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INSTITUTO METODISTA BENNETT FACULDADE DE TEOLOGIA CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO TEOLÓGICA A GRAÇA NA PERSPECTIVA WESLEYANA POR DÉBORA CRISTINA DE OLIVEIRA LOUREIRO RIO DE JANEIRO 2003

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INSTITUTO METODISTA BENNETT

FACULDADE DE TEOLOGIA

CURSO DE COMPLEMENTAÇÃO TEOLÓGICA

A GRAÇA NA PERSPECTIVA WESLEYANA

POR

DÉBORA CRISTINA DE OLIVEIRA LOUREIRO

RIO DE JANEIRO2003

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A Graça na Perspectiva Wesleyana

Apresentado por Débora Cristina deOliveira Loureiro como requisito Finaldo Curso de ComplementaçãoTeológica

Rio de Janeiro2003

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Agradecimentos

Aos professores Marcelo Carneiro e

Livingstone dos Santos Silva pela

compreensão e pela paciência na orientação

deste trabalho.

À Igreja Metodista Betel, por ter

apoiado a minha vocação pastoral.

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Dedicatória

A Deus Pai, Filho, Espírito Santo, o

centro da minha existência.

Aos meus pais Jônas e Nair que

apoiaram na minha vocação para o ministério

pastoral.

À Paulo Sérgio, meu esposo, pelo seu

incentivo, carinho e principalmente pela sua

compreensão.

Aos meus filhos Jônatas e David que

têm sido bênçãos para o meu ministério.

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SUMÁRIO

Título 1 – Projeto da Pesquisa: A Graça na Perspectiva Wesleyana..........................6

Introdução....................................................................................................................6Justificativa..................................................................................................................6Objetivos......................................................................................................................7Metodologia.................................................................................................................7Roteiro da Pesquisa....................................................................................................7

Título 2 – Relatório da Pesquisa: A Graça na Perspectiva Wesleyana.......................8

Introdução....................................................................................................................8Capítulo 1 – A Graça na Perspectiva Bíblica.............................................................11

1.1- A Graça no Antigo Testamento...........................................................111.1.1 - Vocabulário.....................................................................................111.1.2 - A Lei................................................................................................131.2 - A Graça no Novo Testamento............................................................141.2.1 - Vocabulário......................................................................................141.2.2 - Os Evangelhos Sinóticos.................................................................161.2.3 - As Epístolas paulinas......................................................................16

Notas do Capítulo 1....................................................................................................20

Capítulo 2 – A Graça na Perspectiva Wesleyana......................................................212.1 - A Trindade..........................................................................................242.2 - A Ordem Natural................................................................................242.3 - A Ordem da Salvação........................................................................262.3.1- Graça Preveniente...........................................................................262.3.2- Graça Justificadora..........................................................................282.3.3- Graça Santificadora.........................................................................302.3.4- Os Meios de Graça..........................................................................33

Notas do Capítulo 2...................................................................................................36

Conclusão..................................................................................................................37

Bibliografia Geral.......................................................................................................38

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Título 1

O Projeto da Pesquisa

A Graça na Perspectiva Wesleyana

INTRODUÇÃO

Neste trabalho, que tem como título: A Graça na Perspectiva Wesleyana.

Estarei abordando o tema da graça na perspectiva bíblica, na visão do Antigo

Testamento e do Novo Testamento e a seguir o tema da graça na perspectiva de

Wesley.

Veremos a importância de entender o verdadeiro significado da Graça e o

grande desafio que temos de Viver a Maravilhosa Graça de Deus.

JUSTIFICATIVA

O tema: A Graça na perspectiva Wesleyana foi escolhido porque após a

leitura de alguns livros que abordam este tema, percebi que nós lemos, ouvimos,

cremos na teologia da graça, porém ainda temos muita dificuldade em entender a

graça de Deus e principalmente de colocá-la em prática.

Sendo assim, fui motivada pelo Espírito Santo a fazer uma pesquisa mais

profunda sobre o tema para que desta forma eu pudesse conhecer mais, entender

mais e experimentar mais a Maravilhosa Graça de Deus que nos envolve

incondicionalmente.

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OBJETIVOS

Compreender o verdadeiro sentido da Graça Divina;

Entender a visão bíblica da Graça no AT e NT;

Reconhecer a Teologia Wesleyana da Graça: Graça Preveniente, Graça

Justificadora e Graça Santificadora;

METODOLOGIA

Biblioteca

1- Análise de registros históricos: Registros primários, cartas, diários.

2- Pesquisa de literatura para buscar a teoria e pesquisa prévia em livros.

ROTEIRO DA PESQUISA

Capítulo 1- A Graça na Perspectiva Bíblica1.1- A Graça no Antigo Testamento1.1.1- Vocabulário1.1.2- A Lei1.2- A Graça no Novo Testamento1.2.1- Vocabulário1.2.2- Os Evangelhos Sinóticos1.2.3- As Epístolas paulinas

Capítulo 2- A Graça na Perspectiva Wesleyana2.1- A Trindade2.2- A Ordem Natural2.3- A Ordem da Salvação2.3.1- Graça Preveniente2.3.2- Graça Justificadora2.3.3- Graça Santificadora2.3.3- Os Meios de Graça

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Título 2

A Graça na Perspectiva Wesleyana

INTRODUÇÃO

O tema, A Graça na Perspectiva Wesleyana, despertou o meu interesse

devido a necessidade de compreender melhor e de maneira mais profunda a

misteriosa relação estabelecida por Deus com os homens e o efeito eficaz que a

graça produz no coração daqueles que a recebem, entendem e procuram vivê-la.

É verdade, que as boas novas do evangelho da graça não penetram nas

nossas emoções como deveria, por isso, nem sempre produz o efeito desejado por

Deus.

Entender a Graça de Deus é entender o seu amor pela humanidade. A

Bíblia diz que Deus nos amou primeiro: “Nós amamos porque ele nos amou

primeiro.” (1 Jo 4.19). Esse amor de Deus é gratuito, incondicional. “Nisto Deus

prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido para nos salvar,

sendo nós ainda pecadores”. (Rm 5.9). Percebemos a graça de Deus sendo

derramada sobre a humanidade sem nenhum merecimento. Deus olha para o

homem pecador, com o coração totalmente corrupto e abominável e mesmo assim,

derrama a sua graça presenteando a humanidade com a salvação: “Pela graça,

então sois salvos, mediante a fé”. (Ef 2.8). Como disse Wesley no seu sermão “A

salvação é pela fé”: A graça é a fonte e a fé a condição da salvação.

