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SUMARIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 10

2. PROBLEMA............................................................................................................................... 11

3. OBJETIVO................................................................................................................................. 11

4. JUSTIFICATIVA........................................................................................................................ 12

5. PROBLEMATIZAÇÃO SISTEMATIZAÇÃO............................................................................... 14

5.1. Caracterização e posição serial do sistema.................................................................. 14

5.2. Ordenação hierárquica do sistema................................................................................ 15

5.3. Expansão do sistema.................................................................................................... 15

5.4. Modelagem comunicacional do sistema........................................................................ 16

5.5. Fluxograma funcional ação-decisão.............................................................................. 17

5.6. Tabela de função – informação – ação......................................................................... 17

5.7. Problematização do sistema homem-tarefa-máquina................................................... 19

5.7.1. Hierarquização dos problemas – Técnica de GUT............................................. 26

5.7.2. Sugestões preliminares de melhoria................................................................... 27

5.7.3. Parecer Ergonômico........................................................................................... 27

5.8. Levantamento de dados ergonômicos...................................................................... 29

5.8.1. Anatomia e Fisiologia da Coluna Vertebral........................................................ 29

5.8.1.1. Curvas da Coluna Vertebral..................................................................... 31

5.8.1.2. Desvios do eixo da Coluna Vertebral....................................................... 32

5.8..1.3. Fisiologia da Coluna Vertebral................................................................ 34

5.8.1. Fisiopatologia da Degeneração Vertebral........................................................... 35

5.8.2. Anatomia da Coluna no Levantamento de Carga............................................... 37

5.8.3. Anatomia e Fisiologia da Mão............................................................................. 41

5.9. Levantamento de dados antropométricos..................................................................... 43

6. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS.............................................................................. 48

6.1. Observações................................................................................................................. 48

6.2. Levantamento e Análise de Similares – Técnica de PNI............................................... 50

6.3. Levantamento e Análise de Materiais e Processos de Fabricação............................... 51

6.3.1. Requisitos de Seleção........................................................................................ 51

6.3.2. Alumínio.............................................................................................................. 54

6.3.3. Aço...................................................................................................................... 56

6.3.4. Estruturas Tubulares........................................................................................... 58

6.3.5. Chapas................................................................................................................ 65

6.4. Dados do Mercado........................................................................................................ 68

7. SÍNTESE................................................................................................................................... 70

7.1. Requisitos Projetuais..................................................................................................... 71

8. GERAÇÃO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS......................................................................... 72

8.1. Alternativas Geradas..................................................................................................... 72

8.2. Alternativa Selecionada................................................................................................. 75

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9. DESENVOLVIMENTO............................................................................................................... 76

9.1. Planilha de Planejamento para Construção e Testes com Modelos............................. 76

9.2. Testes com Modelo Rústico.......................................................................................... 76

10. REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 94

11. ANEXOS.................................................................................................................................. 80

ANEXO I - Tabela de GUT 80

ANEXO II - Técnica de PNI 81

ANEXO III - Técnica de seleção de alternativa 86

ANEXO IV – Questionário 88

ANEXO V - Desenho Técnico 90

ANEXO VI – Rendering e protótipo 91

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LISTA DE FIGURAS 2.1. Caracterização e posição serial do sistema ....................................................................... 14

2.2. Ordenação hierárquica do sistema...................................................................................... 15

2.3. Expansão do sistema.......................................................................................................... 16

2.4. Modelagem comunicacional do sistema.............................................................................. 16

2.5. Fluxograma funcional ação-decisão.................................................................................... 17

2.6. Problemas interfaciais......................................................................................................... 20

2.7. Problemas interfaciais......................................................................................................... 20

2.8. Problemas interfaciais......................................................................................................... 21

2.9. Problemas interfaciais......................................................................................................... 21

2.10. Problemas interfaciais....................................................................................................... 22

2.11. Problemas acidentários..................................................................................................... 22

2.12. Problemas acidentários..................................................................................................... 23

2.13. Problemas Acionais........................................................................................................... 23

2.14. Problemas Acionais........................................................................................................... 23

2.15. Problemas Acionais........................................................................................................... 24

2.16. Problemas Acionais........................................................................................................... 24

2.17. Problemas Acionais........................................................................................................... 24

2.18. Problemas Acionais........................................................................................................... 25

2.19. Problemas Acionais........................................................................................................... 25

2.20. Problemas Acionais........................................................................................................... 25

2.21. Problemas psicossociais................................................................................................... 25

2.22. Problemas psicossociais................................................................................................... 25

2.23. Coluna vertebral................................................................................................................ 30

2.24. Curvas da coluna vertebral................................................................................................ 32

2.25. Hérnia de disco.................................................................................................................. 36

2.26. Ruptura discal.................................................................................................................... 36

2.27. Estreitamento de Canal..................................................................................................... 37

2.28. Espondilose Vertebral........................................................................................................ 37

2.29. Corpo vertebral e disco...................................................................................................... 38

2.30. Exemplo da herniação do disco L5/S1 resultando em compressão e inflamação da raiz de um nervo espinhal.......................................................................................................

39

2.31. Sistema padrão de classificação postural desenvolvido por KEYSERLING (1986).......... 40

2.32. Áreas de contato da mão................................................................................................... 42

2.33. Posturas assumidas pela mão........................................................................................... 42

2.34. Movimento dos dedos........................................................................................................ 43

2.35. Movimento dos dedos........................................................................................................ 43

2.36. Movimento dos dedos........................................................................................................ 43

2.37. Movimento dos dedos........................................................................................................ 43

2.38. Movimento dos dedos........................................................................................................ 43

2.39. Dados Antropométricos da mão........................................................................................ 44

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3.1. Fluxograma de desenvolvimento de um produto: condições de contorno e relações funcionais entre projeto, seleção de materiais e seleção de processo...............................

51

3.2. O “afunilamento” de um típico procedimento de seleção de materiais e alguns critérios de decisão ao longo do evento...........................................................................................

54

3.3. Queda da fecundidade......................................................................................................... 68

5.1. Alternativa 1......................................................................................................................... 73

5.2. Alternativa 2......................................................................................................................... 73

5.3. Alternativa 3......................................................................................................................... 74

5.4. Alternativa 4......................................................................................................................... 74

5.5. Alternativa 5......................................................................................................................... 75

6.1. Modelo Rústico.................................................................................................................... 77

6.2. Modelo Rústico.................................................................................................................... 77

6.3. Modelo Rústico.................................................................................................................... 77

6.4. Modelo Rústico.................................................................................................................... 77

6.5. Modelo Rústico.................................................................................................................... 77

6.6. Modelo Rústico.................................................................................................................... 78

6.7. Modelo Rústico.................................................................................................................... 78

6.8. Modelo Rústico.................................................................................................................... 78

6.9. Modelo Rústico.................................................................................................................... 78

6.10. Modelo Rústico.................................................................................................................. 79

6.11. Modelo Rústico.................................................................................................................. 79

6.12. Modelo Rústico.................................................................................................................. 79

6.13. Modelo Rústico.................................................................................................................. 79

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LISTA DE TABELAS 2.1. Tabela de função – informação – ação................................................................................ 18

2.2. Hierarquização dos problemas – Técnica de GUT.............................................................. 26

2.3. Quadro do parecer ergonômico........................................................................................... 28

2.4. Levantamento de dados antropométricos............................................................................ 45

2.5. Projetação Ergonômica - Dimensionamento Homem-Máquina........................................... 46

2.6. Dados antropométricos das mãos, segundo a norma Alemã DIN 33402 de 1981 (Ilda, 1990) ..................................................................................................................................

47

3.1. Identificação das propriedades mecânicas, químicas e físicas dos materiais conforme as solicitações dos componentes do sistema..........................................................................

52

3.2. Processos de fabricação aplicados aos componentes do sistema...................................... 53

3.3. Normatização e especificação de alguns tipos de aço........................................................ 57

3.4. Tubos retangulares de alumínio.......................................................................................... 60

3.5. Tubos quadrados de alumínio............................................................................................. 61

3.6. Tubos circulares de alumínio............................................................................................... 62

3.7. Tubos retangulares de aço-carbono................................................................................... 63

3.8. Tubos quadrados de aço-carbono....................................................................................... 63

3.9. Tubos circulares de aço-carbono........................................................................................ 64

3.10. Espessuras-padrão das chapas grossas de aço............................................................... 65

3.11. Espessuras-padrão das chapas grossas de aço............................................................... 66

3.12. Chapas finas a quente....................................................................................................... 66

3.13. Chapas finas a frio............................................................................................................. 67

3.14. Chapas zincadas (galvanizadas) ...................................................................................... 67

3.15. Custo unitário e o total do ano para unidades e a freqüência anual para os componentes do custo da internação domiciliar de pacientes com DPOC......................

69

3.16. Custo unitário e o total do ano para unidades e a freqüência anual para os componentes do custo da internação hospitalar de pacientes com DPOC......................

69

3.17. Comparativo com 4 patologias (ICC, DPOC, AVC e Diabetes) e a diferença percentual entre a internação domiciliar e hospitalar.........................................................................

70

4.1. Requisitos projetuais do subsistema 1................................................................................ 71

4.2. Requisitos projetuais do subsistema 2................................................................................ 71

5.1. Resultados Check-list.......................................................................................................... 76

6.1. Cronograma......................................................................................................................... 76 LISTA DE GRAFICOS 3.1. Equipamentos utilizados nos cuidados com os pacientes..................................................... 48

3.2. Maiores dificuldades com o enfermo...................................................................................... 49

3.3. Acidentes mais freqüentes..................................................................................................... 49

3.4. Queda da fecundidade........................................................................................................... 68

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1. INTRODUÇÃO A medicina domiciliar é um termo genérico para um conjunto de procedimentos hospitalares que podem ser feitos na casa do paciente. Aplica-se a todas as etapas do cuidado médico, na prevenção, no diagnóstico e no tratamento de doenças, bem como nos procedimentos de reabilitação. Também conhecida como home care (do inglês, cuidado no lar), a medicina domiciliar abrange desde procedimentos simples, como o tratamento de feridas em diabéticos, terapia intravenosa e fototerapia para recém-nascidos; até outros de maior complexidade, como a internação domiciliar para condições mais graves, nas quais os pacientes não tem condições de se locomover, de fazer sua própria higiene pessoal, podendo necessitar de respiração artificial, terapia nutricional e acompanhamento integral por profissionais treinados. Longe de ser um luxo ou uma excentricidade restrita a poucos, a medicina domiciliar é mais acessível do que parece e seus custos já são cobertos pela maioria dos planos de saúde. Diversos estudos científicos vêm comprovando as vantagens do home care em relação à internação hospitalar. Os principais resultados aparecem na evolução do estado de saúde, no retorno mais rápido às atividades cotidianas e na redução do número de readmissões hospitalares. Uma pesquisa publicada na revista da Associação Americana de Cardiologia (STROKE, 2000: 31) observou resultados desse tipo numa comparação de 100 pacientes vítimas de derrame, dos quais metade recebeu cuidados médicos em casa e a outra metade recebeu os mesmos cuidados em hospitais ou centros de saúde comunitários. A recuperação do estado de saúde foi mais rápida nos pacientes em home care, que também retornaram mais rapidamente às suas atividades normais. Outro estudo, publicado na revista da Associação Médica Americana (JAMA, 1999: 287) demonstrou como o acompanhamento domiciliar diminuiu a necessidade de readmissão hospitalar em um grupo de 400 idosos com diversas complicações crônicas da saúde. Ao contabilizar os custos consumidos pelo home care e pelos hospitais, este estudo demonstrou uma diferença significativa - cerca de 1,2 milhões de dólares no grupo sem home care contra 600 mil dólares no grupo com home care, uma redução de 50%. Esse são apenas alguns exemplos de pesquisa científica nessa área. Mas apesar dos resultados positivos, a quantidade de pesquisas ainda é pequena, devido principalmente ao fato de o home care ser um tipo de serviço de saúde ainda muito recente. Além disso, há dificuldades metodológicas relacionadas à variedade muito grande de doenças envolvidas, no que se entende por home care em diversos países e na comparação dos serviços oferecidos no mercado. Pouco a pouco, essas dificuldades vão sendo superadas e o home care vai se tornando mais popular na sociedade, fazendo parte, não só no sistema privado de saúde, mas também no setor público, no qual a atual implementação do programa de saúde da família pelo Ministério da Saúde segue os mesmos princípios básicos.

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Assim, as pesquisas atuais tem mostrado que fatores psicológicos também podem atuar favoravelmente na medicina domiciliar. A proximidade com a família evita a sensação de solidão que é comum na internação hospitalar, evita que o paciente fique afastado de suas atividades de lazer, o que acaba preservando alguns aspectos importantes de sua privacidade. Outro fator humano importante no home care é a assistência individualizada que o paciente recebe. Em vez de se sentir como mais um número nas estatísticas, ele estabelece uma relação próxima com os profissionais de saúde, tem suas particularidades clínicas mais bem investigadas e se sente mais motivado a aderir ao tratamento. O convívio familiar e o ambiente doméstico promovem um maior envolvimento dos membros da família, que se tornam mais ativos, participam mais das tomadas de decisão e melhoram a comunicação com a equipe de saúde. 2. PROBLEMA Os atuais sistemas utilizados para a internação domiciliar são adaptações de móveis residenciais ou, simplesmente, móveis hospitalares inseridos no ambiente doméstico. No entanto, o uso de qualquer dos sistemas implica em constrangimentos, físicos e psicológicos, ao usuário, seja ele o cuidador ou o paciente. Verifica-se que o uso de móveis residências, para o tratamento domiciliar, provoca constrangimentos posturais do paciente e do cuidador, dificuldade de higienização, impossibilidade de realização de ajustes, além de dificuldades para a realização de necessidades fisiológicas. Na utilização da cama hospitalar os problemas são verificados durante a realização de ajustes do equipamento e, principalmente, nos constrangimentos psicológicos, causados ao paciente e aos familiares, devido ao uso de um equipamento hospitalar em residência, destoando do contexto familiar. 3. OBJETIVO A proposta deste trabalho vincula-se à fatores psicológicos que interagem no sistema homem X tarefa X máquina, no que se refere ao usuário direto - o paciente, e ao usuário indireto de equipamentos hospitalares - o cuidador1. Buscar parâmetros para o desenvolvimento de um sistema que permita a acomodação confortável e segura do paciente em tratamento domiciliar e, ao cuidador, um posto de trabalho ergonomicamente planejado mantendo as características domiciliares do ambiente, uma vez que o ambiente familiar reúne condições físicas, afetivas e sociais que são de extrema importância para a recuperação do paciente. 1 Segundo o documento “Uma política Nacional para o Idoso”, do Ministério da Saúde (1999), o cuidador é a uma pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, cuida do idoso doente ou dependente no exercício das suas atividades diárias, tais como alimentação, higiene pessoal, medicação de rotina, acompanhamento aos serviços de saúde ou outros serviços requeridos no cotidiano – como a ida a bancos ou farmácias -, excluídas as técnicas ou procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas, particularmente na área de enfermagem.

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4. JUSTIFICATIVA Nos dias de hoje pode até parecer estranho, mas do ponto de vista etimológico as palavras 'hospital' e 'hospitalidade' têm muito em comum. Hospital vem da palavra latina hospes, que no inglês derivou para host e tem o sentido de hospedar. A palavra hospes logo derivou para hospitalitas, que no francês se transformou em hospitalité e é um atributo daquele que trata bem seus hóspedes”. (HOUAISS, 2001). Acredita-se que ambas as palavras, no latim, tenham surgido na Idade Média. Um hospital (para aqueles indivíduos que moravam longe e/ou que estavam fora do seu local de moradia), naquela época, era uma casa onde peregrinos e viajantes permaneciam temporariamente. Vindos de longas jornadas, além de cansados, muitas vezes esses hóspedes estavam mal nutridos e doentes. No hospital medieval eles tomavam banho, recebiam comida e outros cuidados e se entretinham por algum tempo, até estarem em boas condições de saúde para partirem para a próxima viagem. De lá para cá muita coisa mudou. O hospital foi se transformando em uma instituição especializada no tratamento dos enfermos e ganhou, na sociedade contemporânea, o status de instituição pública e essencial. Os hospitais cresceram, ganharam profissionais especializados, absorveram os avanços da tecnologia, passaram a salvar cada vez mais vidas. Mas essa revolução também teve seu preço porque a tecnologia tem um custo muito alto. Os tratamentos das doenças e seus tratamentos se tornaram mais complexos. A população cresceu, a expectativa de vida aumentou e o número de pacientes também. Séculos se passaram e hospital e hospitalidade conservam a raiz etimológica, mas na prática não se pode dizer que um hospital seja um lugar agradável para o paciente. A falta de hospitalidade, contudo, não decorre da má vontade ou da falta de preparo dos profissionais, mas da transformação do contexto em que eles, os pacientes e a população se inserem atualmente. Em pleno início do século XXI, uma das tendências mais fortes no setor de saúde é a “desospitalização”. Os hospitais tendem a se transformar em instituições dedicadas apenas aos pacientes que necessitam de cuidados intensivos e que correm risco de vida. A maioria dos pacientes não se encaixam nesses critérios e podem ser tratadas nas residências, junto ao conforto da família. Segundo dados da Associação Nacional de Home Care dos Estados Unidos, mais de 20.000 prestadores de Serviços de Assistência Domiciliar estão cadastrados no país. Em 1997, em torno de 7 milhões de pessoas, 2,5% do total da população do país, recebeu algum tipo de assistência à saúde no domicílio. Relatórios da World Health Organization – WHO (Organização Mundial de Saúde – OMS) mostram que outros países têm relatado suas experiências, como o Canadá na internação domiciliar de pacientes portadores de neoplasias, a Inglaterra na assistência à pacientes terminais e com patologias pulmonares, a Austrália com pacientes que apresentam doenças pulmonares obstrutivas crônicas, com idosos e dependentes de oxigenioterapia, a África com geriatria, Israel com pacientes idosos e problemas cardíacos e a França com a Aids.

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“Também no Brasil já se observa, durante a última década, uma progressiva tendência de incremento de serviços dc assistência domiciliar, com o surgimento de empresas para atender a uma demanda potencial por serviços dessa natureza. Devem existir, atualmente, cerca de 150 empresas privadas conhecidas como serviços domiciliares. Há, ainda, entidades representativas de empresas privadas como a Associação Brasileira das Empresas de Medicina domiciliar (Abemid), representando empresas especializadas.” MENDES (2001). A experiência pioneira da qual se tem registro é a do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo, que desde 1968, vem oferecendo atendimento a pacientes no domicílio, com o objetivo de reduzir a necessidade de internação e ou tempo de permanência hospitalar, procurando assim ampliar a oferta de leitos para casos cirúrgicos, quadros clínicos agudos e de maior gravidade. Segundo MENDES (2001), cerca de 130 pacientes, em média, estão em regime de internação domiciliar no Rio de Janeiro, sendo as patologias preponderantes a estes os acidentes vascular, doenças pulmonares obstrutivas crônicas, neoplasias e infecções. Estes pacientes demandam assistência ventilatória, antibióticoterapia e outros procedimentos variados, que consomem um tempo médio de internação domiciliar de 27 dias. A maioria tem mais de 60 anos, sendo que atualmente cerca de 70% dos pacientes são oriundos do hospital e 30% já são admitidos diretamente em domicílio. Cabe salientar que o paciente na sua casa sente-se mais bem amparado, acelerandu o processo de melhora. A relação torna-se mais humanizada, envolvendo a família na assistência. Após a alta, observa-se que o paciente ganha mais autunomia diante das limitações causadas pela doença.

