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2. O MEIO AMBIENTE, SUA PROTEÇÃO LEGAL E A RESPONSABILIDADE PENAL. De acordo com Thomé (2014) é notório que a sociedade está inserida em constantes evoluções e transformações, o que se pode perceber, pelo crescimento econômico ao longo do século XIX e boa parte do século XX, das descobertas tecnológicas e do aumento demográfico do planeta. Fato é que a natureza em meio a tanta evolução e degradação suportava todo o ônus da capacidade humana em gerar riqueza por meio de seus recursos. Eles, empenhados em criar cada vez mais máquinas que facilitam seus desempenhos, não as faziam com uma consciência ambiental, de forma que não havia uma preocupação com a sustentabilidade e com as futuras gerações, o que ficava a cargo da natureza suportar todo o ônus ambiental desse desenvolvimento. Aponta também que mediante as alterações climáticas relevantes, como por exemplo, o afinamento da camada de ozônio e produção de grande quantidade de resíduos e que ele reconhece como desequilíbrio da ralação homem versus natureza, que foi fortemente observado após período da Revolução Industrial e a escassez de água, já percebida em nosso território é problema mundial, bem como a biodiversidade, o desmatamento para expansão da fronteira agrícola, comércio ilegal de animais e a emissão de poluentes por indústrias, ainda, todos são problemas latentes. E entende (2014, p.34) que é “inconcebível, portanto, a dissociação entre preservação do meio ambiente, o crescimento econômico e a equidade social, conceitos que, juntos,

monografia Ambiental

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Monografia apresentada a FUMEC 2013

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2. O MEIO AMBIENTE, SUA PROTEÇÃO LEGAL E A RESPONSABILIDADE

PENAL.

De acordo com Thomé (2014) é notório que a sociedade está inserida em constantes

evoluções e transformações, o que se pode perceber, pelo crescimento econômico ao longo do

século XIX e boa parte do século XX, das descobertas tecnológicas e do aumento

demográfico do planeta. Fato é que a natureza em meio a tanta evolução e degradação

suportava todo o ônus da capacidade humana em gerar riqueza por meio de seus recursos.

Eles, empenhados em criar cada vez mais máquinas que facilitam seus desempenhos, não as

faziam com uma consciência ambiental, de forma que não havia uma preocupação com a

sustentabilidade e com as futuras gerações, o que ficava a cargo da natureza suportar todo o

ônus ambiental desse desenvolvimento.

Aponta também que mediante as alterações climáticas relevantes, como por exemplo,

o afinamento da camada de ozônio e produção de grande quantidade de resíduos e que ele

reconhece como desequilíbrio da ralação homem versus natureza, que foi fortemente

observado após período da Revolução Industrial e a escassez de água, já percebida em nosso

território é problema mundial, bem como a biodiversidade, o desmatamento para expansão da

fronteira agrícola, comércio ilegal de animais e a emissão de poluentes por indústrias, ainda,

todos são problemas latentes.

E entende (2014, p.34) que é “inconcebível, portanto, a dissociação entre preservação

do meio ambiente, o crescimento econômico e a equidade social, conceitos que, juntos,

constituem verdadeira pedra de toque do Direito Ambiental. Entretanto, nem sempre a

coexistência de tais fatores é alcançada sem a utilização de instrumento jurídico, econômico e

social adequado”.

Nasce, portanto a tutela ao nosso Meio Ambiente, a proteção trazida pela norma

ambiental visa a proteger tipos específicos. O que pode se perceber, primeiramente frente a

responsabilização penal que é por meio da Lei 9.605/98 intitulada de Lei de Crimes

Ambientais e possui mandamento constitucional para que as condutas lesivas ao meio

ambiente seja punidas no âmbito penal, conforme art. 79 da referida lei.

2.1. MEIO AMBIENTE: CONCEITO

É de fácil percepção que os meios de comunicação de certa forma abordam a

expressão Meio Ambiente de maneira superficial e que se resume a recursos naturais,

natureza, os animais etc., assim como aponta Farias (2014 on line), e ainda assevera que esses

conceitos não têm carga política e ideológica.

Dessa forma Antunes (2014), esclarece que para uma compreensão de Direito

Ambiental é necessário saber o que é Direito o que é meio ambiente ou ambiente, e ainda,

esclarece que as definições de meio ambiente são muito amplas e para trabalhar Direito

Ambiental dependemos dessa definição, ainda que ampla, pois está diretamente subordinada a

ele. De maneira brilhante apontando a necessidade de formulação tridimensional de Miguel

Reale o que ele denominou de concepção realiana em que o Direito é a interação da norma,

fato e valor. Mas antes veremos o conceito que é apresentado pela Lei 6.938, de 31 de Agosto

de 1981, que dispões sobre a Política Nacional do Meio Ambiente em seu Art.3º “Para os fins

previstos nesta Lei, entende-se por: I - Meio ambiente, o conjunto de condições, leis,

influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida

em todas as suas formas”.

Antunes (2014) assevera que essa concepção, chamada por ele de realina é eficiente,

pois ao analisar os aspectos fato, valor e norma, eles se encaixam perfeitamente. Dessa forma,

aponta-se; O fato se encaixa na própria vida humana que por ser tipicamente reprodutiva, há

uma imensa utilização de recursos naturais, e para que se utilize desses recursos de forma

eficiente e aproveite ao máximo, surgem às indústrias e dentre muitas coisas geradas, e

abordadas por ele de forma bem enfática, o crescimento econômico desordenado. Tal

crescimento teve um impacto extraordinário no mundo normativo.

O valor, que não é aqui o referente a pecúnia, Antunes ao alocar a concepção realina

em tal atribuição o estabelece um valor ético nas preocupações do ser humano em sobreviver

e manter sua qualidade de vida e conservar tudo o que é necessário para a vida, além da

crescente valorização da vidas silvestres e domésticas. Podemos citar, por exemplo, a

manutenção de certos animais em alguma localidade para que haja controle populacional de

espécies e concluir o ciclo da cadeia alimentar.

Dessa forma, para Antunes (2014, p.6) “O Direito Ambiental é, portanto, a norma que,

baseada no fato ambiental e no valor ético ambiental, estabelece os mecanismos aptos a

disciplinar as atividades humanas em relação ao meio ambiente”.

