Upload
donguyet
View
334
Download
68
Embed Size (px)
Citation preview
Patrcia Carla Rodrigues Mota da Costa
MINERALOGIA, GEOLOGIA, METALURGIA E ARTE DE MINAS NO ENSINO
INDUSTRIAL NA CIDADE DO PORTO (1864-1974)
Dissertao de Doutoramento na rea Cientfica de Geologia, especialidade Histria e Metodologia das Cincias Geolgicas, orientada pelo Professor Auxiliar Doutor Pedro M. Callapez (FCTUC) e pelo Professor Coordenador com Agregao Doutor Helder I. Chamin (ISEP|IPP) e apresentada ao Departamento de Cincias da Terra da Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade de Coimbra.
Julho de 2013
SeeufosseAntiqurio,steriaolhosparaascoisasvelhas.
MassouHistoriador.porissoqueamoavida.
HenriPirenne
I
Resumo
AdissertaoaquiapresentadadebruasesobreatemticadoensinodaMineralogia,daGeologia,
daMetalurgiaedaArtedeMinasnoInstitutoIndustrialdoPorto,desde1864at1974,nassuasvrias
vertentes:cursos,professores,disciplinas(ensinotericoeprtico)ecoleesmuseolgicas.
Comestainvestigaoprocuramosanalisarodesenvolvimentodoestudodestasreasdosaberna
Escola do Porto e o seu eventual contributo para o progresso cientfico e tecnolgico em domnios
aplicadosindstria,incluindoaextrativaeadetransformaodematriasprimasdeorigemgeolgica.
Oensino industrialemPortugal foisofrendodiversasalteraesestruturaiseprogramticas,que
acompanharam sucessivas polticas decretadas pela tutela, mas tambm os avanos cientficos e
tecnolgicosqueseforamregistandonestarea,durantemaisde160anos.
Apsumtmidodealbardodesenvolvimentoindustrialedoensinoprticoeaplicado,fomentados
pelavisoreformistadoMarqusdePombal,figurachavedatutelaentre1750e1777,osgovernantesda
primeirametadedo sculoXIXno souberamdirigirde formaeficazo seuesforo, chegandooPasa
meadosdeoitocentossemumaindstriamodernizadaealaboraremplenoesemoperriosqualificados
paratal.Sucessivosperodosdeconflitoedeforteinstabilidadepolticatambmaissoajudaram.
ComacriaodoMinistriodasObrasPblicas,ComrcioeIndstriaem30deAgostode1852,no
mbitodaRegenerao,iniciousenovoperododedesenvolvimentosignificativodaeconomianacional,
tendocomograndeintervenienteFontesPereiradeMelo.
Anteriormente,comasreformasqueseseguiramaoadventodefinitivodoLiberalismo, jhaviam
sidocriadasalgumasescolasvocacionadasparafornecerumaformaoprofissionalizante.Foi,porm,em
finaisde1852queocorreuo verdadeiroarranquedoensino industrialemPortugal.Conhecedoresda
realidade industrialnacionale,emespecial,da cidadedoPorto,osdirigentesdaAssociao Industrial
Portuense anteciparamse ao governo e criaram a sua prpria escola industrial, denominada Escola
IndustrialPortuense,emnovembrode1852.Contudo,a intervenoestatalnotardou,oficializandoo
ensino industrial com oDecreto de 30 de dezembro de 1852, atravs do qual se criaram o Instituto
IndustrialdeLisboaeaEscolaIndustrialdoPorto.
Aprimeira reformaglobalizantedoensino industrial,em1864,marcouumaviragem importante
nestenvelde instruo.AescoladoPortopassouadenominarsedeInstitutoIndustrial,talcomoade
Lisboa, foram sendo introduzidas novas reas do saber nos currculos (disciplinas deMineralogia, de
Geologia,deMetalurgiaedeArtedeMinas),novos cursos (CondutoresdeMinas,professadoem trs
anos, 1 classe, e quatro anos, 2 classe) e estabelecimentos auxiliares de ensino (laboratrios e
gabinetes).
II
Aformaodosalunospassouasercompostaporumavertentetericacomplementadaporuma
outracomcarterprticoeexperimental.Noperodoestudado,foramvriososdocentesresponsveis
porestasdisciplinas.DistinguimosAntnio Lus FerreiraGiro,ManuelRodriguesMiranda Jnior, Jos
DiogoArroyo,RobertoBellarminodoRosrioFrias,CelestinoMaiaeArturMendesdaCosta,comoalguns
dosmaisimportantesdinamizadoresdestasreasnaEscola,duranteestelongointervalo.
As cadeiras sofreram vrias reformas e alteraes consoante o desenvolvimento tomado pelo
ensino industrial e as prprias necessidades da indstria sua contempornea. Obviamente que estes
fatores influenciaram os contedos programticos das mesmas, alterando, igualmente, a sua
denominaoaolongodostempos.InicialmenteacadeiradareaapenascontemplavaaArtedeMinas,a
DocimasiaeaMetalurgia.Comareformade1886introduziramsecontedosdeMineralogiaeGeologia
nosplanosdecurso,mantendoumtrajetoseparadoat1974.Osmanuaisrecomendadostambmforam
fontederefernciaparaentendermosasteoriasadotadasea influnciaexercidapelaescolafrancesae
suastradues.
Aprticaestavaassociadaaosgabineteselaboratriosondeeramrealizadasexperinciaseoutros
trabalhos, no esquecendo as visitas de estudo efetuadas com o objetivo dos alunos tomarem
conhecimento da realidade industrial da poca. O primeiro estabelecimento auxiliar de ensino a ser
criado para estas reas foi o Gabinete deMineralogia, seguindose o Gabinete de Arte deMinas, o
LaboratrioMetalrgicoeoGabinetedeHistriaNatural.Paraumaaprendizagemmaiseficaz,oensino
prtico eraministrado com base em espcimes,modelos, instrumentos, quadros parietais emapas,
adquiridosmaioritariamentenoestrangeiro,emcasascomerciaisespecializadasderenomeinternacional
comoLesFilsd'mileDeyrolle (Paris),F.Krantz (Bona),TheodorGerdorf (Freiberg)ou J.Digeon (Paris),
permitindotraarahistriadaaprendizagemedadidticadasCinciasGeolgicasedasEngenhariasde
MinaseMetalrgicaassociadashistriadoensinoindustrialemPortugal.
Emsuma,apresenadestetipodecoleesdenotaumconhecimentocientficoavanadoeuma
partilhade ideiase tcnicas,oquepermitiu aumpas comoPortugaldesenvolveroensino industrial
tendocomorefernciaasnaestecnicamentemaisdesenvolvidascomoInglaterra,FranaouAlemanha.
AcriaodoensinoindustrialemPortugalconstituiu,assim,umimportantepassonodesenvolvimentodo
pas,numapocaemquea indstriaeasviasdecomunicaoestavamemplenodesenvolvimentoe,
graasaumamaiorfacilidadededeslocao,apartilhadeconhecimentossetornavainevitvel.
Desdemodo,ejcommaisde160anosdehistria,oInstitutoSuperiordeEngenhariadoPortoe
osseusdiversosacervos(museolgico,documentalebibliogrfico)soumarefernciaincontornvelpara
acompreensodaevoluodoensinonacidadedoPortoeemPortugal.
III
Abstract
Thedissertationpresented concerns the teaching areasofMineralogy,Geology,Metallurgy and
MiningatInstitutoIndustrialdoPortosince1864to1974withinallitsaspects:courses,teachers,subjects
(theoreticalandpracticalclasses)andmuseologicalcollections.
This investigation intends toanalyze thedevelopmentof theseareasofstudyatEscoladoPorto
and its eventual contribute to the scientific and technological progress in fields applied to industry,
includingtheextractiveandthetransformationofrawmaterialofgeologicalorigin.
TheindustrialteachinginPortugalhasbeengoingthroughseveralstructuralandprogramschanges
which accompanied consecutive policies decreed by central administration but also the scientific and
technologicalprogressesthathavebeenregisteredinthisareaovermorethan160years.
Aftera shyariseof industrialdevelopmentandpracticalandapplied teaching,promotedby the
reformistvisionofMarqusdePombal,akey figureofcentraladministrationbetween1750and1777,
the leaders of the first half of the XIX centurywere not capable of continuing his effort effectively.
Therefore,thecountrybymideighthundredsdidnothaveamodernindustryworkingatfullspeedand
qualifiedworkers.Theconsecutiveperiodsofconflictandpoliticalinstabilityalsocontributedforthisfact.
With thecreationof theMinistriodasObrasPblicas,Comrcioe Indstriaon30August1852,
withintheRegeneration,anewperiodofsignificantdevelopmentofnationaleconomybeganhavingasa
majorparticipanttheministerFontesPereiradeMelo.
Previously,withthereformsthatfollowedthedefinitiveadventofLiberalism,therehadalsobeen
createdsomeschoolsdirectedforprofessionaltrainingbut itwasonlyattheendof1852thatoccurred
therealstartofindustrialteachinginPortugal.TheleadersofAssociaoIndustrialPortuensehadagreat
knowledgeofthenationalindustrialreality,andmainlyofPortocity,sotheyanticipatedthegovernment
and created their own industrial school called Escola Industrial Portuense in November 1852.
Nevertheless,thestateinterventiondidnottakelongandtheindustrialteachingbecameofficialwiththe
DecreeLawof30December1852, throughwhich itwerecreated the Instituto IndustrialdeLisboaand
EscolaIndustrialdoPorto.
The first global reformof the industrial teaching, in1864, settled an important turnover at this
instruction level.PortoSchoolwasnamed Instituto Industrial,aswellastheLisbonSchool,havingbeen
introducednewareasofstudyinthecurricula(subjectsofMineralogy,Geology,MetallurgyandMining),
newcourses(MiningConductors,processedinthreeyears,1stclass,andfouryears,2ndclass)andauxiliary
facilitiesforteaching(laboratoriesandcabinets).
Thestudentstrainingstartedtobecomposedbyatheoretical fieldcomplementedbyanotherof
practical and experimental framework.Within the period being studied there were several teachers
IV
responsible for these subjects.WedistinguishAntnio Lus FerreiraGiro,ManuelRodriguesMiranda
Jnior, JosDiogo Arroyo, Roberto Bellarmino do Rosrio Frias, CelestinoMaia and ArturMendes da
CostaassomeofthemostimportantleadershipoftheseareasatSchoolduringtheperiodunderanalysis.
Thesubjectssufferedseveralreformsandchangesaccordingtothedevelopmentofthe industrial
teaching and the contemporary needs of industry. Obviously, these factors influenced the syllabus
contents of these subjects, changing also their names through the ages. At the beginning the area
subjects only contemplated Mines, Docimasy and Metallurgy. With the 1886 reform there were
introducedcontentsofMineralogyandGeology in thecourseplans,maintainingaseparatedpathuntil
1974.Therecommendedmanualswerealsoareferencesourcetounderstandtheadoptedtheoriesand
theinfluenceoftheFrenchschoolanditstranslations.
Practicewasassociated to the cabinetsand laboratorieswereexperimentswereperformedand
otherworks,not forgetting the field visitswith the aimofmaking the studentsbecame awareof the
epoch industrial reality.The firstauxiliary teaching facility created for theseareaswas theMineralogy
Cabinet, followingtheMinesArtCabinet,theMetallurgicalLaboratoryandtheNaturalHistoryCabinet.
For amore efficient learning the practicewas performed based on specimens,models, instruments,
parietaltablesandmaps,acquiredmainlyabroad,inspecializedshopsworldwiderecognizedsuchasLes
FilsdmileDeyrolle(Paris),F.Krantz(Bona),TheodorGerdorf(Freiberg)orJ.Digeon(Paris),allowingto
drawthehistoryoflearningofGeologicalSciences,MiningEngineeringandMetallurgicalEngineeringand
associatedtothehistoryofindustrialteachinginPortugal.
Inshort,thepresenceofthiskindofcollectionsshowsanadvancescientificknowledgeandashare
ofideasandtechnicswhichallowedacountrylikePortugaltodeveloptheindustrialteachinghavingasa
referencethenationsmoretechnologicaldevelopedsuchasEngland,FranceorGermany.Thecreationof
the industrial teaching inPortugalestablished thereforean important stepon thedevelopmentof the
country,ata time inwhich the industryand thecommunicationmeanswere fullygrowingand,witha
highertravelingfacility,theshareofknowledgewasbecominginevitable.
Therefore,andwithovermorethan160yearsofhistory,the InstitutoSuperiordeEngenhariado
Portoanditsseveralcollections(museological,documentalandbibliographic)areaninevitablereference
forthecomprehensionofthedevelopmentofteachinginPortocityandinPortugal.
