Mitos Econômicos e Sustentabilidade..docx

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Mitos Relacionados ao Desenvolvimento Sustentvel

Alfred North Whitehead (1985, p.5), em seu livro A Funo da Razo, comenta: as formas mais elevadas de vida esto ativamente empenhadas em modificar o seu meio ambiente. No caso da espcie humana esse ataque efetivo ao meio ambiente o fato mais notvel de sua existncia.

Tal ataque se desdobra em trs etapas: (i) viver (garantir nossa sobrevivncia obrigao de todo organismo vivo); (ii) viver bem (dispor do melhor ambiente possvel; ningum sobrevive no prprio lixo); e (iii) viver melhor (conquistar novos patamares de qualidade de vida, um fenmeno cultural; aprimorar-se; progredir, prosperar).

Cabe aqui ento o fecho de Whitehead: A funo primordial da razo direcionar o ataque ao meio ambiente.

A Cincia, a linha de conhecimento maior da sociedade. A economia-cincia tradicional, usualmente comumente desconsidera quaisquer conexes que possam existir entre o sistema ecolgico e as atividades de produzir e consumir, cerne de qualquer sistema econmico.

Eis o modelo econmico tradicional:

Os fundadores da cincia econmica tinham como nica aspirao enquadr-la nos parmetros da mecnica newtoniana. Na fsica, a mecnica conhece apenas locomoo, e esta, alm de reversvel, no contempla mudana de qualidade, o contrrio do que acontece na natureza, em que prevalecem fenmenos irreversveis.

Mitos associados a viso reducionista, baseada apenas na eficincia econmica.

1. O mito da tecnologia ser capaz de, por si s, eliminar a existncia da fome e da pobreza (questo maior no produo, mas distribuio, e essa essencialmente poltica).Estudo revela que uma em cada seis crianas norte-americanas menores de cinco anos passa fome e insegurana alimentar.http://www.pco.org.br/internacional/fome-nos-eua-doze-milhoes-de-criancas-a-beira-da-morte/iaea,i.html

2. O mito de que as organizaes econmicas no-cooperativas so mais eficientes economicamente que as cooperadas.As cooperativas so organizaes com personalidade jurdica prpria, regidas por lei especfica (Lei N 5.764, de 16 de dezembro de 1971) e que tem por fim satisfazer as necessidades individuais dos cooperados, proporcionando uma melhoria econmica e social atravs da prestao de servios, sem necessariamente visar lucro.

Importante destacar, que em pases como o Canad, por exemplo, o percentual de cooperados em relao populao adulta de aproximadamente 80%, infinitamente superior em relao realidade brasileira. O pas possui o 11 maior PIB e 7 renda per capita do mundo e ndice de Gini em 0,337 (2010). O Canad integra o G8, grupo dos pases mais ricos do mundo.

O conceito de eficincia e eficcia em cooperativas est relacionado com a capacidade de associao entre economia e democracia, para que haja um desenvolvimento integral e contnuo, sendo algo possvel de ser efetuado, haja vista as experincias de organizaes que adotaram este tipo de gesto tanto em pases desenvolvidos como em desenvolvimento.

Eis o mapa do cooperativismo no Estado do Paran:

RamoCooperativasCooperadosEmpregados

Agropecurio77135.72661.114

Consumo11.92920

Crdito62815.8245.999

Educacional131.333126

Habitacional18521

Infraestrutura98.303262

Sade3313.3454.631

Trabalho84.25442

Transporte252.660201

Turismo e lazer23775

Total2311.000.00072.421

Fonte: Sistema Ocepar - abril/2014

A prtica do cooperativismo embasada no conceito de AMSC (Appropriate Management System for Agricultural Co-operation) da FAO, cuja elaborao visa o desenvolvimento de recursos humanos dentro de cinco diretrizes fundamentais, para que as cooperativas possam ter uma boa performance no mercado, as quais so: ampla participao dos produtores rurais nas decises; administrao profissional da cooperativa; integrao com a rede de insumos, de industrializao e comercializao; diversificao da produo e capacitao dos associados.

