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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA - PPGBIOTEC ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO DA POPULAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍ POR MARCADORES INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE THAYSON RODRIGUES LOPES PARNAÍBA-PI MARÇO - 2013

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA - PPGBIOTEC

ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO DA POPULAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍPOR MARCADORES INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE

THAYSON RODRIGUES LOPES

PARNAÍBA-PIMARÇO - 2013

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ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO DA POPULAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍPOR MARCADORES INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE

THAYSON RODRIGUES LOPES

Orientadora: Profª. Drª. France KeikoNascimento Yoshioka

Co-orientador: Prof. Dr. GiovannyRebouças Pinto

Dissertação apresentada ao Programa dePós-Graduação em Biotecnologia –PPGBIOTEC da Universidade Federaldo Piauí – UFPI, como requisito paraobtenção do título de Mestre emBiotecnologia.Área de Concentração: BiologiaMolecular

PARNAÍBA - PIMARÇO – 2013

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ANÁLISE DO PERFIL GENÉTICO DA POPULAÇÃO DO ESTADO DO PIAUÍPOR MARCADORES INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia –PPGBIOTEC da Universidade Federal do Piauí – UFPI, como requisito para obtençãodo título de Mestre em Biotecnologia. Área de Concentração: Biologia Molecular

THAYSON RODRIGUES LOPES

APROVADA EM ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________________________Profª. Drª. France Keiko Nascimento Yoshioka

Universidade Federal do Piauí – Campus de Parnaíba-PIPresidente

_______________________________________________________Profª. Drª. Francilene Leonel Campos

Universidade Federal do Piauí - Campus de Parnaíba-PIMembro externo

_______________________________________________________Profª Drª Renata Canalle

Universidade Federal do Piauí - Campus de Parnaíba-PIMembro interno

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DEDICATÓRIA

Dedico,

Ao meu pai e à minha mãe, por tudo que eles representam em minha vida.Pelo amor, carinho e motivação constantes.

Aos meus irmãos: Thiago, Thalles e Thaynna, por todo o carinho e apoio.

A minha namorada Gizelda pelo amor, paciência e incentivo.

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AGRADECIMENTOS

À Profa. Drª. France Keiko Nascimento Yoshioka pela orientação e confiança.

Ao Prof. Dr. Giovanny Rebouças Pinto (Gigio) pela orientação, incentivo,

ensinamentos, paciência e compreensão e mais que um professor um amigo.

A minha mãe, Elizabete, pelo amor, apoio, confiança, companheirismo e por

tudo que ela fez e ainda faz para minha formação. Amo-te Mãe.

Ao meu pai, Francisco de Paula, por estar sempre disposto a ajudar, pela

amizade, amor, atenção, confiança e respeito. Obrigado Velho.

Aos meus irmãos: Thiago, Thalles e Thaynna por estarem sempre me

apoiando e acreditando em mim.

Aos meus colegas de turma: Jeferson, Lais, Lháis Leal (Áhis), Aline, Keline,

Luana, Heliana, Cassandra, Marcos, Marcelino (Thunderbolt), Dario, Anderson,

Erica, Anne, Edmilson, Natália por compartilharem dois anos de uma etapa

importante da minha vida acadêmica.

A todos que me ajudaram na realização das coletas: meu amigo Ricardo em

Amarante, Thais Teles em Floriano, Milaynne (Piripiri e Pedro II), Joaquin Henrique

(“Cumpade” Joaca) em Oeiras, Hianny em São Raimundo Nonato, em especial a

Glaucia em Valença, Natan e ao Ari na jornada de coleta em várias partes do Estado,

muito obrigado.

Ao Seu Didi por nos conduzir na viagem para realização das coletas.

Ao Laboratório Waldemar de Moura Santos por disponibilizar o espaço físico

para a realização das coletas em Picos – PI.

Ao Laboratório de Genética Humana e Médica da Universidade Federal do

Pará, em especial ao professor Dr. Sidney Santos, a professora Dra Ândrea Kelly

Santos pelo apoio e incentivo, ao Marcos (Marquinhos) pela grande ajuda na geração

e interpretação dos resultados, ao Rafael Resque (Rafa), Igor Hamoy (Igão) e ao

Pablo Abdon pelos conselhos e ajuda na análise estatística e escrita do artigo e a

todos do LGHM que de alguma forma contribui para realização desse trabalho e por

me receberem de forma acolhedora. Muito obrigado.

A Auréa, Geraldo, Erlane e ao Glauco por me ajudarem na estadia durante o

período que passei em Belém.

Agradeço aos colegas de laboratório, pessoas com as quais sempre busquei

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um convívio agradável e alegre, e que durante um período em minha vida, foram

muito mais que colegas ou amigos.

Ao Ari que sempre me ajudou dentro e fora do laboratório com conselhos e

orientações e pela amizade de irmão.

A todos os docentes que ministraram aulas e compartilharam seus

conhecimentos e experiências durante o curso de Mestrado.

Ao corpo de técnicos dos Laboratórios do Campus de Parnaíba, da

Universidade Federal do Piauí, pelo apoio técnico junto dos laboratórios

Ao pessoal da limpeza, principalmente ao Carlinhos, Cleison e Seu Roberto, por

manterem o local de trabalho limpo e organizado.

Ao pessoal da segurança, principalmente ao Denilson, Gláucio, Ronalty, Seu

Machado e ao Neto pela compreensão do acesso irrestrito ao Laboratório, o que ajudou

no ganho de tempo nos experimentos, terminando-os no prazo estipulado.

À Nice, pelos cuidados de ‘tia’ dispensados, que me fizeram ter mais tempo para

a execução do trabalho.

A todos os voluntários que participaram do trabalho.

A todos meus amigos e colegas. Ao ‘Babai’ (Rafael), ‘Boy’ (Enyo), ‘Chininha’

(Mardone), ‘Gigio’ (Giovanny), ‘Nego’ (Ari), ‘Pablito’ (Pablo), ‘Tinho’(Vicente),

‘Bandido’ (Yuri), The giant (Hygor), ‘Heartbreak Kid’ (Erik), Safado (Jerferson),

‘Queixo de Anta’ (Diogo).

À Gizelda, pelo o incentivo, força, companheirismo, cumplicidade, apoio,

conselhos, confiança, paciência e o amor.

Durante a realização deste trabalho tive a ajuda de várias pessoas que seria um

equívoco tentar citá-las aqui, pois, fatalmente, alguém importante seria esquecido.

Assim agradeço a todas que me ajudaram.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 14

1.1 GENÉTICA DE POPULAÇÕES E OS PROCESSOS EVOLUTIVOS...................... 14

1.2 ESTRATIFICAÇÃO POPULACIONAL....................................................................... 15

1.3 MARCADORES MOLECULARES NA GENÉTICA HUMANA................................ 15

1.4 POLIMORFISMOS DE INSERÇÃO/DELEÇÃO – INDEL.......................................... 18

1.5 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA.............................. 19

1.6 ASPECTOS HISTÓRICOS DA COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DO ESTADO

DO PIAUÍ........................................................................................................................20

1.7 POPULAÇÕES NATIVAS, AFRICANAS E POVOS EUROPEUS: PRESENÇA E

INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DO ESTADO.........................................................26

2.0 OBJETIVOS.................................................................................................................. 33

2.1 OBJETIVOS GERAIS.................................................................................................... 33

2.2 OBJETIVOS E METAS ESPECÍFICAS........................................................................ 33

3.0 MATERIAL E MÉTODO............................................................................................ 34

3.1 ASPECTOS ÉTICOS...................................................................................................... 34

3.2 AMOSTRAS POPULACIONAIS................................................................................... 34

3.3 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS.................................................................................... 34

3.4 EXTRAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DO DNA....................... 37

3.5 SELEÇÃO DOS INDELS INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE.................... 37

3.6 CONDIÇÕES DA PCR E GENOTIPAGEM DOS INDELs.......................................... 38

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................................. 38

4.0 RESULTADOS.............................................................................................................. 40

4.1 MARCADORES INDEL................................................................................................ 40

4.2 MISTURA INTERÉTNICA GLOBAL.......................................................................... 42

4.2.1 Mistura Interétnica da Mesorregião Norte...............................................................

4.2.2 Mistura Interétnica da Mesorregião Centro-Norte...................................................

4.2.3 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudeste............................................................

4.2.4 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudoeste..........................................................

44

45

47

48

4.3 PARÂMETROS FORENSES......................................................................................... 51

4.4 ESTRUTURA POPULACIONAL................................................................................. 55

5.0 DISCUSSÃO.................................................................................................................. 59

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5.1 MISTURA INTERÉTNICA........................................................................................... 59

5.1.1 Mistura Interétnica da Mesorregião Norte...................................................................

5.1.2 Mistura Interétnica da Mesorregião Centro-Norte......................................................

5.1.3 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudeste...............................................................

5.1.4 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudoeste.............................................................

60

61

63

64

5.2 ESTUTURA POPULACIONAL.................................................................................... 66

5.3 UTILIZAÇÃO DOS MARCADORES INDEL EM ANÁLISES FORENSES.............. 68

6.0 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 69

REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 70

APÊNDICES........................................................................................................................... 80

APÊNDICE I Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)............................... 81

APÊNDICE II Questionário de coleta.............................................................................. 85

APÊNDICE III Marcadores INDEL de ancestralidade europeia....................................... 88

APÊNDICE IV Marcadores INDEL de ancestralidade africana........................................ 90

APÊNDICE V Marcadores INDEL de ancestralidade ameríndia..................................... 92

APÊNDICE VI Artigo submetido na revista Forensic Science International: Genetics 94

ANEXOS................................................................................................................................... 96

ANEXO I Comprovante de submissão de artigo para publicação na revista

Forensic Science International: Genetics (ISSN 1872-4973), Qualis

B1 na Área de Avaliação de Biotecnologia..............................................

97

ANEXO II Carta de aprovação do comitê de ética em pesquisa da Universidade

Federal do Piauí, (CAAE – 0443.0.045.000-11)......................................99

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Localização do Estado do Piauí e seus limites territoriais: ao Norte comoceano Atlântico, a Oeste com o Maranhão, a Sudoeste com o Tocantins, aoSul com a Bahia e a Leste com Ceará e Pernambuco. Fonte:http://www.guianetcom.br/pi/mapapi.htm (acessado em 24/10/2012).

21

Figura 2 (A) Subdivisão do Estado do Piauí em Mesoregiões e (B) Microrregiões.Fonte: Morais, 2010 (modificada).

22

Figura 3 Distribuição das nações indígenas no território piauiense. Fonte: Machado,Paulo. Trilhas da morte. Teresina, Corisco, 2002, p.24

28

Figura 4 Mapa das distribuições espaciais das nações indígenas. Fonte: BAPTISTA,João Gabriel. Etno-história indígena piauiense. Teresina: Edufpi, 1994.APUD: Machado, Paulo. Op. Cit. P. 26

29

Figura 5 Principais origens e destinos dos negros vindos da África para o Brasil.Fonte: Sousa, 2001.

30

Figura 6 Subdivisão do Estado do Piauí em Mesorregiões para realização das coletas.Norte (n = 50), Centro-Norte (n = 52), Sudeste (n = 51) e Sudoeste (n = 51).

36

Figura 7 DNA genômico em gel de agarose 0,8%, corado com GelRed™. Nos poços1, 2, 4, 5, 6 e 7, visualiza-se o DNA genômico; No poço 3, visualiza-se omarcador de peso molecular.

37

Figura 8 Ilustração do eletroferograma dos marcadores (MID) de ancestralidadeindígena da amostra MIA 81. As siglas al DEL indicam a deleção de umalelo e al INS, a inserção. Os picos referentes ao fluoróforo NED (amarelo)estão configurados na cor preta para uma melhor visualização eidentificação.

41

Figura 9 Influência dos três grupos étnicos (africano, europeu e indígena) napopulação do Estado do Piauí, estimada pelo programa Structure v2.3.4.

42

Figura 10 Estimativas da Mistura Interétnica da população do Estado do Piauí. 43

Figura 11 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população do Estado doPiauí representada pelo triângulo plot.

43

Figura 12 Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Norte doEstado do Piauí.

44

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Figura 13 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoNorte do Piauí representada pelo triângulo plot.

45

Figura 14 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoNorte do Piauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeu e

Indígena, onde cada barra corresponde a um indivíduo.

45

Figura 15 Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Centro-Norte do Estado do Piauí.

46

Figura 16 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoCentro-Norte do Piauí representada pelo triângulo plot.

46

Figura 17 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoCentro-Norte do Piauí representada por barras múltiplas: Africano,Europeu e Indígena, onde cada barra corresponde a um indivíduo.

47

Figura 18 Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Sudeste doEstado do Piauí.

47

Figura 19 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoSudeste do Piauí representada pelo triângulo plot.

48

Figura 20 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoSudeste do Piauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeue Indígena, onde cada barra corresponde a um indivíduo.

48

Figura 21 Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Sudoeste doEstado do Piauí.

49

Figura 22 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoSudoeste do Piauí representada pelo triângulo plot.

49

Figura 23 Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoSudoeste do Piauí representada por barras múltiplas: Africano,Europeu e Indígena, onde cada barra corresponde a um indivíduo.

50

Figura 24 Estimativas de Mistura Interétnica Individual comparada das populações dasquatro mesorregiões do Estado do Piauí: Norte; Centro-Norte;Sudeste e Sudoeste

51

Figura 25 Árvore filogenética elaborada pelo método WPGMA 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Composição da população do Piauí quanto à cor/etnia e sexo: 1697.Fonte: Mott, 2010.

25

Tabela 2 Composição da população do Piauí quanto à cor/etnia e sexo: 1772.Fonte: Mott, 2010.

25

Tabela 3 Cidades foco de coleta do presente estudo. 35

Tabela 4 Estimativas de mistura interétnica global medidas nas quatromesorregiões do Estado do Piauí.

50

Tabela 5 Parâmetros forenses investigados nos 46 INDEL no presente estudo 53

Tabela 6 Resultado da análise de variância molecular (AMOVA) (p-valor<0.05) implementada no programa Arlequin v3.11

55

Tabela 7 Comparação de distâncias gênicas interpopulacionais (coeficientesFST) entre a população do Estado do Piauí, as populações parentais epopulações miscigenadas brasileiras.

57

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ABREVIATURAS

AIMs Ancestry Informative MarkersAMOVA Análise de Variância MolecularºC Graus CelciusCAAE Certificado de Apresentação para Apreciação ÉticaDNA Deoxyribonucleic aciddNTP Desoxinucleotídio trifosfatoEDTA Ácido EtilenodiaminotetraacéticoFUNAI Fundação Nacional do ÍndioH HeterozigosidadeHobs Heterozigosidade observadaHexp Heterozigosidade esperadaIBGE Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaINDEL Inserção/DeleçãoKm QuilômetrosLGHM Laboratório de Genética Humana e MédicaMgCl2 Cloreto de MagnésioMIA Marcadores Informativos de AncestralidademM MilimolarMP Matching probability (Probabilidade de correspondência)N Número de cromossomosNCBI National Center for Biotechnology Informationng Nanogramaspb Pares de baseOrgs OrganizadoresPCR Polymerase Chain ReactionPD Poder de DiscriminaçãoPIC Polymorfisms Information Content (Informação

polimórfica contida em cada marcador)PE Power of exclusion (Poder de exclusão)PSAs Population-Specific AllelesSNP Single Nucleotide PolymorphismTCLE Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoTPI Typical paternity índex (Índice típico de paternidade)U UnidadesUFPA Universidade Federal do ParáUFPI Universidade Federal do PiauíµL MicrolitroµM MicromolarVNTR Variable Number Tandem RepeatsSTR Short Tandem RepeatDEL DeleçãoINS InserçãoWPGMA Weighted Pair-Group Method using Arithmetic averageGDA Genetic Data Analysis Package

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RESUMO

A utilização dos marcadores em estudos de genética populacional possibilita revelar a

contribuição dos diferentes grupos étnicos que influenciaram na formação de uma

determinada população. A migração de diferentes povos para o continente americano

é um dos fatores evolutivos que mais contribui na diferenciação genética entre

populações. No Brasil, as três principais subpopulações que influenciaram na sua

constituição foram os indígenas, nativos da terra, o negro africano, na condição de

escravo e o colonizador europeu. No Estado do Piauí, até o presente estudo, esse tipo

de análise ainda não tinha sido realizado. Com a utilização de 46 marcadores

informativos de ancestralidade do tipo inserção-deleção (INDEL), foi verificada que

a constituição genética do Estado apresentou uma expressiva contribuição europeia

(60%), seguida da africana (21,5%) e, em menor proporção, indígena (18,5%),

corroborando com o processo de colonização do território piauiense. As análises

individuais das quatro mesorregiões do Estado mostraram resultados concordantes

com a análise global, sendo que a Mesorregião Norte apresentou 58,2% de

contribuição européia, 20,5% de africana e 20,7% indígena; a Mesorregião Centro-

Norte apresentou 56,7% de europeu, 24,0% de africano e 19,3% indígena. Dentre as

quatro, a Mesorregião Sudeste apresentou a maior contribuição européia (63,0%),

seguida da africana (21,3%) e indígena (15,7%) e a Mesorregião Sudoeste com

56,8% de contribuição européia, 23,3% de africana e 19,9% de indígena. A análise da

variância molecular (AMOVA) demonstrou que 82,25% da variabilidade genética

ocorrem dentro das populações e que 17,75% ocorrem entre as populações. Os valores

da distância gênica (Fst) mostraram que a população piauiense se aproxima das

populações da região Norte do Brasil e distancia-se das populações parentais

africanas e indígenas. Foi verificado também que a utilização dos INDELs, como

ferramenta forense na população do Estado, apresenta-se bastante satisfatória. Diante

desses resultados, a utilização dos INDELs, seja para se estimar a constituição étnica

de populações subestruturadas, ou para aplicação na medicina forense, se mostraram

bastante eficiente.

