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MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE MISSÃO PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS GLOSSÁRIO PARA AS UNIDADES DE SAÚDE FAMILIAR Maio de 2006

MISSÃO PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS · O presente glossário compila a informação constante em alguns documentos considerados pela MCSP como sendo de referência, bem

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MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE MINISTÉRIO DA SAÚDE

MISSÃO PARA OS CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

G L O S S Á R I O PA R A A S U N I D A D E S D E S A Ú D E FA M I L I A R

Maio de 2006

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Introdução No decurso das suas actividades a Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP) cedo se apercebeu de que uma dificuldade recorrente consistia na diferente interpretação atribuída a determinadas expressões e termos. Naturalmente outros já antes se tinham debruçado sobre a definição de conceitos, tendo publicado glossários específicos para áreas e finalidades específicas. O presente glossário compila a informação constante em alguns documentos considerados pela MCSP como sendo de referência, bem como um pequeno número de expressões não definidas nesses documentos e que a MCSP considerou ser relevante estarem presentes. Deve ser salientado que foi efectuada uma selecção dos termos mais relevantes para o contexto dos cuidados de saúde primários, tendo sido omitidos aqueles que se considerou de menor interesse para o contexto do programa de reformas em curso. Muitos termos incluídos neste Glossário devem ser entendidos como dirigidos para o trabalho das equipas e não como destinados a áreas profissionais específicas, sendo pois de interesse para todos os profissionais. Alguns aspectos específicos devem ser referidos. Em primeiro lugar, verificou-se pontualmente que o mesmo termo era definido por organizações diferentes; optou-se por apresentar ambas as definições, deixando ao critério do utilizador a opção sobre a mais útil. Em segundo lugar, respeitou-se o texto original das fontes utilizadas, para além de pequenos acertos ortográficos e de imprecisões identificadas, pelo que se verificam algumas discrepâncias de forma e estilo entre os termos apresentados. Por último, optou-se pela simples apresentação dos termos por ordem alfabética. A origem dos diferentes termos constantes neste glossário encontra-se descrita no quadro abaixo. O número indicado surgirá à frente de cada termo ou expressão, de modo a identificar a sua fonte. A MCSP espera que este instrumento seja de utilidade para todos os profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados de saúde primários.

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ORIGEM DOS TERMOS CONSTANTES DO PRESENTE GLOSSÁRIO

1 Comissão de Classificações da WONCA. Glossário para Medicina Geral e Familiar. Lisboa: APMCG – Departamento Editorial; 1997.

2 Direcção Geral da Saúde. Glossário de conceitos para produção de estatísticas de saúde – 1ª fase. Lisboa: Direcção Geral da Saúde; 2001.

3 Agência de Acompanhamento dos Orçamentos Programa. Orçamentos Programa dos Centros de Saúde 2002 – Folha de cálculo (Excel).

4 Conselho Internacional de Enfermeiros. Classificação internacional para a prática de enfermagem, CIPE/ICNP. Lisboa: Associação Portuguesa de Enfermeiros; 2001.

5 Missão para os Cuidados de Saúde Primários, 2006.

6 Conselho de Enfermagem. Competências do enfermeiro de cuidados gerais. Divulgar. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2003.

7 Ordem dos Enfermeiros. Modelo de Organização de Cuidados de Enfermagem – Enfermeiros de Família. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros; 2006.

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G L O S S Á R I O PA R A A S U N I D A D E S D E S A Ú D E FA M I L I A R

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Termo Fonte Acções de enfermagem É um tipo de acção com as características específicas: comportamentos dos enfermeiros na prática.

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Acessibilidade Orientação da procura de acordo com um circuito lógico, mais conveniente para os cidadãos, mais racional para os serviços e mais económico para o sistema.

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Acompanhamento externo Sistema de acompanhamento dos serviços de saúde, em que as respectivas actividades são executadas em parceria por técnicos dos Serviços de Saúde e por representantes dos cidadãos.

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Actividade assistencial Toda a actividade que resulta de um contacto directo com um utilizador do CS para prestação de um cuidado de saúde. Inclui consultas, atendimentos em urgência, intervenções de enfermagem, realização de tratamentos, meios complementares de diagnóstico. As horas de atendimento administrativo para marcação destes cuidados devem ser imputadas à actividade assistencial.

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Actividade não assistencial Actividades não personalizadas na relação profissional de Saúde/utente/doente, como sessões de educação em grupo, reuniões de trabalho, ou programação de actividades.

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Acto complementar de diagnóstico Exame ou teste que fornece resultados necessários para o estabelecimento de um diagnóstico. Nota 1: Com o mesmo significado também são usados os termos Meios Auxiliares de Diagnóstico/MAD, Exames Auxiliares de Diagnóstico/EAD e Meios Complementares de Diagnóstico/MCD. Nota 2: A estatística deve ser efectuada de forma ponderada, nos termos decorrentes da Tabela de preços a praticar pelo SNS. No entanto, prevendo as dificuldades existentes nas instituições, espera-se que esta medida seja adoptada progressivamente. Nota 3: Alguns actos podem ser simultaneamente de diagnóstico e terapêutica.

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Acto complementar de terapêutica Prestação de cuidados curativos, após diagnóstico e prescrição terapêutica. Nota 1: Com o mesmo significado também são usados os termos Meios Auxiliares de Terapêutica/MAT, Exames Auxiliares de Terapêutica/EAT e Meios omplementares de Terapêutica/MCT. Nota 2: A estatística deve ser efectuada de forma ponderada, nos termos decorrentes da Tabela de preços a praticar pelo SNS. No entanto, prevendo as dificuldades existentes nas instituições, espera-se que esta medida seja adoptada progressivamente. Nota 3: Alguns actos podem ser simultaneamente de diagnóstico e terapêutica.

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Acto de enfermagem Prestação de cuidados realizada por um enfermeiro, que poderá ser exercida de forma autónoma ou interdependente, de acordo com a respectiva qualificação profissional.

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Acto em saúde (âmbito da prestação de cuidados de saúde) Prestação de cuidados de saúde a um indivíduo, que pode consistir numa avaliação, diagnóstico, intervenção, prescrição de uma terapêutica ou sua execução, de acordo com a qualificação do prestador.

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Admissão Internamento de um doente, num serviço de internamento, com estadia mínima de pelo menos 24 horas. Nota: no caso de permanência inferior a 24 horas, por abandono, alta contra parecer médico, falecimento ou transferência para outro estabelecimento de saúde, considera-se um dia de hospitalização.

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Admissão programada Internamento de um doente, com prévia marcação.

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Admissão urgente Internamento de um doente em situação de urgência. Nota: consideram-se as seguintes proveniências: do ambulatório (urgente ou não urgente), do próprio estabelecimento ou de outro, e, excepcionalmente, do domicilio, no caso de doentes crónicos com acesso directo ao serviço de internamento.

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Agência (Função) É uma função diferenciada da Administração Regional de Saúde. Constitui uma instância de intervenção no Sistema de Saúde, na qual estão representados o cidadão e a administração e onde se congrega a informação necessária visando garantir a satisfação das necessidades e das preferências dos utentes. Tem como missão específica contribuir para que os cuidados de saúde sejam cada vez mais adequados, equitativos e ao menor custo possível.

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Agudo O termo tem dois significados conforme se refere à saúde ou à exposição. 1. Referindo-se à saúde, designa os ataques recentes ou é usado de uma maneira vaga para significar dores graves, por exemplo dores agudas. 2. Referindo-se à exposição, designa uma exposição breve, intensa, algumas vezes uma exposição breve e muito intensa. Quando usado com referência à duração de um problema de saúde, reporta-se a um problema com duração inferior a quatro semanas. Cf. também CRÓNICO, EPISÓDIO

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Algoritmo clínico (Sin.: protocolo clínico) Uma descrição explícita dos passos a serem dados no tratamento do doente em circunstâncias específicas. Esta abordagem utiliza uma lógica arborescente e toda a informação pertinente, quer sobre o doente quer sobre fontes epidemiológicas e outras fontes, para chegar a decisões que resultem num benefício máximo e num risco mínimo.

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Alta de internamento Fim da permanência do doente num estabelecimento de saúde com internamento, resultante de uma das seguintes situações: saída com parecer médico favorável, óbito e saída contra parecer médico. Nota: a saída com parecer médico favorável abarca a saída para o domicílio, ambulatório do hospital ou transferência para outra instituição.

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Ambiente Todas as condições externas que podem influenciar o estado de saúde do indivíduo ou da população. Subdivide-se em ambiente físico, social, cultural, natural, artificial, etc.

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Ambulatório Conjunto de serviços que prestam cuidados de saúde a indivíduos não internados.

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Análise clínica Exame laboratorial de um produto biológico destinado a facilitar o diagnóstico, o prognóstico, a terapêutica e a prevenção de doenças ou de quaisquer alterações fisiológicas do organismo humano.

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Análise custo-benefício Uma forma de avaliação económica feita geralmente numa perspectiva social, na qual os custos dos cuidados médicos são comparados com os benefícios económicos dos cuidados, sendo tanto os custos como os benefícios expressos em unidades monetárias. Os benefícios incluem, normalmente, reduções de custos futuros com a saúde e rendimentos acrescidos graças à melhoria em saúde daqueles a quem foram prestados os cuidados de saúde.

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Análise custo-efectividade Esta análise procura determinar quer o custo quer a efectividade de uma actividade ou comparar actividades alternativas para determinar até que ponto os objectivos são atingidos. A acção privilegiada é aquela que exige o custo mínimo para produzir um dado nível de efectividade ou propiciar a maior efectividade para um dado nível de custo. O resultado pode ser medido em termos de estado de saúde.

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Análise custo-utilidade Uma análise económica na qual os resultados são medidos tendo em conta o seu valor social.

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Aparelho complementar de terapêutica Dispositivo para corrigir ou compensar incapacidades físicas.

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Apoio (Função) É uma função diferenciada da Administração Regional de Saúde. Tem como missão específica dar colaboração aos serviços prestadores de cuidados de saúde em aspectos técnicos e de gestão das instituições. É um recurso dos serviços de saúde.

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Aptidões Conhecimento prático associado a capacidade.

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Área de atracção A região de onde os casos de um estudo particular são obtidos ou para os quais os serviços são prestados.

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Arquivo médico Um arquivo onde está registada a informação relacionada com as actividades de cuidados de saúde pessoais, compreendendo informações sobre o estado de saúde e também informações sobre a identidade da pessoa. Muitas vezes, também inclui informações económicas e administrativas.

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Associação de clínicos (Sin.: prática em grupo) Conjunto de médicos que partilham as mesmas instalações e/ou o mesmo pessoal durante as horas normais de expediente, mas não, os mesmos doentes (por exemplo, lista de doentes).Cf. CLÍNICA EM GRUPO.

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Atendimento complementar Atendimento no Centro de Saúde fora das consultas regulares.

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Atendimento em urgência Acto de assistência prestado num estabelecimento de saúde, em centros de saúde ou hospitais, em instalações próprias, a um indivíduo com alteração súbita ou agravamento do seu estado de saúde.

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Atitudes Estados de predisposição ou receptividade; sentimento a favor ou contra algo, que predispõe para determinadas respostas. Envolvem emoções (sentimentos) e conhecimento (crenças) acerca dos objectivos, e condicionam o comportamento. Não são inatas, mas adquiridas e, ainda que relativamente estáveis, são modificáveis pela educação.

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Auditoria Uma análise ou revisão que estabelece a medida em que um problema, processo ou actuação relacionadas com a saúde estão conforme os padrões ou critérios estabelecidos. Cf AUDITORIA MÉDICA.

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Auditoria externa Avaliação do desempenho por pessoas ou autoridades que não estão pessoalmente envolvidas na actividade que está a ser avaliada.

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Auditoria médica Qualquer actividade profissional em que a estrutura, o processo ou o resultado são analisados e comparados com um padrão-ouro, para ver em que medida o desempenho profissional atinge os critérios que a comunidade dos profissionais definiu como bons ou óptimos. Em 1982, Sheldon definiu auditoria médica do seguinte modo: "Auditoria médica é um estudo de qualquer parte da estrutura, processo e resultado dos cuidados médicos levados a cabo por quem está pessoalmente encarregado dessa actividade, para medir até que ponto foram atingidos os objectivos definidos e, por consequência, avaliar a qualidade dos cuidados prestados." Inclui a auto-auditoria e a revisão inter-pares.

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Avaliação (Sin.: medição, apreciação ou opinião) 11.Avaliação clínica Avaliação gera/ ou completa: um procedimento

padronizado para determinar o bem-estar físico, mental e social do doente, que implica investigações adequadas, incluindo um registo completo de achados e recomendações prestadas ao doente. Avaliação específica ou parcial: inclui uma história clínica e uma observação pormenorizada que se relaciona com um diagnóstico específico ou com um problema através de investigações apropriadas e que inclui um registo completo de achados e recomendações prestadas ao doente. Avaliação funciona/: a medição, objectiva e/ou subjectiva da capacidade de desempenho em determinado ambiente e de a ele se adaptar, durante um determinado período de tempo.

