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    SBPJor Associao Brasileira de Pesquisadores em JornalismoIV Encontro Nacional de Jovens Pesquisadores em Jornalismo

    Santa Cruz do Sul UNISC Novemro de !"#$

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    "Bar Brazil": a contestao estudantil em palavras

    Susana Azevedo Reis 1

    Christina Ferraz Musse (orientador!

    Resumo: ste arti#o tem como o$%etivo analisar o %ornal alternativo "Bar Brazil"& 'ue circulouna cidade de uiz de Fora em 1)*+ e 1)**, - %ornal .oi uma realizao de um #rupo de alunosli#ados ao movimento estudantil da /niversidade Federal de uiz de Fora& na d0cada de 1)*&com o o$%etivo de ampliar a consci2ncia cr3tica da comunidade acad2mica e de outros %ovens&atrav0s de ensaios e cr3ticas cinemato#r4.icas& musicais& liter4rias e sociais& al0m de te5tosliter4rios e poesias, - tra$alho $usca& dessa maneira& comprovar a import6ncia do "Bar Brazil"na hist7ria recente da imprensa de uiz de Fora e demostrar o desta'ue dos %ornais alternativospara os estudantes das universidades,

    Palavras-chave: %ornalismo alternativo8 %ornal8 "Bar Brazil"8 movimento estudantil

    1, 9ntroduo

    A produo cultural e %ornal3stica ap7s o #olpe militar de 1)+ so.reu #randes

    altera;es& principalmente devido < constante represso esta$elecida pelo #overno

    ditatorial, A proi$io de um de$ate pol3tico a$erto e livre& a censura institu3da nos

    principais meios de comunicao e o constante medo de %ornalistas e artistas .izeram

    com 'ue #rande parte da produo cultural $rasileira e as discuss;es pol3ticas .ossem

    minimizadas e escondidas, =or0m& ao mesmo tempo& a ditadura contri$uiu para o

    sur#imento de uma nova imprensa no Brasil& e uma nova .orma de e5presso liter4ria e

    %ornal3stica& os %ornais alternativos& tam$0m chamados de >imprensa nanica?,

    1 studante de #raduao do +perodo de ornalismo na /niversidade Federal de uiz de Fora, Bolsistade iniciao cient.ica /FF e mem$ro do #rupo de pes'uisa Comunicao& Cidade& Memria e Cultura,mail: susana,reis@+#mail,com,! ornalista& mestre e doutora em Comunicao e Cultura pela /FR, =ro.essora da

    /FF no curso de ornalismo e no =ro#rama de =sraduao em Comunicao,Coordenadora do #rupo de pes'uisa Comunicao& Cidade& Memria e Cultura, mail: musseterra,com,$r

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    -s %ornais alternativos nasceram com o o$%etivo de lutar contra a intoler6ncia

    pol3tica e recriar a identidade cultural $rasileira, A maioria dos inte#rantes dessa

    imprensa alternativa era composta por estudantes e %ornalistas de es'uerda& 'ue

    $uscavam discutir a pol3tica nacional e alternativas para o pa3s, Mesmo tam$0m sendo

    censurados& al#uns dos principais %ornais alternativos conse#uiam com autenticidade e

    irrever2ncia .azer suas cr3ticas, Al#umas delas& muito .errenhas& aca$aram levando

    %ornalistas a serem presos ou chamados a prestar depoimentos nas Dele#acias de -rdem

    =ol3tica e Social (Dops, Mas& na maioria dos casos& as cr3ticas estavam nos poemas e

    te5tos& de .orma su$liminar,m uiz de Fora& a imprensa alternativa comeou a sur#ir a partir&

    principalmente& dos estudantes da /niversidade Federal de uiz de Fora, Revistas e

    %ornais comearam a ser ela$orados pelo movimento estudantil da 0poca& no diret7rio

    central dos estudantes& DC, - movimento cultural %uiz.orano& sempre .orte e

    din6mico& aca$ou por contri$uir para 'ue a imprensa alternativa #anhasse um pe'ueno

    espao dentro da universidade e entre os %ovens da cidade, - "Bar Brazil" se mostrou

    um .orte meio comunicacional pol3tico e cultural para a'ueles %ovens 'ue dese%avam& deal#uma maneira& e5pressar suas opini;es e arte de maneira livre,

    Deste modo& esse tra$alho tem como principal o$%etivo analisar 'ual .oi a

    import6ncia do %ornal >Bar Brazil? para o %ornalismo da cidade e para os %ornalistas 'ue

    cola$oraram com o %ornal, =ara isso& utilizamos depoimentos de cola$oradores dos

    %ornais e do movimento estudantil& or#e San#lard& M4rcio omes& ilvan =roc7pio e

    M4rcio 9ta$oraE, Al0m disso& analisamos as tr2s edi;es pu$licadas do %ornal& em 1)*+ e

    1)**& $uscando as principais caracter3sticas do ve3culo

    !, A imprensa alternativa e a produo cultural na d0cada de 1)*

    A pes'uisadora Marialva Bar$osa comenta 'ue nos anos *& %ornais tradicionais

    $rasileiros como o >Correio da Manh?& >Di4rio de ot3cas?& >Di4rio Carioca? e >-

    %ornal? dei5am de circular no cen4rio midi4tico nacional, Se#undo Bar$osa& por ocasio

    da censura& a pol2mica pol3tica .oi perdida e no havia mais indenti.icao do pG$lico

    com os %ornais: >Se a discusso pol3tica& a pol2mica& a controversias esto

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    de.inidamente lon#e do %ornalismo di4rio& o pG$lico tam$0m no encontra mais os

    parametros culturais aos 'uais tradicionalmente indenti.icam os %ornais di4rios na sua

