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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2016-2021
RELATÓRIO DE ANÁLISE PROSPECTIVA
Março de 2016
SUMÁRIO
SUMÁRIO .............................................................................................................................................. I
1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................ 1
2. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA .................................................................................................. 3
3. ANÁLISE PROSPECTIVA ........................................................................................................ 6
3.1 ANÁLISE DE RELEVÂNCIA........................................................................................................ 6
3.2 INCERTEZAS CRÍTICAS ............................................................................................................ 7
3.3 ELEMENTOS PREDETERMINADOS (EPD) .............................................................................. 7
3.4 ANÁLISE MORFOLÓGICA .......................................................................................................... 8
3.5 CONSULTA ÁUGURES ............................................................................................................... 9
3.6 PROCESSAMENTO DA CONSULTA ÁUGURES ..................................................................... 10
3.6.1 SISTEMA PENITENCIÁRIO SOCIOEDUCATIVO .............................................................. 12
3.6.2 MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ..... 14
3.6.3 IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429/1992).................................................... 15
3.6.4 TERCEIRIZAÇÃO................................................................................................................... 16
3.6.5 NOVAS FORMAS DE TRABALHO ........................................................................................ 17
3.6.6 SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE ....................................................................................... 18
3.6.7 CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRA ORÇAMENTÁRIOS .................................................. 20
3.6.8 ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF) .................................... 21
3.6.9 PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO .................................................................................... 22
3.6.10 EMPREGO X DESEMPREGO .............................................................................................. 23
3.6.11 EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO ......... 24
3.6.12 MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO ............................................................... 25
3.6.13 CARGA TRIBUTÁRIA .......................................................................................................... 27
3.6.14 CONSELHOS TUTELARES ................................................................................................. 28
3.6.15 SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ...................................... 29
3.7 CONSIDERAÇÕES ANALÍTICAS SOBRE A CONSULTA...................................................... 31
3.7.1 NÚMERO DE RESPONDENTES ........................................................................................... 31
3.7.2 CONHECIMENTO DOS RESPONDENTES .......................................................................... 31
3.7.3 IMPORTÂNCIA ....................................................................................................................... 32
4. ESQUEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS CENÁRIOS ......................................................... 35
4.1 CONSIDERAÇÕES .................................................................................................................... 35
4.2 CENÁRIO OTIMISTA ................................................................................................................ 36
4.3 CENÁRIO DE REFERÊNCIA ..................................................................................................... 41
4.4 CENÁRIO FOCO ........................................................................................................................ 45
5. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO FOCO ....................................................................................... 49
6. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................. 64
ANEXO A - TEMAS, AMBIENTAÇÕES, INCERTEZAS CRÍTICAS E HIPÓTESES .......... 65
ANEXO B - LISTA DE PARTICIPANTES ................................................................................. 102
1
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MARANHÃO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 2016-2021
RELATÓRIO DE ANÁLISE PROSPECTIVA
1. APRESENTAÇÃO
A Análise Prospectiva constitui a 3a Fase (figura 1) do projeto de
Planejamento Estratégico Institucional do Ministério Público do Estado do
Maranhão (MPMA), conforme dispõe o Ato No 560/GPGJ, de 2 de
dezembro de 2015.
Figura 1 – Fases do projeto de Planejamento Estratégico Institucional do MPMA
Segundo recomenda a metodologia FIGE — que proporciona o
embasamento conceitual ao presente projeto — o Planejamento
Estratégico não será subsidiado somente pela Avaliação Diagnóstica, com
foco na conjuntura atual e no passado que a explica. Será também
2
apoiado em um exercício de prospectiva, incorporando incertezas e
ambiguidades que, se não forem consideradas, poderão comprometer
todo o esforço de análise, uma vez que mudanças ocorrem com
frequência e intensidade cada vez maiores. A técnica para a construção de
Cenários Prospectivos foi idealizada no âmbito do Instituto SAGRES, com
base em uma adaptação customizada da Análise Morfológica1.
Essa fase contou com a participação e o comprometimento de
um grande número de membros e servidores e foi conduzida pela
Comissão de Gestão do Planejamento Estratégico (CGPE) e pela Comissão
Executiva do Planejamento Estratégico Institucional (CEPEI), cujos
integrantes foram designados, respectivamente, pelas Portarias No 109 e
110/2016-GPGJ, de 12 de janeiro de 2016.
1 A Análise Morfológica foi desenvolvida por Fritz Zwicky — astrofísico suíço e cientista
aeroespacial baseado no Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) — como um
método para estruturar e investigar complexos problemas em um conjunto de relações
constantes multidimensionais e não quantificáveis. Atualmente, Tom Ritchey, da
Sociedade Sueca de Morfologia, é referência no assunto.
3
2. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
A Avaliação Diagnóstica — objeto de relatório anterior —
examinou a realidade sob os prismas dos ambientes externo e interno. O
primeiro foi estudado segundo a ótica das seguintes “dimensões da
estratégia”: política, econômica, social, tecnológica, ambiental. Por sua
vez, o ambiente interno foi avaliado considerando os recursos:
administrativos; pessoas e competências; tecnologias; instalações e
equipamentos; e orçamento e finanças.
As análises possibilitaram, em síntese, a identificação de uma
série de oportunidades e ameaças do ambiente externo, bem como de
fortalezas e debilidades do ambiente interno. Posteriormente, em oficina
específica, os integrantes da CGPE e da CEPEI, contando com a facilitação
da consultoria, identificaram ideias para a formulação de incertezas que
poderão estar presentes em possíveis cenários futuros.
Figura 2 – Ambiente externo X Ambiente interno
4
Essas ideias, a seguir apresentadas, constituem o alicerce sobre
o qual foram realizados os trabalhos de Análise Prospectiva.
Estabelecimento de parcerias para a captação de recursos.
Recursos orçamentários.
Mudanças legislativas relativas às garantias e direitos sociais
(criança/adolescente, ambiental etc.).
Mudanças legislativas relativas à flexibilização das relações trabalhistas.
Mudanças no Governo Federal com nova orientação político-ideológica.
Expansão da Defensoria Pública e outras instituições de defesa da
sociedade.
Composição dos Conselhos (aparelhamento, fortalecimento).
Conselhos Tutelares (atuação, fortalecimento).
Sistemas de Segurança Pública (estruturação, sucateamento).
Sistema penitenciário e socioeducativo (estruturação, sucateamento).
Órgãos de Fiscalização – enfraquecimento.
Equilíbrio das contas públicas – federal e estadual.
Mudanças LRF – positivo e negativo.
Lei 8429 – Lei de Improbidade Administrativa.
Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio ambiente.
Expansão da fronteira agrícola.
Baixada maranhense: salinização dos campos inundados; volta da
criação de búfalos; pesca predatória.
Terrorismo – ações terroristas no Brasil.
Investimentos e desvios na área da educação.
5
Terceirização X concursos públicos – mudanças no arcabouço legal e
normativo – servidores do MPMA – gestão dos Recursos Humanos no
âmbito do MPMA.
Segurança da informação e segurança cibernética – ameaças aos
sistemas digitais operados pelo MPMA – ataques cibernéticos aos
sistemas digitais do MPMA – X transparência (vulnerabilidade).
Saúde – mudanças nos sistemas de saúde nacionais (básico X
complementar X suplementar).
Sistema previdenciário – mudanças.
Recursos destinados aos programas sociais – critérios - mudanças de
critérios.
Novas formas de trabalho – flexibilização, trabalho em casa,
teletrabalho, trabalho por entrega etc.
Implementação dos planos nacional, estaduais e municipais voltados
para a educação.
Grau (progressiva) digitalização/virtualização dos processos
governamentais.
Emprego e desemprego.
Carga tributária.
6
3. ANÁLISE PROSPECTIVA
A Análise Prospectiva, em síntese, visa a avaliar e combinar as
hipóteses que compõem as incertezas consideradas críticas, dentro do
horizonte temporal estabelecido (2030).
O caminho seguido percorreu as seguintes etapas:
a) Análise de Relevância.
b) Temas estratégicos e Incertezas Críticas.
c) Elementos predeterminados.
d) Análise Morfológica.
e) Consulta Áugures e processamento.
Cada uma das etapas possui características próprias e
estabelecem a direção a tomar em cada um dos passos subsequentes, até
a chegada aos cenários.
3.1 ANÁLISE DE RELEVÂNCIA
A Análise de Relevância foi realizada durante a tarde do dia 2 de
fevereiro de 2016, terça-feira, nas instalações da Escola Superior do
MPMA (ESMP), em oficina reuniu a CGPE, a CEPEI e os consultores. Nela,
os participantes foram chamados a avaliar cada uma das incertezas
quanto à relevância e ao grau de incerteza, numa escala de 1 a 3, em
uma técnica adaptada de Schwartz (2000). Os resultados são as
chamadas Incertezas Críticas.
7
3.2 INCERTEZAS CRÍTICAS
INCERTEZAS CRÍTICAS - 2030 GRUPOS
1
Sistema penitenciário e socioeducativo (estruturação, sucateamento)
Sistemas de Segurança Pública (estruturação,
sucateamento) A
2 Mudanças legislativas relativas às garantias e direitos sociais (criança/adolescente, ambiental etc.)
3 Lei 8429 – Lei de Improbidade Administrativa
4 Terceirização X concursos públicos – mudanças no arcabouço legal e normativo – servidores do MPMA –
gestão dos Recursos Humanos no âmbito do MPMA
B 5
Novas formas de trabalho – flexibilização, trabalho em casa, teletrabalho, trabalho por entrega etc.
Mudanças legislativas relativas à flexibilização das relações trabalhistas
6 Saúde – mudanças nos sistemas de saúde nacionais
(básico X complementar X suplementar)
7 Estabelecimento de parcerias para a captação de recursos; recursos orçamentários
C 8 Mudanças LRF – positivo e negativo
9 Implementação dos planos nacional, estaduais e municipais voltados para a educação.
Investimentos e desvios na área da educação.
10 Emprego e desemprego - indicadores, relação
D 11 Expansão da Defensoria Pública e outras instituições de
defesa da sociedade/fiscalização (CGU, TCE etc.)
12 Sistema previdenciário – mudanças
13 Carga tributária - redução E
14 Conselhos Tutelares (atuação, fortalecimento) Quadro 1 – Incertezas Críticas e Grupos encarregados da Análise Morfológica
As Incertezas Críticas foram distribuídas pelos grupos de A a E,
com vistas à realização da Análise Morfológica.
3.3 ELEMENTOS PREDETERMINADOS (EPD)
Elementos predeterminados são, normalmente, selecionados
entre as incertezas “pouco incertas”, isto é, com grande probabilidade de
vir a se concretizar. Sem jamais querer predizer o futuro, tratam-se de
8
variáveis cuja única hipótese de ocorrência será descrita sempre da
mesma maneira, considerando-se lógico assumir o risco e enriquecer a
descrição dos cenários. Levando-se em conta o horizonte temporal dos
próximos 15 anos (2030), no estudo em tela, foram apontados três EPD:
a) Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio
ambiente.
b) Incremento nas ameaças (ataques cibernéticos)aos sistemas
digitais institucionais, exigindo medidas cautelares que, em
diversos casos, se opõem aos anseios de transparência, tido
como um valor para os integrantes do MPMA.
c) Progressiva digitalização/virtualização dos processos
governamentais, com reflexos para o MPMA.
3.4 ANÁLISE MORFOLÓGICA
O passo seguinte foi a realização, por parte dos grupos, da
Análise Morfológica de cada uma das Incertezas Críticas, estabelecendo as
hipóteses decorrentes e elaborando textos sintéticos como subsídios para
a correta interpretação e avaliações posteriores.
De todo o processo de construção de cenários, não há dúvida de
que este foi o momento de maior aporte intelectual, pois se tratou de
delinear as diversas formas que cada incerteza pode assumir, verificando
os respectivos limites do espectro de variação, bem como os patamares
intermediários pertinentes.
A Análise Morfológica foi criada pelo suíço Fritz Zwicky, na
década de 1950, e adaptada para a prospectiva por diversos
pesquisadores, com destaque para Godet (2011). Na atualidade, Ritchey
(2011), da Academia Sueca de Morfologia, desenvolve interessante linha
de pesquisa sobre o assunto, que tem servido de referência para o
Instituto SAGRES, o qual aporta e ampara os passos metodológicos do
presente projeto.
9
É possível afirmar que cada incerteza crítica se comporta como
um restrito ambiente, onde cada uma das hipóteses constituem
microcenários. A combinação das hipóteses configura o cenário geral.
Cada IC tem, normalmente, entre três e sete hipóteses. Mais que isso
pode “poluir” os cenários; menos, costuma torná-lo empobrecido.
Os temas, ambientações, incertezas críticas e hipóteses foram
preparados para serem levados a uma consulta, junto a membros e
servidores, com vistas a indicarem as hipóteses consideradas otimistas
(sem serem utópicas) e as mais prováveis.
Os grupos trabalharam durante o período de 2 a 17 de fevereiro
e encaminharam, via Assessoria de Planejamento, os textos
correspondentes para os consultores. Estes avaliaram os produtos e
fizeram as críticas correspondentes, as quais foram debatidas em oficina
presencial realizada durante a tarde do dia 22 de fevereiro de 2016,
segunda-feira, nas instalações da Escola Superior do MPMA (ESMP). Na
ocasião, por sugestão do Sr. Valdeny, foi acrescentada a 15a Incerteza
Crítica, referente ao Sistema Previdenciário Público.
Os resultados, consolidados, constituem os anexos de A a O ao
presente relatório.
3.5 CONSULTA ÁUGURES
O passo seguinte, após consolidação da análise morfológica, foi a
realização de uma Consulta Áugures junto a membros e servidores, em
seminário realizado no dia 26 de fevereiro de 2016, sexta-feira, na sede
da AMPEM.
A Consulta Áugures é uma adaptação do método Delphi,
desenvolvido na RAND Corporation nos anos de 1950/60. Teve origem nos
Jogos de Guerra desenvolvidos pelas Forças Armadas norte-americanas
durante a Segunda Guerra Mundial. Consiste na seleção de um grupo de
10
especialistas que respondem a consultas sobre determinado assunto, de
modo a permitir a visualização das médias de suas percepções. Desde a
primeira publicação, em 1964, a técnica tem sido aplicada para um amplo
espectro de temas, permitindo análises que subsidiam planejamentos e
decisões estratégicas. No Brasil, diversos pesquisadores e acadêmicos,
como Wright (2000), aplicam o método Delphi em apoio à prospectiva.
Assim como o nome Delphi é uma homenagem ao Oráculo de
Delphos, da Grécia antiga, também o nome Áugures refere-se aos
sacerdotes da antiga Roma, que previam o futuro pela observação dos
hábitos dos animais, principalmente os voos, os cantos e as vísceras das
aves. Formaram um colégio venerado em Roma e nada de importante se
fazia sem antes lhes consultar.
A Consulta Áugures é fruto de pesquisas e experiências
realizadas pelo Instituto Sagres – Política e Gestão Estratégica Aplicadas e
mantém a essência do Delphi, coletando percepções sobre o futuro, mas
se diferencia pelas seguintes peculiaridades:
a) Possibilidade de ouvir milhares de pessoas viaWeb.
b) Processar as opiniões valendo-se de programas
informatizados.
c) Recortar e analisar separadamente diversos públicos
selecionados, dentre o universo total de respondentes.
d) Realizar somente uma rodada de consulta, enquanto o Delphi
realiza pelo menos duas.
3.6 PROCESSAMENTO DA CONSULTA ÁUGURES
Os resultados da Consulta foram processados pela consultoria e
permitiram análises e considerações importantes para a esquematização e
a descrição dos cenários prospectivos. Estão sinteticamente apresentados
11
a seguir. Os gráficos são apresentados segundo o percentual dos
respondentes que optaram por cada hipótese.
O arquivo excel que foi utilizado para o processamento da
consulta constitui o Anexo X ao presente relatório.
12
3.6.1 Sistema Penitenciário Socioeducativo
Incerteza X Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob
Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Hipóteses
A Permanecerá a situação atual (cerca de 140 por 100 mil
habitantes).
B Haverá diminuição para menos de 120 por 100 mil habitantes
C Haverá aumento para mais de 200 por 100 mil habitantes
D Haverá aumento para mais de 260 por 100 mil
habitantes
E Haverá aumento para mais de 320 por 100 mil
habitantes
F Haverá aumento para mais de 400 por 100 mil
habitantes (equiparando à taxas nacionais atuais) Quadro 2 – Tema 1 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 1 – Tema 1x - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,89
Importância para o MPMA (média) 4,78
13
Incerteza Y A implantação efetiva no Maranhão do atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Hipóteses
A Permanecerá a situação atual, sem a regionalização do atendimento conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
B Será parcialmente implantado, com a subsistência de unidades de atendimento fora do padrão do SINASE
C Será parcialmente implantado, somente com as regionais situadas em Imperatriz e São Luís
D Será parcialmente implantado, com quatro das oito regionais conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
E Será integralmente implantado, com a regionalização em oito polos, conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
Quadro 3 – Tema 1a – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 1a – Tema 1y - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,89
Importância para o MPMA (média) 4,78
14
3.6.2 Mudanças legislativas no Estatuto da Criança e do Adolescente
Incerteza Redução da maioridade penal, até 2030.
Hipóteses
A
A PEC estará aprovada, com redução da maioridade
penal para 16 anos, somente para crimes hediondos.
B A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, para todos os tipos de crime.
C Não haverá alterações na atual legislação.
