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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ INGRID MIRANDA DE ABREU COELHO ANÁLISE DA PRÁTICA DOCENTE DE PROFESSORES SUPERVISORES DO PIBID DE BIOLOGIA: EM BUSCA DE INOVAÇÕES FORTALEZA CEARÁ 2013

Monografia Final - Ingrid Miranda de Abreu Coelho

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Monografia

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEAR

    INGRID MIRANDA DE ABREU COELHO

    ANLISE DA PRTICA DOCENTE DE

    PROFESSORES SUPERVISORES DO PIBID DE

    BIOLOGIA: EM BUSCA DE INOVAES

    FORTALEZA CEAR

    2013

  • 1

    Ingrid Miranda de Abreu Coelho

    ANLISE DA PRTICA DOCENTE DE PROFESSORES

    SUPERVISORES DO PIBID DE BIOLOGIA: EM BUSCA DE

    INOVAES

    Monografia apresentada ao Curso de

    Graduao em Cincias Biolgicas do

    Centro de Cincias da Sade da

    Universidade Estadual do Cear, como

    requisito parcial para obteno do Ttulo

    de Licenciada em Cincias Biolgicas.

    Orientador: Prof. MSc. Nilson de Souza

    Cardoso

    FORTALEZA CEAR

    2013

  • 1

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao

    Universidade Estadual do Cear

    Biblioteca Central Prof. Antnio Martins Filho

    Bibliotecria Responsvel Leila Stiro CRB-3 / 544

    C672a Coelho, Ingrid Miranda de Abreu.

    Anlise da prtica docente de professores supervisores do

    PIBID de Biologia: em busca de inovaes / Ingrid Miranda de

    Abreu Coelho. 2013.

    CD-ROM. 49f. il. (algumas color.) ; 4 pol.

    CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho

    acadmico, acondicionado em caixa de DVD Slin (19 x 14 cm x 7

    mm).

    Monografia (Graduao) Universidade Estadual do Cear,

    Centro de Cincias da Sade, Curso de Cincias Biolgicas,

    Fortaleza, 2013.

    Orientao: Prof. Ms. Nilson de Souza Cardoso.

    1. Prtica docente. 2. PIBID. 3. Inovao. I. Ttulo.

    CDD: 574

  • 2

    INGRID MIRANDA DE ABREU COELHO

  • 3

    AGRADECIMENTOS

    Ao Marcos (Baby), por me amar de forma to plena e pela pacincia inesgotvel, que sempre

    me ajuda, me traz calma e deixa a minha vida mais leve e feliz.

    A minha v Zeneide, a minha me Michele, a minha tia Rochelle, a minha irm Sara e ao

    Paulo, pai que a vida providenciou, pelo amor e por nunca deixaram de acreditar, mesmo que

    de forma peculiar, que o desenvolvimento desse trabalho era possvel.

    As minhas amigas, Denise, Flvia, Karla, Luana e Nara, por serem to especiais e me

    proporcionarem momentos cheios de alegria.

    Ao Prof. Nilson Cardoso, pela sbia orientao, sem a qual seria impossvel a realizao desse

    estudo, e por ser inspirao e incentivador para que eu siga trilhando bons caminhos na rea

    educacional.

    Cntia e Ftima, companheiras de curso e PET, pela parceria nesses anos de UECE e nos

    prximos que viro. Pela ajuda inestimvel para o desenvolvimento desse trabalho sempre

    com sugestes e correes relevantes.

    Ao grupo PET Biologia UECE, pelos momentos de aprendizagem e principalmente aos

    queridos petianos: Andressa, Caio, Jessica, Ldia, Luana e Thas pela troca de experincias e

    conhecimentos e tambm pela diverso.

    Aos meus colegas de curso, em especial, Adson, Jordana, Mayara e Raphael, pela companhia

    nas disciplinas, aulas de campo e pelas conversas nos corredores que aliviavam as

    preocupaes da graduao.

    Aos meus professores de Cincias e Biologia do Ensino Fundamental II e Mdio, que com

    suas prticas inovadoras influenciaram na escolha pelas Cincias Biolgicas e pela docncia.

    Aos professores supervisores de Biologia do PIBID UFC e seus alunos, que gentilmente

    ajudaram na realizao desta pesquisa.

  • 4

    RESUMO

    As escolas utilizam, em sua maioria, uma abordagem tradicional de ensino centrada no professor e

    baseada na transmisso-recepo de informaes e na dissociao entre contedo e realidade. Esta

    abordagem torna os alunos desestimulados, fazendo-se necessria uma reflexo do professor sobre sua

    prtica, tendo em vista promover a incluso de inovaes no ensino para despertar maior interesse nos

    alunos e propiciar que eles construam seu prprio conhecimento. Esta pesquisa realizou uma busca de

    inovaes na prtica docente de professores supervisores do Programa Institucional de Iniciao

    Docncia (PIBID) na rea de Biologia e o reconhecimento destas prticas pelos alunos. Os professores

    supervisores do PIBID foram escolhidos porque o programa se apresenta com carter inovador e busca

    melhorar a qualidade do ensino bsico, ento se espera que estes tenham conduo semelhante a do

    programa em suas aulas. Foi utilizado como objeto de estudo os professores e seus respectivos alunos

    das EEM Liceu do Conjunto Cear e do Colgio Estadual Justiniano de Serpa, ambas na cidade de

    Fortaleza. A pesquisa possui uma abordagem qualitativa e para coleta de dados foram utilizados a

    observao da prtica docente, entrevistas semiestruturadas com os professores e aplicao de

    questionrios com os alunos. A prtica pedaggica desses professores marcada pelo tradicionalismo,

    ou seja, pela presena macia de aulas expositivas ou expositivas dialogadas em detrimento de aes

    inovadoras. As inovaes observadas nas aulas ou que os professores afirmam utilizar so: tcnica do

    dicionrio, mapa conceitual, aula prtica, aula de campo e uso de vdeos. Os alunos acreditam que seus

    professores so inovadores, mas afirmam querer aulas mais dinmicas e diferenciadas. Tendo em

    vista, que existem inmeras formas de se inovar em sala de aula pode-se afirmar que os professores

    poderiam diversificar mais suas aulas. O trabalho representa uma contribuio para o melhor

    entendimento sobre o uso de inovaes no ensino de Biologia, porm ainda preciso que se realizem

    estudos mais exaustivos sobre a temtica, pois no possvel generalizar o ensino de Biologia

    tomando como base apenas a prtica docente dos dois professores aqui analisadas.

    Palavras chave: Prtica docente; PIBID; Inovao.

  • 5

    ABSTRACT

    Schools use, in your majority, a traditional teacher-centered education and based on information

    transmission-reception and the decoupling between content and reality. This approach makes students

    discouraged, making it necessary to the teacher to reflect about their practices, in order to promote the

    inclusion of innovations in teaching to arouse greater interest in students and enable them to construct

    their own knowledge. This research conducted a search for innovations in the teaching practice from

    teachers supervisors of the Programa Institucional de Iniciao Docncia (PIBID) in Biology as well

    as the recognition of these practices by their students. The supervisors teachers from PIBID were

    chosen because the program is presented as innovative and seeks to improve the quality of basic

    education, so it is expected that they have driving similar to the program in their classes. Was used as

    the object of study teachers and their students from EEM Liceu do Conjunto Cear and Colgio

    Estadual Justiniano de Serpa, both in the city of Fortaleza. The study has a qualitative approach and

    for data collection were used observation of the teaching practices, semistructured interviews with

    teachers and questionnaires with students. The pedagogical practice of these teachers is marked by

    traditionalism, as well as, the massive presence of expository lectures or dialogued at the expense of

    innovative actions. Innovations that were observed in classes or that teachers claim to use are:

    technical dictionary, conceptual map, classroom practice, outdoor classes and the use of videos. The

    students believe that their teachers are innovative, but say they want more dynamic and differentiated

    classes. Given that there are numerous ways to innovate in the classroom it can be asserted that

    teachers could further diversify their classes. The work represents a contribution to the better

    understanding of the use of innovations in teaching biology, but still it is necessary to conduct more

    comprehensive studies on the subject, it is not possible to generalise the teaching of Biology building

    on just teaching practice of two professors analysed here.