Palavras-chave: Marcadores Informativos de Ancestralidade, INDEL, Inserção-

Deleção, Mesorregião, Piauí.

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ABSTRACT

The use of genetic markers in population genetics studies reveals the contribution of

different ethnic groups that influenced the formation of a given population. The

migration of different peoples to the Americas is one of the factors that contribute

most in evolutionary genetic differentiation between populations of this continent. In

Brazil the three main subpopulations that influenced in its constitution were the

native Amerindians, the African slaves and the European colonizer. Until now

population genetic studies to evaluate the contribution of different ethnic groups in

the formation of Piauí population had not been performed. With the use of 46

ancestry informative markers of insertion-deletion (INDEL) type, was verified that

the genetic constitution of the Piauí is of significant European contribution (60%),

followed by African (21.5%) and, to a lesser extent, Amerindian (18.5%), supporting

the colonization process of the Piauí territory. The individual analyzes of the four

Mesoregion showed results consistent with the overall analysis, and the North

Mesoregion had 58.2% of European contribution, 20.5% of African and 20.7% of

Amerindian; while North Central Mesoregion presented 56.7% of European

contribution, 24.0% of African and 19.3% of Amerindian. Among the four

Mesoregions, the Southeast Mesoregion had the highest European contribution

(63.0%), followed by African (21.3%) and Ameridian (15.7%); while the

Southwestern Mesoregion with 56.8% of European contribution, 23.3% of African

and 19.9% of Amerindian. Analysis of molecular variance (AMOVA) showed that

82.25% of the genetic variability occurs within Mesoregion populations and 17.75%

occurs among Mesoregion populations. The values of genetic distance (Fst) showed

that the population of Piauí is nearby of Northern Brazil populations and is far from

African and Amerindian parental populations. Besides it was also seen that the use of

INDELs as forensic tool in the Piauí population presents quite satisfactory. Given

these results the use of INDELs to estimate the ethnic constitution of sub-structured

populations or for use in forensic medicine proved to be quite efficient.

Keywords: Markers of Ancestry Informative, INDEL, insertion-deletion,Mesoregion, Piauí.

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1. INTRODUÇÃO

1.1 GENÉTICA DE POPULAÇÕES E OS PROCESSOS EVOLUTIVOS

O estudo populacional utilizando a genética como ferramenta para entender os

mecanismos que estão envolvidos na formação de uma determinada população, surgiu

entre as décadas de 1920 e 1930 com os trabalhos do estatístico, biólogo evolutivo e

geneticista Ronald Aylmer Fisher, e com os geneticistas John Burdon Sanderson

Haldane e Sewall Green Wright, os quais culminaram para a criação da Síntese

Evolutiva Moderna que se baseia nas leis de Mendel, na teoria da evolução das espécies

proposta por Darwin e na própria genética de populações. No que se trata de genética

populacional, a mesma se fundamenta na descrição da variabilidade genética existente,

bem como na investigação dos mecanismos que a influenciam (RIBEIRO, 2009). Com

isso, a genética de populações dedica-se ao estudo da distribuição de frequências

gênicas e de caracteres hereditários normais e patológicos nas populações humanas,

bem como aos fatores evolutivos que as mantem ou, em oposição, alteram as

frequências gênicas ou genotípicas nessas populações (BEIGUELMAN, 2008).

A migração de diferentes povos para o continente americano é um dos fatores

evolutivos que mais contribui na diferenciação genética entre populações, visto que o

fluxo gênico (inserção de alelos da população migrante para a receptora) passa a

estabelecer uma frequência alélica intermediária em relação às populações parentais. A

deriva genética e as mutações também são fatores capazes de alterar as frequências

alélicas em uma determinada população e, por sua vez, disseminá-las mediante a

ocorrência de fluxo gênico às populações vizinhas. Outro fator evolutivo, o efeito do

fundador, também contribui para a ausência ou fixação rara de alelos em populações

derivadas, já que a migração de um pequeno grupo oriundo de uma população, não terá

suas frequências alélicas representativas na mesma (OLSON, 2002).

Diversos estudos já detectaram a existência de variações genéticas em diferentes

populações humanas bem como a constatação de que diferenças populacionais entre

regiões geográficas são maiores que as divergências dentro de uma mesma área

estudada (TISHKOFF e KIDD, 2004; WITHERSPOON, 2007).

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1.2 ESTRATIFICAÇÃO POPULACIONAL

A existência de estratificação populacional ocorre quando uma população é

formada pela mistura de diferentes grupos étnicos, denominados de subpopulações, e

quando a proporção de mistura (proporção do genoma que teve origem em cada

subpopulação) varia entre indivíduos. Como no conceito de “associação decorrente de

subestruturação” que diz que em uma população, na qual proporções de mistura variam

entre os indivíduos que a compõem; e na qual as frequências alélicas de um

determinado marcador variam entre as diferentes subpopulações ancestrais, poderá

haver associações entre alelos de loci não ligados (PRITCHARD et al., 2000;

PRITCHARD e DONNELLY, 2001).

Estimativas precisas das proporções de contribuição de subpopulações

formadoras (parentais) em populações miscigenadas, feitas a partir do estudo com

marcadores genéticos, tem sido usadas para responder questões relacionadas à evolução

e à antropologia (BEDOYA et al., 2006; LAAN et al., 2005; PEREIRA & PENA, 2006)

e são fundamentais como controle dos efeitos de uma possível subestruturação

populacional em estudos de associação (PARRA et al., 1998; PFAFF et al., 2001;

BONILLA et al., 2004; REINER et al., 2005; CHOUDHRY et al., 2006).

No Brasil, as três principais subpopulações formadoras (indígena ou nativos

americanos, europeia e africana) dessa população miscigenada, e a forma como esses

grupos se distribuíram para formar as populações das diversas regiões do país se

refletem na distribuição diferencial de fenótipos entre elas.

1.3 MARCADORES MOLECULARES NA GENÉTICA HUMANA

Os estudos relacionados à evolução e à ancestralidade tomam por base as

comparações entre as frequências gênicas existentes entre populações usando

marcadores moleculares ou marcadores gênicos, os quais possibilitam a diferenciação

entre indivíduos e entre populações norteando o entendimento das relações

populacionais e história evolutiva humana de uma determinada região (PEDROSA,

2006). Definidos como um fenótipo molecular qualquer, os marcadores moleculares se

originam a partir de um segmento de DNA específico ou de variações genéticas

(MATIOLI, 2001). Tais variações se expressam obedecendo ao padrão de Herança

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Mendeliana relacionando as características monogênicas ou poligênicas quando

apresentam distribuições compatíveis com as esperadas e que permitem uma análise

mais detalhada da variabilidade genética das populações, além de possibilitar a

avaliação da diversidade genética intra e interpopulacional para se obter uma melhor

compreensão da evolução humana (PEDROSA, 2006).

Com os dados obtidos a partir do sequenciamento do genoma humano,

inicialmente foram identificados mais de 1,4 milhões de polimorfismos de base única

(SNPs, do inglês Single Nucleotide Polymorphisms), sendo que 60.000 deles em regiões

codificadoras de genes (COOPER et al, 2005). Com isso, surgiram novos modelos de

pesquisa que passaram a adotar uma metodologia que trabalha com a identificação de

uma rede de genes e análise posterior de suas associações com evoluções clínicas,

bioquímicas e fenotípicas dos pacientes, observando não só aspectos farmacocinéticos

dos medicamentos, mas também as possíveis alterações farmacodinâmicas

(MONÇORES et al. 2008). Partindo do pressuposto de que fatores genéticos podem

influenciar na eficácia e na segurança de um medicamento, a farmacogenética e/ou a

farmacogenômica vem sendo cada vez mais fomentada, uma vez que, ambas estudam as

influencias genéticas sobre as respostas a medicamentos (CHOWBAY B, ZHOU S,

LEE EJ, 2005).

A utilização dos marcadores em estudos de genética humana, além de revelar as

origens evolutivas de determinada população, proporcionou um avanço no campo da

medicina, visto que a incidência de determinadas doenças encontra-se diretamente

relacionada com a carga genética (conjunto de alelos deletérios) que cada grupo

populacional possui, além de possibilitar, por exemplo, a análise da resposta à

metabolização de determinadas drogas (ELAHI et al., 2004). O conhecimento da

estimativa ancestral de uma determinada população também se torna útil quando se quer

estudar a suscetibilidade de doenças complexas em uma população por meio de estudo

de associação do tipo caso-controle possibilitando detectar efeitos genéticos e sua

interação com fatores ambientais diversos, além de evitar associações espúrias devido às

diferenças no background genético dos indivíduos casos e dos controles que podem

levar a um excesso de resultados falsos positivos e/ou falsos negativos (RISCH, 2000;

(DENG, 2001).

Dessa forma, vários marcadores são utilizados para se determinar e/ou analisar a

miscigenação em um grupo populacional, onde a precisão nas estimativas relacionadas

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às misturas étnicas está diretamente associada ao valor das frequências alélicas ()

definida como o valor absoluto da diferença de frequência entre populações ancestrais

(PARRA et al., 1998).

Os marcadores mais utilizados em estudos populacionais são aqueles que

apresentam um grande diferencial de frequência, ou seja, que apresentem essa

frequência com um valor maior ou igual a 40% entre duas grandes populações definidas

etnicamente e/ou geograficamente (SHRIVER et al., 1997). Tais marcadores são

denominados de alelos população-específicos (PSAs do inglês Population-Specific

Alleles) ou Marcadores Informativos de Ancestralidade (AIMs, do inglês Ancestry

Informative Markers), como é o caso dos marcadores do tipo microssatélites e

minissatélites, dos SNPs e dos polimorfismos de inserções/deleções denominados

INDELs (RAPLEY & HARBRON, 2004; SHRIVER et al., 2005), além dos marcadores

uniparentais encontrados nos cromossomos Y e X e no DNA mitocondrial.

Regiões caracterizadas por sequências ou blocos de DNA que se repetem in

tandem, onde de acordo com a quantidade de pares de bases de cada unidade de

repetição, essas regiões podem ser denominadas: minissatélites (VNTR – variable

number of tandem repeat), ou microssatélites (STR – short tandem repeat). Os VNTRs

e os STRs são elementos repetitivos caracterizados com loci de alto grau de variação,

co-dominantes, multialélicos e com elevada heterozigosidade, os quais se dispõem de

maneira ininterrupta de dois a seis nucleotídeos de comprimento ao longo do locus

genômico (FERREIRA & GRATTAPALIA, 1995; MATIOLE, 2001; HAMMER &

ZEGURA, 2002). Essas repetições são encontradas em genomas de vários organismos

vivos e apresentam uma taxa polimórfica elevada tornado assim interessantes

marcadores genéticos em estudos populacionais (HANCOCK, 2000)

Equivalentes a uma mutação de ponto caracterizada pela mudança de uma única

base, os SNPs são marcadores genéticos que ocorrem em uma taxa muito baixa de

mutação, cerca de 10-9 a 5 x 10-9 , sendo classificados a partir da variação que ocorre

com determinado nucleotídeo, sendo um polimorfismo de transição quando há a troca

entre duas purinas e/ou entre duas pirimidinas, ou classificado como um polimorfismo

do tipo transversão que é a troca entre uma pirimidina por um purina e/ou vice versa

(BROOKES, 1999). Estando distribuídos em todo o genoma humano, os polimorfismos

de base única são responsáveis por quase que 90% das variações nas sequencias

genômica. Sendo marcadores bialélicos com alto grau de estabilidade, os SNPs são

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capazes de gerar haplótipos com descendência idêntica (MARTINEZ-ARIAS et al.,

2001; HEATON et al., 2001).

Marcadores genéticos de herança uniparental são aqueles herdados de apenas um

dos pais pelos filhos e estão situados em duas regiões distintas: no genoma nuclear

especificamente no cromossomo Y correspondente a herança paterna e cromossomo X

correspondente a herança materna e no genoma mitocondrial também relacionado à

matriherança. Os cromossomos sexuais humanos são morfologicamente distintos,

enquanto o cromossomo X tem um tamanho médio de 150 Mb, o cromossomo Y é

pequeno (60 Mb). O cromossomo Y possui poucos genes funcionais sendo que a

maioria das mudanças ocorre nas regiões de introns e nas regiões extragênicas. Com

muitas sequências repetitivas com diferentes tipos de polimorfismos e taxas de

mutações, o mesmo possibilita escolher o melhor tipo de marcador e o intervalo de

tempo da história das populações que se deseja estudar (AFFARA et al., 1994;

JOBLING & TYLER-SMITH, 1995).

Se localizando fora do núcleo, o DNA mitocondrial (DNAmt) corresponde a

uma molécula circular pequena de 16.569 pares de bases. O DNAmt é de herança

uniparental materna, ocorrendo a transmissão do genoma da mãe para os filhos sem

modificação (BUDOWLE & BROWN, 2001; ÁLVAREZ et al., 2001). O genoma

mitocondrial se mostra idêntico, entre diferentes indivíduos, na maior parte de sua

sequência e com isso tem sido utilizado em estudos populacionais (CHEN et al., 1995;

TORRONI et al., 1996; RICHARDS et al., 2002; SALAS et al., 2002). Além disso, de

acordo com Álvarez et al. (2001), a análise do genoma mitocondrial é uma importante

ferramenta em estudos antropológicos, evolutivos e forenses (incluindo tecidos antigos

e arqueológicos), pois uma única célula possui, em média, mais de 5.000 cópias de

DNA resistentes à digestão enzimática.

1.4 POLIMORFISMOS DE INSERÇÃO/DELEÇÃO – INDEL

Os INDELs, de um ou mais nucleotídeos, são classificados como marcadores

binários ou bialélicos os quais se caracterizam por apresentarem apenas dois tipos de

alelos (inserção ou deleção) (WEBER et al., 2002), sendo que atualmente o uso desses

marcadores vem crescendo na área de genética de populações em seres humanos

(SANTOS et al.1995; BHANGALE et al., 2005; MILL et al., 2006; ALVES et al.,

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2007; PENA et al., 2011; FRANCEZ et. al., 2012; KIMURA et al., 2013). Espalhados

em todo genoma humano, os marcadores INDELs são responsáveis por cerca de 20% de

todos os polimorfismos, representando 1,5 milhões dos mais de 10 milhões de

polimorfismos conhecidos (VÄLI et al., 2008).

Quando comparados com outros marcadores usualmente utilizados em estudos

de genética de populações, os INDELs apresentam algumas vantagens, como por

exemplo: sua taxa de mutação é mais baixa (2,3x10-9) que a dos STRs (1x10-3) e são

mais fáceis e rápidos de serem genotipados do que os SNPs, além de possibilitarem a

montagem de sistemas multiplex (WEBER & WONG, 1993; SYVÄNEN, 2001;

MORIN et al., 2004).

1.5 ESTRUTURA E FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA

A utilização dos marcadores moleculares revelou que há pelo menos 12 mil anos

os ameríndios colonizaram o Brasil e que a partir do século XIV passou-se a ter um

intrincado processo de mistura genética devido ao grande contingente de europeus e

africanos (PENA, 2002; OLIVEIRA et al., 2006).