Destarte, segundo Hely Lopes de Meirelles (2001,p.543) “Direito Ambiental é o

estudo dos princípios e regras tendentes a impedir a degradação dos elementos da natureza”.

Já Carvalho (2001, p.126) conceitua Direito Ambiental como “o conjunto de

princípios, normas e regras destinados à proteção preventiva do meio ambiente, à defesa do

equilíbrio ecológico, à conservação do patrimônio social justo, compreendendo medidas

administrativas e judiciais, com a reparação material e financeira dos danos causados ao meio

ambiente e aos ecossistemas, de modo geral”.

Mencionado o conceito de Direito Ambiental, e não deixando a par o que o Direito

Ambiental tutela, analisaremos brevemente o que vem a ser Meio Ambiente.

Vimos alhures que a Lei que versa sobre a Política Nacional do Meio Ambiente em

seu Art. 3º, o conceitua de forma bastante clara e geral como o conjunto de condições, leis,

influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida

em todas as suas formas.

A Constituição Federal de 1988 foi a primeira a tratar do meio ambiente,

anteriormente a ela o tema estava abordado somente de forma indireta, como apontado pela

Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, mencionado em normas hierarquicamente

inferiores, como aponta Milaré (2005).

Como bem aponta Silva (2004) “a Constituição de 1988 foi, portanto a primeira a

tratar deliberadamente a questão ambiental”.

O Meio Ambiente é tratado em diversos títulos e capítulos da Carta Magna, como por

exemplo, no título VIII (Da Ordem Social), em seu capítulo VI, no art. 225, caput, diz que

“todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo

e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever

de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Antunes (2014) em sua obra aponta que “as relações entre homem e o mundo que o

envolve, vem se modificando de forma muito acelerada e profunda”. E que existe diversas

definições de meio ambiente e que são extremamente amplas, as tornando pouco

operacionais, pois estaríamos diante de uma, espécie de “Pandireito”, o que abarcaria

qualquer atividade humana, o que acertadamente concluiu como um despropósito. E define

meio ambiente da seguinte forma:

“Meio Ambiente compreende o humano como parte de um conjunto de relações econômicas, sociais e políticas construídas a partir da apropriação dos bens naturais que se transformam em recursos essenciais para a vida humana em quaisquer de seus aspectos” (Antunes, 2014, p.10)

Dessa maneira, o nosso ordenamento jurídico criou uma nova categoria de bem,

segundo Carvalho (2007 on line), ou seja, o bem ambiental, portanto um bem de uso comum

do povo, e, ainda um bem essencial à saúde e qualidade de vida.

2.2. TUTELA DO MEIO AMBIENTE

É de se notar nos meios de comunicação que a todo instante nos deparamos com

diversos problemas ambientais, às vezes irreversíveis. E ao pensarmos a evolução do ser

humano ao utilizar os recursos naturais de forma progressivamente, como por exemplo, o uso

de combustíveis fósseis, o desmatamento para ampliação da agricultura e pecuária, situações

que ocasionam degradação ao meio ambiente às vezes incomensuráveis.

Certo é que a degradação não é local, afeta toda a coletividade, o bem estar social, o

bem comum e que segundo Milaré (2005), o homem para a satisfação de suas infindáveis

necessidades, disputa os bens da natureza e que naturalmente são limitados.

Como bem observa este autor:

O processo de desenvolvimento dos países se realiza, basicamente, à custa dos recursos naturais vitais, provocando a deterioração das condições ambientais em ritmo e escala até ontem ainda desconhecidos. A paisagem natural da terra está cada vez mais ameaçada pelas usinas nucleares, pelo lixo atômico, pelos dejetos orgânicos, pela chuva ácida, pelas indústrias e pelo lixo químico. Por conta disso, em todo o mundo – e o Brasil não é nenhuma exceção -, o lençol freático se contamina, a água escasseia, a área florestal diminui, o clima sofre profundas alterações, o ar se torna irrespirável, o patrimônio genético se degrada, abreviando os anos que o homem tem para viver sobre o planeta. (MILARÉ, 2004, p. 48,).

Observado por Thomé (2014) que a partir da década de 60 a opinião pública vem se

tornando mais sensibilizada em relação às questões ambientais, o que de fato foi percebido ao

longo dos anos pela crise sucessiva do petróleo, por exemplo, que alertou a comunidade

internacional que este não é uma fonte limitada de recurso natural. Acidentes e movimentos

sociais cresceram ao longo dos anos. Como consequência, surge elaboração de importâncias

conferências, convenções e tratados sobre a necessidade de proteção ambiental. Cabe destacar

a Conferência de Estocolmo Sobre Meio Ambiente Humano em 1972 que segundo Thomé,

foi firmada a Declaração sobre o Meio Ambiente, cujos princípios acabaram por influenciar

na elaboração do capítulo especialmente dedicado à proteção do meio ambiente na

Constituição Federal de 1988. Já 20 anos mais tarde ocorreu a ECO 92, conhecida como

Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD

realizada no Rio de Janeiro e que veio reafirmar a Declaração de Estocolmo de 1972 e que

para a nossa Corte Suprema:

a questão do meio ambiente, hoje, e, função da Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente (1972) e das conclusões da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ( Rio/92), passou a compor um dos tópicos mais expressivos da nova agenda internacional ( Geraldo Eulálio do Nascimento e Silva, “Direito Ambiental Internacional”, 2ª ed., 2002, Thex Editora), particularmente no ponto em que se reconheceu, ao gênero humano, o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao gozo de condições de vida adequada, em ambiente que lhe permita desenvolver todas as potencialidades em clima de dignidade e bem-estar. (STF, ADI 3540 MC-DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 03/02/2006, pp 00014)

No Brasil, temos como marco para a tutela ambiental os fatos ocorridos em Cubatão,

polo industrial em Vila Socó, pois ocorreram explosões que causaram vazamentos de gás e

propiciou a morte de aproximadamente 150 pessoas, no ano de 1984, além de diversas

alterações das características do meio ambiente o que levou a sociedade a lutar pelo seu bem-

estar e segurança social, Thomé (2014).

