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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID LETRAS PROJETO: CLIC CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR PROFESSORES: FLÁVIA KELLYANNE MEDEIROS DA SILVA GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA LÍGIA ALBUQUERQUE QUEIROZ PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES VANESSA KISHIMA DO BÚ MÓDULO 05: TEATRO ALUNO:_____________________________________ www.projetoclicraul.blogspot.com

Módulo 5 teatro ditadura militar

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Page 1: Módulo  5  teatro ditadura militar

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

PRO-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA

PIBID LETRAS

PROJETO:

CLIC

CULTURA, LITERATURA E CRIATIVIDADE: DO ERUDITO AO POPULAR

PROFESSORES:

FLÁVIA KELLYANNE MEDEIROS DA SILVA

GABRIELA SANTANA DE OLIVEIRA

LÍGIA ALBUQUERQUE QUEIROZ

PRISCILA DA SILVA SANTANA RODRIGUES

VANESSA KISHIMA DO BÚ

MÓDULO 05: TEATRO

ALUNO:_____________________________________ www.projetoclicraul.blogspot.com

Page 2: Módulo  5  teatro ditadura militar

MÚSICA ANGÉLICA

(CHICO BUARQUE)

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho?

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse lamento?

Só queria lembrar o tormento

Que fez o meu filho suspirar

Quem é essa mulher

Que canta sempre o mesmo arranjo?

Só queria agasalhar meu anjo

E deixar seu corpo descansar

Quem é essa mulher

Que canta como dobra um sino?

Queria cantar por meu menino

Que ele já não pode mais cantar

Quem é essa mulher

Que canta sempre esse estribilho?

Só queria embalar meu filho

Que mora na escuridão do mar.

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CENSURA NO REGIME MILITAR

(Antônio Gaspareto Júnior)

A censura no regime militar foi um dos elementos mais marcantes da

severidade do regime autoritário que governava o país. O povo brasileiro era

controlado pelos órgãos do governo que tentavam transparecer a paz e a estabilidade

social no país tendo como sustento o desenvolvimento econômico.

Os militares assumiram o poder no país através de um golpe que derrubou o

então presidente João Goulart no ano de 1964.

O início do governo militar já seria acompanhado também pela repressão, os dois

elementos eram amigos que caminhavam juntos a todo momento. Por 21 anos

o Brasil seria governado por uma ditadura, que começou a repressão baseando-se no

argumento de defesa contra o perigo comunista. Os famosos atos

institucionais foram às medidas constitucionais tomadas pelo governo militar que

deram as condições necessárias para tornar o Brasil uma ditadura comandada pelos

militares por tantos anos.

À medida que os Atos Institucionais se avançavam também avançava a

severidade do regime, marcado por sua característica despótica, capaz de vetar os

direitos que eram garantidos pela constituição brasileira, estabelecendo a opressão

militar e policial e também o silêncio dos opositores.

Entre 1968 e 1978 mais de 600 filmes, 500 peças teatrais, vários livros e

assuntos escolares foram proibidos pela censura. Mas no campo da produção cultural

quem mais sofreu com a repressão foi a Música Popular Brasileira, tratada pelo

Estado como causadora de mal à população, ofensiva às leis, à moral e aos costumes.

A música tem uma capacidade própria de tomar o subconsciente das pessoas e

propagar ideias, foi justamente o que causou maior atenção dos censores com os

compositores, muitas vezes as músicas eram barradas apenas pelo título escolhido

por seu criador. Muitos autores foram presos ou expatriados, discos foram vetados ou

recolhidos e algumas canções permaneceram desconhecidas do público.

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Um dos mais perseguidos e que encabeça uma grande lista de nomes durante a

ditadura militar foi Chico Buarque. Os compositores utilizavam de recursos de

duplo sentido para propagar suas ideias e conseguir driblar os censores que só se

davam conta do verdadeiro significado depois do sucesso da música, como é o caso

de Cálice, composta por Chico Buarque. O próprio título da música já faz um jogo

sonoro com a expressão “cala-se”.

OS ARQUIVOS DA DITADURA

(Emiliano José)

As ditaduras imaginam, pela voz dos ditadores, que nunca serão punidas por seus

crimes. Não custa lembrar o exemplo do general Ernesto Geisel, que, sem medo dos

julgamentos da História, afirmava que “infelizmente” tinha de continuar a matar, tal e

qual seus antecessores Garrastazu Médici, Costa e Silva e Castelo Branco. Pinochet

certamente também imaginava que não enfrentaria problemas por conta do regime de

terror que implantou no Chile. As ditaduras latino-americanas, com a Operação Condor,

pensaram poder matar, tal e qual uma multinacional da direita terrorista, sem que nada

lhes acontecesse.

Só que a roda gira. Algum dia vem o cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar.

