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Módulo 4 – Problema 1 1. Cite as estruturas e funções do coração. (Guyton – pag. 107 e 108 / Berne e Levi – pag. 277) O coração é um órgão constituído por 4 câmaras( 2 átrios e 2 ventrículos) com válvulas atrioventriculares e semilunares, recoberto por musculatura estriada cardíaca, por vasos e nervos, e tem por função o bombeamento de sangue para o todos os tecidos do corpo. Essa musculatura estriada cardíaca é composta por actina e miosina, e por discos intercalares (membranas celulares

Módulo 4 - Problema 1

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Módulo 4 – Problema 1

1. Cite as estruturas e funções do coração. (Guyton – pag. 107 e 108 / Berne e Levi – pag. 277)

O coração é um órgão constituído por 4 câmaras( 2 átrios e 2 ventrículos) com válvulas atrioventriculares e semilunares, recoberto por musculatura estriada cardíaca, por vasos e nervos, e tem por função o bombeamento de sangue para o todos os tecidos do corpo. Essa musculatura estriada cardíaca é composta por actina e miosina, e por discos intercalares (membranas celulares que separam as fibras musculares) que formam gap junctions(Junções comunicantes) que permitem a rápida e livre difusão de íons, a qual permite a fácil propagação de potenciais de ação sobre as fibras musculares, de forma rápida e igual passando a se

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comportar como um sincício. Sendo que por esse comportamento o coração possui dois sincícios, um atrial e um ventricular, com um pequeno intervalo de tempo entre a ação de um e outro fazendo com que a contração dos átrios e ventrículos sejam sincronizados e sequenciais promovendo assim o eficiente bombeamento sanguíneo. As paredes do coração são constituídas de três túnicas: a interna (endocárdio), a média (miocárdio) e a externa (pericárdio), sendo que a responsável pelas contrações é o miocárdio, onde se localizam dois nós; o sinoatrial( localizado sobre o átrio direito, na veia cava superior) e o atrioventricular(localizado na válvula atrioventricular direita), e tem os feixes de His que difundem o pulso elétrico.

2. Explicar a Circulação Pulmonar(Pequena) e a Sistêmica(Grande).

A circulação sistêmica é responsável pelo

armazenamento de 84 % do volume sanguíneo,

sendo que seus valores componentes seguem o

esquema ao lado. As veias, além de serem

condutores do sague também são responsáveis

pelo seu armazenamento, funcionando como

reservatórios de sangue extra.

A Circulação Sistêmica é responsável pela

nutrição e eliminação de resíduos gasosos e

líquidos do nosso corpo. Com a chegada do

sangue venoso(pobre em O2) pelas veias cava

superior e inferior ao átrio direito, devido a

diferença de pressão existente entre os vasos e o

átrio e pelo arrastamento do sangue venoso, o

sangue encharca o átrio direito, que por uma leve contração estimulada pelo nó sinoatrial,

ajuda a abrir a válvula atrioventricular direita e a diferença de pressão( maior no átrio e menor

no ventrículo direito) promove o deslocamento do sangue, encerrando a circulação sistêmica e

iniciando a Pulmonar.

Grande Circulação : Ventrículo Esquerdo Artéria aorta Tecidos Veia Cava Átrio

Direito

Pequena Circulação: Ventrículo Direito Artéria Pulmonar Pulmões Veias Pulmonares

Átrio Esquerdo

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3. Descrever o ciclo cardíaco (sístole/diástole/valvas).

Conjunto de eventos cardíacos que ocorrem entre o inicio de um batimento e o inicio do

próximo. Cada ciclo é iniciado pela geração espontânea de potencial de ação no nó

sinoatrial(nodo sinusal) que propaga rapidamente o potencial para ambos os átrios e depois

pelo feixe A-V para os ventrículos. Isso permite que os átrios contraiam 0,1 segundos antes

que os ventrículos, fazendo com que o sangue chegue primeiro no ventrículo, antes da forte

contração que irá difundir o sangue para o sistema vascular, sendo assim os átrios agem como

Bomba de Escova, isto é, 80% do sangue que chega no átrio vai por diferença de pressão para

o ventrículo, sendo necessário a contração atrial para propelir apenas 20% do sangue restante,

antes da contração ventricular, funcionando como uma escova que apenas completa e limpa a

câmara Atrial. O ciclo cardíaco é composto por sístole e diástole, com duração total de 1/72

batimentos/min, ou seja, depende da frequência cardíaca que é de 72 bpm.

