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Módulo 1 – Terrorismo As imagens abaixo mostram os principais atentados com o uso de explosivos no século XXI, tendo como vítimas grandes potências mundiais. NOVA YORK – 2001 MADRID – 2004 LONDRES – 2005 Apresentação do Módulo Neste módulo, você estudará sobre os aspectos, fenômenos, forma de atuação e as medidas de prevenção e resposta ao terrorismo, além das organizações das unidades antibombas de quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. Assim, você poderá estabelecer comparação entre eles e com o Brasil. Objetivos do Módulo Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de: Definir terrorismo, antiterrorismo e contra terrorismo; Analisar dados sobre antecedentes históricos do terrorismo; Enumerar os tipos de terrorismo;

Módulo 1 – Terrorismo · ... Estados Unidos e Israel ... das organizações antibombas entre os quatro países estudados e com o Brasil. ... os tipos de acordo com os meios

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Módulo 1 – Terrorismo

As imagens abaixo mostram os principais atentados com o uso de explosivos no

século XXI, tendo como vítimas grandes potências mundiais.

NOVA YORK – 2001 MADRID – 2004 LONDRES – 2005

Apresentação do Módulo

Neste módulo, você estudará sobre os aspectos, fenômenos, forma de atuação e as

medidas de prevenção e resposta ao terrorismo, além das organizações das unidades

antibombas de quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. Assim, você

poderá estabelecer comparação entre eles e com o Brasil.

Objetivos do Módulo

Ao final do estudo deste módulo, você será capaz de:

• Definir terrorismo, antiterrorismo e contra terrorismo;

• Analisar dados sobre antecedentes históricos do terrorismo;

• Enumerar os tipos de terrorismo;

• Discutir as principais medidas de combate ao terrorismo tomadas pela União

Europeia;

• Reconhecer as ações do Brasil contra o terrorismo e a necessidade de

aperfeiçoamento dos mecanismos legais;

• Analisar dados referentes à estrutura e organização das organizações antibombas de

quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel;

• Comparar a estrutura e a organização das organizações antibombas entre os quatro

países estudados e com o Brasil.

Estrutura do Módulo

Este módulo é formado por 3 aulas:

• Aula 1 – Terrorismo.

• Aula 2 – Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo.

• Aula 3 – Histórico das unidades antibombas.

Aula 1 – Terrorismo

1.1. O que é terrorismo?

Você sabe responder a essa pergunta? Registre abaixo a sua resposta.

A seguir, leia as três definições apresentadas e verifique se a sua resposta está alinhada

a elas.

Terrorismo é ...

• Violência premeditada e politicamente motivada, perpetrada contra alvos não

combatentes e praticada por grupos subnacionais ou agentes clandestinos, geralmente

objetivando influenciar uma audiência (Departamento de Estado dos EUA).

• O calculado uso da violência ou da ameaça de sua utilização para inculcar

medo com a intenção de coagir ou intimidar governos ou sociedades, a fim de conseguir

objetivos, geralmente políticos, religiosos ou ideológicos (Departamento de Defesa dos EUA).

• Uso ilegal da força ou da violência, física ou psicológica, contra pessoas ou

propriedades com o propósito de intimidar ou coagir um governo, a população civil ou um

segmento da sociedade, a fim de alcançar objetivos políticos, sociais, econômicos ou

ecológicos (FBI). (www. http://ricpmontserrat.wordpress.com)

Observe que, mesmo com algumas diferenças, as três definições apresentam

características semelhantes, sendo possível destacar:

• O uso da violência e da força é planejado;

• Os objetivos, na maioria dos atos, estão relacionados às questões políticas.

Você destacaria outras?

De acordo com Woloszyn (2006), especialistas europeus apontam quatro

características básicas presentes nos atos terroristas: natureza indiscriminada;

imprevisibilidade e arbitrariedade; crueldade e destrutividade e caráter amoral.

1.2. Dados históricos sobre o terrorismo Acompanhe a seguir os principais fatos que estão presentes na história do terrorismo:

Século XVII

Em 1798 o termo foi utilizado pela primeira vez, no suplemento do Dicionário da

Academia Francesa e fazia referência ao regime de terror em que a França se encontrava no

período de 1793 a 1794.

Século XIX

Entre 1865 e 1905, as balas e bombas dos anarquistas foram responsáveis pela morte

de reis, presidentes, primeiros-ministros, entre outros funcionários governamentais.

Século XX

No século XX, ocorreram grandes mudanças no uso e prática do terrorismo, que se

tornou a característica de movimentos políticos de todos os tipos, desde a extrema-direita à

esquerda mais radical. Instrumentos precisos, como armas automáticas e explosivos

detonados a distância por dispositivos elétricos ou eletrônicos deram aos terroristas uma nova

mobilidade e tornaram mais letais suas ações. (http://www.brasilescola.com).

