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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CAMPUS CAPANEMA RAFAELLE CONCEIÇÃO SANTOS YAN PABLO BELÉM DA SILVA POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO PROGRAMA MUNICÍPIO VERDE NOS MUNICÍPIOS DE PARAGOMINAS E CAPANEMA. CAPANEMA 2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS CAPANEMA

RAFAELLE CONCEIÇÃO SANTOS

YAN PABLO BELÉM DA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO PROGRAMA MUNICÍPIO VERDE NOS

MUNICÍPIOS DE PARAGOMINAS E CAPANEMA.

CAPANEMA

2019

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS CAPANEMA

RAFELLE CONCEIÇÃO SANTOS

YAN PABLO BELÉM DA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO PROGRAMA MUNICÍPIO VERDE NOS

MUNICÍPIOS DE PARAGOMINAS E CAPANEMA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração da Universidade Federal Rural da Amazônia como requisitado para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Williams Jorge da Cruz Macêdo

CAPANEMA

2019

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DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE CAPANEMA

Silva, Yan Pablo Belém da

Políticas públicas de desenvolvimento sustentável: uma análise comparativa do processo de implantação do programa município verde nos municípios de Paragominas e Capanema / Yan Pablo Belém da Silva, Rafaelle Conceição Santos. – Capanema, 2019.

81 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Administração) – Universidade Federal Rural da Amazônia, 2019. Orientador: Williams Jorge da Cruz Macêdo 1. Política pública ambiental 2. Sustentabilidade-implantação 3. Município verde I. Santos,

Rafaelle Conceição II. Macêdo, Williams Jorge da Cruz (Orient.) III. Título

CDD:338.928098115

Cristiana Guerra Matos / Bibliotecária CRB2: 1143

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RAFAELLE CONCEIÇÃO SANTOS

YAN PABLO BELÉM DA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UMA

ANÁLISE COMPARATIVA DO PROGRAMA MUNICÍPIO VERDE NOS

MUNICÍPIOS DE PARAGOMINAS E CAPANEMA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Administração pela Universidade Federal Rural da Amazônia.

28/01/2019

Data da Aprovação

BANCA EXAMINADORA

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por todas as conquistas e bênçãos que

ele tem me proporcionado porque sem ele no comando nada disso seria possível

pois ele é meu refúgio e minha fortaleza em todos os momentos.

Agradeço acima de tudo a minha maior fonte de inspiração, minha filha

Fernanda Beatriz que me fez ter motivos e forças para concluir essa jornada.

Agradeço a minha mãe Rita por ter me apoiado sempre, aos meus irmãos

Paulo, Rita de Kássia, Regina, Rayane e Vitória, que formam a minha base para

alcançar todos os objetivos, agradeço a toda a minha família.

Agradeço a dona Antônia avó paterna da minha filha que me deu todo o

suporte necessário para que pudesse me formar.

Agradeço ao meu orientador Professor Williams Macêdo por ter embarcado

junto com a gente nessa jornada.

Agradeço ao coordenador do meu curso e meu amigo Artur Vicente, que

sempre me incentivou em tudo.

Ao meu parceiro de TCC, Yan Pablo que me possibilitou concluir essa etapa

da minha vida, sem ele não seria possível.

Agradeço a toda a turma de Administração 2015 da Ufra Capanema, em

especial as minhas amigas e companheiras Érika Barbosa e Ellen Nayane que

foram incríveis ao longo desses anos.

Aos amigos do coração, Allan meu socialista favorito, a Lorrayne Rafaela

minha irmã de alma e coração e Simone Medeiros que me emprestou um pouco da

fé dela para que eu pudesse trilhar um caminho junto com o espirito Santo.

E claro a minha fiel escudeira que cuida da minha filha e de mim para que eu

possa estudar Julie Elizane essa vitória é nossa.

Rafaelle Conceição Santos

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por tudo bom proporcionado durante esses

anos em minha vida, e sempre renovar minhas esperanças de acreditar que as

coisas boas vem dos céus.

Aos meus pais, Antônio Pinho e Patrícia Belém, por toda a dedicação e

conselhos para que eu pudesse crescer como pessoa, e por seus esforços para que

eu e meus irmãos tivéssemos uma boa educação.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Williams Jorge, por ter contribuído no

desenvolvimento desta pesquisa, assim possibilitar um novo olhar sobre as questões

abordadas e dar mais importância ao meio ambiente.

Aos demais professores aqui fica registrado meu carinhos por vocês, em

especial a Prof.ª Salma Saráty, Prof.ª Eleci Silva, Prof. Luiz Carlos, Prof.ª Dione

Gutiérrez e o Prof. Herbert Andrade, que em alguns momentos foram determinantes

no meu aprendizado dentro da universidade.

Agradeço as minhas amizades que formei durante o curso, em especial a

Jéssica Moreira, Cibele Santos, Ellen Nayane e o Almir Rogério. A todos

componentes de nossa turma que proporcionaram momentos e aulas marcantes,

levarei cada um em meu coração.

Agradeço aos meus amigos que de maneira direta ou indireta me ajudaram

na minha trajetória dessa pesquisa, em especial a Késia Mariane, Katielly Moreira,

Flávia Thaís, Isabela Corrêa e Cleudson Nascimento.

Yan Pablo Belém da Silva

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RESUMO

O Desenvolvimento Sustentável consiste em uma abordagem cada vez mais considerada na gestão pública. O objetivo do presente trabalho consistiu compreender de que forma a gestão pública municipal consegue se articular com os diferentes atores para implantar programas de cunho ambiental. O Programa Municípios Verdes foi criado em 2011, institucionalizado como política pública ambiental, tendo como base a implantação do programa realizada em Paragominas. Realizou-se uma análise comparativa entre o processo de instalação do programa nos municípios de Paragominas e Capanema, onde foi realizado entrevistas semiestruturadas e aplicações de questionários junto a população, em das ambas cidades. Foi observado que a adesão nos municípios foi realizada por motivos distintos, o que acaba tendo um processo de implantação difuso, devido a forma de gestão utilizada, além do perfil e percepção ambiental da população.

Palavras chaves: política pública ambiental; sustentabilidade; implantação;

município verde.

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ABSTRACT

The context of sustainable development gains force every day in public management, the elaboration of environmental policies gained prominence mainly in the Amazon due to its past from exploration of the forest to the industrialization, so it is fundamental to understand how the municipal public management can achieve articulate with the different actors to implement environmental programs. The Municípios Verdes Program was created in 2011, which institutionalized the program as an environmental public policy, based on the implementation of the program carried out in Paragominas, this study aims to demonstrate through a comparative analysis how the process of installing the program occurred in city of Paragominas and Capanema, through semi-structured interviews and applications of questionnaires to the population in both cities. It was observed that the adhesion in the municipalities was performed for different reasons, which ends up having a diffuse deployment process, due to the form of management used, as well as the profile and environmental perception of the population.

Keywords: environmental public policy; sustainability; implantation; green town.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Surgimento das políticas públicas ........................................................ 20

Figura 2 Mapa do município de Paragominas .................................................... 46

Figura 3 Mapa do município de Capanema........................................................ 47

Figura 4 Sexo dos entrevistados ........................................................................ 52

Figura 5 Idade dos participantes da pesquisa .................................................... 52

Figura 6 Escolaridade ........................................................................................ 53

Figura 7 Vínculo empregatício ............................................................................ 54

Figura 8 As sete metas do PMV ......................................................................... 55

Figura 9 Benefícios da adesão do PMV ............................................................. 56

Figura 10 Realização da entrevista na SEMMA de Capanema............................ 57

Figura 11 Reunião para consulta pública para a criação da UC rio Garrafão ...... 60

Figura 12 Importância da gestão municipal ao meio ambiente ............................ 61

Figura 13 Benefícios oriundos do CAR ................................................................ 63

Figura 14 Conhecimento sobre o CAR ................................................................. 64

Figura 15 Combate ao desmatamento ................................................................. 65

Figura 16 Percepção da população sobre a implantação do PMV ....................... 66

Figura 17 Entendimento sobre o PMV em Paragominas ..................................... 67

Figura 18 Entendimento sobre PMV em Capanema ............................................ 68

Figura 19 Meios de comunicação que os entrevistados tiveram entendimento do

PMV em Paragominas .............................................................................................. 69

Figura 20 Meios de comunicação que os entrevistados tiveram entendimento

PMV em Capanema .................................................................................................. 69

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 - Informações sobre as teorias apresentadas ........................................ 21

Tabela 2 - Lista de municípios brasileiros mais desmatados em 2007 ................. 41

Tabela 3 - Conflito existente na implantação do PMV ........................................... 59

Tabela 4 - As sete metas do PMV ......................................................................... 62

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 13

2. OBJETIVO GERAL ........................................................................................ 16

2.1 Objetivo específico ......................................................................................... 16

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 17

3.1. Políticas públicas no Brasil ............................................................................. 17

3.2 Liberalismo ..................................................................................................... 18

3.3 Bem estar social ............................................................................................. 19

3.4 Neoliberalismo ................................................................................................ 20

3.5 Descentralização das políticas públicas ......................................................... 22

3.6 A revolução industrial versus os problemas ambientais ................................. 28

3.7 Política Pública ambiental ............................................................................... 29

3.8 Evolução da política ambiental no Brasil ........................................................ 31

3.9 Exploração da Amazônia como forma de desenvolvimento .......................... 38

3.10 O PMV resposta a exploração da floresta Amazônia .................................... 38

3.10.1 Motivos que levaram Paragominas a aderir ao programa .............................. 40

3.10.2 Resposta do Governo ao embargo sofrido por Paragominas ......................... 41

3.10.3 PMC como política pública ambiental do Estado do Pará .............................. 43

3.10.4 ICMS Verde .................................................................................................... 44

3.10.5 Futuro do programa ........................................................................................ 45

4. METODOLOGIA ............................................................................................. 46

4.1 Abordagem metodológica ............................................................................... 46

4.1.1 Pesquisa qualitativa ........................................................................................ 47

4.1.2 Pesquisa quantitativa ...................................................................................... 48

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4.1.3 Pesquisa bibliográfica ..................................................................................... 48

4.2 Métodos para coleta de dados ........................................................................ 49

5. RESULTADO E DISCUSSÃO ........................................................................ 51

5.1 Perfil socioeconômico dos entrevistados ........................................................ 52

5.2 O Programa Município Verde ......................................................................... 54

5.2.1 As sete metas do PMV ................................................................................... 56

5.2.2 Recursos destinados ao programa ................................................................. 57

5.2.3 Conflitos existentes na gestão de implantação do programa .......................... 58

5.3 Importância dada ao meio ambiente ............................................................... 61

5.4 Comparativo das metas entre Capanema e Paragominas ............................. 62

5.5 Percepção da população sobre a implementação do programa ..................... 66

5.6 Acesso de informações sobre o PMV ............................................................. 67

5.6.1 Meios de comunicação propagadores de informações ................................... 68

6. CONSIDERAÇÇÕES FINAIS ......................................................................... 71

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 74

ANEXO ........................................................................................................... 81

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13

1. INTRODUÇÃO

O surgimento da industrialização ocorrida mais especificamente no século

XVIII, a partir da revolução industrial, possibilitou a dinamização do processo

produtivo contribuindo para consolidação do modo de produção Capitalista, contudo

também gerou grandes prejuízos ambientais por ter acelerado o uso dos recursos

naturais e disposição dos resíduos e poluentes. Nesse sentido, GOBBI; BRITO

(2005), defendem que a questão ambiental passou a ser vista cada vez mais, como

um elemento essencial a ser considerado no processo de gestão.

Observa-se que em decorrência dos acontecimentos históricos de alterações

da qualidade ambiental, foram criadas políticas públicas para conduzir o processo

produtivo em meio as interferências provocadas no ambiente. Nesse sentido, a

gestão pública precisou atender as demandas geradas pela sociedade de modo que

passou a oferecer alternativas, suficiência e disponibilidade de tempo e recurso para

adequação de determinada realidade (SILVA, 2009).

As Políticas públicas são atividades típicas do estado social de direito e estão

relacionadas ás estratégias utilizadas pelo governo para a solução de problemas

relacionados a sociedade. A política pública é uma diretriz elaborada com a

finalidade de equacionar um problema público que seja compreendido como

coletivamente relevante (BUCCI 2002).

Segundo Silveira; Costa; De Oliveira (2015) as políticas públicas tiveram

grande mérito de reger os direitos civis, políticos e sociais, como consequência

trouxe grandes desafios em relação a sua efetivação no que refere-se ao direito da

população.

A descentralização é um fenômeno de grande magnitude e bastante benéfico

para a administração do nosso país, entretanto, é necessário que haja o combate a

práticas de improbidade e outros crimes contra o patrimônio público (ARAÚJO, 2013

apud ABRUCIO 2010)

As políticas ambientais no Brasil são relativamente recentes se comparadas

com os demais países. Para Monosowski (2009), a política ambiental, propriamente

dita, se desenvolve de forma tardia, se comparada ás demais políticas setoriais

brasileiras.

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Para Soares e Ferreira (2004), esse quadro é recorrente do processo de

industrialização agressivas e diversas ações têm sido realizados para se construir

mecanismos de preservação e conservação da natureza.

Na tentativa de contenção do desmatamento foram realizadas várias ações,

sendo o Programa Município Verde responsável por resultados satisfatórios na

amenização do desmatamento paraense (PARÁ, 2011). Nesse sentido vale ressaltar

que o governo trabalha como principal influente das políticas públicas, no entanto,

precisa da participação e colaboração de todos os outros atores envolvidos (direta e

indiretamente).

Instituído pelo decreto nº 54/2011 o Programa Municípios verdes é um

programa do Governo do Estado do Pará desenvolvido em parceria com os

municípios, sociedade civil, iniciativa privada, IBAMA e MPF, que tem como foco

principal o combate ao desmatamento e a produção sustentável na Amazônia,

aparece como a principal política pública ambiental do Estado e tem metas

audaciosas para os próximos anos. Espera-se que até 2020 que todos os 144

municípios do Estado tenha aderido ao programa, por esse motivo é fundamental

que hajam pesquisas relacionadas ao modelo de implantação do programa,

mapeando as principais dificuldades e os principais benefícios que a adesão

proporciona as cidades. Buscar auxiliar a gestão municipal referente as formas de

tentar sanar possíveis problemáticas e enfrentar os desafios de forma eficiente para

obter êxito, ter uma gestão que saiba de que forma trabalhar com os demais atores

é imprescindível no que se refere a implantação das políticas públicas que mudem o

contexto geoespacial das cidades.

