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1 MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE USABILIDADE QUE INFLUENCIAM NO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE Cristiane Leandro da Silva Tirloni Especialista em Gestão de Negócios Instituição Educacional São Judas Tadeu e-mail: [email protected] Karen Hackbart Souza Fontana Mestra em Ciências Contábeis Universidade do Vale do Rio dos Sinos UNISINOS e-mail: [email protected] Débora Gomes Machado Pós-Doutora em Ciências Contábeis Universidade Federal do Rio Grande - FURG e-mail: [email protected] Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos RESUMO Este estudo teve como objetivo analisar os fatores de mobile banking que influenciam no relacionamento com o cliente, de uma instituição financeira bancária estabelecida em Porto Alegre/RS. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo, cuja estratégia de coleta de dados foi o levantamento/survey, por meio de um questionário aplicado com o auxílio da ferramenta Google Docs. Os principais resultados encontrados evidenciam que os respondentes são predominantemente do sexo feminino, pós-graduados, possuem mais de 50 anos de idade e são correntistas da instituição analisada por mais de 10 anos. Conclui-se que dos 20 fatores apresentados na pesquisa, 17 influenciam na relação cliente e instituição financeira sob a temática mobile banking, são eles: são eles: utilização da tecnologia mobile banking; acessibilidade da informação; comunicação; segurança e praticidade; confiança no relacionamento; agilidade e eficiência; marketing; layout; qualidade nos serviços; satisfação do atendimento digital; disponibilidade dos serviços; conhecimento das operações bancárias; semelhanças dos serviços oferecidos; segurança das transações; contribuição do mobile banking para o relacionamento; acesso aos canais de suporte; disponibilidade de suporte e atendimento. Palavras-chave: Tecnologia. Inovação. Relacionamento. Mobile banking. 1 INTRODUÇÃO Esta pesquisa vem ao encontro das mudanças tecnológicas ocorridas em todas as áreas e que afetam diretamente os serviços financeiros bancários, bem como pode influenciar na mudança de comportamento dos consumidores. Corroborando com esta afirmação, Bernardes

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Page 1: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

1

MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE USABILIDADE QUE

INFLUENCIAM NO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE

Cristiane Leandro da Silva Tirloni

Especialista em Gestão de Negócios

Instituição Educacional São Judas Tadeu

e-mail: [email protected]

Karen Hackbart Souza Fontana

Mestra em Ciências Contábeis

Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS

e-mail: [email protected]

Débora Gomes Machado

Pós-Doutora em Ciências Contábeis

Universidade Federal do Rio Grande - FURG

e-mail: [email protected]

Área Temática: Contabilidade para Usuários Internos

RESUMO

Este estudo teve como objetivo analisar os fatores de mobile banking que influenciam no

relacionamento com o cliente, de uma instituição financeira bancária estabelecida em Porto

Alegre/RS. Trata-se de um estudo quantitativo e descritivo, cuja estratégia de coleta de dados

foi o levantamento/survey, por meio de um questionário aplicado com o auxílio da ferramenta

Google Docs. Os principais resultados encontrados evidenciam que os respondentes são

predominantemente do sexo feminino, pós-graduados, possuem mais de 50 anos de idade e são

correntistas da instituição analisada por mais de 10 anos. Conclui-se que dos 20 fatores

apresentados na pesquisa, 17 influenciam na relação cliente e instituição financeira sob a

temática mobile banking, são eles: são eles: utilização da tecnologia mobile banking;

acessibilidade da informação; comunicação; segurança e praticidade; confiança no

relacionamento; agilidade e eficiência; marketing; layout; qualidade nos serviços; satisfação do

atendimento digital; disponibilidade dos serviços; conhecimento das operações bancárias;

semelhanças dos serviços oferecidos; segurança das transações; contribuição do mobile banking

para o relacionamento; acesso aos canais de suporte; disponibilidade de suporte e atendimento.

Palavras-chave: Tecnologia. Inovação. Relacionamento. Mobile banking.

1 INTRODUÇÃO

Esta pesquisa vem ao encontro das mudanças tecnológicas ocorridas em todas as áreas

e que afetam diretamente os serviços financeiros bancários, bem como pode influenciar na

mudança de comportamento dos consumidores. Corroborando com esta afirmação, Bernardes

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2

e Andreassi (2007) explicam que um produto de inovação tecnológica pode influenciar

diretamente na criação de um serviço bancário específico, como exemplo a telefonia celular,

que serviu como base para a criação de aplicativos de celular com o objetivo de viabilizar

consultas e operações dos serviços bancários aos clientes correntistas.

Sendo assim, destaca-se o uso dos canais digitais que se encontram em forte expansão.

A pesquisa da Febraban (2015) demonstrou que a internet banking e o mobile banking foram

responsáveis por 54% das operações bancárias efetuadas no ano de 2015. Neste sentido, as

transações móveis, desde 2010, tiveram um crescimento de 209% no seu volume de transações

bancárias, passando a ocupar o quarto lugar entre os canais de atendimento de maior

importância (FERREIRA, 2015).

Estudos pregressos têm sido desenvolvidos sobre a temática de mobile banking, como

é o caso do estudo de Rau (2016), que verificou como as pessoas são afetadas por novas

tecnologias; da pesquisa de Silva (2016), que avaliou a contribuição do aplicativo portal digital

no mercado bancário, com foco na estratégia competitiva do Banco do Brasil; de Oliveira e

Malagolli (2016), que identificaram a inserção da tecnologia nas instituições financeiras

bancárias e a contribuição desta para seus clientes. A pesquisa de Augusto (2012), que teve

como objetivo apresentar os principais padrões de usabilidade para o desenvolvimento de

interfaces para mobile banking e o estudo de Santos (2010), que analisou a adoção de mobile

banking no Banrisul.