• 1912 – Aparecem os primeiros atos terroristas com as características que se conhece

hoje. Esses atos foram atribuídos a um grupo de macedônios, hostis à Turquia. Eles colocaram

bombas em trens internacionais.

• 1945 a 1960 – O terrorismo fazia parte do contexto revolucionário. “A comunidade

internacional – inclusive na esfera das Nações Unidas – considerava politicamente legítimas

as lutas pela autodeterminação dos povos, legitimando-se, portanto, o uso da violência política

por esses movimentos” (http://wapedia.mobi).

• 1970 a 1980 – Ampliação do número de atentados terroristas no mundo. A

quantidade subiu de 300 para 500 atentados.

• 1990 – Surgiu uma nova modalidade de terrorismo, denominado terrorismo de

massa, aparentemente motivado por questões religiosas ou políticas, com características de

fanatismo.

• 2001 – 11 de setembro 1. A destruição do World Trade Center trouxe para o mundo a

preocupação com os atos terroristas.

• 2004 – Atentado a trens do metrô, em Madrid, na Espanha .2

• 2005 – Atentado ao metrô de Londres.3

• 2005 até os dias atuais – Ameaça e utilização de armas químicas, bacteriológicas,

biológicas, bem como outros recursos tecnológicos que podem matar ou contaminar em

massa, em qualquer lugar no mundo, a qualquer hora.

Estamos provavelmente à beira de um novo período da História. O maior trabalho dos

governos ocidentais, nos próximos anos, deverá ser a luta sem piedade contra todas as formas

imagináveis de terrorismo. Se perderem essa luta, nossa civilização corre o risco de sofrer

ferimentos irreparáveis. (DEMAS, 1979).

1.3. Objetivos do terrorismo Com base na doutrina preconizada pela Escola de Inteligência da Agência Brasileira

de Inteligência (ABIN), Woloszyn (2006) afirma que os objetivos do terrorismo são

classificados em geral e específicos.

• Geral: Criar um clima de insegurança e temor para alcançar as mudanças

pretendidas, relacionadas ao inconformismo, seja ele político, econômico, social, étnico ou

religioso.

1 fazer link para: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ataques_de_11_de_setembro_de_2001

2 Fazer link para: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,1138735,00.html

3Fazer link para:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Atentados_de_7_de_julho_de_2005_em_Londres

• Específicos: São diversos e entre eles é possível destacar:

- Derrubar e ou substituir um governo ou um modelo político-ideológico e

religioso;

- Obter a autonomia política para um grupo subnacional;

- Alterar a política externa de um governo;

- Defender o meio-ambiente e os direitos dos animais;

- Purificar a humanidade e confirmar previsões apocalípticas;

- Demonstrar inconformismo com o processo de globalização, exclusão social e

consequente desumanização da sociedade.

Ainda de acordo com Woloszyn (2006), pode-se destacar seu uso como:

- Instrumento de poder entre grupos em conflito;

- Recurso assessório contra países hostis;

- Propaganda e marketing.

1.4. Classificação

Este é um item que não apresenta consenso entre os autores, mas é possível perceber

que os tipos de terrorismo aparecem relacionados aos seguintes aspectos: território, objetivos

e meios utilizados. Veja cada um deles:

Quanto ao território:

De acordo com Woloszyn (2006 apud USA, PATRIOT ACT), o terrorismo pode ser

classificado em:

• Terrorismo internacional – Incidentes onde as consequências e ramificações

ultrapassam as fronteiras nacionais. Nesse tipo de terrorismo, as vítimas, os executantes, o

local da ação e os meios utilizados envolvem mais de um país ou nacionalidade.

Exemplos: atentado às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 (EUA) e atentado

aos trens do metro de Madrid em 2004 (Espanha).

• Terrorismo nacional ou doméstico – Atos praticados por terroristas em seu próprio

país e contra seus próprios compatriotas.

Exemplos: Explosão de carros-bombas e homens-bombas.

• Terrorismo de Estado – Atos de violência praticados com o apoio ou sob o controle

de um estado patrocinador.

Exemplos: “Josef Stálin na URSS a partir da revolução de 1917, o Holocauto nazista,

a revolução comunista de Mão-Tsé-Tung na China em 1939, o regime de Pol Pot no Camboja,

a revolução Cubana de Fidel Castro em 1959” (WOLOSZYN, 2006, p. 10).

Quanto aos objetivos:

Para esta classificação serão utilizados quatro tipos apresentados por Melo Neto

(2002). São eles:

Tipo Objetivo Exemplos

Terrorismo de guerra Desgastar o inimigo, forçá-lo a

fragmentar suas forças e criar um abalo

psicológico.

Ações de sabotagem,

assassinatos de líderes e

sequestro de

comandantes militares.

Terrorismo político Derrubar ou depor um regime político,

minar suas instituições e causar

descontentamento na população em

relação às políticas de governo.

