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Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Públicos

Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Públicosbatistas.com/acao_social/monitoramento_comunitario_de_politicas_e... · de Desenho, Monitoramento e Avaliação (DMA)

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MonitoramentoComunitário de Políticase Serviços Públicos

Este manual tem como objetivo instrumentalizar cidadãose comunidades para monitorar o desempenho e a qualidade

de serviços públicos, bem como fiscalizar o cumprimentode políticas públicas no âmbito municipal. O

é umametodologia simples e que contribui para que os moradoresde um bairro, sejam eles crianças, jovens, mulheres, homens

ou idosos, participem ativamente e criticamente da vida públicade seu bairro e da sua cidade, não só monitorando

e fiscalizando serviços (uma escola ou um posto de saúde),e políticas públicas (Orçamento Participativode sua comunidade); mas também sugerindo

melhorias e trabalhando para que estas melhoriassejam efetivadas pelo poder público.

MonitoramentoComunitário de Serviços PúblicosPolíticas e

Esperamos que o manual seja de grandevalia para você e sua comunidade!

Visão Mundial

Monitoramento Comunitáriode Políticas e Serviços Públicos

Julho 2007 / Visão Mundial 3

Índice

Um dedo de conversa para iniciarO que é o Monitoramento Comunitáriode Políticas e Serviços Públicos?

Políticas Públicas: o que são, comosurgiram, quais são e como estãoorganizadas?

A cidade: lugar do direito à vidadigna

A comunidade: sujeito, beneficiária efiscalizadora das políticas e serviçospúblicos

Participação Cidadã: um jeito delutar por políticas e serviçospúblicos

Como lutar por políticase serviços públicos: algunsinstrumentos de Participação Cidadã

Preparando os primeiros passos paramonitorar políticas e serviçospúblicos na comunidade

Como monitorar uma políticae um serviço público:passos básicos

Anexo

FICHA TÉCNICA - JULHO 2007Equipe de Elaboração:

Carolina PradoMaria Carolina Silva

Osmar Braga

Apoio:Visão Mundial Austrália

Uso e Reprodução:Este material não tem finalidades comerciais e

destina-se ao uso exclusivo de funcionáriosda Visão Mundial e das agências parceiras

da Visão Mundial, não podendo ser reproduzidoou comercializado sem autorização©.

RevisãoMarcelo Ficher

Projeto GráficoMetara Comunicação

(www.estudiometara.com.br)

ImpressãoZit Gráfica Editora

Visão MundialRua Ambrosina de Macedo, nº 174 - Vila Mariana.

CEP: 04013-030Tel.: (11) 3133 5600

Sugestões e/ou dúvidas: [email protected]

Índice

Parte 1

20

03

07

08

09

10

12

16

29

Parte 2

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 5

Um dedo de conversa para iniciarO que é o Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Públicos?

Monitoramento Comunitário

O Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Públicos

foi criado para ser um instrumento de acompanhamento, fiscalização e

controle de políticas e de serviços públicos prestados à comunidade pelo

Poder Público. Entretanto, dada a sua capacidade de adaptação, pode ser

utilizado para o monitoramento de um programa ou serviço fornecido

pela Visão Mundial ou por outra instituição que atue localmente. Pode

também ser utilizado para a preparação da comunidade visando a sua

participação na votação do Orçamento Participativo (OP), ou ainda no

monitoramento das ações com as quais o OP se comprometeu.

Esta metodologia nasceu a partir de uma parceria da Visão Mundial

com um consultor do Banco Mundial, em uma tentativa de fomentar

processos de empoderamento comunitário a partir do monitoramento

comunitário de políticas e serviços públicos. Ela já foi testada em dois

países africanos (Gâmbia e Uganda) e processos comparáveis também

aconteceram em outros países. Esta metodologia foi construída a partir

de técnicas de controle social já utilizadas, que foram adaptadas e

resultaram em uma primeira versão do Monitoramento Comunitário de

Políticas e Serviços Públicos, inicialmente chamada de Monitoramento

de Desempenho Baseado na Comunidade. Depois desta primeira versão

e de dois treinamentos no Brasil — seguidos de aplicações da

metodologia em uma comunidade de Fortaleza —, adaptações foram

realizadas para o nosso contexto. Também foram feitas adaptações para

a aplicação da metodologia para os processos de Orçamento

Participativo, que poderão ser encontradas no anexo deste manual.

A metodologia tem como objetivo principal instrumentalizar

política e tecnicamente a comunidade no exercício do

acompanhamento, controle e fiscalização das políticas e

serviços públicos locais, ampliando sua voz e sua capacidade

de influir no acesso, na qualidade, eficiência e prestação de

contas dessas políticas e serviços oferecidos pelo Poder Público.

A metodologia se propõe a atender outrosobjetivos, como:

• Contribuir para a democracia e a participa-ção política da comunidade e dos diferentesatores sociais em nível local;

• Gerar diálogo entre a comunidade e osagentes públicos e prestadores de serviço,favorecendo a participação ativa da mes-ma na gestão das políticas e serviços públi-cos locais;

• Ser uma ferramenta de apoio aos processosde Desenho, Monitoramento e Avaliação(DMA) de programas, podendo ser utilizadapelas entidades parceiras na avaliação de seusprojetos ao final de cada ano de trabalho.

O ideal é que a metodologia seja aplicada eincorporada em processos mais amplos de

empoderamento e formação sociopolítica.

Portanto, para aplicar esta metodologia é

necessário considerar algumas pré-condições,

que são:

• Conhecer o que são Políticas Públicas, comosurgiram e como estão organizadas;

• Conhecer e tomar a cidade como um lugar dedireitos;

• Conhecer e tomar a comunidade como sujei-to, beneficiária e fiscalizadora das políticas eserviços públicos;

• Saber o que é Participação Cidadã e quais osseus principais instrumentos;

• Preparar as etapas de aplicação da meto-dologia.

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 7

Políticas Públicas: o que são, comosurgiram, quais são e como estãoorganizadas1 ?

O que são Políticas Públicas?Políticas Públicas são um conjunto de ações que devem ser desen-

volvidas pelo município (prefeitura e suas secretarias), pelo estado (go-verno estadual e suas secretarias) e pela União (governo federal e seusministérios) para atender as necessidades básicas da sociedade, com osbens e serviços que garantam uma vida digna para todas as pessoas.

Políticas Públicas são, portanto, ações - que assumem a forma de leis- desenvolvidas pelos governos com referência a: educação, saúde, habi-tação, segurança, alimentação, trabalho, lazer, crianças e adolescentes,juventude, idoso, mulher etc.

Mas, atenção!! Políticas Públicas não são apenas políticas de governo.São DIREITOS adquiridos pelos cidadãos e pelas cidadãs. Esses direitos estãonas leis de nosso país, principalmente na Constituição Federal, que é a leimaior do Brasil, devendo ser implementadas e garantidas pelos governos.

Assim, podemos dizer que a cada necessidade básica da sociedadecorresponde um DIREITO, que corresponde a uma Política Pública. É porisso que temos, dentre outras, as seguintes Políticas Públicas:

• Política Pública de Saúde e Saneamento;• Política Pública de Educação;• Política Pública de Habitação;• Política Pública de Trabalho;• Política Pública de Assistência Social;• Política de Segurança Alimentar;• Política Pública dos Direitos da Criança e do Adolescente;• Política Pública da Juventude;• Política Pública da Mulher;

• Política Pública do Idoso;• Política Pública do Meio Ambiente.