D
Haverá mudanças no ECA, agravando a medida socioeducativa de internação, com manutenção da
imputabilidade penal aos 18 anos.
E
A PEC estará aprovada, com redução da maioridade
penal para menos de 16 anos, somente para crimes hediondos.
F
A PEC estará aprovada, com redução da maioridade
penal para menos de 16 anos, para todos os tipos de crime.
Quadro 4 – Tema 2 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 2 – Tema 2 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,33
Importância para o MPMA (média) 4,83
15
3.6.3 Improbidade Administrativa (Lei 8.429/1992)
Incerteza Percentual de condenação de gestores, em segunda instância, até 2030.
Hipóteses
A Em relação a 2015, aumentará entre 16% e 30%.
B Em relação a 2015, aumentará em até 15%.
C Em relação a 2015, não haverá alteração.
D Em relação a 2015, diminuirá em até 10%.
E Em relação a 2015, diminuirá em mais de 10%.
F Em relação a 2015, aumentará em mais de 30%. Quadro 5 – Tema 3 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 3 – Tema 3 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,39
Importância para o MPMA (média) 4,89
16
3.6.4 Terceirização
Incerteza Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030.
Hipóteses
A
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada,
regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas não só às
atividades-meio como também à atividade-fim.
B
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada,
regulamentada e abrange somente a administração pública indireta.
C Permanece a situação atual, com a interpretação dada
pela súmula do TST.
D
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada,
regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas somente às
atividades-meio. Quadro 6 – Tema 4 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 4 – Tema 4 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,75
Importância para o MPMA (média) 3,81
17
3.6.5 Novas Formas de Trabalho
Incerteza Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
Hipóteses
A Permanecerá a situação atual, de indefinições, com
algumas iniciativas isoladas.
B A regulamentação estará aprovada pelo STF, mas ainda
não disseminada pelos órgãos do sistema MP.
C
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo
CNMP, permitindo no máximo 30% da respectiva
lotação, por unidade, pelos órgãos do sistema MP.
D
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo
CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
E
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo
CNMP, limitando o teletrabalho, no âmbito do sistema MP, às pessoas com algum tipo de restrição de
mobilidade, permanente ou temporária. Quadro 7 – Tema 5 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 5 – Tema 5 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,94
Importância para o MPMA (média) 4,00
18
3.6.6 Sistema Nacional de Saúde
Incerteza X Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Hipóteses
A Permanece a situação atual, ou seja, cerca de 8% da
população terá Plano de Saúde.
B Haverá redução da população que tem Plano de Saúde.
C Haverá pequena ampliação, com cerca de 10% da população tendo Plano de Saúde.
D
Haverá ampliação, equivalendo à média da Região NE,
hoje com cerca de 15% da população tendo Plano de Saúde.
E Haverá significativa ampliação, equivalendo à média brasileira, hoje com cerca 28% da população tendo
Plano de Saúde. Quadro 8 – Tema 6a – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 6a – Tema 6x - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,38
Importância para o MPMA (média) 4,31
19
Incerteza Y Financiamento do Sistema Único de Saúde, no
Maranhão, até 2030
Hipóteses
A
Não haverá alteração ou haverá ampliação apenas residual no financiamento para a saúde pública e a
capacidade institucional do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde apresentará persistência
de fragilidades.
B Haverá ampliação substancial no financiamento para a saúde pública, reduzindo as fragilidades do Estado
para conduzir as políticas públicas de saúde.
C
Haverá redução no financiamento para a saúde
pública, agravando as fragilidades do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde.
Quadro 9 – Tema 6b – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 6b – Tema 6y - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,38
Importância para o MPMA (média) 4,31
20
3.6.7 Captação de Recursos Extra Orçamentários
Incerteza
Acesso aos recursos extra orçamentários oriundos da participação na arrecadação das atividades
notariais, bem como dos recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de
criação, (FRBL), até 2030
Hipóteses
A Permanecerá a situação atual, em que não há acesso à arrecadação das atividades notariais e ao FRBL.
B Haverá acesso somente ao FRBL
C Haverá acesso tão somente aos recursos oriundos da arrecadação das atividades notariais.
D Serão acessados recursos oriundos tanto da arrecadação das atividades notariais quanto do FRBL.
Quadro 10 – Tema 7 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 7 – Tema 7 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,40
Importância para o MPMA (média) 4,20
21
3.6.8 Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)
Incerteza Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030
Hipóteses
A
Não haverá alteração substantiva do texto vigente, tanto
no que toca aos limites para gastos com pessoal, quanto em relação ao controle dos gastos públicos.
B Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com abrandamento das regras de controle dos
gastos públicos.
C Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com recrudescimento das regras de controle
dos gastos públicos.
D
Os limites para gastos com pessoal aumentarão, com
abrandamento das regras de controle dos gastos públicos.
E
Os limites para gastos com pessoal aumentarão, com
recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
Quadro 11 – Tema 8 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 8 – Tema 8 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,00
Importância para o MPMA (média) 4,45
22
3.6.9 Plano Nacional da Educação
Incerteza
Cumprimento da meta de investimento na educação tendo por base a proporção do PIB e
grau de desvios públicos decorrentes da corrupção, até 2030
Hipóteses
A
O Brasil atingirá a meta de 10% do PIB com
investimentos em educação e os desvios de recursos continuarão crescendo.
B O Brasil atingirá a meta de 10% do PIB com investimentos em educação e os desvios de recursos
diminuirão.
C O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os desvios de recursos públicos continuarão
crescendo.
D O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em
educação e os desvios diminuirão.
E O Brasil manterá os níveis de investimento nos patamares atuais, com a mesma proporção de desvios
dos recursos públicos Quadro 12 – Tema 9 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 9 – Tema 9 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,85
Importância para o MPMA (média) 4,40
23
3.6.10 Emprego X Desemprego
Incerteza O nível de emprego formal no Brasil, até 2030.
Hipóteses
A O desemprego formal permanecerá estável, ao longo do
período, entre 8% e 10% (situação atual).
B O desemprego formal oscilará, aumentando e depois
declinando, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
C O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a uma situação próxima da atual
(9%), em 2030.
D O desemprego formal aumentará gradativamente,
chegando mais a de 15% em 2030.
E O desemprego formal declinará gradativamente, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
Quadro 13 – Tema 10 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 10 – Tema 10 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,47
Importância para o MPMA (média) 4,37
24
3.6.11 Expansão dos Órgãos Estaduais de Fiscalização do Maranhão
Incerteza Expansão da DPE até 2030 (EC 80).
Hipóteses
A A expansão será modesta, alcançando até 80
municípios.
B A expansão atenderá entre 81 e 100 municípios.
C A expansão atenderá entre 101 e 140 municípios.
D A expansão atenderá entre 141 e 180 municípios.
E A expansão atenderá mais de 180, mas não todos os
municípios.
F A expansão atenderá todos os municípios. Quadro 14 – Tema 11 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 11 – Tema 11 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,42
Importância para o MPMA (média) 3,95
25
3.6.12 Mudanças no Sistema Previdenciário
Incerteza X Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030.
Hipóteses
A Haverá unificação das regras da Previdência Rural e
Urbana.
B Permanece a situação atual, com os trabalhadores rurais tendo os benefícios sem o mesmo tempo de contribuição
dos trabalhadores urbanos.
C
Haverá mudanças, ampliando as exigências de tempo de
contribuição aos trabalhadores rurais, mas mantendo um
tempo ainda menor que os trabalhadores urbanos. Quadro 15 – Tema 12a – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 12 – Tema 12 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,11
Importância para o MPMA (média) 3,68
26
Incerteza Y Tempo de Contribuição, até 2030
Hipóteses
A Permanece a situação atual (Lei 13.183/2015)
B Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
C Haverá aumento do tempo de contribuição, mantendo
distância equivalente à atual, entre homens e mulheres.
D Haverá aumento do tempo de contribuição, com distância
entre homens e mulheres menor do que a atual. Quadro 16 – Tema 12b – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 12a – Tema 12x - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,11
Importância para o MPMA (média) 3,68
27
3.6.13 Carga Tributária
Incerteza A carga tributária brasileira, em percentual do
PIB, até 2030.
Hipóteses
A Permanecerá na faixa atual (em torno de 35%)
B Será reduzida para cerca de 32/33%
C Será reduzida para cerca de 30%
D Será ampliada para cerca de 37/38%
E Será ampliada para cerca de 40% Quadro 17 – Tema 13 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 13 – Tema 13 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,59
Importância para o MPMA (média) 3,82
28
3.6.14 Conselhos Tutelares
Incerteza Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030.
Hipóteses
A
Haverá significativa melhora da estrutura de apoio
oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne mais efetiva.
B
Haverá apenas ações pontuais de melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos
Tutelares, de modo que a atuação se torne um pouco mais efetiva.
C
Não haverá melhora da estrutura de apoio oferecida
pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne menos efetiva.
D Haverá piora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, prejudicando a efetiva
atuação. Quadro 18 – Tema 14 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
Gráfico 14 – Tema 14 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 3,14
Importância para o MPMA (média) 3,91
29
3.6.15 Sistema Previdenciário dos Servidores Públicos
Incerteza Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030.
Hipóteses
A Permanecerá a situação atual (sistema deficitário).
B
Não haverá reestruturação do sistema, mas haverá aumento do percentual de contribuição dos servidores
ativos. Em consequência, o sistema permanecerá ainda deficitário, embora em menor grau do que atualmente.
C
Não haverá reestruturação do sistema, mas haverá
significativo aumento do percentual de contribuição dos servidores ativos. Em consequência, o sistema passará a
ser equilibrado ou superavitário.
D
Não haverá reestruturação do sistema, mas haverá
aumento de contribuição dos servidores inativos, em consequência da eliminação do teto de contribuição dos
aposentados. Em consequência, o sistema permanecerá ainda deficitário, embora em menor grau do que
atualmente.
E
Não haverá reestruturação do sistema, mas haverá aumento de contribuição dos servidores inativos, em
consequência da eliminação do teto de contribuição dos aposentados. Em consequência, o sistema passará a ser
equilibrado ou superavitário.
F
Não haverá reestruturação do sistema, mas outros
ajustes pontuais, os quais diminuem mas não eliminam
os déficit sistêmico.
G
Haverá adequada reestruturação do sistema, com uma
série de medidas que conseguirão deixar o sistema equilibrado ou superavitário.
Quadro 19 – Tema 15 – Incerteza Crítica e Hipóteses correspondentes
30
Gráfico 15 – Tema 15 - % de respondentes por hipóteses.
Nível de conhecimento (média) 2,32
Importância para o MPMA (média) 3,64
31
3.7 CONSIDERAÇÕES ANALÍTICAS SOBRE A CONSULTA
3.7.1 Número de respondentes
O número de respondentes, para cada incerteza, variou de 18 a 22.
Embora não seja expressivo, o engajamento e a qualidade dos membros e
servidores permite afirmar que se trata de quantidade suficiente para que
a média das percepções seja confiável.
3.7.2 Conhecimento dos respondentes
O seminário mobilizou significativa parcela de representantes, entre
membros e servidores, para responder à consulta. Para cada uma das
incertezas, os participantes foram chamados a se auto avaliar, conforme
quadro a seguir.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Quadro 20 – Modelo de Auto Avaliação quanto ao Conhecimento
Após a tabulação dos resultados, é possível constatar que, em
média, os três temas mais conhecidos, pelos respondentes foram (escala
de 1 a 5):
a) EMPREGO X DESEMPREGO (3,47);
b) EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO
MARANHÃO (3,42); e
c) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992) - (3,39).
32
Por outro lado, os três temas menos conhecidos, em média, pelos
respondentes foram:
a) CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS (2,40);
b) SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE (2,38 ); e
c) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(2,32).
Conh. TEMAS
1 3,47 10. EMPREGO X DESEMPREGO
2 3,42 11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
3 3,39 3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
4 3,33 2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
5 3,14 14. CONSELHOS TUTELARES
6 3,11 12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
7 3,00 8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
8 2,94 5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO
9 2,89 1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
10 2,85 9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
11 2,75 4. TERCEIRIZAÇÃO
12 2,59 13. CARGA TRIBUTÁRIA
13 2,40 7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
14 2,38 6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
15 2,32 15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Quadro 21 – Temas ordenados segundo a média de conhecimento dos respondentes.
Essa mesma avaliação foi também utilizada para ponderar suas
respostas sobre as hipóteses. Vale dizer que um respondente que tenha
indicado um conhecimento “praticamente nenhum” recebe peso 1 (um);
“pouco”, 2(dois) e assim sucessivamente. Isso permite resultados mais
fidedignos e, portanto, mais confiáveis.
3.7.3 Importância
Do mesmo modo, a consulta também coletou a opinião dos
respondentes quanto à importância do tema, conforme quadro a seguir.
33
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema Quadro 22 – Modelo de coleta sobre a importância do tema.
As conclusões permitem afirmar que, segundo a média dos
respondentes, os temas mais importantes são:
a) IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992);
b) MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO
ADOLESCENTE; e
c) SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO.
Imp. TEMAS
1 4,89 3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
2 4,83 2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
3 4,78 1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
4 4,45 8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
5 4,40 9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
6 4,37 10. EMPREGO X DESEMPREGO
7 4,31 6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
8 4,20 7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
9 4,00 5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO
10 3,95 11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
11 3,91 14. CONSELHOS TUTELARES
12 3,82 13. CARGA TRIBUTÁRIA
13 3,81 4. TERCEIRIZAÇÃO
14 3,68 12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
15 3,64 15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Quadro 23 – Temas ordenados segundo a média de importância.
Na outra ponta do quadro, constata-se que todos os temas foram
considerados muito importantes, uma vez que mesmo o pior colocado
obteve média 3,64, numa escala de 1 a 5. De todo modo, os de menor
classificação foram:
34
a) TERCEIRIZAÇÃO;
b) MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO; e
c) SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS.
35
4. ESQUEMATIZAÇÃO E ANÁLISE DOS CENÁRIOS
4.1 CONSIDERAÇÕES
“A prospectiva é uma indisciplina intelectual”
Michel Godet
O processamento das percepções coletadas na Consulta Áugures
permitiu identificar as hipóteses otimistas e mais prováveis, ponderadas
pelo conhecimento (auto avaliação). A combinação das hipóteses mais
prováveis possibilitou esquematizar o Cenário de Referência e, das
hipóteses otimistas, o Cenário Otimista. Embora matematicamente seja
possível visualizar milhares de cenários, pela combinação aleatória das
hipóteses, as principais correntes metodológicas de prospectiva se limitam
a descrever no máximo quatro cenários.
Figura 3 – Esquema da Análise Morfológica.
36
Neste projeto propõe-se a esquematização de três cenários. Além
dos citados, uma análise da equipe de cenaristas indicou a
esquematização do Cenário Foco. É um enfoque sobre a conjuntura
política, aqui considerada como a arte do possível. Deve focar as
prioridades estratégicas, uma vez que administrar é estabelecer
prioridades. Deve também indicar o melhor futuro cuja construção possa
ser objeto de influência, por parte dos atores que integram o sistema
educacional brasileiro, em benefício da sociedade. Futuro esse que seja
mais promissor do que o de Referência e pior do que o Otimista, porém,
o mais próximo deste que uma avaliação realista permite apontar.
Figura 4 – Cenários Otimista, Foco e de Referência, segundo a perspectiva
4.2 CENÁRIO OTIMISTA
A combinação das hipóteses apontadas como otimistas (destacadas
em azul no quadro a seguir) permite a esquematização e a análise do
caminho crítico (Cenário Otimista), definido como o melhor possível, sem
ser utópico.
37
Um exame acurado indica que essa combinação revela um caminho
crítico consistente. Todavia, há “empate técnico” entre as hipóteses A e B
referentes ao Tema 12 - Mudanças no Sistema Previdenciário, merecendo
atenção especial, no sentido de mesclar e criar hipóteses intermediárias.
É válido afirmar que mesmo o Cenário Otimista revela certo
pessimismo (ou realismo?) por parte das pessoas consultadas, uma vez
que diversas hipóteses melhores para o MPMA deixaram de ser apontadas
como otimistas pela maioria dos respondentes. Vale dizer que essas
hipóteses foram consideradas utópicas, pelas pessoas consultadas.
Importante lembrar que a sequência dos temas, incertezas críticas e
hipóteses apresentada aos respondentes, durante a consulta, foi
totalmente aleatória, tendo em vista induzir mais reflexões sobre cada
tema, isoladamente.
Agora, a descrição dos cenários exige coerência e consistência. Para
tanto, foi realizado novo ordenamento, considerando eventos de âmbito
nacional e, na sequência — sempre que cabível — incertezas circunscritas
ao Estado ao Maranhão.
39
TEMAS INCERTEZAS HIPÓTESES
13. CARGA TRIBUTÁRIA A carga tributária brasileira, em percentual do PIB, até 2030. Permanecerá na faixa atual (em torno de 35%)
7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Acesso aos recursos extra orçamentários oriundos da participação na arrecadação das atividades notariais, bem como dos recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de criação, (FRBL), até 2030
Serão acessados recursos oriundos tanto da arrecadação das atividades notariais quanto do FRBL.
11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
Expansão da DPE até 2030 (EC 80). A expansão atenderá entre 141 e 180 municípios.
EPD Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio ambiente.
10. EMPREGO X DESEMPREGO O nível de emprego formal no Brasil, até 2030. O desemprego formal declinará gradativamente, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
4. TERCEIRIZAÇÃO Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030. Permanece a situação atual, com a interpretação dada pela súmula do TST.