Grupos que lutam pela

libertação do estado ou

sua emancipação

política.

Terrorismo cultural Perseguir culturas e etnias fragilizadas. A questão dos curdos

no Iraque, muçulmanos

e árabes, latinos e

africanos nos EUA,

entre outros.

Terrorismo religioso Demonstrar intolerância e realizar atos

de violência contra grupos e seitas

religiosas

A luta entre católicos e

protestantes na Irlanda.

Quadro 1 – Tipos de terrorismo com relação aos objetivos

Quanto aos meios utilizados:

Aqui aparecem os tipos de acordo com os meios utilizados. Destacam-se:

• Ações terroristas típicas: assassinatos, sequestros, explosões de bombas,

matanças indiscriminadas, raptos, e linchamentos, entre outros.

• Ciberterrorismo: Tem na internet seu instrumento e como objetivos danificar

arquivos e programas de sites estratégicos, adquirir algumas vantagens sobre o sistema de

informações governamentais e institucionais.

• Bioterrorismo: Caracteriza-se pela utilização de armas biológicas, gases

infectantes e paralisantes, transmissão de bactérias ou vírus à agricultura e à pecuária com

objetivos político-econômicos. Como exemplo, pode ser citada a utilização de ANTRAX.

Aula 2 – Medidas de prevenção e resposta ao terrorismo

2.1. Definições Segundo Gen Pinheiro (www.defesanet.com.br), o combate ao terrorismo é conduzido

por duas grandes vertentes: o antiterrorismo e o contraterrorismo.

• Antiterrorismo – Envolve medidas de caráter eminentemente defensivo que

objetivam a redução das vulnerabilidades aos atentados terroristas.

• Contraterrorismo – Envolve medidas de caráter eminentemente ofensivo, tendo

como alvo as diversas organizações terroristas em presença, a fim de prevenir, dissuadir, ou

retaliar atos terroristas.

2.2. Estratégia de luta contra o terrorismo Com o objetivo de prevenir e responder às ameaças terroristas, em 2005, a União

Europeia (UE) elaborou uma estratégia de luta contra ao terrorismo denominada abordagem

global, pautada em quatro eixos de intervenção: "Prevenir", "Proteger", "Perseguir" e

"Responder". A seguir, veja um resumo de cada eixo.

Prevenir

Tem por objetivo lutar contra a radicalização e o recrutamento para o terrorismo,

identificando os métodos, a propaganda e os instrumentos utilizados.

Proteger

Tem por objetivo reduzir a vulnerabilidade dos alvos a atentados, reduzindo o impacto

deles. Este eixo tem como proposta a realização de uma ação coletiva no âmbito da segurança

fronteiriça, dos transportes e de todas as infraestruturas transfronteiriças.

Perseguir

Este eixo tem três objetivos:

• Perseguir os terroristas para além das fronteiras, assegurando simultaneamente o

respeito aos direitos humanos e ao direito internacional.

• Pôr fim às fontes de financiamento do terrorismo, realizando investigações,

congelando os ativos e impedindo as transferências de fundos. A UE propõe aprovar

legislação sobre o branqueamento de capitais e as transferências de dinheiro.

• Pôr fim ao planejamento de ações terroristas, impedindo a comunicação e a

disseminação de conhecimentos relacionados com o terrorismo, principalmente através da

internet.

Responder

Os riscos de atentados terroristas não podem ser anulados, portanto, caberá aos países

ameaçados lidarem com os atentados quando eles ocorrerem.

Muitas vezes as respostas dadas aos ataques terroristas são idênticas as colocadas em

prática em catástrofes tecnológicas ou provocadas pelo homem. Com o objetivo de prevenir, é

importante utilizar plenamente as estruturas existentes e os mecanismos comunitários de

proteção civil.

Ampliando seu conhecimento

No site Europa: sínteses da legislação da UE 4, você encontrará mais informações

sobre a estratégia de abordagem global.

2.3. As ações do Brasil contra o terrorismo

O Brasil tem se empenhado no trato com o terrorismo participando ativamente do

Comitê Interamericano Contra o Terrorismo. Aderiu aos 12 acordos internacionais

patrocinados pela ONU, além de cumprir as 28 recomendações do Grupo de Ação Financeira

Internacional. Contudo, mesmo assim, ainda é necessária a adoção de políticas mais efetivas e

uma legislação específica sobre o tema terrorismo e sobre financiamento ao terrorismo.

Cabe destacar que Comitê Interamericano contra o Terrorismo (CICTE) 5 foi criado

em 1999 para ordenar a troca de informações e a discussão de estratégias contra terroristas,

em obediência à Resolução nº 1373/01 da ONU, que prevê o intercâmbio de informações

operacionais e a cooperação por intermédio de arranjos e acordos bilaterais e multilaterais. O

país foi também um dos primeiros países a assinar em 2002, a Resolução 1840 6 – Convenção

Interamericana Contra o Terrorismo – aprovada pela assembleia-geral da Organização dos

Estados Americanos (OEA), que visa a prevenir, combater e erradicar atividades terroristas.

