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- 1 - AECO DRHIMA/POLI COPPE - UFRJ LRF Premissas e Fundamentos para Despoluição de Lagoas e Baías Casos das lagoas Rodrigo de Freitas e Barra da Tijuca Objetivos: Discutir as premissas e fundamentos para programas de despoluição de baías e lagoas. Enfocar os problemas e soluções possíveis para as lagoas Rodrigo de Freitas e da Barra da Tijuca nas premissas e fundamentos. Paulo Cesar Colonna Rosman Área de Engenharia Costeira e Oceanográfic Depart. Recursos Hídricos e Meio Ambiente Escola Politécnica & COPPE/PEnO UFRJ

Papel da Engenharia Costeira e Oceanográfica nas Intervenções … · PPT file · Web view2015-06-29 · Papel da Engenharia Costeira e Oceanográfica nas Intervenções Litorâneas

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Papel da Engenharia Costeira e Oceanogrfica nas Intervenes Litorneas

LRF

Premissas e Fundamentos paraDespoluio de Lagoas e BaasCasos das lagoas Rodrigo de Freitas e Barra da Tijuca

Objetivos:

Discutir as premissas e fundamentos para programas de despoluio de baas e lagoas.

Enfocar os problemas e solues possveis para as lagoas Rodrigo de Freitas e da Barra da Tijuca nas premissas e fundamentos.

Paulo Cesar Colonna Rosman

rea de Engenharia Costeira e Oceanogrfica

Depart. Recursos Hdricos e Meio Ambiente

Escola Politcnica & COPPE/PEnO

UFRJ

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LRF

Premissas e Fundamentos paraDespoluio de Lagoas e Baas

Premissas:

A poluio sempre resulta de desequilbrio no Balano de Estoque de constituintes, conforme o Princpio da Conservao discutido a seguir.

Usualmente, a poluio em baas e lagoas o efeito colateral da realidade social, econmica e ambiental de seu entorno - especialmente Baia de Guanabara, Sepetiba e lagoas da Barra, o caso da LRF diferente.

Para despoluio, imprescindvel a efetiva participao da sociedade, exercendo sua cidadania com direitos e deveres. Entre os deveres, est cuidar da qualidade ambiental. (Exemplo BG: as notrias carncias urbanas e precrias condies socioeconmica de milhes de residentes na bacia contribuinte BG impedem efetiva participao. De fato, tais condies obrigam a maioria desta populao a ter como foco da vida a sobrevivncia pessoal e de suas famlias, impedindo que a qualidade de vida, e consequentemente qualidade ambiental, sejam devidamente consideradas.)

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Premissas e Fundamentos paraDespoluio de Lagoas e Baas

Fundamentos:

Fundamento Principal: programas de despoluio devem se voltar primordialmente para aes estruturantes que promovam o desenvolvimento socioeconmico de comunidades carentes na bacia contribuinte s baas e lagoas. Foca-se a raiz dos problemas no os efeitos colaterais.

Fundamento Operacional: as aes operacionais para despoluio devem seguir a lgica do Princpio de Conservao para um sistema aberto, que se traduz na equao de balano de estoque uma grandeza:

A taxa temporal de variao do estoque de uma grandeza em um volume de controle igual taxa de depsitos vindos de fora, menos a taxa de saques para fora, mais a taxa resultante dos processos de produo e consumo da grandeza no interior do volume.

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Premissas e Fundamentos paraDespoluio de Lagoas e Baas

Fundamento Operacional - comentrios:

Pela lgica da equao, se h estoque excessivo de nutrientes, matria orgnica ou lixo flutuante, em um dado volume de controle, por exemplo a BG, a nica maneira de diminu-lo fazer com que o valor {saques + consumo interno} seja maior que o valor {depsitos + produo interna}.

Em perodos de at um ano, os processos internos de produo e consumo tendem a se equilibrar e, por isso, mais reciclam do que alteram o estoque existente. Por exemplo, no ciclo da vida ocorre consumo de nutrientes disponveis na gua quando h nascimento e crescimento de biomassa. Porm, a quase totalidade dos nutrientes consumidos devolvida para a massa de gua via excreo, morte e decomposio da biomassa. Assim, para reduzir de modo mais efetivo o estoque de uma grandeza, a taxa de saques tem que ser maior que a taxa de depsitos.