Macêdo (2014 on line) aponta uma observação pertinente para a compreensão da

evolução da tutela ambiental no nosso território pois aponta que em 1988 com objetivo de

preservar, melhorar e recuperar a qualidade ambiental que propicia à vida, e visando assegurar

no país condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional

e à proteção da dignidade da vida humana, objetivos claros na norma, foi editada a Lei nº

6.938/81 que institui a Política Nacional do Meio Ambiente.

De sorte que a Constituição Federal de 1988, como aponta Thomé (2014), prevê a

responsabilização do poluidor, em decorrência de um único dano ambiental, nas esferas penal,

administrativa e civil.

2.2.1. TUTELA CIVIL AMBIENTAL

De acordo com o parágrafo 3º do artigo 225, da Constituição Federal, as condutas e

atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou

jurídicas, as sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os

danos causados.

E segundo a Lei 6.938/81 no seu artigo 3º, inciso IV, poluidor é a pessoa, natural ou

jurídica, de direito público ou privado, responsável, diretamente ou indiretamente, por

atividade causadora de degradação ambiental.

Segundo Thomé (2014, p.542, apud Zweigert e Kötz 1995, pág.316) “o principal

objetivo da disciplina da responsabilidade civil consiste em definir, entre os inúmeros eventos

danosos que se verificam quotidianamente, quais deles devem ser transferidos do lesado ao

autor do dano, em conformidade com as ideias de justiça e equidade dominantes na

sociedade”.

A responsabilidade civil ambiental é espécie da responsabilidade extracontratual do

Direito Civil, consubstanciada no dever de indenizar ou reparar a ser suportado por aquele que

exerce a atividade violadora do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

conforme alocado no art. 225 da Constituição Federal, ou cuja conduta tenha causado prejuízo

ao meio ambiente ou à coletividade, bem como observa Antunes (2014).

E Pelo que se observa no art. 14, § 1º da lei 6.938/81:

§1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado independentemente da existência de culpa, a indenizar ou repara os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade.

De sorte que o dano ambiental conforme art. 225 da CF/88, já citado anteriormente,

configura uma violação ao direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado

e a responsabilidade civil ambiental tem por finalidade sua reparação, ou caso não seja

possível, a indenização. Segundo aponta Thomé (2014) no caso de dano ambiental não restam

dúvidas sobre a aplicabilidade da responsabilidade civil objetiva, percebida no citado o artigo

14, parágrafo 1º da Lei 6.938/81 referido acima. O que se deve comprovar apenas a

efetividade do dano ambiental e a relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano

para que haja responsabilização civil.

2.2.2 TUTELA ADMINISTRATIVA

O meio ambiente, é um bem comum de uso do povo e decorre sua tutela

administrativa pelo Estado de forma que utiliza do Poder de Polícia, pois como comporta

nossa Carta Constitucional é um bem de interesse público, dessa forma aborda Antunes

(2014). Aplicando-se dessa forma sanções administrativas ambientais independentes de

manifestação judicial aplicada pela própria Administração Pública.

Como aponta também Di Pietro (2003, p.545) e leciona que “consideram-se bens de

uso comum do povo aqueles que, por determinação legal ou por sua própria natureza, podem

ser utilizados por todos em igualdade de condições”.

O poder de polícia utilizado pelo Estado decorre de dispositivo constitucional, em que

a Carta traz no caput do artigo 225 que cabe ao Poder Público e à coletividade o dever de

defender e preservar o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e futuras

gerações, e um dos sujeitos responsáveis como ativo e inquestionável é o Estado, assevera

Thomé (2014). citar com analogia ao conceito definido pelo CTN, que em seu artigo 78.

A Lei 9.605/98 e Decreto 6.514/08 dispõem sobre as infrações administrativas

ambientais em âmbito federal. De Forma que conforme a LC 140/11, no seu parágrafo 1º do

art. 17 diz que “Infração administrativa ambiental representa toda ação ou omissão que viole

as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente”.

Segundo Thomé (2014), a tutela administrativa não visa apenas a efetiva repressão dos

efetivos prejuízos ao meio ambiente, mas como se percebe tem o intuito de evitar condutas

que podem acarretar danos ao meio ambiente ou que possa impedir que violem as normas ao

direito em vigor. E ainda que a doutrina não é pacífica em relação a natureza jurídica da

responsabilidade administrativa, Milaré (2009) a caracteriza como um sistema híbrido entre a

responsabilidade civil objetiva e penal subjetiva e ainda aponta que conforme a definição de

infração inscrita no art. 70 da lei 9.605/98, a responsabilidade administrativa prescinde de

culpa, e da outra forma, aporem ao contrário da esfera civil não dispensa a ilicitude da

conduta para que seja ela tida como ato infracional. Não estamos falando de crime?

Dessa forma, apontando os ensinamentos de Thomé (2014), toda infração ambiental

tem que haver uma violação de normas de proteção ambiental, de forma que a conduta

contrarie as normas vigentes para que se configure efetivamente a infração administrativa

ambiental, ainda que determinada conduta cause dano ao meio ambiente se não estiver

tipificada não há o que se falar em responsabilidade administrativa do poluidor.

2.2.3 TUTELA PENAL

Primeiramente cabe a nós destacarmos que a Lei que Tutela Penalmente o Meio

Ambiente é a Lei 9.605/98 intitulada de “Lei de Crimes Ambientais” que prevê boa parte dos

crimes ambientais e que se utiliza da técnica legislativa denominada norma penal em branco e

como abordaremos adiante esta lei responsabiliza o que ela chama de dano de perigo,

cumprindo o que preceitua o princípio da prevenção em que traz a ideia de que se deve

prevenir os danos e não fazer remediação (Thome, 2014). Destaca-se que o Código Penal,

Código de Processo Penal e Lei 9.099/95 são utilizados na esfera ambiental de forma

subsidiária.

Uma marco para penalização e raparação no Direito Ambiental, aportando por Thome

(2014) é que em 1978 houve uma tragédia relevante no mundo definida como “Amoco Cadiz”

em que o petroleiro de propriedade da “Amoco Transport Co” derramou petróleo suficiente

pra permanecer por quinze dias no mar da costa da França (Bretanha Francesa).Tal tragédia

foi a primeira vez na história em que uma poderosa companhia foi condenada à reparação e

indenização pelos danos ambientais causados.

