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MINIST É RIO PÚ BLICO DA UNI Ã O AUDITORIA INTERNA SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO PARECER SEORI /AUDIN- MPU N ° 3.098/2014 Referência : Correio Eletr ónico , de 30 / 9 / 2014 . Protocolo AUDIN - MPU n ° 1789 / 2014 . Assunto : Administrativo . Perí odo de apuraçã o do valor di ário / mensal , nos contratos de valor fixo e nos de serviç os terceirizados com fornecimento de m ão de obra . Interessado : Procuradoria Regional do Trabalho da 2 a Região - SP . Mediante expediente em referência , a Senhora Diretora Regional da Procuradoria Regional do Trabalho da 2 a Região - SP solicita manifesta çã o desta AUDIN - MPU quanto à consulta elaborada pelas á reas de gest ão e fiscaliza çã o de contratos daquela regional . 2 . Em suma , a Unidade solicita orienta çõ es no que concerne ao perí odo de apura çã o considerado na memória de cá lculo para faturamento de notas , levando - se em conta o calend á rio comercial de 30 ( trinta ) dias para todos os meses de execu çã o contratual ou 28 , 29 , 30 ou 31 dias efetivos do mês. 3 . Relata que nos contratos firmados pela Procuradoria, com cessã o de m ão de obra , é considerado na fiscaliza çã o o n ú mero efetivo de dias do m ês em referê ncia. Esclarecem por fim que , com a presente consulta , busca - se uma orienta çã o para que os setores estejam alinhados quanto a esses cá lculos e seja definida por este Controle Interno qual a melhor forma de se calcular nos casos de meses que n ão possuem 30 dias como o m ês de fevereiro e os meses que possuem 31 dias . 4 . Em atenção, informamos que o PARECER SEORI / AUDIN - MPU N ° 3.018 / 2014 abordou a quest ão suscitada na presente consulta. A orienta çã o deste Controle Interno foi no seguinte sentido : PARECER SEORI / AUDIN - MPU N ° 3.018/2014 3. Em exame , cabe, inicialmente , colacionar dispositivos da legisla çã o p á tria que transitam na ó rbita da maté ria perquirida, com os devidos destaques , in verbis : . 1 / 8 mbo3098 - 2014 - PRT2 - calculo - dia - mes . doc ^ V \

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MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃOAUDITORIA INTERNA

SECRETARIA DE ORIENTAÇÃO E AVALIAÇÃO

PARECER SEORI/AUDIN-MPU N° 3.098/2014

Referência : Correio Eletrónico, de 30/9/2014. Protocolo AUDIN-MPU n°1789/2014.Assunto : Administrativo. Período de apuração do valor diário/mensal, nos contratos de

valor fixo e nos de serviços terceirizados com fornecimento de mão de obra.

Interessado : Procuradoria Regional do Trabalho da 2a Região-SP.

Mediante expediente em referência, a Senhora Diretora Regional daProcuradoria Regional do Trabalho da 2a Região - SP solicita manifestação desta AUDIN-MPU quanto à consulta elaborada pelas áreas de gestão e fiscalização de contratos daquelaregional.

2. Em suma, a Unidade solicita orientações no que concerne ao período deapuração considerado na memória de cálculo para faturamento de notas, levando-se em contao calendário comercial de 30 (trinta) dias para todos os meses de execução contratual ou 28,29, 30 ou 31 dias efetivos do mês.

3. Relata que nos contratos firmados pela Procuradoria, com cessão de mão deobra, é considerado na fiscalização o número efetivo de dias do mês em referência.Esclarecem por fim que, com a presente consulta, busca-se uma orientação para que os setoresestejam alinhados quanto a esses cálculos e seja definida por este Controle Interno qual amelhor forma de se calcular nos casos de meses que não possuem 30 dias como o mês defevereiro e os meses que possuem 31 dias.