2.4 Órgãos parceiros de prevenção e combate ao terrorismo

• Departamento de Polícia Federal – Santer;

• Comando do Exército – CIE;

• Comando da Marinha – CIM;

4 fazer link para:http://europa.eu/legislation_summaries/justice_freedom_security/fight_against_terrorism/index_pt.htm 5 (fazer link para: http://www.cicte.oas.org/Rev/en/) 6 (Fazer link para http://www2.mre.gov.br/dai/m_5639_2005.htm),

• Comando da Aeronáutica – Ciaer;

• Departamento de Polícia Rodoviária Federal;

• Ministério da Fazenda – Coaf;

• Ministério das Relações Exteriores – Cocit;

• Agência Brasileira de Inteligência – DCT;

• Organismos estaduais;

• Corpo de Bombeiros Militar;

• Defesa Civil;

• Polícia Militar;

• Polícia Civil.

Aula 3 – Histórico das unidades antibombas

As unidades antibombas existem para prevenir e combater ações terroristas e

criminosas que usam bombas e explosivos. A necessidade de especialização de pessoal,

conhecimento técnico e uso de equipamentos especiais motivou o surgimento e manutenção

desses setores especializados nas corporações policiais e militares, uma vez que as unidades

convencionais não teriam condições de responder a esses incidentes com a mesma eficiência.

Historicamente, o primeiro evento que trata dessa atividade ocorreu na Inglaterra, no

século XVII. Em 04 de novembro de 1605, um grupo de extremistas católicos liderados por

Robert Catesby, um militante católico, tentou explodir trinta e seis barris de pólvora sob a

Casa dos Lordes, em Londres, a fim de matar o Rei James I e todo o Parlamento Britânico,

como vingança e protesto pelo exílio de padres Jesuítas. Compunham o grupo Thomas

Winter, Thomas Percy e Guy "Guido" Fawkes, responsável pela colocação das bombas.

Um membro do governo, Lord Monteagle, descobriu a conspiração através de Francis

Tresham, também conspirador, e informou o fato a Sir Thomas Knyvet, que, junto com o

Xerife de Worcestershire, Sir Richard Walsh, prendeu Guy Fawkes na noite do dia 04 de

novembro, abortando os planos terroristas.

O incidente tornou-se conhecido por "The Gunpowder Plot” (A Conspiração da

Pólvora) e é considerado como a primeira ação terrorista com bombas na história.

Também são considerados, simbolicamente, Guy Fawkes como o primeiro terrorista

da história, Sir Thomas Knyvet como o primeiro chefe de um esquadrão de bombas e Lord

Monteagle como o primeiro investigador de bombas (BRODIE, 1996).

Atualmente, deve-se distinguir as unidades antibombas em dois tipos: militares e civis.

• Unidades militares – Conhecidas por Explosive Ordinance Disposal Teams –

Equipes EOD ou Unidades EOD – estão ligadas às Forças Armadas e trabalham em operações

militares de desativação de artefatos explosivos bélicos, limpeza de campos minados,

manutenção de arsenais e paióis e outras ações ligadas a explosivos convencionais e regulares

de uso militar.

• Unidades civis – conhecidas popularmente no exterior como Bomb Squads –

Esquadrões de Bombas – são unidades que atuam contra bombas, artefatos explosivos não

convencionais e materiais explosivos utilizados ilegalmente, quer seja em atos terroristas ou

em atos criminosos comuns. O caráter civil a que se referem essas unidades está relacionado à

atuação de proteção às comunidades civis.

3.1. Estudo comparado sobre a organização antibombas: Colômbia e Espanha

A organização das unidades antibombas varia consideravelmente conforme as

necessidades de combate ao terrorismo e ao crime organizado, assim como conforme a

organização policial de cada país.

Para a comparação entre as estruturas das unidades antibombas foram selecionados

quatro países: Colômbia, Espanha, Estados Unidos e Israel. As similaridades e diferenças

entre eles ajudará a refletir sobre a necessidade de uma doutrina para estrutura e operação de

unidade antibombas.

A escolha desses países baseou-se nos seguintes critérios:

• São países pioneiros em operações com artefatos explosivos e afins;

• Possuem intensa atividade em operações com manejo de artefatos explosivos;

• Possuem considerável intercâmbio junto ao Brasil na área policial, através de

cursos, seminários entre as corporações policiais; e

• São países irradiadores da doutrina antibombas (manejo de artefatos

explosivos) com grande influência sobre a doutrina de outros países.

3.1.2. Colômbia

A Polícia Nacional dispõe de unidades de comandos e operações especiais e

contraguerrilha, mas é através da Direção de Investigação Criminal (DIJIN) que são

centralizadas as operações antibombas, mais precisamente na área de criminalística (Seção de

Investigação Preliminar).

No caso de explosivos e bombas, o curso de técnico profissional em explosivos dura

14 meses e habilita o policial como técnico profissional em explosivos. O currículo do curso é

composto por matérias profissionais e técnicas, haja vista ser reconhecido pelo conselho

colombiano de educação. As matérias técnicas são subdivididas em composição e manejo de

explosivos, fabricação de artefatos explosivos, detecção e desativação de artefatos explosivos,

investigação post-incidental (pós-explosão), eletricidade e eletrônica aplicada aos explosivos,

química aplicada aos explosivos, subversão (terrorismo), análise de terrorismo, crime

organizado e armas de destruição em massa, além de práticas e visitas às unidades de bombas,

unidades de investigação, fábricas de explosivos e minas, que dão ao curso um total de 1000

horas-aula (1000 h/a).

Cada grupo de explosivos é formado por no mínimo três equipes e cada equipe por

três operadores, sendo:

• Um técnico antibombas: policial oficial subalterno ou sargento graduado em

explosivos pela ESJUI, que tem como missão o comando do grupo, a tomada de decisões

operativas nos incidentes com bombas e a realização das operações de desativação;

• Um auxiliar técnico: policial graduado que tem como missão auxiliar o técnico,

preparar o equipamento e fazer sua manutenção;

• Um agente de segurança: policial graduado, que faz a segurança física dos

operadores e do equipamento, dirige a viatura e apoia em outras atividades.

As missões dos grupos de explosivos dividem-se em:

• Pré-explosão (ações antibombas e contrabombas) – Essas missões compreendem:

busca e localização (varredura de bombas), detecção e desativação de artefatos explosivos);

• Pós-explosão – Essas missões compreendem as buscas e coletas de evidências para

posterior investigação e prisão dos autores dos delitos;

• Defesa química bacteriológica radiológica e nuclear – Essas missões realizam

estudos e experiências sobre técnicas de detecção, remoção, neutralização e desativação de

artefatos explosivos com agentes “QBRN” –bomba suja.

Figura1: Unidade antiexplosivo da Polícia Nacional da Colômbia.

3.1.3. Espanha

A Espanha começou a especializar seus policiais em desativação de artefatos

explosivos no ano de 1974, e, em 16 de junho de 1979, foi criado o primeiro departamento

policial dedicado exclusivamente a essa atividade, o Departamento Central de Desativação de

Explosivos (DECEDEX) da Guarda Civil, que posteriormente passou a se chamar Servicio de

Desactivación de Explosivos (SEDEX) – Serviço de Desativação de Explosivos. Sediado em

Valdemoro, na Cidade de Madri, o órgão tem como missões:

• Detectar artefatos e materiais explosivos ou incendiários ilegais para desativá-los,

neutralizá-los ou destrui-los.

• Realizar estudos e experiências sobre técnicas de desativação;

• Coletar, analisar e difundir informações recebidas, assessorando sobre medidas

preventivas;

• Supervisionar as instalações radioativas da polícia, de acordo com as especificações

do Ministério de Indústria e Energia;

• Realizar estudos e experiências sobre técnicas de detecção, remoção, neutralização e

desativação de artefatos explosivos com agentes “QBRN” (químico, bacteriológico,

radiológico e nuclear).

O SEDEX é organizado em:

• BYL (técnico em busca e localização de artefatos explosivos): integram as equipes

BYL e sua atuação compreende os serviços de assessoramento sobre medidas preventivas e

evacuações, busca e localização de bombas por ocasião de ameaças, investigação de veículos

e correspondências suspeitas, segurança de pessoas e autoridades e realização de buscas

preventivas de segurança. O BYL não pode manipular as bombas e explosivos, sendo seu

dever, ao localizar um objeto suspeito, isolar e evacuar o local e acionar uma EDEX;

• Equipos de Desactivacíón de Artefactos Explosivos (EDEX) – equipes de

desativação de artefatos explosivos.

Cada EDEX é composta por:

• TEDAX (Técnico especialista em desativação de artefatos explosivos):

integram as EDEX e sua atuação compreende o serviço de identificação, desativação e

remoção de bombas e explosivos, manipulação de explosivos, além de perícia do material e

do local de explosão. O TEDAX pode também realizar todas as missões de um BYL;

• Chefe de equipe, que comanda e administra a equipe, as operações e seus

recursos, além de apoiar os operadores durante as ações, como se fosse um 3° operador;

• 1° operador, responsável peia operação de desativação;

• O 2° operador faz o apoio e a rendição do primeiro operador; e

• Condutor, que é motorista, segurança e apoio aos operadores.

A Espanha atua com as seguintes especializações de seu pessoal:

• A formação dos técnicos BYL e TEDAX é realizada na Escuela de Desactivación de

Explosivos – Escola de Desativação de Explosivos da Guarda Civil – e tem duração de nove

meses. O currículo básico do curso é composto pelas matérias: eletricidade e eletrônica

aplicada aos explosivos, explosivos e artifícios, artefatos explosivos, materiais e

equipamentos, técnicas de busca e localização, atuações com explosivos, informes técnicos,

procedimentos de desativação em artefatos improvisados e munições, técnicas operacionais,

educação física, técnicas de relaxamento e autocontrole, pericia pós-explosão e DQBRN

(defesa química, bacteriológica, radiológica e nuclear).

• O curso é realizado em duas fases. A primeira fase dura três meses e forma o BYL.

Os policiais que concluírem a primeira fase e adquirem a qualificação exigida pela escola,

passam para a segunda fase, que dura mais seis meses, e forma o aluno como TEDAX -

DQBRN (técnico em desativação de artefatos explosivos e agentes químicos, bacteriológicos,

radiológicos e nucleares).

• A Espanha conta ainda com uma unidade de explosivos na Polícia Nacional, uma

outra instituição policial.

Figura 4: Unidade antiexplosivos da Guarda Civil Espanhola.

3.2. Estudo comparado sobre a organização antibombas: Estados Unidos e Israel

3.2.1. Estados Unidos

Nos EUA a existência de uma unidade especializada em bombas e explosivos e a

execução desse serviço nas corporações policiais está condicionada aos recursos financeiros

disponíveis pela administração pública para a polícia local, à incidência criminal desse delito

e ao efetivo disponível. Algumas unidades de bombas podem inclusive, não pertencer a uma

corporação policial, mas a um Fire Department (Corpo de Bombeiros).

Existem duas especializações na área de operações com bombas nos Estados Unidos:

• Bomb Technician (técnico em bombas): é o agente técnico e graduado que executa as

missões de busca, localização e desativação de bombas e artefatos explosivos.

• Bomb Investigator (investigador de bombas): é o agente técnico e graduado que

executa as missões pós-incidentais em locais de explosão, busca e coleta de evidências,

perícia de materiais ou rastreamento de explosivos.

É importante destacar as missões dessas duas figuras de profissionais, que

caracterizam o padrão norte-americano:

• Técnico – atua em todas as operações com bombas até o momento em que a bomba

ou explosivo está identificado e desativado;

• Investigador – atua a partir do ponto em que, tendo havido a explosão ou estando de

posse da bomba ou explosivo desativado e seguro, vai realizar a perícia e investigação da

origem do material, apoiando os procedimentos de apuração criminal.

Não há uma obrigação ou regulamentação para a estruturação da unidade antibombas.

Cada corporação policial estrutura-a e tem liberdade para organizá-la conforme suas

necessidades. Um exemplo de como pode ser essa estruturação é sugerida pelo Departamento

de Estado Norte-Americano: 7

Comandante da unidade: policial da mais alta graduação, não necessariamente um

técnico antibombas. Tem as missões de comando e administração da unidade.

• Supervisor: é o subcomandante da unidade, atua diretamente junto às equipes.

• Técnico sênior: é o assistente do supervisor, prepara os relatórios e estatísticas.

7 fazer um hint para a seguinte informação: DEPARTAMENTO DE ESTADO DOS

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Contramedidas em incidentes com explosivos. Baton

Rouge, ATAP. 1997. n p.

• Membros: compreende o efetivo que compõem as equipes operacionais. Realizam

buscas, desativam bombas, mantêm o equipamento em ordem, apoiam os trabalhos de

investigação. Cada equipe operacional pode ser organizada por três agentes, sendo um técnico

em bombas, chefe da equipe, que tem a responsabilidade pela tomada de decisões nas

operações, e dois operadores, também técnicos, que realizam os trabalhos práticos e se

revezam no local da operação.

Instituições americanas responsáveis pelas informações necessárias sobre banco

de dados com bombas, atentados com explosivos e divulgação de procedimentos e

doutrina antibombas:

• O Bomb Data Center (BDC) – Centro de Dados sobre Bombas, criado em 1970, hoje

está subordinado à Divisão de Laboratórios do FBI, com sede em Washington, DC. O BDC

coleta e centraliza todas as informações sobre incidentes envolvendo explosivos e bombas,

mantendo contatos com todos os esquadrões de bombas das polícias locais, das unidades

militares e de outros órgãos federais. Seus trabalhos estatísticos, científicos, de pesquisa e de

inteligência nessa área específica fazem do BDC um centro disseminador de doutrina.

• Hazardous Device School (HDS) – Escola de Produtos Perigosos, localizada em

Huntsville, Estado do Alabama, no Arsenal Restone, do Exército. Fundada em 1981, a HDS é

a única escola norte-americana que forma, treina e reconhece técnicos em bombas para

atuação nas polícias americanas. Os cursos de formação duram entre um e dois meses e as

reciclagens entre uma e duas semanas. A HDS também mantém cursos de investigadores em

bombas e seminários regionais de treinamento, além de uma conferência para comandantes de

esquadrões de bombas a cada dezoito meses.