Viver a graça de Deus num mundo onde tudo é comprado ou vendido, onde

há desigualdade, exploração da criança, da mulher, do trabalhador. Onde há

opressão, escravidão, preconceito, onde o que menos existe é direito. Viver a graça

não é uma tarefa fácil, é um grande desafio.

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A Bíblia ensina que Deus não faz acepção de pessoas e derrama sobre

todos a sua graça, indispensável à vida. Deus faz nascer o seu sol e vir chuvas

igualmente sobre os maus e os bons, conforme ensinou o nosso Senhor Jesus

Cristo: “...porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre

justos e injustos” (Mt 5.45). Contudo, Ele distingui, com graça e amor especiais, os

seus filhos, e isso podemos ver de maneira muito clara e evidente na história de

Israel, especialmente no confronto com Faraó do Egito, na ação em prol da

libertação de Israel. Deus tem a iniciativa desta relação com o povo de Israel, ele

ama o povo, isto é graça. Graça é sinônimo de amor, bondade, compaixão, favor,

misericórdia. Graça é uma relação pessoal que Deus estabelece entre si mesmo e

os homens.

Há muitas pessoas que sofrem as dores dos diversos problemas da vida

por não conhecerem o alcance da graça de Deus, sua eficácia e a sua

manifestação. Quando nós descobrimos a graça infinita de Deus aprendemos a lidar

com os mais diversos problemas, superando-os com a graça de Deus e resolvemos

o maior de todos os problemas, a falta de comunhão com Deus.

Na trajetória de Wesley, vemos que ele tinha o objetivo de compreender o

caminho da salvação que Deus preparou “pela graça, mediante a fé”. A sua teologia

poderia ser descrita, preliminarmente como redescobrir as marcas do caminho, já

postas em evidência pelos reformadores e pela Bíblia. As marcas principais dessa

estrada são estabelecidas por Deus através da Graça Preveniente, da Graça

Justificadora e da Graça Santificadora. Para Wesley, a Graça divina é a resposta de

um Deus para as condições de pecado do ser humano.

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Desta forma, percebemos o quanto foi importante essa teologia de Wesley

tornando-se um marco no Movimento Metodista, que se iniciou no redescobrimento

da experiência viva da Graça de Deus.

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CAPÍTULO 1

1- A GRAÇA NA PERSPECTIVA BÍBLICA

1.1 – A Graça no Antigo Testamento

1.1.1- Vocabulário

De acordo com o dicionário bíblico, graça envolve outros assuntos tais

como perdão, a salvação, a regeneração, o arrependimento, e o amor de Deus. No

AT não há nenhuma palavra hebraica que exprima o sentido teológico da palavra

graça; o mais perto estão as palavras hesedh e hen.

a)hesedh. Essa é traduzida centenas de vezes como misericórdia e dezenas e

vezes como bondade, longanimidade, etc. É uma palavra de dois fios que pode ser

empregada acerca de Deus e do homem; quando empregada acerca de Deus

certamente implica em graça. Porém, quando empregada acerca do homem, deixa

subentendido um amor constante por outro ser humano ou por Deus. É

freqüentemente encontrada em associação com a palavra “aliança”, e denota a

atitude de fidelidade com que ambas as partes de um pacto devem caracterizar-se.

Quanto ao hesedh de Deus: “...renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade.”

Lm 3.22; quanto ao hesedh do homem: “Pois misericórdia quero, e não sacrifício, e

o conhecimento de Deus, mais do que holocaustos.” Os 6.6.

b) hen. Não se trata de uma palavra ligada ao pacto nem tem dois lados. É

empregada para significar a ação de um superior, humano ou divino, para com um

inferior. Fala sobre favor desmerecido, e é traduzida por graça e favor por algumas

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dezenas de vezes. Exemplos de hen humano se encontram em Gn 33.8,10,15; 39.4;

Rt 2.2,10. O hen de Deus é encontrado em Jr 31.2. Ninguém pode mostrar hen para

com Deus ( como pode mostrar hesedh para com Ele), pois ninguém pode fazer-lhe

um favor. 1

Israel compreendeu que a relação estabelecida por um Deus não era

definida por um rei que governa, que promulga uma lei e julga em função desta lei.

Para Israel, Deus também era misericordioso e não poderia agir como um chefe ou

um juiz que usa a lei que oprime, escraviza o homem. Deus age como um pai que

perdoa e agindo assim, trás transformação na vida do homem.

A graça significa a disposição de Deus de amar, perdoar, de dar novas

oportunidades ao homem, mesmo sem ter merecimento.

A graça de Deus é revelada aos homens pecadores através do perdão dos

pecados: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas a iniquidade, e te

esqueces da transgressão do restante da tua herança? O Senhor não retém a sua

ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia” (Mq 7.18). Deus pode renunciar

ao justo castigo e reconciliar consigo os pecadores por livre decisão de sua graça.

Ao cair em pecado, o homem experimentou as amargas conseqüências da

transgressão. Nessa condição, não haveria nada que pudesse fazer para modificar a

sua situação. Se não fosse a intervenção divina a humanidade estaria condenada a

uma miserável existência, sem nenhuma esperança de vida.

A graça de Deus foi primeiramente oferecida a Adão e Eva, e, por extensão

à toda humanidade, uma porta de saída para a condição pecaminosa do homem.

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1.1.2 – A lei

“J.o 1.17 põe a lei em aguda antítese com a graça, que afirma que a graça

entrou no mundo por meio de Cristo. Isto não significa que não existia graça antes

de Cristo, no Antigo Testamento, mas meramente que ela não estava no primeiro

plano, e que dizia respeito primeiramente a Israel.” 2 Desta forma, vemos que a

graça é anterior à lei, pois Deus tratou com os patriarcas por meio da promessa, e

com a nação como um todo por meio da lei. Na própria lei encontramos a graça.

Israel, ao ser escolhido por Deus o povo eleito, é atribuída na lei, à livre escolha de

Deus, e não a retidão de Israel. Quando foi estabelecido o pacto no Sinai, a iniciativa

partiu de Deus, da mesma forma aconteceu na aliança da graça com Abraão.