Enchimento dos ventrículos. Durante a sístole ventricular, grande quantidade de sangue acumula-se nos átrios, por estarem fechadas às válvulas A-V. Por esta razão, logo que termina a sístole as pressões ventriculares caem novamente para seus baixos valores diastólicos e a elevada pressão nos átrios causada pelo sangue abrem as válvulas A-V e possibilitam ao sangue fluir rapidamente para os ventrículos. Este é denominado período de enchimento rápido dos ventrículos. As pressões atriais caem até uma fração de milímetro das pressões

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ventriculares, porque os orifícios normais das válvulas A-V são tão grandes que não oferecem praticamente qualquer resistência ao fluxo sanguíneo.O período de enchimento rápido dura aproximadamente o primeiro terço da diástole. Durante o terço médio da diástole, apenas pequena quantidade de sangue flui normalmente paraos ventrículos; este sangue continua a chegar das veias para os átrios e a passar através deles para os ventrículos. Durante o último terço da diástole, os átrios se contraem e dão um impulso adicional ao influxo de sangue para os ventrículos; isto responde por cerca de 20% do enchimento dos ventrículos durante cada ciclo cardíaco. Esvaziamento dos ventrículos durante a sístole. Período de contração isovolumétrica (isométrica). Imediatamente após o início da contração ventricular, a pressão ventricular eleva-se abruptamente pela presença do sangue, fazendo fecharem-se as válvulas A-V, devido a diferença de pressão. Um período adicional de 0,02 a 0,03 s é, então, necessário para o ventrículo acumular pressão suficiente para forçar as válvulas semilunares (aórtica e pulmonar) a se abrirem contra as pressões na aorta e na artéria pulmonar. Durante este período há, portanto, contração dos ventrículos, mas não há qualquer esvaziamento. Este período é denominado período de contração isovolumétrico, mostrando que a uma contração sem a passagem de sangue e sem modificação do volume ventricular.Período de ejeção. Quando a pressão no ventrículo esquerdo se eleva ligeiramente acima de 80 mm Hg (e a pressão ventricular direita, ligeiramente acima de 8 mm Hg), as pressões ventriculares forçam, então, as válvulas semilunares a se abrirem. Imediatamente, o sangue começa a jorrar para fora dos ventrículos, com cerca de 70% do esvaziamento ocorrendo durante o primeiro terço do período de ejeção e os 30% restantes, durante os dois terços seguintes. Assim, o primeiro terço é denominado período de ejeção rápida e os dois terços finais, período de ejeção lenta.Período de relaxamento isovolumétrico. Ao final da sístole, o relaxamento ventricular se inicia subitamente, possibilitando a rápida diminuição das pressões intraventriculares. Imediatamente, as elevadas pressões nas grandes artérias distendidas fazem o sangue refluir para os ventrículos, o que força as válvulas aórtica e pulmonar a se fecharem. Por mais 0,03 a 0,06 s, o músculo ventricular continua a se relaxar, mesmo que o volume ventricular não se altere, ocasionando o período de relaxamento isovolumétrico. Durante este período, as pressões intraventriculares caem rapidamente de volta a seus valores diastólicos, muito baixos. Então, as válvulas A-V se abrem para iniciar novo ciclo de bombeamento ventricular.

As Valvas são mecanismos de evitar refluxo de sangue para as câmaras, sendo assim seu mecanismo de abertura e fechamento depende do gradiente de pressão existente e por isso ocorre passivamente. As valvas A-V tem um mecanismo de segurança para evitar refluxo que é composto pelas cordas tendineas e pelos músculos papilares, que se contraem ao mesmo tempo que a sístole ventricular. Ao contrario do que se pensa, os músculos papilares e as cordas tendineas servem apenas de reforço as valvas A-V, fazendo com que a elevada pressão sobre as valvas não as desloque sentido átrio e cause o refluxo, sendo assim se uma corda ou um músculo papilar falhar, ocorre o refluxo e pode causar insuficiência cardíaca. Devido a anatomia das válvulas semilunares e devido a alta pressão das artérias pulmonares e aórtica (acima de 80 mmHg), elas não possuem as estruturas de segurança das valvas A-V, que possuem um fluxo lento frente ao fluxo intenso e em alta velocidade das valvas semilunares, no entanto, seu formato e seu tecido fibroso fazem com que o sangue que iria voltar para a câmara (devido a redução da pressão ventricular e do inicio da diástole) fechasse as válvulas e evite o refluxo.