Como estão estruturadasas Políticas Públicas?Com as conquistas das leis, conseguimos tam-

bém criar uma série de mecanismos de participa-ção da sociedade no controle público das políti-cas e serviços, que são as Conferências e os Con-selhos paritários (com participação do governoe da sociedade).

A Conferência permite que toda a sociedadese mobilize e participe da criação das leis, bemcomo dos mecanismos de controle por parte dosdiferentes atores e segmentos sociais.

O Conselho é um órgão de caráter delibera-tivo, normativo e informativo, composto por re-presentantes do governo, prestadores de servi-ço, profissionais da área e usuários. Tem o pa-pel de definir, acompanhar, controlar e avaliara política pública desenvolvida no município.Cada conselho deve ter um Fundo Municipal eum Plano de Trabalho, garantidos por lei e comorçamento para realizar suas atividades.

Toda política tem seu conselho, seu fundo eseu plano de trabalho. É desta forma que as Polí-ticas Públicas são elaboradas e implementadas.

1 Com base em FRECESE, Cibele. Mudanças recentes no Estado Brasileiro: a reforma do modelo nacional de desenvolvimento – entre a garantia de direitos e a aberturado mercado, 2004.

P olíticas Públicas

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial8

A cidade:lugar do direito à vida digna

O Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Pú-blicos supõe o reconhecimento da cidade como um espaço coletivoculturalmente rico e diversificado que pertence a todos os seus habitan-tes2 . As populações urbanas, em sua maioria, estão privadas ou limita-das de satisfazer suas necessidades básicas. Isso ocorre por causa dascondições sociais, econômicas, culturais, étnicas, de gênero e idade emque vivem essas populações e por causa do não acesso às PolíticasPúblicas. Muitas dessas populações ficam excluídas de um direito fun-damental: o direito à cidade, isto é, o direito de usufruir de toda a rique-za social, econômica, cultural produzida na cidade, de forma eqüitativa,sustentável, democrática e com justiça social.

Além de considerar a cidade segundo esta compreensão, é necessá-rio conhecê-la na sua história, formação e expressão cultural, social,econômica e simbólica; conhecê-la na forma como é o acesso a todosos bens e serviços. É importante percebê-la na sua função social, como

é planejada, como os segmentos vulneráveis sãoprotegidos, como é distribuída e usada a terra(solo urbano), quem tem acesso à informação,enfim como se vive na cidade e como se partici-pa da sua vida e produção.

Olhar e situar as Políticas Públicas e os servi-ços no contexto da cidade é um requisito funda-mental para compreender a importância, a neces-sidade do monitoramento comunitário, bem comoo modo de implementá-lo.

2 Com base no Documento do Fórum Social Mundial (2006):“Carta Mundial pelo Direito à Cidade”.

A cidade

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 9

A comunidade: sujeito, beneficiáriae fiscalizadora das políticase serviços públicos

Outra exigência para um bom monitoramento comunitário das polí-ticas e dos serviços públicos é conhecer e considerar a comunidade nãosó como alvo ou beneficiária da ação das políticas e dos serviços públi-cos. A comunidade necessita ser reconhecida sujeito de suas ações, be-neficiária e fiscalizadora. Ela precisa ser considerada como ponto dechegada e de partida das políticas e dos serviços. Ela é a base da cida-de, onde as pessoas e os diversos grupos podem se constituir autonoma-mente como instrumento sócio-cultural de formação, organização e par-ticipação social3 .

O monitoramento comunitário das políticas e dos serviços públicosprecisa partir do conhecimento da realidade da comunidade, da suahistória e identidade, dos papéis que as pessoas, grupos, famílias, agen-tes públicos, prestadores de serviços locais, empresas, dentre outros seto-res, desempenham no processo de desenvolvimento do bairro e da cida-

A comunidade

de. É através deste processo que vamos percebercomo a comunidade se considera no contextoda cidade e das políticas e serviços públicos.Assim, vamos poder identificar até que ponto acomunidade se assume ou não COMO protago-nista de seu próprio desenvolvimento; até queponto ela está motivada e se dispõe a interferirem sua própria realidade.

3 Conforme entendimento de Masullo (2006), defendidoem seu trabalho “Agentes Sociais, uma proposta de inter-venção no desenvolvimento local”.

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial10

Participação Cidadã: um jeito de lutarpor políticas e serviços públicos

O Monitoramento Comunitário de Políticas e Serviços Públicos re-quer também uma compreensão acertada sobre o que é a participaçãoe sobre o seu papel no processo de intervenção na realidade local.

Ninguém faz monitoramento comunitário de política e de serviçopúblico sem ter uma visão consciente da participação. Participar não ésó se sentir beneficiário de uma ação pública e governamental; não éser apenas um recebedor de um serviço; não é somente levantar a mãopara concordar com determinada obra ou serviço; não é apenas votarem um candidato ou candidata.

A participação, para ser verdadeira, deve ser cidadã, isto é, deve terum sujeito e este sujeito pode ser uma pessoa, grupo ou comunidade quese assume como portador e protagonista de seus direitos; que luta e usainstrumentos e meios para garantir a implementação desses direitos; quese junta a outros e outras para lutar e decidir os rumos de sua comunida-de e de sua cidade.

A verdadeira participação diz respeito a três dimensões: “ter parte”,“tomar parte” e “ser parte” em algo ou em algum processo social, deforma consciente, crítica e criativa. Estamos falando da ParticipaçãoCidadã, que é caracterizada pela intervenção das pessoas, grupos ecomunidades, de forma organizada, nos processos decisórios, em âm-bito social, comunitário e governamental. Esta participação não é con-cedida, é conquistada e deve ser alimentada na própria organização,na afirmação e construção das identidades sociopolíticas e culturaisdas pessoas, famílias, grupos e comunidades.

A metodologia de Monitoramento Comunitário de Políticas e Servi-ços Públicos se sustenta na Participação Cidadã. Na sua aplicação, de-vemos considerar as diversas condições em que se dá esta participação.Essas condições dizem respeito ao contexto socioeconômico, à culturalocal, à capacidade e à vontade dos diversos grupos, comunidades einstituições envolvidas no trabalho social e comunitário. Mapear a situ-ação da participação das pessoas, grupos e comunidades, bem comoconhecer seus vários instrumentos, passa a ser uma exigência e condi-ção fundamental para o processo de implementação da metodologia.

P articipação Cidadã

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 11

P articipação Cidadã

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial12

Como lutar por políticas e serviçospúblicos: alguns instrumentosde Participação Cidadã

A metodologia de Monitoramento Comunitário de Políticas e Servi-ços Públicos, para ser efetiva e completa, requer o conhecimento e o

manejo adequado de alguns instrumentos de Participação Cidadã. An-tes de apresentarmos alguns desses instrumentos, é bom sabermos quea Constituição Federal de 1988 garantiu um avanço importante: a des-

centralização do poder, dando maior autonomia e liberdade aos esta-dos e municípios nos assuntos de seu interesse, sem a intervenção do

governo federal. Apesar de estarmos longe deuma descentralização desejada e com a efetiva

participação da sociedade, esse avanço foi e é

C omo lutar por políticas e serviços públicos

4 Tomamos como referência a cartilha “A certeza nafrente, as leis na mão”, publicada pela EQUIP, publicadaem outubro de 2005.

