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LUCIANO ALVES BARROSO A IMPORTÂNCIA DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NA EMPRESA CIA DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOL Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Disciplina de Estágio Supervisionado da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, do curso para a obtenção do titulo de bacharel em Engenharia de Produção, como parte dos requisitos para a conclusão do curso. Orientador: Professor Selmo Machado Pereira – Doutor em Engenharia de Produção UFRJ/COPPE 1

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LUCIANO ALVES BARROSO

A IMPORTÂNCIA DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NA EMPRESA CIA DE BEBIDAS

PRIMO SCHINCARIOL

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado à Disciplina de Estágio Supervisionado da Universidade Salgado de Oliveira – UNIVERSO, do curso para a obtenção do titulo de bacharel em Engenharia de Produção, como parte dos requisitos para a conclusão do curso.

Orientador: Professor Selmo Machado Pereira – Doutor em Engenharia de Produção – UFRJ/COPPE

NITERÓI - RJ

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2011

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso ao meu pai Nilton Barroso e a minha Mãe valeria Domingues, a minha Irmã Luciana Barroso, a minha esposa ELaine Dias Da S. Barroso, e ao meu filho Arthur Dias Barroso.

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AGRADECIMENTO

Agradeço à Deus e em especial ao meu ex cunhado Jurapuã Gonzaga da

Silva.

Agradeço aos professores Selmo Machado Pereira e Antonio Lopes de Souza

.

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“Comprometa-se com suas metas e encare os obstáculos como etapas para atingir o objetivo final”.

Lair Ribeiro

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RESUMO

Este TCC direcionado para a empresa SCHINCARIOL a respeito da automação industrial diz respeito a entender o que é este processo industrial. Com o passar do tempo e a valorização do trabalhador, foi preciso fazer algumas alterações nas máquinas e equipamentos de forma a resguardar a mão-de-obra de algumas funções inadequadas à estrutura física do homem. A máquina passou a fazer o trabalho mais pesado e o homem, a supervisioná-la. Iniciou-se assim a automatização, que se tornou muito mais viável à medida que a eletrônica avançava e passava a dispor de circuitos capazes de realizar funções lógicas e aritméticas com os sinais de entrada e gerar respectivos sinais de saída.

Palavras-chave: automação, industrial, processo, máquinas.

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ABSTRACT

The TCC directed to the company SCHINCARIOL about industrial automation relates to understanding what is this industrial process. With the passage of time and recovery worker, had to make some changes in the machinery and equipment in order to protect the manpower of some functions inappropriate to the physical structure of man. The machine started to do the dirty work and the man to oversee it. Thus began the automation that has become much more viable as advanced electronics and began to have circuits capable of performing arithmetic and logic functions with the input signals and generating corresponding output signals.

Keywords: automation, industrial process machinery.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................................9

RELEVÂNCIA.............................................................................................................9

OBJETIVOS..............................................................................................................11

OBJETIVO GERAL...................................................................................................11

OBJETIVO ESPECÍFICO..........................................................................................12

LIMITAÇÕES DO TRABALHO.................................................................................12

HIPÓTESE.................................................................................................................12

JUSTIFICATIVA........................................................................................................15

METODOLOGIA........................................................................................................16

1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL................................17

1.1 IMPORTANCIA E USO DO SISTEMA DE AUTOMOÇÃO.................................22

1.2 AUTOMAÇÃO E REDES DE COMUNICAÇOES INDUSTRIAIS........................24

2. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL -

CLP OU PLC.............................................................................................................32

2.1 AUTOMOÇÃO INDUSTRIAL E MOTORES ELÉTRICOS..................................45

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2.2 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL DIRECIONADA A PRODUÇÃO...........................53

3. ESTUDO DE CASO: USO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NA EMPRESA CIA

DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOL......................................................................61

3.1 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLOGIAS DE CONTROLE.....................66

3.2 AUTOMOÇÃO INDUSTRIAL E SISTEMAS DE CONTROLE............................68

3.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PROJETO DE SISTEMAS DE CONTROLE..........69

CONCLUSÃO............................................................................................................76

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................78

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INTRODUÇÃO

RELEVÂNCIA

O tema deste Trabalho de Conclusão de Curso é “A importância da

automação industrial na empresa cia de bebidas PRIMO SCHINCARIOL”

A tecnologia da automação passou a contar com computadores,

servomecanismos e controladores programáveis a partir do século XX. Atualmente,

os computadores são o alicerce de toda a tecnologia da automação. A origem do

computador esta relacionada à necessidade de automatizar cálculos, evidenciada

inicialmente no uso de ábacos pelos babilônios, entre 2000 e 3000 a.C.

Em seguida veio à régua de cálculo e, posteriormente, a máquina aritmética,

que efetuava somas e subtrações por transmissões de engrenagens.George Boole

desenvolveu a álgebra booleana, que contém os princípios binários, posteriormente

aplicados às operações internas de computadores.

Em 1880, Herman Hollerith criou um novo método, baseado na utilização de

cartões perfurados, para automatizar algumas tarefas de tabulação do censo norte-

americano. Os resultados do censo, que antes demoravam mais de dez anos para

serem tabulados, foram obtidos em apenas seis semanas! O êxito intensificou o uso

desta máquina que, por sua vez, norteou a criação da máquina IBM, bastante

parecida com o computador. Em 1946, foi desenvolvido o primeiro computador de

grande porte, completamente eletrônico.

O Eniac, como foi chamado, ocupava mais de 180 m e pesava 30 toneladas.

Funcionava com válvulas e reles que consumiam 150.000 watts de potência para

realizar cerca de 5.000 cálculos aritméticos por segundo. Esta invenção caracterizou

o que seria a primeira geração de computadores, que utilizava tecnologia de

válvulas eletrônicas.

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A segunda geração de computadores e marcada pelo uso de transistores

(1952). Estes componentes não precisam se aquecer para funcionar, consomem

menos energia e são mais confiáveis. Seu tamanho era cem vezes menor que o de

uma válvula, permitindo que os computadores ocupassem muito menos espaço.

Com o desenvolvimento tecnológico, foi possível colocar milhares de

transistores numa pastilha de silício de 1 cm, o que resultou no circuito integrado

(CI). Os CIs deram origem a terceira geração de computadores, com redução

significativa de tamanho e aumento da capacidade de processamento.

Em 1975, surgiram os circuitos integrados em escala muito grande (VLSI). Os

chamados chips constituíram a quarta geração de computadores. Foram então

criados os computadores pessoais, de tamanho reduzido e baixo custo de

fabricação.

As primeiras máquinas de tear eram acionadas manualmente. Depois

passaram a ser acionadas por algum tipo de comando automático. Entretanto, esse

comando só produzia um modelo de tecido, de padronagem, de desenho ou

estampo. A introdução de um sistema automático flexível no mecanismo de uma

máquina de tear tornou possível produzir diversos padrões de tecidos num mesmo

equipamento.

Os sinais de sensores acoplados à máquina ou equipamento a ser

automatizado acionam circuitos lógicos a relés que disparam cargas e atuadores.

Processo descontínuo (Processo em batch, processo em lote): é aquele cuja

operação se dá em etapas. Assim, em primeiro lugar ocorre a alimentação do

processo com matéria-prima, em seguida a reação e finalmente a retirada do

produto final. Processo contínuo

Entendem-se por processos contínuos aqueles em que existe uma entrada

contínua de matéria-prima, um processamento e uma saída também contínua do

produto final. A automação de processos serve para medir variáveis analógicas e

digitais, para que, após o processamento das informações contidas nessas

variáveis, o controlador tome decisões como: ligar/desligar um motor, acender uma

lâmpada de alerta, ligar/desligar um sistema de aquecimento, entre outras.

Os sensores são os elementos que fornecem informações sobre o sistema,

correspondendo as entradas do controlador. Esses podem indicar variáveis físicas,

tais como pressão e temperatura, ou simples estados, tal como um fim-de-curso

posicionado em um cilindro pneumático.

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Os atuadores são os dispositivos responsáveis pela realização de trabalho no

processo ao qual está se aplicando a automação. Podem ser magnéticos,

hidráulicos, pneumáticos, elétricos, ou de acionamento misto.

O controlador é o elemento responsável pelo acionamento dos atuadores,

levando em conta o estado das entradas (sensores) e as instruções do programa

inserido em sua memória. Neste curso esses elemento será denominado de

Controlador Lógico Programável (CLP). O elemento que "sente" o que ocorre no

processo, fornecendo informações sobre o estado da variável monitorada é

chamado de sensor. O elemento que executa a tarefa designada pelo controlador é

chamado de atuador. Classificação dos Sensores:

I) Quanto ao tipo de variável controlada

• Sensores Contínuos - efetuam medições contínuas de variáveis, fornecendo

valores contínuos. (Ex: Resistor Variável)

•Sensores Discretos - podem apresentar somente dois estados : atuados ou

não. (Ex: Chaves) Classificação dos Sensores:

II) Quanto a seu funcionamento

Auto alimentados: Estes produzem um sinal elétrico de saída sem a

necessidade de alimentação externa. Um termopar é um exemplo deste tipo de

sensor. Com alimentação externa: Estes requerem entrada de energia para poder-se

obter um sinal de saída.

Sendo assim, diante dos entendimentos descritos acima, questiona-se: De

que forma a automação industrial tem modificado a estrutura de produção da

empresa SCHINCARIOL?

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Este Trabalho de Conclusão de Curso possui como objetivo geral analisar que

a cadeia de automação ainda consiste na comunicação de dados entre os

elementos. Uma das derivações da estratégia de controle distribuído é a do SDCD –

Sistema Digital de Controle Distribuído. Este se caracteriza pelos diferentes níveis

hierárquicos estabelecidos pela comunicabilidade entre uma máquina de estado

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(processo propriamente dito) e outras. Enfim, devido a esta grande variedade de

conhecimentos, o foco deste curso será na programação dos Controladores Lógico

Programáveis (CLPs) que são o cérebro de todo o processo.

OBJETIVO ESPECÍFICO

E tem por objetivos específicos, definir automação industrial; descrever os

tipos de automação; enumerar os tipos de sensores; analisar a utilização da

automação industrial na empresa Schincariol.

LIMITAÇÕES DO TRABALHO

Este trabalho limitar-se-á descrever o sistema de automação industrial na

empresa schincariol.

HIPÓTESE

Neste TCC procurar-se-á abordar que para controlar um processo o CLP usa

de informações vindas de sensores. Através das instruções gravadas em sua

memória interna ela comanda os atuadores, que exercem o trabalho sobre o

sistema. Conceitualmente designam-se os sensores de entradas e os atuadores de

saídas, sendo que ambas podem ser representadas matematicamente por variáveis.

Em automação, estas podem ser dividias em analógicas e digitais.

Dessa forma podemos definir o Controle Analógico como aquele que se

destina ao monitoramento das variáveis analógicas e ao controle discreto como

sendo o monitoramento das variáveis discretas. O primeiro tipo englobar variáveis

discretas, consistindo assim em um conceito mais amplo. Ainda no controle

analógico pode-se separar entradas convencionais, tais como comandos do

operador, ou varáveis discretas gerais, das entradas analógicas advindas de

sensores ligados diretamente as saídas do processo.

Estas últimas serão comparadas a uma referência que consiste no valor

estável desejado para o controle. Essa referência também é conhecida como “set-

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point”. Neste tipo de controle, onde as saídas são medidas para cálculo da

estratégia de controle dizemos que há uma “realimentação”. Esse sistema é

conhecido como sistema em “malha fechada”. Se não há a medição das saídas diz-

se que o sistema tem “malha aberta”.

Conceitualmente o estudo da eletricidade é divido em três grandes áreas: a

geração, a distribuição e o uso. Dentre elas a disciplina de comandos elétricos está

direcionada ao uso desta energia, assim pressupõe-se neste texto que a energia já

foi gerada, transportada a altas tensões e posteriormente reduzida aos valores de

consumo, com o uso de transformadores apropriados.

Por definição os comandos elétricos têm por finalidade a manobra de motores

elétricos que são os elementos finais de potência em um circuito automatizado.

Entende-se por manobra o estabelecimento e condução, ou a interrupção de

corrente elétrica em condições normais e de sobre-carga. Os principais tipos de

motores são:

• Motor de Indução

• Motor de corrente contínua

• Motores síncronos

• Servomotores

• Motores de Passo

Até o presente momento os programas nos CLPs foram feitos com um

raciocínio lógico intuitivo. Entretanto existem alguns métodos que podem atalhar o

raciocínio, de forma a chegar no programa final sem utilizar do binômio programar-

testar. Sob o ponto de vista didático, deve-se separar os problemas de programação

em dois tipos: os de lógica combinacional e os de lógica seqüencial.

Segundo Natale (1995) nos sistemas combinacionais as saídas só dependem

das entradas no instante de tempo observado, já os sistemas seqüências se

carcterizam também pela dependência dos instantes anteriores. Para se trabalhar

com circuitos seqüências deve-se estudar os princípios do Grafcet ou Sequential

Flow Chart (SFC), cujos detalhes são detalhados por Silveira e Santos (1998).

Dentre estes destacou-se os motores de indução por sua grande utilização no

ambiente industrial. Esses, por sua vez, apresentam particularidades no seu

acionamento e estas devem ser consideradas nos circuitos automáticos. A primeira

particularidade em manobra de motores é a divisão do circuito em comando e

potência para proteção dos operadores.

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No comando geralmente se encontra a bobina do contator principal de

manobra do motor. Deve-se lembrar que os circuitos eletro-pneumáticos eletro-

hidráulicos também apresentam a mesma divisão.

O circuito de comando também tem as funções de selo, intertravamento,

sinalização, lógica e medição. A tensão de comando pode ser contínua ou alternada.

Determinada a tensão de comando, todos os elementos de acionamento devem ser

comprados para esta tensão. São elementos de acionamento: bobinas dos

contatores principais e auxiliares, todos os relés, as lâmpadas de sinalização,

sirenes, buzinas, temporizadores, entre outros.

A primeira e mais básica manobra apresentada é a partida direta. Esta

destina-se simplesmente ao acionamento e interrupção do funcionamento de um

motor de indução trifásico, em um determinado sentido de rotação.

Normalmente os motores de indução exigem, durante a partida, uma corrente

maior que pode variar de cinco a sete vezes o valor de sua corrente nominal. Esta

característica é extremamente indesejável, pois além de exigir um super -

dimensionamento dos cabos, ainda causa quedas no fator de potência da rede,

provocando possíveis multas da concessionária de energia elétrica. Uma das

estratégias para se evitar isso é a Partida Estrela-triângulo (Υ/∆), cujo princípio é o

de ligar o motor na configuração estrela (Υ), reduzindo a corrente e posteriormente

comutá-lo para triângulo (∆) atingindo sua potência nominal. Outra estratégia é o uso

de Chaves compensadoras.

Modernamente, através do desenvolvimento da tecnologia do estado sólido,

também são utilizados os Soft-starters e os Inversores de Freqüência.

Existem inúmeros exemplos de sistemas que podem, e são automatizados

com os CLPs, utilizando diferentes tipos de linguagem de programação. Apesar

apresentar os problemas mais simples, a lógica para montagem dos mesmos muitas

vezes não é tão óbvia, como o aluno poderá perceber. É importante lembrar também

que, as automações complexas muitas vezes são feitas através da combinação

dessas diversas rotinas básicas.

Os Blocos Funcionais são as ferramentas básicas da programação no CLP,

desse modo, para o perfeito entendimento dos programas, é muito importante ter em

mente o comportamento das funções estudadas nos dois capítulos anteriores. Pode-

se dizer que os blocos funcionais estão para os CLPs, assim como os parafusos,

engrenagens, polias, correias estão para a mecânica, ou seja, sem o conhecimento

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exato da função de cada um desses elementos não se monta uma máquina e nem

um programa para automação.

JUSTIFICATIVA

A escolha deste tema justifica-se em esclarecer que em princípio, qualquer

grandeza física pode ser controlada, isto é, pode ter seu valor intencionalmente

alterado. Obviamente, há limitações práticas; uma das inevitáveis é a restrição da

energia existente para afetar os fenômenos. Por exemplo, a maioria das variáveis

climatológicas podem ser medidas, mas não controladas, por causa da ordem de

grandeza da energia envolvida.

O controle manual implica em se ter um operador presente ao processo

criador de uma variável física e que, de acordo com alguma regra de seu

conhecimento, opera um aparelho qualquer (válvula, alavanca, chave etc.), que por

sua vez produz alterações naquela variável.

No início da industrialização, os processos industriais utilizavam o máximo da

força da mão-de-obra. A produção era composta por etapas ou estágios, nos quais

as pessoas desenvolviam sempre as mesmas funções, especializando-se em certa

tarefa ou etapa da produção. Assim é conhecido o princípio da produção seriada. O

mesmo ocorria com as máquinas de produção, que eram específicas para uma

aplicação, o que impedia seu uso em outras etapas da produção, mesmo que

tivesse características muito parecidas.

Os primeiros sistemas de automação operavam por meio de sistemas

eletromecânicos, com relés e contatores. Neste caso, os sinais acoplados à máquina

ou equipamento a ser automatizado acionam circuitos lógicos a relés que disparam

as cargas e atuadores. Os controladores programáveis (CP) ou controladores lógico-

programáveis (CLP ou PLC, em inglês) surgiram praticamente dentro da indústria

automobilística americana, especificamente na Hydronic Division da General Motors,

em 1968, sob a liderança do engenheiro Richard Morley.

O desenvolvimento dos CLP´s originou-se devido a grande dificuldade de

mudar a lógica de controle de painéis de comando a cada mudança na linha de

montagem. Os painéis de controle a relés necessitavam de modificações na fiação,

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o que muitas vezes era inviável, pois implicavam em altos gastos de tempo e

dinheiro, tornando-se mais barato simplesmente substituir todo painel por um novo.

A grande vantagem dos controladores programáveis é a possibilidade de

reprogramação. Portanto, os CLP´s permitiram transferir as modificações de

hardware em modificações no software. Nascia assim um equipamento bastante

versátil e de fácil utilização, que vem se aprimorando constantemente, diversificando

cada vez mais os setores industriais e suas aplicações.

METODOLOGIA

Este TCC apresentará a seguinte estrutura na Introdução descrevendo os

pontos básicos como relevância, objetivos, limitações do trabalho, hipóteses,

justificativa, metodologia; o capitulo 1, Evolução histórica da automação industrial;

no capitulo 2, Automação industrial e controlador lógico programável (CLP ou PLC);

no capítulo 3, Estudo de caso, uso da automação industrial na empresa Cia de

bebidas primo Schincariol.

