S. Paulo IMPORTADORES de Materiaes para toda a classe de construcções

e para estradas de ferro, Locomotivas, Trilhos, Carvão, Ferro, e aço em grosso. Óleos, Cimentes, asphalto, Tubos para abas- tecimento d'agua. Material electrico, etc.

FABRICANTE DE MACHINASde Café e para a lavoura, de Ma- terial cerâmico e sanitário. Fabrica de pregos, Parafazos e Re- bites. Fundição de ferro e bronze, etc.

Grande Serraria a oapor - Gonsíructores e Empreiteiros Rgentes de diversas fabricas nacionaes e ejttrangeiras

DEPÓSITOS, FABRICAS E GARAGE

Rua Monsenhor Andrade e Américo Brasiliense - Braz Kytabelecimento Oerarnico - ÁGUA KKANOA - Telephone 10-15

(SAO PAULO)

Códigos «m uso: P. B, C. 5,a .diçSo. R. 1., H. Z-, BEMTLEVS WESTERM-UMIOri, LIEBERS e RIBEIRO

RiO DE JANEIRO nvenida Rio Branco, 25

CÍM 1534

SATNOS Rua Santo nnlanlo, 108,110

aUa. 129

LONDRES Broad Jtreet House-npW Broad Street

LonfloB E. C.

São Paulo, Rua 15 de Novembro, 36 - End. Telegr. Mechanica Caixa do Correio, 51 — Telephone 244 (Central)

RESINA DE yATAHY Curo laillcalntcnle 'Cosia, Aílhma. Broncklle,Coqueluche, CalarrhQ chranico. Enxaqacea. — PREÇO 5SO00 o fiasco

TRANSPIRA-DOR EtHa e cura In/laenia, Febra, Grippas, T^jeiftlaáos, ãòiet Je cabeça, neoralglas. - PREÇO 3$000 o luto.

Qottas Hyglenitai corrigem o; rln$ ( Intestinos r rapa ridos pela. Hnriiiaciiiiiica. K- tiiieno Utarrambacli.

Ku contra iu-ae !II0 — Drugaria B. Huaso íi C. -- rua 7 Setembro N. BI SÃO PAULO — Drogirlii Uiirucl 4 C. — Rua IJliciCa T^inbatn &a encontru ti.i tin-lu. djk GX]tosiçÃr> de trabalhe.f dA

"Elevistft KHiiiiniti^". CORiTYBA — Umgiiria André de Barrua — Ru.-i Muticy, M CAMPINAS — Em todos ns jihnrniacittS D!Í1'OS1TO OERAl. Una Rogcnto Feljí N. 18 — CAMPINAS

>« Q «

(CiàBda.) lua àos (Sua^anaze» 15^.

15án Pautai

Marmoraria Tomagnini

Especialidade em túmulos de mármore

e granito polido

ri Pietrasanta (Garrara) Itália i.: S. PHÜLO

Rua Paula

5ouza ri. 85 Telephone^ 3378

(CENTRAL)

Page 5: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

R 8 Sg

Photogravura "A PaullCéa ^ %

SE 1^ » üg as g

Clichês e Carimbos de borracha

RUA BRIGADEIRO TOBIAS, 92 ^^^__^^^.^—.^^ TiUfihBne Ccnlial 3908

SÃO PAULO

Aoo drliot a

hetpanhola estragai o

Ku cebello, 'Cralat-e

íodúÊ óã dlat cem ai-

gam Vig^Or do

Cabello do Dp. 3ycr. Astnit. Cnbto Postai, 2014

Rio de Janeiro

DC HE

O uni(!0 meio de conservar a vossa saúde é ingerir ali- ■ mentos sãos e be-

ber água pura.

Para este fim procurar os melho- res fornecedores e

comprar o

Filtro "Fiel" o melker di/s ftilrís.

A' venda na

RUA SÃO BENTO, 14 Sobrado

Depositaiio paia o aul do Brasil

Brsenjo B. SíIDO Caijia Postal 740 F.

Tekphone 5185 • Central

SÃO PAULO

Peçsm o catalogo illustrado e mais infoima-

çõcs sem compromisso algum.

CASA

GENIN J^ÍJA DIREITA, lO-D

Telephone Central 1009 — Caixa postal 204

PARA O INVERNO

hâ Bom Pastor (Merinó) ToncXlo 40 p. -R". 3$300

bõ grossa, ou commuin wecdti 50 p. -Rt 2S50O

ha para alto relcDO metáa "R: SSOO

N. B. Paio Cone», poiie ■ mii

Hrtigos para bordar Lãs - Unhas - Sedas - Linhos - Pellucías

5etms - Talagarças - Velludos

Prtigos para flores artif iciacs

Bandeiras

Rico sortimcnto de

Bordados da ^'Madeira n

Page 6: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

o ESPECIFICO Dfl finEmifl TUBERCÜhOSE etc.

Vinho Reconstituinte SILVA ARAÚJO

Rachitismo-Fastio-Escrophulose, etc.

Usam-se 2 meios caiices por dia

INGESTA Farínhi ladci

de SILVA ARAÚJO

ALIMENTO IDEAL Para crianças, amas de leite, pessoas

fracas, convaleacentes

Torna as crianças sadias e fortifica os fracos

Para uso das crianças dyspepticas, que têm difficuldade em

digerir e cujas evacuações são irregulares, fétidas, esver-

daadas ou talhadas, usa-se g semprC cfficaz o poderoso, inegualavel .. «^ \ ■. i

DIGESTIVO irsr/íMTIL de siLV/i aRat)]o __^

Usa-se ás colheres de chá após as refeições ou após as mammadelas

H' base de papaina virgem, pura

^tt»'^'3^'

1 L Chamamos a al/ençõo da il/us-

Irada classe medica e do publico eu] geral, para ospraducfos da rjossa

.^ecção Jijdus/ria! - p/jar/rjaceutica

que se recomrrtendanj pelo capric/jo e rigor scienUfico co/rj que são pre- parados :

Rgua Ingleza Baruel - Elixir flris-

topeptico - Magnesia Fluida Baruel -

5egredo Oriental - Vinho lodo Tan-

nico Phosptiatado Baruel - Sabão

Infaniil - Polvilho Diaquilão Baruel ■

Depilalorio Martins ■ Elijtir de CC.

Sagrada Baruel - Ejtlracto de Ta-

marindo e Jíaropc Easton Baruel.

S*cçIo de vendas

R.Direita,! -UrgodaSé,2

Jec{3o de eiipedi{3o

Rua Marechal Deodoro, 2

PlJUes

Rven. Rangel Pejiana, 149

Rua das Palmeiras, 42

Sccfio Industrial PtiirmiHulka:

Avenida Cantareira, 47

CompUto sortimento de Drogas e Especialidades

Pharmaceiiticas

Seccão Especial de Períumarias

Baruel & Cia. Caixa Postal, 64 Telephone N. 20

1 1 npooQonnnPCiOPmmpoP !°-P P O O S. PAULO 1°=

Endereço Telegraphico: BARUEL - S. PAULO

qBPOonnooaoaoDPnnaonooo n

Page 7: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

"O PILOGENIO' serve-lhe em qualquer caso Se já quasi náo tem serve-llie o PILOQENIO, por-

que lhe fará vir CRbello novu e abundante. Se começa a ler pouco, serve-lhe o PILOGENIO,

porque impede que o cabeilo continue a cahir. SI; ainda tem muito, serve-lhe o PILOGENIO,

porque lhe garante a hygieiie do cabeilo. Ainda para a extincção da caspa

Ainda para n tratamento da barba e loção de toilette — O PILOüENlü

SE/AFRE O " riLOGENIO"

*'PILOGENIO" SEMPRE! A venda em todas as pharmacias, drogarias e perfumadas

RECEITAS DE BELLEZA PARA COLORIR

08 GABELLOS

Desde os tempos mythologieos — com a mágica Medea — o liomem procura resistir, por meios artifi- claes, aos estragos da edade, visando, principalmente os cabellos brancos, que aío os primeiros e os mais evidentes signaes da velhice.

Entre as tinturas usadas para fal fim figuram as de saes de chumbo, de praia, de cobre, de mercurio,- de cal, de bismutho, de estanhosje outras, que produ- zem sobre o organismo inteiro graves desordens que só muito tarde são percebidas. As tinturas americanas sâo a base de sulfato de cadmium e sulphidralo de ammo- niaco. Sâo menos tóxicas, mas irritam o couro cabeilu- dn e provocam a calvice rápida. As tinturas a base de nitrato de prata, tão espalhadas, sâo^de acção tóxica lenta c fatal. Ha, porém, alguns productos vegetaes inoffensivos^que infelizmente, dâo uma coloração muita fraca e pouco durável. A única que se pôde recom- mendarsem receio e que, da resultados admiráveis éa 'Peialtna, com a quai se pôde obter, graduando as do- ses, todos os tons, do castanho claro ao negro azevi- che. Infelizmente este producto é raro em nosso meio, sendo oriundo da Pérsia, de onde actuaímente só pôde vir com grande difficuldade.

A Empreze Feminina Brasiltlra aCaba de receber Unta pequena partida.

Podeis obtel-a por intermédio de nossa ff^hia. enviando a importância de lOfOOÜ e mais ãOOrÉis para a remessa.

f VINHO BIOGENICO CVinlio ciiie fíà. -v-idri)

Para uso dos oon vai es centos, das puerperas, dos neiiraatbeDicoa, memioos, dyspepticos arthriticos. P^iierosn tniiio e cstimiilaaíe da "Vitalidade", o VINHO BÍOGEKICO õ o restaurada iiatii2'a!menls iudicado Efmpie que se tem em vista uma melhora da nutrição, lua levantamento geral das f.ii-ças.da adi vida d e psy chie a o da energia cardíaca. E' o fortificanle preferível nas convalescenças, nas moléstias depressivas e consumptivas, (neu- raslhenia, anemia, lyiupbatismo, dyspepsias, adynamia, cachexia, arterio-scleroso), etc. Reconstituinte indispensável às seshoras, dm'aiite a gravidez e apAs o parto, assim como às amas de leite. £' um poderoso medicamento bioplnstico e tactogeaico.

Reaeilado diariamente pclae aiimmidadea medinaM Encontra-se nas boas pharinacias o drogarias. Deposito Gerai:

PHARMACIA E DROGARIA de — FRANCISCO OIFFONI & C.

Page 8: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

Socicté Fincincicrc

et Commcrcialc

Franco Brésiüennc

(CASA NATHAN)

CHA' .HORNIMAN. em laias de 1,1|2 e 1]4 de libra, o mais puro e aromalico.

PhosphorotTREVO.

Verniz especiar-CHlNAMEL* para envcrnisar soalhos, que substítue com vantagem a cera e é mais barato.

Grande sortimento de ferragens fi- nas e grossas.

MACHINAS PARA A LAVOURA de todas as classes, com especia- lidade em arados, cultivadores,ele. dos melhores fabricantes Noite- Americanos.

Pedidos e informações á 45-R, Rua 5. Bento, 45-0

Caixa do Correio—K SÃO PAULO

Crianças Fallidas, Lymphaticas, Escrophulosas, Rachiticas ou Anêmicas

o JVa-LAKmXNO deQIFFONIi umexcellenie rc- constiluinle dos organismos enfraquecidos das crianças, pode- roso tônico depwativo e anti-escioplniioso, que nunca falha nc tratamento das moléstias consumpiivas acima apontadas. E' superior ao óleo de fígado de bacalháo e suas emulsões. porque contem em muito maior proporção o iodo vegrAaUínàa intimamente combinado ao tanjúno da nogneira (Juglatis Hegid) e o Fhóiphoro Physiologico medicamento eminontemenie vitali. sador, sob uma fôrma ag^radsvel e inieiramenle assimilável '■.' um xarope saboroso que não perturba o estomag-o e os in- iestino9,como freqüentemente succede ao óleo e as emulsÕes;. dahi a preferencia dada ao JUGLANDINO pelos mais diatinctos clínicos, que o receitam diariamente aos seus pró- prios filhos. — Para os adultos preparamos o VINHO lODO- TANNICO GLYGERO-PÜOSPHATADO, . «

Encontram-se ambos nas boas drogarias e phramacias desta cidade C dos Estados e no deposito geral:

Pharmacia e Drogaria de FRANCISCO CIFFOHI fc C- Rua Primeiro de M&rço, 17 ^ Rio de Janeiro

TniilcQ diis nervos, ilii rurrlirli NEURASTHEHIA

Silva Araújo

NEURO-SÔRO SILVA ARAÚJO

1 ■'!: CiVCLTophosfhJto de SailJo

G SirytltEiDa-Cacodylíi:

Companhia de Industria e Commsrcio CasaToLLE -

RuQ PIRflTininGfl n, 27 - CQíXQ, 201 - São Paulo

Premiada em diversas exposições e com a maior recom- pensa "GRAND PRIX" na €xposiçõo de üorino em 1911

Bombons c Chocolates finos

Único fabricante no Brasil e America do Sul do:

Cacao com aveia, Tfbciha {marcas registradas). — Vinhos

Vinagres, Licores, Xaropes,

LICORES GaLLIft fabricados pelo afamado distillador Felix BELLARD.

Possue o privilegio em todo o Brazil para a fabricação do álcool absoluta- mente neutro e inofensivo, único que se presta para a fabricação dos licores finos que a Companhia prepara por distiilação, com productos importados directamente da Europa.

Page 9: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

Urna Senhorita Aíéesto que soffri de uma ecsema M^^^^^^^

durante 2 annos e 8 itiezes, e tal foi s^^^^^^^^^K^L a quifntidade de preparados que usei ^^^^^^^^^^^H^ que jâ julgava exgotada d medicina. ^^^^Hi 4ii^^P|Hk Recorri por ultimo ao santo CLIJCIR DE H^^^EK ^r^í hOQUEIRfl, do Pharmaceutico e C/iimi- I^^^^^^^^^^^^^^^^^^^H^ w^í- ^^^^-

CO , yoão da Silva Silveira, o qual me ^^I^^HP*^"- fez ficar completamente curada ha já ^PolH^%'^' / ires annos. ¥%^-' 4PPR-^-' V f

Esmeraldina Gandida ^Í^SL ' ■■■■"^^

Cachoeira^ 3/ de Agosto de i9/3. ^^^^mm--'y — liua do Recreio A". 5$. ^^--^^SI^-^'

(Firma reconhecida) ESMFMALDmA CÂNDIDA

6AX0NIA: TinTURflRlfl E bflVfinDERIfl

S. PAULO

LAVA E TINGE ROUPA DE

SENHORAS, HOMENS E CREAN-

ÇAS, CORTINAS, PLUMAS, BOAS,

LUVAS, Etc, Etc.

Fabrica: Rua Visconde de Parnahyba N. 210

Telephone - Braz 297

Lojas; RUA LIBERO BADARO' N. 145-^

Telephone - Central 2396

RUA SEBASTIÃO PEREIRA M. 5

Telephone - Central 833

Casa Lcmckc

R. Libero Badaró N. 100-104

SÀO PAULO

Teiepiione N. 258

Caixa Postal N. 321

Fazendas, Modas,

Armarinho,

Roupa Branca

5enrique Lemcke

é

Page 10: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

Phosphoro e ferro em abundância, e ria-seV.S. das doenças o COMPOSTO RIBOTT é a melhor forma de tomar ferro e phosphoro.

Olha pari aquelle par it rachitlcoí: porque n3o lomarlo COMPOSTO DE RIBOTT para ganhar forfu,

vigor, vitalidade t energia í

Niagucm i|no)A quB ii« cilii du» lubiltociii JDfliípcduvcn i boa ceiiwivi(ão do nona oiginiimo, e que ■ dtí6ci(aeii du numii Du d'iTguni» delUt produz liulniBnle d*i%ii%n}oí preju- diciaci • noui uudc. Nem Lodoi oi Diganiimot, porév, podem auiajilir davidamcDlc «lat lubitincEii índitpeiuaTeii. fuja eicai' >M no byitcma. Lrai como E«u[lado iníallivc! o exgotantDJo phy- ■ito, manilntado írequesltmaDlc Da lõin* de Deuiaithenia, de- bilidade geral. Hemia eu pebiaia do ungue, iheumaliiino. dyt- pepiia. ele O COMPOSTO RIBOTT (pWpliato-le.ruginoio- organico). í o tônico predilacla dei Sii. Bedicoi para luppiir ■ lalti dailH lubitaneiai no orgaiiiiiEo, E^iito le «iplic* pelo lac- ID da levar o COMPOSTO RIBOTT lua formula integral- mente imprcua cm cada vidro. O medico, o pliarnaceuLUo, eo paciente teem conGiafa aette acieditado pioduclo porqua labem D que leceilam, iicoamendam eu lomaoi cetpec ti vãmente.

Se V. S. eitima laa laúde nlo de>«ri lunca tomai um re- médio lecieto, cu)a foraula deieonbece. Quaado V. S. loma COMPOSTO RIBOTT, labe qu* (ilá iornacando (erro. na

loima maii auimilavej conheiída ao icn UBfna, ■ pbotpboco ■01 leui Dcrvot.

O COMPOSTO RtBOTT i a ullíma pilati* da iheiapeu- lica moderna como lonico rtcuperador de foiçai, caraei e ener- gia) perdidai; earíquecc • ungue com rapidei «uombiau, nli- menta e lonilica 01 ntrvoi, e corrige » detordeni ou deianan- jei digeilivei.

Al pcuoai ftacii, dabcii. neivoiai. aBemicai e dyipeplieai duplicara tUM aneigiai e foifai de loiilencia em poucoi diai de Iraiaminto. Se V. S. XDie-ie caniade, débil, Dervoio e abatido, com lalla de appetite. e dòrei fiequenlet de cabefa devidai i pobrHa do langue. n&o perca um minuto e comece a (e tratar cem o COMPOSTO RIBOTT. Siu próprio medico o recom- mrtidari. Vcnda-ie en todai ai drogariai e pharmaciai acredi- tada*. MaDdarcmoi amoktrn gratii, ái peuoat inlereuadaa que •olicitem p(e;os. c lemaium 400 ti, em MIIOI de corieie parn pagar o porle. et*.

l (Jnico depositário no Brasil

teniGnO niEVfl - CaiPía postal, 979 - Rio de 3aneiro

Page 11: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

AailfnBtnn com regi atro l&tOOD

Redftcfão

PrA^ji Anteikia Pmd» ^c

:;: PnUceU Bclccsla ::

TelíphDde, ceei Ceatna

FUNDADA POR VIRGILINA DE SOUZA SALLES — s«ctei.rii.: AVBIJNA DE SOUZA SALLES

O T.o CongrcBfto Bragllelro de lornallsfas dflclanxi que a "Revista Feminina" é um modelo digna da imitação.

Sua Eminência o Cardeai Arcoverüe sHirma Que a "Revista Feminini" é rodifilda com elevação de sentimentos e Far^ueza de vistas.

ANNO VI SÃO PAULO, JUNHO DE 1919 NUM. 61

.^1^ ^.í^-^ ^^ I í 1

IVIAIS uma vicloria pôde contar o femiaisQLO braiilcLio que, £pc-

I sar da indificrença crtmino&a I com que lera »do encarado

•^ -^ pela maioria das nimK^3 palri- n D t ü ^ cias, vae ganhando tcircno, pela ^^(^^ mcíma força iiicviiavcl com que

se lem impasio DA Europa, numa KOTH nova de um mundo novo- As nossas primeirae vicrorias, AS primeiras <e1a- pA£> de nosso CAminKar, aão, evidentemenle, quBsi infaniia &Í compararmos a nossa marcha pernibamba e preguiçosa aoi grandei luilos do feminismo europeu. El dá^se nesle caso phe- nomeno curioso. Todas as novidades euro- péias, nem bem dellas. cnlre nós. grassa a no- ticia, são aqui acolhídai com uma precipita- do e um «çodarn«nTo inimigos de qualquer ponderação, exame ou e^udo. Uma aigtefle que a Europa, « principalmenle Paris, deslo- que da diieira para a esquerda num de seUB figurinos, lorna-se no Brasil um problema na- cional, Tão urgente de adopção quanTo os pre- ceilús mais sibilinoa da Liga das Nações, c da alehimia com que as rinco grandes potên- cias acabam de arrancar uma paz mundial que será por ellas governada, á feição de seus in- lefFstes commerciaes e de sua ambição, e na qtial nós. os pequenos Estados entraremos co- zno '^cameiios de balilhão^...

No emtanio, problemas sociaes que de- pendem da meditada atlenção como o proble- ma do trabalho feminino, da nanufenção fe- minina, e de todos os direitos que assislem á sua producção ^ue ora se começa a requerer — pasmam-nos despercebidos, ou anlcs, encon- tram-n'o£ a fíngiT um somno commodo e dis- li mula do. FensaT... Resolver.,. Eis os dois ihemas que apavoram o HamTcl tropicsL.. A mulher é um bicho l um bicho aceiado, ad- miltamos ; um bicho interessanle, concedamos ; um bicho que, sem exaggero. é digno de vi- ver deniio de casa. concedamos ainda : mai um bichinho que se (ornaria fastidioso si nos obrigasse a penbar, a resolver — diz a nossa indolência ma»cuEina nbs campos doraciocinio.

E como o vicio é de Ioda a laça—esia preguiça que nos balouça em redes primitivas das mulridõe^ florestaes do Amai-onas ás íris- les ptanuras dos campos rio-giandenaea—nós. bia&iUuas, nós, partes directamenle inteietea- das nesTa hora de ejiccpçào em que se co- di6ca um novo Direito, pieferimoa sorrir àquel- les generobos conceitos, a «esquenlarnios a ca- beça com imaginações» que nos parecem trans- oendentae$ e que nos obrigam ás extravaga- ções daqueÜa mesma hesitação; To be.,. or Tioi Io bí...

JUNHO todoa os emprei/o-t f'eU'i'iifS f eslodots- —

Eis porquí qualquer pequeno perneio se verifiquem em suas reparliçdes podem inscre- no novo eaminhoi qualquer endireitar de bus- ver-se senhoras. Não é uma pequena vicloria, to com que pretendamos a marcha, deve ser quando considerarmos que em todos os nos- registrado com o caiinbo entre amoroso e aos Estados existem repartições federaes, r cuiioso com que se registram os primei- que, adoplada aquella norma pelo Governo ros passos Iropegos, cáe-cáe. risonhos e festi- Federa), ella se torna obrigaloria paia a 3e- vos de nma creança que se desprde do en- gislaçao dos Estados, Desde que a Constilui- gatinhar, E si tombos houver, ai naluraes des- ção da Republica não se oppõe a que as mu' iiluHÒes se cífercccrcn» não devemos desenco- Iheres exerçam cargos públicos, nenhuma Co:is- lajar as nossas patrícias que se atiram á lula : tíluição estadoal o poderá faler. Etiá, por'- peTo contrario devemos 'eslejal-as, com o ca- tanto, definitivamente adquirido que as brasi- rinho das mamães, quando, com uma casta- leiias podem concorrer a Iodas as vagas que nhola e um beijo, correm a apanhar o bi^bé se derem no Funccionalismo publico do Bra- que cahiu : sil, tanto lederal quanto esladoaL E si algum

— Upa. Dandão I.,. Não foi nada.„ dos regulos que dominam c exploram a maio- Foi um pulo I... ria dos vinte e um (eudo$ en que se subdi-

A pequena victoria que hoje nos é da- viditt a índuslria republicana de nossa Fede- do annuncíar releie-se á decisão adoptada pela tação. pretender oppor-se á inscripção de uma E.. de Ferro Central do Brasil mandando ac- candidata, o recurso do habeas-coifius nojui- ceitar a concurso para os lugares vagos de es- zo Federal virá. deanle dos precedentes ap crrpturarias. que se realizará nesle mez de lados. coagiUo a conversar com a bóa razão, junho. Iodas as senhora» que requererem sua E, agora, que se chrgou a esie resulta do f inscripção. e as q:ie o fizerem, ainda, dentFo como toda a vez que se chega á demons- do piazo legal. Esla deciíão da dírecloiia da tiação concreta de uma verdade empolhada Central, que é um próprio federal, é a con- no ovo de Colombo, fica-se admirado de que seqüência lógica^ inilludivcl, inetulavel, do pri- ba mais tempo elte não tivesse sido picvislo, meiro e victoríoso passo dado corajosamente, tentado e realizado. Qual a razão que podifr enlre os remoques dos zoilos e a rinchave- impedir as brasileiras de procurarem ot em- Ihada dos iiíotai, peTa nosia patrícia. D, Ma- pregos públicos num paiz em que o empreg» ria José de Caslio Ríbello. quando ae apre- publico é uma sinecura, uma bem remune- sentou candidata a uma das vagas de terceiro rada vadiação, que parece mais Eer sido Eeila official do Ministério do Exterior da Repu- para o "ente Iraco. débil, quebradiço. e in- blic'*, salvaguardada por um luminoso parecer capaz de longas energias do que para o de Ruy Barbosa, no qual se afirmava que animal (órtCt robusto, dominador e capaz de nenhum de nossos preceitos constitucionaes se todas »s resistências que é o homem ? Ne- oppunha a que as mulheres entrassem a con- nhum melhor do que aquelles podia ler ofh- eorrer aos cargo» públicos. Deanle do parecer cio para as suas delicadas mãos, para sua rt- do nosso grande constifucionalisla toi, então, conhecida paciência, para sua habitual seden- inícrípta a noisa palricia, e no conciurso. em tariedade, para sua disciphna da submissão, e, que leve por concurrenles homens formados principalmente^ para sua moral, que ainda não pelas nossas Faculdades, a todos seus concur- está afeita á mandrice que passeia as »ve- renles baieu e afastou, tendo sido classificada nida» nas horas de expediente, ás gotgeta» que cm primeiro lugar, e em seguida nomeada subornam, aos desfalques que enriquecem... para o cargo. Sua entrada para as repartições publicas faz-

De onde se infere que ha algumas mu- nos, ao menost suppòr. que c^m ella vão en- Iheres das quaes »e não pôde dizer que «te- trar para o maneio da fazenda publica toda» nham os cabellos compiidos e as idéas cur- aquella» qualidades acima enunciadas. Uma las--„ E' pelo menos o que devem ler pen- nova disciplina e uma nova moral.,, é tudo o sado 06 bacharéis em Direi-o que, num con- que precisamos, não só nas nossas repatlições eurso em que o Direilo entrava por larga par- que se transformaram em valhacouto do filho- te, foram derrotados por uma mocinha que tismo político, como na própria Republica que nunca fez nenhum curso universitário, e ne- se transformou em valhacouto de aolerles tra- nhum diploma acientifico possuia... paceiros. Ora, uma nova disciplina e umai

Deante daquelle caso, e do que ora se nova moral pode a mulher brasileira promel- apresenta da Central do Brasil, e da acceita- ter com sua religião, com a energia de eu* ção de senhoras para cargos dos Correios, está honestidade, c com a brandura e a inteireza definitivamente estabelecido pelo Governo Fe- de seu caracter, que tem resistido á inun- deral que em todos os concursos para vagas que dação de todos os vicios que vasam petas

Page 12: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

flincliíl d» »tlu(» quí "" iioliv» dl dee»- dencií de ouim "ç"t " lempo em que ain- cia eH»vímoi leveítidoi d» cimiil> ímpei- metvel de nona» l>ôii ludiçdei.

Príii aoi cíui. pma ao bom Deoi «me- tic«no, que pitece diveilif->e em «ccomodít pioviden^iilmeine lodoi ot de!g»Hoi que le- lultum d> "«brí-cegí" d» nosi. «lumulluíd» «yolutio, que aüim tejí, c que ■ enlredí da

mullitr btaiileif» não ló pstt ai repartiçSe» do Eilado. como para o» demaii lamoi da «dminwtraçío polilica do paii. pOMi inaugu- rai uma nova época de saneamenlo. de que lania precisamo! Iodos o» que habitamot etlc nouo querido loiião, que de uberrimo, de pujante de seiva, de vida. de mageslosai for- ças coimicai, le v»e, liansfoimand» >oi pou- cos, pela sede insaciável ds esponja da »m-

de-

bitâo da poiiticalha, num Ifiile e de»b»bÍ!ada paul. onde apenií boibulham como um epi- lapbio de pairífocçào os cogumelos pstaiita- lios e venenosos de um paliiotiimo que sapparece...

(Coilabor3Çio espeíial pafa a Revista Feminina de S. Paulo)

Bnna Rita Malheiroj.

Dvas ^Ictea^Sus úm ímmúmíswim Os Eslados Unidos polam o sujtrgglo íemlnlno'.-■. mo» o nono "PossíJ*-

n/o", o ijipo Je nosia -olma. tão flagrantemente poslo em scena em "Flãrei Je Som-

b,a-. continua a tnUndef que o Jemlnhma i. openoJ. m.ííl» paia a íiJla lotz.

Mais um paiz vae adherir ao suffragio feminino, já adopiado na Allemanha, na Inglaterra, na Rússia, na Suécia, e prestes a ser adoptado na França e na Itaha. Referimo-nos aos Estados Unidos, cuja Câmara a 21 do mez passado votou nnanimemente a lei do suffragio fe- minino, e em cujo Senado já o senador Hale, á freme do partido republicano, declarou apoiar com o seu par- tido a rápida promulgação daquella lei.

Caminha pois o feminismo a passos de gigante por todo o mundo civilisado. E a cada um de seus passos fico a interrogar-me: Será que acaso os nossos tiomens polllicos, e mesmo os que nâo o são, disponham de uma illustraçâo, de um senso social e de uma theona da Jusliqa e do Direito mais perfeita, mais acabada, mai» radiantemente genial do que todos os grandes estadia- tas ingiezes, allemàcs, francezes, yankees, italianos, sue- cos, et reliqua? Quem sabe?..- Nós temos aqui, posi- tivamente, uma floração de .gênios- que deixa a perder de vista a já de si assombrosa multiplicação das .ore- lhas de pau- . .. Todo o indivíduo é gênio. Nosso hor- ror das responsabilidades, horror que bem caracterisa a covardia que nasce da incompetência e da preguiça, faz com que nos brote sempre dos lábios a palavra lou- vaminiieira para qualquer esforço alheio, guardando a nossa critica para o cicio da maledicencia. bis porque brotam, entre nós, os gênios e as celebridades, como alhures brotam cogumellos. Si um medico escreve uma obra lilleraria. si um sapateiro com sua sovela entende de operar uma appendicite, si um advogado pretende se amanhan, com peça insossa, ser aucfor dramático, si um sa- cerdote faz sermões sobre scienclas de laboratório, po- dem todos contar com a critica benevola, quando não parvamente, estupidamente. ridiculamente .apotheolica- (Este termo foi introduzido na lingua portugueza pelo deputado Fausto Ferraz, contumaz nessas introducções, ao propor na Câmara que se enviasse um telegramma de congratulações ao sr. Epitacio Pessoa, que qualificou de .presidente eleito- quando a Câmara ainda nào apu- rou a eleição, telegramma motivado pela .genial- acção do manifestado na Conferência da Paz, acção que ain- da ninguém conhece... E' bem verdade que o sr. Me- deiros e Albuquerque, num artigo, referindo-se áquelle

discurso, proclamou que nunca se viram tantas parvoi- ces, reunidas em tão poucas palavras I)

Admittido, pois. que é esla uma terra de gênios... passa a ser explicável que o problema feminino ainda seja entre nós, para alguns e para muitos, motivo de ironia soez e estafada. Sim, porque acima de Lloyd Oeor- ge. de Scheidmann, de Clemenceau. de Sonino. de Wil- son, de todos os estadistas que ora dirigem » tecons- titniçào do Mundo, está O nosso .genial- Possidonio. das Flores de Sombra...

Pode lá liaver alguém que se lhe compare em jui- zo em entendimento, em talentos e em illustraçào ? .. - A mulher, elle doutrina de sua calhedra. é um animal que tem por fim dar de mammar aos seus filhos e pre- gar botões na roupa do marido... Nos intervallos se ap- plicará a melhorar o tempero das sopas, verificar que o armazém nâo roube no peso, e matar as pulgas que por ventura invadirem o lar... .Q'ae9 Clemenceau. q aes Wilson Fiteiros! Não passam de Rteiros! Mulher, é ali no duro... Pois onde é que já se viu esse absurdo de mulher c^erer votar? Pois, entáo, eleição foi feita para... mulher? Teria graça, uma mulher cliefe políti- co' E uma mulher deputada? Emquanto ia para a Ga- mara tinha o marido que ficar em casa a dar a mam- madeira aos filhos-.

E o alegre e o obtuso .Possidonio-. o caboclo mal civilisado, com a ponta do cigarro primitivo atraz da orelha e todos os prejuízos da rotina ainda mais para trai do cigarro e das orelhas, ri-se. ri-se a rínchar... Nào lhe occorre que antes de surgirem no seu cérebro •genial- aquellas considerações e aquella» chulas rao- lestas. já deveriam ter surgido nos outros povos, e de- viam ter cabido por si mesmas, como eííectivamente ca- hiram. Nâo lhe occorre o exemplo de civilisações mui- to mais adeantadas do que a nossa. Afrouxa o seu ci- garro de palha, fecha-o nas pontas com um golpe de unha, accende-o, invade os ares com a sua .fumaçada-, irriga o chão com uma cusparada, e numa palavra fui- mina-os a todos : Fiteiros . .. Fileíros !...

Anna Rita Malheiros.

Page 13: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

A HORA FEMININA MUNDIAL ReprcduzimDS no presente numero o arllgo i! n:E-

;: cclJnticrfldDTii D. Rnne Rira (Da I liei ms, publico d r ni nmo nirrnero passado eom dluers^s salios que lEie preludleauum a senlldo.

FBI oppTOoaão vnanlmtmtnte na Comoro dos Communs da Inglaleita o firofscto que fguata os direitos cieis das mulheres aos dos homens t

Nos primeicot dias do mez p>s»do cDlrou em 2.ii dlicuíiâo conlia qualquer uliugem, qualquer ssigaço que, Iravadò labre ai

na Ciraara doi Communs. de Londre», o maii revolucionário pro- agusi. ptelendesse coser-ie com as ideai nova! do arrivismo na alva

jeclo que ie pona imaginar na pacata Altiion, aterrada mali que lunica de suas brumas, na qtial escondia do muado. como sob uma

nenhum povo a! suai Iradições: o piojecto que extingue todsi as cortina de fumaça, o leu poder anglicano e sua repulia janienist»

incapscidadei das mulhetei relativamente ás funcçôei civis e judi- („, lims arbilriai pregados pelo iocialiimo.

ciariai. conlerindo-lhes todos os direitos de que os homem atí hoje ^ Inglaterra, a riipida Inglalerra da força muscular, do calculo

laziam monopólio, inclusive os direitos eleitorais, o que Ihet Blie- bancário que apenas puUa pelo coração disciplinado dos ponteiros do

guia o assento nai Câmaras Ingleiai. ^^ ^/^^^ ,■, mon,^,^ a Inglalerra que veste o seu egoiinio de ilhola

Este projeclo, que aqui se chamaria de ultra-.adical. esle pro, ^^^ ^ formidando impermeável da maior e da mais equipada de lo-

jccto, que num só impulso arranca e eilirpa as raizes de todos os j^^ ^^ esquadras, a Inglalerra, carranca e avessa a todas as inno-

preconceilos, prejuiioi e crenças seclariaa de ordem moral ou po- ,,^5^,^ ^^^ ,inda nio poude aprender nem quii adoptar o syitemk

lilica; este projeclo. que .epiesent» um grande salto decidido e re- „^y,\^a mundial — acaba de approvat uoonímemen/e o projecto de

„lolo. a pés junto., por sobre o enorme valle escuro e profundo |^- ^^^ ^q^ip„j „, direitos humanos, do homem e da mulher... A-

dai convenções egoístas e bypocritas creadas por metade da huma- ^^^^ j^ ,„onhecer que ambos são animaes -aclonae!, que ambot

nidsde contra a oulra melade; este projeclo. que reúne num Iene pjnjani. quo ambos lím capacidade pata a vida autônoma... Acaba

deioit. séculos e pico de rolina = desornice que se acobeitavam j^ ,e„nhecer que e.ta é a ultima reJempção que >e pede para a

com o manto de retalho de todos 01 sophismas, e mala-os. decisí- ^|j.^^ escravidão... Que a todos nós creou Deus com direito ao

umente, de um ló golpe — ioi approvado unanimemente pela

luglateira.

Pasmem de assombro os nossos Calões masculinos, os nossos

"genial" incubados, 01 noisos ellraordinarios "laper-homent". que

se riem do movimento de juitas rei vi ndi caça es ieminlnas, e que noa

tobrem de epithetos. ora deprimentes, ora de lola ironia, ora de

pirvo ridículo, ora de grotescos caricaturaes, que apenas nos caem

wbie as bolai, como o pó e a lama das luas, e que o movimenlo

sereno de naisos paisoi para a Ircnie le encarrega de alijar!...

Esses «gênios- que nos alcunham de snabinelles. de metindro-

las, de preciosas ridículas, de munrVroneííej, e quejandas parvoices,

que Btí hoje entendem e proclamam que a mulher é um animal

m^smo solo. ao mesmo ar, á mesma luz...

E pouco antes da Inglaterra a^sim reconhecer direitos poster-

gados ba deioito séculos pelo homem, era posLo em vigor o Códi-

go Civil Brasileiro, lartamente coltaborado por Ruy Barbosa, que

t proclamado o paladino de Ioda) » justiças, e no qual, no emlan-

to, se lê :

■ Ari. 2,0 — Todo homem i capaz de direitos e obrigaçõea

na ordem civil.

Art. 5.0 e 6.0 — São absolulamtnle incapazes de exercer pes-

soalmente os actos da vida civil : e incapazes, relslivãmente, a cer'

toi actos: os menores, os loucos, os surdo-mudos, e as mulherea...

E se assim generalisamos quanto ãs mulheres, é porque, de facto. doméstico quasi irracional, .de cabellos compridos e idía» cúrias» — ^^^^^ ^ ^1^,^^ ^^^ 21 snnos. como menor, não lhe assiste eapa-

linda não comptehenderam que nós estamos chegados a um ponlo ^.j^j^ ^-^j|, j^^^j^ j^ jX annos, si casada, continua a sua incapa-

da hisLoria no qual, como nas grandes florações que se elevam de ^.j^j^ ^^ ^ outorga do marido; sohelra, ou viuva não lhe assia-

le o maior de Iodos os direitos civis que é o de eleger quem

a governe I

Como os selvicolas. como os loucos, os epilépticos, os irrespon-

sáveis, como os surdo-mudos a os invalidas de ultima invalidez, nói,

brasileiras, lomos a grande massa glulinosa e malleavel. mica-panis

anodino e lolo das submissâes, a paila amorfa que se deve amoldar

entre as mãos do iorneiror... Somos peor, porque elles. toda a ma-

nalha dos esliopiados. são deinadoi £ margem por inúteis... A nói

calam-nos do belchior, como a preciosas escravas, como a Tanagru

perdidas nas prateleiras das modislas . . .

E compram-nos. e escovam-nos, e escarolam-nos. e vestem-not

de ledas, e, para teu orgulho pessoal e ostentação da sua generosi-

dade e de sua fortuna. gul7am-noa de jóias, e exhibem-nos em seua

salões ao rhythmo de um lag-timt, ao ondular lubrico de um tan-

go... E perguntam-nos: Porque escravas? Como, escravas? Rai-

nhas, sois rainhas... apenas sem direito de penitr t

Que somos nós, minhas patrícias ?

Pouco mais que um ^rr^rr da Pomerania, de pello perfumado,

de pescoço enlaçado de Hlas e de sincerros de oiro... Não pode-

mos ter uma idéa civil, uma vontade civil... Somos um pouco mais

do que os menores, um pouco menos do que os loucos I

Nosso passo é a ondulação de uma canephora, nossa voz, o cu-

calhar dos guizos de oiro e pedras de uma colleira, nosso ambieate,

os perfumes confinados de um salão de cabelleiro, nossa vida . ,, %

um solo violentamente talado e revolvido, cada manhan é a surpre- la de um botão, cada iirde é a victoria de um desabrochar ... E

que as idéas — as ancias que vinham encapsuladas nas vagens in-

digeriveis das convenções do carrancismo utililario — surgem agora

libertas de seu entrave, e expluem em lodo o vigor de sua seiva

longamente accuoiulada. de sua seiva longamente recalcada, de suas

juilis recriminações longamente contidas nas algemas de uma escrevi-

dã« apparentemente doirada ! . . ,

Não comprehenderam os nossos «luper-eiladislas». os nossos

«super-reitores •, os nossos . tu per-escri piores», os nossos «super-lu-

do». porque, indubitavelmente, s nossa mediocridade, sem escapar a

tara. se impa, se iniulfla. se boja, se infla, se hypertiophia do oede-

ma Woto do orgulho doi latuos. e em tudo se supp&e .super»,

acabada e perfeita — não com prehen deram esses grandes e simies-

coi humoristas que o movimento feminino mundial, como todas as

coiDpresiões que um dia etpipam pela debiscencia de seu envolucro,

não se pode mais deter com meia dúzia de epithetos de ridículo

liaçaifos do alto conselheira! de suas calhedrai de inopla, porque

elle participa do latalismo caechanico das leis physicas de expansão,

de Bccomodação. de ubicação, a mesma que ás águas mansas da

ciminho entre duas pedras ou rijoi penhascos, e lhes assegura um

lugar na terra e ao loI,

Ahi está o exemplo da Inglaterra. Ilh* fria, gélida de indilfe-

rença pelo evoluir humano, cercada de todos os lados pelas

aguai do progresso exterior, resistia-lhes inexpugnável, guardada , . ' i. j i v t r^ .• ' u- K "s r [, ■ o jj escravas do capricho e da torça masculina I Continuemos assim... dflitra de sua virgindade inviolável, reservada dentro do recata

^ tuas tradicies, feroz e selvagem, inhospita e aguerrida para e nillia Klta lAalheirOS

Page 14: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMÍNINA

O cojNGRESSO FE;MININO YAJSKEE SebajlLSo Siinpíio, eicriplot e joinílisK. que exeiciu por mui-

loi snnoi o i>igo de redattor-ieeiílatio do /ornai do Cammeiclo, do Rio de Janeiro, e que é hoje nosso comul em -S. Luii. nunca foi sdplo do (eminismo. ao qual acaba, no emlanlo de se convei- ler. depoit de ter «uiilido ao collossal Congieiio Feminino, que se lealiiou naquella importante cidade dos Eilados Unidos, e que elle defcreve nos liechos de uma sua correspondência que damoi a se- guir, e para o qual chamamos a allençào não só dai nossat patri- ci«t, como do> nossos homens públicos. O entraordinaiio feminismo

que le opera na America do Nor- te já leve uma victoria com a ap- pioyação, na Câmara, do projecto do luffragio íeminino, e oulio nio podia ser o resultado, de um mo- vimento, que Sebastião Sampaio o elegante jornaliita declara telo im- pressionado : «pela lua discreçào. pelo «eu bom senso e pelo eipiiito superior com que encara Iodai as queslôes tociaes, e pelo lado ulil e pratico com que discutem a vida

polilica do pah-. Quando leiemoi nós um Con-

gresso Feminino, do qual lanto « lào hem se pode dlier ? — ia preirnle — que se impõe com ■ leitura da coriespondencia que se

«Mas eu quero me reterif,

hoje. «penas » uma das ultimai Convenções realiiadas em S. Luiz — ao Congresso SuHiagista Femi- nino d» Ameiiea do Noite, no

qual tomaram parle mais de 600 representantes íemininoi de todoi os ELslados americano).

A reunião deite anno linha uma grande ligniBcaçào : era o Ju- bil6o dos Congressos Suffragiítai Femininos deite paiz. porque o primeiro se realiiou ha eiactamen- te 50 annoB passados. E como pa- ia dar maior solemnidade ao jubi- lel, o Elstado do Misiouri. ao qual pedencia a cidade em que se rea- iiiBva s Convenção, votou na sua Câmara Legislativa durante aí reu-

ni6ei (eministaí. o projecto que dá o direita do voto, no Estado, a Iodas as mulheres do Missouii. E loi assim o 36.o Eilado americano que volou essa leíorma eleitoral. Quinie Ejladoi já deram a voto í mulher paia todas as elei;&es:

vinte e lies Estados já deram o voto para algumas eleições.

Nade laltou para o prestigio da Convenção. O Presidente Wil- ton, em Paris, enronlrou uma op- porlunidade no meio do seu tra- balho. e saudou as suAragislas ame- ricanas num longo telegrimma, aí- Srmando mais uma vez que ellai trabalhavam por um ideal já victo- rioso em lodo o mundo civilizado. Os grandes jornaea de Nova Yoik diariamente, na integra, os Irabalhi

EXPEPIErsTE da Revista Feminina Fundada por VIRGILINA DE SOUZA SALLES

Secretaria; AVELINA DE SOUZA SALLES

HedacçSo: PRÍÇfc ANTÔNIO PRADO (Palacele Brlccolal Z.o andar salas 1 - 3 e 5 - Telephone n. 5661 - Central

Cor>es)>oitd''irla: 'loiln correspondeneia, sobre ossumptos leiiiininoíi, eni'o;iimeiidn« cie iralialhoa, cl.c, deve ser .nrigicla ú nccrelaria AVKLIN.^ DK SOIT/.A S*l.' Lh'S, Toda i:orresponili!ncia relativa a ndminlstra- çao da RBTÍflto, pedidos de aasiatiaturas, aiiiissão lie vniles poslsea Bto., deve ser endereçada ao director .iO.\0 SAI.í.ES.

ASSIGNATUR» ANNUBL lUÍUUU AsSIÍnatliraS'. Hisignaluraannual com registro 151000 ""'S'"""' Atelgnatura para o e.lrangeiro ZOÍOOO

\s i«ii|{nalur«« podem fomecar PIH qii.ilquer iiieii, lerminando um nnno depois, no meí oorresponiiende.

■|'iiiia senliora qne nos arranjar 10 assicnatutas de uma w'i \V'-, terfi ii aesii!nnliira grátis.

Avisamos na sriilioras anciijnnutes ctija.i a-^xiffalimf terminam nes-ie «.rz, qw dnrm mandar rrfarmatai ipianto antPS. tvitanão assim i;ne tlies srja suspoisa a rrinessa da

SUCCURSAES:

ItKCIFE: o cargo do Snr. loSo Tolion. a rua do i^rinçipe, 408 fom pmicre.í especiaes paia represenlav a Revista, an- líariar assignaturns. conlr.iclar ontiuncios. puliliiafüBs piio- lOBraplúcas, roponagens et.'., com jurisdição nos Estados de Pernanibuco, AUigoas e raraliyba. IIKI liH.VMJIi no NORTK: a caiiio do Snr. .IOSL' 'ioines, cm Natal á ma l.lr. liarata X, '2. com pode ri'» eppeciaes para representanlar a Revista, ang.iriar asíignaliiras, r^on- Iractar anniinúin.':. piililicações, etc, etc. RIO CIR.^^■I>E !)!> Sri.: a cirgo dos Snrs, Fernandes da Cunha .luniiir .■. Fillio, em l'orto Alegre, ma Voluntários da Pátria n. 3li3. loin pudere» cspeciaas para represenlar a Revista, angariar assignalurns. tontractar annnncios, pu- lilicaçuca, etc. ele.