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 13

muito importante para a sociedade civil. O município, portanto, assu-

miu um novo papel e as esferas de poder tiveram suas funções4 me-lhor definidas. Vejamos:

Poder Legislativo –Câmara dos Vereadores

Os vereadores têm as seguintes funções:

• Formular e votar projetos de lei para o município e apreciar osprojetos enviados pelo prefeito ou por outros vereadores;

• Fiscalizar os atos e contas da administração pública;

• Processar e julgar o prefeito, vice-prefeito ou vereador quando dealguma ilegalidade;

• Definir os salários do prefeito, vice-prefeito e vereadores antesque assumam o cargo;

• Autorizar o prefeito a fazer empréstimos em nome da prefeitura,vender imóveis municipais, contratar serviços;

• Aprovar o orçamento municipal;

• Apreciar e julgar as contas anuais do prefeito;

• Fazer reforma da Lei Orgânica e Plano Diretor.

Poder Executivo –Prefeito e Secretarias

O prefeito pode e deve:

• Fazer projetos de lei para o município e enviar para a Câmara,que pode aprovar ou não;

• Nomear e demitir funcionários, quando a lei permitir e houvernecessidade;

• Cobrar impostos;

• Zelar pela implementação de Políticas Públicas em benefício dapopulação;

C omo lutar por políticas e serviços públicos

• Buscar e aplicar recursos para desenvol-ver o município;

• Prestar contas das finanças e da gestãoà Câmara, à população e ao Tribunal deContas do Município;

• Autorizar despesas para efetivar a admi-nistração do município.

Poder JudiciárioO juiz pode e deve:

• Zelar para que as leis federais, estaduaise municipais sejam cumpridas, em sua ju-risdição.

O Ministério PúblicoÉ o órgão de apoio para o funcionamento

da justiça no município. É representado pelopromotor de Justiça, que também tem a funçãode defender os interesses coletivos da co-munidade.

Apresentamos a seguir alguns instrumen-tos5 de Participação Cidadã e indicamos comopodem ser acionados no cotidiano do traba-lho social e comunitário, bem como no mo-mento em que a comunidade se sentir lesadaem seus direitos.

5 Consultar a cartilha da EQUIP intitulada “ A certeza nafrente, as leis na mão”, publicada em outubro de 2005.

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial14

Tipo de instrumento O que é Como pode ser acionado

Uso da Tribuna Livre É um instrumento de participação garantido na Lei Orgâni-ca. Deve ser usado para denúncia, discussão de problemase/ou apresentação de sugestão de tema. Veja se este direi-to está assegurado na Lei Orgânica do Município e no Re-gimento Interno da Câmara.

Enviar um ofício para a Presidência da Câmara,solicitando a participação em audiência e debateespecífico. O ofício deve estar assinado pela insti-tuição solicitante e entregue no setor de protoco-lo da Câmara Municipal com antecedência. Acon-selhamos consultar a Lei Orgânica do Município.

Acompanhar assessões da Câmara

Instrumento de participação que pode ser usado tanto pelocidadão/cidadã como pelas entidades. Devem se inscreverpara dar opinião sobre projetos que estão em discussão naCâmara. É bom consultar o Regimento Interno e a Lei Or-gânica do Município.

Deverá ser feito um requerimento à Presidênciada Câmara Municipal, devendo este ser proto-colado no setor deste órgão.

Convocação deAudiências Públicas

Instrumento de participação legislativa que pode ser usadopelas entidades e movimentos. Deve ser utilizado em acordocom os presidentes das comissões da Câmara. Essas audiên-cias se realizam com entidades da sociedade civil, conforme oart. 58, parágrafo 2º, inciso II da Constituição Federal.

Deve ser enviado um ofício à Presidência daCâmara solicitando a audiência, marcando o diae a hora.

Iniciativa de Projetosde Lei

Instrumento que pode ser utilizado pelo eleitorado, preci-sando de 5% dos eleitores do município. A Mesa da Câ-mara tem a obrigação de receber o projeto e encaminharpara a votação (Constituição Federal art. 29, inciso XIII).

As entidades devem elaborar o projeto de lei emmodelo apropriado (ver anexo) e encaminhá-loatravés de ofício à Mesa da Câmara Municipal. Oprojeto deve vir assinado por 5% do eleitorado.

Petição a qualquer órgãoem defesa dos direitos

Documento que pode ser apresentado por qualquer cida-dão ou cidadã contra ilegalidade ou abuso de poder.

Deve ser elaborado em modelo apropriado e serprotocolado no setor responsável.

Denúncia de infraçãopolítico-administrativa

Instrumento de denúncia, que pode ser feita por qualquer ci-dadão ou cidadã ao plenário da Câmara e tem por fim a cas-sação de mandato de prefeito, vice-prefeito e vereadores. Ofundamento está no Decreto Lei 201/67. A denúncia pode serfeita em caso de: impedimento do funcionamento da Câmaraou exame de livros e documentos; não atendimento a pedidode informações; omissões de atos de sua competência; deixarde apresentar a proposta orçamentária; descumprimento doorçamento; descumprimento de qualquer lei.

Deve ser elaborado documento apropriado, apre-sentando as denúncias, justificando-as (citar asleis) e comprovando-as. O documento deve serassinado pelo cidadão ou cidadã ou pelas enti-dades que fazem a denúncia. O documento deveser protocolado junto à Câmara Municipal atra-vés de ofício endereçado ao seu presidente.

Petição à Mesada Câmara

Este instrumento é assegurado no art. 5º da Constituição Fe-deral e pode ser usado para saber informações sobre o anda-mento dos projetos, relatórios encaminhados pelo prefeito ouqualquer outra informação de interesse da comunidade.

Deve ser elaborado um ofício requerendo à Presi-dência da Câmara. Ver modelo de requerimento.

Acompanhar assessões da Câmara

Sessão legislativa é o período anual de reunião da CâmaraMunicipal. Cada legislatura é composta de quatro sessõeslegislativas. As sessões legislativas dividem-se em períodoslegislativos, cujas datas de início e de término são geral-mente fixadas pela Lei Orgânica do Município. Elas servempara entender como funciona o Poder Legislativo, avaliar odesempenho dos vereadores, pressionar para que a Câma-ra aprove as reivindicações da comunidade e se informarsobre o andamento das audiências públicas.

Todo cidadão pode participar das sessões daCâmara, pois estas são públicas. O acompanha-mento das sessões é livre e não precisa comuni-car o fato à Câmara. Porém, como é importantedar visibilidade às ações da entidade ou movi-mento, é importante comunicar a algum verea-dor para que ele informe na sessão.

Instrumentos de Participação Cidadã

Parte 1 Julho 2007 / Visão Mundial 15

Ação Civil Pública Está no artigo 129, inciso III da Constituição Federal e regu-lamentada na Lei 7.347/65. Pode ser encaminhado pelopromotor de Justiça, entidades estatais e associações cons-tituídas há mais de um ano que tenham em seu estatuto afinalidade de proteger o direito que está sendo lesionado outransgredido. Serve para impedir danos ao meio ambiente eao consumidor, para proteger bens e direitos de valoresartísticos, estéticos, históricos, turísticos e paisagísticos, epara defender direitos das crianças e dos adolescentes.