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1. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL

Na década de 1970, era clássica a comparação entre as instrumentações

eletrônica e pneumática. Hoje, às vésperas do ano 2000, há a predominância da

eletrônica microprocessada.

Os sensores que medem o valor ou estado de variáveis importantes em um

sistema de controle são as entradas do sistema, mas o coração do sistema é o

controlador eletrônico microprocessado (RIBEIRO, 2001). Muitos sistemas de

automação só se tornaram possíveis por causa dos recentes e grandes avanços na

eletrônica. Sistemas de controle que não eram práticos por causa de custo há cinco

anos atrás hoje se tornam obsoletos por causa do rápido avanço da tecnologia.

A chave do sucesso da automação é o uso da eletrônica microprocessada

que pode fornecer sistemas eletrônicos programáveis. Por exemplo, a indústria

aeronáutica constrói seus aviões comerciais em uma linha de montagem, mas

personaliza o interior da cabine através de simples troca de um programa de

computador. A indústria automobilística usa robôs para soldar pontos e fazer furos

na estrutura do carro (RIBEIRO, 2001).

A posição dos pontos de solda, o diâmetro e a profundidade dos furos e todas

as outras especificações podem ser alteradas através da simples mudança do

programa do computador. Como o programa do computador é armazenado em um

chip de memória, a alteração de linhas do programa neste chip pode requerer

somente alguns minutos. Mesmo quando se tem que reescrever o programa, o

tempo e custo envolvidos são muitas vezes menores que o tempo e custo para

alterar as ferramentas (CARVALHO, 2002).

A máquina foi programada para fazer uma série de operações, resultando em

uma peça acabada. As operações são automáticas e expandidas para incluir outras

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funções. A máquina segue um programa predeterminado, em realimentação da

informação. O operador deve observar a máquina para ver se tudo funciona bem.

Na planta química, uma chave foi adicionada no medidor de vazão para gerar

um sinal para desligar a bomba, quando uma determinada quantidade for

adicionada. Um alarme foi colocado no cronômetro para avisar que o tempo da

batelada foi atingido.

O próximo passo desenvolve um sistema que usa a medição para corrigir a

máquina. A definição de automação de Ford se refere a este nível. Na indústria

química, o controle a realimentação negativa é o começo do controle automático. A

temperatura é usada para controlar a válvula que manipula o vapor. O regulador de

vazão ajusta a quantidade adicionada no reator, baseando na medição da vazão

(CARVALHO, 2002).

Em vez de realimentar uma medição simples, este grau de automação utiliza

um cálculo da medição para fornecer um sinal de controle. Na planta química, os

cálculos se baseiam no algoritmo PID, em que o sinal de saída do controlador é uma

função combinada de ações proporcional, integral e derivativa. Este é o primeiro

nível de automação disponível pelo computador digital.

O sistema de telefone com dial é um exemplo de máquina lógica: Quando se

tecla o telefone, geram-se pulsos que lançam chaves que fazem a ligação desejada.

Caminhos alternativos são selecionados por uma série programada de passos

lógicos. O sistema de segurança e desligamento da planta química usa controle

lógico. Um conjunto de condições inseguras dispara circuitos para desligar bombas,

fechar válvula de vapor ou desligar toda a planta, dependendo da gravidade da

emergência.

No controle adaptativo, a máquina aprende a corrigir seus sinais de controle,

se adequando às condições variáveis. Uma versão simples deste nível é o sistema

de aquecimento de um edifício que adapta sua reposta ao termostato a um

programa baseado nas medições da temperatura externa (CARVALHO, 2002).

O controle adaptativo tornou-se acessível pelo desenvolvimento de sistemas

digitais. Um exemplo de controle adaptativo na indústria química é o compressor de

nitrogênio e oxigênio para fabricação de amônia. A eficiência do compressor varia

com a temperatura e pressão dos gases e das condições do ambiente. O

controlador adaptativo procura o ponto ótimo de trabalho e determina se o

compressor está em seu objetivo, através do índice de desempenho. Para isso, usa-

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se a tecnologia avançada do computador mais a tecnologia de instrumentos de

análise em linha.

A máquina indutiva rastreia a resposta de sua ação e revisa sua estratégia,

baseando-se nesta resposta. Para fazer isso, o controlador indutivo usa programa

heurístico. Na planta química, o sistema usa um método e o avalia, muda uma

variável de acordo com um programa e o avalia de novo. Se este índice de

desempenho tem melhorado, ele continua no mesmo sentido; se a qualidade piorou,

ele inverte o sentido. A quantidade de ajuste varia com seu desvio do ponto ideal.

Depois que uma variável é ajustada, o sistema vai para a próxima. O sistema

continua a induzir as melhores condições na planta.

Uma aplicação típica é no controle de fornalha de etileno. A máquina criativa

projeta circuitos ou produtos nunca antes projetados. Exemplo é um programa de

composição de música. A máquina criativa procura soluções que seu programado

não pode prever. Na planta química, é o teste de catalisador. O sistema varia

composição, pressão e temperatura em determinada faixa, calcula o valor do

produto e muda o programa na direção de aumentar o valor.

Neste nível, a máquina ensina o homem. O conhecimento passa na forma de

informação. A máquina pode ensinar matemática ou experiência em um laboratório

imaginário, com o estudante seguindo as instruções fornecidas pela máquina.

Assim, todos os graus de automação são disponíveis hoje, para ajudar na

transferência de tarefas difíceis para a máquina e no alívio de fazer tarefas

repetitivas e enfadonhas. Fazendo isso, a máquina aumenta a produtividade,

melhora a qualidade do produto, torna a operação segura e reduz o impacto

ambiental.

Automação é a operação de máquina ou de sistema automaticamente ou por

controle remoto, com a mínima interferência do operador humano. Automação é o

controle de processos automáticos. Automático significa ter um mecanismo de

atuação própria, que faça uma ação requerida em tempo determinado ou em

resposta a certas condições.

O conceito de automação varia com o ambiente e experiência da pessoa

envolvida. São exemplos de automação (FONTES, 2009 p. 240):

a) Para uma dona de casa, a máquina de lavar roupa ou lavar louça.

b) Para um empregado da indústria automobilística, pode ser um robô.

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c) Para uma pessoa comum, pode ser a capacidade de tirar dinheiro do caixa

eletrônico.

O conceito de automação inclui a idéia de usar a potência elétrica ou

mecânica para acionar algum tipo de máquina. Deve acrescentar à máquina algum

tipo de inteligência para que ela execute sua tarefa de modo mais eficiente e com

vantagens econômicas e de segurança.

Como vantagens, a máquina nunca reclama, nunca entra em greve, não pede

aumento de salário, não precisa de férias, não requer mordomias. Como nada é

perfeito, a máquina tem as seguintes limitações: capacidade limitada de tomar

decisões; deve ser programada ou ajustada para controlar sua operação nas

condições especificadas; necessita de calibração periódica para garantir sua

exatidão nominal; requer manutenção eventual para assegurar que sua precisão

nominal não se degrade (PINHEIRO, 2007).

Com o advento do circuito integrado (1960) e do microprocessador (1970), a

quantidade de inteligência que pode ser embutida em uma máquina a um custo

razoável se tornou enorme. O número de tarefas complexas que podem ser feitas

automaticamente cresceu várias vezes.

Atualmente, pode-se dedicar ao computador pessoal (CP) para fazer tarefas

simples e complicadas, de modo econômico. A automação pode reduzir a mão de

obra empregada, porém ela também e ainda requer operadores. Em vez de fazer a

tarefa diretamente, o operador controla a máquina que faz a tarefa. Assim, a dona

de casa deve aprender a carregar a máquina de lavar roupa ou louça e deve

conhecer suas limitações. Operar a máquina de lavar roupa pode inicialmente

parecer mais difícil que lavar a roupa diretamente. Do mesmo modo, o

operador de uma furadeira automática na indústria automobilística deve ser treinado

para usar a máquina com controle numérico que faz o furo realmente. A linha de

montagem com robôs requer operadores para monitorar o desempenho desses

robôs.

Quem tira o dinheiro do caixa eletrônico, deve possuir um cartão apropriado,

decorar uma determinada senha e executar uma série de comandos no teclado ou

tela de toque. Muitas pessoas pensam e temem que a automação significa perda de

empregos, quando pode ocorrer o contrário. De fato, falta de automação coloca

muita gente para trabalhar. Porém, estas empresas não podem competir

economicamente com outras por causa de sua baixa produtividade devida à falta de

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automação e por isso elas são forçadas a demitir gente ou mesmo encerrar suas

atividades.

Assim, automação pode significar ganho e estabilidade do emprego, por

causa do aumento da produtividade, eficiência e economia. Muitas aplicações de

automação não envolvem a substituição de pessoas por que a função ainda não

existia antes ou é impossível de ser feita manualmente. Pode-se economizar muito

dinheiro anualmente monitorando e controlando a concentração de oxigênio dos

gases queimados em caldeiras e garantindo um consumo mais eficiente de

combustível.

Pode se colocar um sistema automático para recuperar alguma substância de

gases jogados para atmosfera, diminuindo os custos e evitando a poluição do ar

ambiente. A automação está intimamente ligada à instrumentação. Os diferentes

instrumentos são usados para realizar a automação. Historicamente, o primeiro

termo usado foi o de controle automático de processo.

Foram usados instrumentos com as funções de medir, transmitir, comparar e

atuar no processo, para se conseguir um produto desejado com pequena ou

nenhuma ajuda humana. Isto é controle automático.

Com o aumento da complexidade dos processos, tamanho das plantas,

exigências de produtividade, segurança e proteção do meio ambiente, além do

controle automático do processo, apareceu à necessidade de monitorar o controle

automático. A partir deste novo nível de instrumentos, com funções de monitoração,

alarme e intertravamento, é que apareceu o termo automação. As funções

predominantes neste nível são as de detecção, comparação, alarme e atuação

lógica.

Por isso, para o autor, principalmente para a preparação de seus cursos e

divisão de assuntos, tem-se o controle automático aplicado a processo contínuo,

com predominância de medição, controle PID (proporcional, integral e derivativo). O

sistema de controle aplicado é o Sistema Digital de Controle Distribuído (SDCD),

dedicado a grandes plantas ou o controlador single loop, para aplicações simples e

com poucas malhas.

Tem-se a automação associada ao controle automático, para fazer sua

monitoração, incluindo as tarefas de alarme e intertravamento. A automação é

também aplicada a processos discretos e de batelada, onde há muita operação

lógica de ligar e desligar e o controle seqüencial. O sistema de controle aplicado é o

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Controlador Lógico Programável (CLP). Assim: controle automático e automação

podem ter o mesmo significado ou podem ser diferentes, onde o controle regulatório

se aplica a processos contínuos e a automação se aplica a operações lógicas,

seqüenciais de alarme e intertravamento. A história da humanidade é um longo

processo de redução do esforço humano requerido para fazer trabalho. A sua

preguiça é responsável pelo progresso e o aparecimento da automação. Pode-se

classificar os graus de automação industrial em várias fases.

O primeiro progresso do homem da caverna foi usar uma ferramenta manual

para substituir suas mãos. Esta ferramenta não substituiu o esforço humano, mas

tornou este esforço mais conveniente. Exemplos de ferramentas: pá, serra, martelo,

machado, enxada. Como não há máquina envolvida, considera-se que este nível

não possui nenhuma automação (PINHEIRO, 2007).

Na indústria, este nível significa alimentar manualmente um reator, moendo

sólidos, despejando líquidos de containeres, misturando com espátula, aquecendo

com a abertura manual de válvula de vapor. O próximo passo histórico foi energizar

as ferramentas manuais. A energia foi suprida através de vapor d'água, eletricidade

e ar comprimido. Este degrau foi chamado de Revolução Industrial. A serra se

tornou elétrica, o martelo ficou hidráulico.

Na indústria, usa-se um motor elétrico para acionar o agitador, a alimentação

é feita por uma bomba, o aquecimento é feito por vapor ou por eletricidade.

Com a energia fornecida para acionar as ferramentas, o passo seguinte foi

quantificar esta energia. Um micrômetro associado à serra, indica quanto deve ser

cortado. A medição torna-se parte do processo, embora ainda seja fornecida para o

operador tomar a decisão.

Na indústria, este nível significa colocar um medidor de quantidade na bomba

para indicar quanto foi adicionado ao reator. Significa também colocar um

cronômetro para medir o tempo de agitação, um termômetro para indicar o fim da

reação. As variáveis indicadas ao operador ajudavam o operador determinar o status

do processo.

1.1 IMPORTANCIA E USO DO SISTEMA DE AUTOMOÇÃO

23

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A aplicação de automação eletrônica nos processos industriais resultou em

vários tipos de sistemas, que podem ser geralmente classificados como (FONTES,

2009, p. 214):

a) Máquinas com controle numérico

b) Controlador lógico programável

c) Sistema automático de armazenagem e recuperação

d) Robótica

e) Sistemas flexíveis de manufatura.

Uma máquina ferramenta é uma ferramenta ou conjunto de ferramentas

acionadas por potência para remover material por furo, acabamento, modelagemou

para inserir peças em um conjunto. Uma máquina ferramenta pode ser controlada

por algum dos seguintes modos:

a) Controle contínuo da trajetória da ferramenta onde o trabalho é contínuo ou

quase contínuo no processo.

b) Controle ponto a ponto da trajetória da ferramenta onde o trabalho é feito

somente em pontos discretos do conjunto. Em qualquer caso, as três coordenadas

(x, y, z ou comprimento, largura e profundidade) devem ser especificadas para

posicionar a ferramenta no local correto. Programas de computador existem para

calcular a coordenada e produzir furos em papel ou fita magnética que contem os

dados numéricos realmente usados para controlar a máquina.

A produtividade com controle numérico pode triplicar. No controle numérico,

exige-se pouca habilidade do operador e um único operador pode supervisionar

mais de uma máquina. Se em vez de usar uma fita para controlar a máquina, é

usado um computador dedicado, então o sistema é tecnicamente chamado de

máquina controlada numericamente com computador (CNC). Um centro com CNC

pode selecionar de uma até vinte ferramentas e fazer várias operações diferentes,

como furar, tapar, frezar, encaixar (FONTES, 2009).

Se o computador é usado para controlar mais de uma máquina, o sistema é

chamado de máquina controlada numericamente e diretamente. A vantagem deste

enfoque é a habilidade de integrar a produção de várias máquinas em um controle

global de uma linha de montagem. A desvantagem é a dependência de várias

máquinas debaixo de um único computador.

O controlador lógico programável é um equipamento eletrônico, digital,

microprocessado, que pode:

24

Page 25: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

a) controlar um processo ou uma máquina

b) ser programado ou reprogramado rapidamente e quando necessário

c) ter memória para guardar o programa.

O programa é inserido no controlador através de microcomputador, teclado

numérico portátil ou programador dedicado. O controlador lógico programável varia

na complexidade da operação que eles podem controlar, mas eles podem ser

interfaceados com microcomputador e operados como um DNC, para aumentar sua

flexibilidade. Por outro lado, eles são relativamente baratos, fáceis de projetar e

instalar.

Atividades de armazenar e guardar peças são centralizados em torno de

inventário de peças ou materiais para, posteriormente, serem usadas, embaladas ou

despachadas. Em sistemas automáticos, um computador remoto controla

empilhadeiras e prateleiras para receber, armazenar e recuperar itens de

almoxarifado. O controle da relação é exato e os itens podem ser usados ou

despachados de acordo com os dados recebidos.

A incorporação de máquinas NC, robótica e computadores em uma linha de

montagem automatizada resulta no que é chamado sistema de manufatura flexível.

Ele é considerado flexível por causa das muitas mudanças que podem ser feitas

com relativamente pouco investimento de tempo e dinheiro. Em sua forma final,

matéria prima entra em um lado e o produto acabado sai do almoxarifado em outro

lado, pronto para embarque sem intervenção humana. Hoje isto existe somente em

conceito, embora grandes partes deste sistema já existem.

1.2 AUTOMAÇÃO E REDES DE COMUNICAÇOES INDUSTRIAIS

Os sistemas de automação e controle tem se apoiado cada vez mais em

redes de comunicação industriais, seja pela crescente complexibilidade dos

processos industriais, seja pela distribuição geográfica que se tem acentuado nas

novas instalações industriais.

Assim, praticamente não tem sido implementados sistemas que não incluam

alguma forma de comunicação de dados, seja local, através de redes industriais,

seja remota, implementadas em sistemas SCADA - sistema para aquisição,

supervisão e controle de processos (SILVEIRA; SANTOS, 2001).

25

Page 26: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Embora essa disseminação de aplicação de comunicação seja recente, já de

há muito que tem sido desenvolvidos diferentes esquemas de comunicação de

dados em ambientes industriais, buscando sempre estruturas que garantam a

segurança na transmissão dos dados, bem como a velocidade de comunicação. Um

modelo bastante abrangente para os vários requisitos de comunicação no ambiente

industrial é o de três níveis diferentes de requisito (CARVALHO, 2002, p. 188):

a) Nível de informação: caracterizado por grandes volumes de troca de dados

com constantes de tempo da ordem de grandeza de segundos (tempo não crítico).

Essencialmente de domínio da informática;

b) Nível de automação e controle: caracterizado por volumes moderados de

dados com constantes de tempo da ordem de grandeza de centenas de

milisegundos. Orientado para integração entre unidades inteligentes, de natureza

diversa. Aplicações de característica contínua, de baixa velocidade e alta segurança.

Mensagens complexas, com razoável nível de informações de diferentes propósitos;

c) Nível de dispositivos de campo: caracterizado por volumes menores de

dados com constantes de tempo da ordem de grandeza de dezenas de milisegundos

(tempos de resposta muito curtos). Orientada a sensores e atuadores, tipicamente

de natureza discreta. Ações executadas no nível dos dispositivos, sem necessidade

de interação com níveis superiores;

Dificilmente uma única rede de comunicação local poderá atender todos os

três níveis, havendo em geral, uma implementação de diferentes redes para atender

cada característica específica. De forma geral, quando se está analisando o

desempenho da rede é usual colocar-se como primeira questão, qual é a taxa de

transmissão de bits, para depois inquirir sobre o protocolo usado, e finalmente, sobre

o mecanismo de troca de dados. Entretanto, o impacto sobre o desempenho de uma

rede nesse aspecto é exatamente oposto a essa consideração: o efeito maior sobre

o desempenho é dado pelo modelo, seguido pelo protocolo e finalmente pela taxa de

transmissão. Concluído-se, não adianta comunicar a altas velocidades, com

informações mal dispostas ou redundantes.

