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Textos para L P- 4811 MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL COMO INSTRUMENTO DE POLÍTICA ECONÔMICA: UMA ANÁLISE DE CÂMBIO X TARIFAS Sheila Najberg Francisco J. Z. Rigolon Solange P. Vieira ENDES AP / CCPED Centro cio FasquIses e Dedos Área de Planejamento Departamento Econômico - DEPEC BNDES FINAME BNDESPAR

MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL COMPUTÁVEL COMO …...trução de modelos macroeconômicos com componente setorial e com informações relativas à distribuição da renda. 3 A MCS sintetiza

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Textos para L P-4811

MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL

COMPUTÁVEL COMO INSTRUMENTO DE

POLÍTICA ECONÔMICA: UMA ANÁLISE DE

CÂMBIO X TARIFAS

Sheila Najberg Francisco J. Z. Rigolon

Solange P. Vieira

ENDES

AP / CCPED

Centro cio FasquIses

e Dedos

Área de Planejamento Departamento Econômico - DEPEC

BNDES FINAME BNDESPAR

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Área de Planejamento

Diretor Ftegis Bonelli

Superintendente Sérgio Sesserman Vianna

Chefe do Departamento Econômico (DEPEC) Armando Castelar Pinheiro

Este trabalho é de inteira resPonsebildede nate autores. Asopiniões nele emitidas não (oprimem, necessariamente, til' Ponto de viela do ames.

Distribuição: BNDES Av. República do Chile, 100 - 14 2 andar - Rio de Janeiro Fax: (021) 220-1397

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F-4811 11 1 Di O 73 4

Textos pé

MODELO DE EQUILÍBRIO GERAL

COMPUTÁVEL COMO INSTRUMENTO DE

POLÍTICA ECONÔMICA: UMA ANÁLISE DE

CÂMBIO X TARIFAS*

Sheila Najberg Francisco J. Z. Rigolon

Solange R Vieira"

Os autores agradecem a oportunidade do debate com Julio Mourão, Maria de Fátima Pombal e Gustavo de

Mello em torno da experiência do BNDES na utilização de diferentes instrumentos de planejamento dos anos 80. Agradecem também as constantes discussões com Ajax Moreira, Octávio Tourinho e Andre Urani sobre o modelo

ideal de planejamento para o Banco. Em particular, nosso trabalho se beneficiou da participação constante

de Octávio Tourinho. Finalmente, agradecemos os comentários, contribuições e encorajamento de Armando

Castelar Pinheiro. Os erros remanescentes são de exclusiva responsabilidade dos autores.

** Respectivamente, gerente e economistas do Departamento Econõmico do BNDES.

Rio de Janeiro, outubro - 1995

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Sumário

1. Introdução 2

2. Matrizes de Contabilidade Social 3

3. Estrutura de um Modelo de Equilíbrio Geral 6

4. Exercícios de Estática Comparativa 8

5. Conclusão 12

Apêndice 13

Referências Bibliográficas 21

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1. Introdução

O BNDES iniciou em 1995 um projeto de pesquisa cujo objetivo é construir um modelo capaz de quantificar, sistemática e consistentemente, o impacto de cenários alternativos de médio e longo prazos sobre o desempenho dos setores produtivos. O desenvolvimento de um modelo multissetorial desta natureza permitirá o aperfeiçoamento das atividades de planejamento e avaliação do Banco.

Modelos multissetoriais vém sendo aplicados a um largo espectro de questões envolvendo estratégias de crescimento e ajuste estrutural. Durante as duas últimas décadas modelos baseados em matrizes de contabilidade social foram amplamente utilizados para prover de fundamentos empíricos e analíticos o planejamento econômico. Dentre os temas mais abordados, figu-ram a liberalização comercial, a formação de blocos regionais de comércio, a alocação setorial de investimentos e a política cam-bial.

No início dos anos 70, foram intensificados os esforços visando à elaboração de uma nova categoria de modelos multis-setoriais, capazes de simular o funcionamento de uma economia de mercado. Denominados modelos de equilíbrio geral computá-vel (EGC), sucessores dos modelos tradicionais de insumo-pro-duto, caracterizam-se por permitir a substituição entre fatores e produtos na oferta e na demanda, além de introduzir um sistema de preços de mercado e uma completa especificação dos fluxos de renda e produto. 1

A aplicação pioneira desses modelos para países em de-senvolvimento foi desenvolvida por Adelman e Robinson (1978), que investigaram as implicações de diferentes estratégias de crescimento sobre a distribuição de renda na Coréia do Sul. Posteriormente, modelos EGC foram usados para analisar os impactos de restrições do balanço de pagamentos na estrutura de produção e no comércio exterior de países em desenvolvimento. Dervis, Robinson e Melo (1982), por exemplo, estudaram os fatores determinantes da política cambial na Turquia durante a década de 70.

Aperfeiçoamentos no tratamento do comércio exterior per-mitiram que, mais recentemente, modelos EGC fossem aplicados em análises de escolha de instrumentos de política comercial, num cenário de progressiva liberalização e formação de blocos regionais de comércio. Em particular, investigaram-se os custos e benefícios da escolha entre restrições tarifárias e não-tarifárias às importações e os impactos da política cambial nos fluxos de

1 Para uma recente resenha sobre modelos de equilibrio geral computáveis ver Castilho (1994).

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comércio. Srinivasan e Whalley (1986), Melo (1992) e François e Shiells (1994) são exemplos de pesquisas recentes nesta área.

No Brasil, a aplicação de modelos multissetoriais à análise de políticas econômicas remonta ao trabalho de Bacha, Cardoso, Lysy e Taylor (1980), motivado pela investigação da relação entre crescimento econômico e distribuição de renda. Wemeck (1980) e Garcia (1987) usaram modelos de consistência multissetorial para construir cenários compatíveis com taxas alternativas de crescimento econômico. Tourinho (1985) aplicou a tecnologia dos modelos multissetoriais para simular uma trajetória de endi-vidamento externo ótimo para o Brasil. Enquanto Moreira e Urani (1994) usaram um modelo EGC para estudar a distribuição pessoal, funcional e regional da renda, Brandão, Lopes e Pereira (1995) utilizaram esse instrumento de análise para quantificar impactos do Mercosul para o Brasil.