Diante deste contexto, procurou-se responder o seguinte problema de pesquisa: quais os

fatores de mobile banking que influenciam no relacionamento com o cliente de uma instituição

financeira bancária estabelecida em Porto Alegre/RS? Esta pesquisa justifica-se devido às

mudanças tecnológicas que estão ocorrendo no modelo de atendimento dos serviços bancários,

bem como a tendência de que este novo modelo se torne cada vez mais procurado pelos clientes

e usuários de tecnologia. Isto é corroborado por Bernardes e Andreassi (2007) que destacam

que existe uma forte tendência de que os serviços relacionados a varejo sejam mais facilmente

capturados e disponibilizados aos clientes via canais digitais. A pesquisa contribui para o

fomento acadêmico da temática quanto a verificação empírica dos fatores que influenciam no

relacionamento com o cliente.

Este artigo compõe-se de quatro seções. Na primeira apresenta-se esta introdução; na

segunda aborda-se o referencial teórico; na terceira seção tem-se o delineamento metodológico

utilizado; na quarta seção descrevem-se os resultados da pesquisa e, por fim apresentam-se as

considerações finais.

2 INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS NO SETOR BANCÁRIO

As inovações tecnológicas estão transformando o mundo e a forma de relacionamento

da sociedade. Elas possibilitam muitas oportunidades de negócio para o mercado de serviços,

assim como para as instituições financeiras bancárias. Neste sentido, Fitzsimmons et al. (2014,

p. 96) destacam que “os avanços na inovação e na tecnologia da informação estão tendo um

profundo efeito sobre as interfaces entre cliente e fornecedores de serviço”.

Acredita-se que a internet foi um divisor de águas, pois alterou a forma de

relacionamento das pessoas. Gonzaga Júnior (2009, p. 13) explica que:

O desenvolvimento tecnológico e sua aplicação no avanço dos meios de comunicação

promoveu o encurtamento de uma das principais distâncias para a vida em sociedade,

Page 3: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

3

a distância física, geográfica, espacial, proporcionando às pessoas estarem onde

desejam estar, por meio da comunicação verbal e visual em tempo real.

Sendo assim, entende-se que a inovação tecnológica gerou uma mudança no

comportamento da sociedade. A respeito disto, Fonseca, Meirelles e Diniz (2010) ressaltam que

o setor bancário sofreu alterações em sua estratégia, bem como no portfólio de produtos e

serviços ofertados aos clientes. Evidencia-se que o início da inovação em tecnologia no setor

bancário surgiu com a chegada dos caixas eletrônicos, reduzindo e até mesmo substituindo o

trabalho dos caixas operadores. Porém, conforme Fitzsimmons et al. (2014) e Martins (2013) a

grande transformação tecnológica em serviços bancários se deve com a eclosão da internet, pois

esta disponibiliza o acesso às informações sobre os serviços e produtos bancários,

proporcionando a fácil contratação destes, maior comodidade, bem como o acesso a qualquer

hora e em qualquer lugar.

Recentemente a Febraban (2015) revelou, por meio de pesquisa realizada, que as

instituições financeiras bancárias continuam a investir fortemente em tecnologia da informação.

A pesquisa mostrou também que o Brasil ocupa o 7º lugar em gastos envolvendo tecnologia no

sistema financeiro bancário, bem como é o país que mais investe em tecnologia da informação

se comparado com o seu porte econômico.

Sendo assim, os bancos reformularam sua estratégia para canais de relacionamento ao

cliente nos últimos anos, visando à obtenção do sucesso no setor com a abertura de novas frentes

de atendimento, tornando o cliente mais próximo, independente e satisfeito. (FEBRABAN,

2015). Este entendimento é complementado por Chiavenato (2005), que adverte que as

empresas devem se ocupar mais com o pós-venda, com a assistência técnica e com o

atendimento contínuo ao consumidor, ajudando no esclarecimento ou no suporte de

informações de acordo com as dificuldades apresentadas pelo cliente.

Dentre as mudanças tecnológicas no setor bancário, as transações realizadas em

terminais eletrônicos e internet banking estão consolidadas no mercado do autoatendimento.

Destaca-se também o mercado mobile, sendo este considerado em forte expansão devido à nova

geração de clientes (GRADILONE, 2016).

2.1 CANAIS DIGITAIS: MOBILE BANKING

Na atualidade, ou seja, na era digital, é possível efetuar qualquer operação ou

negociação por meio de um computador, tablet ou celular. Neste sentido, evidencia-se o

conceito de mobile banking ou banco móvel, que pode ser definido como um canal de

atendimento ao cliente bancário através de um aplicativo de celular que possibilita ao usuário

efetuar consultas de sua conta, pagamentos, transferências entre outros serviços.

Existem vários fatores que fundamentam e favorecem o crescimento do mercado

mobile, tais como o surgimento dos smartphones, a facilidade de se ter um celular com plano

de internet a baixo custo, devido ao forte investimento das operadoras de celular em

disponibilizar estes serviços para a sociedade (FEBRABAN, 2015).

Para Gabriel (2010) alguns fatores despertam interesse nas pessoas quanto à utilização

da tecnologia mobile. O autor destaca o simples acesso e o uso comum por qualquer indivíduo.

Este autor reconhece a tecnologia mobile predominante e próspera, bem como observa

mudanças no comportamento dos usuários das tecnologias. Ainda segundo este autor “a

tecnologia está cada vez mais presente na vida humana, impactando e afetando a sociedade, a

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4

cultura o modo como vivemos e interagimos com o mundo” (GABRIEL, 2010, p. 73). Sendo

assim, pode-se dizer que a tecnologia digital transforma a vida das pessoas, a forma de

relacionamento individual e coletivo (GENOVESE, 2017).

De acordo com a pesquisa de tecnologia da Febraban (2017, p.3) existem fatores que

justificam e contribuem para a forte expansão do uso do mobile banking, tais como: “o aumento

de acesso da população à internet, o uso crescente dos smartphones, a inserção da mobilidade

nos hábitos de consumo e a maior sofisticação da disponibilidade de serviços via aplicativos

para dispositivos digitais”.