A camada de enlace, responsável pelo mecanismo de entrega de pacotes,

tem sido implementada tradicionalmente em redes industrias com a estrutura

origem/destino. Essa implementação agrega a cada mensagem enviada o endereço

da estação de destino.

26

Page 27: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Observe-se que esta implementação, em determinadas circunstâncias, pode

ser ineficiente: suponha-se que um mesmo dado deve ser transmitido a vários nós

de uma mesma rede. O dispositivo que está transmitindo este dado deverá emitir

uma mensagem com ambos endereços origem/destino para cada nó que deva

receber tal mensagem. Portanto, aumentando o tráfego da rede e constituindo um

operação repetitiva em conter sempre o endereço do dispositivo a ser enviado tal

mensagem. Além disso, caso haja necessidade de sincronizar vários dispositivos

pertencentes a uma mesma rede, havendo alguma dificuldade em fazer tal

sincronismo, uma vez que ao ser necessário mandar mensagens consecutivas a

todos os dispositivos a serem sincronizados, ocorre um deslocamento desse

instante de sincronismo.

Redes industriais mais recentes usam um modelo diferente para implementar

a camada de enlace, chamado produtor/consumidor. Esta implementação está

baseada no conceito de que alguns dispositivos são produtores de informações e

outros são consumidores dessas.

Nessa implementação, quando um produtor disponibiliza sua informação, esta

é colocada na rede disponível para todos os dispositivos que sejam seus

consumidores ao mesmo tempo, reduzindo o número de mensagens a serem

emitidas, bem como reduzindo o próprio comprimento da mensagem, uma vez que

não será necessário incluir ambos endereços de remetente e destinatário, sendo

necessário tão somente identificar a informação a ser transmitida. Logo, o modelo

produtor/consumidor, empregado nas redes de mercado mais recentes como

Foundation Fieldbus, WorldFIP, ControlNet e DeviceNet, apresentam um modelo de

rede eficiente, quanto a maximização de troca de dados, além de se ter um aumento

da flexibilidade da rede.

O software de supervisão, localizado no nível de controle do processo das

redes de comunicação, é o responsável pela aquisição de dados diretamente dos

controladores lógico programáveis - CLP para o computador, pela sua organização,

utilização e gerenciamento dos dados. Poderá ser configurado para taxas de

varredura diferentes entre CLP's e inclusive, entre pontos de um mesmo CLP.

Os dados adquiridos devem ser condicionados e convertidos em unidades de

engenharia adequadas, em formato simples ou de ponto flutuante, armazenando-os

em um banco de dados operacional. A configuração individual de cada ponto

supervisionado ou controlado, permite ao usuário definir limites para alarmes,

27

Page 28: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

condições e textos para cada estado diferente de um ponto, valores para conversão

em unidade de engenharia, etc..

O software deve permitir que estratégias de controle possam ser

desenvolvidas utilizando-se de funções avançadas, através de módulos dedicados

para implementação de funções matemáticas e booleanas, por exemplo. Através

destes módulos, poderá ser feito no software aplicativo de supervisão, o controle das

funções do processo.

Os dados adquiridos podem ser manipulados de modo a gerar valores para

parâmetros de controle como "set-point's". Os dados são armazenados em arquivos

de dados padronizados. Estes arquivos poderão ser acessados por programas de

usuários para realização de cálculos, alteração de parâmetros e dos seus próprios

valores.

O software supervisório é visto como o conjunto de programas gerado e

configurado no software básico de supervisão, implementando as estratégias de

controle e supervisão, as telas gráficas de interfaceamento homem-máquina, a

aquisição e tratamento de dados do processo, a gerência de relatórios e alarmes.

Este software deve ter entrada de dados manual, através de teclado. Os dados

serão requisitados através de telas com campos pré-formatados que o operador

deverá preencher. Estes dados deverão ser auto-explicativos e possuírem limites

para as faixas válidas. A entrada dos dados deve ser realizada por telas individuais,

seqüencialmente, com seleção automática da próxima entrada. Após todos os dados

de um grupo ser inserido, esses poderão ser alterados ou adicionados pelo

operador, que será o responsável pela validação das alterações.

A estratégia de supervisão e controle é desenvolvida com o software básico

de supervisão que cria um banco de dados operacional com todos os dados de

configuração do sistema.

Os dados podem ser referentes a configuração da própria estratégia ou

referentes aos pontos supervisionados (ou controlados). Em ambos os casos, o

método e recursos utilizados para entrada de dados deve ser composta por

ferramentas do tipo "Windows", com menus dirigidos, preenchimento de campos pré-

formatados e múltiplas janelas.

Os dados da estratégia são gerais, afetando todo o banco, como por exemplo,

a configuração de impressoras, os tipos de equipamentos conectados, as senhas,

etc. Os dados referentes aos pontos são individuais e abrangem os "TAG" (variáveis

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Page 29: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

de entrada/saída - I/O - ou internas), as descrições, os limites de alarme, a taxa de

varredura, etc. Alterações podem ser realizadas com o sistema "on-line" (ligado ou à

quente). Após a estratégia configurada, o software básico deve executar, gerenciar e

armazenar o resultado de cálculos e operações realizadas, o estado dos pontos e

todas as informações necessárias neste banco de dados.

O conjunto de telas do software de supervisão deve permitir os operadores,

controlar e supervisionar completamente toda a planta. As telas deverão ser

organizadas em estrutura hierárquica do tipo árvore, permitindo um acesso

seqüencial e rápido. A seguir, é descrito as principais telas que o aplicativo deve

conter:

- Telas de visão geral: são telas que apresentarão ao operador uma visão

global de um processo, sob visualização imediata na operação da planta. Nestas

telas são apresentados os dados mais significantes à operação e objetos que

representam o processo. Os objetivos devem ser dotados de características

dinâmicas, representando o estado de grupos de equipamentos e áreas do

processos apresentado. Os dados devem procurar resumir de forma significativa

os principais parâmetros a serem controlados (ou monitorados) do processo

específico;

- Telas de grupo: são telas representativas de cada processo ou unidade,

apresentando objetos e dados de uma determinada área de modo a relacionar

funções estanques dos processos. Os objetos devem ser dotados de características

dinâmicas representado o estado e/ou condição dos equipamentos da área

apresentada. Os dados apresentados devem representar valores quantitativos dos

parâmetros supervisionados (ou controlados). As telas de grupo também possibilita

ao operador, acionar os equipamentos da área através de comandos do tipo

abrir/fechar ou ligar/desligar. Além disso, o operador poderá alterar os parâmetros

de controle ou supervisão, tais como "set-point's", limites de alarme, modos de

controle, etc.;

- Telas de detalhe: são telas que atendem a pontos e equipamentos

controlados (ou monitorados) individualmente. Serão compostas, quando possível,

por objetos com características dinâmicas, representando o estado do equipamento.

Os dados apresentam todos os parâmetros do ponto supervisionado (ou

monitorado). As telas devem possibilitar ao operador alterar os parâmetros do

equipamento, seus limites, os seus dados de configuração, etc.;

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Page 30: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

- Telas de malhas: são telas que apresentam o estado das malhas de

controle. Todas as telas devem apresentar os dados das variáveis controladas

exibidas, como "set-point's", limites e condição dos alarmes, valor atual e valor

calculado, etc., em forma de gráfico de barras e em valores numéricos;

- Telas de tendência - histórica e real: são telas normalmente padrão do

software básico de supervisão. Estas telas apresentam várias (em média seis)

variáveis simultaneamente, na forma gráfica, com valores coletados em tempo real

("on-line"), na forma de tendência real e na forma histórica "off-line" - valores de

arquivos pré-armazenados em disco. Estas tendências podem ser apresentadas em

forma de gráficos ou em forma tabular, com os últimos valores coletados para cada

variável;

- Telas de manutenção: são compostas por informações de problemas,

alarmes, defeitos e dados de manutenção das diversas áreas referentes ao

processo e equipamentos destes, incluindo o próprio sistema de controle. As

informações são do tipo histórico de falhas, programa de manutenção dos

equipamentos (corretiva e preventiva), e informações gerais dos equipamentos

(comerciais, assistências técnica, etc.). O histórico de falhas por equipamento ou

área fica armazenado em arquivos no banco de dados do software de supervisão,

possibilitando o tratamento destas informações através de telas orientativas à

manutenção, ou através de programas de usuário para estatísticas de utilização e

defeitos. O software básico de supervisão possui um módulo para desenvolvimento

de relatórios.

Criados em formatos padrão, para os relatórios do tipo históricos, permitem

ao operador a escolha de quais variáveis deseja visualizar. Os dados podem ser

apresentados nas telas das estações com campos de identificação para "TAG", data,

hora e descrição do ponto. Os relatórios poderão ser solicitados manualmente pelo

operador e destinados para impressoras ou terminais de vídeo. Os dados históricos

são armazenados em arquivos de modo que podem ser acessados pelos programas

de relatórios, para serem trabalhados e apresentados à operação. Deste modo, os

arquivos podem ser armazenados em meios magnéticos para utilização futura.

Dentro deste perfil de aplicativos de supervisão, encontram-se vários

fabricantes como: WIZCON e WIZFACTORY- PC Soft International, Inc., RSI -

Rockwell Automation, LabVIEW - National Instruments e ELIPSE WINDOWS - Elipse

Software Ltda.

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Page 31: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O Elipse Windows é um software para criação de aplicativos de supervisão e

controle de processos nas mais diversas áreas, tais como: química, automação

predial, manufatura, elétrica, segurança, laboratórios de testes, saneamento e

máquinas.

Desenvolvido em um ambiente avançado, orientado a objetos e de fácil

configuração, permite a visualização e acionamento de variáveis, bancos de dados,

relatórios, receitas e conectividade com todo tipo de sistemas, inclusive via Internet.

Este aplicativo oferece sofisticados recursos que otimizam o tempo de

desenvolvimento e a manutenção dos sistemas:

- Interface clara, lógica e intuitiva;

- Conectividade com a maioria dos equipamentos disponíveis no mercado ou

mesmo com outros aplicativos Windows;

- Biblioteca gráfica para criação de telas; Suporte à rede e arquitetura

cliente/servidor;

- Configuração e reconhecimento de alarmes;

- Relatórios formatados, graficamente customizados pelo usuário;

- Registro de dados em disco e análise histórica;

- Receitas que permitem a programação de valores para o envio ao processo;

- Scripts que permitem a criação de rotinas exclusivas, definindo lógicas e

criando seqüências de atitudes através de uma linguagem de programação

interativa, personalizando ao máximo o aplicativo;

- Suporte a banco de dados via ODBC (Open Data Base Connectivity)

- Access, SQL Server, Oracle, dBase, etc.;

- CEP (Controle Estatístico de Processos);

- Módulo matemático para a formulação de equações;

- Controle de acesso por nível de usuário;

- Acesso remoto via Internet;

- Captura, registro e transmissão digital de imagens;

- Aquisição de eventos com precisão de 1ms;

- Criação de instrumentos virtuais.

O aplicativo Elipse Windows contém vários aplicativos que possibilitam a

adequação do software, ao tamanho e complexibilidade do processo. A versão

recomendada para o caso específico desse projeto é o Elipse MMI (MAN MACHINE

INTERFACE). Esta versão é indicada para aplicações de médio porte, onde é

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Page 32: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

necessária a coleta de dados e o tratamento de informações. Este é um software de

supervisão completo com banco de dados proprietário, relatórios formatados,

históricos, receitas, alarmes e controle estatístico de processos. Este aplicativo não

possui ODBC, não permite Cliente NetDDE e não é Cliente.

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Page 33: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

2. AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL - CLP OU PLC

O primeiro CLP foi criado em 1968 quando a Associação BedFord, uma

companhia em Bedford, desenvolveu um dispositivo chamado Controlador Modular

Digital para a General Motors (GM). O MODICON (Modular Digital Controller), como

foi chamado, foi desenvolvido para ajudar a GM com o objetivo de eliminar o

tradicional sistema de controle das máquinas baseado a relé. Como os relés são

dispositivos mecânicos, possuem sua vida útil limitada. O número de relés para uma

aplicação também constitui um obstáculo, uma vez que em um sistema, em geral,

são necessários milhares desses componentes. Com tantos relés para trabalhar, o

cabeamento e os problemas podem ser um tanto complicado.

Como o MODICON era um aparelho eletrônico, e não mecânico, se adaptou

perfeitamente aos requisitos da GM, e muitos outros fabricantes que também

utilizaram o equipamento. Com menos cabos, problemas mais simples e fácil

programação, a tecnologia do CLP foi rapidamente aprimorada.

Os CLPs, são freqüentemente definidos como miniaturas de computadores

industriais que contêm um hardware e um software que são utilizados para realizar

as funções de controles. Um CLP consiste em duas seções básicas: a unidade

central de processamento (CPU – central processing unit) e a interface de entradas

e saídas do sistema. A CPU, que controla toda a atividade do CLP, pode ser dividida

em processador e sistema de memória. Os sistemas de entradas e saídas são

conectados fisicamente nos dispositivos de campo (interruptores, sensores, etc.) e

formam também uma interface entre a CPU e o meio externo. Operacionalmente, a

CPU lê os dados de entradas dos dispositivos de campo através da interface de

entrada, e então executa, ou realiza os controles de programa que tinham sido

armazenados na memória. Os programas são normalmente realizados na linguagem

33

Page 34: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Ladder, a linguagem que mais se aproxima de um esquema elétrico baseado em

relés, e são colocados na memória da CPU em forma de operações. Finalmente,

baseado no programa, o CLP escreve ou atualiza as saídas atuando nos

dispositivos de campo. Este processo, também conhecido como um ciclo, continua

na mesma seqüência sem interrupções, ou mudanças, apenas quando as mudanças

são realizadas através de comandos de programa.

Os Controladores Lógicos Programáveis - CLP - são um microcomputador de

propósito específico dedicado para o controle de processos. Os CLP's foram

desenvolvidos para o controle de sistemas com entradas e saídas binárias (de dois

estados apenas: ligado - desligado, alto - baixo, etc.); porém, hoje têm adquirido

muitas outras funções com alta confiabilidade, como é o caso de tratamento de

sinais analógicos, controle contínuo multi-variáveis, controle de posição de alta

precisão, etc. Os CLP's nasceram para substituir reles na implementação de

intertravamentos e controle seqüencial se especializando no tratamento de variáveis

digitais. Algumas características mais relevantes dos CLP's são:

a) Caráter modular dos CLP's: permite adequar o controlador para qualquer

aplicação, já que o projetista especifica só o número e tipos de módulos que precisa

de acordo com o número de entradas, saídas e outras funções, que requer o

processo a ser controlado, se adequando o controlador à aplicação;

b) Flexibilidade dada pela programação: pode ser aplicado a qualquer tipo de

processo e facilmente mudadas as funções através do programa, sem mexer na

instalação;

c) Comunicação: cada fabricante possui redes de comunicação proprietárias e

possibilidades para comunicação com outros CLP's ou componentes como

inversores de freqüência, o que possibilita a distribuição de tarefas de controle e a

centralização das informações através de computadores onde rodam aplicativos de

supervisão.

d) Diversos meios físicos são possíveis: fios trançados, fibras ópticas ou

ondas de rádio;

e) Redundância: quando o sistema assim o requer, são fornecidos módulos e

CPU's (Unidade Central de Processamento) redundantes (com mais de uma CPU)

que garantem uma altíssima confiabilidade de operação até nos processos mais

exigentes.

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Page 35: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

As linguagens de programação desenvolvidos para eles são fundamen-

talmente representados de três formas:

a) Redes de contatos: similar aos esquemas elétricos de relês e contatores;

b) Blocos funcionais: similares aos esquemas elétricos de circuitos digitais

(AND, OR, XOR, etc.);

c) Lista de instrução mnemônicas: similares aos programas escritos em

assembler.

Os CLP's nasceram para substituir relês na implementação de

intertravamentos e controle seqüencial, se especializando no tratamento de variáveis

digitais. É caracterizado por:

- Fornecimento via projeto de integração;

- Sistema divido em diversas CPU's de CLP's a fim de obter melhor

performance em aplicações críticas. Redundância proporcionada pela duplicação de

cartões de I/O (entrada / saída), fontes e CPU's;

- Redes de comunicação antes proprietárias, agora buscam obedecer a

padrões internacionais. Uso recente de fibras óticas;

- Total liberdade de escolha de parceiros de equipamentos e engenharia;

- Programação do supervisório independente da programação do CLP;

- As variáveis devem ser definidas duas vezes: na base de dados do SCADA

e no programa do CLP;

- Tecnologia em geral aberta;

- Muito eficiente no tratamento de variáveis discretas com poder e flexibilidade

crescentes no tratamento de variáveis analógicas;

- Hardware e software padrões de mercado;

- Custos globais baixos quando comparado a SDCD - Sistemas Distribuídos

para Controle Digital.

Como a tecnologia do CLP tem avançado, temos diferentes linguagens de

programação e capacidades de comunicação e muitas outras características. O CLP

de hoje, oferece ciclos de programa mais rápidos, sistema de entrada e saída mais

compacto, interfaces especiais que permitem que aparelhos sejam conectados

diretamente no CLP.

Além de comunicar com outros sistemas de controles, eles também podem

realizar funções que indiquem suas próprias falhas, como também as falhas da

máquina ou do processo.

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Page 36: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O tamanho é normalmente usado para caracterizar um CLP, e é

freqüentemente uma indicação de característica e tipo para a aplicação que irá

acomodar. Pequenos, os CLPs sem módulos (também conhecidos como CLPs de

I/O fixos), geralmente têm menos memória e acomodam um número menor de

entradas e saídas na configuração fixa. Os CLPs modular, possuem bases ou racks

que permitem a instalação de múltiplos módulos de entradas e saídas, e são

utilizados em aplicações mais complexas.

Nos processos de automação industrial tudo se inicia com um diagrama ou

desenho. Um desenho da máquina ou do processo é um bom começo. Isto pode

ajudar a identificar os dispositivos de campo físicos requeridos. A partir do desenho,

você pode determinar quantos aparelhos analógicos ou discretos irá ter no processo.

Dispositivos discretos são aqueles que operam em apenas dois estados, ligado e

desligado. Alguns exemplos de dispositivos discretos são botoeiras, lâmpadas, etc.

Os dispositivos analógicos, tais como termopares, transdutores de pressão e outros,

irão fornecer ou receber sinais com uma faixa especifica, geralmente 0-10V ou 4-

20mA.