A lei é o sinal da aliança: Deus a deu para o seu povo eleito, que doravante

deve mostrar sua fidelidade pela obediência a esta lei. Trata-se da manifestação da

graça misericordiosa do Senhor para com o seu povo e a prova do seu amor e de

sua bênção. A lei é uma graça.

A Lei Moral, dada através de Moisés, estabelecia e traçava os limites e

padrões de Deus, mas era incapaz de salvar, pois todos a quebram em seus

pecados próprios e na sua origem pecaminosa (somos todos descendentes de

Adão, que quebrou o pacto, no paraíso). No seu aspecto cerimonial (lei Religiosa),

apontava para o Messias que havia de vir, mas os sacrifícios eram simbólicos,

imperfeitos, sem poder inerentes em si. A Lei Civil, ou judicial, mantinha a estrutura

da sociedade, mas não providenciava a redenção. Mas a Graça, que flui do Messias

e por intermédio do seu trabalho, excede a Lei, não no sentido que a contradiz, mas

no sentido que anula a sua condenação. Cristo, tendo pago os pecados dos Seus na

cruz do Calvário, e tendo vencido a morte por Sua ressurreição, em função da Sua

Graça, apropria (transfere, imputa) a Sua justiça a pecadores perdidos.

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1.2- A Graça no Novo Testamento

1.2.1- Vocabulário

De acordo com o dicionário da Bíblia, o termo charis era a palavra

normalmente usada para traduzir o vocábulo hebraico hen. O verbo correspondente

mais próximo, charizesthai, era empregado para denotar tanto o perdão humano

como o divino ( Cl 2.13; 3.13; Ef 4.32). Eleos representa o termo hebraico hesedh e

tem o sentido de misericórdia. Não é usada mui freqüentemente e ocorre

principalmente nas passagens baseadas no AT. Graça é tradução preferível a

misericórdia porque inclui do poder divino que equipa o homem a viver uma vida

moral. 3

A Graça de Deus é o Seu favor não merecido, contrário ao merecimento,

mediante o qual a penalidade merecida e conseqüente é suspensa pela

Misericórdia; e todas as bênçãos positivas são concedidas ao crente arrependido,

pela Graça. Citação de Phillips: “A Graça é algo em Deus que se encontra no âmago

de todas as Suas atividades remidoras, é Deus baixando-se e estendendo a mão,

inclinando-se desde as alturas de sua majestade a fim de tocar e segurar a nossa

insignificância e pobreza.” Citação de Champion: “A Graça é amor operando a

redenção, amor que persiste apesar do pecado; amor descendo ao nível do indigno

e culpado.” Citação de Scolfield: “ A Graça é um vocábulo moderno usado para

traduzir a palavra grega “Charis”, que significa “favor”, sem recompensa ou

equivalente. Se houver ato compensador ou pagamento por mais ligeiro ou

inadequado, não se trata mais da graça “Charis”. Quando empregado para denotar

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determinada atitude ou ação de Deus para com o homem, faz então parte da própria

essência da questão que o mérito humano seja totalmente excluído. Ao usar a

graça, Deus age de Si para com aqueles que merecem, não o Seu favor, mas a Sua

ira.

A graça é apropriada para expressar o evento que testemunha o Novo

Testamento: A vinda de Jesus.

“As conseqüências da encarnação são a graça e a verdade, todo o amor do

Deus que dá e perdoa, toda a revelação, conhecimento de Deus, estão em Jesus

Cristo para serem comunicados aos homens, a fim de tirá-los das trevas. A

capacidade de dar em Jesus é inesgotável, na plenitude de Deus. A graça e a

verdade eram conhecidas pela revelação do A T., mas em Jesus Cristo elas são

plenamente manifestadas.” 4

O homem não pode ser salvo pelos seus próprios esforços, mas só em

Jesus. A salvação não brota a partir do coração humano. Por mais que uma pessoa

seja dada a fazer o bem, por mais que suas obras sejam excelentes, a salvação não

vem de si mesma. A salvação é um ato da graça de Deus.

Tudo o que Deus poderia fazer para salvar a humanidade da condição de

pecadores, Deus realizou. O sacrifício de Jesus foi perfeito e completo. Sua

ressurreição, e ascensão confirmam e provam isto.

Assim, o homem, não poderia fazer nada para se salvar, porque era

impossível para ele, mas Deus providenciou de maneira maravilhosa. E esta

maravilhosa graça Deus oferece a todos. É um presente divino para a humanidade.

Somente um amor inexplicável é capaz de executar este plano maravilhoso

e oferecer gratuitamente, sem que precisemos fazer absolutamente nada.

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1.2.2 – Os Evangelhos sinóticos

Conforme os Evangelhos sinóticos, onde a palavra graça quase não se

encontra. Jesus prega com insistência sobre a paternidade e o amor de Deus; Deus

mostra o seu amor a todos os homens, até aos pecadores. Vemos que muitas das

parábolas de Jesus, ensinam a doutrina da graça. A parábola dos trabalhadores na

vinha ensina que Deus não tem de prestar contas a ninguém por Seus dons

graciosos. A parábola da grande ceia demonstra que o privilégio espiritual não

assegura a felicidade final, e que o convite do Evangelho é para todos. O filho

pródigo foi recebido por seu pai de uma maneira que não merecia. O

arrependimento é frisado como uma condição da salvação ( Mc 1.15; 6; Lc 24.47). A

fé, igualmente, tem o seu lugar garantido ( Mc 1.15; Lc. 7.50).

O Deus Jesus não é, tipicamente, o juiz; Ele é o pastor que busca até achar

a ovelha que se perdeu, a mulher que não descansa antes de receber a dracma

perdida, o pai que anseia pela volta do filho e que faz banquete à sua volta.

A maior graça de Deus é o próprio Jesus, que rompe o domínio de Satanás

e inaugura o reino de Deus que está chegando. Mesmo o homem não merecendo

um lugar no Reino de Deus, ele recebe por mera graça ou bondade de Deus.

1.2.3- As Epístolas paulinas

Paulo que havia experimentado na sua própria vida o poder da graça

divina e a impotência da lei é chamado para desenvolver a teologia da graça no

Novo Testamento.