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4. Caracterizar as Bulhas (B1 e B2).

Ao se auscultar o coração com estetoscópio, não se ouve a abertura das válvulas, pois esse é um processo de desenvolvimento relativamente lento e que não produz qualquer ruído. Entretanto, ao se fecharem às válvulas, seus folhetos e os líquidos circundantes vibram sob a influência das súbitas diferenças de pressão que ocorrem, produzindo sons que se propagam pelo tórax em todas as direções. Quando os ventrículos começam a se contrair, ouve-se um som que é causado pelo fechamento das válvulas A-V. A vibração é de tom baixo e mantém-se por período relativamente longo, sendo conhecida como primeira bulha cardíaca. Quando as válvulas aórtica e pulmonar se fecham, ouve-se um estalido relativamente rápido, pois essas válvulas se fecham com extrema rapidez e as regiões circunvizinhas vibram apenas por curto período. Esse som é conhecido como segunda bulha cardíaca. Ocasionalmente, pode-se ouvir um som atrial quando os átrios batem devido a vibrações associadas ao fluxo de sangue para os ventrículos. Assim, também uma terceira bulha cardíaca ocorre, por vezes, aproximadamente ao final do primeiro terço da diástole, supostamente causada pelo sangue fluindo em turbilhão para os ventrículos já quase cheios. No batimento cardíaco tem-se os sons de lub, dub, lub, dub, esses sons são referentes não aos fechamentos das valvas, mas sim a reverberação do sangue sobre as paredes dos ventrículos, sobre as valvas e a vibração das cordas tendineas produzam a 1ª bulha(B1), e a reverberação do sangue sobre as valvas semilunares e sobre as paredes arteriais produzam a 2ª bulha(B2) (Bulhas cardíacas).

5. Definir as cargas cardíacas (Pré e pós carga).

Os conceitos de "pré-carga" e "pós-carga". Ao se avaliar as propriedades contrateis do músculo, é importante especificar o grau de tensão sobre o músculo quando ele começa a se contrair, o que é designado como pré-carga, e também se especificar a carga contra a qual o músculo exerce sua força contrátil. que é designada como pós-carga. Para a contração cardíaca, a pré-carga é geralmente considerada como sendo o volume de sangue no ventrículo ao final da diástole, ou seja, o volume diastólico final. Entretanto, por vezes, essa pré-carga é expressa como a pressão diastólica final quando o ventrículo fica cheio de sangue. A pós-carga do ventrículo é a pressão na artéria que sai do mesmo. Por vezes, a pós-carga é considerada muito livremente como sendo a resistência na circulação, e não a pressão. A importância dos conceitos de pré-carga e pós-carga é que, em muitos estados funcionais anormais do coração ou da circulação, o grau de enchimento do ventrículo (a pré-carga), a pressão arterial contra a qual o ventrículo tem de se contrair (a pós-carga), ou ambos, alteram-se muito em relação ao normal.

6. Caracterizar o trabalho do débito cardíaco e seus componentes.

O débito cardíaco representa a quantidade de sangue ejetado pelos ventrículos por minuto, sendo esses responsáveis pelo volume de sangue ejetado do coração. O débito cardíaco é controlado principalmente pelo retorno venoso(sangue que chega ao coração), quanto maior o retorno venoso, maior será o débito cardíaco. Um dos motivos pelo qual os fatores periféricos (retorno venoso) ter maior importância sobre o débito cardíaco, do que o próprio coração, é que o coração apresenta um mecanismo intrínseco, que em condições normais, permite que ele bombeie automaticamente todo e qualquer excesso de sangue ,que chegue no átrio direito pelas veias cava, e faça com que o com que as paredes das câmaras cardíacas se distendam e o musculo cardíaco se contraia com mais força, ejetando o sangue adicional para a circulação sistêmica. Essa ação é chamada de lei ou mecanismo cardíaco de Frank-Starling.

Débito cardíaco (DC) = Frequência cardíaca(FC) x Fluxo sanguíneo por batimento(FS) (ml/min) (bpm) (ml/batimento)

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Ex.: 70 x 70 = 4900 ml/min

Portanto, o débito cardíaco a longo prazo é: DC = Pressão Arterial

Resistência PeriféricaTotal

Isto significa que qualquer variação do nível da resistência periférica a longo prazo causa uma variação oposta no débito cardíaco.

Alexandre De Antonio