22. Avaliação educacional: Obtenção de informação relativa a progressão de um aluno e ao seu nível de conhecimentos. Cf. MONITORIZAÇÃO. Avaliação formativa: mede a evolução dos ganhos obtidos pelo/a aluno/a e informa-o/a do que ainda deve aprender para que os objectivos educacionais sejam atingidos. Avaliação sumativa: Mede o nível atingido pelo/a aluno/a no fim de um programa educacional, geralmente para a atribuição de um certificado ou diploma ou para permitir a sua progressão para a fase seguinte. 3. Medição qualitativa: Estudo e análise minuciosos de um problema, conhecido ou presumível, de qualidade da prática médica, para identificar as causas desse problema e a acção necessária para o corrigir.

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Avaliação da qualidade A medição e avaliação dos aspectos técnicos e interpessoais dos cuidados.

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Avaliação dos cuidados de saúde Cf. também AUDITORIA MÉDICA.

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Base populacional Relativo ao total de uma população definida por limites geográficos, administrativos ou outros. Esta população é o denominador.

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Capitação Uma forma de pagamento, baseada no número de doentes registados, destinada a suportar os custos parciais ou totais dos serviços médicos dispensados.

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Caso Uma pessoa da população, um gabinete ou um grupo em estudo identificados como tendo um dado problema de saúde ou factor de risco a ser investigado. Pode também ser utilizado para descrever qualquer indivíduo sujeito a uma intervenção.

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Categorias de diagnóstico Na clínica geral, são utilizadas três categorias de diagnóstico: 1.Diagnóstico patológico/patofisiológico: a partir de um substracto patológico/patofisiológico comprovado e/ou uma etiologia comprovada. 2.Diagnóstico sintomático: a partir de um sintoma ou de uma queixa do doente como a melhor caracterização médica do episódio. 3.Diagnóstico nosológico (Sin.: síndroma): a partir de um conjunto de sintomas consensual mente aceite pelos médicos, mas que carece de uma fundamentação patológica ou patofisiológica ou etiologia comprovadas. Cf. DOENÇA, QUEIXA, SÍNDROMA

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Centro de diagnóstico ou de terapêutica Estabelecimento de saúde dotado de recursos especializados, onde se realizam exames ou procedimentos de diagnóstico ou de terapêutica. Nota: Inclui, nomeadamente, laboratórios de análises, imagiologia, centros de hemodiálise, centros de medicina física e reabilitação.

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Centro de Saúde Estabelecimento público de saúde, que visa a promoção da saúde, prevenção da doença e a prestação de cuidados, quer intervindo na primeira linha de actuação do Serviço Nacional de Saúde, quer garantindo a continuidade de cuidados, sempre que houver necessidade de recurso a outros serviços e cuidados especializados. Dirige a sua acção tanto à saúde individual e familiar como à saúde de grupos e da comunidade, através dos cuidados que, ao seu nível, sejam apropriados, tendo em conta as práticas recomendadas pelas orientações técnicas em vigor, o diagnóstico e o tratamento da doença, dirigindo globalmente a sua acção ao indivíduo, à família e à comunidade. Pode ser dotado de internamento. Fonte primária: artigo 4º do DL 157/99 de 10/5.

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CICP Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CUIDADOS PRIMÁRIOS

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CID Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS

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CIPE Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL PARA A PRÁTICA DE ENFERMAGEM

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CIPS Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE PROBLEMAS DE SAÚDE EM CUIDADOS PRIMÁRIOS

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Cirurgia de ambulatório Intervenção cirúrgica programada, realizada sob anestesia geral, loco-regional ou local que, embora habitualmente efectuada em regime de internamento, pode ser realizada em instalações próprias, com segurança e de acordo com as actuais leges artis, em regime de admissão e alta no mesmo dia.

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Cirurgia programada ou electiva Cirurgia efectuada com data de realização previamente marcada.

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Cirurgia urgente Cirurgia efectuada, sem data de realização previamente marcada, por imperativo da situação clínica.

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Classe social Um grupo de indivíduos ou famílias numa sociedade, que se caracterizam par possuírem a mesma educação, ocupação e rendimentos.

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Classificação de doenças Organização em grupos de doenças que tem características comuns. A sua utilidade depende do utilizador. são exemplos: a Classificação Internacional dos Cuidados Primários (ICPC), e a Classificação Internacional de Doenças, Lesões e Causas de Morte (ICD).

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Classificação Internacional de Cuidados Primários (Sin.: ClCP) É a classificação que mais bem tem em conta o modo como o médico de família/clínico geral actua. Nesta classificação, o motivo da consulta (MC) pode ser classificado do mesmo modo que os procedimentos de diagnóstico, as intervenções, as medidas preventivas, os procedimentos administrativos e os diagnósticos. Tem uma estrutura biaxial e é composta por 17 capítulos, divididos em 7 componentes. Foi largamente testada e revelou-se muito prática e fiável para a utilização na clínica geral, com menos de 3% de erros de registo. Foi publicada pela Comissão de Classificações da WONCA em 1990.

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Classificação Internacional de Diminuições, Incapacidades e Deficiências (Sin.: ICHID) Foi publicada pela OMS em 1980 como uma taxonomia das consequências de lesões e doenças. Usa as seguintes definições: 1. Diminuição: “Toda a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatómica”. As diminuições são perturbações de carácter orgânico. 2. Incapacidade: “Toda a restrição ou limitação (resultante de uma diminuição) na capacidade de efectuar uma actividade de um modo ou num grau considerado normal para um ser humano”. A incapacidade envolve perturbações de carácter pessoal. 3. Deficiência: “Uma desvantagem para um indivíduo, resultante de uma diminuição ou incapacidade, que limita ou impede o desempenho de uma função considerada normal (atendendo a idade, ao sexo, e a factores sociais e culturais) para esse indivíduo.” Reflecte a adaptação do indivíduo ao ambiente.

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Classificação Internacional de Doenças (Sin.: CID) Uma classificação internacional desenvolvida sob os auspícios da OMS e publicada periodicamente como livro completo de entidades de diagnósticos. Esta organizada em 17 capítulos, que contêm mais de 12.000 categorias diferentes. A cada entrada e dado um código numérico até quatro dígitos. Esta publicação chama-se: ‘Manual of the International Statistical Classification of Diseases, Injuries and Causes of Death’. A Décima Revisão (CID-10) foi apresentada em 1 de Janeiro de 1993, mas até agora foi aplicada em muito poucos países. Veio substituir a ClD-9, publicada em 1976.

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Classificação Internacional de Problemas de Saúde em Cuidados Primários (Sin.: ClPS) A classificação de doenças e problemas nos cuidados primários. Foi introduzida inicialmente pela Comissão de Classificações da WONCA e foi revista uma vez com o nome de ICHPPC-2. Agora é substituída pela ICPC, muito mais virada para a prática. A ClPS está estruturada do mesmo modo que a classificação da ClD-9(1CD-9).

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Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem (Sin.: CIPE/ICNP) É uma classificação de fenómenos de enfermagem, acções e resultados. Fornece uma terminologia para a prática de enfermagem que pretende ser

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uma matriz unificadora em que as taxonomias e classificações de enfermagem já existentes se possam entrecruzar, de modo a permitir comparar dados em enfermagem. Tem o seu enfoque na prática de enfermagem e assenta no pressuposto que esta não é estática mas sim mutável e dinâmica, ajustável ao contexto local e sensível à variabilidade cultural. São objectivos desta classificação: estabelecer uma linguagem comum para descrever a prática de enfermagem; representar conceitos utilizados na prática local; descrever os cuidados de enfermagem a pessoas (indivíduos, famílias e comunidades) universalmente; permitir comparar dados de enfermagem; Incentivar a investigação em enfermagem; fornecer dados da prática de enfermagem que possam influenciar a formação em enfermagem e as políticas de saúde; projectar tendências nas necessidades dos doentes, prestação de tratamentos de enfermagem, utilização de recursos e resultados de cuidados de enfermagem.

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Classificação sócio-económica Classificação feita de acordo com a classe social e/ou rendimentos.

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Clínica O trabalho profissional de quem exerce medicina. Este termo também é utilizado para descrever a estrutura organizacional, a área geográfica ou a população que é servida por um ou mais médicos.

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Clínica em grupo (Sin.: associação de clínicos) Uma unidade de cuidados de saúde em que os doentes são tratados por um conjunto de médicos associados. Um ou mais médicos podem ser responsáveis por sub-grupos de doentes, mas a equipa assume a responsabilidade pela continuidade de cuidados aos doentes. Juridicamente, porém, é um médico que tem, em última instância, a responsabilidade final por cada doente. 1. Equipa mono-especializada: uma unidade em que todos os membros são da mesma especialidade. 2. Equipa pluri-especializada: uma unidade em que os membros são de várias especialidades.

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Clínica geral (Sin.: medicina familiar) Uma especialidade médica que se ocupa dos problemas médicos não diferenciados dos indivíduos e das famílias e que, no sistema de saúde, é o primeiro contacto com os profissionais da medicina.

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Clínica individual Uma clínica que só tem um responsável pela prestação de cuidados de saúde aos doentes.

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Clínico geral Cf. MÉDICO DE FAMÍLIA

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Cobertura A medida em que os serviços prestados cobrem as necessidades potenciais desse mesmo serviço numa comunidade. É expressa por meio de uma proporção em que o numerador representa o número de serviços prestados e o denominador o número de casas em que o serviço devia ter sido prestado.

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Cobertura Relaciona população inscrita com população residente. Pode referir-se ao total da população e/ou a grupos, segundo o sexo e/ou o grupo etário. Habitualmente usa-se uma taxa (%) como medida de cobertura. Ex: Taxa de cobertura de CG no grupo etário 15-44 anos = Nº de inscritos em CG 15- 44 anos /nº residentes 15-44 anos x 100.

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Co-morbilidade Problemas de saúde que existem num doente concomitantemente à situação ou problema em estudo.

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Competência Habilitação técnico-profissional comum a várias especialidades e que habilita o profissional ao correcto exercício da sua actividade. Fonte primária: Ordem dos Médicos – OM.

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Comunidade Um grupo de indivíduos que constitui uma unidade ou que evidenciam um traço unificador ou interesse comum. De uma forma mais vaga, é a localidade ou a população da área de atracção à qual é prestado um serviço.

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Conjunto mínimo de dados básicos (Sin.: Conjunto mínimo de dados) Informação padronizada que pode incluir: dados demográficos, diagnósticos e intervenções codificados, e dados sobre a admissão e alta dos doentes, entre outros. O estabelecimento deste conjunto de dados resulta normalmente do acordo entre grupos de utilizadores.

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Consentimento informado Consentimento dado por uma pessoa que é convidada a participar num projecto de investigação ou aula depois de bem informada acerca dos objectivos, consequências, ónus, tempo, risco, etc. À pessoa deve ser dada a possibilidade de não participar, se for esse o seu desejo, sem prejuízo dos cuidados que está a receber.

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Consulta Uma consulta é um encontro em que o médico, de um forma profissional, responde aos medos, ideias, expectativas ou problemas de saúde de um doente. É um processo dinâmico de interacção com o objectivo de estabelecer uma agenda comum, baseada numa relação personalizada e de confiança mútua, para ir ao encontro das necessidades do doente. Normalmente, realiza-se no consultório do médico.

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Consulta aberta Período de consulta com marcação presencial ou telefónica só no próprio dia.

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Consulta aberta da USF Período de consulta com marcação presencial ou telefónica só no próprio dia, para garantir a intersubstituição. Poderá não existir como período autónomo se a USF assumir a intersubstituição nos períodos personalizados de consulta individual.

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Consulta complementar Consulta médica prestada num gabinete de consulta regular do centro de saúde, por outro médico que não o médico de família do utente, na ausência deste ou quando o utente não tem médico de família atribuído. Nota: Esta é a designação proposta para os conceitos que actualmente são usados como equivalentes, designadamente: consulta de recurso, consulta de reforço e atendimento complementar.

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Consulta de adultos Consulta médica não diferenciada, prestada nos Centros de Saúde, a indivíduos de 19 ou mais anos de idade (exceptuam-se as consultas de Saúde Materna, Planeamento Familiar e Saúde Pública).

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Consulta de enfermagem Intervenção visando a realização de uma avaliação, o estabelecer de plano de cuidados de enfermagem, no sentido de ajudar o indivíduo a atingir a máxima capacidade de autocuidado.

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Consulta de especialidade Consulta médica, em Centros de Saúde e Hospitais, prestada no âmbito de uma especialidade ou subespecialidade de base hospitalar, que deve decorrer de referência ou encaminhamento por médico de outra especialidade.