    Keywords: Teaching practice; PIBID; Innovation.

  • 6

    SUMRIO

    LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. 7

    LISTA DE GRFICOS ........................................................................................................... 8

    1 INTRODUO ..................................................................................................................... 9

    2 REFERENCIAL TERICO .............................................................................................. 12

    2.1 Concepo Pedaggica Tradicional ................................................................................ 12

    2.2 Inovaes no Ensino de Biologia .................................................................................... 15

    2.3 Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia PIBID ............................... 17

    3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 20

    4 RESULTADOS E DISCUSSO ........................................................................................ 22

    5 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................................. 33

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................. 35

    APNDICES ........................................................................................................................... 44

    Apndice A Roteiro de Observao da Ao Docente .......................................................... 45

    Apndice B Roteiro de Entrevista com Professor ................................................................. 47

    Apndice C Questionrio Aplicado aos Estudantes .............................................................. 49

  • 7

    LISTA DE ABREVIATURAS

    CAPES - Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior

    EEM - Escola de Ensino Mdio

    LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educao Brasileira

    PCNEM - Parmetros Curriculares Nacionais Ensino Mdio

    PIBID - Programa Institucional de Iniciao Docncia

    UFC - Universidade Federal do Cear

  • 8

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Como os alunos descrevem as aulas de Biologia do PROF A. .............................. 24

    Grfico 2: Como os alunos descrevem as aulas de Biologia do PROF B. .............................. 24

    Grfico 3: Quais mtodos os alunos consideram como inovao no ensino de Biologia. ...... 30

    Grfico 4: Os alunos consideram o PROF A inovador? ......................................................... 30

    Grfico 5: Os alunos consideram o PROF B inovador? .......................................................... 30

  • 9

    1 INTRODUO

    Este trabalho realizou uma busca de inovaes na prtica docente de professores

    supervisores do Programa Institucional de Iniciao Docncia (PIBID) na rea de Biologia e

    o reconhecimento destas prticas pelos alunos, utilizando como campo de pesquisa dois

    professores supervisores do programa pertencente Universidade Federal do Cear (UFC),

    lotados na Escola Estadual de Ensino Mdio (EEM) Liceu do Conjunto Cear e no Colgio

    Estadual Justiniano de Serpa, ambas na cidade de Fortaleza.

    Justificando a escolha do tema, importante salientar que vivncias obtidas

    durante o curso do ensino bsico proporcionadas por professores de Cincias e Biologia, que

    de algum modo utilizaram inovaes em suas aulas, influenciaram a minha escolha pelas

    Cincias Biolgicas como curso de graduao, essa deciso me possibilitou um conhecimento

    sobre o papel do licenciado e a docncia, despertando uma identificao com essa rea de

    atuao do bilogo.

    A minha experincia em ministrar aulas tambm me aproximam do tema, pois em

    vrios momentos enfrentei dificuldades para incorporar inovaes na minha prtica. O tempo

    das aulas, em geral, muito reduzido, h uma cobrana da coordenao para que o contedo

    seja cumprido, as escolas no contam com boa infraestrutura, ou mesmo me falta uma

    formao adequada para isso.

    Um tema atual e recorrente no estudo do processo de ensino-aprendizagem a

    relao entre a teoria e a prtica, colocada como imprescindvel para que os alunos alcancem

    plenamente os objetivos do ensino mdio definidos pela Lei de Diretrizes e Bases da

    Educao Brasileira (LDB), principalmente o de auxiliar na sua formao enquanto cidado.

    Contraditoriamente, grande parte das escolas ainda utiliza uma abordagem

    tradicional no processo educativo, que consiste na transmisso-recepo de informaes e na

    dissociao entre contedo e realidade (SCHEID et al., 2009).

    Nessa abordagem, muitas vezes os professores assumem uma postura de

    detentores do conhecimento, isso acaba gerando um ensino baseado na memorizao de

    conceitos e na reproduo de regras e processos, o que contribui para a descaracterizao do

    ensino de Biologia como cincia que se preocupa com a formao de cidados conhecedores,

    de fato, no seu papel no mundo (BRASIL, 2006).

    Diante deste modelo de ensino, os alunos tornam-se desestimulados, fazendo-se

    necessria uma reflexo do professor sobre sua prtica, tendo em vista promover a incluso de

  • 10

    novos mtodos, pois isto gera nos alunos um maior interesse pela Biologia alm de propiciar

    que eles construam seu prprio conhecimento, tornando-se mais participativos durante as

    aulas, expondo suas dvidas e relatando suas vivncias pessoais (CARVALHO et al., 2010).

    A utilizao de inovaes, seja atravs de novas modalidades ou de recursos

    didticos, pouco frequente e resultado de esforos pessoais de alguns professores, alm de

    depender da disponibilidade de materiais, de equipamentos e das instalaes da escola

    (LEPIENSKI, 2008).

    Frente a isso, faz-se necessrio conhecer os problemas que envolvem a prtica

    docente na atualidade, para que seja possvel buscar solues. Assim, a escola poder atuar

    verdadeiramente como meio para a formao crtica e consciente de seus alunos, voltada para

    a transformao social (ALBUQUERQUE; SOUKI, 2003).

    Dentro desse contexto, surgiram algumas inquietaes que nortearam o

    desenvolvimento da pesquisa, tais como: de que modo os professores conduzem suas aulas?;

    Existem inovaes na prtica docente?; Como eles conseguem superar os problemas que

    surgem ao se tentar incorporar nessas inovaes?; Ser que os alunos percebem essas

    inovaes?

    Com o intuito de buscar as respostas a essas inquietaes, os professores

    supervisores do PIBID/UFC foram escolhidos como objeto de estudo, pois o programa tem

    como finalidade fomentar a iniciao docncia, contribuindo para o aperfeioamento da

    formao de docentes em nvel superior e para a melhoria de qualidade da educao bsica

    pblica brasileira. Neste contexto o professor supervisor atua como responsvel por

    acompanhar e supervisionar as atividades dos bolsistas de iniciao docncia (BRASIL,

    2010).

    Assim, o programa propicia escola, em especial ao professor supervisor, um

    espao para discusses atuais e momentos de reflexo que certamente contribuem para a

    ampliao de suas vises enquanto profissional, alm de poder desencadear um processo de

    mudana na prtica docente, podendo esta ocorrer talvez com a incluso de inovaes que

    busquem melhorar a qualidade do ensino.

    Ao analisar a prtica docente desses professores se espera que eles tenham

    conduo semelhante a do programa em suas aulas, uma vez que a inovao e superao do

    modelo tradicional de ensino deveriam ser temtica central nas discusses promovidas na

    execuo do PIBID.

  • 11

    Portanto, o objetivo geral deste trabalho foi analisar a prtica docente de

    professores supervisores PIBID/UFC na rea de Biologia, direcionando olhares para aes

    inovadoras. Os objetivos especficos construdos para que se alcance o objetivo geral so:

    Identificar que tipo de inovao h na prtica docente de professores supervisores do

    PIBID/UFC na rea de Biologia;

    Avaliar se os professores distinguem inovaes em suas prticas docentes;

    Identificar se os estudantes reconhecem a inovao na prtica docente.

    Esta a viso geral da investigao, onde apresentei os aspectos que me

    aproximam da temtica e justifiquei sua importncia, alm de definir os objetivos que

    nortearam a investigao. O prximo captulo ir trazer o referencial terico que embasou

    esse estudo.

  • 12

    2 REFERENCIAL TERICO

    O presente captulo est dividido em trs sees: inicia definindo o que a

    concepo pedaggica tradicional e segue apresentando outros aspectos relevantes inerentes a

    esta pedagogia, a segunda seo demostra a necessidade da incluso de inovaes no ensino

    de Biologia e na ultima seo o funcionamento do PIBID apresentado, alm de trazer alguns

    relatos exitosos sobre o programa.