Finalmente, Mercenier e Sousa (1992, 1994) desenvol-veram e aplicaram ao Brasil um modelo dinâmico de equilíbrio geral computável para quantificar os impactos de mudanças na politica tarifária na década de 80. Vale ressaltar nesses trabalhos o esforço de incorporar aos modelos relações intertemporais com base em expectativas dos principais agentes econômicos. 2

O objetivo deste artigo é apresentar os primeiros resultados do projeto do BNDES. Em particular descreve-se um modelo EGC simplificado, mas capaz de funcionar como instrumento de pla-nejamento para a economia brasileira. Para ilustrar suas pos-sibilidades de aplicação, apresentam-se dois exercícios envolvendo a escolha de instrumentos de política comercial (cãm-bio uersus tarifas) face a um cenário hipotético de restrição do balanço de pagamentos.

O trabalho está organizado como se segue. Na seção 2 apresenta-se a matriz de contabilidade social que fundamenta o modelo EGC. Na seção 3 descreve-se a estrutura de um modelo padrão de equilíbrio geral computável. A seção 4 apresenta os exercícios de simulação. A seção 5 conclui. No apêndice são apresentadas as equações do modelo.

2. Matrizes de Contabilidade Social

Da mesma forma que a contabilidade do produto e da renda nacionais oferece o fundamento estatístico para os modelos macroeconômicos, as matrizes de insumo-produto (MIP) dão o

2 A principal limitação ao uso de modelos dinamicos é a dificuldade de se obter dados corretos. não a complexidade teórica implícita nesses modelos.

Texto para Discussão n9 30 3

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suporte empírico para a aplicação de modelos Insumo-Produto no planejamento do desenvolvimento. Entretanto, a análise de políticas de cunho setorial freqüentemente exige que se ultrapas-se o escopo da contabilidade de insumo-produto para incluir fluxos de renda e demanda agregadas. O desenvolvimento da Matriz de Contabilidade Social (MCS) foi motivado pela neces-sidade de reconciliar ambos os sistemas, viabilizando a cons-trução de modelos macroeconômicos com componente setorial e com informações relativas à distribuição da renda. 3

A MCS sintetiza a noção de equilibrio inerente aos modelos EGC: não há excessos de demanda aos preços de equilíbrio. Isto é feito através da explicitação de dois conceitos básicos. 4 O primeiro é que em cada transação a compra de um agente iguala a venda de outro, sendo os agentes setores produtivos, consumi-dores, governo e resto do mundo. O segundo é que a renda sempre iguala a despesa, não só em termos agregados, como também para cada agente. Por exemplo, as vendas totais do setor agrícola são iguais ás despesas que esse setor aloca em insumos interme-diários, trabalho, importações e serviços do capital e da terra. Rendas são registradas ao longo das linhas e despesas ao longo das colunas. Segue daí que uma MCS é sempre uma matriz quadrada, com os totais das linhas iguais aos das colunas.

Figura 1 - Matriz de Contabilidade Social Estilizada

PRODUTOS ATIVIDADES FATORES FAMÍLIAS GOVERNO CAPITAL RESTO M ND DO O TOTAIS

PRODUTOS CONS INT

CONSUMO PRIVADO

CONSUMO GOVERNO

INVEST DEMANDA

ATIVIDADES VENDAS

DOMÉSTICAS EXPORT PRODUÇÃO

FATORES VALOR ADICIONADO

VALOR ADIO

FAMÍLIAS RENDA INTERNA

TRANSE. ÀS FAMÍLIAS

RENDA FAMÍLIAS

GOVERNO TARIFAS IMPORTAÇÃO

IMP. INDIRETOS

IMPOSTOS DIRETOS

RECEITA GOVERNO

CAPITAL DEPREC POUPANÇA PRIVADA

POUPANÇA GOVERNO

POUPANÇA EXTERNA

POUPANÇA

RESTO DO , MUNDO IMPORTAÇÃO RENDA LIO.

ENV. EXT. RENDA

EXTERIOR

TOTAIS OFERTA PRODUÇÃO VALOR ADICIONADO

DESPESA PRIVADA

DESPESA PÚBLICA

INVEST DESPESA EXTERIOR

A Figura 1 representa uma MCS estilizada. A conta Produ-tos identifica-se com o conceito de Absorção Doméstica e é desagregada em setores produtivos. 3 Ao longo da coluna, repre-

3 Quesnay, no Tableau Économique (1758), explicitou pela primeira vez a interdependência das relações econômicas, Walras (1873) desenvolveu o arcabouço teórico capaz de investigar a multipli-cidade das relações entre diferentes mercados e Leontief (1951) elaborou a Matriz Insumo-Produto. A criação da MCS foi amplamente influenciada por Sir Richard Stone.

4 Ver Devarajan et alii (1991), p. 2. 5 A metodologia de estimativa dos coeficientes técnicos matriz de insumo-produto requer a conversão

de produtos em setores. A hipõtese adotada foi a de market-share; cada atividade atende a demanda proporcionalmente a sua participação na produção do produto, ou seja, considerando constante a sua participação no mercado de cada produto. IBGE, pg. 36 (1989).

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sentam-se as "compras" de Vendas Domésticas e Importações e o pagamento de Tarifas de Importação. Ao longo da linha, a oferta total de produtos é absorvida pelas diversas categorias de deman-da: Consumo Intermediário, Consumo das Famílias, Consumo do Governo e Investimento.

A conta Atividades captura o conceito de Produção Domés-tica e também é desagregada em setores. A coluna Atividades descreve as transações que ocorrem durante o processo produti-vo: Consumo Intermediário, pagamento de rendas aos Fatores de Produção (Valor Adicionado) e de Impostos Indiretos ao Governo. A linha Atividades mostra o destino da produção: Vendas Domés-ticas ou Exportações.