    .ormao narrativa?, (BARB-SA& !*& 1))

    Deste modo& a imprensa alternativa #anhou desta'ue no cen4rio midi4tico

    $rasileiro no per3odo da ditadura militar& 'ue permaneceu no poder de 1)+ a 1)HI,

    sses %ornais e revistas se di.erenciavam da imprensa tradicional por $uscarem noticiar

    e discutir assuntos mais ideol7#icos e pol2micos, m plena ditadura militar& esses

    impressos& .undados em sua maioria por simpatizantes da es'uerda& dese%avam

    mudanas sociais e criticavam o #overno no poder de maneira intensa& como comentaBernardo JucincKi& pes'uisador comunicacional $rasileiro& so$re os %ornais alternativos

    mais radicais:

    4 o radical alternativo cont0m 'uatro si#ni.icados essenciais dessa imprensa:- de al#o 'ue no est4 li#ado a pol3tica dominante8 o de uma opo de duascoisas reciprocamente e5cludentes8 o de Gnica sa3da para uma situao di.3cile& .inalmente& o do dese%o das #era;es dos anos de 1)+ e 1)*& de

    prota#onizar as trans.orma;es sociais 'ue pre#avam, (J/C9SJ9& !@&1@

    - >=as'uim?& >-pinio? e >Movimento? .oram al#uns dos principaisrepresentantes dessa m3dia, A imprensa alternativa era composta de %ornais e revistas

    'ue& mesmo unidos pela luta contra a ditadura& possu3am di.erenciais, 5istiam %ornais

    anar'uistas e mar5istas& nacionalistas e internacionalistas& cat7licos e .eministas, Diante

    dessa variedade de #2neros& JucinsKi divide a imprensa alternativa em duas linhas: a

    pol3tica& com ra3zes no u.anismo $rasileiro& nas ideias de valorizao do nacional&

    in.luenciada pelos %ornais populares de 1)I e pelo ideal mar5ista vul#ar do meio

    estudantil dos anos 1)+8 e a linha de %ornais in.luenciados pelo movimento decontracultura norte americano@e& conse'uentemente& pelo anar'uismo e pela ideolo#ia

    e5istencialista de ean =aul Sartre, ssa classe de %ornais era mais voltada a >cr3tica de

    costumes e a ruptura cultural& investiam principalmente contra o autoritarismo na es.era

    dos costumes e moralismo hip7crita da classe m0dia,? (J/C9SJ9& !@& 1I,

    @ A contracultura norteamericana se caracterizou como um movimento das d0cadas de1)+ e 1)*& 'ue $uscava com o rompimento e a averso de ta$us e valores tradicionaisda sociedade,

    - e5istencialismo 0 uma corrente de pensamento 'ue pre#a& em linhas #erais& 'ue ohomem transcenda e5istencialmente& ou se%a& 'ue ultrapasse as in.lu2ncias e asdepend2ncias impostas pela sociedade& passando a e5istir individualmente,

    @

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    A imprensa alternativa dos anos 1)* aca$ou tendo como .uno social a criao

    de um espao pG$lico re.le5ivo e contra he#emLnico, Durante o tri2nio de 1)*I a 1)**&

    em seu apo#eu& essa imprensa ad'uiriu um padro dominante& com uma circulao de

    oito #randes impressos& 'ue somavam at0 1+ mil e5emplares por semana, a mesma

    0poca& mais de duas dezenas de %ornais menores& com tem4ticas mais re#ionais e

    espec3.icas& tam$0m circulavam pelo Brasil, (J/C9SJ9& !@& !1

    -s %ornais alternativos #anharam espao na m3dia $rasileira, ram vendidos nas

    $ancas de %ornal e produzidos tanto em escolas de comunicao& como em reda;es de

    %ornais modernas e e'uipadas, Aca$aram se destacando nesse cen4rio hist7rico daditadura& pela veracidade nas in.orma;es pu$licadas& pela #rande diversidade de

    %ornais e revistas& 'ue se multiplicavam& e pela capacidade de resistir as perse#ui;es do

    re#ime,

    Bernardo JuscinsKi e a pes'uisadora elo3sa Buar'ue de ollanda a.irmam 'ue

    a imprensa alternativa dos anos 1)* .oi o .ruto da unio de duas #era;es superpostas:

    a da'ueles 'ue no conse#uiram ter voz a partir de 1)+8 e a dos estudantes e dos %ovens

    precursores do %ornalismo moderno 'ue sur#iu a partir de 1)*& como comentaollanda& 'uando descreve a produo cultural e %ornal3stica dos anos *:

    /ma produo 'ue ir4 trazer a presena de duas #era;es: a primeira&poder3amos identi.ic4la por sua participao nos de$ates 'ue marcaram oprocesso cultural a partir da se#unda metade dos anos +& ainda 'ue no datedeste per3odo sua presena e.etiva na cena liter4ria, /ma #erao 'ue estavade certa .orma latente& recusando os pressupostos do en#a%amento populista evan#uardista e mais e5posta a in.lu2ncia p7s tropicalista& sem contudoidenti.icarse como tend2ncia, A se#unda #erao 'ue notamos %4 no tem sua.ormao marcada pelos limites dos de$ates dos anos +: tratase de uma#erao 'ue comea a tomar contato com a produo cultural e a produzir noclima pol3tico dos anos *& 'uando a universidade em de resto& o processocultural apresentavam condi;es $astante diversas da'uelas 'ue marcaram ad0cada anterior, (-NNADA& !& ))

    Deste modo& na cultura e na imprensa $rasileira& .oram sur#indo novas propostas

    est0ticas e operacionais& e houve uma mudana no relacionamento com os leitores, ssa

    modi.ica;es .oram conse'u2ncia das trans.orma;es sociais e pol3ticas 'ue ocorreram

    nessas d0cadas: a produo cultural de es'uerda continuava a se .azer& em$ora privada

    do contato vivo com a classe dominada8 a classe m0dia ascendia e aproveitava o

    >mila#re econLmico? $rasileiro8 a censura se .orti.icava ainda mais e as perse#ui;esculturais se intensi.icavam, - pes'uisador Ouenir Pentura demonstra& em nGmeros& o

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    tamanho da represso cultural $rasileira ap7s a instalao do A9 Q I I:>m 1 anos&

    cerca de I .ilmes& I peas de teatro& ! livros& dezenas de pro#ramas de r4dio& 1

    revistas& mais de I letras de mGsicas e uma dGzia de cap3tulos e sinopses de

    telenovelas .oram censurados,? (P/RA& 1)HH& !H+

    Diante dessas modi.ica;es a >impossi$ilidade de mo$ilizao do de$ate

    pol3tico a$erto trans.ere para as mani.esta;es culturais o lu#ar privile#iado de

    resist2nciaT? (-NNADA& !& 1!, A autora a.irma 'ue esses >lu#ares de

    resist2ncia? aca$aram por in.ormar e delinear a necessidade de uma arte participante&

    'ue pode ser en#a%ada atrav0s do mito do alcance revolucion4rio da palavra po0tica,Diante disso& o$servamos 'ue a imprensa alternativa utilizouse muito da

    lin#ua#em liter4ria para e5pressar seu descontentamento com o re#ime e para .azer

    cr3ticas ao #overno, - %ornal >Bar Brazil?& 'ue ser4 analisado neste tra$alho& se

    caracterizou como um %ornal cr3tico& 'ue construiu suas discuss;es a partir de poemas&

    o$ras liter4rias e mat0rias %ornal3sticas,

    Se#undo ollanda& a produo po0tica p7s + se mostrou audaciosa e ori#inal& e

    .oi constitu3da principalmente pela classe m0dia estudantil, Mas aca$ou por despertaruma discusso so$re o parado5o e5istente entre o en#a%amento e a 'ualidade liter4ria,

    At0 'ue ponto uma o$ra liter4ria deve possuir tanto 'ualidades liter4rias& tanto

    'uantocomprometimento pol3ticoU

    Valter Ben%amim a.irma 'ue a >.ormulao desse pro$lema 'uando dissociada

    em dois termos Q por um lado o en#a%amento correto politicamente e por outro a

    dese%4vel 'ualidade da o$ra Q 0 de todo insu.iciente e insatis.at7ria? (Ben%amim apud

    ollanda& !& @1, Ben%amim che#a < concluso em seus estudos 'ue o en#a%amentode uma o$ra s7 pode ser politicamente correto se a o$ra .or literalmente correta& ou se%a&

    o en#a%amento pol3tico cont0m a opo liter4ria& e esta est4 e5plicita ou impl3cita na

    opo pol3tica& constituindo a o$ra liter4ria,

    A import6ncia da literatura para a cultura da 0poca se esta$elece na .acilidade de

    o$ras liter4rias de transmitir novos valores e ideais& como destaca ollanda: >esse

    I - Ato 9nstitucional W I& ou A9I& .oi o 'uinto de uma s0rie de decretos emitidos pelore#ime militar $rasileiro nos anos se#uintes ao olpe CivilMilitar de 1)+ no Brasil, -

    A9I& so$repondose < Constituio de ! de %aneiro de 1)+*& $em como

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    e5ato momento& em 'ue a pr45is cultural empenhase $asicamente na mo$ilizao de

    um pG$lico& a literatura como tal evidencia uma .alha t4tica e permite uma evaso de

    valores novos para outras lin#ua#ens? (-NNADA& !& , -u se%a& como nada

    poderia ser e5pressa de maneira a$erta e livre& a contestao era e5pressa atrav0s da

    literatura, -s valores 'ue anti#amente eram noticiadas em colunas de %ornais e noticias

    de televiso& a#ora podem ser transmitidas implicitamente atrav0s da literatura e da

    mGsica,

    @, - movimento estudantil e cultural em uiz de Fora

    A cidade de uiz de Fora& em Minas erais& localizada a 1H Km do Rio de

    aneiro& sempre demonstrou #rande ateno para a cultura& principalmente na

    /niversidade Federal de uiz de Fora, Se#undo Christina Musse& a /FF se

    caracterizava como um >polo atrator e di.usor de cultura& atrav0s das atividades de seus

    estudantes? (M/SS& !H& 1@, =or0m o #olpe militar de 1)+ aca$ou por

    desarticular o movimento estudantil e5istente na'uela 0poca e promoveu a separao de

    uma #erao de estudantes interessados na cultura e atuantes na es.era pol3tica, -

    movimento estudantil perdeu .oras em 1)+& mas resistiu at0 1)+H& 'uando o A9I .oi

    implantado e os estudantes no tiveram mais como continuar suas mani.esta;es, Sem

    poder se reunir na universidade& os estudantes comearam a procurar lu#ares para

    conversar e de$ater pol3tica e iniciar novos centros culturais como o Centro de studos