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5. PROBLEMATIZAÇÃO SISTEMATIZAÇÃO A noção do sistema homem-máquina sempre se apresentou como um dos conceitos básicos da ergonomia, ao enfocar a interação do homem com utensílios, equipamentos, máquinas e ambientes. De acordo com Meister (apud MORAES et alli, 2000), o sistema homem-máquina é essencialmente um conceito baseado em certas suposições, é uma abstração e não uma configuração física ou um tipo de organização. É basicamente uma estrutura para a análise de sistemas. “O sistema é um conceito porque está organizado em torno de transformações (de entradas a saídas, de estímulos a respostas) que são invisíveis; tudo que se vê são os produtos destas transformações. Aquilo que é encontrado dentro do sistema, como o comportamento humano em geral, pode ser deduzido somente pelas entradas antecedentes e pelas conseqüentes saídas. A natureza da construção do sistema é sugerida pelas várias maneiras nas quais ele foi definido”. Meister (apud MORAES et alli, 2000).

5.1. Caracterização e posição serial do sistema Segundo MORAES (2000), o sistema-alvo situa-se numa posição serial e recebe entradas de um sistema que lhe é anterior - o sistema alimentador - e, por sua vez, produz saídas para um sistema que lhe é posterior - o sistema ulterior. As entradas são processadas pelo processo característico do sistema alvo (Fig. 2.1).

Figura 2.1 - Caracterização e posição serial do sistema

RESTRIÇÕEScustos, dimensões domiciliar,

dimensões das camas existentes nomercado e normas técnicas

METAAcomodar o paciente na postura deitada,

de forma a permitir seu tratamento.

SISTEMA ALVOSistema de apoio para repouso e

acomodação de enfermos emresidência

REQUISITOS- Conforto (ajustes de altura e angulação)- segurança- usabilidade- não alterar a aparência de móvel domiciliar- fácil locomoção do sistema- fácil higienização

ENTRADASPaciente enfermo

SAÍDAS- paciente recuperado- paciente c/ quadroagravado

SIST

. ALI

MEN

TAD

OR

Hos

pita

l

SIST

. ULT

ERIO

RR

esid

ênci

a / h

ospi

tal

RESULTADOSDESPROPOSITADOS- Queda do paciente

- Dificuldade de ajuste

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5.2. Ordenação hierárquica do sistema “Posiciona o sistema-alvo de acordo com sua continência ou inclusão em outros sistemas hierarquicamente superiores. (...) Tem-se, portanto, a partir do sistema alvo, o níveis hierárquicos superiores que são o supra sistema e o supra-supra-sistema, até o ecossistema, e níveis hierárquicos inferiores constituídos de subsistemas e subsubsistemas e sub-sub-sistemas”. MORAES (2000). (Fig. 2.2).

Figura 2.2 - Ordenação hierárquica do sistema 5.3. Expansão do sistema De acordo com MORAES (2000), uma das principais noções que a abordagem sistêmica propõe é a de expansionismo dos sistemas. A ordem hierárquica e a posição em série do sistema apresenta outros sistemas paralelos a ele próprio e recebe como entrada produtos provenientes de sistema serial que o antecede e produz saídas que o sucede. Existem ainda os sistemas redundantes que replicam o sistema alvo (Figura 2.3).

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Fonte de Informação:

- Posicionamento- Angulação- Aparência física

MÁQUINA

Comandos Ativados:- Botões- Pedais- Manivelas

Sistemas HumanosEnvolvidos:- Visão- Tato- Audição

HOMEM

Respostas Humanas:- Com as mãos- Com os pés- com os olhos

TRANSMISSÕES

NEURÔNIOS

CANAIS DETRANSMISSÃO

ACIONAMENTOS:- Movimentar- Posicionar- Acomodar- Apertar- Segurar- Puxar- Mover

Figura 2.3 - Expansão do sistema 5.4. Modelagem comunicacional do sistema A Modelagem comunicacional do sistema, conforme MORAES (2000), lida basicamente com a transmissão de informação, compreendendo os subsistemas humanos de tomada de informação / percepção (sentidos humanos envolvidos); os subsistemas humanos de resposta / regulação (ações realizadas) - palavra, gestos, deslocamentos, posturas; os subsistemas da máquina que fornecem informações para serem processadas pelo homem; os subsistemas da máquina que recebem as ações do homem (Figura 4).

Figura 2.4 - Modelagem comunicacional do sistema

ECO-SISTEMA: Enfermo

SUPRA-SISTEMA: Unidade de tratamento

SISTEMA ALVO: Sistema de apoio pararepouso e acomodação de enfermos em

residência

SUB-SISTEMA 1:Acomodação

SUB-SISTEMA 2:Higienização

SUB-SISTEMA 3:Alimentação

SIST.SERIAL 1:

Hospital

SIST.SERIAL 2:

Residênciahospital

SISTEMA PARALELO 1

Sist. de acomodação deremédios e pertences

SISTEMA PARALELO 3

Sistema de higienização

SISTEMAPARALELO:

- Cadeirade rodas- muleta- maca

SISTEMA REDUNDANTE 1

Cama hospitalarSISTEMA REDUNDANTE 2

Cama residencial

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5.5. Fluxograma funcional ação-decisão “Como parte do enfoque sistêmico tem-se o fluxograma. seqüencial das funções/operações/atividades - em série, simultâneas, alternativas, questionáveis - e as decisões implicadas”. MORAES (2002). (Figura 2.5).

Figura 2.5 - Fluxograma funcional ação-decisão 5.6. Tabela de função – informação – ação Na tabela (Tabela 2.1) cada função ou ação identificada no diagrama funcional é estudada e, utilizando-se dos conhecimentos e de todas as informações disponíveis, identifica-se e descreve os requisitos de informação, as fontes de informação, problemas potenciais, fatores de indução ao erro e qualquer outro comentário relevante, assim como as ações e os objetos das ações. Ao fim, tem-se uma lista detalhada de requisitos de informação e de ação para interfaces operador-sistema, que pode prever a necessidade de requisitos de suporte, problemas potenciais, e prováveis soluções. A análise, segundo MORAES (2002), ainda pode produzir sugestões para a melhoria do design de hardware, software e procedimentos.

AcordarPaciente

confortável?

Higienização

Alimentação

Necessidadesfisiológicas

Medicação

Repouso

Assistir TV

Leitura

Ajustar acama

Bloco de ref. A

OK?

A

Fim

sim

não

sim

não

Escrita

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Tabela 2.1 - Tabela de função – informação – ação

Informação Ação Funções Informações

requeridas Fontes de

informação Dificuldades Ação (ões) Objetos da(s) ação(ões) Dificuldades

Ajustar a cama

1. localização dos ajustes 2. procedi-mento para ajuste 3. posição desejada

1. Manual 2. paciente

1. o ajuste pose não estar visível

1. Ajustar

1. botões 2. manivelas 3. pedais

1. localização do ajuste 2. realização dos ajustes

1. ajustar a cama

Retirar / colocar paciente na cama

1. altura da cama 2. estado clínico do paciente 3. posição do paciente

1. paciente 2. cama 3. prontuário

1. não ter prontuário 2. qualificação do cuidador

2. deslocar paciente

1. cama 2. paciente

1. peso do paciente

2. cama não ajustada

3. estado clínico do paciente

4. Dificuldade de locomoção do paciente

1. ajustar o objeto para uso

1. papagaio 2. comadre

2. posicionar o paciente 1. paciente

Necessi-dades fisioló-gicas

1. localização da comadre e do papagaio

1. paciente 2. cuidador

1. não achar a comadre ou o papagaio

3. eliminar dejeto

1. papagaio 2. comadre

1. peso do paciente 2. cama não ajustada 3. estado clínico do paciente

Higieni-zação do paciente

1. estado de higiene do paciente 2. localização do material de higienização

1. paciente 2. cuidador

Conhecimen-to dos proce-dimentos de higienização

1. despir o paciente 1. paciente

1. peso do paciente 2. cama não ajustada 3. estado clínico do paciente

1. pegar lençol

2. mover paciente

3. colocar lençol limpo

Trocar lençóis

1. estado físico do lençol 2. localização do lençol limpo

1. lençol 2. paciente 3. cuidador

1. perceber momento de troca 2. procedi-mento para troca 4. retirar o

lençol sujo

1. lençol 2. paciente 3. cama

1. peso do paciente 2. cama não ajustada 3. estado clínico do paciente

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 19

1. posicionar a cama

2. acomodar o paciente

Alimen-tação

1. horário da alimentação 2. necessidade do paciente

1. paciente 2. relógio

1. percepção da necessidade do paciente 3. ajustar

sistema de alimentação

1. cama 2. paciente 3. alimento

1. peso do paciente 2. cama não ajustada 3. estado clínico do paciente 4. tipo de alimento

Medica-ção

1. horário 2.necessida-de do paciente

1. paciente 2. relógio 3. medica-mento 4. prontuário

1. trocar medicamento 2. trocar horário

1. posicionar a cama

1. cama 2. paciente 3. medicamento

1. peso do paciente 2. cama não ajustada 3. estado clínico do paciente 4. tipo de medicamento

Assistir TV

1. localização da TV 2. localização do controle remoto

1. paciente 2. cuidador

1. conheci-mento do sistema de ajuste

1. posicionar a cama

1. cama 2. paciente 3. equipamento

1. estado clínico do paciente

Repou-sar

1. localização dos ajustes

2. posição desejada

1. paciente 2. cuidador

1. conheci-mento do sistema de ajuste

1. posicionar a cama

1. cama 2. paciente

1. estado clínico do paciente

1. posicionar a cama

Ler

1. localização dos ajustes

2. localização do material de leitura

1. paciente

2. cuidador

3. material de leitura

1. conheci-mento do sistema de ajuste

2. acomodar o paciente

1. cama 2. paciente

1. estado clínico do paciente

5.7. Problematização do sistema homem-tarefa-máquina Nesta etapa do projeto pretende-se identificar e levantar a maior quantidade de informação possível sobre a situação, de forma a permitir, em primeiro lugar, uma definição clara e objetiva do problema; em segundo lugar, a análise do meio ambiente; e, finalmente, a delimitação da área de atuação. Segundo Bunge (apud MORAES et alli, 2000), que subdivide a colocação do problema em três fases – reconhecimento, desenvolvimento e formulação do problema, parte, nesta primeira fase, para a identificação dos aspectos mais graves e flagrantes da situação problemática que, numa primeira observação ou ao primeiro contato com a realidade, 'saltam aos olhos'. Através da observação assistemática retrata-se situações problemáticas envolvendo similares do sistema e seus usuários (não foi possível um registro

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 20

maior através de fotos devido ao constrangimento dos pacientes, realizamos, na maioria das vezes, apenas observações e ouvimos relatos): a) Problemas interfaciais

Altura do leito (Figura 2.6) dificulta a manipulação do paciente, acarretando na flexão da coluna. O mesmo ocorre se quando utiliza um calço para elevar a cama (Figura 2.7); A grade de proteção aumenta a distância entre o paciente e a enfermeira

forçando a torção do tronco desta (Figura 2.8); Falta de suporte para realizar as refeições, necessitando de ajuda para se

alimentar (Figura 2.9); Rodízios inadequados dificultam deslocamento da cama (Figura 2.10).

Figura 2.6

Figura 2.7

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 21

Figura 2.8

Figura 2.9

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Figura 2.10 b) Problemas acidentários Falta de proteção e apoios para movimentação do paciente (Figura 2.11); Localização e formato das manivelas (Figura 2.12).

Figura 2.11

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 23

Figura 2.12

c) Problemas Acionais

Ajuste fora do envoltório acional do cuidador exigindo a flexão dos joelhos e

uso de força para girar a manivela (Figura 2.13 a 2.16); Postura prejudicial resultante do acionamento da manivela (Figura 2.16); Acionamento de ajuste da cama fora do alcance do paciente (Figura 2.17); Dificuldade para subir e descer da cama devido a inexistência de apoio e de

ajuste de altura da cama (Figura 2.18); Dificuldade de movimentação do paciente na cama (Figuras 2.19 e 2.20).

Figura 2.13 Figura 214

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Figura 2.15 Figura 2.16

Figura 2.17

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 25

Figura 2.18

Figura 2.19

Figura 2.20 d) Problemas psicossociais Inexistência de espaço no leito para o companheiro (Figura 2.21); Constrangimentos psicológicos pelo fato do uso de uma cama hospitalar em

casa (Figura 2.22).

Figura 2.21

Figura 2.22

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5.7.1. Hierarquização dos problemas – Técnica de GUT Segundo MORAES (2002), a priorização e consolidação do problema compreende a seleção do subsistema ou subsistemas que serão objeto da diagnose. Utilizam-se critérios como gravidade e urgência de solução dos problemas existentes, a tendência de agravamento, as possibilidades tecnológicas e as decisões do decisor. Nesta etapa faz-se uma ilustração mais detalhada destas situações e apresentam-se os argumentos para sua seleção. A técnica de GUT (gravidade, urgência e tendência), desenvolvida por Kepner e Tregoe, permite abordar situações como um todo, hierarquizando os problemas e decidindo por qual começar. Resolver simultaneamente todos os problemas apontados pode ser impossível, contraproducente ou mesmo ineficiente. Para priorizar as ações a serem implementadas, fazem-se três perguntas a respeito de cada um: 1) Qual a gravidade do desvio? 2) Qual a urgência de se eliminar o problema? 3) Qual a tendência do desvio e seu potencial de crescimento?

E, segundo a tabela em anexo (anexo I), hierarquizamos os problemas analisados, conforme tabela abaixo. Tabela 2.2 - Hierarquização dos problemas – Técnica de GUT

CA

T.

PROBLEMAS G U T G X U X T HIER.

Ajuste fora do envoltório acional do cuidador exigindo a flexão dos joelhos e uso de força para girar a manivela.

4 3 3 36 5

Postura prejudicial resultante do acionamento da manivela. 4 3 3 36 5

Dificuldade de movimentação do paciente na cama. 5 4 4 80 3 A

cion

ais

Dificuldade para subir e descer da cama devido à inexistência de apoio e de ajuste de altura da cama.

4 4 4 64 4

Altura do leito dificulta a manipulação do paciente acarretando flexão da coluna do cuidador.

5 5 4 100 2

A grade de proteção aumenta a distância entre o paciente e a enfermeira forçando a torção do tronco.

2 1 2 4 7

Inte

rfaci

ais

Falta de um suporte para realizar as refeições, necessitando de ajuda para se alimentar.

4 5 4 80 3

Aci

den-

tário

s Falta de proteção e apoios para movimentação do paciente. 5 5 4 100 2

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 27

Inexistência de espaço no leito para o companheiro. 4 3 3 36 5

psic

osso

ciai

s

Rodízios inadequados dificultam deslocamento da cama. 5 5 5 125 1

5.7.2. Sugestões preliminares de melhoria

A partir da constatação da existência de problemas interfaciais, acionais, acidentários, de acessibilidade, movimentacionais e psicossociais e de sua priorização, pôde-se chegar a algumas sugestões preliminares de melhoria: Inserção de um sistema de ajustes de altura do leito; Colocação de grande escamoteável dentro do envoltório acional do

enfermo; Sistema de controle remoto para acionamento dos ajustes; Inserção de suportes para realização de atividades do quotidiano como

alimentação, leitura, medicação, diversão, higienização; Estética compatível com o ambiente doméstico; Utilização de um sistema compacto e de fácil manipulação e montagem.

A partir dessas melhorias pretende-se minimizar os constrangimentos sofridos tanto pelo paciente quanto pelo enfermeiro ou cuidador. 5.7.3. Parecer Ergonômico

Segundo MORAES (2002), No parecer ergonômico a conclusão é um fechamento onde se pode mencionar os problemas, focalizar os problemas priorizados, e apresentar algumas sugestões de métodos a serem utilizados (Tabela 2.3).

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Tabela 2.3 – Quadro do parecer ergonômico

Cla

sse

de

Prob

lem

a

Problemas Requisitos Constrangi-mentos da

tarefa

Custos humanos

do trabalho

Disfunções do sistema

Sugestões preliminares de melhoria

Restri-ções do sistema

Leito fora do envoltório acio-nal do cuidador (na cama convencional – doméstica)

Altura do leito dentro do envoltório acional do enfermeiro

Flexão da coluna

Dores e lesões na região dorsal da coluna.

Dificuldades em manipular (acomodar, virar, recostar etc) o pacien-te no leito.

-Elevar a altura do leito; -Regulagem de altura do leito.

-

A grade de proteção limita a distância entre o paciente e a cuidador forçando a torção do tronco

Espaço para o enfermeiro aproximar-se do paciente.

Torção do tronco

Dores e lesões na região dorsal da coluna.

Dificuldades em manipular (acomodar, virar, recostar etc) o paciente no leito.

-Grade escamoteável. -

Acionamento de ajuste da cama fora do alcance do paciente

Acionamen-to de ajustes da cama dentro do envoltório acional do paciente.

- -

O paciente depende da ajuda de terceiros para ajustar o leito.

-Sistema de controle remoto.

Custo

Inte

rfaci

ais

Falta de supor-te para realizar as refeições, necessitando de ajuda para se alimentar

Existência de suporte de apoio à realização das refeições

- possíveis derramamentos - auxílio de outros

-

-Queda de alimentos / talheres no leito / chão; - Paciente necessita de ajuda para alimentar-se.

-Inserção de suporte de apoio à realização das refeições

-

Aci

dent

ário

s

Falta de prote-ção e apoio para movimen-tação do paci-ente (na cama convencional – doméstica)

Existência de proteção e apoio para movimenta-ção do paciente

-Possíveis quedas; -Esforço muscular.

-Fraturas e lesões decorrentes de acidentes; -Fadiga muscular.

O paciente depende da ajuda de terceiros para movimentar-se no leito.

-Colocação de grade de proteção; -Colocação de apoios para movimentação do paciente.

-

Aci

onai

s

Ajuste fora do envoltório acional do cuidador exigindo a flexão dos joelhos e uso de força para girar a manivela

Acionamen-tos para o s ajustes da cama dentro do envol-tório acional do cuidador

-Flexão dos joelhos; -Flexão da coluna; -Esforço muscular.