A conta Fatores distribui o valor adicionado entre Famílias (renda interna dos trabalhadores e dos capitalistas) e Capital (depreciação). As Famílias também recebem Transferências do Governo (juros dos títulos públicos, previdência social etc.) e alocam a renda interna mais transferências do governo em Con-sumo Privado, Impostos Diretos, Renda Líquida Enviada ao Ex-terior e Poupança Privada. O Governo distribui suas receitas (Tarifas de Importação, Impostos Indiretos menos subsídios e Impostos Diretos) em Consumo do Governo, Transferências às Famílias e Poupança do Governo.

A conta de Capital sintetiza a identidade macroeconômica Poupança = Investimento. As poupanças de diversas origens, recolhidas ao longo da linha Capital, financiam o Investimento (formação bruta de capital fixo mais variação de estoques) regis-trado na coluna. A conta Resto do Mundo, finalmente, mostra a identidade entre déficit em transações correntes e Poupança Externa.

Uma MCS dá um registro completo do fluxo circular de transações na economia. Seu nivel de agregação depende do problema a ser investigado. Assim, se o objetivo for estudar impactos da formação de blocos regionais de comércio, certamen-te será útil construir uma MCS com dados dos vários países que irão formar o referido bloco. Por exemplo, Lewis, Robinson e Wang (1995), interessados no impacto de uma área asiática de livre comércio, desenvolveram um modelo onde Coréia Taiwan e Singapura formam uma região, enquanto que Indonésia, Tailân-dia, Filipinas e Malásia correspondem a uma outra região, além da tipologia Resto do Mundo.

Se o foco for a distribuição de renda, é desejável desagregar as contas Fatores e Consumidores. Por exemplo, Moreira e Urani (1995) classificam os trabalhadores em oito categorias - traba-lhador rural, funcionário público, trabalhador urbano analfabeto, trabalhador urbano com escolaridade equivalente ao primário, trabalhador urbano com escolaridade equivalente ao ginásio, idem colegial, idem universitário e finalmente aposentados e

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pensionistas. Para uma análise dos impactos de alterações na estrutura tributária, a criação de contas para cada tipo de impos-to pode facilitar a visualização dos efeitos.

Conclui-se que a MCS representa um avanço em relação à MIP. Sua maior utilidade é funcionar como base de dados para um modelo EGC, instrumento analítico que será discutido na próxima seção.

3. Estrutura de um Modelo de Equilíbrio Geral

Como mencionado na introdução, modelos EGC são suce-dãneos dos modelos de insumo-produto, amplamente utilizados como instrumentos de planejamento na década de 60. Firmemen-te apoiados na teoria do equilíbrio geral walrasiano, os modelos EGC adicionam substitutibilidade, efeitos-preço e equilíbrio de fluxos aos modelos de insumo-produto tradicionais.

Os modelos EGC simulam a interação entre agentes eco-nômicos (por exemplo, consumidores, firmas, governo e resto do mundo) via mercados. Os produtores maximizam lucros sujeitos a restrições tecnológicas e os consumidores maximizam utilida-des sujeitos a restrições orçamentárias. Ofertas e demandas setoriais são derivadas do comportamento otimizador de produ-tores e consumidores. O modelo encontra um vetor de preços e quantidades, tal que todos os excessos de demanda sejam elimi-nados.

As simulações geradas por modelos EGC dependem da estrutura do modelo utilizado. 6 Por exemplo, enquanto em alguns modelos há substituição perfeita entre produção doméstica e importação/exportação em outros há substituição imperfeita (premissa de Annington). Essa segunda hipótese se justifica se percebemos que os consumidores não são indiferentes entre adquirir um bem importado ou nacional, no caso de não haver diferença no preço do produto. A existência de barreiras à entrada (ex: quotas) também sugere a modelagem de substituição imper-feita. Nesses casos, representa-se o comportamento dos compra-dores através de uma função com elasticidade constante de substituição (CES) e o dos vendedores através de uma função com elasticidade constante de transformação (CET). O valor dessas elasticidades pode ser obtido investigando-se relações de preços e quantidades produzidas, importadas e exportadas, de cada setor da economia, em um determinado período.

6 Ver François e Shiells (1994).

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É interessante observar como a especificação da demanda altera os resultados. A quantificação dos impactos do Mercosul sobre o Brasil deve ser maior se o modelo EGC utilizado supuser substituição perfeita, pois os preços domésticos e internacionais precisam se mover simultaneamente. Por exemplo, na hipótese de uma alteração na Tarifa Externa Comum, o modelo quantifi-caria como idêntico o impacto tanto nos preços das importações quanto nos preços da produção doméstica. Assim, os efeitos de uma área de livre comércio são substancialmente maiores em um modelo com substituição perfeita.

É possível sofisticar ainda mais a especificação da deman-da pressupondo que bens produzidos por firmas diferentes não podem ser considerados substitutos perfeitos. Contudo, a dificul-dade em se quantificar essa elasticidade, na medida em que os dados são divulgados agregados por produto, impõe restrições ao uso dessa modelagem.

Em relação à estrutura do mercado, a combinação de retornos constantes de escala com competição perfeita é a mais simples de modelar. Diferentes premissas também precisam ser feitas em relação a outras variáveis tais como mão-de-obra (ho-mogeneidade, rigidez de salários, perfeita mobilidade no país e imobilidade internacional, pleno emprego etc.) e câmbio.

Mesmo após a especificação dos agentes, de sua motivação e da moldura tecnológica e institucional que rege seu relaciona-mento, um modelo de equilíbrio geral ainda não fica completa-mente determinado. Condições de equilíbrio precisam ser definidas. Nos modelos neoclássicos poupança gera investimento enquanto nos modelos keynesianos a demanda (investimento) exerce prevalência sobre a oferta (poupança). Hipóteses sobre a neutralidade ou não da moeda também afetam as simulações.