    Cinemato#r4.icos& a livraria Sa#arana& a aleria de Arte Celina& a rua al.eld& entre

    outros,Deste modo& o movimento estudantil volta a aparecer no cen4rio %uiz.orano e

    nacional a partir da se#unda metade da d0cada de 1)*& por ocasio do .orte impulso

    dos movimentos sociais 'ue re.letiu no processo pol3tico institucional, Se#undo a

    historiadora islene Nacerda& os novos movimentos sociais >evidenciaram o povo&

    colocandoo como prota#onista e voltando sua atuao para as massas e lutando de

    .orma uni.icada pelo retorno da democracia no pa3s," (NACRDA& !1& )

    Nacerda tam$0m comenta 'ue #rande parte do resta$elecimento do movimentoestudantil acontece por ocasio da volta da es'uerda ativa no Brasil& #anhando

    +

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    import6ncia por iniciar as lutas democr4ticas 'ue envolvem a sociedade civil, Se#undo a

    pes'usadora& o ano de 1)** .oi o 'ue marcou a luta concreta do movimento estudantil&

    'ue .oi para as ruas realizar mani.esta;es e se#uiu um caminho 'ue levou Som A$erto? .oi um dos importantes movimentos da 0poca, M4rcio 9ta$oraE&

    secret4rio de cultura da #esto de 9van Bar$osa e na #esto se#uinte& em seu livro

    "Assuntos de Pento"& de.ine o movimento musical como >o mais importante e

    democr4tico espao para a cultura da cidade? (9AB-RAX& !1& *, - >Som a$erto?.oi um dos movimentos mais importantes& por'ue conse#uiu reunir os principais

    estudantes e pro.essores da universidade& 'ue dese%avam uma maior participao na

    cultura, - pro%eto cultural no era composto apenas de apresenta;es musicais& mas

    tam$0m de concursos de poesia& literatura de cordel& cursos de teatro& e5posi;es de

    .oto#ra.ia e pintura,

    4 o movimento de literatura e impresso em uiz de Fora se iniciou nos anos

    1)*& com o envolvimento do pro.essor de literatura ilvan =roc7pio& 'ue lecionava nocol0#io particular de ensino m0dio& >Ma#ister?& e na /niversidade, - movimento

    >=oesia? .oi o in3cio das revistas e %ornais 'ue iriam sur#ir na universidade, or#e

    San#lard conta 'ue ilvan =roc7pio .oi 'uem incentivou os estudantes a ela$orar as

    poesias e escrever: >ilvan era coordenador& como pro.essor de Niteratura no Ma#ister&

    e 'ue participavam al#uns estudantes& al#uns pro.essores& e 'ue o ilvan estava

    estimulando os alunos& no s7 a ler literatura& mas tam$0m a escrever poesia?

    (SANARD& !1,

    *

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    A partir desse movimento& sur#iram mais um .olheto& o >A$re Alas?, e duas

    pu$lica;es o >Bar Brazil?e aDTNira?,

    , "Bar Brazil"

    m %unho de 1)*+& o primeiro %ornal "Bar Brazil" .oi pu$licada pelo movimento

    cultural da /niversidade Federal de uiz de Fora, or#e San#lard& um dos .undadores

    do %ornal e5plica 'ue o "Bar Brazil" .oi a li#ao do >Movimento =oesia" com o "Som

    A$erto": >Depois 'ue sa3amos de l4 (Som A$ertoT& distri$u3amos o =oesiaT na rua,

    Mas a #ente viu 'ue s7 o movimento de poesia no a#lutinava& ento& a #ente criou o

    YBar BrazilY,? ( SANARD& !1

    - >Bar Brazil? .oi criado para ser um %ornal cr3tico& cultural& liter4rio e pol3tico,

    as de.ini;es de JucinsKi& podemos de.inila como um %ornal 'ue dese%ava 'ue$rar

    com os costumes da 0poca& 'ue $uscava nas no;es da contracultura um nova viso de

    mundo, perce$emos 'ue a unio de um pro.essor na d0cada de +& com alunos

    iniciando sua vida pol3tica aconteceram na produo do >Bar Brazil?, ilvan Bar$osa&

    pro.essor universit4rio& e os alunos se uniram para ela$orar o %ornal,

    ilvan .oi um dos principais cola$oradores do >Bar Brazil? e do movimento

    liter4rio, Ao escrever o pre.4cio do livro >=oesia em movimento?& 'ue seleciona os

    principais poemas 'ue .oram pu$licados pelos movimentos estudantis na 0poca& resume

    como .oi a criao do %ornal:As dimens;es do .olheto parecem no conter mais a produo e& num

    processo de articulao si#ni.icativo& o DC (#esto de 9van Bar$osa criaum Centro de Cultura 'ue deveria ser coordenado por um pro.essor dauniversidade, N4 .omos n7s, A ideia preliminar era .azer uma pu$licao 'uemantivesse o vi#or do =oesia e 'ue pudesse voar mais r4pido, asce assim oBar Brazil (com O de Oorro& revista%ornal 'ue esta$elece& durante suadurao (tr2s anos um di4lo#o intenso com pu$lica;es semelhantes no restodo Brasil, ntrevistas& ensaios& an4lises& contos& poemas& ilustra;es& o %ornalrepercutiu, (=R-CZ=9-& !!& 1I