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Consulta de medicina geral e familiar Consulta médica, em Centros de Saúde, no âmbito da especialidade que, de forma continuada, se ocupa dos problemas de saúde não diferenciados dos indivíduos e das famílias.

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Consulta de outros profissionais de saúde Acto de assistência prestado a um doente, podendo consistir em avaliação, intervenção e/ou monitorização. Nota: Para efeitos estatísticos, a designação deve referir o prestador, por Ex., consulta de psicólogo, consulta de nutricionista, consulta de dietista.

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Consulta de planeamento familiar Consulta médica, em Centros de Saúde, realizada no âmbito da Medicina Geral e Familiar ou de outra especialidade, em que haja resposta por parte do médico a uma solicitação sobre contracepção, pré-concepção, infertilidade ou fertilidade.

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Consulta de saúde infantil e juvenil Consulta médica não diferenciada, em Centros de Saúde, prestada a menores de 19 anos de idade (exceptuam-se as consultas de Saúde Materna, Planeamento Familiar e Saúde Pública).

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Consulta de saúde materna Consulta médica prestada, em Centros de Saúde, a uma mulher grávida ou no período pós-parto, em consequência de uma gravidez.

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Consulta de saúde pública Acto de assistência médica realizado em Centros de Saúde, no âmbito das competências profissionais do médico de saúde pública.

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Consulta de seguimento Uma consulta em que o médico acompanha um episódio anterior de um doente.

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Consulta de vigilância Consulta médica, em Centros de Saúde, decorrente da aplicação de programas de saúde. (ver Programa de Saúde).

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Consulta domiciliária Designa a consulta, em que o médico, em casa do doente, avalia o seu estado de saúde, o aconselha e trata.

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Consulta externa Unidade orgânico-funcional de um hospital onde os doentes, com prévia marcação, são atendidos para observação, diagnóstico, terapêutica e acompanhamento, assim como para pequenos tratamentos cirúrgicos ou exames similares.

2

Consulta médica Acto de assistência prestado por um médico a um indivíduo, podendo consistir em observação clínica, diagnóstico, prescrição terapêutica, aconselhamento ou verificação da evolução do seu estado de saúde.

2

Consulta não presencial Actos médicos efectuados sem presença do doente (renovação medicação, declarações ou o que cada USF consensualizar).

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Consulta no domicílio Consulta prestada ao utente no domicílio, em lares ou em instituições afins.

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Consulta por doença Consulta médica, em Centros de Saúde, relacionada com um episódio de doença, motivada por alteração do estado de saúde do utente, ou em consequência do mesmo episódio.

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Consulta pós-laboral Consulta ou visita domiciliária realizada depois do horário normal estabelecido para uma unidade de cuidados de saúde. Quando é utilizado em estudos, deve ser claramente mencionado.

1

Consulta programada Período de consulta com marcação prévia presencial ou telefónica. Eventualmente marcadas no próprio dia se com vaga.

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Consulta seguinte no ano Consulta médica efectuada no ano civil, no centro de saúde, por especialidade/tipo, à excepção da primeira.

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Consulta sem a presença do utente Acto de assistência médica sem a presença do utente, podendo resultar num aconselhamento, prescrição, ou encaminhamento para outro serviço. Esta consulta pode estar associada a várias formas de comunicação utilizada, designadamente: através de terceira pessoa, por correio tradicional, por telefone, por correio electrónico, ou outro.

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Nota 1: É imprescindível a existência de registo escrito e cópia dos documentos enviados ao doente, se for esse o caso; Nota 2: Estas consultas devem ser registadas separadamente. Consulta subsequente Consulta médica, em Hospitais, que deriva da primeira, para verificação da evolução do estado de saúde do doente, administração terapêutica ou preventiva.

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Consultor Um médico especialista que é particularmente competente num determinado ramo da medicina e que presta serviços relacionados com esse ramo a pedido de outro profissional da medicina. Outrora, um consultor era alguém a quem se pedia um parecer não vinculativo e que não implicava uma transferência de responsabilização.

1

Consultório médico privado Estabelecimento de saúde privado onde se prestam consultas médicas e outros actos e procedimentos. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Contacto directo Um encontro face a face com um doente. O termo também é utilizado para designar uma forma de transmissão de um agente infeccioso sem que um indivíduo intermediário actue como transmissor.

1

Contacto indirecto A comunicação com um doente sem ser por contacto directo. Nos cuidados primários, é geralmente feita por telefone ou através de terceiros, por carta. Também se utiliza para designar um modo de transmissão em que estão envolvidas outras pessoas ou transmissores.

1

Contacto primário O primeiro contacto directo, no decurso de um episódio, entre um doente e os serviços de cuidados de saúde. É também utilizado para designar pessoas em contacto directo com um doente que é portador de uma doença contagiosa.

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Contacto-problema Uma troca de ideias, sobre um problema, entre o doente e o prestador de cuidados. Pode haver vários contactos-problema durante um encontro. Cf. ENCONTRO

1

Contenção de custos Um plano estratégico cujo objectivo é controlar os custos.

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Continuidade de cuidados Cuidados de saúde em que o doente consulta sempre o mesmo médico ou recorre a uma consulta sempre por causa do mesmo problema de saúde. Deste modo, identifica o prestador de cuidados responsável principal pela prestação desses cuidados de saúde. Cf. CUIDADOS DE SAÚDE PESSOAIS

1

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Contratualização “O processo que conduz a um contrato pelo qual uma das partes (Agência de contratualização) se obriga a promover por conta de outra (Cidadão) a celebração de contratos de prestação de cuidados de saúde ou de actividades de promoção de saúde, de modo autónomo e estável. A Contratualização realiza-se: 1. Conhecendo as necessidades de saúde e correspondentes necessidades em cuidados de saúde; 2. Estabelecendo prioridades relativamente às actividades de saúde a realizar; 3. Contratando instituições de direito público ou privado mediante negociação e o estabelecimento de acordos; 4. Monitorizando as actividades previstas nos contratos; 5. Avaliando os resultados dos contratos. A contratualização exige sistemas de indicadores de base epidemiológica como instrumentos de decisão em administração, orientada para os ganhos em saúde.” Fonte primária: Breviário dos Sistemas Locais de Saúde. Ministério da Saúde. Direcção Geral da Saúde, s/d.

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Controlo de qualidade A supervisão e controlo de todas as operações respeitantes a um processo, o que implica normalmente amostragem e inspecção, de modo a detectar e corrigir variações aleatórias sistemáticas ou excessivas da qualidade. Foi introduzido recentemente no Sector de Cuidados de Saúde com o objectivo de promover uma melhor utilização de recursos e melhorar a qualidade global dos cuidados de saúde.

1

Criança Uma pessoa com menos de quinze anos de idade (0 a 14 anos). Em diversos sistemas de saúde estabelecem-se limites de idade superiores para serviços pediátricos.

1

Criança seguida Criança registada na USF/CS e que é efectivamente seguida pela equipa de saúde da USF.

5

Critérios Elementos pré-determinados, em comparação com os quais aspectos da qualidade do serviço médico, por exemplo o desempenho de um médico ou de uma unidade de cuidados de saúde, podem ser medidos.

2. Implícitos: critérios não especificados que são usados quando o serviço médico é reavaliado

2. Explícitos: critérios especificados, com os quais o desempenho profissional é comparado.

1

Critérios de diagnóstico Os sintomas e queixas considerados juntamente com os sinais objectivos e os resultados dos testes reputados essenciais para caracterizar um problema de saúde, e fazer um diagnóstico.

1

Crónico (Sin.: a longo termo) Um problema de saúde ou episódio de tratamento que dura 6 meses ou mais. Cf. EPISÓDIO

1

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Cuidado de saúde Prestação por profissional de saúde, consistindo em avaliação, manutenção, terapia, reeducação, promoção da saúde, prevenção dos problemas de saúde e todas as actividades com ela relacionadas, para manter ou melhorar o estado de saúde. Fonte primária: The World Organization of National Colleges, Academies, and Academic Associations of General Practitioners/Family Physicians (Gps/FPs), abreviatura de World Organization of Family Doctors – WONCA.

2

Cuidado episódico Cuidado de saúde limitado à gestão dos problemas apresentados.

1

Cuidados administrativos (Sin.: serviços administrativos) Serviços que decorrem de uma responsabilidade atribuída pela comunidade a prestadores de cuidados de saúde, como, por exemplo: atestar a aptidão para certas funções (condução, trabalho, desporto), atestar a inaptidão para determinadas funções, certificar óbitos, que podem implicar um exame clínico, se tal se mostrar necessário. Outros exemplos são o reconhecimento de assinaturas e o testemunho acerca do carácter de uma pessoa.

1

Cuidados ambulatórios (Sin.: cuidados a doentes não internados) Cuidados dispensados a doentes que não necessitam de internamento. Tanto podem ser dispensados na clínica geral, num serviço de consultas externas de um hospital ou em qualquer outra unidade de cuidados de saúde.

1

Cuidados antecipatórios Cuidados orientados para a antecipação de futuros problemas do doente tentando prevenir a sua ocorrência ou diminuir potenciais consequências.

1

Cuidados continuados Cuidados de saúde dedicados ao acompanhamento apropriado de episódios agudos e de problemas de saúde crónicos.

1

Cuidados continuados Cuidados prestados de forma continuada, com base no programa individual de cuidados, de acordo com as necessidades específicas. Idealmente, são integrados e em parceria.

3

Cuidados de saúde A avaliação, a manutenção da saúde, a terapia, a educação, a promoção da saúde, a prevenção dos problemas de saúde e todas as actividades com elas relacionadas que são desenvolvidas por profissionais qualificados para manter ou melhorar o estado de saúde.

1

Cuidados de saúde pessoais Os serviços prestados directamente a um indivíduo por um prestador de cuidados de saúde, i.e. Um clínico geral, com o fim de manter ou restabelecer a saúde.

1

Cuidados de saúde primários (Sin.: cuidados primários) A OMS (em Alma Ata, em 1978) definiu os cuidados de saúde primários do seguinte modo: “Os cuidados de saúde primários são os cuidados de saúde

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essenciais postos universalmente ao dispor de indivíduos e famílias da comunidade através de meios que lhes são aceitáveis, contando com a sua participação integral e a um custo que a comunidade e o país podem suportar. Fazem parte integrante do sistema de cuidados de saúde do país, de que são o núcleo, e do desenvolvimento económico-social global da comunidade.” Os cuidados de saúde primários podem ser prestados por enfermeiras de cuidados primários, médicos ou profissionais de saúde com uma preparação médica mais curta (por exemplo, os chamados “médicos de pé descalço”).

1

Cuidados de suporte Serviços que promovem a manutenção das funções vitais e bem-estar psicológico, mas que geralmente não são considerados curativos.

1

Cuidados globais Cuidados totais de saúde. Dado que o médico de família está disponível para qualquer tipo de problema de saúde, o tratamento que presta é global.

1

Cuidados médicos Cf. CUIDADOS DE SAÚDE

1

Cuidados médicos primários Em todo o mundo, a generalidade dos cuidados de saúde primários são prestados por clínicos gerais/médicos de família. No seu trabalho responsabilizam-se pelo doente a partir do primeiro encontro e daí em diante. Isto inclui a gestão global e coordenação dos cuidados de saúde, tal como a intervenção apropriada de especialistas, e outros recursos de cuidados médicos. Também se considera o acompanhamento continuado.

1

Cuidados na comunidade O cuidado e acompanhamento sistemático prestado fora dos hospitais a populações por agentes médicos e sociais encarregados dos cuidados primários. Os cuidados primários orientados para a comunidade são uma forma particular de tratamento em que os serviços médicos estão de acordo com as necessidades da comunidade.

1

Cuidados no domicílio Cuidados prestados em casa, de forma continuada ou pontual.

3

Cuidados secundários Um dos dois níveis de cuidados indiferenciados (secundários e terciários). Geralmente, reporta-se aos cuidados prestados por um especialista altamente qualificado tais como os de um cirurgião, um internista ou obstetra, a quem o doente foi remetido nos cuidados primários, isto e, pelo médico de clínica geral/ médico de família.

1

Cuidados terciários Um dos dois níveis de cuidados referenciados (secundários e terciários). Geralmente, refere-se a cuidados prestados numa unidade hospitalar por um especialista ou sub-especialista, tal como um neurologista ou um cardiologista.

1

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Custo O preço que deve ser pago, quer em termos objectivos (dinheiro ou recursos), ou subjectivos (sofrimento ou incomodidade) para alcançar um objectivo: 1. Directo: os custos em que incorrem os doentes, as famílias e a sociedade para prestar os serviços de cuidados de saúde. 2. Indirecto: todos os outros custos relacionados com a condição ou tratamento em estudo.

1

Custo Conjunto de valores incorporados e gastos na produção.

