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1 o UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA BRUNO SILVA ANDRADE MODELAGEM POR HOMOLOGIA DAS DNA E RNA POLIMERASES DO PLASMÍDEO MITOCONDRIAL DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUAS RELAÇÕES FILOGENÉTICAS COM OUTRAS POLIMERASES FÚNGICAS E VIRAIS Feira de Santana, BA Fevereiro de 2008

modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

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1

o

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

BRUNO SILVA ANDRADE

MODELAGEM POR HOMOLOGIA DAS DNA E RNA POLIMERASES DO PLASMÍDEO MITOCONDRIAL DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUAS RELAÇÕES

FILOGENÉTICAS COM OUTRAS POLIMERASES FÚNGICAS E VIRAIS

Feira de Santana, BA

Fevereiro de 2008

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BRUNO SILVA ANDRADE

MODELAGEM POR HOMOLOGIA DAS DNA E RNA POLIMERASES DO PLASMÍDEO MITOCONDRIAL DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUAS RELAÇÕES

FILOGENÉTICAS COM OUTRAS POLIMERASES FÚNGICAS E VIRAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em

Biotecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana

como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em

Biotecnologia.

Orientador: Prof. Dr. Aristóteles Góes Neto

Co-orientadores: Prof. Dr. Alex Guterres Taranto

Profa. Dra. Alessandra S. Schnadelbach

Feira de Santana, BA

Fevereiro de 2008

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LISTA DE FIGURAS

Figura Legenda Página

1

Ciclo de vida de Moniliophthora perniciosa. A parte azul e a parte laranja correspondem respectivamente às fases biotrófica e saprofítica do fungo durante a sua interação com o cacaueiro (Theobroma cacao). Adaptado de LOPES (2005).

28

2 Estrutura dos plasmídeos mitocondriais encontrados em espécies de fungos. Adaptado de KENNEL (2007). 30

3 Tipos de plasmídeos mitocondriais encontrados em fungos filamentosos. Adaptado de GRIFFITHS (1995). 31

4

Estrutura do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa, mostrando as regiões codificantes para DNA e RNA polimerases e os terminais invertidos repetitivos (TIR). Fonte: FORMIGHIERI et al., 2007.

35

5

Evolução endossimbiótica e árvore dos genomas. A. Hospedeiro que adquiriu a mitocôndria; B. Proteobacteria ancestral; C. Origem da mitocôndria; D. Diversificação inicial das linhagens eucarióticas e transferência de genes para o hospedeiro; E. Cianobactéria ancestral; F. Protozoário ancestral; G. Origem dos plastídios; H. Diversificação inicial de plantas e algas e transferência de genes para o hospedeiro. Adaptado de TIMMIS et al. (2004).

39

6

Vírus e outros elementos genéticos móveis: as estratégias de replicação, tamanho do genoma, ecologia global, e proteínas típicas. Tr, transcrição; T, tradução; R, replicação; E, encapsulação; A, Archaea; B, Bacteria; F, Fungi; Mz, Metazoa; P, plantas; UE, eucariotos unicelulares. RdRp, RNA dependente de RNA polimerase; JRC, proteína de encapsulamento; RT, transcriptase reversa; RCRE, endonuclease presente no ciclo de replicação. Adaptado de KOONIN (2006).

41

7

Esturura da RB69 DNA polimarese, homóloga da Φ29 DNA polimerase, apresentando os três subdomínios funcionais – Palma, Dedos e Polegar, e mostrando o processo de ligação ao molde de DNA e aos nucleotídeos. Adaptado de TRUNIGER et al. (2003.).

47

8 Estrutura do Motivo B da RB69 DNA polimerse, homóloga da Φ29 DNA polimerase, apresentado sua relação no processo de polimerização do DNA. Adaptado de TRUNIGER et al. (2003).

47

9 Estrutura da T7 RNA polimerase, mostrando os três subdomínios: Palma, Polegar e Dedos. Adaptado de JERUZALMI; STEITZ (1998).

50

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10 Relação entre a resolução obtida para um determinado modelo protéico e suas aplicações. Adaptado de BAKER; SALI (2001). 59

11 Movimentos atômicos de estiramento de ligação, de deformação angular, de torção e interação entre átomos não ligados. 61

12 Superfície de Energia Potencial. 63

13 Etapas realizadas no processo geral de Modelagem por Homologia. 68

14 Etapas realizadas nos processos de refinamento e Dinâmica Molecular das estruturas 3D. 69

15

Região conservado no alinhamento entre a seqüência primária da DPO do plasmídeo de M.perniciosa e o molde 1XHX, apresentando o motivo B. B. Parte conservada no alinhamento entre a seqüência primária da RPO do plasmídeo de M.perniciosa e o molde 1ARO, apresentando o domínio palma. A coloração vermelha em determinadas regiões indica um alinhamento de boa qualidade.

80

16 Predição da estrutura secundária da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa. 81

17 Predição da estrutura secundária da RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa. 82

18 Estrutura secundária da DNA polimerase do plasmídeo de M.perniciosa. 83

19 Sítio ativo da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa, mostrando os motivos conservados. 84

20 Motivo B, responsável pela ligação da DPO à fita de DNA molde e seleção das dNTPs. 85

21 Motivo Dx2SLYP, importante no processo da polimerização da fita de DNA. 85

22 Motivo YxDTDS, constituinte do sítio ativo da DPO do plasmídeo de M. perniciosa. 86

23 Motivo Tx2A/GR, constituinte do sítio ativo da DPO do plasmídeo de M. perniciosa. 86

24 Motivo KxY, presente na região C-terminal da DPO do plasmídeo de M. perniciosa, participante do processo de polimerização do DNA.

87

25 Estrutura secundária da RNA polimerase do plasmídeo de M. 88

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perniciosa.

26 Sítio ativo da RNA polimerase do plasmídeo de M.perniciosa, presentes nos domínios Palma (verde) e Dedos (vermelho). 88

27

A. Gráfico relacionando os valores de cutoff por energia relativa da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa. B. Gráfico relacionando os valores de cutoff por energia relativa da RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa.

89

28 Gráfico de Ramachandran, gerado pelo PROCHECK, para a estrutura inicial da DPO do plasmídeo de M. perniciosa. 90

29

Validação por resíduo da 1DPO. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

91

30

Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1DPO. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam as áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

92

31

Qualidade da cadeia principal do modelo 1DPO: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio.O eixo das abscissas está descrito em graus, e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

93

32

Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1DPO. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus, e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

94

33

Gráfico de validação da estrutura inicial da DPO, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto que as regiões verdes representam valores baixos.

95

34 Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK, para a estrutura inicial da RPO do plasmídeo de M. perniciosa. 96

35

Validação por resíduo da 1RPO. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

96

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36

Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1RPO. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

97

37

Qualidade da cadeia principal do modelo 1RPO: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

98

38

Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1RPO. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

99

39

Gráfico de validação da estrutura inicial da RPO, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto que as regiões verdes representam valores baixos.

100

40 Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK para o modelo da DPO, após o refinamento e Dinâmica Molecular a 300 e 300 ps do plasmídeo de M .perniciosa.

101

41

Validação por resíduo da 1DPOC. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

102

42

Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1DPOC. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

103

43

Qualidade da cadeia principal do modelo 1DPOC: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; N: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: - energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

104

44 Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1DPOC. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional

105

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Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

45

Gráfico de validação do modelo da DPO, após refinamento e Dinâmica Molecular, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto regiões verdes, valores baixos.

106

46 Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK para o modelo da RPO, após o refinamento e Dinâmica Molecular a 300 K e 300 ps do plasmídeo de M. perniciosa.

107

47

Validação por resíduo da 1RPOC. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

107

48

Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

108

49

Qualidade da cadeia principal do modelo 1RPOC: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

109

50

Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1RPOC. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

110

51

Gráfico de validação do modelo da RPO, após refinamento e Dinâmica Molecular a 300 K e 300 ps, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto regiões verdes, valores baixos.

111

52 Estrutura do plasmídeo mitocondrial de Neurospora intermedia. Fonte: http://www.ncbi.nih.gov (2007). 112

53 Estrutura do plasmídeo mitocondrial de Spizellomyces punctatus. Fonte: http://www.ncbi.nih.gov (2007). 112

54 Filograma de consenso de maioria, de uma análise de Parcimônia dos contigs DPO/RPO de seqüências nucleotídicas de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos

114

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correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

55

Filograma gerado a partir de análise de Distância, utilizando contigs de DNA de DPO/RPO de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

115

56

Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências nucleotídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

116

57

Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, para os contigs DPO/RPO, utilizando seqüências de aminoácidos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

117

58

Filograma de consenso de maioria, por Distância, utilizando seqüências de aminoácidos dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

118

59

Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

119

60

Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

120

61

Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

121

62

Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

122

63

Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

123

64 Filograma de consenso de maioria, por Distância, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte

124

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dado por valores percentuais de bootstrap.

65

Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

125

66

Filograma de consenso de maioria gerado por análise Bayesiana, utilizando seqüências de DNA dos contigs DPO/RPO de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

126

67

Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, utilizando seqüências aminoacídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos mitocondriais fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

127

68

Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, para as DNA polimerases de plasmídeos fúngicos mais polimerases virais, utilizando seqüências de aminoácidos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.1

128

69

Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, para seqüências aminoacídicas das RNA polimerases de plasmídeos fúngicos mais RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

129

70 Estrutura secundária da 1DPOC. 148

71 Estrutura secundária da 1RPOC. 148

72 Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, para as DNA polimerases de plasmídeos fúngicos, utilizando seqüências nucleotídicas.

149

73 Filograma gerado a partir de Distância, utilizando seqüências nucleotídicas das DNA polimerases dos plasmídeos fúngicos. 150

74 Filograma das DPOs de plasmídeos fúngicos, utilizando seqüências de DNA, gerado a partir de inferência por Máxima Verossimilhança.

151

75 Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia para as seqüências aminoacídicas das DNA polimerases de plasmídeos fúngicos.

152

76 Filograma gerado por Distância, para as seqüências 153

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aminoacídicas das DPOs de plasmídeos fúngicos.

77 Filograma de Máxima Verossimilhança para as seqüências aminoacídicas de DPOs dos plasmídeos fúngicos. 154

78 Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências de DNA das RPO dos plasmídeos fúngicos. 155

79 Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências de DNA das RPOs de plasmídeos fúngicos. 156

80 Filograma de Máxima Verossimilhança para as seqüências nucleotídicas das RPOs dos plasmídeos fúngicos. 157

81 Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando as seqüências de aminoácidos das RNA polimerases de plasmídeos fúngicos.

158

82 Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências de aminoácidos das RPOs de plasmídeos fúngicos. 159

83 Filograma de Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas das RPOs de plasmídeos mitocondriais fúngicos. 160

84 Filograma Bayesiano de consenso de maioria, para as seqüências nucleotídicas das DNA polimerases dos plasmídeos mitocondriais de fungos.

161

85 Filograma Bayesiano de consenso de maioria, das DPOs de plasmídeos mitocondriais de fungos, utilizando seqüências de aminoácidos.

162

86 Filograma Bayesiano de consenso de maioria para as seqüências nucleotídicas das RPOs dos plasmídeos mitocondriais de fungos. 163

87 Filograma bayesiano de consenso de maioria, para seqüências aminoacídicas das RNA polimerases dos plasmídeos mitocondriais de fungos.

164

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LISTA DE TABELAS

Tabela Legenda Página

1 Moldes selecionados através de BLASTP. 79

2 Moldes selecionados através de Threading. 79

3 Plasmídeos mitocondriais lineares do clado fúngico completamente seqüenciados. 112

4 Polimerases virais utilizadas nas análises filogenéticas. 113

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Aos meus Pais, minha razão de existir. Ao

meu irmão, meu verdadeiro amigo. A

Paloma, meu verdadeiro amor. Vocês

contribuíram muito para realização de tudo

isso.

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13

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me ter permitido chegar até aqui.

Ao Dr. Alex Taranto, pela amizade, e pela excelente orientação não só na

modelagem molecular, mas também em como se tornar um pesquisador mais

competente e eficiente.

A Dra. Alessandra Schnadelbach pela amizade e excelente (e exigente) orientação.

A Dra. Shaila Roessle, pela orientação, pela amizade e por ter me auxiliado nos

primeiros passos na modelagem molecular.

Ao Dr. Luciano Paganucci, pela amizade e pelas orientações que sempre me deu ao

longo dos anos, e pela ajuda quanto à parte de filogenia.

A minha amiga Catiane Souza, por ter se mostrado sempre prestativa, auxiliando no

meu crescimento como profissional e como pessoa, pelas horas perdidas (ou não) à

frente do computador discutindo assuntos da biotecnologia e me trazendo muito de

sua experiência, por ter me encaminhado na Biologia Molecular.

Ao meu amigo Anderson Rocha, pelo companheirismo e pelas várias atividades

complementares.

Ao meu “irmão” Wagner Soares, por ter me ajudado no momento que mais precisei,

pela amizade, pelos momentos de descontração, e pela honestidade que sempre

demonstrou.

Ao meu amigo Cristiano Villella, pelas orientações na Biologia Molecular, por ter me

dado força sempre que precisei estar na UESC.

Ao meu amigo Helton Ricardo, por cuidar tão bem do curso e dos alunos do

PPGBiotec, pela confiança, e pelos inúmeros momentos de descontração.

A Adriana Estrela, pela amizade e pelos momentos de descontração.

A todos os meus amigos do PPGBiotec: Indira Nobre, Rafaela Galante, Lidiane

Oliveira, Carlos Líverton, Viviane Galvão, Gisele Rocha, Marcelo Diniz, Geruza

Ceita, Manoelito Coelho e Rodrigo Queiroz.

A todos aqueles que fazem parte do LAPEM, por terem auxiliado direta ou

indiretamente para realização deste trabalho.

A Teo e a Zezé (HUEFS), por estarem sempre presentes na minha vida, como

amigas e como “orientadoras”.

A todos do LMM (UEFS), pelas inúmeras vezes que cederam seus computadores

para submissão dos meus cálculos de modelagem molecular.

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Ao Programa de Pós-graduação em Biotecnologia da UEFS/FIOCRUZ, pelo

excelente suporte para realização deste trabalho.

A FAPESB, pela concessão da minha bolsa de mestrado. Ao CNPq/FINEP, pela

logística, e em especial ao Mississipi Center for Supercomputing Research pelo

acesso ao Amber.

AGRADECIMENTO ESPECIAL

Ao meu amigo, Dr. Aristóteles Góes Neto, por estar sempre presente como

orientador, como amigo, e pela confiança que me deu me deixando caminhar com as

próprias pernas; não teria chegado até aqui sem sua excelente orientação e sem

seu apoio sempre que precisei. Obrigado pelo muito que me ensinou por todo esse

tempo.

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15

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho

original”.

Albert Einstein.

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RESUMO

O fungo filamentoso Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora é um

Basidiomycota hemibiotrófico responsável pela doença vassoura-de-bruxa no

cacaueiro e vem provocando perdas significativas nas lavouras cacaueiras no sul da

Bahia. Os plasmídeos mitocondriais de fungos podem ser circulares ou lineares do

tipo invertron com as terminações 5’ invertidas e repetitivas (TIR) que, em sua

maioria, codificam DNA e RNA polimerases. As funções atualmente conhecidas

desses plasmídeos nos hospedeiros fúngicos são alterações no tempo geracional

(senescência precoce ou aumento de sobrevida). Uma melhor compreensão da

estrutura e função dessas enzimas pode contribuir para a busca de uma nova

alternativa para o controle da doença. A partir dos dados de seqüenciamento

gerados pelo projeto genoma do M. perniciosa foi identificado e completamente

seqüenciado um plasmídeo mitocondrial que codifica DNA e RNA polimerases. Este

trabalho teve como objetivos: (i) realizar análises comparativas e filogenéticas

(parcimônia, distância, máxima verossimilhança e bayesiana) das DNA e RNA

polimerases de plasmídeos mitocondriais lineares do tipo invertron, utilizando

seqüências de aminoácidos e nucleotídeos, de todas as espécies de fungos que

possuem essas moléculas, testando a hipótese de transferência horizontal de genes

entre espécies fúngicas e entre essas espécies e vírus; e (ii) obter as estruturas

tridimensionais, através de modelagem por homologia, das polimerases do

plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa. Um total de 13 espécies do clado fúngico

apresentam plasmídeos mitocondriais do tipo invertron completamente

seqüenciados, cinco ascomicetos, sete basidiomicetos e um quitridiomiceto. Todas

as análises filogenéticas, independentemente do método e do conjunto de dados

utilizado, apresentaram topologias das árvores semelhantes. DNA e RNA

polimerases foram inseridas, provavelmente, em eventos distintos, por Transferência

Horizontal de Genes no genoma mitocondrial das 13 espécies de fungos

hospedeiros utilizadas nesse estudo. As estruturas tridimensionais obtidas para as

DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M. perniciosa apresentam todos os

domínios característicos das famílias dessas polimerases. Após Modelagem por

Homologia, refinamento e Dinâmica Molecular (300K por 300ps), os modelos finais

dessas polimerases mostraram alta similaridade estrutural com seus respectivos

moldes (1XHX e 1ARO, respectivamente), sugerindo que essas moléculas estejam

ativas dentro da mitocôndria de M. perniciosa. A realização desse trabalho foi de

Page 17: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

17

fundamental importância para o entendimento da filogenia molecular de plasmídeos

mitocondriais em fungos, e também no auxílio ao desenvolvimento de novas

alternativas para o controle do fungo causador da vassoura-de-bruxa do cacaueiro.

Palavras-Chave: Moniliophthora perniciosa, Plasmídeos Mitocondriais, Fungos,

Modelagem por Homologia, Filogenia Molecular.

Page 18: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

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ABSTRACT

The filamentous fungus Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora is a

hemibiotrophic Basidiomycota that causes witches' broom disease of cocoa

(Theobroma cacao L.). It has been claimed as one of the most important

phytopathological problem of cocoa that has afflicted the Southern Hemisphere in

recent decades. Fungal mitochondrial plasmids are usually invertrons encoding DNA

and RNA polymerases with terminal inverted repeats with 5'-linked terminal proteins.

Plasmid insertion into mitochondrial genomes of their hosts are probably associated

to modifications in host generation time, and a better understanding of these

structures and functions could help to elucidate processes involved in fungal aging,

and, thus, contribute to a new alternative for the control of witches’ broom disease of

cocoa tree. During the accomplishment of M. perniciosa genome project, a plasmid

encoding both DNA and RNA polymerases was identified and completely sequenced

in mitochondria of this fungus. The aims of this project were: (i) to carry out

comparative and phylogenetic analyses of DNA and RNA polymerases of all linear

mitochondrial plasmids in fungi, at both gene and protein levels, and between fungal

and viral polymerases, testing the hypotesis of horizontal gene transfer; and (ii) to

perform the protein homology modeling of both DNA and RNA polymerases of

recently discovered M. perniciosa mitochondrial plasmid. A total of 13 species of the

fungal clade presents mitochondrial plasmids of invertron type completely

sequenced, five Ascomycota, seven Basidiomycota, and one Chitridiomycota. All the

phylogenetic analyses, regardless of both the method and data set used, showed

similar tree topologies. DNA and RNA polimerases were probably inserted during

different events by Horizontal Gene Transfer in mitochondrial genomes of the 13

fungal host species used in our study. The three-dimensional structures obtained for

both DNA and RNA polimerases from M. perniciosa mitochondrial plasmid have all

the characteristic domains of the families of these polimerases. After Molecular

Homology Modeling, refinement and Molecular Dynamics (300K and 300ps), the final

models of these polymerases showed high structural similarity with their respective

templates (1XHX and 1ARO, respectively), and suggesting that these molecules are

biologically active inside M. perniciosa mitochondria. The accomplishment of this

project was importannt for a better understanding of evolutionary relationships of

Page 19: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

19

mitochondrial plasmids of the fungal clade, and for the development of new

alternatives to control the fungal agent of witches' broom disease.

Key words: Moniliophthora perniciosa, Mitochondrial Plasmids, Fungi, Homology

Modelling, Molecular Phylogeny.

Page 20: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

20

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 25

2 REVISÃO DA LITERATURA 27

2.1 MONILIOPHTHORA PERNICIOSA (STAHEL) AIME & PHILLIPS-MORA: O AGENTE CAUSADOR DA VASSOURA DE BRUXA DO CACAUEIRO (THEOBROMA CACAO)

27

2.2 PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS 29

2.3 PLASMÍDEO MITOCONDRIAL DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA (STAHEL) AIME & PHILLIPS-MORA

35

2.4 TRANSFERÊNCIA HORIZONTAL DE GENES 36 2.5 ADENOVÍRUS E RETROVÍRUS 41

2.6 DNA E RNA POLIMERASES TIPO VIRAIS 45

2.7 FILOGENIA E EVOLUÇÃO MOLECULAR 50

2.8 MODELAGEM POR HOMOLOGIA 54

2.8.1 Química Computacional 60

2.8.2 Emprego da Química Computacional na Modelagem por Homologia

64

3 METODOLOGIA 67

3.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA 67

3.1.1 Busca de Moldes para as DPO e RPO do plasmídeo de M. perniciosa

70

3.1.2 Alinhamento das seqüências com os moldes 70

3.1.3 Threading e predição de estrutura secundária 71

3.1.4 Construção dos modelos tridimensionais 71

3.1.5 Refinamento e Dinâmica Molecular 71

3.1.6 Validação das estruturas tridimensionais das DNA e RNA Polimerases do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

73

3.2 FILOGENIA MOLECULAR 74

3.2.1 Alinhamento das seqüências de DNA 74

3.2.2 Alinhamento das seqüências de aminoácidos 75

Page 21: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

21

3.2.3 Análises filogenéticas tradicionais 75

3.2.3.1 Análises das seqüências de nucleotídeos 75

3.2.3.2 Análises das seqüências de aminoácidos 76

3.2.4 Análise bayesiana 77

4 RESULTADOS 78

4.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA 78

4.1.1 Moldes selecionados para construção das DNA e RNA polimerases do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

79

4.1.2 Confirmação dos moldes através de Threading 79

4.1.3 Alinhamento das proteínas alvo com os seus respectivos moldes

80

4.1.4 Predição de estrutura secundária 81

4.1.5 Modelos tridimensionais das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M. perniciosa

83

4.1.5.1 Estrutura tridimensional da DNA polimerase do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

83

4.1.5.2 Estrutura tridimensional da RNA polimerase do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

87

4.1.6 Determinação dos valores de cutoff para os cálculos de refinamento e Dinâmica Molecular das estruturas das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M. perniciosa

89

4.1.7 Validação das estruturas tridimensionais das DNA e RNA polimerases do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

90

4.1.7.1 Validação das estruturas iniciais das DPO e RPO do plasmídeo de M. perniciosa

90

4.1.7.2 Validação dos modelos tridimensionais das DPO e RPO do plasmídeo de M. perniciosa, após refinamento e Dinâmica Molecular

101

4.2 ESTRUTURA DOS PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS DO CLADO FÚNGICO

112

4.3 FILOGENIA MOLECULAR 113

4.3.1 Filogenia tradicional 113

Page 22: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

22

4.3.2 Filogenia Bayesiana 126

5 DISCUSSÃO 130

5.1 ANÁLISE SEQÜÊNCIA – ESTRUTURA DOS MODELOS DAS DPO E RPO DO PLASMÍDEO DE M. PERNICIOSA COM OS SEUS MOLDES VIRAIS

130

5.2 RELAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS ENTRE PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS LINEARES DE FUNGOS

131

5.3 FILOGENIA E EVOLUÇÃO DAS DNA E RNA POLIMERASES DOS PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS DE FUNGOS E VÍRUS

132

6 CONCLUSÕES 136

6.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA 136

6.2 FILOGENIA MOLECULAR 136

REFERÊNCIAS 138

APÊNDICES 148

ANEXOS 165

Page 23: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

23

GLOSSÁRIO 1 % – Percentagem

2 3D – Tridimensional

3 BLAST – Basic Local Alignment System Tool.

4 cDNA – DNA complementar.

5 Conídios – Células reprodutivas presentes nos ciclos de vida de espécies de fungos.

6 DM – Dinâmica Molecular

7 DNA – Ácido desoxirribonucléico

8 DPO – DNA polimerase.

9 dsDNA – DNA de fita dupla.

10 E/kT – Fator de Boltzmann

11 Heterocariose – presença de dois ou mais núcleos geneticamente diferentes dentro de uma única célula.

12 K – Graus Kelvin

13 Kb – Kilobases.

14 Kcal – Quilolocaloria

15 kDa – Kilodaltons.

16 MCMC – Monte Carlo Markov Chain

17 mtDNA – DNA mitocondrial.

18 ORF – Open Reading Frame.

19 Pb – Pares de bases

20 PDB – Protein Data Bank.

21 Protein-primed – Processo iniciador na replicação do DNA pelas DNA polimerases virais e algumas polimerases procarióticas e eucarióticas.

22 Ps – Picossegundo

Page 24: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

24

23 QM/MM – Quantum-Mecanical/Molecular-Mecanical

24 RMS – Rout mean square

25 RPO – RNA polimerase.

26 SEP – Superfície de energia potencial

27 THG – Transferência Horizontal de Genes.

28 TIR – Terminal Inverted Repeats.

Page 25: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

25

1 INTRODUÇÃO

O agente causador da vassoura-de-bruxa do cacaueiro (Theobroma cacao

L.), Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora, é um fungo patógeno

hemibiotrófico, pertencente à ordem Agaricales e à família Tricholomataceae. Esse

fungo é endêmico da Bacia Amazônica, sendo o único patógeno do cacau que se

desenvolve concomitantemente com o cacaueiro (AIME; PHILLIPS-MORA, 2005).

