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Modelo de Petição de Apelação Para Aumentar Valor de Indenização Por Danos Morais

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danos morais

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Modelo de petio de apelao para aumentar valor de indenizao por danos morais:

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA DA COMARCA DE PALHOA SANTA CATARINA

Autos: xxxxxxxxxxxxxxxx

FULANO DE TAL, j qualificado nos autos processuais supra de Ao de Reparao por vcios na prestao de servio pblico que move contra o ru LOJA DE REDE TAL, face deciso de fls., vem, com o devido acato e respeito, presena de Vossa Excelncia, demonstrar o presente

RECURSO DE APELAO

pelos fatos e bases abaixo, requerendo sejam as mesmas recebidas e encaminhadas Superior Instncia para anlise e julgamento, dispensando-se o preparo em virtude da concesso da Gratuidade da Justia.

Pede Deferimento,

Local e data.

EXCELENTSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES DO E. TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SANTA CATARINA

RAZES DO RECURSO ADESIVO

Emritos Julgadores,

Resumo

Props a parte recorrente Ao de Indenizao por danos morais em virtude de vcio na prestao do servio oferecido pela ora recorrida, que redundaram em considerveis prejuzos ao patrimnio imaterial do Autor.

Tendo sido fartamente comprovada nos autos processuais a incria do ru no exerccio de sua atividade, o que permitiu a abertura de crdito em nome do autor por falsrios, redundando na negativao ilegtima do nome deste, ato verdadeiramente abusivo praticado pelos prepostos do Requerido, proferiu-se deciso de mrito que condenou a prestadora de servios ao pagamento de indenizao em quantia arbitrada em R$ 4.000,00, assim como ao pagamento das verbas decorrentes da sucumbncia.

Inconformada com parte da condenao, a ora recorrente apresenta este recurso pelos motivos abaixo:

Do Valor Arbitrado a ttulo de Indenizao por danos Morais

Insurge-se a parte recorrente em relao ao quantum indenizatrio arbitrado em sentena a ttulo de indenizao pelos danos anmicos perpetrados contra o apelante.

O valor arbitrado em R$ 4.000,00 (quatro mil Reais), com a devida vnia, se mostra em desconformidade com o Princpio da Razoabilidade e Proporcionalidade, no observando tambm os requisitos usualente utilizados para a fixao da verba indenizatria pela prtica de danos anmicos.

Em que pese a correo do entendimento do d. Juzo de primeira instncia quanto existncia dos danos morais, o valor arbitrado a este ttulo extremamente tmido e aqum do razovel e recomendado para situaes deste jaez, onde provada fartura a prtica de efetiva leso honra da parte autora decorrente da crassa falha na prestao do servio vendido pela requerida.

A prova dos autos processuais no sentido de que a recorrida, em evidente defeito nesta prestao, permitiu que falsrios, utilizando-se dos documentos pessoais do autor, devidamente adulterados (posto que as fotos devem ter sido modificadas), acabou por permitir a contratao de mtuo para a aquisio de um veculo automotor, tudo em nome do consumidor que havia tido seus documentos pessoais extraviados.

Ora, ao receber os dados para cadastramento e deferimento do pedido de compra parcelada do veculo, evidente que a prestadora deste servio deve cercar-se de todos os cuidados possveis para confirmar a veracidade das comunicaes do futuro responsvel pelo mtuo, sob pena de, no o fazendo, vir a ser responsabilizada no s pelo prejuzo de um no pagamento, mas tambm pelos danos que esta situao causa a terceiros.

Tendo sido comprovada a desdia do banco apelado no caso dos autos, nada mais correto do que a declarao de sua responsabilidade pelo aponte indevido de seu nome nos cadastros restritivos de crdito.

A jurisprudncia deste e. Tribunal unnime em reconhecer em casos como o em testilha, a existncia perfeita caracterizao dos danos anmico indenizveis, independentemente da comprovao dos danos materiais:

Entretanto, entende o apelante que o quantum arbitrado pelo d. Juzo de primeira instncia no atendeu, com a devida vnia, os critrios legais fixados para dar indenizao os caracteres pedaggicos, repressivos e preventivos, nem mesmo considerou com adequao a realidade financeira de cada parte em litgio.