AGENCIAS :

Para angaria' ajjígnoíuroj e vtnJa aruha :

Estado do Ceará — Forlaieia — Luiz Severiano Ribeiro . de Sla. Cathsrina —Florianópolis-Cil Amadeu Beck

. . S. Paulo ^ Campinas — P. Genoud

. . S. Paulo — Ribeirão Preto — Josí Selles

. • Mallo Grosso — Corumbá ^ |oSo Antônio Esleves Rio de Janeiro — Biai Lauria — lua Gonçalves Dias. 19 Est. de Minas —Bello Horizonte—Giacomo Alluoto & Irmão Elst. do Pará-Capital - Ag. Martins—Trav. Campos Salles,15

• • Amazonas- Manaos — Jm. F. Couceillo- Henr. Dias 23 > . Paraná —Cuíilyba — Leopoldino Rocha—rua 15Nov.53

. • Bahia—Capital-Livraria Callilina—Slos, Dumont, 6

' de da

Iodos ouliDs cpat-os davam Convenção, em paginas e

paginas de lelegiammas de S. Lui;. AMíSIí aos trabalhos da Convenção em Iodas ai sessõti publi-

cas e em algumas privativas dos delegados, que eram. naturalmente. Iodos mulheres. Como eu assistiram também innumeros jornalista!, polilicos. escrlplores, professores de Universidades daqui, ele, Não tei, porím. se algum outro assistente levava a minha curiosidade, fi- lha de um grande desejo; dar ás minhas patrícias uma iropieiião

eiacla e clara das sulfragiitai americanas.

Eis a minha impressão ; Amerisano do Norte eu seria hoje

pelo suHiagio feminino nos Estados Unidos, depois do que vi e ouvi. Naquella assemblía de 600 mulheres que leclamavani para o

seu SEIO os mesmos direitos polilicos dos homens, vi algumas giiis e laJirs formosas e elegantes, talvez com exageros de vaidade ; pn- contrei diveisas velhas e moçai feias. 4ue lembravam exactamenie SI suflragistas dos fi!in! cinematogiaphicos. Mas a ironia da moda leminina e o ridículo das mulheres nervosas e maníacas nío 6guia- vam como poieenlagem apreciável da Convenção. Aquellai 600 mu-

heres impreisionaram-me exacta- menie pela iuB discreção, pelo seu bom senso, pelo espirito superior com que encaravam as questões sociaes. i>e]o lado pratico e útil das discustões que tiveram a pro- pósito da vida polilica do paiz. Ouvindo vaiiol discuisos. eu mo lembrei muitas vezes de D. Julis Lopes de Almeida, que se colloc»

sempre muito bem. disüutindo qual- quer assumplo. polilico ou social, numa palestra, num livro ou num

aitigo de joinal. Houve, naturalmente ,os mee-

Ungs habituaes nas ruas de São Luiz, em que mias mulheres gri- tavam os seus direitos e os ho- mens que passavam sorriam com excellenie humor. Mai a tradição dã campanha leminisia. campanha de 50 annos, e o lempeiamenlo eisilado que não í privilegio dns homens, explicaram aquellas ligti- ras remnicíHcias das terriveis su(- fragistas inglezas de entes da guerra.

A Convenção, propriamente dita, não lembrava em absoluto as assemblíai reaccionaiíis que lulam indignadas por direitos oppHmidos. Era ao contcario, uma grande for- ça organizada, consciente do seu valor, do seu prestigio, do jusio conceito em que era lida, a agir calmamente cm beneficio de no- bres e aievanlados ideaes.

As mulheres, nos Estades Uni- dos, exercem em grande numero i

profissão liiteraiia. São numeiosai as poetisas; o maior poeta lyrico da nova geração é uma moça, ^Brs Teatdale. São igualmente nu D em. ias as novellistas e as romanciilas: não ha revisla americana que nãn

lenha em cada numera, dois ou Ires contos assignados por mulhe- res. Pois bem : na Convenção d; S. Luiz era reduzido o numero ác represenlantei dessa classe de Anc- ricanas, culloras da literatura dr ficção, tecelãi do sonho e da lao-

lasia...

As mulheres socialistas. s:cla-

rias de alguma reacção politica — que as ha nos Estados Unidos — creio que essas nem foiam leprc

na sua grande luaioiia. as sentanles na reunião. Que eram, pois, mulheres da Convenção í

Eram as mães, as iimas. as espo.as e as noivas dos soldidoi que atravessaram o Allaniico e foram salvar na Euiopa a Cinliu- çào. Muitas dellas acabavam de regressar de França, dos hospitiM de sangue. As demais, durante a guerra, esiiverain divididas, no piii entre os serviços da Cruz Vermelha e as usinas de munições. To- das, antes e depois da guerra, — haviam trabalhado, indepeoden- tcs. úteis á nação e á sociedade, úteis a si próprias, não sendo <p«- fadasB a pães, nem a irmãos, nem a outro» homens, — ou erim mães de família em lares venturosoi. E Iodas, ainda, todas, aulei do

.

Page 15: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

liflbalho da vida piatica, Anl» daa leaponiabilidades do lar. haviam cursado como a maioria de suas paliicias ai Univeiiidade» dos Es- lados Ünido£. onde não conquistaram utn bacharelada Inulíl, mas aprenderam a trabalhar, pensar e csludar, onde ae aenliram capazej, como «s homens, de collaboraçâo inteltigcnie na vida do paiz.

Nào vejo inlcresfle num reiunno detalhado doa trabalhos da CchvcTição. Farei a respeito, apenas algumas obiervaçôca dignas de nota.

Predominou nos trabalhos o espirito pratico, da auffragisla ame- licana que não Irata mais de reclamar o reconhecimento da Igual- dade dos texos. matéria vencida, mas apenas de «r util ao paiz, em collaboiaçao com o homem.

Assim como as mulheres eleitoras dos 33 Estados Americanoi lÉm preferido, até agora escolher entre os homens candidatos ms eleições — a encher as Camaraii Estadoaea ue Deputados do seu seio, Bísim também aa mulheres da Convenção de São Luiz esti- veram sempre acima de todas as prcaccupaçòes pe';ueninBE e pucrit.

Uma das &ufí'agistas lembrou <iue se as mães, esposai, mhas c irmãs de todos os homens de 1914 já tiveisem alguns annos antes, o direito de voto o mundo não se teria precipitado para o milita- rismo. como se precipitou, e a Allemanha não teria preparado a carnificina feriivel.

Outra fez com que a Convenção le pronunciasse unanime pela Liga das Nações.

Outra, ainda, provocou o pronunciamento da assembléa, a fa- vor da próxima abolição do álcool, qae também é um fruto das campanhas anteriores da sufltagisla americana.

Outra, finalmente, fez com que as suas companheiras votassem uma nova campanha especial, para que o Governo de Washington tivesse cm breve mais Ires secretários com serviços especiaes: um de Instrucção e outro de Saúde, que poderiam fer sempie homens e um Sub-Secretario de Indu^tiia, que devia ser mulher, para prote- ger as creaturas de seu sexo que trabalham nas fabricm,

Ahi estão os principaes serviços da Conveçào Ón Suflragistas de 5. LUIZ. Tudo foi discutido e planejado com o maior cuidado e um grande critério. Digam-me. a^ora, os que sorriem do suíTra- eismo ícminino : as convenções de hgmens. dij^nãs de destaque, são muito dcãerentes do Congresio Feminino de S. Luiz >

Não se! se as sulTragl&tas, no resto do miiod», são como a« americanas. Tratei apenas das que acabo de conht^er, das que me liberam comprehender o suífragitmo feminino.

E' preciso notar, porém, que e^ee suETragismo é compichendido na Ameriiia. depois de 20 a 30 anuo^ de nova siiuação cieada pa- ra fl mulhei" americana. Ha 20 ou 30 annos que a mulher, nesle paiz, tem abertas as Univeraidadei lanto para si como para os ho- mens, o mesmo succedendo com ss fabricas, as casas commerciaea, as prohtiões libertes. et<-. Depois dos 20 ou 30 annos de igualdade- na inãlrucção e de igualdade no trabalho, encaro e^ta igualdade nos direitos politicos enlie o homem e a mulher, como a conseqüência ne<:cssBria da admirável organi^^ação social americana.

S. LuÍE-^Ei(ados Unidc». Sebastião SaAipaio^

MUSICA A menina Maria Antonia

Foi veldaieitsmenle um succeuo o conceito desla prodigiosa tittaç'. realisado no Thealro Municipal, no dia 1 do correnle. Ma- lii Anionií não Um mais que lele annoi; poit, apesai diuo, |apos- lue um censo de aile suiprehendente O seu prpfesior í o iilpiKe Htnri^ue Oswaid, que teve a ventura de dejcobtir e>- le gênio, dedicando-se-lhe carinhosa mente desde oi pri- meiros raomenlos da sua revelação.

Quando a encanladoia creança assomou no palco do Municipal, (oi recebida por uma calorosa salva de pal- mas. As curiosidades convergiam ardíniemente para cila. A audição (oi iniciada com os dois "'Prelúdio e fugas" ia "Clavecim bjen lemperí", de Bach, em que ella en- trou a revelar Iodos os seus dotes, ainda em botão, é veidade. mas (I agra nt eme a te promissores. Sua erecuçào. sem mesmo dar o desconto da cdade, é apreciável psla limpidei. Conseguiu lirai certo» efleiloj das "Variaçõei sabre um thema de Molinari. de Btetboven. Na '"Pai- toral". de Scailati e na "Fileuse", de Mendeliihon, a lüa natureza sentimental e contemplativa se revelou, Ma- ria Antonia eJieeulou todo o programma, que era gran- de, brilhantemente. Já possue uma techoica apreciável, ceila nitidel de laclura e possue uma rara noção das gradações. A sua memória musical é invejável.

Um ruidoso e legitimo succcsso. emlim. o recital da menina" prodígio.

— o— dndltiio de piaDD

Um dos melhores piolessores de piano que lemos em S. Paulo, è, lem duvida, d. Victoiia Serva Pimenla. Esta senhora não í apenes a brava e brilhsnle pianista que todos admiramos, mas possue, o que é bem raro. uma notável competência paia o ensino do piano. A pfova disso tivemoUa. ha poucos dias. na exbihição das tuas alumnas. realisada no Giniervatorio. Eihibiram.se as lenhoritas Sophia Moraes Mello, Odilla Salles, Leonidia Va; e o menino Arnaldo Pinto. Todos el- les. cada um em seu gráo de desenvolvimento e aprendizagem, re- velaram qualidades de estylo e de interpretação.

O programnia, executado a contento e que provocou os mais enthusiasticos applausos da seleta assistência, foi organisado de modo a evidenciar o gosto, a tendência e o adeanlamenlo üe cada um d» diseipulos. Nolímos enire os auloies iscolbidos para a organiia- ção do progranraa, repreáenrantes das diversas escolas ou correntes musicaes, clássicos, românticos c modernos. £ oi alumnoi de d. Vi-

ctoria Serva Pimenla executaram os seus números excelícntemente. Parabéns á brilhante artiila d- Victoria Serva Pimenta pelos

triumphos que tem alcançado como professora. — o —

6clolíD HCCIDII] de Britio

Na noite de 25 do mez paliado reelÍiou-se o recital de pian» desta tslentosa pianista, alumna do professor L^eão Velloso e laurea- da pelo Instituto Nacional de Musica, do Rio de janeiro. Trala-

se de uma artista que possue excepcionaes dotes para 9 piano, Ella acaba de ser distinguida com o primeiro prê- mio (medalha de ouro) e prcmio de viagem ■ Europa. Fez muito bem a joven pianisla em exhibir-se em Sã» Paulo. f~iavia muita curiosidade em torno delia. Em S. Paulo ae tem feito ouvir, ullirnamente, grande numero de artistas, e rara é a semana em que se não dão concer- tos mais ou menos interessantes; pois apesar disso, o u- lão do Conservatório se encheu inteiramente, e, o que mais é, de uma sociedade culta e exigente. Entre os as- sislenlfs notámos pro(essores e pianistas de reputação, e todos elles coroaram com applausos caloroios cada nume- ro executado. A senhorita Heloísa Aocioly de Brítto tem um granda talento.

A "Phantasia chromatica e fuga", de Bach, com que abriu o programma, foi lindamente interpretada, o que á paia admirar, não só pela dklíiculdade de ioter- prciação iiUe oãcrece esta peça, como porque era o pri- meiro momento em que a joven artista se punha emcon- tacto com o aosso publico de concerto, que, como é no- tório, é excessivamente exigente. Se ella teve embaraço» nesse primeiro momento, não o revelou claramente, em- bora deixasse entrever, nos compasso» iniciac» da peça. a emoção que a tomou. Do meio paia o fim, ella co- meçou a mostrar.se senhora de si. e na "SonaEa 110', de Beethsven, evidenciou uma da» faces mais caracterig- ticas do seu talcnio. que é uma finissima emotividade.

As^ua» preíerencias. parece-nos. são por Chopin e Schumann, c foi, interpretando estes autores, que ella empolgou de todo o auditório.

D hleloisa tccn bravura, nitidez, brilho, e. com o auxilio des- sas qualidades, consegue nuançar tanto as fortes commoções como os mais (ugitivoi estados d'alma. O seu poder de interpretação e de tiansmissão é, sobrvtudo, notável. O seu triumpho se completou nos celebres "Estudos symphonicoi", de Schumann, cujas dilüculdade» de interpretação e lechnica (oiam por ella galhardamente vencidas.

A' senhorila Heloisa Accioly de Britto (oran olíeiecidos pre- sentes e flores pelas exmas. sras. d.d. Alice Serva, Victoria Serva Pi- menta. Bellab de Andrade, Lvcilia de Mello.^Kila de ülhôa Canio. An- tonieta Veiga Pacheco. Gilda de Carvalho e por outra» pianisla» de São Paulo.

Page 16: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

O FEjVlINISMO JMA EUROPA Mais uma notícia sobre a marcha do feminismo no Europa : Jl MollanJa, teguln-

áo o exemplo da Inglaterra, acaha de cortcedtr o aola político ál mulherei. A eite pro- pósito envíau-nes d. Frederico Pont Vfelas as stgulnlei linhas :

Em lodo O mundo civilisado continua vencedor o movimenlo de reivindicações femininas, como continuam vencedores, para a formação de uma nova era polilicae social, todos os movimentos que tendem a romper gri- lliões seculares com que uma parte da humanidade ten- lou manietar as mãos dos mais fracos. Efíectivamenle. nesla grande fiora da humanidade, nào é só o capita- lismo que cede uma parte de seus pretendidos direitos ao trabalho do operário ; não são Pó as pequenas na- cionalidades que sacodem o jugo que as vexava ; não são só os povos dispersos, como os da yugo-siavia, que se sentem chamados a unia reconslituiçâo e a uma con- quista. Ha innumeros outros aspectos que desabrocham da semenleira de sangue humano que regou o campo das aspirações collectivas, o qual, talado, revolvido, substituído, traz á acção fecundante dos raios de solda justiça sementes de ha muito soterradas, calcadas, op- primidas. Entre estas, entre as pequenas sementes de que ninguém cuida e que parecem ao lavrador que ar- roleia os campos incapazes de uma vegetação que lhe possa traier ineommodos, tigura a do feminismo. Quão longe estávamos nós, mulheres, de suppôr que uma no- va aurora devesse com tào imprevista celeridade alu- miar os brumosos caminhos que seguimos submissas, sem uma vontade, sem um gesto, sem o menor direito de acção no evoluir dos acontecimentos sociaes

Ainda são de hontem os prodromos do movimento feminista. Ainda c de hontem o primeiro movimento das suffragtiits inglezas, movimento desnorteado, confuso, tu- multuoso, e que por sua desorientação mais risos pro- vocou do que sérias cogitações. E nelle se limitou toda a acção feminina... Ora, de semente tão pouca e tão mal escolhida náo é que podia ter surgido a hora femi- nina que neste momento preoccupa o mundo. Ella sur- giu como surgiram todas as outras reivindicações que ora se fazem iuz ; surgiu, de Improviso, sem preparo, sem trabalho ; surgiu, pela mesma força universal que faz espipar, a seu tempo proptio, das sementes madu- ras a haste fina e gracial das novas vegetações.

Assim é que o movimento das suffrageites inglezas, a não ser um ligeiro reflexo yanktt, ficou limitado á In- glaterra, e era um movimento fraco, pouco numeroso, qne nào tendo tido propagação externa não pôde pre- tender os loiros da victorla mundial que ora vae ga- nhando a nossa causa.

O feminismo está vencendo e mais ainda hade ven- cer porque chegamos através de duras privações a uma comprehensào melhor da justiça. Foi assim, também, por um movimento justo e expontâneo, que desappare- ceu a escravidão feminina da edade média. Foi assim que se abriram seus casteüos, que se lhes deu a res- pirar um ar mais puro, e que a família se constituiu num ambiente mais equiiianime, e por tal mais affectivo e mais durador. Porque o que nós pedimos e quere- mos não é um monopólio, uma expoliação ou qualquer preterição a alheios direitos. Pedimos e queremos o menos que podem pedir e querer corações humanos : o direito de existir mentalmente. Pedimos e queremos o que nos deu a natureza : um cérebro e uma vontade. Pedimos e queremos a abolição do regimen de prepo- tência que 30 ao homem entregou os destinos da socie- dade. Em que lei divina e humana se pôde encontrar contradicta ás nossas tão modestas aspirações ? Em ne- nhuma, porcerto. Somos chamadas, diariamente, a quasi todas as funcções de trabalho que, antigamente, eram exercidas somente pelos homens. Nas fabricas, nas usi- nas, nai ofticinas, nas escolas, nas profissões liberaes, nu Kommercio, em todo os ramos da actividade huma- na trabalham hoje, mulheres. Pede-se-lhes ura novo con- tingente de producçâo, de energia. E' natural que de- ante desta modificação das relações entre os dois se-

xos surja, lambem, um novo direito. Só aos escravos se impõe traballio cego, obediente ; só aos escravos se nega a vontade; só aos escravos se nega a assistência do direito. Ora, não é esta, por certo, a situação em que devemos ficar, nós, mulheres, as companheiras de- dicadas, pacientes, e quantas vezes resignadamenie sof- fredoras do homem. E esta comprehensão suigiu, natu- ralmente, em todos os paizes civilisados que ora se por- fiam em mais acceleradamenfe reconhecer direitos pou- cos ás mulheies.

]á vimos que a Inglaterra, tão conservadora, conce- deu ás mulheres todos os direitos políticos, incluiive o de elegerem e serem eleilas para a Câmara dos Depu- tados. A Allemanha, outro paiz imperialisla e atreito a tradições, leve egual gesto, a na sua assembléa consti- tuinte tomaram assento muitas deputadas, e ainda ago- ra, na commissâo que foi a Versalhes discutir a paz, fi- gura uma deputada. A Suécia nomeou uma muiht-r para seu corpo diplomático, e para o alto cargo de iinnistra plenipotenciaiia I Na França ultlmam-se debates a favor do voto feminino, que são orientados de perto pfla As- sociação das mulheres Francezas, O presidente Wilson, elevado hoje o arbilro dos pequenos contra os giandes, hypotheccu o seu apoio ao feminismo. Na Itália, em Portugal, na Noruega, na Suissa, em quasi toda a Eu- ropa agita-se a mesma eousa, com victorias encoiajado- ras. Na America do Sul, na Argentina, a Liga Feminina pelos Direitos da Mulher acaba de apresentar uma can- didata ás eleições para a Câmara dos Deputados.

Em cada um dos números precedentes desta Revista a noticia de uma nova adhesão ou de uma nova con- quista, tem vindo alegrar as inieilecluaes brasileiras. E para provar que a marcha do feminismo longe de em- pecer vae, cada vez mais, ganhando terreno temos hoje a noticia que a Segunda Câmara do Parlamento Hollan- dez adoplou, a 12 do mez passado, por grande maioria, o projecto de lei que concede o direito de voto políti- co ãs mulheres.

Só nós. brasileiras, não quisemos ainda altender um problema do tanta magnitude para o nosso sexo. Umas por espirito de inércia; outras, por medo dos precon- ceitos; ontras, ainda, para não serem acoimadas de re- volucionárias ., .

Eu não entendo nenhuma daquellas razões. Casada, vivendo iranquillamente num lar que meu marido torna feliz e que meus filhos alegram, pessoalmente posso di- zer-lhes, nenhuma necessidade sinto do voto político. Quando cogito, porém, neste assumpto não me lembro apenas da minha felicidade; lembro-me de toda essa multidão de patrícias que não têm como eu um lar a- bastado e tranquillo, no qual possam fruir os prazeres da convivência affectiva: lembro-me de toda essa multi- dão de mulheres que se arrastam pelas fabricas, pelas usinas, pelos armazéns, pelos campos, pelas escolas, por Iodas as tendas de trabalho, que muitas vezes ísão forçadas a esconder a sua maternidade para não pieju- dicar o ganha-pão, quando não são forçadas a expe- dientes de mais tyrannica Imposiçãol penso em todas as minhas patrícias que se vêem acorrentadas ao traba- lho, pela insufficieneia do trabalho masculino, e que es- tão desprotegidas, entregues ao arbítrio de uma poliii- calha sem alma e sem entranhas, e que não têm. ao menos, o direito de escolher os seus "feitores..." Eilas, fazem-me pensar... Si estou errada que me per- doem os que assim me julgam, mas errada estou no caminho da piedede, da justiça, que nem sempre é o caminho do successo, mas é sempre o caminho dos co- rações femininos...

Victoría. Espirito Santo.

Frederica Pons Vlcitaj

Page 17: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

}L ^^r^--^'-

'VI

Lalú tinha muita vonUiie <le ir nlé á lua.. Jíuitas veies el- ia dizia á iii\<. luamã, apontando oom o dediiiho a lua a vagar un- tre as nuvens: v . .. .* .

— Oh! cowa BU gostana da ir até líi 1 , E eis <iue a boa menina con.seRuiu realisor o seu desejo, iim

dia, ou. antes, uma noite, ponjue i.'i li noite é que a lua recebe

Kessa noilc, Lulú, em sen leito, olhava, pela ianella «berta, a lua tlieia, brilhando, com stu brilliu pai lido, no céo muito naul. KQiüuanto a olhaTB, enlevada, Ioda emhebida no cnoanlo do luar, um passarinho, cuidando talvea que ota dia, enchia o ftilcooio da noite oom a munica travessa dos .-eu-s aorgeios.

Lu;il| ao ouvil-o, pensou: -Se eu tosíB tu, passaiinho. se tivesse aaas, sei bem aunde

iria a esta hora! j _,, j . , Pouco denois, o passarinho calouse, aiivertlano ta.lveK ijue ja

não era dia. 'A lua escondeii-se e a noile ficou mais escura. Lujú fechou os olhos, perdeu a novâo du coisas e dormiu.

Uai linha dormido, ouviu, mi- nutos depois, um rumor de n^as. O passarinho velu pousar num ra- mo da roseira que bordava a ia- nella, e novamente cantou.

Lulú, que, até então, nuuca entendera a linguagem dos passa- rinhos, começou n cntendel-a.

Dizia-lhe o passarinho : — Vem commigo. Quero le-

vai-te até á lua. — A menina, mais que depres-

sa, saltou do leilo e debrucou-se ãjanella. O ar estava nmilo Ires- co e ella sentiu frio.

<Jue gostoso perlume eiliala- vam as rosas ! O passarinho, que era todo negro a tinha um lilqui- nho amarello, alli eslava a espe- ra deli», pousado no galho, l.ulu eoiiipTeheudeu que não tinha mais outra coisa a faiier senão mont.ir sobre o doiso do pasi-arinho, en- tre as suas azas. Isto pareceu- lhe muito simples. Já não sentia frio. O passarinho era tão quen- te, que o seu cnlor ae comruuni- cava á l.ulü. Klla agarrou-se-liie ao pescoço, elle abriu as azas e levou-a atravez da noite.

As IJures dormiam, mas os seus arom>T.n, que estavam ator- ilados, derramavam-se pelo ar, c eiani dotes, agradáveis, finos, co- mo cila nunca tinha sentido e- guaes.

Os pássaros dormiam tamhcm. — E tu, passarinho, porque nã

Á principio, occorreu-lhe quo o passarinho não a entenderia, e arrependeu-se de lhe ler dirigido a palavra. Mas elle, nbriiido o bico num goraeio, numa escalado notas saltitantea, respondeu-lhe:

— Uoimir I dormir por uma noite destas '. Não! não! liu uuoca durmo quando a minha rainha esti aeofdada.

— q'ua rainha? quem í cllB? — A qut esta lã em cima, disse elle. apontando-a com o bico,

«' s lua. K como sei que a desejas visitar, vou levar-te ate a sua

Lulú estava encantada. Tudo que via em torno era tío lindo! Todas ;!.■; coisns estavam em seus logaies, mas tudo tinha um as- pecto ditferenle.

f) ar estava azul. As arvores pretas projectavam grandes som- bras sobro a relva prateada. Ella não ouvia nada. Emtanto, tudo lhe paiecia ter os ouvidos attentos para escutar.

Ahritt 03 eVuit

ão vaes dormir? perguntou-lhe

Canto 6 passarinho pousou na rsma alta de uma grande arvore, itou. .^ voz do outjo pássaro respondeu, á distancia. I.uhi adi-

vinhou que anuolle csnto era dirigido i companheira do passari- nho que áquella hora, provavelmente estava dormindo, occulta entre as (olhas, deutro do ninho onde moravam os filhotes.

L'ma ave extranha, num vòo Bilencioso de phantasma, passou por cima da arvore e e.scondeu-se, numa ourva rápida, na zona. das sombras. IJir-^e-ia que tinha medo da lua.

— E.sta ave lambem não dorme? indagou Lulú. — E' um morcego. Lulú tiulia multo me<lo dos morcegos. Occorreu-lhe uma noite

em que um morcego entrou nu seu quarto e andou a debater-ee^ contra as paredes, Ella gritou alarmando toua a casa, e só ficou soeegada quando o bicho foi abatido a vassouradas, e i:aÍLÍii nochão affegnnle, de «/.as partidas. Mas naquelle momento, em compa- nhia do passarinho, confortada num calor que as suas azas des- prendiam, não tinha medo da nada.

A ascenção para a lua começou, A viagem se fazia através de um ár muito avul, refresoado da brisas pcrfumosaji, Mas o jp.is- sarinho.dopois de uma cursa larga em volta do hori/,onto,desceuda novo e passou sobre um velho muro em ruiuas. todo iliiiminado de

.Uinr, Tm grande psi^saro, de o- hos redondos a aiuarallos, sahii^

de uma fenda do muro a pairou ãs tontas no ar. num VMO pesado.

— Vh! L'h! fazia elle, — E' uma coruja, disse o pas-

sarinho. E' a hora da sua caça. I^lla vac racar morcegos para o» :?cus filhotes.

l>epois alravesSarom um pe- queno ribeirão em cujas murgen» Lulú gostava de brincar. Ella co- nhecia bem itquelle ribeirão, ma* nunca o tinha visto túo lindo. As suas águas eram claras o brilhan- tes como rrystaeí. O ribeirão cor- rendo e saltando sobre ;is pedras tinha uma voz sonora que enchia a noite de rumores.

— Aonde trá o ribeirão cor- rendo com tanta pressa? pensait Lulú. Vae <lecertu à hia para sa I ncontrar lãcomniiRo,

,\o mesmo tempo pensou que- a lua, ao recebel-a. se apresenta- ria i om as suas melhores roupas, feitas da nuvens de prata a as- Irellas ecintilanles, Lulli olhou-sü e viu que a sua caiuisola eib branca e brilhante como um ves- tido de baile o que os seus ca- bclloB, que voavam ao vento, ti- nham um tom da ouro com refle- xos de luz.

Agora, altea voavam eobr» uni grande oompo onde as ove- llins dormiam estendidas na rel- va. Ao lado deltaa OBt&va a caba- iia do pastor. Balidos tímidos eo- xno choro fizeram,se ouvir. Eram

as cvelhlnhas que reclamavam aa telas para mamar. Luiu pensou em aeu irmftoalnbo. que ainda mamava, tjutras recordações lhe vieram â memória, mas uai pouco con-

fusas, porque as novas coisas qua via. tão ancsnladoras, não lhe davam tempo a recordar aa coisas passadas. Toda a sua vida es- lava razumida naquella hora de surprezaa e maravilhas.

E subiam. Agora jfi não havia arvores onde pousar, nem mu- ros, nem casas, Tudo o que via em lorno era céo. céo a'ul, todo salpicado do estrellas qua piscavam, Além, a lua, muilo grande o branca, l.ulü sentia que o seu coraçio batia [orle. Era a commo- vão da chet'ada,

Quando alcançariam a lua? Tão agradável era a viagem, entre nuvanilnhas de algodão e estrellas reluzentes, que ella não linha muila vonlBde de chegar, JUaa a lua já eslava a pouca distancia. Um minuto mala. mais um esforço, e estavam nos domínios da lua.

PromplD! Eílos chegados! Cm grande palácio de prata e már- more tinha o seu pórtico Bberlo para receber a menina ..,

O passarinho pousou no chão. LUILí desceu, a, ao encaminhar- se para o enorme pórtico, sentiu um eatremeçüo. Abriu os olhos,. . e achou-ec cm seu leito.

Lulú correu á janella, ijue tinha ficado aberlB e por onda en- trava o luar.

Glmi CíBDtB

e achou-se em seu leito

Page 18: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

**Era cUa ?í

— Ejt«! conquíjlando 1 E Maiiano de Almeida «palmou a mao IraletEial no Kom-

bio de Gonçalo Guimão. Eile voilou-ie. numa jurpieia risoaha: — Pelo joelho de Venus I ís tu, Mariano I Dá cá um sbia-

ço, querido ! Ha quasi um século que não le ponho os olhoi em cim». A uilima vet que not vimos loÍ anlej da guerra. Como ludo ilio vae longe ! Ha quoií um leculo, ein ? Pergunlai-me íe estou conquiliando... Sim. estou pasisníto reviita. Esta rua Direil». a certas hom. nunca está lem mulheres bonitas. E eu. em havendo oppor- (uuidade. aproveito. Sào coisas do dtstino. E tu. queridinho ?

— Ia alé ■ coníeilaiia tomar um ehop. Queres vit cam-

migo ? — Encantado! Momentos depois, os dois amigos, sentados a um angulo do

lalão. tinham deante de si doii ahoi copos onde o hiuido. sob a ín» espuma branca, fulgia num tom de topasio. Gonçalo escolheu o divan de molas tolas, onde le enterrou. Mariano cavalgou uma ca- deira. Na policio em que eslavam, podiam ver passar na lua as transeuntes inieressanles. Eram seis hoiai. As lâmpadas do salão já estavam accezas e er- rava no ambienle uma Irisleza crepuscular.

— Com que então, estavas passando rcvis- lã... Na verdade, eila cidade é immeniarnente rica em mulheres bo- nitas.

— Tu o dizei. Ha dias em que é impoi- sivel sahir a gente á lua. com receio de, a cada passo. tropeçar numa Venus. Isto nào í cidade, í o proorio Olympo. Para onde a genie volta os olhos, vé um corpo haimonEoso, uns peiinhoa de estylo. uns olhos... Um pobre mortal, nesses apertos, pôde pensar em tudo. menos em casamento, porque ellas são tantas que a gente nào sabe pela qual se ha de decidir.

.— Bravos! Decididamente não pensas em casar, Gonçatinho? — Não é propósito que Üí; é que não poiso casar-me.

Porque, dizc-me com íranqueía: Com quem devo caiar-me ? Com ■ que maii me agrada? Mas todas me agradam geralmente e cada uma em particular. Sendo aiílm. a escolha é imposiivel. Se eu me casasse, praticaria uma deslealdade para com as outras. E 1u sabes quanto, em amor, eu sou íeaL Não. não sou capai de Irahir as mulheres.

— Tens lalvei rarão. E' muito difcil a um mortal decidir- se por uma. A' proporção qn? vão passando os annos, mais dimcil se yae tornando a escolha. Ao menoi para mim.

— Mas tu íi de outro eilylo. Em amor és clássico. Eu sou modernissimo. sou maiimalisla. VocSs, os lentimcntaes os sonhado- res, os contempla li vos, pssiam a eiislencia buscando uma mulher, que não elisle, para casar com ella. Nói. mais práticos, pastamos a enilencia buscando mulheres, que encontramos, para não casar com ellas. O que quer diier que a humanidade masculina está dividida era dois grupos, uni que le aborrece, outro que se diverle. Eu di- virlo-me.

— Quem sabe, Goti$4lo} Quem sabe le eu me divirto

mai* que tu > — Bah 1 Não ha nesta cidade quem se divirta roaii que eu. — Pois felicilo-le. — Podes crer. Divirto-me como ninguém. Dedico dia e noi-

te a iitna só coisa: gosar. Digo como Don Juan, meu mestre: «Tem-

po livre, bolsa cheia». Ora. eu possuo esias duas coisas. Como le- nho o lempo livre e o dinheiro farto, executo á risca o meu pro- giamma. que é caçar pela cidade as lindas borboictai. E tu, doce amigo, cultivas lambem esse spoil >

— Francamente, não. Ha muito poucas mulheres inleieisan- tes. Entretanto, quando a aventura vale a pena...

— BaW I EJIOU a ver que não faies nada. Aventuras! Isso são passatempos, frioleiras I

— Não i tanto assim, liso í preciiamenle a lalia. o molho de ludo. Haverá alguma coisa mais agradável que uma «ventura > A aventure i o perfume do amor. A aventura, com o leu pirante de myslerlo, torna a mulher mais attrahenle e o amor mais Síhoroio. Ha um encanto tão grande em não sabei, em presentir, em adivi- nhar ... Em amor. sou partidário do mysterio. Creio que o princi- pal attractivo da mulher reilde eiaclamenle no myiteno que a en- volve como um aroma, E' lão agradável pensar : -Que haverá den- tro daquella cabeça ) Qie pensamentos passarão por ella í Que divi- nas coisas dormem no coração da mulher lue amamos?» E que en-

canto que ha num en- contro de amo; I Que delicia indiiivel senti- mos quando srr appro- »lma a hora do encon- tro, quando eipeiBmoi uma mulher que não sabemos quem seja e que não vimos lenjio uma vei e d= paisa- gem I Emquonto IKe aguardamos a chegaria, fazemos eitis pergun- tas : -E' loura ? Que cor tem at sein olhos ? Será meiga ? será amo- rosa í* Porque, na rea- lidade, quando a vimos e lhe solicitamos uma hora de encontro, nem tivemos tempo de ob- servar o teu lypo.

Gonçalo. rindo : — Quanta imagina-

ção ! Nasceste para poe- ta, amigo. Quanto a- mim, laço outras pera guntas : «Onde vive ts- ta morena ? A que ho- ra poderei encontraUa ?

Será condescendente o seu papá ou teroí ?• E fazendo a mm mo- mo essas perguntas, inteiro-me das respostas, subornando a sua coíi- nheira oom espoitulas gordai. E' o melhor syttema, menino. Não sou affeito a myiterios, Adupto o lemma positivista : rivei ás claras.

Mariano, com um sorriso indulgente : — E' porque não sabes eiliahir das coisas o leu gosto ver-

dadeiro. A mulher, em ti. offerece tão pou;as variantes, que é ne- cessário adornal-a com um pouco de poesia. Talvez não me creias, mas í verdade : de todos os meus amores, aquelles que me delia- ram melhor impressão foram os que não se realiiaram. Dir-tc-ci mais : a mulher que posilivamenle teria feito a minha absoluta ventura, a mulher sonhada, a mulher ideal é uma que não sei como se chama, onde vive. nem se é viva. nem se é morta . . .

— Caramba t Estranha piychologia a tua I Isio í cínemato- graphico, quero dizer, complicado I

— Pois não é cinematographico, hom amigo, senão a reaH- dade pura.

— Conta lá isso. rapaz. Explica lá isso por miúdo. Parece coisa interesianle.

— Vses ver. . . Mariano mudou de posição e ofereceu um cigarro ao araígo.

Houve uma pausa. .— Passeava eu. por dnilattio, pelo jardim da Praça da Re-

publica. Era quasi ao anoitecer. Ao passar por uma aléa, onde ha uma linda palmeira, dai de cara com uma mulher.

Mariano lez outra pequena pausa para accender o cigarro:

Page 19: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMmiNA

— Era A mulher maii inkreisaníe que lenho viilo. Alia, 'Co», hairooniosa de contoTnos. ft cheia de uma magcslade. de um fiào lei quê... Tive «petiaa tempo de ver lulguiar, sob □ véo que lhe cobri» o tono. uns olhos mutlo gfandcE. não £ei le a^ues, nío sei se verdes. ma$ de uma íulguraç&o de esirelU. Logo que tWa me viu. levButou-se do banco de pedra em que eslava Benlada, poz-se em pé, e lahiu como a correr. Não tei quí força magneíica que irradiava daquella mulher, me obiigou a corlar-lhe o pfl«o e a di- zer-lhe rcaolulameníe: — '"Minha senhora, escule-me, fata-me a ca- ridade de «£cuiar'me'\ — "Impoisivel. impotsivel I — "Oh I pe- ço 4hc! lenha piedade de miml"' - "Digo-lhe que é impossível ncile momeDlo. E;pere-me amanhã aqui mesmo, a e&la hora^ Ju- ro-lhe que ealarei aqui. E eílugando o passo, perdeu-se na dialancia a formosa dama. deixan- do no ar uma esteira de luz e um ra&to de periume.

— Não eslá ma^. «Ao está mal como pim- <Lpio de avenlura ..

MB ria no. no calor da invocação, parmane- ceu como em cxlase duranEe alguns minulo», com os olhos ^XQS no lecto e a alma tuipen- la. Gonçalo pcigunlou vehemenie, ^UTIOSO :

— E enlão ? e no d^a seguinle }

Mariano com meUn- CO lia:

— No dia seguinle -lá eslive pontualmenlc. Sen lei'me no banco de pídra. )ob a palmeira. El]a nío veiu.

— - Não veiu 1 excla- mou Gonçalo airegaLan- do OG olhos, e rindo de- pois Tuidosamenle: Que aborrecimento, ein "í E é a isso que chamas avenlura ? Decidi d«- nicnle és um lolo.

Maiiano sorriu iBm' bem, sorriu por condet- cendr-ncia, dei xand o Transparecer no sorriso uma malicia su jerioi. Gonçalo, que o com- jjiehendeu, lenlou pol-o fl bulha:

— E dizer que ella le jutou que viria no dia segulote 1 Fia- le em juiaraenloa de damas my^ieiiotas 1

Mariano cairegou o sobiecenho e continuou:

que al-

ai ada

— Aaseguro-le que nao Foi em vüo que ella me fez o juramento. Porque moiivo havia de mentir } Que neceesidade havía de mentir > Ella penmu em cumprir a promessa, estou seguro disso. Havia em suas palavras tanEa sinceridade 1 Mas logo e no dia seguinle s durante muitos dias mais — pois dias e dias Ia esjíve á espera delia — uma cou- sa poderosa impediu-a de comparecer ao ponto marcado. Eis aqui a fataliddde iater(>ondo-íe eniie mim e '^clla , levantando entre nós uma inuralhur Porque aqikílla mulh?i era, posilivamenie, como le diãse antes, a mulher sonhada, a lehcidade absoluta, a eleita do meu coração, a amada imiMorlal. o ideal emhm...

— Nada mais do que isso } perguntou Gonçalo rindo. — Nada maii. Ou. melhor» um pouco mais.

— Conla - me esse pouco mais.

— Esse pouco maii é tudo. Jmagin já se passaram guna annos e boje eu vejo a esteira de luz que ella dei- xou e «inlo no ar o lasto dü seu perfume.

— Irra I que olfato 1 — Aquella mulher

era "ella". Estou con- vencido dibso. Era ■■dw.

Gonçalo, que dei- xara de rir, porque a expressão do rosto de Marianno linha nma seriedade melancólica, «juntou:

— Era "cila". E* possível que u fosse, meu íneffavel amigo. Os flonhadoiei tão as- sim : constróem a rea- lidade com elementos de sonho. Quanto a mim, digo-le islo : se esla dama ideal tivesse comparecido ao encooa- iro, a lua aventura leria terminado como iodas as avcntuias vulgares. Tudo degeneraria no prosaico. Estaiias a es- tas horas en faca do da dama e abonecido do ^eu perfume, ou, enlão, casado com ella, re- negado, portanto, das avenlurai. Dizea que era

nulher immorlal, e eu creio. "ella", que era o impossível, o ideal, a Ma simplesmenlc porque nunca JUBLS a visLe^,.

'Aâria Angela.

Maneira de produzir uma gravura

CoUii-ae a gmvurn escolhida do jornal ou revista onde vem publiüiiil;i. Cull"ün-3« no fundo de um praio iriivcs^u ou qu-.kiu«r úiilro reci|iiGi]Ie, leiiJo o ciiim ^ pjiiiw im- preBRix lio deeeiilio.

LuiiçB-se ünUr« n [;rníiirn flK^im dJPposlB, enxofre der.ptido, BJIBIB iteixdi' e^lnni- pnr« BO Phier iiiiia beha íihajju de eiiíofrt á qnui emA fixa n ^-riivura.

eba-

■-. vpstigio <in uiuní^b:! protln/.ida T""I(I n^ido ,„ento. Kixe ealo pequeno apparelho {íiuranto de leiiij, motimudo II <:Mih iuidy ivuiruru-o ou „ u-iiiiiu nuo dur:ir o eüLudoJ no miçrior do olilorydriüo muito diluiilo tiii iktí'i;<. ]„a«o, vnlre ft& cordas, o oS martellos. Esto

S« as iiihuíílijis sao iiini-iií., ú notessjitio aeisanciu de ferir direeiamente as oordaB- aiiginef.lrtr a qui.ntaade du UL-ido, quasi nu de^tímj.eriliam ilois papeis eguahnejjte im- prupoifüi, de umníimtle U'ii.Oido pjira dele d-A- uuiljvntcj abaram o som do intrumenlo e pou- ^ua. í^^úe s« também em|M>ftí-ir n aaiü cuso n^aii-lhu u« uordas- Nada m:iís simples oein o sal d'jbi£ediiíi, ou o Jicid^í UTííIIICO, tiioB Sü- mjiis Qtii. iii\^htir \r.iin osi T.vi.-ido& k)rai]i.-L>s d*.- ikli^^pji^o ou liiilio- O viiiagio branco muiiu turlu melliiir jMtri vn HStofii^ eóiadof^.

Quaikdo \\H iiiqJicbhS rrãi^tauí ^lanchas de tintas

Quom anda a chuva molha-se; e a quem tem por liahilo escrever luuito, aconteoe-^lha luaiiuliur oa dedos üe tliita.

Certiia tintas reaíatem ao aabão, sobro tudo AS tintas aympathicjas, as de auilina, eiü.

I'ara tirar as manchas que e^ina deixam, baata dissolver um poui:o de sal d'azeda3 em

„ ., , j « 1 JH> ....-».*.. , . - . .. , uuua, e lavai-com o liquido resuUaate, oa Para tírar nodoas de tinta de escrever Córle uma faixa de teuido espesso (Riela. sliios manchados.

flanella etc.) lendo de lecido altura j- i - yuando as nodoa^ são recentes, hasta pa- e eslensào sufüciânte para a estender a lo- ^ dissoiuyao opera-so logo, a tinta tor-

ra as fazer desapparecer, quer ellas existam do o eoiuprimenio do luaohinismo. Suspenda na-so avermelhada e desapparece. em tecidos hranoos. quer iLogidos, lavalas esta faixa, coUocanilo-a por um dos liidos. a T>epoi9 d^isto sú resta lavar as mãos eu com it^nít ^ Bilbao. Reata súmeiitc suppriínii uma regua de madeira do mesmo compri- água pura, tom sabonete.

pies ohter quadros de ornanieniLn;âo em HH- da inferiores a outros que fle Tendum por ;;reijDB relativamente excessivos.

/«^an^lra de «stuilar ao plano sem

incommodar os visinhos

Page 20: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Devemos amar tnais os nossos filhos que

os nossos esposos? Conielhos à& müies e ãs esposas. A

r&jicldade ou a desorganisação Ü» tu- mllla. O marfdo e o filho. Como se divide o amor 6n\rt um e outrO-

'' E.' muilo Jialural a uma mae amar aos ttin líthoB mats que ao próprio ma- rido. Ejle é o ly- po perfeilo da niàc. A mulher de lypo oppoflo preoccupa- se lómenlc com o hom?m. Moa a màc, doce. fnrírnfcida e amorosa, deJica- le» com uma a&e- duosidade maU mei- ga, aos sei-a filhos.

A verdadíira mãe sacrifica, vm quaj- quer lempo, a sua própria vida pelos

filhoa, O amor de mat eiti, auíes de ludo, no coração. ElU não Cuida de ^aber se *eu marido desc)B que e^la -a^e a sua propna vida ou a de seu filho. O seu único desejo, o 3=u impuíso naluraL e vehemente é correr em socorro do maU caro ihe^ouro do seu

coração. Algum». Diulheiei hu que 6cm .pprehen.iv». que o. .eu. m>-

lido. pensem que a malernidade s» inutilis= psra « hqn«l»i e ar- deot» ternura, conjugaes. e que. poi efteilo dfl ma1ernid.de. elles nio encoiHiem m». nellas a antiga lernura de namo.adas, e poii.so «lio di.po.ta. a descuidar Fadlmenle dôs seus deverei nialernaes pa- ia loniervai, com a mesma inlensidade. o amoi dos esposos. Senúndo aiaim, vão ellas aolhea- lio. deiiBndo os filhos em casa, uisleiinhos, á mingua de cuidados, ou íazem uma vi.lta dc- iDorada sem pensai, uma só veí. que os n- Ihiohos, em casa, eilào reclamando s aua pie- Knça. Ora, o homem nunca está .alisleito nem orgulho» com .emelhanle allenção que lhe de- dica s esposa, com prejuiio doi filhos. Ao contiHrio, elle, meimo sem o conlejsar. :oltre a magua profunda de.sa siluHção.

Nenhum homem em fim se .ente ielií ao observar que sua mulher se de.cuida dos fi- lhos paia .e dedicar eiclusivamenlc B elle. Toda vez que a máe descura dos seus deverei, ou por Índole ou por enlermidade. o marido lempie toma o logar delia. E' commum ver- se o homem concertar as roupas das crean- ças, levar-lhe a pspinha á hocca. tomar a se- rio Ioda. e.sas delicadas e encantadoras tare- las quando a mulher eitá impossibilitada de a. desempenhar ou quando, por descuido, as nào desempenha. O homem le.peita a maternidade mais que qualquer outra coisa no mundo. E.sa é a regra geial. E se elle descobre ^ua á .ua mulher minguam euas grandes virtudes le- minmas, corre a tomar o seu posto, receioso de ver leu. filhos maltratados.

O homem mais ielii í •quelle que se casa com uma mulher que ama o KU

lar. O marido que ob»i- T> quanto é ardente em

m-iA

muilos- E' unv.