A Figura 2 retrata, de forma estilizada, a estrutura de produção usada no modelo BNDES. No apêndice estão apresen-tadas as equações do modelo. Dada a escassez de trabalhos empíricos, bem como a dificuldade de se obter dados atualizados sobre o Brasil, optou-se pelo desenvolvimento de um modelo simplificado (sem dinãmica de investimento ou formação de expectativas, por exemplo) sem contudo sacrificar o potencial de simular adequadamente o comportamento dos principais agentes económicos. 7 Como em todo exercício de simulação, o objetivo não é que o modelo quantifique com precisão os valores das variáveis económicas. Conforme Jaguaribe et alii (1995) p. 132, "... o que importa é mais ter uma indicação sugestiva da dimensão provável das variáveis macroeconõmicas e sua tendência, do que acuidade numérica. Aceitar isto, entretanto, não significa que não houve preocupação em se adotar a melhor técnica de simulação possível e que não houve cuidados com estimativas."

7 A Matriz Insumo-Produto mais recente para o Brasil refere-se a 1985.

Texto para Discussão n° 30 7

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• CAPITAL

BEM I

E

A BEM I■T

PRIMÁRIOS FATORES CONSUMO

INTERMEDIÁRIO

BEM 1 BEM INT

Tvt

E - EXPORTAÇÃO M - IMPORTAÇÃO O - DOMÉSTICO

A utilização de uma função Cobb-Douglas para repre-sentar o valor adicionado (variáveis capital e trabalho) permite que, em certa medida, trabalho possa ser substituído por capital e vice-versa, dependendo da tecnologia de produção e do custo dos fatores. Finalmente, o uso de uma função Leontief para consumo intermediário - cuja principal característica é apresen-tar coeficientes técnicos fixos - tem por objetivo caracterizar a rigidez no uso de insumos inerente à maioria dos processos produtivos (ex: impossibilidade de substituir aço por madeira).

Figura 2 - Estrutura de Produção

4. Exercícios de Estática Comparativa

Em março de 1995, face a sucessivos déficits comerciais e aos efeitos negativos da crise cambial mexicana sobre os fluxos voluntários de capitais externos, o governo anunciou uma nova faixa de flutuação para o câmbio, permitindo uma desvalorização real, apenas no més de março, de 7,5%. Posteriormente, medidas adicionais de desestimulo ás importações foram anunciadas, destacando-se a elevação para 70%, pelo prazo de um ano, das tarifas de importação de automóveis, produtos eletrônicos e eletrodomésticos.

As mudanças nas políticas cambial e comercial foram acompanhadas de intenso debate sobre os custos e beneficios desta ou daquela alternativa. Por um lado, na presença de demanda aquecida e indexação de contratos, havia o risco da

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desvalorização nominal do câmbio converter-se inteiramente em inflação. Por outro lado, a elevação das tarifas poderia ser perce-bida como uma reversão da abertura comercial, comprometendo a credibilidade do processo de liberalização, incentivando a ante-cipação de importações e contribuindo para o agravamento dos déficits comerciais

Com o objetivo de ilustrar a capacidade do modelo EGC em quantificar impactos de alterações na politica econômica, são apresentados a seguir os resultados de dois exercícios envolvendo a escolha de instrumentos de politica comercial. O primeiro exercício investiga os impactos de desvalorizações reais da taxa de câmbio sobre o saldo em transações correntes do balanço de pagamentos. O segundo avalia os efeitos de elevações nas tarifas de importação.

Foi necessário optar entre dados mais atualizados versus informações mais desagregadas. Como a matriz de insumo-pro-duto do IBGE, desagregada em 42 setores, refere-se a 1985, escolheu-se trabalhar com uma base de dados fornecida pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), desagregada em onze setores e referente a 1990.

A Tabela 1 e a Figura 3 sintetizam os resultados do primeiro exercício. Foram construídos cinco experimentos, a partir das hipóteses de aumentos cumulativos de US$ 5 bilhões no saldo em conta corrente. A relação entre as duas variáveis é praticamente linear: cada US$ 1 bilhão de incremento no saldo requer uma desvalorização real de cerca de 0,87%.

O impacto da desvalorização real sobre exportações e importações é assimétrico, pois a elasticidade das exportações

Figura 3

Desv ( %)

25

20

15-

1C

5

C 5

Taxa de Câmbio Real

7 rans.Correntes (U5.5b il)

1C

15 2C 25

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com relação ao câmbio é superior à das importações. 8 Este resultado provavelmente reflete as baixas elasticidades de subs-tituição entre importações e bens produzidos domesticamente, em particular insumos e bens de capital; e as elasticidades relativamente altas de transformação entre bens destinados ao mercado doméstico e às exportações.

A receita dos impostos de importação, em moeda domés-tica, diminui menos do que proporcionalmente à queda das importações, devido ao impacto positivo da desvalorização real. Finalmente, ceteris paribus, o PIB real é afetado apenas margi-nalmente, dada a reduzida abertura da economia brasileira em 1990 e, até certo ponto, ainda em 1995.

A Tabela 2 sintetiza os resultados do segundo exercício. Também foram elaborados cinco experimentos, caracterizados por aumentos cumulativos de 20% nas alíquotas médias do imposto de importação. Ao contrário do que ocorreu com a desvalorização cambial, a relação entre superávit em conta cor-rente e aumento de tarifas é não-linear. Além disso, o impacto da elevação das tarifas sobre o saldo em conta corrente é signifi-cativamente inferior ao da desvalorização: um incremento de apenas US$ 540 milhões (9%) no superávit requer aumento de 20% na alíquota média do imposto de importação, ao passo que uma desvalorização real de apenas 4,3% acrescenta US$ 5 bilhões (83%) ao saldo em conta corrente.

Dois motivos podem explicar a disparidade entre os impac-tos das duas políticas. Primeiro, o aumento de tarifas, tudo o mais constante, afeta apenas as importações. Segundo, a elasticidade das tarifas em relação ás importações é decrescente. 9 As diferen-tes magnitudes dos impactos são sintetizadas, no apêndice, nas equações (1) e (2) do bloco de preços do modelo, que descrevem, respectivamente, os preços domésticos das exportações e impor-tações.

Da mesma maneira que no exercício anterior, o efeito da elevação das tarifas sobre o PIB real foi pouco expressivo, o que se deve, por um lado, á pequena abertura da economia em 1990 e, por outro lado, ao impacto relativamente pequeno do aumento das tarifas sobre o saldo em conta corrente.