6 Agravo ( 1 art. 557 do CPC) em Apelao Cvel n. 2008.006255-4, de Capital Relator: Carlos Prudncio rgo Julgador: Primeira Cmara de Direito Civil Data: 12/03/2009 Ementa: AGRAVO (CPC, ART. 557, 1). DESPACHO DO RELATOR QUE NEGA SEGUIMENTO APELAO CVEL MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE E EM CONFRONTO COM JURISPRUDNCIA J PACIFICADA NO TRIBUNAL DE JUSTIA. REQUISITOS DO ART. 557 PRESENTES. RECURSO NO PROVIDO. Submeter apreciao da Cmara matrias reiteradamente discutidas em oportunidades anteriores, cujo entendimento j est pacificado, implicaria evidente perda de tempo, dilao desnecessria da prestao jurisdicional e ofensa ao princpio da economia processual, motivo por que est o julgador, nesses casos, autorizado a fazer uso do procedimento previsto no art. 557 do Cdigo de Processo Civil, sem que se cogite em ofensa ao princpio do contraditrio ou ao duplo grau de jurisdio. PROCESSUAL CIVIL. CERCEAMENTO DE DEFESA. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. MATRIA COMPROVADA POR MEIO DE DOCUMENTOS. DESNECESSIDADE DE PRODUO DE OUTRAS PROVAS. PRELIMINAR AFASTADA. No procede a prefacial de nulidade da sentena por cerceamento de defesa, quando o processo encontra-se suficientemente instrudo, no havendo necessidade de se produzir prova em audincia. A regra inserta no art. 330, I, do Cdigo de Processo Civil clara, no se admitindo, na hiptese, a produo de provas inteis ou meramente protelatrias. Em se tratando de ao de INDENIZAO por dano moral, que tem como fundo matria essencialmente comprovada por meio de documentos, irrelevante para o deslinde da causa seria a produo de qualquer outro tipo de prova, especialmente a testemunhal (AC n. 2001.012659-1, Rel. Des. Carlos Prudncio, DJ de 17-3-2006). APELAO CVEL. INSCRIO INDEVIDA NOS RGOS DE PROTEO AO CRDITO. DANO MORAL CONFIGURADO. RECURSO NO PROVIDO. "A NEGATIVAO indevida nos rgo de restrio ao crdito, por si s, satisfaz a possibilidade de indenizao por danos morais, sendo o dano imagem, vertido na reao desgostosa suportada pela autora, fato comprobatrio dos danos sofridos, mormente quando h dificuldade no arbitramento dos danos materiais" (AC n. 2004.006135-8, Rel. Des. Carlos Prudncio, DJ de 9-1-2007). "Configura dano moral tanto a inscrio como a manuteno do nome do suposto devedor nos bancos de dados dos rgos controladores do crdito quando no houver dvida, independentemente de comprovao do prejuzo material sofrido pela pessoa indigitada ou da prova objetiva de abalo sua honra e sua reputao, porque presumidas as conseqncias danosas resultantes de tais fatos." (Apelao cvel n. 2004.010104-0) (AC n. 2006.003045-8, Desa. Maria do Rocio Luz Santa Ritta, DJ de 13-4-2007). entendimento cristalizado na jurisprudncia dos tribunais do Pas que, havendo a inscrio indevida do nome do devedor nos rgos de proteo ao crdito, aps o pagamento da dvida, est caracterizado o dano moral por abalo do crdito, independentemente de comprovao do prejuzo moral sofrido pela pessoa lesada, porquanto presumveis. (AC n. 2004.025329-0, Rel. Des. Joel Dias Figueira Jnior, DJ de 13-4-2007). 'QUANTUM' INDENIZATRIO. DEZ MIL REAIS. ENTEDIMENTO FIRMADO NO SENTIDO DE ARBITRAR EM VALOR APROXIMADO A CINQUENTA SALRIOS MNIMOS. PRETENDIDA MINORAO. IMPOSSIBILIDADE. "A indenizao por dano moral deve ser graduada de modo a coibir a reincidncia e obviar o enriquecimento da vtima. razovel a condenao em 50 (cinquenta) salrios mnimos por indenizao decorrente de inscrio indevida no SPC, SERASA e afins" (REsp. n. 295130, da Terceira Turma, Rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, DJU de 4-4-2005). "Deve o julgador, quando da fixao da condenao decorrente de danos morais com carter reparatrio, educativo e punitivo, sopesar a condio socioeconmica dos envolvidos, a intensidade da culpa despendida para o evento e a gravidade do dano acarretado. Trazendo esses critrios para o caso concreto, verificando a gravidade do dano, qual seja, o protesto do ttulo; as partes envolvidas, de um lado um banco e um escritrio de cobrana e do outro um gerente de informtica; e a intensidade da culpa para o evento - protesto de ttulo j quitado e a incluso na SERASA -, a indenizao do dano moral deve ser majorada para o equivalente a cinqenta salrios mnimos" (AC n. 2001.020954-3, Rel. Des. Carlos Prudncio, DJ de 31-5-2006). RECURSO MANIFESTAMENTE INFUNDADO. EXEGESE DO ART. 557, 2, DO CPC. APLICAO DE MULTA FIXADA EM 10% SOBRE O VALOR CORRIGIDO DA CAUSA. O agravante que interpe recurso de modo temerrio e/ou infundado fica sujeito pena de multa revertida em favor do agravado. Diante de tal conduta, nada mais justo do que se lhe impor o pagamento de multa, fixando-a em 10% (dez por cento) sobre o valor corrigido da causa, a teor do art. 557, 2, do Cdigo de Processo Civil.