O projeto genoma do Moniliophthora perniciosa identificou genes muito

importantes relacionados ao metabolismo do fungo, como o da oxidase alternativa

(AOX) e genes associados à interação patógeno-hospedeiro, os quais podem estar

relacionados a processos de morte celular programada (PCD). Além disso, um fato

muito interessante foi a presença de um um plasmídeo linear integrado

covalentemente ao genoma mitocondrial. Esse plasmídeo apresenta uma estrutura

típica do tipo invertron codificando DNA e RNA polimerases (DPO e RPO) em fases

de leitura opostas (ORFs), relacionadas com polimerases virais de adenovírus e

retrovírus (FORMIGHIERI et al., 2008).

Plasmídeos são fragmentos de DNA ou RNA que têm a capacidade de se

replicar independente do genoma do hospedeiro (KENNEL, 2007; GRIFFITHS,

1995). Essas moléculas podem ser encontradas em vários tipos de organismos

como bactérias, fungos e plantas, sendo a presença dessas estruturas em animais

desconhecida. Em seus hospedeiros, esses plasmídeos podem estar envolvidos

com aumento da virulência ou resistência a antibióticos (bactérias), alteração do

tempo geracional (fungos) e resistência a algum patógeno (plantas). Plasmídeos

mitocondriais em fungos apresentam geralmente uma estrutura típica do tipo

invertron, codificando DNA e RNA polimerases em fases de leitura opostas, e os

terminais das fitas de DNA apresentam seqüências invertidas e repetitivas (TIR) com

uma proteína de ligação ao terminal 5’, a qual pode estar envolvida com o processo

de transcrição dessas moléculas. Na maioria dos hospedeiros fúngicos que possuem

plasmídeos associados à mitocôndria há uma alteração no tempo de vida desses

organismos (GRIFFITHS, 1995). Polimerases codificadas por plasmídeos

mitocondriais fúngicos são homólogas de DNA e RNA polimerases virais, estando

envolvidas nos processos de replicação de DNA de fita dupla e nos processos de

transcrição de DNA em RNA mensageiro, respectivamente (ROKYTA et al., 2006).

Por esse motivo é bem provável que esteja ocorrendo um processo de Transferência

Page 26: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

26

Horizontal de Genes (THG) entre seqüências virais e de plasmídeos fúngicos

(VILLARREAL; DEFILIPPIS, 2000).

No presente trabalho foram analisadas seqüências de DNA e de proteína

(aminoácidos) das enzimas DNA e RNA polimerases codificadas por todos os

plasmídeos mitocondrais do tipo linear conhecidos em fungos, totalizando 13

espécies, sendo sete ascomicetos, cinco basidiomicetos (incluindo M. perniciosa) e

um quitridiomiceto, com o objetivo de definir a filogenia molecular baseada em dados

moleculares, testando a hipótese de transferência horizontal de genes dessas

polimerases dentro do próprio clado fúngico, e entre essas polimerases e

polimerases virais. A realização da modelagem por homologia das duas enzimas

(DNA e RNA polimerases) codificadas pelo plasmídeo do M. perniciosa fornece

dados para que, em uma etapa posterior, seja feito um estudo com os prováveis

ligantes que possam inibi-las. Portanto, os estudos de filogenia das DNA e RNA

polimerases codificadas por plasmídeos mitocondriais lineares de fungos, bem como

a modelagem por homologia das DNA e RNA polimerases do plasmídeo mitocondrial

de Moniliophthora perniciosa, poderão auxiliar no controle da vassoura-de-bruxa do

cacaueiro.

Page 27: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

27

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 MONILIOPHTHORA PERNICIOSA (STAHEL) AIME & PHILLIPS-MORA: O

AGENTE CAUSADOR DA VASSOURA DE BRUXA DO CACAUEIRO

(THEOBROMA CACAO)

O fungo filamentoso Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora é

um basidiomiceto hemibiotrófico responsável pela doença vassoura-de-bruxa no

cacaueiro, doença que vem provocando perdas significativas nas lavouras

cacaueiras no Sul da Bahia (SANTOS, 2005), inicialmente denominado de

Marasmius perniciosus e posteriormente renomeado para Crinipellis perniciosa

(Stahel) Singer, após a revisão do gênero Marasmius por Singer (GRIFFITH, 2003;

PURDY; SCHMIDT, 1996). Outra modificação na nomenclatura foi realizada quando

Aime e Phillips-Mora (2005) sugeriram a alteração do gênero de Crinipellis para

Moniliophthora baseado em dados moleculares. M. perniciosa está dentro da ordem

Agaricales, a qual possui poucos patógenos conhecidos (AIME; PHILLIPS-MORA,

2005), família Tricholomataceae, e é endêmico da Bacia Amazônica, sendo o único

patógeno do cacau que se desenvolve concomitantemente com o cacaueiro

(PURDY; SCHMIDT,1996).

O entendimento do ciclo de vida deste patógeno, bem como sua propagação,

é de fundamental importância para a retomada da produção de cacau e da

economia da região sul da Bahia. Dentre as estratégias de controle, a manipulação

genética é uma das estratégias mais promissoras. O seqüenciamento de bibliotecas

genômicas do M. perniciosa permitiu a identificação de genes importantes desse

patógeno e de seu patosistema (SANTOS, 2005).

Vários biótipos de M. perniciosa foram descritos (LOPES, 2005), sendo que o

biótipo C afeta o Theobroma cacao e outras espécies dos gêneros Theobroma e

Herrania (Malvaceae) (HORA-JUNIOR, 2006).

Os basidiósporos, liberados pelos basidiomas formados na superfície externa

dos hospedeiros, são as únicas estruturas em condições naturais capazes de

infectar o cacaueiro, sendo responsáveis pela disseminação da doença. Ao atingir a

superfície dos órgãos de plantas sadias, os esporos produzem tubos de germinação

monocarióticos que penetram no hospedeiro e atingem os tecidos meristemáticos.

Apenas o micélio biotrófico está presente nos tecidos infectados verdes e, nesta

Page 28: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

28

fase, o fungo induz à hipertrofia e à hiperplasia das células apicais, resultando em

múltiplos ramos nitidamente mais grossos que o único ramo original, formando uma

estrutura anômala denominada de vassoura verde. Após um período de três a nove

semanas ocorre o processo de dicariotização, no qual o micélio entra na fase

saprofítica, possuindo hifas mais finas, que invadem as células do tecido hospedeiro,

culminando com a morte dos ramos e formando assim a vassoura seca. As

vassouras necrosadas possuem coloração amarronzada, podendo permanecer

presas à planta ou cair no solo. O micélio presente nessas vassouras secas produz

os basidiomas que irão liberar novos basidiósporos e assim fechar o ciclo de vida do

fungo (PURDY; SCHMIDT,1996; LOPES, 2005; HORA-JUNIOR, 2006) (Figura 1).

Figura 1. Ciclo de vida de Moniliophthora perniciosa. A parte azul e a parte laranja correspondem respectivamente às fases biotrófica e saprofítica do fungo durante a sua interação com o cacaueiro (Theobroma cacao). Adaptado de LOPES (2005).

Page 29: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

29

2.2 PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS

Plasmídeos são pequenas moléculas de DNA (ou RNA) que possuem a

capacidade de se replicar no interior de células vivas, independente do genoma do

hospedeiro (KENNEL, 2007). Estas estruturas podem, algumas vezes, integrar-se

covalentemente ao genoma das células ou organelas e se replicar como parte dele.

Os plasmídeos foram originalmente descobertos em bactérias, mas posteriormente

moléculas semelhantes foram também encontradas em organismos eucariotos.

Essas moléculas podem apresentar dois tipos de conformação, circular e linear

(GRIFFITHS, 1995). De fato, a maioria dos plasmídeos em eucariotos é linear

(ESSER et al., 1986).

A ocorrência de plasmídeos foi verificada em diferentes compartimentos das

celulares – no citoplasma de algumas leveduras, e nas mitocôndrias (Figura 2) de

alguns fungos filamentosos (ROSEWICH; KISTLER, 2000). Vários plasmídeos

mitocondriais foram encontrados em plantas (KIM et al., 2000). Contudo, em

animais, nunca foi reportada a ocorrência dessas estruturas (GRIFFITHS, 1995).

Plasmídeos fúngicos foram encontrados em culturas diretamente isoladas de

populações naturais de várias espécies, incluindo Absidia glauca Hagem

(HAENFLER et al., 1992), Agaricus spp (ROBINSON et al., 1991)., Ascobolus

immersus Pers. (LIM; HOWLETT, 1994.), Ascosphaeria apis (Maasen ex Claussen)

L.S. Olive & Spiltoir (QIN et al., 1993), Alternaria alternata (Fr.) Keissl. (SHEPHERD

1992), Claviceps purpurea (Fr.) Tul. (TUDZYNSKI; ESSER, 1986.), Epichloë typhina

(Pers.) Tul. & C. Tul. (MOGEN et al., 1991.), Erysiphe graminis DC. (GIESE et al.,

1990), Fusarium solani (Mart.) Sacc. (SAMAC; LEONG, 1988.), Fusarium oxysporum

Schltdl. (HIROTA et al., 1992), Leptosphaeria maculans (Desm.) Ces. & De Not.

(LIM; HOWLETT, 1994), Morchella vulgaris (Pers.) Boud. (MEINHARDT; ESSER,

1984), Haematonectria haematococca (Berk. & Broome) Samuels & Rossman

(SAMAC; LEONG, 1988.), Neurospora spp., Podospora pauciseta (Ces.) Traverso

(HERMANNS; OSIEWACZ, 1992), Pytium spp. (Marcinko-Kuehn et al., 1994.),

Rhizoctonia solani J.G. Kühn (MIYASAKI et al., 1990), Tilletia spp (Kim et al., 1990),

e Trichoderma viride Pers (MEINHARDT et al., 1990). Todos os plasmídeos

encontrados nesses fungos são mitocondriais, com a possível exceção dos

plasmídeos de Alternaria (GRIFFITHS, 1995).

Page 30: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

30

O impacto da inserção ou presença de um plasmídeo ao fenótipo do

hospedeiro, de maneira geral, continua não sendo claro. Todavia, essas moléculas

podem conferir algumas vantagens seletivas para o hospedeiro, alterando, em

alguns aspectos, o metabolismo e a divisão mitocondrial. Porém, em muitos estudos

de fisiologia, nenhuma alteração na taxa ou padrão de crescimento foi observada,

pois até o momento, ainda não existem testes sensíveis a ponto de identificar

alterações bastante pequenas no crescimento, respiração ou taxa reprodutiva

(GRIFFITHS, 1995). Por outro lado, foi descrito em algumas espécies do gênero

Neurospora um fenômeno conhecido como síndrome da senescência fúngica

(MARCOU, 1961; CHAN et al., 1991), o qual inclui perda progressiva das funções

mitocondriais, perda da fertilidade das estruturas ascogênicas, declínio da taxa de

crescimento das hifas com uma paralela perda de viabilidade dos conídios e,

eventualmente, morte do micélio (ESSER et al., 1986; CHAN et al., 1991).

Grande parte dos plasmídeos conhecidos estão distribuídos em espécies de

fungos parasitas e, para algumas dessas espécies, foi sugerida a hipótese que

essas estruturas seriam responsáveis por propriedades patogênicas específicas

Figura 2. Estrutura dos plasmídeos mitocondriais encontrados em espécies de fungos. Adaptado de KENNEL (2007).

Page 31: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

31

quando comparados com espécies sem plasmídeos ou com plasmídeos diferentes

(LIM; HOWLETT, 1994; JABAJI-HARE et al., 1994; HIROTA et al., 1992; MOMOL;

KISTLER, 1992; GIESE et al., 1990; MIYASHITA et al., 1990; ). Em outras espécies,

como as do gênero Neurospora (Ascomycota), o que ocorreu foi um fenômeno de

senescência, com a entrada dos plasmídeos na mitocôndria e alteração da taxa de

respiração com conseqüente morte do micélio (CHAN et al, 1991).

De uma maneira geral os plasmídeos naturais encontrados em fungos são do

tipo linear, apresentando um tamanho entre 1kb a 21kb (ROSEWICH; KISTLER,

2000). Mesmo assim, vários tipos de aberrações de DNA mitocondrial têm sido

encontrados em diferentes fungos, por exemplo, em espécies de Cochliobolus e

Claviceps. Plasmídeos naturais circulares parecem ter sido encontrados

exclusivamente em Neurospora. Plasmídeos lineares kalilo e maranhar são os mais

tipicamente encontrados. A estrutura geral típica possui um terminal invertido

repetitivo, no qual o tamanho é característico de um plasmídeo individual. Ao final de

cada extremidade existe uma proteína de ligação ao nucleotídeo 5’ (Figura 3).

Figura 3. Tipos de plasmídeos mitocondriais encontrados em fungos filamentosos. Adaptado de GRIFFITHS (1995).

Page 32: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

32

A presença dessa proteína foi sugerida através da resistência a digestão por

exonucleases, mas a proteína pode ser visualizada a partir de eletromicrografia

(VIERULA et al, 1990). Começando dentro dos TIR da molécula, existem duas

grandes fases de leitura (ORFs) em sentidos opostos, em direção a porção medial

do plasmídeo. Essas fases de leitura são abertas se considerarmos o uso do códon

mitocondrial. ORFs menores estão presentes em outras fases de leitura, mas

provavelmente sem significância (GRIFFITHS, 1995). Seqüências presumíveis de

aminoácidos codificados por esses plasmídeos sugerem DNA e RNA polimerases

tipo viral similares a alguns bacteriófagos e mitocôndrias de leveduras (COURT;

BERTRAND, 1992; CHAN et al., 1991). Ambas as ORFs são transcritas (COURT;

BERTRAND, 1993; VICKERY; GRIFFITHS, 1993).

Plasmídeos mitocondriais estão amplamente distribuídos em fungos

filamentosos e compartilham características como a presença de elementos TIR e

genes codantes para DNA e RNA polimerases. Esses plasmídeos estão presentes

em diferentes gêneros e espécies de fungos, incluindo saprófitas e patógenos de

plantas (GIESE et al., 2003), Basidiomycota e Ascomycota, principalmente do

gênero Neurospora (XU et al., 1999). Em muitos casos esses são transmitidos da

mesma maneira que as mitocôndrias e o DNA mitocondrial. Em cruzamentos

sexuais, o plasmídeo do parente maternal é transmitido para a maioria ou toda a

progênie (GRIFFITHS, 1995).

De acordo com a teoria da endossimbiose, os plasmídeos mitocondriais de

fungos são de origem procariótica e acredita-se que podem ter sido herdados de

fagos virais bacterianos (GRIFFTHIS, 1995). O grau de relação entre plasmídeos de

diversas espécies tem sido estimado a partir de seqüências dos genes das DNA e

RNA polimerases (RPOs). A transmissão de plasmídeos mitocondriais durante

cruzamentos sexuais e o contato entre fungos têm sido objeto de muitos estudos

(GIESE et al, 2003), um dos quais atribui introgressão em Neurospora sp. (BOK et

al., 1999) e transmissão assexual em Cryphonectria parasitica (Murrill) M.E. Barr

(BAIDYAROY et al., 2000). De fato, foi demonstrado que plasmídeos podem ser

transmitidos entre isolados de espécies diferentes, através de anastomoses hifais.

Outros estudos demonstraram que, mesmo através de barreiras somáticas, a

transmissão ocorreu através desse processo (GIESE et al., 2003).

Os tipos de plasmídeos mais encontrados em fungos são os lineares

(GRIFFITHS, 1995), muitos desses possuem seqüências idênticas em orientações

Page 33: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

33

invertidas nas suas terminações, e podem ocorrer em outros organismos. Essas

estruturas também foram encontradas no citoplasma de células de pólen de milho,

espécies da bacteria Streptomyces, leveduras e plantas. Esses elementos possuem

estrutura semelhante a alguns adenovírus, o bacteriófago Φ29 de Bacillus subtilis, e

vários elementos móveis como, Ac, Ds e Spm do milho, elementos Tam de

Antirrhinum majus, elementos P de células de Drosophila sp., e transposons de

Escherichia coli e outras bactérias (SAKAGUCHI, 1990). O modo de replicação

desse DNA tem sido estudado em alguns vírus e plasmídeos lineares (OESER,

1989; SAVILAHTI, 1993). Acredita-se que a replicação de plasmídeos mitocondriais

ocorra através de um processo similar ao protein-primed utilizado por adenovírus e

bacteriófago Φ29 (GIESE et al., 2003). Para adenovírus e fagos Φ29, foi evidenciado

que a DNA polimerase (DPO), proteínas terminais e fatores de alongamento eram

codificados pelo genoma viral (SAKAGUCHI, 1990).

Os adenovírus e os plasmídeos lineares S-1 e S-2 das células de pólen do

milho compartilham com outros elementos genéticos móveis, a habilidade de se

inserir ou se desligar ao DNA cromossomal ou mitocondrial (mtDNA) do hospedeiro

(SAKAGUCHI, 1990). Recentemente foi reportada a similaridade entre genes da

DNA polimerase desses plasmídeos lineares, vários vírus animais, e bacteriófagos.

Os genes das DNA polimerases em leveduras e plasmídeos lineares de DNA de

milho, pGKL1, pGKL2, e S-1, assim como em fagos Φ29 de B. subtilis PRD e T4,

adenovirus tipo 2, vaccinia vírus, herpesvirus, e Epstein-bar vírus, compreendem a

família DNA polimerase tipo B, possuindo três regiões-consenso, as quais são

características da família das polimerases (JUNG et al., 1987 A; JUNG et al., 1987

B; FUKUHARA, 1987). Tipos similares de plasmídeos lineares de DNA têm sido

encontrados nos fungos Ascobolus immersus Pers., Claviceps purpurea, Rhizoctonia

solani, Morchella vulgaris (Pers.) Boud., Pleurotus ostreatus (Jacq.) P. Kumm. e

Lentinula edodes (Berk.) Pegler, e nas plantas Sorghum bicolor (L.) Moench,

Brassica campestris L., e Brassica napus L (TUDZYNSKI; ESSER, 1983;

FRANCOU,. 1981; MEINHARDT; ESSER, 1984; YUI ET AL., 1988; SHISHIDO;

KATAYOSE, 1988; PALMER ET AL., 1983; ERICKSON ET AL., 1985). Todos esses

plasmídeos compartilham as duas características comuns de terminais invertidos

repetitivos (TIR) de DNA e proteínas ligadas à extremidade 5’. Outra característica

típica desse tipo de plasmídeo é o baixo número de cópias no citoplasma do

hospedeiro. Muitos elementos genéticos móveis e transposons compartilham

Page 34: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

34

estrutura genética e funções básicas com adenovírus e plasmídeos lineares de DNA.

Esses elementos possuem TIR idênticos e são algumas vezes interrompidos por

regiões homólogas em orientação inversa das suas extremidades. Adenovírus e

plasmídeos lineares de DNA de milho, S-1 e S-2, compartilham com elementos

genéticos móveis a capacidade de se inserir ou se desligar do seu cromossomo

hospedeiro ou DNA mitocondrial. Essas características e as similaridades nas

estruturas terminais podem justificar o agrupamento desses elementos genéticos

dentro de um grupo estrutural, funcional, e evolutivo (SAKAGUCHI, 1990).

A família kalilo de plasmídeos mitocondriais está distribuída em todo o globo

terrestre em várias espécies de Neurospora como também no gênero relacionado

Gelasinospora. O plasmídeo prototípico kalilo foi encontrado em linhagens de

espécies heterotálicas de Neurospora intermedia F.L. Tai. Um plasmídeo derivado,

LA-kalilo, foi identificado em linhagens da espécie pseudohomotálica Neurospora

tetrasperma Shear & B.O. Dodge da Louisiana. Yuewang et al. (1996) encontraram

outro derivado em uma população 8-esporulada homotálica de Gelasinospora.

Arganoza et al. (1994) reportaram várias linhagens contendo plasmídeos com

homologia ao kalilo. Em uma investigação mais detalhada nas últimas linhagens, os

autores descobriram novas formas curtas em linhagens de espécies heterotálicas de

Neurospora da Tailândia e da Costa do Marfim, apresentando a existência de formas

prototípicas em N. tetrasperma de Moorea-Tahiti, e LA-kalilo em Neurospora crassa

do Haiti. É provável que o padrão de distribuição desses plasmídeos pelo mundo

seja devido puramente a um modo de transmissão vertical, através de um ancestral

comum de todas as espécies listadas, sendo que não existem testes diretos para

cada modelo. Em um teste indireto é possível gerar árvores filogenéticas das

seqüências dos plasmídeos e determinar se coincidem ou não com as árvores

filogenéticas dos seus hospedeiros fúngicos. Uma coincidência pode sugerir, mas

não provar descendência vertical. Outra possibilidade é que os plasmídeos tenham

sido distribuídos por transmissão horizontal utilizando algum tipo de fusão de hifas

geneticamente distintas (heterocariose) (BOK et al., 1999).

Terminais invertidos repetitivos (TIR), tipicamente possuem centenas de

pares de bases de comprimento, e vêm sendo encontrados em vários genomas

lineares de vírus bem como em plasmídeos lineares, ambos de origem procariótica e

eucariótica. Essas moléculas de DNA de fita dupla também contem proteínas

covalentemente ligadas ao terminal 5’. Sua replicação ocorre mediada a um

Page 35: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

35

mecanismo de protein-primed, no qual a proteína serve como primer na iniciação. O

TIR possui as origens de replicação e, conseqüentemente, o mecanismo de protein-

primed inicia-se a partir de cada uma das extremidades. Os TIR também parecem

facilitar a ligação de outras proteínas acessórias que auxiliam no processo de

replicação (SAVILAHTI; BAMFORD 1993).

2.3 PLASMÍDEO MITOCONDRIAL DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA (STAHEL)

AIME & PHILLIPS-MORA

O plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa apresenta uma estrutura típica de

invertron, codificando genes para DNA e RNA polimerases em fases de leitura

opostas (Figura 4) (FORMIGHIERI et al, 2008).

Análises filogenéticas entre o plasmídeo de M. perniciosa e alguns

plasmídeos de Agaricales, utilizando seqüências das DPO e RPO, apresentaram um

grupo consistente formado por este plasmídeo, pFV1 de Flammulina velutipes

(Curtis) Singer e pMLP2 de Pleurotus ostreatus (Jacq.) P. Kumm., indicando que a

presença desses genes segue uma herança vertical (FORMIGHIERI et al, 2008).

A presença desse plasmídeo integrado ao genoma mitocondrial do biótipo C

de M. perniciosa ocorreu independentemente da origem geográfica. Já para o biótipo

L foram encontradas seqüências similares, mas inseridas em regiões diferentes

(FORMIGHIERI et al, 2008).

A integração estável desse plasmídeo ao genoma mitocondrial de M.

perniciosa sugere um evento evolutivo recente, associado ao desenvolvimento de

alguns biótipos. Isso pôde ser verificado através de dados de conteúdo

Figura 4. Estrutura do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa, mostrando as regiões codificantes para DNA e RNA polimerases e os terminais invertidos repetitivos (TIR). Fonte: FORMIGHIERI et al., 2007.

Page 36: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

36

Guanina/Citosina (G+C), nas regiões dos TIR, das ORFs hipotéticas e nas regiões

codificantes para as polimerases, além da interpretação bioestatística desses dados.

Essas análises também indicam que esse plasmídeo pode ter sido inserido por

completo em um único evento, e que essas seqüências estão em processo de

adaptação ao restante do genoma, indicado pela erosão dos terminais invertidos,

pois, enquanto um plasmídeo típico apresenta TIR com cerca de 1000 pares de

bases, o plasmídeo de M. perniciosa apresenta dois pares curtos de repetições

descontínuas, com 347 e 130 pares de bases, localizadas nas regiões 11284 e 6743

do genoma mitocondrial, respectivamente (FORMIGHIERI et al, 2008).

Considerando que o plasmídeo de M. perniciosa está integrado estavelmente

ao genoma mitocondrial, é provável que esteja envolvido no processo de

senescência. Entretanto, o fato desse plasmídeo estar integrado estavelmente

apenas ao genoma mitocondrial do biótipo C é intrigante (FORMIGHIERI et al.,

2008).

2.4 TRANSFERÊNCIA HORIZONTAL DE GENES

Transferência Horizontal de Genes (THG) implica na transferência de material

genético entre espécies (RICARD et al., 2006). Em contraste com a transmissão

vertical, na qual o material genético é trocado entre organismos da mesma espécie,

a THG refere-se ao intercâmbio horizontal de genes entre linhagens ou espécies

distantemente relacionadas (BROWN, 2003). A filogenia de genes horizontalmente

transferidos é caracteristicamente diferente da filogenia das espécies; essas

diferentes filogenias podem também trazer um outro significado, como aceleração no

processo de evolução dos genes, perda de genes, ou mesmo transferência de

genes de um eucarioto para um procarioto (HALL et al., 2005).