É elaborado pelo promotor de Justiça e endere-çada ao juiz da comarca do município. Tem pra-ticamente duas partes: a que expõe os motivose justifica-os; e a outra que faz as exigências.

Obtenção de certidõesde atos e contratos

Documento em que o cidadão ou cidadã solicita a certidãodas ações da autoridade pública (prefeito, secretários) ede contratos efetivados pelo Poder Público. O não forneci-mento de certidões é considerado crime de responsabili-dade (Decreto Lei 201/67).

Deve ser elaborado um ofício, requerendo ascertidões. O ofício deve ser apresentado no se-tor de protocolo da prefeitura.

Fiscalizaçãode contas doOrçamento Municipal

O art. 31, parágrafo 3º, da Constituição Federal permiteque o cidadão/cidadã examine a documentação das con-tas, podendo inclusive questionar sobre sua legitimidade elegalidade. A documentação das contas deve ser exibidadurante 60 dias, a cada ano. O período é estabelecido naLei Orgânica do Município. A Lei de Responsabilidade nº101/2000, no art. 49, determina que as contas municipaisfiquem expostas durante o ano todo na Câmara Municipale na prefeitura.

A entidade, cidadão ou cidadã tem livre acessoà prestação de contas, que deve estar à disposi-ção da população, em lugar público, como man-da a lei. Caso isso não ocorra, a entidade, o ci-dadão ou cidadã pode solicitar sua apresenta-ção através de ofício endereçado à prefeitura.

Denúncia aoTribunal de Contas

Documento em que qualquer cidadão ou cidadã, partidopolítico, associação denuncia irregularidades ou ilegalida-des perante o Tribunal de Contas (art. 74, parágrafo 2º. daConstituição Federal).

A denúncia deve ser elaborada de forma justifi-cada, apresentando as provas e com assinaturada pessoa ou entidade (s). O documento deveser endereçado ao presidente do Tribunal deContas.

Ação Popular Instrumento que tem amparo no art. 5º. Inciso LXXIII daConstituição Federal, que dá direito ao cidadão/cidadã, emnome da coletividade, mover ação popular para anular atosdo Poder Público que sejam prejudiciais ao patrimôniopúblico, moralidade administrativa, meio ambiente, patri-mônio histórico e cultural. A ação popular deve ser usadaquando o Poder Público contrariar ou se omitir diante defatos ou situações que atingem a coletividade.

Deve ser elaborada uma petição, endereçadaao juiz da comarca. Este documento deve con-ter basicamente quatro partes: justificativa daação; relato dos fatos que geraram a ação; fun-damentação na lei; a solicitação ou os pedidos.Ver modelo anexo.

Mandado deSegurança

Está no art. 5º. LXX da Constituição Federal e pode serutilizado por partidos políticos, associações ou sindicatospara defesa de direito coletivo desrespeitado ou ameaça-do por ato de autoridade. Pode ser acionado até 120 diasapós o conhecimento do ato.

Deve ser elaborado petição e apresentada aojuiz.

O que éOpinião sobre Projetos Como pode ser acionado

Instrumentos de Participação Cidadã

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial16

P reparando os primeiros passos

O Monitoramento de Políticas e Serviços Públicos exige da parte do grupoou comunidade que vai implementá-lo um conjunto de passos preparatórios.Esses passos vão garantir a utilização adequada das ações de intervençãocoletiva nas políticas e nos serviços públicos existentes na comunidade.

Nesta parte, vamos nos deter naqueles passos que antecedem o pro-cesso de monitoramento propriamente dito. Ou seja, vamos focar nos pro-cedimentos que vão garantir as ações de monitoramento, controle e fisca-lização da política ou do serviço público escolhido pela comunidade. Va-mos, pois, nos restringir ao “momento do antes” do monitoramento.

Passo 1: Sensibilização da comunidadeAntes da implementação de qualquer processo de monitoramento

ou avaliação, é preciso saber se a comunidade deseja que este processoseja realizado a partir dela e com sua participação. Daí a importânciada sensibilização, que deve ser considerada em três momentos:

a) Escolha e Capacitação do Grupo de Trabalho. Um Grupo deTrabalho deverá ser identificado para facilitar o processo metodológico.Ele poderá ser composto por membros da entidade parceira da VisãoMundial, assessores e líderes de outras organizações, que assumirão otrabalho de condução, animação e facilitação de todo o processo demonitoramento. Este grupo será capacitado para aplicar a metodologiae sistematizar o trabalho que vai ser desenvolvido junto à comunidade.Alguns critérios podem ser levados em conta na formação deste grupo:disponibilidade e compromisso para atuar como animador e facilitadorda metodologia, sensibilidade e habilidade metodológica e pedagógicapara o trabalho comunitário e conhecimento da realidade local. A capa-citação será oferecida pela Visão Mundial.

b) Mobilização da Comunidade. O GT irá iniciar o processo de mobiliza-ção da comunidade para a participação neste processo. Será o momento deanimar a participação da comunidade para o monitoramento e avaliação da

política e do serviço público. É muito importante quetodos os diferentes segmentos da comunidade - fa-mílias, estudantes, comerciantes, agentes públicos,grupos organizados, associações, movimentos e igre-jas, dentre outros - sejam mobilizados para partici-par do processo de monitoramento que vai ser de-senvolvido. O grupo mobilizador pode desencade-ar esta ação de maneira criativa, utilizando-se dediversas formas: o convite pessoal, convite abertoatravés de carro de som, distribuição de panfletos,apresentações teatrais em lugares públicos etc. Apartir desta mobilização podem surgir novos parti-cipantes para compor o Grupo de Trabalho.

c) Reunião Comunitária para Introduçãoà Metodologia – discussão dos temas daparte 1. Mobilizada a comunidade e capacita-do o Grupo de Trabalho da metodologia, o pri-meiro grande momento é realização de um en-contro (ou dois encontros, se necessário) com acomunidade, cujo objetivo é introduzi-la no tra-balho que vai ser realizado. Neste encontro, oGrupo de Trabalho deverá discutir os temas apre-sentados na parte 1, que preparam a comunida-de para vivenciar a metodologia.

Neste encontro, o Grupo de Trabalho tem atarefa de “preparar o terreno” para o monito-ramento. No início do encontro, o Grupo de Tra-balho deverá buscar compreender como a co-munidade está em relação ao monitoramentode Políticas Públicas, atentando para os seguin-tes aspectos:

Preparando os primeirospassos para monitorar políticas eserviços públicos na comunidade

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial16

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 17

P reparando os primeiros passos

• O que a comunidade entende e sabe a respeito de políticas e dos servi-ços públicos locais; como ela vê a sua cidade e sua comunidade;

• O que entende por participação e como tem se envolvido nas ques-tões sociais e comunitárias;

• Qual o conhecimento que tem acerca dos instrumentos de partici-pação;

• Qual o seu real desejo de participar do monitoramento das políti-cas e dos serviços públicos locais;

• Quais os benefícios que essa participação pode trazer para a comunidade.