3. O mito da adoo de prticas sustentveis ser mais custoso sociedade.Durante muito tempo se acreditou que sustentabilidade custa caro, ou que sustentabilidade para grandes empresas, tal viso anacrnica traz o risco das microempresas perderem competitividade frente a concorrentes que venham preparados para atender s demandas dos mercados por uma produo mais limpa e socialmente justa. H diversos ganhos em trabalhar dentro de princpios de sustentabilidade: - Economia de matrias-primas (exemplo: gua).- Economia de energia.- Utilizao de processos de produo sustentveis ou no descarte adequado de resduos.- Confiana e fidelidade dos clientes por a empresa priorizar uma relao tica com seus consumidores e fornecedores, como tambm fazer uso da publicidade no apenas para vender seus produtos e servios, mas tambm para reforar boas prticas e cidadania.

Jonh Elkington (autor do excelente livro sobre sustentabilidade empresarial: Canibais com Garfo e Faca) afirma:O lucro no deve ser o principal objetivo de uma empresa. O lucro apenas uma parte essencial para que a empresa busque sempre cumprir a sua misso. Essa misso deve ser o objetivo principal da empresa.

3. O mito das prticas de desenvolvimento sustentvel trazerem recesso econmica.Segundo o rgo de pesquisa ambiental Environmental Performance Index (EPI) eis os 10 pases mais sustentveis do planeta:1. Sua (76.69 pontos).2. Letnia (70.37 pontos.3. Noruega (69.92 pontos).4. Luxemburgo (69.2 pontos.5. Costa Rica (69.03 pontos).6. Frana (69.03 pontos).7. ustria (68.92 pontos).8. Itlia (68.9 pontos).9. Reino Unido (68.82).10. - Sucia (68.82 pontos).

Costa Rica: assim como a Noruega, o governo desse pas tambm adotou a meta de tornar a regio carbono neutra at 2021. Alm disso, a nao tambm tem projetos de reflorestamento. Taxa de crescimento do PIB: 4,4% (2011), 4,8% (2012) e 3,5% (2013).Atualmente, mais de 25% do pas consiste de rea protegida. O pas investiu pesadamente em energia hidroeltrica, elica e geotrmica, e atualmente obtm mais de 95% da sua energia dessas fontes renovveis. Em 1985, a energia hidroeltrica representava 50%, e os 50% restantes eram obtidos a partir de usinas termoeltricas movidas a derivados de petrleo. E o mais interessante que a Costa Rica descobriu o seu prprio petrleo h cinco anos, mas decidiu proibir a explorao - de forma a no poluir as suas polticas nem o seu meio ambiente! Que outro pas probe a explorao de petrleo?

4. O mito de que um mundo sustentvel ser necessariamente homogneo (equipes diversas criam solues sempre distintas umas das outras). A diversidade uma fora relacionada soluo de problemas.A sustentabilidade um conceito fundamentado em atributos de virtudes comportamentais. Virtudes essas compreendidas e estabelecidas sobre valores universais adaptados e influenciados pela cultura local de cada comunidade e modelo social.

5. O mito de ser fcil praticar efetivas aes sustentveis.Reciclar, reduzir e reutilizar no so mais modismos e sim uma necessidade. A exigncia por parte dos consumidores e produtores, em adquirir produtos que em seus ciclos de vidas causem um mnimo de impacto adverso ao meio ambiente vem crescendo. Os selos verdes, os produtos certificados , dentre outros nunca estiveram to em alta. Nota-se uma maior preocupao em adquirir produtos sustentveis, no por modismo em si e sim por conscincia sustentvel, assim, difcil ou no, pensar na sustentabilidade obrigao para qualquer empresa, associao e/ou instituio poltica.