V
Agradecimentos
No desenvolvimento da presente dissertao de doutoramento tivemos oportunidade de
contactar,commaiorprofundidade,ascoleeshistricasdeMineralogia,GeologiaePaleontologiae
aprendermos,commaisacuidade,aevoluodasprticasmetodolgicasligadasaoensinoexperimental
do antigo Instituto Industrial do Porto. Estas colees so esplios enraizados no referido Instituto
IndustrialenaAcademiaPolitcnicadoPorto.Todavia,asatuais funesde responsveldoMuseudo
ISEP (Instituto Superior de Engenharia do Porto) propiciaram uma rara oportunidade para evoluirmos
academicamente, aprofundando aorganizao seletado esplio e criando laos institucionais efetivos
comacomunidadeacadmicanacionaleinternacional.
Adocumentao,osequipamentoseosespcimesde"petrificados"naturaisque,paulatinamente,
foram sendo descobertos na sequncia da nossa investigao, permitiram traar, commais rigor, a
histriadoensinodaMineralogia,GeologiaeArtedeMinasnaEscoladoPortoeasuaimportncianos
curriculadosestudantescandidatosacondutoresdeminase,atualmente,engenheirosgeotcnicos.
No seu conjunto, proporcionaramnos uma oportunidade nica de realizar investigao sobre o
papel dos museus industriais, merecendo particular ateno ao que esteve associado ao Instituto
IndustrialdoPorto.
Com o desafio que nos foi lanado, no dealbar do ano de 2009, pelo responsvel do espao
museolgicodeMineralogiaeGeologiadoDepartamentodeEngenhariaGeotcnica,ProfessorHelder
I.Chamin(ISEP),paraarealizaodestainvestigao,sentimosperanteumaexcelentepossibilidadede
aprendermosumpoucomais,explorandoeste temacombaseemcoleesedocumentosque,atao
momento, no tinham sido estudados. Para o efeito, por intermdio do ProfessorHelder I. Chamin
contactmos o Professor Lus Carlos Gama Pereira que simptica e pacientemente nos recebeu no
DepartamentodeCinciasdaTerradaFaculdadedeCinciaseTecnologiadaUniversidadedeCoimbra.
Dadaa contingnciadomomento, foinosporele sugeridoonomedoProfessorPedroCallapez como
possvel orientador capaz de acompanhar, com a segurana e profundidade acadmica necessrias, o
temadeteseemquesto.
O presente trabalho envolveu um grande conjunto de apoios humanos emateriais que foram
fundamentais para a sua execuo. Embora se trate de um estudo de investigao individual, aqui
expressamos o nosso reconhecimento e agradecimento a todos aqueles que, ao longo destes quatro
anos,nosajudaramaconcretizaresteexigente trabalho.Gostaramosdemanifestara sinceragratido
aosorientadorescientficosdoestudo,oProfessorPedroCallapez (DCT|FCTUC)eoProfessorHelder I.
Chamin(DEG|ISEPIPP),que,desdedoprimeirominuto,vislumbraramnoprojetopornsapresentado,
uma boa fonte de interessante e original investigao. Durante a elaborao do nosso trabalho,
VI
funcionaram comoumadupla intensa, imparvele complementaremostraramse sempredisponveis
paranosreceberouestaremnomeiodopdoespaomuseolgicodeMineralogiaeGeologiaouda
papelada doMuseu do ISEP, seguindo sempre, com a maior ateno, o decurso da investigao,
colocandonosquestesousugestesefornecendonospistasparaumamelhorexecuodosobjetivosa
alcanar.Almdisso,semprenosestimularamacontataroutrosinvestigadoresdomeio(emparticular,o
DoutorJosManuelBrando(CEHFCi|UE),aProfessoraMariadeFtimaNunes(CEHFCi|UE),oProfessor
M. J. Lemos de Sousa (CIAGEB|UFP), o Professor L. C. Gama Pereira (DCT|FCTUC), que muito nos
enriqueceremcomajudaspontuaisousistemticasaonveldadiscussoedapartilhabibliogrfica...)ea
apresentao dos resultados preliminares das investigaes em congressos internacionais. Muito
ObrigadoPedroeHelder,portudo...
Emsegundolugargostaramosdeagradecerminhafamlia,emparticularminhaMeeaomeu
Paipelocarinhocomqueconstantementenosapoiaram.AomeumaridoeaosmeusfilhosHugoeIns,
quetantasvezesprescindiramdaminhapresenaparaqueaMepudesseestudar...
GratospresidnciadoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto(ProfessorJooRocha,Eng.Jos
Oliveira e Eng Joana Sampaio) e s sucessivas direes do Departamento de EngenhariaGeotcnica
(Professor Jos Augusto Fernandes e Professor A. Carlos Galiza), por nos terem possibilitado, sem
quaisquerrestries,arealizaodestetrabalhoe,bemassim,facilitandooacessodocumentaodo
seu valioso Arquivo Histrico e permisso, sempre que solicitada, para deslocaes a seminrios, a
colquios e a conferncias, tendo assim a oportunidade de divulgar e publicar os resultados das
investigaes.No gostaramos de esquecer de nomear os docentes doDepartamento de Engenharia
Geotcnica/LaboratriodeCartografiaeGeologiaAplicadado ISEP (emparticular,aProfessoraMaria
EugniaLopes,aProfessoraMariaJosAfonsoeoProfessorJooPauloMeixedo),quesempreestiveram
disponveispararesponderemsquestesmaistcnicasecientficas.
Agradecemos igualmente ao Diretor do Departamento de Cincias da Terra da Faculdade de
CinciaseTecnologiadaUniversidadedeCoimbra,oProfessorAlcidesPereira,asfacilidadesconcedidase
a colaborao desinteressada, na sua pessoa ou na de outros docentes e funcionrios da casa, que
sempremotivaramasprossecuodestadissertao.
Finalmente,querodeixarumagradecimento,departicularestima,minhacolegadeofcio,Raquel
Almeida(ISEP)pelasua inteiradisponibilidadeparadiscutiralgunspontoscomigoetambmatodosos
meus amigos, pela pacincia e compreenso demonstradas, que desde o incio acreditaram emmim,
dandomeforaparaterminarestetrabalhocomxito.
Atodos,osmeusmaisveementesagradecimentos!
VII
ndiceGeral
Pg.
Resumo.. I
Abstract.. III
Agradecimentos.... V
ndicedeCaptulos..... VII
ndicedeFiguras... XI
ndicedeQuadros. XXVII
ndicedeEstampas.. XXXI
ndicedeCaptulos
CaptuloI
1. Introduo
1.1 AscoleesdeGeocincias...
1.2 ObjetodeEstudo..
1.3 Estruturadadissertao........
1.4 ProcedimentosMetodolgicos
1.4.1 Conceitos
1.4.2 Limitaesedificuldades
1
6
8
14
16
ParteIContextualizao
CaptuloII
2.1AsAcademiasdeensinosuperioreosInstitutosIndustriais:semelhanasediferenas.
2.1.1OPortoeosseusestabelecimentosdeensino
2.1.2Lisboaeosseusestabelecimentosdeensino..
19
20
30
VIII
2.1.3OsurgimentodosinstitutosindustriaisemmeadosdosculoXIX... 37
CaptuloIII
3.1 CriaoeevoluodoensinoindustrialemPortugal
3.1.1Asprimeirasreformaseducativasesuacontextualizao..
3.1.2Osprimrdiosdoensinoindustrial(18341851).
3.1.3Dacriaoafirmao(18521910):opapeldasescolasdoPorto..
3.1.4APrimeiraRepblica(19101926).
3.1.5OEstadoNovo(19261974)..
3.1.6ATerceiraRepblica...
49
73
82
114
120
129
ParteIIOcasodaEscoladoPorto
CaptuloIV
OscursosdeminaserespetivasdisciplinasprofessadosnaescoladoPortoentre1864e1974. 135
CaptuloV
Acomponentetericadoensinoindustrial
5.1Atividadeletiva..
5.2Docentesedisciplinas..
5.3Programas.
5.4Manuaisdeensino..
5.5Exerccioseexames.
177
182
194
232
251
CaptuloVI
Acomponenteprticadoensinoindustrial
6.1OadventodoensinoprticoemPortugal..
253
IX
6.2Osgabineteselaboratriosprticoseasuaevoluoduranteavignciadaescola..
6.2.1GabinetesdeMineralogia,deGeologia,deArtedeMinasedeMetalurgia..
6.2.2GabinetedeHistriaNatural.
6.2.3Afiguradopreparador..
6.3Acomponenteprtica:experincias,trabalhosprticosevisitasdeestudo
6.3.1Experinciasetrabalhosprticos..
6.3.2Asvisitasdeestudo..
256
258
273
275
278
281
CaptuloVII
AsgeocoleesdoInstitutoIndustrialaoInstitutoSuperior
7.1Antecedentes..
7.2AsgeocoleesdoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto:oestadodaarte.....
7.3Osvriosinventriosdascolees..
7.4Aquisio,incorporaoepercursodasprincipaiscolees....
7.4.1AcoleoTheodorGersdorf,Freiberg
7.4.2AcoleoJulesDigeon,Paris.
7.4.3AcoleoLesFilsdmileDeyrolle,Paris.
7.4.4AcoleodeDr.F.Krantz,Bona.
7.4.5Outrosfornecedores..
287
294
299
310
316
323
326
334
339
CaptuloVIII
Concluseseperspetivasfuturas.... 346
Fonteseobrasdeconsulta.. 352
Estampas
XI
ndicedeFiguras
Figura1.ExemplodeumacartamanuscritadopresidentedaComissoGeolgica,GeneralEng..
JoaquimFilippeNerydaEncarnaoDelgado(18351908)deofertademateriaisdidticoscoleo
demapasdageologiadaEuropaparaoInstitutoIndustrialdoPorto(ArquivodoEspao
museolgicodeMineralogiaeGeologiadoISEP/MuseudoISEP)...........................................
5
Figura2.Fluxogramailustrativodaproblemticaemtornodascoleesdoespaomuseolgicode
MineralogiaeGeologiadoISEP....................................................
15
Figura3.AAcademiadeMarinha,ladonorte,ondetambmesteveinstaladaaAuladeNutica.
Desenhofeitoem1883porJ.C.VitorinoVilaNova...
22
Figura4.ConstruodoedifciodaAcademia,ladopoente,segundoodesenhofeitoem1833porJ.
C.VitorinoVilaNova,ondeaindasevaIgrejadaGraanointeriordoedifico,queestavanuma
fasemuitoinicialdasuaconstruo.....
26
Figura5.SaladasSessesdoConselhoAcadmicodaAcademiaPolitcnicadoPorto,nadcadade
80dosculoXIX(fotografiaemalbuminapertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.
6155FOT)
28
Figura6.EdifciodaGraaondeseencontravainstaladaAcademiaPolitcnicadoPortoeoInstituto
IndustrialdoPorto.FachadaNorte(gravuraretiradadoAnnuariodaAcademiaPolytecnicadoPorto,
annolectivode18821883sextoanno)
30
Figura7.SolardosSoaresdeNoronha,ondefuncionaramosprimeiroscursosdaAuladoComrcio
deLisboa(fotografiapertencenteaoArquivoMunicipaldeLisboa,autoriadeJosArturBrcia
(1871?1945),dimenses13x18cm,cotaantigaBAR000921).
31
Figura8.EdifcioondefuncionouaAcademiaRealdaMarinha,antigonoviciadodaCotovia,onde
tambmfuncionouoRealColgiodosNobres(CUNHA,1937)..
33
Figura9.SaladoRisco,com80por20metros.Aquidesenhavamsetodososcomponentesda
embarcao,atravsdeumsistemaderguas,medidas,fioseestacas.Foidestrudanogrande
incndiode18deabrilde1916.
34
XII
Figura10.EdifcioondefuncionouaEscolaPolitcnicadeLisboaentre1837e1911eonde
permaneceuaFaculdadedeCinciasapsacriao,em1911,daUniversidadedeLisboa.Neleest
instalado,nopresente,oMuseudeHistriaNaturaledaCinciadaUniversidadedeLisboa.
36
Figura11.RetratodeJooCarlosdeSaldanhaOliveiraeDaun,primeiroDuquedeSaldanha(1790
1876).
39
Figura12.ExcertodacartaenviadapelodiretorinterinodaEscolaIndustrialdoPorto,JosParada
Leito,paraRepartioCentraldoMinistriodasObrasPblicas,emmaiode1854,ondeest
indicadoexplicitamentequeaAssociaoIndustrialPortuensesuprimiudasuaescolatodasasaulas
comequivalnciasdaescoladoestado,transitandoosseusalunosparaonovoestabelecimento
deensino,demodoanoprovocaratrasosnosseusestudos(documentopertencenteaoArquivo
HistricodoISEP)....
40
Figura13.GravuradoPadreTeodorodeAlmeida(17221804),membrodistintodaCongregaodo
Oratrio
52
Figura14.Decretode4dejaneirode1837queextingueoRealColgiodosNobres,referindoa
transfernciadosseusalunosparaoColgioMilitar....