E dai!!! Pode falar mais sobre o crime penal? Ou próximo item é continuação...

2.3. RESPONSABILIDADE PENAL POR DANOS AO MEIO AMBIENTE

A Constituição Federal exige que as condutas que lesam o meio ambiente sejam

punidas no âmbito penal e que segundo Prado (2005) existe um mandado expresso de

criminalização. Abordaremos quem responde pelos atos praticados em detrimento do meio

ambiente, ou seja, a pessoa física e jurídica.

Como verificamos in verbis o texto de Lei 9.605/98 no seu artigo 2º temos:

Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta lei, incide nas penas a estas cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Pode se perceber a partir do texto legal transcrito que é possível o concurso de

pessoas, ou seja, não somente a autoria, mas também a participação nestes ilícitos penais. O

que se pode perceber que segundo Thomé (2014) a lei ambiental adotou a teoria monista

sobre concurso de pessoas e que segundo esta todos os agentes responde pelo crime na

medida de sua culpabilidade.

Abordaremos adiante A responsabilização penal da pessoa jurídica frente a crimes

ambientais dada a sua complexidade e diversidade doutrinária a respeito, bem como os

entendimentos jurisprudenciais nesse âmbito. Pode ir para o próximo tópico.

3. PESSOA JURIDICA E RESPONSABILIDADE PENAL

Cabe-nos primeiramente entender o que é crime de forma geral já que o Código Penal

não traz em seu diploma o conceito de crime, somente reserva em sua Lei de Introdução é que

ao crime é reservada uma de reclusão ou de detenção, quer alternativa ou cumulativamente

coma pena de multa (Decreto Lei nº 3.914, de 9 de dezembro de 1941).

Greco (2011) em seu Manual de Direito Penal, adere o conceito de crime tripartido,

qual seja, conceito analítico – Teoria Tripartida - que o crime é um fato típico, antijurídico e

culpável e alega que é a maioria da doutrina brasileira e estrangeira tem esta visão do conceito

de crime.

Dessa forma, como aponta o Art. 225, §3º da Constituição Federal para a

responsabilização penal da pessoa jurídica temos:

Art.225º. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão aos infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independente da obrigação de reparar os danos causados.

Como se observa no texto Constitucional in verbis é mandamento constitucional

responsabilizar tanto a pessoa física como a jurídica a penalidades por fatos tipificados pela

Lei 9.605/98 que determina o que será objeto da tutela penal. Cabe-nos então observar os

requisitos para a capacidade da pessoa jurídica conforme ensinamento doutrinário.

3.1. CORRENTES DOUTRINÁRIAS QUE DETERMINAM A CAPACIDADE DA

PESSOA JURIDICA FRENTE AO CRIME AMBIENTAL.

Antes mesmo de apontar as posições doutrinárias no que se refere a capacidade da

pessoa jurídica observaremos os arts. 2º e 3º da Lei 9605/98 a seguir;

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estas cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativas, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade.

Como observa Thomé (2014) há pressupostos na Lei 9.605/98 para que tal forma

afaste a responsabilidade penal objetiva dos representantes da pessoa jurídica e que serão

descritas em momento oportuno a responsabilidade daqueles que no momento da ação ou

omissão respondiam pela pessoa jurídica.

Entretanto cabe-nos apontar neste trabalho as três correntes relevantes que abordam a

responsabilidade da pessoa jurídica.

A primeira corrente doutrinária traz-nos uma interpretação constitucional do art. 225,

§ 3º, supramencionado em que as condutas e atividades exercidas por pessoas físicas e

jurídicas terão sanções penais e administrativas, nessa ordem respectivamente. Ou seja, essa

primeira corrente faz uma interpretação meramente gramatical do texto constitucional e que

segundo Thomé (2014) analisando por esse viés, as pessoas jurídicas seriam responsabilizadas

apenas administrativamente e/ou civelmente.

Sustentam esse argumento alegando que no Princípio da Personalidade da Pena,

previsto no Texto Constitucional em seu artigo 5º, XLV, impede a responsabilização da

pessoa jurídica em que “o Principio da Personalidade - nenhuma pena passará da pessoa do

condenado...” aborda Thomé (2014, p.641 apud Prado, 2005, p. 151).

Pode se observar a partir da observação apontada por esses autores é que a pena deve

ser alcançada estritamente aos autores materiais do delito e não sobre todos os membros da

entidade representada por eles e que o enfoque dado para essa corrente, Thomé (2014),

elevaríamos o artigo 3º da Lei 9.605/98, Crimes Ambientais, à inconstitucionalidade o que ele

considerou como ofensa material ao art.225, §3º da CF/88.

Já a segunda corrente traz a afirmação de que pessoa jurídica não pode cometer

crimes, fundamentada na teoria da ficção, criada por SAVIGNY. Esta corrente afirma que as

pessoas jurídicas não tem existência real, mas sim, fictícia ou de pura abstração, sendo dessa

forma incapazes de delinquir, pois segundo Thomé (2014), como são fictícias não existência

de dolo ou culpa e que a punição à pessoa jurídica ocorresse estaríamos diante de uma

responsabilidade objetiva o que é proibido no direito penal.

Pois sustentando essa Teoria, Prado (2005, p.145) assevera que Pessoa Jurídica não

tem capacidade e nem culpabilidade pois “a culpabilidade penal como juízo de censura

pessoal pela realização do injusto típico só pode ser endereçada a um individuo”.

Para esta, as Pessoas Jurídicas são desprovidas de consciência e de vontade própria, o

que dessa forma não pode realizar atos tipicamente humanos, a exemplo as condutas

criminosas.

Ainda segundo Prado (2005), a Pessoa Jurídica não tem, o que ele chamou de

capacidade de Pena nem sequer são passíveis de aplicações das medidas de segurança de

caráter penal, pois é necessária uma ação ou omissão típica e ilícita e que se aplicado a pena

elas seriam incapazes de assimilar os efeitos da sanção penal pois são entes fictícios.

E que segundo Thomé (2014) analisando essa corrente ela faz do art.225, §3º uma

norma não aplicável o que necessita de uma regulamentação infraconstitucional.