Enlace Leonardo Lte — ^anoHH'i ^Saítea

sua esposa o mstin- clo da malernidade e quanlo são minu- ciosos OB cuidados e carinhos com que el)a envolve os pe- queriuchoa, eslá bem seguro do valor mo- ral da ma compa- nheira e conAa, com mais firmeza, nas suas virtudes do- mes lica».

Aos prqucAos ^e lhes deve lazer sen- rir que o que eílei íèm de maiA caro na vida é a «mor de sja mae, para que recebam, bem piolund^mcnle, o inflüXn da vida do lar, A meninos se lhes faz conjprthender que basLa amar a mama. eiio iíso. Ellca F'^'^^"! senlii que o amor que dedicam í mae é mais pfoíundo e mait ronlian'tp 1^°^ deve-se cultivar nellei lambem o amai peLo pae e o re^peiio afíectuoso-

Com o naacimenco de outios filhos o homem afTax-ãc a sacriE- car grande parle do amor e do lempo que a esposa )he dedicflva, Al^m dcase fiaciiíicio. elle tem de alíazer-se a oulros, que são oi novos giítos com que vae arcar, a luta pela exislencia, que se lor- na mais pesada, os seus novos eni:argos e responsabilidades. De mo-

do que elle não se rurpiebendc quando v£ que aua mulher já se nào delem lanio tempo- em sua companhia ou se manifesla menos c»- rinhoja para com elle.

A maleinidade lorna sempre a mulher mais íocegada e mejios Irivola. A sua vaida- de allenuB-se. O seu desejo de brilhar nos salões (á não é lão exigenle. O homem, ao- observai eísa Uanslormação. embora recorde, com saudade, a antiga companheira, que ella era, e as horas frivolas de oslentJ-çio e pri- ztr, senle-se mais feliz, de umd felicidade mais duradoura.

As mulheres, em sua maiof parle, e prin- cipalmenle aquellas que fizeram um casamento de inclinação, desejaiiam prolongar, pela vida adeante, aquella primeira phase do casamento, a doce fua de mel em que ludo é pfeiexto para carinhos, e'» *i^^ ^^ ^ ouiro vivem tra olhar o mundo e as coiías envolventes pelo prisma da sua paixão. Ora. a lua de mel, por mais encaniadora <juc pareça, é uma phase fugftz da vida, nào é senão a preparação de um judrcioso pla^"* de esislencia. O homem, mesmo absorvido n» tuas piimei^aa venturas,

sabe que a vida não é a- quillo e que alguma coisa lhe eslá (aliando em casa. Elle não pôde deixar de sentir que, se a maternida- de e o cuidado com os pe- quenitos Dão despeilam em sua mulher a natureza It' minil. não ha nada mais que o fai;a.

A mulher que ama aoi seus filhos tanto quanto ao

Page 21: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

ia«rído, ou mais, é conitantemente fíliz- Sua vida está cKei« dos aconlC' -címenfos de cada dia. A vide perde a monotonia de Mnaaçòes, sempre egui« e Tepelidas, para adquirir OUITOS encantos, «empre novua e variado;. Já nào bii;cB, com lanlo afan, B; diveraòet. Já ttm «m que preoccupar o seu cspiiilo. a hanesia e legilima pTcoccupa^ão da lar. Sc nSo pode, como ftntct. dedicar a seu marido longas horai de iniirnídade e sHeclo, não «e lamenla di»o. Sua vida não eslá feiu para um amor que nunca te salisfaz. mus feila para um amor sério, tíncero c grande.

Nenhum marido sensato e bom ;e mostrará ciumenio do amor que sua mulher dedica aos seus filho?, Elle não pôde cubiçar o tempo que ella dedica a essas pequenas almas que levam o seu noTfie. O beijo que a esposa depoaiEa nos lábios vermelhoi da cre- aiiça, o carinho que ella fa:* noa anéis daquelles cabellos de ouro, foram, porventura, roubados a elle ; o tempo que ella consagra aos pequeninos, bem poderia aer coAiagjado a elle. mas alguma coisa <fe grande e varonil ha dentro delle que lhe não p«imitle unlir o cíune defines carinhos e desses beijos.

Esta chsse de maridos diz sempre «minha mulher» com uma ternura em que se adivinha ucna invejável intensidade.

Nunca se deve permiltir que a ma- ternidade se sobreponha o estad:» de ca- sada. A verdadeira esposa comprehende que a maternidade augmenta no marido o respeito e que o aflecto do marido, em- bora tenha perdido em calor, augmenta em profundidade. O menino, em ve£ de mo- nopolisar o amor dos teus pães, vem ao mundo para formar uma união mais estrei- ta eolie elles, por meio de um laço mais forte.

Não importa o numero de filhoa que tenha a mulher nem o amor que dedica,

com egual calor, a cada um delles. Eila deve virer ao lado do seu esposo, junto ao seu primeiro amor. O melhor, o verda- deiro amor que uma multier pode dedicar ao seu marido, lem muito do amor maler- uaL Após a lua de mel, depois daquelles dias ielizeS) um amor mais repousado, maik substancial nasce no cora- ção da mulher. EJIC é o amor a que deve as- pirar o homem, -é o amor que todo homem ne-

^eisita.

Todo homem é mais ou menos creança^ eã esposa cumpie Iralal-o como um filho.

O augmcnlo de fi- lhos no lar não deve privar a mulher de que- rer ao seu marido com aquelle amor enierne- cido, feminil e maler- nai de que elle tanto necessita. E' misler que ella divida a seu cora- ção em duas partes eguae& : uma para os fi- lhos, ouira para o marido. 'Metade por mcLadc-. Nenhum esposa pode aeníir-se lelií quando comprehende que todo o coração da mu- lher está occupado pelos filhos e que para elle não resta senão uma paiie mínima.

O homem í o senhor da casa. A nenhum pequeno príncipe M

lhe deve permillir tomar o poilo do papá. El preciio que os filho* saibam que, a despeito dos carinhos ardentes que lhes faz a mama, no coração delia o logar occupado pelo papá é o maior. E' preciso que D saibam, é preciso que se lhes diga.

Se assim não acontece, se, ao conlrarío. ellci st habituam « pensar que tudo lhes pertence, que a alma e o coração da mama é exclusivamente dellei» sem condições nem partilha, a indole das cre- anças transformase de uma maneira extraordinária, O respeito que elUs devcíiam ler pelo pae, fica sensivelmente diminuido. As or- dens do pae já não serão obedecidas com tantM solicitude. £' fácil de adivinhar que a família, constituida com esus bases, caminha paia a desorgenisação.

Em algumas famílias predomina a idéa de que o pae é so- mente a parte financeira da casa, e que delíe não se espera outra coisa senão prover as necessid-des do lar. Nestas condições, o pae, não sentindo bastante confiança sob o seu lecto, começa a julgar-sc hospede ou visitante casual cm sua propiía casa.

Esta mesma idéa de demasiado amor pata os filhos e nenhum amor para o che- fe da casa. fa£ com que muitos maridos, deshabituando-se da sua casa, vivam a sua vida nos clubs. nos bilhares ou em qual- quer outro ponto de reunião, onde adqui- rem vicios, como o jogo, e procuram liga- ções de amor que o desmoralisem peran- te a socifdide, com desvio da moral t d« dinheiro.

Homem não ha que se não common quando vè a sua mulher inclinar-se. lenu e dei ica dam ante, sobre o berço do seu primeiro bebê, üm novo amor nasce quan- do elle vé que lua mulher já é mãe. Ma<. a despeito de tudo. elle não pode dis- pensar, senão todo o carinho, ao menoa uma parte do carinho a que se habitua- ra, um olhar ao menos de ternura, que lhe prove que ainda é amado. Se, por^ra. » fronte da mulher só se inclina sobre o berço, se seus lábios só t£m beijos para o bebê, é natural que no coração do espeio ardam algumas chispas de ciúme.

Deverá a mulher occupar a aua atten- çao com o filho, todos os minutos da aua infância e durante a vida escolar? Deve^ rá ella tomar mais interesse nesta nova vida que na do marido 7 O interesse de- vem estar sempre dividido.

Façam as mães tudo o que puderem pelos filhos, ]r8tein-n'oi com mimos e mei- guices eiagf;eradeB. preiidam, com o mai» affecLuoro dos cuidados, ao seu desenvol- vimento physico e mental, mas não per- mittam nunca que a antiga chamma se apague e que o logo em que ardeu o seu grande amor se transforme em cinza^ Con- servem o amor do esposo com o mesmo logo, com o mesmo antigo resplendor com que se deiiou fascinar nos primeiros mo- mentos. Este fogo, se te apagar, não se reaccenderá nunca mdis. Em amor não ha

Page 22: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

•reprisei, não ha repelirão, Se » mulher ae deicuida do seu amor, deixa coniumir-ie o míleiial combualivel que o ■limenUva, vel-o esfriar de todo. apagaT-ec, peider o seu ullimo CHIDT e c^dinguir-ae^ Tornado em cinza, nunca mala a felicidade voltaiá ao Ur.

Inclinae a cabeça, oh màea amoTosA?. sobie o vosso novo amot- 2Ínho, enchei-o de beijos, arrulhac canções embaladoras fobic o teu berço, recrrae os vo»os olhos com o loiiiso ingênuo do» seus lá- bios, mai nunca eaqueçaes que ha outras olhos que vot olham com ciúmes. Não voa esqueçaes de corresponder-lhes, Isnçando-lhes tam- bém um olhar enternecido, da mesma maneira como o fazieis quando creia eolleirai, Nào voa dracuideis de inlciiompcT. de vez cm quan-

do, o voasD arrulho, para dirigir ao cãposo palavras de carinho e de cot^forlo. Sendo mãfs, lembrae-vos aempre de que aoig eaposaa.O ho- mom. como já vot disse« é lambem uma creança, e uma ej«anç» exigente. Vós. nn piimeira phase do casamento c na pliBie anterior do noivado, habitua^ies os vo&sos maridos com a prodigalidade doa vosíioA l>?Jjos e caiinhoa, Porque, pois, mudaates de conducla > E se mudatiei de <^ondutia. lereia castigada com o desamor, com a ÍD-

düTeiença, com o amei de uma rival, com a deiorganisaç&o do vos' so lar. com a infciicidade emíim.

Penaae maduramente nestes conceitos, mães amnrosBS. MarU Thçreza.

UM.

S'tavam ambos na sala. Uma, de pi, rugava O sobr'ollio, orgulhosa; outra ao lado ajustava, No manequim, o peito e as mangas de uma blusa De seda azul, humilde, apurada e confusa. — Puxe mais pela máo ; sabe que tenho pressa ! A's duas horas deve aqui eslai a caieça I

A modista, calada e trisle, trabalhava Nervosamente; a dama, inquieta, acompanhava Com olhar soberano a viagem da agulha Por dentro do aelim.

Só da machina a bulha Se ouvia, no silencio a inteivallos deixado Pela voz que mandava, em tom secco e apressado.

— Consulte o figurino. Ai I... arranque este folho Da gola I

E contrahiu inda mais o sobr'ôlho. — Decóte mais!... se eu tenho um pescoço tão curto, P'fa que atufal-o ainda? aié seria... um furto! Tire a sombra da manga; apenas basta a renda... Agora sim, que fica uma cousa estupenda I ...

— Prompta ? . . . Ainda bem 1 E, já de toda saliííeita,

A madama vaidosa ergueu, na mão direiia, Aquelle primor d'arle, o seu cotpcle lindo E immodesto... Depois, accrescenlou sorrindo: — Quero hoje mostrar, nesta cidade inteira, O talento ideal da minha costureira!

Sahiu, emfim, p'ra a festa. O sol da tarde em brilhos Argentava-lhe a seda, as rendas e os vidrilhos. Repimpada, a sorrir, no seu carro elegante. Levantava entre a turba a cabeça arrogante,

'Exhibindo o esplendor das suas pedrarias E as plumas do chapéo, recebendo honrarias De quantos encontrava—uns tantos imbecis Que sabem arranjar curvaturas gentis E expressões de primor p'ra soltal-as, a flux, Mesmo á lama do chão . . . quando a lama reluz.

No entantr,a custureira, a moça pobre e honesta. Caminhando p'ra o lar, mal vestida e modesta. De ninguém recebeu a menor saudação.

Nem p'ra ella se abriu a flor de um coração . . . Entrou em casa, triste. A mãe, cega e velhinha,

Que se achava sentada a um canto da salinha, Deu-lhe um beijo na face e murmurou :

— Eoiquanto Eslavas lá, rezei . . . oh, filha I. rezei tanto ! O meu rosário inteiro!.. . uma voz me dizia Que a minha companheira, o meu anjo, sofiria 1 Vamos . - - dize o que tens !. ,.

— IVlamãe, nio tenho nadat Trabalhei sem parar e agora ... estou cançada ...

— Ulha, no coração das mães ha uma fibra Que, quando o filho soffre, intensamente vibra, ti o meu vibrou lia pouco. Ai! não negues i entraste, E eu senti no teu passo a tristeza. Choraste! A minh'alnia te entende... a minh'aima te vê ...

Choraste, e eu sei porque I..

— Pois sim, mamâJ ; chorei. Ouça, Eu. p'ra ser virtuosa. Levo uma vida aftlicla e dura e trabalhosa, Emquanto, — e isso é cruel!., aquella mulher ruim Atiavessa em triumpho as ruas... Dentro em mim

Ruge não sei que atroz vergonha e raiva. - Filhai

Que le importa que o munda ame o vicio que brilha? Eu te garanto que és

E serás mais feliz do que essa, a cujos pés Queima incenso a loucura I . . um idolo de barro, Que, embora recHnado entre os coxins de um carro,

Ou talvez mais acima, Toda a genle de bem ou despreza ou lastima! Anda; ajoelha aqui. Eu vou te abençoar I E Deus, que escuta as mães. Deus ha de confirmar A minha benção. Deus, que é tão justo e lão bom, Te ha de conceder sempre o mais precioso dom Que existe!. .

— E qual é, mãe, esse dom ? .. a opulencia? .. — Não,minha filha! é — a paz 1.. é a paz da consciência!..

Sobre e fronte da moça ajoelhada e calma A velha pôz as mãos e nas mãos poz a alma.. .

Neste momento o sol, que esplendorava as ruas, Sala a dentro irrompeu e circumdou as duas

Com uma aureola de luz. Em cujo centro a mâo senil traçava a cruz

... Era Deus, collocando o sinête real Na piece maternal...

' Rmelia Rodrigues.

Page 23: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Fig. 1 Qvaê aJo de renJa Sjo7za. 'Üamanho natural.

As nossas patrícias conhecerão, por certo, esta renda, mas conhecem-ii'a secundo a fabri- cação industrial, a qual, parece, se encontra em nosso mercado. Mas a verdadeira renda é ra- rissima.

A renda Sfor/a é ainda uma imitação da renda antijfa e é uma das mais apreciadas. Nem podia deixar de ser, porque allia a ^raça e a leveza das rendas modernas á elejfancia e á fi- nura da época clássica. E' mais delicada que a "Cencia'', de que tratámos em nosso ultimo nu- mero, de desenho menos ingênuo que a "Médi- cis", que as nossas leitoras já conhecem, e tem um aspecto do Bru^res fino. Todos os seus dese- nhos centraes são dignos de attenção, e os mo- delos que apresentamos nestas paginas são os

que nos pareceram mais bellos e, ao mesmo tem- po, os mais característicos do gênero. O quadra- do em tamanho natural, que se vê nesta pagi- na, não tem, porventura, a mesma delicadeza dos outros modelos. Tuas pela originalidade do motivo e pfla sua feição antiga, não deixa de ser apreciável.

Nesta nova renda adivinha-se, logo ao pri- meiro exame, que foi o ponto de Milão que a inspirou. Isto não quer dizer que esses lindos quadrados e graciosos rectangulos tenham a pre- lenção de copiar exactamente o ponto admirá- vel de Milão, ponto que fez a gloria da Lom- bardia nos séculos XVI e XVII, Trata-se ape- nas de uma phantasia, Isso não lhe tira o va- lor. Seja como for, a renda Sforza é innegavel-

Page 24: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

mente bonita, muito bonita mesmo e dá um relevo adniiravel aos trabalhos de bordado branco, aos Stores, ás cobertas ds piano, aos cortinados, etc. e tera outras numerosas applicações.

Na sua composição entram três reiidinhas ou espiguilhas bem distinctas e nota- velmente differeii- tes umas das ou trás, mas todas el- las têm a textura mate e fechada do ponto de Milão, E' aisso,sobretudo.que reside a sua seme- lhança com aqueliíi renda magnífica.

Primeiramente, a mais larga dellas parece formada por uma serie de amên- doas. Esta rendinha

todos os contornos dos motivos: personag'ens. animaes, ííores ou quaesquer outros desenhos que ornam os medalhões.

Naturalmente, a reproducção do desenho começa a ser feita sobre tela do architecto; fi-

xa-se, em seguida, S3ÍJI sobre os contornos

*^ do quadrado ou do rectangulo a espi- guilha do nieiiaihão, em pontos chatos. A mesma espígui- Iha será consiruida sobre os contornos

[uedalhão inte-

Tomemos tam- a pequena es-

igutlha a alinha- ol-a sobre to-

os meandros que se acham nos

Fig. 2

Rectangulo de renda Sforpa

(^1X 25)

Fig. 3 Quadrado de renda Sforsa

IH centímetros

serve exclusivamen- te para enquadrar exteriormente os motivos e os meda- lhões. A outra é mais estreita emais <aíourée». Essa ser- ve para formar to- das as partes cla- ras da renda, con- tornando e envol- vendo osraedalhões. Emfim, a terceira é uma estreita e pe- queníssima espigui- Iha, formada somente de cinco grossas Unhas justapostas. Ella dá, por assim dizer, a illusão do "ponto de reprise". Essa dev« ser cosida sobre

Fig. 5 Lozango dé renda Sforza

(41 X 27)

Fig. 4 Qifaárndõ de renda Sforza

18 centímetros

ângulos. Tomemos em primeiro logar a linha numero 84 e sigamos, em pon- to de casa. os bor- dos da pequenaes- piguilha. Cada vei que esta margeia a pequena esplguilha do medalhão, fixe- mos uma á outra por um ponto de casa. No inCttrior de todos os grupos de- vemos puxar a li-

nha para enrugar a espiguUha. Emfim,toda vez que encontrarmos o pé de uma brlda, façamos um picot, e eis terminado o enquadramento dos motivos.

Page 25: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

es cr e ve mo s para asseiiho- riisquejá pos- suem uma Eor-

Tometnos agora a pequena espiguilha ma- As leitoras que têm acompanhado as nos- t« que imiia o "ponto de reprise'" e alinliavemol- sas lições, desde que iniciámos esta secção. já a sobre todos os riscos exteriores dos motivos estarão, porventura., liabilitadas a executar os com linlia numero 60. modelos que apresentamos. Bem sabemos que as

Elidíamos enlão estes motivos em pciU» nossas lições são, por ve/es. deficientes, mas nó.i de tela. O tra- balho é fácil e de uma extre- ma simplicida- de. Isso deve ser feito com linha num. 42.

O fundo compõe-se de uma malha commum do fundo de pon- to de Milão.

Finalmente, está tudo ter- minado. Nada mais resta se- não destacar os quadrados da tela de ar- chitecto.

IMK. 6 Rectaiigulo de renda Sforzit

(27 X 14)

ph um pormenor porque isso, em vez de es- clarecer as li- ções, teriam o

Os motivos mais úteis são se^íuramente os effeito contraproducente de as tornar mais com- quadrados. losaiifíos. etc, destinados a st-r in- plicadas. Para falar verdade, basta ás vezes o crutiados na tela bordada. Damos aqui cinco modelo e três ou quatro conceitos explicativos modelos differentes. dois quadrados, dois reciaii- para orientar qualquer senhora hábil nu execu- gulos e um losango. Ção da renda.

Remember (Para o Stun» Virgini)

TC sombra de frondosa gameleira

Onde cantam voláteis amadores,

Nós dois juntinhos pela vez primeira

Fizemos mil castellos tentadores,

Ella trazia solta a cabelleira

Toda perfume, de fitinha e flores ; Podiamo; passar a vida inteira

Cantando nossoj férvidos amores.

\ ríaquelie banco rústico sentados

5ob um ephêo de amarantinas rosas,

—Muitas vezes sonhamos acordados,.,

Foi alii que a chorar nos abraçamos,

Emquanto as aves tímidas, zelosas.

Teciam ninhos entre os verdes ramos,

Francisco Gaspar.

S, Paulo, 1919. — (Díi tSetnm da iiiáa Miít', « imprrimir)

□o

GlD

(31hos tristes

Os seus olhos azues como n turqueza.

Sempre immersos em fundo meditar,

Possuium, meu Deub, tanta bellezu, r

Como Vinci pudera imaginar.

Mas, passava uma sombra de tristeza

ria serena doçura desse olhar,

Onde. ás vezes, eu via, com surprcza,

Uma lagrima triste, deslisar...

Ti causa dessa dor e dessa magua

Que lhe deixam os olhos rasos d'aguo,

Pude emfim descobrir, pude encontrar :

E' que seu coiaçõo cheio de terniira.

Só pulsava por loira creatura

Que se íoÍ para nunca mais voltar.

S. Paulo, Maio de 1919.

Marra Eugenia F. de Queiroz.

Page 26: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

«EVISTA FEMININA

III Chapéos de forma de arame

Os chitpéos (ie feltro duro e os de palha dura, taes coniu os que se coii:pram feitos nas cliapelarias e casHs de moda. são executados de maneira a não poderem ser iiiodificados. São, pelo menos, tão dif- ficeis de uiudificar, que é melhor, se a pes->oa não tiver uma verda- deira habihdiide de profissiuiiHl, itào fa7er nenhuma t e n t a t i v a nesse seuiido. Os que se encontram i-|íualriiente á venda nessas casas, mas de feltro ou de pa- lha molle. são susceptíveis de modi- ficação, que se opera, quasi sempre, da seguin- te maneira: tira-se um dos seus lados por meio de uma "fourchette" (ver tm artigo do numero anterior o que é que se entende por "fourciiet- te") ou diminuem-se os bordos da aba, cortan- do o feltro, segundo as indicações que já fize- mos no numero passado, descosendo uma ou mas fileiras da palha, etc. Os processos de mo- <liEicavão resumem-se nesses, mas, conforme o caso, é fácil atinar com a maneiracomopodeser ■operada.

Os chapéos de outros moilelos, como os de velludo, de tulle. de setim. laffelãs ou mesmo de palha, fazem-se recobrindo uma forma ou ar- niação de arame com qualquer daquellas fa- zendas. Para obter uma armação de fôr- ma e d ' dimensões absolutamente apro - priadas ás que Sí de- sejam, é preferível, já se vê, cunEeccionar o ■chapéo segundo o gos- to da pessoa, em vez de imitar os mo- delos que se encontram nas lojas. Isso é obvio, porque os modelos feitos of- ferecem, ás vezes, grandes difficuldades de exe- cução e deixariam embaraçada a pessoa que fosse tental-a. Ao passo que a pessoa, execu- tando o chapéo segundo o seu gosto ou apti- dões, removeria essas difficuldades, adoptando formas de feitio mais simples ou. pelo menos, de construcção não tão complicada.

Para isso faz-se necessário confeccionar de uma em uma as difEerentes partes que compõem um chapéo : a copa, a carneira e a aòa.

A) A copa é a parte superior do chapéo e que repousa sobre a aba. Pode ser redonda ou quadrada.

E', por certo, ocioso advertir que se prect-

Figuras 1 e 2

A copa redonda

Figura 3 e 4

A copa quadrada

sa. antes de tudo. tomar a cnedida da cabeça, a largura da aba, etc. Admitíamos que es- sas medidas foram tomadas e não percamos tem- po com esses detalhes de somenos imponancia.

A copa redonda (Fig, 1 e 2) faz-se forman- do primeiramente um circulo de arame, um pouco maior que a entrada da cabeça. Um "pouco maior" dissemos, porque 4 preciso que o cliapéo entre na cabeça com

alguma tolga e, ainda mais, Com ou- tra folga que ficará compensada pelo forro e pela carneira. Ksie circulo é

fechado por um gancho niodista. Divide-se o circulo em oito partes e^uaes.a cada extremida- de dos quaes ficarão fixados, por ganchos a mo- dístas feitos por dentro, quatro í^rcos do circulo eguaes, de arame, bastante longos para dar ao centro deste hemispherio uma altura de cia<:o centimentros. Reunir os arcos do circulo ao seta ponto de cruzamento por um forte nó de linha.

A copa quadrada (Fig. 3 e 4) repousa, como a precedente, sobre um circulo de base de ara- me. Acima deste circulo lançam-se quatro ara- mes dobrandoos em angulo recto á altura de três centimetros. (O comprimento entre os «iois ângulos deve ser egual ao circulo de base). Fi-

xam-se estas quatro travessas ao circulo <!a base por meio da ganchos modintas fei- tos por dentro, Kstes ganchos serão feitos com o arame das par- tes que se dobraram em angulo. O arame neste logar, terá, pois,

três centimetros de comprimento pa- ra a altura da copa e mais um centí- metro para fazer os ganchos. No po-*

.on- bor-

to de cruzamento das quatro travessas, mar>.' as por um forte nó de Unha.

Depois fazer um novo circulo de aram-"***" largo como o que fica á da base copa, ecoi"* no interior da copa, repousando-o sobre ^^^ ângulos formados pelas quatro travessa"^ *- se o circulo ás travessas em cada an' jK>r um nó de Unha.

B) A aòa (Fig. 5, 6 e 7) faz-se t .anaira seguinte : fazer primeiramente, como a a co- pa, um circulo de base de arame. Dá- j-lhe. co- mo circumferencia, a dimensão da voàta da ca- beça, augmentada de dois a três cendmetros, Este circulo c, de resto, a entrada da cabeça.

BÍÉ

Page 27: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REViSTA FEMININA

flbat-jour em Rkhelieu £st« abftt-jmir apres«aia um conjuncto miiEto harmonioso, da-

Tido h combinação <1o bordnd» Richvlj^u com nuiron ponlos, niimji compôsjç^n verdndeírAmenie Brtieika. f Aa vindJmnB' consiiiiioin um BH6Ujiipío firiieioHO, cujoa inlerpretes aão amorinlios n eiiHlen- lir iimfl erlEtnldn de flores. A CSPCUçüO não ofínrece grande dif- liculdnde- CHdfl pprle ae tnz om separndo p^tra se reunir em 9e- guldn. CoraeçH-se pelo Rlclielieu, tranaladanílo-o para a fazenda pot meio do papel piaotado, iTiq Lmço a ponto» adeanto nccenli^a v8 eontornoB, o bordn-â? logo a ponto de featfio. Condição ensen- cial ê ■ «ilrema re^rnlidade. pftra eritar as rujcaa e para tornar b&Tn nJtjdo o trabalho. A cabeça do feaião deve volver-se sempre para o Indo onde ee recorta a fazendan Eeto é, para as extremi- dbdeB. do tado das «bai-relteB», Eatas ultiisae se obtém, lançando.

de um hnrdo a oiiTi-n, 3 oit 4 fios rerobertiR a pontos de festSo; um ponto de cordftoBinho acceiiiúa a? nerviirnii. Termjnndo o tra- biilho o de9aliní>avado. procede-ne ao recorte df> fnzpnda supér- flua por iT^eio de teEouraB de ponta romba que preservam a Ca- beça do fpftlHo. As peasons habilitadas a esle trabalho, nnam tay.f-F l>reviamente o recrie. Mas nÚB Bconselhamos que se nâo faça o r»*corle sendo depois de havi^r incru^lado os niutÍTOB na maTha. Para isso se Bpplicará cada motivo eobre o naníiouk do fiuido por meio de um alinhavo, e logo se fixará definiiivamonl') r>or UID pontinho de fe^lão, tomando o bordo dos motivos de Riclielieu e o da malha, coNocado tal eomo indica a jrovnra. Tenniiiíida a in- crnütnçjto, o nanzonk se recorta pelo aveaao no bordo do featSo.

Oa deaenbofl ae fazem a ponto de tela, mediante um bastidor, que piH«a verticalmento por Cima e dobaixo dos quadros da ma- lha ; volta em seguida o baatidor em sentido horízoniarar-bre as primeiras, levantando uma e baixando oulra^ de maneira'quo for me o entrecruzado regular que constime o desenho.

Page 28: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

occuPAçõE^ DE: UMA )\/IOCINH/\ DESOCCUP.ADA CHRONICA DA VIDA ELEGANTE

Noticias f/o mundo eUganU

Ml!e Lili icm apenai Jeioíío annoA, deioilo annoi de edadc e cinco annos de íoiluna e vida eleganlc. Nasceu pobre e íoi po- bre alé Hü! tícze. O papá cia ura aimplcs agente de negócios, e de ncgocioK que falalmenie fiAca&savam. O pobre homem, na luia pela vida, não fa^ia um eíforco que obliveite exilo nem sabia da lula senão dcpoi» de denoiado. A occupação da p-quena era malhar o piano icm nunca aceilar a dedilhagetn nem o compasso, compor, cila mesma, os seus chap^oi. apioveilando as íormas velhas e as h- (u desbotada», e, com o ^indo rotlinho cheirando a pó de arroz barato e besualado de carmim, olhar a rua, de coioveíos fincados no parapeilo. Eram essas as suas horas melhorei, Cullivava a allençào doA homens, «limulando-a com um geilo de olhar de que lirava «tfeílos raaiaviliioioi c cora um geilo de manler os lábios pondo a detcoberto os dentca, que brilhavam. Cantava lambem, quando o

papá ealava au- bfnle ou a ma- ma não c&lava de m&o humor. A suB VDJinha, nos reeisiíos a- gudos, falseava, desafinando.To- do o seu aíie- cto dedicava-o cila a um ca- chorrinho, — o

". «Brinquinho —, de íoclnho pel- ludo e olhos chorosos. Era a clle, a elle só. que ella. nas luas horai de aboxrccimento,

contava as suas ambições, o seu

deaejo de freqüentar o grande mundo, de >e veslir segundo os últi- mos figorinos, guiar, ella mcjma, a sua Bem, foníanando pelas flvenidai slphaltadas. dançar o lango nos saldes elegantes, freqüentar o Tbeatro Municipal, era ao cachorrinho, emfim, t^uc ella atrla a sua

alma, dizendo-lhe as luas angustias e ideaes. > Brinquinho B. scnlado no regaço de Lili, olha- va-H muito, nesses mo- mentos de confidencia, com os seus olhinhos inte^ligcntef, quasi hu- manos. Dir^sc-ia, pela maneira com que acom^ panhava os gestos á me- nLna e attentava naa suas palavras, que elle com- prehendia ludo. A's ve- :'es, quando a pequena, para dar mais intimida- de ás suai confidencias. Appraiimava o rosla do seu focinho, elle. trai- çoeiramente, Umhia-Ihe o rosto, soltando gani- dos de alrgiia. Ella a- meaçava bater-lhe, mas contentava-se de enxu- gar o rosfo á manga da blusa, e continuava a sua longa hisloiia de maguas solfiidas e de-

Urao hora em mãos Jo je|o5 incontentados.

<coÍffcuT^. Quando a mama se

avizinhava, arrastando as chinellas, do quarlo de LÍIi, esta calava-se ou disfarçava canrando. A menina era tagarela e a mama, cas- murra. A pobre senhora netn sempre foi assím ; mss, de tanto sor- frer decepções e piivaçòes, lornara-sc caimurra, e só abria a bocca, o que raramente íazia, para censurar ou praguejar, Como não gos- tava de falar, nào gostava lambem de ouvir.

Outra lareja.

Com quem, pois, LilÍ podia trocar id^as senào com *Bnnqui- nho« ? O pae sempre na rua, a suar atraz das transacçòss fugidias, a mãe a labular na cozinha ou no lavadouro, sempre azeda... Sen- tindo-se s6. agarrava-se ao animalzinho. Nei^s longas palestras de portas fechadas, era que o cão lambem tomava parte, falando cooi os olhos e com os movimentos eloqüentes da cauda, Lili fazia-lhe

Jlrle íit itr bonita. Jl larefa da manicura.

promessas... Oh í quantas promessas T Quando cila fosse nca. sahiru a passeio com iBrinquinho», de automóvel. E via-se pá de aulomo- vel. com aa mios cniuvadas no •guidon', e o cachoirinho ao lado, muilo grave, com sua colleira de fita azul. «Brinquinho» tena uma casola em feilio de chalcl suisao, com roseiras ao lado, Tena as suBs horas de «fooling^ pelas aléas do jardim

E vem a guerra, a grande guerra. O pae de Lili tinha o faro doa negociot, a visão das coisa* futuras. McUeu-sc em íransacçôes de papel, de ani- linas, de tintas para lypogra' pbia, de gado para eiporíaçào, melteu-^e ent tudo. Foram t&o bons os seus negócios, que os capitalistas começaram a olhalo com respeito, com um respeito a que se misturavam a supers' lição e a inveja. Ao cabo do primeiro anno, entrou e nego- ciar com os seus propnos ca- pitães, que já eram avultadoi. Dobrou-os, triplicou-os, mulh- plícon-os. Ames da astignatura do armisticio, já era apontado como um dos mais fortes ca- píiali&tas do paiz.

Lili tinha realisado o seu so- nho. Habilava um paia ceie, num arrabalde elegante Lm cinco annos de vida rica. pro- gredira notavelmente. Alfez-se de tal maneira á nova vida. que a anterior, que era mais longa, se lhe apagara inteira- mente na memória.

Ao piano, graças aos esforços de um professor reputado c aos seus próprios esforços também, já não errava na dedilhagem nem desacertava no compasso. O habito de freqüentar concertos, da 1^ as noticias das grandes audições, de ouvir a opinião das pessou au- lorisadas, se pouco lhe accrcscentou á cultura musical, desenvolveu- lho, em compensação, o snobistno. SecreiamenEe adorava a opereta, as operas românticas de grande enscenação e espectaculo, mu só confessava o seu amor por Chopin e Debussy.

Adoptou os hábitos elegantes, e adaptou-se a ellet como se fos- sem hábitos velhos. Antes, levantava-se taide. quasi á hora do al- moço. Verdade é que as auu horas eram immensamente variai. Di- vidia-as, por isso, em horas de somao e horas de aborrecimcalo. Agora, não. Tendo todo o seu dia tomado por um tumulto de ta- refas e preoccupaçâet, tratou de disciplinar a sua vida. de maneira a satisfazer, em cada dia, os seus innumeros e urgentes deveres. Le- vantava-sc cedo. Para falar verdade, não se levantava, mu levantava

*Píiro deicançar, algumas violen- tas partidos de tennít.

Page 29: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMÍNINA

-ap«na« meio corpo, ttm lahír do Idlo. Com as peina; mciuda» «n- Ire os lençósE, a cam^ta escourgando hombios abaixo, impuaha-sft A

UTcfa de ler o& jomaes c n revistas. Pasaava oa clhoã pelaa noli- cíns do mundo rlagante. iareieiaava-»e pelos anniversarjof. pelas obras de piedidí promovidas pilai seaTioras da alta foda. pelos ullimos h-

.gurinoi.-. Aííim, cm m^noi de quarlo de hora, linha sííiíteilo a lua cuiiosidfdc c po&To da lado, como ínuleíí, algumas dr^ena^dema' gaz[n«s, de revistas li' terarías e jomaea. Feito íito. Jevanlava^ir, c dcs- la Ycz. di vpfdadc, O seu banbu era uma coi- sa complicada. Anies. ccntenEiva-se com um sabonete e ucní ampla bacia de agui r«pida. E sahia do seu banho tko a»e:ada como uma nympba a emergir dâ íante. Agora. nào. O SíU corpinlio magio, le- ve, de linhas um [anlo angu Io; as, exigi a u ma piscina c águas abun- danies, saturadas de a* nua da Cfllonia ou de esiencia de rosas, ünia mastagitla eiimia fiic- ciomva-lheocorpo com luvas dí bucha. De- poia. pulverisa^òes de vinagre aromaUCD e ou-

Üm po:ííio cu;/o pelos armbaUtt, üntts do ^^^^ "'^" eiienciaK á almoço CO me sv ação e belleza

da pelle- Em seguida, vinha a manicura. uma sonhora francesa, que se

dedicava as suas unhas com um cuidado muilo affecluoio, muílo excggerado. Madame não lhe abandonava aa unhas Eenão depois que eJlas estavam fuTgurando. com uma aceníelha bem viva em cada curva, Iratava-as a esmalte, a pastas vermelhas, a f?iiinhos < appa- relhos de íeitios caprichosos» a adidos e líquidos cm fraiquinhos mi- núsculos,

Uma das suas horas mais agradáveis era aquella em que se en^ tiegava aos cuidados, não menos excessivos e alTeciuosos, do -coif' íeui», Eite apiescíiiava-se lempie de smoking, e tinha uns ales de maço de baa roda. Dentes magniEicos. cara escanhoada. Só Ealava frauLCZ. Mlle Lili Falava Irance/ correntiamente e já se familiarisara

com o Hitargot*, mas não talava com o rapaz se- n&o a propoMto do pen- Ifado, de um retoque a íaaer ou de um elFei- 1o a IiTar. em phrases curtas, sem o htar nun- ca. A uma moça da sua posição e fortuna nào convinha a intimidade daa phrases longas. En- tietanto, sentindo que era admirada, que a- qucllas mãof, sob o pre- texto de achatar um anel lebelde dos ca- bellos, se apoiavam em sua cabeça com uma lentidão menos proíis' sional que carinhosa, en- tregava'se áquelles cui- dados com um prazer que, mesmo a si pró- pria, penosamente con- fessava. Como era um pTohisional, recebia-o com qualquei ^toiíelle*,

^preferindo até recebel-a com a <toiletLe> que menos a vestia... A's veie*, para dcscançar dessas longas tarefas em que se im-

mobilisava, necessitava executai movimentos violentos. Ia fazer uma partida de tennis no seu club. Depois do almoço, um passeio pelo seu Arrabalde, ora a pé. ora de automóvel. Puro preUxEo para ex' hibir a sua •toilctte» de pasieio. A's dezeseis horas, uma volta

O chá ão estxjlo

pela cidade a ver o moslruario dos joalheiros e dos grandes maga- zins. As lo)as de modas leniavam-n"a mais. Entrava. A escolha de 9Tobes> e amanleux°, com exhibiçães de manequins vivo. occupa- va-lhe largos minutos de aitenção e de tensão espirilual. Por fim. cançada da esforço, sem animo de se decidir por este ou por aquelle artigo que se lhe olTerecia. comprava qualquer futilidade.

Num éai magizins do centro havia uma ho^a de chá elegante, com quarteto Je cordas. Mlle Lili não dispensava esse chá nem a sua hora de mu»Íta e "Üiil*- Em<|uanto mexia o as*ucar no íundo da chavena. íaíca-se alvo da attenção dos homens. Não Ihea corres- pondia nunca. O orj^ulho dos seus milhões recentes roubara-lhe. em paite. a temibilidade.

^ '

Escoiha di tabts e manicaux, com fxhibíçào de manequins vioos

Entrava em casa quasi á hora do jantar. Mal tinha lempo de mudar de 'ioilítto. Aquella variedade de pratos e o serviço á fran- ceza. tiravam-lhe o appetite. Não podia consolar-ie cora a íalla da antiga terrina de íeijão, de caldo grosso. Dialiabia-se, porém, em debicar as gaEantJnes, embeber o píio no molho de tomate e pro- var, apenas com os lábios, os vinhos seccos. Desfoirava-Ee nas frulas. ■í -^ As vinie e uma horas, fazia a sua entrada glorioía na Thea- tro Municipal. Apoiando o coto- velo no rebordo da frisa, osEentíi- va o decote amplo e os braços nút. Sentia pena que o decote li- veise um limite, mas comolava-se com o limite máximo. Ne&sas suas horas de Iriumpho tinha Liti a sen- sação de que o espectacula era promovido em homtnagem a ella, e. nào rarOf a sentação, ainda mais goslo&a. de que ella era a actriz c que Dão s6 aquelle publico como as próprias figuras da scena eram apenas espectadores do seu trium- pho. Essa pieoccupação. que a afogueavH e lhe punha calor no lobo das orelhas, não lhe dava lempo de indagar o que se passa- va em scena-

Ao deitar-se em teu leitosinho virginal, recapitulava, emquanto nào vinha o somco, todos os episodioi do seu dia, sempre os mesmos, sempre parecidoi, mas tão agradá- veis sempre \

Para as suis harai de CAIBO ado- Das 21 ás 24 horas,aborrecida plou um cãosinho Loulou, cor de audiçãono^hcatrot^umcipal, chocolate, chato como um sauiio e obrigada a opplausos e de movimentos molles de cobia. a decole "Brinquinho* não ganhou, como Lili lhe promeUeia, a casota em feitio de chalet suisso entre len- ques de roseira. Lã vivia no quintal entre o gallinhciro e a horta, a ganir o seu abandono. Liti nunca mais quiz veKo. receio&a de que a sua presença lhe recordasse muito ao vivo o passado . . .

Cesario Julião.

Page 30: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

HA UMA FORçA que jobrepují lodsi ai forcai.

E' a dl imptenu.

Um pouco de linla espalhada em lellrs redonda sobre um pa- pel pode accender ma« energias do que as água. njss duma ca.cala.

E' poique ns >ua marcha pelo mundu ella pasia peb» plamc.es ■uave> do cspirilo e í impellida sempre pelo sopro (orle das ide.ai.

Ninguém mais do que ella «ro o poder de íLliah.I e de lUg-

oestionar. i -1 j Por onde quer que p»Me pode «palhat alacridadei e lorriiot

como ai galas d'uma primavera, ou ruinas e morle como as venla- nia, d-uma lempeslade, porque pode ser dir.g.da por uma tonscien- cU bem tormada, ou orientada por uma alma fella de Irevas e od.os.

A imprensa, pois. é a leia por onde a conscienc.a e a alma

humana evoluem íaiendo sombras ou derramando luits. _ Quer dlier. a imprenia pode ser boa ou pode .et ma. Ponhamos de parle e imprensa icitolifica. lechmca e ptohwio-

„»1 Paliemos apenas d« imprensa vulga.. isto é. d'.quell. q«e Iodos os dias. como um raio de sol ou uma rajada ..m.lra. en»a no lar dan-

do-lhe vida ou levando-lhe a morle. Para dislinguirmos o homem bom do homem mau lemo» um

«iterio infallivel - a> suas acçôes. A arvore conhece-se pelo. Iru- cloi. E as acsõt. affe.em-se k luz puri.sima da ordem, da moral e

da religião. O meimo se d(ve diiet da imprensa. , , . i Quando ella >e nioM.a essencialmente hoslil i ordem. > moial

e á rellilão. é necessariamenie má, , Poderi veslir-se algumas veies de core» neulras. inclmar-se hy-

Kicrila emp.vonar.se uas luclas como imparcial e mcorrupla. mas. Z lundo, se lhe lermos bem as enlrelinha.. veremos que lodo o seu espiiilo. lendencia. e doutrinas se unem no escuro, em uma alhança

diabólica, contra ludo o que í reclo. puro. bome divmo. No emlaolo ella vive. progride, avança, e, a mane..,, de onda

de lama e logo. ludo vae quebrando, mrendiendo. deslrumdo . . . E porque ainda ningtiem se abalançou a arrancar-lhe as ra.!«

damninhas e venenosas que mergulham (undas dentro de nos e lo-

ib de nós ? ■ * ■ ■ Deniro de 06,. no indivíduo; fora de nos, na lenorancia co-

bardia e inércia do. bons. e na audácia, imoltncia = acliv.dade do.

""""'Oenlro de nis ha. ao lado d'uma n.lu.eza boa. uma mi, so-

berana e orgulho,.. £■ a fior junio do charco... E a "1"="» >"■ "' curo da noiie... f a raião em lucta com a animalidade..

Ha homens que sabem d-mina. com nobreza e galhardia os

elemenlol ruin. que lhes diflicultam os movimentos. Mas lambem ba bomen. c,ue se entregam a lodo o abandono. A lava da. paixões calcina-lhes o. melhores senlimenlos. O fogo dos appeliles devo.a-

Ihes as melhores inicialivai. Tudo se «maga debaiio dos seus pis. Não ha um grilo de revolla dos lados da rajão, nem um ges-

to de proleslo dai bandas da coniciencia. E como se ludo islo ainda nio ba.lasfe. lavem a sua impren-

sa a delender a. luas idéia., a íaie, alarde dos .eus v.aos, e a despedaçar os laço. sagrado, do poder, da moral, da iamilia e da

religião. ,. , Neste assumpto até enlra muitas veies a poliliea. Pelo muito amor que lem â religiio. algumas veies deprime a

' viilude, para que o eiaggero não vá feri, a conveniência do parti- do e muilo menos, despertar as iras do rebolalho das ruas.

For isso, pacliia com ellas. í condescendenle no parlarnenlo. e

para melhor efleilo, fai o seu dl.cuiio e ah.a meia duna de Iro- ^s inflamado. contr> o. padres, o. iesuitas e ouUo. s«íar.os do

'"'"^ísto^não obsta. porém, a que. no dia seguinte, nio vista a .ua opa e não vá tomar parte nas ce.imonia. e p.ocisiõe. chique, e ap-

par.loia.. Mai se a. turba, berraien™, elle lambem berrara para nao

perder os :eus votos e não ser lido como carola.

E" a falta de inslrucção religiosa, de principies e de convic-

ções duma grande parle dos homens da pohlica e do governo.

E o povo. que segue a norma dos grandes, e que lê > suaim-

prenia. . pouco e pouco perde a sua fí e lorna-.e indolenle, gros-

seiro e alheu. Para toda essa genie o jornal iniidioso e míu í DÍbulo para

« .eus instinclos o para a. sua. paiibes. Nel e ví ,usl.ficado o seu cHme e rldiculariwd. a virtude que ode.a, Nelle ví esfarrapada a

verdade e lí a apologia da revolução que anarchisa.

£■ um pedaço de papel arvorado em estandarte de guerra. E" , alma do povo a raí<r pela línla da. letras e a converlel-a. em

mancha de sangue.

