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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
MÓDULO DE CONTROLE APLICADO À AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
Antônio Daniel Catunda Peres
Fortaleza Junho de 2011
ii
ANTÔNIO DANIEL CATUNDA PERES
MÓDULO DE CONTROLE APLICADO À AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
Monografia submetida à Universidade Federal do Ceará como parte dos requisitos para obtenção do grau de Engenheiro Eletricista.
Orientador: Profª. Ph.D.Ruth Pastôra Saraiva Leão
Fortaleza
Junho de 2011
MÓDULO DE CONTROLE APLICADO À AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
Esta monografia foi julgada adequada para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista e aprovada em sua forma
Graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Ceará.
Antônio Daniel Catunda Peres
Fortaleza,
MÓDULO DE CONTROLE APLICADO À AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
foi julgada adequada para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista e aprovada em sua forma final pelo programa de
Graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Ceará.
Antônio Daniel Catunda Peres
Banca Examinadora:
Fortaleza, 17 de junho de 2011
iii
MÓDULO DE CONTROLE APLICADO À AUTOMAÇÃO AGRÍCOLA
final pelo programa de
Graduação em Engenharia Elétrica na Universidade Federal do Ceará.
iv
A Deus,
Aos meus pais, Antônio Manoel e Cleide,
A meus avós, Clóvis Catunda e Hermengarda Catunda e meus irmãos e irmãs,
A todos os familiares e amigos
v
RESUMO
É sabido que cada vez mais necessita-se de sistemas automatizados, para nossas casas, para
nossos trabalhos dentre outros locais. Assim também ocorre para a irrigação, cada vez mais se
torna necessário a sua implementação, principalmente por incentivo do governo federal com o
trabalho em períodos noturnos, como sugerido pelo Programa Rural Irrigante. Um método
que se encaixa a essas propostas é o projeto de um sistema automatizado para o comando a
distância do acionamento de motores e a verificação de seu status, utilizando o micro
controlador PIC 16F877 como módulo de controle e o PIC 16F84 como módulo de comando
ligado diretamente aos motores, com uma comunicação via RF (Rádio Freqüência) usando a
porta serial e o protocolo RS-232.
Palavras - Chave: Automação. Rural Irrigante. PIC 16F877. RF.
vi
ABSTRACT
It is known that automated systems are increasingly needed to homes, jobs and other places.
This also is true to irrigation, where more and more it becomes necessary this implementation,
especially when you are encouraged by the federal government to work in night time, as
suggested by the resolution 207/2006 from ANEEL for the program Rural Irrigante. This
paper aims to design a automated system for remote control of motor drives and status checks.
Using the PIC 16F877 microcontroller as the control module and 16F84 as command module
connected directly to the engines, with a communication via RF (Radio Frequency) and using
the serial port with the RS-232 protocol.
Keywords: Automation. Rural Irrigante. PIC 16F877. RF.
vii
SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
CAPÍTULO 2
UMA VISÃO SOBRE A IRRIGAÇÃO AGRÍCOLA .............................................................. 3
2.1 IRRIGAÇÃO .................................................................................................................. 3
2.2 TOMADA DE DECISÃO SOBRE A IRRIGAÇÃO ..................................................... 3
2.2.1 QUANTIDADE E DISTRIBUIÇÃO DE CHUVAS ................................... 4
2.2.2 NECESSIDADE DE ÁGUA DAS CULTURAS ......................................... 5
2.2.3 PRINCIPAIS MÉTODOS E SISTEMAS DE IRRIGAÇÃO ...................... 7
2.2.3.1 IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO ........................................................... 7
2.2.3.2 IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO ................................................. 8
2.2.3.3 IRRIGAÇÃO POR SULCOS ................................................................. 9
2.3 SELEÇÃO DO MÉTODO DE IRRIGAÇÃO ............................................................... 9
2.4 PROGRAMA RURAL IRRIGANTE .......................................................................... 10
2.5 BOMBAS ..................................................................................................................... 10
2.5.1 BOMBAS DE DESLOCAMENTO POSITIVO ........................................ 11
2.5.2 MOTOBOMBAS ........................................................................................ 11
2.5.3 MOTORES ELÉTRICOS ........................................................................... 13
2.5.4 MOTOR DE INDUÇÃO TRIFÁSICO ...................................................... 14
2.5.5 PARTIDA DE MOTORES ......................................................................... 15
2.5.5.1 PARTIDA DIRETA ............................................................................ 16
2.5.5.2 PARTIDA COM CHAVE ESTRELA-TRIANGULO ........................ 16
2.5.5.3 PARTIDA COM CHAVE COMPENSADORA ................................ 17
2.5.5.4 PARTIDA ELETRONICA .................................................................. 18
2.5.5.5 LIMITAÇÕES DA REDE E NORMA DA CONCESSIONÁRIA
QUANTO A PARTIDA DOS MOTORES ...................................................... 19
2.6 SISTEMA DE COMUNICAÇÃO................................................................................ 20
CAPÍTULO 3
MÓDULO DE COMANDO E MÓDULO DE CONTROLE .................................................. 22
3.1 PLACA DE ACIONAMENTO DOS MOTORES ....................................................... 22
3.2 PLACA DO CONTROLE REMOTO .......................................................................... 27
viii
CAPÍTULO 4
RESULTADOS DE SIMULAÇÃO ......................................................................................... 30
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 33
ANEXOS ................................................................................................................................ 35
1
INTRODUÇÃO
A agricultura é uma arte e ao mesmo tempo uma engenharia com milhares de
anos de existência, e o seu avanço é diretamente conectado ao avanço de um povo. O
que faz da agricultura uma arte e uma engenharia é sua dependência forte de fatores
ambientais que são aleatórios e muito diferentes para locais distintos, sendo a irrigação
um aspecto fundamental para o seu desenvolvimento. Um sistema de irrigação bem
projetado tende a garantir um melhor desenvolvimento de culturas com um maior
aproveitamento dos insumos, uma vez que a água está cada vez mais escassa em nosso
planeta, e uso eficiente de energia elétrica contribui para um menor impacto ao meio
ambiente.
No interior do Ceará, mais especificamente na cidade de Ipueiras onde o clima
semi-árido predomina, e a base da economia ainda está diretamente ligada à agricultura,
as secas que ocorrem frequentemente são prejudiciais à produção agrícola, que passa
então a depender bastante dos sistemas de irrigação que são implantados para prover a
quantidade de água necessária para cada tipo de cultura plantada.
Muitos dos métodos de irrigação atuais são altamente dependentes da energia
elétrica, energia essa que tem uma alta participação nos custos de produção e um projeto
que diminua o uso de energia sem contudo diminuir a produção garante ao agricultor
maior atratividade econômica em seu negócio.
Em 2006, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) promulgou a
Resolução Normativa No. 207/2006 que estabelece os procedimentos para aplicação de
descontos especiais na tarifa de fornecimento relativa ao consumo de energia elétrica
das atividades de irrigação e na aquicultura. Segundo a resolução, a concessionária de
energia deverá conceder desconto sobre o consumo de energia elétrica verificado em um
período diário contínuo de oito horas e trinta minutos compreendidos no período de
21h30min às 6h do dia seguinte. O desconto para as unidades consumidoras sediadas na
região nordeste do Brasil é de 90% para unidade consumidora pertencente ao grupo
tarifário A (tensão ≥ 2.3 kV) e desconto de 73% para unidade consumidora pertencente
ao grupo tarifário tipo B (tensão < 2.3 kV). A resolução promove incentivo tarifário
para a irrigação agrícola praticada durante período noturno, de baixo consumo de
energia elétrica. Por razões óbvias, o trabalho noturno manual se torna inconveniente, e
surge então a necessidade de automatização do sistema de irrigação.
2
Um sistema de irrigação pode operar em modo manual com comando local ou a
distância e modo automatizado em que, por programação pré-estabelecida, a irrigação é
iniciada e finalizada sem intervenção humana. Os comandos e controles são
transmitidos fazendo-se uso de um meio de comunicação para transmissão de dados.
Em Ipueiras há uma grande produção de citros, como laranja, limão e tangerina.
A irrigação de citros depende de vários fatores, mas o que vale salientar é que a laranja
se adéqua a praticamente todos os tipos de irrigação, inclusive a irrigação por aspersão,
utilizada neste trabalho.
A irrigação por aspersão é dependente de bombas para gerar a pressão e fazer a
água ser aspergida nas plantações, bombas essas que são melhores aproveitadas com o
uso de motores elétricos.
Este trabalho tem como objetivo apresentar o projeto de um sistema de irrigação
automatizado para produção de citros na região semiárida do Inhamuns, no município
de Ipueiras – CE.
No capítulo 2 são apresentados conceitos sobre irrigação, bombas, e sobre o
programa Rural Irrigante.
No capítulo 3 são apresentados os diagramas de força e comando para partidas
de motores, tanto em partida direta quanto em partida com chave estrela – triângulo, e
também o projeto de módulos de comando e um de controle para a automação do
sistema de irrigação agrícola.
No capítulo 4 são discutidos alguns resultados da simulação, onde será visto o
que funcionou, o que não funcionou e as razões para cada escolha.
Finalmente, no capítulo 5 são apresentados os resultados deste trabalho, com
recomendações sobre melhorias que podem ser agregadas ao que foi desenvolvido para
trabalhos futuros relacionados à automação e melhoria da eficiência energética de
sistemas de irrigação agrícola.
3
Capítulo 2
Uma Visão sobre a Irrigação Agrícola
2.1 Irrigação Agrícola
A irrigação é uma técnica milenar cujo objetivo é fornecer água a uma região
agrícola na quantidade necessária e no momento apropriado, para obter níveis
adequados de produção e melhor qualidade do produto. A irrigação visa equalizar de
forma eficiente a carência hídrica de uma área agrícola às condições exigidas pelo
cultivo [NETO, 2011]. Sabe-se que a irrigação já era utilizada pelos antigos egípcios a
mais de 4 mil anos utilizando-se da água do rio Nilo. Na mesma época há registros que
os babilônios também utilizaram técnicas de irrigação.
O interesse pela irrigação aparece em variadas condições de clima, solo, cultura
e sócio-economia. Não há como projetar um único sistema de irrigação que satisfaça a
todas essas condições, portanto é necessário um estudo que ofereça a técnica que melhor
se encaixe nas condições oferecidas e nos resultados esperados. Um adequado sistema
de irrigação deverá ser capaz de propiciar ao produtor a possibilidade de fazer uso do
recurso água com a máxima eficiência, aumentando a produtividade das culturas,
reduzindo os custos de produção e, consequentemente, maximizando o retorno dos
investimentos.
Um aspecto importante que deve ser lembrado sobre a irrigação é que, antes de
iniciar o processo de seleção de um sistema de irrigação, deve-se verificar a necessidade
e a possibilidade de irrigar. Acontece às vezes de um sistema de irrigação ser adotado
apenas pelo modismo ou por pressão comercial, sem a verificação da cultura em relação
a precisar ou não de irrigação ou se a fonte de água é suficiente para atender a
necessidade.
2.2 Tomada de decisão sobre a irrigação
A decisão de irrigar ou não deve considerar alguns pontos, como a quantidade e
distribuição de chuva na região e a disponibilidade da água. Dentro dessa tomada de
4
decisão entram os fatores socioeconômicos: como aumento da produção, melhoria da
qualidade do produto e rendimento maior da terra [ANDRADE, 2001, p. 1].
2.2.1 Quantidade e distribuição de chuvas
A necessidade de irrigação aumenta na medida em que se move das regiões
úmidas para as regiões áridas e semi-áridas. Usualmente, nas regiões mais secas, a
quantidade de chuvas ao longo do ano é insuficiente para a maioria das culturas,
fazendo muitas culturas sofrerem com a falta de água, enquanto que em regiões mais
úmidas, a irrigação pode ter caráter apenas complementar e os sistemas serem de
menores custos.
Portanto, é de interesse fundamental saber o histórico de chuvas ao longo do ano
para a tomada de decisão sobre a irrigação. O Ceará possui o clima predominantemente
semi-árido com regiões em que a precipitação anual chega a ser menor que 500 mm,
como na região dos Inhamuns, e trechos que podem ser superiores a 1300 mm anuais,
como em cidades próximas da faixa litorânea e regiões serranas (Figura 1). A cidade de
Ipueiras está localizada a aproximadamente 300 km da capital Fortaleza, na região dos
Inhamuns (Figura 2), possui clima tropical quente e média pluviométrica anual de 977
mm [FUNCEME]. A principal fonte de água é o rio Jatobá, que está seco a maior parte
do ano, e o açude de maior porte é o açude de mesmo nome.
Figura 1: Índice pluviométrico no estado do Ceará no ano de 2000. [Fonte: www.funceme.br]
5
Figura 2: Localização de Ipueiras – Região do Inhamuns.
[http://defensoriaecidadania.blogspot.com/2010/08/mapas-do-ceara.html]
Índice pluviométrico Anual - Ipueiras 2010
116,9
6,4
77
177,1
26,725,30 0 0
5217
224,2
050100150200250
jan/10
mar/10
mai/10
jul/10
set/10
nov/10Ín
dic
e p
luvi
om
étri
co
(mm
)
Figura 3: Índice pluviométrico na cidade de Ipueiras – Ano de 2010. [Fonte: www.funceme.br]
Nota-se pela figura 3 que durante uma faixa de sete meses, a cidade de Ipueiras
passa por um período de estiagem, sendo a irrigação de vital importância para a
agricultura.
2.2.2 Necessidade de água das culturas
A demanda sazonal de água de uma cultura é a quantidade de água que a mesma
utiliza durante o seu ciclo. Este valor não é fixo, variando entre regiões de climas
diferentes. Em regiões mais quentes, como o semi-árido, normalmente as culturas
requerem mais água que em regiões mais frias.
6
Existem várias publicações que indicam o requerimento de água das principais
culturas [CASTRO, 2003], [LUZ, BEZERRA, SANTANA, DIAS, 1998], [STONE,
2004]. Contudo, para culturas de clima tropical essa informação nem sempre está
disponível.
A determinação da necessidade de água da cultura dos citros irrigados leva ao
bom projeto de como os irrigar. A quantidade de água a ser aplicada é normalmente
determinada pela necessidade hídrica da cultura, podendo ser estimada através da
evapotranspiração ou por meio da tensão de água no solo ou na planta. As necessidades
de água dos citros variam de acordo com seu estado fenológico (ramo da ecologia quês
estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com o meio ambiente), a
semelhança do que ocorre com outras culturas agrícolas [LOBATO, 1995].
Na brotação, emissão de botões florais, frutificação e início de desenvolvimento
dos frutos há uma maior demanda de água e as plantas ficam mais sensíveis à falta de
água. O crescimento do fruto está altamente relacionado com a absorção de água. Na
fase de maturação, colheita e semidormência, a demanda hídrica é menor e o período do
ciclo dos citros mais crítico vai da brotação até o fruto atingir 2,5 cm de diâmetro
[ROTONDANO, A. K. F. MELO, B., 2003].
Após saber qual a necessidade de água da cultura, resta saber qual a quantidade
de água proveniente da irrigação que necessita ser aplicada. Nessa conta entram os
dados de balanço entre os ganhos de água pelo solo e pelas plantas através da
precipitação, período de irrigações anteriores e escoamento superficial.
Os métodos de controle de irrigação baseiam-se em manter as raízes da planta
expostas à quantidade de água necessária para realizarem suas funções fisiológicas. Esse
controle pode ser feito baseando-se no monitoramento de água presente no solo através
de sensores ou de acordo com o clima.
O pomar de citros pode ser irrigado por qualquer método de irrigação, seja por superfície, aspersão ou localizada. Não existe um mais indicado, e sim vantagens e desvantagens que precisam ser superadas, com um manejo adequado. [ROTONDANO, A. K. F. MELO, B., 2003]
Portanto, além da necessidade da água da cultura, a escolha para irrigação de
citros fica a critério de fatores como: socioeconômico e condições de clima e solo.
7
2.2.3 Principais métodos e sistemas de irrigação
Todos os métodos de irrigação (superfície e pressurizada, por exemplo) têm sido
usados nas culturas cítricas, visando à economia de água e de energia elétrica sem uma
redução de produtividade, ou seja, visando a eficiência.
Segundo [COELHO, MAGALHÃES, 2004] na Circular 72 da Embrapa, o
cálculo da eficiência de um projeto de irrigação é feito com o produto de dois fatores, a
eficiência de aplicação e a eficiência de condução da água.
A irrigação tem por finalidade transferir água para as camadas do solo onde se
encontram as raízes. Isso pode ser feito por condutos livres (canais) ou condutos
forçados (tubulações). Isso pode ser feito de três formas: borrifando a água sobre o
terreno; deixando que ela escorra pela superfície do terreno e penetre no solo; ou a
colocando em profundidade para que as raízes a peguem através da capilaridade
[NETO, 2011].
Os métodos de irrigação sob pressão, tais quais aspersão e gotejamento vêm
substituindo os métodos de irrigação por superfície, como sulcos e inundação, que são
considerados de baixa eficiência.
2.2.3.1 Irrigação por aspersão
O método de irrigação por aspersão fundamenta-se em criar uma precipitação
artificial sobre a cultura, que é devido à pulverização da água que passa através de um
jato após ser trazida sob alta pressão de sua fonte. Comumente essa pressão é feita
através do bombeamento da água, que desta forma é conduzida até o ponto de
pulverização, chamados de aspersores e localizados na ponta do jato. Os aspersores,
figura 4, podem ser fixos ou rotativos, os últimos podem ser parciais ou de giro
completo. Um fator a ser levado em consideração é a força dos ventos, pois esses
podem fazer que a distribuição de água no terreno seja prejudicada, fazendo locais
ficarem bem mais úmidos que outros, assim como fazer que a evaporação aconteça de
forma mais forte antes das gotas atingirem o solo [COELHO, MAGALHÃES, 2004].
8
Figura 4: Irrigação por aspersão. [Fonte: http://www.acquagarden.com.br/paisagismo.html]
Esse método tem como vantagens o bom controle da lâmina de água aplicada,
alta eficiência, em torno de 70%, uso em superfícies inclinadas e menos uniformes e
solos arenosos, pouca interferência nas práticas agrícolas, economia de mão-de-obra,
pois dispensa o preparo do solo, permite a aplicação de fertilizantes e tratamentos
fitossanitários e a irrigação noturna.
As principais desvantagens desse método são: o vento, como já citado antes; a
incidência de doenças nas plantas devido a esse método fazer com que as folhas fiquem
molhadas e isso pode atrair fungos e outras pragas; investimento inicial alto com a
compra dos equipamentos de operação; manutenção e erosão do solo.
2.2.3.2 Irrigação por gotejamento
Também conhecido como um método de irrigação localizada, esse método
caracteriza-se por manter uma irrigação lenta, localizada próxima a parte radicular das
plantas e sob baixa pressão através dos gotejadores [NETO, 2011].
Figura 5: Irrigação por gotejamento. [Fonte: http://jardinagemepaisagismo.com/irrigacao-por-
gotejamento]
9
A principal vantagem da irrigação por gotejamento (Figura 5) é a economia de
água devido a pouca evaporação causada pela sua localização em relação às raízes. Essa
alta eficiência (85% a 95%) acaba possuindo um custo elevado, por isso é uma irrigação
recomendada apenas para árvores frutíferas e hortaliças de alto valor comercial.
2.2.3.3 Irrigação por sulcos
Esse é um método de irrigação superficial que se resume a canais ou sulcos
paralelos às fileiras das plantas por onde a água deve ficar tempo suficiente para
penetrar no solo e atingir as raízes das plantas [NETO, 2011].
Figura 6: Irrigação por sulcos. [Fonte:
http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/Agencia4/AG01/arvore/AG01_34_1311200215102.html]
As principais vantagens deste tipo de irrigação são: adaptar-se a um grande
número de solos e culturas e possuir um custo bem abaixo dos outros métodos. Em
contraposição encontra-se a erosão do solo, ensaios de campo dificultados e uma
eficiência muito baixa, em torno de 20% a 50% [COELHO, MAGALHÃES, 2004].
Portanto, não há interesse comercial neste método de irrigação.
2.3 Seleção do método de irrigação
Na fazenda Otacilândia, localizada em Ipueiras na região do Inhamuns, no estado
do Ceará, a cultura mais desenvolvida é a da laranja, que utiliza um sistema manual de
aspersão. Em decorrência dos benefícios encontrados na irrigação por aspersão, este
trabalho visa agregar funcionalidades e benefícios ao sistema em operação numa
10
fazenda, modificando-o de manual para automático, de uso noturno, e com sistema de
acionamento que vise o uso eficiente da energia elétrica. Com isso espera-se uma
redução em custos de operação e mão-de-obra, uso de incentivos tarifários
governamentais, redução no custo de produção com economia de energia elétrica e
maximização do retorno dos investimentos.
2.4 Programa rural irrigante
A categoria Rural Irrigante é uma categoria de clientes de energia elétrica
objetivada ao consumo de energia através de irrigação. Essa categoria foi criada no ano
de 2006 na resolução nº 207 da ANEEL. Nessa categoria o cliente recebe um desconto
na tarifa de energia elétrica consumida, destinada apenas à irrigação e aquicultura.
Segundo a resolução nº 207:
O desconto será aplicado sobre o consumo de energia elétrica verificado em um período diário contínuo de oito horas e trinta minutos, facultado à concessionária ou permissionária de distribuição o estabelecimento de escala de horário para início, mediante acordo com o respectivo consumidor, garantido o horário de 21h30 às 6hs do dia seguinte. [Resolução nº207/2006 ANEEL]
Ainda segundo a mesma resolução, a região nordeste tem um desconto de 90%
da tarifa do subgrupo A (alta tensão, com potência acima de 45 kVA) e 73% para o
grupo B (baixa tensão, consumo até 45 kVA).
Como se pode notar, a categoria Rural Irrigante garante o benefício recíproco
para o sistema elétrico e para o agricultor ao limitar o consumo de energia durante
horários de pico e fazendo o consumo de energia ser um pouco mais uniforme, exigindo
que além de exercer atividade rural, a energia elétrica deve ser usada exclusivamente
para a irrigação, e apenas nos horários de baixo pico, das 21h30 à 6h do dia seguinte.
2.5 Bombas
As bombas são máquinas motrizes cujo objetivo é realizar o escoamento de um
líquido. Funcionando como máquina operatriz, a bomba transforma o trabalho mecânico
recebido em energia de pressão e cinética, que são transferidas ao líquido. As bombas
são classificadas de acordo com o modo pelo qual é feita a transformação do trabalho
11
em energia hidráulica e o recurso usado para ceder essa energia, aumentando a pressão
e/ou velocidade do líquido. Para tanto existem as:
• Bombas de deslocamento positivo ou volumétricas
• Motobombas, chamadas também hidrodinâmicas ou rotodinâmicas ou
simplesmente dinâmicas;
• Bombas especiais (bomba com ejetor, pulsômetros e bomba de emulsão de ar).
2.5.1 Bombas de deslocamento positivo
O que melhor caracteriza as bombas de deslocamento positivo é que a partícula
líquida segue praticamente a mesma trajetória do ponto da peça com o qual está em
contato. Elas possuem uma ou mais câmaras, em cujo interior o movimento de um
órgão propulsor comunica energia de pressão ao líquido, provocando o seu escoamento.
Proporcionando desta forma as condições para que se realize o escoamento na tubulação
de aspiração até a bomba e na tubulação de recalque até o ponto de utilização.
Nesse tipo de bombas existe uma relação constante entre o fluxo e a velocidade
do órgão propulsor da bomba. Elas são normalmente usadas para pressões elevadas e
fluxo de líquido relativamente baixo, como exemplo temos as bombas de pistão ou
êmbolo.
2.5.2 Motobombas
As motobombas são caracterizadas por possuírem uma peça rotatória dotada de
pás, chamada rotor, que exerce sobre o liquido forças que resultam da aceleração que
lhe imprime. Essa aceleração, ao contrário do que se verifica nas bombas de
deslocamento positivo, não possui a mesma direção e o mesmo sentido do movimento
do liquido em contato com as pás. A função do rotor é comunicar aceleração à massa
líquida, para assim fazer a transformação de energia mecânica de que está dotado em
energia cinética para o líquido. É, em essência, um disco ou uma peça de formato
cônico dotada de pás.
O rotor pode ser:
• fechado quando, alem do disco onde se fixam as pás, existe uma coroa circular
também presa às pás. Pela abertura dessa coroa, o líquido penetra no rotor. Usa-se para
líquidos sem substâncias em suspensão (Figura 7).
12
• aberto quando não existe essa coroa circular anterior. Usa-se para líquidos
contendo pastas, lamas, areia, esgotos sanitários (Figura 8).
Figura 7: Rotor Fechado. [Fonte: http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/bombas1.html]
Figura 8: Rotor Aberto [Fonte: http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/bombas1.html]
Além do rotor, as motobombas necessitam de outro órgão que seja capaz de
transformar uma grande parte da energia cinética em energia de pressão, esse órgão é
chamado de difusor (figura 9). Isso permite que o fluido apareça na boca de saída com
uma velocidade razoável para o seu escoamento.
As motobombas usam normalmente motores elétricos para obter a energia
mecânica necessária para “puxar” a água, que na região nordeste está normalmente em
poços não muito profundos. [REBOUÇAS, BRAGA TUNDISI, 1999]
13
2.5.3 Motores elétricos
Motor elétrico é a máquina destinada a transformar energia elétrica em energia mecânica. O motor de indução é o mais usado de todos os tipos de motores, pois combina as vantagens da utilização de energia elétrica - baixo custo, facilidade de transporte, limpeza e simplicidade de comando - com sua construção simples, custo reduzido, grande versatilidade de adaptação às cargas dos mais diversos tipos e melhores rendimentos. [WEG, 2011]
As máquinas elétricas podem ser classificadas como geradores (fontes de
energia elétrica) e motores (carga elétrica motora), cada uma delas podendo ser dividida
em máquinas de corrente continua (CC) ou de corrente alternada (CA), e estas últimas
como síncrona e assíncrona.
As máquinas CC podem ser utilizadas tanto como motor quanto como gerador.
Porém, uma vez que as fontes retificadoras de potência podem gerar tensão contínua de
maneira controlada a partir da rede alternada, pode-se considerar que, atualmente, a
operação como gerador fica limitada aos instantes de frenagem e reversão de um motor.
Devido ao seu alto custo, o seu uso fica restrito a operações cujas exigências
contraponham o custo mais alto dessa instalação.
A grande maioria dos sistemas de geração de energia elétrica no mundo fazem
uso de geradores CA síncronos, devido a vantagem de controle da magnitude da tensão
terminal através do sistema de excitação e de controle da frequência através da
regulação da velocidade da máquina. Os geradores assíncronos são usados de forma
minoritária, tendo seu uso mais comum nos sistema de geração eólica.
Os motores de corrente alternada são mais utilizados devido à própria estrutura
de rede de distribuição de energia elétrica. Os principais tipos são: motores síncronos e
assíncronos. Os motores síncronos são utilizados em altas potências, pois seu custo é
grande para pequenas potências, e possui como característica a sua velocidade fixa. Já o
motor de indução com rotor em gaiola, o mais usado como motor assíncrono, apesar de
manter uma velocidade constante, sofre uma leve variação de velocidade de acordo com
a carga. Devido a sua robustez, capacidade de lidar com grandes potências e baixo
custo, acaba sendo o motor mais usado no mercado, pois lida bem com quase todo tipo
de máquina acionada encontrada na prática [WEG, 2011]. Atualmente, o
desenvolvimento das técnicas de acionamentos de corrente alternada e a viabilidade
econômica têm favorecido a substituição dos motores de corrente contínua pelos
motores de indução acionados por inversores de frequência.
14
2.5.4 Motor de indução trifásico
Segundo Guedes [1994], o motor de indução trifásico (MIT) é uma máquina
elétrica de funcionamento em corrente alternada, com o circuito elétrico da parte do
estator formado por três bobinas de fase afastadas de 2π/3 radianos elétricos e ligado a
um sistema de alimentação trifásico. O rotor de um motor trifásico pode ser do tipo
bobinado ou do tipo gaiola. O rotor de um MIT trifásico de rotor bobinado é formado
por um conjunto de três bobinas, uma por fase, interligadas entre si, em delta ou estrela.
O rotor em gaiola é formado por condutores na forma de barras curto-circuitados,
submetido a fenômenos de indução magnética. Tanto os enrolamentos do rotor
bobinado como a gaiola têm em seu núcleo material ferromagnético.
(a)
(b)
Figura 9: Motor de indução com rotor em (a) gaiola (b) bobinado [Fonte:
http://testandomotores.blogspot.com/2010/07/testando-motores-eletricos.html]
Uma questão fundamental é entender como se produz um torque eletromecânico
no rotor do motor de indução. A criação do torque no rotor baseia-se nas leis de indução
de Faraday e de Lenz.
O funcionamento de um MIT pode ser dividido em 6 partes principais:
Ø O estator é ligado à rede trifásica, provocando a circulação de corrente
pelas bobinas que formam o enrolamento, o que provoca o aparecimento de um campo
girante de força eletromotriz com velocidade de sincronismo de ns = f/p {Hz} [WEG,
2011];
Ø O campo girante de força magnetomotriz cria um campo magnético
girante no circuito magnético principal da máquina;
15
Ø O movimento desse campo magnético girante na máquina induz forças
eletromotrizes alternadas nos condutores das bobinas do estator e nos condutores do
circuito do rotor;
Ø Estando o circuito elétrico do rotor curto-circuitado, aparecem correntes
elétricas que circulam nos enrolamentos do rotor devido as forças eletromotrizes
alternadas do rotor;
Ø O fato de estas correntes estarem a circular no interior de um campo
magnético provoca o aparecimento de forças mecânicas que se exercem sobre os
condutores do rotor. A combinação dessas forças mecânicas cria um torque
eletromagnético capaz de fazer o rotor girar, sendo esse torque proporcional ao fluxo
magnético e à corrente do rotor;
Ø O movimento do rotor então tende a contrariar a causa que lhe deu
origem (a velocidade relativa entre o campo magnético e os condutores do rotor), logo o
rotor tende a atingir a velocidade do campo girante.
2.5.5 Partida de motores
Durante a partida dos motores de indução a corrente no rotor é limitada apenas
pela impedância complexa do circuito, enquanto que no funcionamento em regime
normal é, também, limitada pela força contra-eletromotriz que o campo magnético
girante induz no circuito do estator. Por esta razão, a corrente de partida é muito elevada
e causa o aquecimento do motor e de todos os condutores que são percorridos pela
corrente de partida devido às perdas de energia por efeito Joule.
Caso se deseje, por construção, reduzir muito o valor da corrente, o torque
também vem reduzido, o que compromete a partida do motor quando do acionamento
de uma carga, o que gera mais uma restrição para o motor, que ele deve possuir um
elevado torque de partida para promover o crescimento da velocidade do motor até a
velocidade de regime.
No projeto do motor tudo isso é considerado e resulta que o torque de partida é
de 1.5 a 3 vezes o torque nominal do motor e uma corrente muito superior, de 4 a 8
vezes a intensidade da corrente nominal [ GUEDES, 1994].
16
2.5.5.1 Partida direta
A partida direta é caracterizada por utilizar a tensão de regime nominal do motor
em sua partida. Esse método possui uma alta corrente de partida associada a um alto
torque de partida que gera um desgaste mecânico, sendo assim necessário que sua
partida seja feita no menor tempo possível. Normalmente essa partida utiliza apenas um
relé térmico, uma chave contatora, um disjuntor e botoeiras para seus diagramas de
comando e força. Na figura 10 é mostrado um exemplo de ligação de partida direta.
Figura 10: Partida direta simples. [Fonte: http://www.potenzanet.com/documents/52.html]
2.5.5.2 Partida com chave estrela – triângulo (Y - ∆)
Já a partida com chave estrela-triângulo apresenta baixa corrente de partida,
quando a partida é bem sucedida, possui picos de transmissão em partida de carga, um
baixo torque de partida devido à tensão reduzida aplicada no estator e leva um longo
tempo para atingir o regime nominal, quando comparado a partida direta. Quando da
parada do motor utilizando a chave estrela-triângulo, é sempre usada a parada direta.
Neste método de arranque o custo é mais elevado devido a um maior numero de
17
contatores, chaves e botoeiras, como podem ser vistos na figura 11, onde um exemplo é
mostrado.
Figura 11: Partida com chave estrela – triângulo. [Fonte:
http://ewertonmarinho.blogspot.com/]
2.5.5.3 Partida com chave compensadora
A chave de partida compensadora alimenta o motor com tensão reduzida em
suas bobinas na partida. Essa redução é feita através da ligação de um
autotransformador em série com as bobinas, após o motor ter acelerado, elas voltam a
receber tensão nominal.
A redução da corrente de partida depende do TAP em que estiver ligado o
autotransformador:
Ø TAP 65% - Redução para 42% do seu valor de partida direta;
Ø TAP 80% - Redução para 64% do seu valor de partida direta
A chave de partida compensadora é utilizada em motores que partem sob carga;
o conjugado resistente de partida da carga deve ser inferior à metade do conjugado de
partida do motor.
18
Na figura 12(a) tem-se o diagrama de comando enquanto que na figura 12(b) o
diagrama de controle para esse tipo de partida.
(a) (b)
Figura 12: (a) Diagrama de Comando (b) Diagrama de controle
2.5.5.4 Partida eletrônica (Soft-Starter)
A partida por Soft-Starter é caracterizada por ter tensão reduzida e não alterar as
conexões do bobinado do motor. A tensão é controlada eletronicamente e fundamentada
nas chaves eletrônicas chamadas tiristores.
A partida suave com as soft starters é possível devido à redução da tensão na partida de motores de indução em corrente alternada. As soft starters empregam componentes de estado sólido para controlar o fluxo de corrente e, conseqüentemente, a tensão aplicada no motor de indução. As soft starters podem ser ligadas em série, na mesma linha de alimentação aplicada ao motor, ou podem ser conectados em triângulo, de uma conexão do motor, controlando a voltagem aplicada ao motor conforme uma parametrização previamente realizada pelo usuário. Na verdade, o funcionamento de uma Soft Starter (ou chave de partida) é baseado na utilização de tiristores (SCR – “Silicon Controlled Rectifier”, Retificador Controlado a Silício). Os tiristores tem sido utilizados com muita freqüência no controle de potência em corrente alternada, para cargas resistivas indutiva, como solenóides, elementos aquecedores e os próprios motores de indução, sem contar que o tiristor é mais útil que o diodo de quatro camadas, devido ao seu condutor extra estar ligado á base da seção NPN. O SCR seria equivalente a uma trava com disparo na entrada. [FERNANDES, R.G., 2011]
19
Este método de partida se baseia em criar partidas e paradas suaves da carga a
ser movimentada, diferentemente do inversor de freqüência, cuja aplicação se dá no
controle da velocidade ponto a ponto.
A ligação dos soft-starters ao motor é feita quase de forma direta, normalmente
apenas com a inclusão de um relé de proteção e de um disjuntor, como na figura 13.
Figura 13: Ligação do motor com soft starter. [Fonte:
http://softstarter.blogspot.com/]
2.5.5.5 Limitações da rede e norma da concessionária quanto à partida dos
motores
Conforme a norma técnica NT 001/2008 da COELCE (Companhia de Energia
Elétrica do Ceará) as unidades consumidoras ligadas em redes aéreas de distribuição
com carga instalada até o limite de 75 kW devem ser atendidas através de três fases e
neutro 380/220 V, podendo ser ligadas as seguintes cargas individuais:
Ø motor trifásico com potência individual até 30 cv, em 380 V;
Ø aparelho trifásico não resistivo, com potência individual até 20 kVA;
20
Ø máquina de solda a transformador trifásico com potência até 15 kVA;
Ø aparelho de Raios X trifásico com potência até 20 kVA.
Com referencia a ligação de motores e equipamentos, ainda de acordo com a NT
001/2008, tem-se:
a) motores trifásicos, com potência nominal até 5 cv, podem ser acionados, na
partida, com ligação direta à rede;
b) motores trifásicos, com potência nominal superior a 5 cv, devem ser
equipados com dispositivos para a redução da corrente de partida;
c) as chaves compensadoras e reostatos de partida devem reduzir a tensão, no
mínimo a 65% (sessenta e cinco por cento), na partida;
d) nos motores com rotor bobinado deve ser previsto dispositivo de bloqueio que
impeça em qualquer condição a partida do motor com o rotor em curto-circuito;
e) no caso de instalação consumidora suprida por três fases, para a alimentação
de motor trifásico, deve possuir antes e próxima ao motor, além da proteção de sobre-
corrente, a proteção para falta ou queda de tensão conforme previsto na NBR 5410;
2.6 Sistema de Comunicação
Para um controle mais “limpo” do ponto de vista de quantidade de circuitos e
cabos e ao mesmo tempo devido a um ambiente hostil para uma fiação dentro de uma
floresta, por exemplo, a utilização de um protocolo de comunicação que usa o ar como
meio de transmissão se encaixa melhor que as que utilizam fios.
Como afirma Daibes Jr., S.N. e Mota, C.A [2006], os sistemas de comunicação
por RF (Rádio-Frequência) podem transmitir informações de voz, vídeo e dados
utilizando uma frequência específica para outros equipamentos sintonizados na mesma
frequência. Esta transmissão utiliza-se de alguma técnica de modulação, sendo que para
os sistemas convencionais as mais usadas ao a modulação por amplitude (AM) e a
modulação por frequência (FM).
Transmissões de rádio-frequência, são amplamente utilizadas hoje em dia no
nosso cotidiano em diversos equipamentos eletrônicos, tais como rádio, televisores,
portões de garagem, telefones, etc.
Por utilizar uma plataforma simples de ser montada, vários módulos
transmissores e receptores estão disponíveis no mercado. Para este projeto foram
escolhidos os módulos:
21
Ø Modelo Transmissor : TWS-DS-3 (433.92MHz)
Ø Modelo Receptor : RWS-375-6 (433.92MHz)
São módulos que operam com a frequência de 433.92MHz, com alcance médio
de 140m e que operam com a modulação ASK (Modulação por chaveamento de
amplitude) atingindo uma velocidade de até 4800 bps. Seus datasheets são apresentados
nos Anexos A e B.
22
Capitulo 3
Módulo de acionamento e módulo de controle
Neste projeto foi implementado um controle do acionamento a distância de um
conjunto de motores e a partir de um único ponto de controle. O sistema de
acionamento é automático no intuito de aproveitar todos os benefícios do programa
Rural Irrigante, definido na resolução 207/2006 da ANEEL.
Segundo a NT 001/2008 da COELCE, não é permitido utilizar a partida direta de
motores com potência superior a 5 cv devido à queda de tensão imediata na rede que é
causada pela alta corrente de partida. Para tanto, na simulação do circuito foi utilizado
tanto partida direta, levando em consideração bombas usuais com potência 3 cv, como
foi utilizado partida com chave estrela-triângulo para reduzir a corrente de partida e
atender às normas da concessionária considerando bombas com uma potência de 7,5 cv.
Vale salientar que a partida com chave estrela-triângulo não é o mais ideal uma
vez que os dispositivos eletrônicos de partida suave (soft-starter) estão presentes no
mercado e são capazes além de oferecer partida assistida de motores, evitar a queda de
tensão na rede elétrica próxima às cargas acionadas. Este é, porém, um projeto que
levaria mais tempo e mais foco num software de controle, que não é o objetivo deste
trabalho.
3.1 Placa de acionamento dos motores
Poucos softwares no mercado são específicos para a simulação do acionamento
de motores. Um simulador gratuito e com poucos recursos chamado CADe_SIMU
implementa a função de chaves seccionadoras, contatores, botoeiras, disjuntores,
dispositivos de proteção como relés térmicos, fusíveis dentre outros. O objetivo deste
simulador é apenas mostrar o funcionamento de diagramas de força e de controle para o
acionamento de motores, sem, contudo, levar em conta valores para tensão e corrente.
Portanto, para visualização da sequência de ações, o CADe_SIMU é uma ótima opção,
sendo utilizado neste projeto.
Na figura 14 temos a visualização do diagrama de força e de controle de uma
bomba com partida direta.
23
Figura 14: Diagramas de controle e comando por partida direta – CADe_SIMU
Na figura 14, Q1 e Q2 são disjuntores para ligação a rede da concessionária, k1 é
o contator, onde os contatos de 1 a 6 são usados no diagrama de força ligados ao relé
térmico F1 que está diretamente conectado ao motor. Observando o diagrama de
comando a direita, vemos o uso dos contatos normalmente abertos (13 e 14) do contator
k1, a bobina de acionamento do contator k1 com os terminais A1 e A2 e mais as
botoeiras para ligar e desligar o motor.
Na figura 15, em seguida, vemos o uso da partida com chave estrela-triângulo.
Vemos o uso dos contatores k1, k2 e k3, onde após a conexão dos diagramas a rede da
concessionária, e acionamento da botoeira S1, temos o fechamento das chaves dos
contatores k1 e k2, caracterizando uma conexão em estrela, e com a ativação do
contator temporizado, que ao ser ativado abre suas chaves garantindo a abertura dos
contatos de k2 ao mesmo tempo em que provoca o fechamento dos contatos de k3,
formando uma conexão em delta (triângulo).
24
Figura 15: Diagramas de controle e comando por partida com chave estrela – triangulo –
CADe_SIMU
Um grande desafio encontrado neste trabalho foi simular o acionamento de
motores controlado por lógica eletrônica, não há simuladores que unam essas duas áreas
em toda sua abrangência. Por isso, foi escolhido o software PROTEUS 7 DEMO, de
forma que contatores foram simulados como sendo relés e apenas o diagrama de
comando foi implementado.
Figura 16: Montagem do módulo de comando no simulador ISIS na plataforma PROTEUS
25
Na figura 16 encontra-se o acionamento de um motor por partida direta, esta
placa estaria conectada a carga. Tentando-se manter a semelhança no diagrama de
comando no programa CADe_SIMU, logo a direita temos as chaves seccionadoras,
DISJUNTOR 1 e EMERGÊNCIA 1, onde o índice 1 é no sentido de representar o
acionamento do Motor 1, as botoeiras LIGAR e DESLIGAR, para acionamento manual
e dois relés que serão comandados pelo PIC e poderão comandar tanto o acionamento
quanto a parada do Motor 1. A esquerda encontra-se o microcontrolador PIC 16f87
trabalhando numa freqüência de 2MHz, com o terminal A5 ligado a um botão de
RESET e os pinos B3 e B4 para indicarem o recebimento e o envio de dados
respectivamente. Também se tem o sinal que aciona o diagrama de comando no pino B0
enquanto que no pino A4 o sinal de desligar, além disso, também se tem o pino A1 para
verificar se há corrente na saída do motor e assim poder sinalizar se o motor está ligado
ou não. Não podendo esquecer-se dos pinos RX e TX, que, no programa, estão
considerados conectados aos pinos TX e RX do controle remoto respectivamente,
levando em conta que na prática estariam conectados aos módulos de transmissão e
recepção RF citados anteriormente.
Na figura 17 agora se mostra o acionamento do motor com chave de partida
estrela-triângulo, da mesma forma que para a partida direta simples, foi tentado aqui
manter a similaridade quanto ao diagrama de comando utilizado no software
CADe_SIMU. No canto superior direito da figura vemos três sinalizadores, k1 M3, k2
M3 e k3 M3 que indicam quais contatores estão ativados. Tem-se então a montagem do
circuito de acionamento que foi mostrado na figura 14 (CADe_SIMU), com a inclusão
das chaves LIGAR M3 e DESLIGAR M3 que são feitas pelo PIC 16F87.
A programação do micro controlador ligado as placas de acionamento possuem
alguns objetivos específicos, são eles:
Ø Enviar comandos de Ligar e Desligar ao circuito de comando;
Ø Verificar o status do motor;
Ø Receber e enviar informações para o controle geral, o micro controlador
mestre;
A programação foi feita utilizando o software PIC C Compiler versão Demo,
capaz de gerar o arquivo “.hex”, convertido a partir do código escrito na linguagem C,
necessário para o funcionamento do micro controlador.
As ações para o PIC 16F87 são então baseadas em algumas poucas operações
detalhadas a seguir:
26
Ø Verificar por comandos: esta unidade fica sempre a verificar a porta de
entrada RX para averiguar se há dados vindo do controle geral, podendo
receber três pedidos, Ligar, Desligar ou status do motor, sendo o comando
caracterizado por possuir o caractere 1, 2 ou 3 para determinar qual unidade
está enviando os dados;
Ø Quando a unidade de processamento recebe o comando ligar motor, ela
verifica se este comando foi enviado para ela, e então coloca o pino B0 com
valor alto (5V) por 1s e então o volta para nível baixo (0V), logo em seguida
é verificado se k1 M1 está em nível lógico alto (se estiver o motor foi ligado)
e então responde para o controle geral dizendo que o motor foi ligado com
sucesso.
Ø Quando a unidade recebe o comando de desligar ela repete o processo de
ligar, porém enviando um sinal de nível lógico baixo o pino A4, o que vai
fazer o circuito de comando abrir, desligando a carga;
Ø Quando o PIC escravo recebe o comando Status ele apenas verifica k1 M1 e
caso este estiver em nível lógico alto, responde como Motor_On, caso
contrario responde como Motor_OFF.
27
Figura17: Diagrama de comando com chave estrela-triângulo no simulador ISIS –
Plataforma PROTEUS.
3.2 Placa de controle remoto
Para o controle geral, foi utilizado um microcontrolador PIC 16F877, de 40
pinos, conectado a um LCD para prover as informações ao usuário e a um teclado
matricial para receber os comandos. A montagem deste circuito no simulador
PROTEUS 7 versão DEMO aparece na figura 18.
28
Figura: 18: Placa de controle geral no simulador ISIS – Plataforma PROTEUS.
Utilizando os exemplos do próprio simulador, [LABCENTER ELECTRONICS]
foi feita a conexão do LCD e do teclado matricial ao PIC 16F877, que trabalha com a
freqüência de 16MHz. Também foram conectados pinos de teste para saída e chegada
de dados, assim como foi feito para o lado escravo. Além disto, os pinos TX e RX desta
unidade de controle foram conectados aos módulos transmissor e receptor
respectivamente.
O controle geral foi feito com o objetivo de controlar os motores a distância de
dois modos, manual e automático, possui um relógio para agir no modo automático
atuando quando do horário que se beneficie do programa Rural Irrigante, ou seja, de
21h30 às 6hs.
Ao iniciar-se pela primeira vez, o módulo de controle geral vai pedir o ajuste do
relógio, pedindo hora e minutos, depois vai mostrar no LCD qual modo está ativo,
29
(como default o modo manual está ativo) e oferecer 3 opções de acordo com a tecla que
o usuário pressionar:
Ø ‘#’ para ver Detalhes, que inclui ver quais motores estão ligados neste
momento e se algum foi desligado sem o comando do controle geral, voltando a tela
inicial depois de mostrar os dados;
Ø ‘*’ para mudar o Modo. Está opção tanto serve para colocar em modo
automático quanto para fazer alterações manualmente pelo modo manual;
Ø ‘0’ verifica a hora atual.
Partindo da escolha de Modo, quando da escolha por Modo Automático, o
controle geral vai verificar primeiramente o horário, e então quais motores estão
ligados, se houver motores ligados e for durante o período em que o programa Rural
Irrigante não está operando, o controle geral deve desligar todos os motores, caso esteja
no horário de 21h30 às 6h, os motores deverão ser todos ligados, com um tempo de 10s
entre cada ligação para evitar a corrente de partida de vários motores ao mesmo tempo.
Agora considerando que o usuário escolheu o modo manual, primeiramente será
visualizado no LCD quais motores estão ligados para então o usuário ter a opção de
ligar ou desligar os motores em questão.
O comando para ligar envolve enviar uma string do controle geral para os
módulos de controle de cada motor, todos os módulos irão receber, mas apenas aquele
com a descrição enviada (1, 2 ou 3) irá enviar o sinal de ligar o motor e retornar a
mensagem Motor_ON.
30
Capítulo 4
Resultados de Simulação
Após executadas as simulações do circuito no programa PROTEUS 7 versão
DEMO, usando o seu simulador de circuitos ISIS, observou-se a ocorrência de alguns
fatos.
A comunicação entre o controle geral e um módulo é feita de forma que todos os
dados sejam recebidos. Sempre que o controle geral envia um comando ele espera uma
resposta como confirmação, caso não haja uma resposta em até 3 tentativas, é
considerado que o comando não foi realizado, cabendo ao usuário tentar novamente.
O controle geral foi capaz de, individualmente, ligar, desligar e pedir por status
tanto dos motores com partida direta quanto do motor com partida de chave estrela -
triangulo.
Nas programações dos PIC’s tentou-se utilizar a comunicação entre eles através
de suas portas seriais com o protocolo RS232, o que funcionou corretamente enquanto o
controle geral buscava apenas um módulo de acionamento de motores, mas quando da
tentativa de deixar vários módulos ativos foi-se encontrado um erro. O fato do pino TX
de cada módulo de acionamento estar conectado fisicamente, no simulador, fazia com
que a simulação não ocorresse da forma esperada, pois quando um módulo tentava
enviar dados, outro estava segurando a tensão e não permitindo que dados fossem
enviados. E devido a isso não se pode concluir a simulação com êxito. Como tentativa
de corrigir este problema, colocou-se resistência entre os pinos TX de cada módulo de
acionamento, mas sem sucesso. Porém, esse erro foi ocasionado por uma falta de
componentes necessários para a simulação, tais como os próprios módulos de
comunicação RF, pois levando em conta que cada módulo somente enviará dados
quando for requisitado e que o código do controle geral não tenta se comunicar com
dois módulos de acionamento ao mesmo tempo, acredita-se que em campo este módulo
seria sim capaz de controlar todos os módulos com este protocolo de comunicação.
Na figura 19, mostra-se o comando de ligar o Motor_1, que é feito com sucesso
e a resposta também, podendo assim o controle geral guardar em uma de suas variáveis
que agora este motor está ligado.
31
Figura 19: Simulação – Motor 1 Ligado
32
Capítulo 5
Conclusões
Após a análise dos atuais sistemas de irrigação verificou-se que muitos
agricultores utilizam ainda um modo manual de irrigação e gastos excessivos com o uso
de água e eletricidade, o que pode ser melhorado projetando um sistema para cada tipo
de cultura e clima e automatizando-os, de forma a obter um rendimento mais elevado.
Na tentativa da obtenção de um controle geral para automatizar um sistema de
acionamento de bombas d’água, verificou-se uma grande dificuldade para achar
plataformas que permitissem uma simulação de um novo projeto de automação.
Foram verificados problemas na comunicação utilizada, o protocolo RS-232, que
é um protocolo através de porta serial ponto–a–ponto. Este problema poderia ser
resolvido num futuro trabalho utilizando o protocolo de comunicação I2C que já é
aceito na grande parte dos micro controladores PIC’s ou mesmo através da serial RS -
422, onde ambas atingem maiores velocidade de comunicação, embora não seja uma
característica pertinente a uma escolha, e principalmente porque foram feitas no estilo
de plataforma Master-Slaves (Mestre-Escravos), onde temos um centro de controle que
pode se comunicar com vários outros módulos, sendo apenas um o mestre e enviando os
comandos necessários.
Outros pontos que poderiam ser revisados para trabalhos futuros seria a
implementação de uma função que permita que o modo automático seja programado,
além do mais o acréscimo de uma memória externa que permita o acúmulo de dados por
uma semana, mês ou outro período de tempo de forma que possa se criar um registro de
dados para uma análise de investimentos e horas trabalhadas de cada motor.
Os resultados das simulações mostraram que é um projeto de base, que possui
funções limitadas, mas capaz de progredir para formar um sistema mais robusto, com
boa capacidade e capaz de concorrer com os atuais módulos de automação agrícola no
mercado, de custo elevado.
33
Referências Bibliográficas
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Milho e Sorgo, 2001. (Embrapa Milho e Sorgo, Circular técnica, nº14) • Castro, N., Apostila de Irrigação. Rio Grande do Sul, UFRGS, 2003. • Luz, M. J. S., Bezerra, J. R. C., Santana, J. C. F., Dias, J. M., Efeito de diferentes
épocas de supressão da água de irrigação na qualidade da fibra do algodão. Paraíba, UFPB, 1998.
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Cruz das Almas. Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004. (. Embrapa Mandioca e Fruticultura, Circular técnica, nº72)
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Acesso em 12/04/2011.
34
• Folha de dados PIC16F87. Disponível em <HTTP://www.alldatasheet.com> Acesso em 12/04/2011.
• ANEEL, Resolução Nº 207/2006. Disponível em < http://www.aneel.gov.br/ >
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw RWS-375 Series Datasheet P.1
WENSHING®© RWS-375 RF MODULE Series
Wireless Hi Sensitivity Receiver Module (RF ASK)
Version History
Version Date Changes
V1.01 Apr.4, 2008 1st. Edition
35
ANEXO A
DATASHEET RECEPTOR RF � RWS-375
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw RWS-375 Series Datasheet P.2
Model : RWS-375-6
l Frequency Range: 433.92MHz
l Modulate Mode: ASK
l Circuit Shape: LC
l Date Rate: 4800bps
l Selectivity: -108dBm
l Channel Spacing: 500KHz
l Supply Voltage: 5V
l High Sensitivity Passive Design.
l Simple To Apply with Low External Count
Electrical Characteristic
Characteristic Sym Min Type Max Unit
Operating Radio Frequency FC 433.420 433.92 434.420 MHz
Sensitivity Pref -106 -108 -110 dBm
Channel Width -500 + 500 KHz
Noise Equivalent BW NEB 5 4
Baseboard Data Rate 3 KB/S
Receiver Turn On Time 3 ms
DC Characteristic
Symbol Parameter Condition Min Type Max Unit
VccOperatingSupply Voltage
4.9 5 5.1
I TotOperatingSupply Voltage
4.5
V Data Data Out
1 Data=+200uA
(High)
Vcc-0.5
Vcc V
1 Data=-10uA
(Low)0.3 V
36
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw RWS-375 Series Datasheet P.3
Size
Pin Assignment
Pin Function
1 GND
2 Digital Output
3 Linear Out
4 VCC
5 VCC
6 GND
7 GND
8 ANT(About 13cm)
37
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw RWS-375 Series Datasheet P.4
Demo Circuit
38
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw TWS-DS Series Datasheet P.1
WENSHING®© TWS-DS RF MODULE Series
Wireless Hi Power Transmitter Module (RF ASK)
Version History
Version Date Changes
V1.01 May. 20, 2009 1st. Edition
V1.02 Mar. 03, 2011 2st. Edition
ANEXO B
DATASHEET TRANSMISSOR RF � TWS-DS
39
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw TWS-DS Series Datasheet P.2
Model : TWS-DS-3
l Frequency Range: 433.92 MHz
l Modulate Mode: ASK
l Circuit Shape: SAW
l Date Rate: 8Kbps
l Supply Voltage: 1.5~12V
l Electric Current: 23mA(5V) ; 40mA(9V) ; 53mA(12V)
l Power: 10dBm(5V) ; 14.5dBm(9V) ; 20dBm(12V)
l Working temperature: -20~+85
l Solder temperature: 230 (10 seconds).
l High sensitivity is designed.
Application
l Wireless Data Transmission l Wireless Game Pad
l Remote Control l Wireless Toys
l Car Key l Home Automation
l AMR- Automatic Meter Reading l Remote Keyless Entry
Absolute Maximum Rating
Rating Value Unit
Power Supply and All Input/ Output Pins -0.3~+12.0 V
Non-Operating Case Temperature -20~+85
Soldering Temperature(10 seconds) 230
40
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw TWS-DS Series Datasheet P.3
Electrical Characteristic
Characteristic Sym Min Type Max Unit
Operating Frequency
( 250KHz)Vcc 433.67 433.92 434.17 MHz
Data Rate ASK 8 Kbps
Transmitter
Performance([email protected])
Peak Input Current,12Vdc
SupplyITP 53 mA
Peak Output Power (20dBm) PO 10 40 mW
Turn On/ Turn Off TimeT ON/
T OFF40 US
Power Supply Voltage Range Vcc 1.5 12 Vdc
Operating Ambient
TemperatureTA -20 +85
Tx Antenna Out (3V) +2.4dBm Vcc mA
Pin Assignment
Pin Function
1 GND
2 Data in
3 Vcc
4 ANT
41
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw TWS-DS Series Datasheet P.4
Size
42
http://www.wenshing.com.tw ; http://www.rf.net.tw TWS-DS Series Datasheet P.5
R5
100R
C10
104P
ANT1
ANTENNA
R7
1M
VDD 2V~6V
S2
SW DIP-8
1
2
3
4
5
6
7
8
16
15
14
13
12
11
10
9
S4
SW DIP-4
1
2
3
4
8
7
6
5
S3
Key
VDD 2V~9V
U3
TT8494
A01
A12
A23
A34
A45
A56
A67
A78
VSS9
D810
D911
D1012
D1113
TE14
OSC215
OSC116
DOUT17
VDD18
DEMO Operating voltage 2V~6V
U2
TWS-DS
ANT
1
VCC
2
DATA
3
GND
4
Demo Circuit
43
The Power Managed PIC16F818/819 and PIC16F87/88
MCU family merges the FLASH-based PIC16F architecture
that is easy-to-program, with only 35 single word instructions,
with new low power features that are ideal for battery
management applications. New power managed features
can include new oscillator sources, a new low current
Watchdog Timer, Two-Speed Start-up, Fail-Safe Clock
Monitor and up to three new Power Managed modes.
These devices provide low cost solutions for intelligent
small systems that require extended battery life and energy
efficient operation. This PICmicro MCU family features
data EEPROM, Self-programming, a 10-bit ADC with up to
7 analog input channels, one 16-bit Timer and two 8-bit
Timers, and ICD capability, all packed into an 18-pin package.
The low power features make the devices ideal for battery
powered and power consumption critical applications,
including instrumentation and monitoring, data acquisition,
power conditioning, environmental monitoring and sensor
applications.
High Performance RISC CPU:
• 35 single word instructions
• FLASH program memory up to 4K x 14 words
• 256 bytes of backup EEPROM data memory
• Up to 5 MIPs operation:
– DC - 20 MHz clock input
Power Managed Features:
• Power Managed modes:
– Primary RUN XT, RC oscillator, 87 µA, 1 MHz, 2V
(PIC16F87/88 only)
– RC_RUN 7 µA, 31.25 kHz, 2V
(PIC16F87/88 only)
– SEC_RUN 14 µA, 32 kHz, 2V (PIC16F87/88 only)
– SLEEP 0.2 µA, 2V
• Timer1 Oscillator 1.3 µA, 32 kHz, 2V
• Watchdog Timer 0.7 µA, 2V
• Two-Speed Oscillator Start-up (PIC16F87/88 only)
• Fail-Safe Clock Monitor
Peripheral Features:
• High current sink/source: 25 mA
• Timer0 module: 8-bit timer/counter
• Timer1 module: 16-bit timer/counter
• Timer2 module: 8-bit timer/counter
• One Capture/Compare/PWM (CCP) module
• Synchronous Serial Port (SSP) module with two modes
of operation:
– 3-wire SPITM (supports all 4 SPI modes)
– I2CTM Slave modes
• Addressable USART module supports
interrupt-on-address bit (PIC16F87/88 only)
Advanced Analog Features:
• 10-bit, up to 7-channel Analog-to-Digital
Converter A/D (not available on PIC16F87)
• Analog Comparator module (PIC16F87/88 only) with:
– Two analog comparators
– Programmable on-chip voltage reference
– Programmable input multiplexing form device inputs and
internal voltage reference
– Comparator outputs are externally accessible
Special Microcontroller Features:
• 100,000 erase/write cycle Enhanced FLASH program memory
• 1,000,000 erase/write cycle Data EEPROM memory
• Data EEPROM retention > 40 years
• Self-reprogrammable under software control
• Selectable oscillator options including:
– Internal oscillator block:
Frequency range of 125 kHz to 8 MHz
– Internal RC oscillator of 31.25
• Multiple Low Power modes:
– CPU in various operational states
• Clock failure recovery mechanism ensures
robust operation
• Enhanced low current Watchdog Timer (WDT)
• Programmable code protection
• Power saving SLEEP mode
• In-Circuit Serial ProgrammingTM (ICSPTM) via two pins
• MPLAB® In-Circuit Debug (ICD) via two pins
CMOS Technology:
• Low power, high speed FLASH technology
• Fully static design
• Wide operating voltage range (2.0V to 5.5V)
• Industrial temperature range
M i c r o c h i p T e c h n o l o g y I n c . · T h e E m b e d d e d C o n t r o l S o l u t i o n s C o m p a n y ®
PICmicro®MCU Power Managed PIC16F Family Featuring nanoWatt Technology
ANEXO C
DATASHEET - FAM�LIA PIC 16F
44
Additional Information:
• Microchip’s web site: www.microchip.com
• Microchip’s Technical Library CD-ROM, Order No. DS00161
• Application Notes are available in:
– Embedded Control Handbook, Order No. DS00092
– Embedded Control Handbook Update 2000,
Order No. DS00711
• Microchip’s Overview, Quality Systems and Customer
Interface System, Order No. DS00169
PIC16F81X/8X Microcontroller Family
FLASH Program Data Program ADC Memory RAM Memory EEPROM I/O Channels Serial Device Bytes Bytes Type Data Pins (10-Bits) I/O Comp. CCP Timers ICSP Pins
PIC16F818 1792 128 FLASH 128 16 5 I2C/SPI N/A 1 2-8 bit, 1-16 bit, Yes 18L PDIP, 18L SOIC,
1-WDT 20L SSOP, 28L QFN
PIC16F819 3584 256 FLASH 256 16 5 I2C/SPI N/A 1 2-8 bit, 1-16 bit, Yes 18L PDIP, 18L SOIC,
1-WDT 20L SSOP, 28L QFN
PIC16F87 7168 368 FLASH 256 16 N/A AUSART/ 2 1 2-8 bit, 1-16 bit, Yes 18L PDIP, 18L SOIC
I2C/SPI 1-WDT 20L SSOP, 28L QFN
PIC16F88 7168 368 FLASH 256 16 7 AUSART/ 2 1 2-8 bit, 1-16 bit, Yes 18L PDIP, 18L SOIC
I2C/SPI 1-WDT 20L SSOP, 28L QFN
Abbreviations: ADC = Analog-to-Digital Converter AUSART = Addressable Universal Synchronous/Asynchronous Receiver/Transmitter
PWM = Pulse Width Modulator QFN = Quad Flat No Leads
SPI = Serial Peripheral Interface WDT = Watchdog Timer
Development Tools from Microchip
MPLAB® IDE Integrated Development Environment
(Hardware/Software Project Manager)
MPASMTM Assembler Universal PICmicro® Macro-Assembler Software
MPLINKTM Object Linker/ Linker/Librarian Software
MPLIBTM Object Librarian
MPLAB® SIM Simulator Software
MPLAB® ICD 2 In-Circuit Debugger
MPLAB® ICE 2000 Full featured, modular In-Circuit Emulator
PRO MATE® II Full featured, modular Device Programmer
Americas
Atlanta (770) 640-0034Boston (978) 692-3848Chicago (630) 285-0071Dallas (972) 818-7423Detroit (248) 538-2250Kokomo (765) 864-8360Los Angeles (949) 263-1888San Jose (408) 436-7950Toronto (905) 673-0699
Asia/Pacific
Australia 61-2-9868-6733China - Beijing 86-10-85282100China - Chengdu 86-28-86766200China - Fuzhou 86-591-7503506China - Hong Kong SAR 852-2401-1200China - Shanghai 86-21-6275-5700China - Shenzhen 86-755-82901380China - Qingdao 86-532-5027355India 91-80-2290061Japan 81-45-471-6166Korea 82-2-554-7200Singapore 65-6334-8870Taiwan 886-2-2717-7175
Europe
Austria 43-7242-2244-399Denmark 45-4420-9895France 33-1-69-53-63-20Germany 49-89-627-144-0Italy 39-039-65791-1United Kingdom 44-118-921-5869
As of 12/05/02
45