Estes elementos evidenciam a disseminação da digitalização e a mobilidade como

importante ferramenta estratégica de negócio. Isto é destacado por Oliveira e Lucena (2012),

que destacam que os canais digitais efetuam papel importante às decisões estratégicas das

organizações, pois os clientes expressam suas percepções e opiniões de forma clara e eficiente;

e por Kotler e Kotler (2013), que asseveram que, caso a empresa não possua uma diferenciação

significativa, a imagem da organização passa a ser semelhante ao seu concorrente, ou pode ficar

invisível diante de um concorrente diferenciado.

A estratégia de migração para as plataformas digitais é utilizada por grandes instituições

financeiras. As instituições utilizam o método do multicanal, ou seja, o cliente pode iniciar uma

operação em um determinado canal e terminar em outro. Destaca-se também a personalização

do cliente que traça o seu perfil de modo a ofertar o serviço ou produto mais adequado para ele,

isto é obtido com o auxílio de uma ferramenta que permite a análise de dados do cliente

(AGÊNCIA, 2016).

Pesquisas destacam um forte crescimento da tecnologia mobile banking entre os clientes

correntistas de instituições financeiras bancárias. A tecnologia mobile banking encontra-se em

primeiro lugar na preferência dos brasileiros para efetuar transações bancárias o que já

representa um terço do total das transações bancárias (FEBRABAN, 2017).

Esta preferência pode ser compreendida com o entendimento de Magalhães e Pinheiro

(2007) quando explicam que a qualidade de um serviço deve ser medida através do nível de

satisfação do cliente, como por exemplo, a forma como o cliente percebe o serviço

previsto/entregue. O ideal para a satisfação do cliente é que o serviço previsto fosse igual aquele

percebido e este, por sua vez igual ao esperado.

Segundo a Febraban (2017) a consolidação dos canais digitais deve-se ao fato de que os

clientes consideram estes canais seguros e práticos, devido a atual tecnologia disponibilizada

com o crescente uso de smartphones. Diante disto, algumas instituições brasileiras já

disponibilizam aos seus clientes a abertura de conta pela internet. Considera-se um

procedimento simples, pois o cliente captura a sua imagem de seus documentos pessoais através

de seu celular e posteriormente envia-os por computador para a instituição financeira, desta

forma a documentação física tornou-se dispensável (GRADILONE, 2016).

Estudos têm sido evidenciados quanto à temática mobile banking. O estudo de Rau

(2016) verificou como as pessoas são afetadas por novas tecnologias, no intuito de reduzir o

número de clientes nas agências físicas, visando direcioná-los ao ambiente virtual. O estudo

relevou que a menor utilização do mobile banking ocorre pelo público de maior faixa etária, 45

anos ou mais. Constatou-se que os bancos continuam a investir em mobile banking para

proporcionar o acesso simples e fácil, para aumentar o número de clientes digitais. O estudo

identificou que o número de clientes que sentem necessidade de ir a uma agência bancária física

Page 5: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

5

é cada vez menor. Por fim, o estudo revelou que o cliente adota uma postura mais exigente, no

intuito de possuir serviços personalizados e acessíveis a qualquer momento.

Silva (2016) avaliou a contribuição do aplicativo portal digital no mercado bancário

com foco na estratégia competitiva do Banco do Brasil. A pesquisa envolveu clientes que

integram as carteiras de pessoas jurídicas de uma agência bancária em Catalão-Goiás. O estudo

revelou a importância dos gestores das instituições financeiras a educarem seus clientes quanto

à segurança digital, proporcionando maior confiança para o cliente usuário da tecnologia. O

estudo destacou que a digitalização oportuniza: o conhecimento de produtos e serviços; taxas

praticadas pelo banco; melhor relacionamento entre os clientes e a instituição analisada;

também que as operações bancárias disponibilizadas pelo aplicativo contribuem de forma ágil

e eficiente, favorecendo uma imagem positiva da instituição no mercado; ainda que, dentre as

opções do portal digital, destacam-se. : facilidade de acesso; segurança; agilidade no

desenvolvimento de transações bancárias; aquisição de novos produtos e/ou serviços bancários

diretamente on-line.

Oliveira e Malagolli (2016) identificaram a inserção da tecnologia nas instituições

financeiras bancárias e sua contribuição para a atualização de produtos e serviços, segurança e

facilidade para seus clientes. O estudo dos autores revelou uma maior lucratividade, devido à

redução de custos em função da substituição de funcionários por canais alternativos de

atendimento, ou seja, a adoção do cliente pelo uso das tecnologias atuais. Destacam-se também

os investimentos em: campanhas para incentivar o uso de canais digitais, segurança,

tranquilidade e conforto aos clientes.

A pesquisa de Augusto (2012) teve como objetivo apresentar os principais padrões de

usabilidade para o desenvolvimento de interfaces para mobile banking. Foi realizado no estudo

um teste de usabilidade com usuários do mobile banking Itaú-Unibanco e do Banco do Brasil.

Foram consideradas de fácil acesso as funcionalidades de consulta, enquanto que as de

operações financeiras foram consideradas de maior dificuldade. Foi identificado pelo estudo a

falta de menu na tela inicial de um determinado serviço, bem como há diversas quantidades de

“clics” para acessar algumas movimentações no mobile.

Já Santos (2010) analisou a adoção de mobile banking no Banrisul. A pesquisa revelou

o perfil de usuários do mobile banking; em geral são do sexo masculino, solteiros, faixa etária

entre 26 a 35 anos, possuem curso superior e renda mensal entre R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00.

Foram destacados pelo estudo os serviços mais utilizados: extrato de conta corrente 65,2%;

saldo de conta corrente 30,4% e; transferência entre contas 2,6%.