Esta. íio at cHuws sociaei e individuais que originam e favo-

recem a imprensa doentia, dúbia e mã. Estes são os agentes da propagando escripla demolidora, que

ainda tem a auiilial-os a enercia. a covardia, o medo e a mes-

quinhci de muita ginle que se dii boa e con.ciencioia. E' mister, pois, removel-os attendendo ao perigo ds perveisBo

a que nos eipomos, dO escândalo que damos, e á cooperaíâD que

o mal recebeu de nós. A razão e a eiperiencia dizem-nol que o conlaclo írequenie

da alma com a imprensa perversa, desgiila-lhe a pouco e pouco ai energias, e fala resvalar sem forças e sem brilhos para as e.cu-

ridôes do ignóbil e do iníquo. i L' 1 J A rjzão e a eiperiencia dilein-no. que a leitura habitual de

tal imprensa, alím de, implicilsmenle. declarar licitas a. suai pa- ginas. Incita os outros ao perigo de re.plng«r venenos nas suas let-

tras e de perder n'ellas a. alvuiai da sua fé. A ralão e a eiperiencia dizem-nos que a compra de tal jor-

nal vae augmentar o numero doi teus asiigoantes e leito".. e que. uma veí entrando em casa. é um réptil nojento que raslíja. uma tlòr maldicla que Intosica. uma nesga de lempettíde que tudo der-

ruba, desfolha e mala. Tal í a Imprensa má com todos os seu. perigos 1 Sendo assim, é urgente antepor a t«nlos male. a. energia, do-

bem e os reverberoí da luz que dimana das p.ginai sadias e forles

da tôa imprensa escudada na fé e fiimída na lei. Fiel aos seus princípios de ordem, verdade e jusltçB. ella fo-

menta o bem. diisipa os erros, anodyna penis. alenua males. •""- de luzes, apaga sombras, deianuvia tercbroí, aíoi tuna lares, burila al-

mas para Deus e prepara filhos paia a Pslria- O valor d'um povo eslá no seu valor moral ; e a grandeza mo-

ral. Blé aqui, ló a tem wbldo dar e conlinúi a dar. em Ioda a lua pujança e pureza, a religião revelada, a religião de Jesui — o ca-

ihollri.nio- Por isío, para o bom povo brasileiro, que ama o provtnQ e

abomina a iniqüidade, pode haver rellgiüts fora do catholicismo. mat

não pode haver religião. 1 1 L C Quem ama dtvara. a verdade e o bem e procede de boa te.

conhecendo a Igreja de Cbriílo. não pode deixar de a defender e amar. "l'al deve ser o caracler principal da boa imprensa sara peur

ri sons rrproc/ie. ,. . . -r j IL t A imprensa má vive da. paiiÈei e do dinheiro, ludoltieta-

lilila os passos, e lodo. .e appreisam a dar-lhe o seu tostão para n>lla enconliar pa.t^ para 01 seu. appellles. hsonja para as suai vaida-

de! e defesa para fl sua vida de dethonta e corrupção. O meimo não luccede com a imprenia boa. ludo lhe emba-

.iça os caminhos. Todos lhe p6em deíeilos. E poucos lão aquellfs que vão aprender n'ella a amar a virlude, que .e conquista pelo tra-

balho e pelo sacrifício. Pralicamenle Iodas estas difficuldadrs podem reduzir a uma —

falta de meios para viver. ... Eicriplorei eiicllentes tiío faltam. Ha.endo esses meios haverá

homens e havendo homens e meiol. a imprensa boa será invencí-

vel porque ella personifica o bem, e o bem. embora por Ye«s « eclypie na poeira das luclas. nunca chega ao termo dos combales sem um ramo de louros na fronle e um hymoo de vicloria no. l.bio..

Se ali aqui a boa imprensa lem pasudo por dias atlribuladoi

e diflicel. i porque, digamol-o com Ioda a franqueia, uma grande parle dos nossos calholicoi. locados pela indolência e pelo egoitmo. se deixam dormir e abandonam o campo, onde a .mpre.a ma ea- ira á vonlade. faila com petulância, ganha adepto., (az destroços e

liepudia sobre columna. partidas. Por nossa parte temos empregado iodos o. etloiço. para que a

nossa .Reviila Feminina» corresponda ao bello ideal da boa im-

''""'pelizmenle, lemo. lido encorajado!, nesse .enlido. por bom

amigos. , Mai queremos que ella progrida e avsce muilo mai,; e, pira

isso, precisamos ainda de mais amigos, iilo í. de mau ass.gnanles e

apóstolos. . j Que o. indiiferenle. peniem bem no comprimento deile devd.

E' Icmpo de arrepiarem caminho. Auziliar a boa imprensa é hoje a maior, a m*i< uBlveisal t

necestaria de Iodas a. obras.

Deus o quer I , „ 1 j j Entremos poi., lodo. na cruzada trabalhando e dando: mu

dando com alegria, generosidade e conslanoia.

Deus o quer 1 , r.. . Bem haja a 'Lig. da Boa Imprensa, do Rio " »u. «nl.

obra de propaganda para o apparecimeplo da Lo Goíx b™|^ei-. I

Parabéns e o. nosso. volo.. PaulO de TtiarsO

Page 31: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

D. VIRGILIN^ DE SOUZ?i S/ÍLLES Primeiro annívcrsario da sua morte

já lá se vae um anno que desappareceii do numero dos vivos esta illuslre senhora, cujo uouie é já, hoje. um patrimônio nacional. Se o seu nome será sempre lembrado nesta terra, mnilo mais o será por nós, que fomos, e ainda contimiamos a ser, os dedicados col labora dores da sua obra. Esse pri- meiro anniversario não passou, como era de prever, despercebido, mas foi lembrado com saudade pela nossa imprensa e por todos os que a conheceram e a admiraram,

Permittam-nos as gentis leitoras que, em tri- buto á sua memória, transcrevamos o que, a propó- sito do primeiro anniversario da sua morte, escre- veram alguns dos mais importantes órgãos da im- prensa diária.

.'. Do "lorna] do Commerclo", edição de São Paulo :

Passa hoje o primiÍTo nnnivensrio do lallecimenlo da eims. HB. d. Vlrgilini de Sousa Sallíf. Bailsnle conhecido í este nome no p«ií, por Ioda a eileniio do qual levou.o uma bella e lelii ini- ciitiya, dít raaii bellai e das mais arduai que o eifoiço ieminino lem levado a ctbo no Bisill.

De lacto. a iReviils Feminina», de que a pranteada eilmcla ioi a lundsdaiB e directora ali stus ultimoi dias de vida, lepreien- la incalculável lomma de energioi, que fó podem avaliar os que to- nliecem a vida da imprenia. Alím de notável, entielanto. o leu ei- loi;o era dos mais lympathicos.

Poi iiio o nome d» diilincta lenhoia pauliíla era aureolado pela lympalhia e estima de luag paliieiai, conilituindo, para iodai ellat. um doloroso acontecimenlo a morte de lio prendada, tulla e virtuosa lenkoj» como d. Virgilina de Sousa Sities.

A nofsa edição do Rio, referindo-se a morte do dislincla se- nhora, pubhcou no teu numero de 5 de Junho do anuo passado um loBjo artigo no qual. entre oulrai coutas, se encontram estas palavras:

■ Seu programma não se limitava a proporcionar aos lares bra- sileiros uma lilleralura sa e escolhida, e tomou ella o entaigo de aianier secçõet diversas de educação domeilica e de civismo, abor- dando Iodas aa grandes questões socíaei, e principatmenie as que diiem de perto com o nosso palriallimo, despeitando no espirito da mulher brasileira um interesse directo e vivo, quente e activo. por todos os grandes assumptos nacíonaes. Desde a enlrada do Brasil □a guerra, sua penna vibrou de santo enthusiasmo, exhoriando a isâe brasileira a todos os sacrificios e • Iodas as resignações pela cauia da civilisação. Longe de exgolar-ie, sua actividade parecia crescer na propaição da multiplicidade com que se apresentavam og aspectos de sua campanha. Fundou, ainda ultimamente, uma valiosa bibliotheca feminina, de muitos milheiros de volumes, que pon gra- luitamente á disposição de suai leilotas. Creou, com grande êxito, uma academia (emimna de trabalhos domésticos, anneia á redacçao de sua revitia, cujas aulas de arte cuhnaria, de direcção da casa. de trabalhas de agulha, de bordados, de pintura, de decoração, de musica, e outras, regidas todas poi senhoras de sociedade, constitui- rá m-se num verdadeiro succesio feliz.

Organizou, era seguida, uma Bolsa Domestica de Economia, para «posição s venda dos Iraballios enviados por suas leitora», e cujo pioducto era integralmenle lemellido ái (ipoiitorat. lem ne- nhum outro interesse ou retnuneraçío para a revista, do que a de abrir uma nova lonte de renda para os lares pobres, com ospeque- BCi primores que as mãos dai mulheres tecem, ligeiras, como tecem as aranhai suas teiu, que o ralo do sol de uma evocação ou de um carinho, vem bafejar nas horas solitárias dos lares felizes.

A Eiposição cresceu, vingou, leve um movimento de dezenas de contos por mez. vcndendo-se nella desde a renda Irabalhada no Norte do Brasil, atí o> pequenos trabalhos de decoração com que se cnhelím as mais Hcas, muitas das quaes destinavam o pioducto de leus trabalhos a obras de caridade.

Ainda agora, quando a morle a colheu de chofre. enconlian- do-a extenuada na sua bella labuta, iniciava ella um serviço novo, o da distribuição de trabalhos de eguiha, |á começados, e que deviam sei terminados por suai leitoras, para que le vendessem e seu pro- duelo fosse enviado i Cruz Vermelha, consliluinda uma bolsa par» os soldados feridas t

O destino cruel veiu, no emianto, cortar, na Ròr de sua mo- cidade, uma existência por lautos motivos bemfazeja e útil í colle- clividade, justamente quando sua >Revisla° nos chegara a dar. men- salmente, cem paginas de um (exia brilhante e escolhido, e que. de tal forma era confeccionado, mereceu uma caila autograpba de S. Emm. o Cardeal Aicoverde, lecommendando sua disseminação em todos os lares T Sua obra continuará, íelizmenle, ampaiada e dirigida, pelai tuas companheiras de cruzada, que delia receberam o legado de sua fí e de sua abnegação, e deverá perpetuar o nome de nmft das primeiras mulheres que, no Brasil, se atiram decididamente á ár- dua missão da impienia, e que soube revelar a pujança e o biilh» do espirito Ieminino e mais que rude á sua potente dedicação, de que muito deve cspeiar o Brasil, paia a obra ingente de lua reoi- ganização moial>.

• *

Do «Correio Paulistaito»

Completa hoje um anno que falleceu d. Virgilina de Souz& Salles fundadora da "Revista Feminina". Foi uma senhora de gran- de energia moral e dotada de uma rara força de vontade. Quando, ella. não ha muitos arrnos, publicou o piimeiio numero da sua re- visti, ninguém, por certo, acreditaria que ella íosse capaz de mantel- » e. o que mais í, firmar-lhe de vez os creditoi. Todas as tenla- livat femininas deeie gênero tinham fracassado, e a todos parecia in- discultvel que a sua iniciativa hsvia de ter o destino das QUIIM qu*- B antecederam. De resto, d. Virgilina nlo possuía outros elemenlo* de acção sin&o a vontade e o desejo de vencer. Venceu. Ao ca- bo de dois ou três annos, a leviila se linha imposto ao paiz, vul- garisacdo-se lurprehendentemente pelos outros Estados. De todos oi- pontos do paiz, quer do norte, quer do sul. surgiam adhes&e> e eo- coiBJamentos para a sua obra. No norte principalmente, grande nu- mero de senhoras se lhe offereceu para ceoperar com ella, graciosa- mente na propaganda da revista. O seu piogramma de acção coma- çou, pois. a ampliar-ie, e o modesto periódico, que er» então, trauí- formou-te num esplendido magazine, que, sobre sei um dos melho- res que se publicam no Brasil, é o único no seu gênero. Não è a- penas uma publicação para senhoras, mas lambem para homem da letras, para o eiudilo, para Iodos os goilos e curiosidades. D. Vii- giHna, ao morrer, deixou garantida a sui obra. que, agora, não pe- leoeiS mais. porque a "Revista Feminina" entrou fundamente noa habiloB das senhoras brasileiras, que a adoptaram e lhe não dispea- lom a leitura.

D. Virgilina foi talvez ■ uniu tenhoia biatileiia que fez da jornalismo uma profiiiao. Na historia da nossa imprensa ficou o seu. nome registado. O teu esforço em favoi da mulhei patricia, procu- rando elevar-lhe o nivel moiol e intellectual e libertai, a dos im- mcnsot prejuízos que a esciaviiam, foi sempre tenaz, e seria mais fecunda em resultados colhidos se a morle a não viesse surpieheo- dei em plena actividade.

Tendo-se affeiçoado a uma carreira tSo ingiata, como i o jor- nalismo, e, D que é peor, ao jornalismo feminino, condemnado sem- pre ao fracasso, é de crer que ella encontrasse muitos absta:u!os- em seu caminho. Se í verdade que os encontrou, í verdade lam- bem que soube afastal-os do teu passo, acceitando-os menos coma obstáculos que como estimules para a realisação do teu ideal.

Peitencente a uma das mais distinctas familiat paulistas, irmã do escriptor theatial dr. Cláudio de Souza, deiacostumada, pelo conforto de que sempre viveu cercada na iniancia e através da sua mocidade, de pedir ou de solicitar o que quer que fosse, não se desencorajou, porjro, ao encaiar a penosa tarefa de por.te em contacto com industriaes e negociantes da praça paia lhes loger ■ auxilio e concurso de que necessitava, afim de levai por deaale » p regram ma da sua revista.

Excessivamente modesta, raras vezei assignou o seu nome no( artigos de combate e nas oampaohii brilhantes qut moveu contra a meio, e a favor da mulher.

Page 32: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Demiii, aa fundsi ■ sua reviil». a que dedicou, com um cari- nho febril, a melhor ipoca da tua vida, não leve outra ptepoiilo únão prepafar o espirito da mulher braiileíra, foroecer-lhc uraa cultura maÍA séria e mais Bolida, oriental-a melhor aa vida, fortale- ctr-lhe a moral, pol-a ao corrente de Iodas ai conquiatai e reivin- dieifSiES Femiuiiiaa. e nunca, como o demonstrou em cinco annos de ■ctividade jornotistica, por-se em evidencia ou deipartic curiosidadei

«m lorio do iru nome. Um dos nottos cícripiores, referindo-ce a esta senhora disse

que tt <eu enorme, o seu aobrehumano esforço despendido para fir- mar oj eredlloi da '"Revista Feminina" pata a impor, como leitura indiapeniavel. t todas as claises lociaet, para a tornar prezada en- tte os leitores de ílite. como 9 lomar querida entre todos oi de- mais leitores, foi tão fecundo que ainda hoje, ao cabo de um anno <la sua morte, a sua acçâo se está fazendo sentir.

O "Jornal do Commercio", "le 5 de junho do anuo passado, referindo-se. em eitenia noticia que publicou a propósito da sua mor- te, í brilhante personalidade de d. Virgiliui de Sousa Sallei, eicre- vcu. entre outras, estas palavras:

«Seu piogramma qão se limilava a proporcionar aos lares bra- sileiros uma literatura ih e escolhida, e lomov ella o encargo de man- ter secçâes diversas de educação domestica e de civismo, abordando todas ai grandes queslâes sociaes. e principalmente as que diziam de perto com o nosso patriolismo, dcsperlando no espirito da mulher

brasileira um inleiesse direrto e vivo. quente e aclivo, por todos 08 grandes assumplos nacionaes. Desde o entrada do Brasil na guerra, lua penna vibrou de santo enthusíasmo. enhortando a cnãe brasileira B todos o9 sBcriBcios e a Iodas as resignaçdes pela causa da civilisa- ^a. L^ngc de eigottar-se, sua activídade parecia crescer na propor- ção da multiplicidade com que se apiesenlavam os aspectos de sua

campanha. Fundou, ainda ultimamente, uma valiosa bibliotheca feminina,

da muitos milheiros de volumes.^ue poz gratuitamente í disposição

de tuas leitoras. Creou, com grande eiito, uma academia feminina de trabalhos

domésticos, annexa i redacção de sua revista, cujas aulas de arte culinária, de dir-^cçio da casa. de trabalhos de agulha, de bordados, de pintura, de decoração, de musica, e outras, regidas todas por se- nhoras de sociedade, constituirám-se num verdadeiro successo feliz.

Organisou, em seguida, uma Bolsa Domestica de Economia, pa- ra exposi;âo e venda dos trabalhos enviados por suas liitoras. e cu- jo producto eia integralmente remeltido ás eipositoras, tem nenhum outro interesse ou remuneração para a revista do que o de abrir uma nova fonte de renda para os lares pobres, com os pequenos primo- res que as mãos das mulheret tecem, ligeiras, como tecem at ara- nhas suas teias, qne o raio do sol de uma evocação ou de um ca- rinho, vem bafejar nas horas solitárias dos lares felizes.

A Exposição cresceu, vingou, teve um movimento de deienas de contos por mez, vendendo-se nella desde a renda trabalhada no norte do Brasil até aos pequenos trabalhos de decoração com que ae^entret^m as mais ricas, muitas das quaes destinavam o producto

de teus trabalhos a obras de caridade.

Agora, ainda, quando a morte a colheu de chofre, encontran- do-a extenuada na sua bella labula, iniciava ella um serviço novo. e da dittribuiçio de trabalhos de agulha, já começados, e que de- viam ser terminados por suas leíioias, para que se vendessem e seu

producto fosse enviado & Cruz Vermelha, constituindo uma bolsa pa- ra os soldados feridos I

O destino cruel veiu, no emlanto, cortar, na llor de tua mo- cidade. uma existência por tantos motivos bemtazeJB e útil á colle- ctividade. justamente quando tua «Revista» nos chegíra a dar. men- salmente, cem paginas de um texto brilhante c escolhido, e que, de tal fôrma eia ccufeccionado. mereceu uma caria autographa de tua eminência o cardeal Arcoverde. recommendando sua disseminação em todos os lares I Sua obra cootinuará, felizmente, amparada e di- rigida pelas tuas companheiras de cruzada, que delia receberam o legado de sua fé e de sua abnegação, e deverá perpetuar o nome de uma das primeiras mulheres que. no Brasil, se atiram decidida- mente á árdua missão da imprensa, e que soube revelar a pujança e o brilho do espirito feminino e mais que rude a sua potente de- dicação, de que muito deve esperar o Brasil, para a obra ingente de sua reorganização moral*.

n. R.

Ds 'DIarlo Popular», na sua secção "Actualidades:''

E' luetuosa pu> > imprensa brisileii* s data de hoje: trans- corre o primeiro anniversario do fallecimento da distincta e saudosa jornalista d. Virgilina Sallei, fundadora e diieotora da "Revista Fe-

minina". Morreu em plena florescência do seu formoso espirito, exa- clamente quando principiava a ver coroados de eiito os leus esfor- ços na trabalhosa campanha que emprehendera a favor dos direitos da mulher. Lançando á publicidade o brilhante mensario que ho- je está profusamente distribuído em toda a parte do Brasil, como leitura indispensável a senhoras, não objeclivara apenas dotar a nos- sa imprensa de um orgam recreativo e educativo, mas também, a principalmente, de uma folha de combate aoi preconceitos que a ro- tina creára i volta da missão lociil da mulher, propagnando ao mes- mo tempo justas reivindicações para o seu sexo. E sabe le que ho- je, como coroUario ds giande guerra que ensangüentou o Velho Mundo durante quatro longos annos, novos hoiiiontes se detcor- linam á aetividade feminina, que se exercitará até na proprn polí-

tica, com o u'o do direito de voto, que já lhe deram at Câmaras da França e Inglaterra. A emancipação da mulher não vai ao ex- tremo de alheial-a dat sempre santiücadas funcções do lar domestica mas lhe permittirá íivrar-se da quaii escravidão a que ali a pouco vivia submettida no convencionalismo social, abrindo-lhe novas e lar-

gas eiphetas de acçâo e permiti indo-lhe concorrer com o homem em múltiplos campos de operosidade, para os quaes seria injustiça negar-lhe aptidão pela única dilferença de sexo. E mercê dttia li- beitação, í possível que amanhan enxameism as "misses" J-annette Rankins nos artaiaes da política até agora reservados exclusivamente ao homem, principalmente no Congreiso. onde. com certeza, te dit- tiguirão mais do que os nossos lycurgos. pois aobrc elles tem a in- contestável vantagem do uso da palavra... Não vai lambem a eman- cipi^ão feminina ao ponto de traduzir-se em faclo aquells hilarian- te farça do "Reino das mulheres" que fei, ainda ha pouco, no Boa Vista, at delicias do auditório. Não í o mundo is avessai. o ho- mem redu7Ído ao papel de ama secea e a mulher culioinadj á pre- sidência do Estado, que objecliva a campanha, já Iriumphanic. aqui sustentada ha tempos pela sra. Eva Canel, mas unicsmenle o nive- lamento, B muitos respeitos, dos dois sexot, para o eneito tie a mu- lher participar, em íuncções elcctivas, do direito de intervir na es- colha dos govemanlea e de coUaboiar effeolivamente na administra- ção publica, O que era hontem simples idealismo i hoje eloqüente realidade, não ainda tão completa que assegure a mulher o pltno accesso a todas as potiçdes que ambiciona em concorrência com o outro tcxo, mas bastante algnificaliva para lhe garantir, dcntio de pouco tempo, accentuada expansão not domínios onde até agora,

egoltlicamenie, tem pontificado apenas o homem. Ora. cise combate a velhos preconceitos, essa luta incessante em piíl da emancipação feminina, encontrou em d. Virgilina S lies uma das mais sinceras e delicadai evangehiadoiai. Dotada de viva inteliigencia e de extraor- dinária força de vontade, que não fraquejou jamais deanie da indrf- ferença com que a principio fora recebida a dqutiioajão dos seus

ideaes. logrou quebrar essa mesma indiferença e loimou. ao teu der- redor. um grupo de propagandistai abnegadas, com as quaes suilen- lou, pela "Revista Feminina", a brilhante campanha que dia a dia vai fruetificando em evidentes conquistas, que não fardarão a tradu- zir-se nas reivindicações pleiteadas pela mulher na sociedade nodier- na. Conseguiu d. Virgilina Salles, além de tudo. fundar no Brasil a verdadeira imprensa feminina, porque a sua iniciativa, nesse tcniido. deixou de ser mero ensaio, como tantas oulras que fracassaram na mesmo terreno, para se transformar em tribuna permanente da de- feza dos direitos da mulher, já tiiumpbante em quasi toda a linha. Registrando o triste anniversario que a data de hoje recorda, rende- mos homenagem sincera í memória Inesquecível da distincta lenho-

ra e talento ia jornalísia.

Gll Bm

Da«Gazeta>, sm artigo intitulado ' Uma grande insplradora :

i-ia um anno, preciiamenle. desBpparecia neita capital d. Vir-

gihna de Sousa Salles. Este nome não é o de uma entranha em nosio meio. Anda de bocsa em bocca porque firmou, em vida,uini personalidade eminente DO mundo feminino brasileiro. Quem, com etfelto. não ouviu alguma couta tobre essa original organisação de mulher? Ella foi, na verdade, uma grande batalhadora. Surgiu na arena do nos&o jornalismo delendendo at altivat reivindicações do seu sexo. Fundou uma revista que é hoje o é\o entre as senhoras do nosso Sul e do nosso Norte, do Oeste como do Leite do co- loiso deste território que metle inveja a quanta exlrangeiro por aqui aporta e te extasia com * sua opulencia e a sua riquca. D. Virgi- lina teve um sonho grandioso, promovendo o approximação das se- nhoras bratileiias para um mesmo ideal: o seu alevanlamento coino uma grande força moral, que ha de ser, em futuro não longínqua. OI facloi diaem-not que não era visionária. Nestes ulllmot tempos, aos derradeiras diat de tua vída, d. Virgilina devia tentir-te tatit-

Page 33: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

^eita com a Irioirormaçia por que, na Europa, passava a mulher. A guerra fiicta-d ioírei uma meiamorphoie exlraoidinaría. Um dia el- IB appareceu sublime, a herolddade em pcisoa. Fez causa comcnum com es homens na defesa da sua liberdade^ E refulgiu Duma Edilh Oavell. coma a grande heroina do eacrificio e do martyrio . , .

Conheci d. Virgilina de Souia Salles ha cercn de iret annoi. quaado ella ainda le achava em pleno viço de sua ntocidade exu- beianie. Uma farde convidou me a visitar a exposição doi traba- lhos femininoi) que maulinha no talão de tua revista. Accedi ao pedido. Etia leva a arnabrlidade de moGlrar-me. peça poi peça, m objeckoi maíi impoilantei. E eu vi naqueUe aal&o em que pairava uma ordem e uma deUcadeza de sentimentoi admiráveis, a grande harmoaia me^ma da obra feminista de d. Virgilína de Souaa Salle»- O ambiente consolava. Era o eapelho de miE e uma Jedicaçõ» des- conhecidas, de horas inündaveii de l^bor caprichoso e paciente, de atlençõei e de«ve1oi de dedos miuioãoa e feKzes ... A alma femi- nina lrampareda numa lonahdade linda de paizaRem. ou num nca- bamrnlo invejável de um trabalho de agulha. E havia de tudo nq certame, numa variedade acariciadoia de aplidào c de cuidada...

Oi tempoã decorreram, üma ou oulfa vez eu via d, Vir^^ilina entregue ao seu grande serviço de propaganda da mulher do BrasiL Senlia que em volta de Aua peijonalidade adejavam já outros ea- piritos de eacol de senhoras do ncs^o piiz. E hcava conteuTe com uso, porque o ía^to me revelava a exiitenzja de uma pleiade de repiesentsntea do leio íraco capaz de cleva3-o enite os mais cuUos da teirjt. A Ínle|leclualidade feminina começava a^sím a tobiefahir, ao mesmo (empo que o trabalho de d. Vifgiliaa de Sousa Salles avuUava e dava os primeiro» fiucios . . .

O deaflpparecimenio da impiradora não podia deixar de ser

assim, nume nuvem trijtitaimd para todos pós, que vínhamos acom- panhando com interoTse a sua actuação DO desenvolvjmeoio da vida leminioa em no£sa (eria. D. Virgilina levau, cerTamenIe, o conforto de Jer cumprido uma nobilitanie missão na sua época. Deixou Lon- linuadorai. A Revista Fcminini — de que foi a aíma e o braço íorte — ahi eatá a fa^er. num mesmo abraça fraternal, a juriiçào do pensamento das nossas paEricias do littoral, como do centro do pa\z. Espalhem-se ítores sobre o túmulo da inolvidavei senhora pau- lista e, á lua memória, ergam-se hoje os volos das almas'nobres.. .

Paula ÍDoullabo

Da «Capital»

Asiignala hoje, lia ampulheta do tempo, o prtmeiro anoiversa" no do infauiEo íalíecimenEo da illustre eicriplora e emeiita joroalisla eima. Bia. d. Virgilina de Souza Salles.

Espirito fucido e proíunda pensadoia» foÍ d. Virgilina uma das primeira» seahoias brasileiras que se dedicaram aos espinhosos mis- teies de joraaliita, tazendo'Os como profissão.

Collaboradora assídua dos nossos melhores jornaes e revistai, Etindou o querido periódico a "Reviala Fcminina'\ Não for^ru, sem

duvida» poucos oi trabalhos que se lhe apresenta rara, como soe a- coQtecer a todas at boas iniciativas. Entretanto, nem por isto ella esmorecia ou abandonava tão magnaDima idéa, mostrando, dest'arte a sua rigída tempera e caracter como poucos.

De casa em casa, corria cila angariando aQnuncios c assigtiatu- ra«, mantendo correspondência activa com os nosioi melhores escri- ptores, ccnsegoiu, com facilidade, todas as adhesOes e colUbora^ írequentc.

E'nlim, a excelia iniciadora trabslhou com verdadeiro amor 4 sua causa, de maneira a poder fegar, á( suas inEelligentes compa» nheiras, o que é. na aclualidade, a ma grande obra — uma das melhores c 9 mais qunida publicação da impreniA brasileira.

Na cruzada bcmdicia dos maiores expoente» do jornalismo oa- ciorial — Evaristo da Veiga, Ferreira de Araújo. Jas£ Bonifácio,/o- sé do Palrocinío, Quintino Bocayuva, José Veríssimo, Hyppolito Jo- sé da Cotta. João Francisco Liiboa, Alcindo Guanabara, Olavo Bi- lac. e tanlos outrcs, d. Virgilina de Souza Salles tem, por certo, um logar de de^iaque corno seado a maior jomaUsta feminina da America do Sul,

Espargindo, por sobre a tumba, os goivos lacrimados pelas sau- dades, a A CAPITAL apresenTa á "Revista Feminina" e á Fsmi- lis Souza 5alles as «usis respeitosas e sinceras condolências.

* * • Do «Combate»

Pasta boje o primeiro anmversario da morte de d, Virgilina de Souza Salles, a iitustrada fundadora c direclora da «Revista Fe- minina*.

Doiada de um espirito combativo, a virtuosa senhora consagrou- le ao jornalismo, vencendo Iodos os tropeços <iue essa ingrata carrei' ra oferecia a quem nella vinha constituir um caso umco. senão co- mo mulher-escriptora, que tanlas exislem. como directora infallgave! de um órgão de publicidade. A acçSo de d. Virgilina desenvolveu- se, assim, fecunda e victoriosa, em prol do alevantamenlo moral e iniellectjal do seu sexo, pondo k disposição dai nosiai patricias, lei- tura sã e inslru.liva.

Mas não foi íó na «Revista Feminina* que d. Virgilina em- pregou fl sua actividflde bemfazcja. Organieou exposições, bibÜothe- CBS e outras obras complementares de um vasto programma de edu- cação pratica, ainda prolongado pela influencia directa que a distin- cla senhora soube exercer sobre um circulo vasto de pessoas.

Ainda o anio passado, reconhecendo em d, Virgilina uma pre- cursora. pret1oU'lhe o l.o Congresso Brasileiro de Jornalistas condi- gna homenagem, inaugurando o seu letiato na sede da Associação de Imprensa, no Rio.

Feliim^nte, os fructos doi esforços da virtuosa senhora nio de- ^appareceram com a sua morte. 5eu ef.poso e dedicado auxiliar, sr. João Sallei, e uma filha, d. Avelina de Souza Salles. proseguem na rota traçada e a «Reviata Feminina* ahi está a perpetuar o nome de sua fundadora, a ouja niemoria rendemos, na data de boje, «i nossas homenagens.

fl TDGÍS ItJXUQsa estrada úz \ZUQ

O caminho de ferro do golfa do Méxi- co apesar do seu transito de passageiros e dos seus f'eteB não justificarem certas piodigalida- des, foi consLiuido com maior luxo do que

qualquer ou^ro do mundo. Os trilhos não são feitos de metal pre-

cioso, porém estão montadas sobre doimenles de mogno, e para os alicerces se empregou □ mármore branco. Uma boa parte do percurso leva carros assentados sobre dormeaies de eba- no. e o saibro que cobre a linha foi e^^irahi- do de antigas minss que a baixa da prata fez fechar; é simplesmente mineHo argentifero da melhor qualidade.

Cremos inútil accrescentar que o mogno, ebano. mármore e prata empregados, exclusiva- Etente devido ao FacLo de ter-se á mão esses materiaes, c que portanto, ciam mais baratos do que os communs que se precisaria mandar buscar muito longe.

Os Imnilgrantes e a fTrgeDlina já estava vigorando na Republica Ar-

gentina o decreto datado de Janeiro ultimo <i»c xestabeTece ai disposições dos decretos de 26 de Abril e 3 de Outubro de 1916, rc- lativoi aos docuraenloB de que devem vir mu- nidos os immigranies como condição indispen- sável para que se permitia a ma entrada na- quelle paiz.

Entre essas disposições enoontiam'se as se- guintes: Os immigrantes, á sua chegada ao poito, apresentarão aos funcciona rios da direc- ção geral da immigração um cerEÍGcado das autoridades judiciarias do paiz de sua proce- dência, que será visado gratuitamente pelos representantes coosulares aigenlinos, e no qual consic que não estiveram ^ob a acção da jus- tiça por dehctos contra a ordem social duran- te os de^ annos anteriores á sua chegada, ou ou por dclictoi que tenham dado logar a pe- nas infamantes nem padecido de alienação mental nem exercido a mendicidade.

O retrato do ímmlgrante deverá achar- se adherido ao seu passaporte e ser assigna-

Udo pelo Eeilo da autoridade que o eipeça ou pelo do consulado argentino.

Saneamento dos oater-closels E' vulgar entre nós o desenvolvimento

de gazes nocivos a saúde, ás pinturas feitas com alvaiede de chumbo e aos metaes usuaei, produzidos pelas matérias fecaes accumuladai nos canos de despejo ; desenvolve-se gaz sut- phydrieo e sulphudrato de ammoniaco, produ- zindo lagíimaí e algumns vexes asphyxia nas pessoas que sr demoram nos water-closeta,

E' Eacil o meio de evitar estes males,

«juntando ás matérias fecaes algum sulphato de ferro e cal, corpos estes que absorvem os gazes desenvolvidos.

Estes corpos podem ser applicadog em p6 ou em solução \ especialmente o primeiro convém empregal-o solvido em água, porque actua mais rapidamente.

Na pintura se, em vez de se empregar alvaiade de chumbo, se empregar alvaiade de zinco, o gaz sulphydrico n&o a cnnegrece; conservam sempre a còr branca.

Page 34: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

LIVROS NOVOS o segreda de Marulhonai isttido de

atliletica e eugenia, [lor Fernando de

Azevedo, ^onTerenoív reaLsada cm 5Ao Paulo ícb Ds auspícios ds Soaledode Eu- genlcQ. 5. Poulo, Pocol e Camí. 1919.

A puecioullura e a eURenio aiiooa aaBum- SIOB pBlpilíntes do época e BíIQ OB que noa

OTBin ocnupar a allarçio mai». qus qnaeB- quer oiitroB, porque de um e de outro é qua depende o futuro da rsça, cuja degenere- oepcia é uoiorÍB,

JS li Be vaa o tompo, felizmente para nfis. em que os paea brseileiroa impunham ■os lilhoa menores o máximo de imiiiohilidn- da de nueeBles eram capaiea, proliibindo- Iliea OB mais innocanles brinquadoa, o -BIU- toiDOUlon-, a corrida e oulroa eiereloioa aa- lutareB como traveasuras piejHdiciBBB. Era de ver eniSo oa psea gritar.temoroaos e ner- T0801. quando Ha oreangna, DO quintal, CO- radaa de aol. suando por Iodos oa pfiros, ae entregiTam aos seua eiercieios predlleclos :

— naata de traTeaaurHS '. O borror ao exaroido, graças ao adven-

to em nosso poii.dofool-bflllB dcouiros doB- portos phyBJcOH, eslS desappareceiido pouoo a pouco Iloie oB ubeteB de tamiliu jâ com- prebendem o valor de» desponoa. jft ae m- íereasam por ellea o jfi estiumlnm os filhoa a pralics1-0B. Kem lodoa ser5o assini, é ver- daila ; eíío os individuna impermeaTeis ao progresso e que nuncn comprelisiiderSo o ■ mane aann In oorpore asno».

Uss OB deaporioB, inoa como íBO pratioa- doaem 3. Paulo, 18m muitas (nlbaa. Por meio dellaa nunca Be torraaiSo verdadeiroii alble- tas, no Bentido rlgoroao da expressão.

Deíiea asBumploa se Ti*ni ocoiipando, do uuB tempoa a csia parte, os noísos intelle- otuses 6 principalmente ns módicos, entre oa quaes destacamos o dr. Pereira Barreto e o dr liPuato Kiiel. O st. Fernando de Azeie- do contribuiu também como aeu contingen. te para essa obra, eminentcmento painolia», da leBeneração d« raça por meio da athioti. ca B euKonia, e, o que maia 6, Bob um pon. to de visla niaia elevado. A sua conlribuiçSo é amais preiiosa de Iodes. A BUB eleganie «plaquelte- que temoB em roSoe, «O sauredo de Miiralbona- é um livrinlio que prcciei. aer mcilitado por moçoB o volbns, í um trabalho do arando valor, quo deveria uarrear para o seu aulor, nesni especialidade a qua ao dedicou, uma brilhante nol»riedade. E' um trabalho literário onde ha Indo a admirar, não BÚ a bellfia do esljlD, eomg o calor a a vehemaiicla daa idáaa,

Para que os leitores teçam Idiíe do mn- gnifico trabalho do sr. Fern.nndo da Aieve. do, aqui reproduiimoa o prefaoio onde estii babilniente sjulbeiisada ioda i sua. oon^e- pcio.

Eil-o : .Ue quarenta kiloinetros 6 s diBlnncia

que separa Albena" do burgo de Muriithoiin. Sabe-BB qua, no dia dn victorln. de Mídrliin- dcs sobre os persas, um soldado lendo te» de umn. lú corriiln eHle Irajccto e veio cabir moribundo ao pé doa nrcbontos, depois de os baver informado do acontecimenlo.

A nneciiota bem evocntiva d:v epopéia hflUenica, é o episódio beroico eui quB eo eulrecruzam »« duas radiosas linli.iH da bíl- leza moral e BuperioridodB phyiica.

Maa lomo se altingiu, entre gregos, esta rohustcK quo perniiliiu a um sold.ido farldo o quiisl exhaUBto esoiutar o lanto dn heroís- mo, que 6 n uiBuioravel jornada de íliiratho- na' Certanionle pela alhlcticn — nrlo plás- tica a scioncia biológica, erigida ao primeiro plano ne.ssa oducnçito sabia que "B deslimi- va 11 torniar o cidndíio completo segundo o ideal da nntiguidade clasaica.

Sft nthletica eat&i pois, o segredo da Marntbonaí

De paginas destar, em quo a bravura — instlnctii-a -fuga para deanto- cede o passo fi coragem — virtude calma c rellBctida, le- ceiá filia historia todo uovo que pela cultura Cfporilva tiver o aelo da Urooia antiga, em cuia penetrante intuiçSo de eugenia nbt- berou Francis Callon seus eaiudos sobre esta sciencia — scioncia de croaçao grega a sya- lamatisacão moderna.

K' este trabalho um canto ft alegria « nctividnde, fontes ineshíiutiveis da vida, pa- ia a qual se eleva, =m hymtio harmonioso, a

VOB da mocidade, que pelas manhãs esliia e enxumeia na.s soeicdadea de cultura atnle- tica.'

A propósito de Atlhetica o Eugenia, V8- jamoB o que elle diz:

"A cultura atliletica, ou geoerioamente, a educação phyaica, ooin ser matéria tão ven- tilada, atndu não se üiicutiu oni todas "s fuces que apresenta. De uma oppOrtunidade palpitante — questão sempre antiga o sem- pre nova — nno só temellii, a avivar-lhe o iiiterease, o infditismo binairo do alguns ftS' pei:tof. nas í uma das questões mais typi- oaa e lalveu mesmo o problema focai de eu- genia

E'orque einfim, eugenia não a só a inter- venção da prophylaxia contra o maio bioSo- aico, representado pela matéria viva, patbo- iogeniea, na luta constante de eaterilisar aa rarícs das moléstias, quB vôo abrindo na po- pulníão indígena, como em inattas oulr'ora ccrradat, essas lamenlaveis clareiras, que não aucusam niaihnH de cúrtea violentos, senão mortôrios de natureza cansada L nem í sSmente a engenharia sanitária, inclboran- do o meio phyfiico, dceeccando o solo psludo- so, ondi> incub.aiu o» miasmns, que infeucio- nam os povoa, ompacendo a fixação e o aper- feiçoamento do tvpo clbaico pela Bicão eu- geuetica i nem éupenas a defesa liygicnica oonlra a perpetuneSo tenebrosa de ii.ras he- reditárias, na adopção de medidas tendentes a proteger a proi.'reação contra a clcffcneres- cencin e pela privação aos reproductures lioentes dos ineiua do serem prejudlciaes á raça: a eugenia, com sor tudo isto, £ tam- bém a apjilicfltãu do uma educação enérgica pata a loiiquisla da pieniliida das [orc^B physicas c morneí^, tirundo-n^s deste plano inclinado da froquena iienroslieuica, onda jiouco e pouco escorreg.imos para as (ieformaçôcB somoticas e para ns moléstias que mais nos horrorizavam; ó a regenera- ção physioa dos povos, Jior uma com[ileta cultura spofliva, que o^ impulsione, a tono panno, dos la)ios mortos onda lanem esta- cionarios prla Inércia, para o esplendido e vaslD tumiilluBr da vida hyglunica intensa- nieiiie vivida om pleno ur, acrysolaoa no ouro do Bol,

Assim defimarcado erro fora pensar que, com o sanenmento, o campatiJia anti molari- ca, condunida pnrallelainviile ã campanha aiiti-vcrmica, eneja feito tudo ; ])ois a]>i?nas estaria teitu o trabalho por metade, coiuple- tad 1, como «slnria, a obra primacisl, o qua lugicaiuenta deveria preiicder, como proceileu, a uma reforma ^eral de educação liygienica. .^ campanha do a^^neainento lo«Blisadii nes- tas zoniiB jfolliijda.s de endeniia»,, não é, au- Kcoicami-nte f;illaiidn, uma Mr.-ru, único, maa sim a primoiiafacu de um cyilopico IrabalUO da regi-ncrjçãu, de quo o tcgundo aspecto, não iilcuos iinporlaiite, È o revigoramenlo, por meio da i-dacação physita continua e Tiiolliodisoila, desla raça qiie o aaneamento libertou de causas ani-miniiles e reintegrou no catado hygido, mni que ainda continua- ria a sotfrer do mal inquielante da depres- são pbyííca.

E a depressão pliysica generalisada não é para o p.ilí, o ladrão quOi da nma punha- loda, rouba e foge, dciXnudo moita no solo a viclinia; não 6 a guerra que diuinia, é o trabidor lisongelro, que, pouco a pouDo. vno roubando a-s forç.ia ; não O tóxico violento, que em breves hoiaa arruina o mata, nem a epidemia, que erma os lates o junoa de ca- davBres oa campos, é, por aBsim dizer, o ve- neno violaQto, por vêies enganador, que paulatinamente entoxlca o sangue e nrostra o organismo ; não 6 um mal ayeDUS, a a pre- disposição a toda moléstia ; nao (• o r.iBgao que num momBDto despedoça a bandeira pá- tria, 6 a traça que morosamenta a vae cor- tando; não á emiim o machado, que a cada aolpa dilacera uma fibra da arvore ethnica. 6 o parasita que lhe deaecca a luiz e suga até a ultiiuu gotta de selva...

Não basta, pois. curar oa doentes, é pre- ciso melhorar os 'ãos; não basta que a hygie- na social saneio o povo, í mister que o revi- nora a educação physita por uma acção enér- gica e systematisnda, capaz de imprimir elaa- torio ã naciooaliiladaBnlãoillibadada macuin endêmica, e de [a-/,er jorrar harmonia de lo- doa estos elementos Bthnicos diversos con- centrados pot uma força commum ourna ra- ça unlca e pujante, em que a independência das idéias seja assegurada pelo vigor phy- sico e amor assíduo da aciividade utU e pro- ductiva,'

PÁTRIA, versos dldaltCOB, pOr Sut^ SanlAiinn e Leopoldo Sa>it'Anna~ S. Paula, 1919.

Do eicellente volume de poesias, adapla- das para uso daa escolas, que vém do publi- car Xuto a Leopoldo âanfAnna. duss estima- das figuras da imprensa paulistana, destaca- mos ao acaso os seguintes versos, quo aqui efferecamos aos leitores, a titnio de amostra:

CP MARIO

Da íòr da giratol, dt oüro brilhante F«ilD, de Ouro r IDpdJio, 6 uini cocola Ví)la. A ciptender InquLclt, Initintc a instinte, rja trtitc soliilli) de umi giisla,

Trnlt lü^tr. Em Vão I Depois, durante Mflies 3e ■lllige; é ■ magca que o dcaeli. Canil I E D SCO canto 6 o btw, dahi por úeaiMe. Cjm que dos males todoi at consola.

Cantai c nln^ücm a negra áÒr preicmc De^ie cinla I Fiingucm 1 pois com cvrtcrj ningcfm iWi qoc elle é um lebril qufi^umc,.-

Slmt que essa voz. tio doce e tio scnlidj, Slo gritos át piedade e de tri&teza Que lhe rebentam da alma dolorida ...

Como esses, e melhores que e^ses, são todos os sonetos d:\ utilissima obra, a qual se divide em quatro j>artes, .-v saberí feetas civlcas, festa iiua aves, testa das arvores, e festiis de eni<erramcnto. Por estes subtítulos, vô logo o leitor que se trata de um grossa, volume Bm que se exaltam os feitos históri- cos iiacioaacB, e que encerr.i grande porção do trabalhos paaiheislss em que o poeta de- canta as aves e arvores. Em auinina : este novo livro, pela sua natureza puramente educativa, 6 indispensável no uso doa no-- ses estabeleoimenins CM-olates.

Como Ia., recomttiendamol-o ao publico inteiligente e particularmente aos CULíOB re- preaBatunles do magistério pauli-sla.

LITTERATURA SUL-AMERICANA, V. M. Variiú — Crônicas americanas — Arni Hormanos. Editores - !'■ ."■ (!.iji/ii — Iiel I-lain -il Facitln — Gonialei j Medins — La Pai - Bolívia — 1919.

,TA nestas eolumuas nos temoa referido so dr. V, 11. Carrlú, diplomata e jornalista uruguayo, e um doa espíritos que mila se doBIaeara na inlBlIectunlidade urugus)'a, pela sua operosidade s pelo seu brilho. Alam do refereuoias o obras auaa, tivemos, ainda, oecBsião de transcrever um seu arltgo so- bre RodÚ, quo nmilo apreciado lol no noaso meio artislico. Kecebeinoe, agora, do elegan- te eeoriptor uruguoyo, que esteve no exar- eicio de Enonriegedo da NegoeioB do Uru- gney na Holivla, seuB dois últimos volumes cujos titules encimam esta noticia, e imbos ediladaa em Ln í'o;. Em um dellps - - Crü- nicas americanas — polilicoe histórico ser- TBm OB seua ditfarentes eaiudos,representa- dos, respectivamente, em Artlgaa, Leguiin- no, Tupac Aniaru, J. Maria Vacca, a Biii dois capitules dedicados i nova conetituiçõo me- lioana e ás oonquielas eoclologicaa do Iru- Euay.

A propoaito da artigos reluta com um nobre e dedicado animo affirmaçBrs de nos- so patrioioi o senador Victorino Monteiro.

O sBKUndn volume é um livro de vla- gena — Del Pí-r.™ ai Paeitiro —, um livro da visgena inleressnntisDlmo feito por quem sabe dar a esse esiylo simples e fluente o enosnlo ímprBSBionista daa paiaaeens locaea a deliciosas - aprésiiatMre — s lypose cos- tumes. Ha capítulos de grande deleite pare o espirito com o reviver de tradições e da pormeuorBS históricos da alumultuada evo- lução do» povoB Bul-americaiioe, e coiu a re- produc;£o de lendas e hístoriae, couio a do Christo de Bronze,

A pennn do dr. Csrrifi eomo um Ineccio dolrado corro de tiíir em ftôr as oivllisaçEes que viaits, de cada uma colhendo as paroellai em quo B<, espirito aa subdividem asbellezas dsB raças, que Ê necessário Ir calar oom a mão do artista noa recesaoa onde as guarda cioBBinentB, o pudor nacional.

Esta obra, fai-a bem. NSo o preoccupa o íBtylo a palavra, a IrflBe: é oomo jí dis.^emoa uni desenhador Impresalonante. Onde pira, eeaa olhoe contemplem o aeu lapia passa pa- ea o meamo «anhenho debuxos depaliagans a deaenboa da figurilbas.

Page 35: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

A ESCOLHA DE UA NOlVü Nio deve a B<Ble spríísír-se demafisdamenle a percoirer a «s-

litda que (ondui a» tsiamenlo.