A teoria do Fator C:Como uma empresa comunitria e/ou solidria, com poucos recursos, materiais, baixa tecnologia, pode produzir um efeito positivo nas organizaes?Fator C: Companheirismo, cooperao, comunidade, compartilhar, comunho, coletividade, carisma, colaborao, comprometimento, cogesto, confiana.- Quando os trabalhadores cooperam um com o outro, e h um aumento do compromisso, da responsabilidade e da dedicao.- Nas questes tecnolgicas, ocorre maior integrao entre as pessoas, gerando mais inovaes e o aumento da criatividade. - Na gesto, ocorre maior participao, influindo em decises mais acertadas, e maior cuidado com os equipamentos e bens materiais.- Tambm o uso solidrio do dinheiro resulta no seu no desperdcio.

Empreendimentos Sustentveis

Empreendedorismo a criao de valor por pessoas e organizaes trabalhando juntas para implementar uma idia por meio da aplicao de criatividade, capacidade de transformao e o desejo de tomar aquilo que comumente se chamaria de risco (Eduardo Bom Angelo).

A inovao est no cerne da motivao empreendera, e essa a principal causa da mudana econmica.Schumpeter props uma relao de vrios tipos de inovaes:- Introduo de um novo produto ou mudana qualitativa em produto existente;- inovao de processo que seja novidade para uma indstria;- abertura de um novo mercado; - desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matria-prima ou outros insumos;- mudanas na organizao industrial.

Um novo dispositivo tecnolgico traz alguma vantagem para o inovador, seja uma conquista de mercado, defesa do poder de competitividade ou aumento da lucratividade. A mudana tcnica est longe de ser suave. Novas tecnologias competem com as tecnologias estabelecidas e, em muitos casos, as substituem. a dinmica do sistema capitalista no qual permanece a empresa mais capaz em se adaptar as mudanas.

Atualmente, o uso intensivo de recursos materiais e energticos tem representado elevado aumento nos custos das empresas. Assim, prticas inovadoras de eficincia ecolgica visando superar essas restries tem sido cada vez mais utilizadas pelos fabricantes e ofertantes de servios, com a vantagem adicional de agregar valor a imagem da corporao com algum selo de domnio ecolgico ou mesmo sustentvel.

A ecoeficincia representa a porta de entrada para os empreendedores interessados em ingressar no fluxo crescente do empreendimento sustentvel, entretanto, o universo da sustentabilidade muito mais amplo e complexo.

As aes empreendedoras dentro de um ambiente sustentvel devem observar 4 condies fundamentais:

1. Na sociedade sustentvel, a natureza no est sujeita a concentraes sistematicamente crescentes de substncias extradas da crosta terrestre, ou seja, os materiais extrados devem ser controlados para que as concentraes de metais, minerais e fumaa de combustveis fsseis no se acumulem, provocando danos sade e aos ecossistemas;2 Na sociedade sustentvel, a natureza no est sujeita a concentraes sistematicamente crescentes de substncias produzidas pela sociedade. Quando o homem produz substncias qumicas, remdios, plsticos, entre outros, precisa faz-lo de uma maneira e em quantidades que no interfiram no ciclo natural de decomposio na natureza;3 Na sociedade sustentvel, a natureza no est sujeita degradao sistemtica crescente por meios fsicos. No se deve plantar de maneira que o solo perca seus nutrientes ou espcies sejam extintas, assim como a construo de estradas e construes no deve interferir significativamente no meio-ambiente. preciso preservar os recursos existentes;4 Na sociedade sustentvel, as necessidades humanas so satisfeitas em todo o mundo. Aqui, as pessoas so chamadas a melhorar as maneiras pelas quais se satisfazem e as empresas so convocadas a atender aos anseios dos clientes usando o mnimo possvel de recursos.