Para a terceira corrente a Pessoa Jurídica pode cometer crimes a qual está norteada

pela teoria da realidade de Otto Gierke também conhecida como teoria da personalidade ou

orgânica e que, as pessoas jurídicas são entes reais com capacidade e vontade próprias,

distintas das pessoas físicas que as compões (Thomé apud Prado, 2005).

De tal forma que Prado (2005, p.145), sustenta que “as pessoas jurídicas parecem,

pois, como seres coletivos, dotados de vontade real, que podem exercitar diversos sentidos; e

nada impede, em princípio, que seja ela dirigida a fins proibidos, especialmente pela lei

penal” e que olhando por essa ótica as Pessoas Jurídicas podem cometer crimes e sofrer

sanções.

3.2. PARALELO ENTRE OS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS REFERENTES À

PUTABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA.

Tem-se como primeiro precedente conhecido é o da Suprema Corte norte-americana

que, como aponta FREITA e FREITAS (2012), no caso New York Central & Hudson River

Railroad é que se uma lei diz que uma pessoa comete crime e nada fala se é física ou jurídica

o que leva a conclusão de que ambas podem submeter-se a jurisdição estatal.

A Constituição Federal de forma explícita trouxe tratamento em seu texto sobre os

crimes ambientais. O já mencionado artigo 225º, §3º traz em seu bojo que as práticas lesivas

ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas e jurídicas, às sanções penal e

administrativa, esta tratada de forma breve ao longo desse trabalho, e que independente da

obrigação de reparar os danos causados.

Existem várias indagações entre os juristas brasileiros que fazem uma interpretação

desse dispositivo constitucional e posicionam no sentido de que a pessoa jurídica não pode ser

responsabilizada penalmente. Esse será abordado em tópico específico, porém Freitas e

Freitas (2012) observa que a Constituição foi clara ao usar a conjunção aditiva para as

palavras penais e administrativas, ou seja, podem ser responsabilizadas separadamente e

cumulativamente.

Posteriormente, o legislador atento ao texto constitucional, elaborou a Lei 9.605 de 12

de fevereiro de 1998, em seu artigo terceiro já transcrito ao longo desse trabalho e

explicitamente atribuiu a responsabilidade penal à pessoa jurídica. E como aponta FREITAS e

FREITAS (2014, p.71) que “se a própria constituição admite expressamente a sanção penal à

pessoa jurídica, é inevitável interpretar lei como inconstitucional, porque ofenderia outra

norma que não é específica sobre o assunto”.

Cabe ressaltar que a obrigação de reparar o dano em matéria ambiental já era uma

realidade em vigor mesmo antes da promulgação da Constituição Federal pois já em 1981

tínhamos a Lei que disciplinava a Política Nacional do Meio Ambiente que atribuía a

reparação segundo o princípio da responsabilidade objetiva. MILARE (2014).

Pois observado por MILARE (2014) que para plena efetividade da norma, no âmbito

penal e administrativo, incorporou-se ao ordenamento jurídico a Lei 9.605/98 que

regulamenta as sob-responsabilidade penal e administrativa.

3.3. CONSEQUENCIAS PARA A PESSOA JURIDICA NO COMETIMENTO DE

CRIMES AMBIENTAIS.

Como fundamento dessa consequência penal, administrativa ou cível é necessário

fazer uma breve observação em sua importância para saúde do homem e o motivo de sua

proteção. Sabemos que a Constituição delimita e expõe à ordem jurídica e a inclusão do meio

ambiente em seu texto, deixa claro que ele é de suma importância para o povo brasileiro de tal

forma que encontramos em seu diploma legal os fundamentos de proteção ambiental que

subsidia a proteção ambiental e sua qualidade. MILARÉ (2014).

O direito ao meio ambiente ganha identidade própria de forma que se tornou mais

abrangente e compreensivo e autônomo em relação a outros bens protegidos pela ordem

jurídica e de tal forma que a Constituição o colocou como valores ideais de ordem social, e o

institucionalizou como um direito fundamental do indivíduo MILARÉ (2014).

Com respeito a proteção ambiental não podemos deixar de observar os princípios que

norteiam todo o direito ambiental, de tal forma como podemos observar que os direitos e

garantias fundamentais não se esgotam no Art.5º da Constituição Federal de 1988.

Dessa forma ao citarmos o Principio do Ambiente Ecologicamente Equilibrado como

direito fundamental da pessoa humana em que um novo direito fundamental foi assegurado ao

homem pela norma constitucional por meio do Art.225, da CF/88 em que se diz que “Todos

tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.” e que como aponta Thome (2014)

que este direito já foi reconhecido pela Declaração de Estocolmo das Nações Unidas sobre o

Ambiente Humano de 1972 e que mais tarde pela Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e

Desenvolvimento em 1992 e pela Carta da Terra THOME (2014).

Sabendo que essa qualidade de Ambiente está intimamente ligada à qualidade vida,

pois é fácil perceber que um ambiente saudável é meio precursor para ser ter uma vida com

reduzida nocividade, e de fato evidenciada também na seara trabalhista fortemente protegido

pela Corte do Ministério Publico do Trabalho o que conclui fatalmente a importância de um

ambiente sadio para que se conviva.

Pois como bem observa Milaré (2014) conhecer o meio ambiente sadio como um

direito, é como um prolongamento à vida, quer sob a ótica da própria existência física e saúde

para os humanos e ainda sob o enfoque da dignidade da existência.

Nessa esteira, com a maestria que lhe é digna o Superior Tribunal de Justiça protege o

meio ambiente sob o enfoque da imprescritibilidade que se traduz no trecho que segue do

informativo (Thome, 2014, p. 65 apud Informativo 415 STJ) que diz:

“... O direito ao pedido de reparação de danos ambientais, dentro da logicidade hermenêutica, também está protegido pelo manto da imprescritibilidade, por se tratar de direito inerente à vida, fundamental e essencial à afirmação dos povos, independente de estar expresso ou não em texto legal...”.

Para aplicação das penalidades dentro incluindo a consequência dessas também para

pessoa jurídica podemos citar também o princípio da prevenção e precaução, pois segundo

Thomé (2014) evitá-los é melhor do que restaurar, pois a reversão da degradação poderá ser

impossível ou desproporcional a aplicação da sanção.