    2.1 Concepo Pedaggica Tradicional

    O objeto de estudo desse trabalho so inovaes existentes dentro do modo

    tradicional de ensino, portanto se faz necessrio conceituar esta concepo de ensino, segundo

    Saviani (2005, p. 31):

    [...] a expresso concepo tradicional subsume correntes pedaggicas que se formularam desde a Antiguidade, tendo em

    comum uma viso filosfica essencialista de homem e uma viso

    pedaggica centrada no educador (professor), no adulto, no intelecto,

    nos contedos cognitivos transmitidos pelo professor aos alunos, na

    disciplina, na memorizao.

    Como expresso acima essa concepo tradicional teve origem na Antiguidade,

    mas esta ainda permanece como uma das mais utilizadas nas escolas at os dias de hoje,

    tornando a vivncia de sala de aula pouco produtiva. Essa pedagogia guiada por um ensino

    padronizado, no qual fazer uso de inovaes quase no permitido (SANTOS, 2010;

    ROSSASI; POLINARSKI, 2007).

    Mizukami (1986) afirma que o aluno de uma escola tradicional possui um papel

    insignificante na construo do conhecimento, sendo responsvel apenas pela memorizao.

    As aulas so, em sua maioria, expositivas onde o professor apresenta os contedos e os alunos

    realizam o papel de ouvintes. Assim no tradicionalismo, conforme Rasteiro (2006), o

    ambiente escolar deve ser silencioso, para que no haja nenhuma possibilidade de distrao,

    assim os alunos ficam disponveis para escutar o professor.

    Apesar de os alunos e do professor estarem geograficamente no mesmo local, no

    ocorre interao entre eles, pois muitas vezes os alunos so tratados como um grupo

  • 13

    homogneo, sem que haja preocupao com as diferenas individuais (ARANHA, 2006). Em

    alguns casos os professores utilizam uma relao de poder onde o aluno o mais fraco devido

    ao menor conhecimento como forma de afasta-los e de evitar a interao durante as aulas

    (MENDES et al., 2008).

    Outro fator que evidencia o professor como centro do processo de ensino

    aprendizagem a organizao fsica da sala de aula. As carteiras esto dispostas em colunas e

    ao centro de frente para as carteiras est a mesa do professor, que deste ponto tem ampla viso

    de toda a turma e consegue impor sua disciplina e autoridade (RODRIGUES; MOURA;

    TESTA, 2011).

    Na concepo tradicional a avaliao prioriza a memria e a capacidade de

    restituir o que foi assimilado (ARANHA, 2006). Com isso os alunos apenas memorizam os

    contedos, acarretando uma falha significativa neste modo de ensino, porque no existe uma

    apreenso verdadeira do conhecimento, que facilmente esquecido dentro de poucas semanas

    ou meses (POSSOBOM et al., 2003). Complementando Prigol; Giannotti (2008) falam que

    isso acarreta uma impossibilidade de elaborar novos conhecimentos nos alunos, tendo em

    vista que eles no so estimulados a construrem seu prprio conjunto de competncias e

    habilidades para tal.

    Camargo; Nardi (2005) sugerem que alguns professores utilizam o ensino

    tradicional por encontrarem dificuldades em levar aos alunos o contedo de forma

    problematizada, ou seja, de forma prxima do cotidiano, por isso acabam reproduzindo o que

    aprenderam na forma tradicional.

    Segundo Harres et al. (2006) isso pode ocorrer porque no ensino superior, mesmo

    em licenciaturas, existe desvinculao entre teoria e prtica, o ensino livresco e a avaliao

    mecnica, portanto difcil que profissionais oriundos desse modelo de ensino ousem em sala

    de aula, j que no foram didaticamente preparados para isso.

    Cardoso (1999), afirma que essa justificativa da falta de preparo mais comum

    entre professores mais recentes na profisso, enquanto os professores com mais anos de

    ensino no utilizam inovaes, pois j possuem hbitos de trabalho difceis de abandonar.

    Grande parte dos professores realiza o planejamento de suas aulas seguindo o

    roteiro proposto pelo livro didtico, ou seja, a aula se inicia com a leitura do texto, seguido de

    explicaes e questionamentos do professor e, s vezes, o livro traz um experimento para

    diversificar a aula (BALBINOT, 2005).

  • 14

    Isso ocorre, pois na maioria dos casos o nico material de apoio para os

    professores o livro didtico, esta constatao refora a grande utilizao do mtodo

    tradicional de ensino pelos professores, j que os livros favorecem a aprendizagem atravs da

    memorizao, porque raramente existem atividades onde o assunto trabalhado aparea de

    forma contextualizada buscando uma maior interao com o cotidiano dos alunos

    (VASCONCELOS; SOUTO, 2003).

    Mesmo com as alteraes sugeridas pela LDB e pelos Parmetros Curriculares

    Nacionais Ensino Mdio (PCNEM) o ensino no Brasil caracterizado pela prtica tradicional,

    com um ensino acadmico e autoritrio, em detrimento de professores crticos e reflexivos

    que possuem uma prtica que atende de fato as expectativas dos alunos (OHIRA; OLIVEIRA,

    2003). Leo (1999) afirma que especificamente o ensino cearense continua pautado na

    abordagem tradicional sendo esta a mais utilizada nas escolas e mais desejada pela sociedade.

    Silva; Moraes; Cunha (2011) refora essa ideia, pois enfatiza em seu trabalho que a aula

    expositiva-terica permanece como modalidade didtica mais utilizada por professores de

    Biologia.

    Com o progresso da sociedade da informao necessrio que o sistema

    educativo deixe de formar apenas mo-de-obra para empregos industriais e passe a formar

    pessoas de modo crtico e tico, que estejam preparadas para se adaptar as rpidas mudanas e

    tambm para atuar sobre elas (NARDI, 2007).

    Para Krasilchik (2008) os conhecimentos biolgicos trabalhados na escola devem

    auxiliar na formao desses cidados crticos capazes de tomar decises de interesse

    individual e coletivo de forma tica e com respeito ao papel do homem na biosfera. Porm,

    segundo Becker (1999, p. 3), o aluno que foi exposto a concepo tradicional de ensino

    algum que renunciou ao direito de pensar e que, portanto, desistiu de sua cidadania e do seu

    direito ao exerccio da poltica [], pois ele deixou de acreditar que sua ao seja capaz de

    qualquer mudana.

    Levando em considerao a afirmao de Becker surgi a dvida: Ser que o

    ensino de Biologia atrelado ao ensino tradicional est alcanando os seus objetivos?

  • 15

    2.2 Inovaes no Ensino de Biologia

    O ensino de Biologia, em sua maioria, ainda no atrela a realidade cotidiana aos

    seus conceitos, levando a uma aprendizagem ineficiente frente s demandas da sociedade

    atual. necessrio que a escola repense as prticas pedaggicas, reorganizando os contedos

    trabalhados para trazer a sala de aula temas relevantes para o aluno e tambm renovando as

    estratgias metodolgicas para superar a aula expositiva (BORGES;LIMA, 2007).

    notvel que uma forma didtica com tcnicas pouco ou totalmente ineficazes,

    torna o ensino montono, desconexo e desvinculado do cotidiano do aluno, algumas vezes

    gerando conhecimentos confusos sobre vrios contedos, podendo at confundir ainda mais

    os conhecimentos cientficos que o aluno j possui (SILVA JUNIOR; BARBOSA, 2009).

    Durante suas vidas escolares, os estudantes realizam diversas atividades tericas e

    conceituais que desconsideram o seu prprio ambiente, sendo necessrias, diante desse fato,

    estratgias de ensino e de aprendizagem que busquem tambm o conhecimento do ambiente

    em que esses alunos esto inseridos (MARICATO et al., 2007).

    Os professores de Biologia tm sido historicamente expostos a uma srie de

    desafios, os quais incluem acompanhar as descobertas cientficas e tecnolgicas,

    constantemente manipuladas e inseridas no cotidiano, e tornar os avanos e teorias cientficas

    assimilveis aos alunos (VANSCONCELOS; LIMA, 2006). Para isso necessrio a incluso

    de ideias inovadoras com a inteno de iniciar uma renovao dos padres de ensino

    (SAVE, 2008).

