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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA Flávio Vieira Scofano Utilização do Photomodeler para a criação de um modelo 3D do barbeiro Rio de Janeiro 2002

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MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO

SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA

Flávio Vieira Scofano

Utilização do Photomodeler para a criação de um modelo 3D do barbeiro

Rio de Janeiro 2002

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INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA

FLÁVIO VIEIRA SCOFANO

Utilização do Photomodeler para a criação de um modelo 3D do barbeiro

Relatório final das atividades desenvolvidas no Projeto Institucional de Iniciação Científica (PIBIC) apresentado no curso de Graduação em Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia. Orientador: Luiz Felipe Ferreira Coutinho da Silva – D.C. Co-orientador: Walter da Silva Prado – M.C.

Rio de Janeiro 2002

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SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES......................................................................................5 RESUMO...................................................................................................................6 ABSTRACT...............................................................................................................7 1- INTRODUÇÃO.....................................................................................................8 1.1 - Contextualização...............................................................................................8 1.2 - A interdisciplinaridade......................................................................................9 1.3 - A modelagem....................................................................................................9 1.4 - Transformação 2D em 3D...............................................................................10 1.5 - Objetivos.........................................................................................................10 1.6 - Justificativa.....................................................................................................11 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................11 2.1 - O inseto e a doença..........................................................................................11 2.2 - O cientista........................................................................................................12 2.3 - A contaminação e os estágios..........................................................................13 2.4 – A fotogrametria...............................................................................................14 3 – MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................15 3.1 - Descrição do software......................................................................................15 3.2 - Fotografias de objetos pequenos......................................................................17 3.3 - As plataformas computacionais utilizadas.......................................................18 3.4 - O projeto..........................................................................................................19 3.4.1 - A aquisição das imagens..............................................................................19 3.4.1.1 - Primeira aquisição.....................................................................................19 3.4.1.2 - Segunda aquisição.....................................................................................21 3.4.1.3 - Terceira aquisição......................................................................................22 3.4.2 - A escolha da câmara.....................................................................................24 3.4.2.1 - Tipo de câmara...........................................................................................24 3.4.2.2 - Estimativa da distância focal.....................................................................25 3.4.3 - As imagens....................................................................................................25 3.4.3.1 - A resolução das imagens............................................................................26 3.4.3.2 - Importação das imagens.............................................................................26 3.4.4 - A marcação das feições.................................................................................27 3.4.4.1 - A marcação dos pontos..............................................................................27 3.4.4.2 - O referenciamento......................................................................................28 3.4.4.3 - A marcação das linhas...............................................................................29 3.4.4.4 - A marcação de curvas................................................................................29 3.4.5 – A modelagem propriamente dita..................................................................30 4 - RESULTADOS OBTIDOS................................................................................30

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4.1 - Primeira modelagem........................................................................................31 4.2 - Segunda modelagem........................................................................................32 4.3 - Terceira modelagem........................................................................................33 4.3.1 - Tabela de pontos...........................................................................................34 4.3.2 - Tabela de fotos..............................................................................................34 4.3.3 - Estatística de modelagem..............................................................................35 4.3.4 – O modelo 3D................................................................................................36 5 – CONCLUSÃO...................................................................................................37 6 – SUGESTÃO.......................................................................................................37 7 – BIBLIOGRAFIA................................................................................................37

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Lista de Ilustrações Figura 1 – O protozoário trypanossoma cruzi...............................................................................12

Figura 2 – Carlos Chagas...............................................................................................................13

Figura 3 – O inseto alimentado......................................................................................................13

Figura 4 – O botão “process”.........................................................................................................17

Figura 5 – Câmara Kodak DC-265 utilizada no projeto.................................................................20

Figura 6 – Vista superior do experimento 1...................................................................................20

Figura 7 – Exemplo da primeira aquisição.....................................................................................21

Figura 8 – Câmera Nikon FM-2.....................................................................................................22

Figura 9 – Imagem da segunda aquisição.......................................................................................22

Figura 10 – Esquema do terceiro experimento...............................................................................23

Figura 11 – Imagem da terceira aquisição......................................................................................23

Figura 12 – Escolha da opção da câmara.......................................................................................24

Figura 13 – Janela da distância focal.............................................................................................25

Figura 14 – Menu onde são escolhidas as fotos.............................................................................26

Figura 15 – Imagens utilizadas como referências..........................................................................27

Figura 16 – Ferramenta de marcação de pontos.............................................................................28

Figura 17 – A marcação de pontos.................................................................................................28

Figura 18 – Visão geral do processo de referenciamento...............................................................29

Figura 19 – Ferramenta de marcação de curvas.............................................................................30

Figura 20 – Exemplo de foto pouco nítida.....................................................................................31

Figura 21 – Imagem onde mostra o dorso sem pontos...................................................................32

Figura 22 – Janela de Audit da segunda modelagem.....................................................................33

Figura 23 – Tabela de pontos da terceira modelagem....................................................................34

Figura 24 – Tabela de fotos da terceira modelagem.......................................................................35

Figura 25 – Informação sobre a acurácia........................................................................................36

Figura 26 – Exemplo de modelagem..............................................................................................36

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Resumo O presente trabalho tem como objetivo a modelagem em terceira dimensão do Triatoma

brasiliensis, inseto vetor da doença de Chagas, com criação de uma metodologia para

modelagens similares de objetos de tamanho reduzido, a partir de imagens bidimensionais. Para

tal, foi utilizado o software Photomodeler 4.0 Pro, que é empregado em campos da Cartografia

como a fotogrametria e imageamento. Um ponto importante da pesquisa é evidenciar o uso de

processos cartográficos em outras áreas da ciência, no caso a biologia, reforçando tendências das

pesquisas atuais privilegiar a interdisciplinaridade. O modelo do barbeiro assim construído

poderá ser utilizado em softwares educacionais. O procedimento experimental foi iniciado com a

obtenção do inseto, seguido da tomada de fotografias e o estudo do software. Posteriormente foi

feito o trabalho de modelagem propriamente dito. É importante ressaltar que o trabalho tem duas

propriedades incomuns às pesquisas cartográficas: deseja-se transformar as imagens do inseto

(2D) em um modelo em escala do mesmo objeto (3D), o que é diferente do procedimento comum

na cartografia, onde se transforma o mundo real (3D) em um mapa (2D) e o fato de lidar com

modelos ampliados e não reduzidos.