Uma vez que as localizações e os dispositivos são definidos, você pode

começar o processo de escolha de um CLP que irá satisfazer os seus requisitos.

Tendo as informações, os próximos passos serão seleção, desenvolvimento e

instalação do seu sistema. Quando se está escolhendo um CLP, existem muitos

fatores que se deve considerar, pois um mau planejamento pode afetar a

performance do sistema depois da instalação. Quando um planejamento é bem

realizado, pode ser feito com relativa facilidade.

O MPC4004R é uma família de controladores programáveis com estrutura

modular, que permite através de seus diversos módulos como fontes de

alimentação, módulos de processamento, módulos de entradas e saídas (digitais e

analógicas), slave de comunicação e outros.

O MPC4004R possibilita atingir até 496 entradas e saídas digitais ou 120

entradas/saídas analógicas com o uso de até 15 módulos de expansão de entradas

e saídas digitais ou analógicas além da fonte de alimentação e da unidade de

processamento. O mapeamento de memória no MPC4004R é extremamente flexível

e gerenciado pela ferramenta de programação WinSUP.

Diversos módulos digitais (CA, CC ou relés) e analógicos (tensão ou

corrente), módulos de comunicação, Ethernet (Modbus/TCP), Profibus-DP e

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Page 37: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

DeviceNet, módulos dedicados para medição de parâmetros elétricos, conversor de

padrão de comunicação (RS232 para RS485) e outros, tornam a série MPC4004R

uma forte opção para controle e/ou supervisão no imenso universo da automação. O

Controlador lógico programável, ou simplesmente PLC, pode ser definido como um

dispositivo de estado sólido – um Computador Industrial, capaz de armazenar

instruções para implementação de funções de controle (seqüência lógica,

temporização e contagem, por exemplo), além de realizar operações lógicas

aritméticas, manipulação de dados e comunicação em rede, sendo utilizado no

controle de sistemas Automatizados.

Os principais blocos que compõem um PLC são:

I) CPU - Unidade Central de Processamento:

Compreende o processador (microcontrolador ou processador dedicado) o

sistema de memória (ROM e RAM) e os circuitos auxiliares de controle.

Originalmente os PLCs foram usados em aplicações de controle discreto (On/Off

Liga/Desliga), como os sistemas a relés, porém eram facilmente instalados,

economizando espaço e energia, além de possuírem indicadores de diagnósticos

que facilitavam a manutenção. Uma eventual necessidade de alteração na lógica de

controle da máquina era realizada em pouco tempo, apenas com mudanças no

programa, sem necessidade de alteração nas ligações elétricas.

A década de 70 marca uma fase de grande aprimoramento dos PLCs. Com

as inovações tecnológicas dos microprocessadores, maior flexibilidade e um grau

também maior de inteligência, os Controladores Lógicos Programáveis

incorporaram:

1972 – Funções de temporização e contagem;

1973 - Operações artméticas, manipulação de dados e comunicação com

computadores;

1974 – Comunicação com Interfaces Homem Máquina;

1975 – Maior capacidade de memória, controles analógicos e controle PID;

1979/80 – Módulos de I/O remotos, módulos inteligentes e controle de

posicionamento. Nos anos 80, aperfeiçoamentos foram atingidos, fazendo do PLC

um dos equipamentos mais atraentes na Automação Industrial. A possibilidade de

comunicação em rede (1981) é hoje uma característica indispensável na indústria.

Além dessa evolução tecnológica, foi atingido um alto grau de integração, tanto no

37

Page 38: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

número de pontos como no tamanho físico, que possibilitou o fornecimento de minis

e micros PLCs (a partir de 1982).

Atualmente, os PLCs apresentam as seguintes características:

• Módulos de I/O de alta densidade (grande número de Pontos de I/O por

módulo);

• Módulos remotos controlados por uma mesma CPU;

• Módulos inteligentes (coprocessadores que permitem realização de tarefas

complexas como controle PID, posicionamento de eixos, transmissão via rádio ou

modem, leitura de códigos de barras);

• Softwares de programação em ambientes Windows (facilidade de

programação);

• Integração de Aplicativos Windows (Access, Excel, Visual Basic) para

comunicação com PLCs;

• Recursos de monitoramento da execução do programa, diagnósticos e

deteção de falhas;

• Instruções avançadas que permitem operações complexas devido à

utilização de processadores dedicados;

• Processamento paralelo (sistema de redundância), proporcionando

confiabilidade na utilização de processadores dedicados;

• Pequenos e micros PLCs que oferecem recursos de hardware e de software

dos PLCs maiores;

• Conexão de Plcs em rede(conexão de diferentes PLCs na mesmas rede,

comunicação por meio de rede Ethernet). O mercado recebe constantemente novos

e melhores produtos que agregam valores ao mesmo tempo em que reduzem o

custo das soluções baseadas em PLCs. Portanto, é indispensável uma atualização

contínua por intermédio de contato com fabricantes e fornecedores, sendo a internet

uma ótima opção. Estrutura do PLCO principal dispositivo de um PLC é a unidade

central de processamento CPU que é constituída de um microprocessador, uma

memória RAM, em que são executados os programas, como no PC, e uma memória

flash EPROM ou E2PROM, ficando armazenado uma cópia (backup) do programa

que está sendo executado.

A segunda parte é um terminal de programação TP que é um outro

computador com aplicação dedicada para o PLC, para que este, então, controle

cada sistema que se deseja automatizar. Hoje, porém, o TP é substituído em grande

38

Page 39: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

parte por um PC normal, com software para emular esse terminal de programação

dedicado. Os softwares que emulam o TP são bastantes versáteis e eficientes e com

as facilidades existentes nas mídias disponíveis, pode-se ter tudo em apenas um

CD:manual de operação, software, etc.

O sistema possui, ainda, uma Interface Homem Máquina – IHM, que é ligada

à CPU como mais um periférico específico para a comunicação do operador com o

sistema, para quando necessário mudar algumas variáveis do processo, como

temperatura, pressão, etc.,sem que se interfira com o programa normal de operação

e sem que se entenda dele.

As redes, na realidade, são indispensáveis na automação pelas facilidades

que oferecem na comunicação e em função do domínio que se possui sobre elas.

Hoje sabemos quando um sensor deixou de atuar e as causas que o levaram a isso.

No caso são sensores inteligentes que se conectam em um nível de rede do tipo

Chão de Fábrica (DiviceNET). Pode-se também ter instalado um sistema

supervisório em nível de uma rede de controles – PCMCIA (ControlNET), que pode

atuar no sistema por alarme (por não ter sido cumprida uma variável de nível, peso,

temperatura, etc.) ou também por um Bargraf ou gráfico de tendência no controle da

produção. Pode haver outros tipos de controle via rede, por meio de informações

advindas da IHM, etc. A Ethernet é o cume da pirâmide, como mostra na figura,

quando integramos o sistema fabril com os outros sistemas da empresa. E onde

mais atuamos, pessoalmente, com diversas gerências e também na comunicação

externa via Internet, a mãe de todas as redes.

A linguagem de programação dos PLC’s foram desenvolvidas de acordo com

uma norma denominada IEC 1131-3. Ela foi desenvolvida levando-se em conta os

conhecimentos da área de automação, tendo, a partir daí, surgido representações

para a mesma linguagem, no qual os sinais os sinais de dados, endereço, controle e

tensão de alimentação estão presentes.

Pode ainda ser composto por circuitos/módulos especiais: contador rápido,

interrupção por hardware, controlador de temperatura, controlador PID, co-

processadores (transmissão via rádio, posicionamento de eixos, programação

BASIC, sintetizador de voz, entre outros) e comunicação em rede, por exemplo.

A estrutura básica de um PLC por meio de blocos descritos. E um PLC

comercial. A CPU executa a leitura dos sttatus (condições ou estados) dos

dispositivos de entrada por meio dos circuitos/módulos de I/º Esses status são

39

Page 40: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

armazenados na memória (RAM) para serem processados pelo Programa de

Aplicação (desenvolvido pelo usuário e armazenado em memória RAM, EPROM ou

EEPROM no PLC).

Após a execução do Programa de Aplicação, o processador atualiza os

dispositivos de saída por meio dos Circuitos/Módulos de I/O, realizando a lógica de

controle. A programação é feita por meio de uma Ferramenta de Programação que

pode ser um Terminal de Programação específico (ambiente DOS ou Windows). A

linguagem Ladder, ou linguagem de contatos, muito popular entre os usuários dos

antigos sistemas de controle a relés, é a mais utilizada.

As redes, na realidade, são indispensáveis na automação pelas facilidades

que oferecem no comunicação e em função do domínio que se possui sobre elas.

Hoje sabemos quando um sensor deixou de atuar e as causas que o levaram a isso.

No caso são sensores inteligentes que se conectam em um nível de rede do tipo

Chão de Fábrica (DiviceNET). Pode-se também ter instalado um sistema

supervisório em nível de uma rede de controles – PCMCIA (ControlNET), que pode

atuar no sistema por alarme (por não ter sido cumprida uma variável de nível, peso,

temperatura, etc.) ou também por um Bargraf ou gráfico de tendência no controle da

produção. Pode haver outros tipos de controle via rede, por meio de informações

advindas da IHM, etc. A Ethernet é o cume da pirâmide, como mostra na figura,

quando integramos o sistema fabril com os outros sistemas da empresa. E onde

mais atuamos, pessoalmente, com diversas gerências e também na comunicação

externa via Internet, a mãe de todas as redes.

A linguagem de programação dos PLC’s foram desenvolvidas de acordo com

uma norma denominada IEC 1131-3. Ela foi desenvolvida levando-se em conta os

conhecimentos da área de automação, tendo, a partir daí, surgido representações

para a mesma linguagem, tais como: Diagrama de contatos do inglês Ladder

Diagram – LAD; lista Diagrama em Blocos de Funções, do inglês Funtions Block

Diagram – FDB; Texto Estruturado, do infles Strucrured Text – ST; Linguagem

Seqüencial (também muito conhecida como grfcet), do inglês Seqüencial Function

Chart – SFC e a Lista de Instruções, do inglês IL Instruction List.

Automatizar um sistema significa fazer uso de funções lógicas, representadas,

por sua vez, por portas lógicas que podem ser implementadas, como veremos,

fazendo uso de componentes, independente do nível de sua tecnologia, ou seja,

relé, diodo, transistor, circuito integrado, etc.

40

Page 41: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Antigamente os sistemas eram automatizados fazendo uso de relés, alojados

em painéis. Hoje são usados circuitos integrados, cada vez com tecnologia mais

avançada, alojados em gabinetes cujo produto denomina-se Controlador Lógico

Programável – CLP ou Controlador Programável – CP. Pro essa razão a linguagem

IEC 1131-3 visa atender aos conhecimentos da tecnologia FBD (diagrama de bloco

de funções), ou ainda a representação matemática – IL (lista de instruções. Cada um

dos métodos de representação LD, IL e FBD tem suas propriedades e limitações em

termos de programação, ou seja, um programa escrito em IL nem sempre pode ser

escrito em IL nem sempre pode ser escrito em LD ou IL, isso em face da

característica da própria representação. O leitor certifica-se disso à medida que for

adquirindo mais prática na programação, que nem tudo o que se escreve em

determinado tipo de representação, pode ser intercambiado para outra.

Nos circuitos de comandos elétricos, o relé foi um dos primeiros componentes

a ser utilizado nas montagens elétricas, depois vieram as válvulas eletrônicas e, em

seguida os semicondutores. No advento dos semicondutores, a técnica teve uma

série de evoluções, a começar com os componentes em um encapsulamento

(invólucro) individual, como o diodo, o transistor etc. e os circuitos montados com

esses elementos de uma forma distribuída sobre uma placa de circuitos impressos,

denominada sistema de montagem em superfície (SMD).

Posteriormente, esses componentes foram sendo agrupados em uma mesma

pastilha de silício ou em um mesmo invólucro, que denominaram circuitos

integrados. A integração evoluiu no decorrer dos anos, chegando hoje a níveis

elevadíssimos. Com esses componentes, porém, sempre se objetivou executar

comandos elétricos ou eletromecânicos a partir de funções lógicas já conhecidas.

O tratamento matemático dado à solução de um certo problema, para uma

reduzido número de variáveis é a álgebra de Boole, formando assim ,´por meio de

seus teoremas, expressões representativas da solução do problema ou do comando

do sistema. Tais expressões podem ser executadas por um conjunto de circuitos,

denominados em eletrônica digital, de portas lógicas. As portas lógicas, como

veremos em seguida, são traduções dos postulados de Boole.

Em eletrônica Digital, são tensões acima de 1,9 V, equivalente ao nível 1. Em

circuitos de comando os valores abaixo de 0,8 V são interpretados como nível 0.

Considera-se cada sinal recebido pelo PLC a partir de dispositivos ou componentes

externos (sensores) como um ponto de entrada. Os pontos de entrada podem ser

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Page 42: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

digitais ou analógicos.Os pontos de entrada digitais, obviamente, reconhecem

apenas dois estados: ligado ou desligado. Já os pontos de entrada analógicos

reconhecem mais de dois estados – normalmente um número múltiplo de dois (4, 8,

16, 32, 64, 128, 256,...). O número de estados depende do número de bits usado

pelo conversor A/D da entrada. Assim, um conversor A/D de 12 bits permite 1024

estados de entrada (210). Como exemplo de entradas digitais, pode-se citar

sensores fim-de-curso (microchaves ou sensores indutivos), botoeiras, contatos

secos (relés), etc. Já entradas analógicas podem estar ligadas a termopares,

sensores resistivos de posição, sinais 4 a 20mA ou 0 a 10V, tensão, corrente, etc.

Cada sinal produzido pelo PLC para acionar dispositivos ou componentes do

sistema de controle (atuadores) constitui um ponto de saída. Novamente, podemos

separar em saídas digitais ou analógicas. As saídas digitais possuem apenas dois

estados, enquanto saídas analógicas possuem mais de dois estados (normalmente,

o número de estados é múltiplo de dois – 4, 8, 16, 32, 64,...). O número de estados

depende do número de bits usado pelo conversor D/A da saída. Assim, um

conversor D/A de 8 bits permite 256 estados de saída.

Pontos de saída digitais podem ser implementados por relés, transistores, ou

ainda por SCRs e TRIACs. São usados para acionar lâmpadas, motores, solenóides,

válvulas, etc.

Já pontos de saída analógicos fornecem correntes de 4 a 20mA, ou tensões

de 0 a 10V. São usados para atuar válvulas, controlar velocidade de motores (via

Inversor de Freqüência), etc.

Embora normalmente SCRs e TRIACs sejam usados em saídas digitais

(ligado ou desligado), é possível usar estes dispositivos como uma saída analógica

(com mais de 2 estados), controlando a fase de disparo do dispositivo em relação a

rede elétrica. Este é o princípio de funcionamento dos controles de iluminação

residencial (dimmers). Conexão de Sensores a Pontos de Entrada

A conexão de sensores e sinais externos no controlador programável deve

ser feita com certo cuidado, em especial no que refere a interferência elétrica

induzida por cabos de força ou acionamento. Como os sinais de entrada,

normalmente, têm níveis de tensão e corrente pequenos (mV, no caso de

termopares), eles se tornam susceptíveis a interferências de campos elétricos e

magnéticos a sua volta, ou ainda a induções provenientes de telefones celulares,

rádio transmissores, etc. Assim, cabos de entradas analógicas devem ter malha de

42

Page 43: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

blindagem, e os cabos de entradas (tanto analógicas quanto digitais) devem ser

conduzidos dos sensores ao PLC via eletroduto ou calha específica, de metal e

aterrada. Não deve-se misturar aos cabos de entrada cabos de acionamento e,

muito menos, cabos de força. No caso de cruzamento entre cabos de entrada e

cabos de força ou acionamento, fazer o cruzamento a 90°, de forma a minimizar a

possibilidade de interferências. Deve-se evitar colocar cabos de entrada e cabos de

força “correndo” em paralelo em um eletroduto ou calha, pois o acoplamento indutivo

e capacitivo entre eles será maximizado.

As entradas analógicas a corrente (4 a 20mA) costumam ser mais imunes a

ruídos elétricos do que entradas a tensão (0 a 10V), pois apresentam uma

impedância menor. As entradas digitais normalmente são dimensionadas para a

tensão de alimentação do controlador (12 ou 24 Vdc), e não devem ser ligadas

diretamente a rede elétrica, a não ser que o manual do equipamento indique que

isso é permitido. Conexão de Atuadores a Pontos de Saída

As saídas analógicas (4 a 20mA, 0 a 10V) são pontos de saída de baixa

potência e, por isso, devem ser isoladas de cabos de força ou acionamento. Podem

ser incluídas no eletroduto ou calha com os cabos de entrada ao PLC.

Já as saídas digitais, que acionam lâmpadas, solenóides, contatores, etc.,

devem ser isoladas das entradas do PLC, pelos motivos expostos no item anterior.

No caso de atuação de cargas indutivas, há de se considerar a força contra-

eletromotriz gerada na bobina do atuador, ao desligá-lo.

Diagrama de conexão dos dispositivos de Entradas e Saídas no PLC

Programa Aplicativo A lógica que avalia a condição dos pontos de entrada e dos

estados anteriores do PLC, executando as funções desejadas e acionando as

saídas, é chamada de programa aplicativo ou simplesmente programa do PLC.

Para isso, o PLC lê ciclicamente as entradas, transferindo-as para uma

memória imagem (que recebe em cada endereço correspondente a uma entrada o

seu valor – 0 ou 1 no caso de entradas digitais, ou um valor numérico no caso de

entradas analógicas). De posse da memória imagem e dos estados internos gerados

pelos ciclos de execução anteriores, o PLC gera uma memória imagem das saídas

conforme as operações definidas no programa. Por fim, a memória imagem das

saídas é transferida para as saídas (valor 0 ou 1 causa o desligamento ou

acionamento de uma saída digital, ou um valor numérico modifica o valor de corrente

ou tensão de uma saída analógica).

43

Page 44: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Como para qualquer controle ou automatização é necessário o maior grau de

paralelismo possível (em qualquer processo sempre pode ocorrer mais de um

evento diferente ao mesmo tempo) é empregado nos PLCs um método que simula

paralelismo.

Neste método os parâmetros de entrada (estado de ligações e valores de

variáveis) são mantidos numa tabela acessível por qualquer um dos blocos de

instrução que esteja sendo interpretado (memória imagem das entradas). Uma

segunda tabela (memória imagem das saídas), com os resultados produzidos pela

interpretação de cada bloco, vai sendo montada à medida que os blocos vão sendo

lidos e interpretados.

Assim, cada bloco poderá utilizar qualquer um dos parâmetros de entrada

sem que estes sejam alterados devido à interpretação de algum outro bloco. Depois,

no final do ciclo, a tabela de saída (com os resultados) é movida diretamente para a

tabela de entrada para que os novos valores estejam disponíveis igualmente para

todos os blocos no próximo ciclo.

É fácil perceber que esta forma de funcionamento faz com que todos os

blocos sejam interpretados em paralelo, o que permite a elaboração de programas

segmentados, onde cada parte pode controlar um processo independentemente e

ao mesmo tempo em que as demais. Este paralelismo, operado em ciclos, faz com

que a atualização da saída de um bloco de instrução para a entrada de um ou mais

blocos demore o equivalente ao tempo de um ciclo. Esta demora, ou atraso, deve

ser considerado no planejamento de um programa, pois a conexão "encadeada" de,

por exemplo, 10 blocos de instrução terá um atraso de 10 ciclos desde o estímulo na

entrada do primeiro bloco até a saída no último. Com um tempo de ciclo de 1/10s do

PLC isto resultaria em um atraso de 1 segundo.

Este paralelismo, operado em ciclos, faz com que a atualização da saída de

um bloco de instrução para a entrada de um ou mais blocos demore o equivalente

ao tempo de um ciclo. Esta demora, ou atraso, deve ser considerado no

planejamento de um programa, pois a conexão "encadeada" de, por exemplo, 10

blocos de instrução terá um atraso de 10 ciclos desde o estímulo na entrada do

primeiro bloco até a extração no último. Com um tempo de ciclo de 1/10s do PLC

isto resultaria em um atraso de 1 segundo. O terminal de programação é um

dispositivo que, conectado temporariamente ao PLC, permite introduzir o programa

aplicativo, fazendo com que esse se comporte conforme a necessidade de controle

44

Page 45: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

de processo do usuário. Além disso, o terminal de programação permite, muitas

vezes, monitorar o programa aplicativo, ou seja, visualizar em tempo real o

programa sendo executado, ou ainda executá-lo passo a passo. Alguns PLCs

permitem, inclusive, a simulação do programa aplicativo (sua execução apenas no

terminal de programação, com fins de depuração).

Linguagem de Relés e Blocos (Ladder) trata-se de uma linguagem gráfica que

permite passar com relativa facilidade os diagramas elétricos baseados em relés

para o PLC. Existe uma linha vertical de energização a esquerda e outra linha a

direita. Entre estas duas linhas existe a matriz de programação formada por xy

células, dispostas em x linhas e y colunas. Abaixo exemplificamos um caso de 32

células, Cada conjunto de 32 células é chamado de uma lógica do programa

aplicativo. As duas linhas laterais da lógica representam barras de energia entre as

quais são colocadas as instruções a serem executadas. As instruções podem ser

contatos, bobinas, temporizadores, etc. A lógica deve ser programada de forma que

as instruções sejam “energizadas” a partir de um “caminho de corrente” entre as

duas barras, através de contatos ou blocos de funções interligados. Entretanto, o

fluxo de “corrente elétrica” simulado em uma lógica flui somente no sentido da barra

de energia esquerda para a direita, diferentemente dos esquemas elétricos reais. As

células são processadas em colunas, iniciando pela célula esquerda superior e

terminando pela célula direita inferior.

Cada célula pode ser ocupada por uma conexão (“fio”), por um bloco (relé de

tempo, operação aritmética, etc), ou ainda por um contato ou bobina. Além disso,

existem algumas regras impostas na linguagem Ladder. Por exemplo, as bobinas

devem ocupar somente a última coluna a direita. Abaixo temos a ordem de

execução das células em uma lógica Ladder. Note que o programa aplicativo pode

ser composto de várias lógicas Ladder. Além disso, um módulo de configuração

permite especificar parâmetros do PLC, como modelo, velocidade de ciclo, endereço

do PLC na rede de comunicação, etc.

O circuito abaixo permite partir ou parar um motor, através de dois botões de

contato momentâneo (botoeiras). Note o contato auxiliar da contator, usado para

manter sua energização após o operador soltar o botão de partida (S1). Já o botão

de parada (S0) é do tipo normal fechado (NF). Ao ser pressionado ele interrompe o

circuito, desenergizando o contator e, portanto, abrindo também o contato auxiliar de

auto-retenção.

45

Page 46: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Circuito de Partida Direta com inversão do sentido de rotação (Chave

Reversora). Neste caso existem dois botões de contato momentâneo para partir o

motor (S1 e S2).

Um deles faz o motor girar no sentido horário e o outro no sentido anti-horário.

Um terceiro botão desliga o motor (B0), independentemente do sentido de rotação.

Note os contatos auxiliares NA dos contatores usados para auto-retenção. Além

disso, as contatores se inibem mutuamente através dos contatos auxiliares NF.

Assim, se o contator K1 estiver energizado, o contator C2 não pode ser energizado,

e vice-versa. Isso impede que o operador, inadvertidamente, acione

simultaneamente os dois sentidos de giro do motor. Caso os dois contatores fossem

energizados simultaneamente, o resultado seria a queima dos fusíveis de força (pois

teríamos curto-circuito entre as fases R e S).

Note que para inverter o giro do motor basta inverter duas fases (no caso,

são invertidas as fases R e S).

2.1 AUTOMOÇÃO INDUSTRIAL E MOTORES ELÉTRICOS

Na natureza a energia se encontra distribuída sob diversas formas, tanto

energia mecânica, térmica, luminosa e outras formas; no entanto a energia

mecânica é a mais conhecida forma de energia e na qual o homem tem mais

domínio. A energia mecânica, tal como ela está disponível na natureza é de difícil

utilização prática, além de ser uma energia variável no tempo. Então, converte-se a

energia mecânica em Energia Elétrica através das Máquinas Elétricas conhecidas

como geradores.

A energia elétrica possui as vantagens de ser uma energia limpa, de fácil

transporte e de fácil manuseio, podendo ser reconvertida em energia térmica,

luminosa, eletromagnética, e também em energia mecânica. Quem efetua esta

última transformação são as Máquinas Elétricas conhecidas como motores. Então, o

motor é um elemento de trabalho que converte energia elétrica em energia mecânica

de rotação. Já o gerador é uma máquina que converte energia mecânica de rotação

em energia elétrica.

46

Page 47: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Num motor elétrico, distinguem-se essencialmente duas peças: o estator,

conjunto de elementos fixados à carcaça da máquina, e o rotor, conjunto de

elementos fixados em torno do eixo, internamente ao estator.

O rotor é composto de :

a) Eixo da Armadura: responsável pela transmissão de energia mecânica para

fora do motor, pelo suporte dos elementos internos do rotor e pela fixação ao

estator, por meio de rolamentos e mancais.

b) Núcleo da Armadura: composta de lâminas de Fe-Si, isoladas umas das

outras, com ranhuras axiais na sua periferia para a colocação dos enrolamentos da

armadura.

c) Enrolamento da Armadura: São bobinas isoladas entre sí e eletricamente

ligadas ao comutador.

d) Comutador: consiste de um anel com segmentos de cobre isolados entre

sí, e eletricamente conectados à s bobinas do enrolamento da armadura.

O estator é composto de:

a) Carcaça: serve de suporte ao rotor, aos pólos e de fechamento de caminho

magnético.

b) Enrolamento de campo: são bobinas que geram um campo magnético

intenso nos pólos.

c) Pólos ou sapatas polares: distribui o fluxo magnético produzido pela

bobinas de campo.

d) Escovas: são barras de carvão e grafite que estão em contato permanente

com o comutador.

As máquinas elétricas possuem praticamente os mesmos elementos

principais, porém com diferenças importantes entre eles. Às vezes a bobina de

armadura está no estator e não no rotor, o mesmo acontecendo com a bobina de

campo. Outras não possuem escovas, outros ainda não possuem bobina de

armadura, e assim por diante. Porém, os nomes dados aos componentes da

máquina são gerais e valem para a maioria das máquinas elétricas.

De forma geral os motores elétricos são classificados em:

Motores de Corrente Contínua

Motores Série

Motores Paralelo

Motores Composto ou Misto ·

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Page 48: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Motores de Corrente Alternada

Motores Síncronos

Motores Assíncronos

Motores Especiais

Servomotores

Motores de Passo

Universais

Todo o motor apresenta suas principais características elétricas escrita sobre

o mesmo ou em uma placa de identificação. Os principais dados elétricos são: tipo

de motor, tensão nominal, corrente nominal, freqüência, potência mecânica,

velocidade nominal, esquema de ligação, grau de proteção, temperatura máxima de

funcionamento, fator de serviço, etc..

O motor de corrente contínua apresenta quatro terminais acessíveis, dois

para as bobinas de campo (terminais 3 e 4) e dois para as bobinas de armadura

(terminais 1 e 2). Em alguns motores de baixa potência, as bobinas de campo são

substituídas por ímãs permanentes. Neste caso, o motor apresenta apenas dois

terminais de acesso (terminais 1 e 2). O princípio de funcionamento elementar de

um motor de corrente contínua está baseado na

Força mecânica que atua sobre um condutor imerso num campo magnético,

quando sobre ele circula uma corrente elétrica. Na bobina 1, as forças são iguais e

opostas, não produzindo nenhuma força de rotação (torque ou par binário), mas as

bobinas 2, 3 e 4 tem sobre elas um torque Fx tal que impulsiona o rotor para girar,

levando consigo a bobina 1, que então entra na região (da bobina 2) onde estava a

bobina 2, e então passa a exercer uma força de giro também. Observe que para

este esquema funcionar, é necessário inverter o sentido da corrente da armadura a

cada 180º.

O elemento que faz a comutação do sentido da corrente é o comutador.

Sabemos que, quando um condutor está imerso num campo magnético, se

deslocando com uma certa velocidade “v” dentro deste campo, sobre ele é induzido

uma corrente elétrica. Por isso essa força eletromotriz induzida é chamada de Força-

contra-eletromotriz induzidas.

O princípio de funcionamento do motor de corrente contínua também pode ser

baseado na ação de forças magnéticas sobre o rotor, geradas pela interação do

campo magnético criado pelas bobinas de campo com o campo magnético criado

48

Page 49: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

pelas bobinas da armadura. Observa-se que o comutador possui a função de

inverter o sentido da corrente na bobina da armadura em 90º e 270º dando

continuidade ao movimento rotativo do motor.

Os motores CC são divididos de acordo com o tipo de conecção entre as

bobinas do rotor e do estator. Se forem conectados em série, são chamados de

Motor Série. Se for em paralelo, são chamados de Motor Paralelo. Se for misto, são

chamados de Motor Misto ou Composto. Neste tipo de motor a corrente que circula

pelo campo é o mesmo que circula pela armadura.

O torque apresenta uma relação exponencial com a corrente de armadura. A

corrente de armadura é grande na partida, já que Ec é zero, pois não há movimento

do rotor. Concluí-se, portanto, que o torque de partida do motor série é muito

grande. Devido a esta característica este motor é utilizado para acionar trens

elétricos, metrôs, elevadores, ônibus e automóveis elétricos, etc.. Este motor é

conhecido como motor universal por poder funcionar em corrente alternada, porém

este tipo de aplicação só é viável economicamente para pequenos motores de

fração de CV.

A velocidade do motor série é dado por: Então, no motor série a vazio, com

baixa corrente de armadura, a sua velocidade tende a ser alta, o que é indesejável.

Assim, este tipo de motor deve partir com uma carga mecânica acoplada no seu

eixo. Também se percebe que este motor nunca vai disparar a sua velocidade, pois

não depende da corrente de campo e se a corrente de armadura for a zero, não há

torque e sua velocidade cai a zero também.

No caso do motor Shunt a corrente de armadura somada a corrente de campo

nos dá a corrente da fonte de alimentação do motor. Nesse caso, a tensão aplicada

na armadura é a mesma que é aplicada no campo. Dessa forma o fluxo magnético

produzido pelo campo é praticamente constante, já que IF permanece praticamente

constante. Então, o torque do motor é função apenas da corrente de armadura.

Para a inversão do sentido de rotação nos motores de corrente contínua,

basta inverter as conexões das bobinas de campo (trocar o terminal 3 pelo 4) ou

inverter as conexões da bobina da armadura (trocar o terminal 1 pelo 2). Caso o

motor seja de ímã permanente, basta inverter os terminais da armadura.

Então, se a corrente de armadura for grande (na partida), a velocidade do

motor é pequena e cresce a medida em que aumenta a Ec (que por sua vez diminui

Ia) até alcançar o seu valor nominal. Este motor não tem problemas de excesso de

49

Page 50: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

velocidade na partida sem carga. A curva abaixo mostra a velocidade em função da

corrente de armadura. Inversão no Sentido de Rotação e Controle de Velocidade.

Para inverter o sentido de rotação de qualquer motor CC é necessário inverter

a corrente de armadura em relação a corrente de campo. Deve-se inverter somente

um deles, e a inversão em ambos os circuitos manterá o mesmo sentido de rotação.

No momento da inversão, o motor que está girando num sentido, entra num

processo de frenagem (freio) até alcançar a velocidade zero e depois começa a girar

no sentido contrário. Essa etapa de frenagem é muito importante para trens,

elevadores, guindastes que necessitam de Força de Frenagem.

A principal aplicação dos motores de corrente contínua é o acionamento de

máquinas com controle preciso de velocidade. Os métodos mais utilizados para este

fim são: Ajuste da tensão aplicada na armadura do motor; Ajuste da corrente nas

bobinas de campo, ou seja, controle do fluxo magnético do motor; Combinação dos

anteriores.

No caso de qualquer motor, o torque de partida deve ser maior do que o

torque resistente acoplado ao eixo. Após um certo tempo depois que o motor partiu,

na velocidade nominal, há o encontro das curvas de Torque do motor e do torque

resistente. Na curva abaixo se percebe que, quando a carga mecânica no eixo varia

(por algum motivo), o torque motor varia junto, e conseqüentemente a velocidade de

rotação do motor varia junto. Por exemplo, se a carga mecânica diminui, o torque do

motor também diminui e a velocidade aumenta, estabilizando num novo regime.

Neste tipo de motor, o fluxo magnético do estator é gerado nas bobinas de

campo pela corrente alternada da fonte de alimentação monofásica ou trifásica,

portanto trata-se de um campo magnético cuja a intensidade varia continuamente e

cuja polaridade é invertida periodicamente. Quanto ao rotor, há dois casos a

considerar:

No motor síncrono, o rotor é constituído por um ímã permanente ou bobinas

alimentadas em corrente contínua mediante anéis coletores. Neste caso, o rotor gira

com uma velocidade diretamente proporcional a freqüência da corrente no estator e

inversamente proporcional ao número de pólos magnéticos do motor. São motores

de velocidade constante e constitui-se a sua principal aplicação. São utilizados

somente para grandes potências devido ao seu alto custo de fabricação.

No motor assíncrono ou de indução, o rotor possui vários condutores

conectados em curto-circuito no formato de uma “gaiola de esquilo”. O campo

50

Page 51: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

magnético variável no estator, induz correntes senoidais nos condutores da gaiola

do rotor. Estas correntes induzidas, por sua vez, criam um campo magnético no rotor

que se opõe ao campo indutor do estator (Lei de Lenz). Como os pólos se mesmo

nome se repelem, então há uma força no sentido de giro no rotor. O rotor gira com

uma velocidade n um pouco inferior à velocidade síncrona, isto é, a velocidade da

corrente do campo. Como é um pouco inferior, diz que este motor é assincrono, isto

é, sem sincronia.

Observe que este motor não consegue partir, isto é, acelerar desde a

velocidade zero até a nominal. As forças que atuam nas barras curto-circuitas se

opõem uma à outra, impedindo o giro. Então, na partida, utiliza-se uma bobina de

campo auxiliar, defasada de 90 graus das bobinas de campo principais, que cria um

campo magnético auxiliar na partida. Assim, o fluxo resultante inicial está defasado

em relação ao eixo das abcissas, e produz um torque de giro (par binário).

Após a partida, não há mais a necessidade do enrolamento auxiliar, pois a

própria inércia do rotor compõem forças tais que mantém o giro. A diferença em

valores percentuais entre a velocidade síncrona e a velocidade do motor de indução

chama-se de escorregamento, simbolizada pela letra S.

O escorregamento dos motores de indução é variável em função da carga a

ser acionada pelo motor, ou seja, é mínimo a vazio (sem carga) e máximo com a

carga nominal. O escorregamento S dos motores de indução é expresso através da

seguinte equação:

Nota-se através das duas últimas equações que a velocidade dos motores

síncronos e assíncronos pode ser controlada através do ajuste do valor da

freqüência da corrente nas bobinas do estator. Este tipo de acionamento é realizado

através de um conversor estático de freqüência. Ao contrário dos motores síncronos

e de corrente contínua; o motor assíncrono ou de indução é largamente utilizado nas

indústrias pela sua simplicidade construtiva, pouca manutenção e baixo custo.

Os motores de indução podem ser monofásicos ou trifásicos: Motores de

Indução Monofásicos é um motor elétrico de pequena ou média potência,

geralmente menores que 5 CV.

Para a produção do conjugado de partida o motor de indução monofásico

necessita de um segundo enrolamento de partida auxiliar (Ea) defasado de 90º

construtivamente do enrolamento de trabalho (Et).

51

Page 52: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O resultado da ação das correntes nos enrolamentos de trabalho e auxiliar é

um campo magnético girante no estator, que faz o motor partir. Após a partida

enrolamento auxiliar é desligado através de uma chave centrífuga que opera a cerca

de 75% da velocidade síncrona. O conjugado de partida, neste caso, é moderado.

Para aumentar o conjugado de partida é usado um capacitor, ligado em série

com o enrolamento auxiliar e a chave centrífuga. Esta técnica é utilizada para cargas

de partida difícil, tais como: compressores, bombas, equipamentos de refrigeração,

etc.

O motor de indução monofásico comumente usados no Brasil apresenta seis

terminais acessíveis, sendo quatro para os dois enrolamentos de trabalho Et (1, 2, 3

e 4), bobinas projetadas para tensão de 127 V, e dois para o circuito auxiliar de

partida (5 e 6), também projetado para a tensão de 127 V. Em alguns motores de

baixa potência, o circuito auxiliar de partida é substituído por espiras curto-

circuitadas, chamadas de bobinas de arraste. Neste caso, a máquina apresenta dois

ou quatro terminais para as bobinas de trabalho.