A influência das três populações parentais: europeus, africanos e ameríndios

acabaram caracterizando geneticamente a população brasileira, com cerca de 65,9% de

influência europeia, 24,8% de africanos e 9,3% de ameríndios (Figura 1) (PIMENTA et

al., 2006; GODINHO, 2008).

Os europeus, oriundos principalmente de Portugal, se instalaram em um

território já povoado por 1 a 10 milhões de índios nativos e acabaram se estabelecendo e

se miscigenando com os mesmos. A presença do negro africano no Brasil se deu por

meio do regime de escravidão, já que o território brasileiro era uma das principais rotas

de destino desses povos os quais eram encaminhados para diferentes estados brasileiros,

de forma aleatória, regida pelo tráfico interno e/ou movimentos migratórios e pela

necessidade econômica de cada região (FAUSTO, 2002; RODRIGUES 2004). Com a

abertura dos portos em 1808, o fluxo de imigrantes provenientes do continente europeu

intensificou-se e continuou acentuado até o início do século XX. Calcula-se que entre

1820 a 1975, tenha entrado no Brasil 6 milhões de europeus, sendo a grande maioria

proveniente de Portugal, Itália e Espanha. Outras populações como alemães, sírios,

libaneses e japoneses (IBGE, 2000) também fizeram parte do contingente de imigrantes.

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Quanto ao fluxo constante de imigrantes de acordo com Callegari-Jacques e Salzano

(1999), dos que chegaram ao Brasil entre 1500 e 1972, 58% eram europeus, 40%

africanos e 2% asiáticos.

Partindo-se para a composição genética das diversas regiões do Brasil, estudos

também demonstram que a participação materna é representada pelas três populações

parentais e que a linhagem paterna é essencialmente de origem europeia (ABE-

SANDES et al., 2004; BARCELOS et al., 2006). Alguns estudos revelam que a

população africana é pouco representativa nas Regiões Sul quando comparada com as

demais, enquanto que na Região Norte, estudos realizados a partir do DNA

mitocondrial revelam que a população indígena é responsável por mais de 50% da

composição populacional (CALLEGARI-JACQUES et al., 2003; PARRA et al., 2003).

No Centro-Oeste, apesar de se evidenciar eventos mais lentos e recentes de colonização

e miscigenação do que nas demais regiões, o estudo com AIMs também vem

contribuindo no entendimento desses processos (GODINHO, 2008). No Nordeste a

constituição populacional é bastante heterogênea, contudo, devido à escravidão, se

observa uma influência maior de africanos e uma baixa influência de povos indígenas

(PENA et al., 2009; 2011).

1.6 ASPECTOS HISTÓRICOS DA COLONIZAÇÃO E POVOAMENTO DOESTADO DO PIAUÍ

Situado na parte ocidental da região Nordeste, na transição entre a Amazônia, o

sertão semi-árido e os chapadões do Brasil central e com mais de quatro quintos de sua

área incluídos no Polígono das Secas, o Estado do Piauí limita-se ao norte com o oceano

Atlântico, a oeste com o Maranhão, a sudoeste com o Tocantins, ao sul com a Bahia e a

leste com Ceará e Pernambuco Possuindo em sua totalidade 224 municípios com uma

população estimada em 3.118.360, o Piauí corresponde a 16,16% da Região Nordeste e

2,95% da área do Brasil, e está situado entre 2º44’ e 10º52’ de latitude Sul e entre

40º25’ e 45º59’ de longitude Ocidental, o qual abrange uma área territorial de 251.698

Km2, sem contar com a zona litigiosa com o Ceará de 2.977 Km2 (Figura 1).

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Figura 1. Localização do Estado do Piauí e seus limites territoriais: ao Norte com oceanoAtlântico, a Oeste com o Maranhão, a Sudoeste com o Tocantins, ao Sul com a Bahia e a Lestecom Ceará e Pernambuco. Fonte: http://www.guianetcom.br/pi/mapapi.htm (acessado em24/10/2012).

Com a finalidade de facilitar o planejamento econômico e a distribuição de

subsídios, em 1990, o Brasil passou a adotar uma nova divisão regional, subdividindo o

território em meso e microrregiões geográficas. A área compreendida ao Estado do

Piauí ficou dividida em quatro Mesorregiões, sendo mesorregião Norte piauiense,

mesorregião Centro-Norte piauiense, mesorregião Sudoeste piauiense e mesorregião

Sudeste piauiense e em quinze microrregiões (NETO, 2002) (Figura 2).

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Figura 2. (A) Subdivisão do Estado do Piauí em Mesoregiões e (B) Microrregiões. Fonte:Morais, 2010 (modificada).

Durante quase 200 anos de duração da colonização iniciada em meados do

século XVII, por volta de 1660 a 1670, e prolongando-se até as primeiras décadas do

século XIX, mais precisamente em 1822, a região onde hoje é o Estado do Piauí era

considerada “terra de ninguém”, mostrando uma colonização tardia quando comparada

com o restante do território brasileiro. O Piauí, diferente do que aconteceu com as

demais capitais do Nordeste brasileiro, só foi conquistado nos fins do século XVII, mas

precisamente no ano de 1674, por Domingos Afonso Sertão, português nascido em

Mafra (CARVALHO, 1993).

De acordo com Caribé (2000) a miscigenação do elemento africano em nosso

território mostrou-se muito pequena, em torno de aproximadamente 5%, isso por que

quando os portugueses, baianos e paulistas começaram a desbravar o sertão do Piauí, os

mesmos não se dedicaram ao cultivo da cana-de-açúcar por falta de mão de obra

B

A B

A B

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especializada do escravo negro. Por outro lado, o Estado do Piauí apresenta em sua

população um componente europeu muito forte, uma vez que os índios na época da

colonização estavam sendo dizimados pelos bandeirantes e pelos fazendeiros. Sendo

assim, observou-se nos primeiros tempos do Piauí colonial, no inicio da ocupação do

solo e de seu povoamento, a influência de três grupos étnicos perfeitamente definidos: o

índio, natural da terra que se apresentava de modo geral nômade, vivendo da caça e da

pesca, os quais tinham preferência pelo litoral e pelos vales do Rio Parnaíba; o

português de procedência europeia, e o negro, vindo da África, com contribuição

mínima na formação do povoamento piauiense (SANTANA, 1995; RODRIGUES,

2004).

Diferente da maioria dos estados brasileiros e das demais capitanias do

Nordeste, a colonização do território piauiense ocorreu do interior para o litoral.

Segundo Wilson Correia (2010), essa penetração ocorreu pelo sertão do Piauí em 1671,

a qual foi marcada pela presença de pernambucanos, baianos, e paulistas, todos a

serviço da Casa da Torre que funcionava como uma associação de fazendeiros da Bahia

que se aventuravam no sertão piauiense em busca de terras, com o objetivo de implantar

a atividade pecuarista. A lei onde o mais forte imperava, subjugando o mais fraco, o

povoamento do Estado do Piauí foi marcado com estupros e genocídios, onde com o uso

da força e por meio de expedições militares e religiosas, que tinham como objetivo

conhecer e pacificar a área devido aos interesses da Coroa portuguesa, a Casa da Torre

tomou posse de uma grande parte do território que abrange a bacia hidrográfica do

Parnaíba (MOTT, 1985; DIAS & SANTOS, 2010). Sem nenhum atrativo econômico,

outras expedições foram organizadas com o objetivo de abrir novas terras para a

pecuária e para o aprisionamento de indígenas a fim de trabalhar na lavoura. Com isso,

de acordo com Mott (1985), a pecuária tornou-se preponderante, onde a unidade de

conquista e povoamento passou a ser a fazenda de gado.

De acordo com Furtado (1964), a conquista desse novo território, até então

desprezado, foi resultado do processo e expansão da economia açucareira, carente de

novos espaços para desenvolver a criação de gado bovino e cavalar. Sendo considerado

o curral e açougue das áreas canavieiras, o Piauí transformou-se na principal área

pastoril do Nordeste (NUNES, 2007). Mott (1985) também enfatiza a importância das

fazendas de gado na formação da província do Piauí, uma vez que foram as fazendas

que definiram a forma de ocupação do solo e a distribuição do colono no sertão do

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Piauí. Portanto, os principais núcleos urbanos do Piauí – as fazendas de gado – não

surgiram espontaneamente, foram criadas e instaladas sob a ordem da Coroa portuguesa

que determinava até suas localizações territoriais. Com o tempo, essas fazendas,

transformaram-se em freguesias, vilas e cidades as quais deram origem à sociedade

colonial piauiense.

Quando se trata de povoamento do território piauiense, o seu significado é de

suma importância para se entender melhor a sociedade formada entre os séculos XVIII e

XIX (DIAS, 1999). Sua conquista foi uma verdadeira guerra de extermínio provocando

o despovoamento dos nativos da terra pelo colonizador branco o qual justificava tal ato

necessário, uma vez que os nativos “perturbavam a tranquilidade dos colonos”.

Na historiografia, a conquista significou a limpeza da terra do gentio bravo pelos

colonizadores que viam no nativo um ser selvagem, ignorante e preguiçoso que

precisava ser catequizado para servir a Deus e escravizado para servirem aos reis da

Espanha e de Portugal com o propósito de fortalecer os interesses mercantilistas (DIAS,

1999). Contudo, durante o período do século XVIII, a população nativa estava em

declínio, resultado das guerras, que os devastavam, da fome e das doenças; com isso

outro elemento, o negro vindo de diversas regiões da África, foi incorporado no

território piauiense, justificado pela necessidade de se trazer mais escravos para a

região, com o papel não só de substituir os índios que se apresentavam cada dia mais

escassos no território, mas também para implantar o cultivo de algodão nas regiões mais

úmidas, desenvolver o cultivo de fumo e implementar a produção do açúcar no Piauí

(BRANDÃO, 1999). Meio ao fluxo constante de imigrantes no território piauiense,

Padre Miguel de Carvalho realizou o que se diz ser o primeiro censo da história do

Piauí, no qual o mesmo contabilizou 129 fazendas percorridas no Estado no período de

1697 as quais totalizaram 605 habitantes (MOTT, 2010). A tabela 1 mostra a

composição da população do Piauí quanto à etnia e sexo no ano de 1697.

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Tabela 1: Composição da população do Piauí quanto à cor/etnia e sexo no ano de 1697.Fonte: Mott, 2010.

Homens (%) Mulheres (%) TOTAL (%)Brancos 154 (38,7) 1 (2,5) 155 (35,3)

Mestiços* 5 (1,3) 9 (22,5) 14 (3,2)Negros 203 (51) 7 (17,5) 210 (48)Índios 36 (9) 23 (57,5) 59 (13,5)

TOTAL 398(100) 40 (100) 438 (100)*Qualquer indivíduo com características fenotípicas indeterminadas.

No entanto, segundo Mott (2010), sete décadas depois, essa população aumenta

consideravelmente e no ano de 1762, por ordem do primeiro governador da Capitania

João Pereira Caldas, foi realizado um senso no Estado do Piauí o qual contabilizou um

contingente de 12.746 habitantes e um total de 536 fazendas. Nesse segundo período

existiam apenas 8 freguesias: Oeiras (3.615hab./169 fazendas); Valença (1.485 hab./52

fazendas); Castelo do Piauí (1.059 hab./39 fazendas); Campo Maior (1.867 hab./86

fazendas); Parnaíba (2.368 hab.); Jerumenha (697 hab./51 fazendas); Parnaguá (902

hab./55 fazendas) e Piracuruca (2.349 hab./84 fazendas). Integrando esse número e

contribuindo para formação da população piauiense da época estavam os imigrantes, os

remanescentes dos 605 moradores computados por Pe. Miguel nas 129 fazendas e seus

descendentes, os negros e os indígenas incorporados à civilização (SANTANA, 1995).

Dez anos depois, em 1772 a população total do Piauí apresenta um crescimento

totalizando 19.191 habitantes dos quais 16.467 moravam dispersos na zona rural e

apenas 2.724 viviam nas vilas ou em seus subúrbios. A tabela 2 mostra a composição da

população do Piauí quanto à etnia e sexo no ano de 1772.

Tabela 2: Composição da população do Piauí quanto à cor/etnia e sexo no ano de 1772.Fonte: Mott, 2010.

Homens (%) Mulheres (%) TOTAL (%)Brancos 1.885 (17,7) 1.320 (15,5) 3.205 (16,7)

Mestiços* 4.372 (41,0) 3.140 9 (48,6) 8.512 (44,4)Negros 3.856 (36,1) 2.487 (29,2) 6.343 (33,0)Índios 556 (5,2) 575 (6,7) 1.131 (5,9)

TOTAL 10.669 (100) 8.522 (100) 19.191 (100)*Qualquer indivíduo com características fenotípicas indeterminadas.

Caracterizada como uma sociedade reduzida de vida social, de acordo com Mott

(2010), a população do Piauí mostrava uma frente pioneira de homens vaqueiros, com

um contingente populacional feminino reduzido. Contando com apenas 40 mulheres,

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não se era capaz de gerar um crescimento demográfico expressivo observado na época.

Portanto, o crescimento populacional do Estado do Piauí se dá mais pela entrada de

imigrantes do que pela incorporação de contingentes populacionais autóctones ou pelo

desenvolvimento das famílias dos colonos.

Diferente do que se observou em outros Estados do Brasil colonial em que a

Coroa Portuguesa patrocinava e incentivava a migração européia com o intuito de

povoar determinadas regiões, o Estado do Piauí nem se quer houve imigração

espontânea de estrangeiros; assim sendo a imigração de brancos para o Piauí provinha

do próprio território brasileiro, mais precisamente da zona açucareira motivada pela

necessidade de se expandir a economia do açúcar que dependia diretamente do gado

bovino e cavalar (MOTT, 2010). Isso justifica a vinda de inúmeras famílias oriundas do

recôncavo baiano e do Maranhão que buscavam no Piauí uma maneira de fugir da

decadência da economia açucareira aproveitando o alavanque pecuarista motivado pela

demanda de gado de Minas Gerais (MOTT, 2010).

Alem disso, nos anos de 1792 a 1825 observou-se um grande fluxo de pessoas

oriundas do Estado do Ceará para o Piauí em razão desses anos compreenderem um

período de secas intensas em todo o Nordeste, fazendo com que os mesmos se fixassem

definitivamente no Estado (BRITO & COSTA, 2012).

1.7 POPULAÇÕES NATIVAS, AFRICANAS E POVOS EUROPEUS:

PRESENÇA E INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DO ESTADO.

Embora não se saiba com exatidão o número de sociedades indígenas na época

em que o colonizador europeu chegou ao Brasil, há estimativas sobre o número de

habitantes nativos naquele tempo, que variam de 1 a 10 milhões de indivíduos, sendo

que, segundo dados do Censo de 2010, hoje vivem no território brasileiro apenas 800

mil índios, correspondendo em torno de 0,4% da população do Brasil. Números que

servem para dar uma idéia da imensa quantidade de pessoas e sociedades indígenas

exterminadas ao longo desses cinco séculos pelo colonizador branco (FUNAI, 2012).

Com os nativos que povoavam o território que hoje compreende o Estado do

Piauí, não foi diferente. Apresentando um grande fluxo migratório, o Piauí era

considerado um “corredor de migração” para os nativos do Nordeste fustigados pelos

predadores e pela chegada do colonizador em busca de terras e braços para escravizá-

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los, sendo que a presença do nativo se mostrava bastante expressiva, como afirma o

historiador piauiense Odilon Nunes:“[...] os índios fervilhavam como formigas nos vales dos rios doPiauí.” (NUNES, 1985 apud DIAS, 2006: 80).

Nômade por natureza, sempre em busca de alimento nos rios, nas matas e nos

campos, imigrando constantemente por causa das guerras contínuas, torna-se difícil e

quase impossível situar, com precisão rigorosa, o indígena no solo piauiense (CHAVES,

1953). Contudo, havia no Piauí, quatro etnias - JÊ, CARAIBA, CARIRI, E TUPI entre

diversas e numerosas tribos ou nações como os Tremembés, Jenipapos, Anapurus,

Cupinharós, Amanajás, Precatis, Aramis, Alongás, Aroás, Amoipiras, Guegês, Jaicós,

Pimenteiras, Gilbués, Tapecuás, Timbiras, entre outros, as quais chegavam a

aproximadamente 370.000 indivíduos (BAPTISTA, 1992).

