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Curso de Formação de Agentes Penitenciários Módulo 07- Rotinas e Procedimentos Administrativos Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências Módulo 07- Rotinas e Procedimentos Administrativos Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

Módulo 07- Rotinas e Procedimentos Administrativos

Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

APRESENTAÇÃO Esta disciplina visa levar o Agente de Segurança Penitenciária a expandir seus conhecimentos dentro do Sistema Prisional, fazendo-o perceber a importância de se ter uma visão macro da Unidade onde trabalha e do Sistema como um todo. Dessa forma, sua percepção em relação aos setores atuantes que formam os estabelecimentos prisionais, e que se comunicam e se ajudam no processo de ressocialização do preso, função principal e nobre do encarceramento, alcançará níveis de responsabilidade e cumplicidade com o todo, e será capaz de lhe proporcionar facilidades e melhorias na maneira de como conduzir suas atividades. Buscaremos trabalhar o entendimento sobre as normas que organizam as atividades dos diversos setores das Unidades e da SERES, presentes em seus Manuais ou contidas em algum instrumento normativo legal. Além disso, esta disciplina capacitará o Agente na formulação de “ocorrências”, que é um eficaz, necessário e obrigatório instrumento de transparência dos fatos ocorridos durante o expediente, em observância aos princípios da legalidade e da motivação.

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RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS E PROCEDIMENTOS LEGAIS DOS SETORES JURIDICOS DAS UNIDADES DA SERES

O Setor Jurídico, existente em cada Unidade Prisional de pequeno, médio e grande porte de Pernambuco, além das três Gerências Regionais Prisionais, é responsável por oferecer aos presos que não têm condições financeiras para constituir advocacia particular, uma assistência jurídica gratuita e eficiente, conforme previsto nos art. 15 e 16 da nº 7210/84 - Lei de Execução Penal.

Art. 62, § 2º - “A assistência jurídica ao preso provisório e ao submetido à prisão civil ou administrativa, que não dispuser de recursos para constituir advogado, incumbe ao serviço de assistência jurídica do Estado, cabendo ao serviço jurídico do Sistema Penitenciário somente a assistência ao sentenciado, na forma do disposto no Capítulo IV deste título”.

(Código Penitenciário do Estado de Pernambuco)

O Setor Jurídico consta em sua estrutura organizacional com a figura do Apoio Jurídico, que é o Agente de Segurança Penitenciária responsável pelo Setor, e dos Assessores Jurídicos, que são os advogados contratados para prestar assistência jurídica na Unidade.

Tanto os Apoios Jurídicos quanto os Assessores Jurídicos são subordinados administrativamente ao Gerente da Unidade onde se encontram lotados, e tecnicamente à Gerência Técnica Jurídica Penal. O Jurídico é, de longe, o setor mais procurado pelos presos, dentro das Unidades. Isso se dá, principalmente, porque a liberdade é o desejo que mais permeia a mente dos encarcerados, colocando esse setor no rol de maior importância, visto que é ali que todos os pedidos de benefícios são elaborados. Como o número de advogados trabalhando nas Unidades está abaixo da expectativa de demanda, e a população carcerária pernambucana é formada por presos de baixa renda, que não têm condições financeiras para constituir um advogado particular, esse Setor acaba por se configurar como o maior recebedor de solicitações de atendimento, e é onde os servidores acabam por absorver uma carga maior de atribuições. O ATENDIMENTO AO PRESO E À FAMÍLIA DO PRESO: O atendimento ao preso se dará, de preferência, no Parlatório da Unidade. Porém, é comum esses presos serem atendidos no próprio Setor Jurídico. As particularidades de cada estabelecimento prisional ditarão a melhor maneira de cumprir a legislação, sendo indispensável uma autorização para que o preso possa sair da sua cela, ou do setor onde

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trabalha, para ser atendido. Em relação aos familiares dos presos, esses deverão ter seus atendimentos realizados no próprio Setor Jurídico. A Secretaria Executiva de Ressocialização, através de sua Superintendência de Capacitação e Ressocialização, autoriza a celebração de Convênios de Estágios entre a SERES e as instituições de ensino superior. Os alunos estagiários também fazem parte do quadro de pessoal do Setor Jurídico, mesmo tendo suas atribuições restritas à sua condição de estagiário. Atualmente, os advogados lotados nas unidades prisionais de Pernambuco são contratados em regime temporário, e devem cumprir a carga horária de 30 horas semanais. Os advogados recebem na SERES a nomenclatura de assessores jurídicos, e foram contratados para desenvolver as seguintes atividades: verificação da legalidade do recolhimento do assistido; impetração de “Habeas-Corpus”; conhecimento da Lei de Execuções Penais para requerimento e acompanhamento de pedidos de Livramento Condicional, Saídas Temporárias, Transferências entre Unidades Prisionais, Trabalho Externo, Indulto, Comutação de Pena, Anistia, Graça, Progressão de Regime, Unificação de Penas, Revisão Criminal, Remição de Pena e outros incidentes ou benefícios; promoção de diligências relativas ao cálculo de pena e à expedição de alvarás de soltura; promoção de defesa do assistido junto ao Conselho Disciplinar; interposição de recursos; adoção de outras medidas pertinentes no sentido de assegurar os direitos do assistido; acompanhamento dos requerimentos junto às Varas de Execuções Penais; Acompanhamento de audiências e inspeções realizadas pelos Juízes no interior das Unidades Prisionais; diligenciar nas diversas Varas Criminais no sentido de obter documentações, certidões, mandados de prisão e informações processuais; outras atividades.

De acordo com as orientações contidas no Manual de Orientação do Assessor Jurídico, cabe ao assessor jurídico da SERES a promoção da defesa e dos legítimos interesses dos sentenciados. Deve o assessor esgotar todas as fontes de informações (INFOSEG/IITB/TJPE/DPPOL), pesquisando a real situação jurídica do preso antes de formalizar benefícios em execução penal, procedendo à atualização dos dados jurídicos no SIC e anexando ao pedido todos os documentos necessários (FAC do IITB, SIC atualizados, Atestado de Conduta Carcerária, Carta de Guia, declaração de dias trabalhados ou de estudo, etc.).