Genes adquiridos por THG podem conferir novas funções para o organismo

recipiente, particularmente quando o organismo não possui funções relacionadas

com o novo gene adquirido (RICARD et al., 2006). Conseqüentemente, a THG

possui o potencial de controlar uma importante via na exploração de novos nichos.

Transferência horizontal (ou lateral) tem sido inferida em muitos processos

biológicos, incluindo o surgimento e distribuição de fatores de virulência, resistência

a antibióticos, e a manutenção, em longo prazo, das organelas. A THG em larga

escala tem sido descrita principalmente em transferências de organelas para o

Page 37: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

37

núcleo, entre espécies de Eubacteria e Archaea, e em menor escala de Eukarya

para Eubacteria (DOOLITTLE, 1998). Um caso bem documentado foi o destino do

DNA dentro de células eucarióticas. Exemplos individuais incluem transferência de

DNA de bactérias para fungos e protozoários ciliados no rúmen. A transferência de

16 genes de bactérias para nematóides e de 96 para Entamoeba histolytica são

apenas exemplos de transferência horizontal de genes de bactérias para eucariotos

que foram investigados em larga escala (RICARD et al., 2006).

O fenômeno de transferência horizontal de genes desempenha um grande

papel na evolução dos genomas de bacteriófagos. Em fagos, transferência

horizontal pode ocorrer via recombinação homóloga ou não-homóloga e parece ser

limitada primariamente por uma seleção contra o rompimento de interações

funcionais. O processo de evolução do genoma de bacteriófagos foi elucidado a

partir da caracterização de DNA de fita dupla (dsDNA) dos genomas desses fagos.

Os fagos com dsDNA das famílias Siphoviridae (ex. λ), Podoviridae (ex. T7), e

Myoviridae (ex. T4) têm recebido maior atenção por sua história como modelos

moleculares de sistemas biológicos e por seu impacto econômico em processos de

fermentação lática. Essas famílias compreendem os fagos caudados, os quais são

caracterizados por genomas relativamente grandes e, ocasionalmente, ciclos de vida

lisogênicos. Ambas as características parecem facilitar a transferência horizontal de

genes. A primeira minimizando obstáculos na aquisição ou perda de genes, e a

última por incluir oportunidades de recombinação entre fagos (ROKYTA et al., 2006).

Em eucariotos, poucos exemplos de transferência horizontal de genes têm

sido bem documentados. A transferência horizontal eucarioto-eucarioto de genes

mitocondriais foi recentemente reportada entre plantas parasitas e suas respectivas

plantas hospedeiras (HALL et al., 2005). Os casos de THG nesse grupo são restritos

a elementos genéticos móveis não-infectantes, plasmídeos e transposons

(ROSEWICH; KISTLER, 2000). Esse tipo de fenômeno também é encontrado entre

espécies animais, como por exemplo, entre espécies de Drosophila, nas quais foram

encontrados transposons transferidos horizontalmente (BROWN, 2003).

Exemplos de transferência horizontal interdomínios de procariotos para

eucariotos também são conhecidos – transferência de informação genética pela

Agrobacterium tumefaciens para sua planta simbionte, e a transferência de

informação genética de mitocôndrias e cloroplastos para o genoma nuclear. A

freqüência de transferência de informação genética de bactérias para eucariotos

Page 38: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

38

continua sendo matéria de debate. O seqüenciamento de genomas de procariotos

tem revelado a transferência horizontal de genes como um importante mecanismo

evolutivo entre esses organismos (HALL et al., 2005).

Segundo Brown (2003) o fenômeno de THG vem ocorrendo desde o processo

de formação e diferenciação dos primeiros organismos vivos. Análises comparativas

de dados moleculares obtidos a partir de projetos genomas indicam que, ao longo da

história da vida, a THG pode ter sido a principal força responsável pela evolução das

formas celulares e pelo surgimento dos três grandes domínios conhecidos hoje –

Archaea, Bacteria, e Eukarya.

Diversas seqüências completas de DNA de vários plasmídeos fúngicos estão

disponíveis em bancos de dados e, dentre essas, cinco foram utilizadas para a

construção de árvores filogenéticas. Os cinco plasmídeos foram comparados com

eles mesmos, com outros plasmídeos lineares, e DNA de vírus e fagos. Ambas as

ORFs de DNA e RNA polimerases foram utilizadas, focando as regiões que

apresentavam regiões de aminoácidos mais conservadas. As seqüências foram

classificadas em cinco grupos gerais – adenovírus, fagos lineares procarióticos,

outros vírus e fagos, plasmídeos lineares citoplasmáticos, e plasmídeos

mitocondriais lineares. O grupo que aparece mais relacionado com os plasmídeos

mitocondriais lineares nas DNA polimerases é aquele que contém os fagos que

realizam replicação pelo processo protein-primed (Φ29, M2, e PRD1) (GRIFFITHS,

1995). Por outro lado, homólogos dessas polimerases são encontrados em genomas

de Archaea e Eucarya, ficando difícil considerar um monofiletismo para este grupo

de enzimas; entretanto, esse fato pode ser explicado pela rápida evolução dessas

polimerases em linhagens virais, o que pode obscurecer sua origem comum. O

monofiletismo dessas DNA polimerases que empregam um processo de protein-

primed para replicação de dsDNA (adenovírus animais e fagos caudados como

PRD1 e Φ29) vem sendo contestado (KOONIN et al., 2006). Na árvore das RNA

polimerases, o grupo mais relacionado possui os fagos T3 e T7, e seqüências de

genes codificantes de polimerases mitocondriais de leveduras. Devido a esses fatos,

muitos autores têm sugerido que os plasmídeos fúngicos possuem origem viral,

configurando assim um fenômeno de THG (GRIFFITHS, 1995). O domínio palma

encontrado nesse tipo de polimerase é altamente relacionado com a proteína

primordial que emergiu do mundo de RNA no qual a polimerização dos nucleotídeos

era catalisada por ribozimas. Isso não é suportado apenas pela ampla distribuição

Page 39: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

39

desse domínio em formas modernas de vida, mas também pela relação desse

domínio com o motivo de reconhecimento de RNA (MRR). O domínio palma de RNA

polimerases RNA-dependentes e transcritases reversas foram excluídos dos ciclos

de vida de organismos celulares, entretanto, a maioria dessas células possui cópias

inativas desses elementos em seu genoma, sejam elas eucarióticas ou procarióticas

(KOONIN et al., 2006).

Mitocôndrias e plastídeos se originaram de procariotos ancestrais de vida livre

(TIMMIS et al, 2004). Essas organelas possuem genes com um modelo de herança

não-mendeliano (BAUR, 1909), e sua evolução é baseada na Teoria da

Endossimbiose (MERESCHKOWSKY, 1905; MARGULIS, 1970) (Figura 5).

Análises moleculares identificaram Proteobacteria e Cyanobacteria como

ancestrais das mitocôndrias e cloroplastos, respectivamente (GRAY, 1982). Essas

organelas apresentam genomas haplóides multicirculares, apresentando um

Cyanobacteria Proteobacteria Archaeabacteria

A C

F

G

D

H

Eucariotos Plantas

Figura 5. Evolução endossimbiótica e árvore dos genomas. A. Hospedeiro que adquiriu a mitocôndria; B. Proteobacteria ancestral; C. Origem da mitocôndria; D. Diversificação inicial das linhagens eucarióticas e transferência de genes para o hospedeiro; E. Cianobactéria ancestral; F. Protozoário ancestral; G. Origem dos plastídios; H. Diversificação inicial de plantas e algas e transferência de genes para o hospedeiro. Adaptado de TIMMIS et al. (2004).

B

E

Page 40: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

40

conjunto de genes pouco relacionados com o genoma nuclear (TIMMIS et al., 2004).

A capacidade codificante dos genomas organelares varia dentre as linhagens

eucarióticas. Genomas de plastídios completamente seqüenciados revelaram que

essas organelas codificam aproximadamente entre 20 a 200 proteínas (MARTIN;

HERRMANN, 1998; SIMPSON; STERN, 2002), e mitocôndrias entre 3 a 67

proteínas (GRAY et al., 1999; LANG et al., 1999).

Evidências para a THG em fungos e outros eucariotos são apresentadas de

forma indireta. Na maioria dos casos, fenômenos de THG são inferidos quando

características de um elemento genético tornam-se evidentes em um determinado

organismo, incluindo uma inconsistência entre a filogenia do elemento genético em

questão e a filogenia tradicional aceita para os organismos; alta similaridade entre

seqüências de DNA ou aminoácidos desses elementos com elementos de

organismos distantes filogeneticamente; distribuição irregular de um elemento

genético em uma variedade de espécies ou linhagens; genes similares

compartilhados entre espécies dentro de uma área geográfica distinta ou habitat

específico independente das suas reações filogenéticas; e características de um

gene (conteúdo G+C, uso do códon, introns, etc.) inconsistente ao genoma residente

(ROSEWICH; KISTLER, 2000).

Existem muitas discussões sobre a origem de plasmídeos mitocondriais e

como provavelmente se deu a ampla distribuição dos mesmos em fungos

filamentosos (ROSEWICH; KISTLER, 2000). Um modelo propõe que esses

plasmídeos possam ter vindo de bacteriófagos da bactéria endossimbionte que se

tornou à mitocôndria (MEINHARDT et al., 1990; GRIFFITHS, 1995; KEMPKEN et al.,

1992). O processo de Transferência Horizontal de Genes tem sido proposto para

explicar a distribuição desses plasmídeos entre diferentes espécies e isolados

fúngicos, implicando que esses plasmídeos são parasitas moleculares altamente

transmissíveis (TAYLOR, 1986; MASEL et al., 1993; ARAGANOZA et al., 1994;

YANG et al., 1996). A alta distribuição de plasmídeos em populações naturais de

fungos pode ser uma evidência de que a THG seja um fator evolutivo mais

importante nesse grupo de organismos do que em outros eucariotos (ROSEWICH;

KISTLER, 2000).

Page 41: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

41

2.5 ADENOVÍRUS E RETROVÍRUS

Vírus estão presentes em todos os tipos de formas celulares – como se cada

organismo tivesse o seu próprio vírus, ou até, elementos genéticos parasitas tipo

virais (Figura 6) (KOONIN, 2006).

Figura 6. Vírus e outros elementos genéticos móveis: as estratégias de replicação, tamanho do genoma, ecologia global, e proteínas típicas. Tr, transcrição; T, tradução; R, replicação; E, encapsulação; A, Archaea; B, Bacteria; F, Fungi; Mz, Metazoa; P, plantas; UE, eucariotos unicelulares. RdRp, RNA dependente de RNA polimerase; JRC, proteína de encapsulamento; RT, transcriptase reversa; RCRE, endonuclease presente no ciclo de replicação. Adaptado de KOONIN (2006).

Page 42: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

42

Muitas espécies de fungos possuem vírus citoplasmáticos ou mitocondriais

(GHABRIAL, 1980). Recentemente estudos ambientais têm mostrado que vírus,

especialmente, bacteriófagos, são as mais abundantes entidades biológicas do

planeta. Vírus movem-se ativamente por biomas e são considerados os maiores

agentes de evolução em virtude de sua capacidade de operar veículos de

transferência horizontal de genes. A extraordinária diversidade de bacteriófagos de

DNA de fita dupla é um contraste em relação a sua ausência em plantas.

Contrariamente, vírus de RNA são extremamente abundantes em diversas plantas e

animais, mas são atualmente representados por apenas duas compactas famílias

em bactérias, e não possuem nenhum representante em Archaea. A genômica

comparativa não apresenta nenhuma evidência de origem monofilética para todos os

vírus, e muitos grupos de vírus simplesmente não compartilham de genes em

comum, efetivamente, descartando qualquer noção convencional de uma suposta

origem comum exclusiva. Genes podem ser compartilhados por diferentes grupos de

vírus, com apenas homólogos distantes em organismos celulares, e com forte

indicação de monofiletísmo para todos os membros virais da respectiva família

gênica. Notavelmente, bacteriófagos e vírus de Archaea com genomas de tamanho

moderado e grande apresentam genes denominados ORFans, que freqüentemente

compreendem mais de 80% dos genes nesses vírus. A rápida evolução dos ORFans

de fagos traz muitas fontes, senão a maior, de ORFans encontrados em genomas

procarióticos, desempenhando um importante papel na evolução dos organismos

procarióticos. A replicação de RNA-virus de fita positiva, RNA-virus de dupla fita,

RNA-virus de fita negativa, e retrovírus/elementos são catalisadas por uma outra

classe de enzimas virais, RNA dependente de RNA polimerases e transcriptases

reversas. Outro importante caso é a DNA polimerase família B que é a principal

enzima envolvida nos processos de replicação de numerosos vírus de DNA de dupla

fita de bactérias e eucariotos. Homólogos dessas DNA polimerases são encontrados

em todos os genomas de Archaea e eucariotos, mas o monofiletismo de todas essas

polimerases virais não foi demonstrado em análises filogenéticas. Entretanto, isso

potencialmente pode ser explicado pela rápida evolução das polimerases em várias

linhagens virais, o que pode mascarar essa origem comum. Além disso, é sugerido o

monofiletismo das polimerases de todos os vírus que empregam um mecanismo de

protein-primed na replicação do DNA de dupla fita (adenovírus animais e fagos com

“cauda” como o PRD1 ou Φ29) (KOONIN et al., 2006).

Page 43: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

43

A divergência entre as linhagens bacterianas e eucarióticas parece

representar a mais profunda separação na árvore dos organismos atuais (SOGIN et

al., 1989). Como as proteínas de replicação do DNA desses grupos são de

fundamental importância e interagem através de mecanismos complexos, é provável

que o sistema de replicação do genoma, como o sistema traducional, pode conter os

genes co-evoluídos mais conservados dentre todas as linhagens relacionadas

(VILLARREAL; DEFILIPPIS, 2000). Homólogos de genes envolvidos com o processo

de replicação são encontrados em bactérias, eucariotos, e arqueas, incluindo

proteínas envolvidas no reconhecimento de origens de replicação, helicases,

proteínas de ligação ao DNA, síntese de DNA, braçadeiras, ligação, e remoção de

primers. Entretanto, existem claras diferenças entre a similaridade das seqüências

que separam proteínas de replicação de bactérias das outras de arqueas e

eucariotos (EDGELL et al., 1997). Os genes de replicação em bactérias parecem

não relacionados evolutivamente com aqueles de arqueas e eucariotos. Por

exemplo, a DNA polimerase III replicativa de E. coli está na família da DNA

polimerases tipo C e não tem nenhuma similaridade com alguma das duas DNA

polimerases família B de mamíferos (WANG et al., 1995). Análises filogenéticas

dessas DNA polimerases resultam em agrupamentos polifiléticos que são

incompatíveis com a árvore das espécies (BRAITHWAITE; ITO, 1993). Até a ampla

existência de genes não-ortólogos com funções idênticas apresenta um dilema

quando são usados para a inferência da árvore universal dos organismos atuais,

levando alguns autores a propor que o ancestral de bactérias, arqueas e eucariotos

possuía um genoma de RNA (EDGELL et al., 1997; MUSHEGIAN; KOONIN, 1996).

Entretanto, atualmente admite-se que, entre bactérias e eucariotos, centenas de

genes funcionais sejam homólogos, como os relacionados à síntese de DNA. Isso

sugere que os eucariotos e procariotos atuais herdaram muitos genes do ancestral

comum mais recente (LAKE et al., 1999; NICHOLAS et al., 1997). Vírus de DNA,

entretanto, também possuem um completo sistema de replicação e reparo

independente de DNA que inclui membros das famílias A e B das polimerases

(KNOPF, 1998). Vírus são geralmente impositores de seleção negativa a seus

hospedeiros. Além disso, a recombinação entre genoma do hospedeiro e viral é um

fenômeno comumente observado, até em retrovírus que adquirem protooncogenes

celulares (VARMUS 1984; BISHOP, 1983). Vírus são ainda raramente considerados

como fontes de genes dos hospedeiros e, desta forma, seqüências virais não são

Page 44: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

44

consideradas na reconstrução filogenética de organismos celulares atuais.

Entretanto, um genoma viral pode evoluir até um milhão de vezes mais rápido que o

do seu hospedeiro. Se um vírus de DNA pode se estabelecer de maneira estável no

genoma de seu hospedeiro, ele realmente pode fornecer genes que interfiram na

evolução desse hospedeiro (VILLARREAL, 1999).

Micovírus geralmente apresentam genomas com RNA de fita dupla ou, em

menor quantidade, RNA de fita simples (MCCABE et al., 1999; VAN DIEPENINGEN,

1999). Esses vírus diferem dos vírus de outros organismos por não apresentar uma

fase extracelular, sendo considerado não-infectante (GHABRIAL, 1980; MCCABE et

al., 1999). Transmissão vertical em uma progênie assexual é geralmente bem

sucedida. Por outro lado, durante a reprodução sexual essa transmissão é

ineficiente ou inexistente. O processo de transmissão horizontal pode ocorrer através

de anastomose hifal e a transferência do vírus é eficiente entre indivíduos

somaticamente compatíveis (ROSEWICH; KISTLER, 2000).

Os micovírus mais conhecidos são aqueles que causam alteração no fenótipo

do hospedeiro, debilidade do fungo, a qual inclui redução da virulência, ou confere

alguma vantagem seletiva sobre outros vírus de vida livre (GHABRIAL, 1980;

MCCABE et al., 1999, MILGROOM, 1999; NUSS; KOLTIN, 1990). Entretanto, a

maioria dos micovírus é considerada neutra e não traz nenhuma conseqüência para

seus hospedeiros. Essa ausência de efeito fenotípico nos hospedeiros pode ser

resultado de um fenômeno de co-evolução entre os vírus e os hospedeiros fúngicos,

o qual inclui seleção contra virulência (ROSEWICH; KISTLER, 2000).

Page 45: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

45

2.6 DNA E RNA POLIMERASES TIPO VIRAIS

A Φ29 DNA polimerase está incluída no grupo das α-DNA polimerases devido

a sua sensibilidade a afidicolina e a análogos de nucleotídeos (BuAdATP e

BuPdGTP), inibidores específicos de DNA polimerases tipo α de eucariotos

(TRUNIGER et al., 1998). Esta polimerase é a principal enzima de replicação em

vírus de DNA de dupla fita que ocorrem em bactérias e eucariotos (KOONIN et al.,

2006). Esta enzima Possui cerca de 66-kDa e está dentro da família de DNA

replicases do tipo eucarióticas, possuindo a habilidade de iniciar o processo de

replicação, utilizando uma proteína como primer (BLASCO et al., 1993a). Um fato a

se considerar é que essa polimerase contém alguns aminoácidos altamente

conservados na região C-terminal. Tem sido proposto que essas regiões

conservadas podem desempenhar um papel muito importante na função da enzima,

sendo parte do sítio ativo para atividades sintéticas (TRUNIGER et al., 1998).

A seletividade de nucleotídeos pela DNA polimerase depende primariamente

da polimerização da geometria do sítio ativo, o qual é desenhado para aceitar pares

de base de Watson-Crick e rejeitar pares de base de geometrias diferentes. A

ligação dos dNTPs induz alterações conformacionais na molécula de DNA

polimerase que precede alterações químicas sendo cerca de 10.000 vezes mais

lentas para dNTPs incorretos do que para os corretos. Essas alterações

conformacionais posicionam a entrada de nucleotídeos para catálise. Uma baixa

taxa de formação de ligação fosfodiéster pode adicionar dNTPs incorretos, nesse

caso, muitas polimerases possuem uma atividade de exonuclease 3’ – 5’, que

corrige esses erros. Enquanto esta atividade de polimerização do DNA possui uma

fidelidade bastante acurada (fator de discriminação entre taxas de nucleotídeos

corretos e incorretos de 104 a 106), o processo de iniciação por protein-primed de

tem se mostrado razoavelmente inacurado, com um fator de discriminação de

apenas 102. A iniciação ocorre opostamente ao resíduo 3’ terminal do molde de DNA

e consiste na formação de uma ligação covalente fosfodiéster entre o grupo hidroxila

da Ser232 do molde e 5’-dAMP catalisada pela Φ29 DNA polimerase na presença de

íons de metais divalentes. O produto, molde-dAMP, não é degradado pela atividade

de exonuclease 3’-5’. Por outro lado, a baixa fidelidade da Φ29 DNA polimerase

durante a iniciação pode produzir uma alta taxa da mutação no produto de iniciação.

A outra ponta do produto de iniciação na frente do resíduo 3’-terminal do molde

Page 46: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

46

permite que o segundo nucleotídeo sirva, em um segundo momento, como molde

para um passo seguinte, a formação do molde-(dAMP)2. Esse mecanismo é

proposto para controlar a fidelidade da reação de iniciação. Após alguns passos de

transição, a Ф29 DNA polimerase replica cada fita de DNA. Devido a um processo

ativo e capacidade de descarte, essa DNA polimerase não necessita ajuda de

nenhuma helicase ou fator de processamento para replicar completamente seu

molde, o molde-DNA. Três subdomínios funcionais responsáveis pela polimerização

foram definidos por comparação com estruturas cristalográficas de várias DNA

polimerases das famílias A e B, de acordo com sua similaridade estrutural com a

mão direita: palma, dedos e polegar. A palma contém o sítio ativo de polimerização,

enquanto o polegar tem sido proposto por ser importante na ligação ao DNA e

processamento, e o subdomínio dos dedos mostrou sofrer alterações

conformacionais induzidas pelo substrato na ligação tanto do DNA como dos dNTPs,

girando além da palma e formando um bolsão de ligação ao dNTP (Figura 7). Em

concordância com isso, o motivo B (Figura 8) altamente conservado, localizado no

subdomínio dos dedos, está envolvido na ligação ao molde e ao primer e na seleção

de dNTPs em DNA polimerases tipos A e B (TRUNIGER et al., 2003). O papel do

motivo B (seqüência consenso “KLX2NSXYG” na família da DNA polimerase B)

(BLASCO et al., 1993a) foi primeiramente estudado através de mutação sitio-dirigida

em Φ29 DNA polimerase. Tyr390 está envolvido na ligação de dNTP dependente de

DNA e provaelmente desempenha função de checagem de pareamento de bases.

Mutações em Gly391 afetaram a ligação ao DNA, enquanto mutações nos

aminoácidos Asn387 e Ser388 causaram fenótipos intermediários. Além disso, a

Lys383, não alterada, mostrou ser um dos dois resíduos que interagem diretamente

com os grupos fosfato dos nucleotídeos que estão sendo adicionados na seqüência

(TRUNIGER et al., 1998). Outros motivos seqüenciais dentro das DNA polimerases

virais parecem estar envolvidos na formação do sítio ativo dessas enzimas, como o

motivo “Dx2SLYP” (BLASCO et al., 1993b), essencial no processo de polimerização

e os motivos “Tx2A/GR” (MÉNDEZ et al., 1994), “YxDSTS” (BERNAD et al., 1990),

“KxY” (BLASCO et al., 1995).

Page 47: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

47

Figura 7. Esturura da RB69 DNA polimarese, homóloga da Φ29 DNA polimerase, apresentando os três subdomínios funcionais – Palma, Dedos e Polegar, e mostrando o processo de ligação ao molde de DNA e aos nucleotídeos. Adaptado de TRUNIGER et al. (2003.).

Figura 8. Estrutura do Motivo B da RB69 DNA polimerse, homóloga da Φ29 DNA polimerase, apresentado sua relação no processo de polimerização do DNA. Adaptado de TRUNIGER et al. (2003).

Page 48: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

48

Dois mecanismos de fidelidade foram identificados durante o processo de

polimerização do DNA: 1) discriminação na inserção de nucleotídeos; 2) Prova de

leitura exonucleolítica: atividade de exonuclease 3’-5’ da DNA polimerase na

terminação 3’-OH do primer mais rapidamente do que nucleotídeos corretamente

pareados. A etapa de inserção de pares de base discriminada pode operar em dois

níveis: Primeiro, dNTPs pareados erradamente se ligam com menos afinidade do

que os corretos, provavelmente devido à rápida taxa de dissociação de nucleotídeos

pareados erradamente; Segundo, a taxa de catálise de ligações fosfodiéster pode

ser mais lenta para nucleotídeos pareados erroneamente do que para os corretos.

Isto se deve a alterações conformacionais intermediárias da DNA polimerase que

podem ser especialmente desfavoráveis. Por outro lado, a atividade exonucleolítica

é provavelmente baseada em dois mecanismos: Primeiro, um terminal 3’ mal

pareado é intrinsecamente mais fácil de ser corrigido e é, de certa forma, o melhor

substrato para a atividade de exonuclease, de acordo com o modelo “dissolver e

remover” para exonucleólise; Segundo, a adição de um nucleotídeo pareado

erroneamente ao terminal 3’ é um passo ineficiente, aumentando o tempo de

exposição da base mal pareada a atividade da exonuclease. Todos esses passos

vêm sendo analisados em diferentes DNA polimerases, e a importância relativa de

cada um é dependente de uma DNA polimerase específica (ESTEBAN, et al., 1992).