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O vocábulo graça encontra lugar proeminente nas saudações iniciais e nas bênçãos

finais das epístolas, sendo adicionado à saudação convencional da época, paz. A

base da doutrina de Paulo é encontrada em Rm 1.16 – 3.20. O homem é exibido

como um pecador, mas que é justificado pela graça (Rm 3.21 – 4.25), Deus trata o

homem como se nunca tivesse pecado, é a graça de Deus sendo derramada.

A fé é a resposta humana à graça divina (Rm 5.2; 10.9; Ef 2.8)

A característica do Deus da graça é agir gratuitamente. O apóstolo Paulo

mostra que todos os bens colocados por Deus à disposição dos homens são dons

gratuitos, são “graças”. “Tendo, porém, diferentes dons segundo a graça que nos foi

dada...” (Rm 12.6). Ele insiste no caráter “gratuito”, imerecido, da justificação:

“Sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em

Cristo Jesus.” (Rm 3.24); “A justificação pela graça, mediante a fé, é o dom

extraordinário de Deus, que ninguém poderia exigir.” 5

É uma prova do seu amor infinito (Rm5. 8; Ef 2,4-6) e do amor de Cristo,

que morreu pelos pecadores (Rm 5.6). Paulo acentua que Deus justifica de graça

não por causa das obras, pois o que é conferido por graça, não pode ao mesmo

tempo ser dado como recompensa pelas obras (Rm 4.4).

A principal manifestação da graça de Deus é a missão de seu Filho. Deus

enviou seu próprio Filho e entregou-o a morte de cruz (Rm 8.32) para que

resgatasse os escravos da lei. O preço que Jesus pagou foi seu próprio sangue ( I

co 6.20) e com seu sangue selou a nova aliança ( I co 11.25) na qual o homem, pela

fé em Cristo é constituído filho de Deus ( Rm 8.14-17; Gl 4.4-7), tornando-se o

homem herdeiro dos bens da salvação divina (Gl 3.29; 4.7; Rm 8.16). Sendo esta

relação obra exclusiva da graça de Deus e de Cristo, Paulo diz que o cristão não

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está mais debaixo da lei, mas debaixo da graça (Rm 6.14), e aquele que pretende

ser justificado pela lei decaiu da graça.

Paulo diz que é através do espírito de Deus que o crente nasce de novo, é

recriado e adotado como filho e herdeiro de Deus. O espírito de Deus é o princípio

da vida sobrenatural, da vida nova (Rm 6.4), da vida em Cristo (RM 8.2), que é a

vida da graça santificante.

A necessidade da graça segue da doutrina paulina acerca do estado

pecaminoso tanto dos judeus como dos gentios, e da impotência do homem para

cumprir o bem que conhece e que deseja fazer.

Paulo repetia sempre a mesma coisa insistindo na graça porque sabia o

que poderia acontecer se nós crêssemos que merecemos o amor de Deus. Nos

momentos de crise, quando falhássemos completamente com Deus, ou quando por

qualquer motivo não nos sentíssemos amados, ficaríamos em terreno inseguro.

Teríamos medo de que Deus pudesse parar de nos amar quando descobrisse a

verdade a nosso respeito. “Paulo – “o principal dos pecadores” , como ele mesmo se

intitulou uma vez – sabia, sem sombra de dúvida, que Deus ama as pessoas pelo

que Ele é, e não pelo que somos.” 6

Mesmo que o homem não procure ou faça por merecer o amor de Deus,

mesmo assim, a graça de Deus deixa sempre o caminho aberto para o homem se

arrepender e se voltar para Deus. Sendo assim fica fácil perceber que, o homem é o

alvo da maravilhosa graça de Deus. "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por

causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos,

deu-nos vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e, juntamente com ele,

nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para

mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para

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conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; isto não

vem de vós; é Dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos

feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão

preparou para que andássemos nelas.” (Ef 2. 4-10). Paulo refere-se nesse texto à

morte espiritual; isto é, quando nosso espírito se afasta de Deus. O homem é

portanto o alvo da graça de Deus por ser um pecador por natureza. "pois todos

pecaram e carecem da glória de Deus.” (Rm 3.23).

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Notas

1- Douglas, J.D. et alii, O Novo Dicionário da BíbliaSão Paulo, Vida Nova, 1995, p. 681

2- Douglas, J.D. et alii, O Novo Dicionário da BíbliaSão Paulo, Vida Nova, 1995, p. 681

3- Douglas, J.D. et alii, O Novo Dicionário da BíbliaSão Paulo, Vida Nova, 1995, p. 682

4- Allmen,Jean Jacques Von; Vocabulário BíblicoSão Paulo, ASTE, 2001, p.214

5- Allmen,Jean Jacques Von; Vocabulário BíblicoSão Paulo, ASTE, 2001, p.215

6- Yancey, Philip – Maravilhosa GraçaEditora Vida- SP,1999, p. 67

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Capítulo 2

A graça na Perspectiva Wesleyana

O que constitui a base da compreensão da natureza da graça para a

Teologia Metodista:

“Graça é uma ação real de Deus no coração do homem, é a operação

concreta e fáctica do amor de Deus na existência humana. Nas suas

diferentes dimensões, ela perpassa e abrange a totalidade da vida; ela é

preveniente, salvadora e santificadora, e pelo fato de ser intermediada

regularmente através da ordem criada, ela também é sacramental. Graça é

o amor de Deus em ação, tanto em Cristo, para nos reconciliar com ele,

como no Espírito, para nos santificar totalmente (...) Pelo fato de a graça de

Deus ser soberana ela precede a toda atividade humana e faz dela uma

reação. Pelo fato de o amor de Deus ser universal, a sua misericórdia se

estende a todas as suas criaturas e a promessa de sua graça vale para

todos os seus filhos. Pelo fato de a graça possuir um caráter pessoal, ela

pode ser rejeitada a sua apropriação deve ser um ato humano responsável.

Pelo fato de utilizar objetos criados e meios como sinais exteriores e

visíveis, ela é sacramental. Mas, mesmo assim ela é graça de Deus e

continua livre.” 1

Wesley estrutura sua Teologia na linha da Reforma, especialmente Lutero,

que reencontra Agostinho e, na base, Paulo. O que se disse de Agostinho, aplica-se

a Wesley, ele articula o pessimismo do pecado e da ordem da natureza com

otimismo da Graça e da ordem da Salvação. Ao pecado, Deus responde com graça

que deve ser livremente aceita ou rejeitada.