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Abstract

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1 – Introdução 1.1 – Contextualização

A cartografia é uma ciência que estuda a aquisição, transformação e representação de dados.

Ela estuda meios para a otimização dos processos inerentes a cada etapa, com o objetivo final de

melhor representar os dados que um determinado usuário deseja. Segundo (Taylor, 1991), a

Cartografia consiste em organizar, apresentar, utilizar e comunicar qualquer tipo de informação

espacial seja ela de forma gráfica, digital ou tátil. Na grande maioria dos casos esses dados estão

ligados a superfície terrestre (dados georreferenciados).

O engenheiro cartógrafo para confeccionar os produtos cartográficos utiliza ciências como a

fotogrametria, o sensoriamento remoto e a geodésia. Atualmente existe uma grande quantidade

desses chamados produtos cartográficos, entre eles pode-se citar:

• foto-índices,

• mapa ou carta,

• mosaicos,

• ortofotocartas,

• cartas-imagens,

• modelos numéricos do terreno e

• bancos de dados geográficos.

A Doença de Chagas foi descoberta no Brasil no século passado pelo cientista Carlos Chagas

e atualmente atinge cerca de 5 milhões de brasileiros. É um problema de saúde pública bastante

expressivo e de difícil combate, pois seus sintomas demoram a aparecer. O principal combate é

feito através da melhoria das habitações em regiões onde há o aparecimento do inseto e também

pelo acesso à informação que a população necessita. Essa informação pode estar contida em

diversos tipos de propagação seja ela convencional (livro, revistas, etc.) ou digital (home pages,

cd rooms, etc.).

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1.2 – A interdisciplinaridade

A interdisciplinaridade é um conceito importante para um projeto de pesquisa atualmente,

pois com ela pode-se solucionar problemas simples utilizando ferramentas de outras áreas de

pesquisa e com isso conectar diferentes áreas do conhecimento. Esse conceito estimula no

estudante uma busca do conhecimento, pois geralmente pesquisas que seguem essa linha são

inovadoras e desafiantes. Tal tema tem sido amplamente discutido nos meios educacionais de

todos os níveis, onde os professores procuram estimular em seus alunos a busca do conhecimento

em outras áreas.

Essa visão holística do mundo foi enfatizada por Amarante (1998) ao ressaltar que essa

característica deve estar presente em todos os engenheiros do novo milênio, sendo dever de todas

as escolas incentivar tal conceito.

1.3 – A modelagem

O processo de modelagem 3D está intimamente ligado ao princípio de realidade virtual. Esse

termo surgiu em uma pesquisa feita por Jaron Lanier na década de 80, pois ele sentiu a

necessidade de se interpretar as simulações feitas nos computadores e em mundos digitais que ele

pretendia criar (Machado, 1995). Ele é empregado em diversos casos, e dessa maneira cada

pesquisador procura definir realidade virtual baseados em sua área de pesquisa.

O modelo 3D atua diretamente no sentido humano que mais afeta a percepção das pessoas: a

visão. Diane Ackerman afirma em seu livro A Natural History of the Senses, que 70% dos

receptores do sentido humano encontram-se nos olhos, o que o torna o mais “monopolista dos

sentidos” (Jacobson, 1994 apud Machado, 1995). Em conseqüência desse fato, a modelagem 3D

é uma importante ferramenta para se interpretar dados espaciais, onde a informação é passada ao

usuário em grande velocidade.

Outro fator que impulsionou o estudo e a criação de softwares que propiciam a construção de

um objeto virtual em 3 dimensões foi o avanço das plataformas computacionais, pois os cálculos

exigidos e a quantidade de dados gerados são em grandes quantidades. Somente na década de 80,

pode-se contar com um computador capaz de realizar a modelagem (Machado, 1995).

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1.4 – Transformação 2D em 3D

Na pesquisa notou-se duas características interessantes que não são comuns aos engenheiros

cartógrafos.

Na modelagem do barbeiro, parte-se como dados originais as fotografias (2D). Essas são

inseridas no computador e então o programa tem condição de efetuar os cálculos para obter o

modelo 3D do barbeiro. Esse processo é oposto ao que normalmente é feito em cartografia, onde

deseja-se colocar o mundo (3D) na forma de um mapa (2D).

Além disso, quando o cartógrafo efetua os processos para a obtenção do mapa ele trabalha

com redução de escala, pois deseja-se colocar dimensões quilométricas nas dimensões da folha

de papel onde o mapa será impresso. No experimento do barbeiro, o que se faz é justamente o

oposto. Pretende-se visualizar o barbeiro em uma escala maior, com objetivo de se criar uma

perfeita idéia das partes do inseto.

1.5 - Objetivos

O presente trabalho tem como principal objetivo a modelagem através do software

Photomodeler do inseto barbeiro (Triatoma brasiliensis). Porém, existem outros objetivos

secundários a serem alcançados como conseqüência deste objetivo principal, entre eles:

Criar uma metodologia para a modelagem de insetos no Photomodeler

Analisar a inclusão do modelo em um software educacional

Permitir a criação de uma banco de dados biológicos

Evidenciar o uso da Cartografia em outras áreas de pesquisas.

Além disso, a pesquisa tem um caráter inovador, pois na pesquisa bibliográfica não foi

encontrado nenhum tópico relativo a esse procedimento de modelagem. É nesse contexto que o

tópico da criação de uma metodologia própria está inserido, pois normalmente o Photomodeler é

utilizado para modelar objetos de dimensões maiores e com uma geometria mais regular.

Portanto, esse projeto será inovador em suas diversas fases, desde a aquisição das imagens até a

elaboração do produto final.

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1.6 – Justificativa

A geração do modelo 3D do babeiro será útil em um software educacional pois torna a

visualização do inseto mais interativa e didática. Esse modelo auxiliará a biologia na divulgação

dos conhecimentos inerentes a doença de Chagas, bem como possibilitará estudos futuros de

áreas semelhantes.

