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Mito do Andrógino e as Almas Gêmeas (Banquete do Aristóteles) No fundo de nossas almas todos nós nutrimos a fantasia de que em algum lugar deste pequeno planeta alguém está esperando, olhando para o mesmo céu e sem saber que a gente eiste, pensa em nós!!! e dese"a estar ao nosso lado!!!! #ssa pessoa nossa outra metade! A nossa alma gêmea! $uem é este %&utro% que de'eria nos completar # por que, apesar dos nossos esforos, parece t*o dif+cil encontralo! -or que a sensa*o de que ele ou ela está sempre um pouco adiante, mais longe e mais longe!!! sempre t*o distante de nós! .e a 'ida é a arte do encontro, como di/em os poetas, por que eiste tanto desencontro pela 'ida! & que será que nós esperamos deste encontro A "ulgar pelo que di/em os mitos, as lendas, as can0es, os poemas e as not+cias de "ornal, nós queremos tudo! Nada menos do que a plenitude, que o %êtase%, este sentimento de pra/er ou encantamento di'ino, necessário para que nos sintamos completos, onde n*o admitimos nem sequer uma migalha faltando, para nos sentirmos completos, inteiros e "usti1cados!!! Na obra o 2anquete, do 1lósofo grego -lat*o encontramos o Mito do Andrógino! N*o entenda mito como mentira, fábula ou conto de fadas! &s mitos s*o histórias nascidas da alma coleti'a dos seres humanos ( segundo 3ung s*o Arquétipos)! 4ntui0es profundas da mente inconsciente transformadas pela magia das pala'ras em contos, lendas e mitos! & andrógino, mais do que ser um e outro, homem (andros) e mulher (g5nos), como a maioria em geral pensa, é um só ser!

Mito Do Andrógino e as Almas Gêmeas

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7/25/2019 Mito Do Andrógino e as Almas Gêmeas

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Mito do Andrógino e as Almas Gêmeas

(Banquete do Aristóteles)

No fundo de nossas almas todos nós nutrimos a fantasia de que em algumlugar deste pequeno planeta alguém está esperando, olhando para omesmo céu e sem saber que a gente eiste, pensa em nós!!! e dese"a estarao nosso lado!!!!

#ssa pessoa nossa outra metade! A nossa alma gêmea!

$uem é este %&utro% que de'eria nos completar

# por que, apesar dos nossos esforos, parece t*o dif+cil encontralo! -or quea sensa*o de que ele ou ela está sempre um pouco adiante, mais longe emais longe!!! sempre t*o distante de nós!

.e a 'ida é a arte do encontro, como di/em os poetas, por que eiste tantodesencontro pela 'ida!

& que será que nós esperamos deste encontro A "ulgar pelo que di/em osmitos, as lendas, as can0es, os poemas e as not+cias de "ornal, nósqueremos tudo!

Nada menos do que a plenitude, que o %êtase%, este sentimento de pra/erou encantamento di'ino, necessário para que nos sintamos completos, onden*o admitimos nem sequer uma migalha faltando, para nos sentirmoscompletos, inteiros e "usti1cados!!!

Na obra o 2anquete, do 1lósofo grego -lat*o encontramos o Mito do

Andrógino!

N*o entenda mito como mentira, fábula ou conto de fadas! &s mitos s*ohistórias nascidas da alma coleti'a dos seres humanos ( segundo 3ung s*oArquétipos)! 4ntui0es profundas da mente inconsciente transformadas pelamagia das pala'ras em contos, lendas e mitos!

& andrógino, mais do que ser um e outro, homem (andros) e mulher(g5nos), como a maioria em geral pensa, é um só ser!

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Andrógino é o ser quase perfeito porque, assim como os deuses, ele contémem si mesmo todas as oposi0es, ele se basta a si mesmo, é completo efecundo, dá a lu/ a si próprio! #m muitas mitologias, assim como na 2+blia oprimeiro homem era um ser andrógino!

No in+cio, a raa dos homens n*o era como ho"e, era diferente, n*o ha'iamapenas dois seos! .egundo o li'ro %& 2anquete%, de -lat*o, eistiam trêscriaturas m+ticas protohumanas!

No li'ro, o comediógrafo Aristófanes descre'e como ha'eriam surgido osdiferentes seos!

6a'ia antes três seres7 Andros, G5nos e Androg5nos, sendo Andros umaentidade masculina composta de oito membros e duas cabeas, ambasmasculinas, G5nos entidade feminina mas com caracter+sticas semelhantes,e Androg5nos composto por metade masculina, metade feminina!

& NA.84M#N9& :&. AN:;<G4N&.

A Mitologia Grega conta que =eus declarou guerra ao seu pai 8ronos e aos

demais 9it*s com a a"uda de Gaia! # durante cem anos nenhum dos doislados chega'a ao triunfo! Gaia foi até =eus e prometeu que ele 'enceria ese tornaria rei do uni'erso se descesse ao 9ártaro e libertasse os 8iclopes eos 6ecat>nquiros 1lhos de Gaia!

&u'indo os conselhos de Gaia, =eus 'enceu 8ronos, com a a"uda dos 1lhoslibertos da 9erra e se tornou o no'o soberano do ?ni'erso! 9oda'ia, =eusreali/ou um acordo com os 6ecat>nquiros para que estes 'igiassem os

 9it*s, que =eus 'oltou a aprisionar no fundo do 9ártaro! Gaia ent*o se

re'oltou com a trai*o de =eus e lanou m*o de todas as suas armas paradestronalo!