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Wesley retornou, seguidamente, às expressões “de fé em fé”, “de graça em graça”,

lembrando sempre que, além do perdão, recebemos a comunhão e as condições

para a vida cristã. Em cada um desses momentos, especialmente na aceitação e

crescimento na Graça, Wesley dá ênfase à participação ou co-operação humana

com a Graça divina. Nessa ênfase Wesley distancia-se dos reformadores e do

catolicismo, ao propor um caminho médio: sinergia com e pela Graça. Deus nos

envolve com a Graça, e podemos nos mover nela. Podemos falar de um

progressismo Wesleyano na Graça, nunca sem Graça.

Na visão de Wesley, a primeira aliança foi estabelecida com Adão, antes da

queda, tendo a intenção do homem ser totalmente santo e feliz, porém o homem não

corresponde a essa aliança e numa nova tentativa, Deus concede uma nova

oportunidade. “A aliança da graça, porém, que visa a recuperação do favor de Deus

e de sua vida, exige unicamente a fé, a saber, a fé viva naquele pelo qual Deus

justifica quem foi desobediente”.2

A criação do mundo e dos homens, foi um ato de iniciativa de Deus, porém,

os homens destruíram a comunhão com Deus, pelo pecado. Deus, no desejo de

conservar sua comunhão com o homem, envia seu filho Jesus Cristo, e, desta forma,

o amor de Deus vence o poder do pecado e reconcilia os homens consigo.

Esta iniciativa de Deus é a sua maravilhosa graça sendo derramada para a

criação, pois sua salvação é oferecida a todos os homens e em Jesus Cristo o

mundo inteiro é reconciliado com Deus.

“Quando o homem pecador goza da bondade de Deus, isto é graça por

graça (Jo 1.16). Quando aprova a Deus derramar sobre nós bênçãos sempre

renovadas, até mesmo conceder-nos a maior de todas as bênçãos, a salvação, o

que podemos dizer senão: Graças a Deus pelo seu indizível dom! E assim é de fato:

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Deus nos mostra a sua bondade em que Cristo morreu por nós, quando ainda

éramos pecadores, para nos salvar.”3

“Juntamente com todos os cristãos, mantemos firmemente a fé no ministério

da redenção em e por Jesus Cristo. O coração do evangelho da redenção é a

encarnação de Deus em Jesus de Nazaré. A Bíblia testemunha a redentora graça

de Deus na vida e ensinamento de Jesus, em sua morte reconciliadora, em sua

ressurreição, em sua ilimitada presença na história, em seu triunfo sobre os poderes

do mal e da morte, e no seu prometido retorno. Pelo fato de Deus nos amar em

realidade, apesar de nosso pecado anterior, ele também nos julga, nos chama ao

arrependimento, nos perdoa e nos aceita na graça que nos oferece em Jesus Cristo

e nos dá esperança de vida eterna”.4

Wesley, em um dos seus sermões, diz que a fidelidade de Deus ao homem

se manifesta na livre graça com que os conserva e lhes abre o caminho para a

redenção. O seu amor se estende a todos, ninguém é privilegiado. “A presença de

Deus no mundo é graça. Sua natureza é graça; Graça é o que Deus é, o que ele

sempre é: amor atuante”. 5

Para Wesley, a graça divina é a resposta de Deus para as condições de

pecado da vida humana (ordem da natureza, decaída da graça original).

Wesley sustenta-se numa estrutura do pensamento teológico, no essencial

do cristianismo bíblico, da experiência da igreja e de sua própria experiência como

cristão. Ele pensa a partir de três blocos doutrinários: a Trindade; a Ordem Natural e

a Ordem da Salvação.

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2.1- A Trindade

Wesley vê a Trindade pela ação de cada uma das pessoas e pela

reciprocidade entre elas.

a) “O Pai revela-se na ação criadora e providencial. Dele emana a Graça

Preveniente, primeira forma da resposta divina ao ser humano decaído da

Graça original. Do Pai provém a ordem de criação, a lei moral inscrita no coração

humano, e a Lei Mosaica revelada segundo um propósito salvífico.

Arrependimento e obediência são frutos da Graça Preveniente, que envolve

toda criatura humana(universidade da Graça) e, espera que cada um(a)

responda livremente;

b) O Filho, pelo seu sacrifício, sua obra expiatória, e pela vitória na ressurreição, é

o portador da Graça Justificadora, que perdoa o pecado do que se move para

ela (arrependimento e fé). O Reino é a esfera da Graça, ao alcance dos homens

(mulheres) que se dispõem a trabalhar e desenvolverem a salvação através dele;

c) O Espírito Santo torna a graça presente no Cristo, na Igreja e no mundo; é o

agente da Graça Santificadora e do aperfeiçoamento da vida cristã. O novo

nascimento, a regeneração, a evidência da Graça e da fé em nosso espírito, são

obras atribuídas preferencialmente à atuação do Espírito Santo”.6

2.2- A Ordem Natural

A Ordem Natural economia ou ordem onde predomina a força do pecado.

São elementos essenciais dessa ordem:

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a) O Pecado Original- Universal corrupção do ser humano, decaído da Graça

original, e que nos priva da imagem de Deus original e de sua justiça. Tal como

se apresenta a narração de Gênesis 3, o pecado original é a desobediência ao

mandamento de Deus e ao mesmo tempo, falta de fé e desconfiança na Sua

Palavra, desqualificando Deus como orientador e como fundamento da própria

vida.

b) A imagem de Deus no ser humano- Corrompida, mas não totalmente destruída,

é como se fosse um órgão doente funcionando precariamente; o livre arbítrio

natural; a razão; os dons naturais; a organização social. Wesley valorizou muito a

base natural de nossa vida.

c) A Criação- Como experiência humana de uma ordem natural que aponta para o

criador e como tal deve ser respeitada.

Wesley, raras vezes, fala dessa ordem da criação como da de um “pacto de

obras” , desde Adão, baseada na Lei inscrita no coração (Rm 2) ( Sermões, I, 133 :

“Qual é, pois a diferença entre a justiça que é da lei” e a “justiça que é da fé”, entre o

primeiro pacto ou o pacto das obras, e o segundo, que é o pacto da Graça?”). Todo

o resto do sermão procura fazer diferença entre um pacto e outro, entre uma justiça

e outra.

“A ordem natural, segundo Wesley, só poderia funcionar sem o comprovado

estado de corrupção geral, se o ser humano não tivesse decaído da Graça original.