Pelo entendimento j pacificado na Jurisprudncia desta e. Corte Revisora, tem-se que a existncia dos danos morais indenizveis no caso dos autos processuais inarredvel e a quantia da indenizao deve considerar que, de um lado da relao jurdica consumerista tem-se uma Instituio Financeira com patrimnio avaliado em milhes de Reais, e de outro, mero consumidor que, alm de ter tido seus documentos extraviados, ainda teve de amargar uma negativao advinda de compra realizada pela falsificao daqueles, apenas possvel pelo descuido e negligncia da apelada que no se certificou da veracidade das comunicaes repassadas pelos falsrios.

A quantia arbitrada no cumpre, assim, com seu carter educativo posto que o seu pagamento sequer suportado pela r que o toma por custo operacional de suas atividades e os repassa aos prprios consumidores.

Assim, o pequeno valor arbitrado na condenao acabar irremediavelmente frustrando o escopo de sua existncia, qual seja, impedir que o agressor volte a praticar atos lesivos a outros.

Ora Excelncias, toda a avaliao das provas carreadas aos autos processuais leva ao entendimento de que o valor da arbitrado para a condenao se mostrou extremamente reduzido e que nada significa para a Apelada, diante de seu poderio econmico.

Em situaes bastante semelhantes ao caso dos autos processuais encontra-se arbitramento em quantia mais adequada a se garantir que o carter pedaggico e repressivo sejam efetivamente alcanados, tendo-se em conta que no plo passivo desta lide encontra-se uma Instituio Bancria de considervel capacidade econmica para a qual o valor de R$ 4.000,00 no absolutamente nada comparado ao que vem recebendo (inclusive por meio de prticas abusivas como a combatida nesta ao), mensalmente.

O valor arbitrado no se mostra hbil a desestimular o ofensor reiterao, sendo fato notrio que esta mesma R originadora de um sem-nmero de aes que entulham o Poder Judicirio brasileiro. Assim, impe-se a reforma do decisrio para adequar o valor fixado na condenao aos termos de outros acrdos promachucados por este mesmo Tribunal:

APELAO CVEL. INDENIZAO. BUSCA E APREENSO. ALEGAO DE PAGAMENTO COM CHEQUE SEM FUNDOS REFUTADA EM PROCESSO QUE TRANSITOU EM JULGADO. ALIENAO DO BEM. PREJUZO CONFIGURADO. DEVER DE RESSARCIMENTO. (...) QUANTUM A INDENIZAR. CARTER REPARATRIO, EDUCATIVO E PUNITIVO. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. SITUAO ECONMICA DAS PARTES. AFERIO POR ARBITRAMENTO E VALORAO DO JUIZ. PRETENDIDA MINORAO. INADMISSIBILIDADE. VALOR FIXADO COM RAZOABILIDADE DIANTE DO CASO CONCRETO. Deve o julgador, quando da fixao da condenao decorrente de danos morais, sopesar a condio socioeconmica dos envolvidos, a intensidade da culpa despendida para o evento e a gravidade do dano acarretado. Transportando esses critrios para o caso em apreo, deve ser MANTIDO NO VALOR CORRESPONDENTE A 100 (CEM) SALRIOS MNIMOS, fixado na sentena, considerando as partes envolvidas, a gravidade da leso e as conseqncias advindas do ato lesivo. LITIG NCIA DE M-F. OFENSA AO ARTIGO 17, INCISOS I E VII, DO CDIGO PROCESSUAL CIVIL. APLICAO DA MULTA EM 1% E INDENIZAO EM 20% SOBRE O VALOR DA CAUSA. Age de m-f o banco que interpe recurso protelatrio, com intuito nico de adiar o cumprimento de sua obrigao. Diante de tal conduta temerria, nada mais justo do que se lhe aplicar a multa por litigncia de m-f, no percentual de 1% (um por cento), fixando-se o valor da indenizao em 20% (vinte por cento), ambos sobre o valor da causa, a teor do preceituado no art. 18 do Cdigo de Processo Civil. (Apelao Cvel n 2002.006623-6, 1 Cmara de Direito Civil do TJSC, Rel. Carlos Prudncio. unnime, DJ 12.05.2006).

QUANTUM INDENIZATRIO. CARTER REPARATRIO, EDUCATIVO E PUNITIVO. PECULIARIDADES DO CASO CONCRETO. AFERIO POR ARBITRAMENTO E VALORAO DO JUIZ. REDUO PARA O EQUIVALENTE A CEM SALRIOS MNIMOS. RECURSO PROVIDO EM PARTE. Deve o julgador, quando da fixao da condenao decorrente de danos morais com carter reparatrio, educativo e punitivo, sopesar a condio socioeconmica dos envolvidos, a intensidade da culpa despendida para o evento e a gravidade do dano acarretado. Transpondo esses critrios para o caso concreto, a indenizao do dano moral deve ser REDUZIDA PARA O EQUIVALENTE A CEM SALRIOS MNIMOS. (Apelao Cvel n 2003.001436-5, 1 Cmara de Direito Civil do TJSC, Rel. Carlos Prudncio. unnime, DJ 02.05.2006).

De interesse a deciso proferida nos autos processuais de Apelao Cvel n. 2001.000491-2, do d. Desembargador Salim Schead dos Santos cuja similitude com o caso dos autos, mutatis mutandis, demonstra critrio mais adequado a garantir a efetividade da reprimenda a fim de se mostrar instrumento adequado evitar a recidiva:

Apelao cvel

Nmero: 2001.000491-2

Des. Relator: Salim Schead dos Santos

Data da Deciso: 31/03/2005

Apelao cvel n. 2001.000491-2, de Indaial.

Relator: Des. Salim Schead dos Santos.

APELAO CVEL. AO DECLARATRIA. NULIDADE DO TTULO. DANO MORAL. INDENIZAO. RESPONSABILIDADE DAS PARTES. CONSIDERAO. VALOR EXCESSIVO. MINORAO.

1. Na fixao do quantum indenizatrio, deve-se considerar a contribuio de cada uma das partes para a ocorrncia do fato causador do dano moral.

2. "[...] o valor da indenizao do dano moral deve ser arbitrado pelo juiz de maneira a servir, por um lado, de lenitivo para o abalo creditcio sofrido pela pessoa lesada, sem importar a ela enriquecimento sem causa ou estmulo ao prejuzo suportado; e, por outro, deve desempenhar funo pedaggica e sria reprimenda ao ofensor, a fim de evitar a recidiva" (Apelao cvel n. 2000.016148-9, da Capital, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, j. em 1-4-2004).

Vistos, relatados e discutidos estes autos processuais de apelao cvel n. 2001.000491-2, da Comarca de Indaial (2a Vara), em que apelante/requerido adesivo Lojas Emerize Indstria Comrcio e Representaes de Confeces Ltda e apelado/requerente adesivo Aparecida Rodrigues:

ACORDAM, em Primeira Cmara de Direito Comercial, por votao unnime, conhecer dos recursos, dar parcial provimento ao pedido formulado na apelao, apenas para fixar o valor da indenizao em 50 (cinqenta) salrios mnimos e julgar prejudicado o recurso adesivo.

Custas na forma da lei.

I - RELATRIO:

Trata-se de apelao cvel interposta por Lojas Emerize Indstria Comrcio e Representaes de Confeces Ltda. em face de Aparecida Rodrigues, contra a sentena que, ao julgar procedente o pedido de declarao de nulidade de ttulo de crdito, condenou a r a pagar autora indenizao fixada em 70 (setenta) salrios mnimos, equivalentes, poca, a R$ 9.520,00 (nove mil, quinhentos e vinte reais), pelos danos morais decorrentes do protesto indevido de ttulo.

Requer, a r/apelante, a reduo do quantum indenizatrio (fls. 78-83).

A autora, por sua vez, recorre adesivamente para requerer que o valor da indenizao seja elevado para o equivalente a 100 (cem) salrios mnimos (fls. 87-91).

Contra-razes s folhas 92 a 95 e 102 a 107.

o relatrio.

II - VOTO:

1 - Insurgem-se, apelante e requerente adesivo, contra a sentena que, ao julgar procedente o pedido de declarao de nulidade de ttulo de crdito, condenou a r a pagar autora indenizao fixada em 70 (setenta) salrios mnimos, pelos danos morais decorrentes do protesto indevido de ttulo.

2 - Neste caso, alm da situao econmica das partes, para a fixao do valor da indenizao a ttulo de danos morais entendo devam ser consideradas, acima de tudo, as circunstncias componentes do caso concreto.