54
Figura15.ExcertodosEstatutosdaUniversidadedeCoimbra,onderefereaimportanteexistncia
deummuseu,vol.III,TituloIV,DosEstabelecimentospertencentesFaculdadedeFilosofia,
CapituloI,DoGabinetedeHistriaNatural..
54
Figura16.ExcertodaCartadeLeide6denovembrode1772queregulamentaoensinodos
estabelecimentosoficiaisdasprimeirasletrasedaaritmticaemtodasascomarcasdoReinode
Portugal..
56
Figura17.FolhaderostodapublicaodosEstatutosdaUniversidadedeCoimbra,1772 57
Figura18.SessoinauguraldaAcademiaRealdasCincias,Lisboa. 60
Figura19.IlustraoevocativadodesastredaPontedasBarcas,ocorridoduranteasegundainvaso
francesa,projetadaporCarlosAmaranteeinauguradaa15deagostode1806.Eraconstitudapor
vintebarcasligadasporcabosdeaoequepodiaabriremduaspartesparadarpassagemao
trfegofluvial..
62
Figura20.GravuradoretratodeManuelFernandesToms(17711822),consideradoafiguramais
importantedoprimeiroperodoliberal(gravuraretiradadaobradeJosLusCardoso,1983,p.5).
64
XIII
Figura21.FotografiadoPalcioRealnoPorto,conhecidoigualmenteporPalciodasCarrancas.
construdoapartirde1795,paraservirdehabitaoefbricadosMoraeseCastro,proprietriosda
FbricadeTiradordeOuroePratanaRuadosCarrancas.DuranteoperododocercodoPorto,
servedequartelgeneralaD.PedroIV,queseinstalaapenastemporariamente,comreceioquea
artilhariamiguelistaatacasseoedifcio.Em1861,adquiridoporD.PedroV,tornandoseassim
conhecidocomoPalcioRealdaTorredaMarca(ouPalcioReal).Vriosmonarcasportugueses
passaramnestepalcio,emvisitasmaisoumenosdemoradas.Em1942,inauguraseoatualMuseu
NacionalSoaresdosReis,paraalbergaraobradoartista,permanecendocomotalatatualidade.
(fotografiapertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.6124)
69
Figura22.ExcertodoDecretodecriaodosliceusnacionaisem17denovembrode1836,por
ManueldaSilvaPassos.
74
Figura23.ExcertodoDecretode20desetembrode1844,daresponsabilidadedeCostaCabral,que
reformaaInstruoPblicaemPortugal
77
Figura24.VistapanormicasobreorioDouro,nosentidodafoz,dacidadedoPortoedeGaia,
datadademeadosdosculoXIX.AofundoaPontePnsil,construdaentre1841e1842edemolida
em1887porjnooferecersegurana.Autor:ManuelJosdeSouzaFerreira(fotografia
pertencenteaoacervodoMuseudoISEP.ninv.6004FOT)
79
Figura25.ExtratodosestatutosdaAssociaoIndustrialPortuense,aprovadosem26deagostode
1852,JornaldaAssociaoIndustrial,n3,Quartafeira15desetembro,anode1852,p.36,onde
estexplanadaafinalidadedaAssociao
84
Figura26.ExtratodoDecretode30dedezembrode1852,quecriaoInstitutoIndustrialdeLisboae
aEscolaIndustrialdoPorto.ColeoOficialdaLegislaoPortuguesa,Lisboa,1852,p.867
86
Figura.27.QuadroapresentadonorelatriosobreaEscolaIndustrialdoPorto,desdeasuacriao
ataberturadoanoletivode18551856,comalistanumricaporordemalfabticadas
profissesdosalunosquefrequentaramaescolanoanoletivode185455,nomeadamente
alfaiates,carpinteiros,estampadores,barbeiros,canteiros,escultoreseesticadores,entre
outros
89
Figura28.RetratoaleodoprimeirodiretorinterinodaEscolaIndustrialdoPorto,Prof.Jos
ParadadaSilvaLeito(18091880);ooriginalencontrasenoSaloNobredaReitoriadaFundao
UniversidadedoPorto..
90
XIV
Figura29.SecoIIdoDecretode1dedezembrode1853,respeitanteaoregulamentoprovisrio
paraoInstitutoIndustrialdeLisboaeparaaEscolaIndustrialdoPorto..
91
Figura30.PanormicadefinaisdosculoXIX,princpiosdoXX,doedifcioondeestavaminstaladasa
AcademiaPolitcnicadoPortoeoInstitutoIndustrialdoPorto,denominadonapocadeEdifcioda
GraaouPaodosEstudos.Atualmente,funcionaneste localaReitoriadaUniversidadedoPorto,
naPraadeGomesTeixeira..
92
Figura31.SessosolenedaproclamaodaRestauraodaMonarquianavarandadosPaosdo
ConcelhodeVianadoCasteloa20dejaneirode1919.
119
Figura32.CaminhodeferroecomboiodaredeferroviriamineiradoLena,emLeiria.Visitade
estudosdosalunosdoInstitutodoPorto,18a20junho1931(fotografiapertencenteaoacervodo
MuseudoISEP,ninv.6266FOT)..
122
Figura33.Interiordaoficinadecarpintaria,mostrandoalunosatrabalhare,emprimeiroplano,
umaserraeltrica.AoficinadecarpintarialocalizavasenasinstalaesdoInstitutonaRuadeSo
Tom,1971(fotografiapertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.6082FOT).
126
Figura34.ExemplodoesboogeolgicodaregiodosarredoresdoPortopublicadonasMemrias
daAcademiaRealdasCincias,porC.Ribeiro(1860)comoestudointituladoMemriasobreo
grandefilometalliferoquepassaaonascentedAlbergariaavelhaeOliveiradAzemis.
139
Figura35.FotografiadaportadadaCartaGeolgicadePortugallevantadasobadireodeCarlos
RibeiroeNeryDelgado,apresentadanaExposioUniversaldePariseimpressaem1876
(ExemplarpertencenteaoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto)...
142
Figura36.ProgramadoCursodehabilitaoparaCondutoresdeMinas,aprovadosporPortariado
MinistriodasObrasPblicas,ComrcioeIndstriade15demaiode1867(documento
pertencenteaoArquivoHistricodoISEP)...
144
Figuras37e38.Registodamatrculadosdoisprimeirosalunosordinriosda7cadeiraArtede
Minas,DocimsiaeMetalurgia,noanoletivode18681869(documentopertencenteaoArquivo
HistricodoISEP).
146
Figura39.PrimeirapginacomnumeraodocatlogodoGabinetedeMineralogiadoInstituto
IndustrialdoPorto,datadode1869,ondesepodelerColleodemineralogiaclassificadasegundo
Dufrenoy(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)..
147
XV
Figura40.ExcertodoDecretode30dedezembrode1869,queintroduzalgumasalteraesao
ensinoindustrial,nomeadamenteocursocomercialnaescoladeLisboaeaexclusividadenaescola
doPortodocursodeCondutoresdeMinaseMestresMineiros
147
Figura41.OfcioemitidopelaDireoGeraldoComrcioeIndstriaem9dejaneirode1879,
autorizandoaaberturadoconcursoparaoprovimentodolenteparaastimacadeira
(correspondnciaexpedidaentre18761880,documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).
148
Figura42.ExcertodotermodepossedeManoelRodriguesMirandaJnior,Livrodostermosde
possedoslentesemaisempregadosdaEscolaIndustrialdoPorto,Porto,19desetembrode1853,
JosdeParadaeSilvaLeito,DiretorInterino8dejaneirode1881(Documentopertencenteao
ArquivoHistricodoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto).
149
Figura43.MapadosalunosmatriculadosnoscursosdoInstitutoIndustrialdoPorto,anexon3do
relatriodeatividadesdoanoletivo18801881(documentopertencenteaoacervodoArquivo
HistricodoISEP)....
150
Figura44.MapadosalunosqueobtiveramaCartadeCapacidadedoCursodeCondutordeMinas
de1classe,anexon9dorelatriodeatividadesdoanoletivo18811882(documento
pertencenteaoacervodoArquivoHistricodoISEP)
151
Figura45.GrupodeprofessoreseestudantesjuntoaoedifciodaCompanhiaIndustrialPortuguesa.
Visitadeestudorealizadade18a20junhode1931(fotografiapertencenteaoacervodoMuseudo
ISEP,ninv.6264FOT)..
158
Figura46.NotciaretiradadoJornalATribunade17deabrilde1925,ondedescritaaposio
doConselhoEscolardoInstitutoIndustrialeComercialdoPortoapresentadaCmarados
Deputadossobreaquestodottulodeengenheiro(documentopertencenteaoArquivoHistrico
doISEP)...
164
Figura47.FotografiaareadonovoedifciodoInstitutoIndustrialdoPorto,inauguradoem1967,
naRuadeS.Tom,Porto(fotografiapertencenteaoMuseudoISEP,ninv.6142)
169
Figura48.QuadrorepresentativodaorganizaodocursobasedeConstruesCiviseMinas,
estabelecidonoRegulamentopublicadoem4denovembrode1950eprofessadonoInstituto
IndustrialdoPorto
170
Figura49.FotografiadegrupodamaioriadosdocentesdoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto,
XVI
noanode1928(fotografiapertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL6154FOT). 177
Figura50.Ofciode5desetembrode1853,doMinistriodasObrasPblicas,DireodoComrcio
edaIndstria,Repartiocentral,enviadoparaJosdeParadaeSilvaLeito,comainformaoda
suanomeaocomodiretor interinodaEscola Industrialecomo lenteda4cadeira (documento
pertencenteaoArquivoHistricodoISEP)..
179
Figura51. ExcertodoCapituloVIIdoDecretode30dedezembrode1864,onde estipulada a
categorizaodosdocentesdoInstitutoIndustrialdoPorto..
180
Figura52.Excertodoprogramaestabelecidoparaoconcursoparaprovimentoda7Cadeirado
InstitutoIndustrialdoPorto,publicadonodiriodoGovernon259de16denovembrode1876
184
Figuras53e54.Registodotermodeextraodopontoparaaprimeiraprovaoraldocandidatoao
concursoparaprovimentodolugardeprofessordastimacadeiradoInstitutoIndustrialdoPorto,
ManuelRodriguesMirandaJnior,intituladoaguaconsideradacomoagentegeolgico.
187
Figura55.AssinaturadeManuelRodriguesMirandaJniorretiradadoseutermodeposse,assinado
nodia3desetembrode1881.
187
Figura56.RetratodebustodePauloMarcelinoDiasdeFreitas(18491929),ProfessorCatedrtico
da11cadeiraZoologia,BotnicaElementareseHigienedasIndstrias,doInstitutoIndustrialdo
Porto,em1887(fotografiapertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL6165FOT).
189
Figura57.Despachoministerialde7deagostode1897,queautorizaManuelRodriguesMiranda
Jnioradeslocarseaoestrangeiro.
193
Figuras58e59.Registodoprogramada7 cadeirano copiadordeRegulamentoseRegistosdo
Instituto Industrial do Porto, em 1870 (documento pertencente ao Arquivo Histrico do
ISEP)
196
Figura 60.Detalhe do programa da 11 cadeira Zoologia e Botnica elementares.Higiene das
indstrias e das construes, da responsabilidade do lente catedrtico PauloMarcelino Dias de
Freitas, correspondente ao ano letivo de 18871888 do Instituto Industrial e Comercial do
Porto..
197
Figura61.PrimeiraestampadoAtlasdeBotnicaRaiz,deAntnioXavierPereiraCoutinho,1898. 198
Figura62.Detalhedoprogramada15cadeiraMineralogia,DocimsiaeGeologia,da
responsabilidadedolentecatedrticoJosDiogoArroyo,correspondenteaoanoletivode1887
XVII
1888doInstitutoIndustrialeComercialdoPorto 200
Figura63.Detalhedoprogramada16cadeiraArtedeMinaseMetalurgia(18871888),
preparadoelecionadopelolenteManuelRodriguesMirandaJnior...
203
Figuras64e65.ModeloescaladeventiladorFabryparademonstraodossistemasdeventilao
subterrneos.ObjetopertencenteaoacervodoMuseudoISEP,construtorTh.Gersdorf,Freiberg
(objetopertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL582OBJ)..
204
Figura66.Modeloescaladefornoderevrberoparapudlagemcomsoleiramvel,sistema
Pernot,utilizadonasaulasdeMetalurgia.Estepermitiaexplicaraconstituioeofuncionamento
deumfornodepudlarnaproduodeferromacio:ocarvodemadeiraficanumdosladosdo
forno,aquecendoindiretamenteoferrocoadocontidonoutrocompartimentodoforno,no
havendocontactodiretoentreocombustveleometal(objetopertencenteaoacervodoMuseudo
ISEP,ninv.MPL577OBJ)
205
Figura67.Detalhedoprogramada7cadeira1parteBotnica industrial,2parteZoologia
industrial,3parteHigienegeralecolonial,prophylaxia internacional,segundoasalteraesdo
Decretode3denovembrode1905
208
Figura68.Detalhedoprogramada8cadeiraMineralogiaeGeologia,segundoasalteraesdo
Decretode3denovembrode1905
212
Figura69.Detalhedoprogramada11 cadeiraMetalurgia, Legislaomineira,ArtedeMinas,
TopografiaSubterrnea(1905).