    M4rcio omes& um dos .undadores do %ornal& comenta 'ue o inicio do >Bar

    Brazil? se concretizou com a cola$orao dos estudantes Nuiz uilherme8 O0 enri'ue

    H

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    da Cruz& popularmente conhecido como Mutum8 M4rcio adeu uimares8 Ra'uel

    Scarlatelli os0 San#lard8 e ele& com a cola$orao do pro.essor ilvan Bar$osa, Como

    o DC da universidade possu3a uma #r4.ica o..set& os primeiro e5emplar do >Bar

    Brazil? .oi rodado e pu$licado em %unho de 1)*+,

    m entrevista cedida ao pro%eto Mem7ria poss3veis+& or#e San#lard e5plica 'ue

    o nome do %ornal .oi criado como re.er2ncia a um $ar na zona $o2mia de uiz de Fora& o

    >Bar Brasil?:

    inha um $ar 'ue chamava Bar Brasil& e o ST era contr4rio i#ualsemianal.a$eto escreve o ST ao contr4rio& era um OT na verdade& e a #ente

    viu a'uilo como uma cr3tica& Brasil com OT os americanos entrando a'uidando #olpe& .ormulando uma pol3tica cultura para a #ente& ento um $ar nazona 'ue tinha o nome da'uele era muito provocador& e a ditadura 'uerendo#anhar a eleio, 7s .alamos: o %ornalzinho vai chamar >Bar Brazil?& comzT de zona& e a3 a #ente .icou meio preocupado 'ue a censura ia proi$ir o

    %ornal, =or causa do lance americano& n7s colocamos >Bar Brazil? com zT deOorro, (SANARD& !1@

    M4rcio omes comenta 'ue& para ele& a principal .uno do %ornal era .azer

    cr3tica& mas as cr3ticas aca$avam estando inseridas dentro dos contos& poesias& mat0rias

    e cr3ticas de mGsica, >Mas era sempre uma postura& 'ue era o normal da 0poca& de

    denunciar& de criticar, ra 0poca da ditadura& o %ornal era um canal de postura cr3tica

    contra o status 'uo 'ue tinha na 0poca,? (-MS& !1,

    - >Bar Brazil? circulou por uiz de Fora e por todo o territ7rio nacional atrav0s

    de uma rede de imprensa independente& de imprensa mar#inal& onde %ornais alternativos

    de todo o Brasil eram trocados, San#lard comenta: >7s criamos um sistema em 'ue a

    #ente mandava o %ornal pra todos os estados do Brasil& pra inGmeras cidades como

    inGmeros #rupos %4 .aziam %ornais independentes,? (SANARD& !1,

    A tira#em do %ornal era cerca de 1I e5emplares, - >Bar Brazil? era vendido

    por um preo sim$7lico& mas a principal inteno era mesmo distri$u3la para todos,

    [uem no tivesse dinheiro& aca$ava #anhando, Com uma pu$licao $imestral& o >Bar

    Brazil? teve tr2s nGmeros: %unho\%ulho de 1)*+& a#osto\setem$ro de 1)*+& e 1)**,

    Foram H cola$oradores .i5os& os0 enri'ue da Cruz& or#e San#lard& ilvan =roc7pio&

    + - pro%eto "Mem7rias =oss3veis" com o o$%etivo de re#istrar e divul#ar as mem7riasde moradores e .i#uras em$lem4ticas da cidade de uiz de Fora& atrav0s da #ravao dedepoimentos de hist7ria de vida e da .ormao de alunos na metodolo#ia de hist7ria oral

    do Museu da =essoa, A entrevista de or#e San#lard .oi realizada no primeiro m7dulo:"A Mem7ria da 9mprensa em uiz de Fora"& teve in3cio em outu$ro de !1@ e #ravou 1!depoimentos de %ornalistas

    )

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    M4rcio omes& Maria os0 F0res& Nuiz uilherme =ei5oto& Nuiz Carlos Bor#es e D0cio

    Nopes& o editor de todos os nGmeros8 e cerca de 1H cola$oradores 'ue se alternavam,

    o e5pediente& o >Bar Brazil? 0 de.inido como >uma pu$licao e5perimental de

    car4ter cultural editada pela entidade autLnoma Centro de Cultura do DC da /FF?,

    (]=D9& 1)*+& 1

    - >Bar Brazil? se encerrou por motivos de discord6ncia 'uanto ao material

    pu$licado pelos cola$oradores, Se#undo or#e San#lard& havia uma poesia concreta 'ue

    um #rupo #ostaria 'ue .osse pu$licada& e o outro #rupo no, Foi o estopim para o

    encerramento do %ornal, >Aca$ou 'ue& ou pu$licava esse poema ou o %ornal aca$ava,?(SANARD& !1, 4 para M4rcio omes& al0m das disc7rdias& o pro$lema .oi o

    dese%o de crescimento do %ornal: >A #ente no teve .Lle#o para .azer al#o maior, Sonhou

    mais do 'ue tinha condio de .azer,? (-MS& !1

    I, An4lise das edi;es

    - primeiro nGmero do >Bar Brazil? possui ! p4#inas e conta com 1)

    cola$oradores& escrevendo 1+ mat0rias divididas em I editorias: ensaios& cinema&

    mGsica& poesia e literatura, =or0m& as mat0rias esto espalhadas pelo %ornal& sendo

    reunidas por editorias apenas no 3ndice, - editorial desta edio mostra a inteno do