De acordo com João Gabriel Baptista (1992), as quatro etnias existentes

apresentavam características peculiares baseadas em traços raciais (quando possível), da

posição geográfica de contato, informações da época e outros indicadores, às quais

formaram a base da etnia piauiense. São elas:

ETNIA JÊ – Nação Acroá, Gueguê, Jaicó e Timbira – localizavam-se no interior

do Estado do Piauí uma vez que foram expulsos do litoral pelos índios Tupí.

ETNIA CARAÍBA – Nação Pimenteiras – localizavam-se na região sul do Piauí,

próximo as nascentes do rio Piauí, Região de Parnaguá, Serra de Bom Jesus do

Gurguéia. Em 1674 os índios Pimenteiras já eram combatidos pelo colonizador branco,

embora oficialmente tenham vindo para o Piauí em 1760, oriundos de Pernambuco. Esta

etnia foi considerada extinta ou dispersa em 1850;

ETNIA TUPI – Nação Tabajara – localizavam-se no litoral ou em suas

proximidades, habitando cabanas que em números de 4 a 5 formavam aldeias ou

malocas de formato retangular com uma acara (praça central), as quais eram fixadas

próximas aos rios, onde cada maloca comportava de 50 a 200 habitantes. De data

desconhecida, o primeiro contato com o branco foi com os franceses e logo depois com

os portugueses. Em 1604, Pero Lopes de Sousa encontra na Serra da Ibiapina, 70

aldeias. Em 1693, 2000 de seus guerreiros descem a serra para o litoral, levados pelos

jesuítas;

ETNIA CARIRI – Nação Tremembé - pouco conhecida, os índios pertencentes a

essa etnia habitavam desde o Paraguaçu até o Rio São Francisco. Hipoteticamente, os

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28

Cariris teriam migrado do norte, caminhando pelas regiões costeiras do litoral

nordestino, em razão de sua cultura de natureza e características pré-histórica a

neolíticas. Tal cultura tem como uma de suas marcas principais, a origem ou surgimento

dos produtos ou objetos de materiais cerâmicos, tinha seus membros espalhados,

vivendo pelos imensos territórios localizados nas intermediações dos rios Parnaíba (do

Estado do Piauí) e São Francisco (na Bahia).

As Figuras 3 e 4 demonstram a distribuição espacial das nações indígenas no

território piauiense.

Figura 3: Distribuição das nações indígenas no território piauiense. Fonte: Machado, Paulo.Trilhas da morte. Teresina, Corisco, 2002, p.24.

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Cariris teriam migrado do norte, caminhando pelas regiões costeiras do litoral

nordestino, em razão de sua cultura de natureza e características pré-histórica a

neolíticas. Tal cultura tem como uma de suas marcas principais, a origem ou surgimento

dos produtos ou objetos de materiais cerâmicos, tinha seus membros espalhados,

vivendo pelos imensos territórios localizados nas intermediações dos rios Parnaíba (do

Estado do Piauí) e São Francisco (na Bahia).

As Figuras 3 e 4 demonstram a distribuição espacial das nações indígenas no

território piauiense.

Figura 3: Distribuição das nações indígenas no território piauiense. Fonte: Machado, Paulo.Trilhas da morte. Teresina, Corisco, 2002, p.24.

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Cariris teriam migrado do norte, caminhando pelas regiões costeiras do litoral

nordestino, em razão de sua cultura de natureza e características pré-histórica a

neolíticas. Tal cultura tem como uma de suas marcas principais, a origem ou surgimento

dos produtos ou objetos de materiais cerâmicos, tinha seus membros espalhados,

vivendo pelos imensos territórios localizados nas intermediações dos rios Parnaíba (do

Estado do Piauí) e São Francisco (na Bahia).

As Figuras 3 e 4 demonstram a distribuição espacial das nações indígenas no

território piauiense.

Figura 3: Distribuição das nações indígenas no território piauiense. Fonte: Machado, Paulo.Trilhas da morte. Teresina, Corisco, 2002, p.24.

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Figura 4: Mapa das distribuições espaciais das nações indígenas. Fonte: BAPTISTA, JoãoGabriel. Etno-história indígena piauiense. Teresina: Edufpi, 1994. APUD: Machado, Paulo. Op.Cit. P. 26

Os sertões do Piauí, as serras, os vales e as chapadas serviam de abrigo e refúgio

para as nações das regiões do rio São Francisco, litoral nordestino, e da bacia

amazônica, permitindo assim esses nativos permanecessem em segurança até a chegada

do colonizador (CHAVES, 1953), que praticamente o extinguiram na época da

colonização. Um dos símbolos da formação do Piauí, bem como no processo de

extermínio dos nativos da terra, foi a presença da Casa da Torre, que juntamente com o

governo do Maranhão, Pernambuco e Bahia faziam a “guerra de limpeza” por meio de

expedições de interesse econômico para punir e, consequentemente, promover o

extermínio da população indígena. Com a ausência de autoridade, as mais diversas

brutalidades e atrocidades foram praticadas contra os nativos da terra que estavam à

mercê dos bandeirantes, dos fazendeiros, da Casa da Torre, da Coroa (DIAS &

SANTOS, 2010).

Esse processo de extermínio que se prolongou do século XVII ao XVIII

promoveu a extinção das sete nações, cento e cinquenta e oito tribos e toda a sua

29

Figura 4: Mapa das distribuições espaciais das nações indígenas. Fonte: BAPTISTA, JoãoGabriel. Etno-história indígena piauiense. Teresina: Edufpi, 1994. APUD: Machado, Paulo. Op.Cit. P. 26

Os sertões do Piauí, as serras, os vales e as chapadas serviam de abrigo e refúgio

para as nações das regiões do rio São Francisco, litoral nordestino, e da bacia

amazônica, permitindo assim esses nativos permanecessem em segurança até a chegada

do colonizador (CHAVES, 1953), que praticamente o extinguiram na época da

colonização. Um dos símbolos da formação do Piauí, bem como no processo de

extermínio dos nativos da terra, foi a presença da Casa da Torre, que juntamente com o

governo do Maranhão, Pernambuco e Bahia faziam a “guerra de limpeza” por meio de

expedições de interesse econômico para punir e, consequentemente, promover o

extermínio da população indígena. Com a ausência de autoridade, as mais diversas

brutalidades e atrocidades foram praticadas contra os nativos da terra que estavam à

mercê dos bandeirantes, dos fazendeiros, da Casa da Torre, da Coroa (DIAS &

SANTOS, 2010).

Esse processo de extermínio que se prolongou do século XVII ao XVIII

promoveu a extinção das sete nações, cento e cinquenta e oito tribos e toda a sua

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Figura 4: Mapa das distribuições espaciais das nações indígenas. Fonte: BAPTISTA, JoãoGabriel. Etno-história indígena piauiense. Teresina: Edufpi, 1994. APUD: Machado, Paulo. Op.Cit. P. 26

Os sertões do Piauí, as serras, os vales e as chapadas serviam de abrigo e refúgio

para as nações das regiões do rio São Francisco, litoral nordestino, e da bacia

amazônica, permitindo assim esses nativos permanecessem em segurança até a chegada

do colonizador (CHAVES, 1953), que praticamente o extinguiram na época da

colonização. Um dos símbolos da formação do Piauí, bem como no processo de

extermínio dos nativos da terra, foi a presença da Casa da Torre, que juntamente com o

governo do Maranhão, Pernambuco e Bahia faziam a “guerra de limpeza” por meio de

expedições de interesse econômico para punir e, consequentemente, promover o

extermínio da população indígena. Com a ausência de autoridade, as mais diversas

brutalidades e atrocidades foram praticadas contra os nativos da terra que estavam à

mercê dos bandeirantes, dos fazendeiros, da Casa da Torre, da Coroa (DIAS &

SANTOS, 2010).

Esse processo de extermínio que se prolongou do século XVII ao XVIII

promoveu a extinção das sete nações, cento e cinquenta e oito tribos e toda a sua

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30

população de aproximadamente quatrocentos mil nativos da terra, os quais povoavam

todo o território piauiense. Com as guerras constantes que culminaram com a expulsão e

a dizimação de quase toda a população nativa existente no território, a necessidade de

mão de obra escrava crescia. Na condição de escravo, cerca de 3,6 a 10 milhões de

africanos oriundos de diversas partes da África, principalmente do oriente, ocidente e

sudoeste do continente africano, além da região de Moçambique, Congo e Angola foram

trazidos ao território brasileiro (REIS e GOMES, 1996), sendo que observou-se dois

grandes grupos étnicos: os bantos – Sudoeste e Sudeste da África – e os sudanenses –

Noroeste da África (KLEIN, 2002; SCHAWARCZ & REIS, 1996). A distribuição deste

grupo filogenético dentro do território brasileiro se mostrou bastante heterogênea onde o

Rio de Janeiro (38%) e a Bahia (25%), receberam os maiores contingentes, seguidos de

Pernambuco (13%), São Paulo (12%), Maranhão (7%) e Pará (5%) (Figura 5) (VIANA,

1988).

Figura 5: Principais origens e destinos dos negros vindos da África para o Brasil. Fonte: Sousa,2001.

Do mesmo modo que todo o Brasil colonial, o Estado do Piauí também fez uso

da mão de obra escrava, sendo que segundo Mott (2010), a presença do escravo negro e

do mestiço no território piauiense sempre foi importante e indispensável na manutenção

das fazendas de gado, uma vez que os serviços prestados pelos mesmos eram superiores

quando comparados com os dos nativos, concentrando assim a maioria dos escravos nas

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fazendas de gado. Contudo, de acordo com Bastos (1994) o fluxo de escravos existente

no território piauiense se dava por meio do mercado interprovinciano com outras

regiões brasileiras, principalmente Pernambuco e Bahia uma vez que não houve a

entrada de escravos diretamente da África:

O maior número de escravos no Piauí devia ser originários do N doEquador (Congo e Angola) que era a etnia predominante na Bahia, omercado predominante para o Piauí, e que se espalhavam para todoNE. Os escravos negros entraram no Piauí pela estrada que ligavama feira de Capuame, na Bahia, à vila da Mocha (Oeiras). Algunsescravos também foram trocados por bois em Minas Gerais, mas empequeno número. O Piauí nunca fez imigração direta da África. Amaior parte veio do Maranhão, Pernambuco e Bahia (p. 1999-2000).

Segundo Andrade (1992), a abolição da escravidão no final do século XVIII e a

crise que afetou a economia agrícola italiana durante o século XIX, forçaram a

população italiana rural a migrar para as regiões da América Latina, tendo como

principal destino o Brasil, especificamente as regiões Sul e Sudeste onde havia plantio

de café. A região Nordeste também foi alvo do fluxo migratório desses povos:“[...] entre os anos de 1887 a 1903, chegaram ao Brasil 995.620imigrantes italianos [...] na região Nordeste do Brasil no final doséculo XIX, onde revela o número de italianos distribuídos daseguinte maneira: Pernambuco 700 italianos; Alagoas 150; Paraíba600; Rio grande do Norte 70; Ceará 350; Piauí 30 e Maranhão 100”(ANDRADE, 1992, p. 73 apud ARAÚJO & EUGÊGNIO, 2006, p.370).

Com o cultivo e exportação de produtos como o açúcar e algodão no Nordeste e

o acesso aos portos da região, atraíram os imigrantes italianos que viram no Piauí uma

oportunidade de negócio uma vez que a riqueza de terras que o Estado oferecia

proporcionava ao estrangeiro trabalhar em diversos segmentos como pecuária, produção

de couro e o extrativismo vegetal, sendo essas atividades nas quais mais atuaram

(ARAÚJO & EUGÊNIO, 2006).

Na cidade de Picos, no fim do século XIX e durante o século XX, se

estabeleceram muitas famílias italianas, algumas fugiram da guerra durante o período da

Unificação da Itália, outras não tinham escolaridade nem emprego, mas todos estavam

em busca de qualidade de vida. O início do povoamento de Picos foi marcado pela

presença de portugueses, pernambucanos e baianos, atraídos pelo comércio local. Entre

os anos de 1870 e 1880 vários italianos fizeram parte do desenvolvimento da cidade,

conforme relatado por Bastos: “[...] vieram para o Piauí 40 famílias italianas para

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desenvolver trabalho junto à fábrica de laticínio, na colônia de São Pedro de

Alcântara” (BASTOS, 1994 apud ARAÚJO & EUGÊNIO, 2006, p.370).

A presença de outros povos da Europa também foi observada. Muitos

comerciantes de origem espanhola, holandesa e francesa mantiveram contato com os

índios do norte do Piauí, onde os mesmos percorriam rios e montanhas com a ajuda do

nativo, a procura de materiais preciosos e com o intuito de explorar a madeira. Dentre

eles, os franceses, que ao longo do litoral norte do Estado, faziam bandeiras de cunho

religioso e eram os únicos que competiam com os portugueses no tráfico com os

indígenas, além de se comunicarem com os índios Tremembés tanto por terra, através

do território piauiense, quanto por mar (NUNES, 2007).

Os holandeses também fixaram presença no território piauiense onde também

traficavam com os índios Tremembés tanto do Parnaíba quanto do Ceará, adentraram do

litoral ao sertão piauiense em busca de supostas minas de ouro e prata. Contudo, antes

de serem expulsos pelas guerras organizadas pelo governo do Maranhão, deixaram

vestígio de sua mineração:“Aos tempos em que os holandeses chegaram ao Ceará, sabemosque deixaram sinais de sua presença, no Piauí, ao menos emFrecheiras (interior de Cocal) e no Marvão onde exploram nossosmineiros e nos deixaram abandonados inclusive bigornas (VideRevista do Instituto do Ceará. XLIII e XLIV, p. 97 apud NUNES,2007, p.70).”

Atraídos pelo desenvolvimento local e com intenção de montar seus próprios

negócios, imigrantes europeus vieram para cidade de Parnaíba onde os grandes fluxos

das exportações promoveram o desenvolvimento do comércio e da indústria,

possibilitando a implantação de firmas alemãs, francesas e inglesas, contribuindo assim

para formação da história e da sociedade piauiense (ARAÚJO & EUGÊNIO, 2006).

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2 OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem como objetivo geral estimar a composição genética

atual de amostras populacionais provenientes das quatro Mesorregiões do Estado do

Piauí (Norte, Centro-Norte, Sudoeste e Sudeste), por meio de 46 Marcadores

Informativo de Ancestralidade do tipo INDELs.

2.2. OBJETIVOS E METAS ESPECÍFICAS

Para atender o objetivo principal, foram propostos os seguintes objetivos e metas

específicas:

Avaliar a mistura interétnica e estimar a contribuição das três populações

parentais (europeu, africano e indígena) para a formação da atual população do

Estado do Piauí.

Quantificar a mistura interétnica nas diferentes Mesorregiões do Estado do

Piauí.

Associar os resultados obtidos com o histórico de colonização, a fim de se

avaliar os aspectos envolvidos no processo de miscigenação dessas populações.

Comparar os resultados obtidos na população do Piauí com outros estudos feitos

em outras populações brasileiras.

Avaliar a utilização dos três painéis de INDEL na população do Estado do Piauí

como ferramenta na medicina legal.

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3 MATERIAL E MÉTODO

Este trabalho é resultante de uma parceria firmada entre a Universidade Federal

do Piauí – UFPI, por meio do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (Campus

de Parnaíba) e o Laboratório de Genética Humana e Médica (LGHM) da Universidade

Federal do Pará – UFPA.

3.1. ASPECTOS ÉTICOS

Atendendo à resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (Ministério da

Saúde, 2003) que trata das normas para pesquisa envolvendo seres humanos, este

trabalho foi aprovado no dia 20 de março de 2012, pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Federal do Piauí (CAAE – 0443.0.045.000-11) (ANEXO).

3.2. AMOSTRAS POPULACIONAIS

Para análise do perfil genético da população do Estado do Piauí, foram

selecionadas amostras de sangue de 204 indivíduos voluntários saudáveis, maiores de

18 anos não aparentados e para que seja desconsiderada a imigração recentemente

observada no Estado, os mesmos declararam por meio de um questionário (APÊNDICE

I) o nascimento de pelo menos duas gerações passadas dentro do território piauiense.

Foram excluídos do estudo os indivíduos que, por qualquer razão ou motivo,

tenham a sua capacidade de autodeterminação reduzida, sobretudo no que se refere ao

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido -TCLE (APÊNDICE II) ou não atenderam

a um dos requisitos de inclusão.

3.3. OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS

A coleta foi realizada de maneira homogênea dentro de cada uma das quatro

mesorregiões em que o Estado do Piauí é dividido, sendo obtidas 50 amostras da

mesorregião Norte, 52 amostras da mesorregião Centro-Norte, 51 amostras da

mesorregião Sudoeste e 51 amostras da mesorregião Sudeste (Figura 6). As cidades

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focos de coleta (Tabela 3) foram escolhidas obedecendo aos critérios socioeconômicos e

históricos, sendo as coletas realizadas no período de abril a agosto de 2012.