    Devido utilizao do ensino tradicional os prprios alunos j esperam que

    durante as aulas o professor demonstre domnio do contedo e que a transmisso deste ocorra

    de forma oral, na qual o professor deve falar bastante e os alunos devem escutar e intervir

    somente quando for necessrio. Porm, alguns alunos anseiam pela introduo de inovaes

    na prtica docente, o que facilita a compreenso do contedo. (ARAJO, 2006; SANTOS;

    ZARA; DIONSIO, 2012).

    A tarefa de desenvolver estratgias inovadoras no simples, pois necessrio

    que os professores tenham uma boa formao profissional, disponham de tempo e recursos,

    que em geral no esto disponveis (SANTOS, SILVA, ARAUJO, 2012).

    Para Lorenzette (2007) introduzir estas inovaes dentro da escola um tema

    complexo, porm se faz necessrio transpor essa complexidade para que os alunos se tornem

  • 16

    cada vez mais capazes de construir seus prprios conhecimentos e por consequncia serem

    capazes de pensar criticamente em seus atos (BALBINOT 2005).

    Ao se utilizar situaes questionadoras e inovadoras nas aulas se cria um ambiente

    onde os alunos podem refletir e se comunicar, atravs disso, novos conceitos e construes

    mentais se formam (LIELL; BORTOLI; TOGNI, 2012).

    Inovar significa introduzir em determinado meio algo que foi inventado,

    descoberto, criado anteriormente [...] com o objetivo de melhorar aquilo que existe, de

    introduzir em dado contexto um aperfeioamento, um melhor saber, um melhor fazer e um

    melhor ser (MITRULIS, 2002, p. 15).

    Para Cardoso (1997) a inovao no ensino requer imprescindivelmente a

    introduo de algo novo na realidade educativa, mesmo que seja de forma temporria e

    parcial, ao invs de renovar a situao vigente. Porm, no necessariamente as prticas

    precisam ser inditas, porque as inovaes so novas ou originais dependendo do lugar em

    que elas so incorporadas (HAVELOCK; HUBERMAN, 1980 apud SILVA, 2010).

    Para Yamazaki; Yamazaki (2006, p. 1), o uso de metodologias alternativas

    prope:

    uma mudana significativa na prtica de educadores que pretendem,

    de fato, ensinar cincias; no por acaso que o uso sistemtico de

    mtodos tradicionais considerado por muitos estudantes como

    entediante, maante e pouco proveitoso [...]

    Em consonncia com as ideias citadas acima Oliveira (2011), defende que os

    verdadeiros educadores que acreditam em um ensino de qualidade procuram inovar em sua

    prtica, atravs da escolha de contedos e de procedimentos.

    Pius; Rosa; Primon (2008) relata em seu trabalho que ao utilizar mtodos

    diferenciados os alunos se envolveram mais na aula, demonstrando maior interesse pelo

    assunto. De fato, a utilizao de mtodos que fogem do ensino tradicional, como: experimento

    que estimule o raciocnio, utilizao de um jogo, a apresentao de teatro ou mesmo o uso de

    quadrinhos, geralmente, funciona como incentivo no ensino (OLIVEIRA et al., 2005).

    Porm a prtica tradicional, com um ensino acadmico e autoritrio,

    predominante, em detrimento de professores crticos e reflexivos que possuem uma prtica

    que atende de fato as expectativas dos alunos (OHIRA; OLIVEIRA, 2003).

  • 17

    2.3 Programa Institucional de Bolsa de Iniciao Docncia PIBID

    O PIBID um programa ligado a Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de

    Nvel Superior (CAPES) criado em 2007 atravs da Portaria Normativa n 38, de 12 de

    dezembro de 2007 (BRASIL, 2007). Em seu primeiro edital contemplava apenas Instituies

    Federais de Ensino Superior, nos editais subsequentes passou a permitir instituies estaduais,

    municipais e comunitrias. Apesar da criao do programa ter ocorrido em 2007, este

    comeou a operar, de fato, no fim de 2008.

    A partir de 2010 o PIBID passou a funcionar segundo o Decreto n 7.219, de 24

    de junho de 2010, o qual define os objetivos do programa e os sujeitos que participam dele.

    Em seu artigo 2 o decreto considera:

    I - bolsista estudante de licenciatura: o aluno regularmente

    matriculado em curso de licenciatura que integra o projeto

    institucional da instituio de educao superior, com dedicao de

    carga horria mnima de trinta horas mensais ao PIBID;

    II - coordenador institucional: o professor de instituio de educao

    superior responsvel perante a CAPES por garantir e acompanhar o

    planejamento, a organizao e a execuo das atividades de iniciao

    docncia previstas no projeto de sua instituio, zelando por sua

    unidade e qualidade;

    III - coordenador de rea: o professor da instituio de educao

    superior responsvel pelas seguintes atividades:

    a) planejamento, organizao e execuo das atividades de iniciao

    docncia em sua rea de atuao acadmica;

    b) acompanhamento, orientao e avaliao dos bolsistas estudantes

    de licenciatura; e

    c) articulao e dilogo com as escolas pblicas nas quais os bolsistas

    exeram suas atividades;

    IV - professor supervisor: o docente da escola de educao bsica

    das redes pblicas de ensino que integra o projeto institucional,

    responsvel por acompanhar e supervisionar as atividades dos

    bolsistas de iniciao docncia; e

    V - projeto institucional: projeto a ser submetido CAPES pela

    instituio de educao superior interessada em participar do PIBID,

    que contenha, no mnimo, os objetivos e metas a serem alcanados, as

    estratgias de desenvolvimento, os referenciais para seleo de

    participantes, acompanhamento e avaliao das atividades (BRASIL,

    2010).

  • 18

    Atualmente o PIBID est presente em 195 instituies, em aproximadamente

    4.000 escolas de educao bsica e concede mais de 40.000 bolsas licenciandos, 6.177

    professores supervisores e desenvolvendo 288 projetos (BRASIL, 2013).

    A UFC participa do programa desde o incio, contando com subprojetos na rea de

    Cincias Biolgicas, Letras, Filosofia, Fsica, Qumica e Matemtica, que atuaram nas escolas

    EEM Liceu do Conjunto Cear e EEM Liceu de Messejana. E com a abertura de novos editais

    foram sendo incorporados novos cursos e escolas. Atualmente todas as licenciaturas da UFC

    fazem parte do PIBID, no total so 20 subprojetos, 320 bolsistas de iniciao docncia e 48

    professores supervisores em 19 escolas (CEAR, 2013).

    O subprojeto da rea de Biologia realiza suas atividades nas EEM Liceu do

    Conjunto Cear e Liceu da Messejana desde o edital 2007 (CEAR, 2011) e agora tambm

    realiza atividades no Colgio Estadual Justiniano de Serpa, portanto possui trs professores

    supervisores (CEAR, 2012).

    Neste trabalho o enfoque foi sobre o professor supervisor e Morales (2011, p. 2)

    destaca a grande importncia deste na dinmica de funcionamento do programa:

    [...] o professor supervisor ligado ao PIBID tem a oportunidade de

    compartilhar experincias com o aluno bolsista, aprendendo

    metodologias inovadoras que na maioria das vezes no tem tempo de

    pesquisar e em troca compartilha com o bolsista, suas experincias em

    sala de aula. A partir destas experincias adquiridas, procura motivar

    os outros professores da escola para que busquem tambm essa

    atualizao.

    Complemento o autor acima, Fogaa; Wisniewski; Tatsch (2012) afirma que o

    PIBID est proporcionando aos professores supervisores uma formao continuada de

    qualidade, tendo em vista que eles esto em contato com novas prticas, novas bibliografias e

    tecnologias trazidas realidade escolar atravs dos licenciandos.

    As atividades do PIBID proporcionam aos professores supervisores momentos de

    reflexes e trocas de experincias, criando nestes uma vontade de repensar sua prtica e por

    consequncia estimula o desenvolvimento de inovaes pedaggicas no campo do ensino

    (BARBOSA; SOARES 2012).