Nota-se mediante os estudos e literatura apresentadas que o uso de mobile banking tem

crescido em função das mudanças tecnológicas. A seguir destaca-se a síntese dos fatores que

podem influenciar na relação cliente e instituição financeira.

2.2 SÍNTESE DOS FATORES

No Quadro 1 apresenta-se a síntese dos fatores que podem influenciar na relação cliente

e instituição financeira sob a temática mobile banking.

Quadro 1 - Fatores de Relacionamento Fatores Descrição Autor/ano

Acessibilidade da

informação

Acesso às informações sobre os serviços e produtos

bancários, bem como das taxas praticadas.

Martins (2013);

Page 6: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

6

Fitzsimmons et al. (2014);

Rau (2016); Silva (2016)

Utilização da

tecnologia

Uso do mobile banking. Matrins (2013)

Comunicação Disponibilizar um canal para verificar a percepção e

opinião do cliente de forma clara e eficiente.

Oliveira e Lucena (2012)

Multicanal A instituição utiliza o método multicanal, ou seja, o

cliente pode iniciar uma operação em um

determinado canal e terminar em outro.

Agência... (2015)

Segurança e

praticidade

Proporciona canais seguros e práticos devido a atual

tecnologia.

Febraban (2017)

Desburocratização Possibilita a abertura de conta bancária pela internet. Gradilone (2016)

Confiança no

relacionamento

Orientações aos clientes sobre segurança digital

proporcionando a confiança no relacionamento.

Silva (2016)

Agilidade e eficiência As transações bancárias ocorrem de forma ágil e

eficiente, favorecendo uma imagem positiva no

mercado.

Silva (2016)

Marketing Investimentos em campanhas para incentivar o uso

de canais digitais, segurança, tranquilidade e

conforto aos clientes.

Oliveira e Malagolli (2016)

Layout O layout do sistema possibilita a usabilidade e

funcionalidade de interfaces para mobile banking.

Augusto (2012)

Qualidade nos serviços A qualidade é um fator crítico de sucesso em uma

organização. Martins (2013)

Conhecimento das

operações bancárias

A tecnologia mobile banking encontra-se em

primeiro lugar na preferência dos brasileiros. Febraban (2017)

Segurança nas

transações

Consolidação dos canais digitais, clientes

consideram estes seguros e práticos para realizar

transações.

Febraban (2017)

Contribuição do

mobile banking para o

relacionamento

Reformulação de estratégia para canais de

relacionamento para tornar o cliente mais próximo,

independente e satisfeito.

Febraban (2015)

Disponibilidade de

suporte e atendimento

O cliente adota uma postura mais exigente, visando

serviços personalizados e disponíveis a qualquer

momento.

Raul (2016)

Acesso aos canais de

suporte

Empresas preocupadas com pós-venda, assistência

técnica e atendimento contínuo ao cliente com

suporte e esclarecimento de dúvidas.

Chiavenato (2005)

Decisão da escolha do

banco

Processo de decisão de escolha passa por cinco

etapas, porém em muitos casos depende da

importância dada pelo cliente a sua escolha de

consumir determinado serviço.

Honorato (2004)

Semelhança dos

serviços oferecidos

Quando não existir diferenciação significativa, a

imagem da empresa passa a ser semelhante ao seu

concorrente, ou pode ficar invisível, diante de um

concorrente diferenciado.

Kotler e Kotler (2013)

Disponibilidade de

serviços

Para satisfação do cliente o serviço previsto deve ser

igual ao percebido e igual ao entregue.

Magalhães e Pinheiro

(2007)

Satisfação de

atendimento digital

O cliente pode experimentar vários níveis de

satisfação ou descontentamento, dependendo de suas

expectativas.

Lovelock e Wright (2004),

Fonte: Elaborado a partir da literatura citada.

Page 7: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

7

Verifica-se no Quadro 1, a visualização de diversos fatores que podem influenciar no

relacionamento do cliente e da instituição financeira sob a temática mobile banking. Construiu-

se este Quadro mediante a base teórica evidenciada nesta pesquisa, bem como o mesmo foi

utilizado para a elaboração do instrumento de pesquisa conforme o Apêndice A.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esta pesquisa caracteriza-se quanto à abordagem do problema como quantitativa, pois

visa medir a percepção, quanto à utilidade dos canais digitais bancários em particular o mobile

banking, para os seus clientes usuários. Sendo assim, conforme Richardson (1999, p. 70) “o

método quantitativo é aquele que se caracteriza pelo emprego da quantificação tanto na

modalidade de coleta de informação, quanto no tratamento delas por meio de técnicas

estatísticas, como percentual, média, desvio-padrão, etc.”.

Quanto ao seu objetivo esta pesquisa classifica-se como descritiva. Conforme Roesch

(2009) a pesquisa descritiva é aquela na qual se procura levantar informações sobre uma

determinada população, como exemplo têm-se as pesquisas de censo, levantamento de opinião

pública ou até mesmo pesquisa de mercado. Neste estudo utilizou-se como estratégia de

pesquisa o levantamento/survey.

O instrumento de coleta de dados foi enviado a 200 clientes do segmento pessoa física,

de alta renda, usuários da tecnologia mobile em uma agência bancária localizada no centro da

cidade de Porto Alegre/RS. Enviou-se um questionário eletrônico Google Docs com perguntas

fechadas em escala do tipo Likert de cinco pontos, onde: 1 discordo totalmente; 2 discordo

parcialmente; 3 neutro, nem concordo nem discordo; 4 concordo parcialmente; 5 concordo

totalmente. O instrumento de pesquisa compõe-se de dois blocos: (1) caracterização dos

respondentes; (2) mobile banking. Do total dos 200 clientes contatados, 60 clientes

responderam a pesquisa, o que corresponde a uma taxa de 30% de retorno.