RELATÓRIO DE CONTROLE JURÍDICO-PENAL O preenchimento desse relatório é diário e manual, constituindo-se numa importante ferramenta de trabalho, que permitirá o controle das atividades executadas ou a executar pelo assessor. Os dados devem ser atualizados diariamente (paralelamente ao trabalho do assistente jurídico), na medida em que forem realizados e até o último dia do mês de referência, e de preenchimento e entrega mensais obrigatórios para todos os assessores jurídicos. Todos os dados apresentados serão passíveis de controle e inspeção, sendo obrigatório arquivar nas respectivas pastas carcerárias as cópias de todas as petições jurídicas feitas em favor dos presos.

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AGILIZAÇÃO DOS PROCESSOS PERANTE AS VARAS DAS EXECUÇÕES PENAIS Os Juízes das Varas de Execuções Penais têm como meta a realização de audiências nas

unidades prisionais. Uma vez agendadas essas audiências, os assessores jurídicos prepararão a pauta de audiência a se realizar na Unidade, nas datas previstas pela secretaria da Vara, relacionando todos os presos com filiação, número do processo tombado na vara, número da Carta de Guia das Execuções Penais e/ou pedidos protocolados, em andamento, ou seja: com pareceres do Ministério Público, ou mesmo, para ser apreciado na hora da audiência, ou para que possibilite ao detento-paciente falar com o Juiz.

AS VEDAÇÕES É vetado ao assessor jurídico da SERES exercer suas funções de advogado de forma privada dentro da Unidade onde está lotado, estando passível de ter seu Contrato rescindido, caso descumpra essa norma. Também não é permitido ao preso trabalhar no Setor Jurídico ou na Penal, sendo sua permanência nesses Setores autorizada de forma temporária, notadamente para realizar serviços de limpeza e higiene ou outra atividade extraordinária que não tenha ligação alguma com a atividade fim do setor, e que apresente seu caráter estritamente transitório. PRINCIPAIS DOCUMENTOS TRABALHADOS NO SETOR Os principais documentos que saem do Setor Jurídico são: OFÍCIOS: Na maioria das vezes, a expedição de ofícios tem a finalidade de solicitação de informações processuais nas Varas Criminais, ou requerimento de envio das Cartas de Guia e Sentenças de processos julgados. Também se expedem ofícios para informar sobre fugas ou evasões das Unidades, entre outros motivos. PARECER JURÍDICO: Geralmente esse Parecer é dado como reforço à legalidade da “transferência” do preso para outra Unidade. PETIÇÕES: Trata-se de pedidos de benefícios diversos, feitos aos juízes de Execuções Penais ou aos juízes processantes. PAUTA DE AUDIÊNCIA: A confecção e a expedição desse documento demandam muito trabalho por parte dos servidores do Setor. Porém, a audiência é um evento que se constitui num instrumento que transmite uma expectativa muito positiva dentro da Unidade, visto que é a oportunidade de o preso ter seu pedido de benefício apreciado e, muitas vezes, julgado pelo Juiz da Execução, no estabelecimento, naquele dia. Dessa forma, a audiência mexe com a rotina de toda a Unidade, merecendo da Segurança uma atenção especial.

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O Setor de Registro e Movimentação Carcerária tem por objetivo a organização e a manutenção dos prontuários penitenciários, de maneira a permitir as medidas necessárias ao cumprimento das determinações judiciais e do Conselho Penitenciário; a manutenção do cadastro da população penitenciária; o registro e a movimentação dos presos, e a manutenção e a atualização do SIC/INFOPEN.

A Supervisão de Registro e Movimentação tem atribuições de planejar, apoiar e controlar as ações desenvolvidas pela equipe, avaliando, aprimorando a qualidade dos registros de documentos, dos cadastros no sistema informatizado (SIC) e da movimentação dos presos da Unidade, zelando por tudo e ofertando suporte aos setores que dependem das informações carcerárias atualizadas, notadamente a área jurídica e de segurança. DA EXPEDIÇÃO E AUTENTICAÇÃO DE DOCUMENTOS: Em todo documento oficial que sair do Setor de Registro e Movimentação deve, obrigatoriamente, constar a assinatura do Supervisor daquele setor, como também a assinatura do Gerente ou Chefe da unidade prisional. Em caso de ausência de algum ou dos dois responsáveis imediatos, assinarão seus respectivos substitutos. Os principais documentos expedidos ou autenticados pela Supervisão de Registro e Movimentação, também denominada de Setor Penal, são: ALVARÁ DE SOLTURA: Tratando-se de alvará de soltura, deverão constar em seu verso as assinaturas do Gerente ou Chefe da Unidade, do Chefe do Setor de Registro e Movimentação Carcerária, do Chefe de Segurança e do Chefe do Plantão, ou de seus respectivos substitutos, além da assinatura do preso favorecido, atestando o recebimento de sua via. Deve-se atentar às instruções contidas na Resolução do CNJ, nº 108/2010, de 06 de Abril de 2010. ATESTADO DE RECOLHIMENTO: Documento que atesta o tempo de encarceramento do preso na Unidade. Geralmente esse documento é solicitado pelo preso ou por sua família, com intuito de receber o benefício do Auxílio Reclusão, junto ao INSS. Seu prazo de validade é de Três meses, sendo renovado a cada igual período, quando solicitado. ATESTADO DE CONDUTA: Como o próprio nome sugere, trata-se de um documento expedido pela SRM, onde se atesta o comportamento do preso na Unidade. Esse documento é solicitado, geralmente, pelos advogados (da Unidade ou particular), pela Defensoria Pública, pelo Ministério Público, ou pelos juízes da execução ou processantes, e tem por finalidade compor o rol de documentação exigida para concessão de benefícios jurídicos.

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ASSENTAMENTO CARCERÁRIO: É um documento extraído do Sistema de Informações Carcerárias – SIC, onde se encontram resumidos os dados processuais, o histórico de movimentação do preso no Sistema Prisional; os dados pessoais; a tipologia criminal; a dosimetria e o regime de cumprimento da pena; as anotações de faltas cometidas e de elogios recebidos, além de sua identificação carcerária.

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS DO SETOR DE LABORTERAPIA DAS UNIDADES DA SERES

À Gerência de Educação e Qualificação Profissionalizante compete: Executar planejamentos, organizar, dirigir e formular políticas e diretrizes relacionadas com a escolarização e capacitação profissionalizante, cultural, artística, ocupacional e laboral do preso, do sentenciado e dos internos submetidos à medida de segurança, através de metodologias modernas, eficientes e eficazes, buscando apoio e parcerias sistemáticas da Secretária de Educação do Estado, Municípios e entidades especializadas, além de promover palestras e eventos que escoem e promovam a valorização profissionalizante, a elevação da qualidade educacional e do nível intelectual dos presos, sentenciados e dos internos submetidos à medida de segurança da SERES.

Na escolha do trabalho, devem ser consideradas as capacidades física e intelectual, as aptidões profissionais e as aspirações do preso, bem como a duração da medida a cumprir, as atividades anteriormente exercidas, aquelas a que possa dedicar-se após a soltura e a influência que o trabalho possa exercer em sua reinserção social.

Não podem ser atribuídas ao preso tarefas que possam atentar contra sua dignidade humana, devendo ser observadas condições de higiene, segurança e proteção contra acidentes de trabalho.

O trabalho não pode ter duração diária superior a oito horas, e é garantido o descanso semanal e em dias feriados DO BANCO DE MÃO DE OBRA CARCERÁRIA – (BMC): O Banco de Mão de Obra Carcerária constitui uma planilha onde se registrarão informações da população carcerária que exerce alguma atividade laboral ou de presos candidatos ao exercício de atividades laborais, que se encontram cumprindo pena sob custódia ou tutela da SERES, em Estabelecimentos Penais de Pernambuco. Os estabelecimentos prisionais do Estado de Pernambuco deverão cadastrar no Banco de Mão de obra Carcerária todo preso que exerce atividade laboral remunerada ou é candidato a uma vaga para tal exercício.

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DO PROVIMENTO DE VAGA: O provimento de vaga por sentenciados ou sumariados se dará, observando-se a sequência do número de inscrição do Banco de Mão de Obra Carcerária, vetando-se quaisquer desvios, salvo quando a relevância da habilidade profissional declarada seja evidente, e mediante informação à Gerencia de Educação e Qualificação Profissionalizante. DO TRABALHO: A realização das tarefas de laborterapia deverá contemplar as atividades profissionalizantes, visando colaborar com a inserção ou o retorno do preso à sociedade.

O Apoio Técnico de Laborterapia da Unidade Prisional deverá promover as avaliações periódicas de cada preso que trabalha. A periodicidade para as avaliações propostas deve considerar a tipificação penal, função e setor de trabalho do interno e/ou os resultados do exame criminológico expedido pelo Centro de Observação e Triagem do Estado. Sendo a primeira avaliação periódica com noventa dias após início das atividades de trabalho do interno. DA REMUNERAÇÃO E DA REMIÇÃO: Os sumariados, sentenciados e internos submetidos à medida de segurança da SERES têm garantido, pelo exercício do trabalho, remuneração com pelo menos três quartos do salário mínimo vigente, conforme preceitua o Art.29 da Lei 7.210/84, salvo, quando existirem portarias das VEP’s específicas para tal assunto. Para efeito de remição de pena por dias de trabalho, a Lei de Execução Penal nº 7.210/84 diz em seu art. 126, § 1º, que “A contagem do tempo para o fim deste artigo será feita à razão de um dia de pena por três de trabalho”. Em Pernambuco se usa, também, a remição por dias de estudos, tendo sido aceito pacificamente pelos juízes de Execuções Penais o parâmetro de remição de um dia de pena, por cada 20 horas estudadas. O TRABALHO EXTERNO: Os presos dos regimes semiaberto e aberto poderão trabalhar fora da unidade prisional em que estejam recolhidos, bastando para isso apresentarem a Carta de Emprego da empresa contratante, além de se submeterem aos requisitos internos da Unidade e terem seus pedidos deferidos pelo Juiz da Execução. Os sentenciados que realizam trabalho externo são fiscalizados pelo Apoio Técnico de Laborterapia da Unidade Prisional, que deve, periodicamente, realizar visitas aos estabelecimentos em caráter de amostragem, num total de vinte por cento dos estabelecimentos escolhidos aleatoriamente, não devendo repetir-se tal sorteio até se perfazer um total de cem por cento, a não ser que haja algum indício ou solicitação que motive nova visita. CERTIDÃO DE DIAS TRABALHADOS/ESTUDADOS: É um documento expedido pelo Setor de Laborterapia ou pelo Setor de Educação da Unidade, onde constam informações a- cerca das atividades desenvolvidas pelo preso, o cargo exercido, a carga horária de trabalho ou de estudo, a quantidade de dias laborados ou de horas estudadas e outras informações necessárias, que irão nortear o juiz da Execução Penal, quando da concessão da Remição de Pena.

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RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS DO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP

A implantação dos Procedimentos Operacionais Padrão – POP tem por objetivo aumentar o controle interno e a fiscalização nas unidades prisionais do Estado de Pernambuco. O conhecimento dos aspectos básicos relacionados à segurança e à disciplina permitirá ao servidor penitenciário, sempre que possível, antecipar, prevenir e/ou resolver situações de crise através da negociação e do diálogo, nos marcos da lei e do respeito pelos direitos humanos. Num clima de diálogo e respeito mútuos, a disciplina opera através da interiorização da necessidade do respeito à norma, e não através da coerção. Para tanto, é necessário que o servidor esteja capacitado para atuar de acordo com as previsões legais, seguindo rotinas e procedimentos operacionais que reduzam o espaço para a discricionariedade e o improviso na gestão do cotidiano nas prisões. O parâmetro norteador desses procedimentos deve ser o respeito aos direitos humanos fundamentais do preso e a preservação da dignidade e da segurança de todos os envolvidos com o ambiente carcerário. Considerando que é um contrassenso o servidor assumir seu serviço, tão importante, disposto a tomar atitudes improvisadas ou ficar na expectativa dos acontecimentos, sem ter em mente a sequência de ações que deverá desenvolver no surgimento de determinada situação, os Procedimentos Operacionais Padrão - POP norteiam o servidor penitenciário quanto aos procedimentos que devem ser adotados, visando proporcionar condições adequadas para evitar ocorrências que possam resultar em risco para os diversos servidores e presos, bem como a fuga de detentos e prejuízos para o patrimônio público. DO POSTO DE PERMANÊNCIA: É o local em que se inicia o fluxo de pessoas e objetos de toda sorte, durante o expediente das unidades prisionais. Nesse posto, os Agentes Penitenciários dão o primeiro atendimento a quem chega, fazem a primeira triagem e dispensam quem não tenha motivo legítimo para entrar na área interna da Unidade Prisional. Os Agentes Penitenciários designados para esse setor devem prezar pela apresentação pessoal, ser experientes e orientados a dispensar trato absolutamente cordial e respeitoso em relação aos visitantes de internos e visitantes em geral dos estabelecimentos penitenciários, bem como estar preparados para agir com rapidez e eficiência nos casos de fugas ou de invasão, fazendo de imediato as comunicações cabíveis.

A equipe do controle do portão deverá trabalhar portando armas de fogo (arma curta), devendo um dos componentes estar munido de arma de fogo operacional (arma longa), em condições de rechaçar eventual tentativa de resgate de presos.

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DA TOTALIDADE: A totalidade consiste na contagem de todos os detentos recolhidos na Unidade Prisional, devendo ser efetuada, no mínimo, duas vezes ao dia: quando da passagem de serviço e quando do recolhimento de todos os detentos a seus respectivos pavilhões.

DA REVISTA GERAL: A revista geral tem por objetivo detectar possíveis irregularidades nas celas, tais como escavação de túnel, apreensão de objetos de porte e uso não permitido. A coordenação dessa atividade é da Gerência de Operação e Segurança – GOS, e pode ser realizada em qualquer Unidade, a qualquer dia, respeitando as particularidades de cada estabelecimento prisional e o aval da autoridade competente. DAS SITUAÇÕES DIVERSAS: Nas unidades prisionais acontecem situações inesperadas ou inusitadas, as quais exigem dos profissionais de segurança conhecimento e preparação para lidar com essas situações atípicas.

As situações emergenciais podem ser divididas em:

I – Situação Normal; e

II – Situação de Emergência.

A Situação Normal acontece quando há um efetivo controle da situação da unidade prisional, por parte da Direção.

A Situação de Emergência acontece quando surge uma ou várias ocorrências imprevistas, que exijam ações imediatas e medidas especiais, com o objetivo de controlar a situação, são elas:

I - tentativa de fuga - quando um ou mais detentos chegam, com ou sem meios, até a muralha, ultrapassando-a ou não, sem, todavia, sair das vistas da guarda externa.

II – fuga - quando um ou mais detentos, com ou sem meios, chegam até a muralha e a ultrapassam, saindo das vistas da guarda externa;

III - levante, motim ou rebelião - ocorre quando os detentos se amotinam para perturbar a ordem ou a disciplina da unidade prisional. É um movimento coletivo de rebeldia, desordem e indisciplina, que obedece a um fim comum. É convencionado que, no motim e no levante, os detentos ficam agrupados, enquanto na rebelião ficam dispersos;

V – incêndio - ocorre quando o fogo escapa ao controle normal da guarda prisional. Pode ser acidental ou provocado. Em qualquer das situações, traz sérios problemas aos responsáveis pela Segurança, em decorrência das providências a serem tomadas, tais como: debelar o fogo, salvar vítimas, manter maior vigilância para evitar fuga e socorrer os feridos;

VI - ações externas - são praticadas na área externa da unidade prisional, destinadas a propiciar ou facilitar a fuga de detentos ou dirigidas contra as instalações ou contra pessoas.

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

Quando a tentativa de fuga é feita com reféns, a guarda interna ou externa, em nenhuma hipótese, deverá permitir a saída de detentos, mesmo com reféns, devendo usar, incontinenti, dos meios legais postos pelo Estado (armas, munições, viaturas) para evitar que atinjam a área externa;

DAS REBELIÕES: Entende-se por rebelião um ato de revolta coletiva de presos recolhidos em uma unidade prisional, com ou sem lideranças, que acarretem prejuízos materiais e/ou humanos.

A rebelião pode ter os seguintes níveis e conceitos:

I - Nível Um - tumulto ou turba de pequenas proporções, controlado pela própria Direção da Unidade, com o apoio dos Agentes de Segurança Penitenciária e Policiais Militares de serviço, na Unidade;

II - Nível Dois - tumulto ou turba não controlado pela Direção, havendo ou não detentos feridos ou mortos, e a solução exija apoio específico (Grupo tático e/ou Grupo de Negociação);

III - Nível Três - tumulto ou turba não controlado pela Direção, com detentos feridos, mortos e com reféns, que exija acionamento de meios e outros segmentos dos órgãos de segurança pública;

IV - Nível Quatro - tumulto não controlado pela Direção, com detentos feridos, mortos e com reféns, caracterizado ainda por ações generalizadas, que, para sua solução, exija o emprego de recursos do nível três e outros, inclusive exóticos (altamente especializados).

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS

DO REGIMENTO INTERNO PADRÃO

O objetivo desse Regimento Interno é padronizar ao máximo as ações e relações humanas e profissionais existentes dentro das unidades prisionais do Estado de Pernambuco, sempre em sintonia com a Lei 7.210 de 11/07/1984 – LEP - e com os princípios que regem os direitos humanos.

As condições de higiene, saúde, educação, trabalho, respeito à dignidade humana e outras tantas ações indispensáveis à ressocialização do indivíduo infrator devem ser sempre buscadas e preservadas neste Regimento. Não menos necessárias e indispensáveis devem ser as condições de trabalho oferecidas ao quadro de funcionários, o respeito ao princípio da autoridade e demais condições essenciais ao bom desempenho de suas atividades profissionais em cada Unidade Prisional deste Estado, como também os direitos e garantias que devem ser dispensados aos visitantes, autoridades e familiares dos presos.

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Por fim, o princípio, hoje internacionalmente aceito nesse domínio, nos conduz a elaborarmos um regulamento onde os direitos individuais sejam amplamente respeitados e que a disciplina e o princípio da autoridade sejam sempre tidos como elementos fundamentais para o processo de reinserção do preso na sociedade.

DA FINALIDADE DA EXECUÇÃO: As unidades prisionais do Estado de Pernambuco são destinadas ao recolhimento de presos e internados em regimes fechado, semiaberto e aberto, este último sob a responsabilidade do Patronato, parte integrante do Sistema Penitenciário deste Estado, constituindo-se em estabelecimentos penais, conforme a Lei 7.210 de 11 de julho de 1984.

Às Penitenciárias, Presídios, Cadeias Públicas, Centro de Ressocialização, Penitenciárias Agrícola, Industrial ou Similar, o Centro de Observação e Triagem, o Patronato e o Hospital de Custódia e Tratamento ligados ao Sistema Penitenciário de Pernambuco, tendo por objetivo dar cumprimento às decisões judiciais de privação de liberdade, nos termos do Código Penitenciário do Estado Pernambuco, compete:

I - a segurança e a custódia das pessoas de sexo feminino ou masculino, obedecendo à individualização dos gêneros que se encontram recolhidos no estabelecimento por decisão judicial, pelo período da respectiva pena e o regime discriminado;

II - a segurança e a custódia dos presos e internados que esperam decisão judicial (sumariados);

III - a promoção da reintegração social do preso e interno e o zelo pelo seu bem-estar, através de profissionalização, educação, prestação de assistência jurídica, psicológica, social, médica, odontológica, religiosa e material;

IV - a prestação de assistência à gestante, à parturiente e aos menores de até seis meses, filhos das internas desamparadas, de acordo com o artigo 89 da Lei 7210/84;

V - a prestação de assistência social aos familiares do preso;

VI - outras atividades correlatas.

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL PADRÃO DAS UNIDADES PRISIONAIS: A estrutura organizacional básica das unidades prisionais se apresenta da seguinte maneira:

NÍVEL DE ADMINISTRAÇÃO – abrange a parte administrativa da Unidade Prisional, e está organizada da seguinte forma:

I - Gestão da Unidade;

II - Conselho Disciplinar – CD;

III - Comissão Técnica de Classificação – CTC.

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NÍVEL DE EXECUÇÃO – abrange a parte operacional da Unidade, e está estruturada da seguinte maneira:

I - Supervisão de Registro e Movimentação Carcerária, que mantém em sua estrutura as seguintes áreas:

a) Área de Atendimento;

b) Área de Arquivo;

c) Área de Informática;

d) Área de Apresentação.

II - Supervisão de Segurança, que detém:

a) a Área de Disciplina; e

b) os Plantões.

III - Supervisão de Laborterapia, que absorve:

a) Área de Atendimento e Cadastramento;

b) Área de Acompanhamento dos Trabalhos Realizados na Unidade Prisional, interno e externo, externamente com o apoio do Setor de Segurança, conforme Procedimento Operacional Padrão - POP da Secretaria;

c) Área de Apoio de Produção e Qualificação.

IV - Supervisão Administrativa – dividida em:

a) Área de Finanças e Planejamento;

b) Área de Administração e Recursos Humanos.

V - Divisões de Apoio Técnico – divididas em:

a) Apoio de Nutrição (Aprovisionador);

b) Apoio Jurídico;

c) Apoio Psicossocial;

d) Apoio de Saúde;

e) Apoio Pedagógico.

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§ 3º NÍVEL DE SEGURANÇA EXTERNA – trata da parte de segurança externa, e está organizada da seguinte forma:

I - Polícia Militar – que compreende:

a) a vigilância das muralhas; e

b) o apoio à guarda interna.

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS

DO SETOR DE PSICOLOGIA, ASSISTÊNCIA SOCIAL, SAUDE E NUTRIÇÃO

DO SETOR PSICOSSOCIAL: Existe, em cada Unidade, um setor psicossocial, o qual é responsável pelo atendimento psicológico e assistencial ao preso.

O PAPEL DO PSICÓLOGO: Compreender os sujeitos em sua totalidade histórica, social, cultural, humana e emocional; promover práticas que potencializem a vida em liberdade, de modo a construir e fortalecer dispositivos que estimulem a autonomia e a expressão da individualidade dos envolvidos no atendimento; construir dispositivos de superação das lógicas maniqueístas que atuam na instituição e na sociedade, principalmente com relação a projetos de saúde e reintegração social; atuar na promoção de saúde mental, a partir dos pressupostos antimanicomiais, tendo como referência fundamental a Lei da Reforma Psiquiátrica, Lei n° 10.216/2001, visando a favorecer a criação ou o fortalecimento dos laços sociais e comunitários e a atenção integral (Texto extraído da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 009/2010).

Atendimento Psicológico: O papel do psicólogo dentro das unidades prisionais é de extrema importância, tanto por seu caráter “distencionador”, quanto pelo acompanhamento dado ao preso, no sentido de fazê-lo refletir sobre suas atitudes e levá-lo a ressignificar seus atos infratores. Assim sendo, o psicólogo tem a função nobre de levar o preso a compreender o significado da pena que lhe foi imposta, e assim conduzi-lo a aceitar as sanções que lhe foram aplicadas por lei, acatando-as e tirando delas as lições necessárias para seu processo de ressocialização. O papel do psicólogo, dentro do Sistema Prisional, deve ser executado de forma interdisciplinar, de modo que todos os atores participem ativamente do processo de recuperação e ressocialização do sujeito encarcerado.

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DO SETOR DE ASSISTÊNCIA SOCIAL: A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o paciente e prepará-lo para o retorno à liberdade. O Assistente Social promove o restabelecimento e a preservação do vínculo familiar entre o preso e seus familiares, com as diligências periódicas de investigação de afinidades; e promove a orientação do assistido na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar seu retorno à liberdade.

O sigilo protegerá o atendimento em tudo aquilo que o profissional ouve, vê ou de que tem conhecimento como decorrência do exercício da sua atividade profissional.

São vedados aos técnicos citados:

I – adulterar resultados, fazer declarações falsas e dar atestados e pareceres sem a devida fundamentação técnico-científica;

II – estabelecer com a pessoa do atendido relacionamento que possa interferir negativamente nos objetivos do atendimento e na fundamentação do resultado produzido.

DO SETOR DE NUTRIÇÃO: É o setor responsável por programar e adequar o cardápio básico à realidade de cada unidade prisional. Também cabe a esse setor, entre outras, a função de supervisionar todas as Unidades, no que diz respeito às condições de higiene (vigilância sanitária) das matérias-primas (gêneros alimentícios), pessoal auxiliar (manipuladores) equipamentos/utensílios /área física e segurança do trabalho.

O estabelecimento prisional deve fornecer ao preso, nos termos e a horas determinadas, refeições adequadas à cultura da comunidade em que se insere e em quantidade e qualidade suficientes.

O preso pode adquirir, na cantina do estabelecimento, gêneros alimentícios, tabaco e produtos ou objetos úteis para sua higiene pessoal, bem como outros produtos a serem definidos no Regimento Interno da Unidade, designadamente objetos de papelaria, necessários à sua correspondência, conforme Portaria Nº. 171/2006 de 30/11/2006 da Secretaria Executiva de Ressocialização.

DO SETOR DE SAÚDE: Como o próprio nome já sugere, esse setor faz cumprir a Lei de Execução Penal em seu art. 11, II. As Unidades dispõem de médicos clínicos, ginecologistas (unidades femininas), psiquiatras, dentistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos e terapeutas ocupacionais.

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS DA GERÊNCIA DE INTELIGÊNCIA E SEGURANÇA ORGÂNICA - GISO

A Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica – GISO foi criada através do Decreto Estadual nº 30.847, de 01 de outubro de 2007, que regulamentou Lei nº 13.241, de 29 de maio de 2007, e criou o Sistema Estadual de Inteligência de Segurança Pública do Estado de Pernambuco – SEINSP.

O Sistema Estadual de Inteligência de Segurança Pública do Estado de Pernambuco - SEINSP é constituído por um conjunto de agências de inteligência voltadas para o exercício permanente e sistemático de ações especializadas na produção e na salvaguarda de conhecimentos necessários para prever, prevenir e reprimir atos delituosos de qualquer natureza ou relativos a outros temas de interesse da segurança pública e da defesa social no Estado de Pernambuco.

O SEINSP tem por finalidade o assessoramento à atividade de segurança pública e defesa social e a formulação das respectivas políticas, dando maior efetividade às suas ações estratégicas, tático-operacionais e de proteção do conhecimento, dentro do princípio da legalidade, respeitando as atribuições e limites constitucionais de cada órgão e a Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública – DNISP. O SEINSP é integrado pelos seguintes subsistemas e correspondentes Agências Centrais de Inteligência, como membros efetivos:

I- Subsistema de Inteligência de Segurança Pública da Polícia Civil do Estado de Pernambuco – SISPPOC, cuja Agência Central é a Unidade de Inteligência Policial – UNINTELPOL (PC/PE);

II – Subsistema de Inteligência da Polícia Militar – SIPOM, cuja Agência Central é a Segunda Seção do Estado-Maior Geral da Polícia Militar (PM2/PMPE);

III - Subsistema de Inteligência do Sistema Prisional - SISPRI, cuja Agência Central é a Gerência de Inteligência e Segurança Orgânica – GISO (SERES/PE);

IV - Subsistema de Inteligência do Corpo de Bombeiro - SICOB, cuja Agência Central é a Segunda Seção do Estado-Maior Geral do Corpo de Bombeiros Militar (BM2/CBMPE/SDS);

V - Subsistema de Inteligência da Casa Militar - SICAMIL, cuja Agência Central é a Coordenadoria de Inteligência da Casa Militar (CINT/CAMIL/PE);

VI – Unidade de Inteligência da Corregedoria Geral - UNICOR/SDS.

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

As ligações entre os Núcleos de Inteligência e as Agências Centrais dos Subsistemas são feitas através do canal técnico, que consiste nas ligações diretas entre as agências de inteligência, sem criar vinculações orgânicas ou hierárquicas.

Os conhecimentos de Inteligência produzidos pelos subsistemas devem ser difundidos pelo canal técnico, fazendo-o, obrigatória e simultaneamente, para suas Agências Centrais e para o CIIDS.

DO BANCO DE DADOS DE INTELIGÊNCIA-BDI: Criou-se, no âmbito do SEINSP, o Banco de Dados de Inteligência – BDI, com informações e conhecimentos destinados a concentrar e

integrar as bases de inteligência.

O acesso ao BDI respeita a compartimentação e a necessidade de conhecer, sendo

disponibilizado através de níveis de acesso.

Os documentos de inteligência difundidos pelas Agências e Núcleos de Inteligência são encaminhados, obrigatoriamente, para as Agências Centrais dos Subsistemas e para o CIIDS.

O CIIDS mantém um banco de dados atualizado de recursos humanos de todo o contingente das agências centrais dos subsistemas, com detalhamento do perfil técnico e

informações pessoais, bem como acesso aos bancos das demais agências integrantes do SEINSP.

O acesso a bancos de dados de instituições externas ao SEINSP é concentrado no CIIDS que, reciprocamente, disponibilizará o acesso às demais através de níveis de compartimentação.

A FIGURA DO NI: O NI (Núcleo de Informação) é o agente penitenciário lotado em uma unidade prisional, o qual é capacitado a desenvolver um trabalho de levantamento de dados referentes à população carcerária do estabelecimento no qual está lotada. Os dados obtidos de suas investigações são repassados para a GISO, que tem a incumbência de checar sua veracidade e tomar as medidas cabíveis e necessárias.