213
Figura70.ModelodidticopertencenteaoMuseudoISEP,quedemonstraoprocessodeBessemer,
mtodomaisbaratonapocadeproduziraoatravsdoferrofundido:achavedestemtodoa
explosodearquepassaatravsdoferrofundido,retirandolhetodasasimpurezasecarbonoe
mantendo,aomesmotempo,umatemperaturaelevadaparaqueoferrosemantenhaderretido.
(ninv.MPL458OBJ)..
215
Figura71.ModelodeBombadeRittingerparaminaspertencenteaoacervodoMuseudoISEP
(objetopertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL1334OBJ)
217
Figura72.Detalhedoprogramada22cadeiraDesenhotopographico,Desenhoarchitectonico,
Desenhodemachinas,Desenhodecorteseplantasdeminas,segundoasalteraesdoDecretode3
denovembrode1905..
218
XVIII
Figura73.PerfillongitudinaldeumaminanafreguesiadeCovelo,concelhodeGondomar,distrito
doPorto,realizadoaumaescalade1:400.Soapresentadasasvriasgaleriasconstituintesda
mina,assimcomoasdatasdasuaconstruo.AutorJosRibeirodaSilvaLimaJnior,em8demaio
de1913,trabalhorealizadona22cadeira,pertencenteaosCursosdeMinas,deConstruesCivis
eObrasPblicasouaoCursoSuperiorIndustrial,ProfessorJosMigueldeAbreu(trabalho
pertencenteaoacervodoMuseudoISEPninv.MPL3755ED).......
219
Figuras74.Folhaderostodo livrodoProfessorA.PereiraForjaz,TabelasparaaDeterminaode
Minerais..
221
Figura75.FolhaderostodolivrodoProfessorA.J.GonalvesGuimares,TboasdeKobellpara
determinaodosmineraisporviaqumica,1910
221
Figura76.ModelodeaparelhodeperfuraoKindChaudron,pertencenteaoacervodoMuseudo
ISEP,quetinhacomofinalidadedemonstraraaberturadeumpoopormeiodeumasondalarga
atravsdeterrenoaqufero,deixandopenetraraguanaescavaoeassentandoseo
revestimentosdepoisdefeitatodaaescavaoataoterrenoimpermevel(objetopertencente
aoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL4533OBJ).
222
Figuras77e78.Modeloescaladefornoderevrberoparaao,sistemaMartinSiemens,
pertencenteaoacervodomuseudoISEP,utilizadonasaulasdeMetalurgia,quepermitiaexplicara
constituioeofuncionamentodeumfornoMartinSiemenseaproduodeaohomogneo
(objetopertencenteaoacervodoMuseudoISEP,ninv.MPL569OBJ)..
223
Figura79.Programada22cadeiraExploraodeMinas,datadode1932eassinadopelodocente
ArturMendesCosta(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).
225
Figuras80e81.Modelodidticodetrmelduploparademonstraodoprocessodeclassificao
dominrio,comduasmalhasdeclassificao.Estamquinaerautilizadaessencialmentenasminas
decarvo(objetopertencenteaoMuseudoISEP,ninv.MPL4765OBJ)
227
Figura82.Modelodebombaaspirantepremente,destinadaaelevaraguaouqualqueroutro
lquido,poraspirao,porpressooupelosefeitoscombinados(objetopertencenteaoMuseudo
ISEP,ninv.MPL499OBJ)
230
Figuras83e84.RelaodoslivrosdeMineralogiadaBibliotecadoInstitutoIndustrialdoPorto,em
1868(documentopertencenteaoarquivohistricodoMuseudoISEP).
234
Figura85.RelaodoslivrosdeHistriaNaturalexistentesnaBibliotecadoInstitutoIndustrialdo
XIX
Porto,em1868(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP) 235
Figura86.PginaderostodolivrodeAmdeBurat,MinralogieApplique,de1864,recomendado
paraoensinoda7cadeiraArtedeMinas,DocimsiaeMetalurgiaem1874(livropertencenteao
FundoBibliogrficoAntigodoISEP)
236
Figura87.PginaderostodolivrodeFranoisSulpiceBeudant,CourslmentairedHistoire
Naturelle,Minralogie,4ed.1874.Recomendadoparaa7cadeiraem1874(livropertencenteao
FundoBibliogrficoAntigodoISEP)
237
Figura88.PginaderostodolivrodeAmdeBurat,GologieApplique,5edio.18691870,
recomendadoparaasegundaparteda7cadeiraem1874(livropertencenteaoFundoBibliogrfico
AntigodoISEP)..
239
Figura89.PginaderostodolivrodeM.StanislasMeunier,CourslmentairedeGologie
applique,1872.Recomendadoparaa7cadeiraem1881(livropertencenteaoFundoBibliogrfico
AntigodoISEP)..
240
Figura90.PginaderostodolivrodeFranoisSulpiceBeudant,CourslmentairedHistoire
Naturelle,Minralogie,4ed.,1874.Recomendadoparaa7cadeiraem1881(livropertencenteao
FundoBibliogrficoAntigodoISEP)...
241
Figura91.PginaderostodolivrodeA.Leymerie,recomendadoparaa15cadeira,Mineralogiae
Geologia,em1888(livropertencenteaoFundoBibliogrficoAntigodoISEP)
242
Figuras92e93.FolhasderostodoslivrosdeBotnicaeZoologiadeMaximinianoLemos
recomendadosparaa11cadeiraZoologiaeBotnicaelementaresehigienedasindstrias,em
1891(livrospertencentesaoFundoBibliogrficoAntigodoISEP)
243
Figuras94e95.PginasderostodolivrodeA.F.Nogus,emdoisvolumes,recomendadoparao
estudodaMineralogiaem1897(livrospertencentesaoFundoBibliogrficoAntigodoISEP)
245
Figura96.PginadoRostodolivrodeJ.D.Dana,comtraduodeW.Houtlet,recomendadoparao
estudodaGeologia,em1897(livropertencenteaoFundoBibliogrficoAntigodoISEP)
246
Figura97.PrimeirapginadasebentadeMineralogia,dcadade40dosculoXX(documento
pertencenteaoArquivoHistricodoMuseudoISEP)
249
Figura98.AspetodofrontispciodoedifcioconstrudoparaoensinodaQumica(entre1773e
1777)duranteareformadaUniversidadedeCoimbrainiciadapeloMarqusdePombal,em1772.
XX
NomesmolocalsituavaseanteriormenteorefeitriodoColgiodeJesus.Nopresenteesteedifcio
histricoalbergapartedosespaosexpositivosdoMuseudaCinciadaUniversidadede
Coimbra..
254
Figura99.TabeladasdespesasdoensinoindustrialapresentadanofinaldoDecretode20de
dezembrode1864,ondemencionadaaverbaparaaquisiodemodelos,mquinas,aparelhose
coleesdosmuseustecnolgicos,gabinetesdeFsicaedeGeologiaedoLaboratrioQumico,dos
InstitutosdeLisboaePorto..
258
Figura100.ExcertodacartadirigidaaoReiD.LusIpelodiretordoInstitutoIndustrialdoPorto,em
1dejunhode1867,emqueinformasobreacriaodediversosestabelecimentosauxiliaresno
InstitutoIndustrialdoPorto,entreelesoGabinetedeMineralogia(documentopertencenteao
ArquivohistricodoISEP)..
258
Figura101.ExcertodacartaenviadaparaaDireoGeraldoComrcioeIndstria,em21deabrilde
1886,solicitandoautorizaoparaopagamentodemodelos,aparelhosemecanismosparao
GabinetedeMineralogiaeArtedeMinasdoInstitutoIndustrialdoPorto(documentopertencente
aoarquivoHistricodoISEP)..
260
Figuras102e103.ProjetodadistribuiodadotaodoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto
pelosseusdiversosGabinetesdeensinoprtico,nomeadamente:GabinetedeZoologiaeBotnica
(apoio11cadeira),GabinetedeMineralogia(apoio15cadeira),GabinetedeArtedeMinas
(apoio16cadeira)(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)
261
Figura104.Notadoscontratosdearrendamentodeedifciosparaserviodeinstruoindustriale
comercialdoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto,em30dejunhode1898.Segundoo
documentooGabinetedeMineralogiasituavase,aestadata,nostodoedifciodaAcademia
Politcnica(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)..
264
Figura105.Cartadatadade31demaiode1906,enviadapelodiretordoInstitutoIndustriale
ComercialdoPortoaoseucorpodocente,comafinalidadedecomunicarasprincipaisalteraesdo
Decretode5denovembrode1905,respeitanteaoensinoprtico(documentopertencenteao
ArquivoHistricodoISEP).
266
Figura106.Projetodehorrioparaoexerccioescolardoanoletivode19061907,aprovadopelo
ConselhoEscolar,ondesedestacaaatribuiodehorasespecficasdedicadasaostrabalhos
prticos(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)..
267
XXI
Figura107.Horrioatribudo,emfevereirode1907,aopreparadorda8e11cadeiras,Nuno
FreireDiasSalgueiro,paraqueacompanhassearealizaodostrabalhosprticosconstantesdos
programas(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).....
268
Figura108.Livroderegistodostrabalhosprticosda5cadeira(primeiraparte)Mineralogia,em
1920,doInstitutoIndustrialdoPorto(documentopertencenteaoArquivoHistricodo
ISEP).....
270
Figura109.Plantadogabinete,laboratrioeauladeMineralogiaeGeologiadoInstitutoIndustriale
ComercialdeLisboa,em189495.NasalaA,gabinete,estavamcolocadasaocentroasvitrinascom
osminerais(1),naslateraisosarmrioscomasrochas(2)easmesas(3).AsalaBquecorrespondia
aogabinetedoprofessor,asalaCaoLaboratrioeasalaDaula.
271
Figuras110.ExcertodoprojetodedistribuiodadotaodoInstitutoIndustrialeComercialdo
Portopelosseusdiversosgabinetesdeensinoprtico,nomeadamenteparaoGabinetedeZoologia
eBotnica(11cadeira),GabinetedeMineralogia(15cadeira)eGabinetedeArtedeMinas(18
cadeira),elaboradopeloConselhoEscolarem23deoutubrode1888(documentopertencenteao
ArquivoHistricodoISEP).
274
Figura111.Excertoreferente8cadeira(1parteMineralogia,2parteGeologia)doprojetode
horrioparaosexercciosescolaresateremlugarduranteoanoletivo19061907,aprovadopelo
ConselhoEscolarem30dejunhode1906,comamenodetalhadadosdiasdasemanaedashoras
deincioedefimasaulas..
276
Figura112.CartaenviadaaodiretordasMinasdeSoPedrodaCova,em3deagostode1881,a
solicitarautorizaoparaumalunodoInstitutoarealizarumavisita(documentopertencenteao
ArquivoHistricodoISEP).
281
Figura113.CartaenviadapelodiretordoInstitutoIndustrialdoPortoparaogerentedaempresa
CarbonferadoPorto,asolicitarumavisitadosalunosdacadeiradeMinasssuasinstalaes.A
visitarealizousenodia5demarode1920(documentopertencenteaoArquivoHistricodo
ISEP).....
283
Figura114.FotografiadavisitadeestudodoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto,dejunhode
1931,queincluiuumaparagemnaFbricadeCimentosLiz,emMaceira,Leiria(ninv.
MPL6271FOT).
284
Figura115.CartaenviadaaoDiretorGeraldoEnsinoIndustrialeComercial,em8dejunhode1922,
XXII
asolicitarumsubsdioparaasviagensdosalunosdacadeiradeMinas(documentopertencenteao
ArquivoHistricodoISEP).
285
Figura116.PginaderostodoTomoIdolivropublicadoporCarlvonLinnem1758,Systema
naturaeperregnatrianaturae..
288
Figura117.GravuradeVenceslaudeSousaPereiraLima(18581919),lenteda9cadeira
Mineralogia,PaleontologiaeGeologiadaAcademiaPolitcnica,noanoletivo188586.
293
Figura118.DisposiodosedifciosdentrodoCampusdoInstitutoSuperiordeEngenhariado
Porto,nopresente.OEspaoMuseolgicodeMineralogiaeGeologia"estlocalizadonoedifcioC,
assinaladoavermelho,eminstalaoafetaaoDepartamentodeEngenhariaGeotcnica..
295
Figuras119,120,121e122.AspetosdasaladodenominadoEspaoMuseolgicodeMineralogiae
Geologia,comascoleeshistricasaindadispostasemcondiesprecriaseaguardando
limpeza,recuperaoeinventariao(fotografias:PatrciaCosta,fevereirode2012)....