Os dados foram tratados de forma descritiva e quantitativa processados com o auxílio

de planilha eletrônica. Calculou-se porcentagens, média e desvio-padrão para indicar a

participação das respostas. Em complemento, comparou-se os resultados desta pesquisa com as

recomendações da literatura e estudos empíricos.

4 ANÁLISE DE DADOS

A análise de dados consiste em duas etapas. A primeira aborda a caracterização do perfil

dos clientes respondentes da pesquisa e em seguida têm-se os resultados obtidos quanto aos

fatores que influenciam no relacionamento com o cliente de uma instituição financeira bancária

localizada em Porto Alegre.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS RESPONDENTES

A caracterização dos respondentes identifica o perfil dos clientes, a fim de qualificar a

amostra. Desta forma, evidencia-se na Tabela 1 os resultados obtidos quanto à caracterização

dos respondentes.

Page 8: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

8

Tabela 1 – Caracterização dos respondentes Variável Resposta Nº Freq.

Sexo Feminino 46 76,7%

Masculino 14 23,3%

Total 60 100,0%

Nível de escolaridade

Médio completo 0 0,0%

Superior incompleto 17 28,3%

Superior completo 17 28,3%

Pós-graduação 26 43,3%

Mestrado 0 0,0%

Doutorado 0 0,0%

Total 60 100,0%

Idade

Até 25 anos 0 0,0%

De 26 a 30 anos 8 13,3%

De 31 a 35 anos 11 18,3%

De 36 a 40 anos 8 13,3%

De 41 a 45 anos 8 13,3%

Variável Resposta Nº Freq.

De 46 a 50 anos 8 13,3%

Mais de 50 anos 17 28,3%

Total 60 100,0%

Tempo de correntista no banco

Até 1 ano 0 0,0%

Entre 1 a 5 anos 0 0,0%

Entre 5 a 10 anos 11 18,3%

Mais de 10 anos 49 81,7%

Total 60 100,0%

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Verifica-se na Tabela 1 que a amostra da pesquisa se refere a 60 respondentes. A maioria

destes é do sexo feminino, correspondendo a 76,7% da amostra. Referente ao nível de

escolaridade, 43,3% possui pós-graduação e quanto à idade dos respondentes nota-se que há

uma diversidade da faixa etária, porém a que mais se destaca refere-se aos clientes com mais

de 50 anos. Por fim, identificou-se que 81,7% da amostra possuem mais de 10 anos de tempo

de correntista no banco.

A seguir apresentam-se os resultados obtidos quanto à utilização do mobile banking.

4.2 MOBILE BANKING

Identificou-se os fatores de usabilidade do mobile banking que influenciam no

relacionamento dos clientes com a instituição financeira analisada. Sendo assim, apresenta-se

o instrumento de coleta contendo os resultados obtidos conforme Tabela 2.

Page 9: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

9

Tabela 2 – Mobile banking

Nº Questão

1 -

Dis

cord

o

tota

lmen

te

2 -

Dis

cord

o

pa

rcia

lmen

te

3 -

Neu

tro

4 -

Co

nco

rdo

pa

rcia

lmen

te

5 -

Co

nco

rdo

tota

lmen

te

Total

1 Eu utilizo o mobile banking. 3,30% 0,00% 10,00% 13,30% 73,30% 100,00%

2

O mobile banking possibilita o acesso às

informações sobre os serviços e produtos

oferecidos pelo banco, bem como das taxas

praticadas.

0,00% 16,70% 3,30% 31,70% 48,30% 100,00%

3

O meu banco disponibiliza um canal para

verificar a minha percepção e opinião de

forma clara e eficiente.

6,70% 20,00% 6,70% 28,30% 38,30% 100,00%

4 Eu consigo iniciar uma operação em um

determinado canal e terminar em outro. 21,70% 10,00% 16,70% 35,00% 16,70% 100,00%

5 A tecnologia utilizada pelo meu banco

proporciona canais seguros e práticos. 0,00% 6,70% 13,30% 31,70% 48,30% 100,00%

6

Eu consigo abrir uma conta bancária pela

internet. 18,30% 6,70% 23,30% 28,30% 23,30% 100,00%

7

O banco me orienta sobre segurança digital

proporcionando a confiança no

relacionamento.

0,00% 10,00% 6,70% 35,00% 48,30% 100,00%

8

As transações bancárias ocorrem de forma

ágil e eficiente, favorecendo uma imagem

positiva do banco no mercado.

0,00% 10,00% 3,30% 45,00% 41,70% 100,00%

9

O banco investe em campanhas para

incentivar o uso de canais digitais,

segurança, tranquilidade e conforto aos

clientes.

0,00% 6,70% 10,00% 21,70% 61,70% 100,00%

10

O layout do sistema possibilita a usabilidade

e funcionalidade de interfaces para mobile

banking.

0,00% 10,00% 13,30% 38,30% 38,30% 100,00%

11

Considero que a qualidade e comodidade nos

serviços oferecidos pelo banco um fator

crítico de sucesso.

3,30% 10,00% 10,00% 31,70% 45,00% 100,00%

12

Estou satisfeito com o atendimento digital do

meu banco. 0,00% 6,70% 10,00% 35,00% 48,30% 100,00%

13

Os serviços disponíveis no mobile banking

estão de acordo as minhas necessidades. 0,00% 20,00% 13,30% 28,30% 38,30% 100,00%

14

Tenho conhecimento de todas as operações

bancárias que podem ser realizadas via

mobile banking.

0,00% 10,00% 10,00% 38,30% 41,70% 100,00%

15

Os serviços disponíveis no mobile banking

do meu banco são semelhantes aos serviços

ofertados por outras instituições.