5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030 Os limites para gastos com pessoal aumentarão, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Cumprimento da meta de investimento na educação tendo por base a proporção do PIB e grau de desvios públicos decorrentes da corrupção, até 2030
O Brasil atingirá a meta de 10% do PIB com investimentos em educação e os desvios de recursos diminuirão.
2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Redução da maioridade penal, até 2030. A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, para todos os tipos de crime.
1a. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
A implantação efetiva no Maranhão do atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Será parcialmente implantado, com quatro das oito regionais conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
14. CONSELHOS TUTELARES Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá significativa melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne mais efetiva.
1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Permanecerá a situação atual (cerca de 140 por 100 mil habitantes).
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 /
Percentual de condenação de gestores, em segunda instância, até 2030.
Em relação a 2015, aumentará em mais de 30%.
40
1992)
6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Haverá significativa ampliação, equivalendo à média brasileira, hoje com cerca 28% da população tendo Plano de Saúde.
6a. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
Financiamento do Sistema Único de Saúde, no Maranhão, até 2030
Haverá ampliação substancial no financiamento para a saúde pública, reduzindo as fragilidades do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde.
EPD Segurança da informação e segurança cibernética – ameaças aos sistemas digitais operados pelo MPMA – ataques cibernéticos aos sistemas digitais do MPMA – X transparência (vulnerabilidade)
EPD Grau (progressiva) digitalização/virtualização dos processos governamentais.
12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030.
Haverá unificação das regras da Previdência Rural e Urbana.
Permanece a situação atual, com os trabalhadores rurais tendo os benefícios sem o mesmo tempo de contribuição dos trabalhadores urbanos.
Tempo de Contribuição, até 2030
Permanece a situação atual (Lei 13.183/2015)
Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá adequada reestruturação do sistema, com uma série de medidas que conseguirão deixar o sistema equilibrado ou superavitário.
Quadro 25 – Hipóteses e respectivos Temas e Incertezas Críticas do Cenário Otimista.
41
4.3 CENÁRIO DE REFERÊNCIA
Do mesmo modo que no Cenário Otimista, a combinação das
hipóteses apontadas como mais prováveis (destacadas em vermelho no
quadro a seguir) permitiu a esquematização e a análise do Cenário de
Referência, ou seja, aquele com maior probabilidade de ocorrência,
segundo a percepção dos membros e servidores consultados.
As conclusões permitem afirmar que a combinação das hipóteses
indicadas como mais prováveis revela uma linha coerente de narração.
Há, também, um “empate técnico” entre as hipóteses B e C, referentes à
incerteza crítica “nível de emprego formal no Brasil, até 2030”, tema
“Emprego X Desemprego”. Do mesmo modo que no Cenário Otimista,
esse fato merece especial atenção, em caso de narrativa, ensejando a
descrição de uma hipótese intermediária.
Assim como ocorreu no exame do Cenário Otimista, as hipóteses
apontadas como mais prováveis pela média ponderada dos respondentes
revelaram um certo pessimismo, ou mesmo realismo, apontando para a
necessidade de redobrar os esforços, na busca da construção do melhor
futuro possível.
Além do pessimismo/realismo, o Cenário de Referência releva algum
conservadorismo, uma vez que parte das hipóteses consideradas mais
prováveis indica que o status quo será mantido, ou seja, devemos esperar
“mais do mesmo”.
No esquema a seguir, o ordenamento proposto é o mesmo do
Cenário Otimista, embora com hipóteses diferentes. Somente o tema
“Novas Formas de Trabalho”, com a incerteza “Regulamentação do
teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério
Público” teve a mesma hipótese considerada como Otimista e Mais
Provável: A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e
abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações
relativas somente às atividades-meio.
43
TEMAS INCERTEZAS HIPÓTESES
13. CARGA TRIBUTÁRIA A carga tributária brasileira, em percentual do PIB, até 2030.
Será ampliada para cerca de 37/38%
7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Acesso aos recursos extra orçamentários oriundos da participação na arrecadação das atividades notariais, bem como dos recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de criação, (FRBL), até 2030
Permanecerá a situação atual, em que não há acesso à arrecadação das atividades notariais e ao FRBL.
11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
Expansão da DPE até 2030 (EC 80). A expansão atenderá entre 101 e 140 municípios.
EPD Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio ambiente.
10. EMPREGO X DESEMPREGO O nível de emprego formal no Brasil, até 2030.
O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a uma situação próxima da atual (9%), em 2030.
4. TERCEIRIZAÇÃO Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030.
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas somente às atividades-meio.
5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030
Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Cumprimento da meta de investimento na educação tendo por base a proporção do PIB e grau de desvios públicos decorrentes da corrupção, até 2030
O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os desvios diminuirão.
2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Redução da maioridade penal, até 2030. A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, somente para crimes hediondos.
1a. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
A implantação efetiva no Maranhão do atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Será parcialmente implantado, somente com as regionais situadas em Imperatriz e São Luís
14. CONSELHOS TUTELARES Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá apenas ações pontuais de melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne um pouco mais efetiva.
44
1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Haverá aumento para mais de 260 por 100 mil habitantes
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
Percentual de condenação de gestores, em segunda instância, até 2030.
Em relação a 2015, aumentará em até 15%.
6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Haverá ampliação, equivalendo à média da Região NE, hoje com cerca de 15% da população tendo Plano de Saúde.
6a. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE Financiamento do Sistema Único de Saúde, no Maranhão, até 2030
Não haverá alteração ou haverá ampliação apenas residual no financiamento para a saúde pública e a capacidade institucional do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde apresentará persistência de fragilidades.
EPD Segurança da informação e segurança cibernética – ameaças aos sistemas digitais operados pelo MPMA – ataques cibernéticos aos sistemas digitais do MPMA – X transparência (vulnerabilidade)
EPD Grau (progressiva) digitalização/virtualização dos processos governamentais.
12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030. Haverá mudanças, ampliando as exigências de tempo de contribuição aos trabalhadores rurais, mas mantendo um tempo ainda menor que os trabalhadores urbanos.
12a. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Tempo de Contribuição, até 2030 Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030.
Não haverá reestruturação do sistema, mas outros ajustes pontuais, os quais diminuem mas não eliminam os déficit sistêmico.
Quadro 27 – Hipóteses e respectivos Temas e Incertezas Críticas do Cenário de Referência.
45
4.4 CENÁRIO FOCO
A técnica de identificação do Cenário Foco — isto é, aquele a ser
construído com a participação, direta ou indireta, do MPMA — parte da
premissa de combinar as hipóteses mais prováveis das incertezas
extrínsecas com as hipóteses otimistas das incertezas sob influência. As
primeiras indicam incertezas que afetam as atividades do MPMA mas não
podem ser, por ele, influenciadas, como acontece com as últimas.
O Cenário Foco pode ser apontado como um cenário normativo, ou
seja, aquele que irá indicar não somente um bom futuro possível, mas,
também, o que deve ser feito, para sua concretização, pelo MPMA. Sob
esse prisma, deve ensejar o estabelecimento de objetivos estratégicos.
Esse cenário, portanto, será melhor do que o de Referência (Mais
provável) e pior do que o Otimista, embora mais próximo deste.
Simplesmente considerando as hipóteses otimistas sob influência,
combinadas com as hipóteses extrínsecas mais prováveis, o cenário que
se revelou mostra uma “história do futuro” bastante consistente,
diferentemente do que ensinam diversas experiências anteriores
vivenciadas pela consultoria.
Os elementos predeterminados, citados na seção 3.3, foram
oportunamente incluídos na narrativa, em 3o, 14o e 15o lugares.
O Cenário Foco — assim com os demais cenários que foram
esquematizados — constitui sólido subsídio para alargar os mapas
mentais, flexibilizar o processo de tomada de decisão, visualizar
alternativas e, especialmente, identificar as objetivos estratégicos que
deverão nortear o MPMA durante os próximos 15 (quinze) anos.
47
TEMAS INCERTEZAS HIPÓTESES
13. CARGA TRIBUTÁRIA A carga tributária brasileira, em percentual do PIB, até 2030.
Será ampliada para cerca de 37/38%
7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Acesso aos recursos extra orçamentários oriundos da participação na arrecadação das atividades notariais, bem como dos recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de criação, (FRBL), até 2030
Serão acessados recursos oriundos tanto da arrecadação das atividades notariais quanto do FRBL.
11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
Expansão da DPE até 2030 (EC 80). A expansão atenderá entre 101 e 140 municípios.
EPD Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio ambiente.
10. EMPREGO X DESEMPREGO O nível de emprego formal no Brasil, até 2030. O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a uma situação próxima da atual (9%), em 2030.
4. TERCEIRIZAÇÃO Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030.
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas somente às atividades-meio.
5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
EPD Segurança da informação e segurança cibernética – ameaças aos sistemas digitais operados pelo MPMA – ataques cibernéticos aos sistemas digitais do MPMA – X transparência (vulnerabilidade)
EPD Grau (progressiva) digitalização/virtualização dos processos governamentais.
8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030
Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Cumprimento da meta de investimento na educação tendo por base a proporção do PIB e grau de desvios públicos decorrentes da corrupção, até 2030
O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os desvios diminuirão.
2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Redução da maioridade penal, até 2030. A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, somente para crimes hediondos.
1a. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
A implantação efetiva no Maranhão do atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Será parcialmente implantado, com quatro das oito regionais conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
48
14. CONSELHOS TUTELARES Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá significativa melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne mais efetiva.
1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Permanecerá a situação atual (cerca de 140 por 100 mil habitantes).
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
Percentual de condenação de gestores, em segunda instância, até 2030.
Em relação a 2015, aumentará em mais de 30%.
6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Haverá ampliação, equivalendo à média da Região NE, hoje com cerca de 15% da população tendo Plano de Saúde.
6a. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE Financiamento do Sistema Único de Saúde, no Maranhão, até 2030
Não haverá alteração ou haverá ampliação apenas residual no financiamento para a saúde pública e a capacidade institucional do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde apresentará persistência de fragilidades.
12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030. Haverá mudanças, ampliando as exigências de tempo de contribuição aos trabalhadores rurais, mas mantendo um tempo ainda menor que os trabalhadores urbanos.
12a. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Tempo de Contribuição, até 2030 Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá adequada reestruturação do sistema, com uma série de medidas que conseguirão deixar o sistema equilibrado ou superavitário.
Quadro 29 – Hipóteses e respectivos Temas e Incertezas Críticas do Cenário Foco.
49
5. DESCRIÇÃO DO CENÁRIO FOCO
Observações
Cenários prospectivos são normalmente descritos de modo a
posicionar narrador e leitor no horizonte temporal, neste
caso, ano de 2030. Incluem dados, fatos e nomes fictícios, com
vistas a dar consistência à “história do futuro” e subsidiar,
em melhores condições, o processo decisório.
No presente caso, optou-se por uma descrição de cenário
formal, consubstanciado em um fictício relatório técnico da
Secretaria de Planejamento do Ministério Público do Estado do
Maranhão. Nele é apresentada, em formato narrativo, uma
combinação de hipóteses favoráveis e plausíveis, cuja
concretização depende, em parte, de atitudes e medidas a serem
levadas a efeito pelos integrantes do Ministério Público do
Estado do Maranhão.
RELATÓRIO ESPECIAL
EVOLUÇÃO DA CONJUNTURA
São Luís, MA Terça-feira
26 de fevereiro de 2030
Este princípio de ano tem sido de atividades e mudanças bastante
intensas, no panorama nacional, no contexto estadual e mesmo no âmbito
do MPMA, justificando, antes dos festejos de carnaval, o fechamento e a
entrega do presente Relatório Especial de Evolução da Conjuntura.
No ano passado, o governo federal aproveitou o início de um novo
mandato e o fato de que mais de 40% dos congressistas eram estreantes,
na Câmara e no Senado, para aprovar uma série de iniciativas que,
embora constassem no Plano de Governo, causaram surpresa em
determinados setores da sociedade.
Assim, diversos impostos e tributos que vigoravam em caráter
temporário foram transformados em permanente, permitindo afirmar que
50
a sociedade deverá conviver com uma carga tributária em torno de 38%
do PIB, nos próximos anos.
Gráfico 1 – Evolução da Carga Tributária nos últimos 20 anos.
Houve reações de setores privados, mas também manifestações de
apoio, na esperança de significativas melhoras nos serviços prestados à
população.
Em âmbito estadual, o governo do Maranhão concentra-se na
necessidade de ampliar as conquistas legadas pela administração anterior,
evitando aumento dos gastos públicos, o que se reflete nas restrições
orçamentárias que afetam diretamente os recursos disponíveis para que o
MPMA cumpra sua missão constitucional. Por isso, assim como desde a
sua incorporação, em 2020, os recursos extra orçamentários oriundos da
participação na arrecadação das atividades notariais continuam sendo de
substancial importância para a instituição. Do mesmo modo, espera-se
que os valores provenientes do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados,
(FRBL) sejam incrementados e venham a suprir as deficiências do
orçamento. Os repasses desse fundo foram iniciados em 2023, mas em
montantes bastante reduzidos, tendo em vista outras prioridades legais.
51
Vale ressaltar, todavia, que essas restrições não têm afetado
somente o MPMA. A Defensoria Pública Estadual (DPE), por exemplo, que
tinha como meta atingir a todos os 217 municípios maranhenses, até
2022, encerrou o último ano atendendo somente a 136 municípios (63%).
Essas precariedades atingem também órgãos governamentais do
Executivo. As ações de fiscalização, prevenção e repressão ao meio
ambiente, por exemplo, têm sido prejudicadas, trazendo, como
consequência, indesejável ampliação dos danos ambientais, em especial
decorrentes do incremento de atividades ligadas ao agronegócio, na
Região Tocantina.
A dinâmica econômica, por outro lado, tem absorvido boa parte das
demandas por empregos. No País, o desemprego chegou a taxas
preocupantes de mais de 16%, no início da década de 20, e agora
aproxima-se dos 7%, inclusive em território maranhense.
Isso se reflete inclusive no âmbito interno ao MPMA, que busca
completar suas necessidades de pessoal com base na nova “Lei das
Terceirizações”, de 2025, a qual ratificou entendimento anterior do
Tribunal Superior do Trabalho (TST), permitindo contratações relativas
somente às atividades-meio. Todavia, com o mercado de trabalho
aquecido, as empresas prestadoras de serviço estão encontrando
dificuldades para atender às qualificações exigidas pelo Ministério Público
para os quadros de apoio, induzindo novos arranjos organizacionais.
O perfil laboral dos integrantes da instituição também tem sido
modificado por outros fatores. Junto a membros e servidores, o
teletrabalho tem sido cada vez mais praticado, com patente redução de
custos e aumento da produtividade. Além disso, os integrantes do MPMA
incluídos nessa modalidade têm revelado evidentes ganhos em qualidade
de vida, com mais tempo para os seus familiares.
Embora o teletrabalho seja uma realidade em outros órgãos públicos
— em especial do judiciário — desde 2013, foi somente depois que o
52
Supremo Tribunal Federal aprovou projeto piloto, em 2019, que essa
prática começou a ganhar força. Com isso, a Lei Orgânica da Magistratura
Nacional incluiu o teletrabalho em todo o País, e o Conselho Nacional do
Ministério Público introduziu sistemática semelhante, em 2023,
incentivando o teletrabalho, sem restrições. O citado projeto previa que os
servidores envolvidos ficavam responsáveis por “providenciar as
estruturas física e tecnológica necessárias”, além de atingir produtividade
no mínimo 15% superior à prevista para os servidores que executavam as
mesmas atividades, no modo presencial.
Um primeiro “efeito colateral” do teletrabalho foi relatado pelos
encarregados da segurança cibernética. O trabalho em casa exigiu, de
imediato, a adoção de uma série de medidas de segurança, no sentido de
evitar o vazamento de dados e informações. Ao que parece, porém, essa
etapa foi vencida, uma vez que, nos últimos três anos não se tem
registros significativos de falhas dessa natureza, tendo como principal
motivo o teletrabalho.
Apesar disso, os sistemas digitais operados pelo MPMA têm sido alvo
de constantes ataques cibernéticos, em busca de informações
privilegiadas, uma vez que praticamente todos os processos
governamentais estão digitalizados e disponíveis para acesso do Ministério
Público. Nesta área, o maior desafio para a equipe cibernética é manter a
segurança do sistema e, simultaneamente, proporcionar a maior
transparência possível ao cidadão de bem, que busca amparo no MPMA.
O aumento de produtividade proporcionado pelo teletrabalho permitiu
ao MPMA cumprir suas tarefas, mesmo num quadro de restrições
relacionadas à contratação de novos quadros, tendo em vista a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor e praticamente inalterada desde o
ano de 2000. Por outro lado, houve um recrudescimento das regras de
controle dos gastos públicos, exigindo mais trabalho do MPMA, no sentido
de fiscalizar os demais órgãos, em especial do Executivo.
53
Ao examinar a área da Educação, por exemplo, constata-se, com
pesar, que as metas do antigo Plano Nacional de Educação (PNE), de
2014, estão longe de se tornar realidade. A previsão inicial indicava gastos
de 10% do PIB, até 2024, que não só não foram alcançados como teve as
metas alteradas, para 7%, percentual que ainda está por ser atingido. Em
compensação, o novo PNE, de 2024, facilitou a atuação dos órgãos de
controle — com destaque para o Ministério Público — permitindo apontar
para uma sensível diminuição nos desvios de recursos destinados à
educação, nos últimos anos.
