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MODELAÇÃO DA EXCITAÇÃO DINÂMICA SUPERFICIAL DO SUBSOLO
APLICAÇÃO À ANÁLISE ESPECTRAL DE ONDAS DE SUPERFÍCIE
José Nuno Varandas
14 Dezembro 2005
Objectivos
• Explicitação das principais características e ferramentas/parâmetros de
caracterização do fenómeno da propagação de ondas;
• Apresentação de resultados da Modelação numérica do campo de deslocamentos
associado à propagação de ondas de superfície de Rayleigh induzidas pela
introdução pontual de energia à superfície e cálculo das correspondentes curvas de
dispersão aparente;
• Simulação numérica de um ensaio CSW para avaliação da contribuição dos
diversos parâmetros que caracterizam uma dada configuração de ensaio, como
sejam o número de transdutores e o espaçamento entre eles.
Propagação de Ondas em Meios Sólidos Contínuos
Ondas Volúmicas Onda de Rayleigh
2Tπ
ω =2k π
=λ
v f= ⋅λ
Ondas de Rayleigh em Meios Homogéneos
3 3 R 1qx sx i( t k x )R1 1 R 2 2
R
2qsku A i k e e es k
− − ω −⎛ ⎞= − + ⋅⎜ ⎟⎜ ⎟+⎝ ⎠
3 3 R 1
2sx qx i( t k x )R
3 1 2 2R
2qku A e qe es k
− − ω −⎛ ⎞= − ⋅⎜ ⎟⎜ ⎟+⎝ ⎠
-0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
1.4
1.6
1.8
2
x λ
u
u
ν = 0.20
ν = 0.30
ν = 0.35
1
3
3
• A profundidade afectada pela passagem de um onda de Rayleigh em meios
homogéneos é de 1 a 2 comprimentos de onda;
• A velocidade de propagação das ondas de Rayleigh em meios homogéneos
elásticos lineares depende apenas das propriedades elásticas do meio afectado e
não depende da frequência, ou do conteúdo em frequência, da onda em causa;
Ondas de Rayleigh em Meios HeterogéneosDispersão Geométrica
b. Pequeno Comprimentoa. Perfil em profundidadede onda
c. Grande Comprimentode onda
propagaçãoDirecção da
Estrato 3
Estrato 2
Estrato 1
Direcção dapropagação
• A velocidade de propagação das ondas de Rayleigh em meios heterogéneos
depende do conteúdo em frequência da onda
Ondas de Rayleigh em Meios HeterogéneosModos de Propagação
( ) ( ) ( )R 3 3 3 jF x , x , x , , k 0⎡ ⎤ρ λ μ ω =⎣ ⎦ω
1 1v ;φ 2 2v ;φ 3 3v ;φ
• A expressão matemática da condição de propagação de ondas de Rayleigh em
regime livre designa-se equação característica• Para uma mesma frequência ω podem existir diferentes modos de propagação,
caracterizados por diferentes valores de velocidade de fase e de configuração modal
Ondas de Rayleigh em Meios HeterogéneosCurva de Dispersão Modal e Aparente
400
350
300
250
200
V [m
/s]
0 50 100 150freq [Hz]
400
350
300
250
200
V [m
/s]
0 50 100 150freq [Hz]
• A representação gráfica das soluções da equação característica associadas a cada
modo é designada por curva de dispersão modal• Em problemas de propagação forçada, a medição da velocidade de propagação em
função da frequência introduzida dá origem a uma curva de dispersão aparente• É a curva de dispersão aparente obtida experimentalmente que permite, através da
resolução de um problema inverso, determinar estimativas para parâmetros de um
modelo teórico adoptado, compatível com os resultados experimentais obtidos
V [m/s]
2800C
omp.
Ond
a [m
]
70
60
50
20
0
40
30
10
260240 300 320 340 360 380 400
V [m/s]
2800C
omp.