2 – Fundamentação teórica

2.1 - O inseto e a doença

Segundo Carcavallo (1998), o barbeiro possui diversos nomes populares como chupões,

chupanças, bicudo, fincões ou procótos. Comparativamente com outros insetos, ele possui um

tamanho grande, geralmente pretos ou acinzentados, com manchas ao redor do seu abdômen. Na

sua fase adulta, possui dois pares de asas, sendo que a asa superior mais rígida e a inferior mais

fina. Por isso são chamados hemépteros, ou seja, sua asa é metade dura e metade flexível. O

nome científico do barbeiro é Reduviidae. No Brasil, os gêneros Triatoma brasiliensis e

Panstrongilus megistus são os principais transmissores da doença de Chagas.

A doença de Chagas estava primitivamente restrita aos pequenos mamíferos das matas e

campos da América, desde o começo da Patagônia até o sul dos Estados Unidos. Esses animais

convivem com “barbeiros” silvestres, e através de um mecanismo biológico (interação), entre

eles circula o trypanosoma cruzi (Figura 1), o micróbio descoberto por Carlos Chagas. Como no

começo da colonização, essas áreas foram sendo devastadas gradativamente, deixando os

barbeiros sem o seu habitat natural, estes começaram a invadir habitações rústicas dos lavradores

e colonos, e portanto infectando homens e animais domésticos. Atualmente são 12 milhões de

pessoas infectadas no mundo, sendo que no Brasil existem de 5 a 6 milhões (aproximadamente

50% do índice mundial).

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Figura (1)- O protozoário trypanosoma cruzi, Fonte: Fiocruz

2.2 – O cientista

Carlos Ribeiro Justiniano Chagas (Figura 2) cientista brasileiro nascido em Oliveira, Minas

Gerais, doutorou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1903 e foi diretor do

Instituto Bacteriológico Osvaldo Cruz (1917-1934). Comandou a campanha profilática na cidade

de Santos, onde erradicou a malária. Elaborou a teoria domiciliar da transmissão da malária e

com ela projetou seu nome nos meios científicos do país. Em 1909 concluiu a pesquisa sobre a

tripanossomíase, posteriormente conhecida como doença de Chagas. O intuito desta pesquisa era

também de debelar esse mal, graças a sua experiência na campanha em Santos. Identificou o

agente causador dessa doença, ao qual deu o nome de trypanosoma cruzi, em homenagem a

Osvaldo Cruz. Um ano depois, Carlos Chagas conseguiu o reconhecimento dos meios científicos

internacionais. Nos anos seguintes, ele passou em viagem pelo vale amazônico, pesquisando e

concluindo a primeira carta epidemiológica da região. Ganhou vários prêmios entre eles: prêmio

Schaudinn (1912), Kümmel (Universidade de Hamburgo, 1925) e mestre honoris causa pelas

universidades de Paris e Harvard.

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Figura 2 - Carlos Chagas, Fonte: Fiocruz

2.3 – A contaminação e os estágios

A contaminação é feita quando o inseto, que é hematófago, pica o homem e ao mesmo tempo

defeca ao redor da ferida (Figura 3). Em suas fezes está o trypanossoma cruzi que se desenvolveu

no estômago do barbeiro e ao coçar a pessoa se infecta. A partir desse momento a doença começa

a se manifestar, primeiramente de uma forma mais branda, depois de forma mais

Figura 3 - O inseto se alimentando, Fonte: Fiocruz

aguda. O protozoário uma vez introduzido no tecido determina uma inflamação que assemelha-se

a um furúnculo ou uma mancha avermelhada dolorosa. Por essa razão, a doença de Chagas é

conhecida popularmente como “olho inchado”, pois muitas vezes o inseto infecta a pessoa perto

dos olhos.

Na fase mais branda, o principal sintoma é a febre baixa e constante, podendo-se perdurar

por semanas. O “mal estar”, a falta de apetite, o aceleramento dos batimentos do coração, o

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aumento do fígado e do baço, inchações da face e do corpo inteiro, vão aparecendo com a

evolução do protozoário dentro do organismo, caracterizando assim a fase aguda da doença.

A fase aguda da infecção dura, geralmente, algumas semanas, tendendo a febre e os demais

sintomas ao desaparecimento espontâneo. Em casos graves, sobretudo em crianças, pode causar a

morte em face de um ataque intensivo dos germens aos órgãos e tecidos mais nobres do corpo,

como o coração e o sistema nervoso central.

Passada a fase aguda, o destino do doente vai depender de diversos fatores, sendo

preponderante a capacidade de defesa de seu organismo e a intensidade agressora da doença.

Existem casos onde o paciente fica um longo período, ou mesmo toda a vida, sem apresentar

nenhuma manifestação da doença, embora sejam portadores (forma “latente” da moléstia).

O coração é o órgão mais lesado, dado a fatal preferência do trypanossoma por suas fibras

musculares. Enfraquecendo-se aos poucos, o órgão vai se dilatando e crescendo, atingindo

dimensões enormes, razão pela qual a doença é conhecida como “coração de boi”.

Existem mais de 100 espécies de barbeiro. Algumas vivem ainda, e somente, na mata. Outros

se adaptaram totalmente à casa do homem, procurando sobreviver ao fim de suas florestas. Um

terceiro grupo encontram-se em transição, habitando ao redor das casas e sendo capazes de viver

tanto nessas como nas florestas. Todos são capazes de transmitir a Doença de Chagas, desde que

contaminados pelo micróbio causador, mas os mais perigosos são realmente os barbeiros

domésticos, por estarem mais próximos do homem.

2.4 – A Fotogrametria

Segundo Andrade (1997), a fotogrametria pode ser definida como:

“Fotogrametria é a ciência que se propõe a estudar e definir com precisão a forma, natureza,

dimensões e posição no espaço tridimensional de um objeto qualquer, utilizando essencialmente

medidas e observações feitas sobre uma ou várias fotografias”.