0,00% 10,00% 23,30% 38,30% 28,30% 100,00%

16

A disponibilização do mobile banking pelo

meu banco foi decisivo na escolha do banco. 35,00% 3,30% 38,30% 16,70% 6,70% 100,00%

17

Me sinto seguro em realizar as transações

através do mobile banking. 0,00% 10,00% 6,70% 28,30% 55,00% 100,00%

18

Os canais digitais em especial o mobile

banking contribuem para um melhor

relacionamento entre o cliente e o seu banco.

6,70% 13,30% 3,30% 35,00% 41,70% 100,00%

Page 10: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

10

19

Quando tenho dificuldade de realizar alguma

transação com o mobile banking acesso os

canais de suporte ao cliente.

6,70% 6,70% 6,70% 38,30% 41,70% 100,00%

20

Quando eu acesso o suporte do mobile

banking sempre sou ajudado e consigo

resolver as minhas dúvidas e operações de

maneira fácil e ágil.

6,70% 18,30% 20,00% 31,70% 23,30% 100,00%

Média 5,42% 10,26% 12,41% 31,50% 40,41% Desvio Padrão 9,3% 5,3% 8,6% 7,6% 15,3%

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

A Tabela 2 evidencia os resultados da pesquisa quanto à utilização do mobile banking.

Neste sentido, a primeira pergunta do questionário trata-se sobre a utilização do mobile banking,

identificou-se que 73,3% da amostra utiliza o mobile banking. Este resultado converge com a

pesquisa da Febraban (2017), a qual mostra que a tecnologia mobile banking encontra-se em

primeiro lugar na preferência dos brasileiros para efetuar transações bancárias e que já

representa um terço do total das transações bancárias.

Quanto à acessibilidade da informação, verificou-se que 48,3% concordam totalmente

que possuem o acesso às informações sobre os serviços e produtos oferecidos pelo banco, bem

como das taxas praticadas. Isto corrobora com o entendimento de Fitzsmons et al. (2014) e

Martins (2013) quando afirmam que a grande transformação tecnológica se deve com a eclosão

da internet, proporcionando uma grande mudança na forma de prestar serviços.

Sobre a comunicação, identificou-se que 38,3% concordam totalmente que o banco

disponibiliza um canal para o cliente ser ouvido. A comunicação clara é essencial para qualquer

tipo relacionamento, convergindo com o estudo de Oliveira e Lucena (2012). Estes autores

afirmam que os canais digitais exercem um papel importante às decisões estratégicas das

organizações através das percepções e opiniões dos clientes de forma clara e eficiente.

Quanto à facilidade de multicanal, constatou-se que 35% concordam parcialmente que

conseguem iniciar uma operação em um determinado canal e terminar em outro. No entanto,

cabe destacar que 21,7% discordam totalmente. A estratégia de multicanal é utilizada por

instituições financeiras, porém houve diferentes percepções quanto à esta questão (AGÊNCIA,

2016).

No que se refere à segurança e praticidade, pode-se afirmar que a maioria dos

respondentes acreditam que a tecnologia utilizada pelo banco proporciona canais seguros e

práticos. Identificou-se que 48,3% concordam totalmente e 31,7% concordam parcialmente.

Sendo assim, acredita-se que estes fatores colaboram para um melhor relacionamento do cliente

com a instituição, fato que converge com a pesquisa da Febraban (2017) a qual informa que a

consolidação de uso do mobile banking justifica-se também pela segurança e praticidade.

Sobre a desburocratização, não houve um consenso dos respondentes quanto à abertura

de conta bancária pela internet. Constatou-se que 23,3% concordam totalmente, 28,3%

concordam parcialmente, 23,3% não concordam e nem discordam, 6,7% discordam

parcialmente e 18,3% discordam totalmente. Estes resultados divergem da pesquisa de

Gradilone (2016) que evidencia a abertura de conta bancária pela internet de forma a mitigar a

desburocratização.

Quanto à confiança no relacionamento, pode-se afirmar que a maioria dos respondentes

acredita que a o banco orienta sobre segurança digital proporcionando a confiança no

Page 11: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

11

relacionamento. Constatou-se que 48,3% concordam totalmente e 35,0% concordam

parcialmente. Os resultados encontrados corroboram com Silva (2016) que comenta sobre a

importância dos gestores das instituições financeiras a educarem seus clientes quanto à

segurança digital fortalecendo assim a confiança no relacionamento entre o cliente e a

instituição bancária.

Referente à agilidade e eficiência, verificou-se que as transações bancárias ocorrem de

forma ágil e eficiente, favorecendo uma imagem positiva do banco no mercado. Neste sentido,

41,7% concordam totalmente e 45% concordam parcialmente. Os resultados vão ao encontro

da pesquisa de Silva (2016) que considera este ponto de muita relevância, pois o cliente está

em busca de agilidade, segurança, facilidade e eficiência nos serviços bancários.

Sobre o fator marketing detectou-se que o banco investe em campanhas para incentivar

o uso de canais digitais, segurança, tranquilidade e conforto aos clientes. Nesta questão mais de

80% dos respondentes considerou que existe esse investimento, com destaque para 61,7% dos

respondentes que concordam totalmente. Acredita-se que este fator se torna relevante para a

pesquisa, pois envolve a comunicação do banco com os seus clientes, fortalecendo assim o

relacionamento, convergindo assim com a pesquisa de Oliveira e Malagolli (2016) que também

destaca a importância de investimento em marketing.

Quanto ao layout do sistema, evidenciou-se que este fator possibilita a usabilidade e

funcionalidade de interfaces para o mobile banking. Identificou-se que a grande maioria, mais

de 70%, concordam que o sistema do mobile banking possibilita a usabilidade e

funcionalidades, destes 38,3% concordam totalmente e 38,3% parcialmente. Esses resultados

acompanham o entendimento de Augusto (2012) que teve como objetivo demonstrar os

principais padrões de usabilidade para o desenvolvimento de interfaces para o mobile banking.