Adotar um conjunto de práticas de produção sustentável, tem sido o grande

dilema da sociedade moderna. Como alternativa a essa problemática, surge o

programa município verde, como resposta de gestão pública em todas as esferas. O

PMV é operado a partir de pactos que envolvem produtores rurais, organizações

sociais e ambientais, em parceria com os governos locais e estadual. Tendo em

vista a complexidade da implantação de um programa capaz de modificar a

dinâmica das relações econômicas e socioambientais, onde estão inseridos diversos

atores. O sucesso da experiência da mobilização ocorrida em Paragominas para a

saída da listagem de munícipios com alta taxa de desmatamento na Amazônia,

inspirou outras cidades a aderirem o programa.

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Nesse cenário levanta-se a seguinte questão da pesquisa: De que forma a

gestão municipal de Paragominas e Capanema consegue articular os diferentes

atores para implantação do PMV no Município?

A pesquisa foi estruturada em cinco capítulos primeiramente nesta introdução.

O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica, descreve os elementos das

políticas públicas ambientais, conceito de políticas públicas, a formulação do

Programa Municípios Verdes, descentralização das políticas. O terceiro capítulo

descreve os procedimentos metodológicos utilizados na execução desta pesquisa.

No quarto capítulo são apresentados os resultados e discussões e por último, no

capítulo cinco, são descritas as considerações finais.

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16

2. OBJETIVO GERAL

Realizar uma análise comparativa dos motivos levam Paragominas e

Capanema a aderirem ao programa município verde.

2.1 Objetivo específico

- Analisar os processos de implantação do programa município verde;

- Descrever os conflitos existentes entre os atores envolvidos no processo de

implantação do PMV;

- Apresentar as dinâmicas econômica e socioambientais dos munícipios antes

e depois da implantação do programa.

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17

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. Políticas públicas no Brasil

As Políticas públicas são atividades típicas do estado social de direito e estão

relacionadas ás estratégias utilizadas pelo governo para a solução de problemas

relacionados a sociedade. A política pública é uma diretriz elaborada com a

finalidade de equacionar um problema público que seja compreendido como

coletivamente relevante (BUCCI 2002).

As políticas surge como uma maneira de solucionar os problemas

econômicos e sociais de maneira que venha possibilitar o desenvolvimento do país

(SOUZA, 2007).

Bucci (2002) conceitua as políticas públicas como “[...] programas de ação

governamental [...]” construídos com o objetivo de coordenar os meios disponíveis

ao Estado e as atividades de ordem privada, voltadas a demanda de necessidades

socialmente relevantes e politicamente determinadas. Na sua compreensão, as

políticas públicas são caracterizadas como estratégias utilizados pelo Estado de

solucionar problemas encontrados na sociedade.

As políticas para (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) podem ser instaladas de

maneiras distintas, tento sua implementação altamente centralizada, ou por meio de

parcerias com outras instituições e esferas de governos ou até mesmo com

organizações da sociedade civil.

Segundo (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015) as políticas públicas

tiveram grande mérito de reger os direitos civis, políticos e sociais, como

consequência trouxe grandes desafios em relação a sua efetivação no que refere-se

ao direito da população.

Neves (2012), expõe a importância da participação governamental local com

a: transparência, redução na corrupção, uma maior prática da democracia direta,

mais controle social e maior capacidade de atendimento as peculiaridades e

preferencias locais.

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18

3.2 Liberalismo

O Liberalismo teve como princípio a intervenção mínima na esfera econômica,

deixando aos atores econômicos a atuação no mercado pura, apostando na

existência de uma “mão invisível” reguladora da economia. O Estado passaria atuar

como uma maneira intervencionista com o intuído de assegurar os direitos sociais. O

liberalismo surge durante o renascimento, o surgimento desse pensamento está

totalmente ligado com a ideia de contrapor o absolutismo e a sociedade estamental

que existia na Europa até o século XVII (CENCI; DE LIMA BEDIN; FISCHER, 2017).

Para os autores (GUEDES; FIGUEIRA, 2018) a ideia de liberdade individual,

surge a partir dos ideais liberais que remontam o final do século XVII mas que

somente vem a florescer com as revoluções iluministas do século seguinte,

conceitua, em certa medida, a limitação do Poder Político tendo como referência a

demanda por liberdades públicas dos indivíduos frente ao Estado.

Matteucci (1998, p. 687) conceitua o liberalismo, como

Um fenômeno histórico que se manifesta na Idade Moderna e que tem seu

baricentro na Europa (ou na área atlântica), embora tenha exercido notável

influência nos países que sentiram mais fortemente esta hegemonia cultural

(Austrália, América Latina e, em parte, a Índia e o Japão). Com efeito, na era

da descolonização, o Liberalismo é a menos exportável entre as ideologias

nascidas na Europa, como a democracia, o nacionalismo, o socialismo, o

catolicismo social, que tiveram um enorme sucesso nos países de terceiro

mundo.

Os autores (CENCI; DE LIMA BEDIN; FISCHER, 2017) indagam que a

característica principal do liberalismo é defender do Estado mínimo, isto é, a ideia de

que o Estado deve intervir o mínimo possível, deixando à “mão invisível do mercado”

a regulamentação das relações econômicas.

3.3 Bem estar social

O Estado intervencionista, denominado Estado de Bem Estar Social, Estado

providência ou Welfare State1, essa política surgiu no contexto pós segunda guerra

mundial, no século XX, com finalidade de reverter o processo imposto pelo

1 Estado de Bem estar Social.

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19

liberalismo e como um prolongamento natural dos direitos civis (FORIGO, 2012 apud

NOVELO 1995).

Para Bacelar (2003), a gestão do Estado no período de (1929-1980) tem

caráter desenvolvimentista, conservador, centralizador e autoritário. Não tinha a

prática de Estado de Bem estar social. A autora continua a explanar que, nessa

estrutura o governo trouxe fantásticas transformações no Brasil, a grande tarefa era

consolidar esse processo e torná-lo potência mundial. No entanto, não havia

participação na vida política nacional era concentrada nas grandes elites.

Para Forigo (2012 apud Novelo 1995) a política de Estado de Bem-Estar

Social veio tentar alterar as regras impostas pelo mercado, as quais regiam a

sociedade, compensando suas fraquezas e riscos, fortalecendo os movimentos de

trabalhadores, assegurando os direitos sociais e estendendo seus benefícios sociais

a todas as áreas de distribuição vital para o bem estar societário.

A reforma do Estado foi um processo questionado por múltiplos setores, tem

também conotações. Entretanto, paulatinamente, alcançam-se alguns objetivos

básicos. Um deles em que, as novas condições históricas, o Estado necessita

renovar sua institucionalidade para servir melhor a sociedade e, em última instância,

ao desenvolvimento socioeconômico. Outro consenso básico é que para tais fins, é

preciso não só que a preocupação do Estado se torne realmente público, mas

também que o espaço do público não se torne dependente do estatal. (PEREIRA,

1998).

No Brasil o início das políticas públicas foi na república velha à era Vargas

(1930-1945), traduzida na preocupação com a saúde pública, necessariamente

traduzida na questão de direito social ou da dignidade humana, mas estava ligada

aos interesses econômicos das elites em manter o trabalhador sadio para a

manutenção da produção, no contexto agrário que vivia-se da época. Valer ressaltar

que o surgimento de políticas públicas no brasil ocorrem no governo Vargas

(FORIGO, 2012).

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20

Figura 1 - Surgimento das políticas públicas.

Fonte: acervo dos autores.

A Era Vargas na visão de Hermógenes Saviani Filho (2013, p. 860) constitui-

se:

Num conjunto de políticas públicas para o país e no ambicioso

objetivo de alcançar certa autonomia política e econômica através de um

desenvolvimento nacional independente baseado num Estado forte,

centralizado e planejador. Podemos concluir que Vargas foi o homem que

sintetizou o processo da complexa transição da República Velha para o

moderno Estado brasileiro.

Para (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015) o marco da formulação e

implementação das políticas públicas veio através da nova Constituição de 1988,

conhecida como Constituição cidadã, deu autonomia política e administrativa aos

municípios.

3.4 Neoliberalismo

O termo neoliberalismo foi criado em 1938 pelo sociólogo e economista

alemão Alexander Rüstow, durante o Colóquio Walter Lippmann, em reunião dos

intelectuais liberais de diversos países, visando respostas para a crescente

influência das ideias socialistas e fascistas na Europa. O neoliberalismo defende a

pouca intervenção do governo sobre o mercado, no entanto, foi apenas com a crise

do capitalismo na década de 1970, que as ideias neoliberais foram colocadas em

prática, inicialmente nos governos militares da América Latina, como no Chile e

Argentina, o Brasil foi o último pais do continente americano a adotar os conceitos

neoliberais (AUGUSTIN, 2016).

LiberalismoEstado de Bem estar

Social Neoliberalismo

Início das políticas públicas no Brasil.

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Agustin (2016) aponta que partir do final dos anos 80, a política brasileira

passou por grandes transformações, substituindo o modelo de decisões

centralizadas no Estado pelas leis de renúncia fiscal.

Para Gennari (2014) a década de 90 representou um período de grandes

transformações na sociedade brasileira sob a égide da globalização, como há

redução de investimentos públicos, privatização de empresas estatais e criação de

agências regulamentadoras.

Segundo (PEREIRA, 1999) a reforma do Estado nos anos 90, deverá

conduzir um modelo de Estado fortalecido, com suas finanças estáveis e, com sua

administração obedecendo padrões gerenciais de eficiência. Na visão do autor o

Estado deve assegurar as atividades sociais, a reforma busca alcançar à renovação

do sistema político trazendo a participação cidadã mediante do controle social,

assim o Estado reconstruído poderá resistir aos efeitos inesperados da globalização

e garantir uma sociedade não somente mais desenvolvida, com também menos

injusta.

Tabela 1 - Informações sobre as teorias apresentadas.

Teorias Período Autores Características

Liberalismo

Século XVIII

Adam Smith, Thomas Malthus e

David Ricardo

Estado com intervenção mínima na

economia, Livre concorrência e

Vantagem comparativa.

Estado de Bem estar Social

Século XIX

John Maynard Keynes

Defesa dos direitos dos cidadãos,

Intervenção Estatal e Promover

serviços públicos de qualidade

Neoliberalismo

Século XX

Friedrich Hayek

Privatizações, Controle de gastos públicos, Redução

do tamanho do Estado

(enxugamento da máquina pública) e

Terceirização Fonte: Acervo dos autores.

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3.5 Descentralização das políticas públicas

A descentralização é um fenômeno de grande magnitude e bastante benéfico

para a administração do nosso país, entretanto, é necessário que haja o combate a

práticas de improbidade e outros crimes contra o patrimônio público (ARAÚJO, 2013

apud ABRUCIO 2010)

A descentralização é um fenômeno que tem atrelamento com o tamanho da

extensão territorial de um país, para melhor administração e alocação de recursos

Bacelar (2003).

É impossível gerir recursos para um país dessa dimensão territorial de forma

centralizada, a descentralização é necessária para que as demandas locais sejam

atendidas mais rapidamente e de forma adequada (ARAÚJO, 2013 apud ABRUCIO

2010)

A República criou o federalismo brasileiro com grande força. Na verdade, essa

decisão foi consequência da existência de duas heterogeneidades constitutivas

Bacelar (2003).

O governo abriu o espaço para o surgimento de conselhos, devido a experiência

com a descentralização, diante da crise financeira é uma questão para projetar como

serão aplicados recursos destinados para as práticas de políticas públicas. A

participação mais próxima de sociedade e pelo cenário encontrado no país (crises

financeiras), conselhos são atribuídos, uns são consultivos e outros deliberativos,

quando mais eles forem deliberativos, tem autonomia exerce parcela de poder sobre

decisões sobre aplicação de recursos Bacelar (2003).

Trata-se das diferenças políticas e sociais entre as várias regiões do Brasil,

fenômeno originado da multiplicidade de formas colonizadoras pelas quais passou o

território, ainda que submetido a uma mesma metrópole colonial (ARAÚJO, 2013

apud ABRUCIO 2010, p.178).

Neste modelo, cada Estado possui autoridade para editar suas próprias

constituições estaduais, com finanças próprias e autogoverno. De acordo com

Araújo (2013 apud ABRUCIO 2010, p.178), o principal objetivo de uma Federação é

proporcionar o princípio de autonomia com a interdependência entre as partes.

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Para Souza (2004 apud Arretche 1999) o processo de descentralização

amplia a participação, recuperando as bases do Estado federativo através da

democratização. A descentralização na visão de Nunes (1996), surge eminente a

crises existentes nas instituições públicas, maneira abordada pelo Estado de

solucionar problemas na esfera social.

Afirma Pereira (1998), que mesmo com a reforma do Estado tomando direção

para a substancial de redução de regulação, não deve pensar-se na sua eliminação.

Muitas áreas o Estado ainda tem papel regulamentador significativo, como no

comercio e no controle ambiental. Verificou Pereira (1998), a reforma no Estado

proporcionou transformação nas instituições, de forma para aumentar a governança

e a governabilidade. O autor continua a explanar que a reforma do Estado é vista

como um processo de redução do tamanho (proporção sobre responsabilidade),

envolvendo a delimitação da sua abrangência institucional e a redefinição do seu

papel.

De acordo com Souza (2002), a municipalização não demonstra

transparência na capacidade de decisão para as esferas subnacionais, mas sim a

responsabilidade na implementação das políticas.

A descentralização das políticas públicas no Brasil remente ao compreender a

situação político-social presenciada pelo país no período do século XX (1960-2000),

(SCARDUA; BURSZTYN, 2003) como configurava-se o novo estado brasileiro, sua

distribuição territorial (fragmentações), a estrutura política, situação financeira

(centralizada ou descentralizada) e institucional (centralizada ou descentralizada).