-Lesões nas articu-laçãoes dos joelhos; -Lesões na região dorsal da coluna; -Fadiga na musculatu-ra dos braços.

-Dificuldades em ajustar a cama

-Elevar a manivela de ajuste; -Utilizar controle remoto

Custo elevado

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Dificuldade para subir e descer da cama devido a inexistência de apoio e de ajuste de altura da cama

Ajuste de altura do leito

-Esforço muscular; -Possíveis acidentes

-Fadiga na muscula-tura; -Fraturas e lesões decorren-tes de acidentes;

-Paciente permanecer no leito mesmo havendo a necessidade de deixa-lo (alimentação, exercícios. Necessidades fisiológicas)

Ajuste de altura do leito Custo

Aci

onai

s

Dificuldade de movimentação do paciente na cama

Existência de apoio para movi-mentação do paciente no leito

-Esforço muscular.

-Fadiga muscular.

O paciente depende da ajuda de terceiros para movimentar-se no leito.

-Colocação de apoios para movimentação do paciente.

-

Inexistência de espaço no leito para o companheiro

Leito com dimensões de uma cama de casal.

-Solidão/ isolamento

-Possível retardo na melhora; -Possível agrava-mento do quadro clínico do paciente.

-

Leito com dimensões de uma cama de casal.

Espaço físico

disponí-vel para a colo-

cação do leito

suple-mentar

Psi

coss

ocia

is

Constrangi-mentos psicológicos pelo fato do uso de uma cama hospitalar em casa

Leito com aparência de uma cama doméstica

-Sensação de descon-forto

-Possível retardo na melhora; -Possível agrava-mento do quadro clínico do paciente.

-

Leito com aparência de uma cama doméstica

-

Mov

imen

-ta

cion

ais

Rodízios Inadequados dificultando deslocamento da cama.

Rodízios que permi-tam um fácil desloca-mento da cama

-Esforço muscular

-Fadiga muscular

-Dificuldades de movimen-tar o leito

Colocação de rodízios maiores e com de freio

-

5.8. Levantamento de dados ergonômicos

5.8.1. Anatomia e Fisiologia da Coluna Vertebral

A estrutura óssea da coluna é formada por 33 vértebras (Figura 2.23). A coluna cervical, correspondente ao pescoço, compõe-se de 7 vértebras. A coluna dorsal, correspondente ao dorso na região toráxica, possui 12 vértebras e a lombar, equivalente à região da cintura, possui 5 vértebras. A região sacra, que está conectada diretamente com a bacia, é composta por 5 vértebras fusionadas entre si, constituindo um osso único e compacto. O cóccix é formado por 4 vértebras articuladas ao final do sacro. Este número pode variar conforme alteração genética da coluna de cada indivíduo, podendo, desta maneira, apresentar 6 vértebras lombares ou 3 coccígenas. Toda vértebra se articula com a vértebra que está acima e com aquela que está abaixo mediante apófises articulares.

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Todas as vértebras têm particularidades próprias, de acordo com o lugar que ocupam na coluna vertebral.

Figura 2.23 - Coluna vertebral

Toda vértebra é formada por um corpo em forma de disco, de espessura variável conforme a região. Do corpo partem as lâminas vertebrais que convergem para dentro, e, reunindo-se, formam um anel. Da superposição desses anéis resulta um canal no qual está contida a medula espinhal. Os anéis apresentam, dos lados e posteriormente, apêndices ósseos, chamados apófises; as laterais se chamam apófises transversais; a posterior se chama apófise espinhal. As apófises dão inserção a músculos e ligamentos. O corpo vertebral encontra-se na porção anterior em relação ao eixo corporal. O corpo vertebral, nesta posição, suporta as forças de carga e pressão e é composto por uma estrutura óssea esponjosa, apresentando uma placa cartilaginosa na sua porção superior e inferior. Os corpos vertebrais lombares são achatados e largos por constituírem as vértebras que suportam as maiores pressões da coluna vertebral. As vértebras sacras são fusionados entre si, constituindo-se num osso que apresenta forma triangular. Este por sua vez articula-se com o ilíaco na região pélvica, apresentando a base fixa da coluna vertebral e sua relação com a pelve ou bacia. Assim, estabelece-se a base de suporte da coluna vertebral do ser humano.

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5.8.1.1. Curvas da Coluna Vertebral A coluna vertebral é composta por quatro curvas fisiológicas (Figura 2.24) assim formadas: curva cervical, a dorsal, a lombar, a sacra e a coccígena. O conjunto de curvas exercem entre si um fenômeno compensatório, pois as lordoses se compensam com as cifoses e vice-versa. Este fenômeno auxilia na descarga do peso corporal. Se não houvessem essas curvas, a base da coluna lombar suportaria pressões de até 1.000 Kg num homem de 70 Kg na posição sentada. As forças se concentram numa pequena superfície vertebral na região lombar e por esse motivo exercem essa grande pressão de carga. A coluna vertebral, no sentido antero-posterior, constitui-se num edifício retilíneo por aposição das estruturas vertebrais. O edifício vertebral, visto lateralmente ou em perfil, apresenta curvas lordóticas, cifóticas, rígidas, semi-rígidas e móveis. As móveis são as curvas dos segmentos cervical e lombar. São móveis por serem livres de fixação óssea, tendo a sua estabilidade apenas pelas inserções das estruturas ligamentares e musculares. Sua estabilidade depende da vitalidade dos elementos ligamentares e musculares. Isto revela a importância da integridade e treinamento da estrutura muscular e principalmente dos músculos abdominais para mantermos a boa estabilidade e rigidez da coluna vertebral. A curva dorsal ou toráxica é cifótica com convexidade posterior e semi-rígida. Sua condição de semi-rígida é produzida pela fixação nos arcos-costais de ter movimentos, tem a sustentação dos arcos-costais com os quais se articula. Através das apófises transversas e da porção posterior dos corpos vertebrais toráxicos, onde se localizam as articulações costo-transversa e costo-vertebrais subseqüentemente. Na porção superior da curva cervical, se faz a sustentação da calota craniana e a apófise odontóide permite as rotações para a direita e para a esquerda do crânio em relação ao eixo vertebral. No segmento cervical e lombar, os movimentos laterais e rotacionais se fazem com a participação das apófises articulares, ligamentos inter-transverso e disco intervertebral. Já no movimento antero-posteror temos a maior participação do disco intervertebral, apófises articulares e ligamento inter-apofisário posterior e ligamento longitudinal anterior e posterior. As forças de cizalhamento e rotacionais são as mais danosas e agressivas aos movimentos vertebrais. Portanto, são elas que frequëntemente dão origem às lesões na unidade funcional. A sacro-coccígena é uma curva de conveccidade cifótica e é rígida devido à fusão entre os corpos vertebrais. A estrutura do sacro articula-se com o osso ilíaco, gerando com o mesmo a sustentação e estabilidade óssea de todo o edifício da coluna vertebral.

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A. Vista lateral da coluna vertebral mostrando suas curvaturas normais (cervical, torácica, lombar e sacrococcígea) e sua relação com o crânio e os ossos do quadril. B. Imagem de resonância megnética mostrando a medula espinhal e a caudal eqüina no

canal vertebral. (cortesia do Dr. Kucharezyk, Clinical Director of Tri-Hospital Resonance Center, Toronto, Ontário, Canadá)

Figura 2.24 - Curvas da coluna vertebral 5.8.1.2. Desvios do eixo da Coluna Vertebral As curvas da coluna vertebral podem ser acentuadas por motivos patológicos. Quando são acentuadas as curvas abertas para trás, tem-se a lordose; quando, ao contrário, são exageradas as curvas abertas para a frente tem-se a cifose. Quando a coluna vertebral apresenta uma curvatura para a direita ou para a esquerda, tem-se a escoliose.

O dorso, ouface posterior do tronco, é a parte principal do corpo à qual estão fixadas a cabeça, pescoço e membros. Consiste de pele, fáscia superficial contendo tecido adiposo, fáscia profunda, músculos, vértebras, discos intervertebrais, costelas (na região torácica), vasos e nervos. A dor lombar é uma queixa comum. Os locais comuns de dores são as regiões cervical (pescoço) e lombar, principalmente porque são as partes de maior mobilidade da coluna vertebral. A escoliose compensada apresenta os ombros no mesmo nível, revelando que a curva principal se equilibra com a curva compensatória. Curva principal é a curva responsável pela deformidade, e a curva compensatória ou secundária é aquela que busca a compensação para manter o tronco ereto.

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As escolioses podem ter diversas etiologias. A mais comum é a idiopática ou escoliose do adolescente, que evolui durante o período de crescimento. Costumeiramente tem uma curva em "S" e atinge o segmento dorsal e lombar com curvas leves e moderadas. Podemos ter ainda as escolioses congênitas, cujas causas são deformidades congênitas da coluna vertebral. Os principais exemplos estão nas agenesias vertebrais, hemi-vértebras e barras ósseas, constituindo-se em deformidades a partir da concepção, atingindo curvas severas de até 180º, quando a coluna processa uma curva completa sobre si mesma. Invariavelmente o tratamento é cirúrgico e precoce, buscando corrigir o defeito ósseo a partir do seu nascimento. As escolioses paralíticas são causadas pela paralisia de grupos musculares na sustentação da coluna. São caracterizadas pela curva em "C" e pela hipotrofia muscular, causando assim, a queda lateral da coluna vertebral. Outros exemplos de escoliose são causadas por seqüelas de efeitos traumáticos, processos infecciosos, doença de Von-Recklin Gausen (doença pseudo tumoral de estrutura nervosa), as escolioses por doenças endócrinas, por seqüelas das osteosporoses etc. Podemos ainda classificar as escolioses como funcionais e estruturais. As funcionais são aquelas cujo desvio da coluna depende de alterações extrínsecas à mesma, como por exemplo o encurtamento com disparidade entre os membros inferiores, causando assim, um desvio do eixo da coluna pela variação de comprimento entre os dois membros. As estruturais são aquelas em que a causa do desvio encontra-se localizada diretamente com as estruturas ósteo ligamentares vertebrais. Ainda devemos classificar as curvas das deformidades como móveis e rígidas. A importância dessa classificação se faz para o planejamento da correção cirúrgica da deformidade. A cifose é caracterizada pelos exageros da curvatura toráxica fora dos eixos dos limites fisiológicos. Várias etiologias podem ser causas de cifose na coluna vertebral. Assim, temos os defeitos congênitos, infecções, fraturas, doenças ósseas como a osteoporose e a doença de Scheuermann ou dorso curvo do adolescente.

A hiperlordose é um exagero com assentuação da curva lombar que está diretamente relacionada com a retificação cervical e com o aumento da cifose dorsal. A etiologia mais freqüente das hiperlordose são os distúrbios músculo-esquelético do ilíaco psoas e dos ísquios surais. Nas patologias ósseas, a freqüência maior está relacionada às espondilolisteses e pseudo-espondilolistese que produzem o deslizamento intervertebral freqüentemente localizados entre a 4ª e a 5ª lombar e a 5ª lombar e 1ª sacra.

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5.8.1.3. Fisiologia da Coluna Vertebral A coluna vertebral tem duas funções básicas. A primeira serve como eixo de sustentação da estrutura corporal. Para agilizar os movimentos, o corpo realiza complexos movimentos no sentido antero-posteiror (flexão e extensão) como no sentido lateral e rotacional. Para que esses movimentos se realizem, verifica-se um deslocamento menor na porção anterior e um deslocamento intervertebral mais amplo na região posterior, onde localizam-se as apófises articulares, apófises transversas e posteriores. A segunda função da coluna vertebral está relacionada com a condução das estruturas nervosas através do canal vertebral e dos forâmens intervertebrais. A estrutura medular nervosa como tal, estende-se desde C1 (primeira vértebra cervical) até L1 (primeira vértebra lombar). Esta função tem a importância de gerar os estímulos para percebermos a posição do eixo vertebral. A porção anterior ramifica-se no interior da musculatura eretora da coluna e transmite estímulos para a sua contração. A porção anterior da coluna vertebral tem como função principal a recepção de cargas corporais. As mesmas se transmitem através do disco2 que quando íntegro e hidratado, pode receber pressões equivalente a 600 Kg força na região lombar. Na posição sentada, executando movimentos de carga, as pressões num homem de 70 Kg chegam a 300 Kg. O mecanismo de suporte de cargas, a partir da ruptura do disco vertebral, é totalmente instabilizado. O mesmo, uma vez rompido, não tem poder de cicatrização por ser exangue (ausência de circulação sangüínea). Portanto, uma vez que o disco intervertebral rompa, fica comprometida a estabilidade da unidade funcional e progressivamente reduz a sua capacidade de suportar cargas de pressão. Este mecanismo se manifesta ao indivíduo na forma de cansaço, dores regionais segmentares no tronco ou dores irradiadas para os membros que se manifestam pelo processo inflamatório radicular.

2 Disco Intervertebral: O disco intervertebral constitui-se de uma estrutura fibro-cartilaginosa formada por anéis concêntricos em sua porção externa e um núcleo gelatinoso formado por substâncias hidrófilas (muco polissacarídos) que garantem essa hidrofilia (retenção de água), mantendo a capacidade de hidratação e flexibilidade do disco. As vértebras desde C2 (segunda vértebra cervical) até S1 (primeira vértebra sacra) são interpostas por estruturas discais chamadas de discos intervertebrais. Ao todo são 23 discos. O anel fibroso concêntrico suporta as pressões submetidas à coluna vertebral, transmitidas pelos corpos vertebrais. Um núcleo gelatinoso, através do seu deslocamento, estimula o anel fibroso na retenção das pressões e orienta o todo corporal quanto à posição da coluna vertebral. Essa orientação é dada através dos ramos do nervo sinovertebral ou nervo de Luschka. Este nervo "comunica" os estímulos recebidos, revelando aos músculos eretores da espinha as linhas de força de pressão sobre a coluna vertebral. Sua localização é a porção posterior do disco e o mesmo se comunica com a raiz nervosa emergente da coluna.

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5.8.1. Fisiopatologia da Degeneração Vertebral A partir da ruptura do disco intervertebral, a coluna passa a ter uma instabilidade segmentar progressiva. Com o rompimento da estrutura discal, o disco tende a extruir do espaço intervertebral (hérnia de disco) ou pode perder o seu poder higroscópico, gerando um processo de desidratação progressiva. Este processo reduz a estrutura discal, ocasionando uma maior aproximação entre os corpos vertebrais adjacentes. Este mecanismo de pinçamento discal determina a formação do disco doloroso, que ocasiona crises álgicas lombares periódicas. Com o pinçamento discal estabelece-se uma desestruturação completa da unidade funcional vertebral. Assim, temos uma degeneração progressiva de todos os elementos que dela participam. A reação de defesa a este fenômeno de desmoronamento da coluna vertebral é realizada através da formação de osteofito (vulgarmente chamados de bico de papagaio). Estes têm a finalidade de aumentar a base de sustentação vertebral, visando a melhor estabilidade do segmento lesado. As dores, que manifestam periodicamente, são ocasionadas por processos inflamatórios cíclicos concernentes à evolução do dano vertebral. Cada crise álgica apresenta contratura da musculatura para-vertebral, cujo objetivo é imobilizar o segmento lesado. Dessa forma, as contrações musculares dividem-se em: contratura de ofensa e contratura de defesa. A contratura de ofensa desenvolve-se a partir da lesão discal instalada e a sua repetição é danosa à unidade funcional. A contratura de defesa se realiza durante os movimentos vertebrais e visa a proteção da coluna. Após se estabelecer uma lesão numa das curvas da coluna vertebral, as outras, conseqüentemente, mudam a sua posição do eixo. Isto ocorre porque há uma relação íntima entre esses segmentos da coluna. Se acontecer um desenvolvimento de hiperlordose lombar, acarretará num aumento da cifose dorsal e a retificação da coluna cervical. Este desarranjo evolui com a redução da altura corporal do indivíduo e leva o nome de raquiadaptação. Suas conseqüências se fazem através de dores incapacitantes nas regiões vertebrais, dores irradiadas como as ciáticas e braquialgias, incapacidades motoras que vão desde as paresias até as paralisias e mecanismos de espasticidade muscular. Isto acontece com a obstrução parcial ou total do canal vertebral, denominando-se canal estreito espondilótico ou degenerativo. Hérnia de disco: é causada por uma ruptura das fibras concêntricas do disco intervertebral. O disco suporta cargas corporais e une vértebra a vértebra. Com a ruptura, processa-se o deslocamento de seu núcleo até a extrusão do mesmo. Quando se instala a lesão do disco, desencadeia um processo inflamatório, ocasionando a dor. As causas das rupturas discais relacionam-se a traumatismos e tem como

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agravante causas diversas, como deformidades da coluna, rigidez corporal nos sedentários, obesidade, hipotonia e flacidez muscular. Os fatores psicológicos também contribuem para a instalação desses quadros, tais como depressão, estresse etc (Figura 2.25).

Figura 2.25 - Hérnia de disco

As hérnias discais cervicais incidem mais freqüentemente nas pessoas estressadas e tensas. Já a dorsal é mais rara, pois nesta área a coluna tem o suporte dos arcos costais (costelas). A hérnia lombar ocorre devido ao excesso de carga que a coluna suporta. Ruptura Discal: lesões na linha da circunferência e radiais afetando o anel fibroso e permitindo a herniação do núcleo pulposo (Figura 2.26). Estreitamento de Canal: Estreitamento do canal medular central pelo alargamento do processo articular inferior da vértebra superior. Estreitamento do recesso lateral pela subluxação e alargamento osteofítico do processo articular superior da vértebra inferior (Figura 2.27). Espondilose Vertebral: Vértebras aproximadas como resultado de estreitamento do disco intervertebral. O processo articular superior da vértebra inferior invadiu o forâmen. O corte revela a ruptura interna do disco (Figura 2.28).

Figura 2.26 - Ruptura discal

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Figura 2.27 - Estreitamento de Canal

Figura 2.28 - Espondilose Vertebral

5.8.2. Anatomia da Coluna no Levantamento de Carga As vantagens, atualmente estudada cientificamente, do uso do home care em relação à internação hospitalar, vêm proporcionando ao homem retornar ao conceitos de ter o atendimento em casa. Apesar dos resultados positivos proporcionados pelo uso do Home Care, no que se refere a fatores psicológicos e físicos do paciente, bem como do enfermeiro ou, em muitos casos, do familiar que acompanha o tratamento, problemas de caráter biomecânico, ergonômico e funcional destes equipamentos podem ser observados, podendo provocar distúrbios músculo esqueléticos, incapacidades psicofísicas e fisiológicas para os usuários. Tomando como base os requisitos ergonômicos e funcionais deste projeto, fez-se necessário o estudo e monitoramento dos movimentos empregados na tarefa, bem como das exigências biomecânicas relacionadas com levantamento de carga e posturas. Desta forma, torna-se possível a realização de análises sistêmicas do trabalhador (enfermeiro ou cuidador) e a determinação de parâmetros de projeto que reduzam ou minimizem as atividades que provocam custos humanos. Segundo CHAFFIN (2001), o ato de elevar, empurrar ou puxar manualmente um objeto tem sido uma preocupação continua daqueles que planejam o uso eficaz da força de trabalho, e também daqueles que procuram prevenir lesões e doenças na realização de atividades.