Apesar de alguns avanços registrados, crianças e adolescentes ainda
não dispõem, em condições satisfatórias, de educação de qualidade,
assistência médica, moradia, alimentação, convivência familiar e
comunitária, bem como cultura, esporte, lazer, liberdade e dignidade.
Estes aspectos ainda desafiam o pleno cumprimento do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), considerado um dos melhores do mundo
e uma referência internacional em legislação para essa faixa etária,
inspirando legislações semelhantes em vários países.
Em 2019, quase 30 anos depois de criado, o ECA sofreu sensível
alteração, com a redução da maioridade penal para 16 anos, em caso de
crimes hediondos. Embora polêmica, essa medida resultou em pequeno
número de jovens efetivamente condenados, na faixa etária de 16 a 18
anos, apesar da forte repercussão midiática em casos específicos.
Ainda no que se refere às crianças e adolescentes, o SINASE
(Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo) continua, em grande
parte, por ser adequadamente implantado, no Maranhão. A Resolução
05/CEDCA-MA prevê, desde 1998, a regionalização do atendimento em
oito polos, em diferentes municípios. No entanto, apesar de haver uma
determinação judicial em sede de Ação Civil Pública, desde 2006, no
sentido de atender essa resolução e implantar a regionalização, neste
limiar da terceira década do século o Estado conta com somente quatro
54
regionais, as quais enfrentam problemas de superlotação e demandam
reformas e ampliações.
A boa notícia vem dos Conselhos Tutelares (CT). Como órgão
permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, o CT
permite à sociedade o gerenciamento das questões relativas às crianças e
adolescentes que estejam vivenciando situações que os tornem mais
vulneráveis, exigindo um posicionamento imediato da autoridade
responsável, sob a fiscalização do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente (CMDCA), da Autoridade Judiciária e do
Ministério Público. Nos últimos dez anos, após a entrada em vigor de
amplo arcabouço legal, prevendo sanções aos administradores municipais,
houve significativa melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder
público aos Conselhos Tutelares, cuja atuação se tornou, em média, bem
mais efetiva do que anteriormente.
Entre os adultos, a situação prisional do Maranhão também colhe
alguns bons resultados. O Estado mantém, há mais de 20 anos, a mais
baixa taxa de presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das
Polícias, entre as unidades da Federação (cerca de 140 por 100 mil
habitantes).
Na esfera pública, o combate à corrupção, tendo como protagonista o
Ministério Público, tem obtido relativo sucesso, embora em escala aquém
do desejável. Agentes públicos acusados de enriquecimento ilícito — no
exercício de mandato, cargo, emprego ou função, na administração
pública direta, indireta ou fundacional — têm sido objeto de mobilizações
populares, clamando por justiça. O percentual de condenação de gestores,
em segunda instância, tem aumentado gradativamente, nos últimos 15
anos, a ponto de atingir, no ano passado, uma marca cerca de 30%
superior à do ano de 2015.
Lamentavelmente, a saúde, outra área de fundamental atuação do
Ministério Público, não pode ser considerada exitosa. Nas últimas duas
55
décadas, houve ampliação apenas residual no financiamento para a saúde
pública. No mesmo sentido, a capacidade institucional do Estado para
conduzir as políticas públicas de saúde continua apresentando persistentes
fragilidades, em um quadro pouco animador.
Devido a isso, a população compromete considerável parcela de seu
orçamento familiar com planos privados de saúde. O Maranhão era um
dos Estados com menor índice relativo de pessoas incluídas no Sistema de
Saúde Suplementar. Nos últimos 15 anos, contudo, esse número dobrou e
hoje equivale à histórica média da Região NE, ou seja, cerca de 15%.
No campo dos idosos e aposentados, um antigo fantasma volta a
assombrar essa crescente parcela da população. Ameaçado de iminente
colapso, o sistema público previdenciário foi objeto, em 2020, de
alterações no arcabouço legal e normativo, com mudanças como a
ampliação das exigências de tempo de contribuição aos trabalhadores
rurais, embora menor que os trabalhadores urbanos. Outra mudança
importante foi o aumento do tempo de contribuição, além da unificação
entre homens e mulheres. Todavia, a progressiva redução da população
em idade ativa (PIA), em relação aos dependentes — especialmente os
idosos — tem causado desequilíbrios, nos últimos anos, implicando novas
propostas que, em geral, afetam expectativas de direitos que se julgava
assegurados.
Como bom exemplo de antecipação, para se evitar problemas
futuros, é o sistema de previdência dos servidores públicos do Estado do
Maranhão. Após um período de indefinições e a ameaça de colapso, foram
promovidas profundas mudanças nos arcabouço legal e normativo,
iniciadas em 2022. Apesar da mudança de governo, em 2024, a nova
equipe manteve o ritmo dos aperfeiçoamentos, implementando uma série
de medidas de reestruturação do sistema, tornando-o equilibrado e com
expectativas de se tornar superavitário, nos próximos anos.
Os desafios estão colocados. Se, por um lado, a evolução da
conjuntura nos últimos anos permite comemorar algumas vitórias, por
56
outro obriga a admitir que resta ao MPMA empenhar-se redobradamente,
em todos os setores, atuando como instituição de credibilidade,
independente, inovadora e transformadora da realidade social, para servir
à sociedade e garantir a cidadania, com base na promoção da justiça e na
defesa da democracia.
* * *
57
6. CONCLUSÕES
Dentre as finalidades inerentes aos Cenários Prospectivos destacam-
se:
• Alargar os mapas mentais
• Visualizar as principais tendências
• Identificar possíveis rupturas de tendência
• Mapear futuras ameaças e oportunidades
• Flexibilizar a análise da conjuntura
• Propor ideias para a formulação de objetivos estratégicos
• Propor ideias para o desenvolvimento de projetos e iniciativas
próprias do desdobramento e alinhamento da estratégia
• Propor interações junto aos atores externos envolvidos
Desse modo, o presente exercício de Análise Prospectiva, por ser
inédito na história do Planejamento Estratégico do MPMA, enseja
aprofundamentos, discussões e acompanhamento dos cenários
esquematizados, bem como do cenário descrito.
Esse processo deverá ser incluído como parte fundamental das
atividades Comissão de Gestão do Planejamento Estratégico (CGPE) e da
Comissão Executiva do Planejamento Estratégico Institucional (CEPEI),
sob a orientação da Assessoria de Planejamento.
No estágio atual do projeto de planejamento, contudo, assim como a
Avaliação Diagnóstica — objeto do relatório anterior — a Análise
Prospectiva e os Cenários Futuros proporcionam ideias para a formulação
de Objetivos Estratégicos e ideias para o desenvolvimento de projetos e
iniciativas próprias do desdobramento e alinhamento da estratégia.
58
Figura 5 – Próximos passos
Assim sendo, o quadro a seguir sintetiza algumas ideias, como
subsídio para a elaboração do Plano Estratégico e seus desdobramentos,
relacionadas às hipóteses do Cenário Foco.
59
TEMAS INCERTEZAS HIPÓTESES
IDEIAS PARA SUBSIDIAR A ELABORAÇÃO DO PLANO
ESTRATÉGICO E SEUS DESDOBRAMENTOS
13. CARGA TRIBUTÁRIA A carga tributária brasileira, em percentual do PIB, até 2030.
Será ampliada para cerca de 37/38%
Prevenir e reprimir a sonegação
fiscal nos âmbitos estadual e municipal.
7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
Acesso aos recursos extra orçamentários oriundos da participação na arrecadação das atividades notariais, bem como dos recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de criação, (FRBL), até 2030
Serão acessados recursos oriundos tanto da arrecadação das atividades notariais quanto do FRBL.
Viabilizar a captação de recursos extraorçamentários.
11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO MARANHÃO
Expansão da DPE até 2030 (EC 80). A expansão atenderá entre 101 e 140 municípios.
Interagir com os demais órgãos públicos de fiscalização, com vistas a ampliar a produtividade
e efetividade.
EPD Ampliação dos danos ambientais – agressões ao meio ambiente.
Projetos: - Desenvolvimento de competências na área de proteção do meio ambiente. - Incrementar a estrutura do CAOp Meio Ambiente.
10. EMPREGO X DESEMPREGO
O nível de emprego formal no Brasil, até 2030.
O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a algo em torno de 5% em 2030.
Exigir o acesso universal à
educação básica de qualidade. (já atendido no âmbito da educação que pode promover o
empreendedorismo).
O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando, chegando a uma situação próxima da atual (9%), em 2030.
4. TERCEIRIZAÇÃO Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030.
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas somente às atividades-meio.
Preparar a Instituição para mudanças no arcabouço da
legislação trabalhista, incluindo terceirização e teletrabalho.
60
5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO
Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
EPD
Segurança da informação e segurança cibernética – ameaças aos sistemas digitais operados pelo MPMA – ataques cibernéticos aos sistemas digitais do MPMA – X transparência (vulnerabilidade)
Projetos: - Especialização de promotores de justiça na área de segurança
cibernética. Ou - Desenvolvimento de competências na área de segurança
cibernética.
EPD Grau (progressiva) digitalização/virtualização dos processos governamentais.
Projeto: - Implementar tecnologias que viabilizem a virtualização dos processos institucionais.
8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030
Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
Inovar os métodos de trabalho para assegurar eficientização no uso dos recursos e aumento da
produtividade.
9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
Cumprimento da meta de investimento na educação tendo por base a proporção do PIB e grau de desvios públicos decorrentes da corrupção, até 2030
O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os desvios diminuirão.
Projeto: - Exigência de cumprimento das metas do PNE.
2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
Redução da maioridade penal, até 2030.
A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, somente para crimes hediondos.
Exigir o cumprimento adequado das medidas socioeducativas e das medidas de proteção.
1a. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
A implantação efetiva no Maranhão do atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Será parcialmente implantado, com quatro das oito regionais conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
Projeto: - Acompanhar implementação
da Resolução 05/98 do CEDCA/MA.
14. CONSELHOS TUTELARES Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá significativa melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne mais efetiva.
Projeto: - Fiscalizar e fortalecer a
atuação dos Conselhos Tutelares.
61
1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Permanecerá a situação atual (cerca de 140 por 100 mil habitantes).
Projeto: - Atuação do MP na reestruturação do Sistema
Penitenciário.
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
Percentual de condenação de gestores, em segunda instância, até 2030.
Em relação a 2015, aumentará em mais de 30%.
Qualificar o combate à
corrupção e à improbidade administrativa.
6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Haverá ampliação, equivalendo à média da Região NE, hoje com cerca de 15% da população tendo Plano de Saúde.
Exigir a universalização com qualidade das ações e serviços
públicos de saúde. 6a. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
Financiamento do Sistema Único de Saúde, no Maranhão, até 2030
Não haverá alteração ou haverá ampliação apenas residual no financiamento para a saúde pública e a capacidade institucional do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde apresentará persistência de fragilidades.
12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030.
Haverá mudanças, ampliando as exigências de tempo de contribuição aos trabalhadores rurais, mas mantendo um tempo ainda menor que os trabalhadores urbanos.
Projetos: - Especializar membros do MPMA (competências) para
atuar em assuntos do sistema previdenciário. - Instrumentalizar a instituição para a indução de políticas públicas relacionadas ao
sistema previdenciário.
12a. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
Tempo de Contribuição, até 2030 Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030.
Haverá adequada reestruturação do sistema, com uma série de medidas que conseguirão deixar o sistema equilibrado ou superavitário.
Quadro 30 – Ideias para subsidiar a elaboração do plano estratégico e seus desdobramentos, segundo as hipóteses,incertezas e temas.
62
Em síntese, as ideias para subsidiar a elaboração do plano estratégico e seus
desdobramentos, decorrentes da Análise Prospectiva, são:
Ideias para a formulação de Objetivos Estratégicos:
Prevenir e reprimir a sonegação fiscal nos âmbitos estadual e municipal.
Viabilizar a captação de recursos extra orçamentários.
Qualificar o combate à corrupção e à improbidade administrativa.
Exigir a universalização com qualidade das ações e serviços públicos de saúde.
Exigir o cumprimento adequado das medidas socioeducativas e das medidas
de proteção.
Exigir o acesso universal à educação básica de qualidade.
Ideias para a formulação de Objetivos de Contribuição:
Interagir com os demais órgãos públicos de fiscalização, com vistas a ampliar
a produtividade e efetividade.
Inovar os métodos de trabalho para assegurar eficientização no uso dos
recursos e aumento da produtividade.
Preparar a Instituição para mudanças no arcabouço da legislação trabalhista,
incluindo terceirização e teletrabalho.
Ideias para a formulação de Projetos Tático-Operacionais:
Desenvolvimento de competências na área de proteção do meio ambiente.
Incrementar a estrutura do CAOp Meio Ambiente.
Especialização de promotores de justiça na área de segurança cibernética.
Desenvolvimento de competências na área de segurança cibernética.
Implementar tecnologias que viabilizem a virtualização dos processos
institucionais.
Exigência de cumprimento das metas do PNE.
Acompanhar implementação da Resolução 05/98 do CEDCA/MA.
Fiscalizar e fortalecer a atuação dos Conselhos Tutelares.
Atuação do MP na reestruturação do Sistema Penitenciário.
63
Especializar membros do MPMA (competências) para atuar em assuntos do
sistema previdenciário.
Instrumentalizar a instituição para a indução de políticas públicas relacionadas
ao sistema previdenciário.
* * *
64
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BETHELEM, A. Estratégia Empresarial: Conceitos, Processos e Administração
Estratégia. São Paulo: Atlas, 1999.
GODET, Michel e DURANCE, Philipe. A Prosppectiva Estratégica para as Empresas e os
Territórios. Paris: JOUVE, 2011.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento estratégico - conceitos,
metodologia e prática. 28. Ed. São Paulo: Atlas, 2010
PORTER, Michael. Estratégia Competitiva. Técnicas para Análise de Indústrias e da
Concorrência. 7ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
RITCHEY, T.: Wicked Problems/Social Messes:Decision Support Modelling with Morphological Analysis. Springer: Berlin, 2011
SCHWARTZ, Peter. A arte da visão de longo prazo: planejando o futuro em um mundo de incertezas. São Paulo: Beste Seller, 2000.
WRIGHT, James T. C. GIOVINAZZO, Renata A. Delphi – Uma Ferramenta de Apoio ao Planejamento Prospectivo. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v. 01,
no 12, 2o trimestre/2000.
65
ANEXO A
TEMAS, AMBIENTAÇÕES, INCERTEZAS CRÍTICAS E HIPÓTESES
1. SISTEMA PENITENCIÁRIO E SOCIOEDUCATIVO
O Brasil tem a quarta maior população carcerária do mundo, segundo dados do
Ministério da Justiça, divulgados em junho de 2015, referentes ao primeiro semestre de 2014. Em números absolutos, o Brasil alcançou a marca de 607.700 mil presos,
atrás apenas da Rússia (673.800), China (1,6 milhão) e Estados Unidos (2,2 milhões). Quando se compara o número de presos com o total da população, o Brasil
também está em quarto lugar, atrás da Tailândia (3º), Rússia (2º) e Estados Unidos (1º)2. Segundo o ministério, se a taxa de prisões continuar no mesmo ritmo, um em
cada 10 brasileiros estará atrás das grades em 2075.
Isso denota que culturalmente a nossa sociedade se pauta em um modelo
retributivo e punitivo, calcado na lógica do aprisionamento, o que nos leva a questionar, inicialmente, qual o objetivo que se quer alcançar com isso, haja vista
que o apenado uma vez que absorvido pelo sistema – o que ocorre de forma seletiva (baixa escolaridade, pobre e preferencialmente negro) – tem potencialmente suas
chances de ressocialização reduzidas, pelos motivos que serão melhor delineados
adiante, ao contrário do que se prega no plano teórico de que a prisão serve como ferramenta de reintegração social.
Debruçando-se sobre dados brasileiros, o Infopen (levantamento nacional de informações penitenciárias) divulga dados uma vez ao ano, tomando como base o
número de presos no Brasil referentes ao primeiro semestre do ano anterior. De acordo com o último relatório, entre 2004 e 2014, a população carcerária brasileira
aumentou 80% em números absolutos, saindo de 336.400 presos para 607.700. Os números absolutos, no entanto, não captam o aumento da população brasileira no
período.
Atualmente o sistema socioeducativo está desestruturado, pelo que mais
palpável hoje é que em São Luís volte a funcionar adequadamente, superando a situação de interdição citada e que em Imperatriz as obras de construção da unidade
sejam concluídas – que se arrasta desde 2009 - e, como projeção, que seja expandido conforme a Resolução 05/98 do CEDCA-MA que prevê a regionalização do
atendimento em oito polos, em municípios diferentes, já havendo determinação
judicial em sede de Ação Civil Pública de 2006 no sentido de atender essa resolução e implantar a regionalização.
Quando o número de presos é dividido pela população, índice conhecido como "taxa de encarceramento", o crescimento do número de presos por grupo de 100 mil
habitantes entre 2004 e 2014 aumentou 61,8%. Em 2004, o Brasil tinha 185,2 presos para cada grupo de 100 mil habitantes. Em 2014, segundo o Infopen, o país tinha
299,7 presos para cada grupo de 100 mil habitantes. 2Os dados referentes à população carcerária dos outros países foram compilados pelo ICPS (Centro
Internacional para Estudos Prisionais, na sigla em inglês).
66
Sendo relevante destacar que o Maranhão é a Unidade da Federação com a
menor taxa (por 100 mil habitantes) de população carcerária do País, embora não esteja entre os de mais baixa criminalidade. O quadro a seguir ilustra essa afirmativa.