Um dos mecanismos de replicação de DNA linear é baseado no uso tanto de

proteínas quanto primers específicos. Uma interação estável e especifica dessas

proteínas com as DNA polimerases permite uma síntese a partir do terminal 3’ da fita

molde de DNA. Semelhantemente, como resultado desse mecanismo, alguns grupos

de vírus e plasmídeos lineares possuem proteínas covalentemente ligadas ao

terminal 5’ no final dos seus genomas lineares. Estudos da replicação de DNA linear

em adenovírus e vírus Φ29 tornaram mais fortes as evidências que proteínas e

primers desempenham um importante papel no processo de iniciação da replicação

desse tipo de DNA (BLANCO et al., 1991).

Mitocôndrias e alguns bacteriófagos codificam pequenas RNA polimerases de

subunidade simples. A RNA polimerase do bacteriófago T7 executa um processo de

transcrição promotor específica in vitro e in vivo como uma enzima de subunidade

simples de 99K, e foi a primeira da sua família de RNA polimerases estruturalmente

simples a ser identificada e superexpressada. O mecanismo de transcrição da T7

RNA polimerase compartilha algumas similaridades aparentes com as outras RNA

Page 49: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

49

polimerases de multisubunidades. Como na RPO de E. coli, a T7 RNAP reconhece

um promotor específico na seqüência, abrindo a dupla fita de DNA e expondo a fita

codificante para molde (SOUSA et al., 1993). A homologia entre a T7 RNAP e a bem

estudada DNA polimerase da família I é importante para desvendar a base estrutural

da diferenças funcionais entre RNA e DNA polimerases (JERUZALMI; STEITZ,

1998).

A estrutura da T7 RNA polimerase (Figura 9) é altamente α-helicóide com

dimensões de 75 x 75 x 65 Å. Esta enzima consiste de um domínio de polimerase

(aa 326 – 883) e outro domínio N-terminal (aa 1 – 325). O domínio de polimerase

pode ser subdividido em polegar, dedos e palma, nomeado como uma estrutura

análoga à mão direita. Estes subdomínios têm sido observados em todas as famílias

de polimerases com proteínas depositadas em bancos de dados (JERUZALMI;

STEITZ, 1998 apud OLLIS et al., 1985; KOHLSTAEDT et al., 1992; PELLETIER et

al., 1994; WANG et al., 1997). O domínio palma é considerado a parte da enzima

que emergiu do “mundo de RNA”, onde o processo de polimerização era catalisado

por ribozimas, e isso é suportado não só pela ampla distribuição desse domínio nas

RPOs atuais, mas também pela ligação estrutural, por inferência, e evolutiva do

domínio palma e o domínio do motivo de reconhecimento de RNA (MRR), um antigo

domínio de ligação ao RNA que pode ter, inicialmente, facilitado a replicação das

ribozimas (KOONIN et al., 2006).

O sítio ativo da T7 RPO, o qual foi identificado através de mutações que

interromperam a atividade catalítica (BONNER et al., 1992), está localizado dentro

de uma profunda cavidade formada pelos três subdomínios: polegar, dedos e palma.

Os aminoácidos Asp537 e Asp812, presentes no domínio palma, estão envolvidos no

processo de catálise (STEITZ, 1994). No domínio dos dedos existem também dois

aminoácidos envolvidos no processo catalítico – Tyr639 e Lys631 (SOUSA et al.,

1993). A estabilização do processo de replicação é realizada através do domínio

polegar (BONNER et al., 1992). O domínio N-terminal está localizado à frente dos

subdomínios palma e polegar e confere a forma côncava à enzima (MULLER et al.,

1988; CHEETHAM et al., 1999; CHEETHAM; STEITZ, 1999). Regiões sensíveis a

proteases têm sido mapeadas entre os resíduos 170 – 180 (SOUSA et al., 1993).

Page 50: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

50

2.7 FILOGENIA E EVOLUÇÃO MOLECULAR

A inferência de filogenias a partir de dados moleculares, como muitos outros

problemas quantitativos em ciência, é a mais poderosa dentro de um modelo

baseado em análises estatísticas (MAR et al., 2005). Para reconstruir relações

filogenéticas moleculares é necessário proceder hierarquicamente. Primeiramente é

necessário selecionar as seqüências (DNA ou aminoácidos) e alinhá-las, a fim de

detectar homologos a partir do DNA, ou diferenças nas seqüências de aminoácidos.

Outro passo consiste em criar modelos matemáticos que descrevam a evolução

dessas seqüências. Um modelo pode ser construído empiricamente, utilizando

propriedades calculadas através de comparações de seqüências observadas, ou

parametricamente, usando propriedades químicas ou biológicas do DNA e

aminoácidos, como por exemplo, valores de hidrofobicidade de cada aminoácido.

Cada modelo permite estimar a distância genética entre duas seqüências

Figura 9. Estrutura da T7 RNA polimerase, mostrando os três subdomínios: Palma, Polegar e Dedos. Adaptado de JERUZALMI; STEITZ (1998).

Page 51: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

51

homólogas, medidas pelo número esperado de substituições de nucleotídeos por

sítio que tem ocorrido nas linhagens evolutivas entre elas e seus ancestrais comuns

mais recentes. Cada distância pode ser representada por um tamanho de ramo em

uma árvore filogenética; as seqüências homólogas formam as pontas dos ramos,

enquanto as seqüências do ancestral se localizam nos nós internos da árvore e são

geralmente desconhecidas. Aplicar um método estatístico apropriado é um passo

bastante importante para encontrar a topologia da árvore e o tamanho dos ramos

que melhor descrevem as relações filogenéticas das seqüências. O último passo é a

interpretação desses resultados. Qualquer comparação de mais de duas seqüências

relacionadas implicitamente assume uma abordagem filogenética. Para algumas

tarefas, a comparação por pareamento de seqüências é o bastante (por exemplo,

BLAST), mas também esses algoritmos podem ser aperfeiçoados quando se

consideram informações de mais de duas seqüências simultaneamente (por

exemplo, PSI-BLAST) (HOLDER; LEWIS, 2003).

Em 1965, Zuckerkandl e Pauling propuseram a teoria de relógio molecular, na

qual a taxa de evolução é aproximadamente constante durante todo o tempo para

todas as proteínas em todas as linhagens. De acordo com essa teoria, qualquer

tempo de divergência entre genes, proteínas ou linhagens, pode ser simplesmente

medido pelo numero de alterações entre as seqüências. Pouco tempo depois, em

1969, Jukes e Cator propuseram o modelo estocástico para substituição do DNA no

qual a substituição de todos os nucleotídeos ocorre numa taxa igual, e quando um

nucleotídeo é substituído, nenhum dos outros nucleotídeos é igualmente reposto.

Essas duas hipóteses de relógio molecular são consideradas extremamente simples.

Taxas de mutação podem variar dentro e entre genomas, sendo afetadas por

diversos fatores, tais como posição cromossomal, conteúdo G/C, bases vizinhas, e

eficiência de diferentes sistemas de reparo entre a forma e o tempo de utilização das

fitas de DNA nos processos de replicação e transcrição. Todos os relógios

moleculares parecem alcançar diferentes taxas para diferentes posições do DNA.

Entretanto, sabe-se que o processo de incorporação de pares de bases erradas

durante a replicação ou reparo é facilitado se a base é substituída por uma similar e,

por isso, transições ocorrem mais freqüentemente do que transversões: duas vezes

mais freqüentes, em média, mas a taxa pode ser mais alta. Diferenças nas taxas de

mutação tendem a decrescer para dímeros de TA e CG e produzir um excesso de

dímeros CT e TG (LIÒ; GOLDMAN, 2006).

Page 52: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

52

Dentro das abordagens de reconstrução filogenética mais comuns,

encontram-se o algoritmo de Neighbor-joining (NJ) e a busca de árvores com

otimização de critério tais, como Parcimônia e Máxima Verossimilhança (Maximum-

likelihood – ML). A primeira abordagem é extremamente popular e relativamente

rápida e, como todos os métodos, a performance sai muito bem quando a

divergência entre os grupos é baixa. Antes da análise, o algoritmo de NJ converte as

seqüências de DNA e proteína em uma matriz que representa uma estimativa da

distancia evolutiva entre seqüências. Uma fraqueza potencialmente séria para

métodos de distância tais como NJ, é que as diferenças observadas entre as

seqüências não refletem muito bem a distância evolutiva entre elas. Múltiplas

substituições em um mesmo local tornam obscura a real distância e faz as

seqüências se tornaram mais relacionadas umas com as outras de uma maneira

artificial. O algoritmo de Neighbor-joining é uma ferramenta bastante rápida para

gerar árvores filogenéticas que divergiram recentemente, sendo pouco utilizável para

inferir relações antigas de parentesco.

Análises de parcimônia assumem que caracteres apomórficos compartilhados

por diferentes táxons (sinapomorfias) provêm de um ancestral comum exclusivo.

Grupos monofiléticos são formados com base em um ou mais carcteres apomórficos

compartilhados, e a explicação mais simples (ou a mais parcimoniosa) para a

evolução desses caracteres é considerada como a correta. Com múltiplos

caracteres, diferentes agrupamentos podem ser igualmente plausíveis, ou

igualmente parcimoniosos, e então múltiplas árvores podem ser geradas. Em cada

caso, uma árvore de consenso estrito pode ser obtida e deve incluir topologias que

não contradizem nenhuma das árvores iniciais. Se a árvore de consenso estrito não

é suficientemente resolvida (ausência de politomias), não existe congruência entre

as árvores iniciais, e então os dados utilizados para a construção da árvore não

possuem informação filogeneticamente válida. Uma árvore de consenso da maioria

apresenta nós que são consistentes em pelo menos metade de todas as árvores

mais parcimoniosas e as porcentagens de árvores em que cada topologia aparece

são apresentadas. Entretanto, por definição, todas as árvores mais parcimoniosas

são consideradas de boa qualidade, e caso haja incongruência, os nós em questão

devem colapsar (HARRISON e LANGDALE, 2006).

Aplicações baseadas em verossimilhança vêm se tornando especialmente

poderosas para inferir árvores filogenéticas, mas são computacionalmente lentas, e

Page 53: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

53

necessitam de um espaço multidimensional de saídas possível para a geração das

árvores ótimas. Essa computação deve ser repetida, tipicamente entre 100 – 1000

vezes, se é utilizado um bootstrap não paramétrico que suportem sub-árvores

específicas. Como resultado, uma análise de máxima verossimilhança pode ser lenta

para problemas que envolvem um grande número de seqüências alinhadas, busca

compreensiva do espaço da árvore, e/ou muitas replicações no bootstrap (MAR et

al., 2005). Este método de inferência reconstrói muito bem relações entre

seqüências separadas por um longo período de tempo, ou que evoluíram muito

rapidamente, corrigindo eventos mutacionais múltiplos no mesmo sítio. Na máxima

verossimilhança, a hipótese é julgada pela melhor predição dos dados observados; a

árvore que possuir a maior probabilidade das seqüências observadas é a escolhida

(esta probabilidade é a verossimilhança da árvore). Para utilizar esta aplicação, é

necessário calcular a probabilidade de um conjunto de dados a ser apresentado por

uma árvore filogenética. Se há um modelo de evolução de seqüência que descreve

a probabilidade relativa de vários eventos (transição versus transversão), então uma

técnica padrão de equação diferencial pode ser utilizada para converter o modelo

em um estado de probabilidade de duas seqüências quaisquer em extremidades

opostas de um ramo (HOLDER; LEWIS, 2003).

A estatística bayesiana aplicada a análises filogenéticas é relativamente nova

quando comparada aos métodos tradicionais, mas bastante interessante, pois gera

tanto uma árvore estimada quanto o grau de incerteza de cada grupo naquela

árvore. Esse método estatístico é altamente relacionado com a Máxima

Verossimilhança. A hipótese ótima é aquela com a máxima probabilidade posterior.

A probabilidade posterior para uma hipótese é dada pela verossimilhança

multiplicada pela probabilidade a priori desta hipótese (HOLDER; LEWIS, 2003). A

inferência de filogenias por métodos bayesianos suporta modelos evolutivos

sofisticados, enquanto que os modelos de cadeia de Markov Monte Carlo (MCMC),

particularmente com cadeias aquecidas, baseiam-se na distribuição da probabilidade

posterior de um exemplo com topologias nas quais as freqüências empíricas

relativas de uma dada topologia convergem para sua probabilidade marginal

posterior correspondente. A topologia com a mais alta freqüência relativa é

reportada, e a probabilidade posterior das subárvores pode ser estimada pelo

consenso das topologias (MAR et al., 2005). A análise filogenética bayesiana não

implementa apenas o algoritmo padrão de MCMC, mas também sua variante

Page 54: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

54

chamada de Cadeia de Markov Monte Carlo Metropolis-conjugada ou MC3

(HUELSENBECK; RONQUIST 2001).

2.8 MODELAGEM POR HOMOLOGIA

O principal desafio dos projetos genomas é o conhecimento da estrutura de

novos alvos moleculares, principalmente proteínas e enzimas. O entendimento das

estruturas moleculares e fenômenos biológicos vêm adquirindo um papel cada vez

mais significativo no desenvolvimento de novos fármacos (SANTOS-FILHO,

ALENCASTRO, 2003). Para a melhor compreensão das funções de enzimas e

proteínas é necessário entender as interações que ocorrem entre essas

macromoléculas. A estrutura tridimensional de uma proteína traz informações sobre

a forma de interação e arrumação espacial dos aminoácidos e outras moléculas

(SÁNCHEZ; ŠALI, 1998; KUNDROTAS; ALEXOV, 2006).

A função bioquímica de uma proteína é definida por suas interações com outras

moléculas, sendo a função biológica conseqüência dessas interações. Desta forma,

a função de uma proteína é geralmente determinada por sua estrutura

tridimensional, que esclarece o mecanismo enzimático e a interação com inibidores,

mensageiros, receptores e transportadores. Por esta razão, é útil conhecer a

estrutura 3D das milhares de seqüências de proteínas que surgem de diversos

projetos genomas (SÁNCHEZ; ŠALI, 1998; FISER, 2004). Esse conhecimento

abrange desde descrições funcionais de baixo-nível, tais como confirmação da forma

da proteína e sua função geral, até descrições de alta-resolução com o

entendimento de especificidade de ligantes e desenho de inibidores no contexto de

descoberta de novos fármacos (FISER, 2004).

Apesar dos consideráveis avanços tecnológicos, sobretudo nas áreas de

cristalografia de raio-X, difração de nêutrons, e ressonância magnética nuclear

(RMN), muitos problemas básicos persistem. A obtenção de amostras necessárias

para um ensaio é, em muitos casos, muito difícil e os cristais obtidos nem sempre

possuem a qualidade necessária para o trabalho experimental. Além disso, em

certas classes de proteínas, como por exemplo, as proteínas da membrana celular, a

determinação da estrutura é um desafio. Essas proteínas raramente cristalizam e

dificilmente podem ser tratadas de modo satisfatório por RMN (SANTOS-FILHO;

ALENCASTRO, 2003). Em 1971 foi estabelecido o Protein Data Bank (PDB), pelo

Page 55: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

55

Brookhaven National Laboratories, para arquivar as estruturas cristalinas de

macromoléculas biológicas, sendo iniciado com apenas sete estruturas. Na década

de 80, o número de deposições começou a crescer devido a melhorias na tecnologia

de processos cristalográficos e métodos de RMN. Grandes progressos vêm sendo

realizados no campo de estruturas experimentais por cristalografia de raio-X e RMN,

mas ainda consomem bastante tempo, sem a garantia de sucesso (BERMAN et al.,

2000). Atualmente existem cerca de 48.778 estruturas experimentais de proteínas

depositadas no PDB (Protein Data Bank) (acesso em 10 de fevereiro de 2008) , mas

quando comparadas às 5.072.048 seqüências protéicas depositadas no TrEMBL

(http://www.ebi.ac.uk/trembl/) observa-se que o número de estruturas resolvidas é

baixo (SCHWEDE et al., 2003).

Tendo em vista as dificuldades experimentais, a metodologia de modelagem

comparativa surgiu para contribuir para a elucidação de estruturas 3D de proteínas.

Esta técnica possui essencialmente três métodos: Ab initio1, enovelamento

(threading) e modelagem por homologia. A decisão de se optar por um ou outro

método baseia-se nas informações existentes sobre a proteína-problema,

principalmente na existência ou não de uma estrutura(s) homóloga(s) (GIBAS;

JAMBECK, 2001).

Modelar a estrutura de uma proteína requer uma grande habilidade em biologia

estrutural e o uso de programas altamente especializados para cada etapa individual

do processo de modelagem (SCHWEDE et al., 2003).

Os métodos de predição ab initio concentram-se na construção de uma estrutura

sem uma informação prévia. Estes métodos possuem pequenas bibliotecas de

segmentos a partir dos quais as estruturas podem ser construídas, e também

assumem que a estrutura nativa corresponde ao mínimo global de energia livre

durante o tempo de vida da proteína. Assim o espaço estrutural a ser buscado no

modelo é restrito. Desta forma, procura-se encontrar uma região de mínimo através

da exploração de várias conformações protéicas possíveis de existir. Ferramentas

para a modelagem por este método estão disponíveis online (

http://www.bioinfo.rpi.edu/applications/i-sites/Isites/download.html e

http://www.bioinfo.rpi.edu/~bystrc/hmmstr/server.php). No entanto, pouco é

compreendido sobre o enovelamento de proteínas, o que torna esta metodologia

1 O termo ab initio utilizado para determinar a estrutura 3D de proteínas não está correlacionado com os métodos ab initio utilizado pela Química Computacional.

Page 56: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

56

ainda insipiente (BYSTROFF; SHAO, 2002; BYSTROFF, et al., 2004; YUAN,

BYSTROFF, 2004).

A metodologia de enovelamento (threading) é recomendada quando a

similaridade é pequena, ou quando, embora haja a mesma topologia, ocorram

diferenças estruturais na região não-conservada, ou mesmo no tamanho das

seqüências (PANCHENKO et al., 2000). Diferente do método ab initio, em que todas

as conformações possíveis são exploradas, no threading o espaço de pesquisa

limita-se a conformação de estruturas conhecidas, podendo falhar para qualquer

proteína com uma seqüência completamente nova (BRYANT, 1996). Vários

exemplos destes métodos podem ser encontrados no site do Expert Protein Analysis

System – ExPASy oferecido pelo Swiss Institute of Bioinformatics

(http://ca.expasy.org/tools/#tertiary).

A Modelagem por Homologia é baseada principalmente no processo de evolução

biológica, obedecendo a padrões que mostram que: (a) homologia entre seqüência

de aminoácidos implica em semelhança estrutural e funcional; (b) proteínas

homólogas apresentam regiões internas conservadas (principalmente constituídas

de elementos de estrutura secundária: α-hélices e folhas-β); (c) as principais

diferenças estruturais entre proteínas homólogas ocorrem nas regiões externas

(loops) que ligam os elementos de estrutura secundária (SANTOS-FILHO;

ALENCASTRO, 2003). De maneira geral, a seqüência é menos conservada do que a

estrutura, porém, o sucesso desta metodologia depende da identidade entre as

proteínas-alvos e seus homólogos. A Modelagem por Homologia é a ferramenta de

predição com os resultados mais bem sucedidos até o momento (SANTOS-FILHO;

ALENCASTRO, 2003). Esta metodologia consiste em estudar a geometria e as

propriedades das moléculas com técnicas computacionais, contribuindo para

elucidar as interações intra e intermoleculares, mecanismos de reações químicas,

estrutura e função de proteínas difíceis de serem purificadas em larga escala,

utilizando dados experimentais (raio-X e RMN) (FIGUEIREDO et al., 2005).

A predição de estruturas tridimensionais de proteínas por comparação produz

um modelo de seqüência para todos os átomos, baseado em um alinhamento para

uma ou mais estruturas protéicas relacionadas. A construção dessas moléculas por

modelagem comparativa inclui modelos tanto simultâneos quanto seqüenciais do

núcleo da proteína, loops, e cadeias laterais. Na abordagem comparativa original,

um modelo é construído a partir de poucos moldes do centro da proteína, e de loops

Page 57: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

57

e cadeias laterais obtidos tanto de alinhamentos quanto de estruturas não

relacionadas. Uma outra família de métodos de modelagem comparativa necessita

de posições aproximadas de átomos conservados dos moldes para calcular as

coordenadas dos átomos do modelo a ser criado. Um terceiro grupo de técnicas

utiliza tanto distâncias geométricas quanto técnicas de otimização para satisfazer

restrições espaciais obtidas do alinhamento seqüência-molde. Existem também

métodos que se especializaram em modelagem de loops e cadeias laterais com

ambiente controlado provido pelo restante da estrutura (BAKER; SALI, 2001).

O processo geral de Modelagem por Homologia possui alguns passos, como (i)

localizar a estrutura 3D de uma proteína conhecida; (ii) produzir o melhor

alinhamento global possível entre a seqüência desconhecida (seqüência-problema)

e o modelo; (iii) construir um modelo do arcabouço da proteína, tendo o arcabouço

da estrutura como molde; (iv) nas regiões onde há lacunas (alvo ou molde), realizar

a modelagem de alças para substituir os segmentos de extensão apropriada; (v)

acrescentar cadeias laterais ao arcabouço do modelo; (vi) otimizar as posições das

cadeias laterais e (vii) refinar a estrutura com minimização de energia (GIBAS,

JAMBECK, 2001) e finalmente, (vii) validar o modelo construído (GOLDSMITH-

FISCHMAN; HONIG, 2003; SANTOS-FILHO; ALENCASTRO, 2003; PATNY et al.,

2006).

Os moldes para a modelagem podem ser encontrados através de métodos de

comparação de seqüências, tais como PSI-BLAST, ou baseados em métodos de

Threading seqüência-estrutura que podem revelar, algumas vezes, relações mais

distantes do que puramente baseadas em seqüências. No último caso, a formação

das dobras e alinhamento são alcançadas através da montagem da seqüência

através de uma biblioteca conhecida para todas as dobras. Cada alinhamento

seqüência-estrutura é analisado pela energia de um modelo rugoso (coarse model),

mas não pela similaridade das seqüências como nos métodos de comparação de

seqüências (BAKER; SALI, 2001).

Programas como o Swiss Model, um servidor de modelagem por homologia

desenvolvido pelo Swiss Institute of Bioinformatics (SIB -

http://swissmodel.expasy.org/SWISS-MODEL.html), auxiliam na construção do

modelo, utilizando o programa Swiss PDB Viewer (GUEX; PEITSCH, 1997), que se

trata de um ambiente gráfico interativo que analisa tanto a proteína como a estrutura

Page 58: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

58

do ácido nucléico e, combinado um processo automatizado, retorna a estrutura da

nova proteína modelada (GUEX; PEITSCH, 1997).

A confiança de um modelo comparativo está relacionada com a porcentagem

da identidade da seqüência no qual ele foi baseado, correlacionando com a

similaridade seqüência-estrutura de duas proteínas. Dentro de uma escala de

confiança podemos considerar modelos com alta confiança os que possuem

identidade acima de 50% com seus moldes; modelos de confiança intermediária os

que possuem entre 30 e 50% de identidade; e aqueles modelos com identidade

menor que 30% com seus moldes são considerados de baixa confiança. Os erros de

alinhamento aumentam significativamente quando a identidade das seqüências com

os moldes está abaixo de 30%, sendo uma das principais causas na geração de

modelos errados. Outros fatores tais como a seleção dos moldes e a qualidade do

alinhamento influenciam na qualidade do modelo, especialmente quando esses

modelos são baseados em moldes com menos de 40% de identidade. As aplicações

de estruturas protéicas geradas a partir de modelagem comparativa abrangem um

amplo espectro, principalmente no desenvolvimento de novos fármacos, estudos de

mutagênese sítio-dirigida e estabilidade de proteínas. Estas aplicações são

diretamente relacionadas com a resolução estrutural do modelo gerado (Figura 10)

(BAKER; SALI, 2001).

Embora existam três distintas metodologias disponíveis para a geração de

modelos moleculares tridimensionais, a confiabilidade dos métodos ab initio e

threading é muito pequena para problemas que requerem boa qualidade de

informação estrutural, como por exemplo, o desenho de fármacos baseado na

estrutura do alvo. Por outro lado, a Modelagem por Homologia é melhor sucedida em

relação às demais. No entanto, esta somente fornece modelos razoáveis quando o

grau de homologia entre as proteínas molde e alvo é acima de 25%. Esta conclusão

é baseada pela competição existente na área denominada de “Critical Assessment

of techniques for protein Structure Prediction” (CASP), a qual avalia as diferentes

metodologias existentes para a predição de estruturas (HÖLTJE et al., 2003).

Page 59: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

59

Figura 10. Relação entre a resolução obtida para um determinado modelo protéico e suas aplicações. Adaptado de BAKER; SALI (2001).

Page 60: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

60

2.8.1 Química Computacional

Devido à necessidade de se entender o comportamento de biomacromoléculas,

são criados modelos teóricos utilizando a Química Computacional. Essa ferramenta

simula estruturas e reações químicas matematicamente, através de modelos

baseados parcial ou completamente nas leis fundamentais da física. Estes modelos

possibilitam o estudo de fenômenos químicos por meio de cálculos realizados em

computador antes de examinar estes fenômenos experimentalmente. É possível,

portanto, simular fenômenos que geralmente não existem naturalmente, mudando o

conceito de que o processo de fazer ciência está relacionado diretamente ao estudo

de fenômenos dados pela natureza. Além da modelagem de moléculas estáveis,

alguns métodos podem ser usados também na modelagem de intermediários de

reações instáveis e também estados de transição, fornecendo informações sobre

moléculas e reações químicas impossíveis de serem obtidas através de estudos

puramente experimentais. Portanto, a Química Computacional é tanto uma área de

pesquisa independente quanto um importante complemento a estudos experimentais

(FORESMAN; FRISCH, 1996).