3

Custo-benefício Cf. RACIO CUSTO-BENEFÍCIO

1

Densidade O número de itens (unidades de prestação de cuidados, doentes, pessoas) relativamente ao espaço existente.

1

Departamento Agrupamento de serviços num estabelecimento de saúde.

2

Despesa Remuneração dos factores produtivos. Obrigação de pagar.

3

Despesa por utilizador Despesa por utilizador em milhares de escudos relativamente ao total de gastos e aos gastos nas diversas rubricas de despesa.

3

Determinante Tudo o que provoca alterações no estado de saúde. Cf. também CAUSALIDADE

1

Diagnóstico Uma afirmação formal do prestador de cuidados acerca da compreensão que tem de um problema de saúde de um doente, de uma família ou de uma comunidade. Pode limitar-se ao nível dos sintomas. O termo aplica-se tanto ao processo como ao resultado e, no caso de um doente, representa o estabelecimento médico formal de um episódio. 1 .Diagnóstico principal: o problema que o prestador de cuidados considera mais importante. 2. Diagnóstico associado: outro diagnóstico feito simultaneamente com o diagnóstico principal. 3. Diagnóstico concomitante: um diagnóstico já existente por ocasião do encontro, mas que não é utilizado durante o mesmo.

1

Diagnóstico da comunidade O processo de avaliação do estado de saúde de uma comunidade, através de estatísticas demográficas, estatísticas da saúde e outra informação relativa a causas determinantes da saúde. O diagnóstico da comunidade pode ser abrangente ou restrito a problemas de saúde específicos.

1

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Diagnóstico de enfermagem Designação atribuída por enfermeiros à decisão que representa o foco das intervenções de enfermagem.

4

Dias úteis de consulta Dias em que existe pelo menos um período de consulta presencial com consultas efectuadas.

5

Dimensão Uma componente distinta de uma construção multidimensional. A saúde física e a saúde mental são dimensões da saúde em geral.

1

Dimensão de saúde Uma componente teórica de saúde, tal como a saúde física ou mental.

1

Direito pessoal de acesso O direito, que se encontra reconhecido, em alguns países, de uma pessoa poder ter acesso a informações que constam do seu registo médico.

1

Distribuição A forma como uma característica está dispersa entre os membros de uma classe.

1

Distribuição de frequência O numero de respondentes contabilizado em cada nível de uma escala. A distribuição pode ser apresentada cumulativamente ou por categorias, em números por categoria ou graficamente. A distribuição pode ser normal ou enviesada. Cf. ASSIMETRIA, DISTRIBUIÇÃO NORMAL

1

Doença Estar doente é ter uma disfunção fisiológica ou psicológica. Deve ser diferenciada de sentir-se doente, que é o estado subjectivo da pessoa que tem consciência de não estar bem; e de ter comportamento de doente que é um estado de disfunção social, isto é, o papel que o indivíduo assume quando se sente doente. Doença pode também ser concebida como um conceito mais restrito, distinto de sindroma e de queixa: uma disfunção biológica fundamentada em processos patológicos ou patofisiológicos conhecidos ou com uma etiologia também conhecida. Doença pode também ser diferenciada de: 1. Sindroma: é uma presumível disfunção biológica em que o conhecimento dos processos patológicos ou patofisiológicos causadores não é conclusivo para a definir como uma doença, segundo a literatura. Uma disfunção ou problema de saúde são considerados como uma doença quando tal é consensual entre os profissionais de saúde. Se tal não acontece, está-se perante um sindroma. 2. Queixa: não é parte de uma doença ou sindroma. Doença é um conceito da realidade e pode, por isso, existir sem o juízo de um médico. Doença, sindroma e queixa são congruentes com categorias de diagnóstico. Cf. CATEGORIAS DE DIAGNÓSTICO, COMPORTAMENTO DE DOENTE e SENSAÇÃO DE DOENÇA

1

Doença iatrogénica Um problema de saúde causado por um diagnóstico médico ou por uma terapêutica.

1

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Doença pré-clínica Um problema de saúde antes de ser sentido por um indivíduo e antes de ser detectado por qualquer meio de diagnóstico.

1

Doente de ambulatório Um doente que utiliza um serviço de consultas externas de um hospital. Neste caso, ou se trata de doentes que tiveram alta recentemente ou de doentes enviados pelo clínico geral ou pelos serviços de urgência.

1

Doente internado (Sin.: doente admitido) Um doente que é admitido num hospital e aí passa, pelo menos, uma noite.

1

Doente registado (Sin,: doente inscrito) Uma pessoa que consta de uma lista de um médico ou de uma unidade de cuidados de saúde.

1

Domicílio Uma pessoa ou grupo de pessoas ocupando um mesmo local: 1. Um domicilio unipessoal, isto é, uma pessoa vivendo sozinha num quarto, numa série de quartos, ou num alojamento; 2. Um domicilio pluripessoal, isto é, um grupo de duas ou mais pessoas que se associam para partilhar, total ou parcialmente, um alojamento. O grupo pode ser composto por uma família ou por pessoas sem qualquer grau de parentesco, ou por ambos, mas que, em geral, partilham em conjunto a refeição principal.

1

Duração de um encontro O tempo dispendido pelo médico, em contacto directo, numa consulta ao doente.

1

Educação para a saúde O processo através do qual, doentes ou grupos de pessoas, aprendem como prevenir, problemas de saúde e a preservar ou a promover a saúde. Pode ser uma actividade pessoal, como no caso do médico que explica ao doente a relação entre os seus sintomas e o seu estilo de vida, ou impessoal, através da televisão.

1

Efectividade Uma medida do êxito na realização de um objectivo de saúde claramente definido quer em relação a um doente quer em relação a uma determinada população.

1

Efectividade O melhor resultado possível com a tecnologia existente nas condições correntes de aplicação.

3

Efeito secundário Um efeito não intencional causado por um procedimento preventivo, de diagnóstico ou terapêutico.

1

Efeitos colaterais (Sin.: reacção adversa) Qualquer consequência indesejável resultante de actos de prevenção, diagnóstico ou de um tratamento adequado ou inadequado.

1

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Eficácia O grau em que uma intervenção, procedimento, regime ou serviço produz, em condições ideais, um resultado benéfico. De uma forma abstracta, a determinação da eficácia é baseada nos resultados de um ensaio aleatório controlado.

1

Eficácia O melhor resultado obtido com a tecnologia existente independentemente do custo.

3

Eficiência Os efeitos ou resultados finais conseguidos relativamente aos esforços dispendidos em termos monetários, de recursos e/ou de tempo. Cf. ANÁLISE CUSTO-EFECTIVIDADE

1

Eficiência O mais baixo custo para o mesmo resultado.

3

Encontro Qualquer contacto de carácter profissional entre um doente e um ou mais membros de uma equipa prestadora de cuidados de saúde. Em cada encontro podem ser identificados um ou mais problemas ou diagnósticos. A análise da informação dos encontros deve permitir diferencia-las conforme os problemas. 1. Encontro directo: Um encontro em que há um contacto face a face entre o doente e a profissional. Pode subdividir-se em: 1.1. Encontro no gabinete: (encontro no Centro de Saúde, consulta) Um encontro directo no consultório do medico. 1.2. Encontro domiciliário: (chamada domiciliária, visita domiciliária) Um encontro directo na residência do doente (i.e., na residência própria ou na residência de alguém das relações do doente onde este se encontra de visita, ou um hotel ou quarto, etc.). 1.3. Encontro hospitalar: um encontro directo nas instalações hospitalares. Cada visita ao doente é considerada um encontro. Os encontros hospitalares podem subdividir-se em: 1.4. Encontro no internamento: um encontro directo com um doente internado no hospital. 1.5. Encontro na consulta externa: um encontro directo com um doente não internado no hospital, tanto no serviço de urgências como no serviço de consultas externas. 2. Encontro indirecto: um encontro em que não há nenhum contacto presencial entre a doente e a profissional de saúde. Estes encontros podem classificar-se segundo o meio de comunicação, por exemplo, telefónicos, pelo correio ou através de terceiros.

1

Entidade convencionada Prestador de cuidados de saúde privado, com quem o Ministério da Saúde ou as Administrações Regionais de Saúde - ARS, celebram contrato de adesão com o objectivo de prestação de cuidados de saúde, em articulação com o SNS, integrando-se na rede nacional de prestação de cuidados de saúde. Nota: Este conceito aplica-se apenas à relação entre o SNS e os prestadores de cuidados privados. Se, por exemplo, a relação se estabelecer entre uma ARS e um Hospital público trata-se de um “acordo” e não de uma “convenção”. Fonte primária: artigo 3º do DL 97/98 de 18/4.

2

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Entidade de um estabelecimento de saúde Forma jurídica relativa à propriedade de um estabelecimento de saúde, podendo este ser público ou privado. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Envelhecimento da população A causa determinante do envelhecimento da população tem sido o decréscimo da taxa de natalidade: quando nascem menos crianças do que nos anos anteriores, o resultado, na ausência de um aumento da taxa de mortalidade em idades mais avançadas, tem sido o aumento da proporção de pessoas idosas na população. Contudo, nas sociedades em vias de desenvolvimento, a alteração da mortalidade tornou-se um factor determinante: na primeira metade da vida dificilmente podem ocorrer mais reduções da mortalidade, e, assim, o decréscimo ocorre na terceira e quarta partes da vida, conduzindo a um aumento da proporção de pessoas idosas.

1

Episódio Um “episódio de cuidados”, com o significado que lhe atribui a ICPC, e o período que decorre desde a primeira comunicação de um problema de saúde ou doença a um prestador de cuidados, até à realização do ultimo encontro respeitante a esse mesmo problema ou doença. Um novo episódio começa com o primeiro encontro, respeitante ao aparecimento inicial de uma doença, ou a recorrência de uma doença após um período sem a doença. Do ponto de vista do doente, um episódio dura desde o aparecimento dos sintomas até à sua completa resolução.

1

Episódio de cuidados Compreende todos os encontros de um específico problema de saúde.

1

Equidade Distribuição justa de determinado atributo populacional. Não é necessariamente equivalente a igualdade, embora os dois termos sejam por vezes usados como sinónimos. Na prestação de cuidados de Saúde, o conceito envolve duas dimensões importantes: equidade horizontal – tratamento igual de indivíduos que se encontram numa situação de saúde igual, e equidade vertical – tratamento apropriadamente desigual de indivíduos em situações de Saúde distintas. Fonte primária: Adaptado de "Economia da Saúde, Glossário de termos e conceitos", Pereira J; APES, 1993.

3

Equipa Um grupo de pessoas que dão diferentes contributos para atingir uma meta comum.

1

Equipa de cuidados de saúde Um grupo de prestadores de cuidados de saúde, representando eventualmente várias disciplinas, e pessoal auxiliar, que presta em conjunto cuidados de saúde.

1

Equipa de cuidados primários Um grupo de prestadores de cuidados de saúde e de pessoal auxiliar que servem a mesma população ou área geográfica e que, por vezes, ocupam o mesmo edifício, e que trabalham conjuntamente na prestação de serviços diferentes, mas complementares, que estão directamente ao dispor quando solicitados.

1

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Especialidade médica Título que reconhece uma diferenciação a que corresponde um conjunto de saberes específicos em medicina. Fonte primária: Ordem dos Médicos – OM.

2

Especialista Um médico que pela sua especialização e/ou experiência é especialmente competente num campo particular da medicina, que é reconhecido como uma especialidade. Actualmente, a medicina geral e familiar tem sido reconhecida como uma especialidade em muitos países, conferindo ao clínico geral/ médico de família o estatuto de especialista.

1

Esperança de vida (Sin.: vida esperada) O número médio de anos que se espera que uma pessoa viva, supondo que a taxa de mortalidade se mantém constante. A esperança de vida é uma medida hipotética que fornece informação sobre o estado de saúde de uma população num dado momento.

1

Estabelecimento de saúde Serviço ou conjunto de serviços prestadores de cuidados de saúde, dotados de direcção técnica, de administração e instalações próprias. Pode ter ou não internamento. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Estabelecimento oficial de saúde Aquele de que o Estado é proprietário ou principal financiador, podendo ser de acesso universal (SNS – Ministério da Saúde) ou restrito (outros ministérios – Defesa, Administração Interna e Justiça).

2

Estabelecimento privado de saúde Aquele cujo proprietário e principal financiador é particular, podendo ser com ou sem fins lucrativos.

2

Estado de saúde O bem-estar de uma pessoa definido em termos de condições ou funções físicas, mentais e sociais. Cf. Também ESTADO CLÍNICO, ESTADO FUNCIONAL, QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA COM A SAÚDE

1

Estado funcional A capacidade de uma pessoa agir em determinado ambiente ou de a ele se adaptar, medida, tanto de modo objectivo como subjectivo, durante um determinado período de tempo. Cf. Também ESTADO CLÍNICO, ESTADO DE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA RELACIONADA COM A SAÚDE

1

Estatuto sócio-ecónomico Termo descritivo da posição de um indivíduo na sociedade, muitas vezes partindo de critérios como os rendimentos, a educação, a profissão, a residência, etc.