De acordo com (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) viabiliza que o Brasil enfrentava

obstáculos nas alterações em diferentes áreas do pais, devido a diversidade de cada

região, incluindo a descentralização das políticas sociais (saúde, habitação e

educação), setores de infraestrutura e no sistema político.

Na década de 90 para Bacelar (2003), há uma decisão, que centralização não

dar certo no Brasil. Começa-se operar a descentralização, ocupando os espaços

visando o bem estar social e a eficiência da gestão do Estado. A experiência

acumulado ao longo dos anos, sobre os espaços governamentais, voltadas para a

esfera municipal e também no governo estadual, cheio de experiências locais que

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mostram que o país tem experiências como governa, enfatizando a

descentralização.

A descentralização para (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) para ser efetiva,

necessita contar com a solidariedade e participação social, é essencial a

participação para ocorrer a democracia participativa e representativa. Todavia, o

governo tem que ser imparcial e intervir no processo que cause perdas econômicas

inerentes ao sistema com maneiras mais transparentes possíveis.

Como mencionara (SCARDUA; BURSZTYN, 2003), entre os diversos

desafios para gestão ambiental está a descentralização. Pois à medida em que os

órgãos de gestão ambiental federal instalam os instrumentos de atuação, os estados

tendem a seguir as diretrizes, no entanto, as práticas de atuação ocorrentes nos

municípios não encontram a mesma facilidade de acontecer.

A descentralização favorece a responsabilidade e a iniciativa de todos os

atores independente dos níveis, Permite estabelecer uma repartição equilibrada

entre os responsabilidades entre nível central e os níveis descentralizados, assim

com esse elemento de elaboração, são atendidos as demandas da sociedade.

Envolvendo a população permitindo maior adaptação as necessidades dos usuários,

adequando o processos com as características do público alvo. Para (SCARDUA;

BURSZTYN, 2003) a participação social é essencial para que ocorra transparência e

representatividade.

As primeiras políticas públicas federais existentes foram na área da saúde,

onde a descentralização apareceu em meados dos anos de 1980. Segundo

(SCARDUA; BURSZTYN, 2003) em 1983 foram assinados primeiros convênios das

Ações Integradas de Saúde (AIS) com os Estados e municípios. No ano de 1987,

(SCARDUA; BURSZTYN, 2003) relata que os Estados os primeiros aderir ao

convênio Sistema Unificado e Descentralização de Saúde (SUDS), o governo teve

como estratégia instalar a descentralização de maneira gradativa, com criação de

espaços institucionais de participação social atreveis do Conselho de Saúde. O

Sistema Único de Saúde (SUS) teve o início de implementação em 1988, intitulado

como sistema descentralizado e com comando único na esfera de poder. No setor

educacional a constituição de 1988, previu que somente os níveis de governo,

organizassem seus respectivos sistemas de ensino, os municípios atuem com

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prioridade na área da educação infantil (pré-escolar) e no ensino fundamental, os

Estados são os principais responsáveis pelo ensino médio e enquanto o governo

federal é o responsável pelo ensino superior. As ações descentralizadores visam

melhor interação para gestões transparentes.

Para (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) a participação social é um ponto

fundamental para a implantação da descentralização, forma que venha contribuir

para a democracia no Estado brasileiro, mas há críticas sobre a melhoria no serviço

público, “a simples participação não representa um ganho para a melhoria da

gestão”, a sociedade precisa fiscalizar as ações públicas que estão sendo

envolvidas visando garantias de bem estar social. A descentralização em visão

crítica pode acarretar exercícios oligárquicos e oferecer ricos como o declínio dos

serviços prestados à população, pois a ideia de democratização, o poder é

transferido de elites nacionais para elites locais, aumentando o acesso de recursos

públicos repassados pelo governo federal aumentam oportunidade de corrupção nas

esferas menores (SCARDUA; BURSZTYN, 2003).

Segundo (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) a descentralização é fruto de um

intenso processo de desenvolvimento da sociedade brasileira que amadureceu

segundo as diretrizes da constituição, avança positivamente sob os requisitos do

meio ambiente, mas grandes desafios são introduzidos para a implementação da

descentralização da política ambiental.

Na visão dos autores (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) a descentralização da

questão ambiental ainda necessita não somente de participação social, mas de

acordos individuais entre União e Estado, via convênios, contratos, acordos de

cooperação ou pactos federativos.

Entende-se a transferência de autoridade e de poder decisório para instâncias

subnacionais como descentralização, é um dos princípios constante na Constituição

Federal brasileira de 1988. (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) relata que a constituição

apresenta características inovadoras que visam democratizar a participação,

complementares à democracia representativa, com finalidade de fortalecer o

controle social e a descentralização, no entanto, não ocorreu em nível satisfatório e

efetivo.

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Segundo dados do IBGE (2004), foram estudados os perfis dos 5.560,

municípios e 71% possuem estrutura do meio ambiente ligadas as prefeituras. É

ótimo indicador para avaliar que há preocupação das administrações municipais com

a gestão dos recursos ambientais, ocasionando criações de secretarias municipais

voltadas para atuar especificamente no meio ambiente, assim disponibilizando

recursos para a área com finalidade de torna o processo de gestão com qualidade.

De acordo com Sousa (2005), no ano de 1989, observa-se a reestruturação

dos órgãos públicos encarregados da gestão ambiental, mediante a unificação em

torno de um único órgão federal o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais (IBAMA) sobre a Lei nº 7.735, de 22 de fevereiro de 1989. A partir

do ano de 1985 é possível notar o fortalecimento dos órgãos estatuais de meio

ambiente, resultado devido a temática ambiental na Constituição de 1988 como

responsabilidade comum entre Estados e União.

Como mencionaram (NASCIMENTO; BURSZTYN, 2011) a descentralização

das políticas públicas ambientais é vista como uma das opções aos problemas e

desafios que os municípios enfrentam diariamente na área ambiental. A

democratização pode ser de natureza “intergovernamental, intragovernamental ou

interinstitucional, funcional ou espacial”. Algumas alternativas de descentralização

podem ser mencionadas a estadualização, a municipalização, a regionalização e a

privatização. Sobre a descentralização da gestão municipal ambiental os autores

(NASCIMENTO; BURSZTYN, 2011) explanam que é um processo político

administrativo que compete ao poder público local (Executivo e Legislativo) instalar,

formular e avaliar as políticas ambientais, com a participação da população, visando

a qualidade de vida e a qualidade ambiental. (NASCIMENTO; BURSZTYN, 2011)

ressalta que a questão ambiental passou a ser mais frequente na vida da sociedade

a partir da Constituição Federal de 1988, no artigo 225, em que o ambiente é

definido como bem de uso como do povo, e o poder público e a sociedade tendo

responsabilidade de sua manutenção. No artigo 23 é eminente a descentralização,

competências comuns entre União, estados, distrito federal e os municípios para se

responsabilizar e promover a proteção ambiental do meio ambiente.

Para (AZEVEDO; PASQUIS; BURSZTYN, 2014) a política de

descentralização no Brasil e a participação da sociedade tiveram surgimento na

década de 80, pois já havia focos de práticas devido a situação que o Estado

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encontrava-se, mas na década de 90, enfatiza-se a flexibilização, e na área

ambiental torna-se dinâmico devido a constituição de 1988, foi o impulso para o

desenvolvimento de polícias públicas ambientais, no entanto, caminha lentamente a

evolução.

Para (AZEVEDO; PASQUIS; BURSZTYN, 2014) mesmo com novos arranjos

institucionais, a descentralização ambiental no Brasil é presenciada por grandes

oscilações. O autor continua a explanar que, existem regiões no brasil mais

avançadas no conceito de políticas ambientais e outras regiões em fase de

estruturação.

Na visão de (SCHMITT; SCARDUA, 2015) a descentralização é um processo

de transferência de responsabilidades de algumas funções do governo central para

os governos locais, consideram que o modelo obtido é eficaz, um dos mais

importantes para a gestão, pois tem-se o entendimento que a descentralização é

uma grande solução para superar vários problemas da gestão do Estado e do

sistema político. (SCHMITT; SCARDUA, 2015) indaga que a redemocratização no

país na década de 1980, tem finalidade contraposição ao regime militar

anteriormente vigente e tem ideias democráticas descritas na nova Constituição

Federal, art. 23. O modelo de república federativa estabelecido, tem visão

fortemente democrática buscando a maior participação popular, com a promulgação

da nova carta mãe foram previstas novas competências entre os entes federados,

caracterizando a descentralização dos poderes no Brasil.

Quanto as vantagens (SCHMITT; SCARDUA, 2015) explana que, o

conhecimento local possibilita como melhor gerir os recursos ambientais, criações de

sistemas sincronizados de elaboração de regras, interpretação e aplicação

diminuem as chances de falhas em grandes regiões, trazer a intensificação fiscal as

competência regionais. Os autores relatam sobre a desvantagens da

redemocratização, a auto organização das competências regionais é muito

dispendiosa, existem muitos conflitos dos usuários locais do uso dos recursos

naturais, altos custos políticos, inseguranças de esforços serem derrubados por

superiores, risco de estagnação na gestão dos recursos ambientais locais.

Segundo (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015) com as mudanças feitas

na constituição brasileira 1988, os municípios recebem autonomia na implementação

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de políticas públicas. A descentralização está ligado a reconstrução da democracia,

sendo projeto sobre tudo político.

(SCHMITT; SCARDUA, 2015) afirma que, o debate sobre o tema

descentralização e centralização da política ambiental brasileira, é fruto de um

rigoroso processo de desenvolvimento da sociedade brasileira, grandes desafios

enfrentados para implementação.

Para (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015) a descentralização está no

contexto de redemocratização, um processo político. Via descentralização uma

forma do poder político se aproximar da sociedade, rompendo as barreiras entre os

mesmos, e trazendo a participação popular bem sucedida nas gestões municipais.

A partir da instalação da nova constituição, a agenda dos municípios

ocorreram mudanças, o que até então era compromisso do governo federal e

estado, cabe a representação da esfera municipal devido a descentralização

(SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015). A descentralização tem dois marcos

históricos: de um lado a ideia Neoliberal de estado mínimo, no qual, privatizar para

melhor eficiência dos serviços prestados pelo governo, e do outro lado a visão da

descentralização para garantir a redistribuição de poder, favorecendo assim as

relações entre Estado e sociedade (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015).

3.6 A Revolução industrial versus os problemas ambientais

A Revolução Industrial marcou a passagem de um mundo produtivo

praticamente imóvel, para um mundo produtivo marcado por grande

desenvolvimento industrial, que utilizou e ainda faz uso dos recursos naturais de

maneira muitas vezes de maneira descontroladas. Esse modelo de produção e

industrialização predominou grande parte dos séculos XVIII e XX, essa

predominância de modelo de produção, ocasionou grandes problemas

socioambientais. Para Hawken (1999), a Revolução Industrial deu origem ao

capitalismo moderno, expandindo extraordinariamente as possibilidades de

desenvolvimento material da humanidade. A partir de meados do século XVIII

destruiu-se mais a natureza que em toda a história anterior.

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Conforme Dias (2008), a partir da segunda metade do século XX, devido a

intenso aumento do crescimento econômico mundial, os problemas ambientais

foram agravados e começaram a aparecer com maior visibilidade aos olhos da

população particularmente em dos países desenvolvidos, os primeiros a serem

afetados pelos impactos provocados pela revolução industrial.

O aparecimento desses problemas com o passar dos anos com o passar dos

anos acabou levando os países a serem obrigados pelas mudança climáticas, como

o aquecimento e efeito estufa a estruturarem programas e políticas ambientais

conjuntas e individuais para tentarem conter o avanço dos impactos ambientais,

causados por uma utilização desenfreada dos recursos naturais do planeta.

Segundo Camargo (2003), os efeitos devastadores das duas grandes guerras

mundiais foram decisivos para que houvesse um impulso na conscientização dos

seres humanos a respeito dos problemas ambientais.

Durante contexto pós-Segunda Guerra começou um início de uma mudança

de valores no que diz respeito a reação e a elaboração de respostas para formular

alternativas que possibilitassem a tentar minimizar ou melhorar os problemas

ambientais até então causados, deu-se início a busca pelo equilíbrio entre produção

e meio ambiente.

3.7 Política Pública Ambiental

A institucionalização da Política Ambiental brasileira, verifica-se após a

Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Humano, na cidade de

Estocolmo em 1972, em 1973 foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente

(SEMA), foi o primeiro órgão na esfera Federal especifico para questões ambientais,

ligado à presidência da república. Em 1981 somente foi criada a Política Nacional do

Meio Ambiente (PNMA), Lei 6.938, designa o Sistema Nacional de Meio Ambiente

(Sisnama). O sistema integra as três esferas do governo: federal, estatual e

municipal, (AZEVEDO; PASQUIS; BURSZTYN, 2014).

A evolução das políticas públicas no Brasil ganharam forças com as pautas

colocadas na conferência ambiental internacional de Estocolmo em 1972, para

despertar a consciência sobre o meio ambiente, (SCARDUA; BURSZTYN, 2003)

destrincha o desenvolvimento da Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), antes

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da promulgação da constituição federal de 1988, a Lei nº 6.938/81, instituiu o

sistema de descentralização de gestão ambiental no Brasil, a criação do Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA) foi constituído por órgão superior, órgão

consultivo deliberativo, órgão central, órgão executor, órgãos seccionais e órgão

locais. A política ambiental tem definição como conjunto de atividades e

procedimento de diferentes níveis de competências e organizações (Estado,

supranacionais, empresas, organizações não governamentais).

Na visão de (SCARDUA; BURSZTYN, 2003) todas com a mesma finalidade

de proteção ao meio ambiente e conservação natureza. Em 1992, a discursão sobre

a problemática ambiental cresce na Conferência Nações Unidas para o Meio

Ambiente, conhecida também como Rio-92, realizada no Rio de Janeiro, onde reuniu

175 países e organizações não governamentais. Teve como finalidade reunir os

representantes para debater e divulgar a nova concepção de desenvolvimento

sustentável a parir do Relatório de Brutland, o relatório foi elabora pela Comissão

Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento tem uma visão crítica do

modelo adotado pelos países industrializados de gerir os recursos naturais em

excesso, ressalta os danos causados para o ecossistema e a perspectiva para o

futuro da população mundial. O relatório tem a finalidade de tornar a relação entre

homem-meio ambiente viável dando importância para preservação dos recursos

ambientais.