Para realizar tais procedimentos, ela utiliza princípios físicos de propagação de onda, de ótica

geométrica, estereoscopia e matemática. Essa matemática visa principalmente reconstruir os raios

perspectivos e determinar a inclinação da fotografia na época da tomada delas. Para tal, é

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fundamental a determinação do sistema de coordenada, onde todas as medidas estarão

referenciadas.

Atualmente, a fotogrametria auxilia diversas áreas da ciência como a Cartografia, Geodésia,

Medicina, Construção Civil, entre outras.

3 – Materiais e métodos 3.1 - Descrição do software

O Photomodeler é um software capaz de calcular dimensões e construir um modelo 3D de

fotografias. Ele foi produzido pela Eos Sytens Inc, companhia que tem a sua sede na cidade de

Vancouver, Canadá. Essa companhia desenvolve e comercializa tecnologias de modelagem 3D,

utilizando-se da fotogrametria e da interface Windows para uma aplicação prática na indústria e

no cotidiano.

Esse software possui algumas características e funções principais, entre elas:

• Fácil de se aprender e usar: inclui uma interface Windows e mais de 500MB de

tutoriais multimídia.

• Ferramentas de Modelagem: cria-se modelos utilizando ferramentas de marcações

de ponto, linha, curva, borda ou cilindro.

• Ferramentas de Superfície: adiciona-se superfícies às feições definidas pelos

pontos, linhas, curvas ou borda. A essas superfícies pode ser adicionada a textura da

foto e cores.

• Visualizador 3D: pode-se ver, medir e rodar de forma interativa todos os modelos

3D criados, mesmo ele estando com todas as suas texturas.

• Ferramentas para medição: pode-se medir distâncias, comprimentos e áreas com

boa precisão.

• Controle de Imagem: o uso das ferramentas de zoom refina a marcação dos

pontos, bem como a rotação do modelo. Também é possível melhorar a foto,

alterando o seu contraste e brilho.

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• Câmeras suportadas: o programa captura imagens de câmeras digitais ou de

vídeo. A função Automatic Camera Orientation determina a posição da câmera

quando as imagens foram feitas.

• Formatos Exportados: pode-se exportar os modelos como DXF (2D e 3D), 3DS,

Wavefront OBJ, VRML (1 & 2), IGES, RAW e Microsoft DirectX.

• Calibrador de Câmera: medição precisa da distância focal, ponto principal e

distorções da lente.

Como o objetivo do trabalho é criar um modelo 3D, é necessário descrever como o software

realiza esse processo. Existem passos a serem seguidos e alguns dados são necessários para a

criação de um modelo preciso. A seguir, essas etapas são relatadas individualmente.

Obtenção das imagens - No momento em que se deve tirar as fotografias, tem que se ter atenção

para que duas ou mais delas tenham uma superposição para que o software tenha a visão do

mesmo ponto de dois ângulos diferentes, semelhante ao processo de fotogrametria.

Posteriormente, deve-se colocar essas fotografias na forma digital (se não estiver usando uma

câmera digital) e colocá-las no computador e importá-las para o Photomodeler para a criação de

um novo projeto. No momento em que se cria um novo projeto, no decorrer do processo, o

software necessita do diretório das fotos.

Marcação e Referenciamento das fotografias - No software, faz-se uso das ferramentas para

marcar ponto, linha ou bordas nas feições desejadas no modelo 3D final. Para melhorar a precisão

do modelo, usa-se a função Zoon do software. Também é necessário usar as funções de

referenciamento para descriminar quais pontos em diferentes fotografias representam o mesmo

local do objeto.

Processamento das informações - Selecionando o botão “process” (Figura 4), o PhotoModeler

começará a processar os dados informados pelo usuário, tanto os dados da câmera quanto os

dados do referenciamento. Todos esses dados serão relatados no decorrer do trabalho. O software

leva 15 segundos e findado o processo, um modelo 3D terá sido construído, com a precisão

determinada pela confiabilidade dos dados da câmera e com a acurácia com que o

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referenciamento foi feito. O modelo é criado através de um algoritmo para ajustar os dados de

entrada, minimizando os erros.

Figura 4 - O botão "process" (em destaque)

Visualização e exportação do modelo 3D - O objeto criado é visto no Visualizador (Viewer),

podendo ser rotacionado da maneira que o usuário entender. Como as coordenadas são

determinadas com precisão, distâncias e áreas podem ser medidas facilmente. É importante

ressaltar que o software permite que sejam adicionados novos pontos e novas fotografias, caso o

usuário deseje fazer um aprimoramento do modelo. Finalizado o projeto tem-se a possibilidade

de exportar o modelo para um programa CAD, ou outro programa de animação, como 3D Studio,

que aceite os formatos OBJ, VRML, e Microsoft DirectX.

A precisão final do projeto e das medições feitas no modelo depende diversos fatores: a

resolução e o número de fotografias, os ângulos entre as fotografias, o número de pontos

referenciados e a qualidade da descrição da câmera.

3.2 – Fotografias de objetos pequenos

O programa Photomodeler exige uma imagem que tenha pontos bem definidos para sua

identificação. Como o barbeiro é um objeto pequeno, para se obter uma imagem com boa

resolução, faz-se uso das técnicas da macrofotografia. Essas técnicas consistem no emprego de

certos acessórios que resultarão na ampliação da imagem no filme fotográfico. Esses acessórios

estão apresentados na tabela 1.

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Tabela 1- Acessórios da macrofotografia

Equipamento Descrição

Lente Auxiliares

Chamadas também de close-up. São de baixo custo e dependendo da situação pode-se obter

um bom resultado. É colocada na frente da objetiva

Anel inversor É colocado na parte do filtro da objetiva, possibilitando a sua inversão

Anéis Extensores É colocado atrás da objetiva. Sua vantagem é de não interferir no sistema ótico da lente.

Objetivas Macro Proporciona um bom aumento, podendo

facilmente chegar a microfotografia, utilizando-se outros acessórios

Existem problemas que devem ser observado quando se empregam as técnicas da

macrofotografia. O primeiro problema é a da iluminação, pois ao conseguir um bom aumento do

objeto, diminui-se a quantidade de luz que sensibiliza a película. Assim sendo, usam-se flashes,

superfícies espelhadas para rebater a luz e opta-se por locais mais claros. Pode-se também

aumentar o tempo de exposição, mas causa problema de trepidação.