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS

DO GRUPO DE OPERAÇÕES E SEGURANÇA – GOS

O Grupo de Operações e Segurança tem suas atividades concentradas em quatro linhas de atuações, que são:

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

CENTRO DE APRESENTAÇÃO DE PRESOS E SERVIDORES PENITENCIÁRIOS – CAPS: É um Setor da GOS que tem por atribuições a coordenação e a operacionalização do atendimento aos juízes criminais e/ou serventuários credenciados por eles, no que tange à apresentação de presos e servidores penitenciários em audiência.

As requisições enviadas ao CAPS deverão ser feitas via e-mail institucional (correio eletrônico), no endereço [email protected], conforme regulamentado pelo Corregedor Geral de Justiça, em seu Provimento nº 04/2010, publicado no Diário da Justiça Eletrônico/Edição 069/2010, e encaminhadas ao CAPS, com antecedência igual ou superior a 15 dias, entre a data de remessa do e-mail requisitório e a aprazada para realização da audiência.

Caberá à Superintendência de Segurança Penitenciária – SSPEN informar e justificar, no prazo de dois dias úteis, após tomar conhecimento do fato, o impedimento prévio dos servidores comparecerem em audiências, ou informar ao CAPS o motivo do não comparecimento do servidor penitenciário em audiência, em quatro dias após a data da audiência.

SUPERVISÃO DE TOTALIDADE: É o setor responsável por toda a informação acerca da população carcerária existente em cada unidade prisional do Estado. Esses dados são atualizados diariamente e repassados para os órgãos competentes. Os estabelecimentos prisionais ou as gerências regionais prisionais informam a população carcerária do dia em seus estabelecimentos prisionais, enfatizando as entradas e saídas de presos da Unidade.

Também é de responsabilidade da Supervisão de Totalidade a operacionalização dos recambiamentos de presos de Pernambuco para outros Estados, e de outros Estados para Pernambuco. No entanto, os procedimentos administrativos que envolvem os recambiamentos dos presos são de competência da Gerência Técnica Jurídica Penal.

UNIDADE DE SUPERVISÃO DE PLANEJAMENTO DE OPERAÇÕES – USPO: Cabe à essa Supervisão o planejamento, a organização e a operacionalização das transferências de presos de uma Unidade para outra, dentro do Estado. Quando a transferência é feita para uma Unidade da mesma região, é comum que a própria Unidade de origem execute a transferência, não a impedindo de solicitar o apoio da GOS, quando o efetivo não for suficiente ou quando o grau de periculosidade dos transferidos requererem maior atenção.

A USPO é também responsável pelo planejamento, pela organização e pela operacionalização das Revistas Gerais nas Unidades, cabendo a ela convocar e determinar a atuação de cada agente, na operação.

UNIDADE DE SUPERVISÃO DO SETOR DE TRANSPORTE – USST: É o setor da GOS responsável pelo apoio logístico de transportes, quando das transferências, recambiamentos e transportes de servidores a serviço da GOS. Cabe a esse Setor cuidar para que os veículos estejam em boas condições de uso e em número satisfatório.

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

UNIDADE DE ARMAMENTO BÉLICO – UAB: Apesar de estar fisicamente na mesma dependência da GOS, a Unidade de Armamento Bélico é diretamente ligada à Superintendência de Segurança Penitenciária. A UAB é o setor responsável pelo acondicionamento e distribuição de munições e armamentos letais e não letais às Unidades, equipamentos de proteção e de segurança.

RESUMO DAS ORIENTAÇÕES GERAIS DA GERÊNCIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – GTI

A Gerência de Tecnologia da Informação – GTI foi criada com o intuito de estabelecer normas e procedimentos para o uso dos recursos tecnológicos disponíveis, em consonância com os princípios da administração pública. Entende-se por recursos tecnológicos: equipamentos, instalações físicas, aplicativos (softwares) e serviços, direta ou indiretamente relacionados ao processamento e transmissão de dados. Os recursos tecnológicos da SERES têm por finalidade prover infra-estrutura e serviços de tecnologia da informação necessários à execução das atividades desempenhadas no âmbito da instituição. DA UTILIZAÇÃO DA REDE INTERNA E DA INTERNET: Qualquer servidor efetivo, comissionado, terceirizado, estagiário, temporário ou à disposição da SERES, poderá ter acesso à rede interna, através de conta de acesso, e à internet. A conta disponibilizada é pessoal e intransferível, cabendo ao usuário protegê-la, pois lhe será cobrada responsabilidade por seu uso indevido. DOS SISTEMAS CORPORATIVOS: Todo usuário que necessitar acessar os sistemas corporativos na SERES deverá requerer autorização junto à GTI/SERES, encaminhando formulário próprio disponível na página da SERES (www.seres.pe.gov.br), devidamente preenchido. MONITORAMENTO E AUDITORIA: A GTI/SERES é autorizada e responsável pelo monitoramento e auditoria dos recursos de tecnologia da informação, inclusive com a utilização de softwares específicos, abrangendo todos os usuários, podendo ser efetuado a qualquer momento, de modo presencial ou remoto, com ou sem aviso prévio. DO SOFTWARE: O usuário não pode instalar ou substituir qualquer software sem a devida autorização do Administrador de Recursos Tecnológico. Dessa forma, irregularidades ou divergências encontradas sobre softwares instalados nos recursos tecnológicos da SERES devem ser comunicados ao Administrador de Recursos Tecnológicos, que providenciará os devidos ajustes.

