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MISTÉRIOS DA REVELAÇÃO
Pe. Paulo Cesar Gil
MISTÉRIOS DA REVELAÇÃOTerço bíblico
© PAULUS – 2021
Rua Francisco Cruz, 229 • 04117-091 – São Paulo (Brasil)Tel.: (11) 5087-3700paulus.com.br • [email protected]
ISBN 978-65-5562-249-2
Todos os direitos reservados pela Paulus Editora. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecâ-nicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.
Direção editorial: Pe. Sílvio RibasCoordenação de revisão: Tiago José Risi LemePreparação do original: André Tadashi OdashimaCoordenação de arte: Rodrigo Moura de OliveiraCapa e diagramação: Karine Pereira dos SantosImpressão e acabamento: PAULUS
Seja um leitor preferencial PAULUS.Cadastre-se e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas promoções: paulus.com.br/cadastroTelevendas: (11) 3789-4000 / 0800 016 40 11
1ª edição, 2021
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Apresentação
No ano em que a Igreja no Brasil se volta com atenção maior ao pilar da Pala-vra, como condição para as comunidades eclesiais missionárias (DGAE 2019-2023, n. 88-92), alegra-me apresentar o trabalho do Pe. Paulo Cesar Gil: Mistérios da revela-ção: terço bíblico.
O rosário – ou, como costumamos di-zer, o terço – faz parte de nossa mais rica e significativa tradição. O povo de Deus encontra, nele, paz, força, esperança e con-solação. Sabendo-se amado e redimido, eleva ao bom Deus suas súplicas e ações de graças. Se, portanto, rezar o rosário sempre aquece os corações, mais ainda o faz quan-do, na sua recitação, a Palavra de Deus é lida, explicada, acolhida e transmitida.
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É verdade que, nos mistérios do ro-sário, a Palavra de Deus já se encontra presente. Vivemos, porém, um tempo em que, na ação evangelizadora, é necessário – incansável, oportuna e inoportunamente (2Tm 4,2) – apresentar a Palavra de Deus. Marcado por tantos desafios, nosso tempo nos convoca a “recomeçar a partir de Jesus Cristo, sem dar coisa alguma por descon-tada” (DAp, 549). Este é um tempo de empenho missionário, no testemunho e, também, no anúncio (DGAE 2019-2023, n. 11.20).
Desejo, pois, que este trabalho de li-gação entre a Palavra de Deus e a piedade popular ajude a Igreja no Brasil a concreti-zar seu compromisso missionário. Que ele seja utilizado nas celebrações que ocorrem nas ruas, nas casas e nos mais diversos am-bientes. Que anime pequenos grupos nas localidades e nos ambientes, fortalecendo as comunidades eclesiais missionárias em
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suas variadas formas, iluminando o enfren-tamento das angústias e contribuindo para a ação de graças.
Que Deus abençoe Pe. Paulo Gil e todos que se aproximarem da Palavra de Deus e da oração, por meio do trabalho com que ele nos presenteou.
Brasília, 26 de fevereiro de 2020
D. Joel Portella AmadoBispo auxiliar de S. Sebastião do Rio de Janeiro
Secretário-geral da CNBB
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“Toda Escritura é inspirada por Deus e é útil para ensinar,
para argumentar, para corrigir, para educar conforme a justiça. Assim, a pessoa que é de Deus
estará capacitada e bem preparada para toda boa obra.”
(2Tm 3,16-17)
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1Muitos livros no Livro sagrado
São 73 livros dentro de um único li-vro, uma coleção de livros considerados divinamente inspirados por Deus para as três grandes religiões monoteístas (judaís-mo, cristianismo, islamismo), conhecidas como religiões do Livro – “Escrituras Sa-gradas” ou “Palavra de Deus”.
Os livros canônicos, para a Igreja ca-tólica, são, ao todo 73, sendo 46 no Pri-meiro Testamento (AT) e 27 no Segundo Testamento (NT). As Igrejas cristãs não católicas consideram que sete livros não foram inspirados por Deus. São chamados de deuterocanônicos (livros do segundo Cânon): Tobias, Judite, I Macabeus, II Ma-cabeus, Sabedoria, Eclesiástico e Baruc,
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bem como alguns trechos de livros proto-canônicos (livros do primeiro Cânon): Es-ter (10,4-16) e Daniel (13–14).
A Escritura Sagrada é o resultado da experiência religiosa do povo de Israel, mas os registros nos falam de muitos ele-mentos relacionados ao campo social, po-lítico e econômico ao longo de um grande período histórico. Além da narrativa da criação do universo, a Bíblia relata a his-tória dos patriarcas, desde cerca de 1800 antes de Cristo até o primeiro século de-pois de Cristo. Trata-se de uma história de grandes batalhas entre povos e nações, mas também de luta interior para a conversão e seguimento do Deus único e verdadeiro, que revela a plenitude de sua promessa em Jesus de Nazaré.
As histórias bíblicas são contadas em diferentes gêneros literários para facilitar a compreensão do texto da Palavra de Deus. Destacam-se:
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• Gênero jurídico• Narrativas – tipos: epopeia, épica,
tragédia e romance• Poesia• Gênero sapiencial• Gênero profético • Evangelhos• Epístolas• Genealogias• Hinos e cânticos• Gênero apocalíptico
Todos os escritos sagrados, comunica-ção divina em linguagem humana, são, ver-dadeiramente, a Palavra de Deus; por isso,
os fiéis devem receber com devoção es-tes livros que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se encontram subli-mes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida hu-mana, bem como admiráveis tesouros de
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preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação (DV, 15).
[...] graça da parte do Senhor (cf. Lc 4,18-19) (CNBB, Doc. 100, 71).
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PENTATEUCO LIVROS HISTÓRICOS
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2O terço e a Bíblia
Inicialmente, é bom lembrar que as orações que rezamos no terço são, funda-mentalmente, bíblicas. Elas nos colocam em comunhão com o nosso Deus, nos ajudam a entender de que forma o misté-rio da revelação, como Palavra viva, se de-senrolou, em cada livro, revelando-nos a vontade divina: “Ele nos fez conhecer o mistério de sua vontade, segundo o desíg-nio benevolente que formou desde sempre em Cristo” (Ef 1,9). A Palavra que revela o plano de Deus não são meras palavras, mas “Palavra da verdade, a Boa-nova da salva-ção” (Ef 1,13). Toda palavra que recitamos no terço é conteúdo do “diálogo que Deus quer estender a nós, convidando-nos, con-tinuamente, a entrar em comunhão com ele” (CNBB, 97, 9).