Thome (2014) tem esses princípios como os mais importantes dentro temática

ambiental, pois o que se entende e se procura hoje tanto nacional como internacionalmente e

prevenção do que a reparação que por vezes custa muito a sociedade como um todo.

Por parecerem como um princípio somente, muitos juristas não os diferenciam, porém

há traços marcantes que evidenciam essa distinção apontada por Thomé (2014, p.66), diz que

“ o princípio da prevenção se apoia na certeza científica do impacto ambiental de determinada

atividade”. Pode se perceber que conhecidos os impactos, podem ser tomadas providências a

diminuir ou erradicar os possíveis efeitos negativos sobre o local a ser desenvolvido

determinada atividade.

Ao ver que não existe risco conhecido cientificamente e não podemos determinar os

impactos negativos em determinado ecossistema aplica-se o princípio da precaução. De tal

Forma concorda-se com Thomé (2014) ao elevar o princípio da prevenção como o maior

alicerce para se analisar impactos ambientais antes se instalar alguma atividade

potencialmente degradante do meio ambiente como se observa no texto Constitucional in

verbis:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. §1º - para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...) IV – exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade;

Também o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (Thome 2014, p.67 apud Ag.

Ins.597204262 de 05/08/1998) manifestou sobre o tema que no plano do direito ambiental

“vige o princípio prevenção, que deve atuar como balizador de qualquer política do meio

ambiente. As medidas que evitam o nascimento de atentados ao meio ambiente devem ser

priorizadas”.

Observa-se nesse Agravo de instrumento do referido Tribunal a importância que tem

o Princípio da Prevenção com o objetivo de evitar que o dano ocorra o que demonstra a

seriedade com que é tratada a matéria pelos nossos tribunais.

O princípio da Precaução conceituado por Thome (2004, p.67) é “considerado uma

garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado atual do conhecimento não

podem ser identificados.” Ainda aponta que mesmo não existindo uma comprovação

científica formal do possível risco sério ou irreversível deverá ser tomada medidas que

possam prevê-los. Observa de forma contundente que a incerteza científica opera em favor do

ambiente, pois cabe ao interessado o ônus da prova de que suas intervenções não são

perigosas ou danosas.

De forma a consolidar a importância que nossos tribunais têm dado ao assunto,

inclusive o princípio da precaução o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (Thome, 2014, p.68

apud Ag.In 1.0718.07.001441-7/001, rel. Nilo Lacerda, DJ 14.08.0028) faz a aplicação dele

de fato, a priorizar o bem estar do ser humano como se segue a transcrição do Agravo de

Instrumento in verbis :

EMENTA: AÇÃO CIVIL PÚBLICA – ANTECIPAÇÃO DE TUTELA – INSTALAÇÃO DE ANTENA DE TELEFONIA MÓVEL – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – DISSENSONA LITERATURA MEDICA – RISCOS PARA SAUDE HUMANA – PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO – REQUISITOS PRESENTES. As questões atinentes ao meio ambiente sadio e ao direito à saúde não estão suscetíveis de serem expostas a qualquer tipo de risco, sendo certo presente dissenso da literatura médica quanto aos possíveis efeitos maléficos da radiação não-ionizante, advinda das antenas de telefonia móvel, mesmo quando obedecidos os limites impostos pela Anatel, à luz do Principio da Precaução, deve ser deferida a medida antecipatória, para a paralisação de sua instalação.

Assim como tem entendido Paulo Leme Machado, Edis Milare, Vladimir Passos de

Freitas e Gilberto Passos de Freitas, dentre outros, que quando houver dúvida dos riscos da

atividade impactar o meio ambiente, deve-se priorizar pela conservação deste e que acima de

tudo a proteção imediata do homem esteja em voga. Dessa forma, como bem elucidado acima,

deve-se impor ao autor provar que suas atividades não são potencialmente poluidoras ou

prejudiciais a saúde do homem.

Contudo, diante desses princípios, objeto desse trabalho que aqui ganhou destaque, se

faz necessário abordarmos a consequência para violação do não cumprimento de proteção do

meio ambiente diante da exposição dos motivos de sua proteção.

Como já abordado no presente trabalho, a Constituição Federal em Art. 225, §3º,

estabelece que as condutas lesivas ao meio ambiente sujeitam os infratores as

responsabilizações penal, administrativa e cível independente da reparação do dano causado.

Não há o que se falar em inconstitucionalidade da responsabilização penal da pessoa

jurídica, pois a Lei 9.605/98 encontra permissivo legal justamente no artigo ora citado, pois é

impossível ater aos comentários contra essa responsabilização ante a previsão expressa

constitucionalmente.

Importante para ser destacado é quando se fala em responsabilidade da pessoa jurídica,

surge vários debates a respeito de sua culpabilidade, pois os que não concordam com tal

responsabilização aduz que elas pensam, se podemos assim dizer, por meio das pessoas que a

compõem. Dessa forma, como ela não tem ânimo para práticas de atos delinquentes

estaríamos diante de uma responsabilidade objetiva Freitas e Freitas (2014). E como aduz

esses doutrinadores a situação é distinta e deve ser tratada como tal.

Situação distinta e analisada sob o viés objetivo-subjetivo da prática assim como

observa (Freitas e Freitas, 2014, p.71 apud Fernando A.N Galvão Rocha):

A concepção da pessoa jurídica como ficção é incompatível com o reconhecimento da subjetividade jurídico-penal necessária à caracterização do crime sob o modelo analítico. No entanto, com base na teoria da realidade objetiva, que reconhece na pessoa jurídica real capacidade de vontade e ação, alguns doutrinadores sustentam a aplicação da teoria do delito tradicional à pessoa jurídica.

Reduzi o Tamanho da fonte (10)

Conforme preceitua o art.3º, da Lei 9.605/98 a responsabilização da pessoa jurídica

não exclui a das pessoas naturais, de tal forma que a denúncia poderá ser dirigida apenas

contra a pessoa jurídica caso não seja definida a autoria das pessoas naturais composta da

pessoa jurídica ou simplesmente direcionada a todas.