Para a inversão do sentido de rotação no motor de indução monofásico basta

inverter as conexões do circuito auxiliar, ou seja, trocar o terminal 5 pelo 6. No motor

com bobina de arraste não é possível inverter o sentido de rotação. ¨

Motores de Indução Trifásicos é um motor elétrico de pequena, média ou

grande potência que não necessita de circuito auxiliar de partida, ou seja, é mais

simples, menor, e mais leve que o motor de indução monofásico de mesma

potência, por isso apresenta um custo menor.

O motor de indução trifásico comumente usado no Brasil apresenta seis

terminais acessíveis, dois para cada enrolamento de trabalho Et e, a tensão de

alimentação destas bobinas é projetada para 220V. Para o sistema de alimentação

220/127V-60Hz este motor deve ser ligado em delta e para o sistema 380/220V-

60Hz o motor deve ser ligado em estrela. Para a inversão no sentido de rotação nos

motores de indução trifásicos basta inverter duas das conexões do motor com as

fontes de alimentação.

A potência elétrica PE absorvida da rede para o funcionamento do motor é

maior que a potência mecânica PM fornecida no eixo especificado pelo fabricante,

pois existe um determinado rendimento h do motor a ser considerado. A potência

mecânica no eixo PM do motor (em W) está relacionada com o momento de torção

M ou conjugado (em N× ×m) e com a velocidade do rotor n (em rpm).

52

Page 53: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Sem acionar nenhuma carga no eixo, a vazio, o motor fornece uma pequena

potência mecânica somente para vencer o atrito por ventilação e nos mancais. O

torque do motor neste caso é próximo de zero, a corrente io também é mínima e a

velocidade do rotor é máxima no, mas inferior a velocidade síncrona nS.

O motor ao acionar uma carga nominal em seu eixo a corrente aumenta para

o valor nominal iN e a velocidade diminui até o valor nominal nN onde temos a

igualdade de torque, isto é, torque do motor é igual ao torque de carga.

Pode-se aumentar a carga no eixo do motor (torque de carga) além da carga

nominal, procedimento que compromete a vida útil da máquina, até o ponto onde o

torque do motor é máximo MM e, a velocidade do motor irá diminuir para nK e a

corrente irá aumentar para iK.

Observe que na partida, velocidade igual a zero, o motor de indução absorve

uma corrente muito elevada iP da ordem de até dez vezes a corrente iN e seu torque

de partida é baixo MP dificultando com isso o acionamento de cargas que

necessitam de um alto torque para partirem, como por exemplo: esteiras

transportadoras carregadas.

Os motores especiais são máquinas construídas para serem aplicadas no

controle preciso de posição e velocidades de processos. São motores mais rápidos

que os convencionais, seus enrolamentos são dimensionados para suportarem

momentâneas correntes elevadas. Já o rotor de uma máquina especial é projetado

com uma baixa inércia, isto é: pequeno diâmetro e grande comprimento.

De forma geral, os servomotores são classificados em:

a) Servomotor CC: o estator é formado por ímãs permanentes e pelas

escovas e o rotor é constituído pelas bobinas da armadura e pelo comutador. O

controle da velocidade ou posição se dá através da regulação da corrente das

bobinas da armadura.

b) Servomotor CA: O estator é formado pelas bobinas de campo sendo

alimentada por uma fonte trifásica e o rotor é constituído por ímãs permanentes. O

controle da velocidade ou posição se dá através da regulação da freqüência das

correntes nas bobinas de campo.

O motor de passo é empregado em máquinas que necessitam de um controle

preciso de posição, tais como: robôs, impressoras, plotters, equipamentos de

coordenadas, etc..

53

Page 54: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O motor de passo é constituído por um rotor magnético (ímã permanente ou

imantado) e um estator formado por conjuntos de bobinas denominadas fases. Os

motores de passo mais comuns possuem quatro fases e seis terminais acessíveis.

Se o motor permanecer num determinado passo, o rotor fica travado devido à

força eletromagnética entre o rotor e o estator. Para liberar o rotor, ou seja, deixá-lo

em movimento livre, basta abrir todas as chaves do circuito de comando.

A cada passo executado, o eixo do motor realiza um determinado

deslocamento angular. Este deslocamento é conhecido como ângulo de passo,

sendo repetido precisamente em cada passo.

2.2 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL DIRECIONADA A PRODUÇÃO

Em relação a exemplificação de uma empresa utilizando a automação

industrial, pode-se descrever a Petrobrás possui centenas de unidades de produção,

que são plataformas offshore (marítimas) e instalações terrestres, que são

controladas e monitoradas por instrumentos convencionais, relés ou por sistemas

modernos digitais, baseados em Controladores Lógico Programáveis (CLPs) ligados

a computadores pessoais, que rodam programas aplicativos supervisórios. Os

principais objetivos dos sistemas de instrumentação e controle são:

1. prover segurança aos operadores, equipamentos e meio ambiente,

2. garantir um controle do processo, onde os produtos finais estejam dentro

das especificações estabelecidas pelo pessoal da Qualidade

3. fazer medições precisas e exatas, para atender as exigências da Agencia

Nacional de Petróleo (ANP), relacionadas com os separadores de teste dos poços

produtores, dados de cabeça de poço e vazões de transferência de custódia de gás

e óleo, através de instrumentos colocados nos dutos que ligam as plataformas ao

sistema de terra.

4. estabelecer um padrão para a operação e manutenção.

5. monitorar os dutos para detectar anormalidades, vazamentos e situações

perigosas.

Como há plataformas com diferentes graus de complexidade, diferentes

níveis de automação, diferentes tecnologias, está havendo uma atualização contínua

da instrumentação existente e colocando sistemas modernos, é desejável que se

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Page 55: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

mantenha o mesmo ambiente operacional e os mesmos recursos e procedimentos

de operação e manutenção em todas as unidades, de forma a facilitar a

intercambialidade de operadores, equipamentos e sobressalentes entre as unidades

operacionais.

A situação atual dos equipamentos das plataformas é a seguinte:

1. Os transmissores são inteligentes, alguns já são multivariáveis. Em

algumas unidades o protocolo digital é superposto ao sinal analógico de 4 a 20mA e

em outras, a saída é apenas digital. Em uma minoria, o sinal padrão é o analógico

de 4 a 20 mA. Os diferentes fabricantes de transmissores são Fisher&Rosemount,

Yokogawa, Foxboro, Honeywell e Smar.

2. A maioria das válvulas de controle é com atuador pneumático e com

posicionadores inteligentes,

3. Os Controladores Lógico Programáveis (CLP) existentes são de

capacidades variáveis e de fabricação Rockwell (Allen-Bradley), Siemens, Hitachi,

Schneider (Modicon), Reliance (Sistema) e Ge Fanuc.

4. Os programas aplicativos supervisórios são o VXL, InTouch (Wonderware),

Elipse e IFix (Intellution). Estes aplicativos rodam em computadores pessoais

comuns comercialmente.

5. Ainda não há um protocolo digital padrão para a rede de comunicação. A

base instalada maior é de HART. Atualmente há uma tendência para se usar a

tecnologia de Fieldbus Foundation, porém são também usados os protocolos

Modbus e Profibus. Com a modernização dos instrumentos se pretende atingir aos

seguintes objetivos:

a) Melhorar a sintonia das malhas de processo do processo, otimizando a

qualidade dos produtos exportados e diminuindo a variabilidade das especificações.

b) Aumentar a confiabilidade operacional, diminuindo as intervenções do

operador e os tempos de parada de produção.

c) Implantar filosofia de manutenção preditiva (manutenção baseada em

diagnósticos conseguidos através de monitoração contínua)

d) Reduzir tempos de parada para a manutenção programada e corretiva.

e) Reduzir custos de manutenção corretiva, programada e preditiva.

f) Ter um sistema modular, que seja flexível e escalável (possa ser

aumentado ao longo do tempo)

g) Aumentar a segurança operacional do sistema.

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Page 56: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

h) Tornar mais precisos e exatos (confiáveis) os dados de cabeça dos poços.

Estes objetivos são alcançados somente através da implantação de técnicas

modernas de gerenciamento de ativos, que são comercialmente disponíveis no

mercado. Estas ferramentas clássicas, por exemplo, AMS - Asset Management

System da Fisher Rosemount, grupo Emerson) permitem ao operador de processo

obter a informação em tempo real do status de sensores, transmissores e atuadores

que são os equipamentos menos confiáveis e sujeitos aos maiores desvios de

operação.

A implementação de instrumentação inteligente de campo, a base de

microprocessador é também essencial, pois através dela se pode fazer a calibração

e alteração dos parâmetros dos instrumentos de modo remoto.

As unidades terrestres e as plataformas marítimas são interligadas por dutos.

Por exigências legais e de normas de meio ambiente, é mandatório a

implementação de um sistema para monitorar os dutos que interligam as unidades

de produção e as plataformas à terra, para detectar facilmente vazamentos, reduzir

os riscos de acidentes ambientais e ser integrado com os sistemas de parada de

emergência.

O sistema de monitoração da integridade dos dutos será interligado ao

sistema PI (Plant Information), que é um programa aplicativo instalado em toda

Petrobrás. Este sistema corporativo pode disponibilizar para as gerências todos os

dados de operação, de integridade dos dutos e disponibilidade de equipamentos. A

arquitetura básica para monitoração de dutos consiste de dois CLPs, cada um

instalado em cada extremidade do duto, recebendo informações de vazão

volumétrica instantânea, pressão estática, temperatura e densidade do fluido

escoado, em forma de sinal analógico (4 a 20 mA) ou protocolo digital, por exemplo,

Hart ou Fieldbus Foundation).

Os dois sistemas das extremidades do duto são interligados via rádio-modem,

ou rede Internet (TCP/IP). Os CLPs vão rodar o programa de lógica ladder para

executar os alarmes de desvio das medições e de desligamento de emergência.

Para o operador visualizar e monitorar estes dados é usado o supervisório

ECOS, Haverá estações de trabalho em cada uma das plataformas e em cada uma

das salas de controle de recebimento.

Nas estações de operação vão estar disponíveis sempre os seguintes dados:

1. Vazões instantâneas, totalizadas e compensadas de óleo e gás

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Page 57: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

2. Pressões, temperaturas e densidades dos fluidos nos dutos

O supervisório é programado para fornecer as informações de alarme e

intertravamento de situações anormais e perigosas, tais como:

1. PSL (alarme de pressão baixa),

2. PSLL (desarme de pressão muito baixa),

3. PSH (alarme de pressão alta),

4. PSHH (desarme de pressão muito alta),

5. TSL (alarme de temperatura baixa),

6. TSH (alarme de temperatura alta),

7. DFSH, (alarme de desvio de 2% para a vazão de Gás),

8. DFSHH) Desarme de desvio de 4% para Gás,

9. DFSH (Alarme de desvio de 2% para Óleo),

10. DFSHH (Alarme de desvio de 4% para Óleo),

11. ESD-1 (Parada pela plataforma),

12. ESD-2 (Parada pelo Recebedor)

13. Alarme de falha de comunicação entre as duas extremidades do duto.

Os dados disponíveis em uma estação de operação devem ser exatamente

iguais aos dados da outra estação (espelho), para que os operadores das duas

unidades visualizem exatamente os mesmos dados, inclusive para efeito de leitura.

A operação será padronizada de acordo com suas peculiaridades de processo

totalmente respeitadas e deverá uma filosofia única, entre as unidades operacionais

da Petrobrás, para permitir a troca entre técnicos de operação e manutenção das

duas plataformas.

Toda a supervisão que deverá ser efetuada pelo sistema supervisório ECOS

(que roda em plataforma VXL em base VMS), tendo como arquitetura de

comunicação uma rede Ethernet, por onde irão trafegar os dados entre os CLPs,

periféricos, impressoras, chaves, Gateway proprietário do fornecedor do sistema.

Os objetivos destas estações de operação são os de:

1. Mostrar nas telas os diagramas sinóticos dos processos onde deve existir

o P&I (Process & Instruments) simplificado. A tela inicial terá um anunciador de

todos os alarmes por equipamentos existentes (processo, utilidades e segurança) O

operador poderá navegar entre telas, matriz de causa e efeitos, tela de

controladores

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Page 58: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

2. Gerar relatórios de eventos ocorridos no exato instante do acontecido

(tempo estampado em dia, hora, minuto, segundo e submúltiplo), em impressora de

modo on-line permitindo assim ao operador identificar com precisão o alarme

ocorrido no processo. Os alarmes terão status de ativo, conhecido, não-conhecido e

normal.

3. Como relatório adicional, salvo em disco e que sempre que solicitado pelo

operador deverá disponibilizar na tela, janelas de gráficos, onde serão

acompanhados os valores de registro de PIT,TIT, FIT substituindo assim os atuais

registradores gráficos circulares do campo.

Devem também ser registradas em disco rígido a temperatura de entrada TIT

do manifold e pressão estática de entrada PIT, ou seja na cabeça dos poços. (O

código de cores é: cor vermelha para vazão, azul para pressão e verde para

temperatura).

4. As tomadas de impulso da pressão diferencial através da placa que vão

para os registradores circulares devem ser mantidas, para eventual uso dos FR/

PR/TR.

5. As informações de operação dos módulos existentes nos instrumentos

eletrônicos da rede Fieldbus Foundation devem estar disponíveis, permitindo assim

operar a planta a partir da ECOS Estes sinais incluem: variável de processo (PV),

sinal de set point (SP), sinal de saída para a válvula (MV) e janela indicando os

valores em unidades de engenharia e possibilidade de transferência de automático

para manual e vice-versa.

6. A matriz de causa e efeitos deve ser gerada na ECOS facilitando assim a

visualização rápida da lógica de processo, bem como através da mesma efetuar by-

pass de instrumentos de entradas digitais ou override dos dispositivos de saída

digitais.

7. Deve ainda haver um arquivo de relatório onde se possa armazenar toda

ação efetuada pelo operador, na ECOS sempre que a condição normal de processo

venha a ser alterada por necessidade de manutenção ou operação, disponibilizando

assim dados para análise de ocorrências anormais na planta de processo. Para

simples navegação pelas telas da ECOS, não se deve ter nenhum tipo de solicitação

de login e senha. A ECOS deve somente solicitar o login do operador sempre que

algum parâmetro for ser alterado, colocado em regime de By-

Pass ou Override,

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Page 59: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

8. Utilizar a ECOS de maneira a permitir ou não a habilitação dos painéis

locaisna condição de TESTE. Com login e senha adequados, não será permitindo

que alguém no campo coloque o painel em teste sem conhecimento do operador.

9. Instalar um painel de controle, com o objetivo de acomodar as estações

ECOS, micros para manutenção da rede de CLPs, e um micro paramanutenção da

rede Fieldbus Foundation.

10. O micro de manutenção da rede Fieldbus Foundation deve ter as funções

de gerenciamento da rede FIELDBUS e também ser capaz de operar a planta de

processo em caso de emergência, interagindo com a planta de processo com a

mesma capacidade da ECOS, gerando relatórios e coletando dados também para

ANP, comunicando também com os computadores de vazão. Esta facilidade ficará a

cargo do Administrator da rede de automação, com LOGIN e SENHA, pois esta

condição e uma possibilidade emergencial para operar a planta de processo em

caso extremo.

O painel local deve ser concebido um para cada equipamento ou vaso, ou

quando possível, de um para mais de um equipamento de um mesmo sistema. Ele

deve ser implantado de modo a facilitar a montagem dos instrumentos de campo, o

arranjo de cabos, a acomodação de dispositivos para conexão em Fieldbus

Foundation, a agilidade de manutenção e operação dos mesmos

Os painéis locais devem acomodar na parte frontal, todas as sinaleiras dos

instrumentos de campo instalados no equipamento ou vaso, oriundas de

pressostatos, chaves de nível, termostatos que causem ESD-2 (Emergency Shut-

Down, nível 2), botoeiras de partida/parada de motores, chaves de comando de

bombas local ou remoto, botoeiras de teste lâmpadas e rearme local, chaves de

painel em teste ou normal.

No topo do painel deve ser instalado um sistema de calibração hidráulico,

composto de engate rápido, manômetro com a faixa dentro do valor necessário para

cada equipamento que este painel estiver associado, válvulas de três vias do tipo

esfera para alinhar os pressostatos que serão instalados na lateral deste painel, para

a condição de teste ou processo.

Este sistema instalado sobre o painel local visa otimizar a manutenção e

calibração de instrumentos, tais como pressostatos, termostatos e chaves de nível.

Quando se acionar a botoeira de TESTE do painel local para a posição

TESTE, deve ser gerado na ECOS uma solicitação para habilitação do teste ao

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Page 60: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

operador na sala de controle, que irá monitorar a execução dos trabalhos ou partida,

garantindo assim a segurança de uma operação assistida obrigatoriamente pelo

operador na sala de controle. Após a habilitação ter sido efetivada no painel, será

permitido ao campo efetuar as manobras, quer sejam para operação ou manutenção

do equipamento solicitado. Por se tratar de uma condição anormal de operação, esta

operação exige um período de tempo para se manter nesta condição, portanto o

teste será habilitado por, no máximo, 60 minutos, Depois de um período de 55

minutos, o painel estará com suas saídas de shutdown inibidas, indicando no painel

local ECOS, registros de eventos em que situação o referido painel se encontra.

porém não derrubará a planta de processo. Após este período, ou seja, nos 5

minutos restantes, deverá ser gerado um alarme na ECOS, com lâmpadas piscando

no painel local, indicando que o período de tempo está para expirar, dando ao

operador possibilidade de revalidar ou não a condição.

Caso o operador não revalide o tempo de teste, o CLP entenderá que não

está sendo feita nenhuma intervenção no mesmo e após esses 5 minutos, colocará

automaticamente o painel na condição NORMAL, onde caso exista algum alarme já

em andamento efetuará a lógica de segurança parando o processo.

Em caso de parada de processo, a causa estará disponível para o operador

de várias maneiras para identificar:

Indicação visual do alarme no painel local.

Indicação sonora na planta de processo.

Indicação visual na ECOS e sonora no painel de controle onde estarão

acomodados os computadores, e será gerado automaticamente um arquivo para

armazenar todo evento gerado na ECOS em disco rígido para análise posterior.

Indicação de alarme por equipamento no anunciador de alarme RONAN

instalado na sala de controle das plataformas.

Indicação do evento registrado na impressora, imprimindo a data, hora,

minuto e a descrição do alarme.

Após o alarme efetuado, e a lógica de segurança ter atuado, o operador

deverá ir até o equipamento em questão, verificar todo o equipamento, as causas do

determinado alarme, e depois de normalizado todas as condições externas

pertinentes ao equipamento, efetuar o RESET do painel local.

Caso a condição para o alarme desapareça, a lâmpada no painel local irá

apagar, permitindo assim que o operador na sala de controle possa efetuar o

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Page 61: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

MASTER RESET (Tanto pela ECOS, como por uma botoeira de RESET instalada no

PN-001, instalado na sala de controle.), que permitirá remover a condição segura de

ESD-2 indicada no anunciador de

alarmes e colocar novamente a plataforma em condição normal de funcionamento.

A sinalização no painel local, no anunciador RONAN ou na tela da ECOS

indica que a planta está passando por uma condição anormal> Assim, para a

plataforma estar operando em condição normal, nenhum alarme deve estar ativado.

Sempre que for efetuado um By-Pass, Forces ou Override, o operador deve

comunicar seu supervisor a condição do processo e acionar a manutenção para

tomadas das medidas necessárias, visando a solução da anomalia.

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Page 62: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

3. ESTUDO DE CASO: USO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL NA EMPRESA CIA DE BEBIDAS PRIMO SCHINCARIOL

Com capital 100% nacional, o Grupo Schincariol está entre as 15 maiores

cervejarias do mundo e é a 2ª do Brasil (SCHINCARIOL, 2011).

O ano era 1939 quando o filho de imigrantes italianos Primo Schincariol

decidiu instalar, nos fundos de sua casa em Itu, interior de São Paulo, uma pequena

fábrica de bebidas. Lá, começou a produzir licor de cacau, conhaque, groselha,

vinho quinado, anisete e o refrigerante Itubaína, cujo nome surgiu em homenagem à

cidade. Fabricado no sabor Tutti-Frutti, o refrigerante logo se transformaria em um

sucesso de vendas. Para distribuir o que fabricava, Primo colocava as caixas sobre

o lombo de burros e as levava até os comerciantes locais. Assim nasceu o Grupo

Schincariol (SCHINCARIOL, 2011).

Para chegar até aqui, o Grupo Schincariol percorreu uma trajetória repleta de

desafios e conquistas. No final dos anos 50, os filhos José Nelson e Gilberto

assumem o comando dos negócios e preparam a organização para mais um salto

de crescimento, investindo fortemente na industrialização dos processos com a

aquisição de máquinas e equipamentos, os mais avançados em cada época

(SCHINCARIOL, 2011).

Em 1989, um antigo sonho de Primo Schincariol, a produção de cervejas, se

concretiza com o lançamento da cerveja pilsen Schincariol, primeira cerveja do

Grupo. As décadas seguintes foram marcadas pelo desenvolvimento de produtos e

campanhas de marketing inovadoras, grandes investimentos na aquisição de

fábricas e marcas, como Cintra e Nobel, além de ingresso no segmento premium

com a Baden Baden, Devassa e Eisenbahn (SCHINCARIOL, 2011).

Hoje, para alcançar mais de 600 mil pontos de venda em todo o território

nacional, a companhia possuem uma abrangente rede de comercialização de

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Page 63: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

produtos composta com 11 centros próprios de distribuição, cerca de 200 revendas

e diversos escritórios de venda.

Para alcançar mais de 600 mil pontos-de-venda em todo o território nacional,

a Companhia possui uma abrangente rede de comercialização de produtos

composta por 11 centros próprios de distribuição, cerca de 200 revendas e diversos

escritórios de venda. Detentora do maior portfólio nacional de cervejas premium, a

empresa ampliou seu mix de produtos nos últimos anos com o desenvolvimento de

novos itens, como sucos de frutas, além de diversificar as linhas de refrigerantes e

de águas minerais. Tais resultados foram possíveis devido à posição de destaque do

Grupo no cenário empresarial e à competência dos profissionais envolvidos na

operação. Investimentos na profissionalização da gestão ao longo da história, fazem

da Companhia uma forte concorrente na atual dinâmica do mercado, cada vez mais

concentrado e competitivo (SCHINCARIOL, 2011).

Com capital 100% nacional, o Grupo Schincariol é atualmente a maior

indústria brasileira de bebidas. Está entre as 15 maiores cervejarias do mundo. Com

sede em Itu (SP), o Grupo está presente em 12 Estados brasileiros, com 14 fábricas

que, juntas, têm uma capacidade instalada de 4,5 bilhões de litros por ano,

distribuídos entre cervejas, chopes, refrigerantes, sucos e águas, atendendo aos

mais variados perfis de consumo.

Entre os prêmios, reconhecimentos e certificações recebidos em 2009 pelo

Grupo, destacam-se (SCHINCARIOL, 2011):

• Melhor empresa do Brasil no segmento Bebidas e Fumo, ranking “As

Melhores da Dinheiro” da revista ISTO É Dinheiro;

• Maior e melhor empresa de bebidas do Norte e Nordeste (segmento bebidas

e fumo) – Anuário Valor 1000 do jornal Valor Econômico – 2º ano consecutivo;

• Prêmio E-Learning Brasil 2009/2010, categoria Corporativa Gold;

• Prêmio Contribuintes Ceará – categoria Indústria, concedido pela Secretaria

da Fazenda do Ceará, em reconhecimento às maiores e mais responsáveis

organizações no pagamento de tributos;

• Certificado de Empreendimento Implantado para a Unidade de Alagoinhas,

emitido pelo Ministério da Integração Nacional para atestar o pleno cumprimento dos

compromissos assumidos na aplicação de recursos fornecidos pela SUDENE ao

longo de 12 anos de avaliação;

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Page 64: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O Grupo Schincariol pauta as relações que mantém com os diversos públicos

pela transparência e pelo respeito à diversidade. A empresa considera premissas a

honestidade, lealdade, respeito ao próximo, ao meio ambiente e à sociedade,

promovendo, sempre, o comportamento ético e responsável (SCHINCARIOL, 2011).

Empenhado em construir um futuro promissor em conjunto com seus

stakeholders, o Grupo Schincariol investe, cada vez mais, em iniciativas de valor

como projetos voltados à capacitação de professores, apoio a cooperativas de

catadores de resíduos e recicladores, oficinas de reciclagem e integração de

pessoas com deficiência capazes de transformar a realidade não só das

comunidades onde está inserido, mas de todo o país (SCHINCARIOL, 2011).

Atento à necessidade de preservar e manter o equilíbrio ambiental para o

futuro, o Grupo Schincariol inaugurou, em parceria com a Fundação SOS Mata

Atlântica, o Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica - Grupo

Schincariol, em Itu (SP).

Instalado em uma antiga fazenda de café, o projeto tem como objetivo

principal recompor a vegetação de Mata Atlântica a partir da restauração de áreas

degradadas (SCHINCARIOL, 2011).

Dos 526 hectares de terras cedidas em comodato por 20 anos à Fundação

SOS Mata Atlântica, 400 hectares serão restaurados com espécies características

da Mata Atlântica da região. São árvores como Cambará, Cabreúva, Timburi, Pau

Marfim, Ipê verde e Cedro rosa, entre outras. Nos dois anos de parceria entre o SOS

Mata Atlântica e o Grupo Schincariol, já foram restaurados 354 hectares – dos quais

234 hectares apenas em 2009 (SCHINCARIOL, 2011).

O Centro de Experimentos Florestais SOS Mata Atlântica – Grupo Schincariol

pode ser considerado um laboratório a céu aberto, pois conta com um viveiro com

capacidade produtiva anual de 400 mil mudas de espécies arbóreas nativas. O

viveiro fechou o ano de 2009 com 300 mil mudas produzidas, distribuídas em um

total de 106 espécies nativas (SCHINCARIOL, 2011).

A equipe técnica do viveiro também foi responsável pelo desenvolvimento de

mais 217 mil mudas, recebidas de outros viveiros em diferentes fases de

crescimento.

O projeto, cuja duração prevista é de cinco anos, fará a restauração completa

da propriedade, que em seguida será transformada em uma Reserva Particular do

Patrimônio Natural (RPPN).

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Page 65: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Além de seu objetivo principal, o Centro de Experimentos Florestais SOS

Mata Atlântica – Grupo Schincariol também atua nas seguintes frentes

(SCHINCARIOL, 2011):

• Pesquisa e Experimentação Florestal; apoiando e desenvolvendo pesquisas

que gerem novas tecnologias e metodologias na área de restauração e conservação

de ecossistemas. Desenvolvem experimentos no âmbito do projeto o Laboratório de

Ecologia e Restauração Florestal da Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz

(ESALQ), da USP, e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), campus

Sorocaba (SCHINCARIOL, 2011)

• Formação Profissional; em que proporciona um espaço de aprendizado para

profissionais e para estudantes com palestras, cursos, oficinas e estágios. Em 2009,

foi realizado o curso Elaboração e Implantação de Projetos de Restauração

Florestal, que capacitou 32 profissionais de nível técnico e superior.

• Educação Ambiental e Mobilização, que idealiza atividades que sensibilizem

e mobilizem lideranças ambientais da região de Itu e a sociedade em geral. Faz

parte dessas atividades a iniciativa Porteira Aberta. Realizada mensalmente, trata-se

da recepção de grupos para uma visita de duas horas e meia ao projeto. Em 2009,

foram atendidos 130 visitantes.

·Projeto “Aprendendo com a Mata Atlântica”, que tem como objetivos integrar

a comunidade escolar de Itu e região, com as atividades realizadas pelo Centro de

Experimentos Florestais, bem como sensibilizar os participantes para questões

ambientais, com conceitos ligados ao bioma Mata Atlântica.

Os resultados da parceria indicam que o Centro de Experimentos Florestais

SOS Mata Atlântica – Grupo Schincariol caminha para se tornar uma referência na

difusão do conhecimento da área de restauração e conservação do bioma Mata

Atlântica, capaz de sensibilizar e envolver diferentes atores e setores da sociedade.

Para 2010, estão programados mais investimentos na área de formação e

capacitação técnica, além do aumento do número de áreas implantadas, mudas

produzidas e áreas conservadas (SCHINCARIOL, 2011).

Estruturado como holding, o Grupo Schincariol é constituído pelo negócio de

bebidas, liderado por Adriano Schincariol, e pela Sonar Serviços de Franquias S.A.,

que tem à frente Francisco Duarte. A Holding é presidida por Manuel Fernando

Guimarães. O Grupo emprega 9.307 colaboradores em suas operações e

administração e contribui para a geração de 65 mil postos de trabalho de forma

65

Page 66: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

indireta. Presidido por Fernando Mitri e integrado pelos acionistas Alexandre

Schincariol e José Augusto Schincariol, o Conselho de Administração, responsável

pela definição e aprovação das estratégias de negócios, tem como função zelar pelo

aperfeiçoamento das práticas de Governança Corporativa no Grupo. Conta, para

tanto, com a assessoria dos Comitês de Auditoria, Finanças, DHO(Desenvolvimento

Humano e Organizacional), Relações Institucionais e Relacionamento Família-

Empresa, além dos serviços de auditoria externa, realizados pela

PriceWaterhouseCoopers. A identidade do Grupo Schincariol fundamenta-se em um

conjunto de três valores: Pessoas, Serviços e Resultados (SCHINCARIOL, 2011):

I) No tocante as pessoas valorizamos a diversidade no trabalho em equipe

respeitando as individualidades, cultivando relações transparentes e condutas

éticas, num clima de confiança e comunicação aberta praticada em toda a

organização. Acredita-se que, a partir do empreendedorismo, da inovação, da

diversidade de ideias e opiniões, se constroem novos caminhos e oportunidades

para a realização profissional, para a integração social e familiar, para o equilíbrio

físico, emocional, mental e espiritual de todos.

II) No tocante a serviços, somos movidos pela paixão em servir e por

conhecer bem todos os públicos: rede de clientes, fornecedores internos/externos e

consumidores. Por essa razão, concentramos nossos esforços e nossa energia

criativa no aprendizado e na utilização de novas tecnologias, ferramentas e

metodologias, para o contínuo aprimoramento de produtos, serviços e processos

que nos conduzem à excelência na prestação de serviços.

III) No tocante a resultados, somos comprometidos com os resultados e a

perenidade do Grupo Schincariol, atuando responsavelmente através de estratégias,

atitudes inovadoras e planejamento e execução diferenciados, levando em conta a

preservação do meio ambiente, a saúde e o bem-estar das gerações atuais e

futuras, comemorando os sucessos e reconhecendo o desempenho superior. A

Identidade do Grupo Schincariol é sustentada pelas atitudes diárias de cada um. É

por isso que todos os colaboradores são responsáveis por conduzir os negócios do

Grupo com integridade, pois as ações não refletem apenas no individuo, mas

também na imagem de toda a empresa.

Inspirado na Cultura e nos Valores do Grupo, o Código de Conduta descreve

os princípios que norteiam o relacionamento da empresa com todos os seus

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Page 67: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

públicos e são passos importantes para o processo de Governança Corporativa do

Grupo Schincariol (SCHINCARIOL, 2011).

O Código tem a finalidade de estabelecer quais os princípios éticos e as

atitudes que o Grupo Schincariol considera adequados e que devem ser adotados

por todos os seus públicos: acionistas e membros do Conselho de Administração,

colaboradores, prestadores de serviços e distribuidores. E todos, sem exceção, são

responsáveis por garantir o cumprimento das normas deste Código (SCHINCARIOL,

2011).

3.1 AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL E TECNOLOGIAS DE CONTROLE

Embora existam diversas tecnologias de controle, deve existir o

interfaceamento entre o controle com o comando, proporcionando uma melhor

integração do homem com a maquina. Para esta finalidade, utilizou-se com

freqüência anunciadores de alarmes, sinaleiros chaves seletoras botoeiras, etc...,

que nos permitiam comandar ou visualizar estados definidos com ligado e desligado,

alto ou baixo, temperatura elevada ou normal, mas não nos permitia visualizar os

valores de alto, quanto alto, ou normal quão normal.

Surgiram então os “displays” e chaves digitais ("thumbweel switchs"). Os

“displays” nos permitiam visualizar os valores das variáveis do processo, bem como

mudar parâmetros prédefinidos, como por exemplo, temporizações através das

chaves digitais.

No entanto, este tipo de interface trazia dois problemas claros, o primeiro a

dimensão da superfície do painel, que por muitas vezes necessitava de ser

ampliada, somente para alojar tantos botões, ou informações que eram necessárias.

Com o desenvolvimento das interfaces homem-máquina – IHM - com visores

alfanuméricos, teclados de funções e comunicação via serial com o dispositivo de

controle, o qual muitas vezes era um computador pessoal – PC - estas traziam

consigo os seguintes benefícios:

- Economia de fiação e acessórios, pois a comunicação com o CP seria serial

com um ou dois pares de fio transados, economizando vários pontos de entrada ou

saída do CP, e a fiação deste com os sinaleiros e botões.

67

Page 68: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

- Redução da mão-de-obra para montagem, pois ao invés de vários

dispositivos, agora seria montado apenas a IHM.

- Diminuição das dimensões físicas do painel.

- Aumento da capacidade de comando e controle, pois a IHM pode ajudar em

algumas funções o CP, com por exemplo massa de memória para armazenar dados,

etc.

- Maior flexibilidade frente a alterações no campo.

- Operação amigável

- Fácil programação e manutenção.

A evolução seguinte foi a utilização de interfaces gráficas ao invés de

alfanuméricas.

Quando utilizadas, as interfaces gráficas, em alguns casos mais simples

substituem os sistemas supervisórios, ou quando usadas em sistemas de controle,

integradas a sistemas supervisórios, estas além das funções das IHM’s

alfanuméricas já citadas, executam também funções de visualização que aliviam o

sistema supervisório para que a performance das funções de supervisão, alarme,

tendências, controle estatístico de processo entre outras possa ser elevada.

Logo, os softwares que tem a finalidade de servir como uma Interface Homem

Maquina, não tem a finalidade de controlar nenhuma parte da maquina ou processo,

ou seja, se ocorrer qualquer problema durante a sua execução, não prejudicará a

automação da máquina ou processo. Normalmente estes softwares apresentam

facilidades de configuração, mas estão limitados em segurança de dados,

comunicação em rede, comunicação remota, controles de processo, etc.

Os softwares que possuem as mesmas funções dos softwares IHM, além de

poderem efetuar controle, distribuir informações entres estações via rede com

performance e segurança, etc., são os softwares do tipo “sistema de controle e

aquisição de dados”- SCADA. Estes softwares normalmente são mais robustos e

confiáveis para aplicações de grandes portes e para aplicações distribuídas em

varias estações.

Uma tipo de IHM é o indicador de alta frequência modelo 2300, fabricado pela

Gefran Brasil. Algumas especificações técnicas:

- Dimensão: 96mm x 48mm por 152mm de profundidade;

- Tecnologia: microprocessador de 16 bits;

- Entradas: duas entradas analógicas 0...10V, 4...20mA;

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- Faixa de indicação: -1999...+9999;

- Resolução: 4.000 steps;

- Comunicação serial: RS485 – 4fios;

- Tempo de aquisição: 2ms.

3.2 AUTOMOÇÃO INDUSTRIAL E SISTEMAS DE CONTROLE

Geralmente, existem várias condições internas e externas que afetam o

desempenho de um processo. Estas condições são denominadas de variáveis de

processo, tais como: temperatura, pressão, nível, vazão, volume, etc. Um processo

pode ser controlado através de um sistema de controle medindo-se variáveis,

parâmetros que representam o estado deste processo, ajustando-as

automaticamente de maneira a se conseguir um valor que representa o estado

desejado para este processo. As condições de ambiente devem sempre ser

incluídas na relação de variáveis do processo.

a) Variável controlada: é a grandeza ou condição que é medida ou controlada.