Ond
a [m
]
70
60
50
20
0
40
30
10
260240 300 320 340 360 380 400
Comportamento Cíclico dos Solos
γγc
secG
Modelo Constitutivo Elástico Linear:
Modelo Constitutivo Histerético Linear:
(no domínio da frequência)
ij ijkl kl(t) E (t)σ = ε
tkl
ij ijkld ( )(t) G (t ) d
d−∞
ε τσ = − τ τ∫
τ* i t
ij ijkl 0kl(t) G ( ) e ωσ = ω ε
• O tipo de resposta dos solos a uma determinada acção depende, entre outros
factores, da amplitude da deformação imposta
• Principio da correspondência elástico-viscoelástico – a solução de um problema de
valores de fronteira num meio viscoelástico pode obter-se através das equações
deduzidas para um meio elástico, substituindo nestas as constantes elásticas pelos
parâmetros complexos que caracterizam o comportamento viscoelástico do material
Método dos Estratos Finos
hx3
u , Tm-1 m-1
mu , Tm
m 1 m 1m
m m
T uK
T u− −⎡ ⎤ ⎡ ⎤
=⎢ ⎥ ⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎣ ⎦
minh4
λ<
2 2m m m m mK A k B k G M= + + − ω
( )j jK ,k 0ω φ =
• Este método é uma evolução do método de Haskell-Thomson – o conceito de matriz
de transferência é substituído pelo conceito de matriz de rigidez
• Funções de forma lineares do campo de deslocamentos no interior de cada estrato
• A matriz de rigidez individual de cada estrato fino é uma expressão algébrica
quadrática em função do numero de onda e da frequência
• O método dos Estratos Finos, de resolução do problema de propagação de ondas
em meios heterogéneos, radica na consideração individual de estratos homogéneos
justapostos, assentes sobre um semi-espaço elástico
• O cálculo dos valores e vectores próprios da equação característica pode ser
efectuado com recurso a algoritmos de factorização matricial já consagrados para o
efeito
Resultados – Curvas de Dispersão ModaisPerfil Normalmente Dispersivo
ρ [t/m3]
Pv [m/s]
Sv [m/s]
mh [m]
1.8 540 300 20 1.9 900 500 ∞
0 50 100 150
280
300
320
340
360
380
400
420
440
460
480
500
freq [Hz]
V [m
/s]
300 350 400 450 500
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V [m/s]
Com
p. O
nda
[m]
Resultados – Modos de PropagaçãoPerfil Normalmente Dispersivo
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 5.6mz
[m]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 6.1m
f = 50 Hz
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 6.4m
horizontalvertical
• O primeiro modo de propagação tem uma forma semelhante à configuração modal
característica de meios homogéneos
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 28.7m
z [m
]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 38.2m
f = 10 Hz
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
horizontalvertical
Resultados – Curvas de Dispersão ModaisPerfil Inversamente Dispersivo
ρ
[t/m3] Pv
[m/s]
Sv
[m/s]
mh
[m]
1.8 630 350 10
1.8 450 250 10
1.9 720 400 ∞
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
240 260 280 300 320 340 360 380 400
0
10
20
30
40
50
60
70
80
V [m/s]
Com
p. O
nda
[m]
Resultados – Modos de PropagaçãoPerfil Inversamente Dispersivo
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 28.7m
z [m
]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 38.5m
f = 10 Hz
-1 0 1
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1
horizontalvertical
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 5.2m
z [m
]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 5.8m
f = 50 Hz
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 6.5m
horizontalvertical
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 3.2m
z [m
]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 3.3m
f = 100 Hz
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 3.4m
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 2.2m
z [m
]
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 2.3m
f = 145 Hz
-1 0 1
0
10
20
30
40
50
60
Comp Onda = 2.4m
Modelação da Excitação Dinâmica Superficial do Subsolo
- Amplitudes do movimento associadas a cada modo de
propagação para uma excitação vertical harmónica exercida
pontualmente [Aki e Richards, 1980]
( ) i t3F t F e ω= ⋅
( ) ( ) ( )j 1M i t k x
1 3 1 3 jj 1u x , x , A x , x , e βω − +ϕ
β β=
⎡ ⎤ω = ω ⋅∑ ⎣ ⎦
( )1 3 jA x , x ,β⎡ ⎤ω⎣ ⎦
( ) ( )( )
( ) ( )( )
1 3 j2 0 j1 1 31 3 3j 3 1 3 j j j 1 jj 2 3 j
r x ,k ,r z , k ,A x , x ,A x , x , F
A x , x , 4v U I 2 x k r x ,k ,β
⎡ ⎤ωω⎡ ⎤ω ⎢ ⎥⎡ ⎤ω = = ⋅ ⋅⎢ ⎥⎣ ⎦ ⎢ ⎥ω π ω⎣ ⎦ ⎣ ⎦
• Na condição de existência de um meio com heterogeneidade exclusivamente
vertical, isotrópico elástico linear, a introdução de energia com variação harmónica
produz um campo de ondas de Rayleigh que pode ser aproximado por uma soma
de M modos de propagação
( )( ) ( ) ( )( )1 3 1 3 1 3Im u x , x , U x , x , sin t x , x ,β β βω = ω ⋅ ω − ψ ω
( ) ( )( )
1
11 3 1 3
1 1 3 ,x
dx ˆt x , x , c 0 V x , x ,x dt x , x ,
ββ β
β
∂ψ ωω − ψ ω = ⇔ ω− = ⇔ ω =
∂ ⎡ ⎤ψ ω⎣ ⎦
( )( ) ( ) ( )( )
( ) ( ) ( ) ( )( )
M M1 3 1 3 1 i ji ji 1 j 1
1 3 M M1 3 1 3 i j 1 i ji ji 1 j 1
2 A x , x , A x , x , cos x k kV̂ x , x ,
A x , x , A x , x , k k cos x k k
β β= =
β
β β= =
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ω⋅ ω ω ⋅ −∑ ∑ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦ω =
⎡ ⎤ ⎡ ⎤ω ω + ⋅ −∑ ∑ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
• Expressão analítica do movimento das partículas na forma trigonométrica
• - Função de Amplitude
• - Função de Fase
Uβ
βψ
Programa rig_efect
Dados do
estratificado
Método dosestratos finos
(...)