1

Exame clínico Pode ser único em um país ou grupo cultural.

2. Completo: o termo “exame completo” refere-se ao exame que recorre aos elementos de avaliação profissional que, através de consenso de um grupo local de médicos, reflecte o “padrão normal de cuidados”.

2. Parcial:o termo “exame parcial” refere-se a um exame de um órgão,

1

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sistema ou função específicos ou a um exame geral, embora limitado e incompleto. Exame global de saúde infantil e juvenil Consulta médica de vigilância, em centros de saúde no âmbito do Programa de Saúde Infantil e Juvenil, efectuada, respectivamente, a crianças de 5-6 anos e a jovens de 11-13 anos. Nota: Pretende-se que o registo desta actividade seja efectuado separadamente, respeitando cada um dos grupos etários.

2

Exame médico periódico Avaliação do estado de saúde efectuada em intervalos pré-determinados. Normalmente, segue um protocolo formal com questões estruturadas, temas a discutir e testes laboratoriais a efectuar.

1

Extensão do Centro de Saúde Unidade periférica dos centros de saúde, situada em locais da sua área de influência, tendo em vista proporcionar uma maior proximidade e acessibilidade dos utentes aos cuidados de saúde. Fonte primária: artigo 2º e 3º do despacho normativo 97/83 de 22/4.

2

Família Um grupo de indivíduos ligados a uma pessoa por laços de sangue, jurídicos e/ou de obrigação social.

1

Família alargada Um grupo familiar composto por outros membros para além da família nuclear. Cf. FAMÍLIA NUCLEAR

1

Família nuclear Uma família composta por uma ou, no máximo, duas gerações (normalmente, marido, mulher e filhos) unidas por laços de sangue, casamento, adopção, ou equivalentes. Cf. FAMÍLIA ALARGADA

1

Farmácia Estabelecimento de saúde licenciado por alvará concedido pelo Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento ( INFARMED ), através de concurso público, apenas a farmacêuticos. O exercício da sua actividade está devidamente regulamentado, competindo aos farmacêuticos, ou aos seus colaboradores, sob a sua responsabilidade, a função de preparar, controlar, conservar e dispensar medicamentos ao público. Pode ter em condições especiais, um ou mais postos de medicamentos. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Fenómeno de enfermagem Aspecto da saúde com relevância para a prática de enfermagem.

4

Funções de um clínico geral/ médico de família “O clínico geral é um diplomado em medicina autorizado a exercer a profissão médica que presta cuidados de saúde pessoais, primários e de continuidade a indivíduos, famílias e a uma população da área independentemente da idade, do sexo e doença. É na síntese destas funções que reside o seu carácter único. Tanto atende os doentes no consultório como nas suas casas e, por vezes, numa clínica ou num

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hospital. O seu objectivo é fazer diagnósticos precoces. Inclui e integra, nas suas considerações sobre saúde e doença, factores físicos, psicológicos e sociais, o que se reflecte nos cuidados prestados aos doentes. Tem de tomar uma decisão inicial sobre todos os problemas que lhe são apresentados na qualidade de médico. Ocupa-se do acompanhamento continuado dos doentes com doenças crónicas, recorrentes ou terminais. O contacto prolongado significa que pode servir-se de múltiplas oportunidades para recolher informação a um ritmo adequado a cada doente e tecer um relacionamento baseado na confiança que lhe pode ser útil enquanto profissional. Exerce a medicina em colaboração com outros profissionais quer médicos quer não médicos. Sabe como e quando intervir através do tratamento, prevenção e educação para promover a saúde dos seus doentes e das suas famílias. Tem de reconhecer que também tem uma responsabilidade profissional perante a comunidade.” (Leeuwenhorst, 1974).

1

Funções de um enfermeiro “O exercício profissional de enfermagem centra-se na relação interpessoal entre o enfermeiro e uma pessoa, ou entre um enfermeiro e um grupo de pessoas (família ou comunidades), (…) e insere-se num contexto de actuação multiprofissional. (…) A tomada de decisão do enfermeiro que orienta o exercício autónomo implica uma abordagem sistémica e sistemática.” “Assim, e de acordo com os Padrões de Qualidade definidos pela OE, os enfermeiros deverão: Actuar no sentido de prevenir, ao longo de todo o ciclo de vida, problemas de saúde, bem como, promover processos de readaptação, visando a satisfação das necessidades humanas fundamentais, a máxima independência na realização das actividades de vida, procurando a adaptação funcional aos défices e a adptação aos múltiplos factores, através, frequentemente de processos de aprendizagem por parte da pessoa; Ajudar a pessoa/família a gerir os recursos da comunidade, relacionados com a situação de saúde; promover a aprendizagem sobre a forma de aumentar o repertório dos recursos pessoais, familiares e comunitários para lidar com os desafios da saúde; Optimizar as intervenções de enfermagem, tomando por alvo do processo de cuidados toda a unidade familiar, nomeadamente quando as intervenções de enfermagem visam a alteração de comportamentos tendo em vista a adopção de estilos de vida compatíveis com a promoção de saúde. Neste contexto, o enfermeiro assume a responsabilidade pela prestação de cuidados de enfermagem globais, em todas as etapas do ciclo vital, nos vários contextos da comunidade. É um prestador de cuidados que combina a promoção da saúde, a prevenção das doenças, com actuação e responsabilidade clínica dirigida aos membros da família. É gestor e organizador dos recursos necessários à promoção máxima autonomia daquele a quem dirige a sua intervenção, sendo, para cada família, a referência e suporte qualificado para a resposta às suas necessidades, (…). Assume-se como elo de ligação entre a família, os outros profissionais e os recursos da comunidade, como garante da equidade no acesso aos cuidados de saúde e, mais especificamente aos cuidados de enfermagem e ainda, como importante recurso para os cuidados de proximidade, disponibilizando cuidados de enfermagem em tempo útil, efectuando o conhecimento da situação de saúde e dos processos de vida, relativamente ao seu grupo de famílias.”

6 7

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Garantia de qualidade Actividades desenvolvidas para determinar o grau em que um fenómeno preenche certos valores e actividades desenvolvidas para garantir modificações na prática clínica que preencham um nível de valores mais elevado ou pré-determinado. Em clínica geral/medicina de família, e definida como um processo de actividades planeadas baseado na revisão e melhoramento dos desempenhos com vista a melhorar continuamente os padrões de cuidados dos doentes. Cf. DESENVOLVIMENTO DA QUALIDADE

1

Genérico Termo que, quando e empregado relativamente a resultados de saúde, significa medida do estado geral de saúde e não de uma doença específica. Cf. Também ÍNDICE FUNCIONAL

1

Glossário (Sin.: vocabulário) Lista de termos técnicos ou específicos com a explicação dos seus significados.

1

Grávida seguida Grávida registada como tal na USF/CS e que é efectivamente seguida pela equipa de saúde da USF.

5

Grupos etários Grupos etários padrão em anos: menos de 1 ano; 1 a 4 anos; 5 a 14 anos, 15 a 24 anos; 25 a 44 anos; 45 a 64 anos; 65 a 74 anos; 75 anos e mais. Para crianças e idosos, são usados cada vez mais períodos de cinco anos; devem, pois, ser considerados intervalos-padrão de cinco anos (por exemplo: 5-9 anos, 10-14 anos, 65-69 anos, 70-74 anos, 75-79 anos, 80-84 anos e 85 anos e mais).

1

Hospital Estabelecimento de saúde dotado de internamento, ambulatório e meios de diagnóstico e terapêutica, com o objectivo de prestar à população assistência médica curativa e de reabilitação, competindo-lhe também colaborar na prevenção da doença, no ensino e na investigação científica. Nota: Os critérios para a classificação dos Hospitais enquadram-se em abordagens diversas, designadamente: ÁREA DE INFLUÊNCIA/DIFERENCIAÇÃO TÉCNICA; HIERARQUIZAÇÃO DE VALÊNCIAS; NÚMERO DE ESPECIALIDADES/VALÊNCIAS; REGIME DE PROPRIEDADE; ENSINO UNIVERSITÁRIO; SITUAÇÃO NA DOENÇA; LIGAÇÃO ENTRE HOSPITAIS.

2

Hospital de dia Serviço de um estabelecimento de saúde onde os doentes recebem, de forma programada, cuidados de saúde, permanecendo durante o dia sob vigilância, não requerendo estadia durante a noite.

2

ICD Acrónimo de International Classification of Disease. Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DOENÇAS

1

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ICHID Acrónimo de International Classification of Handicaps, Impairments and Disabilities. Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE DIMINUIÇÕES, INCAPACIDADES E DEFICIÊNCIAS

1

ICHPPC Acrónimo de International Classification of Health Problems in Primary Care. Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE PROBLEMAS DE SAÚDE EM CUIDADOS PRIMÁRIOS

1

ICPC Acrónimo de International Classification of Primary Care. Cf. CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE CUIDADOS PRIMÁRIOS

1

Incidência O número de novos casos de doença ou de pessoas que adoecem, durante um dado período, numa determinada população (estimado geralmente por cada 1000 pessoas por ano).

1

Indicador de saúde Uma variável registada que fornece informações gerais importantes sobre a saúde de uma dada população, como por exemplo as taxas de mortalidade infantil, a incidência de doenças de notificação obrigatória, as taxas de absentismo.

1

Indicador funcional Uma variável susceptível de uma medição directa, que reflecte o nível funcional de pessoas de uma comunidade. Estas medidas podem ser utilizadas como componentes do cálculo de um índice funcional.

1

Indicadores Elementos específicos dos cuidados seleccionados para avaliação numa análise do desempenho e entre os quais existe uma hierarquia e uma relação estreita.

1

Índice de massa corporal Uma medida antropométrica ou de massa corporal. É definida como o peso em quilogramas dividido pela altura em metros elevada ao quadrado: (peso kg) / (altura m)2.

1

Inovação Introdução de novas actividades ou de modificações no funcionamento do Centro de Saúde (nomeadamente envolvendo a organização de serviços, ou articulação com outras entidades), que permitam maior acessibilidade, adequação, qualidade e/ou eficiência na prestação de cuidados aos utentes do mesmo.

3

Inscrição Relaciona população inscrita numa determinada actividade com a população inscrita no Centro de Saúde. Pode referir-se ao total da população e/ou a grupos, segundo o sexo e/ou o grupo etário. Habitualmente usa-se uma taxa (%) como medida de inscrição. Ex: Taxa de inscrição em Planeamento Familiar das mulheres de 15-44 anos = Nº de mulheres inscritas em Planeamento Familiar 15-44 anos /nº mulheres 15-44 anos inscritas no Centro de Saúde x 100.

3

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Instituição prestadora de cuidados de saúde Organização envolvida directamente na prestação de cuidados de saúde. Fonte primária: Comité Europeu de Normalização – CEN.

2

Internamento Conjunto de serviços que prestam cuidados de saúde a indivíduos que, após serem admitidos, ocupam cama (ou berço de neonatalogia ou pediatria), para diagnóstico, tratamento ou cuidados paliativos, com permanência de, pelo menos, uma noite.

2

Intervalo de natalidade O intervalo compreendido entre o fim de uma gravidez completa e o fim da seguinte.

1

Intervenção de enfermagem Acção realizada em resposta a um diagnóstico de enfermagem, com a finalidade de produzir um resultado de enfermagem.

4

Intervenções de enfermagem São as intervenções dos enfermeiros junto dos indivíduos, famílias e grupos. Tal como as outras áreas, têm como objectivo a Promoção da Saúde e a prevenção da doença aos vários níveis. Em todas as intervenções está implícita a educação para a saúde.

3

Intervenções de enfermagem do tipo atender É um tipo de acção com as características específicas: estar atento a, de serviço ou a tomar conta de alguém ou alguma coisa. Incluem-se as acções decorrentes de assistir, tratar, prevenir, relacionar.

4

Intervenções de enfermagem do tipo executar É um tipo de acção com as características específicas: desempenhar uma tarefa técnica. Incluem-se as acções decorrentes de limpar, arranjar, dar banho, cobrir, alimentar, posicionar, manipular, estimular, cortar, suturar, clampar, ventilar, preparar, preencher, inserir, instalar, remover, trocar.

4

Intervenções de enfermagem do tipo gerir É um tipo de acção com as características específicas: estar encarregado de ou enquadrar, alguém ou alguma coisa. Incluem-se as acções decorrentes de organizar, distribuir, coligir.

4

Intervenções de enfermagem do tipo informar É um tipo de acção com as características específicas: falar com alguém acerca de alguma coisa. Incluem-se as acções decorrentes de ensinar, orientar, descrever, entrevistar, explicar.