Existem várias metodologias dentro da Química Computacional, que são

utilizadas a depender do fênomeno físico-químico e dos recursos computacionais

disponíveis. Para biomacromoléculas, utilizam-se os métodos que combinam

mecânica quântica com mecânica molecular (QM/MM), e somente mecânica

molecular (MM).

A metodologia QM/MM foi descrita pela primeira vez por Warshel e Levitt (1976).

Estes métodos envolvem o tratamento de uma pequena região do sistema que pode

requerer um formalismo mecânico-quântico (QM), exigindo quebra e formação de

ligação, por exemplo, semi-empírico, ab initio ou, pela teoria do funcional de

densidade (DFT), tratando a região remanescente da proteína e do solvente com um

método de mecânica molecular, o qual possui menor custo computacional. Esta

metodologia híbrida tem sido desenvolvida devido ao alto custo computacional

requerido pelos métodos QM quando aplicados a grandes sistemas (MONARD;

MERZ, 1999). No presente trabalho, será dada ênfase aos métodos de Mecânica

Molecular, uma vez que os métodos híbridos não foram utilizados por não se

aplicarem ao problema em questão.

Page 61: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

61

Os métodos de MM usam as leis da mecânica clássica para prever a energia

associada a uma dada conformação (estrutura) e propriedades moleculares. O

modelo considera os átomos como esferas de raios característicos e as ligações

como molas com diferentes elasticidades. A matemática relacionada à deformação

de molas pode ser usada para descrever os movimentos (estiramentos,

deformações e torções) e para calcular a energia potencial associada a eles (Figura

11) de modo a predizer a energia total associada a uma dada conformação

molecular (FORESMAN; FRISCH, 1996).

A energia total da molécula, Etotal, é dada pela soma de um conjunto de

equações, todas funções de energia potencial, que descrevem as características das

moléculas:

E total = Er + E + E + Enl + ....

Onde Er é a energia associada a uma ligação que está sendo estirada ou

comprimida em relação ao seu comprimento de ligação natural e, de modo similar,

em relação aos ângulos de ligação, ângulos torcionais e a energia relacionada a

interações entre átomos não ligados, E, E e Enl, respectivamente.

Todas estas funções de energia potencial requerem dados (parâmetros) para

descrever os diferentes tipos de átomos e ligações, geralmente obtidos

experimentalmente, e juntas definem o que é denominado de campo de força. As

Figura 11. Movimentos atômicos de estiramento de ligação, de deformação angular, de torção e interação entre átomos não ligados.

Page 62: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

62

equações usadas são relativamente simples e são desenvolvidas para uma

determinada classe de compostos. Existem diferentes tipos de campos de forças

que se diferenciam de acordo com a forma matemática dos termos de energia e

caracterizam os diferentes métodos de mecânica molecular. Dependendo dos

objetivos de estudo, outros componentes de energia também podem ser incluídos

(FORESMAN; FRISCH, 1996).

Os métodos de mecânica molecular não consideram explicitamente os

elétrons em um sistema molecular (baseiam-se em interações entre núcleos),

embora os efeitos eletrônicos estejam implicitamente incluídos nos campos de força

através da parametrização.

Esta aproximação torna os cálculos de mecânica molecular

computacionalmente rápidos, permitindo seu uso em sistemas muito grandes,

contendo até milhares de átomos. Entretanto, estes métodos possuem várias

limitações, entre as mais importantes destacam-se as seguintes:

a) Cada campo de força permite que se alcance bons resultados somente

para uma classe limitada de moléculas relacionadas com aquelas as quais o

campo de força foi parametrizado.

b) Como não levam em consideração os elétrons, estes métodos não podem

ser aplicados em problemas químicos onde os efeitos eletrônicos são

predominantes, como, por exemplo, em processos que envolvam formação ou

quebra de ligações (BYSTROFF; SHAO, 2002; FORESMAN; FRISCH, 1996;

BYSTROFF et al., 2004; YUAN, BYSTROFF, 2004).

c) Propriedades moleculares que dependem de detalhes da estrutura

eletrônica também não são reprodutíveis pelos métodos de mecânica

molecular (FORESMAN; FRISCH, 1996).

Cálculos de mecânica molecular são preferencialmente usados no estudo de

moléculas grandes, tais como proteínas, enzimas, polímeros, DNA, etc., como, por

exemplo, em problemas que envolvam o reconhecimento molecular, processo

fundamental dos sistemas bioquímicos e importante ponto de partida para a

descoberta de novos fármacos (PATRICK, 2001). O modelo geral de interações

fármaco-alvo molecular é equivalente ao modelo chave-fechadura de interações

enzima-substrato. O alvo molecular ideal para um fármaco seria a de uma molécula

cuja superfície fosse exatamente complementar a superfície do referido fármaco, em

termos eletrônicos e estéricos. Esta metodologia é denominada de docking

Page 63: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

63

(BYSTROFF, SHAO, 2002), que é o estudo da interação ligante-enzima por métodos

de mecânica molecular (MM) ou através de métodos híbridos, a qual fornece

informações da interação entre o fármaco e o seu alvo biológico. De posse destas

informações podem-se estudar as interações intermoleculares entre o ligante e a

enzima-alvo, possibilitando, em uma etapa posterior, a proposição de modificações

do composto protótipo2 (BARREIRO; FRAGA, 2001; BYSTROFF; SHAO, 2002).

Ambos os métodos descritos anteriormente calculam a energia de uma estrutura

molecular particular (arranjo espacial de átomos) e propriedades relacionadas a

energia; e também executam a otimização da geometria, localizando a estrutura de

menor energia próxima da estrutura de partida especificada. A otimização da

geometria depende primariamente do gradiente da energia - a derivada primeira da

energia em relação às posições atômicas (Figura 12), gerando assim a superfície de

energia potencial (SEP) (FORESMAN; FRISCH, 1996).

Existem vários métodos MM (campos de força) os quais diferem-se pela natureza

das equações, assim como detalhes de suas parametrizações. A lista a seguir são

exemplos de campos de força: SYBYL, MMFF94, MMX, MM3, FF99 (AMBER), UFF,

CVFF, CHARMM, GROMOS, dentre outros.

2 Composto orgânico com desejável atividade biológica. Esta atividade normalmente é otimizada por diferentes métodos utilizados pela Química Medicinal, incluindo docking.

Figura 12. Superfície de Energia Potencial.

Page 64: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

64

Campos de força comuns utilizados em cálculos de mecânica molecular são

baseados, em princípio, no uso de funções de equações de energia potencial. Por

outro lado, campos de força usados em modelagem de proteínas diferem dos

campos de força utilizados na modelagem de pequenas moléculas. Em alguns

campos de força, hidrogênios não-polares não são representados explicitamente,

mas são incluídos na descrição dos átomos pesados (C, N, O) aos quais eles estão

ligados; os hidrogênios polares, os quais podem atuar como parceiros potenciais nas

ligações de hidrogênio, são tratados explicitamente (HÖLTJE et al., 2003). Esse

procedimento, chamado de modelo dos átomos unidos, é utilizado pelo campo de

força AMBER (WEINER et al., 1984; WEINER et al., 1986).

2.8.2 Emprego da Química Computacional na Modelagem por Homologia

Proteínas obtidas a partir de modelagem ou estruturas cristalográficas

necessitam de um refinamento, pois durante o processo de modelagem, a

conformação dos loops e das cadeias laterais, em geral, é escolhida arbitrariamente.

Devido a isso, as conformações dos modelos obtidos não correspondem a estruturas

energeticamente favoráveis (HÖLTJE et al., 2003). Estruturas cristalinas também

necessitam de refinamento para que possam se removidos comprimentos de ligação

muito extensos e interações atômicas não favoráveis (átomos muito próximos entre

si). Em ambos os casos, a desordem na posição dos átomos leva a formação de

forças que resultam em movimentos distantes da estrutura original quando o

processo de minimização se inicia. A metodologia geral para se eliminar isso é

“relaxar” o modelo de forma gradativa. Assim, os métodos de MM utilizam algoritmos

para otimizar a geometria encontrando a conformação de menor energia na SEP. Os

algoritmos aplicados para otimização de geometria normalmente encontram regiões

de mínimo nas SEP próximo as coordenas inicias (geometria de partida). Dentre os

métodos de minimização de energia mais utilizados estão o Steepest Descent e

Gradiente Conjugado. Esses dois métodos utilizam técnicas que calculam a primeira

derivada da energia (LIPKOWITZ; BOYD, 1990).

O algoritmo de Steepest Descent calcula a energia da geometria inicial, e

segue aplicando um pequeno movimento nos átomos, conforme parametrizado pelo

campo de força que está sendo utilizado, gerando assim uma nova geometria. Desta

forma, este processo é então repetido sempre buscando uma região de mínimo na

Page 65: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

65

superfície potencial. O processo total somente para quando condições pré-

estabelecidas são alcançadas (valores de energia ou número de interações). Como

este método é muito lento próximo às regiões de mínimo, ele é utilizado somente

para gerar uma geometria mais adequada para um outro algoritmo de minimização

de energia mais sofisticado, como o Gradiente Conjugado (LIPKOWITZ; BOYD,

1990).

O Gradiente Conjugado acumula a informação da função de uma interação

anterior, calculando um novo vetor em direção à região de mínimo, gerando uma

nova estrutura que será continuamente refinada. O custo computacional deste

método é maior do que Steepest Descent. No entanto, isso é compensado pela sua

eficiente convergência para a região de mínimo (LIPKOWITZ; BOYD, 1990).

Dessa forma, para estruturas longe do mínimo são utilizados algoritmos como

Steepest Descent para as 10-100 primeiras interações, e a seguir, o processo de

refinamento é concluído com o método de Gradiente Conjugado ou com um método

que utiliza a segunda-derivada, como por exemplo, Newton-Raphson (LIPKOWITZ;

BOYD, 1990).

Se o modelo gerado é baseado somente em técnicas de modelagem

comparativa, os loops e as cadeias laterais necessitam de um refinamento mais

apurado. Isto se deve ao fato que a geometria obtida pelo processo de otimização

representa somente uma possível conformação encontrada pelo algoritmo na região

de mínimo local. Sendo assim é necessário investigar o comportamento

conformacional através da SEP para que se possa aproximar o máximo possível da

região de mínimo global, encontrando a estrutura 3D mais favorável

energeticamente. A metodologia utilizada para resolver esta questão é a Dinâmica

Molecular (DM), que é um processo sistemático de busca conformacional, sendo

uma ferramenta bastante útil para se encontrar várias regiões de mínimo da SEP

(HÖLTJE et al., 2003).

As simulações de DM usam como estrutura de partida a geometria previamente

refinada a qual aplica, de forma integrada, equações clássicas de movimento

durante um período de tempo para o sistema molecular, em uma determinada

temperatura. A trajetória resultante pode ser utilizada para observar o

comportamento da molécula durante este período de tempo, sendo este o objetivo

desta metodologia. Este método se baseia na MM, assumindo que os átomos

Page 66: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

66

interagem entre si de acordo com a parametrização empregada pelo campo de

força.

Diferentemente dos processos de otimização, a dinâmica molecular é capaz de

ultrapassar barreiras torcionais entre diferentes conformações. Dessa forma, é

possível encontrar outras regiões de mínimo além da região próxima da estrutura de

partida. No entanto, se estas barreiras são muito altas ou a estrutura possui um

número muito grande de graus de liberdade, então algumas conformações podem

não ser encontradas devido a um curto tempo utilizado pela simulação. Uma

estratégia para contornar este problema é utilizar elevadas temperaturas. Os

protocolos de DM geralmente usam as temperaturas de 300 K, 400 K e 600 K,

fornecendo energia cinética suficiente para que as barreiras rotacionais de energia

possam ser ultrapassadas entre diferentes conformações, explorando melhor a SEP.

O Emprego de altas temperaturas em simulações de DM têm sido proposto, sendo a

metodologia de simulated annealing uma das mais empregadas.

Dinâmica Molecular representa uma ferramenta adicional que pode ser usada

para investigar as possíveis diferenças conformações de uma biomacromolécula. No

entanto, seu uso necessita de cuidados devido à escolha do método e as condições

de simulação para que se possa assegurar a completa busca conformacional e a

validação dos resultados (PATNY, et al., 2006).

Page 67: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

67

3 METODOLOGIA

3.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA

O processo de Modelagem por Homologia das DNA e RNA polimerases do

plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa utilizou, para a construção das estruturas

tridimensionais, seqüências de aminoácidos dessas duas enzimas e moldes obtidos

a partir de buscas em bancos de dados especializados na Internet. Todos os

programas utilizados na construção dos modelos primitivos das DPO e RPO do

plasmídeo de M. perniciosa são de distribuição gratuita.

Para a determinação dos valores de cutoff foi utilizado o programa

BIOMEDCACHE 6.1 (FUJITSU, 2005). Para os cálculos de refinamento e Dinâmica

Molecular das estruturas tridimensionais das duas polimerases do plasmídeo de M.

perniciosa foi utilizado o campo de força AMBER 8.0 (WEINER et al., 1984; WEINER

et al., 1986), instalado no supercomputador REDWOOD da University of Mississippi

– USA. Esses cálculos foram submetidos através do programa cliente de FTP (File

Transfer Protocol) SSH Secure Shell Client.

A construção das estruturas tridimensionais das DNA e RNA polimerases do

plasmídeo de Moniliophthora perniciosa utilizou seqüências primárias (aminoácidos)

dessas proteínas (FORMIGHIERI et al., 2008). Inicialmente foram feitas as buscas e

seleções dos moldes no PDB (Protein Data Bank) para a construção dos modelos;

as seqüências aminoacídicas desses moldes foram alinhadas com as seqüências

das proteínas-alvo. Após o alinhamento, as seqüências alvo juntamente com seus

respectivos moldes foram submetidas aos softwares de construção e refinamento

dos modelos (Figura 13).

Page 68: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

68

Os modelos 3D das proteínas-problema foram construídos através da

metodologia de corpos rígidos (SANTOS-FILHO; ALENCASTRO, 2003) e otimizados

pelo campo de força ff99 (CASE, et al., 2004; PEARLMAN et. al., 1995). Todos os

processos de construção dos modelos iniciais até a obtenção dos modelos finais

foram realizados pelos programas SwissPdb Viewer 3.7, BioMedCache 6.1

desenvolvido pela Fujitsu (2005), e pelo pacote AMBER 8.0, seguindo-se a rotina

representada na figura 14. Todos os programas foram instalados em computador

tipo PC em ambiente Windows, exceto AMBER 8.0.

Figura 13. Etapas realizadas no processo geral de Modelagem por Homologia.

Identificação dos moldes

Alinhamento das seqüências

Construção da cadeia principal das regiões conservadas

Modelagem das alças

Modelo primitivo

Otimização e validação

ok

Modelo final

Modelagem das cadeias laterais

Não

Sim

Identificação dos moldes

Alinhamento das seqüências

Construção da cadeia principal das regiões conservadas

Modelagem das alças

Modelo primitivo

Otimização e validação

ok

Modelo final

Modelagem das cadeias laterais

NãoNão

Sim

Page 69: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

69

Arquivos de topologia e de saída da dinâmica gerados pelo AMBER foram

lidos pelo programa VMD (Visual Molecular Dynamics) (HUMPHREY et al., 1996) a

fim de se avaliar o comportamento termodinâmico e observar a estabilidade da

proteína.

Figura 14. Etapas realizadas nos processos de refinamento e Dinâmica Molecular das estruturas 3D.

Construção do Modelo

Determinação de cut-off

Swiss Model

Neutralização: tLEaP AMBER

BioMedCache

AMBER

Minimização

Steepest Decent

Gradiente Conjugado

Dinâmica

300 ºK/300 ps

M o d e l o P r o p o s t o

Page 70: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

70

3.1.1 Busca de Moldes para as DPO e RPO do plasmídeo de M. perniciosa

Seqüências aminoacídicas das DNA e RNA polimerases do plasmídeo do M.

perniciosa foram submetidas a uma busca dos seus respectivos moldes em formato

PDB através do banco de dados BLAST, com a utilização dos algoritmos Blastp e

PSI-Blast (ALTSCHUL et al., 1997) (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST), utilizando a

matriz de alinhamento Blossum62 (HENIKOFF; HENIKOFF, 1992). A busca por

moldes foi configurada para utilizar apenas o banco de dados do Protein Data Bank

(http://www.pdb.org/), o qual detém todas as estruturas tridimensionais de proteínas

a partir de dados de cristalografia de raio-X ou por RMN já publicadas. Através da

modelagem automática pelo software Swiss PDB Viewer (GUEX; PEITSCH, 1997),

também foi possível visualizar os prováveis moldes para cada seqüência-alvo, as

quais também estavam depositadas no PDB. Para a construção dos modelos foram

considerados apenas modelos com identidade acima de 30% e E-value inferior a e-

10-5. A verificação de motivos (motifs) seqüenciais pertencentes ao sítio ativo das

moléculas, assim como a família protéica, foram também levados em consideração

na escolha dos moldes. 3.1.2 Alinhamento das seqüências com os moldes

Após a seleção dos moldes, suas seqüências primárias foram alinhadas com

as seqüências de aminoácidos das respectivas polimerases do plasmídeos

mitocondrial de M. perniciosa. Os alinhamentos foram feitos através do programa

TCOFFEE (http://tcoffee.vital-it.ch/cgi-bin/Tcoffee/tcoffee_cgi/index.cgi/)

(NOTREDAME et al., 2000), com o objetivo de se identificar os motivos seqüenciais

específicos de cada polimerase e verificar a qualidade do alinhamento em escalas

de cores. Uma vantagem de se utilizar esse software é a variedade de arquivos de

alinhamento que poderiam ser salvos.

Page 71: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

71

3.1.3 Threading e predição de estrutura secundária

Para fins de confirmação dos moldes foi utilizado o software PSIPRED-

GenThreader (http://bioinf.cs.ucl.ac.uk/psipred/psiform.html) (JONES, 1999 A;

JONES, 1999 B; MCGUFFIN; JONES, 2003; BRYSON et al., 2005), capaz de

predizer a estrutura secundária das polimerases dos plasmídeos do M. perniciosa e,

ao mesmo tempo, compará-las com um banco de dados de estruturas, identificando

os prováveis moldes.

3.1.4 Construção dos modelos tridimensionais

A construção dos modelos tridimensionais iniciais das DNA e RNA

polimerases do plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa utilizou o programa

SwissPdb Viewer v.3.7 (GUEX; PEITSCH, 1997), baseado em alinhamento

estrutural e satisfação de restrições espaciais

A utilização desse software consistiu em três etapas básicas: Visualização

dos moldes, alinhamento estrutural dos moldes com as seqüências-alvo e finalmente

o envio para o servidor do Swiss-Model para realização do processo de modelagem

automática (SCHWEDE et al., 2003). Para cada enzima, primeiramente foi feita a

entrada do arquivo-molde em formato PDB com a sua posterior visualização. Em

seguida, a seqüência-alvo em formato FASTA era lida. Posteriormente a rotina fit

alignment da seqüência alvo com o molde foi realizada, a fim de gerar um

alinhamento estrutural entre as duas seqüências. Os alinhamentos foram verificados

a fim de se identificar as regiões pertencentes aos motivos seqüenciais de cada

polimerase. As seqüências alinhadas com seus respectivos moldes foram

submetidas ao servidor do Swiss-model.

3.1.5 Refinamento e Dinâmica Molecular

O AMBER é um pacote de programas para realização de otimização e

dinâmica molecular de biomoléculas, proteínas e sistemas bioorgânicos. O programa

tLEaP (SCHAFMEISTER et al., 1995) foi utilizado para gerar os aquivos de topologia

e neutralização das cargas.dos modelos iniciais das DNA e RNA polimerases. Esses

Page 72: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

72

arquivos foram utilizados como entrada nos programas de refinamento e dinâmica

molecular.

Após a neutralização de cada proteína, foi determinada a distância das

interações de Van der Walls para átomos não-ligados (cutoff) a ser utilizada nos

cálculos de refinamento e Dinâmica Molecular. A determinação dos valores de cutoff

é importante para o ajuste e/ou diminuição do custo computacional (tempo de

processamento e memória), e isto não se traduz necessariamente em uma alteração

significativa na geometria da molécula durante o processo de refinamento. Para isso,

variou-se o valor de cutoff entre 3 a 20 Ǻ através de cálculos single point utilizando-

se o campo de força MM3 do BIOMEDCACHE 6.1 (FUJITSU, 2005).

O processo de refinamento das moléculas iniciais das DPO e POR foi

realizado através do programa SANDER (PEARLMAN et al., 1995). Primeiramente,

as moléculas iniciais foram submetidas a uma minimização prévia, que consistiu em

encontrar a melhor conformação de cada molécula na superfície de energia

potencial através dos algoritmos Steepest Descent e, posteriormente, Gradiente

Conjugado. Esse processo utilizou os seguintes parâmetros: a) imin=1, realiza a

otimização da estrutura; b) maxcyc=200, número máximo de ciclos; c) ncyc=100,

números de ciclos necessários para a mudança de Steeptest Descent para

Gradiente Conjugado; d) cut=14, valor de cutoff; e) ntb=0, manter volume constante;

f) igb=0, não incluir modelo de solvatação. Em seguida foram realizados cálculos de

Dinâmica Molecular (DM) através de uma simulação na qual as moléculas foram

aquecidas a 300 K, por 300 ps, gerando cerca de 5000 estruturas diferentes pelo

AMBER 8.0 (WEINER et al., 1984; WEINER et al., 1986). As conformações de

menor energia, uma para DPO e outra para a RPO, foram submetidas novamente ao

processo de dinâmica descrito anteriormente, a fim de se obter os modelos finais.

Todos os cálculos de refinamento e Dinâmica Molecular utilizaram a

constante de Coulomb padrão do AMBER (edmeth=1).

Através dos arquivos de trajetória de cada dinâmica (.mdcrd), foram obtidos

dados necessários para confecção de gráficos RMS vs. tempo, utilizando-se a rotina

ptraj do Amber 8.0.

Page 73: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

73

3.1.6 Validação das estruturas tridimensionais das DNA e RNA Polimerases do

plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

As estruturas iniciais das DPO e RPO, obtidas através de modelagem por

homologia, foram submetidas ao processo de validação, utilizando os programas

PROCHECK 3.4 (LASKOWSKI et al., 1993) e ANOLEA (Atomic Non-Local

Environment Assessment) (MELO et al., 1997; MELO; FEYTMANS, 1997; MELO;

FEYTMANS, 1998).

A validação através do PROCHECK permite tanto a verificação da qualidade

estereoquímica das estruturas das DPO e RPO, comparando-as com outras

estruturas bem refinadas a uma resolução de 2.0 Å, quanto à análise resíduo a

resíduo dessas estruturas. Nessas análises são gerados tanto gráficos de

Ramachandran (RAMACHANDRAN et al., 1963) como outros gráficos para a

validação por resíduo da estrutura 3D, gráficos representando os ângulos de torsão

chi1 e chi2 pra todos os resíduos, planaridade das ligações peptídicas, má interação

entre os átomos não-ligados, energia de ligação de hidrogênio na cadeia principal, e

propriedades das cadeias laterais (LASKOWSKI et al., 1994).

Através da validação pelo servidor ANOLEA, disponibilizado pelo servidor do

SwissModel no endereço http://swissmodel.expasy.org/anolea/, foram calculados os

valores de energia total das cadeias protéicas dos modelos das DPO e RPO do

plasmídeo de M. perniciosa. Esse programa avaliou o ambiente não-local de cada

átomo pesado dessas moléculas. A energia da interação de cada par de átomos em

seu ambiente não-local foi calculada através da força potencial dependente de

distância, dentro de um raio de 7Å para cada aminoácido, a qual foi comparada com

um banco de dados de 147 cadeias protéicas não-redundantes, com uma identidade

seqüencial acima de 25% e obtidas a partir de cristalografia de raio-X com resolução

inferior a 3 Å. Os resultados geram pontuções para cada aminoácido, que são

demonstradas graficamente (MELO et al., 1997).

Para efeitos de comparação, os modelos finais das DPO e RPO, após os

processos de refinamento e Dinâmica Molecular, também foram submetidos aos

programas de validação descritos acima.

Page 74: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

74

3.2 FILOGENIA MOLECULAR

As análises filogenéticas foram realizadas a partir de seqüências de

aminoácidos e nucleotídeos das DNA e RNA polimerases de todos os plasmídeos

mitocondriais lineares existentes no clado fúngico, obtidas a partir de buscas no

banco de dados de genomas e proteínas do NCBI (http://www.ncbi.nih.gov) e

através de revisão de literatura, além das seqüências virais incluídas neste estudo

devido as suas prováveis relações evolutivas com as polimerases desses

plasmídeos As seqüências de polimerases virais utilizadas na análise foram

selecionadas a partir de buscas no banco de dados do NCBI, utilizando-se os

algoritmos Blastp e PSI-Blast (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/BLAST/) (ALTSCHUL et

al., 1997), para procurar seqüências com maior percentual de identidade e E-value

variando entre e-10-5 e zero.