• As Evidence Response Teams (ERT) – Equipes de Resposta para Evidências – são

grupos de investigação compostos por peritos multi-disciplinares, como fotógrafos,

desenhistas, peritos criminais e médicos legistas, incluindo também os técnicos e

investigadores de bombas. As ERT são sediadas nas divisões regionais do FBI, que atuam na

investigação e perícia em incidentes de gravidade e em apoio às policias locais.

• O Explosive Technology Branch (ETB) – Seção Tecnológica de Explosivos, do

ATF. Sediada em Washington, a unidade é composta por técnicos e investigadores de

bombas. A missão dessa unidade também é a centralização de dados e disseminação de

doutrina, apoio às polícias locais, realização de treinamentos e operações com bombas de

desativação e investigação.

Outra forma de manter a padronização e disseminação de doutrina é a publicação de

periódicos, como o Special Technician Bulletin, o Investigator Bulletin e o General

Information Bulletin, que divulgam técnicas de desativação, padrão de relatórios, pesquisa e

desenvolvimento de materiais, produtos explosivos, incidentes, estatísticas e outras

informações para suporte dos esquadrões de bombas.

O FBI e o ATF, através de suas unidades, apoiam e trabalham em conjunto com as

polícias locais, responsáveis pela primeira ação de resposta em um incidente com bomba.

Atualmente, existem aproximadamente umas 600 unidades policiais especializadas em

operações com bombas nos Estados Unidos. Essas unidades são mantidas pelas corporações

policiais com disponibilidade financeira devido ao alto índice de incidentes.

As pequenas cidades que não possuem recursos para manter um esquadrão de bombas

ou que não têm necessidade imediata pela pouca incidência de eventos geralmente possuem

um técnico em bombas em seu quadro de efetivo ou fazem convênios com outras cidades,

condados ou polícias estaduais para terem o suporte de suas unidades de bombas.

Um exemplo de esquadrão antibombas americano

Como exemplo de uma unidade de bombas norte-americana, podemos descrever o

NYPD Bomb Squad – Esquadrão de Bombas do Departamento de Polícia de New York,

considerado o mais antigo esquadrão de bombas dos Estados Unidos.8

Fundado em abril de 1903 pelo Tenente Guisseppi Petrosino, o esquadrão era

composto por cinco policiais e tinha o nome de "Esquadrão Italiano", pois a motivação de sua

criação foi uma onda de atentados a bombas e extorsões realizados pela organização

criminosa "Mão Negra" contra comerciantes da comunidade italiana que viviam na zona leste

de Manhattan.

O NYPD Bomb Squad conta com um efetivo de 40 policiais. Entre as equipes,

destaca-se a Explosive Detection Canines Team – Equipe de Cães Detetores de Explosivos,

grupo pioneiro no uso de cães em operações com bombas.

8 fazer hint para a seguinte informação: WORLD EOD GAZETTE. New York City

Bomb Squad Watford, v. 2, n. 4. mar. 1998.

Figura 5: Unidade de bombas americana no Afeganistão.

3.2.2. Israel

Bombas representam uma preocupação especial. A educação de prevenção contra

bombas ocorre desde as escolas primárias, onde as crianças são orientadas a não mexer em

objetos abandonados. Cartazes com orientações de segurança e avisos para não abandonar

objetos e não mexer em objetos abandonados são amplamente divulgados nas cidades. Toda a

ameaça de bomba é considerada real.

A Mishmar Há'Gvul (Polícia Nacional de Guarda de Fronteiras), através de sua

Yechida Mishtartit Meyuchedet (YA'MA'M) – Unidade de Polícia Especial – é o órgão

responsável pelo atendimento de incidentes com bombas. Nas cidades de Tel Aviv e

Jerusalém, capital de Israel e sede do comando da polícia, estão sediadas as unidades de

bombas.

Denominadas esquadrões de bombas, cada uma dessas equipes é composta por

policiais que operam 24 horas. Cada equipe dispõe de uma viatura tipo van, equipada com os

recursos necessários para as operações com bombas. As equipes são distribuídas em cada uma

das zonas administrativas de polícia (norte, sul, leste, oeste), onde se situam os distritos

policiais, sendo semelhantes as organizações de Jerusalém e Tel Aviv. Nas demais cidades, a

polícia não dispõe de unidades, mas de pessoal especializado que realiza o primeiro

atendimento e aciona as unidades da capital ou das forças armadas caso necessitem de apoio.

Os procedimentos operacionais dessas unidades são simples e objetivos: destruir tudo

o que for suspeito, pois essas equipes de bombas procuram agir de forma rápida, destruindo

todo objeto abandonado e considerado suspeito, principalmente se localizado em aeroportos e

vias públicas. Cartas e pacotes suspeitos enviados pelo correio são inspecionados e

encaminhados aos distritos policiais.

