Modelo Ação de Danos

  • Upload
    josy

  • View
    14

  • Download
    0

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Ação de Danos Morais

Citation preview

Lorem ipsum

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CIVEL DA COMARCA DE ___________/SPNome , empresa brasileira, inscrita no CNPJ sob o n 000000000000000, localizada na Avenida xxxxx, n 0000, Centro, nesta cidade de xxxxx/SP, por intermdio de seu advogado com procurao anexa, vem respeitosamente perante Vossa Excelncia, propor a presente:

AO DECLARATRIA DE INEXISTNCIA DE DBITO C.C. INDENIZAO POR DANOS MORAIS - TUTELA ANTECIPADAEm face de Banco Bradesco S.A., inscrita no CNPJ sob o n 60.746.948/0681-83, com agncia localizada na Rua Rui Barbosa, n 964, Centro, CEP 15990-030, nesta cidade de Mato, Estado de So Paulo, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I DOS FATOS

O autor, em meados do ms de junho do ano de 2013, ao consultar um extrato mensal de sua conta no Banco Bradesco, agncia 0532 conta corrente n 0088140-6, foi surpreendido com dbito de cobrana, do qual no tinha conhecimento.

Expantado com o desconto, o autor se dirigiu ao banco requerido, e l foi informado de que havia adquirido um consrcio de veculo, e que seria dbitado automaticamente todos os meses em sua conta corrente o valor de R$ 412,54 (quatrocentos e doze reais e cinquenta e quatro centavos), no prazo de durao de 72 meses, naquele mesmo momento deixou claro que no havia adquirido consrcio e que o desconto que estava sendo realizado na sua conta no era lcito.Mesmo com tudo o que j havia ocorrido, os descontos em sua conta continuaram a acontecer ms a ms, deste modo, o autor indignado com a situao, j que no havia contrato nenhum de consrcio, realizou uma consulta apurada sobre os dados do plano, e foi verificado que o contrato do consrcio estaria em nome de RR Importao e Exportao de Plsticos em Geral LTDA - EPP, inscrita no CNPJ sob o n 10.318.474/0001-30, localizada na Rua Narciso Baldan, n 185, IV Centenrio, nesta cidade de Mato, dados do consrcio: grupo 8461, cota 090 e contrato 7424121.Acontece que o autor nunca adquiriu consrcio, e entrou vrias vezes em contato com o banco, informando que no teria adquirido e que era um erro do banco descontar tais valores de sua conta, contudo o banco no extornou as parcelas que foram debitadas, e ainda continuou com o desconto do restante das parcelas em sua conta corrente.Aps vrias tentativas de resolver o impasse amigavelmente, sem sucesso, e no encontrando outra soluo, o autor ajuizou a presente demanda, para ver o seu direito tutelado.Evidenciada restou a culpa do requerido em, sem a devida cautela, cobrar do requerente valores de consrcio no contratado pelo mesmo, note que gritante o erro do banco, como uma instituio financeira comete um erro to grosseiro como esse, de tal maneira a cobrar e descontar valores de uma conta que nada tem haver com o que contratou o servio, dessa forma de rigor que o mesmo venha responder pelo seu negligente ato.

O artigo 14, do Cdigo de Defesa do Consumidor, assim dispe:

Art. 14. O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia da culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao de servio, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos.A Smula 479 do Colendo STJ assim dispe:As instituies financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no mbito de operaes bancrias.

Cabe indubitavelmente ao requerido a responsabilidade pelos atos de seus prepostos e representantes, devendo fiscalizar quem a representa, de modo a evitar leso ao seu prprio nome e prejuzos muitas vezes irreparveis aos consumidores, portanto dever legal do banco responder pelo danos causados ao consumidor.

II DA REPETIO INDBITO

Diante dos fatos j narrados, o requerente pagou por quantia indevida e ilcita, em atitude irresponsvel e negligente do requerido, que por diversas vezes fora advertido da abusividade da cobrana.Portanto, urgente se faz a aplicao da norma inserida no artigo 42, paragrafo nico, da Lei 8.078/90, que concede ao requerente o direito a devoluo em dobro das quantias exigidas pelo requerido.Art. 42. Pargrafo nico. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito repetio do indbito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correo monetria e juros legais, salvo hiptese de engano justificvel.Foram 12 (doze) meses de cobrana indevida, descontadas da conta corrente do autor, que chegam ao valor de R$ 4.305,63 (quatro mil e trezentos e cinco reais e sessenta e trs centavos). Portanto, verificado o desconto indevido e ilegal na conta do correntista, a reparao do valor em dobro se impe, data vnia, sem maiores questionamentos.III - DOS DANOS MORAIS inegvel que este fato ultrapassa os limites do mero aborrecimento cotidiano, pois teve descontado indevidamente de sua conta corrente um valor de pagamento que no lhe diz respeito, alm do desgaste fsico e mental que o abalou durante o lapso temporal da negociao, por diversas vezes teve que sair de sua rotina para tentar sanar o problema e ainda arcou com diversos prejuzos de ordem material e moral, e todas essas vezes foram inteis, j que nada foi resolvido.A ofensa moral e o constrangimento foram provocados pelo requerido, que irresponsavelmente e arbitrariamente, descontou e mantm descontos de um contrato que no foi contratado pelo requerente, necessrio deixar claro que o prprio banco tem todos os dados da empresa contratante do consrcio, mas mesmo assim continua realizando os descontos da conta do autor.

Assim, no tocante ao dano moral, o autor deve ser compensado por todo constrangimento, transtornos e aborrecimentos sofridos neste perodo, pois, tais superam, e muito, os limites do que se entendem por razovel no cotidiano de um ser humano, em razo da atitude do requerido.

No presente caso, cabe salientar a lio do Desembargador Srgio Cavalieri Filho, em sua obra Programa da Responsabilidade Civil, o qual ensina:

deve ser reputado como dano moral, a dor, o vexame, sofrimento ou humilhao que, fugindo a normalidade, interfira intensamente no comportamento psicolgico do indivduo, causando-lhe aflies, angstia e desequilbrio em seu bem-estar Se assim no se entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando aes judiciais em busca de indenizaes pelos mais triviais aborrecimentos.Vrias foram as vezes, que o autor deixou os seus afezeres do dia-a-dia, para ir at o banco requerido e tentar esclarecer esse impasse, inclusive incansveis ligaes feitas ao banco todos os meses, e sem nenhum retorno ou ainda resoluo do problema.

O que pretende o autor com a presente ao, uma satisfao, uma compensao pelo sofrimento que experimentou o autor com a cobrana indevida e ilcita do banco, isso nada mais do que uma contrapartida do mal sofrido, com carter satisfatrio para o lesado e punitivo para o ru, causador do dano, para que se abstenha de realizar essa conduta lesiva com outros consumidores.

O entendimento na Turma Recursal do Tribunal de Justia de So Paulo o seguinte:Ementa: Ao de indenizao. Responsabildade civil. Danos morais. Autor que nega ter firmado contrato. Desconto indevido de

valores da conta corente de tiularidade do requerente. Abalo na esfera moral comprovado. Manuteno do valor da indenizao arbitrado pelo juzo a quo. Recurso desprovido. (Apel. N 0002156-25.2011.8.26.0438, Comarca de Penpolis, 20 Cm. Dir. Privado do Tribunal de Justia de So Paulo, Rel. Des. Luis Carlos de Barros, D.J. 09/09/13).

O Cdigo de Defesa do Consumidor em anlise conjunta dos artigos 6 inciso VI, artigo 3 pargrafo 2 e artigo 42, tambm dispe ser direito bsico do consumidor a efetiva preveno e reparao dos danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.Frise-se, ainda que, a Constituio Federal em seu artigo 5, inciso X, assegura expressamente a indenizao por danos morais, seno vejamos, in verbis:

Art. 5 (...)

X - so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao;

Sendo esse, tambm, o teor dos artigos 186 e 927, ambos do Cdigo Civil, que fundamentam a responsabilidade do Requerido no caso em comento, ad litteram:

Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

Art. 927. Aquele que, por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

O que pretende o requerente a interveno do Poder Judicirio, em ver-se ressarcida pelos prejuzos experimentados, consubstanciados em danos morais, causados pela conduta irresponsvel e arrogante adotada, levada e efeito pelo requerido.

IV DO QUANTUM DEBEATURA priori, ressalta-se que, atualmente, a doutrina inclina-se no sentido de conferir indenizao por dano moral um carter dplice, ou seja, tanto punitivo do agente quanto compensatrio, em relao ao sofrimento da vtima.