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A principal razão para se examinar os problemas associados ao manuseio de cargas no trabalho, relaciona-se os uso indevido de força, empregada na atividade, e de produtos mal projetados, permitindo que tendões e músculos estejam sujeitos a traumas cumulativos e à fadiga metabólica, além as vértebras, discos, ligamentos e facetas articulares que constituem a unidade vertebral de movimento. O levantamento de carga e os atos de empurrar ou puxar objetos, observado na tarefa dos enfermeiros ou acompanhantes durante as atividades de alimentação e higienização do paciente, exige a flexão e torção do tronco, levando-os a uma sobrecarga na coluna dorsal, ocasionada pela postura inadequada, que resulta em reações inflamatórias, dores e incapacidades temporárias ou permanentes, lesão aguda, fadiga muscular e microtraumas à unidade de movimento provocando a redução da tolerância tecidual e a degeneração dos discos intravertebrais da coluna lombar. Uma vez que se sabe que não há terminações nervosas de dor na placa cartilaginosa, a lesão sobre esta estrutura poderia acontecer freqüentemente durante o levantamento de cargas pesadas, mas só seria percebida tardiamente, quando o disco (Figura 2.19) - e o anel fibroso em particular - perdesse sua integridade estrutural (CHAFFIN, 2001:231). Esta falência iria, então, causar inflamação e possivelmente compressão das raízes nervosas ou distorção dos ligamentos em torno do disco ou das facetas articulares posteriores, que acredita-se serem inervadas por receptores de dor (Figura 2.30).

Figura 2.29 – Corpo vertebral e disco

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Figura 2.30 – Exemplo da herniação do disco L5/S1 resultando em compressão e inflamação da raiz de um nervo espinhal

A tarefa, neste caso, possui atividades estáticas e dinâmicas, ou seja, ações musculares que estabilizarão parte do corpo e ações que exigem total movimento corpóreo. Em ambas as situações os fatores fisiológicos e biomecânicos, no que se refere à postura assumida (Figura 2.31) na tarefa, agem diretamente na força empregada tanto pelo enfermeiro quanto pelo paciente que, em alguns casos, realizam atividades envolvendo o equipamento, como por exemplo a realização de ajustes na cama. O fator biomecânico pode ser observado ao se perceber que os músculos esqueléticos agem em torno de articulações para causar o giro dos segmentos corpóreos adjacentes. Em outras palavras, a força do músculo age através de braços de potência (ou de alavanca) finitos (CHAFFIN, 2001:106).

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CLASSIFICANDO AS POSTURAS DO TRONCO

A postura neutra ocorre quando o tronco está dentro de 20 graus em relação

à vertical com menos de 20 graus de rotação.

Posturas padrão do tronco

1. De pé – extensão (α < 20º) 6. Deitado – de costas ou de lado

2. De pé – neutro 7. Sentado – neutro

3. De pé – flexão (20º < α ≤ 45º) 8. Sentado – flexão leve

4. De pé – flexão (α > 45º) 9. Sentado – torção/flexão lateral

5. De pé – torção/flexão dorsal (β ou γ > 20º)

CLASSIFICANDO AS POSTURAS DOS OMBROS

Flexão/abdução do ombro é o ângulo interno θ entre o tronco e o úmero. A postura neutra ocorre quando θ é menor que 45 graus.

Posturas padrão do ombros 1. Neutra (θ ≤ 45º) 2. Flexão/abdução leve (45º < θ ≤ 90º) 3. Flexão/abdução excessiva (θ > 90º)

Figura 2.31 - sistema padrão de classificação postural desenvolvido por KEYSERLING (1986)

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Outros fatores devem ser observados e analisados a fim de detectar esforços prejudiciais e incapacidades músculo-esqueléticas como, a idade, o peso corporal e o sexo, assim como fatores de risco do trabalho - condições de trabalho. Conforme AYOUB (1992), a variabilidade individual em tolerância a estresses no manuseio de cargas é ampla e precisa ser analisada. Processos sistêmicos podem ser utilizados para identificar problemas relacionados às lesões músculo-esqueléticas em potencial ou já existentes. O processo da vigilância passiva onde os próprios indivíduos relatam as dores sentidas durante a realização da tarefa e, o processo da vigilância ativa onde um ergonomista monitora as atividades do trabalhador durante um certo período. Neste último caso, podem ser utilizados formulários no qual o trabalhador indica os desconfortos e as dores sentidas. Segundo Chaffin (2001:316), critérios psicofísico e fisiológico irão fornecer a base para os limites de levantamento freqüente de peso: O levantamento deveria ser suave e sem efeitos repentinos de aceleração; Objetos a serem levantados deveriam ter largura moderada, com

separação das mãos de no máximo 75cm; As posturas adotadas durante o levantamento não deveriam sofrer

restrições, nenhum suporte para o dorso (do tipo cinta lombar/dorsal) deveria ser utilizado;

A pega deveria ser boa - as manoplas deveriam ser seguras e o potencial de escorregões deveria ser baixo;

A temperatura deveria ser favorável para efetuar o levantamento.

5.8.3. Anatomia e Fisiologia da Mão No contexto do trabalho, o levantamento biomecânico é realizado, enfaticamente, na coluna vertebral e na mão. As atividades, que envolvem o sistema de apoio para repouso e acomodação de enfermos em residências, sejam elas do cuidador ou do paciente, exigem maior esforço da musculatura da coluna que, devido ao trabalho em pé, é demasiadamente prejudicada, e da mão, membro principalmente utilizado para a realização de ajustes do sistema. Desta forma salienta-se a importância do estudo anatômico e fisiológico da coluna e da mão no intuito de verificar os movimentos e as limitações dos mesmos. A mão humana é dotada de uma grande riqueza funcional, capaz de exercer inúmeras ações e movimentos. Do ponto de vista fisiológico, a mão representa a extremidade efetora do membro superior, apresentando-se em uma posição favorável, possibilitando ao homem o reconhecimento do relevo, da forma, da espessura, do espaço, da temperatura e peso. A mão, nas atividades que envolvem os sistema, trata-se do elemento que permite a interface direta com os subsistemas de acionamento. Para realizar a preensão, a mão deve adaptar-se à forma dos objetos, mantendo o contato pela eminência tenar (1), eminência hipotenar (2), cabeça dos metacarpianos (3) e a face palmar das falanges (4) – Figura 2.32.

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Figura 2.32 – Áreas de contato da mão

Outros aspectos biomecânicos a serem observados na atividade de acionamento do controle utilizado para ajuste da cama, referem-se a anatomia das posturas do punho e mão, além de vários movimentos do punho e mão. Observam-se os movimentos de flexão - flexão palmar, extensão - flexão dorsal, e abdução - desvio ulnar, ou seja, na direção do dedo mínimo (Figura 2.33).

Figura 2.33 – Posturas assumidas pela mão

Do ponto de vista da usabilidade do controle, os aspectos de interface direta com a mão também devem ser considerados fatores biomecânicos. O contato, caracterizado pelo toque dos dedos e palma da mão na escova; e a empunhadura, caracterizada pelo envolvimento palmar em torno do cabo da escova. O polegar ocupa papel de destaque na mão, devido a sua posição antes da palma da mão e dos outros dedos, permitindo uma variedade de movimentos, isoladamente ou em conjunto com os demais dedos (Figuras 2.34 a 2.36).

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Outro dedo bastante utilizado para acionamento em controle é o dedo indicador (Figuras 2.37 e 2.38).

Figura 2.34 Figura 2.35 Figura 2.36

Figura 2.37 Figura 2.38 5.9. Levantamento de dados antropométricos As medidas humanas são muito importantes na determinação de diversos aspectos relacionados ao ambiente de trabalho no sentido de se manter uma boa postura. A antropometria trata de medidas físicas corporais, em termos de tamanho e proporções e, permite verificar o grau de adequação de produtos em geral, instrumentos, equipamentos, máquinas, enfim, de postos de trabalho ao ser humano. A qualidade ergonômica de um produto passa, necessariamente, pela sua adequação antropométrica. Com base em tabelas antropométricas, as dimensões do sistema de apoio para acomodação pode ser dimensionado (Tabela 2.4 e 2.5), tomando como tolerância

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uma margem de erros de 5% e, eventualmente, adotando ajustes que só poderão ser definidos na fase de teste com o protótipo. Para a verificação da acomodação adequada do controle, de ajuste da angulação e altura do sistema, na mão, deve-se levar em consideração as dimensões dos vários segmentos existentes na superfície desta. Iida (1990) reúne e apresenta dados antropométricos da norma alemã DIN 33402, de 1981, onde estão especificadas cinco variáveis antropométricas da mão de adultos (Tabela 2.6, Figura 2.39).

Figura 2.39 – Dados Antropométricos da mão

A

D

C

B

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Tabela 2.4 – Levantamento de dados antropométricos

Cód. Título Pontos limites Aplicação Percentis

indicado Valores

AP 04 Altura do topo da cabeça

Vétex Boneco antropométrico- definição do perfil coronal superior limite superior da cabeça em posição ao limite inferior (queixo), de modo a especificar por diferença, dimensões para os diferentes pontos da cabeça a partir do solo; altura mínina de passagens, portas, obstruções a visibilidade em anfiteatros.

97,5 Maior homem

1880

AS 05 Altura do topo da cabeça sentado, a partir da superfície do assento.

Vertex Boneco antropométrico – definição do perfil coronal superior, limite superior da cabeça em oposição ao limite inferior (queixo), de modo a expecificar por diferença, dimensões para os diferentes pontos da cabeça a partir do assento com sujeito sentado; altura mínima de cabines e de obstruções acima da cabeça; limitações em anfiteatros.

97,5 Maior homem

0973

PS11 Profundidade de nádega à cavidade popliteal, sentado.

Dorsale – popliteale

Boneco antropométrico – definição do perfil sagital anterior com sujeito sentado; profundidade da superfície dos assentos.

2,5 Menor mulher 0401

AS 26 Altura da cavidade polliteal, sentado.

Poplítion Boneco antropométrico – definição do perfil sagital com sujeito sentado, altura dos assentos.

2,5 Menor mulher 0363

LP 18 Largura máxima do quadril.

Determinação de espaços críticos, considerando-se obstruções laterais, ao nível da nádega.

97,5 Maior mulher 0393

PP 07 Alcance frontal, mão em pega-pinça, até a extremidade do polegar.

Daktylion I Distância horizontal frontal de botões, no plano sagital.

2,5 Menor mulher 0665

AP 18 Altura do cotovelo em flexão, no olecrânio.

Olecranion Boneco antropométrico – definição do perfil coronal lateral, altura de bancadas e consoles para trabalho de pé

97,5 Menor mulher 0894

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Tabela 2.5 – Projetação Ergonômica - Dimensionamento Homem-Máquina

COTA / APLICAÇÃO VARIAVEL (CM) POSTURA AP04 - Altura do topo da cabeça. (vértex)

Maior Homem

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

1880

1491

AS05 - Altura do topo da cabeça sentado, a partir da superfície do assento. (vértex)

Maior Homem

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

0973

0782

PS11 - Profundidade de nádega à cavidade popliteal, sentado. (dorsale – popliteale)

Maior Homem

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

0511

0401

AS26 - Altura da cavidade polliteal, sentado. (Poplítion)

Maior Homem

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

0470

0363

LP18 - Largura máxima do quadril.

Maior Mulher

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

0393

0306

PP07 - Alcance frontal, mão em pega-pinça, até a extremidade do polegar.(Daktylion I)

Maior Mulher

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

0881

0665

AP18 - Altura do cotovelo em flexão, no olecrânio. (Olecranion)

Maior Mulher

(97,5) Menor Mulher

(2,5)

1551

0894

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Tabela 2.6 – Dados antropométricos das mãos, segundo a norma Alemã DIN 33402 de 1981 (Ilda, 1990)

Dados antropométricos (em mm) Homens Mulheres Variáveis %95 %05 Comprimento da mão (A) 201 159 Comprimento da palma (B) 117 91 Largura da mão (C) 116 82 Largura da palma da mão (D) 93 72 Diâmetro máximo de pega 154 108

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6. LEVANTAMENTO E ANÁLISE DE DADOS 6.1. Observações O questionário (anexo IV) foi aplicado a fim de obter alguns dados acerca da execução da tarefa e problemas dela decorrentes. Assim, seu público abrangeu cuidadores de pessoas enfermas e constou de questões sobre características físicas do entrevistado, especificidades de sua atuação profissional, bem como constrangimentos físicos decorrentes da execução da tarefa.

A totalidade dos entrevistados é sexo feminino, com mais de 21 anos (50% entre 21 e 30 anos de idade), sendo a metade das enfermeiras de estatura entre 1,61 e 1,70m e pesando entre 61 e 70 kg. Cerca de 66,66% das entrevistadas exercem a profissão a 8 anos ou mais e o mesmo percentual de pessoas trabalha 8h/dia ou mais. Considerando também que, em alguns casos essa carga chega a 12 h/dia, constata-se a necessidade de um ambiente de trabalho pensado de modo a minimizar os constrangimentos da tarefa. Todas as profissionais entrevistadas utilizam suporte para soro, comadre e grades de proteção em suas atividades, 33, 33% utilizam suporte para remédios, 66,67% utilizam suporte para alimentação e 50% utilizam outros equipamentos, como: bomba de infusão, carro de medicação, mesa de cabeceira, papagaio, cadeira de rodas, macas, cilindro de oxigênio, bandejas (Gráfico 3.1). Desse modo, no projeto deve ser considerado o uso desses equipamentos, seja integrando-os ao produto ou simplesmente evitando conflitos entre a cama e esses suportes.

Gráfico 3.1 – Equipamentos utilizados nos cuidados com os pacientes As maiores dificuldades dessas profissionais no trato com os enfermos são subir e descer da cama e conseguir ajustar a cama numa posição confortável (50%), algumas entrevistadas atribuem esta dificuldade ao sistema de manivela e à altura da cama (Gráfico 3.2). Esta questão justifica, por si só, a necessidade de ajustes eficientes, mesmo em situações de internamento domiciliar, facilitando o trato com o paciente e minimizando os constrangimentos físicos sofridos pelos profissionais que trabalham até 12 h por dia executando tais tarefas. Esta necessidade ainda é confirmada quando se observa que do total das entrevistadas, 66,67% admitem já haverem ocorrido acidentes (Gráfico 3.3), sendo o mais freqüente (50%) a queda ao descer ou subir na cama, seguido de queda da cama durante movimentação do paciente.

23%

22%

22%

7%

15%

11%

Suporte para soro

Comadre

Grade de proteção

Suporte para remédios

Suporte para alimentação

Outros

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Gráfico 3.2 – Maiores dificuldades com o enfermo

Gráfico 3.3 – Acidentes mais freqüentes Quando questionadas a respeito do mobiliário utilizado, 66,67% considera-o ruim ou péssimo no que diz respeito a tipo e forma do ajuste, segurança do paciente e conforto para o paciente, contra 16,67% que julga o mobiliário ótimo no que diz respeito à segurança do paciente. Essa rejeição do trabalhador em relação ao equipamento hospitalar é sintoma de uma demanda por equipamentos mais eficientes, que atenda não apenas às necessidades do enfermo, mas também aos requisitos do cuidador, no desempenho de sua atividade. Foi efetuada ainda uma escala de avaliação de avaliação de desconforto corporal. 33% das entrevistadas queixam-se de algum desconforto no pescoço, 66,67% sente algum ou moderado desconforto na região cervical, 16,67% sente bastante desconforto nas costas-superior, 50% sente moderado desconforto nas costas-

17%

25%

8%8%

17%

25%

Queda da cama durante alguma movimentação

Queda ao descer ou subir da cama

Ajustes descontrolados provocando má postura do enfermo

Derramamento de alimentos por falta de apoio adequado

Rodízios que provocam falhas ou impossibilidade de deslocamento

Outros

22%

0%

34%11%

33%

0%

Dar banho

Aplicar injeções

Subir e descer a cama

Alimentar

Conseguir ajustar a cama em posição confortável

Dar medicamentos

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médio e 66,67% sente moderado ou bastante desconforto nas costas-inferior. Ainda 50% das entrevistadas sente moderado desconforto na perna esquerda e 50% sente moderado ou bastante desconforto na perna direita. Estes dados indicam que a ineficiência dos ajustes da cama trajem inconvenientes á saúde dos cuidadores, gerando dores nas costas desses usuários. 6.2. Levantamento e Análise de Similares – Técnica de PNI Através do levantamento e análise de similares, busca-se os produtos existentes e as carências do mercado e, através da técnica do PNI levanta-se os pontos positivos, negativos e interessantes de cada produto, tomando como critérios a funcionalidade, no que se refere ao atendimento dos objetivos propostos pelo produto; a usabilidade, no que tange o conforto e segurança - interface com a ergonomia; e a significação (funções simbólicas), considerando aspectos de informação, comunicação e representação - interface com a semiótica. Segundo os aspectos abordados na técnica do PNI (anexo II) e, considerando os critérios de avaliação, os seguintes aspectos puderam ser apontados sobre as camas hospitalares e camas para home care existentes no mercado: a) Pontos positivos:

Grades; Ajustes; Ajustes de angulação; Uso de cores dando um aspecto mais alegre ao produto; Uso da madeira, remetendo ao mobiliário residencial; Rodízios; Simplicidade estrutural, facilitando a manutenção e limpeza; Apoio para o paciente se virar; Apoio para soro; Dorso radiotransparente.

b) Pontos negativos: Ausência de rodízios; Ausência de grades; Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance

do paciente; Inexistência de ajuste de altura; Equipamentos feitos de material que remetem ao ambiente hospitalar,

possuindo uma aparência agressiva e frágil; Uso de cores que remete ao ambiente hospitalar; Processo de fabricação e acabamento agressivos; Existência de apenas um ajuste (na cabeceira); Inexistência de cabeceira, que reduz o vínculo com o mobiliário residencial.

c) Pontos interessantes:

A cabeceira da cama tem um tubo integrado que poderia funcionar como pega para o deslocamento da cama;

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Combinação de materiais, criando um “meio termo” entre o hospital e a residência do paciente.

Multifuncionalidade.