    O programa j apresenta bons resultados como os elencados por Gonalves

    Junior; Sousa (2010) ocorre uma diminuio da sobrecarga do professor supervisor na

    elaborao e execuo de novas metodologias, maior familiarizao dos bolsistas com a

    realidade escolar, introduo de novas mdias audiovisuais e tecnolgicas nas aulas.

  • 19

    Oliveira (2011, p. 1) relata em seu trabalho pontos positivos que o PIBID

    acrescentou em sua prtica pedaggica: percebi que esse seria um meio de reflexo e estudo

    na busca de contribuies para a ruptura de alguns entraves que o ensino tradicional nos traz e

    assim um meio de melhorar a qualidade das minhas aulas.

    Crrea; Krger (2012) destaca em seu trabalho o discurso de uma professora

    supervisora do PIBID, ela afirma que antes de sua participao no programa suas prticas

    pedaggicas se identificavam com o modelo tradicional e que com o PIBID ela comeou a ver

    novas possibilidades para o ensino.

    Descrever as etapas metodolgicas deste estudo de natureza qualitativa o foco

    do prximo captulo. Nele apresentarei os instrumentos de coleta de dados utilizados:

    observao da prtica docente, entrevista e questionrio.

  • 20

    3 METODOLOGIA

    Neste terceiro captulo, evidencio os aspectos metodolgicos que deram suporte a

    este estudo, que caracterizado como uma pesquisa qualitativa, pois de acordo com Godoy

    (1995); Cardoso (2011) a abordagem qualitativa busca compreender o problema realizando

    uma anlise dentro do seu contexto, valoriza a descrio dos fatos e tambm reconhece a

    relevncia do pesquisador na interpretao do fenmeno analisado.

    Inicialmente delimitei como objeto de estudo dois dos trs professores

    supervisores do PIBID/UFC Biologia com a inteno de analisar a prtica docente de um

    professor que estava participando do projeto h mais tempo, no caso o professor da EEM

    Liceu do Conjunto Cear, e de um professor mais recente no projeto representado pelo

    professor do Colgio Estadual Justiniano de Serpa. Para facilitar a futura apresentao dos

    resultados os professores supervisores sero identificados por PROF A e PROF B,

    respectivamente.

    Aps delimitar os professores supervisores, visitei as escolas e apresentei a

    pesquisa aos gestores e aos professores, que aceitaram colaborar com a realizao da mesma.

    Em seguida, iniciei a coleta de dados. A primeira etapa da coleta de dados foi observao da

    prtica docente, essa tcnica foi escolhida porque ao utiliz-la possvel obter informaes

    espontneas do fato e tambm dados de natureza no verbal (QUEIROZ et al., 2007;

    VIANNA, 2003). Segundo Marconi; Lakatos (2003) a observao uma tcnica que pode

    suprir dados no evidenciados em roteiros de entrevistas ou de questionrios.

    O nmero de observaes foi definido considerando o planejamento do professor

    optando-se por seguir uma sequncia didtica, sendo esta definida como um conjunto de

    atividades progressivas guiadas por um tema ou por um objetivo (DIAS; CRISTOVO,

    2009).

    As observaes ocorreram no ms de abril do ano corrente e foram orientadas por

    um roteiro (Apndice A), nos dois casos a sequncia didtica observada contemplou quatro

    aulas. Essas aulas eram geminadas, assim observei duas aulas em uma semana e na semana

    seguinte observei as duas aulas que finalizavam o contedo.

    Ao trmino da etapa de observao da prtica docente, os professores foram

    entrevistados, pois Fraser; Gondim (2004, p. 2) afirmam que o uso de entrevistas favorece o

  • 21

    acesso direto ou indireto s opinies, s crenas, aos valores e aos significados que as pessoas

    atribuem a si, aos outros e ao mundo circundante.

    As entrevistas foram orientadas por um roteiro semiestruturado (Apndice B),

    neste tipo de entrevista segundo Oliveira (2008) so realizadas as perguntas previamente

    determinadas e caso seja necessrio o pesquisador pode acrescentar uma pergunta no

    prevista. Para Boni; Quaresma (2005) esse tipo de entrevista permite respostas mais

    espontneas e profundas sobre o assunto.

    As entrevistas ocorreram em um nico encontro com cada professor envolvido na

    pesquisa e foram gravadas em udio e posteriormente transcritas, para facilitar a posterior

    anlise dos dados.

    Aps a realizao das entrevistas foi aplicado um questionrio (Apndice C) aos

    alunos da turma na qual observei as aulas em cada escola, tendo em vista que o questionrio

    atinge um grande nmero de pessoas simultaneamente (MARCONI; LAKATOS, 2003). Na

    Escola de Ensino Mdio Liceu do Conjunto Cear 44 alunos responderam ao questionrio e

    no Colgio Estadual Justiniano de Serpa 34 alunos responderam ao mesmo questionrio.

    O questionrio era composto por trs questes de mltipla escolha e duas questes

    discursivas, estas questes tinham como objetivo extrair a opinio dos alunos sobre a prtica

    de seu professor, em especial, se eles reconhecem inovaes durante as aulas.

    Portanto foi perguntado aos alunos como as aulas geralmente ocorriam, o que eles

    consideram como inovao no ensino de Biologia, se eles acreditam que o professor

    inovador, quais tcnicas inovadoras o professor j utilizou. E a ltima questo funcionou

    como um espao para que os alunos comentassem algo que julgam importante nas aulas de

    Biologia e no foi contemplado nas perguntas anteriores.

    O prximo captulo ir trazer os resultados coletados a partir dessas etapas

    metodolgicas, alm de coloc-los em discusso com as ideias j difundidas cientificamente.

  • 22

    4 RESULTADOS E DISCUSSO

    As seguintes descries so resultantes das observaes em associao com

    passagens das entrevistas visando correlacionar o feito e o dito pelos professores, contando

    tambm com a viso dos alunos sobre a prtica docente de seus professores obtida atravs da

    anlise dos questionrios.

    O texto inicia trazendo o desenho das observaes que realizei, nas quais a

    concepo tradicional de ensino foi marcante, ou seja, quase no ocorreu inovao na prtica

    docente dos professores, isso pode ter ocorrido, pois o nmero de observaes foi reduzido

    perante a totalidade da prtica deles.

    Durante as observaes procurei interferir o mnimo no andamento das aulas, de

    forma a captar informaes sobre as aes do professor, as condies da sala de aula e os

    alunos presentes na turma. De modo geral, as observaes ocorreram de forma similar, pois as

    aulas ocorreram em salas de aula convencionais das escolas e a turma de alunos era jovem e

    numerosa.

    Relativo ao PROF A foram observadas aulas em uma das turmas da primeira srie

    do Ensino Mdio do turno da manh, o grupo de alunos era grande composto por mais de 40

    alunos com idades entre 14 e 16 anos. A relao dos alunos entre si era amistosa e com o

    professor era uma relao de respeito. As carteiras dos alunos eram novas, confortveis e

    estavam enfileiradas ocupando praticamente todo o espao fsico da sala o que dificultava a

    movimentao do professor, que segundo Valente (2009) deve procurar se movimentar

    ocasionalmente entre o grupo de alunos visando ateno dos mesmos.

    As duas aulas observadas do PROF A ocorreram de modo similar. Os materiais

    utilizados foram o quadro branco e pincel, apenas em um momento rpido o professor utilizou

    o livro didtico. O PROF A explicava o contedo e solicitava que os alunos copiassem os

    conceitos mais importantes em seus cadernos. Quando surgia um assunto muito abstrato, o

    professor tentava exemplificar o contedo com fatos cotidianos, assim aproximando o tema

    dos alunos. Essa ao muito vlida, pois segundo Malafaia; Brbara; Rodrigues (2010) ao se

    fazer isso possvel que os alunos elevem seu interesse pela Biologia.