Presos nos Sistemas Penitenciários e sob Custódia das Polícias Brasil e Unidades da Federação –
2013-2014.
Fonte: http://www.forumseguranca.org.br/storage/download//anuario_2015.retificado_.pdf
Entre 2013 e 2014, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, foram registradas
62 assassinatos, incluindo decapitações e esquartejamentos, a superlotação do presídio, que contava com 2.186 detentos (mais de 400 além de sua capacidade de
1770) não é exceção no cenário brasileiro. A tragédia em Pedrinhas adquire também contornos especialmente diferenciados por se tratar do Maranhão. O estado possui o
segundo pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), a menor expectativa de vida e as mais altas taxas de mortalidade infantil de todos os Estados brasileiros.
Diante do cenário, em novembro de 2014, a Corte Interamericana expediu medida provisória obrigando o Brasil a adotar imediatamente “todas as medidas que
sejam necessárias para proteger eficazmente a vida e a integridade pessoal de todas
67
as pessoas privadas de liberdade no Complexo Penitenciário de Pedrinhas”, no
Maranhão. A decisão foi comunicada às entidades que denunciaram o caso à OEA (Organização dos Estados Americanos).
A decisão da Corte foi tomada depois de um pedido de informações feito ao
governo brasileiro e indica falhas do país na gestão da crise. Desde o início de 2014, 18 presos foram mortos em Pedrinhas.
Em 2013, o Brasil foi denunciado à CIDH por conta dos assassinatos em Pedrinhas pela Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e pela seccional
maranhense da OAB, pelo que o país foi repreendido pelo órgão em dezembro de 2013. À época, a CIDH (Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA)
emitiu medida cautelar demandando informações e ações concretas para conter a onda de violência no complexo. Diante da incapacidade das autoridades brasileiras de
controlar a situação, a Comissão acionou a Corte – órgão máximo do sistema de direitos humanos da OEA.
Em seu comunicado à Corte, a CIDH afirmava que “os beneficiários propostos se encontram em uma situação de extrema gravidade, urgência e risco de um dano
irreparável que exige ação imediata de medidas provisórias ante a ineficácia das medidas cautelares expedidas pela Comissão”.
No dia 7 de janeiro deste ano, as entidades também solicitaram ao Procurador
Geral da República, Rodrigo Janot, uma intervenção federal no presídio e a federalização dos crimes ocorridos ali. Ao longo do ano, duas missões foram
realizadas por representantes das entidades para acompanhar a situação dos presos.
Assim, notório que apesar dos números do Infopen, a realidade maranhense é
caótica, reproduzindo mazelas comuns ao sistema penitenciário como um todo: superlotação das celas, sua precariedade e sua insalubridade, tornando as prisões
num ambiente propício à proliferação de epidemias e ao contágio de doenças. Todos esses fatores estruturais aliados ainda à má alimentação dos presos, seu
sedentarismo, o uso de drogas, a falta de higiene e toda a lugubridade da prisão, fazem com que um preso que adentrou lá numa condição sadia, de lá não saia sem
ser acometido de uma doença ou com sua resistência física e saúde fragilizadas.
Isso nos permite dizer que as garantias legais previstas durante a execução da
pena, assim como os direitos humanos do preso estão previstos em diversos estatutos legais3. No Brasil, a execução da pena privativa de liberdade deve ter por
base o princípio da dignidade da pessoa humana, sendo que qualquer modalidade de
punição desnecessária, cruel ou degradante contraria aos princípios norteadores, especialmente o da legalidade, da razoabilidade e da proporcionalidade.
Na prática é constante a violação dos direitos e a total inobservância das garantias legais previstas na execução das penas privativas de liberdade. A partir do
momento em que o preso passa à tutela do Estado ele não perde apenas o seu direito de liberdade, mas também todos os outros direitos fundamentais que não foram
atingidos pela sentença, passando a ter um tratamento execrável e a sofrer os mais
3Em nível mundial existem várias convenções como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a
Declaração Americana de Direitos e Deveres do Homem e a Resolução da ONU que prevê as Regras
Mínimas para o Tratamento do Preso. Já a nível nacional, a Constituição Federal destacou 32 incisos do
artigo 5º, que trata das garantias fundamentais do cidadão, destinados à proteção das garantias do homem
preso. Existe ainda em legislação específica – a Lei de Execução Penal – os incisos de I a XV do artigo 41,
que dispõe sobre os direitos infra-constitucionais garantidos ao sentenciado no decorrer na execução penal.
68
variados tipos de castigos que acarretam a degradação de sua personalidade e a
perda de sua dignidade, num processo que não oferece quaisquer condições de preparar o seu retorno útil à sociedade.
E é nesse cenário que precisamos ainda lançar olhos à questão socioeducativa
pertinente ao adolescente autor de ato infracional, sabido que com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente foi delineado um sistema próprio que é baseado
na lógica pedagógica onde o viés punitivo deveria subsistir e não mais ser central, como na época em que vigente o Código de Menores, o que foi reforçado com a
instituição legal do SINASE (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), no entanto não é o que se reproduz socialmente.
Culturalmente o anseio social se norteia pelo sentimento de punir, castigar, reflexo ainda da sensação de violência e impunidade que propagam quando
discussões como a da redução da maioridade penal é massificada de forma midiática. Porém, não se pode desconsiderar que o ECA, mesmo após 25 anos de promulgado
ainda não foi plenamente efetivado, então como afirmar que um modelo que não foi realmente testado não dá certo?
Voltando para o Maranhão, a título ilustrativo, atualmente as unidades socioeducativas estão superlotadas e desestruturadas, não contando atualmente no
estado com nenhuma unidade em funcionamento nos moldes prescritos no SINASE,
agrava esse quadro o fato de que a única unidade de intervenção definitiva masculina no estado que fica na capital permanece judicialmente interditada há mais de três
anos.
Logo, é possível afirmar que o Poder Público não vem cumprindo com seu papel,
não sendo razoável responsabilizar unicamente os adolescentes que passam por um sistema desestruturado e sem o acompanhamento devido e legalmente preconizado,
pelas suas trajetórias que em regra são traçados desde o berço: baixa renda, ausência de escolaridade e segregação social, perante uma sociedade baseada na
lógica do consumo, tanto que de forma esmagadora a maioria dos delitos cometidos por adolescentes são contra o patrimônio. Sendo reflexões que precisam ser feitas.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância da Lei 8.429
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
69
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e a mais provável.
Incerteza crítica:Taxa de Presos nos Sistemas Penitenciários e sob
Custódia das Polícias, no Maranhão, até 2030
Otimista Mais
provável
Hipóteses:
A Permanecerá a situação atual (cerca de 140 por 100 mil
habitantes).
B Haverá diminuição para menos de 120 por 100 mil habitantes
C Haverá aumento para mais de 200 por 100 mil habitantes
D Haverá aumento para mais de 260 por 100 mil habitantes
E Haverá aumento para mais de 320 por 100 mil habitantes
F Haverá aumento para mais de 400 por 100 mil habitantes
(equiparando à taxas nacionais atuais)
Incerteza crítica:A implantação efetiva no Maranhão do
atendimento socioeducativo nos moldes instituídos no SINASE
Otimista Mais
provável
Hipóteses:
A Permanecerá a situação atual, sem a regionalização do
atendimento conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
B Será parcialmente implantado, com a subsistência de unidades
de atendimento fora do padrão do SINASE
C Será parcialmente implantado, somente com as regionais
situadas em Imperatriz e São Luís
D Será parcialmente implantado, com quatro das oito regionais
conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
E Será integralmente implantado, com a regionalização em oito
polos, conforme a Resolução 05/98 do CEDCA/MA
70
2. MUDANÇAS LEGISLATIVAS NO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é uma lei federal – nº 8.069 –
promulgada em julho de 1990, que trata sobre os direitos das crianças e adolescentes em todo o Brasil. O ECA representa um marco jurídico que instaurou a proteção
integral e uma carta de direitos fundamentais à infância e à juventude. A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe
social, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado. O
objetivo do Estatuto é a proteção dos menores de 18 anos, proporcionando a eles um desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios
constitucionais da liberdade e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade.
O ECA foi criado pouco depois da promulgação da Constituição Federal de 1988, também conhecida como “Constituição Cidadã”, por prever novos direitos
fundamentais aos brasileiros. Em 1989, a Convenção sobre os Direitos da Criança
pela Assembleia Geral das Nações Unidas trouxe à cena importantes discussões acerca dos compromissos internacionais direcionados a temática, o que abriu caminho
para a formulação do ECA em 1990. O Brasil, então, tornou-se o primeiro país a adequar a legislação interna aos princípios consagrados pela Convenção.
Hoje o Estatuto é considerado um dos melhores do mundo, uma referência internacional em legislação para essa faixa etária e inspirou legislações semelhantes
em vários países. Apesar disso, ainda hoje suas leis são desconhecidas pela maioria da população brasileira e em muitos municípios sua aplicação prática é descumprida.
Apesar de o ECA ter transformado a relação da sociedade com a questão dos direitos de crianças e adolescentes, ele ainda é ineficaz em diversos aspectos, havendo ainda
muito que avançar no que concerne a efetivação de direitos fundamentais, tais como educação de qualidade, assistência médica, moradia, alimentação, convivência
familiar e comunitária, cultura, esporte, lazer, liberdade, dignidade e respeito.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 25 anos em meio à
possibilidade de passar pelas mudanças mais profundas desde que foi criado. No mês
em que o estatuto fez aniversário, a Câmara dos Deputados aprovou a redução da maioridade penal, o que poderá ser a mais drástica alteração nas políticas voltadas
para crianças e adolescentes na contemporaneidade.
Um dos pontos mais criticados do ECA é a questão de como tratar o ato
infracional praticado por menores. A maioridade penal é a idade mínima para uma pessoa ser julgada como adulto. No Brasil, essa idade é 18 anos. Se menores
cometerem atos ilegais, a legislação que julga e decide a punição é o Estatuto, que possui artigos que se dedicam ao ato infracional.
A alteração dos limites da maioridade penal não é nova no Brasil. Desde o fim do século 19, o país teve, pelo menos, três mudanças oficiais da idade mínima penal. A
primeira delas surge do Primeiro Código Penal da República, que permite a responsabilização criminal de crianças entre 9 anos e 14 anos desde que passassem
por uma avaliação psicológica para saber se “pensavam ou não” como adulto. Em
71
1927, o 1º Código de Menores muda a idade mínima para 18 anos, proíbe a "Roda
dos Expostos" e cria a "escola de preservação para deliquentes" e a "escola de reforma para o abandonado". Depois, em 1932, o governo provisório de Getúlio
Vargas faz uma reforma geral no 1º Código Penal da República para afirmar que a
maioridade penal seria de 14 anos.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reforça que a responsabilidade de
proteção integral das crianças e adolescentes até os 18 anos são da sociedade e do Estado. A lei prevê que a menor idade de responsabilidade criminal é 12 anos. Entre
12 e 18 anos, estes jovens infratores devem ser atendidos por um sistema de justiça juvenil e com medidas socioeducativas que podem incluir internação em instituição
para adolescentes. A pena máxima é de três anos.
Há quem considere a lei branda demais para punir adolescentes que comentem
crimes ou infrações. Isso vem motivando um debate acalorado sobre a questão da redução da maioridade penal.
Defensores do ECA afirmam que o crime deve ser punido, mas é preciso considerar as diferenças no desenvolvimento físico e psicológico nos adolescentes em
relação aos adultos. Para críticos, o Estado não é eficaz em recuperar o menor, e o ECA seria um instrumento que garantiria a impunidade em relação aos adolescentes
em conflito com a lei.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância da Lei 8.429
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e a mais provável.
Incerteza crítica:Redução da maioridade penal, até 2030. Otimista Mais
provável Hipóteses:
A A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos, somente para crimes hediondos.
B A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para 16 anos,para todos os tipos de crime.
C Não haverá alterações na atual legislação.
D Haverá mudanças no ECA, agravando a medida socioeducativa de internação, com manutenção da imputabilidade penal aos 18 anos.
E A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para menos de16 anos, somente para crimes hediondos.
F A PEC estará aprovada, com redução da maioridade penal para menos de16 anos,para todos os tipos de crime.
72
3. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI 8.429 / 1992)
Em 1992 foi sancionada a Lei 8.429 que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá
outras providências. A existência da Lei não importou na extinção da corrupção na
esfera pública do Brasil, mas a norma veio garantir que o exercício de cargo/função
pública pelo agente público, seja realizado em prol do Povo, detentor do Poder, e na
visão republicana da coisa pública.
Em 2013 o Brasil presenciou a maior mobilização popular, esta que teve com
objetivo mostrar a forca da sociedade brasileira pela não aprovação da PEC 37 que
daria exclusividade às Polícias Civil e Federal na investigação criminal, inviabilizando a
atuação do Ministério Público.
Em março de 2014 foi deflagrada pela Polícia Federal maior investigação sobre
corrupção conduzida até hoje no Brasil. Ela começou investigando uma rede de
doleiros que atuavam em vários Estados e descobriu a existência de um vasto
esquema de corrupção na Petrobras, envolvendo políticos de vários partidos e as
maiores empreiteiras do país. Hoje o Brasil ocupa 76º lugar na percepção da
corrupção no Ranking Mundial de Corrupção. Em comparação aos países que figuram
nas primeiras posições no combate a corrupção o Brasil caminha a passos lentos, a
Dinamarca, por exemplo, tem sua transparência ampla e confiança da social. No
Estado do Maranhão os caos de maior repercussão a respeito da improbidade
administrativa foram nas Cidades de Anajatuba, Bacuri e Bom Jardim. No ano de
2015 o Ministério Público do Estado do Maranhão ajuizou 1.086 ações de
improbidade.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância da Lei 8.429
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
73
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e a mais provável.
Incerteza crítica:Percentual de condenação de gestores, em segunda
instância, até 2030.
Otimista Mais
provável
Hipóteses:
A Em relação a 2015, aumentará entre 16% e 30%.
B Em relação a 2015, aumentará em até 15%.
C Em relação a 2015, não haverá alteração.
D Em relação a 2015, diminuirá em até 10%.
E Em relação a 2015, diminuirá em mais de 10%.
F Em relação a 2015, aumentará em mais de 30%.
74
4. TERCEIRIZAÇÃO
A discussão foi fomentada a partir da aprovação pela Câmara de Deputados do
Projeto de Lei 4.330/04, que dispõe sobre os contratos de terceirização e as relações
de trabalho deles decorrentes, atualmente aguardando apreciação pelo Senado
Federal, pelo que podemos destacar dois pontos polêmicos a serem debatidos: o da
precarização das relações de trabalho e o da possibilidade de terceirização da
atividade-fim, o que direciona nosso recorte de cunho teórico, uma vez que cabe o
destaque que a legislação citada não atingirá de qualquer maneira o Ministério
Público, a priori, estando inclusive em debate atualmente a exclusão total do Setor
Público dessa lei específica, mas que serve o embate para fomentar a análise do
nosso cenário interno, como passaremos a nos deter a seguir.
Atualmente, é a Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que
determina que a terceirização no Brasil só deve ser dirigida a atividades-meio. Essa
súmula, que serve de base para decisões de juízes da área trabalhista, menciona os
serviços de vigilância, conservação e limpeza, bem como “serviços especializados
ligados à atividade-meio do tomador”, “desde que inexistente a pessoalidade e a
subordinação direta” do funcionário terceirizado com a empresa contratante4.
No âmbito do MPMA não ocorre terceirização propriamente dita, calcado na
Instrução Normativa 02/2008 se faz uma locação de mão de obra, o que permite a
contratação de empresas prestadoras de serviço para desenvolverem atividades que
não estão contempladas na descrição dos cargos existentes no quadro funcional, a
exemplo do que temos hoje nos serviços gerais e motoristas – atendendo assim à Lei
de Responsabilidade Fiscal, uma vez que não se enquadra como despesa com
pessoal. Assim, a situação atual denota uma possibilidade de replicação desses
moldes para as atividades de apoio administrativo ou técnico especializado, em uma
perspectiva de futuro, desde que ocorra a extinção de cargos ou a restrição das
atividades desses cargos, mesmo que não haja um permissivo legal autorizando a
Administração Pública a fazer a terceirização propriamente dita.
Como ganho, essa “terceirização” poderia remontar como uma ferramenta para
desinchar a máquina pública, especialmente nos cargos que não necessariamente
atuam na atividade-fim do Ministério Público — atividades de apoio administrativo,
por exemplo — e também como forma de fortalecer os demais cargos — analistas,
ilustrativamente — o que poderia ter um impacto positivo no atendimento das
demandas, de forma qualitativa e uma redução considerável na despesa com pessoal.
No entanto, um desvirtuamento dessas intenções pode levar a uma massificação
da extinção de cargos técnicos de maneira desassistida, levando à precarização das
relações de trabalho, com impacto direto na qualidade de vida dos novos
trabalhadores e, consequentemente, reflexos em sua atuação profissional junto à
4 http://g1.globo.com/concursos-e-emprego/noticia/2015/04/entenda-o-projeto-de-lei-da-terceirizacao.html
75
instituição. Outro fator a destacar é a diminuição de vagas a serem ofertadas por
concurso público. A seleção de pessoal, portanto, passa a ser responsabilidade da
prestadora de serviço contratada, sem garantias de que o acesso aos cargos será de
forma impessoal. Analiticamente, ambas as situações podem se remontar como uma
perda no trato das demandas e na própria produtividade perante a sociedade.