A partir do nível de envolvimento e conhecimento que a comunidadetem sobre o tema, o Grupo de Trabalho irá capacitar a comunidade notema de monitoramento das Políticas Públicas, a partir do conteúdo queconsta na primeira parte deste manual. Isto pode ser feito através deuma exposição, da distribuição de material impresso, de conversas empequenos grupos com facilitadores que conhecem o assunto e etc.

Após a capacitação no tema do monitoramento de Políticas Públi-cas, o Grupo de Trabalho deverá apresentar uma visão geral da metodo-logia presente para que a comunidade tenha clareza e consciência docaminho que vai percorrer no processo de monitoramento.

É muito importante que o Grupo de Trabalho prepare e realize esseencontro de forma criativa e participativa.

Passo 2: Reunião comunitá-ria para levantamento dasinformações sobre as polí-ticas e serviços e escolhado serviço a sermonitorado.

a. Reunião comunitária para levantar in-formações sobre políticas/serviços públi-cos que atuam na comunidade em questão;

É muito importante que, junto com a comuni-dade, o Grupo de Trabalho da metodologia façaum levantamento prévio e geral da situação dosserviços públicos existentes na comunidade. Tra-ta-se de um pré-diagnóstico, em que a própriacomunidade levanta e expõe, em nível amplo, oque conhece a respeito desses serviços e de comoestão funcionando.

Este passo pode ser realizado numa oficina,preparada pelo Grupo de Trabalho, onde a co-munidade vai ser motivada a apresentar sua vi-são geral a respeito das políticas e serviços exis-tentes e de seu funcionamento. O quadro a se-guir pode ser utilizado no levantamento.

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial18

P reparando os primeiros passos

b. Reunião comunitária para escolher qual política/serviço serámonitorado;

Após o levantamento, o Grupo de Trabalho deverá ajudar a comuni-dade a escolher qual a política/serviço público será objeto do monitora-mento. Evidentemente que a comunidade pode usar vários critérios paraessa escolha, que poderá ser feita, por exemplo, através de uma votaçãosimples, onde cada participante vota em um dos serviços listados, eaquele com o maior número de votos ganha.

Também é possível fazer o monitoramento de vários serviços ao mes-mo tempo, exigindo-se para isso a constituição de grupos temáticosdistintos e a necessária organização para fazer o trabalho acontecer.Por exemplo, uma parte da comunidade (formada por diversos segmen-tos) poderá monitorar o serviço de saúde; outra parte poderá monitoraro serviço de educação; outra poderá ficar com os serviços de coleta delixo e assim por diante. Esta segunda opção deverá ser adotada quandoa comunidade possui um nível de organização capaz de garantir aaplicação da metodologia em sua globalidade.

Passo 3: Coleta de informações sobre apolítica e serviço que será monitoradoApós a comunidade ter escolhido o serviço (pertencente a uma de-

terminada política pública local) que será monitorado, o GT deverá pro-ceder a uma pesquisa para levantamento de informações relativas aeste serviço. O objetivo principal é compreender melhor quais são osdireitos da população em relação a determinado serviço, e qual a situa-ção real deste serviço.

Assim, o GT deverá buscar as seguintes informações:

• Qual o padrão estabelecido legalmente pelo Poder Público paraeste serviço? Em relação a uma escola, por exemplo, alguns pa-

drões a serem pesquisados são o númerode alunos por sala, infra-estrutura da es-cola, tipo e qualidade da merenda, quali-ficação profissional dos professores etc.Estes padrões serão chamados de INDI-CADORES-PADRÃO. Estas informações de-vem ser pesquisadas, por exemplo, na Se-cretaria de Educação ou na LDB. Levan-tar o máximo possível de informações emrelação ao padrão de serviço a que a co-munidade tem direito é muito importantepara o desenrolar da metodologia.

• Qual a situação real do serviço? Nova-mente, na situação da escola, o GT irácomparecer à escola que será monitora-da e buscar as informações necessárias:números de aluno por sala, número deprofessores, infra-estrutura da escola etc.Ou seja, aqui buscaremos, em relação aopadrão a que a comunidade tem direito,qual a situação real do serviço.

Passo 4: Construção peloGT do quadro de informa-ções sobre a política/servi-ço a ser monitorado

Os dados coletados no passo 3 deverão ser inse-ridos em um quadro simples e auto-explicativo(Ex.: Tabela ao lado):

Política Tipo de serviço Setor/orgão responsável Grupos afetados Como está funcionando

Educação Escola de EnsinoFundamental

Secretaria de Educação Todos os moradores Listagem dos problemas esucessos

Saúde Posto de Saúde Secretaria de Saúde Crianças e famílias Listagem dos problemas esucessos

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 19

RESUMO DOS PASSOS:1. SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE

A. Escolha e capacitação do GT;

B. Mobilização da Comunidade;

C. Reunião.

P reparando os primeiros passos

Exemplo de um Quadro de Informações sobre o Serviço que será monitoradoÁrea: Educação / Escola X

Nome da característica/ indicador-padrão A que temos direito Real Comentários

Distribuição de fardamento paraalunos do ensino fundamental

1 x ao ano para cada aluno Mais de 50% das criançasnão recebem fardamento

Material didático (livros-texto)Inglês

MatemáticaCiências

1 p/aluno1 p/aluno1 p/aluno

1 - 2 alunos1 - 2 alunos1 - 2 alunos

Condições do banheiro da escola 1 p/meninos1 p/meninas

Um para todos

Este quadro será discutido, revisado e completado na próxima reuniãocomunitária, quando a coluna de comentários será também preenchidapelos comunitários (vide Parte 2)

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial20

Como monitorar uma políticaou um serviço público: passos básicos

Na parte 1, acompanhamos e vivenciamos todos os passos pre-paratórios para a implementação do monitoramento. Na parte 2,vamos mostrar como se realizará o monitoramento. Vejamos os pas-sos básicos:

Passo 1: Preparação do Processode MonitoramentoNeste passo o Grupo de Trabalho do processo de monitoramento

deverá cuidar de todos os procedimentos relacionados às ações quedizem respeito a sua realização. Esses procedimentos incluem:

• Preparação da reunião comunitária, o que implica definir: lo-cal, infra-estrutura, materiais a serem utilizados (papel, madei-ra, pincéis atômicos, aparelho de CD, quadro branco, fita cre-

pe), alimentação dos participantes, con-vite para os participantes, programaçãocom os objetivos e os momentos da reu-nião, apresentação (em slides ou cartaz)da metodologia.

Preparação inicial dosinstrumentos de apoio aotrabalho

O Grupo de Trabalho deve organizar previ-amente os instrumentos abaixo. Eles devem es-tar prontos ANTES das reuniões dos grupos

focais!!!