297
Figuras123e124.Etiquetasdasamostrasextraviadas,pertencentesColeohistricade
MineralogiaeGeologiadoISEPequeseencontram,presentemente,emcursoderestauroede
determinaodarespetivaassociao(fotografias:PatrciaCosta,2012).
298
Figuras125,126,127e128.AspetosdasaladoEspaoMuseolgicodeMineralogiaeGeologia
aquandodostrabalhosdeconservaodosexemplaresemprateleirasdevidamenteidentificadase
emcaixasdeacrlico(fotografias:PatrciaCosta,2013)
299
Figura129.FotografiadaSaladeMineralogiadoInstitutoIndustrialeComercialdeLisboa,
pertencenteaoArquivoMunicipaldeLisboa.AutoriadeAugustoBobone,cdigodereferncia
PT/AMLSB/BOB/S00243..
302
Figura130.FaturadosmodelosdeanatomiaclsticadoDr.AuzouxparaoGabinetedeHistria
NaturaldoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto,em1890(documentopertencenteaoArquivo
HistricodoISEP).
303
Figura131.PlantadocorpoG(4piso),situadosnaRuadeS.Tom(Porto),ondeassinaladaa
localizaoprovisriadomobiliriodoLaboratriodeMineralogiaeGeologiaeoGabineteMuseu
deMineralogia.PlantadoMinistriodasObrasPblicas,JuntadasConstruesparaoensino
TcnicoeSecundrio,abrilde1966(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).
309
Figuras132e133.Etiquetaspertencentesadoisespcimes,existententesnacoleode
XXIII
Mineralogia,comaindicaododoador,nestecasoSousaOliveiraeMendesdaCosta,parao
GabinetedeMineralogia.
310
Figura134.Excertodarequisiodasmquinas,aparelhosedemaisobjetosparaosdiversos
gabineteselaboratriosdoInstitutoIndustrialdoPorto,paraoanoeconmicode1866/1867,
nomeadamenteacomprade2000exemplaresdemineraisparaoGabinetedeMineralogia
(documentopertencenteaoArquivohistricodoISEP)..
312
Figura135.DetalhedeetiquetadoConstrutorTheodorGersdorf,Freiberg. 315
Figura136.DetalhedeetiquetadoConstrutorJ.Digeon,Paris.. 315
Figura137.EtiquetadeespcimefssilecaixacartonadadofornecedorLesFilsdmileDeyrolle,
Paris
315
Figura138.EtiquetadeespcimefssildofornecedorDr.F.Krantz,Bona 315
Figura139.Modelodecrivovibratriooumesaoscilante,construdoporTheodorGersdorfnassuas
oficinas,entre18801894(modelopertencenteaoacervomuseolgicodoISEP,ninv.
MPL578OBJ).
316
Figura140.Notaqueacompanhaalistadosmodelosnecessriosparaainstalaodogabinete
anexocadeiradeArtedeMinaseMetalurgia,em1888,assinadaporManuelRodriguesMiranda
Jnior(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)..
318
Figura141.Listadescriminadadosmodelosnecessriosparaainstalaodogabineteanexo
cadeiradeArtedeMinaseMetalurgia,encomendadospeloprofessorManuelRodriguesMiranda
Jniorem1888(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).
319
Figura142.CartaenviadaporTheodorGerdorfaoProfessorMirandaJniorerespetivatraduo,
naqualdadaanotciadoandamentodotrabalhodeconstruodosmodelosencomendadospara
ogabineteanexocadeiradeArtedeMinaseMetalurgia,em18deoutubrode1888(documento
pertencenteaoArquivoHistricodoISEP)...
320
Figura143.RegistodaAlfndegadoPorto,referenteaoenviodeumacaixacommodelose
mquinasparaexploraomineira,damarcaTheodorGerdorf(documentopertencenteaoArquivo
HistricodoISEP).
321
Figura144.Legenda/etiquetadomodeloderevestimentodegaleriademinas,construdopor
RichardBraun,Freiberg(modelopertencenteaoacervomuseolgicodoMuseudoISEP,ninv.
XXIV
MPL1212OBJ).. 322
Figuras145e146.Desenhodegaleriacomrevestimentoimbricadoourevestimentodegaleriaspor
palplanchas(tipocaixa)escala1/24,autorJoaquimAmricoVasconcellos,dataderealizao19
demaiode1917erespetivomodelopertencenteaoMuseudoISEP(ninv.MPL584OBJ).
323
Figura147.ModelodebritadordeBlake,adquiridoaJulesDigeon,Paris,em1888,paraoGabinete
deArtedeMinas(modelopertencenteaoMuseudoISEP,ninv.MPL4089OBJ)
325
Figura148.ModelodefornoRaschette,adquiridoaJulesDigeon,Paris,em1888,paraoGabinete
deArtedeMinas(modelopertencenteaoMuseudoISEP,ninv.MPL576OBJ)..
325
Figura149.Faturadecompradeumacoleode25utensliosdesondagenscasaJ.Digeon,Paris,
emmaiode1889(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)
326
Figura150.FaturadacompradematerialparaoensinodaZoologiaedaBotnicaCasamile
Deyrolle,deParis,emdezembrode1889(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP)
327
Figuras151e152.Folhadoherbriode300plantasadquirido,emdezembrode1889,aocomptoir
demileDeyrolleedestinadoaoGabinetedeHistriaNaturaldoInstitutoIndustrialdoPorto
(herbriopertencenteaoMuseudoISEP,ninv.4874)..
328
Figura153.CpiadacartaenviadaDireoGeraldoComrcioeIndstriaparaaprovaodo
pagamentodomaterialdeensinoparaa11cadeira(ZoologiaeBotnica)fornecidopormile
DeyrolledeParis,enviadaem22denovembrode1889(documentopertencenteaoArquivo
HistricodoISEP).
329
Figuras154e155.DoisdosquadrosparietaisdacasamileDeyrolleexistentesnacoleohistrica
doISEPereferentestecnologia(Metalurgia,metaispreciosos,mineraisesuasdiversas
aplicaes).
330
Figura156.MoldagemdoartrpodefssilEurypterusremipes,mileDeyrolle,Paris.. 331
Figura157.MoldagemdocrustceofssilKolegaquindins,mileDeyrolle,Paris 331
Figura158.MoldagemdecrniodoperissodctilofssilPalaeotherium,mileDeyrolle,Paris. 331
Figura159.MoldagemdemolardoproboscdeofssilElephasprimigenius,mileDeyrolle,Paris. 331
Figura160.Pormenordoquadroparietalrepresentativodaseogeolgicadopooartesianode
XXV
Grenelle.AdquiridocasaLesFilsdmileDeyrolle,Paris. 332
Figura161.Quadrocomumcorteidealdeumvulcoestratiformeativo,adquiridocasaLesFils
dmileDeyrolle,Paris..
333
Figura162.AparelhodeAlphonseFavre,LesFilsdemileDeyrolle,Paris,pertencenteaoacervodo
MuseudoISEP(ninv.MPL4034OBJ)
334
Figura163.Mecanismoparaaproduoartificialdosburgosedaslajesestriadaspeladenudao
subterrnea,LesFilsdemileDeyrolle,Paris,pertencenteaoacervodoMuseudoISEP(ninv.
MPL4620OBJ)..
334
Figura164.Aparelhoparaoestudoexperimentaldaorogeniageral,LesFilsdemileDeyrolle,Paris,
pertencenteaoacervodoMuseudoISEP(ninv.MPL4621OBJ).
334
Figura165.Dispositivoparaproduoderedemoinhoseconsequentementeformaodas
marmitasdegigante,LesFilsdemileDeyrolle,Paris,pertencenteaoacervodoMuseudoISEP(n
inv.MPL4658OBJ).
334
Figura166.DescriodomaterialarequisitarparaoGabinetedeMinas,casaF.Krantz,em31de
marode1926,peloprofessorMendesdaCosta(documentopertencenteaoArquivoHistricodo
ISEP)
336
Figura167.FaturadacasaDr.F.Krantzreferenteaoenviodeumacoleode500rochas,
organizadasegundoaclassificaodeFouquMichelLvy,dedezembrode1926(documento
pertencenteaoArquivoHistricodoISEP)
338
Figuras168e169.DoisexemplaresdacoleodosServiosGeolgicosdoInstitutoSuperiorde
EngenhariadoPorto,comaindicaodaprovenincia,datadacolheiraenmeroidentificativo
(fotografias:PatrciaCosta,ISEP)..
341
Figura170.FaturadacompradematerialparaoGabinetedeMineralogia,encomendadopelo
professorCelestinodaCostaMaia,emjunhode1928,casaJulioWorm(documentopertencente
aoArquivoHistricodoISEP)..
342
Figura171.Coleode161cristaisnaturaisemsuportecomredoma(JardimdeCristais;cf.
BRANDO,2008)..
343
Figura172.Coleodemodeloscristalogrficosemvidro. 343
XXVI
Figura173.Coleodemodeloscristalogrficosemvidroecarto.. 344
XXVII
ndicedeQuadros
Quadro1.CursosministradosnaAcademiaRealdoPortonadatadasuacriao.. 25
Quadro2.EscolasqueantecederamaUniversidadedoPortode1762a1911.. 30
Quadro3.AcademiasexistentesnacidadedeLisboaduranteoltimoquarteldosculoXVIII 35
Quadro 4. Comparao das alteraes de denominaes e divises nos Institutos Industriais de
LisboaePorto,de1852a1974..
42
Quadro5.PercursoesubsequentesdesignaesdoInstitutoIndustrialdeCoimbra(19211975). 47
Quadro6.Sntesedosprincipaisacontecimentospolticosesociaisdecorridosentre1750e1834.. 71
Quadro7.PercursohistricodosConservatriosdeArteseOfcioscriadosemPortugalem1836e
1837..
75
Quadro8.Sntesedosprincipaisacontecimentoscomrepercussonareadoensino,ocorridos
entre1835e1852..
81
Quadro9.OrganizaodaEscolaIndustrialPortuenseerepartiodonmerodealunosinscritos
nasvriasdisciplinaslecionadasnoanode1852.
85
Quadro10.CadeirascriadaspeloDecretode30dedezembrode1852paraaEscolaIndustrialdo
PortoeparaoInstitutoIndustrialdeLisboa...
87
Quadro11.Disciplinasdo2graudeensino,segundoareformadoensinoindustrialpublicadaem
20dedezembrode1864
95
Quadro12.CursosministradosnosInstitutosIndustriais(18521864). 96
Quadro13.AlteraesintroduzidaspeloDecretode30dedezembro1886aonveldedisciplinas
lecionadasnoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto..
100
Quadro14.AlteraesnoensinoIndustrialintroduzidaspeloDecretode8deoutubrode1891... 102
Quadro15.AlteraesnoensinocomercialintroduzidaspeloDecretode8deoutubrode1891........ 102
Quadro16.Cursoerespetivasdisciplinasintroduzidoscomareformadoensinode1891.. 103
Quadro17.AlteraesintroduzidaspeloDecretode25deoutubro1893emalgumasdasdisciplinas
XXVIII
lecionadasnasecoindustrial.... 108
Quadro18.AlteraesintroduzidaspeloDecretode3denovembrode1905aonveldedisciplinas
lecionadasnoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto..
110
Quadro19.SntesedosprincipaisacontecimentosnacionaisreferentesaoensinoemPortugal,
18531905...
112
Quadro20.CursosministradosnoInstitutoIndustrialdoPortoapartirde1918.... 116
Quadro21.EstabelecimentosanexoexistentesnoInstitutoIndustrialdoPortosegundoo
regulamentode1919
117
Quadro22.CursosministradoserespetivosttulosprofissionaisnoInstitutodoPorto,apsa
reformade1931..
123
Quadro23.CursosprofessadosnosinstitutosIndustriaiserespetivahabilitaolegalsegundoo
Decreton20:328de21desetembrode1931.
124
Quadro24.DenominaesdaescoladoPortoduranteoperodode1886a1933.... 124
Quadro25.LegislaorelativaaoensinopublicadaduranteoEstadoNovo... 127
Quadro26.MarcoshistricosnoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPortoentre1989e2008. 130
Quadro27.PrincipallegislaomineiranasegundametadedosculoXIX.. 136
Quadro28.Organizaodoscursoslecionadosnosestabelecimentosdeensinoindustriale
comercialdependentesdoMinistriodasObrasPblicas,ComrcioeIndstriaedefinidosna
reformadoensinoindustrialde1891..
153
Quadro29.NmerodealunosdetodasasclassesnasdisciplinasdereadeMineralogiae
Metalurgiaentrede1868e1900....
155
Quadro30.DisciplinasquecompunhamoplanodeestudosdoCursodeMinasdoInstituto
IndustrialdoPorto,publicadonoDecretode3novembrode1905...