Muitai doniela) julgam ii ao enconlio de uma vida de inde-

ptndenci» e de prazerei. Querem eaiar-se pam mudarem de eilado

e de tiluíçâo, bem como para alcancaTem uma liberdsde ... de que,

pelo ronlraiio, a mulher honesla abdica nat mãos tio marido.

Melhor do que viver junlo de um maiído que coniuma oi di»

na mercia ou noi prazeres. í eicolher enUe aquelles que, potíuidot

de uma nobie ambição, podem utiÜiar oi recursos do seu espitilo

da polilica.

Atgumai meninai desejam ser cada qual a eleila dum homem

cuji superior iniclligencia Ihei «ja um molivo consianle de admiia-

Quando ptnsarmoí em «sar, é pflo menoj necet.a.io s.bermo. çio. Coaco.do em que .ão deliciosamente mülhe.e!. poi, goirariam

q.t no. encaminhamos para os mais grave, deveres. de en:oi.l.ar no ma.ido não um trr que pudc.se dominar ou ani-

A mulher casa-.e para lornar (elir. aquelle que escolheu, para quilar, ma. um protecior tào alun.ente collocado no teu espirilo que

K lhe dedica., para comlituír com elle uma iamilia. para cumprir [h^s Wem grato deiiarem-se guia, , o. elie e não 'e.em vonlade di- f^renie da do bem-amado. Ioda a sua missão humana íobre a lerra.

E'-lhe, pois. indi.pensavel que se inteirogue .obre te eslã ou

não a allura do seu papel e que reconheça que vale a pena ao me-

nos pieparai.ie para o desempenhar.

Talvez que lizeue enlãD do marido um ideal completara eme

ojfereote daquelle que de ordinário realiia.

A. vantagens exteriores são bem poucal. compaiadas a uma al-

ma intrépida e gíneiosa e a uma nobre

bleiligencia. Em breve sobiev£m a indilc

ien;a por uma bella hgura. e ai 'corrc-

cta.* maneiras de um "Jand^'* lera pou-

co peio na balança da felicidade, se não

forem acompanikada. de oulras qualidade»

mais sólidas. Um caracter elevado, um gran-

de coração ou mesmo um coração excel-

lenle dão alegrias melhore, e maii profundas,

já vi uma tonlinha recusar a mão de

um homem honrado, só porque elle Dão

era mestre nas profundas reverências (SBU-

dsçBO nos salões) nem sahia escolher bem

u gravata. I

Como se mais larde não pudfsse ella

própria escolher esse objecto da toilelte mas.

culina e até reformar a maneira de cum-

primeatar do marido 1

Espero que uma menina iniefligente não

possa ter nenhuma admiração por um snob

KJU ligar-se a um íêi tào pouco íavoieci-

do sob o ponto de vista inlelleclual e pro-

lavelmenle do mesmo modo desiiluido de

qualidade, de coração. O perfeito cava-

lheiro — e emprego ealas palavras no seu

nais alto significado — eis o lypo que de-

ve constituir o seu ideal.

Ha perfeitos cavalheiro, em Iodas ai

cliíies da sociedade, porque !Ó o valor

raoral é que dá direito a esla designação-

O perfeito cavalheiro i franco, sincero.

Ica), valenle. profundamente recio, hone.to e delicado.

Reconhecemos isto no culto generoso que elle consagrou ã mu-

lher e na maneira como fala da mãe e das irmãs.

Podem faitBT-lhe alguns dos dotes que seduiem i primeiia visla.

mai fácil lhe é adquiid-os em quantidade. São. aliás, coisas que

dispensa muito bem. porque tal como é. não pode de.agradar. v

Dir-lhes-hei, todavia, que uma al|:i inlelieclualidade. o próprio-

«enio. não baslam no marido para lornarem feliz a mulher mais en-

',u.,.M«, se esse» bellos dote. não ei.verem emoldurado, em «Igu-

mas das qualidades moraes que enumeramos, e que não .ão meno»

nobres que a. d. mtelligencia. sendo ainda mais c.senciae,.

Esle artigo intiiulei-o -A Escolha de um noivo"'

Sei contudo que uma menina nãO'

(cm meio algum de dar a conhecer a um

homem o sentimento de ternura que elle

pode ler-lhe inspirado. A mulher não of-

ferece o seu atfecto, espera que Jh'o pe-

çam. Mas tem o direito de acceitar ou

de recuiar aquelle que .e lhe apresent»

como pretendente. Portanto, loi com ra.

lio que eu disse : "A Escolhi de um

noivo*'.

Accrescenlarei que, se não é permltli-

do ■ uma menina moslrar-se provocante-

nem foiçar a allençio do homem que lhe

«grada, lambem, por outro lado, não

í de modo algum obrigada — como lhe

diíem á. veie. — a moatrai a seu respei-

to secura e frieza, ou a afiectar achar.»

'■partícularmenle" leirahida par* com. a

mdividuo com quem sympathia, e isso «ib

o preteito de faier sentir quanto cuila e.

quanta vale.

A única altitude que lhe convém i a

de uma amabilidade graciosamente reser-

vada. E não lhe seria absurdo assumir

uma "apparencia" desagradável ju.lamenie

aos olhos do homem cuja sympalhia de-

le j* possuir ?

No caso em que Ioda a lua graça in»

conseguisse despertar o amor daquelle que

o seu coração elegeu, não deveria deixar

notar — nem eiperimentar — nenhum despeito nem o mínimo reseo-

'imcnlo. Não iria tornar-se enfática nem tacilurna para com o ho-

mem de quem não peude íazei-.e amar.

Devia esforçar-se apenas pata te resignar, por le desprender,

por .e esquecer.

Não poderiamos censurar a uma menina o sentimento linceio do-se peio contrario amado e rodeado de conside.aç&e.. Eis o ho- e hon«to que pode oxperimentar neslas condições, porque -fia con-

n.ei« que torna uma mulher d.lo.a. ,,,„„„ ,„d, , ,„, dignidade e nunca deixou de guardar as conve-

Queio acon.elhar ainda com Ioda a lincEiídlde. qualquer don- nieneias.

lella a que despose um homem que trabalhe, ainda que seja um amador.

O homem ocioio é preso de toda. as tentações, e procura en- ' ~

ihei o vácuo de lua existência, demasiado fácil.

Page 36: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA reMINÍNA

A acção do íllustrc Secretario do Interior ca Missão Rocl^efcUcr em S. Paulo

Como tivemos occasião de reoordür no iiu- mefO passado da nossa Revista, o Ülustie tilii- l«r da Pasta do In- terior, o dr. Oscar Rodrigues Alves, com iiaver empre- ^rado todos os es- lorçostío sentido de imprimir orifritação seffura aos serviços concernentes á Ins- trucção Publica eã Hyyiene. reni odelou ainda, de maneira perfeita, o Servivo Sanitário Kstadoal. criando innunieras delegacias de saiide einstalLando postos destinados ao coni- liate sem tréguas ao impaludismo.

E' di^no, porém, de um estudo es- pecial o accôrdo es- tabelecido pelo Go- verno do Estado e a Junta Internacio- nal de Saúde (In- lernacional Mealth Board) tendente á organisação de um departamento de ■Hygiene annexo á nossa Facul- dade de Me- dicina.

Assim éque, em Fevereiro de 1918.oDr. Secretario do Interior con- tractou com a referida |unta, representada pelo iliustre scientista Dr. Samuel T. Dar ling, os servi ços de Hyyiene que deveni ser considerados pelo seu lado exclusivamen- te pratico. Km todas as nos- sas Escolas,

Dr. Sumud T. Dirrlln;, Dlreclar da "línchlcller Fundoduo". em sta gabinct! ds imbitli}

Eíinclij do "Rocheldifr FundijlHio"

como é sabido, a cadeira de llygiene nunca passou senão de um pretexto para exhibições de

oradores mais ou menos hábeis,.sendo postos inteiramente á marg-em as ob- servações no cam- po experimental.

Quiz, por^m, o iliustre Dr, Oscar Rodriy^ues Alves. insurj;ir-se. em biia iiora. contra este estado de cousas e imprimir um cara- cter absolutamente pratico ao curso de Hyfíiene de nossa Escola de XicdJcina. sob a sabia direc- ção do Dr. Arnal- do Vieira de Car- valho. Para esse fim.forneceu-lhe l.i- boratorios magniti- cos e encontrou no Dr. Darlinff o es- pecialisfí que se dedica de corpo « alma ao ensino da importante matéria.

Damos abaixí), em resumo, o con- tracto firmado pelo

Governo de S. Paulo e 'I represeiUanie da missão Ro- ckefeller.

1.o. Será or- ^anisado uni departamento de hy giene annexo á Fa- c u 1 d a d e de -Medicina de São Paulo e mantido d u- rante o perío- do de 5 an- nos.

2.0 O Go- verno do Es- tado fornece- rá para isso:

a) Um pré- dio adap- tado a o

Page 37: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMINIA

funccionamento do Dt^ parta me ri to duranie cinco aiinos, com as accomniodüções neces- sárias aos trabalhos de laboratório, [nelec- ções, etc.

b) A Missão Rockefeller dispenderá até a quantia de três mil dollars aruiualmeiue. como auxilio ás desj»ezas do Deparcanif iiio.

c) A Junta Iiiternacion;:! de Saúde furnecerá : a) A quantia necessária para a sua installa-

ção. calculada em dez mil dollars. Como tal quantia, porem, se tornou deffi-

ciente. resolveu a Missão auf{mejual-a, sem iu- commodar-se com o que fora estipulado iio con- ■tracto.

b) Fundos necessários á maruitenção do De- partamento por um pe- ríodo de cinco annos, calculados de quinze a vinie mil dollars aiinu- aes.

c) Duas bolsas universitá- rias de liy^jiene e de saudií publica destinadas ao custeio da instrucção nos Estados Unidos de dois profissioaes escolhi- dos no Bra.-,il. incluindo as despesas de viayeni.

d) A Junta Inlernaoioual cederá um scientista a- mericano para servir de Cliefe do Departamento durante os cinco annos, tendo este, dois auxilia- res brasileiros.

■e) Findo o jtraso de õ an- nos, o Governo fará o possível para manter o Departamento, isto po-

rem, sem assumir qualquer compro- misso.

O Governo do Esta- do cedeu á Missão Ro- ckefeller o palacete da rua Brifradeiro Fobias, (|ue pertenceu ao Barão de Piracicaba e poz á disposição dodr. Samuel T. Darling dois assis- tentes.

Acliam-se em estudos nos Kstados Unidos, já cciinniissionados jielo nos- so Governo, os drs. Ge- raldo de Paula Souza e Francisco Borges Vieira ijiie virão mais tarde, preencher os logares a- ctuat mente occupados pelo actual Professor e pelo sr. W. SmiUie.

Para que os leitores da nossa Revista pos- sam fazer uma idéa do que seja a Missão Ro- ckefeller. diremos que para mais decem milhões de dollars (que correspondem a 400 mil contos da nossa moeda) já foram appiicados para fins humanitários nos Estados Unidos da America do- Norte e em vários paizes do Èxtranfreiro.

Tendo sido lançada com o fim de |fazer in- vestifíações no campo da medicina humana, quiz a generosidade de Rockefeller, com o correr dos tempos, fazer a doação de mais 10 milhões de dollars aíim de que fosse organizado o Instituto de Pesquisas Médicas estabelecido em Nova York. Espandindose o seu campo de acção, a Missão começdu a interessar-se pelas questões

bjborarorla paro o exame da [el(<

Page 38: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

de Hygiene e de Educa^ ção. Assim é que, só na China, despendeu cinco mi- lhões na organisação de escolas de medicina e na grande Campanha que en- cetou contra a uncinario- se (aniarellão). nos Est;i' dos Unidos, para mais de um milhão. Mais tarde au- gmeutou considei avelnien- te o capital inicial e esten- deu os seus benefícios aos governos que se preoccu- pavam realmente com os serviços de hygiene.

A Fundarão Rockefeller que havia sido, a prmci- pio, recebida com uma tal ou qual desconfiança por parte do pessimismo roti- neiro, que não podia com- prehender as ideas altruis- ticas (ia parte de quem quer que fosse, a pouco e pouco, foi conquistando ii sympalliia dos poderes públicos dos pai/.es «-m que se implantou, até que consej^ruiu entoar o hymno do triumpho e da victoría.

O illustre llr, .Samuel T. Darlinj;,, que allia á gentileza fidalga do traio a austeridíide de um experimentado scientista, na longa palestra que entreteve com o nusso representante, teve occa- sião de manifestar-se satisfeitissimo não só jielo acolhimento cavalheiresco que lhe IoÍ dispensa- do pelos nossos homens de governo, como ain- da pela rigorosa reciidãn com que têm sido ol»- servadas todas as cláusulas d^ coiuracio que assignou como representante da Federação Ro- ckeleller entre nós.

Sala de Chlmlca

boboidlctlo Baclcreoiogluo

K' impossível, mesmo em resumo, contar nasi. paj^inas da niisf>a Revista, a serie de benefícii'S- que, lio dominii) da hygiene, tem prestado a Mi-»- f-ão Roí kefeller, que entrelem, cm differentes- ]iiirtes lio «lobo, dej)artamenios que cuidam com solii:itu<le dii saúde pubhca e que muiio contri buem |)íiia o progresso do governo humano. Pretendemos, iii> próximo numero da nossa Re- vista, desenvolver, com relativa amplitude, o- |iro^;rainiiia normal da benemérita Instituição, '.olij-eiudo !ia parte que mais nos interessa, isio é, nas medidas postas em pratica no sentido de- serem i;ombaiidas. com eíRcacia, as enfermida- des endêmicas que se manilestam no territorio-

paulisla e que occu- pam a attenção do il- lustre titular da Pas- ta do Interior.

O saneamento do- nosso sertão é uni:i medida que urgK ser feita :sem perda de tempo. Essa tarefa é innnensa, e o nosso governo, só com os.. escassos recursos de que dispõe, não po- deria leval-a |a cabo. O auxilio que nos traz a Fundação Rokefel- ier é tão grande, é tão preciosa, que ao nosso povo já nem lhe cal)e mais o de- ver de agradecer, por- que a gratidão, por mais ardente que seja, ficará muito áquem dos. benefícios recebidos.

Page 39: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

n O pequeno astrônomo

(CONTO PARA CREANÇAS)

Nada ha tão agradável pa- ra o meu vizinho dr. Seve- ro do que transmitlir conhe- cimentos scientificos ao seu fílhinho Atthur. Naquella ca- sa existem três pessoas : o dr. Ipecacuanha, medico sem clínica, o seu filho, que é um travesso e endiabrado menino, e miss Curt, edu- cadora, senhora de máos bo- fes, alia como uma tone e gorda como um cevado, Di- zem que as inglezas são tão vasias de graça como de carnes. Deve ser verda- de. Mas miss Curt faz ex- cepção: é enormemente cheia de carnes. Quanto á graça, ella pertence á regra geral das educadoras inglezas.

O dr. Severo é medico, mas a falta de clinica, fa-

zendo-o aborrecer a medicina, desper- tou-lhe o gosto pe- lo estudo das ou- tras sciencias. Lo- go depois do almo- ço, o pae, sentan- do-se defronte do hlho, costuma dar- lhe noções sobre uma porção de coi- sas, Anhur gosta muito das lições do papae. Pudera ISão lições que não obri- gam a abrir os li- vros... Arthur í va- dio, como, em ge- ral, todos os meni- nos da sua edade. Odeia a gramraati- ca; prefere os con- tos ás contas; tem horror á geometria; detesta as lições de desenho; mas isso não obsta a que, fora dessas horas, aprecie garatujar caretas nas mar- gens dos livros ...

Um vadio. O pae ralava-se de abor- recimento ao vel-o lempie desatlento

ás lições. Mas o dr. Severo, que era muito observador, consolou-se da vadiaçâo do fi- lho, lembrando-se de que Arthur podia ter predilecções por outro generc de estudos. Ha meninos que não dão altençâo, por exem- plo, á geometria, e são, entretanto, muito affeiçoados á geographia e á musica. Era piecibo, pois, descobrira verdadeira tendên- cia do rapazito. E tratou de observal-o, Não lhe foi necessário muito tempo de observa- ção para descobtir que o filho se interes- sava pelas coisas astronômicas. Surprehen- deu-o, certa vez, sentado no chão, a folhear um livro de Flammarion. As iUustrações, so- bretudo, prendiam-lhe muito a attençáo. Era de vel-o, então, carrancudo, olhando uma chuva de estrellas, os anneis de Saturno e outras curiosidades celestes.

O medico, satisfeito, jurou a si mesmo fazer do rapazinho um Flammarion .. .

Um dia, sentando-se, como de costume, deante do filho, perguntou-lhe:

— O que é firmamento? — E' um espaço

cheio de corpos, respondeu Arthur, muito convicto.

— Não, ensinou- lhe o pae. E' exa- ctamente o 'contra- rio. Firmamento é o conjuncto de to- dos os corpos que existem no espaço.

— Não me esque- cerei.

— Vamos adean- te. Que é que são as estreitas fixas?

— São aquellas que estão pregadas, como na bandeira naclonal-

— Não, não é na- da disso. Estrellas lixas são corpos celestes que têm luz própria.

— Então, papae, ha estrellas que têm luz emprestada ?

— Pois de certo. A Terra, por exem pio, tem a luz que lhe empresta o Sol.

—E diga uma coi-

Page 40: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Entendesle ?

sa, papae; emprestar nâo é um acto que exige paga- mento ?

— E' sim. Porque me perguntas isso? — Para saber se a Terra paga a luz que o Sol llie

empresta. — Não paga, mas isso não vem ao caso. E vamos

adeante. Sabes o que é Ursa maior ? — E' uma espécie de miss

Curt, uma ursa maior que as ou- tras.

— Não, filho 1 E' uma cons- tellãção ou grupo de estrellas. Di- ze-me agora: sabes o que são co- metas ?

— Isso eu sei. — Entào dize. — Cometas são caixeiros via-

jantes que andam pelo interior a vender mercadorias.

— Pois fica sabendo que co- metas são estrellas errantes, vizi- veis quando se approxtmam da Terra e que levam alraz de si uma grande cauda luminosa. Os come- las a que le referes, lêm esse no- me porque são pessoas errantes, i:|ue não param em nenhum logar, vão de cidade em cidade vendendo mercadorias. Mas a palavra 'co- meta», appljcada a essa gente, só é usada no interior do paiz. A expressão correcta é -caixeiro viajante

— Sim, senhor. — Vamos á outra coisa. Quantos são os pontos car-

deaes ? — Quatro. — Quaes são eiles ? — Norte, Sul, Este e o outro. — Que outro? — O Oeste. — Muito bem. Onde é que fica Mercúrio? — Na mesa do eseripioriü. — Como assim ? — Pois é aquelle boneco de bronze que tem azas

nos pés e que serve de pesa-papel. Dizem que é um deus. — Ora. filho! Não te pergunto por esse Meícutio.

Refiro-me ao Mercúrio que eslá no firmamenio, como Jiipiter, como s Terra. E sabes em quantas zonas se divide a Terra ?

— Em três. — Q uaes

—Zona tór da, zona

temperada e zona fria. A lórrida é no verão, a tem- perada é na primavera e a fria é no inverno.

— Ihl Je- sus! Quanto

disparate ! Quem foi que te ensinou is- so ?

—Ninguém. —Zonas são

. as cinco par- tes em que se divide o nosso plane- ta. Mas isso eu te expli- carei outro dia. Agora va- mos a saber o que é ecli- pse.

— Não sei. O que é isso, papae ? — Eclipse é a privação da luz solar que soffre um

astro, quando entre este e o sol se interpõe outro corpo.

— Ah I agora me lembro. E diga, papae, è verda- de o que me contou um dia o tio Sebastião?

— Que le contou elle ? — Que, quando occorreu o

eclipse total do sol em 1900, em- quanto todo o mundo se occupa- va em olhar o céo com vidros de- fumados, elle, tio Sebaslião, en- Ireteve-se a observar os effeifos que o phenomeno produzia na Terra.

— B que viu elle ? — Ih 1 uma porção de coisas!

As lagartas das plantas começa- ram a falar umas com as outras. Algumas erearani a/.as e voaram para ver o que havia no eco. Os ratos, pensando que era noite, en- traram no armário de comula. A lemperatura baixou lanlo, que ge- laram as águas dos lios e dos po~ tes. Os gallos e as galliiilias re- eciheram-se ao poleiro. Ccniou o tio Sebastião que as mulheres viu- vas observaram o eclipse melttor que todos.

— Porque ? — Porque tinham o fumo do luto para defumar os

óculos. — Basta, meninol Tudo isso são travessuras do ma-

no Sebastião. O tio, apezar de velho, não passa de uma creança.

— Então é mentira tudo isso ? Tio Sebastião é men- tiroso ?

— Mentiroso, não. E' gracejador. Elle inventou es- sas coisas para le fazer rir. O que é verdade é que, emquanto aura o eclipse, a temperatura refresca; algu- mas plantas se tornam sensíveis ao phenomeno, e as illusotias sombras da noite cobrem a Terra, e de Inl

maneira, que podem ser contempla-

das em ple- no dia as es- itellas bri- lhantes. Mas entre isso ■ os exaijcrfli do fio Sljas- tíão vae 3

diflerença que ha entre a tua espadí- nha de lalão e a espada do marechal Focii. Umaé de mentira, outra é de verdade.

Aqui ter- minou a li- ção daqueltc dia.

O dr. Se- vero Ipeca- cuanlia teve que voltarão escriptorio onde o espe- rava um cli- ente.

O peque- no Arlhiír, s a t i 3 f e i to com a ausên- cia do pae

Page 41: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

foi brincar com o seu bond elecfrico, arrastando-o pelo corredor e tocando uma campainha ensurdecedora. Quem se ralava com esse barulho era miss Curt.

Não havia decorrido meia hora quando o dr. Ipe- cacuanha, que tinha acompanhado a visita até á poita, ouviu um berreiro infernal no interior da casa.

O facto foi este. IVliss Curt, precisando pregar na pa- rede um quadro que linha comprado, subiu em cima de lima cadeira ; e ahi, de martello em punho, eslava ba- tendo o prego, muilo enlevada nessa larefa. Arlhur vi- nha arrastando o bond eleetrico e agitando a campai- nha, como a annunciar que o horário eslava atrazado e era preciso correr. E o endiabrado menino corria. O bond de iatão já linha cahido e era arrastado de ban- da. Na corrida desabalada, entra Arthur no quarto de

tnlss Curt. E o que era de prever se realisou. Houve um choque tremendo. Arlhur esbarra na ingleza, esta desequilibra-se da cadeira e vem abaixo com todo o enorme peso sobre o rapazinho. Quasi que o esmagou na queda.

O dr. Ipecacuanha acudíu ao berreiro, afflicto: — Porque estás chorando? O menino enxugou as lagrimas e soluçou alguns

inslanles. Por fim, talou : Acabo de aprender um pouco de astronomia. — Mas conta lá! O que houve? — Nada, papae. Eu vinha passando pelo observa-

tório da -Ursa Maior», elía cahiu em cima de mim e me fez ver «estrellas».

/Voaria Luiza

CtiííilIlPi ÜIPI E* evídenle que em campanhas como a

que ora se esboça eonira [ashruiçòea publicas, e fá arraigadas por Longa vida na conicíeD- cia da rolins. não 's^ podem «peiar rçâul- t«doB immedialos, Ei± porque a nosãa perse- verança no combate a um do! nosaas maiores cancros BúCÍBCS» que assim se pôde chamar essa horrenda insliluiçào do jury, que e&rá concoirendo a formar ciiminoso» e sceTeiados. e a iranstormar nono pai?: numa lerca de aiaa»inos, Bp?ca$ coola com uma melhoria provisória nos seus proceuos de julgamenlo» c só paia mais larde. com a sua leíorma ou abolição, medidas que^ no emtanlo. são de iDconle&lavel urgência, [remoB assim tegisiran- do os escândalos de nosso Jury» e hoje, lians' CTCvemos o que sobre o Jury na Capilal da Repubhca, (ornam a escrever o iCorzeio da Manhas e a «Noile", dois orgâos da impren- sa <|ue se coUoccram abertamente ao lado dos que pretendem sanear o jury. Diz o primeiro ciaquellet oigãos^ ao noticiar c julgamento de upk assassino, que diapòe de força politica na capita] da Republica ;

«Vão entrar em julgamento, perante o Tiibuaal do JuTy, aquelles Famosos bandidos protagonistas da chamada tragédia do Mu- lundú.

Não SC atina bem por que seja, mas o cerlo é que sempre que algum criminoso ce- lebre da zona rural (em de comparecer á bar- ia, a politicagem das respectivas localidades K fl^itA e desenvolve uma cabala íormidavel para absotvel-o, quando não se apega ao re- curso velhaco de protelar e adiar o vciiài' tíum dos juizes de facto,

E' o que eâlá agora acontecendo. Os ac- cusados do crime do Murundú, façanha sinit- tia de que a opinião ainda se recorda, ple- sumem-se amparados pelos politiqueiros de Santa Crul. Advogados e piofectores, dentro e íóra dos antros respectivos, exercem forte pressão sobre os jurados, pressão que é igno- rada pelo promotor Gomes de Paiva, A pre- lença deste representante da juslíça publica, a quem cabe. fio decorrer do mez. sustentar DO Tribunal oi libellos dos processos a serem julgados, não tem agradado aos advogados de parta de xadrez, cuja quadrilha, organisada para explorar o foro criminal, ludo tem ar- mado no sentido de evitar as reuniões de conselho, a ponto de, quasi no fim da actual scuãOt só se poder decidir da laite de dois lÉoi presos.»

CommenlBrioE idênticos faz ■ >No)te»> DO Kguinte sueUo, sob o lítulo: Uma vergo- ■ha o nosso Jury :

Um grande, iúDominavel escandaTo é, po-

JÜém Ja heneüoUncia tio Jury oíiütm coa que Jorem condemnaJos....

sitivãmente, o que s? eslá verifcando no Tribu' nai do Jury, na pre&enie ±essão.

Funccjona como promotor publico o dr. Comes de Paiva-

E' esse um promotor que. já hoje, tem ligado seu nome á instituição do jury, pela maneira por que longos annos em tst promo- toiia se conduziu, conseguindo ecguec o plano moral do jury. que se abastardara,

Com o novo r^gimen, por^m cada pro- motor serve um mez na promoloria do jury.

Este mez, estando a funccionar no jury D dr. Gomet de Pdiva, a debandada dos réoB é pavorosa e lamentável.

Réos pedem adiamenlD. Advogados pre- textam eafermidade^ B os julgamentos são a- dlados, somente, unicamente, porque está na promotoria o di^ Gomes de Paiva-

No jury as cabalai variadas, inclusive a cín torno dos jurados, já nào bastam, já se es- pera <^ue chegue a ve7 desse ou daquelle promotor, menos hábil. para. então, lazer en- trar accuaados indefensáveis, em julgamentos escandalosos.

Eatamos já a 22 do mez c até hoje só foram julgados dois ráos. Esta republica, po- rem, tem coiias divcrtidissimas... Não sal-sfeí- ta com a benevolência do Jury.com o achin- calhamento das absolvições compradas, subor- nadas, ou peitadas pela polÍtir:a, e mais com os perdoes em dias de íesla nacional, a que recorre a política, quando de todo foi impôs- sivel ao jury conceder a absolvição — tem, agora, em discussão um projecto de lei — a de suisis — pela qual o juiz pode levantar a sentença ao criminoso conclemnado pelo ju- ry ^ que já são tão raros — dentro doa cin- co annos de sua condemnação... Já será um prazer commetter um crime I... Escapatória larga pela privação de sentidos, pela alluci- nação^ facilidade de comprar^ alugar, subof nar, ou commover os jurados e formar um conielho favorável : em caso de condemnaçào indulto em dias de festa nacional, ou mais simplesmente, um sursis..^ Não le podem quei- xar os crimioosos 1,.^

Damos a seguir os príneipaes artigos da novo lei do suisis, copia da lei Berenger :

Ari. Ko No caso de condemnação a uma pena de multa, reclusão, prisão com trabalho obrigatório ou cellular, até cinco annos, no maitimo, si o i^o não tiver sofrido uma con- demnação anterior, por crime de direito com-

o "Sursií".... toútueccr o perdão aos pou-

mum. os juizes ou tribunaes poderão mandar na respectiva sentença, devidamente motiva- da, que fique suspensa a execução da pena.

Paragrapho I .o Si durante o praso de cinco innos, a contar do dia do julgamenio^ o réo não soffrer outro processo seguido de sentença condemnatoria por crime de direiti> commum, punido com pena egual ou superior á que se relere o art. Lo, a condemnaçào se- rá (ida como nenhuma e não pronunciada.

Paragrapho 2.o Na hypolhese contraria^ a primeira pena será logo executada de mo- do a üão se confundir absolutamente com & segunda.

Paragrapho 3,o A suspensão da pena nãv isenta o léo do pagamenro doe prejuiios e: damnos e das custas do processo, lem com- prehende tão pouco as penas accessorias e in- capacidades resultantes da condemnação. To- davia, essas penas accessorias, e e&sas capaci- dades cessBião de todo no dia em que, pelfe Bpplícação do dispoMo no paragiapho l.o, a condemnação se tiver de reputar nenhuma e não pronunciada.

Art. 2o O juiz ou presidente do tribu- nal deve, depois de declarar concedida a sus- pensão, advertir o rio de que, em caso de nova condemnação nas condiçõei do paragra- pho 2.o do artigo precedente, a primeira pe- na será executada icm conlusão possivel COIK

a segunda, aggravada a ultima com o augmen- 1o relativo á circumslancia da reincidência.

Paraprapho l.o Considera-se reincidên- cia para os efeitos da presente lei, a perpe- trarão de qualquer crime punido com pena egual ou superior ás que vêm mencionadas no- art. l.o. depois de ler passado em julgado a anterior condemnação.

Ari. 3.o A condemnação será inscripta, com a mensào da suspensão outorgada, num registo especial creado pe!o Ministério da Jus- tiça e que hcará a cargo do Gabinete de Iden- tificação e Eslatistica do Diitriclo Federal.

Pacagrapho 3.o Nos Estados em que não houver tal gabinete, a inscripção será feita em hvro próprio, a cargo dos respectivos juizes e tribunaes.

Art. 4.0 5i nenhum procesio, seguido de sentença condemnatoria. nos termos do para^ grapho Lo do art. l.o. for movido contra o réo. durante o praso de cinco annos, a par- tir do dia indicado, não se mencionará mais a condemnação doe extractoi entregues ás partei>.

Page 42: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Enquanto o sol declina Osciltando mollemente, curvando-se do-

cemente ora de um lado ora de outro, o es- guio bote fende a água azulada do mar, numa curla esteira de espuma. A tarde pa- rece dormir. Dir-se-ia que o tempo ficou sus- penso, num êxtase. Ha uma grande sereni- dade no azul. O próprio mar, na sua cons- tante ondulação, infla o peito, numa respi- ração larga, como se dormisse. O sol, gran- de e vermelho, lança os seus ullimos raios, fazendo faiscar as iremnlinas.

No frágil bote vae um casal, náo se sabe se aborrecido ou se díloso.Elie e ella, «ternos actores da tragícomedia da vida, parecem, por alguns momentos, dominados pela serenidade daquelln liota erepusi;ular, que tem, mais que as outras, uma giandeza mageslosa e soberana.

A brisa macinlia, leve e subtil. carre- gada do sal e do perfume da vaga, roça, como uma caticia amorosa, a cutis asseii- iiada da moça; sopra, ciciando, a sua nuca, brincando com os anneis curtos dos seus cabellos; rodea-lhe o collo, insinuando-se por entre o decole; delem-se á flor dos seus lábios, sangrentos como um cravo; pene- tra-lhe os olhos grandes onde fulgura a pu- pilla negra; passa, como um suspiro, por entre os seus dedos brancos, cujas unhas têm ^ um biilho de oacar, e, levantando a bar- ra da saia, vae acariciando-llie os pés, aquel- les pés minúsculos que se não sabe bem se sáo de mulher, de creança ou de fada.

Da praia, que está próxima, chegam rumores soltos, ondas de perfume, aneias de suspiro, risadas e vozes alegres, e todos esses rumores traduzem esperanças ou pai- xões, promessas ou decepções, confissões llmidameníe balbuciadas ou protestos con- fessados claramenle. São os ecos de um niundanismo aristocrático e elegante. Aqui um grupo de senhoras que pairam, aili um grupo de meninas que saltam, além, pessoas de toda a casta que, a despeito das suas exterioridades elegantes, traem, no geslo e na altitude, a baixa camada de que sáo oriundas. Ha mullieies, sobretudo, que, pela sum- ptuosidade com que se apresentam, deixam adivinhar a posição falsa que mantêm naquelle meio, mas estão tão bem vestidas, ostentam uma tão grande distincçâo e uma tâo alta inditferença, que parecem damas respeitáveis.

No silencio que reina na embarcação, inicia-se um dialogo:

— Em que pensas? — Pschl Em nada. — Nunca pensas em nada entào ? — Que queres? Quando a genie vive a pensar em

iudo, parece que nada mais resta em que pensar. — Parece que é assim. Lembras-te do dia de hoje? — Que tem o dia de hoje? — Pois hoje faz exactamente um anno... — Um anno! Como passa o tempo! — E como nós mudámos! Na temporada anterior,

sobre este mesmo bote frágil, cúmplice dos nossos amores, tudo eram desejos, aneias e perturbações. O coraçào sentia o espinho agudo das inquietações, no peilo o coração batia perlurbado e na alma latejava uma aspiração constante. Não é verdadeí Os minutos pare- ciam meze? e — séculos as horas, O limite traçado á nossa impaciência parecia recuar, afastando-se, distan- ciando-se ã proporção que passavam os dias, quando, por fim, realisámos as nossas esperanças, os nossos lá- bios beberam a felicidade em largos sotvos. E os nos- sos lábios eslavam tão sedentos, tâo sequiosos, tão im- pacientes, que a beberam toda em pouco tempo.

— Foi um erro. ^ Quem podeiá nunca impor silencio á inquietação ? — Fomos dois loucos. — Quem poderá nunca exigir actos de prudência a

duas almas que desvairam ? — A separação de algumas hotas era para nós ura

tormento. — E a volta aos teus braços, numa explosão de

ventuias! — Nem bailes, nem passeios, nem theatros, nem

diversões... — Teus olhos eram o mundo onde a minha atormen-

tada existência encontrava o supremo bem. — As nossas horüs tmham sempre a solemnidade

das horas nupciaes. Só Unhamos uma religião : a do amoi. — E agora ? — E' verdade, e agora? — Não me respondas com a mesma pergunta. Dize!

E agora ? — Que culpa tenho eu ou, antes, temos nós deste

•agora- ? A culpa Iem-n'a o progresso, que penetra em tudo, que abebera tudo com o seu veneno penetrante de renovação. Um annol Verdade é que parece uma existência Inteira. Entretanto, eu quero-le!

— E eu lambem. Eu querole muito. Mas as nossas almas tomaram rumo differente...

— Náo, filha, não andam por caminhos diversos- Ellas enconlram-se por fim no mesmo ponto de conver- gência. Nós nos amámos com loucura nos primeiros tem- pos ; dias após, nos quizemos com tranquillidadee mais tarde nos aborrecemos ao mesmo lempo. Muitos mezes de roadrlgal cançam a gente.

Page 43: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

— Devíamos ter previsto isso. — Embora o prevessemos, viria o aborrecimento. — Porque ? — Porque o fastio e o tédio estáo dentro de nós.

Vivemos a anhelar até ao momento em que realisamos o anhelo. O ideal é sempre bello e desejado antes de ser alcançado. Uma vez alcançado, deixa de ser ideal. Elle é, como diz Raymundo Corrêa,

...como fluído ou água: Por entre os dedos, que a retém, se escoa...

Não ha como os poetas para conhecer essas coisas. O castello dourado que fabrica a nossa phanlasia, des- morona-se num ápice, e sobre o niuladar onde se jun- tam as illusões, os desenganos e as maguas, começa- mos a cultivar outra chimera. para persegull.a com o mesmo ardor com que perseguimos a chimera abando- nada.

— Estás philosophando. — Estou psychologando, que é a mesma coisa. Tal-

vez. Porque a philosophia nasce da indifferença e do sceplicismo Occorre-me agora um simile. Não te rias. Estou a pensar em que esia embarcação é a nossa vida. Dentre as suas estreitas paredes vamos nós dois atra- vessando o pélagü sem raía da eternidade. No fundo desse pélago eslã a morte. Eu, musculoso, forie, cheio de animo, vou impellindo*a para deante, sem cuidar que, a cada esforço que faço, tem de corresponder fatalmen- te o cançaço que me ha de prostrar. Tu, serena, riso- nha' podes evitar oa escolhos, movendo suavemente os

cordões de seda do leme. Da direcção que escolhas de- penderá a felicidade da lua viagem.

— Crês que assim seja? — Asseguro-te que assim é. — Bah I Mas ha occasiões em que as águas se en<

raivecem, os ventos sibilam ameaçadores, e, perdida por momentos a estabilidade, pode o abysmo offerecer uma solução. Não merece a pena estarmos a preoccupar-nos com a vida. Aprendemos demasiado antes do tempo, e sentimos a desolação enorme de saber tudo. Como vês, deixei-me contagiar pela lua philosophia demolidora.

— Vamos voltar? — Sim, já se está fazendo tarde. — Preciso preparar-me para ir ao «bridge». Tenho,

de resto, o compromisso de dançar o primeiro tango com uma das Mendonças.

— Tenho que me encontrar com uma senhora das minhas relações. Vamos fazer umas infrigas. Vaes de auto?

— N3o, de cabriolet. — Eniâo chegarei primeiro. — Cá chegamos. Espera que eu desça primeiro. — Enlão, até á noite. — Adeus.

Assim, os dedos do destino vão tecendo na roca do tédio a mortalha da felicidade, que expira em plena ju- ventude, cançada ao nascer, tendo como responsos fu- neraes a musica frivola dos salões.,,

■#-

CLAííA CARAIíA.

Ultimo original de Virgilina de Souza Salles

Damos aqui, a titulo de curiosidade, esíe artigo su- bordinado á epigraphe «O lar*, que foi o ultimo que es- creveu a nossa querida e saudosa directora. Para falar mais precisamente, náo foi o ultimo que escreveu, mas o ultimo que começou a escrever, porque a autora, por motivo da enfermidade a que succumbíu, leve de inter- rompel-o e náo voltou mais ã redacção para conc!uii-o. A curta e violenta enfermidade que a atacou, levou-a ao túmulo, deixando no lar e no coração das amigas um vácuo impreenchivel. O artigo, tai como eslá, truncado, com as idéas apenas esboçadas, feito sob o primeiro impulso, náo tem o interesse que deveria ter depois de completo e convenientemente corrigido. Ü valor desse artigo é equivalente ao valor de certas jóias que se pre- zam: tem o valor esiimalivo que a nossa affeíção e a nossa saudade lhe emprestam. E é como tal que o of- ferecemos á curiosidade das leitoras e principalmente á curiosidade dos que conheceram e amaram Virgilina.

A principal preoccupaçâo de Virgilina era o lar e tudo que lhe diz respeito: a constituição da famiüa, de- veres e obrigações entre esposos, a educação dos filhos, a cultura moral, etc. No fundo, ella, ao fundar a «Re- vista Feminina- collocou estes assumptos, que se pren- dem directamenle á organisaçâo da família, entre os pri- meiros artigos do seu programma.

Sejanos permiliido publicar neste canto de pagina esses últimos retalhos das suas idéas, como uma home- nagem á memória da illustre morla.

Eis o artigo;

"O LSR" "Nosso lar não é somente a casa jei-

ia Je maJeirOt au àc mármore^ mas um aliar creado pela affetçào, é unt tllti/io onde se ama í"

[Time. DuDODd- CertM pestOAs pietendem, quando ít dÍ£ciileni dcant« deltas

queitõs rclaliva$ á nossa ídicídade e ao aoiío bem catar, que é me-

lhor que Dosiaa íilhAa ignorem o que HS espera no caumenio -de medo que lhes Jaile coragem para larefa lão árdua", Que giando erro l ELoIrar em uma carieJia desconhecida lem ler uma noçào de- finida do que nos espera, dará l>igar a que haja deaíallecimentos « quem Eabe se até uma desgraça rta hora da deiilIuBão-

Como poderia um recrula entrar no exercilo sem noç&o alguma do que seja uma guerza. e esperar ser í m medi ata menle elevado ao poslo de general } Acceilaria alguém um po»to de confiança, sem Jer a capacidade precisa para E>em deacmpcnhal-o só porque ititpiia con- Jiançs e deseja ler cumpridor de sem deverei?

Como pôde enlão uma mulher enUar para a vida conjugai sem conhecer oi seus deveics?

Algumas poderiam ser bem succedídai, mas a maior parle dei- las nauíragarian. Diz o provérbio que, palha a palha, o pB»aro faz o seu ninho. Para crear um Jar é preciso que a gente ae prepare muilos annos anies^

Maigueriie Lindiey diz: 'Nío podemos exaggerar a educação de nossas Alhas em relação ao que eJlas tfm que desempenhar. El- ias deverão ser as cspo<a3 e as mães da fulura geração e sobre ei' Ias lepouaa a prosperidade da nação. O mundo eerá influenciado por suas capacidades e suas forças, e pertence ao educador de ho- je prepaial-Bs pala o grande papel que Jhcs eslá reservado, A Doía fundamental da harmonia está entre a educaçio physica. luAtciente- mente desenvolvida, e a educação mental, rigorosamente apurada.

Jules Miclielel, em seu admirável livro «O Amor» — admirável paia e ^poca em que foi escrjplo e para at pessoas ás quaes era dingido. di^ : «Todas as mãei te illudem quando dizem com IUDA

ceila emphase ;

— @h I eu amo lanto minha filha ! » Que íazem ellas para ei [as ? Nada.

Não as prepararam para o casamento nem de coração nem de corpo. Em seu livro, a ^^ulHer. elle accrncenta : «At meninas não são maJs educadas como no tempo em que FcDeloD fez o seu amá- vel livro, como no lempo em que a aucror de Emitia esboçou aua Sophiíi, Ninguém as píepara para a vida. Algumas vezes cultiva-se o talento paca brilhar*. Outras vezes, nas classes remediadas, fazem alguns estudoA que as habililam a leccionar. f^as nenhuma cultura apropriada á mulher, á esposa e á màe, nenhuma educação espe- cial a seu sexo.

Quando tivermoi impresso na consciência de nosaai filhas que ellaa devem levanCar^se cedo, fazer um exercicio habitual, respiran- do um ar puro, que deve haver hygiene na habitação e no vestuá- rio, reremoE feito para ellas e para as gerações vindouras, o que ninguém poderia fazer, e quando os moços louberem apreciar estas cousas, então melhores dias apparecerSo para a raça, e se terá dado um passo agigantado para melhoria da humanidade. Não é verdade que a maioria de nos*as jovens se esforçam por seguir a moda e os costumes que nossos jovens apreciam?'

Page 44: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

IJVIPRE;SSõE^ DE LEITURA

r

CraçBE s genlilelB de umn amigs muilo bondoso, pude gozat nestes longoi diai de ihuva incessanie desie lemcroso inverno goyano — o incompiravel prazer da leitura de um romance que. como poucos, Lem o condão de emocionar proiun- damente, dando a nilids impresíâo de fatioi vividos, reaiisados.

Procuro tempie. em cada livro que leio. o coração do escriplor e sinto liiiteía quando um biiUianle estylo mal disfarça o árido icep- licismo de um coiaçio lecco.

-LB peur de vivre» de Henry Bordeaux nào perlence. felizmente, a essa classe de li- vios sem alma.

Desde ai primeiras paginas is ultimas, impregnadas dessa serena melancolia — que í a essência da própria vida — senle->e um coração lórte e geneioso, palpitando ardente- mente pelo dever c procurando ensinar a Iodos os coraçães o soberbo bymna da coragem de viver.

E'. quasi lodo, no puro ambiente de um aulhenltco lar francez que o romance se de- senrola,

Pinlando a existência humilde e Inste de uma faniilia que um acto de generosidade Iara íez cair na pobreza — eiLislenci* apa- gada, cheia Je grandes dores e pequenas ma- guas. ameniiada de quando em quando pol sãs siegrias. Henry Bordeaux esboça um pouco i vida de Ioda a gente e procura infundir no espirito dos seui leitores o amor d vida.

lal como ella é realmente, com suas dores e sua no- brel», ensinanJo-nos o ca- minho da ielicidade que está no cumprimento do dever, indeclinável, immu- ravel, poslo que obscuro e humilde.

Alice, ■ moça fraca que nio '.em coragem para que- rer a própria felicidade; Isabel a leviana, ambiciosa, que fiacriRca o amor ao di- nheiro e í pat isso inielií; Marcello, o lilho eitremoso. o ofli;ial valente e digno que faz do amor a pró- pria razào da vida e mor-

Glordano — tlüm de Joaquim Lwiiia r IJ. liaria Fereira, re.iidenleí em Natal.

rc por não compichendcr que o mais sublime amor não vale o sacrilicio de uma ciislencia; Madame Cuiberl, a slma de escól. soltredoia, resignada, mie dedicada, esposa modelai — a mulher lórle do Evangelho, vivendo coia- josamenle a sua vida, nat grandss e pequenas dores e cumprindo lem desialleclmenloi a sua árdua missão; Paula, a moça altiva de alma enérgica e coração aflecluoso que na piima- vcia da vida provou o cálice das dores amar- gas e teve, enfim, a recompensa da sua pie- dade hlial no amor sincero e profundo de Jean Beilier que o sofiimenio também puri- fica e aperfeiçoa, — são os caracleres muilo humanos que o mundo, todos os dias, poe deante dos nossos olhos.

E até nas personagens secundarias, na desclipção dor pequenos íaclos accessorios, vê-

se que o romance foi arrancado do duro bloco da realidade, aos pedaços, por uma observação profunda da alma humana no que tem de mais nobre: foi vivido, e por isso mesmo.

TIIQ - filbinhii lia Ifr- 'fii^^i' I'*ir>'it-irMa- ckadv Saliriiiho.rrowotar l'iililU'o de Igua- jie, t de II. Maria Pares Jlachado.

Beflfrt^ — fílftítiha dü drei, jui! de tora.

vale poi UiD tratado de psycologia pratica. O medo de viver é o medo de íofirer. Mais do que nunca temos uma grande sensibilidade doentia e-

por conseguinte uma grande covardia, fazendo com que abuzemot de aneslhesicos physicos e moraes, procurando evitar os soffrimentos, sup- primil-o. esquecendo-nos de que, como a pró- pria mojie, elle é necessário, benéfico c ine- vitável 1

E a coragem de viver nos viria por certo, li pensássemos em soffrer pacientemente a dor physica e moral, dominando nossos nervos fracos e alentando nossa coragem vacilIanTe com o pensamento consolador de que a vida não pode nos reservar nada de inédito; nem dores nem alegrias que cs nossos pães não tenham soHiido ou gozado; e que mesmo nas maiores dores, nos momentos cruéis de agro solliimenlo. nos será dada eisa nierencoria alegria que habita as consciências reclss e sua- visa a magua.