Entretanto, Wesley não desvaloriza as condições naturais e sociais da vida humana.

Com Armínio e com a filosofia empirista inglesa, Wesley defende o valor das

condições e dos dons naturais, em última instância sempre dons divinos, para que a

Graça possa operar em nós, e a fim de que a própria ordem natural seja envolvida e

recuperada pela Graça divina.” 7

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2.3- A Ordem da Salvação

A Ordem da Salvação (ordo salutis): dominância da graça. Ordem da Graça

revelada por Deus para salvação do ser humano mediante a fé. Wesley comentando

este texto escreve: “O grande fundamento do edifício cristão: “Pela Graça sois

salvo”, Sermões, I, p.329 e outro lugar “A Graça é a fonte; a condição é a fé,

Sermões, I, 32. Os elementos essenciais dessa ordem são:

2.3.1- Graça Preveniente

A graça preveniente corresponde a ação de Deus como criador. Mesmo o

ser humano decaído e não arrependido, é assistido pela Graça que o convence do

pecado e o move em direção ao arrependimento.

A graça preveniente desempenha na teologia uma função dupla. Wesley

fala que a primeira função básica é tornar claro que a graça salvadora de Deus

precede todo esforço e a toda ação humana e em segundo lugar, é a primeira ação

da graça na vida do homem.

Sendo assim, a graça preveniente é o primeiro passo na vida do homem no

caminho para salvação. Para Wesley, é a voz de Deus que desperta a consciência

do homem.

A graça de Deus precede a todos os esforços humanos. É Deus que tem a

iniciativa de ir ao encontro do homem, Ele prova o seu amor enviando o seu Filho

unigênito para morrer por nós, enquanto ainda éramos seus inimigos, Deus nos

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reconciliou pela morte de seu Filho. Por isso a graça, no sentido mais profundo, é

sempre “preveniente”, anterior à nossa reação e predecessora da mesma.

A graça é sempre o amor de Deus não merecido por qualquer ato ou atitude

da parte humana. A Bíblia torna evidente que Deus sempre age primeiro. Nossa

ação em relação a Deus é sempre uma resposta à iniciativa divina. Deus é como a

galinha que junta os pintinhos debaixo das suas asas (Mt 23.37). Se nós o amamos

é porque Ele nos amou primeiro.

No dizer de Wesley, a graça de Deus é livre para todos e livre em todos.

Seu amor é tão abrangente como o universo. Ele amou o mundo de tal maneira que

deu seu Filho Unigênito (J.o 3.16). Ele busca o perdido até achá-lo (Lc 15). Deus

não tem prazer na morte do ímpio (Ez 33.11).

Wesley afirma que o pecador pode receber de boa mente a graça

preveniente oferecida; nesse caso, Deus aumenta a graça e seus efeitos na vida da

pessoa atingida. Mas a pessoa também pode resistir à graça, tornando-se cada vez

mais insensível à presença divina – surda à sua voz, cega às suas bênçãos e às

suas maravilhas e, naturalmente, muda no que tange à comunicação com Deus.

“A graça preveniente(prévia) de Deus nos chama ao primeiro impulso

interior de agradar a Deus; ela produz o primeiro clarão de entendimento da vontade

de Deus; ela desperta em nós um sincero desejo de libertação do pecado e da morte

e nos impulsiona ao arrependimento e à fé". 8

“Uma das marcas básicas da pregação evangélico-metodista é manter

aberto – através da atestação da graça preveniente de Deus, em palavra e obra, em

pregação, cura pastoral, vida comunitária e atividade diaconal – este “espaço livre”

para a resposta da fé e o seguimento de Cristo; ao mesmo tempo, encorajar os

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homens a entrarem, passo a passo, neste espaço. O que se realiza, é totalmente

dom de Deus, que se torna graça ativamente vivida”. 9

2.3.2- Graça Justificadora

A graça justificadora corresponde a ação redentora de Jesus Cristo. A clara

noção bíblica de justificação dos pecados. É o ato de Deus Pai, pelo qual, em

atenção à propiciação feita pelo sangue de seu Filho, mostra sua justiça(de

misericórdia), pela remissão dos pecados passados.

A redescoberta de Martinho Lutero da justificação pela fé abriu caminho

para um relacionamento totalmente diferente; isto porque agora não via mais em

Deus um juiz implacável ou vingativo senão um Deus gracioso e cheio de amor.

Assim, a justificação pela fé veio a ser a chave para a interpretação luterana da

Bíblia toda, e o fundamento teológico da Reforma Protestante como um todo.

É inegável que a experiência de Wesley está na tradição de Paulo em

Romanos e de Martinho Lutero . Para Wesley, justificação é “uma outra palavra para

perdão”; portanto, é remissão de todos os nossos pecados. Para ele, o que

realmente acontece é que Deus é um pai amoroso e perdoa e recebe de volta o

filho, mesmo sem merecer, apaga as suas transgressões e estabelece um novo

relacionamento baseado em amor.

Justificação é muito mais que um anistia, por causa de Cristo; é o

fundamento de uma nova comunhão com Deus. Ao mesmo tempo, a ação

justificadora de Deus é a revelação de sua justiça, bem como a revelação do Deus

que permanece fiel a si mesmo em sua atividade salvadora.

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Conforme Romanos 3.26, a redenção em Jesus se dá para que Deus

mesmo seja justo e justifique aquele que vive da fé em Cristo Jesus. Enquanto Deus

revela a sua natureza como justiça e amor, abre para os homens uma nova vida, em

comunhão com ele.

Dois aspectos são sublinhados para o conceito bíblico de justificação:

a)”Justificação é purificação do passado do homem, perdão de culpa e

absolvição da acusação, que a lei levanta contra nós. Este aspecto está à frente, em

Wesley. A justificação se dá baseada na morte vicária de Jesus, pela qual foi feita

satisfação à justiça de Deus; na qual o castigo foi cumprido por Cristo; pela qual, ao

mesmo tempo, foi criado espaço para a misericórdia de Deus, pela qual ele justifica

todo aquele que crê em Jesus.

b) A justificação produz simultaneamente uma nova relação com Deus, que

tem a sua marca na paz que Deus concede, na alegria que corresponde à

esperança na glória de Deus”.10

Algumas explicações concernentes a justificação estavam no centro da

pregação de Wesley:

- “Justificação precede santificação e não vice-versa;

- Justificação é “justificação do ímpio”; vale para qualquer um, sem pré-

condições, a única “condição” – se queremos usar este termo – é de

recebê-la em fé;

- A justificação acontece na base da fé, sem a necessidade de obras

prevenientes ou que a fundamentem”. 11

Wesley não acreditava na idéia de uma dupla justificação, das quais uma se

realizaria pela graça e pela fé, e a outra na base da demonstração da fé nos seus

frutos. Para ele, trata-se da totalidade da ação salvadora de Deus no homem. Deus

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suscita fé no homem e a fé é atuante pelo amor, não se trata de uma contribuição

adicional, mas da compreensão da ação salvífica de Deus no homem, como um

todo.

