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Boletim do Instituto Hidrográfico N.º 106, II Série, Janeiro 2010 Missão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográfica às Ilhas Selvagens Em Destaque | Zénite | Amarras | Posto de Vigia | Como era | Bússola | Preia-Mar Baixa-Mar | Bem-Vindo a Bordo

Missão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográfica às Ilhas ... · Seminário de Oceanografia Operacional Preia-Mar Baixa-Mar ... forma menos arredondada, mais de desenvolvimento

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Page 1: Missão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográfica às Ilhas ... · Seminário de Oceanografia Operacional Preia-Mar Baixa-Mar ... forma menos arredondada, mais de desenvolvimento

Boletim do Instituto HidrográficoN.º 106, II Série, Janeiro 2010

Missão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográficaàs Ilhas Selvagens

Em Destaque | Zénite | Amarras | Posto de Vigia | Como era | Bússola | Preia-Mar Baixa-Mar | Bem-Vindo a Bordo

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2 Hidromar

Nesta edição

Hidromar – Boletim do Instituto Hidrográfico

106, II Série, Janeiro 2010

Gabinete de Relações Públicas – Paula Mourato

[[email protected]]

Gabinete de Multimédia, Serviço de Informação

e Relações Públicas (Gabinete CEMA)

Ana Margarida Gomes

Luís Gonçalves

Instituto Hidrográfico

1000 exemplares

98579/96

0873-3856

Título

Número

Redacção e Coordenação

Fotografia

Design Gráfico

Paginação

Impressão

Tiragem

Depósito Legal

ISSN

INSTITUTO HIDROGRÁFICORua das Trinas, 49 | 1249-093 Lisboa | Portugal

Telefone |Fax |

E-mail |Website |

+351 210 943 000+351 210 943 [email protected]

Em DestaqueMissão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográfica às

Ilhas Selvagens

Zénite50 Anos no conhecimento do oceano 1960-2010

AmarrasIH assina protocolo com o Center for Coastal & Ocean

Mapping - CCOM / Joint Hydrographic Center - JHC

Posto de Vigia49. º Aniversário do IH

Actividades desportivas do Dia da Unidade

Imposição de Condecorações

Festa de Natal 2009

IH recebe idosos da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho

para o almoço convívio de Natal

Instituto Hidrográfico apoia instituições de Solidariedade

Social

IH participa na recolha de alimentos doados ao Banco

alimentar contra a fome

Pólos Museológicos

Como eraOficcina dos instrumentos mathematicos

BússolaInstituto Hidrográfico apoia o evento Special Edition 2009

Participação na 16ª Conferência Anual do EUROGOOS e

visita aos Serviços Hidrográficos da Marinha da Polónia

Participação na 7ª Conferência da

“SOUTHERN AFRICA AND ISLANDS HYDROGRAPHIC

COMMISSION” – SAIHC

Seminário de Oceanografia Operacional

Preia-Mar Baixa-MarTomada de posse do novo Chefe do Serviço de

Finanças e Contabilidade

Tomada de posse do cargo de Chefe do Serviço de

Infra-estruturas e Transportes

D. Manuela passa à situação de aposentação

Bem Vindo a BordoFuncionários públicos visitam os pólos museológicos

Visita de estudo dos alunos da Universidade do Algarve

Estágio dos Aspirantes a Oficiais da Escola Naval

Visita do Professor David Ernest Wellls

Visita do Curso de Promoção a Oficial Superior 2009 -

2010

Visita do Curso de Aperfeiçoamento de Autoridade

Marítima

Visita da Delegação Moçambicana ao IH

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caracterização detalhada do fundo

marinho a grandes e médias profun-

didades.

Foram também realizadas sonda-

gens nos fundeadouros das ilhas em

embarcações mais pequenas que

complementaram a cobertura da

zona em locais menos profundos.

Esta campanha foi realizada por

uma equipa da Brigada Hidrográfica

do Instituto Hidrográfico e contou

com o apoio de uma equipa de mer-

gulhadores da Marinha, bem como

com a colaboração de elementos

pertencentes à Direcção Regional de

Informação Geográfica e Ordena-

mento do Território do Governo

Regional da Madeira (DRIGOT).

No fim da missão celebrou-se no

navio o Protocolo de Colaboração

entre o Instituto Hidrográfico e a DRI-

GOT com o objectivo de fomentar a

investigação e o desenvolvimento em

domínios de interesse científico

comum.

A equipa Hidromar

As Ilhas Selvagens, classificadas

como reserva natural fazem parte do

Arquipélago da Madeira.

Nesta edição do Hidromar

destacamos a aquisição de dados

hidrográficos com vista à produção e

actualização do fólio de cartografia

náutica em formato digital e suporte

de papel que contempla a nova

edição da carta náutica das Ilhas

Selvagens. Este trabalho, fruto de um

estudo multidisciplinar nas áreas de

Geodesia, Hidrografia e Oceanogra-

fia ligadas às ciências e tecnologias

do mar, permitiu um conhecimento

actualizado da área, contribuindo

desta forma para a segurança da

navegação.

Aproveitando os equipamentos

instalados a bordo de uma das

plataformas de excelência que a

Marinha dispõe nas áreas de estudo

do mar, o NRP Almirante Gago

Coutinho, foram realizadas sonda-

gens oceânicas e costeiras nesta

região, permitindo assim uma

Hidromar

Para uma navegação segura

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4 Hidromar

Missão Geodésica, Hidrográfica e Oceanográfica às Ilhas Selvagens

Em destaque

Fig. 1– NRP Almirante Gago Coutinho ao largo da Ilha Selvagem Grande

O actual processo em curso no Instituto Hidrográfico (IH) de

produção e actualização do fólio de cartografia náutica, em

formato digital e suporte de papel, contempla uma nova edição

da carta náutica da zona das Ilhas Selvagens.

As Ilhas Selvagens fazem parte do Arquipélago da Madeira,

e são a parte do território mais a Sul de Portugal. São duas ilhas,

denominadas Selvagem Grande (fig. 2) e Selvagem pequena

(fig. 3), rodeadas de vários ilhéus e algumas baixas (zonas

rochosas muito perto da superfície do mar, especialmente visí-

veis pelas alterações que provocam na ondulação local). A

Selvagem Grande tem uma forma quase circular com cerca de

1500 por 1700 metros de diâmetro. Em termos orográficos, a ilha

desenvolve-se vertical e abruptamente desde a superfície do

mar até cerca dos 120 metros de altitude, formando um planalto

em quase toda a sua extensão. A Selvagem Pequena tem uma

forma menos arredondada, mais de desenvolvimento longitudi-

nal com aproximadamente 800 por 400 metros. A altitude média

desta ilha situa-se entre os 10 e os 20 metros, apresentando

um pico com aproximadamente 50 metros (Pico do Veado).

As Ilhas Selvagens encontram-se cerca de 170 milhas

náuticas (cerca de 320 km) a sul da Ilha da Madeira e 80 milhas

náuticas (cerca de 150 km) a norte das Ilhas Canárias

(Espanha) (fig. 4).

As ilhas e as águas adjacentes até à profundidade dos 200

metros estão classificadas como reserva natural. O desembar-

que de pessoas nas ilhas tem de ser previamente autorizado

pelo Governo Regional da Madeira e é proibida qualquer acti-

vidade pesqueira. A vigilância destes espaços é assegurada

por uma equipa de 2 elementos em permanência, do Parque

Natural da Madeira, rendida de 3 em 3 semanas com recurso

ao navio da Marinha destacado em missão na Zona Marítima

da Madeira.

Com o objectivo principal de adquirir os dados necessários

à produção da nova edição da carta náutica da zona das

Selvagens, largou da Base Naval de Lisboa no passado dia 23

de Novembro de 2009, o NRP Almirante Gago Coutinho (fig. 1).

A bordo seguiam, para além da guarnição do navio, uma equipa

de mergulhadores da Marinha e uma equipa da Brigada Hidro-

gráfica do IH. Embarcou e participou também nesta missão o

CTEN Pinto da Silva no âmbito do seu estágio do curso de

Engenheiro Hidrógrafo.

A cartografia náutica actualmente em vigor das Selvagens

(2ª edição em 1972 e reimpressão em 2005) baseia-se em

levantamentos hidrográficos realizados em 1936, em que se

recorreu ao uso de prumo para a determinação das profundi-

dades e ao sextante para o posicionamento horizontal (posição

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Em Destaque

Hidromar

Fig. 2 – Selvagem Grande

Fig. 3 – Selvagem Pequena

Fig. 6 - Transferência dos dados de maré para PC

geográfica das observações obtida por medição horizontal de

ângulos entre pontos conhecidos em terra). Estas técnicas

primárias de posicionamento horizontal e medição da profun-

didade eram as disponíveis na altura, sendo muito pouco

eficientes e eficazes na cobertura sistemática do fundo quando

comparadas com as técnicas e instrumentação dos nossos

dias.

A campanha começou com o desembarque da Brigada

Hidrográfica na Ilha Selvagem Grande e instalação de uma

estação GPS diferencial na Selvagem Grande para que as

correcções de posicionamento passassem a ser recebidas a

bordo e pudesse ser iniciada a sondagem oceânica.

Fig. 4– Localização das Ilhas Selvagens e pormenor da área a levan-

tar (70x70 Km)

Fig. 5 - Instalação dos marégrafos de campanha

As observações necessárias para a obtenção das coordenadas

de instalação da antena foram previamente realizadas por

elementos da Direcção Regional de Informação Geográfica e

Ordenamento do Território do Governo Regional da Madeira

(DRIGOT) e processadas no IH. Foram montados dois marégra-

fos de campanha (fig. 5 e 6) com o objectivo de reduzir a son-

dagem do efeito da maré (todas as sondas batimétricas

inferiores a 200 metros de profundidade têm de ser reduzidas

da maré), determinar a localização do nível médio do mar e

calcular o desvio em tempo e em amplitude da maré das Ilhas

Selvagens em relação ao porto do Funchal. Um dos marégrafos

foi desmontado no final da missão enquanto o segundo funcio-

nou até Janeiro de 2010, a fim de se obterem dados ao longo

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Em Destaque

Fig. 7 - Furação na rocha para incrustação de marca de nivelamento

Fig. 9 -Nivelamento geométrico desde os marégrafos até à casa dos

guardas do Parque Natural da Madeira

Fig. 8 - Marca de nivelamento “IH BH 32/09”

Fig. 12 - Coordenação do marco

geodésico do Pico do Veado na

Selvagem Pequena

Fig. 13 - Casa dos guardas do

Parque Natural da Madeira –

ponto de apoio logístico para as

acções em terra

Fig. 10 - Transporte de baterias, de equipamentos e de material para

as estações GGPS

Fig. 11 - Elementos da BH instalam estações GGPS (GPS geodésico)

nos marcos geodésicos da Selvagem Grande

de um ciclo mensal de marés. Foram ainda colocadas várias

marcas geodésicas (fig. 7 e 8) e realizado um nivelamento geomé-

trico de modo a se obterem as cotas de referência para as obser-

vações realizadas (fig. 9).

Um outro objectivo desta campanha era a realização de obser-

vações geodésicas necessárias ao estabelecimento de uma rede

geodésica no Arquipélago da Madeira. Foram realizadas observa-

ções simultâneas com GPS geodésico (GGPS - GPS de alta precisão

por observações em série temporal), durante um período de 24

horas, em 5 estações na Selvagem Grande, 1 estação na Selvagem

Pequena, 1 estação no Funchal e 1 estação no Porto Santo. Estas

observações foram possíveis de sincronizar com a colaboração da

DRIGOT e o apoio logístico e técnico dos elementos do Parque

Natural da Madeira em serviço nas Selvagens. Para este trabalho

de terra foi necessário transportar baterias, material e equipamentos

até aos marcos geodésicos existentes nas Selvagens (fig. 10); montar

e estabelecer os sistemas GPS (fig. 11 e 12); manter uma equipa na

Selvagem Grande e desmobilizar tudo no final do processo (fig. 13

e 14). Na acção estiveram envolvidos elementos do navio, elementos

da Brigada Hidrográfica, os dois mergulhadores da Marinha, dois

Hidromar6

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Em Destaque

Fig. 14 - Apoio logístico na Selvagem Grande

Fig. 15 - Baía das Cagarras vista da casa dos guardas

Fig. 16 - Tolda do navio com a embarcação de sondagem "Cagarra",

a embarcação de sondagem "Trinas" (não utilizada) e o bote de

sondagem da BH

elementos do Parque Natural da Madeira e dois elementos da

DRIGOT.

A sondagem oceânica e costeira (até à batimétrica dos 50

metros) foi realizada pelo navio, com recurso aos seus sondadores

multifeixe de grandes e médias profundidades, calibrados duas

vezes por dia com perfis de velocidade de propagação do som na

coluna de água, obtidos com equipamentos SVP (Sound Velocity

Profiler). Ao largo das ilhas foram realizadas fiadas paralelas à

direcção dominante da batimetria. Nas proximidades das ilhas,

por razões de segurança da navegação, foram realizadas fiadas

de contorno desde os 150 metros aos 50 metros de profundidade.

A Brigada Hidrográfica realizou os levantamentos hidrográficos

dos fundeadouros das ilhas (fig. 15). Estas sondagens foram

realizadas com a embarcação de sondagem “Cagarra” equipada

com sondador multifeixe e com um bote de sondagem equipado

com sondador de feixe simples (fig. 16). Este meio realizou essen-

cialmente fiadas de contorno em zonas mais perigosas por

existência de baixos rochosos na Selvagem Grande. Na Selvagem

Pequena foi também sondado o “canal da Selvagem Pequena”

entre a ilha e o ilhéu de fora.

Os primeiros resultados dos levantamentos hidrográficos

realizados permitem verificar que, para fora da batimétrica dos 50

metros, existem algumas diferenças com a actual carta náutica

mas com pouca relevância para a segurança da navegação à

superfície. Detectaram-se muitos baixos, não cobertos na sonda-

gem de 1936 e portanto não cartografados, na zona norte da

Selvagem Grande. No entanto, as baixas mais perigosas estavam

todas cartografadas uma vez que a ondulação em condições de

maior agitação permite a sua visualização a olho nú ou permite veri-

ficar alteração da forma de onda esperada (observação indirecta

de obstrução submarina). As principais diferenças dos resultados

estão intimamente associadas à orografia do fundo e diferença

tecnológica disponível em 1936 (data do levantamento hidrográfico

da carta editada em 1938) e no século XXI. Refira-se que a

sondagem a prumo é um método pouco eficiente, em que se

obtém uma amostra discreta das profundidades, havendo assim

uma elevada probabilidade de não detectar variações orográficas

abruptas como as existentes nas Selvagens, ao contrário do que

acontece com a sondagem com sistemas sonoros multifeixe, em

que praticamente se garante a cobertura total do fundo.

A (fig. 17) mostra, em perspectiva, um modelo digital de terreno

dos levantamentos hidrográficos realizados. As zonas mais

profundas estão em tons de azul, as zonas menos profundas em

tons de vermelho. As ilhas estão a cor escura e as zonas não

sondadas estão a branco (zonas com menos de 50 metros de

profundidade fora de área de fundeadouro). É perceptível a

existência de uma estrutura geológica com a direcção NE-SW,

com duas elevações onde surgem as duas ilhas. A área coberta

na totalidade deste levantamento hidrográfico corresponde a um

quadrado com cerca de 70 km de lado.

Hidromar 7

No regresso da missão, o navio atracou no porto do Funchal

(fig. 19), tendo sido palco da assinatura de um protocolo de

colaboração entre o Instituto Hidrográfico e a DRIGOT ao que se

seguiu um “Madeira de Honra”. Os signatários do protocolo foram

o Vice-almirante Augusto de Brito, Director-geral do Instituto Hidro-

gráfico e a Dra Maria João Seixas Neves, Directora Regional de

Informação Geográfica e Ordenamento do Território da Região

Autónoma da Madeira (fig. 18). Estiveram ainda presentes neste

evento o Eng.º Luís Santos Costa (Secretário Regional do

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Em Destaque

Fig. 17 - Modelo digital de terreno com base nos dados preliminares

do levantamento hidrográfico das Ilhas Selvagens.

Fig. 18 - Assinatura do protocolo entre o IH e a DRIGOT

Fig. 19 - NRP "Almirante Gago Coutinho" atracado no porto do Funchal em Dezembro de 2009

Hidromar8

Equipamento Social),o Major-General Rosas Leitão (Comandante

Operacional da Madeira) e o Capitão de mar-e-guerra Amaral

Frazão (Comandante da Zona Marítima da Madeira).

Nesta estadia, o navio foi apoiado logisticamente pelo

Comando da Zona Marítima da Madeira e visitado por elementos

dos Serviços de Investigação da Pesca, da Câmara Municipal do

Funchal e do Departamento de Biologia da Universidade da

Madeira.

O cumprimento com sucesso desta missão foi não só impor-

tante pela aquisição dos dados necessários à actualização da

cartografia náutica das Ilhas Selvagens, e portanto para a segu-

rança da navegação nesta área, como também pelo exercício de

presença naval, por um período relativamente prolongado, numa

área próxima dos limites do espaço marítimo sob soberania e

jurisdição nacionais.

Várias curiosidades foram constatadas no decorrer desta

missão às Ilhas Selvagens. A mais famosa ave marinha que

acasala e nidifica nas ilhas, a cagarra, nunca foi vista nesta cam-

panha por estar em migração. A maior concentração do mundo

de cagarras ocorre nos arquipélagos da Madeira e Açores. Por

fim, é mantida na Selvagem Grande um serviço postal de envio do

correio. Todas as cartas depositadas são seladas e carimbadas

localmente, seguindo para o Funchal durante o processo de ren-

dição dos vigilantes da natureza, que como acima indicado ocorre

a cada 3 semanas.

O NRP Almirante Gago Coutinho é comandado pelo Capitão-de-fragata Bessa Pacheco e tem uma guarnição de 6 oficiais, 7 sargentos e 21 praças. A equipa técnica da BrigadaHidrográfica foi chefiada pelo Primeiro-tenente Pires Vicente.

CFR Bessa Pacheco Comandante do NRP Almirante Gago Coutinho

(colaboração fotográfica da BH e mergulhadores)

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Hidromar 9

O Instituto Hidrográfico foi criado pelo Decreto-lei n.º

43177, de 22 de Setembro de 1960. Em 2010 comemora o

seu 50.º Aniversário.

Ao longo da sua existência, o Instituto Hidrográfico tem

vindo a desenvolver uma intensa actividade de investigação,

estudo e divulgação na área das ciências e técnicas do mar

como as que se referem à hidrografia, a cartografia náutica, a

oceanografia física, química e geológica, com vista à

segurança da navegação e suas aplicações na área militar e ao

mesmo tempo contribuir para o desenvolvimento científico do

país e a defesa do ambiente marinho.

O Instituto Hidrográfico esteve sempre presente com os

seus meios técnicos e o seu conhecimento científico em

momentos marcantes da vida nacional caracterizados por

graves acidentes em que foi chamado a intervir como se veri-

ficou com o desaparecimento do navio “Bolama”, o naufrágio

do petroleiro “Prestige” e a queda da ponte Hintze Ribeiro, em

Entre-os-Rios.

Actualmente classificado como Laboratório do Estado e

colocado sob superintendência conjunta do Ministério da

Defesa Nacional e do Ministério da Ciência e Tecnologia, o

Instituto Hidrográfico vem colaborando com a comunidade

científica, dentro e fora do país, nomeadamente com os meios

universitários e outros pólos de investigação, projectando-se

como um centro de excelência a desempenhar uma missão

de elevada importância com vista ao conhecimento e aprovei-

tamento de um dos recursos mais importantes do país – o mar!

A comemoração dos cinquenta anos de actividade do Ins-

tituto Hidrográfico representa uma celebração plena de signi-

ficado na medida em que traduz a grandeza da intensa

actividade desenvolvida ao longo da sua existência,

constituindo um marco histórico para a Marinha e para

Portugal. Trata-se, com efeito, de uma efeméride a que todos

nos associamos – uma data muito especial de uma das mais

notáveis naus que integra a nossa Armada!

É neste âmbito, que se inserem várias acções comemora-

tivas, reunindo na sua composição diversos motivos e

elementos gráficos alusivo à sua actividade.

50 Anos no conhecimento do oceano1960-2010

ZéniteUma visão abrangente

Estas comemorações terão o seu ponto alto com a

realização das “Primeiras Jornadas de Engenharia Hidro-

gráfica” que decorrerão nos dias 21 e 22 de Junho, a coincidir

com o Dia Mundial da Hidrografia, evento no qual serão feitas

apresentações de trabalhos técnico-científicos respeitantes às

áreas de Hidrografia, Oceanografia Operacional, Navegação,

Geologia, Química e Gestão de Dados do Ambiente Marinho.

Por seu turno, a Exposição “50 Anos de Conhecimento

do Oceano” decorrerá na Sala D. Luís I, no Museu de Marinha,

e estará patente ao público entre 24 de Junho e 5 de Outubro.

Este certame pretende, de uma forma inovadora e interactiva,

apresentar o Instituto Hidrográfico e descrever as suas activi-

dades, prestando uma especial atenção às gerações mais

jovens, sensibilizando-as para o conhecimento das ciências e

técnicas do mar.

As comemorações do cinquentenário do Instituto

Hidrográfico visam dar a conhecer a actividade técnico-científica

e a sua importância para o país, no exercício da autoridade

técnica nos domínios da hidrografia, oceanografia e navegação,

bem assim na defesa do ambiente marinho, em prol da segu-

rança da navegação e ainda na colaboração com outros

organismos e entidades no desenvolvimento de projectos rela-

cionados com as ciências e técnicas do mar.

As actividades alusivas a esta comemoração serão divul-

gadas no site do Instituto Hidrográfico.

(www.hidrografico.pt).

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10 Hidromar

IH assina protocolo com o Center for Coastal &Ocean Mapping – CCOM/Joint HydrographicCenter – JHC

Amarras Artigos de opinião sobre projectos estruturantesno âmbito das direcções do Instituto Hidrográfico

O Center for Coastal and Ocean

Mapping/Joint Hydrographic Center

(CCOM/JHC) é um dos principais centros

de investigação a nível mundial na área do

mapeamento do oceano e hidrografia,

encontrando-se sediado na universidade

de New Hampshire. Este centro conta com

investigadores provenientes de vários

departamentos (Ocean Enginnering, Earth

Sciences, Computer Sciences, Electrical

Engineering, Mechanical Engineering, etc.)

que desenvolvem investigação nas áreas

de caracterização remota do fundo

marinho, processamento de dados e visua-

lização a 4D, mapeamento da coluna de

água para gestão de pescas, carta electró-

nica do futuro, etc. Adicionalmente, este

centro funciona também como uma escola

de hidrografia para os funcionários da

NOAA, oferecendo cursos certificados com

a categoria A FIG/IHO, e também, como

um centro de pós-graduações, com mestra-

dos e doutoramentos dos diferentes depar-

tamentos representados neste centro.

A visita do director do CCOM/JHC,

Professor Larry Mayer, ao IH em Abril de

2009, permitiu estabelecer as bases para a

assinatura de um protocolo de cooperação

que coloca o IH como corporate partner

de um consórcio que integra, entre outros,

o Ifremer, Tyco Telecommunications, SAIC,

Reson, Kongseberg, CARIS, Klein-L3

Communications, Ixsea, etc. Numa primeira

fase, a cooperação irá traduzir-se no des-

envolvimento conjunto de projectos na

área da caracterização remota do fundo

marinho, esperando-se que a breve trecho

se alargue a outras áreas de investigação,

e actividades, como a realização de confe-

rências, estágios e cursos de formação.

Dr. Luís Rosa

Divisão de Geologia Marinha

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11Hidromar

49.º Aniversário do IH

O Instituto Hidrográfico comemorou,

no passado dia 18 de Setembro, o 49º.

Aniversário, que contou com a presença

do Director-geral do IH, VALM Augusto

de Brito e de antigos Directores-Gerais, o

VALM Cavaleiro Ferreira, o VALM Torres

Sobral e o VALM Silva Cardoso, Directo-

res, convidados e funcionários militares e

civis do Instituto.

As comemorações começaram com

a cerimónia de imposição de condeco-

rações e entrega de lembranças aos fun-

cionários militares e civis completaram

15, 25 e 35 anos de idade ao serviço do

IH. Após a alocução do Vice-almirante,

Director-Geral do IH, seguiu-se uma visita

à exposição de fotografias e artes deco-

rativas, de funcionários do IH, no novo

edifício, e assistiu-se à actuação do Quin-

teto da Banda da Armada no Auditório

n.º 2.

Como já tem sido habitual as celebra-

ções terminaram com um almoço-conví-

vio no refeitório.

No seu discurso o Director-geral do

IH salientou algumas actividades e pro-

jectos que, pela sua importância, mere-

ceram ser realçados:

• “… a inauguração do novo edifício…;”

• …no campo da oceanografia opera-

cional: afectámos uma assinalável quan-

tidade de recursos, em projectos de

caracterização e monitorização ambiental,

a caminho do objectivo último a que nos

propusemos – a implementação de uma

rede nacional de monitorização da nossa

ZEE;

• Aderimos ao European Global

Ocean Observing System – EuroGOOS

–, sistema de observação do oceano

para a Europa;

• Mais recentemente, a oceanografia

operacional esteve em foco, através do

seminário organizado pelo IH no passado

dia 7 de Setembro sobre o projecto

MONICAN, confirmando-se a importância

que vimos dando a este projecto;

Posto de VigiaOlhar para dentro

Alocução do Director-geral do IH

• …a contribuição para a candidatura

dos consórcios de investigação, OCEA-

NOS e RISCOS, associações que virão

trazer significativas sinergias às activida-

des de investigação nas áreas em que

laboramos;

• Na CIAM, por iniciativa nossa, a

Marinha apresentou, e viu aprovada, a

criação de uma rede de monitorização

ambiental nacional – o sistema MONIZEE;

• Em Angola, completámos um estudo

multidisciplinar de caracterização de uma

área costeira, que pôs à prova a nossa

capacidade de mobilização de recursos,

humanos e materiais, para operar fora de

Portugal; confirmámos que estamos pron-

tos para realizar trabalhos desta enverga-

dura, em cenários distantes;

• A operacionalização do HPD, e a cria-

ção de uma base de dados única, para

actualização simultânea de cartas em papel

e electrónicas, constituiu mais um passo

essencial levado a cabo no ano que pas-

sou. Doravante, terá um impacto assinalá-

vel na missão do nosso instituto, agilizando

e melhorando a eficiência do processo de

produção e actualização cartográfica;

• Iniciámos, ou concluímos projectos,

que nos trouxeram novas experiências e

know-how, confirmando as nossas capa-

cidades em áreas ainda pouco explora-

das. Dentre eles, destaco o estudo

ambiental realizado na Baía do Seixal,

cujos objectivos, estabelecidos em cola-

boração com o respectivo Município,

implicaram a participação de todas as

áreas de actividade técnica e científica do

nosso instituto;

• Não poderia deixar de referir o

extraordinário trabalho realizado pela

Brigada Hidrográfica, e que se resume

num facto simples, mas relevante: com-

pletámos, há dias, os levantamentos

necessários para a actualização cartográ-

fica do Arquipélago dos Açores, recupe-

rando-se um atraso de vários anos;

• Os navios hidrográficos, para além

das missões tradicionais, continuaram os

trabalhos para a extensão da plataforma

continental, batendo mais uma vez as

taxas de operacionalidade dos navios da

Armada;

• O projecto de reequipamento do

NRP Almirante Gago Coutinho, no âmbito

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Hidromar12

Posto de Vigia

do protocolo entre o MDN e o MCTES,

traduziu-se na adjudicação, aquisição e

instalação dos seus primeiros equipa-

mentos. A curto prazo, novos sistemas,

na área da Geologia Marinha, trarão

novas valências a este navio, passando

a comunidade científica a dispor de mais

capacidades de investigação, utilizando-

se apenas meios nacionais;

• Simultaneamente, foi iniciado o

processo de modernização do NRP

D. Carlos I. Pretende-se dotar o navio de

condições estruturais para operar equipa-

mentos contentorizados, a exemplo do

que já acontece com o NRP Almirante

Gago Coutinho;

• Finalmente, na área da gestão

transversal do IH, gostaria de salientar

os desenvolvimentos realizados no

processo de acreditação dos ensaios

laboratoriais e os trabalhos tecnológicos,

alguns inovadores, na área da informá-

tica, para satisfazer novos requisitos das

nossas actividades;

• O SIADAP mereceu-nos a maior das

atenções, tendo sido afinado para que a

sua aplicação resulte num processo de

avaliação mais justo, coerente e equili-

brado, promovendo e fortalecendo uma

cultura de mérito e de excelência no

Instituto;”

Referiu ainda os projectos que irão

merecer destaque para o próximo ano:

• “Será finalizado o Fólio cartográfico

em papel; concluiremos as CEN nacio-

nais; e serão definidas as normas para a

homologação dos levantamentos hidro-

gráficos, respeitantes à Lei da Cartogra-

fia, instrumento jurídico que veio ampliar

as responsabilidades de supervisão e regu-

lação do nosso instituto;

• Publicaremos o Roteiro dos Açores,

completando a edição dos roteiros nacionais;

• Concluiremos o Programa SEPLAT,

de valor inestimável para o País, finali-

zando um projecto de mais de trinta

anos;

• Daremos um novo impulso ao

projecto Q - Routes, após o estudo inter-

calar a que procedemos;

• Desenvolveremos o projecto SIMOC,

recentemente aprovado pelo MDN; mais

um passo para o sistema de monitorização

ambiental;

• Levaremos a cabo a renovação das

constantes harmónicas anteriores a 2000;

• Concluiremos o processo de acre-

ditação dos ensaios laboratoriais e avan-

çaremos para a conclusão do Sistema

de Gestão Ambiental;

• Implementaremos o SGQ nas redes

de observação permanentes;

• Concluiremos o projecto de Loja do

Navegante on-line e implementaremos a

página Web do IH, em inglês;

• Publicaremos, on – line, o Manual

de Hidrografia da OHI em português;

• Na área da formação, impulsionare-

mos a realização de um Curso de

Técnicos de Oceanografia...”.

Actuação do Quinteto da Banda da Armada

Bolo de Aniversário do IH

Visita à exposição

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Hidromar 13

Posto de Vigia

Os funcionários no mini curso de frutas decorativas

Os funcionários após as actividades na Praia da Cabana do Pescador

Actividades desportivas do Dia da Unidade

No passado dia 16 de Setembro, os

funcionários que quiseram comemorar,

de forma mais desportista, o Dia da

Unidade inscreveram-se nas várias

actividades que o nosso Instituto orga-

nizou especialmente para essa ocasião.

A praia Cabana do Pescador, na

Costa de Caparica, foi assim palco de

torneios de voleibol e futebol de praia,

tendo alguns funcionários optado por um

simples, mas revigorante passeio pela

praia. Quem preferiu uma actividade

mais pacata, mas não menos interes-

sante, pôde participar no mini curso de

frutas decorativas ministrado pelo Cabo

Marujo nas cozinhas das INAZ. Os mais

temerários aventuraram-se ainda na

escalada de uma parede gentilmente

cedida pelo Corpo de Fuzileiros.

A manhã desportista concluiu-se com

o já tradicional almoço de convívio no

Pavilhão das Galeotas.

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Cerimónia de Imposição de Condecorações aosmilitares e civis do Instituto Hidrográfico

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Medalha Militar de Cruz Naval 1ª Classe

TS Maria Helena Martins Tavares Roque

Medalha Militar de Cruz Naval 2ª Classe

EG3N2 Maria Leonor Pinto da Cunha Sousa

Machado

Medalha Militar de Cruz Naval 4ª Classe

500584 SAJ ETC Fernando Rodrigo Santos

Perreira

1SAR Rui Pedro Jesus Zancarias

9314993 1MAR TFD Vítor José Pinto Rafael

AT Ana Maria Curado de Azevedo Pieres de Matos

AT Lurdes da Conceição Gregório Fernandes

Carneiro

AT Maria Lisete Pais Rodrigues

Medalha Militar de Comportamento Exemplar-Prata

22687 CTEN H António da Costa Neves dos Santos

Martinho

22189 CTEN M Carlos Alberto dos Santos Fernandes

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Posto de Vigia

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402486 1SAR CM Rui da Conceição Eduardo Carriço

152482 1SAR M Celestino Timas da Silva

910490 2SAR L Luís Miguel Antunes Mendes

Medalha Militar de Comportamento Exemplar - Cobre

23095 1TEN M Ricardo Miguel Pires Vicente

9341294 1SAR ETI Nuno Rafael Pinto Santos

Por ter completado 25 anos ao serviço do Instituto

Hidrográfico:

AT Maria de Fátima dos Reis Afonso Ramalhete Sequeira

Ao Manuel Fernando Coimbra Araújo

Por terem completado 15 anos ao serviço do Instituto

Hidrográfico:

25385 CFR H Carlos José Costa Paixão Lopes

AT Rosália da Cruz Martins Carrilho

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Posto de Vigia

Este Natal, tal como de há três anos aesta parte, num hábito que esperamos setorne numa tradição, recebemos a visita deum grupo de pessoas que a Junta de Freguesia apoia na sua terceira idade. Avolta pelas instalações foi curta, pois os pas-sos já são dolorosos, mas as memórias queestas salas traziam aos que aqui correramem pequenos foi gratificante, assim comoos suspiros de ah!!! Como isto está lindo!