6.3. Levantamento e Análise de Materiais e Processos de Fabricação

A seleção de materiais é uma das atividade mais importantes do projeto de produto. Trata-se de atividade que envolve uma gama de conhecimentos técnicos, cuja amplitude dificilmente é abrangida por um só tipo de profissional por ser o ponto focal de uma série de especialidades tecnológicas. Essas vão desde a execução do projeto até a análise de desempenho em campo e necessariamente reúnem profissionais de diversas especialidades. Em outras palavras, interdisciplinaridade e interatividade são particularmente exigidas na seleção de materiais, da qual seleção de processo e design do produto também fazem parte e segundo FRANCISCO JÚNIOR (2002), teoricamente, podem-se estabelecer, através de vários critérios: propriedades, processabilidade, acabamento etc. A Figura 3.1 mostra os passos necessários para produzir determinado produto e ressalta quatro considerações principais: (I) a função – o que o objeto deve fazer; (II) em que ambiente deverá operar; (III) por quanto tempo, e (IV) qual o custo da solução encontrada e como este se compara com as expectativas do mercado.

Figura 3.1- Fluxograma de desenvolvimento de um produto: condições de contorno e

relações funcionais entre projeto, seleção de materiais e seleção de processo.

6.3.1. Requisitos de Seleção As atividades de seleção de materiais podem ser executadas tendo múltiplos objetivos em mente, cada um caracterizado por um ou mais requisitos específicos. Portanto, FRANCISCO JÚNIOR (2002) estabelece alguns tópicos que devemos considerar como mais representativos, lembrando que essa lista não se esgota:

Considerações dimensionais Considerações de forma Considerações de peso Considerações de resistência mecânica Resistência ao desgaste

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Conhecimento das variáveis de operações Facilidade de fabricação Facilidade de montagem Requisitos de durabilidade Número de unidades Disponibilidade de material Custo da matéria-prima Custo do processamento Existência de especificações e códigos Viabilidade de reciclagem Valor da sucata Grau de normalização Tipo de transporte Acabamento de superfície

Tendo em vista tais objetivos, tomou-se como parâmetro as propriedades mecânicas, químicas e físicas exigidas pelos componentes do sistema (Tabela 3.1) de forma a realizar criteriosamente a seleção do material. Tabela 3.1 - Identificação das propriedades mecânicas, químicas e físicas dos materiais conforme as solicitações dos componentes do sistema

Produto Propriedades

Estrutura da base

Hastes de levanta-mento

Estrutura superior Estrado Grade

MECÂNICA Atrito X Tração X Torção Compressão X X X Cisalhamento Flexão X X QUÍMICO Solventes X Detergentes X X X X X Intempéries X X X X X FÍSICO Absorção de luz X X X X X

Através da aplicação da tabela, pode-se observar que a estrutura da base sofrerá compressão de todo o peso do sistema mais o peso do paciente, que não é um peso estático. E a estrutura superior, bem como o estrado, sofrerá compressão e flexão também ocasionada pelo peso do paciente. O atrito será observado nas hastes de levantamento, nas suas articulações e no trilho da estrutura superior. As hastes sofrerão tração ocasionada pelo motor. E a ação de flexão ocorrerá devido ao peso do paciente, da parte superior do sistema e do peso do motor.

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A ação da tração e compressão também poderá ser observada na grade, no momento em que o paciente utiliza-se deste componente como ponto de apoio para a realização de movimentos. Durante a higienização do sistema, no caso específico da esterilização, todos os seus componentes sofrerão a ação de produtos químicos, o mesmo ocorre com a ação do salitre (intempéries) quando utilizado em regiões litorâneas, como é o caso de Salvador. A ação física que age diretamente em todo o sistema refere-se à absorção de luz onde, em ambiente doméstico, os componentes estarão expostos a luminosidade freqüente.

Através dessas observações, e tomando como parâmetro as propriedades exigidas aos componentes do sistema em relação ao seu uso, conclui-se que todo o sistema deverá ser produzido em material com alta resistência à compressão, tração, flexão, intempéries e ação de produtos químicos. E, através da tabela 3.2 podemos concluir que o material mais indicado será um metal.

Tabela 3.2 – Processos de fabricação aplicados aos componentes do sistema

Produto Processos

Estrutura da base

Hastes de levanta-mento

Estrutura superior Estrado Grade

USINAGEM Furadeira horizontal X X Furadeira vertical X X Serra de disco X X X X X Lixadeira de fita X X X X X Lixadeira de disco X X X X X CALDEIRARIA Curvadora de tubo X Vincadora X Guilhotina X SISTEMA DE FIXAÇÃO Parafusos mecânicos X X X Solda elétrica X X X X X ACABAMENTO DA SUPERFÍCIE Polimento X X X X X Desengraxante X Pintura revolver eletrostática X X X X X

Através do esquema da figura 3.2, o processo de seleção no formato de funil sugere que inicialmente deve-se considerar um grande número de materiais candidatos de modo a não perder nenhuma oportunidade razoável, mas que a aplicação sucessiva das restrições transforma essa abordagem inicial em uma mais detalhada e seletiva à medida que o processo se move para a direita da figura. Pode-se dizer que o processo de seleção inicia com uma abordagem macroscópica e termina com uma abordagem microscópica. Com isso, fez-se a analise de dois materiais, o alumínio e o aço, que podem vir a ser utilizados para a produção do sistema.

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Figura 3.2 - O “afunilamento” de um típico procedimento de seleção de materiais e alguns critérios de decisão ao longo do evento.

6.3.2. Alumínio

uma exposição internacional realizada em Paris, em 1855, foram exibidos quatro grandes blocos de alumínio, que não tinham outra função além da decorativa. Apesar de ser um dos metais mais abundantes da crosta terrestre, o alumínio só tinha sido descoberto 28 anos antes e várias décadas ainda passariam antes de serem desenvolvidos processos que permitissem sua obtenção industrial em um estado razoavelmente puro. O alumínio é um metal não ferroso, leve, branco e brilhante, que apresenta uma estrutura cristalina cúbica de face centrada, característica de todos os elementos metálicos e é um dos elementos mais usado depois do ferro. O alumínio é um dos elementos que existe em maior abundância nos mantos terrestres . Existente em combinação das rochas silicatadas ,nos xistos e na bauxita, o mineral de alumínio mais utilizado, no qual se encontra misturada com o óxido férrico e com a sílica. A moderna produção de alumínio teve início em 1886, com o processo desenvolvido, quase simultaneamente, pelo americano Charles Martin Hall e pelo francês Paul-Louis-Toussaint Héroult. Esse procedimento, favorecido pela difusão do uso da energia elétrica, consistia em submeter massas de alumina (óxido de alumínio) purificada, dissolvidas em criolita fundida, ao processo de eletrólise (decomposição de substâncias em solução pela passagem de corrente elétrica). Mas só mesmo depois da II Guerra Mundial, o uso desse material tornou-se mais intenso. a) Propriedades físicas e químicas. Na ordem decrescente, de acordo com o peso, dos elementos que constituem a crosta terrestre, o alumínio ocupa o terceiro lugar, representando cerca de oito por cento em peso do total. Esse metal faz parte da composição de grande número de rochas e pedras preciosas; entre as primeiras cabe

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mencionar, graças a seu interesse mineralógico ou metalúrgico, os feldspatos, as micas, a turmalina, a bauxita e a criolita. Entre as pedras preciosas, aquelas que apresentam um maior teor de alumínio são o coríndon, as safiras e os rubis.

O alumínio possui altos índices de condutividade térmica e elétrica, e não se altera em contato com o ar ou em presença de água, graças a uma fina capa de óxido que o protege de ataques do meio ambiente. Apresenta, entretanto, elevada reatividade quando em contato com outros elementos: em presença de oxigênio, sofre reação de combustão, liberando grande quantidade de calor e, ao combinar-se com halogênios (cloro, flúor, bromo e iodo) e enxofre, produz imediatamente os respectivos haletos e sulfetos de alumínio.

As ligas de alumínio apresentam propriedades importantes, principalmente no que diz respeito a sua facilidade de manipulação e deformação plástica. Como conseqüência, são amplamente empregadas na fabricação de parafusos, peneiras, pinos, dobradiças etc. Essas características delimitam outro dos grandes campos de aplicação do alumínio e suas ligas, o dos materiais de construção. Assim, é comum a utilização desse metal no revestimento de fachadas e na fabricação de janelas, portas, andaimes, móveis e utensílios de cozinha. O alumínio é, também, bastante empregado na produção de recipientes e embalagens dos mais diversos tipos.

O principal processo de tratamento do alumínio é a laminação, cujo fundamento é a redução ou modificação da espessura de uma peça metálica através de sua compressão em equipamentos especiais denominados laminadores. Outro processo habitual utilizado para a conformação do alumínio é a extrusão, através da qual o metal, em estado semi-sólido, passa através de um molde vazado, de forma e dimensões semelhantes à da peça que se deseja obter.

As ligas de alumínio são bastante utilizadas em diversas aplicações industriais, graças a sua elevada resistência e solidez. O cobre, o magnésio e o silício são alguns dos elementos que mais se prestam a formar liga com o alumínio. Esse tipo de combinação, de que existem inúmeras variedades, é a chamada liga leve. Entre as de maior interesse industrial, cabe mencionar o duralumínio (de Düren), formado por 93,2 a 95,5% de alumínio, 3,5 a 5,5% de cobre, 0,5% de manganês, 0,5 a 0,8% de magnésio e, em alguns tipos, silício; as ligas de alumínio e magnésio, empregadas na construção naval, graças a sua elevada resistência à corrosão e soldabilidade; e as ligas de alumínio e silício, que desempenham papel importante na indústria automobilística, devido a sua elevada resistência mecânica e peso reduzido, assim como na fabricação de componentes elétricos.

Para se obter essas ligas é necessário utilizar um alumínio de alta pureza, requisito que tem levado ao desenvolvimento de diversos processos de obtenção desse metal, todos baseados na redução da alumina extraída da bauxita, o mais abundante minério de alumínio. Na industria de bens de consumo (produtos) as ligas mais utilizadas são da série 6000 e 7000, caracterizadas por sua maior rigidez e resistência. Conforme a liga, a estrutura precisa de um tratamento térmico que consiste em aquecer e resfriar a liga num processo controlado (que pode durar mais de um dia) para garantir a resistência do mesmo. Por ser mais maleável que o

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aço ou titânio, os tubos tem que ser maiores, para manter a rigidez e durabilidade. A relação peso x preço é muito favorável no caso do alumínio, por garantir uma estrutura leve, resistente, durável a um custo relativamente baixo ao contrário de outros metais como cromo, titânio e em alguns casos até mesmo o carbono. O alumínio apresenta alta resistência à corrosão, no entanto é um material com propensão a quebra, pois sua resistência à fadiga é pequena, mas dependendo da qualidade do tubo e dos processos de fabricação utilizados este problema pode ser minimizado ou até mesmo eliminado. b) Características principais do alumínio:

Pequena massa volumétrica; Forte resistência segundo as mudanças atmosféricas; Ponto de fusão normal, que ajuda na obtenção das ligas; Alta condutibilidade elétrica e térmica; Ótimo refletor; Reciclável.

6.3.3. Aço

É uma liga de ferro e carbono com teores máximos de carbono de 2,06%, em peso. O aço é obtido pela fusão do minério de ferro com o carvão mineral ou vegetal, com a utilização de uma fonte calórica.

Segundo FRANCISCO JR. (2002:15), os aços são classificados nos seguintes grupos: Composição – aços carbonos e aços ligas, Processo de acabamento – aços laminados a quente e a frio, Forma do produto acabado – barras, chapas grossas, chapas finas, tiras, tubos ou perfis estruturais.

Esta classificação subdivide esses grupos como aços-carbono de baixo, médio e alto teor e os aços ligas que contém quantidades específicas de elementos de liga diferentes daqueles normalmente utilizados nos aços comuns e são classificados de acordo com os principais elementos de liga presentes. No sistema SAE e AISI de classificação dos aços, as letras XX ou XXX correspondem à cifras indicadoras dos teores de carbono, citando-se como exemplo a classe 1023 que significa aço-carbono, com 0,23% de carbono, em média, e na designação UNS a classe G1023 significa o mesmo teor de carbono. a)Tipos de Aços Existentes: Aços-Carbono Aço-Liga Aços para Fundição Aços Estruturais Aços Trilhos Aços para Produtos Planos Aço para Tubos Aços para Barras Arames e Fios Aço para Molas Aços de Usinagem Fácil Aços para Cementação Aços para Nitretação Aços para Mancais

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Aços para Ferramentas e Matrizes Aços Resistentes ao Desgaste Aços Resistentes à Corrosão Aços Resistentes ao Calor Aços para Fins Elétricos e

Magnéticos

Tabela 3.3 – Normatização e especificação de alguns tipos de aço

AISI - SAE UNS TIPO DE AÇO

10XX G10XXX Aços - carbono comuns 11XX G11XXX Aços de usinagem fácil, com alto S. 12XX G12XXX Aços de usinagem fácil, com alto P e S. 15XX G15XXX Aços - Mn com manganês acima de 1% 13XX G13XXX Aços - Mn com 1,75% de Mn médio. 40XX G40XXX Aços - Mo com 0,25% e Mo médio. 41XX G41XXX Aços - Cr- Mo com 0,4 a 1,1% de Cr e 0,08 a 0,35 % Mo 43XX G43XXX Aços - Ni-Cr-Mo com 1,65 a 2% Ni, 0,4 a 0,9% Cr, e 0,2 a 0,3% Mo 46XX G43XXX Aços - Ni-Mo com 0,7 a 2% Ni e 0,15 a 0,3 Mo 47XX G47XXX Aços - Ni-Cr-Mo com 1,05% Ni, 0,45% Cr e 0,2% Mo 48XX G48XXX Aços - Cr com 0,7% de Cr 51XX G51XXX Aços - Cromo com 0,7 a 1,1% Cr E51100 G51986 Aços - Cromo (forno elétrico) com 1% Cr E52100 G52986 Aços - Cromo (forno elétrico) com 1,45% de Cr 61XX G61XXX Aços - Cr-V com 0,6 ou 0,95% Cr e 0,1 ou 0,15% V mínimo. 86XX G86XXX Aços - Ni-Cr-Mo com 0,55% Ni, 0,5% Cr e 0,2% Mo 87XX G87XXX Aços - Ni-Cr-Mo com 0,55% de Ni, 0,5% de Cr e 0,25% Mo 88XX G88XXX Aços - Cr-Mo com 0,55% Ni, 0,5 Cr e 0,3 a 0,4 Mo 9260 G92XXX Aços - Si com 1,8 a 2,2% Si 50BXX G50XXX Aços - Cr com 0,2 a 0,6% de Cr e 0,0005 a 0,003 de Boro 51BXX G51601 Aços - Cr com 0,8% de Cr e 0,0005 a 0,003 de Boro 81B45 GB1451 Aços - Ni-Cr-Mo com 0,3% Ni. 0,45% Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003 de Boro 94BXX G94XXX Aços - Ni-Cr-Mo com 0,45% Ni. 0,4% Cr, 0,12% Mo e 0,0005 a 0,003 de Boro

b) Aços Carbono Liga de ferro-carbono contendo de 0,008% até aproximadamente 2,0% de carbono, e outros elementos residuais, resultantes do processo de fabricação, como fósforo, enxofre, manganês e silício. A maior parte do aço produzido no mundo é do tipo aço carbono. Em regra geral, quanto maior o teor de carbono, maior a dureza e menor a dutilidade do aço. Os Aços-carbono possuem na sua composição quantidades limitadas dos elementos Carbono, Silício, Manganês, Cobre, Enxofre e Fósforo. Outros elementos existem apenas em quantidades residuais. A quantidade de Carbono presente no Aço define a sua classificação: os baixo carbono possuem no máximo 0,30% de Carbono; os médios carbono possuem de 0,30 a 0,60%; e os alto carbono possuem de 0,60 a 1,00%. Os aços, em geral, são classificados em Grau, Tipo e Classe. O Grau normalmente identifica a faixa de composição química do aço. O Tipo identifica o processo de desoxidação utilizado, enquanto que a Classe é utilizada para descrever outros atributos, como nível de resistência e acabamento superficial. A designação do grau, tipo e classe utiliza uma letra, número, símbolo ou nome. Existem vários sistemas de designação para os Aços, como o SAE (Society of Automotive Engineers), AISI (American Iron and Steel Institute),

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ASTM (American Society os Testing and Materials) e ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A normalização unificada vem sendo utlizada com freqüência cada vez maior, e é designada pela sigla UNS (Unified Numbering System). Os aços-carbono seguem uma divisão padronizada na indústria, o que permite que fornecedores e consumidores se comuniquem com maior eficiência. Os grupos de descrição de qualidade utilizados são os seguintes: Semi-acabados para forjamento Estrutural Placas Barras laminadas a quente Barras acabadas a frio Chapas finas laminadas a quente Chapas finas laminadas a frio Chapas com esmaltagem porcelânica Chapas chumbadas compridas Chapas galvanizadas Chapas revestidas por zincagem eletrolítica Bobinas laminadas a quente Bobinas laminadas a frio Folhas-de-flandres Arames Arame achatado Tubos Tubos estrutural Tubos para oleodutos Produtos tubulares para campos petrolíferos Produtos tubulares especiais Fios-máquina laminados a quente

6.3.4. Estruturas Tubulares Os tubos utilizados pela industria de produção de bens de consumo são chamados de "com costura". Esta é uma denominação errônea para o material, porém o nome se consolidou tal como "xerox". Esta denominação veio de muito tempo atrás, quando o processo utilizado era de baixa freqüência (50 ou 60 hz) o que dava ao material uma aparência de material "costurado". Hoje o processo é realizado com solda longitudinal pelo processo E.R.W. (Solda por Resistência Elétrica) com alta freqüência. Este processo garante a homogeneidade da matéria-prima com a solda, o que confere excelentes características aos produtos. Os processos de fabricação para obtenção do produto final variam de acordo com a norma em que o tubo vai ser fabricado. Os tubos podem ser produzidos em uma variada gama de matérias-primas (tipo de aço utilizado),

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que são normalmente fornecidas segundo especificações ASTM (American Society for Testing and Materials), DIN (Deustaches Institute for Normuns), API (American Petroleum Institute), AISI (American Institute of Steel and Iron), SAE (Society of Automotive Engineers), ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e outras. A matéria-prima utilizada é comprada em forma de bobinas, que são classificadas em dois grandes grupos: a) BF - Bobina Laminada A Frio Possuem uma cor clara, sendo necessário alguns cuidados especiais aos tubos produzidos nesta matéria-prima, pois ela é altamente susceptível a oxidação ( corrosão, ferrugem).Os tubos devem ser armazenados e transportados sempre evitando a umidade, senão tendem a amarelar, o que pode causar sérias conseqüências na utilização final sobre o produto. Estas bobinas são produzidas normalmente em espessuras abaixo de 2,00 mm e possuem melhor tolerância dimensional e acabamento. Devido seu processo de fabricação ser maior que as BQ, seu custo final é maior. b) BQ - Bobina Laminada A Quente Possuem uma cor escura e são menos susceptíveis a oxidação.Os tubos podem ser armazenados e transportados em condições normais até mesmo em céu aberto (por pouco tempo) sem ter sua qualidade prejudicada.Estas bobinas são produzidas normalmente em espessuras acima de 2,00 mm e não possuem uma tolerância dimensional tão restrita quanto as BF, sendo que são também denominadas de BG (Bobinas Grossas), quando a espessura for superior a 5,00 mm. Quando for necessário em uma espessura de BQ uma melhor condição dimensional podemos fazer uma relaminação a frio da chapa. Este processo também é utilizado para se obter espessuras não fornecidas pelas Usinas. As chapas relaminadas a frio são chamadas de RL. Quando os tubos de condução são zincados a quente (galvanizados a fogo como são popularmente conhecidos) não tem a preocupação com a superfície do tubo. Devemos apenas tomar pequenos cuidados quanto ao seu armazenamento. A verificação da qualidade da solda e/ou do produto final pode ser feita através de ensaios destrutivos e/ou ensaios não destrutivos, que podem ser: ELETROMAGNÉTICO: através de correntes parasitas testa o tubo quanto

a descontinuidades. Não garante a estanqueidade, porém é admitido como o teste opcional ao hidrostático na maioria das normas de condução devido a sua grande velocidade de execução.