    %ornal de se tornar um meio de e5tenso da universidade e .omentar o de$ate e as

    discuss;es art3sticas e culturais para a comunidade em #eral:

    Ao se pretender estimuladora de discuss;es numa 4rea to a$ran#ente 'uantoa Cultural& essa pu$licao transcende& necessariamente& os limites estudantis

    e se a$re para a comunidade em #eral, ste 0 o o$%etivo $4sico do Centro deCultura& entidade autLnoma li#ada estatuariamente ao DC da /FF cu%o

    plano de ao no se limita a pu$lica;es& mas se estende a promo;es Quniversit4rias e comunit4rias nos diversos setores da criatividade cienti.ica eest0tica, (D9-R9AN& 1)*+& !

    So mat0rias na editoria de ensaios: >De .uzilamento?& te5to de um poeta

    me5icano 'ue discute a .uno do .uzilamento8 >/m caso de cr3tica cultural?& ensaio

    'ue discute os hippies e a linha t2nue a 'ue eles pertencem: entre a alienao e a revolta

    social8 >Caminhamos,,, =ara ondeU?& a$ordando a alienao pol3tica dos $rasileiros8 e

    >=ro.essores at0 'uandoU?& 'ue trata da .uno do pro.essor num mundo cada mais

    #lo$alizado e capitalista,

    1

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    Atrav0s desses ensaios& perce$emos 'ue as mat0rias do %ornal $uscavam a

    discusso entre os escritores e os leitores& no impondo uma opinio& mas apenas

    .ornecendo um ponto de vista para uma re.le5o e uma discusso mais apro.undada,

    9sso 0 comprovado pelo ensaio >Caminhamos,,, =ara ondeU?& escrito por Maria ose

    Feres& 'ue declara:

    o pretendemos levantar $andeiras& no pretendemos apontar solu;esimediatistas e& muito menos& do#m4ticas ou decisivas, ntendemos 'ue 0necess4rio passar a investi#ar e a 'uestionar o processo social a cadamomento, 9nvesti#ao e 'uestionamento voltados a sua trans.ormao&atr4ves de uma pr45is consciente e realmente livre, (FRS& 1)*+& 1

    - primeiro nGmero tam$0m 0 composto por duas mat0rias so$re cinema: >A

    loucura como prete5to? e >A procura de um cinema popular?8 duas so$re mGsica:

    >ntrevista com S0r#o Ca$ral? e >Nupisc3nio e o 'ue te .izeram?8 'uatro mat0rias so$re

    literatura: >A morte do dia !+?& >Mutao?& >A vida no campo? e >A mar#em do

    mila#re?8 al0m de poemas e 1 ilustra;es,

    or#e San#lard destaca a entrevista concedida por S0r#io Ca$ral como uma das

    mais importantes do %ornal& pois como o Brasil estava no per3odo ditatorial e de

    represso& uma entrevista com S0r#io Ca$ral .alando o 'ue dese%ava era rara:

    eve uma entrevista com o S0r#io Ca$ral 'ue a #ente .ez& e ele com$inoucom a #ente assim: >eu preciso .alar uns ne#7cios& por'ue eu tL en#as#adocom o Fernando inhoro,? [ue era um cr3tico de mGsica do outro lado& deoutra $anda, ele 'ueria provocar o inhoro& .alando 'ue o inhoro .aziaa'uilo tudo 'ue .azia& nacionalismo e tal& 'ue na verdade ele era a#ente daC9A& ele tava a'ui no Brasil como a#ente da C9A, ele no podia .alar issono =as'uim& por'ue o =as'uim no che#ava a radicalizar tanto& por'ue isso iacriar um processo& tumulto, le .alou: >se eu .alar isso a'ui em Minas& se deral#um pro$lema& voc2s vo .alar: n7s imprimimos errado& ele se e5pressoumal& al#uma coisa desse tipo?, a verdade& nem .oi isso& ele no 'ueria .alar

    isso no Rio& pra no ter pro$lema, ele veio& deu uma super entrevista pra#ente, (SANARD& !1

    As ilustra;es e char#es .oram desenhadas por Marcelo& Nuiz C, Bor#es&

    Mutum& or#e San#lard& Al$erto e AEou$ e acompanham o %ornal possuindo alto teor

    cr3tico,

    - se#undo nGmero do >Bar Brazil? tam$0m possui ! p4#inas e conta com 1*

    cola$oradores& escrevendo 1 mat0rias divididas em I editorias: ensaios& cinema&

    mGsica& poesia e literatura, ovamente perce$emos 'ue as mat0rias permanecem

    espalhadas pelo %ornal& no sendo or#anizadas de acordo as editorias,

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    Di.erentemente da outra edio& o se#undo nGmero possui + pe'uenas

    pu$licidades, Destacamos a propa#anda do %ornal >Co#umelo AtLmico?& da cidade de

    Brus'ue em Santa Catarina& demonstrando como as redes independentes se

    relacionavam e trocavam in.orma;es,

    a cate#oria ensaios& h4 dois te5tos: >- pro$lema do livro no Brasil? e >A era

    etulista (1)@1)I?8 na editoria de cinema: >ritos e sussurros?8 em mGsica& as

    mat0rias: >Musica popular: um tema em de$ate? e >Sorriso de vero?8 em literatura:

    >As intricadas rela;es empre#at3cias entre acino e seu patro?& >Carrossel?& >- $urro?

    e >[/R-: uma reporta#em maldita?8 na editoria de poesia: >=oemas er7ticos?8 al0mde 1) ilustra;es,

    o editorial& o %ornal re.ora sua principal .uno de despertar o censo cr3tico

    dos leitores para a cultura e arte, ainda demonstra receptividade para novos

    cola$oradores:

    ^,,,_ Dentro dessa linha editorial& a$erta a pol2mica e a critica& rea.irmamosnossos o$%etivos, Com tal a$ertura estamos procurando a%udar na luta pararomper o impasse em 'ue se encontra as potencialidades criativas, Sendoassim& continuamos acolhendo nossas cola$ora;es a.ins com as nossas

    propostas, (D9-R9AN& 1)*+& !

    A se#unda edio do >Bar Brazil? se esta$elece com te5tos maiores& por0m mais

    reduzidos em nGmeros, - dese%o do despertar da consci2ncia cr3tica permanece no

    ensaios& a pol2mica aparece em poemas er7ticos e a hist7ria se esta$elece em >A era

    etulista (1)@1)I?& a primeira parte de uma mat0ria so$re o estado novo 'ue #anha

    desta'ue no %ornal& com + p4#inas,

    - terceiro nGmero do >Bar Brazil? possui ! p4#inas e conta com 1H

    cola$oradores& escrevendo ) mat0rias distri$u3das em * editorias: ensaios& arte&

    entrevista& poesia& literatura& resenha e mGsica, ovamente& as mat0rias esto

    espalhadas pelo %ornal sendo reunidas por editorias apenas no 3ndice, ssa edio

    apresenta 1I pu$licidades& sendo 'ue h4 mais propa#andas de %ornais alternativos

    presentes& incluindo a do %ornal >Movimento?, So 1H ilustra;es& entre desenhos e

    char#es,

    A editoria de arte possui >Duas #ravuras de Arlindo Dai$ert?8 na de ensaios&

    duas mat0rias: >Cur3ncha`` ? e a se#unda parte da mat0ria& >A era #etulista (1)@ Q

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    1)I?8 em entrevistas: >oo AntLnio& um escritor maldito?8 em literatura: >Mira? e

    >Como era verde meu vale?8 em mGsica: >=eri#o`M=B a < vista`?8 em =oesia:

    >=oemas?8 em resenha: >/m circuito .echado?,

    - editorial do %ornal in.orma o por'u2 do atraso da pu$licao& 'ue por ser

    $imestral& deveria ter sido pu$licada em outu$ro\novem$ro de 1)*+& mas s7 .oi

    pu$licada em 1)** por motivos .inanceiros, - te5to novamente re.ora o o$%etivo do

    %ornal& destaca a imprensa alternativa e demonstra o dese%o da continuao do mesmo& o

    'ue no ocorreu,

    Che#amos ao nW @, Pamos continuarU o 'ue esperamos& mais do 'uenin#u0m, com mais assiduidade poss3vel, (,,, 9sto nos .ora a colocar de.orma $em mais contundente Q para n7s& pelo menos Q o compromisso 'ueassumimos ao iniciar esta pu$licao: o de $uscar uma inte#rao no amplo

    processo de discusso de nossa realidade %4 iniciado h4 al#um tempo pordi.erentes pu$lica;es alternativas& nanica ou coisa 'ue valha, Areceptividade a nossa proposta demonstra a necessidade de rea.irmarmos estecompromisso, stamos a3, Com vontade de .icar e pretendendo at0 mesmouma posterior evoluo para al#um tipo de produto mais aca$ado& - sonho

    para n7s apenas comea, (D9-R9AN& 1)**& !

    [uanto a esse dese%o de e5panso 'ue est4 e5presso no editorial& M4rcio omes

    comenta 'ue al#uns cola$oradores che#aram a ir ao Rio de aneiro $uscar outra #r4.ica

    para aumentar o nGmero da tira#em do %ornal& mas seria uma atitude invi4vel para os

    padr;es da cidade de uiz de Fora,

    u acho at0 'ue o %ornal no deu to certo por'ue a #ente cometeu o erro de'uerer crescer mais& de a$rir esse #rupo& convidar mais pessoas para escrever&tentar aumentar a tira#em, u lem$ro 'ue eu .ui no Rio& no sei 'uem .oicomi#o& e a #ente .oi em #r4.ica do %ornal l4 para ver oramento, .oi naGltima hora& 'ue a #ente 'ueria .azer tipo assim& ! mil& @ mil %ornais e che#oul4 a no: >a'ui a #ente .az 1 mil& ! mil?, rodando l4 aca$amos vendo'ue o ideal mesmo era manter na #r4.ica do DC& de maneira artesanal& a