4. Em atenção, informamos que o PARECER SEORI/AUDIN-MPU N°3.018/2014 abordou a questão suscitada na presente consulta. A orientação deste ControleInterno foi no seguinte sentido:

PARECER SEORI/AUDIN-MPU N° 3.018/2014

3. Em exame, cabe, inicialmente, colacionar dispositivos da legislaçãopátria que transitam na órbita da matéria perquirida, com os devidosdestaques, in verbis: .

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dosPoderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípiosobedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,

publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

(. ..)

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,

serviços, compras e alienações serão contratados mediante processode licitação pública que assegure igualdade de condições a todos osconcorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações depagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termosda lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnicae económica indispensáveis à garantia do cumprimento dasobrigações.

LEI N° 8.666/1993

Art . 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público,

aplicando-se-lhes, supletivamente. os princípios da teoria geral doscontratos e as disposições de direito privado.

§ Io Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão ascondições para sua execução, expressas em cláusulas aue definam osdireitos, obrigações e responsabilidades das partes , emconformidade com os termos da licitação e da proposta a que sevinculam.

§ 2o Os contratos decorrentes de dispensa ou de inexigibilidade delicitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e darespectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as queestabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;

II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;

III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base eperiodicidade do reajustamento de preços, os critérios deatualização monetária entre a data do adimplemento das obrigaçõese a do efetivo pagamento:

(...)

VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidadescabíveis e os valores das multas;

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XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmenteaos casos omissos;

4. Observa-se dos normativos suso que as condições de pagamentodevem estar consignadas nos contratos, por ser essa a fonte imediata queregula a relação jurídica entre as partes. Verifica-se também que é patentea possibilidade de se aplicar, supletivamente, aos contratosadministrativos, que, em regra, são regidos por normas de preceito público,os princípios da teoria geral dos contratos, bem como as disposições dedireito privado.

5. Assim, não estando disciplinada, no termo de ajuste, a formacomo ocorrerá eventual glosa, resta-nos percorrer outros normativoslegais que versam sobre a questão. Nesse diapasão, trazemos à colaçãoexcertos da Instrução Normativa SLTI/MPOG n° 2/2008, que dispõe sobreregras e diretrizes para a contratação de serviços, continuados ou não, inverbis:

INSTRUÇÃO NORMATIVA SLTI/MPOG N° 2/2008

Art. 11. A contratação de serviços continuados deverá adotarunidade de medida que permita a mensuracão dos resultados para opagamento da contratada, e que elimine a possibilidade deremunerar as empresas com base na quantidade de horas de serviçoou por postos de trabalho.§ Io Excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneraçãoda contratada por postos de trabalho ou quantidade de horas deserviço quando houver inviabilidade da adoção do critério deaferição dos resultados.§ 2o Quando da adoção da unidade de medida por postos de trabalhoou horas de serviço, admite-se a flexibilização da execução daatividade ao longo do horário de expediente, vedando-se a realizaçãode horas extras ou pagamento de adicionais não previstos nemestimados originariamente no instrumento convocatório.§ 3o Os critérios de aferição de resultados deverão serpreferencialmente dispostos na forma de Acordos de Nível deServiços, conforme dispõe esta Instrução Normativa e que deverá seradaptado às metodologias de construção de ANS disponíveis emmodelos técnicos especializados de contratação de serviços, quandohouver.§ 4o Para a adoção do Acordo de Nível de Serviço é preciso queexista critério objetivo de mensuração de resultados,preferencialmente pela utilização de ferramenta informatizada, quepossibilite à Administração verificar se os resultados contratadosforam realizados nas quantidades e qu~UJ ~ J Ér'J~ 'pagamento aos resultados efetivament

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(.. .)

DO PAGAMENTO

Art. 36. O pagamento deverá ser efetuado mediante a apresentaçãode Nota Fiscal ou da Fatura pela contratada, que deverá conter odetalhamento dos serviços executados, conforme disposto no art. 73da Lei n° 8.666, de 1993, observado o disposto no art. 35 destaInstrução Normativa e os seguintes procedimentos:

(...)