4

Intervenções de enfermagem do tipo observar É um tipo de acção com as características específicas: ver e observar cuidadosamente alguém ou alguma coisa. Incluem-se as acções decorrentes de identificar, diagnosticar, vigiar, avaliar.

4

Lactente Uma criança com menos de um ano de idade. 1. Neófito: do nascimento aos 28 dias. 2. Pós-neófito: dos 29 dias ao ano.

1

31

Linhas de orientação Usam-se, em medicina, como conselho das autoridades médicas acerca dos procedimentos a seguir.

1

Lista de espera Número de doentes do sistema de saúde, geralmente em hospitais, que aguardam a realização, não urgente, de consulta, exame, tratamento, operação ou procedimento especial. Fonte primária: Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico – OCDE.

2

Llmiar de referenciação O nível pessoal em que um estímulo de uma consulta origina uma referência.

1

Locais de prática clínica 1. Consultórios (Sin.: sala de consulta): as instalações nas quais um médico desempenha a sua actividade. Mais do que um médico e serviços paramédicos podem funcionar nestas instalações. 2. Consultório residencial: um consultório que está localizado na residência de um médico. 3. Extensão: consultório que se encontra afastado das instalações principais. O pessoal e a prestação dos cuidados de saúde é da responsabilidade da sede. 4. Centro de saúde: um centro cuja actividade engloba tanto os cuidados de saúde gerais como os serviços de prevenção personalizados. O pessoal é variado e pode incluir um grupo de médicos de família/clínicos gerais, uma equipa multidisciplinar, pessoal auxiliar, especialistas e outros prestadores de cuidados de saúde. O centro pode ser propriedade de médicos particulares, do governo ou de instituições públicas. 5. Policlínicas: uma clínica com pessoal médico essencialmente constituído por clínicos gerais e/ou especialistas, que frequentemente trabalham de modo independente, mais do que como uma equipa. Pode estar ligada a um hospital. 6. Hospital de dia: instalações de cuidados de saúde que funcionam durante o dia e que prestam tanto cuidados de saúde como serviços de monitorização, com serviços médicos e paramédicos disponíveis.

1

Medicina comunitária (Sin.: saúde comunitária) A especialidade da medicina que se dedica a satisfazer as necessidades de cuidados de saúde de determinadas populações, e não de indivíduos isoladamente. Inclui, por isso, a epidemiologia, o rastreio, a saúde ambiental, etc. Cf. também MEDICINA SOCIAL, SAÚDE PÚBLICA

1

Medicina do trabalho Actividade clínica desenvolvida no âmbito de uma organização industrial. O médico e geralmente remunerado através de um salário ou nos termos de um contrato específico. O pessoal auxiliar é, normalmente, constituído por empregados da indústria.

1

Medicina preventiva A aplicação, por pessoal clínico, de medidas preventivas. Um ramo especializado da prática médica composta por diferentes disciplinas que utilizam técnicas orientadas para a saúde de uma dada população de forma a promover e manter a saúde e o bem-estar e prevenir a doença, a

1

32

incapacidade e a morte prematura. Medicina social (Sin.: medicina comunitaria) O ramo da medicina que lida com a saúde de uma população e o seu impacto na sociedade.

1

Médico Profissional qualificado com educação médica e autorizado legalmente a exercer a medicina.

1

Médico comunitário Um médico cuja principal preocupação é o estado de saúde da população de uma área geográfica definida. É, geralmente, o responsável pela definição e a avaliação das necessidades de saúde da comunidade, e pela organização de serviços de saúde que dêem resposta a essas necessidades. Geralmente, não presta cuidados de saúde personalizados, excepto em problemas de saúde específicos tais como as doenças de notificação obrigatória. O papel de um médico comunitário varia de país para país, mas é normalmente contratado por um departamento governamental.

1

Médico de família (Sin.: médico especialista em medicina geral e familiar) Um médico que presta e coordena cuidados de saúde primários e continuados a indivíduos e famílias. Presta cuidados de saúde relacionados com problemas físicos, comportamentais e sociais a pessoas de ambos os sexos e de todas as idades. Cf. FUNÇÕES DE UM CLÍNICO GERAL/MÉDICO DE FAMÍLIA

1

Médico de saúde pública Cf. MÉDICO COMUNITÁRIO

1

Médico do primeiro contacto O primeiro médico que viu um doente durante um episódio de doença ou lesão, ou por causa de assuntos preventivos e/ou de educação para a saúde.

1

Médico inscrito Médico inscrito na Ordem dos Médicos e por isso autorizado a exercer medicina.

1

Médico sentinela Um clínico geral que tem a seu cargo a vigilância e a comunicação de determinados problemas de saúde, efeitos secundários provocados por determinado fármaco ou quaisquer outras situações relevantes relacionadas com a saúde.

1

Médico substituto Um médico empregado por um outro durante um certo período para assumir, na sua ausência, a responsabilidade pela assistência aos seus doentes. O médico principal retoma as suas responsabilidades quando regressa.

1

33

Monitorização O processo contínuo de medição de uma variedade de indicadores da estrutura, dos processos ou dos resultados de cuidados de saúde.

1

Morbilidade Um termo colectivo para todos os problemas de saúde apresentados por um doente, um grupo de doentes ou uma população durante um período determinado de tempo, geralmente um ano.

1

Mortalidade perinatal O total de mortes de fetos na última fase da gravidez (Sin.: nados-mortos) e de mortes de nados-vivos com menos de 1 semana. A taxa de mortalidade perinatal exprime-se em número de mortes por 1.000 nascimentos em que o peso a nascença é igual ou superior a 500 gramas. 1. Nados-mortos (Sin.: morte fetal): bébés com peso igual ou superior a 500 gramas que nascem mortos. 2. Mortes neo-natais: mortes que ocorrem durante os 28 dias após o nascimento. 3. Mortes de lactentes: crianças nadas-vivas que sobrevivem menos de 1 ano.

1

Motivo de consulta (Sin.: MC) A descrição pré-definida da(s) razão(ões) pela(s) qual(quais) uma pessoa se dirige ao serviço de cuidados de saúde, e que representa as razões da procura de cuidados por essa pessoa. As expressões registadas e posteriormente classificadas pelo prestador de cuidados de saúde clarificam o motivo pelo qual o encontro foi pedido e, consequentemente, o pedido de cuidados pelo doente, sem que este seja interpretado sob a forma de um diagnóstico. O motivo do encontro deve ser reconhecido pelo doente como uma descrição aceitável da procura de cuidados por essa pessoa.

1

Necessidade (Sin.: necessidade de saúde) A necessidade de melhorar o estado de saúde. A necessidade está orientada para um objectivo e requer o estabelecimento de uma norma. Também utilizada como 'necessidade de cuidados de saúde'. Implica uma especificação enquanto necessidade de...'. As necessidades podem ser específicas de um problema de saúde (necessidade de mobilidade após prótese da anca) ou genéricas (necessidade de cuidados preventivos). Existem medidas de resultados de saúde para muitas dimensões de necessidade.

1

Necessidade de cuidados de saúde (Sin.: necessidade de saúde) Requisitos, nos actuais cuidados de saúde, baseados na percepção dos doentes e/ou profissionais definidos por consenso ou investigação. Podem posteriormente ser descritas como "satisfeitas" ou "não satisfeitas", "sentidas" (sin.: "quereres") ou "expressas". As necessidades de cuidados de saúde reflectem sempre juízos de valor e expectativas dominantes.

1

Necessidade percepcionada (Sin.: necessidade apercebida) Uma necessidade sentida. Normalmente, diz respeito aos cuidados médicos que um indivíduo ou uma comunidade sentem como necessários, mas de que os profissionais de saúde podem não se aperceber.

1

Necessidades de saúde No presente documento esta expressão refere-se para significar necessidades em cuidados de saúde.

3

34

Numerador A parte superior de uma fracção usada para calcular uma taxa ou uma rácio.

1

OMS Acrónimo de Organização Mundial de Saúde.

1

Orçamento de tipo global Montante financeiro atribuído ao conjunto de cuidados prestados pelo Centro de Saúde.

3

Orçamento por actividade Montante financeiro atribuído a determinada actividade.

3

Orçamento por programa Montante financeiro atribuído a determinado programa.

3

Orçamento por projecto Montante financeiro atribuído a determinado projecto.

3

Orçamento-programa Documento escrito a ser elaborado pelos Centros de Saúde com vista à obtenção de um contrato de financiamento prospectivo das suas actividades.

3

Padrão-ouro Este termo tem dois significados: 1. É um termo que descreve estruturas, procedimentos, ou resultados óptimos da actividade profissional do clínico geral. É um termo empregue muitas vezes para indicar o que é visto, pelos pares, como um bom padrão de desempenho profissional na clínica geral. Assim, funciona como a norma com que se comparam estruturas, procedimentos ou resultados, quando se avalia a QUALIDADE DOS CUIDADOS. 2. Um processo de diagnóstico que é considerado prova conclusiva da existência de um problema de saúde. Cf. também AUDITORIA

1

Padrões médicos O número preciso ou a quantidade (de critérios) que especificam um nível aceitável de cuidados. São definidos de modo consensual e aprovados por um organismo médico reconhecido que estabelece, para usa corrente e continuado, regras, linhas de orientação, ou características para actividades ou os seus resultados, com vista a obtenção do grau óptimo de ordem num dado contexto.

1

Pagamento por acto (Sin.: remuneração) Remuneração por cada serviço ou consulta prestada. O pagamento pode ser efectuado pelo doente e/ou por terceiros.

1

Parto Completa expulsão ou extracção, do corpo materno, de um ou mais fetos, de 22 ou mais semanas de gestação, ou com 500 ou mais gramas de peso, independentemente da existência ou não de vida e de ser espontâneo ou induzido.

2

35

Parto distócico Parto efectuado com intervenções instrumentais tais como: fórceps, ventosa ou cesariana.

2

Parto eutócico Parto normal, efectuado sem intervenção instrumental, com ou sem episiotomia.

2

Pequena cirurgia Intervenção cirúrgica com valor de K inferior a 50 K, conforme a tabela da Ordem dos Médicos.

2

Período neonatal Este período inclui os primeiros 28 dias após o nascimento.

1

Período perinatal Desde a 27ª semana de gravidez ao 7º dia após o nascimento.

1

Peso à nascença O peso da criança registado no momento do nascimento. Algumas variações do peso à nascença estão definidas com precisão. Considera-se baixo peso quando é inferior a 2.500 gramas, muito baixo peso se é inferior a 1.500 gramas e extremamente baixo peso se é inferior a 1.000 gramas. O peso médio para a idade gestativa é o peso à nascença entre os percentis 10 e 90. É elevado para a idade gestacional quando superior ao percentil 90 e baixo para a idade gestacional quando inferior ao percentil 10.

1

Pessoal ao serviço de um estabelecimento de saúde (censo do pessoal no último dia do período de referência) Profissionais que, no último dia do período em referência, participam na actividade do estabelecimento de saúde, independentemente da duração dessa participação, nas seguintes condições:

2. Pessoal ligado ao estabelecimento de saúde por um contrato de trabalho, recebendo em contrapartida uma remuneração;

b) Pessoal com vínculo a outras instituições, mas que trabalhou no estabelecimento de saúde, sendo por ele directamente remunerado; c) Pessoal nas condições das alíneas anteriores, temporariamente ausente por um período igual ou inferior a um mês por férias, conflito de trabalho, formação profissional, assim como por doença ou acidente de trabalho. Não são considerados como pessoal ao serviço do estabelecimento de saúde:

2. Os trabalhadores que se encontram nas condições descritas nas alíneas

2. e b) e estejam temporariamente ausentes, por um período superior a um mês;

ii) Os trabalhadores com vínculo ao estabelecimento de saúde, deslocados para outras instituições, sendo por essas directamente remunerados; iii) Os trabalhadores a exercer a sua actividade no estabelecimento de saúde, mas cuja remuneração é suportada por outras instituições (exemplo: trabalhadores temporários); iv) Os trabalhadores independentes (exemplo: prestadores de serviços ou a recibos verdes); v) Os colaboradores voluntários. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

36

População clínica O número total de doentes inscritos numa unidade de cuidados de saúde. Num sistema de cuidados de saúde, em que não há registo de doentes (isto e ficheiros), e o numero estimado de pessoas servido por aquela unidade. Cf. Também POPULAÇÃO REGISTADA

1

População clínica rural Cf POPULAÇÃO CLÍNICA

1

População clínica semi-urbana Uma unidade de cuidados de saúde que serve uma população na sua maioria citadina e que varia entre 2.000 e os 50.000 habitantes. Em países em que isto não se adequa, o intervalo deve ser referido, isto é, em países com menor densidade populacional, o intervalo é entre 2.000 e 10.000.