8omo 'ingana ela pariu incontá'eis Andróginos, seres com quatro pernas equatro braos que se liga'am por meio da coluna 'ertebral terminado emduas cabeas, além de possuir os órg*os genitais femininos e masculinos!

#ssa criatura primordial era redonda7 suas costas e seus lados forma'amum c+rculo e ela possu+a quatro m*os, quatro pés e duas cabeas com duas

faces eatamente iguais, cada uma olhando numa dire*o, pousada num

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pescoo redondo! A criatura podia andar ereta, como os seres humanosfa/em, para frente e para trás!

Mas podia também rolar sobre seus quatro braos e quatro pernas, cobrindograndes dist@ncias, 'elo/es como um raio de lu/! #ram redondos porque

redondos eram seus pais7 o homem era 1lho do .ol! A mulher, da 9erra! # opar, um 1lhote da ua!

&s Andróginos surgiam do ch*o em todos os quadrantes da 9erra, sua foraera etraordinária e seu poder imenso! # isso tornouos ambiciosos,le'andoos a desa1ar os :euses e a escalar o Monte &limpo com a inten*ode destronar =eus e destruir os :euses!

;eunidos no conselho celeste, =eus aconselhado por 9êmis, decidiu que elee os demais :euses de'eriam acertar os Andróginos na coluna, de modo adi'idilos eatamente ao meio, para que se tornassem menos poderosos,sem precisar aniquilalos!

-ois aniquilar as criaturas signi1caria 1car sem os sacrif+cios, ashomenagens e a adora*o! Mas insolência das criaturas era totalmenteinadmiss+'el, e por isso de'eriam ser castigadas!

-ortanto o Grande =eus decidiu deialos 'i'er, mas di'ididos para tornalosmais humildes e fracos e assim diminuir seu orgulho fa/endoos andar sobreduas pernas, diminuindo sua fora e poder, com a 'antagem de aumentarseu nBmero! A medida que as criaturas eram cortadas em dois!

Apolo ia 'irando suas cabeas, para que pudessem contemplar eternamentesua parte amputada, como uma li*o de humildade! Apolo também curousuas feridas, deu forma ao seu tronco e moldou sua barriga, "untando a pele

que sobra'a no centro formando o umbigo, para que eles lembrassem doque ha'iam sido um dia!

.eccionado Andros, originaramse dois homens, que apesar de terem seuscorpos agora separados, tinham suas almas ligadas, por isso ainda eramatra+dos um pelo o outro! & mesmo ocorrendo com os outros dois seresG5nos e Androg5nos! Andros deu origem aos homens homosseuais, G5nosCs lésbicas e Androg5nos aos heterosseuais!

.egundo Aristófanes, seriam ent*o di'idos aos teros os heterosseuais ehomosseuais, homem, mulher e a uni*o dos dois!

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# foi a+ que as criaturas comearam a morrer! Morriam de fome e dedesespero! Abraa'amse e deia'amse 1car assim até a morte! # quandouma das partes morria, a outra 1ca'a C deri'a, procurando, procurando!!!até

morrer também!

=eus 1cou preocupado com o destino das criaturas, pois se isso continuasseelas acabariam por se etinguir, ent*o aconselhado por 9êmis, ele ordenoua Apolo que 'irasse as partes reprodutoras dos seres para a sua no'a frente,para que atra'és do ato seual pudessem estar no'amente unidos aindaque por alguns momentos! .e antes, eles copula'am com a terra de agoraem diante, se reprodu/iriam entre eles, um homem numa mulher! Numabrao, assim a raa n*o morreria e os :euses continuariam a ser adoradose re'erenciados!

As criaturas poderiam continuar 'i'endo e com o tempo eles esqueceriam oocorrido e apenas perceberiam seu dese"o por sua outra parte! ?m dese"o

 "amais inteiramente saciado no ato de amar, porque mesmo derretendoseno outro pelo espao de um instante, a alma saberia, ainda que n*oconseguisse eplicar, que seu anseio "amais seria completamente satisfeito!# a saudade da uni*o perfeita renasceria, nem bem os Bltimos gemidos doamor se etinguissem!

# esta é a nossa história!

:e como um dia fomos um todo, inteiros e plenos! 9*o poderosos queeramos temidos pelos :euses! D a história também de como um dia,partidos ao meio, 'iramos dois e aprendemos a sentir saudades! # é a ra/*odessa busca sem 1m do abrao que nos fará sentir de no'o e uma 'e/ mais,ainda que só por alguns momentos, a emo*o da plenitude que um dia, hámuito tempo, perdemos!

4sto pode ser a causa do porque entre chineses e os hindus, tenhamEorescido rituais, técnicas e 1loso1as, cu"o ob"eti'o era transformar aenergia nascida deste abrao, em energia espiritual, e fa/er do seo o umcaminho para alcanar o di'ino! Fa/endo do ato amoroso algo que de fatopudesse preencher o 'a/io de que somos feitos! Alguma coisa forte obastante, para nos alar de no'o no caminho até o alto da montanha dos:euses!