8 As elasticidades das exportações/importações em relação ao câmbio apresentadas na Tabela 1 são tipicamente de longo prazo. Sobre elasticidades de exportações no Brasil. ver Fonseca (1994).

9 Do lg para o 5'2 cenário, a elasticidade-tarifa das importações diminui de 0,78 para 0.53.

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Tabela 1 Desvalorização Cambial

Setor Externo (US$ bilhões)

Cenários Base (1990) I II III IV V

Tx de câmbio real (índice) 1,00 1,04 1,09 1,13 1,18 1,22

Transações Correntes 6,88 11,88 16,87 21,87 26,87 31,88

Exportação bens e serv. 34,32 37,16 40,18 43,38 46,74 50,25

Importação bens e serv. 28,27 26,11 24,14 22,34 20,70 19.20

Receitas com tarifas importação 1,91 1,83 1,76 1,69 1,63 1,56

Setor Externo (Var %)

Cenários I II III IV V

Taxa de câmbio real 4.32 8,70 13,13 17,57 22,01

Transações Correntes 72,63 145,12 217,75 290.38 363,16

Exportação bens e serv. 8,28 17,07 26,40 36,19 46,42

Importação bens e serv. -7,64 -14,61 -20,98 -26,78 -32,08

Receitas com tarifas importação -3,97 -7,75 -11.33 -14.70 -17,88

Nível de Atividade

Cenários Base (1990) I II III IV V

PIB real (US$ bilhões de 1990) 476,70 476,77 477,44 478,12 478,82 479,53

PIB real (Vai- %) 0,02 0,16 0,30 0,45 0,59

Exp/PIB (%) 7,20 7,79 8,42 9,07 9,76 10,48

Imp/PIB (%) 5,93 5,48 5,06 4,67 4,32 4,00

Tabela 2 Aumento nas Aliquotas do Imposto de Importação

Setor Externo (US$ bilhões)

Cenários Base (1990) I II III IV V

Transações Correntes 6,88 7,42 7,94 8,41 8,85 9,27

Exportação bens e serv. 34,32 34.29 34.27 34.25 34.23 34,22

Importação bens e sem 28,27 27.70 27,16 26,67 26,21 25,78

Tx de câmbio real (índice) 1,00 1,00 1,00 1,00 1.00 1,00

Receitas com tarifas importação 1,91 2,13 2,33 2,51 2,68 2,84

Setor Externo (Ver %)

Cenários I II III IV V

Tarifas (alíquota média) 20,00 44,00 72,80 107,36 148,83

Transações Correntes 7,84 15,40 22,23 28,62 34,72

Exportação bens e serv. -0,09 -0,15 -0,20 -0,26 -0,29

Importação bens e sem -2,02 -3,93 -5,66 -7,29 -8,81

Receitas com tarifas importação 11,52 9,39 7,73 6.77 5,97

Nível de Atividade

Cenários Base (1990) I II III IV V

PIB real (US$ bilhões de 1990) 476,70 476,16 476,19 476,23 476,28 476,33

PIB real (Var %) -0,11 -0,11 -0.10 -0,09 -0,08

Exp/PIB (%) 7,20 7,20 7,20 7,19 7,19 7,18

Imp/PIB (%) 5,93 5,82 5,70 5,60 5,50 5,41

Texto para Discussão rt2 30 11

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5. Conclusão

A utilização de modelos multissetoriais vem apresentando avanços inegáveis. A combinação de progressos nos algoritmos de otimização numérica e na tecnologia computacional permitiu a construção de modelos com determinação de preços e quanti-dades de equilibrio em economias de mercado. Ao longo da última década, modelos EGC foram construídos para auxiliar o planeja-mento econômico em mais de 25 países em desenvolvimento. 1°

Mais recentemente esses modelos têm sido utilizados para avaliar impactos decorrentes da criação de áreas de livre comércio (Nafta, União Européia Mercosul).

O detalhamento setorial dos modelos EGC torna-os es-pecialmente úteis para orientar a escolha de instrumentos de politica e avaliar as respostas da economia a choques externos. Os exercícios apresentados na seção 4 ilustraram sua utilidade como instrumento de avaliação de trade-offs de politicas macroe-conômicas.

Modelos EGC são igualmente úteis para subsidiar análises envolvendo a alocação eficiente de recursos. Impactos da abertura comercial, da realocação setorial de investimentos, do ajuste fiscal e de reformas estruturais sobre a produção, a produtivida-de, o emprego e o comércio exterior podem ser investigados proveitosamente mediante o recurso a este instrumento, dada sua flexibilidade em permitir diversas desagregações setoriais, de fatores de produção e de regiões.

No caso do BNDES pretende-se estender o modelo descrito para aplicá-lo em investigações sobre os impactos de inves-timentos no emprego bem como quantificar os impactos do Mercosul na estrutura produtiva e de emprego dos países signa-tários. Para tal, é necessário construir uma Matriz de Contabili-dade Social atualizada. A publicação recente das Contas Nacionais relativas a 1994, as pesquisas realizadas pelo IBGE (Pesquisa Industrial Mensal, Pesquisa Anual do Comércio etc.) e as informações coletadas pela FGV (índice de Preços) formam um conjunto de dados suficiente para elaborar uma MCS que reflita o fluxo de transações na economia brasileira em 1994, apesar da inexistência de uma Matriz Insumo-Produto relativa àquele ano.

Não obstante suas imensas possibilidades de aplicação, é preciso ter em mente algumas das limitações dos modelos EGC. Primeiro, eles não são apropriados para projetar variáveis ma-croeconõmicas. Seus resultados devem ser interpretados como tendências. Entretanto, esta limitação não deve ser superes-

10 Entre eles Bangladesh, Bolívia, Camarões, Colômbia, Egito, Hungria, índia, Indonésia. Costa do Marfim. Malásia, México. Marrocos, Tailândia, Turquia e Iugoslávia. Ver Robinson (1989), p. 938.