Nota-se então que o uso da macrofotografia deve ser feito por um fotógrafo experiente, para

saber mesclar as possibilidades e eleger a melhor delas para cada ocasião.

3.3 – As plataformas computacionais utilizadas

O fabricante do Photomodeler informa que o sistema mínimo requerido para a utilização do

programa é:

• Processador Pentium 166 MHz

• 64 MB de memória RAM

• 50 MB de espaço livre no disco rígido

• Sistema operacional Windows 95, 98, 2000, NT ou XP

No projeto foram utilizados dois computadores: um computador do Laboratório de

Cartografia do Departamento de Engenharia Cartográfica (DE/6) do Instituto Militar de

Engenharia e um outro computador pessoal.

Esse computador pessoal possui a seguinte configuração:

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• Processador AMD Duron 1.0 GHz

• 196 MB de memória RAM

• Windows 2000

O computador do departamento que foi utilizado tem a seguinte configuração:

• Processador Pentium III 800 MHz

• 256 MB de memória RAM

• Windows 2000

3.4 – O Projeto

3.4.1 – Aquisição das imagens

No momento da aquisição das imagens, o manual do Photomodeler enumera algumas

sugestões para um melhor processamento quando essas imagens forem importadas. Como a

imagem é a matéria prima, um processamento é bastante influenciado pela qualidade das imagens

e também da natureza da mesma. Entre as sugestões pode-se citar:

• os ângulos entre as tomadas de fotos sucessivas sejam menor que 90o

• todos os pontos importantes apareçam em pelo menos 3 imagens

• tentar a maior sobreposição possível

• tentar imagens de uma posição superior e de posição inferior, se possível

• medir a distância entre dois pontos que são nitidamente visíveis.

Algumas dessas dicas não foram colocadas em prática, pois não houve possibilidade de

implementá-las por limitações técnicas ou práticas.

3.4.1.1 – Primeira aquisição

Material Utilizado:

• Câmara Kodak DC-265 (Figura 5)

• Régua

• Trena

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• Folha de papel do tamanho A4

• Tripé

• Fita Adesiva

• Barbeiro (Triatoma infestans)

Procedimento Experimental

O primeiro experimento foi feito no Laboratório de Cartografia do departamento, onde foi

montado um dispositivo onde o inseto ficava na ponta de uma caneta, que por sua vez estava

fixada no tripé padrão da câmara por meio de fita adesiva (Figura 6). O inseto era girado de

forma a se fotografar todos os seus lados e em ângulos onde a se obter um recobrimento nas

fotos, processo igual ao da fotogrametria. As fotos foram obtidas com iluminação natural e

exportadas diretamente para o computador.

Figura 5 - Camara Kodak DC-265 utilizada no projeto

Para efeito de calibração do software, tirou-se uma fo

a distância horizontal foi medida com o auxílio de um

parâmetros técnicos da câmara (distância focal, tipo de c

faça o processo de modelagem com mais precisão e com m

O processo de calibração da câmara consiste em:

• Colar uma folha de papel na parede

• Tirar uma foto do papel perpendicularmente

• Medir a distância do papel a câmara

• E finalizando, informa-se ao software os dados a

20

Figura 6 - Vista superior do experimento 1

to de uma folha A4 colada na parede e

a trena. Esses dados unidos com os

âmera, etc.) fazem com que o software

enos pontos de apoio.

cima medidos.

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Conclusões e observações

Ao analisar as fotos (Figura 7) no computador, percebeu-se que a imagem tinha dimensões

reduzidas. Isso se deve ao fato, de acordo com o manual do usuário, de que o campo focal dessa

câmara seja de 0,3m até o infinito. Na tomada das fotos, a câmara foi posicionada na menor

distância possível (0,3 m) e o inseto era rotacionado de forma a se cobrir todos os lados, tanto na

parte superior como na parte inferior. A imagem ficou com pouca definição, o que ocasiona um

difícil processo de referenciamento das fotos. Por esse motivo, as fotos não foram usadas em uma

possível modelagem.

Figura 7- Exemplo da primeira aquisição

3.4.1.2 – Segunda aquisição

Material Utilizado

• Câmara Nikon FM-2 (Figura 8)

• Lente Zoom 70 – 240 mm

• Filtro Close-up

• Barbeiro (objeto)

• Folha de papel branca

Procedimento Experimental

O local onde se realizou o experimento foi em um ambiente residencial, local não preparado

profissionalmente. As imagens foram obtidas utilizando o mesmo processo anterior, com a

diferença de que o objeto não foi colocado em um tripé. Ele foi apoiado diretamente numa mesa

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onde foram tiradas as fotografias com a folha de papel branca no fundo. As fotografias foram

reveladas em laboratório comercial e posteriormente “scanneadas”. A função do filtro close-up é

de conseguir uma ampliação da imagem, porém perde-se em definição. Essa perda de definição

seria solucionada caso se utilizasse uma lente de macro, cujo preço é elevado.

Figura 8 - Câmara Nikon FM-2 utilizada no segundo experimento

Conclusões e observações

As imagens (Figura 9) desse experimento não obtiveram qualidade superior às do primeiro

experimento. O objeto ficou distante e não é possível fazer a modelagem utilizando essas

imagens, pois há muita dificuldade na marcação dos pontos homólogos. A lente close-up não

resultou na ampliação desejada.