Sendo o alinhamento uma das principais etapas no processo de filogenia

molecular, todas as seqüências nucleotídicas e aminoacídicas foram alinhadas antes

de serem lidas pelos programas de filogenia.

3.2.1 Alinhamento das seqüências de DNA

Dois tipos de alinhamentos foram feitos utilizando as seqüências de DNA dos

13 plasmídeos fúngicos. Primeiramente as seqüências individuais de DNA de cada

polimerase dos plasmídeos fúngicos, foram alinhadas por códon com suas

seqüências de aminoácidos correspondentes, através do programa PAL2NAL

(SUYAMA et al., 2006) (http://coot.embl.de/pal2nal/index.cgi). Os resultados desses

alinhamentos foram lidos pelo programa BIOEDIT 7.0.5.2 (HALL, 1999) e salvos em

formato NEXUS, para serem utilizados pelos programas de filogenia. Posteriormente

as seqüências das DPOs e RPOs dos plasmídeos de cada espécie, já alinhadas,

foram combinadas em contigs, sendo separadas apenas por um gap, utilizando o

programa BIOEDIT 7.0.5.2. Todos os contigs foram salvos em formato NEXUS para

serem utilizados em análises filogenéticas combinadas. Seqüências nucleotídicas de

polimerases virais não foram utilizadas nas análises filogenéticas devido a

indisponibilidade de algumas seqüências nos bancos de dados.

Page 75: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

75

3.2.2 Alinhamento das seqüências de aminoácidos

Os alinhamentos das seqüências de aminoácidos foram feitos de três

maneiras. Primeiramente as seqüências de cada enzima foram alinhadas

separadamente utilizando-se a matriz de alinhamento Blossum62 (HENIKOFF;

HENIKOFF, 1992) com um bootstrap igual a 1000, através do programa BIOEDIT

7.0.5.2 (HALL, 1999); os alinhamentos foram salvos em formato NEXUS a fim de

serem utilizados nas análises filogenéticas. Em seguida foram criados e salvos em

formato NEXUS, contigs DPO/RPO das seqüências aminoacídicas (cada seqüência

separada por um gap) previamente alinhadas, apenas dos 13 plasmídeos fúngicos.

Por último, foram alinhadas seqüências de DPOs e RPOs virais com as polimerases

dos plasmídeos fúngicos, sem a formação de contigs, uma vez que DPO e RPO não

ocorrem concomitantemente em uma mesma espécie viral. 3.2.3 Análises filogenéticas tradicionais

As análises filogenéticas de Máxima Parcimônia, Máxima Verossimilhança e

Distância utilizaram dados de seqüências de nucleotídeos e de aminoácidos das

DPO e RPO de todos os 13 plasmídeos mitocondriais estudados, assim como

seqüências virais. Esses dados foram analisados de forma individual para cada

polimerase e de forma combinada, como contigs DPO/RPO, apenas em análises

que utilizaram somente seqüências de plasmídeos fúngicos.

3.2.3.1 Análises das seqüências de nucleotídeos

As inferências filogenéticas tradicionais, utilizando dados de nucleotídeos,

foram realizadas pelo programa PAUP 4.0 (SWOFFORD, 1998), com exclusão da

terceira base de cada códon, a fim de diminuir o ruído filogenético. As análises de

Parcimônia simples utilizaram busca heurística com 1000 pseudoreplicações de

bootstrap, algoritmo TBR (tree-bisection-reconnection) e adição simples de táxons, e

geração de até 100 árvores mais parcimoniosas. Nas análises de Distância foram

realizadas buscas heurísticas com 1000 pseudoreplicaçoes de bootstrap, utilizando-

se o algoritmo TBR. Após cada análise de Parcimônia e Distância, foram obtidos os

consensos de maioria das árvores geradas; os filogramas obtidos foram salvos e

Page 76: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

76

editados pelo programa Treeview 1.6.6 (PAGE, 1996), gerando posteriormente

figuras no formato emf (enhanced metafile). O programa Modeltest (POSADA;

CRANDALL, 1998) foi utilizado a fim de se obter o melhor modelo evolutivo para

cada matriz utilizada nas análises de Máxima Verossimilhança, que utilizaram

seqüências de nucleotídeos. Nessas análises, foram utilizados 1000

pseudoreplicações de bootstrap para avaliar o suporte dos grupos formados. Os

filogramas gerados no PAUP foram então salvos e visualizados pelo programa

Treeview a fim de serem geradas figuras no formato emf.

3.2.3.2 Análises das seqüências de aminoácidos

As inferências tradicionais de Parcimônia e Distância, utilizando dados de

aminoácidos, foram realizadas através do programa PAUP 4.0 (SWOFFORD, 1998).

Nas análises de Parcimônia simples foram utilizadas buscas heurísticas com 1000

pseudoreplicações de bootstrap, algoritmo TBR (tree-bisection-reconnection), adição

simples de táxons, e geração de até 100 árvores mais parcimoniosas. As análises de

Distância utilizaram buscas heurísticas com 1000 psudoreplicações e algoritmo TBR.

Após cada análise de Parcimônia e Distância, foram obtidos os consensos de

maioria das árvores geradas; os filogramas de consenso obtidos foram salvos e

editados pelo programa Treeview 1.6.6, gerando posteriormente figuras no formato

emf (enhanced metafile). Para as inferências por Máxima Verossimilhança utilizando

matrizes protéicas com apenas seqüências de DPOs e RPOs fúngicas, ou fúngicas e

virais, foram utilizados os programas PROML e SEQBOOT, pertencentes ao pacote

PHYLIP 3.66 (FELSENSTEIN, 2004). O modelo evolutivo foi configurado

manualmente, baseado nos dados de taxas de substituição de aminoácidos em

genomas mitocondriais de mamíferos (PESOLE et al., 1999; YANG et al., 1998), já

que este modelo era o que havia de mais próximo em termos de taxas de

substituição e uso de códon dos genomas mitocondriais de fungos filamentosos. Em

todas as análises, foi utlizada a opção P (indicando o uso de seqüências protéicas),

com distribuição Gamma de 9 (nove) categorias e coeficiente de variação igual a

1,4142135. Assim como nas análises de seqüências de nucleotídeos, foram

utilizadas 1000 pseudoreplicações de bootstrap para avaliar o suporte dos grupos

formados. Os filogramas obtidos foram salvos, visualizados e editados através do

Treeview, e em seguida salvos em formato emf.

Page 77: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

77

Em todas as análises foram definidos grupos externos. Nas filogenias que

utilizaram apenas as seqüências de plasmídeos mitocondriais do clado fúngico, o

grupo externo foi representado pelas seqüências (DPO e RPO) do plasmídeo

mitocondrial de Spizellomyces punctatus (W.J. Koch) D.J.S. Barr, devido a esta

espécie pertencer a um filo diferente (Chytridiomycota) e supostamente de origem

anterior ao das outras espécies, as quais pertenciam aos filos Ascomycota e

Basidiomycota. Para as análises que utilizaram seqüências virais, diferentes grupos

externos foram definidos de acordo com identidade e o respectivo E-value da

seqüência utilizada; quanto menor a identidade e quanto mais distante de zero fosse

o E-value dentre as seqüências virais escolhidas, maior a possibilidade dessa se

tornar grupo externo. Na análise das DPOs plasmidiais com as DPOs virais, foi

utilizada a DPO do bacteriófago Φ29 como grupo externo; e para a análise das

RPOs dos plasmídeos fúngicos com as RPOs virais, a T7 RNA polimerase foi

selecionada como grupo externo.

3.2.4 Análise bayesiana

As análises filogenéticas bayesianas, com seqüências de nucleotídeos, foram

feitas apenas para DPOs e RPOs dos plasmídeos mitocondriais de fungos, visto que

nem todas as polimerases virais possuíam seqüências de DNA depositadas no

NCBI. Antes da realização das análises pelo MRBAYES 3.1.2 (RONQUIST;

HUELSENBECK, 2003), foram selecionados os modelos evolutivos para cada uma

das seqüências através do programa MrModeltest (NYLANDER, 2004). Após isso,

os mesmos arquivos de alinhamento utilizados nas análises tradicionais foram

configurados manualmente com os modelos de evolução definidos, e submetidos ao

MrBayes.

Seqüências de aminoácidos das polimerases dos plasmídeos fúngicos e de

vírus foram utilizadas na análise bayesiana. Os arquivos de alinhamento,

previamente utilizados na filogenia tradicional, foram configurados manualmente

para utilizar o modelo de evolução mitocondrial de mamíferos (MTMAM) (YANG et

al., 1998), sendo este escolhido pelo fato de mitocôndrias de fungos e de mamíferos

apresentarem taxas de substituição semelhantes em seu genoma, e similaridades no

uso do códon quando comparados ao genoma nuclear padrão (OSAWA, 1992).

Page 78: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

78

As análises bayesianas foram configuradas para utilizar uma freqüência de

amostragem igual a 100, quatro cadeias (três aquecidas e uma fria), aquecimento

das cadeias igual a 0,2 e 1.000.000 de gerações. As escolhas dos grupos externos

seguiram os mesmos critérios das análises tradicionais.

Após o final de cada análise foram gerados arquivos no formato Excel (xls),

contendo os dados de cada replicação. Com esses dados foram gerados gráficos

que indicaram os pontos de estabilização das cadeias aquecidas de cada análise, e

a partir desses pontos puderam-se sumarizar as estatísticas e se obter árvores com

os valores de credibilidade de cada clado. Todas as árvores foram salvas pelo

MrBayes no formato Treview, e posteriormente salvas como figuras no formato emf.

Para a análise dos resultados, utilizou-se o consenso da maioria das árvores

geradas.

4 RESULTADOS

Nesta seção são apresentados os resultados obtidos nas análises de filogenia

molecular das seqüências de DNA e RNA polimerases, codificadas por todos os

plasmídeos mitocondriais do clado fúngico e por alguns adenovírus e retrovírus,

pelos métodos tradicionais e bayesiano; além das estruturas tridimensionais das

DNA e RNA polimerases codificadas pelo plasmídeo mitocondrial de Moniliophthora

perniciosa.

4.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA

O processo de Modelagem por Homologia, permitiu a obtenção das estruturas

tridimensionais das DNA e RNA polimerases codificadas pelo plasmídeo de

Moniliophthora perniciosa.

Page 79: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

79

4.1.1 Moldes selecionados para construção das DNA e RNA polimerases do

plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

Foram selecionados dois moldes a partir de resultados de BLASTP, obtidos

através do PDB, sendo um molde para DPO e outro molde para RPO (Tabela 1).

Molde Identidade E-value Tamanho (aa) Organismo Referência

DPO 1XHX 32% 8e-06 575 Fago Φ29 Kamtekar et al.,

2004

RPO 1ARO 25% 1e-33 883 Fago T7 Jeruzalmi; Steitz,

1998

4.1.2 Confirmação dos moldes através de Threading

A busca dos moldes através do Threading, utilizando o programa

Genthreader, permitiu a confirmação parcial dos moldes (Tabela 2) obtidos pelo

BLASTP. O molde obtido para a RPO foi um arquivo PDB diferente do obtido pelo

BLASTP, porém pertencente ao mesmo organismo.

Molde Identidade E-value Tamanho (aa) Organismo Referência

DPO 1XHX 30% 2e-05 899 Fago Φ29 Kamtekar et

al., 2004

RPO 1CEZ 20% 1e-10 1028 Fago T7 Cheetham et

al., 1998

Comparando-se os valores de identidade e probabilidade de alinhamento ao

acaso (E-value no BLASTP e p-value no Genthreader), foi escolhido como molde

definitivo da RPO, para as etapas de alinhamento e construção do modelo, aquele

obtido pelo BLASTP (1ARO).

Tabela 1. Moldes selecionados através de BLASTP.

Tabela 2. Moldes selecionados através de Threading.

Page 80: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

80

4.1.3 Alinhamento das proteínas alvo com os seus respectivos moldes

O alinhamento realizado pelo programa TCOFFE permitiu a identificação de

regiões conservadas entre as polimerases do plasmídeo de M. perniciosa e os

moldes obtidos, além da identificação de motivos seqüenciais característicos dos

domínios protéicos de polimerases e dos sítios ativos dessas moléculas.

Através do alinhamento da seqüência primária da DPO do plasmídeo de M.

perniciosa com a seqüência do molde 1XHX, foi possível identificar o Motivo B,

responsável pelo sítio de polimerização nas DNAs polimerases tipo B (Figura 15 A).

Já o alinhamento entre a RPO e o molde 1ARO (Figura 15 B) apresentou o domínio

conservado do tipo palma, o qual possui os motivos seqüenciais responsáveis pelo

sítio de reconhecimento e polimerização de nucleotídeos nas RNAs polimerases de

cadeia simples.

A identificação dos motivos seqüenciais e domínios conservados permitiram

um melhor ajuste do alinhamento estrutural feito através do Swiss PDB Viewer, na

etapa de construção dos modelos.

Figura 15. A. Região conservado no alinhamento entre a seqüência primária da DPO do plasmídeo de M.perniciosa e o molde 1XHX, apresentando o motivo B. B. Parte conservada no alinhamento entre a seqüência primária da RPO do plasmídeo de M.perniciosa e o molde 1ARO, apresentando o domínio palma. A coloração vermelha em determinadas regiões indica um alinhamento de boa qualidade.

A B

Motivo B

Domínio palma

Page 81: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

81

4.1.4 Predição de estrutura secundária

A predição das estruturas secundárias das DPO e RPO do plasmídeo de M.

perniciosa foi realizada através do programa Genthreader (JONES, 1999 A), e isso

foi importante para confirmar os dados obtidos através dos modelos construídos pelo

Swiss PDB Viewer.

A DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa apresenta uma estrutura

secundária composta de α-hélices e folhas-β de maneira equilibrada em sua

totalidade (Figura 16).

Já a RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa apresentou uma

estrutura secundária com o predomínio de α-hélices (Figura 17).

Figura 16. Predição da estrutura secundária da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa.

Motivo B

Page 82: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

82

Figura 17. Predição da estrutura secundária da RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa.

Domínio palma

Page 83: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

83

4.1.5 Modelos tridimensionais das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M.

perniciosa

Os modelos tridimensionais das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M.

perniciosa, obtidos através de Modelagem por Homologia, apresentaram uma

grande semelhança estrutural com os moldes escolhidos para o processo de

modelagem (1XHX e 1ARO, respectivamente). Nesse processo ocorreu a adição ou

a retirada de alguns aminoácidos das seqüências originais, causados pela

modelagem automática do servidor do Swiss Model, porém sem afetar as regiões de

domínios conservados ou sítios catalíticos desses modelos.

4.1.5.1 Estrutura tridimensional da DNA polimerase do plasmídeo mitocondrial de M.

perniciosa

O modelo inicial (1DPO) da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa

possui 543 aminoácidos, 9026 átomos unidos por 9133 ligações, e foi classificada

como integrante da família B de DNA polimerases, as quais podem ser encontradas

em organelas e vírus, e apresenta características de transferases, com estrutura

secundária alfa-beta, possuindo 15 α-hélices, 29 folhas-β e 42 turns (Figura 18). O

valor de rms de 1, 09 foi obtido entre 1DPO e 1XHX pela sobreposição dos C-α.

Figura 18. Estrutura secundária da DNA polimerase do plasmídeo de M.perniciosa.

Page 84: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

84

Como nas demais polimerases da sua família, essa DPO apresenta também

os três domínios característicos desse grupo: Palma, Dedos e Polegar (TRUNIGER

et al., 2003). Em análise realizada pelo VMD 1.8.6, com um cutoff de 3,2 Å, o modelo

apresentou 61 ligações salinas, elementos que podem influenciar em sua

estabilidade.

O sítio ativo dessa enzima (Figura 19) apresenta o motivo B, conservado em

todas as polimerases da família B e responsável pela seleção de dNTPs e ligação à

fita molde de DNA.

Nesta polimerase o motivo B é representado pelos aminoácidos Lys380,

Leu381, Leu382, Leu383, Asn384, Ser385, Leu386, Tyr387, Gly388 (Figura 20). Esses

aminoácidos estão distribuídos nos três domínios característicos desse tipo de

polimerase: Palma, Dedos e Polegar.

Figura 19. Sítio ativo da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa, mostrando os motivos conservados.

Page 85: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

85

Outros motivos indispensáveis ao processo de polimerização das cadeias de

DNA também foram encontrados, tais como o motivo Dx2SLYP (Figura 21)

representado pelos aminoácidos Asp247, Val248, Asn249, Ser250, Leu251, Tyr252, Pro253;

Figura 20. Motivo B, responsável pela ligação da DPO à fita de DNA molde e seleção das dNTPs.

Figura 21. Motivo Dx2SLYP, importante no processo da polimerização da fita de DNA.

Page 86: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

86

o motivo YxDTDS (Figura 22), representado pelos aminoácidos Tyr 455, Ser456,

Asp457, Thr458, Asp459; o motivo Tx2A/GR (Figura 23), representado pelos

aminoácidos Thr309, Asp310, Lys311, Gly312, Tyr313, Arg314; e o motivo KxY (Figura 24),

representados pelos aminoácidos Lys494, Met495, Tyr496.

Figura 22. Motivo YxDTDS, constituinte do sítio ativo da DPO do plasmídeo de M. perniciosa.

Figura 23. Motivo Tx2A/GR, constituinte do sítio ativo da DPO do plasmídeo de M. perniciosa.

Page 87: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

87

4.1.5.2 Estrutura tridimensional da RNA polimerase do plasmídeo mitocondrial de M.

perniciosa

A estrutura 3D inicial (1RPO) da RNA polimerase do plasmídeo de M.

perniciosa possui 766 aminoácidos, 12628 átomos unidos por 12764 ligações, e

encontra-se incluída na família das RNA polimerases de cadeia única, com função

de transferase de DNA. Essa molécula apresenta uma estrutura secundária do tipo

alfa-beta, com 37 α-hélices, 19 folhas-β e 54 turns (Figura 25). Quando submetida a

uma análise no VMD 1.8.6, com um cutoff de 3,2 Å, o modelo apresentou 97

ligações salinas. O valor de rms de 1,24 foi obtido pela sobreposição dos C-α entre o

molde 1ARO e o modelo 1RPO.

Foi possível identificar, nessa polimerase, uma estrutura semelhante às

polimerases virais, com cadeia simples, e a presença de domínios característicos

dessa família: Palma (resíduos 338 a 487 e 669 a 761), Dedos (resíduos 488 a 668)

Figura 24. Motivo KxY, presente na região C-terminal da DPO do plasmídeo de M. perniciosa, participante do processo de polimerização do DNA.

Page 88: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

88

e Polegar (resíduos 292 a 337) (JERUZALMI; STEITZ, 1998 apud OLLIS et al.,

1985; KOHLSTAEDT et al., 1992; PELLETIER et al., 1994; WANG et al., 1997).

O sítio ativo da RPO do plasmídeo de M. perniciosa (Figura 26) é formado por

aminoácidos presentes nos domínios Palma (Asp457 e Asp695) e Dedos (Tyr537 e

Lys529). Esses aminoácidos encontram-se relativamente nas mesmas posições dos

aminoácidos Asp537 e Asp812 (Palma), Tyr639 e Lys631 (Dedos) da T7 RNA polimerase

(1ARO) utilizada como molde.

Figura 26. Sítio ativo da RNA polimerase do plasmídeo de M.perniciosa, presentes nos domínios Palma (verde) e Dedos (vermelho).

Figura 25. Estrutura secundária da RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa.

Page 89: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

89

4.1.6 Determinação dos valores de cutoff para os cálculos de refinamento e

Dinâmica Molecular das estruturas das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de M. perniciosa

Os cálculos dos valores de cutoff para as duas enzimas, realizados através do

programa BIOMEDCACHE 6.1, revelaram valores semelhantes para as duas

estruturas. Os gráficos gerados a partir das energias relativas em cada molécula

indicaram o valor de 14 Å como confiável para os cálculos posteriores, tanto para a

DPO (Figura 27 A) quanto para a RPO (Figura 27 B), como indicado pelas quedas

bruscas das energias relativas nessas regiões dos gráficos e uma posterior

estabilização.

-120000000

-100000000

-80000000

-60000000

-40000000

-20000000

0

20000000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

CutoffDiferença de energia (Kcal/mol)

Figura 27. A. Gráfico relacionando os valores de cutoff por energia relativa da DNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa. B. Gráfico relacionando os valores de cutoff por energia relativa da RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa.

-140000000

-120000000

-100000000

-80000000

-60000000

-40000000

-20000000

0

20000000

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

CutoffDiferença de energia (Kcal/mol)

A

B

Page 90: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

90

4.1.7 Validação das estruturas tridimensionais das DNA e RNA polimerases do

plasmídeo mitocondrial de M. perniciosa

O processo de validação das moléculas construídas através de Modelagem

por Homologia, utilizando os programas PROCHECK 3.4 e ANOLEA, gerou dados

através dos quais foi possível verificar a qualidade dessas moléculas antes e depois

dos processos de refinamento e Dinâmica Molecular.

A qualidade dos modelos finais, obtidos após a dinâmica, permite inferir que

estes apresentam estruturas aceitáveis em níveis energéticos e conformacionais,

quando comparados com estruturas protéicas resolvidas.

4.1.7.1 Validação das estruturas iniciais das DPO e RPO do plasmídeo de M.

perniciosa

A validação através do programa PROCHECK, utilizando a estrutura inicial da

DNA polimerase, apresentou um gráfico de Ramachandran (Figura 28) com 80,3%

dos aminoácidos em regiões energeticamente permitidas, 16,5% em regiões

favoráveis, 1,8% em regiões generosamente permitidas e 1,4% em regiões não

permitidas. Portanto, podemos dizer que este modelo apresenta uma boa qualidade

geométrica, visto que 98,6% dos aminoácidos (535 resíduos) estão dentro das

regiões energeticamente favoráveis do gráfico.

Figura 28. Gráfico de Ramachandran, gerado pelo PROCHECK, para a estrutura inicial da DPO do plasmídeo de M. perniciosa.

Page 91: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

91

Os gráficos de Ramachandran por resíduo (Figura 29), apresentaram sete

aminoácidos com conformações consideradas ruins (ou seja, em regiões não

permitidas), sendo estes: Thr188, Asn513, Glu239, Tyr343, Thr458, Lys465, Asp540. Estes

aminoácidos não fazem parte de nenhum motivo ou domínio conservado

responsável pelo sítio ativo, exceto Thr458 que faz parte do motivo YxDTDS.

Os gráficos que avaliam a qualidade estereoquímica dos ângulos de torção

das cadeias laterais do modelo 1DPO, apresentaram apenas Asp247 e Phe 141 fora

das áreas favoráveias para este tipo de gráfico (Figura 30).

Figura 29. Validação por resíduo da 1DPO. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

Page 92: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

92

Figura 30: Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1DPO. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam as áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

Page 93: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

93

Os resultados da validação da cadeia principal da estrutura inicial da DNA

polimerase apresentaram praticamente todos os parâmetros dentro do desvio

padrão esperado, em uma resolução de 2.0Å, exceto para o número de contatos

ruins entre átomos não-ligados (Figura 31).

Figura 31. Qualidade da cadeia principal do modelo 1DPO: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio.O eixo das abscissas está descrito em graus, e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 94: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

94

A validação das cadeias laterais dos aminoácidos da estrutura inicial da DPO

apresentou todos os parâmetros fora do desvio padrão (Figura 32), a uma resolução

de 2.0Å.

A validação da estrutura inicial da DPO, utilizando o programa ANOLEA,

demonstrou através de um gráfico (Figura 33), que essa conformação apresenta um

Figura 32. Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1DPO. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus, e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 95: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

95

valor de energia bastante elevado, ou seja, uma conformação energeticamente

desfavorável, com energia total de 5473.689 E/kT.

O gráfico de Ramachandran do modelo inicial da RPO do plasmídeo de M.

perniciosa, apresentou um gráfico de Ramachandran (Figura 34) com 81,6% dos

aminoácidos em regiões energeticamente permitidas, 19,3% em regiões favoráveis,

3,1% em regiões generosamente permitidas e 1,4% em regiões não permitidas.

Sendo assim, podemos dizer que este modelo apresenta uma boa qualidade

geométrica, visto que 98,6% dos aminoácidos (755 resíduos) estão dentro das

regiões energeticamente favoráveis do gráfico.

Número do resíduo

Ener

gia

(E/k

T)

Figura 33. Gráfico de validação da estrutura inicial da DPO, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto que as regiões verdes representam valores baixos.

Page 96: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

96

Os gráficos de validação por resíduo para o modelo inicial da RNA polimerase

(Figura 35) apresentaram 9 aminoácidos com conformações ruins, sendo estes:

Lys8, Phe171, Glu173 , Thr650, Lys652, Asn686, His694 , Leu718, Ile765 . Estes resíduos não

fazem parte do sítio ativo desta polimerase.

Figura 35. Validação por resíduo da 1RPO. Os pontos coloridos correspondem apenas aos

aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

Figura 34. Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK, para a estrutura inicial da RPO do plasmídeo de M. perniciosa.

Page 97: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

97

A avalição da qualidade estereoquímica dos ângulos de torção das cadeias

laterais do modelo 1RPO, apresentou apenas Asp74, Leu23, Ile3 e Phe 38 fora das

áreas favoráveias para este tipo de gráfico, e estes aminoácidos não fazem parte do

sítio ativo dessa molécula (Figura 36).