Assim, considerando especialmente o sobredito no parágrafo anterior, que há
que se atentar para os riscos atinentes a uma remota possibilidade que a
terceirização venha a atingir postos de trabalho da atividade-fim do Ministério Público,
pelo que inevitável indagar caso isso ocorresse se a autonomia da instituição poderia
ser mantida e se as demandas seriam tratadas com a lisura e cuidados necessários,
sem influência externa, ou necessidade de 'justificar' a permanência no quadro
funcional do Ministério Público com atuação atrelada a favoritismos e atendimento a
interesses individuais, o que o concurso público de alguma forma consegue mitigar
que aconteça, dada a impessoalidade que deve subsistir em sua realização.
A Terceirização no âmbito do Serviço Público pode enxugar a máquina pública e
aumentar a produtividade. Por outro lado, por vias transversas, pode vir a colaborar
para que o gestor público eleve gastos com pessoal sem ferir a Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), causando prejuízos ao erário.
Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e a mais provável.
Incerteza crítica:Terceirização no âmbito do serviço público, até 2030.
Otimista Mais provável
Hipóteses:
A
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas não só às atividades-meio como também à atividade-fim.
B A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange somente a administração pública indireta.
C Permanece a situação atual, com a interpretação dada pela súmula do TST.
D
A nova “Lei das Terceirizações” será aprovada, regulamentada e abrange a administração pública direta e indireta, e permite contratações relativas somente às atividades-meio.
76
5. NOVAS FORMAS DE TRABALHO
As relações de trabalho vêm sofrendo modificações ao longo do tempo,
principalmente pela evolução da tecnologia. Algumas profissões surgiram, outras
foram extintas e outras ainda, estão sendo transformadas pelo seu uso, surgindo a
cada dia novas maneiras de estruturar e desenvolver o trabalho, redefinindo a
maneira como algumas profissões funcionam5.
Nos anos 70, um físico que trabalhava para a NASA, Jack Nilles, inventou os
conceitos de teleworking e telecommuting, que buscavam a otimização de recursos
não renováveis nos anos da crise do petróleo, utilizando o trabalho e a comunicação à
distância. Sua teoria partia da ideia de "levar o trabalho ao trabalhador e não o
trabalhador ao trabalho" e foi aplicada pela primeira vez em Los Angeles, mas
naquele momento a tecnologia ainda não estava suficientemente desenvolvida para o
teletrabalho, somente com a chegada do século XXI e a expansão da internet deu-se
a situação perfeita para a reformulação de suas teorias6.
Em maio de 2011, realizou-se o I Seminário de Teletrabalho na Cidade de São
Paulo, no qual órgãos da Prefeitura e da Federação das Indústrias de São Paulo
(FIESP) discutiram o teletrabalho e a empregabilidade de pessoas com deficiência
física ou mental. No Congresso Nacional tramitam projetos de lei sobre o tema, sendo
que além de disciplinarem a matéria, um deles prevê uma reserva de 20% dos postos
de trabalho na modalidade em domicílio ou teletrabalho aos portadores de deficiência.
Alguns autores, definem teletrabalho como uma atividade desenvolvida total ou
parcialmente em locais distantes da sede principal da empresa através de uso das
tecnologias da informação e/ou comunicação7.
Há que se considerar as vantagens do teletrabalho, que do ponto de vista do
empregador, é visto como forma de redução de custos e aumento da produtividade,
com a economia de espaço, de energia, intervalos de jornada, aumento da
produtividade, surgimento de novos produtos, internacionalização e descentralização
da produção.
Do ponto de vista do empregado, pode representar uma maior disponibilidade de
tempo para os seus familiares, racionalização das suas atividades profissionais, como
também uma forma de redução de gastos com transporte, alimentação e perda de
tempo nos seus deslocamentos, além da inclusão de trabalhadores portadores de
deficiências físicas ou mentais.
Por outro lado, o teletrabalho pode representar um perigo considerável quanto à
segurança de dados. Não é possível ao empregador resguardar quem terá acesso ao 5Disponível em: http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=775 acesso em 05/02/2016 – 12:24h. 6Disponível em:
http://brasil.planetasaber.com/theworld/monographics/seccions/people/default2.asp?pk=2653&art=43&pag=0 acesso em 11/02/2016 – 11:42 7Disponível em: http://ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11504 acesso em
77
monitor que esteja no local onde está situado o trabalhador. Isto poderá representar
um acesso não autorizado aos segredos técnicos, comerciais e industriais do
empregador.
Para o empregado, pode implicar na redução de direitos trabalhistas, com a
existência de relações autônomas ou de relações precárias de trabalho e sua
informalização, com a ampliação dos obstáculos para aplicação e fiscalização da
legislação trabalhista e de acordos e convenções coletivas de trabalho e ainda uma
confusão das despesas do lar com as despesas para a realização do trabalho, além
dos problemas de meio ambiente inadequado para o trabalho, com prejuízos à saúde
do trabalhador.
Do ponto de vista profissional, poderá reduzir a troca de informações e
experiências entre colegas de trabalho, com prejuízo de novas oportunidades
profissionais.
O trabalho à distância não pode ser confundido com o regime de sobreaviso.
Ainda que o empregado tenha acesso constante às informações de seu trabalho, no
caso do acesso móvel ao e-mail, não significa que está à disposição do empregador8.
No setor público o teletrabalho já se tornou realidade em alguns órgãos como o
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que desde 28 de maio de 2013 já
regulamenta o teletrabalho no âmbito da Justiça Federal de 1º e 2 º Graus da 4ª
Região, e o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, a Resolução 12 de
07 de agosto de 2015, regulamentando o teletrabalho, determinando-o como
facultativo, a critério do Gestor da Unidade, estabelecendo ainda que as metas de
desempenho do servidor em regime de teletrabalho serão, no mínimo, 15%
superiores às estipuladas para os servidores que executarem as mesmas atividades
nas dependências do Tribunal, sendo o limite máximo de servidores em teletrabalho,
por unidade, de 30% da respectiva lotação9.
Tramita no Supremo Tribunal Federal um projeto piloto, no qual o servidor
selecionado poderá fazer a experiência por até um ano, desde que fique responsável
por “providenciar as estruturas física e tecnológica necessárias”, e deverá atingir
produtividade no mínimo 15% superior à prevista para servidores que executarem as
mesmas atividades no modo presencial10.
O TST adotou a prática em 2012 e os TJ de São Paulo e Santa Catarina em 2015,
o Conselho Superior da Justiça do Trabalho aprovou a medida nos tribunais regionais
do trabalho e das varas.
A proposta da nova Lei Orgânica da Magistratura Nacional tenta incluir o
teletrabalho como prática em todo o Judiciário do país, O Conselho Nacional de
Justiça também estuda regulamentar a prática.
8 Disponível em: http://www.tst.jus.br/web/guest/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/id/2415116 acesso em. 9 Disponível em: http://www.conjur.com.br/2016-fev-10/supremo-passa-permitir-servidores-trabalhem-distanciaacesso em 11/02/2016 – 11:09 10 Disponível em: http://www2.trf4.jus.br/trf4/upload/editor/svr_resolucao-92-2013---teletrabalho.pdf acesso em 11/02/2016 – 11:09
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Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e
a mais provável.
Incerteza crítica:Regulamentação do teletrabalho, até 2030, junto aos sistemas do Judiciário e do Ministério Público.
Otimista Mais provável
Hipóteses:
A Permanecerá a situação atual, de indefinições, com algumas iniciativas isoladas.
B A regulamentação estará aprovada pelo STF, mas ainda não disseminada pelos órgãos do sistema MP.
C A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, permitindo no máximo 30% da respectiva lotação, por unidade, pelos órgãos do sistema MP.
D A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, incentivando o teletrabalho, sem restrições, pelos órgãos do sistema MP.
E
A regulamentação estará aprovada pelo STF e pelo CNMP, limitando o teletrabalho, no âmbito do sistema MP, às pessoas com algum tipo de restrição de mobilidade, permanente ou temporária.
79
6. SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE
O Sistema Único de Saúde (SUS), criado pela Constituição Federal de 1988 e
regulamentado, dois anos mais tarde, pelas Leis nº 8.080/90 e 8.142/90, é
constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e
instituições públicas federais, estaduais e municipais e, de forma complementar, pela
iniciativa privada que se vincule ao Sistema.
A saúde é prevista pela CF/88 como um direito de todos, cabendo ao Estado
garanti-la, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doenças, promovendo o acesso às ações dos serviços de forma universal e igualitária
(art. 196, CRFB/1988).
Cumpre ressaltar que a Constituição da República de 1988 também prevê que a
assistência à saúde é livre à iniciativa privada (art. 199, CRFB/88), que pode atuar de
forma complementar ou suplementar, sendo que a primeira compreende a prestação
de ações e serviços de saúde da iniciativa privada de forma complementar ao SUS,
segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, enquanto
a segunda é composta pelos serviços privados de saúde prestados pelos planos e
seguros de saúde11.
No entanto, a relação da saúde suplementar e da saúde complementar com o
Sistema de Único de Saúde caracteriza-se como “uma relação de complementaridade
invertida, em que o sistema público funciona como um suporte assemelhado a um
resseguro para as lacunas na assistência oferecida pelos planos de saúde”12.
Ocorre que a distância que se verifica entre o Sistema Único de Saúde, previsto
na CF/88, que garante a efetividade do direito à saúde para todos e a realidade de
não atendimento das demandas de saúde é fonte de insatisfação popular.
O Estado do Maranhão possui 24,89% de sua população em estado de extrema
pobreza (2010); 870.720 das famílias maranhenses são beneficiárias do Programa
Bolsa Família com perfil saúde, destas na 1ª vigência de 2015 foram acompanhadas
666.128 famílias pela Atenção Básica com 76,50%; a cobertura da Atenção Básica é
de 83,12 %; a cobertura de Saúde Bucal é de 59,02%, sendo que se for considerada
somente a Estratégia Saúde da Família tem-se uma cobertura de 63,37%; 155
municípios possuem Núcleo(s) de Apoio à Saúde da Família; 210 municípios possuem
Equipe(s) de Saúde Bucal; 26 municípios possuem Centro(s) de Especialidades
Odontológicas (CEO); 22 municípios possuem Equipe(s) de Atenção Domiciliar; 17
municípios já aderiram ao Programa Saúde na Escola; existem 02 (duas) equipes de
Consultório de Rua credenciadas e implantadas no Maranhão, nos municípios de
11BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Saúde suplementar. Brasília: CONASS, 2007. 12SESTELO, José Antonio de Freitas; SOUZA, Luis Eugenio Portela Fernandes de; BAHIA, Lígia. Saúde suplementar no Brasil: abordagens sobre a articulação público/privada na assistência à saúde. Cadernos de Saúde Pública, Maio 2013, v. 29, n. 5, p. 851-866.
80
Imperatriz e São Luís; e, existem 2.408 Unidades Básicas de Saúde cadastradas no
Sistema de Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde13.
Com relação aos leitos, existem apenas 13.735 leitos de internação no
Maranhão, sendo 12.070 do SUS; 1.047 leitos complementares, sendo 766 do SUS;
574 leitos de repouso e observação, sendo 112 pediátricos; 552 leitos de obstetrícia e
neonatologia pré-parto; 86 leitos de obstetrícia e neonatologia - “pré-nato normal”;
35 leitos de obstetrícia e neonatologia para recém-nascido patológico; 931 para
recém-nascidos14.
Ademais, apresentam-se como desafios para garantir a efetividade do direito à
saúde no Maranhão: a) o subfinanciamento público da saúde; b) a dificuldade na
implantação/atualização dos instrumentos de gestão disponíveis; c) a não
disponibilização dos perfis mínimos de cada uma das Macrorregiões de Saúde,
Regiões de Saúde e Porta de Entrada do Estado do Maranhão com as ações e serviços
de saúde que devem ser disponibilizados aos usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS), d) a precariedade da rede física; e) a dificuldade na capacitação, formação e
contratação de recursos humanos; f) a insuficiência de leitos e de medicamentos; g)
a insuficiência de qualificação técnica de alguns gestores; h) as irregularidades na
aplicação dos recursos do SUS; dentre outros.
Segundo o IBGE, 27,9% das pessoas, em média, têm algum tipo de plano de
saúde, no Brasil, mas esse percentual varia muito, conforme a região. Enquanto que
no Sudeste, por exemplo, essa taxa é de 36,9%, no Nordeste cai para 15,5%. No
Maranhão, apenas 7,48% da população detém plano de saúde (setembro/2015)15;
Pessoas (%) com algum tipo de plano de saúde.
Fonte: IBGE, in O Globo: http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/quase-30-dos-brasileiros-tem-plano-de-saude-diz-nova-pesquisa-do-ibge-16325726.
13Nota Técnica do Departamento de Atenção Básica/SAS/Ministério da Saúde. Disponível em:
http://dab2.saude.gov.br/sistemas/notatecnica/frmListaMunic.php. 14http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?cnes/cnv/leiintma.def. 15Nota Técnica do Departamento de Atenção Básica/SAS/Ministério da Saúde. Disponível em:
http://dab2.saude.gov.br/sistemas/notatecnica/frmListaMunic.php
81
Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e
a mais provável.
Incerteza crítica:Abrangência do Sistema de Saúde Suplementar, no Maranhão, até 2030.
Otimista Mais provável
Hipóteses:
A Permanece a situação atual, ou seja, cerca de 8% da população terá Plano de Saúde.
B Haverá redução da população que tem Plano de Saúde.
C Haverá pequena ampliação, com cerca de 10% da população tendo Plano de Saúde.
D Haverá ampliação, equivalendo à média da Região NE, hoje com cerca de 15% da população tendo Plano de Saúde.
E Haverá significativa ampliação, equivalendo à média brasileira, hoje com cerca 28% da população tendo Plano de Saúde.
Incerteza crítica:Financiamento do Sistema Único de Saúde, no Maranhão, até 2030.
Otimista Mais provável
Hipóteses:
A
Não haverá alteração ou haverá ampliação apenas residual no financiamento para a saúde pública e a capacidade institucional do Estado para conduzir as políticas públicas de saúde apresentará persistência de fragilidades.
B Haverá ampliação substancial no financiamento para a saúde pública, reduzindo as fragilidadesdo Estado para conduzir as políticas públicas de saúde.
C Haverá redução no financiamento para a saúde pública, agravando as fragilidadesdo Estado para conduzir as políticas públicas de saúde.
82
7. CAPTAÇÃO DE RECURSOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS
O atual cenário adverso da economia brasileira está relacionado não apenas à
crise econômica mundial, sendo também consequência direta do desequilíbrio fiscal
das contas públicas, cujos efeitos começaram a ser percebidos de maneira mais
específica e acentuada já no exercício de 2014, o que se agravou no exercício de
2015, muito principalmente pela queda nos preços das comoditties, como petróleo,
minério de ferro, produtos agrícolas, dentre outras, assim como em função da
desaceleração do crescimento econômico verificado em alguns países da Euro-Ásia,
notadamente da China. Indiscutivelmente, a atual crise econômica brasileira se
exacerbou ainda mais pela instalação da crise política no país, interferindo, assim, nas
expectativas dos agentes econômicos, de modo que não há como se vislumbrar com
clareza quando a economia brasileira dará sinais de recuperação e superação de tal
contexto nefasto.
Afora o recuo já esperado no Produto Interno Bruto – PIB do ano de 2015, as
previsões, inclusive do Fundo Monetário Internacional – FMI e do próprio governo,
apontam para um desempenho ainda pior no nível de atividade da economia no ano
de 2016, o que, por corolário, resultará indubitavelmente na retração do PIB, redução
das contratações, elevação da taxa de desemprego e menor arrecadação tributária.
Todo esse contexto adverso (maior restrição de recursos orçamentários, escalada
da inflação, elevação de taxas de juros, ajuste fiscal e contingenciamento de
despesas) traz consigo a necessidade premente de readequação dos dispêndios de
todas as esferas governamentais, no que se inclui o Estado do Maranhão e, dada a
dependência das transferências do Tesouro Estadual, também o Ministério Público do
Estado do Maranhão. Outrossim, não se pode olvidar que tal situação tem como
agravante as crescentes demandas da sociedade por bens e serviços ofertados pelo
poder público.
Cabe aclarar que os efeitos adversos do atual cenário econômico para alguns
estados, a exemplo do Maranhão, não se operam tão somente na órbita da redução
das receitas advindas da arrecadação de tributos de sua competência, dado que
também são afetados pelo decréscimo da arrecadação da União, haja vista a
dependência das transferências constitucionais (FPE, FUNDEB, SUS, entre outros)
para execução de seus programas.
Destarte, para além da exigência de que a atuação de todo e qualquer órgão
público se faça de forma mais eficiente, eficaz e efetiva, há que se buscar outras
alternativas que possibilitem a complementação dos recursos necessários para
manutenção, e mesmo ampliação, dos serviços ofertados pelo Ministério Público do
Estado do Maranhão, o que, por certo, pode ser alcançado a partir da captação de
recursos extra orçamentários por meio de parcerias nos setores público e privado,
bem como com entidades de fomento, emendas de bancadas na representação
83
política no Congresso Nacional, assim como pela percepção de recursos oriundos,
dentre outros, do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, do Fundo dos Direitos
Difusos, bem como sobre as atividades notariais.
A busca de alternativas para incrementar o orçamento do Ministério Público do
Maranhão, por meio da captação de recursos extra orçamentários, permitirá, por
certo, a execução de projetos, como melhorias de promotorias, construções,
reformas, capacitação de pessoal etc.
Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e
a mais provável:
Incerteza crítica:Acesso aos recursos extra orçamentáriosoriundos da
participação na arrecadação das atividades notariais, bem como dos
recursos do Fundo de Reconstituição de Bens Lesados, em fase de criação,
(FRBL), até 2030.
Otimista Mais
provável
Hipóteses:
A Permanecerá a situação atual, em que não há acesso à arrecadação das
atividades notariais e ao FRBL.
B Haverá acesso somente ao FRBL
C Haverá acesso tão somente aos recursos oriundos da arrecadação das
atividades notariais.
D Serão acessados recursos oriundos tanto da arrecadação das atividades
notariais quanto do FRBL.
URLS CONSULTADOS ACESSO
EM: http://www.ipeadata.gov.br/ 12/02/2016
http://br.advfn.com/indicadores/pib/brasil/2015 12/02/2016
http://economia.uol.com.br/cotacoes/indices-economicos/ 12/02/2016
http://www.valor.com.br/valor-data/indices-macroeconomicos/atividade-economica 15/02/2016
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/02/1740182-setor-interno-sentira-queda-de-53-do-pib.shtml 17/02/2016
84
8. ALTERAÇÕES NA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL (LRF)
Um dos avanços mais significativos da legislação brasileira, no âmbito do
controle dos gastos públicos, foi a promulgação, em 04 de maio de 2000, da Lei
Complementar nº. 101, amplamente conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal –
LRF, por meio da qual foram estabelecidas “normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal”, cujo foco centrou-se principalmente no
planejamento e transparência, consubstanciando-se, assim, como um divisor de
águas na gestão dos recursos públicos.
Por certo, as exigências impostas pela LRF trouxeram consigo a necessidade de
readequação das finanças públicas de todos os órgãos e entes públicos,
principalmente por conta das questões atinentes à despesa pública e, em especial, às
despesas com pessoal, as quais são, via de regra, o principal dispêndio da
Administração Pública, a exemplo mesmo do Ministério Público do Estado do
Maranhão, que no ano de 2015 gastou R$ 285.156.522,00 com Pessoal e Encargos,
correspondente a aproximadamente 72% do orçamento total, que foi de R$
397.381.255,59.
Atualmente, o limite para gasto com pessoal imposto pela LRF, na esfera
estadual, é de 60% da Receita Corrente Líquida. Desses 60%, 3% são para o Poder
Legislativo/Tribunal de Contas, 6% para o Poder Judiciário, 2% para o Ministério
Público e 49% para o Poder Executivo.
Desta feita, há de se convir que os ministérios públicos, dada a estrutura e a
relevância institucionais não tão distanciadas das do Poder Judiciário, foram direta e
indiscutivelmente afetados pelas limitações impostas pelo regramento em tela, o que
vem se agravando pelas crescentes demandas da sociedade, ainda mais pela
necessidade de ampliação e aperfeiçoamento de sua atuação em áreas complexas e
específicas, como Meio Ambiente, Infância e Juventude, Probidade Administrativa,
Direitos Humanos, dentre outros.
Importa trazer à baila que atualmente já existem mais de 267 projetos com
vistas a alteração da referida lei, a grande maioria relativa a gastos com a folha de
pagamento. Porém, mesmo que os todos os ministérios públicos estaduais se unam
pelas vias legais e cabíveis na busca de um limite mais favorável, a possibilidade
dessas propostas serem aprovadas é bastante remota, já que essa medida inclui
diminuir percentual de outro órgão (mais provavelmente do Poder Judiciário), ou
aumentar o limite total de 60%.
Nada obstante, há que se considerar que, dentre os projetos em tramitação para
alteração na LRF, existem propostas que podem levar à fragilização de tal normativo,
principalmente dos dispositivos que estabelecem regras para o endividamento
público, concessão de incentivos fiscais e mesmo os que disciplinam as despesas com
pessoal, o que possibilitaria um descontrole na gestão dos recursos públicos,
85
retroagindo ao período em que eram adotadas práticas contrárias à gestão
responsável das finanças públicas.
Meramente para fins de exemplo, cabe o relato de que, no exercício de 2014, a
Comissão de Educação do Senado aprovou o Projeto de Lei nº. 14/2013, o qual tem a
finalidade de excluir dos limites de gastos com pessoal, em todas as esferas de
governo, as despesas com pagamento do piso salarial dos professores que venham
de transferências do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).
Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o MPMA?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, no quadro a seguir, a hipótese que você considera a mais otimista (sem
ser utópica) e a que você considera mais provável.
Incerteza crítica:Alterações na Lei de Responsabilidade Fiscal, até 2030. Otimista Mais
provável Hipóteses:
A Não haverá alteração substantiva do texto vigente, tanto no que toca aos limites para gastos com pessoal, quanto em relação ao controle dos gastos públicos.
B Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com abrandamento das regras de controle dos gastos públicos.
C Os limites para gastos com pessoal permanecerão os mesmos, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
D Os limites para gastos com pessoal aumentarão, com abrandamento das regras de controle dos gastos públicos.
E Os limites para gastos com pessoal aumentarão, com recrudescimento das regras de controle dos gastos públicos.
URLS CONSULTADOS ACESSO
EM: http://noticias.r7.com/educacao/mudanca-na-lei-de-responsabilidade-fiscal-pode-viabilizar-piso-nacional-de-professores-27112014
17/02/2016
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/governo-altera-lei-de-responsabilidade-fiscal 17/02/2016
http://www.gazetadopovo.com.br/vida-publica/mudancas-fragilizam-a-lrf-dizem-especialistas-beylcsvdwiiy3zfui2xeo7ham
17/02/2016
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2015/05/18/interna_politica,648566/no-limite-da-responsabilidade.shtml
18/02/2016
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lei_de_Responsabilidade_Fiscal 18/02/2016
http://www.mpma.mp.br/arquivos/transparencia/arquivos/4659_detalhamento_das_despesas.pdf 19/02/2016
86
9. PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO
O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pela Lei n. 13.005/2014,
apresenta-se sob uma estrutura de diretrizes, metas e estratégias. Dentre as
diretrizes, encontra-se o estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos
em educação como proporção do Produto Interno Bruto – PIB, que assegure
atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equidade (art.
2º, VIII).
Nesse quadrante, o PNE possui como meta ampliar o investimento
governamental em educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7%
(sete por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência da
Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do decênio
(meta de n. 20).
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE)16, o Brasil gasta em média cerca de 4,7% do PIB em educação, estando
entre os três primeiros países nesse quesito, dentre mais de trinta analisados. Em
números atuais, segundo o governo brasileiro, é destinado cerca de 360 bilhões de
reais para a educação em nosso país17. A crise econômica e o programa de controle
dos gastos públicos ameaçam a continuidade dessa expansão.
Na medida em que aumentam os investimentos, a corrupção aumenta em
proporções alarmantes. Relatório da CGU aponta desvios de recursos do FUNDEB em
cerca de 59% dos entes fiscalizados18. Segundo o Procurador da República e
coordenador da força tarefa do Ministério Público na operação Lava Jato,
DeltanDallagnol, a corrupção desvia por ano cerca de 200 bilhões de reais no
Brasil19. Em matéria de educação, os principais focos de desvio ocorrem no PNAE
(Programa Nacional da Alimentação Escolar) e PNATE (Programa Nacional do
Transporte Escolar), o que tem motivado a conjugação de esforços entre os diversos
órgãos gestores e fiscalizadores no sentido de formarem forças tarefas, objetivando a
atuação conjunta, para combater os desvios nessas áreas.
O Brasil ocupa a 76ª posição no ranking sobre a percepção da corrupção no
mundo, segundo dados publicados em janeiro/2016 pela Organização Transparência
Internacional, que analisa 168 países. Teve a maior queda de um ano para outro
entre todos os países analisados. Fato em grande parte devido ao escândalo da
16http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/11/brasil-investe-mais-em-educacao-diz-ocde-mas-abandono-ainda-e-alto.html 17 Segundo dados do governo, o Brasil estaria gastando 6,6% do PIB em educação. O que em números atuais equivaleria a cerca
de 360 bilhões de reais. Matéria pode ser encontrada no sítio <http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/04/1612236-gasto-
publico-em-ensino-atinge-66-do-pib-mas-crise-ameaca-expansao.shtml> 18 Dados publicados no ano de 2013 no sítio < http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/07/31/relatorio-da-cgu-aponta-desvio-de-
recursos-do-fundeb-em-59-das-cidades.htm>. 19<http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/corrupcao-desvia-r-200-bi-por-ano-no-brasil-diz-coordenador-da-lava-
jato/>
87
Petrobras, que se encontra na 2ª colocação entre maiores escândalos de corrupção do
mundo, segundo votação internacional.
O cumprimento das metas na área educacional reclama um olhar atento,
preventivo, dos órgãos fiscalizadores, sob pena de tornar-se letra vazia em face do
recorrente desvio de verbas, num país cada vez mais distante daqueles considerados
mais transparentes e menos corruptos do mundo.
Qual o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum
Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião qual a importância desse tema para o aumento dos investimentos em
educação no Brasil?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, no quadro a seguir, a hipótese que você considera a mais otimista (sem ser
utópica) e a que você considera mais provável.
Incerteza crítica: Cumprimento da meta de investimento na educação
tendo por base a proporção do PIB e grau de desvios públicos
decorrentes da corrupção, até 2030.
Otimista Mais
provável
Hipóteses:
A O Brasil atingirá a meta de 10% do PIB com investimentos em
educação e os desvios de recursos continuarão crescendo.
B O Brasil atingirá a meta de 10% do PIB com investimentos em
educação e os desvios de recursos diminuirão.
C O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os
desvios de recursos públicos continuarão crescendo.
D O Brasil não atingirá a meta de 10% do PIB em educação e os
desvios diminuirão.
E O Brasil manterá os níveis de investimento nos patamares atuais, com
a mesma proporção de desvios dos recursos públicos
88
10. EMPREGO X DESEMPREGO
O mercado de trabalho no Brasil vem se desenvolvendo principalmente sob três
elementos: a transformação desigual da estrutura produtiva, o processo de
urbanização e a qualificação das pessoas.
Considerando-se a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), desenvolvida pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) com dados do mercado de trabalho de
2003 a 2015, a população ocupada no total das seis regiões pesquisadas em 2015
(Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre) foi
estimada em 23.342 mil pessoas (média de janeiro a dezembro), sendo registrado
um contingente médio de aproximadamente 1.710 mil pessoas desocupadas, 42,5%
superior à média de 2014 (1.200 mil pessoas). Além de ser o maior crescimento
anual da série, a elevação em 2015 interrompeu a trajetória de redução da população
desocupada, iniciada em 2010. A taxa de desocupação foi estimada, em dezembro de
2015, em 6,9%. Essa taxa foi a maior taxa já registrada para um mês de dezembro
desde 2007 (7,4%). Fatores como estagnação da economia e aumento da inflação no
Brasil e a desaceleração da economia mundial podem agravar a taxa de desemprego.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2016/02/desemprego-fica-em-9-no-trimestre-ate-
novembro-diz-ibge.html
No trimestre que terminou em novembro de 2105, o desemprego, no Brasil, ficou
em 9%. Segundo o IBGE, em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (Pnad Contínua), essa taxa é a maior para o período desde 2012, início da
série histórica. E analistas afirmam que a tendência é de agravamento, tendo em
vista o panorama da atual crise político-econômica vivida pelo País.
89
O desemprego causa prejuízo ao crescimento econômico dos países, o que inclui
queda na arrecadação de impostos, maior gasto com serviços sociais e o risco de
instabilidade reduz também a competitividade e a atração de investidores. E isso se
alastra mundialmente.
O desemprego pode desencadear ainda distúrbios físicos e mentais ao
trabalhador, aumento da pressão sobre os serviços de saúde pública; crescimento da
violência e do crime; tensão social, etc.
Fontes:
Principais destaques da evolução do mercado de trabalho nas regiões
metropolitanas abrangidas pela pesquisa. Disponível
em:www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/retrospectiva2003_2015.pdf.
World Employmentand Social Outlook – Trends 2016 (Emprego no Mundo e Perspectiva Social –
Tendências 2016). Disponível em http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-01/oit-preve-que-o-
mundo-tera-34-milhoes-de-desempregados-mais-ate-2017.
Projeção para 2030 prevê falta de mão de obra no mundo. Disponível em:
http://monitoreducacaocorporativa.org.br/projecao-para-2030-preve-falta-de-mao-de-obra-mundo/
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum
Pouco
Médio
Bom
Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o agravamento dos problemas sociais?
Praticamente
nenhum
Pouco
Médio
Bom
Muito bom
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e
a mais provável.
Incerteza crítica: O nível de emprego formal no Brasil, até 2030. Otimista Mais
provável Hipóteses:
A O desemprego formal permaneceráestável, ao longo do período, entre
8% e 10% (situação atual).
B O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando,
chegando a algo em torno de 5% em 2030.
C O desemprego formal oscilará, aumentando e depois declinando,
chegando a uma situação próxima da atual (9%), em 2030.
D O desemprego formal aumentará gradativamente, chegando mais a de
15% em 2030.
E O desemprego formal declinará gradativamente, chegando a algo em
torno de 5% em 2030.
90
11. EXPANSÃO DOS ÓRGÃOS ESTADUAIS DE FISCALIZAÇÃO DO
MARANHÃO
Nota-se, principalmente a partir do ano de 2010, uma vertiginosa expansão na
atuação de diversos órgãos fiscalizadores ligados ao governo do estado do Maranhão.
Tal avanço tem sido possível mediante sucessivos incrementos financeiros destinados
a esses setores.
Com mais recursos orçamentários, na contramão do que acontece com a nação,
o governo do Maranhão, através das suas secretarias estaduais e órgãos de
fiscalização, vem investindo massivamente em tecnologia da informação para ampliar
os atendimentos aos cidadãos e tornar cada vez mais transparentes os processos e
prestações de conta dos gestores de recursos públicos como é o caso do TCE/MA.
Pode-se citar ainda, como exemplo na área da segurança pública, a recente
admissão de policiais civis, militares e bombeiros militares através de concursos
públicos, sendo que a maioria destes profissionais foram destinados às cidades do
interior do estado do Maranhão. Aliás, além do investimento em TI, a interiorização
dos órgãos tem sido a estratégia adotada pelo governo do estado para tornar cada
vez mais acessíveis os serviços prestados pelo setor público à população mais
carente.
A Defensoria Pública Estadual (DPE), por exemplo, tem como meta até 2022
como prevê a Emenda Constitucional 80, a presença em todos os 217 municípios
maranhenses. Atualmente a DPE está presente em 67 municípios e suas unidades são
compostas por espaços amplos e infraestrutura adaptada para oferecer aos
defensores e assistidos, o conforto, segurança e comodidade.
Assim como a Defensoria Pública, a antiga Gerência de Proteção e Defesa do
Consumidor (PROCON) hoje elevada à categoria de autarquia, intensificou sua
atuação nas cidades do interior do estado e já possui mais de 20 pontos de
atendimento ao cidadão além do atendimento através de call center. Esse movimento
de expansão como um todo gera muitas incertezas quanto ao impacto causado no
Ministério Público visto que os órgãos em crescimento atuam em áreas correlatas a
do MP e que as vezes até se confundem.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
X
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância desse tema “expansão dos Órgão estaduais de
fiscalização do Maranhão para o MP”?
X
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
91
Indique, segundo suas percepções, a hipótese mais otimista (sem ser utópica) e
a mais provável.
Incerteza crítica: Expansão da DPE até 2030 (EC 80). Otimista Mais
provável Hipóteses:
A A expansão será modesta, alcançandoaté 80 municípios.
B A expansão atenderá entre 81 e 100 municípios.
C A expansão atenderá entre 101 e 140 municípios.
D A expansão atenderá entre 141 e 180 municípios.
E A expansão atenderá mais de 180, mas não todos os municípios.
F A expansão atenderá todos os municípios.
92
12. MUDANÇAS NO SISTEMA PREVIDENCIÁRIO
A Previdência Social faz parte de um conjunto integrado de ações do Estado e da
sociedade criado pela Constituição Federal de 1988, denominado Sistema de
Seguridade Social.
Funciona como um seguro público que tem como função garantir que as fontes
de renda do trabalhador e de sua família sejam mantidas quando ele perde a
capacidade de trabalhar por algum tempo (doença, acidente, maternidade) ou
permanentemente (morte, invalidez e velhice). Ela é responsável pelo pagamento de
diversos benefícios do trabalhador brasileiro, tais como aposentadoria, salário-
maternidade, salário-família, auxílio-doença, auxílio-acidente e pensão por morte.
Para ser assegurado pela Previdência é preciso contribuir regularmente para o
INSS, que é o caixa da Previdência Social, responsável pelas arrecadações das
contribuições e pelo pagamento dos benefícios.
Todos os trabalhadores registrados com carteira assinada são obrigatoriamente
protegidos pela Previdência Social, e aqueles que não são registrados podem se filiar
espontaneamente, como contribuintes individuais (caso dos trabalhadores autônomos
e empresários) ou como contribuintes facultativos (caso dos estudantes, donas de
casa, etc.).