1

População clínica urbana Cf. POPULAÇÃO CLÍNICA

1

População de risco O número de pessoas em risco de ter o problema de saúde em consideração. Pode referir-se também a população clínica.

1

População geral Refere-se à população total, incluindo todas as pessoas, independentemente do seu estado de saúde. Compreende tanto a população saudável como a população doente.

1

População registada (Sin.: população inscrita) O número total de doentes activos registados numa unidade de cuidados de saúde, considerados no ponto intermédio de um estudo. Se os doentes não se encontram registados, o número exacto desta população não é conhecido. Pode ser possível calcular a população partir de informações relativas aos encontros; se tal acontece, o método utilizado deve ser especificado. (Cf. POPULAÇÃO CLÍNICA)

1

Porta de entrada no sistema Um médico que presta cuidados primários e cujo parecer é necessário para obter cuidados secundários especializados pagos pelo Estado ou por uma seguradora.

1

Pós-laboral Horários fora do estabelecido para o trabalho do prestador de cuidados de saúde. Cf. TEMPO DO ENCONTRO

1

Posto de enfermagem Estabelecimento de saúde que tem por objectivo a prestação de cuidados de enfermagem, no local ou no domicílio, sob a responsabilidade de pessoal técnico qualificado com especialização adequada. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

37

Posto médico Estabelecimento de saúde sem internamento, desprovido de fins lucrativos e gerido por entidades oficiais ou particulares (com ou sem fins lucrativos), dotado de recursos humanos e técnicos, susceptíveis de executarem actos médicos com fins preventivos e curativos (não inclui medicina do trabalho ou ocupacional). Nota: A maioria dos postos médicos destinam-se a uma população restrita de utentes, como por exemplo: moradores de uma freguesia ou membros de um sector ou ramo das Forças Armadas ou corporação paramilitar – postos médicos oficiais, trabalhadores de uma empresa e familiares, associados de uma instituição particular não lucrativa, posto médico particular sem fins lucrativos. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Posto médico oficial Posto médico que é propriedade do Estado – administração pública central, regional ou local – englobando os postos médicos militares (dos três ramos das forças armadas) sob tutela do Ministério da Defesa Nacional, os postos médicos paramilitares (da PSP ou GNR tutelados pelo Ministério da Administração Interna) e os postos médicos prisionais (sob a tutela do Ministério da Justiça). Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Posto médico particular Posto médico que é propriedade de instituições particulares com fins lucrativos – sector empresarial, incluindo o sector público empresarial – ou sem fins lucrativos – instituições particulares de solidariedade social, sindicatos, associações profissionais, recreativas ou outras, desprovidas de fins lucrativos. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Prestador (Sin.: prestador de cuidados de saúde) Uma pessoa a quem um doente tem acesso quando contacta o sistema de cuidados de saúde. Na generalidade dos casos, tratar-se-á de profissionais tais como clínicos gerais, enfermeiras, parteiras, paramédicos, assistentes sociais, fisioterapeutas, ou outros profissionais ligados a saúde. Em certas culturas, o prestador pode ser um não-profissional com pouca ou nenhuma preparação médica, mas com responsabilidades na prestação de cuidados de saúde.

1

Prestador de cuidados de saúde Profissional ou instituição envolvida directamente na prestação de cuidados de saúde. Nota 1: Excluem-se desta definição as instituições que financiam, pagam ou reembolsam os cuidados de saúde, que são considerados terceiros ou terceiras entidades. Nota 2: Esta definição aglutina os conceitos de profissional de saúde e instituição prestadora de cuidados de saúde. Fonte primária: Comité Europeu de Normalização – CEN.

2

38

Prestador de cuidados de saúde Uma pessoa qualificada que presta cuidados de saúde. Além do médico assistente, podem referir-se outros prestadores de cuidados de saúde qualificados, de diferentes áreas sem ser a medicina, que prestam cuidados de saúde. É o caso, por exemplo, dos dentistas, dos farmacêuticos, dos paramédicas, dos fisioterapeutas, das enfermeiras, das enfermeiras de saúde pública, dos psicólogos, e de outras pessoas que estão ligadas à manutenção da saúde.

1

Prevalência O número de casos (por exemplo, doentes com um problema de saúde específico) de uma dada população num momento específico (prevalência pontual) ou durante um período de tempo definido (prevalência periódica). Exprime-se normalmente por 1.000 ou 10.000 pessoas. O período pode ser de 1 ano, de 4 anos ou coincidir com a duração.

1

Prevenção Acção preventiva da ocorrência de um problema de saúde e/ou das suas complicações. Pode ser dividida em três categorias:

1. Prevenção primária: acção desenvolvida para evitar ou eliminar a causa de um problema de saúde de um indivíduo ou de uma população antes do aparecimento (por exemplo, a imunização).

2. Prevenção secundária: acção levada a cabo para prevenir o desenvolvimento de um problema de saúde desde uma fase inicial num indivíduo ou numa população, encurtando a sua evolução e duração (por exemplo, o rastreio da hipertensão).

3. Prevenção terciária: acção desenvolvida para reduzir o efeito e a prevalência de um problema de saúde crónico de um indivíduo ou de uma população através da minimização de uma diminuição funcional resultante de um problema de saúde agudo ou crónico (por exemplo, prevenção das complicações causadas pela diabetes).

1

Primeira consulta Consulta médica, em hospitais, em que o utente é examinado pela primeira vez numa especialidade e referente a um episódio de doença. Nota: Considera-se que o episódio de doença termina no momento da alta da especialidade.

2

Primeira consulta de saúde materna Primeira consulta médica realizada numa gravidez ou em consequência de gravidez, em centros de saúde.

2

Primeira consulta no ano Consulta médica em que o utente é examinado pela primeira vez no ano civil, no centro de saúde, por especialidade/tipo. Nota: Permite-nos obter o número de utilizadores (indivíduos) de consultas dos centros de saúde, durante o ano civil, no centro de saúde.

2

39

Problema de saúde Preocupação relativamente a saúde de um doente que o próprio e/ou o prestador de cuidados médicos define. Os problemas de saúde devem ser registados com a máxima especificidade que for possível definir quando do encontro.

1. Problema novo: a primeira apresentação de um problema, incluindo a primeira apresentação de uma recidiva de um problema de saúde resolvido anteriormente, mas excluindo a apresentação de um problema que foi avaliado primeiramente por um outro prestador de cuidados.

2. Problema continuado: um problema de saúde anteriormente avaliado que requer cuidados continuados. Inclui o acompanhamento de um problema ou a apresentação inicial de um problema previamente avaliado por outro prestador de cuidados.

1

Procedimento de diagnóstico Processo usado para chegar a um diagnóstico. Pode incluir a elaboração da história e a execução de um exame físico e que, normalmente, recorre a meios complementares de diagnóstico de natureza laboratorial ou radiológica.

1

Procedimentos de cuidados de saúde (Sin.: procedimentos médicos) Actos exercidos sobre um indivíduo com o objectivo de melhorar a saúde, aliviar um problema de saúde ou uma lesão ou estabelecer um diagnóstico. Para tal, é necessária uma metodologia e o emprego sistemático de meios.

1

Procura de serviços de saúde Vontade e/ou capacidade de procurar, usar e, em determinados locais, pagar por serviços de saúde. Por vezes, distingue-se: 1. Procura revelada, que equivale a utilização. 2. Procura potencial, que equivale a necessidade.

1

Produção total Total de actos e cuidados efectuados ou prestados por uma instituição.

3

Produtividade média Quociente entre o n.º total de actos efectuados e o n.º de profissionais que os efectuaram e/ou o n.º de horas trabalhadas por tipo de profissional.

3

Profissional de cuidados de saúde Indivíduo envolvido directamente na prestação de cuidados de saúde. Fonte primária: Comité Europeu de Normalização – CEN.

2

Programa Conjunto organizado de actividades que contribuem para atingir objectivos e metas definidas num contexto de finalidades mais gerais (ex.: luta contra um problema de Saúde). Têm geralmente um horizonte temporal de médio-longo prazo, podendo ser compostos por projectos.

3

Programa de saúde Conjunto de actividades dirigidas a determinados grupos vulneráveis ou de risco, seguindo orientações técnicas oficiais, inserindo-se num processo assistencial pré-definido, seja ele de prevenção, terapêutica ou de reabilitação.

2

40

Projecto Conjunto de actividades organizadas para atingir objectivos específicos dentro de um programa. O horizonte temporal é a curto prazo.

3

Qualidade O grau de excelência, o valor relativo.

1

Qualidade de vida O que faz com que a vida valha a pena ser vivida.

1

Qualidade de vida relacionada com a saúde O estado funcional, as percepções de bem-estar e satisfação com a vida que estão relacionados com a saúde de uma pessoa. Cf. também ESTADO CLÍNICO, ESTADO DE SAÚDE, ESTADO FUNCIONAL

1

Qualidade dos cuidados Nível de desempenho ou realização que caracteriza os cuidados de saúde prestados. Relativamente aos cuidados de saúde, Donabedian classificou-a em medidas de estrutura, processo e resultado. Cf. AUDITORIA MÉDICA

1

Queixa Um sintoma, perturbação ou preocupação expressa pelo doente quando procura cuidados médicos. Cf. também PROBLEMA DE SAÚDE

1

Rácio (Sin.: taxa de risco, rácio de risco) O valor que se obtém através da divisão de uma quantidade por outra. O numerador e o denominador são geralmente quantidades separadas e distintas, não estando uma delas incluída na outra. E diferente de 'proporção', na qual o numerador está incluído em parte do denominador. (Cf. PROPORÇÃO)

1

Rácio custo-benefício Razão entre o valor mensurável dos benefícios e os custos. O cálculo de rácios custo-benefício é usado para determinar a viabilidade económica ou o êxito de um programa. (Cf. também ANALISE CUSTO-BENEFÍCIO)

1

Rácio de dependência Proporção de pessoas dependentes (normalmente, crianças de idade inferior a 15 anos e idosos de idade superior a 65 anos) numa população. Calcula-se dividindo o número de pessoas dependentes pelo número de pessoas que constituem o resto da população.

1

Rácio de mortalidade/morbilidade padronizada A taxa da taxa de mortalidade/morbilidade de grupos corrigida para desigualdades em distribuições de grupos de idade.

1

41

Rácio por sexo A rácio de mulheres em relação aos homens ou a taxa de um problema de saúde observado em homens e em mulheres.

1

Rastreio (Sin. teste de rastreio) Uma tentativa de despistagem de um problema de saúde não identificado num indivíduo ou numa população, através de testes e/ou outros métodos que discriminam entre os que têm ou estão em risco de ter um dado problema de saúde e os que não estão afectados. Podemos considerar: 1. Rastreio em massa: Rastreio de grandes grupos da população. 2.Rastreio selectivo: Rastreio dos grupos de alto risco da população.

1

Receita Remuneração dos bens vendidos e/ou serviços prestados. Direitos de receber.

3

Referência externa Constituem actividades de referência externa aquelas que são prestadas a indivíduos referenciados por outros Centros de Saúde e que são prestadas em Centros de Especialidade.

3

Referência interna Actividades de Referência Interna são as consultas de especialidade ou outras actividades (MADs, MCTs) que constituem referência no próprio Centro de Saúde para a população que nele está inscrita.

3

Referenciação O processo através do qual a responsabilidade parcial ou total pelos cuidados prestados a um doente são transferidos, temporariamente, para outro prestador de cuidados de saúde. Os doentes podem ser remetidos para um serviço específico, para um exame geral/opinião global, ou por quaisquer outras razões.

1

Registo (Sin.: inscrição) Um ficheiro que contém informações relativas a doentes com um problema de saúde específico numa determinada população. O registo é a lista dos doentes e a inscrição é o sistema de registo.

1

Registo clínico (Sin.: lista de doentes) A lista de todos os doentes inscritos. Cf. REGISTO

1

Registo médico orientado por problemas (Sin.: RMOP) Registo médico em que a história do doente, dados somáticos, resultados laboratoriais, etc. são organizados de modo a possibilitar um registo cumulativo de problemas. Isto distingue-o do registo cronológico no qual os encontros estão organizados por ordem cronológica. O registo inclui informação que é subjectiva (S), objectiva (O), que inclui informação negativa significativa e uma avaliação (A), que inclui uma discussão e uma conclusão. Segue-se um diagnóstico e planos de tratamentos (P). Este formato (SOAP) aplica-se a qualquer problema que o doente apresente.

1

Relação custo-benefício Cf. RÁCIO CUSTO-BENEFÍCIO

1

42

Relação médico-doente Comunicação e relação entre o médico e o doente.

1

Resultado de enfermagem Medição ou condição de um diagnóstico de enfermagem a intervalos de tempo após uma intervenção de enfermagem.