Assim, a vtima de leso a direitos de natureza no patrimonial deve receber soma que lhe compense a dor sofrida e arbitrada segundo as circunstncias. No devendo ser fonte de enriquecimento, nem inexpressiva e irrisria a tal ponto de no produzir no causador do mal impacto suficiente a dissuadi-lo de ulterior e similar ilcito.Como ensina o Eminente civilista Caio Mrio da Silva Pereira, quando se cuida de dano moral, o fulcro do conceito ressarcitrio acha-se deslocado para a convergncia de duas foras, in verbis:

O carter punitivo", para que o causador do dano, pelo fato da condenao, se veja castigado pela ofensa que praticou; e o "carter compensatrio" para a vtima, que receber uma soma que lhe proporcione prazeres como contrapartida do mal sofrido". (Reparao do dano moral: controvrsias e perspectivas. Porto Alegre: Sntese, 2001, p.21)

Aduzindo, ainda, no mesmo sentido, a Ilustre Maria Helena Diniz, que a reparao tem sua dupla funo, a penal, ad litteram:

Constituindo uma sano imposta ao ofensor, visando a diminuio de seu patrimnio, pela indenizao paga ao ofendido, visto que o bem jurdico da pessoa (integridade fsica, moral e intelectual) no poder ser violado impunemente (...)"

E a funo satisfatria ou compensatria, pois:

"Como o dano moral constitui um menoscabo a interesses jurdicos extrapatrimoniais, provocando sentimentos que no tm preo, a reparao pecuniria visa proporcionar ao prejudicado uma satisfao que atenue a ofensa causada." (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7 vol., 9 ed., Saraiva)

Da, a necessidade de se observar as condies de ambas as partes para se estipular o quantum debeatur. Ponderando a gravidade da leso, os danos sofridos pelo autor, a sua honra abalada, bem como, as condies das partes, o valor da fixao dos danos morais no pode ser irrisrio, considerando a culpa gravssima do requerido, que insiste em cobrar de sua conta valor no devido e muito menos contratado, portanto, uma cobrana ilcita.Ou seja, um meio de compensao pelo dficit experimentado pelo requerente, e pela quebra de confiana que o requerido causou na figura de consumidor e, concomitantemente, um modo de impulso a absteno quanto o requerido. Devendo tal dano ser atribudo, ainda, tomando-se por base aspectos do caso concreto, como a extenso do dano, as condies socioeconmicas e culturais das partes, as condies psicolgicas e o grau de culpa dos envolvidos, assim o valor deve ser arbitrado de maneira que atinja de forma relevante o patrimnio do ofensor, porm sem ensejar enriquecimento ilcito da vtima.

O requerido, irresponsavelmente debitou da conta do correntista parcelas de um consrcio que no foi contratado por ele e mesmo depois de informado do erro continuou com os descontos, manteve-se inerte. Todo transtorno causado ao autor se deve a negligncia do requerido e ao seu erro grosseiro.

Resta claro nos presentes autos a legitimidade e a procedncia da pretenso deduzida, consubstanciada na exigncia de declarao de inexistncia de uma dvida, bem como, obrigao de indenizar o autor pelos danos sofridos, conforme comprova a documentao anexada aos autos. Por derradeira, salienta-se que, o montante indenizatrio, ora pleiteado, mostra-se perfeitamente cabvel na hiptese dos autos, considerando o porte e o poderio econmico do requerido, representando um nus que o mesmo capaz de suportar, sem o comprometimento de suas atividades.

Desta feita, dada a extenso dos danos causados ao requerente, entende-se que se afigura justo o pagamento do valor de 40 (quarenta) salrios mnimos federais vigentes poca do respectivo pagamento, valor este que atualizado atinge o montante de R$ 28.960,00 (vinte e oito mil, novecentos e sessenta reais), valor suficiente para indeniz-lo pelos prejuzos de ordem moral e suficiente, ainda, para desestimular o requerido a praticar conduta semelhante, que conforme se verifica pela Jurisprudncia ptria corriqueira das Instituies Financeiras.

De outro lado, o requerente, parte manifestamente mais frgil, referido montante revela-se necessrio para restabelecer na medida do possvel, o status quo anterior ao evento danoso.

V DA INVERSO DO NUS DA PROVA:

Com a comprovao de dbito em conta corrente de consrcio de veculo no contratado e ainda a comprovao de que o contrato foi firmado em nome de outra empresa, incumbe ao requerido, a prova sobre o crdito, independentemente do polo processual em que se encontre, at porque na ao em que se pleiteia a declarao negativa de dvida, o devedor nada deve provar. O fato constitutivo o crdito e o nus da prova, nesse caso, do credor (Cf. SANTOS, Ernane Fidlis dos. Manual de direito processual civil. 13. ed. So Paulo: Saraiva, 2009. v. 1. p. 510).