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 21

C omo monitorar uma política e um serviço público

MON ITORAMENTO COMUN ITÁR IODE POL ÍT ICAS E SERV I ÇOS PÚBL ICOS

PASSOPARTE I

1. SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE

2. PRIMEIRA REUNIÃO COMUNITÁRIA

3. COLETA DE INFORMAÇÕES SOBRE A POLÍTICA/SERVIÇO

4. CONSTRUÇÃO DO QUADRO DE INFORMAÇÕES

PARTE I I

1. PREPARAÇÃO PARA O PROCESSODE MONITORAMENTO

2. MOBILIZAÇÃO E ARTICULAÇÃODA COMUNIDADE

3. REUNIÃO COMUNITÁRIA

4. GRUPOS FOCAIS PARA MONITORAMENTODA POLÍTICA

5. REUNIÃO COMUNITÁRIA PARA ELABORAÇÃODO PLANO DE AÇÃO

6. SISTEMATIZAÇÃO GERAL DO PROCESSODE MONITORAMENTO

OBJET IVO

Mobilizar e sensibilizar a comunidade para a metodologia

Escolher a política/serviço que será monitorado

Levantar informações sobre a política/serviço que foi escolhidopara ser monitorado

O quadro irá resumir as informações sobre a política/serviço que serámonitorado, comparando aquilo a que os cidadãos têm direito em relaçãoao serviço com o que é a realidade.

Preparações logísticas para a segunda parte da metodologia: o monitora-mento em si da política/serviço. Preparar material gráfico ou slides queserão utilizados nas reuniões.

Mobilizar pessoas da comunidade, lideranças, usuários do serviço,prestadores de serviços e representantes do Poder Público para participardo monitoramento.

Apresentar a metodologia, o serviço que será monitorado e o Quadrode Informações. O grupo também será dividido em grupos focais.

Escolher indicadores gerados pelo grupo. Realizar em pequenos gruposo monitoramento do serviço que foi escolhido pela comunidade. Elaborarpropostas.

Construir conjuntamente (em uma reunião comunitária) um plano de açãopara melhoria do serviço em questão.

Sistematizar todo o processo do monitoramento percorridopela comunidade.

1. Slides ou cartaz com a apresentação da metodologia

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial22

2. Quadro de Informações sobre a política e serviço que está sendo monitorado

Exemp lo de um Quadro de I n formações sobreo Ser v i ço que se rá mon i torado

Área : Educação / E sco la XNome da ca rac te r í s t i c a

Distribuição de fardamento paraalunos do ensino fundamental

Material didático (livros-texto)Inglês

MatemáticaCiências

Condições do banheiroda escola

A q ue t emos d i r e i to

1 x ao ano para cada aluno

1 p/aluno1 p/aluno1 p/aluno

1 p/meninos1 p/meninas

Rea l

Mais de 50% dascrianças não

recebem fardamento

1 - 2 alunos1 - 2 alunos1 - 2 alunos

Um para todos

Comen tá r i o s

Nº de uniformes insuficienteChegam apenas uniformes pequenos

Poucos livros fornecidos pelasecretaria municipal

Limitações financeiras para construirmais banheiros

Manutenção precária

C omo monitorar uma política e um serviço público

3. Construção dos indicadores gerados pelo grupo

CARACTERÍSTICAS DE UM SERVIÇO IDEAL: o que mostra que o serviço é bom?

PERCEPÇÃO PONTUA ÇÃO

• Péssimo 1

• Ruim 2

• Razoável 3

• Bom 4

• Muito bom 5

Esta coluna (comentários)será preenchida durante a

reunião comunitária!!!

4. Matriz de análise da Política e do Serviço4.1 QUADRO DE VOTAÇÃO – ESCALA SORRISO

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 23

5. Quadro de Votação (matriz de análise)

Comen tá r i o sI n d i c ado r Péss imo R u i m Regu l a r Bom Mu i to Bom Re s u l t a do/ méd i a

Indicador-padrão 1

Indicador-padrão 2

Indicadorgerado pelogrupo 1

Indicadorgerado pelogrupo 2

...

X x xXx

XxxX x x

Xx xx

BOM

6. Matriz de Construção de Propostas

POL ÍT ICA SERV I ÇO PROBLEMAS CENTRA IS PROPOSTAS

C omo monitorar uma política e um serviço público

O INDICADOR-PADRÃO é formado pelos dados levantados pelo grupo para a construção do Quadrode Informações Iniciais (aquilo a que a comunidade tem direito, por exemplo: 1 professor para cada Xalunos, 1 banheiro feminino e 1 masculino para cada X crianças). O INDICADOR GERADO PELOGRUPO será aquele que o grupo deseja votar, e será levantado com o apoio do quadro 3 (Característi-cas de um serviço ideal).

Escola FundamentalEducação

Política:

Serviço:

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial24

Passo 2: Mobilização e Articulaçãoda ComunidadeAntes da reunião comunitária em que continuará o processo do mo-

nitoramento é necessário mobilizar e articular todos os segmentos soci-

ais da comunidade (famílias, grupos organizados, agentes públicos, usu-

ários de serviços, prestadores de serviços, comerciantes, dentre outros),

convidando-os a se fazerem presentes neste evento. Esta mobilização

deve ser realizada de forma que todos esses segmentos sintam-se moti-

vados a participar desta atividade tão importante para a vida da comu-

nidade. O Grupo de Trabalho deve usar de toda a sua criatividade paramotivar e comprometer as pessoas com o evento. É também muito im-portante que os representantes do Poder Público sejam convidados eestejam presentes!!

Passo 3: Reunião Comunitária paraApresentação da Metodologiae Revisão do Quadro de Informações

a) Reunião Comunitária

O Grupo de Trabalho deverá realizar uma reunião com o objetivo de

(re)apresentar à comunidade a metodologia de Monitoramento Comu-

nitário de Políticas e Serviços Públicos e revisar coletivamente o quadro

de informações construído pelo GT no processo preparatório do monito-

ramento, apresentado na parte 1.

C omo monitorar uma política e um serviço público

Exemp lo de um Quadro de I n fo rmaçõessobre o Se r v i ço q ue se rá mon i to rado

Área : Educação / E sco la XA q ue t emos d i r e i to R ea l Comen tá r i o s

1 x ao ano paracada aluno

Mais de 50% das criançasnão recebem fardamento

1 p/aluno1 p/aluno1 p/aluno

1 - 2 alunos1 - 2 alunos1 - 2 alunos

1 p/meninos1 p/meninas

Um para todos

Nesta oportunidade, a comunidade deverá ser

convidada a fazer complementações ao quadro —

de modo a torná-lo mais real e revelador da situa-

ção das políticas e serviços existentes na comuni-

dade — e também a preencher a coluna COMEN-

TÁRIOS. O quadro abaixo deve ter sido preparado

antes da reunião. A comunidade será convidada a

comentar todos os dados do quadro, e a fazer co-

mentários, preenchendo a última coluna.

O Grupo de Trabalho, nesta reunião, deveráapresentar algumas perguntas que levem a co-munidade a dar opiniões e a completar as infor-mações. O objetivo é que a comunidade reflitasobre os indicadores-padrão (aquilo a que temdireito) e como está a situação real do serviçoem relação a estes indicadores-padrão.

Algumas perguntas podem ser:

• Como vocês vêem estes serviços a quevocês têm direito?

• Estes serviços realmente acontecem demaneira satisfatória?

• Caso não aconteçam, por quê?

Os comentários devem ser inseridos na últi-ma coluna.