Nem sempre com toda a justiça. Às vezes, com muitos dos criminosos já mortos de

causas naturais. Outras vezes – podemos pensar assim com relação a vários países da

América Latina e particularmente se nos referirmos ao Brasil – processos políticos de

transição “por cima” terminam por dificultar a punição dos criminosos. Apesar dessas

observações – quem sabe cuidados histórico-conceituais de quem experimentou os

rigores da ditadura e conseguiu sobreviver –, é inegável que desfrutamos de um

saudável momento de acerto de contas em boa parte da América Latina.

Acerto de contas aqui não carrega o tom de bravata, nem de vingança, até porque

impossível no quadro em que vivemos. O fruto amadurece, vem no tempo. Em anos

bem recentes, as ditaduras latino-americanas têm sido julgadas pelos povos. Tem sido

assim no Chile, na Argentina e no Brasil, para dar três exemplos. Julgadas de modo

mais aberto porque faz muito tempo a população desses países já havia consolidado

opinião sobre o que foram aqueles anos de terror. Agora, as coisas estão sendo ditas,

providências tomadas.

Quem imaginaria um Pinochet levado às barras dos tribunais chilenos? Quem o

imaginaria preso antes na Inglaterra? Quem pensaria a hipótese de militares argentinos

serem presos e julgados, na Argentina ou fora dela? A história ensinou, à larga, que não

há jeito de apagar os vestígios dos crimes políticos. Que, mais cedo ou mais tarde, eles

vêm à tona. Que os povos, cada um a seu modo, acabam por exercer seu direito à

memória. Esse é um momento singular, e nele vamos consolidando a noção de que a

mais imperfeita vida democrática é melhor que qualquer ditadura.

Temos consciência da natureza da transição brasileira. Como em vários outros períodos

essenciais de nossa história, para que a ditadura fosse ultrapassada houve uma

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negociação que acabou por anistiar os criminosos, os torturadores. Não cabe o lamento,

por inútil. É provável que a correlação de forças daquele momento não possibilitasse

outra saída. Mas acontece que a roda gira, o mundo não pára. E a Nação quer saber de

tudo, reconhecer-se a si própria, mesmo que ao olhar no espelho reconheça muitos

horrores, como os desse período ainda cheio de nuvens e sombras entre 1964 e 1985.

MÚSICA RODA VIVA (Chico Buarque)

Tem dias que a gente se sente

Como quem partiu ou morreu

A gente estancou de repente

Ou foi o mundo então que cresceu...

A gente quer ter voz ativa

No nosso destino mandar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente

Até não poder resistir

Na volta do barco é que sente

O quanto deixou de cumprir

Faz tempo que a gente cultiva

A mais linda roseira que há

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a roseira prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

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A roda da saia mulata

Não quer mais rodar não senhor

Não posso fazer serenata

A roda de samba acabou...

A gente toma a iniciativa

Viola na rua a cantar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a viola prá lá...

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração...

O samba, a viola, a roseira

Que um dia a fogueira queimou

Foi tudo ilusão passageira

Que a brisa primeira levou...

No peito a saudade cativa

Faz força pro tempo parar

Mas eis que chega a roda viva

E carrega a saudade prá lá

Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração.

A MÚSICA E A CENSURA DA DITADURA MILITAR

(Jeocaz Lee)

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Após Geraldo Vandré ser o alvo do regime autoritário da ditadura no Brasil tendo

suas músicas censuradas, e com sua carreira totalmente sufocada, o foco se virou para

Chico Buarque, que foi um dos cantores mais perseguidos pela censura. tanto nas

canções de protesto, quanto nas que feriam os costumes morais da época.

Os problemas de Chico Buarque com a censura começaram junto com a sua carreira.

Em 1966, a música “Tamandaré”, incluída no repertório do show “Meu Refrão”,

com Odete Lara e MPB-4, é proibida após seis meses em cartaz, por conter frases

consideradas ofensivas ao patrono da marinha. Era o começo de um longo namoro entre

a censura e a obra de Chico Buarque.

Exilado na Itália, de 1969 a 1970, Chico Buarque sofreria com a perseguição da censura

após o retorno ao Brasil. Em 1970, recém-chegado do exílio, o compositor enviou a

música “Apesar de Você” para a aprovação da censura, tendo a certeza que a música

seria vetada. Inesperadamente a canção foi aprovada, sendo gravada imediatamente em

compacto, tornando-se um sucesso instantâneo.

Já se tinha vendido mais de 100 mil cópias, quando um jornal comentou que a

música referia-se ao presidente Médici. Revelado o ardil, o exército brasileiro invadiu a

fábrica da Philips, apreendendo todos os discos, destruindo-os. Na confusão,

esqueceram-se de destruir a matriz.

Em 1973 Chico Buarque sofreria todas as censuras possíveis. A peça “Calabar, ou

o Elogio à Traição”, escrita em parceria com Ruy Guerra, foi vetada pela censura. As

consequências da proibição viriam no seu álbum, “Calabar”, também daquele ano. A

capa do disco trazia a palavra “Calabar” pichada num muro. Os censores concluíram

que aquela palavra pichada tinha um significado subversivo, o que resultou na proibição

da capa.