4

Salário Pagamento efectuado por um empregador a um médico pela prestação de cuidados de saúde, independentemente dos serviços prestados. As condições de pagamento são reguladas por um contrato, que pode ser individual ou colectivamente acordado.

1

Satisfação (Sin.: satisfação do doente) A medida em que um doente, quando interrogado, expressa satisfação com um procedimento médico específico, um serviço de saúde ou um resultado. As medições dos resultados de saúde estão disponíveis para avaliar varias dimensões da satisfação do doente.

1

Saúde Um estado de bem-estar físico, mental e social óptimo e não apenas ausência de doença ou enfermidade (a WONCA modificou a definição da OMS que fala de "completo...bem-estar").

1

Saúde pública Sector dos serviços de cuidados de saúde cujos objectivos são a protecção e o restabelecimento da saúde da população através de acções colectivas e sociais.

1

Seguimento Observação regular do estado de saúde (ou das características relacionadas com a saúde) de um indivíduo ou de um grupo por quem o médico tem responsabilidades permanentes. Pode dizer-se também de doentes que foram integrados num estudo.

1

Sensação de doença O estado subjectivo de uma pessoa que tem consciência de ter um problema de saúde e que não se sente bem. Cf. também COMPORTAMENTO DE DOENTE, DOENÇA PROBLEMA DE SAÚDE

1

Sensibilidade O grau em que uma medição detecta verdadeiras diferenças ou modificações numa hipótese que está a ser medida. A sensibilidade de um diagnóstico ou teste de rastreio é a proporção de pessoas que realmente sofrem de uma dada doença e que é identificada pelo teste. O teste pode consistir em ou incluir observações clínicas. Um teste com grande sensibilidade detecta uma maior proporção de casos verdadeiros.

1

Serviço Célula básica da organização dos estabelecimentos de saúde.

2

43

Serviço Uma acção empreendida pelo prestador de cuidados de saúde com o objectivo de melhorar ou manter a saúde ou bem-estar de um doente e/ou da sua família. Cf. CUIDADOS ADMINISTRATIVOS, SERVIÇO DE DIAGNÓSTICO, SERVIÇO TERAPÊUTICO e SERVIÇOS PREVENTIVOS

1

Serviço complementar de diagnóstico Unidade orgânico-funcional dotada de recursos especializados, onde se realizam exames e testes diversos, cujos resultados são necessários à efectivação de diagnóstico clínico. Nota: Este serviço pode ser simultaneamente de diagnóstico e terapêutica.

2

Serviço complementar de terapêutica Unidade orgânico-funcional dotada de recursos especializados, destinada a prestar cuidados curativos após diagnóstico. Nota: Este serviço pode ser simultaneamente de diagnóstico e terapêutica.

2

Serviço de atendimento permanente ou prolongado (SAP) Serviço dos centros de saúde destinado ao atendimento, aos utentes em situação de urgência e ao seu encaminhamento para os cuidados de saúde secundários, quando necessário. Nota 1: Funciona em horário pré-estabelecido, durante 24 horas ou em período inferior; Nota 2: Consoante o seu período de funcionamento são utilizadas as seguintes designações: SASU – Serviço de Atendimento de Situações Urgentes; CAP – Centro de Atendimento Permanente; CATUS – Centro de Atendimento e Tratamentos Urgentes; SADU – Serviço de Atendimento de Doentes Urgentes; AP – Atendimento Permanente; SAP/SU – Serviço de Atendimento Permanente/Serviço de Urgência. Nota 3: Progressivamente, este serviço será extinto ou transformado em Unidades Básicas de Urgência, com a aplicação do Decreto Lei 157/99.

2

Serviço de diagnóstico A avaliação de um problema através da história, do exame físico, laboratorial, imagiológico ou outros (realizados ou não no consultório). Cf. também AVALIAÇÃO

1

Serviço de observação Unidade integrada no Serviço de Urgência hospitalar, onde os doentes permanecem para observação até evidência conclusiva do diagnóstico.

2

Serviço de reabilitação Um serviço que tem como objectivo promover o restabelecimento da actividade e da inserção social após um problema de saúde, tanto quanta possível ao nível anterior a sua existência.

1

Serviço de urgência Unidade orgânica de um Hospital para tratamento de situações de emergência médica, cirúrgica, pediátrica ou obstétrica, a doentes vindos do exterior, a qualquer hora do dia ou da noite.

2

44

Serviço domiciliário Conjunto de recursos destinados a prestar cuidados de saúde, a pessoas doentes ou inválidas, no seu domicílio, em lares ou instituições afins. Fonte primária: Instituto Nacional de Estatística – INE.

2

Serviço Nacional de Saúde Conjunto de todas as instituições e serviços oficiais prestadores de cuidados de saúde dependentes do Ministério da Saúde.

2

Serviço terapêutico Tratamento, incluindo terapia farmacológica, terapia cirúrgica, terapia física, psicoterapia, e outros.

1

Serviços de atendimento permanente Cf. SERVIÇOS DE URGÊNCIA MÉDICA

1

Serviços de saúde Os serviços prestados por profissionais de saúde ou outros profissionais que deles dependem para manter, promover ou restabelecer a saúde de um doente ou da população a quem os serviços prestam assistência.

1

Serviços de urgência médica (Sin.: Serviços de atendimento permanente) Um serviço que presta cuidados médicos de urgência fora de horas a doentes cujo médico assistente não esta de serviço ou está ausente do seu consultório. Cf. LOCUM TENENS

1

Serviços preventivos Incluem serviços de imunização, rastreio, avaliação de risco, educação, exames completos pré e pós-natais, puericultura, planeamento familiar e outros serviços similares.

1

Sistema de cuidados de saúde A estrutura organizacional através da qual são prestados os cuidados de saúde. Cf. Também SERVIÇOS DE SAÚDE

1

Sistema de marcações O sistema utilizado por um médico para planificar e escalonar as consultas. Pode ser total, quando apenas os doentes das urgências são atendidos sem marcação, ou parcial quando há maior flexibilidade.

1

Sistema de saúde Conjunto constituído pelo SNS e por todas as entidades públicas que desenvolvam actividades de promoção, prevenção e tratamento na área da saúde, bem como por todas as entidades privadas e por todos os profissionais liberais que acordem com o SNS a prestação de todas ou de algumas daquelas actividades. Fonte primária: Lei de Bases da Saúde – Lei 48/90 de 24/8.

2

Sistema local de saúde Conjunto de prestadores de cuidados de saúde, com intervenção directa ou indirecta, no domínio da saúde, numa determinada área geográfica de uma região de saúde. Fonte primária: artigo 2º do DL 156/99 de 10/5.

2

45

Sistema local de saúde “Conjunto de recursos da saúde articulados e organizados segundo um critério geográfico-populacional, implantado tanto nas zonas urbanas como nas zonas rurais, desenhado a partir das necessidades definidas em termos de risco de uma comunidade finita, responsável pelos cuidados a prestar aos indivíduos, às famílias e aos grupos sociais, com capacidade de coordenar os recursos disponíveis, facilitador da participação social e correndo para o desenvolvimento e fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde e do Sistema de Saúde.” Fonte primária: Breviário dos Sistemas Locais de Saúde. Ministério da Saúde. Direcção Geral da Saúde, s/d.

3

Taxa ajustada Um ajustamento frequentemente realizado nas taxas ou riscos relativos, normalmente devidos a diferenças nas distribuições etárias e nas populações comparadas. As taxas podem ser ajustadas usando a frequência do problema de saúde específico de idade para cada grupo e uma distribuição etária padrão de referência da população (padronização directa). Uma alternativa é usar a distribuição etária dos grupos e a frequência esperada do problema de saúde para o grupo de referência para calcular a morbilidade e mortalidade totais esperadas (padronização indirecta). Cf. PADRONIZAÇÃO

1

Tempo de espera Nº de dias (incluindo sábados, domingos e feriados) compreendido entre a data da inscrição para consulta, cirurgia, exame ou tratamento e a data prevista para realização dos mesmos.

2

Transfusão de sangue Acto de administração de sangue total ou dos seus componentes.

2

Tratamento Acto terapêutico realizado num doente por um profissional de saúde.

2

Unidade básica de urgência Unidade prestadora de cuidados com carácter urgente, em Centros de Saúde articulando-se com a rede nacional de urgência e emergência. Fonte primária: artigo 17º do DL 157/99, de 10/5.

2

Unidade enfermeiro equivalente Enfermeiro com um horário semanal de 35 horas. O nº de enfermeiros equivalentes é o valor resultante do quociente do total de horas de enfermagem por um horário de 35 horas semanais.

3

Unidade funcional de saúde Unidade operativa, funcionalmente autónoma, dos Centros de Saúde dotados de personalidade jurídica e associações de centros de saúde. Compreendem as unidades de saúde familiar, de cuidados na comunidade, de saúde pública. Podem compreender ainda unidades de meios de diagnóstico e tratamento e especialidades, de internamento ou de urgência. Fonte primária: artigo 10º do DL 157/99 de 10/5.

2

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Unidade médico equivalente Médico com um horário semanal de 35 horas. O nº de médicos equivalentes é o valor resultante do quociente do total de horas médicas por um horário de 35 horas semanais.

3

Utente Uma pessoa que recebe ou estabelece um contrato para receber cuidados ou conselhos médicos de um prestador de cuidados de saúde, junto de quem pode, ou não, estar previamente inscrita. 1. Utente inscrito: um utente que está inscrito numa unidade de cuidados de saúde, mas que não está necessariamente a receber cuidados de saúde. 2. Utente activo (sin.: assistido, regular): um utente que recebeu cuidados médicos prestados pela unidade, pelo menos, uma vez durante os últimos dois anos. 3. Utente inactivo: um utente a quem não foram prestados quaisquer cuidados pela unidade durante os últimos dois anos. 4. Utente temporário (sin.: transitório): um utente a quem são prestados cuidados, por uma ou mais vezes, mas que está inscrito noutra unidade junto da qual recebe, normalmente, tratamento. 5. Utente anteriormente inscrito: um utente que não é temporário ou transitório, mas que foi cancelado do registo quer pela unidade quer por decisão pessoal.

1

Utilização Relaciona população utilizadora de uma determinada actividade com a população inscrita nessa actividade. Pode referir-se ao total da população e/ou a grupos, segundo o sexo e/ou o grupo etário. Habitualmente usam-se taxas (%) ou valores médios de utilização como medidas de utilização. Exs: Taxa de utilização de Planeamento Familiar das mulheres de 15-44 anos = Nº de mulheres 15-44 anos utilizadoras de Planeamento Familiar /nº mulheres 15-44 anos inscritas na actividade de Planeamento Familiar x 100. Utilização média de Planeamento Familiar = Nº total de consultas / nº total de utilizadoras.

3

Utilizador

Cidadão/utente que frequenta a USF/CS, pelo menos uma vez por ano.

5

Utilizadores (consultas de clínica geral) Nº de indivíduos que recorreram ou se prevê que irão recorrer aos cuidados do CS, pelo menos uma vez, para acesso a Consultas de Clínica Geral, num determinado ano. Em termos práticos, corresponde ao nº de primeiras consultas de Clínica Geral no ano.

3

Utilizadores (todas as actividades) Nº de indivíduos que recorreram ou se prevê que irão recorrer aos cuidados do CS, pelo menos uma vez, para acesso a qualquer tipo de cuidados. Em termos práticos, corresponde ao nº de primeiras consultas no ano.

3

Valência / Serviço de especialidade Conjunto de meios humanos e físicos, que permite a aplicação de saberes específicos em Medicina.

2

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Valor preditivo Em testes de rastreio e de diagnóstico, a probabilidade de que uma pessoa com um teste positivo seja um verdadeiro positivo (i.e., tenha a doença) é referida como o “valor preditivo positivo de um teste”. O valor preditivo negativo de um teste é a probabilidade de uma pessoa com um teste negativo não ter a doença. O valor preditivo de um teste de rastreio é determinado pela sensibilidade e especificidade do teste, e pela prevalência da condição relativamente à qual o teste é usado. Isto explica por que o valor preditivo do mesmo teste é muito diferente em clínica geral e nos hospitais.

1

Variação entre médicos Variação das frequências de problemas de saúde entre diferentes médicos, que não pode ser explicada pela distribuição idade-sexo dos seus doentes. A variação entre médicos pode ser constatada nos motivos de consulta, diagnósticos e intervenções. A variação entre médicos está relacionada com a variação em pequenas áreas respeitante a dados agregados em policlínicas, hospitais ou regiões.

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WHO Acrónimo de World Health Organisation. Cf. OMS

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WONCA Acrónimo de World Organization of National Colleges, Academies and Academic Associations of General Practitioners/Family Physicians, Organização Mundial de Ordens Nacionais, Academias e Associações Académicas de Clínicos Gerais/ Médicos de Família, abreviada actualmente para Organizações Mundiais de Clínicos Gerais/Médicos de Família.

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