HIDROSTÁTICO: Consiste em testar o tubo a uma determinada pressão

hidráulica para garantir a estanqueidade do tubo. ENSAIOS DESTRUTIVOS: durante o processo de fabricação são

realizados vários ensaios mecânicos destrutivos em amostras retiradas durante a produção, tais como alargamento, flangeamento etc.

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Existe uma gama muito grande de tubos de aço com costura, porém os que realmente nos interessam são os tubos industriais/mecânicos, que são Fabricados de acordo com as normas NBR 8261, NBR 6591, ASTM A 500, ASTM A 513 e DIN 2394 e indicados para uso estrutural, serralherias, máquinas agrícolas, indústrias moveleiras, automotivas, etc. A seguir podemos conferir algumas tabelas com especificações técnicas de alguns fabricantes de tubos produzidos dentro das referidas normas, nas quais podemos também conferir a relação de dimensões e pesos, a partir da qual se faz possível o cálculo da estrutura de acordo com o material.

Tabela 3.4 - Tubos retangulares de alumínio

Peso Linear A B e N°

Peso

Linear A B e

Perfil kg/m (mm) (mm) Espessura Perfil kg/m (mm) (mm) espessuraTUB-4584 0,300 12,70 25,40 1,58 TUB-4592 1,580 31,75 63,50 3,17TUB-4536 0,521 12,70 50,80 1,60 TUB-4512 1,123 32,00 76,00 2,00TUB-4501 0,310 12,70 25,40 1,65 TUB-4580 0,496 37,50 30,00 1,50TUB-4585 0,545 12,70 25,40 3,17 TUB-4513 0,918 38,10 50,80 2,00TUB-4554 0,542 16,80 64,00 1,30 TUB-4514 1,090 38,10 50,80 2,40TUB-4553 0,439 19,05 25,40 2,00 TUB-4515 1,350 38,10 50,80 3,05TUB-4586 0,873 19,05 38,10 3,17 TUB-4593 1,417 38,10 50,80 3,17TUB-4451 0,382 20,00 30,00 1,50 TUB-4543 0,875 38,10 60,30 1,70TUB-4509 0,497 20,00 30,00 2,00 TUB-4516 1,560 38,10 63,50 3,05TUB-4562 0,404 20,00 40,00 1,30 TUB-4517 1,190 38,10 76,20 2,00TUB-4544 0,535 20,00 45,00 1,60 TUB-4518 1,760 38,10 76,20 3,05TUB-4541 0,875 21,00 63,50 2,00 TUB-4537 1,750 38,10 101,60 2,40TUB-4558 0,591 22,00 50,00 1,58 TUB-4519 2,180 38,10 101,60 3,05TUB-4550 0,417 22,22 32,00 1,50 TUB-4520 3,181 38,10 152,40 3,20TUB-4546 0,800 25,00 65,00 1,70 TUB-4594 2,415 38,10 152,40 2,40TUB-4538 1,158 25,00 77,00 2,20 TUB-4561 0,951 40,00 80,00 1,50TUB-4501 0,310 25,40 12,70 1,65 TUB-4521 1,253 40,00 80,00 2,00TUB-4545 0,645 25,40 38,10 2,00 TUB-4572 1,854 40,00 80,00 3,00TUB-4503 0,760 25,40 38,10 2,40 TUB-4595 2,420 40,00 80,00 4,00TUB-4587 0,981 25,40 38,10 3,17 TUB-4557 1,114 40,00 100,00 1,50TUB-4588 0,428 25,40 50,80 1,00 TUB-4596 1,170 44,00 124,00 2,00TUB-4563 0,482 25,40 50,80 1,20 TUB-4522 1,870 44,45 76,20 3,05TUB-4560 0,596 25,40 50,80 1,50 TUB-4597 1,965 44,45 76,20 3,17TUB-4504 0,810 25,40 50,80 2,00 TUB-4570 2,867 44,45 76,20 4,76TUB-4505 0,920 25,40 50,80 2,40 TUB-4523 2,075 44,45 88,90 3,05TUB-4589 1,201 25,40 50,80 3,17 TUB-4524 2,280 44,45 101,60 3,05TUB-4590 0,872 25,40 60,32 2,00 TUB-4598 2,401 44,45 101,60 3,17TUB-4591 1,058 25,40 76,20 2,00 TUB-4525 2,700 44,45 127,00 3,05TUB-4506 1,350 25,40 63,50 3,05 TUB-4577 0,336 45,00 19,00 1,00TUB-4507 1,560 25,40 76,20 3,05 TUB-4555 2,520 50,00 111,00 3,00TUB-4508 1,907 25,40 101,60 3,05 TUB-4579 1,366 50,00 40,00 3,00TUB-4581 0,404 30,00 20,00 1,70 TUB-4526 4,150 50,00 150,00 4,00

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TUB-4583 0,534 30,00 25,00 2,00 TUB-4582 0,366 50,80 12,70 1,10TUB-4556 1,041 30,00 40,00 3,00 TUB-4576 0,402 50,80 25,40 1,00TUB-4578 0,301 31,00 11,50 1,40 TUB-4569 0,634 50,80 25,40 1,60TUB-4510 0,985 31,75 50,80 2,40 TUB-4527 1,760 50,80 63,50 3,05TUB-4511 1,170 31,75 63,50 2,40 TUB-4528 1,970 50,80 76,20 3,05

Tabela 3.5 - Tubos quadrados de alumínio

N° Peso Linear A=B e N° Peso Linear A=B e

Perfil kg/m (mm) (espessura) Perfil kg/m (mm) (espessura)

TUB-4059 0,195 12,70 1,27 TUB-4040 0,586 40,00 1,40

TUB-4060 0,189 12,70 1,58 TÜB-4037 0,626 40,00 1,50

TUB-4001 0,200 12,70 1,65 TUB-4018 0,820 40,00 2,00

TUB-4002 0,233 15,90 1,50 TUB-4065 1,417 44,45 3,17

TUB-4038 0,232 19,00 1,20 TUB-4019 1,355 44,45 3,50

TUB-4003 0,284 19,05 1,50 TUB-4020 1,055 50,80 2,00

TUB-4051 0,196 19,05 1,00 TUB-4021 1,250 50,80 2,40

TUB-4004 0,395 19,05 2,00 TUB-4022 1,560 50,80 3,05

TUB-4005 0,463 19,05 2,40 TUB-4048 1,640 50,80 3,17

TUB-4006 0,520 19,05 3,05 TUB-4029 1,795 50,80 3,50

TUB-4052 0,547 19,05 3,17 TUB-4047 3,035 60,00 5,00

TUB-4031 0,263 20,00 1,30 TUB-4023 1,970 63,50 3,05

TUB-4039 0,480 25,00 2,00 TUB-4030 1,366 65,00 2,00

TUB-4061 0,263 25,40 1,00 TUB-4066 2,032 70,00 2,80

TUB-4045 0,290 25,40 1,10 TUB-4024 2,405 76,20 3,05

TUB-4008 0,386 25,40 1,50 TUB-4067 25,090 76,20 3,17

TUB-4009 0,525 25,40 2,05 TUB-4042 2,761 76,20 3,50

TUB-4010 0,595 25,40 2,40 TUB-4034 1,526 80,00 1,80

TUB-4051 0,759 25,40 3,17 TUB-4035 2,902 80,00 3,50

TUB-4028 0,395 25,60 1,50 TUB-4058 4,065 80,00 5,00

TUB-4046 1,127 30,00 4,00 TUB-4054 2,686 101,60 2,50

TUB-4063 0,642 31,70 2,00 TUB-4025 3,995 101,60 3,80

TUB-4011 0,491 31,75 1,50 TUB-4026 5,170 101,60 4,75

TUB-4012 0,760 31,75 2,40 TUB-4027 7,350 114,30 6,35

TUB-4013 0,940 31,75 3,05 TUB-4068 4,030 127,00 3,00

TUB-4050 0,984 31,75 3,17

TUB-4033 0,943 32,00 3,00

TUB-4032 1,008 34,00 3,00

TUB-4064 0,486 38,10 1,20 Perfis com código exclusivo ASA

TUB-4014 0,591 38,10 1,50 (matrizes disponíveis)

TUB-4053 0,604 38,10 1,57 N° Peso Linear A=B e

TUB-4015 0,780 38,10 2,00 Perfil kg/m (mm) (espessura)

TUB-4016 0,920 38,10 2,40 73003 0,293 19,62 1,30

TUB-4049 1,203 38,10 3,17 73006 1,554 50,80 3,00

TUB-4017 1,145 38,10 3,50 73001 3,050 50,80 6,35

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 62

Tabela 3.6 - Tubos circulares de alumínio

N° Peso Linear A B e N° Peso

Linear A B e

Perfil kg/m (mm) (mm) espessura Perfil kg/m (mm) (mm) espessura TUB-440 0,051 7,00 5,00 1,00 TUB-020 0,275 15,88 11,12 2,38

TUB-333 0,060 7,90 5,90 1,00 TUB-021 0,344 15,88 9,52 3,18

TUB-374 0,060 8,00 6,00 1,00 TUB-171 0,240 15,88 11,88 2,00

TUB-208 0,065 8,00 5,80 1,10 TUB-537 0,185 15,90 12,90 1,50

TUB-374 0,060 8,00 6,00 1,00 TUB-303 0,377 15,90 8,70 3,60

TUB-315 0,068 8,33 6,13 1,10 TUB-146 0,250 16,00 11,80 2,10

TUB-449/DS 0,060 9,52 7,92 0,80 TUB-540 0,130 16,50 14,50 1,00

TUB-001 0,072 9,52 7,52 1,00 TUB-358 0,209 17,00 13,82 1,59

TUB-002 0,087 9,52 7,04 1,24 TUB-345 0,309 17,00 12,00 2,50

TUB-003 0,108 9,52 6,36 1,58 TUB-023 0,292 17,15 12,53 2,31

TUB-004 0,144 9,52 4,76 2,38 TUB-024 0,381 17,15 10,75 3,20

TUB-005 0,172 9,52 3,16 3,18 TUB-247 0,145 18,00 16,00 1,00

TUB-145 0,135 10,00 6,00 2,00 TUB-190 0,170 18,00 15,50 1,25

TUB-006 0,127 10,29 6,83 1,73 TUB-025 0,380 18,00 12,00 3,00

TUB-007 0,162 10,29 5,47 2,41 TUB-026 0,153 19,05 17,05 1,00

TUB-299 0,084 10,50 8,40 1,05 TUB-541 0,184 19,05 16,65 1,20

TUB-463 0,187 11,12 6,00 2,56 TUB-027 0,184 19,05 16,57 1,24

TUB-532 0,170 12,00 8,00 2,00 TUB-028 0,234 19,05 15,89 1,58

TUB-008 0,100 12,70 10,70 1,00 TUB-542 0,244 19,05 15,75 1,65

TUB-009 0,120 12,70 10,22 1,24 TUB-450 0,276 19,05 15,25 1,90

TUB-010 0,150 12,70 9,54 1,58 TUB-437 0,290 19,05 15,05 2,00

TUB-629 0,155 12,70 9,40 1,65 TUB-029 0,335 19,05 14,29 2,38

TUB-172 0,167 12,70 9,10 1,80 TUB-544 0,351 19,05 14,05 2,50

TUB-011 0,180 12,70 8,70 2,00 TUB-244 0,383 19,05 13,53 2,76

TUB-012 0,256 12,70 6,36 3,18 TUB-030 0,426 19,05 12,69 3,18

TUB-533 0,275 12,70 5,60 3,55 TUB-031 0,346 19,60 14,88 2,36

TUB-534 0,221 13,00 8,00 2,50 TUB-032 0,620 19,60 9,60 5,00

TUB-013 0,254 13,00 7,00 3,00 TUB-434 0,190 19,90 17,50 1,20

TUB-014 0,216 13,72 9,24 2,24 TUB-350 0,236 20,00 17,00 1,50

TUB-015 0,273 13,72 7,68 3,02 TUB-359 0,249 20,00 16,82 1,59

TUB-357 0,168 14,00 10,82 1,59 TUB-033 0,278 20,00 16,40 1,80

TUB-016 0,314 14,00 7,00 3,50 TUB-480 0,545 20,00 12,00 4,00

TUB-535 0,299 14,28 7,94 3,17 TUB-545 0,607 20,32 11,26 4,53

TUB-302 0,314 14,30 7,50 3,40 TUB-546 0,242 20,50 17,50 1,50

TUB-527 0,099 15,00 13,40 0,80 TUB-547 0,370 20,60 15,84 2,38

TUB-320 0,222 15,00 11,00 2,00 TUB-548 0,290 20,70 17,10 1,80

TUB-538 0,191 15,85 12,69 1,58 TUB-304 0,667 20,70 10,70 5,00

TUB-536 0,149 15,87 13,47 1,20 TUB-307 0,792 20,70 7,50 6,60

TUB-539 0,199 15,87 12,57 1,65 TUB-549 0,217 20,95 18,35 1,30

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Tabela 3.7 - Tubos retangulares de aço-carbono

TUBO C/

COSTURA DESCRIÇÃO A x B COMP. PESO/METRO

4,20,0105 TUBO METALON #20 30 X 20 6000 MM 4,1 4,20,0110 TUBO METALON #20 40 X 20 6000 MM 4,95 4,20,0115 TUBO METALON #20 50 X 30 6000 MM 7 ,18,0120 TUBO METALON #18 30 X 20 6000 MM 5,6 4,18,0125 TUBO METALON #18 40 X 20 6000 MM 6,7 4,18,0130 TUBO METALON #18 50 X 20 6000 MM 7,7 4,18,0135 TUBO METALON #18 50 X 30 6000 MM 9 4,18,0140 TUBO METALON #18 70 X 30 6000 MM 11 4,16,0155 TUBO METALON #16 40 X 30 6000 MM 9,8 4,16,0160 TUBO METALON #16 50 X 30 6000 MM 11 4,16,0165 TUBO METALON #16 60 X30 6000 MM 12,5 4,16,0170 TUBO METALON #16 70 X 30 6000 MM 14 4,16,0175 TUBO METALON #16 90 X 30 6000 MM 17 4,16,0180 TUBO METALON #16 60 X 40 6000 MM 15 4,16,0185 TUBO METALON #16 80 X 40 6000 MM 17 4,14,0190 TUBO METALON #14 80 X 40 6000 MM 21,6 4,31,0195 TUBO METALON #1/8 80 X 40 6000 MM 32 4,31,0200 TUBO METALON #1/8 100 X 50 6000 MM 41

Tabela 3.8 - Tubos quadrados de aço-carbono

TUBO C/

COSTURA DESCRIÇÃO A x B COMP. PESO/METRO

4,20,0005 TUBO METALON #20 20 X 20 6000 MM 3,25 4,20,0010 TUBO METALON #20 25 X 25 6000 MM 4,1 4,20,0015 TUBO METALON #20 30 X 30 6000 MM 4,95 4,18,0020 TUBO METALON #18 20 X 20 6000 MM 4,46 4,16,0045 TUBO METALON #16 40 X 40 6000 MM 11,31 4,16,0050 TUBO METALON #16 50 X 50 6000 MM 14,31 4,16,0055 TUBO METALON #16 60 X 60 6000 MM 16,8023 4,16,0060 TUBO METALON #16 80 X 80 6000 MM 23 4,14,0065 TUBO METALON #14 40 X 40 6000 MM 15 4,14,0070 TUBO METALON #14 50 X 50 6000 MM 17,25 4,14,0075 TUBO METALON #14 80 X 80 6000 MM 30 4,31,0080 TUBO METALON #1/830 X 30 6000 MM 14 4,31,0085 TUBO METALON #1/840 X 40 6000 MM 22 4,31,0090 TUBO METALON #1/850 X 50 6000 MM 27 4,31,0095 TUBO METALON #1/860 X 60 6000 MM 33,5 4,31,0100 TUBO METALON #1/880 X 80 6000 MM 44

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Tabela 3.9 - Tubos circulares de aço-carbono

TUBO C/

COSTURA DESCRIÇÃO A x B COMP. PESO/METRO

3,20,0005 TUBO REDONDO #20 5/8" 6000 MM 2,15 3,20,0010 TUBO REDONDO #20 3/4" 6000 MM 2,5 3,20,0015 TUBO REDONDO #20 7/8" 6000 MM 2,94 3,20,0020 TUBO REDONDO #20 1" 6000 MM 3,3 3,18,0025 TUBO REDONDO #18 5/8" 6000 MM 2,7 3,18,0030 TUBO REDONDO #18 3/4" 6000 MM 3,25 3,18,0035 TUBO REDONDO #18 7/8" 6000 MM 3,8 3,18,0040 TUBO REDONDO #18 1" 6000 MM 4,3 3,18,0045 TUBO REDONDO #18 1 1/8" 6000 MM 5,06 3,18,0050 TUBO REDONDO #18 1 1/4" 6000 MM 5,5 3,18,0055 TUBO REDONDO #18 2" 6000 MM 9 3,18,0057 TUBO REDONDO #18 2,25 6000 MM 10,18 3,16,0060 TUBO REDONDO #16 1" 6000 MM 5,4 3,16,0065 TUBO REDONDO #16 1 1/4" 6000 MM 6,8 3,16,0070 TUBO REDONDO #16 1 1/2" 6000 MM 8,2 3,16,0075 TUBO REDONDO #16 2" 6000 MM 11 3,16,0080 TUBO REDONDO #16 2 1/2" 6000 MM 13,8 3,16,0085 TUBO REDONDO #16 3" 6000 MM 17 3,14,0090 TUBO REDONDO #14 1" 6000 MM 7 3,13,0095 TUBO REDONDO #13 1" 6000 MM 8 3,13,0100 TUBO REDONDO #13 1 1/4" 6000 MM 10 3,13,0105 TUBO REDONDO #13 1 1/12" 6000 MM 12,5 3,13,0110 TUBO REDONDO #13 2" 6000 MM 16,8 3,13,0115 TUBO REDONDO #13 2 1/2" 6000 MM 21 3,13,0120 TUBO REDONDO #13 3" 6000 MM 26 3,13,0125 TUBO REDONDO #13 3 1/2" 6000 MM 30 3,13,0130 TUBO REDONDO #13 4" 6000 MM 34 3,12,0135 TUBO REDONDO #12 1" 6000 MM 9 3,12,0140 TUBO REDONDO #12 1 1/4" 6000 MM 11,5 3,12,0145 TUBO REDONDO #12 1 1/2" 6000 MM 14,5 3,12,0150 TUBO REDONDO #12 2" 6000 MM 20 3,12,0155 TUBO REDONDO #12 2 1/2" 6000 MM 25 3,12,0160 TUBO REDONDO #12 3" 6000 MM 30 3,12,0165 TUBO REDONDO #12 3 1/2" 6000 MM 35 3,12,0170 TUBO REDONDO #12 4" 6000 MM 45

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6.3.5. Chapas Chapas são produtos planos laminados de aço com largura superior a 500mm, sendo classificados como chapas grossas (espessura superior a 5mm) e chapas finas (espessura inferior ou igual a 5mm). As chapas grossas são fabricadas pelas siderúrgicas com espessuras variando entre 5,00mm e 150,00mm, largura-padrão entre 1,00m a 3,80m e comprimento-padrão entre 6,00 a 12,00m. As dimensões preferenciais, ou seja, as mais econômicas, são: 2,44m de largura, 12 m de comprimento e espessuras, conforme indicado na tabela 3.10.