O que segundo FREITAS e FREITAS (2014) em que na maioria dos casos não se

descobriria a autoria dos delitos, a punição se direcionava a pessoa do empregado e quanto

mais influente a pessoa jurídica mais difícil seria sua responsabilização na pessoa do

representante legal, pois ainda aponta que quando se tratava de multinacionais a dificuldade

era eminente e como abordaremos no próximo tópico, o Ministério Público poderá imputar a

responsabilidade penal às pessoas naturais quanto às pessoas jurídicas juntos ou

separadamente.

A pessoa jurídica para ser apontada como criminosa deve ser considerada uma pessoa

jurídica de direito privado, pois exerce atividade com finalidade econômica, todavia a pessoa

jurídica de Direito Público não poderia exercer ilícito penal no seu interesse ou beneficio

Freitas e Freitas (2014). Pois, segundo eles essas pessoas jurídicas só exercem atividade para

alcançar o interesse público.

De tal forma como aponta esses doutrinadores, que se o interesse público não foi

atingido é porque houve desvio de poder por parte do agente público e ele deve ser

responsabilizado penalmente por isso. Pois ainda nesta esteira apontada por Freitas e Freitas

uma pessoa jurídica de Direito Público que fosse responsabilizada não poderia ter sentido pois

ficaria a cargo da sociedade contribuinte e caso fosse aplicado a pena restritiva de prestação

de serviços à comunidade, Freita e Freitas (2014) aponta como uma inviabilidade pois já é

atribuído ao poder público prestar esses serviços, ou seja, uma redundância.

Concordando com Duarte Junior (2012), em subsídio da afirmação Fretas e Freitas

(2014), a não imputação do ente público decorre do princípio da legalidade pois seu atos estão

respaldos por este princípio expresso na nossa Carta Magna e não teria como o ente público se

desvencilhar as suas atitudes a não ser por desvio de poder por parte do agente público.

Analisando as penas aplicadas às pessoas jurídicas, que estão elencadas nos artigos 21

a 24 da Lei 9.605/1998 de tal forma que as sanções serão a multa, pena restritiva de direitos

ou prestação de serviços à coletividade.

A pena de multa que é atribuída à pessoa jurídica não ganhou um diploma específico o

que restou a aplicar a regra comum elencada no art. 18, da Lei 9.605/1998. Embora se deva

ter em conta a situação econômica do infrator, como preceitua o art.6º, da Lei 9.605/98, não

foi adotado um critério específico para a pessoa jurídica para pagamento de seu próprio dia-

multa. Dessa forma, punir-se-á da mesma forma a pessoa física e a pessoa jurídica o que na

verdade, concordando com Milare (2014) é inconcebível. Que também aponta uma possível

solução diante da observação extraída da publicação de Shecaira (Milaré, 2014, p.485 apud

Boletim IBCCrim. N.65.p.3. edição especial. São Paulo, 1998):

Melhor seria se houvesse transplantado o sistema dias-multa do Código Penal para a legislação protetiva do meio ambiente, fixando uma unidade específica que correspondesse a um dia de faturamento da empresa e não em padrão de dias-multa contidos na Parte Geral do Código penal. Da maneira como fez o legislador, uma grande empresa poderá ter uma pena pecuniária não condizente com sua possibilidade de ressarcimento do dano ou mesmo com vantagem obtida pelo crime.

Reduzi o Tamanho da fonte (10)

Como se observa à intensa preocupação de nossos doutrinadores em relação da

maneira que são punidas as pessoas jurídicas, pois poderiam facilmente cumprir penas de

multa de maneira que, a condenação não servisse de forma alguma para conscientização do

ilícito cometido.

Passaremos observação do texto de lei que elenca a penas restritivas de direito para

uma breve exposição que nessa ordem temos primeiro, a suspensão parcial ou total das

atividades, aplicável quando estas não obedecerem às disposições legais ou regulamentares,

relativas ao meio ambiente (Art. 22, I e §1º, da Lei 9.605/98).

Em segundo lugar a interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade,

aplicável quando estes estiverem funcionando sem devida autorização, ou em desacordo com

a concedida, ou com violação de disposição legal ou regulamentar (Art. 22, II e § 2º, da Lei

9.605/98).

Na sequência a proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter

subsídios, subvenções ou doações, pelo prazo de até dez anos, em caso de descumprimentos

das normas, critérios e padrões ambientais (Art. 22, III e § 3º, da Lei 9.605/98).

E por último a prestação de serviços à comunidade que consiste em custeio de

programas e projetos ambientais; execução de obras de recuperação de áreas degradadas;

manutenção de espaços públicos; contribuições a entidades ambientalistas ou culturais

públicas (art. 23 da Lei 9.605/1998).

E ainda segundo o Art. 24, da Lei 9.605/98 a decretação da liquidação forçada quando

a pessoa jurídica constituída ou utilizada para preponderantemente com o fim de permitir,

facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental.

Milaré (2014) defende veemente, assim também corroboro com sua posição em que a

maioria das penas restritivas de direito devem ser voltadas para recuperação do ambiente

lesado com intuito de recuperar toda a degradação ambiental e que a paralisação atingiria

terceiros que não estão necessariamente ligados pela responsabilidade do ilícito penal, como

por exemplo, os empregados.

Ainda nesta esteira, como bem observa Freitas e Freitas (2014), o juiz deve-se ater ao

caso concreto, e nada melhor segundo este autor em concordância com Milaré do que o

infrator reparar o dano causado, porém às vezes isto é impossível como, por exemplo, um tipo

de atividade que levou a morte de integrantes da fauna silvestre e que ele defende que o

custeio de programas ambientais será uma excelente solução.

4.0. A RESPONSABILIDADE DO REPRESENTANTE LEGAL DE UMA PESSOA

JURIDICA FRENTE AOS CRIMES AMBIENTAIS COMETIDOS

O Legislador erigiu a pessoa jurídica à condição de sujeito ativo da relação processual

penal com fulcro justamente no que concerne o Art. 225, § 3º da Constituição Federal. De fato

o que se tem questionado é se o representante legal da pessoa jurídica pode ser excluído da

relação processual e deixar como alvo das sanções dos ilícitos penais apenas a pessoa

jurídica?