Figura 6: Unidade de bombas israelense.

3.3. Estudo comparado sobre a organização antibombas: Brasil

Os órgãos de segurança pública no Brasil não dispõem de unidades exclusivamente

destinadas ao atendimento de incidentes com bombas. As unidades especializadas, a maioria

pertencente às polícias militares, são subdivisões de grupos de operações especiais e realizam

o serviço como uma atividade complementar da sua unidade. Na Polícia Federal e em

algumas polícias civis, a atividade de operações antibombas é acumulativa aos serviços de

perícia criminal.

3.3.1. Polícia Federal

A Polícia Federal centraliza suas operações com bombas no Instituto Nacional de

Criminalística (INC) através do Grupo de Bombas e Explosivos (GBE), sediado em Brasília.

No INC há um setor de bombas e explosivos, integrado por diversos peritos criminais com

especialização na área. O órgão central (INC) dispõe de todos os equipamentos e acessórios

necessários para a organização e funcionamento de uma unidade antibombas; já os demais

subgrupos sediados nas superintendências nos estados estão equipados com um kit básico de

primeira resposta. Cabe a esse órgão funcionar como órgão central para a disseminação de

normas e procedimentos aos demais Setores Técnicos Científicos (SETECs).

Cada SETEC é integrado por diversos peritos criminais que possuem, em sua

formação policial, acadêmico como perito, uma disciplina de Bombas e Explosivos, com

carga horária em torno de 40 h/a, que os habilitam nos trabalhos dessa área. Essa formação é

complementada pelo “curso de atualização em bombas e explosivos” (CABE) do próprio

órgão assim como outros cursos realizados fora do país.

A competência de atuação dos SETEC ocorre dentro das áreas de jurisdição da Polícia

Federal, como aeroportos, portos e repartições públicas federais, mas os serviços podem ser

ampliados para áreas de jurisdição estadual, quando solicitados por órgãos competentes,

principalmente devido à falta de estrutura logística e de recursos humanos especializados nos

estados.

3.3.2. Polícias Estaduais

O atendimento a incidentes com bombas e explosivos nos estados da federação variam

conforme as necessidades e organização interna das polícias. Esse serviço é realizado

prioritariamente pelas polícias militares, através de suas unidades de operações especiais. Em

um único estado, Rio de Janeiro, o atendimento é preferencial da Polícia Civil. Não havendo

nenhum órgão especializado em bombas e explosivos na estrutura de segurança pública, cabe

o atendimento a esse tipo de incidente à Polícia Federal, através dos SETEC das

superintendências regionais, que são acionados pelas polícias estaduais.

3.4. As organizações em níveis nacional e internacional

O quadro a seguir oferece uma visualização que permite comparar as organizações

antibombas estudadas nas aulas 2 e 3.

Quadro 2 – Comparação entre as organizações antibombas dos países estudados.

OPERAÇÕES

PRÉ- INCIDENTAIS

OPERAÇÕES

DE DESATIVAÇÃO

OPERAÇÕES

PÓS- INCIDENTAIS

POLÍCIA FEDERAL

BYL

TEDAX

POLÍCIA CIVIL POLÍCIA MILITAR

BOMB INVESTIGATOR

BOMB TECHNICIAN

BOMB INVESTIGATOR

TÉCNICO EM EXPLOSIVOS

Finalizando...

Neste módulo, você estudou que:

• De acordo com Woloszyn (2006), especialistas europeus apontam quatro características básicas presentes nos atos terroristas: natureza indiscriminada; imprevisibilidade e arbitrariedade; crueldade e destrutividade e caráter amoral;

• As ações terroristas modificaram com o passar do tempo. Segundo Demas (1979), “Estamos provavelmente à beira de um novo período da História. O maior trabalho dos governos ocidentais, nos próximos anos, deverá ser a luta sem piedade contra todas as formas imagináveis de terrorismo. Se perderem essa luta, nossa civilização corre o risco de sofrer ferimentos irreparáveis”;

• Como objetivo geral os atos terroristas visam criar um clima de insegurança e temor para alcançar as mudanças pretendidas, relacionadas ao inconformismo, seja ele, político, econômico, social, étnico ou religioso;

• As unidades antibombas existem para prevenir e combater ações terroristas e criminosas que usam bombas e explosivos. A necessidade de especialização de pessoal, conhecimento técnico e uso de equipamentos especiais motivou o surgimento e manutenção desses setores especializados nas corporações policiais e militares;

• Atualmente, deve-se distinguir as unidades antibombas em dois tipos: militares e civis;

• Os órgãos de segurança pública no Brasil, diferentemente de países como EUA, Canadá, Colômbia, Espanha e Israel não dispõem de unidades exclusivamente destinadas ao atendimento de incidentes com bombas, sendo necessária uma política pública específica para definir todas essas ações.