§ 6o A retenção ou glosa no paeamento. sem prejuízo das sançõescabíveis, só deverá ocorrer quando o contratado:

I - não produzir os resultados, deixar de executar, ou não executarcom a qualidade mínima exigida as atividades contratadas; ou

II - deixar de utilizar materiais e recursos humanos exigidos para aexecução do serviço, ou utilizá-los com qualidade ou quantidadeinferior à demandada.

§ 7o O pagamento pela Administração das verbas destinadas aopagamento das férias e 13° (décimo terceiro) dos trabalhadores dacontratada deverá ser feito em conta vinculada, conforme previsto noart. 19-A desta Instrução Normativa.§ 8o Os pagamentos a serem efetuados em favor da contratada,quando couber, estarão sujeitos à retenção, na fonte, dos seguintestributos:

I - Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, ContribuiçãoSocial sobre o Lucro Líquido - CSLL, Contribuição para oFinanciamento da Seguridade Social -COFINS, e Contribuição paraos Programas de Integração Social e de Formação do Património doServidor Público - PIS/PASEP, na forma da Instrução NormativaRFB n° 1.234, de 11 de janeiro de 2012, conforme determina o art. 64da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996;

II - contribuição previdenciária, correspondente a onze por cento, naforma da Instrução Normativa RFB n° 971, de 13 de novembro de2009, conforme determina a Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991; e

III - Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, naforma da Lei Complementar n° 116, de 31 de julho de 2003,combinada com a legislação municipal e/ou distrital sobre o tema.(Grifamos)

6. A citada Instrução Normativa, em seu artigo 11, estabelece que aUnidade adote critério objetivo de mensuração para pagamento àcontratada, fato este que condiciona o pagamento ao resultado fáticoauferido pela empresa na prestação dos serviços. Desse dispositivri nAuim»

portanto, as condições para se proceder a eventual glosa no pa

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§ 6o do artigo 36 do citado normativo disciplina casos que ensejam ainicidência de glosa, não faz menção, entretanto, acerca da forma ou docálculo consoante o serviço contratado. Frise-se que o dispositivomenciona a glosa no pagamento, o que pressupõe, em princípio, que afatura seja emitida pelo valor bruto dos serviços.

7. Nesse cenário, tem-se que para se apurar eventual valor a serglosado nos contratos de prestação de serviços com dedicação exclusiva demão de obra, nos casos de falta do funcionário alocado pela prestadora,sem substituição, a Administração deve identificar o valor diárioconsiderando a unidade de medida eleita para quantificação do serviço.

8. Nesse toar, nos ajustes onde não houver sido definido expressamentecritério objetivo para aferição de resultados e que o pagamento ocorramensalmente, faz-se mister enfrentar a questão do número de dias a serutilizado como divisor na apuração do valor diário do contrato, em caso deeventual glosa, e assim, exsurge a questão, trazida ao debate pela i.Consulente, se devemos considerar 30 dias (mês comercial) ou o número dedias efetivos do mês.

9. Consoante visto anteriormente, a Lei n° 8.666, de 1993, admite,supletivamente, nos contratos administrativos, a aplicação dos princípiosda teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado. E, sobesse prisma, cumpre-nos destacar as normas de direito privado que vigiamno ordenamento pátrio quando do advento da Lei de Licitações, in litteris:

LEI N°3.071/1916 (CÓDIGO CIVIL DE 1916).Código Civil dos Estados Unidos do Brasil.(...)

Art. 125. Salvo disposição em contrário, computam-se os prazos,excluindo o dia do começo, o incluindo o do vencimento.§ Io Se este cair em dia feriado, considerar-se-á prorrogado o prazoaté seguinte dia útil.§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.§ 3° Considera-se mês o período sucessivo de trinta dias completos.