Nome da ca rac te r í s t i c aDistribuição de fardamento paraalunos do ensino fundamental

Material didático (livros-texto)Inglês

MatemáticaCiências

Condições do banheiro da escola

Nº de uniformes insuficienteChegam apenas uniformes pequenos

Poucos livros fornecidos pelasecretaria municipal

Limitações financeiras paraconstruir mais banheiros

Manutenção precária

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 25

C omo monitorar uma política e um serviço público

Cada Grupo deverá se reunir em um lugar

adequado e com o material necessário para a

reunião: suportes para quadros de papel ma-

deira ou uma parede grande, onde possam ser

afixados vários quadros/gráficos. Uma equipe

de facilitação (com pelo menos 1 facilitador

líder e um facilitador de apoio) será designada

para conduzir o grupo focal. Esses grupos de-

verão estar formados para a próxima reunião,

na qual se iniciará o monitoramento. O Grupo

de Trabalho já deve sair com a data marcada

da próxima reunião.

b) Divisão em grupos focais

Após a revisão e complementação do quadro de informações sobrea política e o serviço a ser monitorado, o Grupo de Trabalho da metodo-logia deve dividir os participantes em grupos focais, isto é, grupos de 8e 15 pessoas com características semelhantes. Ex.: grupo de prestadoresde serviços e grupos de usuários. Dentro do grupo de usuários, poderáhaver subgrupos, como grupo de crianças, de jovens, de mulheres etc. Éimportante que os facilitadores pensem sobre os critérios da divisãoantes da reunião.

EXEMPLO DE GRUPOS FOCAIS:

Na área da educação, por exemplo, os grupos podem ser formadosde acordo com as seguintes categorias: pais e mães, alunos, não-usuários (adultos que não têm filhos na unidade que está sendoavaliada), professores, funcionários da escola, gestores (diretor, co-ordenadores etc.), membros do conselho de classe.

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial26

Escolhidos os 3 a 4 indicadores gerados pelogrupo, eles serão escritos nas linhas da matrizde análise, ou tabela de votação, abaixo dos in-dicadores-padrão (tabela 4.2).

3) MONITORAMENTO DO SERVIÇO: Con-duzir a análise da política e serviço usando amatriz apropriada. A sugestão é que se utilizea Escala Sorriso (tabela pág. 22). Esta escalaé de fácil compreensão e possui um caráterlúdico que envolve os participantes.

O facilitador deve ler os indicadores-padrãoe em relação a cada indicador o grupo será con-vidado a votar, qualificando o indicador em muitoruim, ruim, regular, bom ou muito bom. O parti-cipante receberá uma caneta piloto, levantarádo seu lugar e irá à frente, onde está afixado oquadro com os indicadores e votará através dainserção de uma marca (um X ou um V) na colu-na em questão.

Passo 4: Reuniões em Grupos Focais paraMonitoramento da Política e Serviçopriorizado pela Comunidade

Após a reunião comunitária para apresentação da metodologia e revi-são do quadro de informações iniciais, o grupo foi subdividido em gruposfocais. A reunião em grupos focais pode acontecer no mesmo dia da reu-nião comunitária, ou, caso esta reunião demore muito tempo, pode acon-tecer em um outro dia. Caso aconteça em outro dia, é necessário que oGrupo de Trabalho primeiro reúna todos os participantes e realize umaabertura rápida, de 10 minutos, em que serão dadas as boas vindas, osparticipantes serão integrados e motivados e a programação será apre-sentada. Então os grupos serão subdivididos nos grupos focais e o moni-toramento será iniciado segundo os seguintes procedimentos:

1) APRESENTAÇÃO INICIAL: Em cada grupo focal um membro do Gru-po de Trabalho deverá apresentar e socializar o quadro de informações,segundo o quadro preparado previamente, e também apresentar o quadrocom os passos e procedimentos da metodologia que está sendo aplicada.

2) ESCOLHA DE INDICADORES GERADOS PELO GRUPO: O grupodeverá decidir quais serão os indicadores/características que irá monito-rar. Isto será feito através do quadro Características de um Serviço Ideal(quadro 3 acima).

As seguintes perguntas irão conduzir a construção destas características:• Como você acha que seria um serviço ideal?

• Quais as características de uma ótima escola? Ou de um ótimoposto de saúde?

• Quais são os serviços que uma escola/posto de saúde deve ofere-cer à comunidade?

As respostas do grupo serão escritas nas linhas da tabela, e após ofacilitador ter levantado um número de características (no máximo 10),ele irá conduzir o grupo a uma votação para a escolha de 3 a 4 carac-terísticas/indicadores mais importantes que o grupo irá monitorar.

C omo monitorar uma política e um serviço público

AQUI DEVE FICAR CLARO QUE ESTAMOS PENSANDO EMUM SERVIÇO IDEAL!!! A DISCUSSÃO AINDA NÃO É SOBREO SERVIÇO EM QUESTÃO. As perguntas são feitas somentepara acessarmos indicadores que são importantes para ogrupo em questão e que serão mais a frente monitorados emrelação ao serviço escolhido.

DICAS PARA O FACILITADOR:

• As carinhas com os sorrisos podemfacilitar a participação de comuni-tários que não sabem ler.

• Todos podem ir votar ao mesmotempo, assim ninguém ficará sen-tado e será “induzido” pelas res-postas dos outros que já votaram.

• É importante que o facilitador dogrupo ressalte a importância dovoto individual e consciente (cadaum vota no conceito que realmen-te deseje expressar), para que nin-guém exerça influência no voto dooutro.

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial 27

Após todos os participantes terem inserido o seu voto, o facilitadorfará uma rápida média das votações (dizendo que categoria recebeu omaior número de votos).

Então o facilitador pedirá aos participantes que analisem, apontan-do fatos e situações que mostram porque o serviço não está funcionan-do bem e fatos e situações que mostram que o serviço não está funcio-nando bem.

É muito importante que os participantes do grupo focal discutam ascausas do que explicam acerca do que não está bem.

Os comentários do grupo serão anotados na coluna COMENTÁRIOS.

Neste momento os facilitadores ajudarão a aprofundar a análise,de modo que os participantes avaliem de maneira profunda a situa-ção do serviço, considerando seus diversos aspectos: oferta, qualida-de, quantidade, equipamentos, recursos, atendimento, participaçãodos usuários etc. O objetivo principal é que se chegue às causas do

mau funcionamento do serviço, ou aos pro-blemas centrais. Estes problemas centrais se-rão anotados na coluna comentários.

4) ELABORAÇÃO DE PROPOSTAS: Após adiscussão das causas, os facilitadores deverãotomar a matriz de propostas (tabela pág. 23) eanimar os participantes a discutirem para cadaproblema central as propostas e estratégias deenfrentamento, anotando na matriz as propos-tas acordadas pelo grupo.

Pode ser feito um fechamento com todos osgrupos focais, se o plano de ação não for feitono mesmo dia. Se este for este o caso, nesta reu-nião será marcada a próxima reunião comuni-tária para elaboração do plano de ação.

C omo monitorar uma política e um serviço público

Parte 2 Julho 2007 / Visão Mundial28

• Trabalho por Grupo Focal em que cadaum vai discutir, a partir da matriz propos-ta, os resultados, as atividades, os prazosem que vão ser realizadas as atividades,e as pessoas, grupos ou instituições res-ponsáveis por encaminhar estas ações;

• Apresentação dos grupos e fechamento dosplanos.