O Pacto Global nasceu de uma iniciativa do secretrio-geral das Naes Unidas, Kofi Annan, durante o Frum Econmico Mundial de 1999, para que o mundo empresarial se unisse com o objetivo de dar uma face humana globalizao. Este desafio foi lanado oficialmente no dia 26 de julho de 2000. Sua meta bastante ambiciosa: tornar a economia mundial mais sustentvel e possibilitar a incluso social. Os dez princpios do Pacto Global derivam da Declarao Universal dos Direitos Humanos, da Declarao de Princpios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declarao do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento e a Conveno das Naes Unidas contra a Corrupo.Princpio 1: As empresas devem apoiar e respeitar a proteo de direitos humanos internacionalmente proclamados.Princpio 2: As empresas devem certificar-se de que no so cmplices em abusos de direitos humanos.Princpio 3: As empresas devem apoiar a liberdade de associao e o efetivo reconhecimento do direito negociao coletiva.Princpio 4: As empresas devem apoiar a eliminao de todas as formas de trabalho forado ou compulsrio.Princpio 5: As empresas devem apoiar a efetiva erradicao do trabalho infantil.Princpio 6: As empresas devem apoiar a eliminao de discriminao relativa ao emprego e ocupao.Princpio 7: As empresas devem apoiar uma abordagem preventiva aos desafios Ambientais.Princpio 8: As empresas devem desenvolver iniciativas para promover maior responsabilidade ambiental.Princpio 9: As empresas devem incentivar o desenvolvimento e a difuso de tecnologias ambientalmente amigvel.Princpio 10: As empresas devem trabalhar contra todas as formas de corrupo, incluindo extorso e suborno.

Exemplos de conceitos empresariais para o modo de produo sustentvel:

- Abordagem MIPS.- Agricultura Orgnica Sustentvel. - Anlise do Ciclo de Vida - ACV. - Benchmarking Ambiental. - Brownfields. - Cap and trade. - Capacidade de Carga. - Capitalismo Stakeholder. - Carbono Neutro. - Contabilidade de Custo Total.- Contabilidade Verde. - Coopetio. - Design para Desmontagem - Design Ecolgico Dominante. - Desmaterializao - Ecodesign. - Hierarquia de realizao. - Inovao Sustentvel.