    #ente mesmo do$rando, (-MS& !1

    Deste modo& o dese%o de ampliao do %ornal no pode ser concretizado& e a

    terceira edio .oi a Gltima pu$licao do >Bar Brazil?,

    +, Considera;es .inais

    A pes'uisa realizada neste tra$alho $uscou analisar como seu deu a implantao

    de %ornais alternativos em uiz de Fora e 'ual a import6ncia do %ornal >Bar Brazil? para

    1@

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    a cidade, =erce$emos 'ue o %ornal >Bar Brazil? .oi um importante %ornal da d0cada de

    * na cidade& pois& mesmo possuindo apenas tr2s edi;es pu$licadas& apresentava um

    conteGdo cultural e art3stico di.erenciado das outras pu$lica;es da cidade, - >Bar

    Brazil? .oi uma re.er2ncia na cidade de uiz de Fora como %ornal alternativo,

    - >Bar Brazil? .oi um %ornal cr3tico& 'ue mesmo durante o per3odo de represso

    $rasileira& conse#uiu ser um espao de contestao e opinio para al#uns estudantes da

    /niversidade Federal de uiz de Fora, -s estudantes se sentam reprimidos na 0poca e a

    imprensa alternativa& a mGsica e al#uns movimentos culturais eram os principais meios

    de e5travasamento de seus pensamentos, Apesar do car4ter e5tremamente artesanal&t3pico de muitas produ;es da 0poca& o %ornal conse#uiu con#re#ar essa %uventude 'ue

    apostava na volta do re#ime democr4tico e 'ue utilizou a cultura como .orma de

    resist2ncia < ditadura, sta #erao estudantil dos anos 1)* .oi e5tremamente

    relevante nos movimentos de literatura& audiovisual e de.esa do patrimLnio do per3odo

    se#uinte, o%e& muitos dos cola$oradores do >Bar Brazil? so escritores e %ornalistas

    renomados& como os0 ust4'uio Romo& aime =insKE& ilvan =roc7pio Ri$eiro&

    duardo Ar$e5& entre outros,Diante dos depoimentos e das editorias do %ornal& perce$emos como o %ornal se

    importava com o despertar cr3tico da comunidade em #eral e $uscava ampliar sempre os

    horizontes de seus leitores com ensaios& poemas e cr3ticas $em direcionadas,

    Diante disso& nossa pes'uisar se mostra importante ao tentar res#atar a mem7ria

    do %ornal e a hist7ria da imprensa de uiz de Fora, Destacamos a di.iculdade de

    encontralo& %4 'ue ela no se localizava em nenhum acervo pG$lico da cidade uiz de

    Fora, M4rcio omes aca$ou por possu3la em seu acervo pessoal& e a disponi$ilizoupara esta pes'uisa& 'ue ainda no est4 .inalizada, Dese%amos $uscar mais in.orma;es e

    hist7rias so$re esse %ornal e outras pu$lica;es alternativas& mostrando 'ue o %ornalismo

    da cidade de uiz de Fora sempre se manteve vivo,

    *, Bi$lio#ra.ia

    BARB-SA& M, C, , Histria Cultural da Imprensa Brasil (1)!, 1, ed, Rio de

    aneiro: MA/AD]& !*, v, 1, !+!p

    -MS& M4rcio, ntrevista concedida a autora em 1+ de %unho de !1

    1

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    D9-R9AN, Bar Brazil& uiz de Fora & nW 1 & ano 1 & %unho e %ulho de 1)*+

    D9-R9AN, Bar Brazil& uiz de Fora & nW ! & ano 1 & a#osto e setem$ro de 1)*+

    D9-R9AN, Bar Brazil& uiz de Fora & nW @ & ano ! & 1)**

    ]=D9, Bar Brazil& uiz de Fora & nW 1 & ano 1 & %unho e %ulho de 1)*+

    FRS& Maria os0, Caminhamos,,, =ara ondeU , Bar Brazil& uiz de Fora & nW 1 & ano 1 &

    %unho e %ulho de 1)*+

    -NNADA& , , -, B, 9mpress;es de via#em: C=C& van#uarda e des$unde

    (1)+\*, , ed, Rio de aneiro: Aeroplano& !, !p ,

    9AB-RAX& M4rcio, Assuntos de Pento Q Breves hist7rias da M=B em uiz de Fora Q

    !1

    J/C9SJ9& Bernardo, ornalistas e Revolucion4rios, os tempos da imprensa

    alternativa, !W edio revisada e ampliada, So =aulo, ditora da /niversidade de So =aulo,

    !@

    NACRDA& islene, As es'uerdas entre os estudantes: mem7rias dos militantesestudantis %uiz.orano durante a transio democr4tica $rasileira (1)*1)H, Dissertao(Mestrado em ist7riab/niversidade Federal de uiz de Fora& uiz de Fora& !1,

    M/SS& C, F, , 9mprensa& cultura e ima#in4rio ur$ano: e5erc3cio de mem7ria so$re os

    anos +\* em %uiz de Fora ( no prelo, 1, ed, So =aulo: anKin& !H, v, 1, @pp ,

    SANARD& or#e, ntrevista concedida a autora em 1! de maio de !1

    SANARD& or#e, ntrevista concedida para o pro%eto Mem7rias =oss3veis em !) de

    outu$ro de !1@,

    P/RA& Ouenir, 1)+H Q - ano 'ue no terminou, + edio, Rio de aneiro, ova

    Fronteira& 1)HH

    1I