Wesley buscava deixar claro que a compreensão correta e a vivência do

“somente pela fé”, não deixava a fé inativa , mas deveria ser atuante e produzir

frutos. Em um dos seus sermões Wesley disse: “Nós, uma vez justificados pela

graça, não recebemos em vão esta graça de Deus”.

“A nossa justificação vem gratuitamente da simples misericórdia de Deus,

pois, enquanto que todo o mundo não é capaz de pagar qualquer parte da sua

redenção, foi do seu agrado, sem que tivéssemos nenhum merecimento, preparar-

nos o corpo e o sangue de Cristo pelos quais o nosso resgate pudesse ser pago a e

sua justiça ser satisfeita. Cristo é, portanto, agora, a justiça de todos aqueles que

verdadeiramente crêem nele”. 12

O ser é justificado pela graça. Pois o que se dá por obras é o pagamento de

uma dívida, no entanto a graça implica um favor imerecido. A condição da nossa

justificação é somente a fé, a fé que existe em nós pela graça de Deus.

2.3.3- Graça Santificadora

A graça santificadora corresponde a ação do Espírito Santo. Promove o

crescimento do cristão na Graça, pela regeneração ou novo nascimento, pelas obras

de piedade e de misericórdia, até a plenitude ou perfeição da vida cristã. A perfeição

cristã é para Wesley a plenitude do amor de Deus nos limites e fragilidades da vida

humana sob a sua Graça.

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“A justificação inclui aquilo que Deus faz por nós através de seu Filho; a

santificação, aquilo o que Deus opera em nós pelo seu Espírito. Ou numa outra

definição básica:

Pela justificação somos redimidos da culpa do pecado e restabelecidos para

sermos recebidos novamente no favor de Deus; pela santificação somos

redimidos do poder da raiz do pecado e restabelecidos na imagem de

Deus”. 13

A santificação se dá na demonstração de uma vida de obediência a Deus,

mostrando-se estar livre do pecado e se colocando à disposição de Deus. A

santificação é a “justificação vivida”.

Neste processo de santificação, existe uma reciprocidade de Deus e do

Homem. Deus, através do seu Espírito santifica continuamente o homem e o homem

se coloca inteiramente à disposição de Deus.

Uma importância central para a doutrina wesleyana é a identificação entre

santificação e amor. Wesley fala que a santificação consiste na recuperação da

imagem de Deus no homem e esta imagem é identificada com a “mente de Cristo” e

esta por sua vez, com o amor.

A santificação é um dom de Deus, assim como o amor de Deus o é. “O

amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo” (Rm5.5). No processo

de santificação, onde o amor de Deus se torna centro de nossa vida, somos

capacitados a amar a Deus e ao próximo. Esta verdade é apresentada por Wesley

como o novo nascimento e princípio da santificação, assim como a verdadeira marca

de todo “metodista”.

Wesley mantém com insistência, que somos santificados pela fé, pois só a

fé possibilita este amor que Deus nos concede. Ele ensina que devemos viver a

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santidade como resposta à santidade de Deus, assim como Deus a revelou em

Jesus Cristo, como amor: “Deus é amor”.

Visto que santificação é amor, necessariamente ela é social, sendo assim o

esforço pela comunhão perfeita com Deus, deve refletir em um reto relacionamento

com os homens.

“Quem ama a Deus e ao próximo como a si mesmo, vive em comunhão

com Deus e é santo; quem é libertado, pelo amor a Deus, do egoísmo e do

desinteresse pelo outro, e quem resolveu os seus próprios problemas básicos e se

tornou livre para amar os outros, este é certamente feliz”. 14

Wesley tem a convicção que o poder santificador da graça de Deus entra

de maneira eficiente na vida dos homens, capacitando-os para o perfeito amor a

Deus e aos seus semelhantes. “Fé crida e graça vivida devem ser distinguidas, mas

não separadas uma da outra, muito menos contrapostas uma à outra. Santificação

em Cristo e santificação da vida formam e constituem fundamentalmente uma

unidade, e mesmo na prática não devem ser vistas plenamente separadas, embora

não sejam simplesmente idênticas”. 15

A santificação no mundo de hoje se torna um grande desafio. Para os

homens do mundo moderno, santo e santificação são conceitos tirados do âmbito

cúltico, ainda menos acessíveis que conceitos tirados das relações humanas, como:

reconciliação, justificação e perdão. Todavia, são importantes tais conceitos para se

tornar claro que se trata da relação com Deus e do espaço que é próprio dele, assim

como a sua vontade neste mundo e em nossa vida.

A doutrina de santidade, orientada pelo Novo Testamento deve fazer

sobressair a proximidade à vida da ação santificadora de Deus em todos os setores

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da vida. A santificação deve agir na vida diária dos homens e fazer valer Deus e seu

amor. A presença do amor de Deus nos homens é a graça sendo manifesta.

“A doutrina wesleyana da santificação pode, neste contexto, trazer uma

contribuição valiosa para afirmar a intra-mundanidade de redenção e salvação, pela

qual o homem não fica entregue a si mesmo, mas experimenta, em sua vida diária, a

transcendência do amor de Deus. São três as áreas estreitamente ligadas entre si,

em que a eficácia da graça santificadora de Deus aparecem em seus efeitos: A

santificação pessoal; A santificação da comunidade e a Santificação e sociedade”.16

Wesley domina claramente o aspecto da santificação pessoal. A

santificação pessoal que irá produzir os seus efeitos na relação com Deus, na

relação com o próximo e na relação consigo mesmo.