- Abordagem MIPS. Enfoca a intensidade de material por unidade de servio com o objetivo de medir a quantidade total de material e energia utilizada em unidades de massa (ex. kg) em unidade de bem, desde o seu nascimento at o seu descarte. Quanto maior a durabilidade do produto menor o MIPS necessrio por unidade de servio.- Agricultura Orgnica Sustentvel. Emprego da policultura de alta produo, uso de fertilizantes orgnicos, controle biolgico de pragas, eficincia da irrigao, safras perenes, rotao de culturas, uso de plantaes mais eficientes no uso da gua, conservao do solo, subsdios para fazendas e pesqueiros sustentveis.- Anlise do Ciclo de Vida - ACV. Ferramenta cujo objetivo calcular o impacto ambiental ao longo de todo o ciclo de vida do produto, ou seja, desde a extrao de matrias-primas utilizadas produo, ao uso e disposio final do produto. A ACV encoraja as indstrias a sistematicamente considerar as questes ambientais associadas aos sistemas de produo (insumos,matrias-primas, manufatura, distribuio, uso, disposio, reuso e reciclagem do produto). O princpio bsico do menos melhor. Enfim, a Anlise do Ciclo de Vida (ACV) considera as quantidades de resduos produzidos desde a extrao da matria-prima, produo, embalagem, transporte, consumo e descarte.- Benchmarking Ambiental. Comparao, classificao ou graduao de diferentes processos e unidades empresariais em relao a padres j estabelecidos, com o objetivo de identificar formas de aprimoramento do desempenho das operaes, sistemas e processos visando maior eficincia ecolgica na oferta de produtos e servios.- Brownfields. So espaos industriais abandonados, reas ociosas que so limpas e estruturadas para o estabelecimento de teias de trocas de recursos entre indstrias de modo a implantar a revoluo ecoindustrial (vide o exemplo da 3M).- Cap and trade. Sistema econmico no qual se determina uma quantidade de gs carbnico que um setor da indstria ou pas pode emitir. O cap and trade permite que as companhias que reduziram suas emisses acima do necessrio comercializem seus crditos de carbono.- Capacidade de Carga. A capacidade de carga um instrumento de manejo aplicado em estratgias de controle de fluxos tursticos em reas naturais e, segundo Cifuentes (1992), resultado de uma apropriao do conceito utilizado na gesto de pastagens, para determinar o nmero de animais que podem ser mantidos em determinada rea de pasto. No turismo, sua adoo consiste no clculo de um nmero mximo de visitas/dia que uma determinada rea natural pode suportar.- Capitalismo Stakeholder. O Empreendimento Sustentvel implica no abandono do foco bitolado e imediatista da maximizao do valor para os acionistas reconhecendo que as empresas existem tambm para servir a outros stakeholders. A longo prazo os lucros serviro como sinal de recompensa para a empresa cuja misso e foco esto voltados para o bem comum. - Carbono Neutro. a reduo do total de emisses de carbono a zero. A descarbonizao a nica meta aceitvel em uma estratgia de sustentabilidade no longo prazo, sendo assim, possvel obter redues significativas das emisses de carbono ou do grau de carbonizao recorrendo a tecnologias j disponveis.- Contabilidade de Custo Total. Todos os custos associados a um produto ou servio devem ser internalizados e, como resultado, refletidos em seu preo final. A internalizao destes custos envolve refletir na contabilidade das empresas mudanas no gosto dos clientes, aumento da regulamentao, novas iniciativas de taxaes e aumento dos custos de controle, alm de tornar os custos dos impostos mais visveis.- Contabilidade Verde. A aplicao dos conceitos contbeis considerando os custos de degradao ambiental atravs dos critrios de prudncia (dados contbeis preparados registrando provises para perdas previstas com a degradao ambiental) e depreciao (valor dos ativos naturais sendo diminudos progressivamente ao longo do tempo). - Coopetio. O termo coopetio usado para descrever a relao simultnea de cooperao e competio entre pessoas ou organizaes. A interao de coopetio entre duas organizaes ocorre normalmente para atingir um objetivo comum, tendo em vista a complementaridade de recursos e a possvel reduo de custos na fase de desenvolvimento de produtos, sem desconsiderar a competio no momento de lanamento do produto desenvolvido no mercado.- Design para Desmontagem (Design for Disassembly). a condio necessria para que os produtos possam ser economicamente reciclveis. Quando a desmontagem da embalagem no considerada no incio do projeto, pode at inviabilizar a sua reciclagem, apesar de os materiais serem tecnicamente reciclveis. O Design para Desmontagem influencia de forma decisiva a reciclagem e facilita a desmontagem, tornando possvel a reutilizao e a remanufatura de forma mais eficiente, prolongando a vida til dos produtos ou de seus componentes.- Design Ecolgico Dominante. Isto , um nvel de maturidade que viabilize econmica e socialmente uma alternativa tecnolgica-energtica. O DED representa a classe de produtos ou tecnologias que adquire a fidelidade do mercado e, consequentemente, passa a ser adotada pelos concorrentes e inovadores como condio para que possam participar da competio por uma parcela significativa do mercado.- Deslocamento de Valores. Ao longo do tempo os valores humanos e sociais mudam, assim, conceitos que em algum momento pareciam ser extraordinrios (abolio dos escravos, participao das mulheres na sociedade) agora so ditos como fatos histricos. No paradigma da Sustentabilidade novos valores comuns esto ganhando fora, por exemplo: consumo responsvel, justia ambiental, igualdade intra e intergeraes.- Desmaterializao (mais valor, menos produto). So novas maneiras de diminuir a presena fsica dos produtos. Os consumidores no querem necessariamente os materiais fsicos empregados na fabricao, expedio e utilizao de muitos produtos, os materiais fsicos so irrelevantes e at indesejveis no s para os consumidores, mas tambm para os fabricante, para o transportador, para o atacadista, e para quem quer que tenha de descartar os aparelhos quebrados ou obsoletos anos mais tarde. Exemplo: a compra da televiso representa a aquisio de diverso e informaes, assim, assiste-se a um aumento das telas e ao menor uso de componentes eletrnicos para a sua fabricao; os velhos discos de vinil deram lugar aos CDs, estes aos arquivos de MP3 (no se vende furadeiras, mas orifcios). Outro exemplo que no se vende carros, mas mobilidade, ressalta-se que nada menos do que 90% do lucro nos negcios de transporte no decorre da venda de automveis, mas de produtos e servios auxiliares (seguro, manuteno, encargos financeiros e juros relacionados com leasing, haja vista que este se tornar mais popular, assim, o foco inevitavelmente se deslocar do produto para a sua suposta funo).- Ecodesign. Conceito que tem como objetivo o desenvolvimento de produtos que respeitam o meio ambiente, causando o menor impacto negativo possvel. A prtica de Ecodesign torna-se essencial para aquelas empresas que j reconheceram que a responsabilidade ambiental de vital importncia para o sucesso no longo prazo, pois promove vantagem como: reduo dos custos; menor gerao de resduos; gera inovaes em produtos; atrai novos consumidores.- Hierarquia de realizao. O poder decisrio de uma empresa no est concentrada no topo, e as ideias de todos os membros do grupo so valorizadas. a alternativa para a hierarquia de dominao, na qual os lderes da empresa desconsideram e negligenciam as informaes dos subordinados.- Inovao Sustentvel. O conceito expandido da Inovao para a Sustentabilidade. Inovao mais do que criao de novas ideias, um processo estruturado que abrange os nveis analticos, estratgico e criativo. Ela somente agrega valor quando combina trs disciplinas operacionais: resposta s futuras necessidades e aberturas de mercado; criao de ideias genuinamente novas para o atendimento dessas necessidades; a realizao de uma excelente implementao das ideias. A urgncia da construo de uma sociedade sustentvel inspira a inovao e a mudana.