Tabela 3.10 - espessuras-padrão das chapas grossas de aço

6,30 mm 25,0 mm

8,00 mm 31,5 mm

9,50 mm 37,5 mm

12,5 mm 50,0 mm

16,0 mm 63,0 mm

19,0 mm 75,0 mm

22,4 mm 100,0 mm As chapas grossas são utilizadas geralmente para a fabricação dos perfis soldados, mas também podem ser utilizadas, dependendo da disponibilidade de equipamento adequado para dobramento, em perfis formados a frio. As chapas finas são fabricadas pelas siderúrgicas com espessuras variando entre 0,60 mm e 5,00 mm. As chapas com espessuras maiores (1,80 mm a 5,00 mm) são laminadas a quente e denominadas chapas finas a quente, enquanto as com menores espessuras (0,60 mm a 3,00 mm) são relaminadas a frio e denominadas chapas finas a frio. As chapas finas apresentam largura-padrão entre 1,00m e 1,50m e comprimento-padrão entre 2,00m e 3,00m (chapas a frio) e de 2,00m a 6,00m (chapas a quente). As dimensões preferências fornecidas pelas siderúrgicas, na forma plana, são: chapas finas a quente 1,20m por 3,00m e chapas finas a frio 1,20m por 2,00m. As chapas finas podem também ser fornecidas em bobinas, possuindo nesse caso custo unitário menor. As espessuras preferenciais são as fornecidas na tabela 3.11.

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Tabela 3.11 - Espessuras-padrão das chapas grossas de aço

0,60 mm 2,25 mm

0,75 mm 2,65 mm

0,85 mm 3,00 mm

0,90 mm 3,35 mm

1,06 mm 3,75 mm

1,20 mm 4,25 mm

1,50 mm 4,50 mm

1,70 mm 4,75 mm

1,90 mm 5,00 mm Para fins estruturais, na obtenção de perfis formados a frio, são empregadas as chapas finas a quente, enquanto as chapas finas a frio são utilizadas na fabricação de elementos complementares na construção, tais como: telhas, calhas, esquadrias, dutos, etc.

Tabela 3.12 – Chapas finas a quente

BITOLA MSG ESPESSURA mm PESO APROX. Kg/m2

18 1.20 9.60

16 1.50 12.00

15 1.80 14.40

14 2.00 16.00

13 2.25 18.00

12 2.65 21.20

11 3.00 24.00

10 3.35 26.30

9 3.75 30.00

8 4.25 34.00

7 4.50 36.00

3/16" 4.75 38.00

6 5.00 40.00

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Tabela 3.13 – Chapas finas a frio

BITOLA MSG ESPESSURA mm PESO APROX. Kg/m2

30 0.30 2.40

28 0.38 3.04

26 0.45 3.60

24 0.60 4.80

22 0.75 6.00

20 0.90 7.20

19 1.06 8.48

18 1.20 9.60

16 1.50 12.00

14 1.90 15.20

13 2.25 18.00

12 2.65 21.20

Tabela 3.14 – Chapas zincadas (galvanizadas)

BITOLA MSG ESPESSURA mm PESO APROX. Kg/m2

32 0.30 2.40

30 0.35 2.80

28 0.43 3.44

26 0.50 4.00

24 0.65 5.20

22 0.80 6.40

20 0.95 7.60

19 1.11 8.88

18 1.25 10.00

16 1.55 12.40

14 1.95 15.60

13 2.30 18.40

12 2.70 21.60

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6.4. Dados do Mercado O Brasil vem se projetando como o segundo maior mercado de saúde do mundo, com mais de 8 mil hospitais, 25 mil laboratórios e 17 mil clínicas. A população de idosos acima de 60 anos no Brasil era de 32 milhões de pessoas nos meados dos anos 2000 (IBGE). E no início desse mesmo ano o número de usuários privados de saúde era de 57 milhões de brasileiros. Existe hoje um contingente enorme de pacientes em recuperação pós-cirúrgica, com doenças crônicas (diabetes, hipertensão), críticas como câncer, em estado terminal ou tratamento terapêutico. O maior envelhecimento da população é um fato. Ocorre em função da descoberta de novas técnicas da medicina e de melhoria nas condições de vida da população, a mudança estrutural porém ocorre na constatação da queda acentuada na taxa de natalidade, modificando a estrutura até então assumida pela previdência e pelo mercado de que os jovens estariam aptos a cuidar de seus idosos (Gráfico 3.4).

Gráfico 3.4 – Queda da fecundidade

A previsão para o Brasil é de que a população tenderá a estabilizar e a decrescer a partir do ano 2020. A preocupação dos planos de saúde com os elevados custos desta população tem procedência e exige investimentos em programas de prevenção que sejam efetivos e seus resultados facilmente quantificáveis. Estudos realizados através do “Projeto de Internação Domiciliar”, do Grupo Hospitalar Conceição (em São Paulo), e com o apoio do Ministério da Saúde, ressalta o elevado custo de internação domiciliar, de idosos com mais de 65 anos portadores de diabetes millitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), acidente cerebral vascular (AVC) e insuficiência cardíaca congestiva (ICC), em comparação com a internação domiciliar, como pode ser observado nas tabelas 3.15, 3.16 e 3.17.

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Tabela 3.15 – custo unitário e o total do ano para unidades e a freqüência anual para os componentes do custo da internação domiciliar de pacientes com DPOC.

Componentes/Custos Unid. Quat. Ano Custos unitários Custo total ano Equipe técnica: - Médico - Ass. social - Enfermeiro - Fisioterapeuta - Aux. De enfermagem

Hora Hora Hora Hora Hora

122

12104

24

62,68 26,66 34,19 27,42 12,37

752,1653,32

410,282851,68296,88

Sub-total 4364,32Material médico-cirúrgico e medicamentos: - Aminofilina 200mg - Predinisona 20 - Slbutamol spray - Concentrador O2

Comp. Comp. Frasco

Aparelho

2880360

2412

0,019 0,070

10,910 133,00

54,7225,20

261,841596,00

Sub-total 1937,76SADTs: - Glicemia - Creatinina - Uréia - Eletrólitos (Na/K) - Gasometria arterial - Raios X do tórax

Exame Exame Exame Exame Exame Exame

222262

13,32

3,55 3,55 8,04

16,15 14,08

26,647,107,10

16,0896,9028,16

Sub-total 181,98Custos adicionais 15% 972,61Custo total do paciente/ano Custo total do paciente/mês

77456,67

621,39Fonte: Projeto de Internação Domiciliar – Grupo Hospitalar Conceição (1999) Tabela 3.16 – custo unitário e o total do ano para unidades e a freqüência anual para os componentes do custo da internação hospitalar de pacientes com DPOC.

Componentes/Custos Unid. Quat. Ano

Custos unitários

Custo total int. Int. ano Custo

total anoDiárias Dia 15 89,50 1345,50 4 5382,00

Material médico-cirúrgico e medicamentos: - Acetominofen 50mg - Aminofilina 200mg - Predinisona 20 - Cefalotina 1g - Soro glicosado - Heparina 5000U - Slbutamol spray - O2 contínuo

Caps. Comp. Comp. Frasco Litro Amp. Litro

306030303030

43200

0,02990,01900,07009,16000,96000,62900,0008

0,90 1,14 2,10

274,80 28,80 18,87 34,56

4 4 4 4 4 4 4

3,594,568,40

1099,20115,20

75,48138,24

Sub-total 361,17 1444,67SADTs: - Hemograma - Bacterioológico - Creatinina - Uréia - Eletrólitos (Na/K) - Gasometria arterial - Raios X do tórax - Eletrocardiograma - Fisioterapia

Exame Exame Exame Exame Exame Exame Exame Exame Sessão

32222221

30

8,878,873,553,558,04

16,1514,0814,5112,17

26,61 14,74

7,10 7,10

16,08 32,30 28,16 14,51

365,10

4 4 4 4 4 4 4 4 4

106,4470,9628,4028,4064,32

129,20112,64

58,041460,40

Sub-total 514,70 2058,80Serviços médicos Hora 3,75 62,68 140,44 940,20Custo total 2026,99 9825,67

Fonte: Projeto de Internação Domiciliar – Grupo Hospitalar Conceição (1999)

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Tabela 3.17 – comparativo com 4 patologias (ICC, DPOC, AVC e Diabetes) e a diferença percentual entre a internação domiciliar e hospitalar.

Custo anual R$ Patologias Domiciliar Hospitalar %

ICC 1888,09 7505,95 75 DPOC 7456,67 9825,67 24 AVC 4778,75 11306,96 58

Diabetes 4707,64 9906,10 52 TOTAL/ANO 18831,15 38598,68 51

Observa-se uma grande diferença percentual nos custos das internações, calculados em função de cada uma das patologias e no somatório delas, ressaltando a vantagem econômica da internação domiciliar que pode chegar a uma diferença de R$ 192,00 em relação à internação hospitalar. O custo torna-se reduzido uma vez que o paciente, em tratamento domiciliar, demonstra diminuição do tempo médio de permanência, a redução do número de reinternações, o aumento da aderência ao tratamento e possui maior autonomia e conscientização do tratamento.

7. SÍNTESE

O sistema de apoio para repouso e acomodação de enfermos em residência constitui-se de uma estrutura que deverá ser anexada à cama do enfermo. Esta estrutura irá permitir ao paciente, que encontra-se em tratamento domiciliar, os ajustes necessários para as atividades diárias sejam elas sentar, escrever, alimentar e outras, além de proporcionar ao cuidador um posto de trabalho em posição adequada, minimizando os danos físicos advindos dos esforços exercidos durante os cuidados com o paciente, como abaixar, levantar, dar banho no paciente e outros. O sistema de apoio deverá ser acoplado à cama do paciente permitindo que o mesmo faça uso do próprio móvel, tendo em vista que um dos problemas mais freqüentes e agravantes no tratamento em domicílio, principalmente de idosos, sob o ponto de vista psicológico, é o quadro depressivo causado por mobiliários hospitalares em ambiente domiciliar. Com isso, a estrutura que permitirá os ajustes tanto para o paciente quanto para o cuidador, será fixada no estrato da cama do próprio paciente, salvo algumas exceções onde as camas precisarão passar por pequenas reformas para garantir a fixação do sistema, e, só se tornará aparente quanto houver a necessidade de elevação da mesma, ou seja, quando o cuidador necessitar prestar auxílio ao paciente. Quando assumir a posição para dormir e para o paciente se levantar, o sistema será recuado para o estrato, tornando-se pouco aparente e desta forma deixando de interferir significativamente no aspecto domiciliar do ambiente. Sistemas de grade e alimentação tornam-se necessários para o paciente e serão acoplados ao sistema principal de ajuste, através de imãs que permitirão que o usuário coloque-os em posição mais confortável e adequada ao uso. O sistema de acionamento dos ajustes, tanto de angulação quanto de altura da cama, será um controle remoto móvel o suficiente para uso do paciente em posição

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deitada ou sentada, e para o uso do cuidador em pé. No entanto, através de um cabo flexível, este sistema será ligado diretamente à cama, de forma a permitir que o mesmo não se extravie ou quando, em caso de extrema urgência do seu uso, esteja em local inadequado. Os botões de acionamento deste controle não deverão ser salientes, o acionamento deverá fez executado por pressão. Neste sistema deverá também conter um local próprio para fixação do controle de acionamento com o intuito que o mesmo, quando não utilizado, fique seguramente guardado. Todo o sistema de apoio deverá ser suficientemente leve para o transporte e a fixação do mesmo deverá ser detalhadamente descrita em um manual que irá junto ao sistema. Cabe ainda salientar o compromisso do usuário em adequar a cama para o acoplamento do sistema que, à princípio, será restrito às camas de solteiro.

7.1. Requisitos Projetuais Os requisitos projetuais partem das recomendações ergonômicas e necessidades constatadas na análise da tarefa e problematização. Tais requisitos fornecem parâmetros projetuais que visam atender as funções de uso, estéticas e simbólicas do sistema de apoio para repouso e acomodação de enfermos em residência. a) Funções de uso Tabela 4.1. Requisitos projetuais do subsistema 1 Subsistema 1 – Acomodação Sub-subsistema 1: Ajustes

- Possibilitar a variação de altura do suporte; - Possibilitar a variação de posturas do enfermo da

maneira mais fácil e rápida possível; - Seus acionamentos devem estar dentro do alcance e

do campo de visão dos usuários. Sub-subsistema 2: Colchão

- Acomodar de maneira confortável o enfermo; - Permitir fácil assepsia; - Deve permanecer seco e limpo.

Sub-subsistema 3: Guarda-corpo

- Proteger o enfermo evitando que seu corpo se projete para fora da cama;

- Oferecer apoio para a movimentação do enfermo Sub-subsitema 4: Suporte para o colchão

- Fornecer apoio para o peso do corpo do usuário; - Possibilitar ajustes de angulação da cabeceira e

pezeira facilitando a troca de posições do enfermo. Sub-subsistema 5: Estrutura

- Fornecer apoio e sustentação de todo o sistema; - Permitir ajuste de altura do sistema

Tabela 4.2. Requisitos projetuais do subsistema 2 Subsistema 2 – Apoio Sub-subsistema 1: Refeição

- fornecer apoio para realização das atividades de alimentação.

Sub-subsistema 2: Leitura /Escrita

- Fornecer suporte para a realização das atividades de escrita e leitura

Sub-subsistema 3: Medicação

- Fornecer suporte para medicação do enfermo.

Sub-subsitema 4: - Fornecer suporte para que o enfermo atenda e realize

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Telefone chamadas telefônicas. Sub-subsitema 5: Higienização

- Dar suporte à realização das necessidades fisiológicas e de assepsia do enfermo.

Subsistema 3: Locomoção (pés/rodízios)

- Permitir o deslocamento do sistema de maneira fácil e segura.

A partir dos estudos biomecânicos alguns autores fazem recomendações que também podem ser levadas em consideração durante a elaboração do projeto:

Recomenda-se que a altura ótima da manopla deveria ser de

aproximadamente 91 a 114cm acima do piso (isto é, aproximadamente na altura dos quadris de indivíduos do sexo masculino);

Recomenda-se que o manuseio de cargas seja feito de forma simétrica (isto é, deve-se mover a carga no plano sagital médio com ambas as mãos).

b) Função estética Sistema deve estabelecer uma relação harmoniosa entre os seus diversos elementos configuracionais (forma, material, superfície, cor, texturas e acabamentos) transmitindo uma sensação de compatibilidade entre as funções de uso e os requisitos do produto, além de ser compatível com o ambiente doméstico. c) Função simbólica Transmitir aos usuários sensação de conforto, aconchego, segurança, liberdade, resistência, integrando-o ao ambiente doméstico e diminuindo qualquer relação de semelhança com o ambiente hospitalar

8. GERAÇÃO E SELEÇÃO DE ALTERNATIVAS

Tendo em vista todos os estudo realizados foram geradas alternativas que atendesse aos requisitos projetuais delimitados com o intuito de satisfazer às necessidades dos usuário, sejam eles o paciente ou o cuidador.

8.1. Alternativas Geradas Através dos dados adquiridos na problematização, análise e síntese, tornou-se possível a geração de algumas alternativas (Figuras 5.1 a 5.4).

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Figura 5.1 – Alternativa 1

Figura 5.2 - Alternativa 2

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Figura 5.3 - Alternativa 3

Figura 5.4 - Alternativa 4

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Figura 5.5 - Alternativa 5 8.2. Alternativa Selecionada Após análise criteriosa das alternativas geradas e discussões sobre materiais, forma, dimensões, conceitos, as alternativas foram submetidas um Chek-list (Tabela 5.1), técnica (anexo III) mais indicada quando se deseja fazer uma comparação entre diversas alternativas, aplicando a cada uma delas um questionário de critérios que permite vislumbra-las de modo rápido, facilitando a identificação daquela tida como mais satisfatória, chegou-se então a alternativa selecionada (Figura 5.5) como a mais adequada à proposta do projeto. A idéia de aproveitar a própria cama do paciente como base para o sistema norteia o projeto, lembrando que a proposta inicial buscava integrar o sistema ao ambiente doméstico, diminuindo o desconforto e a sensação de confinamento, causado no paciente pelo móvel hospitalar. Nessa proposta o sistema possui dois mecanismos, um de elevação da cama e um outro de ajustes de angulação do colchão. O mecanismo de elevação permite que, através do acionamento de dois motores de motores / compressores elétricos monofásicos, o cuidador regule a altura do paciente em relação a sua altura e ao tipo de atividade ao mesmo tempo que permite ao paciente subir e descer da cama sem a utilização de escadas ou apoios. A possibilidade de elevação de apenas um dos lados de cada vez, atedem a requisitos indispensáveis em casos específicos de enfermidades onde o paciente deva permanecer com as pernas elevadas ou não possam deitar-se completamente (por dificuldades respiratórias). Os ajustes de posições do colchão, permitem q o paciente vá da posição de repouso (deitado) ate a posição sentado, sem sair da cama, facilitando a realização de algumas atividades como alimentação, medicação, etc.