Ademais, ao devedor cabe provar que h o estado de incerteza; se o credor contesta o direito, afirmando que a relao jurdica existe, compete-lhe demonstrar o fato jurdico que embasa o seu direito. No tem procedncia supor que o credor, que no caso afirma um direito, no tem o nus de comprovar o fato constitutivo (Cf. MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Srgio Cruz. Comentrios ao cdigo de processo civil: do processo de conhecimento, arts. 332 a 363. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2000. v. 5. p. 200).

Alm disso, por se tratar de ao de cunho consumerista, impe-se reconhecer a facilitao da defesa dos direitos do autor, por encontrar-se em situao de hipossuficincia, impondo-se requerida o nus da prova, na forma do art. 6, VIII, do CDC.

VI - DA TUTELA ANTECIPADAA redao do artigo 273 do cdigo de Processo Civil, prev a possiblidade do Juiz antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida, que alis um poder-dever segundo cita o Ilustre Alexandre Camara em sua obra: Lies de Direito Processual Civil 14 edio, e desde que se faam presentes os requisitos para sua concesso prova inequvoca e que convena o juiz da verossimilhana da alegao.Presentes sim esto os requisitos, pois o autor teve sua conta invadida e descontada valores de um consrcio de veculos, diretamente em sua conta corrente, sem que ao menos o autor tivesse conhecimento, gerando assim danos e uma constante insegurana. necessrio dizer que, no momento em que o autor abriu a sua conta e depositou al todas as suas economias e confiou naquela instituio de que ela seria a melhor para guardar e a partir da poder movimentar o seu dinheiro, e administrar a sua empresa, o autor ateve toda a sua confiana, mas com todo o corrido, a insegurana tomou conta do requerente, em razo da situao proporcionada exclusivamente por negligncia e descontrole do banco ru, que usou da sua superioridade econmica para agir unilateralmente e a favor de si mesmo.

Diante do exposto e na conformidade do art. 273 do CPC, REQUER a V. Ex., a concesso da antecipao de tutela, independentemente da oitiva do requerido, a fim de determinar que o Banco Reclamado efetue o imediato cancelamento da cobrana na conta-corrente do Autor.E ainda, cabe ao presente caso, deferido o o pedido os benefcios da tutela antecipada, em caso de retardamento ou desobedincia determinao, uma multa cominatria ser estipulada por este Juzo,ao banco requerido. VII DOS PEDIDOSDiante do exposto, requer-se a Vossa Excelncia que:

(a) nos termos do artigo 273 do CPC, conceda a antecipao da tutela pretendida, determinando, em sede de liminar e sem a oitiva da parte adversa, o cancelamento do contrato de consrcio de veculos, e que o requerido se abstenha de proceder qualquer dbito na conta corrente do autor, sob pena de multa diria no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais);(c) a citao do requerido, para querendo, vir contestar a presente ao, no prazo devido e sob as penas da revelia;(d) Notificando o requerido para que exiba, nos termos do artigo 355, do CPC, o contrato pelo qual se originou os descontos realizados na conta corrente do autor;(e) Julgue PROCEDENTE a presente ao, para o fim de:.

I condenar o requerido a indenizar o autor, no montante de 10 salrios mnimos, no valor de R$ 28.960,00, ttulo de indenizao pelos danos morais causados ao mesmo;

II a devoluo em dobro do valor de R$ 4.305,63, descontados indevidamente em sua conta corrente, alm dos descontos indevidos que porventura ocorram at a data da audincia de instruo e julgamento.IV condenar, tambm, o ru ao pagamento de verba honorria pela sucumbncia, reembolso das custas e despesas processuais.Inobstante a documentao acostada presente, comprobatria do quanto alegado, protesta, desde j, pela produo de todos os meios de prova em direito admitidas, notadamente o depoimento pessoal do requerido, sob pena de confesso, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, etc.

D-se a causa o valor de R$ 28.960,00, para efeitos legais.Nesses termos

Pede deferimento.

xxxxx (SP), 25 de setembro de 2014.

ADVOGADDOOAB/SP n 000.0001 / 1111 / 11