E a coragem de viver gera a coragem de ser (ellz :

Porque, si não tiveiiros a coragem da lula não f on&eguIremos nunca realizar a glonoaa conquista da felicidade fugidia ;

Porque para sermos felizes será preciso que haja dentro de nós uma alma bastante

perfeita e (orle que saiba amar profundamente, jwidoar. soliret, dedi- car-se inteiramente : alma resignada que retumu a felicidade no cum- primento do dever, no exer- cicio da virtude, — fontes de pura alegria que nem mesmo a morte pôde des- truir.

Só assim conseguiremos essa felicidade tão rara e que parece cada dia mais fugir da terra, abandonando o» ricoj de inteiligencia agu- da e grande inslrucção. mas eneivados peta ociosidade ' e roidos pelo verme das ambiçúes, do egoismo, da covardia ; indo se refugiar á sombra dos clausrros. nei- SBt casas de caridsde e re- nuni:lrt, onde o suíremo

Hrroanda VIctcr — flüio do lYof. Arnmn- do <'gnihEiit, üirietor das Escolas deBar- ivr Uonita^

gozo está no cumprimento humilde davonlade- de Deus; e esplendendo ainda— Hor maravi- lhosa — na pura slmosphcra dos iares cbrislãoi.

E só a religião catholica dá a coragem de viver, porque ló ella considera a dor um bem. o sollrimenio uma benção, e prega a paciência, a reiignaçào, a coragem da virtude, o amor do sacrifício, a renuncia de si mesmo, a caridade pelo próximo, a acceilaçào da von- tade divina, ^— acenando aos desditosos. áquel- Ics a quem a vida má. nunca deu o sol de ouro de um dia lelií, com a suprema espe- rança de uma eleinidada radiosa em Deus.

E é crsa coragem religiosa, feita decarí- dade e pacien;Ía, que alenta a mais sympa- ihica heroina do La firur de iiíuie, Mme, GuiberI, bimdando-a da ferrei armadura de uma bondade invencível, ante a qual se d»- fazem os duros golpes da perfidia huoiiQi-

Imagino quanto bem terá feito essa cbis na alia sociedade, fulil e vi:iosa, tortundi.

Dr. Atbirto An-

Page 45: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

R::VISTA FEMINIRA

dela tebie do prszei, que era ■ sociedade francez intei d* guerii — diivendando tão bEllos, tão nobies aipectos da vida, rasgando nella lia vaitoi. tão lurainoios hoiiiontei, apontando ao 9er maii humilde um Idesl a lealiiar, um dever a cumpiir.

Quero erír. lambem, que o beilo quadro de vida familiar trs- çado poi Boldeauí não «JH uma eicepção da França de hoje.

A leitura do lomanfc La peur de elOie reconlorla e encoraja, alenta e anima, e infunde n'alnia o deiejo aidenle de poisuir FIIB

toregem firme e dicidida de viver a vida, seriamenle. dígnamcnle, verdadeiramenic. s[ormose»ndo-8, ainda, com o divino loque ds bon- dade divina, des!» bondade chiiilã que não leme a dòr, não foge do MÍltimento e procum ameniiar a vida daquelles a quem o Dei-

tino provou eiceiiivamenle. [azendo flortr na sombria trisleia dai ■!' mas toiluradas — a cEpeiança em Deus, a confiança no luturo.

^o— Ao envfz da maioria dos romances que dillraem, sem fazer

pensar e são. quasi sempre, a prisma azul por onde não se vê a üida, "La pctir de olürt" deixa n'almiL cemenles germinadoias de perFeiçòcs moraes, — a coxagem do solTriraento, a confiança na vi- da, ■ esperança no futuro, a força para a lula e ainda a paz, In paiV srrdne de ceux qui allendenl Ia maile sans crolnle, apris avalr accuellll Ia vie loiti joibletse.

[Daiilda PalIDla. Goyaz, 20 de fevereiro de 1919.

üiii^iapiü ú% úmhww^ ^mw^úwmmpw% E' preciso que os giiardanapos esteiam bem

gomniados e passados a ferro, do contrario Tiiinca se consegue fazer-llies lomar e conser- var as fôrmas qtie vamos desi:rever. Deve se trabalhar numa mesa que permitia estender completamente o giiardanapo. E' indispensável ambem ter á mão nma faca de madeira ou marfim, das que servem para cortar papel.

(Fig. I) - inleirainent; desdobrado o guar- danapo, collocado deante da pessoa no sentido do comprimento, dobram-se ot. quatro cantos para o centro, mas deixando ao meio um espa- ço livre de 8 centímetros ; dobra-se de forma que fiqLiem as duas pontas uma sobre a outra,'Pre- gue-se inteiramente á argitra o guardanapo as- sim dobrado. Fazem-se doie pregas de 2 cen. limetros cada uma, Colloca-se em copo de pé r deve ficar com 4ü centímetros de altura.

(Fig.2) — Desdobra-se completamente o guardanapo, dobrando para cima o bordo in- ferior a uma altura de 24 centímetros, dobrit- se novamente doze centímetros o que dá uma prega de doze centímetros em todo o eomprimenlo do guardanapo. A 6 centímetros acima faz-se uma oufra prega de 6 centímetros.

Dobra-se para baixo, a 4 centímetros deallu- ta o bordo superior do guardanapo p^ra formar uma terceira ptÈga de 4 centímetros. Depois fa- zem se dezoito prégas bem vincadas á largura. Passa-se a faca de cortar papel, pela segun- da fiada de preguíniias, á largura, pa> ra fazer o on- deado. De-

pois dobra-se a extremidade da primeira fiada de pregas. Para isso passa-se o pri- meiro dedo d.i mão esquerda por baixo de cada uma das pregas que se levanta em se- guida, dobrando-a para deante de maneira que forme ponta para produzir um bordo den- tado. Por fim aperta-se o extremo pregueado do guardanapo e mette-se em um copo de pé, abrem-se as pregas em leque dando ao to- do uma largura de 65 centimeiros pouco mais ou menos.

Fií

Fig. 3

{Fig. 3) — Desdobra-se o guardanapo e fazem-se, a toda a altura, quatro pregas so- brepostas, de 6 centímetros cada uma das três primeiras e a ultima de 18 centímetros, fican- do por conseqüência 12 centímetros. Em se- guida, á largura, fazem-se, como no modelo precedente, dezoito preguínhas bem vincadas. Seguram-se as extremidades do iniervallo de cada uma das fiadas de dezoito pregas, do- brando-as para diante, como explicamos no modelo antecedente ; mas na ultima fiada, dobra-se o extremo das pregas para traz, de maneira que formem os dentes de serra que o modelo represenia, Segura-se apertando o extremo inferior do guardanapo e mette-se em copo de pé. Abra-se depois em leque, co- mo para o modela n, 2.

(Fig, 4)— Desdobrado completamente o guardanapo, dobram-se os dois cantos da parte superior, de maneira que façam um comprido

. bico. Para que esse bico tenlia a forma preci- sa é necessário que o lado direito sobreponfia

o esquerdo. Pega-se depois no extremo inferior e fa- zem-se três piegas a todo comprimento, para o lado do bico. Estas três pregas sobrepostas devem medir cada uma b centímetros na altura e o bico no meio 20 centímetros. Pregueía- se em seguida o guarda- n a po i n t ei ra ni en t e no sentido da largura, põe-se num copo de pé e abre-se como se pra tica para os outros mo- delos, mas deixando ca-

ir os lados nm pouco mais, para imitar a fo- lha de líz.

Muitos ou- tros modelos napos, que a apresentar ás

se uzam de dobrar guarda- ;seu tempo delieenciaremos nossas gentis leitoras.

Fig, 4

Page 46: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Curiosidades cslestcs o mysísrio da tua

^ mtíhot phologiaphia que se of>levt sobie o citsnntt lunar. Phalographia Je Lavy ei Pulttux.

Não ha duvida que ■ infinita variedade de líres auginenli a bíUeza da Cieaçâo, e lod» vei que á inlelHeencia humana é dído percebei mais uma nova faceta da jóia, a (oinioiura da obia de Deus adquire, aos noiiot olhos. lambiantes que no» induíem a amar com maii (ervoi a mào que «meou pelo infinita tantas infinilai bel-

leias. Porisso não creio que andem muito «cedadoi oi que buscam

identidade de condições e de vida noi aslioi, para deduzir a poin- bilidade de que sào povoados. Se são povoados, o que í certo, iSa-n'o i lua maneira, porque n&o í forçoso que os nossol vüinhos do lÉo sejam semelhantes « nós. A Jdéa da semelhança «pouca ■ obra do creador.

Vejamos o que occorre na Lua. Quasi pana por airomatica a íalta de condições para a lua habitabilidade, devido á supposta cren- ça de que a Lua não tem atmoiphera. EntreUnlo. isso, que se sup- põe, não está muito de acoordocom certos factos, que. embora inei- plicaveis, tão verdadeiros. Na linha de separação entre a luz e a lombra. que se observa a passear pelo disco, vem-se. com freqüên- cia, illuminados os vértices dat roonlanhas lunares qusrido sua b>se le acha já submergida na sombra. Ora, se não houvesse slmoS(jhe- (■ na Lua, eiiei vértices le fundiriam repentinamente na inviiibili- dade, logo que o ultimo raio de sol deiiasse de tocal-o. Nada drsto Bconlece ; ao contrario, o cume montanhoso vae perdendo paulatina- mente o brilho, como se fossem mais débeis os últimos raios lumi- nosos que a ellcs chegam, tornados débeis por causa da maior ex- tensão de atmosphera atravessada ao roçir o solo. em e»tensõe> maiores com relação ao gyro incessante do satélite.

A lul cimenta, que, reflcctida pela Terra, noi permitte ver por completo a Lua nos primeiros dias da lua phase crescente, não ■pparece de prompto, senão gradualmente, estendendo-se como débil crepúsculo modificado po' sua atmosphera.

Foi Ayri. diiector do mais importante observatório da Inglaterra, quem aífirma <iue o estudo de 295 eclipses de ei- tiellas pela Lua, o induz ■ suppor uma diminuição «pparen- le do seu diâmetro, que pôde ser produzida pela atmosptie. ra do iBlelile, o qual simularia, psio encurvamenio doi raios luminosos, um retardamento na inversão e um adeanlamenio ao lesurgimenlo do astro eclipsado pela Lua.

Mas ha ainda mais. Num eclipse de Júpiter pela Lua, parece que se observou um lado, mais obicurecido que o resto, projectar-se sobre o disco, como sombra de atmospne- sa. no momento em que Júpiter se escondia.

Isto quanto ao que se refere a e»istencia da atraosphe- (a, a qual, admittida e em circumilancias análogas ã> da ter- leitre. deveria ler unu alluri leii vezes maior, porque ■ al-

Iracção sobre o norso salelite. ou. melhor, a força com quet- elle retém os objectos situados em sua superfície, é seis ve- zes menor qua o terrestre.

A quietação e a cessação de todo o movimento no as- tro vizinho, já qualificado de coipo celeste morto, lambem parecem hypotbeticas. mercê de alguns fsctoj observados. Sirva de eremplo o que aconteceu com a extensão chamada Mar de Nectar. tantas vezes desenhada por Moedlel Sorh- matin e S:hmidt em diversos annos e épocas. Fsltava-lhe uma cralera ou montanha circular, que agora se diitingue clara- mente e sem a menor duvida. Nio i menos curioso o que se observou num sitio viiinho da cratera, chamado de Hy- gÍDÍo, de que Flammarion possue vários desenhos, nos quaes. apparece. em uns. a Noroeste, a vizinha daquella montanha, outra mais pequena, que se n&o vê em outros desenhos.

Não parece racional admittir que esta cralíra, viiivet apenas algumas vezes. Ücará. de quando em quando,'occuha por !uas emanações vaporosas >

Mas nada mais interessante do que o que occorreu na dupla cratera chamada Messier petos astrônomos aüemães, ^m me- mória do astrônomo francez. Desta dupla cratíia eiistem muitas des- cripçõrs concordanies, as quaes nol-as mostram como gêmeas e em tudo semelhantes. Ora. hoje, a situada a esquerda no campo do te- lescópio, é achatada, de Este a Cede, ao passo que a da direita é, Da appareqcia, perfeitamente arredondads.

E nada tão mysterioso como a variável colonção do mar cha- mado das Nuvens, observada constantemente por muitos astrônomos e- especialmente por Grythuisa.

A cratera designada com o nome de Platão se obscurece cada quinze dias conforme attinge o Sol maior altura e o illumína em melhores condições.

Como se poderia eiplicar esta falta de brilho quando augmen- ta a illuminsção. senão admitlindo-se a vida vegetal e. consequen- temente, a atmosphera 7

Nada mais errado do que chamar á Lua caslro-moilo». De resto, nada ha morto no infinito, nada ha inerte no espaço. Todos os corpos, que nos parecem immoveis, são constituídos de átomos em continua vibração, e de tal maneira, que, perante essa vibração, os nossos próprios movimentos parecem inertes.

Ao lado drsies mysteiios lunares, que, talvez, estejam condem- nados sempre a permanecer na sombra, parece que se nos mostra illuml- nado, com luz me'ldiana, o tríplice annel de Saturno, aqui reproduzi- do de pbníojraphia direcla. A' primeira vlsla. esses annis parecem constituídos por matéria gazoza ou liquida ou mrsmo solida, forman- do um íó corpo : mas nào i nada disso : é uma infinidade de cor- pusculos independentes como enxames infinitos de luas que rodeiam o grande planeta, e sobre cujos anníis os dez satélites que o acom- panham eierrem fundas perturbações atí formar as eisuiBi ou sepa- rações de Casslm e Euké, como mostra a photographia CO.TIO ecli- pses mais escuros.

Os anncís do grande planeta Selurno

Page 47: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

(

TAILLEÜRS POÜR DAMES

CONfECCIOMrtM-SE SOB MEDIDi=) pelos últimos figurinos

CORCE EbEGflllTE E TRflBflbBO ESmERflDO

PREÇOS V?ÍNT/í)OSOS

flo EmpoRio Toscflno 89 - Rua General Carneiro-89 T^tephone iiee centrai s. Paulo

EM FRENTE AO MERCADO .^=__^

1

Page 48: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

"Vida Feminina" ^ uUíma imperatriz da Cftina

Muita cai»a m tom ilKo ■> escripto apru- pú-S'lD dOARa t?!(tranUa figuro, que foi a. iDipe- ritriz dji China, dn, qu.ü ss cjiitiin actos da m^j^- couuijovpi1or;i miií^nitnimidadp o actos dn mais rtr^oitantu crueldado- Couta-sc ;Ué ^ue olla tiiltlvflvn d amor dos esludantait a\9\s bâJlos da UnivarsidíLde de F^kin. a, la- go 4|iie VQ tati^avLi delIc^T^ niandnva-oü afo- bai uü Etm Aiu.^rollo, A individualidade d(-4fla iDterc^sauti'Sriinia mullior, Eipeior da tudo ipiaiiro tem aooutefído mi. Cliina ilcJide a :]UíL iiiuTic, aiiida Ími>ri^9qÍOJi'<r B inâdino h"j'' n\ joinac^t iB Llvios o ai ruvifilaH ainda SQ OU- cupniu d^lla. Do «raU UaII MngaKÍiia> QX- triililmos ii fíOBUÍnlo uoüi^ia:

'^Tzu JLt, cuQio Maria AntoDieTa, não ollifl' va a de&pe/nEis para a se\i divcrtíuiculo. fio seu reiitado, a-s íüJIUJ. fia "Uldado ProliihidiL" rivaliswvam ooni jis dos contus dus "Wll « uma uoítt^''. E^pei:Tac[ilo9 tlieiLiai?^ eram dado-s- pcius ineLhorca at-torefl dn impprin. t^as- Caudo tanto, ã& vozci, como a le^Lila de uma província, com rtCfluarios uspleiiiUiloíi, Ititos .CipocialniCDtr! jiara cada dra^iiu, u trjijo'^ Loi- iliidos a ouro; *>s i>roaoDto9 para 08 a^-loio^ fn.voritos V os liaoqiictoí ernm a parte priu- ■ jpn.r desdas fCfltLi^.

As tragcdias L- comodian duravam muitas v«/G$ três dÍQH v attí uuia ^cinan^, quando Tie celebrava um acoulerjmeuto oz^peciaL 10- ino o naatimenlo da um moiubro ila familia imporcHl, Mas nBo se deve pensar que a iui- poralrJK viuva aasistiâse lontiDuamento n.i festas» da manhã a noiti^^ 0^ trabalho'» do Kfilado occupavam-na, e 6'» excepcionalmente «lia achava Leiiipo pvr.K eolrar uo seu vama- roto fiirrado de fíctJiii auiaTollo, Miindavaem geral servir a nuii refeie^o do meio dia DO nroprJo canis rote, arisim cionomirinndi; uma bora.de repondo for^^ído, ou ahi me^mo da- va uma audiência sem For mal idades. Entre- tanto, ella arranjava fnt!n>s de dar aii^nçio S.O paJuo. c ^i> al^iiui aclor RC distinguia bv- ceprionatmcate, «lia iotoiTOmpiJi o que esti- vf-,.'íO fa^eudo para ox<:lamaT: "Bem! ISom!^' Islo era o signal para a curte e para OA mn- viiiadoB repetirem a* Huas palavrna — a uni- ta fârma do applauitto permittida,

A imperatnK VíUT*. orgulbava-ao do seu bailo theatro — o UDíUO na Chiua com dob audarea — a ella mesmo superintcadia os re- paros e alieracõei? qno nn faliam, rom graU' d« deaprazer dag damas da corte que a acom- panhavam,

T:cii-í{t, ooma Maria AutoDieta, amava também os bailes ''rostumfis''. Ap^nav^ om vez da reprObontarem o papel de pa^rioras ou c-riadas du leitcrin, ella o an suas dnuiiis fi- guravam de tadnB o anjos budhÍRtas, nos jar- dins do bello palaf;io dfl vpr»o, dintanto de- zeseifi mithos da capital.

Além disiso, oLIa gostriva de offareter rn- ^epçoea BH serdioras dan legações (.■iiirangeí- lAS, que ella pjocur^va :igradar, ^-abcndo re> cebar com magoifiea hospitalidade; e é facto que as tpenhuras faziam grauile questão de ^er recebidas pela impeiatiji^.

Os liospode^ apeavam da? yuas eadeiri- nbas ou rarruA^eoB amparados pelos servi- dores imperiaes. KUKíQ-SC a caminhada em oadeirinbae .kbertjis, ciiiregEidati por esse^ sei' vidorof iiUy o "bdll'^ de audieuala. sobre eu- ,Ío telhado brilhante poupavam innumerui pombas luanias. O couiiaBtp entre a clari- dade offuscante de fora o a mtia luz âaania do throno ora surprehendentc. f)epatH que as Acostumava a essa mciii escuridão, as visi- tantca se ;L[t[iraxíinavaiii eomo podiaoi dos v^plendiilos tbronoa de ouro, onde o impera- doT* e ■ LDiperatriz m^p. estavam atentados, Q de^fllaviiui Biii tfi-s compridas linhas, paraO' do a eâpa^o.^ para «'ompriinenlar trea vezes e também para olhar furtivameote o?» admi- ráveis objeciot de porcellana de Cbian Lung e de jnde, ■rnimndoB no longo dji pirede so- bre mesas delicadqtnenre liivriidas de piu prelo e sobre peunhia. Durante as mesurae e um dleourso do bõ^a Tlndat, lido por um interprete, ambos os soberanos pflrmtneoiauí Iramoveifl aomo dois budhas-

Uma Tfli terminadas na cerjmoniBB pro- tocollarea^ a imperatriz viuva dnva o exem- pio da sem cerimonii. Apertava aa mSoa íi moda europAa, a todae aa eenhorns presen- tea, indajjAudo da aaitde da todas, a peri^un- (ando pelos maridos e filhoi-

ESBD Disüinfl imperatriz fol^qua planejou o maisaore doi ostrangelroí na revolta doe BexerB.»

O Jtmhhmo em acçêo

A prefeitura municipal dn Recife, raglB- tou três senhorna para evercor o míBlar da "obnufteur", após o otamt' reapeoiivo, em o qual demonstrarnm Lotlna habilitaünsa.

Ao lado dessa notioia, encontramos outra de que uma dama extr:\nqeirB, que dlBpÒB d« capitães, aonaoltou a prefeitura sobre a eonoossâo de líeam/a para o eâtabeloaimento de uuia empreaa de uutomoveja da praça, cujo serJ feito exeluairamente por <ohauf- feupesT,

Trata-se de um caso Bãrio, pensando ■ oreanlzadoTs desen ompreaa em dar um maio da Tida a muitas raparigas.

Ali^TU de guiar oa automóveis, do ae de- dicarem um po^Eio á mechaulea, terfio ou- troa aerviçon, tacB como: lavnEem o limpe- za doa carros, eto.

Como HO vé, as nossas patrici:is ]ã itíTo se eouieniam de fazer orochet e louquinbaa para orenn^nB, o que »unea lhes rendeu na- do e trnlam couaorrer üi>jn o homem na luta pela vjda^

Escola ée enfcrintíras

Reallsou-se no dia a:í d» Fevereiro, no sslão nobre da Cusa Fia de Süo Vicente de Paulo, a solenno entrega de diplomas âs pri- meiras enfermpiras que lorniinarara o curso na Escolú em funccionamanto naquelle iosti- tuto de ei^iicaçào e saridade.

Vreaid^u ao acto o Exmo. a Rvmo. Sr, Bispo do fí^spirlto Santo, tondo ao seu lado Monsenhor Dr. Gamillo Fassalaqua, Dr. Haul Ferreira, represcntanle do Exmo. Prefeito da Cidade, Di. U^yssea Paranhoa, Dr, Alui' lio Fagundes, Padre Dr. Bernardo Cubrlta e Padre Dr. Alcino Pereira.

AberíH A fiiseio, depois doa aecordea do Hymuo Xaciniial, 4 lida s aatn da olsasifioa- ç3o da» ahminiES, foi dada a palavra & novel ^níarmelra sanhorita olaria Alvea de Olivei' n que fez um bollo dieaurao de congratu- iKijâo a reconheaimeiito,

A seguir foi feita a dístvibuiçAo dos di- plom&p peln Presidonle dn sesBÍio, sendo to- das FLS diplomadaa fartamente applaudidae.

Dada :i priTavra ao paranympho da tur- ma, dr. Ulysses Puranbos, proferiu este um etoquenie discurso, que foi muico applaiidi- do. A propoAito da mulher no mundo actual, eis o que disse n orador :

iDianta do enorme eataoUsmo, que sa Tém desenrolando sobre a terra, uma tor^a bemfa^BJa surgiu, coiiio uma estrelía myste- rioaa, illumjnaudo a esour>dão am que iodos os pDvoB se debatem, desnorteados pelas dasgrsQSB. sbatidos pelos infortúnios ^ a mulher.

Tendo passsdo quasi um soeiilo repre- BQnt:iiido um simples papel de boneoa, au- tfimatii-B e sem orienLa^iln propHa, passando o vida a enfeilar-ae, a divertir'Se, a aooel- lar galniiteioe. sem reagir contra a tjrannla do Beu parceira, que doIJa fazia uma eeora- va dos &DUB caprichos e dn sua vontade, oom a giierra, com o furnc-ão de perveraidades que varreu a citrilisação, a mulher ergueu- se, tranalormou-ae, revigorou-se, reabilitou- se flh retemperada pela^ deBditfls, Lt^ualoii-a« ao homem, talvez mesmo supernndo-o^

Quando oa n|nculi.DreH abandonaram os campos, para defender o Bolo sagrado da Pátria, eUa nsBenhoreou-se da r.hamia e do RUcinho e, semeJindo a terra, impediu que a fome fizesse maior numero de Tíctimas : qusn- ^o oa operariori abandoiiuram na usinas, pa- ra tonirir o fufiT, altJl eiicarreRou-sa Jo ma- nejo das mni^hinaa, fabricando o Lecido que vestimos, su boilita» que talgamOB e as mu- niç5?B e A" armüs com que oa aeus ho- mens defenderiam A sua honra es honra de aeua nihofi,

J^, em toda a parte, donde o bomem se Ausentava, para eorrer ao posto do dever, a mulher o subBtSlula, nfto medindo trabalhas, nsm fui^indo Ai responaabUldes e ao saori- fieio.

E na hora dolorosa em que ia acompa- nhar ao cemitério o eidaver do seu marido a dos seus filhos, assistindo aos funeraas do aeu próprio oorac^go, ella se mostrava ainda ntgnifici e eni^randecida , ora, sem derra- mar uma lagrima, hirta. sem movimento, empedernida pela dor, parecendo uma ima- gem de granito arrebatada á frontaria da uma asthadral medieval; ora, debulhada em pranto, asaamelhindo-se í Imagem da Pátria, aborsndo a sussucia dOB entes queridos.

íJastafl crises, poDém, nunca se lhe ou- TIU proferir uma palavra de lamenlai^io.

uma pbraio da queixa, um Yoeabula da desespero oantra a guerra que mandava morrer os seus filboi no ibrimo das trin- flhalras, debaixo da metralhs, sob os ardO' ras da febre ! -, ,

Sublime exemplo, extraordinária dedl- oaçHo !,. - -

Tratando do ptpel da mulher como en formeira, disse ainda o dr, m^Bses Píranhoa

«Uma das miesi^es mais devotadas e ai truistieaa que a mulher tomou a si, na enn- fLagra^So auropéti e nas doB^raçaa que tüm assolado o velho mundo 6, inaonle^tivel- manta, a de enfermeira.

Na verdade, nenhuma profissio é mais feaunda, mala benemérita e raereaadiTa para uma alma feminina, obeia da aentnaentoe e amor eo proKimo, do que ests ; para adoplAt- a. porém, aa foz mister estudar, praticar, observar, pari que nSo acontei^a qi'S, por excesso de ignoroncEn ou por dcmnsia do audácia, se prejudique o doente em vez d« cursl-o ou EsooDorrel-o.

E^ uocessario, quando aa pretende tra- tar um enfermo ou pensar uma temli, que Be faça com a magnitude a o re^ipeito da quem exerce um sneerdoeio ; procurando pe- lo carinho, pela auavidade das patavrris, pe- la dGlicodeza dos movimentos, que o doenio esqueça a dâr que lhe arucia as onr^ies e a mBgua que lhe abate o espirito,

Paz-sB mister que ao oSo prosure, na ao- bilísBima profissão de enfermeira, mu divor' timento oapnz de substituir, nos dih^ trági- cos, o chã de cinco horas ou BB costuras mundanas; is:o aeiía um crime de lesa hu- manidade, um deUoto L'ontrB os eu^inameD- los do uhristianismo.

Para bem cumprir a missão de luifriar o proiimOt é jmprencindivel revestir-st? Je umm pureza veatal, buscando-se es eneri-iiUa de que ae oareoeui^ pjira o tao árduo ir.ihalho, aaa duaa fontes ine:igottaveis da fé .e de selencia, vendo-to o ferimento o nàn a feri- da, a doença e nllo o doente, e firTni^ndo-se na no^fLO de que, diante de um onferne. \iiia se encontra uma mulher, nua. siai um apóstolo do bem, no cumprimento estriato da caridade pura e sem meias tintos.

A enfermeira nâo deve Bpenaa omaprir es preacripçi^es madieas, dar o modijamento ou fazer o penso; tem uma miesão muito mais alevaplada o muito mais altn. Dave ouidar do ferido ou do doente como euEda- rla do seu próprio filho r deve EAZOI-O aii- menlar-Be, conaolsl-o nas suas tiores, enii- nal-o a acceitar, aom pacisneia e reaigna^Io, o seu Boffrlmento,parAcompauhBho com dura- ra e suavidade, com seus ei>n8elUos e auts eraçoes, i^audo elle agouise e morra,

Tem sido assim que a maioria daa enfer- meiras tem-se oomportado durante a ultini guerra, Nio modem saerifloios e nÍo rci^u^ia diante doa rnsiores obstáculos: na proiimida^ de das trincheiras, noa trens de soceorio, debaixo- da metralha, sob a RggroasSo doB ueroplanos, nús ae enaontramos, aempra aor- rJdontes e antivas, com a sua blusa brsnei enfeitada da cru£ vermelha, ourando oi ma- les phyBicos a levantando o moral doa po- bres FioldadoB mutitndoB, oegoa, inválidos, moribundos, que entregaram a sua aauda e B sua vida â defesa sacrosanta do solo que os viu nasaer o onde repousam aa oinisa doa Htfus pass^

Sem saber o que é o ropouso, o oiomen- to do comer, as enfermeiras rranoeiaa, Ln- glezas e uorte-americanas, mocia no vjgoi da vida a pertanaentes A u^alhor sociedada, empregaram toda a BIID aoLlvídãde e (odo e aeu e&forgo para sslvar os asus semalhantes, que ui(o conheciam nem sabiam de onda vi- nham, mas que para altas vatUm multo por- que aSo soldados da Pstris, tombados aa luta am^ prol da oivlUsagAo contra a bar- baria-*

Mulheres jalxei Je paz

A*s mulheres sSo, dia a dit, outoreadoi 1 díraitos que ellas t£o cedo nlo ouidarim \ conquistar. Ka Inglaterra, graqss i oampi- nba que as suffragiBtas vinhom. de ha loa- gos Bunoa, fazendo, aa mulheres, em futuro próximo, terão conquistado todoA DB direitos a que aspiravam,

à C>imara doa Lords approvou, em sa- gunda leitura, o profasto qua oortoade it mulhflras o direito de aceroeram es fuacoSai de Juizes da pas, sem ramunerafãe.

Page 49: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Alice ^íCasarj/lt

üm aoTrespandenle do iTempsi sn Fra- Eii, oipiti] da republiDB toheque-aZoTeni, re-

[[«re-Bs * AliDB Mataryk, filbe do prseldente da Republlcs, Tbomai MaesFyk, e qua tem tomado pstis eitlenie aos ultimoa BucaSBsoa poliiioos. Por varias vezea Alioa lem appa- reeido em piiblioo para applaonr 11.8 píiiSsa doeanoadsHdaa e invooir auKÍlio o piadado pelos daíberdadea. ELIu 6 [ocmada em me- diolna. tendo sido eleita para ■ Aseembléa Nadnnal. No principio deste anno, na Dieta, duraniB uma Tiolento dismioio ptovooada por UQiB apologia do bolcbeTismo, tentada pelea oradores sDCialistas, a Iliba do presi- dente, dominiiido o tumulto, emlamou ; •Em Tfli dâ vos entregardoB n estaa diacuaadea eaterela, pensae antes na inlancia dsaanipa- rada, Todos oa dias eu vejo ooiaaa borriveia. Crianflae morrem da luberouloae o propagam esle tlagallo em torno dellas. NAa nSo temaa aajloe nem bospilaes par» Be eiiançaa. Não VLSteB, ainda, nen' ruBH, os olboa doe paque- ninoe ? Sio cnino o doe veilios, porque as edancinbiH eoftrem. Sssea olbos de erlenças devem reooncIiiar-Toe: ovíçamos a aun pre- ce iniidfl ! é proclao que dentro da 15 dies teobsTiioB eetíibelecimentoa promptOH a reco- lher eBaee pobrezinboa.»] J

Oa deputados, esquecendo ae euAe diror- franei^Bn applaudiram aalerofienieate Alice âaaarjk, que eieroe e nobre roieaão de pro- teger OB fracoB, abrit os olhos aos tranavia- doe a prodi^sliaBr eoaaorro a conforto a to- dos 09 dasgratadoB.

O fancc/onallimo braifíelm e ai rnalhtiei

Reapondendo a diveraas consultes que es Iba Icm dirigido, o er. Gonealvaa Embo- ta, director da Eetrada de Ferro Central do BrBEil, reeolveu nuotorisar a inacripg&o de aanliorsB no coneurao de ausIHaree da ea- DriplB dequalla estrada, submettendo. po- T^m, a aua resotu^So â approvaçlo do mi- nletre.

Al mulhtni e es caigoi publicai em Poitagal

Segundo noa inform» um lalegrirama de Lisboa, toi decretado que ee rauUiorae po- dem, em (cusldade de aondiflSee com oa bo- mans, oficupar certos oarçoa públicos, como eeiara ; ofFiciaea do registro civil B da con- ■arvadorei do regiatro predial.

Malhtia lenlts da fiiioía !K.firm*l io 'Jt''"

O prefeito municipal do Rio de JiLuairo, dr. Paulo de Frontio, ranrganiaou o eorpo docente dl KBCOIH rTormal daquella capital. Ectie vinte e sete lentes, snis pertencem ao seio lamínino; srae. dd. Arminda Angusta Bistos, M;Liia. Clara V. de Menesiea Lonea, Amélia Riedel Mendes da Silva, Evangolina Augusta. Foniella, Romana Foeter Vidal a Syuipbronia de ^tedei^oa Paula Barroe,

A sra. Mendes da Silva é lente de Arilh- metiía e Álgebra e a sra. Bvangeline. Fon- teHa. lente de Geogiapbia,

Aposontou-aa a sra. d. Juliela de Koro- cha reital, também lente da meema Escola Normal,

Uma carta Ja ax-czarina

Entre oe doeumentoe d papeis de guer- ri que, ora, apparaaem, n3o é dos menos Intaraseante* 1 cart» que a ei-aiarina de todee ae BuaaiBa enviou ao asar num de ■ene momenloa de grande eirguetia, quando jl previa 1 tempestade que ee formava DOH>

Ira o seu real eepoeo, e deBeaperavs-so de Bio poder soceorrel-o, Bsti [oarta foi tradu- lida e divulgada por um psata norta-amerl- rloano, Sindburg, que sobre elle aeareven imã ardente otironiaa, na qual exalta toda a grandeza, toda a ehtmma, todo a eilen- sio daquelle alleclo da mnlber a de rainha qna delia ee eibela. E' uma oarla que, pe-

lo griBda amor gua nella ae revela am ira- ■ea aimplas, poda Uaar na historia ao lado dea osrlaa de amor de aoror Horla Alooforo- do, um doe dooumentos mais iotereaeenteB de quantas lalras paeelonaes exielem em noeaa língua, e que em perle já (oram pu- biicadas neeCas mesmas coluinnas.

— Ah, mau Deus quanto te amo!... Sem- pre maia o maie, meu carinho é profundo quanto D mer...

Sao quatro pelavroa ainjpJeB, vuigíree bsnaee meamo. Nio eslSo enfeitadas de forma eitraordinaria. NSo sSo pronunciadas, não tem por ellsa o príBligio do eom que se modula. E enlSo poiquo coromovem ? Qual a raziio de que se tenba ao lel.ia a impressão de nm grande aurto de amor, de bracoB que le conlorcem no ar, de lagrimas que desabrolhsm, numa grande afllícção, num vSgo a triete pevor de um roa! que ea- la a oaUir aobre a oabeça do amante »u- aenCe!

E' um taoto, que aa palavrse que-ee es- orevem com aincera emoção guordam na sua esaanola aquella emoção, que acoorila viva a forte, em cada coro^ao que as 16. Eia por- que BB palavrae iristee e apoixonndae dessa pobre ei-impersiriz de todns as Jíusslae, em cujo dominio inimenso "O eol nunca ee deita VB', e que leiminou, no emlanto, pobre Ira gieemdite, eeus dies, dão-noa, a darão a 10

doB que ae lerem de (uluro, a meema im prcBeio de melancolia e de sualo, a niaama ddr contusa da um dia que ee finda, da um orepuaeulo que prenuncia a noite eem íiuj...

Ela a cnrta :

<Mau amado, Que tempo mortal, este em- que vivemos ! Nousa seperflíSo o faz ainda maie morlel, Porque, agora, quando estive- res [Qligado, nio poderei cuidar de ti, Dena poi sobro oa teus bombroa uma cruz muito peaadi. Ali I sa Bu pudeeee ajudat-te a oar- regal-a I Tu erae valente e decidido. Eu eol- frB por ti com toda mlnb'a]ma, meia do qua o podem dizer eatas palavraa,

Qua poderei faaer e^^nSo elevar-me a Deus ? Nosso amigo IRespiitln) roga tnnibeui por Cl no outro mundo, LG, elle estará tam- bém peito de nfs ; mae como desejaria ou- vir agora, a eun voz tranquilla e animadora !

Ser firme eignificfi, neslo momento, aer oruel e carinhoso ao mesmo tempo- Tu Ihee devee ensinar a que temam o teu podvr. Teu amor não b3e(B psra eltea. Um filbo omeute deve temer a deeobadiencia e o coUBor pe- KBree ao seu pae. Ha oocsBiÕea om que o homem deva guier eom redaa firme, aem ce- der um ponto, com a mBo msia severa do que nunca, Enlllo, o povo comprehenderfi que ba nelle mais alguma coisa que um ho- mem bom, Se o homem é sempre indulgenta ningnem o comprebenderâ. O oora(;üo humo- no é mysterioso, Ae classes altae não so in- quietem quendo seguem um caminho suave de conducta,

Ah ! so eu enaontrBBse um meio de viver em pei! Que nos aefe ooncediia a virtude de eer fortes para Irilbar-moe a noesa sende de abrolhoe, para nos spprcximar-moB das portas promettidBB, Espere que não encon- tres obstáculos com Alexiev a que poesaa viver em segurança. NSo 6 isto uma espe- rance egoísta.

Percebo o sinto claramente como ruge o populacho qunndo est£B perto dalle.,,

Ab ! meu Ueue, quentn Je Amo ', Sempre mais e maia, o meu carinho é profundo co- mo o mar.,- Que os anjos brancos sejem teue proteclorea, Ghristo a a Virgem Afaria estico comtiRO.

NOBBo emigo Rseputin nas tem deixado da BUB salvaguarda. Que chegue at£ junto de li a mlnba baatffa e o emplevo aportado doB maue braços, Que a tue fronte fatlgBde poeen descanfar sobro o meu peito ! Oh 1 que smargaa bío de aot para mim ealaa noltea BolileriaB !,,,

Tu aetás aem a luf do aol, tnea tede o meu ardente amor to envolve; tu, meu ee- nhor, elaridado da rainha vide ; meu tbe- souro dado pelo Todo Poderoeo.

Metia braços se apertam ae teu peBCoqo • meus labioi ee juntam aoa leue- Eetamca

sempre juntos B nlo noa separaremos ta maie. '

Adeus, querido ! Volta breve. S« bom » reza no templo da Virgem Maria, onde «a lantae vezea orei por ti- A doce rainha poa- euiB o eaalo consolo ds oragSo para conie- guEr a pai do coração altribulado--

Sm prol das opctaiias

Num doe últimos Bumeros d' -A üniSo» que ee puhlioa no Kio de .Janeiro, ha nm intereeeentieBimD arligo de d. Amdlla Rodri- gues, Bubordinndo Squella epigraphe. Vaia- mos o que diz a illualre esoriptora :

"Jluiin ae escrevo hoje, na imprensa in- dígena. Bohre a queelio social, Nem p5de deixer de aer asaim. Do toda parte osfuaiam artigoB, Bsludos, glosas e scutençae a enoa- ral-a, ou sob cada um dos seus aspectos — que cila os tem muiioe e eropolgadorea — ou em Bua face mnis negra, a viaío phuDtas- magorica do maillismo iniineole.

A quealSo de emancipatüo tominine, ou» lhe tm pendant e pareço ealar, no mundo, momenlaneamonte de lado esperando a aua bnra, nao 6, pois, a única a merecer aouradí attençao daa eenboraa catbolicaa, nem bas- terü. pare abeorver-noa o esforço no traba- lho social que vamos, com favor de Deua emprehander- '

Nunca se revelou tÈio ameaQedorn a quaa- tlo operaria. Agora, oe .trabolhiatas. balem D pé, seguros do resultado, fruiizom o so- br'ôlho e impõem a eua vontade, onda quer que haja um patrffo. Greves por lodo canto,

E no Rio da Janeiro alé ag ícoslureiras BC arregimentam, informam OB jornaea diá- rios. A C:iião das Costureiras reune-ee para trotar das relvlndicaçdea a que a olaese se Julga com direito. As mo(Bs continuam a tra- balhar com eoibusiasmo, dia a dia, conquiS' tando novos elementos de vicloria, E nEo tC-m ellnçr razSo em maltíe de suae reala- moFcea 1

Que faremoa deauto disso t Oulraa mulheres da elasse sboetada, In-

telligenlos e capazes, porém fura doa prin- oipios catliolicoe, influirão na solução do grande problema, e nús.., Bí nSo noa orga- nienrmoB já e Jí. teremos de ceder o terra-, no a eeeee aaiE fortee, maia preparadas pa- ra a acção, mais animadas de enthusiaemo peloa eeuB idenea do que nís pelos nasaoe,-

E, em outro ponto, referiudo-ao £ falta de escolas, escreve a Biliaullsla ;

"Ha, pois, quB proteger o trabalho e evi- tar a vagabundagem, lia que fundar e man- ter obras escolare.s e profissionais, ou auxi- liar as jS fundadas. Ha um mundo de coisas- iiuportaotea que se baralham, entrando umas pelas Dutr-^s, atropelando se, confuiidindo-se nessa toniplicada engrenagem serial, feito ie pohreta E rivrturas, de orgulhos e deebrtos, da actividade o preguiça, — eoisae que é freclso destrincitr e por nos seus eixea qu&n-

D possível, AppelamoB para todo o nosso desejo de

ser\'ir A, boa causa, tomemos cum as duas niãoa a eorageni, — como dlnem os írance- zes —, a resolutamente encetemos este novo caminho da caridade ehristâ".

A união das mulheiei da França

Em reunião da União das Mulheres de França, realisada cm Cim do mez paeaado. foi lido o relatório da secretaria geral, se- gundo o qual 60,000 das 60.000 muUieiea per- tencentes A mesma Associação trabalhavam aotivamente non boapitaea a em outras ins- tituições de caridade do Paris e daa provin- cias,

Oeprehende-SB também do relatório qua a União due Mulheres de França despendeu, durante a guerra, noventa e cinco milbõe^ de francos, creou Sffiliaapitaee auniliotes, es- tabelecimentoe destinados às creanças, die- pensarios e refugies p:^ra soldadoe, centro de recreio, cantinas, etc, Quarenta o ciuco das attas enfermeiras foram mortas ne c-\mpo de batalha ou falleceram em conacquenoia de enfermidadea conlrahidas na guerra.

Page 50: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

JARDIM FECHADO (ü^tila lecfãa fiuítlcareaioi pequinas communicafSti de nouilt UBetai, htm como prajucçíei

Ulerarlas que não exctdam it 30 Unhas em prosa < Jt 14 em ettio.

(5' notío inlulto dtsetvooioer assim o gosto íiierario enire as leitoras t facíWar-Ifieí timn correspon-

ãendauUtt fnlaeísanle. As piojacfòeí Ulerariai deoerão ler aaignadas, sim o que não serão publicadas.)

Queridas toclai

Muitas aocias, que ae abrigam na intimidade desta secção, têm recoriido ás suas companheiras para saber qual o processo mais efficai para curar as manchas e paiinos do rosto. Eu, apezar de não ter nenhum defeito na pelle, sempre me interessei por esse assunipto. Por etta mesma secçio, algumas sócias, enire ellas uma cu- jo nome nâo me occorre, dão como causa desse defei- to certas enfermidades internas, e nâo apenas da pelle como, a principio, parece. E têm razão. Para as espi- nhas, botões, turunculus, o iniestino é o responsável. Para as manchas e pannos cabe a responsabilidade aos rins e principalmente ao fígado. Portanto, qualquer me- dicação de uso externo, como cremes, pomadas, mas- sagens, nâo produz resultado senSo passageiro, e o mal ha de voltar emquanto nSo se restabelecer a saúde do orgam aítectado. .

A propósito deste assumpÉo, seja-me permiltido con- tar um caso, que talvez aproveite a muitas coUeguinhas, Uma moça das minhas relações linha muito desgosto com OB pannos do seu rosto. O buço, a lesta e as ma- çãs do rosto tinham uma cor parda, que destoava do tom geral da cutis, que era clara. Usou de todos os meios e processos para curar a sua pelle. Tudo em vío. As massagens manuaes ou vibratórias, os banhos de luz, as pomadas cáusticas, tudo resultava inútil. Ao mesmo tempo, soffria harriveis eólicas de fígado. Desesperada de se curar dessas eólicas, que a prostravam no leito, estorcendo-se de dores, foi a Montecaltini, na Itália, buscar allivio aos seus soffrimentos. Durante dois me- ies fez uso daquEllas águas. Ao voltar para S. Paulo, finiia-se curado do Bgado, ou pelo menos, julgou-se cu- rada. Todas as manchas desappareceram. A sua culis voltou a ser como era antes: clara e fina.

Não se tratava, portanto, de uma dermatose, de uma enfermidade da pelle, mas sim do tigado. O fíga- do, pois, é que produzira as manchas qne tanto a des- gostavam. Ao cabo de alguns mezes, novas perturba- ções hepaticas, novas eólicas, Era a doença que volta- va. Quasi que ao mesmo tempo voltavam as ma^c^a3, a principio pallidas e depois mais accentuadas. Nessas emergências, consultou um medico, creio que o dr. Viei- ra de Carvalho, Esle medico, examinando-a, diagnosti- cou catharro na visicula biliar, e receilou-lhe arthri-sell tomado algumas horas antes do almoço, em meio liíro de água quente, com a dieta correspondente: abster-se de gorduras, de alcoólicos, de excessos de carne e de trutas ácidas. Ella, com esse regimen, esiá completa- mente curada, e as manchas desappareceram.

Nâo entendo de medicina, nem- prentendo aconse- lhar ás amiguinhas aquella medicação. A minha amiga soffria, como disse, de catharro na visicula biliar, mas a lithiase biliar, a calculose produz o mesmo resultado, fazendo nascer n.anchas na pelle. Portanto, o melhor que se tem a fazer é consultar o medico. Ha outras en- fermidades da pelle, como empingens, darlhros e furun- culos, de que é causa a diathese arthritica.

Espero, desta fôrma, ter respondido cabalmente A curiosidade de muitas amiguinhas que passeiam pelo 'Jardim Fechado".

íKiir y.

Ind^yá OI lauí VÍCIOS lindi ilo muito ÍBpecfdtoi. Ha arisi da BS-

(rica a da (aaicai. Eilude maii. Nio lhe falia imaginário a lalanlo.

brasileira, TiudtnlopoUs, 17. Abril

H> unu machína para (ibiiosi o ponta •s jaur>. ou •Irou- trou>. Vende-ie aeila cidade, na Companhii Singer, pelo piefo da 790$OI)0. Tiata-ie de uma laichini «pesial deitiaiida a e>» Gm, a ato uma peça applicada á machiDa da coatura.

Santo Rnlonlo da Boa Vista

No ultimo numero da 'Revista" deparei uma res- posta de Iracema A assignanle 5 539, em que declarara não conhecer <em nossa lingua, nenhum autor de eco- nonla domestica» e cria não os haver. Pois bem ; ten- do eu em minha modesta estante um optimo livro nes- te sentido, cumpro um dever de solidariedade em o in- dicar : trata-se das «Noções de economia domestica» por Heitor Guimarães, impresso em Bello Horizonte — Imprensa Oftícial do Estado de Minas Geraes. E' uma obra de incontestável utilidade, já porque seja um apa- nhado de mais de trinta obras estrangeiras, já porque encerre um todo harmônico na disposição da matéria.