  • 23

    No decorrer das aulas o PROF A sempre estimulava a participao dos alunos,

    porm eles praticamente no participavam. Nos momentos em que os alunos expressavam

    suas dvidas o professor prontamente respondia. Os alunos pareciam bem atentos s

    explicaes do professor e foram raros os momentos de conversa e disperso.

    As observaes da prtica docente do PROF B ocorreram em uma das turmas da

    terceira srie do Ensino Mdio, a turma possui aproximadamente 35 alunos com idades entre

    15 e 19 anos. Os alunos tinham uma boa relao entre si e com o professor. As aulas

    ocorreram em uma sala de aula bem ampla, porm o quadro branco era pequeno e mal

    centralizado fazendo com que os alunos ficassem mais prximos do quadro e parte do espao

    fsico da sala no fosse utilizado.

    A aula de Biologia nessa turma a primeira aps o intervalo de almoo, pois a

    escola funciona em regime integral. Era perceptvel o cansao dos alunos e resistncia em

    assistir a aula, portanto antes de iniciar a aula o professor desperdiava muito tempo insistindo

    que eles entrassem em sala j que a grande maioria ficava sentada ou deitada nos corredores

    da escola e outros tentavam dormir nas suas carteiras.

    Os alunos que foram objeto de estudo no trabalho de Castro; Lopes (2011)

    tambm apresentavam essa fadiga devido longa rotina escolar repleta apenas de lies

    escritas. Essas autoras ainda defendem que para a implantao de escolas integrais

    necessrio que haja uma mudana na estrutura fsica, alm de materiais de qualidade e em

    quantidade suficientes para o nmero de alunos.

    As aulas do PROF B tambm foram semelhantes entre si e em ambas o professor

    utilizou o pincel e quadro branco para conduzi-las. O PROF B iniciava as suas aulas copiando

    o contedo no quadro e esperava que os alunos transcrevessem para os seus cadernos, isso

    tomava muito tempo da aula, j que os alunos ficam conversando ao invs de copiar. Na

    sequncia o professor explicava o contedo, mas grande parte dos alunos no parecia

    interessada e por consequncia no participava da aula e no expressava dvidas, para

    Malafaia; Brbara; Rodrigues (2010) a forma como a aula expositiva conduzida pode levar a

    no participao dos alunos como ocorreu nessas aulas. Os momentos de disperso eram

    frequentes e s vezes o professor tinha dificuldade em reverter situao.

    Como advertido inicialmente, constatou-se que a prtica adotada pelos docentes

    ancorava-se na concepo tradicional, j que durante as observaes a aula expositiva e/ou

  • 24

    45%

    30%

    20%

    5%

    Aula expositiva

    Aula expositiva dialogada

    Aula expositiva/expositiva

    dialogada em associao com

    outros mtodos

    Aulas diferentes

    59%

    32%

    9%

    Aula expositiva

    Aula expositiva dialogada

    Aula expositiva/expositiva

    dialogada em associao com

    outros mtodos

    aula expositiva dialogada foi a modalidade de ensino predominante, fato reforado pela

    opinio dos alunos em relao as suas aulas de Biologia (Grfico 1 e 2).

    Como observado no grfico 45% dos alunos do PROF A consideram as aulas de

    Biologia como expositivas e 30% consideram expositivas dialogadas. Com o PROF B o

    grfico tambm mostra que a maioria dos alunos, especificamente 59%, consideram as aulas

    Grfico 1: Como os alunos descrevem as aulas de Biologia do PROF A.

    Grfico 2: Como os alunos descrevem as aulas de Biologia do PROF B.

  • 25

    expositivas e que 32% consideram expositivas dialogadas. O prprio PROF B reconhece que

    suas aulas so expositivas, quando perguntado qual eram as modalidades/recursos que ele

    mais utiliza em suas aulas:

    Basicamente mesmo a aula expositiva, pincel mesmo e lousa [...]. (PROF B)

    Esse grande uso de aulas expositivas no perceptvel apenas na prtica dos

    professores aqui analisados, mas tambm ainda muito presente na educao brasileira

    (PEREIRA, 2012; NASCIMENTO, COELHO, 2009). Essa presena macia das aulas

    expositivas segundo Lima et. al. (2010) preocupante, pois na maioria dos casos ocorre

    apenas a memorizao de conceitos em detrimento de uma aprendizagem significativa.

    Confrontando o que j foi dito sobre a metodologia tradicional o PROF A acredita

    que mesmo utilizando esse mtodo em suas aulas possvel obter bons resultados, como

    demostra seu relato:

    [...] se voc conseguiu fazer com que uma turma aprendesse pelo mtodo

    tradicional e ela obteve xito, que aquele xito era passar no vestibular, timo.

    (PROF A)

    A metodologia tradicional se bem empregada pode ser uma boa opo para a

    transmisso de conhecimentos, porm no deve ser a nica (CNDIDO, 2012). O mesmo

    autor refora que o professor precisa ser hbil para conduzir esse tipo de aula com sucesso e o

    PROF A possui muita segurana ao repassar o contedo.

    Aps destacar a predominncia das aulas expositivas e expositivas dialogadas na

    prtica dos professores caracterizando uma pedagogia tradicional de ensino irei apresentar as

    aes inovadoras que encontrei no perodo de observao e as inovaes que os professores

    destacaram durante a realizao das entrevistas.

    Antes de focar nas aes inovadoras, pertinente que conheamos o que inovar

    na sala de aula na viso dos professores participantes do estudo. Essa viso bem retratada

    nos trechos que seguem:

    Eu acho que inovar quando voc tem o professor sempre interagindo,

    pesquisando, tendo tempo pra planejar pra que aquela tua ao seja pensada.

    (PROF A)

  • 26

    [...] voc pode inovar numa dinmica qualquer ou num vdeo, mas isso ai tudo j

    existe, n, como voc vai conciliar isso ai. (PROF A)

    [...] no existe essa reinveno, o que voc tem que t sempre atento, ter um

    tempo pra pesquisa, ter um tempo pra planejamento, ao ouvir quais so as

    demandas daquela turma voc nunca consegue d uma mesma aula, o mesmo

    contedo de forma igual. Ento, se voc segue s aquele roteiro engessado voc

    acaba no tendo essa possibilidade. Eu particularmente nunca tive essa

    preocupao de dizer assim: ah minha aula vai ter que seguir esse esqueminha

    aqui, eu acho que ele pode ser quebrado tranquilamente, eu acho que isso faz

    parte da dinmica do cotidiano de cada turma. (PROF A)

    tentar explicar de outra forma aquilo que a gente geralmente acaba se

    acomodando, n? Tem professor, por exemplo, aqui que sempre tem aquele

    livrinho todo anotadinho e todo ano a mesma coisa, nunca melhora. Eu tava

    partindo j pra mais ou menos isso, j tinha todos os meus apontamentos todos

    anotados e com o pessoal do PIBID eles mostraram novas formas, dinmicas pra

    poder explicar. (PROF B)

    O PROF A deixa transparecer em suas falas que o uso de tcnicas que j existem

    poderiam no ser consideradas inovaes, mas retomo a opinio dos autores Havelock;

    Huberman (1980) apud Silva (2010) que afirmam que inovar no necessariamente usar algo

    novo e sim usar algo novo naquele contexto. Ao se basear nessa afirmao se os alunos do

    PROF A no tem muito contato com determinada tcnica ela pode ser considerada uma

    inovao.

    A fala dos dois professores possui similaridade, pois ambos afirmam que o

    professor no deve se prender a um roteiro pr-existente de aula ao invs disso, como afirma

    Oliveira (2011), deve ser capaz de entender a heterogeneidade das turmas buscando melhor

    interao entre os alunos e o conhecimento.

