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1 FIAAM FAAM ARQUITETURA E URBANISMO Casa Dona Yayá SÃO PAULO 2015

Monografia - Casa Dona Yayá

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Monografia sobre o tombamento e restaura da Casa Dona Yayá

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FIAAM FAAM

ARQUITETURA E URBANISMO

Casa Dona Yayá

SÃO PAULO

2015

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Monografia destinada à matéria de TEORIA E

METODOS DE RESTAURAÇÃO DE EDIFICIOS do Centro

Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas

São Paulo

2015

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“Para conquistarmos algo na vida não basta ter talento, não basta ter força, é preciso

também viver um grande amor.”

- Mozart

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................................05 A Personagem........................................................................................................................................06 2 – A Residência: (Sanatório Privado)....................................................................................................07 3 – Locais de Visitação e Uso Privado....................................................................................................10 5. O Tombamento................................................................................................................................. 11 4. Curiosidades .....................................................................................................................................12 6. Serviços de manutenção e conservação geral do imóvel de 1998 a 2003........................................ 13

7.Nova Morada do CPC (Centro de Preservação Cultural- Casa de Dona Yayá)............................14 8. Bibliografia........................................................................................................................................15 9. Integrantes do Grupo........................................................................................................................16

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INTRODUÇÃO

O edifício conhecido como Casa de Dona Yayá constitui um documento material da

transformação da cidade de São Paulo em uma metrópole.

Considerado um dos últimos remanescentes do antigo cinturão de chácaras que

circundava a região central da cidade, em seu núcleo original resistem intactas as

paredes de uma edificação de tijolos, assinalando a popularização de uma técnica

construtiva até então pouco difundida na cidade.

Sua aparência atual resultou de reformas e ampliações realizadas entre o final do

século XIX e a metade do XX que reconfiguraram substancialmente a planta da casa,

bem como sua ornamentação externa e interna.

Lugar de memória da arquitetura e da urbanização de São Paulo, a Casa de Dona

Yayá assumiu importância histórica ainda maior ao ser convertida em local de clausura de

sua proprietária mais ilustre.

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1. A Personagem:

Sebastiana de Mello Freire, nasceu em Mogi das Cruzes em 21/01/1887,

Filha de Manoel de Almeida Mello Freire (Bacharel

em Direito, Deputado e Senador e grande proprietário de terras) e Josephina Augusta de Almeida Mello.

Sua vida marcada por tragédias teve quatro irmãos, porém, morreram uma de tétano as 13 anos ao se espetar num espinho de laranjeira, e outra asfixiada no berço com brinquedo aos três anos, conviveu apenas

com Manoel Junior, quatro anos mais velho.

Órfã aos catorze anos de ambos os pais com diferença de dois dias apenas.

Foram nomeados tutores Manoel Joaquim de Albuquerque Lins e a madrinha Eliza Grant.

Em 1905 o irmão suicida-se em uma viagem de navio para Argentina. Torna-se única herdeira de uma imensa fortuna.

Era uma mulher a frente do seu tempo, discreta, elegante, costumava dirigir, cavalgar, promovia saraus e tinha um estúdio fotográfico, além de gostar muito de viajar. Muito católica as missas eram realizadas em sua própria residência.

Não se casou por considerar que seus pretendentes era todos interessados em sua fortuna.

Talvez em razão de hábitos ousados para a sociedade da época, ou em razão de

interesses de terceiros ou até mesmo por distúrbios mentais teve sua vida transformada inevitavelmente. O real motivo infelizmente nunca saberemos.

Chegou a distribuir parte de seus bens como joias e dinheiro aos empregados. Em

1919 se achando perseguida sem se alimentar tenta o suicídio, ano em que é interditada. Seu curador Sousa Queiroz decide interna-la em um sanatório, mas especialistas

recomendam um local melhor, é então que é levada para o imóvel da Rua Major Diogo que acabara de ser reformado para abrigá-la.

Viverá lá isolada em dois cômodos por 40 anos até falecer em 1961 por

insuficiência cardíaca em razão de um câncer, aos 74 anos. Sem filhos ou parentes próximos teve sua herança transferida para o Estado de

São Paulo, em 1968 passou para a USP. (Universidade de São Paulo), que se encarrega da restauração e a transforma em um Centro Cultural.

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2 – A Residência: (Sanatório Privado)

Localizada a apenas um quilômetro da Praça da Sé, quando construída estava na

área rural, era considerada casa de campo.

Supostamente a data da construção é de1870 e seu primeiro proprietário foi José Maria Talon, que construiu um pequeno chalé de tijolos com quatro cômodos, em um terreno de 30.000 metros quadrado.

Em 1888 o imóvel foi vendido para Afonso Roberto Milliet, que o ampliou cercando

com um alpendre em três lados.

As paredes externas do chalé passaram a internas e o número de cômodos subiu para treze e os ambientes receberam as primeiras decorações paretais.

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Em 1902 novamente a chácara foi vendida para João Guerra um comerciante, nesse momento já estava na mancha urbana, quando novamente passa por ampliações de alguns anexos.

Essa reforma dá a fachada características neoclássicas; e a decoração dos

afrescos interiores com pinturas parietais do estilo art nouveau. Além dessas pinturas art nouveau, paisagens marinhas adornavam as paredes da sala de jantar a fim de sofisticá-la.

Dona Yayá é a última proprietária da residência em 1921. As ampliações e

alterações realizadas por orientação médica destinavam-se a constituir, adequar e ampliar os espaços de confinamento psiquiátrico. Diferente das ocupações anteriores durante o “período” os empregados moravam dentro da edificação principal.

O piso de madeira do salão central foi transformado em seu dormitório e

substituído por corticite. Os papeis de parede foram removidos e os afrescos recobertos por tinta esmaltada monocromática de cor clara para facilitar a limpeza e os cantos foram arredondados.

As janelas dos cômodos que Yayá ocupava só abriam pelo lado de fora. As portas e janelas destes ambientes foram adequadas, de forma a impedir sua abertura pelo lado de dentro.

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Em seu quarto, havia uma pequena abertura por onde passava sua comida e que foi mantida na restauração.

Ao lado dos aposentos, foi construído o quarto de banho, revestido de azulejos brancos, piso de cerâmica, banheira e chuveiro com aquecedor a gás. Para evitar que se machucasse seu banheiro não tinha torneiras, a água saia diretamente da parede.

E nem mesmo no toillete, Dona Yayá tinha sua privacidade garantida.

Externamente os frontões, pilastras embutidas, compoteiras, colunas de ferro

fundido (Europa) sustentavam o alpendre típicos ornamentos do neoclássico. O portão também em ferro leva as iniciais de João Guerra.

No jardim árvores frutíferas e fores, são resquícios da

grande chácara de outrora.

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A última reforma foi feita em 1952 com a construção do

solário, para que Dona Yayá pudesse ficar ao ar livre de vez em

quando.

Dos 30.000 m² originais o terreno tem cerca de 2600 m². Após a morte de Yayá o

imóvel e passada a propriedade definitivamente para USP, cogitou-se a possibilidade de

transformá-la em um museu de memórias do Bixiga. Ficou desocupado por bastante

tempo aguçando a curiosidade da população. Hoje o mistério não mais existe, pois está

aberta a visitação depois de restaurada e abriga o Centro de Preservação da USP.

3 – Locais de Visitação e Uso Privado

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4. O Tombamento

A casa da Dona Yayá foi tombada pelo Condephaat em 1998 e pelo Conpresp em

2002, usando como justificativa para o tombamento um exemplo integro do estilo eclético

muito difundido entre o século XIX e início do século XX, decidiu-se pela Universidade

Paulista que a casa abrigaria a sede do Centro de Preservação Cultural - CPC, órgão da

Pró-reitora de Cultura e Extensão Universitária e que o mesmo assumiria a

responsabilidade pelo seu uso e conservação.

Em 1991 e 1998 foi dado o início aos serviços de manutenção e conservação geral

do imóvel, com supervisão dos órgãos de preservação estatais. A seguir trabalhos

realizados, citados conforme o Dossiê da A Casa de Dona Yayá, realizado pelo Centro de

Preservação Cultual da USP-Pág. 5.

1. Recuperação dos pisos danificados de madeira: remoção, retirada e substituição

de peças do barroteamento e dos assoalhos de piso

2. Remoção, triagem e restauração de esquadrias externas, relativos aos

fechamentos cronologicamente definidos pelo Canteiro-Escola do CPC, como sendo a

casa de Guerra e Milliet, ou seja, a antiga casa de morada;

3. Instalação provisória de luz e água;

4. Imunização contra cupim de solo;

5. Proteção física dos elementos artísticos e decorativos internos;

6. Serviços de conservação das fachadas e limpeza geral do imóvel;

7. Reconstrução da cobertura e telhado;

8. Execução de forros de madeira em diversos cômodos a partir do modelo

fornecido pelo CPC;

9. Revisão dos gradis externo.

Em 2001 foi dado o início ao restauro das pinturas murais de dois cômodos da

residência, realizado pelo programa, “Identificação, Consolidação e Restauração de

Pinturas Murais” o qual foi finalizado em 2003 mesmo ano que se iniciou o restauro das

fachadas externas e azulejaria interna, os jardins foram reformados e as redes de

infraestrutura implantadas, além da recuperação das portas e janelas e restauração dos

cômodos destinados ao confinamento da Dona Yayá.

Todo o processo de restauro inseriu as informações obtidas das investigações e

reconhecimento das características construtivas, técnicas, arquitetônica, e artísticas do

imóvel. Todos os materiais utilizados no restauro eram adequados as características do

edifício, para recuperar sua integridade física e explicar sua historicidade.

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Dessa forma os pisos de ladrilhos hidráulicos e azulejos foram recuperados e

recomposto nos varandas e partes internas. Nos ambientes que abrigavam Dona Yayá o

piso de corticite foi recuperado através de processo e resinas especiais.

Para recuperação dos jardins, foram usados os elementos já existentes,

previamente catalogados através do levantamento dos jardins botânicos especializados,

sendo esses jardins de chácara, ou de pequena vila do início do século XX.

Com o objetivo de interferir o mínimo no conjunto da casa, as obras de elétrica,

hidráulica, telefonia e rede de informática foram realizadas utilizando todo conhecimento

existente sobre a casa, assim a maior intervenção realizada foi a transformação da antiga

garagem em banheiros de usos públicos.

5. Curiosidades

No livro "A Casa de Dona Yayá" traz a menção de um filho natural do pai de Yayá, que certa vez teria visitado a irmã pedindo dinheiro para tratar do filho doente. Pela legislação da época, ele ou seus descendentes não teriam direito à herança. Pela lei atual, teriam sim direito.

Dona Yayá foi detentora, sem dúvida, do maior patrimônio imobiliário de Mogi das Cruzes da época e proprietária de pelo menos 75 imóveis na Capital, boa parte situada no supervalorizado triângulo formado pelas praças da Sé, República e Paissandu, no entanto isso não teria impedido que, um ano após a morte, restasse a ela apenas uma sepultura anônima no Cemitério da Consolação.

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6. Serviços de manutenção e conservação geral do imóvel de 1998 a 2003

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7.NOVA MORADA DO CPC (Centro de Preservação Cultural- Casa de Dona Yayá)

Definiu-se um programa de uso e conservação para a casa, que passaria a abrigar

a sede do CPC. As atividades a serem desenvolvidas de forma permanente envolveriam

cursos, exposições, simpósio aos domingos tem apresentações artísticas, abertas a

população, oficinas e visitas, fazendo uma integração com o bairro e a cidade.

Criando assim um vínculo com as identidades da casa, tais como: restauração e

preservação, educação ambiental e patrimonial, loucura, regressão, grupos e relações

sociais, entre outros.

Simultaneamente, funcionaria como um efetivo elemento de ligação da USP com a

cidade através da cultura e extensão universitária.

Os programas coordenados pelo CPC possibilitam a realização de estágios

supervisionados em identificação, conservação, restauração e divulgação do patrimônio

cultural.

Visita ao público de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h. Rua Major Diogo, 353 Bixiga- CEP 01324-001 – São Paulo – SP Tel: 3106-3562 e-mail [email protected]

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8. Bibliografia:

8.1 - Livros:

TIRELLO, Regina A. "Os estudos realizados pela Universidade de São Paulo". In: Uso qualificado da casa de Dona Yayá: Manual para apresentação de propostas. São Paulo: CPC-USP, pp. 18-19.

Desenhos: Canteiro-Escola de Restauração de Pinturas Murais/ CPC-USP.

COMISSÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL DA USP. 1997 Obras escultóricas em espaços externos da USP, São Paulo, Edusp. 1999 Bens imóveis tombados ou em processo de tombamento da USP, São Paulo, Edusp/Imprensa Oficial.

RODRIGUES, M. 1988 A casa de dona Yayá, São Paulo, Ícone Pesquisas de História.

LOURENÇO, Maria Cecília França (org). A Casa de Dona Yayá. São Paulo, Edusp,1999

8.2 Sites:

http://200.144.182.66/memoria/por/local/937-Casa_de_Dona_Yaya http://netleland.net/hsampa/yaya/yaya.html http://www.bixiga.com.br/yaya_folheto.asp http://www.bixiga.com.br/yaya_hist.asp http://cidadepluralcronicas.blogspot.com.br/2010/06/casa-da-dona-yaya-cronicas-da-cidade.html http://www. [email protected] http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2009/05/casa-da-dona-yaya-leva-cultura-ao-centro/ http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-77012000000200015 http://www.usp.br/cpc/v1/imagem/download_arquivo/dossie.pdf

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9. Integrantes do Grupo:

Elitânia Silva Duarte R.A. 4792553

Michelle Prado R.A. 4794446

Reinaldo Fernando Martins R.A. 4788030

Samanta Alves R.A. 4793559

Simone de Lima Oliveira R.A. 4792522

Stephanie Caroline Sales Silva R.A. 4792540

Tálita Medina R.A. 4972387

Professor: Edgard Tadeu Dias do Couto