“Santificação significa a busca de caminhos, a partir da vivência direta com

Deus, caminhos que produzam sempre novos encontros com Deus, que os

aprofundam e os conservam, mesmo em tempos difíceis”. 17

“O caminho da graça em direção ao homem e com o homem constitui uma

íntima unidade, e por isso também o caminho para a salvação e na santificação

nada mais é que graça vivida”. 18

2.3.4- Os meios de Graça

Wesley entende por meios de Graça os sinais exteriores, ou palavras ou

ações ordenadas por Deus e designados para esse fim, para serem canais

ordinários pelos quais ele comunica aos homens a Graça Preventiva, Justificadora e

Santificante.

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Através dos meios de graça, “a graça de Deus flui até nós como através de

canais; são como artérias, que ligam o organismo da comunidade e os cristãos

individuais com a cabeça, Cristo. Naturalmente esse processo não faz da graça de

Deus como que uma substância, ou fluído divino que leva até nós a graça; antes,

deve ser concebido como símbolos do fato de que Deus mesmo entra em contato

direto e pessoal com aqueles que fazem uso desses meios. O Espírito de Deus se

utiliza deles para levar-nos ao conhecimento claro da vontade divina e encher

nossos corações com seu amor”. 19

Ele trata os meios de Graça em duas categorias:

Meios de Graça revelados ou instituídos:

“A Igreja (ao contrário de alguns reformadores, Wesley desenvolveu uma

forte e coerente eclesiologia); os Sacramentos; a leitura da Bíblia; o jejum; a

caridade; a oração; as ordens presbiteral (muito importante para a eclesiologia de

Wesley) e diaconal; sacerdócio universal, etc”. 20

Wesley dava ênfase que na ceia como meio de graça, era experimentado o

poder da graça preveniente, justificante e santificante

Meios de Graça Prudenciais:

“São aqueles que os cristãos devem discernir como adequados para o

crescimento dos crentes e para o melhor serviço na missão em diferentes situações.

Wesley foi muito criativo e ponderado em aproveitar inúmeros meios prudenciais

eficientes: as sociedades, as classes, as bands (círculos, pequenos grupos), a

literatura (os panfletos, a “Biblioteca Cristã”, os livros populares de medicina), a

Escola Dominical, o emprego de ministérios leigos, a conexionalidade, e inúmeras

outras formas de ministérios.

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Porém, Wesley não acreditava que nenhum meio fosse válido por si (opus

operatum, como dizem os católicos). Os meios nunca podem ser considerados como

fins. Em muitos casos Wesley temia a idolatria dos meios: “Não há poder nenhum

nesses meios; são, em si mesmos coisa inócua, pobre, morta; separados da

comunhão com Deus, são uma folha seca, uma sombra”. (Sermões, I, p. 342). Por

outro lado, Wesley considerava fanatismo buscar os fins sem se valer dos meios de

graça colocados à nossa disposição”. 21

Para Wesley a graça de Deus agirá através desses “meios” naqueles que

aspiram a ela. Por isso não pode se colocar limite à ação da graça, ela não é

recebida apenas por esses canais, pode alcançar os homens de muitas outras

maneiras e transformá-los.

“Tanto o desprezo como a supervalorização das formas exteriores da graça

constituem perigo; são formas que esperam cumprimento; a graça de Deus

necessita de canais e vasos receptores para alcançar os seres humanos”. 22

Os “meios de graça” , se tornam instrumentos que auxiliam à conversão,

como caminhos e modos do homem se abrir inteiramente à Deus.

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Notas

1- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.241

2- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.147

3- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.81

4- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.67

5- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.81

6- Teixeira, Uriel, Caderno Principal para Estudo da Disciplina: História e Teologia do Metodismo – Curso de Teologia emRegime Especial (complementação) - Rio de Janeiro, 2003, p. 28

7- Teixeira, Uriel, Caderno Principal para Estudo da Disciplina: História e Teologia do Metodismo – Curso de Teologia emRegime Especial (complementação) - Rio de Janeiro, 2003, p. 29

8- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.81

9- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.268

10- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.279

11- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.280

12- Burtner, R. W. e Chiles, R. E, Coletânea da Teologia de João Wesley, 2.edRio de Janeiro – Igreja Metodista –Colégio Episcopal, 1995, p. 157

13- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.268 e 269

14- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.302

15- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.302 e 303

16- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.304

17- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.305

18- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.241

19- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.362

20- Teixeira, Uriel, Caderno Principal para Estudo da Disciplina: História e Teologia do Metodismo – Curso de Teologiaem Regime Especial (complementação) - Rio de Janeiro, 2003, p. 30

21- Teixeira, Uriel, Caderno Principal para Estudo da Disciplina: História e Teologia do Metodismo – Curso de Teologiaem Regime Especial (complementação) - Rio de Janeiro, 2003, p. 31

22- Klaiber, Walter e Manfred Marquardt. Viver a Graça de Deus: Um Compêndio de Teologia. São Bernado do Campo,Editeo, 1999, p.364

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CONCLUSÃO

A graça que surge do nosso relacionamento com Deus e com as outras

pessoas nos leva a um nova perspectiva. A nossa visão é ampliada, já não vemos

com os nossos próprios olhos mas procuramos ver com os olhos de Deus.

Estamos vivendo no mundo onde é governado pela ausência da graça,

onde as pessoas estão totalmente cegas. Precisamos urgentemente de olhos

curados pela graça, para aprendermos a ver o potencial nos outros, da forma como

Deus no vê.

O desafio é grande, mas não podemos nos intimidar. Wesley também

enfrentou desafios, porém não desistiu e conseguiu um avivamento espiritual, uma

recuperação do velho e então esquecido Evangelho da graça livre e abundante de

Deus para todos os homens.

Wesley retornou, seguidamente, às expressões “de fé em fé”, “de graça em

graça”, lembrando sempre que, além do perdão, recebemos a comunhão e as

condições para a vida cristã. Em cada um desses momentos, especialmente na

aceitação e crescimento na Graça, Wesley dá ênfase à participação ou cooperação

Humana com a Graça divina.

Deus nos envolve com a Graça, e podemos nos mover nela. E ele nos

desafia a viver a Sua maravilhosa Graça, pois a Graça é a única força do universo

suficiente para quebrar as cadeias que escravizam a humanidade.

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BIBLIOGRAFIA GERAL

Klaiber, Walter e Manfred MarquardtViver a Graça de Deus: Um Compêndio de TeologiaSão Bernado do Campo, Editeo, 1999

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