Um engano comum est em supor que os depsitos de origem antrpica sejam sempre a principal causa dos problemas de qualidade de gua em sistemas naturais muito eutrofizados, como lagoas e baas do Rio de Janeiro, e que tudo se resolva apenas minimizando tais depsitos. Tal suposio advm da no observncia do Princpio da Conservao. Se h estoque excessivo, caso no haja saques suficientes, o fato de se minimizar os depsitos pode apenas diminuir a taxa de crescimento do estoque, sem diminu-lo efetivamente. No h como diminuir o estoque se no houver mais saques do que depsitos.

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Premissas e Fundamentos paraDespoluio de Lagoas e Baas

Fundamento Operacional - exemplos:

Lagoa Rodrigo de Freitas: levando-se em conta obras e melhorias no sistema de drenagem urbana, redes de esgoto e elevatrias, alm da construo de cinturo ao redor da lagoa para captura em tempo seco de escoamentos de redes pluviais, que ainda recebem ligaes clandestinas de esgotos; alm de outras intervenes pontuais desde os anos 70, pode-se supor que o que poderia ser feito para minimizar depsitos de origem antrpica, na prtica, j foi feito. Entretanto, os maiores depsitos de nutrientes e cargas orgnicas na lagoa decorrem dos afluxos trazidos por chuvas fortes. Como a LRF o ponto mais baixo da bacia hidrogrfica e, como as guas fluem de partes mais altas para as partes mais baixas , natural que a LRF receba enormes afluxos carreando toda sorte de substncias dissolvidas e arrastadas pelas chuvas de maior porte. Como a minimizao possvel dos depsitos j foi feita, a nica forma de reduzir os estoques de nutrientes seria criar mecanismos para aumentar os saques, ou a retirada de nutrientes.

Baa de Guanabara: o caso da BG o exato oposto do caso da LRF. Na BG no h como aumentar a taxa de saques de nutrientes. Tais saques so realizados pelos afluxos e efluxos das mars. No possvel incrementar a renovao de gua, exceto pontualmente como o Canal do Fundo, pois invivel aumentar a boca da baa e impossvel aumentar as amplitudes das mars. Como aumentar os saques impossvel, no caso da BG, todas as aes devem estar focadas na minimizao dos depsitos e h muito a se fazer nesta questo.

Sistema lagunar de Jacarepagu: neste caso h muito a se fazer tanto pelo lado da redu-o dos depsitos quanto pelo lado do aumento dos saques.

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Principais problemas na bacia da Lagoa Rodrigo de Freitas

Principais problemas:

Inundao das margens

Qualidade de guas

Eroso das praias do Leblon e do Arpoador

Assoreamento nos canais do Jardim de Alah e Visconde de Albuquerque

Perda das caractersticas de sistema lagunar

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A Lagoa antes do Canal do Jardim de Alah

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A Lagoa antes do Canal do Jardim de Alah

Mapa da Lagoa atual, com ~2.300.000 m2, sob mapa delineado da Lagoa em 1870, ento com ~3.800.000 m2, (Baro de Teff). Sombreado mostra reas aterradas, cuja maior parte era de alagadios, s cobertos por gua quando o nvel da Lagoa ficava bem acima do nvel mdio do mar.

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Resumo de proposies para LRF - COPPE

Solues integradas para o Sistema Praia-Canal-Lagoa

Modificar Canal do Jardim de Alah.

Alternativas para embocadura com mar:

Proposio de 1992 Guia-correntes Detalhada em 2000/2001 (LNEC)

Proposio de 2001 Dutos afogados Detalhada em 2009/2010 (COPPE)

Modificar Embocadura do Canal da Visconde de Albuquerque.

Recuperar estoque de areia da praia Arpoador-Ipanema-Leblon.

Recuperar espaos aquticos na orla da LRF assoreados.

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Exemplo de resultados para LRF - COPPE

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Nveis d'gua na Lagoa Medidos de 1913 a 1917

(regime de cheias)

-0.2

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

1.2

1.4

1.6

19131914191519161917

Tempo

Nvel d'gua (m)

NA-LagoaNvel Mdio do Mar

0 = Datum Imbituba (IBGE)

0 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 33 36 39 42 45

Tempo (dias)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

T

a

x

a

d

e

R

e

n

o

v

a

o

Renovao de guas na LRF

4 Dutos: 2,60m e A

H

= 21,2 m

Estaes na LRF

Lagoa-NE

Lagoa-SE

Lagoa-NW

Lagoa-SW

Lagoa-Centro

T

20

T

50

T

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