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Tabela 5.1 – Resultados Check-list Total de Respostas

Positivas Total de Respostas

Negativas Total de Respostas

Não Aplicavel

Alternativa I 14 23 3 Alternativa II 18 16 6 Alternativa III 20 19 1 Alternativa IV 11 29 0 Alternativa V 32 8 0 TOTAL 64 57 9

9. DESENVOLVIMENTO

9.1. Planilha de Planejamento para Construção e Testes com Modelos Tabela 6.1 - Cronograma

MARÇO ABRIL ATIVIDADE

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 Desenho preliminar da alternativa selecionada

Cotar a alternativa selecionada

Construir o modelo Realizar testes Conclusões

9.2. Testes com Modelo Rústico Através da construção do primeiro modelo, em compensado e sarrafo de madeira, realizaram-se os testes dimensionais e funcionais do subsistema de acomodação do sistema de apoio para repouso e acomodação de enfermos em residências. A altura máxima e mínima assumida pelo sistema mostraram-se adequadas tanto para o maior homem - percentil 95 (Figura 6.1 e 6.2), quanto para a menor mulher - percentil 2,5 (Figura 6.3 a 6.5). A altura máxima permite ao cuidador tratar o paciente em posição ereta e com os braços em posição confortável, cotovelos dobrados em ângulo reto, com o braço na posição vertical (Grandjean, 1998). Além disso, o ajuste de altura permitido pelo sistema, proporciona ao cuidador uma regulagem adequada à sua altura e ao tipo de atividade desenvolvida, seja ela delicada que, segundo Grandjean, a altura adequada está entre 5 a 10 cm abaixo da altura do cotovelo; leve, uma altura de 10 a 15 cm abaixo da altura do cotovelo; e pesado, com emprego de força e uso do peso do tronco, altura entre 15 a 40 cm abaixo da altura do cotovelo. A altura mínima permite ao paciente subir e descer da cama sem o auxílio de escadas e outros, e sentar mantendo os pés devidamente apoiados no chão. Os testes realizados no subsistema de acomodação permitiram visualizar que as dimensões das divisões do estrado estão inadequadas tanto para o maior homem (Figura 6.6) quanto para a menor mulher (Figura 6.7). A menor divisão, utilizada para acomodação das nádegas, está pequena e consequentemente

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desconfortável para o paciente. Como solução para o pretende-se aumentar esta divisão em 5 cm e diminuir a divisão para o apoio da coxa na mesma posição. No teste dimensional verificou-se que o sistema não se encaixa na estrado de uma cama de solteiro padronizada (90X190 cm), necessitando que sua largura seja aumentada em 4 cm.

Figura 6.1 - Modelo Rústico Figura 6.2 - Modelo Rústico

Figura 6.3 - Modelo Rústico Figura 6.4 - Modelo Rústico

Figura 6.5 - Modelo Rústico

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Figura 6.6 - Modelo Rústico

Figura 6.7 - Modelo Rústico

Outros aspectos analisados foram as possíveis posições que o sistema poderá assumir conforme necessidade do paciente e do cuidador (Figuras 8 a 13).

Figura 6.8 - Modelo Rústico Figura 6.9 - Modelo Rústico

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Figura 6.10 – Modelo Rústico Figura 6.11 – Modelo Rústico

Figura 6.12 – Modelo Rústico Figura 6.13 – Modelo Rústico

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10. ANEXOS

ANEXO I - TABELA DE GUT

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ANEXO II - TÉCNICA DE PNI

Fig. 1 - Cama específica para home care

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Grades

-Ajustes -Ausência de rodízios. -

Usabilidade -Ajustes -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-A cabeceira da cama tem um tubo integrado que poderia funcionar como pega para o deslocamento da cama.

Significação -Uso de cores quentes, dando um aspecto mais alegre ao produto; -Uso da madeira, remetendo ao mobiliário residencial.

-Estrutura metálica cinzenta e modelada de modo idêntico às utilizadas em hospitais.

-Combinação do cromado com a madeira, criando um “meio termo” entre o hospital e a residência do paciente.

Fig. 2 - M262 - Sofá cama, M263 - Mesa de cabeceira e refeição, M206 FW – Cama fawler,

M326 - Escada 2 degraus, M255 – Poltrona reclinável, M317 - Suporte para soro Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante

Funcionalidade -Solução razoavelmente completa; -Grades; -Ajustes de angulação; -Rodízios.

- Inexistência de ajuste de altura.

-Produtos com mais de uma função (sofá cama, mesa de cabeceira e refeição).

Usabilidade -Ajustes de angulação. -Inexistência de ajuste de altura; -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Significação

-

-Uso de laminado, “maquiando” a aparência da madeira; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos.

-Combinação de madeira e metal, podendo criar um “meio termo” entre o hospital e a residência do paciente.

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Fig. 3 - M-201 – Cama com Cabeceira Móvel, simples, standard

Cabeceira em tubos redondos de 1.1/4’

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Simplicidade estrutural,

facilitando a manutenção e limpeza; -Apoio para o paciente se virar.

-Existência de apenas um ajuste (na cabeceira); -Ausência de grades. -

Usabilidade - -Pobreza nos ajustes; -Inesistência de rodízios. -

Significação

-

-Aparência delgada e frágil; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos; -Uso do branco, que remete ao ambiente hospitalar.

-

Fig. 4 - cama fawler com cabeceira tubular

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Ajustes de angulação. -Ausência de grades;

-Ausência de rodízios. -

Usabilidade -Ajustes de angulação. -Inexistência de ajuste de altura; -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Significação

-

-Uso de laminado, “maquiando” a aparência da madeira; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos; -Uso do branco, que remete ao ambiente hospitalar.

-Combinação de madeira e metal, podendo criar um “meio termo” entre o hospital e a residência do paciente.

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UNEB – PÓSDESIGN 2003 83

Fig. 5 - cama de recuperação – dimensões 2.15x0.85

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Ajustes de angulação;

-Rodízios; -Grades.

- -

Usabilidade -Ajustes de angulação. -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Significação

-

-Inexistência de cabeceira, que reduz o vínculo com o mobiliário residencial; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos; -Uso do branco, que remete ao ambiente hospitalar.

-

Fig. 6 - Cama FAWLER Standard Luxo c/ rodízios, com grades (Opcional)

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Apoio para o paciente

se virar; -Ajustes de angulação; -Rodízios; -Grades.

-Inexistência de ajuste de altura.

-

Usabilidade -Ajustes de angulação. -Inexistência de ajuste de altura; -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Significação -Uso da madeira, remetendo ao mobiliário residencial.

-Estrutura metálica cinzenta e modelada de modo idêntico às utilizadas em hospitais.

-Conformação simples da grade, tornando-a menos agressiva.

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Fig. 7 - Cama FAWLER padrão Luxo Lar Elétrica c/ Altura Variável c/ Grade (Opcional)

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Apoio para o paciente

se virar; -Ajustes de angulação e altura; -Rodízios; -Grades.

-

-Ajustes elétricos.

Usabilidade -Ajustes de angulação e altura; -acionamento dos ajustes dentro do envoltório de alcance do paciente.

- -

Significação -Uso da madeira, remetendo ao mobiliário residencial.

-Estrutura metálica modelada de modo idêntico as utilizadas em hospitais.

-

Fig. 8 - Cama FAWLER padrão Luxo Lar Elétrica c/ Altura Variável c/ Grade (Opcional)

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Apoio para o paciente

se virar; -Ajustes de angulação e altura; -Rodízios; -Grades.

-

-Ajustes elétricos.

Usabilidade -Ajustes de angulação e altura; -Acionamento dos ajustes dentro do envoltório de alcance do paciente.

- -

Significação - Uso de cores quentes, dando um aspecto mais alegre ao produto.

- Estrutura metálica modelada de modo idêntico as utilizadas em hospitais.

- Combinação de madeira e metal, podendo criar um “meio termo” entre o hospital e a residência do paciente.

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Fig. 9 - Cama de CTI com leito pintado, grades e estrutura inox. Opção: Manual com grades

inox e estrutura e leito pintado

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Apoio para o paciente

se virar; -Ajustes de angulação; -Rodízios; -Grades.

-Inexistência de ajuste de altura; -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Usabilidade -Ajustes de angulação. -Inexistência de ajuste de altura; -Os acionamentos dos ajustes encontram-se fora do envoltório de alcance do paciente.

-

Significação

-

-Inexistência de cabeceira, que reduz o vínculo com o mobiliário residencial; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos; -Uso do branco, que remete ao ambiente hospitalar.

-

Fig. 10 - Cama de CTI elétrica totalmente Inox c/ elevação, trendelenburg e reverso com dorso

radiotransparente. Opção: sem dorso radiotransparente.

Critérios / Avaliação Positivo Negativo Interessante Funcionalidade -Apoio para soro;

-Dorso radiotransparente; -Apoio para o paciente se virar; -Ajustes de angulação e altura; -Rodízios; -Grades.

-

-Ajustes elétricos.

Usabilidade -Ajustes de angulação e altura; -Acionamento dos ajustes dentro do envoltório de alcance do paciente.

- -

Significação

-

-Inexistência de cabeceira, que reduz o vínculo com o mobiliário residencial; -Aparência agressiva devido à conformação de seus elementos metálicos; -Uso exclusivo do aço inox, que remete ao ambiente hospitalar.

-

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ANEXO III - TÉCNICA DE SELEÇÃO DE ALTERNATIVA CHECK LIST OBJETIVO Fazer uma comparação entre diversas alternativas através de check-list (questionário de critérios). CLASSIFICAÇÃO • Quanto à finalidade: resolução dos problemas. • Quanto à abordagem: decisão. • Quanto à complexidade: média. QUANDO USAR Quando se tem várias alternativas e se quer optar por uma delas. DESENVOLVIMENTO DA TÉCNICA Trata-se de um instrumento de apoio que procura identificar, entre várias alternativas, aquelas tidas como mais satisfatórias, em função de um conjunto de dez critérios expressos na forma de perguntas. Embora não apresente avaliação mais profunda (é atribuído o mesmo peso a todos os critérios), essa técnica permite vislumbrar as alternativas de modo rápido, explorando maior número de critérios e, conseqüentemente, ampliando a percepção do universo de cada opção. ELABORAÇÃO DOS CRITÉRIOS Os participantes discutem entre si procurando, através do consenso, elaborar uma lista de critérios que considerem importantes e que servirão como parâmetro para a avaliação. Essa lista de critérios deve ser feita em forma de perguntas que demandem as seguintes respostas: sim, não ou desconhecida/não aplicável. ATENÇÃO: as perguntas devem ser estruturadas de modo que as resposta sim seja sempre desejável, indicando ser a alternativa favorável àquele critério. Caso contrário, o check-list ficará sujeito a erros de avaliação. Um exemplo de pergunta corretamente formulada seria “o custo é baixo?” (resposta desejável: sim)e, nunca, “o custo é alto? (resposta desejável: não). AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS Os participantes submetem cada uma das alternativas existentes às mesmas perguntas (critérios). Essa avaliação pode ser feita individualmente ou em grupo, com os participantes discutindo e dando as respostas de comum acordo. No caso de se optar pela avaliação individual, as respostas deverão ser reunidas (somadas) no final, para se ter a totalização dos resultados. A alternativa que apresentar maior número de respostas sim, é a considerada mais satisfatória e, portanto a mais indicada. A que apresentar o maior número de respostas não, ao contrário, é a menos indicada.

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QUESTIONÁRIO UTILIZADO

CHEK-LIST ALTERNATIVA: ________ SIM NÃO D/NA

1. As modificaçõe sugeridas são realmente novas, originais?

2. As funções de ajuste de Altura e angulação, garantem o conforto de diversos usuários do sistema (cuidador e enfermo)?

3. O sistema é seguro?

4. A proposta apresenta adequação ao ambiente domiciliar, tanton no aspecto formal quanto conceitual?

5. Os ajustes e funções estão dentro do envoltório acional dos usuários?

6. O sistema possibilita fácil higienização de suas partes?

7. Garantia de fácil manutenção e acesso a estrutura mecânica do sistema?

8. Acomoda de maneira confortável o enfermo?

9. Fornece apoio para os demais subsistemas como o subsistema de refeição, medicação, higienização, etc.?

10. Apresenta facilidades em relação a recursos e meios de produção, bem como utilização de materia-prima adequada a custo relativamente baixo?

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ANEXO IV - QUESTIONÁRIO

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE ACOMODAÇÃO DO ENFERMO Caro Sr./Sra., Contamos com a sua cooperação, para pesquisar o grau de desconforto experimentado, cansaço, dores nos músculos e articulações: durante o seu trabalho. Gostaríamos que você completasse este questionário relacionado com a sua saúde, com absoluta sinceridade. Todas as respostas serão tratadas com total confidência e só o pesquisador terá acesso aos dados. Quanto mais precisas forem as respostas, mais facilmente poderemos propor mudanças no sistema e consequentemente melhorar as condições de trabalho e de saúde. 1. Sexo Masculino Feminino

2. Idade _______________________

3. Altura ______________________

4. Peso ______________________

5. Qual a sua função? ________________________________________________ 6. Quanto tempo trabalha com esta função? ______________________________

7. Quantas horas em média você trabalha cuidando do enfermo? ____________

8. Quais os equipamentos utilizados? Suporte para soro Suporte para remédios

Comadre Suporte para alimentação

Grade de proteção Outros __________________________________

9. Qual a sua maior dificuldade no trato com o enfermo (marque apenas 1 alternativa)? dar banho alimentar

aplicar injeções conseguir ajustar a cama em posição confortável

subir e descer a cama dar medicamentos

outros __________________________________________________________________

Porque? __________________________________________________________________

10. Durante o tratamento já ocorreram acidentes? Sim Não

11. Quais os acidentes mais freqüentes? queda da cama durante alguma movimentação

queda ao descer os subir da cama

ajustes descontrolados provocando má postura do enfermo

derramamento de alimentos por falta de apoio adequado

rodízios que provocam falhas ou impossibilidade de deslocamento

Outros __________________________________________________________________

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12. Qual sua opinião sobre o mobiliário que utiliza quanto: a) tipo e forma de ajuste ótimo bom ruim péssimo

b) segurança do paciente ótimo bom ruim péssimo

c) conforto para o paciente ótimo bom ruim péssimo

13. Escala de avaliação de desconforto corporal Por favor, marque a região do diagrama do corpo humano abaixo onde você sente desconforto/dor. Em seguida, tome como base a escala progressiva de desconforto/dor (abaixo) e assinale o número que você acha correspondente ao grau de intensidade sentido deste desconforto/dor (marque com um X). Por favor, mesmo que você não tenha tido problemas em qualquer parte do corpo, marque como o grau de intensidade "1" (nenhum desconforto/dor).

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ANEXO V - Desenho Técnico

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ANEXO VI – Rendering e Protótipo

Fig. 11 – Rendering

Fig. 12 – Sistema na altura máxima Fig. 13 – Ajuste do tronco e das pernas

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Fig. 14 - Movimento de elevação do sistema

Fig. 15 – Protótipo Fig. 16 – Roldanas

Fig. 17 - Sub-sistema de elevação do sistema

(motores) Fig. 18 – Sub-sistema de elevação

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Fig. 19 – Sub-sistema de elevação das pernas Fig. 20 – Sub-sistema de elevação do tronco

Fig. 21 – Cabos de aço, roldanas e motores (sistema movente)

Fig. 22 – Motor que eleva o encosto Fig. 23 – Roldanas

Fig. 24 – Controle remoto Fig. 25 – Equipe

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10. REFERÊNCIAS ALCOA.ALUMINIO S.A. Capturado em 15 de abril de 2003. Online. Disponível na Internet: http://www.alcoa.com.br ALCAN – ALUMINIO DO BRASIL LTDA. Capturado em 22 de abril de 2003. Online. Disponível na Internet: http://www.alcan.com.br/Brazil/Corporate/SiteBrasil.nsf/ ASA ALUMINIO. Capturado na Internet em 15 de abril de 2003. Online. Disponível na internet: http://www.asaaluminio.com.br CHAFFIN, D. B., ANDERSON, G. B. J. e MARTIN, B. J. Trad. Fernanda Saltiel. Biomecânica Ocupacional. Belo Horizonte: Ergo Editora, 2001. 3 ed. 579 p. CSN - COMPANHIA SIDERURGICA NACIONAL – Capturado em 10 de abril de 2003. Online. Disponível na Internet: http://www.csn.com.br DANGELO, J.G. e FATTINI, C. A. Anatomia Humana Básica. Editora Atheneu: São Paulo, 1995. FERRANTE, S.F M. SANTOS, J.F.R. C., “Materials selection as an interdisciplinary technical activity: basic methodology and case studies” Materials Research, São Carlos, v3, (2), p.1-9, april/2000. HOUAISS, A. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2001. IIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. Editora Edgard Blücher: São Paulo, 1993. JAMA - JOURNAL OF THE AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION. Capturado em 20 de novembro de 2002. Online. Disponível na Internet: http://jama.ama-assn.org/issues/v287n7/abs/joc20065.html KAPANDJI, I.A. Fisiologia articular – Membro superior. Vol. 1. 5ª Ed. Editora Manole: São Paulo, 1990. LAVILLE, Antoine. Ergonomia. Editora pedagógica e universitária: São Paulo, 1977. Trad. Marcia Maria Neves Teixeira. MAYO, N. E.; WOOD-DAUPHINEE, S.; CÔTÉ, R.; GAYTON, D.; CARLTON, J.; BUTTERY, J. and TAMBLYN, R. There’s No Place Like Home : An Evaluation of Early Supported Discharge for Stroke. Stroke - Journal of the American Heart Association, Chicago, v.31, p.1016 – 1023. may/2000. MORAES, A. de; MONT’ALVÃO, C. Ergonomia: Conceitos e Aplicações. Rio de Janeiro: Editora 2AB, 2000. 2 ed., ampliada. 136 p. MORAES, Ana Maria de e PEQUINI, Suzi Mariño. Ergodesign para Trabalho com Terminais Informatizados. Editora 2AB, Série Oficina: Rio de Janeiro, 2000. REVISTA ÉPOCA. Serviços Médicos - Armadilhas na saúde. São Paulo: Editora Globo, Edição 135, dezembro/2000.

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REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 7, n. 82, Outubro/2001. Suprimentos e Serviços Hospitalares. REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 8, n. 89, maio/2002. Suprimentos e Serviços Hospitalares. REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 8, n. 90, junho/2002. Suprimentos e Serviços Hospitalares. REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 8, n. 91, julho/2002. Suprimentos e Serviços Hospitalares. REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 8, n. 96, novembro/2002.Suprimentos e Serviços Hospitalares. REVISTA HOSP. São Paulo: Editora suprimentos e Serviços LTDA, Ano 9, n. 98, janeiro/2003.Suprimentos e Serviços Hospitalares. USIMINAS. Capturado em 15 de abril de 2003. Online. Disponível na Internet: http://www.usiminas.com.br/FrontDoor2/0,2606,,00.html http://www.pronep.com.br/cjp/biblio.htm#3