    E, portanto, o uso de tcnicas que consigam aproximar o contedo dos alunos e

    melhorar a aprendizagem so vlidas no ensino, pois para Ramos et. al. (2010) o uso de

    inovaes promove mais dinamismo nas aulas, assim o aluno deixa de ser exclusivamente um

    ouvinte e passa a ser um agente atuante da sua aprendizagem e os professores reconhecem a

    importncia dessas inovaes nas aulas, como bem relatam:

    Essa novidade ela super bem vinda pro aluno, mas eu acho que tambm so

    momentos pontuais que voc vai diferenciando, por exemplo, se disser amanh tem

    aula de prtica de biologia no laboratrio pode ter certeza que todos eles viro,

    porque aquilo ali um momento diferente um momento que voc quebra essa

    rotina [...] (PROF A)

  • 27

    Eles gostam, eles fixam bem mais qualquer aula, qualquer coisa diferente do

    tradicional eles desenvolvem, ficam pedindo mais aulas, eles perguntam o que a

    gente vai fazer de prtica em relao a tal matria, isso bom. Qualquer coisa que

    foge do tradicional eles gostam e aprendem, fixam mais. (PROF B)

    Durante a observao das aulas do PROF A foi possvel identificar algumas aes

    inovadoras, como a tcnica do dicionrio, assim nomeada pelo professor. Nessa tcnica o

    professor escreve a palavra no quadro separa seus prefixos, sufixos e radicais e diz suas

    origens e significados. O PROF A acredita que essa tcnica facilita o entendimento dos alunos

    em relao aos nomes e conceitos prprios da Biologia, como ilustra a passagem:

    [...] eles tem uma dificuldade muito grande quando eles vm do ensino

    fundamental tanto que eu criei uma tcnica chamada de dicionrio, onde as

    palavras que so diferentes eles tentarem ver o significado, conhecer o significado

    daquela palavra realmente ter alguma noo mesmo do uso da Biologia. Porque

    pra eles no difcil entender a Biologia e sim as palavras e que to l, que eles

    no compreendem que aquilo ali no foi criado por pessoas de lngua portuguesa,

    a cincia ela deriva de outras culturas. (PROF A)

    O uso da tcnica de dicionrio pode ser uma boa ferramenta para o ensino, como

    o professor acredita, j que a dificuldade em compreender os vocbulos prprios da Biologia

    um entrave no processo de aprendizagem, pois em muitos casos os alunos so obrigados a

    memorizar esses termos sem assimilar o verdadeiro significado deles (GONALVES, 2010).

    O PROF A tambm utiliza outras tcnicas em suas aulas, como mapa conceitual e

    prticas de laboratrio, que podem ser consideradas como inovao. Segundo Moreira (1998),

    o mapa conceitual uma ferramenta que possivelmente facilita a aprendizagem, por ser uma

    forma concisa de fazer ligaes entre o que est sendo estudado. Para Grandini; Grandini

    (2008) as prticas de laboratrio podem funcionar como um incentivo para que o aluno

    conhea, entenda e aprenda a aplicar a teoria na prtica.

    Ao final da explanao da sequncia didtica que acompanhei, o PROF A definiu

    o que era mapa conceitual para os alunos e demonstrou como se pode montar um e pediu para

    que cada aluno fizesse o seu em casa, pois o tempo da aula j havia se esgotado.

    A prtica de laboratrio no foi acompanhada durante as observaes, pois ela s

    iria ocorrer no dia 10 de maio e abordaria uma temtica no contemplada na sequncia

    didtica que acompanhei. Durante uma aula o professor solicitou que os alunos se dividissem

  • 28

    em 3 grupos e se programassem para vir a escola no contra turno no dia da prtica, pois o

    nmero de alunos muito grande para o espao fsico do laboratrio, como destaca o

    professor em sua fala:

    [...] o que acontece muitas vezes voc ter um ambiente que superlotado, voc

    no tem condio de ter essa inovao todo tempo a todo momento, por exemplo,

    seria impossvel eu trazer meus 45 alunos pra esse laboratrio, no caberia, quer

    dizer caberia, mas voc no ia ter proveito algum. Um mexeria ali na lupa, outro

    iria observar aquele olho ali, outro o feto, se perderia. Seria novidade pra eles?

    Seria, mas pra mim seria um enroletion. (PROF A)

    Infelizmente na sequncia didtica que acompanhei do PROF B no foi utilizada

    nenhuma tcnica inovadora, mas durante a entrevista o PROF B relatou a utilizao de

    prticas que podem ser entendidas como inovao:

    [...] algumas aulas d pra trabalhar na sala de vdeo, n, pra complementar e com

    a ajuda do pessoal do PIBID tem as prticas pra complementar. (PROF B)

    [...] a gente tem trs laboratrios de informtica que em cada um tem seu data

    show, n, e tem o auditrio que a gente pode trabalhar. (PROF B)

    Creditando o que foi falado pelo professor, os autores Oliveira; Dias Jnior (2012)

    afirmam que o uso de vdeos funciona como ferramenta importante no ensino por trazer aos

    alunos o contedo de forma visual e mais prxima do cotidiano, alm de ser uma forma de

    sair da rotina do quadro branco e pincel.

    Mesmo contando com a ajuda dos bolsistas do PIBID o PROF B, assim como o

    PROF A, tambm destaca como dificuldade para realizao de aulas prticas a infraestrutura

    inadequada do laboratrio:

    Nesse colgio melhorou agora, mas antes era mais difcil, por exemplo, o

    laboratrio tava fechado totalmente, agora reformaram, to equipando. Pra ter

    uma ideia, o laboratrio de Biologia s tinha uma tomada pra trabalhar com

    microscpio. (PROF B)

    Porm, existem autores que defendem que possvel realizar prticas na prpria

    sala de aula ou em outros ambientes escolares (SILVA; MORAES; CUNHA, 2011;

    CARVALHO; PEIXE, 2010). A sala de aula como j destacado tambm um espao

  • 29

    pequeno e utilizar outros ambientes escolares quase impossvel como afirmam PROF A e

    PROF B:

    Ento, o grande problema no t no professor na formatao da escola em si,

    ela engessada. Eu no posso de repente pegar todos os meus alunos aqui eu vou

    fazer uma dinmica l no ptio e daqui a pouco voc ter o pandemnio na sala de

    aula, eles podem t morrendo de aprender, mas quem t l na ponta, na gesto

    no entenderia, ou quem t na sala vizinha tambm no perceberia [...]. (PROF A)

    A prpria estrutura da escola se voc d um grito aqui todo mundo escuta, porque

    a acstica favorece, pequeno, n, uma escola que bem dividida, mas ela no

    tem espao pra que muita gente circule. (PROF A)

    [...] por exemplo, aula fora da sala de aula, assim no ptio em outros locais

    atrapalharia outras turmas ento eles probem, aula de campo ainda eles relutam

    ainda fazer uma aula fora mesmo do colgio, mas j tem melhorado muito. (PROF

    B)

    Apesar da aula de campo no ser uma modalidade de ensino contemplada na

    prtica pedaggica do PROF B por entraves impostos pela gesto, essa modalidade utilizada

    pelo PROF A em sua escola:

    [...] eu tive uma experincia muito legal quando a gente foi pra Guaramiranga,

    onde os meninos do PIBID, a cada espao de grupo de alunos, tavam l

    questionando tudo aquilo que tinha sido trabalhado de forma quase que individual.

    (PROF A)

    Como visualizado na fala do PROF A, a aula de campo uma forma interessante

    e diferenciada de abordar o contedo com os alunos. Para Viveiro; Diniz (2009) a aula de

    campo quando bem planejada uma modalidade de ensino capaz de motivar os alunos e

    proporciona o contato direto com o ambiente, levando o aluno a confrontar teoria e prtica em

    situaes reais.

    As aes inovadoras encontradas nas observaes e na anlise das entrevistas

    foram tambm destacadas pelos alunos. No questionrio foi perguntado aos alunos o que eles

    consideravam como inovao no ensino de Biologia e as modalidades mais respondidas foram

    aulas prticas e aulas de campo com 18% e 17% respectivamente (Grfico 3).

  • 30

    18% 17%

    12% 11%

    10% 9%

    8% 8%

    5%

    2%

    0%

    5%

    10%

    15%

    20%

    55%

    45%

    Sim No

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%65%

    35%

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    Sim No

    Porm, outras tcnicas reconhecidas pelos alunos como inovao no so

    contempladas na prtica dos professores e mesmo assim os alunos acreditam que seus

    professores so inovadores, relativo ao PROF A 55% dos alunos acreditam que ele inovador

    e essa porcentagem mais elevada em relao ao PROF B (Grfico 4 e 5).