Tabela 3: Cidades foco de coleta do presente estudo (Continua)

Mesorregião Microrregião Cidades Números deVoluntários

Norte

Baixo ParnaíbaPiauiense

BarrasBatalha

BrasileiraLuzilândia

Piripiri

0701010102

Litoral Piauiense

CocalCocal dos Alves

Luis CorreiaParnaíba

Piracuruca

0102012311

Centro-Norte

Teresina Teresina 15

Campo MaiorCampo Maior

Domingos MourãoPedro II

100105

Médio ParnaíbaPiauiense

AmaranteRegeneração

0801

Valença do PiauíInhuma

Novo Oriente do PiauíValença do Piauí

010111

Sudeste

Picos BocainaDom Expedito Lopes

Ipiranga do PiauíOeirasPicos

Santa Cruz do Piauí

010101161802

Pio IX Alagoinha do PiauíPio IX

0103

Alto Médio Canindé

ItainópolisJaicós

São João do PiauíSimplício Mendes

02030201

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Tabela 3: Cidades foco de coleta do presente estudo (Conclusão)

Mesorregião Microrregião Cidades Números deVoluntários

Sudoeste

FlorianoFlorianoItaueira

Jerumenha

140101

São RaimundoNonato

Anísio de AbreuBonfim do PiauíCanto do Buriti

CaracolCoronel José DiasDirceu ArcoverdeDom InocêncioFartura do Piauí

São Lourenço do PiauíSão Raimundo Nonato

Tamboril do PiauíVárzea Grande

020102050203040101110102

Figura 6: Subdivisão do Estado do Piauí em Mesorregiões para realização das coletas. Norte (n= 50), Centro-Norte (n = 52), Sudeste (n = 51) e Sudoeste (n = 51).

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37

3.4 EXTRAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DO DNA

As amostras de sangue periférico foram submetidas à extração de DNA

utilizando o conjunto de reagentes da Wizard® Genomic DNA Purification Kit

(Promega, Madison, WI, USA). Posterior à extração, e para verificação da qualidade do

DNA extraído, as amostras foram subtidas à corrida eletroforética, em gel de agarose a

0,8%, corados com GelRed™. A leitura dos géis foi realizada com auxílio de um

transluminador modelo L-PIX-HE (LOCCUS® Biotecnologia) (Figura 7) e a

quantificação foi feita pelo BioSpec-nano (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japan).

Figura 7: DNA genômico em gel de agarose 0,8%, corado com GelRed™. Nos poços 1, 2, 4, 5,6 e 7, visualiza-se o DNA genômico; No poço 3, visualiza-se o marcador de peso molecular.

3.5 SELEÇÃO DOS INDELS INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE E

DESENHO DOS PRIMERS

A tipagem do painel dos 46 marcadores INDEL foi realizada de acordo com

Santos et al. (2010), estudo realizado pelo Grupo de Genética Humana e Médica da

Universidade Federal do Pará - UFPA.

A pré-seleção dos 46 marcadores foi baseada em três categorias principais: (1)

grande diferença entre as frequências alélicas ( ≥ 40%) entre Africanos, Europeus, e/ou

populações Nativa Americana; (2) mapeamento para diferentes cromossomos ou para

diferentes regiões físicas de um mesmo cromossomo; e (3) variação de tamanho de 3 e

40 pares de base (pb) para permitir a simultânea genotipagem de múltiplos marcadores.

Posterior ao desenho dos primers, da otimização das condições da PCR e da

análise simultânea de múltiplos marcadores, foram selecionados 15 marcadores de

ancestralidade de Africanos, todos apresentando valores elevados de entre Africanos

37

3.4 EXTRAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DO DNA

As amostras de sangue periférico foram submetidas à extração de DNA

utilizando o conjunto de reagentes da Wizard® Genomic DNA Purification Kit

(Promega, Madison, WI, USA). Posterior à extração, e para verificação da qualidade do

DNA extraído, as amostras foram subtidas à corrida eletroforética, em gel de agarose a

0,8%, corados com GelRed™. A leitura dos géis foi realizada com auxílio de um

transluminador modelo L-PIX-HE (LOCCUS® Biotecnologia) (Figura 7) e a

quantificação foi feita pelo BioSpec-nano (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japan).

Figura 7: DNA genômico em gel de agarose 0,8%, corado com GelRed™. Nos poços 1, 2, 4, 5,6 e 7, visualiza-se o DNA genômico; No poço 3, visualiza-se o marcador de peso molecular.

3.5 SELEÇÃO DOS INDELS INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE E

DESENHO DOS PRIMERS

A tipagem do painel dos 46 marcadores INDEL foi realizada de acordo com

Santos et al. (2010), estudo realizado pelo Grupo de Genética Humana e Médica da

Universidade Federal do Pará - UFPA.

A pré-seleção dos 46 marcadores foi baseada em três categorias principais: (1)

grande diferença entre as frequências alélicas ( ≥ 40%) entre Africanos, Europeus, e/ou

populações Nativa Americana; (2) mapeamento para diferentes cromossomos ou para

diferentes regiões físicas de um mesmo cromossomo; e (3) variação de tamanho de 3 e

40 pares de base (pb) para permitir a simultânea genotipagem de múltiplos marcadores.

Posterior ao desenho dos primers, da otimização das condições da PCR e da

análise simultânea de múltiplos marcadores, foram selecionados 15 marcadores de

ancestralidade de Africanos, todos apresentando valores elevados de entre Africanos

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3.4 EXTRAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E ARMAZENAMENTO DO DNA

As amostras de sangue periférico foram submetidas à extração de DNA

utilizando o conjunto de reagentes da Wizard® Genomic DNA Purification Kit

(Promega, Madison, WI, USA). Posterior à extração, e para verificação da qualidade do

DNA extraído, as amostras foram subtidas à corrida eletroforética, em gel de agarose a

0,8%, corados com GelRed™. A leitura dos géis foi realizada com auxílio de um

transluminador modelo L-PIX-HE (LOCCUS® Biotecnologia) (Figura 7) e a

quantificação foi feita pelo BioSpec-nano (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japan).

Figura 7: DNA genômico em gel de agarose 0,8%, corado com GelRed™. Nos poços 1, 2, 4, 5,6 e 7, visualiza-se o DNA genômico; No poço 3, visualiza-se o marcador de peso molecular.

3.5 SELEÇÃO DOS INDELS INFORMATIVOS DE ANCESTRALIDADE E

DESENHO DOS PRIMERS

A tipagem do painel dos 46 marcadores INDEL foi realizada de acordo com

Santos et al. (2010), estudo realizado pelo Grupo de Genética Humana e Médica da

Universidade Federal do Pará - UFPA.

A pré-seleção dos 46 marcadores foi baseada em três categorias principais: (1)

grande diferença entre as frequências alélicas ( ≥ 40%) entre Africanos, Europeus, e/ou

populações Nativa Americana; (2) mapeamento para diferentes cromossomos ou para

diferentes regiões físicas de um mesmo cromossomo; e (3) variação de tamanho de 3 e

40 pares de base (pb) para permitir a simultânea genotipagem de múltiplos marcadores.

Posterior ao desenho dos primers, da otimização das condições da PCR e da

análise simultânea de múltiplos marcadores, foram selecionados 15 marcadores de

ancestralidade de Africanos, todos apresentando valores elevados de entre Africanos

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vs. Europeus ou Nativos Americanos, 15 marcadores de ancestralidade de Europeus e

16 marcadores de ancestralidade de Nativos Americanos. Os primers foram desenhados

usando o programa Primer 3 por (www.genome.wi.mit.edu/cgi-bin/primer/primer3) e

testados no programa AutoDimer (VALLONE e BUTLER, 2004) para exclusão de

estruturas secundárias como hairpin e dímeros de primer.

3.6 CONDIÇÕES DA PCR E GENOTIPAGEM DOS INDELs

As amostras de DNA das quatro Mesorregiões do Estado do Piauí foram tipadas

utilizando 46 INDELs por meio de três amplificações. Cada multiplex de PCR

apresentou um volume final de 12,5 µL contendo: um tampão de PCR com 3 mM de

MgCl2, 125 µM de cada dNTP, 2U da DNA polimerase AmpliTaq Platinum®

(Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, CA), primers (apêndices IV, V e VI) e 10 a 20

ng de DNA genômico. As condições da termociclagem da PCR foram de 11 minutos

com temperatura de 95ºC, seguido por 1 minuto a 94ºC, 1 minuto a 60ºC, e 2 minutos a

70ºC, por 10 ciclos; em seguida, realizou-se 17 ciclos de 1 minuto a 90ºC, 1 minuto a

60ºC e 2 minutos a 70ºC ; por fim, a extensão deu-se por 60 minutos a 60ºC.

Antes da eletroforese capilar, 1 µL do produto de PCR foi adicionado a 8,5µL

formamida deionizada Hi-DiTM (Applied Biosystems, Foster City, CA) e 0,5µL de

GeneScanTM 500 LIZ® com tamanho padrão (Applied Biosystems). Os fragmentos foram

separados usando um ABI PRISM® 3130 Genetic Analyzer (Applied Biosystems) e

analisados com o uso do programa GeneMapper® ID v3.2 (Applied Biosystems),

utilizando quatro fluoróforos: 6FAM (azul), VIC (verde), PET (vermelho) e o NED

(amarelo). A localização de cada marcador, sequências dos primers, tamanho do

amplicon, o tipo de fluoróforo, a sequência e concentração dos primers e sua

localização estão descritos nos apêndices IV, V e VI.

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

As análises estatísticas referentes à subestruturação populacional e às estimativas

de mistura interétnica global e individual, bem como o cálculo das frequências alélicas

dos 46 INDELs, foram realizadas empregando-se o programa Structure v.2.3.4

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(http://pritch.bsd.uchicago.edu/structure_software/release_versions/v2.3.4/html/structur

e.html).

A heterozigosidade observada (Hobs) e esperada (Hexp), o equilíbrio de Hardy-

Weinberg (p), foram calculados com o programa Alerquin v3.11 (EXCOFFIER et al.,

2005). A probabilidade correspondente (MP), índice típico de paternidade (TPI),

conteúdo informativo polimórfico (PIC), poder de discriminação (PD) e o poder de

exclusão (PE) foram calculados utilizando o programa Powerstats v12 (TEREBA,

1999). Posteriormente, foi empregada a correção de Bonferroni (NARUM, 2006) nos p-

valores encontrados (p-valor ajustado < 0.00109).

Para averiguação do modo como a variabilidade genética está distribuída nas

diferentes populações que utilizaram os mesmos marcadores INDEL para a estimativa

do perfil genético, foi implementada a análise de variância molecular (AMOVA)

(EXCOFFIER et al., 1992) com o programa Arlequin v3.11 (EXCOFFIER &

LISCHER, 2010). O cálculo de distância gênica (Fst) e sua matriz bem como análise da

árvore WPGMA (Weighted Pair-Group Method using Arithmetic average) foram

realizados no programa GDA (Genetic Data Analysis Package) (LEWIS & ZAYKIN,

1997) (http://www.eeb.uconn.edu/people/plewis/software.php). A árvore foi gerada por

meio do programa TreeView (http://taxonomy.zoology.gla.ac.uk/rod/treeview.html).

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4. RESULTADOS

4.1 MARCADORES INDELs

Os 46 INDELs geraram três painéis correspondentes a uma amplificação de 16-

plex para o painel correspondente a população indígena e duas amplificações de 15-plex

relacionadas às populações africana e européia.

A figura 8 exemplifica o eletroferograma referente ao painel indígena de uma

amostra da população do Piauí (MIA-81). O resultado da genotipagem foi visualizado

por meio da presença dos picos referentes a posição do alelo (o primeiro pico referente a

deleção e o segundo a inserção) sendo que, os resultados para cada grupo de marcadores

eram diferenciados com o fluoróforo específico: 6FAM correspondente ao picos azuis

(marcadores MID 1952, MID 476, MID 275 e MID 152.); VIC aos picos verdes (MID

196, MID 778. MID 1603 e MID 1386); NED correspondendo aos picos pretos (MID

660, MID 575, MID 216, MID 481 e MID 913) e o fluoróforo PET correspondendo aos

picos vermelhos (MID 350, MID 988 e MID 184).

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Figura 8: Ilustração do eletroferograma dos marcadores (MID) de ancestralidade indígena da amostra MIA 81. As siglas al DEL indicam a deleção de umalelo e al INS, a inserção. Os picos referentes ao fluoróforo NED (amarelo) estão configurados na cor preta para uma melhor visualização e identificação.

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4.2 MISTURA INTERÉTNICA

A análise comparativa das amostras de DNA dos 204 voluntários com o perfil

genético das três populações ancestrais utilizando 46 INDELs, por meio do programa

Structure v2.3.4, possibilitou estimar a ancestralidade da população do Estado do Piauí.

Como se observa na Figura 9, gerada pelo programa Structure e na figura 10, a

população do Estado do Piauí apresentou uma maior contribuição genética da população

europeia (verde), seguida da população africana (vermelho) e, com menor contribuição,

da população indígena (azul), correspondendo a 60,0%, 21,5% e 18,5% de

ancestralidade.

Figura 9: Influência dos três grupos étnicos (africano, europeu e indígena) na população doEstado do Piauí, estimada pelo programa Structure v2.3.4.

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Figura 10 - Estimativas da Mistura Interétnica da população do Estado do Piauí.

Na Figura 11, onde cada ponto amarelo localizado na área do triângulo plot

representa um indivíduo da população estudada, pode-se observar uma maior

concentração de pontos amarelos no vértice correspondente à ancestralidade européia, o

que significa dizer que a maioria dos indivíduos pertencentes à população do Piauí

possui uma maior contribuição genética européia, pois a taxa de contribuição ancestral é

inversamente proporcional à distância de cada indivíduo ao vértice correspondente.

Figura 11: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população do Estado do Piauírepresentada pelo triângulo plot.

60,0%21,5%

18,5%

EuropeuAfricanoIndígena

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4.2.1 Mistura Interétnica da Mesorregião Norte

Quando se compara a estimativa de ancestralidade da mesorregião Norte com o

restante do Estado do Piauí observa-se ainda a prevalência da contribuição europeia,

contudo, os componentes indígena e africano se mostram igualmente distribuídos nessa

mesorregião, como se pode observar na Figura 12, onde a influência europeia é mais

elevada (58,8%), seguida da indígena (20,7%) e africana (20,5%), as quais se mostram

igualmente distribuídas.

Figura 12 - Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Norte do Estadodo Piauí.

Na Figura 13, gerada pelo programa Structure, a população do Norte do Piauí,

por apresentar perfil genético com maior influência europeia, tende ao vértice europeu

do triângulo plot. A Figura 14 ilustra a ancestralidade individual da população

representativa da mesorregião Norte, por meio de barras múltiplas.

58,8%20,5%

20,7%

Europeu

Africano

Indígena

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Figura 13: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregiãoNorte do Piauí representada pelo triângulo plot.

Figura 14: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Norte doPiauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeu e Indígena, onde cadabarra corresponde a um indivíduo.

4.2.2 Mistura Interétnica da Mesorregião Centro-Norte

Na mesorregião Centro-Norte como se pode observar na Figura 15, a

contribuição de ancestralidade europeia é a mais elevada (56,7%), seguida da africana

(24,0%) e indígena (19,3%).

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Figura 15 - Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Centro-Norte doEstado do Piauí.

Do mesmo modo, se observa na Figura 16 uma maior tendência dos indivíduos

da população do Centro-Norte piauiense para o vértice correspondente a população

européia sendo que na figura 17 se evidencia esses resultados por meio do gráfico

individual de barras múltiplas gerada pelo programa Structure.

Figura 16: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Centro-Norte do Piauí representada pelo triângulo plot.

56,7%24,0%

19,3%

Europeu

Africano

Indígena

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Figura 17: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Centro-Norte do Piauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeu e Indígena, ondecada barra corresponde a um indivíduo.

4.2.3 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudeste

De forma semelhante à população da mesorregião Centro-Norte, a população da

mesorregião do Sudeste piauiense apresenta uma maior contribuição de ancestralidade

europeia seguida de africana (63,0% e 21,3%, respectivamente), e uma menor

contribuição indígena (15,7%) (Figura 18).

Figura 18 - Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Sudeste do Estadodo Piauí.