v ( )ωj
1 ωr (x , ) ,r (x , )3 2 3 ω
semi-espaço
U ( ) ωjCalculo de
Calculo de j ωI ( )
j[ ]β ωA (a,0, )
A (b,0, )ωβ[ ] j
j[ ]β ωA (c,0, )
x = a1
1x = b
1x = c
V (a,0, )ωβ
v
v
β ωV (b,0, )
V (c,0, )ωβ
v
Resultados – Curvas Aparentes de DispersãoPerfil Normalmente Dispersivo
0 20 40 60 80 100 120
250
300
350
400
450
500
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 1 m
0 20 40 60 80 100 120
250
300
350
400
450
500
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 3 m
0 20 40 60 80 100 120
250
300
350
400
450
500
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 11 m
0 20 40 60 80 100 120
250
300
350
400
450
500
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 7 m
5 10 15 20 25250
260
270
280
290
300
310
x1 [m]
V [m
/s]
Resultados – Curvas Aparentes de DispersãoPerfil Inversamente Dispersivo
0 20 40 60 80 100 120
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 4 m
0 20 40 60 80 100 120
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 1 m
0 20 40 60 80 100 120
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 13 m
0 20 40 60 80 100 120
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
D = 7 m
Ensaio CSW
Curva de dispersão
Frequência
Velo
cida
de d
e fa
se
G3
G2G1
Distância àorigem
Ângu
lo d
e Fa
se
FrequênciaFrequênciaFrequência
180
0
- 180
Fase
Fase
- 180
0
180180
0
- 180
Fase
G3G2G1f11ff1
FrequênciaFrequênciaFrequência
Am
plitu
deE
spec
tral
Am
plitu
deE
spec
tral
Am
plitu
deE
spec
tral
G3G2G1
Transformada de Fourier
Tempo Tempo Tempo
Am
plitu
de
Am
plitu
de
Am
plitu
de
G3G2G1
1Frequência fGeofones
G3G2G1
1f
Programa rig_efect_sim
v
β ωV (b-a,0, )
x = c1
x = b1
1x = a
I ( ) ωjCalculo
Calculo j ωU ( )
semi-espaço
ω323r (x , ) ,r (x , )ω1
j ωv ( )
(...)
estratos finosMétodo dos
estratificado
Dados do
u (x ,x , )=U (x ,x , ) sin( t- (x ,x , ))β βω ω ω1 3 1 3ω ψ1 3
ψ (a,0, )ω
β
β
βω(b,0, )ψ
ψ (c,0, )ωβ
V (c-a,0, )ωβ
v
V (c-b,0, )ωβv
media[ ]V (0, )ωβ
v
( ) ( )( ) ( )
2 12 1
2 1
r rV̂ r r ,0,
r ,0, r ,0,ω⋅ −
− ω =ψ ω − ψ ω
Resultados – Curvas Aparentes de DispersãoSimuladas com 2 transdutores
0 50 100 150220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
freq [Hz]
V [m
/s]
0 50 100 150250
300
350
400
450
500
freq [Hz]
V [m
/s]
r1=2.5m ; r2=3.5m r1=4.5m ; r2=5.5m
• É notório o efeito sobre o valor da velocidade aparente de fase induzido pelos
modos mais elevados
• A curva de dispersão aparente experimental obtida a partir das leituras realizadas
em apenas dois locais depende da configuração de ensaio adoptada
Utilização de vários transdutores
1
Transdutores
2 3 4 5
D d
Espaçamento = dEspaçamento = 2dEspaçamento = 3dEspaçamento = 4d
Curva de dispersão efectiva
• A curva de dispersão aparente final é uma média das dez séries de velocidade
aparente de fase associadas aos dez possíveis pares combináveis
Resultados – Curvas Aparentes de DispersãoSimuladas com 9 transdutores
D=2m ; d=1m D=2m ; d=3m
• Conveniência de utilização de um número de transdutores superior a dois
• Distância entre transdutores deverá maximizar a distância total abrangida sem
ultrapassar os mínimos comprimentos de onda previstos durante o ensaio
• A evidência dos efeitos induzidos por modos mais elevados atenua-se utilizando
mais transdutores e combinando os possíveis pares de resultados
• No primeiro caso, para f<75Hz são ainda evidentes os referidos efeitos devidos aos
modos mais elevados
• No segundo caso, a consideração de uma distância entre transdutores de 3m limita
a resolução em termos de comprimentos de onda. Não são calculadas as
velocidades aparentes de fase de ondas com comprimentos de onda inferiores a 3m
Desenvolvimentos Futuros
• Elaboração de ferramentas de simulação do ensaio baseada no Método dos
Elementos Finitos para a resolução do movimento superficial induzido no decurso de
ensaios SASW ou CSW;
• Utilização do modelo constitutivo histerético linear;
• Desenvolvimento de algoritmos de resolução do problema inverso de caracterização
geotécnica em profundidade a partir de resultados conhecidos de ensaios sísmicos
de superfície;
• Aplicação das ferramentas computacionais a casos reais de ensaios.