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timada, na medida em que projeções fornecidas por modelos econométricos ou outras fontes podem ser utilizadas para subsi-diar análises de sensibilidade via modelos EGC. Segundo, os modelos EGC, na sua maioria, são estáticos e determinísticos. Incorporar avanços recentes da teoria econõmica, tais como o tratamento da incerteza e do mercado de ativos em modelos intertemporais, permanece um desafio. Terceiro, sua aplicação a países em desenvolvimento requer relaxar algumas das suposi-ções do paradigma neoclássico de preços flexíveis e mercados completos.

Apesar das limitações apontadas acima, sem dúvida os modelos EGC fornecem beneficios suficientes para justificar os custos de sua construção. Mais ainda, a perspectiva de sucesso do plano de estabilização recoloca a importãncia e abre espaço na agenda da política econômica para se voltar a discutir o longo prazo da economia brasileira. O BNDES tem sido historicamente uma das instituições mais ativas neste debate e o desenvol-vimento de modelos internacionalmente utilizados como ins-trumento de apoio para mudanças estruturais na economia dá continuidade a esta tradicional linha de trabalho da Instituição.

Apêndice

Descrevemos em seguida um modelo EGC básico, apro-priado para a análise de políticas em países em desenvolvi-mento. 11 As equações são apresentadas em blocos. Algumas convenções notacionais são respeitadas. Variáveis endógenas são apresentadas em letras maiúsculas e variáveis exógenas e para-metros em letras minúsculas ou letras gregas. Índices aparecem como subscritos minúsculos e consistem de setores (i e j), fatores primários (f), consumidores (h), governo (g) e resto do mundo (e).

Bloco de Preços

(I) Pin = Pme(1 + tf")R

(2) Pi = psuf(1 tr)R

(3) = PfiDi + PrMi

(4) M'Xi = PdDi + P;Ei

(5) PI' = Pi I - tf) -

(6) P = EPPbji

(7) NUM =

11 Baseado em Devarajan et alii (1991).

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As equações (1) a (7) definem os preços. As equações (1) e (2) descrevem os preços domésticos de importações (Pm) e expor-tações (Pe). A hipótese de país pequeno foi adotada em todos os setores: os preços internacionais das importações (pwrn) e das exportações (pwe) são exógenos. Os preços domésticos de impor-tações e exportações correspondem aos preços internacionais ajustados por tarifas (tm), imposto de exportação (te) e taxa de câmbio nominal (R).

As equações (3) e (4) descrevem os preços das mercadorias compostas Q i e Xl. A oferta de bens e serviços Qi, é uma agregação de Vendas Domésticas (D l) e Importações (Md. A produção domés-tica Xi é uma agregação de Vendas Domésticas (DL) e Exportações (Ed. Dadas as hipóteses de homogeneidade linear das funções de agregação e de maximização de receita e minimização de custos adotadas na derivação das ofertas e demandas, os preços de Q (Pq) e de X (1Dx) podem ser derivados de indices de valor, como é feito nas equações (3) e (4). 12

A equação (5) define o preço do valor adicionado P", que é igual ao preço de X menos os impostos indiretos por unidade

produzida (ti) e o gasto com consumo intermediário por unidade

produzida EPV.aii, onde ajt são os coeficientes técnicos da matriz

insumo-produto.

A equação (6) explicita o preço (custo de reposição) de uma

unidade de capital instalada no setor i (PI`). A composição do investimento por setor de origem 13 está retratada nos coeficientes

b1 da matriz de composição do capital. Como = 1, P1' é a média

ponderada dos custos unitários dos bens de capital requeridos para criar uma unidade de capital no setor de destino. Diferentes 13Y refletem, portanto, a heterogeneidade do investimento por setor de destino.

A equação (7), finalmente, define o indice de preços esco-lhido como numerário. A escolha recaiu sobre um índice de preços, onde z1 são parãmetros que medem a participação da produção de cada setor na produção total, mas há outras pos-

12 No bloco de equações de quantidades, apresentado a seguir, 9 é modelada como uma agregação CES (constant elasticity of substitution) de M e D e X como uma agregação CET (constant elasticity of transformation) de D e E. As ofertas E 1 /D1 e as demandas M1 /D1 são derivadas respectivamente, do problema de maximização de receitas das firmas sujeitas à restrição tecnológica da CET e de minimização de custos (ou maximização de utilidade no caso do agente ser consumidor) sujeita à restrição orçamentária. Dadas estas condições, é possivel, usando o Teorema de Euler (ver Variam p. 330) descrever os preços das mercadorias compostas como médias ponderadas dos preços das mercadorias componentes.

13 Setores de origem são, tipicamente. Máquinas e Equipamentos e Construção Civil.

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sibilidades, como o deflator implicito do PIB ou mesmo a taxa de câmbio ou o salário nominal. 14

Bloco de Quantidades:

(8) VA, = a1 II DFgd

(9) Wieu = Pialf Xi

DFil, I ■

(10) INT, = auXj

(11) X1 minlc,VAI , d1INT1J (12) X1

biry,Er + (1 - yiDe 11 1 /P 1

Di[Pi(1—y1) v(0- 1)

PáYi (13) E,

(14) Q,

(15) M,

el [S,MjEl + (1 - 31)DT€T 1 / 61

= Di[

P,30-34,1„,

Prnt?), _1

As equações (8) a (11) definem a tecnologia de produção e a demanda de fatores (DF1t). A produção setorial (X,) é repre-sentada na equação (11) por uma função de produção Leontief, cujos argumentos são o valor adicionado e o consumo interme-diário. Na equação (8), o valor adicionado é modelado como uma função Cobb-Douglas de capital e trabalho. Na equação (10), o consumo intermediário setorial (INT 1) é uma agregação Leontief de mercadorias compostas Xj, que por sua vez são agregações CES de produtos importados ou produzidos domesticamente. O fator capital também é modelado como uma função Leontief de bens de capital, mercadorias compostas, agregações CES de bens importados ou produzidos domesticamente.