Referente à qualidade nos serviços, constatou-se que a maioria dos respondentes, ou

seja, 70% concordam que a qualidade e comodidade nos serviços oferecidos pelo banco é um

fator crítico de sucesso, correspondendo a 45% que concordam totalmente e 31,7% que

concordam parcialmente. Corrobora-se com os estudos de Fitzsimmons et al. (2014) e Martins

(2013), pois este fator está diretamente relacionado com a disponibilização de acesso às

informações sobre os serviços e produtos bancários, a fácil contratação destes, maior

comodidade, facilidade de acesso a qualquer hora e em qualquer lugar.

Quanto à satisfação do atendimento digital, mais de 80% da população dos respondentes

consideram-se satisfeitos, ou seja, 48,3%, que concordam totalmente e 35% que concordam

parcialmente. Isto converge com Lovelock e Wright (2004), pois evidenciam que os clientes

podem passar por vários níveis de satisfação ou descontentamento após cada experiência de

serviço, dependo da medida na qual suas necessidades foram atendidas ou ultrapassadas.

Referente à disponibilidade dos serviços, verificou-se que a maioria dos respondentes

concordam que os serviços disponíveis no mobile banking estão de acordo as suas necessidades.

Identificou-se que 38,3% concordam totalmente e 28,3% concordam parcialmente. Os

resultados encontrados corroboram com a pesquisa de Magalhães e Pinheiro (2007) que

apontam que para a satisfação das necessidades e expectativas do cliente. Sendo assim, torna-

se necessário que o serviço previsto seja igual ao esperado e esse, por sua vez, igual ao entregue.

Sobre conhecimento das operações bancárias constatou-se que a maioria dos

respondentes concorda que possuem conhecimento de todas as operações bancárias que podem

ser realizadas via mobile banking. Neste sentido, têm-se 41,7% concordam totalmente e 38,3%

concordam parcialmente. Acredita-se que este fator demonstra a familiaridade por parte do

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12

cliente com a tecnologia mobile. Resultados que corroboram com a pesquisa da Febraban

(2017) a qual divulga que a tecnologia mobile banking está em primeiro lugar na preferência

dos brasileiros para efetuar transações bancárias.

Quanto à semelhança dos serviços oferecidos, identificou-se que 66,6% dos

respondentes concordam que os serviços disponíveis no mobile banking do banco são

semelhantes aos serviços ofertados por outras instituições, correspondendo a 28,3% concordam

totalmente e 38,3% concordam parcialmente. Acredita-se que este fator é importante, porém

diverge do pensamento de Kotler e Kotler (2013) que afirma que sem diferenciação

significativa a imagem da empresa torna-se igual a do concorrente ou invisível, frente a um

concorrente diferenciado

No que se refere à decisão de escolha do banco, verificou-se que os respondentes não

concordam que a disponibilização do mobile banking pela instituição, tenha sido decisiva na

escolha dele. Constatou-se que 35% discordam totalmente e 38,3% não concordam e nem

discordam. Porém, cabe destacar que 81,7% dos respondentes possuem mais de 10 anos de

correntista no banco, ou seja, a tecnologia não existia de forma disseminada nesta época. Este

resultado converge com o estudo de Honorato (2004) uma vez que o autor afirma que o processo

da adesão de um serviço passa por cinco etapas, porém em muitos casos isso não acontece, pois

a escolha depende da importância dada pelo cliente, no momento de consumir determinado

serviço.

Referente à segurança em realizar transações, 83,3% dos respondentes concordam que

se sentem seguros em realizar as transações através do mobile banking. Destacam-se os

seguintes resultados: 55% concordam totalmente e 28,3% concordam parcialmente. Este fator

converge com a pesquisa da Febraban (2017) a qual atribui que a consolidação dos canais

digitais se deve ao fato de que os clientes consideram estes canais seguros e práticos devido a

atual tecnologia disponibilizada com o crescente uso de smartphones.

Sobre a contribuição do mobile banking e sua contribuição para um melhor

relacionamento com o banco. Pode-se observar que mais de 76,7% dos respondentes

concordam com tal afirmação. Com destaque para 41,7% concordam totalmente e 35,0%

concordam parcialmente. Isto corrobora com a pesquisa Febraban (2015) a qual informa que

nos últimos anos os bancos reformularam sua estratégia para canais de relacionamento ao

cliente visando à obtenção do sucesso no setor com a abertura de novas frentes de atendimento,

tornando o cliente mais próximo, independente e satisfeito.

Quanto ao acesso aos canais de suporte, constatou-se que 80,0% dos respondentes

acessam os canais de suporte ao cliente quando tem dificuldade de realizar alguma transação

com o mobile banking. Evidencia-se que 41,7% concordam totalmente e 38,3% concordam

parcialmente. Os resultados encontrados convergem com Chiavenato (2005) que afirma que as

empresas devem se ocupar mais com o pós-venda, atendimento contínuo ao cliente prestando

suporte de informações de acordo com as dificuldades apresentadas.

Por fim, verificou-se sobre a disponibilidade de suporte e atendimento, constatou-se que

55,0% dos respondentes concordam que ao acessar o suporte do mobile banking são ajudados

e conseguem resolver suas dúvidas e operações de maneira fácil e ágil, correspondendo a 23,3%

concordam totalmente e 31,7% concordam parcialmente. Corroborando com o estudo de Rau

(2016) o qual revelou que o cliente adota uma postura mais exigente, no intuito de possuir

serviços personalizados e acessíveis a qualquer momento.

Page 13: MOBILE BANKING: UM ESTUDO SOBRE OS FATORES DE …

13

Em síntese, verifica-se que em média 71,91% dos respondentes concordam com os

fatores evidenciados nesta pesquisa, correspondendo a 40,41% que concordam totalmente, com

desvio-padrão de 15,3% e 31,5% que concordam parcialmente cujo desvio-padrão é de 7,6%.