159
Quadro31.Disciplinasquecompunhamosdoisprimeirosanosdocursogeraleosdoisanosdo
cursoespecializadodeMinas,segundooDecreton5:029,de5dedezembrode1918...
162
Quadro32.PlanocurriculardocursoespecializadodeMinasdoInstitutoIndustrialeComercialdo
XXIX
Porto,deacordocomoDecreton11:364de9dedezembrode1925.. 165
Quadro33.NovoplanocurriculardoCursodeConstrues,ObrasPblicaseMinas,introduzido
pelareformadoensinoindustrial,de1931..
167
Quadro34.CursosdareaerespetivoestatutoprofissionaldeMinaseMetalurgiaministradosde
1864a1974.
173
Quadro35.Docentesdo6grupoentre1963e1975.. 192
Quadro36.AlgumasobrasdereferncianareadaMineralogiaeGeologiautilizadasnoInstituto
IndustrialdoPorto,oudispiniveisnoseuacervobibliogrfico
233
Quadro37.EstatsticadaBibliotecadoInstitutoIndustrialeComercialdoPortoem30desetembro
de1926..
247
Quadro38.ListadealgunsdoslivrosexistentesnofundobibliogrficoantigodoISEP(sculoXX).. 250
Quadro39.EstabelecimentosdeensinoprticoexistentesnaescoladoPorto,comenfaseparao
perodode1864e2006..
257
Quadro40.Refernciasencontradasrespeitantesaospreparadoresda8e11cadeiras,entre
1907e1953.
277
Quadro41.RegistodevisitasdeestudoefetuadaspelosalunosdoInstitutoIndustrialdoPorto
duranteasegundametadedosculoXIX..
282
Quadro42.AtuaiscoleesligadasaoensinodaMineralogia,Geologia,Paleontologia,Minase
MetalurgiadoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto.
300
Quadro43.DescrioquantitativadascoleespertencentesaoGabinetedeMineralogiae
Geologia,em1926..
304
Quadro44.ColeesexistentesnoGabinetedeMinaseMetalurgiasegundooinventriodadcada
de20dosculoXX..
305
Quadro45.ColeesdeMineralogia,deGeologiaedePaleontologiaexistentesnasdiferentessalas
elaboratriosdoInstitutoIndustrial,segundoocadastrodosbensdodomnioprivado,em1938..
306
Quadro46.Aquisiesfeitasentre1867e1927,paraosGabineteseLaboratriosdeMineralogia,
MetalurgiaeArtedeMinaseHistriaNatural,talcomovemdescritonoslivrosdecaixadoInstituto
XXX
IndustrialdoPorto.. 314
Quadro47.Descriodacoleode25mineraisderochasadquiridacasaF.Krantzem1926.. 337
Quadro48.DescriodosexemplarespertencentescoleodosServiosGeolgicos 340
XXXI
IndicedeEstampas
EstampaI.ColeoTheodorGersdorf,Freiberg
EstampaII.ColeoTheodorGersdorf,Freiberg
EstampaIII.ColeoJulesDigeon,Paris
EstampaIV.ColeodaComissoGeolgicaeServiosGeolgicosdePortugal
EstampaV.ColeodaComissoGeolgicaeServiosGeolgicosdePortugal
EstampaVI.ColeoLeFilsdemileDeyrolle,Paris
EstampaVII.ColeoLesFilsdemileDeyrolle,Paris
EstampaVIII.ColeoDr.F.Krantz,Bona
1
CaptuloI
EntradadoedifciocentraldoInstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto,localizado
naRuadoDr.AntnioBernardinodeAlmeida,Porto.
1. Introduo
1.1AscoleesdeGeocincias
Quandoem2009 inicimosotrabalhode investigao,naFaculdadedeCinciaseTecnologiada
UniversidadedeCoimbra,conducenteelaboraodapresentedissertao,naespecialidadedeHistria
eMetodologiadasCinciasGeolgicas,dascoleeshistricasdeMineralogiaeGeologia1edeArtede
MinaseMetalurgiapertencentesaoatual InstitutoSuperiordeEngenhariadoPorto (ISEP), tnhamos
comometaacontextualizaodessasmesmascolees,relacionandoasuaexistnciaeoseupercurso
comodesenvolvimentodestasreasdoconhecimentocientficonoensinoindustrialenaEscola,apardo
contextopoltico,socialeeconmicoqueseviveuemPortugalenaEuropaindustrializada,entreosanos
de1852e1974.
Logonoinciodonossopercursoconstatmosqueestesfatoreseramindissociveisesatravsda
suaconjugaoeanlisetransversalpoderamosalcanarumavisoglobaldotemaemestudo.Aferimos
aimportnciadestetipodecoleeseaexistnciadeumaredeinternacionaldetransaesdeespcimes
1Estasgeocoleesestiveram, tradicionalmente, ligadasaoDepartamentodeEngenhariaGeotcnica (DEG)do ISEP tomandoatualmente a designao de EspaoMuseolgico deMineralogia e Geologia (Cf. Artigos 6. e 12 do Regulamento n.158/2011RegulamentodoDepartamentodeEngenhariaGeotcnicaDiriodaRepblica,2. srie,N.45,demarode2011,p.1084210844).
2
naturaisemateriaisdidticos,emquePortugalacabariaporseviraintegrar,sobretudoapartirdoltimo
quarteldenovecentos.
Porm, a compreenso do desenvolvimento do interesse pelas Cincias Naturais e seus
antecedentesconstituiuoprimeiropassoparaaconstruodeummapade ideiasqueviriaasero fio
condutordanossainvestigao.Nopretendamosqueoresultadofinalfosseumapanormicaexaustiva
dotema,massimestudartodaacontextualizaodascoleesnaorganizaodaEscola,ao longodos
seusmaisde160anosdehistria,aomesmotempoquetentmoscompreenderatquepontoosfatores
polticos e econmicos vividos em Portugal, durante este longo perodo, poderiam ter influenciado o
percursodoensinoindustrialnacidadedoPorto.
A existncia de colees de Geologia (ou numa terminologiamais abrangente de colees de
Geocincias) e de outros materiais didticos associados, tais como modelos, quadros e mapas, em
diversas instituies de ensino superior demonstrou, em primeira instncia, a importncia destas
disciplinas nos planos curriculares dos cursos, que, como sabido, tiveram o seu incio na segunda
metadedosculoXVIII,sendoestasdepoisigualmenteincorporadasnosinstitutosdeensinoindustrial,j
emmeadosdosculoXIX.Porm,paraentendermosaexistnciadestascoleestivemosquepercebero
sentido evolutivo desta cincia, dos principais fatores que estiveram na sua origem e das tcnicas
mineiras emetalrgicas associadas (pormenores, por exemplo, em AGRICOLA 1912;GERBELLA, 1947;
SIMESCORTEZ,1965;FFVMML,2006).
Para alm dosmuseus de Histria Natural, que incluam todos os reinos da natureza, surgem
tambm neste perodo os museus geolgicos, ligados a uma aplicao prtica mais lata da cincia
(DOUHTY,1996:5),mastambmmuitoassociadosaoaproveitamentoeconmicodosrecursosmineirose
atividadeamadoradecuriososedesociedadescientficas locais2(DELICADO,2009:103).Ao longodos
sculos XVIII e XIX nascem assim diferentes tipos demuseus dedicados s cincias naturais, que se
difundemportodosospasesdaEuropa,noficandoPortugalalheioatalmovimentodedifuso(op.cit.).
A atraopelouniversodanatureza jerauma realidadeemPortugal,entreos colecionadores
joaninos, tipificandobemvaloresculturaiseaspiraescoletivasem trnsitoe ilustrandoa irrupode
interrogaes cientficas de novo tipo. Nos gabinetes privados imperava a desordem, to ao gosto
maneirista,naexibiodosnaturaliaetartificialia (BRIGOLA,2003:69).Decorridosalgunsanosecoma
ascenso de Sebastio de Carvalho e Melo (16991782), futuro Marqus de Pombal, temos o
aparecimentodeumnovocontextodereceodacincianasociedadeportuguesa.Comaexpulsodos
Jesutas, em 1759, e com o triunfo da conceo jusnaturalista do poder rgio3, ruram os derradeiros
obstculoseclesisticosepolticosaumprogramadeabsolutismorgioesclarecido.ACoroaabriuseaos
2ComoporexemplooMuseumofPracticalGeologyqueabriuemLondresnoanode1851.3ConsignadanaLeidaBoaRazo(1769),abasedetodaadoutrinaedireitopositivoposteriores.Doravanteseriaarazoquepresidiaaoordenamentojurdicoenoasleisdosromanos,asleiscannicas,asglosasdeBrtoloeAcrsioouasopiniesdosmagistrados.Cf.(LOPES,2010:127).
3
novos interesses econmicos e sociais e penetrao da cinciamoderna, cuja pedra de toque foi
aproximaoscinciasexatasenaturais(op.cit.).Desdemodo,oprimeiromuseudeHistriaNaturale
respetivoJardimBotnicofoifundadoemPortugal,em1768,por iniciativadaCasaReal,paraeducao
dosprncipes.ORealGabinetedeHistriaNatural4acolheuascoleesrecolhidasnasviagensfilosficas
s colnias5 e nas expedies a Portugal Continental e ilhas, realizadas por naturalistas treinados em
estgiosprofissionalizantesnoMuseu(DELICADO,2009:106).
A reforma pombalina daUniversidade de Coimbra, em 1772, dita a criao de uma Faculdade
dedicada ao ensino das CinciasNaturais e das Cincias FsicoQumicas.Os Estatutos estabeleciam a
criao de estabelecimentos anexos de apoio ao ensino, entre os quais um Gabinete ouMuseu de
HistriaNaturaleumJardimBotnico(op.cit.:108).AligaoorgnicadoMuseuedoJardiminstituio
universitria constitui um trao distintivo dessa reforma, embora tenha ditado algumas fragilidades
quotidianas,mas salvaguardou tradies seculares, sendoherdeiradeumahistoricidade impossvelde
encontraremqualqueroutromuseuportugus(BRIGOLA,2003:138139).
O ltimo dosMuseus de Histria Natural setecentista foi o da Real Academia das Cincias. A
instituiofundadaem1779careciadeumacoleodeespcimesanimais,vegetaisemineraisdoreinoe
das colnias e assim, em 1781, a Academia publica um folheto intitulado, Breves instrues aos
correspondentes da Academia das Cincias de Lisboa sobre as remessas dos produtos e notcias
pertencentesHistriadaNaturezapara formarumMuseuNacional,ondeespecificavaedescreviaas
normasparaacolheita,preparaoetransportedeexemplaresparaomuseuequaisasinformaesque
deveriamacompanharcadapea.Em1792aAcademiarecebeolegadodehistrianaturaldoPadreJos
Mayne (17231792). Porm, o museu da Academia apenas foi formalmente constitudo em 1834,
recebendonoanoseguinteacoleodemineraisdaIntendnciadeMinaseMetaisdoReinoedoisanos
depoisoespliodoRealMuseudaAjuda.As suas colees foram ainda aumentadas comddivasde
scioseamigosdaAcademia(DELICADO,2009:109110).
Porm,podemosconsiderarqueamuseologiacientficasetecentistaportuguesa,noobstanteo
ambienteiluministadapoca,aindasecircunscreviafundamentalmenteagruposrestritos,nombitoda
UniversidadeoudaCorte (MENDES,2009:32).Todoseles6erammuseus cientficos,orientadosparao
domnio da Histria Natural, subdividida nos seus trs ramos constituintes (Mineralogia, Botnica e
Zoologia)ecujosobjetivoseramcontribuirparaa investigaoeensinodessacinciaeparaoestudoe
promoodassuasaplicaesprticas(GOUVEIA,1993:178).
4MaistardeRealMuseudaAjuda.5NomeadamenteBrasil,Goa,Angola,MoambiqueeCaboVerde,em1783.6RealMuseudaAjuda,MuseuNacional eMuseudaUniversidadedeCoimbra (Cf.GOUVEIA,HenriqueCoutinho (1993) Aevoluo dosMuseus Nacionais portugueses: tentativa de caracterizao. Homenagem a J. R. dos Santos, Vol. II. Lisboa:InstitutodeInvestigaoCientficaeTropical,p.178).
4
Durante o sculo XIX, fatores como as revolues liberais e o desenvolvimento da cincia e da
tecnologia,acompanhadopelosprogressosdaindustrializao,iriamlanarnovosdesafiossinstituies
museolgicas.
Um marco importante foi a criao do Museu Geolgico de Lisboa, em 1859. Embora sejam
escassas as referncias sua instalao, muitas vezes encarado como uma resposta bvia s
necessidades prticas decorrentes dos trabalhos desenvolvidos pelas ComissesGeolgicas do Reino7,
nomeadamenteade instalaoedisponibilizaoparafuturaconsultadosmateriaisrecolhidosdurante
ascampanhas(BRANDO,2009a:165).ContrariamenteaoutrosmuseusdeHistriaNaturaldasegunda
metade do sculo XIX, que repartiam os seus objetivos entre a investigao e a educao, oMuseu
Geolgicocolocouainvestigaoacimadetodasasoutrasvertentes(op.cit.).