3 - certo que o estabelecimento comercial tinha o dever de verificar a quantia a ser cobrada antes de encaminhar o ttulo para cobrana e posterior protesto. Neste caso, a representante da loja admitiu que a compra teria sido efetuada sob valor de R$ 68,30 e que a nota levada a protesto, cujo valor por extenso foi preenchido posteriormente, possua o valor de R$ 368,30, o que torna o protesto do ttulo indevido ante a alterao do valor cobrado.

Nessa Corte, pacfico o entendimento no sentido de que o "protesto indevido de um ttulo e/ou a negativao incorreta de um nome em organismo de proteo de crdito so suficientes para a configurao do abalo moral, haja vista que uma simples suspeita em relao a credibilidade de uma pessoa j basta para por em risco o andamento de seus negcios, assim como para impedir seu acesso ao crdito. O dano moral decorre da prpria ilegalidade do ato, sendo presumido. Seus prejuzos so de ordem interna, ferindo a honra, a dignidade e demais virtudes de um ser humano, de carter puramente subjetivo e pessoal" (Apelao cvel n. 00.007768-2, de Otaclio Costa, rel. Des. Orli Rodrigues, j. em 30-11-2004).

Diante de tais fatos, no h dvida acerca da obrigao que tem o estabelecimento comercial de reparar os danos causados pelo protesto indevido do ttulo.

4 - Por outro lado, cabia cliente, como sua nica obrigao, pagar o dbito na data aprazada. No o fazendo, concorreu para o protesto, porque descumpriu a sua obrigao de pagar no prazo estipulado, razo pela qual tem, em parte, responsabilidade pelos fatos ocorridos.

5 - Assim, considerada a responsabilidade das partes, entendo excessivo o quantum indenizatrio fixado em 70 (setenta) salrios mnimos.

Isso porque compartilho do entendimento segundo o qual "o valor da indenizao do dano moral deve ser arbitrado pelo juiz de maneira a servir, por um lado, de lenitivo para o abalo creditcio sofrido pela pessoa lesada, sem importar a ela enriquecimento sem causa ou estmulo ao prejuzo suportado; e, por outro, deve desempenhar funo pedaggica e sria reprimenda ao ofensor, a fim de evitar a recidiva" (Apelao cvel n. 2000.016148-9, da Capital, rel. Des. Luiz Carlos Freyesleben, j. em 1-4-2004).

6 - Destarte, considerando a situao econmica das partes e a responsabilidade de cada uma delas para a ocorrncia dos fatos, e, ainda, a finalidade da condenao, meu voto no sentido de fixar o valor da indenizao em 50 (cinqenta) salrios mnimos, patamar este que segue a orientao recente da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justia.

Vejamos:

"Esta Corte, consoante entendimento pacfico, tem admitido a alterao do valor indenizatrio de danos morais, para ajust-lo aos limites do razovel, quando patente, como sucede na espcie, a sua desmesura. Tem sido de cinquenta salrios mnimos a indenizao por danos morais, resultante de situaes semelhantes como a inscrio inadvertida em cadastros de inadimplentes, a devoluo indevida de cheques, o protesto incabvel de cambiais, etc." (RESP 681753/SP, rel. Ministro Fernando Gonalves, DJ 13-12-2004, p. 376).

7 - Ante o exposto, meu voto no sentido de conhecer dos recursos, dar parcial provimento ao pedido formulado na apelao, apenas para fixar o valor da indenizao em 50 (cinqenta) salrios mnimos e julgar prejudicado o recurso adesivo.

III - DECISO:

Nos termos do voto do relator, a Cmara, por unanimidade, decidiu conhecer dos recursos, dar parcial provimento ao pedido formulado na apelao, apenas para fixar o valor da INDENIZAOEM 50 (CINQENTA) SALRIOS MNIMOS E JULGAR PREJUDICADO O RECURSO ADESIVO.

Participou do julgamento, com voto vencedor, o Excelentssimo Desembargador Ricardo Fontes.

Florianpolis, 31 de maro de 2005.

Salete Silva Sommariva

PRESIDENTE COM VOTO

Salim Schead dos Santos

RELATOR

ISTO POSTO

Requer-se seja recebido o presente Recurso de Apelao para, reformando-se parcialmente a deciso aumentar o quantum arbitrado a ttulo de indenizao por danos morais, que se mostra incondizente com os caracteres punitivos, pedaggico e repressivo da medida, assim como inadequado aos montantes costumeiramente adotados em decises anteriores proferidas por esta e. Corte em situaes anlogas.

Pede Deferimento,