TRABALHANDO A ELABORAÇÃO DE OCORRÊNCIAS

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

Todos os fatos ocorridos no interior do estabelecimento prisional, e que, por sua importância e necessidade legal precisem ser registrados, deverão ser feitos em livro próprio, pelo Chefe de Plantão ou por qualquer outro agente a que venha ser dado conhecimento de possível transgressão disciplinar por parte do preso, ou de condutas indevidas praticados por pessoas alheias à Unidade. O Termo de Ocorrência é um registro oficial. Portanto, deve seguir os princípios expressos e reconhecidos da Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, motivação, entre outros). A redação do Termo de Ocorrência deve caracterizar-se por impessoalidade, uso do padrão culto da língua, clareza, concisão, coerência e objetividade. Na redação oficial, não há lugar para impressões pessoais, como as que, por exemplo, constam de uma carta a um amigo, de uma postagem de um blog, ou mesmo, de um texto literário. O Termo de Ocorrência deve ser isento da interferência da individualidade da pessoa que o elabora. Em se tratando do gênero propriamente dito, o Termo de Ocorrência é o registro oficial mais imediato após a ocorrência de um fato. Por esse motivo, sua especificidade textual é reforçada em decorrência de alguns aspectos relevantes: enunciativos, discursivos e situacionais. Aspectos enunciativos:

Configuram-se a partir da escuta dos envolvidos (testemunha, vítima, autor, solicitante) ou da percepção do próprio Agente (quando este flagra o preso cometendo algum tipo de falta disciplinar). Técnica: coletar dados, identificar atores, registrar aspectos físicos e espaço- temporais e objetos presentes na cena do delito. Objetivo: registrar com clareza a origem e os atores envolvidos no fato.

Aspectos discursivos: Configuram-se como sendo a transcrição oficial de todos os dados recolhidos e de todas as impressões contidas e registradas inicialmente, de forma enunciativa. Técnica: reproduzir, selecionar (códigos e leis), resumir e organizar os dados a serem transferidos para o documento oficial. Objetivo: representação possível do fato. Aspectos situacionais:

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

Configuram-se pela percepção de fatores emocionais presentes nos atores envolvidos, que podem desencadear outras interpretações dos fatos, podendo, assim, levar a conclusões diferentes daquelas inicialmente configuradas. Técnica: imparcialidade, sensibilidade, olhar macro sobre o fato, entendimento além do perceptível. Objetivo: transparência de toda a situação.

Via de regra, o Termo de Ocorrência é constituído de vários campos, principalmente descritivos, a fim de serem relacionados dados, como qualificação dos envolvidos, materiais apreendidos, integrantes da equipe do plantão, entre outros. O preenchimento desses campos é intuitivo, sem muita dificuldade. A coisa começa a se complicar no campo do histórico da ocorrência, onde o agente narra os fatos. É nesse ponto, em especial, que queremos ajudá-lo. Como em toda narração, o histórico de ocorrência deve conter: Quem? .....................................personagens; Quê? ........................................atos, enredo; Quando? ..................................dia, hora, momento; Onde? ......................................o lugar da ocorrência. Como? .....................................o modo como se desenvolveram os acontecimentos; Por quê?...................................a causa dos acontecimentos, se for sabida. Como exemplo, pensemos na seguinte situação: Aspectos enunciativos: Um preso informante vai a um agente e lhe faz a seguinte denúncia: “Meu chefe, o lance é o seguinte: tem um maluco tá-tá, na quatro do “J”, que resolveu negociar farinha. Eu soube que o bagulho é entocado dentro da tela do coroa, e que o vulgo do doido é Cano Longo. Abasteceram o comércio hoje, e o maluco tá noiado, pagando sugesta pra cadeia toda. Vá lá, meu chefe, e derrube essa parada”. Aspectos discursivo/situacionais:

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Disciplina: Os manuais e as Anotações de Ocorrências

No dia de hoje, 20/01/2011, às 21h00min, o agente Ronaldo recebeu a informação de que na cela quatro do pavilhão “J”, um preso que atendia pelo apelido de Cano Longo estava traficando substâncias alucinógenas, e que o produto estava escondido em uma televisão de sua propriedade, estando o dono da suposta droga sob efeito de tal substância, naquele momento. Diante do informe, uma equipe de agentes (Ronaldo, Carlos, Robson, Fábio e Edson) foi verificar a informação, o que resultou na apreensão de 300g de uma substância, possivelmente cocaína, uma balança de precisão e R$ 332,00 em dinheiro, todos na cela anteriormente citada. O preso, de nome Carlos Oliveira Santos, prontuário 100.0001, conhecido como Cano Longo, visivelmente drogado e agressivo, assumiu a posse dos objetos. Foi usada a força necessária para deter o acusado e encaminhá-lo à delegacia de Itamaracá - já que ele se recusava a sair da cela - juntamente com o material apreendido, tendo sido o mesmo autuado em flagrante por tráfico de entorpecentes, e encaminhado ao COTEL, conforme cópia do Auto de Prisão em Flagrante, em anexo. Foi dado baixa do preso na população carcerária da PPBC e repassada a informação à GOS. Itamaracá, 20/01/2011 – Fulano de Tal, Plantão “D”. BIBLIOGRAFIA: - Lei de Execução Penal Nº 7210/84 - Lei Nº 13.241, DE 29 de Maio de 2007, que cria o SEINSP - Decreto Nº 30.847, de 01 de Outubro de 2007 – Governo do Estado de Pernambuco,

Regulamenta o Sistema Estadual de Inteligência de Segurança Pública do Estado de Pernambuco – SEINSP

- Portaria nº 415/2009 – Secretária Executivo de Ressocialização, cria a Central de CAPS - Resolução CNJ nº 108/2010, de 06 de Abril de 2010-11-22 - Decreto nº 33.476, de 03 de Junho de 2009 – Cria a SERES - Resolução nº 009/2010, do Conselho Federal de Psicologia - Manual do Apoio Jurídico (Projeto) - Manual do Setor de Registro e Movimentação Carcerária (Projeto) - Manual do Assessor Jurídico da SERES (Projeto) - Manual do Setor de Laborterapia (Projeto) - Regimento Interno Padrão da SERES (Projeto) - Procedimento Operacional Padrão – POP (Projeto) - Código Penitenciário do Estado de Pernambuco (1978) - Instrução Normativa nº 001/2000 – SEJUC – Procedimento Disciplinar nas Unidade Prisionais de Pernambuco. - Provimento nº 04/2010 – de ordem do Corregedor Geral de Justiça de PE – Orientação

sobre solicitações de apresentação de presos.