Figura 36. Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1RPO. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

Page 98: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

98

No processo de validação da cadeia principal do modelo inicial da RNA

polimerase, quase todos os parâmetros apresentaram-se dentro do desvio padrão

esperado, exceto o gráfico que representa o número de contatos ruins entre átomos

não ligados, a uma resolução de 2.0Å (Figura 37).

Figura 37. Qualidade da cadeia principal do modelo 1RPO: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 99: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

99

Os parâmetros de validação das cadeias laterais dos aminoácidos do modelo

inicial da RPO mostraram-se todos fora do desvio padrão esperado para uma

estrutura corretamente resolvida a uma resolução de 2.0Å (Figura 38).

Figura 38. Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1RPO. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 100: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

100

A análise de validação feita pelo ANOLEA, para a estrutura primitiva da RNA

polimerase, indica uma energia total dessa conformação de 3747.085 E/kT,

mostrando que essa conformação é energeticamente desfavorável (Figura 39).

Número do resíduo

Ener

gia

(E/k

T)

Figura 39. Gráfico de validação da estrutura inicial da RPO, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto que as regiões verdes representam valores baixos.

Page 101: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

101

4.1.7.2 Validação dos modelos tridimensionais das DPO e RPO do plasmídeo de M.

perniciosa, após refinamento e Dinâmica Molecular

O modelo 3D da DNA polimerase gerado após refinamento e dinâmica

(1DPOC) no vácuo (300 K e 300 ps), apresentou um gráfico de Ramachandran com

54.6% dos resíduos em regiões energeticamente permitidas (271 resíduos), 38.5%

em regiões adicionalmente permitidas (191 resíduos), 4,4% em regiões

generosamente permitidas e 2,4% em regiões não permitidas (Figura 40). A

sobreposição dos C-α do molde 1XHX com o modelo 1DPOC resultou em um valor

de rms de 2,66.

Nos gráficos indicativos da qualidade dos resíduos do modelo 1DPOC (Figura

41), foram visualizados 21 aminoácidos considerados ruins (Met7, Arg12, Asp93,

Thr188, Ile313, Ile 319, Ile354, Thr458, His465, Lys526), a uma resolução de 2.0Å.

Figura 40. Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK para o modelo da DPO, após o refinamento e Dinâmica Molecular a 300 e 300 ps do plasmídeo de M .perniciosa.

Page 102: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

102

A avalição da qualidade estereoquímica dos ângulos de torção das cadeias

laterais do modelo 1DPOC (Figura 42), apresentou vários resíduos fora das regiões

permitidas (Asn204, Asn123, Asn15, Asn375, Asn278, Asn144, Asn30, Asp93, Asp72, His483,

Leu95, Leu50, Leu25, Leu9, Phe137, Phe194, Phe111, Phe31, Phe342, Phe252, Tpr537, Tyr64,

Tyr332, Tyr363, Tyr338).

Figura 41. Validação por resíduo da 1DPOC. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

Page 103: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

103

Figura 42. Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos da 1DPOC. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses, e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

Page 104: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

104

A validação da cadeia principal do modelo 1DPOC, pelo PROCHECK (Figura

43), apresentou três gráficos com valores fora do desvio padrão, quando

comparados com gráficos de estruturas resolvidas corretamente a uma resolução de

2.0Å.

Figura 43. Qualidade da cadeia principal do modelo 1DPOC: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: - energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 105: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

105

Todos os gráficos de validação das cadeias laterais dos aminoácidos do

modelo da DNA polimerase (Figura 44), após o refinamento e Dinâmica Molecular a

300 k e 300 ps, apresentaram valores dentro do desvio padrão esperado para uma

estrutura completamente resolvida a uma resolução de 2.0Å.

Figura 44. Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1DPOC. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 106: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

106

A validação do modelo da DNA polimerase, após refinamento e Dinâmica

Molecular, utilizando o programa ANOLEA, demonstrou através de um gráfico

(Figura 45) que a conformação dessa molécula é energeticamente favorável, com

energia total de -3864.608 E/kT.

A estrutura tridimensional da RNA polimerase, após o refinamento e Dinâmica

Molecular no vácuo (300 K e 300 ps) (1RPOC), apresentou um gráfico de

Ramachandran com 62.5% (443 resíduos) dos aminoácidos dentro das regiões

energeticamente favoráveis, 32.6% (231 resíduos) dentro das regiões

adicionalmente permitidas, 3,1% (22 resíduos) dentro das regiões adicionalmente

Número do resíduo

Ener

gia

(E/k

T)

Figura 45. Gráfico de validação do modelo da DPO, após refinamento e Dinâmica Molecular, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto regiões verdes, valores baixos.

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107

permitidas e 1,8% (13 resíduos) em regiões não permitidas (Figura 46). O valo de

rms de 1,94 foi obtido pela sobreposição do molde 1ARO e o modelo 1RPOC.

A validação por resíduo do modelo da RPO pós-dinâmica, apresentou 13

resíduos (Cys460, Val297, Lys8, Asn12, Phe724, Ile765, Leu155, Lys105, his86, His694,

Glu263, Ser568, Glu173) em regiões energeticamente desfavoráveis, a uma resolução

de 2.0Å, quando comparado com estruturas resolvidas corretamente (Figura 47).

Figura 46. Gráfico de Ramachandran gerado pelo PROCHECK para o modelo da RPO, após o refinamento e Dinâmica Molecular a 300 K e 300 ps do plasmídeo de M. perniciosa.

Figura 47. Validação por resíduo da 1RPOC. Os pontos coloridos correspondem apenas aos aminoácidos em regiões favoráveis, regiões generosamente permitidas e regiões não permitidas. (Fonte: Procheck 3.0).

Page 108: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

108

A avalição da qualidade estereoquímica dos ângulos de torção das cadeias

laterais do modelo 1RPOC, apresentou os aminoácidos Asn291, Asn298, Asn379,

Asp190, Ile691, Ile644, Ile154, Ile128, Ile210, Ile69, Leu101, Phe401, Phe204, Phe508, Trp68,

Trp159, Tyr564, Tyr17, Tyr557, Tyr227 fora das áreas favoráveias para este tipo de

gráfico, e estes aminoácidos não fazem parte do sítio ativo dessa molécula (Figura

48).

Figura 48. Gráficos Chi-1 e Chi-2 dos resíduos. Os números de resíduos são mostrados entre parênteses e a coloração vermelha representa o resíduo que está com os ângulos desfavoráveis; as regiões sombreadas representam a áreas favoráveis (Fonte: Procheck 3.0).

Page 109: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

109

De maneira semelhante a DNA polimerase, os parâmetros de validação da

cadeia principal do modelo 1RPOC, apresentaram dois gráficos (Figura 49) com

valores fora do desvio padrão, se comparamos com gráficos de estruturas resolvidas

corretamente a uma resolução de 2.0Å.

Figura 49. Qualidade da cadeia principal do modelo 1RPOC: A: avaliação do gráfico de Ramachandran; B: planaridade da ligação peptídica; C: interações ruins; D: distorção dos carbonos alfa; E: energia das ligações de hidrogênio. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 110: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

110

Novamente, de maneira semelhante ao modelo 1DPOC, o modelo 1RPOC

apresentou todos os gráficos de validação das cadeias secundárias dos

aminoácidos (Figura 50) dentro do desvio padrão esperado para uma estrutura

resolvida corretamente a uma resolução de 2.0Å.

Figura 50. Desvio padrão para os ângulos diedros Chi1 para o modelo 1RPOC. A: Conformação gauche menos; B: Conformação trans; C: Conformação gauche mais; D: Somatório de todos os desvios padrões para Chi1; E: Conformação trans para o ângulo torcional Chi2. O eixo das abscissas está descrito em graus e o das coordenadas está descrito em Å (Fonte: Procheck 3.0).

Page 111: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

111

A validação do modelo da RNA polimerase, após refinamento e Dinâmica

Molecular, utilizando o programa ANOLEA, mostrou-se semelhante ao ocorrido com

a DPO, na qual a sua conformação é energeticamente favorável, com energia total

de -4841.385 E/kT (Figura 51).

As estruturas 3D das DNA e RNA polimerases do plasmídeo mitocondrial de

M. perniciosa, após Diniâmica Molecular de 300 K por 300 ps, 1DPOC e 1RPOC

respectivamente, constam do Apêndice A.

Número do resíduo

Ener

gia

(E/k

T)

Figura 51. Gráfico de validação do modelo da RPO, após refinamento e Dinâmica Molecular a 300 K e 300 ps, gerado pelo ANOLEA. As regiões em vermelho representam valores altos de energia, enquanto regiões verdes, valores baixos.

Page 112: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

112

4.2 ESTRUTURA DOS PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS DO CLADO FÚNGICO

Atualmente existem 13 plasmídeos mitocondriais do clado fúngico

completamente seqüenciados que apresentam estrutura linear com as extremidades

invertidas – cinco ascomicetos, sete basidiomicetos e um quitridiomiceto (Tabela 3).

Plasmídeo Fungo spp. Filo Tam. (bp)

DNA pol. (aa)

RNA pol. (aa)

Nº. Acesso Referência

pEM Agaricus bitorquis Basidiomycota 5810 797 1102 X63075 Robison; Horger

1999

pBgh Blumeria

graminis f. sp. hordei

Ascomycota 7965 1062 973 NC_004935 Giese et al., 2003

pClK1 Claviceps purpurea Ascomycota 6752 1063 963 X15648 Oeser;

Tudzynski 1989

pCP Moniliophthora perniciosa Basidiomycota 6743 899 1028 NC_005927 Formighieri et

al., 2008

pFV1 Flammulina velutipes Basidiomycota 7363 925 1168 AB028633 Nakai et al.,

2000

pG114 Gelasinospora sp. Ascomycota 8231 987 831 L40494 Yuewang et al.,

1996

pPK2 Pichia kluyveri Ascomycota 7174 1118 992 Y11606 Blaisonneau et al., 1999

pHC2 Hebeloma circinans Basidiomycota 3229 858 209 Y11504 Bai et al., 1998

pHarbin-3 Neurospora crassa Ascomycota 7050 1021 896 AF133505 Xu et al., 1999

pKalilo Neurospora intermedia Ascomycota 8642 969 811 X52106 Chan et al.,1991

pMLP2 Pleurotus ostreatus Basidiomycota 7005 900 993 AF355103 Kim et al., 2000

pAL2-1 Podospora pauciseta Ascomycota 8395 1197 948 X60707 Hermanns;

Osiewacz, 1992

- Spizellomyces punctatus Chytridiomycota 1775 361 218 AF404303 Forget et al.,

2002

O tamanho dos plasmídeos variou entre 1.7 a 8.6 Kb. O plasmídeo

mitocondrial de Spizellomyces punctatus apresentou o menor tamanho e o da

espécie Neurospora intermedia (Figura 52) o maior. A estrutura desses plasmídeos

sempre apresentou polimerases em fases de leitura opostas, exceto o plasmídeo da

espécie S. punctatus (Figura 53).

Tabela 3. Plasmídeos mitocondriais lineares do clado fúngico completamente seqüenciados.

Figura 52. Estrutura do plasmídeo mitocondrial de Neurospora intermedia. Fonte: http://www.ncbi.nih.gov (2007).

Figura 53. Estrutura do plasmídeo mitocondrial de Spizellomyces punctatus. Fonte: http://www.ncbi.nih.gov (2007).

Page 113: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

113

Resultados de BLAST utilizando seqüências nucleotídicas e aminoacídicas

dos plasmídeos retroreferidos demonstraram homologia das DNA e RNA

polimerases desses plasmídeos com polimerases virais. O alinhamento feito pelo

BLAST com seqüências de DPO retornou DNA polimerases de adenovírus. As

buscas no BLAST utilizando seqüências de RPO retornaram resultados

apresentando seqüências de RNA polimerases de retrovírus (Tabela 4).

4.3 FILOGENIA MOLECULAR

Nesta seção são apresentados os resultados das filogenias tradicionais e

bayesiana das DNA e RNA polimerases dos plasmídeos mitocondriais apenas do

clado fúngico, e também dessas polimerases fúngicas com polimerases virais.

As análises filogenéticas entre as polimerases fúngicas agrupadas em

contigs, ou de maneira individual, apresentaram resultados bastante semelhantes.

Sendo assim, são apresentadas aqui apenas árvores filogenéticas referentes às

análises dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos fúngicos. Os resultados das análises

das DPOs e RPOs fúngicas mais as polimerases virais são apresentados de

maneira individual, para cada enzima, como descrito na metodologia. Todas as

árvores restantes constam do Apêndice B.

4.3.1 Filogenia tradicional

Inferências filogenéticas por parcimônia, distância e máxima verossimilhança,

revelaram um padrão filogenético bastante semelhante, tanto para nucleotídeos

Vírus Tipo Tipo Pol. Tam. (bp) Tam. (aa) Nº. Acess. Referência

Bacteriófago Bam35c Adenovírus DPO 2205 735 NP_943751.1 Ravantt et al., 2003 Fago GIL16c Adenovírus DPO 2259 753 YP_224103.1 Verheust et al., 2005

Adenovirus Hum. 12 Adenovírus DPO 3567 1189 AP_000112.1 Davison et al., 2003 Bacteriofago Phi29 Adenovírus DPO 1725 575 1XHX_A Kamtekar et al., 2004

Adenovirus Símio A Adenovírus DPO 3507 1169 YP_067908.1 Kovacs et al., 2004 Bacteriof. phiYeO3-12 Retrovírus RPO 2652 884 NP_052071.1 Pajunen et al., 2001

Bacteriófago T3 Retrovírus RPO 2652 884 NP_523301.1 Pajunen et al., 2002 Fago K1F Retrovírus RPO 2679 893 YP_338094.1 Scholl; Merril, 2005

Fago GH-1 Retrovírus RPO 2655 885 NP_813747.1 Kovalyova; Kropinski,

2003 BPK11 Retrovírus RPO 2718 906 P18147 Dietz et al., 1990

Vibriofago VP4 Retrovírus RPO 2649 883 YP_249577.1 Wang et al., 2005 Fago Berlin Retrovírus RPO 2649 883 YP_918986.1 Noeltin et al., 2006

Fago T7 Retrovírus RPO 2649 833 1CEZ Dunn; Studier, 1981

Tabela 5. Polimerases virais utilizadas nas análises filogenéticas.

Page 114: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

114

como para aminoácidos, em que seqüências de plasmídeos de Ascomycota

formaram clados com seqüências de plasmídeos de Basidiomycota, assim como

seqüências de polimerases virais formando clados com seqüências fúngicas.

A análise de Parcimônia do contig DPO/RPO de plasmídeos fúngicos,

utilizando seqüências de nucleotídeos, apresentou índice de consistência (CI) igual a

0,6011, índice de retenção (RI) igual a 0,37 e índice de homoplasia (HI) igual a

0,3989. O filograma de consenso de maioria demonstrou que as polimerases dos

plasmídeos mitocondriais das espécies de Ascomycota formaram clados com

contigs DPO/RPO de Basidiomycota (Figura 54).

Figura 54. Filograma de consenso de maioria, de uma análise de Parcimônia dos contigs DPO/RPO de seqüências nucleotídicas de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

100

Spunctatus DPO

Hkluyveri DPO

Ncrassa DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Pleurotus ostreatus

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Ascomycota

Basidiomycota

Spizellomyces punctatus

100

100

63

100

81

100

81

66

Page 115: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

115

A análise de Distância para o contig DPO/RPO de plasmídeos fúngicos, com

seqüências de DNA, apresentou um score de evolução mínima igual a 3,35814, o

filograma de consenso de maioria apresentou uma topologia bastante semelhante à

análise feita por Parcimônia (Figura 55).

0.1

Spunctatus DPO

Ncrassa DPO

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPOPodospora pauciseta

Figura 55. Filograma gerado a partir de análise de Distância, utilizando contigs de DNA de DPO/RPO de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Pleurotus ostreatus

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Ascomycota

Basidiomycota

Agaricus bitorquis

Spizellomyces punctatus

100

89

100

85

100

100

100

Page 116: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

116

Para a inferência de filogenia por Máxima Verossimilhança utilizando contigs

DPO/RPO com seqüências nucleotídicas para todos os plasmídeos mitocondriais

fúngicos, foi selecionado através do Modeltest o modelo evolutivo GTR+G+I. Essa

análise revelou um filograma no qual seqüências de plasmídeos de Ascomycota

formaram clados com seqüências de plasmídeos de Basidiomycota. (Figura 56). O

maior escore de verossimilhança ou verossimilhança máxima (-lnL) apresentou valor

igual a 52104,56321.

0.1

Spunctatus DPO

Hkluyveri DPO

Ncrassa DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Ascomycota

Basidiomycota

Figura 56. Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências nucleotídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Pleurotus ostreatus

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Agaricus bitorquis

Spizellomyces punctatus

91

55

76

82

57

100

53

100

Page 117: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

117

O contig DPO/RPO fúngico contendo seqüências aminoacídicas, quando

submetido à inferência por Parcimônia apresentou um filograma de consenso de

maioria onde seqüências dos plasmídeos de Ascomycota formaram clados com

seqüências de plasmídeos de Basidiomycota. Esta análise apresentou CI=0,8514,

RI=0,523 e HI=0,1486 (Figura 57).

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Hkluyveri DPO

Ncrassa DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

90

93

100

69

64

65

78

100 59

99

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 57. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, para os contigs DPO/RPO, utilizando seqüências de aminoácidos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 118: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

118

O resultado da inferência por Distância a partir dos alinhamentos de

seqüências de aminoácidos das DNA e RNA polimerases dos plasmídeos fúngicos,

formando contigs, apresentou um escore de evolução mínima igual a 4,61633. O

filograma de consenso de maioria mostou que contigs de DPO/RPO de ascomicetos

e basidiomicetos estão presentes conjuntamente em pelo menos dois clados (Figura

58).

0.1

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Ncrassa DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

Podospora pauciseta

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 58. Filograma de consenso de maioria, por Distância, utilizando seqüências de aminoácidos dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Ascomycota

Basidiomycota

99

100

82

100

100

100

99

60

53

88

Page 119: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

119

O filograma de Máxima Verossimilhança, para seqüências de aminoácidos

para os contigs DPO/RPO apresentou seqüências de espécies de Ascomycota

agrupando-se com seqüências de Basidiomycota, de forma semelhante às análises

de Parcimônia e Distância. Esta análise apresentou –lnL igual a 54007,10946

(Figura 59).

1

Spunctatus

Nintermedi

Gelasinosp

Fvelutipes

Mpernicios

Hcircinans

Hkluyveri

Panserina

Cpurpurea

Bgraminis

Abitorquis

Ncrassa DP

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 59. Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Ascomycota

Basidiomycota

98

87

60

100 53

65

64

78

65

Page 120: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

120

A filogenia tradicional por Parcimônia, utilizando seqüências de aminoácidos

das DNA polimerases dos plasmídeos fúngicos e virais, apresentou uma árvore de

consenso na qual o clado formado pelas seqüências de DPOs virais de Adenovírus

Humano tipo 12 e Adenovírus Símio mostrou-se mais relacionado com as

seqüências de DPOs fúngicas do clado formado por S. punctatus, P. ostreatus e P.

pauciseta. Nesta análise foram obtidos os índices CI=0,8228, RI=0,5948 e

HI=0,1772 (Figura 60).

100

Phi29

Ncrassa DPO

Hkluyveri DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Had12

SimadA

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

Bam35c

GIL16c

Phi 29

Aden. Hum. 12

Aden. Símio

Bam35C

GLI16C

Figura 60. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Chytridiomycota

Vírus

52

100

92

63

100

56

89

100

98

95

100

Page 121: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

121

A inferência por Distância gerada a partir das seqüências aminoacídicas das

DPOs de plasmídeos fúngicos e virais apresentou uma árvore com seqüências de

DPOs virais formando clados com polimerases fúngicas. O score de evolução

mínima foi igual a 6,09202 (Figura 61).

0.1

Hkluyveri DPO

Phi29

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Bam35c

GIL16c

Ncrassa DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

Spunctatus DPO

Had12

SimadA

Postreatus DPO

Panserina DPO

Figura 61. Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Phi 29

Aden. Hum. 12

Aden. Símio

Bam35C

GLI16C

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Chytridiomycota

Vírus

100

100

75

99

57

100

100

60

99

100

100

100

Page 122: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

122

A inferência por Máxima Verossimilhança para as seqüências de aminoácidos

das DPOs dos plasmídeos fúngicos e virais, apresentou -lnL=38243,63371 e um

filograma no qual seqüências de DPOs virais formaram clados com seqüências de

DPOs fúngicas (Figura 62).

1

Phi29

Ncrassa DP

Hcircinans

Abitorquis

Hkluyveri

GIL16c

Bam35c

Cpurpurea

Bgraminis

Fvelutipes

Panserina

Postreatus

Mpernicios

SimadA

Had12

Spunctatus

Nintermedi

Gelasinosp

Figura 62. Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas de DPOs de plasmídeos fúngicos e virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

Phi 29

Aden. Hum. 12

Aden. Símio

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Bam35C

GLI16C

88

60

57

100

100

71

98

92

67

73

98

86

66

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

Page 123: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

123

A análise de Parcimônia para as seqüências aminoacídicas de RNA

polimerases dos plasmídeos mitocondriais de fungos e polimerases virais

apresentou um filograma de consenso de maioria onde o clado fúngico aparece

como um grupo monofilético e com suporte de 100% (Figura 63). Os índices obtidos

foram: CI=0,7955, RI=0,6282 e HI=0,2045.

100

T7

BPK11

PBerlin

K1F

gh1

VP4

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hcircinans RPO

Hkluyveri RPO

Postreatus RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Fvelutipes RPO

Mperniciosa RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

PhiYeO3

T3

Figura 63. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

BPK11

VP4

K1F

Fago Berlin

T7

GH1

PHIYe03

T3

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

100

61

97

100

64

72

100

73

100

79

60

100

Page 124: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

124

A inferência por Distância das seqüências de aminoácidos das RPOs dos

plasmídeos fúngicos e virais relevou um filograma de consenso no qual, apenas

seqüências dos plasmídeos fúngicos formam um grupo monofilético com 100% de

valor de suporte (Figura 64). Nesta análise o escore de evolução mínima igual a

5,95105.

0.1

T7

PBerlin

BPK11

K1F

VP4

gh1

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

PhiYeO3

T3

Figura 64. Filograma de consenso de maioria, por Distância, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

BPK11

VP4

K1F

Fago Berlin

T7

GH1

PHIYe03

T3

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

100

100

100

58

94

57

89

88

100

99

78

100

100

100

Page 125: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

125

Na análise por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências de

aminoácidos das RPOs de plasmídeos fúngicos e virais, o filograma resultante

mostrou que o clado fúngico, similarmente às análises de Parcimônia e Distância,

formou um grupo monofilético, com suporte de 92% (Figura 65). O valor de –lnL

obtido foi igual a 36254,72062.

1

T7

BPK11

Spunctatus

Postreatus

Fvelutipes

Mpernicios

Nintermedi

Gelasinosp

Ncrassa RP

Abitorquis

Hcircinans

Hkluyveri

Panserina

Bgraminis

Cpurpurea

T3

PhiYeO3

PBerlin

VP4

gh-1

K1F

Figura 65. Filograma gerado por Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas de RPOs de plasmídeos fúngicos e RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de bootstrap.

BPK11

VP4

K1F

Fago Berlin

T7

GH1

PHIYe03

T3

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

92

98

78

87

86

72

93

100

83

57

66

89

79

97

65

Page 126: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

126

4.3.2 Filogenia Bayesiana

A inferência Bayesiana, utilizando seqüências de nucleotídeos e aminoácidos

das DNA e RNA polimerases virais, com o modelo de evolução mitocondrial de

mamíferos, apresentou árvores sem um padrão de monofiletismo para os grupos

utilizados nas análises – Fungos ascomicetos, fungos basidiomicetos e vírus.

O filograma de consenso de maioria, utilizando seqüências de DNA de contigs

de DPO/RPO apenas dos plasmídeos fúngicos, mostrou que contigs de ascomicetos

e de basidiomicetos ocorrem juntos em um mesmo clado, com valores de

probabilidade posterior acima de 95%.. Nesta análise o valor de –lnL foi igual a

76010,12 (Figura 66).

Podospora pauciseta 0.1

Spunctatus DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

1.00

Hkluyveri DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

1.00

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

1.00

1.00

0.94

0.96

Ncrassa DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

1.00

0.87

0.97

Postreatus DPO

0.73

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 66. Filograma de consenso de maioria gerado por análise Bayesiana, utilizando seqüências de DNA dos contigs DPO/RPO de plasmídeos mitocondriais de fungos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 127: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

127

O filograma de consenso de maioria para as seqüências aminoacídicas dos

contigs DPO/RPO dos plasmídeos, apresentou seqüências de contigs de

Ascomycota formando clados com seqüências dos contigs de Basidiomycota. O

valor de –lnL foi igual a 56197,49 (Figura 67).