Passo 5: Reunião Comunitária Finalpara Construção do Plano de AçãoEste passo consiste discussão e construção do plano de ação e se

dará numa reunião, devendo envolver todos os segmentos e grupos fo-cais que estiveram na reunião anterior. O Grupo de Trabalhor deveráadotar o seguinte processo:

• Desenvolver um momento de integração e motivação dos partici-

pantes para a atividade, podendo fazer alguma dinâmica que

envolva as pessoas;

• Cada grupo focal irá apresentar o seu quadro de propostas;

• Discussão das propostas apresentadas;

• Apresentar e explicar como vai ser a construção do plano. Para

facilitar o trabalho, o GT pode sugerir a matriz abaixo:

C omo monitorar uma política e um serviço público

Passo 6: Sistematizaçãogeral do processo deMonitoramentoApós a realização do processo, o Grupo de Tra-

balho deverá fazer uma sistematização geral de

todo o processo e preparar-se para monitorar osresultados das propostas sugeridas pelo grupo.

Ao final do tempo determinado no plano de ação,

poderá fazer um outro momento para socializarcom a comunidade o resultado das propostas(se foram ou não realizadas, como está seu an-

damento etc.).

Matriz para o Plano de Ação

Política:

Serviço:

Problema Central:

Encerramento e avaliaçãoda reuniãoEsta assembléia ou reunião final é o grande momento do processo

do monitoramento. Além da discussão ampliada e da construção de umplano de ação, este é o momento de socialização para toda a comuni-dade dos resultados do trabalho realizado. A comunidade deve entenderque o plano de ação que construiu é dela e está sob sua responsabilida-de a realização das propostas ali elencadas.

Também deve ser feita uma avaliação de todo o processo, suas difi-culdades e fortalezas até ali.

Este momento deve ser concluído com uma confraternização e umafesta bem bonita, valorizando e celebrando a caminhada realizada.

Proposta Que resultados queremosatingir com esta proposta

O que vamos fazer para atingir cadaum desses resultados

Prazos Responsável

Anexo Julho 2007 / Visão Mundial 29

EXPERIÊNCIA DO MONITORAMENTO COMUNITÁRIO DE PO-LÍTICAS E SERVIÇOS PÚBLICOS ADAPTADA AOS PROCESSOS DEORÇAMENTO PARTICIPATIVO – A EXPERIÊNCIA DA VISÃO MUN-DIAL E DO GRANDE JANGURUSSU

A experiência prática da Visão Mundial no Brasil (VMB) iniciou-seem outubro de 2005, com um treinamento na cidade de Fortaleza, quereuniu técnicos da Visão Mundial e do CONVIDA – agência conveniadado PDA Pantanal. O treinamento foi composto de uma parte teórica e deuma parte prática, na qual um posto de saúde foi monitorado pelacomunidade.

Uma das propostas resultantes desta experi-ência prática com a comunidade do Pantanalfoi unir o Monitoramento Comunitário de Servi-ços ao Orçamento Participativo, já operante naárea de atuação do PDA Pantanal e alvo doenvolvimento da comunidade e, particularmen-te, dos líderes do PDA.

Assim, a equipe da VMB responsável por esteprojeto pensou maneiras de adaptar esta meto-dologia para o monitoramento das ações do

A nexo

Como aplicar a metodologia demonitoramento comunitário de Políticase Serviços Públicos em sua comunidade

Anexo Julho 2007 / Visão Mundial30

Orçamento Participativo e uma primeira experiência desta adaptaçãofoi realizada durante o segundo semestre de 2006, também na cidadede Fortaleza, na região do Grande Jangurussu.

Um Grupo de Trabalho formado por Visão Mundial, representantes elíderes da área do PDA e envolvidos com OP decidiu que a metodologiaadaptada seria utilizada para:

• Preparar a comunidade para votar o Orçamento Participativo(o que foi chamado de Pré-OP): a comunidade realizaria omonitoramento de áreas específicas do OP: educação, saúde

etc., em áreas sujeitas à votação dentro do OP. As informa-ções produzidas durante o processo de monitoramento servi-riam como subsídio para o OP do ano seguinte e poderiam

orientar a comunidade na priorização da votação do ano se-guinte.

• Monitorar quais as atividades votadas no OP do ano anterior

foram ou não realizadas (denominada de Pós-OP).

A seguir, um pouco de informação sobre o

processo e resultado do monitoramento OP:

• Pré-Orçamento Participativo

MÉTODO: O método a ser seguido seria o mesmo

do MCD aplicado a serviços comuns, ou seja, acomunidade iria monitorar um serviço, ou gruposde serviços, e os resultados seriam utilizados como

subsídios para propostas na próxima votação doOP. Algumas adaptações à metodologia são:

• Na reunião comunitária inicial, além de

apresentar a metodologia MCD, tambémdeve ser feito um resgate sobre o objetivodo Orçamento Participativo e sobre como

o MCD será aplicada ao OP. Estas infor-mações podem estar resumidas no próxi-mo quadro:

A nexo

Anexo Julho 2007 / Visão Mundial 31

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO

O QUE É

QUEM PARTICIPA

QUAL O OBJETIVO DO OP

POR QUE PARTICIPAR?

POR QUE MONITORAR?

• Outra adaptação é o monitoramento não de um serviço especí-fico, mas de uma área que seja alvo de votação do OP: educa-ção, saúde, infra-estrutura etc. Assim, o subsídio para a votaçãono OP será melhor, visto que apoiará o grupo na priorizaçãopara a votação.

EXPERIÊNCIA NO JANGURUSSU: O monitoramento Pré-OP não foirealizado no Jangurussu.

• Pós-Orçamento Participativo

MÉTODO: Também se pode utilizar o quadro sobre OP na reunião

comunitária inicial. O Grupo de Trabalho deve fazer uma pesquisa

junto à secretaria municipal de Planejamento

sobre as decisões votadas pela comunidade

como prioridades para execução na última vo-

tação do OP. Deve então ser feita uma listagem

das ações que foram decididas para a área do

Grande Jangurussu, e depois categorizá-las em

ações realizadas e ações não realizadas no tem-

po previsto.

As informações coletadas são então resumi-

das no quadro abaixo:

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO – AÇÕES NÃO REALIZADAS

Área: Grande Jangurussu

Ações Comentários Propostas

Ação 1.

Ação 2.

Ação 3.

A nexo

MonitoramentoComunitário de Políticase Serviços Públicos

Este manual tem como objetivo instrumentalizar cidadãose comunidades para monitorar o desempenho e a qualidade

de serviços públicos, bem como fiscalizar o cumprimentode políticas públicas no âmbito municipal. O

é umametodologia simples e que contribui para que os moradoresde um bairro, sejam eles crianças, jovens, mulheres, homens

ou idosos, participem ativamente e criticamente da vida públicade seu bairro e da sua cidade, não só monitorando

e fiscalizando serviços (uma escola ou um posto de saúde),e políticas públicas (Orçamento Participativode sua comunidade); mas também sugerindo

melhorias e trabalhando para que estas melhoriassejam efetivadas pelo poder público.

MonitoramentoComunitário de Serviços PúblicosPolíticas e

Esperamos que o manual seja de grandevalia para você e sua comunidade!