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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA Kristian Pessoa dos Santos Augusto César Sousa Braga Monte COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA Teresina 2009

Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

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Page 1: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Kristian Pessoa dos Santos

Augusto César Sousa Braga Monte

COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM SISTEMAS

ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Teresina

2009

Page 2: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

Kristian Pessoa dos Santos

Augusto César Sousa Braga Monte

COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM SISTEMAS

ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

Monografia apresentada à Universidade Estadual do

Piauí como parte dos requisitos para a obtenção do

título de Graduado em Engenharia Elétrica -

Eletrotécnica.

Orientador: Prof. Josélio Freire Reis

Teresina

2009

Page 3: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

ii

Santos, Kristian Pessoa dos

Compensação de reativos em sistemas elétricos de

potência / Kristian Pessoa dos Santos – Teresina, 2009.

44 p.

Monte, Augusto César Sousa Braga

Compensação de reativos em sistemas elétricos de

potência / Augusto César Sousa Braga – Teresina, 2009.

44 p.

Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do

Piauí, Centro de Tecnologia e Urbanismo, 2009.

Orientador: Prof. Josélio Freire Reis.

Page 4: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

iii

Kristian Pessoa dos Santos

Augusto César Sousa Braga Monte

COMPENSAÇÃO DE REATIVOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA

„Esta Monografia foi julgada adequada para obtenção do Grau de Engenheiro Eletricista,

habilitação Eletrotécnica e aprovada em sua forma final pela Coordenação do Curso de

Engenharia Elétrica da Universidade Estadual do Piauí. ‟

APROVADA DIA 09 DE DEZEMBRO DE 2009.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________________

Prof. Josélio Freire Reis – Especialista

Presidente

__________________________________________________________

Prof. Francisco Barbosa Filho – Especialista

Coordenador do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica

___________________________________________________________

Prof. José Pereira dos Santos Júnior – Especialista

Convidado

__________________________________________________________

Prof. Fabriciano Louchard da Cunha – Especialista.

Professor da disciplina Projeto Final

Page 5: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

iv

DEDICATÓRIA

Kristian Pessoa dos Santos

Este trabalho é dedicado ao meu pai: Kelson Pereira dos Santos, minha mãe: Conceição de Maria

Pessoa dos Santos e ao meu irmão: Bergson Pessoa dos Santos que durante toda minha trajetória

me deram todo suporte que precisei para estudar e sempre acreditaram no meu potencial.

Augusto César Sousa Braga Monte

Dedico este trabalho aos meus pais, Constança e Nascimento, à minha irmã Mariana e à minha

namorada Camila. Obrigado por todo apoio e carinho que me deram sempre. Amo vocês.

Page 6: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

v

AGRADECIMENTOS

Kristian Pessoa dos Santos

Em primeiro lugar agradeço muito a Deus pela oportunidade de estudar e de ter colocado pessoas

maravilhosas no meu caminho. Agradeço aos meus professores e amigos do ensino médio e da

universidade pelo conhecimento e amizade; a todos os companheiros de estágio da Companhia

Energética do Piauí e da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, em especial aos Engos

.

João José, Raimundo Nonato, Cleodimar, Geovani Carlos e à Enga. Nancy por terem sido grandes

exemplos para mim; ao Professor e Orientador Engo. Josélio Freire pela valiosa contribuição

nesse trabalho; aos “Dutras” por toda assistência; aos meus amigos conterrâneos que vieram

morar comigo em Teresina-PI com sonhos em comum; e a todos aqueles que contribuíram de

alguma forma para minha formação.

Augusto César Sousa Braga Monte

Primeiramente agradeço a Deus, pois sem Ele nada disso seria possível. Ao meu pai, Nascimento,

pela sabedoria, por ter me ensinado o real valor dos livros, dos estudos, por ter me mostrado a

grande importância que o conhecimento tem na vida de um ser humano; à minha mãe, Constança,

pela dignidade, determinação e força de vontade; à minha irmã, Mariana, pela consideração,

amizade e carinho que tem por mim; à minha namorada, Camila, pelo amor e companheirismo

que passei a ter ao estar ao seu lado; aos companheiros durante meu estágio na Companhia

Energética do Piauí; ao professor e orientador Engº Josélio Freire, pela contribuição, com sua

experiência, para a conclusão deste trabalho; a todos os professores que tive durante o curso, que,

de alguma forma, contribuíram para a minha formação profissional; aos amigos que estiveram

juntos durante essa caminhada.

A todos, meu humilde e sincero, Obrigado!

Page 7: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

vi

RESUMO

O presente trabalho apresenta a Compensação de Reativos em um Sistema Elétrico de Potência -

SEP e analisa os seus efeitos sobre a tensão e a estabilidade do sistema. Caracteriza os principais

equipamentos compensadores de reativos que através de seus mecanismos próprios injetam ou

absorvem reativos do sistema de acordo com a demanda reativa da carga. Com o advento da

eletrônica de potência, estes equipamentos têm sido cada vez mais estudados, pois a aplicação

desta oferece uma melhor eficiência e flexibilidade no controle contínuo da demanda reativa da

carga. Em síntese, o trabalho apresenta o estudo da compensação de reativos no SEP, que tem por

objetivo atender à crescente demanda reativa da carga com qualidade, aliviando os sistemas

elétricos e reduzindo perdas (custos). Essa otimização dos sistemas de geração, transmissão e

distribuição de energia permite o aumento da vida útil dos equipamentos do sistema e possibilita

o aumento da demanda reativa para atender às cargas.

Page 8: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

vii

ABSTRACT

This work presents the Reactive Compensation in Power Electrics Systems and analyzes your

effects about the voltage and the stability of the system. Features the main equipment

compensating reactive through your own mechanisms inject or absorb reactive of the system

according with the reactive load demand. With the advent of power electronics these devices

have been increasingly studied, because this application provides a better efficiency and

flexibility in the continuous control of reactive load demand. In synthesis, this work presents the

study of reactive compensation in the SEP that have as objective to meet the growing demand

reactive load with quality, relieving the electrical systems and reducing losses (costs). This

optimization of the systems of power‟s generation, transmission and distribution allows

increasing the useful life of the equipment system and enables the growth of reactive demand for

load.

Page 9: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

viii

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA ................................................................................................................ iv

AGRADECIMENTOS ...................................................................................................... v

RESUMO ............................................................................................................................ vi

ABSTRACT ....................................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ x

LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................... xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ...................................................................... xii

1 – APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 01

1.1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................ 01

1.2 – OBJETIVOS ..................................................................................................... 02

1.3 – METODOLOGIAS ........................................................................................... 02

1.4 – CRONOGRAMA DA MONOGRAFIA ........................................................... 02

2 – ENERGIA REATIVA NO SEP .................................................................................. 03

2.1 – POTÊNCIA COMPLEXA EM CORRENTE ALTERNADA ......................... 04

3 – A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEUS EFEITOS SOBRE O SISTEMA..09

3.1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................ 09

3.2 – A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEUS EFEITOS SOBRE A TENSÃO

DO SISTEMA ............................................................................................................ 11

3.3 – A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEUS EFEITOS SOBRE A

ESTABILIDADE DO SISTEMA .............................................................................. 14

3.4 – O CONTROLE DE REATIVOS E UMA BREVE VISÃO DA

LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 17

4 – EQUIPAMENTOS USADOS PARA COMPENSAÇÃO REATIVA ..................... 19

4.1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................ 19

Page 10: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

ix

4.2 – BANCOS DE CAPACITORES E DE REATORES ........................................ 20

4.3 – COMPENSADORES SÍNCRONOS ................................................................ 22

4.4 – EQUIPAMENTOS QUE USAM SISTEMAS FLEXÍVEIS DE

TRANSMISSÃO AC – FACTS ................................................................................. 23

4.4.1 – Compensador Estático de Reativos – SVC ....................................... 24

4.4.2 – Compensador Síncrono Estático – STATCOM ................................ 28

4.4.2.1 – Princípio de Funcionamento .................................................... 29

4.4.3 – Compensador Série Controlado a Tiristor – TCSC ......................... 32

4.4.4 – Compensador Série Chaveado a Tiristor – TSSC ............................ 35

4.4.5 – Compensador Série Síncrono Estático – SSSC ................................ 36

4.4.6 – Controlador Unificado de Fluxo de Potência – UPFC .................... 38

5 – CONCLUSÕES ............................................................................................................ 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 42

Page 11: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 3.1 – Balanço da potência ativa e reativa num sistema simples de duas barras ....... 12

Figura 3.2 – Representação fasorial .................................................................................... 13

Figura 3.3 – Classificação do estudo da estabilidade em sistemas elétricos de potência .... 14

Figura 4.1 – Banco Capacitor-Série na subestação São João do Piauí – CHESF ............... 21

Figura 4.2 – Compensador Síncrono da SE São Luis 500 kV – Eletronorte. ...................... 23

Figura 4.3 – Esquema básico de um SVC (TCR e TSC) ...................................................... 25

Figura 4.4 – SVC composto por TCR e capacitor fixo ........................................................ 25

Figura 4.5 – Características V x I dos elementos que compõem o SVC.............................. 26

Figura 4.6 – Representação do sistema através do Equivalente de Thevenin ..................... 26

Figura 4.7 – Modelo dinâmico do SVC ............................................................................... 28

Figura 4.8 – Esquema básico do STATCOM ....................................................................... 29

Figura 4.9 – Diagramas fasoriais das tensões e correntes do sistema elétrico e do

STATCOM ........................................................................................................................... 30

Figura 4.10 – Representação do TCSC conectado ao sistema ............................................. 33

Figura 4.11 – Esquema simples de um TSSC ...................................................................... 35

Figura 4.12 – Representação da tensão de um capacitor resultante das restrições da

introdução de uma linha com corrente zero......................................................................... 36

Figura 4.13 – Diagrama de blocos do SSSC conectado a uma linha de transmissão........... 37

Figura 4.14 – Configurações básicas do UPFC .................................................................. 38

Page 12: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

xi

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 2.1 – Tensão, corrente e potência num circuito monofásico .................................. 05

Gráfico 2.2 – Potência Instantânea entrando no circuito ..................................................... 06

Gráfico 3.1 – Curvas Q-V.................................................................................................... 16

Gráfica 4.1 – Característica V versus ISVC do sistema e do SVC ......................................... 27

Gráfico 4.2 – Curva característica V x I do STATCOM ...................................................... 31

Gráfico 4.3 – Características do TCSC de acordo com o valor de α ................................... 34

Page 13: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

φ - Ângulo de defasagem entre tensão e corrente

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

BSVC - Susceptância do SVC

CA - Corrente Alternada

CC - Corrente Contínua

CEPISA - Companhia Energética do Piauí

CHESF - Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

CRTR - Compensação Reativa em Tempo Real

FACTS - Sistemas Flexíveis de Transmissão em Corrente Alternada

FP - Fator de Potência

GTO - Tiristor de Desligamento por Porta

Hz - Hertz (unidade de medida de freqüência)

I - Corrente

IGBT - Transistor Bipolar de Porta Isolada

kV - Quilovolt (unidade de medida de tensão)

kW - Quilowatt (unidade de medida de potência ativa)

L - Indutância

LT - Linha de Transmissão

MVA - Megavolt-Ampère (unidade de medida de potência aparente)

MW - Megawatt (unidade de medida de potência ativa)

P - Potência Ativa

Q - Potência Reativa

ONS - Operador Nacional do Sistema

S - Potência Aparente

SCR - Retificador Controlado de Silício

SEP - Sistema Elétrico de Potência

Page 14: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

xiii

SIN - Sistema Interligado Nacional

STATCOM - Compensador Síncrono Estático

SVC - Compensador Estático de Reativos

T - Período

TCR - Reator Controlado a Tiristor

TSC - Capacitor Chaveado a Tiristor

UPFC - Controlador Unificado de Potência

V - Tensão

VARS - Volt-Ampère Reativo (unidade de medida de potência reativa)

VA - Volt-Ampère (unidade de medida de potência aparente)

W - Watt (Unidade de medida de potência ativa)

X - Reatância

Z - Impedância

Page 15: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

1

CAPÍTULO 01

APRESENTAÇÃO

1.1 – INTRODUÇÃO

Os Sistemas Elétricos de Potência - SEP são circuitos destinados a levar grandes blocos

de energia da geração até os centros consumidores. Na busca deste objetivo, o planejamento e a

operação dos sistemas de energia utilizam técnicas bastante sofisticadas na resolução de

problemas. [3]

Um dos principais obstáculos à operação estável dos SEP é a instabilidade de tensão

caracterizada por um declínio lento e progressivo das magnitudes das tensões das barras de carga.

O motivo dessa instabilidade reside na incapacidade dos sistemas de atender à crescente demanda

de energia reativa. [13]

Esse trabalho analisa o estudo da compensação de reativos no SEP que, através do fluxo

de carga, controla continuamente a injeção/absorção de reativos no sistema. Esse controle

contínuo permite a manutenção dos níveis de tensão nas barras de carga e mantém a estabilidade

do sistema.

Para tal manutenção são usados alguns equipamentos como os Sistemas Flexíveis de

Transmissão de Correte Alternada – FACTS, o compensador síncrono, bancos capacitores e

bancos reatores. A dinâmica de utilização desses equipamentos no sistema é a chave para que o

Page 16: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

2

balanço de reativos com a tensão possa otimizar continuamente os sistemas de geração,

transmissão e distribuição de energia.

1.2 – OBJETIVOS

Esse trabalho tem como objetivo apresentar o estudo da compensação de reativos no SEP

e analisar os seus efeitos sobre a tensão e a estabilidade do sistema considerando os principais

equipamentos compensadores de reativos, principalmente, os dispositivos FACTS.

1.3 – METODOLOGIAS

Foi realizada pesquisa do tema através do material bibliográfico constante nas referências

dessa monografia, pesquisa eletrônica para aquisição de diversas bibliografias, aprendizado

adquirido ao longo do curso e com o convívio com profissionais da área.

1.4 – CRONOGRAMA DA MONOGRAFIA

Uma breve síntese dos capítulos é apresentada a seguir:

No Capítulo 02 – ENERGIA REATIVA NO SEP trata-se dos conceitos básicos de

energia reativa no SEP.

No Capítulo 03 – A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEUS EFEITOS SOBRE O

SISTEMA são apresentadas as principais características da compensação de reativos e seus

efeitos sobre a tensão e a estabilidade do sistema. Enfatiza-se a necessidade desse controle de

reativos para a redução de custos e tarifas.

No Capítulo 04 – EQUIPAMENTOS USADOS PARA COMPENSAÇÃO REATIVA são

pormenorizados os equipamentos usados no SEP para compensação de reativos e controle de

tensão abordando suas principais características.

No Capítulo 05 – CONCLUSÕES são apresentadas as conclusões da importância da

compensação de reativos para o sistema.

Page 17: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

3

CAPÍTULO 02

ENERGIA REATIVA NO SEP

Os SEP são circuitos destinados a transmitir grandes quantidades de energia, desde os

locais de sua geração até os centros de consumo e então, distribuí-las aos consumidores

individuais [5]. Segundo Brigatto [3], o planejamento e a operação dos sistemas de energia

elétrica são levados a utilizar técnicas bastante sofisticadas de resolução de problemas envolvidos

que permitem englobar toda a grande complexidade associada a esses sistemas. Estes sistemas

são projetados para atender certos critérios mínimos, no que diz respeito a:

Capacidade de transmissão de energia;

Qualidade de transmissão;

Confiabilidade;

Economia.

A potência elétrica é uma grandeza que trabalha com transmissão de energia elétrica ativa

e reativa entre diferentes pontos do sistema. O estudo do seu comportamento é da maior

importância para satisfazer a todos os critérios acima mencionados. [16]

Page 18: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

4

2.1 – POTÊNCIA COMPLEXA EM CORRENTE ALTERNADA

Tradicionalmente, em circuitos elétricos de corrente alternada, as definições de potência

usuais se aplicam aos casos de regime permanente senoidal. Tendo um circuito monofásico em

função do tempo, a tensão e a corrente instantâneas são dadas por: [1], [5], [16]

Onde:

VMAX e IMAX são os valores máximos das senóides de tensão (V) e corrente (A),

respectivamente;

φ é o ângulo da corrente em relação à referência que geralmente é a origem dos

sistemas;

ωt = 2. π .f.t que é dado em radianos e f é a freqüência dada em Hz. O sistema elétrico

brasileiro adota f = 60 Hz.

A potência instantânea absorvida por uma carga monofásica é dada pelo produto dos

valores instantâneos da tensão e corrente, ou seja:

Que pode ser escrita da seguinte forma:

Onde V e I são os valores eficazes da tensão e da corrente, respectivamente, e φ é o

ângulo de defasagem entre a tensão e a corrente na carga, ou seja:

Page 19: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

5

A equação encontrada pelo produto da corrente e tensão instantâneas mostra que a

potência fornecida à carga é constituída de duas parcelas. A primeira parcela dada por V.I.cos φ ,

constante no tempo, representa a potência absorvida pela carga que é transformada em trabalho

útil ou em calor, sendo denominada potência ativa, representada por P, medida em Watts – W,

representada pela curva I no gráfico 2.1. A segunda parcela dada por V.I.cos (2ωt - φ ) é variável

no tempo e possui freqüência igual a duas vezes a freqüência da rede. Representa uma potência

flutuante que ora é absorvida pela carga, ora é fornecida pela carga, sendo seu valor médio nulo.

Logo, é incapaz de realizar um trabalho útil. Representa uma energia que durante um quarto de

período é absorvida pela carga e armazenada no campo magnético ou elétrico ligado ao circuito

e, no quarto de período seguinte, é devolvida à rede. É denominada Potência Reativa,

representada por Q, medida em VARS, e está representada pela curva II no gráfico 2.1.[1], [2]

Gráfico 2.1 – Tensão, corrente e potência num circuito monofásico. [1]

Page 20: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

6

Segundo Junior [16], os engenheiros e os profissionais da área atualmente aceitam as

definições de potência aparente, representada por S, potência ativa e potência reativa em sistemas

de correntes e tensões senoidais. Assim, o modelo matemático aceito é S = P + j.Q.

A potência em um determinado instante varia com o tempo, sendo difícil de ser medida. É

mais conveniente medir a potência média que é dada por:

Substituindo a equação da potência instantânea de uma carga monofásica fica:

O primeiro integrando da equação acima é uma constante e a média deste é a própria

constante. O segundo integrando da mesma equação é uma senóide que tem valor médio igual a

zero, portanto, a potência média instantânea fornecida a uma carga monofásica é dada por P =V.

I. cos φ e está representada no gráfico 2.2, onde φ = Uv – Ui, .

Gráfico 2.2 – Potência Instantânea entrando no circuito. [2]

Page 21: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

7

A potência média é o produto de dois termos: V.I e cos φ. O produto V. I é chamado de

Potência Aparente, representada por S, e cos φ é denominado de Fator de Potência – FP. A

potência média aparente denominada por S = V.I é medida em Volt-Ampère – VA e representada

fasorialmente por:

Pela expressão acima, tem-se:

Quanto menor for o ângulo φ menor será a componente reativa do sistema e, por

conseqüência, mais o fator de potência irá se aproximar do valor unitário. Quando a carga for

indutiva, o ângulo φ e a componente reativa do sistema Q serão positivos. Ao contrário, quando a

carga for capacitiva, o ângulo φ e a componente reativa Q serão negativos.

Como não é possível especificar o fator de potência unicamente pelo co-seno do ângulo,

já que, da trigonometria, tem-se a relação cos (φ) = cos (-φ), contorna-se esta ambigüidade da

seguinte maneira:

Quando φ é positivo: fator de potência atrasado ou indutivo;

Quando φ é negativo: fator de potência adiantado ou capacitivo.

Em outras palavras, fator de potência atrasado significa que a corrente está atrasada em

relação à tensão, caracterizando circuitos indutivos. Ao contrário, fator de potência adiantado

significa que a corrente está adiantada em relação à tensão, caracterizando circuitos capacitivos.

Segundo Filho [17], a carga típica sempre consome energia reativa porque precisa de um

campo eletromagnético para funcionar. Esta energia é a responsável pela magnetização dos

enrolamentos de motores, transformadores, reatores, que são equipamentos que necessitam de

uma energia “magnetizante” para transformar parte da energia recebida em trabalho útil, ou seja,

em energia consumida transformada. Portanto, esta parcela de energia trocada entre geração e a

Page 22: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

8

carga é essencial para o funcionamento do SEP e deve ser constantemente controlada para

garantir a continuidade e a confiabilidade do mesmo.

O estudo da compensação de reativos no SEP é responsável por esse controle constante do

fluxo de reativos no sistema e será visto no capítulo seguinte desse trabalho.

Page 23: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

9

CAPÍTULO 03

A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E OS SEUS EFEITOS

SOBRE O SISTEMA

3.1 – INTRODUÇÃO

Em um SEP as cargas possuem características distintas e podem ser classificadas segundo

muitos aspectos:

Pela sua natureza (residencial, comercial, industrial, etc.);

Tamanho (demanda);

Simetria (monofásica ou trifásica);

Constância (em relação ao tempo, freqüência e tensão);

Ciclo de funcionamento (uso regular ou aleatório); entre outros.

Analisando um consumidor industrial e um consumidor residencial, por exemplo,

constata-se que estes possuem características distintas em relação a todos os aspectos acima

mencionados. A carga industrial é composta por grandes motores indutivos trifásicos que podem

ser consumidores em nível de subtransmissão e funcionam com relativa constância em relação ao

tempo. Enquanto uma carga residencial é constituída em sua maioria por equipamentos elétricos

Page 24: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

10

monofásicos de baixa potência, carga luminosa, consumidores de baixa tensão e, além disso,

possui grande inconstância em relação ao tempo. [1]

Segundo Elgerd [1], a carga típica em um SEP é sempre indutiva, ou seja, consumidora de

energia reativa. Isso se deve ao fato de a carga industrial, que é uma grande componente da

demanda total do sistema, ser constituída de cargas motoras que são grandes consumidores de

energia reativa indutiva. Os motores são sempre indutivos, com exceção de máquinas síncronas

superexcitadas que injetam energia reativa no sistema ao invés de consumi-la.

Para o bom funcionamento do sistema é fundamental que a energia reativa esteja

adequada à demanda da carga, ou seja, que a oferta de energia reativa pelos sistemas de geração

atenda à demanda da carga. Através de um estudo do comportamento da carga no sistema é

possível saber a quantidade de energia reativa necessária para atender à demanda

satisfatoriamente e garantir o bom funcionamento do mesmo nos diferentes horários do dia e

épocas do ano. Se a demanda de energia reativa pela carga for maior que a quantidade enviada

pela geração, ou, ao contrário, se a oferta é maior que a demanda, o sistema poderá apresentar

diversos problemas operacionais como instabilidade de tensão, perda de sincronismo de

máquinas elétricas, sobreaquecimento de geradores e perdas na transmissão. [1]

Esses problemas comprometem seriamente a confiabilidade e a continuidade do sistema e

podem ser responsáveis por grandes prejuízos às empresas de energia elétrica.

A compensação de reativos no SEP é o controle feito através de estudos de fluxo de carga

para injeção ou absorção de reativos no sistema em sua quantidade ideal. Essa compensação de

reativos é feita em tempo real, ou não, por meio de equipamentos próprios que injetam ou

absorvem reativos do sistema de acordo com as necessidades da carga, garantindo o bom

funcionamento do mesmo.

Existem duas classificações de fontes de compensação de reativos em SEP: compensação

de reativos estática e compensação de reativos dinâmica.

A compensação de reativos estática é feita com valores discretos e por isso permite que

possa existir uma quantidade de energia reativa circulando na rede. Exemplos dessa aplicação são

os bancos de capacitores e indutores em série ou em paralelo com valores fixos de reativos (vars).

Já a compensação de reativos dinâmica é feita com um valor variável, de acordo com o valor de

energia reativa que circula na rede [34]. Após a compensação, a energia reativa circulante é nula.

Page 25: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

11

Esse método de compensação é dito Compensação Reativa em Tempo Real – CRTR, pois opera

com controle contínuo. Alguns exemplos de equipamentos que fazem esse tipo de compensação

são o compensador síncrono, o Compensador Estático de Reativos – SVC e o Compensador

Unificado de Potência.

Segundo Starosta [23], o sistema de CRTR tem por premissa de operação, a manobra de

grupos de capacitores ou grupos de filtros LC por meio de dispositivos de manobra estática (SCR

ou IGBT). Os conjuntos de compensação reativa (capacitores e indutores) são manobrados

individualmente ou em conjunto e inseridos na rede elétrica que os alimenta pelos elementos de

manobra estática, que são comandados por um controlador. Este controlador controla a manobra

adequada dos grupos de capacitores em função das informações das condições da carga e da rede.

Nesta situação, é manobrada a combinação de grupos mais adequada à compensação reativa e em

intervalos de tempo que podem ser de até um ciclo (16ms). [23], [9]

A compensação de reativos pode ser feita através de equipamentos ligados em série com

as linhas de transmissão, ou equipamentos ligados em derivação ao sistema. Pode-se citar como

exemplos de compensação reativa o chaveamento de bancos capacitores e reatores em derivação

ao sistema, o ajuste da excitação dos compensadores síncronos ou a utilização de compensadores

estáticos de reativos em derivação. No capítulo seguinte serão abordados os principais

equipamentos compensadores de reativos e suas características.

3.2 - A COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEU EFEITO SOBRE A

TENSÃO DO SISTEMA

Supondo-se que uma grande quantidade de motores elétricos industriais, grandes

consumidores de energia reativa, seja ligada a uma barra de um sistema elétrico sendo mantida a

mesma potência ativa total da carga. Isso acarretará no aumento de corrente elétrica na linha que

alimenta a barra da instalação provocando o declínio de tensão na linha, e, conseqüentemente, da

tensão na barra [1]. Esta relação entre potência reativa e tensão na barra caracteriza uma

necessidade de equilíbrio (balanço) entre níveis de potência reativa solicitada pela carga e o nível

de tensão na barra alimentadora. [1], [5].

Page 26: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

12

Na figura 3.1, a carga P+jQ é alimentada pela barra 2, e como não existe gerador nessa

barra, a carga deve ser alimentada por meio da linha, a partir da barra 1. A tensão na barra 2 é

dada por V2 = V1 – I.Z (i). [1]

Figura 3.1 – Balanço da potência ativa e reativa num sistema simples de duas barras. [1]

A corrente da linha I satisfaz a relação:

Daí:

.

Sendo que a última passagem decorre da escolha de V1 como fasor de referência, isto é,

/V1 = 0. Por (i), temos:

Geração

V1 V2

P+j.Q

Carga = P+j.Q

Barra 2 Barra 1

I

Page 27: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

13

Figura 3.2 – Representação fasorial. [1]

Do diagrama segue-se que:

1. Uma variação na potencia ativa P afeta o fasor queda de tensão que é perpendicular a

V1. Portanto, não ocorrerá nenhuma mudança considerável em V2.

2. Uma variação de potência reativa Q afeta o fasor queda de tensão que está em fase com

V1. A variação no módulo de V2 é, portanto, essencialmente proporcional a Q.

Para manter constante o módulo de V2, deve-se fazer com que as demandas variáveis de Q

sejam compensadas localmente na barra 2. Assim, não se faz necessário o transporte desta

energia reativa pela linha de transmissão, o que diminui os seus efeitos sobre a tensão antes da

barra e reduz os custos do sistema com equipamentos e manutenções. [1]

Segundo Elgerd [1], pode-se controlar essa geração local de reativos e, conseqüentemente,

os níveis de tensão do sistema, ajustando-se a excitação das unidades geradoras e dos

compensadores síncronos, ou, então, inserindo bancos de capacitores (shunt) e/ou capacitores

síncronos.

Com o aumento da demanda da carga, segue-se um aumento da carga reativa. Logo,

existe a tendência das tensões caírem durante os períodos de pico de carga, aumentando a

corrente do sistema [7]. Segundo Kindermann [18], se a corrente aumentar demais, o sistema de

proteção das linhas de transmissão ligadas a esse circuito poderá atuar fazendo com que estas

fiquem fora de operação, caracterizando uma contingência. Esse declínio progressivo da tensão

também pode fazer com que alguns geradores se desconectem automaticamente do sistema

comprometendo a continuidade do mesmo.

Page 28: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

14

Ao contrário, em períodos de baixa carga (nas primeiras horas da manhã), existe a

tendência dos níveis de tensão subirem, ou seja, um excesso de energia reativa injetada no

sistema implica no aumento da tensão do mesmo. Durante esses períodos, pode ser necessário

inserir elementos consumidores de reativos para controlar os níveis de tensão em certos pontos do

sistema. [1]

3.3 – COMPENSAÇÃO DE REATIVOS E SEUS EFEITOS SOBRE A

ESTABILIDADE DO SISTEMA

No SEP, a tensão está para a potência reativa assim como a freqüência está para a

potência ativa. A variação de uma implica desequilíbrio na outra, e vice-versa. Uma freqüência

constante é a melhor garantia de que o balanço da potência ativa está sendo mantido. De modo

análogo, uma tensão de barra constante garante o equilíbrio entre a potência reativa produzida e a

consumida [6], [24].

Segundo Anderson [10], o sistema é estável se sua resposta oscilatória durante o período

transitório que segue um distúrbio é amortecida e o sistema se estabiliza em um tempo finito para

uma nova condição de operação. Se isso não ocorrer, o sistema é considerado instável.

A estabilidade de um sistema permite que este permaneça equilibrado em condições

normais de operação e recupere-se após ser submetido a distúrbios. Muitos autores como Paixão

[09], Borges [15] e Kundur [11] preferem dividir o estudo de estabilidade de acordo com a figura

3.3.

Figura 3.3 – Classificação do estudo da estabilidade em sistemas elétricos de potência

Page 29: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

15

O progressivo aumento da demanda da carga tem ocasionado o aparecimento de

problemas de estabilidade de tensão no sistema. A estabilidade de tensão ocorre quando o SEP

possui níveis de tensão aceitáveis para a operação satisfatória do mesmo, tanto em condições

normais de operação quanto após a ocorrência de perturbações [24]. Situações como o aumento

de carga em linhas de transmissão, geradores distantes dos centros de cargas e desligamento de

bancos de capacitores podem provocar o declínio dos níveis de tensão, fazendo com que ocorra o

fenômeno denominado instabilidade de tensão. Segundo Taylor [12], a instabilidade de tensão é a

ausência da estabilidade de tensão e resulta em um progressivo decréscimo, ou acréscimo, da

tensão. O declínio rápido dos níveis de tensão é chamado de colapso de tensão que é um

problema complexo associado a sistemas muito carregados.

Segundo Naturesa [13], a instabilidade de tensão e os colapsos de tensão são grandes

obstáculos para a operação estável do sistema e um dos principais fatores para a sua ocorrência é

a incapacidade do sistema de atender a demanda crescente de energia reativa.

Para análise da estabilidade de tensão são utilizados métodos estáticos como a construção

das curvas P-V e Q-V, através de cálculos de fluxo de potência. As curvas P-V mostram a relação

entre o módulo da tensão e a carga em uma barra do sistema, enquanto as curvas Q-V relacionam

a variação da tensão em uma barra com a potência reativa nela injetada. Nesse trabalho será

analisada apenas a curva Q-V.

Considerando uma fonte de potência reativa obtém-se uma curva Q-V controlando a

tensão da barra analisada em questão. A tensão na barra vai sendo variada através da fonte de

reativos. [13]

O gráfico 3.1 mostra a curva Q-V onde a tensão na barra é comparada com a

injeção/absorção de reativos na mesma. A carga ativa é mantida constante nesse estudo. [13]

Page 30: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

16

Gráfico 3.1 – Curvas Q-V. [13]

A operação estável ocorre no lado direito da curva, após o ponto de operação, onde um

aumento na potência reativa gerada pela fonte é acompanhado por um aumento na tensão da

barra. [13]

Pode-se citar como exemplo de um problema relacionado à estabilidade do sistema no

Brasil, o colapso transitório de tensão na interligação Norte-Nordeste.

Segundo Paixão [9], este problema ocorre quando há uma emergência na interligação

Sudeste-Nordeste acarretando em um elevado e repentino aumento do fluxo de potência na

interligação Norte-Nordeste, exigindo do sistema um maior bloco de potência reativa. Como o

sistema não tem condições de fornecer de imediato tal solicitação, ocorre um severo e transitório

afundamento de tensão, o colapso transitório de tensão, nas subestações próximas à interligação.

Ocorrerá a perda de estabilidade eletromecânica, pois os reguladores das máquinas não têm

tempo para se ajustarem às novas condições do sistema. Tal problema ocorre após a entrada em

operação da interligação Sudeste-Nordeste, limitando o transporte de energia na interligação

Nordeste-Norte. Portanto, o colapso transitório de tensão é fator limitante para o transporte de

energia na interligação Norte-Nordeste e compromete a estabilidade do sistema.

Alguns trabalhos de avaliação técnica mostram que esse problema tem três soluções

possíveis: utilização de compensação série chaveada, uso de um compensador estático de reativos

Page 31: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

17

ou chaveamento de bancos capacitores em derivação. Segundo Paixão [9], o primeiro é o que tem

melhor desempenho e menor custo.

3.4 - O CONTROLE DE REATIVOS E UMA BREVE VISÃO DA

LEGISLAÇÃO

O excesso de reativos em circuitos elétricos sobrecarrega as instalações, ocupando uma

capacidade de condução de corrente que poderia ser melhor aproveitada para realizar trabalho útil

[17]. Isto é válido tanto para a concessionária que entrega energia elétrica ao consumidor como

também para o próprio consumidor em seus circuitos de distribuição. A concessionária protege-se

contra a ocorrência de reativos elevados em suas linhas impondo ao consumidor um fator de

potência mínimo.

Segundo o artigo 64 da Resolução nº 456/2000 da ANEEL [36], “o fator de potência de

referência – fr, indutivo ou capacitivo, terá como limite mínimo permitido, para as instalações

elétricas das unidades consumidoras, o valor de fr = 0,92.”

Esse valor 0,92 foi estipulado após vários estudos técnicos de expansão do sistema feitos

por engenheiros da Coordenação de Critérios de Planejamento Elétrico – CCPE, em conjunto

com o Comitê Técnico de Estudos de Transmissão – CTET. Atualmente, esse mesmo estudo

técnico de planejamento está sendo realizado para o aumento do fator de potência para 0,95.

Quando o consumidor apresenta um fator de potência abaixo do mínimo é cobrado o

excedente de energia reativa a título de ajuste. A melhoria do fator de potência de uma instalação

representa não apenas uma melhor utilização dos circuitos de distribuição de uma empresa, como

também uma forma de reduzir as despesas com o fornecimento de energia caso ele esteja abaixo

do mínimo regulamentado.

Se a tensão aumentar demais, o rendimento e a vida útil dos equipamentos irão diminuir.

A energia reativa precisa ser determinada em um processo de planejamento técnico, econômico e

uma parte decisória. A análise técnica requer uma grande administração e conhecimento de

modelos computacionais matemáticos complexos do sistema elétrico. A parte econômica requer a

análise desses sistemas em modelos para determinar modos de maximizar a eficiência com

redução de custos. A parte decisória analisa grandes quantidades de números e de modelos

Page 32: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

18

distintos apresentados, suposições inteligentes e aproximações do que serão necessários

posteriormente.

A compensação de reativos e o controle de tensão são intimamente ligados à qualidade de

energia, confiabilidade e ao custo de energia. Por isso é fundamental o seu estudo. Quando a

potência reativa das unidades geradoras das empresas é utilizada para controle de tensão do SEP,

acaba sendo repassado ao consumidor em sua conta de energia um encargo chamado serviço

ancilar. Portanto, o controle da tensão do sistema é fundamental para a confiabilidade,

estabilidade, qualidade de energia e para a redução de encargos da energia pagos pela sociedade.

Page 33: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

19

CAPÍTULO 04

EQUIPAMENTOS USADOS PARA COMPENSAÇÃO REATIVA

4.1 – INTRODUÇÃO

Atualmente muitos sistemas operam próximos aos seus limites de carregamento pela

dificuldade na construção de novas linhas de transmissão e de unidades geradoras e por conta de

restrições ambientais e econômicas [9]. Esse fato torna mais complexo o controle da estabilidade

do sistema e dos fluxos de potência nas linhas de transmissão.

O controle do fluxo de potência pode direcioná-lo para regiões que possuam pouca

capacidade de carregamento, melhorando a eficiência do sistema. Esse controle pode ser feito

através do balanceamento da tensão ou pelo controle da injeção e/ou absorção de reativos no

sistema. Normalmente, são utilizados capacitores e reatores para esse fim, entretanto, a falta de

flexibilidade dos mesmos e o advento da eletrônica de potência motivaram pesquisas em busca de

equipamentos mais versáteis. Nesse âmbito, surgiram novos equipamentos compensadores de

reativos, os dispositivos FACTS, que proporcionam maior eficiência e qualidade de energia no

SEP. [9]

Nos capítulos anteriores foram apresentados os efeitos da compensação de reativos no

sistema, além da sua importância para o controle e estabilidade do mesmo. Nas seções seguintes

serão abordados os principais equipamentos utilizados para a compensação de reativos mostrando

suas características básicas e princípios de funcionamento.

Page 34: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

20

4.2 – BANCOS DE CAPACITORES E DE REATORES

Bancos de capacitores e reatores são bastante utilizados na compensação de reativos,

principalmente pelo baixo custo e relativa facilidade na instalação e operação. Normalmente, os

bancos de capacitores são conectados na barra de alta tensão das subestações e os bancos de

reatores são conectados nas barras das subestações ou em linhas de transmissão, podendo ser

ligados em série ou em derivação. [14], [7]

Os bancos de capacitores geram reativos para sistema e fazem a manutenção dos níveis de

tensão nas barras das subestações. Dessa forma o fator de potência do sistema é corrigido

evitando sobrecargas nos geradores e transformadores da rede. [7]

Segundo Kundur [11], a utilização de bancos de capacitores chaveados apresenta um

custo muito menor em relação aos sistemas FACTS, entretanto, o chaveamento de um banco

capacitor, durante uma instabilidade transitória, pode não ser suficientemente rápido para

prevenir a instabilidade de tensão.

Os bancos de capacitores ligados em derivação são utilizados para compensar as perdas

do sistema e garantir níveis seguros de tensão em condições de carregamento elevado. A

desvantagem da sua utilização é que a geração de reativos é proporcional ao quadrado da tensão,

logo, em uma queda de tensão no sistema, o capacitor em derivação fornecerá uma quantidade

menor de reativos exatamente no momento em que o sistema mais necessitará dos mesmos. [26]

Os capacitores em série são utilizados para compensar a reatância indutiva das linhas de

transmissão. A energia reativa indutiva da linha é reduzida (compensada) pela energia reativa

capacitiva dos capacitores em série. Isso contribui para o aumento do limite de transmissão de

potência através da redução das perdas reativas das linhas, além de proporcionar melhoria na

estabilidade da tensão.

A geração de reativos de um capacitor em série aumenta com o quadrado da corrente, de

acordo com a equação QC = I².XC . Logo, um aumento no fluxo de potência em uma linha de

transmissão, que normalmente provoca uma diminuição na tensão, faz com que o capacitor série

gere mais vars devido ao aumento da corrente, reduzindo o afundamento de tensão provocado

pelo aumento do fluxo de potência na linha. [9]

Page 35: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

21

Pode-se usar como exemplo do uso de bancos de capacitores em série, o da Subestação de

São João do Piauí 500/230KV da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – Chesf

representada na figura 4.1. Esse banco capacitor é conectado à LT 05C6 que segue para a Usina

de Boa Esperança – PI. É uma linha longa, de grande potencial elétrico (500 kV) e grande

consumidora de energia reativa indutiva. Essa característica indutiva da linha acarreta em perdas

técnicas elevadas. A aplicação do banco capacitor em série minimiza a parcela de reatância

indutiva da linha podendo até anulá-la. Dessa forma possibilita que a linha transmita um bloco

maior de potência reduzindo as suas perdas técnicas.

Figura 4.1 – Banco Capacitor-Série na subestação São João do Piauí – Chesf. [35]

Ao contrário dos bancos capacitores, os bancos reatores consomem reativos do sistema a

fim de diminuir os níveis de tensão do mesmo. É comum a inserção de reatores nos períodos em

que o sistema opera com baixo carregamento, onde as tensões tendem a se elevar, para evitar que

ultrapassem os limites aceitáveis dos equipamentos do SEP. Segundo Kundur [11], os bancos

reatores são usados para compensar o efeito da capacitância das linhas de transmissão, evitando

sobretensões no final das mesmas, além de limitar a elevação de tensão na abertura de um

circuito. [26]

Segundo Stevenson [4], um dos motivos pelos quais há a necessidade da utilização de

bancos de reatores no SEP é o fenômeno conhecido como “Efeito Ferranti” que é provocado

pelos reativos gerados pela própria capacitância da linha. Esse fenômeno ocorre quando uma

Page 36: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

22

linha de transmissão longa permanece sem carga por um grande período. Quando o circuito está

carregado esses reativos são absorvidos pela carga, entretanto, quando a linha está em vazio,

esses reativos aumentam substancialmente a tensão do sistema, podendo chegar a níveis

inaceitáveis. Esse progressivo descontrole pode derrubar grandes sistemas de energia,

comprometendo gravemente a estabilidade destes, além de causar prejuízos aos consumidores e

aos fornecedores de energia.

4.3 – COMPENSADORES SÍNCRONOS

O compensador é um equipamento que através do ajuste e controle automático da sua

corrente de excitação gera ou absorve reativos do sistema, mantendo a tensão em níveis

aceitáveis. Logo, o compensador poderá funcionar como um banco capacitor ou como um banco

reator de acordo com as características da demanda do sistema. Quando a tensão do sistema cai

abaixo do nível pré-determinado, a corrente de excitação aumenta e o compensador passa a

injetar mais reativos no sistema que passa a ter níveis de tensão aceitáveis. Ao contrário, quando

a tensão sobe acima do nível pré-determinado, a corrente de excitação diminui e o compensador

passa a absorver reativos do sistema diminuindo a tensão. [7]

O compensador síncrono é uma máquina bastante flexível, podendo funcionar também

como motor ou gerador síncrono. Segundo Ragnev [20], se um gerador síncrono for mantido

ligado ao sistema e as comportas da sua turbina forem fechadas, este passaria a funcionar como

motor síncrono funcionando a vazio. Nessa condição ele consome energia do sistema suficiente

para vencer suas resistências internas e, atuando sobre o seu sistema de excitação, passa a

funcionar como compensador síncrono injetando ou absorvendo reativos do sistema.

Os compensadores síncronos trazem uma série de vantagens, como: [20]

Maior disponibilidade de potência ativa para as cargas;

Evita que os geradores trabalhem próximo de sua tensão nominal;

Facilita a operação por reduzir o número de manobras.

A figura 4.2 mostra o compensador síncrono da subestação São Luís – MA da Eletronorte.

Page 37: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

23

Figura 4.2 – Compensador Síncrono da SE São Luis 500 kV – Eletronorte.

4.4 – EQUIPAMENTOS QUE USAM SISTEMAS FLEXÍVEIS DE

TRANSMISSÃO AC – FACTS

A concepção de sistemas FACTS envolve, de maneira geral, equipamentos de eletrônica

de potência aplicados a sistemas de transmissão para o controle em tempo real do fluxo de

potência e para prover suporte de tensão. Através de um controle rápido e eficiente do fluxo de

potência os sistemas FACTS proporcionam uma maior flexibilidade à operação, pois possuem

uma capacidade de alteração dos seus parâmetros que controlam a dinâmica de funcionamento de

um sistema elétrico rápida e continuamente. [8], [25], [19]

Além do controle do fluxo de potência reativa na rede, os sistemas FACTS têm como

objetivo principal aumentar a capacidade de transmissão de potência dessas redes [8]. Os

sistemas FACTS são um exemplo de compensação de energia reativa dinâmica, pois possuem o

controle em tempo real do fluxo de potência injetado/absorvido no sistema. [25], [19]

Page 38: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

24

4.4.1 – Compensador Estático de Reativos – SVC

O SVC é um equipamento utilizado para o controle da tensão de um determinado sistema

ao qual é conectado. Segundo Castro [21], o SVC foi o primeiro sistema FACTS implantado para

a compensação de reativos. Foi utilizado primeiramente em grandes cargas, como fornos a arco,

na década de 60. A partir da década de 70 passou a ser utilizado nos sistemas de transmissão com

o propósito de melhorar o controle dinâmico da tensão. Em sua configuração básica é composto

por um Reator Controlado a Tiristor – TCR, em paralelo com um Capacitor Chaveado a Tiristor –

TSC, possuindo também um sistema de controle, filtros e um transformador para conexão do

equipamento com a rede [9], [21], [28]. Na prática, têm sido bastante utilizados, em combinação

com capacitor fixo, para a compensação de reativos no sistema de transmissão. [11]

O termo “estático” implica dizer que, ao contrário dos compensadores síncronos, o SVC

não possui partes ou componentes móveis ou rotativas, tendo, assim, uma compensação reativa

que ocorre dinamicamente [11]. Normalmente, o SVC é conectado a uma barra do SEP e, através

do seu sistema de controle, a tensão da barra é constantemente comparada a um valor de

referência com o qual fora previamente ajustado onde, dependendo do valor desta tensão, o SVC

irá injetar ou absorver reativos no sistema para manter a tensão da barra próxima da tensão de

referência. [13]

Graças ao chaveamento através de tiristores, o SVC atua mais rapidamente que bancos de

capacitores e de reatores chaveados, proporcionando uma maior estabilidade no sistema durante

uma perturbação. [9]

As figuras 4.3 e 4.4 mostram esquemas de SVC composto por TCR e TSC e composto por

TCR e capacitor fixo, respectivamente:

Page 39: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

25

Figura 4.3 - Esquema básico de um SVC (TCR e TSC). [9]

Figura 4.4 - SVC composto por TCR e capacitor fixo. [25]

Segundo Naturesa [13], um SVC real é composto por reator variável (controlável) e um

capacitor fixo. Separando os componentes da figura 4.4 e analisando a tensão versus corrente

desses componentes, percebe-se que há uma faixa de corrente em que a tensão é regulada.

Page 40: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

26

Figura 4.5 - Características V x I dos elementos que compõem o SVC. [25]

Para saber qual o valor da tensão que deve ser controlada, calcula-se o equivalente de

Thevenin visto da barra na qual o SVC está conectado e onde se deseja controlar a tensão.

Figura 4.6 - Representação do sistema através do Equivalente de Thevenin. [25]

Page 41: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

27

Pela figura 4.6 percebe-se que, com a variação da tensão ETH ou da reatância XTH, que

representam o sistema, a atuação do SVC também será alterada, ou para injetar reativos na barra

para elevar a tensão ou para absorver reativos para reduzí-la. [25]

O gráfico 4.1 representa a atuação do SVC, através de ISVC, para a compensação reativa do

sistema de acordo com a variação da tensão. Observando a figura pode-se verificar que há três

características possíveis, correspondendo a três valores de ETH. As condições nominais do

sistema estão representadas pela reta b, que intercepta a curva característica do SVC no ponto A

onde V = V0 e ISVC = 0. Havendo um aumento da tensão ETH, devido a um decréscimo de carga,

por exemplo, a tensão V aumenta para V1, representada na reta a, sem a presença do SVC. Com o

SVC, o ponto de operação desloca-se para o ponto B, pois o mesmo absorverá uma corrente

indutiva representada por I3, mantendo a tensão em V3. Já com um aumento da carga, ETH

diminui e a tensão V decresce para V2 sem o SVC (reta c). Com o SVC, o ponto de operação

move-se para o ponto C, pois o mesmo injetará uma corrente capacitiva na barra, representada

por I4, mantendo a tensão em V4. [25]

Gráfico 4.1 - Característica V versus ISVC do sistema e do SVC. [13]

Page 42: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

28

Quando a tensão diminui a capacidade de corrente do compensador também é reduzida

proporcionalmente. Segundo Kundur [11], os elementos de um SVC operam sob o princípio de

susceptância variável e a potência reativa fornecida por ele varia proporcionalmente à sua

susceptância e ao quadrado da tensão da barra à qual ele está conectado, ou seja, QSVC = BSVC .V².

Figura 4.7 - Modelo dinâmico do SVC. [9]

O modelo da figura 4.7 representa a variação da susceptância do SVC, BSVC, em função do

controle de tensão. A susceptância é ajustada através do ganho KSVC, mantendo a tensão da barra

praticamente inalterada, e dos ângulos de disparo dos tiristores, representado pela constante de

tempo TSVC. Já BMAX e BMIN representam, respectivamente, o limite capacitivo e indutivo do

equipamento. [13], [21]. Basicamente, um SVC é utilizado em um SEP para:

1. Manter a tensão constante quando há variações de tensão, que podem ser causadas pela

saída de uma LT ou de um gerador, por exemplo;

2. Manter a tensão dos barramentos em um valor específico;

3. Melhorar a estabilidade do SEP através do amortecimento das oscilações existentes; e

4. Suportar a tensão durante avarias e conseqüentemente aumentar a eficiência e

melhorar o fator de potência do sistema. [22]

4.4.2 – Compensador Síncrono Estático – STATCOM

O STATCOM é um sistema FACTS ligado em derivação ao sistema que tem como função

principal a regulação da tensão da barra na qual está conectado. É composto, basicamente, por

Page 43: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

29

um transformador de acoplamento, inversor, fonte de tensão CC e um sistema de controle, como

representado na figura 4.8. [21], [22]

Figura 4.8 - Esquema básico do STATCOM. [22]

O capacitor, instalado no lado CC do inversor, funciona como uma fonte de tensão

contínua para o sistema que, através de tiristores do tipo GTO (Gate Turn-Off), é convertida em

uma tensão senoidal alternada na freqüência fundamental do sistema. A utilização de tiristores

possibilita a troca de potência reativa sem a necessidade de chaveamentos de bancos de

capacitores ou reatores. [21], [29]

Segundo Castro [21], o STATCOM também pode absorver ou injetar reativos no sistema,

dependendo da fonte de tensão que o mesmo tenha no lado CC do inversor. Nesse trabalho, será

considerada apenas a utilização do STATCOM para o controle da tensão através da compensação

de reativos.

4.4.2.1 – Princípio de Funcionamento

O princípio de funcionamento do STATCOM pode ser descrito considerando um

equivalente de Thevenin, representando o sistema através de uma tensão VS e uma reatância XL,

conectado ao mesmo, com uma tensão de referência VI. Os fluxos de potência ativa e reativa

podem ser representados, matematicamente, pelas seguintes equações:

Page 44: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

30

Representando, fasorialmente, as tensões e correntes do sistema e do STATCOM,

verificam-se cinco possibilidades dependendo do módulo e fase de cada tensão. [22]

Figura 4.9 - Diagramas fasoriais das tensões e correntes do sistema elétrico e do STATCOM. [22]

Considerando φ como o ângulo de defasamento entre as tensões do sistema e do

STATCOM e analisando os diagramas da figura 4.9, tem-se:

a) Quando |VS| = |VI| e φ ≠ 0º, haverá fluxo de potência ativa entre o sistema e o

STATCOM;

Page 45: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

31

b) Quando |VS| = |VI| e φ = 0º, não haverá nem fluxo de potência ativa nem fluxo de

potência reativa entre o sistema e o STATCOM;

c) Quando VS e VI estão em fase, ou seja, φ = 0º, e possuem módulos com valores

diferentes, haverá fluxo de potência reativa entre o sistema e o STATCOM, sendo essa

potência indutiva quando |VS| > |VI| ou capacitiva quando |VS| < |VI|.

Considerado as conclusões relacionadas aos diagramas fasoriais representados

anteriormente, uma fonte de tensão pode controlar o fluxo de potência ativa, direcionando-o da

melhor forma que convém para obter maior eficiência na operação do sistema, através do

controle de fase e, através do controle das amplitudes (módulos) das tensões, ela pode controlar a

potência reativa no sistema, ou seja, quando as tensões do sistema e do STATCOM estão em fase

(φ = 0º), não há fluxo de potência ativa em nenhum sentido, mas quando essas tensões possuem

módulos diferentes, há fluxo de potência reativa entre ambos. [22]

Gráfico 4.2 - Curva característica VxI do STATCOM. [21]

O gráfico 4.2 representa a curva característica VxI do STATCOM, mostrando uma ligeira

semelhança com a curva do SVC. No entanto, o STATCOM, ao atingir o seu limite máximo

capacitivo, é capaz de manter a corrente que injeta no sistema em níveis elevados,

Page 46: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

32

proporcionando, comparado ao SVC, um maior desempenho no suporte de reativos, sobretudo

quando o sistema é sujeito a grandes perturbações. [21]

O STATCOM opera como uma fonte de tensão síncrona conectada em derivação,

enquanto que o SVC funciona como uma reatância controlada em derivação, o que propicia um

desempenho superior do STATCOM comparado ao SVC. [22]

Há sempre uma comparação entre o STATCOM e o compensador síncrono rotativo, obtido

com a utilização da máquina síncrona superexcitada.

O compensador rotativo tem a capacidade de injetar elevadas correntes capacitivas

durante períodos transitórios de subtensão e possui uma impedância interna indutiva, cujos

valores típicos não causam ressonância com a rede de transmissão. Porém, tem um tempo de

resposta lento, apresenta instabilidade rotacional, tem baixa impedância de curto circuito e

necessita de manutenções freqüentes. Já o STATCOM é capaz de gerar tensões trifásicas

senoidais e equilibradas, na freqüência fundamental, e de módulo e ângulo de fase controlável,

através da utilização da eletrônica de potência, com tiristores e inversores, possibilitando o

controle do fluxo de potência em tempo real. [8]

O STATCOM é o equivalente eletrônico do compensador síncrono ideal, e tem como

principal função injetar reativos no sistema de potência, de forma controlada. Também pode ser

utilizado para o controle do fator de potência, para a regulação de tensão no ponto de conexão,

permitindo, também, melhorar a estabilidade dinâmica do sistema elétrico.

4.4.3 – Compensador Série Controlado a Tiristor – TCSC

Segundo Kundur [11], capacitores fixos série têm sido muito utilizados para melhorar a

estabilidade e aumentar a capacidade das linhas de transmissão, através da redução da reatância

equivalente da linha de transmissão.

Com o desenvolvimento da eletrônica de potência foi possível a obtenção de

equipamentos mais eficientes para esse tipo de serviço [25]. O TCSC é um dispositivo dos

sistemas FACTS composto por um TCR em derivação com um capacitor fixo série.

O TCSC é ligado em série à linha de transmissão e tem como função principal o controle

da reatância equivalente da linha na qual está conectado, podendo ser utilizado no controle do

Page 47: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

33

fluxo de potência, no amortecimento da variação de potência e na redução do nível de curto-

circuito da linha. [22], [29]

Na figura 4.10 segue a disposição do TCSC junto a uma linha de transmissão:

Figura 4.10 - Representação do TCSC conectado ao sistema. [21]

O TCR funciona como uma impedância reativa que é controlada pela operação dos

tiristores, através do ciclo de operação dos mesmos, que depende do ângulo de disparo. O TCSC

possui três modos de operação, de acordo com o ângulo de disparo α dos tiristores: [22]

a) Quando α=90º, os tiristores possuem um ciclo de operação de condução total, fazendo

com que o TCSC “by-pass” o capacitor, devido ao baixo valor da indutância;

b) Quando não há condução dos tiristores, o TCSC funciona como um capacitor fixo;

c) Quando 90º<α<180º, o TCSC terá reatância variável, operando tanto na região

capacitiva quanto na região indutiva, dependendo do ciclo de operação dos tiristores.

O gráfico 4.3, que representa os três modos de operação do TCSC, em função de α,

percebe-se que há uma faixa na variação de α na qual a operação do TCSC deve ser impedida.

Essa faixa corresponde à faixa de ressonância, que deve ser evitada.

Page 48: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

34

Gráfico 4.3 - Características do TCSC de acordo com o valor de α. [22]

Quando os tiristores possuem um ciclo de operação pequeno, o TCSC terá uma

impedância capacitiva maior, injetando correntes capacitivas na linha. Entretanto, quando

possuírem um ciclo de operação próximo da unidade, ou seja, quando conduzirem por quase todo

o período T, o TCSC terá uma impedância indutiva.

Comparado aos capacitores fixos série, o TCSC apresenta as seguintes vantagens:

Pode ser usado para controle de fluxo de carga;

Fornece amortecimento de oscilações de potência;

Permite maior grau de compensação;

Possui melhor proteção do capacitor pelos tiristores.

Para proporcionar a estabilização do fluxo de potência da interligação Norte-Sul do

Sistema Brasileiro, foram instalados dois TCSC’s na subestação da Usina de Serra da Mesa, no

norte do estado de Goiás, para a devida compensação de reativos no circuito de 500 kV

Imperatriz - Serra da Mesa e amortecimento das oscilações de baixa freqüência entre as áreas

Norte-Nordeste e Sul-Sudeste. [27]

Page 49: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

35

4.4.4 – Compensador Série Chaveado a Tiristor – TSSC

O TSSC é constituído, basicamente, por capacitores em série, cada um conectado em

paralelo a dois tiristores que, através do ângulo de disparo dos mesmos, podem fazer com que o

capacitor correspondente fique conectado ou não à linha à qual se encontra ligado [22]. Quando

conectados os capacitores efetuam a devida compensação reativa injetando reativos na linha.

A figura 4.11 mostra uma representação simples do TSSC, através dos seus módulos de

chaveamento:

Figura 4.11 - Esquema simples de um TSSC. [30]

Os tiristores, representados em cada módulo que compõe o TSSC, possuem apenas dois

estágios de operação: totalmente bloqueados ou em condução total [9]. O TSSC funcionará como

um capacitor fixo quando os tiristores estiverem totalmente bloqueados e, quando em condução

total, os mesmos farão com que os capacitores fiquem curto-circuitados e o TSSC apresente uma

reatância indutiva quase nula.

O disparo dos tiristores, que resulta na ligação dos capacitores à linha, deve ocorrer

quando a corrente de linha é zero, ou seja, quando a tensão sobre os mesmos é nula [22], [30].

Isso ocorre para que a corrente inicial não varie bruscamente devido à energização do capacitor.

Essa operação é representada na figura 4.12.

Page 50: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

36

Figura 4.12 - Representação da tensão de um capacitor resultante das restrições da introdução de uma linha com

corrente zero. [22]

Um modelo simples de TSSC deve ser utilizado para o controle de fluxo de potência onde

o tempo de resposta seja moderado, ou seja, onde o grau de compensação não seja elevado, para

não possibilitar a ocorrência do fenômeno ressonância subsíncrona no sistema, que pode provocar

a danificação de geradores. [31]

4.4.5 – Compensador Série Síncrono Estático – SSSC

O SSSC é um sistema FACTS baseado em um conversor de tensão CC-CA, que funciona

com a inserção dessa fonte de tensão em série com a linha de transmissão. [22], [29]

Ao contrário do TCSC, que utiliza banco de capacitores e reatores para fornecer ou

absorver reativos, o SSSC utiliza conversores de fonte de tensão, controlados por tiristores,

produzindo uma tensão trifásica em quadratura com a corrente da linha de transmissão, ou seja,

sem produzir potência ativa. [32]

Um SSSC tem alguns modos de controle da sua operação, dentre eles, os de maiores

destaques são:

Modo de tensão constante: como o próprio nome já diz, a tensão do SSSC é mantida

constante independentemente da corrente na linha;

Modo de reatância constante: onde a tensão do SSSC é proporcional à corrente na

linha;

Page 51: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

37

Modo de potência constante: onde a tensão do SSSC é usada para regular o fluxo de

potência na rede de transmissão.

Os modos de tensão e reatância constantes são utilizados apenas para a compensação série

de reativos, enquanto o modo de potência constante, além da compensação reativa, possibilita o

controle do fluxo de potência na rede de transmissão. [29], [32]

Abaixo, a figura 4.13 representa o diagrama de blocos do SSSC conectado à linha de

transmissão, onde o Sistema G representa a fonte de energia elétrica, o Sistema R representa a

carga, e a impedância da linha está representada por L(indutância). [22]

Figura 4.13 - Diagrama de blocos do SSSC conectado a uma linha de transmissão. [22]

Como dito anteriormente, o compensador irá gerar uma tensão em quadratura com a

corrente, em avanço ou em atraso, funcionando como capacitor ou indutor. Essa tensão é gerada

através da ação do controlador do conversor, que atua sobre os tiristores, determinando a forma

como os mesmos irão operar e o valor dessa tensão dependendo do valor da corrente de linha

medida. Através de transformadores essa tensão é entregue ao sistema de transmissão. [22]

Page 52: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

38

4.4.6 – Controlador Unificado de Fluxo de Potência – UPFC

O UPFC é um dispositivo FACTS constituído pela união de dois compensadores, o

STATCOM e o SSSC, que tiveram seus funcionamentos e características explicitados

anteriormente. O STATCOM é conectado em derivação à linha e o SSSC em série. Os dois são

ligados no lado de tensão contínua, formando um elo CC comum, na forma "back-to-back”. [22],

[30]

É capaz de controlar simultaneamente o fluxo de potência que passa por uma linha de

transmissão e a tensão CA controlada de um barramento, com resposta muito rápida,

apresentando um excelente desempenho [22]. Ele pode efetuar o controle tanto do fluxo de

potência ativa quanto do fluxo de potência reativa. O UPFC está representado na figura 4.14.

Figura 4.14 - Configurações básicas do UPFC. [22]

O UPFC pode exercer um controle simultâneo através dos compensadores ligados em

série e em derivação, ou pode utilizar a propriedade de cada um deles, separadamente,

dependendo da necessidade de compensação da linha, podendo ter uma compensação de reativos

exercida pelo compensador em derivação diferente da compensação exercida pelo compensador

Page 53: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

39

em série, no mesmo instante. Isso mostra a grande flexibilidade que há no controle do fluxo de

potência da linha, e o conseqüente controle do fluxo de reativos, com a utilização do UPFC. [33]

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40

CAPÍTULO 05

CONCLUSÕES

Este trabalho procurou analisar o estudo da compensação de reativos e os seus efeitos

sobre o SEP permitindo as seguintes conclusões:

A manutenção dos níveis de tensão é intimamente ligada à compensação de reativos,

logo, o controle contínuo da injeção/absorção de reativos no sistema deve ser

constantemente estudado. A instabilidade de tensão e os colapsos de tensão são

grandes obstáculos para a operação estável do sistema;

Uma maior estabilidade é proporcionada ao sistema através da compensação de

reativos permitindo que este sistema permaneça equilibrado em condições normais de

operação e recupere-se após ser submetido a distúrbios;

A compensação de reativos controlada continuamente permite a otimização dos

sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia evitando diversos problemas

operacionais como perda de sincronismo de máquinas elétricas, sobreaquecimento de

geradores e perdas técnicas na transmissão e distribuição;

A compensação de reativos controla o fator de potência do sistema evitando a cobrança

de tarifas aos consumidores por parte das empresas de energia elétrica. O fator de

potência abaixo de 0,92 subutiliza os equipamentos das empresas aumentando as

perdas técnicas e os custos da sua correção são repassados ao consumidor, logo, é de

interesse dos consumidores e das empresas de energia controlar os reativos do sistema.

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41

Novas filosofias de planejamanto, de controle e de operação irão permitir que os sistemas

de transmissão e geração alcancem os seus limites operativos atendendo à crescente demanda de

reativos do sistema em condições de estabilidade requeridas.

O desejável aumento da flexibilidade e robustez dos sistemas elétricos pode tornar-se

viável com a utilização da eletrônica de potência que permitem ações de chaveamento e controle

das grandezas elétricas antes limitadas pela atuação de componentes eletromecânicos [7]. Dessa

forma, o estudo da compensação de reativos, explorando adequadamente as inovações

tecnológicas da eletrônica de potência, poderá aumentar o desempenho dos SEP em suas

condições dinâmicas de operação, a continuidade e a confiabilidade do mesmo.

Page 56: Monografia - Compensação de Reativos em Sistemas Elétricos de Potência

42

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