Pois a fonte para o nosso legislador, em que primeiramente se deve responsabilizar a

pessoa jurídica foi o modelo francês adotado pelo Código Penal, Milare (2014). Pois segundo

ele o maior interessado em auferir lucro incansavelmente é a pessoa jurídica e não a pessoa

física, já que se importam os lucros, pouco se importa se haverá um dano à coletividade a

curto ou a longo prazo.

Como observado por Milare (2014) ao trazer as hipóteses de relevância da omissão

elencadas no Art. 13, § 2º do Código Penal acrescentou a lei mais uma situação, ao

estabelecer no art. 2º da Lei 9.605/98 e tornando participes pela omissão do fato delituoso,

segue o texto de lei :

“Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la”

Nessa Esteira, concordo com Sanctis (1999) que não se pode deixar de contemplar as

pessoas que são mera executora dos atos a que alude os artigos citados, pois será muito fácil

fraudar a eficácia da repressão criminal, e que se de fato tais pessoas estão à frente de assumir

tais responsabilidades em nome da pessoa jurídica.

Afirma Milare (2014) que a extensão de responsabilidade aos mandatários tem seu

limite, pois para que estes sejam responsáveis deve existir entre a ação e a omissão do

dirigente um nexo de causalidade, pois na ausência deste não há como imputar ao dirigente o

crime, pois estaríamos diante de imputação penal de responsabilidade objetiva a pessoas

físicas.

Tendo como a base a Teoria de a pessoa jurídica poder cometer crimes analisaremos

se, de fato, de acordo com entendimentos dos tribunais superiores pode ela deixar de ser

responsabilizada e ter, somente o representante legal, atribuído a responsabilização penal por

ato ilícito praticado ou acontecer o inverso, ou seja, ser a pessoa jurídica responsável pelo atos

ilícitos e o representante deixar de ser responsabilizado, Bezerra (2014).

De maneira brilhante, no que concerne a imputação do representante junto com a

pessoa juridica (teoria da dupla imputação) Bezerra (2014, apud Luiz Flavio Gomes) cita o

entendimento desse doutrinador:

"Forte doutrina entende que a lei ambiental contempla verdadeira situação de responsabilidade penal. Nesse caso, então, pelo menos se deve acolher a teoria da dupla imputação, isto é, o delito jamais pode ser imputado exclusivamente à pessoa jurídica. E quando não se descobre a pessoa física? Impõe-se investigar o fato com maior profundidade. Verdadeiro surrealismo consiste em imputar um delito exclusivamente à pessoa jurídica, deixando o criminoso (o único e verdadeiro criminoso) totalmente impune"

Pois como aludido ao longo desse trabalho, sabemos que para que exista

responsabilização da pessoa jurídica, o ilícito deve ter sido cometido no interesse ou beneficio

da entidade e por decisão de seu representante leal ou contratual, ou de seu órgão colegiado,

pois são essas as condições para que possa ocorrer.

O Superior Tribunal de Justiça acolhia a responsabilização penal da pessoa jurídica em

crimes ambientais desde que a imputação fosse simultânea do ente, que ele chamou de moral,

e da pessoa física que atua em seu nome ou em benefício dela, tem aqui a teoria da dupla

imputação. Desse modo, o STJ inadmitia, contudo, denúncia apenas contra pessoa jurídica,

dissociada de pessoa física e como consequência que se excluída a imputação da pessoa física,

ou dirigentes, era necessário o trancamento da ação penal relativo à pessoa jurídica, ( Thome,

2014, apud STJ: REsp n.889528/SC Rel.Min. Felix Fischer. 5ª Turma. DJ

17/04/2007.STJ:REsp865864/PR, julgado 10/09/2009).

Já o os recentes posicionamentos do STF tem decido por uma desvinculação da pessoa

física, atribuindo a responsabilidade penal apenas a pessoa jurídica, que anteriormente só era

atribuído se não descobrisse a autoria e participação das pessoas físicas envolvidas (Thomé,

2014, p.643 apud Agravo Regimental no RExt 628.582, julgado em 6 de setembro 2011).

O que é obsevado na decisão do Recurso Extraordinário 548181, publicada em 19 de

junho de 2013 e o Supremo Tribunal Federal confirma seu entendimento e diz que “é

admissível à condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, ainda que

absolvidas as pessoas físicas”.

Ao verificar as partes desse Recurso Extraordinário destacamos as partes ali aludidas

que são parte ré; Petróleo brasileiro S/A – PETROBRAS e o Ministério Público Federal. Não

podemos deixar de destacar que seus dirigentes são ocupantes de cargo por indicação política.

E a observação que deve ser feita, é que de fato uma pessoa jurídica, como observado nesse

trabalho, não é dotada de subjetividade e que de fato só tem sua ação ou omissão erigida pela

vontade de seu dirigente e/ou representante.

Observa-se, que diante da responsabilização cível e/ou administrativa basta que exista

o nexo causal entre dano e a conduta para que se atribua responsabilidade ao agente para

reparação do dano. E incide dessa forma o instituo da responsabilidade objetiva, não

importando se o agente é pessoa física ou jurídica.

E como já explicitado a responsabilidade penal não pode ser aplicada sob o viés desse

instituto. E esse Recurso extraordinário que citamos não tem a efetiva condenação da empresa

o que se percebe é que apenas se reconheceu a possibilidade da abertura do processo em face

da pessoa jurídica, pois se não ensejaria o trancamento da ação penal por inépcia.

5.0. CONCLUSÃO

http://www.conjur.com.br/2013-set-01/decisao-stf-altera-criterios-processo-penal-

pessoa-juridica ......

BEZERRA, Carlos Vitor Andrade. A teoria da dupla imputação e a responsabilidade penal da

pessoa jurídica à luz da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal

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DUARTE JUNIOR, Ricardo Cesar Ferreira. Novas reflexões acerca da responsabilidade

penal da pessoa jurídica de direito público por danos ambientais. In: Âmbito Jurídico, Rio

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VIANA, Anny Ramos. A responsabilidade penal da pessoa jurídica: uma análise crítica.

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Brasília, DF: Senado Federal, 1988.

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outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 13/02/1998.

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