A resposta de Chico Buarque foi lançar o álbum com uma capa totalmente branca e

sem título. O disco trazia o registro das canções da peça vetada, por isto teve várias

músicas (todas elas em parceria com Ruy Guerra) que amargaram nas malhas da

censura. “Vence na Vida Quem Diz Sim” teve a letra totalmente censurada, sendo

gravada no disco uma versão instrumental; “Ana de Amsterdam” teve vários trechos

censurados.

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SURGIMENTO DO TEATRO

O teatro surgiu através das necessidades do homem. O homem primitivo com suas

crenças buscava interagir com deuses através de homenagens, danças e festas. O

homem primitivo era caçador e selvagem, por isso sentia necessidade de dominar a

natureza. Através destas necessidades surgem invenções como o desenho e o teatro na

sua forma mais primitiva.

O teatro primitivo era uma espécie de danças dramáticas coletivas que abordavam as

questões do seu dia a dia, uma espécie de ritual de celebração, agradecimento ou perda.

Estas pequenas evoluções deram-se com o passar de vários anos. Com o tempo o

homem passou a realizar rituais sagrados na tentativa de apaziguar os efeitos da

natureza, harmonizando-se com ela.

Os mitos começaram a evoluir, surgem danças miméticas (compostas por mímica e

música). O teatro de fato teve reconhecimento e ascensão na Grécia, pois as festas eram

organizadas como uma homenagem ao deus Dionísio, deus da natureza e do

vinho,celebrado com muita dança, em agradecimento as colheitas.essas danças eram

compostas com rituais, passos marcados, e com tempo depois surgem o dialogo.

Primeiro realizava-se nas ruas e em seguida foi necessário um lugar por despertar tanto

interesse na população.

CARACTERÍSTICAS DO TEXTO TEATRAL

O texto teatral é dividido em atos que podem ser subdivididos em cenas, quando a

peça é muito longa. As suas características são: se assemelham ao texto narrativo,

possuem personagens, fatos, história (enredo representado) e não possui narrador pelo

fato de ser representado e não contado.

Em uma peça teatral em primeiro lugar o mais importante é o texto, que se processa

através dos diálogos entre atores e constituído por uma sequência linear representada

pela introdução (ou apresentação), complicação, clímax e desfecho, com a finalidade de

alcançar o público com a arte do texto teatral. Em segundo lugar os atores que assumem

um papel de destaque, por meio de um discurso indireto. Em terceiro lugar os recursos

como pausas, mímicas, sonoplastia, gestos e elementos ligados á postura corporal.

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TEATRO NA DITADURA MILITAR NO

BRASIL

Em 1964 o teatro brasileiro passou pelos piores momentos

devido a tomada do poder pelos militares, instaurando o

período da ditadura militar no Brasil. Constituída por um

tempo de repressão e censura, um regime autoritário,que

promovia um assassinato cultural,ao ponto de muitos

pensarem que o teatro tinha desaparecido,assim como tortura,prisões,espancamentos e

perseguições de qualquer pessoa que confronta-se os atos institucionais (AI-5)e aquelas

que principalmente utilizavam a arte para combater e revolucionar.

O ponto culminante da repressão ocorreu em julho de 1968, quando pessoas do

partido comunistas, invadiram em São Paulo, o teatro onde estava sendo encenada a

peça “Roda Viva,de Chico Buarque.Atores e atrizes foram espancados,cenário e

equipamentos destruídos.Marília Pêra e Rodrigo Santiago,(atores da peça Roda

Viva)foram obrigados a irem para rua despidos,para servir de exemplo e inibir a

apresentação da peça em outros lugares.

A censura acaba proibindo o espetáculo. Essa violência e insegurança serviram

para afastar de vez a classe média do teatro. Ainda havia uma forte campanha junto à

opinião pública para tentar colocar o teatro com uma imagem de subversivos,

de violência e de pervertidos. A qualidade dos espetáculos despencou. O teatro não

conseguiu resistir a repressão no Brasil. O público desaprendeu a ir ao teatro, de modo

que o prejuízo foi gravíssimo para todo o teatro” Barbara Heliodora

O QUE É UMA PARÓDIA?

Paródia é uma imitação. Sendo, portanto uma imitação que se utiliza da ironia, do

humor ou deboche. Existem paródias de composições literárias, filmes e músicas. Na

literatura a paródia é um processo de intertextualização, OU SEJA, DÁ UMA NOVA

INTERPRETAÇÃO AO TEXTO. A paródia é um importante elemento utilizado no

modernismo brasileiro e na poesia marginal.

EXEMPLO DE PARÓDIA LITERÁRIA

"Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o sabiá;

As aves, que aqui gorjeiam,

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Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossos campos tem, mas flores."

(Canção do exílio - Gonçalves Dias; poeta romântico brasileiro)

A paródia

(Oswald de Andrade; POETA MORDENISTA)

"Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá"