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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BANCÁRIOS, DE 28 A 30 DE JULHO, EM SÃO PAULO Edição Diária 7258 | Salvador, segunda-feira, 24.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos BRASIL Momento de luta contra desmonte da Caixa Página 3 Usado pelas elites que apoiaram o golpe do impeachment em 2016, o pato da Fiesp (Federação das O pato dos patos Indústrias de São Paulo) agora está de volta às ruas, para criticar aqueles que elevou ao poder. Página 4 Michel Temer e a equipe econômica do governo traem a elite que financiou o golpe contra a democracia em 2016 e eleva impostos. Ironia do destino

Momento de luta - bancariosbahia.org.br · presidente da Fiesp, Paulo Skaf, um dos protagonistas do golpe, mostrou indignação. Em nota, diz que a sociedade, já sufocada com o aumento

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BANCÁRIOS, DE 28 A 30 DE JULHO, EM SÃO PAULO

Edição Diária 7258 | Salvador, segunda-feira, 24.07.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

BRASIL

Momento de luta contra desmonte da Caixa

Página 3

Usado pelas elites que apoiaram o golpe do impeachment em 2016, o pato da Fiesp (Federação das

O pato dos patosIndústrias de São Paulo) agora está de volta às ruas, para criticar aqueles que elevou ao poder. Página 4

Michel Temer e a equipe econômica do governo traem a elite que financiou o golpe contra a democracia em 2016 e eleva impostos. Ironia do destino

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 24.07.20172 RETROCESSO

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que votar a PEC 287 ainda em agostoROSE [email protected]

rogério almeida

manoel porto

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

governo mira a aposentadoria

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto - Reg. SRTE-BA 4863. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Salete Maso. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

DEPOIS de destruir os direitos assegurados pela CLT, o governo Temer prepara mais um golpe contra o brasileiro. Acabar com a aposentadoria de milhões de trabalhadores. Aprovar a reforma da Previdência é a prio-ridade do presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na volta do reces-so parlamentar, em 1º de agosto.

Como se trata de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), precisa de 308 vo-tos para ser aprovada. Se passar, segue para o Senado. Caso encontre resistência, o go-verno pode fatiar o projeto e o que não con-seguir aprovar volta à pauta em 2018.

Para isso, conta com o Congresso Nacio-

nal que ignora os apelos das ruas para fa-zer a agenda neoliberal andar rapidamen-te. As empresas também fazem sua parte e, segundo circula na mídia, prometem apoio bilionário nas eleições do ano que vem para os deputados que votarem a favor.

Diante do cenário difícil, os trabalhado-res devem se antecipar e pressionar desde já os parlamentares contra a aprovação. Pela medida, o cidadão só poderá se aposen-tar com, no mínimo, 65 anos de idade e 25 anos de contribuição.

Os bancários serão atingidos

DOS 504 mil bancários do país, 391 mil se-rão atingidos com a reforma da Previdência. Os grandes bancos pressionam pela aprova-ção. Itaú, Bradesco e Santander declaram abertamente que querem a reforma. Muito dinheiro tem por trás. As empresas estão de olho na previdência privada.

MPT entra com ação contra o ItaúGRAçAS à atuação do Sindicato dos Bancá-rios de Camaçari, o Itaú terá de responder por assédio moral. O MPT (Ministério Pú-blico do Trabalho) vai ingressar com ação civil pública por desrespeito à lei de greve.

O caso aconteceu em 2015. A direção da empresa ameaçava os funcionários para que não aderissem à greve legítima, obri-gando-os a trabalhar nas agências à noite.

Com as provas de violação ao direito de greve, o presidente do Sindicato de Cama-çari, Ronaldo Nascimento, entrou com uma representação junto ao MPT, que intimou o Itaú. Mas, o banco se calou. Sem argumen-tação da empresa, o Ministério Público de-cidiu interpor uma ação civil pública por dano moral coletivo. O anúncio foi feito em audiência realizada na sexta-feira.

Sindicato faz reunião sobre equiparação do BNB ao BBO SINDICATO dos Bancários da Bahia se reuniu com os funcio-nários do BNB, na sexta-feira,

para tratar sobre a ação de equi-paração salarial aos bancários do Banco do Brasil, em tramita-

Aposentadoria de milhões de brasileiros está comprometida, que terão de trabalhar até o fim dos dias

ção há 29 anos na Justiça.O BNB utiliza todas as me-

didas possíveis para protelar o processo e não pagar um direi-to já reconhecido. Alguns ban-cários, inclusive, já faleceram enquanto aguardavam o anda-mento da decisão.

Um descaso do banco que demonstra não ter qualquer res-peito por pessoas que prestaram serviços à instituição durante anos. O presidente do Sindica-to dos Bancários da Bahia, Au-gusto Vasconcelos, afirmou que “a entidade trabalha com muita

ênfase para assegurar o paga-mento da ação”.

O BNB obteve uma vitória recente no TST (Tribunal Supe-rior do Trabalho), que acatou o argumento do recurso de revis-ta, onde a instituição financeira alegava que os cálculos da exe-cução deveriam ser refeitos.

“O Sindicato vai recorrer da decisão e essa questão passa a ser uma prioridade do nosso Jurídico. A atuação do banco é altamente danosa para a socie-dade”, destacou Augusto Vas-concelos. Funcionários do BNB esclarecem dúvidas sobre o andamento da ação

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, segunda-feira, 24.07.2017 3DESMONTE

Novo processo de reestruturação requer unidade dos empregadosREDAçãO [email protected]

manoel porto

Resistência em defesa da Caixa

O NOvO processo de reestruturação da Cai-xa é mais um duro golpe do governo Temer contra os brasileiros. A medida que prevê o fechamento de 131 unidades internas e administrativas, o corte de empregados e a redução de agências fragiliza a instituição financeira, fundamental para o país.

O momento pede mais resistência. O alerta é dado pelo presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vascon-celos. “É inaceitável que trabalhadores e so-ciedade sejam penalizados por uma política que desconsidera o papel do banco no de-senvolvimento do país”.

A intenção da direção é encerrar as ativi-dades de até 120 agências até o fim do pri-meiro semestre de 2018 e extinguir a fun-ção de, pelo menos, 500 empregados. Um desrespeito a quem dedica à vida ao cresci-mento da empresa.

A reestruturação, que na verdade é mais uma etapa do desmonte da Caixa, atinge ainda sete vice-presidências. Vilop (Logís-tica), Vigov (Governo), Vihab (Habitação), Vifug (Fundos de Governo), Vific (Finan-ças e Controladoria), Vipes (Gestão de Pes-soas) e Vitec (Tecnologia da Informação).

Com as mudanças, as Centralizadoras passam a absorver as demandas das unida-des fechadas. Já os empregados atingidos, terão dois meses adicionais, além das bolsas pós e graduação, e de idiomas. Quem aten-de aos requisitos terá a função incorporada. O banco também deve abrir PSI (Processo de Seleção Interno) para qualquer vice-pre-sidência. Nada que resolva os problemas.

No Bradesco, a discussão é sobre o PDVEA ABERTURA do PDVE (Plano de Des-ligamento Voluntário Especial) do Bra-desco foi feita de forma unilateral. A afirmação do diretor do Sindicato dos Bancários da Bahia, Élder Perez, durante reunião com a direção do banco é para lembrar não houve negociação com os funcionários. Portanto, é arbitrária.

No encontro, realizado na quinta-fei-ra, o Bradesco se comprometeu em não demitir o bancário parte do público-alvo do PDVE até o dia 31 de agosto, data-li-mite para participação.

O pedido de estabilidade para os em-pregados durante o período ficou sem resposta, assim como as reivindicações sobre reposição do quadro de funcioná-rios sem utilização de terceirizados, da-dos sobre a possibilidade de fechamento de unidades e a definição de uma reunião para discutir as mudanças provenientes da reforma trabalhista.

Outra solicitação sem resposta é o di-reito de adesão ao PDVE dos bancários recém-demitidos ou que pediram para sair dias antes da abertura do plano e fa-zem parte do público-alvo. O Bradesco ficou de analisar.

PLR O Sindicato da Bahia orienta aos fun-

cionários que querem participar do pla-no a fazerem só após 2 de agosto, para garantir o recebimento da PLR propor-cional deste ano, conforme Convenção Coletiva de Trabalho.

A Bahia rumo à Conferência Nacional dos BancáriosENFRENTAR o projeto neoliberal e a ga-nância das organizações financeiras deve

nortear a 19ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece no fim de semana,

em São Paulo. O momento é para fortalecer a unidade na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores, tirados pela agenda neolibe-ral do governo Temer.

Os bancários da Bahia e Sergipe serão representados por 29 delegados e três ob-servadores. Do Sindicato da Bahia, 10 di-rigentes sindicais participam dos debates e levam o tema da garantia do emprego como prioridade.

Os bancos cortaram 10.752 postos de trabalho só no primeiro semestre. O que é ruim para os bancários é também para a população e a economia.

Depois de definir as

prioridades no debate regional,

a Bahia se prepara para

a Conferência Nacional dos

Bancários. Defesa do

emprego é pauta principal

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, segunda-feira, 24.07.20174

SAQUE

BRASIL

Os empresários reclamam da alta dos impostosROSE [email protected]

Só agora, os patos chiam

UM IMPORTANTE símbolo do golpe que apunhalou a demo-cracia, em 2016, voltou a dar as caras. O pato amarelo da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo) reapareceu na facha-da do prédio depois que Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, elevaram os impostos sobre combustíveis.

O aumento praticamente do-brou. A taxa para a gasolina que era de R$ 0,41 por litro foi para R$ 0,89. Já a do diesel saiu de R$ 0,21 para R$ 0,46 por litro. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, um dos protagonistas do golpe,

mostrou indignação. Em nota, diz que a sociedade, já sufocada com o aumento do desemprego e sem condições de consumo, é quem vai sentir.

Até está certo. Mas faltou pedir desculpas por enganar o povo quando, junto com a gran-de mídia e demais empresários, vendeu para muita gente desa-visada que o problema do Brasil era Dilma, quando, na verdade, o problema é a elite que nunca engoliu dividir espaço com a população carente.

Outros símbolos do golpe bem que poderiam reaparecer, mas certamente devem estar envergonhados ou ainda não acordaram, como as panelas que insistiam em bater nas va-randas dos grandes prédios e as camisas da seleção brasileira nas avenidas das principais ci-dades do país.

Cai oferta de emprego formal. Tendência é piorarO EMPREGO formal tem caído no Brasil. Já o informal apresen-ta alta. O número de trabalha-dores sem carteira assinada ele-vou 4,1% no primeiro trimestre, os assalariados com registro em carteira tiveram queda de 3,4%

e os autônomos, 2,6%, no mes-mo período.

Os dados indicam piora do mercado de trabalho e não há indicadores que sinalizem uma melhora do desempenho da economia, segundo estimativa

IGNOMÍNIA A manipulação política da mídia, em espe-cial da Rede Globo, nos noticiários sobre os poucos mais de R$ 9 milhões do ex-presidente Lula, bloqueados por ordem arbitrária do juiz Sérgio Moro, reafirma o completo desprezo da imprensa comercial com a realidade dos fatos, com a de-mocracia, com a cidadania e com a inteligência nacional. No afã de condená-lo mais uma vez, os veículos de comunicação, a serviço do golpismo, escondem a origem legal do dinheiro e fazem espetacularização, a fim de induzir os incautos a acre-ditarem que o saldo em nome do presidente tenha origem em pagamento de propinas. Uma infâmia.

LEGALÍSSIMO Os mais de R$ 9 milhões, bloqueados por ordem do juiz Sérgio Moro, em aplicações em nome do ex--presidente Lula, que a mídia golpista insinua ser fruto de propina, foram declarados à Receita Federal e pagos todos os impostos. O dinheiro é resultado de palestras feitas duran-te anos, no Brasil e no exterior, e os pagamentos feitos por empresas como Microsoft, Nestlé, Lojas Americanas, Bank of América, Dufry, TV Azteca (México), LG, Telos, Tetrapak, Terra e muitas outras, inclusive a própria Globo.

FANTOCHE O senador Lindbergh Farias desafiou Sérgio Moro a bloquear os bens de Aécio Neves (PSDB-MG), flagra-do em abril, durante grampo autorizado legalmente, em cri-mes de obstrução da Justiça, cobrança de propina e plano de assassinato. “Esse juiz da Lava Jato é parcial, covarde e fanto-che da Globo”, afirmou o líder do PT no Senado, durante ma-nifestação contra a condenação sem provas do ex-presidente Lula, quinta-feira, em São Paulo.

CINISMO Apesar de ter chegado ao poder através de um golpe jurídico-parlamentar-midiático, o presidente Temer, durante reunião do Mercosul, na Argentina, teve a cara-de--pau de criticar o governo venezuelano, acusando-o de des-respeito à democracia. No entanto, não falou absolutamente nada sobre a grave crise política, institucional e econômica brasileira. Cínico.

FORTUNA Mais uma vez, o escritor Paulo Coelho, geral-mente reservado em termos de política, se manifesta publica-mente para criticar o presidente, que semana passada gastou R$ 16 bilhões com emendas parlamentares para comprar vo-tos na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, a fim de se livrar de ação penal no STF, e agora aumenta os impostos sobre os combustíveis. “Temer gastou uma fortuna em acordos com deputados que votaram contra a sua cassa-ção. Quem paga é o povo, claro", postou ele no Twitter.

do Dieese (Departamento In-tersindical de Estatística e Estu-dos Socioeconômicos).

A pesquisa revela que o de-semprego continua alto (são cerca de 14 milhões) e sem si-nais de recuperação. Apesar da

criação de 34 mil novos empre-gos com carteira assinada na agropecuária, o comércio fe-chou com 11 mil vagas. São 13,7 milhões de pessoas em idade economicamente ativa desocu-padas em todo o país.

Sem oferta de emprego formal, trabalhador se vira nos 30 para sobreviver