Para Peccatiello (2011), houve crescimento no interesse mundial pelo futuro

do planeta, os países passaram a adotar medidas que visam a preservação

ambiental, medidas essas que formularam alterações nos órgãos responsáveis pela

gestão ambiental, e a participação mais presente dos municípios sobre a

responsabilidade do meio ambiental (criações de secretarias), modelo que tornou a

participação social mais presente devido a descentralização das políticas públicas.

O autor continua a indagar que as questões ambientais nas últimas três

décadas, é o que reflete-se nas ações do setor público, das empresas e sociedade

civil. Tem como visão equacionar os problemas ambientais e o crescimento

econômico do país e seus agentes. A questão ambiental encontra-se incorporada à

agenda política, em meio as exigências mundial mesmo com esforço das ações

brasileiras, não são fáceis as implementações, pois exigem realocações eficaz de

recursos e a participação da sociedade.

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Segundo Peccatiello (2011), as políticas ambientais no brasil, tiveram

desenvolvimentos em resposta ás exigências do movimento internacional

ambientalista, a partir da segunda metade do século XX, durante a década de 1960.

Constituiu criações de instituições e legislações designadas ao âmbito ambiental.

Trazendo o entendimento do que é hoje o termo política ambiental brasileira.

As políticas públicas tem diretrizes e princípios norteados pelo poder público,

no âmbito das questões ambientais os órgãos tem suas divisões (Federal, Estadual

e Municipal) para gestões mais eficientes devido as peculiaridades de cada região.

Brasil um país vasto territorialmente, múltiplas culturas e segmentos, irão se

diferenciar em suas micro regiões. A descentralização vem com finalidade trazer a

efetividade, transparência, bem estar para a população. A maior participação nas

questões ambientais é de total importância, haja vista, perante lei o meio ambiente e

bem comum. Para Neves (2012), no campo da política ambiental a necessidade de

cooperação está presente de maneira acentuada, a ação conjunta com a sociedade

precisa ser acontecer, evitando assim desperdício de recursos públicos e a

transparência nas políticas públicas. Ressaltando que a democratização com o

passar dos anos tornou as políticas mais efetivas para a sociedade.

Políticas ambientais efetivas são fundamentais para a sustentabilidade do

desenvolvimento ao longo prazo, buscar contribuir para o fortalecimento das

questões globais de preservação (NEVES, 2012).

Para Neves (2012), as políticas públicas de abrangência nacional realizadas

por governos centrais, necessitam da participação dos atores governamentais locais,

para adequar os objetivos das políticas e regulamentações ao cenário local, com

finalidade de otimizar o uso dos recursos públicos cada vez mais escassos e

implementação das políticas com efetividade.

De acordo com (SILVEIRA; COSTA; DE OLIVEIRA, 2015) com a formulação

da descentralização visa a eficiência das políticas públicas aplicadas para a

sociedade, uma forma precisa de atender os anseios da polução e torna os

processos menos burocráticos.

As políticas ambientais no Brasil são relativamente recentes se comparadas

com os demais países para Monosowski (2009), a política ambiental brasileira,

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propriamente dita, se desenvolveu de forma tardia, se comparada às demais

políticas setoriais brasileiras.

Foram necessários inúmeras transformações, segundo Medeiros (2004),

desde o domínio europeu no Brasil, o processo de desenvolvimento econômico foi

baseado no uso dos recursos naturais para atender às demandas do mercado

capitalista, seja pelas elites nacional ou internacional. Sabe-se que a adoção de

políticas públicas ambientais acabam gerando conflitos, osso é devido ao foto de

envolver inúmeros atores para que a mesma possa ser colocada em prática.

Santos (2004) ressalta que a elaboração, implantação e desenvolvimento das

políticas públicas ambientais são alvos de inúmeros conflitos, pois segundo ele a

elaboração e implementação de políticas que mudem os hábitos da sociedade são

sempre difíceis de implantar.

A adoção das políticas públicas ambientais brasileiras durante a segunda

metade do século XX, gerou grandes pressões sobre a capacidade do estado em

dar suporte ambiental que essas políticas precisavam para sua real implantação e

manutenção após o processo inicial. Cunha e Coelho (2008) dividem a política

ambiental brasileira em três distintos períodos da história: o primeiro período, de

1930 a 1971, que se caracterizou pela construção de uma base de regulação dos

usos dos recursos naturais; o segundo período, de 1972 a 1987, a ação

intervencionista do Estado chegou ao seu ápice; o terceiro período, de 1988 aos

dias atuais, caracteriza-se pelos processos de democratização e descentralização

decisórias e pela rápida disseminação da noção de desenvolvimento sustentável.

3.8 Evolução da política ambiental no Brasil

Durante as décadas de 1930 à 1960, no Brasil não existiam políticas

ambientais propriamente ditas, o que existia nessa época eram políticas públicas

setoriais, que eram basicamente voltadas para a industrialização, era o que se

denominava na época como controle racional dos recursos naturais procurando

sempre a melhor alternativa para a indústria. No Brasil a sociedade começou a se

preocupar com a crescente degradação ambiental por volta dos anos 50. Segundo

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Tachizawa (2011), essa preocupação da sociedade com a preservação da natureza

ficou restrita a fauna, flora e preservação das espécies animais e vegetais

Durante a década de 30 começou a ser criadas políticas setoriais para auxiliar

a gestão pública no contexto de industrialização e degradação ambiental da época,

foi neste período que começaram a surgir as primeiras legislações voltadas para a

administração dos recursos naturais um exemplo disso pode-se citar o Código de

Águas Decreto nº 24.643/1934, a feto á do Ministério das Minas e Energia (MME), a

criação desse decreto tinha o objetivo inicial no aproveitamento hídricos para as

hidrelétricas o Código Florestal Decreto nº 23.793/1934, que teve o início de sua

gestão vinculada ao Ministério da agricultura, que tinha como foco a proteção do

solo para o uso da agricultura e pecuária da época cuja gestão, inicialmente e a e

por fim durante esse período foi criada a Lei de Proteção a Fauna Lei nº 5.197/1967.

A utilização mais ativa de instrumentos de política ambiental pelo Estado

brasileiro começou a se fortalecer, no Brasil, ao longo dos anos 70, como ressalta

Baer (1996) isso ocorreu principalmente devido ao impacto político da Conferência

das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, realizada em junho de 1972, em

Estocolmo, Suécia. Durante essa Conferência o Brasil teve um posicionamento

contrário sobre a priorizar ações que beneficiassem o meio ambiente em suas

políticas governamentais, haja visto que para o governo priorizar políticas ambientais

iria ser o oposto da proposta de industrialização e melhoria econômica que o

governo tinha estabelecido de crescimento econômico.

Nesse contexto o Governo brasileiro liderou o grupo de países em

desenvolvimento que tinham posição de resistência ao reconhecimento da

importância da problema ambiental. Segundo Nobre (2002) durante menos de 10

anos depois essa posição dos países em desenvolvimento veio a se alterar,

influenciada grande parte pela publicação “Word Conservation Strategy- IUCN”

(1980), essa publicação tinha como foco principal a necessidade de manter viva e

saudável a diversidade genética e os processos ecológicos, objetivando sobre a

necessidade de discutir a sobrevivência do meio ambiente.

Durante a década de 70, também foi criada foi criada a Secretaria Especial de

Meio Ambiente, a primeira instituição que trabalharia exclusivamente para tratar da

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problemática ambiental brasileira. Machado (2008), afirma que a criação da SEMA

foi recebida com grande entusiasmo por alguns ativistas que entendiam que a

criação da mesma era resultado da pressão do movimento ambientalista. No

começo a SEMA focou suas ações no combate à poluição industrial que eram muito

grandes na época principalmente nos grandes centros urbanos, pois as ações

propostas pelo governo se referia a controlar a poluição urbana sem um

planejamento para longo prazo. Mas apenas no final da década de 70 coma a

criação do PND, que começaram a ser postas em pratica os controles para a

poluição industrial (SEMA, 2018).

Ainda durante a década de 70 o termo desenvolvimento sustentável passou a

ganhar forca e notoriedade. Ferreira (2000, p.25), destaca que em 1972, surge a

proposta do Desenvolvimento Sustentável no Relatório Brundtland, essa proposta

que foi idealizada pelos países desenvolvidos da Europa, configuraram a definição

mais conhecida de desenvolvimento sustentável.

[...] desenvolvimento sustentável não é um estado fixo de harmonia

mas um processo de mudança na qual a exploração de recursos, a

direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento

tecnológico e as mudanças institucionais serão feitas

consistentemente ao atendimento as necessidades do presente sem

comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as

suas próprias necessidades.

Para (Lenzi, 2006): “Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que

satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações

futuras em satisfazer suas próprias necessidades”, o termo apresenta segundo a

mesma autora uma vaga força e fraqueza pois é necessário para ela ressaltar o

termo sustentabilidade deve estar sempre ligado as necessidades de cada

sociedade e que essas necessidades mudam de acordo com o tempo e depende

muito dos valores individuais de cada sociedade.

Com a disseminação do conceito de sustentabilidade as políticas ambientais

foram ganhando mais destaque nacional, passando a fazerem parte da agenda

anual dos Governos, devido não só as pressões sociais mas devido principalmente

ao novo perfil da sociedade moderna, que tem um ser mais exigente e mais

consciente do quesito preservar para as futuras gerações. Ribeiro (2005), ressalta

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que garantir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das

gerações futuras atenderem também às suas próprias necessidades.

Devidos a esses fatores e outros, durante os anos 80, houve grandes

avanços na temática do meio ambiente, como a da PNMA, Lei 6.938/81, que criou o

Sistema Nacional do Meio Ambiente. Milaré (2012) observa que o Sisnama

representa a articulação da rede de órgãos ambientais existentes em todas as

esferas da administração pública, ressalta ainda que o órgão não existe por si

só: mistura abstração e concretude, pois o todo funciona a partir de partes reais e a

alma do sistema seria a comunicação ou interação entre as partes para que o todo

possa funcionar.

Apesar de ter iniciado suas atividades há mais de três décadas o SISNAMA

ainda não encontra-se plenamente estruturado para Araújo (2013) exemplifica

algumas disfunções ainda existentes no órgão, entre eles destacasse-se a

centralização histórica de atribuições na esfera Federal.

Ainda na década de 80, foi instituída a Política PNMA Lei nº 6.938/81 a qual

teve suas diretrizes regulamentadas em 1983, o que ajudou muito na elaboração

das políticas públicas ambientais nacionais. O que mudou significativamente a forma

não só de fazer política ambiental mas principalmente mudou a forma de fiscalizar e

punir quem não cumpre com o que estabelece a Lei quanto a preservação e

conservação do meio ambiente (SEMA, 2018).

Ainda a década de 80, foi criado o Ministério de Desenvolvimento Urbano e

Meio Ambiente no ano de 1985, posteriormente o Conselho Nacional do Meio

Ambiente aprovou resoluções relativas ao licenciamento ambiental, que regulam a

aplicação do instrumento até os dias atuais. Em 1986 foram criadas Resoluções nº

001/1986 e nº 009/1987, que tratam, respectivamente, do Estudo de Impacto

Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental e das audiências públicas prévias ao

licenciamento, como forma de garantir que o meio ambiente e a desenvolvimento

econômico estejam em equilíbrio.

Monosowski (1989) relata que, as políticas públicas relacionadas ao meio

ambiente implementadas pelo Estado, no decorrer da década de 90, foram

amplamente limitadas no quesito de sustentabilidade ambiental, o que acabou de

certa forma favorecendo grupos econômicos regionais embora tenha havido,

concomitantemente, um processo de descentralização administrativa.

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A criação do IBAMA EM 89, criado através da Lei nº 7.735/1989,

regulamentada pelo Decreto nº 97.946 do mesmo ano deu uma outra cara para a

política pública ambiental, tem especial destaque em sua atuação por conta de não

trazer características apenas de órgão de cúpula mas, sobretudo, por seu caráter de

coordenador, de fiscalizador, preservacionista, assessor, executor da política

nacional do meio ambiente, entre tantas outras.

Também em 1989, a Assembleia das Nações Unidas aprovou a convocação

da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento para

1992, que ficou conhecida em todo o mundo como Rio-92. O mérito de seus

resultados é até hoje discutido, por alguns elogiados e por outros criticados. Os

efeitos mais visíveis da Rio-92 foram a criação da Convenção da Biodiversidade e

das Mudanças Climáticas – que resultou no Protocolo de Kyoto, a Declaração do Rio

e a Agenda 21 (BRASIL, 2018)

Durante os anos 90, também que foi criado a Secretaria de Meio Ambiente da

Presidência da República, a partir daí as questões ambientais ganharam mais força.

Vale ressaltar que a elaboração de políticas ambientais são normalmente feitas após

de enormes e complexos problemas ambientais, devido esses problemas serem

sempre causado num local por uma parcela pequena e que afetam uma grande

parcela da população e em muitas vezes acaba afetando outros locais. Nesse

cenário nos anos 90 Ferreira (2003) que as políticas ambientais brasileiras seguiram

uma inserção de um modelo preservacionista Internacional para conseguir anteder

os anseios do desenvolvimento sustentável. Isso pode ser constatado com a criação

da Lei nº 9.795, 27/04/1999 Política Nacional de Educação Ambiental.

Com base nisso vários movimentos de entidades seja da sociedade civil

organizada, de ONGs e até mesmo o Ministério Público Federal, foram importantes

para a união de força para elaboração das políticas públicas. Olson (1999) analisa o

problema da participação popular em assuntos coletivos, e afirma que os interesses

de grupos pequenos podem ter mais peso no desenvolvimento de políticas públicas

devido à maior eficácia desses grupos em fazer pressão e em impor as suas

agendas. Os movimentos da sociedade civil organizada é de um importância

fundamental para que o Governo elabore e fiscalize as Leis, pois eles passaram a

exigir medidas mais eficazes na prevenção e principalmente na recuperação do

meio ambiente.

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Como essas políticas acabaram evoluindo de forma gradual, tiveram sempre

inúmeros debates sobre como conciliar o homem e a natureza em equilíbrio

ambiental e econômico, o antropólogo, Godelier (1981), afirma que a relação

sociedade e natureza só pode ser compreendida a partir da racionalidade presente

em cada sociedade, pois, somente os estudos objetivos organizativos (cultural,

econômico e sócio-político), e as representações que os indivíduos constroem sobre

seu meio, .a natureza e com seus recursos. Devido essa relação de cada sociedade

com a natureza que a ONU, estabeleceu metas para os países atuarem em conjunto

para a preservação ambiental do planeta, descentralizando as ações individuais e

dando ênfase nas ações coletivas e organizadas, elaborando metas e dando prazos

para que essas metas sejam cumpridas.

Segundo Lago (2013). A Rio-92, é uma exemplo dessas ações e que mostrou

o interesse do mundo com as questões ambientais e o futuro do planeta, países que

até então ignoravam, tinham a questão ambiental como forma secundária passaram

a dar uma ênfase maior para o meio ambiente. O referido autor ainda ressalta que

nessa conferência foram assinados importantes acordos ambientais que até hoje

tem sua influência refletida em ações ambientais, entre eles destacam-se a

Convenção do Clima e da Biodiversidade, a Agenda 2, a Declaração do Rio para o

Meio Ambiente e o Desenvolvimento e a Declaração de Princípios para as Florestas.

Ainda de acordo com Lago (2013) no Brasil depois da Rio-92, houve um

grande avanço legislativo na área, com a aprovação de várias leis setoriais, como a

Lei Nacional de Política de Recursos Hídricos, que é a Lei nº 9.433 mais conhecida

como Lei das Águas, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos e criou o

Sistema Nacional de Recursos Hídricos, foi criada em fevereiro de 1998 a Lei nº

9.605, Lei de Crimes Ambientais, que determina as sanções penais e

administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e a da

Lei nº 9.795 de Política Nacional de Educação Ambiental de 1999 que dispõe sobre

educação ambiental.

Viola (2012) destaca que fortalecimento Estado referente as políticas públicas

ambientais ganharam força na primeira década do Séc. XXI, ainda reflexo da Rio 92

Mas segundo o mesmo autor a posição de fortalecimento da política

ambiental por parte do governo Brasileiro perdeu força na segunda década do

século quando o país sediou a Rio+20, e procurou não dar tanta ênfase na questão.

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“O governo procurou diluir a conotação ambiental do evento através do foco em

temas sociais, ao mesmo tempo em que buscou o caminho de menor resistência do

consenso, em vez do confronto” (VIOLA, 2012).

3.9 Exploração da Amazônia como forma de desenvolvimento

Durante a década de 40, enormes áreas da cobertura florestal amazônica

passaram a ser subtraídas, devido ao modelo de planejamento tradicional e

desenvolvimentista adotado pelo Estado brasileiro. Modelo este que foi marcado

pela implantação e desenvolvimento de políticas públicas que visavam ocupar a

Amazônia para assim integrá-la econômica e produtivamente ao resto do país,

abrindo assim caminho para mercados e investidores internacionais, através da

construção de uma infraestrutura atrativa e financiada pelo estado nacional

(MONTEIRO; COELHO, 2004;).

Entre estas políticas de incentivos fiscais e subsídios destacam-se a abertura

de estradas, o estímulo ao crescimento e ocupação das cidades, e a implantação de

diversos e amplos projetos agropecuários, hidroelétricos e de exploração mineral

(ALENCAR, et al., 2004)

Desde a década de 1960, houve um crescimento das denúncias de desastres

ambientais, e um aumento das políticas públicas em prol do desenvolvimento

sustentável na Amazônia, assim como a consciência ecológica das populações,

passaram a ganhar notoriedade e força. Para Soares e Ferreira (2004), esse quadro

é recorrente do processo de industrialização agressivas e diversas ações têm sido

realizadas para se construir mecanismos de preservação e conservação da

natureza.

3.10 O PMV como resposta a exploração da floresta Amazônica

Na tentativa de contenção do desmatamento foram realizadas várias ações,

sendo o Programa Municípios Verdes é responsável por resultados satisfatórios na

amenização do desmatamento paraense (PARÁ 2011).

O PMV, foi criado pelo governo do estado do Pará através do Decreto nº 54,

de 29 de março de 2011 (PARÁ, 2011), é um dos mais completos programas

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lançados pelo governo do Estado, com o objetivo de alterar e mudar o quadro de

devastação da Amazônia, assim como servir de modelo para outros estados por

meio de uma economia mais forte e sus tentável, que possibilite desenvolver a

economia com equilíbrio.

O Programa é desenvolvido em parceria com os munícipios, iniciativa privada,

Ministério Público Federal, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e sociedade civil

organizada, visando sempre ajudar a gestão pública municipal a ter mais autonomia

nas decisões de controle e preservação ambiental, através de pactos locais, no

monitoramento do desmatamento, na implantação do Cadastro Ambiental Rural

(CAR); e na estruturação da gestão ambiental especifica de cada um dos municípios

participantes do Programa.(PMV, 2018)

O PMV, é coordenado pela Casa Civil do Governo do Pará, na figura do

Secretário Extraordinário de Estado para a coordenação do Programa Municípios

Verdes. O município que mais ganhou notoriedade dentre os municípios que

aderiam ao Programa foi Paragominas que conseguiu implantar de forma eficaz o

programa, saindo da lista dos municípios que mais desmatavam e se tornando

referência no enquadramento de Município Verde (SEMA, 2018).

O PMV, propõe sete metas para os municípios paraenses que assinaram o

pacto e se comprometeram a colocá-las em prática para obterem o selo verde de

cidade sustentável.

Lista das sete metas propostas pelo PMV, aos municípios, essa lista está

disponível no site do programa:

Celebrar o pacto local contra o desmatamento com a sociedade e governos

locais;

Criar o grupo de trabalho municipal de combate ao desmatamento ilegal;

Realizar as verificações em campo dos focos de desmatamento ilegal e

reportar ao programa;

Manter a taxa anual de desmatamento abaixo de 40 Km² (com base nos

critérios do PRODES/INPE);

Possuir mais de 80% da área municipal cadastradas no Cadastro Ambiental

Rural (CAR);

Não fazer parte da lista dos municípios que mais desmatam na Amazônia;

Introduzir nas escolas municipais noções de educação ambiental.

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Ao final das sete metas o município que conseguir uma real implantação das

etapas ganha o selo de município verde.

3.10.1 Motivos que levaram Paragominas a aderir ao programa

No início dos anos 2000 a Amazônia mais uma vez passava pelo incentivo da

exploração da floresta por meio de criação de grandes áreas para a agricultura e

para a formação de pastos.

Com isso no ano de 2002 o desmatamento voltou a crescer, pois os

“fazendeiros da Amazônia começaram a adquirir mais independência dos

financiamentos do governo brasileiro” (CHIARAVALLOTI, 2011), o que ainda

segundo o referido autor resultou no aumento do quantitativo de gado produzido por

área, na possibilidade de exportação de carne bovina por parte de alguns estados

brasileiros e, consequentemente, no aumento da área ocupada, gerando em 2004

uma taxa de desmatamento próxima à de 1995.

Tourinho (2001) explica que, nos últimos quarenta anos (1960-2000), a

economia no Estado experimentou um crescimento impulsionado pela concessão de

incentivos fiscais e creditícios, implantação de projetos públicos e privados de

colonização, promoção Foi esse contexto de exploração continuada durante anos na

Amazônia que levou Paragominas a lista negra divulgada pelo Ministério do

Ambiente como um dos municípios que mais desmatavam no brasil em 2007.

Segundo o decreto 6321/07, o MMA deve apresentar anualmente uma lista

dos municípios que mais desmataram no ano anterior, com base nas suas

dinâmicas históricas de desmatamento. Esse decreto estabelece a obrigatoriedade

de recadastrar os seus imóveis junto ao INCRA, para fornecer informações de

controle e prevenção das propriedades rurais, com essas informações o Governo

pode fiscalizar, aplicar multas e até embargos nos municípios que mais desmatam.

Ministério do Meio Ambiente (2007).

Nesse contexto, encontrava-se não só Paragominas mas outros municípios

também, como demonstrado na tabela seguir.

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Tabela 2 - Lista dos 36 municípios brasileiros mais desmatados em 2007.

Ranking dos municípios mais desmatados

Alta Floresta (MT) Nova Maringá (MT)

Altamira (PA) Nova Ubiratã (MT)

Aripuanã (MT) Novo Progresso (PA)

Brasil Novo (PA) Novo Repartimento (PA)

Brasnorte (MT) Paragominas (PA)

Colniza (MT) Paranaíta (MT)

Confresa (MT) Peixoto de Azevedo (MT)

Cotriguaçu (MT) Pimenta Bueno (RO)

Cumaru do Norte (PA) Porto dos Gaúchos (MT)

Dom Eliseu (PA) Porto Velho (RO)

Gaúcha do Norte (MT) Querência (MT)

Juara (MT) Rondon do Pará (PA)

Juína (MT) Santa Maria das Barreiras (PA)

Lábrea (AM) Santana do Araguaia (PA)

Machadinho D´Oeste (RO) São Félix do Araguaia (MT)

Marcelândia (MT) São Félix do Xingu (PA)

Nova Bandeirantes (MT) Ulianópolis (PA)

Nova Mamoré (RO) Vila Rica (MT)

Fonte: Ministério do Meio Ambiente (2007).

Após a inclusão do município na lista, os produtores rurais de Paragominas

passaram a sofrer diversas sanções como restrições ao acesso de créditos agrícolas

e perda de mercado consumidor, pois muitos compradores não queriam ter vínculos

com produtos considerados ilegais e empresas com imagem comercial

negativamente afetada (GUIMARÃES et al., 2011).

3.10.2 Resposta do Governo ao embargo sofrido por Paragominas

No final de fevereiro de 2008, o governo municipal realizou um seminário com

a participação de cerca de 500 pessoas e 51 entidades convocadas para discutir e

buscar soluções aos problemas existentes. Ao final do evento, as entidades

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aderiram ao Pacto pelo Desmatamento Zero, com objetivo de eliminar o

desmatamento e a degradação florestal a partir da adoção de práticas sustentáveis

(FERNANDES, 2011).

Inaugurava-se o projeto Paragominas: Município Verde. A transição que se

objetivava, todavia, perpassou por conflitos e transtornos, sendo marcada por

diversos protestos, especialmente, por parte dos produtores de soja, os pecuaristas

e os donos de serrarias do município (FERNANDES, 2011).

Com a economia praticamente parada, os ânimos se exaltaram, e, no início

de novembro de 2008, uma manifestação resultou no incêndio de veículos e

documentos e na depredação do escritório regional do IBAMA. (FUNDO

VALE, 2012).

O município solicitou o apoio do IMAZON, que elaborou um diagnóstico da

situação demográfica, socioeconômica e fundiária, dos aspectos biofísicos, da

pressão humana e do uso do solo a fim de apontar os desafios de adequação

ambiental (PINTO et al., 2009).

A adesão de Paragominas ao PMV, veio como a única maneira de conter os

embargos que o município sofreu e como uma forma de mudar o modelo de

economia do município tornando ele referência não só para a sustentabilidade mas

também para fatores econômicos e sociais.

Segundo informações no site da Prefeitura de Paragominas (PARAGOMINAS,

2018), o projeto Paragominas: Município Verde é uma cooperação entre a Prefeitura

Municipal de Paragominas e o Sindicato dos Produtores Rurais de Paragominas,

com o apoio da SEMA-PA, da Câmara Municipal de Paragominas, do Sindicato do

Setor Florestal de Paragominas, da Câmara dos Diretores Lojistas de Paragominas,

do Sindicato dos Comerciantes de Paragominas, do Sindicato dos Trabalhadores e

Trabalhadoras Rurais de Paragominas, da Associação dos Produtores de Soja,

Milho e Arroz do Estado do Pará, do IMAZON e da TNC para tornar o município de

Paragominas um modelo de Sustentabilidade na Amazônia.

3.10.3 PMV como política pública ambiental do Estado do Pará

Seguindo o que é proposto por Marussia e Campanill (2013), pode dizer que

foi inspirado na experiência do município de Paragominas, em março de 2011, o

Estado do Pará resolveu replicar este modelo de gestão sustentável nos demais

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municípios paraenses e estabeleceu o PMV no Decreto 54/2011 com grande parte

dos mesmos princípios e compromissos adotados no projeto Paragominas:

Município Verde.

Atualmente segundo o site do programa conta com a participação de 124 dos

144 municípios paraenses segundo o secretário do Programa Municípios Verdes do

Estado do Pará, na atualidade é impossível se falar de política pública ambiental e

desenvolvimento sustentável sem se falar em PMV como resposta da gestão pública

municipal para a manutenção do meio ambiente (PMV, 2018)

O PMV utiliza o apoio de Fundo da Amazônia, Banco Mundial, entidades

privadas entre outros, o Projeto pode ser compreendido como a primeira fase de um

projeto de modernização ecológica das políticas públicas ambientais, na qual é

necessária a participação e mobilização de diversos atores para o combate não

apenas do desmatamento. (PARÁ 2011)

Rudolf (2013), critica o programa pois segundo ele não é dada a devida

importância a devida importância às disputas sociais presentes na questão

ambiental enfatiza que esse processo necessita da participação de diversos atores

com diferentes níveis de agência (e poder) o que dificulta e muito sua

implementação.

A esse respeito Frey (2000), discute que tanto a elaboração quanto a

articulação de políticas ambientais pode ser vista como um campo de incertezas que

envolvem de forças e disputas.

Vale frisar que os dois grandes objetivo do PMV são combater o

desmatamento e apoiar o desenvolvimento rural de maneira sustentável. O que

diferencia o Programa das demais políticas públicas ambientais. A forma de atuação

do PMV é através da articulação com os municípios, partindo de um grande pacto,

que envolve todos os atores da sociedade, do governo e da iniciativa privada (PARÁ

2012).

Ao invés de trazer soluções prontas, o programa busca a construção

participativa e colaborativa com uma extensa rede de atores públicos e privados.

Sua atuação é baseada em quatro eixos estratégicos - controle e combate ao

desmatamento; ordenamento territorial, ambiental e fundiário; produção sustentável;

e gestão ambiental compartilhada que são apresentadas.

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Para administrar os recursos oriundos do Fundo Amazônia, foi instalado em

2014 o NEPMV, responsável pela gestão e acompanhamento de todos os processos

administrativos do projeto, desde o início com a elaboração dos Termos de

Referência até a contratação das empresas ganhadoras das licitações. O Fundo

Amazônia (decreto 6.527/2008) objetiva captar doações para investimentos não

reembolsáveis em projetos de prevenção, monitoramento e combate ao

desmatamento e de promoção da conservação e do uso sustentável das florestas na

Amazônia Brasileira (BRASIL, 2009; BRASIL, 2008).

Para o secretário especial do Programa Justiniano esse núcleo tem a missão

de apoiar e acompanhar a execução do projeto e garantir transparecia e controle

social, e é formado pelos seguintes órgãos e instituições: SEMAS, SAGRI, FAMEP,

TNC e IEB (PARÁ2011).

3.10.4 ICMS Verde

O ICMS Verde foi lançado pelo Governo do Pará em 2013, por meio da

articulação do PMV, o ICMS Verde também teve grande destaque e repercussão no

ano de 2014, o primeiro ano de repasse, no qual foram repassados aos municípios

cerca de R$ 35 milhões (2% do montante total do ICMS), baseados em critérios

ambientais. (PARÁ 2014)

Como o ICMS Verde é progressivo, sua participação no montante do ICMS é

crescente, de modo que, em 2017, será de 8% do ICMS Total atingindo o valor

estimado de R$ 140 milhões de reais de repasse. O ICMS Verde, que define que

parte da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

destinada à distribuição entre os municípios seja feita a partir de critérios ambientais.

Ou seja, usando a distribuição da arrecadação entre os municípios como medida

contra o desmatamento ilegal e o fortalecimento da gestão e do ordenamento

ambiental. Vale informar, que num esforço conjunto, está atualmente disponível no

site da Semas, os dados atualizados tanto dos índices, quanto dos valores de

repasse para cada município, para os anos de 2015,2016 e 2017 (PARÁ 2015).

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3.10.5 Futuro do programa

A parceria desenvolvida entre governo do estado do Pará, MPF, setores

produtivos e sociedade civil organizada têm colaborado com o monitoramento e

combate ao desmatamento ilegal, a meta é que até 2020 todos os 144 municípios do

Pará, tenham aderido o Programa, o que levaria o estado a uma nova perspectiva

da ótica socioeconômica e ambiental (PARÁ 2015).

O Governo do Estado, por meio do PMV e da SEMAS, do Termo de Ajuste de

Conduta da madeira, considerado um “pacto de entendimento”, um ajuste para

reestruturação das instituições públicas com relação ao controle da atividade

madeireira (PARÁ 2015).

Outro mecanismo debatido ao longo de dois anos e oficialmente lançado em

2014, em parceria com produtores, empresas, entidades do setor rural e MPF,

SEMAS e PMV foi o Protocolo de Responsabilidade Socioambiental da Cadeia

Produtiva dos Grãos do Estado do Pará, denominado “Protocolo Verde dos Grãos”.

Trata-se de um documento que estabelece critérios e diretrizes para as transações

comerciais, a fim de evitar que os grãos comercializados sejam oriundos de áreas

ilegalmente desmatadas, combatendo assim o avanço do desmatamento no Estado

(PARÁ 2015).

O documento estabelece os procedimentos comerciais que certifiquem a

regularidade ambiental e social dos produtos agrícolas comercializados. As

empresas que assinaram se comprometeram em adquirir grãos somente de imóveis

ou produtores rurais que estiveram inscritos no CAR, que emitam a Nota Fiscal de

compra, que não estejam na lista de áreas embargadas pelo IBAMA e pela Semas,

nem figurem na lista de áreas com denúncias de trabalho escravo ou análogo à

escravidão do Ministério do Trabalho (PARÁ, 2014).

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4. METODOLOGIA

4.1 Abordagem metodológica

O trabalho foi desenvolvido durante o ano de 2018 por meio de pesquisa

qualitativa e quantitativa realizada nas Secretarias de Meio Ambiente e população

nos municípios de Paragominas e Capanema.

O município verde de Paragominas tem a população estimada em 2018 de

111.764 habitantes, está situado a 90 m de altitude e com as coordenadas

geográficas de 02º59’45” sul e longitude 47º21’10” Oeste (Figura 1).

Figura 2 - Mapa do município de Paragominas.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

O município de Capanema está situado a 24 m de altitude e com as

coordenadas geográficas de 01º11’45” sul e longitude 47º10’51” Oeste (Figura 2), a

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população contabilizada em 2018, foi de0 68.616 habitantes, segundo dados do

Diário Oficial da União de nº 167, 29 de agosto de 2018.

Figura 3 - Mapa do município de Capanema.

Fonte: acervo dos autores (2018).

4.1.1 Pesquisa qualitativa

A pesquisa qualitativa possui perfil que tende a ter uma compreensão mais

clara de uma organização. Logo, não se detém a buscar por representatividade

numérica (GOLDENBERG, 2004, p. 34).

Segundo Gerhart e Silveira (2004), as características de pesquisa qualitativa

objetiva compreender, expressar, precisão das relações entre o global e o local em

um determinado fenômeno, busca o empirismo.

O presente trabalho, buscou valorizar a percepção da sociedade, e averiguar

os fatos relatados.

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48

Deste modo, a pesquisa qualitativa foi escolhida como um dos métodos para a

realização desse trabalho, pois ela tem finalidade de produzir dados voltados a

compreender as motivações, contextos e detalhes a respeito do tema, ou seja, foi

fundamental para entender o ponto de vista da gestão municipal de Capanema e

Paragominas a respeito do assunto abordado.

4.1.2 Pesquisa quantitativa

Possui o perfil voltado para aspectos estatísticos que quantificam dados de

estudo, o pesquisador realiza a coleta de dados e aplica ferramentas necessárias

que sejam capazes de identificar os fenômenos pesquisados, assim realiza análises

dos dados apurados.

Richardson (1999, p. 70) aborda que a abordagem quantitativa

... caracteriza-se pelo emprego de quantificação, tanto nas

modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas

por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como

percentual, média, desvio padrão, às mais complexas, como

coeficiente de correlação, análises de regressão etc.

4.1.3 Pesquisa bibliográfica

Para o desenvolver desse estudo, foi necessário também realizar pesquisas

bibliográfica com o auxílio de livros, manuais e artigos em meio eletrônico através de

consultas via internet.

A pesquisa bibliográfica é feita a partir de levantamento de referências

teóricas já analisadas que também já foram publicadas por meios escritos e

eletrônicos. Qualquer trabalho científico inicia-se por meio de pesquisa bibliográfica

o que permite ao pesquisador embasamento sobre o tema (FONSECA, 2002).

Obtivemos maiores conhecimento sobre o assunto através da revisão

bibliográfica nas mais diversas áreas, incluindo a área ambiental, especificamente,

políticas públicas ambientais.

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49

Para Gil (2008), as escrituras são fontes que maioria das vezes são muitos

ricas em conhecimento e auxiliam o pesquisador a não perder tempo na hora de

buscar o material em campo.

Por meio desse método é possível obter vantagens como: baixos custos, o

pesquisador necessita praticamente somente de tempo, a base de dados é rica e

estável e outro benéfico e de oferecer ao pesquisador um leque de informações

abrangentes do tema pesquisado.

Logo, na metodologia empregada, realizou-se com levantamentos e leituras

de publicações relevantes ao tema, com a finalidade de entender os pontos das

questões ambientais e do Programa Município Verde, essas atividades respaldaram

a elaboração do referencial teórico.

4.2 Método para coleta de dados

As seguintes técnicas foram selecionadas para obter de dados: participação

de eventos realizados pela SEMMA Capanema, registro fotográfico, aplicação de

questionários, revisão bibliográfica e entrevista semiestruturada na Secretaria

Municipal de Meio Ambiente de Capanema.

Houve participação na reunião do conselho municipal de meio ambiente no

dia 28 de agosto de 2018, com finalidade de aprovar o orçamento do município.

Para também composição do estudo de subsídios informacionais, os autores

fizeram-se presente na consulta pública da criação da Unidade de Conservação do

rio Garrafão no dia 18 de setembro de 2018, realizada na Câmara Municipal de

Capanema.

Em Capanema foi realizado visitas para teste dos questionários nos dias 10 e

11 de outubro, para analisar a capacidade do questionário de responder os objetivos

do estudo. No dia 9 e 10 de novembro de 2018, respectivamente, foi aplicado

questionários para obtenção de dados, e também, tivemos registros fotográficos e

uma entrevista semiestruturada no dia 26 de novembro de 2018, com a Sra. Leila

Diana Pontes Melo, bióloga e Chefe de Setor Administrativo, departamento de

gestão e planejamento ambiental, abordando temas para a composição do trabalho.

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50

A visita na cidade de Paragominas ocorreu no dia 3 e 4 de novembro de

2018, onde foi realizado aplicações de questionários (Apêndice A) com a finalidade

de obter informações de alguns elementos importantes para compor o corpo de

pesquisa sobre o Programa Município Verde em ambos os municípios.

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51

5. RESULTADO E DISCUSSÃO

A importância sobre as questões ambientais tornou-se mais significantes ao

governo do Estado do Pará, com isso criou o Programa Município verdes que tem

finalidade de combater o desmatamento e o desenvolvimento sustentável, política

pública adotada pelo estado do Pará a partir de 2011, por meio do Decreto Estadual

nº 54/2011, tendo como modelo Paragominas por toda a situação vivida onde o

município era uns dos que mais desmatava no território brasileiro, reverteu seu

quadro negativo e com atuações ecologicamente sustentáveis passou a ser

Município Verde reconhecido nacional e internacionalmente por suas atitudes contra

o desmatamento, tornou-se referência no estado e serve de modelo a ser seguido.

O município de Capanema adotou a implantação do programa, visando

combater o desmatamento, valorização no mercado e visando o crescimento

econômico regional, zelando pela preservação ambiental, no entanto, temos ciência

que, para cada cidade tem seu contexto e adversidade própria na implementação do

programa, comparando o modelo Paragominas visando conhecer os pontos de

instalação do programa em Capanema.

5.1 Perfil socioeconômico dos entrevistados

Para a coleta de dados do referido estudo foram realizadas a aplicação de

100 questionários com objetivo de traçar um perfil socioeconômico dos entrevistados

e posteriormente pautar qual a percepção ambiental da população, referente a

política pública ambiental.

Considerando os dados levantados na presente pesquisa, pode-se notar o

perfil socioeconômico dos participantes da pesquisa nas figuras abaixo. A figura 4

apresenta os entrevistados por sexo.

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52

Figura 4 - Sexo dos entrevistados.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

Dos 100 questionários aplicados no município de Capanema, observou-se

que 59 dos entrevistados foram do sexo masculino como mostra a figura 4,

enquanto a mesma aplicação de questionários em Paragominas teve uma

amostragem dos 100 entrevistados 60 foram mulheres como foi identificado no

gráfico.

Foi apurado também informações referente a idade dos entrevistados

conforme a figura 5.

Figura 5 - Idade dos participantes da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

59

4041

60

0

10

20

30

40

50

60

70

Capanema Paragominas

Masculino Feminino

12

23

2724

141417

43

15

11

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

De 15 à 22 anos De 23 à 26 anos De 27 à 35 anos De 36 à 45 anos De 46 em diante

Capanema Paragominas

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53

Diante do que foi exposto, a média de idade dos entrevistados ficou entre 27

à 35 anos, o que corresponde a 27 dos entrevistados em Capanema como percebe-

se por meio da figura 5, enquanto a média de idade de Paragominas ficou com uma

média de idade entre 23 à 35 anos, como mostrado, o que leva a uma análise mais

crítica em relação as políticas públicas e participação social mais ativa por meio do

público entrevistado.

Uma outra pergunta do questionário sobre o nível de instrução e qualificação

profissional por meio da escolaridade, observou-se que apenas 64 dos entrevistados

em Capanema possuem nível médio completo e 17 possuem nível superior como

descrito na figura 6, é quase o mesmo percentual dos indivíduos com apenas o nível

fundamental, isso influência diretamente no mercado de trabalho e na média salarial

dessa população.

Figura 6 - Escolaridade.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

Em Paragominas 60 entrevistados declaram-se com nível médio completo, e

nessa amostra 25 participantes possui nível superior como demonstrado na figura 14

o que também influencia na média salarial.

Em relação ao vínculo empregatício em Capanema 45 dos entrevistados

afirmaram que trabalham sem carteira assinada e 41 possuem a carteira assinada

como demonstrado na figura 7.

15

64

17

4

5

60

25

10

0 10 20 30 40 50 60 70

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Ensino Superior

Não estudei

Paragominas Capanema

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54

Figura 7 - Vínculo empregatício.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

Enquanto que em Paragominas 90 dos entrevistados se declaram pessoas

que trabalham, seja formal ou informal, isso contribui para o entendimento dos

moradores de que o desenvolvimento e consolidação do programa na região, gera

oportunidade emprego. Um dado relevante pois, 55 dos entrevistados possui vínculo

empregatício com carteira assinada.

Por tanto, podemos constatar que o perfil da maioria dos entrevistados em

Capanema foram do sexo masculino, com idade entre 27 e 35 anos, residência

própria, apenas o ensino médio como qualificação e com média salarial de um

salário mínimo. Enquanto em Paragominas o perfil da maioria dos entrevistados na

cidade foi me sua grande maioria mulheres jovens com média de 23 à 35 anos de

idade, com nível médio e residente em domicílio próprio e com média de um salário

mínimo.

5.2 O Programa Município Verde

A política pública ambiental criada pelo governo do Estado do Pará

desenvolvido em parcerias com municípios, sociedade civil, iniciativa privada, IBAMA

4852

16

55

35

10

0

10

20

30

40

50

60

Sim, sou carteira assinada Sim, mas não tenho carteiraassinada

Não trabalho

Capanema Paragominas

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55

e MPF. Tem como objetivo combater o desmatamento no Estado, fortalecer a

produção sustentável e promover o desenvolvimento, com foco em pactos locais. Foi

criado no ano de 2011, por meio do decreto Estadual nº 54/2011, o programa e

coordenado pela Casa Civil do Governo do Pará, especificamente na figura do

Secretário Extraordinário de Estado para a Coordenação do Programa Municípios

Verdes (PARÁ, 2011).

5.2.1 As sete metas do PMV

O município em primeira atitude para adesão ao PMV é assinar o termo de

compromisso com o Ministério Público federal e do termo de adesão do programa,

diretamente com o PMV, com a finalidade de dar assistência jurídica e política aos

compromissos assumidos. Até Novembro de 2018, 120 municípios paraenses

aderiram ao programa, comprometendo-se com as sete metas do programa

expressa na figura 8.

Figura 8 - As sete metas do PMV

Fonte: Acervo dos autores (2018)

TAC / MPF

Pacto de Combate

ao Desmatamento

Desmatamento

<40km²

80% de CAR

Grupo de

Combate ao

Desmatamento

Verificar em

Campo

Não fazer parte da

lista MMA

Sistema e OMMA

Estruturados e

Educação

Ambiental

1

4

1

5

2

1

1 7

2

1

1

2

2

1

1

3

2

1

1

6

1

1

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56

A adesão é voluntaria e traz aos municípios vantagens a longo prazo,

expressada na figura 9:

Figura 9 - Benefícios da adesão do PMV.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

O cumprimento das leis ambientais garante que os produtores estarão livres

de sanções como multas e embargos econômicos, aos municípios é destinado a

possibilidade de novos investimentos com a visão de geração de novos empregos e

renda (PARÁ, 2018).

Optando por produtos com procedência socioambiental correta, estará

contribuindo para a preservação ambiental, e inserção no mercado nacional e

mundial, o qual tem se mostrado restrito em relação ao comercio de produtos que

causam danos ao meio ambiente.

Conforme exposto por Lenzi (2006), o desenvolvimento sustentável é o que

satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras de

satisfazer suas necessidades.

Mediante a mudança de comportamento dos municípios em relação às

questões ambientais e sociais, o Governo Federal tem fomentado, priorizando o

acesso a crédito e assistência técnica. O governo estuda a redução dos impostos

para produtores com regularidade ambiental e prioridade no processo de regulação

fundiária.

Segurança Jurídica

Valorização de Mercado

Crédito, Fomento e Assistência

técnica

Município participante do PMV

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57

5.2.2 Recursos destinados ao programa

Considerando os dados levantados na presente pesquisa, constatamos que o

recurso destinado para atuação do programa é oriundo do Fundo Amazônia, tem

como objetivo apoiar a implementação em larga escala do Cadastro Ambiental Rural

e fortalecer a gestão ambiental municipal, de modo que venha proporcionar o

combate ao desmatamento ilegal e degradação florestal no estado. Conforme

mostra os excertos a seguir da entrevista com a Sra. Leila Mello, chefe do

Departamento de Gestão e Planejamento Ambiental:

“O fundo Amazônia, financia o programa de uma modo geral, colabora

financiando os veículos, computadores e maquinários, através dos projetos

que o PMV fez e distribuiu para os municípios esses recursos em termos de

matérias.”

Figura 10 - Realização da entrevista na SEMMA Capanema.

Fonte: acervo dos autores (2018).

Ainda nessa perspectiva, a bióloga entrevistada afirma que logo do tempo

após o financiamento a SEMMA tem a responsabilidade de manter os equipamentos

disponibilizados, e esse material é custeado pelo ICMS Verde do município de

Capanema. Conforme evidenciou a entrevistada abaixo:

“... Vem a partir do ICMS Verde, repassado pelo município para a secretaria.”

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58

“... o mesmo é contabilizado a partir do ICMS geral da cidade, esse

percentual de 8% que está custeando as despesas em relação ao programa.”

O ICMS Verde é um instrumento econômico de política ambiental, que

consiste em uma parcela do resultado da divisão da receita do ICMS, sob critério

ambiental, efetivado sobre a Lei Estadual nº 7.638 de julho de 2012. Atualmente com

a presença do Decreto 1.696, de 7 de fevereiro de 2017. A ideia é beneficiar a

natureza com a diminuição do desmatamento, incentivar a criação de áreas

protegidas e custear as despesas (SEMA, 2018).

Com base no que foi apresentado em entrevista, percebemos que o município

de Capanema está adequando-se as questões ambientais e bancando as despesas

do PMV, visando o fortalecimento da SEMMA para o combate ao desmatamento

ilegal e proporcionar benefícios a sociedade local.

5.2.3 Conflitos existentes na gestão de implantação do programa

Infelizmente as ações referentes ao meio ambiente sempre sofreram grandes

pressões de diversos grupos, contrários e a favor da sua implementação, o que

resulta em atrasos e implicam na eficiência e eficácia dos processos, devido haver

sempre um conflito de interesses por trás das políticas ambientais.

Evidenciou-se no município de Capanema que os conflitos encontrados vão

além da temática ambiental, pois a mudança geoespacial ocasionada pela

instalação do programa e ainda origina muitas dúvidas, principalmente no que diz

respeito não somente a forma de produção das propriedades rurais, mas também,

na criação da UC proposta pela SEMMA que vem ocasionando divergências com os

morados do entorno do local escolhido para a criação.

O termo conflito socioambiental designa as relações sociais de disputa/tensão

entre diferentes grupos ou atores sociais pela apropriação e gestão do patrimônio

natural (RUIZ, 2005).

A tabela 3 apresenta os principais conflitos evidenciados para o PMV, por

município, e as respectivas sugestões para solucionar alguns confrontos.

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59

Tabela 3 - Conflitos existentes na implantação do PMV.

Municípios Conflitos Possíveis soluções

Falta de cronograma de trabalho.

Elaborar um roteiro.

Dificuldades de comunicação entre os atores públicos envolvidos no processo.

Fazer um planejamento de trabalho entre as secretarias.

Capanema Falha na comunicação entre os atores públicos e a comunidade.

Organizar uma audiência pública para apresentar o programa.

A troca do quadro de funcionários contratados para dar continuidade ao PMV.

Definir uma equipe definitiva para concluir todas as etapas do programa.

A falta de colaboradores para fiscalizar e acompanhar as ações.

Elaborar pedido por mais fiscais para a Secretaria de Meio Ambiente.

Desemprego causado pelo fechamento de madeireiras.

Planejar criações de empregos sustentáveis.

A resistência dos produtores rurais perante a fiscalização da SEMMA.

Viabilizar a realização de projetos que venham suprir as necessidades dos afetados.

Paragominas Resistência da população sobre a educação ambiental.

Aplicar meios informativos sobre a importância que precisa ser dada as questões ambientais.

Problema de articulação dos atores envolvidos.

Melhorar a comunicação dos atores.

Dificuldade de delimitar responsabilidades.

Elaborar um planejamento de trabalho entre os envolvidos.

Rivalidade entre os interesses políticos.

Buscar o desenvolvimento do PMV para um bem comum.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

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60

Observa-se que a falta de cronograma por parte da gestão pública prejudica o

programa que está sendo instalado no município, o que acaba dificultando a

execução da administração pública, como também, o conhecimento e

posteriormente a aceitação da população nos assuntos ligados as mudanças

ocorridas na dinâmica cultural e socioeconômica de Capanema. Ressalta-se a

necessidade de haver um planejamento do órgão público responsável pela

execução, fazendo assim com que governo consiga atender os anseios de todos os

atores envolvidos.

Para Santos (2004), a gestão deve estar a serviço do interesses públicos e

fazer parte das políticas públicas, por meio de ordenamentos das atividades

humanas, o referido autor ainda destaca que, a elaboração, implantação e

desenvolvimento das políticas públicas ambientais são alvos de inúmeros conflitos,

já que a elaboração e implementação de políticas que mudem os hábitos da

sociedade são sempre difíceis de implantar.

A figura a seguir (figura 11) mostra a reunião para consulta pública da criação

da Unidade de Conservação do rio Garrafão, realizada no dia 18 de setembro de

2018 na Câmara Municipal do município.

Figura 11 - Reunião para consulta pública da criação da UC do rio Garrafão.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

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61

Na reunião é encontrada carência para a apresentação dos elementos

referentes a UC que venha proporcionar o fácil entendimento para a população

sobre que é UC, qual objetivo da criação e de que forma ela vai beneficiar a

sociedade. Detectou-se também, a dificuldade da publicidade para atrair os

envolvidos no em torno da consulta pública, acabou oprimindo maior presentes

consulta.

Pinheiro et al. (2011), em seu estudo sobre sustentabilidade, destacam que a

participação dos atores envolvidos possibilita um planejamento eficiente, aumenta a

probabilidade de sucesso na implementação de projetos e difunde o conhecimento

sobre o assunto, infelizmente no Brasil ainda se vive a cultura de pouco interesse

sobre a participação ativa da gestão pública por parte da sociedade o que acaba

dificultando esse processo de formulação e implantação de programas voltados para

a conservação e manutenção do meio ambiente.

5.3 Importância proposta ao meio ambiente

No quesito que diz respeito da importância dada ao meio ambiente, a figura

12 mostra a percepção da sociedade sobre o tema abordado, em Paragominas 66

dos participantes responderam que a gestão municipal se preocupa com o meio

ambiente, porém, em Capanema percebemos o inverso com apenas 7 dos

entrevistados acreditando que o governo dar tenção para as causas ambientais.

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62

Figura 12 - Importância da gestão municipal ao meio ambiente.

Fonte: Dados dos autores em pesquisa de campo (2018).

Os participantes, por meio dos questionários aplicados, sinalizaram que a

administração municipal de Capanema deixa a desejar nas questões ligadas ao

meio ambiente e que necessita de integração com a sociedade.

Isso mostra que os moradores não possuem informação suficiente sobre os

acontecimentos que estão movimentando o cenário local, o PMV exigi celebrar o

pacto com a sociedade, foi feito em Capanema, no entanto, não aconteceu de uma

forma impactante e deixando a população informada, muito menos dos benefícios

futuros ocasionados. Com isso o pensamento que é interpretado é que o município

não dar a devida importância as questões ambientais.

A percepção ambiental da população é fundamental para a compreensão das

interrelações entre homem e ambiente, sendo assim é de suma importância para a

administração pública entender de qual forma a população visualiza as questões

ligadas ao meio ambiente, assim debatido por Vasco e Zarkrzevski (2010).

66

1214

87

28

53

12

0

10

20

30

40

50

60

70

Sim Não Tão pouco Talvez

Paragominas Capanema

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63

5.4 Comparativo das metas entre Capanema e Paragominas

No quesito que diz respeito as metas dos municípios analisados, a tabela 4

mostra as metas realizadas pelos municípios, vale ressaltar que em Capanema os

objetivos estão em processo, exceto a primeira meta que já está realizada.

Tabela 4 - As setes metas do PMV.

Objetivos do Programa Município Verde

Metas Paragominas Capanema

Celebrar o pacto local contra o desmatamento/ sustentabilidade com a sociedade e governos

locais;

Realizado

Realizado

Criar o grupo municipal de trabalho contra o

desmatamento ilegal;

Realizado

Em processo

Realizar as verificações em campo dos focos do desmatamento ilegal, se

ocorrer reportar ao programa;

Realizado

Em processo

Manter a taxa de desmatamento abaixo

de 40 km².

Realizado

-

Possuir mais de 80% da área municipal

cadastrada no CAR (Cadastro Ambiental

Rural);

Realizado

Em processo, com 73,62% já cadastrado

Não fazer parte da lista do (MMA) de municípios que mais desmatam na

Amazônia.

Realizado

-

Possuir sistemas e Órgãos Municipal de

Meio Ambiente estruturado.

Realizado

-

Fonte: Acervo dos autores (2018).

Com base nos dados obtidos em pesquisa, a tabela 4 sinaliza que o PMV em

Capanema está em processo de consolidação, no entanto, ainda falta pontos a

serem abordados.

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64

O CAR para o município e prioridade há intensificação para bater a meta dos

80%, a partir de dados obtidos pelo nos cadastros é possível fazer os mapeamentos

necessários e planejamentos, passa a ter controle sobre o desmatamento e

recuperação florestal.

É um instrumento obrigatória de identificação do imóvel rural, previsto no art.

29 da Lei nº 12.651/2012. O CAR é vinculado a propriedade rural (GUIMARES, et al,

2011).

O Cadastro Ambiental Rural tem como finalidade integrar as informações

ambientais referentes à situação das Áreas de Preservação Permanentes, das

Áreas de Reserva Legal, das florestas e dos remanescentes de vegetação nativa

(CAR, 2018).

A importância da realização do CAR expressada na figura 13.

Figura 13 - Benefícios oriundos do CAR.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Nos dados analisados, sobre o conhecimento referente ao CAR, é identificado

que 64 dos entrevistados em Capanema que não conhecem, enquanto que, em

Paragominas se tem um número inverso representado por 78 pessoas sinalizaram

que conhecem o CAR, como pode visualizado na figura 14.

Benefícios do CAR

Crédito rural

Gestão municipal

Venda para o mercado

internacional Venda para

grandes frigoríficos

Saída da lista

prioritária

Ferramenta de gestão

ambiental

Regularização ambiental

Exigência legal

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65

Figura 14 - Conhecimento sobre o CAR.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018)

Em relação a campanha do CAR, é notória a importância dada tanto pelo

programa quanto pela secretaria municipal de Capanema de finaliza-lo e dar

continuidade a outras metas, vale ressaltar, que o cadastro é corpo principal do

projeto e está diretamente ligado as perspectivas do PMV para o município, a

população precisa saber qual a finalidade não somente cadastrar as propriedades.

Em trechos da entrevista realizada na SEMMA Capanema notamos a motivação

para bater a meta dos 80% do CAR, mas não percebemos nos questionários a

percepção da sociedade sobre o tema, evidenciamos nos trechos abaixo.

“... o CAR também está se encaminhando para ser finalizado.”

“... estamos na reta final principalmente na realização do CAR.”

Ainda, de acordo com o dados obtidos, foi possível verificar também a opinião

dos entrevistados a respeito da capacidade das secretarias municipais sobre o

combate ao desmatamento, 34 dos entrevistados em Capanema disseram não

acreditam no combate, mesmo com essa incerteza da população onde soma-se 29

pessoas que sinalizam que a gestão municipal talvez tenha a competência, em

contrapartida, os 72 participantes da pesquisa em Paragominas acreditam no

combate ao desmatamento, conforme podemos visualizar na figura 15.

78

13912

24

64

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Sim Sim, e realizei o CAR Não

Paragominas Capanema

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66

Figura 15 - Combate ao desmatamento.

Fonte:

Dados dos autores em pesquisa de campo (2018).

A gestão municipal de Capanema necessita introduzir campanhas que

viabiliza o seu modelo de administração, mostrar para a sociedade que a SEMMA

está em constante transformação e capacitação para o combate ao desmatamento.

Em equivalência, Paragominas no seu passado tinha transparecido uma visão

negativa que não haveria capacidade de combater o desmatamento, no entanto,

com o empenho da administração municipal e da participação da sociedade civil

viabilizaram a mudança do cenário da cidade. Conclui-se que, falta para a cidade do

cimento atingir a sociedade civil como um todo, não somente uma parcela que visa

os benefícios do PMV.

Em relação a deficiência apontada, em entrevista realizada é notório que a

SEMMA está em constante mudança, passando por mudanças e tornando-se

estruturada, em consequência do PMV e os aspectos ambientais passando a ser

tratados com mais importância como evidenciamos no trecho abaixo.

“... vale ressaltar que, nos aspectos ambientais houve uma melhora

considerável onde não só no aspecto de recuperação de área, mas também

de uma produtividade agrícola aonde se utiliza áreas adequadas evitando

cultura de desmatar e queimar ...”

72

8

20

3734

29

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Sim Não Talvez

Paragominas Capanema

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Isso mostra o empenho da administração ambiental local, pois mesmo com

pouco tempo de consolidação do programa houve melhora no requisito aspectos

ambientais, há planejamentos para o combate ao desmatamento, no entanto, como

já foi relatado, precisa envolver a sociedade para maior participação nos processos.

5.5 Percepção da população sobre a implementação do programa

Considerando os dados obtidos na presente pesquisa, nota-se que a

percepção sobre o PMV em ambas das cidades são distintas, os gráficos a seguir

(figura 16), que apresenta os dados referentes ao conhecimento da população sobre

o programa.

Figura 16 - Percepção da população sobre a implantação do PMV.

Fonte: Dados dos autores em pesquisa de campo (2018)

Nota-se que a informação a respeito do Programa Município Verde em

Capanema é deficiente, onde somente 29 entrevistados sabem que há a

implementação, enquanto que 71 pessoas não tem conhecimento sobre o tema, e a

sociedade precisa ter acesso a essa transparência para desenvolver a gestão local.

83

29

17

71

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Paragominas Capanema

Sim Não

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68

A ideia é desconcentrar a gestão para as unidades regionais da SEMA e fazer

a descentralização em municípios chaves, garantindo a transparência e controle

social (GUIMARES, et al, 2011).

5.6 Acesso de informação sobre o PMV

Em relação ao acesso as informações sobre as atividades do programa,

verificou-se que a população de Capanema não possui informação suficiente, no

entanto, a primeira meta é celebrar o pacto com a sociedade local, mas na pesquisa

desenvolvida constatou-se 16% dos participantes da pesquisa de fato reconhece o

PMV, enquanto 26% ouviu falar sobre, no município de Capanema.

Figura 17 - Entendimento sobre o PMV em Capanema.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

No entanto, a investida pela circulação de informações sobre as políticas

públicas de sustentabilidade em Paragominas é fato presente nos meios de

comunicação, busca enfatizar e trazer para população as práticas ecológicas e os

benefícios, o que implica no resultado da pesquisa mostrando que 68% dos

participantes conhecem sobre o Programa Município Verde, enquanto somente 5%

não sabem do que se trata.

16%

58%

26%

Sim Não Já ouvir falar

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69

Figura 18 - Entendimento sobre o PMV em Paragominas.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

Com base nos dados coletados, foi possível notar a deficiência no repasse de

informação em Capanema, tem-se necessidade de melhorar o compartilhamento

dos dados com a finalidade conscientizar a população das práticas ecologicamente

sustentáveis e os benéficos futuros que o programa irá proporcionar ao município.

Para (GUIMARES, et al, 2011) PMV possui uma externa rede de atores e

parceiros, e a gestão ambiental aplicada corretamente traz benefícios e impactos

diretos a população e a economia do município.

5.6.1 Meios de comunicação propagadores de informações

O uso dos meios de comunicações servem para nortear os atores envolvidos

sobre as situações que ocorrem no cenário atual, mais especificamente, no entorno

das cidades envolvidas na pesquisa. Representado no gráfico abaixo (figura 19;

figura 20) informações apuradas sobre quais os veículos de comunicação em que os

entrevistados tiveram ciência sobre o PMV em seus municípios.

68%

5%

27%

Sim Não Já ouvir falar

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70

Figura 19 - Meios de comunicação que os entrevistados tiveram entendimento do PMV em

Paragominas.

Fonte: Acervo dos autores (2018).

Figura 20 - Meios de comunicação que os entrevistados tiveram entendimento do PMV em

Capanema.

Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Com base nos dados, nota-se que os veículos de comunicação são poucos

usados em Capanema, causando deficiência na disseminação de informações a

respeito do programa município verde, como consequência, isolando a participação

da população na implantação, onde é de suma importância a presença da sociedade

no processo.

47%

3%4%

39%

2%

5%

Televisão Jornal Rádio Internet outros Não ouviu falar

17%

5%3%

11%

6%

58%

Televisão Jornal Rádio Internet outros Não ouvir falar

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Conforme relatos abaixo, percebemos o quão importante é a participação da

sociedade local para a implantação, consolidação e manutenção do programa no

município, conforme expressada em entrevista semiestruturada pela chefe de Setor

Administrativo, departamento de gestão e planejamento ambiental, Sra. Leila Diana

Pontes Melo.

“... ela (sociedade) tem uma importância fundamental para que de fato o

programa efetivamente venha funcionar.”

Portanto, percebemos no decorrer da pesquisa que por mais descentralizada

que seja a política pública o governo municipal sozinho consegue implantar, no

entanto, não consegue consolidar a política, já que essas mesmas são políticas

intervencionistas que mudam não só o ambiente mais também todas as perspectivas

socioeconômicas da sociedade onde o PMV é implantado.

Percebe-se também que a sociedade local ainda mantém certa resistência,

quanto ao interesse em participar de políticas públicas como parte do cotidiano,

procurando participar ativamente, buscando informações não somente a respeito do

que gestão está realizando em prol do município, mas também fazer parte

efetivamente como ator social. O cenário encontrado ainda é reflexo das políticas

públicas não participativas, onde a população não conviveu ativamente nem da

formulação e instalação do PMV.

No contexto ambiental, nota-se a pouca percepção da sociedade local

referente aos aspectos ligados ao meio ambiente, como a sua recuperação,

preservação e manutenção, percepção essa que é fundamental, pois a sociedade

civil é uns dos principais autores no processo inicial do PMV. Para que a gestão

pública municipal seja capaz de conduzir de forma eficiente o processo de

implementação do programa é necessário articular os diferentes atores em prol do

bem comum, atingindo assim a eficácia da política pública.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A pesquisa evidenciou que a gestão municipal de Capanema ainda não

conseguiu articular e interagir de forma plena com todos os atores necessários para

a implantação do PMV que são: governo estadual, município, sociedade civil,

iniciativa privada, IBAMA e MPF. Cada ator tem sua responsabilidade na fase inicial

quanto na manutenção, no entanto, o quadro encontrado é consequência de

diversos fatores onde destacam-se: i) a falta da elaboração de um cronograma

detalhado das fases da instalação do programa, acessível ao entendimento da

população, ii) dificuldade de comunicação entre os autores públicos envolvidos no

processo, iii) a falha de comunicação entre a administração e a comunidade, a troca

de funcionários (dificulta a continuidade dos trabalhos), a carência de pessoas para

fiscalizar e acompanhar as ações realizadas.

Uma análise comparativa das causas que levaram Paragominas e Capanema

a aderirem o PMV, ao realizar as críticas dos motivos, verificou-se que o contexto

vivido por Paragominas no início do ano de 2008, onde o mesmo encontrava-se na

lista dos municípios que mais desmatavam no brasil e os embargos advindos como

consequência obrigaram a gestão municipal a elaborar maneiras de solucionar os

problemas. O Programa Munícipio Verde veio como uma resposta da administração

para a sociedade, tornando a implantação uma maneira de reverter o quadro da

degradação ambiental causada. Já os motivos que levaram Capanema a aderir ao

programa, com o interesse de instalar a sustentabilidade no plano do governo local,

expressado na entrevista realizada para composição do trabalho. Visto que está

política pública em Capanema não é tratada como uma política emergencial,

diferente do caso evidenciado por Paragominas.

Ao analisar os processos de implantação do PMV, constatou-se que o

programa estadual que conta com um método de implantação bem elaborado que

trabalha desde o controle e monitoramento do desmatamento; ordenamento

territorial, ambiental e fundiário; produção sustentável e gestão ambiental

compartilhada, sendo capaz de proporcionar aos municípios suportes, não somente

aderir, mais também, para implantar e manter o programa consolidado. Em

Paragominas realizou-se um planejamento que abrangeu todo o processo do

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programa, enquanto em Capanema a falta de planejamento por parte da gestão do

municipal, acarretou no atraso das ações do programa, o que afeta o

desenvolvimento do mesmo e a concretização como política pública ambiental, visto

que o programa necessita ser: implantando, consolidado e mantido pela gestão

municipal.

Ao analisar a dinâmica sócio ambiental anterior do programa em Paragominas

encontrava-se com quadro de grandes empresas locais exploradora dos recursos

naturais que ofereciam uma vasta oferta de subempregos, com a instalação do PMV

houve alto índice de demissões que gerou resistência da população a respeito do

programa, após a consolidação foram criadas novas oportunidades de empregos

atendendo além da demanda local, empregos esses que proporcionaram a cidade

crescimento e desenvolvimento sustentável. A adesão da cidade de Capanema no

PMV tem finalidade divergente de Paragominas, o município não está na lista de

municípios que mais desmatam no brasil, o interesse é pelo desenvolvimento

sustentável que possa ser realizado na região, e com as metas manter o controle do

desmatamento e recuperação ambiental.

Vale ressaltar que, tanto a prefeitura municipal de Capanema, quanto a

secretaria de meio ambiente, ainda possui um modelo de gestão

predominantemente burocrático, o que dificulta a execução do PMV, pois a

instalação do programa necessita da participação integrada do Ministério Público

Federal, devidos os mesmos darem suporte legal para o programa.

Destaca-se a implantação do PMV em Paragominas foi de maneira

emergencial, teve grande dificuldade para instalação, pois houverem inúmeros

conflitos com os atores da sociedade local. Foi preciso ação conjunta e

conscientização da população sobre os benefícios que o PMV iria proporcionar a

médio e a longo prazo, após a conscientização foi assinado o pacto social.

Observou-se que tanto o contexto quanto a dinâmica populacional de

Paragominas e de Capanema são distintas, o que ocasionou um processo de

implantação diferente do programa. Paragominas deixou como exemplo que quando

a gestão um municipal trabalha com feedback eficiente, alcança resultados

satisfatórios ao programa.

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ANEXO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA CURSO EM BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO

Questionário socioeconômico e Ambiental para realização de Trabalho de Conclusão de

Curso

QUESTIONÁRIO SOCIOECONÔMICO

1. Sexualidade: Masculino ( ) Feminino ( )

2. Idade:

De 15 a 22 anos ( )

De 23 a 26 anos ( )

De 27 a 35 anos ( )

De 35 a 45 anos ( )

De 46 anos em diante ( )

3. Estado civil:

Solteiro ( ) Casado ( ) Viúvo ( )

4. Quantas pessoas moram na sua casa:

Uma ( ) Duas ( ) Três ( ) Quatro ( )

Mais de quatro ( )

5. Reside em:

Zona Urbana ( ) Zona Rural ( )

6. Residência é:

Própria ( ) Alugada ( )Herança( )

7. Qual seu grau de escolaridade:

Ensino Fundamental ( )

Ensino Médio ( )

Ensino Superior ( )

Não estudei ( )

8. Trabalha atualmente:

Sim ( ) Sou carteira assinada ( ) Não ( )

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9. Participa de programa de assistência social?

Sim ( ) Não ( )

10. Qual sua renda mensal?

Um salário ( ) dois salários ( ) Três salários ( )

Mais de três ( )

QUESTIONÁRIO AMBIENTAL

1.Considera que o mundo se preocupa com as questões ambientais?

Sim ( ) Não ( ) Tão pouco ( ) Talvez ( )

2. O governo Federal dá importância para o meio ambiente?

Sim ( ) Não ( ) Tão pouco ( ) Talvez ( )

3. Na sua visão o governo estadual dar importância ao meio ambiente?

Sim ( ) Não ( ) Tão pouco ( ) Talvez ( )

4. A gestão do seu município dar importância as questões ambientais?

Sim ( ) Não ( ) Tão pouco ( ) Talvez ( )

5. Em sua opinião qual ameaça de desmatamento ocorre em seu município.

Desmatamento ( ) Queimadas ( ) Poluição ( )

Outros ( )

6. Conhece o Programa Município Verde?

Sim ( ) Não ( ) Já ouviu falar ( )

7. Onde ouviu falar?

Televisão ( ) Jornal ( ) Rádio ( ) Internet ( )

Outros ( )

8. Sabia que seu município aderiu ao Programa Município Verde?

Sim ( ) Não ( )

9. Acredita que o governo municipal é capaz de combater o desmatamento?

Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

10. Conhece o CAR (Cadastro Ambiental Rural)?

Sim ( ) Não ( ) Realizei ( )