Ao se estimar a mistura interétnica individual da população do Sudeste piauiense

também se observa uma maior tendência ao vértice europeu do triângulo plot (Figura

19), sendo que alguns indivíduos apresentando uma maior contribuição africana (Figura

20).

63,0%21,3%

15,7%

Europeu

Africano

Indígena

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Figura 19: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Sudestedo Piauí representada pelo triângulo plot.

Figura 20: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Sudestedo Piauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeu e Indígena, onde cadabarra corresponde a um indivíduo.

4.2.4 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudoeste

Do mesmo modo que foi observado em todo o Estado do Piauí, na mesorregião

Sudoeste também houve uma predominância de ancestralidade europeia (56,8%),

seguida da contribuição africana (23,3%) e indígena (19,9%) (Figura 21).

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Figura 21- Estimativas de Mistura Interétnica da população da mesorregião Sudoeste do Estadodo Piauí.

A mistura interética individual da população do Sudoeste piauiense se

correlaciona com os resultados anteriores, demonstrando uma maior tendência para

ancestralidade europeia (Figura 22), alguns com maior ancestralidade africana e com

pouca influência indígena (Figura 23).

Figura 22: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Sudoestedo Piauí representada pelo triângulo plot.

56,8%23,3%

19,9%Europeu

Africano

Indígena

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Figura 23: Estimativas da Mistura Interétnica Individual da população da mesorregião Sudoestedo Piauí representada por barras múltiplas: Africano, Europeu e Indígena, onde cadabarra corresponde a um indivíduo.

Na Tabela 4 podemos observar um resumo das proporções de mistura interétnica

global, medidas nas quatro populações miscigenadas das mesorregiões do Estado do

Piauí, com base em dados obtidos a partir da genotipagem de indivíduos pertencentes às

três populações consideradas principais formadoras da população brasileira como um

todo.

Na Figura 24, pode-se também observar a mistura interétnica individual, sendo

que comparada com as quatro mesorregiões.

Tabela 4 – Estimativas de misturas interétnica global medidas nas quatro Mesorregiõesdo Estado do Piauí.

Europeu Africano Indígena

Mesorregião Norte 58,2% 20,5% 20,7%

Mesorregião Centro-Norte 56,7% 24,0% 19,3%

Mesorregião Sudeste 63,0% 21,3% 15,7%

Mesorregião Sudoeste 56,8% 23,3% 19,9%

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Figura 24: Estimativas de Mistura Interétnica Individual comparada das populações das quatromesorregiões do Estado do Piauí: Norte; Centro-Norte; Sudeste e Sudoeste

4.3 PARÂMETROS FORENSES

As análises estatísticas referentes aos parâmetros de interesse tanto populacional

quanto forense foram realizadas utilizando o programa Powerstats (Promega

Corporation), que permite calcular a frequência alélica,informação polimórfica contida

em cada marcador (Polymorfisms Information Content – PIC), probabilidade de

correspondência (Matching Probability - MP), poder de discriminação (PD), poder de

exclusão (PE) e o índice típico de paternidade (ITP).

Considerada uma medida de variabilidade genética, a heterozigosidade de um

marcador é a probabilidade de um indivíduo ser heterozigoto para um locus. A

heterozigosidade observada em cada loci analisado não diferiu significativamente da

heterozigosidade esperada, sendo que a heterozigosidade observada é a proporção de

indivíduos heterozigotos nas amostras da população (MENEZES et al., 2006). Para os

46 loci analisados na população do Piauí se obteve a média da heterozigosidade igual a

41%, considerando o marcador MID 913 de menor valor (Hobs = 6,35%) e o marcador

MID 1923 de maior valor (Hobs = 54,9%).

O teste de aderência ao equilíbrio de Hardy-Weinberg demonstrou que a

proporção de genótipos observada não desviou significativamente das proporções

esperadas, exceto nos marcadores MID789 (p = 0.0267), MID625 (p = 0,01682),

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MID856 (p = 0.0309) e o MID1558 (p = 0.04374), sendo que posteriormente foi

aplicada a correção de Bonferroni nos p-valores encontrados onde o valor de alfa 0,05

foi dividido pelo número de combinações (p-valor ajustado < 0.00109).

O PIC para os 46 marcadores foi calculado apresentado valor médio de 32,8%.

De acordo com Botstein et al. (1980) o PIC é um indicador da qualidade do marcador

em estudos de genética humana, no qual um marcador é mais ou menos informativo a

partir de determinados valores. Marcadores com valores de PIC superiores a 0,5 são

considerados muito informativos, com valores no intervalo de 0,25 a 0,5 são

mediamente informativos e com valores abaixo de 0,25 se apresentam pouco

informativos.

O PD dos 46 loci também foi calculado, com os marcadores MID 1176 e o MID

132 apresentando os melhores valores e o marcador MID 913 o pior, sendo a média de

PD calculada para o conjunto de marcadores igual a 58,7%. Segundo Huston (1998) o

PD se refere à probabilidade inerente a um marcador genético de que dois indivíduos

selecionados aleatoriamente em uma população apresentem genótipos distintos. Este é

um dos parâmetros utilizados para avaliar a robustez de um marcador genético para ser

utilizado em exames forenses na esfera criminal. Do outro lado, a MP se refere ao

número de indivíduos com o mesmo genótipo que podem ser encontrados em uma

amostragem aleatória para um dado marcador. A PC e o PD são antagônicos e

complementares, sendo que PD = 1-MP.

Outro parâmetro calculado foi o Poder de Exclusão (PE) que está relacionado a

investigações de paternidade. Segundo Borosky et al (2009) o PE refere-se à

probabilidade de um sistema excluir um homem que não é realmente o pai biológico de

uma criança testada. O poder médio de exclusão calculado para o painel dos 46 loci foi

de 15,1%.

Todos os valores relacionados aos parâmetros forenses calculados dos 46

INDELs estão apresentados na Tabela 5.

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Tabela 5. Parâmetros forenses investigados nos 46 INDEL no presente estudo.

rs número Identificação Deleção Inserção N Hobs Hexp PIC PD PE MP TPI p

rs2307553 MID1357 0,673 0,327 408 0,4412 0,4735 0,36 0,59 0,141 0,378 0,89 0,3735rs16710 MID273 0,368 0,632 408 0,5000 0,4757 0,36 0,606 0,159 0,400 1,00 0,5534rs2307880 MID1684 0,360 0,640 408 0,0490 0,0572 0,10 0,603 0,156 0,897 0,53 0,1532rs1610902 MID818 0,375 0,625 408 0,4902 0,4607 0,35 0,608 0,163 0,411 0,98 0,4443rs2067259 MID1172 0,254 0,746 408 0,4412 0,4163 0,33 0,543 0,102 0,436 0,89 0,4992rs2067263 MID1176 0,490 0,510 408 0,4804 0,4943 0,37 0,625 0,188 0,373 0,96 0,7768rs2307554 MID1358 0,679 0,321 408 0,3873 0,3528 0,29 0,587 0,138 0,486 0,82 0,2285rs2307981 MID1785 0,364 0,636 408 0,4559 0,4335 0,34 0,605 0,158 0,423 0,92 0,5187rs2067353 MID1271 0,417 0,583 408 0,3922 0,4317 0,34 0,618 0,177 0,408 0,82 0,1977rs1610875 MID789 0,318 0,682 408 0,2941 0,3502 0,29 0,585 0,137 0,486 0,71 0,0267rs140783 MID494 0,583 0,417 408 0,4657 0,4503 0,35 0,618 0,177 0,410 0,94 0,6452rs1160876 MID625 0,221 0,779 408 0,3628 0,4387 0,34 0,511 0,084 0,392 0,75 0,0168rs2308203 MID2011 0,412 0,588 408 0,4069 0,4261 0,33 0,617 0,175 0,416 0,84 0,5119rs2307922 MID1726 0,536 0,464 408 0,4314 0,4711 0,36 0,624 0,186 0,378 0,88 0,2362rs140762 MID473 0,469 0,531 408 0,4265 0,4674 0,36 0,624 0,187 0,380 0,87 0,2307rs1160871 MID619 0,448 0,552 408 0,2836 0,3285 0,27 0,622 0,184 0,509 0,70 0,0819rs2307644 MID1448 0,321 0,679 408 0,4363 0,4405 0,34 0,587 0,138 0,410 0,89 1,0000rs2308115 MID1923 0,348 0,652 408 0,5490 0,4918 0,37 0,599 0,151 0,413 1,11 0,1156rs1610941 MID856 0,373 0,627 408 0,3824 0,4519 0,35 0,607 0,162 0,386 0,81 0,0309rs16388 MID99 0,609 0,391 408 0,5245 0,4829 0,37 0,612 0,169 0,406 1,05 0,2453rs16383 MID93 0,432 0,568 408 0,4706 0,4889 0,37 0,620 0,181 0,374 0,94 0,6664rs2307912 MID1716 0,685 0,315 408 0,3333 0,3856 0,31 0,584 0,135 0,449 0,75 0,0673rs2067128 MID1039 0,581 0,419 408 0,5294 0,4799 0,36 0,618 0,177 0,412 1,06 0,1465rs2307976 MID1780 0,588 0,412 408 0,4853 0,4699 0,36 0,617 0,175 0,399 0,97 0,6581rs2307666 MID1470 0,386 0,614 408 0,5049 0,4925 0,37 0,611 0,167 0,386 1,01 0,7766rs16416 MID132 0,496 0,504 408 0,5441 0,5006 0,37 0,625 0,189 0,401 1,10 0,2623

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rs2067186 MID1098 0,454 0,546 408 0,5294 0,4973 0,37 0,623 0,185 0,395 1,06 0,3950rs2307754 MID1558 0,566 0,434 408 0,4167 0,4881 0,37 0,621 0,181 0,357 0,86 0,0437rs16654 MID217 0,328 0,672 408 0,5343 0,4699 0,36 0,590 0,142 0,425 1,07 0,0527rs140857 MID568 0,639 0,361 408 0,3922 0,4279 0,34 0,603 0,157 0,412 0,82 0,2525rs2308144 MID1952 0,386 0,614 408 0,4755 0,4503 0,35 0,611 0,167 0,414 0,95 0,4403rs140765 MID476 0,763 0,237 408 0,4265 0,4371 0,34 0,527 0,093 0,410 0,87 0,7496rs16712 MID275 0,591 0,409 408 0,4265 0,4699 0,36 0,616 0,174 0,378 0,87 0,2290rs16432 MID152 0,624 0,376 408 0,3971 0,4371 0,34 0,608 0,163 0,403 0,83 0,2002rs16635 MID196 0,442 0,558 408 0,5049 0,4881 0,37 0,622 0,183 0,391 1,01 0,6680rs1610864 MID778 0,647 0,353 408 0,3824 0,4242 0,33 0,601 0,153 0,414 0,81 0,1861rs2307799 MID1603 0,563 0,437 408 0,4237 0,4766 0,36 0,621 0,182 0,370 0,87 0,1396rs2307582 MID1386 0,334 0,666 408 0,4216 0,3902 0,31 0,593 0,145 0,456 0,86 0,2832rs1160894 MID660 0,467 0,533 408 0,4461 0,4881 0,37 0,624 0,187 0,365 0,9 0,2526rs140864 MID575 0,113 0,887 408 0,2402 0,2480 0,22 0,341 0,030 0,599 0,66 0,5809rs16653 MID216 0,679 0,321 408 0,3578 0,3832 0,31 0,587 0,138 0,452 0,78 0,3621rs140770 MID481 0,785 0,215 408 0,3529 0,3447 0,29 0,504 0,081 0,487 0,77 0,8393rs1610996 MID913 0,891 0,109 408 0,0637 0,0710 0,10 0,332 0,028 0,872 0,53 0,2348rs25574 MID350 0,200 0,800 408 0,1765 0,2006 0,18 0,486 0,073 0,670 0,61 0,1479rs1611070 MID988 0,377 0,623 408 0,4019 0,4488 0,35 0,609 0,163 0,393 0,84 0,1595rs16460 MID1184 0,563 0,437 408 0,4509 0,4918 0,37 0,621 0,182 0,364 0,91 0,2556N: número de cromossomos; Hobs: heterozigosidade observada; Hexp: heterozigosidade esperada, PIC: conteúdo informativo polimórfico, PD: poder dediscriminação, PE: poder de exclusão, MP: probabilidade de correspondência; ITP: índice típico de paternidade, p: probabilidade do desvio de equilíbrio deHardy-Weinberg.

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4.4 ESTRUTURA POPULACIONAL

A Análise da Variância Molecular (AMOVA) foi inicialmente introduzida como

extensão às análises das frequências gênicas e reflete a correlação entre a diversidade

entre diferentes níveis de subdivisão, sendo que essas análises fornecem informações

sobre a estrutura genética da população (MICKALAKIS & EXCOFFIER, 1996).

Baseado na variância das frequências alélicas entre populações, a AMOVA é

considerada um tratamento interessante para análises estatísticas de dados moleculares

(BOSSART & PROWELL, 1998; EXCOFFIER et al., 1992).

A análise foi realizada entre a população do Estado do Piauí e as populações

ancestrais representadas por europeus (maioria portugueses) (ALVES et al., 2007),

pela população da África subsaariana (SILVA et al., 2006; ALVES et al., 2007) e por

Ameríndios pertencentes às tribos da Amazônia brasileira (SANTOS et al., 1995;

1999). Além disso, também comparamos as frequências genotípicas dos 46 INDEL

encontradas em outros estudos populacionais que fizeram uso dos mesmos

marcadores. Foram elas: população da cidade de Belém, Estado do Pará (SANTOS et

al., 2009), indivíduos de descendência japonesa que vivem na cidade de Belém

(SANTOS et al., 2009), população da cidade de Macapá, Estado do Amapá

(FRANCEZ et al., 2012) e população quilombola da região Sudeste do Brasil

(KIMURA et al., 2013).

A análise de variância molecular revelou que 82,25% de toda a variação genética

encontrada entre as populações estudadas pelos mesmos 46 marcadores INDEL está

dentro das populações e 17,75% está entre as populações (p-valor < 0.05) (Tabela 6).

Tabela 6: Resultado da análise de variância molecular (AMOVA) (p-valor <0.05)implementada no programa Arlequin v3.11

Fonte da variação Porcentagem da variação

Entre as populações 17,75%

Dentro das populações 82,25%

Total 100%

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O F estatístico é um método que descreve a partição da variação genética dentro

e entre populações (variabilidade intra e interpopulacional) em diferentes níveis

hierárquicos: individual (Fit), subpopulacional (Fst) e na população total (Fis) (HEY &

MACHADO, 2003) e está entre o mais usado na estatística descritiva em genética

evolutiva e de populações (HOLSINGER & WEIR, 2009). No caso do Fst, que

corresponde à probabilidade de dois alelos tomados ao acaso em duas populações serem

idênticos por descendência, o mesmo baseia-se na diferenciação genética (distância

genética) entre as subpopulações (HOLSINGER & WEIR, 2009).

Alguns valores são necessários para se interpretar os resultados de Fst. Valores

de Fst que se apresentam entre o intervalo de 0 - 0,05 são indicativos de baixo nível de

diferenciação genética; Fst entre 0,05 - 0,25 indicam níveis moderados de diferenciação

(0,051 - 0,15 – nível médio; 0,151 - 0,250 – alto nível de diferenciação) e valores acima

de 0,25 representam valores altos de diferenciação genética (YEH, 2000). Quando se

estimou o Fst entre as populações, os resultados demonstram que a população do Piauí

se aproxima mais da população da cidade de Macapá (Fst = 0.016728, p = 0,00001) e da

cidade de Belém (Fst = 0.020874, p = 0,00001). Quando comparada com as populações

Indígena e Africana, a população do Piauí se mostrou mais diferente com valores de Fst

= 0.307762 (p = 0,00001) e Fst = 0.269142 (p = 0,00001), respectivamente (Figura

25).

A Tabela 7 mostra a matriz de distância gênica e os valores de Fst entre a

população do Piauí e outras populações que utilizaram os mesmos marcadores INDEL

para a estimativa do perfil genético.

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Tabela 7. Comparação de distâncias gênicas interpopulacionais (coeficientes FST) entre a população do Estado do Piauí, as populações parentaise populações miscigenadas brasileiras.