Figura 9 - Imagem do segunda aquisição

3.4.1.3 – Terceira Aquisição

Material Utilizado

• Câmara fotográfica Nikon FM-10

• Mesa para fotografia, com vidro anti-reflexivo

• Barbeiro (sem alfinete)

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Procedimento Experimental

O inseto foi posto em cima da placa de vidro anti-reflexivo e as fotos foram obtidas

rotacionando o objeto, pois as dimensões do laboratório são pequenas e não permitia a

movimentação do fotógrafo. Nesse experimento foi utilizado o Laboratório de Interpretação de

Imagens da Fiocruz. As imagens da parte inferior do inseto foram obtidas virando-o de lado, com

o dorso para cima. No momento do processamento do modelo, tal fato pode ser uma fonte de

erro, visto que a posição original do inseto não está sendo preservada. Como conseqüência desse

fato, o software necessitará de mais pontos determinados para a modelagem. A iluminação foi

feita por duas luminárias laterais (Figura 10)

Figura 10 - Esquema do terceiro experimento

Conclusões

A qualidade das imagens (Figura 11) nesse terceiro experimento foi aceitável e o processo no

Photomodeler pode ser iniciado. As imagens estão com uma excelente resolução, porém em

algumas fotos o barbeiro não pode ser focalizado inteiramente, devido à proximidade que foi feita

as fotografias.

Figura 11 – Imagem da terceira aquisição (em escala reduzida)

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3.4.2 – A escolha da câmara

3.4.2.1 – Tipo de Câmara

Como seqüência do início do projeto é necessária a introdução de dados de entrada relativos

a câmara. Como no terceiro experimento não foram anotados os dados da câmara e também não

foi feita uma calibração, foi escolhido a opção “unknow camera” (Figura 12). Esse fato ocorreu

devido a falta de experiência nos conceitos do software, por limitação técnica e também por falta

de espaço físico no Laboratório de Interpretação de Imagens da Fiocruz.

A câmara Nikon FM-10 foi escolhida, pois utiliza filmes padrões de 35mm e também era o

equipamento que possuía uma maior quantidade de periféricos que poderiam ser utilizados na

tomada das fotografias. Porém, por falta de experiência, a distância focal da lente não foi anotada.

O programa prevê o uso de fotografias obtidas através de câmaras desconhecidas, importante

recurso para pesquisadores de arquivos históricos, arquivos judiciais e policiais que muitas vezes

recuperam imagens obtidas em tempos anteriores.

Na tabela 2 tem-se passos importantes para se observar na utilização dessas ferramentas.

Tabela 2 – Passos na escolha da ferramenta de câmara desconhecida

Passo Projeto Checar se o objeto é totalmente coberto pelas

fotografias OK

Checar os ângulos entre as tomadas das imagens, que não deve ser maior de 90° OK

Rever os pontos e as bordas que serão importantes no decorrer do projeto, geralmente aqueles que estão em uma quantidade maior de

fotos

OK

Figura 12 - Escolha da opção de câmara

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3.4.2.2 – Estimativa da distância focal

Um dado que é determinante para o cruzamento dos raios perspectivos é o da distância focal.

Esse valor é utilizado no algoritmo matemático do software e é determinante para acurácia do

projeto e também para a quantidade de pontos que deverão ser referenciados para que o processo

de modelagem seja feito.

No próprio programa, na janela (Figura 13) onde deve-se colocar o valor da distância focal é

informado que caso esteja sendo utilizado a opção “unkown câmera”, colocar o valor de 50,0

mm. Tal procedimento foi adotado.

Figura 13 - Janela da distância focal

3.4.3 – As imagens 3.4.3.1 – A resolução das imagens

As imagens foram “scanneadas” no Laboratório de Imageamento Digital da Fiocruz, a uma

resolução de 600 dpi. O programa, em uma janela própria, informa que é necessário o

conhecimento sobre o tamanho da imagem em pixels, e caso o usuário não saiba, existe a opção

de se procurar uma imagem que será utilizada na modelagem e ele mesmo define o tamanho da

imagem. Não é necessário que as imagens tenham o mesmo tamanho, porém é aconselhável pois

cada vez que se abrir o projeto será emitido uma mensagem dizendo que determinada imagem

não tem a mesma quantidade de pixel informada na criação do projeto.

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Com o objetivo de colocar todas as imagens com o mesmo tamanho, as mesmas foram

importadas para o programa Adobe Photoshop 6.0 e recortadas com uma máscara de 1300 x 800

pixels.

3.4.3.2 – Importação das imagens

A aquisição de fotos gerou uma gama de 27 imagens do inseto, em diversos ângulos, e no

menu de importação (Figura 14) das fotos foram escolhidas as fotos para uma possível

modelagem. Essa escolha seguiu o seguinte critério:

• Luminosidade – algumas fotos ficaram com uma baixa luminosidade, prejudicando

a observação dos pontos comuns da fotografia. Tais imagens, não foram utilizadas

na modelagem.

• Imagens em um ângulo próximo – certas fotos, apesar de estarem com boa

luminosidade, ficaram com um ângulo muito próximo entre as estações da câmara,

representando os mesmos detalhes. Visando evitar a redundância de dados, tais

fotos foram retiradas.

Figura 14 - Menu onde são escolhidas as fotos

Além disso, é importante relatar que a qualquer momento o usuário pode adicionar novas

fotos ao projeto, sendo esse um procedimento comum quando não é possível fazer a modelagem

com uma certa quantidade de fotos que depende da complexidade do objeto modelado.

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3.4.4 – A marcação das feições

Com as imagens escolhidas, deve-se começar o procedimento de marcação das feições

homólogas em cada imagem. Para facilitar esse processo, foram escolhidas duas imagens de

referência (Figura 15). A primeira é uma imagem tomada da parte superior do inseto,

perpendicular ao plano formado pelo seu corpo. A segunda, da mesma forma que a primeira, com

a diferença que a imagem foi tomada da parte inferior. Essas imagens foram escolhidas pelo fato

que as partes onde são marcadas as feições aparecem com boa nitidez.

Figura 15 - Imagens utilizadas como referência

A marcação é feita com as ferramentas existentes no programa. Cada ferramenta tem sua

utilidade e o projeto define qual será utilizada. Existem ferramentas para marcar pontos, bordas,

linhas, cilindro e curvas como foi relatado na seção 3.1 .

3.4.4.1 – A marcação dos pontos

Os pontos são marcados nas imagens marcando pontos nítidos. Para tal é utilizado a

ferramenta localizada no menu principal do programa (Figura 16). Como o Photomodeler

geralmente é utilizado para modelar objeto de grande dimensão (maiores que 1 m), é normal

marcar esses pontos com alvos colados. Como isso não é viável no barbeiro, deve-se distinguir

tais pontos usando as diferenças na coloração ou nas extremidades de patas, articulações e

antenas.