Assim é que, buscando conhecimentos nas produ- cções de Mme. Jeanne Campau, G. Grau, Augusta Molt- Weias, Clarisse Juranville, Marie Delorme. Vera A. Cie- ser, Mme. Chaptal. R. W, Emerson e tantos outros es- críptores, o sr, Heitor Guimarães começa por estudar a Importância e o objecto da etonomia domestica, o lar e a família ; oa bons hábitos e virtudes, a ordem, as at- tribuições de dona de casa, a alimentação, hygiene, ves- tuário e termina por descrever a mulher ideal, a espo- sa, a mãe e uma boa collecção de usos na arte culiná- ria. E', emfím, um livro aconselhável ás mães de famí- lia, ás senhorinhas e até ãs meninas que disponham de tempo para o preparo prévio de sua futura vida.

Quanto a «fazer letras*, resolvi escrever um sone- to, (principiei pelo Sm) que ahi vae:

«visAo. ^' tanta n\emorla de minha rrtãe

Eíl-a que passa tão gentil e santa, Cheia de graça, — meu amor proscriptor Em nuances vem, desapparece e implanta A saudade no leito em que dormito.

A's vezes scismo e sua voz quebranta O meu pensar profundo como um mylho, No sonho, assim, subsiste e accorda e espanta Meu sêr medroso, errante e só, contrito.

Vae-se depois a sombra vaporosa Como esta vida que se esvae chorando, Como a flor que no viço a morte esposa,

Como a andorinha morta deixa o bando. E. .. meditando julgo venturosa A ioda íi gente que morrer sonhando.

• '. 'DalÜa Standão.

Devaneio,.,

Lia targou o Urro, a num auapiro qaaal, rapatiu oi varaoa qu« mil a siuoüloDaTam i

• , . . D amor, edlurlo auiTe, Qua faz do ninho uma eatralla K fai da satreita uma ara.-

1

Page 51: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

MV REVISTA FEMININA

— OlhQL-t. TEikiTa um tapto palllda, on lib[oi sKBnguee, oom um aorriao trltte e doloroso, giia bam mosiraTa a dor puD^onlo qufl ]h« diJiCQrsTH ■ alma.,. Apiede^mo da rér o quanto alli lof- frit; ao«rquBi-nio d^olla. a eulaqajido-a pala ojatura, iittarpal]â['B.

— Que é ÍHBO, Lia, porque le abandonai ao aorfrimaQto ? qua myeiarioa contém eaaee varfloa da Guerra JunqueirOr para ta dei- xar triBto ? Gonf^fl-ma teua dsigúalog, minha amiga. NBo labas qua, muitas veraa, o ooraçlo sonto nacaaaidade de Taaar em ou^ iro coragüo lodo o aau aoirrímenio? Tflu aoraqSo ettk Iranabor-

\ dando da miguaa, aenflA-me n oauaa dn tua tr[BL«£K. Quem eabo ■a podaral áar um loniiivo A tua alma amarKuradai

Ella abandoDoii-sa noa meus braçoB, curvando a cabeia aobr« mfu ooUo, dau expaTteUo l9 Ugrimaa, num aolucnr conTulao, Ei< treitei-B maia aontra m«ii peiio, e, belJandü-A t«rnBnie»ia, prooU' rsj conBDlal-a com paijivrnH de carinho. Eetivemoa abraci^das mul- to [empo. Depoia que ae naalmaram um pouco ABIIS SDlii^oa, ella, fllâTando para mim aeua meígoa olboa, ainda embaoiadoa palas la^ grimai, di8<a-ma :

— i^uarida amiga, os Tersog deate ilvro níío lêci myaterla na* nbuni, nlo aSo flSt«H veraoa que me deixam trlaie. Cojili«co aste litro ha multo lempo. ]A Li ereli multaa Teiea eataa meamaa poe- alia e nunoa ma entrjBted ; por um OQHSO é que tioje não posao maia La)-sa sam me commover. Como aSo eelaa, podia ser qunlquer entra, poia a cnuaíi do meu dessapero nHo é prof^olonte daeca li- vro, e sim de quam tua anainou a apreoiar esles rersoa.-, Ah! ae tit o ou7Ísae>!'.. qua aiiavea eahlain de seus Jabioa eaaas pila- vras!,,. Sanmdoa lado a lado, aaplrando a branda viração qna tan- to apreDiamoa UfiAsaa cfilldas noites de verSo, eu tinha o olhar em- babldo am aeua olhoa, Falavamoa am Iliaratura. Elle pergunCou' se: 'ConhacH algum Llrro da Guerra Junqupíro f> Tendo reapoa- t* Bflirmativa, elEa dÍBfle-ma ; <Ab ! á um poacn enbUma. Tem uma inapira^Ào divinn, palarraa [nebriantce oomo astaa:

'. . . amor, afílUTio auavo, Qua ísz do ninbo uma eatrelli E fai da aatralla uma ava."

Aprecio [mmonao esta poetfl, sou um aseptico « o m&u aoraqSo é uma terra aãíarn, onde JiLinais viocjnrd o sentimento do amor; poT^m lia momeutoa, ami qua, lonJa aitaH renot, lorno-me outro; -quBBi chego a orar no tHo decantado amor-., omílm aou um Bdmi< rador de Junqueiro

— Ah ! mluba querida, qua momantoa agrodaraía pnaaai ao ta- do dsBiifl ecaptiao que, "nào crê em anior" ! Foram horan rápidas goma o pansameatOj maa que deisoram em mlnba alma indelével tacorda^ão. , .

— Sim, j& comprehendo- Amas esae JoTen, e oomo n3o éa re- tribuída, ohoraa.

~ Kão, juro-ta qua níío o amo, Dvdfoo-lha jipanaa uma smiiada

stnaera, B lu meama, aa tlTflaaea tido t falioLdada da oonhecal-o, haTíaa de admirar os balloi pradJoados de que d possuidor, oi elevados aentimenloa que exiatem ni^qualLa ooraçÍLO, o eultire átr qaalla espirito predestinado.

— Lia quaras ma fazer de tola ? S6 quan ama aabe enooatrar no ente amado todos aases nltraotiroB, que encontras nasse Jovati,

— Oh ! Julgas que nlo aou sincera para aomtige ? — Maa, sa nÍo o eraaa, porqua oberaa t — CboTO da saudades, choro da eiuraei^,. —Civmenf quem tem ejuraes te:n amor. iato 6 togioo.,, — NSo, oboro de saudades, porque nunoa mais bei de otiTir ■

BUB voi. nunca maia hei da ver aeua olbos» a aquallles labioa. Ctae- ro de ciume.s, porqua, entquJinCo ou aqui choro saudadcâ, elle, IA onde eacá, aJegre e jovial, áiz 6 outra eaiaa meamos versos qqa eu; ee pudense, ijrohibiria '|ue alia ternaaae a repetir a outra mu- lher... E além dUso.,.

— E niém disso ? — Foi um sonho, do qual. daspertando, cahi na lerrivai realida-

de, a qual mg fa£ HUffrer- Xunoa mais toroi outro aonho egual.,. Muitaa v6Kt39 fico jndecisii, não sei aa dümiindo. ou accordúdfi, toi tudo um sonho rzipido e TugJi^ f^ouio o penmmento ; mas, como eu ik te disrhe, Ubta sooho daiiou-mo ii'A]nia indelével recordarão- Em- bora ou chegue a tor uma longa «xialanfia, uuuca boi do perder da lembrança es^a cálida noite de janeiro. IJIoha amiga, não hft quem não Eanha tido seus momaiitoB de devaneio. A anii^^ada que aa dedico a esse joven, é uma amigada pura, vordadciramenlo eapiri- tual. Nem o repouso da sepultura tctà o podar de fazar-me as- i|Uocol'ü. A amizade resido no espírito, de«preudandO'Be da maté- ria, contlniia na vidn. espiritual amando oom maior abnegação- O nmor Liablta o cora(;3o, e o coiacão é uni muâcnlo que Fiijari de- compondo na sepniiura,^ emquanto o espirito, evolando-^e pelo es- paço sideral, con a tanta mente leiembrarii oa entes queritlus que dei' sou na terra.

— Sabiste-me uma poetisa com o teu devaneio. Deixa de toli- ces l Onde já so viu a^gnom soffrer e chorar por um sonho V O Ideal do sonho é uma ficção, e paio que não existo não se soffre nem se chora.

^ Xâo é verdadeira manta uma Uaõ-o o ideal do meu sonho, porque elle oxij^to- O que para mim é um fiiytho são oa Bontimen- tot r^ue ae contêm no coração do meu ideal, e por não ooitprehen- del-o é que aeho que foi um sonho, mas bello sonho do qual eu nunca quisera despertar...

LeurJej, Dourado, 21 da Abril de 1919,

^k^n^^A^^^h^^rt^^rf*^^

ARTE CULINÁRIA nonr^Biis - 3. edição

Já está exposto A venda, na redacção ^a ■ REVISTA FEMININA., rua do Rosário, 12. 2.o andar, o preciosíssimo livro "Adalius", especial- mente confeccionado para uso ' das donas de casa. A primeira e segunda edição, que con- tinham poucas paginas, exgottaram-se rapida- mente, a despeito da sua avultada tiragem. Es- ta terceira edição compõe-se de mais de cem paginas e está enriquecida notavelmente de re- ceitas e conselhos culinários.

Livros fiobre cosinha não faltam em portu- guez; mas todos elles se resentem de um gra- ve defeito : as .suas receitas ou são obscuras ou não são reallsaveis, pelãsdifficuldades que apre- senta a sua execução. Alêm disso, algumas re-

ceitas que esses livros apresentam, se são reall- saveis, nem sempre obtém êxito, porque não foram experimentadas. Ora, as receitas do "Ada- lius" são todas experimentadas, e, o que maia é, estão ao alcance de quem quer que queira experimental-as, tal a ciareza com que são es- criptas,

"Adalius" contem mais de quatrocentas re- ceitas.

O seu texto é constituído das melhores re- ceitas para lunch, cozinha, doces, de conselhos sobre hygiene, sobre o cuidado e ornamentação da mesa de jantar, de tudo, emfím, que pôde interessar uma dona de casa. E' uma obra de que não deve prescindir nenhuma dona de ca- sa, que o deve lér constantemente, consultar e conservar como o seu livro predilecto.

Não ha dona de casa que se não queixe da difficuidade ou obscuridade com que são com- postos os livros de arte culinária.

O "Adalius", ao contrario,não traz nenhu- ma receita que não fosse experimentada e cuja confecção se torne difíicil. Todo elle, seja qual íór o assumpto de que trate, é absolutamente apro veitavel c uti). O seu texto é claro, sim- ples e comprèhensivel.

O seu preço é 2S00O reis . Esse preço está, -como se vè, ao alcance das bolsas mais modes- tas, sendo certo que a.REVISTA FEMININA., que o editou, não auEere nenhum lucro com a venda, O "Adalius", vendido por esse preço, constitue, antes, um beneficio que (az ás suas leitoras s um meio de propaganda.

Enviem poli geu endereça a ■ quantli de doli mil ráli em lelloa do correio, à redicç^O da iREVISTA FEMININA. — S. PiulD, e ImmsdiBlimenIe ncebtrelt p«Io correld o praclosa Itvro lobrc coilnhi "Adallu*".

^^^^4^n^^^A^.rt^^HA^A^hA^«^^«^A^ ^^^^rt^^^A^4A^^^%rt^^^A^^A^A4^^«tf

Page 52: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

GREGO ED Diriii ■ ■ camuTca branca > pei[lcg bil)e . > iaü .

|> Sdln "iilssi!" piElo

ZIROXA Em Düiilz

> (ODorta tTODca > > elDZd • pelllca dmí ■

ELISA En Dcrniz , csmniça broDis „ „ cima , , piJ. dorí

MARGARIDA ED DitBil

• coiDurcii bioaco > pelllcn doie » camorcfl cinza ^

3Z8ooD

34Íaoo 34tooo 4gÍaso

3ZlgDd 33V0IIB 341gaa 34tODD

32I0DD 33ÍDOI) 34$eoci 34toao

SEtDOO 33!oaa 34(009 3ttiicio

O > r-

u> O m > S O

O CO 5

< > n

O O)

MARTIM PONTES i?í/íi Direita, 4-B - TEL. CENT. 3941

PEÇflm CflTflboeo Peli cttuti* de Ferio DIBÍI t|000

Casa BONILHA Rua Direita M, 29

j7'cabamos de receber riovo sor-

timeriio àe pelles em diversas qua- lidades que vendenjos a preços sem

competidores. j!'edimos que verifiquem e con-

frontem as QUALIDADES das mer- cadorias e os PREÇOS porque es- fanjos yer}dendo.

j^cfua/menfe a nossa casa é a que tem njef/ior sortinjento e a que

está verfàendo rriais barato-

Chegou o momento! de todos que luctam a terrível crise e que querem andar

bem calçados por preços quasi de graça, ir sem perda de tempo á abertura da grande e real Liquidação Semestral da

popular Gfl5fl R0C5fl* sita á Rua 15 de Novembro, 16, e

á sua filial á AV. RANGEL PESTANA 221.

Todos, pois, á

CASA ROCHA

Page 53: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Repolho 10 forno

Escolhe-se um repolho novo, que não tenha as folhas muito fechadas, lava-se bem com lodo o cuidado folha por folha, deixando-se inteiro, entretanto. Escalda-se o re- polho inteiro, deixando-se coslnhar depoit eni água salgada com cebollas e cheiros. Depois de cozido, colloca- ae o repolho num prato que possa ir ao forno e com uma colher vae-se deitando manteiga, derretida de mo- do que molhe bem todas as folhas. Cobre-se com queijo ralado, farinha de rosca, torna-se a regar com man- teiga derretida e vae ao forno corar.

O [VICMU' DE MEU MARIDO

te sobre um euardanapo dobrado so- bre um prato e serve-se.

liabos com molho brinco

Bacalhau a' B*ntdkt1na

I Kilo de bacalhau: 375 gr, de azeite Sno: ' 56 gr. de manteiga: 1 copo de leite; Põe-se de molho o bacalhau para

tirar o sal e depois vae ao fogo nu- ma paneila com água fria, deixa-se cozer sem ferver. Retira-se do fogo e deixa-se assim algum tempo. Depo- is esgotado soca-se num almofaríz accrescentando-se go(!a a gotta um pouco de azeite para impedir que se rcaeque ao pilSo, Reduzido em m-" ■ a, vae ao fogo muito brando numa cacarola com manteiga, mexa-se em

CO sal; em estando cosi- dos, tiram-se do iume.cõa- se a água por um passador e guarda-se; em segui- da descascam-se os ca- marões, e pisam-se

num gtal as cascas e as cabeças, pas- sando depois esta massa por um pas- sador ou peneira, trabalho que pode ser ajudado com alguma colher da água do camarão, para melhor ex- trahir a parte gordurosa das cascas; guarda-se este purê emquanlo se faz o seguinte :

Mctte-se em uma escarola, de ta- manho sufficiente, 250 grammas de boa manteiga de vacca, um pouco de azeite bom, uma cebola grande picada, um dente de alho pisado, meia folha de louro e duas pitadas de pimenta ; refoga-se tudo isto até

Depois de cozer os nabos numa mistura de leite com água despeja-se em cima um molho branco. Faz-se es- te molho pondo manteiga numa caca- rola sobre o fogo, deixando-se der- reter aquecendo apenas. Mistura-se uma ou duas colheres de faiinha de trigo segundo a quantidade do molho. Molha-se com água .morna mexendo sempre; se o fogo é forte nSo se dei- xa ficar a escarola. Volta ao fogo sem- estar em mais de meio refogado, pon- pre mexendo, tempera-se de sal e es- do-)he em seguida um molho d'aze- tá promplo o molho. das picadas (só as folhas), salsa pi-

cada e um bocado de calda de toma- tes frescos ou de massa; deixa-se ferver tudo isto por uns seis minu- tos, pondo-!hea depois a água em que o camarão foi cosido, bem entendido, a sufficiente para sopa que quizermos

a água do intar água de

se uc puipa ue UUL.,. ^ u=L.m,u> uc^^^^ ptixe cosido) e junta-se^lhe O puré que as- rope de fructa consistente. Junta-se ^virahimos das cabeças- em levantan- ma 20 erammas de gelatina derretida. Me- 5r?„'íl.'!l?5 .:^.'??ll"'í!!^ c!"™!

gelo até

"Bavarolse" de fructai

Esmaga-se a fructa até massa. Se tiver sementes,

•bter uma retiram-se.

Junta-se um_ pouco de sumo de limão f,,'er"(qua do^^ão^íeg^r ou de laran a^Para cada meio litro -amarão oóde-se-lhe iiml de polpa de fructa 4 deciiitros de xa- "^""l:5°?l !.!„., .Jí.

gramr xe-se Eobre começar a so- do fervura, tira-se para fora. Fazem-

se umas fatias Unas de pão cortadas todos 03 sentidos para bem mistufar l'^'^"':"; M^" Jíí",.,^,f JÍ°JÍt em quadradinhos, »eccam-se no forno. a manteiga com a massa, depois, me- xendo-se sempre com uma colher de pau, accresc«nta-Bc azeite até absor- ver bem; deixa-se um instante sobre o logo brando, continuando a mexer, accrescentando o leite que se amor- nou apenas. Tempera-se a gosto com sal, cebola, salsa. Arruma-se em mon-

tro de nata'batida. Mistura-se bem c deita-se o preparado numa forma c vae para o gelo.

Sopa de câmaras á portugueza

Depois de bem lavados os cama- rões, cosem-se em água e muito pou-

e ã hora do serviço põem-te numa terrlna, deita-se-lhe em cima o caldo a ferver, juntando-lhe os camarões cortados em pedaços: em seguida.tem- para-£c de sal, addiclona-se-lhe o su- mo de dois ou Ires limões, e ser- ve-se.

Page 54: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

Üa^ AS NODOAS

Dèvem-BB diílinguir dma gapaotas da oodoaB ; as qus oobMm ■o laoido íím Blteml.o o ai qua o illeram no lodo ou em pírle, daBtrulcido o laoido a mudando a aau citado.

Eniro ne materían ofdinarianiBnta «mpragodas para tiraí aa maachaa, umas ttni propdodado da daatrulr a aubatanda qua ío[. ma a mancba e da dia- «olrel-a <10m uma aa- paoia de [arn^am; taaa são: pDio Bü manohas f orduroaaa, o "etbar»! a 'sanaiiiilH do tli*re- bentina-, o •sablo-, o •lei de ))ol>, ele. Ou- ItDS lém a proprieda- 4eda abaocver as man- «biB nteoBaa, u -cré', ■ laal moELa., o 'taloo *ta p&>, pa dirtantes •tarraa BrgÍlosae>, a o papel "matla-borrio-, eta.

O dílIÍDil í aaber 4Soo1ber anlra aa au- balanelaa a que con- vém Inatuieia do pan- no a & c6r, que é pra- eiio tac o ouidado de nlo deatruir, da outro modo seria aubstitnir uma mancba por outra.

Aaalm é que o aa< %3o é aioellenta para tirar nodoas graiaa. maa aa o tecido fôr cir de roaa, tinvarfi aompteCa altarncíio de «olorido, da modo gue o ramedio aeriL peEor que a mal. Outro tan- to porém, nfio aconte- ce t£ B< ee Berrit do •etber TÍtriotlBo>.

Pnra oa eatoloa de seda a melbor subs- tancia B ampra^^i' ^ o talco em p6. CoTloca-aa • paqn. qua se quer ti- rar a nodoa aabre ura patino preparado com muitaa dobras ; nobre cada mancha dã-ae uma forle pincelada da Inl- 00- Bobre o qual aa oollcea um pape^ ma- ta.borrSo. Sobie este papel paBBa-Bfl um fer- ro quente, a eubatan- oiB da mancha adliere- BB ao p6 : ai a uodon peraisle deva-ae reno- var a operação duaa ou Ires vaiea.

Muitaa Teiea ai A taail tirar a nodoa, 6 ditticil reatnbelecer o «alarido alterado pein operacSo. Ceitaa corea aa reatabalecem por oertOB acido.^ vegctncB, taea como o "creme de tartaro», o "Tlnatrre-, o isummo de ViinSo- ; laea aão particularmen- ta BB corea pretas, que aa alteram ou aa dea' traem 'pela urina ou barrais..

SI aobre o aellm branco ou qualquer ou- tro taeido branco de fleda, ae produz uma BodoB Dolorida de vi- nho, ou nodoa de fru- ta, nfio ba outro meio melbor para faael-a deaaparaoer, que o va- por do euKofrar Para eata effeito, um barril aberto por um lado a Tirado de booea pira baixo é o melhor. So boje do barril prati- eam-ae doia oculoa, um em faca do outro, com vidro para poder obaervar o momento preolao em que o gaz ácido eulfuroao daa- cnaia aa nodoaB. e faier caBaar a avaporaçloT aam o qua, o resul- tado traria uma alleracEo profunda no tecido da aeda.

A leda que sa tem de limpar suapenda-aa por dentro no tam- po do barril par meio de lios presos em pregos; oa pedagoa de «□■□fre aecendociBa no ablo, a a boeoa do barril dessangi «m

"LIseuse" de travos

Etia «liHUie* i de uma gra^ e originalidade lurprchendenlet. Batli ■ gravura pata orientai at leiloiai na maneira ds executai-*. Oi grupai de folhai de tievo, indlipeDuveii neila •liseuiei porque lio ellsi qua concor- rem para dai graça ao KU conjunclo, lâo bordadoi á ínglaza. A gola í lei- tonada. Oi doii deanleiroí, uiim como a parte de traz, lão compoilai de bandas cortada) a fio dirailo e franzidas no alio. O franzido deve ler li- goroiamenlc egualado, raaj deve-ie ler o cuidado de nío fazer Iranzidoi de- baixo do braço. A manga, de uma tó peça, » Ho direito no meío, i da íórma e que se cKama «japonezar-, direila, e alargando-ie em baixo. O re- botdo é recortado em dentei failonados, tendo em cada uma um lievocom hatto bardado i ingleza, leudo a hasle ii^icada cm ponto de cordãoiinko.

A •liteute» w fecba em cima por maio de doÍt nói de fita lavaval.

Fazenda de 120 Joui jchelle

torno do logareiro ; por esto modo pAde-aa leTuntar o barril IOR que a opsraqao esteja eoncluidi, • antes que o aaido aulfurico ataque o tecido. , , .

Aa •nodoaa razlnoias» aaem tacItmenCa com aaplriCo de vinho. As 'nodoas de fumo> ou •pleumam llram-ae ensaboando bem

em aagulda appllcando esBencia de Iharebantina ou sal deaiadaa. «Nodoaa de lama-. Uma aimplea lavagem com sgua pura &

aufflcjente, a maior parla das vaias, para lazer daaappareoer aa- taa nodoaa quer em tecido branco quer da c^r. Quando a nodoa resiate a esta maio po- da-sa empregnr ou 1 gammiL de ovo diluida cm pequena quantida- de de s^UB mornaoom a qual aa lava a no- doa ou tartaro ara pá que appliea bumede- Dido em água. aobre a mancha, ancbngoando- ee depoia. Bi a côr vermelba do tecido se altsra por qualquer destes proooaaoa, rea- viví-aa Bpplicnndo-SB sobre a parte desmaia- da ácido citrico ou aai- do disaclvidij n'ngua.

Para que servem as ortlgas

lia rauilOH quem aa oonaidera eoino plan- tas paraaitAfl ; oa jar- dineirCB perae^uem-aB quanto pedem; pou- cas plantaa ba todavia de que maior utilida- de se poBBa tirar. Com aa fibran do pé fazem- ao mBEniflcOH tecidos, partícula rm ente na Hollanda ; cnm as lo- lijaa, quando a ortiga 6 ainda nova, lai se um manjar delioado i as sementes mlaturam- 10 com o sustento dos eavallos, a produiera neates certo aaCimolo, ao mesma tempo que Ibea fazem o pSIo mui- to luiidio ; aa raiiea íervidiB com per* liu- mc c aal, dão uma ai- cellenie cSr nmarella, Todai BB parted deaca planta podem ser polt utilmeute cmpregadaa.

As ortlgsa aSobAsa para paalo ; sSo de la- cil cultura ; vingam na peor terreno ; não re- querem uenbum eal- dido ; resistem a la- dcfl oa rigorea daa di- versas eslatSea ,' e re< produEomBc por ei próprias ; pode m-aa ■cortar .'■ ou 8 vezea no verão. Quando na pri- mavera n^o ha ainda nenbuiu alimento no- vo para o gado, jâ as ortiga a eslBo creseldaa e aervem de sustenta flaa animaaa,

Graxas para calfado claro

Derretem-aa a bt- nho-maria oenlo e tln- coenta grammaa de ca- ra amarelta, de at>(. lhas, e, quando esta

^_^_^^^^^^^^^^^^^^^^^^—-^^^^^^^. se apresente derreti' ^■^""^^^"^""^^""^ ' da, retiro-fle do banho-

marlEi, pSe-ae ao lumi para qna rsaeba e ealor dlreetamenta, e addisiona-sa maio declliiro de aasanoia da terebenthina, misturando tudo muito bam.

Outra receita Derretam-se a banho-maria quarenta grammaa de vesatlna a

quarenta de oara smarella, da abelha. Depois da se retirar do la- ma, addicioaam-Ba i massa etn Inalo Tinta grammaa de esaancii d« teberenthiBB.

MATERIAES :

2m.50 4m.

Page 55: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

ESCRAV/Í... OU R/ÍINMA? (Cmllnuúfàe da numtre anleihi)

EHa córou, e desviou o olhar. Que responder-lhe? Ltalmcnle, só podia dizer-lhe isto: -Senliria uma pro- fcnila comnioção tal como sentiria por alguém, fosse qufin fosse, em similhante conflicto. Mas, eu não o te- ria chorado sinâo como christà*.

— Olha para mim, Lisa! Num desses gestos, a um tempo, imperiosos e do-

ce», que ihe eram familiares, Sérgio poisou a mSo ar- deòle de febre sobre a nuca de Lisa, obrigando a mo- ça a voltar para elle a cabeça.

— DeiJíame ler a resposta nos leus olhos, porque os teus lábios se recusariam a arlicuial-a . . . Sim, por pouco que Bruino le dava a liberdade, Lisa...

— Sérgio ! — murmurou eila, cõrando ainda mais- No olhar do príncipe luziu um brilho de sarcasmo. — Oh! asseguro-ie que faltou muito pouco para is-

so! Não tivesse eu a mão tão firme, ou se desviasse a lamlaa... e estarias viuva. E isso teria sido melhor... para mim.

Soltou a cabeça de Lisa, murmurando, impaciente r — Agora retira.te... Vai, vai, Lisa. A, moça levantou-se e dirigiu-se para a porta. Ao

abrit-a, pareceu-lhe ouvir pronunciar o seu nome. Vo!- tou-se um pouto. Mas Sérgio estava immovel, os olhos semi-cerradoa sob oa cilios loiros.

Ella então saiu, e tornou para os seus aposentos. Nessa noite, teve uma terrivel enxaqueca, devida, sem duvida, á almosphera saturada de perfumes que reina- va nos aposentos de Sérgio. E nos seus raros momen- tos de somno, cortados de sonhos maus, parecia-lhe ou- vir ainda a voz, a um tempo, suppiice e imperiosa que murai ura va :

— Lisa!... Lisal

XII

Sero embargo de uma noite de febre e dores, o piincipe Ormanofi mandou chamar no dia seguinte a irmã, e os dez minutos que durou a entrevista foram, certo, bem utilizados por elle, pois Lydia saiu do gabi- nete com as feíçOes alteradas e os olhos cheios de la- grimas, que ella conseguira a muito custo dominar, mas que lhe correram livres logo que se viu fora da presen- ça do irmão.

Quando ia entrar no seu apartamento, topou com Váivara, que deslizava, como verdadeira sombra que era, pelos immensos corredores, sempre absorta e alu- do indifferente. Entretanto, desta vez, ella notou aphy- Bionomia ailerada da baroneza, e interrogou-a :

— Que tem, Lydia ? A senhora de Riihlberg não desejava outra coisa

linão desafogar. Contou então que Sérgio acabava de lhe fazer as mais severas censuras porque ella se não havia mostrado sufticientemente amável para com a es- posa. E como entrada de receio, ella balbuciasse umas desculpas, dizendo que recomeçaria a acompanhar a eu- afiada, elle lhe replicara : -Não te dês a esse trabalho. Usa prefere á tua a companhia de Sacha. Eu, porém, Dáo esquecerei o modo por que comprehendes a defe- reneia aos desejos que te exprimo».

~ VSs tu, Várvara, essa grande hypocrita, que se foi queixar a elle I Não seria Olga que faria uma acçâo dessas I Uma bõa menina, multo pacata, que não se mettla com cousa alguma, nem com ninguém que não tos«e o marido. Com ella, eu nunca tive desinteiligen- fitafl. Mas, esla l Engraçou com Sacha, e logo Sérgio de- cícta que, doravante, elle a acompanhará... Não te pa- rece, Várvara, que vai nisso uma condescendência da parle de Sérgio muito para admirar ?

Baixara a voz, ao pronunciar estas palavras. As palpebras de Várvara bateram ligeiramente. — Sim, talvez... Aconselho-lhe que descon&e dessa

noça, Lydia.

— Desconfiar ? Porque ? — Por tudo... Desconfie não vá ella enredal-a comi

o príncipe Ormanofi. Desconfie por Hermann, de quem ella não gosta.

— Mas você está a sonhar, Várvara. Ella não tem e nunca terá, como mulher nenhuma no mundo, a me- nor Influencia sobre Sérgio !

Um ligeiro sorriso enfreabriu os lábios de Várvara, — Não, ella não o terá... Eu estou sonhando, Ly-

dia! Sérgio Ormanofi dominado pela mulher I Que idéz estapafúrdia 1

E sorrindo sempre, afastou-se a passos surdos, dei- xando Lydia surpresa e um tanto perplexa.

Fossem quaes fossem os resentimenlos que a se- nhora de Riihlberg alimentava contra a cunhada, o cer- to é que, em seguida ás reprimendas de Sérgio, ella se mostrou togo amável e aforçurada para a moça. As pi- cardiaiinhas cessaram... Lisa, porém, continuou sentir em volta de si um sopro de malquerença, coisa mui do- lorosa ao seu natural meigo e terno.

Perguntava a si mesma, com anciedade, si deveria voltar sem ser chamada para o pé de seu marido- Elle 3 havia despedido na véspera de um modo tão estra- nho!... Mas, por volta das duas horas, esvaeceram-se- lhe todas as perplexidades com a appariçâo de Vassiü que lhe viera dizer que o príncipe mandara chaniái-a.

Sérgio estava muito pailido, visivelmente faligado e enervado pelo soffriniento. Depois de ter respondido la- conicamente ás timidas perguntas de Lisa sobre o seu estado, perguntou-lhe:

— Em que le occupavas quando te mandei chamar ? — Jogava uma partida de damas com Sacha que ei-

tá hoje um pouco adoentado. — Pois, chama Stepanek, e díze-lhe que vá-áiiem.

Sacha para que venha continuar aqui essa partida. Mui surpresa desse imprevisto capricho, a moça

obedeceu sem arriscar, com ludo, a mais ligeira refle- xio. Pouco depois entrou Sacha, e tia e sobrinho ins- tallaram-se ao pé de Sérgio que seguia as peripécias do jogo, dando conselhos à mulher, de modo que Sacha, constrangidissímo aliás em presença do tio, perdeu a. partida.

Em seguida, foi Lisa convidada a passar para o vi- sinlio salão, onde se encontrava um piano, pois o ma- rido desejava ouvir um pouco de musica.

Não fora isso uma fantasia passageira. Nos dias im- mediatos, Sacha foi ainda chamado para vir jogar com a tia outras partidas. Terminado o jogo, o príncipe man- dava 3 criança estudar as suas lições ou brincar com 08 lebreus a um canto do saião, emquanto Lisa borda- va ao pé do marido, calado ou pensativo, ou se senta- ' va ao piano, pois diiia Sérgio que a musica lhe calma- va a febre e as dores.

Destarte, parecia que o príncipe buscava sempre collocar a criança como mediador entre elle e Lisa.

Durante os primeiros dias, os ferimentos haviam ins- pirado alguns cuidados ao doutor Vaguédíne, que debal- de tentara fazer que o príncipe se recolhesse ao leito. Agora, porém, elies já iam em via de cicatrJzação, a fe- bre baixara, e o príncipe, que dantes permanecia, lodo' o dia, inactivo, e, a despeito da sua energia, um tanto abatido, começava a se occupar, a ler, a abrir a corres- pondência que se accumulara nas salvas, a dlctar ao» secretários as respectivas respostas.

De uma feila, deparou-se-lhe entre as revistas que atravancavam toda uma meza, um livro que elle per- correu rapidamente, apresentando-o em seguida a'Lisa.

— Olha, coría-me Isso, Lisa. Era um volume de poesias de um jovem e já cele-

bre poeta trancez. Em quanto Lisa manobrava a espá- tula, passavam-lhe pelos olhos estrophes harmoniosas. E suspirava, pensando com tristeza naquelle supplicitt de Tantalo, infüngido pelo príncipe Ormanofi á jovem inteiligencia, a quem elle privava de todo e qualquer alimento espiritual.

Page 56: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

FEViSTA FEMININA

— Prorapto ? — pergunlou, quando a moça lhe apre- «entou o livro. — Lê-cne enlào ahi alguma coisa em voz alia.

Tíeprimindo a profunda surpresa que lhe causava essa nova phanlasia, Lisa deu-se pressa em obedecer. Lia perfeitaineiite, pois para o senhor Babllle era ques- lão capital uma boa dicção, lia sobre ludo, com intelll-- eencia, com emoção, idenlificando-se cora os sentimen- tos allissimos do poeta. E sua vou pura, de timbre do- ce e profundo, augmentava ainda mais o encanto deli- cado desses versos.

— Basta, é preciso que te náo fatigues, — cortou ■súbito, o principe Ormani-n. — Põe esse livro acolá, e descança. Conlinuarás amanhã a leitura.

Desde esse dia, foi esse um habito de todas as tar- des, . . Para Lisa era a melhor hora do dia. Escolhi- das ou nâo pelo principe, essas leituras eram as que melhor se harmonisavam com a idade, as idéas, o grau da cultura intellectual de sua esposa, que nellas encon- trava um prazer extraordinário, que lhe revia sincera- mente nos bellos olhos, plenos de candura e de luz, e nos quaes Sérgio podia ler facilmente, Togo que lhe ex- primia similhante desejo... E admitiindo - o que era improvável — que elle desejasse por esse modo conhe- cer as impressões da mulher, elle não teria necessida- de de interrogal-a. O olhar falava por ella.

De outra feita, foram antigas estampas descobertas por Nicolau verski, o bibüothecario, as quaes o pró- prio Sérgio mostrou a Lisa, addicionando-lhe eruditas «:^plicaçõe8 que muito interessaram a moca.

Ella desfruetava essas pequenas satisfações de todo o ponto imprevistas, admirando-se grandemente. Pare- cia-lhe certo haver a seu respeito uma mudança por par- te do principe Otmanoff. Seria lalvei ainda mais frio que ao tempo do noivado e dos primeiros dias do ca- samento, mas o seu despotismo se fazia sentir menos pesado, esfumava-se com algumas concessões que Lisa nâo ousaria nunca esperar, pois, parecia que elle dulci- ficava um tanto o inlerdicto lançado sobre as preoccu- pações inteüectuaes da esposa.

Agora, ji transpunha todos os dias. sem grande ap- prehe.ikão. os aposentos do marido, installando-se na grande poltrona de alto cspaldar, sobre cujo fundo es- curo resaltavam tâo bem o seu semblante admirável e os vestidos de tecido macio e tons claros, que, de or- dinário, ella trazia em casa. Nella, tudo em harmonia, os seus menores movimentos tinham uma inimitável gra- <;a nulural, e, pois, náo era para admirar si um amador como era o principe Ormanofí não lhe firasse de cima os olhos, emquanto ella evolucionava silenciosamente a« redor do samovar, a preparar o chá. ou quando dis- tribuía caricias a Ali e Frieka, que disputavam entre si, a ponto de quasi darem com ella em terra,—o que oc- casionava uma severa intervenção do dono, sem embar- go dos tímidos protestos da moça.

Uma noite, Ffícka, saltando de surpresa sobre Lisa, tei-lhe no pulso um grande arranhão. Sérgio tez soar logo a campainha, dando ordem a StepanecU para ad- ministrar uma correcção ao culpado.

— Não, Sérgio, peço-lhe que nâo faça isso 1 O po- bre animal pecca por demasiada affeiçao. Não mande castigal-o, Sérgio !— Intercedeu Lisa, supplicante-

Elle inclinou-se, tomando entre os dedos os punhos, onde aljofravam algumas gotas de sangue.

— !•'rançam ente. Lisa, isto merece um correctivo 1 E interrompeu-se súbito, mordicando os lábios...

Lisa córou. comprehendendo que o marido pensava no doloroso tratamento já por elle próprio infligido a esse mesmo pulso delicado, cujas ecchimoses elle pudera ver no dia seguinte, pois que, lendo inchado a carne, iôra Impossível ã moça tornar a pàr o bracelete.

~ Leva-a, mas não lhe batas,—disse sergío ao eo- saco, que já se afastava, arrastando o animal, por jul- gar de todo o ponto inútil o esperar pelas resultas das supplicas da senhora, as quaes, pensava, nada influi- riam na decisão do amo.

Quando Slepaneck, na copa, narrou o que acabava de passar, houve de toda parte um clamor de puro es- panto. Somente Madla rasgou um sorriso velhaco, oc- cultando sob as palpebras um olhar de contentamento.;

Agora, nas refeições, o principe retomava o seu lu- gar á mesa, mostrando-se á irmã de uma excessiva frie- za, sem embargos dos modos submissos e repêzos de Lydia. E, sabendo a preferencia que esta votava a Hcr- mann, affectava deiiào dar pela presença deste, ao mes- mo tempo que de(#mlnava a Sacha, inusitada attenção, ietãta

lul|en< e, até, certa indulfencia pelas pequenas estroinices, que, algum tempo antes, seriam implacavelmente punidas.

Lydia mordia-se de despeito e inquietava-se seria- mente. Davam-!he lembrar as palavras de Várvara, pos- to que esta as houvera taxado de idéas loucas. Era, re- almente inadraissivel suppor que aquella moça, tão du- ramente tratada por Sérgio, exercesse uma influendi qualquer sobre os aclos deste. Mas também era certo que a nova altitude do principe para com a irmã e Her- mann, e mais o seu enguíço por Sacha, coincidiam com as relações cada vez mais freqüentes entre elle e a mulher.

Demais disso, havia um facto innegavel e que to- dos notavam; o principe tratava agora de um modo mais Iene a esposa, moslrando-se visivelmente menos auto- ritário.

A senhora de RQhlberg buscou consultar Várvara. Esta, porém, furtava-lhe lempre as voltas com admirá- vel solercia: parecia, desde algum tempo, muito cansa- da, não saia mais dos seus aposentos, trazia as feições alteradas e a tez plúmbea de pessoa doente.

Tempestades de neve vieram impedir os habituaes passeios de Lisa e Sacha. Sérgio retinha-os mais tempo ao pé de si. Os ferimentos haviam cicatrizado ; mas. era razão da fraqueza do braço, estava-lhe ainda interdicU a caça. Trabalhava com os seus secretários e com Ni- colau Verski, compulsava oi velhos e pulverulentos ar- chivos, a forragear informes para uma historia de sua família, começada havia já alguns annos, ou percorria os muitos livros e revistas que lhe chegavam diaria- mente.

Um domingo, elle nSo compareceu ao almoço, — facto que adregava ás vezes. Não se sabe por que fan- tasia elle fazia então servir nos seus aposentos. Nin- guém pensava em queixar-se, por isso que sua presen- ça constrangia sempre os convivas, ainda quando elle estava nos seus melhores momentos. Para os seus, co- mo para os que o serviam a soldo, qualquer que fosse a gerarchia social a que pertencessem, o principe Or- manoff só sabia ser o patrão — e um patrão temido.

Depois do almoço. Lisa permaneceu alguns momen- tos no salão, de companhia ã cunhada, que soffria de neuralgias. Em seguida, subiu aos seus aposentos. Quan- do já na ultima escaleira da monumental escadaria, eis que lhe surge á frente a Bgura ridícula do preceptor.

— Princeza, perdoe-me a audácia I Mas permitia ao seu humilde admirador...

E, cahindo em joelhos, levou aos lábios a fimbris do vestido de Lisa.

A moça fez pè alrar, e tâo rápido que, por pouco, nSo rolou da escada abaixo.

— Como ousa o senhor!... — exclamou ella, com a voz estrangulada pelo estupor e indignação.

Súbito, de um corredor proulmo, sae alguém que se lança sobre Hans Brenner, o agarra, c o arrasta pa- ra um aposento, cuja porta foi violentamente fechada. Lisa, gelada de espanto, ouviu ainda gritos de raiva e dor, e uma voz que balbuciava: «Perdão 1... perdão !•

Não fosse «gora Sérgio matar aquelle homem, ou ferii-o gravemente 1 Era tâo robusto e o outro tão ra-

■ chilicol Cumpria-lhe ir ao encontro desses homens, afim de impedir uma desgraça, muito embora contra ella se voltasse a cólera do marido ,,.

Mas, ao chegar á porta, esta se abriu, dando pas- sagem ao principe Ormanofi, calmo e correcto, como si viesse de executar o acto mais natural. Delatava-lhe so- mente a irritação interior o brilho sombrio das pupillas.

TOLUOL TOSSEa BRONCH1TE3, ASTIIMA, M0LE3T1AS DO PEITO E aARGANTA. aaaODDDB DDQD VBNDE-SH EM TODAS Aa BOAS DHOOAEUAS E PHARMAC1A8. aDDIiaDaa

Page 57: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

1

1 — Oh I Sérgio, que lhe fez o senhor ? — exclamou tJsa, com a voz 3Jnda estrangulada pelo terror.

— Dei-lhe o correctivo que merecia. Fica tranquilla. Lisa, elle ainda está vivo e em estado de poder partir hoje mesmo, levando de Kultow amarga recordação ain- da por alguns dias... Vamos, dá-me o braço. Vou recon- duzlr-te aos teus aposentos, pois estás toda tremula com a audácia desse miserável imbecil.

No galão, depois de tel-a feito sentar-se, Sérgio fi- cou de pé diante delia, os olhos fixos nas mãoslnhas ainda frementes de commoção.

~ Tinhas acaso já alguma queixa desse indivíduo, Lisa?

— Absolutamente... Era-me apenas pouco sympa- Ihico, á conta do olhar tençoeiro e maneiras suspicazes.

— Devias fer-nie prevenido. Tel-o-la despedido im- mediatamente,

E, fingindo não ver o ar de indizivel assombro que se levantava para elle, accrescentou ;

— Ha ainda outra pessoa que, com certeza, te de- ve ser desagradável. A alma pérfida de Vãrvara não foi leita para viverão lado da tua. Ella precisa sahir daqui.

— Várvara !.. . Oh I Sérgio, é uma pobre moça sem família, sem bens de fortuna! Nunca me fez nada. Seria

horrível fazel-a sair assim, sem motivo ! ~ Perdão, é que eu tenho vários motivos, e, entre

outros, o seguinte : por uma circumstancia fortulta vim ao conhecimento, esta manliã, de que ella se imbuirá de idéai revolucionárias e coUaborava secretamente nu- ma das revistas mais avançada».

— Será possível I Ella que parece tão calma, tio socegada!

Um sorriso sardonico cortou os lábios do príncipe. — Não se faz id^a do que ha occullo naquelle co-

ração... Assim, bem vês. Lisa, que eu não posso con- servar aqui uma pessoa dessa espécie.

A moça aventurou timidamente : — Todavia, si íe pudesse tentar fazel-a mudar de

idéas, mostrar-lhe o bom caminho . . . O mesmo sorriso de ha pouco reappareceu nos lá-

bios de Sérgio, — Quem le encarregaria disso ? Eu de certo que

nlo ! E tu, tão pouco Lisa... — Porque? Eu poderia tentar... — E crês que eu o permittiria ? De resto, essa mu-

lher odeia-te ! ~ A mim ? I Oh I Sérgio, o senhor diz o mesmo

que Madia I Mas, porque me odeiará elta ? O príncipe, curvando um pouco a alta corporátura,

tomou entre as mãos a cabeça de Lisa : — Porque é uma criatura perversa... e tu, tu éa um

anjo. E seus lábios pousaram sobre a ficnte da moça.

Depois, vottando-se abrupto, retirou-se do salão.

XIII

Durante alguns minutos, Lisa permaneceu estupefa- cta, perguntando a si mesma si não estaria sendo ludi- brio de um sonho.

Mas, não. Sentia sjida na testa o calor daquelle beijo, como também Ünliam sido os lábios de Sérgio que haviam pronunciado aquellas imprevistas palavras.

Que significaria EQUÍIIO? Para ella, era cada vez mais indecifrável o tnigma. Dar-se^ia o caso de se ha- Y!r niollificado um pouco essa alma de mármore?

Oh ! si Deus permiltlsse esse milagre! Um frêmito de commoçSo agitava o coração da mo-

ça. Seu olhar eahiu sobre o livro das Horas, pousado lobre a mesa a seu lado, um velho volume, no qual, antes delia, haviam rezado varias damas de Subrans. Abriu-o, tomando entre os dedos uma imagem desenha- da para ella por Gabriel des Forcils, em cujo verso es- tavam escriptas as palavras : 'A' minha cara amiguinha Lisa de Subrans. — Seu muito dedicado em Nosso Se- nhor. Oabtiel-. — No rosto, sob uma cruz luminosa, circunidada de açucenas e violetas, liam-se, em letras de oiro, as palavras consoladoras : «Aquelle que semear entre lagrimas, colherá entre júbilos».

REVISTA FEMININA

— Gabriel, roga ao Senhor misericordioso que fa- ça recaírem as minhas lagrima* sobre essa alma, afim de que a abrandem e a conduzam até Elle ! — murmu- rou a moça.

Nesse momento, truparam i porta. Lisa não pôde reprimir um sobresalto vendo apparecer em sua frente o vulto de Várvara.

— Perdoe-me o vir incommodál-a! Mas um infeliz solícita a sua presença. Eis o caso: Ivan BorgueR, o des- penseiro, embriagou-se hontem, e sendo disso informa- do o príncipe Ormanoff, este fêl-o despedir immediata- mente. O pobre homem — velho servidor na casa — tomou-se de tal abalo, qu; teve uma congestão. Diz o doutor Vaguédine que o desgraçado não tem mais que dois ou três dias de vida. Fui vCl-o ainda ha pouco. Tem a'lingua presa, mas sempre conseguiu explíear-me que desejava falar a senhora.

— A mim ? — exclamou Lisa, admirada. — Mas si eu não conheço absolutamente esse infeliz!...