Populações Africanos Europeus Índios Japoneses QuilombosSudeste Belém Macapá Piauí

Africanosa 0.000000Europeusb 0.378992 0.000000

Índiosc 0.660482 0.431548 0.000000Japonesesd 0.424866 0.233617 0.267790 0.000000

Quilombos_Sudestee 0.127799 0.083245 0.316104 0.168783 0.0000000Belémf 0.266641 0.048642 0.213728 0.120683 0.0339360 0.000000

Macapág 0.271714 0.042327 0.239869 0.128227 0.0333561 0.002620 0.000000Piauíh 0.269142 0.037144 0.307762 0.168771 0.0373251 0.020874 0.016728 0.000000

.a ALVES et al, 2007; b ALVES et al., 2007; SILVA et al., 2006; c SANTOS et al., 1995; 1999; d SANTOS et al., 2009; e KIMURA et al., 2013; f SANTOS etal., 2009; g FRANCEZ et al., 2012; h Presente estudo.

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Figura 25: Árvore filogenética elaborada pelo método WPGMA.

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5. DISCUSSÃO

5.1 MISTURA INTERÉTNICA GLOBAL

O conhecimento do perfil genético de uma determinada população pode ser útil para se

fazer uma predição de um risco clínico, um mapeamento de misturas étnicas e da historia

evolutiva, além de contribuir nas pesquisas de enfoque farmacogenômico, a qual mostra que

diferenças significativas na eficácia, toxicidade e metabolismo de medicamentos são observadas

entre populações e entre indivíduos dessas populações (KITTLES & WEISS, 2003).

O fato da população brasileira se apresentar uma das mais miscigenadas do mundo, a

grande variedade de combinações de variantes em diferentes locus, possibilita a investigação da

interação entre dois genes, possível apenas em populações heterogêneas, tornando assim

interessante o estudo para se entender de que forma os principais grupos filogeográficos -

indígenas, europeus e africanos – contribuíram para formação do pool gênico da população

(ZEMBRZUSKI, 2005).

No Brasil foram realizados vários estudos utilizando marcadores genéticos bi-alélicos

do tipo INDEL para se estimar proporções de mistura interétnica das populações em diferentes

regiões (SANTOS et al., 2009; FRANCEZ et al., 2012; LOPES et al., 2011; PENA et al., 2011;

KIMURA et al., 2012; PEREIRA et al., 2012). Recentemente um painel contendo 48 marcadores

do tipo INDEL, distribuídos entre cromossomos autossômicos, foi caracterizado e empregado

para estimar a mistura interétnica em uma população de 81 indivíduos da região sul do Brasil,

em uma amostra de 196 indivíduos da região norte e ainda em 103 indivíduos de comunidades

afro-descendentes que vivem na região amazônica (SANTOS et al., 2009). Em seu estudo Santos

et al. (2009), fazendo uso desse painel de marcadores, permitiu a genotipagem rápida e de baixo

custo que pode ser utilizado para distinguir grandes populações étnicas, especificamente

europeus, africanos e nativos americanos, sendo que esses INDELs além de identificar

subestruturação em populações mistas, eles também demonstraram que essas populações

miscigenadas sofrem influência de diferentes grupos ancestrais na sua formação, permitindo

assim, estimar, de forma precisa e confiável, a mistura interétnica individual e global.

No Estado do Piauí, até o presente estudo, esse tipo de análise ainda não tinha sido

realizado. Com a utilização dos 46 INDELs, estimou-se uma ancestralidade de 60% de influência

europeia, 21,5% de influência africana e 18,5% de indígena. Tais estimativas acabaram

corroborando com o processo de colonização e povoamento do território piauiense, tendo em

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vista que, segundo Andrade & Araújo (2006), a colonização do Piauí iniciou-se no século XVII,

com a implantação da civilização europeia, oriunda principalmente do Maranhão, Pernambuco e

Bahia concomitante a dizimação dos povos autóctones devido à ação genocida do colonizador

europeu e/ou por doenças trazidas por eles, além do negro escravo vindo de diversas partes da

África.

5.1.1 Mistura Interétnica da Mesorregião Norte

A mesorregião do Norte piauiense é uma das quatro mesorregiões do Estado do Piauí

formada pela união de 32 municípios agrupados em duas microrregiões: a microrregião do Baixo

Parnaíba e a do Litoral piauiense, apresentando uma área que correspondente a 8,8% do Estado.

Em 2010 essa Mesorregião contava com um total de 632.883 habitantes, sendo a cidade de

Parnaíba a mais importante, por apresentar a maior concentração demográfica, maior oferta de

serviços e por ser um importante centro de atividades pesqueira, turística e de comercialização.

No passado foi o principal e dinâmico centro de importação e exportação, tanto em âmbito

regional quanto internacional (BRITO & COSTA, 2012).

Ao se estimar a mistura interética dessa Mesorregião, como em todo Estado, a influência

europeia se mostrou expressiva (58,2%). A presença do colonizador no território piauiense se dá

muito antes da data oficial de colonização. Segundo relatos do Pe. Claudio de Melo (1995), o

português Nicolau de Resende e seus companheiros, naufragados em 1571, nas proximidades do

litoral Norte piauiense, foram os primeiros brancos que fizeram contato com os nativos da terra.

Acabaram se estabelecendo e não retornaram para seu país de origem, uma vez que foram bem

acolhidos pelos índios da nação dos Tremembés. Dessa forma, deu-se inicio a um tímido

processo de miscigenação, como afirma Gabriel Soares de Sousa:

“Foram esses homens, que por primeiro, deram ao sangue nativo o componenteluso [...], pois aqui viveram, construíram família, trabalharam, querdesbravando terra, quer comercializando com os europeus. E não consta quevoltaram à pátria.” (SOUSA, GS, apud MELO, C, 1992, p. 113).

No século XIX, várias famílias foram constituídas após a chegada, dos imigrantes

europeus que, desta forma acabaram contribuindo para formação da população atual, como

afirma Marc Theophile Jacob:“James Frederick Clark, que veio para Parnaíba de Liverpool e anos maistarde tornou-se sócio da Casa Inglesa, firma que possuía navios querealizavam exportação e importação e ligavam Parnaíba à Inglaterra. Em

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1884, casou-se com uma jovem natural de Parnaíba, com quem teve filhos.”(ANDRADE, 1992, p. 73 apud ARAÚJO; EUGÊGIO, 2006, p. 370).

Além da presença europeia, o africano e o indígena também contribuíram na formação

da população da mesorregião Norte do Piauí. No caso do componente africano, a população do

Norte possui 20,5% de influência desse grupo étnico, se apresentando, dentre as quatro

mesorregiões, a que possui menor influência. Esse valor é justificado pela direção em que se deu

a colonização do Estado (do interior para o litoral) e a forma de como o negro foi introduzido no

território. O fato da entrada do negro africano ter ocorrido por meio do mercado entre as

províncias (BASTOS, 1994), principalmente da Bahia, que foi a mais importante consumidora

do gado piauiense, era natural que pelos caminhos que se passavam o gado, entrassem também

os escravos (BRANDÃO, 1999). Como a colonização se deu no sentido interior-litoral e os

núcleos de povoamento eram as fazendas de gado (MOTT; 2010), o escravo negro era necessário

para manutenção das mesmas, concentrando grande parte desse grupo étnico nas regiões mais

afastadas do litoral do Estado.

Concomitante ao desbravamento dos sertões pelo colonizador, os índios que não eram

expulsos de suas terras, eram incorporados a civilização. Segundo Machado (1999) houve uma

concentração de índios na região Norte, na Serra da Ibiapaba e no Delta do Parnaíba, resultante

da ação dos jesuítas, que com seus aldeamentos aculturadores, fizeram com que a influência do

componente indígena na população Norte se mostrasse mais expressiva, como observada no

presente estudo (20,7%).

5.1.2 Mistura Interétnica da Mesorregião Centro-Norte

A mesorregião do Centro-Norte piauiense é formada pela união de 63 municípios

agrupados em quatro microrregiões: Campo Maior, Médio Parnaíba Piauiense. Teresina e

Valença do Piauí, possuindo uma área de 55.273.714 km2, correspondendo a 21,97% do Estado.

Com uma população estimada no ano de 2010 em 1.454.466 habitantes, o que corresponde a

46,63% da população total, é considerada a mesorregião mais urbanizada. Nessa Mesorregião, a

cidade de Teresina concentra uma população de 26,11% e, por ser a capital do Estado, destaca-se

por apresentar maiores aspectos político-administrativos (BRITO & COSTA, 2012).

Ao analisar a mesorregião Centro-Norte, a contribuição europeia também se mostrou

expressiva, cerca de 56,7%. Esse valor é justificado pela presença, principalmente de

portugueses, seguida dos espanhóis, italianos, franceses e holandeses, que além de desbravarem

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o território piauiense, aniquilaram os índios, mas mantiveram laços afetivos com as índias,

gerando descendestes, como relata Moysés Castelo Branco:“O português voluptuoso, tentado pela cunha de pele macia e rosto gracioso,aproximava-se da choça do índio. Do conúbio com as nativas, viriam osbastardos numeroso. Houve também muitos filhos naturais. O lusíada solteirochegado do Reino, amaridava-se com a cabocla, dava o nome ao filho...”(BRANCO, CM, apud DIAS, CM & SOUSA, P, 2010, p. 67).

Além do europeu, o africano também contribuiu na formação da população Centro-Norte

piauiense, sendo que dentre as quatro mesorregiões foi a que apresentou maior contribuição

africana (24,0%). Tal contribuição justificou-se pela necessidade de mão de obra escrava nas

fazendas de cultivo de algodão (MARCONE & FALCI, 2001). Segundo Marcondes e Falci

(2001), durante todo século XIX, a economia pecuarista no Estado sofreu uma estagnação, ao

mesmo tempo em que a produção de algodão, dando um ânimo na economia, introduziu o Piauí

no mercado internacional, concorrendo com outros países na comercialização do algodão, do

fumo, do arroz, do açúcar e da borracha da maniçoba. Com a ascensão do mercado produtor de

algodão e de outros produtos, houve um aumento da mão de obra escrava principalmente em

Teresina, União e Amarante (MARCONE & FALCI, 2001).

O componente indígena se mostrou o menor dentro dessa mesorregião (19,3%), uma

vez que, com o avanço do colonizador, o nativo se encontrava lançado a própria sorte e a mercê

dos mesmos, que por interesses puramente econômicos, promoviam expedições de caça aos

nativos, como afirma Claudete Maria Miranda Dias:Foi organizada em 1679, no Maranhão com 30 canos, um barco grande e 140homens para combater os Tremenbés... Dos 300 nativos da aldeia, restaramuns 30, “tamanha era o furor dos atacantes” que não pouparam nem mesmo ascrianças, mortas cruelmente. (DIAS, 1999, p. 127/128)

5.1.3 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudeste

Localizada totalmente no domínio semi-árido, espaço contínuo ao sertão cearense e

pernambucano, a mesorregião do Sudeste piauiense é formada pela união de 66 municípios

agrupados em três microrregiões: Alto Médio Canindé, Picos e Pio IX. De povoamento mais

antigo, com a criação extensiva do gado bovino, possui uma área de 45.910.326 km2, o que

corresponde a 18,25% do território piauiense. Com uma população estimada de 519.395

habitantes, correspondendo a 16,7% do Estado, possui como municípios mais populosos, Picos,

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Oeiras, São João do Piauí, Paulistana e Jaicós, sendo a cidade de Picos a mais importante,

concentrando uma população total de 73.417 habitantes (BRITO & COSTA, 2012).

De acordo com o presente estudo a mesorregião Sudeste, comparada as outras três e até

mesmo com o Estado, apresentou maior contribuição europeia (63%). Isso justifica-se pelo fato

de que a cidade de Oeiras, por ter sido a primeira capital do Estado, foi alvo de imigração dos

primeiros colonizadores brancos. Além disso, nos séculos XIX e XX, vários italianos,

portugueses, pernambucanos e baianos, atraídos pela produção de laticínios, se instalaram

também na cidade de Picos, tornando-a economicamente importante e mais populosa dessa

mesorregião (BASTOS, 1994 apud ARAÚJO & EUGÊNIO, 2006).

A influência do negro e do indígena nessa mesorregião também se fez presente.

Corroborando com o presente estudo, a influência de 21,3% se justifica pela utilização de mão de

obra escrava, fundamental também para a manutenção das fazendas de gado. Já a influência

indígena de 15,7%, a menor observada dentre as quatro Mesorregiões, remete ao fato de que os

índios que não eram mortos ou expulsos eram capturados e escravizados, passando a representar

apenas 5,9% da população total. Em 1697, houve um aumento significativo para 13,5%, mas em

1772, em toda a capitania, os ameríndios não chegavam a 6%, passando a ser o menor grupo

étnico regional da época (MOTT, 2010).

5.1.4 Mistura Interétnica da Mesorregião Sudoeste

A mesorregião Sudoeste do Piauí é formada pela união de 62 municípios agrupados em

seis microrregiões: Alto Médio Gurguéia, Alto Parnaíba Piauiense, Bertolínia, Chapadas do

Extremo Sul Piauiense, Floriano e São Raimundo Nonato. Correspondendo a aproximadamente

51% do Estado, cerca de 128.193.044 km2, essa mesorregião possui a menor densidade

demográfica (BRITO & COSTA, 2012). Segundo dados do senso do IBGE (2010), essa

mesorregião possui um total de 511.616 habitantes, o que corresponde, a 16,4% da população

do Piauí. A cidade de Floriano, concentrando uma população de 57.707 habitantes, é

considerada o principal centro econômico dessa Mesorregião.

De acordo com Mott (2010), no ano de 1697, os brancos representavam 35,3% da

população, sendo que em 1772 passaram a ser apenas 16,7%. Como não havia migração direta

de povos europeus para o Piauí, os brancos existentes eram provenientes de outras províncias

como Bahia e Maranhão. A vinda de inúmeras famílias dessas capitanias foi justificada pelo

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crescimento do mercado pecuarista, impulsionada pela grande demanda de gado (MOTT, 2010).

Como a penetração do colonizador, principalmente, pelo interior dos sertões, os núcleos

populacionais (fazendas de gado) se instalaram, iniciando assim a ocupação do território pelos

entradistas, que em sua grande maioria estavam acompanhados de negros, mamelucos e índios

catequizados (MARCONES & FALCI, 2001). Tais fatos corroboram com a influência de 56,8%

de europeus, observadas no presente estudo.

Além do europeu colonizador, o negro escravo também contribuiu na formação étnica

da população, como verificado nesse estudo (23,3%). Com o declínio da mão de obra escrava

nativa, o negro é introduzido de maneira forçada no território. Em 1697, o Padre Miguel de

Carvalho observou a presença do negro em 129 fazendas que ele percorreu. Destas, 84,4%

possuíam escravos, mas 69,7% contavam com no mínimo 1 ou 2 cativos e no máximo 6 negros.

Na época, o negro escravo representava 48% da população, mas reduziu para 45,8% no ano de

1762, chegando a 33% em 1772 (MOTT, 2010). Em 1826 a presença do escravo ainda era

considerada significativa no Estado do Piauí, sendo que segundo Falci (1995) a população negra

residente na Província era de 29,68%, e o numero de escravos por fazenda era de 10 a 20

indivíduos, com idade variando entre 0 e 20 anos, sendo a maioria do sexo feminino.

De acordo com o presente estudo, a influência indígena de 19,9% foi a menor observada

na mesorregião Sudoeste. Contudo, essa frequência se deu por meio de matrimônios pacíficos ou

pela violência praticada contra os índios, a escravidão e o estupro de suas mulheres. Como narra

Frei Martin de Nantes, o colonizador português assediou a aldeia dos Gueguês e os convenceram

a se entregar sob a condição de que suas vidas seriam poupadas. Não cumprindo o acordado:

“mataram todos a sangue frio, reduzindo à escravidão suas mulheres e filhos” (MOTT, 2010).

Diante de todos os aspectos abordados em cada mesorregião, verifica-se que a formação

étnica da população do Estado sofreu mais influência do homem branco do que de mulheres.

Com isso, a união com as mulheres nativas e/ou negras escravas acabaram caracterizando uma

população mestiça de 83,3%. Sob esta denominação estão englobadas as mais variadas

combinações de fenótipos, a saber: mulatos (branco e negro), mamelucos (branco e índio),

cafusos (negro e índio), cabras (negro e mulato) e curibocas (mulato e índio) (MOTT, 2010).

Mesmo não existindo uma evidência de que não houve um cruzamento direcionado

entre os colonizadores europeus e as mulheres indígenas e africanas, dentro do território

brasileiro (SANTOS et al., 1999; MARRERO et al., 2005; FEIO-DOS-SANTOS et al., 2006;

RIBEIRO-DOS-SANTOS et al., 2007; CARVALHO et al.,2008; RIBEIRO-RODRIGUES et al.,

2009), a união entre esses três povos durante os anos de colonização do Piauí, acabou-se

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refletindo na caracterização da população atual, a qual se apresenta miscigenada, com as mais

variadas características fenotípicas.