0.1

Spunctatus DPO

Ncrassa DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

1.00

Hkluyveri DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

1.00

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

1.00

0.82

0.98

0.72

1.00

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

1.00

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

1.00

0.99

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 67. Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, utilizando seqüências aminoacídicas dos contigs DPO/RPO dos plasmídeos mitocondriais fúngicos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 128: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

128

A árvore Bayesiana de consenso para as seqüências aminoacídicas das DNA

polimerases de plasmídeos fúngicos e vírus, mostrou que as DPOs virais não

formaram um grupo monofilético, formando clados com DPOs fúngicas (Figura 68).

Esta análise apresentou –lnL=40025,03.

0.1

Phi29

Hkluyveri DPO

Bam35c

GIL16c

1.00

Ncrassa DPO

Abitorquis DPO

Hcircinans DPO

1.00

0.51

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

0.99

0.96

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

1.00

Fvelutipes DPO

Mperniciosa DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

1.00

0.67

1.00

Had12

SimadA

1.00

0.87

0.70

0.50

0.94

Podospora pauciseta

Phi 29

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Aden. Hum. 12

Aden. Símio

Bam35C

GLI16C

Figura 68. Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, para as DNA polimerases de plasmídeos fúngicos mais polimerases virais, utilizando seqüências de aminoácidos. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

Page 129: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

129

A inferência Bayesiana para as seqüências aminoacídicas das RPOs dos

plasmídeos fúngicos e vírus, apresentou uma árvore de consenso de maioria onde

houve a formação de um clado fúngico monofilético com suporte de 74%,

semelhante às análises tradicionais (Figura 69). O valor de –lnL obtido foi igual a

38387,88.

Figura 69. Filograma de consenso de maioria, gerado por análise bayesiana, para seqüências aminoacídicas das RNA polimerases de plasmídeos fúngicos mais RPOs virais. Números acima dos ramos correspondem ao suporte dado por valores percentuais de probabilidade posterior.

Pleurotus ostreatus

0.1

T7

PhiYeO3

T31.00

BPK11

PBerlin

K1F

gh1

VP4

Hcircinans RPO

Postreatus RPO1.00

Spunctatus RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO1.00

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

0.69

0.99

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO1.00

1.00

0.74

0.90

0.50

0.54

1.00

0.74

1.00

1.00

1.00

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

BPK11

VP4

K1F

Fago Berlin

T7

GH1

PHIYe03

T3

Ascomycota

Basidiomycota

Chytridiomycota

Vírus

Page 130: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

130

5 DISCUSSÃO

Nesta seção discutimos as relações evolutivas entre as DNA e RNA

polimerases do plasmídeo mitocondrial linear de M. perniciosa e todas as outras

polimerases codificadas por todos os outros plasmídeos fúngicos, também do tipo

linear, dentro do próprio clado fúngico e com as polimerases virais. Em uma outra

parte da discussão correlacionamos as estruturas das DPO e RPO do plasmídeo de

M. perniciosa com os moldes de polimerases virais selecionados para o trabalho,

destacando os domínios e motivos conservados encontrados nessas seqüências e a

qualidade dos modelos gerados pré e pós-refinamento e Dinâmica Molecular.

5.1 ANÁLISE SEQÜÊNCIA – ESTRUTURA DOS MODELOS DAS DPO E RPO DO

PLASMÍDEO DE M. PERNICIOSA COM OS SEUS MOLDES VIRAIS

O alinhamento da seqüência primária da DNA polimerase com a seqüência do

molde 1XHX, do vírus Φ29, revelou diversos motivos conservados entre essas duas

seqüências, como o motivo B, característico da família de DNA polimerases

organelares e virais, indicando que, provavelmente, essas seqüências foram

integradas ao plasmídeo em um único evento. A identificação desses motivos

conservados indica uma provável funcionalidade dessa polimerase na mitocôndria

de M. perniciosa, visto que todos os motivos descritos por Blasco et al.(1993a;

1993b; 1995), Méndez et al. (1994) e Bernad et al. (1990), como indispensáveis aos

processos de ligação à fita molde de DNA, identificação de dNTPs e sítio de

polimerização foram encontrados. Outro fato que sugere a funcionalidade dessa

molécula no genoma mitocondrial é a semelhança estrutural do modelo 3D

construído através de Modelagem por Homologia e o molde escolhido, apresentando

os três domínios conservados dentro dessa classe de polimerase: Palma, Dedos e

Polegar. Além disso, os sítios ativos do molde e do modelo inicial proposto para a

DPO do plasmídeo, no alinhamento estrutural, apresentam os mesmos aminoácidos

como constituintes (Lys380, Leu381, Leu382, Leu383, Asn384, Ser385, Leu386, Tyr387,

Gly388).

A RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa, deve, provavelmente,

apresentar funcionalidade dentro da mitocôndria, visto que o domínio Palma,

considerado por Koonin et al. (2006) como conservado entre todas as polimerases

Page 131: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

131

de cadeia simples, foi identificado nos alinhamentos pelo TCOFFEE entre a

seqüência primária da RPO do plasmídeo com a do molde. Esse domínio apresenta,

nessa classe de RNA polimerases, aminoácidos responsáveis pelo sítio catalítico

dessa molécula. Outro fato importante para essa provável funcionalidade é a

presença dos outros domínios conservados: Dedos e Polegar, e a presença dos

mesmos aminoácidos componentes do sítio ativo dessa enzima, quando foi

realizado o alinhamento estrutural entre o molde (1ARO) e o modelo proposto.

De maneira geral os modelos das DNA e RNA polimerases do plasmídeo de

M. perniciosa, gerados após refinamento e dinâmica a 300 K e 300 ps, apresentaram

uma redução na qualidade geral do gráfico de Ramachandran, em relação aos

modelos iniciais (1DPO e 1RPO), pois de fato, gráficos de Ramachandran gerados a

partir de eventos de Dinâmica Molécula geralmente apresentam devios em relação a

moléculas modeladas apenas por homologia (FOGOLARI et al., 2003). Contudo,

ocorreram ajustes significativos nas conformações das cadeias laterais dos

aminoácidos desses modelos, sendo sua correta conformação indispensável para

futuros estudos de prováveis ligantes/inibidores para essas moléculas. Além disso,

foram obtidos valores de RMS finais mais baixos do que para as moléculas iniciais,

indicando um menor desvio estrutural entre o molde original e os modelos após o

refinamento e a Dinâmica Molecular. Outro ponto a ser ressaltado são os valores de

energia livre finais de cada modelo após a dinâmica que se apresentaram dentro do

esperado para moléculas biologicamente ativas, indicando que o processo de

refinamento por minimização de energia e a Dinâmica Molecular encontraram

conformações de mínimo provavelmente ativas biologicamente e com desvio entre

os moldes e modelos bastante reduzidos (CASE, et al., 2004; PEARLMAN et. al.,

1995).

5.2 RELAÇÕES ESTRUTURAIS E FUNCIONAIS ENTRE PLASMÍDEOS

MITOCONDRIAIS LINEARES DE FUNGOS

Segundo Griffiths (1995) os plasmídeos mais encontrados dentro do clado

fúngico são do tipo linear, apresentando um processo de replicação semelhante ao

protein-primed dos adenovírus e fagos Φ29. Esse processo utiliza uma proteína

covalentemente ligada ao terminal 5’ dessas moléculas.

Page 132: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

132

De acordo com Sakaguchi (1990), adenovírus e fagos Φ29 apresentam

características semelhantes a plamídeos de DNA, com um genoma apresentando

terminais invertidos e repetitivos e proteínas covalentemente ligadas ao terminal 5’

das moléculas.

Todos os 13 plasmídeos utilizados neste trabalho apresentam estruturas

lineares bastante semelhantes entre si, com as polimerases em fases de leitura

opostas e terminais invertidos repetitivos, exceto o plasmídeo de S. punctatus.

Resultados de BLASTP revelaram uma provável relação de ancestralidade das duas

polimerases codificadas por cada um desses plasmídeos e polimerases

virais,sugerindo que o processo de replicação desses plasmídeos utiliza o mesmo

sistema descrito por Griffiths (1995) para as polimerases virais e, desta maneira,

corroborando dados de Sakaguchi (1990).

Estruturalmente podemos sugerir uma classificação para esses plasmídeos

como elementos genéticos móveis dentro do grupo dos invertrons, como descrito em

Sakaguchi (1990).

5.3 FILOGENIA E EVOLUÇÃO DAS DNA E RNA POLIMERASES DOS

PLASMÍDEOS MITOCONDRIAIS DE FUNGOS E VÍRUS

Existem diversas abordagens para o surgimento e distribuição dos

plasmídeos nas mitocôndrias de fungos. Segundo Fukuhara (1995) é muito provável

que essas estruturas sejam derivadas de adenovírus e fagos de bactérias ancestrais

das atuais mitocôndrias. Essa hipótese é corroborada pelos dados de BLASTP e

BLASTN apresentados para os 13 plasmídeos estudados aqui, pois as seqüências

de DNA e RNA polimerases apresentaram homologia com as seqüências originadas

de adenovírus e retrovírus, respectivamente. Por outro lado, como descrito por

Fukuhara (1995), esses dados não trazem nenhuma hipótese de como teriam

surgido essas estruturas em citoplasmas de leveduras.

Rosewich e Kistler (2000) reportaram um grande número de fenômenos de

transferência horizontal de genes (THG) em fungos, em que elementos genéticos

móveis como plasmídeos, íntrons e transposons estariam envolvidos. Quando

observamos os dados obtidos a partir das filogenias combinadas ou individuais das

DNA e RNA polimerases dos 13 plasmídeos mitocondriais estudados neste trabalho,

verificamos que as polimerases de plasmídeos mitocondriais de Ascomycota e

Page 133: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

133

Basidiomycota não formam grupos monofiléticos, ou seja, não possuem uma origem

comum. Outro fato curioso é que nem mesmo as polimerases de espécies

pertencentes a um mesmo gênero (Neurospora crassa e N. intermedia) apresentam

uma origem evolutiva comum, conforme sugerido pelas análises filogenéticas.

Um recente estudo de filogenia molecular realizado por James et al. (2006),

baseado em dados de seis genes nucleares de 199 espécies de fungos, apresentou

uma árvore na qual Ascomycota e Basidiomycota formaram grupos monofiléticos,

enquanto Chytridiomycota foi considerado polifilético. Baseado nesse fato

deveríamos esperar que as polimerases dos 13 plasmídeos mitocondriais estudados

formassem grupos monofilétcos representados pelos seus hopedeiros fúngicos,

ascomicetos e basidiomicetos, mas isso não ocorreu.

Resultados das filogenias das polimerases dos plasmídeos dos 13 fungos

juntamente com as polimerases virais corroboram a relação dos plasmídeos fúngicos

com seqüências de DNA de adenovírus e fagos bacterianos, como descrito

anteriormente. Os filogramas apresentados nos resultados mostraram que apenas

nas análises das RNA polimerases fúngicas em conjunto com as virais houve a

formação de grupos monofiléticos para os fungos, com valores de suporte estatístico

acima de 70%. Nas análises filogenéticas das DNA polimerases fúngicas e virais foi

possível observar em todas as árvores, o agrupamento das DPOs de Adenovírus

Humano tipo 12 e Adenovírus Símio com DPOs de um clado formado por DPOs de

plasmídeos de ascomicetos e basidiomicetos.

Os resultados de filogenia das polimerases dos plasmídeos mitocondriais

juntamente com polimerases virais apresentou dados semelhantes aos reportados

por Rosewich e Kistler (2000), em que análises filogenéticas entre seqüências de

aminoácidos de DNA polimerases de 11 plasmídeos lineares de fungos e plantas, 4

bacteriófagos e 8 vírus indicaram que grupos de plasmídeos relacionados aos

hopedeiros (plantas, fungos, vírus ou bacteriófagos), não necessariamente estariam

próximamente relacionados..

Uma provável explicação para a não-ocorrência de grupos monofiléticos que

reflitam a filogenia das espécies hospedeiras dentro das análises individuais das

polimerases dos plasmídeos fúngicos, e dessas polimerases com polimerases virais

é que essas seqüências podem ser originárias de um período pré-endossimbiose, no

qual os vírus e fagos tinham bactérias como hospedeiros, as quais posteriormente

deram origem às mitocôndrias. Essa hipótese é sugerida por Griffiths (1995), porém

Page 134: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

134

é preciso considerá-la com cuidado. Por outro lado, poderíamos levar em

consideração, como uma explicação alternativa ao não-monofiletismo dessas

seqüências, que micovírus poderiam ter carreado essas polimerases dentro do clado

fúngico e as incorporado ao genoma mitocondrial. Essa afirmação se baseia em um

fato descrito por Rasewich e Kistler (2000), no qual a seqüência de uma RNA

polimerase de um vírus mitocondrial do ascomiceto Ophiostoma novo-ulmi Brasier

apresentou maior similaridade com a RPO do basidiomiceto Rhizoctonia solani do

que com a do ascomiceto Cryphonectria parasitica.

Todas as árvores filogenéticas geradas para as DNA e RNA polimerases

apenas para os 13 plasmídeos do clado fúngico e para fungos e vírus, apresentaram

topologias bastante semelhantes. Tanto nas análises combinadas em contigs quanto

nas análises indiduais, as polimerases do plasmídeo de M. perniciosa mostraram-se

mais próximas, na maioria das análises, das polimerases de F. velutipes. O clado

formado por esses dois basidiomicetos, na maior parte das análises mostrou-se mais

próximo das polimerases dos ascomicetos Gelasinospora sp. e N. intermedia.

Segundo Gaag et al. (1998), a transferência de plasmídeos mitocondriais

entre espécies de fungos pode ocorrer via transmissão sexuada ou assexuada. Um

exemplo dessa transferência foi identificado entre Ascobolus immersus e P.

pauciseta através de uma co-cultura, com a passagem do plasmídeo mitocondrial

pA12 da primeira espécie para a segunda. Considerando esse fato podemos sugerir

que a relação de proximidade filogenética, verificada em praticamente 100% das

análises realizadas, entre M. perniciosa e F. velutipes e o outro clado formado por

Gelasinospora sp. e N. intermedia seja resultado de uma passagem de material

genético em nível de gênero ou de espécie, porém isso precisa ser considerado com

cautela e estudos mais aprofundados precisam ser realizados pontualmente para

esse clado (M. perniciosa, F. velutipes, Gelasinospora sp. e N. intermedia). Uma

visão alternativa para a relação entre as polimerases desse clado seria a hipótese

dos micovírus descrita anteriormente, na qual um mesmo vírus, ou vírus muito

próximos, teriam infectado as mitocôndrias desses fungos em difrentes eventos. Por

outro lado, não foram identficados micovírus nas análises de BLASTP para a

seleção de polimerases virais que seriam submetidas às análises filogenéticas.

Quando comparamos as árvores geradas apenas para os plasmídeos

fúngicos, obtidas de análises utilizando seqüências de contigs DPO/RPO com as

árvores das seqüências individuais das DNA polimerases, para os métodos

Page 135: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

135

tradicionais e bayesiano, utilizando seqüências de DNA e de aminoácidos, podemos

identificar uma topologia bem semelhante em todas as árvores. Entretanto, as

análises baseadas apenas nas seqüências de aminoácidos da RPO plasmidial

fúngica e viral sugerem uma origem única para estas enzimas em fungos. A

visualização de clados conservados em todas as árvores, como aquele formado

pelas polimerases dos plasmídeos de M. perniciosa e F. velutipes, nos leva a crer

que os eventos de inserção dessas seqüências, nas mitocôndrias das 13 espécies

do clado fúngico, podem ter ocorrido em períodos próximos, considerando uma taxa

de evolução do genoma mitocondrial de fungos igual para todas as espécies

estudadas.

Segundo Formighieri et al. (2008) a integração do plasmídeo de M. perniciosa

ao genoma mitocondrial foi um evento recente, que pode estar associado ao

desenvolvimento de alguns biótipos. Esse processo pode ter ocorrido através de

cruzamento entre linhagens não relacionadas evolutivamente, pelos mecanismos de

mitose ou meiose, como descritos anteriormente, ou através de micovírus, visto que

em algumas das árvores apresentadas para seqüências de polimerases virais e

fúngicas o clado formado por M. perniciosa e F. velutipes apresentou-se mais

próximo de seqüências virais do que das polimerases dos outros fungos. Por outro

lado, a formação de clados fúngicos monofiléticos para as RNA polimerases, quando

analisados juntamente com as seqüências virais, sugere que as seqüências

relacionadas com as RPOs tenham sido inseridas em eventos distintos das DPOs,

tanto em M. perniciosa como nos outros fungos.

As árvores filogenéticas para seqüências de DNA com exclusão das terceiras

bases dos códons, apenas no clado fúngico, obtiveram topologias bastante

semelhantes às das análises utilizando seqüências de aminoácidos, em todos os

métodos, com o agrupamento de seqüências de plasmídeos de ascomicetos e

basidiomicetos, além da formação de clados conservados como o de M. perniciosa e

F. velutipes. Esses resultados indicam a consistência filogenética dos dados

utilizados nas análises e a qualidade dos alinhamentos, como fatores indispensáveis

na realização de uma filogenia correta.

Considerando-se todas as hipóteses e resultados apresentados, obtidos de

análises das DPOs e RPOs apenas do clado fúngico, e entre fungos e vírus, sugere-

se que tenha ocorrido uma provável transferência horizontal de genes para as

seqüências de DNA e RNA polimerase do plasmídeo de M. perniciosa e os demais

Page 136: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

136

plasmídeos fúngicos, corroborando a hipótese de que essas seqüências tenham

ancestrais virais. Não se sabe ao certo se essas seqüências têm origem pré ou pós-

endossimbiose e, para isso, é necessário uma investigação mais aprofundada, com

a utilização de análises de relógio molecular.

6 CONCLUSÕES

6.1 MODELAGEM POR HOMOLOGIA

Apesar da baixa identidade apresentada entre as seqüências primárias das

DPO e RPO do plasmídeo de M. perniciosa e seus respectivos moldes, os modelos

finais propostos para cada polimerase apresentam todos os domínios característicos

de cada grupo de enzima. Além disso, a alta similaridade estrutural entre os modelos

propostos e seus respectivos moldes sugere que, provavelmente, essas moléculas

estejam ativas dentro da mitocôndria de M. perniciosa. Os valores de RMS finais

entre os modelos propostos e seus respectivos moldes sugerem um futuro estudo de

ligantes baseado nos inibidores/ligantes dos seus respectivos moldes.

Os processos de refinamento e Dinâmica molecular alteraram

significativamente as conformações das cadeias laterais dos aminoácidos dos

modelos das DPO e RPO, reduzindo a qualidade dos gráficos de Ramachandran,

porém, melhorando os gráficos de validação das cadeias laterais, e apresentando

qualidades termodinâmicas e estereoquímicas aceitáveis para moléculas

biologicamente ativas.

6.2 FILOGENIA MOLECULAR

Todas as análises filogenéticas (parcimônia, distância, máxima

verossimilhança e bayesiana) apresentaram topologias das árvores semelhantes,

tanto utilizando seqüências de nucleotídeos como de aminoácidos. As RNA

polimerases dos plasmídeos fúngicos aparecem como monofiléticas em relação às

seqüências de RNA polimerases virais.

Podemos inferir a partir desse estudo que as DNA e RNA polimerases foram

inseridas, provavelmente, em eventos distintos, por Transferência Horizontal de

Page 137: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

137

Genes no genoma mitocondrial das 13 espécies de fungos hospedeiras utilizadas

nesse estudo.

Page 138: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

138

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Page 150: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

150

APÊNDICES

APÊNDICE A- Estruturas tridimensionais das DNA e RNA polimerases do plasmídeo

mitocondrial de M. perniciosa, após Dinâmica Molecular de 300 K por 300 ps.

Figura 70. Estrutura secundária da 1DPOC.

Figura 71. Estrutura secundária da 1RPOC.

Page 151: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

151

APÊNDICE B - Filogramas gerados pelas análises filogenéticas tradicionais e

bayesiana, das DNA e RNA polimerases dos plásmídeos fúngicos, utilizando

seqüências de nucleotídeos e aminoácidos.

100

Spunctatus DPO

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 72. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, para as DNA polimerases de plasmídeos fúngicos, utilizando seqüências nucleotídicas.

Ascomycota

Basidiomycota

100

100

97

100

100

54

94

99

Page 152: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

152

0.1

Spunctatus DPO

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 73. Filograma gerado a partir de Distância, utilizando seqüências nucleotídicas das DNA polimerases dos plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

100

100

61

100

100

100

100

74

94

Page 153: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

153

0.1

Spunctatus DPO

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Figura 74. Filograma das DPOs de plasmídeos fúngicos, utilizando seqüências de DNA, gerado a partir de inferência por Máxima Verossimilhança.

Ascomycota

Basidiomycota Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

99

72

85

64

100

99

61

93

Page 154: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

154

100

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Ncrassa DPO

Hkluyveri DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 75. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia para as seqüências aminoacídicas das DNA polimerases de plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

98

66

84

56 98

95

100

100

Page 155: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

155

0.1

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

Hkluyveri DPO

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 76. Filograma gerado por Distância, para as seqüências aminoacídicas das DPOs de plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

100

100

100

100

100

100

53

80

100

Page 156: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

156

1

Spunctatus

Hkluyveri

Ncrassa DP

Abitorquis

Hcircinans

Fvelutipes

Panserina

Postreatus

Mpernicios

Nintermedi

Gelasinosp

Bgraminis

Cpurpurea

Figura 77. Filograma de Máxima Verossimilhança para as seqüências aminoacídicas de DPOs dos plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

93

100

100

87

78

100

85

79

66

95

Page 157: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

157

100

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPOPleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 78. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando seqüências de DNA das RPO dos plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

92

96

66

100

79

69

100

Page 158: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

158

100

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

Spizellomyces punctatus

Figura 79. Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências de DNA das RPOs de plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

84

91

80

100

85

100

Page 159: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

159

0.1

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

Panserina RPO

Hkluyveri RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Figura 80. Filograma de Máxima Verossimilhança para as seqüências nucleotídicas das RPOs dos plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

74

71

99

58

82

Page 160: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

160

100

Spunctatus RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Figura 81. Filograma de consenso de maioria, por Parcimônia, utilizando as seqüências de aminoácidos das RNA polimerases de plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Spizellomyces punctatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

73

96

60

100

93

55

73

100

Page 161: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

161

0.1

Spunctatus RPO

Hkluyveri RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

Figura 82. Filograma gerado por Distância, utilizando seqüências de aminoácidos das RPOs de plasmídeos fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

81

68

90

89

100

91

100

Spizellomyces punctatus

Page 162: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

162

1

Spunctatus

Postreatus

Nintermedi

Gelasinosp

Mpernicios

Fvelutipes

Ncrassa RP

Abitorquis

Hcircinans

Hkluyveri

Panserina

Bgraminis

Cpurpurea

Figura 83. Filograma de Máxima Verossimilhança, utilizando seqüências aminoacídicas das RPOs de plasmídeos mitocondriais fúngicos.

Ascomycota

Basidiomycota

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Spizellomyces punctatus

52

92

96

60

55

66

73

81

75

67

Page 163: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

163

0.1

Spunctatus DPO

Postreatus DPO

Panserina DPO

1.00

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

1.00

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

1.00

1.00

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

1.00

0.95

Hkluyveri DPO

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

1.00

0.57

1.00

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 84. Filograma Bayesiano de consenso de maioria, para as seqüências nucleotídicas das DNA polimerases dos plasmídeos mitocondriais de fungos.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 164: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

164

0.1

Spunctatus DPO

Gelasinospora DPO

Nintermedia DPO

1.00

Mperniciosa DPO

Fvelutipes DPO

0.82

1.00

Bgraminis DPO

Cpurpurea DPO

1.00

Hkluyveri DPO

Ncrassa DPO

Hcircinans DPO

Abitorquis DPO

1.00

0.71

0.74

1.00

1.00

Postreatus DPO

Panserina DPO

1.00

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 85. Filograma Bayesiano de consenso de maioria, das DPOs de plasmídeos mitocondriais de fungos, utilizando seqüências de aminoácidos.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 165: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

165

0.1

Spunctatus RPO

Postreatus RPO

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

1.00

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

1.00

0.98

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hcircinans RPO

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

0.99

0.63

0.60

0.56

0.53

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 86. Filograma Bayesiano de consenso de maioria para as seqüências nucleotídicas das RPOs dos plasmídeos mitocondriais de fungos.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 166: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

166

0.1

Spunctatus RPO

Ncrassa RPO

Abitorquis RPO

Hcircinans RPO

Postreatus RPO

1.00

Hkluyveri RPO

Panserina RPO

Bgraminis RPO

Cpurpurea RPO

1.00

1.00

0.91

0.81

0.78

1.00

Gelasinospora RPO

Nintermedia RPO

1.00

Mperniciosa RPO

Fvelutipes RPO

0.89

0.60

Spizellomyces punctatus

Pleurotus ostreatus

Agaricus bitorquis

Podospora pauciseta

Moniliophthora perniciosa

Flammulina velutipes

Pichia kluyveri

Hebeloma circinans

Blumeria graminis

Claviceps purpurea

Gelasinospora sp.

Neurospora crassa

Neurospora intermedia

Figura 87. Filograma bayesiano de consenso de maioria, para seqüências aminoacídicas das RNA polimerases dos plasmídeos mitocondriais de fungos.

Ascomycota

Basidiomycota

Page 167: modelagem por homologia das dna e rna polimerases do

167

ANEXOS