Com base nos resultados aqui apresentados, conclui-se que dos 20 fatores evidenciados na

pesquisa, 17 influenciam na relação cliente e instituição financeira sob a temática mobile

banking.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa teve como objetivo analisar os fatores de mobile banking que influenciam

no relacionamento com o cliente de uma instituição financeira bancária localizada em Porto

Alegre. Para atingir este objetivo efetuou-se uma revisão teórica sobre o tema mobile banking

de forma a construir o instrumento de coleta da pesquisa para identificar esses fatores sob a

ótica de clientes correntistas.

Foi possível observar o perfil dos respondentes que são predominantemente do sexo

feminino, pós-graduados, possuem mais de 50 anos de idade e são correntistas da instituição

analisada por mais de 10 anos, o que infere uma fidelidade do cliente com o banco. Verificou-

se que dos 20 fatores apresentados, 17 influenciam no relacionamento com a instituição

financeira analisada, são eles: utilização da tecnologia mobile banking; acessibilidade da

informação; comunicação; segurança e praticidade; confiança no relacionamento; agilidade e

eficiência; marketing; layout; qualidade nos serviços; satisfação do atendimento digital;

disponibilidade dos serviços; conhecimento das operações bancárias; semelhanças dos serviços

oferecidos; segurança das transações; contribuição do mobile banking para o relacionamento;

acesso aos canais de suporte; disponibilidade de suporte e atendimento.

Estes resultados convergem com os estudos de Honorato (2004); Chiavenato (2005);

Magalhães e Pinheiro (2007); Oliveira e Lucena (2012); Augusto (2012); Martins (2013);

Fitzsmons et al. (2014); Febraban (2015); Silva (2016); Oliveira e Malagolli (2016); Rau (2016)

e Febraban (2017).

Constatou-se também que não houve uma convergência de percepção quanto a três

fatores: multicanal, desburocratização e decisão da escolha do banco em função do mobile

banking. Acredita-se que a não concordância deste último fator dá-se pelo fato dos respondentes

possuírem mais de 10 anos de correntista no banco, ou seja, a tecnologia não existia de forma

disseminada nesta época. Contrastando com as pesquisas Agência (2016) e Gradilone (2016).

Diante dos resultados obtidos, acredita-se que esta pesquisa contribuiu para o meio

acadêmico e profissional evidenciando aspectos teóricos e práticos sobre o tema mobile

banking. Sugere-se para pesquisas futuras analisar outras instituições bancárias para relacionar

os fatores que influenciam no relacionamento com o cliente, bem como verificar se há uma

tendência quanto a estes fatores.

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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES CORRENTISTA DE UMA

INSTITUIÇÃO FINANCEIRA BANCÁRIA LOCALIZADA EM PORTO ALEGRE

BLOCO 1 – CATEGORIZAÇÃO DO RESPONDENTE

A) Sexo

Feminino

Masculino

B) Qual é seu nível de escolaridade?

Médio completo

Superior incompleto

Superior completo

Pós-graduação

Mestrado

Doutorado

C) Qual é sua idade?

Até 25 anos

De 26 a 30 anos

De 31 a 35 anos

De 36 a 40 anos

De 41 a 45 anos

De 46 a 50 anos

Mais de 50 anos

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16

D) Quanto tempo você é correntista do banco?

Até 1 ano

Entre 1 a 5 anos

Entre 5 a 10 anos

Mais de 10 anos

BLOCO 2 – MOBILE BANKING

Objetivo de verificar os fatores de usabilidade do mobile banking que influenciam no seu relacionamento

com a sua instituição financeira.

Você deve marcar apenas uma alternativa para cada questão conforme legenda abaixo:

Nº Questão

1 -

Dis

cord

o t

ota

lmen

te

2 -

Dis

cord

o

parc

ialm

ente

3 -

Neu

tro

4 -

Con

cord

o

parc

ialm

ente

5 -

Con

cord

o t

ota

lmen

te

1 Eu utilizo o mobile banking.

2 O mobile banking possibilita o acesso às informações sobre os serviços e

produtos oferecidos pelo banco, bem como das taxas praticadas.

3 O meu banco disponibiliza um canal para verificar a minha percepção e opinião

de forma clara e eficiente.

4 Eu consigo iniciar uma operação em um determinado canal e terminar em outro.

5 A tecnologia utilizada pelo meu banco proporciona canais seguros e práticos.

6 Eu consigo abrir uma conta bancária pela internet.

7 O banco me orienta sobre segurança digital proporcionando a confiança no

relacionamento.

8 As transações bancárias ocorrem de forma ágil e eficiente, favorecendo uma

imagem positiva do banco no mercado.

9 O banco investe em campanhas para incentivar o uso de canais digitais,

segurança, tranquilidade e conforto aos clientes.

10 O layout do sistema possibilita a usabilidade e funcionalidade de interfaces para

mobile banking.

11 Considero que a qualidade e comodidade nos serviços oferecidos pelo banco

um fator crítico de sucesso.

12 Estou satisfeito com o atendimento digital do meu banco.

13

Os serviços disponíveis no mobile banking estão de acordo as minhas

necessidades.

14

Tenho conhecimento de todas as operações bancárias que podem ser realizadas

via mobile banking.

15

Os serviços disponíveis no mobile banking do meu banco são semelhantes aos

serviços ofertados por outras instituições.

16

A disponibilização do mobile banking pelo meu banco foi decisivo na escolha

do banco.

17 Me sinto seguro em realizar as transações através do mobile banking.

18

Os canais digitais em especial o mobile banking contribuem para um melhor

relacionamento entre o cliente e o seu banco.

19

Quando tenho dificuldade de realizar algumas transações com o mobile banking

acesso os canais de suporte ao cliente.

20

Quando eu acesso o suporte do mobile banking sempre sou ajudado e consigo

resolver as minhas dúvidas e operações de maneira fácil e ágil.