Quando comparamos a estimativa de ancestralidade encontrada na região Nordeste,

observou-se que os resultados do presente estudo estão em concordância com o trabalho

realizado por Godinho et al. (2008), que utilizando marcadores STRs, estimaram a influência das

três principais populações parentais e observaram uma maior influência de europeus (66,7%),

seguida de africanos (23,4%) e de indígenas (10%). Estudos realizados por Pena et al., (2011)

que, fazendo uso de 40 marcadores INDEL em indivíduos autodeclarados pardos, estimaram a

ancestralidade da região em 60,1% para europeus, 29,3% para africanos e 8,9% para indígenas.

Da mesma maneira, observa-se também uma concordância com os resultados obtidos

em outros Estados da região Nordeste. No mesmo estudo de Pena et al., (2011), esses

pesquisadores avaliaram a contribuição dos europeus, africanos e indígenas na população do

Estado do Ceará (72,8%, 14,4% e 12,8%, respectivamente) e no Estado da Bahia (60,3%, 30,8%

e 8,9%, respectivamente). Ferreira da Silva et al. (2002), com 9 marcadores STRs, estimaram

que a população do Estado de Alagoas, da mesma maneira que a do Piauí, apresenta maior

influência de povos europeus (56%), seguida de africanos (27%) e por último indígenas (17%).

Tendo em vista que os processos de miscigenação ocorreram de diferentes maneiras nas

diferentes regiões brasileiras, os encontrados no presente estudo foram comparados com os de

outras regiões. Santos et al. (2010) e Franzes et al. (2012b), por meio de um painel de 48

INDELs, caracterizaram etnicamente duas população da região Norte do Brasil: a população da

cidade de Belém – PA e a população da cidade de Macapá - AP, ambos observando uma maior

influência europeia (54,6% e 50%, respectivamente). Contudo, diferente do que foi observado no

Estado do Piauí, a contribuição indígena nas duas cidades da região Norte foram maiores (30,6%

e 29%) quando comparadas com o presente estudo (18,5%).

Um estudo realizado por Manta et al. (2012), na cidade do Rio de Janeiro, fazendo uso

dos mesmos marcadores utilizados no presente estudo, verificaram a influência de 55,2% de

europeus, 31,1% de africanos e 13,7% de indígenas. Por outro lado, estudos realizados por

Santos et al. (2010), no Estado do Rio Grande do Sul, observaram uma grande influência

europeia (91,3%), com mínima influência indígena (8,7%) e ausência de contribuição africana.

De forma geral, constata-se que a influência da população europeia se mostra superior em

todas as regiões brasileiras, seguida da contribuição africana e indígena. Essa mesma ordem de

contribuição também é observada nas regiões Nordeste e Sudeste, sendo que na região Norte, a

indígena é a segunda maior influência quando comparada com o restante do Brasil, mesmo

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utilizando diferentes marcadores informativos de ancestralidade (GODINHO et al., 2008; PENA

et al.; 2011).

5.2 ESTRUTURA POPULACIONAL

Base da genética de populações, a análise de dados de frequências alélicas auxilia no

conhecimento da história evolutiva de um dado grupo populacional, pois pode indicar a ação de

certos mecanismos evolutivos sobre essa população. Além disso, a comparação de frequências

alélicas pode mostrar se determinados grupos populacionais apresentam histórias similares ou

não (HARTL & CLARK, 1997).

No presente estudo foi utilizado o cálculo de análise de variância molecular (AMOVA)

para se estimar a diferenciação gênica das populações, o que nos permitiu obter dados

hierárquicos referentes a componentes de variância genética: diferenças genéticas entre

indivíduos dentro das populações e entre as populações.

Quando comparado os resultados obtidos na população do Estado do Piauí com duas

populações urbanas brasileiras, uma população quilombola, uma população de descendentes de

japoneses e com as populações parentais – europeia, africana e indígena (SANTOS et al.; 1995,

1999; SILVA et al., 2006; ALVES et al., 2007; SANTOS et al., 2009; FRANCEZ et. al., 2012;

KIMURA et al., 2013) observou-se uma maior variabilidade genética dentro das populações

(intrapopulacional), cerca de 82,25%, e apenas 17,75% entre as populações (interpopulacional),

corroborando o histórico de colonização inerente as populações miscigenadas, principalmente

quando se trata de populações brasileiras. Nossos resultados estão de acordo com Cavalli-Sforza

et al. (1994), o qual afirma que grande parte da variabilidade gênica entre os seres humanos,

cerca de 80% a 90%, dá-se interindividualmente e apenas 10% a 20% é devido as diferenças

entre as populações e com outras análises envolvendo a espécie humana (COMAS et al.,2000;

DESTRO-BISOL et al., 2000; JORDE & WOODING, 2004; MANICA et al., 2005; PEREIRA

et al., 2009). Essas análises mostram que a diferença entre as populações pode ser melhor

explicada pelas diferenças intrapopulacionais do que interpopulacionais.

A subestruturação populacional também foi confirmada pela análise da distância gênica

(Fst). De acordo com a Figura 25, as três populações parentais ficaram bem diferenciadas,

enquanto que as populações miscigenadas apresentaram uma posição diretamente relacionada ao

grupo filogenético que mais influenciou na sua constituição genética atual. Nossos resultados

mostram que a população do Piauí se aproxima mais da população europeia, da cidade de

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Macapá e da cidade de Belém, e se apresenta mais distante das populações parentais: africana e

indígena. Estes resultados estão de acordo com a história de colonização, juntamente com a

política de ocupação do território brasileiro, já que a miscigenação ocorreu de diferentes

maneiras em cada região (GODINHO et al., 2008).

5.3 UTILIZAÇÃO DOS MARCADORES INDEL EM ANÁLISES FORENSES

Os dados estatísticos obtidos a partir das análises dos 46 INDEL na população do Estado

do Piauí nos permitiu avaliar sua aplicabilidade na medicina legal. Comparado nossos resultados

(15,1%) com os de Francez et al. (2012a), que utilizaram os mesmos marcadores na população

da cidade de Macapá, verificou-se um valor próximo (14,2%) ao encontrado em nosso estudo.

Contudo, os mesmos pesquisadores comparando os marcadores STRs com os INDELs,

verificaram também que esses últimos apresentaram um baixo poder de exclusão, quando

utilizados em exames de paternidade, mas não deixam de ser úteis como ferramentas adicional

em casos de uma ou mais inconsistências. Isso se dá pelo fato dos INDELs se apresentarem mais

estáveis quando comparados com os STRs, uma vez que sua taxa de mutação é muito menor do

que a observada nos STRs, sendo que análises de descendência em humanos sugerem uma taxa

de 10-3 eventos por locus por geração para os STRs (WEBER & WONG, 1993) enquanto para os

INDEL de 2,3x10-9 (NACHMAN & CROWELL, 2000).

O poder de discriminação médio para o mix dos 46 INDELs investigados na população

piauiense apresentou valor igual 58,5%. Quando comparado, os resultados de Francez et al.

(2011) apresentaram resultados próximos (PD médio = 56,7%) e com aplicabilidade na

medicinal legal. Nossos resultados também corroboram com os de Pereira et al (2009), que

utilizando marcadores INDELs em populações africanas, europeias e asiáticas, encontraram um

PD de 99,9999999999995% e uma probabilidade de correspondência randômica em torno 10-14 a

10-17similar ao encontrado nesse estudo (PD = 99,9999999999999991416%) e probabilidade de

correspondência randômica de 10-17, valores esses satisfatórios para análises forenses.

Em um estudo realizado por Francez et al. (2012b), foi verificado que os INDELs,

quando comparados com os STRs, apresentaram uma maior eficiência na amplificação de DNA

fragmentado e com concentrações que variaram em torno de 0,2ng/µL a 0,6ng/µL, demonstrando

um rendimento elevado em produtos muito curtos de amostras com o DNA bastante danificado,

como é caso de cadáveres em estado de decomposição ou carbonizados.

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6. CONCLUSÕES

Com base nos dados analisados neste trabalho, pode-se concluir que:

Foi a primeira vez que uma amostra da população do Estado do Piauí foi genotipada para

estes marcadores.

Este trabalho permitiu estimar a mistura interétnica global e individual da população do

Estado do Piauí por meio de marcadores INDELs autossômico inferindo os percentuais

de contribuição dos indígenas, europeus e africanos para a formação da população atual

do Estado.

A contribuição parental europeia predominou na estimativa feita para a constituição

étnica da população do Estado do Piauí, seguida da africana e, em menor proporção, da

indígena.

Estimou-se a mistura interétnica nas diferentes Mesorregiões do Estado do Piauí (Norte,

Centro-Norte, Sudeste e Sudoeste), observando concordância entre os resultados obtidos

e o histórico de colonização.

Em termos de distância gênica, a população do Piauí se aproxima da população europeia,

de Macapá e de Belém e se mostra mais distantes das populações parentais: africanas e

indígenas, quando avaliadas com os 46 INDELs investigados, estando em concordância

com os dados antropológicos, históricos e com as estimativas de mistura

A análise dos parâmetros forenses para o conjunto de marcadores estudados demonstrou

que o sistema multiplex de amplificação é adequado para análises em medicina forense,

além de servir como uma ferramenta adicional em casos de uma ou mais inconsistências

e ser bastante eficiente na amplificação de amostras com DNA bastante fragmentado.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

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Ministério da EducaçãoUniversidade Federal do Piauí

Campus Universitário de ParnaíbaLaboratório de Genética e Biologia Molecular

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Título do projeto:

Análise do Perfil Genético da População do Estado do Piauí por Marcadores IndicativosdeAncestralidade

Pesquisadores responsáveis:

Profª. Dra. France Keiko Nascimento YoshiokaProf. Dr. Giovanny Rebouças Pinto

Universidade Federal do Piauí – Campus Ministro Reis VellosoAv. São Sebastião, 2819 – CEP 64204-035Telefones : (86) 3323-5248 / (86) 8826-1104 (ligação a cobrar)

Esclarecimento

Da mesma forma que a população do Brasil apresenta uma formação trihibrida em termosgenéticos, na qual povos europeus, africanos e ameríndios contribuíram para sua formação, apopulação do estado do Piauí também compartilha da mesma influência para sua constituição.Sendo que os resultados obtidos na pesquisa, possibilitará a implementação de novasmetodologias na clinica médica, nos estudos de genética humana, na aplicação da genéticaclinica, da medicina genômica e da farmacogenética, fornecendo subsídios para um melhordiagnostico e aplicação de medidas mais direcionadas no tratamento e prevenção de doençascomplexas que estão relacionadas com a carga genética pertencente a uma determinadapopulação.

Uma vez que nenhum estudo de genética de populações foi realizado na população piauiense,este estudo objetiva investigar e determinar o perfil genético quanto à ancestralidade dapopulação do Estado do Piauí por meio de marcadores informativos de ancestralidade, avaliarem termos quantitativos a influência de cada população envolvida na constituição genética dapopulação piauiense e comparar o perfil ancestral da população piauiense frente a outrosEstados. Dessa forma, nesse estudo existe a necessidade da participação de pessoas residentesno território piauiense as quais devem apresentar pelo menos três gerações pertencentes aoestado do Piauí. Não serão coletadas amostras de indivíduos aparentados, sendo escolhidoapenas um voluntário de cada família. Para os exames genéticos será preciso uma amostra de

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4mL de sangue periférico, que será obtido com uma seringa, como para um exame de sanguede rotina.

Você terá a garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento de qualquerdúvida relativa aos procedimentos, riscos, benefícios e de outras situações relacionadas com apesquisa, com os responsáveis pela pesquisa. Além disso, você também terá a liberdade deretirar o seu consentimento e deixar de participar do estudo a qualquer momento e sua decisãonão acarretará em qualquer prejuízo a sua pessoa.Se você concordar em participar do estudo, seu nome e identidade serão mantidos em sigilo. Amenos que requerido por lei ou por sua solicitação, somente o pesquisador, a equipe do estudo,representantes do Comitê de Ética terão acesso a suas informações para verificar asinformações do estudo.

Este projeto prevê o armazenamento das amostras coletadas para estudos futuros, que possammostrar à associação de uma determinada doença a carga genética encontrada na populaçãodo Estado do Piauí além, bem como o melhor tratamento medicamentoso a partir daassociação do perfil genético e a metabolização de determinadas drogas. No entanto, parapesquisas futuras você será novamente contatado para autorizar, ou não, o uso de sua amostraarmazenada.

A realização desse projeto não terá custos aos voluntários. O risco ao participante serão denatureza leve, pois será necessária a realização de uma punção venosa para coleta de sangue.Porém, esse risco será reduzido com a utilização de materiais e técnicas apropriadas para essefim. Além disso, fica garantida a manutenção de sigilo, por parte dos pesquisadores, sobre aidentificação dos voluntários que decidirem colaborar com esse projeto de pesquisa.

Consentimento da participação da pessoa como sujeito

Eu, , CPF nº ,abaixo assinado, concordo em participar do estudo “Análise do Perfil Genético daPopulação do Piauí por Marcadores Indicativos de Ancestralidade”, como sujeito. Fuisuficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim,descrevendo o estudo. Eu discuti com a Profª France Keiko Nascimento Yoshioka e Prof.Giovanny Rebouças Pinto sobre a minha decisão em participar nesse estudo. Ficaramclaros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seusdesconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia doacesso ao serviço odontológico quando necessário. Concordo voluntariamente em participardeste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou duranteo mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa teradquirido, ou no meu acompanhamento/ assistência/tratamento neste Serviço.

Parnaíba (PI), / /

Assinatura do sujeito ou responsável

Impressão digital

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............................................................................................................................. ........................

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa eaceite do sujeito em participar

Testemunhas (não ligadas à equipe de pesquisadores):Nome:

RG: Assinatura:

Nome:

RG: Assinatura:

.....................................................................................................................................................

Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecidodeste sujeito de pesquisa ou representante legal para a participação neste estudo.

Parnaíba (PI), / /

Assinatura do pesquisador responsável

Observações complementares

Se você tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato:Comitê de Ética em Pesquisa – UFPI - Campus Universitário Ministro Petrônio Portella - Bairro IningaCentro de Convivência L09 e 10 - CEP: 64.049-550 - Teresina - PItel.: (86) 3215-5734 - email: [email protected] web: www.ufpi.br/cep

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APÊNDICE II – QUESTIONÁRIO DE COLETA

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APÊNDICE III – MARCADORES INDEL DE ANCESTRALIDADE EUROPÉIA

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APÊNDICE IV – MARCADORES INDEL DE ANCESTRALIDADE AFRICANA

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APÊNDICE V – MARCADORES INDEL DE ANCESTRALIDADE AMERÍNDIA

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APÊNDICE VI – ARTIGO SUBMETIDO NA REVISTA FORENSIC SCIENCE

INTERNATIONAL: GENETICS.

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Short Communications

“Polimorfismo InDel autossômico: aplicação forense na população do Estado do

Piauí, Nordeste do Brasil”

Thayson Rodrigues Lopesa, Rafael Lima Resqueb, Sidney Emanuel Batista dos Santosb ,Ândrea Kelly Campos Ribeiro dos Santosb , Giovanny Rebouças Pintoa , France KeikoNascimento Yoshiokaa

aLaboratório de Genética e Biologia Molecular, Universidade Federal do PiauíbLaboratório de Genética Humana e Médica, Instituto de Ciências Biológicas,Universidade Federal do Pará

*Autor correspondente: France Keiko Nascimento YoshiokaEndereço de e-mail: [email protected]: 55 86 3323-5846Endereço: Av. São Sebastião, 2819 – CEP. 64202-020. Universidade Federal do Piauí,Campus de Parnaíba, Laboratório de Genética e Biologia Molecular. Parnaíba, Piauí,Brasil

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ANEXOS

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ANEXO I - COMPROVANTE DE SUBMISSÃO DE ARTIGO PARA PUBLICAÇÃONA REVISTA FORENSIC SCIENCE INTERNATIONAL: GENETICS (ISSN 1872-

4973), QUALIS B1 NA ÁREA DE AVALIAÇÃO DE BIOTECNOLOGIA

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ANEXO II - CARTA DE APROVAÇÃO DESTE TRABALHO PELO COMITÊ DE

ÉTICA EM PESQUISA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ, (CAAE –

0443.0.045.000-11)

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