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, em 2013
existiam, no Brasil, 63,99 milhões de pessoas com idade entre 16 e 59 anos
protegidas pela Previdência Social. Esse contingente fazia parte de um universo de
88,21 milhões de pessoas que se declararam ocupadas e se encontravam na mesma
faixa etária, o que significa uma cobertura total de 72,5%. Em outras palavras, de
cada 10 trabalhadores, aproximadamente 7,3 estavam protegidos. Por outro lado,
24,22 milhões de trabalhadores (ou seja, 27,5% da população ocupada entre 16 e 59
anos de idade) encontravam-se sem cobertura previdenciária. Assim, pode-se dizer
que este regime está entre os maiores sistemas de previdência social público do
mundo.
Nos últimos anos a Previdência Social tem passado por profundas modificações,
visando corrigir distorções e injustiças e assegurar sua viabilidade econômico-
financeira e atuarial no curto e longo prazos. O ápice desse processo foi a aprovação
da Reforma Constitucional (Emenda Constitucional nº 20, de 1998), que modificou o
sistema previdenciário brasileiro.
Existem no Brasil três grandes regimes de previdência social: o Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), este que é destinado ao setor privado, isto é,
empregadores, empregados assalariados, domésticos, autônomos e trabalhadores
rurais; o Regime dos Servidores Públicos (RPPS) e o Regime de Previdência
Complementar público.
93
Contudo o Governo Federal propõe um processo de unificação das regras de
aposentadoria no médio e longo prazos, defendendo, entre outros cenários, que
exista apenas um modelo para homens e mulheres, servidores públicos e privados, e
trabalhadores urbanos e rurais até 2040.
O governo pretende enviar ao Congresso Nacional, ainda no primeiro semestre
de 2016, uma proposta de reforma da Previdência Social de unificação no longo prazo
de todos os regimes previdenciários.
Atualmente (Lei 13.183/2015), o cálculo para concessão do benefício da
aposentadoria em vigor é o chamado Fator 85/95, ou seja:
Para as Mulheres => Idade + Tempo de contribuição = 85
Para os Homens => Idade + Tempo de contribuição = 95
A mudança gradual no fator, que chegará a 90/100 em 2026, leva em conta o
aumento da expectativa de sobrevida do brasileiro, conforme tabela a seguir:
ANO FATOR
2015 85/95
2016 85/95
2017 85/95
2018 86/96
2019 86/96
2020 87/97
2022 88/98
2024 89/99
2026 90/100
O fator previdenciário, utilizado anteriormente para efeito do cálculo, continua
valendo mesmo com a regra 85/95, que só se torna vantajoso para o trabalhador se
igual ou maior que 1.
Atualmente os servidores públicos se aposentam, em média, com idade de 55
anos para as mulheres e 60 anos para os homens, contudo essa não é uma exigência
do INSS. A proposta do governo é unificar a idade para homens e mulheres num
prazo de 20 ou 30 anos.
Porém a proposta de unificação das regras da Previdência Rural e Urbana
encontra forte resistência das entidades dos trabalhadores do campo. Hoje, os
trabalhadores rurais podem se aposentar mesmo sem ter contribuído pelos prazos
exigidos na área urbana. Segundo informações do jornal Folha de São Paulo, no ano
passado, enquanto a Previdência Urbana apresentou um superávit de R$ 5,1 bilhões,
a Rural registrou um déficit de R$ 91 bilhões.
Uma das propostas do governo é acabar com a isenção do agronegócio no
pagamento de contribuição previdenciária sobre a receita obtida com a exportação
gerando uma receita de R$ 6,5 bilhões pra o caixa da Previdência. A Ministra da
94
Agricultura Kátia Abreu é contra, pois alega que prejudicará um dos setores que
ajudam o país a crescer. Setores do governo ligados aos movimentos sindicais são
contra a instituição da idade mínima e preferem elevar a receita da Previdência
Social.
O aumento do desemprego provocou estragos no saldo de caixa da Previdência
Social Urbana em 2015. O superávit dessa parte do INSS foi reduzido a apenas 19%
do que era, agravando ainda mais a situação do órgão responsável pelas
aposentadorias no país.
Dados do Tesouro, a receitas superaram as despesas em apenas R$ 5,5 bilhões,
pior resultado dos últimos cinco anos. Uma das principais causas foi a redução no
emprego com carteira assinada, que levou a uma queda de R$ 18,3 bilhões nas
contribuições.
Ao mesmo tempo, o pagamento de benefícios – seguro desemprego, cresceu R$
5 bilhões, apesar das reformas aprovadas no Congresso para apertar as regras de
concessão em alguns desses gastos.
Superavit da Previdência Urbana cai 81% e é o menor em 5 anos.
Valores atualizados pelo IPCA. Fonte: Tesouro Nacional
A Previdência Urbana é deficitária entre 1985 a 2008. O aumento de emprego
com carteira assinada diminuiu o déficit a partir de 2009 até 2012. O superávit vinha
contribuindo para financiar o déficit da área rural. O gasto na área rural equivale a
quase 04 (quatro) Bolsas Famílias. Em 2015, o rombo foi de R$ 94,7 bilhões.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto? Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
2008
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
95
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o Ministério Público do Estado do Maranhão? Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, no quadro a seguir, a hipótese que você considera a mais otimista (sem
ser utópica) e a que você considera mais provável.
Incerteza crítica:Regras da Previdência Rural e Urbana, até 2030. Otimista
Mais provável Hipóteses:
A Haverá unificação das regras da Previdência Rural e Urbana.
B Permanece a situação atual, com os trabalhadores rurais tendo os benefícios sem o mesmo tempo de contribuição dos trabalhadores urbanos.
C Haverá mudanças, ampliando as exigências de tempo de contribuição aos trabalhadores rurais, mas mantendo um tempo ainda menor que os trabalhadores urbanos.
Incerteza crítica:Tempo de Contribuição, até 2030. Otimista
Mais provável Hipóteses:
A Permanece a situação atual (Lei 13.183/2015)
B Haverá aumento do tempo de contribuição, com unificação entre homens e mulheres.
C Haverá aumento do tempo de contribuição, mantendo distância equivalente à atual, entre homens e mulheres.
D Haverá aumento do tempo de contribuição, com distância entre homens e mulheres menor do que a atual.
96
13. CARGA TRIBUTÁRIA
A cobrança de impostos é, na prática, uma coleta de dinheiro feita pelo governo
para pagar suas contas. Uma forma de medir o impacto dessa coleta é compará-la
com o Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, a soma das riquezas produzidas pelo país
em um ano. Essa relação entre impostos e PIB é chamada de carga tributária. (Fonte:
http://www.fiepr.org.br/sombradoimposto/o-que-e-carga-tributaria-1-14466-
115714.shtml. Acessado em: 15/02/2016)
Em relatório divulgado pelo TCU, referente à carga tributária do Brasil no ano de
2014, observamos que a principal forma de tributação do país neste ano se deu
através de impostos sobre bens e serviços, somando 51% da carga tributária
brasileira do ano. Nesta categoria os tributos são embutidos no preço dos produtos e
serviços oferecidos para a população, formato que penaliza os mais pobres, pois o
peso dos tributos consome uma parcela maior do salário de quem ganha menos. Ao
mesmo tempo, os tributos sobre a renda somaram 18% do total da carga tributária
do ano, e os impostos e contribuições sobre a folha de salários representaram
25,18% do total, conforme pode ser observado no quadro comparativo abaixo,
disponibilizado no relatório.
Fontes: “Carga Tributária no Brasil 2014 Análise por Tributos e Bases de Incidência”, disponível em
http://idg.receita.fazenda.gov.br/dados/receitadata/estudos-e-tributarios-e-aduaneiros/estudos-e-estatisticas/carga-
tributaria-no-brasil/29-10-2015-carga-tributaria-2014. Acessado em: 15/02/2016)
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/10/carga-tributaria-recua-para-3347-do-pib-em-2014-diz-receita-
federal.html. Acessado em: 15/02/2016)
Estudos do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) indicam uma trajetória de alta na
carga tributária brasileira, conforme gráfico a seguir.
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Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/05/carga-tributaria-avanca-para-3542-do-pib-em-2014-
aponta-ibpt.html
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o Ministério Público do Estado do
Maranhão?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, no quadro a seguir, a hipótese que você considera a mais otimista (sem ser utópica) e a
que você considera mais provável.
Incerteza crítica: A carga tributária brasileira, em percentual do PIB, até 2030. Otimista
Mais provável
Hipóteses:
A Permanecerá na faixa atual (em torno de 35%)
B Será reduzida para cerca de 32/33%
C Será reduzida para cerca de 30%
D Será ampliada para cerca de 37/38%
E Será ampliada para cerca de 40%
98
14. CONSELHOS TUTELARES
Segundo o artigo 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº
8.069/90, o Conselho Tutelar é um órgão, permanente e autônomo, não jurisdicional,
encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente. O Conselho Tutelar permite à sociedade o gerenciamento das questões
relativas às crianças e adolescentes que estejam vivenciando situações que os tornem
mais vulneráveis, exigindo um posicionamento imediato da autoridade responsável.
Cabe ao Conselho aplicar as medidas protetivas que julgar necessárias, nas hipóteses
previstas no ECA sujeitando-se à fiscalização do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente (CMDCA), da Autoridade Judiciária e do Ministério Público.
Trata-se de um órgão público municipal, que tem sua origem na lei, passando a
integrar de forma definitiva o quadro das instituições municipais. Em cada Município
haverá, no mínimo, um Conselho Tutelar, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos, permitida 1 (uma)
recondução, mediante novo processo de escolha.
Fonte:Cadastro Nacional dos Conselhos Tutelares / Andrei SuárezDillon Soares (Org.) Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Brasília: 2013.
Enquanto agente fiscalizador do sistema de atendimento à infância e juventude,
o Conselho Tutelar possui as seguintes atribuições: o atendimento a crianças e
adolescentes com direitos ameaçados ou violados (em situação de risco) e a aplicação
das medidas protetivas adequadas; atendimento e aconselhamento a pais ou
responsáveis; encaminhamento de casos ao Ministério Público e representação ao Juiz
para assegurar direitos previstos no ECA, assessoramento ao Poder Executivo local na
elaboração da proposta orçamentária para planos e programas de atendimento da
criança e adolescente, dentre outras.
99
A atuação efetiva do Conselho Tutelar depende muito da rede de apoio
disponibilizada pelo Município, a exemplo de uma estrutura de apoio formada por
equipe interdisciplinar, composta por psicólogos e assistentes sociais, visando
conceder o suporte técnico necessário para grande parte das deliberações dos
conselheiros. A falta de estrutura material/pessoal ou de uma rede de apoio afeta a
qualidade e eficiência dos serviços prestados pelo referido órgão.
Um cenário onde exista uma quantidade suficiente de Conselhos Tutelares, bem
estruturados, compostos por pessoas capacitadas, exercendo as suas funções de
forma efetiva, resultará no desafogamento das Varas da Infância e Juventude,
permitindo que Promotores e Juízes dediquem maior atenção à tutela dos direitos
difusos e coletivos assegurados no ECA, além de acarretar na diminuição da
criminalidade juvenil.
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o Ministério Público do Estado do
Maranhão?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Indique, no quadro a seguir, a hipótese que você considera a mais otimista (sem
ser utópica) e a que você considera mais provável.
Incerteza crítica: Atuação dos Conselhos Tutelares no Estado do Maranhão, até 2030. Otimista
Mais provável
Hipóteses:
A Haverá significativa melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne mais efetiva.
B
Haverá apenas ações pontuais de melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne um pouco mais efetiva.
C Não haverá melhora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, de modo que a atuação se torne menos efetiva.
D Haverá piora da estrutura de apoio oferecida pelo poder público aos Conselhos Tutelares, prejudicando a efetiva atuação.
100
15. SISTEMA PREVIDENCIÁRIO DOS SERVIDORES PÚBLICOS
O Sistema de Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais é constituído
pelo Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria do Estado do Maranhão-FEPA, de
natureza contábil e previdenciária, e pelo Fundo de Benefícios dos Servidores do
Estado do Maranhão FUNBEN, de natureza assistencial, e pelo Tesouro Estadual, que
arcarão com a responsabilidade pelos benefícios e serviços, sendo-lhes destinados
recursos próprios, inexistindo, entre os Fundos, em qualquer situação, solidariedade,
subsidiariedade ou supletividade.
No tocante ao FEPA, este é financiando com a contribuição dos servidores, no
percentual de 11% sobre o seu vencimento base e uma contrapartida do Tesouro
Estadual de 15%.
Segundo dados da Secretaria de Estado de Gestão e Previdência - SEGEP, o
recolhimento das contribuições somado à contrapartida do Tesouro é menor que o
gasto com pensões e aposentadorias, acarretando um déficit no sistema. No
momento, este déficit é sustentado pelo aporte de recursos retirados do montante
acumulado no passado, hoje investidos em fundos financeiros. Este mecanismo
utilizado para sustentar essa situação tende a levar ao colapso o Sistema de
Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais.
A crise no FEPA se insere no processo que atinge os demais entes estaduais,
como demonstra estudos e pesquisas divulgados na imprensa. Das 27 unidades da
federação, 13 (incluindo os municípios) não têm recursos suficientes sequer para
pagar um ano de benefícios. Nesses estados, a despesa previdenciária corrente já
representa o dobro da arrecadação, de acordo com o levantamento. Estão na lista
São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia, Goiás, Ceará,
Paraíba, Distrito Federal, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraná.
No ano passado, 2015, o regime de aposentadoria da União fechou com déficit de R$
40 bilhões para pagar 980 mil aposentados e pensionistas. Já no setor privado, o
rombo foi de R$ 85,8 bilhões para um número maior de beneficiários: 28,3 milhões. E
o conjunto dos estados, mais o Distrito Federal, registrou saldo negativo de R$ 60,9
bilhões, segundo dados oficiais. (http://oglobo.globo.com/economia/previdencia-dos-
estados-tem-rombo-de-24-trilhoes-18720487).
Esse cenário de crise/colapso leva os Estados a adotarem medidas como a
elevação da percentual de contribuição, no passado mais recente, e a instituição da
previdência complementar, além da redefinição/corte dos tipos de aposentadorias e
pensões.
Uma das explicações para a crise residiria no fato de que não houve nos últimos
10 anos um acréscimo de segurados/contribuintes, de modo a manter uma paridade
de equilíbrio entre servidores ativos e inativos, capaz de financiar o sistema. No
101
Maranhão seriam cerca de 68 mil contribuintes para cerca de 38 mil
aposentados/pensionistas. Isto significa que por mês a arrecadação fica em torno de
72 milhões reais para uma despesa de cerca de 130 milhões de reais. O saldo
financeiro do FEPA gira em torno de R$ 1.192.820.449,18 (31.01.2016).
Qual é o seu nível de conhecimento sobre esse assunto?
Praticamente
nenhum Pouco Médio Bom Muito bom
Na sua opinião, qual é a importância desse tema para o Ministério Público do Estado do Maranhão?
Nenhuma Pouca Média Muita Extrema
Incerteza crítica:Situação do regime de previdência dos servidores públicos do Estado do Maranhão, até 2030. Otimista
Mais provável
Hipóteses: A Permanecerá a situação atual (sistema deficitário).
B
Não haverá reestruturação do sistema, mashaverá aumento do percentual de contribuição dos servidores ativos. Em consequência, o sistema permanecerá ainda deficitário, embora em menor grau do que atualmente.
C Não haverá reestruturação do sistema, mashaverá significativo aumento do percentual de contribuição dos servidores ativos. Em consequência, o sistema passará a ser equilibrado ou superavitário.
D
Não haverá reestruturação do sistema, mashaverá aumento de contribuição dos servidores inativos, em consequência da eliminação do teto de contribuição dos aposentados. Em consequência, o sistema permanecerá ainda deficitário, embora em menor grau do que atualmente.
E
Não haverá reestruturação do sistema, mashaverá aumento de contribuição dos servidores inativos, em consequência da eliminação do teto de contribuição dos aposentados. Em consequência, o sistema passará a ser equilibrado ou superavitário.
F Não haverá reestruturação do sistema, mas outros ajustes pontuais, os quais diminuem mas não eliminam os déficit sistêmico.
G Haverá adequada reestruturação do sistema, com uma série de medidas que conseguirão deixar o sistema equilibrado ou superavitário.
Fontes: http://www.portaldoservidor.ma.gov.br/fckeditor/userfiles/file/Relatorio%20de%20Investimento%20jan%202016.pdf http://cbn.globoradio.globo.com/editorias/economia/2016/01/16/ESTADOS-PODEM-ALTERAR-REGRAS-DA-PREVIDENCIA-PARA-CONTER-ROMBO-DE-R-51-BILHOES.htm http://oglobo.globo.com/economia/previdencia-dos-estados-tem-rombo-de-24-trilhoes-18720487 http://www.portaldoservidor.ma.gov.br/fckeditor/userfiles/file/Politica%20de%20Investimentos%202016.pdf http://www.stc.ma.gov.br/?s=Lei+Complementar+n%C2%BA+073%2C+de+4+de+fevereiro+de+2004&submit=Search
* * *
102
ANEXO B
PARTICIPANTES
(sugestões ...)
Regina Lúcia de Almeida Rocha Procuradora-Geral de Justiça do Estado do Maranhão
Fabíola Fernandes Ferreira
Diretora da Secretaria para Assuntos Institucionais
Luiz Gonzaga Martins Coelho
Diretor-geral da Procuradoria Geral de Justiça
...
...
Assessoria de Planejamento
Cláudio Marcelo Araújo Amorim Luselias Lopes
Consultoria: Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas Raul José de Abreu Sturari
Maria Verônica Korilio Campos
(demais participantes ...)
...
...