Ao longodos anosoitocentosomuseupassa a ser visto comoum excelente complementodas
escolas,emespecialnoqueconcerneaoensinotcnicoprofissional(MENDES,2009:33).Aconfirmaresta
linha de pensamento, em 1852, aquando do surgimento, do ensino industrial em Portugal, ficou
estipuladonodecretoacriaodeumMuseuIndustrialnoInstitutoIndustrialdeLisboa,divididoemduas
partes:depsitodemquinasecoleestecnolgicasecomerciais8.
NocasodoPortonoexisteoficialmenteacriaodeummuseunaEscolaantecessoradoISEP,em
1852.Porm,atravsda leituradediversacorrespondnciapossvelconcluirqueasuaexistnciaera
umarealidade.Sabemosquelogoem1856foiadquiridodiversomaterialdidtico,emdiversasreasdo
saber,havendoassimuminvestimentoporpartedosdirigentesdaEscola,emmanteroensinoadequado
realidadeindustrialdopas.
()ascompetentesOrdensAlfandegadoPortoparaopagamentoporencontrodosdireitosrespetivoss4caixas
quevieramdePariscomloiaevidrosparaoMuseudaEscolaIndustrialdessacidade()9
Na figura 1 apresentase, como exemplo, uma cartamanuscrita do presidente da Comisso do
Servio Geolgico, General Eng. Joaquim Filippe Nery da Encarnao Delgado (18351908)10, que
acompanhavaaofertademateriaisdidticos(coleodacartageolgicainternacionaldaEuropa)paraa
bibliotecadoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto.
7Estasdesenvolveramasuaatividadeentre1857e1918,sucedendolheosServiosGeolgicosdePortugal(SGP),entre1918e1993esucederamlheumasriedeinstituiescomoutrasdesignaesemqueincorporaramascompetnciasdosSGP(IGMInstitutoGeolgicoeMineiro,INETIInstitutoNacionaldeEngenharia,TecnologiaeInovao)eactualmenteoLaboratrioNacionaldeEnergiaeGeologia(LNEG),quetutelaoMuseuGeolgico(http://www.lneg.pt/MuseuGeologico/MuseuGeologico).
8Decretode30dedezembrode1852,TITULO II,Do Instituto IndustrialDeLisboa,artigos10e11,queestipulaosgrausdeensinoeaspartesqueconstituamoMuseuIndustrial.9CartaenviadapeloMinistriodasObrasPblicas,RepartiodeContabilidadeparaodiretorinterinodaEscolaIndustriala2dejaneirode1856(documentopertencenteaoArquivoHistricodoISEP).
10 Joaquim Filippe Nery da Encarnao Delgado (18351908), pormenores biogrficos em: http://cvc.institutocamoes.pt/ciencia/p37.html.
5
Figura1.Exemplodeumacartamanuscrita,datadade12deJulhode1905,dopresidentedaComissodoServio
Geolgico,GeneralEng.JoaquimFilippeNerydaEncarnaoDelgado(18351908)deofertademateriaisdidticos
coleodacartageolgicainternacionaldaEuropaparaoInstitutoIndustrialeComercialdoPorto(Arquivodo
EspaomuseolgicodeMineralogiaeGeologiadoISEP/MuseudoISEP).
Ao longodostempos foramvriosos laboratriosegabinetesqueexistiriamnaescoladoPorto,
inicialmentedenominadosdeestabelecimentosauxiliaresdeensino,consideradossempreumapeade
grande importncianoensino industrial.Sobo lemasaberfazeracomponenteexperimentalaplicada
(i.e., privilegiando a prtica segundo umamatriz de ensino tericoprtico) desempenhou sempre um
papelrelevantenaformaodosestudantesquefrequentaramaEscola.Houveassimumapreocupao
constante por parte do Conselho Escolar em equipar, da forma mais completa possvel, estes
estabelecimentoscomaparelhos,mquinas,amostraseespcimesdidticos.Nosdiversosrelatriosque
6
anualmente eram enviados tutela11 eram descritas todas as aquisies feitas,maioritariamente no
estrangeiro12,bemcomooestadodedesenvolvimentodosgabineteselaboratriosexistentesnaEscola.
As colees deHistriaNatural alvo do nosso estudo esto inseridas neste contexto. Estas colees,
compem atualmente o acervo doMuseu do ISEP13, que tem como objetivo reunir, em benefcio da
comunidade, bens culturais,materiais e imateriais, representativos da evoluo do ensino industrial,
destacandooseucontributoparaodesenvolvimentonacional.
1.2 Objetodeestudo
Umadasmotivaesqueestiveramnabasedaescolhadotemadopresentetrabalhofoiofactode
ataomomentonenhumestudotersidofeitonosentidodeperceberaexistncia/origemdascolees
deMineralogiaeGeologiaedeArtedeMinaseMetalurgiado InstitutoSuperiordeEngenhariado
Porto,bemcomoasuaarticulaocomoensinotericoeprticoexercidonesteestabelecimentodesde
asuacriaoem1852.SalienteseofactodacoleodeMineralogiaeGeologia(ecomaindapartesdo
espliodacoleodeArtedeMinaseMetalurgia)seranicaquenoincorporouataomomentoos
acervosdoMuseudo ISEP,estandoaindasoba tuteladoDepartamentodeEngenhariaGeotcnicano
atualespaomuseolgicodeMineralogiaeGeologia14.Oseuacessofoicondicionadoatumpassado
recente,emvirtudedautilizaoregulardeespcimeseamostrasemaulasprticas,aliadodeficiente
organizaodascolees,provocadapelamudanaabruptaedescuidadadeedifcio,novirardosegundo
milnio,dacoleodeamostrasdeMineralogia,PaleontologiaeGeologia,noseiodoCampusdoISEP.
Encontrase atualmente no edifcio C, pertencente ao Departamento de Engenharia Geotcnica. Esta
coleoherdeiradoespliodoInstitutoIndustrialdoPortoedaAcademiaPolitcnicadoPorto.uma
coleoextensa,degrandevalorpatrimonial,queachmosquevalia,emerecia,apenaestudar,valorizar
econtextualizar,tentandoreconstituiroseupercursocomocoleodidticaedeinvestigao.
Recuandoorigemdoacervo,podemosafirmarcomexatidoqueacoleoalvodonossoestudo
s comeou a ser constituda a partir da reforma do ensino industrial datada de 1864. Esta reforma
preconizava a formao de uma elite tcnicocientfica que provesse os quadros do Estado de um
conjuntodecompetncias indispensveisparaaconstruode infraestruturas,desistemasracionaisde
administraodoterritrioedeformasdeexplorareconomicamenteosespaosnacionais(SIMESetal.,
2013:19). No caso do Porto, esta reforma introduziu as cadeiras (ou disciplinas) deMineralogia, de
11MinistriodasObrasPblicas,ComrcioeIndstria.12Frana,InglaterraeAlemanha.13 O Museu do ISEP foi criado em 1999, como um servio no Instituto Superior de Engenharia do Porto(http://www.isep.ipp.pt/museu). Atualmente, oMuseu do ISEP apoia e integrase no projeto nacional Roteiro dasMinas ePontosdeInteresseMineiroeGeolgicodePortugal(http://www.roteirodeminas.pt).14Cf.Regulamenton.158/2011RegulamentodoDepartamentodeEngenhariaGeotcnicaDiriodaRepblica,2.srieN.454demarode2011,pp.1084210844.
7
Geologia,deArtedeMinasedeMetalurgianosplanosdeestudodoscursosministradosnaEscolado
Porto,nomeadamenteocursodeCondutoresdeMinas.
As colees permaneceram sempre nos estabelecimentos de ensino aplicado, tendo sido
manuseadasde forma continuadadurantedcadas. Partindodaperspetivade PEARCE (1992:16),que
consideraquedevidoaofactodeumobjetoterestadosemprenumdevido lugargeraassuasprprias
tcnicasde anlise, ajudando a compreenderosobjetose as relaesque existem entreelese a sua
localizao,sendoestaumaparte importantenodesenvolvimentoecompreensodocontextoondese
inseremascolees,analismoslogopartidaalocalizaodacoleoemestudoemuitasquestesse
foram levantando: Quando que estas colees foram adquiridas? A que comptoirs que foram
compradas? Quem foi o responsvel, ou responsveis, pelas encomendas? Foram equipar que
laboratriosegabinetesdeensinoaplicado?Quemeramosdocentesdasrespetivascadeiras?Quaisos
programas das cadeiras? Como estavam organizadas?Qual a sua contextualizao e especificidades a
nvelnacionalenombitointernacional?
Destemodo,anossainvestigaofoinorteadaporumconjuntodequestesepressupostos,alguns
delesbaseadosemestudosdecoleessimilaresepesquisassobreoensinoindustrial.Conseguimoscom
esta investigaoresponderdeumaformamuitopragmtica,masno,emalgunspontos,toexaustiva
quantoqueramos,devidoescassezdeinformaoepresenadelacunasnadocumentaoexistente
quesuportouanossainvestigao.Aconsultadebibliografiasobreestatemtica,dascolees,permitiu
nos adquirir uma viso global e contextualizar o que se passava noutros estabelecimentos de ensino
nacionais,nomeadamentenoInstitutoIndustrialdeLisboa,naAcademiaPolitcnicadoPorto,naEscola
PolitcnicadeLisboaenaUniversidadedeCoimbra.VerificmosassimqueoInstitutoIndustrialdoPorto
seguia osmesmomodelos que as escolas referidas, no que concerne aos programas, compndios e
coleesdidticas,emboraestivssemosnapresenadeescolasdediferentesgrausdeensino.
Noqueserefereespecificamentescolees,julgamosqueascategorias/tipologiaspropostas,na
suatesededoutoramento,porLOURENO(2005:3334)seriamasmaisadequadasparaoacervodoISEP;
cujaopiniotambmpartilhadaporoutrosautorescomoBRANDO(2008:168).Classificamosassimo
acervo em estudo na categoria/tipologia de colees de ensino (referidas tambm como colees de
estudo),poisdesdeasuaorigemfoidestinadoexatamenteaessafuncionalidade15.
Aorganizaosistemticadascoleesnofoicontempladanombitodonossotrabalhovistoque
muitasdasamostrasnoconservavamasetiquetasoriginais,necessitandodeumaidentificaoimediata
comrecursoameiosdedeterminaocomplementares(mineralgicos,petrogrficosougeoqumicos),o
que envolveria recursos que no estavam disponveis no tempo que tnhamos para a realizao da
investigao.
15PodemosdaroexemplodacoleodeanatomiadoInstitutdAnatomie,UniversidadedeStrasbourgLouisPasteur,acoleodearqueologiaMuseudeLouvainlaNeuve,UniversidadeCatholiquedeLouvain(Blgica).Cf.(LOURENO,2005:3536).
8
1.3 Estruturadadissertao
O presente trabalho apresenta o seu corpo de texto hierarquizado em duas partes.A Primeira
parte (compostapeloscaptulos IIe III)dedicadacontextualizaodoensinoemPortugal,partindo
dosprincipaisestabelecimentosdeensinoquesurgiramemPortugal(AcademiasPolitcnicas,Institutose
Universidades), desde as primeiras reformas educativas empreendidas sobre a gide doMarqus de
Pombal e passando por uma apreciao sobre a criao e evoluo do ensino industrial at III
Repblica.
ASegundaparte(captulosIVaVII)dedicadaaumestudomaisaprofundadodaEscoladoPorto,
no qual se incide, sobretudo, nos cursos deminas e respetivas cadeiras (disciplinas), na componente
tericaeprticadoensino industrialenosacervosdecoleesdemateriaisdidticosqueforamsendo
adquiridos e utilizados, desde os primrdios do Instituto Industrial, at ao atual Instituto Superior de
EngenhariaintegradonoPolitcnicodoPorto.AprecederestaspartesintegramosocapituloI,apresente
notaintrodutria,queconstituiumaespciedeguiodostraosepressupostosgeraisdotrabalho.
APrimeiraparte (Contextualizao)estdivididaemdoiscaptulos.Nocaptulo II (AsAcademias
de ensino superior e os Institutos Industriais: semelhanas e diferenas) so abordados os primeiros
estabelecimentosdecarizcientficoe industrialquesurgiramnonossopas,destacandoseosdacidade
doPortoea importnciaqueestes tiveramna formaode tcnicoseoperriosespecializadosparao
tecidoindustrialemergentenaregio,mastambmcomopercursoresdofuturoinstitutoIndustrial.