§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

10. Observa-se que, à época, o regramento aplicado à contagem deprazo considerava mês o período sucessivo de 30 dias completos.Entretanto, o Código Civil de 2002, não trouxe expressa tal disposição noartigo correspondente, senão veji

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CÓDIGO CIVIL DE 2002 (LEI N° 10.406/2002)

Art. 132. Salvo disposição legal ou convencional em contrário,computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o dovencimento.§ Io Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-áprorrogado o prazo até o seguinte dia útil.§ 2o Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.§ 3oOs prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do deinício, ou no imediato, se faltar exata correspondência.§ 4o Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.

11. Feita essa breve comparação, a despeito de o Novo Código nãotrazer expressa a disposição de mês corresponder ao período de 30 dias,não se pode olvidar que o Código Civil de 2002 tem como uma dascaraterísiticas basilares a operabilidade, que é um dos princípiosnorteadores desse normativo civil. A operabilidade, como técnicalegislativa peculiar, confere a possibilidade de uma atuação mais efetiva,realista, sensata e justa por parte dos Operadores do Direito, permitindoque a Lei se aproxime da realidade e concretize, na essência, a suafinalidade. Nesse horizonte, devemos buscar outras normas de nossoordenamento que abordam questão semelhante, que por sua naturezapossam ser aplicáveis, por analogia, ao caso.

12. Nessa direção, caminha a Lei n° 8.542/1992, que dispõe sobre apolítica nacional de salários, in verbis:

LEI N° 8.542, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1992.Art. 6° Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e pagadiretamente pelo empregador a todo trabalhador, por jornadanormal de trabalho, capaz de satisfazer, em qualquer região do País,às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia,alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte eprevidência social.§ 1° O salário mínimo diário corresponderá a um trinta avos dosalário mínimo mensal, e o salário mínimo horário a um duzentos evinte avos do salário mínimo.§ 2° Para os trabalhadores que tenham por disposição legal ajornada máxima diária de trabalho inferior a oito horas, o saláriomínimo será igual ao definido no parágrafo anterior multiplicadopor oito e dividido pelo máximo legal. (Grifamos)

13. É notória, consoante se extrai da legislação infraconstitucional, abase diária de 30 (trinta) dias para o pagamer,tr‘ rr *•»***

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sentido, é construído todo o ordenamento e normatização a respeito damatéria, conforme se observa da Lei n° 12.382, de 2011, e do Decreto n°8.166, de 23 de dezembro de 2013, a seguir transcritos, com os pertinentesdestaques, ipsis verbis:

LEI N° 12.382, DE 25 DE FEVEREIRO DE 2011.Art. 3o Os reajustes e aumentos fixados na forma do art. 2o serãoestabelecidos pelo Poder Executivo, por meio de decreto, nos termosdesta Lei.Parágrafo único. O decreto do Poder Executivo a que se refere ocaput divulgará a cada ano os valores mensal, diário e horário dosalário mínimo decorrentes do disposto neste artigo,correspondendo o valor diário a um trinta avos e o valor horário aum duzentos e vinte avos do valor mensal.

DECRETO N° 8.166, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2013

Regulamenta a Lei n° 12.382, de 25 de fevereiro de 2011, que dispõesobre o valor do salário mínimo e a sua política de valorização delongo prazo.A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lheconfere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição, e tendo em vistao disposto no art. 3oda Lei n° 12.382, de 25 de fevereiro de 2011,

DECRETA:

Art. IoA partir de Iode janeiro de 2014, o salário mínimo será de RS724,00 (setecentos e vinte e quatro reais).

Parágrafo único. Em virtude do disposto no caput, o valor diário dosalário mínimo corresponderá a RS 24.13 (vinte e quatro reais etreze centavos ) e o valor horário, a RS 3,29 (três reais e vinte e novecentavos).

14. Vê-se, do Decreto acima, que o valor diário de RS 24,13 é resultadoda divisão do valor mensal do salário mínimo de setecentos e vinte e quatroreais por trinta dias (RS 724,00/30 dias). Assim, revela-se incontroversoque tratando-se de valores mensais, para a apuração do correspondentevalor diário, independente do número de dias efetivos do mês emreferência, é prática consuetudinária, estando em alguns casos positivada,utilizar o divisor de 30 (trinta) dias.

15. Assim, a nosso ver, a interpretação que se mostra consentânea e maisadequada com o ordenamento para o vernáculo “ mês" é adotar, em setratando de glosa, se não foi definida qualquer espécie de medição unitáriaou mais acurada no contrato, na apuração de valores diários, o dividor de

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(...)

18. Ante o exposto, somos de parecer que a Unidade poderá utilizar odivisor 30 (dias) para apurar o valor diário, se de outra forma não foiestabelecido contratualmente.

5. Dessa forma, na apuração do valor diário/mensal, como nos contratos deserviços terceirizados com mão de obra dedicada, somos de parecer que a Unidade poderáutilizar o divisor de 30 (dias) para apurar o valor diário, independente do número de diasefetivos do mês em referência, exceto se contratualmente não foi estabelecido de outra forma.

À consideração superior.

Brasília, 1C de novembro de 2014.

MÁRCIA BARROS DE OLIVEIRACORAG/AUDIN

De acordo.À consideração do Senhor Auditor-Chefe.

,, „J / MARA SANDRA DE OLIVEIRA( Secretária de Orientação e Avaliação

JOSÉ GEFIVLK YDO E.'SANTO SILVACoordenador ie Orientação de Atos

\ \ c|e Gestão

Aprovo.Encaminhe-se à PRT/2^ Região e à SEAUD.

JO / 11 / 7014 / / /

r i

Em

SEBASTIÃO G&NÇÃLVES DE AMORIMAuditor-Chefe

8/8 mbo3098-2014-PRT2-calculo-dia-mes.doc

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Jt

AUDIN-Auditoria Interna do MPU - Consulta

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AI iniM-MPl \ - 'íí %3 ftyfíDATA: \0 t °) j.MLZ-

De: Diretória Regional PRT2 <Diretoria_Regional_PRT2/[email protected]>Para: <[email protected]>Data: 30/09/2014 18:55Assunto: Consulta

E-MAIL PRT-2a/DR N° 53/2014

Senhor Auditor-Chefe:

Solicito manifestação dessa AUDIN quanto à consulta abaixo, elaborada pelas áreas de gestão efiscalização de contratos desta Regional.Atenciosamente,

Lucimar de BrittoDiretora Regional - PRT-2a/SP

Solicitamosorientações no que concerne ao periodo de apuração considerado na memória decálculo para

faturamento de notas proporcionais, levando-se em conta ocalendário comefcial de 30 (trinta) dias para todosos meses de execuçãocontratual ou 28, 29, 30 ou 31 dias efetivos do mês. v

Nos contratosfirmados por esta Procuradoria, com cessão de mão de obra, é levando em conta,nafiscalização, o número efetivo de dias do mês em referência.'Gostaríamos deampliar um pouco o escopo da análise, visando a esclarecer mais detalhadamenteasquestões apresentadas à consulta e sua relevância para a fiscalização e agestão de contratos, bem comopara os cálculos pró-rata, no interesse daAdministração Pública.'É fundamentalfazer uma primeira diferenciação entre contratos de valor fixo, que não estãosujeitos anenhuma glosa por inadimplemento, e os contratos que envolvem mão deobra terceirizada ou cessão demão de obra.'Os contratosde valor fixo, sem sombra de dúvida, devem seguir a mesma regra aplicada aoscontratoscomerciais, onde o cálculo pró-rata é feito com base em 30 dias.l

Já oscontratos que envolvem mão de obra, estão sujeitos à glosa, quando ocorremfaltas e/ou atrasos, edesta forma não podem usar a base pró-rata de 30 diasindistintamente, sob pena de onerar indevidamente aAdministração Pública.V

O raciocinio émais bem compreendido através dos exemplos numéricos descritos abaixo:

Imaginemos umcontrato de R$ 30.000 que envolva cessão de mão de obra.

Seconsiderarmos um mês de 30 dias, onde não houve nenhuma falta nem atrasos, ovalor a ser pago aofornecedor será de R$ 30.000 ao final dos 30 dias (R$1.000/ dia trabalhado). O que estará correto.

Já seconsiderarmos um mês de 31 dias, onde ocorreu uma falta, ou seja, 30dias trabalhados e um dia nãotrabalhado, o valor que deverá ser pago aofomecedor é de R$ 29.032,26 (R$ 967,74/dia), pois deverá serdescontado dofornecedor o dia não trabalhado.

Caso contrário,a Administração Pública paaarâ indevidamente por esse dia não trabalhado.incentivando queos fornecedores trabalhem um dia a menos nos meses de 31 dias(são 7 meses por ano com 31 dias), semqualquer penalização. Outro exemplo énos casos de cálculo pró-rata em contratos que terminam ou se

c'-/"r-/TT I~\~í A.— ~— n/ Annn<.to/T /Tpmn/YPomwiAFPRATNSTTT 30/09/2014

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iniciam no meiodo mês.

Imaginemos omesmo contrato de R$ 30.000 que se encerra no dia 15 do mês e outra empresainicia umcontrato de mesmo valor no dia 16. Usando o mesmo racioclnioutilizado acima, num mês de 30 dias, aprimeira empresa trabalhará 15 dias ereceberá R$ 15.000 e a segunda empresa trabalhará 15 dias ereceberá R$ 15.000,considerando o cálculo pró-rata de 30dias (R$ 1.000/dia ). O que também estariacorreto.

Já se o mêstiver 31 dias, a primeira empresa trabalhará 15 dias e a segunda empresatrabalhará 16 dias. Sefor considerado o cálculo pró-rata com base em 30 dias,a primeira empresa receberá R$ 15.000 e a segundaempresa receberá R$ 16.000,totalizando R$ 31.000, onerando assim indevidamente a Administração Pú blicaemR$ 1.000 a mais do que efetivamente devido.

Certamente, ocorreto neste caso seria o desembolso de apenas R$ 30.000 pelo mês trabalhado,onde entãoo indicado é fazer o pró-rata de 31 dias, recebendo a primeiraempresa R$ 14.516,13 por 15 dias de trabalhoe a segunda empresa R$ 15.483,87por 16 dias trabalhados e totalizando assim os R$ 30.000 efetivamentedevidospela Administração Pública.

Em decorrênciadas considerações feitas acima, o setor de fiscalização calcula o valor mensala ser pago emcada contrato, considerando cada dia efetivamente adimplido e emfunçâo do número de dias de cada mês.

Se num mês de31 dias houver uma falta, este dia será descontado proporcionalmente aos 31dias do mês, eo fornecedor nâo receberá o valor cheio naquele mês.

Já num mês de28 dias, ao final de 28 dias 100% adimplidos o fornecedor receberá o valorcheio e se faltarum dia será descontado proporcionalmente. O valor dodia num mês de 28 dias é maior que o valor do dianum mês de 30 dias, que porsua vez também é maior do que o valor do dia num mês de 31 dias, parapermitirum cálculo exato dos valores a serem descontados do contrato em casos de faltase atrasos, bemcomo o cálculo exato do pró-rata, nunca pagando a maior do valorcontratado, seja em meses de 28, 29, 30ou 31 dias

Com estaconsulta, buscamos uma orientação para que os setores estejam alinhados quantoa essescálculos e seja definida pela Audin qual a melhor forma de se calcularessas notas proporcionais em caso demeses que nâo possuem 30 dias, como o mêsde fevereiro e os meses Impares.

Asprogramações orçamentárias também utilizam o calendário comercial em suasprojeções quando ocontrato encerra-se antes do término do mês. /

a-llir' -n Wrc/aUií)pnipnP7Pc/Ànnnat!>/T nrfll/Temn/YPffmwise/S47AFCR ATNSTTT. 30/09/2014