— Diz que tem a revelar lhe um facto de grande importância. Entretanto, a senhora fará o que melhor lhe parecer. Estou, porém, que a caridade exige que a senhora accorra ao appêlo desse desgraçado.

— Está bem. Quer você guiar-me, várvara ? — Seguindo a menina Dougloff, Lisa senlia-se gran-

demente enleada. Que lhe poderia querer esse criado, que ella nem siquer se lembrava de haver percebido entre a famulagem, sendo esta tão numerosa cm Kultow.

Várvara deixou-a á porta do quarto de Ivan. O des- penseiro, septuagenário, ainda na véspera desempennado e vigoroSD,achava'Se estendido ímmovel sobre o leito. A' entrada da jovem prlnceza, os seus olhos baços pa- receram recobrar um pouco de vida, e uma das mãos, a menos ferida pela paralysía agitou-se ligeiramente...

— Querias falar-me? — perguntou Lisa, com mei- guíce, inclin*ndo-se para elle.

— Sim, Alteza... DÍBserani-me que eu devia revel- lar-lhe... que Vossa Alteza devia saber...

A língua movia-se-lhe dificilmente, presa já da para- lysia.

— ... Eu sei quem tentou matar a mãi de Vossa Alteza. Vi arrancarem as velhas pedras dos degraus da torre, a cujo cimo havia subido a condessa Xénla... De- pois do accidente, contei-o ao príncipe Cyrillo e ao prín- cipe Sérgio, 03 quaes me ordenaram guardasse segre- do... Mas convenceram-me agora de que eu lhe devia contar tudo, antes de morrer...

— O quêl Teria lido minha mãe victima de uma tentativa criminosa? — exclamou Lisa, com terror.

— Sim... A condessa Catharlna tinha ciúmes da pri- ma, porque também amava o senhor de Subrant...

— A condessa Catharína? — tartamudeou Lisa. — Foi ella quem desjungiu as pedras... vi-o eu mes-

mo com meus olhos. Juro-o sobre as santas imagens! Lisa cambaleou, amparando-se ao leito para não cair. — Não é possível I... Oh 1 não I não ! — Sim, sim, é verdade 1 ,. - Oh I muito me custou

o não ter falado I... Balbuciou ainda algumas palavras indístinctas, de-

pois calou-se. A língua parecia recusar-lhe súbito os serviços. ..

Várvara entrou, nesse confllcto, e enviesando um olhar 30 semblante transtornado da moça, incline:: ;3 sobre Ivan, enxugando-lhe a testa humida.

— Vê si descanças, Ivan. Teimaste em falar, muito embora a prohibíção expressa do doutor Vaguédine. Mas, agora, basta. Já falasie demais.

Lisa, incapaz de pronunciar uma palavra, retirou-se aos seus aposentos. Ahi chegada, transida de terror, deixourse cair em joelhos ao pé do seu crucifixo.

Seria possível fosse verdade slmilhante horror? Que sua madrasta... - Oh I não, não, esse homem mentira, ou antes, en-

louquecera t... Sim, era isso. de certo 1 A congestão, além do mais, fazia-o delirar...

Aliás, linha á mão um meio muito simples de sa- ber a verdade ; Ir aonde o príncipe Ormanoft, e trans- mlttir-lhe as palavras do despenseiro...

Page 58: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

— Logo ás primeiras palavras,—dizia cila de si com- sigo,—elle me dirá que sou párvoa por ter dado um minuto de attenção a simillrante tresvario !

Levantou-se... Mas. então, mil factos, até allí insi- gniücantes para ella, surgiram-lhe á memória : a com- moçao da senhora de Subrans quando da apparição do príncipe Ormanoft, na caçada dos Cérignys, a atlilude fria, posto que polida, de Sérgio, o extremo constran- gimento que, deante delle, parecia sentir a prima... Nes- ses contijclos, a sua attHude era a como quede uma cul- pada...

E deu-lhe então a lemtirar que nunca vira aperta- rem-se as mãos de Sérgio e Catharina.

— Nãol não!,.. Oh I E' horrível que eu me esteja a deter em similhante Idéa! -exclamou, estorcegando os dedos.

Nesse momento, chegou-lhe o rumor de uma porta que se abria no salão vizinho. Quem viria alli ? Somen- te Sérgio poderia entrar assim sem fazer-se annunciar.

Que lhe queria elle? A lembrança das palavras e do beijo, havia pouco afastada pela terrível revelarão

jyiç liiç acabava de ser feila, surgiu de novo, fazendo- ■4!!e bater descompjissado O cotação.

Ainda bem que elle chegava a tempo! Ella iria fa- lar-lhe immediatamente da confidencia do despenseiro...

Caminhou direita á porta, e entrou o salão. Sérgio estava de pé, junto á niesinha onde ficara

aberto o livro das Horas. Tinha entre os dedos a ima- gem de Gabriel... Ergueu para ella os olhos, e Lisa es- tacou, estarrecida, fiechada por aqueüe olhar sombrio.

— Approximate, Lisa . . . E diz-me como ousasle conservar isto, depois da injuncção expressa que te frz de romperes de vez com todo o teu passado.

Um frçmilo insólito corria-lhe o semblante, em ge- ral Sempre impassível, e as vibrações irritadas da voz não tinham a costumeira frieza giacial das suas próprias coleras,

Como a moça permanecesse chumbada ao solo, im- raobilí/ada por essa aposlrophe, elle avançou alguns passos.

— Responde-me 1 Porque conservasfe esta imagem ? . Pensas ainda nesse estrangeiro ?

Lisa recobrara um pouco a posse de si mesma, tan- to mais quanto o tom duro de Sérgio accordou dentro nella uma súbita impressão de revolia.

— De certo, ainda penso nelle! — afBrmou num tom vibrante. — Eu não costumo esquecer os meus ami- gos, aquelles que me amaram e a quem amei!

Nunca, nos olhos do marido, vira Lisa, como agora, essa expressão de sombria violência que, siibito, trans- formou a physionomia de Sérgio. Este avançou ainda mais, e, pousando a mão no hombro da moça, que qua- si vacilou com o choque, approximou do seu o rosio delia.

— Amasle-o? E isto é uma recordação delle?... uma doce recordação ? Pois bem! Eis o que eu faço delia 1

E, com um gesto violento, rasgou a imagem, arre- meçando longe os pedaços.

— Eis a sorte de tudo o que te fizer lembrar o pas- sado! — exclamou uma voz que lhe sibillava entre os dentes cerrados, — Tu dever amar-me com exclusão de todos, parentes ou amigos, e sem que nenhuma lem- brança de oultota te de rebate no coração, onde quero reinar sósinho.

— Amál-ol Ao senhor, ao senhor, o meu verdugo ? ! O senhor que tanto me faz soffrer, e que até imagina, depois de me haver privado dos consolos da religião, defender-me a recordação sagrada da amizade de um santo,~de um santo que já se foi deste mundo I

E impertigou-se-lhe deante, repentinamente forte pela indignação e pela dôr. os olhos chammejantes, bel- la, de uma sobrenatural belleza de chrislà intrépida. Nesse instante, não era mais a criança timorata, sinào uma mulher revoltada, defrontando a injustiça, fazendo

rosto á lyiannia moral que pretendiam exercer sotn-e- ella.

— ... O senhor pôde levar muito longe as su» exigências, mas ha três coisas que o senhor nunca ja- mais me ha de impor; a deserção das minhas crenças, o esquecimento dos meus aftectos de familia e de ami- zade... e amor por aquelte que só quiz ver em mim uma coisa sem alma, bôa para moldar & sua fantasia <

E deu-lhe snbilo as costas, dirigindo-se para o seu quarto, Sentia que iam trahíl-a as próprias forças, e não queria deslallecer em presença do marido. Este fez ainda um movimento para alcançal-a. Mas rodou logo nos calcanhares, e, rosto fechado e olhos duros, reti- rou-se do salão.

Stepanek, que lhe abriu a poria do gabinete de tra- balho, dizia entre si, ao mesmo tempo que sentia per- correr-lhe um calafrio :

~ Ai daquelte com quem hoje êlle embirrar! Durante alguns instantes, Sérgio mediu a passor

largos e nervosos o amplo pavimento. Súbito, estacou. ferindo com o taeâo o magnífico tapete do Oriente,

— Covarde!... covarde que sou ! —exclamou, num tom surdo de furor.—Si meu avô me vê !á do seu tú- mulo, ha de p'erguntar a si mesmo de quem ê o san- gue miserável que me corre agora nestas veias : Pensar que estive a pique de me deixar cair aos pés da erian-, ça que me afrontava i... eu, seu marido, seu senhor i Ella dá commigo em doido I Mas saberei vingar-me... e reduzii-a ã completa submissão.

Poz-se de novo a caminhar. Depois, parou ainda uma vez, a fronte contrahlda.

— Fazel-a soffrer ainda I... Náo, não posso mais! — murmurou com a voz estrangulada. Jà, ainda agora . .. O culpado foi esse Gabriel... esse amigo que ella não esquece, que a amou, a quem ella amou... a quem ella talvez ainda ama, e a quem odeio 1 Com que ardor ell» defendeu o direito de recordar-se delle!..- Eamim.etla detesta-me...

Interrompeu-se, deixando escapar um sorriso de es- carneo.

— Que me importa a mim ! Com tanto que ella me tema e obedeça 1 A um Omianoff, pouco se lhe dá ser amado... Vamos, cumpre pôr um termo a estes deva- neios, indignos de um cérebro masculino. Esta noite, tenho de pôr por obra- um plano.

Tangeu a campainha, ordenando a Stepanek losse prevenir a menina üougloff de que elle desejava falar-lhe.

Quando Várvara entrou, Sérgio achava-se de pé, junto á secretaria. Inciinou ligeiramente a cabeça, em resposta á saudação sempre humilde da prima, e disse- lhe friamente :

— Desejava eu mesmo comm.unicar-lhe que, tendo- se extraviado um pacolinho com o seu endereço, foi o mesmo aberto por engano... e nelle encontrei isto.

Tomou de sobre a secretaria uma revista amarello- elaro, zebrada de vermelho, e apresenlou-a a Várvara.

Cobriu-se o semblante da menina Douglofí de um pallôr aeinzentado, ao mesmo passo que um súbito tre- mor lhe agitava as mãos.

— Era, de fado, para a senhora, não é verdade ? — Sim, era para mim, Sérgio Vladimirovitch,-res-

pondeu a moça em voz quasi exiincta. — Pois acceite os meus cumprimentos I A senhora

dessedenla-se em Fontes... um tanto vulcânicas, Várvara Piitrovna. Eu mesmo pude verificar, folheando esta pu- blicação algo incendiaria, que a senhora tomava parte activa em sua redacçáo. Não tendo nenhum direito le- gal sobre os seus actos, cumpre-me tão somente reco- nhecer a sua inteira liberdade em tal asaumpto. Porém, em quanto eu aqui fór o senhor, Kultow jamais dará guarida a revolucionários,—e, principalmente, a revolu- cionários de anáguas, os peiãres que existem. Assim, pois, a senhora providenciará por que, antes do fim do mez e fura dos meus dominios, se lhe depare um outro tecto, onde poderá então elaborar em paz o programma das sociedades futuras. (Conilnàa)

KT^l H 'NOFÍ Anemia, fraqueza, rachitismo, moléstias do estômago, I\V_/Li 1 Ovyi—I—~ === Útil no cirescimento das creançELS. '

Page 59: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

O que é o bolshcvikismo Em tígar, o bolaharlkLUDio HãO é outr&

' roifia mn-in que n, d^flordem, DQ sentido mais trigOToao da exprâsaio, Não £B cuido que o

bolsIiQvihismo é o a.DaTDhismo, o tumulto na ordem social» o c^os no, sociedade- Oi n.aar' ubifitos, aora evoluir oa maia extreioiidoa, ti-

^t"^ ver&m um profframma e foram & guarda ■nViLa^ad^ do BOciaLiamo, Uiasemoa proposi- tolmante <tiverftm<^ perquo lioje jL não ba anarcbistaS' O anaiobiamo i: uma palitica pacifica demaÍA pata a opoca agitada om ^ue vivemoa- Hoje, quem niDoaçd o muado ■í o belãhevJki.

A propósito doste flisumpto, que, por ^ertO) vae mtaroaflar as nossae leitoras, o tr. Noulena, ^U9 ru^idiu na Rússia durauto a}- fuia tempo a que foi embaixador Trancez oaquelie pai£, noi di euplicaçõi^B muiio in- tflr«aaantea. A- Rutaia, como sa Hit-bü, «fltá «DQvulBionada, Os OBciarecimentos qu« DOS foroeca o cmbaivador troncez não fuzem mais do que accreaoeutar, conliiiuaado-o, ludo -que ee tem dito a roapeito do bolsbevjklsmo-

O maxlmalfsmo ru^ao, esoreve o ar. tJou- lene, teve como origem uma explosão deco- lara dfl trabalhado roa infelizes tficiimaa de um ffovftrao absoluto^

T.* praciso cuidadosameute distiugulr na Ruesia a revolcão dos campoi]e'.^09 da dos operariofi da oidade.

Aquelles tinham, sobretudo, no coração, o ódio aos grandes proprlatario^, o trataram, desde logo, á*í dividir entre si os grandes domínios. Ha, todavin. jtlguflia analogia, om- b«ra ae^a oaCa longínqua» entre es^o movi- mento e a revoluiráo francesa de 1879, Sú- ineut« ú neoossario ci>nteBlar qu« esta erise agraria nada Icm de commum com a appli- «H'ãD dj4.9 idâ:Lí collectivislas-

Afâra rflrflB flxcepc<Sea, os oamponoiea ruBBDS, que estavam babituadoü & íxploraçlo dtB terriiB em oommum, nílo conseguiram rea- UflflT o dücialiamo rural. HUea ncda mala fi- leram do que or^aniiar a propriedade indi- TlduaL Fan^o que os grandes proprlatarioa TtiBaOB darerão considürar perdidos saua an- lígoB prlvilegioa e toda reacçí^o que tiver por fim arraucar aos oamponeies o que ellee adquiriram, reria aa oppor contra «lia a Jw- meuBQ Rússia.

fJoB oontroa operarioa, a raToluçSo com- muniBlB se operou de um modo aimplea. Ca< mo OB proleipriOB, isto é, oa indivíduos que tflm por capital OB doia brsgoa e nada maia, oonaLLluiqm nB Huaaia 95oio da populaqüo, foi aufficivnte qiie eaaQs homens ae armos- isiü da fkihiB, de mairalhadornfl a de CBubões para dletâr Iramediatamente s let a todos oa proprEetarioB. Aeaistin-se, então, & mudança SDOíBI mais oompleta.

OB irabalbadoros manuaes afasLaraid de todas aa sdmluistraçABfl que enFeivavam B mctorldada todoa oy indivíduos pertaaaentas ao que flilea cbamavam ■ burguezia, iato é, todos que nio pÚdem apresentar as mãos eilloSBü. O poder foi, pois, tranamlttido aos illetradoa, aos ignorantea, e, aomo auoceda iDUiias vezes nas revolu^Ses, abandidossem BparupuloB.

KsB adminiBlraqÔss pubUcaa, tapa oorao BB asiradSB de ferro e os oorreiofi, foiam Jus- (^manCe Od operários de maia balia entego- rls que Be tornarsm patrÕQS, For toda parte líxpHlsarnm os cbefefl, OB engenheírus, os iBcbnlsos exparimentados, e mesmo os sim- pies contra-meBtres, Os negociantes forim pestoB fúru da Isi-

O resultado da um tal sysGama nffo ee fei e^peisr- Os operários eomeçnrnm por «preeentar praten^jÔas esorbilantes uo q'ie reflpeita aos snlnrios: elles dividiram VOTO Bí lodo dínbeiro que enconti-arnm naa IQQÍXBB* doa patrões, e. quando aonaentl- Tim em trabalbar, o fiaeram sem ordam.

Nas usinae Fatlloff, onde se fabrica prin- cipalmente material da ealrada de ferro, pou- da<ae constatar que um capital de 5 milhCas ds rubloB deenppnreceu chegando a produ- ilr apenas três locomeiivas!

TodaviSt OB cliefes do movimento nto li- Saram s misima importanda a aaae estado

a oolsas, e pronlamnrum qua asaa trlsta si- tuaçio era proveniente da a3a ter ainda o upívarso inteiro Baguido o^botsbavikismo.

CadQ um commanda bandos armadoa, oba- nadoB «guardas vermelbos,- eepeoie de pre- torUnos. oa qaaas isaumiram na soc^iedBda iisim transformada uma situação privile- giada, domlnindo s popolevao bonesta paio

. lirrer.

Quanto ao que resta das peaidas instruí- das, eu da bomaDB qu« oaauparam logsres Importtnlea na anlIjE* Booledade, aKo extar* minados e7Stem«tlcamente. Milliarea de in- duetriacs, da oommeroiauleB, de engenheiros, da prúlaaaorea foram luxilidOB ttti enloroa< dos sem Julgamento.

Como aaabnrfi tudo ISBoT £^ loipoisivel prever-

Todoi quanto tém experiência das coisas da RuBBlB, e que, tendo passado U longos nnnos, pretenderam penetrar na mentalida- de ruian, ÍJcaram ver d a de Iram ente estupe- faaiDs. NEo se póJe DOmprehondar a peraís- tencU do um movimento terrorista qua pre- cipitou o pBiz na mais terrível miséria.

EEfectlvamonle, o que succedeu foi isso: oa campouflzes, eukierrniiiio-se no seu egoís- mo a naturAlmento indolonies, ontendersm não produzir aeuílo para si mesmos- Trans- formaram fluna aldeias, como antigamentOi na idade mé<lia, em verdadeiraa fortaleass- Armadoa, elles tembemt de metralhadoras, recusaram energicamente aoa «bolahavikis^ da ddhde a nllmentação de qua astea últi- mos tinham necessidade'

Num regímem aemelbanta, voltoit-se na- turalmente pouco mais ou menos, ao ajate- raa ãe troca das priiuelras «Sras. O único di- nbeíra ^ com efíelto o rublo-papel, e, como a maohlnn que oa fabrica está entre aa mãos doa rbolshevikls,» elles lançnrfim em olrcu' Inção milliarea e milhares dessa moedB fal- sa, que todo o muado. aoi^aita protestando.

Autes da guerra o rublo-pupaL valia itin- dn oerea de O Ir. $0; hoje. não vnle mala do que dois a irea ^BOU^". Depois da ter acar- retado a fome para todos oa territórios sob sua dominação, oa 'bolabavikia» nÍo p6> dem mais^ b"Je, enaonirar gêneros alimcn- tlcioa, aenfio operando d maneira doa tsrta- roa, iato é, invadindo oa paives cultivados de cm redor. K' o que explica aua investida contra B Pruasia.

Os HiJemHes ficaram, a principio, muito Iniuietoa com este movimento» mas parece qua ae preparam para a reBiatenoia.

Se bsm que o soclaliata Schoidemanu de- plorBBBc a igiiorauela em economia politioa doa opararion allom&es, nKo é menoa certo que OB habltoB tradicionaas de diaclplina doa Trabalhadores gormanicoa aer&o um obata- cutn £ rixpanaáo, no vou paiz^ do cemmunls- mo libertário. A Allcmaaha não 6, no mee- mo grfio quo ■ Franga, um paiz de peque- nos proprietarieSi mas tBmbem nSo 6 mais o paíz dcH grandaa domingos» onde o carapene£ vivia em estado de eenni'eBarevidSo.

Em KrangB o espirito indivldiirtUEta da clasee camponeza e a forte cenatituiçí^o do eriercito formarão uma barreira contra a qual se virí^ quebrar toda a teitlatlva de dcBordam.

O que nÚB podemos chamar 'saplrito bolshevjkí», fie carnclerisB em Françn pelo que ã designado por «oníard d'aprC*s guerra', iato tf, o estado de luesidüo que empolgou as populações operariaa depois da mais ter- rível cataatropbe a quv a uumanidoda tem assistido.

A guerra teve como resultado natural rebaixai ^ moraUdade geral, e este resut- tado não poude surprebander nenhum phi- losopho. Afl ifociedadea tãm, Doma os indi- víduos, suaa doenças, e chegou o momento, para aquellcs que pensam» da reler os sá- bios trabalhos de Tarde sobre aa leia da imi- ta^Bo. Existem, aaalm, conceitos que ae fa- lem sentir pelo mundo de uma maneira quasl irreslstivel; para ere^r um "dique"» é indis- pensável qao todas as pesaâas de coraqio e de bem senso se uoem.

Deve-se conatatar qua, na hora presente, a laculdade de trabalho do conjuncto dos oÍ- dadHOS francezes diminuiu. Sa ee quizer Ir ao fundo das coiasB, v^r-se-A que oaaa ten- ddncJn pura "ea faaer o monos possivel" é uma das causas principaes da criee dos trans- portes.

Contra essa fadiga geral tf que tf preciso reagir. Quem sabe? s9o talvei, OB "poifus" que^ apesar de todos os softrimentos por qua hüo paasado, derflo o bom exemplo a aju- darão a extinguir eate vilüo espirito de de- pois da guerra, que ameaga attingir a pro- ducQüo coonemlcB da Franga uaa suas for^a mais vivfls,

Para peralyaar este ''bolsbaTlkiBmo*' fran- oez, era pteclflo instruir o povo. Os francezea sBo peSBo^a esclarecidas e de bom-senao; elles nílo desejam senKo saber; infelizmente o grande publico permanece num Jamentnrel estado da ignorância» e a grande IniprenHa nem sempre tf aufliolonte para mostrar quasa BBD oa seut deTores,

HELIOL "PS absoroentc e dellcioío — StipprlmlnJo to-

dos os múuí cheiros da Irampíração — Garantido sem bismutho

Ultima oreacSo do perfumlili HIPPERT i« Pirli O •HELIOL» peloi leus princípios ab-

tarvcatei e deiodariontei tem piopríedade de dettruii completamenle o cheiro cauiada pela traaipiraçãD. íem comiudo iiipprímir «Ia le- <:re;ãa natural e indíipeniavel ao arganitmo.

Os seus usos sào muUIploí; Inleiiamenle indicada para o baíle. O Pó -HELIOL- inipõe-»e: A' mulher elegante gujeita i eiuda;ão

exagerada dai sxilai: A*l peatoai pralicando 01 (poitt (golf,

lennit. esgrima, equitação, etc.) Ao£ Síi. cuja profissão eiige uma mar"

cha pralangaija (IranipiiiçãD dos píi). Eite pó loina-se indiipensavel noi pu-

les quentes.

Prefo 6t000, ptio correio mais (500 Pedidos á 'Revista Feminina', Prifa

Rntonlo Prado, S3o Paulo

Derm i na o creme •Dermina» lubstitue com VBQ'

lagem a Glicerína e a Cold-Creims. a baie de productoa mioeraes que tem o íaconveDien- te de sHerai o sveludada da pelle e de s eniugar no Rm de pouco lempo. Uma alga maiinha que entra na tua composição e que [oi descot>Brta na Aiia pelo professor Fiicher, 6 um producto antiseptico e hygienicode gran- de valor, recommendado pelo corpo medico. O dr. Moiet, o celebre autor da «Hygiene da Belleza» preconiia vtvamsnte o emprego da •Dermina> nas enfermidades da pelle c principalmente no tratamento da >Sebarrheia> (pelle goidurenia) e a da 'acneia-.

Ejta opinião do sabia hygienista sobre a •Dermina» é um attesta-jo de alto valor; nSo é sú tônico e suave para a peite cujas func- ções sustem, mantenda-o fresca e Beiivel le- nào que, ainda para mais, com o seu uso ha- bitual se evita ou faz desappareccr, quando existem : a» ruga», as friciras, as lendas e gre- (Bs. as sardas. as vermelhidòes. ai darfas. st acneiai, as eczemas a em geral todas ai alte- raçòei da pelle.

Preço de cada çotc, 5$000. Remetia eua importância por carta em sellos da cor- reio ou vale postal á -Revista Feminina», 5. Paulo, PiaçB Antônio Prado, e pelo correio, registrado, remetteremos a <DermÍDS> para qualquer ponto.

O VICIO DE ROER AS UNHAS Temos em mãos neste momento

um excellente praparado, da Mfg. Drtígs S. Paulo Co., para evitar o vi- cio de roer as unhas, que í muito commum nas creanças e sempre pre- judicial, provocando lesões no estô- mago e casos freqüentes de appendi- cite com morte em 24 horas.

Quem vè uma linda creança, com OS dedinhos postos na bocca cfir de rosa, roendo as unhas, náo imagina muitas vezes os perigos a queellase expõe e cuja responsabilidade cabe ás mães imprevidentes e descuidadas. Por um accordo com a J^anujacturing Ca., poderemos acceitar os pedidos das nossas leitoras, ao preço de âfSOO- o vidro livre de porte.

Page 60: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

As heroinas do Brasil Benta Pereira

Filh» de Domingos Pareir» da Ser- T«irB. DMoeu na capitania dn Paríhyba do Sul (Campos da Goytacaíes] tetritotioí do Estjido do Rio de Janeiro no penoito do KVb m 1700 e lalKceu de 1"50 n 1"^, dalas que li- mitam o anno do seu nascimento e laileoi-

Cajouse coin Pedro Miinhriaa Bartato e tBvt quatro tilhos; o liieneindo Manoel Ma- nhãos üarreto, o capitão-inór Joíio Alve» Bar- reto o tüiipOtB Fraotiaco Manties Bnneto ■ Posi^oa do Souna quo loi casado com João Andrade l.eiiiio.

Morena, do ollios grandes e prelos, "o- brancolhas otpessaa. Ironia altn, ara Ronta Poreita uma mulher nlttaheiita 8 muilo 8>m- pathica, Panendaira abastada, poisuia uma inatrucflão relativamenle superior i das ea- nlioras do tempo em que viveu,

Amica devotada doa jesuítas toi por olla» proteaida, loiieotrendo «empre para ai les- IBB quo «o celebravam na Kiir.enda do IJOI- IíKíO e por mais de uma vai Ibaa doou tet- ras e prédios. Alím disso e romo rei-ompensa do 80 terem eltes envolvido lavoraTelmonto, inlerncndo os oeus bons oflicios em teu Ia- vot e lie seus parentes, por occasiao da pri- Bi^D dos oINoiaca dn Câmara da oídodc em n-18 doou-lhes ainda trea lanços de casas a terrenos na praça 9. Salvador, cm fronte k Cadela da boja cidade do Campos.

No dia 27 do A^oslo do 174,, Beuta Pe- reira expondo-ae ás balas, a Treme de um punbndo do bomons o mulheren, a quem ara prohibido vender pólvora e oapingardn, com alKuoa armados do riccliaa; com arniaa apa- nl/iidas aos dcstacnmantos, que por yanes vmbum tirar-lhea o direito e a lilierdada, e coui aa qiiaes armou 80us agreBado.s das Ia. lendnt; revolta ao com o. liabilantoa para uroteslarom e se oppõrom ao govorno do te- nente-coronel Marlim Corria de &a, visconde de A9s,:'sn, que, por carta tC-ijia, acabava do ler doaeão da Capitania, já então bastante florescente, doação quo ti.ro antetiormenle leita a aeu pae Salvador Corrêa ds a».

Martiro de Sá, tomando posse nossa dato, prende o iui7. da Câmara e vereadorrs, a os SbriEa a embarcar para a Babia. O povo, formalmente irritado, oppie se a e.ise acto.

Denta Pereira, petsuguida polo donatário, era paia alie um estorvo ijuo emliargava as Butts pretencõos, pela luota iiue cila e seus

filho» iroiiam contra e Oíeu fandallsmo. As- sim i que, depois da pnaao de Manoel fàt.- nbies Barreto, conseguiu esse Bovernador o acauestro doe bens do ontro Bíbo Franoiaco ManhãBi. Hcvolta-so então Btnta Pereira Sue calc"da do botas c esnoras, a maneira

aa homens, a cavallo, dirigindo »s oulras mulheres, insuflando o» habitantes, as moa. tta uma verdadeira heroina, manejando as armas tom uma destreza o sangue Itio ad- miráveis. ... , .

Luülando assim oontra o partido do do- natário dirigido por açus empregado! travan- do o combate, ella, depois de descarregar as suaa pistolas que trazia nos eoldrcs da salla campista, abre caminlio a espada lazendo prodioloB de valor e concorre poderosamente para alueenlav os partidários do dooatano.

O uovernador e ijapi tão-general Gomes Kttire. «abando desse TILCIO e da impossibi- lidade em que eslava o vieconde de Asaeoa do administrar a aua Capitania, manda ba- lall.fies ds linha para abafar o movimento, sob o comiiiando do te n ou te-general João do Almeida e Wouia, a conllrmar a poaae do re- terido donataíio com todas as narantias, ee- gulndo-ae as prisões, ooülitcaçuea o oondani- nac^es do coslume- ^ , . n

Oulio Peydlt. em sna '-Historia Cimplsta' , a»alm relata o oombale, "Os .amariaias es- tavam pregos na occasiáo em que chegou a carta do govoroador Oomea trairo da An- drade « foram levados para S. Joílo Ia Bar- ra, para d'ahi embarcarem pata a Baliia os dois que o povo julgou maia iiulpa,los, por pertencerem á parcialidade do dona ario. ^ A infanleria. antes de entrar, toi dWidi- da em Ires companhias para por em cerco a villa, ^ „

Do lugar aolualmenlB denominado Uooco a nua se denominava então Hecco .los 'ci- ganos, partiu uma companhia pela entrada do Ruído para atacar pela licira-Kio. oulra seguiu pela estrada do üecco para ^''m'^'J- lut dos Marcadorea. boje 13 de .Mciio, a ter- gelra contornou a ostrada do liuoimado, en- t.ou,pa!a_,.ntlgaeatradinhado^ac^^^^^^^^^

vendo por aJgUBS dias leseao, o «arganto- mar pediu, por empréstimo, a varioa mora- dore*, gado para sustonlo doa soldados. O» gevernador havia ordenado aos olflsiaes da Câmara que dessem todo o necessário para o sustento da* tropas, fanendo abater o ga- do que pertonooBie aos principaes chefes da revolueão!

Os oUiciaes da Camaia pediram ao ge- neral O ornes Freire quo deiiasaa destacados na villa, 60 soldados, para evitar a conter oa revoltosüs, E o general, certo do valor da Heroina, fez aequestrar oa bens doa tühoj, Sara que, sem recursos pecuniatioa, ea ds- andessem.

Igaoreva, entretanto, 'o governador tto Rio de Janeiro que Benta Pereira, bsbilnD- le no Ilaúca quo aa ergue a mais de l.affl pés acima da planico. dominava dalli os seus campoa de crinçào, habitado por milhares de cabeças do g»do e que ae cxiendiam a maia de SOkilomotros !IB margens do Cruguav, onde a ambuudsncia de delicioso peixe nao linha limites a donde ella, com o aeu olhar do a- auin, descortinava a villa com as suas casi- nhas, em sua maioria de palha, e que por- tanto não lhe faltavam recursos pata ío- mentar, entro o a seus palticioa, a oppoaicBo ia pretonçdea do fciidalismo.

B asalm 6 quo o povo oampieta aoube se manter com denodo, reagindo sempre con- tra a tirania, na revolta que, começando em. 1730, ainda não eslava estincta em li63, trin- ta e Ires anno a depois!...

PARA

Bionchités, Caturlw e demais AffeOQSM

PttunOIMVW

Emulsâo de Scott de puro olco de Ggad* da bacalháo da Noruega, ô o medicamento scientitico que nSo só allivia a inil»- S5o como também nutí« e fortalece o organiemoj « que 6 preciso para dominar a moléstia por completo.

ttou pela iiniiga eBuaiumn,--■■'•- ,.„,:„ peneirar na .<Tla pela rua das Caocellas, ho- e denominada Uil de Clocs. Aulas desta ul- tlma loimiaohia penetrar na praca de a. Salvador, foi fila balida e dispersada por Hanla Pereira, a denta do ma.s de -™ t^- Tallelros a indioa armados de çhuíos, fleiLas e uoucas armas do togo de podeioeiras.

A c-r«a do cavallarla f<A tão impetuosa que a tropa do linha perdeu algumas espin^ Barda- e aeiia completamente derrotada, se Ss tiros das arma» do logo quo reapondaram ao aiauuo da cavallarla paisana nno tiveaso chamado a altençAo das oulraa ""P^f; J."« haviam entrado sem enconltar resistência, o acfudiram so lojiar da pelejo.

Bania Pereira, 6 frente do povo, aeme- Ihante á avalanche di^aptendlda do "'to da montanha, levava tudo diante de a . Era im pellida pólos dois amores que couboram em parlilha ã Humanid.^do: - o amor í ia- tría e o amor malerno,

Ella via aua tor.a - GoitacampI - esses campos do delioiaa, na pbtaae indígena, em poder do um estrangeiro que cobrava túros. diiiimos, redizimos ou vintenaa e o P»^" m»' BOravcl, explorado pelos procuradores do oiia- torio, obrigado n pagar coimas, tintas, etc..

Por outro lado o «Iho querido achava- se 6. trento de to,lo aquelle molim popular e Blla, a Heroina Camp.sta, qual l-eoj e»'"'!'- cld», a quem quarem roubar os filhos, nao tomla a,i balas dos soldados do governo e a- tirava-se ao torveliulio para eviur que o fi- lho cahiase prisioneiro aas maos de seus ml- mlgOB, como jk havia acontecido a 8 de ou-

"""A fuctalue o licenciado Manoel Manháes Barreto sustentava era a oontmuacao daqual- ^__^ Ias, Somente faltava Padre \ olho líarreto. _ quo havia fellecido a 6 de lulUo de ^'^-J-^

^.^-°.^;;r^Mõypf slf Para tingir os cabellos ?"moraSres da CapiUni» da Parahyba do Sul. , .

A cavallarla paisana, cercada peles io\a batalh,-.es. rompeu pelo meio d.Ues BjeUton disper,.indo-sc, por ter sido g";yoe"f"''.'^: rldi Manoel Manhãas Barreto. .EU» fo. arran- cado por Benta Pereira das maos doa solda dos, lios qua.s se defendia jl. com a espada par ida; Carregando o precioso '"^"1 B^"' Pereira foi oceultal-o em «nas terras, no Ita- 6ca, e là estiveram atí- l.A quando a ta- pi.anía da Parahvba do Sul loi "■^"'F»"'''^ ;, Coría. Kío podiam oecolher lugar ■"t"'"^ nas montanhas (■ que a> grandes aves (a.em

" "üopoislda prisfLOldot eamariita». não.ha-

Qeneral Carlos de Campos

Conselhos tnedkos

Pesaoae ba que leicüam em aupporlar as. mais incommodas eienszes dores plijeicaa, oomo SB aoioiicas, as enxaquecas, BS dorea provenlanlee das irrilacíea gaatrica», etc, sem procurar, por meio do uma niedlCBgíi,o correspondenle, um slllvio aos seu» aoífri- nentos. Como easns dores aBo, por vetes, pflBsageiraa, slo crises a que essas pesioaa eeiSo mais ou menos babitiiadaa, resignsní- ea ellBs a eupportal-ss. Ora, a dor, por mo- nos imporlanlo que seJB n eausa que s pro dui, tem aempre sobre o orgonlamo uma ncfAo depressiva, que convém eviiar. Orne Ibor anslíesico que conheçamos áa lApona» loontra dor), preparado pelo pbirmaceuiico Frnclsco Giffoni. E' imi avulsívo muilo efti- oai e do accBo Immediats,

A "Apona" 6 usada ;exlornBnienla pars combater o rheumallanio e aa suaa diieraas lãtmae de míniteslacSo, aa nevralgiaa su- perflciaea, ae dore^ sointicaB, os euROrgiln- raenloB hopotioos, as irritaijOes gaBlriess. e- em muiloB outros cssoa em que a dor se fai sentir. Toda vez une ter indicado .um tevul- aiTO enérgico, deva-se uaar o "Apona". Ap- pIlcBdo sobro o estômago, fsi sualar os »o- raitoB rebeldes. IJaB-so da seiiuinte manei- ra : embcba-se era um pouco de 'Apona" om pedaço do tlanel|a ou qualquer panno de IS a faiem-ae aa frloçieí ou fomenla^Sea, mais ou monos prolongadas, sobre o ponlo doloroao, conforme a Intensidade da dor, um» ou m»i« veiea por dii.

Podemos annunciar ás nossas leitoras Quecom grandes esforços, conseguimos obter uma nova remessa de PETALINA, o admiravo: e InoHenslvo preparado, que tao grande sue- casso está fazendo em todo o Mundo a que dá 30 cabello uma linda cfir, desde o cas- tanho claro, até o negro azevicho. Os pe- didos davem ser acompanhados da impor- tância de Rs. lOjOOO, inclusive 500 rÔi: para a despeza do correio.

Page 61: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

REVISTA FEMININA

/

^

^

Indicador da l<cvista

Dr. DESIDERIO STAPLEfl

EI- tubitltulo dl pDljclinici Genl em Vlenim Ei- chelc ife cllnlcndos haapitnes. Clrurg)á<]>chslc do «diglUl da Benettcencia PortUBueiB d» Sío

Pniilo Operatães. Molesllii de tenliarat.^

COMSULTOniO N. *. Rua Darão de llapelinlnga N. 4

De t íi 3 horas lia larúc. Teleghone I.4D1 Cenl.

OR. RObmGÜES GÜliÕ - Clinica medlto-clrur- glca, Mpeclalmente de paftoi, moleitlas de sa- rthofis e crianças.—Coiiaultorlo ru?. de S. Sen- to. 14 (Palacflle lardão). 1. andai, sala n. II. Couiultic, dat 13 íi IB horas. — Reildencia: alameda Barto de Piracicaba, 139. - Teleptio- ni, lS-26.

niYWUNOO REIS - CirurgiíD-deatisla. flua de SiD Benio, 21 — SSo Paulo.

j7 Revista feminina Os nurrjeros desta revista relativos

ao onno àe 191S Já se acharrj, i}es/a reàocção, ei}i;oderr!ados, corjslituindo um groíso e e/egante volunje. ^ ti]- caòernaçâo é eiTj percaliije, conj oj di- jeres do lombo dourados. Ve/jàe-se ca- da voiunje a 35l(,ooo. Como presente de c^r.iversario pára uma senhora ou

juaro unia moça, é o que ha de mais fino e, sobretudo, de mais utr/. jTspes- soas que têm trancadas as suas co!- ItcçSes, de';eni adquirir a edição etjca- dert)ada.

MENSTROL Único para as enfermidades da MULHER

o DESENVOLVIMENTO DA MULHER, ATRAZOE IRREGU- LARIDADE DA MENSTRUA- ÇÃO, HYSTERISMO. ENFER- MIDADES NERVOS ^S. TO- DAS AS AFFECÇÕES UTERI- NAS E DEFEITOS DA CIRCU- LAÇÃO DO SANGUE.

J\' oenda em todat ot 'Drogaiíai e Pharmaciaí no (Biatií

e noi 1i,epubUcai Jtrgenllne e do Unigaa})

Livraria Francisco Alves

Caixa Poslal, L Eücl. Telegr.: FlUALVES Rua Libero Badaró fl. 129

S. PftULO o Lar Domeslico. ct^ii^elh'»'^ |p:ir^ irii.«

drreoçüo do uma c:t5a, por Ve^.i Clo^or 1 vol. ene. 3|00a

TralBdD de trabalhos de agulha, i>>>i'a iUii^trndjk i'üiii 401 gr^vurjis ex- plii^aliva." 1 vol. tarl. -'ÍOM

A Dana de caia, ]}or Svlvino Júnior I viil, liiri. " líM»

Cosinhatro econômico das famjliai, '^ vols. carl. 510»

Doceira domesllca, por O. Annn.Coriêa i vol. vnii. 3tO«*

Olcclonario do dootiro. pelo Ur. Antônio S. lleyo 1 vol. cart. *Wm

Conlelieiro popular, por Francisco de ^ildroz I vol. cart. 3tOOI

Novo Manual do Chaoaniro Brasileiro, polo MiiJDr Hrsulio Cortfoiro 1 vol. ca ri. :IÍ0W

.de de 191.

03 O CJ t tos Ç '2 ^ 'S

•r O Q > G. "»

1^ O OJ CJ et

^ (/) ^O o;

U

SP iOÃO SAI I FS DIRECTOR OA "REVISTA FEMININA', wJK. 0\JrWJ jr\L-L_L,J p,gçg Anlonío Prado fPalacete BricoolH)-?. Paulo

Peço-lhe inscrever-me como assignante da f^evisfa ]'eminina,

por um anno, a conieçar em de í^i e a terminar em de í91 para cujo pagamento encontrará annexa a importância de Rs. 10$000 caso prefira recebsr a Reuista registrada deueis enoiar mais cinco míl réis ou

seja 15S0OO (fem dinheiro, cheque, ordem ou sellos).

At carloi com as Importinclai devem lir lob regitlro a valor deolarado

Endereço

hogar

Eslodo

ObsefDações ..

Mme. Ignez Carboni Betti & Cia* J?üfl Xúvier de Toledo, S - Tel. Cent. 1324

Confeccionam-se e refonnan-se vestidos a ptiantasía e taiileur. Faiem-se bordados a Point a jour — _- _

PREÇOS RAZOÁVEIS

Page 62: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

R mais importante fabrica Brazilcira de moueis de Dime, e de junco

= J. CARNEIRO BRAGA -= DDDOaDDaDiiaD [laDii

Moveis de vime e de jun- co. Única fabrica que pôde satisfazer qualquer exi- gência. Carrinhos eober- los para crianças, cm vários typos. Espanadores de todas as qualidades e para todos os fins. Vas- souras de cabello fino para soathus encerados. Especialidade única. — Cestas fabrica-se a gosto do freguez. Escovas com ferro, para encerar soa- lhos. Especialidade da Fabrica.

n. 32-B Rua do Seminário n. 32-8 Telephone 47=3 (CIDADE) - S. PAULO

DI=DI

Hotel Avenida o MAIOR E MAIS IMPOR-

TANTE DO BRASIL

/aposentos para 500 pessoas

DIHRin n PARTIR DE 10$000

End. Telegr. Avenida - ^ínelfo

A' IlluiDinadora Rua da Boa Vista M. 47

ARTIGOS PARA ILLÜ-

MINAÇÀO EM GERAL.

LÂMPADAS ELECTRI-

GAS ECONÔMICAS.

MOTORES PORTÁ-

TEIS PARA MACHt-

NAS DE COSTURA.

SECADORES DE CA-

BELLO e otttros artigos

DOMÉSTICOS.

Bbat-Jours de seda e Armações de arame de qualquer modelo.

FAZEMOS SOB EnCOMMEMDn

r.RANnR OFFICINADE FELLETERIA Mine. Ignet Carboni Bettí & Cio.

Rut Xavier de TolBdo, 8 -:-• Tel. Cent. 13Z4

Conffcclonam-sc, refonnam-io p lavaic-se pelli^E c pJumaB do qualquer qualidsda — iBoã», nichos, Capinhas, Regalo', Cuburlas Ar. cann e penei cgníeccíonadas]. i.- ^ * -. ■ * * *' ■ * * ^ ■ '

TRABALHO SEM COMPETIDOR

Page 63: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

— Anles do mais : fis pBSIilhas yimtrííonai trka!ckas do i)r. Malcin; rjSc J5D uma panecirr.

Ztola-st àt um prcíucli c/iimica Je/liiào CL/íJ tlrnr/alcs pr^.-ttipats oüim si dt- «mrfííTi (/■>; J(2 Ü2) Co " (?!! M .' Sa i crfíccía'iai/i i i/í «/vai vejtts«s. fsth mulaníes ia fiincçõs hiiMeoica t jur l/jf /ornccem em 6vl'c elemento {fe Cl3 ■■ i h 2 Cí yegclal e fadlmeiite assimilável, co^ií/fu/nío D /itma slaM, nlím de principies arcmcl.í!>s e /.iyiMses cm, ffJl Ç2 OX) Ca H (Ph i)t) í ©a J "^ \fi S/í V * i/i O). .

Ç ama firma de cíící/fíiíffla iij/t/fsa ia organismo com absorpçSa facilítoaa pela veA/fjj/af5fl dos selvas pe^efúrs.fl 'Crafase poríoíjtc av am medlcamenfe ar reses resuttndos '"1 tp^fos os vlciãt fa ^ fívfrlç^o,

(Rtlaíorlo dos Drs. FO^ e CHUMPBELL)

Aizura likalcica do Dr. Màlconi deve durar pelo nieiioit dois nie í.as e por esle molivu que as suas pasiillias são enlregiu-s ao publico cm inbos de 50 ou 100, o qiie iialiiraimerUc ll-.es eleva

um pouco o preço, luas em compensação faz-se a cura sem necessi- dade de estar repetindo os [JUdjdos de iiiedicaiuentos.

Ha oiilros preparados giic cuslam appareuteiueiUe nieuos; são poréiu veuditlos muilo de indusiria LMU pequenos vidros, (|ue obri- gam 11 doeute a rcpitir a despeza c.ida seiiiaii:i. Demais as Pastilhas roolcom não são um prodiiclo commertiai no qual ac sncriEíi-am as vezes cenas cxiROncias do leeliiiica, para diminuir o preço.

Traia-se de iiin pioducto medico, preparado irom tudo o es- crupirlo e quE da lesultado.

Em todas as moléstias de nutrição as nossas pastilhas deve- rão Sfc ciiipreg.-idas : líacliitismo, má denliçâo üe creanças, pernas (orlas (das creanças) quasi scmpip devido á fraiiucza dos ossos, escrophulas. lympliiitismo efc.

Para ti desenvoliíimerto dos selos as PnSTILfipS MftCOLM sSo cjdraordlnarias e lemos em rios;o poder centenas de attcs-

lados dt jenlioras qu« ao cabo de dois mezcs de tratamento tiveram rcjultado c;omplcto.

Muito úteis na convalescença das moléstias debilitantes e para uso continuo das pessoas qnc se entregam a trnballios cerebraes exliaurientes e que necessitam de phosphoro, bem como, para á fra- queza de (lualquer outro órgão.

Durante o alellamenlo as Pastillias Malcom são indispensáveis. Furneceiii ao ieiie materno todos os elementos calcicos necessários i formação do esqueleto da creança.

Preço: Tubo do 100 pastilhas 20$000

D05E: PARA ADULTOS. Começar pov duas pastülias a cada re- feição durante a primeira semana e niignientar em seguida para três. Para casos simples taes como cansaço cerebral, fraqueza iluw moços 6 bastante metade da dose acima.

TARA CRr]ANÇAS. Uma pastillia cada refeição; nugnicntar para duas ao fim de unia semana. Para creança do menos de i annos c(tmei:ar por 1,2 pastilha e continuar por uma.

Pedidos á Revista f^eminina

Praça Rntonio Prado - S. Paulo S. P. Mfg. Druggs Co.

Page 64: 200.144.6.120200.144.6.120/uploads/acervo/periodicos/revistas/BR_APESP_RFEM... · End. Tel. "ELITE" Caijca; 1391 COLLETES"REJANE u MODELOO êAO-^^'*"«f*, ' ^-1 % > O k.11« !> «

A Saúde da Mulher CUS^A

^ Incommodos de Senhoras ^

<0