    Grfico 3: Quais mtodos os alunos consideram como inovao no ensino de Biologia.

    Grfico 5: Os alunos consideram o PROF B

    inovador? Grfico 4: Os alunos consideram o PROF A

    inovador?

  • 31

    O foco do estudo no foi analisar a eficcia do PIBID, mas como anteriormente

    apresentado o programa agrega novos valores prtica dos professores supervisores, pois

    segundo Silva Neta; Martins; Leite (2012) a superviso das atividades desenvolvidas pelos

    docentes oportuniza atualizao da prtica docente e desenvolvimento profissional. Os

    professores participantes deste estudo tambm reconhecem a importncia do programa, tal

    constatao ilustrada na fala dos docentes:

    Com certeza, uma ferramenta a mais, n, voc, por exemplo, voc poder dentro

    de um determinado assunto voc recorrer a um grupo de pessoas que vo

    simplesmente fazer com que aquela tua aula renda mais [...] (PROF A)

    Eu acho que a troca de experincias e de conhecimento que vem do mbito da

    universidade que t com esses meninos do PIBID e que lhe repassado at um

    nimo novo, eu acho assim um projeto felicssimo, sabe, eu acho que ele tinha que

    ser mais e mais incrementado [...] (PROF A)

    Eles so bem mais novos do que eu, eles tem novas ideias, novas formas de ver a

    matria e acaba motivando tanto os alunos como, no meu caso, o professor

    tambm. (PROF B)

    Eu fui estimulado mais a pesquisar, mais a ver plano B, plano C de explicao de

    uma aula juntamente com eles, com o apoio deles. (PROF B)

    Na fala dos professores possvel perceber que existe uma grande troca de

    conhecimentos entre supervisores e bolsistas e tambm que as atividades realizadas pelos

    bolsistas so mais proveitosas para os alunos do que as aulas apenas com o professor. Os

    prprios alunos tambm sentem isso, como evidencia a fala do docente:

    Os alunos perguntam quando que vai ter outra aula do PIBID. (PROF B)

    Esses conhecimentos no devem ficar restritos as atividades geridas pelos

    bolsistas, porque mesmo os alunos acreditando, em sua maioria, que os professores so

    inovadores expressaram que seria interessante se houvessem algumas mudanas nas aulas de

    Biologia, como podemos ver nesses trechos:

    As aulas de Biologia so bem interessantes, boa aula e boa explicao, porm

    cansativas e rotineiras. (Aluno PROF A)

    Gostaria que a aula fosse mais interativa. (Aluno PROF A)

    [...] as aulas so um pouco paradas. Tipo, no acontece muitas coisas, aulas de

    campo ou uso do laboratrio seria legal. (Aluno PROF B)

  • 32

    So bem proveitosas, aprendo muito, mas acho que um pouco de Biologia prtica

    cairia bem melhor do que s expositivas. (Aluno PROF B)

    Mais envolvimento, algo que chame mais ateno, aquelas aulas surpreendentes,

    onde a gente sai alegre e feliz por ter aprendido algo novo. (Aluno PROF B)

    Para que aulas no se tornem habituais e montonas, como os alunos afirmaram,

    necessrio o uso de outras estratgias de ensino que motivem o processo de aprendizagem.

    Rocha; Silva; Lira (2010) obtiveram resultados semelhantes, pois os alunos participantes do

    estudo desejavam que as aulas fossem mais dinmicas e para isso consideraram que seria

    interessante que ocorressem mais aulas prticas, de campo, uso de vdeos dentre outras

    metodologias.

  • 33

    5 CONSIDERAES FINAIS

    A realizao da presente monografia foi motivada pelo interesse em conhecer a

    prtica docente de dois professores supervisores do PIBID Biologia UFC com o intuito de

    descobrir se existem aes inovadoras no ensino de Biologia e como elas ocorrem, tendo em

    vista que o programa possui carter inovador.

    Inicialmente realizei leituras na rea que formam parte do captulo de referencial

    terico que traz informaes sobre a concepo pedaggica tradicional, que ainda muito

    presente na educao brasileira e tambm na prtica dos professores aqui analisados; mostra

    tambm a emergncia de se adicionar mtodos inovadores no ensino de Biologia para

    aproxim-lo dos alunos; e por fim apresenta noes gerais da estrutura do PIBID para que seja

    possvel entender a funo do professor supervisor no programa. O apanhado dessas leituras

    foi de grande importncia para o desenvolvimento do estudo, principalmente para anlise e

    discusso dos resultados.

    O estudo de natureza qualitativa teve como etapas metodolgicas o uso da

    observao docente, entrevistas e questionrios, para o levantamento dos dados, porm ao

    final da pesquisa julgo que algumas alteraes poderiam melhorar a qualidade dos mesmos,

    como observar um nmero maior de aulas e filmar as observaes.

    As anlises e concluses aqui apresentadas no devem ser tomadas como crticas

    pessoais, pois elas representam a realidade das prticas docentes investigadas, as quais

    passam influncias externas que esto fora do alcance dos professores.

    As aulas que observei, em sua maioria, eram conduzidas de forma tradicional,

    visto que os materiais utilizados pelos professores eram o quadro branco e pincel e o contedo

    era transmitido de forma oral com pouca participao dos alunos. Durante as entrevistas os

    dois professores mostraram ideias semelhantes sobre o que inovar, pois ambos acreditam

    que o importante sentir as necessidades da turma e se adequar a elas.

    Os professores deixaram claro em suas falas que tem plena conscincia da

    importncia da utilizao de tcnicas diferenciadas e que isso gera um maior interesse nos

    alunos, porm a presena de aes inovadoras em suas aulas foram escassas, na realidade,

    visualizei inovao apenas nas aulas do PROF A, sendo estas: tcnica do dicionrio, uso de

  • 34

    mapa conceitual e aula prtica, sendo a ltima apenas marcada para uma aula posterior. Alm

    dessas aes, o uso de vdeos, aulas prticas e aulas de campo foram reconhecidos como

    inovao pelos professores.

    Os principais entraves destacados pelos professores para a no utilizao de

    inovaes foram infraestrutura inadequada das escolas e resistncia da gesto. Porm, existem

    tcnicas que no exigem infraestrutura superior a que as escolas possuem e acredito que os

    professores podem mostrar para a gesto a importncia de se utilizar novas formas de ensino,

    o que pode levar a uma melhoria na aprendizagem dos alunos e assim ocorreria um maior

    incentivo da utilizao de inovaes e o acesso aos espaos escolares, excetuando a sala de

    aula, seria facilitado.

    Frente s diversas metodologias existentes para o ensino de Biologia notrio que

    os professores utilizam em sua prtica um nmero reduzido dessas tcnicas e quase sempre s

    as realizam na presena dos bolsistas do PIBID. Com isso, cabe questionar se aes realizadas

    pelo programa esto alcanando, de fato, seus objetivos, j que os professores supervisores

    no apresentam ruptura com a metodologia tradicional e por consequncia no conseguiriam

    passar para os bolsistas estudantes de licenciatura uma imagem da escola mais diversificada e

    com maiores chances de formar cidados crticos e atuantes na sociedade.

    A anlise dos questionrios respondidos pelos alunos mostraram informaes

    contraditrias, j que a maioria dos alunos consideram suas aulas expositivas ou expositivas

    dialogadas e ao serem perguntados se os professores eram inovadores, novamente, a maioria

    respondeu de forma afirmativa, alm, de demostrarem que desejam aulas mais diversificadas.

    Esse trabalho contribuiu para um melhor conhecimento sobre o uso de inovaes

    no ensino de Biologia, mas ainda necessria a realizao de estudos mais abrangentes e

    extensos sobre a temtica, pois no podemos generalizar a totalidade do ensino de Biologia

    tomando como base apenas a prtica docente dos dois professores aqui analisadas.

  • 35

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