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Figura 16 - Ferramenta de marcação de pontos

As principais dificuldades encontradas na marcação de pontos foram:

• Falta de pontos nítidos no dorso do inseto, pois ele é escuro e sem variação de cores

perceptíveis

• Geometria irregular, mais acentuada na cabeça

• Em algumas imagens, o corpo do inseto não está completamente em foco

O processo de marcação (Figura 17) foi feito com um aumento de 3 vezes na escala da foto.

Esse aumento é feito com a ferramenta de zoom, com o objetivo de dar uma maior precisão na

marcação do ponto. Primeiramente, foram marcados os pontos nas imagens de referência e depois

os mesmos pontos foram marcados nas imagens restantes. Posteriormente a essa etapa, foi feita

uma análise com o objetivo de se encontrar pontos que não foram definidos nas imagens de

referência, mas que são passíveis de marcação em outras.

Figura 17 - A marcação dos pontos

3.4.4.2 – O referenciamento

A fase do referenciamento se destina a informar ao software quais pontos marcados em cada

imagem são homólogos (mesmos pontos no inseto). Para tal, foi aberto uma das fotos de

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referência (source photo) e também uma foto onde seria o ponto homólogo (destination photo)

(Figura 18), marcou-se o ponto com o mouse na referência e em seguida marcou-se o ponto na

foto de destino. Automaticamente, o ponto será identificado com o mesmo número.

Figura 18 - Visão geral do processo de referenciamento

3.4.4.3 – A marcação de linhas

No inseto, as únicas feições que apresentam uma linearidade são as patas e a tromba

(mecanismo utilizado pelo inseto para se alimentar). Essas feições foram marcadas partindo-se

dos pontos marcados nas articulações e nas extremidades das patas. Esse processo é importante

pois proporciona uma modelagem mais acurada, de acordo com o fabricante.

3.4.4.4 – Marcação de curvas

As curvas são marcadas usando-se sua ferramenta própria (Figura 19). As feições

apropriadas no inseto para utilização da ferramenta encontram-se principalmente nas laterais,

pois o contraste com o fundo da cena torna a borda mais visível. Percorre-se a curva com o mouse

marcando pontos intermediários. Esses pontos não devem ter um espaçamento grande entre eles,

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para que a curva seja mais bem ajustada pelo software e represente com maior confiabilidade a

realidade.

Figura 19 - Ferramenta de marcação de curvas

3.4.5 – A modelagem propriamente dita

A modelagem é feita quando o botão process é acionado (seção 3.1). Caso os pontos sejam

definidos no espaço pelas suas coordenadas (x, y, z), o programa gerará o modelo em 3D. Caso

não seja possível a geração do modelo, o próprio programa sugere alternativas que pode vir a

viabilizar a construção do modelo.

Existe também a janela de estatística do projeto, onde várias informações poderão ser

encontradas sobre as fotos, os pontos e do projeto em geral. O usuário através dessa janela poderá

identificar um fator que dificulte o processamento das informações adquiridas nas fotos.

No projeto foram feitas três modelagens, porém apenas uma conseguiu o processamento

completo das informações.

4 – Resultados obtidos

Como resultado do projeto tem-se o modelo 3D. Para uma boa compreensão do resultado é

necessário especificar detalhadamente os passos seguidos em cada modelagem e as correções

feitas entre elas.

Todo o processo de modelagem do inseto consistiu em três fases, todas utilizando as imagens

obtidas na terceira aquisição de imagens.

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4.1 – Primeira modelagem

Para a primeira modelagem foram utilizados os seguintes parâmetros:

13 imagens do inseto

47 pontos marcados e referenciados

2 linhas

Nenhuma curva foi marcada

A escolha das 13 imagens constantes nessa modelagem foi feita obedecendo ao critério de

nitidez e cobertura total do objeto. Na terceira aquisição algumas imagens ficaram com o plano

focal definido fora do objeto, o que resultou em uma perda de nitidez em algumas partes do

inseto (Figura 20). Havia também imagens que cobria apenas parte do objeto, fato que prejudica

o algoritmo do programa.

Figura 20 - Exemplo de foto pouco nítida

Além disso, o manual informa que se for utilizada a opção “unkonw camera”, que é o caso,

deve ser obtida uma maior quantidade de pontos no objeto. Nessa base, foram marcados e

referenciados 47 pontos, utilizando os critérios relatados na seção 4.4.1.

A quantidade de linhas marcadas foi definida seguindo o critério também da nitidez, pois

havia patas que só estavam nítidas em duas fotos. Como adotou-se o critério de que cada feição

tem que estar nítida em pelo menos três fotos, só foi possível determinar 2 linhas (patas

posteriores).

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Finalmente, foi feita a tentativa de modelagem e não se obteve sucesso.

O programa informou que não era possível a locação dos pontos para a criação do modelo

3D e sugeria uma leitura do tópico do manual “use and adjust”. Após a leitura desse tópico

verificou-se que existe uma parte do inseto que não era coberto por pontos (Figura 21), localizada

no dorso. A seção do manual relatava essa possibilidade e, portanto notou-se a necessidade de

cobrir a região com alguns pontos.

Figura 21 - Imagem onde mostra o dorso sem pontos

4.2 – Segunda modelagem

A segunda modelagem foi feita com os seguintes parâmetros:

11 imagens

57 pontos marcados e referenciados

4 linhas

1 curva

Nesse momento, foi observada a necessidade da retirada de algumas fotos redundantes, pois

estavam com um ângulo muito pequeno entre as estações de tomada das imagens.

Na marcação dos pontos, houve uma densificação. Na região do dorso foi marcado 3 pontos

para tentativa de corrigir a modelagem anterior. Na janela de estatística o programa informou que

existiam 2 pontos que não tinham qualidade posicional (Figura 22).

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Figura 22 - Janela de audit da segunda modelagem

Para fazer a marcação de novas linhas e da curva, não se utilizou o critério de que cada ponto

deveria estar em pelo menos três imagens.