Normalmente é a saída do sistema;

b) Variável manipulada: é a grandeza ou condição que é variada pelo

controlador de modo a afetar o valor da variável controlada;

c) Controle: medição do valor da variável controlada do sistema e aplicação

da variável manipulada ao sistema para corrigir ou limitar o desvio do valor medido

de um valor desejado;

d) Plantas: é uma parte do equipamento ou um conjunto de itens de uma

máquina que funcionam juntos, cuja finalidade é desempenhar uma dada operação

(qualquer objeto físico a ser controlado);

e) Processo: qualquer operação a ser controlada;

f) Sistema: é uma combinação de componentes que atuam conjuntamente e

realizam um certo objetivo;

g) Perturbação ou distúrbio: é um sinal que tende a afetar adversamente o

valor da saída do sistema. Uma perturbação é considerada externa quando é gerada

fora do sistema e constitui uma entrada;

h) Sistema de controle de processos: é um sistema regulador automático no

qual a saída é uma variável controlada;

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Page 70: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

I) Sistema regulador automático: é um sistema de controle em que a entrada

de referência ou a saída desejada, ou é constante ou varia lentamente com o

tempo. Além disso, a tarefa principal consiste em manter a saída real no valor

desejado na presença de perturbações;

J) Servossistema ou servomecanismo: é um controle em que a saída é uma

posição mecânica, velocidade ou aceleração;

K) Sistema de controle em malha fechada: muitas vezes também chamado de

sistema de controle realimentado, está intimamente relacionado com o erro do

sistema.

O sinal de erro atuante, que é a diferença entre o sinal de entrada e o sinal

realimentado (que pode ser o próprio sinal de saída ou uma função do sinal de saída

e suas derivadas), é introduzido no controlador de modo a reduzir o erro, trazendo a

saída do sistema a um valor desejado;

L) Sistema de controle em malha aberta: é o sistema em que a saída não tem

nenhum efeito sobre a ação de controle, ou seja, a saída não é medida nem

realimentada para comparação com a entrada;

M) Sistema de controle adaptativo: é o sistema que possui a capacidade de

detectar variações nos parâmetros da planta, fazendo os ajustes necessários nos

parâmetros do controlador a fim de manter um desempenho ótimo. Adaptação

significa auto-ajustar, uma vez que em muitos sistemas, as características

dinâmicas não são constantes devido a várias razões (deterioração de componentes

ao longo do tempo ou variações nos parâmetros e no ambiente). Portanto, são

sistemas que levam em conta as suas características dinâmicas, desde modo,

aumentando a sua confiabilidade;

N) Sistema de controle de aprendizado: são sistemas de controle que

possuem uma habilidade para aprender;

3.3 PRINCÍPIOS BÁSICOS DE PROJETO DE SISTEMAS DE CONTROLE

Qualquer sistema de controle deve ser estável. Esta é uma exigência

primordial. Além da estabilidade absoluta, um sistema de controle deve ter uma

estabilidade relativamente razoável; assim, a resposta deve apresentar

amortecimento razoável. Além disso, a velocidade de resposta deve ser

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Page 71: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

razoavelmente rápida e o sistema de controle deve ser capaz de reduzir erros a zero

ou a algum valor pequeno tolerável.

A exigência da estabilidade relativa razoável está relacionada a exigência de

precisão no estado estacionário, razão de incompatibilidade entre esses dois fatores.

Portanto, no projeto de sistemas de controle, é necessário fazer o compromisso

mais efetivo entre estas duas exigências.

Existem duas teorias de controle: clássica e moderna. A primeira teoria utiliza

o conceito de função de transferência. A análise e projeto são feitos no domínio "s"

e/ou no domínio de freqüência, entretanto, não pode manipular sistemas de controle

com entradas e saídas múltiplas. A Segunda baseia-se no conceito de espaço de

estados, utilizando-se a análise vetorial-matricial. A análise e o projeto são feitos no

domínio do tempo

Os componentes envolvidos nos sistemas de controle são amplamente

diferentes. Eles podem ser eletromecânicos, hidráulicos, pneumáticos, eletrônicos,

etc. Em engenharia de controle, em vez de tratar os dispositivos de "hardware",

substitui-se os tais dispositivos ou componentes pelos seus modelos matemáticos.

Obter um modelo matemático razoavelmente preciso de um componente

físico é um dos problemas mais importantes em engenharia de controle. Um modelo

matemático não deve ser nem muito complicado nem muito simplificado. Um modelo

matemático deve representar os aspectos essenciais de um componente físico.

As previsões do comportamento do sistema baseadas no modelo matemático

devem ser razoavelmente precisas. Embora as relações entre entrada-saída de

muitos componentes sejam não-lineares, normalmente lineariza-se tais relações em

torno de pontos de operação, limitando a faixa de variáveis para ser pequena

facilitando o tratamento analítico e computacional.

A análise de um sistema de controle corresponde a investigação, sob

condições específicas, do desempenho do sistema cujo modelo matemático é

conhecido. Visto que qualquer sistema é constituído de componente, a análise deve

começar por uma descrição matemática de cada componente.

Uma vez que o modelo matemático do sistema completo tenha sido deduzido,

a maneira pela qual a análise é executada independe do fato do sistema físico ser

pneumático, elétrico, mecânico, etc. Por análise da resposta transitória geralmente

determina-se as respostas de uma planta para comandar entradas e entradas de

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Page 72: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

perturbações. Por análise no estado estacionário determina-se a resposta depois da

resposta transitória ter desaparecido.

Projetar um sistema significa achar um sistema que realize uma dada tarefa.

Se as características da resposta dinâmica e/ou as características no estado

estacionário não forem satisfatórias, deve-se adicionar um compensador ao sistema.

Em geral, um projeto de um compensador adequado não é direto, mas exigirá

métodos experimentais.

Nos últimos anos, os computadores digitais têm representado um papel

importante na análise, no projeto e na operação de sistemas de controle. O

computador pode ser usado para executar computações necessárias, para simular

uma planta ou componentes de sistema, ou para controlar um sistema. O controle

por computador tem se tornado cada vez mais comum, e muitos sistemas de

controle industriais, sistemas de aviação e sistemas de controle de robôs utilizam

controladores digitais.

O método básico para o projeto de qualquer sistema de controle prático

necessariamente envolverá procedimentos experimentais. A síntese de sistemas de

controle linear é teoricamente possível, e o engenheiro de controle pode determinar

sistematicamente os componentes necessários para desempenhar o objetivo dado.

Na prática, no entanto, o sistema pode ser submetido a muitas restrições ou

pode ser não-linear, e em tais casos nenhum dos métodos de síntese está

disponível atualmente. Além disso, as características dos componentes podem não

ser precisamente conhecidas. Assim, procedimentos experimentais são sempre

necessários.

O engenheiro de controle deve satisfazer as especificações dadas na

realização de uma tarefa. Estas especificações podem incluir fatores tais como a

velocidade de resposta, amortecimento razoável, precisão do estado estacionário,

confiabilidade e custos.

Todos os requisitos devem ser interpretados em termos matemáticos, não se

esquecendo de certificar de que o sistema de malha fechada é estável e tem

características aceitáveis na resposta transitória (velocidade e amortecimento

razoável) e precisão aceitável no estado estacionário.

A especificação do sinal de controle sobre o intervalo de tempo de operação é

chamado lei de controle. Matematicamente, o problema básico de controle é

determinar a lei do controle ótimo, sujeita a várias restrições de engenharia e de

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Page 73: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

economia, o que minimiza (ou maximiza, conforme possa ser o caso) um dado

índice de desempenho. Este índice de desempenho pode ser uma integral de uma

função variável de erro que deve ser minimizada.

Dada uma planta, deve-se primeiro escolher sensores e atuadores

apropriados. Deve-se obter modelos matemáticos da planta, dos atuadores e dos

sensores. Então, usando o modelo matemático obtido, projeta-se um controlador tal

que o sistema em malha fechada satisfaça as especificações dadas. O controlador

projetado é a solução para a versão matemática do problema de projeto. Neste

estágio, a teoria de controle ótimo é muito útil porque fornece o limite superior de

desempenho do sistema para um dado índice de desempenho.

Depois do projeto matemático ter sido concluído, o engenheiro de controle

simula o modelo em um computador para testar o comportamento do sistema

resultante em resposta a vários sinais e perturbações. Usualmente a configuração

inicial do sistema não é satisfatória. Então o sistema deve ser reprojetado e a

análise correspondente concluída. Este processo de projeto e análise é repetido até

que um sistema satisfatório seja obtido.

Então, pode-se concluir o sistema físico do protótipo. Este processo de

construção de um protótipo é o inverso daquele de modelamento. O protótipo é um

sistema físico que representa o modelo matemático com razoável precisão. Uma vez

que o protótipo tenha sido construído, o engenheiro o testa para ver se ele é ou não

satisfatório. Se for, o projeto está concluído. Se não, o protótipo deve ser modificado

e testado novamente. Este processo continua até que o protótipo seja

completamente satisfatório.

No caso de alguns sistemas de controle de processo, formas padronizadas de

controladores, tais como controladores PD (proporcional-mais-derivativo), PI

(proporcional-mais-integral) e PID (proporcional-mais-integral-mais-derivativo)

podem ser usados.

Os parâmetros do controlador são determinados experimentalmente seguindo

um procedimento padrão estabelecido. Neste caso, não são necessários modelos

matemáticos. No entanto, este é um caso tanto especial.

Os controladores analógicos industriais podem ser classificados, de acordo

com a ação de controle, como:

Controladores de duas posições ou liga-desliga (on-off);

Controladores proporcionais;

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Page 74: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Controladores do tipo integral;

Controladores do tipo proporcional-mais-integral;

Controladores do tipo proporcional-mais-derivativo;

Controladores do tipo proporcional-mais-integral-mais derivativo;

Em um sistema de controle de duas posições, o elemento atuante possui

apenas duas posições fixas que são, em muitos casos, simplesmente ligado e

desligado (do inglês, on-off). O controle de duas posições é relativamente simples e

barato e, por esta razão,extremamente utilizado, tanto em sistemas de controle

industriais, como domésticos. São geralmente dispositivos elétricos, e uma válvula

operada por solenóide elétrico é extensivamente usada nestes controladores. O

tamanho do intervalo diferencial deve ser determinado a partir de considerações

relativas à precisão exigida e à vida do componente.

Para um controlador com ação de controle proporcional, a relação entre a

saída do controlador, u(t), e o sinal de erro atuante, e(t), é igual a uma constante,

Kp, denominada sensibilidade proporcional ou ganho. Independentemente do

mecanismo real, ou da forma da potência de operação, o controlador proporcional é

essencialmente um amplificador com um ganho ajustável.

Em um controlador com ação de controle integral, o valor da saída do

controlador, u(t) é variado em uma taxa proporcional ao sinal de erro atuante, e(t). A

ação de controle integral é muitas vezes denominada controle de restabelecimento

(reset). A ação de controle de um controlador proporcional-mais-integral onde Ti é

chamado tempo integral. Tanto Kp como Ti são ajustáveis. O tempo integral ajusta a

ação de controle integral, enquanto uma mudança no valor de Kp afeta tanto a parte

proporcional, como a parte integral da ação de controle.

O inverso do tempo integral Ti é denominado taxa de restabelecimento

(reset), que é o número de vezes, por minuto, que a parte proporcional da ação de

controle é duplicada. Esta taxa é medida em termos de repetições por minuto. A

ação de controle de um controlador proporcional-mais-derivativo onde Td é chamado

tempo derivativo. Tanto Kp como Td são ajustáveis.

O tempo derivativo é o intervalo de tempo pelo qual a ação de taxa avança o

efeito da ação de controle proporcional. A ação de controle derivativa, algumas

vezes denominada controle de taxa, é onde a magnitude da saída do controlador é

proporcional à taxa de variação do sinal de erro atuante. Sua ação tem o caráter

antecipatório, entretanto, a ação de controle derivativo nunca pode antecipar uma

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Page 75: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

ação que ainda não ocorreu. Porém, possui a desvantagem de amplificar os sinais

de ruído e causar efeito de saturação no atuador. Logo, nunca se usa este controle

sozinho porque somente é efetivo durante os períodos transitórios. No controle

proporcional de um processo cuja função de transferência não possui um integrador,

1/s, há um erro em regime estacionário, ou desajuste, na resposta à entrada ao

degrau. Este desajuste pode ser eliminado se for incluída no controlador uma ação

de controle integral. No controle integral de um processo, o sinal de saída do

controlador, em qualquer instante é igual à área sob a curva sinal de erro atuante até

aquele instante.

O aumento deste valor, entretanto, resultará em uma resposta mais oscilatória

do sistema. Já que o valor do ganho não pode ser demasiadamente aumentado, é

desejável modificar o controle proporcional para um controle proporcional-mais-

integral.

Se for adicionado ao controlador uma ação de controle integral, então,

enquanto houver um sinal de erro, haverá um sinal desenvolvido pelo controlador

para reduzir este erro, desde que o sistema de controle seja estável. Logo, a ação

de controle proporcional tende a estabilizar o sistema, enquanto a ação de controle

integral tende a eliminar ou reduzir o erro em regime estacionário em resposta a

várias entradas.

A ação de controle derivativa, quando adicionada a um controlador

proporcional, possibilita um meio de obter um controlador com alta sensibilidade.

Uma vantagem em usar ação de controle derivativa é que ela responde à taxa de

variação do erro atuante e pode produzir uma correção significativa antes de o valor

do erro atuante tornar-se demasiadamente grande. O controle derivativo, portanto,

antecipa o erro atuante e inicia uma ação corretiva mais cedo, tendendo a aumentar

a estabilidade do sistema.

Embora o controle derivativo não afete diretamente o erro em regime

estacionário, ele produz amortecimento no sistema e, portanto, permite o usos de

um valor maior de ganho do sistema, o que resulta em uma melhora na precisão em

regime estacionário.

Devido ao fato de o controle derivativo operar sobre a taxa de variação do

erro atuante e não sobre o próprio erro atuante, este modo nunca é usado sozinho.

É sempre utilizado em combinação com ação proporcional ou ação proporcional-

mais-integral.

75

Page 76: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

O atuador é um dispositivo de potência que produz a entrada para a planta de

acordo com o sinal de controle, de modo que o sinal de realimentação

corresponderá ao sinal de entrada de referência. A saída de um controlador

automático é introduzida em um atuador, tal como um motor hidráulico ou válvula

pneumática ou motor elétrico.

O sensor ou elemento de medição é um que converte a variável de saída em

uma outra variável adequada, tal como um deslocamento, uma pressão ou uma

tensão (voltagem), que pode ser usada para comparar a saída ao sistema de

entrada de referência. Este elemento está no caminho de realimentação do sistema

de malha-fechada. O ponto de ajuste do controlador deve ser convertido a uma

entrada de referência com as mesmas unidades que o sinal de realimentação

proveniente do sensor ou elemento de medição.

Os sistemas clássicos utilizam bóias, transmissores de pressão, capacitância,

borbulhadores, ultra-som, etc. Todos esses sistemas, apesar de apresentarem

vantagens, perdem muito em precisão quando os líquidos medidos não são

perfeitamente uniformes e limpos.

O sistema baseado na admitância dos líquidos supera todos os

inconvenientes acima indicados. Para operação, basta simplesmente fixar em uma

calha, ou parede onde se mede a vazão, um elemento sensor.

Este interliga-se por fios a um sistema eletrônico remoto.

O elemento primário mais utilizado é a calha Parshall cuja faixa de medição

varia de 0 a 2.000 m3/min.

A vazão de uma tubulação é dividida em duas por dois tubos paralelos que

possuem forma de “U”, e ao fim destes tubos a vazão volta a ser conduzida por um

único tubo.

Próximo da parte inferior de cada “U“ existem eletroimãs que fazem os dois

tubos oscilarem em suas freqüências naturais de vibração e cuja a amplitude não

ultrapassa alguns milímetros. Com o passar de fluido pelos tubos, em função desta

oscilação, surge uma torção nos tubos cuja defasagem permite a medição da vazão

mássica.

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Page 77: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

CONCLUSÃO

A palavra automação está diretamente ligada ao controle automático, ou seja,

ações que não dependem da intervenção humana. Este conceito é discutível, pois a

“mão do homem” sempre será necessária, pois sem ela não seria possível a

construção e implementação dos processos automáticos. Entretanto não é o objetivo

deste trabalho este tipo de abordagem filosófica, ou sociológica.

Historicamente, o surgimento da automação está ligado com a mecanização,

sendo muito antigo, remontando da época de 3500 e 3200 a.C., com a utilização da

roda. O objetivo era sempre o mesmo, o de simplificar o trabalho do homem, de

forma a substituir o esforço braçal por outros meios e mecanismos, liberando o

tempo disponível para outros afazeres, valorizando o tempo útil para as atividades

do intelecto, das artes, lazer ou simplesmente entretenimento. Enfim, nos tempos

modernos, entende-se por automação qualquer sistema apoiado em

microprocessadores que substitua o trabalho humano.

Atualmente a automação industrial é muito aplicada para melhorar a

produtividade e qualidade nos processos considerados repetitivos, estando presente

no dia-a-dia das empresas para apoiar conceitos de produção tais como os

Sistemas Flexíveis de Manufatura e até mesmo o famoso Sistema Toytota de

Produção.

Sob o ponto de vista produtivo, a automação industrial pode ser dividida em

três classes: a rígida, a flexível e a programável, aplicadas a grandes, médios e

pequenos lotes de fabricação, respectivamente a automação industrial pode ser

entendida como uma tecnologia integradora de três áreas: a eletrônica responsável

pelo hardware, a mecânica na forma de dispositivos mecânicos (atuadores) e a

informática responsável pelo software que irá controlar todo o sistema.

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Page 78: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

Desse modo, para efetivar projetos nesta área exige-se uma grande gama de

conhecimentos, impondo uma formação muito ampla e diversificada dos projetistas,

ou então um trabalho de equipe muito bem coordenado com perfis interdisciplinares.

Os grandes projetos neste campo envolvem uma infinidade de profissionais e os

custos são suportados geralmente por grandes empresas. Recentemente, para

formar profissionais aptos ao trabalho com automação, surgiu a disciplina

“mecatrônica”. Entretanto é uma tarefa muito difícil à absorção de forma completa

todos os conhecimentos necessários, e este profissional com certeza se torna um

“generalista” que eventualmente pode precisar da ajuda de especialistas de outras

áreas. Este ainda é um desafio didático a ser resolvido, mas ainda existe uma

alternativa que é a criação de equipes multidisciplinares.

Neste TCC direcionado para a empresa SCHINCARIOL reflete-se sobre a

automação industrial, na qual os sistemas automatizados podem ser aplicados em

simples máquina ou em toda indústria, como é o caso das usinas de cana e açúcar.

A diferença está no número de elementos monitorados e controlados, denominados

de “pontos”. Estes podem ser simples válvulas ou servomotores, cuja eletrônica de

controle é bem complexa.

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Page 79: MONO_LUCIANO_ALLVES_-_CORPO_1

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SITE DA EMPRESA SCHINCARIOL. Historia da empresa schincariol. Disponível em: http://www.schincariol.com.br. Acesso em: abril. 2011.

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