Mas as surpresas não acabaram aquipois entre os visitantes estavam duas carasque já antes viramos quando trabalhandoa altas horas. Tinham trabalhado cá nas for-ças de limpeza da noite nos nossos espa-ços e foi com alegria que os revisitaram eapreciaram as novas construções.

Uma visita alegre com partilha de expe-riências, tempos, histórias e até poemas.Um bom início de um Bom Natal.

IH recebe idosos da Junta de Freguesia deSantos-o-velho para um almoço convívio de Natal

Festa de Natal 2009No passado dia 18 de Dezembro, o

Instituto Hidrográfico realizou mais uma

festa de Natal para todos os funcionários,

militares e civis, do Instituto Hidrográfico

e respectivos filhos.

O programa para a Festa de Natal

incluiu uma sessão de desenhos anima-

dos, um espaço para desenhos, pinturas

faciais, Karaoke e a presença de duas

artistas mascaradas durante o evento.

Posteriormente, no Auditório n.º 2,

decorreu um espectáculo intitulado

“Onde a Magia começa e nunca acaba!”,

seguindo-se a entrega das prendas às

crianças e as esculturas de balões. O

programa da festa encerrou com um

almoço convívio, no refeitório e na sala

de recepções, onde as crianças puderam

desfrutar da presença das actrizes que

animaram a pequenada durante o

almoço. As crianças durante o almoço de convívio

Idosos da Junta de Freguesia de Santos-o-Velho

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Posto de Vigia

Instituto Hidrográfico apoia instituições deSolidariedade Social

IH participa na recolha de alimentos doados ao Banco alimentar contra a fome

No passado dia 22 de Dezembro, presidida pelo CMG Herlander Valente Zambujo e contando com a presença daDra. Margarida Madeira, representante daAjuda de Berço, realizou-se no SalãoNobre, uma singela cerimónia de entregado donativo a esta instituição. Directorese funcionários do IH marcaram presença eassistiram à entrega da oferta.

Os donativos angariados foram feitosatravés de duas acções de solidariedadesocial no IH que possibilitou a recolha deroupa para bebés, brinquedos bem comoa recolha de um donativo monetário.

Com este apoio tornou-se possível ajudar duas Instituições de SolidariedadeSocial: a Junta de Freguesia de Santos-o--velho e a Ajuda de Berço.

Agradece-se aos funcionários do IH asua participação nestas nobres causas,sem a qual não teria sido possívelconcretizar.

Mais um Natal que passou e em conjunto com várias unidades de Marinhaforam unidos esforços para combater algu-mas das carências sociais e humanas. Paraultrapassar uma dessas necessidades, eintegrado numa tarefa conduzida pelaDirecção de Apoio Social (DAS) da Marinha,foi realizada uma acção de recolha de alimentos no Instituto Hidrográfico a entre-gar ao Banco Alimentar contra a fome.

Esta campanha decorreu durante osdias 23 e 27 Novembro, e contou com oapoio dos funcionários militares e civisdo IH, sem os quais esta tarefa não teriasido possível. Para eles o nosso muitoobrigado!

Cerimónia de Entrega do donativo á Ajuda do Berço

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Hidromar18

Posto de Vigia

Pólos Museológicos

Num esforço para preservar a

memória de todos aqueles que trabal-

haram nesta Instituição, O Instituto

Hidrográfico tem vindo a instalar pólos

museológicos que visam recordar aos

presentes e servir de testemunho aos

vindouros os métodos de trabalho e os

instrumentos que no passado serviram

àqueles que então se dedicavam ao

estudo e à investigação do mar.

É esta memória histórica que se

expõe em cada pólo temático, dispos-

tos pelos átrios e corredores do nosso

Instituto.

Para nós que ajudámos a crescer o

Instituto Hidrográfico e assistimos à sua

evolução, ouvimos pela primeira vez, nos

já longínquos anos setenta do século

passado, ao então Comandante António

Egídio Sousa Leitão, a ideia da criação

de um Museu da Hidrografia.

Idêntico desejo foi em diferentes

ocasiões manifestado por vários directo-

res-gerais do IH, designadamente o

Vice-almirante Sarmento Gouveia vindo

finalmente a ser concretizado ao tempo

do Vice-almirante Silva Cardoso, com a

nomeação da Assessora Maria Helena

Tavares Roque para desenvolver e coor-

denar este projecto.

Ao longo de meio século de existên-

cia do Instituto Hidrográfico, alguns de

nós assumiram-se como verdadeiros

guardiões dos equipamentos e outros

materiais que poderiam vir um dia a cons-

tituir um registo histórico e a enriquecer

o espólio do Museu do Instituto Hidro-

gráfico.

Fruto destas iniciativas, pessoas

como o Comandante Justino, o Sr. Jaime

da fotografia, o João Caldas e, mais

recentemente, outros seguidores como

o José Aguiar, o Luís Laranjeira e o

Manuel Grifo, tiveram a sensibilidade

para guardarem a um canto reservado

de um paiol ou arrecadação, “aquele”

equipamento que, em tempos tinha feito

esta ou aquela campanha, este ou

aquele trabalho de campo e que, com o

passar do tempo e a evolução da tecno-

logia se tornara entretanto obsoleto.

Na Informática, onde o Instituto Hidro-

gráfico foi pioneiro em diversos domínios,

especialmente na área do cálculo cientí-

fico, o Manuel Rocha foi a partir dos anos

setenta guardando bastante material e

outros equipamentos.

E, foi graças a esse espírito de preser-

vação da nossa memória histórica que,

com muita atenção e carinho, foi possível

salvaguardar um valioso espólio museoló-

gico que é parte integrante do património

cultural e científico do nosso país.

Tal dedicação permitiu que inúmeras

peças de inestimável valor histórico e até

artístico não se perdessem e possam

actualmente ser contemplados ao longo

dos átrios e corredores do antigo Con-

vento das Trinas e outros edifícios que

constituem as instalações do Instituto

Hidrográfico.

No final dos anos 90 esboçou-se a pri-

meira tentativa de constituir um “Museu

do Instituto Hidrográfico”. Porém, espe-

cialistas na área da museologia aconsel-

havam a uma outra forma de

apresentação em virtude de se tratar de

um conjunto de peças consideradas rela-

tivamente actuais e em quantidade pouco

considerável, para além do facto da

Marinha dispor de um majestoso e digno

repositório da nossa história naval – o

Museu de Marinha.

Em face de tal situação, optou-se

então pela constituição de pólos museo-

lógicos, designação da moderna museo-

logia para classificar pequenas exposições

integradas no espaço do quotidiano das

organizações, constituindo a evocação da

sua memória histórica.

E marcou-se presença, partindo-se

de um marco particularmente importante

e grato à nossa Hidrografia: as Missões

Hidrográficas nas ex-colónias.

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Hidromar 19

Começou o trabalho e com ele nas-

ceu a obra que todos hoje podemos

desfrutar.

Paulatinamente, foram-se consti-

tuindo pequenas exposições temáticas

e os corredores e átrios do edifício das

Trinas foram sendo preenchidos com

peças e outros documentos que registam

a história do Instituto. Foi uma tarefa

demorada porque, apesar do seu inte-

resse cultural, a mesma não faz parte das

prioridades da Missão que dia-a-dia

temos de cumprir. De forma morosa

porque foi preciso recolher as peças,

proceder ao seu restauro, identificá-las e

catalogá-las. Muitas delas já quase

esquecidas, importava reconhecê-las:

uma antiga sonda, um velho correntóme-

tro, qual a sua idade e modelo, a sua

origem de fabrico, a sua utilização em

que campanhas e o modo de funciona-

mento entre outros aspectos.

Tratadas com o maior cuidado, proce-

dendo à sua limpeza sem, no entanto,

exagerar na mesma: não se pretende

conferir-lhes a apresentação de um equi-

pamento novo mas apenas proceder ao

seu restauro e recuperação, conser-

vando-lhe as “rugas” que o tempo e o

trabalho lhe causaram.

Foi necessário legendar para que

possa cumprir a sua missão de transmitir

conhecimentos, tarefa esta nem sempre

conseguida, ficando-se não raras as

vezes por uma legenda singela que não

vai além da designação do equipamento,

do nome do fabricante, da identificação

do país de origem e, eventualmente, a

época em que foi utilizado. Fica-nos por

vezes a mágoa de não podermos

descrever para que serviu determinado

modelo, porque foi o mesmo substituir o

seu antecessor, frequentemente despre-

zado unicamente pelo avanço impiedoso

da tecnologia que não se compadece

com hábitos adquiridos nem processos

de trabalho que vão sendo ultrapassa-

dos. E, assim, os equipamentos mecâ-

nicos cederam aos electrónicos que, por

sua vez foram superados pelos analógi-

cos e, finalmente, pelos digitais… e a

evolução não pára.

Organizar os espaços expositivos,

escolher os suportes adequados e as

vitrinas certas, sem descurar a limitação

dos gastos que são necessários consti-

tuiu sempre uma preocupação cons-

tante. Associar os meios, os navios

hidrográficos, com os produtos e em

especial a carta náutica, razão de ser de

tanta missão, tanta campanha, nem sem-

pre se revelou tarefa fácil.

Na impossibilidade de mencionarmos

aqui todos os pólos, apresentamos uma

súmula de alguns deles.

Ao entrarmos no Convento pelo

número 49 das Trinas, deparamo-nos

logo no segundo átrio com uma preciosa

peça do século XIX - trata-se de um

teodolito astronómico com orientação

magnética e respectivos acessórios. A

partir deste átrio encontramos represen-

tado o pólo da Missão Hidrográfica do

Continente e Ilhas Adjacentes, que

também desenvolveu actividades no

arquipélago de Cabo Verde.

Diversas cartas náuticas, algumas

representadas em edições sucessivas

mostram a evolução da hidrografia e a

transformação da nossa costa continental.

Uma colecção de fotografias dos

navios que cobriram estas águas deixa

ao visitante a lembrança e o testemunho

das gentes e dos trabalhos hidrográficos

nelas realizados.

Continuando pelo terceiro piso

encontramos os pólos dedicados às

Missões em África e outras regiões, onde

mais cartas hidrográficas assinalam as

grandes realizações efectuadas pelas

diferentes Missões Hidrográficas, (pre-

cursoras do Instituto Hidrográfico), ao

longo de diferentes séculos, até ao 25 de

Abril de 1974, em Angola, Moçambique,

S. Tomé e Príncipe, Guiné e Cabo Verde

e ainda em Goa, Damão e Diu e também

em Macau e Timor. Diversos instrumen-

tos e equipamentos associam-se neste

espaço, entre os quais destacamos o

BRAGUE, colhedor de amostras geoló-

gicas inventado pelo Capitão-de-mar-e-

guerra Manuel Lopes de Mendonça.

No Pólo dedicado à Navegação

deparamo-nos com uma excelente

colecção de sextantes de diversos mode-

los, desde os “portáteis” aos clássicos.

No Pólo sobre Oceanografia vemos

diversos tipos de marégrafos, que teste-

munham a evolução tecnológica nesta área

do conhecimento do Instituto Hidrográfico

e variados modelos de correntómetros,

Pólo Museológico ”NRP ALMEIDA CARVALHO”

Posto de Vigia

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Hidromar20

desde os modelos mecânicos até aos equi-

pados com tecnologia electrónica.

O preditor de marés Lord Kelvin que

pode ser apreciado no corredor da Biblio-

teca, constitui um exemplar de grande rari-

dade e invulgar beleza. Em tempos, foi a

máquina mais avançada que se conhecia.

Testemunha também da evolução tecno-

lógica, o Preditor autêntica “jóia da coroa”,

exemplar raro e precioso o existente no

Instituto Hidrográfico foi construído em

Glasgow em 1924, tendo sido comprado

pelo governo português. Começou em

1925 a ser usado para prever as marés

portuguesas, e funcionou para esse efeito

até inícios dos anos 70, altura em que os

meios de cálculo electrónico o substituí-

ram, embora ainda se encontre operacio-

nal. Apenas alguns exemplares sobrevivem

em todo o mundo.

A Hidrografia, está representada com

diversos instrumentos e equipamentos,

vários tipos de Sondas, Telurómetros,

vários modelos de Teodolitos e Miras,

uma mostra muito significativa de alguns

deles, utilizados desde o Fio de Prumo ao

GPS Diferencial.

Uma pedra litográfica dos anos 40/50

com a carta hidrográfica 113 “À Cova dos

Medos”, 1941, lembra-nos a razão última

da necessidade e utilização destes equi-

pamentos, a carta náutica, cujo processo

de compilação e desenho pode ser apre-

ciado no pólo dedicado à Sala de

Desenho.

Em alguns pontos do edifício das

Trinas associamos o próprio edifício

enquanto antigo convento de valor histó-

rico ao projecto dos pólos museológicos,

identificando algumas salas na sua função

conventual. Aguardamos, após contactos

com o Museu de Arte Antiga, oportuni-

dade para expor algumas peças que

pertenceram ao Convento das Trinas do

Mocambo.

No 5.º piso encontramos uma memó-

ria do que foi o Navio Hidrográfico

“Almeida Carvalho” (A 527).

Diversos equipamentos como vigias, o

sino e a roda do leme do navio também lá

se encontram para que jamais se esqueça

aquele que, até ao presente, constituiu o

Navio Hidrográfico que maior número de

cruzeiros científicos realizou quer ao

serviço da Marinha de Guerra Portuguesa,

quer no apoio à Comunidade Científica.

Mandado construir em 1961, foi

reconstruído em 1969 nos EUA sob o

nome “Kellar”, e entregue à Marinha

Portuguesa em 1972, sendo rebaptizado

“Almeida Carvalho”. Possuía um deslo-

camento de 1237 toneladas e uma guar-

nição de 52 homens, tendo capacidade

para embarcar 12 técnicos/investigado-

res. Da sua actividade, destacam-se os

cruzeiros científicos efectuados entre

1974 e 1999 no âmbito do programa

SEPLAT, as missões efectuadas em 1981

em Cabo Verde, 1984 na Guiné Bissau,

em 1990 o projecto EURÁFRICA, em

1994 o projecto SEFOS e nos últimos

anos os cruzeiros realizados nos arqui-

pélagos da Madeira e dos Açores.

O pólo de fotografia cartográfica,

constituído por um conjunto de máquinas

e instrumentos quase invulgares, alguns

deles exemplares únicos em Portugal e

que, num passado bem recente, ajuda-

ram a construir as nossas cartas náuticas,

um dos produtos fundamentais do IH.

Este pólo, um dos mais valiosos e

significativos do espólio do IH, encontra-

-se na sala anteriormente dedicada à

produção de fotografia cartográfica, no

primeiro piso do edifício do Convento das

Trinas.

Apresenta uma mostra de máquinas

fotográficas e seus acessórios que ilus-

tram e testemunham os utensílios de

trabalho que a hidrografia portuguesa

utilizou pelos diversos continentes.

Aqui podemos observar vários mode-

los de câmaras, seus acessórios e os

aparelhos complementares de quarto

escuro, que perpetuam a presença das

técnicas aplicadas no apoio à feitura das

cartas náuticas, desde uma máquina

panorâmica para trabalhar a bordo dos

navios e fotografar a linha de costa na

preparação de roteiros, até uma grande

objectiva, destinada especificamente à

fotografia para a produção de cartas náu-

ticas ou outras para fotografia submarina.

Por fim referirmos o pólo dedicado

às Artes Gráficas, importante sector de

características fabris que durante déca-

das completou a actividade hidrográfica,

executando com mestria, rigor e saber

a complexa tarefa de impressão das car-

tas hidrográficas e outras publicações

náuticas, representado por algumas

Máquina de Fotocartografia no Pólo Museológico, dedicado à fotografia

Posto de Vigia

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Hidromar 21

antigas peças e instrumentos de

trabalho.

A tarefa museológica jamais termi-

nará, uma vez que a defesa e salva-

guarda do património cultural constitui

uma necessidade humana, um dever de

cidadania e a contribuição para a identi-

dade própria das organizações e do País.

O património cultural é um valor vivo que

se transmite de geração em geração.

Lembrando um conceito da filosofia

clássica “nada do que aqui se passa me

é indiferente”, logo tudo o diz respeito à

vida do nosso Instituto Hidrográfico tam-

bém nos afecta.

Manter viva a memória do Instituto

Hidrográfico constitui uma tarefa que é

dever de todos nós. Esse foi o objectivo

primordial da constituição dos Pólos

Museológicos do IH e também deste

texto.

Texto de: Maria Helena Tavares Roque

e Manuel Rocha

Fotos de: José Aguiar

Correntómetro

Laboratório-portátil-química Sala de Desenho

Pólo Hidrografia

Posto de Vigia

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Hidromar22

A um canto de um pub, na Londres

do final dos anos 60 um grupo conver-

sava á volta da sua “ale”. Dois não pare-

ciam fazer parte, e um estava mesmo

completamente deslocado, quase em

silêncio, falando apenas para o outro

membro deste estranho par.

A certa altura, o que falava com os

nativos, volta-se e diz em bom português:

“Eles estão a estranhar que você não fale

inglês!”. O outro responde “Diga-lhes lá,

comandante, que eles são mais, e

nenhum fala português.”

Este par era o Comandante Germano

e o Mestre Amorim – este, membro da

Oficina dos Instrumentos de Precisão do

então jovem Instituto Hidrográfico.

Esta estranha situação tinha a ver

com a necessidade sentida em Portugal

da existência de um banco que permi-

tisse a verificação dos faróis de bordo e

de que havia notícia de que os ingleses

teriam um.

Esta a razão da viagem do Mestre da

Oficina em terras bretãs: descobrir como

faziam e trazer processo e máquina para

Portugal.

Seria esta Oficina dos Instrumentos de

Precisão alguma organização tenebrosa

ao serviço de uma força desconhecida?

Não, tratava-se simplesmente de uma

organização de poucos meios e de

indivíduos dedicados, hábeis e herdeiros

de uma escola antiga, hoje em vias de

desaparecer.

Nasce no século XV no seio da Supe-

rintendência do Depósito de Cartografia.

Aí sim, envolvida em mistério e secrecia.

Faziam-se os instrumentos de navegação

com que se navegavam os mares nunca

antes navegados: os astrolábios, quadran-

tes, balestilhas, etc,

Quase desaparece até que, em 1753,

é contratado Jacob Haas que, com seu

sobrinho João, assegura a reparação dos

equipamentos náuticos e agulhas de

marear até 1828.

A Oficcina, então chamada de “Ins-

trumentos de Matemática” muda-se da

Cordoaria para o Arsenal em 1864 sendo

os artistas que aí trabalhavam, integrados

no pessoal do Arsenal com Mestre João

Haas como seu encarregado.

É esta oficina que faz a reparação dos

instrumentos de bordo, mantém os reló-

gios e executa a manutenção das agul-

has de marear. Está integrada no

Depósito de Documentos Náuticos, outro

nome que estamos em vias de perder,

com a modernização.

Aquando da criação do Instituto de

Hidrografia a Oficina de Instrumentos foi

integrada nos seus serviços de apoio e

aí, ainda se mantém.

E da viagem do Mestre, que ficou??

E porquê de matemática?

Ficou o modelo que na altura desen-

hou, hoje espólio do nosso património

museológico e o Banco de Faróis, que

ainda usamos. E de matemática, porque

assim também eram denominados os ins-

trumentos necessários para seguir as indi-

cações para fazer navegação emitidas

pelo Cosmógrafo Mor do Reino (Pedro

Nunes é um dos mais conhecidos).

Oficcina dos instrumentos mathematicos

Como Era... dedicado ao passado

Os instrumentos de navegação são

instrumentos de medida das posições e

distâncias para que se possam realizar

os cálculos necessários á determinação

da posição em que o navio se encontra

e a rota que quer seguir, dai eles serem

os instrumentos de mathematica.

José Aguiar

Gabinete de Multimédia

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23Hidromar

No período entre os dias 5 de

Novembro e 25 de Novembro, no âmbito

da organização do Sumol Special Edition

2009, o Instituto Hidrográfico disponibili-

zou à organização deste evento dados

de previsão das condições de agitação

para a Praia Norte, na zona da Nazaré.

Estas previsões, realizadas de forma

regular pelo Instituto para a zona da

Nazaré, pretendem servir como apoio à

comunidade local, quer nas suas activi-

dades económicas, quer como apoio à

realização de actividades desportivas

realizadas na zona costeira.

Este evento, em particular, procura

condições de agitação muito específicas,

sendo vista na comunidade como um

evento de “big waves”. Tendo este facto

em consideração, foi implementado um

sistema que previsse a chegada de

ondulação com as condições necessá-

rias à realização da prova, estando no

entanto asseguradas as condições de

segurança necessárias à entrada dos

atletas na água. A consulta permanente

das medições obtidas através da estação

ondógrafo localizada na zona da Nazaré,

implementada no decorrer do projecto

MONICAN, permitiu aferir a exactidão das

previsões, bem como servir de ponto de

controlo meteorológico para a zona da

prova. Assim sendo, foi mantido um con-

tacto permanente com a organização,

através do qual foram transmitidas de

forma regular as previsões de agitação,

além de uma análise meteorológica

complementar.

Esta parceria permitiu aferir as capa-

cidades do Instituto no acompanha-

mento e previsão da evolução do estado

Instituto Hidrográfico apoia o evento Sumol Special Edition 2009

BússolaEventos Nacionais e Intternacionais

do mar, tendo sido encontrado, em

conjunto com a organização do evento,

o dia com as condições mais favoráveis

á realização da prova.

http://monican.hidrografico.pt

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24 Hidromar

Bússola

Cte. Ventura Soares acompanhado pela delegação moçambicana

(á esquerda) e angolana (à direita)pelas delegações.

Nos dias 6 e 8 de Outubro deslocou-se à Polónia o Director

Técnico do IH, CMG EH Carlos Ventura Soares, para participar

na 16ª Conferência Anual do “EUROGOOS” (Associação

Europeia de Oceanografia Operacional), de que o IH é membro.

O evento realizou-se na cidade de Sopot. Foi também aprovei-

tada esta deslocação para ser efectuada uma visita aos Servi-

ços Hidrográficos da Marinha Polaca, sitos na cidade vizinha de

Gdynia, o que ocorreu a 9 de Outubro, tendo o Cte. Ventura

Soares tido ocasião de visitar as instalações bem como um

navio hidrográfico.

Participação na 16.ª Conferência Anual doEUROGOOS e visita aos ServiçosHidrográficos da Marinha da Polónia

Cte. Ventura Soares e o Doutor Enrique Alvarez Fanjul, representante

dos Puertos del Estado (Espanha)

Cte. Ventura Soares acompanhado do sub-director dos Serviços

Hidrográficos da Marinha da Polónia, Cte Henryk Nitner

Participação na 7.ª Conferência da “SOUTHERN AFRICA AND ISLANDSHYDROGRAPHIC COMMISSION” – SAIHC

No âmbito das actividades do IH na comunidade hidrográfica

internacional e tendo em conta o estatuto de observador que

Portugal possui na “SOUTHERN AFRICA AND ISLANDS HYDRO-

GRAPHIC COMMISSION” – SAIHC, deslocou-se à Ilha da Reu-

nião (França), entre os dias 14 e 17 de Setembro, o Director

Técnico do Instituto, CMG EH Carlos Ventura Soares, a fim de

participar no seminário para “CHAIRMEN OF NATIONAL

HYDROGRAPHIC COMMITTEES” e na 7ª Conferência da SAIHC.

Por convite da organização o Cte Ventura Soares fez uma comu-

nicação no seminário acima referido intitulada “The Organization

of a National Hydrographic Office: A Portuguese Perspective”.

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25Hidromar

Bússola

Seminário de Oceanografia Operacional

O Instituto Hidrográfico, em colabora-

ção com a Embaixada da Noruega em

Lisboa, realizou no passado dia 07 de

Setembro o Seminário “The Portuguese

and Norwegian Cooperation on Opera-

tional Oceanography”, onde foram abor-

dados vários temas relacionados com a

Oceanografia Operacional.

A importância e oportunidade desta

iniciativa decorreram da percepção de

que a Oceanografia Operacional é uma

área de crescente relevância para uma

melhor caracterização do oceano. Com

efeito, os oceanos exercem uma grande

influência no ambiente global, tornando

a sua investigação fundamental para

compreender os fenómenos que neles

ocorrem. O seu conhecimento exige,

entre outros, estudos das correntes,

temperaturas e salinidades, tendencial-

mente em tempo real, constituindo

objectivos da Oceanografia Operacional,

com aplicações no âmbito científico,

ambiental e económico.

De entre as iniciativas de Oceanogra-

fia Operacional desenvolvidas pelo

Instituto Hidrográfico destaca-se o

projecto de Monitorização da zona do

canhão da Nazaré (MONICAN), com

financiamento das EEA Grants. Com este

projecto pretende-se estabelecer uma

rede de monitorização e elaborar produ-

tos oceanográficos para a zona centro

do País, para apoio a diversas actividades

económicas e à sociedade em geral,

designadamente nas áreas da energia

das ondas, turismo, prospecção offshore,

navegação comercial e de recreio, pesca,

aquacultura e preservação ambiental.

O Seminário “The Portuguese and

Norwegian Cooperation on Operational

Oceanography”, que abordou este e

outros projectos de Oceanografia Ope-

racional, contou com a presença de

S. Exa. o Secretário de Estado da

Defesa e dos Assuntos do Mar, Dr. João

Mira Gomes, da Secretária de Estado

norueguesa para os Assuntos Europeus,

Mrs. Elisabeth Walaas, e da Embaixa-

dora da Noruega em Portugal, Mrs. Inga

Magistad.”

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26 Hidromar

Tomada de posse do novo Chefe doServiço de Finanças e Contabilidade

Tomada de posse do cargo de Chefe doServiço de Infra-estruturas e Transportes

No passado dia 21 de Outubro o CTEN AN Nuno Sacchetti

Viana Machado tomou posse do cargo de Chefe do Serviço de

Finanças e Contabilidade sucedendo ao CTEN AN Veloso da

Veiga.

A cerimónia foi presidida pelo Director-geral do Instituto

Hidrográfico, Vice - Almirante José Augusto de Brito tendo assis-

tido a esta militares e civis do IH.

O Hidromar deseja ao CTEN AN Viana Machado e ao

CTEN Veloso da Veiga os maiores sucessos profissionais

e pessoais.

Preia-Mar Baixa-Mar

No passado dia 21 de Outubro o CTEN EN-MEC Gonçalo

Nuno Porto Carinhas tomou posse do cargo de Chefe do

Serviço de Infra-estruturas e Transportes.

A cerimónia realizou-se no Gabinete do Director-geral do

IH, Vice-almirante Augusto de Brito, tendo sido presidida pelo

mesmo na presença de militares e civis do IH

O Hidromar deseja ao CTEN Porto Carinhas os maiores

sucessos profissionais e pessoais.

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27Hidromar

Bem Vindo a Bordo

Funcionários públicos visitam os pólosmuseológicos do Instituto Hidrográfico

No passado dia 23 de Setembro, na

sequência da programação mensal das

actividades dos Serviços Sociais da

Administração Pública, 30 funcionários

públicos aposentados visitaram os pólos

museológicos do Instituto Hidrográfico.

D. Manuela passa à situação deaposentação

Após 42 anos ao serviço no Instituto Hidrográfico a

Assistente Operacional Maria Manuela da Silva passa á situação

de aposentação.

Durante o seu percurso profissional esteve ligada ao Serviço

de Artes Gráficas onde desempenhou as suas funções até á

data.

O Hidromar deseja-lhe as maiores felicidades na nova

etapa da sua vida.

Preia-Mar Baixa-Mar

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28 Hidromar

Estágio dos Aspirantes a Oficiais da EscolaNaval

Nos dias 14 e 16 de Dezembro, o

Instituto Hidrográfico recebeu os Aspi-

rantes a Oficiais de Administração Naval

e os Aspirantes da Classe de Marinha. O

grupo de Administração Naval passou o

dia 16 na Direcção Financeira, visitando

os diferentes serviços daquela Direcção,

enquanto que os Aspirantes da Classe

de Marinha estagiaram durante os dois

dias nas divisões técnico-científicas da

Direcção Técnica.

No âmbito do plano de estágio dos

Aspirantes foram efectuadas visitas às

divisões de Hidrografia, Oceanografia,

Navegação, Geologia Marinha e Química

e Poluição.

Bem Vindo a Bordo

Visita de estudo dos alunos da Universidade do Algarve

No passado dia 6 de Novembro, no

âmbito de uma disciplina denominada

Métodos de Observação do Oceano, do

2.º ano da licenciatura em ciências do mar

da Universidade do Algarve, um grupo de

alunos acompanhados pelo professor

Conceição Neves visitou o Instituto Hidro-

gráfico.

O objectivo da visita foi proporcionar

aos alunos uma apresentação geral das

actividades do instituto na área da Ocea-

nografia, Geologia Marinha, Química e

Poluição do Meio Marinho,e onde os

alunos puderam visitar as referidas

divisões.

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29Hidromar

Visita do Professor David Ernest Wellls

Nota: frequentaram este mestrado os seguintes oficiais: o Cte. Ramalho Marreiros, o Cte. Freitas Artilheiro, o Cte. Varela

Pais, o Cte. Pereira Manteigas, o Cte. Bessa Pacheco, o Cte. Santos de Campos, o Cte. Cordeiro de Almeida e Cte. Pinto

da Silva.

Bem Vindo a Bordo

divisões técnicas e pela Escola de

Hidrografia e Oceanografia, tendo

sido recebido pelo Director da Escola,

CFR Ramalho Marreiros, e tomado

contacto com as instalações, as

actividades, as acções de formação e

os cursos aplicados neste estabeleci-

mento de ensino.

No passado dia 11 de Dezembro

o Instituto Hidrográfico recebeu a

visita do Professor David Ernest Wellls,

supervisor dos oficiais que frequenta-

ram o mestrado em Geodesy and

Geomatics Engineering na Universi-

dade de New Brunswick, em Frederic-

ton, Canadá.

O professor David Wells assistiu no

Auditório a uma apresentação sobre

o IH e as actividades técnico-científicas

efectuadas pelo CFR Freitas Artilheiro,

passando posteriormente pelas

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30 Hidromar

Bem Vindo a Bordo

Visita do Curso de Promoção a OficialSuperior 2009-2010

Visita do Curso de Aperfeiçoamento deAutoridade Marítima

No passado dia 4 de Dezembro, 30

alunos do Curso de Promoção a Oficial

Superior 2009-2010, acompanhados pelo

Director de Curso, CMG Passos Ramos

visitaram o Instituto Hidrográfico (IH).

No âmbito do plano de estudos deste

curso, os alunos assistiram, no Auditório,

à projecção do videograma e a uma

apresentação sobre as actividades do IH.

De seguida, os alunos visitaram as

divisões técnicas passando posterior-

mente na Biblioteca para a assinatura do

livro de visitas.

No passado dia 28 de Outubro o

Instituto Hidrográfico recebeu os forman-

dos do Curso de Aperfeiçoamento de

Autoridade Marítima.

O programa da visita incluiu uma

apresentação no Auditório sobre as

actividades técnico-científicas do IH e

uma passagem pelas divisões técnicas.

No fim da visita os formandos passa-

ram na Biblioteca para a assinatura do

livro de visitas.

Assinatura do Livro de visitas na Biblioteca

Visita do curso à divisão de Hidrografia

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31Hidromar

Bem Vindo a Bordo

Visita da Delegação Moçambicana ao IH20.ª Reunião da Comissão Coordenadora da Cooperação com Moçambique

No passado dia 19 de Novembro, por

ocasião da 20.ª Reunião da Comissão

Coordenadora do Acordo entre a Repú-

blica de Moçambique e a República Portu-

guesa nos domínios do desenvolvimento

marítimo, hidrografia, cartografia náutica,

segurança e ajudas à navegação e ocea-

nografia realizou-se a visita da Delegação

Moçambicana ao IH.

No dia 20 de Novembro a Delegação

Moçambicana visitou as Instalações Navais

da Azinheira onde puderam assistir a uma

apresentação das actividades do Instituto

Hidrográfico pelo Director Técnico, CMG

Ventura Soares, e outra sobre as activida-

des das Brigadas Hidrográficas feita pelo

CTEN Reis Arenga.

A Delegação Moçambicana, composta

pelo Dr. Augusto Jessenao Bata, Director

Geral, o Dr. Humberto Raul Mutevuie,

Chefe do Departamento de Hidrografia e o

Dr. Herminio Manuel Cavango, Relações

Internacionais, passaram posteriormente

pelas Instalações das Brigadas Hidrográ-

ficas, pelo pavilhão das embarcações, pelo

paiol da Geologia Marinha e pelo Labora-

tório de Calibração.

Ainda de manhã a Delegação visitou o

Instituto Hidrográfico, em Lisboa, tendo

passado pela Loja do Navegante e pela

Escola de Hidrografia e Oceanografia,

onde assistiram a uma apresentação da

Escola feita pelo Director Técnico-pedagó-

gico, CFR Ramalho Marreiros.

Após a visita às divisões técnico-cien-

tíficas a comitiva almoçou no Instituto

Hidrográfico a convite do Director-Geral do

Instituto Hidrográfico, VALM Augusto de

Brito. A seguir ao almoço, a Delegação

Moçambicana passou pelo Gabinete do

Director-geral onde foi assinado o livro de

Honra pelo Director-geral do Instituto de

Hidrografia e Navegação de Moçambique.

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