Não se obteve sucesso nessa modelagem. O menu do programa sugeriu que fosse

adicionadas mais curvas e linhas.

4.3 – Terceira modelagem

Os parâmetros utilizados na terceira modelagem foram:

8 imagens

34 pontos marcados e referenciados

6 linhas

2 curvas

Ao se visitar o site do fabricante, verificou-se que haviam modelos de exemplo construídos

de poucas fotografias, apesar de não serem objetos totalmente regulares. Como exemplo foi

observada a modelagem de um crânio humano. Então foi feita uma diminuição da quantidade de

fotos, retirando-se as imagens de ângulos próximos.

Da mesma maneira, foi observado que esses exemplos eram gerados partindo-se de poucos

pontos marcados. Dessa forma, foram diminuídas as quantidades de pontos, sendo que esses só

eram determinados em zonas perfeitamente nítidas. As linhas foram marcadas em cinco patas e

na tromba. Uma pata não foi modelada, pois estava encoberta em uma das fotos de referência. As

curvas foram localizadas na parte mais externa do inseto (bordas).

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Ao acionar o botão process, o programa começou a realizar os cálculos. A modelagem foi

bem sucedida.Após a modelagem é possível acessar as tabelas relativas aos pontos e as curvas.

4.3.1 – Tabela de pontos

A tabela de pontos (Figura 23) informa a quantidade de pontos, o seu número identificador,

em quais fotos determinado ponto foi marcado e a posição espacial do ponto.

Figura 23 - Tabela de pontos da terceira modelagem

4.3.2 – Tabela de fotos

A tabela de fotos (Figura 24) mostra todas as fotos utilizadas no processo, a câmara que foi

utilizada em cada foto (o programa prevê que um modelo seja obtido a partir de fotografias

tomadas com câmaras diferentes), o estado da orientação da foto, o tamanho de cada imagem, o

processamento e a quantidade de marcas constantes em cada imagem.

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Nessa parte do programa é importante o usuário consultar para correção de erros relativos

aos dados informados pelo usuário.

Figura 24 - Tabela de fotos da terceira modelagem

4.3.3 – Estatística da modelagem

Na opção Audit o programa informa alguns dados estatísticos sobre a modelagem. Esses

dados são apresentados na Tabela 2.

Mínimo Máximo Média Aceitabilidade

Pontos por foto 9 29 21 Talvez

Área de Cobertura

dos pontos 23 62 48 Sim

Raios por pontos 3D 3 7 5 Sim

Ângulo de interseção 49 89 78 Sim

Tabela 2 – Estatística da modelagem

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Na linha “pontos por foto” pode-se observar que o programa informou que com os dados

referenciados talvez não fosse possível fazer a modelagem. Isso se deve pelo fato que a foto 2

está com pouca nitidez e portanto só foi possível a marcação de 9 pontos. Ela não foi retirada da

modelagem, pois havia uma carência de imagens naquela posição.

Como se pode observar todos os demais dados foram satisfatórios. Esse fato creditou para a

modelagem uma acurácia grau 4 , em uma escala de 1 à 5. Tal fato pode ser observado na figura

25.

Figura 25 - Informação sobre a acurácia

4.3.4 – O modelo 3D

A modelagem (Figura 26) resultou em um modelo parcial, onde houve problemas no

momento de colocar a textura das fotos nos planos criados a partir dos pontos conhecidos, pois

feições que não estavam situadas no mesmo plano estavam sendo modeladas como se fossem

planares. Posteriormente houve uma densificação dos pontos o que tornou o modelo mais real.

Figura 26 – Exemplo da modelagem

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5 – Conclusão

A aquisição das imagens se mostrou trabalhosa, pois exigiram diversas tentativas para que se

encontrasse um resultado satisfatório. Esse fato se deve pela dificuldade de se tirar fotografias de

objetos pequenos, pois exige um equipamento especializado e um fotógrafo experiente.

De acordo com os procedimentos do programa, a parte que consome muito tempo é a fase de

marcação de pontos e de referenciamento. Elas devem ser feitas de forma precisa, pois definirá a

qualidade do modelo.

A geometria irregular do objeto também foi um obstáculo para o andamento do projeto. A

carência de pontos nítidos, a dificuldade de modelagem das patas e as ondulações da cabeça

foram os principais motivos para uma demora na criação do modelo.

O modelo gerado atendeu o propósito, pois se conseguiu uma geometria condizente com a

realidade. O Photomodeler mostrou-se capaz de modelar objetos pequenos e com uma excelente

precisão.

6 – Sugestão

Para a continuação do trabalho pode-se aperfeiçoar o modelo adicionando novas fotos ao

projeto e também a criação de uma animação feita em um programa específico para determinado

fim. Essa animação pode ser feita de um modelo exportado do próprio Photomodeler.

7 – Bibliografia

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Carcavallo R, Gallindez Girón I, Jurberg J, Lent H. Atlas dos Vectores da Doença de Chagas

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Lent H, Evolução dos conhecimentos sobre os Vetores da Doença de Chagas 90 anos após sua

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Machado, Liliane dos Santos. Conceitos básicos da realidade virtual. INPE, São José dos

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http://www.netium.com.br/lcpa/Bio.htm http://www.drwebsa.com.ar/alcha/enfer.htm http://www.miocardnet.com.br/chagas.htm http://www.dbbm.fiocruz.br/www-mem/94sup1/21.html http://www.unorpnet.com.br/leiaja/materias/folha_7.htm http://www.kodak.com/global/en/service/products/ekn006593.jhtml http://www.photomodeler.com http://www.nib.unicamp.br/svol/chagas.htm http://www.vertentes.com.br/chagas/fotos.htm http://www.arose.net/triatoma/pics.htm http://w3.impa.br/~pcezar/3dp/original/scan-fausto.html http://www.drwebsa.com.ar/alcha/enfer.htm http://www.netium.com.br/lcpa/Bio.htm http://www.d-vw.com

8 – Agradecimentos O autor Flávio Vieira Scofano agradece ao CNPQ pela bolsa e iniciação à pesquisa.

O autor também agradece aos integrantes da Fiocruz e a fotógrafa Vanessa Tanure.

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