A demanda de fatores (equação 9) é derivada do problema de minimização de custos das firmas, sujeitas ã tecnologia de produção. O preço médio do fator f (Wt) vezes um fator de proporcionalidade (E) if) é igual ao valor de seu produto marginal. Os fatores de proporcionalidade permitem introduzir distorções nos mercados de trabalho e de capital. Eles medem, por exemplo, diferenças intersetoriais de salários e retornos do capital devidas

incidéncia de encargos sociais, variações na educação dos trabalhadores, incorporação diferenciada de progresso técnico, restrições á mobilidade de fatores etc. 15

14 Sobre o problema da escolha do numerário, ver Robinson, S. (1989), p. 911 e 921 e Devarajan, S. et alii (1991), p. 7.

15 Sobre diferenças intersetoriais de salários no Brasil. ver Pinheiro, A C. e Ramos, L. (1995).

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A equação (12) mostra a mercadoria composta X como uma agregação CET de vendas domésticas (D) e exportações (E); b, é um parãmetro tecnológico, yi é o parãmetro de distribuição e p i é o parãmetro de transformação. A função CET captura o conceito de fronteira de produção e a possibilidade de transformar bens destinados ao mercado doméstico (D) em bens destinados à exportação (E). A equação (13) mostra a oferta de exportações como uma função dos preços relativos Piá e dos parâmetros da CET, em particular da elasticidade de transformação)/(pi-1), 16

A equação (14) apresenta a agregação CES de vendas domésticas (D) e importações (M), cujo resultado é a mercadoria composta Q; e t é um parãmetro tecnológico, S i o parâmetro de distribuição e El o parãmetro de substituição. A função CES captura o conceito de fronteira de possibilidades de consumo e modela bens importados e produzidos domesticamente como substitutos imperfeitos. A demanda de importações, na equação (15), é função dos preços relativos P✓ ri n e dos parâmetros da CES, particularmente da elasticidade de substituição1/1+et. 17

Bloco de Renda

(16) Yf = Wf. DFIf. Off

( 7) "Yh Yf + tg - ye.R - DEPREC f

(18) DEPREC= depri.Pic.DFicap

(19) TAR = Pwrl-Mi.tin .R

(20) TI = Ff. X i

(21) TD = v h. r tb

(22) TE pw?. Et tr.R

(23) RG = TAR + TI + TD + TE (24) Sp = Yh. (1 - th). sh

(25) Sg = RG - E Pfl. GD, tg

(26) S Sp + Sg + DEPREC + Se.R

A renda interna, definida na equação (16), é inteiramente alotada para o consumidor representativo via equação (17). As transferências do governo (tg) e a renda liquida enviada ao exterior (3re) são fixadas exogenamente. A depreciação (DEPREC) é uma

16 A oferta de exportações é derivada do problema de maximização de receitas das firmas, sujeitas á restrição tecnológica representada pela CET. Ver Devarajan et alii (1991), p. 8 e 10.

17 A demanda de importações é derivada do problema de minimização de custos das firmas, sujeitas à restrição tecnológica da CES e do problema de maximização da utilidade dos consumidores, sujeitas à restrição orçamentária. Ver Devarajan et alii (1991), p. 8 e 10. Ver também Melo e Tarr (1992), p. 18 a 20.

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variável endógena, definida na equação (18). Equações (19), (20), (21) e (22) determinam as receitas do governo originadas de tarifas (TAR), impostos indiretos (TI), impostos diretos (TD) e imposto de exportação (TE). Equação (23) mostra a receita total do governo (RG).

A poupança privada (Sg) e a poupança pública (Sg) são definidas nas equações (24) e (25). A poupança privada é obtida pelo produto entre renda disponível (Yh líquida de impostos diretos, com aliquota th) e propensão marginal a poupar sh. A poupança pública é definida como receita menos despesas do governo, onde as despesas incluem o consumo de bens e serviços

(1,FtGDI) e as transferências às famílias (t g). Finalmente, na

equação (26), a poupança total é descrita como a soma das poupanças doméstica e externa em moeda doméstica. 18

Bloco de Demanda:

(27) PftDi = (28) GD1 = (29) AST1 =

(30) INVFX =

(31) 131`. DK; =

(32) ID1 =

(33) GDPVA

(34) RGDP =

fi3 Yn.(1 - sh)(1 th)l f3Fgdtot dstr1.X1

I - PMSTI

k1.INVFX

bIJ.DKJ

E P1.X1 + TAR + TI + TE

I(Ft-Ftf.Ff).X i + thi.R.pwm.Mi)

O bloco de equações de demanda apresenta os componen-tes da demanda agregada. Na equação (27) o consumo privado é distribuído, em proporções fixas, pelos diversos setores. 19 O consumo do governo, definido como o dispêndio real em bens e serviços (gdtot), também é alocado setorialmente mediante pro-porções fixas (equação 28). A equação (29) descreve a variação de estoques, que é proporcional às produções setoriais. O inves-timento fixo é definido na equação (30) como investimento total (I) menos variação de estoques (ASTJ e distribuído pelos setores de destino utilizando coeficientes fixos (equação 31). A equação (32) converte investimento por setor de destino (DK J) em inves-timento por setor de origem (IDA, usando os coeficientes da matriz de composição do capital (131J).

18 No Brasil. os conceitos de poupança pública e poupança externa referem-se, respectivamente, poupança corrente do setor público e ao déficit em conta corrente do balanço de pagamentos.

19 Esta distribuição é consistente com a metodologia do Linear Expenditure System (LES) e com uma função utilidade Cobb-Douglas implícita. Ver Robinson, S. (1989), p. 910.

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As equações (33) e (34) definem, respectivamente, o PIB nominal e real. O PIB nominal (a preços de mercado) corresponde à agregação de valor adicionado, impostos indiretos, imposto de exportação e tarifas de importação. O PIB real é definido similar-mente, porém avaliado aos preços do período-base.

Equilíbrio e Fechamento:

Mesmo após a especificação dos agentes, de sua motivação e da moldura tecnológica e institucional que rege seu relaciona-mento, um modelo de equilibrio geral ainda não fica completa-mente determinado. Condições de equilíbrio precisam ser definidas. Por exemplo, se assumirmos um modelo competitivo, o equilíbrio é definido como um conjunto de preços e quantidades associadas tais que todos os excessos de demanda sejam nulos.

O bloco de equações abaixo apresenta as condições de equilíbrio e o fechamento macroeconômico do modelo. A equação (35) define o equilibrio no mercado de bens: aos preços de equilíbrio, ofertas e demandas setoriais são iguais.

(35) Qi INTi + CDÍ + GDI + ASTI

(36) IDFif = fsf

(37) pw?Ei + Se + Ye (38)

A equação (36) define o equilibrio no mercado de fatores. Ofertas agregadas de fatores primários (fsd são fixadas exogena-mente. Admite-se mobilidade setorial do fator trabalho. Os es-toques setoriais de capital, entretanto, são fixados exogenamente. No mercado de trabalho, os fatores de proporcionalidade são mantidos constantes 2° e o equilíbrio se obtém mediante ajustes no salário nominal médio. No mercado de capital, as variáveis de ajuste são os fatores de proporcionalidade, que capturam diferen-ças intersetoriais nos retornos do capital.

As duas últimas equações descrevem as condições de equilíbrio macroeconômico, sintetizando o que na literatura ficou conhecido como fechamento macroeconômico dos modelos EGC. Na equação (37), o equilíbrio do setor externo é representado pela igualdade entre poupança externa e déficit do balanço de paga-mentos em conta corrente. Há dois mecanismos alternativos para caracterizar o equilíbrio externo. No primeiro, a poupança externa é fixada exogenamente e a variável de ajuste é a taxa de cãmbio nominal (R). O equilíbrio se obtém via variações em R que afetam os preços relativos dos bens comerciáveis vis-à-vis os não-comer-

20 O que significa admitir que as distorções deste mercado permanecem estáveis ao longo do período de simulação.

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ciáveis. Por exemplo, dado o numerário, um aumento na taxa de câmbio nominal corresponde a uma desvalorização real, que aumenta os preços domésticos de exportações e importações vis-à-vis os preços de bens e serviços destinados ao mercado doméstico. O resultado será um aumento da oferta de exportações e uma redução da demanda de importações, conduzindo a um aumento do superávit na balança comercial e a uma redução da poupança externa.

Alternativamente, a taxa de câmbio nominal é escolhida como variável exógena e a poupança externa se ajusta para equilibrar o balanço de pagamentos. 21 Este fechamento é apro-priado para países cujos regimes cambiais se aproximam das taxas fixas, enquanto o anterior é adequado para países cujos regimes cambiais se aproximam das taxas flexiveis.

Finalmente, a equação (38) define a igualdade macroeco-nômica entre poupança e investimento. Este fechamento corres-ponde a um modelo poupança-dirigido, no qual o investimento agregado é endogenamente determinado pela poupança, e é conhecido na literatura como fechamento neoclássico. 22

21 Na verdade, dado o numerário, o que o modelo determina é uma relação estável entre a taxa de câmbio real e o nivel da poupança externa.

22 Controvérsias sobre fechamentos macroeconômicos dos modelos EGC são intensas desde os anos 60. O trabalho seminal sobre o tema foi Sen (1963). Rattso (1982) e Lysy (1983) elaboraram "surveys". Johansen (1960) propôs um modelo EGC investimento-dirigido. Taylor e Lysy (1979) modelaram um fechamento keynesiano, no qual a variável de ajuste é o nível geral de preços. Dewatripont e Michel (1987) argumentam que avanços na questão do fechamento macroeconômico passam neces-sariamente pela modelagem explicita do mercado de ativos num contexto de maximização de utilidade intertemporal, incerteza e formação de expectativas.

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Variáveis Endógenos .

CD, = Consumo Privado

D, = Vendas domésticas

DEPREC = Depreciação DF,f = Demanda de fatores DK, = Investimento por setor de destino AST, = Variação de estoques

= Exportações GD, = Consumo do governo GDPVA = PIB nominal ID, = Investimento por setor de origem INT, = Consumo intermediário I = Investimento INVFX = Formação bruta de capital fixo M, = Importações NUM = Numerário • = Preço das vendas domésticas Pff = Preço doméstico das exportações

• = Custo de reposição do capital

= Preço doméstico das importações

Variáveis Exógenas e Pai-dm-tetras:

= coeficiente técnico de insumo-produto a, = parãmetro de produtividade

b, = parâmetro tecnológico da CET

e, = parâmetro tecnológico da CES

bg = coeficiente técnico de composição do capital

c,. d = parâmetros da função de produção depr, = taxa de depreciação

dstr, = parâmetro de variação de estoques

• = Preço da mercadoria composta

= Preço do valor adicionado

• = Preço da produção doméstica Q, = Oferta de bens e serviços R = Taxa de cãmbio nominal RG = Receita do governo RGDP = PIB real S = Poupança S e = Poupança externa Sg Poupança do governo Sp = Poupança privada TAR = Receita com tarifas de importação TD = Impostos diretos TE = Imposto de exportação TI = Impostos indiretos VA, = Valor adicionado

Wf = Preço médio dos fatores

X = Produção doméstica

Yf = Renda dos fatores Yb = Renda pessoal

tg = transferências do governo th = aliquota do imposto direto

aliquota (média) das tarifas de importação

= aliquota (média) dos impostos indiretos

ye = renda líquida enviada ao exterior

zi = parâmetro do índice de preços cc„f= parãmetro de distribuição

funcional da renda

J3 = parãmetro de distribuição dos gastos do governo

fs f = oferta de fatores

131h = parâmetro de distribuição do consumo privado

gdtot = consumo real do governo = parãmetro de distribuição da CES Ict = coeficiente de distribuição do investimento

= parãmetro de distribuição da CET por setor de destino

puir' = preço internacional das importações p, = parãmetro de transformação da CET pw,e = preço internacional das exportações

= parâmetro de substituição da CES sh = propensão marginal a poupar

0,f = fator de distorção

= aliquota do imposto de exportação

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Texto para Discussão ng 30 23

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Texto para Discussão n-Q 30 24

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DATA: vt,u3

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BN DES FINAME BNDESPAR

O Brasil é da nesse cometo

Editado pelo Departamento de Relações Institucionais

Novembro - 1995

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