Exemplos de aes sustentveis:- uso de energia solar, substituindo as outras formas de energia; - massificao do transporte coletivo, deixando de se usar veculos individuais; - Racionalizar o uso da gua. No demorar no banho, atentar para o consumo de gua ao lavar carros, e outros; - Destinao adequada ao lixo, separando o lixo orgnico do lixo possvel de ser reciclado; - Optar por construes inteligentes, como sistemas de interceptao e armazenamento da gua da chuva; uso de placas para energia solar; dentre outros;- Ser um consumidor que prioriza produtos fabricados com o menor impacto possvel na natureza; - Levar um vida mais simples, com menor consumismo; - Participar mais de sua comunidade, procurando solues ajudem a conservar o meio ambiente; - Como cidado, exigir do governo maior compromisso e melhor atuao com a proteo ambiental.

Vale lembrar o stimo princpio da Carta da Terra, declarao de princpios ticos fundamentais, proposta durante a ECO-92, para a construo de uma sociedade global justa, sustentvel e pacfica: Adotar padres de produo, consumo e reproduo que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitrio. a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produo e consumo e garantir que os resduos possam ser assimilados pelos sistemas ecolgicos. b. Atuar com restrio e eficincia no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energticos renovveis, como a energia solar e do vento. c. Promover o desenvolvimento, a adoo e a transferncia equitativa de tecnologias ambientais saudveis. d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e servios no preo de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaam as mais altas normas sociais e ambientais. e. Garantir acesso universal assistncia de sade que fomente a sade reprodutiva e a reproduo responsvel. f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistncia material num mundo finito."