Comefeito,opanoramadoensinoemPortugaldesetecentosnoeramuitoanimador.Valeramas
reformasempreendidaspeloMarqusdePombal,em1772.DuranteoreinadodeD.Jos Ifoicriadaa
AulaNutica (1761)noPorto,quemeio sculodepoisdeuorigemaumestabelecimentouniversitrio
dotadodetodososrequesitosdapoca,ousejaaAcademiaPolitcnicadoPorto (1837).Nacidadede
Lisboaopercursofoiumpoucodiferente,aoseremcriadas diversasescolasdeensinoespecializado.A
primeira foi aAula do Comrcio (1759), seguida pelaAula deDesenho (1781).No que diz respeito
MarinhacriaramseduasAcademias:aAcademiaRealdaMarinha(1779),queacabouporserextintaem
1837,tendosidocriadasparaoseulugaraEscolaPolitcnicadeLisboaeaAcademiaRealdosGuardas
Marinhas(1782).
Umpoucomaistarde,jemmeadosdosculoXIX,surgemosInstitutosindustriaisdeLisboaedo
Porto.Comaextinodascorporaes(1834)aliada,umpoucomaistarde,aumamelhoriadaconjetura
econmica do nosso pas, principalmente durante o Fontismo, originouse o impulso necessrio para
estabelecer definitivamente o ensino industrial, semelhana do que j se havia feito outros pases
europeus.Porm,aprimeiraaofoidesenvolvidapelaAssociaoIndustrialPortuense16,aopromovera
criaodaEscolaIndustrialPortuense(novembrode1852),queapenasfuncionouat implementao
16MaisinformaesCf.(SOUSA&ALVES,1996).
9
deumensino industrialoficialem30dedezembrodomesmoano.Apartirdestemomentooensino
industrialdesenvolveusede acordo com a evoluonaturalda economia edopanorama tecnolgico
nacional,reorganizandoasuaestruturasemprequeasnecessidadesconjeturaisassimoexigiram,at
passagem do ensino industrial ao nvel superior (1974), atravs da to desejada democratizao do
ensino.
NocaptuloIII(CriaoeevoluodoensinoindustrialemPortugal)descrevemostodoopercurso
das reformas educativas empreendidas desde o reinado de D. Jos I at 1974, embora relevando as
consequnciase implicaesqueestas tiveramparaaprossecuodeste tipodeensinona cidadedo
Portoenassuasescolas.
Depois da expulso da Companhia de Jesus (1759), procedeuse secularizao da instruo
nacional.Logoem1761,coma fundaodoColgiodosNobres, foramcontratadosalgunsprofessores
estrangeirosde renomepara virem lecionarpara Portugal.Nomes comoGiovanniAntonioDallaBella
(17301823)17 ou Domingos Vandelli (17301816)18 so disso exemplo. Em 1772, com a Reforma da
UniversidadedeCoimbra,oensinoexperimentalpassouaserministradonosestabelecimentoscientficos
dasnovasFaculdadesdeFilosofiaNaturaledeMatemtica,deixandoassim,apartirdessemomento,de
serpraticadonoColgiodosNobres.
Com amorte deD. Jos I e a subida ao trono de sua filhaD.Maria I, pouco simpatizante das
polticas de Pombal, iniciouse uma nova era nos destinos do pas, cada vez mais dependente do
imperialismoinglsedecontingnciasdaevoluopolticainternacional,pautadaquefoipelaRevoluo
Francesade1789.
UmdosimportantesmarcosdoseureinadofoiafundaodaAcademiaRealdasCincias(1779),
semelhanadoquevinhasucedendonaEuropacomacriaodeoutrascongnereseuropeias.
NasdcadasseguintesPortugalatravessouumapocaconturbadacomas invases francesasea
fuga da famlia real para oBrasil, aGuerra Peninsular e o governo deBeresford, at Revoluo ou
Regenerao em 1820 e Carta Constitucional de 1822. Os anos vindouros tambm trouxeram
considervelagitaopolticaaopas,comoaVilafrancada (1823),aAbrilada (1824),aguerracivileo
CercodoPorto(julhode1832aagostode1833).Todosestesfatoresprovocaramatrasossignificativosno
desenvolvimentoeconmicoeindustrialdePortugal,afetandoacinciaeoensino.
Apartirde1836assistimosauma importantemudanano sistemaeducativoportugus comas
reformasdePassosManuel,acriaodosConservatriosdeArteseOfcioseasaesgovernativasde
CostaCabral,doDuquede Saldanha,de FontesPereiradeMelo edoDuqueda Terceira.No finaldo
reinado de D. Maria II, encontrado algum equilbrio proporcionado por uma certa estabilizao do
rotativismonamonarquiaconstitucional,deuseoarranquedefinitivodoensino industrialemPortugal
17GiovanniAntonioDallaBella(17301823),pormenoresbiogrficosem:http://cvc.institutocamoes.pt/ciencia/p34.html.18DomingosVandelli(17301816),pormenoresbiogrficosem:http://cvc.institutocamoes.pt/ciencia/p10.html.
10
comacriaodoInstitutoIndustrialdeLisboaedaEscolaIndustrialdoPorto(1852).Agrandefinalidade
destasduasinstituieseraeducareinstruirasnovasclasseslaboriosas.
Esteensinoviriaasofrer,aolongodossculosXIXeXX,jduranteaIRepblica,vriasreformas
nosentidodeadaptarasnecessidadesdaindstriacomarealidadedopas.ComainstauraodoEstado
Novo,em1926,Portugalatravessouumperodoquepodeserdivididoemtrsfases:(1)192640,quese
pautou pelo advento do salazarismo e do corporativismo; (2) 194150, influenciada pelo ciclo da II
GuerraMundialepelodopsguerra;e (3)195174,marcadapelaguerra colonialemfricaeoutros
territriosultramarinoseporum longoprocessode isolamento internacionaledeagoniapaulatinado
regime.Estas fases condicionaram,naturalmente,a filosofia subjacenteaodesenvolvimentodoensino
industrial.Nestesentidoassinalaremos,aindanesteponto,todasasreformasaeleassociadasatsua
subidaaopatamardeensinosuperior,nomedamenteareformadoensinoindustrialde1931(Decreton
20:328),areformade1933(Decreton22:739),eapublicaodaLein1947de11deabrilde1936(Lei
deBasesdaEducaodoEstadoNovo),estaltimaconsideradaummarcohistricoao introduziruma
novaordemnoseiodonovoestadodaeducaoescolarportuguesa.
ASegundapartedestetrabalho,denominadaOcasodaEscoladoPortocompostaporquatro
captulosadicionais.Destaforma,nocaptuloIV(Oscursosdeminaserespetivasdisciplinasprofessados
naescoladoPortoentre1864e1974)estabeleceremosumpercursocronolgicodescritivodoscursos
lecionadosduranteolongointervaloemestudo.
EmPortugal,asegundametadedosculoXIXfoimarcadaporumperododegrande incremento
da indstriamineiraecomapublicaodevrias leisaregulamentaremamineraonacional.Perante
talpanorama,apartirdestemomento,acriaodecursosassociadoslaboraodeminasederecursos
mineraismetlicosenometlicos,tornousenumarealidadeexpressiva,tantonaAcademiaPolitcnica
doPortoenaEscolaPolitcnicadeLisboa,comonosInstitutos Industriais,emboraaquiumpoucomais
tarde. O curso de Condutores deMinas do Instituto Industrial do Porto s comeou efetivamente a
funcionarem1867,apsapromulgaodosprogramasdos cursosporpartedoMinistriodasObras
Pblicas,Comrcioe Indstria,emPortariadatadade15demaiodesseano.Logoem1869ocursoviu
alteradaasuadenominaoparaCursodeCondutoresdeMinaseMestresMineiros,emvirtudedenovas
disposiesdatutelarealtivamenteaoensinoindustrial,introduzidaspeloDecretode30dedezembro.A
situao s voltou amodificarse em 1886, com a reorganizao do ensino industrial decretada em
dezembro, aqualalterouadenominaoparaCursodeMinas, classificado como cursoespecial.Esta
reformanofoimuitoduradoura,dadoquefoisubstitudaporumaoutraem1891,naqualosInstitutos
Industriais passaram a ser considerados estabelecimentos de ensino mdio, com cursos industriais
especiaisdosquaisfaziaparteoCursodeMetalurgiaeArtedeMinas,mantendoseottuloprofissional
deCondutordeminas,MestreMetalrgicoeMestreMetalurgista.
11
Nasdcadasseguinteseemfunodaconjunturapolticaeeconmica,foramintroduzidasmuitas
outrasalteraes(1905,1918,1947,1950)atintroduodasreformasestruturantesdeVeigaSimo,
jem1973.AsbasesrefletiamaslinhasdepensamentotraadaspeloEstadoNovonoquediziarespeito
educaodestedonvelprescolarataoensinosuperior.
Com o fim do regime e a publicao do DecretoLei n 830/74 de 31 de dezembro, o ensino
industrial passou a ajustarse nova realidade social, poltica e econmica vivida em Portugal. Este
momentomarca igualmente o reconhecimento damaisvalia dos institutos industriais atravs da sua
conversoeminstitutossuperiores.
NocaptuloV(Acomponentetericadoensinoindustrial)analisaremososdocentes,asdisciplinas,
osprogramascurriculareseoscompndiosadotados,bemcomotextosdeapoiosdiversasdisciplinas
ligadassreasdaMineralogia,GeologiaeMetalurgia.
ApesardoensinodaHistriaNatural jtersido introduzidonosplanoscurricularesnasprincipais
escolasdopas,scomacriaoda7cadeiranareformadoensinoindustrialde1864,queseinicioua
introduodestasmatriasneste tipodeensino, comeando a funcionarde formaefetiva apartirde
1867.AntnioLusFerreiraGiro(18231876)19foioprimeiroprofessordestarea.
Em1886, foipublicadamaisuma reformadoensino industrialqueoriginouvriasalteraesna
divisoedenominaodascadeiras.Passaramassimaexistirtrsnovasdisciplinasrelacionadascomos
contedos programticos em estudo: 11 cadeira Zoologia, Botnica elementares e Higiene das
indstrias,queficouacargodePauloMarcelinoDiasdeFreitas(18491929);15cadeiraMineralogiae
Geologia,lecionadaporManuelRodriguesMirandaJniore16cadeiraArtedeMinaseMetalurgia,da
responsabilidadede JosDiogoArroyo (18551925).Estaorganizaomanteveseat1891,dataemse
reorganizoupela terceiravezeste tipodeensino,coma justificaode sernecessrioeconomizarnos
serviospblicos,sendoqueasdisciplinasvoltaramamudarradicalmente.
Na sucesso da tendncia reformista da tutela, o ano de 1905 ficou marcado por mais uma
reorganizaosubstancialnaestruturaodoInstitutodoPorto,baseadanareformajimplementadano
Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, em 30 de junho de 1898. Ficou o ensino destas reas
organizado agora da seguinte forma: 7 cadeira 1 parte: Botnica Industrial, 2 parte: Zoologia
Industrial,3parte:Higienegeralecolonial,docenteAntniodeSousaMagalhesLemos(18551931);8
cadeira1parte:Mineralogia,2parte:Geologia,docenteRobertoBellarminodoRosrioFrias(1853
1918); 11 cadeira 1 parte:Metalurgia e LegislaoMineira, 2 parte: Arte deMinas, Topografia
subterrnea, docenteManuel RodriguesMiranda Jnior e 22 cadeira 3 parte: Desenho e cortes,
DesenhodaMinas,docenteJosMigueldAbreu.
19AntnioLusFerreiraGiro(18231876), lentedaAcademiaPolitcnicadoPortoedoInstitutoIndustrialdoPorto,fidalgodaCasaReal,militarepoltico(Cf.http://sigarra.up.pt/up/pt/web_base.gera_pagina?P_pagina=1013296).
12
Masalteraesintroduzidasnoficaramporaqui.Comoveremosforamvrias,principalmentena
dcadade30ede50,asalteraesqueocorreramnascadeiraseseusprofessores.
Noquedizrespeitoaosprogramascurricularesdescreveremoseanalisaremososseuscontedos
programticos. A elaborao destes era da responsabilidade dos professores responsveis pelas
respetivas cadeiras, sendo posteriormente aprovados pelo Conselho Escolar. Os programas foram
sofrendo alteraes peridicas, adequandose s novas abordagens de aprendizagem dasmatrias, e
ajustandosesempressucessivasreformasqueoensinoindustrialsofreriaaolongodostempos.
Nestecaptuloestudaremosaindaosmanuaisadotadosparaaoensinodasdiversasdisciplinas.A
escolhadosmanuais, semelhanadoque sepassava comosprogramas,erada responsabilidadedo
professordadisciplina,sendodepoistambmaprovadospeloConselhoEscolar.Foramadotadosalguns
dosautoresderefernciadapoca,entreosquaisAmdeBurat(18091883),F.S.Beudant(17871850),
Stanilas Meunier (18431925), J. Langlebert, A. Leym